UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE...
Transcript of UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE...
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIEPROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM
ENGENHARIA ELETRICA E COMPUTACAO
GEORGE HENRIQUE MARANHAO GARCIA DEOLIVEIRA
IMPLEMENTACAO DE TECNICAS ROBUSTAS DE
CODIFICACAO E MODULACAO PARA O SISTEMA
ISDB-TB LDM
Sao Paulo2017
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIEPROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM
ENGENHARIA ELETRICA E COMPUTACAO
George Henrique Maranhao Garcia de Oliveira
Implementacao de tecnicas robustas de codificacao e modulacao
para o sistema ISDB-TB LDM
Dissertacao de Mestrado apresentada aoPrograma de Pos-Graduacao em EngenhariaEletrica e Computacao da UniversidadePresbiteriana Mackenzie para obtencao doTıtulo de Mestre em Engenharia Eletrica.
Orientador: Prof. Dr. Cristiano Akamine
Sao Paulo2017
O48i Oliveira, George Henrique Maranhão Garcia de
Implementação de técnicas robustas de codificação e
modulação para o sistema ISDB-TB LDM. / George
Henrique Maranhão Garcia de Oliveira - 2017.
66f.: il., 30 cm
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) –
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.
Orientadores: Prof. Dr. Cristiano Akamine
Bibliografia: f. 64-66
1. ISDB-T. 2. SDR. 3. LDPC. 4. LDM. 5. NUC. Título.
CDD 621.38807
Dedico este trabalho a minha famılia ea minha namorada, pessoas que sempre meapoiaram e incentivaram a estudar e crescerna vida. Sou grato por todo amor, carinho epaciencia, especialmente ao longo do cursode Mestrado. Amo voces!
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus por ser minha fortaleza e sempre me dar forcas para seguirem frente.
Ao meu orientador Professor Doutor Cristiano Akamine pela dedicacao, atencao epaciencia ao longo do desenvolvimento deste trabalho.
Ao Instituto Prebiteriano Mackenzie, ao Fundo Mackenzie de Pesquisa, MackPesquisa,e ao Laboratorio de TV Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie pela concessaode bolsas de estudos durante o decorrer do curso, permitindo a oportunidade de conti-nuar meu desenvolvimento academico em uma escola com excelencia no ensino como aUniversidade Presbiteriana Mackenzie.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientıfico e Tecnologico (CNPq).
A minha famılia, por sempre me apoiar e me dar forcar para continuar estudando eme aprimorando cada vez mais.
Ao Laboratorio de TV Digital pela oportunidade de estagiar neste renomado centrode pesquisas por dois anos.
Ao Laboratorio de TV Digital pela oportunidade de integrar esta equipe extrema-mente competente como colaborador.
A todos os colegas do Laboratorio de TV Digital da Universidade Presbiteriana Mac-kenzie por compartilharem comigo parte de seu rico conhecimento ao longo destes quatroanos de convivencia.
Aos meus amigos e companheiros da pos-graduacao pelas secoes de estudos, dicas eamizade nestes dois anos de curso.
RESUMO
Este trabalho apresenta as caracterısticas do ISDB-TB, adotado no Brasil como partedo Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) e os desafios e adaptacoes necessarias paraas proximas geracoes da TV digital. O trabalho tambem mostra o historico das tecnolo-gias SDR, camada fısica LDM, modulacoes NUC e codigo corretor de erro LDPC. Suasvantagens de utilizacao sao demonstradas em termos de sua eficiencia espectral, robusteze do aumento da taxa de dados transmitida. Um sistema de comunicacao digital unindoestas tecnologias e proposto, permitindo a compatibilidade com o sistema ISDB-TB. Ofoco deste trabalho sao as etapas de codificacao e modulacao da camada inferior do LDM,permitindo maior desempenho desta tecnica no sistema ISDB-TB. Esta implementacaofoi realizada com o software GNU Radio Companion e o uso da linguagem C++.
Palavras-chave: ISDB-T, SDR, LDPC, LDM, NUC
i
ABSTRACT
This work presents the characteristics of the ISDB-TB, adopted in Brazil as part ofDigital TV Brazilian System (SBTVD) and the challenges and needed adaptations forthe next digital TV generations. It also shows the historic of SDR, physical layer LDM,NUC modulations and error correction code LDPC technologies. Their advantages aredemonstrated in terms of efficient use of spectrum, robustness and increase of transmissionrate. A digital communication system with this technologies was proposed, allowing thecompatibility with the ISDB-TB system. The focus of this work are the stages of codingand modulation in the LDM lower layer, enabling better performance of this technique inthe ISDB-TB system. This implementation was performed with the software GNU RadioCompanion and the use of the C ++ language.
Key-words: ISDB-T, SDR, LDPC, LDM, NUC
ii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC1 Auxiliary Channel 1
AC2 Auxiliary Channel 2
A/D Analogico/Digital
ATSC 3.0 Advanced Television Systems Commitee 3.0
AWGN Additive White Gaussian Noise
BCH Bose-Chaudhuri-Hocquenghem
BMSB 2016 Broadband Multimedia Systems and Broadcasting 2016
BPSK Binary Phase Shift Keying
BST-OFDM Band Segmented Transmission OFDM
BTS Broadcast Transport Stream
CC Codigo Convolucional
Cloud Txn Cloud Transmission
CP Continual Pilots
CR Code Rate
CRC Communications Research Centre
D/A Digital/Analogico
DFT Discrete Fourier Transform
ETRI Electronics and Telecommunications Research Institute
FFT Fast Fourier Transform
GF Galois Field
GRC GNU Radio Companion
I In Phase
ICI Inter Carrier Interference
IFFT Inverse Fast Fourier Transform
IIP ISDB-T Information Packet
IL Injection Level
iii
ISDB-TB Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial - Version B
ISI Inter Symbol Interference
LDM Layer Division Multiplexing
LDPC Low Density Parity Check
LL Lower Layer
LLR loglikelihood ratio
MCCI Modulation Configuration Control Information
NUC Non Uniform Constellation
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing
One-Seg One Segment
PRBS Pseudo Random Binary Sequence
PRBS23 Pseudo Random Binary Sequence 23
Q Quadrature
QAM Quadrature Amplitude Modulation
QPSK Quadrature Phase Shift Keying
RF Radiofrequencia
RS Reed Solomon
SBTVD Sistema Brasileiro de TV Digital
SDR Software Defined Radio
SNR Signal to Noise Ratio
SP Scattered Pilots
S/P Serial/Paralelo
SR Software Radio
TMCC Transmission and Multiplexing Configuration Control
TS Transport Stream
TSP Transport Stream Packet
UL Upper Layer
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Panorama dos sistemas de Radiodifusao no mundo. . . . . . . . . . 5
Figura 2 Visao geral da transmissao do sistema ISDB-TB. . . . . . . . . . . . 5
Figura 3 Diagrama de blocos da codificacao de canal. . . . . . . . . . . . . . 6
Figura 4 Circuito de codificacao convolucional do ISDB-TB. . . . . . . . . . 9
Figura 5 Constelacao QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 6 Constelacao 16-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 7 Constelacao 64-QAM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 8 Diagrama de blocos do entrelacador de frequencia. . . . . . . . . . . 14
Figura 9 Ordem dos segmentos no ISDB-TB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 10 Estrutura de um quadro OFDM na modulacao coerente. . . . . . . 16
Figura 11 Constelacao na saıda do quadro OFDM. . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 12 Insercao do Intervalo de Guarda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 13 Esquema da modulacao LDM utilizando duas camadas. . . . . . . . 18
Figura 14 Diagrama de blocos de modulacao usando LDM. . . . . . . . . . . . 19
Figura 15 Diagrama de blocos de demodulacao usando LDM. . . . . . . . . . 19
Figura 16 Exemplo de grafo de Tanner. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 17 Matriz H utilizada para construcao do Grafo. . . . . . . . . . . . . 22
Figura 18 Exemplo de ciclo no grafo de Tanner. . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 19 Constelacao 64NUQAM - CR = 8/15. . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 20 Constelacao 64NUQAM - CR = 11/15. . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 21 Alteracao do valor do sımbolo transmitido. . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 22 Calculo do valor LLR em uma constelacao QPSK. . . . . . . . . . . 34
Figura 23 Diagrama de blocos de um SDR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 24 Transmissor ISDB-TB LDM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 25 Receptor ISDB-TB LDM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 26 Flowgraph do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC. . . . . . . . . . . 40
Figura 27 Flowgraph do UL do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC. . . . . . . 40
Figura 28 Flowgraph do LL do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC. . . . . . . 40
Figura 29 Flowgraph da etapa de Transmissao do Transmissor ISDB-TB LDM- GRC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
v
Figura 30 Flowgraph do Receptor ISDB-TB LDM - GRC. . . . . . . . . . . . 41
Figura 31 Flowgraph da etapa de recepcao do Receptor ISDB-TB LDM - GRC. 41
Figura 32 Flowgraph da recuperacao do UL do Receptor ISDB-TB LDM - GRC. 41
Figura 33 Flowgraph da reconstrucao do UL do Receptor ISDB-TB LDM - GRC. 42
Figura 34 Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 1 dB. . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 35 Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 3 dB. . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 36 Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 10 dB. . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 37 Setup de testes - Constelacao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 38 Constelacao - CR = 1/2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 39 Constelacao - CR = 3/4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 40 Constelacao na saıda da decodificacao de canal. . . . . . . . . . . . 45
Figura 41 Constelacao na saıda do cancelamento do UL. . . . . . . . . . . . . 46
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Puncionamento no codigo convolucional. . . . . . . . . . . . . . . . 9
Tabela 2 Ajuste de atraso no Entrelacador de Bit. . . . . . . . . . . . . . . . 10
Tabela 3 Mapeamento para modulacao QPSK. . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Tabela 4 Normalizacao apos mapeamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Tabela 5 Numero de portadoras para modulacao coerente do ISDB-TB. . . . 13
Tabela 6 Atrasos do Entrelacador Temporal no modo 3 (8k). . . . . . . . . . 14
Tabela 7 Exemplo Check Nodes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 8 Exemplo Variable Nodes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Tabela 9 Polinomios BCH - N = 64800. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Tabela 10 Polinomios BCH - N = 16200. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Tabela 11 Mapeamento para modulacao 64NUQAM - 1. . . . . . . . . . . . . 31
Tabela 12 Mapeamento para modulacao 64NUQAM - 2. . . . . . . . . . . . . 31
Tabela 13 Tabela de referencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Tabela 14 Limiar sem a tecnologia LDM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Tabela 15 Limiar com a tecnologia LDM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
vii
SUMARIO
1 INTRODUCAO 1
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Sistema ISDB-TB 4
2.1 Separador de Camadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Codificador Reed Solomon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Dispersor de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Entrelacador de Byte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.5 Codificador Convolucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 Entrelacador de Bit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.7 Mapeamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8 Combinador de camadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.9 Entrelacador Temporal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.10 Entrelacador em Frequencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.11 Estrutura de quadro OFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.12 Modulacao OFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3 Camada fısica LDM 18
3.1 Codigo corretor de erro LDPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2 Codigo BCH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3 Modulacao NUC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Demodulacao Soft Decision . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.5 Tecnologia SDR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 Desenvolvimento 37
4.1 Resultados Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5 Conclusao 48
5.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.2 Artigos publicados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
viii
5.3 Vıdeos publicados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 50
ix
1 INTRODUCAO
Utilizar Software Defined Radio (SDR) em um projeto de comunicacao permite flexi-
bilidade de hardware, uma vez que as funcoes sao implementadas via software (MITOLA
J., 1993). O processamento realizado pelo SDR permite a reducao de custos em um pro-
jeto, substituindo equipamentos que realizam tratamento de sinais, utilizando logica de
programacao. Este custo em um sistema com transceptor, por exemplo, pode ser ate dez
vezes menor (SRUTHI et al., 2013).
