UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito...

81
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LARISSA OLIVEIRA DE MENEZES CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS: ESTUDO DAS POSSIBILIDADES DE CENTRALIZAÇÃO DE PROCESSOS DE COORDENAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO ORIENTADORA: SUZANA DANTAS HECKSHER, D. Sc. Niterói - RJ 2016

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LARISSA OLIVEIRA DE MENEZES

CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS: ESTUDO DAS

POSSIBILIDADES DE CENTRALIZAÇÃO DE PROCESSOS DE

COORDENAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

ORIENTADORA: SUZANA DANTAS HECKSHER, D. Sc.

Niterói - RJ

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LARISSA OLIVEIRA DE MENEZES

CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS: ESTUDO DAS

POSSIBILIDADES DE CENTRALIZAÇÃO DE PROCESSOS DE

COORDENAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

Projeto Final apresentado ao curso de

graduação em Engenharia de Produção

da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para aquisição do

Grau de Engenheiro de Produção.

ORIENTADORA: SUZANA DANTAS HECKSHER, D. Sc.

Niterói - RJ

2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

M543 Menezes, Larissa Oliveira de

Centro de serviços compartilhados : estudo das possibilidades de

centralização de processos de coordenação de cursos de graduação /

Larissa Oliveira de Menezes. – Niterói, RJ : [s.n.], 2016.

79 f.

Trabalho (Conclusão de Curso) – Departamento de Engenharia de

Produção, Universidade Federal Fluminense, 2016.

Orientador: Suzana Dantas Hecksher.

1. Centro de serviço compartilhado. 2. Ensino superior. 3. Gestão

de processos. I. Título.

CDD 658.5

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LARISSA OLIVEIRA DE MENEZES

CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS: ESTUDO DAS

POSSIBILIDADES DE CENTRALIZAÇÃO DE PROCESSOS DE

COORDENAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

Projeto Final apresentado ao curso de

graduação em Engenharia de Produção

da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para aquisição do

Grau de Engenheiro de Produção.

Prof. Suzana Dantas Hecksher – UFF

Orientadora

Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF

Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF

Niterói - RJ

2016

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

RESUMO

Este trabalho contempla um estudo de caso realizado em coordenações de cursos de

graduação de uma Instituição de Ensino Superior que possuem processos similares que

são realizados de forma descentralizada e repetitiva. O objetivo foi avaliar as

possibilidades de ganhos em agilidade, transparência e consistência com a centralização

e melhoria de alguns desses processos com base no modelo de Centro de Serviços

Compartilhados. Para isso, foram realizadas entrevistas com os executores dos

processos a fim de realizar um mapeamento e diagnóstico do modelo atual,

identificando oportunidades de melhorias e possibilidades de centralização. A partir do

diagnóstico, foram projetadas melhorias e modelos de curto e longo prazo para os

processos analisados, assim como propostas de planos de ação para sua implementação

e indicadores de desempenho para acompanhamento da evolução dos resultados.

Palavras-chave: Centro de Serviços Compartilhados, mapeamento e modelagem de

processos, melhoria de processos, processos de coordenação de cursos de graduação,

educação superior.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

ABSTRACT

Shared Services Center have emerged as a form of internal restructuring in

organizations seeking to achieve scale gains, increased productivity, standardization,

efficiency and quality in their processes. The main objective of this project is to

evaluate possibilities of gains in agility, transparency and consistency with the

centralization and improvement of some of the processes carried out by the coordination

of undergraduate courses, also obtaining greater satisfaction of the internal clients. For

this purpose, interviews were carried out in order to map the as-is model of the

processes, identify opportunities for incorporate improvements and design the to-be

model.

Key-words: Shared Services Center, business process modeling, process improvement,

undergraduate courses, college education.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Trajetória da gestão por processos ............................................................................... 16

Figura 2: Processo de pesquisa da base SCOPUS (Elsevier) ...................................................... 21

Figura 3: Modelo de cadeia de valor aplicado à uma Instituição de Ensino Superior ................ 30

Figura 4: Diagrama SIPOC genérico .......................................................................................... 32

Figura 5: Diagrama SIPOC de alguns dos processos das coordenações de curso ....................... 40

Figura 6: Modelo atual de inscrição on-line em disciplinas ........................................................ 45

Figura 7: Modelo atual geral da inscrição presencial e período de ajustes ................................. 48

Figura 8: Modelo atual geral do processo de dispensa de disciplinas ......................................... 53

Figura 9: Pontos de atenção e oportunidades de melhorias observados ...................................... 56

Figura 10: Modelo proposto de planejamento da demanda......................................................... 57

Figura 11: Modelo proposto de inscrição on-line ....................................................................... 59

Figura 12: Modelo proposto de inscrição presencial ................................................................... 60

Figura 13: Modelo proposto de dispensa de disciplinas .............................................................. 63

Figura 14: Modelo proposto de gestão de indicadores ................................................................ 66

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Quantidade de publicações sobre CSC por ano ......................................................... 19

Gráfico 2: Autores que mais publicaram sobre o tema ............................................................... 20

Gráfico 3: Países que mais publicaram sobre o tema .................................................................. 20

Gráfico 4: Processos atendidos nos CSC. ................................................................................... 24

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Notações utilizadas no BPMN .................................................................................... 33

Tabela 2: Plano de ação 1 ............................................................................................................ 64

Tabela 3: Plano de ação 2 ............................................................................................................ 65

Tabela 4: Plano de ação 3 ............................................................................................................ 65

Tabela 5: Indicadores de desempenho propostos para o processo de inscrição em diciplinas .... 67

Tabela 6: Indicadores de desempenho propostos para o processo de dispensa de disciplinas .... 67

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

LISTA DE ABREVIATURAS

CSC – Centro de Serviços Compartilhados

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

UFF – Universidade Federal Fluminense

CR – Coeficiente de rendimento

IFES – Instituição Federal de Ensino Superior

IES – Instituição de Ensino Superior

SIPOC – Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers

SISU - Sistema de Seleção Unificada

BPM – Business Process Modeling

BPMN - Business Process Model and Notaion

TI – Tecnologia da Informação

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................... 11

1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................ 13

1.3. OBJETIVOS .................................................................................................... 16

1.3.1. Objetivo geral ........................................................................................... 16

1.3.2. Objetivos específicos ................................................................................ 16

1.4. DELIMITAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ...................................... 17

1.5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................... 17

2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 18

2.1. PROCESSO DE PESQUISA ........................................................................... 18

2.2. CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS ......................................... 21

2.2.1. Definições e referencial histórico ............................................................. 21

2.2.2. Motivações e desafios ............................................................................... 25

2.2.3. Fatores de sucesso .................................................................................... 26

2.3. MAPEAMENTO E REDESENHO DE PROCESSOS ................................... 27

2.3.1. Cadeia de Valor ........................................................................................ 29

2.3.2. Diagrama SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers) ....... 31

2.3.3. Modelagem de Processos ......................................................................... 32

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 34

3.1. COLETA DE DADOS ..................................................................................... 35

3.2. TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ................................................. 37

4. COLETA DE DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................... 38

4.1. DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .............................................................. 38

4.2. COLETA DE DADOS ..................................................................................... 39

4.2.1. Aplicação das entrevistas.......................................................................... 39

4.2.2. Diagnóstico do modelo atual .................................................................... 41

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

4.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS E PROPOSTAS DE IMPLANTAÇÃO ..... 54

4.3.1. Análise de stakeholders ............................................................................ 54

4.3.2. Oportunidades de melhorias ..................................................................... 55

4.3.3. Propostas de implantação ......................................................................... 64

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 69

5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 69

5.2. SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS ................................................. 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 72

APÊNDICE A – Levantamento de demanda de vagas por disciplina ............................ 75

APÊNDICE B – Parte da planilha gerada pelo Google Forms após resultado da pesquisa

de demanda de vagas ...................................................................................................... 77

APÊNDICE C – Planilha para controle do histórico de processos de dispensa ............. 78

ANEXO A – Organograma da escola de engenharia ..................................................... 79

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

11

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

As pressões existentes no mundo atual, sejam elas econômicas, sociais ou

ambientais fazem com que instituições, públicas ou privadas, estejam continuamente

buscando uma melhor forma de trabalhar. Isso também faz com que elas repensem sua

estratégia, seu modelo de negócio ou sua estrutura organizacional para se posicionar no

mercado, legitimar seu valor para a sociedade e sobreviver no longo prazo.

As grandes corporações procuram agregar valor aos seus negócios como forma

de alcançar um diferencial competitivo, buscando assim inovações e formas de reduzir

custos e aperfeiçoar processos, o que requer uma mudança interna em seus

procedimentos (BEZERRA, 2015). Diante desse cenário, os Centros de Serviços

Compartilhados (CSC) são uma alternativa atraente de reestruturação organizacional

para aquelas empresas que procuram realizar grandes mudanças e obter resultados não

só financeiros como também qualitativos, promovendo uma melhoria na qualidade de

seus processos internos, reduzindo desperdícios e criando formas de automatizar as

tarefas muito manuais ou repetitivas. Com esse modelo, as organizações conseguem

obter maior produtividade e agilidade em seus processos ao centralizar funções de

apoio, de modo que as unidades de negócio possam manter o foco em seu core business,

ou seja, em suas atividades principais.

Segundo Bergeron (2003), um Centro de Serviços Compartilhados funciona

como uma unidade semiautônoma que tem a finalidade de prestar serviços de suporte

aos clientes internos de uma organização com maior eficiência e rapidez, reunindo um

conjunto de funções que são realizadas com maior geração de valor e a um custo menor

do que se estivessem descentralizadas. Nesse sentido, o CSC faz parte da organização,

oferecendo serviços internamente e, por isso, se torna diferente de um processo de

terceirização no qual uma empresa é contratada para realizar determinadas funções.

Os serviços de suporte ou de apoio presentes no escopo de um CSC geralmente

são aqueles que não fazem parte do negócio principal da empresa, como contas a pagar,

contas a receber, compras, atendimentos ao usuário de TI (help desk) e algumas

atividades administrativas. As áreas que mais costumam compartilhar serviços são

Finanças, Contabilidade e Tecnologia da Informação (TI) (GODSE, 2012). Um

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

12

exemplo aplicado no setor público seria reunir os serviços financeiros de vários

departamentos governamentais em uma única unidade centralizadora (PAAGMAN,

FURTMUELLER e TATE, 2013).

O avanço das tecnologias, dentre elas a tecnologia da informação, tem

permitido cada vez mais a automatização de processos e facilitado a comunicação entre

diferentes regiões geográficas, evitando deslocamentos, reduzindo custos e aumentando

a produtividade. Nesse sentido, o bom funcionamento de um CSC se torna possível

graças à utilização de sistemas integrados e unificados que permitem a comunicação

entre as diversas unidades de uma organização, viabilizando a troca de informações e

documentos de forma rápida e segura. Dessa forma, uma companhia pode precisar de

alto investimento em programas e sistemas dependendo da complexidade de seus

processos, da dispersão geográfica e da quantidade de transações.

Os serviços compartilhados vêm se tornando uma tendência nas empresas

brasileiras e multinacionais nos últimos anos em oposição ao antigo modelo de

descentralização de departamentos e funções. Organizações de pequeno, médio e grande

porte podem se beneficiar com a centralização de serviços que antes eram duplicados

dentre suas demais unidades de negócio ou filiais. Um estudo realizado pela TOTVS

Consulting, empresa que atua no ramo de consultoria e softwares de gestão, mostrou

que existem no Brasil cerca de 120 a 150 CSC localizados em estados como no Rio de

Janeiro, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais (TOTVS CONSULTING,

2014).

Segundo Ferreira, Bresciani e Mazzali (2010), os Centros de Serviços

Compartilhados começaram a ganhar força a partir da década de 1990 no setor privado

em consequência das vantagens oferecidas por tal modelo, que reúne características

positivas tanto de um modelo centralizado quando descentralizado. Observa-se, dessa

forma, que esse conceito é relativamente recente, havendo um intervalo de tempo de

menos de três décadas até os dias de hoje para o desenvolvimento dos CSC.

Adicionalmente, além da aplicação do modelo em empresas privadas também é

possível implantar CSC na Administração Pública. Apesar do movimento ainda ser

pequeno quando comparado às empresas privadas, há estudos em andamento e projetos

já implementados de centralização de serviços públicos em instituições brasileiras e

internacionais. No Brasil, por exemplo, há projetos de CSC no Governo do Estado de

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

13

Minas Gerais (VILHENA, BRITO e VALLE, 2014) e no Governo do Estado de São

Paulo com a implantação de uma unidade para serviços de telefonia, segurança e

manutenção predial (FERREIRA, BRESCIANI e MAZZALI, 2010). No âmbito

internacional, observamos uma tendência das organizações governamentais em buscar

estratégias para reduzir custos em suas atividades de apoio devido às pressões de baixos

orçamentos e reformas políticas, ao mesmo tempo em que devem se atentar em manter a

qualidade dos serviços. (REDMAN et al., 2007 apud PAAGMAN, 2013).

Segundo Janssen e Joha (2006), organizações sem fins comerciais como

universidades, hospitais e ministérios também começaram a utilizar o conceito de CSC

para a centralização de tarefas. As universidades públicas, como uma organização,

também mudam com os avanços da sociedade e com a globalização apesar de

pertencerem a um sistema regulador, político e de governança que molda suas

características estruturais e organizacionais, ainda que possuam valores internos

existentes desde as suas fundações (VAIRA, 2004).

1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

As organizações como um todo precisam se adaptar às mudanças que ocorrem

em seu ambiente externo. Nesse sentido, a gestão de processos é essencial no

desenvolvimento dessas mudanças na medida em que possibilita o reprojeto de

processos com o objetivo de promover melhorias internas (PAIM et al., 2009).

Processos são essenciais em qualquer tipo de organização e é através deles que

todo o fluxo de informação percorre entre as pessoas, enquanto os bens e serviços são

produzidos e entregues aos clientes. Sendo assim, possuir processos bem definidos,

estruturados, alinhados e padronizados se torna ainda mais importante quando o

objetivo é obter agilidade nas respostas, produtividade, eficiência e eficácia nos

resultados. Além disso, o modo como os processos são realizados também pode definir

o grau de transparência e clareza das regras e decisões, a igualdade de tratamento e a

uniformidade das entregas.

O objeto de estudo deste trabalho consiste em processos realizados por

coordenações de curso de graduação. Um movimento que vem ocorrendo na

universidade estudada é a descentralização de serviços administrativos por decisão do

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

14

Departamento de Engenharia. Dessa forma, atividades similares são realizadas em

duplicidade pelas coordenações da Escola de Engenharia, não havendo padronização

nem compartilhamento do conhecimento adquirido, além de sobrecarregá-las com a

realização de atividades de suporte.

A universidade passou por um plano de reestruturação1 instituído em 2007 que

envolveu ações para reorganização dos cursos de graduação, aumento do número de

vagas de ingresso, redução das taxas de evasão e retenção dos estudantes, intensificação

da mobilidade acadêmica, entre outras. Mesmo que o plano já tenha sido concluído,

algumas dessas ações ainda podem ser de interesse da universidade e das coordenações

de curso. As coordenações podem impactar e são impactadas por muitas dessas ações,

representando um importante papel no atingimento das metas e objetivos da

universidade. As experiências e competências dos coordenadores de curso, por

exemplo, são essenciais na identificação dos motivos que levam os alunos a ter uma alta

taxa de evasão, contribuindo na elaboração de metas e estratégias para minimizar o

problema.

