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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
DEPARTAMENTO DE AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
THALES ROBSON DA SILVA MENDES
ESTUDO DA EXPLORAÇÃO DA ARGILA PARA MATERIAL CERÂMICO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE – CE
MOSSORÓ-RN
2013
THALES ROBSON DA SILVA MENDES
ESTUDO DA EXPLORAÇÃO DA ARGILA PARA MATERIAL CERÂMICO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO DO NORTE – CE
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semiárido – UFERSA,
Campus Mossoró para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador: Prof. Dr. Sc. Marcelo Tavares
Gurgel - UFERSA
MOSSORÓ - RN
2013
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA.
M538e Mendes, Thales Robson da Silva.
Estudo da exploração do material cerâmico para a
construção civil no município de Limoeiro do Norte – CE /
Thales Robson da Silva Mendes. – Mossoró, RN : 2013.
46f.
Orientador: Profº. Dr. Marcelo Tavares Gurgel.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural
do Semi-Árido, Graduação em Ciência e Tecnologia, 2013.
1. Cerâmica vermelha. 2. Dificuldades enfrentadas.
3. Soluções. I. Título.
CDD: 691.4 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo
CRB-5/1033
Dedico este trabalho aos meus pais, Francisco
Pergentino e Maria Jordênia.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus por me conceder o dom da vida e por me dar força para
nunca desistir dos meus sonhos.
A toda a minha família, em especial aos meus pais, Francisco Pergentino Mendes Guerreiro e
Maria Jordênia da Silva Mendes, que sempre me apoiaram nas minhas escolhas e me deram
todo o suporte necessário durante toda essa jornada.
A minha namorada, Paloma Oliveira, pelo amor, carinho, respeito, compreensão e por sempre
estar ao meu lado e ser minha inspiração para que possa alcançar meus objetivos.
Aos meus amigos e colegas de curso Filipe Falcão, Laerte Rodrigues, Antonio Júnior e Aliny
Holanda, por me acompanhar e dividir os muitos momentos árduos dessa batalha.
A Jackson Lima e Jorge Ícaro por serem meus “irmãos”, companheiros e amigos de longa
data.
Ao meu orientador Professor Dr. Marcelo Tavares, pela dedicação, confiança e ajuda na
elaboração do presente trabalho.
Aos integrantes da banca, pela contribuição no aprimoramento deste trabalho.
Aos proprietários das cerâmicas visitadas, que me deram todas as informações necessárias
para a realização deste trabalho.
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é
necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo.”
(Martin Luther King)
RESUMO
O mercado da construção civil brasileiro encontra-se em crescimento. Dessa forma, o
setor da cerâmica vermelha se torna essencial para a manutenção do mercado. O ramo
ceramista é de grande importância para a região Nordeste e, no município de Limoeiro do
Norte – CE, é uma das fontes geradoras de emprego da cidade. Nesse contexto, objetivou-se
com o presente estudo avaliar a exploração de materiais cerâmicos, bem como identificar as
principais dificuldades encontradas pelos ceramistas no processo de produção. Para a
condução da pesquisa utilizou-se de fontes bibliográficas e visitas às cerâmicas com aplicação
de questionário, além da obtenção de fotografias das mesmas. O presente estudo foi realizado
entre os meses de maio e julho, sendo aplicados questionários em cerca de 70% das empresas
ceramistas da cidade. Ao final, pode-se constatar que os produtos fabricados são de boa
aceitação no mercado consumidor. Os maiores problemas encontrados pelos ceramistas para
que possam exercer suas funções são os altos impostos e a falta de força e trabalho
qualificada. Há necessidade de maiores incentivos no setor e ajuda dos órgãos governamentais
com pesquisas relacionadas à qualidade da argila local.
Palavras – Chave: Cerâmica vermelha. Dificuldades enfrentadas. Soluções.
ABSTRACT
The Brazilian construction market is quite heated. Thus, the red ceramic sector
becomes essential for the maintenance of heating the market. The branch potter is of great
importance for the Northeast region and the city of Limoeiro do Norte - CE, is one of the
sources of employment in the city. In this context, the aim of this study was to evaluate the
exploration of ceramics as well as identify the main difficulties encountered by potters in the
production process. For conducting the research used literature sources and visits to ceramics
using a questionnaire, and the withdrawal of the same photo. This study was conducted
between the months of May and July, with questionnaires in about 70% of companies potters
town. At the end of the study, it can be seen that the products manufactured are of good
acceptance in the consumer market. The major problems encountered by potters so that they
can perform their duties are high taxes and lack of skilled labor. There is need for greater
incentives for industry and helps government agencies with research related to quality local
clay.
Key - Words: Red pottery. Difficulties. Solutions.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Processo de Fabricação de Cerâmica Vermelha.......................................................25
Figura 2 - Jazida de argila...................................................................................................35
Figura 3 - Argila em repouso (sazonamento)......................................................................36
Figura 4 - Rejeitos utilizados para recuperação de estradas...............................................39
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Crescimento do número de cerâmicas ao longo dos anos......................................33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Produtos fabricados por cada empresa................................................................32
Tabela 2 - Número de funcionários registrados de cada empresa.......................................33
Tabela 3 - Volume de argila utilizada e produção de cada empresa...................................36
Tabela 4 - Quantidade de lenha utilizada por cada empresa...............................................38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC - Associação Brasileira de Cerâmica
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANICER - Associação Nacional da Indústria Cerâmica
APICER - Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica
ETENE - Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
MME - Ministério de Minas e Energia
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
PORMIN - Portal de Apoio ao Pequeno Produtor Mineral
SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................18
2.1 A INDÚSTRIA CERÂMICA...........................................................................................18
2.2 ARGILAS.........................................................................................................................20
2.3 TIJOLO CERÂMICO.......................................................................................................21
2.4 TELHA CERÂMICA.......................................................................................................22
2.5 PROCESSO PRODUTIVO..............................................................................................25
2.5.1 Extração e estocagem da matéria-prima...............................................................26
2.5.2 Processamento das argilas......................................................................................26
2.5.3 Conformação dos produtos cerâmicos..................................................................27
2.5.3.1 Britagem e Moagem............................................................................................27
2.5.3.2 Laminação...........................................................................................................27
2.5.3.3 Extrusão..............................................................................................................28
2.5.3.4 Prensagem...........................................................................................................28
2.5.3.5 Secagem e queima...............................................................................................28
2.6 VANTAGENS E APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.......................................29
3 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................32
4.1 ATUAÇÃO DAS EMPRESAS........................................................................................32
4.2 QUADRO FUNCIONAL DAS EMPRESAS..................................................................33
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS JAZIDAS.................................................................................34
4.4 EXTRAÇÃO E ESTOCAGEM DA ARGILA.................................................................35
4.5 VOLUME DE ARGILA UTILIZADA............................................................................36
4.6 LENHA CONSUMIDA NAS CERÂMICAS..................................................................37
4.7 PERDAS NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO..............................................................38
5 CONCLUSÕES....................................................................................................................40
REFERÊNCIAS......................................................................................................................41
APÊNDICE A – Questionário aplicado mediante as visitas realizadas....................................44
16
1 INTRODUÇÃO
Há alguns anos é destaque na mídia o crescimento econômico que o Brasil está vivendo e
uma das áreas que mais se destacaram foi a da construção civil. Este campo tem ligação direta
com o ramo das cerâmicas vermelhas que consequentemente também vem crescendo.
