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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO CONTÍNUO E ACUMULADO SOBRE O ENVELHECIMENTO DO MIOCÁRDIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE RATOS WISTAR ALUNO: André Luiz Ribeiro ORIENTADOR: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza São Paulo 2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO CONTÍNUO E ACUMULADO SOBRE O

ENVELHECIMENTO DO MIOCÁRDIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE RATOS

WISTAR

ALUNO: André Luiz Ribeiro

ORIENTADOR: Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza

São Paulo

2015

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO CONTÍNUO E ACUMULADO SOBRE O

ENVELHECIMENTO DO MIOCÁRDIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE RATOS

WISTAR

São Paulo

2015

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação da Universidade São

Judas Tadeu para realização de defesa no

Mestrado em Educação Física

Área de concentração:

Escola, Esporte, Atividade Física e Saúde

Linha de Pesquisa:

Atividade Física e Disfunções Orgânicas

Orientador:

Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza

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Ribeiro, André Luiz

R484i Influência do treinamento contínuo e acumulado sobre o envelhecimento do

miocárdio no ventrículo esquerdo de ratos Wistar / André Luiz Ribeiro. - São Paulo,

2015.

55 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Romeu Rodrigues de Souza.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2015.

1. Envelhecimento. 2. Miocárdio. 3. Treinamento. I. Souza, Romeu Rodrigues. II. Universidade

São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 796

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecário: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: André Luiz Ribeiro

Influência do Treinamento Contínuo e Acumulado Sobre o Envelhecimento do

Miocárdio no Ventrículo Esquerdo de Ratos Wistar

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade São Judas

Tadeu para realização de defesa no Mestrado em Educação Física

Área de concentração:

Atividade Física e Disfunções Orgânicas

Orientador:

Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza

Data: ___/___/______

Banca Examinadora

Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________

Assinatura______________________________Julgamento:____________________

Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________

Assinatura______________________________Julgamento:____________________

Prof. Dr.________________________________Instituição_____________________

Assinatura______________________________Julgamento:____________________

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por me proporcionar saúde e

resiliência nos momentos difíceis durante toda a pesquisa.

Obrigado Grazielle Galhardo pela paciência que teve comigo nos dias em

que eu não conseguia mais se quer pensar! Obrigado pela compreensão e por me

proporcionar momentos de alegria e prazer ao lado de nossos lindos filhos: Nicolle e

Matheus.

Aos meus pais Antonio e Alexandra Ribeiro, meus irmãos Artur Carlos e

Lucimara Ribeiro por terem sempre me incentivado em todo o processo de

desenvolvimento profissional ao longo de minha vida até chegar aqui.

À família de minha esposa pelo apoio e paciência em todo o processo.

Ao professor Romeu Rodrigues de Souza pela paciência e dedicação em

me orientar no desenvolvimento desta dissertação.

Aos professores e à coordenação do programa de Mestrado em Educação

Física da Universidade São Judas Tadeu que sempre me auxiliaram em todo o

processo.

Aos meus colegas de turma que passaram comigo momentos de alegria,

estresse, desespero, satisfação, realização entre outros sentimentos inerentes ao

mestrado, onde destaco Renato Butsher, colega de trabalho e amigo nas horas

boas e ruins no mestrado.

Aos meus colegas da coordenação de saúde da Universidade Anhembi

Morumbi pelo apoio e auxílio durante a realização deste trabalho.

À professora Simone Sato que sempre me impulsionou para a concretização

desta meta profissional e pessoal.

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SUMÁRIO

1. Introdução 14

2. Revisão da Literatura 17

2.1. Efeitos gerais do envelhecimento 18

2.2. Efeitos do envelhecimento no sistema cardiovascular 18

2.3. Efeitos do treinamento físico no envelhecimento do sistema cardiovascular 21

2.4. Treinamento físico contínuo e treinamento físico acumulado 22

3. Justificativa 24

4. Objetivos 24

5. Materiais e Métodos 25

5.1. Animais e divisão em grupos 25

5.2. Treinamento dos animais 26

5.3. Procedimento para coleta de dados 27

6. Resultados 33

6.1. Número de cardiomiócitos por campo 33

6.2. Área dos cardiomiócitos 33

6.3. Volume dos núcleos dos cardiomiócitos 36

6.4. Densidade de volume das fibras de colágeno 38

7. Discussão 41

8. Considerações finais 46

9. Conclusão 46

10. Referências Bibliográficas 48

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mostra os animais dispostos em baias de acrílico sobre a esteira

ergométrica rolante Inbramed TK-01 realizando o treinamento físico.