Atualmente, as coordenações realizam atividades que incluem o atendimento

aos alunos, recebimento de pedidos de dispensa de disciplinas, matrícula dos cursos de

graduação, inscrição em disciplinas, entre outras. Porém, algumas não fazem parte do

escopo principal de uma coordenação de curso e não exigem conhecimentos específicos

sobre o curso, podendo ser caracterizadas como atividades de apoio ou suporte. A

descentralização dessas atividades acaba impactando a realização de outras funções que

são de responsabilidade das coordenações, como as ações para redução das taxas de

evasão e retenção supracitadas.

Segundo Paim et al. (2009), os processos podem ser entendidos através de seus

elementos centrais e de alguns atributos. Os elementos centrais consistem nas ações

realizadas, nos recursos de transformação e no objeto em fluxo, o qual pode ser

composto por materiais, informações ou outros objetos que são transferidos ao longo

das ações. Os atributos relacionados aos processos são as formas de coordenação, a sua

criticidade, o nível de maturidade, entre outros (PAIM et al., 2009). O nível de

maturidade de um processo vai desde processos que não possuem qualquer estruturação

e não são realizados de forma frequente até o nível mais alto de maturidade, no qual são

1 Disponível em <http://www.uff.br/reuni> Acesso em: 29 de novembro de 2016.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

15

geridos de forma completa, possuindo documentação, normas, indicadores de

desempenho e planos de melhoria contínua (PAIM el al., 2009).

Os processos das coordenações de curso analisados neste trabalho são

realizados com frequência ao longo dos anos e possuem suas atividades bem definidas.

Porém, em geral não há documentação de procedimentos ou padronização de atividades.

Dessa forma, eles podem ser enquadrados no segundo nível de maturidade proposto por

Paim et al. (2009), o de processos repetitivos.

Os problemas de manter processos nesse estágio de maturidade encontram-se

na dificuldade de passagem de conhecimento entre as pessoas, na falta de meios de

controle e medição dos resultados e, consequentemente, na não realização de melhorias

para aperfeiçoar o desempenho. O avanço para os estágios seguintes permite a

identificação de pontos a serem melhorados para que se tenha maior consistência nos

resultados, melhor uso dos recursos e que o objetivo final do processo seja alcançado

com maior eficiência e eficácia.

A descentralização, falta de padronização e organização fazem com que os

processos internos se tornem morosos, as entregas não sejam todas iguais, não haja

prazos bem definidos para os serviços e nem total controle sobre as informações.

Considerando o contexto anterior de busca pela redução de ineficiências, aumento da

transparência, uniformidade e velocidade dos processos, uma questão levantada foi a

possibilidade de centralização de algumas funções administrativas realizadas pelas

coordenações tomando como base os conceitos de CSC. Para isso, foi realizado um

reprojeto dos processos que teve o objetivo de possibilitar melhorias em prazos,

satisfação do corpo discente e melhor utilização dos recursos de tempo das

coordenações, departamentos, docentes e discentes.

A centralização de parte das atividades realizadas pelas coordenações pode

permitir que os coordenadores dos cursos foquem em suas atividades principais, tais

como o projeto pedagógico do curso, acompanhamento e orientação de discentes,

desenvolvimento de práticas de ensino, acompanhamento e atuação para melhoria dos

indicadores de desempenho como o ENADE (Exame Nacional de Desempenho de

Estudantes), o CPC (Conceito Preliminar de Curso), a retenção e evasão escolar e a

satisfação com o curso de maneira geral.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

16

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo geral

Este projeto pretende contribuir para o desenvolvimento da gestão por

processos em coordenações de cursos de graduação de uma Universidade Pública

Federal.

O objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade e aplicabilidade da

centralização de parte das atividades realizadas pelas coordenações. Pretende-se ainda

estimar ganhos com tal estruturação como a melhoria da qualidade dos processos de

trabalho e a definição de prazos de atendimento através da unificação e padronização

dos processos internos e o aumento da satisfação dos usuários do serviço.

Dessa forma, o foco do estudo será no mapeamento e diagnóstico de processos

administrativos realizados pelas coordenações da Escola de Engenharia da universidade

para fins de padronização e centralização.

1.3.2. Objetivos específicos

Considerando parte da trajetória em gestão de processos proposta por Paim et

al., (2009) com base no trabalho de Gonçalves (2000), os objetivos específicos deste

projeto incluem o mapeamento de processos, seleção de processos essenciais,

proposição de melhorias nos processos selecionados e proposição de indicadores de

desempenho para os processos analisados. A trajetória completa está esquematizada na

figura 1.

Figura 1: Trajetória da gestão por processos

Fonte: PAIM et al. (2009)

É também objetivo deste trabalho a ampliação e consolidação de

conhecimentos sobre gestão de processos e centros de serviços compartilhados, através

da articulação entre pesquisa e prática de projeto.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

17

1.4. DELIMITAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O estudo está delimitado pela investigação de parte dos processos

administrativos realizados pelas coordenações da Escola de Engenharia de uma

Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) localizada no estado do Rio de Janeiro.

A importância do estudo se dá pelo problema enfrentado pelas coordenações de

curso com relação aos processos realizados, os quais possuem um alto volume de

trabalho manual que é repetido entre as diversas coordenações, causando uma

sobrecarga de trabalho devido à realização de atividades que fogem ao seu escopo

principal.

Além disso, há reduzida presença de trabalhos publicados sobre o tema CSC

em geral e sobre a análise relativa aos processos e atividades que deve ser realizada

antes da criação do CSC, especialmente no que diz respeito à sua aplicação em

universidades.

1.5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho foi estruturado da seguinte forma:

O Capítulo 2 consiste na revisão da literatura, a qual reúne todo o

embasamento teórico necessário para o desenvolvimento deste trabalho, contendo

definições e teorias sobre os assuntos abordados, além do detalhamento do processo de

pesquisa utilizado na busca de livros e artigos que auxiliaram no desenvolvimento desse

projeto.

O Capítulo 3 consiste nos processos metodológicos utilizados para a realização

do trabalho, em especial o Estudo de Caso.

O Capítulo 4 consiste no Estudo de Caso e apresenta um breve histórico sobre

a organização estudada, os resultados obtidos com a coleta de dados, as análises

realizadas e as propostas de implementação.

O Capítulo 5 consiste na conclusão do trabalho, com a identificação dos

benefícios a serem obtidos com a implantação das propostas de melhorias e sugestões

para estudos futuros.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

18

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. PROCESSO DE PESQUISA

Inicialmente foi feita uma pesquisa no site do google acadêmico para a busca

de artigos, dissertações e teses que continham o assunto sobre serviços compartilhados,

mais especificamente tratando de conceitos, motivações para implementação do

modelo, áreas de aplicação, ganhos esperados e um referencial histórico sobre o tema.

Outro assunto pesquisado foi mapeamento e diagnóstico de processos, pela sua

importância na análise e reprojeto dos processos que devem compor um CSC.

Um dos critérios utilizados para seleção das referências foi observar em cada

trabalho quais eram os autores e obras mais citadas e que contribuíam com informações

relevantes ou ideias interessantes sobre o assunto, para então realizar uma busca das

fontes originais. O google acadêmico permite a realização de filtros por data e mostra a

quantidade de citações que um artigo possui. Dessa forma, os autores considerados de

maior relevância com base nesse critério foram Janssen (2005), Janssen e Joha (2006),

Bergeron (2003) e Schulman (1999). Além disso, foram pesquisados estudos de

empresas de consultorias que realizam pesquisas variadas sobre os CSC no Brasil e no

mundo.

O próximo passo foi realizar um processo de pesquisa mais rigoroso a partir da

busca de artigos na base SCOPUS (Elsevier), acessada através do site do Portal de

Periódicos CAPES, no qual estudantes e professores de Instituições de Ensino Superior

(IES) conveniadas possuem acesso a uma biblioteca virtual contendo diversos trabalhos

publicados. Há uma ferramenta de busca que permite a combinação de palavras-chave e

o filtro dos trabalhos por título, resumo, autor, áreas de atuação, meio publicado, país,

tipo de documento e etc. O resultado da busca está esquematizado conforme Figura 2.

A primeira palavra-chave utilizada no campo de pesquisa da base SCOPUS

(Elsevier) foi shared services center, com o objetivo de encontrar todos os trabalhos que

continham o termo exato no título, no resumo ou nas palavras-chave. A pesquisa

retornou um total de 142 resultados. Porém, era preciso analisar quais trabalhos

realmente tinham o CSC como foco de estudo.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

19

Para isso, foi realizado um refinamento por área de pesquisa com o objetivo de

excluir aquelas que não são do interesse deste trabalho, como medicina, psicologia e

matemática. Dessa forma, foi utilizado um filtro para selecionar apenas trabalhos nas

áreas de negócios, gerenciamento, engenharia, economia e ciências sociais. Outro filtro

utilizado foi por tipo de documento, excluindo capítulos de livros e notas de aulas. Após

o refinamento, a base retornou um total de 113 documentos.

A base SCOPUS (Elsevier) permite a geração de gráficos conforme os filtros

utilizados. Esses gráficos incluem os autores que mais publicaram sobre o tema, a

quantidade de publicações por ano, os países com maior número de publicações, entre

outros. A partir do gráfico 2 podemos observar que o autor com maior número de

documentos publicados contendo o termo shared services center foi Janssen, M. Esse

autor foi também o que teve o artigo mais citado, conforme ordenação feita pelo site.

A partir da análise do gráfico 1 disponibilizado pela SCOPUS (Elsevier), foi

possível observar que os trabalhos sobre CSC são recentes. Somente a partir do ano de

2008 vemos um aumento mais significativo no número de publicações. Além disso, os

quatro países com maior número de publicações são Holanda (Netherlands), Reino

Unido (United Kingdom), Austrália (Australia) e Suécia (Sweden), conforme mostra o

gráfico 3.

Gráfico 1: Quantidade de publicações sobre CSC por ano

Fonte: Base SCOPUS (Elsevier)

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

20

Gráfico 2: Autores que mais publicaram sobre o tema

Fonte: Base SCOPUS (Elsevier)

Gráfico 3: Países que mais publicaram sobre o tema

Fonte: Base SCOPUS (Elsevier)

Após a pesquisa inicial, foram feitas buscas utilizando as palavras-chave

methodology, evaluation criteria e strategy e impact em combinação com shared

services center para uma pesquisa mais específica. Então, foi feita uma leitura dos

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

21

resumos dos documentos restantes para alinhamento com o tema da pesquisa, sendo

selecionados 24 artigos para serem analisados mais profundamente. A figura 2 ilustra o

processo de pesquisa na base SCOPUS (Elsevier).

Por fim, os artigos encontrados na base SCOPUS foram adicionados aos

artigos pesquisados no google acadêmico e alguns livros sobre o assunto. Após a leitura

dos vinte e quatro artigos resultantes da pesquisa na base SCOPUS, apenas oito foram

considerados para realização deste trabalho. Desses oito artigos, sete autores estão na

lista dos dez que mais publicaram sobre o tema, segundo gráfico 2.

Figura 2: Processo de pesquisa da base SCOPUS (Elsevier)

Fonte: Pesquisa realizada na base SCOPUS (Elsevier)

2.2. CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS

2.2.1. Definições e referencial histórico

Os Centros de Serviços Compartilhados (CSC) surgiram uma vez que serviços

que antes eram dispersos pela organização começaram a ser centralizados em um único

departamento, o qual tornou-se um fornecedor interno de serviços (HOWCROFT e

RICHARDSON, 2012). A centralização de serviços de apoio é uma tendência que vem

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

22

acontecendo no mundo desde a década de 1980, período em que começaram os

compartilhamentos de serviços relacionados às funções financeiras, de recursos

humanos e de TI (DELOITTE, 2008). Além dessas funções, também podem ser

encontradas atividades centralizadas nas áreas de suprimentos, jurídico e departamentos

administrativos.

O modelo de CSC passou a ser adotado mais fortemente a partir dos anos 1990,

momento em que as empresas privadas começaram a enxergá-lo como uma estratégia

operacional devido a sua característica de conciliar os pontos positivos tanto dos

modelos centralizados quando dos descentralizados, possuindo assim grande aceitação

no setor privado (FERREIRA, BRESCIANI e MAZZALI, 2010). Adler (2003 apud

KNOL, SOL e WAMELEN, 2013) aponta o desenvolvimento tecnológico como um dos

principais fatores que impulsionaram os CSC na última década. Isso porque a tecnologia

é essencial para um controle eficiente das diversas unidades de negócio, concentrando

todas as informações e documentos em sistemas unificados que facilitam o

gerenciamento dos processos compartilhados. O tipo de tecnologia e a intensidade do

controle dependerão do tamanho da organização, mas até as mais simples precisam de

algum controle e padronização.

A literatura sobre o assunto ainda não é muito vasta e diferentes definições e

características podem ser encontradas, principalmente quando as diferenças entre as

definições de CSC são devido ao setor de aplicação, público ou privado (BRENNER,

2010). Porém, as principais motivações e vantagens da implementação do modelo,

como redução de custos, estão presentes na maioria dos artigos que abordam o assunto.

Schulman et al. (1999) definem os CSC como sendo a concentração de

atividades de uma organização que se encontram geralmente espalhadas ao longo de sua

estrutura, de modo a atender aos clientes internos com um menor custo e maior nível de

serviço, ao mesmo tempo em que procura encantar os clientes externos e criar valor ao

negócio.

Para Quinn, Cooke e Kris (2000), o CSC consolida as funções de apoio em

uma única área da organização, compartilhando um conjunto de serviços que antes eram

multiplicados em várias áreas da companhia.

Segundo Bergeron (2003), ao implementar um CSC estamos principalmente

otimizando pessoas, capital, tempo e outros recursos empresariais. O modelo possibilita

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

23

que a organização consolide toda a expertise e os conhecimentos das tarefas de seus

funcionários em um só local (CUNHA, 2011), obtendo como benefícios ganhos

intangíveis como o aumento da qualidade de seus processos.

Exemplificando, se uma empresa possui filiais dispersas geograficamente nas

regiões Sul, Nordeste e Sudeste do país e cada uma delas possui um departamento

financeiro próprio, pode-se usar o modelo de CSC para centralizar os serviços

financeiros, eliminando assim a multiplicidade de funções existentes em cada filial.

Dessa forma, esse setor poderá deixar de existir separadamente nas diversas filiais e as

atividades financeiras serão realizadas por uma unidade centralizadora que atenderá a

todas as outras igualmente de forma remota. É importante salientar que nem todos os

processos das áreas centralizadas precisam ou devem estar no CSC, parte deles ainda

pode estar nas unidades de negócio, conforme necessidade de cada um.

Não há um único modelo de CSC a ser seguido e nem todos os autores

possuem a mesma visão sobre o que pode ser considerado um CSC. Segundo Janssen e

Joha (2006) os CSC podem ser classificados como intraorganizacional ou

interorganizacional. O modelo intraorganizacional é utilizado para compartilhar

serviços entre departamentos dentro de uma mesma organização, enquanto o

interorganizacional compartilha serviços entre mais de uma organização (JANSSEN e

JOHA, 2006). Para Strikwerda (2003 apud JANSSEN E JOHA, 2006), um

departamento dentro de outro fornecendo serviços a outros departamentos também

constitui um centro de serviços compartilhados.

