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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura LEANDRO WENDEL MARTINS FORMAÇÃO DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS E O USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: PERCEPÇÕES E SIGNIFICADOS São Paulo 2018

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura

LEANDRO WENDEL MARTINS

FORMAÇÃO DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS E O USO DE

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: PERCEPÇÕES E SIGNIFICADOS

São Paulo

2018

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura

LEANDRO WENDEL MARTINS

FORMAÇÃO DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS E O USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: PERCEPÇÕES E SIGNIFICADOS

Dissertação apresentada ao curso de

Pós-Graduação em Educação, Arte e História da

Cultura, da Universidade Presbiteriana

Mackenzie, como parte dos requisitos para o

Exame de Defesa.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Cláudia Coelho Hardagh

São Paulo 2018

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Aos meus pais, Luis Carlos e Maria Lúcia, por todos os momentos de acolhida e

dedicação. Aos meus irmãos, Michele e Luis Fernando, por me ensinarem a

acreditar que é possível viver sonhos. Ao meu companheiro de estudos, Professor

Vinícius Almeida, por todas as conversas e trocas. À orientadora e incentivadora

Cláudia Coelho Hardagh, por me acolher nesta jornada. À minha eterna professora,

Cássia Janeiro, por tudo o que construímos nestes anos de trabalho coletivo. Em

especial, ao carinho dos Coordenadores Pedagógicos de Peruíbe.

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AGRADECIMENTOS

À Ana Cristina Falacchi, coordenadora pedagógica da rede municipal de

ensino de Peruíbe, por todos os momentos de acolhida, pelo carinho e

demonstração de amizade.

Aos professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie e aos colegas de

turma pelas contribuições, compromisso e incentivo nesta jornada.

Aos professores de minha história de vida, em especial à professora Maria

José, da pré-escola, à professora Irene, de história, à professora Aurea, do curso de

magistério, e ao professor Márcio Graça, de didática e prática de ensino.

À Ângela Basso, por todos os momentos de acolhida e ensinamentos como

gestora de minha primeira equipe de assessoria pedagógica (formação de

professores) e a Cíntia Acioli, pela dedicação e companheirismo em nossas jornadas

de formação continuada.

Aos assessores pedagógicos que se empenharam para que, juntos,

possamos construir memórias e histórias de incentivo, de troca e de crença que

podemos imprimir qualidade com alegria e perseverança.

Aos professores que me receberam com carinho em todo o país, e

especialmente aos que marcaram intensamente meu desejo de continuar. Agradeço

expressamente aos professores de: Magda, Paial, Cafelândia, Palestina, Cândido

Mota, Rio de Janeiro, Vitória, Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Italva,

Porangaba, Magé, Taubaté, Itobi, São Paulo, Embu das Artes, Barueri, Canarana,

Fortaleza, Natal, Rio das Ostras, Cabo Frio, Londrina, Maringá, Loanda, Porto

Seguro, Brasília e tantos outros que me acolheram de maneira ímpar. Também, não

poderia deixar de agradecer aos professores e gestores que acreditaram em meu

trabalho durante tantos anos de construção: Antônia, do Colégio Ateneu do Rio de

Janeiro; Ieda Picon, do Instituto Ieda Picon do Embu das Artes; Isabel Biondi,

gestora da Rede Municipal de Ensino de Barueri; Claudio, mantenedor do Colégio

Augusto Maia, em São Paulo; Rosinei Catarina Jacinto, Secretária de Educação do

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município de Cafelândia; Márcia Machado, da Secretaria de Educação de Nova

Friburgo e a tantos outros que me receberam como amigo e em momentos

especiais de orientação e apoio.

Aos meus avós, Victoria, Francisca e Gerônimo, que me ensinaram com

perseverança, honestidade, coragem e fé, valores que aprendi a cultivar, tais como:

os sabores e aromas, os sorrisos e olhares de carinho e as orações para Nossa

Senhora de Aparecida, que sempre me remetem à pureza do amor que me

dedicaram incondicionalmente. Aprendi a agradecer com os senhores, meus amados

professores, e que, nesta vida, com respeito ao cético, tudo é Graças a Deus!

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Não importa se quem sofre é americano, europeu afegão,

australiano, alemão ou africano.

Não importa se quem sofre é anglicano, judeu, cristão ou

muçulmano: o preconceito é desumano.

Todos nós um dia sofremos algum tipo de preconceito;

se não queremos desrespeito, julgar não devemos.

Como podemos julgar se vemos até somente onde a vista

pode alcançar e do lugar onde podemos estar?

O ódio pode teimar e ser muito insistente, mas a paz quer

voar, e a todos nós libertar.

Por isso, afia a faca com o melhor moleiro e acabe, sem dó,

com todo o preconceito, num corte bem feito.

E agora, neste momento, o faça, porque passado é morto

canoeiro; o futuro é por nós eleito; agora, só agora, é tempo

perfeito. (Cássia Janeiro).

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RESUMO

A pesquisa insere-se na linha de pesquisa Formação do Educador para Interdisciplinaridade do Programa de Mestrado: Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os sujeitos de pesquisa foram os coordenadores pedagógicos da Rede Municipal de Ensino de Peruíbe e o objeto de análise tem como foco o curso de formação continuada em serviço para os mesmos. O estudo busca entender, por meio da análise de documentos oficiais, literatura e documentos coletados durante o curso, o perfil do coordenador e sua atuação no cotidiano escolar. O processo de elaboração da proposta curricular do curso foi realizado com a participação dos coordenadores pedagógicos por meio de apontamentos de problemas, necessidades e desejos de estudo e pesquisa que emergiram a partir das discussões realizadas. O material coletado foi selecionado tendo como foco os Recursos Didáticos Digitais (RDD) e fundamentado para análise pelas obras de Pretto (2006), Rojo (2012) e Pérez Gómez (2015). Os professores/pesquisadores coletaram dados sobre a utilização dos RDD, significados e percepções apontadas pelos coordenadores pedagógicos da rede de ensino, durante as construções realizadas por meio de artefatos digitais. Por fim, as considerações que levantamos apontam para a necessidade de formalização legal da função dos coordenares pedagógicos no cenário nacional e regional, o desejo e valorização da formação continuada voltada para uso de RDD e a importância do estudo de teóricos da área da educação e outros.

Palavras-chave: Recursos Didáticos Digitais. Multiletramentos. Coordenação Pedagógica. Construção Coletiva. Formação Continuada.

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ABSTRATC

The research insert itself on the research line of the Educator's Formation for

Interdisciplinarity Master's Program: Education, Art and History of Culture from

Universidade Presbiteriana Mackenzie. The investigation subjects were the

pedagogical coordinators from Peruíbe municipal system and the object of analysis is

focused on the ongoing training course in service for them. The study seeks to

understand through the analysis of official documents, literature and documents

collected during the course, the coordinator´s profile and his / her performance in

everyday school. The course drawing up curricular proposal was carried out with the

participation of the pedagogical coordinators through their notes of problems, needs

and willing to studying and researching that emerged from the discussions done. The

collected material was selected focusing on the Digital Didactic Resources (DDR) and

based on the works of Pretto (2006), Rojo (2012) and Pérez Gómez (2015). The

teachers / researchers collected data about the use of DDRs, meanings and

perceptions pointed out by pedagogical coordinators of the educational system during

constructions carried out using digital artefacts. Lastly, the considerations we raised

point to the need for legal formalization of the role of pedagogical coordinators in

national and regional scenario, the desire for and appreciation of the ongoing

education focused on the use of DDR and the importance of sudying the education

theorists and others .

Keywords: Digital Didactic Resources. Multiliiteracies. Pedagogical Coordination.

Collective Building. Ongoing Education.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES – GRÁFICOS

Gráfico 1.1 Temáticas abordadas nos momentos de estudo...................................39

Gráfico 1. 2 Recursos didáticos utilizados no HTPC.................................................40

Gráfico 5.1 Mapa de preferências de aprendizagem dos participantes da pesquisa......................................................................................................................98

Gráfico 5.2 Percepção das competências docentes..............................................100

Gráfico 5.3 Impressão sobre o curso.....................................................................120

Gráfico 5.4 Preferências em opções de abordagem..............................................125

Gráfico 5.5 Classificação das estratégias do curso...............................................132

Gráfico 5.6 Pontos de estímulo para seguir no curso............................................135

Gráfico 5.7 Canais importantes para continuidade................................................138

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Atribuições legais de formação continuada do coordenador pedagógico.................................................................................................................32

Quadro 1. 2 Comparativo de atribuições elencadas da função................................43

Quadro 1. 3 Ampliações de atribuições elencadas...................................................44

Quadro 2.1 Perfil do coordenador pedagógico da Rede Municipal de Ensino de Peruíbe.......................................................................................................................48

Quadro 2.2 Progressão do IDEB dos anos iniciais do ensino fundamental.............51

Quadro 2.3 Comparativo do IDEB: municípios do entorno e média estadual..........51

Quadro 2.4 Mapa do programa solicitado...............................................................54

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LISTA DE ORGANOGRAMAS E FIGURAS

Organograma 1.1 Perfil dos coordenadores pedagógicos da pesquisa estudada..33

Organograma 1.2 Educação formal e percepção de significado.............................34

Organograma 1.3 Participação e promoção em programas de formação continuada..................................................................................................................36

Organograma 2.1 Atribuições do coordenador pedagógico da rede municipal de Peruíbe previstas em edital........................................................................................49

Organograma 2.2 Sistematização do curso para coordenadores pedagógicos......61

Organograma 3.1 Planejamento reflexivo................................................................65

Figura 5.1 Blog do Grupo 1.....................................................................................94

Figura 5.2 Blog do Grupo 2.....................................................................................95

Figura 5.3 Blog do Grupo 3...................................................................................103

Figura 5.4 Blog do Grupo 4...................................................................................104

Figura 5.5 Blog do Grupo 5...................................................................................105

Figura 5.6 Publicação da atividade: aplicativos educacionais..............................108

Figura 5.7 Blog do Grupo 6...................................................................................109

Figura 5.8 Sequência de apresentação dos mapas aos professores...................112

Figura 5.9 Sequência de apresentação dos mapas aos professores em HTPC..114

Figura 5.10 Ampliações de pesquisa sobre RDD...................................................114

Figura 5.11 Acesso ao material completo das sequências....................................115

Figura 5.12 Blog do Grupo 8..................................................................................117

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Acre (estado)

APO Aplicações Pedagógicas por Computador

APP Aplicativo

Art. Artigo

ATP Atividade de Trabalho do Professor

AVAP Avaliação de aplicativos

BNCC Base Nacional Comum Curricular

CONSED Conselho Nacional de Secretários de Educação

CP Coordenador Pedagógico

DCN Diretrizes Curriculares Nacionais

EAD Educação a Distância

EAO Ensino Assistido por Computador

EJA Educação de Jovens e Adultos

E.M.E.I. Escola Municipal de Educação Infantil

EPO Ensino Programado por Computador

FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação

GO Goiás (estado)

HAC Horário de Atividade Coletiva

HTP Horário de Trabalho Pedagógico

HTPC Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

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INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

LCD Levantamento das Competências Docentes

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MBA Sigla em inglês que significa Master in Business Administration e em

tradução: Mestre em Administração de Negócios.

MEC Ministério da Educação

MPA Mapa de Preferencias de Aprendizagem

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

PEE Plano Estadual de Educação

PME Plano Municipal de Educação

PNE Plano Nacional de Educação

PNAIC Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa

PPP Projeto Político Pedagógico

PR Paraná (estado)

PUC Pontifícia Universidade Católica

RDD Recurso Didático Digital

REDEFOR Rede São Paulo de Formação Docente

RN Rio Grande do Norte (estado)

SP São Paulo (estado)

SWOT Software de análise e gestão que leva nome em inglês, cuja a sigla

significa Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas),

Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças).

TDIC Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

TIC Tecnologia da Informação e da Comunicação

TPC Trabalho Pedagógico Coletivo

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UE Unidade Escolar

USP Universidade de São Paulo

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNESP Universidade Estadual Paulista

UAB Universidade Aberta do Brasil

UAP Unidade de Apoio Pedagógico

5W2H Software utilizado para gestão baseado em perguntas para decisões e

nomeações, que a sigla em inglês significa: what (o quê), why (porquê), where

(onde), when (quando), who (quem), how (como) e how much (quanto custa).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................18

1. PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO PAÍS.....................................25

1.1 PANORAMA DA LEGISLAÇÃO VIGENTE E DOS DISPOSITIVOS LEGAIS

SOBRE A COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA.............................................................25

1.2 ESTUDO DO PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CENÁRIO

NACIONAL.................................................................................................................31

1.3 REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COM

BASE EM PESQUISAS ACADÊMICAS.....................................................................42

2. O CENÁRIO DA PESQUISA: PERFIS, ENCAMINHAMENTOS E CONTEXTOS

ESCOLARES..............................................................................................................47

2.1 PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE PERUÍBE...............................................................................................47

2.2 BREVE RELATO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PERUÍBE E DAS

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DA REGIÃO........................................50

2.3 PROGRAMA DOS CURSOS SOLICITADOS E OS CAMINHOS PARA A

EXECUÇÃO................................................................................................................52

2.4. ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE CURSO PARA COORDENARES

PEDAGÓGICOS.........................................................................................................56

3. TECIDOS DA PESQUISA: TEORIAS QUE EMBASAM A ANÁLISE DOS

RECURSOS DIDÁTICOS DIGITAIS.....................................................................63

3.1 REFLEXÕES SOBRE AS DEFINIÇÕES E FUNÇÕES DOS RECURSOS

DIDÁTICOS DIGITAIS................................................................................................63

3.2 A VISÃO DOS MULTILETRAMENTOS................................................................67

3.3 A VISÃO DA EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL.......................................................70

3.4 OS DESAFIOS DA UTILZAÇÃO DOS RECURSOS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO.75

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3.5 OS DESAFIOS DO COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE ÀS INDICAÇÕES

DE MUDANÇA DO FAZER ESCOLAR......................................................................79

4. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................83

5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES PRODUZIDAS DURANTE O ESTUDO DOS

COORDENADORES PEDAGÓGICOS......................................................................93

5.1 ATIVIDADES DE REFLEXÃO SOBRE AS FORMAS E PREFERÊNCIAS DE

ESTUDO.....................................................................................................................93

5.2 CONSTRUÇÃO DOS BLOGS E RELACIONAMENTOS COM OS CONTEÚDOS

DO CURSO..............................................................................................................102

5.3 MOBILES E APLICATIVOS EDUCACIONAIS POSTOS COMO RDD..............107

5.4 WHATSAPP COMO RDD..................................................................................111

5.5 AULA-PASSEIO E QR CODE COMO RDD PARA PRODUÇÃO TEXTUAL.....117

5.6 QUESTIONÁRIO DE EGRESSO ONLINE........................................................120

CONSIDERAÇÕES..................................................................................................140

REFERÊNCIAS........................................................................................................150

GLOSSÁRIO............................................................................................................158

APÊNDICE A

APÊNDICE B

APÊNDICE C

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INTRODUÇÃO

Começo a apresentação da pesquisa sobre “Formação de coordenadores

pedagógicos e o uso de tecnologias educacionais: percepções e significados”

traçando a linha histórica de como o pesquisador chegou ao tema de pesquisa.

O início da narrativa se passa no curso de Magistério, que fazia parte do

Ensino Médio atual. Esse momento é pessoalmente importante, pois será decisório

na escolha da carreira a ser seguida. Também, relembro que as práticas

pedagógicas, por algumas vezes fundamentadas e por muitas vezes induzidas em

aula e nos estágios, passaram a ser o foco de preocupação do estudante nos anos

90 e as experiências como aluno e estagiário estão imbricadas na atuação

profissional de assessor pedagógico e de aluno de mestrado.

Voltando à linha de tempo para os anos 90, as práticas pedagógicas

envolviam os artefatos que, na época, predominavam no espaço escolar. Fantoches,

flanelógrafos, massinha de modelar caseira, apagar radiografia para usar no

retroprojetor, entre outras atividades que entendia como lúdicas e importantes para o

futuro professor no desenvolvimento de competências profissionais necessárias para

colocar, futuramente, na prática o conhecimento construído - práxis.

No contexto de formação inicial, muitas situações nos desafiavam, como

propor ações para explorar possibilidades de projetos de aplicação, que envolviam

técnicas com mediação de artefatos para os alunos em seu “período operatório

concreto” (Piaget, 1999), e o uso de outros artefatos como: o material dourado e as

adaptações com materiais recicláveis, propostas para explorar novas possibilidades

que iam além daquelas oferecidas no curso de Magistério.

A fase descrita de formação inicial representou o período da insegurança, pois

era complicado saber se o caminho escolhido para aplicação de atividades e escolha

de recursos apropriados estavam coerentes. Na época, não conseguia olhar desta

forma, mas hoje, revisitando estas memórias, penso que o papel do coordenador

pedagógico seria importante como formador e colaborar do professor em começo de

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carreira, para despertar nele a necessidade de refletir sobre sua prática, na

autoformação e formação continuada em serviço.

No atual momento da carreira, entendo e valorizo as possibilidades de trocas

entre os atores da escola: professor, diretor, coordenador, aluno, responsáveis e

comunidade, numa relação de colaboração, pesquisa e construção. A resolução de

problemas deixa de ser um ato solitário e passa a ser coletivo como enfatiza André

(2015), quando se trata da importância do envolvimento da escola e da diversificação

dos atores em estudos coletivos, se bem direcionados e com intenções claras.

Retomando a linha de tempo da trajetória pessoal, outra fase importante foi a

atuação na Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois se passaram cinco anos após

a conclusão do Magistério e o ingresso na graduação da Pedagogia, e durante este

período, outras experiências colaboraram para a formação profissional. O Desafio,

era posto para entender a alfabetização de adultos e repensar as estratégias

usadas, anteriormente, na alfabetização de crianças, pois a EJA é muitas vezes

desprovida de recursos pedagógicos, material diversificado e até mesmo de livros

com linguagens que atendam ao mundo adulto. O contato com essa situação fez

com que a necessidade de criar atividades e adaptar recursos levasse à pesquisa e

leitura, ou seja, autoformação. Isso porque não havia indícios de trabalhos coletivos

e colaboração entre professores e equipe gestora para desenvolver projetos ou de

situações motivadoras de aprendizagem para os alunos adultos.

A linha cronológica agora marca o ano de 2005, uma nova oportunidade se

abre na carreira profissional, ingresso no mercado editorial como assessor

pedagógico. Ao todo, são doze anos percorrendo o país e imergindo em escolas da

rede pública e particular. O papel do assessor pedagógico em editora é desenvolver

projetos para formação de professores dentro das propostas oficiais e projetos

pedagógicos.

Agora como coordenador de equipe de assessores, o olhar se modifica, pois

fico atento ao comportamento de meus pares nas redes de ensino durante os

programas de formação continuada em serviço.

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A estrutura das escolas e a realidade dos profissionais da educação em seu

cotidiano são complicadores com as propostas de formação continuada em serviço.

Algumas conquistas como HTPC1, são importantes, pois neste horário os

professores podem se dedicar ao processo de formação continuada em serviço.

Além disso, a parceria das redes públicas com universidades e equipes de

assessoria, são constantes. É neste contexto que o sujeito da pesquisa,

Coordenador Pedagógico, passa a ser fundamental, pois, especificamente, o seu

trabalho está mais focado com as questões pedagógicas e de formação continuada

em serviço. Está situação motivou o aluno de mestrado a refletir sobre sua atuação

como coordenador e a de seu par, o coordenador de ações pedagógicas nas escolas

em que os projetos de formação continuada em serviço são desenvolvidos.

Nos encontros de formação, os coordenadores passam o tempo correndo com

listas, na organização do café, atendendo às demandas de materiais de cada sala,

conversando com professores assuntos individuais, atendendo aos pais que, por

vezes, chegam à escola e são muito cobrados quanto às questões de políticas

públicas pelos professores, mesmo não respondendo diretamente aos assuntos

inerentes aos planos de carreira e relações de trabalho. Essa situação constante e,

de certa forma, semelhante nas redes públicas de ensino, retomou a minha memória

de aluno do magistério, professor de EJA, em que o coordenador não atuava como

formador e orientador articulando ações pedagógicas junto aos professores.

É neste contexto descrito acima que apresento a investigação realizada para

o mestrado no programa de Pós-Graduação Educação, Arte e História da Cultura.

A convivência com as redes de ensino fez com que percebesse a

necessidade de formação de gestores, dessa forma, foi solicitado à editora

(instituição que atuo como diretor pedagógico) um programa para a formação de

gestores nas redes parceiras, que contribuiu para reafirmar e incentivar outras ações

de ampliação.

1 HTPC se refere ao Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo que sofre variações de nome, conforme mostraremos no capítulo 1, e pode ou não ser remunerado pelos sistemas de ensino, no entanto, a maioria das redes públicas de ensino remuneram as horas com os valores equivalentes às horas/aula, inseridas em sistemas de jornadas.

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Em julho de 2016, integrado ao programa de mestrado Educação, Arte e

História da Cultura, é divulgado o edital de programa de formação de professores e

gestores pedagógicos, na modalidade carta convite, com licitação baseada no menor

preço global. O edital foi publicado pela Prefeitura Municipal de Peruíbe, no litoral de

São Paulo, no dia 25/07/2016.

O documento publicado solicitou duzentas e quarenta horas no programa

geral e uma parcela de quarenta horas, exclusivamente, destinada aos

coordenadores pedagógicos.

Vale a pena esclarecer que a verba deste programa foi paga pela Prefeitura

Municipal de Peruíbe e que o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação

(FUNDEB)2 possui possibilidades de utilização de parte de seu todo para programas

de formação de professores, e que, a editora, após ganhar o pregão por menor

preço, pode executar o projeto, uma vez que eleita vencedora do certame e

cumprindo o exigido em edital.

No processo de formação de professores, na rede municipal de ensino de

Peruíbe, muitas inquietações por parte da assessoria pedagógica emergiram.

Percebi que o pesquisador e o coordenador pedagógico, no papel de formador de

professores, passavam a dialogar, refletir e questionar algumas situações dentro da

2 São ações voltadas à consecução dos objetivos das instituições educacionais de todos os níveis. Inserem-se no

rol destas ações, despesas relacionadas à aquisição, manutenção e funcionamento das instalações e equipamentos necessários ao ensino, uso e manutenção de bens e serviços, remuneração e aperfeiçoamento dos profissionais da educação, aquisição de material didático, transporte escolar, entre outros. Ao estabelecer quais despesas podem ser consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino, a Lei 9.394/96 - LDB pressupõe que o sistema coloque o foco da educação na escola e no aluno. Daí a necessidade de vinculação necessária dos recursos aos objetivos básicos da instituição educacional. Em relação aos recursos do Fundeb, todas estas despesas devem ser relacionadas ou vinculadas à educação básica. O art. 70 da LDB enumera as ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino: a) Remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais da educação: - habilitação de professores leigos; - capacitação dos profissionais da educação (magistério e outros servidores em exercício na educação básica), por meio de programas de formação continuada; - remuneração dos profissionais da educação básica que desenvolvem atividades de natureza técnico-administrativa (com ou sem cargo de direção ou chefia) ou de apoio, como, por exemplo, o auxiliar de serviços gerais, o auxiliar de administração, o(a) secretário(a) da escola, etc., lotados e em exercício nas escolas ou órgão/unidade administrativa da educação básica pública. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE Diretoria Financeira – DIFIN Coordenação-Geral de Operacionalização do Fundeb e de Acompanhamento e Distribuição da Arrecadação do Salário-Educação – CGFSE Coordenação de Operacionalização do Fundeb – COPEF)

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escola que envolviam os professores, mas tinham relação direta com a forma de

gestão na qual os coordenadores estavam envolvidos.

A partir dessa vivencia, o projeto de pesquisa começa a se delinear e o foco a

ser estudado é deslocado para o Coordenador Pedagógico, que passa a ser o

sujeito de pesquisa. Na práxis de assessoramento e formação, as tecnologias

digitais, usadas como recursos didáticos, também reforçam a sua importância na

cultura atual. Os professores e alunos são usuários da tecnologia nômade e a

comunicação virtual. As redes sociais, os aplicativos e outros recursos da tecnologia

digital de informação e comunicação, são protagonistas na sociedade de informação

e devem fazer parte na educação como recursos estratégicos.

Ao pensar na formação de professores e na importância do coordenador como

um colaborador no processo de formação continuada em serviço das redes públicas,

proponho inserir as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) neste

contexto de pesquisa.

Chegando a um ponto importante da linha cronológica da trajetória do

pedagogo e agora aluno de mestrado e coordenador pedagógico, proponho

pesquisar para encontrar caminhos concretos para que o problema de pesquisa, que

se encontra no interior das escolas, possa ser revisto e refletido. Desta forma, a

questão colocada é: Como os coordenadores pedagógicos, em suas narrativas e

questionários, refletem o uso dos recursos didáticos digitais usados no curso

de formação continuada em serviço da Rede Pública Municipal de Peruíbe?

A primeira necessidade é relacionada ao sentido coletivo da pesquisa, que

necessita ser plural desde agora.

Posto o problema da pesquisa, e para fazer o caminho metodológico de

pesquisa qualitativa, levantamos alguns objetivos que vão delimitar a pesquisa e

análise dos documentos para responder à pergunta.

Os objetivos da pesquisa são:

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1. Compor estudo, com base nas políticas públicas e legislação, e o

levantamento de bibliografia e teorias sobre o perfil e ação dos

coordenadores pedagógicos nas escolas;

2. Apresentar o loco da pesquisa: processo de construção do curso de

formação continuada em serviço “A gestão pedagógica e o currículo da

escola: sentir, refletir e agir” e os coordenadores pedagógicos da rede

municipal de ensino de Peruíbe, sujeitos da pesquisa;

3. Analisar as narrativas e questionários aplicados aos coordenadores

pedagógicos para entender como os recursos didáticos digitais utilizados

no curso foram incorporados pelos sujeitos da pesquisa;

4. Propor alternativas de ação do coordenador pedagógico em relação ao

estudo e desenvolvimento de habilidades para o uso de recursos didáticos

digitais, que levem em consideração a análise de condições e significados

para planos reflexivos de construções.

A organização da apresentação desta pesquisa intenciona a leitura do

processo completo do programa de formação continuada em serviço e da

estratificação do recorte com o curso dos coordenadores pedagógicos.

Para organizar o processo de produção da pesquisa temos:

No primeiro capítulo, apresentamos estudo sobre o perfil do coordenador

pedagógico no país, embasado por pesquisas, pelos dados de políticas públicas e

documentos oficiais, além do estudo de autores que trataram do assunto.

No segundo capítulo, descrevemos o perfil do coordenador pedagógico em

Peruíbe, agregado ao desenho do loco da pesquisa, rede municipal de ensino de

Peruíbe. Mostramos o desenho do programa de curso aplicado aos coordenadores

pedagógicos, assim como o papel da editora que participou do edital.

Trazemos, no terceiro capítulo, “Tecidos da pesquisa”, estudo das teorias que

embasaram a análise do loco. Neste capítulo, foi organizado o cenário

epistemológico para a análise das ações observadas e para futuras possibilidades

de pesquisa.

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No quarto capítulo, fundamentamos o estudo seguindo a metodologia da

pesquisa qualitativa embasados por Lüdke; André (2017), com os passos de

delimitação do foco ao longo do estudo, da formulação das questões analíticas e da

revisão de literatura.

No quinto capítulo, analisamos os recursos didáticos digitais e os dados

colhidos por meio de registros (questionário e narrativas). O material foi analisado à

luz das teorias levantadas e apresentadas no cap.3, e teve como referência Pretto

(2008), Rojo (2012) e Pérez Gómez (2015).

Enfim, as considerações que não podem ser finais, pois ao tratarmos de

pesquisa qualitativa realçamos o contexto de decisão coletiva em relação aos

encaminhamentos das situações-problemas elencadas pelos participantes e que

envolveram os recursos didáticos digitais. Neste sentido, todos os objetos analisados

foram inerentes aos anseios destes atores, para fim de construção de possibilidades

de utilização nas escolas, e principalmente, nos momentos de construções com suas

equipes.

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1. PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO PAÍS

Apresentamos estudo sobre o perfil do coordenador pedagógico no país,

embasado por pesquisas e pelos documentos oficiais, além do levantamento e

estudo da bibliografia que tratou do assunto.

1.1. PANORAMA DA LEGISLAÇÃO VIGENTE E DOS DISPOSITIVOS LEGAIS

SOBRE A COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Tomando como referência a legislação federal, a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB) trata dos princípios da educação escolar no país e regulamenta

pontos importantes para a atuação dos coordenadores pedagógicos, em relação ao

tratamento que se deve aplicar a qualquer ator do cenário educacional.

O “Art. 3º” dispõem os princípios para ministrar o ensino e podemos destacar os incisos: “II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber”, “III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”, “VII - valorização do profissional da educação escolar”, “VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”, “IX - garantia de padrão de qualidade”; “X - valorização da experiência extra-escolar”; “XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. (BRASIL, 1996, p. 7).

Alguns aspectos do “Art. 3º” auxiliam na visão de busca por melhor qualidade,

pelo desenvolvimento do trabalho e práticas sociais, como forma de pautar o desafio

plural do coordenador pedagógico, em questões como sua própria valorização e

reconhecimento, bem como na condução de propostas pedagógicas que atendam

aos anseios do mundo contemporâneo.

No entanto, é preciso destacar a falta de clareza com o papel do coordenador

pedagógico, mesmo que por vezes a LDB apresente nas atribuições e

desenvolvimento da carreira dos professores contextos que atendam ao que se

espera de todos os atores do universo educacional. Destacamos os seguintes

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incisos sobre o papel dos docentes exigidos pela lei e que podem se alinhar com

competências do coordenador pedagógico:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. (BRASIL, 1996, p.12).

Podemos entender que o coordenador, como um parceiro dos docentes,

insere-se nas atividades escolares descritas. Vale destacar que as funções previstas

estão intrinsicamente atribuídas aos coordenadores e são essenciais para o

funcionamento do cotidiano escolar.

Outro ponto relevante se refere ao ingresso na função de gestor, pois se faz

necessário saber se há previsão para a habilitação mínima aos cargos de gestão e

mesmo se há caminho claro para a realização desta contratação nos sistemas de

ensino (Federal, Estadual e Municipal). Posto isso, a LDB prevê a função de

gestores e indica, mesmo que de maneira interpretativa, a presença destes

profissionais nos sistemas de ensino. No “Art. 61” a LDB retoma o tratamento dos

profissionais da educação e prevê papel de gestão nos incisos:

II – Trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com

habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e

orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado

nas mesmas áreas”; III – trabalhadores em educação, portadores de

diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (BRASIL,

2014, p. 35).

Por fim, no escopo de formação continuada, a LDB reconhece no “Art. 67”,

inciso “V”, parágrafo § 2o, a coordenação como função do magistério e deixa a

possibilidade de interpretação que os sistemas de ensino tratarão destes atores de

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maneira mais circunstancial. Isso nos obriga à investigação de outros documentos

oficiais que possam informar como é determinada a função, bem como suas

atribuições.