Apesar de ser de grande importância para a economia brasileira, o setor cerâmico é
composto principalmente por empresas de pequeno porte, do tipo familiar, com forte presença
da economia informal. Devido ao fato de existirem poucas barreiras à entrada de novos
competidores no mercado, por causa do baixo custo do investimento inicial e da tecnologia
bastante acessível, há um grande número de empresas, formais ou não, disputando o
consumidor final (SILVA, 2009).
No Brasil verificam-se cerâmicas vermelhas em praticamente todo o território, entretanto,
as regiões que mais se desenvolveram na atividade cerâmica foram a Sudeste e a Sul,
certamente em razão da maior densidade demográfica, maior atividade industrial, maior
agropecuária, melhor infraestrutura, melhor distribuição de renda, associada ainda as
facilidades de matérias-primas, universidades e escolas técnicas. Convém salientar que nas
outras regiões do país também se verifica certo grau de desenvolvimento, em especial a
Região Nordeste, onde se tem aumentado consideravelmente a demanda de materiais
cerâmicos, principalmente nos segmentos ligados a construção civil e, segundo (ABC, 2011),
isso tem levado a implantação de novas fábricas cerâmicas nessa região.
O Estado do Ceará é o maior produtor de materiais cerâmicos da Região Nordeste tendo
como polo principal a região do Vale do Jaguaribe, em especial o município de Russas que,
segundo (ANICER, 2012), é responsável por cerca de um quarto da produção total de telhas e
tijolos do Estado, ou seja, 25%.
De acordo com (PINHEIRO, 2012), a cidade de Limoeiro do Norte, no Ceará, tem
vivenciado nos últimos anos um aquecimento no ramo da construção civil, principalmente na
construção de casas populares. Dessa forma a demanda por materiais cerâmicos (telhas,
tijolos, etc.) aumentou exponencialmente. Ainda de acordo com a mesma fonte, isso se deve
principalmente aos investimentos que o agronegócio de Limoeiro do Norte vem recebendo
nos últimos anos, visto que isso atrai trabalhadores temporários ou permanentes para a cidade,
levando a uma demanda habitacional. Isto, por sua vez, motiva ainda mais os empresários da
região a investirem no mercado imobiliário local. Até mesmo detentores de pequeno capital
passam a investir em construção de imóveis para aluguel
17
Devido ao baixo número de publicações sobre o tema em questão faz-se necessário, para
contribuir para o aumento do número de publicações nacionais acerca do assunto, elaborar um
trabalho que enfoque de forma mais aprofundada como se dá o processo de produção, desde a
extração da argila até o produto final das cerâmicas vermelhas da cidade de Limoeiro do
Norte – CE.
Nesse contexto, o objetivo deste estudo é avaliar a exploração de materiais cerâmicos
existentes no município de Limoeiro do Norte – CE, levando em consideração a sua utilização
na construção civil, como também identificar as principais dificuldades encontradas pelos
ceramistas no processo de produção.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A INDÚSTRIA CERÂMICA
A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Do grego
“kéramos” (argila queimada), é um material de grande resistência e que devido a essa
característica é frequentemente encontrado em escavações arqueológicas (COLÉGIO
LOYOLA, 2013).
Quando o homem se tornou um agricultor, sentiu a necessidade de algum recipiente que
tivesse a capacidade de armazenar água, alimentos colhidos e sementes para a próxima safra.
Tais recipientes deveriam ser resistentes, impermeáveis e de fácil fabricação. Essas
características foram encontradas na argila (COLÉGIO LOYOLA, 2013).
Segundo estudiosos a indústria cerâmica é a mais antiga entre todos os outros seguimentos
industriais. Ela nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro
endurecido pelo fogo para confeccionar utensílios. Desse processo de endurecimento, obtido
casualmente, multiplicou-se e evoluiu até os dias de hoje. Mais recentemente, com a
Revolução Industrial, a cerâmica passou a ser produzida e comercializada em maior escala
(SINDICER, 2010).
Há indícios que a indústria de cerâmica vermelha tenha tido início no Brasil com a
chegada de Tomé de Sousa ao país no ano de 1549, onde foi estimulada a produção de
materiais de construção para o desenvolvimento das cidades. Por volta do ano de 1575,
constatou-se o uso de telhas na formação da vila que viria a ser a cidade de São Paulo/SP. E
foi a partir desse estímulo que se teve início a atividade cerâmica de forma mais intensa,
sendo as olarias o marco inicial da indústria ceramista no Brasil com a produção baseada em
processos manuais e em pequenos estabelecimentos (SEBRAE, 2010).
No Brasil, o segmento industrial de cerâmica vermelha, que tinha um perfil
essencialmente artesanal até o final da década de 1960, experimentou um acelerado processo
de industrialização, com uma grande expansão da produção nos anos subsequentes e, segundo
a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2010), isso se deu devido à implantação dos
grandes programas habitacionais. Entretanto, a grande maioria das empresas é de gestão
simples e familiar tradicional, nas quais a agregação de equipamentos modernos e de novos
processos produtivos, mais sustentáveis, ocorre de forma lenta no tempo. A força de trabalho
ainda é, em sua maioria, semianalfabeta.