Com o avanco da tecnologia, os sistemas de comunicacao sem fio de banda larga vem
requisitando aumento de sua faixa espectral. Isto impacta na reducao do espectro para
servicos tradicionais, como por exemplo, a TV digital, o radio AM e FM(WU et al.,
2012). Para contornar esta situacao, o setor de Radiodifusao tem estudado tecnicas que
podem aumentar a eficiencia espectral. Um dos importantes resultados destes estudos,
foi a descoberta da tecnica de camada fısica Layer Division Multiplexing (LDM) (PARK
et al., 2015). O uso desta tecnologia em um sistema de TV digital pode impactar no
aumento da eficiencia espectral em ate 28% (MONTALBAN et al., 2013).
Alem da flexibilidade do SDR e da eficiencia espectral do LDM, e necessario otimizar a
quantidade de bits enviados e recebidos sem erro, dado um determinado valor de Signal to
Noise Ratio (SNR). Para evitar estes erros na recepcao do sinal, os codigos corretores de
erros sao utilizados. Entre eles, um codigo que vem se destacando pela sua proximidade
com o limite teorico estabelecido por Shannon e o codigo Low Density Parity Check
(LDPC) (SHANNON, 1948; RYAN; LIN, 2009). Considerando a possibilidade de utilizar
uma matriz com ordem N de aproximadamente 106 elementos e possıvel chegar a 0.13
dB do limite estabelecido por Shannon (RICHARDSON; SHOKROLLAHI; URBANKE,
2001). A utilizacao do codigo Bose-Chaudhuri-Hocquenghem (BCH) concatenado permite
o melhor desempenho do codigo LDPC (ETSI, 2009). A utilizacao de codigos corretores
de erro junto com a tecnica LDM permite valores de SNR entre -2 e -3 dB, o que significa
que o sistema pode receber sinais com potencia menor do que o ruıdo presente no canal
(PARK et al., 2013).
Outro fator que influencia na robustez do sistema e a modulacao utilizada. Tecnicas
de modulacao avancadas tem sido estudadas, entre elas a modulacao com constelacao
1
nao uniforme (Non Uniform Constellation - NUC). Este tipo de modulacao possui ga-
nho significativo em comparacao a modulacao Quadrature Amplitude Modulation (QAM)
utilizada nos sistemas de televisao atualmente (LOGHIN et al., 2016). Devido suas van-
tagens a modulacao NUC foi adotada no novo sistema de Radiodifusao americano, ainda
em desenvolvimento (ATSC, 2016).
1.1 Objetivos
O objetivo do presente trabalho e mostrar a implementacao de tecnicas robustas de
codificacao e modulacao na camada inferior (Lower Layer - LL) da camada fısica LDM e
assim avaliar o desempenho no sistema Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial
- Version B (ISDB-TB) LDM. As tecnicas anteriormente citadas foram implementadas
para aumentar a eficiencia espectral e a robustez do sistema contra os mais variados
tipos de interferencia. O sistema proposto utiliza os estagios de codificacao de canal do
ISDB-TB na camada superior (Upper Layer - UL) do LDM. O sinal LDM passa pela
modulacao Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM) utilizada no sistema
ISDB-TB, desta forma permitindo a retrocompatibilidade.
1.2 Metodologia
Inicialmente foi necessario realizar uma revisao dos conceitos teoricos envolvendo o
sistema ISDB-TB (ABNT, 2008; AKAMINE, 2011; MACIEL, 2014), os SDRs (MITOLA
J., 1993; MITOLA; MAGUIRE, 1999; HAYKIN, 2005; ROCHA, 2014), a tecnica LDM
(MONTALBAN et al., 2013; PARK et al., 2015; PARK et al., 2015; REGUEIRO et al.,
2015; SILVA et al., 2015; ATSC, 2016), os codigos LDPC (RYAN; LIN, 2009; WU et al.,
2012; PARK et al., 2013; BOCHAROVA; KUDRYASHOV; JOHANNESSON, 2014) e a
modulacao NUC (FOSCHINI; GITLIN; WEINSTEIN, 1974; BARSOUM; JONES; FITZ,
2007; LOGHIN et al., 2016).
Posteriormente, o programa de simulacao GRC foi escolhido para testar e implemen-
tar o sistema proposto. Com o simulador escolhido, a implementacao das melhorias do
sistema ISDB-TB LDM foi iniciada. Para esta implementacao foi utilizado o sistema
ISDB-TB implementado previamente (MACIEL, 2014) e a implementacao do sistema
2
ISDB-TB LDM (SILVA et al., 2015). O UL do LDM utilizou todos os blocos do sis-
tema ISDB-TB. Para viabilizar a transmissao em LDM, os codigos BCH e LDPC foram
escolhidos, para serem usados de forma concatenada. A decisao da modulacao mais coe-
rente com a implementacao tambem foi necessaria. A modulacao NUC mostrou-se mais
adequada para este tipo de aplicacao, aumentando a robustez total do sistema (ATSC,
2016). Para a realizacao dos testes, os parametros foram escolhidos e detalhados na secao
de desenvolvimento.
1.3 Estrutura do trabalho
• Capıtulo 2: O sistema ISDB-TB e apresentado, bem como o detalhamento das
tecnicas utilizadas para viabilizar a transmissao em um canal de comunicacao;
• Capıtulo 3: A tecnologia de camada fısica LDM e mostrada. Os codigos LDPC e
BCH, ideais para serem usados com esta tecnica, sao apresentados e detalhados.
A modulacao NUC e apresentada, bom como o contexto atual de sua utilizacao.
Finalmente a tecnologia SDR e mostrada, assim como suas vantagens e aplicacoes;
• Capıtulo 4: Todas as etapas realizadas para o desenvolvimento do presente trabalho
e os resultados sao apresentados;
• Capıtulo 5: As conclusoes do presente trabalho sao mostradas. As indicacoes de
trabalhos futuros sao apresentadas e os artigos publicados detalhados.
3
2 Sistema ISDB-TB
O ISDB-T e um sistema de Radiodifusao criado no Japao em 2003 que utiliza 6,
7 ou 8 MHz de largura de banda. Este sistema e baseado na tecnica Band Segmented
Transmission (BST-OFDM). Esta tecnica utiliza 14 segmentos, cada um possuindo ta-
manho igual a 1/14 da banda utilizada. Destes segmentos, 13 sao usados para transmitir
dados e 1 e utilizado para banda de guarda. Devido a caracterıstica do BST-OFDM,
servicos diferentes podem ser transmitidos ao mesmo tempo. Para isto, basta agrupar a
quantidade desejada de segmentos para transmitir servicos de recepcao portatil, movel e
fixa. A juncao de segmentos podem formar ate tres camadas, denominadas pela norma
do ISDB-T como Camada A, Camada B e Camada C (AKAMINE, 2011).
Este sistema foi adotado pelo Brasil em 2006 e algumas modificacoes foram realiza-
das para a implantacao em 2007. O sistema de televisao digital brasileiro foi chamado
de ISDB-TB. Posteriormente, outros 17 paıses adotaram o uso deste sistema: Peru,
Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Filipinas, Bolıvia, Uruguai,
Maldivas, Botswana, Guatemala, Honduras, Sri Lanka, Nicaragua e El Salvador (DIBEG,
2017). A Figura 1 mostra os paıses que adotaram o ISDB-TB no mapa mundi, o criador
do ISDB-T, Japao, e o panorama atual dos sistemas de Radiodifusao nos outros paıses.
O diagrama da Figura 2 apresenta uma visao geral da transmissao do sistema ISDB-
TB (ABNT, 2008).
O audio e vıdeo gravados sao codificados e multiplexados com informacoes adicionais
como, por exemplo, guia de programacao e Closed Caption. O Transport Stream (TS),
com tamanho de 188 bytes, e criado por meio da multiplexacao dos sinais gerados. Poste-
riormente, o TS e remultiplexado, acrescentando 16 bytes e gerando o Broadcast Transport
Stream (BTS), com tamanho de 204 bytes. Este processo insere informacoes da trans-
missao. O BTS passa pela codificacao de canal e e modulado em OFDM, gerando o sinal
BST-OFDM. Neste estagio, o sinal e amplificado e transmitido (AKAMINE, 2011).
A Figura 3 apresenta o diagrama de blocos contendo a estrutura da codificacao de
canal do sistema ISDB-TB.
4
Figura 1: Panorama dos sistemas de Radiodifusao no mundo.
Fonte: Adaptado de DiBEG (2017).
Figura 2: Visao geral da transmissao do sistema ISDB-TB.
Fonte: (ABNT, 2008).
2.1 Separador de Camadas
A funcao do separador de camadas e vincular cada Transport Stream Packet (TSP)
com a sua respetiva camada. Isso e possıvel por meio da leitura do byte 190 do BTS.
Caso o TSP seja um ISDB-T Information Packet (IIP), o descritor Modulation Configu-
ration Control Information (MCCI) e usado para gerar a Transmission and Multiplexing
Configuration Control (TMCC). A TMCC permite o controle nas etapas de codificacao e
modulacao. Caso o TSP seja um pacote nulo, ele e descartado (MACIEL et al., 2015).
5
Figura 3: Diagrama de blocos da codificacao de canal.
Fonte: Adaptado de ABNT (2008), Akamine (2011).
6
2.2 Codificador Reed Solomon
O Reed Solomon (RS) e um codigo corretor de erro que e robusto contra erros
aleatorios e de banda estreita, pois possui capacidade de correcao de ate 8 bytes (AKA-
MINE, 2011). As Equacoes 1 e 2 mostram como realizar a codificacao da mensagem u,
gerando a palavra codigo v. As variaveis g(x), q(x) e r(x) representam, respectivamente,
o polinomio gerador, o quociente e o resto da divisao. A formula para o calculo do po-
linomio gerador do RS, depende dos parametros do codigo e e apresentada na Equacao 3.
u(x) · xn−k
g(x)= q(x) +
r(x)
g(x)(1)
v(x) = u(x) · xn−k + r(x) (2)
g(x) = (x+ α0)(x+ α1)(x+ α2)...(x+ α2t−1) (3)
Este codigo utiliza o campo de Galois (Galois Field - GF) para realizar os calculos
de soma, subtracao, multiplicacao e divisao. No ISDB-TB o codigo utilizado e o RS(255,
239, 8), valores que correspondem ao tamanho da palavra codigo, tamanho da mensagem
e capacidade de correcao de erros, respectivamente. Como o TS possui tamanho de 188
bytes, o codigo RS citado e adaptado para uma versao encurtada RS(204, 188, 8) para
compatibilidade. Para isso, 51 bytes nulos sao acrescentados na mensagem e removidos
apos a codificacao. O polinomio gerador usado no ISDB-TB e mostrado na Equacao 4
(AKAMINE, 2011).
g(x) = x16 + 59x15 + 13x14 + 104x13 + 189x12 + 68x11 + 209x10 + 30x9 + 8x8 + 163x7+
65x6 + 41x5 + 229x4 + 98x3 + 50x2 + 36x1 + 59 (4)
2.3 Dispersor de Energia
O dispersor de energia e uma tecnica utilizada no sistema ISDB-TB para prevenir
erros nos sımbolos quando ha repeticao de bits zeros ou uns. Estas repeticoes sao geradas
nos ajustes realizados no TSP, com a insercao de bytes 0xFF e 0x00. A implementacao
do dispersor de energia e realizada utilizando uma sequencia pseudo aleatoria binaria
7
(Pseudo Random Binary Sequence - PRBS) e um somador ou-exclusivo (AKAMINE,
2011). No sistema ISDB-TB valor inicial desta sequencia e definido pela norma e vale
100101010000000, sendo o bit mais significado o da esquerda. O polinomio gerador do
PRBS e o polinomio g(x) = 1 + x14 + x15 (ABNT, 2008).
