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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE MATERIAIS ALBER LUIZ DO NASCIMENTO OBTENÇÃO DE PSEUDOBOEMITA A PARTIR DE NaOH e AlCl3.6H2O PARA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS São Paulo 2016

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

ALBER LUIZ DO NASCIMENTO

OBTENÇÃO DE PSEUDOBOEMITA A PARTIR DE NaOH e AlCl3.6H2O

PARA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS

São Paulo

2016

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ALBER LUIZ DO NASCIMENTO

OBTENÇÃO DE PSEUDOBOEMITA A PARTIR DE NaOH e AlCl3.6H2O

PARA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Materiais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito

parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia

de Materiais.

ORIENTADOR: PROF. DR. ANTÔNIO HORTÊNCIO MUNHOZ JR.

São Paulo

2016

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A N244 Nascimento, Alber Luiz do

Obtenção de Pseudoboemita a partir de NaOH e AlCl3.6H2O

para a liberaçăo controlada de fármacos / Alber Luiz do

Nascimento – São Paulo, 2017.

131 f.: il., 30 cm Bibliografia: f. 110-119 Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) –

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017. Prof. Dr. Antonio Hortęncio Munhoz Jr.

1. Pseudoboemita, 2. Liberaçăo controlada de fármacos. 3. Aciclovir 4. Nanomateriais inorgânico năo metálicos. 5. Lomb. 6 Waveleprocesso sol-gelt I.Título

CDD 620.5

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“Este trabalho é dedicado a minha família, e

principalmente a D.M. Sinclair Bright por ser a melhor

companhia em todo tempo e espaço, e que me ensinou

que a felicidade pode estar muito perto e pode ser muito

simples, mas seus efeitos são arrebatadores. ”

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela inexplicável e grandiosa fonte de sabedoria e força para seguir em frente;

não somente nos momentos em que tudo parece impossível, mas também naqueles que nos

esquecemos Dele, por tudo caminhar na mais pura ordem e paz, sem lembrarmos que essa é a

grande obra e razão da existência.

Ao querido Prof. Dr. Antônio Hortêncio Munhoz Junior meu agradecimento especial

por me confiar a execução deste trabalho; por toda sua paciência, orientação, generosidade e

sabedoria.

A querida Profa. Dra. Leila Figueiredo de Miranda por todo apoio e por toda dedicação

à Escola de Engenharia Mackenzie.

Aos meus colegas da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie;

Maria Lioba L. Crespo, Mauro Cardoso Alves, Abner Cabral Neto e a Profa. Dra. Maura

Vicenza Rossi por todo apoio e auxilio para realização desta pesquisa.

Aos valiosos alunos Paulo Victor Gomes Cedini, Paulo Henrique Ferreira Guedes,

Emerson Candido de Oliveira e Mariana Oliva de Oliveira por me emprestarem seus

conhecimentos e mãos para apoiar na execução das etapas necessárias.

Aos queridos amigos Tatiana Russo e Welder Altieri, pela parceria incrível formada

durante a jornada deste Mestrado e pelas próximas aventuras.

Agradeço à minha família, minha mãe Olga e minha irmã Rhubia, que mesmo distante

me apoiaram intensamente.

Á família que me foi dada de presente por Deus, que me serve de apoio e amor, Marcelo

Conti, Sibele Magalhães, Miccy Brizola Magalhães e Miguel Rabelo.

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“Não se tem paz evitando a vida... Encarar a vida pela

frente... Sempre... Encarar a vida pela frente, e vê-la

como ela é... Por fim, entendê-la e amá-la pelo que ela

é... E depois deixá-la seguir... Sempre os anos entre nós,

sempre os anos... Sempre o amor... Sempre a razão...

sempre o tempo... Sempre.... As horas. (Virginia Woolf)

“Tranque as bibliotecas, se quiser; mas não há portões,

nem fechaduras, nem cadeados com os quais você

conseguirá trancar a liberdade do meu pensamento.

(Virginia Woolf) ”

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RESUMO

A Pseudoboemita obtido pelo processo sol-gel é um monohidróxido de alumínio [AlOOH] mal

cristalizado, nanomaterial inorgânico, não metálico, sintético, com alto grau de pureza e elevada

área especifica (AE). Atualmente estudos estão sendo realizados para utilizá-las na liberação

controlada de fármacos. Fármacos de liberação controlada tem como objetivo fornecer uma

dose terapêutica para um local do corpo predeterminado, mantendo a concentração desejada,

velocidade de liberação e tempo de retenção apropriado, buscando também manter os níveis

sanguíneos terapêuticos ótimos, evitando, em níveis plasmáticos, doses tóxicas. Este trabalho

teve como objetivo a obtenção de pseudoboemita de elevada pureza e área especifica, principais

características para a sua utilização como suporte para liberação controlada do fármaco

Aciclovir. Para tanto, o controle de todas variáveis do processo foram fundamentais para que o

produto final obtido apresentasse as características como alto rendimento, reprodutibilidade do

processo, estabilidade prolongada e propriedades físico-químicos consistentes. As variáveis

controladas durante a síntese foram: matérias primas, técnica de precipitação, teores dos

reagentes no meio reacional, temperatura de precipitação, agitação do meio reagente, condição

de envelhecimento e principalmente o controle de pH. As nanopartículas de pseudoboemita

foram obtidas pelo processo sol-gel, utilizando-se cloreto de alumino hexahidratado, em

solução de cloreto de sódio, solução precursora e hidróxido de sódio. As amostras sintetizadas

foram caracterizadas por Difração de Raios X, Microscopia Eletrônicas de Varredura, Análise

Termogravimétrica, Análise Térmica Diferencial e Isotermas de Adsorção, observando as

variações nas fases formadas e suas relações com as variações das concentrações molares. A

adsorção do Aciclovir com a pseudoboemita sintetizada foram testada em soluções que

simularam sua dissolução no sistema gástrico em solução de HCl 0,1 mol/L (pH 1-2) e absorção

plasmática na simulação do sistema intestinal (H2O e pH 6,5-7,5) e caracterizada por

Cromatografia Liquida de Alta Eficiência, Os resultados evidenciam que as amostras

sintetizadas a partir de concentrações 0,5 M de OH- apresentaram picos característicos no

diagrama de Raios X da estrutura pseudoboemita (boemita), enquanto as amostras sintetizadas

com concentrações molares menores 0,4 M de OH- apresentaram picos característicos das

estruturas baierita e boemita. As amostras sintetizadas a partir de concentrações (0,5 M de OH-

) apresentaram área especifica em média 139m2/g maiores. Observou-se que o envelhecimento

da amostra diminui, em média, 36% a perda de massa, observada na TG, nas amostras, e que

também contribui em média 46% no aumento da fase cristalina da amostra de pseudoboemita.

As isotermas de adsorção demonstram que as amostra não envelhecidas possuem uma área

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especifica em média 106 m2/g maiores quando comparadas as amostras envelhecidas. Os efeitos

destes resultados são verificados nas respostas do estudo da pseudoboemita como excipientes

de liberação controlada do aciclovir, que mantiveram a estabilidade química do fármaco, sem

que houvesse a degradação da pseudoboemita ou do fármaco, proporcionando um aumento na

solubilização do fármaco.

Palavras-chaves: pseudoboemita, liberação controlada de fármacos, aciclovir, nanomateriais

inorgânico não metálicos, processo sol-gel.

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ABSTRACT

Sol-gel-obtained pseudoboehmite, an aluminium monohydroxide, is a poorly crystalized, non-

metallic, synthetic, inorganic nanomaterial with both high purity level and specific area (SA).

Studies are currently beeing carried in order to use it in the controlled liberation of drugs. Drugs

of controlled delivery aim at releasing therapeutic dosages of a drug to a certain area of the

body, keeping the desired concentration, release speed and adequate retention time as well as

maintaining optimal blood levels, thus avoiding, on plasmatic levels, the problem of toxic

doses. The present work seeks to obtain Pseudoboehmite of high purity and specific area, key

characteristics for its use as support to controlled release of Acyclovir. To this purpose, it is

essential to control all variables of the process so that the resulting product displays

characteristics such as high performance, process reproducibility, continued stability and

consistent physical-chemical properties. The variables to be controlled during synthesis are:

raw materials, precipitation technique, reagent content in the reaction radium, precipitation

temperature, agitation of the reacting medium, aging condition and specially pH control.

Pseudoboehmite nanoparticles were obtained through sol-gel process using aluminum chloride

hexahydrate in sodium chloride solution as a precursor and sodium hydroxide. The synthesized

samples were characterized by X-Ray Diffraction, Scanning Electron Microscopy,

Thermogravimetric Analysis, Differential Thermal Analysis and Adsorption Isotherms,

observing the variations in the resulting phases and their relations with the variations of the

molar concentrations. The Acyclovir adsorption with the synthesized pseudoboehmite was

tested in solutions simulating its dissolution in the gastric juice in HCl 0,1 mol/L (pH 1-2)

solution and plasma absortion in the simulation of the intestinal system (H2O and pH 6,5-7,5)

and characterized by High Performance Liquid Chromatography. Results show that samples

synthesized from 0,5M OH- had characteristic peaks in the X-Ray diagram of the

pseudoboehmite structure (boehmite), while samples synthesized with smaller molar

concentration (0,4M OH-) had peaks characteristic of the bayerite and boehmite structures.

Synthesized samples of 0,5 M de OH- concentrations had specific area greater than 139m2/g on

average. We noticed that the sample aging reduces mass loss in 36% on average, as seen in the

Thermogravimetry (TG), in the samples and that it is also responsible for 46% increase, on

average, of the pseudoboehmite sample in the crystaline phase. The adsorption isotherms show

that the non-aged samples had a specific area 106 m2/g bigger than that of non-aged samples.

The effects of these results can be seen in the answers regarding the pseudoboehmite study as

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excipients in the controlled release of Acyclovir, which kept its chemical stability without

degrading the pseudoboehmite or drug, rendering the solubilization of the drug.

Key words: pseudoboehmite, controlled liberation of drugs, Acyclovir, non-metalic inorganic

nanomaterials, sol-gel process.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Esquema 1

Quadro 1

Representação da estrutura da pseudoboemita..........................................

Classificação de fármacos SCB.................................................................

22

35

Esquema 2

Imagem 1

Imagem 2

Esquema 3

Quadro 2

Imagem 3

Imagem 4

Imagem 5

Imagem 6

Imagem 7

Difratograma 1

Difratograma 2

Difratograma 3

Difratograma 4

Difratograma 5

Difratograma 6

Difratograma 7

Difratograma 8

Quadro 3

Isoterma 1

Isoterma 2

Isoterma 3

Estrutura Química do fármaco aciclovir....................................................

Liofilizador Thermo Electron, modelo Micromodulyo Freeze Dryer ......

Analisador térmico Netzsch-STA409C ....................................................

Isotermas do tipo I a VI (n versus P/P0) – Classificação BDDT ..............

Isotermas – Descrição do tipo I a VI – Classificação dos poros por Ø ....

Analisador de área especifica Belsorp Max .............................................

Microscópio Eletrônico de Varredura JEOL JSM6510 ............................

Difratômetro Rigaku Miniflex II ..............................................................

HPLC Jasco com coluna Thermo Scientific - BDS Hypersil C18 ...........

Comparativo físico entre amostra envelhecida e não envelhecida (a) 1,0

g de amostra A2 envelhecida (0,5 M de [OH]-/ 20°C), (b) 1,0 g de

amostra A6 não envelhecida (0,5 M de [OH]-/ 20°C) ...............................

DRx amostra A1 .......................................................................................

DRx amostra A2 .......................................................................................

DRx amostra A3 .......................................................................................

DRx amostra A4 .......................................................................................

DRx amostra A5 .......................................................................................

DRx amostra A6 .......................................................................................

DRx amostra A7 .......................................................................................

DRx amostra A8 .......................................................................................

Variáveis de controle para o planejamento experimental fatorial-

simplificado ..............................................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A1(0,4 M [OH]-; T = 20°C;

Envelhecimento a 95°C/120h) ..................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A2(0,5 M [OH]-; T = 20°C;

Envelhecimento a 95°C/120h) ..................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A3(0,4 M [OH]-; T = 65°C;

Envelhecimento a 95°C/120h) ................................................................

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Isoterma 4

Isoterma 5

Isoterma 6

Isoterma 7

Isoterma 8

Esquema 4

Termograma 1

Termograma 2

Termograma 3

Termograma 4

Termograma 5

Termograma 6

Termograma 7

Termograma 8

Micrografia 1

Micrografia 2

Micrografia 3

Micrografia 4

Micrografia 5

Micrografia 6

Micrografia 7

Micrografia 8

Micrografia 9

Micrografia 10

Espectro 1

Espectro 2

Espectro 3

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A4(0,5 M [OH]-; T = 65°C;

Envelhecimento a 95°C/120h) ..................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A5(0,4 M [OH]-; T = 20°C;

Sem Envelhecimento) ...............................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A6(0,5 M [OH]-; T = 20°C;

Sem Envelhecimento) ...............................................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A7(0,4 M [OH]-; T = 65°C;

Sem Envelhecimento a 95°C/120h) ..........................................................

Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A8(0,5 M [OH]-; T = 65°C;

Sem Envelhecimento a 95°C/120h) ..........................................................

Transição das Aluminas e Precursores.......................................................

Análise térmica A1 ...................................................................................

Análise térmica A2 ...................................................................................

Análise térmica A3 ...................................................................................

Análise térmica A4 ...................................................................................

Análise térmica A5 ...................................................................................

Análise térmica A6 ...................................................................................

Análise térmica A7 ...................................................................................

Análise térmica A8 ...................................................................................

MEV amostra A1 com aumento de 10000x – envelhecida .......................

MEV amostra A3 com aumento de 10000x – envelhecida ........................

MEV amostra A5 com aumento de 10000x – sem envelhecimento.........

MEV amostra A7 com aumento de 10000x – sem envelhecimento.........

MEV amostra A2 com aumento de 10000x – envelhecida.......................

MEV amostra A4 com aumento de 10000x – envelhecida.......................

MEV amostra A6 com aumento de 10000x – sem envelhecimento.........

MEV amostra A8 com aumento de 10000x – sem envelhecimento.........

MEV amostra A6 com aumento de 20000x – sem envelhecimento.........

MEV amostra A8 com aumento de 60000x – sem envelhecimento.........

EDS amostra A1 .......................................................................................

EDS amostra A3 .......................................................................................

EDS amostra A5 .......................................................................................

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Espectro 4

Espectro 5

Espectro 6

Espectro 7

Espectro 8

Gráfico 1

Quadro 4

Cromatografia 1

Cromatografia 2

Cromatografia 3

Cromatografia 4

Cromatografia 5

Cromatografia 6

Cromatografia 7

Cromatografia 8

Cromatografia 9

Cromatografia 10

Gráfico 2

Gráfico 3

Gráfico 4

Gráfico 5

Gráfico 6

Micrografia 11

Micrografia 12

Micrografia 13

Micrografia 14

Micrografia 15

Micrografia 16

EDS amostra A7 .......................................................................................

EDS amostra A2 .......................................................................................

EDS amostra A4 .......................................................................................

EDS amostra A6 .......................................................................................

EDS amostra A8 .......................................................................................

Curva de calibração para o aciclovir a λ = 260nm e 380nm, pH = 7............

Relação de pontos para calibração do Cromatografo para o Aciclovir .......

Solução padrão de Aciclovir em HCl 0,1 mol/L ........................................

Solução padrão de Aciclovir em H2O ........................................................

Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A2 ..............

Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A4...............

Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A6...............

Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A8...............

Aciclovir em H2O com pseudoboemita A2 ...............................................

Aciclovir em H2O com pseudoboemita A4 ...............................................

Aciclovir em H2O com pseudoboemita A6 ...............................................

Aciclovir em H2O com pseudoboemita A8 ...............................................

Comparativo entre as curvas de dissolução e absorção do aciclovir em

HCl 0,1 mol/L e H2O (soluções padrão) ...................................................

Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1

mol/L e H2O contendo o substrato pseudoboemita (amostra A2) ..............

Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1

mol/L e H2O contendo o substrato pseudoboemita (amostra A4) ..............

Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1

mol/L e H2O contendo o substrato pseudoboemita (amostra A6) ..............

Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1

mol/L e H2O contendo o substrato pseudoboemita (amostra A8) ..............

MEV amostra S1 com aumento de 1000x ................................................

MEV amostra S1 com aumento de 5000x ................................................

MEV amostra S1 com aumento de 15000x ..............................................

MEV amostra S1 com aumento de 25000x ..............................................

MEV amostra S2 com aumento de 1000x ................................................

MEV amostra S2 com aumento de 5000x ................................................

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Micrografia 17

Micrografia 18

Espectro 9

Espectro 10

Difratograma 9

Difratograma 10

Termograma 9

Termograma 10

MEV amostra S2 com aumento de 15000x ..............................................

MEV amostra S2 com aumento de 25000x ..............................................

EDS amostra S1 ........................................................................................

EDS amostra S2 ........................................................................................

DRx amostra S1 ........................................................................................

DRx amostra S2 ........................................................................................

Análise térmica S1 ....................................................................................

Análise térmica S2 ....................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Exemplo de matriz de coeficiente de contraste para um planejamento fatorial

23 ................................................................................................................. 31

Tabela 2 Exemplo simplificado de matriz de coeficiente de contraste para um

planejamento fatorial 23 ................................................................................ 31

Tabela 3 Condições das variáveis de estudadas (X1, X2, X3) para a Matriz

Experimental ..............................................................................................

33

Tabela 4

Tabela 5

Tabela 6

Tabela 7

Tabela 8

Tabela 9

Tabela 10

Tabela 11

Tabela 12

Tabela 13

Tabela 14

Tabela 15

Tabela 16

Tabela 17

Tabela 18

Tabela 19

Tabela 20

Tabela 21

Planejamento fatorial completo 23 do projeto ...........................................