19
Os problemas continuam no mercado consumidor, que não é muito exigente com os
produtos e suas especificações. Esse fato acaba ocasionando a despreocupação de alguns
fabricantes em adaptar suas empresas para demandas maiores, com dimensões padronizadas e
qualidade assegurada (CNI, 2010).
Com relação ao Nordeste brasileiro, a produção está localizada principalmente nos
Estados do Ceará, Bahia e Pernambuco, vindo em seguida Rio Grande do Norte, Maranhão e
Piauí. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME, 2010), a região Nordeste tem
produção de aproximadamente 21% da nacional, mas consome pouco mais que isso,
revelando ser pequeno importador de produtos de cerâmica vermelha.
Segundo o ETENE (2010), devido ao frequente uso da lenha como fonte de energia para
os fornos, a indústria cerâmica no Nordeste está intimamente associada às práticas de
degradação ambiental. Como se sabe, as empresas estão instaladas próximas às jazidas, que
por sua vez se situam normalmente nas regiões da Zona da Mata e do Semiárido. Nesse
sentido, a utilização de lenha por parte dessas indústrias contribui para agravar o frágil
ecossistema das referidas regiões.
Dados do INT (2012, apud SCHWOB, 2007) apontam que no estado do Ceará o segmento
da cerâmica vermelha conta com cerca de 400 empresas, sendo aproximadamente 180
empresas de porte produtivo acima de 200 milheiros/empresa x mês. Empregam de forma
direta cerca de 8.000 trabalhadores. A produção média mensal é de 170 milheiros (48,3% de
telhas, 46,4% de blocos e 5,3% de tijolos de laje), um consumo de argila de cerca de 250.000
t/mês e uma produção em massa da ordem de 200.00 t/mês. A oferta direta de empregos
alcança aproximadamente 7.800 postos de trabalho.
No segmento, ocorre uma incidência de 49% de microempresas (até 19 empregados) e
mais 49% de médias empresas (entre 20 e 992 empregados). Também se constata que 80%
das empresas estão situadas na zona rural, sendo que 94% delas são registradas com CNPJ.
Aproximadamente 45% das empresas participam de programas de replantio de florestas
energéticas, e destas, 52 % estão legalizadas no Departamento Nacional de Produção Mineral,
quanto à exploração de suas jazidas (INT, 2012).
A produção cearense de cerâmicas vermelhas distribui-se por treze regiões, sendo que a
região do Vale do Jaguaribe se destaca por apresentar um grande número de olarias. Na
cidade de Russas – CE e municípios circunvizinhos são constatadas mais de 120 empresas,
sendo que destas, 20% estão entre as principais empresas do estado, com incidência de pelo
menos 50 empresas com porte acima da média do estado (INT, 2012).
20
Limoeiro do Norte – CE é um município situado na região do Vale do Jaguaribe, a 192
km da capital do estado, Fortaleza, e vizinho de um dos maiores polos cerâmicos do estado, o
município de Russas. A cidade não possui um vasto setor cerâmico apresentando um número
inferior a dez unidades fabris, sendo assim, o município carece de estudos que enfoquem sua
real situação em relação ao setor oleiro-cerâmico. A indústria cerâmica tem grande
importância para a cidade, visto que, além de empregar trabalhadores de baixo nível de
escolaridade, ainda atende ao mercado interno.
2.2 ARGILAS
A Argila consiste em um produto natural, terroso, constituído por componentes de grão
muito fino, entre os quais se destacam, por serem fundamentais, os minerais argilosos. Este
produto natural desenvolve, quase sempre, plasticidade em meio úmido e endurece depois de
seco e, mais ainda, depois de cozido (PAES, 2010).
O termo argila permite vários conceitos subjetivos e interpretativos tornando-o, de certa
forma, indefinível e com vários sentidos. Algumas das definições encontradas na literatura
são verificadas abaixo:
Argilas, sob o ponto de vista físico-químico são sistemas dispersos de minerais, nos quais
predominam partículas de diâmetro inferior a dois micros (RIES, 1928).
Material natural, terroso, de granulação fina que geralmente adquire certa plasticidade
quando umedecido com água (GRIM, 1953).
O termo argila é usado para materiais que resultam diretamente da meteorização e/ou da
ação hidrotermal ou que se depositaram como sedimentos fluviais, marinho, lacustre ou
eólicos (GOMES, 1986).
Na Engenharia e mecânica dos solos, o termo “argila” é atribuído ao material natural,
classificado em ensaio de granulometria, composto por partículas extremamente pequenas,
constituído essencialmente de argilominerais, principalmente silicatos hidratados de alumínio,
ferro e magnésio, podendo conter outros minerais que não são argilominerais (quartzo, mica,
pirita, hematita, etc.), matéria orgânica e outras impurezas (SANTOS, 1975).
Segundo publicação do PORMIM (Portal do Pequeno Produtor Mineral, 2005), entidade
ligada ao ministério de minas e energia, as argilas podem ser classificadas como:
Argilas fluviais: extremamente abundantes e geralmente bastante utilizadas em
cerâmica vermelha;
21
Argilas de estuários: contêm camadas ou áreas de laminação grossa, além de resíduos
orgânicos de pântanos interlaminados em camadas argilosas;
Argilas de pântanos: geralmente muito plásticas bastante puras e ricas em caulinitas e
matéria orgânica.
Recebendo também uma classificação relacionada ao grupo de argilo-mineral que a
compõem, sendo Cauliníticas, Montmoriloníticas ou Ilíticas.
Seja qual for o tipo e a origem da matéria-prima, a qualidade é fundamental para o sucesso
do produto final. Nesse sentido, deve-se evitar argila menos plástica, conhecida por “argila
fraca ou magra”, o que pode ser solucionado no momento da compra da matéria-prima ou
posteriormente, a partir da adição de outra argila para homogeneização (OLIVEIRA, 2011).
No decorrer do processo de preparação da massa para utilização na produção de peças de
cerâmica vermelha, geralmente, para se obter uma plasticidade ideal, faz-se a mistura de uma
argila gorda (de alta plasticidade, granulometria fina) e uma argila magra (rica em quartzo e
menos plástica). A argila magra pode ser caracterizada como material redutor de plasticidade
(ETENE, 2010).
