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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE PARAUAPEBAS CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO HERLEM KASSIA DOS SANTOS LIMA JESSICA PATRÍCIA LOPES SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS MICROEMPRESAS DE SALÕES DE BELEZA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS/PA: FATORES E RESULTADOS PARAUAPEBAS 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE PARAUAPEBAS

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

HERLEM KASSIA DOS SANTOS LIMA

JESSICA PATRÍCIA LOPES

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS MICROEMPRESAS DE

SALÕES DE BELEZA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS/PA: FATORES E

RESULTADOS

PARAUAPEBAS

2019

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HERLEM KASSIA DOS SANTOS LIMA

JESSICA PATRÍCIA LOPES

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS MICROEMPRESAS DE

SALÕES DE BELEZA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS/PA: FATORES E

RESULTADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação em Administração. Orientador: Prof. M. Sc. Leonardo Petrilli Área de Concentração: Administração, Gestão Organizacional. Co-orientadora: Prof. Esp. Juliana Fernanda M. de Souza Área de Concentração: Contabilidade, Finanças e Gestão de Custos.

PARAUAPEBAS

2019

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Lima, Herlem Kassia dos Santos Sustentabilidade econômica na gestão das microempresas

de salões de beleza no município de Parauapebas-PA: fatores e

resultados / Herlem Kassia dos Santos Lima, Jessica Patricia

Lopes – Parauapebas, 2019.

55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em

Administração) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas, 2019.

Orientador: M.Sc. Leonardo Petrilli

1.Gestão empresarial-Parauapebas(PA) 2. Sustentabilidade

economical-Parauapebas(PA) 3.Empreendedorismo-

Parauapebas(PA) 4. Mercado informal-Parauapebas(PA) I.

Petrilli, Leonardo , (orient.) II. Lopes, Jessica Patricia III.Título.

CDD – 658.421098115

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HERLEM KASSIA DOS SANTOS LIMA

JESSICA PATRÍCIA LOPES

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS MICROEMPRESAS DE

SALÕES DE BELEZA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS/PA: FATORES E

RESULTADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação em Administração.

________________________________ Data de Aprovação

Banca Examinadora

________________________________

Prof. M. Sc. Leonardo Petrilli Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________

Prof. Esp. Juliana Fernanda Monteiro de Souza Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________ Wennyson Kleber dos Santos Gonçalves

Universidade Federal do Pará

PARAUAPEBAS

2019

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Dedicamos este trabalho aos nossos familiares e

amigos que sempre nos deram apoio e incentivo

para lutar e persistir em busca de nossos sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, pela força e coragem que me destes todos esses

dias para superar os desafios enfrentados durante toda essa jornada.

Ao meu filho Gabriel, meus pais pelo apoio e compreensão dispensados a mim, me

ajudando na realização do meu sonho. Aos meus irmãos, Jeferson e Herlem Anny,

obrigado pelo apoio e torcida. Sou grata a minha tia Katiane por me incentivar com

a sua jornada acadêmica e não me deixar desistir da minha graduação.

Aos meus amigos por estarem sempre comigo, e tornarem meus dias mais alegres.

Aos meus colegas de sala por tudo que passamos juntos, as dificuldades,

inseguranças, mas também alegrias, compreensão e apoio.

Quero agradecer a minha professora Juliana e meu orientador Leonardo, pela

motivação, empenho e dedicação dispostos à correção do meu TCC.

A Universidade Federal Rural da Amazônia, e aos meus professores por me

proporcionarem um ensino de qualidade e expandir meus horizontes.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização da

minha pesquisa.

Herlem Kassia dos Santos Lima

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por estar sempre em meu caminho, guiando e

conduzindo os meus passos às escolhas certas, colocando pessoas certas e do

bem em minha vida... Só Ele sabe das dificuldades que tive e pelo que passei

distante de minha família, pessoas que amo, para poder então estar aqui, longe de

casa e em outra cidade.

Entendo todos os tropeços e barreiras vividos aqui como obstáculos necessários

do qual precisei passar para que eu pudesse superá-los e vencê-los, tornando-me

mais forte.

Sou grata por cada detalhe vivido e até mesmo pelas lágrimas derramadas. Sou

grata por toda experiência que pude adquirir. Agradeço a minha mãe Terezinha do

Amaral Lopes, por ter tolerado minhas teimosias e por ter me apoiado em minhas

decisões. Todo meu esforço dedico a você, mamãe! Minhas ações são sempre

intencionadas em te dar orgulho para assim te ver bem! És, meu exemplo de vida e

minha grande inspiração, e sempre será!

Agradeço ao meu Pai Binael, a meus irmãos Júnior e Fábio, por serem grandes

companheiros e também minhas grandes inspirações. Agradeço também de forma

especial, e com muito carinho, as minhas tias: Conceição, Izabel, Luziene, Leiliane,

e a minha avó Francisca Amaral, os agradeço com muito carinho pelos

ensinamentos, ajudas e compreensão que tiveram comigo, e a todos os demais

familiares que sempre me apoiaram... A meu avô, José Iraci, que apesar de não

estar mais entre nós, sempre apostou bastante em minhas conquistas.

De maneira geral, agradeço a todos aqueles que contribuíram com minha

caminhada acadêmica, aos colegas de turma, aos contribuintes desta pesquisa, e

aos ótimos profissionais que compõem a UFRA e que passaram por esta instituição

de ensino, com carinho especial aos meus orientadores Leonardo Petrilli e Juliana

Souza, pois foram fundamentas e bastante acolhedores em um momento muito

difícil, e contribuíram maravilhosamente para a realização desta pesquisa e para o

desfecho e conclusão deste curso. Sou Grata a Deus e a todos, por tudo!

Jessica Patrícia Lopes

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RESUMO

A Sustentabilidade Econômica apresenta-se como um tema essencial para o

desenvolvimento de empresas em geral. O uso de suas práticas visa contribuir não

só para o meio ambiente, mas também com o meio social e crescimento financeiro

da empresa. O empreendedorismo pode surgir tanto motivado pela necessidade

quanto pela oportunidade, mas, quando incentivado, gera uma série benefícios.

Como exemplo micro empresas do setor de salões de beleza, composto por

empreendedores formalizados e informais, que buscam conquistar suas rendas

através de seus próprios negócios. O objetivo deste estudo foi verificar a gestão

empresarial adotada por empreendedores do segmento de salões de beleza no

município de Parauapebas/PA e sua relação com as práticas de sustentabilidade

econômica, utilizando de dados bibliográficos e estatísticos em plataformas como o

Portal do Empreendedor e SEBRAE. Posteriormente, foi aplicado questionário aos

proprietários de salões na região central do município. Os resultados demonstram

que o número de salões informais e formalizados é igual, embora haja uma

perspectiva de crescimento na formalização desses estabelecimentos. Os salões

de beleza são comandados em grande parte por mulheres, mostrando a

importância do empreendedorismo feminino na inserção da mulher no mercado. O

negócio formalizado tem um papel ainda mais importante na economia, uma vez

que contribuem como a receita do município. Por se tratarem de micro empresas, a

incorporação da Sustentabilidade Econômica na rotina da empresa é favorecida,

principalmente considerando a importância dada ao tema por parte de seus

gestores. Entretanto, poucos apresentam ter conhecimento acerca do tema, o que

exige uma mudança nesse cenário que favoreça o contato dos empreendedores

com o tema. Isso faz da capacitação um ponto essencial para que a

Sustentabilidade Econômica se torne realidade nessas empresas.

Palavras-chave: Gestão. Empreendedorismo. Sustentabilidade.

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ABSTRACT

The Economic Sustainability presents itself as an essential theme for the

development of general companies in the future. The use of its practices aims to

contribute not only to the environment, but also to the social situation and financial

growth of the company. Entrepreneurship can arise both motivated by necessity or

by opportunity, but when encouraged, it generates a number of benefits. As

example of micro-companies in the beauty salon sector, composed of formalized

and informal entrepreneurs, who seek their income through their own business. The

objective of this study was to verify the business management adopted by

entrepreneurs of the beauty salons segment in the city of Parauapebas/PA, and its

relation with the practices of economic sustainability, by using collected

bibliographic data in platforms such as Portal of the Entrepreneur and SEBRAE.

Subsequently, a questionnaire was applied to the owners of salons in the central

region of the municipality. The results demonstrate that the number of informal and

formalized salons are equal, although there is a perspective of progress in the

formalization of these establishments. The beauty salons are commanded largely

by women, showing the importance of female entrepreneurship in the insertion of

women in the market. Formalized business have an even more important role in the

economy, since they contribute as the revenue of the municipality. Because they

are micro-enterprises, the incorporation of Economic Sustainability into the

company's routine is favoured, especially considering the importance given to the

theme by its managers. However, the knowledge of these micro entrepreneurs

about the theme is low, which requires a change in this scenario that favours the

entrepreneurs contact with the theme.This makes capacitation an essential point for

economic sustainability becomes a reality in these enterprises.

