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UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO MAA ISMAEL DE MENDONÇA AZEVEDO DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Um estudo em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público NATAL/RN 2018

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO – MAA

ISMAEL DE MENDONÇA AZEVEDO

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Um estudo em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

NATAL/RN 2018

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ISMAEL DE MENDONÇA AZEVEDO

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Um estudo em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de concentração Gestão Estratégia de Pessoas. Orientadora: Profª Dr.ª Lydia Maria Pinto Brito

NATAL/RN 2018

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ISMAEL DE MENDONÇA AZEVEDO

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO: Um estudo em uma

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de concentração Gestão Estratégia de Pessoas. Orientadora: Profª Dr.ª Lydia Maria Pinto Brito

Aprovado em: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

___________________________ Profª Dr.ª Lydia Maria Pinto Brito

Orientadora Universidade Potiguar – UnP

___________________________ Profº Dr.º Manoel Pereira da Rocha Neto

Membro examinador interno Universidade Potiguar – UnP

___________________________ Profª Dr.ª Maria Valéria Pereira de Araújo

Membro examinador externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

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Dedico este trabalho à minha família pelo apoio, incentivo e paciência em meio ao turbilhão de acontecimentos e escolhas que fiz nos últimos anos. Este trabalho é fruto da confiança de todos vocês. Em especial, à Izabel Campos de Mendonça Azevedo, vulgo Mabel, minha rainha, minha mãe, pois jamais me deixou pensar em desistir.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, esta força invisível, mas que de alguma forma move o universo para que

tenhamos energia e possamos acreditar que somos capazes de atingir e superar

nossos objetivos.

À minha mãe Izabel Campos, por todos os dias de trabalho e amor dedicado a mim

e a meus irmãos. Por todo o orgulho que exala para com seus filhos. Minha mãe é a

primeira doutora que conheci, mesmo que não tenha finalizado o ensino

fundamental se tornou doutora da vida. E como toda boa doutora, é orientadora e

não mede esforços para formar seus três orientandos. Te amo mãe.

Aos meus irmãos Isabelle e Izailton, que pacientemente me apoiam, tentam me

entender e que de alguma forma, mesmo quando não convenço, confiam que vai dar

certo. Cada conquista de um, é conquista de todos, sabemos que é assim , pois

nossa mãe nos ensinou que é assim que deve ser, então esta é mais uma para

vocês.

Às primas Isaiane e Isamara, que por um período considerável tiveram a paciência

para um bom convívio comigo, me permitiram adentrar em seu lar e dividiram seu

lugar comigo, abrindo mão do conforto para me acolher. Meu muito obrigado.

À minha orientadora Profª Lydia Brito, uma mulher culta, dona de uma leitura tão

vasta quanto a finitude das árvores da Amazônia, mulher de muita genialidade,

percepção e conhecimentos que não se medem por uma só vida, mas por todas que

ela já ajudou a formar. Professora, sei que você teve uma missão difícil em orientar-

me, sempre fui questionador, curioso, impaciente, mas tudo era ansiedade em tentar

entregar o melhor trabalho que pudesse, o mais próximo das suas expectativas, e

isto nunca foi e nunca seria algo fácil. Me resta aqui agradecer por toda paciência,

todas as conversas, todas as orientações, meu muito obrigado.

À Professora Laís e ao Professor Manoel, por terem aceitado aos convites para

participar das bancas para avaliação de projeto e qualificação, sempre trouxeram

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valiosas considerações que deram ainda mais valor e significado para este trabalho.

Muito obrigado professores!

Aos meus colegas mestrandos, em especial, Bruna, Débora, Ralyna, Mayara e

William, e, aos doutorandos que estiveram junto comigo nos últimos meses, nos

apoiamos, pesquisamos, construímos uma pequena, mas importante, história juntos.

Fomos amigos, companheiros, e nos ensinamos mutuamente com a troca de

experiências e vivências cotidianas. Uma pena que esta fase chegou ao fim, mas

vocês se tornaram especiais na minha vida.

Ao Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Potiguar, que

me permitiu ser aluno de grandes professores e, aos profissionais de suporte aos

alunos, pois sempre foram solícitos e nos ajudaram nas demandas sem medir

esforços.

Ao Instituto Nordeste Cidadania (INEC), na pessoa da Diretora Helda Kelly, por ter

me concedido a permissão para realização desta pesquisa. E aos funcionários que

foram pacientes e me ajudaram na coleta de dados. Este trabalho também é fruto da

dedicação de vocês. Muito obrigado!

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

bolsa de estudos de Mestrado.

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“Somos feitos da mesma matéria que nossos

sonhos”.

(William Shakespeare)

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RESUMO

As organizações mudaram a sua forma de criar e gerenciar riqueza a partir da descoberta de que os ativos intangíveis, como o conhecimento, podem ser fontes inestimáveis de geração de valor. Concomitante a esta descoberta e à era do conhecimento, surge no Brasil a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que é um modelo de pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos que atua no setor público com interesse social. Desta forma, a pesquisa foi balizada pela problemática que compreende mensurar o nível atual de gestão do conhecimento em uma empresa de grande impacto social na percepção dos seus próprios gestores intermediários, fato que foi possível responder neste estudo. A partir dessa problemática, apresenta-se como objetivo deste estudo diagnosticar o nível atual da gestão do conhecimento de uma OSCIP, a partir da percepção de coordenadores de unidades, mediante aplicação do Diagnóstico de Gestão do Conhecimento elaborado por Bukowitz e Williams (2002). O Diagnóstico está balizado por dois processos: o tático e o estratégico. O estudo foi elaborado com base em textos de referência que envolvem o tema gestão do conhecimento e os benefícios acadêmicos, organizacionais e sociais que este pode efetivamente propiciar. Para construção do arcabouço teórico, a pesquisa tem como principais autores Takeuchi e Nonaka (2008), Davenport e Prusak (2003) e Bukowitz e Williams (2002). Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa com a finalidade descritiva e exploratória, quanto aos meios de investigação, trata-se de um estudo de caso. Os participantes da pesquisa foram os coordenadores de unidades da instituição que atuam exclusivamente no estado do Rio Grande do Norte, totalizando 21 respondentes. A coleta de dados ocorreu a partir da aplicação dos instrumentos, com recebimento dos formulários de maneira virtual, o tratamento dos dados qualitativos se deu a partir das categorias de análise, e, para o tratamento dos dados quantitativos houve a utilização de planilhas eletrônicas com base nos Indicadores de Gestão do Conhecimento elaborados por Castro (2011). A análise dos resultados obtidos a partir do instrumento de pesquisa apresentou que, de maneira geral, os coordenadores conhecem a temática abordada, assim como percebem que o gerenciamento do conhecimento por parte da organização afeta de maneira positiva o desenvolvimento do nordeste. Conclui-se que na percepção dos coordenadores a instituição precisa trabalhar pontualmente alguns indicadores para refinar o processo de gerenciamento do conhecimento, mas, que de maneira geral, se apresenta com elevado nível de gestão do conhecimento. Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Diagnóstico da Gestão do Conhecimento. Terceiro Setor.

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ABSTRACT

Organizations have changed their way of creating and managing wealth from the discovery that intangible assets, such as knowledge, can be invaluable sources of value creation. Concomitant with this discovery and the knowledge age, the Brazilian Civil Society Organization of Public Interest (OSCIP), which is a model of a private non-profit legal entity operating in the public sector with social interest, appears in Brazil. In this way, the research was based on the problem of measuring the current level of knowledge management in a company of great social impact in the perception of its own intermediary managers, a fact that was possible to answer in this study. Based on this problem, the objective of this study is to diagnose the current level of knowledge management of an OSCIP, based on the perception of unit coordinators, through the application of the Knowledge Management Diagnostics developed by Bukowitz and Williams (2002). Diagnosis is based on two processes: tactical and strategic. The study was based on reference texts that involve the subject of knowledge management and the academic, organizational and social benefits that this can effectively provide. For the construction of the theoretical framework, the research has as main authors Takeuchi and Nonaka (2008), Davenport and Prusak (2003) and Bukowitz and Williams (2002). It is a qualitative-quantitative research for descriptive and exploratory purposes, as far as the means of investigation is concerned, it is a case study. The research participants were the coordinators of the institution's units that operate exclusively in the state of Rio Grande do Norte, totaling 21 respondents. The collection of data occurred from the application of the instruments, with the receipt of the forms in a virtual way, the treatment of the qualitative data was given from the categories of analysis, and for the treatment of the quantitative data was the use of spreadsheets based in the Knowledge Management Indicators elaborated by Castro (2011). The analysis of the results obtained from the research instrument showed that, in a general way, the coordinators know the subject matter, as well as perceive that the management of the knowledge on the part of the organization affects in a positive way the development of the northeast. It is concluded that in the perception of the coordinators the institution needs to work punctually some indicators to refine the process of knowledge management, but, in a general way, presents itself with a high level of knowledge management. Keywords: Knowledge Management. Knowledge Management Diagnostics. Third sector.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação conceitual ........................................................................ 35

Figura 2 - Visão convencional da hierarquia do conhecimento ................................. 36

Figura 3 - Modelo de cultura .................................................................................... 39

Figura 4 - Acessibilidade do conhecimento .............................................................. 44

Figura 5 - Conversão do conhecimento tácito em explícito ...................................... 46

Figura 6 - Dimensões da criação do conhecimento .................................................. 48

Figura 7 - Modos de criação do conhecimento ......................................................... 49

Figura 8 - Espiral do conhecimento .......................................................................... 54

Figura 9 - Estruturação do processo de Gestão do Conhecimento .......................... 61

Figura 10 - Modelo do capital intelectual .................................................................. 67

Figura 11 - Método de cálculo da pontuação por seção ........................................... 76

Figura 12 - Método de cálculo da pontuação geral ................................................... 77

Figura 13 – Fragmento do formulário adaptado utilizado para a pesquisa ............... 82

Figura 14 - Análise de cluster por similaridade de palavras quanto à definição de

Gestão do Conhecimento - Pearson (r) .................................................................... 92

Figura 15 - Definição de gestão do conhecimento pelos coordenadores de unidade

................................................................................................................................. 93

Figura 16 – Tipo de conhecimento transmitido pelos coordenadores aos clientes ... 96

Figura 17 - Nuvem com as palavras mais citadas pelos coordenadores .................. 97

Figura 18 – Análise de cluster por similaridade de palavras quanto à influência do

conhecimento no Nordeste – Pearson (r) ............................................................... 100

Figura 19 - Percepção da influência do conhecimento na região Nordeste ............ 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Definição por autor quanto à utilização de termos .................................. 29

Quadro 2 - Conceito dos três componentes do capital intangível ............................. 30

Quadro 3 - Formas de agregar valor aos dados ....................................................... 35

Quadro 4 - Definições genéricas do conhecimento .................................................. 42

Quadro 5 - Propósito para a inovação ...................................................................... 43

Quadro 6 - Evolução das definições de gestão do conhecimento organizacional..... 56

Quadro 7 - Modelos de gestão do conhecimento ..................................................... 58

Quadro 8 - Desafios do processo construa e mantenha ........................................... 68

Quadro 9 - Escala de avaliação do Diagnóstico de Gestão do Conhecimento ......... 75

Quadro 10 - Variáveis do estudo .............................................................................. 78

Quadro 11 - Objetivos da pesquisa .......................................................................... 79

Quadro 12 - Principais funções do Nvivo ................................................................. 83

Quadro 13 - Dados sociodemográfico ...................................................................... 87

Quadro 14 - Resultado geral seção Obter .............................................................. 111

Quadro 15 - Resultado geral seção Utilizar ............................................................ 115

Quadro 16 - Resultado geral seção Aprender ........................................................ 119

Quadro 17 – Resultado geral seção Contribuir....................................................... 123

Quadro 18 - Resultado geral seção Avaliar ............................................................ 128

Quadro 19 - Resultado geral seção Construir/Manter ............................................ 132

Quadro 20 - Resultado geral seção Descartar ....................................................... 136

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Indicadores de Gestão do Conhecimento ............................................... 80

Tabela 2 - Correlação de Pearson (r) – Conhecimento sobre GC ............................ 94

Tabela 3 - Correlação de Pearson (r) – Influência do conhecimento no Nordeste .. 101

Tabela 4 - Resultado geral das pontuações por seção e desempenho .................. 104

Tabela 5 - Resultado das pontuações por programa - Agroamigo x Crediamigo .... 106

Tabela 6 - Resultado das pontuações por tempo na função de coordenador de

unidade .................................................................................................................. 108

Tabela 7 - Afirmativas da seção Obter abaixo do padrão ....................................... 112

Tabela 8 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Obter ......................... 112

Tabela 9 – Afirmativas da seção Utilizar abaixo do padrão .................................... 116

Tabela 10 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Utilizar ..................... 117

Tabela 11 - Afirmativas da seção Aprender abaixo do padrão ............................... 120

Tabela 12 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Aprender ................. 120

Tabela 13 - Afirmativas da seção Contribuir abaixo do padrão .............................. 124

Tabela 14 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Contribuir ................ 124

Tabela 15 - Afirmativas da seção Avaliar abaixo do padrão ................................... 129

Tabela 16 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Avaliar ..................... 129

Tabela 17 - Afirmativas da seção Construir/Manter abaixo do padrão ................... 132

Tabela 18 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Construir/Manter ..... 133

Tabela 19 - Afirmativas da seção Descartar abaixo do padrão .............................. 137

Tabela 20 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Descartar ................ 138

Tabela 21 - Comparação de Resultados entre INEC e BNB .................................. 140

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LISTA DE SIGLAS

BNB BANCO DO NORDESTE

CE CAPITAL ESTRUTURAL

CH CAPITAL HUMANO

CR CAPITAL RELACIONAL

GC GESTÃO DO CONHECIMENTO

INEC INSTITUTO NORDESTE CIDADANIA

ONG ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL

OSCIP ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................... 17

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DA PESQUISA ..................................................... 19

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................... 21

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 21

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................ 22

1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 22

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................ 23

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 25

2.1 OS PRIMÓRDIOS DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES ................. 25

2.2 O CONHECIMENTO COMO ATIVO INTANGÍVEL ......................................... 28

2.3 DEFINIÇÕES DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ........................................ 32

2.3.1 Definição do Conhecimento para Organizações .......................................... 33

2.3.2 O Papel Ambiental na Gestão do Conhecimento ......................................... 37

2.3.3 Dimensões da Criação do Conhecimento (do tácito ao explícito) ................. 41

2.4 MODELO SECI DE CONVERSAÇÃO DO CONHECIMENTO ........................ 48

2.4.1 Dimensão socialização ................................................................................ 50

2.4.2 Dimensão externalização ............................................................................. 51

2.4.3 Dimensão combinação ................................................................................. 52

2.4.4 Dimensão internalização .............................................................................. 53

2.5 A GESTÃO DO CONHECIMENTO E O MODELO DE DIAGNÓSTICO .......... 54

2.5.1 Conceitos e modelos de gestão do conhecimento ....................................... 55

2.5.2 Modelo de Diagnóstico da Gestão do Conhecimento (DGC) ....................... 60

2.5.3 Processo obtenha ........................................................................................ 61

2.5.4 Processo utilize ............................................................................................ 62

2.5.5 Processo aprenda ........................................................................................ 63

2.5.6 Processo contribua ...................................................................................... 64

2.5.7 Processo avalie............................................................................................ 66

2.5.8 Processo construa e mantenha .................................................................... 67

2.5.9 Processo descarte ....................................................................................... 69

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 71

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3.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................... 71

3.2 AMBIENTE DA PESQUISA ............................................................................ 72

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ..................................................................... 74

3.3.1 Operacionalização do Instrumento de Pesquisa .......................................... 75

3.3.2 Variáveis Analíticas do Estudo ..................................................................... 77

3.4 COLETA DOS DADOS ................................................................................... 79

3.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS ...................................................... 80

4 RESULTADOS ..................................................................................................... 85

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA ..................................... 85

4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS PESQUISADOS ................ 86

4.3 ANÁLISE DAS RESPOSTAS ABERTAS ........................................................... 90

4.3.1 Categoria: Conceito dos coordenadores quanto à Gestão do Conhecimento

............................................................................................................................. 91

4.3.2 Categoria: Tipo de conhecimento que é transmitido aos clientes ................. 95

4.3.3 Categoria: Impacto da Gestão do Conhecimento ....................................... 100

4.4 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ...................................... 103

4.5 ANÁLISES DAS SEÇÕES POR PROCESSO .................................................. 109

4.5.1 Processo tático .......................................................................................... 110

4.5.1.1 Seção Obter ............................................................................................ 111

4.5.1.2 Seção Utilizar .......................................................................................... 115

4.5.1.3 Seção Aprender ...................................................................................... 119

4.5.1.4 Seção Contribuir ..................................................................................... 122

4.5.2 Processo Estratégico ................................................................................. 127

4.5.2.1 Seção Avaliar .......................................................................................... 127

4.5.2.2 Seção Construir/Manter .......................................................................... 131

4.5.2.3 Seção Descartar ..................................................................................... 135

4.5.2.4 Comparação dos Resultados BNB x INEC .............................................. 139

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 143

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 148

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1 INTRODUÇÃO

O ambiente que forma o cenário organizacional muda a cada geração, o que

faz surgir novas dinâmicas dentro de cada cenário. Essa perspectiva de constante

mudança imprime uma necessidade social e organizacional que obriga as empresas

públicas e privadas a desenvolverem novas fontes de recursos para se tornarem

sustentáveis. Com tudo, a sociedade se torna mais exigente e o mercado se torna

mais competitivo. Este é um processo que ocorre, dentre outros fatores, graças ao

acesso massificado às possíveis combinações entre os recursos, o que gera novos

processos, novas tecnologias e novas práticas de gestão.

Nenhuma empresa, mesmo as grandes empresas que estão consideradas

em um contexto de consolidadas, está longe de sofrer influências desta realidade.

Nesta perspectiva de novos cenários, surgem paradoxos, sobretudo, quanto ao

valor. São verdadeiras contradições quanto ao valor que a sociedade percebe e o

real valor das empresas e, quanto às inconsistências e aos dilemas neste novo

contexto de mundo, que está voltado para o conhecimento. As empresas que

trabalham com base no conhecimento tendem a ver nestas problemáticas um fator

gênese para balizar cada nova descoberta. Para Takeuchi e Nonaka (2008), deve-

se viver com o paradoxo abarcado nos dilemas e nas contradições para se extrair

sentido a partir dele e encontrar o melhor caminho para o desenvolvimento da

sociedade e das organizações.

A capacidade que o conhecimento tem de extrair valor a partir das

contradições, dilemas, inconsistências e paradoxos é o que pode torná-lo parte do

ativo organizacional. O conhecimento passou a ser um agente transformador e

gerenciador de diferencial competitivo. O contexto vigente da era industrial,

caracterizada pela busca por ativos tangíveis, abriu espaço para os bens intangíveis

que são característicos da era do conhecimento (STEFANO et al., 2014).

A partir da década de 1990, muitos estudos permitiram discussões densas

sobre a importância do conhecimento para as organizações. O tema atraiu a

atenção de cientistas, pesquisadores e organizações em geral, o que o tornou um

pilar essencial para a ampliação dos atributos da organização (MACIEL; MARCIS;

BORSOI, 2008) e para o desenvolvimento da sociedade.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

As organizações da nova era necessitam envidar esforços não apenas para

manter todo conhecimento que detêm, mas também para obtê-lo de maneira

substancial, organizá-lo, compartilhá-lo e qualificá-lo. Embora o gerenciamento do

conhecimento não seja da mesma forma que a gestão de um ativo convencional,

isso não impede que na qualidade de ativo as organizações desenvolvam

competência para gerenciá-lo, objetivando assim o seu desenvolvimento (DALKIR,

2011; FERRARESI, 2014).

Assim é necessário que a organização compreenda que o conhecimento

surge a partir da experiência e informação gerada por um indivíduo de qualquer

área, que após criar o novo conhecimento o torna um recurso capaz de gerar

possibilidades de conexões com outros conhecimentos já existentes, para então

viabilizar para a organização o alcance do “capital intelectual”. Essa é a perspectiva

da Gestão do Conhecimento (GC), envidar esforço para gerir e tornar disponível

todo e qualquer conhecimento para que seja possível deleitar quando necessário,

sendo uma forma de ampliar e aprimorar o desempenho do capital humano dentro

das organizações (BASSETTO, 2013), característica que configura o

desenvolvimento de um novo ativo organizacional.

É a partir deste contexto de configuração de um novo ativo que surgem

teorias e abordagens diversas sobre o gerenciar conhecimento. Este ativo modifica

a forma como as empresas ganham valor, ao tempo que se torna a matriz

estruturante do desempenho das organizações, pois somente por meio dele as

empresas podem manter acionado seu processo de inovação (PONCHIROLLI,

2011). Tal reflexão corrobora o posicionamento de Probst, Raub e Romhardt (2002),

pois estes afirmam que se uma organização mantém uma estrutura desenvolvida

para a operacionalização do conhecimento, é provável que desenvolvam

competências para a criação de novas oportunidades estratégicas.

No Brasil, em específico, outras discussões ocorriam de forma concomitante

às discussões sobre gestão do conhecimento entre o final da década de 1980 e

início da década seguinte. Uma importante discussão era quanto ao surgimento da

expressão “terceiro setor” que buscava identificar as entidades da sociedade civil

com finalidade pública, porém sem objetivo de lucro (LEITE, 2003). Para Santos

(2005), estas entidades eram constituídas por redes e alianças entre movimentos

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sociais, lutas e organizações locais, nacionais e internacionais, que se mobilizam

para lutar contra a exclusão social, a precarização do trabalho, o declínio das

políticas públicas, bem como contra a destruição do meio ambiente e da

biodiversidade, o desemprego, entre outros objetivos.

Estas organizações adquiriram diversos tipos e formas no decorrer das

décadas. Em se tratando das organizações destinadas à prestação de serviço e

atuações no terceiro setor, destacaram-se as Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público (OSCIPs), que são um modelo de pessoa jurídica de direito

privado sem fins lucrativos que atuam em áreas típicas do setor público com

interesse social apoiado ou fomentado pelo Estado e outras iniciativas privada.

Estas instituições podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa

privada desde que se preserve a não finalidade lucrativa ou acúmulo de capital que

rege o mercado privado. Seu modus operandi é antigo, se considerarmos o modelo

baseado na filantropia, mas a promulgação da lei que concede a possibilidade de

atuação e sua atual forma data de 1999, Lei nº 9.790/99.

As OSCIPs são responsáveis por uma série de serviços voltados para a

sociedade. Segundo o Portal do Ministério da Justiça (BRASIL, 2018), o total atual

de OSCIPs no Brasil chega a 7.098, número bastante elevado dada a recente

promulgação da lei. É fato notório então que todas as OSCIPs surgiram exatamente

na era do conhecimento.

Não obstante das discussões e deste momento evolutivo, foi fundado o

Instituto Nordeste Cidadania (INEC), o qual surgiu inicialmente como “Comitê de

Ação da Cidadania” com trabalhos que visavam a doação de cestas básicas, roupas

e brinquedos à população carente no município de Fortaleza/CE em 1993. Apenas

no ano de 1996 recebe a atual nomenclatura, mas assumindo a forma jurídica de

uma Organização Não-Governamental (ONG), com tudo, passou a ampliar seus

projetos sociais com a intensificação e implantação de projetos produtivos para gerar

emprego e renda junto à população menos favorecida de acesso a recursos

financeiros. Anos mais tarde, após aprovação da “lei das OSCIPs”, o referido

Instituto entra com processo de qualificação para esta nova modalidade de pessoa

jurídica e, desta forma, passa a assumir termo de parceria para operacionalizar

programas junto à iniciativa pública (INEC, 2018).

Atualmente o INEC é a maior OSCIP atuante no Brasil, seu quadro de

funcionários é formado por 7.379 pessoas nas mais diversas e bem definidas

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funções: diretores, gerentes, analistas, monitores, coordenadores, assistentes,

agentes de crédito, dentre outros. Ela atua em todo o território nacional graças a

seus eixos de trabalhos que são: educação e cultura, geração de emprego e renda,

assessoria social e comunitária, e microfinanças. Além disso, conta com uma rede

de parcerias que é composta atualmente por 15 instituições, das quais

destacaremos o Banco do Nordeste por atenderem juntos os maiores volumes de

beneficiários, sendo este banco o seu parceiro mais profícuo, do ponto de vista

social e financeiro (INEC, 2018).

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DA PESQUISA

A sustentabilidade organizacional atualmente advém da capacidade que a

organização tem de gerir fatores intangíveis, que incluem: a aprendizagem

organizacional, os processos internos e a estrutura externa. Estes fatores formam a

estrutura que alicerça a capacidade de inovação da organização (STEFANO et al.,

2014). Para Bukowitz e Williams (2002), gerir fatores intangíveis acontece quando a

organização utiliza o capital intelectual para desenvolver processos mais eficientes,

como ocorre com a reengenharia. Como efeito deste procedimento, haverá a

redução dos custos de produção, o que impacta nos resultados financeiros

(BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Para aprofundar a discussão do fator intangível como potencial, é necessário

destacar que ele apresenta características específicas, tais como: a singularidade, a

não rivalidade e a capacidade de escala. A singularidade torna o conhecimento em

um ativo único, difícil de adquirir, copiar, o que o torna um bem frequentemente mais

valoroso, desejado. A não rivalidade se dá pelo fato de o conhecimento poder ser

utilizado de maneira heterogênea e simultânea, ou seja, um mesmo conhecimento

pode ser utilizado por duas pessoas em ambientes distintos para solucionar

problemas diversos. E a capacidade de escala é a característica que torna

determinado conhecimento utilizável de maneira volumosa, ou com maior escala de

utilização, ampliado de forma produtiva, sem que isso acarrete perdas à organização

(STEFANO et al., 2014).

Diante dessas características e na condição de capital intelectual, o

conhecimento terá característica de gerenciamento peculiar, diferente dos demais

tipos de capital, pois não está sob o controle direto da organização. É correto

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considerá-lo como parcialmente alugado, arrendado ou emprestado do indivíduo que

o detém (DAVENPORT; PRUSAK, 2003; BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). A

organização precisa compreender como gerir de forma cirúrgica o processo para a

extração deste conhecimento até a criação de um valor organizacional (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

Para que o valor gerado pelo conhecimento seja efetivado dentro da

concepção de um capital, ou uma riqueza potencial, faz-se relevante considerar o

papel da organização frente ao gerenciamento de um ambiente propício que

influencie no desenvolvimento das potencialidades intelectuais do indivíduo, bem

como no que tange ao compartilhamento deste conhecimento de maneira ampla no

ambiente sob influência da organização. Para Gupta, Massa e Azzopardi (2016), a

organização deve construir uma cultura que possibilite aos funcionários serem vistos

como dotados de capital intelectual, riqueza potencial ao desenvolvimento das suas

competências. A estrutura deve tornar possível fomentar as características do

conhecimento de cada indivíduo.

No que tange ao papel dos funcionários, que são os indivíduos dotados de

conhecimento e que estão parcialmente sob o domínio da organização, é possível

encontrar a figura dos gestores intermediários, imagem credenciada por Nonaka

(1991), que cita a importância desses gestores intermediários no papel de

catalisadores de informação e conhecimento. Figura destacada por Mintzberg

(1996), que reforça a importante imagem dos gestores intermediários quando tece

sobre o papel dos gerentes do meio numa ação desesperada para conectar as

pessoas internas às externas, pois são estes gestores que estão entre a linha de

frente e os grandes executivos das organizações (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

É diante deste contexto, o qual imprime papel de destaque ao gerenciamento

do conhecimento como uma forma de trabalho voltado para a ampliação da geração

de novas oportunidades, sustentabilidade e riqueza, que se tornou essencial às

organizações imprimir esforços para se aperceber quanto à realidade da sua

estrutura atual na perspectiva de fazer um verdadeiro diagnóstico que possibilite

eventuais correções, que podem ser necessárias, em favor de se apresentar ou se

desenvolver como uma organização gestora do conhecimento dos funcionários.

Deste modo, é essencial diagnosticar pontos fortes e pontos fracos quanto à

Gestão do Conhecimento nas organizações no intuito de apontar possíveis melhoras

no compartilhamento de conhecimento entre os funcionários e na expectativa de

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tornar efetiva a geração de riqueza para a empresa e para a sociedade, mediante o

gerenciamento e o compartilhamento do conhecimento. Dessa forma, apresentou-se

como problema de pesquisa a seguinte questão: Qual o nível atual da gestão do

conhecimento na percepção dos coordenadores de unidades1 do Instituto

Nordeste Cidadania?

A escolha do Instituto Nordeste Cidadania se deu pelo fato de este

representar a maior OSCIP atuante no Brasil ‒ com um total de 7.379 funcionários

(INEC, 2018). No estado do Rio Grande do Norte, a instituição emprega mais de 400

pessoas, estas atuam em 42 frentes de trabalho com fluxo de atendimento ativo de

mais de 370 mil pessoas em todos os 167 municípios do estado, até o ano de 2016,

com recursos financiados superiores a R$ 1,2 bilhão (BNB, 2018). Outrossim, a

escolha dos coordenadores de unidades se fez conveniente, pois, na hierarquia da

organização estudada, apresentam-se como gestores intermediários, importante

função, corroborando com as ideias de Nonaka (1991), Mintzberg (1996) e Bukowitz

e Williams (2002).

A empresa desenvolve, dentre suas atribuições, a operacionalização de

créditos disponibilizados pelo Banco do Nordeste S/A (BNB) ao microempresário

urbano e rural, a partir de um modelo de cooperação e parceria, no qual os créditos

são oferecidos pelo referido Instituto ao público, mediante os parâmetros dispostos

na lei 11.110/2005 que discorre sobre o Programa Nacional de Microcrédito

Produtivo Orientado.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Diagnosticar o nível atual da gestão do conhecimento do Instituto Nordeste

Cidadania, a partir da percepção dos Coordenadores de Unidades.

1 Funcionários com características de gerentes intermediários

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1.3.2 Objetivos específicos

1. Codificar por unidade de análise o conceito dos coordenadores quanto à

Gestão do Conhecimento, o Impacto da Gestão do Conhecimento e o Tipo

de conhecimento que é transmitido aos clientes que atendem.

2. Analisar o processo tático composto pelas etapas de obtenção, utilização,

aprendizagem e contribuição do conhecimento na organização.

3. Averiguar, através do processo estratégico, como ocorre a avaliação,

construção/manutenção e descarte do conhecimento na organização.

1.4 JUSTIFICATIVA

O conhecimento permeia o meio social e organizacional das mais diversas

formas: internet, intranet, redes sociais, informes, memorandos, relatos de

experiências, entre outros. O que chama atenção em específico para a temática é o

fato da proximidade que a mesma possui com as formas de agir das pessoas no

plano individual e organizacional. Diferentemente dos “dados” e “informações” que

são pautados apenas em números, o conhecimento carrega em seu aspecto um

valor inestimável (DAVENPORT; PRUSAK, 2003).

Diante de tal perspectiva, este estudo se justifica especialmente pela

dinâmica que envolve a temática no que tange à geração de valor a partir do ativo

intelectual. Além disso, justifica-se ainda pela possibilidade de aprofundar o

conhecimento quanto aos indicadores e à relação entre cada passo no diagnóstico

da gestão do conhecimento, o que irá possibilitar à organização concentrar os

esforços na prática. Mensurar as variáveis que podem diagnosticar a GC requer

investigação minuciosa e pontual, o que evidencia a necessidade de realização de

uma pesquisa do tipo “estudo de caso de corte transversal” que identifique e

descreva os fatores intrínsecos do processo de gestão do conhecimento

organizacional.

Este estudo trará, no contexto acadêmico, uma contribuição científica

relevante sobre a temática no tocante à utilização do manual do diagnóstico da CG

por trazer um vasto levantamento de dados quanto a uma metodologia validada e

bem trabalhada no meio. Tal contribuição possibilitará a realização de correlações

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com outros estudos já produzidos e analisados, além de servir de base de pesquisa

para a produção de estudos semelhantes.

Nesse contexto, do ponto de vista organizacional, o presente estudo se

propõe a investigar qual o status quo da GC em uma OSCIP que se desenvolveu na

era do conhecimento, com base na visão dos coordenadores de unidade que são

gestores de nível intermediário, além de sua contribuição na construção de

conhecimentos que forneçam elementos para um melhor planejamento, tomada de

decisões e possível promoção das ações oferecidas nos setores de gestão de

empresas.

Para a sociedade, o estudo é relevante especialmente por propor uma análise

em uma OSCIP cujo foco é o desenvolvimento socioeconômico e cultural das

pessoas no nordeste brasileiro, que tem impacto diretamente na vida de centenas de

milhares de pessoas e que funciona como uma ponte entre entidades

governamentais e a sociedade civil organizada, na qual há constante criação e

difusão de conhecimento. Dessa forma, ter um diagnóstico do processo de gestão

do conhecimento irá contribuir para que as organizações envolvidas tenham

resultados que contribuirão para o desenvolvimento de processos e estruturas que

viabilizem novas decisões gerenciais capazes de melhorar a prestação de serviços à

sociedade e, em consequência, o impacto no desenvolvimento da comunidade.

Para o pesquisador, há um interesse pessoal por apreciar a temática. Este se

deve ao fato das possibilidades de desenvolvimento organizacional que a GC pode

gerar para a instituição em que trabalhou por 6 anos e 9 meses. Desse modo,

reconhece a importância da função de gerente de nível médio para o gerenciamento

do conhecimento na organização. Ao mesmo tempo em que propõe um trabalho que

deve contribuir para o desenvolvimento de um tema que vem assumindo no contexto

das organizações uma característica particular por propor uma gestão que utiliza a

subjetividade dos indivíduos e a intangibilidade de um bem para um crescimento de

valor social e organizacional.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

A dissertação está dividida em cinco seções principais. A primeira seção

contempla uma breve contextualização, o problema e a questão que norteiam esta

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pesquisa. É possível encontrar também o objetivo geral e os três objetivos

específicos, bem como a justificativa para o estudo.

A seção seguinte traz a fundamentação teórica pautada nos autores

referenciais para a temática do estudo. Ela apresenta os primórdios dos conceitos

basilares à temática, trazendo definições que auxiliam no enriquecimento e

desenvolvimento do trabalho, além de trazer outros conceitos mais específicos. Ao

final, faz uma breve revisão de alguns dos modelos de Gestão do Conhecimento

propostos na literatura e uma explicação específica quanto ao Diagnóstico da

Gestão do Conhecimento.

Na seção três, é possível encontrar a metodologia do trabalho, o arcabouço

referente ao tipo de pesquisa desenvolvida e ao ambiente em que ela foi realizada; o

instrumento de pesquisa utilizado, assim como a operacionalização desse

instrumento e as variáveis consideradas para posterior análise. Esta seção

apresenta ainda como se deu a coleta de dados e o tratamento destes.

Na penúltima seção, está apreciada a caracterização da instituição objeto do

estudo de caso, a caracterização dos pesquisados e a apresentação das análises e

dos resultado da pesquisa.

Por fim, a quinta e última seção traz as considerações finais acerca do

trabalho apresentado, além das observações que reconhecem suas limitações, ao

mesmo tempo que apresenta sugestões para novas e futuras pesquisas. Após esta

última seção, é possível encontrar as referências utilizadas para elaboração do

percurso teórico, análises e bases para considerações finais, além de materiais

complementares como apêndices e anexos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, é possível encontrar as principais bases teóricas utilizadas

para o desenvolvimento dessa pesquisa. Para uma melhor compreensão, ele está

dividido em seções e subseções que visam retratar conceitos quanto ao resgate

histórico sobre os estudos relacionados ao conhecimento nas organizações,

conceitos pertinentes a pontos importantes sobre a temática Capital Intelectual e da

Gestão do Conhecimento, definições sobre o conhecimento do ponto de vista

organizacional. O capítulo aborda também conceitos sobre o papel ambiental para a

Gestão do Conhecimento, as dimensões de criação do conhecimento e, por fim,

resgata os diversos modelos de gestão do conhecimento.

2.1 OS PRIMÓRDIOS DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

A administração do conhecimento evoluiu muito nos últimos cem anos.

Inicialmente, com Taylor (1856/1915), surgiram os primeiros indícios da importância

do conhecimento para a administração, até então dentro de uma perspectiva mais

incipiente, pois era apenas uma busca pelo manejo correto de ferramentas na

indústria com uma fundamentação controlada pelo tempo do movimento executado.

As inquietações de Taylor estavam enfocadas no paradoxo organizacional

que consistia na existência de trabalhadores dotados de grande vitalidade e

conhecimento, capazes de direcionar com ambição espontânea um ritmo acentuado

na produção, apropriados de fixarem suas próprias metas, normas e objetivos

(TAYLOR, 1990), porém que trabalhavam ao lado de trabalhadores com baixa

vitalidade para o desenvolvimento de duas atividades laborais. Com base nessa

preocupação, Taylor elaborou seu trabalho quanto aos tempos e movimentos para a

administração e a fez passar a ter um olhar científico voltado para o trabalhador

ainda no final do século XIX. A partir daquele momento, as observações e

investigações sobre os processos que compunha o rito industrial sofreram forte

impacto (AMBONI; ANDRADE, 2011).

Seu primeiro trabalho propunha que a administração deveria buscar conhecer

quanto tempo seria necessário para que um homem, em seu máximo potencial,

completasse uma tarefa específica (MAXIMIANO, 2010). A partir desta inquietação,

Taylor então se tornou o defensor da aplicação de métodos científicos no âmbito da

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administração industrial, pois, para ele, que se tornou o mentor da administração

científica, não era bastante o administrador apenas compreender as organizações

de forma empírica (AMBONI; ANDRADE, 2011).

Sua principal inquietação, no entanto, advinha da reflexão a partir de

observações nas organizações industriais que estavam além dos fatores de

conhecer a produção. Era o fato de que a organização apresentava em seu quadro,

não só homens dotados de grande capacidade para o labor, mas havia também

homens comuns em volta desses, trabalhadores lentos em diversos aspectos da

vida habitual, com propensão geral para o instinto nativo do menor esforço. Para o

autor, era inevitável e natural que o rendimento do melhor trabalhador decaísse de

forma paulatina por trabalhar ao lado de empregados com baixa energia para o labor

(TAYLOR, 1990).

Dessa forma, suas reflexões e trabalhos fizeram a Sociedade Americana de

Engenheiros Mecânicos, em 1903, ser apresentada aos estudos que propunham a

filosofia da administração, a qual considerava que quatro aspectos principais

deveriam ser utilizados: pagar salários altos e ter baixos custos de produção; aplicar

à administração métodos de pesquisa para avançar em melhores maneiras de

execução das tarefas; selecionar e treinar cientificamente os empregados;

proporcionar uma atmosfera de íntima cooperação entre a administração e os

trabalhadores, o que garantiria um ambiente psicológico favorável à aplicação

desses princípios (MAXIMIANO, 2011).

A partir da divulgação dos seus estudos e observações no rito industrial, veio

o reconhecimento quanto à importância do conhecimento para o desenvolvimento

das organizações. Suas afirmações eram que o potencial da organização estava na

compreensão de que o gerenciamento do conhecimento é um processo dinâmico

que desenvolve métodos mais eficientes para fazer as operações nos diferentes

trabalhos. Esta afirmação surge em destaque nos seus estudos a partir da

visualização quanto à capacidade criativa de cada geração em tornar os métodos de

fabricação melhores e mais eficientes (TAYLOR, 1990).

No entanto, Taylor e os seguidores de sua teoria, como Henry Gantt e Frank e

Lillian Gilbreth, tinham como principal objetivo o desenvolvimento da perspectiva de

que a administração científica visa um aprimoramento dos processos considerando

sempre a valorização do trabalhador por via dos incentivos financeiros. Nesta

concepção, o foco era o aperfeiçoamento dos métodos e técnicas de trabalho como

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forma de trazer mais eficiência, já que cada geração desenvolvia métodos mais

eficientes para desenvolver as operações nos diferentes tipos de trabalhos de uma

organização. Com tudo, se os métodos em uso eram o produto da evolução das

melhores e mais bem sucedidas ideias dos trabalhadores, estes precisavam ser

valorizados de forma financeira (TAYLOR, 1990; RIBEIRO et al., 2015).

O incentivo financeiro criou o ideal do homem econômico e continha em seu

aspecto a certeza de que os interesses do empregador e do empregado são únicos,

pois a prosperidade do empregador não pode existir por muito tempo se não for

acompanhada pela prosperidade do empregado. Por fim, o Taylorismo (como

também ficou conhecida a Administração Científica) estabelece a organização

racional do trabalho (ORT), a qual se divide em estudos de tempos e movimentos,

da fadiga humana, da divisão do trabalho, dos cargos e salários, dos incentivos e

prêmios de produção, do conceito de homem econômico, das condições ambientais

do trabalho, da padronização e supervisão funcional (TAYLOR, 1990; MAXIMIANO,

2011).

