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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA - UNICRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE EFEITO AGUDO DA SUPLEMENTAÇÃO COM PAULLINIA CUPANA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO DISSERTAÇÃO IEDA MARIA PEDROSO DORNELES Ijuí-RS, Brasil 2018

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA - UNICRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO

SENSU EM ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

EFEITO AGUDO DA SUPLEMENTAÇÃO COM PAULLINIA CUPANA EM

PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

DISSERTAÇÃO

IEDA MARIA PEDROSO DORNELES

Ijuí-RS, Brasil

2018�

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EFEITO AGUDO DA SUPLEMENTAÇÃO COM PAULLINIA CUPANA EM

PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

IEDA MARIA PEDROSO DORNELES

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Atenção Integral

à Saúde, da Universidade de Cruz Alta

(UNICRUZ, RS), em associação ampla

à Universidade Regional do Noroeste

do Estado do Rio Grande do Sul

(UNIJUÍ, RS), como requisito parcial

para a obtenção do grau de Mestre em

Atenção Integral à Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Eliane Roseli Winkelmann

Co-orientador: Prof. Dr. Matias Nunes Frizzo

Ijuí-RS, Brasil

2018

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Catalogação na Publicação

Eunice Passos Flores Schwaste CRB10/2276

D713e Dorneles, Ieda Maria Pedroso.

Efeito agudo da suplementação com paullinia cupana em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico / Ieda Maria Pedroso Dorneles. – Ijuí, 2018.

105 f.: il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade de Cruz Alta / Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Campus Ijuí). Atenção Integral à Saúde.

"Orientadora: Eliane Roseli Winkelmann." "Coorientador: Matias Nunes Frizzo.”

1. Doença renal crônica. 2. Hemodiálise. 3. Alimento funcional. 4. Guaraná. 5. Anemia. I. Winkelmann, Eliane Roseli. II. Frizzo, Matias Nunes. III. Título.

CDU: 616.61-78

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em memória dos

meus pais Iedda e Alfeu Dorneles. O

amor de vocês que me trouxe até aqui.

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é admitir que houve pelo menos um minuto em que se precisou de

alguém. Agradecer é reconhecer que o homem jamais poderá atribuir-se o dom

de ser autossuficiente. Hoje, e para sempre, meu muito obrigada.

Primeiramente a Deus por ter me proporcionado o dom da vida e da sabedoria.

Pela força e coragem que me fez escolher este caminho, pelas dificuldades

vencidas e pelas lições aprendidas, pelos encontros ocorridos e a construção

de grandes amizades, pelas vitórias conquistadas e pelos sonhos

concretizados, meu muito obrigada.

A minha família, em especial meus filhos, João e Helena, que nasceu durante o

mestrado. Vocês são minha inspiração e o meu alimento diário de força. Ao

meu marido, Rodrigo, que sempre me apoiou e me fez continuar, quando

estava prestes a desistir. Vocês me ensinaram que sonhar é preciso, que há

momentos na vida, que é preciso ter paciência, mas nunca deixar de ser forte.

A vocês meu eterno amor e meu muito obrigada.

A memória de meus pais, Alfeu e Iedda que lá do céu me aplaudem em pé.

A minha orientadora, Eliane, a qual sempre esteve presente, me apoiando e

entendendo os imprevistos, obrigada pela paciência e dedicação. Você me

inspira.

Ao meu co-orientador, Matias, pela oportunidade de aprender sempre mais.

Aos pacientes, que participaram desta pesquisa e toda a equipe da Clínica

Renal do Hospital Santo Ângelo pelo acolhimento.

A colega Edinara Moraes que me auxiliou na coleta dos dados.

Ao Laboratório Clinisul, e ao amigo Mateus pela disponibilidade dos exames

laboratoriais.

A todas as amizades construídas na trajetória do Mestrado.

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A todos os professores do Mestrado em Atenção Integral à Saúde que fizeram

parte do meu caminho. Com certeza levarei um pouco de cada um de vocês no

decorrer da minha vida e profissão.

"Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e

um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje.

De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no

presente. Temos de saber o que fomos e o que somos, para sabermos o que

seremos."

(Paulo Freire)

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RESUMO

Introdução: Estudos indicam que antioxidantes presentes naturalmente em

alguns alimentos são capazes de atuar como protetores dos organismos vivos

frente a danos causados em macromoléculas, como lipídios, proteínas e DNA.

A doença renal crônica (DRC) é alvo de estresse oxidativo e atualmente se

destaca pela sua grande incidência, tanto na população brasileira quanto na

esfera mundial de doenças crônico degenerativas não transmissíveis. O

paciente com DRC apresenta muitas limitações físicas e orgânicas advindas

das alterações que a doença e o tratamento causam na sua vida. Isto justifica

propostas diferenciadas de terapêuticas direcionadas tanto ao tratamento

suplementar, assim como ao tratamento intervencionista. O extrato de guaraná

(Paullinia cupana) destaca-se quanto aos alimentos funcionais, pois contém

elevadas concentrações de taninos e cafeína, dentre outros compostos com

comprovada atividade antioxidante. Apesar do aumento no consumo de

guaraná e de estudos associando seus efeitos benéficos à saúde, não há

informações sobre suas propriedades in vivo na DRC. Objetivo: Avaliar o

efeito da suplementação com Paullinia cupana em cápsulas com dosagem

placebo, 200 mg/dia e 400 mg/dia sobre parâmetros clínico laboratoriais em

pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. Métodos: Ensaio

clínico controlado randomizado, duplo-cego com três braços. Foram incluídos

pacientes renais crônicos em hemodiálise randomizados por sorteio em grupo

placebo, grupo guaraná 200 mg/dia e guaraná 400 mg/dia. Os pacientes

receberam 30 cápsulas, sendo o guaraná extraído da planta Paullinia cupana

kunht. O desfecho principal foi a sintomatologia clínica (dor de cabeça, insônia,

disposição/energia, fadiga, apetite, desconforto gástrico, náusea/vômito) e os

desfechos secundários foram a hemoglobina, hematócrito, glicose, ureia,

creatinina e transaminase glutâmico pirúvica (TGP). O desfecho principal foi

coletado após 30 dias e os secundários foram coletados antes e após o

tratamento. Resultados: Um total de 70 pacientes foram randomizados para

grupo placebo (n=25), grupo guaraná 200 mg/dia (n=23) e grupo guaraná 400

mg/dia (n=22). Observou-se diferença significativa entre os grupos em todos os

sintomas avaliados. A taxa de pacientes que relataram o aumento da dor de

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cabeça e da insônia foi superior no grupo 400 mg/dia; a maioria dos pacientes

do grupo 200 mg/dia e do grupo 400 mg/dia relataram aumento da

disposição/energia, diminuição da fadiga e aumento do apetite; a taxa de

pacientes com aumento do desconforto gástrico e náusea/vômito foi superior

no grupo 400 mg/dia, sendo que a maioria dos pacientes do grupo placebo e

200 mg/dia relataram não ter alterações. Os grupos guaraná 200 e 400 mg/dia

obtiveram valores superiores de hemoglobina e de hematócrito após 30 dias de

suplementação, quando comparado ao grupo placebo, assim como, observou-

se uma redução significativa dos parâmetros hematológicos e aumento

significativo da glicose no grupo placebo. Conclusão: O extrato do guaraná se

mostrou um fitoterápico seguro nas dosagens de 200 e 400 mg/dia sem

desencadear alteração dos parâmetros bioquímicos de função hepática e renal.

Porém, devido a maior prevalência de sintomas como dores de cabeça,

insônia, desconforto gástrico e náusea/vômito nos pacientes do grupo 400

mg/dia, sugere-se a suplementação com 200 mg/dia em pacientes renais

crônicos em hemodiálise. A suplementação de guaraná na dosagem de 200

mg/dia é mais segura e foi efetiva para melhorar a sintomatologia clínica e para

manter os valores de hemoglobina e hematócrito. Como perspectiva futura

sugerimos pesquisas com a dose de 300 mg/dia associado a testes para

avaliação do efeito anti-inflamatório, e por conseguinte, seu efeito na melhora

dos parâmetros eritrocitários.

Palavras-chave: Doença renal crônica; Hemodiálise; Alimento funcional;

Guaraná; Anemia.

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ACUTE EFFECT OF SUPPLEMENTATION WITH PAULLINIA CUPANA IN

CHRONIC KIDNEY DISEASE PATIENTS IN DIALYTIC TREATMENT

ABSTRACT

Introduction: Studies indicate that antioxidants which are naturally present in

some food are able to act as protection for live organisms when there are

damages caused in macromolecules, such as lipids, protein and DNA. Chronic

Kidney Disease (CKD) is a target of oxidative stress and currently is highlighted

by its large incidence both in Brazilian citizens and worldwide as degenerative

chronic non-transmissible diseases. Patients with CKD show a lot of physical

and organic limitations which come from the alterations that the illness and the

treatment cause in their life. This justifies different therapeutic proposals which

are either for supplementary treatment or interventionist treatment. Guarana

extract (Paullinia cupana) contain large concentration of tannin and caffeine,

composts with proven antioxidant activity. Despite the rise in the consumption of

guarana and studies associated to its good effect in health, there is no

information about its properties in vivo, particularly regarding CKD. Objective:

To evaluate the effect of Paullinia cupana supplementation with placebo, 200

mg/day and 400 mg/day on clinical laboratory parameters in chronic kidney

patients on hemodialysis. Methods: A randomized-controlled double-blind-

three-arm study. Chronic kidney patients in haemodialytic treatment and

randomized by a random placebo group, guarana 200 mg/day and guarana 400

mg/day. The patients received 30 capsules, the guarana being extracted from

the plant Paullinia cupana kunht. The main outcome was the clinical

symptomatology (headache, insomnia, energy, fatigue, appetite, gastric

discomfort, sickness/vomit) and the secondary outcome were haemoglobin,

haematocrit, glucose, urea, creatinine, pyruvic glutamic transaminase (PGT).

The main result was collected after 30 days and the secondary before and after

the intervention. Results: A total of 70 patients were randomized for the

placebo group (n=25), guarana group 200 mg/day (n=23), guarana group 400

mg/day (n=22). It was observed a meaningful difference among the groups in all

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symptoms evaluated. The rate of patients who reported increased headache

and insomnia was higher in the 400 mg/day group; the majority of patients in

the 200 mg/day group and the 400 mg/day group reported increased

energy/disposition, decreased fatigue and increased appetite; the rate of

patients with increased gastric discomfort and nausea/vomit was higher in the

400 mg/day group, and the majority of patients in the placebo group and 200

mg/day did not reported such alterations. Guarana 200 and 400 mg/day groups

had higher haemoglobin and haematocrit values after 30 days of

supplementation, when compared to the placebo group, as well as a significant

reduction in haematological parameters and a significant increase in glucose in

the placebo group. Conclusion: The guarana extract was shown to be a safe

phytotherapic in dosages of 200 and 400 mg/day without triggering alteration of

the biochemical parameters of liver and renal function. However, due to the

higher prevalence of symptoms such as headache, insomnia, gastric discomfort

and nausea/vomit in patients in the 400 mg/day group, supplementation with

200 mg/day in chronic renal patients on hemodialysis is suggested. Guarana

supplementation at 200 mg/day is safer and was effective in improving clinical

symptoms and maintaining haemoglobin and haematocrit values. As future

perspective we suggest researches with a 300 mg/day dose associated with

tests for the evaluation of the anti-inflammatory effect, and therefore, its effect in

the improvement of the erythrocyte parameters.

Keywords: Chronic Kidney Disease; Hemodialysis; Functional food; Guarana,

Anemia.

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Lista de Ilustrações

Figura 1 Planta do guaraná. ............................................................................ 23

Figura 2 Fluxograma CONSORT para alocação dos participantes dentro dos

braços do estudo. ............................................................................................. 58

Quadro 1 Estadiamento e classificação da doença renal crônica. Adaptado de

BASTOS e KIRSZTAJN, 2011. .........................................................................17

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Características clínicas e valores basais dos exames laboratoriais dos

pacientes .......................................................................................................... 59

Tabela 2 Efeitos da suplementação com Paullinia cupana, durante o período de

30 dias, em relação à sintomatologia clínica .................................................... 60

Tabela 3 Alterações bioquímicas e hematológicas entre os grupos após 30 dias

de suplementação com Paullinia cupana ......................................................... 62

Tabela 4 Alterações bioquímicas e hematológicas intra grupos após 30 dias de

suplementação com Paullinia cupana .............................................................. 63

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Lista de Abreviaturas

Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CAT - Catalase

CREA - Creatinina

DM - Diabetes Mellitus

DNA - Ácido Desoxirribonucleico

DRC - Doença Renal Crônica

EDTA - Ácido Etilenodiamino Tetra-acético

EPO - Eritropoietina

EROS - Espécies Reativas de Oxigênio

FDA - Food and Drug Administration

FG - Filtração Glomerular

GPX - Glutationa Peroxidase

HAD - História da Doença Atual

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

HD - Hemodiálise

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

HPP - História da Doença Pregressa

IL-1 - Interleucina 1

IL-6 - Interleucina 6

IL-8 - Interleucina 8

K/DOQI - Kidney Disease Outcomes Quality Initiative

LDL - Lipoproteínas de Baixa Densidade

NKF - National Kidney Foundation

NPS - Nitroprussiato de Sódio

PCR - Proteína C Reativa

SOD - Superóxido Dismutase

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TGP - Transaminase Glutâmico Pirúvica

TNF alfa - Fator de Necrose Tumoral Alfa

U - Ureia

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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................ 8

ABSTRACT ...................................................................................................... 10

Lista de Ilustrações .......................................................................................... 12

Lista de Tabelas ............................................................................................... 13

Lista de Abreviaturas ........................................................................................ 14

SUMÁRIO......................................................................................................... 15

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 27

2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 27

2.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 27

3. MANUSCRITO ............................................................................................. 28

3.1 Guaraná (Paullinia cupana) apresenta perfil de segurança e eficácia

antifadiga em indivíduos com doença renal crônica: um ensaio clínico

controlado randomizado duplo-cego com três braços ................................... 29

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 64

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 66

APÊNDICES ..................................................................................................... 75

ANEXOS .......................................................................................................... 76

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1. INTRODUÇÃO

Os rins são constituídos por um conjunto de néfrons, presentes na

mesma cápsula, que representam uma unidade funcional formada por um

glomérulo, túbulos e ductos coletores. As funções renais envolvem a excreção

da maior parte dos produtos finais do metabolismo, controle da concentração

da maior parte dos líquidos corporais, manutenção da composição iônica do

volume extracelular, participação da regulação do equilíbrio acidobásico e

síntese de hormônios e enzimas. Portanto, considera-se o rim um órgão vital

devido sua série de funções (CUPPARI, 2014).