Tendo o conhecimento de que nas argilas são constatadas propriedades variáveis, é
interessante que se faça um planejamento com o intuito de tentar harmonizar todas as suas
características físico-químicas. Este planejamento envolve, entre outros processos, a seleção
de máquinas apropriadas tanto para a preparação da massa quanto para o cozimento da argila.
2.3 TIJOLO CERÂMICO
Os tijolos cerâmicos estão entre os materiais mais utilizados nas obras de construção civil
sendo que, quando aplicados em construções de alvenarias das paredes divisórias e de
fachadas de edifícios, chegam a representar cerca de 15% do valor total da construção. Com o
passar dos anos, os processos de produção de tijolos foram aperfeiçoados e o produto final
melhorou sua qualidade. Os tijolos devem ser leves, resistentes e de fácil manejo.
De acordo com a Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica (APICER, 2000), os
tijolos cerâmicos podem ser classificados de acordo com suas características e quanto ao tipo
de aplicação.
22
No que diz respeito às características, destacam-se:
Maciço: o volume de argila cozida não é inferior a 85% de seu volume total
aparente;
Furado: verificam-se furos ou canais de formas e dimensões variadas, paralelos
às suas maiores arestas;
Perfurado: com furos perpendiculares ao leito.
Já no que diz respeito ao tipo de aplicação, destacam-se:
Face à vista: destinados a permanecer aparentes no interior ou exterior da
edificação;
Enchimento: sem função resistente, suportando apenas seu peso próprio;
Estruturais: com função estrutural na construção.
Outra classificação é proposta pelo INMETRO (2008) e divide os blocos cerâmicos
utilizados na construção civil em dois: de vedação ou estruturais.
Os blocos de vedação são aqueles destinados à execução de paredes, que suportam seu
próprio peso além de também suportarem pequenas cargas de ocupação (pias, prateleiras,
armários, etc.). Já os blocos estruturais, além de exercer função de vedação, também
constituem a estrutura resistente da edificação, podendo substituir pilares e vigas de concreto.
Por apresentarem elevada resistência mecânica e dimensões padronizadas, a alvenaria
estrutural concorre diretamente com o concreto armado, que é o sistema construtivo
tradicional do Brasil.
Um tijolo, para ser considerado ideal à construção, deve atender as normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Por meio da NBR 15270-1 e da NBR 15270-2 a
ABNT (2005) determina requisitos gerais para blocos de vedação e para blocos estruturais.
2.4 TELHA CERÂMICA
Ao longo dos anos, surgiram inúmeros produtos alternativos às telhas cerâmicas utilizadas
em coberturas, no entanto, não conseguiram desbancá-la como produto mais utilizado em
cobertas na construção civil. A telha cerâmica, além da vantagem térmica, constata-se maior
durabilidade, resistência e menor custo em relação às concorrentes.
Constituídas por argilas dos tipos ilitas e montmorilonitas, são preparadas geralmente,
com matéria-prima selecionada em relação à argila utilizada na confecção do tijolo. A massa
23
argilosa é conformada por extrusão com umidade entre 20% e 25% aproximadamente, na
forma de um bastão com seção quadrada ou cilíndrica e cortadas em segmentos compatíveis
com o volume da telha. Posteriormente são prensadas, obtendo-se a forma final do produto
através do molde tipo macho e fêmea (de gesso, metal e borracha). Passam pelo processo de
secagem e em seguida são queimadas a temperaturas entre 900ºC e 950ºC (ANICER, 2013).
No Brasil as telhas sofrem variações de forma e tamanho dependendo da região em que
são fabricadas. Sendo assim, para promover a uniformidade, a ABNT em parceria com o
INMETRO padronizaram a produção de telhas em apenas três tipos: Capa e Canal (colonial,
paulista e plan), Francesa ou Marselhesa e Romana.
Capa e Canal
A peça tem curvatura que permite um encaixe alternado: uma côncava e outra convexa.
Colonial: São provenientes das primeiras telhas trazidas pelos portugueses na
época da colonização. Nesse tipo de telha, observa-se o mesmo tipo de peça
tanto para a capa quanto para o canal;
Paulista: Originada a partir da telha colonial. Verifica-se que a capa possui
largura ligeiramente inferior ao canal;
Plan: Trata-se de uma variação da telha tipo capa e canal, pois exibe formas
retas.
Francesa ou Marselhesa
Caracteriza-se por possuir em suas bordas saliências e reentrâncias que permitem o
encaixe longitudinal e transversal entre os componentes na execução dos telhados. Devido ao
seu tamanho e forma quadrada, a telha francesa é capaz de cobrir uma área de um metro
quadrado com apenas 16 unidades, visto que seriam necessárias 24 unidades de telha colonial
para cobrir a mesma área.
Entretanto, a telha francesa não é muito utilizada, pois, devido seu tamanho e forma, exige
uma inclinação bem maior que as demais telhas, gerando assim um maior gasto com madeiras
no travamento do telhado de sua construção.
24
Romana
Verifica-se um formato característico que se encaixa longitudinalmente e
transversalmente, compondo uma estrutura capaz de estancar a água. Este tipo de telha foi
normalizado em 1996 de acordo com a NBR 13582.
Através da NBR 15310 a ABNT determina requisitos gerais relacionados à fabricação,
identificação, unidade de comercialização, características visuais, dentre outras.
Em relação à fabricação, no geral, as telhas devem ser fabricadas com argila conformada,
por prensagem ou extrusão, e queimadas de forma a permitir que o produto final atenda às
condições determinadas pela norma.
Nas telhas devem conter, obrigatoriamente, a identificação do fabricante gravado em
relevo ou reentrância, com caracteres de no mínimo cinco milímetros (5 mm) de altura, sem
que prejudique seu uso.
A unidade utilizada para comercialização é o m² (metro quadrado). Em relação as suas
características visuais, as telhas não podem conter ocorrências tais como esfoliações, quebras,
lascadas e rebarbas ou outras imperfeições que possam prejudicar seu desempenho.
25
2.5 PROCESSO PRODUTIVO
O processo de fabricação de produtos cerâmicos é feito em grande parte de forma
mecanizada, em alguns casos utilizando equipamentos rudimentares, com algumas etapas
feitas de forma manual. Os processos de fabricação empregados pelos diversos segmentos
cerâmicos assemelham-se parcial ou totalmente e podem ser compreendidos na Figura 1.