2.4 Entrelacador de Byte
Para realizar o entrelacador de byte e necessario aplicar um ajuste de atraso, que per-
mitira um atraso total de um quadro do BTS em cada camada. Este atraso e necessario
para sincronizar as camadas do sistema, pois os parametros configurados nas diferentes
camadas criam atrasos diferentes em cada TSP. A funcao do entrelacador de byte e dis-
persar as sequencias de bits, desta forma minimizando a ocorrencia de possıveis erros.
Estes erros sao gerados principalmente pelo desvanecimento seletivo no canal de comu-
nicacao e por ruıdos impulsivos (MACIEL et al., 2015). Com o uso de entrelacadores, o
desempenho dos codigos corretores de erro e aumentado significativamente. Isso acontece
porque os bits errados sao espalhados entre pacotes, permitindo a recuperacao dos bits
errados (AKAMINE, 2011).
2.5 Codificador Convolucional
O codigo convolucional (CC) e uma classe dos codigos corretadores de erro que utiliza
memorias. Dessa forma, as saıdas dependem dos estados anteriores. A codificacao e feita
em dois passos: inicialmente e realizada a convolucao entre a entrada e duas sequencias
geradoras, G1 e G2. Por fim, as saıdas resultantes sao multiplexadas gerando a palavra
codigo. No sistema ISDB-TB a sequencias geradoras G1 e G2 valem, respetivamente,
171OCT e 133OCT . O circuito utilizado para realizar a codificacao convolucional no ISDB-
TB e apresentado na Figura 4 (ABNT, 2008).
Apos a codificacao convolucional, a palavra codigo e puncionada para ajustar a taxa
de bits. A sequencia utilizada na transmissao, depende da taxa de codificacao (Code Rate
- CR). Esta sequencia e gerada pelo descarte de alguns bits, como mostrado na Tabela 1.
8
Figura 4: Circuito de codificacao convolucional do ISDB-TB.
Fonte: (ABNT, 2008).
Tabela 1: Puncionamento no codigo convolucional.
CR Curva de puncionamento Sequencia de transmissao de sinal
1/2X: 1
X1, Y1Y: 1
2/3X: 1 0
X1, Y1, Y2Y: 1 1
3/4X: 1 0 1
X1, Y1, Y2, X3Y: 1 1 0
5/6X: 1 0 1 0 1
X1, Y1, Y2, X3, Y4, X5Y: 1 1 0 1 0
7/8X: 1 0 0 0 1 0 1
X1, Y1, Y2, X3, Y4, X5, Y6, X7Y: 1 1 1 1 0 1 0
Fonte: (ABNT, 2008).
2.6 Entrelacador de Bit
O entrelacador de bit usa conversores serial/paralelo (S/P) com numero de ramos igual
a ordem da modulacao utilizada. Esta tecnica usa um atraso interno que e diretamente
proporcional ao numero de ramos. A Equacao 5 mostra a formula utilizada para calcular
o passo utilizado no atraso de cada ramo (AKAMINE, 2011).
N =120
R− 1(5)
9
Nesta equacao, N e o passo e R e o numero total de ramos. Este atraso acumula ate
120 bits atrasados.
Para realizar o entrelacador de bit e necessario utilizar um ajuste para que o atraso
total do sistema seja igual a dois sımbolos OFDM. Este atraso depende do numero de
segmentos utilizados, da modulacao e do modo utilizado (ABNT, 2008). A Tabela 2
mostra as formulas para cada caso.
Tabela 2: Ajuste de atraso no Entrelacador de Bit.
Modulacao de Valor do ajuste de atraso (numero de bits)a
portadora Modo 1 Modo 2 Modo 3
DQPSK/QPSK (384 x N)-240 (768 x N)-240 (1536 x N)-240
16QAM (768 x N)-480 (1536 x N)-480 (3072 x N)-480
64QAM (1152 x N)-720 (2304 x N)-720 (4608 x N)-720
aN representa o numero de segmentos usados pela camada hierarquica.
Fonte: Adaptado de ABNT (2008).
2.7 Mapeamento
A saıda do entrelacador de bit e modulada em Quadrature Phase Shift Keying (QPSK),
16-QAM ou 64-QAM, dependendo da qualidade do servico desejada. Estas modulacoes
sao geradas por meio de uma tabela, sendo que entram n bits e sai um sımbolo. O sımbolo
e gerado por uma componente em fase (In Phase - I) e uma em quadratura (Quadrature -
Q). O numero de bits n e calculado a partir da ordem de modulacao M, como demonstrado
na Equacao 6.
n = log2M (6)
A Tabela 3 apresenta o mapeamento realizado para M =4. Pode-se notar que a codificacao
Gray e utilizada, para reduzir a interferencia inter simbolica. Esta codificacao ordena a
tabela de mapeamento de forma que, ao gerar a constelacao, os sımbolos proximos entre
si possuam apenas 1 bit diferente. A Figura 5 apresenta a constelacao resultante do
mapeamento apresentado na Tabela 3. A Figura 6 apresenta a constelacao 16-QAM e
a Figura 7 mostra a constelacao 64-QAM. O mapeamento de cada constelacao pode ser
deduzido observando a ordem dos sımbolos.
10
Tabela 3: Mapeamento para modulacao QPSK.
bit[1], bit[0] Em-fase Quadratura
0,0 1 1
0,1 -1 -1
1,0 1 1
1,1 -1 -1
Fonte: (AKAMINE, 2011).
Figura 5: Constelacao QPSK.
Fonte: Adaptado de ABNT (2008).
Figura 6: Constelacao 16-QAM.
Fonte: Adaptado de ABNT (2008).
Apos o mapeamento, a potencia da constelacao resultante necessita ser normalizada
para 1 watt. A Tabela 4 apresenta os coeficiente utilizados para realizar esta normalizacao.
11
Figura 7: Constelacao 64-QAM.
Fonte: Adaptado de ABNT (2008).
Tabela 4: Normalizacao apos mapeamento.
Modulacao Fator de Normalizacao
QPSK 1/√
2
16-QAM 1/√
10
64-QAM 1/√
42
Fonte: Adaptado de Akamine (2011).
2.8 Combinador de camadas
Nesta etapa, as Camadas A, B e C sao concatenadas. O numero de portadoras de
cada um dos 13 segmentos depende do modo utilizado. Alem das portadoras de dados, as
pilotos SP (Scattered Pilots), CP (Continual Pilots), TMCC, AC1 (Auxiliary Channel 1) e
AC2 (Auxiliary Channel 2) sao utilizadas. As pilotos SP e CP sao usadas para estimacao
de canal e para o sincronismo de frequencia. As pilotos TMCC possuem informacoes
12
sobre os parametros de transmissao. As auxiliares AC1 e AC2 possuem informacoes
para operacao do sistema (AKAMINE, 2011). A Tabela 5 apresenta a quantidade das
portadoras para cada segmento utilizadas na modulacao coerente do sistema ISDB-TB,
de acordo com o modo.
Tabela 5: Numero de portadoras para modulacao coerente do ISDB-TB.
Portadora Modo 1 (2k) Modo 2 (4k) Modo 3 (8k)
Total 108 216 432
Dados 96 192 384
SP 9 18 36
CP 0 0 0
TMCC 1 2 4
AC1 2 4 8
AC2 0 0 0
Fonte: (ABNT, 2008; AKAMINE, 2011).
2.9 Entrelacador Temporal
Apos a combinacao das camadas o entrelacador temporal e aplicado para entrelacar os
sımbolos OFDM. Cada segmento e entrelacado de forma independente e, posteriormente,
combinado ciclicamente na saıda. O tamanho do entrelacamento e especificado para cada
camada e e definido pelo parametro I. Ao final do processamento de entrelacamento e
necessario utilizar um atraso para compensar a diferenca do tamanho de entrelacamento
entre as camadas. A Tabela 6 mostra os valores deste atraso para o modo 3, dependendo
do parametro I.
Esta tecnica permite o aumento da robustez perante ruıdos impulsivos e melhora o
limiar de recepcao para a recepcao movel (AKAMINE, 2011).
2.10 Entrelacador em Frequencia
O diagrama de blocos da Figura 8 apresenta como e realizado o entrelacador de
frequencia. Como a estrutura de quadros e diferente para as modulacoes diferencial e
13
Tabela 6: Atrasos do Entrelacador Temporal no modo 3 (8k).
IMaximo Atraso Maximo Atraso Ajuste de Atraso
(ms) (sımbolos OFDM) (sımbolos OFDM)
0 0 0 0
1 102 95 109
2 204 190 14
4 407 380 28
Fonte: Adaptado de Akamine (2011).
Figura 8: Diagrama de blocos do entrelacador de frequencia.
Fonte: (ABNT, 2008).
coerente, o entrelacamento entre segmentos deve ser aplicado separadamente.
Os segmentos sao agrupados em tres grupos diferentes: destinado para recepcao par-
cial (One-Seg), modulados em modulacao diferencial e modulados em modulacao coe-
rente. O entrelacamento entre segmento nao e realizado no segmento 0, pois o mesmo
e destinado para o servico One-Seg. Os segmentos destinados para modulacao diferen-
cial e coerente sao entrelacados separadamente (AKAMINE, 2011). Posteriormente o
entrelacamento dentro de cada segmento e aplicado. Este processo consiste nas etapas de
rotacao das portadoras seguido da aleatorizacao das portadoras. A aplicacao da tecnica
de entrelacamento em frequencia acrescenta robustez ao sistema contra o desvanecimento
de frequencia seletivo(AKAMINE, 2011).
14
2.11 Estrutura de quadro OFDM
Conforme ABNT (2008) os segmentos sao ajustados em uma ordem determinada,
apresentado na Figura 9. Como pode-se notar, o segmento 0 fica no centro do espectro e os
segmentos de numeros par e ımpar sao agrupados, respectivamente, a direita e a esquerda
do segmento central. A transmissao do sinal ISDB-TB e organizada por meio de quadros,
Figura 9: Ordem dos segmentos no ISDB-TB.
Fonte: (AKAMINE, 2011).
chamados quadros OFDM. Cada um destes quadros com duracao Tf segundos, possuem
204 sımbolos OFDM. A quantidade de portadoras em cada sımbolo OFDM depende do
modo utilizado sendo 1405, 2809 e 5617 para os modos 1, 2 e 3, respectivamente. A
Figura 10 apresenta a estrutura de um quadro OFDM, onde Nc representa o numero
de portadoras. As ultimas 82 portadoras piloto da TMCC sao utilizadas para inserir
paridade, desta forma, aumentando a robustez. A Figura 11 apresenta a constelacao
resultante na saıda de um quadro OFDM. As pilotos SP, TMCC, e AC sao moduladas
em Binary Phase Shift Keying (BPSK) (AKAMINE, 2011).
2.12 Modulacao OFDM
Em 1966, Chang propos o uso de sinais ortogonais limitados em banda para transmitir
dados simultaneamente (CHANG, 1966). Este artigo gerou o conceito de modulacao
OFDM. Este tipo de modulacao reduz drasticamente o efeito das interferencias entre
portadoras (Inter Carrier Interference - ICI) e interferencias entre sımbolos (Inter Symbol
Interference - ISI). Em 1971, o desempenho da modulacao e demodulacao foi aprimorado
utilizando a transformada discreta de Fourier (Discrete Fourier Transform - DFT) pelos
pesquisadores Weinstein e Ebert (WEINSTEIN; EBERT, 1971).
