Universidade Pública, TÔ DENTRO!
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ExpEdiEntE Realização: Movimento Contestação
Entre em contato: www.movimentocontestacao.blospot.com www.universidadepublicatodentro.blogspot.com Facebook: facebook.com/movimentocontestacao Colaboração: Adriana Corrêa; Ana Paula Madruga; Camila Pires; Caroline Lima; Cleoson Silva; Eduardo Hernandes; Gabriela Blanco; Iâmina Moraes; Jocássia Motta; Josias Porciuncula; Kate Dall’Agnol; Leticia Maria; Lueci Silveira; Luiza Castro; Magda Silva; Marlise Paz; Raphaela Santetti; Rejane Aretz; Robson (Zika); Valdemir Vicente; Vicente Leivas. Diagramação: Adriano Trindade Impressão: Gráfica UFRGS
Tiragem: 10.000 exemplares
facebook.com/movimentocontestacao 1
O projeto "Universidade pública, tô den-tro!", que agora te apresentamos, teve início em 2010, quando um grupo de jovens da própria UFRGS, integrantes do Movimento Contestação, verificou que as Cotas Sociais e, principalmente, as Étnicas não eram preenchidas.
É importante te dizer que as cotas foram uma conquista de muita luta e organi-zação do movimento negro, social e estudantil de todo o país. No entanto, por falta de divulgação, aqueles que necessitam acabam não sabendo desses direi-tos. Assim, em alguns cursos ainda sobram vagas.
Como nós somos jovens que esta-mos sempre em movimento, bus-camos a garantia, a ampliação e a divulgação de nossos direitos. Daí, nasceu o projeto "Universidade pública, tô dentro!" . Ele é uma forma de levar a dezenas de escolas públicas a importante informação das Cotas. Queremos que estudantes do Ensino Médio, como tu, saibam da possibilidade de ingressar na UFRGS, que é uma universidade reco-nhecida nacional e internacionalmente, através do sistema de cotas.
É por isso, que desde então, nós - esse grupo de jovens - por conta própria, vínhamos realizando esse trabalho nas escolas públicas. Porque a nossa luta é por uma educação pública, de qualidade e plural, em que o filho de trabalhador possa se ver reconhecido e saber que a UFRGS é o seu lugar. Agora, estamos num novo momento, pois a própria UFRGS, através da SAE - Secretaria de Assistência Estudantil, está apoiando
e fortalecendo o projeto "Universi-dade pública, Tô
dentro!"
Assim, o Movi-mento Contestação
que reúne jovens trabalhadores, estu-
dantes universitários e secundaristas que não se
calam e nem se rendem, chega para te apresentar e
divulgar o projeto "Univer-sidade pública, tô dentro",
através de palestras, atividades e dessa cartilha. Sonhamos com uma realidade onde mais jovens, como nós, possam estudar na nossa UFRGS.
E, para além disso, nos unimos na busca de uma sociedade justa e igualitária para todos(as), onde não haja preconceitos e discriminações, sejam eles de raça, sexo, gênero ou classe social.
EDITORIAL
por uma uFrGS pública E popular!
Por um mundo onde sejamos
socialmente iguais, humanamente
diferentes e totalmente livres.
Rosa Luxemburgo
Universidade Pública, Tô Dentro!2
"braSil, moStra tua cara" QuEro VEr QuEm GanHa...
pra a Vida SEr aSSim
Em nosso país a maior parte do orça-mento, 708 bilhões (45, 05%), vai para banqueiros e empresários. As áreas de atendimento a toda popu-lação ficam somente com: Educação
2,99%, Trabalho 2,29%, Saúde 4,07%, Segurança Pública 0,41%, Cultura 0,04%, Desporto e Lazer 0,02%, Ciência e Tecnologia 0,32%, Saneamento 0,02%, entre outros.
tE liGa niSSo!!!