Figura 1 – Processo de Fabricação de Cerâmica Vermelha
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
Esse processo é comum às empresas de cerâmica vermelha em geral, podendo haver
pequenas variações de acordo com características particulares de cada matéria-prima ou
produto final. Porém, algumas empresas utilizam equipamentos rudimentares e outras
utilizam equipamentos mais modernos. No entanto convém ressaltar que nem todas as
empresas devem realizar seu processamento da mesma maneira ou com os mesmos
equipamentos e operações indicadas (OLIVEIRA, 2011).
26
2.5.1 Extração e Estocagem da Matéria-Prima
Grande parte da matéria-prima utilizada na indústria cerâmica encontra-se em depósitos
espalhados na crosta terrestre. A extração é realizada a céu aberto, na qual se deve prever a
remoção e disposição dos estéreis, a formação de bancos de extração e o aproveitamento da
jazida por completo (MELO, 2012).
Para o processo de extração da argila são utilizadas máquinas como retroescavadeiras e
escavadeiras. Essas máquinas são responsáveis por abastecer as caçambas dos caminhões que
transportam as argilas para o pátio da empresa (estoque). Segundo (MME, 2009), o transporte
das matérias-primas entre a jazida e a unidade fabril tem peso importante nos custos de
produção cerâmica, o que acaba por influenciar a competitividade desse segmento industrial.
Nos meses menos chuvosos, as quantidades de matérias-primas necessárias para a
produção nos meses invernosos são extraídas e armazenadas na fábrica em leiras, ao ar livre.
Já no verão, elas são viradas e espalhadas, para que possam perder umidade sob a ação da
radiação solar. Depois deste „descanso‟ – que é de 1 a 2 dias, para a produção de tijolos, e de
até 1 mês, para telhas –, o teor de umidade da argila permite o processamento a seco. Caso
isto não ocorra, a umidade da argila deve ser reduzida durante a fase de secagem (SILVA,
2009).
2.5.2 Processamento das Argilas
Durante o processo de preparação da massa para utilização na produção de peças de
cerâmica vermelha, é comum misturar-se argila gorda (de alta plasticidade, granulometria
fina) e argila magra (rica em quartzo e menos plástica) com o intuito de se obter uma
plasticidade ideal. Nesse caso, a argila magra pode ser caracterizada como material redutor de
plasticidade (ETENE, 2010).
Segundo (MANFREDINI E SCHIANCHI, 2009), na combinação das argilas, são
utilizados aditivos, com o objetivo de efetuar correções na massa. O chamote (resíduo
cerâmico queimado e rejeitado ao fim do processo) é comumente adicionado à massa e, em
pequenas quantidades (5 – 10%), não causa alterações negativas. Ao contrário, aumenta a
eficiência dos moinhos, facilitando a trituração e a fluidez de movimento de alguns tipos de
argilas. Adicionalmente, ele contribui para a minimização da geração de resíduos, estabiliza a
mistura sem diminuir sua plasticidade, aumenta a resistência mecânica, melhora a porosidade
global da pasta úmida e exerce função de ligante, agregando os grãos.
27
2.5.3 Conformação dos Produtos Cerâmicos
De acordo com (SILVA, 2009), existem diversos processos de conformação para peças
cerâmicas, tais como: colagem, prensagem, extrusão e torneamento. A seleção de um ou outro
depende fundamentalmente da geometria e características do produto final desejado. A massa,
ainda úmida e na fase plástica, é colocada numa extrusora a vácuo, popularmente conhecida
como maromba, onde é compactada e forçada, por um pistão (eixo helicoidal), a passar
através da boquilha. Obtém-se, então, uma coluna extrudada (preparada por extrusão), com
seção transversal no formato e dimensões desejados, que é, em seguida, cortada, obtendo-se,
assim, as peças: tijolos furados, blocos, telhas etc. No caso das telhas, há ainda a etapa de
prensagem, tornando a fase de extrusão intermediária no processo.
2.5.3.1Britagem e Moagem
Segundo (DANTAS NETO, 2007), grãos com dimensões maiores (até 600 mm) devem
ser pré-triturados, até que estejam compatíveis com as dimensões das bocas de alimentação
(até 200 mm). Em função da dureza, trabalhabilidade e triturabilidade, as argilas podem ser
categorizadas na escala de Mohs, em Duras (6-7 Mohs), Semiduras (5-6 Mohs) ou Moles
(menor que 4 Mohs). A condição ideal para a aplicação da moagem é que a argila seja
definida como dura ou semidura e contenha umidade não maior que 18%.
Em seguida a matéria-prima é submetida ao processo de desintegração. Esse processo tem
como objetivo principal aumentar a homogeneidade da massa e triturar torrões que possam
estar presentes e dificultem a passagem da argila para o caixão de alimentação.
2.5.3.2 Laminação
Rolos fazem a compactação da argila, tornando-a menos porosa, mais densa, eliminando
bolhas de ar ou aglomerados remanescentes. Proporcionando maior densidade a massa
argilosa, eliminando pedriscos e raízes ainda existentes. Dessa forma o processo de extrusão
se torna mais fácil e mais preciso, ou seja, minimiza o surgimento de defeitos nas peças
cerâmicas. Algumas máquinas extrusoras já possuem o laminador acoplado na entrada do
equipamento (VILLAR, 1988).
28
2.5.3.3 Extrusão
O formato e tamanho do material cerâmico produzido são obtidos através da máquina
extrusora, também conhecida como maromba. Nessa máquina, a massa (argila) é
impulsionada, por meio de um propulsor (mais comumente o parafuso sem fim), através de
uma chapa de aço perfurada, lançando-a para dentro de uma câmara de vácuo. O ar é retirado
pela câmara de vácuo, e o material é extraído por meio de outro parafuso sem fim que a
impele, através de uma matriz de aço (boquilha), conformando a massa no formato desejado
(BACCELLI JÚNIOR, 2010). A qualidade da extrusão influencia diretamente nas
propriedades finais do produto, como a sua tonalidade, tornando-a verde ou queimado.
2.5.3.4 Prensagem
Esse processo trata-se de uma etapa exclusiva para a produção de telhas, onde a massa é
colocada em um molde e submetida a uma forte pressão para que se adeque perfeitamente a
ele.