Figura 2 Fotomicrografia de corte do miocárdio representando como foi feita a

medida da área dos cardiomiócitos onde as linhas pretas são os

contornos das áreas dos cardiomiócitos e o valor em µm2 nos campos

amarelos.

Figura 3 Fotomicrografia de corte do miocárdio mostrando como foi feita a medida

dos diâmetros menor e maior dos núcleos dos cardiomiócitos para

calcular o seu volume.

Figura 4 Sistema teste com 225 pontos sobrepostos a um corte histológico do

miocárdio de animal utilizado para quantificar as fibras colágenas do

miocárdio (em vermelho ou amarelo) dos grupos de animais. Em azul

aparecem os núcleos de células cardíacas. Picrosirius 400x.

Figura 5 Número médio de cardiomiocitos e respectivos desvios-padrões por

campo nos grupos de animais estudados

Figura 6 Valor médio da área do cardiomiocitos e respectivos desvios-padrões

por campo nos grupos de animais estudados.

Figura 7 Percentuais de frequência de cardiomiocitos pequenos, medios e

grandes nos grupos estudados. Os valores percentuais aparecem sobre

as barras. Houve diminuição da frequencia dos cardiomiocitos grandes

no GS e o retorno aos valores do GC nos grupos treinados.

Figura 8 Média e erro padrão da média do volume dos núclos dos cardiomiócitos

dos grupos estudados expresso em µm3

Figura 9 Média dos pontos de fibras de colágeno que tocam os pontos do sistema

teste para cada animal do Grupo Controle (GC).

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Figura 10 Comparativo das médias da densidade dos volumes de fibras de

colágeno dos grupos expressa em µm3

Figura 11 Comparativo dos percentuais da densidade dos volumes médios de

fibras de colágeno dos grupos estudados.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 A tabela mostra a distribuição da população idosa no Brasil entre os

anos de 2.000 e 2.010 segundo ao censo do IBGE 2010. Percebe-se um

aumento geral do número de idosos no Brasil.

Tabela 2 Mostra a relação dos grupos estudados na primeira coluna, o tempo e a

frequência da atividade realizada que está disposta na segunda coluna e

o tempo de vida o qual os animais foram sacrificados que se encontra na

terceira coluna.

Tabela 3 Teste de Tukey da área dos cardiomiócitos.

Tabela 4 Média, desvio padrão e ANOVA fator único da área dos cardiomiócitos.

Tabela 5 Frequência de cardiomiócitos pequenos, médios e grandes.

Tabela 6 Média, desvio padrão e ANOVA fator único do volume dos

cardiomiócitos dos grupos estudados.

Tabela 7 Teste de Tukey para os volumes dos núcleos dos cardiomiócitos.

Tabela 8 Teste de Tukey para as densidades de volumes dos pontos do sistema

teste que tocaram as fibras de colágeno nos vários grupos

estudados.Não se observou diferença significante entre os valores dos

grupos (P>0,05).

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µm Micrômetro

ATP Adenosina Trifosfato

DAC Doença Arterial Coronariana

DCV Doença Cardiovascular

GC Grupo Controle

GH Hormônio do Crescimento

GS Grupo sedentário

GTA Grupo de Treinamento Acumulado

GTC Grupo de Treinamento Contínuo

HE Hematoxilina - Eosina

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

TEM Teste de Esforço Máximo

VE Ventrículo Esquerdo

VO2 máx Volume de Oxigênio Máximo

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Influência do Treinamento Contínuo e Acumulado Sobre o Envelhecimento do

