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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT
DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFICAÇÕES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ALVENARIA DE TIJOLO MODULAR DE SOLO CIMENTO COMO ALTERNATIVA
PARA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS DO SEMIÁRIDO: BENEFÍCIOS
FINANCEIROS E AMBIENTAIS
VIVIANE SARAIVA DOS SANTOS
JUAZEIRO DO NORTE – CE 2017
VIVIANE SARAIVA DOS SANTOS
ALVENARIA DE TIJOLO MODULAR DE SOLO CIMENTO COMO ALTERNATIVA
PARA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS DO SEMIÁRIDO: BENEFÍCIOS
FINANCEIROS E AMBIENTAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Edificações da Universidade Regional do Cariri – URCA, como requisito para conclusão de curso.
Orientador: Prof. Dr. Renato de Oliveira
Fernandes
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2017
VIVIANE SARAIVA DOS SANTOS
ALVENARIA DE TIJOLO MODULAR DE SOLO CIMENTO COMO ALTERNATIVA
PARA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS DO SEMIÁRIDO: BENEFÍCIOS
FINANCEIROS E AMBIENTAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Edificações da Universidade Regional do Cariri – URCA, como requisito para conclusão de curso.
Aprovada em ______ /_______ /_________, Nota ________________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. Renato de Oliveira Fernandes (Orientador)
Universidade Regional do Cariri (URCA)
___________________________________________
Prof. Me. Jefferson Luiz Alves Marinho
Universidade Regional do Cariri (URCA)
____________________________________________
Prof. Me. Bruno Barbosa de Oliveira
Universidade Regional do Cariri (URCA)
A minha tia Marinez,
A pessoa mais forte que já conheci, por me
ensinar e me amar incondicionalmente.
AGRADECIMENTOS
A Deus, a quem eu devo todas as minhas conquistas, meu melhor e maior
amigo em todos os momentos.
A minha família que sempre acreditou em mim, sonhou e sofreu comigo
durante os bons e maus momentos, meu pai José Cilton e minha mãe Maria Aparecida
que com esforço e dedicação trabalharam para me manter estudando, aos meus tios
por me acolherem em sua casa. E minhas irmãs Vanessa e Vitória Saraiva, em
especial a minha irmã Vanessa, minha madrinha Danielly e minha amiga Ana por me
incentivarem todos os dias a não desistir.
A minha turma da faculdade pelo empenho e companheirismo que sempre
tivemos, pelas boas risadas todas as noites, pelas brincadeiras e pelos momentos
difíceis que conseguimos superar. Um agradecimento especial a Cicero Pereira de
Sousa, Gledson Gomes Diniz, Wibertsan Roriz da Silva Alves e Eudiane Caxiado
Alves, que me ajudaram muito durante todo esse período, com a amizade e a
paciência que se deve ter em todos os momentos.
Aos professores que tive desde o início da minha vida escolar até os da
Universidade. O conhecimento de vocês me fortaleceu. Ao professor Jefferson
Heráclito que nunca se negou a ajudar seus alunos com cuidado e atenção.
Em especial ao meu orientador Prof. Dr. Renato de Oliveira Fernandes por
acreditar em mim e no meu trabalho, sempre me incentivando a buscar mais.
“O senhor é minha força e meu escudo;
Nele o meu coração confia e dele recebo
ajuda. Meu coração exulta de alegria, e
com o meu cântico lhe darei graças”.
(Bíblia Sagrada, Salmos 28:7)
RESUMO
A construção sustentável tem sido uma grande oportunidade para melhorar a qualidade das edificações. Os materiais sustentáveis por sua vez, contribuem para a diminuição dos danos causados ao meio ambiente, ao passo que minimizam os seus impactos. O presente trabalho investiga a utilização do tijolo ecológico como alternativa sustentável para construções no semiárido brasileiro. O estudo avalia os benefícios que o tijolo ecológico pode trazer para essa região que é marcada por características climáticas específicas, como altas temperaturas, pouca chuva e renda média da população menor que a maioria das regiões do território nacional. As características ambientais, o custo-benefício para populações mais pobres e as características termoacústicas para melhorar a qualidade de vida dos usuários das edificações são destacados. Para atingir os resultados, foi feita uma revisão bibliográfica acerca das características ambientais e sociais do semiárido brasileiro, do processo de fabricação e construção com o tijolo ecológico e seu desempenho ambiental e econômico. Além disso, comparamos os ganhos financeiros entre a alvenaria de tijolo ecológico com a de tijolo convencional cerâmico. As análises de diferentes estudos mostraram que o uso do tijolo ecológico nessa região pode gerar grandes benefícios ambientais, por não necessitar de queima com lançamento de CO2, gasto de energia e redução da temperatura do ambiente interno da edificação, benefícios sociais, uma vez que o processo de fabricação e construção pode ser feito pelos próprios usuários e benefícios financeiros pois as edificações com tijolos ecológicos podem gerar economia de até 30% na alvenaria.
Palavras-chave: materiais alternativos, habitação de baixo custo, custo-benefício.
ABSTRACT
Sustainable construction has been a great opportunity to improve the quality of buildings. Sustainable materials, in turn, contribute to the reduction of damage to the environment, while minimizing its impacts. The present work investigates the use of ecological brick as a sustainable alternative for constructions in the Brazilian semiarid. The study evaluates the benefits that ecological brick can bring to this region that is marked by specific climatic characteristics, such as high temperatures and low rainfall, and lower average income of the population than most regions of the national territory. The environmental characteristics, the cost-benefit for poorer populations and the thermoacoustic characteristics to improve the quality of life of the users of the buildings are highlighted. In order to reach the results, a bibliographical review about the environmental and social characteristics of the Brazilian semi-arid, the process of manufacture and construction with the ecological brick and its environmental and economic performance was made. The analysis of different studies showed that the use of ecological brick in this region can generate great environmental benefits, as it does not require burning with CO2 release, energy expenditure and reduction of the internal environment temperature of the building, social benefits, since the manufacturing and construction process can be done by the users themselves and financial benefits as the buildings with ecological bricks can generate savings of up to 30% in masonry.
