UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo...

29
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha Teresa Magalhães Teresa Neves

Transcript of UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo...

Page 1: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

Escola Nacional de Saúde PúblicaXXXIII CEAH

Março de 2004

Processo de Governação e Governança

Carlos Filipe Madalena RochaTeresa MagalhãesTeresa Neves

Page 2: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Governação/Governança

• “agenda política”, território associado a opções, valores e princípios específicos;

• as opções políticas têm a sua legitimação no processo eleitoral e no programa do Governo (legitimação técnica e política).

Aspectos da Governação

da Saúde

Aspectos específicos

Ex: Financiamento, medicamentopolítica de recursos humanos,sistemas reguladores

Aspectos gerais(Governança) - regras do jogo

Page 3: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A Governação

• A Governação no sentido de execução da acção do governo - Aspectos específicos da governação da saúde – referem-se mais especificamente às estratégias de saúde, promoção e protecção da saúde, financiamento, medicamento, política de recursos humanos e para as profissões, sistemas reguladores, mediadores (contratualização, qualidade, informação) e prestadores;

• Governação no sentido de Governance (Governança) - condições gerais do processo de governação – refere-se aos processos através dos quais se identificam, negoceiam, adoptam e avaliam as regras do jogo no sistema de saúde. Debruça-se sobre as relações reais entre o Estado, os interesses económicos e os mercados, considerando as características da "sociedade civil" e comportamento dos indivíduos.

Page 4: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança

• Teve origem na Ciência da Gestão (Lamy e Laïdi)

• Refere-se à ideia de arbitragem entre escolhas estratégicas (Lamy e Laïdi)

Page 5: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança WB

• Aparece no final dos anos 80 p/ se diagnosticarem falhas de gestão pública relacionadas com a falta de transparência e de responsabilização dos governantes;

• Surge a definição de governança do Banco Mundial(1992) que se preocupa com a forma como é exercido o poder para o desenvolvimento:

“O modo como o poder é exercido na gestão dos recursos económicos e sociais de um país para o desenvolvimento” (WB,1992).

Page 6: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança OCDE

• Tendo as reformas estruturais tipo top-down obtido menos resultados dos que as que obtêm a mobilização do potencial dos cidadãos, a OCDE formou um grupo de trabalho destinado ao estudo da participação e da boa governança, que relacionou estas características com:

“Desenvolvimento participado, direitos humanos e democratização” (OCDE – WG PD GG, 1995).

• A comissão refere como principais dimensões da boa governança a gestão do sector público, o controlo da corrupção e a redução da despesa militar excessiva.

• Este organismo assenta a noção de governança na inter-relação entre os actores sociais no interesse dos assuntos comuns “...a soma das diversas formas que as pessoas individuais e instituições, públicas ou privadas, gerem os seus assuntos comuns” (OCDE, 1995)

Page 7: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança UNDP

• Com o declínio das economias socialistas e o reforço das economias de mercado, no início dos anos 90, o Estado tomou o papel de regulador entre a sociedade civil e o Sector privado. Em consequência foi reafirmado que o papel do estado numa economia de mercado seria o de corrigir as falhas de mercado e melhorar a equidade.

• “A Governança pode ser vista como o exercício da autoridade económica, política e administrativa para gerir os assuntos de um país a todos os níveis” (UNDP’s, 1997).

• O objectivo da boa governança é promover a interacção construtiva entre os três subsistemas (Estado, Sociedade civil e Sector Privado)

Page 8: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança OMS

• “Boa Governança para a saúde é tornar possível a participação daqueles que se preocupam com a formulação e desenvolvimento de procedimentos, programas e práticas que levem à existência de sistemas de saúde equitativos e sustentáveis” (WHO, 1998).

• Em 2000 no seu relatório mundial (WHR, 2000) introduz o conceito de stewardship que significa que os governos são os últimos responsáveis pelo bem-estar dos cidadãos. A capacidade de controlar é a essência da boa governança. O controlo implica capacidade de regulação do Estado .

• O modo como o Estado executa o poder de regulação terá influência no desenvolvimento das organizações que compõem o Sistema de Saúde.

Page 9: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Evolução do conceito de governança WB

“As regras e os processos que governam o exercício da autoridade em nome do eleitorado, incluindo a selecção e a substituição daqueles que exercem essa autoridade(...)Existe boa governança Pública quando o processo é inclusivo e quando os cidadãos podem tornar responsáveis os que criam e implementam as regras (World Bank, 2003).

Page 10: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Características da Boa Governança:

– Centrada no cidadão;– Equidade;– Responsabilização;– Prevê a participação e consulta no planeamento e tomada de decisão;– Eficiência e Efectividade na gestão pública;– Envolvimento da sociedade civil.

• Ou seja:– Legitimada por processos de participação;– Esforço na luta contra a corrupção;– Efectivo e eficiente uso dos recursos;– Promove o envolvimento do Sector privado e da sociedade civil na defesa dos

seus interesses;– Processos burocráticos que conduzam à responsabilização.