Outro ponto de vista pode ser observado em uma pesquisa da Deloitte (2008),

organização que reúne firmas independentes prestadoras de serviços de consultoria,

assessoria e auditoria ao redor do mundo. O resultado mostrou que existe uma tendência

de compartilhamento de atividades até mesmo entre empresas concorrentes que

encontram uma forma de reduzir custos sem prejudicar seu negócio central, como é o

caso de instituições financeiras que utilizam a mesma rede de terminais de

autoatendimento (DELOITTE, 2008).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

24

Gráfico 4: Processos atendidos nos CSC.

Fonte: Deloitte (2008).

O CSC pode ser aplicado em diversas áreas de suporte que contenham

atividades transacionais. Algumas aplicações são em processos como a administração

de salários, recursos humanos, TI, gestão de contratos e instalações (WEGENER, 2007

apud NIEHAVES e KRAUSE, 2010).

O gráfico 4 mostra o resultado de uma pesquisa quanto às áreas contempladas

por CSC de empresas brasileiras. Observa-se que as funções financeiras e de

contabilidade são as que mais apareceram como atividades atendidas nos CSC das

empresas que responderam à pesquisa. Os serviços administrativos, foco deste trabalho,

contaram com uma participação razoável, sendo assinalados por 54% das empresas

(DELOITTE, 2008).

O CSC difere de um processo de terceirização na medida em que pertence à

organização e, consequentemente, ela tem controle sobre os custos, a legislação

trabalhista e o conhecimento de seus funcionários (RAMOS, 2005). Dessa forma, a

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

25

empresa pode obter maior qualidade em seus serviços adotando uma centralização

interna do que optando pela terceirização.

Além disso, o compartilhamento de funções é uma demanda resultante da

identificação de ineficiências encontradas nos processos de apoio duplicados, sendo

necessária uma avaliação da cadeia de valor organizacional para que seja possível

identificar e tratar tais problemas e alcançar uma maior eficiência (SOUZA e CORRÊA,

2011). A criação de um CSC não se trata apenas de centralizar atividades em um local

utilizando menos recursos, mas também de garantir que estejam sendo realizadas da

melhor forma, com menos erros e retrabalhos.

2.2.2. Motivações e desafios

Com relação às motivações para centralizar atividades de apoio o fator mais

abordado na literatura é a redução de custos. Ao concentrar funções, eliminar

duplicidades e melhorar sistemas, processos e pessoas, as organizações conseguem

obter a eficiência e a produtividade necessárias para otimizar custos, principalmente os

gastos com a força de trabalho. O foco deste trabalho, entretanto, é no aumento da

transparência, padronização, estabelecimento de prazos das entregas e no maior

aproveitamento do pessoal disponível.

Os benefícios esperados com a centralização de atividades em um CSC estão

diretamente relacionados com o diagnóstico dos processos internos da organização e

posterior redesenho dos mesmos, de forma a criar um novo modelo de processos que

seja mais eficiente e menos custoso para a empresa (BERDEJO, 2009).

Segundo Paagman et al. (2015), os estímulos para implementar um CSC vão

além do ganho financeiro que as empresas privadas tanto almejam. Qualidade e

consistência na entrega dos serviços, troca de conhecimentos internos, padronização de

processos e maior acesso a recursos externos são outras motivações que guiam essa

decisão (PAAGMAN, FURTMUELLER e TATE, 2013). Janssen (2005) discorre sobre

CSC presentes na Administração Pública e defende que a redução de custos, a

necessidade de inovar e de aumentar os níveis de serviços são fatores importantes na

escolha desse modelo de negócio.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

26

Alguns dos desafios enfrentados são a automatização de procedimentos muito

manuais, a alteração de alguns processos e procedimentos, a mudança de cultura e a

conscientização necessária para operar nesse novo modelo, que tem como foco atender

ao cliente interno (MARTINS e AMARAL, 2008). Além disso, uma empresa operando

com CSC precisa ter uma infraestrutura de TI eficaz para garantir a comunicação entre

as diversas partes do negócio e a tramitação de dados, informações e documentos, sendo

necessária muitas vezes a unificação dos sistemas computacionais utilizados

acompanhada da migração das bases de dados.

2.2.3. Fatores de sucesso

O sucesso de um CSC será influenciado, não exclusivamente, pelo escopo das

atividades que serão centralizadas, pelo nível de padronização dos processos, pela

gestão da mudança e pelo comprometimento da equipe do CSC com o cliente interno.

Um fator essencial nos modelos compartilhados é o grau de padronização e

customização dos processos organizacionais (WINTER e BRAUN, 2005). Quanto

maior a padronização, mais favorável será o compartilhamento de atividades entre as

unidades de negócio. Processos customizados perdem em agilidade, são mais difíceis de

controlar e mais custosos, necessitando de pessoas mais qualificadas e de recursos que

atendam de forma individualizada cada unidade de negócio pertencente ao CSC.

Portanto, é esperado que o escopo do CSC seja composto por processos com o maior

nível possível de padronização.

Borman (2012) sugere um framework criado com base nos trabalhos de outros

autores como Scott-Morton, Porter, Mintzberg e Nadler para análise dos fatores que

levam um CSC a ser bem-sucedido ou não. O framework consiste de nove

componentes: tarefas, estratégia, estrutura, processo de gestão, habilidades individuais,

tecnologia da informação, condições ambientais, história e recursos organizacionais.

Dessa forma, as perguntas a seguir foram criadas com base no que Borman (2012)

sugere que seja analisado em um CSC com relação a cada um desses componentes. Ao

longo do trabalho, espera-se coletar dados suficientes para responder pelo menos a

maioria dessas perguntas, a fim de analisar a viabilidade de centralização dos processos

estudados.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

27

Tarefas: as atividades realizadas pelo CSC são rotineiras e fornecidas em sua

plenitude?

Estratégia: qual o objetivo de longo prazo do CSC com relação à diferenciação,

liderança em custos e foco?

Estrutura: quais os mecanismos pelos quais o desempenho do CSC é

monitorado?

Processo de Gestão: como é feita a gestão e supervisão dos funcionários do CSC

e como é estabelecido o relacionamento do CSC com toda a organização?

Habilidades individuais: quais são os conhecimentos e habilidades pessoais

requeridos para o CSC?

Tecnologia da informação: como será a estrutura de TI utilizada pelo CSC?

Como ela pode contribuir para seu funcionamento?

Condições ambientais: quais são os desafios ou ameaças presentes no ambiente

do CSC?

História: como a organização costumava operar no passado? Como é seu

processo decisório?

Recursos organizacionais: quais são os recursos tangíveis e intangíveis

essenciais para a eficácia e eficiência do CSC?

2.3. MAPEAMENTO E REDESENHO DE PROCESSOS

O conceito de processo é apresentado por diferentes autores. Para Zarifian

(1994 apud SALERNO, 1999), um processo é algo presente no cotidiano de uma

organização, a qual reúne recursos necessários para realizá-los e produz resultados aos

clientes finais. Cada processo possui um objetivo e um desempenho atrelado, o qual

pode ser medido pelo atendimento aos prazos e à qualidade com o qual é realizado. Para

Davenport (1993 apud PAIM et al., 2009, p. 101), “um processo é uma ordenação

específica de atividades de trabalho através do tempo e do espaço, com um início, um

fim e um conjunto claramente definido de entradas e saídas: uma estrutura para a ação”.

A gestão de processos pode ser entendida tanto como uma orientação por

processos ou como uma mudança de estrutura organizacional, expressada pela gestão

por processos (PAIM et al., 2009). Paim et al. (2009, p. 298) a definem como “um

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

28

conjunto articulado de tarefas permanentes para projetar e promover o funcionamento e

o aprendizado sobre os processos”, reunindo essas tarefas nos três grupos descritos

abaixo.

Realizar o desenho dos processos com o objetivo de projetar um

modelo ideal no qual eles possam ser aperfeiçoados, trazendo melhorias

em relação a situação atual;

Acompanhar a implantação e execução dos processos, garantindo a

disponibilidade de recursos e outros fatores que forem necessários para

sua realização;

Observar constantemente as oportunidades de melhorias dos processos,

promovendo evoluções no modo como são realizados e prezando pelo

registro e difusão do conhecimento.

Algumas das tarefas para projetar processos são a compreensão do ambiente

interno e externo da organização, o mapeamento e a priorização de processos, a

identificação de lacunas e oportunidades de melhorias, a modelagem dos processos

atuais e proposição do modelo futuro (PAIM et al., 2009). O mapeamento dos processos

atuais (As-is) e a representação dos modelos futuros (To-be) são realizados para

identificar os problemas ou pontos de melhorias das situações atuais e comparar com as

situações desejadas (HUNT, 1996 apud VILLELA, 2000).

O mapeamento de processos consiste no estudo de todos os elementos de um

processo e suas relações, de modo a compreender o passo a passo das atividades

executadas. Todos os processos de uma empresa possuem uma relação cliente-

fornecedor, na qual cada funcionário é cliente e fornecedor de algum processo,

recebendo e entregando produtos ou serviços a outros funcionários (CHIAVENATO,

2003). Portanto, observa-se que, além dos clientes externos à organização, há também

os clientes internos que são representados pelos funcionários ou pelas áreas e

departamentos da empresa ou instituição.

Antes da decisão de implantar ou não um CSC é extremamente recomendável

que a organização faça um estudo dos processos candidatos para que possam ser

analisados quanto à sua capacidade de centralização. Dessa forma, o mapeamento de

processos é uma etapa fundamental para entender o fluxo de informações e os recursos

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

29

utilizados nos processos de uma cadeia de valor interna, auxiliando na avaliação do

desempenho dos processos de suporte (MELO, 2002). Algumas ferramentas podem ser

utilizadas com essa finalidade, permitindo identificar quem são as pessoas responsáveis

pelas atividades, quais os insumos e produtos do processo e quais padrões e fluxos

devem seguir. Os fluxogramas e o diagrama SIPOC (Suppliers, Inputs, Process,

Outputs, Customers) são alguns exemplos de ferramentas que representam de forma

esquemática o processo organizacional.

Uma metodologia de aperfeiçoamento de processos é proposta por Harrington

(1993), que consiste de cinco etapas: organização, entendimento dos processos atuais,

aperfeiçoamento dos processos estudados, medição e controle dos processos e

aperfeiçoamento contínuo. Após as fases de medição e controle e de aperfeiçoamento

contínuo, Harrington (1993) recomenda retornar à segunda etapa para compreender

novamente como os processos estão sendo realizados.

Este trabalho foi focado nas três primeiras etapas, com um estudo da

organização, a realização de um mapeamento de processos seguido da modelagem da

situação atual e o desenho de um modelo proposto. O aperfeiçoamento não chegou a ser

implementado, somente foi feita uma proposta de situação futura para os processos

analisados. A fases de medição, controle e aperfeiçoamento contínuo também não foram

implementadas neste projeto devido ao entendimento de que elas só podem ser

realizadas após a aplicação e efetivação das melhorias propostas no redesenho, para

então medir e acompanhar os resultados. Entretanto, foram propostos indicadores de

desempenho específicos para os processos redesenhados.

2.3.1. Cadeia de Valor

O estudo da cadeia de valor também é uma etapa importante na análise de

criação de um CSC, pois permite uma visão global sobre as áreas e processos da

organização. A partir dela, temos a identificação das atividades de apoio e do escopo do

CSC (RAMOS, 2005). Segundo Porter (1989), a cadeia de valor de uma empresa é

composta por atividades primárias e atividades de suporte. As atividades primárias são

diretamente relacionadas com a fabricação e entrega do produto ou serviço e englobam

a logística interna e externa, as operações, o marketing e os serviços de pós-venda. As

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

30

atividades de suporte são necessárias para apoiar as atividades principais e envolvem a

gestão dos recursos humanos, a área de suprimentos, o desenvolvimento de tecnologia e

a infraestrutura (PORTER, 1989).

Esses conceitos podem ser aplicados em organizações prestadoras de serviços,

como é o caso das instituições de ensino e, particularmente, da universidade estudada

neste trabalho. Com base no modelo de Porter, alguns serviços administrativos

realizados pelas coordenações de curso de graduação podem ser classificados como

atividades de apoio, suportando a operação principal da universidade. Além de entregar

ensino qualificado aos alunos, a universidade precisa estar envolvida em programas de

pesquisa e extensão. As ações de extensão têm o objetivo de promover interação do

meio interno da universidade com o meio externo, como a comunidade local ou a

sociedade em geral.

Figura 3: Modelo de cadeia de valor aplicado à uma Instituição de Ensino Superior

Fonte: Conto, Britto e Schnorrenberger (2013, p.149)

A figura 3 mostra a cadeia de valor proposta por Conto, Britto e

Schnorrenberger (2013) para uma Instituição de Ensino Superior, com base no modelo

de cadeia de valor sugerido por Porter (1989). As atividades consideradas neste estudo

de caso são classificadas como atividades de apoio, como o atendimento aos alunos e a

solicitação de dispensa de disciplinas.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

31

Os alunos de uma universidade pública podem ser tanto uma parte de seus

recursos quanto produtos da organização. Ao entrarem na universidade eles são

transformados ao longo de sua formação e no momento da graduação podem ser vistos

como o produto gerado após intenso processo de ensinamento e profissionalização. O

cliente de uma universidade federal seria o Governo Federal, o qual disponibiliza o

capital necessário para o funcionamento das atividades desde a parte administrativa até

as pesquisas e desenvolvimentos realizados internamente.

2.3.2. Diagrama SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers)

O diagrama SIPOC é uma das técnicas utilizadas para mapeamento de

processos que permite identificar os elementos que se relacionam em um dado processo,

sendo eles: fornecedores, insumos, saídas e clientes. Esses elementos estão presentes na

sigla SIPOC, a qual tem origem do inglês e significa Suppliers Inputs Process Outputs

Customers. Os fornecedores do processo não estão restritos aos fornecedores externos

de matéria-prima, podendo ser compostos por departamentos dentro da organização que

fornecem algum tipo de insumo para outros departamentos, sejam informações ou

insumos físicos. Da mesma forma, os clientes podem ser tanto clientes externos quanto

internos à organização e as saídas podem consistir em produtos ou serviços. O SIPOC

ajuda a identificar os processos que possuem maior impacto na satisfação dos clientes

da organização (PYZDEK, 2003).

Segundo Pyzdek (2003), as seguintes perguntas devem ser respondidas no

momento da criação do SIPOC:

1) Este processo existe para atender a qual stakeholder principal?

2) Que valor este processo cria? Qual a saída produzida?

3) Quem é o dono deste processo?

4) Quem fornece as entradas deste processo?

5) Quais são as entradas?

6) Que recursos este processo utiliza?

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

32

7) Quais etapas adicionam valor?

8) Há subprocessos com pontos de entradas e saídas?

Rasmusson (2006) recomenda que, inicialmente, o processo atual seja

representado através do SIPOC de forma mais genérica, sem muitos detalhes. Após a

construção do SIPOC, as saídas podem ser validadas com o cliente através de um

método chamado Voice of the Customer, que significa Voz do Cliente. Ele consiste em

realizar perguntas ao cliente com o objetivo de identificar se as saídas do processo estão

corretas, quais características elas devem possuir e qual o nível de desempenho

esperado (RASMUSSON, 2006). A figura 4 representa o esboço de uma ferramenta

SIPOC.

Figura 4: Diagrama SIPOC genérico

Fonte: Rasmusson (2006)

2.3.3. Modelagem de Processos

A modelagem de processos ou business process modeling (BPM) é utilizada

para representar processos de negócios e pode ser realizada de diversas maneiras. Uma

metodologia bastante conhecida no mercado é a Business Process Model and Notation

(BPMN), desenvolvida pela Business Process Management Initiative e atualmente

mantida pelo Object Management Group. O principal objetivo da BPMN é fornecer

uma notação compreensível por todos os usuários e responsáveis pelos processos de

negócios de uma organização (OBJECT MANAGEMENT GROUP, 2011).