Os rins integram o sistema de filtragem do organismo, de forma que se

tornam fundamentais para a preservação da homeostase do corpo. Deste

modo, se tem a certificação de que a perda progressiva da função renal

compromete todos os outros órgãos. A avaliação da função renal é realizada

através da filtração glomerular (FG), assim quando os rins perdem sua

funcionalidade, as quais são regulatórias, excretórias e endócrinas, caracteriza-

se doença renal, a qual pode ser aguda ou crônica (BASTOS; BREGMAN;

KIRSZTAJN, 2010; SIVIERO; MACHADO; RODRIGUES, 2013).

As alterações no perfil de morbimortalidade ocorrido nas últimas

décadas evidenciaram um aumento das doenças crônicas degenerativas. A

doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública no

cenário mundial (SODRÉ; COSTA; LIMA, 2007). No Brasil, a incidência e a

prevalência de falência da função renal estão aumentando, tornando-se um dos

maiores desafios de saúde pública neste século, sendo considerada uma

“epidemia de crescimento alarmante”. Estima-se que existam mais de 2

milhões de brasileiros com algum grau de disfunção renal (BASTOS;

BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010).

A DRC é uma síndrome caracterizada pela perda, geralmente lenta (ao

longo de muitos meses e anos) e progressiva, das funções renais

(BAUMGARTEM et al., 2012). Do ponto de vista bioquímico, detecta-se a

elevação das escorias nitrogenadas, com destaque para o aumento na

concentração de creatinina (CREA) e ureia (U) séricas, que se constituem

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importantes marcadores tradicionalmente utilizados para caracterizar o

comprometimento da função glomerular (BAUMGARTEM et al., 2012).

Assim sendo, a DRC é dividida em seis estágios funcionais de acordo

com o grau de função renal do paciente, estimada pela taxa de FG, conforme

apresentado no quadro 1 (ROMÃO JUNIOR, 2004).

Quadro 1. Estadiamento e classificação da doença renal crônica.

Estágio Filtração Glomerular

(mL/min/1,73m2)

Grau de Insuficiência

Renal

1 ≥ 90

Lesão renal com função

renal normal

2 60-89 DRC leve ou funcional

3A 45-59 DRC leve – moderada

3B 30-44 DRC moderada – severa

4 15-29 DRC severa ou clínica

5 < 15 DRC terminal ou dialítica

Fonte: Adaptado de BASTOS e KIRSZTAJN, 2011.

Segundo a National Kidney Foundation (NKF), em seu documento

Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI) publicado pela Sociedade

Brasileira de Nefrologia (2007), na DRC os pacientes inicialmente não

apresentam sintomas, no decorrer do desenvolvimento da doença os sintomas

surgem, sendo, dessa forma, divididos em três estágios. No primeiro estágio,

ocorre a destruição de cerca de até 70% ou 75% dos néfrons funcionais, mas

como os néfrons restantes assumem o trabalho dos néfrons destruídos, o

paciente não apresenta sintoma. Quando 75% dos néfrons forem eliminados, o

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indivíduo entra no segundo estágio, caracterizado pela diminuição da filtração

glomerular e aumento dos níveis de resíduos nitrogenados e de CREA no

sangue, apresentando urgência miccional noturna (noctúria) (BASTOS;

BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010).

O estágio final ocorre quando cerca de 90% dos néfrons forem

eliminados, diminuindo a filtração glomerular para 10-15% do normal, tendo

como consequência a oligúria e o aumento acentuado nos níveis de resíduos

nitrogenados e de CREA, além de outras complicações (NISTALA; WHALEY-

CONNELL; SOWERS, 2008).

Os principais fatores etiológicos para o desenvolvimento da DRC são a

hipertensão arterial sistêmica (HAS), a diabetes mellitus (DM), as

glomerulopatias, antecedentes familiares e as doenças policísticas. Estas

podem ser ainda agravadas por mau estilo de vida (BASTOS; BREGMAN;

KIRSZTAJN, 2010).

Numerosos fatores estão associados à instalação e a progressão da

DRC, e os principais desfechos compreendem complicações como: anemia;

acidose; desnutrição; alterações do metabolismo do cálcio e do fósforo,

decorrentes da perda da função renal; e óbito por causas cardiovasculares

(KRANE; WANNER, 2011). Além disso, comorbidades como obesidade, HAS e

DM estão associadas à progressão da DRC. Além destes fatores, existem

evidências de inflamação na fisiopatologia da DRC (VIANNA et al., 2011).

Nas condutas conservadoras gerais, a primeira medida terapêutica deve

ser neutralizar, se possível, a doença renal primária. Em segundo lugar, evitar

fatores associados à DRC que provocam e potencializam as lesões renais

(DELANEY; PRICE; NEWMAN, 2006). Em terceiro lugar, a restrição de uma

alimentação proteica para retardar a progressão e melhorar a sintomatologia da

doença (NISTALA; WHALEY-CONNELL; SOWERS, 2008).

A falência renal é diagnosticada quando a FG, atinge níveis menores

que 15 mL/min/1,73m2. É caracterizada pela incapacidade do organismo de

manter o equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico, levando a um aumento de

metabólitos como U e CREA, gerando sinais e sintomas que determinam a

uremia (SALGADO et al., 2010). Nesse momento se faz necessário o início da

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terapia de substituição da função renal (diálise ou transplante) (WEBSTER et

al., 2017). Dentre as terapias de substituição da função renal destaca-se a

hemodiálise (HD), que pode ser definida como um processo de transferência

de massa baseado na difusão entre sangue e líquido de diálise, modulado por

uma membrana seletivamente permeável capaz de corrigir alguns distúrbios

metabólicos (BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010). Os indivíduos com

DRC terminal, e aqueles em que o tratamento conservador não é capaz de

manter a qualidade de vida, afetando o desempenho do indivíduo em casa ou

no trabalho, a disposição e o vigor, devem ser encaminhados à diálise (MEKKI

et al., 2010).

Não existe um valor de U e CREA que determine o início do programa

crônico de diálise, entretanto, pode-se utilizar a média aritmética dos clearance

de U e CREA (TOFFALETTI, 2010). Quando essa média for menor ou igual a

10,5 mL/min./1,73 m2, ou seja, os pacientes com clearance de CREA entre 9 e

14 mL/min./1,73m2, e clearance de U entre 6 e 7 ml/min./1,73m2 devem ser

considerados para início da diálise. Os pacientes diabéticos devem ser

encaminhados mais precocemente, com clearance de CREA menor que 15

mL/min./1,73m2 (BARRACLOUGH et al., 2006).

Dentre as complicações da DRC destacam-se a anemia e uma série de

distúrbios hidroeletrolíticos e osteometabólicos (HANUDEL et al., 2018). Entre

os últimos podem-se citar, por exemplo, queda dos níveis de cálcio no sangue

e aumento dos níveis de fósforo e do hormônio paratireodiano (LUKS;

JOHNSON; SWENSON, 2008).

A presença de anemia na DRC é determinada por diferentes fatores,

sendo os mais importantes: a deficiência relativa de eritropoietina (EPO), a

carência de ferro, a inflamação, o hiperparatireoidismo, as perdas sanguíneas,

a diminuição da meia vida das hemácias e a deficiência de ácido fólico e de

vitamina B12 (ABENSUR, 2010). Quando há a instalação da DRC, a produção

de EPO, hormônio produzido pelos rins que é responsável pela produção de

eritrócitos, não ocorre em níveis suficientes, dessa forma, a quantidade de

eritrócitos reduz e a anemia se desenvolve (NATIONAL KIDNEY

FOUNDATION, 2007).

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A anemia se caracteriza pela diminuição do ferro circulante, apesar de

abundante quantidade de ferro no interior dos macrófagos. Na patogênese da

anemia no paciente renal crônico, três mecanismos estão envolvidos:

alterações na eritropoese pelo rim doente que não secreta quantidade de fator

de crescimento, diminuição da sobrevida dos eritrócitos, assim como resposta

inadequada da medula a HD (OLIVEIRA JR et al., 2015). A condição

inflamatória também interfere na síntese e ação da EPO, assim como na

absorção intestinal de ferro e na mobilização dos estoques (RIBEIRO-ALVES;

GORDAN, 2014). Outro sintoma comum da DRC é a perda do apetite. A

caracterização do estado nutricional e do consumo alimentar dos pacientes em

HD, é fundamental, em decorrência da associação direta que existe entre a

dieta e a mortalidade (KOEHNLEIN; YAMADA; GIANNASI, 2008). Estes

sintomas acabam levando a diminuição da qualidade de vida destes pacientes

(CASTRO et al., 2003).

A DRC, bem como o tratamento aplicável a ela, está associada a

diversas complicações clínicas. Em longo prazo, os pacientes em HD evoluem

com diversas complicações e alta taxa de ocorrência de processos

inflamatórios, como uremia, aterosclerose, lesões oxidativas como o aumento

dos níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), as quais possuem um

papel importante na patogênese da aterosclerose, e níveis reduzidos de

enzimas antioxidantes, o que pode aumentar o estresse oxidativo. O processo

de HD pode levar ao estresse oxidativo, tanto pelo aumento da geração de

espécies reativas, como pela menor ação do sistema de defesa antioxidante

(HUANG et al., 2012; SÖDERHOLM et al., 2012; STEINBERG; WITZTUM,

2010).

Os processos inflamatórios relacionados à DRC e ao seu tratamento

ocasionam um aumento dos níveis de estresse oxidativo e consequente

diminuição dos mecanismos de defesa antioxidantes como a ação da enzima

superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX). O

estresse oxidativo na DRC é evidenciado pelo aumento abundante de

subprodutos da interação de espécies reativas de oxigênio (EROs) com

lipídeos, aminoácidos, proteínas, carboidratos e ácidos nucléicos, e a

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progressiva deterioração da função renal, o que leva ao acúmulo de toxinas

urêmicas, estimulando o estresse oxidativo e a inflamação (COSTA-HONG et

al., 2009).

A etiologia do estado inflamatório nos pacientes com DRC pode ser

multifatorial e está associada a instalação e a progressão da DRC. O quadro

inflamatório sistêmico geralmente encontrado nesses pacientes é caracterizado

pelas altas concentrações de proteína C reativa (PCR), interleucina 1 (IL1),

interleucina 6 (IL6) e interleucina 8 (IL8), fator de necrose tumoral alfa (TNF-

alfa) e diversas citocinas e quimicionas detectadas no plasma e na urina de

pacientes em estágios iniciais da DRC e também associado as complicações

da doença. A expressão desses mediadores e a modulação da resposta imuno-

inflamatória pode se tornar o alvo para o tratamento da DRC (KAIZU et al.,

2003).

A DRC está relacionada à inflamação e ao estresse oxidativo, na qual

derivam complicações decorrentes da doença em si, e do tratamento paliativo,

no caso a HD, a diminuição destes mediadores de resposta inumo-inflamatória

decorrente dos altos níveis de estresse oxidativo poderia ocasionar uma

melhora no quadro inflamatório destes pacientes. Nesse cenário, surge o

guaraná (Paullinia cupana), cujo uso tem se disseminado mundialmente,

principalmente nas bebidas energéticas e na forma de cápsulas de

suplementação alimentar.

A Paullinia cupana, popularmente conhecida como guaraná, é uma

planta amazônica, pertencente à família Sapindaceae e utilizada desde os

tempos pré-colombianos pelos povos de sua região de origem, que lhe

atribuem propriedades energéticas, afrodisíacas, tônicas e protetoras de

problemas gastrointestinais (USHIROBIRA et al., 2004; RONCON et al., 2011;

RIBEIRO; CRUZ, 2012).