O foco da administração científica estava em eliminar o fantasma do

desperdício e das perdas que a indústria sofria; concomitante a este, elevar os

níveis de produtividade por meio de aplicações de métodos e técnicas da

engenharia industrial a partir do conhecimento dos melhores trabalhadores. Os

principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração foram à

observação e a mensuração (TAYLOR, 1990; MAXIMIANO, 2011). Nesta condição,

o método para o reconhecimento do conhecimento do operário, sobretudo, do

conhecimento quanto ao “saber fazer”, está intimamente ligado ao capital financeiro

tangível, a recompensa monetária.

A decomposição do conhecimento intrínseco ao operário em movimentos e

processos de trabalhos auferidos pelas observações Tayloristas, com vista ao

aperfeiçoamento e racionalização das atividades industriais, foi primordial para o

desenvolvimento das teorias à época. Tal processo apresenta uma condição similar

a um dos processos presentes no modelo de conversão do conhecimento SECI

sugeridos por Takeuchi e Nonaka (2008), o “processo combinação”, pois neste ato

taylorista há a sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento. Os

indivíduos trocam e combinam o conhecimento através de meios como documentos,

diretrizes, normas, reuniões dentre outros (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).

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Dessa maneira, é notável a contribuição do taylorismo para o

desenvolvimento da gestão do conhecimento e a participação dessa temática de

maneira influente na evolução das organizações. É importante reconhecer a

participação de Taylor e seus seguidores, mesmo que com reflexões incipientes por

estarem voltadas a uma única finalidade que era a do capital com interesse no

aprisionamento do conhecimento do funcionário. É a partir das inquietações

entonadas pelo movimento da administração científica que o conhecimento dos

indivíduos nas organizações passa a ter reconhecimento e importância.

2.2 O CONHECIMENTO COMO ATIVO INTANGÍVEL

O final do século XX testemunhou uma ampliação do interesse das ciências

econômicas, administrativas e áreas afins quanto aos ativos intangíveis. Muitos

artigos, livros e estudos foram escritos direcionados a essa nova área no que

concerne à geração de riqueza (PASTOR et al., 2017). Estas pesquisas passaram a

destacar e responsabilizar fatores endógenos e específicos de cada empresa para

explicar a geração sustentada de riqueza, entregando a estes fatores certa

relevância estratégica (LEANIZ; BOSQUE, 2013).

Estes estudos surgiram, pois pesquisadores perceberam um indicativo quanto

à diferença entre os valores de mercado e os valores contábeis das empresas em

função da diminuição da relevância do valor das informações contábeis

(KIMOUCHE; ROUABHI, 2016). Essa mudança não representa apenas uma

alteração revolucionária no processo de criação de valor, mas uma vultosa redução

da importância do valor das medidas financeiras tradicionais (CAÑIBANO; GARCÍA-

AYUSO; SÁNCHEZ, 2000; KIMOUCHE; ROUABHI, 2016).

O pesquisador Stewart (1998) destacava que se o mercado de ações avaliava

as empresas de maneira superior ao valor contábil, isso era uma verdade profunda,

pois as empresas, quando são baseadas no conhecimento, seus ativos físicos

contribuem muito menos para a contabilidade. Dessa forma, a eficácia dos sistemas,

o talento dos funcionários e o caráter dos relacionamentos com clientes constituem o

capital intelectual. Então surgiram diversas nomenclaturas para expressar essa nova

descoberta de ativo, tais quais: capital intelectual, ativos intangíveis, ativos de

conhecimento, ou apenas o termo “intangíveis”; todos apreciados e relacionados

dentro de um mesmo conceito. Decerto, utilizados de maneira intercambiáveis, mas

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sem apresentar distinção entre eles (PASTOR et al., 2017). O Quadro 1 apresenta

definições de importantes autores quanto a qual nomenclatura utilizar.

Quadro 1 - Definição por autor quanto à utilização de termos

Autores Definição

Petty e Guthrie (2000) Capital Intelectual é sinônimo de ativo intangível, pois sua distinção é vaga.

Lev (2000) Os termos são sinônimos e cada área define seu termo preferido.

Sánchez et al. (2001) Capital intelectual, intangível e ativo intangível são intercambiáveis e similares em seu uso.

Fonte: adaptado de Pastor et al. (2017).

O fato é que o tradicional modelo de contabilidade havia se tornado incapaz

de refletir as transformações econômicas progressivas. Os intangíveis estavam

parcialmente reconhecidos dentro dessas demonstrações financeiras, pois os

critérios contábeis para reconhecimento e mensuração não permitiam a notificação

da maioria destes ativos (KIMOUCHE; ROUABHI, 2016). Com essa nova

perspectiva para ampliação de valor, as organizações passaram a perceber que seu

capital intelectual é uma fonte essencial de vantagem competitiva e, desse modo, o

gerenciamento deste ativo deve ser feito de forma sistemática (KLEIN, 2012).

O desenvolvimento deste contexto econômico fez com que a atual economia

fosse impulsionada principalmente pela criação e manipulação de intangíveis. Estes

se tornaram o fator chave para o sucesso das organizações que concorrem no

contexto econômico e tecnológico atual. Eles representam ativos estratégicos que

oferecem vantagens competitivas sustentáveis para as empresas (LEV, 2001;

CÓRCOLES, 2010; KIMOUCHE; ROUABHI, 2016). Na ânsia de alavancar suas

melhores práticas e para gerir seu capital intelectual por meios deliberados, as

empresas estão desenvolvendo estratégias ao longo do tempo para capturar e

disseminar aquilo que aprendem (KLEIN, 2012).

Diante da dimensão e das possibilidades em potencial desta descoberta, é

válido reforçar que ainda não há uma definição completa e fechada que expresse

todos os fatores que formam o capital intangível de uma organização. Na concepção

de Stewart (1997), o capital intelectual seria o somatório da totalidade dos elementos

intangíveis que de alguma maneira contribuem para a vantagem competitiva da

organização. É, de maneira abrangente, o conjunto de experiências que se

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acumulam em informação e que geram conhecimentos que, por consequência,

criam valor e geram riqueza (GUERRERO-BAENA; GÓMEZ-LIMÓN; FRUET

CARDOZO, 2013).

Esta característica heterogênea tem sido debatida e um amplo grupo de

estudiosos busca um consenso para entregar a três componentes chaves a

configuração básica do capital intangível. Para tal grupo, os três componentes que

formam os ativos intangíveis seriam: Capital Humano (CH), Capital Relacional (RC)

e Capital Estrutural (CE), proposta sugerida por Stewart (1997) e apreciada por

Edvinsson e Malone (1998). Essa divisão em componentes auxilia os gerentes a

decidir quais ativos maximizar, quais manter ou até mesmo reduzir. É uma forma de

se aperceber quanto à alocação de recursos (NICKERSON; SILVERMAN, 1997;

SHAKINA; BARAJAS, 2015).

Após atenta leitura, foi possível identificar que o destaque de três

componentes expressos por Stewart (1997) e Edvinsson e Malone (1998) é bem

aceito e discutido no meio científico. Pesquisas trazem propostas que mostram a

viabilidade de pensar em capital intangível numa mesma direção, ao tempo que

buscam amparar tal proposta com explicações pertinentes quanto ao que seria cada

capital que compõe cada estrutura. O quadro 2 apresenta um resumo de conceitos

quanto à concepção de cada um dos três componentes para uma melhor apreciação

as menções aqui expostas.

Quadro 2 - Conceito dos três componentes do capital intangível

COMPONENTE CONCEITO EXEMPLOS

Capital Humano (CH)

É a fonte de inovação e renovação dentro da empresa (STEWART, 1998). Capacidade e atitudes dos funcionários (VERBANO; CREMA, 2013). Conjunto de habilidades individuais dos funcionários (GUERRERO-BAENA; GÓMEZ-LIMÃO; FRUET CARDOZO, 2013). Conhecimento individual que pode ser divulgado (DODD, 2016).

Educação Treinamento Criatividade Motivação, etc.

Capital Relacional (RC)

Relacionamento com clientes, fornecedores e stakeholders (GUERRERO-BAENA; GÓMEZ-LIMÃO; FRUET CARDOZO, 2013). Relacionamento com partes interessadas, colaboração externa (VERBANO; CREMA, 2013).

Feedback com partes interessadas Medição da reputação, etc.

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Capital Estrutural (CE)

É o conhecimento organizacional (STEWART, 1997). Cultura corporativa, estrutura organizacional, aprendizagem, sistemas de informação (CHEN; ZHAOHUI; XIE 2004). Está codificado na forma de rotinas organizacionais (GUERRERO-BAENA; GÓMEZ-LIMÃO; FRUET CARDAZO, 2013).

Pesquisa e Desenvolvimento Manuais de procedimento Incentivos à inovação, etc.

Fonte: autoria própria.

Como visto em meio aos componentes, o conhecimento, embora não seja um

componente único, está presente dentro do capital intangível. Pode-se dizer então

que ele é uma inestimável fonte de riqueza. Dessa maneira, compete à liderança

desenvolver um mecanismo para a transformação do conhecimento presente no

capital humano em conhecimento para o capital estrutural, ou seja, conhecimento

organizacional.

Este processo deve ser eficiente, pois é válido reforçar que o capital humano

não é e não pode ser visto como propriedade da empresa, ele deve ser visto como

alugado. Por outro lado, o capital estrutural pode ser de propriedade da organização

e negociado do ponto de vista tradicional de mercado. Portanto, o capital humano é

volátil. Ele desaparece juntamente com o funcionário e o capital estrutural pode ser

usado como alavanca para financiar o crescimento corporativo. Infelizmente, nem o

capital humano nem o capital estrutural são totalmente visíveis no sistema contábil

tradicional (EDVINSSON, 1997).

Notadamente, os intangíveis podem ser vistos como capital, pois todas as

organizações que investem nessa forma dinâmica de riqueza obterão retorno

antecipado. Semelhante à visão tradicional de capital, os intangíveis são um ativo de

longa duração com retornos esperados, mas incertos devido à volatilidade e risco

em alguns aspectos. Outra característica entre o capital tangível e o intangível é a

possibilidade de acumulação destes capitais (DODD, 2016).

Logo, quando devidamente trabalhado, os intangíveis podem proporcionar às

organizações uma situação elevada de vantagens e tornam-se recursos estratégicos

essenciais às empresas que, por consequência, podem se desenvolver de maneira

a se destacar em meio aos concorrentes. O gerenciamento do conhecimento, de

maneira sistemática, busca lidar exatamente com essa forma de capital de conduta

incomum, o que é uma contrapartida essencial do comportamento estratégico de

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qualquer empresa que busca desenvolver vantagens competitivas na atualidade

(SHAKINA; BARAJAS, 2015).

Mediante a evolução dessa nova descoberta de vantagem no cenário

organizacional, houve modificações no olhar das empresas que antes eram

valorizadas pelo seu tamanho, mensurado pelas instalações industriais e edifícios

administrativos. Agora este olhar que valoriza o tamanho físico passou a ser uma

medida não mais confiável para mensurar a importância ou capacidade industrial no

cenário atual dos negócios, afinal, pode ser bem mais lucrativo investir em recursos

de conhecimento do que despender a mesma quantidade em ativos tangíveis, como

materiais, bens móveis ou simplesmente estrutura (PROBST; RAUB; ROMHARDT,

2002).

Por fim, investir com o escopo de propiciar o desenvolvimento de material

cognitivo humano é uma forma direta de geração de riqueza que se tornou o novo

viés econômico para as empresas. Sendo assim, a partir da intenção de

desenvolvimento dos intangíveis, como: aprendizagem, capacitação e educação,

criatividade, motivação dentre outros, é possível propiciar uma dinâmica de conexão

de conhecimentos diversos capaz de fazer surgir inovação em processos e novos

produtos dentro de uma estrutura compartilhada de informação e conhecimento. O

conhecimento se tornou o novo capital a partir da sua disposição em gerar riqueza

por intermédio da ação reflexiva humana, bem como da constante possibilidade de

compartilhamentos e interconexões para a junção de novas informações e geração

de novos conhecimentos.

2.3 DEFINIÇÕES DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Neste tópico, serão apresentadas definições importantes que devem ser

compreendidas antes do aprofundamento da Gestão do Conhecimento propriamente

dita. Serão apresentadas, sobretudo, definições quanto à diferenciação entre dado,

informação e conhecimento; definições quanto ao papel do ambiente na gestão do

conhecimento e as dimensões da criação do conhecimento.

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2.3.1 Definição do Conhecimento para Organizações

A década de 1980 foi primordial para que as empresas, de maneira geral,

percebessem que a informação era o recurso mais crítico que elas poderiam ter e

que só com a expansão do acesso e o aumento da qualidade deste, é que poderia

haver a melhora do desempenho nos negócios (DAVENPORT; ECCLES; PRUSAK,

1992).

Em função desta perspectiva e também da visão do conhecimento como

matéria-prima relevante, houve o reconhecimento da importância do capital humano

em empresas e indústrias que são baseadas em alto conhecimento. Este é um setor

crescente da economia em todo o mundo, fato pelo qual algumas indústrias, como

as de software ou serviços profissionais, inverteram seus investimentos de ativos

tangíveis para intangíveis. Assim os ativos fixos tornaram-se mínimos e o capital

humano passou a representar uma parcela substancial do orçamento operacional

investido (BUKOWITZ; WILLIAMS; MACTAS, 2004).

É dentro deste novo contexto técnico, socioeconômico e cultural que

encontramos novas formas de pensar quanto aos insumos dentro das empresas. É

possível destacar então que dois destes insumos adquiriram especial importância

para o aumento da capacidade de inovação e aumento da competitividade: a

informação e o conhecimento. Ambos apresentam uma nova dimensão quanto a sua

importância, o que provoca a reflexão de que vivemos um momento sem

precedentes na história das empresas e das organizações e que precisa ser

compreendido (STRAUHS et al., 2012).

Esta ambiência de novo foco e grandes mudanças exige que as empresas

sejam dinâmicas e que saiam de um status de processadoras de informações de

forma eficiente para uma perspectiva de postura mais enérgica, como criadora de

informações e conhecimentos (NONAKA, 1994). Nestas empresas, encontram-se os

trabalhadores do conhecimento, que atualmente são a chave para a inovação e o

crescimento das organizações. Eles são os inventores de produtos e serviços,

pessoas com capacidade de projetar programas de marketing e criar as mais

eficientes estratégias (DAVENPORT, 2010).

Poucos podem compreender a verdadeira natureza da empresa que cria

conhecimento. Não obstante, muitos gestores em organizações distintas mal

entendem o que é o conhecimento e o que as empresas devem fazer para explorá-lo

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de maneira conveniente (NONAKA, 1991). Isso pode ser destacado como o primeiro

problema, afinal, as novas empresas nascem transformando dados em informações

e informações em conhecimento (BRITO, 2005). É possível também que os dados

possam ser vistos como o produto do conhecimento (TUOMI, 1999). Por apresentar

certa dicotomia, é necessário distinguir e qualificar cada aspecto relacionado para

criar uma definição do que é dado, informação e conhecimento; e a partir de cada

premissa, envidar esforços e investimentos no gerenciamento do que for essencial à

organização.

É importante frisar que quando nos referimos a dados, o que temos são

observações simples, sem conceito sobre o estado do mundo, ligeiramente

estruturado e obtido por máquinas, geralmente quantificado e facilmente transferido

(BRITO, 2005). Dados podem ser registros acerca de um determinado evento para o

sistema, podem ser catalogados com ou sem o uso de tecnologia, porém carece de

um valor, não traz um significado (PONCHIROLLI; FIALHO, 2005). Dentro de um

contexto organizacional, os dados são úteis como um registro estruturado de

transações (DAVENPORT; PRUSAK, 2000).

Para que os dados tenham utilidade e para que sejam transformados em

informação, é necessário que a pessoa possa atuar sobre eles de maneira a

correlacionar e a desenvolver observações sobre o estado do mundo

(PONCHIROLLI; FIALHO, 2005). Para que apresente condição real de informação, a

empresa baseia dados revestidos de relevância e propósito requerendo unidade de

análise. Dessa forma, na condição de informação, os dados exigem consenso em

relação ao significado, o que determina necessariamente a mediação humana

(BRITO, 2005). Dessa forma, a informação é como uma mensagem: ela está escrita

sobre a forma de um documento, uma comunicação audível ou visível e que

invariavelmente necessita de um remetente e um receptor (DAVENPORT; PRUSAK,

2000).

Sistemas computacionais podem ajudar a agregar valores capazes de

transformar dados em informação, mas o contexto ainda é algo que só a ação

humana é capaz, pois concebe a forma necessária aos dados após agregar valor.

Existem, assim, cinco formas de agregação de valor (DAVENPORT; PRUSAK,

2003), que estão apresentadas vide quadro 1 abaixo.

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Quadro 3 - Formas de agregar valor aos dados

Método Definição

Contextualização Sabemos qual a finalidade dos dados coletados.

Categorização Conhecemos as unidades de análise ou os componentes essenciais dos dados.

Cálculo Os dados podem ser analisados matemática ou estatisticamente.

Correção Os erros são eliminados dos dados.

Condensação Os dados podem ser resumidos de uma forma mais concisa. Fonte: Adaptado de Davenport e Prusak (2003, p. 5).

Uma representação conceitual para as definições de dados e informação é a

metaforizada por Brito (2005) quando a autora cita um modelo de pirâmide. No topo,

estaria o que temos por dados, por ser uma porção sem muito desenvolvimento e

influência de conceitos e objetivos. No meio da pirâmide, encontraríamos a

informação presente na empresa, já que esta carrega em si uma maior carga de

importância e reflexão, ao tempo que auxilia no desenvolvimento das colunas de

sustentação. A base da pirâmide, o que sustenta sua estrutura, é formada pelo

conhecimento presente nas organizações. A figura 1, abaixo, ilustra a metáfora

elaborada por Brito (2005).

Figura 1 - Representação conceitual

Fonte: Brito (2005).

A imagem acima é uma representação nítida de que o conhecimento deriva

de informações à medida que estas derivam de dados (DAVENPORT; PRUSAK,

2000). Quando na condição de conhecimento, a informação está regada de outras

valiosas informações contidas na mente humana, que podem incluir diversas

contextualizações, reflexões, sínteses, que pode impossibilitar transferência e

captura por máquinas, pois frequentemente é tácita e de difícil estruturação (BRITO,

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2005). O conhecimento é uma mistura fluida de experiências moldadas sob valores,

informações e expertises (DAVENPORT; PRUSAK, 2000).

Uma visão mais dinâmica parte da concepção de que os fatos existem dentro

de uma estrutura mental que a consciência pode processar, por exemplo, para

prever consequências futuras ou fazer inferências. À medida que a mente humana

usa esse conhecimento para escolher entre alternativas, o comportamento torna-se

inteligente. Finalmente, quando os valores e o compromisso orientam o

comportamento inteligente, o comportamento pode ser baseado em sabedoria. A

figura 2, que segue, representa a curva simbólica que demonstra que o valor das

várias formas de dados, informação e conhecimento aumenta através da

aprendizagem. Neste processo, os dados são cada vez mais refinados (TUOMI,

1999).

Figura 2 - Visão convencional da hierarquia do conhecimento

Fonte: Tuomi (1999).

Todo conhecimento implica no sujeito que quer conhecer algo a partir de um

objeto a ser conhecido. É um embate no qual se apresentam frente a frente, sujeito

e objeto, o que dá início a uma relação (PONCHIROLLI; FIALHO, 2005). O

conhecimento se origina e é aplicado nas mentes dos conhecedores. Nas

organizações, é capaz de se tornar incorporado não apenas na perspectiva de

portfólios, memorandos, documentos ou repositórios, mas também em rotinas,

processos, práticas e normas organizacionais (DAVENPORT; PRUSAK, 2000).

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O conhecimento não existe na natureza sem a ação da reflexão de um sujeito

sobre algum fato, objeto ou contexto. Nesse sentido, há na literatura um debate

complexo quanto à ontologia do conhecimento. O que para as organizações é

essencial, pois sem uma definição clara do que é cada objeto, torna-se ainda mais

complexo compreender qual tipo de investimento seria necessário para solucionar

algum entrave que porventura possa existir. A distinção do que são dados,

informação e conhecimento deve ser pontual e natural para que cada um destes

tenha seu devido valor considerado dentro do capital das organizações.

2.3.2 O Papel Ambiental na Gestão do Conhecimento

O ambiente organizacional é um aspecto relevante no processo de gestão

para a transformação de dados em informação e posteriormente em conhecimento,

ou seu inverso, pois o clima geral da organização apresenta uma influência

poderosa nas políticas da informação. É a partir de aspectos favoráveis relacionados

às condições internas da organização que as pessoas estarão mais abertas ao livre

fluxo de informações, caso contrário, este fato é menos provável de ocorrer

(DAVENPORT; JARVENPAA; BEERS, 1996).

Uma organização que apresenta um ambiente interno altamente instável e

que opere um negócio incerto no qual os funcionários estão apreensivos quanto à

segurança de seus empregos ou de seu posicionamento na hierarquia da empresa,

estará mais propensa a inibir o compartilhamento de informações (DAVENPORT;

ECCLES; PRUSAK, 1992). Esta característica, quanto ao comportamento do

indivíduo, faz parte do clima que, por sua vez, é um reflexo da cultura e, como esta,

pode ajudar as organizações no entendimento de como fortalecer seus ativos do

conhecimento a partir do contexto da sua própria cultura organizacional (GUPTA;

MASSA; AZZOPARDI, 2016).

Esta perspectiva ambiental trata a cultura como um fator importante dentro do

contexto de gestão do conhecimento. Dessa forma, no que concerne à cultura

organizacional, Schein (2004) traz que esta é um padrão de pressupostos básicos

que estão compartilhados dentro de um determinado ambiente. A cultura surge com

a aprendizagem dos indivíduos de um grupo a partir da resolução dos seus

problemas de adaptação externa e integração interna, e que pela dinâmica de

funcionamento tem sido construtiva de maneira satisfatória para ser validada e, por

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consequência, é ensinada aos novos membros como a maneira correta de perceber,

pensar e sentir em relação àqueles problemas.

Essa cultura também pode ser entendida pelo viés das normas e valores

presentes na organização, pois estes ajudam a interpretar possíveis eventos e

avaliar o que é apropriado e inapropriado dentro de determinada organização. Estas

normas e valores, quando bem trabalhados, são capazes de atingir grande eficácia

e, por esse motivo, podem ser entendidos ainda como um sistema de controle, uma

vez que levam ao alto grau de conformação do indivíduo, ao tempo em que também

conferem sensação de autonomia (TERRA, 2005). Mas nem todos os grupos

desenvolvem culturas integradas neste sentido, pois crenças e valores coexistem

com outras crenças e valores individuais, o que pode levar a situações de conflito e

ambiguidade (SCHEIN, 2004).

Para uma compreensão do significado da composição da cultura, pode-se

considerá-la constituída sob a perspectiva de camadas, tal qual a metáfora da

cebola, por exemplo. Desse modo, a camada mais externa de um ambiente regido

sob determinada perspectiva cultural é o que as pessoas podem associar

principalmente à cultura dentro de uma realidade mais palpável, que é capaz de ser

observada, como as roupas que são usadas, a comida que é ingerida, a linguagem,

a habitação, a música que é tocada, etc. Logo após, um pouco mais interno, a

camada intermediária se refere às normas e valores socializados que uma

determinada comunidade ou organização possui: o que é considerado certo ou

errado na perspectiva do padrão normativo vigente e o que existe de bom ou ruim

que são os valores. A chave para trabalhar a cultura com sucesso está em

compreender o núcleo, o qual é formado pela série de regras e métodos que uma

sociedade desenvolve para lidar com os problemas comuns que enfrenta

(TROMPENAARS, 1996).

A figura 3, que segue, apresenta o modelo de cultura de Trompenaars (1996),

com sua perspectiva em camadas.

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Figura 3 - Modelo de cultura

Fonte: Trompenaars (1996).

As discussões quanto à cultura, na perspectiva organizacional por Schein

(2004) e Terra (2005), é de que a cultura da organização é o resultado da

aprendizagem acumulada pelo grupo e que é representada, em parte, por sua

missão e valores que devem ser ancorados e erguidos por meio de atos simbólicos

e ações da alta administração que, por sua vez, valorizem e destaquem eventos,

notícias e pessoas que elucidam os valores perseguidos. Esse complexo processo

de aprendizagem grupal é influenciado pelo comportamento do líder (SCHEIN,

2004).

Assim, é possível destacar que a cultura da organização é um elemento

crítico importante e altamente impactante sobre a dinâmica organizacional para o

desenvolvimento de recursos do conhecimento, assim como é uma dimensão que

pode determinar o posicionamento adotado por uma empresa que tem seus

processos de trabalhos voltados para a gestão do conhecimento (DAVENPORT;

JARVENPAA; BEERS, 1996; GUPTA; MASSA; AZZOPARDI, 2016). O

desenvolvimento da cultura organizacional deve ser orientado para o

desdobramento da gestão do conhecimento com perspectiva para a troca de

conhecimento compartilhado e não compartilhado entre os indivíduos

(DAVENPORT; GROVER, 2001; TURNER; ZIMMERMAN; ALLEN, 2012).

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É válido ressaltar que nas empresas onde os trabalhadores do conhecimento

desempenham papéis expressivos na governança da organização também pode ser

necessário manter ativo o lado da liberdade, no que compreende ao deixá-los fazer

de maneira individual, mesmo que dentro do espectro da gestão do conhecimento

(DAVENPORT; JARVENPAA; BEERS, 1996). A necessidade desta liberdade ativa

se dá, pois os membros da equipe trabalham tanto individualmente como de forma

interdependente, entretanto, cada indivíduo traz à mesa um conjunto diferente de

habilidades, conhecimentos, experiências de vida, bem como uma perspectiva

diferente baseada no seu nível de hierarquia dentro da organização (TURNER;

ZIMMERMAN; ALLEN, 2012).

É diante da complexidade desse sistema de gerenciamento do conhecimento

baseado na cultura, que organizações antigas, nas quais a cultura ao longo da sua

história sempre permitiu deixar seus trabalhadores do conhecimento sozinhos, não

conseguirão se mover para o outro extremo ‒ o do compartilhamento do

conhecimento ‒ sem que antes proponham mudanças de trabalho com fortes

provocações para o compartilhamento do ponto de vista interpessoal e

intraorganizacional (DAVENPORT; JARVENPAA; BEERS, 1996).

Diante dessa possível realidade de dificuldades, quando uma organização

está passando por mudança do tipo de reestruturação sistêmica, pode ser viável

adotar uma abordagem de estilo de mudança para processos de trabalho de

conhecimento a ponto de não deixar os trabalhadores do conhecimento fora do

movimento de reengenharia, para não enviar sinais de afastamento que podem ser

prejudiciais para a organização e para o desempenho dos próprios trabalhadores do

conhecimento (DAVENPORT; JARVENPAA; BEERS, 1996). Dessa forma, uma

maneira de alcançar uma cultura orientada para o conhecimento é através do uso de

equipes, grupos e comunidades de aprendizagem dentro da organização

(DAVENPORT; GROVER, 2001; TURNER; ZIMMERMAN; ALLEN, 2012).

O uso de equipes, grupos e comunidades de aprendizagem pode facilitar para

que as habilidades, conhecimentos e experiências sejam compartilhados através da

identificação do problema e do desempenho das tarefas, a partir das interações dos

membros da equipe enquanto a própria equipe trabalha em direção ao seu objetivo

comum. É a partir dessa interação que ocorrem a criação, retenção e transferência

de conhecimento, com tudo, se manifestam dimensões críticas do gerenciamento do

conhecimento (TURNER; ZIMMERMAN; ALLEN, 2012).

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É válido reforçar que a implantação da gestão do conhecimento por si só não

aumenta automaticamente a colaboração nas organizações. Apenas uma cultura

voltada para a gestão do conhecimento é capaz de encorajar e melhorar a

colaboração entre os funcionários a ponto de tornar a empresa um ambiente fluído

em conhecimento e desenvolvimento de inovações, já que a inovação depende da

forma de como o conhecimento é criado e compartilhado (DENG, 2006; AN et al.,

2014). Assim, é necessário criar um ambiente no qual todo trabalhador veja o

gerenciamento do conhecimento como parte do seu trabalho (DAVENPORT;

GROVER, 2001), pois todos eles têm nas mãos um propósito em comum: os

objetivos organizacionais (TURNER; ZIMMERMAN; ALLEN, 2012).

O fato é que, na atualidade, as organizações precisam investir em fatores

relacionados ao ambiente, a cultura e sistemas relacionados, para amplificar as

possibilidades de gerenciamento do conhecimento. Ao mesmo tempo, as

organizações são preparadas para uma mudança no perfil de sua estrutura

gerencial, deixando de lado as possibilidades dos modelos meramente tayloristas ou

processuais, para se transformar numa organização voltada para a gestão do

conhecimento. Para tanto, é necessário implantar uma cultura voltada para o

trabalho quanto à externalização do conhecimento individual, com foco no

conhecimento compartilhado a nível organizacional, capaz de alimentar um interesse

do indivíduo para o desenvolvimento de novos projetos, de processos mais

eficientes e de inovação.

2.3.3 Dimensões da Criação do Conhecimento (do tácito ao explícito)

É importante considerar que desde a década de 1960 o conhecimento

individual, também chamado de tácito ou oculto, tem sido destacado na literatura.

Este é o tipo de conhecimento que não é detectável por máquinas, mesmo quando

uma máquina trabalha dentro da lógica. As máquinas não podem apresentar,

estratificar ou demonstrar, este conhecimento. É o conhecimento que está

relacionado a como andamos de bicicleta, como nadamos, ou como conseguimos

manter o equilíbrio, ou não afundar, mas sem necessariamente ter uma ideia

finalizada de como conseguimos fazer (POLANYI, 1969). É o conhecimento que

sabemos mais do que podemos falar sobre ele (POLANYI, 1966). O conhecimento

tácito é o conhecimento que não podemos necessariamente explicar.

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Ao considerar o conhecimento dentro de uma perspectiva genérica, é

necessário defini-lo em termos que possam diferenciá-lo para que seja possível

identifica-lo em meio aos termos usados ao lidarmos com o conhecimento mais

detalhado. Assim, é possível distinguir o conhecimento em três formas gerais. O

quadro 4, abaixo, apresenta termos elaborados por Wiig (1993) para definir as

formas de conhecimento

Quadro 4 - Definições genéricas do conhecimento

TERMO GERAL DEFINIÇÃO

Conhecimento público

É o conhecimento mais acessível. É predominantemente explícito, ensinado e compartilhado rotineiramente, e geralmente está disponível no domínio público. O conhecimento público é principalmente sistemático, embora alguns sejam apenas ideais e pragmáticos.

Expertise compartilhada

É o conhecimento criado a partir das atividades dos trabalhadores e compartilhado em suas organizações. Podem estar incorporados em tecnologia e outras propriedades organizacionais. Pode ser explícito, frequentemente é comunicado por linguagens ou representações especializadas. É um conhecimento pragmático, embora este tipo possa ser ainda idealista, sistemático e automático.

Conhecimento pessoal

É o conhecimento mais acessível e mais completo. Está tacitamente na mente das pessoas e é usado inconscientemente no trabalho, no jogo e na vida diária. Consiste em uma pequena parte do conhecimento automático. Pode ser um conhecimento idealista, sistemático e mesmo pragmático que não é explicado ou claramente compreendido.

Fonte: Elaborado a partir de Wiig (1993, p 132-133).

Dessa maneira, é correto afirmar que sabemos mais do que expressamos, o

que torna possível dizer que o que está articulado e foi formalizado é sempre um

menos do que aquilo que sabemos de modo tácito (SVEIBY, 1998). Esse destaque

se dá, visto que a maioria das atividades intensivas em conhecimento está oculta na

mente humana. Essas atividades intrínsecas à consciência do indivíduo não são

facilmente observáveis, palpáveis, mensuráveis; é comum a dificuldade em

descrevê-las, uma vez que podem representar unicamente o conhecimento tácito

(WIIG, 1993).

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Esse conhecimento oculto tem sido associado a importantes processos que

levam à inovação nas organizações. Sua relação com a capacidade de inovar surge

na medida em que serve aos seguintes propósitos de maneira crescente (TERRA,

2005) vide quadro 5 abaixo.

Quadro 5 – Propósito para a inovação

PROPÓSITO DESCRIÇÃO

Solução de Problema

O conhecimento tácito está associado a expertise na solução de problemas. Também está relacionado com a intuição que permite a tomada de algumas decisões sem motivo ou razão.

Identificação do Problema

A identificação do problema está associada à sensação de desconforto que algumas pessoas expressam frente a certas situações, mas que não conseguem explicar muito claramente.

Predição e Antecipação Seriam os resultados dos períodos de preparação e incubação característicos dos processos criativos, estando relacionados aos insights criativos.

Fonte: Elaborado a partir de Terra (2005, p. 71).

É necessário reconhecer que inovar ou criar novos conhecimentos não é

apenas uma questão de processar as informações que se tem, mas depende de

explorar as ideias, intuições, intuições tácitas e, muitas vezes, altamente pessoais

de funcionários individuais para então disponibilizar essas informações para testes e

uso na empresa como um todo. A criação de conhecimento organizacional passa

exatamente pelo processo de disponibilização e ampliação do conhecimento criado

por indivíduos, bem como pela cristalização e conexão com o sistema de

conhecimento de uma organização (NONAKA, 1991; NONAKA; KROGH, 2009).

A disponibilização de conhecimento não é fácil, pois não se pode esquecer

que o conhecimento tácito e complexo foi tão bem internalizado e automatizado pelo

indivíduo conhecedor durante sua vivência que é dado como certo sem margem

para que se possa articulá-lo facilmente. Consiste no que aprendemos tão bem que

a rotina o tornou como conhecimento automático, para utilizarmos e balizar-nos

quando na realização de tarefas que já conhecemos bem. Ele é quase impossível de

reproduzir num documento ou banco de dados. Esse tipo de conhecimento foi capaz

de incorporar tanto aprendizado por via das experiências que está acumulado e

enraizado ao ponto de ser impossível de separar as regras deste conhecimento, do

modo de agir do indivíduo (WIIG, 1993; DAVENPORTE; PRUSAK 2003).

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É essencial frisar que a forma mais básica de conhecimento é o tácito, porém

é o que temos como o conhecimento mais detalhado, completo e, muitas vezes, o

melhor integrado (WIIG, 1993). A figura 4 mostra uma representação quanto à

acessibilidade e à completude dos tipos de conhecimentos segundo Wiig (1993).

Figura 4 - Acessibilidade do conhecimento

Fonte: Adaptado de WIIG (1993, p. 134).

A hipótese defendida por Wiig (1993) é de que o conhecimento encontrado

em posse do domínio público é derivado do subconjunto da experiência

compartilhada de todos os especialistas em todos os lugares. A experiência

compartilhada, por sua vez, é um subconjunto do que todos os indivíduos

experientes sabem em suas mentes. Desta forma, o subconjunto final é o que temos

por conhecimento explícito, que está proferido e capturado nos desenhos, nos

manuais, em grande parte na escrita. Ideia que remete ao conceito de "conversão do

conhecimento", que explica como o conhecimento tácito e explícito interage ao longo

de um continuum (NONAKA, KROGH 2009).

O entendimento quanto à conversão do conhecimento organizacional é o de

um processo de síntese por meio do qual uma organização interage com indivíduos

e o meio ambiente em que atua para transcender as contradições emergentes que a

organização enfrenta. Este processo de interconexão entre agentes e estrutura faz

com que o processo de geração do conhecimento ocorra como uma interação

dinâmica e interligada de um nível individual para um nível organizacional até a

sociedade (NONAKA; TOYAMA, 2003).

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Com tudo, a criação do conhecimento organizacional está situada na base do

processo. Ela inicia a partir da disponibilização e ampliação do conhecimento

individual de cada trabalhador e segue para processos seguintes, como

procedimentos de cristalização e transformação deste conhecimento individual em

expertise organizacional. Por fim, ocorre o compartilhamento por via das conexões

aos sistemas de conhecimentos da organização, o que torna o conhecimento

pessoal em público (NONAKA, KROGH 2009).

É possível afirmar que o conhecimento explícito, criado através da

externalização de um conhecimento individual, é uma função do próprio

conhecimento tácito (NONAKA; TOYAMA; NAGATA, 2000). O conhecimento,

quando na condição de explícito, pode ser compartilhado e externalizado com

bastante facilidade se comparado a sua forma tácita. Como o conhecimento

externalizado está diagramado, escrito, ou gravado em uma unidade de áudio, por

exemplo, é suficiente utilizar meios como a linguagem visual, sonora ou corporal

para a propagação deste (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Dessa forma, para a organização ganhar valor e tornar o conhecimento

pessoal do trabalhador em explícito organizacional, é essencial, por exemplo, que a

organização promova a alavancagem da transferência das melhores práticas dos

indivíduos em todos os departamentos. É fundamental também que a organização

crie comunidades de práticas para incentivar a propagação do conhecimento tácito

de cada funcionário, de forma que a interconexão dos conhecimentos tácitos dos

indivíduos provoque o surgimento de novos conhecimentos, com tudo, que possam

auxiliar seus colegas de a conseguirem um desempenho bem sucedido nas

atividades laborais (BUKOWITZ; WILLIAMS; MACTAS, 2004). A figura 5, que segue,

apresenta uma adaptação do modelo de conversão do conhecimento elaborado por

Nonaka, Toyama e Nagata (2000) para expressar o processo de conversão do

conhecimento.

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Figura 5 - Conversão do conhecimento tácito em explícito

Fonte: Adaptado de Nonaka, Toyama e Nagata (2000).

O conhecimento explícito faz parte do patrimônio da organização, pois ele

pode estar junto à marca que é percebida pelos clientes, ou até mesmo em

conceitos ou design, que são percebidos pelos membros da organização. São os

ativos criados com base nos conceitos que são percebidos pelos clientes e membros

da organização (NONAKA; TOYAMA; NAGATA, 2000). A criação desse

conhecimento ocorre a partir da complexidade das pessoas, da capacidade cognitiva

de reflexão e da imprevisibilidade humana. Dessa forma, é essencial que haja a

compreensão quanto a este outro tipo específico de conhecimento: o explícito

(NONAKA, 1991; DAVENPORT; PRUSAK, 2003; TAKEUCHI; NONAKA, 2008).

Uma vez que foram externalizados, os conhecimentos adquirem uma forma

tangível, como: conceitos, manuais, projetos de produtos ou declarações explícitas,

tecnologia, patentes e licenças (NONAKA; TOYAMA; NAGATA, 2000). Dar uma

forma tangível ou codificada ao conhecimento é de suma importância, pois ela

permite que este fique dentro da organização, garantindo assim a permanência de

algo que existiria apenas na mente das pessoas, além de permitir o

compartilhamento, armazenamento e manipulação numa maior variedade de

maneiras (DAVENPORT; PRUSAK, 2003).

O conhecimento explícito está acessível através da consciência das pessoas

e, por estar público, tem um caráter universalista, apoiando a capacidade de atuar

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em contextos (NONAKA; KROGH, 2009). Além do que, é característico do homem a

capacidade de combinar componentes isolados do conhecimento explícito para a

construção de um novo conhecimento (PONCHIROLLI, 2011). Assim o

conhecimento humano é gerado e tende a se expandir em meio às possibilidades de

interação entre o conhecimento tácito ‒ rico em experiências e analogias, dentre

outras coisas ‒ e o conhecimento explícito encontrado na racionalidade, manuais,

normas técnicas e etc. Esse processo de interação ficou denominado como

conversão do conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).

A distinção provocada pela discussão e reflexão quanto à diferenciação entre

conhecimento tácito e explícito produzido pelo homem sobre ele próprio, bem como

sua validade prática, suas etapas, desenvolvimento e limites provoca a

epistemologia quanto à criação do conhecimento, que reside na mobilização e

conversão do conhecimento tácito para explícito. Neste processo, a gestão do

conhecimento organizacional sobrepõe à criação do conhecimento individual, desta

forma, dá margem à criação de uma ontologia própria, que concerne nos níveis das

entidades criadoras do conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA, 2008; BRITO, 2005).