Keywords: alternative materials, low-cost, cost-effective housing
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Temperaturas máximas nas cidades de Iguatu, Morada
Nova,Quixeramobim e Tauá inseridas no semiárido..................................................17
Figura 2: Temperaturas mínimas nas cidades de Iguatu, Morada
Nova,Quixeramobim e Tauá .................................................................................... 17
Figura 3: Precipitação acumulada mensal ................................................................ 18
Figura 4: Tijolo modular de solo-cimento de dois furos ............................................ 22
Figura 5: Dimensões do tijolo ecológico de dois furos e da canaleta........................ 23
Figura 6: Meio tijolo ecológico modular padrão ........................................................ 24
Figura 7: Tijolo ecológico maciço modular padrão ................................................... 25
Figura 8: Passagem das instalações elétricas e hidráulicas......................................25
Figura 9: Canaleta modular padrão .......................................................................... 26
Figura 10: Mapa do Semiárido Brasileiro ................................................................. 30
Figura 11: Edificação modelo usada para o comparativo de preços ......................... 31
Figura 12: Valores obtidos através do comparativo de custos do tijolo ecológico e do
bloco cerâmico ......................................................................................................... 38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Déficit habitacional da região semiárida brasileira..................................... 20
Tabela 2: Índice de desenvolvimento humano municipal da região semiárida.......... 21
Tabela 3: Comparativo de custos da alvenaria com tijolo ecológico e bloco cerâmico
para uma casa com 55m² de área de piso, e 138m² de área de paredes................. 33
Tabela 4: Comparativo do valor dos materiais para se construir com tijolo ecológico e
com o bloco cerâmico.................................................................................................34
Tabela 5: Levantamento de serviços da alvenaria de tijolo ecológico, com grout, sem
reboco e sem revestimento cerâmico nas paredes do banheiro e da cozinha.......... 35
Tabela 6: Tijolo ecológico, com grout, com revestimento convencional e cerâmica no
banheiro e na cozinha................................................................................................ 36
Tabela 7: Tijolo ecológico, com grout, com revestimento externo convencional,
revestimento interno em gesso e cerâmica no banheiro e na cozinha...................... 36
Tabela 8: Tijolo cerâmico com revestimento convencional........................................ 37
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANA - Agência Nacional de Águas
ASA - Articulação Semiárido Brasileiro
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BTC - Bloco de Terra Comprimida
CBIC - Câmara Brasileira Da Indústria Da Construção
DIREI - Diretoria de Estatística e Informações
FJP - Fundação João Pinheiro
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
MI - Ministério da Integração
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PVA - Poliacetato de Vinila
SEINFRA - Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
1.1. OBJETIVOS ..................................................................................................... 14
1.1.1. Geral .............................................................................................................. 14
1.1.2. Específicos ................................................................................................... 14
2. Construção sustentável ..................................................................................... 15
3. Clima da região semiárida brasileira ................................................................ 16
4. Economia da região semiárida brasileira ...................................................... 19
5. Tijolos ecológicos .............................................................................................. 22
5.1. Tijolos Ecológicos: tipos mais usados.......................................................... 24
5.1.2. Meio tijolo ecológico modular padrão ............................................................. 24
5.1.3. Tijolo ecológico maciço modular padrão ......................................................... 24
5.1.4. Tijolo ecológico canaleta modular padrão ...................................................... 25
6. Processo de produção do tijolo ecológico de solo cimento ........................ 26
6.1. Solo-cimento ................................................................................................... 26
6.2. Fabricação ....................................................................................................... 26
7. Vantagens do tijolo ecológico em edificações de regiões semiáridas ........ 28
8. METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................... 30
8.1. Área de estudo ................................................................................................ 30
8.2. Tijolo ecológico versus bloco cerâmico: comparativo de preços ............... 31
9. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 32
9.1. Economia gerada na construção da alvenaria com tijolos ecológicos em comparação com o bloco cerâmico segundo um fabricante .............................. 33
9.2. Orçamento da alvenaria com tijolos ecológicos e com bloco cerâmico..... 35
10. CONCLUSÃO .................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40
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1. INTRODUÇÃO
A busca por construções mais sustentáveis justifica-se, na maioria das
vezes, pela escassez dos recursos naturais não renováveis que são desperdiçados
causando danos ao meio ambiente além dos danos causados pela indústria da
construção civil, que segundo Csillag (2007) é uma ação humana que tem impactos
significativos no meio ambiente, através da retirada de madeira ilegal, o descarte
inadequado de entulhos da construção, a poluição pela queima de tijolos cerâmicos
entre outros.
A sociedade, precisa estar ciente de que a conscientização das questões
ambientais se deu devido aos grandes desastres ecológicos, que marcaram, as vezes
permanentemente, os ecossistemas afetados em todo o mundo.
Assim a construção civil busca, de acordo com o Jornal da Tribuna (2013),
reverter a imagem de vilã ambiental, trazendo inovações nos canteiros de obra com o
objetivo de minimizar os impactos ambientais gerados por esta prática. Para o MMA
(2016) a prática desse tipo de construção fortalece a sustentabilidade econômica e
social e agrega valor a qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades como um
todo, proporcionando conforto, bem-estar e economia na edificação, além de
minimizar os impactos no meio ambiente, inovando e preservando. Também são
sofisticadas e algumas são propícias para atender algumas características de cada
região, podendo adaptar-se ao clima e favorecer o morador.
Utilizando métodos mais sustentáveis, famílias do semiárido brasileiro, por
exemplo, podem melhorar o conforto térmico de suas residências, com materiais que
ajudem a controlar a temperatura interna já que o clima seco da região provoca
desconforto pelo excesso de calor, materiais que não custem caro, sejam de fácil
aplicação e não precise de mão de obra especializada evitando o desperdício de
tempo, dinheiro e materiais.
O tijolo ecológico ganhou uma grande participação no mercado,
principalmente pelo seu método de produção ecologicamente correto. Sendo
composto, em sua maioria, apenas por uma mistura homogênea de solo, cimento e
água. As alvenarias feitas com esse material oferecem entre tantas outras vantagens:
13
maior produtividade no canteiro de obras, facilidade na execução das instalações
elétricas e hidráulicas, redução da necessidade de transporte uma vez que podem ser
produzidos com o solo do próprio local da obra.
Outro fator importante é que o uso do tijolo ecológico proporciona maior
conforto ambiental para o morador pois sua alvenaria é termoacústica que pode ajudar
no controle da temperatura interna e no nível de ruído da edificação e reduzir os custos
na construção e operação. Também não utiliza madeira como parte do processo de
fabricação, o que é importante nessa região, visto que a população além de apresentar
problemas de renda e escassez relativa de recursos naturais apresenta áreas que
estão em processo de desertificação.
Além disso, as construções tradicionais usam tijolos cerâmicos que
dependem do processo de queima, consumindo energia e emitindo gases tóxicos
como o CO2 que poluem o meio ambiente.