O guaraná é formado por vários compostos bioativos, com potencial de

agir diretamente no metabolismo corporal, tais como: metilxantinas,

principalmente cafeína; teobromina; teofilina; taninos; saponinas; catequinas;

epicatequinas; pró-antocianinas, dentre outros. Possui três vezes mais cafeína

que o café e é completamente absorvido pelo trato gastrointestinal, sendo

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distribuído para todos os tecidos corporais (BELLIARDO; MARTELLI; VALLE,

1985; SOMBRA et al., 2005; ANDREWS et al., 2007; TFOUNI et al., 2007).

Os primeiros estudos acerca da composição química do guaraná

revelaram a presença de vários compostos tais como: celulose (47,1%), amido

(9,3%), resina vermelha (7,8%), pectina (7,4%), ácido guaraná-tânico (5,9%),

materiais albuminóides (1,7%), saponina (0,7%), glicose (0,8%) e água (7,6%)

(PECKOLT, 1866). Outras substâncias em concentrações baixas também

foram descritas como: o ácido málico e a dextrina (ERICKSON, CORREA,

ESCOBAR, 1984).

Um dos principais compostos bioativos do guaraná é a cafeína. Foi

descrita uma quantidade de 2,7% a 3,5% de cafeína na amêndoa do guaraná e

de 2,7% a 3,0% na casca do fruto, além de outros dois compostos, a

teobromina e a teofilina (SOUSA et al., 2010).

Os taninos também são responsáveis por algumas características da

planta (como sabor adstringente), além de alguns efeitos farmacológicos. A

atividade antioxidante, por exemplo, está associada às elevadas concentrações

de compostos fenólicos, como taninos, e a atividade anti-inflamatória à

presença de saponinas. A presença de teobromina e a teofilina nas sementes

de Paullinia cupana justificam o efeito broncoprotetor, atividade

imunomodulatória e anti-inflamatória, além do melhoramento da circulação

sanguínea e do retardo no envelhecimento precoce (FREITAS; MATTIETTO,

2013).

Algumas substâncias encontradas no guaraná ainda não foram

estudadas quanto as suas propriedades medicinais, dentre estas, estão os 31

cianolipídios (LEITE, 2011). Encontraram-se percentuais de cianolipídios e

acilgliceróis, de 3% e 28%, respectivamente, em relação ao total de lipídios

presentes nas sementes. Os ácidos graxos predominantes dentre os

cianolipídios, lipídios derivados do aminoácido leucina, foram cis-11-

octadecenóico, cis-11- eicosanóico, cis-13-eicosenóico e ácido oléico. Já entre

os acilgliceróis, os ácidos graxos mais abundantes foram ácido oléico, cis-11-

octadecenóico, ácido linoléico e cis-11-eicosanóico (PINTO, 2012). Dentre os

carboidratos presentes nas sementes do guaraná foram descritos apenas os

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conteúdos de carboidratos totais (74%), fibras (11%), amido (40%) e açúcares

redutores (4%) (PINTO, 2012).

Figura 1. Planta do guaraná.

A maior parte dos efeitos tóxicos relacionados à ingesta de Paullinia

cupana é atribuída à ação da cafeína, que tem potencial efeito na cognição

(SCHOLEY; HASKELL, 2008). A cafeína, um derivado metilado de bases

purínicas estruturalmente identificada como 1,3,7-trimetilxantina, é considerada

como a substância psicoativa mais consumida em todo o mundo

(MOHANPURIA et al., 2011). Esse alcaloide está presente na natureza em

mais de 63 espécies de plantas.

A relação entre o consumo de cafeína e o possível desenvolvimento de

algumas doenças tem despertado o interesse de pesquisadores, mas ainda

não existem evidências de que quantidades moderadas de cafeína

(aproximadamente 300 mg/dia) sejam prejudiciais à saúde de um indivíduo

normal. No entanto, um consumo superior a 400 mg/dia pode levar ao

chamado “cafeinismo”, que combina a dependência de cafeína com uma vasta

gama de condições físicas e mentais desagradáveis, cujos sintomas mais

comuns são ansiedade, inquietação, irritabilidade, tremores, perda de apetite,

tensão muscular, palpitações no coração, nervosismo, espasmos musculares,

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hiperreflexia, insônia, dores de cabeça e alcalose respiratória. Além disso, a

cafeína aumenta a produção de suco gástrico, sendo que o uso elevado e

duradouro pode causar úlcera péptica, esofagite erosiva e doença do refluxo

gastroesofágico (TFOUNI et al., 2007).

A administração oral de uma suspensão de pó de Paullinia cupana em

uma dose de 0,3 mg/mL desencadeou um incremento significante da

capacidade física em modelos animais submetidos à situação de estresse

físico exagerado após 100 e 200 dias de tratamento. Os autores também

avaliaram os efeitos do guaraná sobre a memória e observaram reversão

parcial dos efeitos amnésicos induzidos por escopolamina. Os animais tiveram

o mesmo tempo de vida médio que os controles após 23 meses de tratamento,

indicando a baixa toxidade da Paullinia cupana (ESPINOLA et al., 1997).

A partir de estudos envolvendo cultura de células, modelos

experimentais e ensaios clínicos em seres humanos inúmeros efeitos

biológicos da Paullinia cupana foram descritos. As primeiras pesquisas foram

conduzidas na década de 60, inicialmente demonstrando a atividade

cardiogênica do composto. Nas décadas de 70 e 80, as pesquisas se

detiveram, principalmente, na determinação dos compostos bioativos presentes

na planta. Já a partir da década de 90, uma série de propriedades funcionais

começou a ser observada por meio de estudos independentes e, nos últimos

anos, as pesquisas só cresceram, principalmente pelo aumento de consumo e

procura por produtos fitoterápicos (BITTENCOURT et al., 2013).

A suplementação com Paullinia cupana parece agir farmacologicamente

sobre a modulação do metabolismo energético, oxidativo-vascular, lipídico,

plaquetário, entre outros (RIBEIRO; CRUZ, 2012). A Paullinia cupana é uma

planta que apresenta várias propriedades biológicas, como atividade

antioxidante (MATTEI et al., 1998; BASILE et al., 2005; JIMOH; SOFIDIYA;

AFOLAYAN, et al., 2007), antimicrobiana (DA FONSECA et al.,1994),

antialérgica (JIPPO et al., 2009), antiplaquetária (HALLER et al., 2005),

antitumoral (FUKUMASU et al., 2008), antifadigante (KENNEDY et al., 2008;

HASKELL et al., 2007; BULCÃO; REBELO, 2009) e antiobesogênica (LIMA et

al., 2005).

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Estudos in vivo relatam que com a suplementação com Paullinia

cupanna ocorre um aumento da superóxido dismutase (SOD) levando a uma

proteção do DNA, além dos efeitos neuroprotetores e estimulantes, o extrato de

guaraná é um potente agente antioxidante (FUKUMASU et al., 2006).

Em estudo realizado por Leite et al. (2011), avaliou-se o potencial do

guaraná para prevenir os danos celulares causados por metais pesados. Nessa

pesquisa, ratos Winstar foram pré-tratados com 2 mg/kg peso corporal de

Paullinia cupana em pó durante 56 dias, sendo que após esse período, injetou-

se cloreto de cádmio nos testículos dos animais. Verificou-se que, em relação

do grupo controle, os ratos tratados com guaraná tiveram alterações

morfológicas muito mais atenuadas, menores alterações nas células de Leydig

e redução da resposta inflamatória. Além disso, houve aumento dos níveis

plasmáticos de testosterona e aumento significativo nas proporções

volumétricas de túbulos seminíferos, confirmando assim, sua atividade anti-

inflamatória (LEITE et al., 2011).

Em pesquisa realizada recentemente na Universidade Federal de Santa

Maria – RS foi avaliado o efeito do guaraná no estresse oxidativo induzido pelo

nitroprussiato de sódio (NPS) em células de fibroblastos embrionários. Nesse

estudo, as células foram expostas ao NPS e, em seguida, ao guaraná diluído

em água, nas concentrações de 0,5; 1,0; 1,5; 10 e 20 mg/ml. Posteriormente,

as culturas celulares foram avaliadas através do teste de citotoxicidade pelo

método direto, azul de tripan, marcadores bioquímicos de estresse oxidativo e

ensaio cometa alcalino. Constatou-se que na dose mais baixa, o guaraná

diminuiu a mortalidade celular, a peroxidação lipídica, os danos ao DNA e a

produção de espécies reativas, além de aumentar a concentração de SOD

(BITTENCOURT et al., 2013).

Também já foram encontradas associações entre a ingesta habitual do

guaraná e níveis reduzidos de produtos avançados de oxidação proteica. Estes

estão implicados no desenvolvimento de diversas doenças relacionadas com a

idade, sendo que alterações nos níveis de oxidação proteica relacionam-se

com descontrole glicêmico, doença crônica, dislipidemias e complicações

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diabéticas. Portanto, a Paullinia cupana pode atuar no sentido de diminuir a

oxidação das proteínas plasmáticas (KREWER et al., 2011).

O extrato do guaraná tem sido associado a melhora dos sinais e

sintomas em várias doenças crônicas (TFOUNI et al., 2007). A DRC apresenta

fisiopatologia complexa e ainda são escassos os estudos que visam entender

os mecanismos relacionados ao estresse oxidativo, inflamação e outros

parâmetros laboratoriais que refletem a hemostasia do sistema corporal

(BIANCHI et al., 2009). Considerando 1) a DRC e o tratamento empregado a

ela como potenciais gerados de processo inflamatório e estresse oxidativo; 2) o

conjunto de propriedades biológicas associadas com a suplementação com

Paullinia cupana; 3) e a ausência de estudo clínico envolvendo a utilização de

Paullinia cupana em pacientes com DRC, este estudo visa avaliar os efeitos

deste fitoterápico em pacientes renais crônicos em tratamento dialítico. Em

conclusão, este é o primeiro ensaio clínico randomizado avaliando os efeitos

bioquímicos e hematológicos da suplementação com Paullinia cupana em

pacientes com DRC em hemodiálise. A hipótese é que tanto as dosagens 200

mg/dia e 400 mg/dia possam trazer benefícios na melhora dos parâmetros

laboratoriais, perfil lipídico, bioquímico e hematológico, sendo as dosagens

utilizadas seguras, não-tóxicas para esta população, configurando-se como

uma possibilidade terapêutica para o manejo destes pacientes e melhora da

sua qualidade de vida.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar o efeito da suplementação com Paullinia cupana em cápsulas

com dosagem placebo, 200 mg/dia e 400 mg/dia sobre parâmetros clínico

laboratoriais em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico.

2.2 Objetivos Específicos

· Verificar o efeito da suplementação com Paullinia cupana sobre a fadiga,

energia, insônia, e alterações gastrointestinais como náusea/vômito,

desconforto gástrico e aumento/diminuição do apetite;

· Avaliar o efeito agudo da suplementação com Paullinia cupana sobre

parâmetros hematológicos;

· Averiguar o efeito agudo da suplementação com Paullinia cupana sobre

os parâmetros bioquímicos (glicose em jejum, ureia pré, ureia pós,

transaminase glutâmico pirúvica (TGP), creatinina, ferro sérico, fósforo e

potássio).

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3. MANUSCRITO

Os resultados apresentados nesta dissertação estão sob a forma de

manuscrito científico, o qual se encontra aqui estruturado. Os itens Materiais e

Métodos, Resultados, Discussão dos Resultados e Referências Bibliográficas,

encontram-se no próprio manuscrito.

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3.1 Guaraná (Paullinia cupana) apresenta perfil de segurança e

eficácia antifadiga em indivíduos com doença renal crônica: um

ensaio clínico controlado randomizado duplo-cego com três braços

Ieda Maria Pedroso Dornelesa,1, Matias Nunes Frizzob,1, Eliane Roseli

Winkelmanna,1,*

a Postgraduate Program Atenção Integral à Saúde, Universidade Regional do

Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS, Brazil.

b Departament Ciências da Vida, Universidade Regional do Noroeste do Estado

do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS, Brazil.

* Corresponding author.

Present/permanent address: Departament of Life Sciences, Regional University

of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Rua do Comércio,

n° 3000, Zip code 98700-000, Bairro Universitário, Ijuí, RS, Brazil. E-mail:

[email protected]. Fone: +55 (55) 3332 0466.

E-mail addresses: [email protected] (I. M. P. Dorneles);

[email protected] (M. N. Frizzo); [email protected] (E. R.

Winkelmann).

1 These authors contributed equally to this work.

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RESUMO

Nós avaliamos os efeitos da suplementação com guaraná (Paullinia cupana)

em cápsulas com dosagem placebo, 200 mg/dia e 400 mg/dia, por trinta dias,

na sintomatologia clínica e nos parâmetros hematológicos, bioquímicos e de

função renal em pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico. A

maioria dos pacientes do grupo 200 e 400 mg/dia relataram aumento da

disposição/energia, diminuição da fadiga e aumento do apetite; a taxa de

pacientes que relataram o aumento da dor de cabeça, insônia, desconforto

gástrico e náusea/vômito foi superior no grupo 400 mg/dia, sendo que a maioria

dos pacientes do grupo placebo e 200 mg/dia relataram não ter alterações. Os

grupos 200 e 400 mg/dia obtiveram valores superiores de hemoglobina e

hematócrito após 30 dias de suplementação, quando comparado ao grupo

placebo, assim como observou-se uma redução dos parâmetros hematológicos

e aumento da glicose no grupo placebo. O guaraná, principalmente na

dosagem de 200 mg/dia, é seguro e efetivo para melhorar a sintomatologia

clínica e manter os valores de hemoglobina e hematócrito.