Key words: Management. Entrepreneurship. Sustainability.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Crescimento de microempreendedores no Brasil. ............................... 19

Gráfico 2 – Crescimento de microempreendedores no estado do Pará. ................ 20

Gráfico 3 – Crescimento de microempreendedores no município de Parauapebas

......................................................................................................................... 20

Gráfico 4 – Razão entre o número de MEI e trabalhadores por conta própria no

período de março de 2012 a dezembro de 2016. ............................................ 22

Gráfico 5 – Taxa de crescimento de salões em Parauapebas nos últimos 10 anos

......................................................................................................................... 29

Gráfico 6 – Tempo de empreendimentos informais e empreendimentos que hoje

são formalizados .............................................................................................. 30

Gráfico 7 – Faixa etária .......................................................................................... 31

Gráfico 8 – Gênero em todos os salões (A) e Gênero de MEIs e empreendimentos

informais (B) ..................................................................................................... 32

Gráfico 9 – Escolaridade ........................................................................................ 33

Gráfico 10 – Fatores que levaram a criar o negócio. .............................................. 34

Gráfico 11 – Conhecimento sobre práticas de Sustentabilidade Econômica ......... 36

Gráfico 12 – Conhecimento acerca da Sustentabilidade Econômica 12-A e Realiza

práticas de Sustentabilidade Econômica 12-B ................................................. 37

Gráfico 13 –Práticas adotadas pela empresa......................................................... 38

Gráfico 14 – Medidas consideradas mais importantes para o planejamento do

negócio ............................................................................................................. 40

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

1.1 Problema de Pesquisa .................................................................................... 11

1.2 Objetivos .......................................................................................................... 12

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 12

1.2.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 12

1.3 Justificativa ..................................................................................................... 12

1.4 Delimitação do Tema ....................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 15

2.1 Sustentabilidade ............................................................................................. 15

2.1.1 Sustentabilidade Econômica ........................................................................ 15

2.2 Microempresas ............................................................................................... 17

2.2.1 Empreendedorismo.........................................................................................18

2.2.2 Os Microempreendedores Individuais (MEI) ................................................. 18

2.2.3 Gestão de Microempresas Individuais............................................................ 21

2.2.4 Mercado Informal............................................................................................23

2.3 Salões de Beleza ............................................................................................. 24

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 26

3.1 Delineamento da Pesquisa ............................................................................. 26

3.2 Local da Pesquisa ........................................................................................... 26

3.3 Amostragem .................................................................................................... 27

3.4 Coleta de Dados .............................................................................................. 27

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3.5 Analise dos Dados .......................................................................................... 28

4 ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 29

4.1 Perfil do Empreendedor .................................................................................. 29

4.2 Sustentabilidade Econômica .......................................................................... 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 43

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45

APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa ........................................................... 53

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¹Relatório Brundtland, intitulado como Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial

sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento presidida pela então a primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, que foi publicado em 1987 e sua segunda edição em 1991 (BRUNDTLAND, 1991).

1 INTRODUÇÃO

As questões ecológicas desempenham um papel ímpar nas democracias

liberais, pois elas deram abertura para políticas e iniciativas que norteiam unir

elementos da noção capitalista do desenvolvimento para com a proteção dos

recursos naturais, bem como na qualidade de vida dos seres vivos, sobretudo

dentro de uma visão multidimensional (SEBRAE, 2015).

Nessa perspectiva, usufrui-se da definição de desenvolvimento sustentável

utilizado no relatório Brundtland¹, que a delineia como sendo a necessidade de

reavaliar as atividades econômicas dominantes, na qual se passa a pontuar todos

os entraves negativos decorrentes das ações antrópicas ao meio ambiente

(BACHA, 2010).

Bacha (2010) define a sustentabilidade como sendo as relações grupais ou

individuais que causam profundas mudanças no ambiente, e que necessitam de

um repensar das ações antrópicas para com as questões econômicas viáveis que

possam trazer retorno ao ambiente, e consequentemente, para a empresa, unindo

diversos setores sociais, tais como cultura, educação e economia.

Ao pensar acerca da temática sustentabilidade para com os salões de

belezas, devem-se realizar ações pensadas no triple Bottom Line da

Sustentabilidade – Economia, Sociedade e Ambiente, Sebrae (2015, p. 7) pontua

que as ações sustentáveis devem ser integradas no triple Bottom Line em Salões

de Beleza, em que os produtos e serviços devem integrar aspectos sociais,

econômicos e ambientais, incorporando ações que envolvam todo o ciclo de vida

dos produtos e serviços prestados, ou seja, da origem do produto de beleza até o

seu destino final.

No tocante à sustentabilidade no campo dos microempreendedores de

salões de belezas devem promover e utilizar de estratégias que versem para a

qualidade do meio ambiente, bem como, usufruir de estratégias que consigam

eliminar os produtos usados sem prejudicar o seu desenvolvimento (LIMA, 2016).

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Os profissionais de salões na atual conjuntura política e social deverão

usufruir de estratégias ambientais para conseguir continuar nesse mercado

competitivo. Sebrae (2015) alerta que os salões de belezas da atualidade usam de

ações insustentáveis, e para que haja uma melhor competitividade esses locais

deverão pautar em ações estratégicas comerciais sustentáveis a longo prazo, pois

tais pautas proporcionam benefícios econômicos, ambientais e sociais.

Para que haja um melhor benefício econômico os profissionais de salão

deverão pensar e usar de caminhos que minimizem o consumo de água, energia e

produtos de beleza (SEBRAE, 2015). Ao passo que, ao reduzirem esses campos,

deverão pensar na qualidade do serviço prestado. No quesito ambiental a

minimização dos altos gastos de água, energia e de produtos, proporcionarão os

benefícios ambientais, pois ocorrerá uma redução do impacto ambiental. No campo

dos benefícios sociais, melhoraria a qualidade de vida do empreendedor e

funcionário por causa de uma menor exposição aos produtos concentrados (LIMA,

2016).

Todo esse cenário leva a se pensar nas ações antrópicas realizadas dentro

dos salões de beleza, sobretudo, dos altos consumos e impactos decorrentes das

atividades que usam de altos volumes de água, energia e insumos. Deste modo

surge o objetivo desta pesquisa, que é avaliar a gestão empresarial adotada por

empreendedores do segmento de salões de beleza no município de

Parauapebas/PA e sua relação com as práticas de sustentabilidade econômica.

1.1 Problema de Pesquisa

O Microempreendedor Individual surge como alternativa para a

formalização de trabalhadores autônomos, entretanto a ausência de incentivo à

criação dessas microempresas coloca distante da realidade de muitos

trabalhadores informais a oportunidade de trabalhar dentro dessa perspectiva. A

prática da sustentabilidade econômica, integrada nesse modelo de empresas, pode

garantir a sobrevivência e a estabilidade desses negócios dentro do mercado e

contribuir com a economia local (LIMA, 2016).

Nesse contexto, pensando na contribuição de que empreendimentos como

salões de beleza podem contribuir para a cidade de Parauapebas/PA, torna-se

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importante entender a relação desses salões no município, analisando a situação

de legalidade dessas empresas, a representatividade de micro empreendimentos

formais e informais e a contribuição desses negócios formais na economia da

cidade. A prática da sustentabilidade econômica também ganha destaque nesse

quadro devido ao fato de oportunizar a estabilidade e autosustentação dessas

pequenas empresas no mercado (RODRIGUES, MELO & LEONE, 2016).

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar a gestão empresarial adotada por empreendedores do segmento

de salões de beleza no município de Parauapebas/PA e sua relação com as

práticas de sustentabilidade econômica.

1.2.2. Objetivos específicos

Para o alcance do objetivo geral têm-se como objetivos específicos:

Identificar os microempreendedores formais e informais de salões de

beleza;

Identificar a importância dos salões de beleza na economia local;

Analisar os fatores que contribuem para que essas empresas possam ser

sustentáveis economicamente;

Pesquisar a importância atribuída da sustentabilidade econômica para

essas organizações.

1.3 Justificativa

Segundo Philippi (2001), sustentabilidade é a capacidade de se auto

manter, aplicar atividades sustentáveis e desenvolver práticas por longos períodos,

sem esgotar seus recursos, ou seja, sem colocar em risco o meio ambiente.

Na gestão empresarial aumentou-se a preocupação com a aplicação de

práticas de sustentabilidade, utilizando ferramentas disponíveis para competir e

permanecer no mercado. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas - Sebrae (2017c), há três dimensões na sustentabilidade a

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serem analisadas: social, ambiental e econômica. Mais conhecidas como tripé da

sustentabilidade, (ou por sua terminologia em inglês “the triple bottom line”),

aspectos que são reconhecidos como a sustentação para qualquer organização.

Com isso toda organização além de colaborar com a conservação do planeta e da

comunidade relacionada, deverá garantir resultados financeiros positivos, ou seja,

gerar lucros para sobreviver no mercado.

A Rede Sustentabilidade (2016) define sustentabilidade econômica como

um conjunto de práticas econômicas, financeiras e administrativas que visam o

desenvolvimento econômico de um país ou empresa, preservando o meio ambiente

e garantindo a manutenção dos recursos naturais para as futuras gerações. Assim,

o conceito de sustentabilidade econômica tem objetivo de obter um crescimento

econômico, alcançando a rentabilidade esperada, sem desconsiderar as questões

sociais e ambientais.