Page 11: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Boa Governança (WB,2003)

Fonte: World Bank

Page 12: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Inclusão

• Participação igualitária

Todos os que queiram participar no processo de governação o podem fazer, numa base de igualdade relativamente a todos os outros

• Tratamento igualitário

Os governos tratam todas as pessoas com igualdade de direitos perante a lei, sem discriminação e asseguram a igualdade de oportunidades de acesso a serviços providenciados pelos governos

Page 13: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Responsabilização

Aqueles que foram seleccionados para agir em nome dos cidadãos têm que responder perante esses mesmos cidadãos pelas suas falhas e ser reconhecidos pelos seus sucessos

• TransparênciaA transparência nos mecanismos de governação está na base da responsabilização. Transparência implica informação e conhecimento.

As pessoas precisam de conhecer o funcionamento do governo para que este possa ser responsabilizado e o governo deve proporcionar o acesso a essa informação

Page 14: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Responsabilização

• Contestação

A contestação é, também, essencial para a responsabilização. Implica poder escolher entre entidades económicas e politicas alternativas com base na sua performance

Implica, também, possibilidade de recurso e remediação quando o governo for contra direitos básicos, especialmente os relativos à inclusão, ou viole a lei

Page 15: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Responsabilização

• ExternaOs cidadãos responsabilizam directamente o governo ou um prestador

• InternaSignifica que uma agência pública pode responsabilizar outra (ex.: quando o parlamento vota contra o executivo)

Page 16: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Programa para aumentar o nível de Governança

• Medidas para aumentar a inclusão;

• Aumentar a responsabilização externa através de acções nacionais;

• Aumentar a responsabilização através de acções locais;

– Proporcionar informação mais fidedigna acerca da performance dos serviços públicos (mecanismos de feed-back com publicação dos resultados);

– Aumentar a competição entre os prestadores de serviços oferecendo aos clientes maior liberdade de escolha;

– Dar poder e fortalecer o poder local, dado estarem mais perto da população e mais capazes de a envolver nas decisões e na responsabilização;

– Facilitar o envolvimento crescente de associações comunitárias.

Page 17: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

• Aumentar a responsabilização interna através da separação dos poderes;

• Aumentar a responsabilização interna através de reformas administrativas:

– Aumentar a preocupação com a performance na gestão dos gastos públicos;– Reformar os serviços para aumentar a competência profissional e a ênfase nos

resultados;– Assegurar a independência das agências reguladoras;– Descentralizar as funções do governo de modo a estar mais perto do cidadão;– Criar uma ética de serviço para o público na sociedade civil.

Programa para aumentar o nível de Governança

Page 18: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Governança para quê?

Cross-fire 1

Madalena Rocha

Teresa Neves

Page 19: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Governança para quê?

• Envolvimento dos cidadãos com base na igualdade de participação e tratamento;

• Responsabilização de todos os actores sociais através de uma maior transparência e possibilidade de contestação;

• Importância do conhecimento no aumento da cidadania (cidadão participante, decisor e reclamante);

• Será a mudança cultural (aumento do nível de governança) o motor das reformas ou as reformas o motor da mudança cultural?

Page 20: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

Cross-fire 2

A Governança na Políticado medicamento:

Governo / Ind. Farmacêutica

Carlos Fernandes

Teresa Magalhães

Page 21: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A Governação no sector do medicamento

• A Governação no sentido de execução da acção do governo - Iniciativas jurídico-legais consubstanciadas numa nova política do medicamento, nomeadamente: – A politica dos genéricos; – Preços de referência;– Nova receita médica;– Descomparticipação de alguns medicamentos.

• A Governação no sentido de Governance (Governança), na área do medicamento, traduz-se, por exemplo, nas seguintes iniciativas: – O acordo com a Industria Farmacêutica, que se traduz na repartição das

despesas com os medicamentos;– A politica dos genéricos - aceitação dos profissionais e dos utentes;– Estabelecimento de orientações/guidelines de prescrição.

Page 22: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A Governança na política do medicamentoEvolução dos Encargos no SNS / Evolução dos Genéricos

• Média de 10% de crescimento dos gastos nos últimos anos

• Em 2003 3% de crescimento nos gastos, menos de metade da taxa de crescimento de 2002 que foi de 7%

• Evolução bastante positiva nos genéricos existentes no mercado– 1 ano aumentou 147% em

volume e 142% em valor

Fonte: Infarmed - Informação sobre o impacto da política do medicamento, 2003

Fonte: Infarmed - Informação sobre o impacto da política do medicamento, 2003

Encargos do SNS (2000 - Out 2003)

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

2000 2001 2002 out 2002 out 2003

Un

idad

es:

103€

Evolução Mercado Genéricos (volume e Valor)