Valores calculados para massa, volume e massa específica para as

amostras sintetizadas...................................................................................

Normalização para a soma de intensidade da estrutura Boemita .................

Resultados do planejamento fatorial para a DR-X na formação da

Boemita ......................................................................................................

Normalização para a soma de intensidade da estrutura Baierita ..................

Resultados do planejamento fatorial para a DR-X na formação da Baierita

Resultados do planejamento fatorial para os diâmetros dos poros obtidos

pela Isoterma de adsorção ...........................................................................

Resultados do planejamento fatorial para área especifica das amostras

obtidas pela isoterma de adsorção ...............................................................

Resultados do planejamento fatorial para a perda de massa (TG) ...............

Cálculo de massa partir da perda de massa obtida pela TG .........................

Cálculo do número de H2O (X) a partir da perda de massa obtida pela TG

Resultados do planejamento fatorial para xH2O na amostra .......................

Resultados do planejamento fatorial para a temperatura de transformação

da fase γ-Al2O3 (DTG) ................................................................................

Resultados do planejamento fatorial para a temperatura de transformação

da fase η-Al2O3 (DTG) ...............................................................................

EDS A1 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A3 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A5 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A7 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

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Tabela 22

Tabela 23

Tabela 24

Tabela 25

Tabela 26

Tabela 27

Tabela 28

EDS A2 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A4 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A6 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

EDS A8 (percentual de composição em massa e composição atômica) ...

Relação Al/O calculada a partir dos dados de EDS (W%) ..........................

EDS S1 (percentual de composição em massa e composição atômica) ....

EDS S2 (percentual de composição em massa e composição atômica) ....

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC

ACS

BET

CVD

DSC

DRX

DTA

DTG

EDS

MEV

PVD

Raman

TI

TG

UPM

SCB

HPLC

β- Al2O3

γ- Al2O3

η- Al2O3

χ- Al2O3

κ- Al2O3

δ-Al2O3

θ- Al2O3

α- Al2O3

Associação Brasileira de Cerâmica

American Ceramic Society

Área Superficial Específica

Chemical Vapor Deposition

Calorímetro Diferencial de Varredura

Difração de Raios-X

Análise Térmica Diferencial

Análise Termogravimetria Derivada

Detecção de Energia Dispersiva de Raios-X

Microscopia Eletrônica de Varredura

Physical Vapor Deposition

Espectroscopia Raman

Índice Terapêutico

Análise Termogravimetria

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Sistema de Classificação Biofarmacêutica

Cromatografia Liquida de Alta Eficiência

Alumina-Beta

Alumina-Gama

Alumina-Eta

Alumina-Khi

Alumina-Kapa

Alumina-Delta

Alumina-Teta

Alumina-Alpha

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 20

1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 22

1.1.1 Objetivo Específico ........................................................................................................ 22

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 22

1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 24

2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 25

2.1 CERÂMICOS ..................................................................................................................... 25

2.1.1 Cerâmica Fina ................................................................................................................ 25

2.1.2 Pseudoboemita ............................................................................................................... 26

2.2 PROCESSO SOL-GEL ...................................................................................................... 29

2.3 NANOTECNOLOGIA APLICADA A FÁRMACOS ....................................................... 31

2.3.1 Fármacos de Liberação Controlada ............................................................................ 31

2.3.2 Nanotecnologia Farmacêtica ........................................................................................ 34

2.4 PLANEJAMENTO FATORIAL ........................................................................................ 34

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 37

3.1 MATERIAIS ...................................................................................................................... 37

3.1.1 Cloreto de Alumínio Hexahidratado (AlCl3. 6H2O) ................................................... 37

3.1.2 Hidróxido de Sódio (NaOH) ......................................................................................... 37

3.1.3 Cloreto de Sódio (NaCl) ................................................................................................ 37

3.1.4 Pseudoboemita ............................................................................................................... 38

3.1.5 Aciclovir (Fármaco) ....................................................................................................... 39

3.2 MÉTODOS ......................................................................................................................... 41

3.2.1 Análise Térmica ............................................................................................................. 43

3.2.1.1 Análise Termogravimétrica .......................................................................................... 44

3.2.1.2 Análise Térmica Diferencial ......................................................................................... 45

3.2.2 Área Superficial Específica (BET) ............................................................................... 46

3.2.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................................ 48

3.2.4 Detecção de Energia Dispersiva de Raios-X (EDS) .................................................... 49

3.2.5 Difração de Raios-X (DRX) .......................................................................................... 49

3.2.6 Ensaios de Velocidade de Adsorção e de Dissolução “in vitro” (Dissolutor) e HPLC

(Cromatografia Liquida de Alta Eficiência) ........................................................................ 50

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 52

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4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X (DRX) .................................................................................... 53

4.2 ISOTERMAS DE ADSORÇÃO (BET) ............................................................................. 62

4.3 ANÁLISES TÉRMICAS (TG, DTG e DTA) .................................................................... 70

4.4 MICROSCOPIA ELETRONICA DE VARREDURA (MEV) .......................................... 80

4.5 ESPECTROSCOPIA POR ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS X (EDS) .................... 86

4.6 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (HPLC) ................................ 95

5 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 106

6 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS .............................................................. 109

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 110

ANEXO 1 – ESTUDOS PRELIMINARES – RESULTADOS E DISCUSÕES ............. 120

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1 INTRODUÇÃO

O interesse pelo desenvolvimento de novos materiais utilizados como suporte

farmacêutico cresceu consideravelmente nas últimas décadas. Seu uso cotidiano é bem

difundido entre medicações de uso regular e contínuo, como por exemplo o dispersor de ácido

acetilsalicílico, por suas características inertes e atóxicas.

A ciência dos materiais vem ocupando lugar de destaque, para atender a

demanda da indústria moderna relacionada ao desenvolvimento de novos compostos que

possam ser utilizados para liberação controlada de medicação e vacinas, minimizando

desconfortos e melhorando a qualidade da absorção dos ativos farmacêuticos in vivo.

Dessa forma, torna-se necessário a união de várias áreas do conhecimento

destacando-se as Ciências Biológicas, Ciências Médicas e Veterinária, concomitante com o

avanço da Ciência dos Materiais, utilizando os biomateriais inorgânicos não metálicos e

compósitos em suas técnicas.

Na indústria farmacêutica, com o uso de nanomateriais inorgânicos não

metálicos desenvolveram-se os fármacos de liberação controlada, frequentemente descritos

como “Drug Delivery Systems”, que oferecem inúmeras vantagens quando comparados a

outros de dosagem convencional (PIMENTEL et al, 2007).

Entre as vantagens destacam-se: a proteção do fármaco no sistema terapêutico

contra possíveis instabilidades no organismo, promovendo manutenção de níveis plasmáticos

em concentração constante; o aumento da eficácia terapêutica; a liberação progressiva e

controlada do fármaco pelo condicionamento a estímulos do meio em que se encontram

(sensíveis a variação de pH ou de temperatura); a diminuição expressiva da toxicidade; a

diminuição da instabilidade e decomposição de fármacos sensíveis; a possibilidade de

direcionamento a alvos específicos (sítio-especificidade); a possibilidade de incorporação tanto

de substâncias hidrofílicas quanto lipofílicas nos dispositivos; a diminuição da dose terapêutica

e do número de administrações e aumento da aceitação da terapia pelo paciente (PIMENTEL,

et al 2007).

No Brasil, o estudo destes materiais vem sendo desenvolvido no campo

acadêmico obtendo resultados significativos com altíssimo valor agregado. E nesse sentido o

Departamento de Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia da Universidade

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Presbiteriana Mackenzie, vem ganhando destaque, tornando-se um importante centro de

pesquisa.

No caso de materiais inorgânicos não metálicos, na U.P. Mackenzie, estudos se

concentram principalmente na obtenção da pseudoboemita por diferentes métodos de síntese e

para diferentes aplicações.

A pseudoboemita é um oxi-hidróxido de alumínio que pode fornecer pela sua

calcinação do óxido de alumínio.

Óxidos de alumínio não se transformam diretamente na estrutura de corindon

hexagonal estável (α-alumina). Os compostos de alumínio (Al(OH)3, Gibsita,

entre outros) se decompõem em aluminas de transição, fases metaestáveis,

antes de se transformarem em α-alumina. Estes apresentam as sequências de

fases de transformação para o aluminio tri-hidratado, Al(OH)3, transformação

em alumina, como o mineral gibsita e na forma de baierita obtida no processo

de Bayer e para AlOOH tanto como boemita e diásporo γ → δ → θ → α-

alumina. Sob condição hidrotermal, gibsita e baierita primeiro decompõem a

boemita (AlOOH) depois para γ → δ → θ → α-alumina. A desidratação em

torno de 250oC produz alumina de alta área específica superficial (γ-Al2O3).

Além disso, a decomposição desta fase reduz a área de superfície e, em

seguida, finalmente, a transformação de θ → α-alumina ocorre através de

nucleação e crescimento, terminando as transformações da alumina

(MUNHOZ JR, et al., 2010).

As γ-aluminas são amplamente usadas na indústria em adsorção e em catálise,

onde sua grande área superficial, estrutura de poro e superfície quimicamente estável tem um

papel fundamental. Uma importante aplicação industrial é na secagem de gases e líquidos. A

alumina é um dos sólidos que tem maior afinidade pela água (ALMEIDA, RIELLA, 1999, apud

GRAYSON, 1985).

As aluminas são dos suportes mais utilizados na liberação controlada de

fármacos assim como para potencilizar o efeito de vacinas no organismo imuno-afetado, a fim

de aumentar a imunogenicidade de um antigénio ou para modificar a resposta imunitária ao

antigénio num sentido desejado (LOVGREN-BRESTSSON, 1998).

Os primeiros relatos do uso de suportes datam de 1926, quando o pesquisador

Glenny e colaboradores descobriram que uma suspensão de vacina contra a difteria precipitado

com gel de pseudoboemita, segundo o autor, apresentaram maiores propriedades antigénicas do

que a vacina contra a difteria normais (GLENNY et. al 1926).

O departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana

Mackenzie possui um grupo de pesquisa que vem desenvolvendo ao longo das décadas de 2000

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e 2010 trabalhos na obtenção de pseudoboemita por diferentes rotas de obtenção e para

aplicações em compósitos e na liberação controlada de fármacos. Em ALVES (2008) e em

NAKASHIMA (2008), os autores desenvolveram pseudoboemita pelo processo sol-gel para

utilizá-lo como nanocarga em diferentes matrizes poliméricas, testando seus efeitos nas

propriedades do compósito. Em SOUZA (2013), a autora realizou testes de toxicidade da

pseudoboemita in vivo, e em NOVIKIS (2009) e MARTINS et al (2011), os autores testaram a

pseudoboemita como suporte para liberação controlada de fármacos com resultados

significativos.

1.1 OBJETIVO GERAL

Estudar a obtenção da pseudoboemita pelo método sol-gel com NaOH e

AlCl3.6H2O.

1.1.1 Objetivo Específico

Estudar o efeito da concentração de [OH]-, temperatura de síntese e o

envelhecimento na síntese de pesudoboemita a partir de AlCl3.6H2O e NaOH.

Estudar o comportamento da pseudoboemita obtida a partir do processo Sol-

Gel para sua aplicação na liberação controlada do fármaco Aciclovir, e comparar os

resultados obtidos a partir da sua aplicação “in Vitro”.

1.2 JUSTIFICATIVA

Avanços contínuos na obtenção de nano-materiais a partir de materiais

inorgânicos não metálicos comumente denominados de cerâmicas finas vem se mostrando cada

vez apropriado na utilização para o segmento médico, devido a sua área superficial muito

grande e altíssimo grau de pureza.

Dentre os materiais nano-particulados a pseudoboemita, obtida pelo processo

sol-gel vem se destacando por ser um suporte no qual a função liberação controlada é necessária

para uma resposta adequada aos tratamentos as quais são submetidas.

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Estudos realizados por grupos de pesquisa da Universidade Presbiteriana

Mackenzie na obtenção da pseudoboemita a partir de NH4OH (MUNHOZ JR., MIRANDA &

UEHARA, 2006; MUNHOZ JR., et al 2010), já se mostraram eficientes como suporte para

liberação controlada de fármacos, onde testes apresentaram resultados significativos em relação

à toxicidade, além de apresentar resultados sensíveis na redução dos índices de glicose e ureia

nas amostras obtidas a partir de testes em vivo utilizando wistar rats (SOUZA, 2013).

Este trabalho busca produzir pseudoboemita com alto grau de pureza, a partir de

NaOH, por meio de um processo viável economicamente, para ser utilizada como veículo em

fármacos. Esta pseudoboemita necessita ser produzida com partículas nanométricas com a

finalidade de apresentar alta área superficial e assim ter um elevado grau de absorção do

fármaco.

A liberação controlada tem sido uma estratégia utilizada na administração de

fármacos, nutracêuticos e cosmecêuticos, para melhorar o seu desempenho, quanto a

otimização da absorção pelo organismo, proteção contra as agressões do meio ao qual estão

expostos, redução da toxicidade e direcionamento específico (“drug delivery systems”). Esta

otimização da disponibilidade molecular melhora a ação destes produtos resultando diretamente

na redução de doses, frequência de administração e de custos do processamento e da terapia

(SANTANA et al, 2008).

Nos últimos anos os pesquisadores passaram a dar mais atenção aos suportes

farmacêuticos em especial a boemita (TSUCHIDA, 2000). A descoberta de novos materiais

biossintéticos e tecnologias, que permitem a combinação destes ao DNA vem apresentando um

grande número de potenciais candidatos e suporte de antígenos para o combate a inumeras

imunodeficiencias a um custo reduzido, diminuindo o tempo de resposta aos tratamentos, o que

é crucial para o sucesso destes (MOREIN, et al 1996; WARREN, et al 1986).

A viabilização deste processo poderá substituir a importação deste material,

levando a economia de divisas, por meio da nacionalização de produtos farmacêuticos

tecnológicos mais econômicos e eficientes, tradicionalmente importados pela indústria.

O grupo de pesquisa de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana

Mackenzie já desenvolveu a síntese da pseudoboemita a partir de nitrato de alumínio e

hidróxido de amônia. Foram obtidas pseudoboemitas de alta pureza e elevada área específica.

Entretanto o subproduto da reação é nitrato de amônio que não é um produto atóxico.

O desenvolvimento de pseudoboemita a partir de cloreto de alumínio e hidróxido

de sódio terá como subproduto cloreto de sódio. Assim sendo a pseudoboemita obtida a partir

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de cloreto de alumínio terá como subproduto um material atóxico, podendo inclusive ser

utilizado na preparação de vacinas.

1.3 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizada uma pesquisa minuciosa e uma revisão bibliográfica

com base em tópicos relevantes para fundamentar os objetivos desta dissertação. As fontes de

pesquisas incluem artigos, resumos e demais publicações em sites acadêmicos, anais de

congressos e periódicos científicos. Também foram contempladas, monografias, dissertações e

teses, além de acervo impresso de livros, enciclopédias e “handbooks”.

Fundamentados os estudos teóricos e as técnicas empregadas, foi elaborado um

planejamento experimental fatorial relacionadas numa matriz de experimento em três níveis),

que determinou as condições de obtenção das amostras (BARROS NETO et al. 2011).

Foram obtidas e caracterizadas pseudoboemitas pelo processo sol-gel, em

bateladas.

A pseudoboemita obtida foi caracterizada microestruturalmente por meio de

microscopia eletrônica de varredura (MEV), difração de raio-X e análises térmicas.

Após a análise dos resultados obtidos, os produtos de pseudoboemita com as

melhores respostas são aplicadas nos testes de interação de fármacos e a liberação controlada

do princípio ativo, analisadas em vitro, avaliados por cromatografia líquida de alta eficiência

(HPLC).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CERÂMICOS

A maioria dos materiais cerâmicos são constituídos quimicamente por uma

mistura de elementos metálicos (ou semi-metálicos) e de elementos não metálicos em

proporções adequadas, com ligações interatômicas predominantemente iônicas com algum

caráter covalente. São materiais inorgânicos não metálicos, com uma composição química

muito variada, podendo ser formados por compostos simples ou misturas complexas de várias

fases.

A Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) define os materiais cerâmicos, com

base à definição da “American Ceramic Society” (ACS), como:

Cerâmica é a arte, ciência e tecnologia de fabricar e usar peças sólidas, as

quais tem como componente essencial e são constituídas em grande parte por

materiais inorgânicos não metálicos, denominados materiais cerâmicos. Essa

definição nos remete à definição de materiais cerâmicos. Esses materiais

compreendem todos os materiais inorgânicos (excetuados os metais e suas

ligas). Como consequência de sua composição química muito diversificada e

da possibilidade de vários tipos de ligações químicas, as propriedades dos

materiais cerâmicos também diferem muito de um material para outro.

Entretanto, pode-se afirmar que a maioria os materiais cerâmicos são duros e

frágeis, possuem pouca tenacidade e baixa ductilidade, são bons isolantes

térmicos e elétricos devido à ausência dos elétrons de condução, apresentam

temperaturas de fusão elevadas e são quimicamente muito estáveis.

2.1.1 Cerâmica Fina

Nas cerâmicas finas, também chamadas cerâmicas avançadas, as matérias

primas são em sua maioria sintéticas, o que garante a pureza e o controle dimensional das

partículas. Pós sintéticos constituídos de partículas submicrométricas e mesmo nanométricas

que podem ser obtidos com pureza maior que 99,9%, o que irá garantir homogeneidade química

em escala atômica.

Os pós sintéticos podem ser obtidos com uma elevada área específica podendo

atingir centenas de metros quadrados por grama. Fator fundamental para a adsorção, a área

superficial é uma das principais características que afeta a capacidade adsorptiva de um

determinado adsorvente (SOARES, 2003).