Ampliando a abrangência desta análise, incluímos a leitura da “Lei Nº 13.415,

de 16 de fevereiro de 2017”. A lei permite a complementação pedagógica de

profissionais que não cursaram pedagogia na graduação, permite a atuação de

profissionais com notório saber para ministrar questões técnicas principalmente no

ensino médio e determina a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como

documento norteador dos cursos de formação de professores. No entanto, não altera

o pouco texto da LDB que trata do perfil dos gestores que atuam na Educação

Básica e nos sistemas de ensino.

São elencados objetivos, postos como papéis complementares, que tratam da

formação de professores e abordam as questões de gestão, como o trabalho

colaborativo e o investimento em formação continuada. No entanto, retorna a ênfase

da atuação no campo da formação de professores, sem vestígios claros dos

processos de formação das equipes de gestão.

A primeira tarefa de responsabilidade direta da União será a revisão da formação inicial e continuada dos professores para alinhá-las à BNCC. A ação nacional será crucial nessa iniciativa, já que se trata da esfera que responde pela regulação do ensino superior, nível no qual se prepara grande parte desses profissionais. Diante das evidências sobre o peso do professor na determinação do desempenho do aluno e da escola de educação básica, essa é uma condição indispensável para a implementação da BNCC. (BRASIL, 2017, p. 15).

Neste contexto, ampliar a visão de formação inicial e continuada, pode

também significar que a regulação do ensino, superior prevista no texto da lei,

atenda, mais uma vez, o professor como ator de transformação e não que esteja fora

deste processo. Mas se entendermos o coordenador pedagógico como articulador de

processos de estudos para a melhoria da qualificação do profissional da educação,

teríamos que encontrá-lo previsto nos textos legais de forma mais explícita e por

consequência o valor deste profissional da educação.

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Ao analisar o texto da BNCC, nota-se que se finda com bases e programas

curriculares e não trata da formação de professores e/ou gestores. Isso pode indicar

que será de “obrigação” das equipes pedagógicas, em todas as esferas dos sistemas

de ensino, a formação em relação aos blocos de conteúdos e as competências

descritas na BNCC. O que pode significar uma lacuna, pois não houve previsão de

como será o processo de formação dos profissionais e a implementação das rotinas

comuns em relação aos objetivos relacionados à apropriação das informações

postas pelas políticas públicas. As lacunas, em nosso entendimento, mostradas

devido ao caráter interpretativo para o processo de formação continuada e sua

dubiedade quanto a quem são os gestores e de como definimos quem são os

coordenadores pedagógicos no cenário legal, mostram um dos entraves para as

ações desses profissionais na escola, mesmo quanto à sua própria identidade

profissional.

Continuando a busca pela definição deste ator, as metas do Plano Nacional

de Educação (PNE), citado por vezes no texto da BNCC, apresentam os objetivos

em relação ao processo de valorização dos profissionais do magistério, entre as

metas “15 e 18”, e define como pontos principais o plano de carreira, a necessidade

da licenciatura plena, da equiparação do rendimento dos profissionais no mesmo

patamar de outras carreiras com escolaridade equivalente e de, ao menos, cinquenta

por cento de profissionais da educação com pós-graduação.

Os programas de pós-graduação, como complementação e especialização

profissional, representam atualmente uma opção para a formação de gestores

escolares, também, contemplando os coordenadores pedagógicos. Importante

destacar, neste momento, que há cursos de formação para coordenação pedagógica

e quando os coordenadores participantes da pesquisa foram questionados sobre a

oferta de cursos, citaram o curso “Escola de Gestores. Curso de Especialização em

Gestão Escolar”, e, também, citaram o curso Progestão, organizado pelas

secretarias estaduais de educação de diversos estados e organizado em forma de

multiplicadores para aplicação aos gestores das escolas públicas no país, oferecido

pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED).

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Encontramos, ainda, o programa da Rede Estadual de Educação de São

Paulo, com a Rede São Paulo de Formação Docente (REDEFOR), por meio de

convênios com a USP, UNICAMP e UNESP, onde há atendimento ao escopo da

gestão escolar. Existem alguns cursos disponíveis, com pagamento de mensalidade

em universidades, como a USP e particulares.

O PNE prevê a obrigatoriedade de formação de qualidade no ensino superior

para os profissionais da educação e nele atrela os sistemas de ensino como

participantes integrados deste processo.

Um quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior, que, em geral, é de responsabilidade dos governos federal e estaduais. Seus sistemas abrigam a maior parte das instituições que atuam nesse nível educacional, mas isso não significa descompromisso dos municípios. (BRASIL, 2014, p. 13).

O Estado de São Paulo por meio do “Decreto nº 57.141, de 18 de julho de

2011, regulamenta no “Art. 1º” o regimento interno da Escola de Formação e

Aperfeiçoamento de Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa

Souza”, criada pelo “Decreto nº 54.297, de 5 de maio de 2009”. Os programas e

ambientes de formação continuada são oferecidos para profissionais da educação

da Rede Estadual de Educação, mas o que se destaca é a forma de organização da

rede em relação aos processos de formação continuada. Porém, os participantes da

pesquisa relataram que não participam ou participaram de programas neste sentido,

porque são da rede municipal de ensino.

Em 2016, o Governo do Estado de São Paulo aprovou o Plano Estadual de

Educação (PEE), também estabelecendo metas para o tratamento da melhoria da

qualidade. Neste caso, a leitura procurou encontrar aportes de formação continuada

e a definição do papel do coordenador pedagógico neste processo.

Apontamos que, novamente, o papel do coordenador não fica claro nos

dispositivos analisados. Retornando o PNE, em alguns trechos, o documento amplia

o discurso de maneira muito inibida em relação ao que apresenta como “demais

profissionais da educação básica”, como na estratégia “16.5”, que prevê bolsas de

estudo para a pós-graduação, mas não define quem são os demais profissionais,

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bem como, apresenta na meta “19” a questão da gestão democrática, inclusive com

a questão das escolhas dos dirigentes das unidades escolares. No entanto, há

dicotomia neste processo, pois existem redes com coordenadores eleitos, outras

com concursados, como no caso de Peruíbe, e os indicados pela gestão maior das

redes municipais. Mas também existem redes que não possuem o coordenador nas

unidades escolares, como na rede municipal de ensino de Itapetininga, em São

Paulo.

Quando a pesquisa é direcionada aos censos apresentados pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), destaca-se a

falta de dados sobre os coordenadores pedagógicos, com ênfase nos dados que se

referem ao quadro docente que apresentam os diretores e professores e não

abordam a população de coordenadores. Neste sentido, amplia-se a visão que há

dicotomia, também, na forma de ingresso e de requisitos para a função e não apenas

no processo de formação continuada.

Tratamos de um panorama geral, leis federais e estaduais, mas é necessário

situar o leitor no loco da pesquisa, a legislação municipal, sobretudo o Plano

Municipal de Educação da Peruíbe (Lei Nº 12 de 29 de maio de 2015), que prevê as

articulações entre os sistemas de ensino e destaca os profissionais da educação

como atores atendidos nos programas de formação continuada e apresenta

formalmente o coordenador pedagógico.

II. Incrementar, qualificar e dar suporte técnico ao quadro de recursos humanos da Secretaria Municipal de Educação. 1. Ampliação do quadro dos profissionais da educação: supervisor de ensino, coordenador pedagógico, inspetor de alunos e agente de desenvolvimento infanto‐juvenil e secretários de escolas. 2. Viabilizar profissionais responsáveis na atuação da informática. Oferecer concurso público de efetivação para o cargo de diretor de escola. 3. Expandir gradativamente a formação em serviço a todos os profissionais da educação 4. Num prazo de dois anos, implantar um programa de formação para os profissionais da educação. (PERUÍBE, 2015).

Destacamos que a realidade encontrada na rede municipal de ensino de

Peruíbe, apesar de prever a função de coordenador pedagógico no plano municipal,

não pode traduzir o cenário de outros sistemas de ensino, mas pode contribuir para

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processos de regulamentação em localidades onde o processo ainda apresenta

rotatividade e caminhos duais de ingresso.

Analisados neste item alguns aportes legais, seguimos com o estudo de

documentos que contribuem para indicar o perfil do coordenador pedagógico pelo

viés narrativo destes atores, tanto no contexto de estudo de caso, como no contexto

de pesquisas qualitativas realizadas por autores.

1.2. ESTUDO DO PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CENÁRIO NACIONAL

Iniciamos a análise a partir das contribuições de Davis (2011), publicadas no

estudo: “O Coordenador Pedagógico Formação de Professores: Intenções, Tensões

e Contradições”. O estudo publicado pela Fundação Victor Civitta mapeou os

estados do Acre, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e Paraná para levantar o

perfil dos coordenadores pedagógicos em diversos contextos. A obra é uma

referência para o tema e os dados levantados nos serviram de informação para

entender como o coordenador atua em suas redes de ensino.

As informações selecionadas e analisadas estão relacionadas ao nosso

sujeito de pesquisa, coordenador pedagógico, que atua como gestor pedagógico,

formador de professores, articulador de estratégias pedagógicas para melhor

rendimento dos alunos nas redes de ensino analisadas e, nesse sentido,

destacamos para este estudo, a formação voltada para o uso de recursos didáticos

tecnológicos. Dessa forma, os fragmentos apresentados seguem atribuições

relacionadas à formação continuada em serviço e, adiante, recortaremos o que nos é

pertinente para a pesquisa aqui apresentada, no sentido das tecnologias

educacionais.

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Quadro 1 - Atribuições legais de formação continuada do coordenador pedagógico

Ações de formação continuada destacadas nas atribuições

Referentes aos processos gerais de formação continuada em serviço (alguns exemplos):

- Promover a implementação dos Programas e Projetos da Secretaria Municipal de Educação por

meio da formação dos professores da Unidade Educacional (SP);

- Promover o aperfeiçoamento individual ou coletivo dos educadores, por meio de oficinas

seminários, cursos e outros (RN);

- Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do estabelecimento

de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates e oficinas

pedagógicas (PR);

- Realizar a formação permanente dos professores sob sua responsabilidade, definindo a pauta

dos encontros previamente. Eleger como pauta de formação – prioritariamente – os conteúdos que

possam ajudar o professor a desenvolver melhor o seu trabalho em sala de aula... (AC);

- Organizar e coordenar, periodicamente, momentos de estudo com a equipe escolar, como forma

de garantir práticas reflexivas e dialéticas, assegurar a integração e inter-relação do saber das

diversas áreas e manter os professores atualizados (GO).

Referentes ao uso de recursos didáticos digitais:

- Estimular os docentes na busca e na utilização de recursos tecnológicos específicos ao processo

de ensino da leitura e da escrita, da matemática e de outras áreas do conhecimento, e divulgar

práticas inovadoras, incentivando o uso dos recursos tecnológicos disponíveis (SP);

- Possibilitar acesso e conhecimento de diferentes recursos pedagógicos e tecnológicos

disponíveis, garantindo a instrumentalização dos educadores quanto à organização e uso dos

mesmos (SP).

Fonte: Davis (2011).

Observamos que as etapas entendidas com a leitura do “Quadro 1”, podem

caracterizar o coordenador pedagógico, de fato, como agente responsável pelo

processo de formação continuada nas redes de ensino e que os aportes referentes à

formação continuada, envolvendo a utilização de recursos didáticos digitais, aparece

em proporção restrita em relação ao rol de atribuições gerais de formação

continuada em serviço, com predominância no estado de São Paulo.

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Em relação ao perfil dos coordenadores pedagógicos, o levantamento

quantitativo da pesquisa apresentada realizou quatrocentas (400) entrevistas,

abrangendo as cidades: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Natal, Goiânia,

Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo no

período de 22/04/2010 a 14/05/2010.

Organograma1.1 – Perfil dos coordenadores pedagógicos da pesquisa estudada

Fonte: Davis (2011).

O cenário revelado atende ao contexto variado em relação à forma de

ingresso na função e amplia aspectos como a experiência em docência na Educação

Básica e em relação ao possível tempo de presença destes atores no cenário

escolar, pois se a pesquisa foi realizada em 2010 e o tempo médio de atuação na

função encontrado foi de 6,9 anos, podemos entender que a presença destes atores,

neste recorte, deu-se a partir de meados do século XXI. Em relação ao cenário de

formação dos entrevistados e de como avaliaram seu processo de formação formal

encontramos:

88%

lecionaram na

Educação

Básica.

Média de

atuação na

função de 6,9

anos.

Média de

atuação na

escola de 3,9

anos. Extensão da

faixa etária:

entre 25 e 60

anos ou mais.

Ingresso via:

Indicação –

32% - Eleição

– 8%.

Ingresso via:

Concurso –

33% - Seleção

– 22%.

Faixa etária

predominante

entre 36 a 45

anos (42%).

90% mulheres.

10% homens.

Coordenadores

Pedagógicos.

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Organograma 1.2 – Educação formal e percepção de significado

Fonte: Davis (2011).

Quando questionados se realizaram cursos específicos, em programas de

formação continuada, para coordenadores pedagógicos: sessenta e sete (67) por

cento realizou e a taxa de avaliação de oitenta e nove (89) por cento de contribuição

ou muita contribuição para o exercício da função. Posto isso, há uma hipótese de

significação dos cursos de formação continuada que atendem aos apoios para o

exercício da função, segundo os entrevistados na pesquisa. No entanto, quando a

base de justificativas desta significação é apontada, por meio de respostas

qualitativas, alguns pressupostos podem ficar mais claros. Neste sentido,

apresentamos em respostas positivas e negativas os significados percebidos.

Destaques:

Adaptação em

Pedagogia,

Psicopedago-

gia e Gestão.

32% disseram

que a

formação

ajudou pouco

na profissão.

10% disseram

que a

formação não

ajudou. 8% disseram

que a

formação

ajudou muito

pouco.

36% disseram

que a

formação

ajudou na

profissão.

13% disseram

que a

formação

ajudou muito

na profissão.

3% Pós-

Graduados em

Coordenação

Pedagógica.

70% Pós-

graduados.

3% Mestres.

Educação

Formal e

percepção de

significado.

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Respostas positivas:

a) É um curso que me ensinou uma nova ferramenta/programa de trabalho;

b) O curso permitiu a troca de experiências;

c) O conteúdo pedagógico desse curso me ajudou na gestão da

aprendizagem;

d) O curso ampliou minha compreensão sobre os alunos e sua

aprendizagem;

e) O curso me ajudou a compreender os professores e funcionamento da

sala de aula;

f) Com esse curso, aprendi a interpretar os resultados de avaliação e

indicadores em geral;

g) Com a ajuda do curso, consegui traçar um planejamento para a minha

escola;

h) O conteúdo do curso me preparou melhor.

Respostas negativas:

a) O conteúdo do curso não se aplica à minha realidade;

b) É um curso muito teórico e não consegui relacionar o conteúdo com a

minha prática;

c) O curso tinha pouco sobre formação de professores.

Os apontamentos podem nos ajudar no entendimento de que os entrevistados

buscaram justificativas ligadas à prática do cotidiano escolar que vivenciam. Em

alguns casos, em sentidos mais amplo que podemos relacionar a práxis, envolvendo

teoria e prática para novos caminhos de construção e abordagem, a saber,

evidencia-se a necessidade do coordenador em exercício ter respostas concretas à

resolução de problemas reais da escola.

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Organograma 1.3 – Participação e promoção em programas de formação continuada

Fonte: Davis (2011).

Neste contexto, os entrevistados consideram que a Secretaria de Educação

deve realizar os programas de formação continuada e que os diretores e

supervisores devem oferecer estes programas. Porém, quando informam o número

de reuniões ofertadas por eles aos professores, com o sentido de horário de estudo,

o percentual de jornadas que propiciam reuniões, entre semanal e quinzenal, é de

58%, pouco mais da metade.

Precisamos esclarecer o sentido de formação continuada como conjunto de

ações de estudo para aprimorar o trabalho pedagógico de maneira cíclica. Algumas

destas ações são previstas por Christov (2012) e ainda da formação continuada em

serviço, que se relaciona com a prática cotidiana, ocorrendo na escola ou mesmo em

Não

consideram as

universidades

como

responsáveis.

Entendem os

Diretores e

Supervisores

como seus

formadores.

5% não realiza

reunião de

HTPC e 1%

não soube

responder. HTPC – 16% -

quinzenal,

26% mensal,

11% menos de

uma vez.

HTPC – 26% -

toda semana

uma vez.

HTPC - 16% -

toda semana,

ao menos

duas vezes.

67% entendem

a secretaria

como

responsável.

21% trocam

com outros

coordenadores

pedagógicos.

Formação

Continuada –

participação e

promoção.

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outros espaços. Logo, se ingressasse hoje nos quadros das redes de ensino como

professor, haveria a previsão do momento de estudo coletivo.

Educação continuada é um programa composto por diferentes ações como

cursos, congressos, seminários, horários de trabalho pedagógico coletivo

(HTPC), orientações técnicas e estudos individuais. Um programa de

educação continuada pressupõe: um contexto de atuação: uma escola, um

município, um país, uma sociedade... a compreensão de que ela não será

responsável exclusiva pelas transformações necessárias à escola, uma vez

que isso depende de um conjunto de relações, mas poderá ser um elemento

de grande contribuição para essas transformações; as condições para a

viabilização de suas ações, que podem ser resumidas em três grandes

aspectos: vontade política por parte de educadores e governantes, recursos

financeiros e organização do trabalho escolar com tempo privilegiado para

estudos coletivos e individuais por parte dos professores. (CHRISTOV,

2012, p.10, grifo do autor).

Posto isso, também é importante esclarecer que os horários destinados aos

estudos previstos nas jornadas atuais dos gestores e professores das redes de

ensino recebem nomenclaturas variadas, tais como: Horário de Trabalho Pedagógico

(HTP), Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), Horário de Atividade

Coletiva (HAC), Atividade de Trabalho do Professor (ATP). Estas siglas representam

o nome do programa em cada rede, mas possuem o mesmo objetivo de encontros,

geralmente semanais, para estudos da equipe pedagógica da unidade escolar, que

nesta pesquisa será tratado como Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo,

doravante HTPC.

Outro ponto é tratar do HTPC em relação ao escopo de jornadas, que na

maioria são pagas pelos sistemas de ensino, com exceção do sistema particular e de

algumas redes públicas, neste caso, quando não contam como atividade

remunerada, como hora/aula, funcionam de maneira facultativa em relação à

participação ou em acordos de trocas de dias letivos, sem aula, previstos nos

calendários homologados para cada ano letivo. No caso de Peruíbe, os profissionais

são remunerados pela jornada que inclui o HTPC.

O escopo do funcionamento das escolas é permeado pelo apontamento de

problemas que interferem na oferta de programas de formação continuada. Segundo

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os entrevistados na pesquisa de Davis, são oriundos de inúmeras atribuições ao

coordenador pedagógico, tais como: substituir aulas, cuidar de reformas do prédio,

cumprir inúmeros programas do governo ao mesmo tempo e lidar com problemas

ligados à falta de reconhecimento de seu papel e de suas funções, além das

divergências com os diretores, destacados em alguns casos. A pesquisa ainda

amplia este quadro apresentando as atribuições dadas aos coordenadores

pedagógicos, segundo suas respostas:

a) Gestão da aprendizagem: assessoria e articulação, orientação aos

professores, ações para melhoria do ensino, planejamento, calendário escolar e

recuperação;

b) Reuniões: pais, professores, conselho escolar e mediações com

professores e direção;

c) Acompanhamento pedagógico dos alunos: rendimento escolar e

atendimento aos alunos;

d) Disciplina: orientação aos pais, alunos e professores, controle da

frequência escolar - entrada e saída de alunos;

e) Trabalhos administrativos (burocráticos): diários de classe, organização de

horários (biblioteca, consultas médicas e excursões) e substituição de professores;

f) Atividades extracurriculares: palestras (pais e alunos), excursões e festas.

O rol de ações ligadas ao processo de formação continuada indicado pelos

participantes da pesquisa compreende: orientações para capacitação e

especialização dos professores, acompanhamento dos trabalhos em sala de aula,

planejamento e provimento de materiais pedagógicos, desenvolvimento de

atividades nos HTPC, organização das palestras e oficinas e execução de projetos

em conjunto com os professores.

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Tais atribuições de formação continuada, somadas ao rol de atribuições acima

citado, geraram carga horária de trabalho com média de trinta e seis (36) horas

semanais e de dois (2) finais de semana por mês. Completando o contexto de carga

de trabalho, setenta por cento (70%) declaram que atuam em outras escolas como

coordenadores e professores e, em poucos casos, como vice-diretores e técnicos

educacionais. Este cenário confronta o ideal de dedicação integral, que já ocorre em

redes municipais de ensino no Estado de São Paulo.

Gráfico 1.1 – Temáticas abordadas nos momentos de estudo

Fonte: Davis (2011).

A exposição das temáticas abordadas nos momentos de estudo coletivo

realizadas pelos coordenadores pedagógicos, e oferecida aos professores nas

escolas, auxilia-nos na percepção da relação, quase predominante, de ligação com

os aportes de questões do cotidiano, ou seja, com os encaminhamentos para

processos de formação em serviço.

Outro ponto importante revelado pela pesquisa realizada por Davis, apesar da

data retroativa (2010), são referentes aos recursos que utilizavam nos HTPC que

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podem auxiliar na observação em relação aos recursos didáticos digitais dispostos

neste contexto.

Gráfico 1. 2 – Recursos didáticos utilizados no HTPC

Fonte: Davis (2011).

Observamos que os recursos didáticos educacionais foram citados em dois

contextos de abordagem, vídeos e slides. No entanto, vale pontuarmos que não há

como ler o contexto de aplicação destes recursos, mas podemos interpretar a

possibilidade de utilização com conteúdos selecionados e findados na exposição.

Por fim, a parte quantitativa da pesquisa auxiliou-nos com os apontamentos

de sobrecarga destes atores, que ingressam de maneira variada na função e não

seguem caminhos formais de formação regular. Também, no tratamento dos

processos de formação continuada em serviço que oferecem aos professores com

irregularidade de carga horária e formas de tratamento.

Seguindo com a análise da pesquisa, estudamos as entrevistas, denominada

como “Fase 2”, com questionários aplicados presencialmente pelas pesquisadoras

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Vera Maria Nigro de Souza Placco, Laurinda Ramalho de Almeida e Vera Lucia

Trevisan de Souza. As entrevistas foram aplicadas com vinte (20) coordenadores

pedagógicos divididos por cidade e escola.

As pesquisadoras relataram que a identidade do coordenador pedagógico

forma-se no exercício da função e na relação que estabelece com suas funções, tais

como: história da profissão, relacionamento com outros coordenadores, legislação,

literatura especializada e pesquisas, discursos veiculados por várias instâncias e

interações que empreende no espaço escolar e, principalmente, com o sistema de

ensino.

O contato com a pesquisa, específica de formação do coordenador

pedagógico, explicita a importância dos momentos de estudo, em programas de

formação continuada em serviço, entre coordenadores pedagógicos, no quais, se

inserem os proporcionados pelo sistema de ensino, a pesquisa reconhece a

importância da formação continuada do profissional.

Quando relatam sobre os programas de formação continuada, os

entrevistados informam a preferência pela escolha do curso, mas reconhecem que

há validade também nos programas que são convocados a participar.

Os programas/cursos de atualização/formação continuada que deram maiores elementos para atuar na coordenação pedagógica referem-se a temas muito diversificados, respondendo a diferentes necessidades e interesses dos CPs. Na Região Nordeste, as CPs citam: inclusão; fortalecimento ao apoio pedagógico; leis que regem a Educação no Brasil. Esses programas trazem contribuições à prática profissional, mesmo quando não são escolhas pessoais, como informam os CPs da Região Centro-Oeste. (DAVIS, 2011, p. 82).

As autoras apontam o conhecimento dos coordenadores em relação ao

acompanhamento e gestão de alguns processos educacionais obrigatórios nas

escolas e que conseguem relacionar teoria e prática. Em contrapartida, declararam

que faltam conhecimentos sobre proposta de trabalho específico da escola,

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realidade da comunidade escolar, novas tecnologias, fundamentação sobre aspectos

psicológicos dos alunos, das famílias, dos professores e das relações humanas.

É preciso haver urgência na implementação de uma formação específica para o coordenador, que contemple as especificidades de sua função, como: •Estratégias de formação e de ensino • Construção e gestão de grupo • Domínio de fundamentos da educação e conhecimentos didáticos • Questões atuais da sociedade e da infância e adolescência (aprendizagem e desenvolvimento) (DAVIS, 2011, p.43).

Novamente os apontamentos em relação aos programas de formação

continuada e de formação em serviço indicam a necessidade de atendimento

específico ao coordenador pedagógico e ainda indicam caminhos que convergem

com a aquisição de saberes e possibilidades de utilização das tecnologias

educacionais, bem como de funções didáticas e abordagens mais reflexivas.

Antes dos itens referentes a qualificação do coordenador pedagógico da rede

municipal de ensino de Peruíbe e da apresentação do loco da pesquisa,

apresentamos reflexões partindo de autores sobre a atuação específica dos

coordenadores pedagógicos.

1.3. REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COM

BASE EM PESQUISAS ACADÊMICAS

O item anterior nos forneceu informações para entender e ter um panorama

quantitativo e qualitativo em contexto mais amplo de cidades e regiões do Brasil,

reiterando a importância das pesquisas escolares sobre formação de professores e

que envolvam os coordenadores pedagógicos escolares, pois as pesquisas

acadêmicas podem contribuir para valorizar seu trabalho e delinear suas atribuições

e competências. Neste estudo nos deteremos nas atribuições dos coordenadores

voltados para o uso de recursos didáticos digitais e para formas de leitura de

composição de perfil destes atores.

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Neste item, selecionamos algumas obras que apresentam pesquisas sobre

ações relacionadas aos coordenadores pedagógicos em construções, observações e

inovações no âmbito de atuação na escola e no processo de formação continuada.

As obras nos deram subsídios para aprofundar na caracterização do papel deste

profissional a partir dos relatos de seus anseios, boas práticas e conflitos observados

pelos autores.

Iniciamos pela investigação das definições do papel do coordenador

pedagógico, partindo dos pontos observados e definidos pelos autores: Elsa (2015);

Sarmento (2015); Christov (2012); Bruno (2001), dentro do recorte proposto; a

formação continuada em novos contextos sociais e tecnológicos. A reflexão feita, a

partir das obras estudadas, é um importante percurso feito pelos pesquisadores que

tem como objetivo dimensionar o trabalho desse profissional nas escolas,

principalmente no loco da Secretaria de Educação de Peruíbe. Para chegarmos ao

ponto equânime de quem é esse profissional dentro de uma rede de ensino

específica, colocamos alguns fragmentos de autores que fazem essa definição:

Quadro 1. 2 – Comparativo de atribuições elencadas da função

(“continua”)

(ELSA 2015, p. 9) (SARMENTO, 2015, p. 67)

(CHRISTOV, 2012, p.9-

10)

(BRUNO, 2001, p.81).

Formação

continuada e em

serviço.

Formação continuada e em

serviço.

A atribuição essencial

está associada ao

processo de formação

em serviço dos

professores.

O trabalho do

coordenador é

bastante desafiador,

principalmente no

contexto de formação

continuada.

Subsidiar e

organizar reflexões

sobre opções e

dificuldades para o

desenvolvimento

do trabalho.

Auxiliar o trabalho dos

professores de forma

qualificada com as novas

tecnologias.

Processo que tem sido

denominado de

educação continuada

em textos oficiais e na

literatura recente.

Favorecimento de

tomada de

consciência.

Preparando-se

adequadamente para isso.

Necessidade de

formação continuada.

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Favorecer o

conhecimento do

contexto escolar

por parte dos

professores.

Equivoco dos

processos de propostas

prontas para aplicação

imediata em sala de

aula.

Fonte: Autores (2017).

Retomando o tratamento da ampliação das informações relevantes de outros

autores: (Andrade Pinto, 2011) trata do conjunto de atribuições do coordenador

pedagógico segundo (Libâneo, 2004, p. 219-223) o contexto destacado apresenta

relações com a pesquisa anteriormente analisada. Porém, não descarta as

atribuições em relação aos contextos de formação continuada em serviço.

Quadro 1. 3 – Ampliações de atribuições elencadas

Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e pelo

acompanhamento das atividades da sala de aula, visando a níveis satisfatórios de qualidade cognitiva

e operativa do processo de ensino e aprendizagem.

Propor para discussão, junto ao corpo docente, o projeto pedagógico-curricular da unidade escolar.

Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com professores visando a promover a inter-relação

horizontal e vertical entre disciplinas, estimular a realização de projetos conjuntos entre os

professores, diagnosticar problemas de ensino e aprendizagem e adotar medidas pedagógicas

preventivas, adequar conteúdos, metodologias e práticas avaliativas.

Assegurar a unidade de ação pedagógica da escola, propondo orientações e ações de

desenvolvimento do currículo e gerindo as atividades curriculares e de ensino, tendo em vista a

aprendizagem dos alunos.

Fonte: (LIBÂNEO, 2004 apud ANDRADE PINTO, 2011, p. 153-155).

Libâneo aprofunda as questões complexas de aprendizagem, currículo e

avaliações, amplia as atribuições com relação a assistência e acompanhamento dos

encaminhamentos didáticos-pedagógicos, tais como: planos de ensino,

desenvolvimento de competências e metodologias, práticas de gestão e manejo da

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sala de aula, apoio na adoção de estratégias de diferenciação pedagógica,

desenvolvimento de projetos em conjunto com os professores e desenvolvimento da

competência crítico-reflexiva.

Neste sentido, notamos a complexidade das prerrogativas do coordenador

pedagógico, as competências como gestor de tempo, de projeto, de pessoas e a sua

compreensão do contexto escolar nos aspectos administrativos, legais, afetivos,

relacional, que no âmbito legal se resume em pedagógico. Seguindo com a busca

pelas atividades que são atribuídas aos coordenadores. Ainda são somados os

momentos de formação continuada, os encaminhamentos dos trabalhos coletivos e

as mediações de situações diversas.

Propor e coordenar atividades de formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores, visando ao aprimoramento profissional em conteúdos e metodologias e oportunidades de trocas de experiências e cooperação entre os docentes. (LIBÂNEO, 2004 apud ANDRADE PINTO, 2011, p. 153-155).

Podemos observar que o contexto tratado pelos autores se diferenciou da

pesquisa de Davis, em relação as atribuições atreladas aos contextos de trabalhos

administrativos, que fogem dos encaminhamentos de melhoria e garantia da

qualidade do ensino, tais como: controle de reformas no prédio escolar, substituir

aulas de professores que faltam e alimentar questões burocráticas em sistemas de

controle.

No sentido de definição do papel, ambas as pesquisas podem indicar

convergência com nossa interpretação da legislação, ou seja, ainda ocorre

ambiguidade na definição do perfil deste profissional, apesar das indicações do

fundamental papel de articulação dos processos de formação continuada e da

promoção de ações didático-pedagógicas no ambiente escolar.

Batista (2001) trata do processo de formação em serviço, ou seja, de

situações que acontecem no ambiente escolar e precisam de tratamento, ou em

momentos de aprimoramento para tratamento destas situações.

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Assumindo a formação como um processo contínuo, insere-se a

necessidade de projetar e implementar metodologias de trabalho que

apreendam temáticas e estratégias que possibilitem o diálogo entre e com o

contexto social mais amplo e as condições de trabalho na escola. (BATISTA,

2001, p. 116).