2.5.3.5 Secagem e queima
A secagem consiste na eliminação da água utilizada na fabricação das peças, trata-se da
fase do processo que antecede a queima, sendo de considerável importância no
processamento. Peças com secagens incompletas podem ocorrer defeitos como fissuras e
deformações, implicando em produtos de qualidade inferior ou mesmo em prejuízos
financeiros. Além disso, peças com umidade excessiva aumentam o ciclo de queima e,
consequentemente, o consumo de combustível (OLIVEIRA, 2011).
Durante a saída da água a peça sofre uma retração linear, o que reduz suas dimensões
iniciais. Se a perda de água não for homogênea, poderá ocasionar trincas ou até mesmo a
quebra da peça. A umidade de uma peça cerâmica extrudada varia normalmente entre 20% e
30% após a secagem, a umidade residual deve ficar abaixo de 5% (NORTON, 1973).
A velocidade de evaporação da água contida em uma peça cerâmica depende de uma série
de fatores, entre eles destacam-se: temperatura do ar, velocidade dos ventos, umidade relativa
do ar e temperatura da água. Em geral quanto mais espessa a peça, mais demorado e difícil se
torna o processo de secagem (ELIAS, 1995).
29
No caso da secagem natural (ao ar livre), se fez necessário cuidados adicionais. Durante o
processo pode ocorrer, por exemplo, secagem abrupta, provocando o aparecimento de tensões
e trincas, que inviabilizam a ida da peça para o forno (queima). No intuito de evitar isto, a
distribuição das peças no secador deve ser feito de tal maneira, que permita o fluxo de ar
uniforme, mas resguardados de ventilação ou calor excessivos (ABC, 2002).
Após a secagem, as peças são transportadas até os fornos e submetidas ao processo de
queima, que trata-se do processo em que o calor provoca transformações físico-químicas na
massa argilosa, modificando as características de cru em propriedades cerâmicas (SILVA,
2009). De acordo com (BACCELLI JÚNIOR, 2010), a temperatura de queima é da ordem de
750 a 900ºC para tijolos e 900 a 950ºC para telhas.
Os principais tipos de fornos podem ser classificados como: intermitentes (abóbada ou
paulistinha, garrafão, chinês, caipira e chama reversível) ou contínuos (Hoffmann ou
semicontínuo e túnel). Após a queima e resfriamento, os produtos estão prontos para serem
comercializados.
2.6 VANTAGENS E APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
De acordo com (COUVIGNOU, 2013), os principais produtos fabricados em cerâmica
estrutural, e que são destinados preferencialmente à construção civil são: tijolos maciços e
furados, em diversos tamanhos, telhas de diversos modelos, blocos cerâmicos de vedação e
estruturais, lajes para forro e piso, elementos vazados e lajotas para piso. Nas pequenas
construções, os tijolos funcionam como elemento de sustentação do teto e cobertura.
As condições de fabricação e a aplicação do tijolo cerâmico são os dois fatores
determinantes de ocorrência de patologias futuras. As reclamações mais comuns são por causa
de fissuras, infiltrações e até queda de paredes (COUVIGNOU, 2013).
Segundo (ANICER, 2005) muitas construtoras compram blocos de vedação pelo menor
preço e desconhecem as patologias derivadas da utilização de modelos inadequados. Com
isso, as empresas que procuram qualidade encontram muitas dificuldades para comprar blocos
em conformidade.
O bloco cerâmico vazado, ou tijolo como é popularmente conhecido, tem um custo
benefício interessante em relação aos seus concorrentes. Em se tratando de sistemas
convencionais de alvenaria de vedação, seu concorrente direto é o bloco de concreto. Estes
são os dois métodos construtivos mais usados em residências pelo país afora (COUVIGNOU,
2013).
30
Há uma economia na estrutura da obra, em decorrência do peso do bloco cerâmico ser
bem menor do que o de concreto. Além deste fator, há o fator de conforto térmico e acústico,
onde o bloco cerâmico ganha de longe do bloco de concreto. Uma casa feita com blocos de
concreto está com sua temperatura interna sempre muito próxima da temperatura externa, fato
que não ocorre em uma residência construída com blocos cerâmicos. Com a acústica ocorre
fato semelhante.
Segundo o Caderno de Encargos de Edificações (2000), há no mercado uma grande
variedade de tijolos cerâmicos, podendo verificar diferentes formas geométricas e formas de
furos. Ainda segundo a mesma fonte, os furos mais comuns são aqueles de formas
retangulares ou circulares. Em blocos com furos retangulares, geralmente, observa-se
resistência à compressão igual ou maior que 25 kgf/cm2, enquanto que nos blocos com furos
circulares este valor é acentuadamente menor (em torno de 10 kgf/cm2).
A rigor, as duas categorias de blocos podem ser empregadas na construção de paredes de
vedação; a favor da segurança, contudo, para a execução de paredes externas (fachadas) de
edifícios altos, sujeitos à ação de ventos fortes, recomenda-se o emprego de blocos com
resistência igual ou superior a 25 kgf/cm2, ou seja, blocos com furos retangulares.
Uma grande vantagem dos materiais cerâmicos em relação aos demais, é que o mesmo
elemento pode responder por diversas funções. Assim uma parede simultaneamente com a
capacidade de resistir às tensões atua como divisória, isolante acústica e térmica e também
protege contra incêndio. Em estruturas de concreto ou aço estas funções devem ser obtidas
separadamente (CÂMARA, 2012).
31
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo consiste numa análise da exploração de produtos derivados da argila e
que são utilizados na construção civil na cidade de Limoeiro do Norte – CE. Localizada na
microrregião do Baixo Jaguaribe. Limoeiro está situada a uma distância de 192 km da capital
do estado (Fortaleza) e faz divisa com outros seis municípios.
No período de 20/05/2013 a 26/07/2013 foram realizadas visitas às empresas ceramistas e
aplicados os questionários (Apêndice A), obtendo-se também fotografias dos locais. O
questionário aplicado consiste de 18 perguntas subjetivas, aplicadas aos responsáveis pelas
cerâmicas. As cerâmicas as quais foram aplicados os questionários situam-se na zona rural da
cidade e não terão seus nomes citados no presente trabalho. Para a pesquisa foi selecionada
uma amostra de pouco mais de 70% das empresas ceramistas da cidade. Isso se deu devido ao
fato de no município constar, no total, sete empresas do ramo e apenas cinco aceitaram a
aplicação do questionário.