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Diversas técnicas (incluindo precursores nas fases sólida, líquida, vapor e

plasma) têm sido utilizadas na síntese de pós nanoparticulados (por precipitação química, sol

gel, atrito mecânico, “Physical vapor deposition” PVD, “Chemical vapor deposition” CVD,

dentre outras). Entretanto, a síntese de pós por métodos químicos é a mais estudada para

controle da nanoestrutura, principalmente por via sol-gel, que envolve a conversão de um sol

em um gel e permite um controle estequiométrico da nanoestrutura (SCHIMDT, 1994).

2.1.2 Pseudoboemita

A pseudoboemita um polímero inorgânico obtido pelo processo sol-gel,

constituído de uma rede de óxido inorgânico de alta porosidade e pureza, possui semelhanças

com a estrutura da boemita. A boemita possui a mesma estrutura da lepidocrocita (γ-FeO-OH).

A estrutura da pseudoboemita é constituída de duas camadas de octaedros de oxigênio

preenchidas parcialmente com cátions de Alumínio, sendo ortorrômbica (a=0,36936 nm,

b=1,2214 nm, c=0,28679 nm). A diferença entre boemita e pseudoboemita é que a célula

unitária da pseudoboemita é levemente maior que a da boemita. Este fato seria devido a

incorporação de água na estrutura cristalina (KLOPROGGE, 2006).

Por pseudoboemita pode-se entender Al+3 na composição de Al2O3.xH2O

(2,0>x>1,0) com 59 espaçamentos interplanares aumentadas na direção [020] até o valor de

6.7Å em comparação com 6.12Å para boemita - AlOOH ou Al2O3.1H2O (KLOPROGGE, 2006).

Para determinação da composição da superfície de materiais sólidos a técnica de

XPS (X-ray photoelectron spectroscopy) apresenta a diferença entre boemita e pseudoboemita

baseado na razão levemente maior de oxigênio/hidroxila e na maior quantidade de água

presente na estrutura da pseudoboemita (KLOPROGGE, 2006).

No Esquema 1 é apresentado a estrutura da pseudoboemita.

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Esquema 1: Representação da estrutura da pseudoboemita. Fonte: Moroz (1992).

Além da α-Al2O3 existem muitas variantes da alumina sintetizada

artificialmente. As mais comuns são γ- Al2O3, η- Al2O3, χ- Al2O3, κ- Al2O3, δ-Al2O3 e θ- Al2O3,

todos esses são chamados de aluminas de transição a baixa temperatura, apresentam

instabilidade termodinâmica, enquanto que a α- Al2O3 é a fase estável a alta temperatura com

ponto de fusão mais alto (atingindo 2050ºC), sendo a fase cristalina mais estável (ZHANG,

2012).

Diante das diversas propriedades apresentadas pelas aluminas, o campo de

aplicação desses materiais tem se estendido para os mais diversos setores industriais e

tecnológicos. Pesquisas estão cada vez mais voltadas para o desenvolvimento e aplicações

desses materiais. Filtros (SOUZA, SOARES, 1999), membranas cerâmicas (CORDEIRO et al,

2010), implantes porosos, revestimentos (KHANNA, BHAT, 2006); produtos farmacêuticos,

dispositivos eletrônicos (LAZAROUK et al, 2000), suporte para leveduras (KIYOHARA et al.

2003; SOUZA SANTOS et al, 2009), entre outras.

A obtenção da pseudoboemita pela técnica sol-gel em meio aquoso ocorre a

partir da polimerização inorgânica dos percursores que contenham alumínio e que contenham

hidroxilas, por exemplo, cloreto de alumínio hexahidratado (AlCl3.6H2O) e hidróxido de Sódio

(NaOH). A adequada adição destes reagentes tem como resultado a formação de um gel firme.

A formação deste gel pode ser explicada pelo aumento do pH da solução, mantendo meio

básico. O cátion hidratado Al3+ troca uma molécula de água formando [Al(OH)2]+, o qual é

solúvel em água, ou em solução do sal equivalente (NaCl por exemplo) (ALMEIDA, et al.,

1999).

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O grupo [-AlOOH-] da boemita forma a estrutura linear que é a pseudoboemita

fibrilar. Ao atingir o ponto isoelétrico (pelo aumento do pH), com a neutralização da carga da

superfície dos colóides finalmente o sol se transforma em um gel (ALMEIDA, et al., 1999).

Comumente uma alumina do tipo pseudoboemita apresenta poros concentrados

em duas faixas de diâmetros de 30 a 1 000 Å (mesoporos), e de 1000 a 10000 Å (macroporos).

As variáveis do processo no preparo de aluminas afetam significativamente o resultado do

produto da síntese e a sua interação como suporte do fármaco de interesse (YAU, 2002;

POCOSTALES et al, 2011).

Algumas das mais significativas variáveis que devem ser controladas durante a

síntese são: matérias primas, técnica de precipitação, teor de AlCl3.6H2O no meio reacional,

temperatura de precipitação, agitação do meio reagente, condição de envelhecimento e

principalmente o controle de pH (MOURE et al 1999).

O pH do AlCl3 precipitado para a produção do suporte pseudoboemita é cerca

de 2,5, que na solução de NaOH deve ser mantido em aproximadamente 6,5 – 7,0. A

solubilidade da reação é muito sensivel ao pH (BOWERSOCK, MARTIN; 1999).

A variação de pH durante a precipitação pode afetar fortemente as propriedades

do precipitado. Durante a precipitação espera-se que a concentração de sal obedeça a relação

molar 3:1 de OH/ Al (SCHOLTZ et al 1984).

Diversos estudos observaram que esta relação sofre mudança constante no reator

formando estruturas poli nucleares de aluminas e diásporo, as quais aparecem em diferentes

relações molares de OH/ Al (HSU et al, 1964; LETTERMAN et al, 1990). A formação e

transformação destes complexos poli nucleares e seu equilíbrio correspondente dependem

muito das condições de reação e envelhecimento (BROSSET, 1952; SERNA et al, 1978).

Mishra et al. (2000) e Yau (2002), demonstram que a produção do suporte de

pseudoboemita sob condições homogêneas de concentração e pH pode reduzir variabilidade na

precipitação e melhorar a reprodutibilidade. Para tanto os respectivos estudos proporcionaram

um ambiente de pH constante, de modo a minimizar o número de espécies poli nucleares e

complexos formados durante a preciptação, produzindo aluminas estáveis e com propriedades

físico-químicas consistentes (LÈFREVE et al, 2002).

Para Yau (2002), um processo de precipitação ideal produz suportes

farmacêuticos de pseudoboemitas não só com propriedades uniformes, mas também com a

estabilidade prolongada. Objetivo alcançado na preparação do soluto em solução do sal (NaCl)

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correspondente da solução do solvente (NaOH), o que também deve ser adicionado durante o

processo de envelhecimento.

2.2 PROCESSO SOL-GEL

Dentre os métodos químicos mais investigados para a obtenção de pós

nanoparticulados, destaca-se o método sol-gel (SCHIMDT, 1994). O processo sol-gel é uma

metodologia de preparação de cerâmicas porosas, vítreas e cristalinas partindo-se de

precursores moleculares, no qual uma rede de óxidos pode ser obtida por meio de reações de

polimerização inorgânica. Estas reações ocorrem em solução, e o termo sol-gel é utilizado para

descrever a síntese de óxidos inorgânicos obtida por métodos de via úmida.

A origem dos termos sol e gel deve-se à etapa do processo na qual uma solução

ou um sol, é transformada em uma massa semirrígida, um gel. O gel obtido pode ser coloidal

quando constituído de partículas ou polimérico quando estas já envelhecidas sofrem

polimerização inorgânica por peptização, coagulação e consequentemente o gel.

No “envelhecimento” continua a ocorrer polimerização e as cadeias poliméricas

passam a ser amorfas (RAHAMAN, 1995).

Uma característica importante do processo sol-gel é a obtenção de materiais com

as características e propriedades pré-planejadas, dada a possibilidade de controle de todas as

etapas, desde o precursor molecular até o produto final. É possível realizar controle da

estequiometria, porosidade, estrutura cristalina e do tamanho das partículas, que são fatores que

influenciam nas suas propriedades de forma e área superficial (MUNHOZ JR, MIRANDA &

UEHARA, 2006).

Os materiais obtidos por este método apresentam alta pureza, boa

homogeneidade, podendo-se obter fibras, filmes e monolitos. O processo sol-gel, como o nome

indica, envolve a formação de uma suspensão de partículas muito finas de tamanho coloidal

dispersas num líquido (sol), e sua transformação numa rede contínua (gel). É realizado a baixas

temperaturas, e sob condições apropriadas, dá origem a um gel úmido, que após etapas de

envelhecimento, secagem e densificação, forma um produto sólido final (RING, 1996).

A química do processo sol-gel se baseia na hidrólise e posterior condensação de

precursores moleculares, geralmente soluções aquosas de sais inorgânicos ou alcóoxidos que

sofrem polimerização inorgânica, isto é, soluções de um composto com um elemento metálico

que se transformam numa massa sólida. As reações de hidrólise seguidas de condensação das

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espécies hidratadas formam uma rede de partículas coloidais ou cadeias poliméricas lineares.

A polimerização restringe a difusão química e a segregação. O gel é seco, calcinado, e

finalmente moído para a obtenção de um pó (RAHAMAN, 1995).

Estas reações acontecem entre moléculas reativas ou nas superfícies dos

colóides. O controle das condições da reação (concentração do precursor, temperatura do

solvente, dentre outras) determina o tamanho das partículas. Este é um método de síntese de

materiais inorgânicos não metálicos como vidros e cerâmicos, sendo principalmente restrito aos

sistemas que contenham ou geram óxidos. Em geral, o cátion de interesse é hidrolizado a partir

de uma solução contendo um excesso de agente hidrolisante. A seguir, ocorre a gelificação do

sistema que é influenciada pelo pH do sistema. O líquido é removido e a dispersão coloidal é

convertida em um pó com tamanhos de partículas menores que 0,1 µm (ou 100 nm). A mistura

dos reagentes sofre um processo de polimerização inorgânica no nível atômico e em meio

liquido. Formando géis, estes são lavados (para a remoção de moléculas adsorvidas nas

superfícies das nanopartículas), filtrados, secos, calcinados e desagregados (FONSECA, 2007).

Outra rota química, que atualmente é a mais utilizada para a produção de óxidos

na forma de pós nanoestruturados é a precipitação de soluções de sais precursores do óxido

(geralmente hidróxidos), chamada de precipitação química (HERNÁNDEZ, 2005).

O gel coloidal é formado essencialmente por partículas coloidais anidras

mantidas unidas entre si por meio de forças intermoleculares atrativas -forças de Van der Waals

formando uma rede com poros. Cada partícula coloidal mantém sua estrutura original mesmo

sendo parte integrante da rede. Este tipo de gel é também conhecido por aquogel, pois seus

poros contém a solução aquosa (RAHAMAN, 1995).

Dependendo do tipo de secagem usado no processo, pode-se obter um material

poroso, ultra poroso ou denso, respectivamente xerogel, aerogel e cerâmicas ou vidros (REED,

1995).

Sílica obtida pelo processo sol gel, ou por outros processos, também podem ser

utilizadas na liberação controlada de fármacos. A sílica de alta pureza obtida desta forma, a

partir de tetracloreto de silício, originando microcristais de sílica (SiO2) obtidos por esse

processo são chamados de branco de fumo (RICHERSON, 1992). Entretanto a utilização de

sílica gel para a liberação controlada de fármacos tem sido menos utilizado devido a toxicidade

da mesma.

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2.3 NANOTECNOLOGIA APLICADA A FÁRMACOS

2.3.1 Fármacos de Liberação Controlada

A indústria farmacêutica, fazendo uso das inovações tecnológicas utiliza a

nanotecnologia e os nanomateriais para desenvolver fármacos dentro de um sistema chamado

de liberação controlada (AZEVEDO, 2002).

Fármacos de liberação controlada são todos aqueles que tem como objetivo

fornecer uma dose terapêutica de uma droga para um local do corpo predeterminado, e manter

esta concentração desejada (GENNARO, 2004), de modo controlado em velocidade e tempo

apropriado, buscando também manter os níveis sanguíneos terapêuticos ótimos (ALLEN JR. et

al, 2007) e evitar, a níveis plasmáticos, a problemática da toxicidade e/ou doses tóxicas

(AZEVEDO 2002). Desta forma, esse sistema permite que seja liberado gradativamente, a um

ritmo ditado pelas necessidades do corpo, por um período específico de tratamento

(GENNARO, 2004).

Dentro desse sistema dois aspectos são definidos: a colocação espacial que se

relaciona ao direcionamento de uma droga para um órgão e a distribuição temporal, relacionada

ao controle do ritmo de distribuição para o tecido alvo (GENNARO, 2004).

Os anos de 1950 a 1970 são considerados como o período da liberação constante

de drogas, ou seja, nesse intervalo de tempo foram criados os primeiros sistemas contendo ceras

e polímeros hidrofóbicos. Esses, por sua vez, foram aplicados às drogas e tinham como objetivo

manter seus níveis de forma prolongada ou por um período prolongado de tempo (GENNARO,

2004). O ano de 1960 destaca-se pelo desenvolvimento da microencapsulação, técnica de

transformação de líquido (polímeros e outras substâncias) em pós com tamanho de partículas

micrométricas (MARQUES, 2009).

No entanto, ainda nesse mesmo período não se tinha compreensão das barreiras

anatômicas e fisiológicas do corpo humano, o que gerou um contratempo ao desenvolvimento

de sistemas de distribuição eficientes. Foi então a partir dos anos de 1970 a 1990 que houve a

busca por entendimento nas necessidades da distribuição controlada das drogas e das barreiras

para várias vias de administração (GENNARO, 2004).

Os anos seguintes aos de 1990 foram então considerados os da “era moderna da

tecnologia de liberação controlada” o qual buscaram-se a otimização das drogas (GENNARO,

2004).

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LYRA et al, 2007, citam variados sistemas de liberação de fármacos que

atualmente aparecem como as expressões liberação retardada, repetida, controlada (CR),

sustentada (SR), entre outras. Essas expressões podem ser definidas, assim sendo:

Liberação Retardada: desenvolvida para liberar o fármaco num tempo

diferente daquele imediatamente após a administração (ALLEN JR,

POPOVICH & ANSEL, 2007);

Liberação Repetida: em geral contém duas doses do medicamento, a

primeira para liberação imediata e a segunda para liberação retardada

(ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007);

Liberação Controlada: libera o fármaco em uma velocidade constante e

fornecem concentrações plasmáticas que permanecem invariáveis com o

tempo (AULTON, 2005);

Liberação Sustentada: liberação inicial de fármacos, suficiente para

disponibilizar a dose terapêutica logo após a administração, a qual é

seguida de uma liberação gradual do fármaco por um período de tempo

estendido (AULTON, 2005);

Liberação Prolongada: fármaco disponibilizado para absorção por um

período de tempo mais prolongado do que a partir de uma forma

farmacêutica convencional (AULTON, 2005);

Liberação Estendida: fármaco liberado lentamente de modo a manter as

concentrações plasmáticas no nível terapêutico, por um período

prolongado de tempo (8 e 12h) (AULTON, 2005);

Liberação Vetorizada: liberação do fármaco dirigida ou concentrada a

uma região do corpo, tecido, ou sitio de absorção ou ação (ALLEN JR,

POPOVICH & ANSEL, 2007);

Liberação Modificada: formas farmacêuticas apresentando

características de liberação com base no tempo, duração e/ou localização,

desenvolvidas para alcançar os objetivos terapêuticos e convencionais

não oferecidos pelas formas de liberação imediatas (ALLEN JR,

POPOVICH & ANSEL, 2007).

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Para ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007, nem todos os fármacos possuem

características adequadas para que se tornem produtos de liberação controlada, assim como nem

todas as condições médicas exigem o tratamento com drogas desse sistema. Logo, apenas serão

considerados adequados aqueles que possuírem tais características:

Exibir velocidades de absorção e de excreção nem muito lenta nem muito

rápida, ou seja, fármacos candidatos a serem preparados em formulações

controladas são aqueles que possuem tempo de meia vida variante entre

2 a 8 horas (ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007; GENARO,

2004);

Apresentar uniformidade quando absorvidos no trato gastrintestinal

tendo uma boa solubilidade aquosa, resistência e alta permeabilidade no

mesmo (ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007; GENARO, 2004;

AULTON, 2005);

Incapacidade de formar metabólitos farmacologicamente ativos, por

exemplo; por efeito do metabolismo de primeira passagem1 (AULTON,

2005);

Possibilitar administração em doses relativamente pequenas, cujos

valores compreendem-se entre 125 e 325 mg, de modo a limitar o

tamanho do sistema de liberação (ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL,

2007; AULTON, 2005);

Apresentem alto índice terapêutico (TI) devido às limitações

tecnológicas de controle preciso sobre taxas de liberação. Uma droga é

considerada relativamente segura se o seu valor de TI (dose tóxica

mediana dívidida pela dose efetiva mediana) encontra-se além de 10

(ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007; GENARO, 2004);

Ser utilizado preferencialmente no tratamento de condições crônicas do

que agudas, de forma que não sejam necessários ajustes de doses diárias

(ALLEN JR, POPOVICH & ANSEL, 2007).

1 Metabolismo de primeira passagem é um fenômeno do metabolismo do fármaco é significantemente reduzida pelo fígado

antes de atingir a circulação sistêmica.Após uma droga ser ingerida, ela é absorvida pelo sistema digestivo no sistema hepático.

Antes de atingir o resto do corpo, ela é carregada através da veia porta hepática para o fígado. O fígado metaboliza muitos

fármacos, às vezes de tal maneira que somente uma pequena quantidade ativa é lançada a partir do fígado em direção ao resto

do sistema circulatório do corpo. A primeira passagem pelo fígado diminui significativamente a biodisponibilidade da droga.