Dessa forma, a BPMN estabelece formatos e ícones que devem ser usados nos

elementos gráficos, criando uma linguagem visual padronizada para que todos os

modeladores de processos possam reconhecer e entender. Os fluxogramas são criados a

partir desses elementos gráficos e representam o modelo de um processo, ou seja, uma

Fornecedores Insumos Processo Saídas Clientes

Fornecedor ABC

Fornecedor XYZ

Materiais

Matéria-prima

Informações

Equipamentos

Ação (atividade) Produto X Cliente Y

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

33

representação simplificada da realidade. A tabela 1 apresenta as principais notações do

BPMN e que serão utilizadas na elaboração dos fluxogramas deste trabalho.

Tabela 1: Notações utilizadas no BPMN

Fonte: Object Management Group, 2011

Elemento Descrição Notação

Evento Representa um evento do processo executado

Atividade Representa uma atividade do processo executado

Operador de

exclusividadeIndica que será seguido apenas um dos caminhos

Operador lógico em

paraleloIndica que todos os caminhos são seguidos em paralelo

Sequência do fluxo Indica a sequência do fluxo

X

+

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

34

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente projeto foi elaborado através do cumprimento das seguintes etapas:

1) Escolha do tema e objeto de estudo

2) Formulação do problema e objetivos da pesquisa

3) Revisão bibliográfica para embasamento teórico

4) Estudo de caso

4.1) Seleção do escopo do estudo de caso: coordenações da escola de

engenharia.

O objeto de estudo deste trabalho foi composto por parte dos

processos administrativos realizados pelas coordenações da

Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense e

contemplou todas as coordenações de engenharia existentes.

Foram levantados junto às coordenações os principais processos

realizados para fazerem parte do estudo.

4.2) Análise documental dos regulamentos da universidade com

relação às atividades realizadas pelas coordenações.

Foi feita uma busca no website da universidade com o objetivo

de encontrar os regulamentos referentes às coordenações. A

intenção foi a de já identificar alguns dos processos realizados e

as normas que o norteam, bem como verificar como funciona o

calendário administrativo contendo a frequência e os prazos de

determinados processos.

4.3) Estruturação do diagrama SIPOC

4.4) Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas e seleção

de alguns processos a serem mapeados. A seleção se deu com

base em fatores de criticidade discutidos durante as entrevistas,

conforme detalhados no item 3.1. Não foram utilizadas

ferramentas estatísticas nesta decisão.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

35

4.5) Análise de processos

A análise dos dados permitiu identificar o grau de similaridade

entre os processos realizados por cada coordenação e os pontos

de melhorias sob a ótica da qualidade, padronização e

centralização de processos.

4.6) Projeto de melhoria dos processos selecionados

As oportunidades de melhorias identificadas serviram como

base para o redesenho dos processos, criando um modelo

proposto que seria capaz de permitir ganhos em agilidade,

uniformidade e maior satisfação dos clientes internos.

4.7) Proposta de controle de indicadores de desempenho dos

processos selecionados

Foram criados alguns indicadores para monitoramento e análise

quanto à qualidade dos processos e a identificação de problemas

a serem corrigidos, assim como verificar se estão sendo

realizados dentro dos prazos acordados.

3.1. COLETA DE DADOS

Segundo Pentland et al. (1999), as entrevistas são a melhor modalidade de

coleta de dados para o começar uma lista de atividades e, segundo Weinberg (1988

apud PENTLAND, 1999), quando são realizadas de forma semiestruturada elas

permitem que o entrevistado fique mais à vontade para descrever suas atividades. Ao

longo da conversa, Pentland et al (1999) sugerem que as seguintes perguntas sejam

introduzidas, com o objetivo de criar uma lista de atividades ao final da entrevista:

Questões a respeito dos processos

1) Quais são as atividades em que você está envolvido?

2) Quais as atividades que compõem este processo?

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

36

3) Quais prazos você tem que cumprir?

4) Quais documentos fazem parte do seu trabalho diário?

Questões a respeito das atividades

1) Quem são as pessoas que desempenham estas atividades?

2) Quais são os objetivos desta atividade? O que você pretende realizar?

3) Quais são os objetivos dos departamentos ou indivíduos envolvidos nesta

atividade?

4) Quais formulários você precisa preencher? Quais documentos precisam

estar disponíveis?

5) Quais relatórios ou documentos esta atividade gera?

6) O que mais esta atividade produz?

7) Que fatores são críticos para o cumprimento desta atividade (exemplo:

problemas, exceções, indicadores de desempenho, incentivos,

interdependências)?

Dessa forma, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais

semiestruturadas, baseadas no roteiro acima e realizadas pessoalmente com cada

funcionário no local de trabalho durante o mês de agosto de 2016.

A metodologia de coleta de dados seguiu as etapas descritas abaixo:

1) Fazer um levantamento da estrutura da universidade através de seu website,

de forma a identificar quais são as coordenações de curso de graduação

existentes na Escola de Engenharia.

2) Ir até cada coordenação de curso e conversar com o coordenador sobre o

trabalho. Caso o coordenador não estivesse em sua sala, coletar

informações como seu nome e seus horários de atendimento na

coordenação.

3) Agendar uma entrevista com cada coordenador.

4) Entrevistar o coordenador e outros funcionários da coordenação, como os

secretários e técnicos administrativos. A entrevista se iniciou com o

entrevistador realizando as seguintes perguntas: “Quais os processos que

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

37

tomam mais tempo? Quais as atividades que geram mais reclamações?

Quais processos são mais demorados e problemáticos?”. Outro fator

considerado para escolha dos processos a serem analisados foi verificar se

eles eram comuns a todas as coordenações. Em seguida, o entrevistado

descreveu o passo a passo dos processos escolhidos e o entrevistador

acompanhou o roteiro de perguntas de modo a garantir que todas as

informações fossem coletadas.

5) Realizar o mapeamento dos processos com os secretários ou técnicos

administrativos quando necessário.

6) Validar o modelo atual dos processos com as coordenações após a

estruturação dos fluxogramas.

3.2. TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados obtidos na coleta de dados foram em sua maioria dados qualitativos e

foram primeiramente analisados segundo a matriz SIPOC (Suppliers, Inputs, Process,

Outputs, Customers) adaptada da obra de Pyzdek (2003). Os elementos analisados em

um diagrama SIPOC tradicional são os fornecedores, os insumos do processo, as saídas

resultantes e os clientes atendidos.

A partir dos dados obtidos nas entrevistas, foram estruturados fluxogramas que

representam o fluxo de atividades e informações do modelo atual dos processos com o

objetivo de analisar as possibilidades de melhorias e centralização. Os fluxogramas

permitem identificar de forma visual cada etapa pertencente a um dado processo,

mostrando também os responsáveis por cada atividade e os processos decisórios. Após

análise do modelo atual, foram desenhados fluxogramas representando os modelos

propostos, os quais são baseados na melhoria de processos, centralização e

compartilhamento de serviços.

Como alguns dos modelos propostos necessitam de uma implementação a

médio/longo prazo, também foram propostas melhorias de fácil implementação no curto

prazo. Para as sugestões de médio/longo prazo, foram criados planos de ação com o

objetivo de estruturar a execução das mudanças apresentadas.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

38

4. COLETA DE DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O objetivo deste capítulo é apresentar um breve histórico sobre a universidade

estudada e sua estrutura, mostrar quais foram os resultados obtidos com a realização do

mapeamento de processos, realizar a análise desses resultados e propor um novo modelo

com base na centralização de serviços e melhoria de processos. Além disso, propor

planos de ação para implementação dos modelos e indicadores de desempenho para

acompanhamento dos processos.

4.1. DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Universidade iniciou suas atividades em 1960 e atualmente está presente em

dez localidades, contando com 23 Institutos, 10 Faculdades, 6 Escolas e 1 Colégio. No

total, são oferecidos 130 cursos de graduação em todas as modalidades (presencial e a

distância), turnos (matutino, vespertino e noturno) e titulações (bacharelado, licenciatura

e tecnológico). 2

A Escola de Engenharia foi fundada em 1952 e é composta por dez

coordenações de curso de graduação, onze coordenações de pós-graduação e oito

departamentos de ensino. São oferecidos um total de dez cursos de graduação, além dos

cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado, cursos de extensão e cursos a distância.

Além disso, a escola conta com aproximadamente 250 professores e 4.500 alunos de

graduação. Os cursos de graduação oferecidos pela Escola de Engenharia, objeto desse

estudo, são os que seguem: Desenho Industrial, Engenharia Agrícola, Engenharia Civil,

Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Petróleo, Engenharia de

Produção, Engenharia Química, Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e

Engenharia de Telecomunicações. 3 O estudo, porém, se limitou às coordenações dos

cursos de engenharia.

A sua estrutura é formada por departamentos e coordenações de curso que

respondem à Escola, não mantendo nenhuma relação de subordinação entre si. Os

2 Disponível em < http://www.uff.br/>. Acesso em: 19 de novembro de 2016. 3 Disponível em <http://www.engenharia.uff.br/>. Acesso em: 19 de novembro de 2016.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

39

departamentos são dirigidos por um chefe e um subchefe e congregam professores para

objetivos comuns, que realizam atividades de ensino, pesquisa e extensão. Uma das suas

funções é oferecer disciplinas e turmas aos cursos de engenharia e também de outras

graduações e pós-graduações. Cada coordenação é composta por um coordenador de

curso e dois secretários ou técnicos administrativos, que dividem as atividades com os

coordenadores. O organograma oficial da Escola de Engenharia está exposto no Anexo

A, no qual observa-se a relação linear entre os departamentos de ensino e as

coordenações de curso.

Segundo diretrizes do Conselho Nacional de Educação, os cursos de graduação

em engenharia devem possuir três núcleos de conteúdos: básico, profissionalizante e

espefíco (CNE, 2002). O núcleo de conteúdos básicos é composto por disciplinas que

geralmente são dadas nos quatro períodos iniciais da faculdade e que fazem parte da

maioria dos currículos dos cursos de graduação em engenharia. No caso da universidade

estudada, essas disciplinas pertencem, em sua maioria, aos departamentos de Física,

Matemática e Geometria, compondo a base de formação de quase todas as graduações

em engenharia.

Com base no exposto acima, foi realizada uma análise dos currículos de cada

curso e foi verificado que o total de disciplinas correspondentes do núcleo de conteúdos

básicos dos cursos de graduação da Escola de Engenharia pode chegar a dezoito. As

disciplinas correspondentes são aquelas que podem ser aproveitadas caso um aluno faça

uma transferência de curso dentro da universidade.

4.2. COLETA DE DADOS

4.2.1. Aplicação das entrevistas

As entrevistas foram realizadas de forma semiestruturada com cada um dos

coordenadores de curso de nove das dez coordenações e com as respectivas secretárias

ou técnicos administrativos, através de um roteiro de perguntas que foram sendo

introduzidas ao longo da conversa de maneira informal. Para a escolha dos processos a

serem estudados foi utilizada a técnica top of mind, na qual foi pedido para que o

entrevistado falasse quais eram os dois primeiros processos que vinham a sua mente

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

40

quando o assunto era morosidade, criticidade e quantidade de reclamações por parte dos

alunos. Todos os entrevistados responderam os mesmos processos: a inscrição em

disciplinas e a dispensa de disciplinas. Além desses, o processo de planejamento do

quadro de horários e da demanda de vagas, o qual antecede a inscrição em disciplinas,

foi citado por alguns dos entrevistados como parte fundamental para a inscrição em

disciplinas. O motivo é que quanto menor for a diferença entre a quantidade de vagas

oferecidas e a real demanda dos alunos, menor será a quantidade de alunos excedentes

nas turmas.

Dessa forma, os processos citados acima foram mapeados em cada

coordenação a fim de identificar pontos de atenção e opotunidades de melhorias. Apesar

da escolha de apenas três processos para serem estudados, os entrevistados foram

encorajados a levantar outros pontos que julgassem importantes, mesmo que não

tivessem relação direta com esses processos. A figura 5 mostra o diagrama SIPOC

(Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers) elaborado a partir do mapeamento dos

processos. O objetivo foi identificar os insumos e as saídas produzidas em cada

processo, tais como formulários utilizados, informações necessárias e etc., bem como os

fornecedores de cada insumo e os clientes que recebem essas saídas.

Figura 5: Diagrama SIPOC de alguns dos processos das coordenações de curso

Fonte: Mapeamento de processos

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

41

Segundo o Regulamento dos Cursos de Graduação da universidade, a inscrição

em disciplinas é um processo no qual os alunos podem se candidatar às vagas das

disciplinas oferecidas para o seu curso a cada período letivo (MEC, 2015). O artigo 53º

da Resolução N.º 001/2015 prevê três etapas para a inscrição em disciplinas: inscrição

on-line, homologação e inscrição presencial. Por outro lado, o período de ajustes é

definido como o “período destinado às alterações acadêmico-administrativas no plano

de estudos do discente” (MEC, 2015, p.12).

4.2.2. Diagnóstico do modelo atual

O modelo atual representa a forma como os processos ocorrem atualmente nas

coordenações. O seu diagnóstico inclui todas as informações relevantes levantadas a

partir das entrevistas e uma análise sobre os pontos de atenção com relação aos

processos, ou seja, pontos que dificultam a realização das atividades de forma eficaz,

rápida, uniforme ou transparente.

Os processos observados foram descritos nos itens a seguir, assim como partes

extraídas do Regulamento dos Cursos de Graduação que dizem respeito a esses

processos. A intenção foi entender como a universidade oficializa esses assuntos,

identificar pontos que não foram levantados nas entrevistas e comparar se o que foi

observado condiz com as diretrizes e normas contidas no regulamento. Para facilitar o

entendimento, foram estruturados fluxogramas que representam o fluxo de atividades e

informações e os responsáveis por cada etapa do processo.

i) Impressões gerais

Os departamentos de ensino são formados por professores e são fornecedores

de disciplinas, turmas e horários. Por outro lado, as coordenações de curso solicitam

disciplinas e opções de horários aos departamentos. Cada coordenação de curso é

responsável por estimar a quantidade de alunos que irá se inscrever em cada disciplina e

solicitar o número de vagas aos respectivos departamentos, assim como sugestões de

horários para as turmas. Por exemplo, a Coordenação de Engenharia de Produção deve

solicitar ao Departamento de Física, a cada semestre, um número de vagas para seus

alunos cursarem Física e Física Experimental, disciplinas oferecidas por esse

departamento. Dessa forma, os departamentos são responsáveis por oferecer as

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

42

disciplinas e disponibilizar a quantidade de vagas que julgar adequada e necessária,

levando em consideração o que foi solicitado pelas coordenações.

Segundo os entrevistados, os departamentos devem ser responsáveis por, entre

outras atribuições, gerir a demanda dos cursos por cada disciplina, disponibilizar

professores qualificados, gerenciar a necessidade por laboratórios para as aulas práticas

e conferir a quantidade de livros didáticos disponíveis nas bibliotecas da universidade.

Os cursos de graduação são geridos pelas coordenações, juntamente com

membros do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e do colegiado do curso, os quais tem

a responsabilidade de pensar e discutir formas de melhorar a qualidade dos cursos e

auxiliar os alunos na sua formação ao longo da vida universitária. Outras atribuições das

coordenações incluem a definição de quais disciplinas devem pertencer ao currículo do

curso e qual a demanda de vagas por disciplina e por turma em cada semestre.