No entanto, os precedentes de formação continuada em serviço, por vezes,

interagem em tentativas de definições em relação à prática reflexiva, estabelecida

em roteiros contínuos, ou por demandas frequentes. Neste contexto, entendemos o

respeito ao conhecimento da experiência, à diversidade de oferta de possibilidades

de estudos individuais e coletivos, entre outros aspectos que envolvem o estudo

como forma de aprimoramento da prática, no sentido de premissas necessárias às

propostas de programas de formação em serviço.

Posto isso, como auxílio ao entendimento da proposta do programa solicitado

pela rede municipal de ensino de Peruíbe e de nossa construção com os

coordenadores pedagógicos dos assuntos, recursos e caminhos que tomamos

durante o programa de formação em serviço que construímos, como apresentaremos

no próximo capítulo, juntamente com as leituras para construção de perfil dos

coordenadores pedagógicos da rede, de suas atribuições e forma de ingresso na

função.

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2. O CENÁRIO DA PESQUISA: PERFIS, ENCAMINHAMENTOS E CONTEXTOS

ESCOLARES

Apresentamos o perfil do coordenador pedagógico em Peruíbe, agregado ao

desenho do loco da pesquisa, rede municipal de ensino de Peruíbe. Apresentamos o

desenho do programa de curso aplicado aos coordenadores pedagógicos, assim

como o papel da editora que participou do edital.

2.1 PERFIL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO DA REDE MUNICIPAL DE

ENSINO DE PERUÍBE

O efetivo de coordenadores pedagógicos da rede municipal de ensino de

Peruíbe foi composto via concurso público. O “Edital de Abertura de Concurso

Público de Provas e Título Nº 01/2012 – EDUCAÇÃO” indica que há normatização

da profissão de coordenador pedagógico na rede municipal de ensino de Peruíbe.

Diante deste dispositivo, pudemos avaliar as obrigações atribuídas aos

coordenadores, bem como, as questões de remuneração inicial, uma vez que,

estabelece o piso salarial para a categoria e suas atribuições gerais e em relação ao

contexto de formação continuada.

O cargo de coordenador pedagógico era disposto em três (03) vagas com

jornada de trabalho de quarenta (40) horas/semanais e salário inicial de três mil e

vinte Reais (R$ 3.020,00) mensais. Houve exigência de certificação e experiência:

“Licenciatura plena em Pedagogia ou Licenciatura de graduação plena com

complementação pedagógica, ou Pós-Graduação Stricto Sensu na área de

Educação e no mínimo 03 anos de experiência docente no magistério em escola

devidamente autorizada e reconhecida por órgãos oficiais.

A bibliografia exigida no concurso pôde auxiliar na leitura do grau de

proficiência em relação aos dispositivos teóricos e de legislação que foram exigidos

destes profissionais para ingresso na rede, no entanto destacamos algumas obras

solicitadas que coincidem com esta pesquisa:

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- LEI FEDERAL Nº 9.394/1996 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - (Atualizada). - ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O Coordenador Pedagógico e a formação docente. Edições Loyola, 2002. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera M. N. de Souza. O Coordenador Pedagógico e o espaço de mudança. 2ª Ed. São Paulo: setembro, 2002. p.17-26. Edições Loyola. - IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional. São Paulo: Cortez, 2000. - PLACO, Vera. O coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. Edições Loyola, 2004.

- PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais - até 9º ano. (Edital 001/2012 de 7 de março de 2012).

Posto isso, como forma de elucidar pontos de convergência entre o que

buscamos para definição deste profissional e os caminhos que o sistema municipal

de ensino também percorreu.

Quadro 2.1 – Perfil do coordenador pedagógico da rede municipal de ensino de Peruíbe

Faixa etária Formação Tempo de atuação no

magistério

Tempo de atuação

como coordenador

pedagógico

36 a 59 anos. Pós-graduação em

todos os casos.

10 a 35 anos de

atuação.

5 a 15 anos.

Fonte: “Grupo Estudos” (2016).

Os vinte e seis (26) coordenadores que participaram do curso apresentam

média de tempo de atuação igual ou acima ao que encontramos na pesquisa de

Davis (2011), ingressaram via concurso público e atuam em escolas da Educação

Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais da rede de ensino.

Ao analisarmos as atribuições dos coordenadores pedagógicos previstos no

edital de concurso público, percebemos, no Organograma 2.1, maior aproximação ao

descrito por (Libâneo, 2004 apud Andrade Pinto, 2011, p. 153-155), no sentido de

várias atividades ligadas aos encaminhamentos didático-pedagógicos, mas sem

atribuição legal dos depoimentos relatados na pesquisa de Davis (2011) em relação

às atividades administrativas.

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Organograma 2.1 – Atribuições do coordenador pedagógico da rede municipal de Peruíbe previstas

em edital

Fonte: Edital 001/2012 de 7 de março de 2012.

Encontramos os aportes de formação continuada em serviço com relação ao

apoio aos professores, acompanhamento do processo pedagógico, organização do

momento de Trabalho Pedagógico Coletivo (TPC), equivalente ao HTPC que

definimos no Cap.1, e da previsão de reuniões pedagógicas e projetos de

capacitação.

No entanto, precisamos destacar que os coordenadores pedagógicos também

relataram sobrecarga de trabalho e de realização de atividades ligadas às

substituições de professores, preenchimento de dados em sistemas administrativos e

organização de ações que não seriam de sua responsabilidade.

Atuar junto à

comunidade

escolar e cuidar

da educação

inclusiva.

Organizar e

promover o

trabalho

pedagógico

coletivo (TPC).

Avaliar,

acompanhar, e

intervir no

processo de

ensino. Orientar a rotina,

os planos de

ensino,

sequências e

projetos.

Elaborar relatórios

de resultados.

Elaborar seus

planos de

trabalho.

Participar da

elaboração do

Projeto Político

Pedagógico

(PPP)

Seguir as

determinações da

Secretaria da

Educação da rede

de ensino.

Atribuições do

coordenador

pedagógico.

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Buscamos por análise de dados referente ao loco, no sentido de breve relato

para apresentação de perfil da rede municipal de ensino de Peruíbe e das

características socioeconômicas da região.

2.2. BREVE RELATO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PERUÍBE E DAS

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DA REGIÃO

Descrevemos o cenário no qual pesquisamos, com base em dados do Plano

Municipal de Educação (PME) e dos indicadores externos relacionados com o

objetivo de conhecimento do cenário onde atuam os coordenadores pedagógicos da

rede.

O Município de Peruíbe foi fundado em 18 de fevereiro de 1959, a partir da emancipação político‐administrativa do município de Itanhaém, aprovada por meio de plebiscito. Tem uma área de 90% de região de serra e 10% de plana. A história do município traz referências desde a aldeia dos índios Peruíbe, que já estavam na região há muito tempo antes da chegada de Martin Afonso de Souza. Situava‐se no Tapiarama (Tapui‐Rama), região das aldeias ou pátria dos Tapuias. Eram as duas únicas aldeias do Litoral. Em língua tupi, da corruptela de “Yperu” e Aiba” o nome Peruíbe significa “Rio do Tubarão ou Cação’. (PERUÍBE, 2015, p. 19).

No contexto econômico, o setor terciário responde por volta de oitenta por

cento (80%) da economia do município, entre as atividades se destacam os serviços,

a construção civil e o comércio. As casas de veraneio, hotéis e pontos turísticos,

atraem visitantes ao município e a infraestrutura tem melhorado nos últimos anos.

No contexto educacional, a rede municipal apresenta dados no PME e

consegue mostrar a melhoria do desempenho em cobertura e também em relação à

erradicação do analfabetismo. A rede também atende aos pressupostos da

educação indígena. Inclusive, no programa de formação continuada em serviço,

originador desta pesquisa, foram solicitadas inserções tratando especificamente da

temática.

A rede municipal de Peruíbe tem 38 escolas, sendo 3 rurais. Possui 19 escolas de Ensino Fundamental, sendo que duas atendem os alunos das 1º

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ao 9º ano, 34 divididas em dois ciclos, e cinco atendem alunos de 3 a 10 anos. As outras 11 atendem os alunos da 1º a 5º ano. (PERUÍBE, 2015, p. 33-34).

Em relação ao ensino superior, apesar de ofertado no município, o PME faz

referência a necessidade de ampliação do número de cursos voltados a educação. O

curso de coordenadores pedagógicos, que é objeto desta pesquisa, foi realizado no

espaço da Unidade de Apoio Pedagógico (U.A.P.), onde também são ofertados

cursos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Alguns dos coordenadores

participantes da pesquisa lecionam na rede particular de ensino superior, onde são

oferecidos cursos de licenciatura para o exercício do magistério. Posto isso, para

indicarmos caminhos de formação continuada que atenda a demanda dos sistemas

de ensino da região.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi analisado com

métrica das medições desde 2005 e comparado com os índices de redes municipais

de ensino da região e com a média estadual do ano de 2015, para melhor

entendermos em qual contexto estão inseridas as métricas da rede.

Quadro 2.2 – Progressão do IDEB dos anos iniciais do ensino fundamental

2005 2007 2009 2011 2013 2015

4,2 4,7 5,0 5,4 5,5 6,1

Fonte: INEP (2017).

Percebemos claramente que houve progressão em relação ao IDEB em todas

as medições realizadas e, neste sentido, torna-se cabal o entendimento dos esforços

que foram empregados pela rede, inclusive com a oferta de profissionalidade ao

quadro de educadores.

Quadro 2.3 – Comparativo do IDEB: municípios do entorno e média estadual

Rede/ano Peruíbe Itanhaém e

Registro

Cananéia São Paulo

(estado)

2015 6,1 6,2 6,0 6,4

Fonte: INEP (2017).

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Notamos a proximidade dos índices nas redes municipais da região e uma

pequena diferença, para menos, em relação ao índice médio do estado de São

Paulo, porém, não há grande disparidade.

Por fim, analisamos alguns pontos do Projeto Político Pedagógico (PPP) da

E.M.E.I. “PROFESSORA JACIRA MARQUES CORRÊA UBRIG”, cedido por uma

das coordenadoras participantes do curso, com a finalidade de buscar por

pressupostos de formação continuada e da utilização de recursos didáticos digitais.

Há a identificação dos TPC em dias e horários, bem como os pressupostos

de sua finalidade: “as Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo constituem-se em

momentos de reflexão conjunta sobre o processo educativo, visando o

aperfeiçoamento da ação pedagógica da escola, são realizadas, planejadas e

organizadas pelo grupo de professores e gestores da U.E., em especial, pela

coordenação pedagógica”. (PPP da E.M.E.I. “PROFA. JACIRA MARQUES CORRÊA

UBRIG”), (2015, p. 44).

Trata de recursos, como instrumentos, que o professor deve saber utilizar

para o bom desempenho dos planos de curso e possibilidades de desenvolvimento

do aluno, mas não especifica os recursos. Desta forma, entendemos que abrange

inúmeras possibilidades, incluindo a tecnologia.

2.3 PROGRAMA DOS CURSOS SOLICITADOS E OS CAMINHOS PARA A

EXECUÇÃO

O curso foi requisitado pela Prefeitura Municipal de Peruíbe e destinado ao

interessado, a Secretaria Municipal de Educação, pela publicação do Processo sob

nº 7.093/2016, ordem de serviço sob nº 096/2016. O convite 017/2016 de 25/07/2016

referenciou o programa de formação continuada em serviço, que descreveremos

abaixo, na modalidade de carta convite, do tipo menor preço global. Isso significa

que a solicitação da Secretaria de Educação poderia ser atendida por qualquer

instituição de ensino, empresa especializada e ou por qualquer organização que

atendesse aos pressupostos legais exigidos no processo. Os autores do edital

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informam que o documento foi regido pela lei 8.666 de 21 de junho de 1993 e pela lei

complementar nº 123/2006.

Neste caso, houve um processo e habilitação que antecedeu o momento da

abertura das propostas, processo obrigatório para atendimento da lei 8.666/93, que

desqualifica empresas que não possuam atividade fim e comprovações de plenas

condições de atendimento do objeto solicitado e/ou não estejam em dia com todas

as obrigações necessárias na legislação de todas as esferas jurídicas. Posto isso,

seguiremos para a definição da verba prevista no edital: FUNDEB, classificação

02.12.01.12.128.016.2010.33.90.39., ficha 428 e reserva 84.

A previsão de utilização dos recursos do FUNDEB está direcionada a

sessenta por cento (60%) para a remuneração dos profissionais do magistério de

cada sistema de Ensino Público e a quarenta por cento (40%) para investimentos

diversos, dentre eles os cursos de formação continuada. Julgamos necessária a

apresentação das condições de utilização da verba para os programas de formação

continuada, previstos no manual.

Formação continuada - voltada para a atualização, expansão, sistematização e aprofundamento dos conhecimentos, na perspectiva do aperfeiçoamento profissional que, de forma contínua, deve ser promovido pelos Estados, Distrito Federal e Municípios mediante programas com esse objetivo, assegurados nos respectivos Planos de Carreira e Remuneração do Magistério. Importante:

- Em relação aos cursos de capacitação utilizados na formação continuada, por se tratar de cursos livres, o MEC não realiza o credenciamento de instituições que os oferecem. No entanto, torna-se necessária a verificação sobre eventuais exigências relacionadas ao funcionamento dessas instituições junto aos Conselhos Estaduais ou Municipais de Educação.

Mas, independentemente de eventuais exigências nesse sentido, é importante atentar para os aspectos da qualidade e da reconhecida capacidade técnica das pessoas (física ou jurídicas) contratadas para a prestação desses serviços. (BRASIL, 2008, p.22).

Esclarecidos os aspectos administrativos, mostraremos o mapa do curso

publicado no edital e, por fim, o curso solicitado para os coordenadores pedagógicos,

em item posterior. Os objetivos maiores do curso foram descritos com premissas

para contribuir com a formação e aperfeiçoamento dos profissionais da educação,

promover a interação entre a experiência e projetos educacionais exitosos,

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possibilitar maior reflexão quanto aos saberes e as práticas educacionais, alavancar

a qualidade da educação pública municipal e estimular o debate de novas ideias.

Foram solicitadas duzentas e quarenta (240) horas de programa, divididas em

propostas por segmento, assunto e interesse de cada profissional da rede municipal

de educação, conforme apresentamos no quaro abaixo.

Quadro 2.4 – Mapa do programa solicitado

Modalidade Público Horas/relógio Assunto

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Aprendizagem cooperativa explorando valores

filosóficos

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Ler e escrever: práticas desafiadoras que

envolvam desafios e encantamento

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Breves diálogos: Artes Visuais e o Teatro

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

A criança do século XXI ainda é criança: vamos

brincar?

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Quem canta seus males espanta: a música na

educação para a infância

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Leitores e escritores de textos midiáticos – a nova

geração de escritores

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

A liderança e a função da equipe gestora

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Os jogos de raciocínio e o pensar matemático:

possibilidades e reflexões

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Deficiência Intelectual: ressignificando práticas na

educação inclusiva

Oficina Professores e

Gestores

4 oficinas de 4

horas cada

Explorando as manifestações culturais indígenas

e afrodescendentes na sala de aula

Continua

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Continuação

Curso Diretores, Vice-

Diretores e

Supervisores

de Ensino

40 horas Ética e relações do trabalho

Curso Coordenadores

Pedagógicos

40 horas Gestão pedagógica e o currículo da escola:

sentir, refletir e agir

Fonte: Processo sob nº 7.093/2016 da PM de Peruíbe.

As oficinas totalizaram cento e sessenta (160) horas/relógio e foram

organizadas em dois dias consecutivos (26 e 27/09/2016), com inscrições abertas

aos profissionais da rede de ensino, que puderam realizar matrícula em até quatro

temáticas. Relatamos que a seleção dos professores-assessores foi realizada em

conjunto com os profissionais especialistas da Secretaria Municipal de Educação de

Peruíbe, que aprovaram e sugeriram mudanças nos perfis apresentados.

Neste sentido, os profissionais aprovados, todos acadêmicos e especialistas

nas áreas e assuntos elencados pelo edital, foram avaliados pela secretaria.

Também, vale destacar que todos os custos de remuneração, transporte,

hospedagem, alimentação e compra de materiais necessários foram custeados pela

vencedora do certame.

Os cursos para gestores, divididos em duas turmas, foram organizados por

cronograma, a partir de 19/09/2016, e se estenderam em encontros quinzenais até

05/12/2016, com seis (6) encontros de oito (8) horas/relógio cada, mesmo

ultrapassando o contratado, e sem custo adicional, totalizaram quarenta e oito (48)

horas/relógio. Expostos os programas, passamos ao detalhamento do curso para

coordenadores pedagógicos no programa solicitado pela rede de ensino.

O curso “A gestão pedagógica e o currículo da escola: sentir, refletir e agir”,

solicitava em programa: defender a ideia de transformação dos sistemas

educacionais a partir do pressuposto das mudanças estruturais para a efetivação dos

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princípios da educação libertadora no âmbito das escolas. A redefinição dos

conceitos, atitudes e práticas são abordadas na ótica da gestão democrática,

construindo uma rede de relações da promoção da participação, construção coletiva

da identidade escolar e valorização do currículo no contexto educacional. A

organização do curso está embasada no fortalecimento da gestão para ações de

incentivo à formação de professores, participação da comunidade e ampliação da

concepção de currículo, construindo um “sentir e refletir para agir” certo.

Houve liberdade na composição dos objetivos específicos do curso e, neste

sentido, a secretaria solicitou que o programa fosse encaminhado de maneira

flexível, respeitando a experiência dos coordenadores, o que jugamos assertivo ao

contexto e como descrevemos no item posterior: inserimos proposta de construção

coletiva do currículo junto com os coordenares pedagógicos participantes.

2.4. ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE CURSO PARA COORDENARES

PEDAGÓGICOS

Partimos da premissa que para sentir, agir e refletir, a proposta de

componentes curriculares para um curso de formação em serviço deveria

estabelecer flexibilidade de composição e discussão. Desta forma, tanto os

professores-assessores quanto os coordenadores participantes puderam ofertar

formas de encaminhamento, assuntos, bibliografia e utilização de recursos, inclusive

o recurso tratado como conteúdo do curso.

O número de coordenadores matriculados foi de vinte e seis (26) profissionais

e, destes, vinte e quatro (24) participaram efetivamente. O quadro de

professores/assessores foi composto por quatro (4) educadores, um efetivo e os

demais convidados para momentos com tecnologias educacionais, ética e relações

de trabalho, e projetos.

No entanto, é importante destacarmos que antes da execução do programa e

no primeiro dia de encontro, realizamos um exercício que chamamos de “interação

construtiva”, que gerou inicialmente algumas polêmicas e, posteriormente, nosso

caminho para chegar aos assuntos levantados.

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Durante a interação construtiva, as polêmicas ocorreram em função da

estranheza dos participantes em relação ao curso, sem currículo prévio apresentado.

Geralmente, as formações são colocadas prontas e isso cria o habitus (Bourdieu,

2003) de não participar da elaboração do programa, ou seja, de nem sempre serem

ouvidos e atendidos. No entanto, completamos as etapas de elaboração coletiva do

currículo seguindo as fases do exercício de interação construtiva:

a) A partir do vídeo intitulado “Asas da Liberdade” que relata o talento e

trajetória do mestre Paiva, artista de Mariana, em Minas Gerais, que

desenvolveu seu próprio estilo de esculpir em madeira e hoje troca com

outros artistas da região, os participantes foram convidados a discorrer

oralmente sobre suas percepções;

b) No segundo momento, foram convidados a sintetizar as ideias de

percepção, relatadas oralmente, em parágrafos (no máximo dois),

redigidos de maneira livre, em relação ao recurso (celular, papel, laptop

etc.) e a ler, de maneira voluntária, apenas o que registraram. Isso com o

objetivo de organizar melhor as ideias percebidas sobre o relato da história

do mestre Paiva;

c) No terceiro momento, já reunidos em grupos, lançamos uma nova

provocação: qual seria o lema de nossos estudos, para respondermos por

qual motivo realizamos aquele momento;

d) Após a apresentação dos grupos, cada equipe elegeu seu representante,

que foi participar de uma banca de discussão. Desta banca saiu apenas

uma proposta que representou todos, ou seja, quais foram as premissas

maiores de intenção em relação ao curso.

O registro deste exercício encontra-se publicado no blog3 construído para o

curso, como plataforma de estudo e publicações. Temos que o lema eleito pelos

3 MARTINS, Leandro Wendel. Artefato didático. São Paulo, 2016. Disponível em http://artefatodidatico.blogspot.com.br/2016/09/interacao-construtiva.html. Acesso em 02/10/2017.

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participantes foi: Solidariedade, Mediação e Ensino. Desta forma, colocamos a

mediação como mote e iniciamos a construção coletiva do currículo da formação

continuada em serviço. Também, acordamos que o prazo para envio das propostas

de estudo seria de uma semana, incluindo a nossa proposta

(professores/assessores) que estava pautada no solicitado pela rede de ensino, pois

nosso objetivo foi o de oportunizar decisões coletivas e respeitar os anseios e

experiências dos coordenadores.

No decorrer das ações entre formadores e coordenadores emerge a

necessidade de artefatos de comunicação, gestão e armazenamento de materiais,

com isso a presença dos recursos didáticos digitais começa a tomar corpo, como o

blog, o vídeo e a possibilidade de comunicação rápida, e em rede de registros

compartilhada, neste caso utilizamos o WhatsApp e o e-mail. Tanto que a criação do

grupo “Estudos” via WhatsApp ocorreu no dia 19/09/2016 logo após o encontro

presencial, e com essa ação concreta para o letramento pedagógico digital, do

formador e formadores, começa a se desenhar a forte presença da tecnologia no

ambiente coletivo.

Passado o prazo combinado, recebemos poucas propostas de abordagens e

mais indicações gerais de assuntos que eles gostariam de estudar, como revisitação

às teorias da pedagogia, tecnologias educacionais e caminhos para gestão de

pessoas. No entanto, sugerimos um programa amplo e, na reunião presencial

posterior, realizamos um debate com votação dos tópicos que abordariam o

currículo, os embasamentos para ações democráticas e para o pensamento

inovador. As propostas elencadas pelo grupo como importantes para estudo no

curso foram:

a) O tratamento das novas tecnologias e dos recursos didáticos digitais

que poderiam utilizar nas escolas e principalmente nos momentos de

formação continuada em serviço com os professores nas unidades

escolares;

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b) A revisitação dos teóricos clássicos que contribuíam para o

entendimento do desenvolvimento dos alunos em sentido integral.

Postos os assuntos relevantes para o grupo, elaboramos o programa final do

curso com a socialização da literatura selecionada, e ainda, com a possiblidade de

flexibilidade em todos os momentos posteriores. Neste sentido, vale destacar que a

cada dia estudado, refletíamos sobre a produtividade dos assuntos e combinávamos

a próxima pauta com base no programa que elegemos.

Em relação aos pontos de revisitação das teorias clássicas de

desenvolvimento da criança, adotamos Aebli (1971), retomando habilidades e formas

de desenvolvimento de momentos intencionais, com foco nas doze formas de

abordagem indicadas, e os momentos em grupo, Piaget (1999), revendo as fases do

desenvolvimento cognitivo e a questão da “majorante”, e com Vigotski (1995),

estudamos o processo de humanização e as questões ligadas à sociogênese.

O objetivo era estimular a leitura dos textos teóricos e posterior estudo

coletivo para gerar caminhos múltiplos. Neste sentido, construímos uma série mapas

conceituais4 inseridos nos blogs para diversificação de leitura e formas de estudo.

Com o decorrer da formação, foram inseridos os mapas conceituais como

forma de recurso didático digital, via software “Mindomo”, para os momentos de

estudo dos grupos e organização das ideias dos textos. Utilizamos a teoria de

construção dos mapas dispostas em artigos acadêmicos, tais como Aguiar; Correia

(2013) com foco nas orientações sobre funções dos mapas e suas possibilidades de

desenho.

As formas de tratamento sobre o desenvolvimento da carreira do professor e

do sentido de pensamento democrático, crítico e emancipador, foram tratadas com

textos de Freire (1967), em relação às formas de estudo baseados em problemas do

cotidiano, Nóvoa (1989), em relação ao ciclo da carreira do Magistério e todos com

4 MARTINS, Leandro Wendel. Artefato didático. São Paulo, 2016. Disponível em http://artefatodidatico.blogspot.com.br/2016/09/mapas-conceituais_20.html. Acesso em: 02/10/2017.

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sentido de acolhimento e tratamento do pertinente nas propostas de sequências

didáticas para os momentos de estudo coletivos nas escolas. Houve presença de

dois professores/assessores para conversa sobre ética e relações de trabalho e a

formação de ambientes democráticos.

Pérez Gómez (2015), auxiliou-nos na visão da utilização da tecnologia com

fins didáticos e na importância dos planos de vida, Cupani (2004) contribui com a

visão de artefatos e tecnologia e nas ações de retomada de recursos em ciclos de

utilização, com vários significados e tempos, Assmann (1996), em relação aos

aportes da interdisciplinaridade e os tempos de regulação das ações.

No processo de avaliação reflexiva, inserimos a utilização de recursos

didáticos com funções de autoavaliação e percepção de comportamentos e

preferências de aprendizagem, ou seja, provocar o questionamento sobre em qual

momento o profissional pode parar e refletir suas ações, e como alguns indicadores

lhe mostram a necessidade de estratégias e recursos didáticos variados em prol de

construções que privilegiem as formas de abordagens de sua preferência para

estudar. Para estes momentos, utilizamos o “Levantamento de Competências

Docentes” (LCD), com a função de autoavaliação, e o “Mapa de Preferências de

Aprendizagem” (MPA) para os indicativos de preferências nas formas de

construções. Ainda neste sentido, destacamos a utilização de softwares off-line,

como o Excel e o Power Point caracterizados como recurso didático digital na

tabulação e apresentação dos dados colhidos nos instrumentos de autoavaliação.

Estudamos as técnicas de projeção de aplicativos educacionais com a

utilização de telefones celulares e tabletes. Baseamo-nos na pesquisa “iPad

Scotland Evaluation” de Burden (2012), em relação às possibilidades de utilização

dos mobiles como recurso didático digital. O contato com a pesquisa teve a intenção

de avaliação dos aplicativos (AVAP) em fichas específicas para planejamento do uso

com intenções didáticas claras.

Posto os textos e pesquisas que escolhemos, além dos encontros específicos,

estabelecemos um caminho de sistematização flexível, ou seja, das formas de

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estudo e construções de novos artefatos como recursos didáticos, de novas pautas e

caminhos para aplicação dos coordenadores pedagógicos nas escolas onde

atuavam. Mas destacamos que nenhum caminho ou recurso era obrigatório para

aplicação, pois tudo dependeria do significado, intenção e tempo decidido pelo

coordenador e por seus pares nas unidades escolares. Importante neste momento

deixar clara a intenção de estudo e vivência do coordenador pedagógico.

O contato com as primeiras leituras levou à ampliação das fontes

bibliográficas do curso e as formas de organização de projetos. Levantamos outros

textos e softwares para inserções e discussões pontuais, tais como os softwares

5W2H e SWOT oriundos da administração, e em plataformas digitais e disponíveis

nos computadores do local de curso.

O texto de Danto (2006) com a saga da personagem Testadura em sua busca

por entendimento do mundo da Arte em suas leituras desprovidas de conhecimento,

como um paralelo com a utilização das linguagens que surgiram no mundo

contemporâneo em relação aos atores do magistério.

Organograma 2.2 – Sistematização do curso para coordenadores pedagógicos

Fonte: Blog “Artefato Didático” (2016).

Elencamos dinâmicas de estudo em grupo, sendo que primeira sequência

estabelecida foi a apreciação de vídeos que mostravam projetos inovadores,

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questionadores e históricos, em contextos de aplicação e em ambientes

educacionais. Todos disponibilizados no blog. Neste sentido, o vídeo também se

caracteriza como recurso didático digital e, ampliamos o uso dos mobiles em

situações de fotografia e filmagem durante uma aula-passeio.

O tratamento flexível para a elaboração da sequência didática para estudo fez

com que múltiplas formas de produções e publicações fossem criadas, sempre

procurando respeitar o tempo e forma de estudo escolhido individualmente pelo

participante e, por conseqüência, de seu grupo. Antes de entrarmos no objeto dos

recursos didáticos digitais, temos que destacar produções de momentos de

sistematização: debates, apresentações presenciais, aula-passeio, reuniões de

grupos, visita de professores convidados e a constância de publicação das

produções nos blogs e demais canais de comunicação que elegemos: e-mail e

WhatsApp.

Posto o programa de curso e as formas didáticas dos tratamentos dos

conteúdos, partimos para dois caminhos que antecedem a análise das percepções e

significados dos recursos didáticos digitais e da avaliação do curso apresentada

pelos participantes. O primeiro caminho se refere aos teóricos que nos auxiliaram no

entendimento de tais recursos e o outro em relação à metodologia de pesquisa

qualitativa, os quais de forma subsequente trataremos nos capítulos 3 e 4.

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3. TECIDOS DA PESQUISA: TEORIAS QUE EMBASAM A ANÁLISE DOS

RECURSOS DIDÁTICOS DIGITAIS

O terceiro capítulo foi dedicado ao estudo das teorias que embasaram a

análise do loco da pesquisa. Neste capítulo será organizado o cenário

epistemológico para a análise das ações observadas e para futuras possibilidades

de pesquisa.

Neste sentido, organizamos os tópicos para apresentação das definições do

objetivo, os recursos didáticos digitais utilizados no curso para coordenadores

pedagógicos e as reflexões acerca da pesquisa por meio das teorias dos autores:

Pretto (2008), Rojo (2012) e Pérez Gómez (2015), além de outras obras que nos

auxiliaram no processo de análise da prática de formação no curso para

Coordenadores Pedagógicos.

3.1 REFLEXÕES SOBRE AS DEFINIÇÕES E FUNÇÕES DOS RECURSOS DIDÁTICOS

DIGITAIS

Os teóricos apresentados e que fundamentaram a pesquisa colaboraram no

entendimento pedagógico dos recursos didáticos digitais para estratégicas didáticas

que visam contribuir na composição dos sentidos das tecnologias educacionais

aplicadas na formação continuada dos formadores – coordenadores pedagógicos –

que podem multiplicar esses e outros sentidos em suas escolas. Para situar o leitor

faz-se necessário esclarecer nosso entendimento sobre recursos didáticos digitais.

Para Alves (2011, p. 107), os recursos digitais são elementos inseridos no

processo de ensino para estimular a atenção, prática, experiências, demonstrações

entre outras funções, que nos levam ao cenário de artefato natural ou construído

pelo Homem. Esses recursos podem ser de origem tecnológica e

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contemporaneamente tratamos da questão do digital, no sentido de reunir mídias e

de permitir múltiplas linguagens.

O recurso didático digital perpassa pelo computador, em sua história, e em

sua evolução de pensamento estratégico, enquanto finalidade de utilização nas

ações didáticas, ou seja, como explicam Guathier; Tardif (2010, p. 329), as visões

epistemológicas das terminologias utilizadas para o uso do computador convergem

com os pensamentos estratégicos de suas finalidades.