Vias de administração alternativas podem ser usadas, como intravenosa, intramuscular, sublingual e trans dérmica. Estas vias

evitam o efeito de primeira passagem pois permitem que o fármaco seja absorvido diretamente na circulação sistêmica.

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Estudos recente vem demostrando avanços significativos para a utilização de

nanomateriais cerâmicos de alta pureza como suporte para liberação de fármacos

quimioterápicos. Verificou-se que os nanocompósitos de γ-Aluminas demonstraram-se capazes

de transportar de forma eficiente fármaco quimioterapêutico anticancerígeno típico, em que a

célula cancerosa reage em decorrencia da sua interação aos meios acídos, a partir de testes

realizados in Vitro, apresentando excelentes resultados e permitindo a posibilidade do inicio de

testes in Vivo. (CHEN et al. 2014).

2.3.2 Nanotecnologia Farmacêtica

A nanotecnologia farmacêutica é a área das ciências farmacêuticas envolvida no

desenvolvimento, caracterização e aplicação de sistemas terapêuticos em escala nanométrica

ou micrométrica. O estudo desses sistemas tem sido realizado com o objetivo de direcionar e

controlar a liberação de fármacos (SAKATA et al.,2007).

Santana, Martins & Alves (2008), afirmam que as nanopartículas possuem as

características necessárias para que esses sistemas de liberação de fármacos controlados sejam

efetivos. Permitem que sejam entregues em local apropriado, tem suas concentrações mantidas

em níveis adequados por longos períodos de tempo, além de prevenir sua degradação.

As nanopartículas permitem ainda maior eficiência de encapsulação e liberação

controlada se comparadas aos sistemas de encapsulação convencionais, além de possuírem

tamanho pequeno suficiente para serem injetadas diretamente no sistema circulatório e

oferecerem a possibilidade de administração por outras vias como pulmonar, nasal,

transcutânea e oral (SANTANA, MARTINS & ALVES, 2008) acrescentam os tipos de

nanoestruturas utilizadas pela indústria farmacêutica para a encapsulação de ativos: lipossomas,

nanopartículas poliméricas, ciclodextrinas e nanopartículas lipídicas. Listam ainda

nanopartículas as quais os ativos podem estar associados: do tipo metálica, fulerenos,

dendrímetros ou nanotubos de carbono.

2.4 PLANEJAMENTO FATORIAL

Muitas vezes em um sistema, diversos fatores ou variáveis podem influenciar a

resposta desejada. Um experimento é executado com o interesse em se determinar as variáveis

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experimentais e as interações entre variáveis que têm influência significativa sobre as diferentes

respostas de interesse (LUNDSTEDT et al, 1998).

Após selecionar as variáveis que são possíveis de serem estudadas e que

provavelmente interferem no sistema, é preciso avaliar a metodologia experimental (tempo,

custo, entre outras). As variáveis que não foram selecionadas devem ser fixadas durante todo o

experimento (BARROS NETO et al, 2002).

Em uma etapa seguinte, deve-se escolher qual planejamento usar para estimar a

influência (o efeito) das diferentes variáveis no resultado. No estudo de triagem, as interações

entre as variáveis (interações principais) e de segunda ordem, obtidas normalmente pelos

planejamentos fatoriais completos ou fracionários, são de extrema importância para a

compreensão do comportamento do sistema (BARROS NETO et al, 2002).

Em um planejamento fatorial são investigados as influências de todas as

variáveis experimentais de interesse e os efeitos de interação na resposta ou respostas. Se a

combinação de k fatores (variáveis) é investigada em dois níveis, um planejamento

experimental fatorial consistirá de 2k experimentos. Normalmente, os níveis dos fatores

quantitativos (i.e. concentrações de uma substância, valores de pH, entre outras) são nomeados

pelos sinais – (menos) para o nível mais baixo e + (mais) para o nível mais alto, porém o que

importa é a relação inicial entre o sinal dado e o efeito obtido, não sendo um critério definido a

nomeação dos sinais. Uma coluna de sinais + (mais) é adicionada à esquerda da matriz de

coeficientes de contraste para cálculo da média de todas as respostas observadas (BOX,

HUNTER & HUNTER, 1978). Para fatores qualitativos (i.e. tipos de ácidos, tipos de

catalisadores, entre outras), como não existem valores altos ou baixos, fica a critério do

pesquisador nomear os seus níveis.

Os sinais para os efeitos de interação de 2ª ordem e de ordem superior entre todas

as variáveis do planejamento, realizando todas as combinações possíveis, são obtidos pelo

produto dos sinais originais das variáveis envolvidas. Desta maneira, é possível construir as

colunas de sinais para todas as interações e, assim, elaborar a matriz de coeficientes de contraste

(Tabela 1).

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Tabela 1. Matriz de coeficientes de contraste para um planejamento fatorial 23

* x12, x13 e x23 são os efeitos de interação de 2ª ordem; x123 é o efeito de interação de 3ª ordem.

De forma muito simplificada a (Tabela 2) apresenta a construção de um

planejamento fatorial de 3 variáveis, as quais carregam dois fatores (X1, X2 e X3) que

compreende as interações que influenciarão a resposta de interesse, formando uma matriz 23,

que é o padrão adotado neste estudo.

Tabela 2. Planejamento fatorial completo 23

N° exp.

X1

X2

X3

1 - 1 - 1 - 1

2 + 1 - 1 - 1

3 - 1 + 1 - 1

4 + 1 + 1 - 1

5 - 1 - 1 + 1

6 + 1 - 1 + 1

7 - 1 + 1 + 1

8 + 1 + 1 + 1

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capitulo são apresentados os materiais e métodos utilizados neste trabalho.

3.1 MATERIAIS

3.1.1 Cloreto de Alumínio Hexahidratado (AlCl3. 6H2O)

A solução de hidróxido de alumínio foi utilizada para fornecer o íon alumínio

para a formação dos ions [Al(OH)2]+, necessário para a formação da pseudoboemita.

Neste trabalho foram utilizadas duas soluções de concentração 0,133 e 0,166

Molares de AlCl3.6H2O, solubilizados em 5 Molar de NaCl (fornecedor do AlCl3.6H2O P.A.:

LabSynth).

3.1.2 Hidróxido de Sódio (NaOH)

A solução de hidróxido de sódio foi utilizada na obtenção do gel de

pesudoboemita. Pela elevação do pH ocorre a neutralização da carga de superfície dos colóides

presentes na solução, formando-se então o gel de pseudoboemita segundo Lindemann (1971).

Neste trabalho foram utilizadas duas soluções de concentração 0,4 e 0,5 Molares

de NaOH (fornecedor do NaOH P.A.: LabSynth).

3.1.3 Cloreto de Sódio (NaCl)

A solução de cloreto de sódio foi utilizada como solvente no preparo da solução

de AlCl3.6H2O para obtenção do gel de pesudoboemita. Segundo Yau (2002), a alta

concentração de NaCl, facilita a manutenção da constante de neutralização do pH além de

favorecer a formação de partículas primárias menores de cristais de Pseudoboemita com pureza

elevada.

Neste trabalho foi utilizado uma solução 5 Molar de NaCl em H2O (fornecedor

do NaCl P.A.: LabSynth).

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3.1.4 Pseudoboemita

A pseudoboemita é obtida pelo processo de síntese química úmida por processo

sol gel, partindo-se de uma solução de AlCl3.6H2O em solução de NaCl , que é adicionada por

gotejamento à solução de NaOH com vazão de 40 mL/min, obedecida a relação molar 3:1 de

OH/Al (YAU et al 2006) o que resulta em um gel.

Segundo estabelecido na matriz experimental fatorial (Tabelas 3 e 4), 50% das

amostras do gel produzidas foram envelhecidas a 95 oC durante 120 h que, assim como os outros

50% das amostras, que não foram envelhecidas, foram lavados com água para a retirada do

excesso de NaOH e NaCl por filtragem à vácuo, lavando o filtrado com água destilada até o pH

ser neutralizado, o que promove a retirada de impurezas de cloreto de sódio o qual além de ter

sido adicionado no meio reacional AlCl3.6H2O, é também subproduto da reação. O gel obtido

foi então filtrado e congelado, e posteriormente foi seco pelo processo de liofilização. A seguir

o material foi finalmente moído. O equipamento utilizado foi o liofilizador do Laboratório de

Pesquisas Químicas da UPM da empresa Thermo Electron, modelo Micromodulyo Freeze

Dryer.

Tabela 3. Condições das variáveis de estudadas (X1, X2, X3) para a Matriz Experimental

Fator

Experimental

X1

Concentração

OH- (M)

X2

Temperatura

(°C)

X3

Envelhecimento

95°C/ 120h

- 1 0,4 20 Sim

+ 1 0,5 65 Não

Considerando os critérios apresentados na Tabela 3, foi elaborada um

planejamento fatorial 23, para os experimentos descritos na Tabela 4.

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Tabela 4. Planejamento fatorial completo 23

N° exp. X1 X2 X3

1 [OH-] =0,4 T=20°C 95°C/ 120h

2 [OH-] =0,5 T=20°C 95°C/ 120h

3 [OH-] =0,4 T=65°C 95°C/ 120h

4 [OH-] =0,5 T=65°C 95°C/ 120h

5 [OH-] =0,4 T=20°C Sem envelhecimento

6 [OH-] =0,5 T=20°C Sem envelhecimento

7 [OH-] =0,4 T=65°C Sem envelhecimento

8 [OH-] =0,5 T=65°C Sem envelhecimento

A síntese foi preparada em reator químico EasyMax 120 Advanced da Mettler

Toledo, equipado com unidade de dosagem SP-50 Mettler Toledo; rotacionado a 300 RPM,

com turbina de 25 mm de diâmetro, confeccionado em liga Inconel C22.

As sínteses foram preparadas de forma randomizadas em dias e horários

alternados a fim de minimizar os erros sistêmicos de processos e condições ambientais adversas,

como por exemplo; temperatura e umidade do amiente.

3.1.5 Aciclovir (Fármaco)

Materiais Biofarmacêuticos são classificados (Quadro 1) de acordo com a

solubilidade e permeabilidade de um fármaco no organismo segundo o Sistema de Classificação

Biofarmacêutica (SCB) (AMIDON, et al. 1995; WU, BENNET, 2005).

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Quadro 1: Quadro de classificação de fármacos SCB

Classe Solubilidade Permeabilidade Absorção Exemplos

I Alta Alta

Boa absorção,

controlada unicamente

pela taxa de

esvaziamento

estomacal.

Metoprolol

II Baixa Alta

A absorção é controlada

através da solubilidade

ou velocidade de

dissolução do

medicamento.

Glibenclamida,

Ibuprofeno,

Diclofenaco

III Alta Baixa

A absorção é

independente das

propriedades da droga.

Cimetidina

IV Baixa Baixa

Velocidade e grau de

absorção devem ser

considerados caso a

caso.

Aciclovir

O aciclovir (Esquema 2) atua contra os tipos de herpes simples classes I e II e

vírus de varicela zoster, pertencente a classe IV, segundo a Sistema de Classificação

Biofarmacêutica (SCB) (AMIDON, et al. 1995). Ele apresenta-se sob a forma de um pó

cristalino branco, muito pouco solúvel em água, insolúvel em álcool e ligeiramente solúvel em

soluções ácidas ou alcalinas diluídas. Em relação à constante de dissociação, pKa apresenta

dois valores: 2,3 e 9,2, ou seja, nestes dois valores de pH 50% destas moléculas apresenta-se

na forma iônica e 50% na forma molecular

Esquema 2: Estrutura Química do fármaco aciclovir. Fonte: Soares (2003).

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O aciclovir quando administrado por via oral é parcialmente absorvido no trato

gastrointestinal, sendo que apenas 20% da dose é absorvidos e as concentrações plasmáticas

máximas são atingidas em 1-2 h, sendo geralmente necessário a administração 2 vezes ao dia

(STULZER, et al, 2007). O aciclovir utilizado foi fornecido pela Herifarma.

O aciclovir foi escolhido como fármaco de interesse para o estudo da

pseudoboemita devido a sua aplicação em trabalhos já desenvolvidos pelo departamento de

Engenharia de Materiais da UPM (NOVIKIS, 2009). Em razão do conhecimento do

comportamento do aciclovir quanto a solubilidade e interação no sistema gastrointestinal,

identificado nos trabalhos anteriores, pelo grupo de estudo, é possível identificar nos resultados

somente o efeito das variáveis da pseudoboemita que influenciaram nos resultados.

As amostras que foram obitidas a estrutura pseudoboemita (boemita) foram

utilizadas experimentalmente em ensaios in vitro para o fármaco aciclovir.

Os estudos de liberação foram conduzidos de acordo com o método proposto

pela USP 26, Farmacopeia Brasileira e as referências (STULZER, eta al 2007) e (SOARES,

2003), utilizando-se aparato dissolutor a temperatura de 37ºC e velocidade de rotação de 100

rpm. O meio de dissolução utilizado foi semelhante ao fluído gastrintestinal (pH 1 e 7) (a de

pH=1 preparada com ácido clorídrico, conforme proposto pela USP 26); volume de 192 mL.

Alíquotas de 5 mL foram retiradas nos intervalos de 15, 30, 60, 90 e 120 min, e então

centrifugadas a 5000 RPMs por 20 min, coletado 1,5 mL do sobrenadante para evitar a

possibilidade de se ter interferência de partículas de pseudoboemita suspensas, o volume de

cada alíquota retirada é sempre reposto.

As massas equivalentes do aciclovir e pseudoboemita seguiram a recomendação

da Farmacopeia Portuguesa VII (Soares 2003), utilizando a dosagem infantil e foram calculadas

para 192 ml do dissolutor 0,025g de aciclovir para 1,0g de pseudoboemita.

3.2 MÉTODOS

Inicialmente foram realizados os estudos preliminares para estabelecer as

condições de contorno favoráveis à formação da pseudoboemita. Para os estudos preliminares

foram realizadas duas sínteses com concentrações diferentes para avaliar os resultados, para

definir os melhores parâmetros de trabalho a serem desenvolvidos.

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Obedecendo a relação OH/Al 3:1 preparou-se a síntese 01, aqui chamada de S1,

com uma concentração de 5 molares de NaOH e, síntese 02, denominada S2, com concentração

de NaOH 0,5 molares.

Para as duas o soluto AlCl3.6H2O, foi solubilizado em solução 5 molares de

NaCl, obtidas a 65ºC, lavadas em H2O destilada para eliminação do NaCl.

As amostras obtidas foram caracterizadas por Difração de Raios X (DRX),

Analise Termogravimétrica (TG), Análise Térmica Diferencial (DTA), Microscopia Eletrônica

de Varredura (MEV) com detector de elétrons secundários e detectores de Energia Dispersiva

de Raios X (EDS).

Os resultados mostraram que o preparo da pseudoboemita foi favorecido em

baixa concentração de NaOH (0,5 molares), e esta foi utilizada como parâmetro para a

continuidade do trabalho.

Os resultados das análises podem ser observados Anexo 1.

Após a análise dos dados preliminares, para a obtenção da pseudoboemita

descrita no item 3.1.4 foram estabelecidas condições das variáveis a serem estudadas (Tabela

3) que podem influenciar na resposta desejada para as caraterísticas e qualidade necessária para

a produção de suporte com a estrutura adequada ao fármaco de interesse.

Por meio dos resultados obtidos nos ensaios definidos os parâmetros com base

nos resultados preliminares as condições de contorno adotadas são descritas.

Obedecendo a relação 3:1 OH/Al preparou-se a 04 sínteses (amostras A1, A3,

A5 e A7) com uma concentração de 0,4 molares de NaOH e, 04 sínteses (amostras A2, A4, A6

e A8) de NaOH 0,5 molares.

Para as 08 amostras o soluto AlCl3.6H2O, foram solubilizados em solução de 5

molares de NaCl, e sintetizadas a 20°C (amostras A1, A2, A5 e A7), e a 65ºC (A3, A4, A6 e

A8).

Metade das amostras (amostras A1, A2, A3 e A4) passaram pelo processo de

envelhecimento afim de verificar a sua influência nos resultados e propriedades destas. O

processo de envelhecimento sob condições de temperatura estável a 95°C durante 120h.

Após o preparo, as amostras foram filtradas a vácuo com membrana de Nylon

0,22 µm, e lavadas em H2O para eliminação do NaCl.

Ao final as 08 amostras foram congeladas e secas por processo de liofilização a

vácuo. O equipamento utilizado foi o liofilizador da empresa Thermo Electron, modelo

Micromodulyo Freeze Dryer (Imagem 1), do Laboratório de Pesquisas Químicas da UPM.

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Imagem 1: Liofilizador Thermo Electron, modelo Micromodulyo Freeze Dryer- Laboratório de Pesquisas

Químicas da UPM.

A partir da pseudoboemita obtida de acordo com o item 3.1.4 esta foi

caracterizada pelas seguintes técnicas: DTA/TG/DTG, BET, MEV com detector de elétrons

secundários e detector EDS e DRX.

Estas técnicas de análises são bastante utilizadas na caracterização de materiais

e foram aplicadas neste trabalho para o estudo da pseudoboemita.

3.2.1 Análise Térmica

A termogravimetria/termogravimetria derivada (TG/DTG), a análise térmica

diferencial (DTA) e a calorimetria exploratória diferencial (DSC) são as técnicas

termoanalíticas mais difundidas e empregadas nos estudos de pré-formulação, sendo

especificamente, a análises por meio de DSC e DTA utilizadas para estudar as possíveis

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interações intermoleculares entre fármacos e adjuvantes (GIOLITO, 1988; ARAÚJO, 2003;

BRANDÃO, 2008).

3.2.1.1 Análise Termogravimétrica

Esta técnica baseia-se no estudo da variação de massa de uma amostra, resultante

de transformações físicas e químicas (sublimação, evaporação, condensação) em função do

tempo ou temperatura enquanto a amostra é submetia a uma programação controlada de

temperatura (CANEVAROLO, 2004).