O resultado das entrevistas mostrou que, na prática, não há uma divisão clara

de responsabilidades entre as coordenações e os departamentos de ensino. Um dos

entrevistados relatou que responsabilidades que eram de outros setores têm convergindo

de maneira imprópria para as coordenações. Além disso, os entrevistados relataram uma

sobrecarga de trabalho devido ao movimento de descentralização de alguns processos

administrativos que antes eram realizados por certos setores da universidade e que

recentemente têm ficado sob responsabilidade das coordenações. Com isso, as

coordenações estão cada vez mais com menor capacidade de recursos e tempo para

atuar como orientadores dos alunos e de promover melhorias nos cursos.

ii) Planejamento da demanda e quadro de horários

a. Regulamento dos Cursos de Graduação das Universidade

O planejamento do quadro de horários é de responsabilidade dos

Departamentos de Ensino e das Coordenações de Curso, devendo ser registrado no

sistema acadêmico a cada semestre. O quadro de horários é composto pelas turmas

oferecidas em cada disciplina, pelo horário de cada turma e pelo nome e matrícula do

professor que irá ministrar a aula (MEC, 2015).

As responsabilidades de cada um estão dispostas da seguinte forma no

regulamento:

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

43

§ 1o - Caberá à Coordenação de Curso:

a) Encaminhar aos Departamentos de Ensino, via sistema

acadêmico, a solicitação de vagas e horários para as turmas, a cada

período letivo;

b) Divulgar o Quadro de Horários do curso, via sistema

acadêmico, para cada período letivo.

§ 2o - Caberá ao Departamento de Ensino:

a) Homologar, via sistema acadêmico, as solicitações das

Coordenações de Curso;

b) Alocar professores às turmas, antes da inscrição on line

(MEC, 2015, p. 52).

b. Processo observado

O processo observado foi semelhante ao que normatiza o regulamento quanto

às solicitações de vagas feitas pelas coordenações e a homologação feita pelos

departamentos. Ao final de cada semestre as coordenações enviam uma previsão de

demanda baseada no histórico do semestre anterior e aguardam a liberação pelos

departamentos.

A previsão da demanda de vagas por horário de cada disciplina foi uma

dificuldade levantada pelos entrevistados pois no momento do planejamento ainda não

se sabe quais alunos terão os pré-requisitos necessários para cursar cada disciplina e

qual a disponibilidade de horários de cada um. Portanto, como a previsão é baseada em

histórico, muitas vezes ela acaba sendo bem diferente da real necessidade dos alunos.

Além disso, frequentemente há diferença entre a quantidade de vagas que as

coordenações solicitam e a quantidade que os departamentos homologam. No caso de

disciplinas do núcleo de conteúdos básicos, a quantidade de vagas oferecidas para cada

curso costuma ser menor do que a demanda real, fazendo com que haja uma lista

significativa de alunos excedentes no momento da inscrição.

iii) Inscrição on-line em disciplinas

a. Regulamento dos Cursos de Graduação das Universidade

A inscrição on-line é a primeira etapa da inscrição em disciplinas. O artigo 53º

da Resolução N.º 001/2015 estabelece as seguintes normas e diretrizes quanto à

inscrição on-line:

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

44

§ 1º - A inscrição on-line será realizada pelo discente,

através da internet, em período estabelecido no calendário escolar,

sendo condicionada à atualização cadastral obrigatória e obedecendo

às prioridades na ordem a seguir:

a) O turno ao qual o discente está vinculado;

b) Maior carga horária acumulada, excluídas as disciplinas

de caráter eletivo e atividades complementares;

c) Maior coeficiente de rendimento (CR);

d) Maior carga horária acumulada em disciplinas e

atividades.

§3º - Uma vez avaliado e verificado o atendimento às

prioridades acima descritas, a Coordenação de Curso promoverá a

homologação da inscrição on-line, assegurando, desta forma, a

permanência na vaga para a qual o discente se candidatou.

§ 4º - Na etapa de homologação da inscrição on-line, a

Coordenação de Curso poderá alterar a posição dos discentes nas

turmas, visando eliminar eventuais distorções (MEC, 2015, p. 36-37).

b. Processo observado

A inscrição on-line é realizada através de um sistema acadêmico próprio da

universidade que atende a todos os cursos, no qual os alunos regulares podem montar

seus planos de estudos para o período letivo corrente e se candidatar às vagas das

disicplinas. O sistema disponibiliza o quadro de horários de cada semestre e as

disciplinas que cada aluno pode cursar, de acordo com o seu histórico escolar.

Conforme os calendários escolar e administrativo, o processo teve uma duração

total de oito dias no segundo semestre de 2016, sendo cinco dias para a candidatura on-

line, dois dias para homologação das coordenações e um dia para processamento do

sistema. Durante o prazo de candidatura, os alunos podem realizar alterações nos planos

de estudos de acordo com suas necessidades. O sistema informa a quantidade de vagas

disponíveis em cada turma para cada curso de graduação e em qual colocação o aluno se

encontra ao realizar a inscrição. A prioridade é para aqueles com maior carga horária,

seguida pelo maior coeficiente de rendimento (CR).

Apesar do sistema acadêmico realizar a colocação e ordenação dos alunos

conforme esses critérios, as coordenações têm permissão de realizar alterações durante o

prazo de homologação, conforme consta no regulamento. Após a homologação, o

sistema entra em fase de processamento, no qual os alunos que conseguiram a vaga são

efetivamente inscritos e os que não conseguiram entram em uma lista de excedentes. O

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

45

sistema não fica disponível novamente para os alunos realizarem mudanças nos planos

de estudos caso fiquem excedentes em alguma turma, sendo necessária a solicitação de

ajustes após o término da inscrição on-line. O sistema não fica disponível novamente

para os alunos realizarem mudanças nos planos de estudos caso fiquem excedentes em

alguma turma, sendo necessária a solicitação de ajustes após o término da inscrição on-

line. Isso faz com que as coordenações tenham que administrar manualmente um grande

número de excedentes durante o período de ajustes, tentando realocá-los em outras

turmas e solicitando vagas aos departamentos através de e-mails isolados. A figura 6

representa o fluxograma as-is ou modelo atual desse processo.

Figura 6: Modelo atual de inscrição on-line em disciplinas

Fonte: Mapeamento de processos

A universidade conta com um setor de TI responsável pela manutenção e

aquisição dos equipamentos e de toda a infraestrutura tecnológica, incluindo telefonia,

rede e internet. Além disso, esse setor é responsável pelo desenvolvimento de algumas

soluções de TI para atender às demandas de toda a universidade. Dessa forma, esse setor

também é responsável pela manutenção e melhorias no sistema utilizado para inscrição

on-line em disciplinas. Um dos pontos levantados nas entrevistas foi a baixa

disponibilidade do sistema nos períodos de pico, que geralmente ocorre durante a

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

46

inscrição on-line e o período de ajustes. Isso acaba dificultando o processo de inscrição

e outras atividades que as coordenações de curso tenham que desempenhar nesse

período.

iv) Inscrição presencial

a. Regulamento dos Cursos de Graduação das Universidade

Segundo o parágrafo quinto, do artigo 53º da Resolução N.º 001/2015, a

inscrição presencial consiste na inscrição em disciplinas dos discentes que não

realizaram a inscrição on-line e dos ingressantes na universidade (MEC, 2015).

b. Processo observado

Um dos objetivos da inscrição presencial é disponibilizar uma segunda

oportunidade àqueles alunos que não realizaram a inscrição on-line por quaisquer

motivos. Dessa forma, esses discentes entregam um formulário nas coordenações

informando as disciplinas e turmas nas quais gostaria de se candidatar. Além disso, as

coordenações também realizam a inscrição presencial dos alunos ingressantes pelo

SISU (Sistema de Seleção Unificada) e dos que solicitam transferências ou reingressos.

Cada coordenação possui um formulário diferente para essa solicitação,

cabendo aos alunos (ou representante) entregar a via física assinada ao coordenador.

Somente uma das nove coordenações entrevistadas também recebe esse formulário em

formato de planilha do Microsoft Excel enviada por e-mail pelos alunos. Essa medida

foi adotada recentemente de forma a agilizar e facilitar o controle dos pedidos, que

passou a ser realizado de uma maneira mais informatizada. Anteriormente, era

necessário receber cada via física e digitar todas as solicitações em uma planilha de

controle, um processo que tomava muito tempo e era mais suscetível a erros. Porém,

ainda é preciso que a coordenação guarde cópia física do pedido de ajuste assinada pelo

aluno solicitante. As outras oito coordenações recebem somente o formulário impresso.

Durante o mapeamento desse processo foi observado que a inscrição presencial

em 2016 ocorreu durante o período de ajustes, conforme consta nos calendários escolar

e administrativo desse ano. Essa alteração ocorreu para regularizar o calendário escolar

após uma paralisação devido a uma greve dos servidores. Por esse motivo, a inscrição

presencial será descrita de forma mais detalhada no item v) a seguir, o qual trata do

período de ajustes.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

47

v) Período de ajustes

a. Regulamento dos Cursos de Graduação da Universidade

O período de ajustes está previsto no calendário escolar/administrativo da

universidade e contempla o prazo que as coordenações possuem para realizar

modificações nos planos de estudos e inclusões de planos de estudos de ingressantes

que não tenham sido convocados durante a inscrição em disciplinas, além de solucionar

eventuais problemas ocorridos durante a inscrição on-line (MEC, 2015). Segundo o

parágrafo único, do artigo 53º da Resolução N.º 001/2015, o período de ajustes

compreende as seguintes etapas:

“a) Acertos administrativos – período compreendido entre o

final da inscrição on-line e o início do período letivo, reservado para

que Coordenações de Curso e Departamentos de Ensino procedam

alterações em quadros de horários.

b) Solicitação de alterações – período que compreende as 2

(duas) semanas iniciais do período letivo, no qual é facultado ao

discente requerer junto à Coordenação de Curso quaisquer alterações

no seu plano de estudos.

c) Processamento administrativo – período que compreende

as 4 (quatro) semanas iniciais do período letivo, no qual os

Departamentos e as Coordenações efetuarão alterações necessárias

nos quadros de horários e/ou planos de estudos no sistema acadêmico

(MEC, 2015, p.38).

b. Processo observado

Conforme explicado anteriormente, a inscrição presencial no ano de 2016

ocorreu durante o período de ajustes. Dessa forma, após o encerramento da inscrição

on-line, os discentes tiveram o mesmo prazo (as 2 semanas iniciais do período letivo)

para solicitar inscrição em disciplinas e alterações nos planos de estudos. A figura 7

representa, de maneira geral, esse processo. As particularidades e diferenças existentes

entre as coordenações serão explicadas ao longo do texto.

As coordenações recebem os formulários com as solicitações e os analisam em

função de diferentes critérios. Após análise, realizam ou não as inclusões, trocas e

cancelamentos solicitados. Algumas utilizam o critério de maior carga horária seguido

do CR para priorizar a alocação dos alunos. Outras dão preferência aos alunos que estão

em seu período ideal, ou seja, estão cursando todas ou quase todas as disicplinas

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

48

referentes ao seu período, não estando atrasados em sua formação. Algumas

coordenações afirmaram verificar se os alunos atendem aos pré-requisitos necessários

para a inscrição nas disciplinas solicitadas, outras também consideram limites máximos

e mínimos de carga horária total do semestre para inclusões ou exclusões de disciplinas.

Por fim, uma delas utiliza apenas a ordem de chegada como critério de prioridade para

alocação nas turmas. Com isso, conclui-se que os critérios utilizados nessa etapa nem

sempre são os mesmos previstos no regulamento para a inscrição on-line.

Após receber todas ou parte das solicitações, as coordenações enviam um

requerimento aos departamentos via e-mail solicitando certa quantidade a mais de vaga

nas turmas que possuirem alunos excedentes. Algumas coordenações geram a lista de

excedentes da inscrição on-line e já solicitam vagas aos departamentos antes do

recebimento dos pedidos de ajustes no período preestabelecido.

Figura 7: Modelo atual geral da inscrição presencial e período de ajustes

Fonte: Mapeamento de processos

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

49

A maior dificuldade levantada pelos entrevistados foi a demora da resposta por

parte dos departamentos e o fato de que nem sempre respondiam aos e-mails das

coordenações, sendo necessário o monitoramento diário do sistema acadêmico para

verificar se a vaga havia sido liberada. Além disso, a quantidade de solicitações de

inscrição presencial e cancelamento ou trocas de turma pode chegar a pelo menos

duzentas (200) por curso e semestre, o que torna o processo bastante moroso e

suscetível a erros. Entretanto, esse número não estava documentado e foi apenas uma

estimativa de cada entrevistado.

Além disso, foi levantado nas entrevistas que os processos atuais proporcionam

muita liberdade e flexibilidade aos discentes, os quais podem solicitar modificações em

seus planos de estudo quantas vezes julgarem necessário durante as duas semanas

previstas no regulamento e no calendário. Com isso, as coordenações podem receber

vários pedidos de um mesmo aluno, o que dificulta a gestão desse processo. Portanto,

como as atividades são realizadas de forma muito manual, a flexibilidade acaba sendo

um fator gerador de retrabalho e exige muito esforço de um baixo efetivo de

funcionários.

vi) Dispensa e correspondência entre disciplinas

a. Regulamento dos Cursos de Graduação da Universidade

A Resolução N.º 001/2015 dispõe o seguinte com relação a dispensa de

disciplinas:

Art. 86 - Dispensa de disciplinas é o reconhecimento de

valor formativo semelhante entre disciplinas cursadas com

aproveitamento por graduado ou por discente, desde que obtidas em

outra IES, em curso de graduação, pós-graduação, incluindo aquelas

cursadas como disciplina isolada e/ou durante o período de

Mobilidade Acadêmica.

§ 1º - A dispensa de disciplina poderá ser concedida caso:

a) Tenha sido cursada em período anterior ao do início dos

estudos do discente na UFF ou, em caso de Mobilidade ou de

disciplina isolada realizada em outra IES, após o seu início, desde que

autorizado previamente pelo Colegiado do Curso;

b) Possua carga horária correspondente a, no mínimo, 80%

da carga horária daquela a ser dispensada na UFF;

c) O seu programa seja considerado equivalente em

conteúdo ao programa da disciplina a ser dispensada na UFF;

d) Atenda a outros critérios estabelecidos pelo Colegiado de

Curso.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

50

§ 2o - A dispensa de disciplina deverá ser concedida após

parecer técnico do Departamento de Ensino ao qual a disciplina se

vincule, considerando o disposto no Parágrafo 3o deste Artigo,

podendo ser dispensada essa consulta, caso a Coordenação de Curso

tenha obtido outros pareceres semelhantes em pedidos anteriores ou se

julgue competente tecnicamente para essa avaliação. (MEC, 2015,

p.49).

A correspondência entre disciplinas está definida no artigo 87º da mesma

Resolução como “o reconhecimento de valor formativo semelhante entre disciplinas

cursadas com aproveitamento na UFF, em cursos de graduação ou pós-graduação,

incluindo disciplinas isoladas ou cumpridas em Programa de Mobilidade Interna”

(MEC, 2015, p.50). As disicplinas que possuírem a mesma carga horária e o mesmo

conteúdo programático podem ter suas correspondências autorizadas pelas

coordenações e departamentos, sendo as notas e frequências obtidas registradas no atual

histórico escolar do aluno (MEC, 2015).