A terminologia da utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) refletia também essas duas posições. Falava primeiramente em EPO (ensino programado por computador), depois em EAO (ensino assistido por computador), e finalmente em APO (aplicações pedagógicas por computador). (GUATHIER; TARDIF; 2010, p. 329)

Estrategicamente tentamos ampliar o sentido do computador com o acesso à

internet e a chegada dos mobiles, pensando em suas aplicações pedagógicas

(Guathier e Tardif). Porém, lançamos aqui este recurso dentro da perspectiva de

artefato (arte+factus, feito com arte), do fazer pedagógico como processo criativo do

professor com intenção de criar estratégias adequadas, sempre refletida e

intencionada dentro de um determinado loco e público. Para o nosso estudo duas

reflexões são importantes: os tempos de experimentação dos recursos e a

experimentação de recursos para planejamentos reflexivos.

Neste sentido, as professoras formadoras, Dra. Vivian Batista da Silva e Dra.

Rita de Cássia Gallego do curso MBA em Gestão Escolar da USP, em aula do dia

27/10/2017, trataram do planejamento com possibilidade de ser reflexivo, em

contraponto aos antigos manuais de pedagogia que tratavam dos quadros

pré-estabelecidos.

Posto isso, buscamos refletir o papel do recurso didático, tanto como o

objetivo de estudo, assim como ferramenta estratégica, uma vez que elaboramos

planos para tornar o recurso auxiliador da intenção.

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As professoras estabeleceram metáfora em relação ao sentido de projetar

(lançar) a partir de uma base, um projétil, com intenções de alvo, ou seja, com

expectativas de percurso para atingir o plano estratégico. O sentido que

pretendemos no capítulo de análise dos recursos didáticos digitais, utilizados no

curso, tanto na relação de tempo de experimentação quanto nas aplicações que

podem ter sido relatadas pelos atores em momentos fora do curso.

O tempo de experimentação pode ser comparado ao tempo de sistematização

que idealizamos nos planos de aula e depois observamos nas aplicações com os

alunos, com ajustes quase sempre necessários, porém, como tratamos de algo

flexível e inédito aos participantes, os tempos necessários para domínio dos recursos

devem ser relatados, também de forma flexível, ou seja, sem a intenção de

cronometragem, mas com a intenção de retomadas.

Retomando o sentido de projetar, tal pressuposto poderá permitir análises do

estudo planejado, com intenção reflexiva e, consequentemente, a descaracterização

de utilização da tecnologia educacional como modelo de aplicação findado em

processo pré-estabelecido.

Como mostrará o “Organograma 3.1”, o projétil pode sofrer alterações de rota

e o não atingimento do alvo, nem sempre, significa algo negativo, mas inerente aos

processos humanizados, reflexivos e que propiciam desenvolvimento de habilidades.

O planejamento na forma reflexiva possibilita-nos, a construção em desapego, aos

simples modelos de execução prontos e reforça a nossa ideia de trazer os recursos

didáticos digitais como artefatos, pois cada “artesão” (professor) dá uma forma para

sua ação – prática pedagógica e projeto, um artefato nunca é igual ao outro sempre

tem uma personalização, traz a identidade de quem cria.

Organograma 3.1 – Planejamento reflexivo

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Fonte: Adaptado SILVA; GALLEGO (2017).

Quando os recursos didáticos digitais, foram inseridos no curso para

coordenadores pedagógicos, por solicitação dos participantes, não podiam ter um

caráter que se distanciasse do sentido de experimentar, sem obrigação de aplicação

imediata nas escolas, mas justamente de serem desencadeadores de projetos

reflexivos, como artefatos possíveis às estratégias para planos (alvos) determinados

que seriam levados pelos coordenadores e discutidos com os professores, também

de forma flexível, coletiva e respeitando o sentido e o desejo de todos como Silva e

Gallego abordaram em sua aula, e no reconhecimento do processo de elaboração

do curso de formação em que os coordenadores foram colaboradores e coautores da

sua formação.

Ainda, segundo as professoras o querer no sentido de desejar (sonhar)

impulsiona o projétil e quem determina sua possibilidade de lançamento é o sujeito

histórico da situação, detentor do conhecimento e do processo criativo. Neste

sentido, a utilização para além da experimentação, ou seja, em situações reais nas

escolas que dependerão sempre do conhecimento dos coordenadores em relação às

suas realidades.

Dentre os vários caminhos possíveis para elaborar o plano optamos por atuar

no âmbito reflexivo, tanto nos tempos de experimentação dos recursos pelos

participantes, como na observação dos instrumentos que podem indicar a utilização

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em situações do cotidiano, em particular as ações de formação continuada em

serviço, dos coordenadores pedagógicos no curso e, posteriormente, nas escolas.

Ampliando o sentido da importância da reflexão no processo de planejamento,

inclusive dos recursos didáticos adequados para cada intenção, buscamos por

definições que convergissem com a intenção de multiplicidade de possibilidades, ou

seja, do entendimento da necessidade do respeito ao tempo de cada cultura escolar,

no sentido plural como nos coloca Benito (2017).

Postas as intenções das vivências para a prática das ações estratégicas que

trataremos no quinto capítulo apresentamos os fundamentos convergentes dos

autores estudados.

3.2 A VISÃO DOS MULTILETRAMENTOS

Começamos neste item com a preocupação de ter senso crítico e questionar o

uso dos recursos didáticos digitais como artefato, sendo assim, tratar

multiletramentos é fundamental para entendermos o que nos move para inserir essas

linguagens em nossas práxis.

Ampliando este contexto, na obra “Multiletramentos na escola”, organizada

por Rojo; Moura (2012), vemos uma série de aplicações de projetos envolvendo

recursos didáticos digitais. Os casos apresentados mostram que há convergências

com a proposta elaborada para o curso em Peruíbe, objeto de estudo nesta

pesquisa, pois envolve multiplicidade de formas nas quais os participantes puderam

utilizar em suas composições.

Outro fato, não menos importante, é a multiplicidade dos recursos que

buscamos entender na perspectiva Rojo (2012) para os multiletramentos. A autora

enfatiza que há multiplicidade cultural das populações e multiplicidade semiótica de

constituição dos textos por meio dos quais ela se informa e se comunica Rojo (2012),

com esse olhar duplo sobre o tema justificamos a preocupação dos pesquisadores e

formadores do curso em valorizar os multiletramentos no decorrer da formação

continuada em serviço.

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Os hipertextos dos blogs, o portfólio via WhatsApp, os mapas conceituais

elaborados em plataformas online, que assim como nos projetos da obra estudada

foram encaminhados no sentido de gerar significado e permitir protagonismo dos

participantes.

Procuramos fazê-las rever na prática que não se trata de comparar os

recursos didáticos digitais em escala de melhor ou pior, mas de entender que a

prática de planejar reflexivamente, deve aceitar mudanças de percurso. Porém,

devemos ter claro o que se pretende atingir com cada artefato de acordo com seu

potencial de interação e multiletramentos. A proposição de entender o recurso como

artefato adequado à um determinado contexto, não assegura um caminho único e

plenamente assertivo, mas faz com que o usuário possa avaliar o potencial no

processo e repensar para uma nova intenção.

Rojo (2012) enfatiza o hibridismo dos textos em relação ao escopo de sua

utilização cultural, pois esse desestrutura o sentido de tempo, de território e de

comunicação (emissores/receptores). O contexto social do texto que circula na rede

passa a ser de coautoria, múltiplos autores, de disseminação por toda a rede e na

multiplicidade do tempo digital.

A referência de hibridismo de Rojo (2012) nos inspirou para a vivência no

contexto de comunicação mediada contemporânea, propondo aos participantes que

explorassem as situações acima descritas, no sentido de compartilhamento,

hibridização, tempo, território e linguagem, e refletindo sobre o significado do uso do

recurso, do estudado e de sua utilização nas diversas situações do cotidiano.

Em qualquer dos sentidos da palavra “multiletramentos” – no sentido da diversidade cultural de produção e circulação dos textos ou no sentido da diversidade de linguagens que os constituem -, os estudos são unânimes em apontar algumas características importantes: eles são interativos; mais que isso, colaborativos; eles fraturam e transgridem as relações de poder estabelecidas, em especial as relações de propriedade (das máquinas, das ferramentas, das ideias, dos textos); eles são híbridos, fronteiriços, mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas). (ROJO, 2012, p. 22-23)

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Os recursos didáticos digitais interferem nestas esferas, tanto no sentido de

quebra de fronteiras como nas formas e possibilidades de comunicação, de tal forma

que em nosso entendimento não há como evitar os tempos de apropriação de

recursos, bem como definir um processo de formação continuada em serviço sem

intenção cíclica, de ampliação e ofertas ricas em formas.

Desta forma a apropriação por parte dos participantes do curso não poderia

ser mensurada em horas, mas intencionada em experimentos. A premissa deve

estar na possibilidade de se comunicar de múltiplas formas, de produzir de múltiplas

maneiras e de tentar quebrar o habitus (Bourdieu, 2003) para restituir em outro

sentido, de maneira reflexiva, para que possa surgir significado na utilização em

outras situações, e também da possibilidade de hibridização.

Com o intuito de entender a “diversidade cultural de produção e circulação dos

textos e de linguagens” (Rojo, 2012) como remixes e mashups expressam a cultura

híbrida de nossa sociedade contemporânea, a autora defende uma pedagogia que

aborde os multiletramentos, respeitando o currículo e abordando a questão interativa

de caráter colaborativo.

Os conteúdos do currículo que elegemos, como as bases teóricas de Piaget e

Vigotski, dialogaram em sintonia com os recursos didáticos digitais, pois as

concepções pedagógicas construtivista e sócio-histórica ratificam pedagogicamente

a importância de sua utilização para a hibridização das linguagens.

Ainda dentro desta linha, podemos ressaltar que os autores em uso valorizam

as questões de criticidade, capacidade de reflexão e transformação, que em sua

maioria tratam das habilidades globais ligadas ao construir, transformar, socializar e

discutir: ações que em nosso entendimento exigem a experimentação, mesmo que

sem a determinação de tempos e alvos precisos como já se entende o currículo

cronológico construído pela cultura escolar em alguns séculos.

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Os multiletramentos críticos devem instituir a inversão do sujeito passivo do

conhecimento pronto ao sujeito capaz de analisar criticamente e, porventura, capaz

de dar sentido, transformar e criar.

Certos de que os verbos que traduzem essa forma de articular, de lançar o

projétil e permitir protagonismos em todos os seus tempos, são múltiplos: acatamos

o conceito de Rojo (2012, p. 30) sobre os designs e os “redesigns”, ou seja, do

enquadramento dos letramentos diante de possibilidades de comunicação, postos

em ação. Neste contexto, os recursos didáticos digitais (RDD), a partir de agora, são

também condutores deste processo, convergindo com outros recursos de

comunicação para construção de diversidades de gêneros textuais e de linguagens,

além das incontáveis possibilidades de estratégias que podemos construir.

Feita a análise para a pesquisa, entendemos que o uso do blog, durante o

curso, foi o propulsor da hibridização e da convergência de recursos midiáticos, tais

como: imagem, som, softwares de apoio para construções e de habilidades de

criação e difusão. Também, desencadeou oficinas para essas mídias, como cursos

de fotografia e dos gêneros, como os roteiros.

A justificativa para experimentar a comunicação com o uso de RDD, coloca-se

como necessidade social, de inclusão digital, multiletramentos. Não se trata mais de

diversificar, mas de garantir a autonomia. Em tentativa de exemplificar, podemos

dizer que o mundo não lerá seu caderno com a mesma frequência que poderá ler

seus posts, ou que o livro não lhe informará na mesma proporção que poderá

informar-lhe uma pesquisa na web e mais: um não exclui o outro, convergem.

A respeito do curso, em análise, Rojo e Moura (2012) mostram a necessidade

de acolhimento, de vivências e dos tempos de apropriação dos recursos para

crianças que apesar de processos cognitivo diferente, não difere muito dos caminhos

utilizados com os coordenadores.

Os coordenadores em formação perceberam a importância de propor

inovações em relação aos RDD para os atores de suas unidades escolares. Isso

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implica a necessidade da vivência sem a intenção de aplicação imediata, mas como

forma de aquisição de novas competências, experiências e saberes, em tempos que

não podem ser mensurados, ou seja, seria contraditório a não aceitação das

mudanças de velocidade e curso desse projétil diante do conhecimento das culturas

escolares.

3.3. A VISÃO DA EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL

Tendo como os estudos sobre educação na era digital, e seus desafios,

principalmente de Pérez Gómez (2015), em que as profissões e as organizações

sociais mudam em velocidades inimagináveis em tempos recentes e as tecnologias

já não são mais consideradas um meio de transportar informação, mas sim de

participação social, ou seja, de autonomia.

Posta a introdução do autor, convergentes ao pensamento de Rojo (2012),

partimos pela busca dos possíveis significados de inserir RDD para além do desejo

dos coordenadores pedagógicos, mas como competência, talvez obrigatória àqueles

que atuam no magistério, bem como, para incontáveis profissões. Lembramos que o

RDD é auxiliador da intenção (estratégia) e que está ainda atende ao contexto

construtivo ao menos em nosso contexto de formação continuada em serviço no

curso de formação de coordenadores pedagógicos.

Seguindo a perspectiva de Pérez Gómez (2015), o meio para a utilização

letrada, nas várias formas de alfabetização que a escola trata nos currículos

obrigatórios: língua (código), da Matemática, da Cartográfica, das Artes, se não

tratados em convergência com as formas de comunicação contemporâneas, podem

causar um déficit de competências em relação ao uso destes saberes em situações

reais e para o multiletramento, ou seja, da incapacidade de utilização dos recursos

digitais para a vida. Isso pode implicar no não cumprimento das premissas da

educação formal, como a formação integral, a capacidade de autonomia e o senso

crítico.

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Para participar desta nova estrutura social, é preciso passar por uma nova

alfabetização. Aprender a “linguagem da tela”, das “tecnologias da interrupção”,

chega a ser tão necessário como a alfabetização relacionada com a leitura e a

escrita verbais. Consequentemente, preparar os cidadãos não só para ler e escrever

nas plataformas multimídia, mas para que se envolvam com este mundo

compreendendo a natureza intrincada, conectada, da vida contemporânea, tornar-se

um imperativo ético e também uma necessidade técnica. (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p.

21).

Desta forma, duas premissas para nosso estudo se tornam mais claras, uma

relacionada à necessidade de entender a complexidade dos fazeres atuais e da

inerente arte do fazer coletivo e colaborativo; outra, em relação ao domínio da

técnica. Assim como nos anos 90 os cursos de magistério previam a técnica de

utilização de flanelógrafos, retroprojetores, mimeógrafo e outros recursos, o século

XXI nos obriga o domínio da técnica de hardwares e softwares, com o sentido

também educacional e com a obrigação de entender que hoje os recursos não

servem apenas para ensinar conteúdo conceitual, mas também para desenvolver

habilidades importantes para a vida do aluno.

Pérez Gómez também trata dos projetos de vida e aborda as experiências da

criança, em sintonia com a ideia de ontogênese de Vigotski, que trata do conjunto

das experiências individuais de cada ser. Logo entende-se a vivência como parte

importante de um processo e, também, da impossibilidade de prever tempos

precisos para cada um. Tais colocações levam-nos a refletir sobre a importância de

subsidiar ambientes que proporcionem multiplicidades de experiências, claro que

também nos programas de formação continuada em serviço.

Neste contexto, se levarmos essa premissa como convergente ao processo

de experimentação dos RDD, não demora a entendermos que há necessidade de

mais oferta de momentos de vivências e que não se trata apenas de utilizar algo

novo, mas de criar possibilidades pedagógicas e ambientes onde a coletividade e a

individualidade possam construir juntas, em sociedades de grupos cada vez mais

“heterogêneos” como coloca o autor.

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Também, trata-se de transpor a ideia de recurso como um mero instrumento e

de entendê-lo como parte da ideia de artefato digital, do modus operandi, que

colocam Cupani (2004) e Assmann (1996), onde conhecimento, artefato, tecnologia

e pensamento fundem-se em transformações incontáveis ou, até, infindáveis.

Julgamos importante esse mergulho filosófico em relação ao recurso, para

não correr o risco de limitá-lo ao texto injuntivo relacionado com manual de instrução

ou tutorial, pois, em nosso entendimento, é mais que isso, posto como peça-chave

com outras peças-chave (intenção, conteúdo, significado, currículo etc.) que quando

separadas não causam o mesmo efeito de base para lançamento de projétil.

É importante tratar a construção do ambiente voltado para o coletivo (grupos),

como aborda o autor, pois os ambientes de troca são formados por pares e ímpares

e, ainda, podem ter o contexto de identidade única. Isso amplia ainda mais a

profundidade dos cursos de formação continuada em serviço, nas já conhecidas

especificidades de cada realidade, de cada cultura escolar, e, ainda na multiplicidade

de possibilidades de continuidade. Por exemplo, cada coordenador saiu de sua

escola e veio estudar em um grupo de pares e ímpares e se pegarmos os RDD como

base no sentido de estudarmos porque eles solicitaram, quando retornaram às suas

unidades escolares, estes recursos puderam ser aplicados ou não, ou, ainda, usados

de outras formas que não poderíamos determinar, pois dependeram de outras

premissas de significado para o grupo que trabalhou o contexto.

Logo a visão de RDD para esta pesquisa converge com a importância de

proporcionar o momento de experimento e utilização pessoal, talvez de indicar um

bom recurso, pois isso dependerá do contexto de construção de cada grupo ou

indivíduo, porém, não caberá, ou pouco provavelmente, o sentido da transposição de

práticas que forçosamente tentam se encaixar às realidades sócio-históricas de

maneira uniforme.

Retomando as questões de convergência, e agora que exemplificamos o

recurso como parte integrante do todo no processo, seguimos para a sociogênese de

Vigotski em relação ao entendimento de educação posto por Pérez Gómez.

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Entendemos a educação como o processo pelo qual cada indivíduo tem a oportunidade de forma isolada e/ ou colaborativa de questionar e reconstruir os efeitos das influências que recebeu no processo de socialização, ou seja, a oportunidade de questionar a origem, sentido e valor que moldam os seus modos de pensar, sentir e agir. (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p. 101).

Pérez Gómez (2015) coloca a educação para a era digital e norteia as

intenções do que foi solicitado pela rede municipal de Peruíbe e que no sentido dos

RDD possibilitam a interação construtiva para a coletividade, sem perder a

individualidade, como uma teia que se modela a partir das capacidades, das

intenções, dos tempos e das ferramentas, ou seja, o recurso é também determinante

da autonomia.

A escola pode e deve ser, enquanto exista, um ambiente de libertação, de

ampliação, de inclusão, de esforços para construção de possibilidades de

desenvolvimento, no sentido de direito humano e social. Por outro lado, a escola

deve prever a não aceitação integral de suas propostas, como no caso das

tecnologias e dos RDD, fator que ocorreu em Peruíbe e que trataremos de maneira

significativa adiante, pois os processos e significados são individuais e/ou coletivos e

raramente o que pré-estabelecemos e desejamos de maneira integral.

Por fim, chegamos à convergência da proposta curricular e de todos os

recursos apoiadores das estratégias, no sentido de propostas por projetos reflexivos,

como a formação continuada em serviço que também pode ser um projeto, desde

sempre, optado pelos participantes, em relação aos assuntos.

Podemos destacar os seguintes princípios como principais elementos da

metodologia pedagógica baseada na investigação e na elaboração de projetos,

problemas e situações:

- os alunos têm que assumir a responsabilidade de sua própria aprendizagem, e o professor atuar como tutor, orientador, conselheiro que apoia de forma contínua os processos de aprendizagem; - o currículo baseado em projetos, problemas ou preocupações deve ocupar um lugar central, constituir a base pedagógica do currículo escolar, e não ser um episódio isolado de uma unidade didática. (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p. 114-115).

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O autor segue tratando da necessidade de investigação do conhecimento, da

autenticidade dos problemas propostos, da necessidade de apresentação em formas

pouco estruturadas e da interdisciplinaridade.

Pontos, todos, convergentes com a proposta que construímos no curso e que

também atendem ao contexto de RDD, na escolha dos atores, nas possibilidades de

mudança destes recursos e na abertura para reflexão coletiva e individual. Neste

sentido, as análises constantes e infindáveis de cada processo e a autoavaliação

também convergem com nossa visão de como estudar os RDD e de como inseri-los

de forma interdisciplinar quando se trata de formação integral, e neste caso no

contexto de formação continuada em serviço.

O item a seguir dará prosseguimento à fundamentação teórica da pesquisa

para analisar o curso em tela, agora direcionando o olhar epistemológico para o

processo de formação e concepção, aliado ao entendimento dos RDD como

artefatos digitais pelos coordenadores pedagógicos da rede municipal de Peruíbe.

3.4 OS DESAFIOS DA UTILZAÇÃO DOS RECURSOS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

Os desafios em relação aos recursos digitais na educação, aqui postos como

toda a infraestrutura necessária para a utilização com fins didáticos, são relatados

por Pretto (s.d)5, pois apesar da lucratividade que podem proporcionar, as

ferramentas de comunicação como a internet, tardam a chegar nos ambientes

escolares.

Tal contexto, não difere dos relatos dos coordenadores pedagógicos

participantes do curso em Peruíbe, pois ao utilizarem a tecnologia de construção de

mapas conceituais, foram impossibilitados de realizar via software online, e mesmo

sem nenhum recurso digital.

5 Matéria publicada no jornal “O Dia” de Teresina e socializado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Disponível em: http://www2.ufba.br/~pretto/textos/sbpc_teresinha.htm. Acesso em: 09/12/2017.

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O autor, no mesmo artigo, critica a disposição dos recursos tecnológicos

postos em plataformas, tal como o modelo dos livros didáticos, que comportam, por

vezes, atividades prontas e sem a possibilidade de contextualização. Neste sentido,

segue com a ideia da necessidade do fortalecimento da escola e do professor, como

sujeito capaz de refazer currículos e enfrentar os desafios necessários para as

também necessárias mudanças nas formas de ensinar e aprender.

Retomando os estudos no curso de MBA em Gestão Escolar da USP e

seguindo as aulas da Professora Doutora Vivian Batista da Silva, em 24/11/2017,

percebemos a necessidade de convergência entre o currículo da escola da

excelência para a escola da regularização das aprendizagens, ou seja, a transição

deste processo que ao mesmo tempo revê o currículo de maneira reflexiva e

também não descarta totalmente as regras e deveres legais para cada curso, bem

como, a maneira como se entendeu o processo educacional desde o final do século

XIX, posto para o entendimento que não se trata de uma visão simplista de

mudança, mas de um caminho a ser construído em múltiplos desdobramentos.

A Professora, com humor, utilizou uma expressão comum aos portugueses:

“Cuidado para não jogar fora o bebê com a água do banho”. Isso implica na não

banalização do que foi construído até hoje, como formas de didática e prática de

ensino e na necessidade dos estudos, principalmente de caráter inverso, ou seja,

partindo dos atores que atuam nos ambientes escolares.

Seguindo com o estudo dos desafios da utilização dos recursos digitais como

propulsores de ações reflexivas e não como mero consumo de informação

formatada, produzida e findada.

O pior é que esta perspectiva de consumo se amplia e invade a escola, transformando-a unicamente em um espaço de trocas de mercadorias, sendo os alunos transformados em meros consumidores de um novo tipo de mercadoria: as informações. Se instala assim, a escola shopping center, de onde se parte da lógica da reprodução e da proliferação das mesmas tendências, da uniformidade de tudo e de todos6. (PRETTO, 2006, p. 34. Tradução nossa).

6 Lo peor, es que esta perspectiva de consumo se amplía e invade la escuela, transformándola únicamente en un espacio de cambio de mercaderías, siendo los alumnos transformados en meros

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No âmbito da formação continuada em serviço, a intenção para inserção dos

RDD deve partir das situações-problema, elencadas pelos participantes destas

ações, e a não uniformização do consumo de informações sempre prontas e,

principalmente, valorizando a oportunidade de protagonismo para que os RDD

atendam ao contexto de intenção reflexiva. Retirar a intenção única de consumo no

espaço escolar, exige o processo de apropriação dos recursos digitais sem

intenções pré-estabelecidas e oriundas de problemáticas distantes ou fadadas a

ações não reflexivas.

Por outro lado, Pretto (2008) trata a tecnologia não como ferramenta, mas

como recursos essenciais para as novas formas de pensar e produzir, posto como

argumentamos no sentido de conteúdo que o recurso passa a receber para que seu

domínio seja satisfatório, para a produção desejada, mas certos de que o recurso

didático digital altera, ou pode alterar, de maneira circunstancial o produto final.

Retomamos a introdução com o descritivo dos recursos ao longo do tempo e

como percebíamos os caminhos de produção dos alunos, como por exemplo, os

trabalhos copiados em papel almaço, que passaram a ser impressos e hoje podem

ser postados em um blog. Todos podem seguir a concepção de cópia, como

também podem seguir a concepção de pesquisa autoral, porém a capacidade de

socialização, hibridização e interação do texto publicado em um blog não pode ser

comparada ao texto escrito em papel almaço. O autor promove o recurso para além

da visão de ferramenta, pois ele altera e multiplica as possibilidades de intenções da

produção, temos outra forma de escrita e leitura, o hipertexto.

A construção da página não exige somente a criação de bons textos, é preciso se preocupar com sua estética, utilizar os recursos visuais de animação, pano de fundo relacionado com o tema pesquisado, criação de botões e música que expressem a mensagem da obra hipertextual (CAMARGO, 2002, p. 73)

consumidores de un nuevo tipo de mercadería: las informaciones. Se instala así, la escuela shoppingcenter, donde se imparte la lógica de la reproducción y la proliferación de las mismas tendencias, de la uniformidad de todo y de todos. (PRETTO, 2006, p.34)

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Pretto ainda trata da forma como as crianças aprendem e de como todos nós

aprendemos com os recursos digitais, no sentido do aprender fazendo, mexendo,

experimentando e refazendo. Algo que pode estar longe de uma instrução

programada passo a passo, mas associada ao significado do fazer, ou seja, para

que haja estímulo em explorar de forma que leve ao aprender.

É na interação que se dá o processo de aprendizado e a construção do conhecimento. Daí o professor tem de ser outro. Não adianta formar o professor em pílulas de treinamento, porque é a possibilidade de interagir em rede que fará dos encontros presenciais uma possibilidade de geração de conhecimento. (PRETTO, 2008, p. 34-35).

No curso em tela o uso de RDD possibilitou construir significados iminentes

para sua utilização com a perspectiva de novas utilizações pelos coordenadores,

desde que, a lógica do significado educacional e de experimento permaneça.

O espaço do saber existe a partir do momento que experimentamos relações humanas baseadas nestes princípios éticos de valorização dos indivíduos pelas suas competências, de transmutação efetiva das diferenças em riqueza coletiva, de integração num processo social dinâmico de troca de saberes, no qual cada um é reconhecido como uma pessoa íntegra e não se vê bloqueado nos seus percursos de aprendizagem por programas, pré-requisitos, classificações a priori ou preconceitos sobre saberes nobres e ignóbeis. (LEVY, 1994, p. 37).

Tendo Levy (1994) e Pretto (2006) como referência em relação a se pensar

os espaços de conhecimentos que devem ser oferecidos para estudar e produzir

conhecimentos, devem ser desenhados pedagogicamente para ressignificar o

processo de aprender e de respeitar os saberes dos participantes de um grupo. Isso

posto, como forma de apontar a necessidade do estudo coletivo, interativo e que

ainda permita construções livres de fórmulas rígidas para se chegar ao produto final.

Não trata de “jogar o bebê fora com a água do banho”, mas de experimentar

hibridismos e multiletramentos no fazer pedagógico, em situações de formação

continuada em serviço para a possibilidade de que no processo de novas vivências

educacionais, tenhamos também novos conhecimentos e práticas.

Seguindo com nossa análise, buscamos por entender qual é o papel dos RDD

na escola e de como eles podem ser selecionados sem caracterizar investimento de

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fora para dentro, ou seja, Pretto (2008) afirma que não existe um modelo único, mas

que o ideal é que cada grupo identifique quais formas e recursos podem atender ao

seu contexto entendido como inclusão “sociodigital”.7

Outro ponto importante, é a caracterização do software livre que permite

maior socialização, fator que sem dúvida é importante para a escola pública pela

necessidade de otimização dos usos de recursos financeiros. Pretto (2008) ainda

coloca a intenção de colaboração destes softwares que em alguns casos permitem

alterações dos usuários, no entanto ainda é um contexto para além desta pesquisa.

Portanto, os desafios da utilização dos RDD na educação estão relacionados

ao contexto da prática reflexiva e o uso do recurso com intenções claras que podem

possibilitar novas formas de construir, estudar, interagir, além da democratização do

acesso as informações.

Ampliando o sentido dos desafios, apontamos as indicações de utilização e

adoção de recursos que partam das necessidades apontadas pelos atores

envolvidos e que ainda sejam produto de construções coletivas. Também a

necessidade de entendimento dos cenários que a cultura produz fora da escola, de

como nos comunicamos, produzimos e aprendemos no mundo contemporâneo.

Neste sentido, procuramos compor este estudo com autores que tratassem do

coordenador pedagógico em questões ligadas às mudanças indicadas como

iminentes ao mundo contemporâneo e as questões de formação continuada em

serviço, centradas nas escolas, ou seja, partindo das necessidades de cada

comunidade escolar.

3.5 OS DESAFIOS DO COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE ÀS

INDICAÇÕES DE MUDANÇA DO FAZER ESCOLAR

A busca pela construção de processos inovadores e pela composição de

equipes coesas, certamente, é o desafio de líderes de diversas áreas, logo não se

torna diferente com o coordenador pedagógico o papel de engajar pessoas em

7 Sociodigital, segundo Pretto (2008) e para a visão da educação, está relacionado como a forma,

intenção e domínio dos recursos digitais para ações das questões culturais contemporâneas.

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projetos, no sentido amplo da comunidade escolar: professores, alunos e seus

responsáveis, especialistas, corpo técnico e a comunidade do bairro da escola,

ONGs, empresas, entre outros que podem acompanhar os projetos na escola. No

entanto, uma vez que, as formas de comunicação e produção do mundo atual estão

em redes, todos os líderes necessitam de tempo para aquisição de habilidades que

levem ao fazer pela inteligência coletiva, ou melhor, que levem à capacidade de

mediar, de conduzir e de acolher para o fim de produção coletiva.

Os coordenadores então passam a ocupar o lugar de formadores, de

articuladores de uma rede de aprendizagem dentro das escolas. Mas esse

processo não acontece de um dia para o outro. Para que os coordenadores

tornem-se formadores e ajam como formadores e, quem sabe, se

reconheçam como autoridades técnicas diante de um grupo não basta

apenas nomeá-los ou entregar-lhes uma nova rotina e uma lista de

atribuições. (GOUVEIA; PLACCO, 2015, p. 73).

Outro fator importante é a condução de projetos e, antes disso, como eles

surgem no âmbito escolar se há respeito ao caráter de construção coletiva de

projetos que partam das necessidades apontadas pelos coordenadores em

formação ou se é mais uma demanda das políticas públicas, uma ideia vinda de

cima para baixo sem qualquer vínculo com a comunidade escolar e tempo para

articulações.