O Sebrae (2017c) cita como vantagens da sustentabilidade econômica em

um empreendimento a maior economia financeira a médio e longo prazo, aumento

de lucros e redução do risco por meio de combate à poluição e melhoria da

eficiência ambiental de produtos e processos, melhora da imagem perante

cidadãos e consumidores, obtenção de ganhos indiretos com a preservação do

ambiente, maior desenvolvimento econômico, garantia de uma vida melhor para as

futuras gerações e vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

Os micros e pequenos empreendimentos ainda representam uma parcela

significativa no mercado brasileiro. Segundo, Rodrigues, Melo & Leone (2016),

apesar da importante representatividade no mercado nacional essas organizações

possuem peculiaridades que ocasionam dificuldades no desenvolvimento dos seus

negócios. As microempresas sofrem rotineiramente com desafios como: o

crescimento da concorrência, redução do capital de giro próprio, serviços sazonais,

a falta de controle dos custos, mau dimensionamento de estoques, etc., que podem

reduzir as chances de sobrevivência desses empreendimentos (SOUZA, 2007).

Diante do exposto, propôs-se estudar como os microempreendedores,

formais e informais, que se enquadrem na atividade de salões de beleza do

município de Parauapebas/PA, avaliar a importância econômica desses

empreendimentos para a cidade e analisar se estão tratando a sustentabilidade

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econômica na gestão dos seus negócios e os fatores que contribuem para que os

salões sejam sustentáveis economicamente.

1.4 Delimitação do Tema

Propõe-se levantar informações sobre a importância de

microempreendimentos (MEI) prestadores de serviços de salões de beleza e

salões informais, avaliando também como estão tratando a sustentabilidade

econômica na gestão dos seus negócios e pesquisar os impactos do uso de

práticas econômicas, financeiras e administrativas com ênfase na sustentabilidade

dentro da gestão desses negócios para a sua sobrevivência na economia e

sociedade local.

O trabalho deverá ser desenvolvido em torno de microempreendimentos de

salões de beleza de Parauapebas-PA que desenvolvem atividades na área da

beleza em geral. A prática se dará por meio de questionários aplicados aos

proprietários desses microempreendimentos localizados nos bairros Cidade Nova,

União e Rio Verde da cidade. As informações a serem levantadas têm como

propósito caracterizar os microempreendedores individuais do município e

compreender a relação entre a sustentabilidade econômica e sua estabilidade no

mercado.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Sustentabilidade

A Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMD),

ocorrida em 1987, define como desenvolvimento sustentável o crescimento que

assegure as necessidades de gerações atuais sem prejudicar as gerações futuras,

atuando com dois pontos principais: o conceito de necessidades e o conceito de

limitações. Sendo que, mesmo diante das prováveis limitações é possível se

alcançar progresso econômico a partir do desenvolvimento sustentável (MUELLER,

2005). Em 2002 a Rio+20 apresenta a definição de sustentabilidade que,

diferentemente do desenvolvimento sustentável, abrangendo multidimensões,

associa perspectivas ecológicas, sociais e econômicas numa única ideia a ser

inserida a todo e qualquer projeto de desenvolvimento (SOUZA, 2018).

A sustentabilidade pode ser considerada como o caminho a ser seguido

por um sistema humano a fim de sobreviver ou se adequar a influencias do meio

interno ou externo a si (DOVERS; HANDMER, 1992). Porém, para que seja

possível atingir a sustentabilidade é necessário o desenvolvimento sustentável

(PRUG; ASSADOURIAN, 2003). Ainda que a sustentabilidade seja constituída do o

tripé da sustentabilidade econômica, sustentabilidade social e sustentabilidade

ambiental, esse termo de modo geral também é amplamente usado para elucidar

processos e ações, como finanças sustentáveis, negócios sustentáveis, etc.

(MOLDAN et al., 2012).

A sustentabilidade ambiental, partindo da dimensão econômica vem a se

transformar num padrão de mercado, se colocando não apenas como um

modismo, mas sim uma maneira de trabalhar para a gestão de negócios. Os

conceitos de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social não podem ser

dissociados, de modo que todo o ciclo de produção de uma empresa deva ser

considerado, o que leva as práticas sustentabilidade econômica (SEBRAE, 2013).

2.1.1 Sustentabilidade Econômica

A sustentabilidade econômica vem a ser um conjunto de práticas

econômicas, financeiras e administrativas que objetivam dar frente ao crescimento

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econômico sem comprometer o seu meio, seja ambiente ou social. Somado a

preservação do meio ambiente e a segurança do futuro das gerações seguintes, a

sustentabilidade econômica oferece mais benefícios às instituições que a pratica,

sendo: maior economia financeira a médio e longo prazo, aumento dos lucros,

eficiência ambiental dos serviços e processos, melhor imagem da empresa em

relação aos consumidores, e vantagem competitiva (SEBRAE, 2017c).

Para a sua sobrevivência e desenvolvimento econômico uma empresa

necessita de planejamento e uma boa gestão, o que significa ter controle de seu

negócio. Para tal, as práticas de sustentabilidade econômica mostram-se

significativamente benéficas, visto que além de outros benefícios reflete

diretamente na diminuição de custos. Ações como a redução no uso de energia,

economia da água, manejo de resíduos, controle na impressão de documentos,

manter equipamentos na tomada só quanto estão em uso, aproveitamento máximo

de matéria prima, etc., atraem clientes, favorecem o desenvolvimento do meio,

ambiente e social, e podem aumentar os lucros da empresa (LIMA, 2016).

A atenção a ser dada para a sustentabilidade econômica influencia

positivamente no desenvolvimento financeiro dos modelos econômicos que antes

não faziam uso dessa relação. A ausência dessa relação se deve à falta de

conhecimento e acerca da dimensão ecológica e também econômica, visto que os

dois são interligados. Em conjunto a isso, o crescimento que acompanha a

globalização dos últimos anos favorece o uso exacerbado de recursos naturais em

um aspecto geral, e acelera o acumulo de rejeitos e não tratados (JHUNIOR,

2018).

A prática de sustentabilidade econômica apresenta-se como desafio para o

dono da empresa na gestão do seu negócio a nível inserção na rotina, onde a

coloca em planejamento e impõe suas práticas no dia-a-dia da empresa,

envolvendo também possível colaborador (SILVA, 2016). Todavia, superar essa

dificuldade permite aos proprietários de pequenas empresas reduzirem seus custos

financeiros destacar-se na competitividade e encontrar sintonia com tendências e

as preferencias do consumidor (SEBRAE, 2012).

No contexto empresarial, percebe-se uma movimentação no sentido de

incorporar novos modelos de negócios que pudessem gerar valor sustentável e, ao

mesmo tempo, atender as exigências do mercado (ORSIOLLI & NOBRE, 2016). A

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17

capacidade de empresas se desenvolverem economicamente onde acúmulo de

capital não comprometa o potencial de compra de consumidores, de forma que o

desenvolvimento se dê de forma igualitária na distribuição de recursos, o que

caracteriza o crescimento econômico sustentável (SANTESSO, 2012).

2.2 Microempresas

A partir da década de 80 as micros e pequenas empresas (MPEs) ganham

importância na economia de países desenvolvidos e em desenvolvimento, e com

isso passaram a receber mais incentivos dos governos (OLIVEIRA; TERENCE;

ESCRIVÃO FILHO, 2010; ALBUQUERQUE, 2013). No Brasil, as MPEs tinham uma

participação de 32,2% do Produto Interno Bruto no ano de 2001, e em 2011 essa

porcentagem foi p 27%, sendo que, em valores absolutos, representam um

crescimento de R$ 144 bilhões para R$ 599 bilhões (SEBRAE, 2014).

No Brasil, os micros e pequenos empreendimentos representam uma

parcela significativa do mercado. Estes empreendimentos representam 99% de

fontes produtivas da economia e são os responsáveis por mais da metade dos

empregos de carteira assinada no país. Essas empresas são consideradas

importantes para o crescimento do país, sua sobrevivência é avaliada como

indispensável para o mercado e para o desenvolvimento da nação (SEBRAE,

2011b).

Com esse cenário, no ano de 2006 foi criada no Brasil a Lei Geral das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com o objetivo de dar suporte à

criação de microempresas e empresas de pequeno porte e microempreendedores

individuais (IPEA, 2012). Esses empreendimentos são divididos, principalmente,

pela sua receita bruta anual, onde, as sociedades empresárias, as sociedades

simples, as empresas individuais de responsabilidade limitada e os empresários

são devem ultrapassar R$ 360.000,00 por ano, aquela empresa que ultrapassa

esse valor, mas fica a baixo de R$ 4.800.000,00, é classificada como empresa de

pequeno porte. E por fim, o microempreendedor individual, que pode ter uma

receita bruta anual de no máximo R$ 81.000,00 (SEBRAE, 2018).

A sobrevivência dessas empresas é reflexo direto da situação do

empresário antes da abertura da empresa, fator que pode determinar sua

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18

experiência e motivação para empreender, o planejamento do negócio, a

capacitação e a gestão do negócio. São fatores que independem do tipo do

negócio, sendo microempresa, pequenas empresas, ou microempreendedor

individual (SEBRAE, 2016b). Entretanto, o microempreendedor individual vem a

sofrer mais esses impactos, visto a inexperiência no ramo da gestão e a falta de

qualificação (MARTINS, 2018).

2.2.1 Empreendedorismo

Os períodos de crise se caracterizam como ambientes em que

empreendedor sofre mudanças significativas na forma de redistribuição econômica.

Especialmente em países altamente desenvolvidos, uma quantidade significativa

de recursos econômicos é disponibilizada, criando novas circunstâncias favoráveis

a atividades empreendedoras em alguns segmentos de mercado (LEKOVIC &

MARIC, 2016).

O ambiente estável em países desenvolvidos, com intervencionismo estatal

significativo, oferece uma ampla gama de oportunidades de negócios. Para Fairlie

(2013) as condições de mercado são aquelas que mais influenciam o

empreendedorismo, e quanto maior for à taxa de desemprego, maior será o

estímulo para a criação de novos projetos para trabalhar por conta própria.