O regulamento prevê a abertura de processo administrativo protocolado tanto

para solicitações de dispensa quanto de correspondência entre disciplinas. O histórico

escolar original do aluno deve ser anexado ao processo, bem como as ementas das

disicplinas no caso de pedidos de dispensa.

b. Processo observado

A dispensa de disciplinas é um processo no qual os alunos podem solicitar que

disciplinas cursadas em outras instituições sejam dispensadas no atual curso do aluno,

sem o aproveitamento das notas adquiridas. Outro processo semelhante citado no

mapeamento foi o de aproveitamento, no qual o aluno aproveita as notas e as

frequências de disciplina cursada em matrícula anterior dentro da própria UFF, obtendo

esses registros no seu atual histórico escolar. Entretando, o regulamento utiliza o termo

correspondência entre disciplinas para tratar desse caso específico.

No ano de 2016 cada coordenação recebeu em torno de 50 pedidos de dispensa

por semestre, com exceção de uma coordenação que recebeu apenas 7 pedidos no

segundo semestre, apesar de possuir quase a mesma quantidade de alunos matriculados

em relação às outras. Esse número inclui pedidos de alunos transferidos de outras

universidades do Brasil e aqueles que participaram de algum programa de mobilidade,

em sua maioria em universidade estrangeira.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

51

O processo de dispensa se inicia com a abertura de um processo administrativo

no setor de Protocolo, no qual os alunos devem reunir o histórico escolar e as ementas

das disciplinas cursadas e anexar ao formulário de solicitação de dispensa. Após, o

Protocolo organiza os processos e os encaminha às coordenações para análise, sendo o

controle feito através de uma guia de remessa de documentos.

Com os processos em mãos, os coordenadores ou seus técnicos/secretários

analisam os pedidos e os encaminham novamente para o Protocolo, indicando para qual

departamento de ensino o processo deve ir. Os departamentos recebem os processos e

enviam ao professor responsável pela disciplina para analisar e dar o parecer sobre a

solicitação. Esse fluxo se mostrou bastante similar ou o mesmo em todas as

coordenações analisadas, havendo diferenças apenas no modo de análise e guarda dos

documentos.

Os documentos são movimentados através do setor de Protocolo quando os

departamentos se situam fora da Escola de Engenharia. Para departamentos que se

situam dentro da escola, o próprio funcionário da coordenação leva os processos aos

departamentos e controla as movimentações através de um livro conhecido como

“livrindo preto”.

Uma das nove entrevistadas possui um controle no computador com arquivos

do tipo texto separados em pastas virtuais por universidade. Cada arquivo contém as

disciplinas que foram dispensadas em processos encerrados. Esse histórico é utilizado

para comparar os novos processos com processos antigos e verificar se algum aluno já

solicitou a mesma disciplina (mesmo código e universidade de origem) e se o pedido foi

autorizado ou negado pelo professor do departamento. No caso de haver processo

deferido da mesma solicitação, o próprio coordenador autoriza a dispensa por meio de

jurisprudência, não necessitando enviar o processo para parecer técnico do

departamento de ensino competente.

Outra coordenação iniciou esse controle no computador recentemente e o

restante não possui nenhum controle digital. Porém, também analisam processos

anteriores para dar dispensa nas disciplinas, mas o fazem de forma manual. Há um

arquivo físico dentro de cada coordenação no qual são guardadas pastas com os

processos dos alunos. Algumas pastas são separadas por universidades para facilitar a

busca. Durante a entrevista, somente uma coordenação respondeu que não faz essa

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

52

análise de histórico devido a possíveis divergências de pareceres de professores que

podem ocorrer ao longo do tempo. Portanto, todos os processos recebidos são levados

aos departamentos de ensino para análise.

Alguns dos entrevistados também informaram que realizam uma conversa com

os alunos ingressantes no momento da matrícula para tomar conhecimento de dispensas

que eles possam solicitar. Dessa forma, o coordenador já faz uma análise do histórico do

aluno e informa se ele tem oportunidade ou não de conseguir a dispensa.

O fluxo de correspondência entre disciplinas segue o mesmo padrão do fluxo

de dispensa de disciplinas. A diferença está no aproveitamento das notas e frequências e

na possibilidade de solicitar o cadastramento da disciplina correspondente no sistema

acadêmico. Com o cadastramento, as disciplinas são automaticamente dadas como

equivalentes pelo sistema, eliminando a necessidade de abertura de novos processos

administrativos.

O formulário de solicitação de dispensa é padronizado para todos os cursos e

existem alguns critérios definidos no regulamento para decidir se uma disciplina pode

ser equiparada a outra ou não. Porém, há diferenças na forma como as coordenações

analisam os processos, conforme visto anteriormente. Além disso, somente uma das

nove coordenações entrevistadas possui esse processo documentado em forma de roteiro

para guiar os alunos quanto aos procedimentos que eles devem realizar.

Uma dificuldade encontrada foi a morosidade do processo e a não definição de

prazos para os departamentos analisarem as solicitações, ocasionando em processos que

podem demorar até seis meses para finalizar. Também foi observado que há uma grande

necessidade de maior envolvimento e comunicação entre as coordenações. Dada a

similaridade entre os currículos dos cursos de graduação em engenharia, as

coordenações poderiam possuir uma base de dados única ou mesmo um arquivo

compartilhado que possibilitasse acesso a mais informações acerca de processos

anteriores. O mapeamento do processo de dispensa de disciplinas também mostrou que

não há um padrão a ser seguido pelas coordenações em suas análises. O fluxograma

geral desse processo está representado na figura 8. As particularidades e diferenças

entre as coordenações foram discutidas nos parágrafos anteriores.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

53

Figura 8: Modelo atual geral do processo de dispensa de disciplinas

Fonte: Mapeamento de processos

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

54

4.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS E PROPOSTAS DE IMPLANTAÇÃO

Este capítulo consiste em propostas de melhorias com base no diagnóstico

realizado e na identificação das partes afetadas por essas mudanças. Como algumas

sugestões de modelos futuros dependem de desenvolvimento tecnológico e/ou do

envolvimento e aprovação de vários níveis da organização, foram propostas melhorias

para aplicação no curto prazo, priorizando ações rápidas para ganhos em agilidade, e

modelos para serem implementados no longo prazo, com foco na centralização de

serviços e automatização de processos.

4.3.1. Análise de stakeholders

Stakeholders são grupos de pessoas ou pessoas que possuem participações,

reinvidicações ou interesses nas operações e decisões de uma organização (CARROLL,

1991). Os stakeholders ou partes interessadas da universidade em questão são capazes

de afetar e são afetadas direta ou indiretamente pelas atividades desempenhadas e

resultados obtidos da instituição. Neste trabalho, foram identificados quatro grupos de

stakeholders principais que possuem alguma relação com os processos estudados. O

objetivo foi verificar quem e como eles podem ser afetados pelas mudanças propostas,

de modo a tentar amenizar as consequências negativas dessas mudanças e as possíveis

resistências que podem ser criadas por uma modificação nos processos atuais.

Corpo discente da UFF

Os atuais alunos da Escola de Engenharia são diretamente afetados por essas

atividades, pois é por meio delas que eles podem cursar as disciplinas necessárias para

integralização do curso de graduação. Por exemplo, a não existência de prazos bem

definidos para conclusão dos processos de dispensa e a demora da resposta afeta os

planos de estudos desses alunos e, consequentemente, o seu tempo para formação.

Corpo discente de outras universidades

Os alunos de outras universidades que prestarão vestibular novamente ou

pedirão transferência de universidade são partes interessadas no processo de dispensa de

disciplinas, pelo mesmo motivo que os alunos já matriculados. Além disso, a decisão de

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

55

pedir ou não transferência de universidade pode depender da oportunidade de conseguir

equivalência nas disciplinas já cursadas.

Professores dos departamentos

Os professores são stakeholders desses processos pois eles são os responsáveis

por analisar as ementas dos pedidos de dispensa de disciplinas e dar o parecer sobre

cada solicitação. Portanto, eles podem ser afetados por qualquer mudança no modo de

realizar essas atividades. O estabelecimento de prazos para análise dos processos pode

ser um fator gerador de resistência por parte desse grupo. Por outro lado, uma redução

na quantidade de pedidos a serem analisados pode ser bem aceita.

Coordenadores e outros funcionários das coordenações de curso de

graduação

Atualmente, os funcionários das coordenações são os responsáveis diretos pela

execução desses processos, permitindo que os alunos consigam vaga nas turmas de cada

disciplina e integralizem o currículo no tempo exigido pelas normas da universidade.

Qualquer mudança nos processos pode afetar o modo de trabalho desses stakeholders. A

eliminação da duplicidade de funções, o compartilhamento de boas práticas e de

conhecimento entre as coordenações e a diminuição de trabalhos manuais pode permitir

que elas tenham mais tempo para focar em atividades principais como orientação dos

alunos e desenvolvimento do projeto pedagógico do curso.

4.3.2. Oportunidades de melhorias

Os resultados mostraram que pelo menos seis das nove coordenações não

possuem nenhuma documentação de como as atividades são realizadas, dificultando a

difusão de conhecimento e aprendizagem na entrada de um novo coordenador de curso

ou novo técnico administrativo. Além disso, não há padronização dos processos

analisados. Cada coordenação utiliza critérios de decisão diferentes no momento da

inscrição presencial, alteração dos planos de estudo e da dispensa e correspondência

entre disciplinas.

A similaridade dessas atividades realizadas pelas coordenações dos cursos de

engenharia se mostrou favorável ao compartilhamento de funções, conforme o modelo

de CSC. Apesar de a inscrição em disciplinas ocorrer duas vezes a cada ano e, por isso,

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

56

ser uma atividade cíclica, o alto volume de transações também é um fator atrativo para a

centralização de serviços, a qual é capaz de proporcionar ganhos em agilidade.

Conforme visto no capítulo 2, a consistência na entrega dos serviços e a

padronização de processos são fatores motivadores na decisão de implementar um CSC

(PAAGMAN, FURTMUELLER e TATE, 2013). A centralização dos processos de

inscrição e dispensa de disciplinas poderia garantir a uniformização não existente no

modelo atual. Consequentemente, esses serviços poderiam apresentar maior

consistência em seus resultados, implicando também na satisfação dos clientes finais, os

alunos.

Os processos estudados foram redesenhados para atender às melhorias

propostas e alcançar maior desempenho, satisfazendo tanto os clientes internos quanto

os responsáveis pela execução das atividades. A figura 9 apresenta um resumo dos

principais pontos de atenção identificados e das oportunidades de melhorias propostas.

Figura 9: Pontos de atenção e oportunidades de melhorias observados

Fonte: Mapeamento de processos

i) Planejamento da demanda

Como melhoria a curto prazo foi proposta a realização de um levantamento de

demanda de vagas por horários das turmas, realizado com os alunos ao final de cada

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

57

semestre letivo. Para isso, foi criado um formulário de pesquisa no Google Forms, o

qual foi aplicado a somente um dos cursos de graduação em engenharia para fins de

teste. O Google Forms é uma ferramenta de questionário gratuito disponível na internet

que permite a criação de diversos tipos de perguntas e questões para serem enviadas a

um grupo de usuários de e-mails, gerando análises em formato de tabelas e gráficos com

base nas respostas dos participantes.

Figura 10: Modelo proposto de planejamento da demanda

Fonte: Mapeamento de processos

A pesquisa criada contém um campo para o aluno inserir sua matrícula e

dezoito questões de multipla-escolha, uma para cada disciplina do currículo que possui

mais de uma opção de horário de turma. Antes de realizar a pesquisa, é recomendado

que o aluno realize uma simulação do plano de estudos através do site da universidade

para então selecionar as turmas nas quais ele pretende se inscrever no semestre seguinte,

considerando os pré-requisitos necessários. A pesquisa aplicada está ilustrada no

Apêndice A e parte dos resultados gerados no Apêndice B. No total 83 alunos

responderam ao questionário e a seleção das turmas se mostrou bem diversificada.

Com o resultado da pesquisa as coordenações podem fazer uma previsão de

demanda de vagas baseada nas expectativas dos alunos, e não somente no histórico de

ocupação. Essa iniciativa pode proporcionar maior aderência entre as vagas fornecidas e

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

58

a real demanda dos alunos, reduzindo a quantidade de excedentes e a necessidade de

alterações nos planos de estudos após as inscrições on-line e presencial. A figura 10

representa o fluxograma do modelo to be (modelo proposto) desse processo. As

principais etapas que sofreram alterações em relação ao fluxograma atual foram

representadas pela cor cinza.

A proposta de médio/longo prazo é realizar essa pesquisa de forma centralizada

em uma única unidade que atenderá a todas as coordenações presentes no escopo deste

trabalho. Assim, essa unidade seria responsável pelo planejamento da demanda e pela

solicitação das vagas aos departamentos.

ii) Inscrição on-line em disciplinas

O modelo proposto para inscrição on-line foi criado para ser implementado no

médio/longo prazo devido à necessidade de desenvolvimento em sistemas. O processo

foi desenhado de modo que a inscrição fosse realizada em três rodadas com duração

total de dez dias.

Na primeira rodada, o discente possuiria um prazo de três dias para planejar

seu plano de estudos e realizar a candidatura no sistema acadêmico. O sistema, então,

entraria em fase de processamento por um dia. Nesse momento, a inscrição dos alunos

que conseguiram a vaga seria efetivada e o sistema geraria uma lista com os excedentes.

Durante o período de processamento, nem os alunos nem as coordenações teriam acesso

ao sistema.

Após a primeira rodada, o sistema abriria novamente por mais dois dias para

que os excedentes pudessem se inscrever em outra turma que houvesse vaga, evitando a

inscrição presencial e as solicitações no período de ajustes. Nesse momento, todos os

alunos estariam habilitados a mudar de turma, cancelar ou realizar inscrições em novas

disciplinas. Entretanto, os alunos que conseguiram efetivar a inscrição na primeira

rodada teriam suas vagas garantidas na segunda etapa.

O sistema entraria em uma segunda fase de processamento após a segunda

rodada de inscrições, efetivando os pedidos dos alunos e gerando outra lista de

excedentes. Durante essa fase, o sistema verificaria quais turmas ainda possuem vagas

em aberto e disponibilizaria essas vagas para os outros cursos de graduação. Por

exemplo, uma turma qualquer possui 30 vagas para o curso de Engenharia Elétrica e 10

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

59

vagas para o curso de Engenharia de Produção, mas apenas 20 vagas foram utilizadas

pelos alunos de Engenharia Elétrica e há 3 alunos de Engenharia de Produção

excedentes. Dessa forma, o sistema identificaria que o curso de Engenharia Elétrica não

utilizou todas as vagas e as disponibilizaria para todos os outros cursos que possuem

essa disciplina na grade curricular. Ou seja, as vagas restantes seriam redistribuidas

entre os demais cursos. Assim sendo, as coordenações não precisariam solicitar essas

vagas aos departamentos durante o período de ajustes.

Na terceira rodada da inscrição on-line, os alunos excedentes teriam um dia

para modificar novamente seus planos de estudos, realizando trocas de turmas ou

cancelamentos nas disciplinas em que constam como excedentes. Não seria permitida a

troca de turma para os discentes com a inscrição já efetivada. Após esse prazo, as

coordenações teriam dois dias para homologar as candidaturas, finalizando assim o

processo de inscrição on-line. O modelo proposto da inscrição on-line em disciplinas

está representado na figura 11.