Por outro lado, o tijolo de solo-cimento ou tijolo ecológico não precisa do
processo de queima, contribuindo com a qualidade do ar, além de baratear a
construção. “O processo de cura é feito pela imersão na água e sua resistência pode
ser superior às normas técnicas, garantindo maior durabilidade a obra” (Cartilha Eco
Produção, 2015). Além de sua alvenaria possuir isolamento termoacústico,
melhorando a qualidade de vida de moradores, principalmente no semiárido, que
sofrem com o clima quente e seco da região.
O presente trabalho tem como objetivo mostrar algumas vantagens
oferecidas pelo emprego do tijolo ecológico produzido de solo-cimento, com destaque
para o semiárido que apresenta características climáticas particulares, como altas
temperaturas, além de alta variabilidade das chuvas e baixa renda da população
quando comparado com outras regiões do Brasil. O que confere ao tijolo ecológico
uma grande vantagem levando em consideração que suas particularidades se
encaixam em climas quentes e secos melhorando o conforto térmico do morador
dessa região e pode ser usado também na construção de moradias populares
barateando a construção.
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1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Geral
Este trabalho visa apresentar as vantagens de se construir usando o tijolo
ecológico/solo-cimento em regiões semiáridas com o intuito de aumentar seu uso
nessas regiões como alternativa para melhorar o conforto das moradias e preservar o
meio ambiente.
1.1.2. Específicos
• Analisar a viabilidade financeira do tijolo ecológico e seu desempenho na execução
de alvenarias em comparação com os tijolos convencionais.
• Apresentar as vantagens do conforto termoacústico em residências do semiárido.
• Analisar o custo-benefício do tijolo ecológico;
• Relacionar a fabricação do tijolo ecológico com o contexto da construção
sustentável para o semiárido.
15
2. Construção sustentável
Quando se trata de sustentabilidade, deve-se ter uma visão a respeito do
que é ou não sustentável e fazer a associação de serviços e produtos que englobam
esse conceito. Ou seja, criar uma relação saudável entre crescimento econômico e
preservação ambiental. Já que a construção não pode ser extinta, a busca pelas
formas sustentáveis tem sido solicitada devido à preocupação com os recursos
naturais não renováveis.
No âmbito da Agenda 21 para a Construção Sustentável em países em Desenvolvimento, a construção é definida como: um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica (LINGUITTE et al., 2011, p. 11).
Para Corrêa (2009), o setor da construção precisa se engajar cada vez
mais com a sustentabilidade. As empresas devem fazer uma agenda de introdução
progressiva de sustentabilidade, buscando, em cada obra, soluções que sejam
economicamente relevantes e viáveis para o empreendimento.
Uma forma de fazer a construção sustentável ser mais utilizada, segundo
Linguitte et al. (2011) é envolvendo os governos municipais, pois eles possuem uma
grande capacidade de atuação no contexto das construções sustentáveis. Para os
autores, as prefeituras podem ajudar induzindo e fomentando boas práticas por meio
da legislação urbanística e código de edificações, incentivos tributários e convênios
com as concessionárias dos serviços públicos de água, esgoto e energia. Também
pode ser aplicada nas regiões semiáridas onde as condições de moradias não são
muito confortáveis devido ao clima.
16
3. Clima da região semiárida brasileira
A região semiárida é conhecida pelas altas temperaturas e
consequentemente o grande calor, tornando os dias mais intensos e insuportáveis,
fazendo com que as pessoas busquem por intervenções que minimizem os impactos
do clima e melhore a qualidade de vida. Para a região semiárida o tijolo ecológico de
solo cimento pode trazer um maior conforto térmico e acústico.
A climatologia do país sofre diferentes mudanças de uma região para outra.
Enquanto algumas regiões são bastante frias, outras são extremamente quentes. No
Brasil o clima semiárido, também conhecido como tropical semiárido, é típico de uma
grande área do sertão nordestino. Conforme Clima semiárido no Brasil (2014), “está
localizado na região centro-norte da Bahia; interior (região oeste) dos estados do
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte; região centro-sul do
Ceará; sul e sudeste do Piauí”. Devido as condições climáticas é seco e quente com
pouca variação de temperatura.
Para Clima semiárido no Brasil (2014) as chuvas são mal distribuídas,
provocando seca em várias áreas do semiárido dificultando o desenvolvimento de
algumas atividades como a agricultura, por exemplo, ocasionando a falta de emprego
e consequentemente a pobreza na região. A seguir tem-se alguns gráficos (Figura 6
e Figura 7) com a variabilidade das temperaturas, na região semiárida do Ceará dos
anos de 1961 a 1990, mais precisamente nas cidades de Iguatu, Morada Nova,
Quixeramobim e Tauá.
17
Figura 1: Temperaturas máxima nas cidades de Iguatu, Morada Nova, Quixeramobim e Tauá
inseridas no semiárido
Fonte: INMET (2017)
A figura 6 mostra as temperaturas registradas em cada cidade onde é
possível perceber que as altas temperaturas são predominantes na maior parte do
tempo. Já na figura 7, o gráfico mostra as temperaturas mínimas para as mesmas
cidades, onde se observa que a temperatura mais baixa está entre 18°C.
Figura 2: Temperaturas mínimas nas cidades de Iguatu, Morada Nova, Quixeramobim e Tauá
Fonte: INMET (2017)
27,0
28,0
29,0
30,0
31,0
32,0
33,0
34,0
35,0
36,0
37,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Normais Climatológicos de 1961-1990Temperatura Máxima (°C)
Iguatu CE
Morada Nova CE
Quixeramobim CE
Tauá CE
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Normais Climatológicos de 1961-1990Temperatura Mínima (°C)
Iguatu CE
Morada Nova CE
Quixeramobim CE
Tauá CE
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Por este motivo Clima semiárido no Brasil (2014), diz que associar o
semiárido a questões como falta de água, chuva e seca é comum e que nessa
localidade normalmente não chove o suficiente gerando diferenças marcantes quanto
a precipitação pluviométrica anual de uma região para outra.
Essa região é marcada pelas temperaturas elevadas causando desconforto
térmico nas pessoas. O que a faz precisar de soluções para melhorar o conforto das
moradias. Além disso, a renda da população reduz a capacidade de construir
habitações adequadas. E a região ainda passa por problemas ambientais sérios.
De acordo com Correia et al., (2011), a região semiárida é composta por
uma grande variedade de paisagens e ambientes, sendo esta uma característica
marcante da região. Costumam ter variações climáticas constantes que fazem a
região sofrer com as mudanças e ter que se adaptar as condições oferecidas. Nessa
região, ainda segundo os autores, o clima é caracterizado pela escassez e
irregularidade das chuvas, com pluviosidade entre 300 a 500 mm/ano e precipitações
restritas a poucos meses do ano, como mostra o gráfico da figura 8.