Para reduzir a capacidade computacional requerida para realizar a modulacao OFDM,
os algoritmos da Transformada Rapida de Fourier (Fast Fourier Transform - FFT) e
15
Figura 10: Estrutura de um quadro OFDM na modulacao coerente.
Fonte: (AKAMINE, 2011).
Figura 11: Constelacao na saıda do quadro OFDM.
Fonte: (AKAMINE, 2011).
da Transformada Rapida de Fourier Inversa (Inverse Fast Fourier Transform - IFFT)
sao usados na demodulacao e modulacao, respectivamente. Estas tecnicas permitem o
deslocamento na frequencia dos sinais de entrada. Para obter-se o numero necessario de
16
amostras para realizacao a IFFT, e necessario acrescentar zeros. Esta tecnica foi chamada
de zero padding (AKAMINE, 2011).
Apos a realizacao da IFFT e necessario copiar uma fracao do termino do sımbolo
OFDM para o inıcio, como demonstrado na Figura 12 (ABNT, 2008). Esta extensao
cıclica corresponde a 1/4; 1/8; 1/16; ou 1/32 do sımbolo e e chamada de Intervalo de
Guarda.
Figura 12: Insercao do Intervalo de Guarda.
Fonte: (ABNT, 2008).
17
3 Camada fısica LDM
O LDM e uma nova tecnica de multiplexacao que surgiu do conceito de Cloud Trans-
mission (Cloud Txn). Dois renomados centros de pesquisa em telecomunicacoes, o Com-
munications Research Centre (CRC), do Canada, e o Electronics and Telecommunications
Research Institute (ETRI), da Coreia, propuseram esta tecnologia de camada fısica para
o novo sistema de TV digital americano, ainda em desenvolvimento, Advanced Television
Systems Committee 3.0 (ATSC 3.0) (PARK et al., 2015). O LDM foi escolhido como
padrao de camada fısica em abril de 2015 devido suas vantagens(PARK et al., 2015). O
LDM usa o espectro de forma mais eficiente, e robusto a interferencia de cocanal e imune
a distorcao de multipercurso. O impacto da interferencia de cocanal e semelhante ao
do ruıdo gaussiano Additive White Gaussian Noise (AWGN), e o threshoud de funciona-
mento do LDM para este tipo de interferencia e de -2 a -3 dB. Este threshoud negativo
indica que ha casos em que o ruıdo possui potencia maior do que o sinal, porem mesmo
assim e possıvel receber o sinal transmitido sem erros (PARK et al., 2013). A robustez
do LDM para interferencia de cocanal permite a transmissao de sinais na mesma faixa de
frequencia, separados por diferentes nıveis de potencia (WU et al., 2012). O esquema da
Figura 13 apresenta o modelo de espectro de frequencia para o LDM com duas camadas.
Figura 13: Esquema da modulacao LDM utilizando duas camadas.
Fonte: (REGUEIRO et al., 2015, p.2).
O diagrama de blocos da Figura 14 mostra como e realizada uma modulacao utilizando
18
LDM. Sinais gerados para distintos servicos utilizam moduladores diferentes e possuem
Figura 14: Diagrama de blocos de modulacao usando LDM.
Fonte: (MONTALBAN et al., 2013, p.1).
uma diferenca de potencia de (Injection Level - IL) dB entre a UL e o LL. O mapeamento
dos servicos tambem e realizado de forma distinta (MONTALBAN et al., 2013). Posteri-
ormente, os servicos sao somados e o sinal resultante e modulado em OFDM. Finalmente,
o prefixo cıclico e inserido e o sinal pode ser transmitido via RF. O diagrama de blocos
da Figura 15 a seguir mostra como e realizada uma demodulacao utilizando LDM.
Figura 15: Diagrama de blocos de demodulacao usando LDM.
Fonte: (MONTALBAN et al., 2013, p.2).
Para realizar a demodulacao e necessario retirar o prefixo cıclico, realizar a FFT, a
estimacao de canal e equalizar o sinal recebido. Desta forma e possıvel demodular o UL.
19
Para demodular o LL e necessario utilizar um buffer para guardar o sinal recebido, e,
novamente, modular e mapear o UL. Desta forma e possıvel subtrair o sinal UL em banda
base do sinal original gravado no buffer. Posteriormente, e necessario recuperar o nıvel de
sinal do LL utilizando um ganho de IL dB e demodular o sinal contido no LL (SILVA et
al., 2015).
Para a eficiencia total da tecnica LDM, codigos corretores de erros poderosos neces-
sitam ser utilizados. Como explicado anteriormente, o LL e submetido a uma atenuacao
de IL dB, desta forma, ficando mais susceptıvel a erros. O sistema de Radiodifusao
europeu utiliza o codigo LDPC concatenado com o codigo BCH e estes codigos foram
adotados para o novo sistema de Radiodifusao americano, pois continuam sendo a com-
binacao mais eficiente conhecida para aplicacoes de transmissao em tempo real (ETSI,
2009; ATSC, 2016).
3.1 Codigo corretor de erro LDPC
Os codigos LDPC pertencem a classe dos codigos de bloco linear e possuem desem-
penho proximo a capacidade do canal definida por Shannon (SHANNON, 1948). Este
codigo foi inventado por Gallager em 1960 em sua tese de doutorado e praticamente nao
foi utilizado em nenhuma pesquisa por cerca de 35 anos. Uma excecao foi o trabalho de
Tanner, em 1981, no qual o autor generalizou o codigo LDPC e criou uma representacao
grafica deste tipo de codigo, hoje conhecida como grafos de Tanner. Em meados dos anos
90, MacKay, Luby e outros pesquisadores recomecaram estudos referentes aos codigos
LDPC usando matrizes de verificacao de paridade esparsas (RYAN; LIN, 2009).
Em um codigo corretor de erro a matriz de verificacao de paridade H e ortogonal a
matriz geradora G e permite o calculo da sındrome s. A matriz G depende do numero
de sımbolos de entrada k e numero de sımbolos de saıda n. A matriz G permite codificar
a mensagem u gerando uma palavra codigo v. Essa codificacao e possıvel por meio da
insercao de uma paridade P na mensagem. O modelamento generico de uma matriz G e
mostrado na Equacao 7, sendo Ik definido como uma matriz identidade de ordem k.
G =(P Ik
)(7)
A Equacao 8 mostra matematicamente como a codificacao e realizada (RYAN; LIN, 2009).
20
v = u ·G (8)
A Equacao 9 mostra a relacao entre a matriz H e a matriz G.
H =(In−k P T
)(9)
A Equacao 10 apresenta o calculo da sındrome em um sistema de transmissao, em funcao
da matriz H e da palavra codigo r recebida apos a degradacao no canal de comunicacao.
s = r ·HT (10)
O vetor sındrome permite analisar a existencia de erros na transmissao. Quando todos os
elementos deste vetor sao nulos nao existem erros ou estes nao puderam ser encontrados
(RYAN; LIN, 2009).
Os codigos LDPC usam uma matriz H de m linhas e n colunas e geralmente possuem
99% ou mais elementos nulos em sua composicao, motivo do nome “baixa densidade”.
O numero de sımbolos nao nulos de cada linha e dado pelo coeficiente r e o numero de
sımbolos nao nulos em cada coluna e dado pelo coeficiente g. E possıvel implementar dois
tipos de matrizes de verificacao de paridade nos codigos LDPC: regulares e irregulares. Os
codigos LDPC regulares tem valores de r e g conforme a proporcao mostrada na Equacao
11 (RYAN; LIN, 2009).
r = g · ( nm
) (11)
A representacao de uma matriz H generica pode ser mostrado na Equacao 12.
H =
H0,0 ... H0,n
...
...
...
Hm,0 ... Hm,n
(12)
Alem desta proporcao, e necessario que o valor dos coeficientes r e g sejam constantes
ao longo da matriz H para que o codigo seja qualificado como regular. Caso contrario e
um codigo irregular (RYAN; LIN, 2009). A maioria das aplicacoes realizadas com codigos
LDPC irregulares possuem melhor desempenho para correcao de erros (BOCHAROVA;
KUDRYASHOV; JOHANNESSON, 2014). A CR e calculada pela Equacao 13.
CR ≥ 1− m
n= 1− g
r(13)
21
O grafo de Tanner de um codigo LDPC e semelhante a trelica do codigo convolucional.
Este grafo possui dois tipos de nos. Para cada linha da matriz H e criado um Check Node
e para cada coluna e criado um Variable Node. As conexoes realizadas entre os nos
dependem das posicoes dos elementos nao nulos da matriz H. Caso o elemento Hi,j da
matriz H nao seja nulo, o no Ci (Check Node) e conectado ao no Vj (Variable Node). A
imagem da Figura 16 mostra um exemplo de grafo de Tanner (RYAN; LIN, 2009). No
Figura 16: Exemplo de grafo de Tanner.
Fonte: O autor (2017).
exemplo da Figura 16, as conexoes foram feitas baseadas na matriz H representada na
Figura 17.
Figura 17: Matriz H utilizada para construcao do Grafo.
Fonte: O autor (2017).
As informacoes transportadas nos nos do grafo de Tanner sao geralmente estatısticas,
indicando o grau de certeza de um sımbolo estar correto. Estas informacoes estatısticas
sao chamadas, na literatura, de valores loglikelihood ratio (LLR). A Equacao 14 define
matematicamente o valor LLR.
LLR = log
(Pr(cwi = 0| saıda do canal para cwi)
Pr(cwi = 1| saıda do canal para cwi)
)(14)
22
Na Equacao 14, ci indica o i-esimo bit da palavra codigo transmitida em um canal de
comunicacao.
Um dos metodos mais eficazes para a realizar a decodificacao do codigo LDPC e o
algoritmo de passagem de mensagem. Este algoritmo e iterativo e utiliza o grafo de Tanner
em conjunto com a tecnica matematica de soma e produto dos valores LLR presentes
neste grafo. As Equacoes 15, 16 e 17 apresentam matematicamente como e realizada a
decodificacao do LDPC Soft Decision.
Rji = 2 ∗ atanh
∏i′∈Cj\i
tanh(1
2∗Qi′j)
(15)
Qij = cwi +∑
j′∈Vi\j
Rj′i (16)
saıda LLRi = cwi +∑j′∈Ci
Rj′i (17)
Na primeira iteracao a matriz Q utiliza os valores em LLR da palavra codigo cw, que
sao obtidos apos a etapa de demodulacao Soft Decision. A demodulacao Soft Decision
sera vista em detalhes na Secao 3.4.
As matrizes R e Q mudam de valor em cada iteracao e sao as metricas para determinar
a saıda LLR . Elas sao atualizadas de acordo com as conexoes do Grafo de Tanner.
Os ındices Cj\i (utilizados no produtorio da Equacao 15), sao as posicoes nao nulas das
colunas da linha j da Matriz H, desconsiderando a posicao da colunai. Ja os ındices Vi\j
(utilizados no somatorio da Equacao 16) sao as posicoes nao nulas das linhas da coluna i
da Matriz H, desconsiderando a posicao da linha j. Os ındices Ci (usados na Equacao 17)
sao calculados da mesma forma que os ındices Ci\j, porem a posicao da coluna j e levada
em consideracao.
As Tabelas 7 e 8 apresentam os valores dos Check Nodes e Variable Nodes considerando
o exemplo das Figuras 16 e 17.
Considerando uma entrada LLR de valor {4,20; 3,05; -1,20; 2,20; -3,30; 2,80; -1,20} o
desenvolvimento da Equacao 18 mostra como e realizado o calculo para o elemento R11
23
Tabela 7: Exemplo Check Nodes.