Esta teoria desenvolvida por Takeuchi e Nonaka (2008) tem por base a

descrição de como emerge a espiral do conhecimento. Tal espiral é formada por

modos de conversão de conhecimento que são criados a partir do momento em que

o conhecimento tácito e o explícito interagem um com o outro. Para definir os

momentos desta interação, os autores denominaram os modos como socialização,

externalização, combinação e internalização, com tudo, são os mecanismos pelos

quais o conhecimento do indivíduo torna-se amplificado para o compartilhamento. A

ação da organização pode ser intencional para poder conduzir a espiral do

conhecimento e a ação das pessoas para que se atinja o objetivo estratégico. A

figura 6, que segue, retrata as dimensões da criação do conhecimento.

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Figura 6 - Dimensões da criação do conhecimento

Fonte: Takeuchi e Nonaka (2008).

É imprescindível que a organização compreenda os tipos de conhecimento, a

dimensão em que cada conhecimento passa a atuar, a forma como eles atuam e as

possibilidades de transformação, pois só assim é possível desenvolver um escopo

de processo com métodos sistêmicos capazes de auxiliar a organização no que

compreende a criação de um conhecimento compartilhado a nível institucional. Não

obstante, não se pode limitar a compreensão do conhecimento como algo apenas

dentro de um simples contexto cartesiano e reducionista, onde o conhecimento

tácito se transforma em explícito, ou que um é produto do outro, pois o

conhecimento sozinho não gera valor nem pode atuar no processo. É necessário à

organização compreender também a sua utilização a partir da ação humana, fato

que só é possível se houver o entendimento das propriedades gerais do

conhecimento para então atuar como empresa gestora de conhecimento.

2.4 MODELO SECI DE CONVERSAÇÃO DO CONHECIMENTO

Ao reunir as dimensões epistemológicas e ontológicas da criação do

conhecimento e seus processos envolvidos, surge o modelo espiral. Isso ocorre,

pois os dois tipos de conhecimento, o tácito e o explícito, são como entidades

mutuamente complementares e interagem ao tempo que também se intercalam

entre si, precisamente quando os humanos estão em atividades criativas, quer seja

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individualmente ou em grupos. Este processo social traz quatro modos ou estágios

de conversão do conhecimento (NONAKA; KROGH; VOELPEL, 2006; TAKEUCHI;

NONAKA, 2008).

O modelo espiral é útil e perspicaz, foi amplamente adotado para explicar os

processos de criação e intercâmbio de conhecimento dentro de uma organização

(WALTZ, 2003). Ele representa como as organizações criam e utilizam

conhecimento a partir da conversão do conhecimento tácito em conhecimento

explícito, e vice-versa. A partir deste modelo, é possível destacar os quatro estágios

de conversão do conhecimento, a saber: socialização ‒ ocorre de tácito para tácito;

externalização ‒ de tácito para explícito; combinação ‒ de explícito para explícito;

internalização ‒ de explícito para tácito. Esse ciclo ficou conhecido na literatura

como modelo SECI, espiral SECI ou processo SECI e é tido como o núcleo do

processo de criação do conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). A figura 7, que

segue, apresenta os modos de conversão ou criação do conhecimento.

Figura 7 - Modos de criação do conhecimento

Fonte: Takeuchi e Nonaka (2008, p. 60).

A partir deste modelo idealizado, é possível estudar como se dá a formação

do conhecimento organizacional, desde sua gênese até sua proliferação dentro de

uma organização. É um modelo que permite aos gestores diagnosticar cada ponto

específico, com trabalhos focados e estratégicos para um melhor desenvolvimento

da espiral. As quatro dimensões permitem um estudo do ‘nó’ de forma qualificada de

modo que apresenta a influência dos atores formadores do conhecimento na

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organização, além de evidenciar os entraves que cada dimensão pode encontrar. A

partir deste processo de diagnóstico, é possível configurar planos de ação com os

prognósticos para que a gestão do conhecimento seja um trabalho contínuo,

dinâmico e constante na organizacional (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).

O modelo SECI é uma ferramenta que pode nortear cada organização a

programar um processo estratégico para o gerenciamento do seu conhecimento. É

de posse desse modelo elaborado a nível organizacional que se pode compreender

a função de cada modo e de cada ator na gestão do conhecimento, para tanto,

segue abaixo a devida explicação de cada dimensão que forma este modelo.

2.4.1 Dimensão socialização

É a primeira dimensão e apresenta a conversão do conhecimento de tácito

para tácito. É um modo de conversão que possibilita converter conhecimento tácito

por via da interação entre os indivíduos (NONAKA, 1994). Quando as pessoas

trabalham em estreita colaboração, são capazes de compartilhar seus

conhecimentos tácitos que estão sendo usados na situação particular. Essa

transferência tácita de conhecimento pode assumir várias formas (WIIG, 1993) a

ponto de um indivíduo poder adquirir conhecimento tácito sem uso da linguagem

(NONAKA, 1994). É através das interações sociais que os indivíduos, dentro da

organização, trocam experiências e modelos mentais, transferem o know-how de

habilidades e conhecimentos (WALTZ, 2003). É um fazer junto que supõe confiança

entre os indivíduos durante a vivência nas situações de trabalho (BRITO, 2005).

A dimensão socialização é, pois, como o compartilhamento de experiências e,

assim, de criação de conhecimento tácito. E no cenário dos negócios, o treinamento

no trabalho usa basicamente o princípio da troca de experiência como chave para

aquisição do conhecimento. Então o indivíduo pode adquirir conhecimento tácito

diretamente dos outros, por meio da observação, da imitação e da prática

(TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Por fim, a socialização é o processo pelo qual o

conhecimento tácito do indivíduo se torna o conhecimento tácito de outra pessoa

(RUSLY; CORNER; SUN, 2012).

A socialização funciona como o start do processo de diagnóstico da gestão do

conhecimento. É a partir dele que um indivíduo passa a transmitir, ao seu modo,

ensinamentos para outro de maneira que, o que se sabe, possa não se limitar aos

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seus limites interiores pessoais. Nesse modo de conversão, não é necessário que

exista a influência direta de ferramentas, tecnologias ou mecanismos articuladores

de pensamentos, mas pelo menos a interação humana por via dos sentidos

biológicos. É nesse momento que o conhecimento mais completo de todos é

transmitido para outra pessoa, grupo ou ambiente, com tudo, passa a ser capturado

por outra pessoa.

2.4.2 Dimensão externalização

Na organização, o fluxo de conversão do conhecimento mais importante é a

transferência de conhecimento tácito para explícito. Esse fluxo é o que simboliza as

organizações que "aprendem", pelo menos parcialmente, pois nesse momento se

transfere o conhecimento tácito das pessoas para o conhecimento explícito que é

preservado (WIIG, 1993). O conhecimento passa a figurar explicitado de forma que

possa ser compartilhado por outros dentro da organização, o que possibilita se

tornar a base de novos conhecimentos, a exemplo de conceitos, imagens e

documentos escritos. É no modo externalização que os indivíduos usam sua

consciência discursiva e buscam racionalizar e articular o conhecimento sobre o

mundo que os rodeia (NONAKA; TOYAMA, 2003).

Dessa maneira, a segunda dimensão, a dimensão externalização, é um

processo de arranjo e articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos,

tais como: metáforas, analogias, hipóteses e modelos. Tal dimensão tem seu aporte

conduzido pelo diálogo e pela reflexão entre duas pessoas, grupos ou coletividade

(BRITO, 2005). É a externalização o modo chave para a criação de conhecimento

(TAKEUCHI; NONAKA, 2008), pois se refere ao processo de conversão do

conhecimento tácito em um conceito explícito, ela melhora a compreensão do

conhecimento pessoal e profissional ambíguo, com tudo, o conhecimento abstrato é

conceitualizado em uma forma (RUSLY; CORNER; SUN, 2012).

A externalização pode ser tida como a primeira forma de tangibilidade do

conhecimento apreendido, pois é a partir dela que os indivíduos passam a praticar

as primeiras anotações para comparar, ou elaborar reflexões sobre o conhecimento

que lhes foi transmitido anteriormente. Dessa forma, os indivíduos buscam

externalizar seus conceitos elaborados por via de uma linguagem formal, que torne

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possível, além do compartilhamento por via física, a perpetuação e preservação do

conhecimento adquirido.

2.4.3 Dimensão combinação

No terceiro modo de conversão do conhecimento, o indivíduo envolve o uso

de processos sociais para combinar diferentes corpos de conhecimento explícito.

Eles trocam e combinam conhecimentos por meio de ferramentas e mecanismos,

como: conversas, livros, revistas, reuniões telefônicas, troca de e-mails, dentre

outros. Nesse estágio, ocorre a reconfiguração de informações existentes através da

seleção, adicionando novas informações, criando novas categorias e novos

contextos de conhecimento explícito, formando novas combinações e compilações

que podem levar a novos conhecimentos. Formas de oportunizar que o trabalhador

internalize o conhecimento (WIIG, 1993; NONAKA, 1994).

O conhecimento explícito pode ser coletado dentro ou fora da organização e,

em seguida, combinado, editado ou processado para formar um conhecimento

explícito mais complexo e sistemático através do processo Combinação. Nesse

estágio de conversão, também é possível incluir a "quebra" de conceitos, pois as

contradições são resolvidas através da lógica em vez de sintetizadas. O

racionalismo é um método eficaz para combinar, editar e quebrar o conhecimento

explícito (NONAKA; TOYAMA, 2003).

A combinação é um processo de sistematização de conceitos em um sistema

de conhecimento (TAKEUCHI; NONAKA 2008) e representa o processo de aglutinar

o conhecimento explícito das diferentes fontes usando ferramentas de informação e

comunicação com o objetivo de criar um acervo substancial de conhecimento

explícito maior (RUSLY; CORNER; SUN, 2012).

Por fim, no processo de combinação deve haver a liberdade de fluidez criativa

para que as pessoas possam fazer as conexões entre as informações e os

conhecimentos. Porém este é um processo que deve ter orientações ricas em

críticas e objetivos explícitos, pois como ocorrem junções de conhecimentos às

vezes dispersos no ambiente, ou na mente de cada pessoa, a organização precisa

delimitar qual o objetivo final do processo de combinação, tais como: eficiência,

inovação, novos processos etc. de modo que todos possam ter um só norte

estratégico.

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2.4.4 Dimensão internalização

O último fluxo de conhecimento é o explícito-tácito. Este processo ocorre em

todos os tipos de aprendizagem pessoal, fora e dentro da organização, pois é

quando o nosso conhecimento explícito é convertido em conhecimento tácito. Sua

ocorrência evidencia quando estudamos em livros, ou escutamos palestras

educativas, participamos de treinamentos, ou quando obtemos conselhos

específicos de um especialista. Nesse momento, analisamos e internalizamos para

torná-lo "nosso", o que o torna a base de novas rotinas dentro do que temos como

uma práxis, pois aplicamos e usamos em situações práticas, além de atualizar por

via da ação e reflexão, transferindo-o para o conhecimento e a compreensão tácita

(WIIG, 1993; NONAKA; TOYAMA, 2003).

Dentro das organizações, o conhecimento explícito disponível é

compartilhado para que todos os interessados possam adicioná-lo ao seu

conhecimento tácito anterior como parte do processo de aprendizagem. Deste

modo, as pessoas estendem e ampliam seus conhecimentos e, à medida que o

novo conhecimento surge, elas mudam seus quadros de referência (WIIG, 1993).

Indivíduos e organizações internalizam o conhecimento por experiência prática a

partir da aplicação dos resultados da combinação. O conhecimento combinado é

analisado, avaliado, medido e testado para então resultar em nova experiência tácita

(WALTZ, 2003).

É no último modo de conversão, a internalização, que ocorre a mudança por

via do enriquecimento das práticas individuais, grupais e coletivas, influência do ato

de combinar e incorporar com o “aprender fazendo” (BRITO, 2005; TAKEUCHI;

NONAKA, 2008). Quando as experiências através da socialização, externalização e

combinação são internalizadas nas bases de conhecimento tácito do indivíduo, na

forma de modelos mentais compartilhados ou know-how técnico, torna-se um

patrimônio valioso (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Por fim, é a Internalização que

incorpora o processo de absorção do conhecimento que foi explicitado durante a

externalização (RUSLY; CORNER; SUN, 2012).

Os quatro modos de conversão do conhecimento dão origem ao modelo

SECI, que também é conhecido como espiral do conhecimento (NONAKA, 1994;

NONAKA; TOYAMA, 2003; TAKEUCHI; NONAKA 2008).

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Figura 8 - Espiral do conhecimento

Fonte: Takeuchi e Nonaka (2008).

É válido destacar que um dos fatores que mantém o ciclo de criação do

conhecimento contínuo é a disponibilidade de ferramentas e plataformas com

sistemas adequados de comunicação e informação. Esses sistemas, juntamente

com as habilidades dos funcionários relacionados à gestão do conhecimento,

orientados para utilizá-los corretamente, para tornar o conhecimento das pessoas

explícito na organização, podem auxiliar os funcionários de maneira a permitir

codificar e armazenar o conhecimento para uso em outros sistemas, com a

finalidade de formulação e combinação do conhecimento explicitado com

documentos da empresa, tarefa que pode garantir a continuidade do processo de

geração de novos conhecimentos (KIANTO; VANHALA; HEILMANN, 2016).

O processo de conversão do conhecimento, sobretudo, dentro da proposição

SECI como espiral do conhecimento, é uma analogia que auxilia os gestores nas

mais diversas organizações a compreenderem como o conhecimento dos indivíduos

pode ser trabalhado de maneira a promover a criação de novos conhecimentos e

permitir a reutilização, passando pela integração dos conhecimentos, e as devidas

codificações e armazenagens para futuras consultas e novas reformulações, sempre

de maneira a considerar dentro de um ciclo contínuo e possivelmente infinito.

2.5 A GESTÃO DO CONHECIMENTO E O MODELO DE DIAGNÓSTICO

Após vasto resgate histórico e definições de aspectos importantes quanto ao

conhecimento, faz-se necessário apresentar conceitos presentes na literatura quanto

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à Gestão do Conhecimento, modelos de gestão do conhecimento e ao Diagnóstico

da Gestão do Conhecimento Organizacional. Compreender a gestão do

conhecimento como um processo social e organizacional capaz de gerar valor é

uma tarefa essencial para sociedades, governos e organizações, pois é uma forma

de mensurar se as instituições são produtivas quanto à geração de conhecimento ou

até mesmo, se estão desenvolvendo conhecimento adequado para sua missão,

visão e objetivos estratégicos.

2.5.1 Conceitos e modelos de gestão do conhecimento

A gestão das organizações, até a década de 1980, tinha entre os seus

principais fatores o acesso à mão de obra barata, aos recursos naturais e ao capital

financeiro (FREIRE et al., 2013). Pouca importância era atribuída ao conhecimento

quanto parte do ativo, uma forma de capital ou até um bem organizacional

(CARDOSO, 2007). Porém, no final desta mesma década e durante a década

posterior, as características de gestão se desenvolvem para outras temáticas que

ainda se destacam hoje, sobretudo, a gestão do conhecimento (FREIRE et al. 2013).

Desde a década de 1990, as pesquisas na área de gestão estão relacionadas

ao gerenciamento de processos que tornam o conhecimento organizacional um

elemento gerador de valor (FREIRE et al., 2013). O conhecimento se constituiu

como um recurso valioso e, de certo modo, insubstituível enquanto força motriz para

as empresas que atuam em contextos incertos e imprevisíveis (CARDOSO, 2007).

Ou seja, para as organizações atuais, o verdadeiro diferencial competitivo se

concentra na gestão do conhecimento (FREIRE et al., 2013).

Como consequência da concepção do conhecimento organizacional, bem

como sua relevância contingencial, pesquisas visam relacionar seu contexto nas

organizações independentemente da abordagem. Existe algum consenso quanto à

necessidade de se estudar a gestão do conhecimento (PAIS, 2014). Entre as

décadas de 1990 e 2000, diversos autores buscaram desenvolver suas definições

sobre essa temática. Nesse sentido, o quadro 6, abaixo, mostra de forma crescente

um resumo da evolução dos conceitos extraídos de cada autor.

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Quadro 6 - Evolução das definições de gestão do conhecimento organizacional

AUTOR DEFINIÇÃO

Wiig (1993) Construção sistemática, explícita e intencional do conhecimento e sua aplicação para maximizar a eficiência e o retorno sobre os ativos de conhecimento da organização.

Macintosh (1996) Abrange os aspectos de desenvolvimento, preservação, utilização e compartilhamento do conhecimento.

Petrash (1996) Disponibilização do conhecimento certo para as pessoas certas, no momento certo para a tomada de decisão certa.

Quintas, Lefere e Jones (1997)

Processo de gerenciamento crítico que identifica e explora o conhecimento existente, além de adquirir e desenvolver novas oportunidades.

Hibbard (1997) Processo de busca da expertise coletiva em qualquer lugar e sua organização para distribuição para onde houver o maior retorno.

Sveiby (1997) Conjunto de práticas que visam à manutenção do conhecimento.

Murray e Meyers (1997)

Conjunto de processos que governam a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir os objetivos organizacionais.

Spek e Spijkevert (1997)

Controle e o gerenciamento explícito do conhecimento dentro da organização, de forma a atingir seus objetivos estratégicos.

Davenport e Prusak (1998)

Coleção de processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos da organização.

Beckman (1999)

Formalização das experiências, conhecimentos e expertise, tornando-os acessíveis à organização para criar novas competências, alcançar desempenho superior, estimular a inovação e criar valor para clientes.

Bhatt (2001)

É mais do que capturar, estocar e transferir informações. Somam-se as percepções, interpretações e organizações de informações e conhecimentos em diferentes perspectivas. Processo de criação, validação, apresentação, distribuição e aplicação.

Terra (2001) Uso e combinação de diferentes fontes e tipos de conhecimento organizacional visando o desenvolvimento de novas competências para alavancar a capacidade de inovar.

Schreiber et al. (2002)

Modelo de gestão que possibilita a melhoria da infraestrutura de conhecimento da organização, com o objetivo de fornecer o conhecimento certo para as pessoas certas, na hora certa e no momento certo.

Malhotra (2002)

Processos de negócio da organização para alavancar a capacidade de processamento de informações avançadas e TC via transformação da informação em ação por meio da criatividade e inovação, afetando a competência da organização e sua sobrevivência.

Wunram et al. (2002)

Sistemática para aplicação de medidas para guiar, controlar e promover recursos de conhecimento tangíveis e intangíveis,

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para utilizar o conhecimento de dentro e de fora das organizações para a criação de novo conhecimento, gerar inovação e promover melhorias.

Salmazo (2004)

Conjunto de ações para criar, adquirir, compartilhar e utilizar ativos de conhecimento para a geração de ideias, solução de problemas e tomada de decisões, através de metodologias, processos, técnicas, tecnologias e ferramentas.

Leming (2004)

Criar um ambiente onde os dados e informações possam ser metodicamente organizados, realçando seu valor para satisfazer uma série de propósitos garantindo a sua disponibilidade.

Fialho et al (2006)

Orientação quanto à produção de conhecimentos e adoção de novas formas para aproveitar, difundir, combinar e lucrar com o conhecimento.

Ho (2009)

Tem por objetivo proporcionar conhecimento adequado para pessoas certas no momento certo, auxiliando na tomada de decisões e melhorando o desempenho do processo organizacional.

Fonte: Freite et al. (2013, p. 18-19).

As pesquisas fazem emergir o conceito de gestão do conhecimento como

sendo um compromisso que deve refletir-se no desenvolvimento de processos que

visem o estímulo à capacidade de identificar as características empresariais

responsáveis pela aquisição, criação, partilha, manutenção e utilização do

conhecimento dentro da estrutura organizacional, bem como devem ser organizados

de forma a reconhecer seu valor, raridade, inimitabilidade e insubstituibilidade. Tais

processos devem ser articulados para que de alguma forma possam acelerar e

melhorar a resolução de problemas e a tomada de decisão dentro da organização

(CARDOSO, 2007; PAIS, 2014).

O gerenciamento do conhecimento fundamenta-se na premissa de que as

organizações não conseguem utilizar plenamente todo o conhecimento que

possuem. Dessa maneira, a Gestão do Conhecimento pode ser compreendida como

uma disciplina que visa “projetar e implementar um sistema cujo objetivo é

identificar, captar e compartilhar sistematicamente o conhecimento contido em uma

organização, de modo tal que possa ser convertido em valor para a mesma”

(TARAPANOFF, 2006, p. 121). Por apresentar a capacidade de conversão em valor

para uma organização, o conhecimento tem um significado amplo, pois pode

contribuir de maneira efetiva para o alcance dos objetivos perseguidos pela

organização (TARAPANOFF, 2006).

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Diante dessa perspectiva quanto às definições do que seria a gestão do

conhecimento, diversas abordagens teóricas para validar modelos de gerenciamento

do conhecimento nas organizações foram desenvolvidas ao longo das duas décadas

passadas, cada uma com diferentes contribuições na construção desse processo

(BRITO; OLIVEIRA; CASTRO, 2012). O quadro 7, que segue, apresenta um resumo

de alguns dos principais modelos com as devidas contribuições e características.

Quadro 7 - Modelos de gestão do conhecimento

MODELO AUTOR ANO FOCO COMPONENTES

DO MODELO

Criação do conhecimento (Espiral)

Nonaka e Takeuchi

1997 O processo de criação do conhecimento organizacional voltado para o desenvolvimento de produtos e serviços.

Criação do conhecimento organizacional a partir de quatro processos: socialização, externalização, combinação e internalização.

Ativos intangíveis

Sveiby 1998 Aprendizagem organizacional a partir da transferência de conhecimento, competência do funcionário, melhora das estruturas internas e externas.

GC como um ativo para os negócios e organização.

Geração de conheciment

o

Davenport e Prusak

1998 Geração do conhecimento por aquisição ou por desenvolvimento.

Conjunto de quatro etapas: geração de conhecimento de forma consciente e intencional; codificação e coordenação de conhecimento; transferência de conhecimento e utilização para provocar mudanças.

Capital intelectual como fator de sucesso

Stewart 1998 Como descobrir, gerenciar e desenvolver o capital intelectual por meio da simulação.

Aquisição, desenvolvimento e remodelação de capital intelectual.

Facilitação da criação do

Krogh, Ichijo e

2001 Proporcionar uma atmosfera para o

Recursos humanos, motivação de

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conhecimento

Nonaka aprendizado e a disseminação de informações através de condições capacitadoras.

funcionários, treinamentos, qualidade, trabalho em equipe, brainstorming, entre outas estratégias.

Sete dimensões da GC

Terra 2005 Avaliação da GC considerando-se as dimensões da prática gerencial.

Elementos construtivos: metas de conhecimento, identificação, desenvolvimento, compartilhamento e distribuição, utilização, preservação e avaliação do conhecimento.

Diagnóstico de Gestão do Conhecimento (DCG)

Bukowitz e Williams

2002 Estruturação dos processos de GC com base no diagnóstico.

DGC em dois processos: Tático (seções: obtenha; utilize; aprenda; contribua), e processo Estratégico (seções; avalie; construa/mantenha e descarte).

Criação de significado na organização do conhecimento

Choo 2003 Como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões.

Mudança ecológica, interpretação, seleção e retenção.

Fonte: Brito, Oliveira e Castro (2012, p. 1346).

Como pode ser visto, houve uma evolução dos conceitos quanto à Gestão do

Conhecimento, e estes autores buscaram desenvolver modelos que pudessem

diagnosticar ou mensurar a gestão do conhecimento nas organizações. Em meio a

todos os modelos, é válido destacar o DCG, pois é um modelo abrangente, validado,

aplicado por vários outros pesquisadores nos mais diversos tipos de empresas

públicas, privadas e mistas, no cenário nacional e internacional. O DCG é uma

ferramenta que propõem a verificação da estrutura da organização quanto aos

processos de Gestão do Conhecimento e admite que existam processos e

condições para gerar o conhecimento organizacional.

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2.5.2 Modelo de Diagnóstico da Gestão do Conhecimento (DGC)

O modelo utilizado na pesquisa é o DGC de Bukowitz e Williams (2002) e

compreende dois processos: o tático e o estratégico. Cada processo é formado por

suas respectivas colunas basilares. O processo tático compreende os processos

obtenha, use, aprenda e contribua. Nesses quatro processos sequenciais, as

pessoas reúnem a informação de que necessitam para o seu trabalho diário e, a

partir disso, “utilizam o conhecimento para gerar valor”. Dessa forma, “aprendem

com o que criaram e transmitem esse conhecimento para o sistema” para que outras

pessoas utilizem quando necessário para a resolução dos seus próprios problemas

(BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 25).

O processo estratégico reúne processos que se organizam ao alinhamento da

estratégia de conhecimento da organização com estratégia geral da organização.

Nesse processo, a organização necessita de “uma avaliação contínua do capital

intelectual além de uma comparação com necessidades futuras”. O processo

estratégico está mais voltado para a análise do papel dos grupos e lideranças

organizacionais específicas. No que se refere à liderança, não se tem a liderança

comum, mas “uma liderança que seja parceira da gerência intermediária e da linha

de frente”. Por fim, compreende os processos avalie, construa e mantenha e,

descarte (BUKOWITZ, WILLIAMS, 2002, p. 26).

É válido destacar que a estruturação do DCG foi elaborada como uma forma

que auxiliasse a simplificação do pesar sobre como as organizações geram, mantém

e disponibilizam uma determinada reserva de conhecimento, de maneira

estrategicamente correta, para criar valor e, de certa forma, gerar diferencial ante a

concorrência. Dessa forma, acredita-se que todos os elementos que ajudam a

compor cada processo, deve ser gerenciado de maneira estratégica, em relação uns

aos outros, para que então, seja possível alcançar a mistura e quantidade corretas

de conhecimentos, além de ampliar a capacidade de distribuí-lo por toda a

organização que se pretende avaliar (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

A figura 9, que segue, apresenta a estruturação do processo de Gestão do

Conhecimento na idealização das autoras Bukowitz e Williams (2002).

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Figura 9 - Estruturação do processo de Gestão do Conhecimento

Fonte: Bukowitz e Williams (2002).

A função da organização que visa à criação do conhecimento organizacional

é o da promoção de um contexto adequado que vise à facilitação das atividades de

grupos e com isso a acumulação de conhecimento em nível individual (TAKEUCHI;

NONAKA, 2008). Dessa forma, o modelo representado na figura 9, desenvolvido por

Bukowitz e Williams (2002), busca analisar efetivamente o contexto organizacional

no que concerne a uma organização criadora e gestora do conhecimento.

2.5.3 Processo obtenha

Obter informações não é novidade. Os indivíduos sempre buscam

informações para que possam utilizar e assim resolverem seus problemas. Assim o

processo obtenha é o primeiro e junto com o processo utilize, logo, são os mais

familiares para as organizações. Porém, com o excesso de informações e a

facilitação para obtenção, esse processo necessita ser avaliado quanto à sua

eficiência, portanto, ele depende dos seus imperativos e desafios (BUKOWITZ;

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WILLIAMS, 2002). O desafio nesta seção é como a organização lida efetivamente

com o grande volume de informações que podem ser obtidas (DALKIR, 2011).

A maneira como você busca a informação afetará a possibilidade de sucesso

do resultado, seja a busca ativa, onde a pessoa que necessita localizar faz sua

própria busca, ou na busca passiva, quando há a terceirização da atividade de

busca. Em ambos os casos, a capacidade de articular as necessidades de

informação se torna essencial, pois a imensidão de sistemas computacionais bem

como portais e dentre outras formas distintas de busca, podem atrapalhar a procura

em função da grande oferta de informação sem nexo ou desprovida de

profundidade. O desafio então é entender e planejar o que se pretende fazer com as

informações encontradas, “o que ajudará a determinar qual combinação de

abordagens ativas e passivas será apropriada” além de orientar quando e quanto de

informação reunida foi suficiente (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 51).

A diferenciação da gestão do conhecimento para o gerenciamento da

informação ocorre exatamente no ponto de obtenção do conhecimento, pois o

conhecimento não está apenas no meio físico ou eletrônico, mas também na mente

das pessoas na forma de conhecimento tácito (DALKIR, 2011).

2.5.4 Processo utilize

O segundo passo ocorre logo após ter-se obtido o conhecimento adequado

com base na necessidade definida anteriormente. Nesse momento, é essencial que

a organização proponha instrumentos e maneiras mais adequadas para que as

pessoas possam ter novas formas de combinar informações e assim encontrarem

soluções inovadoras (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Neste estágio, é necessário

combinar informações de maneira nova e interessante a partir dos indivíduos e

posteriormente em grupos (DALKIR, 2011). Então torna-se interessante que as

pessoas pulem os muros dos velhos labirintos e passem a considerar possibilidades

nunca antes imaginadas. Nessa etapa, o pensamento crítico deve ser incentivado, a

criatividade é livre, com tudo, “a experimentação e a receptividade” (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002, p. 25).

Nesse processo, mais uma vez é imprescindível transpor os limites

organizacionais tradicionais, pois é necessário que não haja barreiras que impeçam

um fluxo ativo de ideias. Caso a organização apresente obstáculos quanto ao

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engessamento por motivo de hierarquias absolutistas ou barreiras propriamente

físicas, como portas fechadas e ausência de equipamentos de comunicação, é

possível que ocorra o sufocamento de ideias inovadoras. Então é necessário que a

formatação da estrutura organizacional seja funcional para melhorar as

comunicações e os fluxos de conhecimentos de modo que o planejamento físico

permita o cruzamento de ideias entre as pessoas que “sabem” (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

É essencial que as contribuições feitas pelos indivíduos sejam valorizadas e

que a participação seja por parte de toda a comunidade organizacional. Nesse meio,

a informação precisa fluir para que seja um recurso aberto, livre para toda a

extensão da estrutura organizacional (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Não se pode

focar apenas em inovação como um fim do uso em si, pois desta forma se pode

limitar o uso do conhecimento, o uso então deve ser mais abrangente (DALKIR,

2011).

2.5.5 Processo aprenda

O estágio da aprendizagem é o processo formal do ato de aprender com as

experiências de forma a criar vantagem competitiva. Uma verdadeira memória

organizacional pode ser criada para que as experiências com as falhas ou as

melhores práticas das pessoas se tornem aprendizagens organizacionais (DALKIR,

2011). É este processo de aprendizagem que irá alimentar o ideal de crescimento

futuro da organização, entretanto, as organizações ainda tratam esse processo

como o fim da sua gestão do conhecimento, pois supõem que ao utilizar o que foi

aprendido para resolver problemas imediatos, já é momento de partir adiante para

afrontar o novo desafio (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Nas organizações que adotaram a aprendizagem como forma de tornar

possível uma maior vantagem competitiva, há uma preocupação em tornar o

invisível em visível, de maneira que as pessoas são incentivadas à reflexão sobre

algum problema, mesmo quando o problema já foi solucionado, pois o

imprescindível não é solucionar, mas entender por que o problema aconteceu.

Tornar visível, dessa forma, funciona desde em nível individual até organizacional,

pois adicionam questões referenciais as demais abordagens organizacionais ao

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tempo em que “pede aos indivíduos para ir além do ato de executar” (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002, p. 147).

A aprendizagem é um recurso abundante e que se amplia a partir da

utilização por parte das pessoas, ao mesmo tempo, aprender a contribuir se tornou

um fator crítico (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Nas organizações, esse passo

representa a transição entre a aplicação de ideias e a geração de novas ideias

(DALKIR, 2011). As organizações precisam então, incitar a prática da aprendizagem

constante para evitar que os indivíduos sintam-se desconfortáveis ou incapazes de

mantê-la como uma atividade por muito tempo. Além do que é imprescindível manter

filtros que possam separar a aprendizagem útil das demais, já que as pessoas

aprendem o tempo todo, todavia nem sempre terá utilidade para a organização o

que aprenderam (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Dentre as maneiras de aprender, temos o aprender fazendo como um grande

aliado, já que nada mais produtivo ou frutífero que ter a “experiência” como uma

“grande professora”. Tornar familiar o processo da aprendizagem está para a

organização como um passo que deve ser naturalizado, um hábito. Nesse momento,

o desafio passa a ser a superação de promover o princípio do prazer no trabalho,

fazer com que as pessoas sintam-se envolvidas com seu trabalho em detrimento de

sentirem um peso por estarem atuando nele. É no ato de integrar mecanismos de

reflexão ao hábito da rotina de trabalho e mecanismos de reflexão que as

organizações proporcionam uma aprendizagem sem que seja necessário que o

indivíduo reserve tempo para aprender, mesmo que seja aprender com seus

fracassos e erros (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 166).

O fato é que aprender é essencial, sobretudo após obter e utilizar o novo

conhecimento, caso contrário, todo o conhecimento e experiência serão

armazenados em algum lugar no vasto arcabouço da organização (DALKIR, 2011),

a ponto de não fazer qualquer diferença ou gerar qualquer valor que seja realmente

diferencial.

2.5.6 Processo contribua

Essa etapa do processo é vista como a mais difícil de implementar, pois o

empregado pode sentir-se ameaçado, já que esse processo é balizado pelo

compartilhamento de conhecimento individual (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Dalkir

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(2011) ressalva que o desafio é compartilhar o conhecimento que pode beneficiar

outras pessoas, em detrimento do discurso de que gestão do conhecimento é

transferir todo o conhecimento que um indivíduo detém. De certo, algumas pessoas

irão compartilhar seu conhecimento caso sintam que podem se beneficiar, mas o

benefício tem um universo de compreensão, pois varia entre cada indivíduo. Nesse

interim, o difícil é convencer as pessoas que o compartilhamento do seu

conhecimento poderá trazer benefícios para a organização e, com tudo, para elas

individualmente (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Para a organização o compartilhamento do conhecimento é algo que trará

bons frutos, pois pode poupar dinheiro e tempo transferindo as melhores práticas

dentro de suas equipes, promovendo e aplicando o conhecimento ganho em

determinada experiência em outra. Mas também é válido ressaltar que pode ser

bastante oneroso transferir conhecimento, pois é necessária uma estrutura

adequada, e, por vezes, pessoal produtivo adequado que precisarão parar seu

trabalho para fazerem a transmissão do conhecimento apreendido (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002). Diante desta expectativa, uma forma que pode auxiliar as

organizações a tornar o conhecimento compartilhado ainda mais útil para o seu

público é reconfigurando para que ele seja exposto em um formato genérico

(DALKIR, 2011).

Os desafios da organização serão a motivação do pessoal para o

compartilhamento do conhecimento, a consequente remoção das barreiras de

compartilhamento, a vinculação da contribuição à possibilidade de oportunidade e

avanço, encontro de benefícios mútuos, dentre outros. E é possível destacar que

uma cultura desse tipo se constrói e se encoraja através da pessoa de liderança,

que deve destacar a valorização da inovação, por parte da contribuição com novos

conhecimentos, já que pesquisas mostram que as pessoas se orgulham “de suas

ideias”. (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 215). Por fim, para que o

compartilhamento do conhecimento seja bem sucedido, é imprescindível que os

benefícios para a organização e para os indivíduos existam e estejam claramente

percebidos nos programas e estratégias da organização como tal (DALKIR, 2011).

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2.5.7 Processo avalie

O primeiro passo, dentre os três, do nível estratégico da gestão do

conhecimento, o processo o processo de avaliação assim como os processos

posteriores, são menos democráticos e não exige necessariamente a participação

de todos na organização, mas da liderança responsável designada formalmente

para exercer a função de gestora do conhecimento (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

É neste momento que o capital intelectual é reconhecido ou não como conhecimento

que auxilia na missão da organização (DALKIR, 2011).

É levando em consideração a avaliação do capital intelectual existente, que

iniciativas deliberadas e construtivas poderão ser fortalecidas ou iniciadas para a

construção do conhecimento organizacional pertinente. Desta forma, a avaliação

funciona como parte da estratégia, sobretudo, se trabalhada na condição de

ferramenta. Seu funcionamento mantém a empesa em harmonia com a realidade

estratégica por criar estruturas que visualizem e guiem as práticas de gestão do

conhecimento, o que permite a organização manter um norte e permanecer dentro

da perspectiva estratégica, além de poder estar diretamente ligada aos stakeholders

(BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

A organização deve desenvolver métricas para que a partir destas, possa

mensurar e apresentar aos interessados o real aumento da sua base de

conhecimento a partir dos investimentos que foram feitos (DALKIR, 2011).

Quando a ligação direta com os stakeholders é importante frisar que esse é

um movimento que é importante para organizações que leva em conta a gestão do

conhecimento, pois eleva o nível da qualidade dos relacionamentos entre

organização com seus principais stakeholders, por enfocar a “facilidade e a

flexibilidade com que a organização pode converter o seu conhecimento em

produtos e serviços que serão úteis para os clientes agora e no futuro”. De certo,

“esta é uma competência que todas as organizações devem dominar” (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002, p. 236).

É possível gerar valor a partir do capital intelectual, porém é necessário que

as organizações gerenciem o fluxo de conhecimento entre: o capital humano que

compõe a organização, o do cliente, o capital organizacional o que gera o próprio

capital intelectual gerador de valor (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). A figura 10,

abaixo, apresenta o modelo de capital intelectual.

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Figura 10 - Modelo do capital intelectual

Fonte: Bukowitz e Williams (2002, p. 237).

A linha pontilhada na figura 10 descreve o fluxo do conhecimento que é

representado pelo: capital humano, que é “a capacidade dos indivíduos e das

equipes de aplicarem soluções para as necessidades dos clientes”; o capital do

cliente que é “a força do relacionamento com o cliente”; o capital organizacional que

são “as capacidades da organização, compostas de conhecimento codificado de

todas as fontes” (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 237). A relação representada por

todos esses capitais maximizam o potencial e criam o “valor” (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

2.5.8 Processo construa e mantenha

Esse penúltimo passo do processo de gerenciamento do conhecimento tem

por função assegurar que o capital intelectual futuro manterá a organização viável e

estrategicamente competitiva no mercado (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002; DALKIR,

2011). Para tanto, é essencial que as organizações entendam que atualmente

trabalhar bem, é algo que por si só é insuficiente no que compete a manter-se

competitiva. É necessário integrar as atividades estratégicas de crescimento e de

renovação ao curso das atividades diárias. No que concerne ao conhecimento que

tem característica de um recurso volátil, é necessário que não se permita acumular

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em um vácuo, ou se dissipe em meio às estratégias sem uma função propriamente

determinada (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Nesta seção, as organizações precisam alocar os recursos de maneira que

auxiliem o crescimento e a manutenção do conhecimento que detém, de forma que

possam reforçar o conhecimento já desenvolvido ao tempo que auxiliam na criação

de novos conhecimentos, pois no nível estratégico se a organização não produz o

conhecimento certo ela poderá perder a competitividade e toda sua sustentabilidade

(DALKIR, 2011).

Os imperativos e desafios a serem observados na construção e manutenção

do conhecimento estão relacionados no quadro 8, abaixo:

Quadro 8 - Desafios do processo construa e mantenha

Imperativos e Desafios

Direção Subordine a tecnologia de informação às pessoas. Estruture posições que enfocam a atenção

organizacional sobre o capital intelectual.

Conexão Pregue a cooperação entre as divisões internas. Forme parcerias criativas com outras organizações. Retenha as pessoas certas.

Reconhecimento

Utilize o conhecimento para fortalecer o relacionamento com o cliente.

Desconsidere a organização como um todo para lançar um olhar novo nos seus detalhes.

Reciprocidade

Demonstre que a criação de valor é uma proposição consistente.

Crie espaços para que o profissional venha diariamente de corpo e alma para o trabalho.

Fonte: adaptado de Bukowitz e Williams (2002).

Estes imperativos são desafios que as organizações precisam superar de

maneira a canalizar recursos para distribuição nas atividades mais importantes para

o crescimento e manutenção dos ativos intangíveis. Exige um olhar renovado sobre

o significado de gerenciar. As organizações precisarão enfatizar seus trabalhos em

ações para melhorar seus relacionamentos e na colaboração como fonte de

vantagem competitiva. Além de identificar conhecimentos que se tornarão

experimentos arriscados, mas precisarão ser reconhecidos como importantes e

suficientemente indispensáveis (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

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2.5.9 Processo descarte

O último passo no processo de gestão do conhecimento é o descarte, e,

como sua nomenclatura já deixa transparecer, é o momento em que as

organizações precisam se desgarrar do conhecimento que desenvolveram. Nesse

caso é difícil imaginar que o descarte de conhecimento pode trazer benefícios

significativos à organização. Mas se o conhecimento não satisfaz mais os seus

objetivos estratégicos, ele necessita ser abandonado (BUKOWITZ; WILLIAMS,

2002). Só deve permanecer na organização o conhecimento que ainda atua na

criação de valor (DALKIR, 2011), competitividade e novos conhecimentos.