Palavras-chave: Doença renal crônica; Hemodiálise; Paullinia cupana;

Guaraná; Alimento funcional; Anemia.

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Highlights

· Não houve alteração dos parâmetros bioquímicos de função hepática e

renal após 30 dias de suplementação com guaraná (Paullinia cupana).

· O guaraná (Paullinia cupana), principalmente na dosagem de 200

mg/dia, apresenta perfil de segurança na DRC.

· O guaraná (Paullinia cupana) diminui a fadiga e aumenta o apetite e a

disposição/energia.

· O guaraná (Paullinia cupana) mantem os valores de hemoglobina e

hematócrito.

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Graphical abstract

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Abbreviations

DRC, doença renal crônica; EPO, eritropoietina; TGP, transaminase glutâmico

pirúvica; EDTA, anticoagulante ácido etilenodiamino tetra-acético; FDA, Food

and Drug Administration; ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária

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1. Introdução

A doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde

pública no cenário mundial (Nogueira, 2015). No Brasil, a incidência e a

prevalência de falência da função renal está aumentando, tornando-se um dos

maiores desafios de saúde pública neste século, uma vez que apresenta altas

taxas de mortalidade e morbidade e, possui um impacto negativo na qualidade

de vida relacionada à saúde (Costa, Vasconcelos & Tassitano, 2010). Estima-

se que existam mais de 2 milhões de brasileiros com algum grau de disfunção

renal (Sesso et al., 2016).

A DRC é uma síndrome caracterizada pela perda, geralmente lenta (ao

longo de muitos meses e anos) e progressiva, das funções renais

(Baumgartem et al., 2012). Do ponto de vista bioquímico, detecta-se a elevação

das excretas nitrogenadas, com destaque para o aumento na concentração de

creatinina e ureia séricas, que se constituem importantes marcadores

tradicionalmente utilizados para caracterizar o comprometimento da função

glomerular (Baumgartem et al., 2012). Numerosos fatores estão associados a

instalação e a progressão da DRC como anemia, acidose, desnutrição,

alterações do metabolismo do cálcio e do fósforo decorrentes da perda da

função renal; e óbito por causas cardiovasculares (Krane & Wanner, 2011).

Além disso, pacientes com DRC em tratamento hemodialítico apresentam

sinais e sintomas como fadiga, letargia, disfunções cognitivas, distúrbios de

sono, anorexia e sintomas depressivos (Cabrera et al. 2017).

Associada ao quadro inflamatório da DRC, a anemia é um importante

achado laboratorial em pacientes submetidos à hemodiálise que necessita de

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constante monitoramento, pois correlaciona-se com a doença cardiovascular

(Salim et al., 2017), e consequentemente maior morbidade e mortalidade

(Greffin et al., 2017). Sua patogênese envolve três mecanismos: alterações na

eritropoese pelo rim doente que não secreta quantidade de fator de

crescimento eritrocitário; diminuição da sobrevida dos eritrócitos; e resposta

inadequada da medula a hemólise (Oliveira et al., 2015).

A anemia está relacionada com vários desfechos da DRC, entre eles a

fadiga, um sintoma comum em pacientes com insuficiência renal crônica que

dependem de hemodiálise (Bettoni, Ottaviani & Orlandi, 2017). A fadiga é um

dos principais fatores que interferem na qualidade de vida destes pacientes

(Santos, Rocha & Berardinelli, 2011). Portanto, o manejo clínico da

hemoglobina é de suma importância com a administração de eritropoietina

(EPO) recombinante e ferro para melhorar a produção de eritrócitos (Bruchfeld

et al., 2009).

A DRC assim como o seu tratamento aumentam também os níveis de

estresse oxidativo e os níveis de citocinas pró-inflamatórias circulantes, os

quais associam-se com uma maior prevalência de disfunção endotelial, piora

no controle glicêmico e desenvolvimento de complicações micro e

macrovasculares (Krane & Wanner, 2011). Sendo assim, novos tratamentos

que reduzam a inflamação podem ser promissores para aumentar o tempo de

circulação dos eritrócitos, e, por conseguinte, melhorar o controle

hemoglobínico.

A Paullinia cupana é uma planta que apresenta várias propriedades

biológicas, como a atividade antioxidante (Mattei et al., 1998; Basile et al.,

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2005; Jimoh, Sofidiya & Afolayan, 2007), antimicrobiana (da Fonseca et al.,

1994), antialérgica (Jippo et al., 2009), antiplaquetária (Haller, Jacob &

Benowitz, 2005), antitumoral (Fukumasu et al., 2008), antifatigante (Kennedy et

al., 2004; Haskell et al., 2007) e anti-obesogênica (Lima et al., 2005).

Estudos demonstraram que o guaraná possui efeito antioxidante e anti-

inflamatório que reduz os níveis de estresse oxidativo em outros processos

patológicos (Fukumasu et al., 2006; Basile et al., 2005; Jippo et al., 2009;

Fukumasu et al., 2008; Leite et al., 2011). No entanto, ainda não existem

estudos que avaliaram os efeitos do guaraná na DRC. Dessa forma,

desenhamos o presente estudo com o objetivo de avaliar os efeitos agudos da

suplementação com guaraná (Paullinia cupana) em cápsulas, por um período

de trinta dias, na sintomatologia clínica e nos parâmetros hematológicos,

bioquímicos e de função renal em pacientes renais crônicos em tratamento

hemodialítico. Nossa hipótese é que o guaraná (Paullinia cupana), em

concentrações de 200 mg/dia e 400 mg/dia, possa trazer benefícios aos

pacientes renais crônicos, tais como melhora da sintomatologia clínica e dos

parâmetros hematológicos, bioquímicos e de função renal.

2. Material e métodos

2.1 Desenho do estudo

Ensaio clínico randomizado duplo-cego, duplo simulado, de três braços,

paralelo, controlado por placebo, que compara 200 mg/dia de guaraná, 400

mg/dia de guaraná e placebo com uma proporção de alocação de 1: 1: 1.

Ambos, participantes e avaliadores, foram cegos quando a alocação de grupo.

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O fluxograma de acordo com o Consolidated Standards of Reporting Trials

(CONSORT) do procedimento de randomização pode ser visto na Figura 2.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,

sob parecer n° 1.535.924/2016 e CAEE 54071216.5.0000.5350. O termo de

consentimento livre e esclarecido foi lido e assinado por todos os pacientes. O

estudo foi planejado em 2015 e 2016 e realizado em 2017.

2.2 Critérios de inclusão e exclusão

Os pacientes foram recrutados por intermédio do registro de pacientes

atendidos na Unidade Renal do Hospital Santo Ângelo, da cidade de Santo

Ângelo, RS, Brasil. Foram incluídos pacientes renais crônicos que realizavam

hemodiálise três vezes na semana nesta Unidade Renal. Os critérios de

exclusão foram pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV), doença

auto-imune, hepatite B e C, lúpus eritematoso sistêmico e idade inferior a 18

anos.

2.3 Randomização, intervenção e preparação do suplemento

Os participantes foram atribuídos aleatoriamente por randomização

simples (sequência de atribuições aleatórias por sorteio) em uma proporção de

1: 1: 1 para receber tratamento no grupo placebo, guaraná 200 mg/dia, e

guaraná 400 mg/dia. A sequência de alocação aleatória foi gerada por um

pesquisador independente que não teve nenhum papel no recrutamento de

pacientes, na atribuição de intervenções e na avaliação dos resultados.

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As cápsulas foram produzidas na farmácia da UNIJUÍ. O extrato do

guaraná foi extraído da planta Paullinia cupana kunht, produzido pela Nutrifarm

do Brasil importação e exportação de ingredientes LTDA, sob o número de lote

interno AUTO6398(1). Os frascos e os comprimidos possuíam as mesmas

características físicas e organolépticas em todas as dosagens.

Os pacientes foram orientados quanto à posologia da seguinte forma:

um comprimido ao dia, pela manhã, junto com os medicamentos de uso

habitual. No caso de esquecimento, foram orientados a tomar a cápsula antes

das 19 horas da noite e, após esse horário, orientados a seguir o tratamento no

dia seguinte com um comprimido ao dia. Antes do início do tratamento foram

avaliadas as possíveis interações medicamentosas com o suplemento, sendo

excluído do estudo o participante que apresentasse tal interação. Além disso,

se algum participante relatasse, durante o tratamento, alguma alteração

anormal o mesmo seria orientado a descontinuar o uso do suplemento.

2.4 Desfechos

O desfecho principal deste estudo foi a sintomatologia clínica (dor de

cabeça, insônia, disposição/energia, fadiga, apetite, desconforto gástrico,

náusea/vômito), e este foi avaliado após 30 dias de tratamento. Os desfechos

secundários foram a hemoglobina, hematócrito, glicose, ureia, creatinina e

transaminase glutâmico pirúvica (TGP). Os dados foram coletados antes e

após o tratamento.

A coleta das amostras sanguíneas foi realizada pelo laboratório que

rotineiramente realiza os exames preconizados. A mesma foi realizada durante

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o procedimento de hemodiálise, na qual foram coletados 2 mL de sangue com

anticoagulante ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) para as dosagens do

hemograma, e 8 mL de sangue total em um tubo com gel separador 13 x 100

para as demais dosagens. A amostra contida neste tubo foi centrifugada a

3000 RPM por dez minutos, e utilizado o soro para tais dosagens. A realização

do hemograma e dosagens de glicose, ureia, creatinina foram realizadas no

Laboratório Clinisul da cidade de Santo Ângelo, RS, Brasil no período pré e pós

tratamento. Os pacientes foram acompanhados semanalmente, por meio de

visita durante a hemodiálise, pelo pesquisador que realizou a randomização

para sanar possíveis dúvidas e obter um controle do tratamento.

O hemograma foi realizado pelo método de impedância e volumetria

pelo equipamento Cell-Dyn 1700, com posterior hematoscopia manual na qual

a amostra utilizada consiste em sangue total com anticoalugante EDTA. Os

demais exames foram realizados com o soro colhido no tubo com gel

separador e centrifugado a 3000 RPM por 10 minutos. A dosagem de ureia foi

realizada pelo método de urease UV, TGP pelo método UV-IFCC e creatinina

pelo método Jaffer. A glicemia foi realizada pelo método de oxidase, ambos

pelo equipamento Metrolab 2300 da Wiesner.

Após trinta dias, término do tratamento, foi realizada uma entrevista

estruturada com os pacientes participantes da pesquisa aplicada por um

avaliador cego. Foi questionado ao paciente qual a sua percepção em relação

aos seguintes aspectos após o tratamento realizado: 1) Quanto a dor de

cabeça como você se sentiu?; 2) Quanto a insônia como você se sentiu?; 3)

Quanto a disposição/energia como você se sentiu?; 4) Quanto a

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fadiga/cansaço como você se sentiu?; 5) Quanto ao seu apetite como você se

sentiu?; 6) Quanto ao desconforto gástrico como você se sentiu?; 7) Quanto à

náuseas/vômitos como você se sentiu?. As respostas das perguntas foram

graduadas em uma escala de Likert de 5 pontos: aumentou muito, aumentou,

diminui, diminuiu muito, não alterou.

2.5 Cálculo amostral

O cálculo do tamanho de amostra foi realizado no software WinPepi,

versão 11.43, assumindo-se uma hemoglobina média de 11 g/dL em pacientes

renais crônicos. Calculou-se que a inclusão de 13 pacientes em cada grupo

proporcionará ao estudo um poder de teste de 95% para evidenciar uma

diferença de 1 g/dL e desvio padrão de 1,5 g/dL na hemoglobina média em

pacientes renais crônicos com um nível de significância de 5%. Considerando-

se eventuais perdas de seguimento realizou-se a randomização a partir de 25

pacientes em cada grupo.

2.6 Análise estatística

Todas as análises foram conduzidas utilizando o software Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA) versão 23.0. A

normalidade dos dados foi testada por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov.

Os dados contínuos foram descritos através de média ± desvio padrão (DP) ou

mediana (intervalo interquartil), e os dados categóricos através de frequência

absoluta e relativa. Diferenças entre grupos nos dados bioquímicos e

hematológicos foram avaliadas com o teste ANOVA one-way, seguido pelo

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teste post hoc de Tukey, ou pelo teste de Kruskal-Wallis, conforme apropriado.

Diferenças intra grupos nos dados bioquímicos e hematológicos foram

avaliadas com o teste t pareado ou teste t de Wilcoxon. Diferenças entre

grupos na sintomatologia clínica foram avaliadas com o teste Qui-quadrado de

Pearson ou Likelihood ratio, conforme apropriado. Definimos uma análise por

intenção de tratar dos dados bioquímicos e hematológicos que compreendeu

todos os participantes que foram submetidos à randomização e receberam um

tratamento do estudo, independentemente de descontinuação da intervenção.

Considerou-se um nível de significância de 5%.

3. Resultados

3.1 Pacientes

Um total de 120 pacientes com DRC foram triados para a pesquisa.