Figura 3: Precipitação acumulada mensal
Fonte: INMET (2017)
As irregularidades das chuvas geram perdas de espécies, de plantas,
árvores, como também, chegam até provocar em algumas áreas o processo de
desertificação, que é comum também com a retirada da madeira ilegal. Além disso,
essas condições causam impactos ao meio ambiente e transformam a região, que tem
0
50
100
150
200
250
300
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Normais Climatológicos de 1961-1990Precipitação Acumulada Mensal (mm)
Iguatu CE
Morada Nova CE
Quixeramobim CE
Tauá CE
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ainda agricultores e pequenos criadores de gado, onde estes fazem queimadas
constantemente para buscar sustento ao mesmo tempo que destroem a natureza,
comprometendo as futuras gerações. Nesse sentido, é notável a necessidade de
intervenções eficientes para melhorar a convivência nessas localidades, sem
prejudicar a saúde e o meio ambiente.
4. Economia da região semiárida brasileira
A região semiárida brasileira enfrenta vários problemas decorrentes da falta
de chuva e de condições melhores de vida. “Quando falamos do Semiárido, estamos
nos referindo a uma região que ocupa 18,2% (982.566 Km²) do território nacional,
abrange mais de 20% dos municípios brasileiros (1.135) e abriga cerca de 11,84% da
população do país” (ASA, 2013). A precipitação pluviométrica do Semiárido brasileiro
conforme Correia et al. (2011), é marcada pela variabilidade espaço-temporal, que,
associada aos baixos totais anuais sobre a região, resulta na frequente ocorrência de
dias sem chuva, ou seja, veranicos, e consequentemente, em eventos de seca. Isso
faz com que a população seja mais carente, pois boa parte desta depende do trabalho
com a agricultura e pecuária para sobreviver.
Buscando uma melhor apresentação da situação atual da região semiárida
na questão de moradias, a seguir tem-se a tabela1 que mostra o déficit habitacional
nos estados que compõem a região semiárida brasileira. Com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) do período de 2015, adaptadas pelo autor.
A análise da tabela 1 dos dados estatísticos, de acordo com a CBIC (2012)
sobre o Déficit Habitacional Brasileiro segundo a Fundação João Pinheiro em parceria
com o Ministério das Cidades, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostra que ainda
existe uma grande quantidade de pessoas que vivem sem habitação própria ou em
habitações consideradas precárias. Esse fator demonstra que ainda são necessárias
muitas intervenções para ajudar essas pessoas na construção de suas moradias, de
forma que consigam custeá-las, ou seja, que sejam acessíveis a renda dessa
população.
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Tabela 1: Déficit habitacional da região semiárida brasileira
Especificação
Déficit habitacional
Total Componentes
Precários Coabitação Ônus Adensamento
Região Nordeste 1.924.333 492.789 619.768 754.200 57.576
Piauí 93.907 23.075 50.570 17.448 2.814
Ceará 300.752 71.798 72.100 142.449 14.405
RM Fortaleza 141.969 11.674 37.236 85.985 7.074
Rio Grande do Norte 113.308 9.890 44.084 52.270 7.064
Paraíba 117.495 11.637 41.862 62.057 1.939
Pernambuco 286.890 33.857 77.401 163.158 12.474
RM Recife 130.590 3.854 41.115 83.145 2.476
Alagoas 95.342 12.583 31.792 47.192 3.775
Sergipe 75.860 6.599 27.829 38.866 2.566
Bahia 451.881 82.072 184.388 178.145 7.276
RM Salvador 133.324 6.047 50.004 73.913 3.360
Região Sudeste 2.430.336 109.292 599.895 1.540.013 181.136
Minas Gerais 552.046 16.925 189.132 331.436 14.553
Fonte: Dados básicos: IBGE (2013), PNAD (2015). Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP),
Diretoria de Estatística e Informações (DIREI). Adaptado pelo autor.
Outro dado importante sobre a região semiárida brasileira conforme
Nóbrega (2012), é o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), que é um
composto de indicadores que formam uma espécie de “medida resumida do
progresso”, a longo prazo, em três dimensões básicas do desenvolvimento humano.
Estas são, conforme Nóbrega (2012): renda, educação e saúde, que compara
municípios entre si e pode ser visto na tabela 2.
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Tabela 2: Índice de desenvolvimento humano municipal da região semiárida
Semiárido
Índice de desenvolvimento humano municipal – número de municípios
Muito Baixo
(0-0,499)
Baixo
(0,500-0,599)
Médio
(0,600-0,699)
Alto
(0,700-0,799)
Muito Alto
(0,800-1,000)
Alagoano 2 33 3 0 0
Baiano 1 189 75 1 0
Cearense 0 41 107 2 0
Mineiro 0 31 54 0 0
Paraibano 0 109 58 3 0
Pernambucano 1 84 37 0 0
Piauiense 3 106 19 0 0
Potiguar 0 62 83 2 0
Sergipano 0 20 9 0 0
Total 7 675 445 8 0
Fonte: Adaptado do PNUD (2013)
Ao levar em consideração os municípios de cada estado e os valores de
seus índices de desenvolvimento humano de acordo com Nóbrega (2012), o estudo
comprovou que houve predominância do índice médio em relação ao baixo nos
semiáridos cearense, mineiro e potiguar, mas, na Paraíba e demais estados da região,
ocorre o contrário, onde o número de municípios com IDHM baixo predomina.
22
5. Tijolos ecológicos
Vem ganhando espaço na construção civil por ser considerado por muitos
como uma grande forma de ajudar o meio ambiente e diminuir os custos das
construções. De acordo com Tijolo Ponto/Eco (2016) é conhecido também pelos
nomes técnicos de “tijolo modular de solo-cimento” e “BTC- bloco de terra comprimida”
e é conhecido por reunir boa qualidade, beleza, economia e rapidez. A figura 1 mostra
o tijolo ecológico de dois furos que é muito utilizado.
Figura 4: Tijolo modular de solo-cimento de dois furos
Fonte: www.tijolo.eco.br
A ABNT na norma NBR 12023 (1992) define o tijolo de solo-cimento como
sendo, “um produto endurecido, resultante da cura de uma mistura íntima compactada
de solo, cimento e água, em proporções estabelecidas através de dosagem,
executada conforme a NBR 12253 (1992)”. Segundo Figuerola (2004), o solo-cimento
começou a ser empregado no Brasil em construções em 1948, na confecção de bases
e sub-bases de pavimentos de estradas.