Quando despojamos o conhecimento que não é mais útil, abrimos espaço

para novas possibilidades, além de liberarmos tempo e recursos para ampliar e

manter aqueles que ainda são estrategicamente importantes. Nesse caso, é

importante que a organização descarte sem escorregar para uma ausência total de

conhecimento organizacional após o descarte (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Neste momento, a organização precisa em seu último passo, atuar no

desenvolvimento de métricas que examinem seu capital intelectual em termos de

recursos necessários para mantê-los (DALKIR, 2011), e, se descoberto que

descartados ou aproveitados em outro lugar podem gerar valor, deve-se considerar

ambas as atitudes.

Exige-se da chefia ou área que coordena a gestão do conhecimento, a

capacidade de imaginar um fluxo contínuo de conhecimento entrando e percorrendo

a organização, até a própria saída. Esse fluxo não pode ser subjugado ou ter parte

dele preferencialmente focal, deve ser uma corrente vista como um todo. Esse

movimento deve considerar exatamente o que se deve absorver ou excluir

(BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002). Tal processo envolve “entender o porquê, quando,

onde e como formalmente desinvestir partes da base de conhecimento” (DALKIR,

2011, p. 35).

É uma competência da organização não apenas despojar o conhecimento

que não tem mais valor agregado para si, mas também ter o discernimento de não

absorver conhecimentos diversos apenas pelo fato de todos estarem absorvendo. É

questão de disciplina estratégica tal trabalho. No processo de não absorver, é

essencial que a perspectiva dos processos construir e o manter estejam ligados, já

que devem complementar o conhecimento estratégico. O desafio é exatamente o de

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reconhecer as formas de conhecimento que podem ser alavancadas e aquelas que

são limitadas (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Por fim, as organização devem compreender como o valor baseado no

conhecimento é gerenciado, para que o conhecimento valoroso fique armazenado

em sua estrutura, ao tempo que se algo em relação ao conhecimento pode ser

descartado, que seja, como forma de manter a rentabilidade, praticidade, e agilidade

no processo. Desta forma, fazer experiências com o conhecimento que detém é uma

maneira de reconhecer o que realmente precisa ser mantido para enfrentar o futuro

e as incertezas que são inerentes a este. Ao tempo que abster-se de absorver

conhecimento inadequado é questão de autodomínio.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta o caminho a percorrido quanto aos métodos para que

fosse possível alcançar o objetivo proposto com este estudo. É possível encontrar

informações quanto ao tipo de pesquisa que será utilizado, informações pertinentes

quanto ao local do estudo, universo e amostra da pesquisa, instrumento da pesquisa

e sua operacionalização, bem como o plano de coleta de dados, sua análise e

tratamento dos dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Faz convir, neste tópico, uma apresentação sobre o tipo da pesquisa.

Construída com o intuito de obter resposta ao objetivo deste estudo, a tipologia visa

expressar aspectos no que se refere à sua classificação e quanto ao que concerne à

base nos procedimentos técnicos utilizados para o alcance deste. É fato notório que

o tipo, ou procedimento, está intrinsecamente ligado ao problema da pesquisa.

Diante do exposto, pode-se afirmar que quanto aos fins, trata- se de uma

pesquisa descritiva e exploratória. É descritiva, pois contém um grande número de

variáveis e utiliza técnicas para caráter representativo (LAKATOS, 2003) além de

permitir a descrição a incidência ou a predominância de características da amostra e

do fenômeno estudado (YIN, 2003). E exploratória, por permitir explorar e conhecer

variáveis importantes para o processo de exame e análise (CRESWELL, 2007)

qualitativa da pesquisa.

Quanto aos meios, a técnica utilizada é o estudo de caso com abordagem

quali-quantitativa. Optou-se por essa abordagem mista, pois, por um lado, o método

qualitativo pode ser visto como o mais adequado para a exploração de um problema

pouco conhecido (GODOY, 1995) na organização. A abordagem qualitativa tem a

vantagem de se aprofundar nas evidências abordadas no estudo, além de permitir

múltiplas fontes para possíveis triangulações de análises e detalhes relevantes que

podem ser informais e que por natureza são mais difíceis de serem obtidos quando

do uso com enfoque mais quantitativo (FREITAS; JABBOUR, 2011). Por outro lado,

é a partir do enfoque quantitativo que o investigador encontra auxílio para a análise

do instrumento de diagnóstico da gestão do conhecimento, utilizado para a coleta de

dados e geração de resultados estatísticos (CRESWELL, 2007).

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Optou-se ainda pela observação participante como fonte de informação, pois

ela trata de acontecimentos no tempo e no contexto do evento, além de tomar nota

de comportamentos que podem ser importantes como fonte de informação (YIN,

2003).

O estudo de caso é um método de estudo intensivo, capaz de levar em

consideração a compreensão como um todo para o objetivo do assunto investigado,

além do que, quando bem apreciado, atinge uma máxima de grande valor (FACHIN,

2006). Este método é uma investigação empírica que investiga fenômeno dentro de

um contexto real (YIN, 2003). Para tanto, este estudo se utiliza de corte transversal,

uma vez que a coleta dos dados ocorre em um só momento, com pretensão em

descrever e analisar o estado das variáveis pesquisadas (FREITAS et al., 2000).

Para o levantamento de coleta de dados, será utilizado um instrumento

predeterminado a fim de descrever o fenômeno estudado na perspectiva da

organização objeto deste estudo (GODOY, 1995), além de gerar dados com

possibilidades estatísticas para o aprofundamento e desenvolvimento de

conhecimento e compreensão do processo estudado (CRESWELL, 2007).

Diante dos desafios da pesquisa, foi imprescindível a escolha do método

descritivo dado à possibilidade deste para a ampla observação e registros

importantes e, atrelada à escolha do método, fez-se a escolha da técnica que foi o

estudo de caso, por ser coerente com a proposta da pesquisa, já que o público

escolhido era pequeno e concentrado em um determinado ambiente da organização.

Quanto à abordagem qualitativa, esta foi essencial por permitir aprofundar as

percepções do pesquisador.

3.2 AMBIENTE DA PESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida em unidades do Instituto Nordeste Cidadania -

INEC, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) atuante

em toda a região Nordeste e norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Para fins deste

estudo, os formulários foram enviados a todos os coordenadores de unidades da

instituição que atuam no Rio Grande do Norte e que se encontravam na ativa

durante o mês de maio/2018. A escolha da gerência do Rio Grande do Norte se deu

por conveniência, em função da proximidade geográfica (YIN, 2003) e por sua

formação natural, já que totaliza um grupo organizacional (CRESWELL, 2007)

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distinto dos demais estados, com sua própria gerência e métodos de

acompanhamento.

Do ponto de vista organizacional, atualmente esta é a maior OSCIP em

atividade no Brasil, com um total de 7.379 funcionários (INEC, 2018) e mantém

parcerias formalizadas com mais de 15 instituições, dentre elas, o Banco do

Nordeste do Brasil S/A, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate a Fome e Secretaria de Educação do Estado do

Ceará.

A escolha dessa OSCIP deve-se em virtude de sua relevante atuação no

estado, sobretudo do ponto de vista sociocultural e econômico das pessoas junto às

comunidades rurais e urbanas menos favorecidas pelos serviços bancários. O

Agroamigo, por exemplo, ao longo do seu período de atuação já atendeu um total de

103.933 beneficiários, enquanto o Crediamigo atendeu 316.022 beneficiários (BNB,

2018). No Rio Grande do Norte, a organização atua com mais de 400 funcionários

nos mais variados cargos e funções hierárquicas, tais como: gerente de operações,

assistentes administrativos regionais, coordenadores regionais, coordenadores de

unidades, agentes de crédito, assistentes administrativos, assistentes de

coordenação e jovens aprendizes.

Outro fator relevante para a escolha da OSCIP se dá pela importância na

aplicação de recursos provenientes do Banco do Nordeste do Brasil S/A, com forte

apelo ao desenvolvimento de pequenas atividades econômicas, na qualidade de

pessoas autônomas ou microempreendedoras, capazes de agregar

desenvolvimento em todos os municípios, ao tempo que se apresenta como

importante fonte de geração de emprego, renda e resgate sociocultural e econômico

do seu público-alvo. Além do mais, Pereira (2016) em sua pesquisa, fez aplicação

do Diagnóstico da Gestão do Conhecimento no Banco do Nordeste, o que nos

permitirá comparações dos resultados, já que o Instituto Nordeste Cidadania foi

fundado há 25 anos por iniciativa de funcionários do Banco do Nordeste.

A população do estudo foi formada exclusivamente pelos coordenadores de

unidades, cuja motivação pela escolha se deu pelo fato de estes atuarem na

qualidade de gestores intermediários frente às equipes em cada jurisdição de

atendimento das unidades espalhadas em todo o Rio Grande do Norte. Esta função

é de suma importância para a condução da GC, pois tem similaridade e

compatibilidade com a perspectiva de Gestores Intermediários segundo Bukowitz e

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Williams (2002). Os gestores intermediários “apresentam um papel-chave em dar

sentido ou transformar o conhecimento a partir da informação coletada na linha de

frente” (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002, p. 22).

Atualmente, quando considerados todos os programas de atuação do INEC

na região Nordeste em parceria com o BNB, no acumulado dos anos em que são

parceiros, somam-se financiamentos cujos investimentos em micronegócios rurais e

urbanos superaram a marca de R$ 64,6 bilhões. Tais investimentos compreendem o

período desde sua fundação até dezembro de 2017 e superam também o montante

de mais de 36,75 milhões de operações de crédito até a mesma data (BNB, 2018).

Por fim, apenas no estado do Rio Grande do Norte, mais de 419.955 mil

clientes foram atendidos pelos dois programas desde o início da atuação do INEC

no estado. Com o Crediamigo financiando um montante superior a R$ 430 milhões

apenas no ano de 2017 em atividades comerciais, industriais e prestação de serviço

em zonas urbanas. Na zuna rural, o Agroamigo financiou R$ 128 milhões no

investimento de atividades agropecuárias, turísticas e de serviços; (BNB, 2018).

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

A coleta de dados se deu a partir do desenvolvimento de um questionário

sociodemográfico para compreender a realidade demográfica dos participantes da

pesquisa e, desta forma, nos permitir elaborar cruzamentos a partir dos resultados.

O segundo instrumento utilizado foi um questionário com três perguntas abertas,

desenvolvido com a finalidade de colher as percepções dos coordenadores sobre a

temática para então codificar as unidades de análise qualitativas a partir das

categorias: Conceito de Gestão do conhecimento, Impacto da Gestão do

Conhecimento e Tipo de conhecimento que é repassado (vide apêndice A).

O terceiro instrumento utilizado para a realização do diagnóstico, a partir da

coleta de dados, foi desenvolvido e validado por Bukowitz e Williams (2002) com a

finalidade de auxiliar quem faz da gestão do conhecimento uma prática

organizacional. Com ele, é possível mensurar e identificar as áreas da GC nas quais

uma organização precisa desenvolver, ou manter-se em desenvolvimento. Ao

instrumento, as autoras deram o nome de Diagnóstico da Gestão do Conhecimento

– DGC. O DGC é dividido em dois processos, sendo o primeiro tático e subdividido

em 04 (quatro) seções: Obtenha, Utilize, Aprenda, Contribua; o segundo processo é

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o estratégico e está subdividido em 03 (três) seções: Avalie, Construa/Mantenha e

Descarte. temos 20 afirmações compondo cada seção, um total de 140 afirmações

compõe todo o manual.

Em função da distância geográfica entre o pesquisador e os coordenadores, a

aplicação dos formulários foi virtual – possibilidade viável segundo Mattar (2011) –

com envio de e-mail com os formulários para os coordenadores na ativa em todas as

unidades da empresa no Rio Grande do Norte. Desta forma, buscou-se ter como

vantagem a possibilidade de atingir todos os indivíduos que são coordenadores de

unidades, mesmo os que atuam em regiões mais afastadas, além do gasto ficar

próximo de zero. Outra vantagem foi permitir que os respondentes pudessem ter

acesso ao questionário na hora que acreditassem ser mais oportuna o que pode ter

garantido a cada coordenador certo conforto no que concerne a fatores exógenos

que pudessem influenciá-los, além do mais, reforçando e garantindo o anonimato às

respostas.

Por fim, foi disponibilizado um contato telefônico além do próprio e-mail do

pesquisador para que, em caso de dúvidas, os coordenadores pudessem ligar ou

enviar e-mail diretamente para o pesquisador para saná-las.

3.3.1 Operacionalização do Instrumento de Pesquisa

Para apreciação dos resultados por seção, a operacionalização do

instrumento se deu seguindo as orientações das próprias autoras Bukowitz e

Williams (2002) que, mediante rigoroso processo de validação metodológica,

sugerem a adoção de uma escala de pontuação a ser utilizada no questionário que

varia de 1 (um) a 3 (três), sendo 1 (um) equivalente à percepção dos respondentes

para a um fator fraco (Frs), 2 (dois) equivalente a um fator de percepção moderado

(M) e 3 (três) refere-se a uma descrição de fator forte (F). O modelo de escala está

apresentado no quadro 9, abaixo.

Quadro 9 - Escala de avaliação do Diagnóstico de Gestão do Conhecimento

PONTOS DAS RESPOSTAS OBTIDAS DO QUESTIONÁRIO

RESPOSTAS PESO

Fortemente descritiva (F) 3

Moderadamente descritiva (M) 2

Fracamente descritiva (Fr) 1 Fonte: Bukowitz e Williams (2002).

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A adoção do DGC como instrumento a ser utilizado mediante escala acima,

tem como possibilidade de interpretação a análise por cada passo do processo de

forma individual, ou cada seção. Tal análise torna possível avaliar qual é a seção

que merece melhor atenção, ao tempo que terá informações das demais com

melhores desenvolturas, ou a utilização por soma de processo como um todo e

assim apresentar um resultado holístico da organização. É necessário estar ciente

que quanto mais alto o percentual alcançado, melhor é o estado, ou desempenho,

do referido passo no processo específico (BUKOWITZ, WILLIAMS, 2002).

A figura 11, abaixo, apresenta o modelo de análise sugerida pelas autoras

para o cálculo de cada seção.

Figura 11 - Método de cálculo da pontuação por seção

Fonte: Bukowitz e Williams (2002, p.34).

Dessa forma, as autoras diferenciam as legendas Forte (Fs) e Fraco (Frs)

apenas pela presença do ‘r’ para a legenda do fator fraco. Para aplicação do

questionário neste trabalho de forma a termos uma menor possibilidade de confusão

entre os respondentes, utilizaremos a termo ‘Fort’ para um fator forte, esta deverá

ser avaliada com os scores atribuídos ao Fs (3). Para um fator moderado, temos

‘Mod’ (2) e ‘Frac’ com valor Frs (1). O somatório desses fatores será

respectivamente multiplicado por 3, 2 e 1. Ao final, a pontuação máxima de cada

seção individualmente é 60 pontos. A figura 12, que segue, representa o método de

cálculo da pontuação geral, como sugerem Bukowitz e Williams (2002).

Número de Fs: x 3 =

Número de Ms: x 2 =

Número de Frs: x 1 =

A sua pontuação

Pontuação total possível

sua pontuação percentual % para cada seção (a sua pontuação dividida por 60)

60

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Figura 12 - Método de cálculo da pontuação geral

Seção

Pontuação

Seção 1

Seção 2

Seção 3

Seção 4

Seção 5

Seção 6

Seção 7

Total

Total possível

Pontuação percentual geral

% para a gestão do conhecimento

Fonte: Bukowitz e Williams (2002, p. 47).

A pontuação média adotada como padrão aceitável para cada seção é de

30% a 70% já que essas são as médias encontradas nos estudos que as autoras

realizaram, e para todas as seções no somatório geral é de 55% (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

3.3.2 Variáveis Analíticas do Estudo

Para organizar e facilitar a compreensão das definições de todas as seções

do Diagnóstico da Gestão do Conhecimento, elas foram organizadas no Quadro 10,

que segue, de forma compacta para uma melhor apreciação das variáveis analíticas

do trabalho. As seções foram organizadas de maneira a separar entre processo

tácito e estratégico da gestão do conhecimento, a fim de que fossem melhor

observadas, como sugerem Bukowitz e Williams (2002).

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Quadro 10 - Variáveis do estudo

Dimensões Variáveis Definição

Tática

Obtenha

Processo familiar que permite aos indivíduos tomar decisões ou criar produtos e serviços novos. Com o advento de novas tecnologias, é enorme a quantidade de informações que flui para as organizações, obrigando as pessoas a adquirir grande volume destas para obter aquela que é indispensável para as suas necessidades.

Utilize

Processo de utilização da informação de forma inovadora na organização, encorajando a criatividade, a experimentação e a receptividade a novas ideias.

Aprenda

Processo de reconhecimento da aprendizagem como um meio de criar vantagem competitiva. O desafio está em encontrar maneiras de integrar o processo de aprendizagem à maneira como as pessoas trabalham.

Contribua

Processo para garantir que as pessoas se sintam parte do sistema gestor do conhecimento e incentivem a sua participação, dirimindo as dúvidas quanto a riscos de compartilhar conhecimento com os demais. Esta contribuição garante a criação de novos produtos e serviços na organização.

Estratégica

Avalie

Processo que avalia quais são os conhecimentos necessários na organização e os compara com as necessidades futuras de conhecimento. É preciso garantir que se tenha referência para mensurar os ganhos com a gestão do conhecimento e investimentos no capital intelectual.

Construa/Mantenha Processo da gestão do conhecimento que assegura que o capital intelectual futuro manterá a organização viável e competitiva.

Descarte

Processo que identifica quanto o conhecimento não agrega mais valor à organização ou que identifica quanto este descarte de conhecimento irá gerar mais valor do que o manter apenas interno.

Fonte: Gonzaga (2014, p. 55).

Estes dois processos específicos, estruturados como no quadro acima,

permitirão uma apreciação de maneira acurada no que tange à aquisição e à

utilização do conhecimento por parte das pessoas na organização. Ao mesmo

tempo, tornam o conhecimento disponível, avaliam a qualidade, mantem o

conhecimento que agrega valor à organização e renuncia o que não oferece mais

associação contributiva.

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3.4 COLETA DOS DADOS

Independentemente das distâncias geográficas encontradas na população da

pesquisa, é essencial que a coleta de dados deva obedecer ao planejamento

científico do trabalho, assim evitando distorções e não comprometendo os

resultados da pesquisa. A coleta de dados deve ser efetuada diretamente na fonte

de informações, ou seja, diretamente com o indivíduo participante da amostra, em

nenhuma circunstância o pesquisador poderá desviar-se das normas estabelecidas

(FACHIN, 2005).

Por se tratar de uma pesquisa cuja amostra é o próprio universo, e a

organização estudada atende todo o estado do Rio Grande do Norte, a forma

utilizada para o formulário foi o envio virtual. Segundo Mattar (2011), esta é uma das

formas que pode ser aplicada uma pesquisa, com a utilização da internet para enviar

e receber o questionário devidamente preenchido.

Após a tabulação dos dados, os métodos utilizados para a realização de

medidas e validação dos resultados foram estatísticos, conforme Quadro 11.

Quadro 11 - Objetivos da pesquisa

Objetivo Instrumento de coleta de

dados Análise

Objetivo Geral

Modelo de questionário proposto por Bukowitz e

Williams (2002).

Descritiva e Multivariada

Diagnosticar o nível atual da gestão do conhecimento no Instituto Nordeste Cidadania na percepção dos Coordenadores de Unidade.

Objetivo específico 1

Questionário elaborado pelo pesquisador.

Categorias analíticas

Codificar por unidade de análise o conceito dos coordenadores quanto à Gestão do Conhecimento, o Impacto da Gestão do Conhecimento e o Tipo de conhecimento que é transmitido aos clientes que atendem.

Objetivo específico 2 Seções 1, 2, 3 e 4 do

questionário DCG proposto por Bukowitz e

Williams (2002).

Descritiva e Multivariada

Analisar o processo tático composto pelas etapas de obtenção, utilização, aprendizagem e contribuição do conhecimento na organização.

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Objetivo específico 3 Seções 5, 6 e 7 do questionário DCG

proposto por Bukowitz e Williams (2002).

Descritiva e Multivariada

Averiguar, através do processo estratégico, como ocorre a avaliação, construção/manutenção e descarte do conhecimento na organização.

Fonte: Autoria própria (2018).

Com o auxílio dos objetivos específicos, foi possível elaborar um roteiro

assertivo para então atingir a proposta firmada com a pesquisa. Para tanto, foi

necessário seguir o rigor das orientações quanto à coleta das informações direto da

fonte para evitar interferências de percepções de terceiros.

3.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS

Mediante a obtenção dos instrumentos de pesquisa enviados pelos

pesquisados e conferidos quanto ao total preenchimento, bem como a observação

dos resultados obtidos, os dados do questionário referentes aos dados

sociodemográfico e DGC foram tabulados utilizando-se de planilhas eletrônicas no

programa Microsoft Excel 2010, com o cruzamento dos dados, direta e

transversalmente para atender às variáveis de interesse apresentadas em tabelas

de frequência das respostas e média percentual.

Para Bukowitz e Williams (2002), a mensuração das respostas deve ser

obtida pela atribuição dos escores: “F”=3, “M”=2 e “Fr”=1. Além disso, seguindo uma

proposta de análise mais criteriosa e que visa possibilitar o aprofundamento dos

resultados obtidos em cada seção do DGC, Castro (2011) atribui uma organização

dos itens das sete sessões em Indicadores de Gestão do Conhecimento, conforme a

tabela 1 a seguir.

Tabela 1 - Indicadores de Gestão do Conhecimento

Itens Avaliativos Específicos

(Indicadores da gestão do conhecimento)

Domínio Cognitivo (Seções do diagnóstico de gestão do conhecimento)

Obter Utilizar Aprender Contribuir Avaliar Construir/

Manter Descartar

Processos, contextualização,

política de gestão do conhecimento

1,10,12,1

5 2,12,15,16,

18

3,4,9,10,13,14,15,17,18,20

1,7,16,18 1,2,6,7,10,13,16,17,2

0

Compartilhamento do conhecimento, comunicação,

1,2,4,8,9

1,5,8,15,18,19

19 5,7,8,10,11,12,13,14,16,17,18,19,

2,12

1,2,19 2,4,9,19

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relacionamento 20 Capacidade de

realização da tarefa 15

Papeis de gestão do conhecimento

3,6,10,12,13,18

1,9,16 14 3,10 6

Estrutura física e organizacional

2,3,11,13,17

4,8,10

Meios eletrônicos e tecnologias da

informação

5,7,11,14,16,17

4,10 2,5,7,11,13

,17

Documentação, resultados,

mensuração, protocolos e/ou regras

19,20 14

3,4,5,6,7,8,11,12,17,2

0

15,20

Processo decisório 4 2,6,8,17,

18,20 13

1,3,8,13,14,15

Simulação, jogos, inovação ou resolução

de problemas

6,8,9,12,20

4,11,13,16,20

4,10,14 18

Parceria 7,10,16 3,9 6 8,12,18 11,12,19 Avaliação do

conhecimento 5,7,9,14 5,13,16

Valores 6,9 Reconhecimento e

valorização da gestão do conhecimento

3,17,18 1,16,19 10,20

Fonte: Castro (2011, p.79).

Para uma melhor apreciação dos resultados apresentados, foi utilizada uma

escala Likert de avaliação, na qual são considerados os sete domínios cognitivos

divididos entre dimensão tática: obter, utilizar, apreender, contribuir; e dimensão

estratégica: avaliar, construir/manter, descartar. Para cada domínio cognitivo, foram

definidos itens avaliativos específicos (Indicadores de Gestão do Conhecimento)

elaborados a partir de vasta pesquisa na literatura sobre Gestão do Conhecimento e

transformados em uma escala adequada de valores utilizada para análise e

mensuração (CASTRO, 2011).

No que concerne à análise e com a proposição de aprofundá-la, solicitou-se

que, além de definirem cada item da pesquisa entre as opções forte, moderado e

fraco, cada coordenador mensurasse a sua percepção quanto ao nível de

Ocorrência/Utilização no seu trabalho para cada afirmativa elaborada por Bukowitz e

Williams (2002). Para tanto, foi orientado que fizesse uma escolha a partir de uma

escala Likert que vai de 1 (um) a 7 (sete), onde o valor 1 (um) corresponde à

resposta “Ocorrência/Utilização mínima” no questionário e 7 corresponde à

“Ocorrência/Utilização máxima”. Desse modo, para dar continuidade ao

aprofundamento da pesquisa quanto à análise dos valores médios finais obtidos,

todas as categorias de estudo receberam duas pontuações por parte de cada

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coordenador. Primeiro utilizou-se as pontuações sugeridas por Bukowitz e Williams

para análise dentro do conceito de DGC e posteriormente a pontuação Likert para

avaliar a percepção quanto ao nível de Ocorrência/Utilização de cada item dentro da

perspectiva de Indicadores da Gestão do Conhecimento sugerida por Castro (2011).

Na Figura 13, abaixo, pode-se observar um fragmento da adaptação feita ao

formulário de pesquisa desenvolvido por Bukowitz e Williams para que fosse

possível também a avaliação dos indicadores elaborados por Castro a partir da

escala Likert proposta.

Figura 13 – Fragmento do formulário adaptado utilizado para a pesquisa

Fonte: Formulário da pesquisa (2018).

Após definida a pontuação padronizada das respostas obtidas na pesquisa e

os itens avaliativos específicos de cada domínio cognitivo, primeiro, a fim de obter o

resultado do DGC, foram calculados os valores médios aritméticos ponderados em

cada domínio conforme orientado por Bukowitz e Williams (2002). E para apreciação

das respostas quanto aos Indicadores de Gestão do Conhecimento (CASTRO,

2011), utilizou-se de média aritmética simples. Para análise dos resultados desta

pesquisa, serão destacados no próximo capítulo apenas os itens dos indicadores

que apresentaram média abaixo do padrão de 70% da média máxima possível 7

(sete), já que o padrão encontrado por Bukowitz e Williams em estudos anteriores

confirmam que a média padrão máxima tem sido em torno de 70% da pontuação

possível por seção e 55% no resultado geral dos estudos.

Para dar rigor metodológico às análises dos três questionamentos subjetivos

elaborados no formulário sociodemográfico, elas foram elaboradas com base na

análise de conteúdo de Bardin (2002) com tratamento informático a partir do

software Nvivo 10, que auxiliou na comparação dos conteúdos a partir da

similaridade com base no coeficiente de correlação de Pearson (r), que avalia a

similaridade pontuando entre ‘-1 e 0’ e ‘0 e 1’, em que ‘1’ implica total similaridade

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(DANCEY; REIDY, 2006). Para esta pesquisa, serão considerados como padrão de

similaridade as respostas que apresentam (r)>5. O Nvivo 10 também permite

análises de cluster, formação de nuvens de palavras e outras técnicas que

auxiliaram na análise do conteúdo presente nas respostas dos coordenadores.

O uso do Nvivo 10 favoreceu o trabalho graças ao seu potencial na realização

da análise de dados. Este programa possui várias características como vantagem

para quem o escolhe, tais como a possibilidade de indexação de textos, imagens,

áudios, vídeos etc (LIMA; MANINI, 2016). O software facilita a organização de

entrevistas, discussões em grupos, rede social, páginas da rede mundial de

computadores e no que tange à prática com estatística apresenta dados descritivos,

inferenciais e meta-análises (ALVES; FIGUEIREDO FILHO; HENRIQUE, 2015).

Além do que, a partir do tipo de abordagem teórica e metodológica, é possível

implementar de maneira sistemática categorias e subcategorias, desenvolver

quadros de correlação e estratificação e cruzar todos esses dados com outros

recursos em planilhas e softwares estatísticos (LIMA; MANINI, 2016). Algumas

informações quanto ao potencial do Nvivo 10 podem ser vistas no quadro 12 que

segue.

Quadro 12 - Principais funções do Nvivo

Função Descrição da função

Criar, exportar e editar Documentos no Microsoft Word, arquivos de áudio, planilhas do Microsoft Excel, tabelas de bando de dados do Access, tabelas de bancos de dados do ODBCm arquivos de vídeo e clipes de mídia, páginas da Web e PDFs on-line, dados de mídia social do Facebook, LinkedIn e Twitter, fotos e imagens digitais e criação de documentos dentro do próprio programa.

Organizar e classificar dados Reunir fontes que possuem as mesmas características no mesmo lugar.

Codificação Reunir todos os seus materiais sobre um tema, ideia ou tópico por meio da ‘codificação’.

Memos e comentários Criar anotações sobre um determinado conteúdo. Esses memos funcionam como notas que podem ser facilmente alteradas.

Vincular ideias, temas e informações

Usar hyperlinks para vincular referências selecionadas a arquivos fora do seu projeto do Nvivo.

Trabalhar com documentos áudios, imagens e vídeos

Arquivos de mídia mesmo sem transcrição e criar transcrições a partir de áudios ou vídeos.

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Trabalhar com planilha e banco de dados

Reunir automaticamente respostas com base em dados demográficos.

Revisão de literaturas e bibliográficas

Importar dados bibliográficos de softwares de gerenciamento de referência.

Visualização de padrões e conexões

Criação de gráficos, nuvens, análise de cluster e mapas de conexão.

Coleta e análise de dados on-line

Facebook, Twitter, YouTube, PDFs on-line e dados de mídias sociais.

Fonte: Alves, Figueiredo Filho e Henrique (2015, p.126).

Por fim, a análise de conteúdo presente está baseada na palavra como

indicador da unidade de análise e tem relação direta com o “número de vezes em

que a palavra ocorre” (BARDIN, 2002, p. 143). Como o foco deste trabalho foi o

diagnóstico da gestão do conhecimento por via do formulário elaborado e testado

metodologicamente por Bukowitz e Williams (2002), fez-se aqui uma análise de

conteúdo sem o desenvolvimento da categorização prévia. Portanto foram criadas

apenas “as operações de enumeração e tratamento estatístico” reforçando a palavra

como unidade de significação (BARDIN, 2002, p. 145) para que o software Nvivo 10

pudesse analisar frequências de palavras, correlação de conteúdos e demais

análises necessárias.

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4 RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados e as análises a partir dos

formulários obtidos mediante aplicação da pesquisa. No primeiro momento será

apresentada a caracterização do Instituto Nordeste Cidadania, instituição onde a

pesquisa foi realizada e, sua formação sociodemográfica atual no estado do Rio

Grande do Norte. Posteriormente, serão apresentados os resultados obtidos a partir

da aplicação do diagnóstico e seus respectivos processos táticos e estratégicos,

procedimento essencial ao alcance dos objetivos deste estudo que foi elaborado

mediante a participação dos Coordenadores de Unidades.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

O Instituto Nordeste Cidadania (INEC) surgiu inicialmente como Comitê de

Ação da Cidadania, em 1993, criado por funcionários do Banco do Nordeste do

Brasil (BNB) como uma instituição que visava desenvolver campanhas que

pretendiam amenizar problemas sociais emergenciais, arrecadando brinquedos,

roupas e alimentos para organização em cestas básicas com a finalidade de doação

às pessoas e famílias que viviam em situação de risco e vulnerabilidade em

comunidades carentes no Ceará.

No ano de 1994 o então Comitê passou a desenvolver projetos estruturantes

para a geração de emprego, renda e de segurança alimentar nestas comunidades. A

proposta de atuação no âmbito da doação se transforma com a finalidade de

assegurar uma ação de apoio capaz de modificar para melhor a realidade nestes

lugares, empregando ações mais efetivas e consistentes com base em educação, e

desenvolvimento de projetos produtivos com organização comunitária assessorada.

Tal modelo de projeto foi ganhando força e admiração dos seus participantes,

que trataram de buscar meios para a formalização do comitê para atuar com novas

formas de trabalhos e intensificar projetos geradores de emprego e renda. Foi em

1996 que o Instituto Nordeste Cidadania (INEC) foi formalizado como Organização

Não-Governamental (ONG). E, em 2003, o INEC qualifica-se como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), para então passar a desenvolver

projetos ligados a concessão de microcrédito produtivo e orientado pela assinatura

de termo de parceria com o Banco do Nordeste do Brasil S/A, desenvolvendo

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conjuntamente o programa Crediamigo, que financia atividades econômicas junto

aos microempreendedores que, em sua maioria, atuam como comerciantes

autônomos no meio urbano e, devido ao sucesso do programa, desenvolveram

posteriormente o programa Agroamigo, que atua com financiamentos de

microcrédito para o micro produtor rural. Além de manter as atividades de cultura,

assessoria social e comunitária.

Atualmente o INEC atua em todos os estados e municípios do Nordeste,

Norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Porém a pesquisa foi aplicada, em especial,

junto aos coordenadores das unidades em exercício das unidades atuantes no

estado do Rio Grande do Norte. Quanto ao Crediamigo as unidades são: Natal

Centro, Zona Norte, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, João Câmara, Macau,

Angicos, Assú, Mossoró, Areia Branca, Jardim do Seridó, Lagoa Nova, Parelhas,

Santa Cruz, Tangará, Currais Novos, Caicó, Pau dos Ferros, Apodi, Umarizal, Nova

Cruz, Santo Antônio, Caraúbas, Rafael Fernandes, Ceará Mirim, Goianinha, João

Câmara e Macaíba. As unidades do Agroamigo são: Caicó, Currais Novos, Jardim

do Seridó, Macaíba, Mossoró, Santo Antônio, Apodi, Pau dos Ferros, Assú, Angicos,

Ceará Mirim, Umarizal e Santa Cruz.

No estado do Rio Grande do Norte no corpo funcional do INEC há em média

404 funcionários, entre alta gerência e unidades de atendimento, deste total, 42 são

coordenadores de unidades do Crediamigo e Agroamigo, que são responsáveis pelo

gerenciamento de agentes de microcrédito, assistentes administrativos e jovens

aprendizes.

Dessa forma, todas as unidades se organizam sob a gerência de um

coordenador de unidade, gestor responsável pela manutenção ativa da missão do

INEC a nível regional, sob a jurisdição em que atua que é “contribuir para a inclusão

e o desenvolvimento sociocultural e econômico das pessoas, potencializando a força

coletiva, promovendo a cidadania e o respeito à vida” (INEC, 2018).

4.2 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS PESQUISADOS

Nesta seção apresentaremos detalhes quanto ao perfil dos coordenadores de

unidade que foram pesquisados, caracterizando-os de maneira a termos

estratificados os seguintes aspectos: sexo, estado civil, faixa etária, escolaridade,

tempo em que está na função, quantidade média de funcionários gerenciados,

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região da unidade em que está lotado, e também, aspectos quanto ao conhecimento

sobre a temática gestão do conhecimento: se já ouviram falar sobre gestão do

conhecimento, se o conhecimento que gerenciam chega até o cliente e se o mesmo

conhecimento pode impactar de maneira positiva o desenvolvimento do nordeste.

O Quadro 13, apresentado abaixo, detalha o perfil dos coordenadores de

unidade que enviaram o formulário com as respectivas respostas.

Quadro 13 – Resultado geral seção Descartar

VARIÁVEL CATEGORIA Nº VARIÁVEL CATEGORIA Nº

Sexo Feminino 7

Faixa etária

entre 18 e 23 anos 0

Masculino 14 de 24 a 29 anos 5

Escolaridade

Ensino Médio/Técnico

3 de 30 a 35 anos 11

Ensino Superior 13 de 36 a 41 anos 5

Especialização/MBA 5 de 42 a 47 anos 0

Mestrado/Doutorado 0 de 48 a 53 anos 0

Estado Civil

Casado (a) 14 igual ou maior a 54

anos 0

União Estável 3

Tempo na Função de

Coordenador de Unidade

Menor ou igual a 2 anos

8

Divorciado (a) 1 de 3 a 5 anos 3

Separado (a) 0 de 6 a 8 anos 4

Solteiro (a) 3 de 9 a 11 anos 3

Viúvo (a) 0 de 12 a 15 anos 1

Outro 0 Igual ou maior a 16

anos 2

Quantidade de

Funcionários que gerencia

Menor ou igual a 5 7

Lotação Regional

Seridó/Agreste 8

de 6 a 10 11 Oeste/Região

Central 10

de 11 a 15 2 Grande Natal 3

de 16 a 20 1 Ouviu falar

Sobre Gestão do

Conhecimento

Sim 19

igual ou superior a 21

0 Não 2

Percepção quanto ao

conhecimento até o cliente

Sim 21 Influência da

Gestão do Conhecimento

da Empresa para o

Nordeste

Sim 21

Não 0 Não 0

Programa de Microcrédito

Agroamigo 11 Programa de Microcrédito

Crediamigo 10

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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A pesquisa foi enviada para todos os coordenadores que estavam na ativa

durante o mês de maio de 2018, respeitando o direito à liberdade de expressão e

livre arbítrio quanto ao envio das respostas. Do total de 37 (trinta e sete) formulários

enviados por e-mail para as unidades atuantes no Rio Grande do Norte, obtivemos

21 (vinte e um) respondentes, aproximadamente 57% dos coordenadores na ativa.

Nesse ínterim, quanto aos formulários recebidos e estratificados no quadro

13, observa-se que menos da metade são coordenadoras, apenas 7 (sete) do total

de 21 (vinte e um), o que representa 33,33%, sendo os coordenadores do sexo

masculino a maior parte dos respondentes, 14 (quatorze) ao total, ou

aproximadamente 66,67% do total dos respondentes que enviaram a pesquisa.

Dentre os formulários recebidos é possível destacar que 14 (quatorze) são de

funcionários que se declaram casados, sendo estes a maior parte dos respondentes,

3 (três) encontram-se em condição de união estável, houve a participação de 3 (três)

solteiros e um funcionário divorciado. Outras condições conjugais ou viuvez não

foram destacadas.

Quanto à idade, é possível identificar que houve uma predominância de

respondentes interessados na pesquisa na faixa etária que vai de 30 (trinta) a 35

(trinta e cinco) anos de idade, com 11 (onze) ou aproximadamente 52,38% dos

respondentes. A faixa etária entre 24 (vinte e quatro) e 29 (vinte e nove) anos e 36

(trinta e seis) a 41 (quarenta e um) anos também apresentaram respondentes, 5

(cinco) cada uma respectivamente. Houve ausência de respondente com idade entre

18 e 23 anos, isso pode demonstrar que há preocupação por parte da empresa em

contratação de profissionais que já tenham certa experiência como gestor na

carreira, ou até mesmo que anteriormente à posição assumida de coordenador de

unidade, tenha tido experiência em funções hierarquicamente inferiores a esta, como

agente de crédito e assistente administrativo, a exemplo. É válido ressaltar que

também houveram ausências de pesquisados com idade superior a 41 (quarenta e

um) anos, o que não implica dizer que a organização não tenha profissional acima

desta idade, mas que estes por algum motivo não se sentiram interessados, ou

ainda à vontade para enviarem os formulários da pesquisa respondidos.

No que concerne a lotação regional dos participantes da pesquisa tivemos a

participação de unidades de todas as regiões, em destaque ficou a região

Oeste/Central do estado com 10 (dez) participantes e a região Seridó/Agreste com 8

(oito) participantes. É importante reforçar que a empresa não tem a mesma

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quantidade de unidades de Crediamigo e Agroamigo. Em algumas jurisdições é

possível encontrar unidade de ambos os programas, porém em outros municípios

sede só é possível encontrar unidades do Crediamigo. De certo, a grande Natal

apresentou poucos respondentes, apenas 3 (três) divididos entre os dois programas,

nível bem inferior a quantidade de unidades presentes nesta região.

Outro aspecto relevante pesquisado foi quanto à formação acadêmica destes

profissionais. É sabido que mediante política de contratação da empresa

necessariamente a formação mínima exigida é de ensino médio ou técnico de nível

médio concluído, exceto em caso de jovem aprendiz que, porventura, podem estar

em fase de conclusão do ensino médio. Desta maneira, é possível perceber de

maneira nítida que houve por parte dos pesquisados certa preocupação em buscar

uma formação superior, pois dos 21 (vinte e um) respondentes, 18 (dezoito)

apresentavam pelo menos Graduação. Dos quais, 5 (cinco) já apresentam

Especialização ou MBA em sua formação. Por ser política da empresa a concessão

de bolsas de auxílio à formação superior em graduação e em especialização, pode-

se dizer que tal incentivo tem sido eficiente na formação de seu corpo de

coordenadores de unidade.