As análises termogravimétricas são utilizadas para demonstrar a estabilidade

térmica de um material ou traçar seu perfil de degradação. Os resultados das análises são

gráficos que traçam o comportamento dos materiais quando submetidos a uma varredura de

temperatura (MONTHÉ, AZEVEDO, 2002)

As análises são realizadas comparando as curvas termoanalíticas das substâncias

puras com aquelas obtidas da mistura física na proporção 1:1, em massa, onde, em caso de não

ocorrência de incompatibilidade, a curva da mistura mostra-se como um somatório das curvas

relativas aos componentes puros. As alterações nos perfis termoanalíticos das espécies, como

deslocamentos, redução significativa ou desaparecimento de picos na curva DSC, quando

comparados aos perfis dos compostos individualmente, podem caracterizar incompatibilidade

fármaco/excipiente ou fármaco/fármaco. O mesmo deve acontecer para os registros por

TG/DTG, em que a diminuição da estabilidade térmica das substâncias quando em misturas,

representadas por deslocamentos de eventos de perda de massa, podem ocorrer quando há

diferenças nestas curvas (BRANDÃO, 2008).

As amostras foram caracterizadas por termogravimetria com o propósito de se

observar o comportamento de desidratação, perda de massa e consequentemente o número de

água nas amostras avaliadas, durante as transformações de fase da pseudoboemita. As análises

foram realizadas utilizando-se um equipamento modelo Netzsch-STA409C (Imagem 2); do

Laboratório de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM),

submetidos a uma taxa de aquecimento de 20°C/min da temperatura ambiente até 1300°C.

Utilizou-se um fluxo de nitrogênio (40 mL/min) para manter a amostra inerte.

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Imagem 2: Analisador térmico Netzsch-STA409C do Laboratório de Engenharia de Materiais da U.P.

Mackenzie

3.2.1.2 Análise Térmica Diferencial

A Análise Térmica Diferencial (DTA) analisa a diferença entre as temperaturas

da amostra e um material de referência (tecnicamente inerte), enquanto ambos são submetidos

à uma variação controlada de temperatura. As amostras são mantidas em um pequeno forno na

mesma temperatura, através de aquecedores elétricos individuais. O calor dissipado pelos

aquecedores é relacionado com as transformações envolvidas no processo endotérmico ou

exotérmico (DENARI; CAVALHEIRO, 2012).

A Análise Térmica Diferencial é muito utilizada, na caracterização de materiais

poliméricos, blendas, compósitos, materiais cerâmicos, além de ser utilizado na indústria de

alimentos, caracterização de rejeitos industriais entre muitas outras aplicações (PERES; 2010

apud MONTHÉ, AZEVEDO; 2002).

As análises foram realizadas utilizando-se um equipamento modelo Netzsch-

STA409C; obtido no Laboratório de Engenharia de Materiais da UPM, submetidos a uma taxa

de aquecimento de 20°C/min da temperatura ambiente até 1300°C. Utilizou-se um fluxo de

nitrogênio (40 mL/min) para manter a amostra inerte.

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3.2.2 Área Superficial Específica (BET)

Uma das técnicas mais utilizadas para determinar a área específica de sólidos

porosos é a Método BET (Braunauer, Emmet e Teller) que consiste, resumidamente, na

adsorção de um gás (geralmente N2) nas amostras durante a obtenção de isotermas de adsorção

e dessorção. Consiste no número de moléculas necessário para formar esta única camada pode

ser calculado atraves do volume de gás requerido para recobrir inteiramente a superfície do

sólido estabelecendo sua área superficial.

As isotermas se apresentam conforme curvas características para os tipos de

porosidade existentes conforme Esquema 3 descritas no Quadro 2.

Esquema 3: Isotermas do tipo I a VI (n versus P/P0) – Classificação BDDT (Braunauer, Deming e Teller).

Fonte: GREG; SING (2002)

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Quadro 2: Isotermas – Descrição do tipo I a VI – Classificação dos poros conforme seu diâmetro. Fonte: GREG;

SING (2002)

As análises foram realizadas utilizando-se um equipamento modelo Belsop Max

(Imagem 3) alimentado com N2 a 77 K, no Laboratório de Engenharia de Materiais da UPM.

Imagem 3: Analisador de área especifica Belsorp Max do Laboratório de Engenharia de Materiais da U.P.

Mackenzie

Tipo

I

II

IV

III

V

VI

Classificação

Microporo

Mesoporo

Macroporo

Diâmetro Å

Ø < 20

20 < Ø < 500

Ø > 500

Caracteristica

Característica de sólidos com

microporosidade

Típicas de sólidos não

porosos ou macroporos

Com mesoporos. Histerese

Sistemas onde as moléculas

do adsorvato apresentam

maior interação entre si do

que com o sólido.

Adsorção do gás por um

sólido não poroso de

superfície quase uniforme

(caso raro)

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48

3.2.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

O exame microscopico da matéria-prima farmacêutica é uma etapa importante

no trabalho de pré-formulação. O tamanho das partículas e sua variação tanto da matéria-prima

quanto da estrutura cristalina ou amorfas são caracterizados, e fornecem informações

importantes de possíveis problemas no processo de formulação devido a mudanças nas

características das partículas ou cristais do fármaco (ANSEL, POPOVICH & ALLEN, 2000).

O equipamento de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), utilizado nesta

pesquisa, possui três modos básicos de geração da imagem: imagem obtida com detector de

elétrons secundários (contraste de topografia), imagens de elétrons retro espalhados (contraste

de composição) e mapeamento de raios-x (mapeamento químico por detector de EDS por

exemplo).

As microscopias foram obtidas em um microscópio eletrônico de varredura

JEOL JSM6510 utilizando detector de elétrons secundários. As amostras foram recobertas com

ouro e analisadas em seguida no Laboratório de Engenharia de Materiais da UPM (Imagem 4).

Imagem 4: Microscópio Eletrônico de Varredura JEOL JSM6510 do Laboratório de Engenharia de Materiais da

U.P. Mackenzie

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3.2.4 Detecção de Energia Dispersiva de Raios-X (EDS)

Muitas vezes utiliza-se o MEV, juntamente com detectores como a

espectrometria de energia de raio-X (EDS), com intuito de se estudar as alterações superficiais,

decorrentes de fenômenos como incrustações.

O EDS (“energy dispersive x-ray detector”, EDX ou EDS) é um acessório

essencial no estudo de caracterização microscópica de materiais. Quando o feixe de elétrons

incide sobre um material, os elétrons mais externos dos átomos e os íons constituintes são

excitados, mudando de níveis energéticos. Ao retornarem para sua posição inicial, liberam a

energia adquirida a qual é emitida em comprimento de onda no espectro de raios-x.

Um detector instalado na câmara de vácuo do MEV mede a energia associada a

esse elétron. Como os elétrons de um determinado átomo possuem energias distintas, é possível,

no ponto de incidência do feixe, determinar quais os elementos químicos estão presentes

naquele local e assim identificar em instantes o que está sendo observado. Enquanto o MEV

com detectores de elétrons secundários, por exemplo, proporciona nítidas imagens, o EDS

permite sua imediata identificação dos elementos químicos presentes nas amostras.

Os espectros foram obtidos em um microscópio eletrônico de varredura JEOL

JSM6510 utilizando detector de elétrons secundários. As amostras foram recobertas com ouro

utilizadas para a obtenção das imagens com elétrons secundários foram utilizadas para as

análises com o detector de EDS

3.2.5 Difração de Raios-X (DRX)

A difração de raios-X (DRX) é uma técnica largamente utilizada na

caracterização de estrutura de materiais cristalinos. Em um material onde os átomos estejam

arranjados periodicamente no espaço, característica das estruturas cristalinas, o fenômeno da

difração de raios-X ocorre nas direções de espalhamento que satisfazem a Lei de Bragg

(DUARTE, 2000).

As análises foram realizadas utilizando-se um equipamento modelo Rigaku

Miniflex II (Imagem 5) no Laboratório de Engenharia de Materiais da UPM.

Os parâmetros utilizados na realização dos ensaios foram: 30 KV, 15 mA, 3° <

θ < 90º e radiação CuKα.

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Imagem 5: Difratômetro Rigaku Miniflex II do Laboratório de Engenharia de Materiais da U.P. Mackenzie

3.2.6 Ensaios de Velocidade de Adsorção e de Dissolução “in vitro” (Dissolutor) e HPLC

(Cromatografia Liquida de Alta Eficiência)

A análise por HPLC tem sido o método de escolha para a identificação e

quantificação de muitos fármacos pelo fato da técnica combinar método de separação e

quantificação, o que confere mais segurança quando estão presentes outras substâncias,

possíveis interferentes, como impureza, substâncias aparentadas e produtos de degradação,

além de boa sensibilidade (MALUF, D.F., 2008).

O método por HPLC como um método de comparação tem sido aplicado à

determinação quantitativa de analitos nas amostras. A aplicação da HPLC clássica consiste no

uso de cromatogramas obtidos de um único comprimento de onda. A fase estacionária consiste

de um pó finamente sólido adsorvente empacotado em uma coluna de metal e a fase móvel

consiste de um solvente eluente forçado através da coluna por uma bomba de alta pressão. A

mistura a ser analisada é injetada e monitorada por um detector (MALUF, D.F., 2008).

Os experimentos foram feitos no Laboratório de Engenharia de Materiais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie, utilizando um equipamento Jasco com 4 canais

acoplado a coluna da marca Thermo Scientific - BDS Hypersil C18 (250mm x 4.6mm) de 5µ

(Imagem 6).

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Inicialmente foram feitas a análise dos padrões do fármaco na concentração de

1mg/mL em água e em solução de HCl 0,1M, determinando-se assim o tempo de retenção dos

fármacos.

As condições de ensaio para o acilovir foram com detector de UV-vis a 260 nm.

A fase móvel é diluída com água pura e acetonitrila (95:5 v/v) a sob fluxo na taxa de 1,5

mL/min. O tempo de retenção do aciclovir é cerca de 7,5 min com pico simétrico, para fluxo

isocrático (STULZER, et al., 2008).

O objetivo deste ensaio foi de verificar apenas qualitativamente a presença do

fármaco aciclovir nas soluções de dessorção, e o comportamento da curva de dissolução em

HCl 0,1 mol/L e H2O ou se sofreu modificações químicas (LAVRA e NETO, 2008). As

soluções de fármaco colhidas conforme item 3.1.5, foram filtradas, retirando-se a

pseudoboemita não solubilizada, restando-se apenas o fármaco.

O tempo de corrida para ambos foi de 12 minutos, tendo sido ejetadas amostras

sob comprimentos de onda de 260nm e 380nm. Estes ensaios são utilizados com o intuito de se

conhecer a velocidade que o princípio ativo dissolve em um meio líquido (geralmente aquoso)

e a quantidade total que se dissolve. Desta maneira, pode-se conhecer a existência de alguma

interação excipiente/fármaco que afete a velocidade de dissolução e sua biodisponibilidade

(VILA JATO, 2001).

O equipamento utilizado foi o dissolutor da marca Novaética do Laboratório

Semi-Industrial da Faculdade de Farmácia da U.P. Mackenzie.

Imagem 6: HPLC Jasco do Laboratório de Engenharia de Materiais da U.P. Mackenzie

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4 RESULTADOS

Após o processamento das amostras é possível observar a diferença entre o

volume, massa e massa especifica entras as amostras que foram envelhecidas a 95°C/120h

(amostras A1, A2, A3 e A4) e as amostras não envelhecidas (amostras A5, A6, A7 e A8).

Na Imagem 7 é possível comparar a diferença entre o volume ocupado por 1,0 g

da amostra envelhecida (a) com 1,0 g da amostra não envelhecida (b). Para efeito de

comparação foram escolhidas amostras com os mesmos parâmetros de síntese; 0,5 M de [OH]-

produzidas a 20°C (amostras A2 e A6).

Imagem 7: Comparativo físico entre amostra envelhecida e não envelhecida (a) 1,0 g de amostra A2

envelhecida (0,5 M de [OH]-/ 20°C), (b) 1,0 g de amostra A6 não envelhecida (0,5 M de [OH]-/ 20°C).

Esta observação foi confirmada pelos resultados calculados, apresentados abaixo

na Tabela 5, para os quais, as amostras envelhecidas apresentaram um volume médio 189%

maior quando comparadas as amostras não envelhecidas.

O mesmo se observa quando comparado o rendimento mássico entes as mesmas.

As amostras que foram envelhecidas apresentaram um rendimento médio 46,36% maior quando

comparado as amostras que não foram envelhecidas.

(a)

(b)

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O aumento da massa e volume é favorecido no envelhecimento pela formação

de partículas maiores. Estas amostras também apresentam regiões cristalinas maiores, o que

pode ser observado nos difratogramas apresentados no item 4.1.

Ainda com base nos dados calculados é possível relacionar o envelhecimento

das amostras com a sua massa específica.

As amostras não envelhecidas (A5, A6, A7 e A8) apresentam massa especifica

50,51% maior comparadas as amostras envelhecidas (A1, A2, A3 e A4). Este efeito é também

observado nas isotermas de adsorção apresentadas no item 4.2 deste capítulo, cuja as amostras

não envelhecidas apresentam área especifica em média 71,84% maiores.

Tabela 5- Valores calculados para massa, volume e massa específica para as amostras sintetizadas.

Amostra Massa

(g)

Volume

Aparente*

(cm3)

Densidade

Aparente

(g/cm3)

A1 6,56 35 0,187

A2 4,85 27 0,180

A3 3,96 25 0,158

A4 5,15 30 0,172

A5 3,78 11 0,344

A6 4,05 12,5 0,324

A7 2,85 7 0,407

A8 3,34 10 0,334

*volume obtido em proveta

4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X (DRX)

Os difratogramas 1 ao 8 apresentam os resultados obtidos para as amostras A1 a

A8 respectivamente.

Conforme apresentado anteriormente, as amostras A1, A2, A3 e A4 foram

preparadas com envelhecimento a 95°C/120h, e estão representadas nos difratogramas 1, 2 3 e

4 respectivamente; sendo que as amostras de A1 e A3 foram obtidas a partir de menores

concentrações molares dos reagentes (0,4 M de NaOH), já as amostras A2 e A4 foram obtidas

com concentrações maiores (0,5 M de NaOH).

Analogamente as amostras A5, A6, A7 e A8 foram preparadas sem

envelhecimento e, que estão representadas nos difratogramas 5, 6, 7 e 8 respectivamente; sendo

que as amostras A5 e A7 foram obtidas a partir de menores concentrações molares dos reagentes

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(0,4 M de NaOH), e as amostras A6 e A8 foram obtidas com concentrações maiores (0,5 M de

NaOH).

Os difratogramas para as amostras A1, A3, A5 e A7 apresentam picos de elevada

intensidade para 2θ ≈ 15°, 28°, 38°, 49°e 64°, característicos da formação da boemita e, 2θ ≈

19°, 20°, 40° e 55°, característicos de outra fase. Realizando uma análise comparativa com o a

biblioteca “International Centre Difraction Data” (ICDD) do equipamento por superposição

de dados, foi identificado este como difratograma característico da estrutura Baierita.

Os difratogramas para as amostras A2, A4, A6 e A8 apresentam picos de elevada

intensidade para 2θ ≈ 15°, 28°, 38°, 49°e 64°, característicos da formação da boemita,

coincidente por superposição de dados da biblioteca “International Centre Difraction Data”

(ICDD).

Ressalta-se a importância da caracterização das amostras por DRX, e seu estudo

detalhado, pois a identificação das amostras cujas características as identifiquem como

pseudoboemita as tornam elegíveis para os testes de liberação controlada de fármacos, assim

como a identificação da fase cristalina é importante para a compreensão desta interação além

da compreensão dos resultados de área especifica.

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Os difratogramas apresentados evidenciam a existência da estrutura boemita em

todas as amostras analisadas, contudo as amostras A1, A2, A3, A5 e A7 apresentam também a

formação da estrutura baierita predominante na sua formação. Enquanto as amostras A2, A4,

A6 e A8 apresentam uma composição contendo predominantemente a fase cristalina da

boemita. Somente amostra A2 apresenta pequena quantidade de baierita.

Uma avaliação importante obtida pelo estudo do planejamento fatorial com as

informações da difração de raios-x, é a caracterização da composição da estrutura boemita e

baierita, com relação as fases cristalinas e amorfas das amostras, e como as variáveis de

contorno, concentração, temperatura de processamento e envelhecimento das amostras

influenciaram na formação das estruturas presentes.

Para tanto foram determinados os pontos a serem avaliados, somando as alturas

dos picos de intensidade (cps), conforme critérios a seguir, para estimar comparativamente entre

as amostras a porcentagem das fases presentes.

Sendo alguns pontos característicos em comum entre a boemita e a baierita, estes

foram excluídos da soma. Foram considerados os pontos que pertencem somente a estrutura

pseudoboemita. Estes pontos também foram somados quando presentes nas amostras de

baierita, o que indica a presença de duas estruturas na amostra.

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Seguindo estes critérios foram somados os picos de intensidades para os pontos

2θ ≈ 15°, 38° e 49° para estimar a % de pesudoboemita.

Para a avaliação das variáveis de contorno sobre a formação da fase baierita,

foram desconsiderados todos os pontos presentes na fase de pseudoboemita, visto que estas não

apresentam pontos que configurem a presença de duas estruturas nas amostras. Foram somados

os pontos 2θ ≈ 19°, 20°, 40° e 55°, características somente da baierita.

Os parâmetros X1, X2 e X3, aparecem simplificados na Quadro 3, a seguir.

Quadro 3: Variáveis de controle para o planejamento experimental fatorial- simplificado.

Variáveis

X1 concentração de OH- (-)0,4(+)0,5

X2 temperatura °C (-)20(+)65

X3 envelhecimento 95°C/120h (-)sim(+)não

Os valores somados para os picos de intensidade, para o estudo das duas

estruturas foram normalizados, considerando a amostra que forneceu mais pseudoboemita

como 100% chega-se a Tabela 6. Os resultados do planejamento fatorial, através do estudo das

variáveis e interações e efeitos calculados são apresentados na Tabela 7.