Check Node i Valor
C1 {1,2,4,5}
C2 {1,3,4,6}
C3 {2,3,4,7}
O autor (2017).
Tabela 8: Exemplo Variable Nodes.
Variable Nodej Valor
V1 {1,2}
V2 {1,3}
V3 {2,3}
V4 {1,2,3}
V5 {1}
V6 {2}
V7 {3}
O autor (2017).
24
da Matriz R, para a primeira iteracao.
Rji = 2 ∗ atanh
∏i′∈Cj\i
tanh(1
2∗Qi′j)
R11 = 2 ∗ atanh
∏i′∈{2,4,5}
tanh(1
2∗ cwi)
R11 = 2 ∗ atanh
(tanh(
1
2∗ cw2) ∗ tanh(
1
2∗ cw4) ∗ tanh(
1
2∗ cw5)
)R11 = 2 ∗ atanh
(tanh(
1
2∗ 3, 05) ∗ tanh(
1
2∗ 2, 20) ∗ tanh(
1
2∗ −3, 30)
)= −1, 6446
(18)
Realizando os calculos do desenvolvimento apresentado na Equacao 18 para todas as
linhas e colunas, a Matriz R possui os valores apresentados na Equacao 19, na primeira
iteracao.
R =
−1, 6446 −1, 8219 0 −2, 3130 1, 7607 0 0
−0, 8016 0 1, 6875 −0, 9982 0 −0, 8886 0
0 0, 4702 −0, 8260 0, 5372 0 0 −0, 8260
(19)
Para realizar o calculo da saıda LLR da primeira iteracao, e necessario somar todos
os elementos da coluna do matriz R com o respectivo cw. O desenvolvimento da Equacao
20 mostra este calculo.
saıda LLR1 = −1, 6446− 0, 8016 + 0 + 4, 20 = 1, 7539
saıda LLR2 = −1, 8219 + 0 + 0, 4702 + 3, 05 = 1, 6984
saıda LLR3 = 0 + 1, 6875− 0, 8260− 1, 20 = −0, 3386
saıda LLR4 = −2, 3130− 0, 9982 + 0, 5372 + 2, 20 = −0, 5740
saıda LLR5 = 1, 7607 + 0 + 0− 3, 30 = −1, 5393
saıda LLR6 = 0− 0, 8886 + 0 + 2, 80 = 1, 9114
saıda LLR7 = 0 + 0− 0, 8260− 1, 20 = −2, 0260
(20)
Para realizar a segunda iteracao e necessario atualizar a Matriz Q. O desenvolvimento da
Equacao 21 apresenta os calculos.
Qij = cwi +∑
j′∈Vi\j
Rj′i
Q11 = cw1 +∑j′∈{2}
Rj′1
Q11 = cw1 +R21 = 4, 20− 0, 8016 = 3, 3984
(21)
25
Realizando os calculos do desenvolvimento apresentado na Equacao 21 para todas as
linhas e colunas, a Matriz Q possui os valores apresentados na Equacao 22, na segunda
iteracao.
Q =
3, 3984 3, 5202 0 1, 7390 −3, 3000 0 0
2, 5554 0 −2, 0260 0, 4243 0 2, 8000 0
0 1, 2281 0, 4875 −1, 1112 0 0 −1, 2000
(22)
Usando a Matriz Q atualizada, a Matriz R e calculada conforme o desenvolvimento
apresentacao na Equacao 23.
Rji = 2 ∗ atanh
∏i′∈Cj\i
tanh(1
2∗Qi′j)
R11 = 2 ∗ atanh
∏i′∈{2,4,5}
tanh(1
2∗Qi′j)
R11 = 2 ∗ atanh
(tanh(
1
2∗Q21) ∗ tanh(
1
2∗Q41) ∗ tanh(
1
2∗Q51)
)R11 = 2 ∗ atanh
(tanh(
1
2∗ 3, 5202) ∗ tanh(
1
2∗ 1, 7390) ∗ tanh(
1
2∗ −3, 3000)
)R11 = −1, 4300
(23)
Realizando os calculos do desenvolvimento apresentado na Equacao 23 para todas as
linhas e colunas, a Matriz R possui os valores apresentados na Equacao 24, na segunda
iteracao.
R =
−1, 4300 −1, 4150 0 −2, 3065 1, 4437 0 0
−0, 2858 0 0, 3194 −1, 3285 0 −0, 2761 0
0 0, 1298 0, 2987 −0, 1407 0 0 −0, 1322
(24)
Para realizar o calculo da saıda LLR da segunda iteracao, e necessario somar todos os
elementos da coluna da Matriz R com o respectivo cw. O desenvolvimento da Equacao
25 mostra este calculo. A saıda LLR e calculada apenas quando nao sera realizada mais
nenhuma iteracao no codigo LDPC. No exemplo anterior, o codigo LDPC foi decodificado
com uma iteracao. Caso o intuito inicial fosse decodificar com duas iteracoes, a saıda
LLR seria calculada somente neste passo. Note que o cw utilizado e o mesmo da primeira
26
iteracao.
saıda LLR1 = −1, 4300− 0, 2858 + 0 + 4, 20 = 2, 4842
saıda LLR2 = −1, 4150 + 0 + 0, 1298 + 3, 05 = 1, 7647
saıda LLR3 = 0 + 0, 3194 + 0, 2987− 1, 20 = −0, 5818
saıda LLR4 = −2, 3065− 1, 3285− 0, 1407 + 2, 20 = −1, 5757
saıda LLR5 = 1, 4437 + 0 + 0− 3, 30 = 1, 8563
saıda LLR6 = 0− 0, 2761 + 0 + 2, 80 = 2, 5239
saıda LLR7 = 0 + 0− 0, 1322− 1, 20 = −1, 3322
(25)
A partir da segunda iteracao a Matriz Q ja esta formada, e desta forma, os calculos para
qualquer valor de iteracoes serao iguais.
No final da decodificacao, os valores de LLR sao convertidos para bit, tecnica chamada
de decodificacao Hard Decision. A saıda binaria vale “1” caso o valor LLR seja positivo
e “0”, caso o valor do LLR seja negativo. As conexoes realizadas entre os dois tipos de
nos em um grafo de Tanner formam um caminho fechado chamado ciclo. A imagem da
Figura 18 mostra a representacao de um ciclo, em preto.
Figura 18: Exemplo de ciclo no grafo de Tanner.
Fonte: (RYAN; LIN, 2009, p.203).
E importante notar que a existencia de ciclos curtos no grafo de Tanner resultam na
degradacao do desempenho do algoritmo de decodificacao (RYAN; LIN, 2009). Devido
a este fato, as matrizes de verificacao de paridade utilizadas nos codigos LDPC possuem
ordem elevada, sendo limitada pela capacidade computacional do sistema. Para os codigos
LDPC irregulares a nomenclatura dos coeficientes r e g nao pode ser aplicada da mesma
27
forma do codigo LDPC regular. Isso se deve ao fato de que estes coeficientes nao sao
constantes ao longo da matriz H e por causa deste fato polinomios de distribuicao de grau
para realizar a definicao destes coeficientes sao utilizados. Estes polinomios sao chamados
de λ(X) e ρ(X) para os nos cj e fi, respectivamente. A Equacao 26 e a Equacao 27
apresentam os valores destes polinomios.
λ(X) =dc∑d=1
λdXd−1 (26)
ρ(X) =
df∑d=1
ρdXd−1 (27)
Ainda para o caso dos codigos LDPC irregulares e possıvel calcular a CR do codigo
por meio da Equacao 28 (RYAN; LIN, 2009).
CR ≥ 1− m
n= 1−
∫ 1
0ρ(X)dX∫ 1
0λ(X)dX
(28)
Uma tecnica utilizada no sistema de radiodifusao americano (ATSC, 2016) para aumentar
a eficiencia do codigo LDPC e concatena-lo com o codigo BCH.
3.2 Codigo BCH
O codigo BCH faz parte da classe dos codigos cıclicos e e utilizado para correcao de
erros aleatorios. Este codigo foi descoberto foi Hocquenghem em 1959. Os pesquisadores
Bose e Chaudhuri estudaram o mesmo codigo em 1960, cada um deles realizando pesquisas
independentes (RYAN; LIN, 2009). O codigo BCH utiliza o GF binario para realizar as
operacoes na codificacao. Por meio dos polinomios mınimos e possıvel obter o polinomio
gerador. A Tabela 9 apresenta os valores dos polinomios mınimos para tamanho da palavra
codigo N = 64800 e a Tabela 10 para N = 16200. O polinomio gerador do um codigo BCH
que corrige ate t erros e obtido pela multiplicacao dos t primeiros polinomios das Tabelas
9 e 10. Para realizar a codificacao, basta multiplicar a mensagem pelo polinomio gerador.
Alem dos codigos LDPC e BCH concatenados e possıvel obter ganhos significativos ao
utilizar diferentes tecnicas de modulacao. A modulacao NUC possui ganho significativo
em comparacao com a modulacoes uniformes e tambem foi adotada no novo sistema de
Radiodifusao americano (ATSC, 2016).
28
Tabela 9: Polinomios BCH - N = 64800.
g1(x) 1+x2+x3+x5+x16
g2(x) 1+x+x4+x5+x6+x8+x16
g3(x) 1+x2+x3+x4+x5+x7+x8+x9+x10+x11+x16
g4(x) 1+x2+x4+x6+x9+x11+x12+x14+x16
g5(x) 1+x+x2+x3+x5+x8+x9+x10+x11+x12+x16
g6(x) 1+x2+x4+x5+x7+x8+x9+x10+x12+x13+x14+x15+x16
g7(x) 1+x2+x5+x6+x8+x9+x10+x11+x13+x15+x16
g8(x) 1+x+x2+x5+x6+x8+x9+x12+x13+x14+x16
g9(x) 1+x5+x7+x9+x10+x11+x16
g10(x) 1+x+x2+x5+x7+x8+x10+x12+x13+x14+x16
g11(x) 1+x2+x3+x5+x9+x11+x12+x13+x16
g12(x) 1+x+x5+x6+x7+x9+x11+x12+x16
Fonte: (ETSI, 2009; ATSC, 2016).
Tabela 10: Polinomios BCH - N = 16200.
g1(x) 1+x+x3+x5+x14
g2(x) 1+x6+x8+x11+x14
g3(x) 1+x+x2+x6+x9+x10+x14
g4(x) 1+x4+x7+x8+x10+x12+x14
g5(x) 1+x2+x4+x6+x8+x9+x11+x13+x14
g6(x) 1+x3+x7+x8+x9+x13+x14
g7(x) 1+x2+x5+x6+x7+x10+x11+x13+x14
g8(x) 1+x5+x8+x9+x10+x11+x14
g9(x) 1+x+x2+x3+x9+x10+x14
g10(x) 1+x3+x6+x9+x11+x12+x14
g11(x) 1+x4+x11+x12+x14
g12(x) 1+x+x2+x3+x5+x6+x7+x8+x10+x13+x14
Fonte: (ETSI, 2009; ATSC, 2016).