De acordo com alguns autores, esse tipo de tijolo reduz os custos das
construções, e isso se dá pela utilização de materiais (areia e solo areno-argiloso)
encontrados no próprio local da construção. O solo, material facilmente encontrado é
basicamente a base para produção dos tijolos e Pisani (2005) afirma que ele é
abundante em todo o planeta além de não gastar energia para ser queimado e possuir
características isolantes. Várias regiões podem se beneficiar com essa peculiaridade
importante como as regiões semiáridas que possuem temperaturas altas boa parte do
ano.
23
Construções que utilizam tijolos ecológicos conforme Tibério et al. (1981)
deixam a residência mais climatizada, uma vez que o tijolo tem comportamento
termoacústico e ainda com menor ocorrência de ruídos proporcionando um ambiente
mais agradável. O que é de grande importância para regiões como o semiárido, já que
ainda falta adequação das construções e dos materiais ao clima da região. A seguir
tem-se uma ilustração com as dimensões do tijolo ecológico de dois furos e da
canaleta (Figura 2).
Figura 5: Dimensões do tijolo ecológico de dois furos e da canaleta
Fonte: www.tijolo.eco.br
24
5.1. Tijolos Ecológicos: tipos mais usados
5.1.2. Meio tijolo ecológico modular padrão
De acordo com Eco máquinas (2016), a utilização do meio tijolo, figura 3,
se dá para finalizar paredes, portas, janelas entre outras funções que lhe podem ser
facilmente atribuídas. Evitando o corte de tijolos e perca de materiais, o meio tijolo
agiliza a construção agregando ainda bom acabamento, limpeza e economia.
Figura 6: Meio tijolo ecológico modular padrão
Fonte: www.tijolo.eco.br
5.1.3. Tijolo ecológico maciço modular padrão
Segundo Eco máquinas (2016), o tijolo maciço visto na figura 4, oferece um
bom isolamento contra ruídos e possuí uma alta resistência. É utilizado geralmente
até a terceira fiada sendo depois preferível usar os tijolos com furos (figura 5) que
facilitam a passagem das instalações elétricas e hidráulicas. Também é muito aplicado
em paredes onde o tijolo ficará aparente pelo seu acabamento liso perfeito, como em
jardins, lareiras.
25
Figura 7: Tijolo ecológico maciço modular padrão
Fonte: www.tijolo.eco.br
Figura 8: Passagem das instalações elétricas e hidráulicas
Fonte: http://www.tijolosolocimento.com.br/2013/06/
5.1.4. Tijolo ecológico canaleta modular padrão
Para Geobrick (2016), os tijolos ecológicos canaleta (Figura 5) podem ser
concretados e usados para fazer cintas de amarração, em baixo ou em cima de
janelas com a função de vergas, e contra-vergas nas paredes acima de 1m e na última
fiada. Permitem também a passagem de canos e de fios facilitando as instalações
elétricas e hidráulicas.
26
Figura 8: Canaleta modular padrão
Fonte: www.tijolo.eco.br
6. Processo de produção do tijolo ecológico de solo cimento
6.1. Solo-cimento
O solo-cimento segundo Eco máquinas (2016), é um material que se obtém
através da mistura homogênea de solo, cimento e água. O mais indicado é do tipo
arenoso pois é composto de 60% a 80% de areia e 40% a 20% de argila o que gera
um custo benefício. O solo argiloso também pode ser utilizado, caso não haja o
arenoso, mas deve ser corrigido.
6.2. Fabricação
O processo de fabricação do tijolo ecológico não chega a ser difícil, porém
requer muita atenção e cuidado para que a qualidade dos tijolos seja alcançada. Por
se tratar de um material ecológico, deve atender aos requisitos para tal fim e também
por ser um material construtivo sendo responsável pelo bem-estar do morador da
edificação. Passa por diversos processos até que esteja pronto para ser usado.
De acordo com Soares (2013), a técnica de fabricação desse material
consiste em misturar a terra com cimento e água, sendo adicionada aos poucos, pois
27
a massa não pode ser muito seca, nem muito molhada. E a produção dos tijolos é
feita através de prensa mecânica.
O tijolo ecológico pode ser usado em quaisquer plantas de casas e de
acordo com Ideia de projeto (2015), na obra, o assentamento pode ser realizado pelo
simples encaixe entre as peças, sem necessidade de argamassa. Contudo o
construtor deve estar sempre atento para o alinhamento das fiadas de tijolos e para o
prumo da alvenaria para que isso não interfira na qualidade da construção. Podem
também ser assentados utilizando apenas um filete de cola branca (PVA).
28
7. Vantagens do tijolo ecológico em edificações de regiões semiáridas
Por se tratar de uma região com particulares que requerem muita atenção,
como o clima e a renda baixa da população tem-se uma dificuldade de tratar os
problemas mais simples como moradias confortáveis quanto ao clima e qualidade na
construção. A palavra “semiárido” já remete a aridez, e faz necessário o uso de
tecnologias que minimizem o calor e a sensação sufocante que pode até causar
doenças. Bem como minimizar os danos causados ao meio ambiente.
Segundo Pisani (2005) existem vários materiais sustentáveis na construção
civil, que ajudam a minimizar os impactos ambientais. Alguns exemplos disso são os
telhados verdes, a energia solar, a utilização de madeira reflorestada entre vários
outros que se destacam pela eficiência e qualidade. Para Pisani (2005), nesse
contexto, o tijolo de solo cimento foi um dos materiais que surgiu para a maior
sustentabilidade e menos desperdício, já que tem o processo de fabricação
basicamente utilizando prensa mecânica ou hidráulica. Evitando assim o corte de
árvores e queima em fornos que emite gás carbônico causando menos danos ao meio
ambiente.
Uma das grandes vantagens do uso do tijolo ecológico em regiões
semiáridas segundo o site Ideia de Projetos (2015), se dá pela sua composição (terra)
que é um material que oferece um bom isolamento térmico mantendo uma
temperatura agradável na edificação, além de reduzir a poluição sonora, mantendo o
ambiente aconchegante.
De acordo com Hidroshow (2012), “os furos dos tijolos ecológicos permitem
que o ar fique em constante movimento e formem câmaras termoacústicas,
controlando a temperatura no interior da casa”. Nos dias quentes, a temperatura do
interior da casa é fresca e à noite fica aquecida, diminuindo também a poluição sonora,
uma boa alternativa para regiões onde predomina o ar quente e seco como é o caso
das regiões semiáridas. Os tijolos ecológicos, depois de curados, conforme Hidroshow
(2012), além de possuírem ótimas propriedades termo acústica, possuem grande
resistência a altas temperaturas, o que também permite perfeitamente seu uso em
churrasqueiras.