Tabela 6- Normalização para a soma de intensidade da estrutura Boemita

Amostra Somas das

Intensidade Normalização

A1 1650 87

A2 1900 100

A3 1890 99

A4 1790 94

A5 850 45

A6 1010 53

A7 800 42

A8 1040 55

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Tabela 7- Resultados do planejamento fatorial para a Difração de Raios-X na formação da Boemita

Amostra DRX

Boemita Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 87 xo 71,9

A2 100 x₁ 7,2

A3 99 x₂ 1,4

A4 94 x₃ -46,4

A5 45 x₁₂ -3,6

A6 53 x₁₃ 3,3

A7 42 x₂₃ -2,0

A8 55 x₁₂₃ 5,7

V(ef)= 5,3

Os cálculos do planejamento experimental fatorial mostram que as variáveis X1

X3 são significativas para a formação a pseudoboemita.

Analisando o resultado observa-se que a mudança da concentração de OH- de

0,4 para 0,5 molares aumenta em média 7,24% a porcentagem de pseudoboemita.

O envelhecimento da amostra (variável X3) a 95°C durante 120h resulta em um

aumento de 46,4% em média do teor de pseudoboemita. Desse modo, com base nos

difratogramas é possível concluir que as amostras envelhecidas apresentaram pico de

intensidades maiores e mais agudos o que caracteriza uma amostra com fase boemita mais

cristalina, comparado as amostras não envelhecidas, mais amorfas; o que justifica o

aparecimento de picos de boemitas tão elevados nas amostras de baierita envelhecidas.

Também foi normalizado os dados de difração de raios-x para baierita,

considerando a amostra que forneceu mais baierita como 100% chega-se a Tabela 8. Os

resultados do planejamento fatorial são apresentados na Tabela 9.

Os cálculos do planejamento experimental fatorial mostram que as variáveis X1

e X3 também são significativas na formação da baierita.

Analisando o resultado observa-se que a concentração de OH- de 0,4 M aumenta

em 66,5% a formação da baierita.

O envelhecimento da amostra resulta em uma queda de 27%, em média do teor

de baierita.

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Tabela 8 - Tabela de normalização para a soma de intensidade da estrutura Baierita

Amostra Soma da

Intensidade Normalização

A1 1950 33

A2 810 13

A3 2790 46

A4 0 0

A5 6050 100

A6 0 0

A7 6050 100

A8 0 0

Tabela 9 - Resultados do planejamento fatorial para a Difração de Raios-X na formação da Baierita

Amostra DRX

Baierita Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 33 xo 36,5

A2 13 x₁ -66,5

A3 46 x₂ 0

A4 0,0 x₃ 27,0

A5 100,0 x₁₂ -6,5

A6 0,0 x₁₃ -33,5

A7 100 x₂₃ 0

A8 0,0 x₁₂₃ 6,5

V(ef)= 7,0

A interação das variáveis concentração e envelhecimento X13 também

influenciaram na formação da fase baierita.

É importante observar que a formação da baierita e/ ou boemita não são

influenciadas pela temperatura de síntese das amostras definidas nas condições de estudo (20°C

e 65°C)

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4.2 ISOTERMAS DE ADSORÇÃO (BET)

A área específica encontrada para as amostras em que predomina pseudoboemita

(A2, A4, A6 e A8) e para as amostras em que predomina a baierita (A1, A3, A5 e A7)

apresentam elevada área superficial o que confirma a formação de nanoparticulas nas duas fases

obtidas. As isotermas de adsorção 1, 2 3 4, das amostras envelhecidas A1, A2, A3 e A4

respectivamente, apresentam característica das isotermas dos Tipos I, em grande parte do

gráfico, com presença predominante de microporos, passando para características do Tipo II,

com a presença predominante de macroporos ou isentas de porosidade.

As isotermas 5, 6, 7 e 8 referentes as amostras não envelhecidas A5, A6, A7 e

A8 respectivamente, apresentam características das isotermas do tipo IV, com a presença

predominante de microporos e mesoporos. Pode-se observar claramente a presença de histerese

nas mesmas.

Isoterma 1 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A1 (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a

95°C/120h).

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Isoterma 2 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A2 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a

95°C/120h).

Isoterma 3 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A3 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a

95°C/120h).

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Isoterma 4 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A4 (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a

95°C/120h).

Isoterma 5 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A5 (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento).

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Isoterma 6 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A6 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento).

Isoterma 7 – Isoterma de Adsorção e dessorção amostra A7 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento).

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Isoterma 8 – Isoterma de Adsorção e desorção amostra A8 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento).

As Isotermas apresentadas evidenciam presença de microporos nas amostras

analisadas; mesmo para as amostras que apresentam sólidos não porosos, amostras A1, A2, A3

e A4, (amostras envelhecidas) é possível verificar existência de micro e mesoporos.

O envelhecimento das amostras é uma condição determinante para a formação

ou não de poros, assim como para o diâmetro dos poros. Assim como visto nas difrações de

raio-x no item 4.1, onde as amostras envelhecidas apresentam maior cristalinidade, condição

que inibe a formação de microporos. O material envelhecido fica exposto a uma condição de

temperatura elevada por um grande período de tempo, o que favorece o crescimento dos grãos

e consequentemente o fechamento de microporos.

A partir dos resultados das isotermas pelo método BET foi possível determinar

o tamanho médio de poros presentes em cada amostra. Com base nesta informação observou-

se que as amostras envelhecidas (A1, A2, A3 e A4) apresentaram em média poros 10X maiores,

comparando com as amostras sem envelhecimento (A5, A6, A7 e A8). Em média, o diâmetro

de poros das amostras envelhecidas foi Ø = 31,5 nm; enquanto para as amostras sem

envelhecimento foi de Ø = 2,9 nm.

Além da porosidade, os resultados das isotermas possibilitaram a determinação

da área especifica (AE) em cada uma das oito amostras avaliadas. A área especifica é uma

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característica importante para a liberação controlada de fármaco. Quanto maior for a AE do pó

que servirá de veículo para a liberação do fármaco, melhor será a adsorção do fármaco de

interesse nas partículas do pó. Vale ressaltar que a microporosidade de uma amostra influi

diretamente no aumento da AE.

As 8 amostras apresentaram uma AE elevada, em média 263 m2/g. Este resultado

já seria significativo para aplicação do material obtido com o fármaco de interesse, contudo é

importante avaliar as condições de processamento na obtenção das amostras, assim como os

resultados da estrutura de cada amostra determinada nas difrações de raios-x.

Como descrito anteriormente a obtenção da estrutura boemita, indicada pelas

difrações de raio-x e a elevada AE, são determinantes para tornar-se uma amostra elegível para

os testes de liberação do fármaco aciclovir.

As análises obtidas pelo método BET, permitiram uma avaliação importante

através do estudo do planejamento experimental fatorial com os resultados da porosidade

(Tabela 10) e AE (Tabela 11), em relação as variáveis de contorno, concentração, temperatura

de processamento e envelhecimento das amostras.

Tabela 10- Resultados do planejamento fatorial para os diâmetros dos poros obtidos pela Isoterma de adsorção

Amostra Ø poros

(nm) Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 36,6 xo 17,2

A2 29,0 x₁ -0,7

A3 27,5 x₂ -1,3

A4 32,8 x₃ -28,6

A5 2,8 x₁₂ 3,2

A6 2,8 x₁₃ 0,5

A7 3,1 x₂₃ 1,4

A8 2,8 x₁₂₃ -3,3

V(ef)= 1,8

Os cálculos do planejamento experimental fatorial mostram que a variável X3

(envelhecimento da amostra) é a mais significativa para formação e características dos poros

no sólido. Os resultados demonstram que o envelhecimento da amostra aumenta o diâmetro dos

poros em média 28,6 nm, corroborado pelo resultado da difração de raios-x para as mesmas

amostras (A1, A2, A3 e A4) na qual o aumento da fase cristalina diminui a existência de

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microporos, favorecendo o surgimento de mesoporos e macroporos ou ainda a obtenção de

sólidos não porosos.

As variáveis X1 (concentração [OH]-) e X2 (temperatura de síntese),

individualmente, não são significativas para a determinação das características dos poros.

Contudo, quando combinadas X12 é possível avaliar que a concentração inferior do reagente 0,4

M de [OH]- e a temperatura inferior de síntese 20°C, favorecem o aumento do diâmetro dos

poros nas amostras em 3,2 nm.

Apesar da influência da combinação das variáveis X12 ser aparentemente

pequena no aumento do diâmetro dos poros, frente a influência da variável X3; esta é sem

dúvida uma resposta extremamente importante quando avaliamos em conjunto com os

resultados das difrações de raio-x. Vale lembrar que os resultado das difrações de raio-x

afirmam que as amostras sintetizadas a partir da concentração inferior do reagente, 0,4 M de

[OH]- produzem partículas com a estrutura baierita (A1, A3, A5 e A7), amostras indesejada

para o estudo da liberação de fármaco.

De um modo geral, por este estudo, é possível afirmar que nas condições

estudadas, as partículas de estrutura baierita apresentam poros com diâmetros maiores quando

comparadas com a estrutura boemita; assim como é possível afirmar que o envelhecimento das

amostras aumenta significativamente o diâmetro dos poros.

Da mesma forma que variável X3 (envelhecimento da amostra) exerce grande

influência no tamanho dos poros, seu efeito é o mais significativo sobre o resultado da área

específica das amostras. Observou-se que as amostras não envelhecidas apresentaram área

especifica, em média, 139 m2/g maiores quando comparadas as amostras que foram

envelhecidas. Isso significa um aumento de 72% de área específica.

Conforme pode ser observado na Tabela 11, a variável de contorno concentração

do reagente [OH]-, (X1) também exerce efeito significativo sobre o aumento da área especifica.

Pelos resultados apresentados abaixo, a variável indica que a síntese das amostras a partir da

concentração superior, 0,5 M de [OH]-, eleva em 106 m2/g a área especifica das amostras, o que

significa um aumento de 50% no tamanho da área especifica, quando comparado as amostras

produzidas a partir da concentração inferior 0,4 M de [OH]-.

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Tabela 11- Resultados do planejamento fatorial para área especifica das amostras obtidas pela isoterma de

adsorção

Amostra AE

(m2/g) Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 168 xo 263

A2 238 x₁ 106

A3 176 x₂ 0,3

A4 191 x₃ 139

A5 215 x₁₂ -36,3

A6 429 x₁₃ 63,3

A7 280 x₂₃ 19,8

A8 404 x₁₂₃ -8,8

V(ef)= 12,8

Apesar de individualmente os efeitos das variáveis X1 e X3 serem mais

significativos, a interação das duas variáveis X13 exerce grande influência no aumento da área

especifica. Amostras não envelhecidas sintetizadas a partir 0,5 M de [OH]- proporcionaram um

aumento de 63,3 m2/g.

Assim como para os resultados do cálculo do diâmetro dos poros a variável X2

(temperatura de síntese) não apresenta efeito significativo, quando interage com as variáveis X1

(X12) e X3 (X23), observa-se seu efeito secundário nos resultados obtidos.

Para a interação X12 significa que as amostras sintetizadas a partir de 0,5 M de

[OH]- a 20°C possuem uma área especifica, em média, 36,3% maior quando comparadas as

amostras produzidas com a mesma concentração de reagentes a 65ºC, independente do

envelhecimento da amostra.

Para a interação X23 significa que as amostras não envelhecidas e sintetizadas a

65°C possuem uma área especifica, em média, 19,8m2/g maior quando comparadas as amostras

produzidas com a mesma temperatura e com envelhecimento a 95°/120h, corroborando que

para as condições mais instáveis de processamento as amostras não envelhecidas apresentam

os melhores resultados de área especifica.

Novamente podemos relacionar os resultados anteriores apresentado pelas

difrações de raio-x com os resultados obtidos para área especifica, assim como relacionado com

a porosidade das amostras.

Da mesma forma que os difatogramas demonstram que a concentração superior

0,5 M de [OH]- e o não envelhecimento das amostras propiciam a formação da estrutura

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boemita; as isotermas de adsorção demonstram que a mesma combinação de variáveis propicia

a formação de amostras com área especifica elevada constituídas por maior concentração de

microporos; quando comparadas as variáveis inferiores, 0,4 M de [OH]- e com envelhecimento.

Estes resultados são identificáveis para os efeitos primários, quando avaliadas as

variáveis X1 e X3 individualmente, assim como o efeito secundário quando avaliada a interação

entre as mesmas X13.

4.3 ANÁLISES TÉRMICAS (TG, DTG e DTA)

Os resultados das análises térmicas (TG, DTG e DTA), realizadas nas amostras

A1 a A8, evidenciam a influência da variável concentração na obtenção das amostras de

pseudoboemita (amostras A2, A4, A6 e A8, concentração de NaOH 0,5 M), e baierita (amostras

A1, A3, A5 e A7, concentração de NaOH 0,4 M).

A linha na cor verde representa a variação de massa TG. A linha em cor vermelha

pontilhada apresenta a derivada da TG. A linha azul apresenta a variação obtida na DTA, sendo

possível observar a transformação endotérmica para a perda de água, e as transformações

endotérmicos para a obtenção da fase η-alumina e γ-alumina, conforme temperatura

característica, o que pode ser observado no Esquema 4.

Esquema 4: Transição das Aluminas e Precursores (WEFERS; MISRA, 1987 apound SANTOS, H. et al 2000)

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Termograma 1: Análise Térmica A1 (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

A análise do termograma 1 permite observar um pico endotérmico a 165,8°C

referente a perda de água; dois picos endotérmicos referentes a transformação da amostra de

Baierita em η-Al2O3 a 279,5°C, e em γ-Al2O3 a 470,6°C. A perda de massa observada no gráfico

TG foi de 23,05%.

Termograma 2: Análise Térmica A2 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

A análise do termograma 2 permite observar um pico endotérmico a 177,1°C

referente a perda de água; um pico endotérmico referente a transformação da amostra de

boemita em γ-Al2O3 a 465°. A perda de massa observada no gráfico TG foi de 24,63%.

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Termograma 3: Análise Térmica A3 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

O termograma 3, permite observar um pico endotérmico a 172,2°C referente a

perda de água; dois picos endotérmicos referentes a transformação da amostra de Baierita em

η-Al2O3 a 289,6°C, γ-Al2O3 a 468,2°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi de

22,78%.

Termograma 4: Análise Térmica A4 (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

A análise do termograma 4 permite observar um pico endotérmico a 165,5°C

referente a perda de água; um pico endotérmico referente a transformação da amostra de

boemita em γ-Al2O3 a 453,3°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi de 24,57%.

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Termograma 5: Análise Térmica A5 (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento).

O termograma 5, permite observar um pico endotérmico a 150,5°C referente a

perda de água; e pico endotérmico referente a transformação da amostra de Baierita em η-Al2O3

a 304,2°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi de 35,80%.

Termograma 6: Análise Térmica A6 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento).

A análise do termograma 6 permite observar um pico endotérmico a 156,1°C

referente a perda de água. A transformação da pseudoboemita em γ-Al2O3 se dá em torno de

300ºC acompanhada da perda de massa (%W) correspondente observada na TG. Em torno de

510°C observa-se mais um pico, provavelmente associado a transformação da γ-Al2O3 a δ-

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Al2O3, e a 1242,3°C e um pico exotérmico referente a transformação da fase final fornecendo

a fase mais estável da α-Al2O3. A perda de massa observada no gráfico TG foi de 33,53%.

Termograma 7: Análise Térmica A7 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento).

O termograma 7, apresenta um pico endotérmico a 141,5°C referente a perda de

água; dois picos endotérmicos referentes a transformação da amostra de Baierita em η-Al2O3 a

298,2°C, e γ-Al2O3 a 399°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi de 36,46%.

Termograma 8: Análise Térmica A8 (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento).

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A análise do termograma 8 permite observar um pico endotérmico a 154,3°C na

DTA referente a perda de água; um pico endotérmico referente a transformação da amostra de

boemita em γ-Al2O3 não é facilmente observado. Entretanto a perda de massa associada a

transformação (AlOOH)nxH2O → γAl2O3 é observado entre ≈ 200 e 450°C. A perda de massa

observada no gráfico TG foi de 27,96%.

É importante ressaltar que além da interpretação visual dos termogramas,

incluindo seus pontos indicados, a interpretação dos resultados foi corroborada pelos resultados

do planejamento fatorial, através do estudo das variáveis e interações e efeitos calculados,

conforme demonstrados nas tabelas 12, 15, 16 e 17, cujo os parâmetros X1, X2 e X3, vistos no

capítulo anterior, aparecem simplificados no Quadro 3.

Tabela 12- Resultados do planejamento fatorial para a perda de massa (TG)

Amostra Perda de

massa (%) Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 23,05 xo 28,60

A2 24,63 x₁ -1,85

A3 22,78 x₂ -1,31

A4 24,57 x₃ 9,68

A5 35,8 x₁₂ -1,51

A6 33,53 x₁₃ -3,54

A7 36,46 x₂₃ -1,15

A8 27,96 x₁₂₃ -1,61

V(ef)= 0,43

Os cálculos do planejamento experimental fatorial mostram que a variável X3 é

a mais significativa para a perda de massa. Os resultados demonstram que o envelhecimento da

amostra diminui a perda de massa em média 9,68 pontos percentuais.