Miocárdio no Ventrículo Esquerdo de Ratos Wistar

RESUMO

As manifestações clínicas da doença no idoso são mais graves por causa das

alterações anatômicas e funcionais do envelhecimento. Numerosos trabalhos têm

demonstrado que a realização de atividade física regular de média intensidade é um

importante fator capaz de influenciar beneficamente os efeitos do envelhecimento

nos tecidos. Dois tipos de treinamentos aeróbios são comumente utilizados para

idosos, que são o treinamento contínuo e o treinamento acumulado. O objetivo do

presente trabalho é comparar a influência dos treinamentos contínuo e acumulado,

sobre aspectos morfoquantitativos que ocorrem no miocárdio do ventrículo esquerdo

com o envelhecimento. Foram utilizados 20 ratos Wistar (Rattus norvegicus albinus)

machos, com peso médio inicial mínimo de 300g e idade de 12 meses, procedentes

do Biotério da Universidade São Judas Tadeu. Os animais foram divididos em 4

grupos: Grupo controle (GC); Grupo sedentário (GS); Grupo de Treinamento

Acumulado (GTA) e Grupo de Treinamento Contínuo (GTC). Todos os animais

(sedentários e treinados) foram submetidos à adaptação (uma semana; 10 min/dia;

0,3 km/h) e a protocolos de teste de esforço máximo em uma esteira ergométrica no

início do programa de treinamento físico. O grupo de ratos treinados foi submetido a

um protocolo de corrida em esteira ergométrica com velocidade ajustada a 70% da

velocidade máxima atingida no TE, 1x/dia/ 5dias/semana com duração de 30 (trinta)

minutos no grupo Treinamento Contínuo (GTC) e 2x/dia/ 5dias/semana com duração

de 15 (quinze) minutos cada vez, no grupo Treinamento Acumulado. O

procedimento para coleta dos dados, após a decapitação do animal, foi a retirada de

um fragmento de aproximadamente 0.5 cm2 de cada coração; as peças coletadas

foram submetidas ao processo de rotina de preparo do material para estudos à

microscopia de luz. Foram então confeccionados cortes histológicos corados pela

Hematoxilina e Eosina (HE) e pelo Picrosirius, colocados em lâminas e examinados

ao microscópio de luz com aumento de 400x. Os valores dos parâmetros analisados,

obtidos para cada animal e para cada um dos grupos foram tabulados, as médias

calculadas e depois comparadas estatisticamente pelo ANOVA e teste post hoc de

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Tukey. O nível de significância foi estabelecido em P<0,05. Foram obtidos 26

cardiomiócitos por campo no grupo controle; 21 cardiomiócitos por campo no grupo

sedentário; 17 cardiomiócitos por campo no grupo de treinamento acumulado e 21

cardiomiócitos por campo no grupo de treinamento contínuo; os valores médios das

áreas dos cardiomiócitos nos grupos estudados foram: 135 µm2 no grupo controle;

198 µm2 no grupo sedentário; 173 µm2 no grupo de treinamento acumulado e 130

µm2 no grupo de treinamento contínuo; os volumes médios dos núcleos dos

cardiomiócitos obtidos por grupo foram: 23,63 µm3 no grupo controle; 13,85 µm3 no

grupo sedentário; 28,37 µm3 no grupo de treinamento acumulado e 28,67 µm3 no

grupo de treinamento contínuo; a densidade dos volumes médios das fibras de

colágeno em percentual foram: 20,39% no grupo controle; 42,06% no grupo

sedentário; 11,58% no grupo de treinamento acumulado e 20,28% no grupo de

treinamento contínuo. Com base nos resultados obtidos, é válido que se recomende

aos idosos efetuar treinamentos físicos uma vez por dia para retardar os efeitos já

conhecidos do envelhecimento sobre o miocárdio.

Palavras-chave: Treinamento contínuo, treinamento acumulado, miocárdio,

envelhecimento, exercício físico.