Figura 11: Modelo proposto de inscrição on-line

Fonte: Mapeamento de processos

iii) Inscrição presencial

A inscrição presencial dos alunos regulares não ingressantes seria utilizada

somente em casos excepcionais em que o aluno estivesse impossibilitado de realizar a

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

60

inscrição on-line ou em casos de erros ocorridos no sistema acadêmico. As solicitações

de todos os cursos da Escola de Engenharia seriam recebidas de forma centralizada em

um único setor, o qual seria responsável por analisar a pertinência da solicitação e

realizar a inscrição, caso houvesse vaga. A figura 12 ilustra o processo proposto.

Figura 12: Modelo proposto de inscrição presencial

Fonte: Mapeamento de processos

O formulário de inscrição seria padronizado para todos os cursos e os discentes

(ou pessoa responsável) precisariam entregar a via física assinada nesse setor. Assim

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

61

sendo, as coordenações não se envolveriam no processo de inscrição presencial de

alunos não ingressantes, cabendo ao Centro de Serviços Compartilhados (CSC) essa

função.

Passado o prazo da inscrição presencial de alunos regulares, o CSC organizaria

os pedidos segundo critérios de prioridade previstos no regulamento e realizaria a

inscrição em caso de vagas disponíveis. Após, uma lista final com todos os excedentes

seria criada e o CSC solicitaria as vagas aos respectivos departamentos via e-mail.

No médio/longo prazo, uma sugestão é adaptar o sistema acadêmico para

receber os registros das solicitações de vagas. O CSC poderia indicar através do sistema

o número de vagas que um curso precisa. Assim, essa solicitação chegaria ao

departamento responsável, o qual liberaria ou não a vaga. A utilização do sistema como

um gestor de demandas melhoraria o controle e a gestão desse processo quando

comparado à utilização de e-mails.

Essas medidas tornariam o processo muito mais ágil e liberariam o tempo das

coordenações para outras atividades prioritárias. Além disso, ao adotar os mesmos

critérios de prioridade para todos os cursos de graduação em engenharia, haveria maior

consistência e transparência durante a alocação dos alunos nas turmas, proporcionando

também maior aderência ao regulamento da universidade.

iv) Período de ajustes

Durante o período de ajustes, as coordenações acompanham o quadro de vagas

e verificam se algum curso possui vaga disponível em alguma turma, solicitando ao

departamento responsável a cessão dessa vaga, caso necessário. Com o modelo proposto

de realização de três rodadas de inscrição on-line e de redistribuição das vagas em

aberto, não haverá necessidade dessa verificação e da solicitação de cessão de vagas de

outros cursos. Dessa forma, o período de ajustes para recebimento de solicitações de

alunos deixará de existir. A proposta é que ele seja utilizado somente para correção de

possíveis erros ocorridos no sistema durante a inscrição.

v) Dispensa de disciplinas

Entre as dificuldades encontradas nesse processo estão a não definição de

prazos para os departamentos analisarem os pedidos, o alto volume de solicitações

recebidas em cada semestre e o retrabalho de analisar disciplinas que foram dispensadas

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

62

anteriormente em outros processos. Isso acaba fazendo com que os alunos tenham que

esperar várias semanas ou até meses para conseguir efetivar a dispensa, afetando seu

plano de estudos do semestre corrente ou até mesmo seu tempo para conclusão do

curso.

Dada a alta similaridade entre os processos de dispensa de disciplinas

realizados por cada coordenação, o alto volume de requerimentos e as características do

processo, o modelo proposto foi desenhado para se adequar ao conceito de Centro de

Serviços Compartilhados (CSC). Portanto, a dispensa de disciplinas seria realizada de

forma centralizada, assim como o planejamento de demanda e a inscrição em

disciplinas.

A proposta é desenvolver uma base de dados única contendo todas as

disicplinas e as respectivas equivalências nas universidades que transferem mais alunos.

Essa base iria conter também as ementas de cada disicplina, o processo correspondente

e a data de deferimento. Dessa forma, todo o histórico dos processos que hoje fica

disperso em cada coordenação ficaria registrado no CSC, o qual seria responsável pela

sua gestão. As disciplinas cadastradas na base já estariam pré-aprovadas para os

próximos processos, eliminando a necessidade do envio do processo físico aos

departamentos. As solicitações que não possuíssem nenhum histórico para consultas

seriam enviadas pelo CSC aos departamentos de ensino. Cada departamento, por sua

vez, encaminharia ao professor competente e ele faria o parecer deferindo ou não a

solicitação. Os professores dos departamentos teriam um prazo de dez dias úteis para

realizar o parecer, cabendo ao CSC controlar os prazos e disponibilizar indicadores

sobre o percentual de solicitações atendidas no prazo. O CSC ficaria responsável pela

alimentação da base de dados e atualização das ementas de cada disciplina. Além disso,

as equivalências pré-aprovadas teriam uma validade de 5 anos. Após esse prazo, as

disciplinas devem ser novamente analisadas pelos departamentos para garantir a

qualidade do processo.

No longo prazo, a proposta é que essa base seja implementada no sistema

acadêmico da universidade ou em sistema a parte, permitindo que os alunos da UFF e

de outras universidades também possam consultar as equivalências deferidas em

processos anteriores. Dessa forma, não só as correspondências estariam cadastradas no

sistema como também as dispensas de disciplinas cursadas em outras universidades.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

63

Figura 13: Modelo proposto de dispensa de disciplinas

Fonte: Mapeamento de processos

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

64

Porém, como solução de curto prazo foi criado um modelo de controle em

planilha do Microsoft Excel contendo o código da disciplina, o número do processo, a

data de deferimento e a ementa. Inicialmente foram incluídos dados do histórico de uma

das coordenações que já possuía um controle em documento do Word, mas a ideia é que

essa planilha seja alimentada com processos de dispensa de todas as coordenações

envolvidas no mapeamento de processos. Parte da planilha elaborada está ilustrada no

Apêndice B.

4.3.3. Propostas de implantação

A partir do redesenho dos processos, foram elaborados planos de ação com o

objetivo de estruturar a implementação das melhorias e alterações propostas. Os planos

de ação, representados pelas tabelas 2, 3 e 4, foram construídos com base na

metodologia 5W2H1S (What? Who? Why? When? Where? How? How much? Show), a

qual procura responder, respectivamente, o que será feito, quem irá fazer, por qual

motivo será feito, quando e onde será feito, como será feito, quanto irá custar e qual

indicador será utilizado para medir os resultados.

Tabela 2: Plano de ação 1

Processo: dispensa de disciplinas

What? Estabelecer e implementar prazos para análise dos processos de

dispensa.

Who? Coordenadores dos cursos de engenharia e professores dos

departamentos.

Where? Na universidade analisada.

Why? Para obter maior agilidade na conclusão dos processos e maior

transparência para aos alunos quanto aos prazos.

When? Após implementação e estabilização do CSC.

How? Fazer um levantamento sobre o tempo que os processos costumam

ficar em cada departamento e sugerir um prazo plausível.

How much? Homem-hora dos executores deste plano.

Show? Percentual de processos de dispensa concluídos dentro do prazo.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

65

Tabela 3: Plano de ação 2

Processo: dispensa de disciplinas

What? Criar uma base compartilhada com histórico dos processos de

dispensa.

Who? Funcionários das coordenações de curso de graduação em

engenharia.

Where? Na universidade analisada.

Why? Para facilitar a busca de processos antigos e aumentar a quantidade

de referências internas.

When? 3 meses antes da implementação do CSC.

How?

Realizar levantamento dos atuais registros de dispensas em meio

eletrônico;

Realizar levantamento da quantidade de processos em pastas físicas;

Definir período de cadastro das dispensas com base na quantidade

anterior (por exemplo: cadastrar todas as dispensas concedidas nos

últimos 2 anos);

Cadastrar dispensas do período estabelecido.

How much? Homem-hora dos executores deste plano.

Show? Percentual de processos dispensados por análise histórica.

Tabela 4: Plano de ação 3

Processo: inscrição em disciplinas

What Adaptar sistema acadêmico para o modelo proposto de inscrição on-

line.

Who Setor de TI da universidade.

Where Na universidade analisada.

Why Para realização da inscrição on-line em três rodadas, permitindo a

redistribuição de vagas disponíveis e o ajuste do plano de estudos

feito pelo próprio aluno.

When 4 meses antes da implementação do CSC.

How

Estudar o processo atual;

Estudar o modelo proposto;

Verificar aderência ao sistema acadêmico;

Analisar viabilidade de desenvolvimento;

Desenvolver ou contratar terceiro.

How much Realizar orçamento para desenvolvimento interno ou contratação de

terceiro.

Show Não se aplica.

Além do projeto de melhorias, foram propostos indicadores de desempenho

para os processos redesenhados. Os indicadores de desempenho são ferramentas

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

66

importantes para análise da evolução de determinado processo ao longo do tempo. A

partir deles é possível identificar problemas e pontos de atuação para melhorias

processuais. Com a implementação de um Centro de Serviços Compartilhados, tornam-

se essenciais para a medição do serviço prestado ao cliente interno com o objetivo de

acompanhar a qualidade dos processos e o atendimento aos prazos.

Para cada indicador foi definida a fórmula de cálculo, o modo como os

resultados devem ser interpretados e a frequência de medição. Além disso, foram

definidas três dimensões que caracterizam o tipo de cada indicador: qualidade, prazo,

produtividade e controle. Foi também sugerido um novo fluxo para a gestão dos

indicadores propostos, conforme figura 14. O CSC teria uma rotina de acompanhamento

dos indicadores e criaria ações a partir do resultado das medições, como verificar os

prazos a serem cumpridos por cada parte.

Figura 14: Modelo proposto de gestão de indicadores

Fonte: Mapeamento de processos

A tabela 5 apresenta os indicadores sugeridos para acompanhamento do

processo de inscrição em disciplinas. Com as mudanças propostas na inscrição on-line,

como a redistribuição automática de vagas e a realização de rodadas de inscrição, a

quantidade de solicitações de ajustes e de inscrição presencial devem reduzir. Dessa

forma, os dois indicadores propostos medem o percentual de solicitações de ajustes e de

inscrição presencial.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

67

Tabela 5: Indicadores de desempenho propostos para o processo de inscrição em

diciplinas

Fonte: Mapeamento de processos

Tabela 6: Indicadores de desempenho propostos para o processo de dispensa de

disciplinas

Fonte: Mapeamento de processos

A tabela 6 apresenta os indicadores sugeridos para o processo de dispensa de

disciplinas, os quais permitem medir a agilidade com que os processos são finalizados,

Indicador Forma de cálculo Interpretação Periodicidade Dimensão

Percentual de

inscrições

presenciais

Total de alunos inscritos

presencialmente

Total de alunos inscritos

Quanto menor

melhor Semestral Qualidade

Percentual de

solicitações de

ajustes

Total solicitações de

ajustes

Total alunos inscritos

Quanto menor

melhor Semestral Qualidade

Indicador Forma de cálculo Interpretação Periodicidade Dimensão

Quantidade de

processos de

dispensa

recebidos

Total de processos de

dispensa recebidos Não se aplica Semestral Controle

Processos de

dispensa

atendidos no

prazo

Total de processos

atendidos no prazo

Total de processos

recebidos

Quanto maior

melhor Semestral Prazo

Disciplinas

dispensadas por

análise histórica

Total de disciplinas

dispensadas por histórico

Total de disciplinas

dispensadas

Quanto maior

melhor Semestral Produtividade

Duração média

dos processos

de dispensa em

cada

departamento

∑(tempo total do

processo/∑ departamentos)

∑ processos analisados

Quanto menor

melhor Mensal Produtividade

Duração média

total dos

processos de

dispensa

∑(tempo total do processo)

∑ processos analisados

Quanto menor

melhor Semestral Produtividade

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

68

o volume recebido por semestre, quais departamentos de ensino demoram mais para

analisar cada processo e a quantidade de processos deferidos por análise histórica,

possibilitando também analisar a eficácia da base de dados única contendo o histórico

de todos os processos.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

69

5. CONCLUSÃO

5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mapeamento dos processos permitiu observar que há atividades similares

sendo realizadas em duplicidade pelas coordenações da Escola de Engenharia, não

havendo padronização, compartilhamento de informações e nem total aderência ao

regulamento da universidade. As entrevistas realizadas também suportaram a premissa

inicial de que as coordenações estariam sobrecarregadas com a realização de atividades

de suporte, as quais não fazem parte das principais responsabilidades que uma

coordenação de curso deveria ter.

Os principais benefícios que podem ser obtidos por cada stakeholder

identificado considerando os modelos propostos estão listados a seguir.

Coordenadores dos cursos de graduação em engenharia: melhor gestão e

facilidade de acesso aos processos com a criação de uma base única no

sistema; diminuição de atividades muito manuais; maior disponibilidade para

tratar de assuntos e coordenar ações de responsabilidade das coordenações de

curso, como o projeto pedagógico, orientação de discentes, desenvolvimento de

práticas de ensino, acompanhamento e atuação para melhoria dos indicadores

de desempenho.

Corpo discente da UFF: maior transparência na realização dos processos; maior

consistência e agilidade nos resultados e estabelecimento de prazos para as

solicitações de dispensa; maior agilidade no resultado da inscrição em

disciplinas devido à redistribuição de vagas de forma automática, evitando que

os alunos iniciem as aulas muito tempo após o período letivo.

Corpo discente de outras universidades: possibilidade de consultar as

disciplinas equivalentes no sistema antes de solicitar transferência de

curso/universidade.

Departamentos de ensino: diminuição das solicitações de vagas devido à

redistribuição automática pelo sistema de inscrição on-line; maior agilidade na

alocação dos alunos em cada turma evitando que iniciem as aulas muito tempo

após o início do período letivo; menor quantidade de processos de dispensa de

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

70

disciplinas para serem analisados; melhor gestão e facilidade de acesso aos

processos com a criação de uma base única no sistema.

As propostas de centralização, uniformização e estabelecimento de prazos de

algumas dessas atividades podem proporcionar maior agilidade nos processos e

consistência nos resultados, colaborando para a satisfação dos clientes internos. A partir

dos modelos propostos, podemos responder algumas das questões trazidas no capítulo

de Revisão da Literatura com base nos nove componentes que Borman (2012) sugere

que sejam analisados quanto ao sucesso da centralização de serviços. Os componentes

estratégia, condições ambientais, história e processo de gestão não foram analisados

devido a baixa aplicação no estudo realizado neste projeto.

Tarefas: as atividades realizadas pelo CSC são rotineiras e fornecidas em sua

plenitude?

As tarefas de dispensa e correspondência entre disciplinas são realizadas

conforme demanda, mas acontecem de forma frequente ao longo de todo o ano e

possuem uma rotina de execução. O planejamento da demanda de vagas, a inscrição em

disciplinas e o período de ajustes ocorrem com uma frequencia semestral com duração

de algumas semanas e também seguem uma sequência de procedimentos. Todos os

processos possuem médio/alto volume e são compostos por atividades repetitivas e

transacionais, características que favorem a centralização.

Estrutura: quais os mecanismos pelos quais o desempenho do CSC é

monitorado?

Os indicadores de desempenho propostos devem ser utilizados com o objetivo

de monitorar a evolução da melhoria dos processos realizados pelo CSC. O CSC deve

ser responsável pela geração dos indicadores e compartilhamento dos resultados com as

coordenações e os departamentos, agindo em conjunto para manter a qualidade dos

processos.

Habilidades individuais: quais são os conhecimentos e habilidades pessoais

requeridos para o CSC?

Os funcionários do CSC devem possuir capacidade analítica, boa comunicação

e relacionamento com os stakeholders dos processos executados, conhecimento da

utilização do sistema acadêmico, conhecimento do currículo de cada curso etc.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

71

Tecnologia da informação: como será a estrutura de TI utilizada pelo CSC?