Elaboração: Auditoria cida-dã da Dívida - http://www.auditoriacidada.org.br/wp--content/uploads/2012/04/
Numerosdivida.pdf
(Executado até 31/12/2011 Total: R$ 1.571 Trilhão)
Orçamento Geral da União de 2011
facebook.com/movimentocontestacao 3
Pagamos impostos por tudo, desde o car-ro até a bala do mercadinho da esquina. Todo esse dinheiro vai para o governo que deveria investir em toda a sociedade de forma igual. Infelizmente, como po-demos ver no gráfico da página anterior, no Brasil ele vai para o bolso de quem já tem MUITA grana!!
O Brasil é a 6ª potência econômica mundial, e tem muita riqueza. Ao mes-mo tempo está em 88º lugar no ranking em educação e ainda é um dos países de maior desigualdade social. Temos muita miséria, fome, violência e pouca atenção
a saúde e educação, entre outros proble-mas.
Nossa situação está crítica: falta médico no postinho, nossas escolas estão caindo aos pedaços, nossos professores são mal pagos e, o que é pior, para nós jovens não tem geração de emprego e acabamos sendo explorados nos estágios.
Estamos presenciando diversas mo-bilizações no Brasil e no Mundo nos últimos anos. Juventude e trabalhadores estão unidos na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária.
Nos últimos anos a luta pela educação tem sido nosso carro chefe. Só vamos ter uma educação pública, gratuita e de qua-lidade para todos quando houver mais investimentos.
Por isso, defendemos para já 10% do PIB para a educação pública, o pagamento do piso nacional aos edu-cadores e a valorização de todos(as) trabalhadores(as) em educação.
“Até quando você vai levando?
Porrada! Porrada!
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando?
Porrada! Porrada!
Até quando vai ser saco de pancada?”
contEStE Você também!
Gabriel Pensador
paGamoS impoStoS, QuErEmoS noSSoS dirEitoS!
Universidade Pública, Tô Dentro!4Arquivo: Adaptado. Charges
Mafalda sobre Vestibular e cotas
uniVErSidadE pública, Ela é noSSa!
facebook.com/movimentocontestacao 5
No Brasil, a maior parte das crianças chegam a cursar o ensino fundamental, mas poucos con-cluem o médio e praticamente nenhum chega a universidade/faculdade. A falta de perspectiva e os problemas sociais le-vam nossos jovens ao mercado de trabalho e não a sala de aula.
Além de tudo isso, tem a falta de in-vestimentos na educação pública, o que impede que tenha vagas para todos(as).
A verba limitada também causa uma enorme desigualdade na formação dos estudantes das públicas em comparação as particulares. Historicamente, as vagas nas universidades foram ocupadas por estudantes das classes mais altas, ou
seja, aqueles que podem pagar pelos cursos pré-vestibulares mais caros.
Contudo, acreditamos que a universi-dade é para todos e ela deve reservar espaço para popularizar o seu acesso.
As cotas são uma possibilidade de que a universidade pública se tornará popular, com o acesso dos jovens filhos de traba-lhadores. Mas, fica esperto: as cotas não são nenhum favor, são sim um direito!
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS - conquistamos 30% das vagas para Cotas Sociais e Étnicas, sendo 15% destinadas para estudantes oriundos de escolas públicas e 15% para negros que vieram também de escola pública.
As cotas ainda são divididas pela renda do estudante, sendo 7,5% de cada uma reservadas para quem ganha até um salá-rio mínimo e meio por pessoa da família.
Não te esqueça: Na hora da inscrição pro vestibular tem que optar pelas cotas.
tE liGa !!! VEja como Funcionam aS cotaS
a Educação é um dEVEr do EStado E um dirEito dE todoS
Universidade Pública, Tô Dentro!6
A base da pirâmide social brasileira, que compõe a maioria da população, é formada em 70% por negros e pardos. Apesar disso, na universidade, negros e pardos ainda são a minoria. Isso refl ete o racismo ainda presente na nossa sociedade. A partir dessa realidade, observamos a importân-cia das cotas raciais, pois, através do acesso às Universidades públicas, esta situação pode e deve ser alterada.
Em 2011, devido a utilização do sistema
de cotas raciais, a UFRGS teve seu 1º
aluno autodeclarado negro no curso de
medicina. Em 2012, este número aumen-
tou para 21 estudantes.