Destes, 12 pacientes preenchiam critérios de exclusão. Um total de 108

pacientes foram recrutados e, destes, 38 não aceitaram participar da pesquisa.

Portanto, um total de 70 pacientes foram randomizados para grupo placebo

(n=25), grupo guaraná 200 mg/dia (n=23), grupo guaraná 400 mg/dia (n=22).

Destes, 11 pacientes desistiram do tratamento ao longo dos 30 dias, sendo 5

pacientes no grupo placebo, 2 no grupo guaraná 200 mg/dia e 4 no grupo

guaraná 400 mg/dia. O fluxograma CONSORT é mostrado na figura 2.

3.2 Características clínicas e valores basais

As características clínicas e os valores basais dos exames laboratoriais

para os grupos foram similares após a randomização, exceto o da creatinina

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que obteve diferença significativa (p=0,023), sendo menor para o grupo

placebo quando comparado ao grupo guaraná 400 mg/dia (Tabela 1).

A etiologia da DRC foi predominantemente diabética tipo 2, seguida de

indeterminada e uropatia obstrutiva. A maioria dos pacientes era do sexo

masculino, com média de idade de 59 anos, e média de duração do tratamento

hemodialítico de 29 meses. Os pacientes deram seguimento no tratamento

farmacológico recomendado para a DRC, e não houve mudanças no regime

medicamentoso durante a intervenção. Na análise do prontuário nenhum

paciente participante do estudo fazia uso de eritropoietina.

3.3 Sintomatologia clínica

A tabela 2 mostra os efeitos da suplementação com Paullinia cupana em

relação à sintomatologia clínica. Observou-se diferença significativa entre os

grupos em todos os sintomas avaliados. Quanto a dor de cabeça e a insônia, a

taxa de pacientes que relataram o aumento destes sintomas foi superior no

grupo com suplementação com Paullinia cupana na dose de 400 mg/dia. A

maioria dos pacientes do grupo 400 mg/dia relataram aumentar muito a

disposição/energia (94%), assim como os pacientes do grupo 200 mg/dia

(29%), comparado ao grupo placebo (5%). Também a maioria dos pacientes

dos grupos 200 e 400 mg/dia relataram uma melhora da sintomatologia da

fadiga e do apetite, comparado ao grupo placebo. No sintoma fadiga, 100% dos

pacientes do grupo 400 mg/dia e 91% do grupo 200 mg/dia estavam nas

categorias diminuiu e diminuiu muito. Com relação ao apetite, 100% dos

pacientes do grupo 400 mg/dia e 71% do grupo 200 mg/dia estavam nas

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categorias aumentou e aumentou muito. Nos sintomas desconforto gástrico e

náusea/vômito uma taxa superior de pacientes do grupo 400 mg/dia relataram

aumento destes sintomas, enquanto que a maioria dos pacientes do grupo

placebo e do grupo 200 mg/dia relataram não ter alterações.

3.4 Exames laboratoriais

A comparação dos resultados dos exames bioquímicos e hematológicos

entre os grupos após 30 dias de tratamento está apresentada na tabela 3. Os

tratamentos com a suplementação com Paullinia cupana resultaram em valores

significativamente superiores de hemoglobina e de hematócrito após 30 dias de

suplementação, quando comparado ao grupo placebo. Demais resultados

laboratoriais não obtiveram alterações significativas. O extrato do guaraná

demonstrou não afetar negativamente a função renal prejudicada destes

pacientes, e não levou a danos hepáticos, mostrando-se seguro nesses

quesitos.

A tabela 4 mostra a comparação intragrupos pré e pós tratamento. No

grupo placebo observou-se uma redução significativa dos parâmetros

hematológicos e aumento significativo da glicose. Não houve alterações nos

grupos guaraná 200 e 400 mg/dia.

4. Discussão

Este estudo é o primeiro ensaio clínico controlado randomizado a

investigar os efeitos da suplementação com Paullinia cupana em pacientes

renais crônicos em tratamento hemodialítico. O principal achado do presente

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estudo foi que a suplementação com Paullinia cupana, principalmente na

dosagem de 200 mg/dia, durante o período de 30 dias, é segura e efetiva para

melhorar a sintomatologia clínica e para manter os valores de hemoglobina e

hematócrito. Outros achados que corroboram para tal afirmação foram que: a

maioria dos pacientes do grupo 200 mg/dia relataram diminuição da fadiga,

aumento do apetite e da disposição/energia sem relatar aumento da dor de

cabeça, da insônia, do desconforto gástrico e da náusea/vômito; 2) os grupos

guaraná 200 e 400 mg/dia apresentaram valores significativamente superiores

de hemoglobina e de hematócrito 30 dias após o tratamento, quando

comparado ao grupo placebo; 3) os pacientes dos grupos guaraná 200 e 400

mg/dia não apresentaram alteração dos parâmetros bioquímicos de função

hepática e renal após 30 dias de suplementação com guaraná.

Levantamentos epidemiológicos sugerem a existência de

aproximadamente um milhão de pessoas portadoras de DRC que dependem

da hemodiálise em todo o mundo (Pereira et al., 2016). Essa epidemia global

pode ser explicada pelo expressivo crescimento no número de casos de

diabetes mellitus e pelo aumento na expectativa de vida na população mundial

(Soares et al., 2017). A etiologia dos pacientes deste estudo foi

predominantemente diabética tipo 2, o que condiz com os dados da literatura,

seguida de indeterminada e uropatia obstrutiva.

Este estudo verificou que o guaraná é seguro nas dosagens de 200 e

400 mg/dia em relação aos parâmetros bioquímicos, principalmente os

hepáticos e de função renal, pois após 30 dias de tratamento não foram

observadas diferenças significativas intra grupos. Porém, no que tange a

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sintomatologia dos pacientes a dose mais segura foi a do grupo 200 mg/dia, no

qual a prevalência de efeitos colaterais foi menor. No grupo 400 mg/dia, a

maioria dos pacientes relataram aumento da dor de cabeça, insônia,

desconforto gástrico e náusea/vômito.

Quanto aos limites de segurança do guaraná, a ausência de toxicidade

já foi demonstrada in vivo (Mattei et al., 1998; Espinola et al., 1997) e também

em modelos in vitro em baixas concentrações (Santa-María et al., 2002). A

avaliação aguda e subcrônica do extrato, realizada por Antonelli-Ushirobira et

al. (2010), revelou que a dose mais baixa (30 mg/kg) não produziu nenhum

efeito tóxico nos animais, já nas doses de 150 e 300 mg/kg algumas alterações

em marcadores hepáticos foram observadas nos machos após 90 dias de

tratamento. A dosagem de 30 mg/kg é significativamente superior as dosagens

de 200 e 400 mg/dia utilizadas no presente estudo, o que justificou e garantiu a

segurança das dosagens empregadas. Além disso, o extrato de guaraná é

classificado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA) como um suplemento seguro para o uso da

população.

Um sintoma comum da DRC é a perda do apetite (Cabrera et al., 2017).

A caracterização do estado nutricional e do consumo alimentar dos pacientes

em hemodiálise, é fundamental, em decorrência da associação direta que

existe entre a dieta e a mortalidade (Koehnlein, Yamada & Giannasi, 2008). A

fadiga é um dos principais sintomas que levam a redução da qualidade de vida

destes pacientes (Cabrera et al., 2017; Castro et al., 2003). Demonstramos que

os grupos guaraná 200 e 400 mg/dia apresentaram uma taxa superior de

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pacientes que relataram diminuição da fadiga e aumento do apetite após 30

dias de tratamento. Outra sintomatologia clássica relatada por estes pacientes

é o desconforto gástrico e a náusea/vômito (Terra et al., 2010). Em nosso

estudo, a taxa de pacientes com esta sintomatologia foi reduzida nos grupos

200 mg e placebo. Por outro lado, a maioria dos pacientes que administraram a

dosagem de 400 mg/dia relataram um aumento desta sintomatologia, de forma

que este indica que a suplementação do guaraná com 200 mg/dia no paciente

renal crônico seja a mais adequada.

De todas as funções terapêuticas atribuídas ao guaraná, a mais

conhecida é como estimulante do sistema nervoso central (Haskell et al.,

2005). Um dos estudos pioneiros do guaraná que comparou seus efeitos com a

cafeína isolada demonstrou que o guaraná foi capaz de aumentar o

desempenho físico e estes efeitos são atribuídos à presença de outros

compostos no guaraná, além da cafeína, uma vez que esta metilxantina

quando empregada isoladamente, não apresentou os mesmos resultados

(Espinola et al., 1997). Nosso estudo não avaliou o desempenho físico, mas

esta variável está diretamente relacionada a diminuição da fadiga (Duarte et al.,

2009). Outros estudos também evidenciaram que em humanos a ingestão de

guaraná está diretamente relacionada com a melhora do humor, aumento do

desempenho cognitivo e redução da fadiga mental (Kennedy et al., 2004;

Haskell et al., 2007; Kennedy et al., 2008; Scholey & Haskell, 2008).

A literatura mostra associação entre a ingesta habitual do guaraná e

níveis reduzidos de produtos avançados de oxidação proteica (Krewer et al.,

2011). Estes produtos estão implicados no desenvolvimento de diversas

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doenças relacionadas com a idade, sendo que alterações em seus níveis

relacionam-se com descontrole glicêmico, doença crônica, dislipidemias e

complicações diabéticas. Portanto, o guaraná pode atuar no sentido de diminuir

a oxidação das proteínas plasmáticas. O efeito do guaraná como

hipoglicemiante ocorre devido seus polifenois que desempenham um papel

antioxidante desenvolvendo uma ação importante no controle da glicemia

(Krewer et al., 2014), o que pôde ser evidenciado neste estudo, no qual os

pacientes que administraram o guaraná não tiveram alteração significativa da

glicemia após 30 dias de suplementação, enquanto que os pacientes do grupo

placebo apresentaram um aumento significativo deste parâmetro.

Outro achado importante foi a manutenção dos parâmetros

hematológicos (hemoglobina e do hematócrito) nos grupos 200 e 400 mg/dia

após 30 dias de tratamentos, quando comparado ao grupo placebo que

apresentou uma redução significativa, os quais também foram

significativamente diferentes na análise após 30 dias de tratamento dos

parâmetros obtidos nos grupos 200 e 400 mg/dia. O paciente com DRC

apresenta diminuição da eritropoese, menor sobrevida das hemácias

circulantes e aumento do estresse oxidativo, o que contribui para o agravo da

anemia (Coyne, 2014).

A presença de anemia na DRC é determinada por diferentes fatores,

sendo os mais importantes: a deficiência relativa de eritropoetina, a carência de

ferro, a inflamação, o hiperparatireoidismo, as perdas sanguíneas, a diminuição

da meia vida das hemácias e a deficiência de ácido fólico e vitamina B12

(Abensur et al., 2010). A condição inflamatória da DRC interfere na síntese e

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na ação da eritropoetina, assim como na absorção intestinal de ferro e na sua

mobilização dos estoques (Hanudel et al., 2018). No nosso estudo, as

dosagens de 200 e 400 mg/dia, mostraram uma melhora nos parâmetros

eritrocitários, a qual pode ser resultante de uma redução da inflamação

ocasionando uma maior produção e sobrevida dos eritrócitos. Dado o papel da

inflamação na anemia, agentes com propriedades anti-inflamatórias, como o

guaraná, podem ser benéficos e se tornar um alvo terapêutico para o

tratamento da anemia na DRC.

De acordo com as análises bioquímicas, as dosagens de 200 e 400

mg/dia não afetaram negativamente os parâmetros hepáticos e de função

renal, pois esses mostraram-se dentro da normalidade para a DRC antes e

após o período de administração do suplemento.

Este estudo apresenta algumas limitações. Primeiro, não realizamos o

controle diário da administração do suplemento. Segundo, devido o custo

elevado das cápsulas do guaraná, os desfechos foram avaliados em curto

prazo. Finalmente, a sintomatologia clínica foi avaliada somente no período pós

tratamento, o que não nos permitiu comparar com as taxas pré tratamento.

Apesar disso, este estudo foi pioneiro em avaliar a suplementação com

guaraná em pacientes com DRC em hemodiálise. Desta forma, o mesmo

permite alavancar mais pesquisas e permite a projeção de estudos futuros

nesta linha de pesquisa. Sugerimos novos estudos que avaliem a dose de 200

mg/dia comparada a dose de 300 mg/dia nesta população, devido os efeitos

colaterais constatados neste estudo no grupo com 400 mg/dia e, se possível, a

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utilização de marcadores inflamatórios como a interleucina-6, 10, 18 e fator de

necrose tumoral para avaliar o efeito anti-inflamatório deste fitoterápico.

A conclusão do presente estudo sugere que a suplementação com

Paullinia cupana, durante o período de 30 dias, é segura em pacientes renais

crônicos em tratamento hemodialítico. A suplementação, principalmente na

dosagem de 200 mg/dia, é mais segura e foi efetiva para melhorar a

sintomatologia clínica e para manter os valores de hemoglobina e hematócrito.

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Funding source

This work did not have financial support.

Conflict of interest

None.

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58

Figura 2 Fluxograma CONSORT para alocação dos participantes dentro dos

braços do estudo.