.

Os projetos não aparecem como panaceias, por certo, mas vale a pena chamar a atenção para o papel que poderiam representar no esforço em direção a aprendizagens significativas e a própria função essencial da escola na formação do cidadão (LÜDKE, 2002, p.68 apud FRANCO, 2015, p. 64-65). [...]. Esse protagonismo, segundo Lüdke (2002, p.68-75), favorece o processo de:

romper com o esquema tradicional por meio de disciplinas;

reunir o que o aluno já aprendeu e o que pode ser compreendido, nos vários campos do conhecimento;

propiciar a participação ativa dos educandos, superando a passividade do modelo escolar tradicional;

incentivar a construção do conhecimento por meio da investigação própria dos alunos;

articular ações entre o trabalho individual e o coletivo, valorizando atitudes e comportamentos sociais. (FRANCO, 2015, p. 64-65).

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Por fim, abordamos a capacidade de inovação, de utilizar novos recursos e de

buscar soluções criativas e diversificadas na solução de problemas, como nos

aponta Franco (2015).

Se por um lado a forma de aprender e ensinar estão pressionadas à

sociedade que interage de forma diferente, por outro ainda está presa ao incerto na

estruturação da escola, com ênfase na escola pública e mesmo na legislação que

prevê o cumprimento integral do currículo mínimo. O desafio neste caso é como

conciliar as novas possibilidades para inovação pedagógica e, ao mesmo tempo,

cumprir as políticas públicas municipais, estaduais e federais.

A capacidade de inovar, transformar e criar novos procedimentos e alternativas para ações planejadas sinaliza para a importância do desenvolvimento do potencial criativo das pessoas e para a valorização de sua capacidade de buscar soluções fora dos padrões habituais, estabelecendo-se um novo olhar diante dos problemas, ao se propor relações até então não contempladas no grupo. Porém, para que isso ocorra é preciso perder o medo do novo e da inovação que quase sempre vem acompanhado da insegurança e de um certo receio da desordem e da confusão que as mudanças causam, pois estas acabam desestruturando estabelecido, que, de um certo modo, por já ser conhecido, dá uma sensação de segurança e confronto às pessoas. (FRANCO, 2015, p. 74).

Posto como desafio ao coordenar pedagógico, que articula estas ações na

escola, e no sentido de estruturar novos procedimentos, formar pessoas e atuar com

a coletividade, ainda há o desafio de dominar as dinâmicas e os recursos que

atendem às suas estratégias, reelaborar procedimentos, significa escolher caminhos

que devem ser fundamentados, refletidos e seguidos também no coletivo.

Por fim, a questão das experiências de aprendizagens, múltiplas e como

forma de vivenciar o significado de compartilhar e se tornar “coautor”, enfim, de fazer

coletivamente. Neste contexto, Santamaria (2010) faz interpretação sobre as

afirmações de George Siemens em relação à colaboração e as experiências de

aprendizagem que o autor vive.

Siemens8 diz que suas propostas partem de considerações um tanto idealistas, já que muito do que ele aprendeu sobre tecnologia e educação

8 Siemens afirma que sus planteamientos parten de consideraciones un tanto idealistas, ya que gran parte de lo que ha aprendido acerca de la tecnología y la educación le ha llegado a través de medios informales. Considera un placer haber explorado y visitado los recursos de aprendizaje de expertos,

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veio através de meios informais. Considera um prazer a ser explorado e visitou recursos de aprendizagem dos especialistas, tecnólogos e pesquisadores de todo o mundo e garante que a maioria daqueles que tem contatado têm sido muito dispostos a compartilhar experiências e sugestões. No espírito desse tipo de ajuda, ele tentou combinar o aprendizado, as redes, a ecologia e outros interesses díspares em uma tentativa de dar uma visão holística, uma imagem completa da experiência de aprendizagem (SANTAMARIA, 2010. p. 4, tradução nossa)

Concordam com a afirmação acima Gouveia; Placco (2015) quando tratam

da formação do coordenar pedagógico, como um profissional a ser formado pelos

sistemas de ensino, que não basta a promoção de cargo, pois sempre são

necessários o preparo e a experimentação, como combinações de aprendizagens

complexas e coletivas, de ações qualitativas para construções.

O próximo capítulo auxilia nos fundamentamos metodológicos do estudo

embasado por Lüdke; André (2017) seguindo os passos de delimitação do foco ao

longo do estudo, da formulação das questões analíticas e da revisão de literatura.

tecnólogos e investigadores de todo el mundo y asegura que la mayoría de los que ha contactado han estado muy dispuestos a compartir experiencias y sugerencias. En el espíritu de ese tipo de ayuda, ha tratado de aunar el aprendizaje, las redes, la ecología y otros intereses dispares, en un intento de dar una visión holística, un cuadro completo de la experiencia de aprendizaje. (SANTAMARIA, 2010, p.4)

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4. METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo, trataremos da metodologia da pesquisa qualitativa e de

relatos do diário de bordo como forma de fundamentar as ações e procedimentos

para a coleta de dados, para a composição do cenário de análise composto também

pelas teorias que nos deram suporte para as análises.

Lüdke; André (2017) explicam sobre o processo de escolha do recorte que se

afunila conforme os pesquisadores têm contato com o loco, e que exploram as

problemáticas levantadas pelos participantes.

Na maior parte dos estudos qualitativos, o processo de coleta se assemelha a um funil. A fase inicial é mais aberta que o pesquisador possa adquirir uma visão bem ampla da situação, dos sujeitos, do contexto e das principais questões do estudo. Na fase imediatamente subsequente, no entanto, passa a haver um esforço de “focalização” progressiva (Stake, 1981) do estudo, isto é, uma tentativa de delimitação da problemática focalizada, tornando a coleta de dados mais concentrada e mais produtiva. (LÜDKE; ANDRÉ, 2017, p.54).

Antes do curso, realizamos pesquisa bibliográfica e documental e, no curso

de Peruíbe para coordenação pedagógica da rede municipal, como já descrevemos

no segundo capítulo, iniciamos com a atividade de interação construtiva, justamente

para estabelecer quais seriam os pontos de interesse individual e coletivo,

caracterizando a pesquisa de campo. Tal processo, também nos deu a oportunidade

para iniciar a seleção do recorte para a pesquisa, uma vez que, como posto na

bibliografia, para a utilização dos RDD são necessárias mudanças na forma de

sistematizar o estudo.

Isso muda a caracterização de estudar recursos tecnológicos apenas para

aplicá-los na escola, sem uma base pedagógica e proposta didática, pois esperamos

que os coordenadores passem a exigir coerência, dos professores, compatível à

forma de estudar contemporânea.

Após o primeiro e segundo encontro, começamos a utilização dos RDD e

muitas perguntas surgiam em relação ao uso e significado destes recursos. A

problemática estava em como não receitar de maneira injuntiva a utilização do

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recurso na escola, e de como refletir antes do uso, ou seja, pensar no recurso como

um apoiador da estratégia pedagógica. O processo de formação delineava também

a metodologia da pesquisa com apoio da obra de Lüdke; André (2017)

É conveniente que no processo de delimitação progressiva do foco principal da investigação sejam também formuladas algumas questões ou proposições especificas, em torno das quais a atividade de coleta possa ser sistematizada. Além de favorecer a análise, essas questões possibilitam a articulação entre os pressupostos teóricos do estudo e os dados da realidade. (LÜDKE; ANDRÉ, 2017, p.55).

Utilizamos os apontamentos de Aebli (1971) para a montagem dos grupos e

tínhamos que estabelecer quais caminhos seguiríamos para a coleta de dados,

mesmo projetando a aplicação de questionário final, o caminho deveria aproveitar,

intencionar, as produções dos coordenadores com a mediação dos RDD no

ambiente do curso. Reforçando a necessidade de trazer a cibercultura para a

educação e pesquisa, trouxemos como instrumento de base documental os blogs

produzidos durante o curso, os mapas conceituais via software e seguindo essa

linha a produção do grupo no WhatsApp. A pesquisa e projeção dos aplicativos

educacionais e os conteúdos produzidos com a aula-passeio para produção textual,

unem-se ao questionário online como recursos para traduzir a experiência dos

coordenadores pedagógicos durante o curso em tela.

Procuramos deixar fluir algumas dinâmicas que foram estabelecidas pelos

sujeitos dessa pesquisa, forma como ocorreu após os assuntos serem elencados

como de interesse do grupo, as formas de gestão de pessoas e a revisitação às

teorias apontadas pelos participantes foram inseridas nos RDD, por exemplo, como

conteúdo publicado nos blogs em forma de mapas conceituais, esse processo foi

natural e podemos entender como apropriação dos RDD por parte dos

coordenadores.

[...]. Algumas perguntas podem, por exemplo, ser levantadas, como: Quais os principais questionamentos apontados pela literatura sobre os temas selecionados? Quais os pontos comuns e os pontos divergentes entre o que parece nasce e em outros estudos similares? O que tem sido negligenciado pela literatura sobre esse assunto? (LÜDKE; ANDRÉ, 2017, p.55).

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Retomamos para a primeira parte da dissertação sobre o estudo do perfil do

coordenador pedagógico no país e as políticas públicas que norteiam sua função. As

informações contidas, além de nos orientar a formular perguntas, auxiliaram-nos

para a análise de comentários que são apontados no diário de bordo, como as

colocações de alguns participantes sobre a carga de atribuições e o momento em

que o curso foi oferecido.

Para análise dos dados, ou seja, a fundamentação teórica, auxiliou-nos na

composição dos pontos de análise, pois sem estas premissas de conhecimentos

científicos sobre tecnologias educacionais e recursos didáticos digitais não haveria

como compor o que se quer analisar, nem o caráter social do estudo e seu fim.

Por exemplo, sem caracterizar negligência, mas com o intuito de enfatizar a

necessidade de políticas públicas que definam a profissionalidade dos

coordenadores pedagógicos nas escolas do país, bem como os caminhos

acadêmicos de formação destes profissionais, diante da variação de ações que lhe

são atribuídas e da dicotomia das formas de ingresso.

Uma das coordenadoras pedagógicas, que ficava no grupo de supervisores

da Secretaria de Educação fazia a ponte apontada pelas autoras, no sentido de

agendamento dos encontros, organização das listas de presença e recados ao

grupo.

Também, informava-nos sobre apontamentos dos relatos feitos pelos

participantes após os encontros presenciais e as avaliações informais que eles

passavam à secretaria. Isso contribuía muito para o andamento da pesquisa em

relação aos ajustes de horários, alguns poucos encaminhamentos modificados,

como a utilização do laboratório apenas em momentos específicos e maior

exploração das áreas externas do local do curso. “Muitas vezes pode ser

aconselhável tomar alguns sujeitos da pesquisa como informantes, no sentido de

testar junto a eles certas percepções ou certas conjeturas do pesquisador”. (LÜDKE;

ANDRÉ, 2017, p.56).

Em alguns casos, essa contribuição deu-se em relação ao comportamento

dos participantes, como a justificativa de faltas e falas com intenções de atingir às

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determinações da rede de ensino, bem como, no entendimento de falas

desanimadoras em relação ao processo de naturalização do fazer pedagógico.

Neste sentido, relatamos que houve falta de participantes em encontros

esporádicos e, em dois casos, falta durante o curso todo, o que foi justificado pela

coordenadora que nos auxiliava, bem como, adotamos a postura de não interferir

nas faltas e na não participação, para observar o grau de interesse dos participantes

por assuntos específicos, como no caso dos aplicativos que alguns não

pesquisaram.

As possíveis explicações para determinado incidente ou as associações mentais feitas entre diferentes acontecimentos devem ser imediatamente registradas pelo pesquisador. É importante que ele reveja frequentemente as suas anotações e escreva todos os comentários que lhe ocorram nesse momento: tópicos ou temas recorrentes, personagens e acontecimentos intrigantes, esclarecimentos sobre aspectos anteriormente obscuros, dúvidas, soluções e explicações. (LÜDKE; ANDRÉ, 2017, p.56).

As depurações das anotações do diário de bordo em relação aos pareceres

emitidos durante as atividades do curso, sofreram alterações, de maneira parcial e

integral. Exemplificando este processo no comentário de um dos participantes,

quando relata que os professores de sua escola não mostram interesse por nada

novo, que sempre pontuam a quantidade de tarefas e obrigações curriculares que já

cumprem. Outros coordenadores, após a saída do primeiro da sala, disseram que o

problema naquela escola era a forma como se davam as relações de todas as

partes envolvidas. Isso provoca nossa anotação de maneira ponderada, imparcial e

incentiva-nos a continuar explorando as formas de construção por meio dos RDD,

pelo fato da dificuldade em colher informações apenas oriundas dos discursos.

Posto, como forma de elucidar sobre as necessárias flexibilizações de um

processo de construção, ou seja, ao mesmo tempo que não houve adesão total e

nem a solução plena do assunto aplicativos educacionais, houve a significação para

os que se propuseram a fazer, isso reforça a ideia de experimentação e de processo

nunca findado, mas cíclico.

Seguimos com a coleta de dados por meio das produções realizadas com os

RDD, notamos a variação de adesão em todos os casos, lembrando que em todas

as ações, não controlamos frequência e nem cobramos adesão, optamos por

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argumentar a construção de significados para cada participante. Neste sentido,

notamos que as atividades com mais clareza, obviedade, de aplicação geravam

mais adesões, isso pode indicar, justamente, o período de flexibilidade e de

adaptação de processos, de ciclos de estudo.

Na produção por grupos, também adotamos uma postura observadora, ou

seja, incentivávamos a publicação no canal de WhatsApp dos momentos de estudo

do grupo, mas não cobrávamos tais ações de maneira incisiva.

No entanto, a produção era publicada nos canais escolhidos pelos

coordenadores no início do curso, como nas fichas de avaliação de aplicativo que

foram preenchidas online e na produção do material dos blogs como a leitura de

textos sobre práticas dos teóricos escolhidos e a publicação da produção de cada

grupo.

Uma das atividades exigia que os integrantes de cada grupo assistissem aos

vídeos sobre projetos, práticas inovadoras, escolas diversificadas e outros assuntos

relacionados ao contexto do curso e posterior apresentação das percepções do

grupo para os demais colegas. Neste sentido, a adesão foi alta e coube nossa

observação do significado do vídeo para novas formas de interagir, uma vez que o

material partiu de postagem no blog do curso.

Muitas ações de reforço de relacionamento foram disparadas ao longo do

curso, tais como almoços e cafés e um café da manhã especial que oferecemos no

dia dos professores, com muitos relatos de agradecimento pelo carinho. Isso posto,

para realçar a importância da construção dos relacionamentos, como parte que não

pode deixar de existir em ações que envolvam a coletividade.

Também contribuímos, por convite dos coordenadores, em uma palestra

tratando de avaliação somativa para o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade

Certa (PNAIC), no sentido de envolvimento com as problemáticas e demandas que a

rede de ensino e os coordenadores precisavam. Neste dia, eles estavam no papel

de formadores, pois após a nossa palestra os professores se dividiram em inúmeras

salas para formação com os coordenadores pedagógicos.

O foco da pesquisa, curso de formação continuada em serviço para

coordenadores, é um espaço vivo e em mutação, reforçando sobre as possibilidades

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de observação que nunca se findam e que também surgem do imprevisto, da

oportunidade não intencional que acaba construída pelo sentido das relações e dos

significados.

Clarificados os caminhos de relacionamento e coleta de dados, recorremos

ao Yin (2016) para estabelecer um paralelo de maneira mais sistemática da

caracterização da pesquisa qualitativa.

A primeira característica apontada pelo autor se refere ao contexto de estudar

a vida das pessoas, nas condições da vida real, no loco da pesquisa estávamos

inseridos no mundo do trabalho, de atuação dos coordenares pedagógicos, fora da

escola, mas em momentos reais de estudo coletivo entre pares.

Representamos as opiniões e perspectivas das pessoas, dos participantes do

estudo, e atendemos com a proposta de currículo construído coletivamente e

partindo dos apontamentos dos coordenadores.

Depois, seguem alguns relatos sobre a vivência dos participantes e

contribuições com revelações sobre conceitos existentes e emergentes que podem

auxiliar na explicação de alguns comportamentos. Tratamos destes itens tanto na

leitura da bibliografia sobre os perfis dos coordenadores pedagógicos no país, como

com os autores que tratam dos desafios das tecnologias educacionais e seus

significados de uso.

Por fim, o autor solicita o esforço para utilização de várias fontes de

evidência, ao invés de basear o estudo em uma única. Neste sentido, criamos todo o

cenário de múltiplos recursos e encaminhamentos e todo o contexto de significação

de uso para cada um, bem como, múltiplas formas de publicação.

Posto o nosso entendimento de caracterização da pesquisa qualitativa,

partimos pelo entendimento das variações de pesquisa qualitativa e, neste sentido,

Yin (2016) nos auxilia no entendimento do “estudo de observador-participante” e da

“pesquisa-ação”, a primeira porque nos colocamos no ambiente real estudado e a

segunda porque também fomos ativos em participações, como na condução da

construção do plano de curso coletivo.

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No sentido procedimental, o autor colabora no entendimento do

estabelecimento de protocolos, ao invés de simplesmente estabelecer instrumentos,

como roteiros de perguntas abertas e fechadas, como única fonte de dados.

Um protocolo deve implicar um amplo conjunto de comportamentos que você deve adotar, em vez de uma intenção bem-roteirizada entre você e sua fonte de evidência, tal como um participante em campo. Embora um protocolo possa ser preparado e estudado a partir de uma folha de papel, você não leva consigo um protocolo escrito durante um trabalho de campo. O protocolo está em sua cabeça e nesse sentido serve como uma estrutura mental. (Yin, 2016, p. 92)

Nosso protocolo seguiu ações intencionais pré-estabelecidas para a geração

de dados, tais como provocar o registro no grupo de WhatsApp, com perguntas,

links e atividades relacionadas ao curso, em fotografar e gravar as ações durante o

curso, em proporcionar registros de dados no blog, nas fichas de avaliação de

aplicativos e na composição do diário de campo. No entanto, como forma de

instrumentalizar e hibridizar a coleta, também não dispensamos a instrumentalização

que ocorreu por meio de questionário online.

Para a organização e análise dos dados gerados via ações nos meios digitais,

foram somados aos dados o questionário e passagens do diário de campo para

provocar possibilidades de leitura mais ricas, quando confrontadas com as teorias

que embasam o uso de tecnologias educacionais e dos RDD.

Em relação ao tempo de coleta de dados, Yin (2016) esclarece que os

pesquisadores podem estar em campo por períodos de tempo, como em nosso caso

que se estendeu por quatro meses e com presença esporádica. No entanto,

esclarecemos que nossa presença se dava com data agendada por conta do

contexto do curso e do cumprimento das regras solicitadas pela Secretaria de

Educação.

Outro ponto que julgamos convergente, que inclusive aparece no

questionário, é a construção ou apresentação do que Yin (2016) chama de “self

autêntico”, em relação à maneira como os pesquisadores se mostram aos

participantes, ação que desde o início ficou transparente nas intenções, na forma de

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pensar e de agir. A postura foi de liberdade de opiniões e da autenticidade de

condução, ou seja, professores como todos, com suas particularidades,

excentricidades, acertos e pontos a serem desenvolvidos.

Os tipos de dados que coletamos podem ser relacionados com exames na

pesquisa qualitativa, no sentido do produto de uma ação e somados aos contextos

de observação e da entrevista final.

“Dados” se referem a uma coleta de informações organizadas, geralmente o resultado de uma experiência, observação, experimento... Isso pode constituir de números, palavras, imagens, especialmente de medições de um conjunto de variáveis. (Yin, 2016, p.116)

No diário de bordo, apontamos por vezes a dificuldade de alguns participantes

em etapas ou comandos na utilização dos RDD, assim como também notamos que

o fazer em grupo quase sempre supria essa dificuldade, ora com auxílio direto e em

momentos inclusive de fazer para o colega, mesmo sem explicar o caminho. Posto

como conjunto de variáveis que nos auxiliaram na coleta de dados, inclusive para

elaboração do questionário de egresso.

Apresentadas as variáveis que compuseram nossa busca por evidências,

entre dados, sentimentos, observações e questionário, partimos para o caminho

metodológico de análise destes dados, ou seja, da construção da estrutura que nos

ajudou a estudar melhor o tratamento do problema proposto.

Primeiro construímos a tríade para a definição dos participantes da pesquisa

em relação ao cenário nacional, quem é o coordenador pedagógico das escolas

públicas do país, com base na legislação, em pesquisas e apontado em bibliografia

de autores sobre o tema.

Depois buscamos definir o loco, revisitar e explicitar a construção do curso,

definir o perfil do coordenador pedagógico da rede municipal de ensino de Peruíbe e

mostrar como se deu a construção do problema dentro deste cenário.

A terceira etapa foi a construção do estudo dos teóricos que nos ajudam a

embasar os aspectos epistemológicos que foram norteadores da análise dos dados

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colhidos e, neste capítulo, apresentamos os caminhos metodológicos adotados para

a construção do estudo.

Posto isso, partimos para a construção de categorias de análise que

atenderam a resposta de nossa pergunta e ao mesmo tempo todos os aspectos que

formam a relevância social do estudo.

O primeiro passo nessa análise é a construção de um conjunto de categorias descritivas. O referencial teórico do estudo fornece geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a primeira classificação dos dados. Em alguns casos, pode ser que essas categorias iniciais sejam suficientes, pois, sua amplitude e flexibilidade permitem abranger a maior parte dos dados. Em outros casos, as características especificas da situação podem exigir a criação de novas categorias conceituais. [...] é quando, por exemplo, categorias relacionadas são combinadas para formar conceitos mais abrangentes ou ideias muito amplas são subdivididas em componentes para facilitar a composição e apresentação dos dados. (LÜDKE; ANDRÉ, 2017, p.57-58).

As primeiras categorias que observamos foram referentes aos indícios de

utilização dos RDD dentro do curso de maneira satisfatória, ou seja, se houve

construção dos produtos combinados.

Passamos para a análise dos fazeres coletivos, uma vez que, pela lógica do

papel formativo que é atribuído ao coordenador pedagógico e ao mesmo tempo ao

estudo no mundo digital, em relação a forma de interagir e produzir, ambos exigem

essas habilidades dos atores.

A seguir, apresentamos as formas utilizadas no curso, para os momentos de

autoavaliação e de percepção de diferenças de aprendizagem, ou seja, quais

caminhos foram adotados para as tomadas de conscientização e tratamento da

importância das diferentes formas de estudar e interagir no mundo contemporâneo.

Os momentos de publicação e de utilização de novas formas de estudar,

interagir e de publicação também foram investigados nos dados, ou seja, se houve

algum indício ou comprovação de utilização de RDD durante os processos de

formação continuada em serviço nas escolas.

Por fim, analisarmos os questionários de egresso para identificar as

percepções sobre o curso e os possíveis significados apontados pelos participantes,

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bem como percepções de pontos de melhoria, assertivos e de retomada em outros

estudos.

Alguns dados registrados foram dispostos como anexo, para leitura integral

do leitor e selecionados de acordo com a pertinência para apresentação no corpo

central da pesquisa

Desta forma, caminhamos para as considerações, sempre infindas, pois

temos ciência da necessidade de olhares específicos para cada comunidade e

mesmo da transição de ideias, comportamentos e fazeres dentro da mesma cultura

escolar, e neste caso estamos tratando de dezenas de culturas escolares envolvidas

no curso de Peruíbe.

Partimos para a análise dos dados no próximo capítulo, seguindo um

protocolo de apresentação que oferece o momento de aplicação da sequência, o

propósito da ação no curso, o tempo de duração, a adesão dos participantes e,

posteriormente, a análise das categorias acima elencadas.

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5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES PRODUZIDAS DURANTE O ESTUDO DOS

COORDENADORES PEDAGÓGICOS

Neste capítulo seguimos o protocolo informado na metodologia para análise

das atividades que envolveram o uso de tecnologias digitais, sobretudo, com a

presença dos RDD nas intenções didáticas de aplicação. Retomamos pontos da

teoria de Pretto (2008), Rojo (2012) e Pérez Gómez (2015) e dos demais autores

que tratam dos desafios provocados pelas formas de ensinar e aprender da

contemporaneidade.

5.1. ATIVIDADES DE REFLEXÃO SOBRE AS FORMAS E PREFERÊNCIAS DE

ESTUDO

Relatamos, no capítulo 2, como foi construído o currículo de maneira coletiva

e das necessidades apontadas pelos participantes em relação ao uso dos RDD e da

exploração de novos caminhos para o estudo, tanto individual quanto coletivo.

Neste sentido, atividades que proporcionassem momentos de reflexão sobre

as dinâmicas e possibilidades didáticas de encaminhamento de estudos foram

oferecidas: vídeos de projetos e temas relacionados ao contexto, os mapas de

preferências de aprendizagem e um exercício de autoavaliação.

Na produção do estudo dos vídeos, cada grupo, composto por em média três

coordenadores, assistiu uma das obras propostas, realizou atividade de preparação

para uma apresentação sobre o enredo e uma proposta de discussão para

apresentação em grupo.

Quando visitamos os blogs produzidos pelos grupos, encontramos os

seguintes resultados para o material em vídeo:

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Figura 5.1 - Blog do Grupo 1

Fonte: Blog Estudos (2016) 9.

As participantes elaboraram o estudo da temática do vídeo em forma de

mapa conceitual, técnica que também estudamos no curso, e na exposição ao grupo

maior, realizaram dinâmica importante ao contexto da importância das experiências

que os alunos trazem consigo e os relacionamentos destes conhecimentos com

novos estudos na escola. O vídeo relata um trecho da série de televisão “Cidade dos

Homens”, com conteúdo referente à vinda da família real para o Brasil, por conta das

invasões francesas comandadas por Napoleão (todos os vídeos estão dispostos no

blog do curso10).

A imagem recebeu tratamento nosso por conta de conteúdo que não pode ser

publicado sem autorização dos proprietários da série, mesmo com uso exclusivo

para fim educacional e sem fins lucrativos.

9 Blog Estudos. Peruíbe, 2016. Disponível em: http://anaesterkakauestudos2016.blogspot.com.br /2016/11/mapa-cidade-dos-homens.html. Acesso em: 10/12/2017. 10Blog Artefato Didático. São Paulo, 2016. Disponível em: <https://artefatodidatico.blogspot.com.br>. Acesso em: 10/12/2017.

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Figura 5.2 – Blog do Grupo 2

Fonte: Blog Artefatosaka11 (2016).

As participantes assistiram ao vídeo de uma palestra do Professor Antônio

Nóvoa que trata do oficio de professor e, além da construção de uma apresentação

com pontos de reflexão, realizaram a dinâmica com todos do grupo maior em

encontro presencial.

Neste sentido, destacamos que os vídeos escolhidos tratam de diversos tipos

de gêneros, os conteúdos revisitados além de tratarem de problemáticas, boas

práticas, teorias e pontos de estudo da área, foram dispostos em documentários,

narrativas e palestras (diversidade de gêneros).

Houve apresentação de mais oito grupos e todos realizaram atividades

ligadas ao vídeo, tanto de confecção de esquema, resenha e mapa conceitual, como

na apresentação para os demais no grupo maior. Adiante, apresentaremos

formalmente mais blogs para que todas as atividades possam ser relatadas também

11 Blog Artefato Saka. Peruíbe, 2016. Disponível em: http://artefatosaka.blogspot.com.br. Acesso

em: 10/12/2017.

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de maneira imagética, então, o leitor poderá acessar o hiperlink de cada um para

conhecer a produção dos participantes.

Seguindo o protocolo estabelecido no capítulo anterior, analisamos o uso do

RDD “vídeo” com a seguintes categorias:

a) Indícios de utilização do RDD;

Houve utilização dos vídeos, efetividade da proposta de produção e

socialização das reflexões. Neste sentido os vídeos cumpriram o proposto

em relação ao estudo de múltiplas possibilidades de organização da

escola, do significado de estudar e de revisitação das teorias aplicadas na

prática escolar. Houve desenvolvimento de habilidades com o RDD, como

acesso, troca de hiperlinks e de redesign de produções.

b) Papel formativo (produções coletivas);

A produção coletiva ocorreu na forma de produção do material de

apresentação e de aplicação das dinâmicas de mediação que os

participantes de cada grupo trouxeram ao grupo maior, isso pode significar

produção coletiva para fim de formação em serviço, uma vez que estes

processos de sistematização de propostas de estudo englobam as

atividades formativas atribuídas ao coordenador pedagógico, tanto por

Davis (2011) como por inúmeros dos autores que estudamos.

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

Nesta categoria, recorreremos ao questionário, que será apresentado na

integra adiante, como forma de buscar subsídios que apontem o recurso

posto como significativo nas respostas dos participantes.

Os vídeos não apareceram nos comentários qualitativos dos

questionários, mas na medição fechada, cinquenta e cinco (55) por cento

relataram que o recurso foi importante para o estudo no curso.

d) Publicação.

O recurso gerou produção e publicação de todos os grupos nos blogs, isso

aponta-nos que a forma de estudo e produção textual atendeu ao que

esperávamos, no sentido de hibridização por conta dos slides salvos como

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imagem que a maioria dos grupos publicaram, como o interesse em

participar e aprender as técnicas que possibilitassem a escrita no

ambiente digital.

O segundo recurso que analisamos neste item, refere-se ás percepções das

preferências de aprendizagem baseadas na obra de Mazuroski; Amato; Jasinski;

Saito (2008) sobre os estilos de aprendizagem e adaptada dos estudos de Reid

(2008) tratando da percepção destes estilos. A atividade foi aplicada para percepção

das indicações dos estilos de aprendizagem dos participantes do grupo e, apesar da

descaracterização de precisão, auxilia nos momentos de observação da diversidade

de preferências nos momentos de estudo.

Momentos de tomada de consciência para todas as propostas de abordagens

que levem aos momentos de interação construtiva com todos os alunos, está, de

maneira intrínseca, ligada aos pressupostos que apresentamos no capítulo 3, pois a

utilização do RDD, em nosso entendimento, deve acompanhar a dinâmica adequada

às formas de estudar e produzir contemporâneas e não servir como mais uma fonte

de réplica para a busca por excelência, no sentido de quantificar conteúdos

aprendidos.

O documento com a atividade do Mapa de Preferências de Aprendizagem

(MPA) e os resultados integrais do grupo de coordenadores participantes do curso

estão dispostos no “Anexo I - Material de Aplicação e Indicadores do Mapa de

Preferências de Aprendizagem dos Participantes” desta pesquisa. Para seguir nosso

protocolo e categorias selecionamos o gráfico que aponta as percepções de

preferências apresenta nesta atividade de grupo.

O MPA não é um RDD, porém alguns softwares são utilizados para edição,

tabulação e geração dos gráficos de resultados, e neste contexto utilizamos o Power

Point e o Excel para composição do material de análise. Para os momentos do curso

seria inadequado a não apresentação dos recursos que auxiliam nas composições

hibridas que tratamos na teoria, como também das múltiplas formas de utilizar RDD

para auxiliar construções que porventura surjam no contexto dos momentos de

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formação continuada em serviço que eles ofereçam aos professores, ou mesmo, em

projetos que sejam desenvolvidos com os alunos e a comunidade.