Entretanto, entende-se que o empreendedorismo pode ser consequência

de duas situações distintas, a de necessidade e a de oportunidade. O primeiro, que

surge como meio de sobrevivência, não tem efeito sobre o desenvolvimento

econômico, enquanto o empreendedorismo por oportunidade, que se origina da

exploração de novas atividades, tem um efeito positivo e significativo para o

crescimento da economia (ACS, 2006).

Empreendedores podem ser vistos como pessoas capazes de identificar

necessidades do mercado e o que pode ser feito a fim de supri-las, assim fundam

sua empresa, assumindo riscos, inovando, incentivando mudanças e

proporcionando crescimento ao setor econômico (LONGECKERET, 2013).

2.2.2 Os microempreendedores individuais (MEI)

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Com a alteração da Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno

Porte, a Lei Complementar n.º 128 foi criado em 2008 o Microempreendedor

Individual (MEI). Entrando em vigor em 2009, a criação do MEI formalizou a

atividade de 2.166 só no primeiro ano, e chegou em 2016 a 6.649,896 registros em

todo o Brasil, representando 30,1% de todos os trabalhadores por conta própria

nesse ano de 2016 (SEBRAE, 2017a). O perfil do Microempreendedor Individual

(SEBRAE, 2011a) relata que em 2011, 57% daqueles que eram registrados como

MEI possuíam um negócio na informalidade e só se formalizaram com a

regulamentação da Lei para Microempreendedores.

Em última atualização de dados fornecida Portal do Empreendedor (2018),

do dia 31 de outubro de 2018, a plataforma revela que, desde que foi criado, em

2009, até outubro de 2018, existem registrados 7.510.771 CNPJs de MEIs em todo

o Brasil, sendo que desse total 161.503 estão no estado do Pará e 5.012 no

município de Parauapebas-PA. Os dados obtidos através do portal mostram o

constante crescimento de microempreendedores no país (Gráfico 1), assim como

no estado do Pará (Gráfico 2) e o município (Gráfico 3) que representa 3,1 % de

todo o estado do Pará e demonstra um crescimento proporcional ao do estado e do

país.

Gráfico 1 – Crescimento de microempreendedores no Brasil

Fonte: Dados extraídos do PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018.

44

18

8 77

17

15 16

56

95

3

26

65

60

5

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1

46

53

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0

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4

66

49

89

6

77

38

59

0

2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

me

ro d

e M

EIs

Período (Anos)

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Gráfico 2 – Crescimento de microempreendedores no estado do Pará

Fonte: Dados extraídos do PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018.

Gráfico 3 – Crescimento de microempreendedores no município de Parauapebas

Fonte: Dados extraídos do PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018.

Diante do momento econômico vivido no Brasil a criação de um número no

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) período como microempreendedor

individual se torna uma oportunidade tanto para aqueles que nunca

empreenderam, quanto para aqueles que já trabalhavam na informalidade. Isso

0 21

59

45

27

5

73

48

5

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73

0 12

03

88 14

27

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2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

me

ro d

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Período (Anos)

0

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1

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32

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2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

me

ro d

e M

EIs

Período (Anos)

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devido à facilidade proposta na tributação dessas empresas, o Simples Nacional, e

também aos benefícios que são garantidos para aqueles que estão registrados

como MEI (SOUSA, 2016). Os impostos são resumidos em uma taxa mensal, que

também contribui com a previdência social (SEBRAE, 2016b).

2.2.3 Gestão de microempresas individuais

A riqueza de uma nação pode ser verificada através da capacidade de

produzir bens e serviços o suficiente a satisfazer as necessidades de sua

população e sendo que o surgimento de novos negócios está diretamente ligado ao

desenvolvimento das nações, onde empreender é capaz de promover mais

riquezas (DEGEN, 2005; FARAH et al., 2008). No Brasil, o empreendedorismo

ganha destaque a partir de 1990, com o surgimento de entidades voltadas para a

criação de microempresas e empreendedorismo (DORNELAS, 2005).

A criação do Microempreendedor individual tem como função a

formalização de trabalhadores autônomos de todo o país. Com o limite de receita

bruta de R$81.000,00 o empreendedor tem a oportunidade de assinar a carteira de

até um funcionário, emitir notas fiscais, acesso a crédito, dentre outros direitos

(PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018). No Gráfico 4 é possível ver o crescimento

de MEIs em relação ao número de trabalhadores por conta própria no Brasil, onde

o crescimento da cobertura de MEI sobre os trabalhadores ainda não formalizados

é evidente.

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Gráfico 4 – Razão entre o número de MEI e trabalhadores por conta própria no período de março

de 2012 a dezembro de 2016

Fonte: Sebrae (2017a)

No Perfil do Microempreendedor Individual de 2017 (SEBRAE, 2017a)

verifica-se que 26% dos entrevistados afirmam que a decisão de se tornarem

microempreendedores individuais está foi motivada pela oportunidade de ter uma

empresa formal, também 26% responderam por receberem benefícios do Instituto

Nacional do Seguro Social (INSS), já 12% justificaram pela possibilidade de emitir

nota fiscal e 36% alegaram outros motivos. Ou seja, um total de 61% dos

empreendedores individuais se formalizou a partir de motivações relacionadas ao

negócio formal.

Entretanto, a gestão desses negócios apresenta-se como desafio para

muitos microempreendedores. O Sebrae (2017a), ao descrever o Perfil do

Microempreendedor 2017, mostra que 74% dos MEI relatam ter alguma dificuldade

na gestão de seu empreendimento. Sendo que as dificuldades mais sentidas pelos

trabalhadores foram: a conquista de clientes, com 31%, a busca por crédito, com

7%, a gestão do negócio, com 3%, e a concorrência, com 6%. Dificuldades

descritas como compras, ponto comercial, obrigações legais e outros somam 27%.

Para Longenecker et al (2013) grande parte dos donos de pequenas

empresas utilizam apenas de intuição para tomada de decisões, e não análises

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23

econômicas, sendo também que muitas decisões são tomadas sob uma influência

muito maior da necessidade do que da oportunidade. Ainda que

microempreendedores individuais não necessitem de grande conhecimento

contábil, os proprietários-administradores devem ter conhecimento mínimo sobre o

processo financeiro para conduzir seus negócios.

O que vai de encontro com o levantamento da demanda de cursos de

capacitação ou consultorias feita pelo Perfil do microempreendedor individual 2017

(SEBRAE, 2017a) que registra que o controle financeiro é de interesse de 53% dos

empreendedores, a orientação para crédito/financiamento é para 52%, a

propaganda e marketing é para 47% e a melhoria da qualidade de produtos e

serviços é de interesse para 46% desses trabalhadores.

2.2.4 Mercado Informal

O conceito de informalidade surgiu com grande destaque após a década de

70, quando a produção acadêmica sente a necessidade de caracterizar novos

modelos de ocupação diferentes dos capitalistas que vieram surgindo

principalmente em países subdesenvolvidos, como na América Latina e África. O

mercado informal começou a ser estudado inicialmente por Hart (1973), que tinha o

objetivo de mostrar a capacidade dessas ocupações de funcionarem como um

“amortecedor” na vida daqueles que não estavam inseridos em empregos formais e

começam na informalidade.

Entretanto, ainda hoje esse mercado é de difícil mensuração, em que

quatro fatores que mais contribuem para esse fato são: heterogeneidade do

mercado, os conceitos de trabalho e não trabalho; a contextualização de situações

que estão no limite entre o formal e o informal; e a qualidade dos instrumentos de

pesquisa utilizados (VIANNA, 2006).

Holzmann (2013) considera que a participação dos trabalhadores por conta

própria no Brasil não é eventual, mas sim uma composição de modo permanente

no mercado de trabalho do país. E, entretanto, a realidade de autoemprego no

Brasil não elimina as preocupações acerca das flutuações do trabalho por conta

própria e de outras formas de inserção dos indivíduos na estrutura ocupacional do

país.

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No Brasil, em 2018, o a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PAND) registrou que cerca de 43% dos trabalhadores eram considerados

informais, ou seja, não tinham carteira assinada, somando empregados do setor

privado e público sem registro, trabalhadores por conta própria sem CNPJ,

trabalhador doméstico sem carteira e quem trabalha em família (IBGE, 2018).

2.3 Salões de beleza

A profissão de cabeleireiros se faz presente na sociedade desde a Grécia

antiga, onde as barbearias ou “koureias” eram instaladas em praças públicas,

entretanto o primeiro salão só foi inaugurado em 1635 em Paris, e era de acesso

para poucas pessoas. A partir do século 20, com o acesso maior a água corrente e

com a mulher conquistando mais espaços públicos, os salões se expandiram mais.

Os anos 20 foram um marco para mudanças sociais, políticas e também capilares.

Foi nesse período que as mulheres passam a abandonar os cabelos longos e

adotam cortes mais curtos. Com a primeira Guerra Mundial, os estilos de vida

dessas mulheres mudam, e consequentemente suas formas de se expressarem

também (SEBRAE, 2012).

No Brasil, a história dos salões se inicia nos anos 60 com a separação

formal dos barbeiros e a criação do Comitê Artístico Brasileiro. Nos anos 80 o ramo

se expande ainda mais com a expansão de franquias seguido do surgimento de

salões de renome (SEBRAE, 2012).