29
3.3 Modulacao NUC
A modulacao NUC possui este nome, devido ao fato dos sımbolos da constelacao
nao estarem homogeneamente espacados. A ideia de modificar a disposicao dos sımbolos
surgiu em 1974 (FOSCHINI; GITLIN; WEINSTEIN, 1974). Porem, a primeira descricao
em um cenario condizente com os sistemas de comunicacao que utilizam as tecnicas de
entrelacamento de bit, codificacao e modulacao, surgiu em 2007 (BARSOUM; JONES;
FITZ, 2007). E possıvel criar NUC de duas formas diferentes: de forma estatıstica,
utilizando o codificador que leva em consideracao a probabilidade de sımbolo e de forma
geometrica. A primeira forma necessita de um decodificador que utiliza as mesma metricas
para a criacao do posicionamento dos sımbolos, enquanto a segunda necessita apenas de
um novo mapeamento, e assim sendo menos complexo computacionalmente . A modulacao
NUC possui melhor desempenho para ordens de modulacao elevadas, como por exemplo,
1k ou 4k (LOGHIN et al., 2016). No novo sistema de radiodifusao americano, apenas
a modulacao NUC sera utilizada. Os valor da ordem de modulacao pode ser M = 16;
64; 128; 256; 1024 ou 4096. A CR pode ser R = 2/15; 3/15; 4/15; 5/15; 6/15; 7/15;
8/15; 9/15; 10/15; 11/15; 12/15 ou 13/15. A Tabela 11 apresenta o mapeamento para a
constelacao 64NUQAM, para os valores de CR entre 2/15 a 7/15. A Tabela 12 mostra os
valores de mapeamento para as CRs de 8/15 a 13/15. Para criar a constelacao e necessario
variar o sinal das componentes real e imaginaria dos sımbolos, gerando os sımbolos em
todos os quadrantes, de acordo com a Tabela 13. A Figura 19 apresenta a constelacao
64NUQAM para a CR de 8/15. A Figura 20 apresenta a constelacao 64NUQAM resultante
para a CR de 11/15. A Secao 3.4 apresenta como e realizada a demodulacao Soft Decision
de um sinal, tecnica que gera os valores de LLR. Os bits da palavra codigo sao convertidos
em LLR e se tornam os parametros de entrada na decodificacao do codigo LDPC.
30
Tabela 11: Mapeamento para modulacao 64NUQAM - 1.w/CR 2/15 3/15 4/15 5/15 6/15 7/15
w0 0.6474+j0.9831 0.5472+j1.1591 0.5008+j1.2136 1.4327+j0.3305 1.4521+j0.3005 0.1567+j0.3112
w1 0.6438+j0.9829 0.5473+j1.1573 0.4994+j1.2194 1.0909+j0.2971 1.2657+j0.8178 0.1709+j0.3037
w2 0.6471+j0.9767 0.5467+j1.1599 0.5313+j1.1715 1.2484+j0.7803 1.0666+j0.2744 0.2093+j0.6562
w3 0.6444+j0.9762 0.5479+j1.1585 0.5299+j1.1788 0.9762+j0.5715 0.9500+j0.5641 0.3315+j0.6038
w4 0.9839+j0.6475 1.1578+j0.5478 1.2107+j0.5037 0.3309+j1.4326 0.3011+j1.4529 0.3112+j0.1567
w5 0.9778+j0.6474 1.1576+j0.5475 1.2209+j0.5008 0.2979+j1.0923 0.8202+j1.2651 0.3037+j0.1709
w6 0.9835+j0.6434 1.1591+j0.5475 1.1715+j0.5299 0.7829+j1.2477 0.2750+j1.0676 0.6562+j0.2093
w7 0.9777+j0.6433 1.1591+j0.5475 1.1802+j0.5270 0.5739+j0.9763 0.5656+j0.9499 0.6038+j0.3315
w8 0.4659+j0.6393 0.3163+j0.5072 0.2744+j0.4762 0.3901+j0.2112 0.3553+j0.1948 0.2959+j1.4877
w9 0.4643+j0.6386 0.3163+j0.5072 0.2729+j0.4762 0.5317+j0.2475 0.3569+j0.2094 0.8427+j1.2612
w10 0.4661+j0.6353 0.3163+j0.5072 0.2773+j0.4791 0.3945+j0.2289 0.5596+j0.2431 0.2389+j1.0228
w11 0.4639+j0.6350 0.3163+j0.5072 0.2773+j0.4791 0.5236+j0.2894 0.5410+j0.3002 0.5559+j0.8912
w12 0.6378+j0.4671 0.5087+j0.3163 0.4762+j0.2729 0.2108+j0.3911 0.1946+j0.3566 1.4877+j0.2959
w13 0.6352+j0.4673 0.5087+j0.3163 0.4762+j0.2729 0.2475+j0.5327 0.2094+j0.3579 1.2612+j0.8427
w14 0.6385+j0.4656 0.5087+j0.3163 0.4791+j0.2773 0.2287+j0.3955 0.2430+j0.5607 1.0228+j0.2389
w15 0.6353+j0.4653 0.5087+j0.3163 0.4791+j0.2758 0.2898+j0.5246 0.3004+j0.5417 0.8912+j0.5559
Fonte: (ATSC, 2016).
Tabela 12: Mapeamento para modulacao 64NUQAM - 2.w/CR 8/15 9/15 10/15 11/15 12/15 13/15
w0 1.4827+j0.2920 0.1305+j0.3311 0.1177+j0.1729 1.4443+j0.2683 1.4480+j0.2403 1.4319+j0.2300
w1 1.2563+j0.8411 0.1633+j0.3162 0.1601+j0.3212 0.7471+j1.2243 0.6406+j1.1995 1.0762+j0.9250
w2 1.0211+j0.2174 0.1622+j0.7113 0.1352+j0.7279 1.1749+j0.7734 1.0952+j0.9115 0.6290+j1.1820
w3 0.8798+j0.5702 0.3905+j0.6163 0.3246+j0.6148 0.7138+j0.8201 0.6868+j0.8108 0.6851+j0.8072
w4 0.2920+j1.4827 0.3311+j0.1305 0.4192+j0.1179 0.1638+j1.0769 1.0500+j0.1642 1.0443+j0.1688
w5 0.8410+j1.2563 0.3162+j0.1633 0.4033+j0.2421 0.2927+j1.4217 0.7170+j0.1473 1.0635+j0.5305
w6 0.2174+j1.0211 0.7113+j0.1622 0.7524+j0.1581 0.1462+j0.7457 1.0519+j0.5188 0.7220+j0.1540
w7 0.5702+j0.8798 0.6163+j0.3905 0.5996+j0.4330 0.4134+j0.7408 0.7146+j0.4532 0.7151+j0.4711
w8 0.3040+j0.1475 0.2909+j1.4626 0.2902+j1.4611 1.0203+j0.1517 0.1677+j1.0405 0.2099+j1.4205
w9 0.3028+j0.1691 0.8285+j1.2399 0.8180+j1.2291 0.6653+j0.1357 0.2402+j1.4087 0.1190+j0.6677
w10 0.6855+j0.1871 0.2062+j1.0367 0.2036+j1.0575 0.9639+j0.4465 0.1369+j0.7073 0.2031+j1.0551
w11 0.6126+j0.3563 0.5872+j0.8789 0.5641+j0.8965 0.6746+j0.4339 0.4044+j0.7057 0.3722+j0.7548
w12 0.1475+j0.3040 1.4626+j0.2909 1.4453+j0.2907 0.1271+j0.1428 0.1374+j0.1295 0.1438+j0.1287
w13 0.1691+j0.3028 1.2399+j0.8285 1.2157+j0.8186 0.3782+j0.1406 0.4185+j0.1357 0.1432+j0.3903
w14 0.1871+j0.6855 1.0367+j0.2062 1.0447+j0.2242 0.1311+j0.4288 0.1325+j0.3998 0.4298+j0.1384
w15 0.3563+j0.6126 0.8789+j0.5872 0.8497+j0.6176 0.3919+j0.4276 0.4122+j0.4120 0.4215+j0.4279
Fonte: (ATSC, 2016).
31
Tabela 13: Tabela de referencia.
Quadrante Sımbolo wi
1 wi(re) + wi(im)
2 −wi(re) + wi(im)
3 −wi(re)− wi(im)
4 wi(re)− wi(im)
Fonte: (ABNT, 2008).
Figura 19: Constelacao 64NUQAM - CR = 8/15.
Fonte: O autor (2016).
Figura 20: Constelacao 64NUQAM - CR = 11/15.
Fonte: O autor (2016).
32
3.4 Demodulacao Soft Decision
Em uma recepcao digital, o sinal modulado e afetado pelo canal. Sendo assim, existe
uma diferenca entre a parte real e imaginaria do sımbolo, como exemplificado na Figura
21. Na Figura 21, Sn e o sımbolo transmitido, R e o sımbolo recebido apos passar pelo
Figura 21: Alteracao do valor do sımbolo transmitido.
Fonte: O autor (2016).
canal e Deuclidiana e a distancia euclidiana do erro. A distancia D vale o quadrado da
distancia euclidiana e e uma metrica para calcular a certeza do sımbolo correto. Quanto
menor for a distancia D, maior e a probabilidade do sımbolo comparado ser o correto, e
assim, e possıvel determinar os bits que geraram este sımbolo. A Equacao 29 apresenta a
formula matematica utilizada para o calculo da distancia D.
D = D2euclidiana = (Sn.Re−R.Re)2 + (Sn.Imag −R.Imag)2 (29)
O numero de bits em uma modulacao e determinado pela Equacao 6. O valor da ordem
da modulacao indica quantos sımbolos a constelacao possui. O calculo da distancia D deve
ser realizado n vezes. Como o sistema binario e utilizado em transmissoes digitais, cada
um desses bits pode ser “0”ou “1”. Em um dado bit, por exemplo, o menos significativo,
a maior probabilidade dele ser “0”e dada pelo menor valor da distancia D calculada. O
mesmo raciocınio e valido para o calculo da certeza deste bit ser igual a “1”. Utilizando
33
estes dois valores de distancia D mınima, a Equacao 30 apresenta como e calculado o
valor LLR de um bit.
LLRbiti = − 1
σ2∗ [min(D1s)−min(D0s)], para i= 0,1... n (30)
Na Equacao 30, LLRbiti e o valor do LLR para o i-esimo bit decodificado de um sımbolo
recebido, σ2 e a variancia do ruıdo presente no canal, D1s e a distancia euclidiana de
um dos M/2 sımbolos em que o i-esimo bit vale ”1”e D0s e a distancia euclidiana de um
dos M/2 sımbolos em que o i-esimo bit vale ”0”. O esquema da Figura 22 apresenta
um sımbolo recebido , apos o canal de comunicacao e o agrupamento de D1s e D0s. No
exemplo da Figura 22, o valor do sımbolo e “0, 3 + j0, 8”e a variancia do ruıdo e igual
a 0, 01. O desenvolvimento para demodular o bit menos significativo e apresentado na
Equacao 31.
Figura 22: Calculo do valor LLR em uma constelacao QPSK.
Fonte: O autor (2016).
34
D0 = (0, 3− 1)2 + (0, 8− 1)2 = 0, 53
D1 = (0, 3 + 1)2 + (0, 8− 1)2 = 1, 73
D2 = (0, 3− 1)2 + (0, 8 + 1)2 = 3, 73
D3 = (0, 3 + 1)2 + (0, 8 + 1)2 = 4, 93
Dmin0s = 0, 53
Dmin1s = 3, 73
LLRbitMSB= − 1
0, 01∗ (min(D1s)−min(D0s))
LLRbitMSB= − 1
0, 01∗ (3, 73− 0, 53) = −320
Aplicando Hard Decision : LLRbitMSB= 0
(31)
Uma outra ferramenta importante ao realizar a implementacao de um sistema e a
tecnologia do SDR. Com ela e possıvel implementar sistemas de transmissao complexos
como, por exemplo, de TV digital e criar aplicacoes especıficas para otimizar metodos
de transmissao,entre elas, a tecnica de LDM (SILVA et al., 2015). Ao mesmo tempo,
esta tecnologia permite a flexibilidade de programar o hardware e a reducao de custo na
implementacao.