Gráfico 5.1 – Mapa de preferências de aprendizagem dos participantes da pesquisa

PrincipalMenor

Indiferente

0

10

20

30

40

50

60 50 50 50 5055

28

50

4145 45

3640

0

95 5

9

32

Mapa Geral da Equipe

Principal Menor Indiferente

Fonte: Mapa construído em atividade coletiva no grupo participante (2016).

Seguindo a premissa de análise, optamos por comentar as nossas

percepções sobre a atividade seguindo o protocolo, com algumas adaptações:

a) Indícios de utilização da atividade;

A confecção do MPA dos participantes proporcionou algumas leituras

referentes aos pressupostos que podem levar ao entendimento das

habilidades desenvolvidas pelas práticas da escola da excelência, tais

como a facilidade em optar por atividades que envolvam habilidades

visuais e de caráter individual.

No entanto, é perceptível que as habilidades do fazer envolvendo as

funções cenestésicas foram desenvolvidas e, neste sentido, podemos

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supor que, talvez, sejam oriundas das habilidades solicitadas pelos

fazeres da profissão e do cotidiano.

Porém, o canal do fazer coletivo chamou-nos atenção e gerou ponto de

discussão em todas as etapas dos debates, pois tanto a função do fazer

coletivo inerente ao papel do coordenador pedagógico, como a utilização

dos RDD para construções, exigem o desenvolvimento de habilidades

relacionadas com a coletividade.

b) Papel formativo (produções coletivas);

Em relação ao papel formativo, realizamos algumas sequências de

debates sobre a importância do desenvolvimento de habilidades globais,

retomando Aebli (1971) e o sentido de “majoração” indicado por Piaget

(1999), ou seja, da intenção de expor o estudante à resolução de

problemas que levem ao desenvolvimento cíclico, nunca findado.

Também, tratamos dos pontos do fazer coletivo tanto no sentido do papel

do gestor escolar como nas questões que envolvem os planos de vida e

as construções coletivas postas por Pérez Gómez (2015).

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

O MPA não gerou citações qualitativas no questionário e nem nos

depoimentos anotados no diário de bordo e na questão fechada não

coube a pergunta por conta da não caracterização do recurso como RDD.

d) Publicação.

Houve publicação no blog “Artefato Didático12” como forma de socialização

e leitura dinâmica do recurso e dos resultados gerados. Disposto online e

como anexo para variações de leitura da preferência do leitor.

Ainda no ciclo de avaliações, no curso, aplicamos o Levantamento das

Competências Docentes (LCD) desenvolvido por Carvalho (2015) e que busca

momento de reflexão sobre as competências apontadas como inerentes ao exercício

12Blog Artefato Didático. São Paulo, 2016. Disponível em: https://artefatodidatico.blogspot.com.br

/2016/10/mpa-mapa-de-preferencias-de.html. Acesso em: 10/12/2017.

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do magistério com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de

Pedagogia e nas autoras Dias; Lopes (2003).

O rol de competências apresentados no instrumento de autoavaliação LCD,

tratava das seguintes premissas:

I. o ensino visando à aprendizagem do aluno;

II. o acolhimento e o trato da diversidade;

III. o exercício de atividades de enriquecimento cultural;

IV. o aprimoramento em práticas investigativas;

V. a elaboração e a execução de projetos de desenvolvimento dos

conteúdos curriculares;

VI. o uso de tecnologias da informação e da comunicação e de

metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores;

VII. o desenvolvimento de hábitos de colaboração e de trabalho em equipe.

Após a aplicação da atividade do LCD, realizamos momento de exposição

espontânea dos participantes em relação às suas interpretações dos resultados e,

neste contexto, o ideal era provocar situação de pausa para reflexão sobre a

atuação e preocupações de cada participante em relação à atuação no cotidiano.

Gráfico 5.2 – Percepção das competências docentes

Fonte: Mapa construído em atividade individual no grupo participante (2016).

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Solicitamos aos participantes que nos fornecessem o material sem nomes nas

fichas, para composição na pesquisa, e colhemos vinte (20) formulários doados sem

a identificação do participante.

O uso de tecnologias da informação e da comunicação e de metodologias,

competência VI, foi apontada no conjunto como a menor em relação às

preocupações e ou domínio pelos participantes. Neste sentido, conseguimos refletir

sobre a real necessidade apontada pelos participantes em relação aos estudos que

envolvessem o uso de novas tecnologias e dos RDD.

No contexto do curso, as avaliações formativas foram inseridas ao longo de

cada encontro, nos momentos de interação via WhatsApp e ainda aplicamos o

questionário final de caráter somativo.

Seguindo o protocolo e os critérios para análise, buscamos por pontos

relevantes sobre o contexto da atividade:

a) Indícios de utilização da atividade;

A atividade teve êxito no momento de autoavaliação e parada para

reflexões coletivas voluntárias, sobre competências já desenvolvidas e

reconhecidas e algumas que ainda eram pontos de desenvolvimento por

parte dos participantes.

O fato de avaliar como forma de proporcionar condições de planificação

para a melhoria, exige o reconhecimento de processos mais abrangentes,

que envolvam pontos qualitativos. Neste sentido, Libâneo (2004) trata do

papel do coordenador pedagógico como articulador das práticas

avaliativas.

b) Papel formativo (produções coletivas);

Notamos que os participantes tiveram interesse em receber as matrizes do

LCD, assim como do MPA para aplicações em momentos de HTPC com

suas equipes nas escolas.

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Portanto, para além de nossa constatação sobre a competência VI,

percebemos que todo o processo pedagógico tem necessidade de

incorporar a avaliação somativa, formativa e global em suas etapas, além

do papel formativo de quebrar os mitos sobre os motivos e caminhos,

passando de naturalizações ligadas à classificação, para tratamento

qualitativo dos pontos de melhoria.

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

O LCD não gerou citações qualitativas no questionário e nem nos

depoimentos anotados no diário de bordo, e na questão fechada não

coube a pergunta por conta da não caracterização do recurso como RDD.

d) Publicação.

Por motivo de coerência a publicação do LCD ocorrerá apenas na

pesquisa, no blog não seria útil análises sobre as reflexões dos

participantes, mas, sim, a análise individual dos julgamentos individuais

levantados com a atividade e, porventura, socializados de maneira

espontânea.

Contudo, o processo foi produtivo para a pesquisa e para os contextos

expostos como importantes para os participantes, tomando os processos

avaliativos como necessidade inerente ao curso ou mesmo primordial aos processos

que pretendem estabelecer processos cíclicos com possibilidades de retomadas.

No próximo item, retomaremos as apresentações dos blogs com breve

apresentação de grupos que não foram apresentados no começo deste item e com o

estudo da utilização dos RDD.

5.2. CONSTRUÇÃO DOS BLOGS E RELACIONAMENTOS COM OS CONTEÚDOS

DO CURSO

A construção dos blogs foi inserida como canal de produção e publicação dos

conteúdos e pesquisas relacionadas ao curso e, também, como conteúdo para o

desenvolvimento da utilização das tecnologias, neste caso, posto como RDD.

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Também, relacionamos outros caminhos de estudo e publicação como os

mapas conceituais, o tratamento de fotografias e de softwares de edição online e off-

line, ampliando o rol de RDD oferecido nos processos de construção e estudo.

Foram criados dez (10) blogs que estão relacionados por meio de hiperlink

com o blog “Artefato Didático” produzido pelos pesquisadores, que serviram como

cadernos digitais e para momentos de ampliação dos estudos propostos no curso.

Percebemos que os grupos optaram por construções que seguiram a divisão dos

estudos presenciais e outros que se subdividiram ou mesmo optaram pela

construção individual, o que converge com o apresentado no MPA sobre

preferências de forma de estudo.

Quando acessamos as construções desenvolvidas nos blogs, percebemos as

variações de produção, mesmo postas as atividades programadas no curso, neste

contexto destacamos:

Figura 5.3 – Blog do Grupo 3

Fonte: Blog “Ensino e Aprendizagem13 (2016).

13 Blog Ensino e Aprendizagem Goma. Peruíbe, 2016. Disponível em: http://ensinoeapren dizagemgoma.blogspot.com.br. Acesso em: 10/12/2017.

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O grupo 3 apresentou, dentre todas as construções no blog, os mapas

conceituais confeccionados com o software “Mindomo” e produto dos estudos

realizados com os professores nos HTPC.

Fica clara a publicação por meio de RDD e ainda dos conteúdos estudados

no curso e contextualizados para aplicação nos momentos de formação continuada

em serviço nas escolas da rede.

Figura 5.4 – Blog do Grupo 4

Fonte: Blog “Práticas Pedagógicas Peruíbe14” (2016).

Nesta publicação do Grupo 4, percebemos a utilização do mapa conceitual

confeccionado online e relacionado com três autores que estudamos no curso e nas

intenções didáticas que convergem ou atendem a alternações entre prática e teoria,

organização e encaminhamento didático.

No sentido de ampliação da teoria e de novos caminhos para a socialização,

percebemos que o Grupo 5 apresentou reflexões sobre “A construção de

14 Blog Práticas Pedagógicas. Peruíbe, 2016. Disponível em: http://praticaspeda gogicasperuibe.blogspot.com.br. Acesso em: 10/12/2017.

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ecossistemas educativos: reinventar a escola” de Candau (2007) e encontramos

uma frase das coordenadoras que se refere aos pensamentos da autora e que

converge também com o sentido de utilização dos RDD como apoiadores da

estratégia: “libertar o potencial transformador das práticas educativas”.

Também percebemos a hibridização dos RDD utilizados pelo grupo na

construção dos mapas conceituais, como o software Power Point associado ao

Mindomo na mesma sequência de construção.

Figura 5.5 – Blog do Grupo 5

Fonte: Blog “Bate Papo Educação15” (2016).

Postas as características de construção nos blogs, como cadernos e espaço

de ampliação, socialização e multiletramento, seguimos com nossa análise do

protocolo e dos critérios de análise do RDD.

a) Indícios de utilização do RDD;

15 Blog Bate-Papo Educação. Peruíbe, 2016. Disponível em: http://batepapoeducacao.blogspot.com.br. Acesso em: 10/12/2017.

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106

Todos os grupos apresentaram as atividades solicitadas de construção e

publicação no blog e, neste contexto, conseguiram dominar a utilização de

editores de imagem e de softwares de conversão como, por exemplo,

transformar slides do Power Point em imagem para carregá-las nos posts

do blog.

Alves (2011) trata dos sentidos de prática, experimentação e

demonstração que os RDD podem ocasionar e no sentido de projétil

houve percepção deste papel com os blogs, que também atenderam aos

multiletramentos retratados por Rojo (2012), nos sentidos multimodais e

dos hibridismos.

Por meio da experimentação, dos primeiros remixes, abriu-se caminho

para uma nova forma de fazer em curso de formação continuada em

serviço, e também de conversão de linguagem, a da tela, com técnica

como aborda Pérez Gómez (2015).

b) Papel formativo (produções coletivas);

Houve ampliação de assuntos e publicações ligadas à aplicação em

formação continuada em serviço nas escolas, mesmo que de maneira

ainda tímida ou fracionada.

Processo que pode levar ao contexto de estudo, no ambiente escolar,

ações de possiblidades de transformação, de maneiras múltiplas e, talvez,

incontáveis com o tempo como Cupani (2004) apresenta em sua obra.

Outro sentido, refere-se às responsabilidades, à coautoria e aos caminhos

de definição da própria aprendizagem, postos por Pérez Gómez (2015) e

pelo papel do blog como caminho não findado em plataforma fechada,

mas com possiblidade de criação e ampliação, como trata Pretto (2008)

em relação aos RDD limitados em relação aos conteúdos

pré-determinados.

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

A utilização do blog gerou muitos comentários na avaliação qualitativa dos

participantes, que pontuaram sobre a frequência de leitura no blog, a

questão dos compartilhamentos e das possibilidades de publicação.

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107

Na questão quantitativa, o blog foi apontado por cem (100) por cento dos

participantes como RDD importante para o estudo e, devido ao

apontamento, levantaremos algumas questões acerca dos espaços

digitais postas por Nogueira; Uezu (2012) e o sentido assíncrono deste

RDD.

Os autores tratam do blog com definições de outros pesquisadores, mas,

sobretudo, como um diário de bordo digital, convergindo com nossa ideia

de caderno digital e, também, retratam como um ambiente de troca de

possibilidades de ações múltiplas.

d) Publicação.

O RDD proporcionou inúmeras publicações solicitadas dos grupos durante

o curso, também ocasionou publicações de ampliações dos estudos e de

momentos de formação continuada em serviço nos momentos de HTPC.

Trataremos no próximo item da utilização de aplicativos educacionais

dispostos nas lojas de sistemas operacionais para mobiles (iOS e Andriod), que

contou com base teórica partindo de pesquisa da universidade de Hull na Escócia.

5.3. MOBILES E APLICATIVOS EDUCACIONAIS POSTOS COMO RDD

Burden (2012) defende a utilização dos mobiles (tablets) em três modelos de

utilização na pesquisa “iPad Scotland Evaluation”, o primeiro referente ao uso do

hardware em algumas atividades, o segundo referente ao uso em todo o tempo na

escola e o último quando o aluno utiliza em tempo integral, inclusive em casa.

Os três modelos apresentaram, segundo a pesquisa, pontos importantes de

auxílio nas construções dos alunos, tanto em pesquisas como em produções com

conteúdos determinados, postas as regras do currículo e da legislação educacional

escocesa. Neste contexto, percebemos, por experiência de outras aplicações no

Brasil, que o potencial dos mobiles e aplicativos como RDD podem atender às

realidades de múltiplas comunidades escolares.

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O propósito, deste recurso aceito pelos participantes do curso estava ligado

ao rol de premissas discutidas no grupo: ser de acesso gratuito, propiciar avaliação

prévia e resolução da equação de projeção partindo de qualquer aparelho mobile,

independente de marca.

Desenvolvemos uma ficha de avaliação e criamos uma tabela de aplicativos

pesquisados pelo grupo, com algumas apresentações da intenção didática de

maneira coletiva no encontro presencial. Publicaremos no “Anexo II - Tabela e

Material de Avaliação de Aplicativos Educacionais” com a lista completa da pesquisa

e a ficha de avaliação online que também está disponível no blog do curso16.

Concomitante com a pesquisa e produção de uma avaliação por grupo,

iniciamos estudos referentes as projeções, por conta da socialização do uso na

escola e com a ideia que partisse do mobile do professor, pois mesmo que no futuro

ocorra a oferta de mobiles nas escolas da rede, o ideal era partir de uma solução

que envolvesse baixo custo e possibilitasse aplicações em diversas comunidades

escolares da rede.

Os resultados que analisamos, seguindo o protocolo estabelecido, foram

consistentes e, neste sentido, tomamos como exemplo a publicação da sequência

em forma de oficina no V Seminário Web Currículo da PUC – SP em outubro de

201717.

Na publicação, o leitor poderá acessar a técnica utilizada e os aparelhos

necessários para projetar os aplicativos, além do rol online dos aplicativos

pesquisados pelo grupo de coordenadores pedagógicos de Peruíbe.

Figura 5.6 – Publicação da atividade: aplicativos educacionais

16 Ficha de Avaliação de Aplicativos. Disponível em: https://www.survio .com/survey/w/D6W1M5B9Y6A5K8A7L. Acesso em: 10/12/2017. 17 Lista de Trabalhos Aprovados. Disponível em: http://www.pucsp.br /webcurriculo/downloads/trabalhos-aprovados/trabalhos-aprovados-lista-geral-oficina. pdf. Acesso em: 10/12/2017.

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Fonte: Blog “Artefato Didático” (2016).

Também, ocorreram publicações nos blogs dos participantes que além da

ficha de avaliação construíram mapas conceituais dos aplicativos avaliados.

Figura 5.7 – Blog do Grupo 6

Fonte: Blog “Anaesterkakau Estudos 201618” (2016)

O Grupo 719 publicou material no blog, além da ficha de avaliação de

aplicativos, e postou um relato de aplicação referente ao acesso de um aluno de

inclusão com tecnologia assistiva.

“Na turma de Infantil II (4 anos) da EMEI Jardim Brasil, a professora utiliza o "alfabeto melado" em seu celular, inicialmente o aplicativo foi utilizado para chamar a atenção de um aluno autista que ainda não se propõe a utilizar o lápis ou outros instrumentos, além de gostar muito de música. Utilizando o aplicativo, a professora conseguiu chamar a atenção dele que já consegue passar o dedo pelas letrinhas alcançando o objetivo do jogo. As outras crianças também se interessaram, assim em momentos de brincadeiras livres, a professora vai chamando os alunos pela letra inicial do nome para

18Blog Ana, Ester e Kakau. Peruíbe, 2016. Disponível em: <http://anaesterkakauestudos2016.blogspot. com.br/2016/11/blog-post.html>. Acesso em: 10/12/2017. 19 Blog TCTE. Peruíbe, 2016. Disponível em: <http://tcteperuibe.blogspot.com.br/2016/10/avaliacao-de-aplicativo.html>. Acesso em: 10/12/2017.

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que todos possam passar o dedo pela sua letra e ouvir a música e as três palavras que começam com a mesma letra que seu nome. ” (Blog “TCTE Peruíbe, 2016).

Em relação a análise do protocolo e dos critérios o RDD aplicativos

educacionais, sobre nossos julgamentos, apresenta as seguintes leituras:

a) Indícios de utilização do RDD;

Os grupos apresentaram as fichas de avaliação e os momentos de

projeção dos aplicativos foram realizados em dois encontros, o que

mostrou grau de interesse satisfatório dos participantes.

O entendimento de adaptação, ou seja, de remixes em relação ao

contexto de utilização, posto o ambiente da pesquisa de Burden (2012),

ocorreu de maneira muito satisfatória, ou seja, além da possibilidade de

utilização variada dos aplicativos educacionais, as adaptações em relação

aos custos e projeções reais de uso ocorreram no contexto do estudo.

b) Papel formativo (produções coletivas);

Tanto o interesse pelas tomadas de preços em relação às possibilidades

de aquisição de hardwares que possibilitassem projeção, como o relato de

prática posto acima, de maneira espontânea, indicam que a produção foi

coletiva e colaborativa.

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

Os relatos de importância de RDD acessíveis do ponto de vista econômico

e da possibilidade do uso dos mobiles com funções didáticas pertinentes

ao curso, geraram apropriação e possibilidades de construção,

modificação e contextualização da tecnologia como produtora de materiais

de apoio.

Houve relato nas questões qualitativas sobre o estudo com aplicativos

educacionais.

d) Publicação.

Os aplicativos geraram doze (12) sugestões avaliadas nas fichas e

algumas publicações nos blogs em forma de texto e mapas conceituais, no

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entanto, percebemos que a publicação mais consistente em relação ao

papel formativo do coordenar pedagógico foi relacionada ao relato de

prática do Grupo 7, conforme o relato publicado na página anterior.

Contudo, necessitamos esclarecer ainda que os aplicativos foram estudados

com variações em relação ao gênero, ou seja, com visões múltiplas de

possibilidades de apresentação:

a) Aplicativos de conteúdo – são caracterizados por apresentarem conteúdos

pré-estabelecidos, como o aplicativo disposto no relato de prática;

b) Aplicativos de construção – são caracterizados por permitirem que o

usuário confeccione conteúdos autorais, com o sem inserção de imagens,

som e outros recursos externos ao software;

c) Aplicativos de publicação – são caracterizados, por vezes, com

plataformas que permitem a socialização do conteúdo produzido pelo

usuário, que podem abranger o âmbito do aplicativo e outros canais de

comunicação mediada, geralmente digitais.

Importante ponto de convergência com as colocações de Pretto (2008) sobre

os pontos de não delimitação dos recursos digitais como espaços de consumo de

conteúdos prontos, findados nos ideais de tratamento do autor do material, ou seja,

RDD que permitam a construção dos estudantes/usuários.

No próximo item trataremos das publicações ocorridas no grupo de WhatsApp

“Estudos” de Peruíbe que foi criado exclusivamente para o curso com o intuito de

dinamizar os momentos de troca entre os participantes e também como um ponto de

observação do aplicativo como recurso.

5.4. WHATSAPP COMO RDD

O software foi incorporado ao curso como RDD para comunicação entre os

participantes, de maneira que os assuntos fossem socializados com maior

velocidade, no entanto, ao longo dos intervalos quinzenais dos encontros

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presenciais, os contextos de comunicação tomaram formas variadas de socialização

de pontos de estudo, pesquisa, de práticas realizadas para o curso e nos momentos

de formação continuada em serviço que os coordenadores pedagógicos realizaram

nas escolas da rede.

A seguir estão trechos das mensagens trocados que foram apresentados no

artigo para o seminário.

Este contexto nos provocou a observar o WhatsApp como RDD e ampliar os

estudos como a publicação de uma análise do recorte no V Seminário Web

Currículo20: Educação e Cultura Digital da PUC – SP. Dispusemos no “Anexo III –

Sequências de Conversa no Grupo “Estudos” Via Whatsapp”, ampliações das

sequências para além das apresentadas neste item, com o objetivo de maior

possibilidade de leitura.

Figura 5.8 – Sequência de apresentação dos mapas aos professores

(continua)

20 LISTA DE TRABALHOS APROVADOS. Disponível em: http://www.pucsp.br/webcurriculo /downloads/trabalhos-aprovados/trabalhos-aprovados_relato.pdf. Acesso em: 10/12/2017.

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113

(continuação)

Fonte: Conversas do Grupo “Estudos” (2016).

O grupo “Estudos” foi criado por uma das coordenadoras pedagógicas e se

tornou o principal canal de comunicação do curso, pois todos os participantes foram

inseridos.

A sequência apresentada nas imagens acima, mostra o resultado da

formação sobre o Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa (PNAIC),

estudado por meio da confecção de mapas conceituais e aplicado pelos

coordenadores pedagógicos, sem a participação dos pesquisadores, uma vez que,

se tratou de uma ação de formação continuada em serviço oriunda de demanda do

Ministério da Educação (MEC).

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Figura 5.9 – Sequência de apresentação dos mapas aos professores em HTPC

Fonte: Conversas do Grupo “Estudos”(2016).

A segunda sequência apresenta a estratégia relacionada aos mapas

conceituais em outro momento, nos HTPC que são realizados semanalmente nas

escolas da rede de ensino.

Figura 5.10 – Ampliações de pesquisa sobre RDD

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115

Fonte: Conversas do Grupo “Estudos” (2016).

Nesta conversa, percebemos a ampliação de pesquisa em relação à projeção

de aplicativos e os incentivos para os momentos de publicação dos projetos

realizados nas unidades escolares, todos têm sentido de troca, de significação para

o curso e a pesquisa e, principalmente, nas evidências de significado para os

participantes.

Figura 5.11 – Acesso ao material completo das sequências

Fonte: Blog “Artafato Didático” (2016).

Dispusemos o link para acesso à publicação digital das sequências que

compuseram o material de análise deste RDD. Contudo, seguimos para a análise

dos critérios elencados em nosso protocolo:

a) Indícios de utilização do RDD;

Notamos que houve adesão e poucas dificuldades na utilização do

WhatsApp, talvez por familiaridade com o recurso em situações do

cotidiano, como expõem Rojo (2012) e Pérez Gómez (2015) sobre o

sentido de mutação das formas de comunicação independentes dos

contextos curriculares das escolas formais.

No entanto, jugamos necessário relatar que alguns participantes não

interagiram no RDD, por opção e que também respeitamos todas as

decisões particulares.

b) Papel formativo (produções coletivas);

A observação das sequências nos indica caminhos de troca entre os

participantes e o contexto do papel formativo no sentido de vivenciarem a

socialização de boas práticas por meio do recurso.

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116

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

Conforme informamos na análise da utilização, a tomada de consciência

ocorreu de forma facultativa por conta de o número de participantes não

representar o total de matriculados no curso.

Houve muitas publicações e incentivos à processos de publicação das

práticas de projetos nas escolas e isso aponta indícios que o RDD

ofereceu significado para os momentos de troca.

d) Publicação.

Ocorreram publicações relacionadas aos contextos de ampliação dos

conteúdos e recursos estudados no curso, tanto dos digitais como dos

analógicos.

A última publicação no grupo ocorreu em 09/12/2017, quase um ano

posterior ao término do curso e ainda são compartilhados links para estudo

e cursos, vídeos, solicitações de certificados de conclusão do curso e

algumas questões do cotidiano de Peruíbe, como a questão da usina

termoelétrica que seria construída no município.

A partir dos dados analisados, destacamos a importância da criação do

vínculo apontado por Lüdke; André (2017), ou seja, do tempo de preparação,

aproximação e vínculo que devem ser criados para que os pesquisadores possam

ter espaço e aceitação por parte dos participantes.

Também, referentes às intenções de papéis formativos, de troca e de tudo o

que estudamos em relação aos ambientes colaborativos dos multiletramentos de

Rojo (2012), como o canal de WhatsApp e suas possibilidades de publicações: links,

fotos, vídeos, texto escrito etc.

No próximo tópico apresentaremos análise de RDD variados como estratégia

de construção de gênero textual digital e a utilização de QR Code para socialização

das produções.

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5.5. AULA-PASSEIO E QR CODE COMO RDD PARA PRODUÇÃO TEXTUAL

Retomando o tratamento dos multiletramentos de Rojo (2012), o habitus de

Bourdieu (2003) e o auxílio da técnica para o estudo da tecnologia digital de Pérez

Gómez (2015), no penúltimo encontro do curso, realizamos a revisitação de Freinet,

(1975) sobre a técnica da aula-passeio e a produção de textos utilizando RDD

variados, como: softwares de fotografia dos mobiles, editores dispostos nos

computadores do laboratório ou baixados, como o Photoscape, e a produção dos

QR Codes por meio de softwares online. Desta forma, o hábito de produção de

texto, desde então registrado no papel, exigiu dispositivos múltiplos, técnica e foi

associado à prática da aula-passeio apresentada.

Posto, como desafio, e pensado para esta pesquisa, a geração dos links com

o QR Code foi apenas explicada pelos formadores e a execução observada sem

interferências na execução.

Figura 5.12 – Blog do Grupo 8

Fonte: Blog “Comportamento e Aprendizagem21” (2016).

21 Blog Comportamento e Aprendizagem. Peruíbe, 2016 Disponível em: <http://comportamento eaprendizagem.blogspot.com.br>. Acesso em: 10/12/2017.

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O grupo 8 desenvolveu um texto sobre o passeio que realizamos no entorno

da universidade, local do curso, tratou da natureza presente no ambiente, reproduziu

as fotografias colhidas inseridas no Power Point e salvas como imagens no

Photoscape, mas não apresentou o QR Code. O mesmo aconteceu com o Grupo 922

que apresentou texto tratando das raízes de uma árvore do entorno e utilizou os

editores de imagem para transferir as fotografias para o blog, sem a utilização do

Power Point e sem a criação do QR Code.

Alguns grupos criaram os links por meio do software online, porém, utilizaram

versões gratuitas que determinam prazo para validade do link, de tal forma, que não

vale a publicação para acesso com a finalização do prazo.

Porém, como forma de ampliação da temática o blog do Grupo 1023, realizou

a publicação do QR Code e ainda contextualizou a prática com a socialização de um

projeto realizado com o intuito de publicação dos textos dos alunos.

Os alunos da Cidade de Peruíbe, Litoral Sul de São Paulo, participaram com 340 escolas de todo o Brasil, ao todo cerca de 45 mil alunos do Projeto de Leitura LER É BOM.EXPERIMENTE! Os textos escritos pelas crianças a partir da leitura do Livro que receberam - Quinho e seu cãozinho - Acampamento escoteiro, foram selecionados primeiramente na própria escola e então enviados para o Projeto. O Projeto selecionou 37 trabalhos para compor o Livro "As melhores histórias dos Projetos de Leitura - Volume 8". O livro contém uma crônica de Laé de Souza e textos de alunos de 08 a 16 anos. PARABÉNS AOS JOVENS ESCRITORES E SUAS PROFESSORAS E EQUIPE ESCOLAR. (Blog “anacoordinfantil”, 2016).

Para além das questões de tempo e de efetividade do RDD, por conta do

prazo de validade da versão gratuita dos links gerados via QR Code, a percepção da

socialização de projetos pode levar a interpretações variadas do sentido de realizar

a aula-passeio, observar o cotidiano e tratar seus assuntos, como o projeto que

publicou textos de alunos da rede municipal de ensino de Peruíbe.

Seguindo o protocolo e os critérios de análise do RDD:

22 Blog Aprendizagens, Peruíbe, 2016. Disponível em: <https://aprendizagens2016.blogspot.com.br/ 2016/11/que-raizes-te-sustentam.html>. Acesso em: 10/12/2017. 23 Blog Ana Coord. Infantil. Peruíbe, 2016. Disponível em: <http://anacoordinfantil.blogspot.com.br>. Acesso em: 10/12/2017.

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a) Indícios de utilização do RDD;

Não ocorreu de maneira autônoma, ou seja, alguns grupos conseguiram e

outros não realizaram a confecção do link por meio de software online.

Para a nossa observação este ponto, promoveu indícios da necessidade

da vivencia do passo a passo da técnica, de maneira como podemos

comparar a produção textual de um gênero, na qual, o estudante é

acompanhado passo a passo com intervenções do mediador. Aqui fica

evidente a necessidade de potencializar a inteligência coletiva nos

processos de aprendizagem mediados por RDD.

b) Papel formativo (produções coletivas);

O fato da publicação do projeto que envolveu os alunos é uma ação de

caráter formativo, ou seja, da importância de produção textual para a

publicação, leitura e feedback: utilização social dos textos.

c) Tomada de consciência da efetividade do recurso;

A análise pode ser interpretada, por nós, como a tomada de consciência

em relação à produção textual em múltiplas linguagens e da não formação

de consciência em relação ao significado de utilização do QR Code.

Quando buscamos na amostra disposta no questionário de egresso,

encontramos o recurso como apontado, parcialmente. Isso pode significar

que houve curiosidade, mas não a utilização de maneira efetiva.

d) Publicação.

As publicações foram parciais, mas destacamos o relacionamento do blog

do Grupo 10 com uma ação de projeto que envolveu os alunos. Posto

como ponto de valor para socialização e divulgação dos resultados dos

trabalhos coletivos de professores e alunos envolvidos.

No último item deste capítulo, julgamos pertinente apresentar o questionário

de avaliação do curso, como egresso e também como RDD, pois tratou da

experimentação dos participantes em relação aos questionários online.

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5.6. QUESTIONÁRIO DE EGRESSO ONLINE

Solicitamos aos participantes que de maneira livre e sem a apresentação de

nomes avaliassem o curso por meio de questionário disposto em link no blog do

curso. Os participantes já tinham preenchido um formulário parecido na avaliação

dos aplicativos, mas julgamos interessante que avaliassem de forma individual o

curso e consequentemente uma nova possibilidade deste RDD.

Coletamos treze (13) avaliações que correspondem a cinquenta e quatro (54)

por cento dos participantes, uma vez que, dos vinte e seis (26) matriculados, dois

tiveram autorização da rede para não frequentarem o curso por motivos particulares.