29
Não precisa de chapisco, reboco, tinta. Clima semiárido no Brasil (2014),
diz que é uma obra aparente, e que depois que os tijolos são assentados a parede
está pronta. É necessário apenas proteger suas superfícies cum uma resina acrílica,
deixando um visual agradável. Segundo Modular tijolos ecológicos (2012) o Tijolo
Ecológico serve para todos os padrões sociais, pois é uma alternativa que une
economia e ecologia gerando solução para o problema habitacional. De acordo com
a Cartilha Eco Produção (2015), os furos nos tijolos formam câmaras termoacústicas
que ajudam a controlar a temperatura no interior da construção e a isolar ruídos. Com
isso pode ajudar a reduzir a temperatura nas edificações e se adequaria facilmente
ao clima da região semiárida.
Como ressalta Pisani (2005) no mercado Brasileiro pode-se encontrar
diversos tamanhos e modelos de tijolos de solo-cimento, podendo ser maciço comum,
com encaixe, modular, canaleta etc. Contudo, de acordo com Figuerola (2004), apesar
de ter custo relativamente mais elevado, seu uso em blocos intertravados não
emprega fôrmas, facilita a passagem das instalações além de ter execução mais
rápida que em paredes monolíticas do mesmo material.
Estes, por sua vez, são voltados para construções no semiárido onde
podem ser utilizados também para construção de moradias populares pois, é prático
e rápido na hora de construir e sua alvenaria termoacústica ainda ajuda a melhorar a
temperatura da edificação, fazendo com que o uso dos tijolos de solo-cimento
contribua com o bem-estar nas moradias. Para Grande (2003), deve-se buscar
modelo de habitação que ofereça conforto ambiental, e também o aproveitamento de
recursos naturais, utilizando as características climáticas de cada região do país.
30
8. METODOLOGIA DA PESQUISA
8.1. Área de estudo
Para efetivação dessa pesquisa foi realizado uma revisão bibliográfica e
um comparativo de custos, buscando estudos a respeito das características climáticas
e econômicas do semiárido (Figura 9) e do desempenho ambiental e econômico do
tijolo ecológico de solo cimento com o intuito de analisar a utilização desse material
nessa região como subsidio para melhorar a qualidade de vida da população. Além
disso, o estudo compara os custos financeiros do tijolo ecológico de solo cimento com
o bloco cerâmico.
Figura 9: Mapa do Semiárido Brasileiro
Fonte: http://caritas.org.br/povos-do-semiarido-resistem-e-mostram-como-e-possivel-superar-a-pobreza/23672
31
8.2. Tijolo ecológico versus bloco cerâmico: comparativo de preços
O estudo relaciona os valores de economia na alvenaria de tijolos
ecológicos em comparação aos tijolos cerâmicos convencionalmente usados nas
edificações. A comparação foi feita de duas maneiras: (a) foi avaliado os valores de
economia na alvenaria indicado por um produtor de tijolo ecológico para uma casa de
55 m2, onde o tijolo reduz o consumo de cimento, areia, brita, ferro, argamassa,
reboco, massa corrida, tintas, formas e facilita a obra (b) foi realizado um orçamento
detalhado da alvenaria de uma edificação de 80 m2 de piso (Figura 10) com tijolos
ecológicos e comparados com o tijolo cerâmico 9x19x19 cm com parede de 9cm de
espessura. A diferença de tamanho entre as alvenarias se dá para mostrar a
viabilidade do tijolo tanto em construções pequenas como grandes. Os preços dos
serviços foram obtidos da tabela de custos unificada desonerada da Secretaria de
Infraestrutura do Estado do Ceará (SEINFRA) no ano de 2017.
Figura 10: Edificação modelo usada para o comparativo de preços
Fonte: https://goo.gl/1Euuwp
32
9. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Devido as constantes mudanças na hora de construir advindas da
necessidade de se usar materiais ecologicamente corretos, surge mais opções no
mercado afim de atender a demanda. O bloco cerâmico, por exemplo, como ressalta
Maldonado (2015), ainda está sendo permitido pelos órgãos ambientais que seja
usado o forno para produzi-los, mas a tendência são os tijolos ecológicos. Por este
motivo alguns autores tentam mostrar que isso é possível e que o tijolo ecológico de
solo cimento pode vim a ser mais utilizado devido a suas qualidades.
O tijolo ecológico é menos impactante se comparado ao tijolo convencional
principalmente pelo processo de fabricação que não utiliza madeira evitando o
desmatamento e a liberação de CO2 na atmosfera, um grande benefício para a
população semiárida que enfrenta o desmatamento e a retirada de madeira ilegal.
Segundo Correia et al., (2011), “a radiação solar incidente influencia
diretamente na temperatura à superfície”. O que causa o aquecimento e
consequentemente o calor insuportável. “A percepção da temperatura do ar pelo
indivíduo é denominada de sensação térmica, que é influenciada pela temperatura do
corpo, umidade e velocidade do ar, além da própria temperatura do ar” (CORREIA.;
et al., 2011).
Levando em consideração que o tijolo ecológico de solo cimento tem
características termoacústicas, somam-se mais benefícios a esta população pois
reduz as temperaturas que são altas para essa região, trazendo conforto térmico para
o morador da edificação, promovendo qualidade de vida bem como a diminuição do
calor dentro das residências.
Além de não precisar de mão-de-obra qualificada a utilização do tijolo
ecológico permite que a população do semiárido possa produzir seus próprios tijolos
e gerar maior economia já que a região tem problemas relativamente sérios com
renda. Este ainda reduz o desmatamento já que a construção que utiliza tijolo
ecológico não necessita de fôrmas assim como na fabricação do tijolo não se utiliza a
madeira.
Segundo Silva (2015), mesmo o valor do tijolo ecológico sendo maior que
o convencional, custando R$0,90 e R$ 0,45 respectivamente, ainda é mais vantajoso,
33
já que, os tijolos ecológicos dispensam argamassa de assentamento, reboco e seus
encaixes facilitam o alinhamento e prumo da parede diminuindo o tempo da execução.
9.1. Economia gerada na construção da alvenaria com tijolos ecológicos em
comparação com o bloco cerâmico segundo um fabricante
Nas tabelas 3 e 4 tem-se um orçamento detalhado de uma casa de 55 m2
para comparar o custo da construção das alvenarias desta casa em dois sistemas
diferentes: o tijolo ecológico e o bloco cerâmico. É importante destacar que segundo
os dados fornecidos pelo fabricante, nesse caso o Tijolo ponto eco (2016), que o tijolo
ecológico reduziu cerca de 20% do custo com materiais e 63% com mão de obra,
gerando assim uma redução de 45% no custo final da construção da alvenaria. Ainda
pode-se observar a redução dos materiais utilizando o tijolo ecológico em comparação
com o bloco cerâmico convencional em 20,17% com o gasto de materiais como areia,
brita, cimento, ferros, etc.