No Brasil, até outubro de 2018 tinha o registro de 755,542

microempreendedores de salões de beleza, e o estado do Pará 9,806 registros,

enquanto que o município de Parauapebas compreende 3,4 % desses

empreendedores, com 330 registro registros de MEI dentro da atividade de

Cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza. A Classificação Nacional

de Atividades Econômicas (CNAE) coloca Cabeleireiros e outras atividades de

tratamento de beleza como uma grande classe dividida em duas subclasses, as de

Cabeleireiros, manicure e pedicure, que inclui atividades de barbearia, e atividade

de estética e outros serviços de cuidados com a beleza (IBGE, 2018).

Parauapebas é uma cidade de médio porte do interior do estado do Pará e

que possui um PIB de crescimento de destaque, tendo uma participação

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significativa no Produto Interno Bruto do estado do Pará (ICMBIO, 2016). No ano

de 2014 o PIB da cidade foi de R$ 124,585 bilhões, atingindo um crescimento de

4,1 % em relação a 2013. Esse aumento corresponde a um crescimento real de

4,47 % no ramo da agropecuária, 7,12 % no setor da indústria, 11,65% no setor

das artes, recreação e outros serviços, e 1,99 % na prestação de serviços

(OLIVEIRA, 2016).

Como pode ser visto, o desenvolvimento econômico da cidade é

influenciado em grande parte pelo setor da indústria, onde se encontra em peso a

atividade de extração e exportação de minério, o que deve ser olhado com cautela

para a cidade, visto que o minério se trata de um recurso finito e a limitação da

diversidade da matriz econômica da cidade (MESQUITA, 2014).

O ramo de atividade da beleza é um dos que mais se destaca atualmente,

indo da indústria a prestação de serviços. De 2010 a 2015 o número de registros

no nesse campo cresceu 567% em todo o Brasil. Um dos fatores que contribuem

para esse avanço é a decisão de prestadores desses serviços, que antes

trabalhavam na informalidade e muitas vezes de forma quase caseira, de se

formalizarem (MACEDO, 2015).

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26

3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento da Pesquisa

Esta pesquisa foi desenvolvida visando levantamento sobre a

sustentabilidade econômica verificando seus reflexos na gestão empresarial dos

microempreendedores de salões de beleza no município de Parauapebas/PA,

destacando a importância da sustentabilidade como influência e valor econômico

positivo para os negócios. No entanto, primeiramente foi necessário conhecer mais

sobre o tema sendo essa uma das funções da pesquisa bibliográfica: revisar a

literatura existente sobre o assunto, levantando informações pertinentes ao estudo

do tema (MACEDO, 1995). A partir da pesquisa realizada foi possível obter

embasamento para o referencial teórico e assim compreender as definições da

sustentabilidade, o tripé, as suas evoluções, aplicações e desenvolvimento nas

organizações (MACEDO, 1995; UDESC, 2007).

A pesquisa adotou o método não experimental, com as variáveis de

interesse do estudo observadas e mensuradas como ocorrem naturalmente,

determinando uma relação entre variáveis (GIL, 2008). O método quantitativo tem o

objetivo de compreender os fenômenos através da coleta de dados numéricos, que

apontarão preferências, comportamentos e outras ações que caracterizem a

população de microempreendedores de salões de beleza (MACEDO, 1995). O tipo

da pesquisa define-se por exploratória descritiva, em que se adotam critérios que

fornecem informações e orientações para as formulações das hipóteses do estudo.

Na pesquisa descritiva tem objetivo de descrever as características de uma

população, um fenômeno ou experiência para o estudo realizado. Ligado a isso, o

fato de a pesquisa ser realizada no próprio ambiente dos salões a fim de se

investigar as questões relacionadas aos objetivos da pesquisa, a pesquisa se

enquadra como qualitativa (GIL, 2008).

3.2 Local da Pesquisa

A região central do município representa a localidade em que a cidade

surgiu e se desenvolveu, sendo que bairros que compõe essa região, como Cidade

Nova, União e Rio Verde, se destacam historicamente nas atividades de comércio

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e serviços (FISCHER, 2014). Desse modo, a região amostral escolhida, composta

por esses bairros, é considerada como a mais adequada para a aplicação do

questionário e subsequentemente a caracterização do mercado de salões e sua

relação com a sustentabilidade econômica, visto o grande fluxo de pessoas e a

concentração de salões de beleza instalados nesses locais.

3.3 Amostragem

Conforme o portal do empreendedor, até 31 de outubro de 2018, o

município de Parauapebas registrava 330 salões de beleza no município na

categoria Microempreendedor Individual (MEI). Ainda que o número de

microempreendedores do município seja conhecido, a amostragem é dificultada

devido à ausência de informações quanto à distribuição da localização desses

salões existentes no município, não havendo a possiblidade de se fazer um

levantamento quanto à localidade desses microempreendedores e ainda dos

negócios informais. Desse modo, após a visita de campo e se utilizando de

mecanismos de amostragem por julgamento, limitou-se a aplicação do questionário

a 52 salões de dois bairros da cidade que apresentaram características mais

adequadas de modo a representar a totalidade de salões de beleza em

Parauapebas (BABERTTA, 2004).

Ou seja, a escolha da amostra foi realizada segundo julgamento não tendo

relação com a amostragem probabilística, de modo que os entrevistados

selecionados representassem o ‘bom julgamento’ da população de salões de

beleza do município sobre a sustentabilidade econômica (BABERTTA, 2004;

NETTO, 2008).

3.4 Coleta de Dados

Utilizou-se como fonte de pesquisa bibliográfica os portais do Sebrae, o

Portal do Empreendedor, Relatórios de Sustentabilidade Econômica, trabalhos

acadêmicos, livros e sites da internet. O tema de sustentabilidade econômica é

recente, por isso não há uma bibliografia tão profunda, recorreu-se então, à internet

onde foi possível encontrar textos relacionados ao assunto em blogs e sites

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especializados que informam sobre o mercado e nos postos físicos e virtuais do

Sebrae pois há uma variedade de dados e informações relevantes e construtivas

sobre o assunto (GIL, 2008).

A coleta de dados em campo se deu a partir aplicação de questionários

com perguntas abertas, fechadas e de múltiplas escolhas com a amostra a ser

estudada, em conjunto com essas informações a serem descobertas, são

fornecidas a esses microempreendedores informes a fim de estimular e justificar a

importância de cederem tais informações para o fim científico e também para uso e

aplicações em suas empresas (MARCONI, 2003; UDESC, 2007).

3.5 Analise de Dados

O método de análise de dados utilizado vem a ser por meio estatístico,

onde foi possível obter informações de conjuntos complexos por meio dos dados

coletados. Os dados foram tratados e, a partir do comparativo com informações

existentes sobre a realidade de empreendedores, a sustentabilidade econômica e o

desenvolvimento econômico local, avaliou-se a correlação do desenvolvimento de

salões de belezas, tanto formais quanto informais, com o uso de sustentabilidade

econômica, além de suas contribuições para com a economia local.

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4 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Da amostragem total obtida 38% pertencem ao bairro Cidade Nova e os

bairros União e Rio Verde compõe 31% cada. Para melhor visualização e

interpretação dos resultados os dados foram divididos entre Perfil do

Empreendedor e Sustentabilidade.

4.1 Perfil do Empreendedor

Nos últimos 10 anos o número de salões de beleza em Parauapebas

cresceu em 160%, sendo perceptível que um crescimento mais acentuado é

percebido no período entre 2009 a 2010 e 2011 a 2012, que representa um

aumento de 40% como pode ser visto no Gráfico 5. Foi também em 2009 que

entrou em vigor a Lei Complementar nº 128/2008, permitindo a formalização de

empreendedores por conta própria e também servindo de estímulo para o

surgimento de novos negócios.

Gráfico 5 – Taxa de crescimento de salões em Parauapebas nos últimos 10 anos

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

O Gráfico 6 mostra o crescimento do número de salões informais em

contraste com o surgimento de microempreendedores individuais no município. Os

efeitos da Lei para os proprietários de salões podem ser expressos em números,

em que em de 2008 para 2010 o número de salões informais caiu em 6%,

35%45%

85%

125%

150%160%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

180%

2008 2009 a 2010 2011 a 2012 1013 a 2014 2015 a 2016 2017 a 2018

Taxa

de

cres

cim

ento

(%

)

Período (Anos)

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30

enquanto o microempreendedor individual passou a representar 15 % dos salões

na cidade, tendo um crescimento significativo nos anos seguintes. Mesmo havendo

um crescimento de salões informais, essa taxa de crescimento foi menor

comparada ao crescimento de MEIs, e a partir de 2014 o mercado de salões

passou a cair até que em 2018 o número de microempreendedores individuais e

salões informais se igualassem, o que mostra a tendência de mais salões informais

da cidade se formalizem.

Gráfico 6 – Tempo de empreendimentos informais e empreendimentos que hoje são formalizados

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

O mercado informal pode apresentar riscos a economia e também ao

trabalhador, devido à baixa proteção social e altos índices de mortalidade de

pequenos negócios (BENNETT; GOULD; RABLEN, 2012). Com a possibilidade de

tornar-se Microempreendedor Individual aquele que antes era autônomo passa

além de usufruir de benefícios da regularização acaba contribuindo com o

pagamento de tributos de “forma benevolente” (LOPES, 2012).