Avaliados para elegibilidade (n = 120)

Randomizados (n = 70)

Excluídos (n = 50) · Não atendem aos critérios de

inclusão (n = 12)

· Desistiram de participar (n = 38)

Grupo 200 mg/dia (n = 23) · Receberam alocação para

intervenção (n = 23)

Grupo 400 mg/dia (n = 22) · Receberam alocação para

intervenção (n = 22)

Grupo Placebo (n = 25) · Receberam alocação para

intervenção (n = 25)

Grupo Placebo (n = 25) Intervenção descontinuada (n = 5) · Cefaleia (n = 2)

· Desconforto gástrico (n = 1)

· Esqueceu-se de administrar (n = 1)

· Suspensão por familiares (n = 1)

Grupo 200 mg/dia (n = 23) Intervenção descontinuada (n = 2) · Náusea (n = 1)

· Insônia (n = 1)

Grupo 400 mg/dia (n = 22) Intervenção descontinuada (n = 4) · Desconforto gástrico (n = 2)

· Óbito (n = 1)

· Suspensão por familiares (n = 1)

Grupo Placebo (n = 25)

· Analisados (n = 20)

Grupo 200 mg/dia (n = 23)

· Analisados (n = 21)

Grupo 400 mg/dia (n = 22)

· Analisados (n = 18)

Alocação

Seguimento

Análise

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59

Tabela 1 Características clínicas e valores basais dos exames laboratoriais dos

pacientes

Características Total

(n = 70)

Placebo

(n = 25)

Guaraná 200

mg/dia

(n = 23)

Guaraná 400

mg/dia

(n = 22)

p

Idade, anos 59,2 ± 15,8 62,2 ± 11,7 61,2 ± 18,7 53,8 ± 15,8 0,145

Massa corporal, Kg 77,8 ± 11,0 79,3 ± 10,4 79,2 ± 11,7 74,5 ± 10,6 0,255

Tempo de hemodiálise, meses 29,0 (13,2 - 45,7) 25,0 (12,0 - 38,0) 31,0 (17,7 - 80,2) 29,0 (16,5 - 45,0) 0,371

Sexo masculino, n (%) 45 (64,3) 12 (48,0) 16 (69,6) 17 (77,3) 0,092

Etiologia da DRC, n (%) 0,107

Diabética 34 (48,6) 17 (68,0) 12 (52,2) 5 (22,7)

Uropatia obstrutiva 9 (12,9) 2 (8,0) 4 (17,4) 3 (13,6)

Indeterminada 23 (32,9) 6 (24,0) 6 (26,1) 11 (50,0)

Outra 4 (5,7) 0 (0,0) 1 (4,3) 3 (13,6)

Hemoglobina, g/dL 10,0 ± 1,5 9,6 ± 1,3 10,4 ± 1,5 10,1 ± 1,7 0,148

Hematócrito, % 30,7 ± 4,7 29,1 ± 4,3 32,2 ± 4,6 31,0 ± 4,9 0,073

Glicose, mg/dL* 103,0 (85,5 - 164,7) 116,0 (83,0 - 186,5) 113,0 (87,0 - 170,2) 95,5 (81,2 - 112,5) 0,419

Ureia Pré filtração, mg/dL 148,8 ± 42,9 140,4 ± 41,3 162,4 ± 48,2 144,7 ± 37,5 0,186

Ureia Pós filtração, mg/dL 47,0 (30,0 - 63,0) 46,0 (31,0 - 55,0) 46,5 (33,7 - 60,7) 47,5 (24,7 - 68,0) 0,864

Creatinina, mg/dL 9,9 ± 3,6 8,3 ± 3,1 10,6 ± 3,4 10,9 ± 3,8‡ 0,023

TGP, U/L 11,0 (7,0 - 14,5) 10,0 (7,0 - 13,0) 13,0 (8,0 - 18,5) 11,5 (6,0 - 13,2) 0,354

* Média dos valores observados em 48 pacientes, Placebo: 18 pacientes; Guaraná 200 mg: 16 pacientes; Guaraná 400 mg: 14 pacientes. DRC: Doença renal crônica; TGP: Transaminase glutâmico pirúvica. † p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Placebo e Guaraná 200 mg. ‡ p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Placebo e Guaraná 400 mg. § p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Guaraná 200 mg e Guaraná 400 mg.

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60

Tabela 2 Efeitos da suplementação com Paullinia cupana, durante o período de

30 dias, em relação à sintomatologia clínica

Placebo

(n=20)

Guaraná

200 mg/dia

(n=21)

Guaraná

400 mg/dia

(n=18)

p

Dor de cabeça

Aumentou muito 0 (0,0) 1 (4,8) 4 (22,2) 0,011

Aumentou 9 (45,0) 3 (14,3) 9 (50,0)

Diminuiu 1 (45,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 10 (50,0) 17 (80,9) 5 (27,8)

Insônia

Aumentou muito 1 (5,0) 0 (0,0) 9 (50,0) <0,001

Aumentou 10 (50,0) 8 (38,1) 8 (44,4)

Diminuiu 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 9 (45,0) 13 (61,9) 1 (5,6)

Disposição/energia

Aumentou muito 1 (5,0) 6 (28,6) 17 (94,4) <0,001

Aumentou 15 (75,0) 12 (57,1) 1 (5,6)

Diminuiu 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 4 (20,0) 3 (14,3) 0 (0,0)

Fadiga

Aumentou muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0) <0,001

Aumentou 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu 8 (40,0) 14 (66,7) 3 (16,7)

Diminuiu muito 2 (10,0) 5 (23,8) 15 (83,3)

Não alterou 10 (50,0) 2 (9,5) 0 (0,0)

Apetite

Aumentou muito 0 (0,0) 1 (4,7) 4 (22,2) 0,005

Aumentou 9 (45,0) 14 (66,7) 14 (77,8)

Diminuiu 1 (5,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 10 (50,0) 6 (28,6) 0 (0,0)

Desconforto gástrico

Aumentou muito 0 (0,0) 2 (9,5) 3 (16,7) 0,004

Aumentou 5 (25,0) 5 (23,8) 12 (66,7)

Diminuiu 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 15 (75,0) 14 (66,7) 3 (16,7)

Náusea/vômito Aumentou muito 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (11,1) 0,001

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61

Aumentou 2 (10,0) 3 (14,3) 10 (55,6)

Diminuiu 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Diminuiu muito 0 (0,0) 0 (0,0) 0 (0,0)

Não alterou 18 (90,0) 18 (85,7) 6 (33,3)

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62

Tabela 3 Alterações bioquímicas e hematológicas entre os grupos após 30 dias

de suplementação com Paullinia cupana

Características Total

(n = 70)

Placebo

(n = 25)

Guaraná 200

mg/dia

(n = 23)

Guaraná 400

mg/dia

(n = 22)

p

Hemoglobina, g/dL 9,9 ± 1,8 9,0 ± 1,7† 10,3 ± 1,8 10,4 ± 1,6‡ 0,01

Hematócrito, % 29,9 ± 5,6 27,2 ± 5,2† 31,4 ± 5,5 31,4 ± 5,0‡ 0,01

Glicose, mg/dL* 123,0 (99,0 - 190,0) 139,0 (122,2 - 225,2) 108,5 (95,2 - 184,5) 102,0 (98,0 - 147,0) 0,365

Ureia Pré filtração, mg/dL 157,3 ± 40,4 152,2 ± 43,2 163,0 ± 42,7 157,5 ± 35,3 0,661

Ureia Pós filtração, mg/dL 46,5 (32,5 - 62,0) 43,0 (30,0 - 58,0) 49,5 (39,2 - 61,5) 51,0 (34,5 - 65,5) 0,641

Creatinina, mg/dL 9,7 ± 3,4 8,5 ± 3,2 10,2 ± 3,2 10,8 ± 3,6 0,054

TGP, U/L 11,5 (8,0 - 16,0) 11,0 (8,0 - 16,0) 12,0 (9,7 - 16,0) 9,0 (7,0 - 16,0) 0,368

* Média dos valores observados em 48 pacientes, Placebo: 18 pacientes; Guaraná 200 mg: 16 pacientes; Guaraná 400 mg: 14 pacientes. DRC: Doença renal crônica; TGP: Transaminase glutâmico pirúvica. † p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Placebo e Guaraná 200 mg. ‡ p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Placebo e Guaraná 400 mg. § p ≤ 0,05 quando comparado os grupos Guaraná 200 mg e Guaraná 400 mg.

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63

Tabela 4 Alterações bioquímicas e hematológicas intra grupos após 30 dias de

suplementação com Paullinia cupana

Características Placebo (n = 25) Guaraná 200 mg/dia (n = 22) Guaraná 400 mg/dia (n = 22)

Pré Pós p Pré Pós p Pré Pós p

Hemoglobina, g/dL 9,6 ± 1,3 9,0 ± 1,7 0,014 10,4 ± 1,5 10,3 ± 1,8 0,629 10,1 ± 1,7 10,4 ± 1,6 0,289

Hematócrito, % 29,1 ± 4,3 27,2 ± 5,2 0,006 32,2 ± 4,6 31,4 ± 5,5 0,306 31,0 ± 4,9 31,4 ± 5,0 0,733

Glicose, mg/dL* 116,0

(83,0 - 186,5) 139,0

(122,2 - 225,2) 0,036

113,0 (87,0 - 170,2)

108,5 (95,2 - 184,5)

0,969 95,5

(81,2 - 112,5) 102,0

(98,0 - 147,0) 0,109

Ureia Pré filtração, mg/dL 140,4 ± 41,3 152,2 ± 43,2 0,136 162,4 ± 48,2 163,0 ± 42,7 0,944 144,7 ± 37,5 157,5 ± 35,3 0,164

Ureia Pós filtração, mg/dL 46,0

(31,0 - 55,0) 43,0

(30,0 - 58,0) 0,751

46,5 (33,7 - 60,7)

49,5 (39,2 - 61,5)

0,888 47,5

(24,7 - 68,0) 51,0

(34,5 - 65,5) 0,833

Creatinina, mg/dL 8,3 ± 3,1 8,5 ± 3,2 0,638 10,6 ± 3,4 10,2 ± 3,2 0,174 10,9 ± 3,8 10,8 ± 3,6 0,114

TGP, U/L 10,0

(7,0 - 13,0) 11,0

(8,0 - 16,0) 0,540

13,0 (8,0 - 18,5)

12,0 (9,7 - 16,0)

0,891 11,5

(6,0 - 13,2) 9,0

(7,0 - 16,0) 0,974

* Média dos valores observados em 48 pacientes, Placebo: 18 pacientes; Guaraná 200 mg: 16 pacientes; Guaraná 400 mg: 14 pacientes. DRC: Doença renal crônica; TGP: Transaminase glutâmico pirúvica.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O extrato do guaraná mostrou-se um fitoterápico seguro nas dosagens

de 200 e 400 mg/dia, pois não houve alteração nos parâmetros hematológicos,

bioquímicos e de função renal após 30 dias de suplementação com Paullinia

cupana. Porém, a sintomatologia clínica relacionada a efeitos adversos foi mais

prevalente no grupo 400 mg/dia. Desta forma, a suplementação com guaraná

na dosagem de 200 mg/dia é mais segura e foi efetiva para melhorar a

sintomatologia clínica e manter os valores de hemoglobina e hematócrito dos

pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico.

O uso do extrato do guaraná não afetou negativamente a saúde dos

participantes da pesquisa, ou seja, não alterou a função hepática

(transaminases), renal (creatinina e ureia) e hematológica após 30 dias de

tratamento, pois os parâmetros se mantiveram dentro do padrão da doença.

Dentro deste aspecto, não evidenciamos nenhum grau de toxicidade nas

dosagens utilizadas nesta pesquisa, e em contrapartida, detectamos melhoras

na percepção do paciente sobre a sua própria saúde, disposição e apetite.

Além disso, apesar de não evidenciarmos alterações positivas

significativas nos parâmetros hematológicos após 30 dias de suplementação

com guaraná, os pacientes dos grupos guaraná 200 e 400 mg/dia obtiveram

valores superiores de hemoglobina e de hematócrito após 30 dias de

suplementação, quando comparado ao grupo placebo. Tal achado sugere que

o extrato de guaraná foi capaz de manter os valores de hemoglobina e

hematócrito o que é ratificado pela constatação de uma redução significativa

destes parâmetros no grupo placebo. Esse achado é de extrema relevância

nesta população, na qual a anemia constitui-se como uma das principais

complicações da DRC.

Este estudo é pioneiro e promissor na suplementação com Paullinia

cupana em pacientes com DRC. Desta forma, permite alavancar mais

pesquisas acerca do tema. O paciente com DRC apresenta muitas limitações

físicas e orgânicas advindas das alterações que a doença e o tratamento

causam na sua vida. Isto justifica propostas diferenciadas de terapêuticas

direcionadas ao tratamento suplementar, assim como ao tratamento

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intervencionista. Esta pesquisa deteve-se em auxiliar na produção científica

relacionada ao tratamento suplementar. Como perspectiva futura sugerimos

pesquisas com a dosagem de 300 mg/dia associada a testes para avaliação do

efeito anti-inflamatório, e por conseguinte, seu efeito na melhora dos

parâmetros eritrocitários.