Em relação ao tempo no exercício da coordenação de unidade, verifica-se

que 11 (onze) dos gestores tem tempo de serviço na função específica inferior ou

igual a 2 (dois) anos. Por ser a maior parte dos entrevistados é provável que tenha

havido renovação parcial do quadro de coordenadores, ou ainda, que a empresa

tenha trabalhado na ampliação recente do quantitativo de coordenadores no

gerenciamento de novas equipes de trabalho. Merece destaque ainda que 6 (seis)

respondentes assinalaram que têm 9 (nove) anos ou mais no exercício na função, o

que demonstra longevidade na carreira de gestor, com tudo, que vêm acumulando

certa quantidade de informação, experiência, know-how e, podem ser fontes

preciosas de ativos de conhecimento para a organização.

O estudo também verificou quanto ao tamanho da equipe que cada

coordenador gerencia, pois equipes maiores tendem a ter maior envolvimento no

atendimento ao cliente, que porventura podem colaborar para um maior fluxo e

enriquecimento quanto aos conhecimentos gerenciados pelos coordenadores, além

do que quanto maior o quantitativo de funcionários a gerenciar, maiores são também

as responsabilidades quanto ao possível volume de gestão do conhecimento destes.

Notadamente a maior quantidade de coordenadores gerenciam pelo menos 10 (dez)

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90

funcionários, pois 18 (dezoito) afirmaram que estão gerenciando no momento entre

2 (dois) e 10 (dez) funcionários, 2 (dois) informam que gerenciam entre 11 (onze) e

15 (quinze), e um coordenador tem como desafio o gerenciamento de um

quantitativo entre 16 (dezesseis) e 20 (vinte) funcionários. As equipes menores são

formadas por até 5 (cinco) funcionários, e, tais equipes, estão lotadas e são

gerenciadas por coordenadores de unidades em pelo menos 7 (sete) regiões do

estado. Não foi identificado coordenador que gerenciasse mais que 20 (vinte)

funcionários.

Por fim, três perguntas com expectativas de respostas binárias foram feitas

com a proposição de verificar se os coordenadores de unidades já haviam ouvido

falar sobre a temática da gestão do conhecimento, se na percepção dos mesmos o

conhecimento gerenciado por eles chega até o cliente, e se o gerenciamento do

conhecimento na instituição em que atuam pode influenciar diretamente e de forma

positiva o desenvolvimento do nordeste. Dos 21 entrevistados, 19 (dezenove) ou

aproximadamente 90,5% dos respondentes afirmam positivamente que já ouviram

falar e todos afirmam que tanto percebem que o conhecimento gerenciado chega ao

cliente atendido no trabalho como também o gerenciamento do conhecimento por

parte da instituição em que atuam influencia de maneira positiva no desenvolvimento

do Nordeste.

Para melhor compreensão quanto ao conhecimento sobre a temática e à

percepção dos respondentes quanto às réplicas das questões binárias, para cada

resposta afirmativa, foi solicitado que o pesquisado respondesse uma questão

aberta: Como você define Gestão do Conhecimento? Qual tipo de conhecimento

você passa ou trabalha com seu cliente? Como você percebe que a Gestão do

Conhecimento que sua organização tem pode influenciar no desenvolvimento do

Nordeste?

Para apuração e analise dos conteúdos escritos pelos coordenadores em

formulário de pesquisa, fez-se uso do programa QSR Nvivo 10.

4.3 ANÁLISE DAS RESPOSTAS ABERTAS

Foram elaboradas três perguntas abertas no formulário para que fosse

possível verificar a perspectiva dos coordenadores quanto ao entendimento sobre

gestão do conhecimento e sua influência. Nesta seção será apresenta uma análise

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91

dos resultados obtidos através das questões abertas referentes às categorias de

análises: Conceito dos coordenadores quanto à Gestão do Conhecimento, o Impacto

da Gestão do Conhecimento e o Tipo de conhecimento que é transmitido aos

clientes que atendem.

Para dar suporte matemático e estatístico a nossa análise será utilizado o

software QRS Nvivo10, pois ele figura dentre os mais utilizados em diversos

ambientes acadêmicos no Brasil, sendo adotado por centros como da Unicamp,

USP e URGS (LAGE, 2011). A técnica escolhida para avaliar as respostas escritas

foi a técnica da análise de conteúdo para auxiliar no que concerte à codificação

(BARDIN, 2002) das respostas que foram dadas aos três questionamentos feitos na

pesquisa. Quanto as análise a partir do Nvivo, utilizaremos a comparação das

respostas com base no teste de correlação de Pearson (r) para avaliar a magnitude

e o grau de relacionamento (DANCEY; REIDY, 2006) entre os escritos de cada

coordenador.

4.3.1 Categoria: Conceito dos coordenadores quanto à Gestão do Conhecimento

Para a devida análise, todas as respostas foram agrupadas dentro de um

mesmo núcleo de informação, pois o software Nvivo permite a organização do

estudo em um banco de dados com fontes distintas para cada análise. Outra

informação pertinente nesta seção é que para melhor assimilar a resposta dada

pelos coordenadores de unidades em cada formulário, tomou-se a liberdade de

iniciar todas as respostas com o mesmo início textual (todas as respostas foram

iniciadas com o texto “gestão do conhecimento é”) para que o programa pudesse

melhor identificar as respostas a fim de garantir um bom resultado quanto ao

diagrama a partir da análise de cluster.

A figura 14, que segue, foi gerada no programa Nvivo 10 para representar a

análise de cluster a partir do coeficiente de correlação de Pearson (r) para mensurar

na base de dados criada, a partir das respostas enviadas pelos pesquisados do

estudo, a similaridade de palavras que compunham cada uma das respostas dadas

pelos coordenadores de unidades quanto ao questionamento ‘P9’ do formulário

aplicado durante a pesquisa (ver apêndice A). A pergunta feita aos coordenadores

foi quanto a definição sobre a temática Gestão do Conhecimento, como eles

poderiam defini-la.

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92

Figura 14 - Análise de cluster por similaridade de palavras quanto à definição de Gestão do Conhecimento - Pearson (r)

Fonte: Dados da pesquisa, relatório extraído do programa Nvivo 10.

A figura acima foi extraída do software utilizado que a formou a partir do

padrão de 10 clusters do próprio sistema. O Nvivo 10 organizou os discursos de

forma a apresentar as semelhanças no que foi dito por cada um respondente. Como

pode ser visto o discurso do coordenador Agroamigo (8) é o mais distinto dos

demais. Ele sugere que “gestão do conhecimento está relacionada com o capital

humano que a empresa possui e a sua aplicação metodológica na facilitação do

acesso as informações no ambiente organizacional”.

Os discursos de alguns dos respondentes como Crediamigo (1) e Crediamigo

(3) apresentam similaridades, como também Agroamigo (1) com Agroamigo (9) e

serão destacados a seguir:

“Gestão do Conhecimento é uma forma de organizar as informações de forma

eficiente e distribuir para os demais colaboradores com objetivo de gerar vantagens

competitivas”. [Crediamigo (1)]

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93

“Gestão do Conhecimento é como um canal de compartilhamento de

informações corporativas entre os membros da equipe e outros colaboradores”.

[Crediamigo (3)]

“Gestão do Conhecimento é a junção e transferência de conhecimento, para

que seja aplicado na empresa ou organização”. [Agroamigo (1)]

“Gestão do Conhecimento é uma gestão focada na busca e gerenciamento do

conhecimento”. [Agroamigo (9)]

Parte das declarações dos coordenadores quanto à definição de gestão do

conhecimento foram reunidas e decodificadas no Nvivo 10 para que fosse possível

apresentar o resultado das ligações entre os conteúdos e a temática. O resultado

pode ser verificado na figura 15, abaixo.

Figura 15 - Definição de gestão do conhecimento pelos coordenadores de unidade

Fonte: Dados da pesquisa, adaptado a partir de relatório extraído do programa Nvivo 10.

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Os resultados mostram que em diversos conteúdos de respostas há uma

compreensão quanto ao que seria gestão do conhecimento no que concerne a um

sistema de gerenciamento de informações e conhecimentos, um processo de

gerenciamento do conhecimento, gestão do compartilhamento de conhecimento,

transferência, classificação de conhecimentos, multiplicação de conhecimento dentre

outros, o que mostra que os coordenadores têm ideias que podem ser encontradas

em autores da área como Nonaka e Toyama (2003), Davenport e Prusak (2003),

Takeuchi e Nonaka (2008) e Bukowitz e Williams (2002).

Para melhor estratificar esses resultados com o Nvivo 10 o sistema trabalha

para que seja possível a comparação entre duas respostas aleatórias dentro do

banco de dados de medida em que quando houver duas respostas similares, na

coluna A estará a que tiver maior quantidade de conteúdo ou texto e na coluna B

estará a sua resposta similar correspondente. Na terceira coluna, então, será

apresentado o coeficiente de similaridades entre estas duas respostas com base no

coeficiente de correlação de Pearson (r). A tabela 2 abaixo apresenta a análise por

similaridade com base nas respostas considerando (r)>0,5, pois o coeficiente

mensura resultados que vão de 0 até 1, ou de -1 a 0 (DANCEY; REIDY, 2006),

sendo 1 uma total similaridade, deste modo, entende-se que o discurso dos

funcionários necessita está com razoável grau de similaridade para que a

organização possa efetivar suas estratégias de gestão do conhecimento do

conhecimento.

Tabela 2 - Correlação de Pearson (r) – Conhecimento sobre GC

ANÁLISE SIMILARIDADE Coordenadores A Coordenadores B (r)

Agroamigo (2) Agroamigo (10) 0,802648 Crediamigo (7) Crediamigo (10) 0,598784

Crediamigo (10) Crediamigo (1) 0,56968 Crediamigo (5) Agroamigo (7) 0,52855 Crediamigo (7) Agroamigo (7) 0,52307 Crediamigo (7) Agroamigo (1) 0,522514 Agroamigo (9) Agroamigo (1) 0,520201 Crediamigo (7) Crediamigo (4) 0,518766 Crediamigo (5) Agroamigo (9) 0,506564 Agroamigo (9) Agroamigo (6) 0,501518 Crediamigo (8) Agroamigo (9) 0,501518 Crediamigo (3) Crediamigo (10) 0,500351

Fonte: Elaboração própria com base no relatório extraído do programa Nvivo 10.

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É possível verificar que existem duas respostas, o Agroamigo (2) e o

Agroamigo (10) que apresentam características bem próximas, (r)=0,802648, o que

implica alta similaridade entre estas. Para analisar o conteúdo as respostas serão

expostas a seguir:

“Gestão do conhecimento é a forma que uma instituição tem de organizar

estrategicamente os conhecimentos dos colaboradores e os conhecimentos

externos que são relevantes para o sucesso.” [Agroamigo (2)]

“Gestão do conhecimento é um processo que objetiva organizar de forma

estratégica os conhecimentos dos colaboradores e os conhecimentos externos, que

são fundamentais para o sucesso do negocio.” [Agroamigo (10)]

Esses coordenadores dividem um raciocínio que pode ser visto na literatura

de Bukowitz e Williams (2002), pois para estas autoras uma organização que

gerencia o seu conhecimento dentro de um processo elaborado em passos definidos

que vai desde obtenção, utilização, aprendizagem, contribuição, dentre outros até

abstenção ou descarte do conhecimento não pertinente à sustentabilidade ou futuro

organizacional, poderá sobremaneira, desenvolver uma vantagem competitiva, pois

é a partir da integração de como as pessoas podem aprender a partir do seu

trabalho, do seu relacionamento com outros funcionários, clientes e até concorrentes

que a organização cria o conhecimento organizacional com vistas a conseguir a

sustentabilidade e o sucesso.

4.3.2 Categoria: Tipo de conhecimento que é transmitido aos clientes

Para Bukowitz e Williams (2002), é imprescindível que se tenha contato com a

maior diversidade de pessoas para que seja construída uma maior variedade de

conhecimentos a partir das experiências, expectativas e abordagens diferenciadas

de cada pessoa perante os problemas. Para as autoras, a diversidade é um fator

que habilita um aumento do potencial de respostas inovadoras e criativas a partir do

conhecimento, o que pode gerar um benefício coletivo além de eliminar possíveis

barreiras que impeçam a cooperação entre os funcionários, colegas e clientes

(TAKEUCHI; NONAKA, 2008; DALKIR, 2011).

Diante desta realidade, buscou-se verificar se na visão dos coordenadores

havia uma percepção quanto ao tipo de conhecimento que eles transmitiam ao seu

cliente. Então, nesta seção para melhor assimilação do Nvivo 10 no que

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compreende a análise das respostas dadas pelos coordenadores, tomou-se a

liberdade de iniciar todas as respostas com o mesmo início textual (todas as

respostas foram iniciadas com o texto “transmito”) para que o programa pudesse

ligar a resposta dada ao item que se refere e assim garantir um bom resultado para

as análises que seriam elaboradas.

A figura 16, abaixo, foi gerada no programa Nvivo 10 para apresentar a

percepção dos coordenadores quanto ao tipo de conhecimento transmitido aos

clientes que atendem. O programa utiliza o agrupamento de respostas quanto a uma

mesma temática para expor a formação de raízes com ideias e frases que

apresentam um mesmo termo ou expressão em seu contexto.

Figura 16 – Tipo de conhecimento transmitido pelos coordenadores aos clientes

Fonte: Dados da pesquisa com base no relatório extraído do programa Nvivo 10

O resultado do agrupamento mostra que de maneira geral os coordenadores

tratam em transmitir principalmente o conhecimento pertinente aos serviços

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financeiros que banco federal parceiro da OSCIP disponibiliza, sobretudo

conhecimentos quanto à tomada de crédito, bancarização, aplicação do recurso

tomado no financiamento e controle financeiro. É possível notar que alguns

coordenadores ainda citam que passam conhecimento sobre vendas, atendimento,

sobre o uso de tecnologias e até gestão de competências, dentre outros.

Quanto aos resultados deste agrupamento, o software Nvivo 10 foi utilizado

para criar uma nuvem de palavras de maneira a facilitar na análise dos termos mais

citados pelos coordenadores no que concerne ao tipo de conhecimento que

transmitem para os clientes atendidos. Como parâmetro para criação da nuvem de

palavras, o sistema foi programado para apresentar apenas as palavras compostas

por mais de 5 (cinco) caracteres e que tivessem aparecido pelo menos três vezes no

agrupamento dos 21 (vinte e um) discursos analisados. O resultado pode ser visto

abaixo, na figura 17.

Figura 17 - Nuvem com as palavras mais citadas pelos coordenadores

Fonte: Dados da pesquisa com base no relatório extraído do programa Nvivo 10.

Esta análise mostra que a nuvem de palavras corrobora com as descobertas

junto ao relatório anterior, pois a lógica utilizada pelo programa para a formação

desta nuvem de palavras é que quanto mais repetida for uma determinada palavra

nas respostas analisadas, maior e mais central será a presença da palavra na

formação da nuvem. Desta forma, é possível destacar os termos: crédito, cliente,

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98

atividade, aplicação, pagamento, informações, conhecimento(s), dentre outros. Fato

que confirma a ideia de que mesmo ao considerar as respostas completas, os

coordenadores transmitem, em linhas gerais, seus conhecimentos sobre o serviço

bancário que é oferecido e as exigências do banco para a tomada de empréstimos,

bem como para a manutenção do relacionamento.

Seguem descritas, abaixo, algumas respostas enviadas pelos coordenadores

quanto ao tipo de conhecimento que é transmitido ao cliente:

“Informação sobre gestão de recursos, gestão pessoal e informações

inerentes ao crédito” [Agroamigo (1)].

“Repasso as informações sobre o crédito, sobre a linha de crédito que ela

está acessando. Passamos informações obre o que se pode ou não fazer, prazo de

pagamento, por exemplo, passamos as informações sobre o negócio” [Agroamigo

(2)].

“Em relação ao meu trabalho conhecimentos relacionados à aplicação do

recurso, desembolso e atividades financiadas” [Agroamigo (3)].

“Informações sobre nossas linhas de crédito, aplicabilidade, formas de

pagamento, agroecologia etc” [Agroamigo (4)].

“Passamos conhecimentos bancários. Além de orientação da correta

aplicação do créditos. Levamos esperança através de um crédito orientado e

acompanhado” [Agroamigo (5)].

“O conhecimento relacionado à orientação empresarial e ao desenvolvimento

da atividade comercial de cliente é repassado com prioridade por parte dos

colaboradores e dos gestores” [Crediamigo (1)].

“Forma correta de aplicação do crédito, conhecimento do microcrédito a

importância do pagamento em dia, informação do aval solidário” [Crediamigo (2)].

“Como adquirir melhor crédito para sua atividade como calcular os juros.

Gerenciamento dos custos do seu negocio. Como melhor investir em sua atividade”

[Crediamigo (3)].

“Compartilhamento de conhecimento das áreas de atuação dos mesmos”

[Crediamigo (4)].

“Conhecimento na área de vendas atendimento foco no olhar do cliente,

sendo este processo realizado em visitas, palestras e conversas com os clientes,

trocando experiências e fatos” [Crediamigo (5)].

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A análise nos mostra que há um direcionamento amplo para o

compartilhamento de possíveis conhecimentos entre os coordenadores e os clientes.

Diante desta realidade, seria conveniente o INEC desenvolver um arcabouço com os

conhecimentos relevantes acerca do gerenciamento de atividades comerciais, além

dos relacionados ao crédito e serviços bancários, para que houvesse o repasse por

parte dos coordenadores aos clientes atendidos, como uma forma de capacitar estes

clientes para o desenvolvimento das suas atividades comerciais propriamente dita,

por exemplo, conhecimentos quanto a: gestão comercial empresarial, gestão

financeira, divulgação e marketing, gestão de compras, formação de capital de giro

etc. Este compartilhamento de conhecimentos mais diversificados seria ideal para

uma ampliação da variedade de conhecimentos na relação com os clientes, o que

geraria um aumento no repertório de respostas aos problemas (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002) que os clientes porventura venham a passar em suas atividades.

O cliente de posse de uma maior variedade de conhecimento que os coordenadores

pudessem transmitir geraria uma relação cuja empatia poderia eliminar as possíveis

barreiras entre a cooperação (TAKEUCHI; NONAKA, 2008; DALKIR, 2011).

Por fim, a análise de correlação de Pearson (r) mostrou que a comparação de

similaridades entre as respostas neste item do questionário não apresentou

nenhuma similaridade de resposta com pelo menos (r) > 0,5. Na prática, não há na

percepção dos coordenadores um padrão de conhecimento que seja transmitido aos

clientes, cada coordenador tem uma perspectiva diferente quanto ao conhecimento

que é repassado aos clientes. Convém ressaltar que o microcrédito tem como base

a lei 11.110/2005 que rege a Política Nacional do Microcrédito Produtivo e

Orientado, e, porventura, se não houver uma clara orientação para que os

coordenadores possam se aperceber do tipo ideal de orientação que merece passar

ao cliente, é possível que as normas desta lei sejam descumpridas por sua equipe.

A organização necessita construir um arcabouço de conhecimentos capazes de

serem levados até o cliente como forma de tornar efetivamente o microcrédito

produtivo e também orientado, de maneira a desenvolver uma relação de

cooperação com o cliente.

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4.3.3 Categoria: Impacto da Gestão do Conhecimento

A última pergunta feita aos coordenadores foi elaborada com a intenção de

colher a percepção que os mesmos têm quanto à possibilidade do gerenciamento do

conhecimento por parte da empresa poder influenciar no desenvolvimento do

nordeste. Para tanto, todas as respostas foram agrupadas em um único banco de

dados e submetidas às análises no sistema Nvivo 10 para verificar possíveis clusters

capazes de mensurar a similaridade das percepções dos respondentes e

apresentação dos destaques nas percepções. O resultado da similaridade nesta

questão pode ser visto na figura 18 abaixo.

Figura 18 – Análise de cluster por similaridade de palavras quanto à influência do conhecimento no Nordeste – Pearson (r)

Fonte: Dados da pesquisa com base no relatório extraído do programa Nvivo 10

A figura 18, acima, foi extraída do software Nvivo 10 que ao analisar as

respostas dos coordenadores mostrou que não há um conjunto preciso de discursos

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que estejam efetivamente similares. Há apenas um grupo com quatro respostas

similares, são elas: Agroamigo (10) e Agroamigo (8), e os discursos Crediamigo (10)

e Crediamigo (5). Para verificar o grau de similaridade, todos os discursos foram

submetidos à análise por respostas aleatórias dentro do banco de dados utilizando a

lógica do sistema em que na coluna A estará a resposta que tiver maior quantidade

de conteúdo ou texto e na coluna B estará a sua resposta similar correspondente. A

última coluna, a terceira, será a coluna (r), estará preenchida com o coeficiente de

correlação de Pearson (r) que apresenta o grau da similaridade. A tabela 3, abaixo,

apresenta os resultados com base nas respostas considerando (r)>0,5, que foi o

coeficiente mínimo considerado para esta pesquisa, pois quanto mais próximo de 1,

maior a similaridade.

Tabela 3 - Correlação de Pearson (r) – Influência do conhecimento no Nordeste

ANÁLISE SIMILARIDADE Coordenadores A Coordenadores B (r)

Agroamigo (8) Agroamigo (10) 0,521424 Crediamigo (5) Crediamigo (10) 0,514848

Fonte: Elaboração própria com base no relatório extraído do programa Nvivo 10.

Ao considerar apenas as respostas com (r)>5, notadamente temos apenas

dois grupos de respostas com similaridade, todas as demais respostas não atingem

o padrão estabelecido para análise desta pesquisa. É sugestivo que estes quatro

discursos sejam descritos para que seja possível compreender qual a percepção dos

coordenadores quanto à influência do conhecimento gerido e seu impacto na região

nordeste. Seguem descritas as respostas a seguir.

“Percebo na capacitação dos clientes e de todos os envolvidos com o crédito

para uma melhor educação financeira e utilização e manego da atividade de forma

consciente.” [Agroamigo (8)]

“Percebo com o crédito orientado e acompanhado, poderá ajudar no

desenvolvimento pessoal e produtivo de cada agricultor melhorando a qualidade de

vida, aumento da renda familiar e uma maior oferta de alimentos para todos nós.”

[Agroamigo (10)]

“Percebo através da abertura e construção por parte dos colaboradores e

clientes para discussão e aprimoramento dos conhecimentos de sustentabilidades,

governança e inovação.” [Crediamigo (5)]

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“Percebo através do crescimento e desenvolvimento econômico e potenciais

estratégicos de cada micro e macro regiões.” [Crediamigo (10)]

É possível verificar que os coordenadores Agroamigo (8) e Agroamigo (10)

têm suas percepções que o conhecimento gerenciado pelo INEC pode influenciar

mediante a capacitação dos clientes no que concerne a educação financeira e

crédito, o que reforça a ideia discutida na seção anterior deste trabalho (seção

4.3.2), e também pode influenciar com um conhecimento voltado ao manejo

produtivo da atividade de forma consciente, orientação e acompanhamento do

cliente, de maneira a ampliar a renda familiar além de uma maior oferta de alimentos

para todos. Enquanto a percepção dos dois coordenadores do Crediamigo está

voltada para a construção colaborativa considerando o aprimoramento dos

conhecimentos de sustentabilidade, desenvolvimento econômico, estratégia,

governança e inovação de cada micro e macrorregião. A figura 19 traz trechos das

respostas relacionadas à percepção de todos os coordenadores a este item do

questionário.

Figura 19 - Percepção da influência do conhecimento na região Nordeste

Fonte: Dados da pesquisa, adaptado com base no relatório extraído do programa Nvivo 10.

Nota-se nestes trechos de respostas que as percepções dos coordenadores

são variadas com ideias de crescimento e desenvolvimento econômico, orientação

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empresarial, crédito orientado, conhecimento quanto ao recurso aplicado, em função

do relacionamento, mudança no orçamento do cliente, desenvolvimento do cliente

dentre outros. A partir desta variedade de respostas se faz necessário ao INEC

avaliar junto aos coordenadores as suas políticas de gestão do conhecimento no

que compreende a orientação e capacitação dos clientes que são atendidos

mediante a concessão de crédito para que os objetivos da empresa no que concerne

a sua missão e até mesmo visão sejam lembrados, perseguidos e atingidos.

É válido reforçar que o INEC tem por missão ”contribuir para a inclusão e o

desenvolvimento sociocultural e econômico das pessoas, potencializando a força

coletiva, promovendo a cidadania e o respeito à vida” (INEC, 2018). E também tem

como visão “ser reconhecido nacionalmente até 2020, como OSCIP que promove

ações de cidadania voltadas para o desenvolvimento sustentável das pessoas”

(INEC, 2018). Deste modo, verifica-se que os coordenadores de alguma forma estão

atuando de maneira coerente com as premissas institucionais, mas que a prática

individual pode ser diferente na concessão do crédito e quanto ao repasse de

conhecimentos aos seus clientes. É necessário um levantamento de tais práticas,

finalidades e modus operandi de cada coordenador quanto ao repasse de

conhecimento aos clientes, para não só avaliar a efetividade de cada um, mas para

manter ávido nos coordenadores os objetivos organizacionais definidos quanto ao

desenvolvimento dos dois programas de microcrédito.

4.4 DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO

Nesta seção serão apresentados os resultados concernentes aos objetivos

propostos neste estudo que é diagnosticar o nível da gestão do conhecimento no

Instituto Nordeste Cidadania a partir da percepção dos coordenadores de unidades.

O modelo de Diagnóstico da Gestão do Conhecimento (DGC) proposto por

Bukowitz e Williams (2002) considera possível o resultado a partir do percentual da

pontuação encontrada em cada uma das sete seções elaboradas. Nas orientações

das autoras, a pontuação deve ser encontrada a partir do somatório de todas as

respostas apontadas pelos respondentes para todas as afirmativas que compõem

cada uma das seções, sendo então 20 (vinte) afirmativas para cada uma das 7

(sete) seções. Ainda seguindo as orientações da autoria, a mensuração da

pontuação ocorre utilizando scores pré-definidos para as respostas: forte (“Fort” =3),

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moderado (“mod” =2) e fraco (“frac” =1). Então, é possível obter a pontuação final

por seção, para tal, basta somar os scores das afirmativas e dividir pelo número de

respondentes por seção, ou, a pontuação geral. Para obter a pontuação geral, basta

somar a pontuação obtida em casa seção.

A pontuação máxima possível por seção é de 60 pontos, no entanto a

pontuação máxima possível para o diagnóstico é de 420 pontos. Diante desta,

Bukowitz e Williams (2002, p. 47) informam que as pontuações que as organizações

que testaram o DGC em campo obtiveram foram em média 30 a 70% para cada

seção. E na mensuração geral, quando da média de todas as seções o resultado

gira em torno de 55%. Trazem ainda que não se espera que nenhuma organização

alcance 100% no DGC.

Após tais explicações quanto às orientações para utilização e apuração dos

dados e análise das ocorrências de respostas a partir do DGC, a Tabela 4,

apresenta os resultados do diagnóstico mediante tratamento e apuração das

respostas dos coordenadores de unidades.

Tabela 4 - Resultado geral das pontuações por seção e desempenho

Processo Seção Pontos % por Seção Desempenho

Tático

Obter 48,14 80,24 Utilizar 48,71 81,19

Aprender 48,95 81,59 Melhor Contribuir 48,10 80,16 Pior

Subtotal 193,90 80,79

Estratégico

Avaliar 46,43 77,38 Construir/Manter 47,86 79,76 Melhor

Descartar 44,57 74,29 Pior Subtotal 138,86 77,14

DGC Total Geral 332,76 79,23 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Após apuração e estratificação dos resultados, é possível observar que em

todas as seções os resultados encontrados são superiores as médias dos resultados

encontrados em outros estudos, pois segundo Bukowitz e Williams (2002) as

empresas que aplicaram o questionário tiveram em média pontuações que variaram

entre 30 e 70% em cada seção, e a média geral do diagnóstico ficou em 55%. Pode-

se dizer, então, que os resultados encontrados junto ao Instituto pesquisado são

atípicos, pois estão acima de todas as médias por seção e da média total geral.

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É válido destacar de maneira distinta cada processo. Desse modo o processo

tático, apresentou pontuação geral de 193,90 pontos ou 80,79% da pontuação total

possível de 240 pontos. Isso implica considerar que na percepção dos

coordenadores de unidades, na organização a obtenção do conhecimento, assim

como a utilização, a aprendizagem e a contribuição ou entrega de conhecimento é

algo evidente, ou que está presente na rotina do trabalho.

Evidenciou-se que há uma evolução quanto à percepção de cada seção do

processo tático, pois quase todas tiveram média de pontuações crescentes muito

próximas, diferenciadas por casas decimais, quais foram: Obter, Utilizar e Aprender.

Todas essas três pontuações ficaram poucos décimos acima uma da outra, porém

todas acima de 80%, o destaque levemente pior ficou com a seção contribuir, que

apresentou 80,16% dos pontos possíveis, com tudo, o pior resultado. A seção que

obteve melhor desempenho foi Aprender com 81,59% da pontuação possível.

No tocante ao segundo processo diagnosticado, o processo estratégico, que é

composto pelas seções Avaliar, Construir/Manter e Descartar, a pontuação máxima

possível era 180 pontos, e o resultado obtido ficou em 138,86 pontos, ou o

equivalente a 77,14% do total. Ainda assim, total pouco mais de 10% superior aos

resultados encontrados por estudos com o DGC destacados por Bukowitz e Williams

(2002). Este resultado demonstra que o processo estratégico está ordenado, ou

organizado de maneira a funcionar adequadamente para o desenvolvimento da

gestão do conhecimento no Instituto Nordeste Cidadania.

O diagnóstico do processo estratégico ainda mostrou que o melhor

desempenho ficou com a seção Construir/Manter com média de 47,86 pontos dos 60

pontos possíveis, seguido da seção Avaliar que apresentou a média de 46,43

pontos, equivalente a 77,38% do total, e o pior desempenho ficou com a seção

Descartar que obteve média de 44,57 pontos. Mesmo com todas as pontuações

superando o valor médio de 70% destacado pelas autoras (2002), é importante

destacar que a seção Descarte foi a que apresentou o pior resultado em todo o

diagnóstico do INEC. Esse resultado demonstra que em detrimento das demais

seções, na percepção dos coordenadores há uma dificuldade em descartar

conhecimento, ou de não absorver o conhecimento que não é pertinente.

Diante da quantidade de respondentes dos dois programas que são

gerenciados pelo instituto terem sido similares, foi possível levantar os dados de

maneira que pudéssemos compreender melhor o diagnóstico em cada um destes

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106

programas de microcrédito, na percepção de seus respectivos coordenadores. A

tabela 5 abaixo apresenta as pontuações por programa.

Tabela 5 - Resultado das pontuações por programa - Agroamigo x Crediamigo

Processo Seção Agroamigo % por Seção

Crediamigo % por seção

Tático

Obter 51,64 86,06 44,50 74,17 Utilizar 51,09 85,15 46,10 76,83

Aprender 50,36 83,94 47,40 79,00 Contribuir 50,00 83,33 46,00 76,67

Subtotal 203,09 84,58 184,00 76,67

Estratégico

Avaliar 47,91 79,85 44,80 74,67 Construir/Manter 51,09 85,15 44,30 73,83

Descartar 46,82 78,03 42,10 70,17 Subtotal 145,82 81,01 131,20 72,89

DGC Total Geral 348,91 83,07 315,20 75,05 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os programas cruzados foram Agroamigo, que é o microcrédito gerenciado

para clientes com atividade produtiva no meio rural ou com características rurais, e

Crediamigo que é gerenciado para um público de atividades econômicas e

produtivas com aspectos urbanos. Ambos os programas têm por objetivo o

desenvolvimento de atividades econômicas para geração de emprego e renda,

porém há algumas características de gerenciamento de processos e métodos que

são diferentes, bem como a orientação para resultados e gerenciamento de equipes.

Os resultados apresentados quando da comparação da percepção dos

coordenadores dos dois programas mostram que em todas as 7 (sete) seções do

DGC os coordenadores do Agroamigo apresentam pontuação superior ao das

percepções dos coordenadores do Crediamigo. Verificou-se que para os

coordenadores do Agroamigo a melhor pontuação quanto ao processo tático é a

seção Obter com 51,64 dos pontos, ou 86,06% do total de 60 pontos possíveis, por

outro lado na percepção dos coordenadores do Crediamigo a mesma seção obteve

a pior média dentro do processo tático, com média de 44,50 dos 60 pontos

possíveis. Enquanto a seção Aprender foi, para os coordenadores do Crediamigo a

que teve melhor desempenho com média de 47,40 (79%) pontos. Na percepção dos

coordenadores do Agroamigo, ainda dentro do processo tático, o pior desempenho

médio ficou com a seção Contribuir que apresentou 50 pontos, que equivalem a

83,33% do total possível de pontos.

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107

Quando analisados em função do processo estratégico o melhor desempenho

dos programas se encontra a seção Construir/Manter para o programa Agroamigo,

que obteve média de pontos de 51,09 e a seção Avaliar que apresentou 44,80

pontos respectivamente no Crediamigo. Neste mesmo processo, os coordenadores

do Agroamigo e Crediamigo embora com pontuações distintas, concordam com uma

mesma percepção quanto à seção que apresenta o pior desempenho, pois em

ambos os programas verificou-se a seção Descartar, que pontuou 46,82 pontos em

média junto aos coordenadores do Agroamigo, e, na percepção dos coordenadores

do Crediamigo, a média de pontuação foi de 42,10.

De maneira geral quando comparados os dois processos de ambos os

programas, verificou-se que as médias das pontuações tiveram o mesmo

comportamento de percepções. O primeiro, que foi o processo tático, apresentou

uma média de desempenho com pontuação maior que o processo estratégico. As

pontuações foram Agroamigo 203,09 pontos e Crediamigo com 184,00 pontos

respectivamente, no processo tático, e, no processo estratégico o Agroamigo e o

Crediamigo apresentaram 145,82 e 131,20 pontos respectivamente. Por fim, quando

considerados os resultados gerais de ambos os diagnósticos, o programa

Agroamigo apresentou um desempenho superior ao programa Crediamigo, o

primeiro chegou a pontuação de 348,91 (83,07%) e o segundo programa somou

315,20 pontos, ou equivalente a 75,05% do total de 420 pontos.

Buscou-se ainda fazer outra análise cruzada para analisar a percepção dos

coordenadores. Dois grupos foram organizados, primeiro os funcionários com menos

tempo no cargo, estes considerados numa margem de até 5 anos atuando na função

de coordenador de unidade e, o segundo, foi formado pelos funcionários com mais

de 5 anos na mesma função. Merece destacar, que esta analise mostrou um

comportamento similar ao cruzamento feito anteriormente nesta pesquisa, quando

foram comparados os programas Agroamigo e Crediamigo, pois os funcionários com

menor tempo na função pontuam com uma percepção maior quanto à gestão do

conhecimento, enquanto os funcionários mais antigos pontuaram com menores

médias na pesquisa. A tabela 6, que segue na próxima página, apresenta o

cruzamento dos resultados cruzados quando considerados o tempo de serviço dos

coordenadores.

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108

Tabela 6 - Resultado das pontuações por tempo na função de coordenador de unidade

Processo Seção Até 5 anos % por Seção

Mais de 5 anos

% por seção

Tático

Obter 51,00 85,00 45,20 75,33 Utilizar 50,73 84,55 46,50 77,50

Aprender 49,73 82,88 48,10 80,17 Contribuir 48,18 80,30 48,00 80,00

Subtotal 199,64 83,18 187,80 78,25

Estratégico

Avaliar 48,00 80,00 44,70 74,50 Construir/Manter 48,27 80,45 47,40 79,00

Descartar 45,82 76,36 43,20 72,00 Subtotal 142,09 78,94 135,30 75,17

DGC Total Geral 341,73 81,36 323,10 76,93 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os desempenhos de melhores e piores resultados tiveram quase as mesmas

seções nos destaques em relação ao cruzamento anterior, excetuando-se a seção

Construir/Manter que se apresentou neste cruzamento como o melhor destaque

para ambos os grupos. Os funcionários com até 5 (cinco) anos de atuação na função

de coordenador de unidade aferiu maior pontuação em todas as seções, frente aos

coordenadores com mais de 5 anos de atuação na função. Desse modo, merece

destaque de melhores desempenhos no processo tático a seção Obter, para

funcionários com até 5 (cinco) anos na função, cujo a média de pontos foi de 51,00,

que corresponde à 85% da pontuação total possível, e a seção Aprender foi

destaque de melhor pontuação na percepção de funcionários com atuação na

função superior a 5 (cinco) anos com 48,10 (80,17%) pontos. Ambos os resultados

são referentes ao processo tático.

Por outro lado, os piores destaques de desempenhos no processo tático ficou

com a seção Contribuir para funcionários com até 5 (cinco) anos de coordenação, e

Obter para funcionários com mais de 5 (cinco) anos na função, as pontuações foram

48,18 (80,30%) e 45,20 (75,33%) respectivamente. Esses resultados podem apontar

para um comportamento que ocorre naturalmente nos primeiros momentos de um

novo coordenador, pois ele precisa obter o conhecimento para a função, ler

normativos, metodologias, participar de treinamentos, reuniões, e buscar se

qualificar com maior intensidade para o novo desafio. Este processo é inicialmente

natural já que ele precisa se preparar diariamente para enfrentar a nova rotina de

gestão, e, por este motivo contribuir pode não ser um ponto base para sua rotina,

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pois mais válido é ter material cognitivo substancial para dar as devidas respostas às

demandas que surjam. Por outro lado, após passarem mais anos atuando na

função, pode-se dizer que há um amadurecimento para com os problemas no dia a

dia, e em função disso obter conhecimento não é mais uma premissa, mas sim

contribuir, fazer com que o conhecimento de todos seja compartilhado a ponto de

fomentar uma ampliação da contribuição quanto ao que foi obtido, utilizado e

aprendido anteriormente.

Quanto ao processo estratégico os destaques de melhores e piores foram os

mesmos para ambos os grupos de funcionários, tanto os coordenadores mais

recentes como os coordenadores mais longevos. A sessão com melhor desempenho

no processo estratégico foi a Construir/Manter, com pontuações média de 48,27, o

equivalente a 80,45% da pontuação total, para coordenadores com até 5 anos, e,

47,40 para coordenadores com mais de 5 anos, equivalente a 79,00% da pontuação

possível.

Ainda quanto ao processo estratégico, as piores médias de desempenhos do

DGC foram registradas em ambos os casos de grupos de coordenadores para a

seção Descarte com a média de 45,82 (76,36%) pontos para o primeiro grupo e para

o segundo uma média de 43,20 (72,00%) pontos. No geral, quanto ao processo

estratégico, a possibilidade era atingir como pontuação máxima até 180 pontos, dos

quais foram verificados 142,09 pontos, equivalentes a 78,94% para coordenadores

com até 5 (cinco) anos, e 135,30 (75,17%) para coordenadores com mais tempo na

função.

4.5 ANÁLISES DAS SEÇÕES POR PROCESSO

Neste capítulo serão apresentados os resultados das seções por processo de

gestão do conhecimento. Além de utilizar-se do modelo de pontuação orientada

pelas autoras, foi utilizada uma escada de 0 a 7 para que cada coordenador

pudesse indicar, mediante sua percepção, o nível de utilização/ocorrência de cada

afirmação na organização ou unidade de trabalho sob sua gestão. Aqui será

apresentado então da maneira mais distinta possível, qual afirmativa foi menos

percebida pela utilização/ocorrência na percepção dos coordenadores. Desta forma,

será possível nortear a organização quanto aos pontos que precisam ser

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trabalhados com maior foco mediante os Indicadores de Gestão do Conhecimento

propostos por Castro (2011).

Como critério para apreciação das afirmativas que não tiveram bom

desempenho utilizou-se como medida os resultados já verificados pelas autoras do

DGC. Para Bukowitz e Williams (2002), as empresas que aplicaram o DGC

obtiveram resultados entre 30 e 70% em cada seção, desta forma, consideraremos

que de 0 a 7 pontos, a afirmativa que não apresentar 70% da pontuação máxima 7

(sete), deverá ser considerada como afirmativa de baixo desempenho. Diante desta,

as afirmativas que tiveram média igual ou inferior a 4,9 (quatro vírgula nove) serão

apresentadas em cada seção, de forma decrescente. Tal medida serve para balizar

os achados com a finalidade de imprimir esforços no apontamento das possíveis

deficiências e nortear ações de melhorias no processo de gestão do conhecimento

da organização.

4.5.1 Processo tático

Neste momento da pesquisa estaremos iremos analisar o processo tático da

gestão do conhecimento segundo Bukowitz e Williams (2002), que abarca quatro

passos básicos, também chamados de seções. Para as autoras, as pessoas reúnem

as informações de que necessitam para a realização do seu trabalho, logo após

fazem uso do conhecimento para agregar determinado valor, que de alguma forma

gera a aprendizagem a partir do que criaram e, por fim, o novo conhecimento é

lançado para o sistema de maneira que outras pessoas possam utilizar para

resolverem seus próprios problemas.