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Continuous and accumulated training effects on the left ventricular

myocardium from Wistar rats

ABSTRACT

Clinical manifestations of the disease in the elderly are more serious because

of the anatomical and functional changes of aging. Numerous studies have shown

that the achievement of medium intensity of regular physical activity is an important

factor able to influence beneficially the effects of aging in the tissues. Two types of

aerobic training are commonly used for the elderly, who are the continuous training

and the accumulated training. The objective of this study is to compare the influence

of continuous and cumulative training on morphoquantitative aspects that occur in left

ventricular myocardium with aging. 20 Wistar rats (Rattus norvegicus albinos) males

with a minimum average weight of 300 g and age of 12 months, coming from the

animal house of São Judas Tadeu University. The animals were divided into 4

groups: control group (CG); Sedentary group (SG); Accumulated Training Group

(GTA) and Continuous Training Group (GTC). All animals (sedentary and trained)

underwent adaptation (one week, 10 min / day, 0.3 km / h) and maximal exercise test

protocols on a treadmill at the beginning of exercise training program. The group of

trained rats was subjected to a running protocol on a treadmill at a speed adjusted to

70% of maximum speed in TE, 1x / day / 5days / week with duration of thirty (30)

minutes in the Continuous Training Group (GTC) and 2x / day / 5days / week with

duration of fifteen (15) minutes each time, in Accumulated Training group. The

procedure for data collection, following the beheading of the animal, was the removal

of a fragment of approximately 0.5 cm2 of every heart; the collected specimens were

submitted to the preparation routine process the material for light microscopy studies.

They were then made histological sections stained with hematoxylin and eosin (HE)

and the Picrosirius, placed on slides and examined under a light microscope with

400x magnification. The analyzed values of the parameters, obtained for each animal

and for each group was plotted, the average calculated and then compared

statistically by ANOVA and post-hoc Tukey. The level of significance was set at P

<0.05. 26 cardiomyocytes were obtained by field in the control group; 21

cardiomyocytes by field in the sedentary group; 17 cardiomyocytes accumulated by

field training group and 21 per cardiomyocytes field in continuous training group; the

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average values of the areas of cardiomyocytes in the groups studied were: 135 μm2

in the control group; 198 μm2 in the sedentary group; 173 μm2 accumulated training

group and 130 μm2 in continuous training group; the average volume of

cardiomyocyte nuclei obtained by the group were: 23.63 μm3 in the control group;

13.85 μm3 in the sedentary group; 28.37 μm3 accumulated training group and 28.67

μm3 in continuous training group; the density of the average volume of collagen fibers

in percentage were: 20.39% in the control group; 42.06% in the sedentary group;

11.58% accumulated training group and 20.28% in the continuous training group.

Based on the results obtained, it is valid to recommend the elderly make physical

training once a day to slow the effects of aging already known on the myocardium.

Keywords: Continuous training, accumulated training, myocardium, aging, physical

training.

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde consideram-se idosas pessoas

aquelas com idade igual ou superior a sessenta anos para os países em

desenvolvimento e sessenta e cinco anos para os desenvolvidos. No Brasil, no

censo de 2.000 os idosos representavam 8,6% da população.

O senso do IBGE do ano de 2.010 mostrou que a população idosa tem

aumentado de forma crescente em comparação com o senso do ano de 2.000.

População Idosa no Brasil

TOTAL População de 65

a 69 anos de idade

População de 70 a 79 anos de

idade

População de 80 a 89 anos de

idade

População de 90 a 99 anos de

idade

População com mais de 100 anos

de idade

2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010

9.908.815 14.081.256 3.574.380 4.840.724 4.510.626 6.305.008 1.564.217 2.486.415 235.209 424.876 24.383 24.233

Fonte: IBGE, 2010 (http://www.ibge.gov.br/)

Tabela 1: A tabela mostra a distribuição da população idosa no Brasil entre os anos

de 2.000 e 2.010 segundo ao censo do IBGE 2010. Percebe-se um aumento geral

do número de idosos no Brasil.