Como ela pode contribuir para seu funcionamento?

Os modelos propostos para a inscrição em disciplinas e o processo de dispensa

utilizam soluções tecnológicas a longo prazo. O CSC deve possuir total apoio do setor

de TI quanto aos recursos necessários para manter o sistema acadêmico e a base de

dados de processos de dispensa em funcionamento ideal.

Recursos organizacionais: quais são os recursos tangíveis e intangíveis

essenciais para a eficácia e eficiência do CSC?

Os recursos essenciais para eficácia e eficiência do CSC são os recursos

tecnológicos citados na questão acima, além de espaço físico adequado e força de

trabalho treinada e capacitada para executar as atividades de escopo do CSC.

5.2. SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Estudo e proposta de modelo futuro para os demais processos das

coordenações de curso de graduação;

Estudo de outros setores da universidade quanto a aplicabilidade de um Centro

de Serviços Compartilhados, inclusive envolvendo outras unidades da

universidade;

Elaboração de um plano de implantação do CSC, envolvendo ações como

gestão da mudança, adequações tecnológicas, padronização, definição e

treinamento da equipe e operação assistida;

Estudo sobre a percepção da qualidade dos serviços sob a ótica do corpo

discente.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAIN & COMPANY. Centro de Serviços Compartilhados: uma solução definitiva para

os processos administrativos?, São Paulo, 2004.

BERDEJO, L. M. A. Fatores de resistência ao processo de implementação de um centro

de serviços compartilhados: uma abordagem segundo a teoria institucional. Dissertação

de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: <

http://www.teses.usp.br/>. Acesso em: 30 de agosto de 2016.

BERGERON, B. Essentials of shared services. Hoboken, NJ: Wiley, 2003.

BEZERRA, R. R. A. Segurança do Trabalho, saúde ocupacional e meio ambiente

(SSMA) em um Centro de Serviços Compartilhados. Fundação Getúlio Vargas,

Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, 2015.

BORMAN, M. A Multi-dimensional Framework to Assist in the Design of Successful

Shared Services Centers. Australasian Journal of Information Systems, v. 17, n. 2,

2012.

BRENNER, V. S. W. Characteristics of shared services centers. Transforming

Government: People, Process and Policy, v. 4, p. 210-219, 2010.

CARROLL, A. B. The pyramid of corporate social responsibility: Toward the moral

management of organizational stakeholders. Business Horizons, v. 34, p. 39-48, 1991.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão

abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2003.

CNE. Resolução CNE/CES 11/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 Abril 2002.

Seção 1, p. 32.

CONTO, S. M.; BRITTO, J. C.; SCHNORRENBERGER, A. Proposta de modelo de

cadeia de valor para um centro universitário. Revista GUAL, Florianópolis, v. 6, n. 2,

p. 143-159, 2013.

CUNHA, J. A. C. D. A Gestão de Pessoas em Centros de Serviços Compartilhados no

Brasil: Um Estudo sobre a Percepção dos Gestores e Empregados Operacionais, 2011.

DELOITTE. Centro de Serviços Compartilhados: Tendências em um modelo de gestão

cada vez mais comum nas organizações, São Paulo, 2008.

FERREIRA, C.; BRESCIANI, L. P.; MAZZALI, L. Centros de Serviços

Compartilhados: da experiência britânica às perspectivas de inovação na Gestão Pública

Brasileira. Revista do Serviço Público, v. 61, n. 4, p. 387-403, outubro/dezembro 2010.

ISSN 0034/9240.

GODSE, D. M. Exploiting the Values of Shared Services. Third International

Conference on Services in Emerging Markets, 2012.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

73

GONÇALVES, J. E. L. As Empresas são Grandes Coleções de Processos.

Administração de Empresas, v. 40, n. 1, janeiro/março 2000.

HARRINGTON, H. J. Aperfeiçoando Processos Empresariais. São Paulo: Makron

Books, 1993.

HOWCROFT, D.; RICHARDSON, H. The back office goes global: exploring

connections and contradictions in shared service centres. Work, Employment and

Society, p. 111 - 127, 2012.

JANSSEN, M. Centralized or decentralized organization? Proceedings of the 2005

national conference on Digital government research, p. 247-248, 2005.

JANSSEN, M.; JOHA, A. Motives for establishing shared service centers in public

administration. International Journal of Information Management 26, p. 102-115,

2006.

JOHA, A.; JANSSEN, M. Factors influencing the shaping of shared services business

models. Strategic Outsourcing: An International Journal, v. 7, p. 47-65, 2014.

KNOL, A. J.; SOL, H. G.; VAN WAMELEN, J. P. Decision Enhancement forSourcing

with Shared Service Centres in the Dutch. 46th Hawaii International Conference on

System Sciences, 2013.

MARTINS, V. D. P.; AMARAL, F. P. A consolidação da prática de serviços

compartilhados. Revista Eletrônica de Gestão e Negócios, v. 4, n. 1, p. 158-189, 2008.

ISSN 1809-0079.

MEC. Regulamento dos cursos de graduação, 2015. Disponível em:<

http://www.uff.br/sites/default/files/001-

2015_regulamento_do_curso_de_graduacao_0.pdf>. Acesso em: 17 de novembro de

2016.

MELO, L. C. R. C. A. M. D. What to benchmark? Benchmarking: An International

Journal, v. 9, p. 244-255, 2002.

NIEHAVES, B.; KRAUSE, A. Shared service strategies in local government – a

multiple case studyexploration. Transforming Government: People, Process and

Policy, v. 4, p. 266 – 279, 2010.

OBJECT MANAGEMENT GROUP. Business Process Model and Notation, 2011.

Disponivel em: <http://www.omg.org/spec/BPMN/2.0/>. Acesso em: 18 dez. 2016.

PAAGMAN, A.; FURTMUELLER, E.; TATE, M. An Integrative Literature Review

and Empirical Validation of Motives for Introducing Shared Services in Government

Organizations. ECIS 2013 Completed Research. Paper100, 2013.

PAIM, R.; CARDOSO, V.; CAULLIRAUX, H.; CLEMENTE, R. Gestão de

processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

74

PENTLAND, B. T.; OSBORN, C. S.; WYNER, G. Useful description for

organizational processes: collecting data for process handbook. CCS workpaper#208.

MIT Sloan School of Management, Cambridge, MA, 1999.

PORTER, M. E. Vantagem Competitiva - criando e sustentando um desempenho

superior. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

PYZDEK, T. The Six Sigma Handbook: A Complete Guide for Green Belts, Black

Belts, and Managers al All Levels, Revised and Expanded Edition. New York:

McGraw-Hill, 2003.

QUINN, B.; COOKE, R.; KRIS, A. Shared Services: Mining for Corporate Gold.

[S.l.]: Financial Times Prentice Hall, 2000.

RAMOS, L. J. T. Serviços compartilhados como forma de estruturação organizacional,

Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.

RASMUSSON, D. The SIPOC Picture Book. Oriel Incorporated, 2006.

SALERNO, M. Projeto de Organizações Integradas e Flexíveis: processos, grupos e

gestão democrática via espaços de comunicação-negociação. São Paulo: Atlas, 1999.

SCHULMAN, D. S.; HARMER, M. J.; DUNLEAVY, J. R.; LUSK, J. S.. Shared

services: Adding Value to Business Units. Hoboken, NJ: John Wiley and Sons, 1999.

SOUZA, M. A.; CORRÊA, R. M. Centro de Serviços Compartilhados no Congresso

Brasileiro de Custos (CBC) no período de 1998 a 2008. Revista Contabilidade Vista

& Revista, v. 22, n. 1, p. 73-105, janeiro-março 2011.

TOTVS CONSULTING. 2ª edição da pesquisa de maturidade de CSC, 2014.

UFF. Disponivel em: <http://www.uff.br/sites/default/files/tce_-_new_page_-

_copia.jpg>. Acesso em: 31 outubro 2016.

VAIRA, M. Globalization and higher education organizational change: A framework

for analysis. Higher Education 48, p. 483-510, 2004.

VILHENA, R. M. P. D.; BRITO, A. R.; VALLE, A. C. C. D. A. Implantação de um

Centro de Serviços Compartilhados (CSC) no Governo do Estado de Minas Gerais:

pioneirismo, desafios, modernizações e inovações. VII Congresso CONSAD de

Gestão Pública, Brasília, 2014.

VILLELA, C. D. S. S. Mapeamento de processos como ferramenta de reestruturação e

aprendizado organizacional. Dissertação do Programa de Pós-Graduação, Universidade

Federal de Santa Catarina, FLORIANÓPOLIS, 2000.

WINTER, R.; BRAUN, C. Classification of outsourcing phenomena in financial

services. Paper presented at the European Conference on Information Systems

(ECIS), Regensburg, Germany, 2005.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

75

APÊNDICE A – Levantamento de demanda de vagas por disciplina

Levantamento de necessidades de vagas por disciplina e horário

1-2017 Por favor,

INDIQUE AS DISCIPLINAS e HORÁRIOS QUE VOCÊ IMAGINA QUE IRÁ PREFERIR E PODER

CURSAR EM 1-2017.

Este levantamento só trata das 18 disciplinas que costumam oferecer várias opções de horários. Para

selecionar adequadamente, você deve considerar sua expectativa de aprovações em 2-2016, os pré-

requisitos de cada disciplina e evitar conflitos de horários entre todas as disciplinas que você pretende

cursar em 1-2017. A grande maioria das demais disciplinas continuará no mesmo horário oferecido em 2-

2016 e você pode consultar o Quadro de Horários atual no site da UFF.

Sua resposta irá contribuir para a melhoria do processo de inscrição.

Muito obrigada.

Suzana Dantas Hecksher (Coordenadora do Curso de Graduação em Engenharia de Produção - UFF -

Niterói)

Larissa Oliveira de Menezes (Formanda em Engenharia de Produção - UFF - Niterói)

*Obrigatório

Endereço de e-mail * Seu e-mail

Insira sua matrícula na UFF *

Sua resposta

GMA00019 CÁCULO I-A * Escolher

GMA00021 CÁCULO II-A * Escolher

GMA00022 CÁCULO II-B * Escolher

GMA00023 CÁCULO III-A * Escolher

GMA00024 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS * Escolher

GGM00127 GEOMETRIA ANALÍTICA E CÁLCULO VETORIAL * Escolher

GGM00159 GEOMETRIA DESCRITIVA * Escolher

GAN00140 ÁLGEBRA LINEAR * Escolher

GFI00158 FÍSICA I *

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

76

Escolher

GFI00161 FÍSICA EXPERIMENTAL I * Escolher

GFI00159 FÍSICA II * Escolher

GFI00162 FÍSICA EXPERIMENTAL II * Escolher

GFI00160 FÍSICA III * Escolher

GFI00163 FÍSICA EXPERIMENTAL III * Escolher

GFI00171 FÍSICA IV * Escolher

GFI00155 FÍSICA EXPERIMENTAL IV * Escolher

GET00177 ESTATÍSTICA BÁSICA PARA ENGENHARIA * Escolher

TDT00076 FUNDAMENTOS DE DESENHO TÉCNICO II * Escolher

Envie-me uma cópia das minhas respostas.

ENVIAR Nunca envie senhas pelo Formulários Google.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

77

APÊNDICE B – Parte da planilha gerada pelo Google Forms após resultado da

pesquisa de demanda de vagas

Indicação de data

e hora

GMA00019

CÁCULO I-A

GMA00021

CÁCULO II-A

GMA00022

CÁCULO II-B

GMA00023

CÁCULO III-A

GMA00024

EQUAÇÕES

DIFERENCIAIS

GGM00127

GEOMETRIA

ANALÍTICA E

CÁLCULO

VETORIAL

GGM00159

GEOMETRIA

DESCRITIVA

GAN00140

ÁLGEBRA

LINEAR

18/12/2016 11:46

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

09:00 - 11:00

TER e QUI 07:00

- 09:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 11:51

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

TER e QUI 11:00

- 13:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 11:51

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

09:00 - 11:00

TER e QUI 07:00

- 09:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 11:53

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

09:00 - 11:00

TER e QUI 07:00

- 09:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 12:07

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

09:00 - 11:00

TER e QUI 09:00

- 11:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 12:28

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 12:39

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 12:40

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

18/12/2016 12:49

TER e QUI 18:00

- 20:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

18:00 - 20:00

18/12/2016 12:56

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

SEG e QUA

11:00 - 13:00

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Não pretendo

cursar no

próximo

semestre

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

78

APÊNDICE C – Planilha para controle do histórico de processos de dispensa

Código da Disciplina

na UFF

Nome da disciplina na

UFF

Universidade de

origem

Código da Disciplina

de origem

Nome da disciplina análoga

na Universidade de origem

Processo de

referência

Data de

homologaçãoEmenta da disciplina

UERJ IME 01-00508CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL I011019/2016-68

http://www.ementario.uerj.br/ementas/508.pdf

UERJ IME 01-00854CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL II011019/2016-68

http://www.ementario.uerj.br/ementas/854.pdf

UERJ IME 01-03646CALCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL III011019/2016-68

http://www.ementario.uerj.br/ementas/3646.pdf

UERJ IME 01-00854CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL II011019/2016-68

http://www.ementario.uerj.br/ementas/854.pdf

UERJ IME 02-04629 ANÁLISE VETORIAL 011019/2016-68 http://www.ementario.uerj.br/ementas/4629.pdf

GMA00023 CALCULO III - A UERJ IME 02-04629 ANÁLISE VETORIAL 011019/2016-68 http://www.ementario.uerj.br/ementas/4629.pdf

UERJ IME 01-03646CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL III011019/2016-68

http://www.ementario.uerj.br/ementas/3646.pdf

UERJ IME 06-04541 CÁLCULO NUMÉRICO IV http://www.ementario.uerj.br/ementas/4541.pdf

GEOMETRIA ANÁLITICA E 012228/2013-86 http://www.ementario.uerj.br/ementas/1913.pdf

CÁLCULO VETORIAL I http://www.ementario.uerj.br/ementas/1913.pdf

GGM00159 GEOMETRIA DESCRITIVA UERJ IME 03-02046 GEMETRIA DESCRITIVA I 012250/2013-26 http://www.ementario.uerj.br/ementas/1913.pdf

TDT00076FUNDAMENTOS DE

DESENHO TÉCNICO IIUERJ IME 03-00587 DESENHO BÁSICO 012228/2013-86

GAN00140 ALGEBRA LINEAR UERJ IME 02-01388 ALGEBRA LINEAR III 011019/2016-68

TEM00034 MECANICA APLICADA IV UERJ FEN 03-05787 MECANICA TÉCNICA 011019/2016-68 http://www.ementario.uerj.br/ementas/5787.pdf

http://www.ementario.uerj.br/ementas/627.pdf

http://www.ementario.uerj.br/ementas/587.pdf

INTRODUÇÃO AO

PROCESSAMENTO DE DADOS012228/2013-86

GMA00021 CÁLCULO II – A

GMA00022 CÁLCULO II – B

GMA00024 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

GGM00127GEOMETRIA ANALITICA E

CÁLCULO VETORIALUERJ

TCC00323PROGRAMAÇÃO DE

COMPUTADORES VUERJ IME 04-00627

IME 03-01913

Histórico de Dispensa de Disciplinas

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ... Final Larissa... · Prof. Gilson Brito Alves Lima – UFF Prof. Maria Helena Campos Soares de Mello – UFF Niterói - RJ

79

ANEXO A – Organograma da escola de engenharia