O mesmo ocorre na formação do número de águas nas amostras (xH2O),

conforme Tabela 15, obtida a partir dos cálculos utilizando as análises térmicas, apresentados

nas Tabela 13 e 14, onde os resultados demonstram que o envelhecimento da amostra (X3)

diminui em 0,4 pontos nominais, em média, o valor do número de água nas amostras de

pseudoboemita, quando comparado com as amostras que não foram envelhecidas, uma redução

em média de 36%. As sínteses ocorridas a 20°C (variável X2), assim como a interação das

condições de contorno síntese a 20° não envelhecidas (variável X23), resultam num aumento de

0,2 pontos nominais o número de água na amostra. Conforme observação que os cálculos foram

realizados considerando que toda a amostra de pseudoboemita se transformou em γ-Al2O3.

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Para este cálculo é levado em consideração a equação 1, onde:

2(AlOOH)n xH2O → γ-Al2O3 + H2O + xH2O (1)

Sendo a massa molar (M) do 2(AlOOH)n = 120g/mol; γ-Al2O3 = 102g/mol e

H2O = 18 g/mol. Levando em consideração que as amostras iniciais possuíam a massa de 100g

é possível calcular por estequiometria a massa dos compostos, apresentados na tabela 13.

Tabela 13 – Calculo de massa dos compostos a partir da perda de massa obtida pela TG

2(AlOOH)n xH2O γ-Al2O3 H2O xH2O

Massa Molar (M) g/mol

120 y 102 18 y

Amostra massa residual (g)

perda de massa (g)

massa (g) massa (g) massa (g)

A2 75,37 24,63 64,06 11,31 24,63

A4 75,43 24,57 64,12 11,31 24,57

A6 66,47 33,53 56,50 9,97 33,53

A8 72,04 27,96 61,23 10,81 27,96

A partir dos valores acima é possível calcular a MxH2O (y) para as amostras A2,

A4, A6 e A8, conforme equação 2, e analogamente o número de água (x) em cada amostra

conforme a equação 3. Os resultados para o cálculo das equações são apresentados na tabela

14.

M(xH2O) = m(xH2O) (2)

m(H2O)

X = M(xH2O) (3)

M(H2O)

Tabela 14 – Cálculo do número de H2O (X) a partir da perda de massa obtida pela TG

xH2O

Amostra M = y g/mol x

A2 39,2 2,2

A4 39,1 2,2

A6 60,5 3,4

A8 46,6 2,6

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Tabela 15 - Resultados do planejamento fatorial para o número de águas na amostra (xH2O)

Amostra xH2O Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 - xo 2,6

A2 2,2 x₁ 2,6

A3 - x₂ -0,2

A4 2,2 x₃ 0,4

A5 - x₁₂ -0,2

A6 3,4 x₁₃ 0,4

A7 - x₂₃ -0,2

A8 2,6 x₁₂₃ -0,2

V(ef)= 0,006

Outra informação importante possível de analisar com os efeitos calculados do

planejamento fatorial são as transformações de fase nas amostras de pseudoboemita e baierita

obtidas.

É importante ressaltar conforme visto no item anterior 4.1 Difração de Raio X,

a fase cristalina de boemita tem maior intensidade nas amostras que foram envelhecidas quando

comparadas com as amostras sem envelhecimento. Ressalta-se ainda que mesmos as amostras

de baierita, apresentam picos em comum a estrutura boemita o que permite identificar as

transformações endotérmicas para obtenção da fase γ-Al2O3 nas duas estruturas, permitindo o

estudo do planejamento fatorial e a influência das variáveis (Tabela 16).

Contudo as amostras de boemita não partilham de todos os picos de difração

existentes nas amostras de baierita, o que gerou o estudo fatorial em separado para as amostras

A1, A3, A5 e A7, para a transformação exotérmica da fase η-Al2O3 (Tabela 17).

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Tabela 16 - Resultados do planejamento fatorial para a temperatura de transformação da fase γ-Al2O3 obtida

pela DTG

Amostra DTG (°C)

γ-Al2O3 Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 470,6 xo 434,3

A2 465 x₁ -12,8

A3 468,2 x₂ -9,9

A4 453,3 x₃ -60,0

A5 425 x₁₂ 4,4

A6 396,3 x₁₃ -2,6

A7 399 x₂₃ -2,8

A8 397 x₁₂₃ 9,0

V(ef)= 13,5

Analisando os resultados obtidos na tabela 16 em relação aos valores de DTG

para a transformação da fase γ-Al2O3, é possível verificar que conforme as avalições dos

resultados anteriores, a variável X3 também é significativa. Quando se compara os valores das

amostras envelhecidas (nível -) com as não envelhecidas (nível +) as amostras envelhecidas

apresentam temperatura de transformação da fase γ-Al2O3, em média, 60°C maior comparadas

as amostras não envelhecidas, isso significa um aumento de temperatura médio de 14,3%.

Para a transformação da fase η-Al2O3 o envelhecimento da amostra tem uma

resposta menos significativa quando comparado com a fase γ-Al2O3 e com efeito contrário

desta. A diferença nominal média entre as amostras envelhecidas e não envelhecidas são de

apenas 4,2°C, superiores nas amostras não envelhecidas, uma diferença média de 6,0%.

Contudo é possível observar a influência direta da concentração dos reagentes

na formação da baierita. Assim como verificado nos difratogramas apresentados no item 4.1, a

concentração de 0,4 M de NaOH (nível -) tem um efeito calculado diretamente relacionado com

a obtenção da estrutura baierita, corroborando com os dados de obtenção da fase η-Al2O3,

conforme tabela 17.

Observa-se que as amostras A2, A4, A6 e A8, cuja a concentração de 0,5 M de

NaOH (nível +), para as quais obteve-se a estrutura boemita, a temperatura de transformação

da fase η-Al2O3 não existe, com exceção para a amostra A2, apesar de apresentar um ponto

endotérmico para a formação da η-Al2O3, sua formação de fase é muito baixa, como observado

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pelo difatrograma equivalente, motivo pelo qual ela foi indicada no planejamento experimental

fatorial com zero (0).

Tabela 17 - Resultados do planejamento fatorial para a temperatura de transformação da fase η-Al2O3 (DTG)

Amostra

DTG

(°C)

η-Al2O3

Variável e

interações

Efeito

calculado

A1 279,5 xo 234,3

A2 x₁ -146,4

A3 289,6 x₂ 0,5

A4 0 x₃ 4,2

A5 304,2 x₁₂ -0,5

A6 0 x₁₃ -4,2

A7 298,2 x₂₃ -2,0

A8 0 x₁₂₃ 2,0

V(ef)= 0,7

A variável envelhecimento, observadas nos termogramas de 1 a 8, mostrou ter

influência nos resultados de perda de massa (%) e no número de águas formados nas amostras

(AlOOH)n xH2O. As amostras envelhecidas (amostras A1, A2, A3 e A4) apresentaram perda

de massa, em média, 36% menores quando comparadas as amostras não envelhecidas (amostras

A5, A6, A7 e A8).

As curvas de DTA dos termogramas 1, 3, 5 e 7, cuja as amostras foram

preparadas em concentração mais baixa (0,4 M de NaOH), apresentam pontos endotérmicos

para a transformação de baierita em η-alumina, conforme temperatura característica em torno

de 300°C, o que pode ser observado no Esquema 4, o que não é evidenciado nas amostras que

foram preparadas com concentração mais elevada (0,5 M de NaOH). Observou-se que essa

transformação para as amostras envelhecidas (A1 e A3) ocorreu com temperatura 6,0% inferior,

quando comparado as amostras não envelhecidas (A5 e A7).

Por outro lado, as amostras envelhecidas (A1, A2, A3 e A4) apresentaram picos

endotérmicos de transformação da boemita em γ-alumina, com temperatura, em média, 14,3 %

mais elevada quando comparada com as amostras não envelhecidas (A5, A6, A7 e A8).

Considerando que conforme observado nas difrações de raios-x promovem-se o aumento da

intensidade dos planos difratados, portanto promovendo crescimento dos cristais de

pseudoboemita, e que a pseudoboemita é um material que possui baixa condutividade térmica

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(por ser um material inorgânico não metálico), o aumento da temperatura de transformação da

(AlOOH)n xH2O em γAl2O3 está coerente com os resultados das difrações de raios-x.

4.4 MICROSCOPIA ELETRONICA DE VARREDURA (MEV)

A Micrografias 1, 2, 3 e 4 apresenta uma sequência de imagens obtidas no ensaio

de Microscopia Eletrônica de Varredura para as amostras A1, A3, A5 e A7 (0,4 M de NaOH).

Micrografia 1: MEV amostra A1 com aumento de 10000x (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h)

.

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81

Micrografia 2: MEV amostra A3 com aumento de 10000x (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Micrografia 3: MEV amostra A5 com aumento de 10000x (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento)

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82

Micrografia 4: MEV amostra A7 com aumento de 10000x (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento)

A Micrografia 5, 6, 7 e 8 apresenta uma sequência de imagens obtidas no ensaio

de Microscopia Eletrônica de Varredura para as amostras A2, A4, A6 e A8 (0,5 M de NaOH).

Micrografia 5: MEV amostra A2 com aumento de 10000x (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

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83

Micrografia 6: MEV amostra A4 com aumento de 10000x (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Micrografia 7: MEV amostra A6 com aumento de 10000x (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento)

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Micrografia 8: MEV amostra A8 com aumento de 10000x (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento)

Analisando as Micrografia 3, 4, 7 e 8, referentes as amostras não envelhecidas

A5, A6, A7 e A8, para uma ampliação de 10000x de aumento, observa-se que as superfícies

são porosas, o que favorece a adsorção do fármaco de interesse quanto a sua maior superfície

em função do material ser microscopicamente amorfo, e aparentemente de forma homogênea.

Entre estas, as amostras A6 e A8, Micrografias 7 e 8 respectivamente, cuja a

estrutura determinada pelos respectivos difratograma com estrutura boemita, e que

apresentaram as isotermas com a maiores áreas especificas 429 m2/g e 404 m2/g, são

visivelmente as amostras mais porosa, tamanho de partículas menores e com maior

homogeneidade aparente.

As amostras que foram envelhecidas a 95°C/120h (A1, A2, A3 e A4)

aparentemente são menos porosa e possuem grãos maiores que está em conformidade com seus

respectivos difratogramas. Entre estas quatro, as amostras A2 e A4, Micrografias 5 e 6

respectivamente, são as amostras que apresentam grãos menores.

Para as amostras A6 e A8 que apresentaram, conforme resultados das isotermas,

as maiores áreas especificas, foram realizadas novas micrografias após tratamento das

partículas por defloculação com NH4Cl 0,1 mol/L, possibilitando obter imagens com melhor

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85

resolução e aumento significativo, o que pode ser observado nas Micrografias 9 e 10

respectivamente.

Micrografia 9: MEV amostra A6 com aumento de 20000x (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento)

Micrografia 10: MEV amostra A8 com aumento de 60000x (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento)

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86

Pela Micrografia 9 referente a amostra A6 com aumento de 40000x confirma o

resultado da isoterma de adsorção quanto a elevada porosidade da amostra, o que é uma

característica fundamental para a adsorção de fármacos.

A Micrografia 10 referente a amostra A8, com aumento de 60000x é perceptível

a formação de fibras de pseudoboemita com dimensões inferiores a 100 nm, o que caracteriza

as amostras como nanoparticulas, o que justifica a sua elevada área especifica, conforme

demostrado pelos resultados das isotermas de adsorção.

4.5 ESPECTROSCOPIA POR ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS X (EDS)

Durante a realização das análises MEV, com o auxílio de um detector EDS foi

obtido o espectro o qual indicou a presença dos elementos químicos utilizados no meio

reacional.

Os picos dos espectros 1 a 4 indicam a presença dos elementos referentes aos

produtos analisados A1, A3, A5 e A7, enquanto os espectros 5 a 8 indicam a presença dos

elementos referentes aos produtos analisados A2, A4, A6 e A8, assim como as tabelas 18 a 21

e 22 a 25 apresentam as porcentagens em massa (W %), e porcentagem atômica (Atom %) nas

amostras A1, A3, A5 e A7, e A2, A4, A6 e A8.

Com exceção da amostra A6, as demais amostras apresentarem um pico de

identificação de resíduos do elemento Sódio (Na). Estes picos apresentaram-se com maior

intensidade nas amostras que foram envelhecidas (A1, A2, A3 e A4).

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Espectro 1: EDS amostra A1(0,4 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Tabela 18: EDS A1 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W %

Atom %

O K 24859 42.73 55.35

Na K 4288 5.04 4.54

Al K 70951 52.22 40.11

Total 100.00 100.00

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Espectro 2: EDS amostra A3 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Tabela 19: EDS A3 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W %

Atom %

O K 62334 49.50 62.09

Na K 4339 2.66 2.33

Al K 131538 47.84 35.58

Total 100.00 100.00

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89

Espectro 3: EDS amostra A5 (0,4 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento)

Tabela 20: EDS A5 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W%

Atom %

O K 46403 54.90 67.20

Na K 453 0.54 0.46

Al K 50789 44.56 32.34

Total 100.00 100.00

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Espectro 4: EDS amostra A7 (0,4 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento)

Tabela 21: EDS A7 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W %

Atom %

O K 23759 43.17 56.14

Na K 158 0.25 0.23

Al K 47319 56.58 43.63

Total 100.00 100.00

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Espectro 5: EDS amostra A2 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Tabela 22: EDS A2 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W%

Atom %

O K 62351 48.02 60.60

Na K 6705 3.90 3.43

Al K 136705 48.07 35.97

Total 100.00 100.00

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Espectro 6: EDS amostra A4 (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Envelhecimento a 95°C/120h).

Tabela 23: EDS A4 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W %

Atom %

O K 49582 47.26 59.74

Na K 7777 5.57 4.90

Al K 106769 47.17 35.35

Total 100.00 100.00

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93

Espectro 7: EDS amostra A6 (0,5 M [OH]-; T = 20°C; Sem Envelhecimento)

Tabela 24: EDS A6 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W%

Atom %

O K 40302 46.08 59.03

Al K 70577 53.92 40.97

Total 100.00 100.00

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Espectro 8: EDS amostra A8 (0,5 M [OH]-; T = 65°C; Sem Envelhecimento)

Tabela 25: EDS A8 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

W%

Atom %

O K 7790 32.66 44.91

Na K 385 1.22 1.17

Al K 26596 66.13 53.92

Total 100.00 100.00

Vale ressaltar que os materiais analisados (materiais inorgânicos não metálicos)

são maus condutores de elétrons o que tornam os resultados percentuais imprecisos. Faz-se

necessário a cobertura das amostras com uma fina camada de ouro, o que facilita a obtenção da

imagens no MEV porém pode mascarar a análise dos elementos no EDS.

Para o material obtido Al2O3 a relação é 1,125 Al/O. Conforme pode ser

observado na Tabela 26, o EDS não reproduz esta relação com precisão.

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95

Tabela 26: Relação Al/O calculada a partir dos dados de EDS (W%)

Amostra Al/O

A1 1,222

A2 1,001

A3 0,966

A4 0,998

A5 0,812

A6 1,170

A7 1,302

A8 2,063

A importância das análises do EDS está na confirmação da presença dos

elementos produtos das sínteses e a possível existência de algum elemento contaminante

indesejado.

4.6 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (HPLC)

Conforme procedimento adotado no item 3.2.6 obtivemos a curva de calibração

do cromatrografo para o fármaco aciclovir.

No Gráfico 1 temos a curva de calibração do aciclovir.

Gráfico 1: Curva de calibração para o aciclovir a λ = 260nm e 380nm, pH = 7

No Quadro 4 temos os pontos utilizados na curva de calibração.

y = 75,624x + 3566,1R² = 0,9756

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

0 200 400 600 800 1000

Áre

a d

o P

ico

Concentração de Aciclovir (ng/mL)

Curva Calibração Aciclovir

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Quadro 4: Relação de pontos para calibração do Cromatografo para o Aciclovir

Concentração

Aciclovir (ng/ml) Área do Pico

41,6 9171

83,2 12841

208 15933

416 30028

832 69403

Os cromatogramas 1 apresentado a seguir corresponde ao padrão de aciclovir em

HCl 0,1 mol/L e o cromatograma 2 o padrão de aciclovir em H2O em que foram realizadas a

dessorção conforme descrito no item 3.2.6, todos os cromatrograms apresentaram-se com o

mesmo tempo de retenção mostrando a presença de aciclovir na solução obtida após interação

com o material pseudoboemita.

Cromatograma 1: Solução padrão de Aciclovir em HCl 0,1 mol/L

1

1 1 1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

800000

Inte

nsi

ty

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97

Cromatograma 2: Solução padrão de Aciclovir em H2O

Os cromatogramas 3 a 6 apresentados a seguir correspondem respectivamente as

soluções de aciclovir em HCl 0,1 mol/L contendo o substrato pseudoboemita das amostras A2,

A4, A6 e A8 respectivamente. Todos os cromatogramas apresentaram-se com o mesmo tempo

de retenção mostrando a presença de aciclovir na solução padrão.

Cromatograma 3: Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A2

1

1

1

1 1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

Inte

nsi

ty

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Cromatograma 4: Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A4

Cromatograma 5: Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A6

1 1

1

1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

Inte

nsi

ty

1

1

1 1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

500000

1000000

Inte

nsi

ty

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Cromatograma 6: Aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L com pseudoboemita A8

Os cromatogramas 7 a 10 apresentados a seguir correspondem respectivamente

as soluções de aciclovir em H2O contendo o substrato pseudoboemita das amostras A2, A4, A6

e A8 respectivamente. Todos os cromatogramas apresentaram-se com o mesmo tempo de

retenção mostrando a presença de aciclovir na solução padrão.