Tabela 3: Comparativo de custos da alvenaria com tijolo ecológico e bloco cerâmico para uma casa
com 55m² de área de piso, e 138m² de área de paredes
Itens Bloco cerâmico Tijolo Ecológico Economia dos Tijolo
Ecológico
Mão de obra R$ 16.714,22 R$ 6.100,45 R$ 10.613,45 = 63,50%
Materiais R$ 12.228,12 R$ 9.761,42 R$ 2.466,70 = 20,17%
Total R$ 28.942,34 R$ 15.861,87 R$ 13.080,47 = 45,19%
Custo/ m² de parede R$ 209,73 R$ 114,94 R$ 94,79
Fonte: www.tijolo.eco.br
34
Tabela 4: Comparativo do valor dos materiais para se construir com tijolo ecológico e com o bloco
cerâmico
Fonte: www.tijolo.eco.br
Assim, de acordo com a Tijolo Ponto Eco (2016), para construção da
alvenaria de uma casa de 55 m2, se alcança uma economia de aproximadamente R$
13.000,00. Esses valores foram obtidos sem considerar BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas) e taxa de administração de obra. Os preços estão atualizados de acordo
com a pesquisa de mercado realizada no mês de setembro de 2016, em lojas da
região de São José do Rio Preto, SP.
Como demonstrado anteriormente a região semiárida apresenta um índice
de desenvolvimento baixo, a economia da região ainda é deficitária e isso gera
problemas que impedem que as pessoas construam suas edificações. Uma
alternativa, considerando que o tijolo ecológico apresenta economia de até 30%, é o
uso desse material nas construções da região semiárida. Isso gera uma possibilidade
de apropriação para que as pessoas possam ter sua edificação, além disso abre
oportunidades para projetos sociais de incentivo à produção de tijolos ecológicos pela
Materiais Bloco
cerâmico Tijolo
Ecológico Custo
unitário Bloco
Cerâmico Tijolo
Ecológico
Areia (m³) 8,90 m³ 2,02 m³ R$ 100,00/m³ R$ 889,60 R$ 202,00
Brita (m³) 1,83 m³ 1,776 m³ R$ 100,00/m³ R$ 183,40 R$ 177,60
Cimento (kg) 1776,92 kg 820,428 kg R$ 0,52/kg R$ 924,00 R$ 426,32
Cal (kg) 785,69 kg 23,478 kg R$ 0,45/kg R$ 353,56 R$ 10,57
Ferros (kg) 556,29 kg 172,259 kg R$ 4,84//kg R$ 2.690,24 R$ 770,00
Tijolos (unidades) 7452 unidades 6826 unidades R$ 0,50/bloco R$ 3.726,00 R$ 6.826,00
R$ 1,00/tijolo
Materiais para formas
- 0 kg - R$ 528,58 0
Argamassa de reboco (kg)
4692 kg 0 kg R$ 0,20/kg R$ 938,40 0
Massa acrílica (kg) 193,2 kg 0 kg R$ 2,50/kg R$ 483,00 0
Tintas, preparadores,
resina (L)
89,7 L 37,51 L - R$ 1.147,28 R$ 520,64
Rejunte flexível (kg)
0 kg 276 kg R$ 3,00/kg 0 R$ 828,00
Demais materiais - - R$ 354,60 0
Equipamentos - - R$ 9,45 0
Total R$ 12.228,12 R$ 9.761,42
Reduz 20,17% do custo com materiais
35
própria população, já que ele tem um processo de fabricação simplificado, onde a
própria comunidade poderia fabricar.
Assim o tijolo ecológico se justifica tanto nas questões ambientais, já
comentadas, como também pela questão financeira, promovendo o acesso a
população mais carente e ainda apresenta a facilidade na produção, ainda que seja
necessário um aparato técnico de alguém que entenda o processo de fabricação e
saiba executar.
9.2. Orçamento da alvenaria com tijolos ecológicos e com bloco cerâmico
O levantamento dos custos dos materiais utilizados para se construir a
alvenaria de uma casa de aproximadamente 80m², comparando os preços do tijolo
ecológico com o bloco cerâmico (9x19x19cm), apresentado nas tabelas 5,6,7 e 8, tem
o objetivo de comprovar a economia anunciada por diversos autores. As comparações
foram feitas utilizando a tabela de custos unificada desonerada de serviços da
SEINFRA no ano de 2017.