Para uma análise mais apreciativa dos resultados, utilizaremos também as

premissas dos Indicadores de Gestão do Conhecimento elaborados por Castro

(2011), a partir da utilização/ocorrência na percepção dos coordenadores da

organização estudada. A mensuração por parte dos coordenadores ocorreu com o

preenchimento de uma escala Likert de 1 a 7, onde 1 significou percepção de uma

ocorrência/utilização mínima e o 7 a ocorrência/utilização máxima. Como padrão

idealizado para análise desta pesquisa ficou definida a média de pontuação 4,9, pois

corresponde a 70% da pontuação máxima possível. Desta forma todas as médias

com valor igual ou abaixo deste padrão serão destacadas na análise a partir dos

indicadores de gestão do conhecimento de Castro (2011).

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111

4.5.1.1 Seção Obter

A seção Obter apresentou a maior média de resultado para o programa

Agroamigo (86,06%) e também para o grupo de funcionários com até 5 (cinco) anos

de tempo na função de coordenação de unidade (85,00%). É válido frisar que dos 11

coordenadores do programa Agroamigo que responderam a pesquisa, 8 (oito) estão

atuando na função a menos de 5 (cinco) anos, o que pode denotar uma relação

direta entre os resultados apresentados por este programa e os resultados

apresentados quando considerados os funcionários com menos tempo na função

pesquisada. Esse fenômeno pressupõe que funcionários novos, ou que assumiram

recentemente um novo cargo, sobretudo de gestão, percebe com maior intensidade

o aspecto da obtenção do conhecimento, pois para que possam exercer a nova

função é natural que estejam em constante busca por novas informações, dados e

conhecimentos que auxiliem na tomada de decisão.

Por outro lado, para os coordenadores de unidade do programa Crediamigo, a

seção Obter foi a que apresentou o pior desempenho no processo tático com

74,17% da pontuação total possível. No entanto, quando considerados todos os

pesquisados da organização, a seção Obter registrou média de 48,38 pontos,

equivalentes a 80,24% dos pontos possíveis, o que demonstra que tal seção não

desponta como a que apresentou melhor resultado. Obter conhecimento é um

mecanismo importante para a organização e merece atenção, pois para Dalkir

(2011) o ato de capturar conhecimento organizacional é frequentemente um

processo que pode agregar valor ao conteúdo original de um conhecimento já

existente, pois aumenta diretamente o valor dos ativos de conhecimento de uma

organização.

Quadro 14 – Resultado geral seção Obter

RESULTADO TOTAL PONTUAÇÃO

MÉDIA

Número de Fs 194 x 3 = 582

27,71

Número de Ms 204 x 2 = 408

19,43

Número de FRs 21 x 1 = 21

1,00

SOMA = 1011

48,14

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

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PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 80,24%

80,24%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O quadro 14, acima, mostra que a organização apresentou resultado pouco

mais de 10% acima do padrão que Bukowitz e Williams (2002) destacam como

resultados nas empresas que aplicaram o DGC. Tal resultado, então, aponta para

um desempenho que pode ser considerado bom, e, transparece que possivelmente

a organização tem envidado esforços na direção de preparar o ambiente para que

os coordenadores possam obter o conhecimento necessário para as suas atividades

diárias. Porém, ao considerar as 20 (vinte) afirmativas da seção Obter, é possível

notar que 2 (duas) apresentaram desempenho médio igual ou abaixo da pontuação

4,9 de utilização/ocorrência na percepção dos coordenadores de unidade. A tabela 7

abaixo apresenta os resultados de tais afirmativas de forma decrescente.

Tabela 7 - Afirmativas da seção Obter abaixo do padrão QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.9

As pessoas distinguem a informação que desejam que a organização remeta automaticamente para as suas mesas daquela que desejam procurar com base em uma necessidade.

4,67

Q.3 Nós conseguimos fazer distinção entre papéis de gestão do conhecimento, que são focalizados para conteúdos, dos que são administrativos/burocráticos por natureza.

4,48

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao adaptar as análises destas afirmativas com os Indicadores de Gestão do

Conhecimento elaborados por Castro (2011), os resultados mostram que os

indicadores “Compartilhamento do conhecimento/ Comunicação e relacionamento” e

“Papéis de Gestão do Conhecimento” foram os que apresentaram as menores

médias, vide tabela 8.

Tabela 8 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Obter

SEÇÃO OBTER QUESTÕES MÉDIA

Compartilhamento do conhecimento/ Comunicação/ Relacionamento

9 4,67

Papéis de Gestão do Conhecimento 3 4,48 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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O compartilhamento do conhecimento é essencial para que a organização

obtenha o conhecimento necessário para solucionar as demandas diárias, pois é na

ânsia de conseguir as informações que necessitam para o seu trabalho que as

pessoas se utilizam de duas abordagens básicas (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002), a

primeira é a busca ativa, que ocorre quando o indivíduo procura por um conjunto de

informações que necessita, e a segunda abordagem que a busca passiva, que é

quando o funcionário, no caso desta pesquisa os coordenadores de unidades,

anunciam para a organização, na pessoa dos departamentos e colegas de trabalho,

que necessita de uma informação e então espera que fluam de volta as respostas

necessárias para o que precisa (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002).

Ou seja, na prática, para obter conhecimento a organização e seus

funcionários não precisam necessariamente fazer aquisição no sentido de comprar,

ou mesmo buscar fora, ou até criar ideias novas para este fim em si, mas apenas

disponibilizar o conhecimento existente ou conhecimento que detém, na quantidade

certa, de maneira certa, no momento certo para que ele possa ser aplicado por

quem precisar (DAVENPORT; PRUSAK, 2003) na medida da sua própria

necessidade. O compartilhamento da informação ou conhecimento por via da

socialização passa a ser um fator primordial.

Dalkir (2011) ressalta ainda que o processo de adquirir conhecimento também

estará ligado à capacidade que a pessoa tem em transmitir a experiência

relacionada ao conhecimento. Ou seja, há a necessidade de transmitir a informação

e com ela, compartilhar a experiência das emoções associadas ao contexto

específico. Já que o processo de inovar ou desenvolver novos conhecimentos não é

uma questão de processar informações, mas explorar as ideias, intuições e intuições

tácitas que são altamente individuais e pessoais (NONAKA, 1991, NONAKA;

KROGH, 2009).

Para explorar as ideias e intuições tácitas como preconizadas por Nonaka

(1991) e Nonaka e Krogh (2009), a organização pesquisada mantém um rotineiro

sistema de treinamentos dos seus novos funcionários para todas as funções que

assumem. São treinamentos que ocorrem de forma presencial e também virtual. Os

treinamentos são elaborados e ministrados por funcionários da ativa, que assumem

no dia a dia uma determinada função como a de agente de crédito, assistente

administrativo ou coordenador de unidade, por exemplo, e eventualmente exerce a

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função de facilitador, para ministrar treinamentos para novos funcionários, ou

treinamentos para complementação e atualização do conhecimento dos funcionários

veteranos.

É possível que dentre outras premissas, esse tipo de treinamento

desenvolvido e elaborado pelos coordenadores veteranos para os coordenadores

novatos, também crie uma cultura de transmissão do conhecimento organizacional.

Pois como preconizado por Schein (2004), é a partir da resolução dos problemas de

adaptação desses coordenadores veteranos que as experiências são repassadas

para os novos coordenadores, de maneira que os novos podem aprender quanto as

melhores práticas em relação aos problemas mais comuns a todos os demais

coordenadores.

Há também na organização uma ferramenta virtual que é a Comunidade

Virtual de Aprendizagem, que é alimentada com cursos e provas virtuais para que os

profissionais também sejam treinados por outros profissionais, por vezes, mais

experientes em diversas temáticas. Ao longo do curso virtual é possível participar de

fóruns e discussões sobre vários assuntos referentes às temáticas. Esta também

pode ser uma ferramenta que auxilia na criação de um ambiente no qual os

coordenadores percebam que há ferramentas auxiliares no gerenciamento para a

obtenção do conhecimento, de forma que este gerenciamento se torne parte do seu

trabalho, como determina Davenport e Grover (2001).

De maneira geral, os resultados mostram que a seção Obter ficou acima da

média, porém na percepção dos coordenadores alguns aspectos podem ser

aprimorados para que as pessoas possam melhorar a capacidade de distinguir

melhor a informação que deseja que a organização remeta automaticamente para as

suas mesas das que desejam procurar com base em uma necessidade pontual. E

outro ponto de obtenção que também precisa ser trabalhado com um pouco mais de

foco é a capacidade das pessoas em fazer distinção entre papéis de gestão do

conhecimento que são focalizados para conteúdos, dos que são voltados para

atividades administrativas e burocráticas por natureza.

Por fim, o ato de obter conhecimento é o primeiro passo para que os

funcionários tenham capacidade de resolver os problemas que surgem no dia a dia

de trabalho nas unidades do instituto pesquisado, com tudo, a pesquisa mostrou que

a pontuação geral está acima do padrão, mas como muitos funcionários têm poucos

anos de experiência, é necessário que a empresa mantenha um programa voltado

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para o favorecimento da obtenção de conhecimento por parte destes novos

funcionários. Uma forma de auxiliar a obtenção do conhecimento por parte dos

novatos pode ser ampliando a presença do compartilhamento de conhecimento

entre os coordenadores veteranos e os novatos.

4.5.1.2 Seção Utilizar

Após localizar ou obter conhecimento é necessário transpor o desafio de

utilizá-lo de maneira adequada e em situação específica com agilidade (BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002). Os resultados apresentados pela organização nesta seção,

Utilizar, somaram 48,71 pontos que equivalem a 81,19% da pontuação possível,

pontuação superior aos resultados relatados pelas autoras (2002), como

apresentado no quadro 15 que segue.

Quadro 15 – Resultado geral seção Utilizar

RESULTADO TOTAL PONTUAÇÃO

MÉDIA

Número de Fs 212 x 3 = 636

30,29

Número de Ms 179 x 2 = 358

17,05

Número de FRs 29 x 1 = 29

1,38

SOMA = 1023

48,71

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 81,19%

81,19%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Pode-se dizer que o resultado verificado é bom, pois está acima da média, ao

tempo que concorda com Bukowitz e Williams (2002) nesse passo da gestão do

conhecimento. Segundo as Autoras (2002) é importante ter variedade de

conhecimentos, abordagens e contatos entre pessoas com experiências e

expectativas diferentes, pois a diversidade habilita um aumento do potencial de

respostas inovadoras e criativas do conhecimento. Desta forma, é na combinação do

conjunto de habilidades e perspectivas que se torna possível dominar maneiras

novas para construir soluções igualmente novas. O que gera um benefício coletivo

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em utilizar a informação e o conhecimento compartilhado, pois ele auxilia a eliminar

possíveis barreiras que impedem a cooperação entre os departamentos, na medida

em que as pessoas desenvolvem empatia com clientes e colegas (TAKEUCHI;

NONAKA, 2008; DALKIR, 2011).

A tabela 9, abaixo, apresenta a média da pontuação após apuração dos

resultados considerando o desempenho individual das afirmativas que obtiveram

resultados abaixo do padrão pré-estabelecido para esta pesquisa.

Tabela 9 – Afirmativas da seção Utilizar abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.10 Envolver os nossos beneficiários no processo de criar e desenvolver produtos e/ou serviços ou projetos novos é uma prática bem estabelecida na nossa organização.

4,90

Q.6 Como parte do nosso processo de resolução de problemas, consideramos com seriedade o que outros poderiam chamar de ideias malucas ou estranhas.

4,76

Q.9 Fazemos questão de não estruturar algumas das nossas reuniões porque isso ajuda-nos a pensar mais criativamente sobre a resolução de problemas.

4,52

Q.11 O nosso espaço de trabalho propicia a flexibilidade de levar a nossa atividade aonde precisemos com pouco esforço.

4,57

Q.7 Vemos a colaboração com os concorrentes, para fortalecer o setor, como uma atitude boa a ser tomada.

4,38

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Embora de maneira geral a seção Utilizar tenha conseguido um bom

resultado, quando estratificadas as afirmativas e suas respectivas médias de

utilização/ocorrência, temos que indicadores importantes podem ser melhores

trabalhados para ampliar a percepção dos coordenadores de unidades.

Considerando os Indicadores de Gestão do Conhecimento elaborados por Castro

(2011) para esta seção, os resultados destacam que “Simulação/ jogos/ inovação/

resolução de problemas”, “Parceria” e “Estrutura física e organizacional” são os

indicadores que merecem atenção quanto a um trabalho focado na melhoria da

percepção dos coordenadores. A tabela 10, na próxima página, apresenta os

indicadores e as médias aritméticas entre as questões enquadradas.

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117

Tabela 10 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Utilizar

SEÇÃO UTILIZAR QUESTÕES MÉDIA

Simulação/ jogos/ inovação/ resolução de problemas

6, 9 4,64

Parceria 7, 10 4,64 Estrutura física e organizacional 11 4,57

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Diante destes resultados é necessário que a organização envide esforços que

incentivem a criatividade e a inovação, para de maneira lúdica, com jogos e

simulações os funcionários possam desenvolver novas formas de resolução de

problemas. Esta interação física e percepção dos coordenadores e até clientes,

poderá criar novas representações mentais das rotinas compartilhadas. Faz com

que o indivíduo transcenda os limites internos e externos de si mesmo, de maneira

que possam adentrar o mundo mental dos outros indivíduos do grupo e desta

maneira ajuda as pessoas a verem que os mesmos fenômenos podem ser

encarados por outras vertentes (TAKEUCHI; NONAKA, 2008; BUKOWITZ;

WILLIAMS, 2002).

Quanto ao indicador parceria que é representado pela colaboração com

concorrentes como forma de fortalecer o setor, é possível que a influência de uma

média de pontuação abaixo do padrão aplicado à pesquisa tenha ocorrido em

detrimento das da ausência de concorrência direta para o programa Agroamigo, pois

não há no setor de microcrédito rural outro banco que proponha trabalho parecido. E

para Waltz (2003), a ausência de equipes, neste caso, concorrentes, pode dificultar

a discussão de determinadas hipóteses, problemas ou aspectos relacionados ao

microcrédito rural, pois sem outras esquipes de especialistas trabalhando com a

mesma finalidade não há como buscar a confirmação ou refutar evidências nesta

área.

Por outro lado, o Crediamigo, apresenta diversos concorrentes, e, como o

mercado de financiamentos urbanos apresenta disputa acirrada por clientes não há

política de parceria com concorrentes para discussões referentes ao setor. É válido

reforçar ainda que as metas para o setor são audaciosas, como a proposta de

aplicar mais de R$ 8,7 bilhões no corrente ano (BNB, 2018) em todo o nordeste.

Dentro da perspectiva proposta por Bukowitz e Williams (2002) e Takeuchi e

Nonaka (2008) que é a utilização do compartilhamento do conhecimento de maneira

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criativa para empatia e inovação com o foco no cliente, outro fator que afeta o

indicador parceria é que não há uma forma efetiva de envolver os beneficiários no

processo de criação e desenvolvimento de produtos ou serviços. O INEC em seu

termo de parceria junto ao banco federal tem por obrigação seguir estritamente as

diretrizes preconizadas pela lei federal nº 11.110 de 25/04/2005 que rege as

diretrizes e metodologias de ambos os programas. Desta forma, o modelo de

atuação junto aos clientes é padronizado e passa por monitoração de setores

competentes como forma de manter o modelo padrão. As alterações nos produtos e

serviços só existem, por via de regra, quando em forma de lei, medida provisória ou

seus congêneres.

No que concerne à estrutura física e organizacional, os coordenadores

também apreciaram com uma pontuação inferior ao padrão pré-estabelecido. Este

fato é então algo que poderia melhorar para propiciar uma maior flexibilidade em

levar a atividade aonde precisarem com pouco esforço. O fato é que o espaço físico

e infraestrutura que os coordenadores utilizam, em sua maioria, são instalações do

próprio banco ou locadas por este, por via de contratos com tempo pré-definidos, o

que inviabiliza mudança, reforma ou deslocamento de estrutura com facilidade.

Outro aspecto é o fato de a organização trabalhar com contratos de crédito que

devem ser assinados com todo o cuidado por seus clientes, conferidos e

armazenados em cofres por longos períodos. Tais documentos precisam ser

frequentemente contados, verificados e armazenados dentro de uma estrutura que

proponha conservação e higiene, para evitar desgaste do material, perda, extravio

etc. Todo o processo inviabiliza algumas mudanças nos processos e na estrutura

funcional das instalações e da estrutura organizacional.

Por fim, utilizar o conhecimento obtido é uma função importante para que os

coordenadores tenham capacidade de prestar o serviço de resposta ao problema

surgido, ou uma nova demanda da equipe que gerencia ou cliente que atende, e

logo após, mensurar a eficácia do conhecimento que obteve quanto à aprendizagem

de uma nova habilidade. Os resultados da pesquisa mostram que, esta seção está

com bom desempenho, pois se apresentou acima do padrão, porém uma estratégia

que pode ser utilizada pela empresa para ampliar ainda mais a margem de utilização

do conhecimento é a criação de jogos ou dinâmicas com simulação dos problemas

mais recorrentes nas unidades de atendimento, para que outros coordenadores de

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119

posse do seu próprio conhecimento possam ser convocados a compartilharem suas

melhores práticas para resolução destes problemas.

4.5.1.3 Seção Aprender

A seção Aprender está para o diagnóstico como uma forma de mensurar a

competência que a organização tem em proporcionar o desenvolvimento da

capacidade cognitiva quanto às reflexões que tornam a aprendizagem individual e

organizacional algo contínuo.

Para Bukowitz e Williams (2002), é a constatação de que esta é uma maneira

de criar vantagem competitiva a partir da integração da maneira como as pessoas

aprendem a partir do seu trabalho, quer seja pelo fracasso ou pelo sucesso. As

autoras ressaltam ainda que há uma dificuldade quanto à aprendizagem, pois é

preciso lhe dar com os fatores emergenciais de curto prazo, o que impossibilita de

desenvolver a caminhada que passe completa entre Obter, Utilizar e Aprender. As

demandas dos clientes surgem a todo instante e as organizações precisam dar uma

resposta rápida, portanto, é comum que voltem a obter e a utilizar conhecimento

para satisfazer rapidamente o cliente que necessitou, mas não necessariamente

aprendem com tal conhecimento.

Os resultados apresentados pela pesquisa mostram que a seção Aprender

obteve o melhor desempenho não apenas entre as seções do processo tático, mas

também de todo o DGC. A pontuação média foi de 48,95 pontos, equivalentes a

81,59% do total possível, vide quadro 16, próxima página. Esta mesma seção

também apresentou os melhores resultados junto aos coordenadores do

Crediamigo, quando cruzados os programas, com pontuação média obtida de 47,40,

equivalente a 79% da pontuação possível e, junto aos coordenadores com mais de 5

anos na função, que juntos pontuaram uma média de 48,10 ou 80,17% dos 60

pontos totais possíveis.

Quadro 16 – Resultado geral seção Aprender

RESULTADO TOTAL PONTUAÇÃO

MÉDIA

Número de Fs 212 x 3 = 636

30,29

Número de Ms 184 x 2 = 368

17,52

Número de FRs 24 x 1 = 24

1,14

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120

SOMA = 1028

48,95

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 81,59%

81,59%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

É importante frisar que mesmo com os resultados acima do padrão de 70%,

os destaques são necessários para que seja possível pontuar quais os caminhos

que ainda podem ser trabalhados pela organização no que tange a efetiva gestão do

conhecimento. Então, para analisar esta seção em função dos indicadores de gestão

do conhecimento (CASTRO, 2011), são apresentadas na tabela 11, abaixo, as

afirmativas com pontuação média inferior ao padrão pré-estabelecido.

Tabela 11 - Afirmativas da seção Aprender abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.1 Antes que as pessoas tratem dos problemas, elas consideram o contexto geral no qual o problema ocorreu.

4,81

Q.10 Quando ocorre uma falha, a nossa primeira resposta é não determinar a culpa.

4,24

Q.12 As pessoas admitem quando falham. 4,19

Q.4 Utilizamos jogos e simulações relacionados com o trabalho para pensar mais claramente sobre as nossas situações de negócios.

4,14

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

É possível perceber que estas afirmativas reforçam médias abaixo do padrão

para dois indicadores que já se fizeram presentes em seções anteriores. Desta

forma, retoma a necessidade de a organização envidar esforço para melhorar o

indicador “Processos de gestão do conhecimento/Contextualização/Política de

Gestão do conhecimento” e o indicador “Simulação/Jogos/Inovação/Resolução de

problemas”. Abaixo, a tabela 12 apresenta as médias dos indicadores a partir destas

afirmativas.

Tabela 12 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Aprender

SEÇÃO APRENDER QUESTÕES MÉDIA

Processos de gestão do conhecimento/ 1, 10, 12 4,41

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Contextualização/ Política de Gestão do Conhecimento

Simulação/ jogos/ inovação/ resolução de problemas

4 4,14

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A organização pesquisada desenvolve ao longo do ano uma proposta de

calendário com encontros e reuniões em polos regionais e estaduais para

divulgação de resultados, troca de conhecimento e formulação de estratégias para

os próximos períodos. São reuniões periódicas que ocorrem com a presença de

coordenadores, gerência regional e por vezes conta com a participação de

palestrantes e até agentes de crédito que apresentaram bons resultados. Durante

estas reuniões é preparado um momento para que alguns coordenadores de

unidades e agentes atuantes na região possam apresentar suas melhores práticas

de trabalho. Nesse momento, são apresentados modelos de trabalhos que de

alguma forma auxiliaram aos funcionários conseguirem bons resultados. Esse

processo auxilia aos coordenadores a se depararem com outras realidades e a

visualizarem como outros coordenadores estão atuando para resolver seus

problemas, e, com tudo, refletirem na medida em que aprenderem com seus

colegas.

Essa dinâmica tem um fundamento nos estudos de Tarapanoff (2006), que

sinaliza para o monitoramento do conhecimento estratégico por parte da

organização, que atua promovendo um verdadeiro rastreamento de todo o

conhecimento disponível no ambiente externo e interno da organização com a

intenção de promover a externalização, o que ocasiona o aprendizado coletivo por

das melhores práticas dos funcionários. A externalização é o processo de tornar

público e explícito em apresentações, analogias e metáforas o conhecimento

desenvolvido pelos coordenadores. Esse momento faz parte do processo de

compartilhamento e articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos

(TAKEUCHI; NONAKA, 2008), com a finalidade de subsidiar novas aprendizagens.

Os dados apontam então, que os coordenadores de unidade percebem que

de todos os indicadores, o que determina a aprendizagem como um Processo de

gestão do conhecimento, ou política de gestão do conhecimento, atingiu média de

4,41 pontos de utilização/ocorrência, e, ainda pode ser melhorado. Bem como as

apresentações de melhores práticas ainda não se tornaram eficientes como

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simulação/Jogos para Inovação ou para auxílio na resolução de problemas, pois a

média ficou em 4,14 pontos. Nesse ínterim, é necessário tornar a participação dos

demais coordenadores no processo de aprendizagem com jogos e simulações de

maneira a promover uma integração maior entre os funcionários no que concerne a

aprendizagem individual e coletiva para inovação na resolução de problemas.

Esta seção, por fim, apresentou bom desempenho e mostra que a

organização não tem envidado esforços em não apenas obter e utilizar o

conhecimento para responder demandas imediatas, mas tem buscado aprender

novas competências, o que denota que o investimento na obtenção não é em vão,

pois amplia a margem de conhecimento organizacional. De certo, a empresa

proporciona o desenvolvimento da capacidade cognitiva dos coordenadores o que

verdadeiramente cria vantagem competitiva no mercado em que atua. Seria

estratégico para a empresa, neste momento, criar uma política de gestão do

conhecimento, com formas de conceder benefícios para seus coordenadores com

maiores participações em criar novas competências organizacionais em um

determinado período.

4.5.1.4 Seção Contribuir

O passo Contribuir dentro do processo do DGC recai sobre um papel chave

na gestão do conhecimento, que é o compartilhamento do conhecimento das

pessoas. Para Bukowitz e Williams (2002) há uma necessidade em inspirar a

contribuição por parte dos funcionários para que seja possível tornar disponível para

toda a empresa o conhecimento individual. O imperativo deste passo dentro do

processo de gestão do conhecimento é motivar o funcionário a publicizar o seu

conhecimento individual, que é por vezes mais completo, mais idealista, sistemático

e foi criado a partir das atividades do dia a dia. Pois, a contribuição ocorre quando o

conhecimento se torna mais acessível, mais explícito e disponível para toda a

organização (WIIG, 1993).

Os resultados da última seção do processo tático, a seção Contribuir, foi o

pior resultado geral dentre as quatro seções que compõem o processo tático nos

achados desta pesquisa. O score médio foi de 48,10, que equivale a 80,16% do total

possível, assim ainda, um valor superior ao padrão de resultados encontrados por

Bukowitz e Williams (2002) em estudos anteriores. O quadro 17, na próxima página,

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apresenta o estrato do resultado. Porém, é válido reforçar que esta mesma seção

apresentou desempenho médio baixo quando no cruzamento entre os

coordenadores dos programas Agroamigo e Crediamigo e também entre o grupo de

coordenadores com menos tempo na função (até 5 anos) e com mais tempo na

função (mais de 5 anos). O que nos levou a análise detalhada do perfil dos

coordenadores que responderam esta pesquisa e, ficou notado um comportamento

de similaridade de respostas entre os coordenadores do programa Agroamigo e os

coordenadores com até 5 (cinco) anos na função de coordenação, pois dos 11

(onze) coordenadores deste programa, 8 (oito) estão atuando na função por até 5

anos. Tal resultado demonstra que o tempo no serviço pode ser um preditor para

uma percepção de que contribuir com conhecimento com pouco tempo na função é

menos possível, ou gerencialmente menos perceptível, em detrimento das seções

anteriores a esta.

Quadro 17 – Resultado geral seção Contribuir

RESULTADO TOTAL PONTUAÇÃO

MÉDIA

Número de Fs 182 x 3 = 546

26,00

Número de Ms 226 x 2 = 452

21,52

Número de FRs 12 x 1 = 12

0,57

SOMA = 1010

48,10

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 80,16%

80,16%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A pontuação percentual apresentada foi pouco mais de 10% acima do padrão

encontrado nas pesquisas das autoras (2002), o que permite considerar o resultado

como bom, se visto apenas de maneira holística. Porém, ao analisarmos as médias

das respostas para as 20 afirmativas individualmente a partir da pontuação da

escala likert, é possível verificar que 6 (seis) estão abaixo do padrão definido no

percurso de análise desta pesquisa. Ou seja, na percepção de utilização/ocorrência

dos coordenadores, nem todas as afirmativas receberam pontuação acima do

padrão, o resultado está destacado na tabela 13 presenta na próxima página.

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Tabela 13 - Afirmativas da seção Contribuir abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.4 As interações físicas são utilizadas para reforçar as comunicações eletrônicas.

4,90

Q.13 As interações físicas são utilizadas para transferir o conhecimento implícito (que está na mente das pessoas e é difícil de articular).

4,86

Q.12 O comportamento de compartilhamento do conhecimento é incorporado ao sistema de avaliação de desempenho.

4,86

Q.20

As pessoas trabalham sob o pressuposto de que, quando utilizam o conhecimento com que outros contribuíram na organização, são obrigadas a contribuir com o seu próprio conhecimento em algum ponto.

4,62

Q.10 Os espaços eletrônicos e físicos onde armazenamos o nosso conhecimento têm uma estrutura que ajuda as pessoas a direcionar as suas contribuições.

4,52

Q.7 As pessoas que se recusam a compartilhar conhecimento não obtêm certos benefícios organizacionais.

3,76

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao considerar apenas as médias dessas afirmativas para análise a partir dos

indicadores de gestão do conhecimento, os resultados mostram que 5 (cinco) delas

convergem para um único indicador, que é o “Compartilhamento do

conhecimento/Comunicação e relacionamento”, enquanto duas afirmativas

convergem, segundo Castro (2011), para dois indicadores simultaneamente, a

estrutura física e organizacional e o indicador meios eletrônicos e tecnologias da

informação. Como pode ser visto na tabela 14 abaixo.

Tabela 14 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Contribuir

SEÇÃO UTILIZAR QUESTÕES MÉDIA

Estrutura física e organizacional 4,10 4,71 Meios eletrônicos e tecnologias da

informação 4,10 4,71

Compartilhamento do conhecimento/ Comunicação/Relacionamento

7, 10, 12, 13, 20 4,52

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Convém destacar neste momento que o primeiro indicador apareceu nos

resultados quando nas análises da seção Utilizar, enquanto o terceiro indicador

apareceu nas análises da seção Obter, com tudo, pode-se dizer que há neste

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momento uma ênfase da percepção dos coordenadores quanto às necessidades de

melhorar tais indicadores.

Ampliar ou melhorar as atividades de compartilhamento do conhecimento é

essencial para que haja uma efetiva contribuição por parte dos funcionários. Sveiby

(1998) afirma que é papel da organização identificar as pessoas que possuem os

conhecimentos necessários ao enriquecimento do arcabouço de conhecimento

organizacional. Para Bukowitz e Williams (2002), não é apenas encontrar essas

pessoas, mas criar uma cultura para o compartilhamento do conhecimento, para que

o ato de contribuição possa ser natural entre os indivíduos. Estas autoras ainda

destacam que a cultura de contribuição nasce a partir da liderança.

Para criação desta cultura de compartilhamento, as organizações e os líderes,

no caso desta pesquisa o Instituto e seus gestores, precisam compreender que o

conhecimento não está apenas na cognição das pessoas, como também o

conhecimento precisa de um contexto físico para ser criado (NONAKA; TOYAMA,

2003), portanto, é essencial que se tenha na organização a concepção de que o

processo de criação de conhecimento é específico do contexto em termos de tempo,

ambiente e relacionamento com os outros. Nonaka e Toyama (2003), formulam este

espaço a partir do conceito de ‘ba’, que é o lugar onde a informação ganha

significado por via da interpretação das pessoas para então se tornar conhecimento.

Sendo ‘ba’, para os autores, um contexto compartilhado em movimento, no qual o

conhecimento é compartilhado, criado e utilizado.

Ainda sobre o conceito de ‘ba’, para Nonaka e Toyama (2003), deve-se

entendê-lo como interações que ocorrem em um tempo e local específico, quer seja

grupos de trabalho, equipes de projeto, encontros, reuniões, espaços virtuais, blogs,

fóruns, grupos de e-mail etc., É um local existencial onde as pessoas podem

partilhar seu contexto e criar novos significados a partir das interações.

Os achados reforçam que a organização pode envidar maior esforço para

ampliar interações físicas e eletrônicas entre os coordenadores, e até mesmo outros

funcionários em níveis distintos, no sentido de transferir o conhecimento tático

destes funcionários, o que reforçaria a possibilidade de contribuição do

conhecimento de cada um para o arcabouço organizacional. E mais que isso,

precisa melhorar no tocante a implementação de um sistema de avaliação de

desempenho que contemple melhor os comportamentos de compartilhamento do

conhecimento, com possíveis benefícios ou incentivos aos funcionários que têm a

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atitude de compartilhar o conhecimento. Bukowitz e Williams (2002) lembram que

estes incentivos tendem a ter uma característica financeira, mas que podem ser

desde promoções e oportunidades de crescimento profissional até maior evidência

na organização.

Dentre os resultados encontrados nesta seção um merece ser destacado com

veemência, pois os coordenadores sinalizaram com a menor média de percepção

quanto à utilização/ocorrência, que foi de 3,76 pontos, o fato de que as pessoas que

se recusam a compartilhar conhecimento não obtêm certos benefícios

organizacionais. Ou seja, este resultado sinaliza que de alguma forma há possíveis

funcionários que não compartilham conhecimento, dessa forma, continuam sendo

reconhecido ou tendo acesso a certos benefícios organizacionais assim como os

demais que compartilham, e quanto a este fato, Bukowitz e Williams (2002, p. 185)

sinalizam que se esses funcionários que não compartilham conhecimento se

tornarem líderes com posição de autoridade ocultando o conhecimento, “o passo de

contribuição do programa de gestão do conhecimento será enfraquecido

consideravelmente”.

Com tudo, os achados mostram que o passo Contribuir apresentou

desempenho acima do padrão na percepção dos coordenadores, e, que vem sendo

praticado dentro do processo de GC do instituto. Além do mais, foi observado que os

coordenadores podem compartilhar o conhecimento que detêm, pois nas diversas

reuniões que ocorrem entre coordenadores e gerência estadual, há um exercício de

solicitar que alguns funcionários divulguem, por meio de apresentações, as práticas

de trabalhos que têm planejado e praticado para obter bons resultados quanto às

metas. Desta forma, a empresa permite tornar disponível para todos os outros

funcionários o conhecimento individual de alguns funcionários, uma forma evidente

do exercício organizacional para a disseminação do conhecimento com vista a uma

contribuição.

Por fim, esta prática de divulgação do trabalho de um funcionário auxilia na

percepção de motivação para a busca de um bom desempenho, pois há um

destaque para o funcionário, já que ele passa a ter um status social a partir da

apresentação de suas práticas, o que pode ser visto como um benefício ou um fator

de incentivo para que os demais busquem um resultado que lhes permita ser visto

com certo diferencial em meio aos outros. As apresentações em reuniões podem

criar assim um fator motivador social. Por outro lado, como as reuniões estaduais e

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regionais ocorrem com uma frequência que pode levar em média de quatro a seis

meses e os resultados são apurados mensalmente, seria conveniente para a

empresa desenvolver um processo sistemático e virtual para a divulgação mensal de

boas práticas, como forma de aproximar as atividades do dia a dia de todos os

coordenadores, uma vez que atitude deste tipo viabilizaria uma contribuição ainda

maior quanto à ampliação de conhecimentos práticos, ao tempo que tornaria mais

acessível para todos os funcionários nos mais diversos níveis organizacionais.

De maneira geral, no que compreende o processo tático na percepção dos

coordenadores, a organização apresentou bons resultados, todos acima do padrão,

o que demonstra que a empresa vem trilhando um bom caminho quanto à gestão do

conhecimento.

4.5.2 Processo Estratégico

Neste subcapítulo serão apresentados os resultados da pesquisa quanto ao

processo estratégico do DGC que é formulado a partir de três seções. Para Bukowitz

e Williams (2002), a meta é analisar o alinhamento das estratégias de gestão do

conhecimento junto às estratégias gerais do negócio. As seções são Avaliar,

Construir/Manter e Descartar. Estas seções são mais estratégicas, pois são

acionadas por mudanças que ocorrem no macroambiente organizacional, e,

enfocam processos de longo prazo que combinam o capital intelectual com os

requisitos estratégicos (DALKIR, 2011).

Para manter o nível das análises será conservada a utilização dos

Indicadores de Gestão do Conhecimento elaborados por Castro (2011), a partir da

percepção dos coordenadores quanto à utilização/ocorrência na organização, com

mensuração pela escala likert de 1 a 7, onde 1 se refere a uma percepção de

ocorrência/utilização mínima, enquanto o 7 é a percepção de ocorrência/utilização

máxima. Para o processo de análise, como padrão ideal, permanece o valor médio

mínimo 4,9, pois corresponde a 70% da pontuação máxima possível.

4.5.2.1 Seção Avaliar

A primeira seção do processo estratégico, seção Avaliar, apresentou um

resultado médio de 46,43 pontos, valor que corresponde a 77,38% da pontuação

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total possível. Este resultado a faz se posicionar entre o pior e o melhor resultado

deste processo, e assim como os demais resultados já apresentados, também ficou

acima da pontuação de 70% encontrada em pesquisas aplicadas anteriormente em

outras organizações. O quadro 18 abaixo apresenta o estrato da pontuação aferida.

Quadro 18 – Resultado geral seção Avaliar

RESULTADO TOTAL PONTUAÇÃO

MÉDIA

Número de Fs 163 x 3 = 489

23,29

Número de Ms 229 x 2 = 458

21,81

Número de FRs 28 x 1 = 28

1,33

SOMA = 975

46,43

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 77,38%

77,38%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Nesta etapa a organização precisa lidar a nível de grupo e organizacional,

pois é a partir da avaliação do capital intelectual que a organização irá definir o

conhecimento pertinente e mapear qual o capital intelectual que realmente é

necessário ao seu objetivo para construção de futuro (DALKIR, 2011). Então, a

empresa precisa definir sua intenção futura para que seja possível julgar o valor da

informação ou do conhecimento percebido ou criado. Essa intenção pode ser

expressa em padrões ou visões organizacionais, que podem ser usados para avaliar

e justificar o conhecimento criado (TAKEUCHI; NONAKA, 2008). Para isso, a

empresa deve desenvolver métricas para mensurar se o investimento no

conhecimento está ampliando a base de conhecimento organizacional (DALKIR,

2011).

Os resultados analisados de maneira individual por afirmativa, considerando a

percepção dos coordenadores quanto a utilização/ocorrência, mostra que a seção

Avaliar teve o maior número de afirmativas com média abaixo do padrão de 70% da

pontuação total possível de 7 (sete). Para uma análise mais profunda, a tabela 15,

que segue, irá auxiliar na apresentação das afirmativas para que possamos avaliar e

analisar em função dos Indicadores de Gestão do Conhecimento elaborados por

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Castro (2011), a fim de apresentar nesta pesquisa quais fatores ainda pode ser

tratado na organização de maneira a refinar o processo de gestão do conhecimento.

Tabela 15 - Afirmativas da seção Avaliar abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.7 As pessoas conhecem que medida é utilizada para monitorar o processo de gestão do conhecimento e os seus resultados.

4,90

Q.13 Para tomar decisões de gestão do conhecimento, baseamo-nos em uma mescla de fatos sólidos, números e informações não mensuráveis.

4,86

Q.18 Mapeamos o fluxo do processo das atividades de gestão do conhecimento.

4,81

Q.10 Dispomos de um esquema que descreve como diferentes formas de conhecimento da nossa organização interagem umas com as outras para criar valor.

4,71

Q.9 Desenvolvemos um esquema que vincula as atividades de gestão do conhecimento aos resultados estratégicos.

4,67

Q.16 Há algum tempo temos praticado a gestão do conhecimento sem dar esse nome a ela.

4,57

Q.19 As pessoas podem explicar a diferença entre a avaliação e a mensuração de desempenho.

4,57

Q.11 Fazemos experiências com maneiras diferentes de medir a qualidade com que gerimos o conhecimento.

4,52

Q.8 Conversamos sobre medir o conhecimento de maneira que as pessoas possam entender prontamente.

4,52

Q.12 Publicamos um documento interno que relata a qualidade com que fazemos a gestão do conhecimento.

4,38

Q.5 Publicamos um documento de circulação externa que relata a qualidade com que gerimos o conhecimento.

3,76

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Considerando apenas estas afirmativas que ficaram com média igual ou

abaixo de 4,9 pontos, temos três indicadores de gestão do conhecimento

destacados, o “Processos de gestão do conhecimento/ Contextualização/ Política de

gestão do conhecimento”, seguido por “Reconhecimento e valorização da gestão do

conhecimento” e fechando essa seção, “Mensuração/ Protocolos e Regras”. A tabela

16, abaixo, apresenta a média geral das afirmativas junto aos indicadores.

Tabela 16 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Avaliar

SEÇÃO AVALIAR QUESTÕES MÉDIA

Processos de gestão do conhecimento/ 9, 10, 13, 18 4,76

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Contextualização/ Política de Gestão do conhecimento

Reconhecimento e valorização da gestão do conhecimento

16, 19 4,57

Documentação, resultados, Mensuração/ Protocolos e Regras

5, 7, 8, 11, 12 4,42

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O indicador “Processos de gestão do conhecimento/ Contextualização e

Políticas de gestão do conhecimento” obteve média de 4,76 pontos, e já foi

analisado na seção Aprender, na prática, sua presença nesta seção indica um

reforço da necessidade em se trabalhar na organização para buscar

aperfeiçoamento nesse quesito, por exemplo, a partir da implantação de um

evidente esquema que vincule as atividades de gestão do conhecimento aos

resultados estratégicos ou, com o desenvolvimento de um mapeamento do fluxo do

processo das atividades de gestão do conhecimento, dentre outros aspectos que

ainda podem ser melhorados.