Nosso objetivo em apresentar o resultado desta avaliação neste momento, é

de relação com as análises qualitativas que realizamos e de compromisso, iminente

com as colocações realizadas pelos participantes, de suma importância para a

composição desta pesquisa.

O instrumento foi composto por vinte e uma (21) questões, com onze (11)

questões fechadas e dez (10) questões abertas que serão integralmente relatadas

neste item, na “Questão 1”, tratamos das impressões que os participantes tiveram

em relação ao curso.

Gráfico 5.3 – Impressão sobre o curso

0 0

14.3

35.7

50

Qual a sua impressão sobre o curso?

Ruim Regular Boa Muto Boa Excelente

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Fonte: Questionário de Egresso

A impressão que obtivemos com a leitura do resultado é que dos

coordenadores pedagógicos que responderam ao questionário, a grande maioria

apontou como muito boa ou excelente sua impressão sobre o curso e que não

houve apontamentos de impressões ruins em relação ao curso de maneira geral.

No entanto, como forma de ouvi-los de maneira anônima e livre, solicitamos,

por meio de duas questões abertas, que respondessem sobre as impressões de

pontos positivos e negativos nas questões 2 e 3.

Questão 2 – Relate pontos positivos:

a) O curso trouxe uma nova perspectiva de planejamento didático, mais

flexível, situação que ainda não havia vivenciado em cursos e formações.

Estou acostumada a seguir pautas e planejamento prévios, em que o

tempo todo é tomado pelo conteúdo do curso. Muito interessante, também,

o trabalho com aplicativos e QR Code, A construção dos blogs também foi

dinâmica e útil;

b) Aprendizagem de novas formas didáticas. Oportunidade de refletir a

prática pedagógica;

c) Dinamismo do professor. Conhecimento do professor sobre o tema.

Estratégias diferenciadas para o desenvolvimento do curso;

d) As novidades do curso foram tantas que fiquei “perdidinha”. Didática e

disponibilidade do professor contaram muito para que o curso acontecesse

maravilhosamente bem;

e) Uso de aplicativos, novas formas didáticas. Reflexões sobre a prática;

f) Domínio do assunto pelo formador. Embasamento teórico. Propostas

bastante interessantes e diversificadas envolvendo recursos tecnológicos;

g) Inovação é a palavra-chave. Cansada de mesmices. Precisamos avançar.

O bonde da história hoje é trem bala;

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h) Estudo e atualização dos conhecimentos com embasamento teórico;

i) Tecnologias e projetos com os mapas conceituais. Também a liberdade de

estudar de diversas formas;

j) Resgate dos momentos de estudo do grupo e novos conhecimentos e

desafios;

k) Tecnologias e recursos com mapas conceituais;

l) Boas indicativas bibliográficas, relacionamento interpessoal e tecnologias

apresentadas;

m) Toda a temática, a condução das discussões, as atividades,

exemplificações e os materiais indicados para leitura.

No recorte dos RDD, percebemos que há muitas pontuações sobre o uso das

tecnologias educacionais, e nas questões que compõem relações com os

multiletramentos, por exemplo, também há apontamentos sobre as formas

diversificadas.

Outra questão, que julgamos relevante, trata do sentido da interação

construtiva nos relatos relacionados ao estudo em grupo e as formas diversificadas

de estudar, ou seja, entendemos que apontam as dinâmicas de construção e

condução do curso.

Questão 3: Relate pontos negativos:

a) No primeiro encontro tive uma impressão negativa do curso, achei muito

tempo para pouco conteúdo. Do segundo encontro em diante, foi mais

dinâmico, porque embora o conteúdo ainda fosse trabalhado de forma

tranquila, cada um pode andar no seu próprio passo no computador;

b) Falta de tempo, necessidade de aprofundamento do tema, mais encontros;

c) Vai acabar;

d) Nenhum;

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e) Pouco tempo de formação, período curto;

f) A falta de equipamentos nas escolas e o tempo do curso. Deveria ocorrer

durante o ano todo;

g) Período de realização da formação (poderia acontecer no início do ano

letivo). Dificuldades de aplicar muitas das propostas devido à falta de

equipamentos na escola, para uso com os alunos;

h) Pouco tempo de formação, esse curso exige mais de quarenta horas;

i) Período turbulento, final de ano;

j) Tempo e a época do ano letivo;

k) Não vi muitos pontos negativos, acho que poderia ter mais investimento

em equipamentos e momentos de formação;

l) Tempo de curso e agenda apertada;

m) Época turbulenta, final de ano.

No sentido do tempo, muito apontado pelos participantes, sugerimos

ampliação e ofertas de novos cursos ao efetivo da Secretaria de Educação, mas

também entendemos que muitas das questões apontadas como tarefas do

coordenador pedagógico, relatadas no capítulo 1, influenciam neste critério de

avaliação.

Também, sugerimos que os cursos ocorressem durante todo o ano e vimos

como muito importante os pedidos de continuidade do curso, como também alguns

relatos de conscientização em relação aos recursos necessários nas escolas, posto

como ponto de possível reinvindicação.

Retomando o ponto de tempo de duração do curso, entendemos que houve

engajamento e reflexões de significado por parte dos participantes, uma vez que

solicitam mais tempo e continuação dos estudos.

Uma vez colocados os pontos positivos e negativos, solicitamos sugestões de

pontos de melhoria como forma de extrair ideias e percepções qualitativas dos

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participantes em relação a possibilidade de novos encaminhamentos ou de

aprimorar os que utilizamos.

Questão 4: Relate pontos de melhoria

a) Acredito que o curso tenha atingido o que se propôs a fazer, no entanto,

para melhorar precisa atingir as necessidades da rede com pesquisa

prévia da rede, com pesquisa das necessidades formativas, pensando em

cada segmento (educação infantil e ensino fundamental);

b) Oportunidade para mais prática;

c) Maior disponibilidade de tempo para aprofundamento do tema;

d) Mais momentos de formação e mais equipamentos;

e) Rever a carga horária;

f) Ter oportunidade no início de ano letivo;

g) Curso o ano todo e mais equipamentos nas escolas;

h) Reorganização dos encontros para 2017, se houver oportunidade de

continuar. Disponibilização dos recursos tecnológicos nas escolas para

uso com os professores e alunos;

i) Pela relevância e qualidade das temáticas e orientações, acredito que uma

agenda mais alongada daria condições de maior aprofundamento em

todos os assuntos abordados, gostaria de ter, por exemplo, mais tempo

para a leitura do Vigotski e poder participar adequadamente das

discussões sobre ele (deixei para as férias);

j) Mais investimentos em tecnologia e continuidade durante o ano todo;

k) Tem que continuar;

l) Continuidade;

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m) Aumentar o período da formação, como por exemplo, ao longo do ano com

apenas reuniões presenciais numa parte do período (manhã ou tarde).

No sentido de melhoria, o investimento em tecnologias foi muito apontado e

pode indicar tomada de consciência em relação aos RDD que utilizamos, bem como

os hardwares que são necessários para estas estratégias.

A continuidade também indica o possível sentido de significado, apesar de

apontada a necessidade de adequação em relação ao calendário do ano letivo, fator

que também informamos aos gestores da rede de ensino.

Porém, não concordamos com a posição da primeira resposta em relação aos

estudos da rede, posta a interação construtiva e os inúmeros convites para que os

participantes colocassem suas necessidades de estudo. Também entendemos a

pontuação como isolada das demais.

No sentido de entender as opções de abordagens, em relação às estratégias

didáticas utilizadas no curso perguntamos, na questão 5, quais opções de

abordagens agradaram mais, de maneira fechada.

Gráfico 5.4 – Preferências em opções de abordagem

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Opções de abordagem

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Fonte: Questionário de Egresso

O primeiro bloco de preferências em relação às estratégias de estudo está

relacionado com as questões de estudo coletivo, com a produção nos blogs e suas

publicações e ainda com a apresentação dos vídeos da primeira atividade. No que

se refere ao hábito de estudo coletivo, julgamos que a experimentação pode ter

valido como forma de incentivo ao fazer coletivo, sobretudo, ao papel do

coordenador pedagógico, quase sempre exposto à prática com seus pares e com a

comunidade escolar.

Em seguida, as respostas apresentam os textos e as aulas expositivas dos

professores/pesquisadores como segundo bloco de preferências, e quase no mesmo

patamar de percentual temos a questão dos aplicativos educacionais e da

experiência da aula-passeio, fatores que convergem com as indicações do MPA que

os participantes realizaram como atividade para reflexão.

No entanto, também observamos que o laboratório de informática e a

utilização do WhatsApp não foram os itens dos quais envolvem diretamente às

tecnologias digitais, que obtiveram maior relevância na avaliação dos participantes.

Ainda, observamos que a presença de novos professores, como no caso sobre o

tratamento da gestão de pessoas, e os debates, também não representaram itens

com melhor avaliação, justamente como indicado no MPA sobre a questão do fazer

coletivo e contradizendo a avaliação positiva do estudo coletivo. Desta forma,

entendemos que pode haver relacionamento entre a proposta da estratégia do

trabalho coletivo de maneira prática e a melhor aceitação, ao mesmo tempo que as

reações de menor aceitação quando a proposta é colocada de maneira mais teórica,

como em apresentações de slides.

Contudo, para leitura do gráfico, julgamos necessário esclarecer que o

participante avaliou todos os itens e atribuiu valor de zero (0) a cem (100) por cento

para cada uma das estratégias.

Seguimos perguntando, na questão 6, sobre a organização da rotina de

estudos, ou seja, se o participante conseguiu se organizar para os momentos de

dedicação necessários, tanto individual como coletivo.

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A resposta de cem (100) por cento dos participantes que responderam a

avaliação foi de organização parcial da rotina de estudos, postos os relatos de tempo

e de inúmeras demandas relacionadas ao período do ano letivo.

Buscamos por questões para além da organização do tempo, postas por

Pérez Gómez (2015), e relacionamos com as colocações de Mill; Batista (2013), com

indicações sobre a autonomia e o desenvolvimento de habilidades de organização

dos estudantes nos cursos, via Educação a Distância (EAD), em relação às

estratégias que solicitam além do estudo via aula ao vivo, inúmeras formas de

estudo como: produções, pesquisa, organização de grupos e habilidades

diversificadas dos estudantes.

Diante da importância para a organização da rotina de estudos, para além da

sala de aula e também dos momentos de mediação do formador, perguntamos, na

questão 7, como os participantes organizaram a rotina de estudos:

a) Procurei ao longo da formação participar principalmente das propostas

práticas e assisti alguns vídeos que foram propostos. Dos textos, pouco

consegui ler, pois quando o curso foi lançado, já havia me comprometido

com outros cursos e já estava estudando outros textos, não houve

planejamento prévio da Secretaria de Educação em agendar com os

coordenadores, assim quem quis estudar acabou por procurar de forma

autônoma por outros cursos;

b) Seria necessário um tempo específico nas escolas para que uma rotina de

estudo fosse mais aproveitável;

c) As demandas na escola não proporcionaram adequação de uma rotina de

estudos;

d) Combinamos algumas horas para encontro com o grupo na UAP e,

individualmente, fiz algumas horas na escola e em casa na medida do

possível;

e) Pouco tempo para estudo fora os encontros presenciais;

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f) O período de realização não foi muito propício, por isso procurei realizar as

tarefas e estudos em momentos livres, mas não consegui de fato, uma

rotina de estudo;

g) No final do ano é muito difícil essa organização. Procuro ler e assistir

vídeos que complementem as abordagens. Tenho usado conhecimento

adquiridos em minha rotina diária;

h) Tentei estudar nos momentos de espera do ônibus para a escola (não

dirijo) e nas viagens até a escola (cerca de 80 minutos diários), com os

textos no smartphone. Os registros, tentei fazer nos finais de semana,

posto que na escola estamos sem internet e, também, nos finais de

semana dar uma olhada nos blogs dos colegas, deu certo em alguns dias

e outros não, mas acho que consegui me inteirar do curso;

i) Os afazeres da escola foram muitos, mas consegui organizar uma rotina

de maneira satisfatória;

j) Olho o blog, diariamente, e procuro ver as postagens;

k) Meu grupo tentou se reunir uma vez por semana para trocas e realização

das atividades. Tentei deixar três horas por semana para este estudo,

porém, não consegui por conta das demandas;

l) Muito pouco fora dos encontros presenciais;

m) O tempo não deu e deveria ter estudado mais. Temos muitas rotinas na

escola neste período.

Há diversidade no contexto dos relatos de organização da rotina de estudos,

mas notamos que houve consciência da importância da rotina e também da

atribuição de valor, sempre relacionado a um terceiro, quando a intenção é a

justificativa da não adequação, mesmo que a questão, de maneira intrínseca,

sugerisse um ponto de autoavaliação, pois em nenhum momento os pesquisadores

quantificaram rotinas de estudo, ou seja, a avaliação partiu do ponto de vista de cada

participante, sobre sua própria dedicação.

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Houve relatos de organização individual e em grupo, como a exposição dos

tempos disponibilizados para o estudo e a frequência de reuniões dos grupos. A

rotina de atribuições do coordenador pedagógico aparece novamente como ponto de

dificuldade de organização.

A questão 8 tratou das teorias estudadas e quais foram os autores que

agregaram ao curso e ao estudo dos participantes:

a) Vigotski;

b) Aebli foi o que me chamou mais atenção;

c) Todos, inclusive Vigotski e Piaget, já bem conhecidos, trazem-nos novas

reflexões, novos olhares, por se tratar de outro tempo de estudo, de

amadurecimento profissional;

d) Piaget;

e) Todos foram importantes, pois a leitura foi encadeada para os objetivos do

curso. Adorei Aebli, pois não conhecia;

f) Hans Aebli;

g) Hans Aebli;

h) Hans Aebli;

i) Hans Aebli (não conhecia);

j) Todos, inclusive Vigotski e Piaget, revisto em outro momento com outro

olhar de amadurecimento profissional;

k) Pérez Gómez e Piaget;

l) Pérez Gómez;

m) Sinto que não me aprofundei como deveria, mas os textos e vídeos sobre

Dewey deixaram-me encantada; Piaget, sempre uma nova descoberta,

cada leitura uma novidade; Aebli teria sido perfeito se suas

exemplificações não tivessem tão enraizadas na matemática, sinto que

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esse será um longo amigo de cabeceira até que consiga desvendá-lo,

quando a gente lê Foucault, passa a se policiar um pouco mais nas

relações com colegas e alunos, desde que li pela primeira vez, percebi

que, apesar de não ser uma leitura, pois mexe diretamente com o nosso

ego enquanto professores, é uma das mais relevantes teorias para as

práticas.

Os autores mais apontados foram Aebli (1971), Piaget (1999), Vigotski (1995)

e Pérez Gómez (2015) e neste cenário podemos dizer que a revisitação aos métodos

educacionais foi entendida como importante e as reflexões sobre a educação

contemporânea, da era digital posta por Pérez Gómez (2015). Foram solicitadas

leituras a partir de textos de revistas de muitos pensadores da Pedagogia e, neste

sentido, para a construção dos mapas conceituais, os participantes deveriam ampliar

com outras fontes de leitura, com estratégias de pesquisa, o que encontramos em

uma das respostas em relação ao apresentado sobre Foucault.

Perguntamos, na questão 9, sobre quais práticas de construção foram

agregadoras:

a) Blogs e QR Code;

b) Mapas conceituais;

c) A retomada dos mapas conceituais, uso de aplicativos diversos para todos

os segmentos;

d) Criação do blog pessoal;

e) Construção do blog como ferramenta didática, aplicativos educacionais e

as possibilidades de aplicação. Projeção via celular;

f) Mapa conceituais e os aplicativos;

g) Momentos de construção com a tecnologia, já que possuo dificuldades

nessa área;

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h) O conhecimento foi agregado por todas as construções, porém, a que mais

está na minha prática são os mapas conceituais, com certeza, pretendo

implementar o blog também, mas, diretamente, com os alunos, com os

professores, vou levar mais tempo;

i) Blog;

j) Blog e mapa conceitual;

k) Blog, mapa conceitual;

l) Mapas conceituais, blogs e uso de aplicativos;

m) Blog compartilhado, aplicativos e mapas conceituais.

Notamos que com exceção dos mapas conceituas que foram construídos de

maneira híbrida tomando como base a construção via RDD no curso e a aplicação

em cartazes nos momentos com os professores nas escolas, os pontos apontados

se referem às construções que envolveram RDD, como os blogs e os aplicativos

educacionais.

Seguimos, com os questionamentos sobre as aplicações das vivencias. Na

questão 10, solicitamos o que perceberam com possibilidades de aplicação nas

escolas e nos momentos de formação continuada em serviço:

a) Avaliação de aplicativo e 5W2H;

b) Aplicar os mapas em nossa formação com os professores da rede;

c) Já modifiquei a maneira de conduzir reunião com os professores, tanto que

fiquei mais tranquila na proposição de discussões quando consegui

provocar maiores e mais qualificadas participações dos mesmos;

d) O uso de aplicativos para potencializar e otimizar as aulas;

e) As mesmas citadas acima e leituras/discussões;

f) Blog compartilhado, uso de QR Code Reader;

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g) Utilização de aplicativos no trabalho pedagógico (muitas dificuldades e

resistência, mas uma excelente oportunidade de aprendizado);

h) Blog;

i) Blog compartilhado dá oportunidade para professores compartilharem

conhecimentos, construírem juntos formas de aplicação de conteúdos;

j) A projeção de aplicativos;

k) Todas;

l) Sem dúvida os recursos tecnológicos e retomada do blog como ferramenta

de estudo e trocas;

m) Realizar a aula passeio e criar os QR Codes.

Comparado com a questão 9, as visões sobre as possiblidades de aplicação

seguem em relação ao contexto dos RDD, com muitas pontuações. No entanto,

percebemos duas pontuações em relação a maneira de como organizar às

estratégias para os estudos com suas equipes, nos momentos de formação

continuada em serviço. Seguimos com a análise das estratégias e pedimos que os

participantes classificassem a importância de todas as estratégias, do curso, que

elencamos na questão 11, seguindo como premissa nova análise, compara com a

questão 5, porém com sentidos e nomenclaturas um pouco diferentes.

Gráfico 5.5 – Classificação das estratégias do curso

79

96

81

94

79

84

94

74

80

80

0 20 40 60 80 100 120

Textos/teoria

RDD

Debates

Blog/trocas

WhatsApp

Aula-passeio

Prática/TICs

Testes/MPA e LCD

Expositiva

Seminários

Fonte: Questionário de egresso

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133

As confirmações sobre a preferência por estratégias que envolviam os RDD,

foram, novamente, as mais conceituadas pelos participantes, ou seja, houve nova

confirmação da preferência pela tecnologia no contexto do curso.

No entanto, diferente da questão 5, nenhuma estratégia recebeu grau de

importância inferior a setenta (70) por cento, o que pode ter ocorrido por conta da

forma de elaboração da pergunta.

Percebemos que para a pesquisa e a análise dos RDD pode ser importante o

ponto de reflexão sobre os apontamentos positivos de todas as estratégias e que,

apesar da indicação superior dos RDD, pode haver indicação das formas híbridas

que envolvem estratégias clássicas, como a leitura do texto impresso e suas

associações com a construção em softwares online, por exemplo.

Na questão 12, perguntamos sobre a adequação do currículo como forma de

avaliar o entendimento dos participantes sobre a forma da interação construtiva e

cinquenta (50) por cento respondeu que houve e a outra metade respondeu que

houve parcialmente. Também, não podemos concordar com as respostas sobre a

parcialidade, posto que na atividade de interação construtiva não havia programa de

curso exposto e houve tempo e abertura para toda proposta sugerida.

Logo, seguimos com os apontamentos de currículo e na questão 13

solicitamos sugestões para próximas oportunidades de cursos:

a) Depende, em que área? Se fosse falar de forma ampla, penso que os

coordenadores precisam de mais estudo na área da matemática, (cada

curso voltado para a área de atuação do coordenador), sendo grupos com

coordenadores da educação infantil, outro formados pelo fundamental I e

outros pelo fundamental. Também acredito num trabalho mais profundo na

área de artes (pois já temos muito conhecimento nesta área). Saídas a

campo para museus, entre outros, para viver na prática alguns momentos

de construção de conhecimento. Sair de Peruíbe;

b) Depoimentos ou vídeos que relatassem experiências dos professores que

utilizaram o que foi ensinado do curso;

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c) A continuidade em educação pós-modernidade e a elaboração de um

currículo para aprendizagens;

d) Particularmente, eu gostaria de retomar o curso com uma agenda maior e

mais diluída, de quinzena por quindena por exemplo;

e) Um curso como este durante o ano todo de 15 em 15 dias;

f) Maior aprofundamento e estabelecimento do tema abordado com a BNCC;

g) Não sei;

h) Carga horária maior; utilizar menos o laboratório de informática (ficamos

limitados nas discussões devido a disposição da sala);

i) Continuidade dos mesmo com mais vivencias durante o ano todo;

j) Novas construções durante o ano todo;

k) Mais momentos de construção de coisas que podemos aplicar na escola;

l) As abordagens utilziadas já forma bem variadas e de acordo com os

objetivos da formação de atualização e trocas de ideias e de

conhecimento;

m) Mais tempo de prática para adiquirir mais segurança com os aplicativos.

Percebemos que os pedidos de continuidade do estudo envolvendo os RDD,

sobretudo a tecnologia educacional, são pontos muito pontuados e que, também,

houve críticas do excesso de uso do laboratório. Outros apontamentos em relação à

cursos que tratem de áreas do conhecimento ou a legislação, mesmo que ainda fora

de vigência legal.

Contudo, percebemos os apontamentos da necessidade de estudos

relacionados ao que se pode aplicar na escola, já com sentido de construção. Além

da importante colocação sobre dar voz e vez aos professores, talvez, como nesta

pesquisa, porém, o formato do vídeo para depoimento é entendido como válido, mas,

como instrumento de avaliação, deve ser pensado com calma e coletivamente.

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Nas questões 14 e 15, perguntamos sobre a intenção de fazer o curso

novamente, no sentido de validação e também sobre a atuação dos

professores/pesquisadores e, neste caso, estudaria novamente com os mesmos

professores, e em ambas as respostas foram cem (100) por cento positivas.

Ainda no contexto do curso, perguntamos na questão 16, o que foi importante

para o estímulo, relacionado com o engajamento no curso.

Gráfico 5.6 – Pontos de estímulo para seguir no curso

Fonte: Questionário de egresso.

As opções de estudo e o clima dos professores/pesquisadores receberam

avaliação positiva de noventa (90) por cento no critério dos participantes, seguidos

pela possibilidade de fazer coisas do curso fora do momento de aula, com oitenta

(80) por cento considerações positivas.

No entanto, em relação ao trabalho coletivo, entendemos que houve pouca

aceitação ou entendimento de significado, mesmo depois das discussões realizadas

com os apontamentos do MPA e ao mesmo tempo confirmando a habilidade

indicada na atividade de avaliação.

0102030405060708090

100

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Vemos como ponto importante esclarecer que os recursos disponíveis se

referem ao que era disposto no laboratório e que os demais recursos foram levados

de maneira particular pelos professores/pesquisadores, como os conversores para

projeção dos aplicativos.

A questão 17 solicitou que os participantes comentassem sobre as

expectativas e resultados alcançados no curso:

a) Não cheguei ao curso com expectativas, pois fomos convocados para um

curso que não estava adequado à rotina de horários da escola,

prejudicando o andamento da mesma e a organização de cada um, pois,

na segunda-feira, a maioria dos coordenadores tem HTPC. Fomos para o

curso obrigados. Após esse choque inicial, acredito que o curso teve bons

resultados no que se propos a trabalhar;

b) Sem expectativas, risos, essa formação veio e todas são bem-vindas. Os

resultados muito positivos, novos conhecimentos para mudança de

hábitos;

c) Minha expectativa foi plenamente alcançada e os resultados serão vistos a

partir do momento que se possa aplicar o que se aprendeu em sala de

aula;

d) São as melhores possíveis. Começo a ver uma luz no fim do túnel;

e) Os resultados alcançados foram de acordo com minha expectativa, pois

tive oportunidade de atualizar meus conhecimentos;

f) Foram boas, a gente sempre espera alguém que traga exposição e desta

vez não foi assim;

g) Há expectativas de realização de um trabalho envolvendo a temática da

formação em 2017;

h) Quero conseguir colocar em prática o uso das tecnologias na escola,

manter e alimentar o blog;

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i) Eu achava que seria mais do mesmo, as últimas experiências com

empresas de assessoria me deixaram duvidosa da intenção deste ramo,

porém fui surpreendida com preparo, humildade, siceridade, interesse,

aceitação de pontos de vista e acima de tudo conteúdo, tanto do professor

do curso, como dos professores que vieram nas oficinas;

j) Superou, porque achei que seria mais teoria com conteúdos prontos para

ler e assimilar;

k) Atendeu as minhas expectativas;

l) Adorei saber do mapa conceitual, está sendo usado constantemente nos

meus estudos dá um panorama geral e daí e só decorar;

m) Aprendi muito sobre como trabahar com tecnologia na sala de aula.

Alguns pontos nos ajudam a gerar bons pontos de reflexão sobre os

processos de formação continuada em serviço, como quais pontos justificam a

participação apenas em cursos que os convocados desejam fazer, posto o sentido

de coletividade inerente ao papel do coordenador pedagógico. Esclarecemos que o

controle de frequência não era realizado pelos pesquisadores, mas, sim, de acordo

com as regras da rede de ensino e também por conta e organização dos atores

designados sem interferência externa.

Outros se referem aos relatos de significado no curso, para muitos, além da

intenção de pesquisar e com a transparência de mostrar os comentários na integra,

fica clara a posição da tecnologia (RDD) e de outras estratégias como significativas

para os participantes, de acordo com os relatos.

Nas questões 18 e 19 solicitamos, de maneira fechada, que os participantes

relatassem as intenções de pedidos sobre a continuidade do curso, o que não

ocorreu, pois não houve abertura de uma nova solicitação via edital publicado pelo

município e ainda sobre a intenção de continuar interagindo no blog e no grupo de

WhatsApp.

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Todos responderam que pediriam a continuidade do curso e setenta e nove

(79) por cento disseram que continuariam a interagir nos canais, o que ocorreu no

caso do grupo de WhatsApp e não notamos nos blogs. Isso pode indicar a

necessidade de fomentação para publicação, ou seja, do significado de construir ou,

ainda, tempos de experimentações que envolvam novos RDD.

Ainda ampliamos a questão dos RDD possíveis para as formas de interação

após o término dos encontros presenciais, na questão 20.

Gráfico 5.7 – Canais importantes para continuidade

020406080

100120

Canais para a continuidade

Fonte: Questionário de egresso

Apesar do blog ser apontado como o principal canal de continuidade, foi o

grupo de WhatsApp que apresentou interações após o término dos encontros

presenciais, mesmo que com diminuição gradativa das postagens.

Também, percebemos que as redes sociais não estão relacionadas com as

maneiras de estudo, na avaliação dos participantes e que os encontros presenciais

são uma opção importante, junto com os estudos em grupo, para atender aos

participantes do curso e da pesquisa.

Por fim, na questão 21, solicitamos que os participantes comentassem de

maneira livre e resolvemos não publicar na pesquisa, porque, em sua maioria,

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envolvem elogios e comentários direcionados aos professores/pesquisadores, o que

entendemos que não agregará ao leitor.

Contudo, relatamos no capítulo 5 todos os pontos de análise dos RDD

utilizados no curso e, também, da importância de apresentação da avaliação

(questionário de egresso) de maneira integral.

Seguimos para as considerações, oriundas das análises e estudos teóricos

que realizamos na pesquisa, mesmo que nunca findadas, e valorizando os pontos

que podem agregar para o caráter social deste trabalho coletivo.

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CONSIDERAÇÕES

A pesquisa qualitativa teve como foco o curso “A gestão pedagógica e o

currículo da escola: sentir, refletir e agir” para coordenadores pedagógicos na Rede

Municipal de Ensino de Peruíbe - SP. O sujeito da pesquisa, coordenador

pedagógico, como foi abordado inicialmente a partir das políticas públicas e dos

perfis pautados por autores, pesquisadores e pelos documentos oficiais do município

de Peruíbe, foi o protagonista do curso em tela analisado pelos pesquisadores e

formadores do mesmo curso.

Elencados os pontos de estudo para a definição do sujeito, a pesquisa

percorreu as teorias de autores que tratavam dos Recursos Didáticos Digitais (RDD),

posta a intenção de estudo relacionada às tecnologias educacionais aplicadas no

curso e analisadas com o objetivo de auxiliar no tratamento do problema posto:

Como os coordenadores pedagógicos, em suas narrativas e

questionários, refletem o uso dos recursos didáticos digitais usados no curso

de formação continuada em serviço da Rede Pública Municipal de Peruíbe?

No sentido de apoio aos pressupostos de tratamento do problema e de

ampliação das funções sociais da pesquisa, foram elencados objetivos que serão

tratados, a seguir, para posteriores considerações acerca do problema.

1. Compor estudo, com base nas políticas públicas e legislação, levantamento

bibliografia e teorias sobre o perfil e ação dos coordenadores pedagógicos

nas escolas:

No panorama da legislação federal e estadual, referente neste caso ao estado

de São Paulo como regulador dos sistemas municipais, a legislação estudada

não deixa clara a função de coordenador pedagógico, mesmo prevendo a

gestão democrática e a forma de escolha por meio de participação da

comunidade escolar. Quando analisamos o panorama do município de

Peruíbe, encontramos concurso público que definiu a forma de ingresso dos

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coordenadores pedagógicos e, por consequência, o plano de carreira destes

atores.

Contudo, é importante destacar, no cenário nacional, que há dicotomia nas

formas de ingresso e que a realização de concurso público certamente auxilia

nas definições do papel do coordenador pedagógico, suas funções principais

e do entendimento que não haverá substituições ou margens para indicações

que fujam da qualidade técnica exigida para ingresso.

O processo de formação dos coordenadores pedagógicos, seguindo o

disposto na legislação, acompanha a dicotomia da forma de ingresso, mas há

cursos como “Escola de Gestores. Curso de Especialização em Gestão

Escolar” oferecido pelo Ministério da Educação (MEC). No entanto, os

participantes da pesquisa informaram ter pouco acesso aos cursos de

formação continuada que partam das universidades ou dos órgãos

governamentais.

Isso posto, para relatar que se apenas os profissionais da Educação

concursados podem realizar o curso oferecido pelo MEC, diante de solicitação

do sistema de ensino público a qual pertencem, poderá sempre existir uma

lacuna na exigência da especialização como um dos pressupostos para

ingresso na função, a qual desejamos que seja carreira prevista em lei

nacional. Ainda, ampliando o sentido de formação continuada, de cunho

acadêmico, apontamos a necessidade de especificação do especialista em

gestão escolar mostrando as diferenças na práxis e necessidade de separar a

formação especifica para coordenador pedagógico da formação de diretor

escolar, por exemplo.