O Gráfico 7 demonstra como está distribuída a faixa etária entre os

proprietários de salões formais e informais no município de Parauapebas. É

possível ver que é muito similar entre os salões informais e os

microempreendedores individuais. Dessa forma, os maiores números desses

salões são comandados por pessoas entre 26 e 30 anos e entre 31 e 35 anos.

38%

46%

40%

46%

54%52%

50%

15%

25%

33%

44%

50%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Até 2008 2008 2009 a 2010 2011 a 2012 2013 a 2014 2015 a 2016 2017 a 2018

Salões Informais MEIs

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31

O perfil do Microempreendedor Individual de 2017 (SEBRAE, 2017a)

mostra que o maior percentual de microempreendedores se encontra em idade

entre 30 e 39 anos, sendo uma faixa etária superior encontrada na pesquisa, que

tem um percentual significativo de empreendedores já a partir de 26 anos de idade.

Gráfico 7 – Faixa etária

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

O empreendedorismo feminino é expressivo no comando de salões em

geral (Gráfico 8-A), entretanto nos salões formalizados há um pequeno aumento de

15% no número de homens microempreendedores individuais em relação aos

empreendimentos informais (Gráfico 8-B).

12%

19% 19%

15%

12%

8% 8% 8%8%

19%

23%

12% 12%

8%

12%

8%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

20 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 46 a 50 51 a 55 56 a 60

mer

o d

e sa

lões

(%

)

Período (Anos)

Informais MEIs

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32

Gráfico 8 – Gênero em todos os salões (A) e Gênero de MEIs e empreendimentos informais (B)

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Sebrae (2017a) apresenta também que as atividades de Cabelereiros e

Outras atividades de tratamento de beleza são representadas por 79% e 96% de

empreendedoras mulheres, respectivamente. A média dessas duas atividades,

87%, condiz com o percentual encontrado no presente trabalho, visto que engloba

ambas as atividades. Entretanto é superior ao percentual encontrado apenas com

microempreendedores individuais, de 77%.

Sebrae (2016a) avalia a presença feminina no empreendedorismo de Micro

e Pequenas empresas, que de todo o mercado representa 32%. Das

empreendedoras formalizadas, o serviço de cabelereiros e outros tratamentos de

beleza é o terceiro mais comum, representado por 7,4% delas, o percentual menor

apenas dos serviços de alimentação (12,8%) e comércio de moda (12,5%).

Contudo, das mulheres que trabalham por conta própria, 16,1% atuam na atividade

de cabelereiros e outros tratamentos de beleza, superando serviços de comércio

varejista em postos moveis (7,9%), confecções de vestuário (6,0%), e demais

atividades. Essa diferença entre as atividades exercidas pelas mulheres que

trabalham formalmente e aquelas que trabalham por conta própria explica a queda

na porcentagem de salões gerenciado por mulheres MEI comparado aos salões

informais que foi constatado pelo presente trabalho.

Para Gomes (2005) o crescimento do empreendedorismo feminino não se

restringe apenas aos casos de mulheres se inserindo no mercado de trabalho para

complementar a renda familiar, mas também ao fato da presente mudança social

85%

15%

A

Feminino Masculino

92%

77%

8%

23%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Informais MEI

mer

o d

e sa

lões

(%

)

B

Feminino Masculino

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33

que envolve transformações nas expectativas de vida profissional, nas pessoas e

nas relações familiares.

Todos os entrevistados possuem no mínimo o nível fundamental, sendo

que apenas 4% dos MEIs possuem Ensino Fundamental, percentual que cresce

para 35% nos empreendedores informais. É de 50% os empreendedores informais

que possuem Ensino Médio, e somente 14% possuem contato com o ensino

superior. Dos MEIs, 58% possuem Nível Médio, e 12% tem formação Técnica, os

outro 27% se dividem entre aqueles com Ensino Superior incompleto, 12%, e

aqueles com Ensino Superior Completo, 15% (Gráfico 9).

Gráfico 9 – Escolaridade

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

No perfil do Microempreendedor Individual (SEBRAE, 2017a) é possível ver

uma distribuição do percentual de escolaridade similar ao encontrado para MEIs no

presente trabalho, sendo que 32% dos empreendedores possuem ensino médio

completo, 2º % possuem superior completo e 9% possuem superior completo.

Entretanto, a notável diferença entre MEIs e informais no nível fundamental pode

representar a importância da escolaridade na gestão e sobrevivência do negócio,

visto que essa formação expressa à capacidade do empreendedor de receber e

35%

50%

0%

4%

12%

0%

4%

58%

12%

12%

15%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Nível Fund.

Nível Médio

Nível Tecnico

Superior Incompleto

Superior Completo

Não Alfabt.

Número de salões (%)

MEI Informais

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34

entender melhor as informações mercado, determinando mais eficácia no

gerenciamento (GEM, 2011).

Quanto aos fatores que determinaram a criação do negócio, das opções

disponíveis no questionário para resposta, a maior diferença encontrada foi de 35%

dos microempreendedores individuais para 23% dos entrevistados informais que

responderam a oportunidade de mercado (Gráfico 10). Entretanto, dentro da opção

‘Outros’, 42% dos MEIs criaram o negócio por gostarem da área, enquanto que

62% dos informais informaram o mesmo motivo, e os outros 8% justificaram a

criação do negócio pela liberdade de horários e o acaso.

Gráfico 10 – Fatores que levaram a criar o negócio

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Enquanto que os percentuais maiores de microempreendedores individuais

formalizados se expressaram como empreendedores a partir de oportunidade de

mercado e por gostar da área de atuação, os empreendedores informais souberam

responder em grande maioria pela afinidade de relação com a atividade,

justificando gostar da área. Ainda que não seja claro o como deve ser entendido a

motivação de empreendedorismo quando a criação do negócio se caracteriza pelo

‘gostar’ da atividade, McClelland (1972) afirma que são os valores, as motivações

humanas e a necessidade de autorrealização que estimulam os indivíduos no

desenvolvimento de atividade empreendedora.

19%

23%

15%

62%

8%

15%

35%

15%

42%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Conhecimento

Oportunidade de Mercado

Faturamento

Gostar

Outros

Número de salões (%)

MEI Informais

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Existem dois tipos de empreendedorismo, o motivado por oportunidade e

aquele que é movido pela necessidade, o primeiro se dá quando o negócio é

motivado a partir da percepção de oportunidade por parte do empreendedor,

levando em conta também o desejo de aumentar a renda e de alcançar a

independência no trabalho, e, essa escolha por empreender se dá mesmo quando

ainda há alternativas de emprego (BRASIL, 2017). Essa definição faz entender que

essa opção de mercado permite o indivíduo escolher a que mais lhe agrada, como

é o caso dos entrevistados que abriram seus salões motivados pelo gosto pela

atividade. O empreendedorismo por necessidade é entendido como o

empreendedor que já não possui melhores opções no mercado, e decide pelo

negócio pela necessidade de gerar renda, sem a possibilidade de escolha de

negócio (BRASIL, 2017).

O empreendedorismo por oportunidade está mais presente em países onde

o desenvolvimento econômico é maior, visto que o empreendedor por necessidade

está relacionado a condição econômica dos países, diminuindo quando a oferta por

emprego é maior. O Brasil possui mais empreendedores por oportunidade do que

por necessidade, sendo que em 2010 haviam 2,1 empreendedores por

oportunidade para cada empreendedor por necessidade (BRASIL, 2017). Contudo,

independente da motivação, quando há investimento na capacitação de

empreendedores tem-se como consequência a geração de empresas mais

eficientes e produtivas, fazendo com que até mesmo empreendedores por

necessidade consigam gerar bons resultados para seus negócios e oportunidade

de novos ganhos (BRASIL, 2017).

A Lei Complementar 128/2008, que complementa a Lei Geral das Micro e

Pequenas Empresas (Lei Complementar 123/2006), com o objetivo de promover o

desenvolvimento municipal, cria o Agente de Desenvolvimento (AD) que atua com

ações para a melhoria do Ambiente de Negócios para os pequenos negócios. Uma

de suas principais consequências é a criação da Sala do Empreendedor no

município, que tem um papel crucial na vida tanto de quem quer começar a

empreender quanto de quem já é empreendedor. A Sala do Empreendedor tem por

finalidade incentivar a legalização de negócios, facilitar a abertura de novas

empresas e oferecer serviços aos Microempreendedores Individuais (MEI) – que

contam com a disponibilização de cadastro, emissão do Certificado de Condição do

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MEI, emissão do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS),

Declaração Anual, e emissão de Alvará de Localização e Funcionamento e outros

serviços (SEBRAE, 2017b).

A partir dessas ações a Sala do Empreendedor acelera os processos de

abertura de empresas e adequações, quando necessário, daquelas que já estão no

mercado, acarretando no avanço da economia local e na melhoria das condições

de convívio social (SEBRAE, 2017b). Em Parauapebas, o a Sala do Empreendedor

teve suas atividades iniciadas no dia 26 de novembro, e fez 216 atendimentos nos

seus três primeiros dias de atendimento (AMORAS, 2018). Amoras (2018) afirma

que a Sala do Empreendedor de Parauapebas foi criada para: “abrir as portas para

quem acredita que as pequenas empresas continuam a ser uma grande mola

propulsora da economia brasileira“. O estabelecimento conta também com

assistência jurídica e contábil, além de outros serviços como, com um auditório, e

promoção de cursos e oficinas para empreendedores.