Os resultados sinalizam dois novos indicadores abaixo da média, dessa

forma, que a organização estudada precisa desenvolver, como o reconhecimento e

valorização da gestão do conhecimento, bem como documentar, ordenar suas

regras e criar protocolos para mensurar os resultados quanto à gestão do

conhecimento. Para Straush et al. (2012), a avaliação não substitui a estratégia, mas

pode servir como uma ferramenta para harmonizar a estratégia da organização com

os clientes, funcionários, fornecedores e comunidade. E é neste ínterim, que se

torna necessário avaliar se a qualidade da informação é adequada às necessidades

que a organização tem, e, para fazer esta avaliação é imprescindível que a

organização desenvolva inicialmente indicadores de monitoramento para serem

utilizados ao longo do processo ao tempo que servirão para nortear a gestão do

conhecimento.

Deve-se também fazer com que haja um maior reconhecimento e valorização

da gestão do conhecimento a partir de benefícios que sejam nitidamente voltados

para os funcionários que contribuem para a gestão desse ativo. A criação de

indicadores, para mensurar possíveis contribuições é uma possibilidade que tornaria

o processo transparente. Tais indicadores devem levar em conta, então, novos

ativos como o capital humano que são as competências dos funcionários, o capital

do cliente que é o valor do relacionamento entre cliente e empresa, capital

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organizacional que são as bases do conhecimento, processos de negócios valores,

normas etc, e, por fim, o capital intelectual que é a relação entre as pessoas da

organização com clientes e o capital organizacional (DALKIR, 2011).

Por fim, a atitude de avaliar a qualidade do conhecimento é primordial para

que não se caia no limbo do uso pelo uso no cotidiano organizacional. O mercado e

a sociedade são suficientemente dinâmicos para que um determinado conhecimento

perca o valor e não faça mais sentido em ser mantido ou utilizado. Embora esta

seção tenha apresentado um resultado acima do padrão, o que é bom para o

instituto pesquisado, é notável que esta qualidade ainda possa ser melhorada, pois

os coordenadores precisam manter-se utilizando todo conhecimento que obtiveram,

mas não há indicadores de conhecimento pré-definidos ou avaliações de

competências que considerem o conhecimento como um fator diferencial. Neste

aspecto, pode ser estratégico desenvolver projetos de reconhecimento do uso ou

práticas de gestão do conhecimento para a orientação e reconhecimento dos

coordenadores.

4.5.2.2 Seção Construir/Manter

O passo Construir/Manter busca mensurar as garantias que a organização

tem para o futuro do capital intelectual organizacional, com foco na manutenção da

viabilidade e competitividade da organização. As organizações precisam alocar os

recursos de maneira a conduzir o crescimento e manutenção do conhecimento, de

forma que possam ser canalizados a criar novos conhecimentos, além de reforçar o

conhecimento existente (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002; DALKIR, 2011).

Desta forma, após atenta apuração dos resultados em planilha eletrônica, foi

possível destacar que a seção Construir/Manter, a segunda do processo estratégico,

apresentou a melhor pontuação. Quanto ao resultado por programa, vale destacar

que apenas o programa Agroamigo teve a seção Construir/Manter com maior média

no processo estratégico, com pontuação média de 51,09, equivalente a 85,15% dos

pontos possíveis. Também, quando considerado o resultado por tempo de atuação

na função, como já destacado anteriormente, apenas os funcionários com até 5

(cinco) anos na função apresentaram a média desta seção como a de melhor

desempenho, com pontuação de 80,45% do possível. Considerando o resultado

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132

geral, a pontuação média obtida desta seção foi de 47,86, que equivale a 79,76% da

pontuação total possível. O quadro 19, abaixo, apresenta o estrato deste resultado.

Quadro 19 – Resultado geral seção Construir/Manter

RESULTADO TOTAL

PONTUAÇÃO MÉDIA

Número de Fs 197 x 3 = 591

28,14

Número de Ms 191 x 2 = 382

18,19

Número de FRs 32 x 1 = 32

1,52

SOMA = 1005

47,86

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 79,76%

79,76%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A importância desta seção se dá, pois, ao remeter anteriormente ao processo

em nível tático, a dificuldade reside na incapacidade de localizar e até aplicar o

conhecimento quando na necessidade de atender uma situação específica, o que

pode resultar em uma oportunidade perdida. Por outro lado, neste momento do

processo estratégico da gestão do conhecimento, se a organização ficar aquém do

conhecimento dito “certo”, é natural que gere um problema muito mais sério, que

seria a perda da competitividade e, porventura, da viabilidade do negócio

organizacional (BUKOWITZ; WILLIAMS, 2002; DALKIR, 2011).

Diante da importância desta seção, destacamos na tabela 17, logo abaixo,

quais foram as afirmativas que apresentaram média de resultados abaixo do padrão

de 70% da pontuação total possível 7 (sete), quanto a percepção de

utilização/ocorrência na organização estudada. Este destaque se faz necessário

para que seja possível analisar esta seção não só dentro da perspectiva de Bukowitz

e Williams (2002), mas também em função dos indicadores de gestão do

conhecimento elaborados por Castro (2011).

Tabela 17 - Afirmativas da seção Construir/Manter abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.4 Encorajamos as pessoas a pensarem sobre como as suas atividades não relacionadas com o trabalho poderiam

4,81

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133

beneficiar a organização.

Q.12 Geralmente, as pessoas confiam na informação que encontram nos nossos sistemas de TI.

4,81

Q.2 Não importa qual grupo propôs uma ideia ou tecnologia, qualquer um na empresa pode atualizá-la.

4,67

Q.13 Cada vez mais, estamos nos aliando a outras organizações, em redes estratégicas ou parceiras, para levar produtos, serviços ou projetos inovadores para o mercado.

4,76

Q.9 O nosso processo de desenvolvimento de produtos, serviço ou projeto inclui a participação dos nossos clientes explicitamente.

4,71

Q.1 Rotineiramente, perguntamo-nos como podemos alavancar o nosso conhecimento para outras áreas.

4,62

Q.11 Lançamos um grupo/equipe ou indicamos uma pessoa para liderar o nosso esforço de gestão do conhecimento.

4,57

Q.15 Tivemos ideias vitoriosas de produtos, serviços ou projetos novos que vieram dos interesses não funcionais dos empregados.

4,52

Q.7 Os nossos sistemas de TI promovem a formação de diferentes redes de pessoas.

4,14

Q.5 Os nossos sistemas de TI conectam-nos com as fontes de informação de que necessitamos para fazer o nosso trabalho.

4,00

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A análise individual das afirmativas confirma que alguns indicadores de

gestão do conhecimento que já foram analisados voltaram a aparecer como abaixo

do padrão estabelecidos para análise de utilização/ocorrência também nesta seção.

Os indicadores são “Simulação/Jogos/Inovação/Resolução de problemas”,

“Compartilhamento do conhecimento/Comunicação/Relacionamento”, “Processos de

gestão do conhecimento/Contextualização/Política de gestão do conhecimento” e

“Documentação, resultados, mensuração/Protocolos e Regras”. Diante desta

confirmação é necessário que a organização envide esforços em um trabalho focal

no sentido de apreciar cada afirmativa em todas as seções anteriores, inclusive

nesta, para desenvolver melhorias que possam afetar todos os seus processos.

A tabela 18, que segue, apresenta as afirmativas com rendimento igual ou

abaixo do padrão 4,9 e os respectivos indicadores de gestão do conhecimento.

Tabela 18 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Construir/Manter

SEÇÃO CONSTRUIR/MANTER QUESTÕES MÉDIA

Simulação/ jogos/ inovação/ resolução de problemas

4 4,81

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134

Parceria 12 4,81 Valores 9 4,71

Compartilhamento do conhecimento/ Comunicação/Relacionamento

1, 2 4,65

Documentação, resultados, Mensuração/ Protocolos e Regras

15 4,52

Meios eletrônicos e tecnologias da informação 2, 5, 7, 11, 13 4,43 Processos de gestão do conhecimento/ Contextualização/ Política de Gestão do

conhecimento 1, 7 4,38

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Diante da análise, há nova ocorrência da repetição de indicadores já

analisados anteriormente, merece destacar aqui que tais indicadores então, não

surgem como novidades no escopo da pesquisa, mas como confirmação da

necessidade de melhorias por parte do instituto. Com isso, serão apresentadas

apenas análises referentes aos indicadores não mencionados nas análises

anteriores.

O indicador “Valores” foi representado com média abaixo do padrão pela

afirmação de que na visão dos coordenadores, no processo de desenvolvimento de

produtos, serviço ou projeto nem sempre há a inclusão da participação dos clientes

de maneira explicita. Situação que não corrobora com a gestão do conhecimento,

pois para Bukowitz e Williams (2002) se deve dar a devida ênfase no relacionamento

e na colaboração como fonte de vantagem competitiva. Ainda mais precisos

Takeuchi e Nonaka (2008) advogam que, a organização funciona como um sistema

aberto que apresenta interação de conhecimento contínua e dinâmica com os

clientes. Desta forma, não contar com a participação explícita dos clientes quanto à

construção de projetos, produtos ou serviços pode acarretar perda de conhecimento

que poderia gerar vantagem competitiva.

Por apresentar a maior quantidade de afirmativas, o indicador “Meios

eletrônicos e tecnologia da informação” merece análise para reforçar que é

imprescindível que a organização trabalhe para ampliar a utilização de meios

eletrônicos e tecnologia da informação como forma de compartilhar conhecimento e

trocar experiências, pois o conhecimento pressupõe ação e trabalho humano com o

auxílio da tecnologia da informação para acesso, coleta e armazenamento dos

dados (STRAUHS et al. 2012). E quanto à necessidade desta utilização, Waltz

(2003) afirma que os componentes da gestão do conhecimento são as pessoas,

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135

suas operações (práticas e processos) e a tecnologia da informação que move e

transforma dados, informações e conhecimento.

Por fim, a organização mais uma vez apresentou bom desempenho numa

seção, neste caso, na seção que se refere à construção e manutenção do

conhecimento. Está é uma atividade marcante neste ínterim de gestão do

conhecimento, pois se refere ao encorajamento para que as pessoas pensem sobre

as suas atividades na organização ou fora dela e, como tais atividades podem

beneficiar a organização como um todo, até seus beneficiários. Para estimular esta

prática a organização objeto desta pesquisa mantém programas que incentivam a

formação dos seus funcionários, além de estimular a formação de parcerias com

pessoas que são agentes locais, além de empresas públicas e privadas.

Este trabalho de fomento à formação e busca de parcerias auxilia a um bom

resultado neste tópico da gestão do conhecimento. Porém, para melhorar o

desempenho nesta seção, é importante que a organização monte grupos de

funcionários que trabalhem para liderar esforços de gestão do conhecimento

propriamente dito, já que os coordenadores atuam junto as suas equipes e não têm

um espaço ou momento de reflexão que seja rotineiro com grupos de outros

coordenadores para que possam unir seus conhecimentos a ponto de construírem

um arcabouço de conhecimento organizacional comum. Também seria essencial ter

a participação dos clientes e parceiros para a formulação dos produtos oferecidos

em cada região, o que não ocorre por padrão, já que os produtos seguem normas do

agente bancário parceiro oficial e leis impostas pelo governo, ou metodologias

paralelas características da gerência estadual em que atuam.

4.5.2.3 Seção Descartar

Esta é a seção que finaliza o processo estratégico, assim como o DGC.

Tendo em vista que nem todo conhecimento é pertinente à organização, pois não

influencia em estratégias ou, por vezes não ajuda na concepção de estratégias que

possam auxiliar na preparação para o objetivo futuro da organização, eles devem

ser descartados, desinvestidos ou simplesmente não absorvidos. Diante desta

realidade, a seção Descarte apresentou a pior média de resultado do processo

estratégico e do resultado geral do DGC. O estrato do resultado geral pode ser visto

no quadro 20, que segue.

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136

Quadro 20 – Resultado geral seção Descartar

RESULTADO TOTAL

PONTUAÇÃO MÉDIA

Número de Fs 140 x 3 = 420

20,00

Número de Ms 236 x 2 = 472

22,48

Número de FRs 44 x 1 = 44

2,10

SOMA = 936

44,57

PONTUAÇÃO TOTAL POSSÍVEL =

1260

60

PONTUAÇÃO PERCENTUAL

= 74,29%

74,29%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O resultado de 74,29% da pontuação total possível, embora tenha sido o pior

encontrado no Diagnóstico da Gestão do Conhecimento na organização estudada,

ele ainda sinaliza que a organização está um pouco superior ao padrão máximo por

seção encontrado em pesquisas anteriores por Bukowitz e Williams (2002), que foi

de 70%.

Para Bukowitz e Williams (2002) assim como as pessoas são acumuladoras e

tendem a não desapegar do que acumularam em formas de bens, as organizações

praticam com os seus ativos. Há certa dificuldade em despojar dos ativos, e, como

reflexo dessa cultura, há uma dificuldade também em se livrar do conhecimento que

já não produzem o mesmo resultado. Porém, a atividade de descartar o

conhecimento que não é mais útil pode resultar em benefícios significativos para as

organizações, dentre eles a sobra de tempo e recurso para que possa ser investido

em conhecimento estrategicamente importante.

Desta forma, se faz necessário aprofundarmos as análises de maneira a

extrair da pesquisa um melhor aproveitamento no que concerne aos fatores críticos,

a tabela 19 que segue, apresenta de forma decrescente com base na média de

respostas, as afirmativas da seção Descartar que ficaram com média abaixo do

padrão estabelecido para análise a partir dos indicadores de gestão do

conhecimento elaborador por Castro (2011).

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137

Tabela 19 - Afirmativas da seção Descartar abaixo do padrão

QUESTÕES RESPOSTAS MÉDIA

Q.14

Quando descartamos ativos tangíveis (documentos, livros, sistemas de informação, anotações etc), estamos conscientes dos componentes de conhecimento que eles contêm.

4,90

Q.13 Formamos alianças com organizações que complementam os nossos conjuntos de habilidades como uma alternativa de fazer tudo por nós mesmos.

4,76

Q.16 Rotineiramente, examinamos se estamos sustentando o nosso conhecimento estratégico à custa de outros conhecimentos considerados importantes.

4,76

Q.3 Tomamos decisões de descarte de conhecimento baseadas na importância estratégica do capital intelectual e nas projeções financeiras.

4,71

Q.6 Participamos de grupos de pesquisa sobre o nosso ramo de negócios para ajudar-nos a decidir se necessitamos adquirir conhecimento novo.

4,48

Q.15 Terceirizamos habilidades que não sustentam as nossas competências essenciais.

4,29

Q.12 Colocamos o nosso pessoal como aprendizes em outras organizações para determinar se necessitamos adquirir novos conhecimentos ou habilidades.

4,00

Q.8 Podemos recusar trabalhar para um cliente/beneficiário/parceiro se tal trabalho não constrói conhecimento que podemos utilizar de outras maneiras.

4,00

Q.9 Descartamos o conhecimento de maneira planejada e intencional.

3,90

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Após apuração destes resultados foi possível perceber de forma confirmatória

alguns indicadores que anteriormente se destacaram com médias abaixo do padrão

estabelecido ao longo das seções anteriores, tais como “Processos de gestão do

Conhecimento/Contextualização/Política de gestão do conhecimento”, “Papéis de

Gestão do Conhecimento”, “Parceria” e “Compartilhamento do conhecimento/

Comunicação /Relacionamento”.

Ao considerar apenas o que há de novo para contemplar o que ainda não fora

discutido anteriormente, destacam-se dois indicadores nesta análise, o indicador

“Avaliação do conhecimento” e o indicador de gestão do conhecimento “Processo

decisório”. As médias das afirmativas destacadas por indicador podem ser

encontradas na tabela 20, que segue na próxima página.

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Tabela 20 - Indicadores de gestão do conhecimento - seção Descartar

SEÇÃO DESCARTAR QUESTÕES MÉDIA

Processos de gestão do conhecimento/ Contextualização/ Política de gestão do

conhecimento 13, 16 4,76

Avaliação do conhecimento 13, 16 4,76 Processo decisório 3, 8, 13, 14, 15 4,53

Papéis de gestão do conhecimento 6 4,48 Parceria 12 4,00

Compartilhamento do conhecimento/Comunicação/Relacionamento

9 3,90

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O indicador Avaliação do Conhecimento foi representado apenas com uma

afirmativa que tece sobre a percepção dos coordenadores quanto a suas rotinas de

trabalho, onde não há um foco acima do padrão na sustentação do conhecimento

estratégico à custa de outros conhecimentos que podem ser mais importantes para

eles e para a organização. Na prática, é essencial que a organização oriente o

funcionário no que tange a sua capacidade em filtrar o conhecimento que pode ser

estratégico para a sustentabilidade organizacional. Para Bukowitz e Williams (2002),

uma estratégia que pode ser trabalhada é a abstração do conhecimento que não é

pertinente, ou seja, não absorver um conhecimento que não é importante. Neste

ínterim, é não fazer algo apenas por que outras organizações ou pessoas estão

fazendo, é buscar se inteirar de um conhecimento que seja realmente uma fonte de

riqueza estratégica.

Para que haja uma adequada avaliação quando ao conhecimento que os

funcionários precisam abstrair ou apreender, é necessário que a organização

trabalhe o comprometimento do empregado de maneira que ele compartilhe os

valores organizacionais e a visão que a organização tem de si para o futuro. Dentro

desta perspectiva, a organização diante da sua intenção organizacional proporciona

os critérios mais importantes para o julgamento por parte do empregado

(TAKEUCHI; NONAKA, 2008), que de posse desse padrão ou visão organizacional,

poderá se utilizar de meios para avaliar, criticar e justificar o ato de abstração,

absorção ou descarte do conhecimento.

Quanto aos processos decisórios, os coordenadores sinalizam que não é

sempre possível tomar decisões de descarte de conhecimento baseadas na

importância estratégica do capital intelectual e nas projeções financeiras, bem como

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também não é possível ou viável a terceirização de habilidades que não sustentam

as competências essenciais da organização e por fim, nem sempre podem recusar

trabalhar para um cliente/beneficiário/parceiro se tal trabalho não constrói

conhecimento que podem utilizar de outras maneiras. De certo, o trabalho

enriquecido por desafios em forma de metas visa o crescimento da quantidade de

clientes atendidos no mercado exige que todas as unidades busquem sempre mais

clientes, afastando a possibilidade de descarte do cliente em si.

Por fim, há um desafio a reformulação de conhecimento dentro de processos

que podem não mais auxiliar na geração de conhecimento com importância

estratégica, pois várias das metodologias e dos processos que são rotineiramente

praticados são exigências das diretrizes legais do setor financeiro nacional, que por

vezes não foram atualizados ao longo dos 13 anos da lei 11.110/2005, o que

impossibilita mudanças, já que o processo está arraigado em uma lei que cria

burocracia e controle em ambas as instituições (banco federal e instituto), então,

essa dificuldade impossibilita também a terceirização de habilidades que não

sustentam mais as competências essenciais da organização. Fato que não

corrobora com as ideias de gestão do conhecimento de Bukowitz e Williams (2002),

pois elas defendem a terceirização como forma de a organização poder focar

apenas no conhecimento que é pertinente a sua missão.

4.5.2.4 Comparação dos Resultados BNB x INEC

Embora a comparação de estudos não estivesse entre as propostas iniciais

desta pesquisa, optou-se por fazê-la para que fosse possível visualizar e comparar

possíveis similaridades nos resultados do diagnóstico da gestão do conhecimento

entre o Bando do Nordeste S/A e o Instituto Nordeste Cidadania, já que foi a

primeira empresa que ajudou a fundar o referido Instituto.

É válido reforçar que o BNB é de direito privado, porém faz parte da

administração pública federal indireta como banco público de desenvolvimento

regional (PEREIRA, 2016). Tem 66 anos de história e foi a partir da iniciativa de

seus funcionários e ex-funcionários que as primeiras ações de mobilização para

formação do que veio a se formar como Instituto, se deu. O INEC, então, é uma

empresa mais recente, pois surgiu 25 anos atrás, à época em que o BNB já tinha

certo grau de maturidade quanto as práticas administrativas de gestão. Desta forma,

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o estudo comparativo serviu para que pudéssemos aprofundar as análises a ponto

de comparar resultados a fim de verificar a influência da experiência do banco na

gestão do conhecimento do INEC ao longo dos seus 25 anos de história.

O ambiente da pesquisa elaborada por Pereira (2016) foi a partir da

percepção dos Gerentes de Ambiente, que são gestores intermediários. Os

respondentes foram por volta de 75% homens e 25% mulheres. Ainda na pesquisa,

Pereira (2016) verificou que os respondentes não tinham menos que 36 anos.

Quanto à formação acadêmica foi encontrado doutores (4,2%), mestres (41,7%),

especialistas (41,7%) e graduados (12,5%). O tempo de serviço dos profissionais

era de 11 anos (33,3%), entre 5 e 10 anos eram 33,3% do total, de 2 a 5 anos de

gerência 25% do total e com no máximo 1 ano foram 8,3% dos respondentes

Estes resultados mostram que se por um lado o INEC foi fundado com o

auxílio de funcionários e ex-funcionários do BNB, por outro lado alguns aspectos

sociodemográficos são distintos entre as empresas. Pois, entre os respondentes do

INEC ainda há profissionais sem graduação e não há profissionais com nível de

mestrado ou doutorado, por exemplo. Outro aspecto em que as empresas diferem é

quanto à faixa etária dos profissionais, pois no INEC é possível encontrar diversos

respondentes com idade inferior a 36 anos, em detrimento de profissionais com em

faixa etária superiores que estão presentes em menor quantidade.

Quanto aos diagnósticos elaborados, a tabela 21, abaixo, apresenta a

comparação com a última coluna preenchida com as diferenças de pontuação entre

as organizações.

Tabela 21 - Comparação de Resultados entre INEC e BNB

PROCESSO SEÇÃO INEC BNB DIFERENÇA

Tático

Obter 48,14 37,04 11,10 Utilizar 48,71 36,58 12,13

Aprender 48,95 36,67 12,28 Contribuir 48,10 34,46 13,64

Subtotal 193,90 144,75 49,15

Estratégico

Avaliar 46,43 31,88 14,55 Construir/Manter 47,86 37,71 10,15

Descartar 44,57 36,13 8,44 Subtotal 138,86 105,72 33,14

DGC Total Geral 332,76 250,47 82,29 Fonte: Elaboração própria, a partir dos resultados obtidos por Pereira (2016).

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Os resultados apresentados pelo BNB ficaram dentro do esperado para o

Diagnóstico da Gestão do Conhecimento elaborado pelas autoras Bukowitz e

Williams (2002). Porém, quando comparados os resultados, nitidamente o INEC

apresentou resultados superiores. Este fenômeno sugere a possibilidade de que

possa existir uma influência da vasta experiência do BNB como empresa

consolidada no setor em que atua, bem como pelo fato de ter a sua missão voltada

para o desenvolvimento do nordeste e sua visão em ser um banco reconhecido por

promover o bem-estar das famílias e a competitividade das empresas da região

(BNB, 2018), o que se assemelha aos preceitos do INEC que, como empresa, é

atuar para o desenvolvimento sociocultural e econômico das pessoas (INEC, 2018).

Considerando os desempenhos individuais por seção, temos que no processo

tático a seção contribuir se apresentou como os piores resultados em ambas as

empresas com pontuação de 34,46 no BNB e 48,10 no INEC, por outro lado a seção

Obter foi a que teve maior pontuação na pesquisa junto ao BNB com 37,04 pontos e

a seção aprender junto ao INEC com 48,95 pontos. Isto mostra que dentro do

processo de gestão do conhecimento os gestores veem que ambas as empresas

têm dificuldades em possibilitar a contrição do conhecimento em detrimento das

demais seções. Porém para o INEC, aprender com as experiências e com o

conhecimento adquirido e utilizado é mais evidente, enquanto no BNB é a obtenção

de conhecimento que é mais fortemente percebida, pois para os gerentes buscar

informações para elaboração de políticas de crédito e liberação de crédito pode ser

um desafio diário.

No segundo processo, os resultados evidenciaram que o INEC e o BNB

apresentam a seção Contribuir/Manter como os melhores desempenhos no

processo estratégico de gestão do conhecimento. É uma segunda possível

evidência de que uma empresa influenciou na fundação do projeto de gestão do

conhecimento da outra. Enquanto, por outro lado, para o BNB a seção avaliar

pontual abaixo das demais com 31,88 pontos, mostrando que a capacidade de lidar

com o nível de grupo organizacional mediante um processo de avaliação do capital

intelectual organizacional capaz de mapear e definir o conhecimento que realmente

é pertinente à instituição é perceptivelmente mais difícil que outras atitudes de

gestão do conhecimento. E já no INEC, Descartar conhecimento é a atitude que

apresentou pior desempenho, esta que é uma atitude necessária para que a

organização não se prenda a conhecimento que não traga mais diferencial, ou até

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mesmo que absolva conhecimento desnecessário, já que descartar está

intimamente ligada também à prática de não absorver conhecimento desnecessário.

A relação entre as duas empresas, sobretudo, por ser o banco a empresa que

desenvolveu os primeiros processos de missão, visão e objetivos do instituto, bem

como trouxe o conhecimento, os métodos e processos de trabalho, e as reflexões de

atuação, podem ter influenciado para que o Instituto tivesse um processo de gestão

do conhecimento mais evidente na visão dos gestores. A expertise que é o

conhecimento criado a partir das atividades dos trabalhadores no Banco (WIIG,

1993), quanto ao fomento do desenvolvimento econômico à época da fundação do

Instituto e que o banco ainda detém, foi compartilhada (e ainda é) em manuais e

processos, pois o instituto utiliza de espaços para treinamento e trabalho,

ferramentas, equipamentos e instrumentos do banco, e precisa manter-se dentro do

rigor auditado pelo banco para que ocorra a renovação e manutenção da parceria.

Por fim, na rotina diária de trabalho, o Banco do Nordeste mantém gerentes

estaduais e gerentes de negócios estaduais dentro de uma estrutura compartilhada

com gerentes de operações do INEC e outros funcionários, em salas estruturadas

pelo próprio banco e que funcionam como sede estadual. A estrutura visa replicar o

modelo de parceria que o Banco formaliza de maneira que os objetivos

organizacionais sejam mantidos e alcançados sob a perspectiva da gestão das duas

instituições, fator que também pode influenciar diretamente nos processos de gestão

do conhecimento do instituto, já que há vasta necessidade de acompanhamento e

mensuração das atividades diárias dos coordenadores e demais funcionários para

controle de processos, metodologias e despesas de orçamentos, e que são

reportadas rotineiramente ao banco ou aos gerentes do banco.

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143

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão do conhecimento tem como produto do processo o desenvolvimento

de vantagem competitiva. A partir desta realidade, a pesquisa é elaborada em um

corte transversal para fazer um diagnóstico da gestão do conhecimento na maior

OSCIP do Brasil, que é parceira de um banco federal na operacionalização de dois

importantes programas de microcrédito produtivo e orientado em toda região

Nordeste e norte dos estados de Minas Gerais e Espirito Santo, que tem por missão

o desenvolvimento socioeconômico e cultural da população desta região atendida.

O objetivo geral deste trabalho foi diagnosticar o nível atual da gestão do

conhecimento do Instituto Nordeste Cidadania a partir da percepção dos

Coordenadores de Unidades. Tal análise se tornou possível pela utilização do DGC

elaborado por Bukowitz e Williams (2002), de maneira que os resultados

encontrados nas 7 (sete) seções do instrumento mostraram que a organização

apresenta um resultado superior ao padrão encontrado pelas autoras, que é de 55%,

enquanto que no instituto pesquisado o resultado geral foi de 79,23%. As análises

por seção do diagnóstico mostram que a organização se manteve com todos os

resultados também acima dos resultados encontrados anteriormente pelas autoras

(entre 30 e 70%), pois os resultados por seções do instituto se mantiveram acima de

70%, com a seção Aprender se destacando com a melhor pontuação (81,59%) e a

seção Descartar com a pior pontuação (74,29%). Estes resultados indicam que o

nível de gestão do conhecimento é alto em todos os processos, com destaque para

o processo tático que obteve melhores médias em detrimento do processo

estratégico.

Visando um aprofundamento das análises, foram utilizados os Indicadores de

Gestão do Conhecimento elaborados por Castro (2011), a partir da percepção dos

coordenadores quanto à utilização/ocorrência de cada uma das 140 afirmativas que

formam o DGC. Os resultados destacaram que a organização ainda precisa envidar

esforços no aprimorando e evidenciação de itens como processos de gestão do

conhecimento, políticas de gestão do conhecimento, avaliação do conhecimento,

processos decisórios, parcerias para a gestão do conhecimento e compartilhamento

do conhecimento, assim como mensuração dos resultados, comunicação, regras,

dentre outros. Desse modo, os gestores intermediários (os coordenadores de

unidades) poderão ter um norte no que diz respeito às políticas, práticas,

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possibilidades participação e benefícios que a prática de gestão do conhecimento

pode trazer no âmbito organizacional e individual, de maneira que este tipo de

gestão caia na prática e na rotina das atividades diárias de cada um.

Quanto aos resultados, foi possível traçar um perfil sociodemográfico dos

respondentes, que nesta pesquisa, o número de participantes do sexo masculino foi

o dobro do feminino. A grande maioria teve acesso ao ensino superior. Alguns já

apresentam diploma de especialização, porém não foram encontrados mestres ou

doutores. Outro fato é que quase todos são casados ou vive em uma união estável,

sendo minoria os que são solteiros e um está divorciado. A maioria dos

respondentes apresentam trinta anos ou mais, apenas quatro tem menos que 30

anos de idade. Pouco mais da metade está atuando na função a cinco ou mais anos.

Mais da metade gerencia seis ou mais pessoas. Por fim, apenas dois nunca ouviram

falar sobre gestão do conhecimento, porém todos afirmam que percebem que o

conhecimento que gerenciam chega até o cliente e que o conhecimento

organizacional influencia no desenvolvimento do Nordeste.

No que concerne aos objetivos específicos, o primeiro foi possível por via da

codificação das unidades de análise para a formação das respectivas categorias de

análise. A primeira categoria buscou identificar a perspectiva do conceito dos quanto

à Gestão do Conhecimento por parte dos coordenadores. Foi possível destacar que

os coordenadores, de maneira geral, não têm uma compreensão única ou geral dos

conceitos de gestão do conhecimento, o que pode inviabilizar um trabalho de gestão

do conhecimento focado por parte do instituto pesquisado. Tal dificuldade se dá

porque sem uma compreensão pontual do que seria a gestão do conhecimento

dentro do referido instituto, é possível que os coordenadores não desenvolvam cada

parte dos processos necessários a este modelo ou processo de gestão.

Ainda quanto ao primeiro objetivo específico, a segunda categoria de análise

visou identificar o Impacto da Gestão do Conhecimento por parte da empresa para o

desenvolvimento da região Nordeste e, de maneira geral, foi possível identificar que

na visão dos coordenadores há uma percepção que a gestão do conhecimento por

parte da empresa é positiva para o desenvolvimento dessa região. Este resultado

demonstra que um trabalho voltado para a gestão do conhecimento pode ser um

ponto forte para o desempenho da empresa no que compreende sua própria missão,

pois os funcionários veem que a gestão da empresa tem capacidade de contribuir

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para o desenvolvimento nordestino a partir da gestão do conhecimento interno. O

que coopera com o alcance da própria missão organizacional.

Por outro lado, a última categoria de análise identificou que o tipo de

conhecimento que é transmitido aos clientes que são atendidos pelos funcionários

se baseia em grande parte pelos conhecimentos bancários. São conhecimentos

voltados para o regime de crédito do banco, pagamento em dia, aplicação correta do

recurso, dentre outros. Além do que, os coordenadores não apresentaram um

padrão de respostas, o que demonstra a necessidade de a organização desenvolver

um arcabouço de conhecimentos pertinentes à condução das estratégias e objetivos

organizacionais, baseados em sua missão e visão para que os coordenadores

acessem tais conhecimentos e possam transmiti-los quando no momento do

atendimento aos clientes.

A pesquisa auxiliou ainda para a verificação das ocorrências quanto aos

outros dois objetivos específicos que visam analisar o processo tático que é

composto pelas etapas de obtenção, utilização, aprendizagem e contribuição na

gestão do conhecimento e averiguar através do processo estratégico como ocorrem

a avaliação, construção/manutenção e descarte do conhecimento na organização.

Ambos objetivos foram verificados a partir da percepção dos coordenadores de

unidades. Com base da literatura apresentada e analisando o diagnóstico a partir do

instrumento, foi possível verificar que ambos os processos, tático e estratégico,

encontram-se em bom nível de gestão. Quando avaliado o processo tático geral da

organização, a média de pontuação ficou em 80,79% da pontuação total possível,

com a seção Aprender despontando como a melhor pontuação, com 81,59%, e a

seção Contribuir ligeiramente pior que as demais pontuando 80,16%. No processo

estratégico da gestão do conhecimento, a pontuação geral foi de 77,14%, ficou

constatado que a seção Construir/Manter obteve a melhor média com 79,76% da

pontuação total possível, e a seção Descartar obteve a menor média com 74,29% da

pontuação que poderia chegar até 60.

É válido destacar que ao cruzar os dados obtidos entre os respondentes de

cada programa (Agroamigo X Crediamigo) e os respondentes com menos e mais

tempo na função (com até cinco anos na função de coordenador X com mais de

cinco anos na função de coordenação) ficou verificado que a menor quantidade de

tempo no serviço pode ser um preditor de uma percepção mais positiva, ou com

maiores chances de conceder pontuação maior para as afirmativas do diagnóstico.

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Tal fato foi percebido, pois o programa Agroamigo apresentou maior número de

coordenadores com menos tempo na função, e os resultados de maior e menor

destaque foram similares nas seções, sobretudo quando consideradas apenas as

seções do processo Tático. Por outro lado, o Crediamigo apresentou mais

funcionários com mais tempo na função e as pontuações destoaram um pouco para

médias menores.

Uma última análise visou à comparação de resultados entre o estudo de caso

aqui apresentado e a pesquisa anterior elaborada por Pereira (2016) junto ao Banco

do Nordeste S/A – empresa de direito público que teve seus funcionários e ex-

funcionários como fundadores do instituto – e que vem formando parcerias que são

renovadas dentro de um período regular de tempo. Como resultado, foi possível

verificar que o Instituto apresentou pontuações superiores aos resultados do Banco

em todas as seções. Tal resultado que pode ter uma influência direta da expertise do

Banco em gestão do conhecimento, pois se evidenciou que dois desempenhos, um

de melhor e um de pior resultado em seção, assemelham-se, sendo a seção

Contribuir o pior resultado no processo tático e a seção Construir/Manter a que

apresentou melhor resultado no processo estratégico de ambas as empresas.

Diante dos achados dessa pesquisa, é possível considerar, por fim, que o

Instituto Nordeste Cidadania é uma organização que se encontra em um nível

elevado de gestão do conhecimento no que se refere à captura, utilização,

aprendizagem e contribuição, dentro do processo tático e avaliação, construção e

descarte dentro do processo estratégico. Todos estes passos obtiveram pontuação

superior ao nível que as autoras Bukowitz e Williams (2002) têm encontrado em

pesquisas elaboradas anteriormente. Outrossim, a pesquisa mostrou que quando

considerados os indicadores de gestão do conhecimento elaborados por Castro

(2011), a organização apresentou alguns pontos que ainda podem ser aprimorados

para que ela tenha uma gestão ainda mais efetiva. Este fato pode nortear quando na

busca por melhorias.

Diante das evidências deste trabalho, é positivo considerar que a pesquisa

contribuiu para que organizações do terceiro setor – como Fundações, OSCIPs,

ONGs, dentre outras – possam ter um material disponível para se basearem quando

da necessidade de avaliação da gestão do conhecimento. Conhecimento que é um

bem tão valioso. Mesmo diante de todo acervo sobre Gestão do Conhecimento,

poucos são os materiais que foram desenvolvidos e aplicados para apresentar a

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gestão do conhecimento em uma organização do terceiro setor, e se for considerado

efetivamente na perspectiva de um diagnóstico, a quantidade é ainda menor, sendo

impossível de encontrar em algumas bases de pesquisas.

Esta pesquisa teve como fatores limitadores a resistência dos respondentes à

pesquisa, pois sinalizaram receio de serem demitidos. Outro empecilho para

recepção de mais formulários foi a quantidade de afirmativas, pois informaram que

não tinham tempo para responder em função das metas que precisam atingir todo

dia. Também foi notória a quantidade de formulários com alternativas em branco,

que foram respondidas posteriormente mediante contato pontual com os

coordenadores, o que retardou a apuração dos resultados.

Trabalhos futuros podem ser elaborados com o objetivo de revelar se o fato

de uma empresa auxiliar a fundação de outra é um fator que influencia ou evidencia

a segunda empresa com pontos mais positivos para a gestão do conhecimento; ou

estudos quanto à verificação da hipótese de que a expertise de uma empresa mais

madura, quando compartilhada com outra mais recente, influencia de maneira

positiva a gestão do conhecimento de ambas. Outro fator que pode ser verificado é a

percepção de gestão do conhecimento em todas as unidades do instituto na região

Nordeste. Também será válido explorar se realmente fatores como o tempo na

função é um preditor de uma percepção mais positiva de gestão do conhecimento;

investigar se há diferença na percepção de gestão do conhecimento entre

coordenadores de outras gerencias estaduais, ou até mesmo se a idade é um

aspecto relevante na percepção de gestão do conhecimento, já que as empresas

apresentaram faixas etárias distintas.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A

Questionário Sociodemográfico

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA

MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO – MPA

Este instrumento de pesquisa faz parte do trabalho acadêmico de conclusão do

curso de Mestrado em Administração da Universidade Potiguar. O objetivo geral da

pesquisa é identificar a percepção dos gestores da instituição sobre a gestão do

conhecimento. Portanto, solicitamos sua colaboração no sentido de responder ao

questionário a seguir, colaborando para o cumprimento dos objetivos propostos na

realização da pesquisa.

Ismael de Mendonça Azevedo

LEVANTAMENTO DE DADOS PESSOAIS E PROFISSIONAIS

P1 Sexo:

1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino

P2 Estado civil:

1 ( ) Casado(a) 2 ( ) Solteiro(a) 3 ( ) Divorciado(a)

4 ( ) Separado(a) 5 ( ) União Estável 6 ( ) Viúvo(a) 7 ( ) outro

P3 Faixa etária:

1 ( ) entre 18 e 23 anos 2 ( ) de 24 a 29 anos 3 ( ) de 30 a 35 anos

4 ( ) de 36 até 41 anos 5 ( ) de 42 a 47 anos 6 ( ) de 48 a 53 anos

7 ( ) igual ou maior a 54 anos

P4 Escolaridade:

1 ( ) Ensino Médio/Técnico

2 ( ) Ensino Superior

3 ( ) Especialização/MBA

4 ( ) Mestrado

5 ( ) Doutorado

P5 Tempo de serviço na função de Coordenador

1 ( ) menor ou igual a 2 anos 2 ( ) de 3 a 5 anos 3 ( ) de 6 a 8 anos

4 ( ) de 9 a 11 anos 5 ( ) de 12 a 15 anos 6 ( ) igual ou maior a 16 anos.

P6 Quantidade de funcionários que gerencia (exceto você mesmo).

1 ( ) menos ou igual a 5 funcionários

2 ( ) de 6 a 10 funcionários

3 ( ) de 11 a 15 funcionários

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4 ( ) de 16 a 20 funcionários

5 ( ) de 21 a 25 funcionários

6 ( ) de 26 a 30 funcionários

7 ( ) igual ou superior a 31 funcionários

P7 Lotação Regional

1 ( ) Seridó/Agreste 2 ( ) Oeste/Região Central 3 ( ) Grande Natal

P8 Você já ouviu falar em Gestão do Conhecimento?

1 ( ) Sim 2 ( ) Não

P9 Em caso de resposta positiva no quesito anterior (P8): Como você define Gestão do

Conhecimento?

__________________________________________________________________________

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______________________________________________________

P10 Você percebe que o conhecimento gerenciado por você chega ao cliente?

1 ( ) Sim 2 ( ) Não

P11 Qual tipo de conhecimento você passa ou trabalha com seu cliente?

__________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

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____________________________________________________________________

P12 O gerenciamento do conhecimento na instituição em que você atua pode influenciar

diretamente e de forma positiva o desenvolvimento do Nordeste?

1 ( ) Sim 2 ( ) Não

P13 Como você percebe que a Gestão do Conhecimento que sua organização tem pode

influenciar no desenvolvimento do Nordeste?