A pesquisa de Davis (2011), além de reafirmar os pontos de dicotomia que

encontramos nos dispositivos legais, leva-nos ao cenário de atribuições

exigidas e até assumidas pelos coordenadores pedagógicos, que fogem do

tratamento da qualidade da educação e de seus processos, tais como:

substituição de professores faltantes, reformas prediais, questões

burocráticas, entre outras apontadas no capítulo 1. Tal levantamento, que nos

orientou na composição da visão do coordenador pedagógico no país, ainda

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trata da oferta, visão e execução dos programas de formação continuada em

serviço ofertados aos coordenadores e ao mesmo tempo dos que eles

oferecem aos profissionais que compõem suas equipes nas escolas, contexto,

que também apresenta dicotomias que podem indicar a falta de entendimento

deste processo, ou mesmo, da falta de algum processo.

Davis ainda nos auxiliou no entendimento do perfil dos coordenadores

pedagógicos que coincide com os atores de nosso loco, como a

predominância de pós-graduados nos cargos e com média de quatro (4) anos

na função, mas, neste sentido, em Peruíbe, essa média sobe para cinco (5)

anos.

Dentre as atribuições dos coordenadores pedagógicos, a realização dos

programas de formação continuada em serviço, em especial seu oferecimento

de maneira organizada e significativa aos professores, é apontada por Elsa,

2015; Sarmento, 2015; Christov, 2012; Bruno, 2001, como essencial ao seu

papel e significado de atuação, porém sempre somadas ao rol de atribuições

relacionados no capítulo 2, e referentes a qualidade da educação.

Quando nos aproximamos do recorte, relacionado à utilização dos recursos

didáticos digitais (RDD) e, neste sentido, a percepção da utilização das

tecnologias educacionais, percebemos a diminuição considerável dos

apontamentos por parte da bibliografia estudada. O estudo de Davis (2011)

aponta apenas o estado de São Paulo com atribuição de ofertas do

coordenador pedagógico para a promoção das tecnologias e dentre os demais

autores, separando as temáticas tratadas por cada um, Franco, 2015, faz

apontamentos sobre inovação e rompimento das linguagens passivas da

escola da excelência, posta no capítulo 3.

Contudo, frisamos a necessidade de plano nacional para a definição da

carreira de coordenador pedagógico, bem como os caminhos de formação

acadêmica para posterior ingresso nos quadros dos sistemas de ensino e

maior atenção ao que se entende por função específica, atribuída ou

assumida e, ainda, de como ocorrerão os processos de formação continuada

e formação continuada em serviço ao longo da carreira.

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2. Apresentar o loco da pesquisa, processo de construção do curso de

formação “A gestão pedagógica e o currículo da escola: sentir, refletir e agir” e

os coordenadores pedagógicos da rede municipal de ensino de Peruíbe

sujeitos de pesquisa:

Invertemos o tratamento deste objetivo, para retomar a assertividade, em

nosso entendimento, da efetivação da carreira de coordenador pedagógico na

Rede Municipal de Ensino de Peruíbe, talvez posta dentro dos trinta e três

(33) por cento apontados na pesquisa de Davis (2011).

Outro fator, que entendemos como positivo na questão do concurso público,

refere-se às atribuições, que, no caso de Peruíbe, estão relacionadas e

alinhadas aos apontamentos de Elsa, 2015; Sarmento, 2015; Christov, 2012;

Bruno, 2001, postos como ideias para o tratamento das questões da

qualidade da educação e dos processos exclusivamente de caráter

pedagógico.

A referência e a previsão legal do HTPC, custeado inclusive nas questões

salariais e atribuído como função do coordenador pedagógico, também auxilia

na regulação de procedimentos e maior possibilidade de significação dos

programas de formação continuada em serviço.

Em relação as características do loco, a cidade de Peruíbe possui economia

predominante relacionada ao setor de serviços, dentre eles, os serviços

relacionados ao turismo e a construção civil. Esse último, apontado como

gerador de trabalhos informais. Este cenário, aponta para possível

necessidade de formação de cidadãos capazes de encontrar formas de

inovação e produção coletiva para ampliação de autonomia socioeconômica.

No contexto educacional, observado por meio do indicador externo (IDEB),

mesmo que não definidor de qualidade preciso, em nosso entendimento, o

município acompanha a média da região e apresenta evolução no índice

desde a primeira medição, sendo que, em 2015 alcançou conceito 6,1.

Os documentos que tivemos acesso como o PME e PPP de uma unidade

escolar, apresentaram pontos de reflexão sobre a necessidade de

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investimento em programas de formação continuada em serviço e também em

relação à utilização de tecnologias educacionais para atendimento das

demandas sociais contemporâneas, ligadas ao trabalho e às formas de

comunicação.

Tais apontamentos, podem ter levado à solicitação do programa de formação

continuada em serviço que a rede de ensino solicitou, no qual se inseriu o

curso que originou esta pesquisa. O curso de quarenta e oito (48)

horas/relógio, aplicado em encontros quinzenais de setembro a dezembro de

2016, seguiu os pressupostos da gestão democrática para sua elaboração,

como relatado com a atividade de interação construtiva no capítulo 2.

O programa, inicialmente, contou com participação de todos os

coordenadores pedagógicos da rede municipal de ensino (vinte e seis

participantes) e terminou com duas abstenções autorizadas pela rede de

ensino. Neste sentido, antecipamos a informação do tópico a seguir, em

relação ao caráter facultativo empregado pelos pesquisadores e a não

interferência nas determinações da rede de ensino.

Contudo, encontramos um cenário de atuação dentro dos padrões que

apontamos como ideal, em relação a definida carreira de coordenar

pedagógico, a definição clara das funções previstas em edital de concurso e

alinhadas aos apontamentos dos autores estudados, como também

apontamentos de pontos de melhoria, desde sempre, necessários em

processos de avaliação somativa.

3. Analisar as narrativas e questionários aplicados aos coordenadores

pedagógicos para entender como os recursos tecnológicos digitais utilizados

no curso de formação continuada foram incorporados pelos sujeitos da

pesquisa:

Neste item, anteciparemos algumas questões relacionadas aos RDD, o que

será tratado de maneira mais circunstancial no item 4, e abordaremos os

apontamentos do questionário de egresso em relação ao curso e ao processo

de formação continuada em serviço oferecido.

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Houve apontamentos da necessidade de programas de formação continuada

em serviço, mas na visão de alguns participantes, também há necessidade de

adequação das datas, devido ao rol de atribuições nas escolas. Para este

tratamento, oferecemos feedback aos gestores da rede de ensino em relação

aos apontamentos de adequação sugeridos pelos coordenadores

pedagógicos.

Os participantes relataram práticas significativas de estudo, em relação aos

tratamentos solicitados por eles na composição do programa e apontam de

maneira qualitativa processos envolvendo a gestão, no caso do software

5W2H, a revisitação a teoria com os estudos de Aebli (1971), Piaget (1999) e

Vigotiski (1995), bem como apontam inúmeros significados para os conteúdos

e estratégias que envolveram as tecnologias educacionais e os RDD.

Em relação ao processo de formação continuada em serviço que ofereceram

aos professores, com observação durante o tempo deste curso, relatamos no

capítulo 5, a oferta de formação do PNAIC com a utilização da construção de

mapas conceituais, mesmo que sem possibilidade relatada de utilização do

RDD, mas preservando as técnicas que estudamos com auxílio de Aguiar;

Correia (2013).

A elaboração de rotinas de estudo, foi apontada pela maioria como parcial e

com dificuldades em relação ao tempo e rol de demandas nas escolas, ponto

que também informamos aos gestores da rede de ensino.

Houve indicação de preferências por atividades que envolvessem prática,

pesquisa, utilização dos RDD e também apontamentos em relação à

diversificação das formas de estudo, como ponto de interesse dos

participantes.

Foram pontuados, ainda, o domínio de conteúdos e técnicas por parte dos

professores/pesquisadores e das expectativas atendidas em relação ao curso,

mesmo que longe de consenso e com algumas críticas em relação ao tempo e

a forma de organização da mantenedora.

Consideramos que houve indicações de bom aproveitamento e intenções de

continuidade, sobretudo nas questões ligadas à oferta de RDD e de técnicas

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como os mapas conceituais e, como já relatamos, os pontos de melhoria

inerentes ao processo de reflexão, de caráter somativo, como a adequação de

tempo, de alguns ambientes como o laboratório de informática e da inerente

ação de mediar interesses pessoais em prol de coletivos.

Por fim, a atividade realizada por meio do LCD indicou que a competência

menos desenvolvida, no exercício de autoavaliação dos coordenadores,

coincidiu justamente com os relatos de maior interesse de estudo dos

participantes do curso: os RDD.

4.Propor alternativas de ação do coordenador pedagógico em relação ao

estudo e desenvolvimento de habilidades para o uso de recurso didáticos

digitais, que levem em consideração a análise de condições e significados

para planos reflexivos de construções:

Postas, em primeiro momento, as necessidades de programas formais de

formação continuada e formação continuada em serviço, definida a

profissionalidade do coordenador pedagógico no cenário nacional e, ainda,

ressalvando os pontos assertivos da rede municipal de ensino de Peruíbe em

relação ao fato de concursar e promover ações de continuada em serviço, as

necessidades de formação acadêmica permanecem.

Seguimos com a sugestão de alternativas para ações de formação continuada

e viabilização de utilização dos RDD em práticas reflexivas e significativas.

Neste contexto, retomamos alguns pontos relatados pelos autores estudados

no capítulo 3.

O sentido de prática para o desenvolvimento das habilidades relacionadas aos

multiletramentos, como o contato com as formas híbridas e coletivas de

produção postas por Rojo (2012), provavelmente, não se dará em programas

findados, sem a intenção cíclica, posta aqui como necessária e infindável a

qualquer carreira contemporânea. O ponto proposto é relacionado com a

necessidade de retomada dos momentos de formação continuada,

principalmente em serviço, ou seja, como observamos nas interações dos

participantes, após o término do curso, pois quando as coisas se tornam

distantes demais, tendem a sucumbir.

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Há necessidade de construção de programas de formação continuada em

serviço, com recortes que atendam a cada cultura escolar Benito (2017), no

sentido de viabilizar ações refletidas em programas de formação que partam

do levantamento das necessidades de cada escola.

Neste sentido, ainda de ampliar a projeção (planificação) de programas de

formação continuada em serviço, que flexibilizem o entendimento das

possíveis mudanças de rota, sem encarar o processo como invalido, mas

como natural quando o sentido de valorização de ações é voltado para a

escola da regulação dos processos, em detrimento da escola da excelência

como apontam Silva; Gallego (2017).

Nortear programas que privilegiem a construção e inteligência coletiva em

detrimento das ações individuais, de maneira que sejam postos para a vida,

para as questões do cotidiano como aponta Pérez Gómez (2015), a inclusão

dos atores como participantes das novas estruturas sociais, ao mesmo tempo

que encontram subsídios para avaliar tais estruturas e modificá-las, a partir de

propostas vindas das decisões de todos os participantes.

Praticar contextos de aceitação e valorização do papel de coautoria, como

estratégia de inteligência coletiva para solução de problemas e do

desenvolvimento da capacidade de inovar e de dispor de processos que

atendem aos potenciais criativos, postos por Franco (2015) ou, ainda, do

formador/articulador apresentado por Gouveia; Placco (2015).

O contexto do jogo não é de treinar professores, mas de propor reflexões

cíclicas e de construção por meio delas. A mudança do ”modus operandi” de

estruturas de aprendizagem que definem sequências findadas de conteúdo

para estruturas que valorizem a construção coletiva por meio das interações.

A preocupação com o desenvolvimento de pensadores que se preocupem

com o conjunto, desde os relacionamentos intertextuais até a estética como

explica Hardagh Camargo (2002).

Enfim, após todo o entendimento da necessidade do RDD como auxiliador da

estratégia e de sua iminente mudança no produto construído, podemos

oferecer a viabilização da tecnologia nos programas de formação continuada

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em serviço sem o risco de consumir recursos característicos dos shoppings

educacionais relatados por Pretto (2008).

Retomando o problema de como os coordenadores pedagógicos de Peruíbe,

participantes do curso refletem o uso dos RDD em suas narrativas, apontamos

algumas leituras de nosso entendimento, com base no material colhido:

a) Os coordenadores optaram pelo estudo dos RDD como um dos pontos de

tratamento de suas necessidades e, neste sentido, a atividade de

autoavaliação converge com a opção. Isso pode indicar o grau de

conhecimento da realidade onde atuam e de suas necessidades de

formação, em ação de reflexão inicial;

b) Postas as dificuldades de adequação dos recursos e das necessidades de

cobrança de mais investimento em equipamentos tecnológicos, houve

adaptação e utilização dos RDD de maneira satisfatória, certamente por

conta do engajamento da maioria, o que pode demonstrar que as reflexões

propostas par possibilidades de retomada, ocorrida em cada encontro,

reafirmou a necessidade de utilização dos recursos;

c) As publicações nos canais disponibilizados no curso (blog e WhatsApp),

apontam para reflexões sobre a eficiência do uso dos RDD. Exemplos da

publicação dos momentos de estudo e da pontuação da falta de

equipamentos necessários mostram caminhos reflexivos para a

significação da utilização;

d) As formas de estudo, múltiplas, que envolviam em sua maioria os RDD,

foram pontos destacados como importantes para a atuação no curso, além

do apontamento dos RDD como conteúdos mais significativos no

programa. Também não podemos deixar de relatar a pesquisa de preços e

de equipamentos que resolvessem o acesso à projeção dos aplicativos.

Por fim, entendemos que os coordenadores pedagógicos relatam de maneira

significativa e de intenção de ampliação, a utilização dos RDD, ao mesmo tempo

que puderam expor os pontos, sempre necessários, de melhoria.

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No sentido de experimentar, com lógica de construção coletiva, partindo de

problemas e desejos elencados pelos atores participantes, entendemos os

processos de formação continuada em serviço que valorizem estratégias de

desenvolvimento inerentes ao contexto sociocultural contemporâneo. Talvez,

chegamos ao ponto de não conseguir mais o entendimento de procedimentos que

valorizem conhecimentos estáticos, estudados sem a intenção de publicação ou de

autoria individual.

Neste momento, de encerrar a pesquisa, entendemos que as vozes de todos

os participantes construíram tais considerações, coletivamente impossíveis de

atingirem o patamar de finais.

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150

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159

GLOSSÁRIO

Android - Sistema operacional utilizado em mobiles.

Blog - diário da rede, em inglês a contração dos termos web e log.

E-mail - termo em inglês, e abreviação de electronic mail, que significa correio

eletrônico em português.

Excel - software que em tradução significa algo como excelência, no contexto, utilizado para análise de dados numéricos, organização e cálculos.

Hardware - estrutura, parte física de equipamentos e utencílios, como o computador,

celular etc.

Hiperlink - função que em inglês significa hiperligação, que permite a conexão de

partes de um documento ou com cocumentos diferentes.

iOS - sistema operacional utilizado em mobiles.

Mobile - que se move, no contexto, aparelho eletrônico que se pode mover com facilidade, como os aparelhos celulares.

Off-line - sem conexão com a internet ou a outro equipamento.

Online - com conexão com a internet ou a outro equipamento.

Power Point - software que em tradução aproximada significa ponto de energia, no contexto utilizado para confecção de apresentações de slides.

QR Code - modelo de hiperlink de nome em inglês “quick respons”, que a tradução de contexto significa “resposta rápida” porque o leitor não precisa digitar o endereço virtual, a leitura é automática via software que decodifica e redireciona.

Slide - em tradução literal significa deslizar, no contexto se refere ao nome da folha que projeta quadros de apresentação.

Software - sistema ou programa de computador.

WhatsApp - em português significa a pergunta “e aí? Ou, qual é o problema? ”, que somado ao APP de aplicativo formam a sigla que nomeia o software.

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APÊNDICE A - Material de Aplicação e Indicadores do Mapa de Preferências de Aprendizagem dos Participantes

O material apresentado neste anexo se refere ao contexto de aplicação da

atividade avaliativa, com base nas obras de Mazuroski; Amato; Jasinski; Saito (2008)

sobre os estilos de aprendizagem e adaptada dos estudos de Reid (2008) tratando

da percepção destes estilos.

A organização desta sequência de apresentação está dividia em dois itens:

instrumento gerador do mapa da turma de coordenadores pedagógicos participantes

da pesquisa e no material de análise da atividade com gráficos e quadros que foram

produzidos. Desta forma, o leitor poderá ampliar o entendimento da atividade, para

além do publicado no texto de análise do item 5, desta pesquisa.

Item 1: Instrumento de percepções das preferências de aprendizagem

Instruções: As pessoas aprendem de muitas maneiras diferentes. Por exemplo,

algumas pessoas aprendem principalmente com seus olhos (aprendizes visuais) ou

com seus ouvidos (aprendizes auditivos); algumas pessoas preferem aprender pela

experiência e/ou através de tarefas “com a mão na massa” (aprendizes cinestésicos

e/ou táteis); algumas pessoas aprendem melhor quando trabalham sozinhas, e

outras preferem aprender em grupos. Este questionário foi desenvolvido para ajudá-

lo a identificar a(s) maneira(s) pelas quais você aprende melhor – a(s) maneira(s)

pelas quais você prefere aprender.

Leia cada afirmação nas páginas seguintes. Por favor, marque as suas opções

conforme elas se aplicam ao seu estudo. Decida se você concorda ou discorda de

cada afirmação. Por exemplo, se você concorda plenamente (CP), marque:

Concordo plenamente

(CP)

Concordo (C)

Não tenho certeza (NC)

Discordo (D)

Discordo totalmente

(DT)

X

Após ler cada afirmação, marque sua opção rapidamente, sem pensar durante muito

tempo. Tente não mudar suas respostas depois de tê-las escolhido. Por favor,

marque todas as questões. Depois utilize os materiais que seguem o questionário

para avaliar suas respostas.

Questões CP C NC D DT

1. Quando a professora me diz as instruções, eu entendo melhor.

2. Eu prefiro aprender fazendo alguma coisa em sala de aula.

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3. Meu trabalho rende mais quando eu o faço com outros.

4. Eu aprendo mais quando estudo com um grupo.

5. Em classe, eu aprendo melhor quando trabalho com outros.

6. Eu aprendo melhor lendo o que a professora escreve no quadro.

7. Quando alguém na classe me explica algo, eu aprendo aquilo melhor.

8. Quando eu desenvolvo tarefas em aula, aprendo melhor.

9. Eu me lembro melhor de coisas que eu tenha ouvido do que lido, na aula.

10. Quando eu leio as instruções, eu me lembro melhor delas.

11. Eu aprendo melhor quando consigo criar um modelo.

12. Eu compreendo melhor quando leio as instruções.

13. Quando estudo sozinho, lembro-me melhor.

14. Eu aprendo mais quando faço algo para um projeto em classe.

15. Eu gosto de aprender em classe fazendo experiências.

16. Eu aprendo melhor se faço desenhos enquanto estudo.

17. Eu aprendo melhor em classe quando a professora dá uma aula expositiva.

18. Quando trabalho sozinho, aprendo melhor.

19. Eu entendo as coisas melhor em classe quando participo de dramatizações.

20. Eu aprendo melhor em classe quando ouço alguém.

21. Eu gosto de realizar uma tarefa junto com dois ou três colegas.

22. Quando construo alguma coisa, eu me lembro melhor do que aprendi.

23. Eu prefiro estudar junto com outras pessoas.

24. Eu aprendo melhor lendo do que ouvindo outros.

25. Eu gosto de colaborar em projetos na aula.

26. Eu aprendo melhor em classe quando posso participar de atividades relacionadas ao que estou aprendendo.

27. Em classe, trabalho melhor sozinho.

28. Eu prefiro desenvolver projetos sozinho.

29. Eu aprendo mais lendo o livro do aluno do que ouvindo aulas expositivas.

30. Eu prefiro trabalhar sozinho.

Folha de autoavaliação

Instruções: Há cinco afirmações para cada categoria de aprendizagem neste

questionário. As questões estão agrupadas abaixo de acordo com cada estilo de

aprendizagem. Cada questão que você responde recebe um valor numérico:

Concordo plenamente

(CP)

Concordo (C)

Não tenho certeza (NC)

Discordo (D)

Discordo totalmente

(DT)

5 4 3 2 1

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Preencha as lacunas abaixo com o valor numérico de cada resposta. Por exemplo,

se você marcou Concordo Plenamente para a afirmação 6 (uma questão visual),

escreva o número 5 (CP) na lacuna ao lado da questão 6:

Visual 6 - 5

Quando tiver completado todos os valores numéricos para o aspecto Visual, some os

números. Multiplique o resultado por 2, e escreva o total na lacuna apropriada. Siga

esse processo para cada uma das categorias de estilos de aprendizagem. Quando

terminar, consulte a escala que segue. Ela a ajudará a determinar sua(s):

Preferência(s) principal(is) em estilos de aprendizagem: Pontuação: 38-50

Preferência(s) menor(es) em estilos de aprendizagem: Pontuação: 25-37

Preferência(s) indiferente(s) em estilos de aprendizagem: Pontuação: 10-24

AVALIAÇÃO

VISUAL TÁTIL AUDITIVO GRUPAL CINESTÉSICO INDIVIDUAL

6 - ________

11 - _______

1 - _______

3- _______

2- _______

13- _______

10- ______-_

14 - _______

7- _______

4- _______

8- _______

18- _______

12 - _______

16 - _______

9- _______

5- _______

15- _______

27- _______

24 - _______

22 - _______

17- _______

21- _______

19- _______

28- _______

29 - _______

25-________

20- _______

23- _______

26- _______

30- _______

Total ___x 2=

____

Total ___x 2=

____

Total ___x 2=

____

Total ___x 2=

____

Total ___x 2= ____

Total ___x 2=

____

Explicação das Preferências Perceptuais em Estilos de Aprendizagem24 MAZUROSKI Jr., A.; AMATO, L. J. D.; JASINSKI, L.; SAITO, M. Variação nos estilos de aprendizagem: investigando as diferenças individuais na sala de aula. In: ReVEL. vol. 6, n. 11, agosto de 2008.

Item 2: Material de análise da atividade 24 A explicação dos estilos de aprendizagem foi adaptada do Instrumento de Estilos de Aprendizagem

C.I.T.E., do Centro de Ensino Murdoch, Wichita, Kansas 67208.

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Gráfico A – MPA do curso para coordenadores pedagógicos.

Fonte: Mapa compilado (Martins, 2016).

A compilação dos dados ocorre após a tabulação dos valores indicados, em

cada um dos instrumentos preenchidos e organizados no Excel para geração dos

gráficos de análise. As seis indicações de preferências solicitadas na análise são

apresentadas por meio de gráfico individual e agregadas de comentários, referentes

aos pareceres dos analisadores.

Gráfico B – Faixa de intervalo da preferência visual

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

Preservamos os comentários referentes ao grupo, pois inferem em avaliação

de pareceres dos analisadores agregados aos pareceres dos participantes. Desta

forma, o intuito é proporcionar possibilidade de leitura da construção do processo

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avaliativo e não o de fornecer dados individuais e ou discutidos a partir de

características especificas dos participantes.

Gráfico C – Faixa de intervalo da preferência auditiva

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

Há variações, também, nas possibilidades de leitura e possibilidades de

utilização dos analisadores em oferta de novos layouts de ambientes, desde a sala

de aula até outros espaços na escola, porém, ao mesmo tempo em que ocorrem as

possibilidades de ações coletivas favorecidas com a leitura, ocorrem as intenções

individuais tanto percebida pelo analisador, como pelo próprio participante no

processo de autoavaliação.

Gráfico D – Faixa de intervalo da preferência auditiva

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

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No contexto de analisadores, o ideal proposto se refere aos profissionais das

equipes pedagógicas, ou seja, sempre será interessante que analisem juntos e

ampliem a oferta de ações interdisciplinares e de protagonismo. Outro sentido é a

construção de pareceres com pluralidade de pontos de vista.

Gráfico E – Faixa de intervalo da preferência tátil

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

Posto, como percepções e diante da iminente possibilidade de parecer sem a

intenção de definição precisa, o MPA intenciona a prática reflexiva para formas de

construção e de estudo dos participantes envolvidos, o que não impede a aplicação

em momentos de autoavaliação, ou em contexto fora dos ambientes escolares.

Gráfico F – Faixa de intervalo da preferência grupal

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

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Importante tratar o caráter reflexivo, mais uma vez, posto também no sentido

de propiciar construções que privilegiem a contemplação de preferências maiores,

mas sem perder de vista o desenvolvimento das preferencias menores.

Gráfico G – Faixa de intervalo da preferência individual

Fonte: MPA do curso para coordenadores pedagógicos. (Martins, 2016).

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APÊNDICE B - Tabela e Material de Avaliação de Aplicativos Educacionais

O quadro de aplicativos avaliados pelos coordenadores pedagógicos

participantes da pesquisa foi disposto integralmente como forma de socializar

algumas percepções e sugestões de encaminhamentos.

O mesmo procedimento ocorreu com a ficha avaliativa que sugere um modelo

de análise, que poderá ser utilizado pelo leitor respeitando a citação disposta ao final

deste documento.

Quadro A – Aplicativos avaliados

Fonte: Blog Artefato Didático. (Martins, 2016)

A disposição de apresentação da lista favorece a leitura do nome do

aplicativo, seguido do endereço (link) para pesquisa nas lojas virtuais, tais como

Google Play e Apple Store.

Quadro B – Links para acesso aos aplicativos

Fonte: Blog Artefato Didático. (Martins, 2016).

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Os exemplos de utilização dos aplicativos são oriundos da reflexão do grupo

de coordenadores pedagógicos, no entanto, a indicação é que cada equipe avalie

sequências de aplicativos inerentes aos assuntos e intenções de currículo.

Quadro C – Exemplos de reflexões sobre a utilização dos aplicativos

Fonte: Blog Artefato Didático. (Martins, 2016).

Ainda, no sentido de avaliar, o cenário considerado ideal trata do acesso aos

aplicativos indicados e avaliados em cada intenção didática, e neste sentido, a

avaliação colaborativa pode ser uma alternativa assertiva, ou seja, em contexto de

troca entre a equipe docente, e com ampliações para a participação dos alunos.

O modelo de ficha disposto, ainda pode sofrer contextualizações e

adaptações inerentes aos objetivos de cada grupo, ou em situações que atendam a

participação dos alunos. Ainda está socializado o link para modelo online da ficha

avaliativa25, como disposto no blog “Artefato Didático”.

25 Blog Artefato Didático. São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.survio.com/survey/w/D6W1M5B9Y6A5K8A7L . Acesso em: 15/12/2017.

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Quadro A. Avaliação de Aplicativo (APP)

1. Dados Gerais

1.1. Nome

1.2. Data

1.3. Nome do Aplicativo

1.4. Custo Gratuito ( ) – Pago ( ) – Valor em Reais R$

1.5. Desenvolvedor

1.6. URL (Link)

1.7. Tamanho em MB

1.8. Função ( ) Produção de texto – ( ) Notícias – ( ) Criação – ( ) Desenho ( ) Fotografia – ( ) Gravação de áudio – ( ) Filmagem – ( ) Livro ( ) Jogo – ( ) Jornal – ( ) Revista – ( ) Caderno de Notas ( ) Baixar Filmes – ( ) Baixar Músicas – ( ) Abrir arquivos __________ ( ) Editar arquivos ___________________________________________ ( ) Conteúdo específico: ______________________________________

1.9. Áreas Atendidas ( ) Arte – ( ) Língua Portuguesa – ( ) Matemática - ( ) Geografia ( ) História – ( ) Ciências – ( ) Educação Física – ( ) Espanhol ( ) Inglês – ( ) Filosofia – ( ) Sociologia – ( ) Física – ( ) Química ( ) Música – ( ) Religião – ( ) Formação do Professor – ( ) Inclusão ( ) Jornais e revistas – ( ) Livros

1.10. Idioma ( ) Inglês – ( ) Português – ( ) Espanhol – ( ) Francês – ( ) Alemão ( ) Outro - _________________________________________________

2. Teste de Uso

2.1. Funcionamento ( ) Online – ( ) Off-line 2.2. Disponibilização ( ) Integral – ( ) Parcial 2.3. Propagandas ( ) Abertura – ( ) Intervalo de Fases – ( ) Tempo Integral 2.4. Travamentos ( ) Não Ocorreu – ( ) Moderado – ( ) Frequente 2.5. Alterações ( ) Permite – ( ) Não Permite 2.6. Salvar ( ) Permite – ( ) Não Permite 2.7. Enviar ( ) Permite – ( ) Não Permite 2.8. Velocidade ( ) Rápido – ( ) Moderado – ( ) – Lento ( ) Muito Lento 2.9. Interação ( ) Individual – ( ) Duplas – ( ) Grupos 2.10 Necessidade de Som ( ) Sim – ( ) Não 2.11 Observações do Item

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3. Encaminhamento Metodológico SIM NÃO

3.1.Habilidades de pensamento: O aplicativo incentiva habilidades de criação, avaliação e análise?

3.2. Conexão com os conteúdos: as habilidades solicitadas estão ligadas aos conceitos?

3.3. Autenticidade: as habilidades praticadas são baseadas em problemas?

3.4. Criatividade: Promove a criatividade e a imaginação?

3.5. Compartilhamento: Promove a colaboração e a troca de ideias?

3.6. Feedback: o resultado da utilização favorece caminhos de autoavaliação?

3.7. Facilidade de utilização: Os alunos podem navegar de forma independente?

3.8. Motivação do aluno: Os alunos ficaram motivados ao utilizar o aplicativo?

RESUMO DO APLICATIVO: Usando os dados coletados acima, explique porque você recomendaria, ou não, este aplicativo. Por favor, inclua todas as ideias que você tem para compartilhar.

Aplicativo apropriado para alunos com idade*: 4 + 9+ 12+ 17+

3 Resenha Área do Conhecimento X Material Didático

3.10 Alinhamento Coerência entre a proposta do aplicativo e o momento do curso ( ) Integral – ( ) Parcial - ( ) Pouca – ( ) Não há

3.11 Momento Explique em qual momento do curso você utilizará o aplicativo 3.11.1 Segmento/ano 3.11.2 Área/tema *Se preferir consulte a classificação do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (DEJUS),

que classifica filmes, jogos eletrônicos e programas de televisão no Brasil, para entender sobre os pontos

primordiais de adequação para faixas etárias.

Fonte: MARTINS, Leandro Wendel. Avaliação de aplicativos educacionais (AVAP). São Paulo, 2015.

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APÊNDICE C - Sequências de Conversa no Grupo “Estudos” Via WhatsApp

A sequência de conversas está apresentada de maneira linear e dividida em

três categorias de recorte: identificação de compartilhamentos e ampliação de

estudo com relação ao curso, publicações de ações com os alunos nas unidades

escolares, e publicações dos momentos de formação continuada com os professores

nas escolas.

Sequência 1 – Identificação de compartilhamentos e ampliação de estudo com relação ao curso

Figura A – Sequência de compartilhamentos

(Continua)

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Fonte: Conversas do Grupo “Estudos” (2016).

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Sequência 2 – Publicações de ações com os alunos nas unidades escolares

Figura B – Sequência de ações com os alunos

(Continua)

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(Continuação)

(Continua)

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(Continuação)

Fonte: Conversas do Grupo “Estudos” (2016).

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Sequência 3 – Publicações dos momentos de formação continuada com os professores nas escolas

Figura C – Sequência de ações com os professores

(Continua)

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(Continuação).

(Continua)

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(Continuação)

Fonte: Conversas do Grupo “Estudos” (2016).

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