Os resultados foram analisados tomando como base as respostas das aplicações dos
questionários, a bibliografia consultada e as observações das fotografias obtidas.
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ATUAÇÃO DAS EMPRESAS
As empresas cerâmicas da cidade de Limoeiro do Norte – CE, em sua maioria, estão
atuando no mercado há um tempo relativamente longo, sendo que quase todas estão operando
há mais de dez anos. No total, estas empresas fabricam os mais diversos itens derivados da
argila, na Tabela 1 verificam-se quais produtos são confeccionados por cada empresa.
Tabela 1: Produtos fabricados por cada empresa
Empresa Produtos fabricados
1 Blocos
2 Blocos e telhas
3 Telhas
4 Telhas
5 Blocos e telhas
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
Vale salientar que a definição de blocos engloba todos os tipos de tijolos: 8 furos, 6 furos,
lajota, etc. O motivo pelo qual as empresas focarem suas produções em telhas e blocos se dá
ao fato de estes serem os produtos mais procurados tanto pelo mercado consumidor local,
como também, pelo mercado consumidor de outros estados do Nordeste.
No decorrer dos últimos 30 anos, o setor ceramista cresceu lentamente em Limoeiro do
Norte, tendo em vista que nesta cidade seguiu a progressão de apenas uma unidade de
cerâmica construída por década (Gráfico 1) . De acordo com relatos de proprietários de
cerâmicas, esse crescimento lento ocorreu devido às dificuldades encontradas pelos
ceramistas para que possam exercer suas práticas, uma vez que já é sabido que a atividade
cerâmica é bastante visada em termos de fiscalizações ambientais além, é claro, da dificuldade
de se encontrar força de trabalho qualificada.
33
Gráfico 1: Crescimento do número de cerâmicas ao longo dos anos
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
1 2 3 4 5
An
o
Número de cerâmicas
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
4.2 QUADRO FUNCIONAL DAS EMPRESAS
Com relação à quantidade de empregados, as cerâmicas da cidade trabalham com um
número reduzido de funcionários registrados, como pode ser observado na Tabela 2.
Analisando esses resultados observa-se que, mesmo as maiores empresas, não excedem o
número de 50 funcionários registrados. Tal fato se dá por uma série de motivos, dentre os
quais pode-se destacar o intuito da própria redução de gastos por parte das cerâmicas e
também pelo motivo de que empresas com um número de funcionários superior a 50
funcionários tem obrigatoriamente que dispor dos serviços de um técnico em Segurança do
Trabalho, o que seria um gasto a mais que tem sido evitado.
Tabela 2: Número de funcionários registrados de cada empresa
Empresa Número de funcionários
1 10
2 22
3 30
4 30
5 40
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
34
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS JAZIDAS
De acordo com os dados coletados, para a identificação de uma jazida, percebeu-se que
nenhuma empresa da cidade faz uso de métodos laboratoriais que indique em qual local se
encontra a argila de melhor qualidade. No geral, o processo de identificação de uma jazida é
feito por um oleiro, geralmente de grande experiência no ramo ceramista, que, a olho nu e
esfregando uma amostra de argila na palma da mão, informa se aquele material é de boa
qualidade ou não. Daí, esse processo é realizado em vários pontos da jazida para se ter uma
ideia da dimensão e abrangência da mesma.
Segundo os proprietários das cerâmicas visitadas, as argilas da região contém alto teor de
calcário e, devido a isso, estão sendo disputadas pelas novas fábricas de cimento Portland
instaladas na região. Outra característica das argilas é que estas possuem uma grande
quantidade de óxido de ferro em sua constituição e, atribui-se a isso, a coloração tão
avermelhada dos produtos cerâmicos.
Geralmente, cada jazida é explorada por cerca de 3 a 4 anos, dependo do seu tamanho.
Para que a exploração da jazida seja legalizada, a empresa precisa de autorização da
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará (SEMACE, 2013) sendo
que, para cada depósito de argila, a SEMACE concede a autorização por, no máximo, quatro
anos. Ao final desses quatro anos, se a empresas desejar continuar explorando o depósito de
argila, é necessário a emissão de uma nova autorização da SEMACE.
Na Figura 2 verifica-se a jazida explorada por uma das cerâmicas em questão. Como se
pode observar, trata-se de um depósito pequeno e que certamente vai ser explorada por
completo muito antes dos quatro anos licenciados pela SEMACE. O fato de conter poças de
água, oriundas da ação das chuvas, dificulta a realização da retirada da argila.
35
Figura 2: Jazida de argila
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
4.4 EXTRAÇÃO E ESTOCAGEM DA ARGILA
A matéria-prima utilizada pelas cerâmicas em questão é proveniente de jazidas situadas
nas redondezas da cidade, sendo que, assim como verificou (OLIVEIRA, 2011), as argilas
mais utilizadas são as argilas gordas e magras. Para a estocagem e conservação da argila, as
empresas realizam basicamente os mesmos procedimentos: separação das argilas magra e
gorda em “montanhas” diferentes; umedecimento das montanhas fazendo furos, injetando
água na massa argilosa e deixando-a em repouso ou sazonando (Figura 3), em média, por 24 h
a fim de se obter uma massa mais trabalhável.
Para a utilização, assim como constatou (ETENE, 2010), misturam-se os dois tipos de
argilas a fim de se obter uma massa de melhor qualidade. É recomendável que as argilas
fiquem estocadas em galpões cobertos, entretanto, na ausência de galpões, os ceramistas
simplesmente cobrem a argila com lonas, em casos de chuvas.
36
Figura 3: Argila em repouso (sazonamento)
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
4.5 VOLUME DE ARGILA UTILIZADA
A quantidade de recursos minerais utilizados pelas empresas varia de acordo com a
produção de cada cerâmica. Na Tabela 3 encontra-se a quantidade de argila utilizada por cada
empresa com base em suas produções.