Cromatograma 7: Aciclovir em H2O com pseudoboemita A2

1

1

1 1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

Inte

nsi

ty

1

1

1

1 1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

Inte

nsi

ty

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100

Cromatograma 8: Aciclovir em H2O com pseudoboemita A4

Cromatograma 9: Aciclovir em H2O com pseudoboemita A6

1

1 1

1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

Inte

nsit

y

1 1

1 1

1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

Inte

nsi

ty

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Cromatograma 10: Aciclovir em H2O com pseudoboemita A8

Na comparação destes cromatogramas verifica-se que os picos dos padrões dos

cromatogramas 1 e 2, corresondem aos picos no mesmo tempo de retenção dos cromatogramas

3 a 10, e é confirmado ser do aciclovir pois está de acordo com dados da literatura (STULZER,

et al.,2008). Permite dizer que o fármaco ainda está presente mesmo após as dessorções do

substrato da pseudoboemita, sendo este um indício de que manteve a estabilidade química, e

que não houve degradação das amostras.

O Gráfico 2 apresenta o comportamento da dissolução do aciclovir em HCl 0,1

mol/L comparado com a dissolução do aciclovir em solução de H2O.

1

1

1

1 1

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0

Retention Time [min]

0

200000

400000

600000

800000 In

tensi

ty

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Gráfico 2: Comparativo entre as curvas de dissolução e absorção do aciclovir em HCl 0,1 mol/L e H2O

(soluções padrão)

O Gráfico 2 apresenta um comportamento de dissolução do aciclovir em solução

de HCl, que neste caso reproduz as condições de pH ácido do estomago, enquanto a dissolução

do aciclovir representado pela curva da solução em H2O representa a condições de pH do

intestino, local onde ocorre a absorção do aciclovir.

Em ambas as curvas é possível identificar a redução da concentração de aciclovir

ao final do tempo de resposta de meia vida de duas horas, sendo possível ainda detectar a

presença do fármaco ativo nos meios estudados.

Nos gráficos 3, 4, 5 e 6 são comparadas as curvas de dissolução e absorção do

aciclovir em solução de HCl 0,1 mol/L e H2O, contendo os substratos de pseudoboemita das

amostras A2, A4, A6 e A8 respectivamente.

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

100000

0 20 40 60 80 100 120 140

HCl 0,1 mol/L H2O

Tempo (min)

[ng

/mL

]

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Gráfico 3: Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1 mol/L e H2O contendo o

substrato pseudoboemita (amostra A2)

Gráfico 4: Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1 mol/L e H2O contendo o

substrato pseudoboemita (amostra A4)

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

0 20 40 60 80 100 120 140

HCl 0,1 mol/L H2O

Tempo (min)

[ng

/mL

]

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

0 20 40 60 80 100 120 140

HCl 0,1 mol/L H2O

Tempo (min)

[ng

/mL

]

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Gráfico 5: Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1 mol/L e H2O contendo o

substrato pseudoboemita (amostra A6)

Gráfico 6: Comparativo entre as curvas de dissolução do aciclovir em HCl 0,1 mol/L e H2O contendo o

substrato pseudoboemita (amostra A8)

Com exceção da amostra A8, as demais amostras apresentam um

comportamento de dissolução e absorção muito similar quando comparadas as curvas de

dissolução em HCl e H2O.

As soluções contendo o substrato de pseudoboemita das amostras A2 e A4

apresentaram um aumento na concentração de aciclovir no final das duas horas de teste,

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

0 20 40 60 80 100 120 140

HCl 0,1 mol/L H2O

Tempo (min)

[ng

/mL

]

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

0 20 40 60 80 100 120 140

HCl 0,1 mol/L H2O

Tempo (min)

[ng

/mL

]

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105

enquanto para as amostras A6 e A8 apresentam uma redução da concentração do fármaco ao

final de 2 horas.

Uma hipótese para esta resposta pode estar associada a alta cristalinidade da

pseudoboemita das amostras A2 e A4, que foram envelhecidas a 95°C/120h. Espera-se que

quanto maior a cristalinidade das amostras, a pseudoboemita não solubilize, e mais demorada

será a solubilização do aciclovir adsorvida amostra nos meios estudados.

Esta dissolução mais lenta, acentuada no final do tempo estudado, pode ser

prejudicial para a absorção do aciclovir pelo organismo. A dissolução retardada pode facilitar

a eliminação do aciclovir pelo sistema digestivo e hepático, antes da absorção plasmática.

Entre as amostras avaliadas a amostra A6 é a que apresenta a melhor resposta

quanto a estabilidade de dissolução do aciclovir ao longo do período de meia vida (2 horas)

para os sistemas simulados HCl (estomago) e H2O (intestino). O Gráfico 5 apresenta uma

tendência linear na liberação do aciclovir ao longo do período de 2 horas nas soluções de HCl

e H2O, o que está de acordo com os resultados das difrações de raios-x, das quais a amostra de

A6 apresenta a menor fase cristalina, e a sua isoterma onde foi identificada com a maior área

especifica entre as amostras avaliadas.

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5 CONCLUSÕES

Por meio dos resultados obtidos pode-se concluir que o objetivo de preparação

da pseudoboemita a partir de de AlCl36H2O e NaOH é possível e eficaz quanto a formação de

partículas nanoestruturadas. Pode-se concluir como as condições de contorno estabelecidas

podem influir nos resultados e nas respostas para cada um dos parâmetros de controle

requeridos. O estudo do planejamento experimento fatorial foi determinante para avaliar como

as variáveis de contorno; concentração dos reagentes (X1), temperatura de síntese (X2) e

envelhecimento das amostras (X3), e a interação entre as variáveis influenciaram nas respostas

e características das amostras sintetizada.

Analisando os resultados das difrações de raios-x observou-se que a mudança da

concentração de OH- de 0,4 M para 0,5 M aumenta a formação de pseudoboemita nas amostras,

e registra uma queda de 66,5% na formação da estrutura baierita. Os difratogramas indicam que

o envelhecimento das amostras a 95°/120h aumenta em média 46% a cristalinidade da estrutura

boemita. Percebeu-se que a temperatura de síntese da amostra não exerce efeito significativo

para obtenção da pseudoboemita.

As caracterizações por BET mostram que todas as amostras sintetizadas

apresentam alta porosidade e área especifica consideravelmente elevadas, com média global de

263 m2/g.

Estes resultados são ainda mais significativos quando avaliados o efeito de cada

variável individualmente e a interação entre as variáveis. Observou-se que amostras que não

foram envelhecidas apresentam poros com diâmetro 10X menores da ordem 3nm de diâmetro

(microporos) enquanto as amostras envelhecidas apresentam poros da ordem de 30nm de

diâmetro (mesoporos), além de observar a presença de partículas macroporosas.

As amostras não envelhecidas apresentaram AE em média 139 m2/g maiores

comparada as amostras envelhecidas, assim como a mudança da concentração de OH- de 0,4 M

para 0,5 M aumenta em média 106 m2/g a AE.

A interação entre as variáveis concentração de OH- e envelhecimento das

amostras também apresentam efeito significativo para o aumento da AE. As amostras

sintetizadas com solução 0,5 M de OH- e que não foram envelhecidas apresentaram AE de 63

m2/g maiores comparadas com as demais interações das mesmas variáveis.

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As amostras A6 e A8, constituídas predominantemente de pseudoboemita

,preparadas nas condições acima, apresentaram área especifica de 429 m2/g e 404 m2/g

respectivamente.

É importante observar que da mesma forma que os difratogramas demonstraram

que a concentração superior 0,5 M de OH- e o não envelhecimento das amostras propiciam a

formação da estrutura boemita, as isotermas de adsorção demostram que a mesma combinação

de variáveis propicia a formação de amostras com área especifica elevada, constituída por maior

concentração de microporos.

As analises térmicas (TG, DTG e DTA) corroboram os resultados das difrações

de raios-x e consequentemente os resultados de BET.

As amostras sintetizadas com a concentração de OH- inferior (0,4 M),

apresentaram picos endotérmicos de alta intensidade na faixa de temperatura de obtenção da

fase η-Al2O3, o que é uma característica da estrutura baierita, enquanto as amostras sintetizadas

com a concentração superior de OH- (0,5 M), apresentaram pico de intensidade inexpressivos

ou inexistentes na mesma faixa de temperatura para obtenção desta fase.

O envelhecimento das amostras aumenta em média 60ºC a temperatura de

obtenção da γ-Al2O3 a partir da pseudoboemita e reduz em média 36% a perda de massa (%W).

Considerando, conforme difrações de raios-x, que o envelhecimento das amostras aumentam a

intensidade dos planos difratados, promovendo o crescimento dos cristais de pseudoboemita, e

que a pseudoboemita é um material que possui baixa condutividade térmica, o aumento da

temperatura de transformação da (AlOOH)nxH2O em γ-Al2O3 está coerente como os resultados

difrações de raios-x.

Os resultados do MEV mostram que todas as amostras apresentam partículas

nanométricas e com alta porosidade. Este resultado é ainda mais perceptível entra as amostras

que não foram envelhecidas, e sobretudo entre as amostras sintetizadas com concentração de

OH- superior (0,5 M), onde observa-se tamanho de partículas menores, maior homogeneidade

entre os tamanhos das partículas e maior percepção da porosidade das mesmas.

Os resultados por HPLC confirmam a presença dos fármacos mesmo após

adsorções do substrato de pseudoboemita, sendo um indício de que mantiveram sua estabilidade

química, sem que houvesse degradação da pseudoboemita, mesmo após o período 2 horas de

teste, sendo o tempo de meia vida do fármaco aciclovir.

De modo geral, as amostras de pseudoboemita adsorvida pelo aciclovir

apresentam um comportamento muito similar quanto a dissolução do fármaco na simulação do

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sistema gástrico (HCl 0,1 mol/L e pH 1-2) e absorção plasmática na simulação do sistema

intestinal (H2O e pH 6,5-7,5).

As principais conclusões deste trabalho são:

A síntese NaOH 0,5 M para a relação de 3:1 de [OH]-/Al, pelo processo sol-gel

resulta na obtenção de pseudoboemita nanoestruturadas.

A temperatura de síntese não tem um efeito significativo na obtenção da

pseudoboemita e na caracterização das amostras.

As sínteses sem o efeito do envelhecimento resultaram em amostras com elevada

área especifica, maior concentração e microporos e menor cristalização das partículas.

Os efeitos destes resultados são verificados nas respostas do estudo da

pseudoboemita como excipientes de liberação controlada do aciclovir, que mantiveram a

estabilidade química do fármaco e proporcionou um aumento na sua solubilização.

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6 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Estudar a cinética de obtenção da pseudoboemita, ampliando a faixa de

concentração dos reagentes, visando o aumento no rendimento das reações.

Replicar os testes in vitro do Aciclovir com a pseudoboemita in vivo e comparar

seus resultados.

Reproduzir a formulação do Aciclovir com a pseudoboemita em escala semi

industrial a fim de avaliar a dissolução do fármaco em codições comerciais (comprimidos).

Reproduzir o estudo de interação da pseudoboemita com outros fármacos de

interesse.

Avaliar os resíduos da produção da pseudoboemita, visando o tratamento dos

resíduos, tendo em vista proporcionar melhor forma de descarte e/ ou reutilização no processo.

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ANEXO 1 – ESTUDOS PRELIMINARES – RESULTADOS E DISCUSÕES

Para os estudos preliminares foram realizadas duas sínteses com concentrações

diferentes para avaliar seus resultados, utilizando-os para definir a os melhores parâmetros de

trabalho a ser desenvolvidos.

Obedecendo a relação 3:1 OH/Al preparou-se a síntese 01, aqui chamada de S1,

com uma concentração de 5 molares de NaOH e, síntese 02, denominada S2, com concentração

de NaOH 0,5 molares.

Para as duas o soluto AlCl3.6H2O, foram solubilizados em solução de 5 molares

de NaCl, e sintetizadas a 65ºC, lavadas em H2O para eliminação do NaCl.

Para as amostras obtidas foram realizadas as análises de Difração de Raios X

(DRX), Analise Termogravimétrica (TG), Analise Térmica Diferencial (DTA), Microscopia

Eletrônica de Varredura (MEV) e Energia Dispersiva de Raio X (EDS).

MICROSCOPIA ELETRONICA DE VARREDURA (MEV)

A Micrografia 11, 12, 13 e 14 apresenta uma sequência de imagens obtidas no

ensaio de Microscopia Eletrônica de Varredura para a amostra S1 (5 M de NaOH).

Na Micrografia 13 é possível observar a presença de cristais cúbicos

característicos de NaCl. Sua estrutura Cubica de Face Centrada é formada pelos ânions de Cloro

(Cl-) com os cátions Sódio (Na+) nos interstícios.

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Micrografia 11: MEV amostra S1 com aumento de 1000x

Micrografia 12: MEV amostra S1 com aumento de 5000x

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Micrografia 13: MEV amostra S1 com aumento de 15000x

Micrografia 14: MEV amostra S1 com aumento de 25000x

A Micrografia 15, 16, 17 e 18 apresenta uma sequência de imagens obtidas no

ensaio de Microscopia Eletrônica de Varredura para a amostra S2 (0,5 M de NaOH).

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Micrografia 15: MEV amostra S2 com aumento de 1000x

Micrografia 16: MEV amostra S2 com aumento de 5000x

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Micrografia 17: MEV amostra S2 com aumento de 15000x

Micrografia 18: MEV amostra S2 com aumento de 25000x

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ESPECTROSCOPIA POR ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS X(EDS)

Durante a realização das análises MEV, com o auxílio de um detector de EDS

foi obtido o espectro o qual indicou a presença dos materiais utilizados no meio reacional.

Os picos dos espectros 9 e 10 indicam a presença dos elementos referentes aos

produtos analisados S1 e S2 respectivamente, assim como a tabela 27 e 28 apresentam as

porcentagens em massa (Weight %), e porcentagem atômica (Atom %) nas amostras S1 e S2.

Espectro 9: EDS amostra S1

Tabela 27: EDS S1 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

Weight %

Atom %

O 21177 46.90 60.30

Na 10765 12.23 10.94

Al 50666 27.76 21.16

Cl 25430 13.11 7.61

Total 100.00 100.00

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Espectro 10: EDS amostra S2

Tabela 28: EDS S2 (percentual de composição em massa e composição atômica)

Element

Line

Net

Counts

Weight %

Atom %

O 41183 40.43 54.18

Na 13862 7.89 7.36

Al 105038 37.95 30.16

Cl 25473 13.73 8.30

Total 100.00 100.00

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DIFRAÇÃO DE RAIO-X (DRX)

Os difratogramas 9 e 10 apresentam os resultados obtidos para as amostras S1 e

S2 respectivamente.

Difratograma 9: DRx da amostra S1

O difratograma para a amostra S1 apresenta picos de elevada intensidade para

2θ = 32° e 45°.

Realizando uma análise comparativa com o a biblioteca “International Centre

Difraction Data” (ICDD) do equipamento do equipamento por superposição de dados, foi

identificado este como difratograma característico da estrutura Baierita.

Inte

nsi

dad

e (c

ps)

Amostra S1 Halita Baierita

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Difratograma 10: DRx da amostra S2

O difratograma para a amostra S2 apresenta picos de elevada intensidade para

2θ = 13° e 28°.

Realizando uma análise comparativa com o a biblioteca de difratogramas de

Raio X do equipamento por superposição de dados, foi identificado este como difratograma

característico da estrutura Boemita.

Nos dois difratogramas foram identificados picos característicos do NaCl, os

quais podem ser associados a presença de cristais de NaCl no meio reacional decorrentes da

solubilização do sal na solução do soluto.

ANÁLISES TÉRMICAS

O termograma 9 apresenta os resultados das Análises Térmicas (TG e DTA),

realizadas na amostra S1 (5 M de NaOH). A linha na cor verde representa a variação de massa

TG e a linha azul a variação obtida na DTA.

20 40 60 80

0

100

200

300

400

500

600

20 40 60 80 0

200

400

600

Inte

gra

ted

In

ten

sity (

cps d

eg

)

2-theta (deg)

Meas. data:Na3/Data 1

Halite, syn

Sodium

Bohmite

gamma-Al2.144 O3.2

Inte

nsity (

cp

s)

Halite, synSodiumBohmite

gamma-Al2.144 O3.2

Inte

nsi

dad

e (c

ps)

Amostra S2 Halita Sódio Boemita Gama-Al2O3

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Termograma 9: Análise Térmica S1

A análise do termograma 9 permite observar um pico endotérmico a 150,4°C

referente a perda de água; e dois picos endotérmicos referentes a transformação da amostra de

Baierita em γ-Al2O3 a 511,8°C, e o segundo referente a transformação da fase final fornecendo

a fase mais estável da α-Al2O3 a 1145°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi de

39,55%.

O termograma 10 apresenta os resultados das Análises Térmicas (TG e DTA),

realizadas na amostra S2 (0,5 M de NaOH). A linha na cor verde representa a variação de massa

TG e a linha azul a variação obtida na DTA.

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Termograma 10: Análise Térmica S2

Assim como observado no termograma 9, a análise do termograma 10 permitiu

observar um pico endotérmico a 151,8°C referente a perda de água na amostra, e dois picos

exotérmicos referentes a transformação da amostra de Boemita emγ-Al2O3 a 512°C, e o segundo

referente a transformação da α-Al2O3 a 1152°C. A perda de massa observada no gráfico TG foi

de 43,15%.

CONCLUSÕES DO ESTUDO PRELIMINAR

As análises térmicas TG e DTA realizadas apresentam picos característicos para

as principais transformações de fase da pseudoboemita com o aumento da temperatura, havendo

pequenas distorções de temperatura entre as amostras. A amostra a qual se obteve estrutura da

Boemita foi obtida pelo por síntese com a temperatura mais elevada (65°C)

Os espectros do EDS evidenciam a composição dos produtos objetivados,

porém, indicam a presença de resíduos dos subprodutos da reação.

Os resultados da Difração de Raios-X e a análise dos difratogramas sugerem que os picos obtidos

para a amostra com baixa concentração molar dos reagentes favoreceram a formação da estrutura

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Boemita. Contudo os mesmos difratogramas apresentaram picos característicos de NaCl, que podem

ser decorrentes da solubilização ineficiente da solução 5 Molares de NaCl utilizada na preparação do

soluto (AlCl3.6H2O).