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

Out-02 Nov-02 Dez-02 J an-03 Fev-03 Mar-03 Abr-03 Mai-03 J un-03 J ul-03 Ago-03 Set-03 Out-03 Nov-03

Qu

ota

de

Mer

cad

o

Quota de Mercado (volume)% Quota de Mercado (valor)%

Page 23: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A Governança na política do medicamento O Antibiótico

• Antibióticos de 3ª geração – em relação à Europa somos os que mais prescrevemos

• Como diminuir este número?Fonte: Rel. Primavera 2003 cita Infarmed

Prescrição de Cefalosporinas em Ambulatório - 2002

Prescrição de Quinolonas em Ambulatório - 2002

Fonte: Rel. Primavera 2003 cita Infarmed

Page 24: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A PERSPECTIVA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: • Nenhum outro sector da actividade económica está tão bem regulamentado

e legislado como o do medicamento;

• A revisão dos sistemas de comparticipação e do sistema de definição de preços dos medicamentos;

• Aceita o congelamento dos preços dos medicamentos;

• Os orçamentos do Estado aprovados desajustados com os orçamentos executados – deficits astronómicos no sector do medicamento. Apesar de preocupados com a dívida não está em causa o corte de bens e serviços aos hospitais e centros de saúde;

A Governação no sector do medicamento – cross-fire

Page 25: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A PERSPECTIVA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (cont.):

• Sector estratégico para o desenvolvimento do país;

• O apoio da Indústria Farmacêutica à politica dos Genéricos;

• A partilha das despesas dos medicamentos (acordos MS/IF);

• Apoio da industria farmacêutica na formação dos profissionais de saúde;

• Garantir e suportar o desenvolvimento e inovação do sector Farmacêutico.

A Governação no sector do medicamento – cross-fire

Page 26: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

A Governação no sector do medicamento – cross-fire

O PERSPECTIVA DO INFARMED/MS:• Garantir o acesso dos cidadãos a medicamentos, produtos de saúde e

tecnologias de saúde de qualidade, eficazes e seguros;

• Cooperar com outras entidades e organismos do Ministério da Saúde para que tal acesso se faça com qualidade no que respeita à sua disponibilidade, adequabilidade, custo/efectividade e equidade, nomeadamente no que respeita aos medicamentos;

• Ser um factor de desenvolvimento do sector da farmácia e do medicamento de modo a contribuir para a salvaguarda da garantia de acesso, bem como para o reforço da capacidade de cooperação e competitividade do nosso país no contexto europeu e internacional;

• Articulação entre a Indústria Farmacêutica e o Ministério da Saúde, na formação dos técnicos de saúde, na área do medicamento;

Page 27: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

O PERSPECTIVA DO INFARMED/MS (cont.):• O desenvolvimento da política dos genéricos;

• Observatório do Infarmed - recentemente criado, uma das suas competências é “assegurar o programa de vigilância de utilização de medicamentos antimicrobianos e colaborar no estudo de impacto na ocorrência de resistências”;

• Maior responsabilização da I.F. nas despesas com medicamentos;

• Introdução do Sistema de preços de referência;

• Denominação comum internacional.

A Governação no sector do medicamento – cross-fire

Page 28: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

• A boa governação na formação dos médicos passa pela articulação entre a Indústria Farmacêutica (I.F.) e o Estado, através das Faculdades de Medicina e pós-graduação ou formação profissional: – não se pode deixar a formação do médico, na área do medicamento, ao cuidado

da I.F. no sentido de interesses estritamente económicos.

• Governança no sentido de educar a população em geral que um medicamento não é a solução de tudo. A atitude terapêutica adequada é por vezes a não prescrição (por exemplo, na cirurgia de extracção da vesícula não são utilizados antibióticos em muitos países, mas sim atitudes cirúrgicas preventivas da infecção);

• Cumprimento das guidelines científicas nacionais/internacionais relativas à prescrição de medicamentos;

A Governação no sector do medicamento – conclusões do cross-fire passíveis de conduzir à boa governança

na política do medicamento

Page 29: UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Escola Nacional de Saúde Pública XXXIII CEAH Março de 2004 Processo de Governação e Governança Carlos Filipe Madalena Rocha.

GRUPO - CFF/MAR/TMB/TNCMarço 2004

• Governança praticada pelos observatórios: – OPSS - é o que tem feito através dos seus relatórios alertando para esta

situação; – Observatório do Infarmed - recentemente criado, uma das suas competências é:

"assegurar o programa de vigilância de utilização de medicamentos antimicrobianos e colaborar no estudo de impacto na ocorrência de resistências.

• A Governança passa pela maior intervenção do Estado no estudo da I.F. e pela criação de estratégias de desenvolvimento e envolvimento com os diversos actores (ANF e I.F.);

• Maior responsabilização da I.F no preço dos medicamentos.

A Governação no sector do medicamento – pontos de conclusão do cross-fire que poderão levar à boa

governança na política do medicamento