3.5 Tecnologia SDR
Em 1991 Mitola J. III realizou a primeira definicao de um radio reprogramavel via
software. Este pesquisador batizou esta tecnologia de Software Radio (SR), hoje conhecida
como SDR (MITOLA J., 1993). Esta nova aplicacao teria a capacidade de escolher a
frequencia central e selecionar a banda necessaria para realizar um determinado tipo
de transmissao via radiofrequencia (RF). O receptor poderia ser configurado de forma
analoga. A arquitetura de um SDR ideal, definida por Mitola J. III, capaz de transmitir
e receber sinais e apresentada na Figura 23 (MITOLA J., 1993).
A utilizacao de conversores analogico/digital (A/D) e digital/analogico (D/A) au-
mentam a flexibilidade do SDR permitindo o mesmo transmitir, receber, gerar sinais,
realizar modulacoes e demodulacoes, codificar e decodificar sinais via software. O uso
do SDR impacta na reducao de custo e na possibilidade de melhorias na qualidade de
um determinado servico (MITOLA J., 1993). Em 1999, Mitola iniciou estudos referentes
35
Figura 23: Diagrama de blocos de um SDR.
Fonte: Modificado e trad. de Mitola J. (1993).
a utilizacao de inteligencia artificial nos radios. Esta tecnologia foi chamada de radios
cognitivos (MITOLA; MAGUIRE, 1999). Segundo Haykin (2005) radio cognitivo e um
sistema de comunicacao, implementado em SDR, sem fio e inteligente que por meio de
analise do ambiente o qual esta inserido e capaz de se adaptar, com o objetivo de aumen-
tar sua confiabilidade de comunicacao e proporcionar o uso eficiente do espectro. Devido
a capacidade de aprendizado, um radio cognitivo pode ser implementado para identificar
e demodular os diferentes tipos de sinais em uma determinada regiao, tornando-se um
radio com convergencia total. O desenvolvimento a seguir mostra os procedimentos que
foram utilizados para a realizacao do projeto, tendo como base o conhecimento adquirido
por meio dos capıtulos teoricos.
36
4 Desenvolvimento
Inicialmente foi necessario realizar uma revisao dos conceitos teoricos envolvendo o
sistema ISDB-TB (ABNT, 2008; AKAMINE, 2011; MACIEL, 2014), os SDRs (MITOLA
J., 1993; MITOLA; MAGUIRE, 1999; HAYKIN, 2005; ROCHA, 2014), a tecnica LDM
(MONTALBAN et al., 2013; PARK et al., 2015; PARK et al., 2015; REGUEIRO et al.,
2015; SILVA et al., 2015; ATSC, 2016), os codigos LDPC (RYAN; LIN, 2009; WU et al.,
2012; PARK et al., 2013; BOCHAROVA; KUDRYASHOV; JOHANNESSON, 2014) e a
modulacao NUC (FOSCHINI; GITLIN; WEINSTEIN, 1974; BARSOUM; JONES; FITZ,
2007; LOGHIN et al., 2016).
Posteriormente, o programa de simulacao GNU Radio Companion (GRC) foi escolhido
para testar e implementar o sistema proposto, devido a capacidade elevada que este
programa possui para realizar processamentos em tempo real e pelo fato deste possibilitar
implementacoes de blocos por meio da linguagem C++.
Com o intuito de possibilitar a implementacao e simulacao do sistema, os blocos foram
testados um a um com seus respectivos blocos inversos, deste modo sendo possıvel com-
preender suas peculiaridades e testar se o processo inverso estava sendo realizado. Com o
completo entendimento do funcionamento dos blocos necessarios para a implementacao,
o sistema foi construıdo. Vale salientar que a implementacao da modulacao foi realizada
apos os entrelacadores temporal e em frequencia, desta forma reduzindo a capacidade
computacional requerida e nao gerando nenhuma alteracao no sistema. O processamento
e reduzido pelo fato do sistema nao trabalhar com numeros complexos (MACIEL et al.,
2015).
A Figura 24 apresenta o diagrama de blocos do transmissor do sistema ISDB-TB LDM
e a Figura 25 mostra o diagrama de blocos do receptor ISDB-TB LDM. A transmissao
do sistema ISDB-TB LDM foi implementada no GRC. Esta implementacao possibilitou
a transmissao do sinal em tempo real. No caso da recepcao, foram realizadas simulacoes
computacionais usando o GRC e o MATLAB. O UL foi demodulado no GRC e o LL no
MATLAB.
A Figura 26 apresenta o flowgraph da implementacao do transmissor ISDB-TB LDM.
A Figura 27 mostra em detalhes como o UL e criado a partir de uma sequencia Pseudo
37
Random Binary Sequence 23 (PRBS23). A Figura 28 mostra a construcao do LL. A
Figura 29 apresenta as tecnicas necessarias para realizar a transmissao do Sistema ISDB-
TB LDM.
Figura 26: Flowgraph do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 27: Flowgraph do UL do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 28: Flowgraph do LL do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
A Figura 30 apresenta o flowgraph da implementacao do receptor ISDB-TB LDM. O
arquivo gerado pelo File Sink foi lido no programa MATLAB para realizar a demodulacao
e decodificacao de canal. A Figura 31 apresenta as tecnicas utilizadas para recepcao do
sinal. A Figura 32 mostra o processo inverso da construcao do UL, recuperando o TS
transmitido. A Figura 33 mostra como o UL e construıdo novamente, para realizar o
cancelamento do UL no sinal recebido, possibilitando a recuperacao do LL.
40
Figura 29: Flowgraph da etapa de Transmissao do Transmissor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 30: Flowgraph do Receptor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 31: Flowgraph da etapa de recepcao do Receptor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 32: Flowgraph da recuperacao do UL do Receptor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
41
Figura 33: Flowgraph da reconstrucao do UL do Receptor ISDB-TB LDM - GRC.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Para realizar os testes alguns parametros precisaram ser decididos. As fontes do UL
e LL (TS) escolhidas utilizaram a sequencia PRBS23. Para o UL, foram escolhidos a
modulacao QPSK, os codificadores RS e CC concatenados e CR de 1/2. Para o LL,
foram escolhidos a modulacao 64NUQAM, os codificadores LDPC e BCH concatenados e
CR variavel (1/2 e 3/4). Os mapeamentos e as codificacoes realizadas seguiram as normas
dos sistemas de Radiodifusao brasileiro, americano e europeu (ABNT, 2008; ATSC, 2016;
ETSI, 2009). Para CR = 1/2, KBCH= 32208, NBCH= 32400, KLDPC= 32400, NLDPC=
64800. Para CR = 3/4, KBCH= 48408, NBCH= 48600, KLDPC= 48600, NLDPC= 64800. O
tamanho da IFFT utilizado foi de 8k. A variacao do IL do LDM escolhida para a realizacao
dos testes foi de 3 a 6 dB. O valor para o entrelacador temporal escolhido foi de 200 ms,
o intervalo de guarda escolhido foi de 1/16, considerando o modo 3 da norma do sistema
ISDBT-B (ABNT, 2008). O sincronismo de tempo e frequencia, assim como a estimacao
de canal foram adotados como ideais (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016). Como
a modulacao NUC nao utiliza taxas de codificacao compatıveis com o sistema ISDB-TB,
uma adaptacao foi necessaria. O presente trabalho considerou a CR= 8/15 equivalente a
1/2 e a CR= 11/15 equivalente a 3/4. As Figuras 34, 35 e 36 apresentam as constelacoes
com CR de 3/4 simuladas para os valores de IL 1, 3 e 10 dB, respectivamente, sem a
presenca de ruıdo. Com o intuito de verificar a constelacao recebida no receptor, o setup
de testes mostrado na Figura 37 foi montado. A constelacao para CR igual a 1/2 e
apresentada na Figura 38. A constelacao para a CR igual a 3/4 e mostrada na Figura 39
(OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
As Constelacoes apresentadas nas Figuras 38 e 39 sao formadas pela composicao de
duas modulacoes: QPSK no UL e 64NUQAM no LL. Quando e realizado a combinacao
do UL e LL na tecnica LDM, os sinais somados geram uma constelacao QPSK, sendo que
cada “sımbolo”desta modulacao e na verdade uma constelacao 64NUQAM.
42
Figura 34: Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 1 dB.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 35: Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 3 dB.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 36: Constelacao Simulada - CR 3/4 - IL 10 dB.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
43
Figura 37: Setup de testes - Constelacao.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Figura 38: Constelacao - CR = 1/2.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
44
Figura 39: Constelacao - CR = 3/4.
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Por simulacao, as constelacoes na saıda da decodificacao de canal e do cancelamento
do UL foram obtidas, mostradas nas Figuras 40 e 41, respectivamente. Esta simulacao
utilizou IL = 3 dB e SNR = 20 dB.
Figura 40: Constelacao na saıda da decodificacao de canal.
Fonte: O autor (2016).
45
Figura 41: Constelacao na saıda do cancelamento do UL.
Fonte: O autor (2016).
4.1 Resultados Finais
Os testes consistiram em determinar o valor do limiar do SNR para o valor de BER
igual a 3.10−6. Este valor foi escolhido pois e o limite para a aparicao de artefatos em
uma TV Digital. O atraso gerado pela tecnica LDM foi de 437,04 ms para o UL e 655,56
ms para o LL, o que correspondem a 2 e 3 quadros OFDM, respectivamente (OLIVEIRA;
AKAMINE; MACIEL, 2016). Inicialmente, foi calculado os valores de SNR para cada
camada separada, sem o uso da tecnologia LDM. A Tabela 14 apresenta os resultados.
As configuracoes utilizadas para gerar os resultados das Tabelas 14 e 15 utilizaram 13
segmentos e entrelacador temporal igual a 200ms, em todos os casos. Analisando a
Tabela 14: Limiar sem a tecnologia LDM.
Modulacao Decodificador CRTaxa de dados SNR
(Mbps) (dB)
QPSK RS+Viterbi (Soft Decision) 1/2 4,295 2,2
64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 1/2 12,886 8,9
64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 3/4 19,329 13,5
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Tabela 14 e possıvel notar que quanto maior a taxa transmitida, maior e a degradacao na
46
tranmissao. Para taxa de 19,329 Mbps o SNR e de 13,5 dB. Posteriormente, o sistema
utilizando a tecnica LDM foi testado. A decodificacao do LDPC, no LL, utilizou 50
iteracoes para todas simulacoes. Como pode ser notado na Tabela 15, o valor do SNR e
proporcional ao valor do IL. Quanto menor for o valor do IL mais facil sera para demodular
o LL, porem o UL recebera mais interferencia.
Tabela 15: Limiar com a tecnologia LDM.
CamadaModulacao Decodificador CR
IL Taxa de dados SNR
LDM (dB) (Mbps) (dB)
UL QPSK RS+Viterbi (Soft Decision) 1/2 3 4,295 10,7 (+8,5)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 1/2 3 12,886 17,7 (+8,8)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 3/4 3 19,329 20,5 (+7,0)
UL QPSK RS+Viterbi (Soft Decision) 1/2 4 4,295 9,4 (+7,2)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 1/2 4 12,886 18,8 (+9,9)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 3/4 4 19,329 22,2 (+8,7)
UL QPSK RS+Viterbi (Soft Decision) 1/2 5 4,295 7,7 (+5,5)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 1/2 5 12,886 19,3 (+10,4)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 3/4 5 19,329 24,0 (+10,5)
UL QPSK RS+Viterbi (Soft Decision) 1/2 6 4,295 6,6 (+4,4)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 1/2 6 12,886 21,1 (+12,2)
LL 64NUQAM BCH+LDPC (Soft Decision) 3/4 6 19,329 25,8 (+12,3)
Fonte: (OLIVEIRA; AKAMINE; MACIEL, 2016).