Evidenciamos efeitos benéficos que provavelmente irão despertar o

interesse de profissionais da área na investigação clínica. A proposta atingiu

seus objetivos e contribuiu significativamente para elucidar a suplementação do

guaraná em pacientes com DRC em hemodiálise.

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APÊNDICES

Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Apêndice 2. Ficha de Avaliação

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76

ANEXOS

Anexo 1. Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa

Anexo 2. Normas do Journal of Functional Foods

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Senhor(a)

Estamos desenvolvendo a pesquisa “EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM

PAULLINIA CUPANA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO

DIALITICO”.

Este trabalho é fruto de estudos de pós-graduação stricto sensu (Mestrado) em

Atenção Integral à saúde na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio

Grande do Sul - UNIJUÍ.

Este é um convite para você participar desta pesquisa e cabe a você decidir se

quer participar. Se estiver interessado(a) em participar, você deve ler este termo ou

alguém deve ler para você. Se você decidir participar desta pesquisa, você deve

rubricar (fazer uma assinatura abreviada) em todas as páginas e assinar a última para

mostrar que concorda em participar da pesquisa. Você e/ou seu representante legal

(quando apropriado) e os pesquisadores deverão rubricar e assinar as duas vias deste

documento e você ficará com uma via. A outra via ficará com o pesquisador

responsável por um período de cinco anos e após será incinerada.

A doença renal crônica (DRC), muitas vezes é acompanhada de diversos

processos inflamatórios, decorre em um aumento dos níveis de estresse oxidativo. A

proposta deste trabalho é avaliar o efeito da suplementação com Paullinia cupana com

dosagem placebo, 200 mg/dia e 400 mg/dia sobre o perfil hematológico, bioquímico e

marcadores da função renal em pacientes renais crônicos em tratamento dialítico.

Esta pesquisa se baseia em um ensaio clínico randomizado e duplo cego,

controlado por placebo. Este é o mais adequado para comparação da eficiência de

distintos tratamentos, sendo que a distribuição dos grupos de estudo será de maneira

aleatória, evitando assim erros sistemáticos na observação do mesmo.

Os pacientes serão randomizados em três grupos, um placebo (G1) n=30,

outro com 200 mg/dia de suplementação de guaraná (G2) n=30 e outro com

400mg/dia (G3) n=30 de suplementação de guaraná. O grupo placebo (G1) será

formado por pacientes com DRC em tratamento dialítico que farão a ingestão da

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cápsula sem o extrato de guaraná, seguindo o tratamento médico usual. O grupo com

200 mg/dia de suplementação de guaraná (G2) serão pacientes com DRC em

tratamento dialítico que farão a ingestão da cápsula com 200 mg/dia de

suplementação de guaraná, seguindo o tratamento médico usual. O grupo com 400

mg/dia de suplementação de guaraná (G3) serão pacientes com DRC em tratamento

dialítico que farão a ingestão da cápsula com 400 mg/dia de suplementação de

guaraná, seguindo o tratamento médico usual.

A randomização será realizada aleatoriamente por sorteio. As cápsulas serão

adquiridas na Farmácia magistral da UNIJUÍ, a qual também irá realizar a manipulação

dos placebos.

A população do estudo é formada por pacientes com DRC. A amostra será

constituída por 90 pacientes com DRC em tratamento dialítico três vezes por semana

em uma Clínica Renal do Município de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, Brasil, com

peso acima de 50 Kg e idade superior a 18 anos, em condições clínicas estáveis,

mediante autorização médica para realização do estudo.

Serão excluídos os pacientes que não concordarem em participar do estudo,

não assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE); não realizarem

todas as etapas da pesquisa; pacientes que possuem doenças infectocontagiosas

(HIV, HBV, HCV); doenças auto-imunes diagnosticadas antes ou ao longo do período

do estudo, ou apresentarem algum tipo de doença de caráter hereditário que possa

interferir no estudo de acordo com o diagnóstico do médico responsável pelo paciente.

Ressalta-se que estes dados estão descritos no prontuário do paciente e aqueles com

doença infectocontagiosa ou com hepatite realizam a sessão da hemodiálise em

ambiente hospitalar isolado dos demais pacientes que não possuem a clínica destas

patologias.

Procedimentos

A factibilidade e a viabilização do projeto de pesquisa foi inicialmente

apresentada e aprovada pelos médicos responsáveis pelo setor de nefrologia do

centro de diálise de Santo Ângelo/RS.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Unijuí,

sob parecer n° 1.535.924.

Primeiramente será realizada uma análise dos prontuários dos pacientes de

acordo com os critérios de inclusão. Após, será realizada uma reunião com data

marcada com os participantes da pesquisa, explicando o projeto, os possíveis

benefícios da Paullinia cupana e o esclarecimento de dúvidas e coleta das assinaturas

do TCLE.

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Os pacientes selecionados serão submetidos a um protocolo de avaliação

quanto à etiologia da DRC.

A randomização dos pacientes será de forma aleatória por sorteio. Os

pacientes serão divididos em três grupos, G1, com o uso do placebo, G2 com uso

diário de 200 mg/dia do extrato de Paullinia cupana em cápsulas e G3 com o uso

diário de 400 mg/dia do extrato de Paullinia cupana em cápsulas.

A coleta das amostras sanguíneas será realizada pelo laboratório que

rotineiramente realiza os exames preconizados. A coleta é realizada durante o

procedimento de hemodiálise, na qual são coletados 2 ml de sangue com

anticoagulante EDTA para as dosagens do hemograma e 8 ml de sangue total em um

tubo com gel separador 13 x 100 para as demais dosagens, a amostra contida neste

tubo será centrifugada a 3000 RPM por cinco minutos, e utilizado o soro para tais

dosagens. As dosagens do hemograma, sódio, potássio, ferro sérico, transferrina,

saturação da transferrina, glicose, uréia, creatinina e ferritina serão realizadas no

Laboratório Clinisul da cidade de Santo Ângelo-RS antes, e após 30 dias do uso diário

de Paullinia cupana conforme as dosagens preconizadas pela pesquisa.

O colesterol total, LDL, HDL e frações serão encaminhados ao laboratório de

apoio.

Análise de riscos

Durante a coleta do sangue o paciente irá sentir uma pequena dor localizada,

semelhante a uma picada de mosquito, e após a coleta poderá ocorrer a formação de

um pequeno hematoma no local da punção venosa. A coleta será realizada dentro dos

mais altos padrões de qualidade sendo realizada em conformidade com as normas de

biossegurança e em adequação as normativas legais referentes a coleta de materiais

biológicos.

Não existe nenhum risco da ingestão da suplementação do guaraná descrita

na literatura até o presente momento.

Todos os procedimentos desde a coleta, análise das amostras e entrevistas

serão conduzidas pela equipe da pesquisa, respeitando inteiramente os sujeitos da

pesquisa e em momento algum expondo algum participante a qualquer tipo de

constrangimento.

Análise de benefícios

Os sujeitos da pesquisa irão receber laudos laboratoriais dos exames

bioquímicos, imunológicos e hematológicos, gratuitamente, inclusive os exames de

valor financeiro mais elevado. Serão acompanhados pela equipe clínica e demais

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médicos da Unidade Renal a fim de avaliar os resultados dos exames laboratoriais de

cada paciente participante do projeto. Também, serão favorecidos por receberem o

tratamento com guaraná de forma gratuita e recebendo toda a assistência profissional

quando necessária.

Esta pesquisa será feita através de análise de parâmetros laboratoriais cujos

dados, posteriormente, serão transcritos e analisados. As filmagens, arquivo com as

fotos e/ou cópias serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente

projeto de pesquisa, podendo você ter acesso as suas informações e realizar qualquer

modificação no seu conteúdo, se julgar necessário.

Nós pesquisadores garantimos que o seu anonimato está assegurado e as

informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados a este

projeto de pesquisa.

Você tem liberdade para recusar-se a participar da pesquisa, ou desistir dela a

qualquer momento sem que haja constrangimento, podendo você solicitar que as

informações sejam desconsideradas no estudo.

Mesmo participando da pesquisa poderá recusar-se a responder as perguntas

ou a quaisquer outros procedimentos que ocasionem constrangimento de qualquer

natureza.

Está garantido que você não terá nenhum tipo de despesa financeira durante o

desenvolvimento da pesquisa, como também, não será disponibilizada nenhuma

compensação financeira.

Eu, Ieda Maria Pedroso Dorneles pesquisadora, bem como Eliane Roseli

Winkelmann, orientadora deste projeto de pesquisa, assumimos toda e qualquer

responsabilidade no decorrer da investigação e garantimos que as informações

somente serão utilizadas para esta pesquisa, podendo os resultados vir a ser

publicados.

Se houver dúvidas quanto à sua participação poderá solicitar esclarecimento a

qualquer um de nós, nos endereços e telefones abaixo:

Ieda Maria Pedroso Dorneles

Rua Marechal Floriano, n° 334, Santo Ângelo-RS

Fone: (55) 99999 4343. E-mail: [email protected]

Eliane Roseli Winkelmann

Rua do Comércio, n° 3000, Bairro Universitário – UNIJUÍ, DCVida, CEP 98700-000

Fone: (55) 3332 0522. E-mail: [email protected]

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Ou ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI - Rua do Comércio, 3.000 - Prédio

da Biblioteca - Caixa Postal 560 - Bairro Universitário - Ijuí/RS - 98700-000. Fone: (55)

3332-0301. E-mail: [email protected]

Eu, _______________________________, CPF________________, ciente das

informações recebidas concordo em participar de forma voluntária da pesquisa,

autorizando-os a utilizarem as informações por mim concedidas e/ou os resultados

alcançados.

_______________________

Assinatura do entrevistado

Impressão dactiloscópica

___________________________________

Profa. Dra. Eliane Roseli Winkelman - Orientadora

CPF: 903481760-15

___________________________________

Ieda Maria Pedroso Dorneles - Mestranda

CPF: 933989480-49

Data: ________________/RS,____/____/______

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FICHA DE AVALIAÇÃO

1- Nome:________________________________________________________

2- Data nascimento:____/____/_______

3- Idade:______ anos

4- Gênero: (1) Masculino (2) Feminino

5- Peso:______ kg

6- FC: ______ bpm PA:______ mmHg

7- Medicação em uso:_____________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8- Anamnese

HDA:___________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

HPP:___________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9- Etiologia da doença renal crônica:__________________________________

10- Tempo de diálise:______________________________________________

11- Comorbidades:________________________________________________

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Escala aplicada aos pacientes após 30 dias de tratamento com Paullinia

Cupana

Responda as seguintes questões:

Como você se sentiu após o tratamento diário de 30 dias com o guaraná

(Paullinia Cupana) nos seguintes aspectos:

a) Quanto à dor de cabeça, como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

b) Quanto à insônia como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

c) Quanto à disposição/energia, como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

d) Quanto à fadiga/cansaço como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

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e) Quanto ao seu apetite como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

f) Quanto ao desconforto gástrico, como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

g) Quanto à náuseas/vômitos, como você se sentiu?

( ) Aumentou muito

( ) Aumentou

( ) Diminuiu

( ) Diminuiu muito

( ) Não alterou

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UNIVERSIDADE REGIONAL DONOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:

CAAE:

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO COM Paullinia cupana SOB PARÂMETROSHEMATOLÓGICOS, BIOQUÍMICOS E IMUNOLÓGICOS EM PACIENTES RENAISCRÔNICOS EM TRATAMENTO DIALÍTICO

Ieda Maria Pedroso Dorneles

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

2

54071216.5.0000.5350

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer: 1.535.924

DADOS DO PARECER

Trata-se de um projeto de conclusão do Mestrado em Atenção Integral à Saúde da Universidade de Cruz

Alta em parceria com a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), tendo

como aluna Ieda Maria Pedroso Dornelles e professora orientadora Eliane Roseli Winkelmann.

Apresentação do Projeto:

As pesquisadoras traçam como objetivo geral da pesquisa: “Avaliar o efeito da suplementação com Paullinia

cupana com dosagem placebo, 200mg/dia e 400mg/dia sobre o perfil hematológico, bioquímico e

imunológico em pacientes renais crônicos em tratamento dialítico.”

Como objetivos específicos são elencados:

* Verificar o efeito da suplementação com Paullinia cupana sob as alterações hematológicas;

* Verificar o efeito da suplementação com Paullinia cupana sob as alterações bioquímicas (glicose em jejum,

hemoglobina glicada, colesterol total e frações, uréia, creatinina, ferritina, ferro sérico, saturação de

transferina, sódio e potássio);

* Verificar o efeito da suplementação com Paullinia cupana sob as alterações imunológicas sobre os níveis

de proteína C reativa (PCR).

Objetivo da Pesquisa:

Financiamento PróprioPatrocinador Principal:

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Rua do Comércio, 3.000Univeristário

UF: Município:RS IJUIFax: (55)3332-0331

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RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

Continuação do Parecer: 1.535.924

Em relação à análise de riscos, as pesquisadoras mencionam que durante a coleta do sangue o paciente irá

sentir uma pequena dor localizada, semelhante a uma picada de mosquito, e após a coleta poderá ocorrer a

formação de um pequeno hematoma no local da punção venosa. A coleta será realizada dentro dos mais

altos padrões de qualidade sendo realizada em conformidade com as normas de biossegurança e em

adequação as normativas legais referentes a coleta de materiais biológicos.