Tabela 3: Volume de argila utilizada e produção de cada empresa
Empresa Volume de argila/mês
(m3)
Produção (milheiro)
Telhas Blocos
1 72 0 176
2 383,28 410 20
3 360 300 0
4 360 300 0
5 440 300 200
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
Pode-se observar que a Empresa 1, por apresentar a menor produção quando comparadas
com as demais, consome menos matéria-prima. Por outro lado, a Empresa 5 é responsável
pela maior produção da cidade, logo, torna-se a principal consumidora de recursos minerais
chegando a utilizar mais do que seis vezes o volume de argila consumido pela Empresa 1.
37
O processo de produção é o mesmo para todas as empresas, diferenciando apenas pelo
fato da cerâmica 1 produzir somente blocos, as cerâmicas 3 e 4 produzirem apenas telhas e as
demais (cerâmicas 2 e 5) produzirem ambos. No geral, todas as empresas têm como modelo
de produção aquele que foi observado anteriormente na Figura 1 (pag. 24).
O transporte de argila da jazida até o local de estocagem é feito por meio de caminhões do
tipo caçamba. Dentre as cerâmicas entrevistadas, todas realizam esse transporte através da
locação de caminhões, ou seja, nenhuma empresa possui seu próprio caminhão e necessita
terceirizar esse serviço executando o pagamento por cada carrada.
4.6 LENHA CONSUMIDA NAS CERÂMICAS
A quantidade mensal de lenha consumida por cada empresa está representada na Tabela 4.
No geral, a quantidade de lenha consumida por cada cerâmica depende da quantidade de
peças produzidas. O controle da quantidade de lenha a ser utilizada por cada fornada é feito
somente com base na experiência do oleiro.
As cerâmicas de Limoeiro do Norte fazem uso do mesmo tipo de forno (Forno Hoffmann)
e trabalham com a seguinte relação: para se produzir 1 (um) milheiro de telhas/blocos é
necessário a queima de 1 (um) m2 de lenha durante um tempo de 36 horas. Algumas
cerâmicas podem até trabalhar com números diferentes destes, entretanto, não deve divergir
muito dessa relação.
Um dos maiores problemas encontrados pelos ceramistas durante o processo de produção
trata-se da aquisição de lenha legalizada. Uma vez que o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA, 2005) em uma ação conjunta com o
SINCAJU (Sindicato dos Produtores de Caju) criaram uma lei que permite apenas o uso da
lenha proveniente da poda do cajueiro para o abastecimento dos fornos cerâmicos do Ceará.
Esta medida foi adotada devido a poda do cajueiro ser feita periodicamente, logo não
constitui crime de desmatamento ou extração de mata virgem, pelo contrário, atua no combate
a pragas e doenças nessas frutíferas.
38
Tabela 4: Quantidade de lenha utilizada por cada empresa
Empresa Quantidade de lenha/mês (m2)
1 400
2 900
3 560
4 560
5 980
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
4.7 PERDAS NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Mesmo com a modernização vivida pelas cerâmicas nas últimas décadas, com o
surgimento de máquinas substituindo trabalhadores humanos e fornos em que se consegue
controlar a temperatura em seu interior, ainda há muitas perdas no processo de fabricação.
São os chamados rejeitos, ou seja, são peças que passaram do ponto de queima devido à má
secagem ou mesmo devido ao mau posicionamento destas dentro do forno, o que não
proporcionou uma circulação de calor uniforme por todas as peças.
Assim como constatou (MELO, 2012), esse rejeito é vendido aos proprietários das
fazendas locais para ser espalhado na estrada de acesso das mesmas, evitando assim, atoleiros.
Outro destino do rejeito é a doação à prefeitura para servir na recuperação de estradas
carroçais e aterros, como pode ser observado na Figura 4.
39
Figura 4: Rejeitos utilizados para recuperação de estradas
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA (2013)
40
5 CONCLUSÕES
No processo de exploração da argila da cidade de Limoeiro do Norte não existe o uso de
métodos laboratoriais que indique a qualidade da argila, sendo esta identificação realizada por
um oleiro com experiência no ramo ceramista.
Verificou-se a existência de empresas de pequeno porte (consumo de argila inferior a 150
m3/mês) como também de médio porte (consumo de argila entre 150 m
3/mês e 700 m
3/mês).
Dentre as dificuldades enfrentadas pelos ceramistas destacam-se a escassez de mão-de-
obra qualificada; dificuldades em encontrar argilas de boa qualidade e o grande número de
impostos relacionados às licenças ambientais.
Há necessidade de um maior incentivo no setor ceramista por parte dos órgãos
governamentais, como redução dos impostos e incentivo em pesquisas relacionadas à
qualidade da argila da região estudada.
41
REFERÊNCIAS
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Catarina. 1988. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 1988.
44
APÊNDICE A – Questionário aplicado mediante as visitas realizadas
1. TEMPO DE ATUAÇÃO DA EMPRESA
2. COMO IDENTIFICAR UMA JAZIDA?
3. QUANTAS JAZIDAS A EMPRESA EXPLORA?
4. HÁ QUANTOS ANOS ESSA JAZIDA ESTÁ SENDO UTILIZADA?
5. É FEITO ALGUM ESTUDO PRÉVIO DA ARGILA ANTES DE EXTRAÍ-LA?
6. COMO SE DÁ A EXTRAÇÃO DA ARGILA (EQUIPAMENTOS)?
7. COMO SE DÁ O TRANSPORTE DA ARGILA DESDE A JAZIDA ATÉ O LOCAL
DA ESTOCAGEM?
8. QUAIS OS CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA A ESTOCAGEM?
9. A ARGILA PASSA POR ALGUM PROCESSO DE PREPARAÇÃO PARA QUE
POSSA SER UTILIZADA?
10. QUAL A QUANTIDADE DE VOLUME DE RECURSOS MINERAIS
UTILIZADOS PELA EMPRESA MENSALMENTE?
11. COMO SE DÁ O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS TELHAS E TIJOLOS?
12. QUAL A QUANTIDADE DE LENHA UTILIZADA PARA A QUEIMA?
13. QUAL A QUANTIDADE MENSAL DE PRODUTOS FABRICADOS DA
EMPRESA?
14. QUAIS AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA EMPRESA?
15. O QUE FAZEM COM OS PRODUTOS QUE PASSAM DO PONTO DE QUEIMA?
16. A EMPRESA TEM ALGUMA IDEIA DE COMO APROVEITAR ESSES
MATERIAIS?
17. QUAIS OS ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO DA EMPRESA?