4.2 Sustentabilidade Econômica

Ao serem perguntados se sabem o que vem a ser Sustentabilidade

Econômica apenas 35% dos entrevistados responderam ter conhecimento acerca

da sustentabilidade econômica. Mas, após a disponibilização de uma sucinta

definição de Sustentabilidade Econômica 58% disseram que fazem uso de práticas

(Gráfico 11).

Gráfico 11 – Conhecimento sobre práticas de Sustentabilidade Econômica

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

35%

58%

65%

42%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Tem conhecimento acerca da SustentabilidadeEconômica

A empresa faz uso de práticas de SustentabilidadeEconomica

Sim Não

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Ao se analisar de forma individual as categorias de MEIs e informais, na primeira

pergunta 50% dos MEIs afirmaram saber, enquanto que 19% dos trabalhadores

informais disseram saber (Gráfico 12-A). Na segunda pergunta, 62% dos

formalizados e 54% dos informais afirmaram que fazem uso de práticas de

Sustentabilidade Econômica (Gráfico 12-B).

Gráfico 12 – Conhecimento acerca da Sustentabilidade Econômica 12-A e Realiza práticas de

Sustentabilidade Econômica 12-B

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

É importante considerar que a princípio apenas 50% dos entrevistados

formalizados 19% dos informais disseram conhecer a Sustentabilidade Econômica,

mas, posterior à definição do que seria, é de 62% o número de MEIs e de 54% de

proprietários de salões informais que alegam praticar a Sustentabilidade

Econômica em seu empreendimento, o que mostra que pelo menos 12% dos

microempreendedores individuais já faziam uso dessas práticas mesmo sem

conhecimento sobre, e com os trabalhadores informais essa é muito maior, com

35% de empresários que fazem uso da Sustentabilidade Econômica sem ter

conhecimento acerca do assunto.

Com essa diferença pode-se perceber que, ainda que pratiquem a

Sustentabilidade Econômica, poucos entrevistados tem conhecimento sobre o

assunto. Essa diferença é maior ainda quando se analisa os empreendedores

informais, e pode estar relacionada com a qualificação e dos microempreendedores

individuais acerca da gestão de seus negócios, destacando-se se a maior

19%

50%

81%

50%

0% 50% 100%

Informais

MEIs

Número de salões (%)

A

Sim Não

54%

62%

46%

38%

0% 50% 100%

Informais

MEIs

Número de salões (%)

B

Sim Não

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facilidade de acesso MEIs com assistência para administrarem seus negócios

(SEBRAE, 2017b).

O percentual de empreendedores formais e informais que dizem realizar

práticas de Sustentabilidade Econômica, de 58%, apresenta-se como um resultado

positivo, ao fato que mais da metade dos entrevistados tem a consciência de

praticar a Sustentabilidade Econômica, mas ainda há a necessidade de esse

número e apresentar ainda maior. Com os desafios socioambientais vividos no

século XXI, Sebrae (2012) sugere que o atual modelo econômico deve ser

repensado, considerando, além do PIB, a sustentabilidade e a qualidade de vida e

outros fatores que inferem no desenvolvimento do país.

Sobre práticas que estariam presentes na rotina do salão (Gráfico 13),

percebe-se uma considerável diferença no número de salões formalizados em

relação aos salões informais, sendo que microempreendedores individuais se

destacam grande três das práticas citadas, enquanto que o percentual de MEIs e

informais é igual duas práticas e os salões informais saem na frente apenas em

uma prática, e ainda um percentual de 4% de seus gestores afirmam não realizar

nenhum tipo de Sustentabilidade Econômica.

Gráfico 13 – Práticas adotadas pela empresa

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

46%

54%

12%

85%

42%

73%

4%

62%

54%

12%

88%

23%

88%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Redução de desperdicio de produtos

Redução do consumo de água

Reutilização de água

Redução do consumo de energia

Gestão de residuos sólidos

Adota medidas de conforto para seu cliente

Nehuma

Número de salões (%)

MEIs Informais

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Sebrae (2015) ao reunir informações sobre sustentabilidade em salões de

beleza coloca como práticas importantes a redução de produtos de beleza, a

redução do consumo de água, a redução de energia, a gestão de resíduos nos

salões e a responsabilidade Socioambiental.

Sobre algumas das práticas citadas no questionário, o Sebrae (2015) cita

como o desperdício de produtos que ocorre nos salões, em que um produto que

pode ser utilizado para lavar de 30 a 35 cabelos muitas vezes não passa de 20

usos, ao se reduzir o uso de produtos o empreendedor vem a se beneficiar com a

compra de produtos além da redução da geração de esgoto. Sebrae (2015)

também expõe que resíduos sólidos estão presentes em todo o salão, a geração

desses resíduos é vista nas atividades de manicure e pedicure, tintura capilar,

maquiagem, de cabelo, depilação, estética fácil, estética corporal, além da

recepção, refeitório e banheiros dos salões. Um fato preocupante, visto que são

poucos os entrevistados que trabalham com a gestão de resíduos sólidos.

Para o Sebrae (2015) empresários do segmento de salões de beleza

devem por uma gestão ambiental visando adequação com as exigências da

legislação, a prevenção de impactos significativos ao meio ambiente, o

gerenciamento de suas atividades potencialmente poluidoras, e buscando sempre

a melhoria de seus processos que interajam com o meio ambiente. A

sustentabilidade Econômica torna-se indispensável com a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS), criada pelo Brasil, que estabelece prazo até 2020 para

que o país tenha toda a estrutura necessária para dar uma destinação adequada a

qualquer resíduo sólido. Contudo, isso esse modelo de gestão não vem a impedir o

crescimento do negócio, visto que os salões passam a reduzir o consumo de água

e energia, além do consumo de produtos, reutilizam e reciclam resíduos e

contribuem diretamente com a redução dos custos do empreendimento.

O planejamento de negócios agrega uma série de estratégias corporativas

que objetivam ao alcance de metas, o que permite às microempresas terem

diferentes oportunidades de desenvolvimento de modo que o controle financeiro

ajuda a evitar surpresas e a desenvolver planos alternativos na presença de

imprevistos (BATEMAN & SNELL, 1998; PAULA et al, 2015). O controle de caixa

expressa a entrada e saída de dinheiro e com isso possibilita o gestor a prever as

necessidades financeiras a curto prazo, com isso tem-se também a projeção das

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vendas, que possibilita mensurar a demanda de vendas associado ao desembolso

devido a produção e ao estoque (GITMAN, 2010; PAULA et al, 2015). O controle

de contas a receber permite controlar os recebíveis na empresa referente a suas

vendas a prazo para se ter informações do valor a ser recebido e prever

vencimentos, o que fornece dados importantes para o controle do fluxo de caixa.

Com controle de contas tem-se o controle de fornecedores, gastos e despesas,

além de contribuir com o pagamento em dia das contas da empresa. O controle de

estoque possibilita o empreendedor a atender demandas e planejar o controle de

matéria-prima fazendo balanço dos custos de manutenção e aquisição de mais

material (PAULA et al, 2015).

A medida considerada mais importante é o ‘controle de caixa’, tendo sido

citada por 65% dos MEIs e 62% empreendedores informais, as medidas de

‘controle de contas a receber/pagar’ e ‘controle de estoque’ foram citadas de forma

similar, tendo uma redução no ‘controle de estoque’ por parte dos salões informais.

É possível ver também que 4% dos empreendedores informais não consideram

nenhuma prática relevante para o planejamento do seu negócio (Gráfico 14).

Gráfico 14 – Medidas consideradas mais importantes para o planejamento do negócio

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Na gestão de microempresas o proprietário exerce todas as funções do o

negócio, o que inclui a de caixa e de recebimento e pagamento, além da

62%

38%

35%

4%

12%

65%

38%

38%

0%

8%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Controle de caixa

Controle de contas a receber/pagar

Controle de estoque

Nenhuma

Outros

Número de salões (%)

MEIs Informais

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administração da área financeira de curto prazo, como o controle de caixa, controle

de contas a pagar e controle de estoque (BULGACOV, 2006). Sendo práticas como

essas essenciais para a administração do negócio, percebe-se que todos os salões

microempreendedores individuais consideram pelo menos uma dessas medidas

importantes para o seu negócio, enquanto que 4% dos salões informais não levam

em conta nenhuma medida de planejamento, o que é preocupante visto a

importância da gestão no negócio para sua sobrevivência no mercado. Chiavenato

(2007) define administração de uma empresa como o ato de interpretar os objetivos

da empresa, transformando-os em ações por meio do processo de planejar,

organizar e dirigir e controlar todas funções da empresa, afim de garantir a

permanência no mercado.

Ainda que ocorra o uso de medidas de planejamento na gestão do negócio,

é baixo o percentual de entrevistados por medida, sendo que apenas o controle de

caixa supera 6º% dos salões. Longeneckeret et al. (2013) diz que poucos

empresários de pequeno porte baseiam suas decisões em análises quantitativas

econômicas, tendo a maioria recorrendo a intuição, com a ausência de medidas de

planejamento torna-se ainda mais difícil para o gestor embasar suas escolhas na

administração de sua empresa.