Quantas vezes você já foi atendido por
um médico negro em sua vida? Mas
com as cotas étnicas esta realidade está
chegando ao seu fi m. Jovens negros e
pobres estão tendo acesso a cursos alta-
mente disputados.
Estas ações são políticas públicas, conquistadas pelo
Movimento Negro, estudantil e trabalhadores, para benefi -ciar pessoas que fazem parte
de grupos discriminados e marginalizados pela exclusão sócio-econômica no passado
ou no presente.
Queremos uma ação afi rmati-va para que o negro se afi rme
em relação a sua cor, tenha orgulho da luta do seu povo, da sobrevivência ao sistema
e do seu potencial. Por isso, é necessário que as cotas sejam divulgadas para que contribu-am nas mudanças sociais, aju-dando a combater o racismo e
a desigualdade social.
maioria nEGra na baSE Social
1º aluno nEGro
Em mEdicina
açÕES aFirmatiVaS
am nas mudanças sociais, aju-dando a combater o racismo e
facebook.com/movimentocontestacao 7
Existem cursinhos que te preparam para o vestibular de forma gratuita ou com valo-res acessíveis. Veja em - http://universidadepublicatodentro.blogspot.com.br/
Existem várias vantagens tri legais e que facilitam nossa vida de estudante na UFR-
GS. Os cursos noturnos e auxílios oferecidos pela SAE (Secretaria de Assistência
Estudantil) nos dão um baita apoio. Aí abaixo citamos alguns dos benefícios.
Você sabia que quem estudou em
escola pública já ganha 50% de isen-
ção/desconto no vestibular? E mais...
Quem tiver uma renda mensal abaixo
de dois salários mínimos não paga
nada. Não vai perder essa!! É só ficar
ligado no edital que sempre sai em
junho de cada ano no link abaixo.
Pra te familiarizar com a prova do vesti-
bular há uma página em que podes testar
teus conhecimentos. As provas são corri-
gidas e comentadas de maneira on line.
A quantidade de acertos em cada prova varia de acordo com o curso que es-colheste. Te liga, foco nas provas com peso 3! COPERSE http://www.ufrgs.br/vestibular/
A UFRGS tem bolsas com valores variá-
veis que são pagos para aqueles que aqui
estudam e dedicam algumas horas de seu
dia para a universidade.
Comprovando baixa renda da família tu podes receber uma contribuição para tuas passagens. Muito tri!
Mais conhecido como R.U., estes restau-
rantes proporcionam uma alimentação
balanceada para os estudantes. Os valo-
res variam entre R$ 0,50 e R$ 1,30.
SE Eu paSSar,
não podErEi trabalHar?
bolSaS pErmanência
auxílio tranSportE rEStaurantE uniVErSitário
E tEm maiS... Auxilio Creche, Auxilio Material de Ensino e Programa de Saúde. SAE - http://www.ufrgs.br/sae
Saiba como não paGar a
inScrição no VEStibular
cálculo média VEStibular
curSinHoS popularES
proVa intEratiVa
Universidade Pública, Tô Dentro!8 Universidade Pública, Tô Dentro!8 Universidade Pública, Tô Dentro!Universidade Pública, Tô Dentro!Universidade Pública, Tô Dentro!
VEnHa FaZEr a HiStÓria do “uniVErSidadE pública, tÔ dEntro” Você também!
Acampamento de criação do “Universidade Pública, Tô Dentro”!
2010
Palestra Escola Emílio Massot Porto Alegre - 2010
Palestra Escola Instituto de Educação Flores da Cunha– Porto Alegre - 2011
Intervenção na Marcha de Abertura do FST – Fórum Social Temático 2012
Palestra Escola Walter Jobim Viamão - 2012
Ocupação da Reitoria da UFRGS em defesa das Cotas - 2012
Bertold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto
político.
Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço
do feijão, do peixe, da farinha, do
aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que
se orgulha e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua
ignorância política, nasce a
prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos, que é o
político vigarista, pilantra, corrupto
e lacaio das empresas nacionais e
multinacionais.
o analFabEto político