__________________________________________________________________________

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APÊNDICE B Termo de Autorização da Pesquisa

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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160

Termo de autorização da pesquisa

Natal/RN, 01 de março de 2018.

Ao Instituto Nordeste Cidadania – INEC Magnífica Diretora Helda Kelly Magnífica Diretora, Com os nossos cumprimentos, apresentamos o pesquisador Ismael de Mendonça Azevedo, mestrando regularmente matriculado no Programa de Pós-graduação em Administração, da Universidade Potiguar sob o nº 201705113, orientado pela Profª Drª Lydia Maria Pinto Brito. E vimos, por intermédio desta comunicação, solicitar desse Instituto a autorização para a necessária acessibilidade do referido aluno para desenvolver, nas unidades sob a jurisdição das gerências do Rio Grande do Norte, pesquisa de campo, utilizando a técnica de questionário com os coordenadores de unidades do Crediamigo e Agroamigo. Essa atividade é parte integrante de um trabalho de mestrado, cujo objetivo é diagnosticar a percepção dos coordenadores a respeito da gestão do conhecimento em uma Organização Civil de Interesse Público. Cabe destacar a importância deste estudo, bem como firme rigor metodológico-científico e o caráter ético atribuído à investigação, sobretudo por não existir nenhuma forma de individualização dos dados da pesquisa. Sobre os resultados da pesquisa, devem ser observados os seguintes aspectos:

1- O compromisso do pesquisador identificado em não revelar a terceiros os dados obtidos na pesquisa, salvo autorização por escrito da Instituição;

2- O nome da Instituição poderá ser omitido, ou utilizado oficialmente se autorizado;

3- Os resultados da pesquisa podem ser publicados para fins acadêmicos, em

congressos, livros, revistas, jornais e outros meios de publicação adotados nas Universidades, com a identificação da Instituição.

Certos da atenção e do atendimento ao pleito solicitado, ficamos ao inteiro dispor para quaisquer informações adicionais.

Atenciosamente

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161

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE Prezado (a),

Esta pesquisa é sobre o Diagnóstico da Gestão do Conhecimento: estudo em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, do curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade Potiguar, elaborada pelo aluno Ismael de Mendonça Azevedo, sob a orientação da Profª. Drª Lydia Maria Brito Pinto. Os objetivos do estudo é Diagnosticar o nível atual da gestão do conhecimento do Instituto Nordeste Cidadania, a partir da percepção dos Coordenadores. Solicitamos a sua colaboração para responder ao questionário presente nas próximas páginas deste documento e, informamos que os questionários de todos os coordenadores pesquisados serão aglutinados para compor um panorama geral quanto à Gestão do Conhecimento nesta instituição, preservando o resultado individual e garantindo o sigilo das informações constantes. Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não está obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo Pesquisador. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá modificação na assistência que vem recebendo na Instituição (se for o caso). O pesquisador estará a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Considerando, que fui informado dos objetivos e da relevância do estudo proposto, de como será minha participação neste estudo, declaro o meu consentimento em participar da pesquisa, como também concordo que os dados obtidos na investigação sejam utilizados para fins científicos. Local: _________________________ Data _____/_____/______

___________________________________________ Assinatura do Participante

Caso necessite de maiores informações obre o presente estudo, favor ligar para o pesquisador: Ismael de Mendonça Azevedo, contato: (84) 99655-4411, ou, e-mail: [email protected].

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APÊNDICE C Tabulação dos Resultados

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S1 OBTENHA

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F M F F F F M M M M F M M M M F F F M M M

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S2 UTILIZE

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F F F F F F F F M FR M M F M F F F M F M F

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S3 APRENDA

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 M F M M M M M M F F M M FR M F F F M M FR M

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S4 CONTRIBUA

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F F F M F M M M M F M M F M F F F F F F M

A2 F M F M M F M M F F F M F F F M F M M F M

A3 F F F M F M F M F F F M F F F F F F F F M

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165

S5 AVALIE

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F F F F F F F M F F F M M F F F F M M F M

A2 M M F F M F F M M F M M M F F F F M F M M

A3 M F F F M F M M M F F M F F F F M F M F M

A4 F F F F M F M M F F M M FR F FR F F M F F M

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A20 F M F M M F M M M F F M M F M F F M M M M

S6 CONSTRUA/MANTENHA

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F F F M M M FR M M F M M M F M F F M M M M

A2 F F F M M M F M M F F M FR FR F M M F FR F M

A3 F F F M F F F M F F F M F F FR F F M F F M

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S7 DESCARTE

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21

A1 F F FR M M F F M FR F F M F F F M F M M M M

A2 F F F M F M F M M F M M FR M M F F F F M M

A3 F M F M FR M F F M F F M M F M M F M M F M

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A20 FR M F M F M M FR FR F FR M M F M F F M F F M

LIKERT – SEÇÃO OBTER

S1 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A12 6 5 6 7 5 7 6 5 5 7 5 6 5 6 6 6 7 6 4 5 6 5,76

A13 5 6 7 5 5 7 6 6 5 7 5 5 4 6 7 6 6 5 6 5 6 5,71

A6 5 6 6 7 6 7 4 5 6 6 4 5 5 5 5 6 6 6 6 7 6 5,67

A17 5 6 6 7 7 6 7 5 3 6 6 5 6 5 7 6 7 5 4 2 6 5,57

A11 6 5 6 5 4 7 5 5 5 7 4 5 5 5 6 7 7 5 6 5 6 5,52

A5 7 7 7 6 5 7 7 4 3 6 6 5 3 4 6 6 6 5 5 5 5 5,48

A15 6 5 5 5 6 7 6 5 4 6 3 5 6 6 7 7 6 5 6 4 5 5,48

A19 7 6 6 6 5 7 7 3 4 7 4 5 4 6 7 6 6 5 5 4 5 5,48

A10 4 7 6 5 5 7 6 4 4 6 6 5 5 5 6 5 7 6 5 4 6 5,43

A18 7 7 6 6 5 7 5 5 3 7 4 5 5 5 7 5 5 7 6 3 4 5,43

A1 6 7 5 6 6 7 5 4 5 4 5 5 5 6 5 6 6 6 4 5 5 5,38

A16 5 7 7 6 5 7 6 5 3 6 3 5 2 7 7 5 6 6 5 3 5 5,29

A20 5 4 6 6 5 5 7 3 4 6 6 4 5 5 7 6 6 6 5 4 6 5,29

A7 6 6 6 7 6 7 5 3 4 7 6 4 3 4 6 6 6 5 2 6 5 5,24

A2 5 7 6 4 5 6 6 1 5 6 5 5 5 6 6 5 5 6 5 4 6 5,19

A8 6 7 5 4 3 6 6 7 4 5 6 5 4 3 6 3 4 6 6 6 4 5,05

A4 5 6 5 4 3 6 6 4 5 4 5 4 4 3 6 5 5 7 6 6 5 4,95

A14 6 5 5 6 5 5 5 5 3 6 4 4 5 5 7 5 5 7 4 2 5 4,95

A9 4 6 6 4 3 5 3 4 5 7 6 4 4 4 5 4 4 5 5 5 5 4,67

A3 4 5 6 3 6 6 5 1 5 3 5 4 5 3 3 5 5 5 6 4 5 4,48

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167

LIKERT - SEÇÃO UTILIZAR

S2 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A18 6 7 5 7 6 6 7 3 7 7 6 5 6 6 7 7 7 5 6 6 5 6,05

A5 6 7 6 5 6 7 7 5 4 7 4 4 5 6 7 7 6 5 3 6 6 5,67

A16 7 7 7 7 6 7 5 3 7 7 3 4 4 5 6 5 7 5 7 5 5 5,67

A14 7 7 6 6 5 4 6 3 7 7 5 5 5 6 7 4 7 4 6 6 5 5,62

A1 7 7 6 6 6 6 6 5 4 2 5 4 6 3 7 6 7 5 7 5 6 5,52

A8 7 7 7 5 4 6 4 3 6 7 5 4 6 3 7 7 5 6 6 5 6 5,52

A13 6 7 6 7 5 6 4 3 7 6 6 5 4 5 7 5 6 6 3 6 5 5,48

A4 6 7 6 5 2 6 7 5 3 6 5 5 6 5 7 6 6 6 5 5 5 5,43

A17 6 5 6 7 4 6 4 3 7 7 6 4 2 6 7 6 4 6 6 6 5 5,38

A15 5 7 6 5 7 3 6 3 5 7 4 6 6 2 7 7 6 6 6 3 5 5,33

A19 5 7 6 6 5 6 6 4 6 7 1 4 5 5 7 4 5 6 6 5 6 5,33

A2 6 7 6 7 1 6 7 5 5 2 2 5 7 3 7 6 5 7 6 6 5 5,29

A12 6 5 6 7 6 6 6 3 5 6 5 5 6 3 7 6 5 5 4 4 5 5,29

A3 5 5 6 5 4 5 5 5 4 6 5 4 6 5 7 5 5 5 6 5 5 5,14

A20 5 7 4 2 5 5 5 5 6 6 6 4 5 5 7 2 6 5 5 5 5 5,00

A10 6 7 4 7 4 4 4 3 6 6 5 4 1 3 6 5 7 5 5 6 5 4,90

A6 4 4 4 5 3 4 6 3 5 5 6 5 2 6 7 5 6 6 5 5 4 4,76

A11 7 7 5 2 3 4 7 3 5 5 5 4 5 3 5 2 6 6 2 5 5 4,57

A9 6 7 6 1 5 2 6 3 6 1 3 4 4 4 7 5 5 7 4 4 5 4,52

A7 7 5 4 5 2 5 1 2 6 5 1 5 4 3 6 4 6 5 6 5 5 4,38

LIKERT – SEÇÃO APRENDA

S3 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A16 5 7 6 7 6 6 5 6 7 7 7 5 5 5 6 6 7 6 6 6 5 6,00

A18 5 7 6 6 6 5 5 5 7 7 6 5 6 5 6 5 6 6 6 7 5 5,81

A19 5 7 6 4 7 5 6 4 7 7 6 5 7 5 6 5 5 5 7 6 5 5,71

A14 6 5 6 4 5 5 6 2 6 7 6 5 6 7 7 6 5 6 3 6 6 5,48

A5 7 6 6 6 5 4 4 4 7 7 6 4 6 5 6 6 5 5 4 6 5 5,43

A6 5 7 6 6 5 4 5 3 7 7 5 5 4 5 4 6 7 7 6 5 5 5,43

A8 5 6 6 4 6 7 4 4 6 7 7 4 4 5 4 7 5 6 6 5 5 5,38

A9 4 6 6 5 3 7 7 5 6 7 5 5 1 6 4 6 6 5 6 5 5 5,24

A11 4 4 4 4 4 6 7 4 6 6 5 5 6 5 6 5 6 5 7 6 5 5,24

A13 6 7 4 4 3 4 5 5 6 6 4 5 6 6 5 6 7 5 6 5 5 5,24

A2 6 5 6 4 5 6 5 4 5 7 6 5 4 3 6 4 5 7 4 4 5 5,05

A3 5 6 6 4 6 2 6 4 6 6 3 5 2 5 4 5 7 5 6 7 5 5,00

A17 4 7 6 6 4 4 6 3 7 7 2 5 2 5 6 5 5 5 6 5 5 5,00

A20 4 7 6 4 4 5 5 3 6 7 6 4 4 3 5 6 4 7 5 5 5 5,00

A7 5 6 6 4 5 6 6 4 6 7 5 4 5 2 3 6 6 5 4 4 5 4,95

A15 5 7 4 7 5 3 5 3 7 6 5 5 1 5 6 4 6 5 4 6 5 4,95

A1 4 7 4 4 5 4 4 4 6 6 5 4 2 7 7 6 5 5 5 3 4 4,81

A10 4 7 4 2 3 3 5 3 7 4 1 5 5 4 1 5 5 6 5 5 5 4,24

A12 2 6 4 4 5 5 5 3 7 5 4 5 2 2 2 5 4 6 4 4 4 4,19

A4 3 4 4 4 2 4 5 3 7 6 3 5 3 2 4 6 4 6 6 2 4 4,14

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168

LIKERT – SEÇÃO CONTRIBUA

S4 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A5 7 7 5 7 7 6 6 3 6 7 7 5 7 7 7 5 6 7 4 6 5 6,05

A1 7 7 6 4 6 5 5 7 5 7 6 5 6 6 6 6 6 6 6 6 5 5,86

A3 6 7 6 5 6 5 6 2 6 7 6 5 6 7 5 6 4 6 6 6 5 5,62

A6 6 7 4 6 5 6 6 3 6 6 6 5 6 6 6 6 6 5 6 5 5 5,57

A19 6 7 5 5 6 5 6 4 5 7 6 5 4 5 5 6 6 6 5 6 5 5,48

A17 6 5 6 3 6 5 5 3 4 7 6 5 7 7 5 6 7 5 5 6 5 5,43

A2 6 6 4 5 4 6 5 3 6 7 5 5 6 3 6 5 7 5 5 6 5 5,24

A9 4 5 4 5 5 4 6 4 6 6 6 5 6 7 5 6 6 4 5 6 5 5,24

A8 5 7 6 5 3 5 6 3 5 6 5 4 6 6 5 5 4 6 6 6 5 5,19

A15 6 5 6 6 7 5 6 4 5 6 5 5 5 4 4 5 6 5 5 4 5 5,19

A18 6 6 4 5 6 4 5 4 5 7 4 5 5 6 5 5 5 6 6 5 5 5,19

A14 6 5 6 5 6 5 6 3 5 6 5 5 6 6 4 5 6 5 3 5 5 5,14

A16 5 6 4 5 5 5 6 3 5 6 2 4 6 5 5 6 6 5 6 6 6 5,10

A11 4 7 5 5 6 5 4 3 5 5 6 5 6 5 6 6 4 4 3 5 5 4,95

A4 5 7 4 4 3 6 5 2 5 7 4 5 6 5 6 5 5 5 4 5 5 4,90

A12 6 7 4 5 6 3 4 3 5 6 6 5 3 5 4 5 5 5 6 4 5 4,86

A13 6 6 4 5 4 2 6 4 5 5 6 5 5 2 6 5 6 5 5 5 5 4,86

A20 7 5 4 4 6 3 6 3 5 6 3 5 6 2 5 6 3 5 5 3 5 4,62

A10 5 6 4 7 4 5 4 3 4 7 6 4 4 2 5 6 3 2 4 5 5 4,52

A7 5 6 6 5 1 6 1 3 5 2 1 4 1 3 6 4 5 5 3 2 5 3,76

LIKERT – SEÇÃO AVALIE

S5 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A3 6 6 6 7 6 6 5 4 5 7 6 5 7 7 7 6 6 6 5 7 5 5,95

A1 7 7 6 6 7 6 6 3 6 6 6 5 4 6 7 7 6 4 4 6 5 5,71

A14 7 6 7 5 5 5 4 4 6 6 6 5 5 4 7 6 5 6 6 5 5 5,48

A4 5 5 6 7 6 6 5 4 6 7 6 5 2 5 4 6 7 5 6 6 5 5,43

A15 7 6 5 5 4 4 6 3 5 5 6 5 5 5 7 6 7 5 6 3 5 5,24

A2 5 4 6 7 4 6 6 5 5 6 4 5 4 5 5 6 4 5 6 5 5 5,14

A17 4 6 6 5 5 6 5 4 6 7 5 5 3 5 4 6 5 6 5 5 5 5,14

A6 6 4 6 4 6 6 6 3 6 6 4 5 5 5 3 5 7 5 5 5 5 5,10

A20 5 5 6 5 4 6 5 4 5 6 5 5 5 4 3 6 7 5 5 6 5 5,10

A7 6 6 6 4 2 4 6 3 6 6 6 5 5 3 2 5 5 7 6 5 5 4,90

A13 6 5 6 5 2 6 5 6 6 6 6 5 4 5 2 5 6 5 5 1 5 4,86

A18 4 5 6 5 1 4 5 4 6 7 5 4 3 5 4 5 6 6 6 5 5 4,81

A10 4 5 6 6 3 4 6 3 5 5 3 4 5 6 6 5 4 5 4 5 5 4,71

A9 4 5 6 4 1 5 6 3 6 6 6 4 2 2 4 5 5 7 6 6 5 4,67

A16 5 7 6 5 3 6 5 3 6 5 5 5 4 1 6 6 2 5 3 3 5 4,57

A19 5 5 5 5 3 5 5 4 5 5 5 4 5 1 3 5 6 5 5 5 5 4,57

A8 5 6 4 4 4 4 5 5 5 6 5 5 2 3 3 5 4 4 6 5 5 4,52

A11 5 5 5 5 1 4 5 4 6 5 3 5 3 4 4 5 7 5 5 4 5 4,52

A12 3 6 4 5 2 6 7 3 4 5 3 5 1 1 3 5 7 6 6 5 5 4,38

A5 4 3 4 4 1 3 7 3 3 6 2 6 2 1 2 4 2 6 6 5 5 3,76

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169

LIKERT – SEÇÃO MANTENHA/CONSTRUA

S6 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A6 5 7 7 5 7 6 7 3 6 7 6 5 7 7 7 7 6 6 4 7 5 6,05

A3 7 7 6 5 7 6 6 3 6 7 7 5 6 7 3 7 7 5 7 6 5 5,95

A10 7 5 6 3 6 6 6 3 6 7 5 5 7 7 6 6 7 6 5 7 5 5,76

A17 5 7 6 4 6 7 5 4 6 7 6 4 7 6 4 6 6 5 5 6 5 5,57

A18 5 7 6 4 6 6 6 3 6 7 5 4 7 3 3 6 6 6 6 6 5 5,38

A16 5 7 4 4 3 6 7 3 5 5 6 5 6 7 5 5 7 6 4 4 5 5,19

A19 6 6 6 5 4 5 5 3 5 6 5 5 2 6 6 6 6 5 6 6 5 5,19

A14 6 6 6 4 6 7 5 4 2 6 3 5 7 7 5 4 7 6 2 6 4 5,14

A8 5 4 6 5 4 4 6 4 5 6 6 4 3 4 6 7 7 6 4 5 6 5,10

A20 4 5 6 4 4 6 6 3 5 7 6 5 6 4 5 7 4 6 5 4 5 5,10

A4 4 7 4 5 5 5 6 4 6 5 5 4 3 5 3 6 4 6 6 3 5 4,81

A12 5 7 6 7 5 6 4 4 2 7 1 4 6 5 4 6 6 6 2 5 3 4,81

A13 4 7 6 5 3 6 3 3 5 6 2 5 5 6 4 5 5 5 5 5 5 4,76

A9 6 5 7 5 3 6 4 3 5 5 1 5 2 6 4 4 7 5 5 6 5 4,71

A2 5 7 6 5 3 4 5 4 5 7 5 5 1 2 6 4 5 6 2 6 5 4,67

A1 5 7 6 4 4 4 3 4 5 5 5 5 5 3 3 6 5 5 4 4 5 4,62

A11 5 5 6 5 3 6 4 3 5 6 2 4 3 5 5 5 5 5 4 5 5 4,57

A15 4 5 5 5 4 4 6 3 5 6 3 5 2 4 5 5 5 5 4 5 5 4,52

A7 4 5 6 5 4 5 6 4 2 7 1 5 4 2 2 6 7 5 2 3 2 4,14

A5 5 5 6 5 3 6 5 3 2 6 1 5 3 3 2 5 6 4 2 2 5 4,00

LIKERT – SEÇÃO DESCARTE

S7 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 MÉDIA

A10 5 7 7 5 7 6 5 3 5 7 7 5 6 7 6 6 7 5 5 7 5 5,86

A1 7 5 5 5 4 6 6 5 6 7 6 5 6 4 6 5 6 5 5 5 5 5,43

A2 7 7 6 4 5 5 7 5 5 7 5 4 3 5 6 6 5 6 4 5 5 5,33

A5 6 7 6 5 4 6 4 4 6 6 5 5 4 5 6 6 5 5 5 6 5 5,29

A19 5 7 6 5 4 5 6 4 5 6 5 5 6 1 5 6 6 5 6 7 5 5,24

A20 2 4 7 5 6 5 4 4 3 6 7 5 6 4 7 6 6 5 6 7 5 5,24

A17 6 7 6 5 6 4 5 4 5 7 7 5 6 3 4 5 6 6 2 5 5 5,19

A7 4 6 6 5 5 4 4 3 5 7 5 5 6 6 5 4 5 6 5 5 5 5,05

A11 5 5 6 3 3 4 5 4 5 7 6 5 5 6 3 6 6 6 5 6 5 5,05

A18 5 7 6 5 4 4 6 3 5 7 5 5 5 3 5 6 5 5 4 6 5 5,05

A4 5 7 6 5 1 5 4 3 6 6 5 5 6 3 5 6 7 5 4 6 5 5,00

A14 5 4 6 5 3 4 5 4 6 6 5 5 2 6 6 6 5 6 4 5 5 4,90

A13 6 4 4 5 5 3 5 3 6 6 5 5 2 5 6 5 6 5 5 4 5 4,76

A16 6 3 6 5 4 4 5 3 5 7 5 4 5 2 5 6 5 4 6 5 5 4,76

A3 5 5 6 4 1 4 6 5 5 6 5 5 4 4 4 5 4 5 5 6 5 4,71

A6 5 4 4 5 3 7 5 3 5 7 3 5 1 3 6 6 3 6 4 4 5 4,48

A15 5 6 7 5 1 5 5 5 4 4 1 5 5 1 3 4 6 5 6 2 5 4,29

A8 5 7 4 5 3 6 4 4 3 2 2 4 2 2 6 2 4 6 4 4 5 4,00

A12 5 3 4 5 2 1 5 3 4 1 2 5 1 4 6 6 6 5 6 5 5 4,00

A9 4 5 6 4 1 5 2 3 5 6 5 4 2 3 4 2 5 4 3 4 5 3,90

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ANEXOS

Formulários de Bukowitz e Williams (2002)

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171

ORIENTAÇÕES E EXEMPLO PARA O CORRETO PREENCHIMENTO DO

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO (BUKOWITZ & WILLIAMS, 2002)

INSTRUÇÕES GERAIS: Antes de qualquer marcação de resposta é importante que

você leia atentamente as orientações, pois será essencial você destacar sua

resposta duas vezes em cada uma das afirmações. Esteja em um lugar calmo,

confortável e que permita atenta leitura. Aprecie pelo menos duas vezes cada

afirmativa do questionário na intensão de compreender bem o texto. Considere a

organização em que você está trabalhando atualmente e decida em que grau a

afirmação descreve esta empresa.

1. A primeira resposta necessária é nominal e diz respeito a:

Se a afirmação é FORTEMENTE descritiva, marque um “X” na opção Fort.

Se a afirmação é MODERADAMENTE descritiva, marque um “X” na opção Mod.

Se a afirmação é FRACAMENTE descritiva, marque um “X” na opção Frac.

2. A segunda resposta necessária é numérica e diz respeito a:

Qual a sua percepção quanto ao nível de utilização/ocorrência de cada afirmação

em sua organização (ou unidade). Portanto, é solicitado que após assinalar se a

afirmação é fortemente, moderadamente ou fracamente descritiva, que você

assinale também a percepção quanto ao nível de utilização/ocorrência da afirmação

descrita. Para tanto, você deve assinalar o nível de ocorrência de cada afirmação

considerando o número 1 como ocorrência/utilização mínima e considerando o

número 7 como ocorrência/utilização máxima.

Observação Importante: perceba que cada afirmativa deverá obrigatoriamente

contemplar duas respostas.

Dessa forma, iremos avaliar suas respostas sob dois parâmetros vide exemplo

abaixo:

Então, como pode ser visto no exemplo logo acima, cada alternativa foi assinalada

por duas vezes. A primeira descrição foi a NOMINAL e a segunda foi NUMÉRICA.

S1 SEÇÃO 1 - Questionário

1 As pessoas sempre conversam sobre a Gestão do Conhecimento. Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

2 As equipes e os indivíduos anotam tudo o que aprendem sobre gestão do conhecimento e compartilham todas as informações.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

3 Nós conseguimos localizar todas as informações e conteúdos que precisamos para trabalhar.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

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172

S1 SEÇÃO 1 - OBTENHA

1 As pessoas fornecem explicações completas quando solicitam informações.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

2 As equipes e os indivíduos documentam e compartilham informações, conhecimentos, soluções de problemas e experiências exitosas rotineiramente.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

3 Nós conseguimos fazer distinção entre papéis de gestão do conhecimento, que são focalizados para conteúdos, dos que são administrativos/burocráticos por natureza.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

4 As pessoas são capazes de tornar rotineiro o seu ambiente informacional.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

5 Os meios eletrônicos e físicos onde armazenamos o nosso conhecimento são mantidos atualizados.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

6 A organização aloca recursos para comunidades/grupos/equipes de especialistas/estudo/trabalho que desejam gerenciar/desenvolver o conhecimento delas.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

7 O treinamento de novos sistemas focaliza como essas tecnologias podem ser utilizadas para melhorar a qualidade e a eficiência da forma como as pessoas trabalham.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

8 As pessoas só solicitam informação quando realmente necessitam dela. Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

9 As pessoas distinguem a informação que desejam que a organização remeta automaticamente para as suas mesas daquela que desejam procurar com base em uma necessidade.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

10 As comunidades/grupos/equipes de especialistas/trabalho são facilmente identificáveis, ficando claro para os demais aonde ir em busca de informação específica.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

11 As solicitações de informação enviadas para intranet ou fóruns de discussão são fáceis de se identificar, geralmente.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

12 Existem indivíduos/grupos específicos que identificam, coletam, classificam, resumem e disseminam o conhecimento em nível organizacional.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

13 Os especialistas/indivíduos desempenham um papel importante na identificação de informação para outros usuários/profissionais.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

14 Os meios eletrônicos e físicos onde armazenamos o nosso conhecimento contêm a melhor informação disponível sobre um amplo leque de tópicos necessários.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

15 Quando as pessoas recebem a tarefa de pesquisar informação, são capazes de realiza-las.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

16 As pessoas podem pesquisar informação em uma ampla variedade de aplicações e bases de dados.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

17 A organização criou instrumentos eletrônicos e gráficos que dirigem as pessoas para os recursos disponíveis.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

18 Os especialistas em informação da empresa ajudam as pessoas a utilizar instrumentos on-line, incluindo a Internet e a intranet.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

19 Nós estabelecemos maneiras para as pessoas documentarem e compartilharem informações.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

20 Fazemos distinção entre a informação que deveria ser controlada centralmente e aquela em que todos deveriam ser livres para documentar e compartilhar.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

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173

S2 SEÇÃO 2 - UTILIZE

1 Os relacionamentos hierárquicos não interferem na busca de informação que as pessoas necessitam.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

2 O escritório de trabalho não é utilizado como um símbolo de status ou superioridade na nossa organização.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

3 As pessoas poderiam dizer que as mudanças no espaço de trabalho são baseadas tanto na necessidade de trabalhar em conjunto quanto na de cortar custos.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

4 Todos podem descrever como as suas decisões podem afetar o desempenho organizacional geral.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

5 Todos falam se têm uma opinião ou uma ideia para oferecer. Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

6 Como parte do nosso processo de resolução de problemas, consideramos com seriedade o que outros poderiam chamar de ideias malucas ou estranhas.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

7 Vemos a colaboração com os concorrentes, para fortalecer o setor, como uma atitude boa a ser tomada.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

8 Levamos todas as ideias promissoras em consideração, não importam de quem elas venham.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

9 Fazemos questão de não estruturar algumas das nossas reuniões porque isso ajuda-nos a pensar mais criativamente sobre a resolução de problemas.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

10 Envolver os nossos beneficiários no processo de criar e desenvolver produtos e/ou serviços ou projetos novos é uma prática bem estabelecida na nossa organização.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

11 O nosso espaço de trabalho propicia a flexibilidade de levar a nossa atividade aonde precisemos com pouco esforço.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

12 Qualquer um que tenha uma boa ideia pode conseguir apoio para prosseguir nela.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

13 As pessoas descreveriam a nossa organização como flexível, ao invés de rígida.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

14 Temos o nível correto de protocolos de segurança para informação confidencial.

Fort Mod Frac

7 6 5 4 3 2 1

15 Todos na nossa organização podem explicar o básico sobre as nossas finanças.

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16 Com frequência, fazemos parcerias para favorecer nossos clientes. Fort Mod Frac

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17 O nosso espaço de trabalho é planejado para promover o fluxo de ideias entre as equipes/grupos de trabalho.

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18 Na nossa organização as pessoas podem utilizar a informação que obtêm para melhorar o seu trabalho.

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19 Ajustamos os nossos relacionamentos hierárquicos com base no trabalho que as pessoas necessitam fazer.

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20 Utilizamos abordagens que as pessoas chamariam de lúdicas, como parte do nosso processo de resolução de problemas.

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S3 SEÇÃO 3 - APRENDA

1 Antes que as pessoas tratem dos problemas, elas consideram o contexto geral no qual o problema ocorreu.

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2 Construímos modelos, para os nossos sistemas de tomada de decisões, para entender melhor por que os fatos acontecem daquela maneira.

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3 As equipes engajam-se em experiências de aprendizagem fora do local de trabalho para encontrarem maneiras melhores de trabalharem juntas.

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4 Utilizamos jogos e simulações relacionados com o trabalho para pensar mais claramente sobre as nossas situações de negócios.

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5 Refletir sobre as lições aprendidas com as experiências de trabalho para pensar mais claramente sobre as nossas situações de negócios.

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6 As pessoas aplicam o que aprenderam fora da organização ao seu trabalho.

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7 Geralmente, quando as pessoas terminam projetos, elas tomam o tempo necessário para reunir-se com a sua equipe e analisar o que deu errado e o que poderia ter sido melhor.

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8 O nosso processo de planejamento inclui olhar para uma série de cenários, de modo que possamos pensar em como responder em situações diferentes.

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9 Com frequência, o nosso processo de aprendizagem inclui obter o retorno dos clientes.

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10 Quando ocorre uma falha, a nossa primeira resposta é não determinar a culpa.

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11 Na nossa organização, as pessoas exibem uma curiosidade natural. Fort Mod Frac

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12 As pessoas admitem quando falham. Fort Mod Frac

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13 As pessoas aplicam as ideias que desenvolveram em trabalhos anteriores às situações novas.

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14 Quando temos um grande sucesso, conversamos sobre o que fizemos certo.

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15 Na nossa organização, o fracasso é considerado uma oportunidade de aprender.

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16 A nossa organização apoia atividades de grupo que promovem a aprendizagem mútua.

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17 Em uma ocasião ou em outra, todos na nossa organização “põem as mãos na massa” para ter a experiência em primeira mão das consequências das suas decisões.

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18 Aprender com as falhas está incorporado a como conduzimos o trabalho subsequente.

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19 Tentamos assegurar que as pessoas tenham algumas responsabilidades em comum, de modo que seja mais fácil aprender uns com os outros.

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20 Tratamos as discordâncias como oportunidades para aprender com os outros.

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S4 SEÇÃO 4 - CONTRIBUA

1 As funções de dedicação exclusiva, como gerente de conhecimento ou coordenador de conhecimento, sustentarão o processo de compartilhamento do conhecimento.

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2 A organização determinou onde o compartilhamento de conhecimento entre grupos produzirá os maiores benefícios mútuos.

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3 Reconhecemos a contribuição de cada indivíduo/profissional para a nossa organização, vinculando-a ao nome do autor original.

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4 As interações físicas são utilizadas para reforçar as comunicações eletrônicas.

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5 As pessoas diriam que compartilhar conhecimento não diminui o valor do indivíduo para a organização.

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6 As pessoas são membros de múltiplas comunidades, tornando mais fácil transferir conhecimento para a organização inteira.

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7 As pessoas que se recusam a compartilhar conhecimento não obtêm certos benefícios organizacionais.

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8 Nós ligamos as pessoas por meio de unidades organizacionais e grupos funcionais tradicionais para promover o compartilhamento de conhecimento.

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9 Os professionais moderadores e os facilitadores ajudam as pessoas a expressarem melhor o que elas sabem, de modo que os outros as possam entender.

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10 Os espaços eletrônicos e físicos onde armazenamos o nosso conhecimento têm uma estrutura que ajuda as pessoas a direcionar as suas contribuições.

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11 As pessoas têm voz ativa no que acontece com as ideias e informações, conhecimentos, soluções de problemas e experiências exitosas que compartilham com as outras.

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12 O comportamento de compartilhamento do conhecimento é incorporado ao sistema de avaliação de desempenho.

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13 As interações físicas são utilizadas para transferir o conhecimento implícito (que está na mente das pessoas e é difícil de articular).

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14 A nossa organização procura maneiras de remover as barreiras impostas ao compartilhamento de conhecimento.

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15 Os processos para contribuir com conhecimento para a organização são normalmente integrados nas atividades de trabalho.

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16 As pessoas podem identificar as outras, na organização, que poderiam se beneficiar do seu conhecimento.

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17 O compartilhamento de conhecimento é reconhecido publicamente. Fort Mod Frac

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18 A organização legitimou o compartilhamento de conhecimento, dando tempo às pessoas para que o façam.

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19 As pessoas focalizam as suas atividades de compartilhamento de conhecimento nas informações importantes para a missão.

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20 As pessoas trabalham sob o pressuposto de que, quando utilizam o conhecimento com que outros contribuíram na organização, são obrigadas a contribuir com o seu próprio conhecimento em algum ponto.

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S5 SEÇÃO 5 - AVALIE

1 Reconhecemos que o conhecimento é parte da base de recursos da qual a nossa organização gera valor.

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2 Frequentemente, os membros da equipe da gerência sênior da organização conversam sobre a gestão do conhecimento, quando fazem relatos sobre a situação da organização.

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3 O processo de mensuração do conhecimento ajuda-nos a entender melhor o que é que estamos tentando gerir.

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4 Nós medimos o nosso processo de gestão do conhecimento e seus resultados.

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5 Publicamos um documento de circulação externa que relata a qualidade com que gerimos o conhecimento.

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6 Podemos vincular atividades de gestão do conhecimento a resultados mensuráveis.

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7 As pessoas conhecem que medida é utilizada para monitorar o processo de gestão do conhecimento e os seus resultados.

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8 Conversamos sobre medir o conhecimento de maneira que as pessoas possam entender prontamente.

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9 Desenvolvemos um esquema que vincula as atividades de gestão do conhecimento aos resultados estratégicos.

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10 Dispomos de um esquema que descreve como diferentes formas de conhecimento da nossa organização interagem umas com as outras para criar valor.

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11 Fazemos experiências com maneiras diferentes de medir a qualidade com que gerimos o conhecimento.

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12 Publicamos um documento interno que relata a qualidade com que fazemos a gestão do conhecimento.

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13 Para tomar decisões de gestão do conhecimento, baseamo-nos em uma mescla de fatos sólidos, números e informações não mensuráveis.

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14 A gestão da organização avalia qual conhecimento necessita ser desenvolvido quando ela aloca recursos.

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15 A avaliação do capital intelectual é parte do processo de mensuração do desempenho organizacional geral.

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16 Há algum tempo temos praticado a gestão do conhecimento sem dar esse nome a ela.

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17 Baseamo-nos em uma equipe cujos membros têm conhecimento e experiência em avaliação, mensuração e operação para avaliar o nosso processo de gestão do conhecimento e seus resultados.

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18 Mapeamos o fluxo do processo das atividades de gestão do conhecimento.

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19 As pessoas podem explicar a diferença entre a avaliação e a mensuração de desempenho.

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20 Utilizamos tanto medidas qualitativas quanto quantitativas para dimensionar a efetividade do nosso processo de gestão do conhecimento e seus resultados.

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S6 SEÇÃO 6 – CONTRIBUA/MANTENHA

1 Rotineiramente, perguntamo-nos como podemos alavancar o nosso conhecimento para outras áreas.

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2 Não importa qual grupo propôs uma ideia ou tecnologia, qualquer um na empresa pode atualizá-la.

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3 Acreditamos que a gestão do conhecimento é um assunto de todos. Fort Mod Frac

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4 Encorajamos as pessoas a pensarem sobre como as suas atividades não relacionadas com o trabalho poderiam beneficiar a organização.

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5 Os nossos sistemas de TI conectam-nos com as fontes de informação de que necessitamos para fazer o nosso trabalho.

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6 Os nossos valores formais (organizacionais) e informais (pessoais) estão alinhados.

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7 Os nossos sistemas de TI promovem a formação de diferentes redes de pessoas.

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8 Os nossos gestores superiores nos pedem para incluir a gestão do conhecimento nos nossos planejamentos de trabalho.

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9 O nosso processo de desenvolvimento de produtos, serviço ou projeto inclui a participação dos nossos clientes explicitamente.

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10 A nossa organização trata as pessoas como fontes de valor ao invés de custos.

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11 Lançamos um grupo/equipe ou indicamos uma pessoa para liderar o nosso esforço de gestão do conhecimento.

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12 Geralmente, as pessoas confiam na informação que encontram nos nossos sistemas de TI.

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13 Cada vez mais, estamos nos aliando a outras organizações, em redes estratégicas ou parceiras, para levar produtos, serviços ou projetos inovadores para o mercado.

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14 Vemos a tecnologia da informação (TI) como um instrumento para ajudar-nos a fazer o nosso trabalho.

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15 Tivemos ideias vitoriosas de produtos, serviços ou projetos novos que vieram dos interesses não funcionais dos empregados.

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16 Os nossos produtos ou serviços rendem um valor muito mais alto como resultado do conhecimento que eles contêm.

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17 Empenhamo-nos para manter na organização as pessoas que possuem capacidades indispensáveis para alcançar os objetivos e a missão.

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18 Temos uma política formal que assegura que compartilhemos a tecnologia e as ideias entre as unidades e além das fronteiras dos grupos.

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19 As pessoas sabem quando não é apropriado compartilhar o conhecimento externamente.

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20 Vemos os nossos produtos ou serviços como tendo tanto uma dimensão tangível como intangível ou baseada no conhecimento.

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S7 SEÇÃO 7 – DESCARTE

1 A nossa decisão de adquirir conhecimento é baseada em quanto podemos alavancá-lo.

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2 Quando surge uma nova oportunidade, tentamos reinstrumentar as nossas habilidades existentes antes de empregarmos um novo grupo/equipe de pessoas.

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3 Tomamos decisões de descarte de conhecimento baseadas na importância estratégica do capital intelectual e nas projeções financeiras.

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4 Tentamos entender o impacto dos relacionamentos na produtividade antes de automatizarmos as tarefas e substituirmos o contato pessoa-a-pessoa pelo contato pessoa-computador.

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5 Antes de aceitarmos projetos ou serviços novos, pensamos se o conhecimento que construímos para a nossa organização pode ser usado de outras maneiras.

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6 Participamos de grupos de pesquisa sobre o nosso ramo de negócios para ajudar-nos a decidir se necessitamos adquirir conhecimento novo.

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7 Quando há a possibilidade de dispensar/demitir pessoas, a organização imagina como perseguir atividades de valor mais alto em vez de demiti-las/dispensá-las.

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8 Podemos recusar trabalhar para um cliente/beneficiário/parceiro se tal trabalho não constrói conhecimento que podemos utilizar de outras maneiras.

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9 Descartamos o conhecimento de maneira planejada e intencional. Fort Mod Frac

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10 Quando descartamos negócios ou grupos de pessoas, tratamos as pessoas afetadas com dignidade e respeito.

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11 Regularmente, revemos as nossas práticas de promoção para nos certificarmos de que não estamos perdendo pessoas com conhecimento estrategicamente importante.

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12 Colocamos o nosso pessoal como aprendizes em outras organizações para determinar se necessitamos adquirir novos conhecimentos ou habilidades.

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13 Formamos alianças com organizações que complementam os nossos conjuntos de habilidades como uma alternativa de fazer tudo por nós mesmos.

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14 Quando descartamos ativos tangíveis (documentos, livros, sistemas de informação, anotações etc), estamos conscientes dos componentes de conhecimento que eles contêm.

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15 Terceirizamos habilidades que não sustentam as nossas competências essenciais.

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16 Rotineiramente, examinamos se estamos sustentando o nosso conhecimento estratégico às custas de outros conhecimentos considerados importantes.

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17 Antes de dispensar/demitir pessoas, tentamos determinar se as suas habilidades e especialidades podem ser utilizadas em outro lugar.

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18 Preferimos utilizar os recursos e as habilidades que temos localmente, quando testamos uma ideia de negócios nova.

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19 Fazemos uso de relacionamentos informais com negócios Fort Mod Frac

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relacionados à nossa área, para manter nossa base de conhecimento atualizada.

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20 A nossa organização leva em conta o impacto que tem o fato de deixar ir embora pessoas/profissionais com capacidade de contribuição, lealdade e compromisso.

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