O Gráfico 12 mostra que apenas 62% dos microempreendedores

individuais disseram fazer uso de práticas de sustentáveis, entretanto é possível

ver nos Gráficos 13 e 14 todos fazem uso de pelo menos uma prática de

Sustentabilidade Econômica. Dos empreendedores informais, somente 54%

afirmaram praticar a Sustentabilidade Econômica, mas percebe-se nos Gráficos 13

e 14 que apenas 4% não utilizam nenhuma prática no seu salão. A partir dessas

análises é possível perceber que, embora poucos compreendam o conceito de

Sustentabilidade Econômica, os empreendedores fazem uso de práticas que

constituem e a caracterizam, sendo claro então a preocupação com fatores que

envolvem: a economia de custos do salão, como a redução do uso de energia e

água e o controle no uso de produtos, os impactos ambientais, como a gestão de

resíduos sólidos e também o uso racional de água e energia, a relação com o

cliente, e também a gestão de seu negócio. Praticas que envolvem esses fatores

vão de encontro com a Sustentabilidade Econômica (SEBRAE, 2017c).

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Sebrae (2017c) afirma que, para uma empresa seja de fato sustentável

economicamente, é necessário que, além do planejamento, ocorra o

monitoramento, a avaliação periódica do andamento das práticas e também toda a

adequação necessária. Sendo assim, é fundamental o uso de ferramentas que

facilitem a controlar essa rotina. Porém, o planejamento demanda a capacitação

das pessoas para a execução dessas atividades. E, o processo de capacitação das

pessoas, além de promover o sucesso da empresa também pode contribuir com o

desenvolvimento pessoal dos envolvidos na empresa. Entende-se então, a

importância da capacitação de empreendedores contribui com o seu

desenvolvimento pessoal, com o sucesso financeiro de sua empresa, e

consequentemente com a economia local e do País, além de benefícios locais

ambientais e sociais.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O número de salões microempreendedores individuais e informais se

equivalem no município de Parauapebas/PA, contudo há um crescimento constante

de salões formalizados, o que determina uma maior sobrevivência dessas

empresas no mercado, contribuindo ainda mais com a economia local. O perfil

empreendedor entre os salões é similar, conservando suas características como

salão, onde se destaca características do empreendedorismo feminino e de

prestadores de serviços. O diferencial entre esses dois tipos de negócio está na

escolaridade, onde é evidente maior formação daqueles que são formalizados,

característica importante para a sobrevivência no mercado.

Grande parte desses empreendimentos caracterizam-se pelo surgimento

motivado pela oportunidade de mercado, o que indica uma economia favorável

para desenvolvimento desses empreendimentos. A informalidade ainda possui

peso no mercado, apesar de apresentar riscos ao desenvolvimento do

empreendimento, ao empreendedor, sendo baixa a contribuição com o

desenvolvimento da economia local. Entretanto esse número tende a diminuir e,

visando o seu desenvolvimento econômico, o apoio do município a essas

empresas gera benefícios a ambos, como é o caso de políticas como a Sala do

Empreendedor.

Os salões de beleza também apresentam grande importância na

transformação da vida de mulheres e da sociedade, visto que esses serviços de

beleza são uns dos mais presentes nas atividades de empreendedorismo feminino,

o que promove a inserção da mulher no mercado.

Os micro empreendimentos, formais e informais, visto o porte da empresa,

se caracterizam como os negócios com maior potencial para a inserção de práticas

de Sustentabilidade Econômica, sendo o proprietário-gestor o grande responsável

por tomar frente às medidas adequadas e inseri-las na rotina da empresa. Fato que

foi percebido a partir dos dados obtidos desses empreendedores de Parauapebas,

onde mais de 90% dos entrevistados tinham ao menos uma prática de

Sustentabilidade Econômica no dia-a-dia de seu salão, mesmo que os números de

entrevistados conheciam esse conceito fosse bem menor.

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É evidente a defasagem de conhecimento sobre a Sustentabilidade

Econômica por parte desses empreendedores, contudo, o número é positivo de

empreendedores que, sem grandes informações sobre o assunto, fazem uso de

suas práticas, o que evidência a preocupação desses empresários sobre assuntos

que se relacionem com a Sustentabilidade Econômica. Entretanto, para um

empreendimento ser de fato sustentável economicamente é necessário um

trabalho a longo prazo, que demanda muito mais medidas na gestão.

Quanto ao cenário da gestão, apenas 4% dos empreendedores informais

não levam em conta nenhuma medida de planejamento de seu negócio, enquanto

que todos os microempreendedores individuais consideram ao menos uma medida

importante na gestão de sua empresa. Esse número positivo, aliado a medida mais

comum entre os entrevistados, o controle de caixa, permite ao empreendedor a

identificar a real situação financeira de sua empresa, ajudando nas tomadas de

decisão para gerir sua empresa. Tratando-se de uma medida simples e de fácil

realização contribui com o papel do empresário, de modo que pode acompanhar e

avaliar de maneira mais clara a realidade da empresa. Outra consequência é o

reflexo direto em outras medidas, como o controle de contas a pagar e receber, e

ainda integrada a outras medidas leva o empresário a alcançar melhores

resultados em sua empresa.

A necessidade por capacitação de microempreendedores torna-se

necessária já que é um fator importante para o desenvolvimento de seus negócios.

Uma gestão adequada, aliada a Sustentabilidade Econômica, garante a

sobrevivência da empresa no mercado, o que proporciona bem-estar para o

empreendedor, além de contribuir com a economia, o ambiente e meio social local.

O presente trabalho se limitou a compreender a realidade de salões de

beleza no município de Parauapebas e sua relação com a Sustentabilidade

Econômica através da sobrevivência de mercado. Entretanto, percebeu-se uma

necessidade desses empreendedores de apoio na gestão, principalmente para a

inserção da Sustentabilidade Econômica. Com esse fato sugere-se uma

continuidade de trabalhos que visem contribuir com a gestão dessas

microempresas e seu crescimento sustentável.

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REFERÊNCIAS

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Press Journals v. 1, n. 1, p. 97-107, 2006.

ALBUQUERQUE, A. F. Fatores de mortalidade de pequenas empresas: análise

de empresas do setor varejista a partir do ciclo de vida organizacional. 2013. 339 p.

Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia de São

Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013.

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APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa

Características do empreendimento:

Qual a localização do seu empreendimento?

__________________________________________________________________

Há quanto tempo de atuação no ramo de salão de Beleza?

( ) 0 a 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 4 a 5 anos ( ) 6 a 7

anos

( ) 8 a 9 anos ( ) 10 anos ( ) mais de 10 anos

Há quanto tempo de atuação em Parauapebas?

( ) 0 a 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 4 a 5 anos ( ) 6 a 7 anos

( ) 8 a 9 anos ( ) 10 anos ( ) mais de 10 anos

Há quanto tempo está formalizado como MEI?

( ) 0 a 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 4 a 5 anos ( ) 6 a 7 anos

( ) 8 a 9 anos ( ) 10 anos ( ) mais de 10 anos ( ) Não Optante

Perfil do empreendedor:

Data de Nascimento: ______________________

Sexo:

( ) Feminino ( ) Masculino

Escolaridade:

( ) Nível Fundamental ( ) Nível Médio ( ) Nível Técnico

( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Não alfabetizado

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O que levou a você investir/trabalhar nesse ramo de atividade?

( ) Conhecimento/ Experiência ( ) Oportunidade Mercado

( ) Faturamento ( ) Outros _____________________

Qual a origem do investimento do seu negócio?

( ) Recurso Próprio ( ) Empréstimo/Financiamento

( ) Recursos Familiares ( ) Outros _____________________

Perguntas

1. Quais os serviços oferecidos em seu salão?

( ) Tintura ( ) Corte ( ) Luzes ( ) Tratamento Capilar

( )Depilação ( ) Manicure e Pedicure ( ) Design de

Sobrancelhas

2. Qual o critério para a formação de preço dos serviços prestados?

( ) Baseado no custo dos produtos ( ) Preço de Mercado

( ) Tempo do trabalho ( ) verificando o perfil da pessoa

( )Outros_________________________________________________________

3. Você cumpre os compromissos assumidos com seus clientes (prazos,

preço e horário)?

( ) Sim ( ) Não

4. Já aconteceu de o horário de atendimento marcado ser mais demorado que

o esperado provocando atraso aos demais serviços da agenda?

( ) Sim ( ) Não

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5. Você tem conhecimento sobre Sustentabilidade Econômica?

( ) Sim ( ) Não

Sustentabilidade Econômica:

Conjunto de práticas econômicas, financeiras e administrativas que

objetivam dar frente ao crescimento econômico sem comprometer o seu meio,

ambiental e social, oferecendo mais benefícios à instituição que a pratica,

aumentando a economia financeira e melhorando a imagem da empresa em

relação aos consumidores (SEBRAE, 2017c).

6. Sua empresa pratica a sustentabilidade econômica?

( ) Sim ( ) Não

7. Quais alternativas abaixo são adotadas em sua empresa?

( ) Redução do desperdício de produtos ( ) Redução do consumo de água

( ) Reutilização de água ( ) Redução do consumo de energia

( ) Gestão de resíduos sólido ( ) Adota medidas de conforto para seu cliente

( ) Nenhum das alternativas

8. Qual medida se sobrepõe mais importante para o planejamento de seu

negócio?

( ) Controle de caixa ( ) Controle de contas a receber/pagar

( ) Controle de estoque ( ) Outros __________________________

9. Como você divulga seu negócio para atrair mais clientes?

( ) WhatsApp ( ) Instagram ( ) Facebook ( ) Folders

( ) Rádio/TV ( ) Outros ______________________________________

10. Você está satisfeito com o desempenho (resultados) da sua empresa?

( ) Sim ( ) Não