Tabela 5: Levantamento de serviços da alvenaria de tijolo ecológico, com grout, sem reboco e sem
revestimento cerâmico nas paredes do banheiro e da cozinha
Itens Und. Quant. Valor
Unitário Total (R$)
Alvenaria de tijolo Solo-Cimento (12.5x6.5x25) com Grout de 5/16"
M2 108,90 78,20 8.519,00
Vergas e Contra-verga M 24,90 2,90 72,60
Cerâmica esmaltada c/ arg. Pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede
M2 38,40 57,10 2.189,40
Rejuntamento c/ arg. Pré-fabricada, junta entre 6mm e 10mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)
M2 38,40 7,10 271,50
Pintura impermeável em parede c/ sika 107, duas demãos
M2 168,65 8,80 1.484,10
Rejunte de tijolos ecológicos M2 141,10 2,00 282,20
TOTAL 12.818,77
Fonte: O autor (2017)
36
Tabela 6: Tijolo ecológico, com grout, com revestimento convencional e cerâmica no banheiro e na
cozinha
Itens Und. Quant. Valor
Unitário Total (R$)
Alvenaria de tijolo solo-cimento (12.5x6.5x25) com grout de 5/16"
M2 108,90 78,20 8.519,00
Vergas e contra-verga M 24,90 2,90 72,60
Reboco c/ argamassa de cimento e areia peneirada, traço 1:4
M2 168,65 26,92 4.540,10
Cerâmica esmaltada c/ arg. Pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede
M2 38,35 57,09 2.189,40
Rejuntamento c/ arg. Pré-fabricada, junta entre 6mm e 10mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)
M2 38,35 7,08 271,50
Latex duas demãos em paredes externas s/massa
M2 102,22 14,00 1.431,08
TOTAL 17.023,59
Fonte: O autor (2017)
Tabela 7: Tijolo ecológico, com grout, com revestimento externo convencional, revestimento interno
em gesso e cerâmica no banheiro e na cozinha
Itens Und. Quant. Valor
Unitário Total (R$)
Alvenaria de tijolo solo-cimento (12.5x6.5x25) com Grout de 5/16"
M2 108,9 78,20 8.519,00
Vergas e Contra-verga M 24,90 2,90 72,60
Reboco c/ argamassa de cimento e areia peneirada, traço 1:4
M2 102,22 26,92 2.751,80
Reboco de gesso sobre bloco de concreto e/ou tijolo cerâmico - fornecimento e execução
M2 82,29 14,40 1.185,00
Cerâmica esmaltada c/ arg. Pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede
M2 38,35 57,09 2.189,40
Rejuntamento c/ arg. Pré-fabricada, junta entre 6mm e 10mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)
M2 38,35 7,08 271,50
Latex duas demãos em paredes externas s/massa
M2 102,22 14,00 1.431,08
TOTAL 16.420,27
Fonte: O autor (2017)
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Tabela 8: Tijolo cerâmico com revestimento convencional
Itens Und. Quant. Valor
Unitário Total (R$)
Alvenaria de tijolo cerâmico furado (9x19x19) cm c/argamassa mista de cal hidratada esp.=10cm (1:2:8)
M2 108,90 37,58 4.092,46
Vergas e contra-verga M3 0,34 1007,26 338,59
Emboço c/ argamassa de cimento, arenoso e areia s/peneirar traço 1:7:3 esp.= 20mm p/ parede
M2 38,35 19,18 735,55
Cerâmica esmaltada c/ arg. Pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede
M2 38,35 57,09 2.189,40
Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ parede
M2 168,65 4,36 735,31
Rejuntamento c/ arg. Pré-fabricada, junta entre 6mm e 10mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)
M2 38,35 7,08 271,52
Reboco c/ argamassa de cimento e areia peneirada, traço 1:4
M2 168,65 26,92 4.540,06
Rasco em alvenaria p/tubulações D=15 A 25mm (1/2" A 1")
M 20,80 4,01 83,41
Latex duas demãos em paredes externas s/massa
M2 102,22 14,00 1.431,08
Latex duas demãos em paredes internas s/massa
M2 82,29 12,57 1.034,39
Enchimento de rasgo c/argamassa diam. = 15 a 25mm (1/2" a 1")
M 20,80 3,13 65,10
Pilares de amarração (9x20cm), ferro 5/16" Und. 12,00 156,60 1.879,21
TOTAL 17.396,08
Fonte: O autor (2017)
A figura 11 mostram os valores gastos na construção de cada alvenaria. É
possível observar na figura 11 que independente do revestimento da alvenaria o tijolo
ecológico apresenta custos iguais ou inferior em comparação com o bloco cerâmico.
De acordo com os resultados, os custos das alvenarias podem variar muito
de acordo com os materiais e com os acabamentos utilizados. Assim como o tamanho
da construção, a quantidade de material utilizado, as condições de trabalho, fazem o
preço mudar completamente.
38
Figura 11: Valores obtidos através do comparativo de custos do tijolo ecológico e do bloco cerâmico
Fonte: O autor (2017)
Na comparação realizada, o tijolo ecológico aparente representa grande
economia de preços, pois observa-se que o comparativo de custo do tijolo ecológico,
com grout, sem revestimento e com cerâmica no banheiro e na cozinha foi o que
apresentou o melhor valor, gerando uma economia de quase 30% em relação a
alvenaria convencional com bloco cerâmico. Por ser um material pouco conhecido na
construção, o tijolo ecológico acaba não sendo muito utilizado pois suas vantagens
ainda são pouco conhecidas. Este estudo tem o papel de difundir esse tipo de material
e mostrar as diversas vantagens.
Além do tijolo ecológico dispensar o uso de fôrmas, quebra de tijolos na
instalação elétrica e hidráulica, ainda gera uma economia considerável em relação ao
bloco cerâmico podendo ser aplicado em alvenarias de construção no semiárido onde
existe a necessidade de melhoria nas habitações uma vez que apresenta grande parte
da população com baixa renda com poucos recursos financeiros para financiar suas
habitações. Os resultados obtidos constatam que é muito vantajoso utilizar o tijolo
ecológico em construções de regiões semiáridas pois eles oferecem uma economia
financeira considerável, melhor desempenho ambiental e social.
39
10. CONCLUSÃO
A aceitação dos materiais sustentáveis por parte da indústria da construção
civil representa um grande avanço nas questões econômicas e sociais, já que a
sustentabilidade é um dos assuntos mais discutidos atualmente e esse setor necessita
de modernização e inovação.
O uso do tijolo ecológico nas construções vem agregar uma economia
visível, além de boa qualidade e conforto nas edificações. Pode-se concluir tendo em
vista o que foi exposto nesse estudo que seu uso no semiárido brasileiro é uma grande
forma de diminuir os efeitos do clima nessa região que apresenta altas temperaturas.
Assim, a alvenaria de tijolo ecológico pode oferecer conforto térmico e melhorar a
qualidade de vida da população. Além disso, o tijolo ecológico é uma tecnologia
relativamente barata, que pode ser executada pelas populações mais carentes, já que
não necessita de mão-de-obra especializada, e poderá ser fabricado em formato de
mutirão.
O estudo mostrou que o uso do tijolo ecológico reduz o preço das alvenarias
em 45%, segundo o orçamento de um fabricante, e 30% segundo o orçamento
detalhado realizado nessa pesquisa. Por outro lado, a tecnologia diminui os danos
causados ao meio ambiente uma vez que não utiliza madeira no processo de
fabricação evitando a liberação de CO² na atmosfera e consumo de energia.
Além do conforto térmico e acústico e o fato de ser acessível para
populações mais carentes, evita também o gasto com madeiras e pode apresentar
resistência a compressão superior aos tijolos cerâmicos. O tijolo ecológico facilita as
instalações elétricas e hidráulicas evitando o desperdício de materiais na hora da
passagem dos canos e fios, já que estes podem ser embutidos dentro do próprio tijolo.
Embora seja pouco difundido a tecnologia construtiva com o tijolo modular
de solo-cimento, apresenta inúmeras vantagens que o torna um excelente material no
que diz respeito a economia e sustentabilidade. Como recomendações, esse trabalho
sugere pesquisas que avalie o uso do tijolo ecológico em obras de grande porte, onde
normalmente se utiliza uma maior quantidade de materiais e a aplicação de novos
materiais, como o resíduo da construção civil, na produção do tijolo ecológico.
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REFERÊNCIAS
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