Não existe nenhum risco da ingestão da suplementação do guaraná descrita na literatura com as dosagens

de 200mg/dia e 400 mg/dia até o presente momento. Todos os procedimentos desde a coleta, análise das

amostras e entrevistas serão conduzidas pela equipe da pesquisa, respeitando inteiramente os sujeitos da

pesquisa e em momento algum expondo algum participante a qualquer tipo de constrangimento.

Em relação aos benefícios, os sujeitos da pesquisa irão receber laudos laboratoriais dos exames

bioquímicos, imunológicos e hematológicos, gratuitamente, inclusive os exames de valor financeiro mais

elevado. Serão acompanhados pela equipe clínica e demais médicos da Unidade Renal a fim de avaliar os

resultados dos exames laboratoriais de cada paciente participante do projeto. Também, serão favorecidos

por receberem o tratamento com Paullinia cupana de forma gratuita e recebendo toda a assistência

profissional quando necessária.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

INTRODUÇÃO

As autoras introduzem o tema de forma adequada, situando o leitor.

REFERENCIAL TEÓRICO

Neste item, as pesquisadoras realizam amplo referencial teórico com os seguintes itens: doença renal

crônica, estresse oxidativo na doença renal crônica, Paullinia cupana e suas propriedades.

METODOLOGIA

Delineamento da pesquisa

Esta pesquisa se baseia em um ensaio clínico randomizado e duplo cego, controlado por placebo. É o mais

adequado para comparação da eficiência de distintos tratamentos, evitando assim erros sistemáticos na

observação do mesmo.

Os pacientes serão randomizados pela pré-existencia de Diabetes tipo II em três grupos, um

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

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Rua do Comércio, 3.000Univeristário

UF: Município:RS IJUIFax: (55)3332-0331

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Continuação do Parecer: 1.535.924

placebo (G1) n=30, outro com 400mg/dia de suplementação de guaraná (G2) n=30 e outro com 400mg/dia

(G3) de suplementação de guaraná. O grupo placebo (G1) será formado por pacientes em tratamento

dialítico, com DRC que farão a ingestão da cápsula sem o extrato de guaraná, seguindo o tratamento

médico usual. O grupo com 200mg/dia de suplementação de guaraná (G2) farão a ingestão da cápsula com

200mg/dia de suplementação de guaraná, O grupo com 400mg/dia de suplementação de guaraná (G3) que

farão a ingestão da cápsula com 400mg/dia de suplementação de guaraná, As cápsulas serão adquiridas na

Farmácia magistral da UNIJUI, a qual também irá realizar a manipulação dos placebos.

Pretende-se verificar o benefício do Paullinia cupana como um fitoterápico seguro nestes pacientes,

avaliando-se o perfil hematológico, bioquímico e imunológico em quatro períodos de intervenção, ou seja,

antes, um mês, dois meses e três meses de intervenção.

População e amostra

A população do estudo é formada por pacientes com DRC (doença renal crônica). A amostra será

constituída por 90 pacientes com DRC em tratamento dialítico em uma Clínica Renal do Município de Santo

Ângelo, Rio Grande do Sul, Brasil, que realizam o procedimento dialítico três vezes por semana, com peso

acima de 50 Kg e idade superior a 18 anos, em condições clínicas estáveis, mediante autorização médica

para realização do estudo.

Serão excluídos os pacientes que não concordarem em participar do estudo, não assinando o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE); não realizarem todas as etapas da pesquisa; pacientes que

possuem doenças infecto-contagiosas (HIV, HBV, HCV); doenças auto-imunes diagnosticadas antes ou ao

longo do início do estudo, ou apresentarem algum tipo de doença de caráter hereditário que possa interferir

no estudo de acordo com o diagnóstico médico responsável pelo paciente. Ressalta-se que estes dados

estão descritos no prontuário do paciente e aqueles com doença infectocontagiosa ou com hepatite realizam

a sessão da hemodiálise em ambiente hospitalar isolado dos demais pacientes que não possuem a clínica

destas patologias.

Procedimentos

A factibilidade e a viabilização do projeto de pesquisa inicialmente apresentada e aprovada pelos médicos

responsáveis pelo setor de nefrologia do centro de diálise de Santo Ângelo/RS. O projeto de pesquisa será

encaminhado ao Comitê de Ética de Pesquisa da Unijuí, e após aprovação, será realizada uma análise dos

prontuários dos pacientes de acordo com os critérios de inclusão.

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Rua do Comércio, 3.000Univeristário

UF: Município:RS IJUIFax: (55)3332-0331

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Continuação do Parecer: 1.535.924

Posteriormente será realizada uma reunião com data marcada com os participantes da pesquisa, explicando

os objetivos da pesquisa, os possíveis benefícios da Paullinia cupana e o esclarecimento de dúvidas e

coleta das assinaturas do TCLE.

Os pacientes selecionados seção submetidos a um protocolo de avaliação quanto à etiologia da DRC. A

randomização dos pacientes será conforme critérios de sexo e idade. Os pacientes serão divididos em três

grupos, G1, com o uso do placebo, G2 com uso diário de 200mg/dia do extrato de Paullinia cupana em

cápsulas e G3 com o uso diário de 400 mg/dia do extrato de Paullinia cupana em cápsulas.

A coleta das amostras sanguíneas será realizada pelo laboratório que rotineiramente realiza os exames

preconizados. A coleta é realizada durante o procedimento de hemodiálise, na qual são coletados 2 ml de

sangue com anticoagulante EDTA para as dosagens do hemograma e 8ml de sangue total em um tubo com

gel separador 13 x 100 para as demais dosagens, a amostra contida neste tubo será centrifugada a 3000

RPM por dez minutos, e utilizado o soro para tais dosagens. As dosagens do hemograma, sódio, potássio,

ferro sérico, transferrina, saturação da transferrina, glicose, uréia, creatinina e ferritina serão realizadas no

Laboratório Clinisul da cidade de Santo Ângelo-RS nos meses 0, 1, 2 e 3 com exceção das dosagens de

hemoglobina glicada a qual será realizada nos meses 0 e 3. O colesterol total, LDL, HDL e frações, Proteina

C reativa serão encaminhados ao laboratório de apoio.

O hemograma será realizado pelo método de impedância e volumetria pelo equipamento Cell-Dyn 1700,

com posterior hematoscopia manual na qual a amostra utilizada consiste em sangue total com anticolugante

EDTA. Os demais exames a seguir serão realizados com o soro colhido no tubo com gel separador e

centrifugado a 3000 RPM por 10 minutos. A hemoglobina glicada será realizada pelo método HPLC

(cromatografia líquida de alta eficiência) pelo equipamento Variant II da Bio Rad. O Colesterol total será

realizado pelo método enzimático, colesterol HDL pelo método enzimático direto, Colesterol HDL pelo

método Enzimático, o LDL será calculado através do cálculo Friedewald, a Uréia será realizada pelo método

de urease UV, creatinina pelo método Jaffer, A glicemia será realizada pelo método de oxidase, ambos pelo

equipamento Metrolab 2300 da Wiesner. A ferritina será realizada pelo método de quimioluminescencia pelo

equipamento Unicel DXI 800 Beckman Coulter, o Índice de saturação de transferrina será calculado a partir

dos parâmetros do ferro e capacidade de ligação do ferro. Sódio e potássio serão realizados por fotometria

de chama no equipamento Fotômetro Chama (Corning).

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

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Análise estatística

Os dados serão processados no pacote estatístico SPSS (versão 18.0, Chicago, IL, EUA). A análise

descritiva será apresentada como média ± desvio padrão, frequência relativa e absoluta. Para variáveis

quantitativas realizará o teste de normalidade Kolmogorov- Smirnov, sendo que para as paramétricas

utilizará o teste T (Student) e ANOVA, para as não paramétricas o teste U (Mann Whitney) para comparação

entre as médias. Considerará significativo p0,05.

Considerações éticas

O Estudo será projetado de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas

Envolvendo Seres Humanos segundo a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº. 466/12 e será

submetido ao Comitê de Ética da UNIJUÍ. Todos os pacientes serão esclarecidos sobre o projeto e

assinarão um termo de consentimento. Os pacientes serão convidados a participar do estudo, por meio da

apresentação do objetivo da pesquisa e leitura do termo de consentimento livre e esclarecido e

posteriormente assinatura do termo de consentimento. Todos os pacientes receberão retorno da avaliação

através da explicação oral e por escrita em forma de uma consulta específica para este fim no final da

pesquisa. Serão entregues os relatórios para os médicos que encaminharão os pacientes do projeto e esta

documentação será guardada por um período de cinco anos com o pesquisador responsável. Haverá

socialização e publicação dos resultados por meio de artigo científico a ser publicado na área da pesquisa e

em eventos científicos através de apresentação e publicação de resumos.

A qualquer momento da realização desse estudo o participante poderá receber os esclarecimentos

adicionais que julgar necessários. Qualquer participante poderá recusar-se a participar ou retirar-se da

pesquisa em qualquer fase da mesma, sem nenhum tipo de penalidade, constrangimento ou prejuízo aos

mesmos.

Aos participantes será garantido o anonimato, utilizando-se nomes fictícios nas descrições e o acesso aos

dados restringido apenas ao pesquisador. A preocupação em não revelar a identidade dos participantes tem

por proposto evitar qualquer tipo de constrangimento. Para isso a pesquisa irá assegurar por meio do

consentimento e anonimato, os procedimentos necessários para a participação dos sujeitos da amostra,

sem que haja violação das informações, não prejudicando as pessoas e a instituição hospitalar.

Os participantes terão assegurado a confidencialidade dos dados durante todo o processo. A natureza dos

resultados das análises bioquímicas e a utilização das demais informações coletadas, serão tratadas com o

máximo de cuidados éticos. O sigilo das informações será preservado

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

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Continuação do Parecer: 1.535.924

através de adequada codificação dos instrumentos de coleta de dados. Especificamente, nenhum nome,

identificação de pessoas ou de locais interessa a esse estudo. Todos os registros efetuados no decorrer

desta investigação serão usados para fins unicamente científicos e não sendo utilizados para qualquer fim

comercial.

Será fornecido ainda a cada participante uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Caso

algum paciente se recusar a participar da pesquisa, isso será aceito e não irá influenciar em nenhum

momento na continuidade do tratamento no Serviço de hemodiálise.

Todos os envolvidos na pesquisa (pesquisador e colaboradores), se comprometem por meio do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido a preservar a privacidade e o anonimato dos sujeitos cujos dados serão

coletados em questionários e intervenções durante a consulta destes no Serviço de Clina Renal do Hospital

de Santo Ângelo. Estas informações serão utilizadas única e exclusivamente para execução do presente

projeto. As informações somente poderão ser divulgadas preservando o anonimato dos sujeitos e serão

mantidas em poder do responsável pela pesquisa, Pesquisadora Ieda Maria Pedroso Dorneles por um

período de 5 anos. Após este período, os dados serão destruídos por meio de incineração ou picote. Os

resultados serão no tempo hábil divulgados e à instituição hospitalar, será ainda garantido o retorno dos

dados obtidos durante o estudo. O tempo de tratamento compreende os três meses da pesquisa. Os

pacientes receberão o medicamento durante o tempo proposto para o estudo.

São apresentados os seguintes documentos:

- Projeto em formato digital;

- Folha de rosto para pesquisas envolvendo seres humanos assinada pela professora orientadora;

- Instrumento de coleta de dados;

- Cronograma e orçamento para realização da pesquisa;

- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;

- Termo de Compromisso e Sigilo do Pesquisador;

- Termo de ciência do responsável legal pela instituição onde será realizada a pesquisa;

- Termo de Ciência do Orientador;

- Currículos Lattes dos pesquisadores.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Não há recomendações.

Recomendações:

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

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Tendo em vista a adequação das sugestões emitidas por este Comitê, o presente projeto encontra-se apto

para sua realização.

O Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI acompanha o parecer do relator.

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicasdo Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_620818.pdf

07/05/201614:26:53

Aceito

Outros aposCEPoficioIeda.pdf 07/05/201614:26:14

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador

posCEPProjetoIeda.doc 07/05/201614:25:03

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros ficha.pdf 10/03/201615:24:39

Ieda Maria PedrosoDorneles

Aceito

Outros TermoSigilo.pdf 10/03/201615:22:33

Ieda Maria PedrosoDorneles

Aceito

Folha de Rosto folhaRostoAssinada.pdf 10/03/201615:21:43

Ieda Maria PedrosoDorneles

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLE.pdf 01/03/201615:16:02

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros termoCienciaOrientador.pdf 29/02/201615:45:04

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros curriculoEliane.pdf 29/02/201615:28:34

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros CurriculoIeda.pdf 29/02/201615:27:39

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros curriculoMatias.pdf 29/02/201615:27:04

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Outros autorizacao.pdf 29/02/201615:26:27

Eliane RoseliWinkelmann

Aceito

Situação do Parecer:Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:Não

98.700-000

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Continuação do Parecer: 1.535.924

IJUI, 09 de Maio de 2016

Anna Paula Bagetti Zeifert(Coordenador)

Assinado por:

98.700-000

(55)3332-0301 E-mail: [email protected]

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