Utilizando a tecnica LDM foi possıvel notar o aumento da taxa de transmissao, che-
gando em 23,624 Mbps, na configuracao com QPSK com CR 1/2 no UL e 64NUQAM
com CR 3/4 no LL. Porem, aplicar a tecnica LDM causou degradacao do SNR em todos
os casos analisados. Considerando o UL, o SNR ficou 8,5 dB pior para IL igual a 3 dB e
4,4 dB pior para IL igual a 6 dB. Isto indica que o LL interfere no UL e, quanto maior for
a atenuacao do LL, mais facil sera recuperar o UL. Ja no caso do LL, foi possıvel notar
o contrario: quanto maior for o valor do IL, mais dıficil sera recupera-lo. Considerando a
modulacao 64QAM com taxa 3/4, para IL igual a 3 dB o SNR ficou 7,0 dB pior e para
IL igual a 6 dB, o SNR ficou 12,3 dB pior.
47
5 Conclusao
A implementacao do sistema ISDB-TB LDM e importante para garantir a compatibi-
lidade com o ISDB-TB, no processo de transicao para futuras tecnologias. Dessa forma,
seria possıvel utilizar o UL do LDM para transmitir o ISDB-TB e ao mesmo tempo trans-
mitir a nova tecnologia no LL. Este projeto utilizou demoduladores e decodificadores que
sao baseados nas metricas de verissimilhanca, desta forma aumentando significativamente
o desempenho do sistema. Ao utilizar o decodificador Viterbi no UL com Soft Decision,
foi possıvel notar a melhora do limiar do SNR para o LL. Como verificado na literatura,
a utilizacao da modulacao NUC tambem contribuiu para melhores resultados do sistema
proposto. O aumento da taxa de transmissao tornou-se atrativo nesta implementacao,
mesmo com a degradacao do sinal em comparacao aos testes sem a tecnologia LDM. Tais
resultados foram possıveis devido a utilizacao de poderosos codigos corretores de erro
como o LDPC. A eficiencia do LDPC e maior com a concatenacao do codigo BCH. A
implementacao do ISDB-TB LDM e mais atrativo em termos de eficiencia espectral, uma
vez que a tecnica BST-OFDM necessita de 437,57 KHz por segmento e o LDM utiliza
a largura de banda total. Utilizando o sistema ISDB-TB, com modulacao 64QAM e CR
igual a 3/4 a taxa de dados e de 19,329 Mbps. Com o sistema ISDB-TB LDM e possıvel
transmitir 23,624 Mbps, sendo 4,295 Mbps pelo UL (com modulacao QPSK e CR igual a
1/2) e 19,329 Mbps pelo LL (com modulacao 64NUQAM e CR igual a 3/4).
Tambem foi possıvel notar, durante a implementacao do codigo LDPC no programa
GRC, a complexidade computacional necessaria para utilizar o codigo LDPC, sendo ne-
cessario utilizar tecnicas de simplificacao das matrizes R e Q, abordadas neste trabalho,
para realizar a decodificacao em tempo real. A versao atual do decodificador LDPC imple-
mentado permite estimar os bits corretos da mensagem para codigos de pequeno porte,
como por exemplo, o codigo Hamming(7,4) e permite realizar uma iteracao de decodi-
ficacao. Alem do decodificador LDPC, como contribuicao a biblioteca do GRC, foram
implementados os blocos de demodulacao Soft Decision, Hard Decision e de modulacao
NUC.
48
5.1 Trabalhos Futuros
• Artigo em elaboracao sobre funcionamento da decodificacao Soft Decision e LDPC
implementados no GRC;
• Implementar a decodificacao do LL no GRC;
• Implementacao de sistema hıbrido BST-OFDM/LDM utilizando a tecnica de Car-
rier Agregation no LDM. Uma configuracao possıvel seria dispor 1, 6 e 6 segmentos
para as camadas A, B e C, respectivamente. Nesse caso, o LDM ficaria na camada
C;
• Implementar tecnicas de calculo utilizando matrizes esparsas no GRC para viabilizar
a criacao de um bloco de decodificacao com N = 64800;
• Implementar o decodificador LDPC Soft Decision atual em FPGA, visando aumen-
tar a velocidade das iteracoes. A implementacao pode utilizar blocos de memoria
para armazenar as matriz H, R e Q, reduzindo drasticamente o processamento.
5.2 Artigos publicados
• “Implementation of ISDB-T LDM Broadcast System using LDPC codes”, Congresso
Broadband Multimedia Systems and Broadcasting 2016 (BMSB 2016), 01-03 de junho
de 2016 - Nara - Japao. Autores: George H. M. G. de Oliveira, Cristiano Akamine
e Yuri Pontes Maciel.
5.3 Vıdeos publicados
• Funcionamento do Sistema ISDB-LDM.
Disponıvel no Youtube em: https://youtu.be/ubJeR6YglJU
49
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ADVANCED TELEVISION SYSTEMS COMMITTEE. ATSC Candidate Standard:
Physical Layer Protocol : A/322. [S.l.], Abril 2016.
AKAMINE, C. Contribuicoes para distribuicao, modulacao e demodulacao do sistema de
TV digital ISDB-TB. Tese (Doutorado) — Universidade Estadual de Campinas, 2011.
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 15601: Televisao digital
terrestre - Sistema de transmissao. Rio de Janeiro, 2008.
BARSOUM, M. F.; JONES, C.; FITZ, M. Constellation design via capacity
maximization. In: 2007 IEEE International Symposium on Information Theory. [S.l.:
s.n.], 2007. p. 1821–1825. ISSN 2157-8095.
BOCHAROVA, I.; KUDRYASHOV, B.; JOHANNESSON, R. Ldpc convolutional codes
versus qc ldpc block codes in communication standard scenarios. In: Information Theory
(ISIT), 2014 IEEE International Symposium on. [S.l.: s.n.], 2014. p. 2774–2778.
CHANG, R. W. Synthesis of band-limited orthogonal signals for multichannel data
transmission. Bell System Technical Journal, The, v. 45, n. 10, p. 1775–1796, Dec 1966.
ISSN 0005-8580.
DIGITAL BROADCASTING EXPERTS GROUP. ISDB-T Adopting Countries. [S.l.],
August, 2017. Disponıvel em: <http://www.dibeg.org/world/world.html>.
EUROPEAN TELECOMMUNICATIONS STANDARDS INSTITUTE. Digital Video
Broadcasting (DVB); Second generation framing structure, channel coding and
modulation systems for Broadcasting, Interactive Services, News Gathering and other
broadband satellite applications (DVB-S2): En 302 307 v 1.2.1. [S.l.], August, 2009.
FOSCHINI, G.; GITLIN, R.; WEINSTEIN, S. Optimization of two-dimensional signal
constellations in the presence of gaussian noise. IEEE Transactions on Communications,
v. 22, n. 1, p. 28–38, Jan 1974. ISSN 0090-6778.
HAYKIN, S. Cognitive radio: brain-empowered wireless communications. Selected Areas
in Communications, IEEE Journal on, v. 23, n. 2, p. 201–220, Feb 2005. ISSN 0733-8716.
50
LOGHIN, N. S. et al. Non-uniform constellations for atsc 3.0. IEEE Transactions on
Broadcasting, v. 62, n. 1, p. 197–203, March 2016. ISSN 0018-9316.
MACIEL, Y. P. MODULADOR 1-SEG PARA SBTVD USANDO GNU RADIO.
Dissertacao (Mestrado) — Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2014.
MACIEL, Y. P. et al. Isdb-tb transmission in software-defined radio. In: 2015 7th IEEE
Latin-American Conference on Communications (LATINCOM). [S.l.: s.n.], 2015. p. 1–6.
MITOLA, J.; MAGUIRE, G. J. Cognitive radio: making software radios more personal.
Personal Communications, IEEE, v. 6, n. 4, p. 13–18, Aug 1999. ISSN 1070-9916.
MITOLA J., I. Software radios: Survey, critical evaluation and future directions.
Aerospace and Electronic Systems Magazine, IEEE, v. 8, n. 4, p. 25–36, April 1993. ISSN
0885-8985.
MONTALBAN, J. et al. Cloud transmission frequency domain cancellation. In:
Broadband Multimedia Systems and Broadcasting (BMSB), 2013 IEEE International
Symposium on. [S.l.: s.n.], 2013. p. 1–4. ISSN 2155-5044.
OLIVEIRA, G. H. M. G. de; AKAMINE, C.; MACIEL, Y. P. Implementation of isdb-t
ldm broadcast system using ldpc codes. In: 11th IEEE International Symposium on
Broadband Multimedia Systems and Broadcasting 2016(BMSB2016). [S.l.: s.n.], 2016.
PARK, S.-I. et al. Hardware Implementation and Complexity Analysis of Layered
Division Multiplexing (LDM) System for ATSC 3.0. In: NAB Broadcast Engineering
Conference. [S.l.: s.n.], 2015. p. 77–81. ISBN 9780893240073.
PARK, S. I. et al. A newly designed quarter-rate qc-ldpc code for the cloud transmission
system. Broadcasting, IEEE Transactions on, v. 59, n. 1, p. 155–159, March 2013. ISSN
0018-9316.
PARK, S. I. et al. Low complexity layered division multiplexing system for the next
generation terrestrial broadcasting. In: Broadband Multimedia Systems and Broadcasting
(BMSB), 2015 IEEE International Symposium on. [S.l.: s.n.], 2015. p. 1–3.
REGUEIRO, C. et al. Shvc and ldm techniques for hd/uhd tv indoor reception. In:
Broadband Multimedia Systems and Broadcasting (BMSB), 2015 IEEE International
Symposium on. [S.l.: s.n.], 2015. p. 1–6.
51
RICHARDSON, T.; SHOKROLLAHI, M.; URBANKE, R. Design of capacity-
approaching irregular low-density parity-check codes. Information Theory, IEEE
Transactions on, v. 47, n. 2, p. 619–637, Feb 2001. ISSN 0018-9448.
ROCHA, C. GAP FILLER ADAPTATIVO PARA SISTEMA ISDB-TB. 92 p.
Dissertacao (Mestrado) — Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2014.
RYAN, W. E.; LIN, S. Channel Codes : Classical and modern. 1. ed. New York:
Cambridge University Press, 2009.
SHANNON, C. E. A mathematical theory of communication. The Bell System Technical
Journal, v. 27, n. 3, p. 379–423, July 1948. ISSN 0005-8580.
SILVA, L. Fernando da et al. A proposal to use cloud transmission technique into the
isdb-t system. In: Broadband Multimedia Systems and Broadcasting (BMSB), 2015 IEEE
International Symposium on. [S.l.: s.n.], 2015. p. 1–5.
SRUTHI, M. et al. Low cost digital transceiver design for software defined radio using
rtl-sdr. In: Automation, Computing, Communication, Control and Compressed Sensing
(iMac4s), 2013 International Multi-Conference on. [S.l.: s.n.], 2013. p. 852–855.
WEINSTEIN, S.; EBERT, P. Data transmission by frequency-division multiplexing
using the discrete fourier transform. Communication Technology, IEEE Transactions on,
v. 19, n. 5, p. 628–634, October 1971. ISSN 0018-9332.
WU, Y. et al. Cloud transmission: A new spectrum-reuse friendly digital terrestrial
broadcasting transmission system. Broadcasting, IEEE Transactions on, v. 58, n. 3, p.
329–337, Sept 2012. ISSN 0018-9316.
52