Os idosos formam um grupo heterogêneo, com grandes diferenças em

relação ao estado funcional dos órgãos, função cognitiva, necessidades

psicossociais e utilização da assistência médica (DUARTE, 2007). Porem são

comuns a todo idoso diversos tipos de alterações deletérias, morfológicas e

funcionais nos tecidos corporais (TEIXEIRA & GUARIENTO, 2010), que predispõe

os idosos a diferentes tipos de morbidades. Dentre estas, a incidência da doença

cardiovascular (DCV) na população tem aumentado acentuadamente com a idade. A

prevalência de doenças no estudo Framinghan entre as idades de 75 e 84 anos foi

de 44% em homens e de 28% em mulheres, e na faixa etária de 85 a 95 anos a

prevalência aumentou em 48% em homens e 43% nas mulheres idosas. Nas

mulheres as manifestações clínicas da DCV aparecem em média 10 a 15 anos mais

tardiamente que nos homens (DUARTE, 2007).

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Existem também diferenças relacionadas a vários fatores nestas doenças. A

doença arterial coronariana (DAC), por exemplo, ocorrem duas a três vezes mais em

mulheres após a menopausa do que aquelas na pré-menopausa. Além disso, as

manifestações clínicas da doença no idoso são mais graves por causa das

alterações anatômicas e funcionais do envelhecimento (DUARTE, 2007).

A ocorrência de doenças cardiovasculares no idoso é o resultado da interação

de três fatores: alterações anatômicas e fisiológicas próprias do envelhecimento

saudável, o estilo de vida inadequado, principalmente o sedentarismo e a doença

vascular propriamente dita. Acrescenta-se a isso, o fato que a poli farmácia em

pacientes idosos representa risco aumentado de interações medicamentosas. Essas

podem ocorrer devido a alterações na farmacocinética e na farmacodinâmica

(magnitude da resposta fisiológica) do fármaco utilizado (DUARTE, 2007). Por esse

motivo, vários tem sido os trabalhos que procuram meios de amenizar os efeitos

deletérios do envelhecimento nos tecidos. Mas, para isso, é necessário conhecer as

alterações causadas pelo envelhecimento nos tecidos e órgãos.

Em um homem adulto normal, o coração consiste de cerca de 80% de

miócitos e 20% de matriz extracelular, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Esta

proporção é diferente em fases diferentes do desenvolvimento. Há aumento do

volume relativo do miócito nas idades mais precoces da vida; em outros casos, tais

como durante a hipertrofia patológica, a proporção de colágeno e células que não

são miócitos também aumentam no interstício cardíaco (MANDARIN-DE-LACERDA,

1999).

No caso do sistema circulatório, as principais alterações anatômicas e

funcionais associadas ao envelhecimento incluem a diminuição do enchimento inicial

do ventrículo esquerdo (VE), diminuição da resposta β-adrenérgica do miocárdio e

dos vasos, aumento da rigidez das artérias elásticas com consequente aumento da

pós-carga, e disfunção endotelial. O enchimento inicial do VE diminui

progressivamente com a idade, sendo que, no idoso, o enchimento ocorre no final

da diástole, com uma contração mais intensa do átrio esquerdo, que aumenta de

tamanho e se hipertrofia, predispondo a instalação da fibrilação atrial (SCHULMAN,

et al, 1992 in DUARTE, 2007). O envelhecimento reduz a resposta β-adrenérgica.

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Nos idosos, as alterações estruturais e fisiológicas não alteram a função

sistólica em repouso, mas limitam a resposta ao treinamento com uma queda na

fração de ejeção. Enquanto no jovem ocorre aumento do débito cardíaco pela

elevação da frequência cardíaca, o idoso depende do estiramento da fibra cardíaca

na diástole, caracterizando uma redução da reserva cardíaca (SCHULMAN, 1999 in

DUARTE, 2007).

As alterações vasculares, que ocorrem com o passar dos anos, traduzem-se

pelo enrijecimento vascular e pela disfunção endotelial. O enrijecimento da parede

arterial decorre do rompimento de suas fibras elásticas com substituição por tecido

colágeno, bem menos complacente. Isso resulta em um aumento da pressão de

pulso, que promove hipertrofia ventricular e consequente hipertensão arterial

sistêmica, que é um importante fator de risco para a ocorrência de insuficiência

cardíaca e acidente vascular cerebral (SAFAR, 1990; CAMILLERI, 1992). A

diminuição da complacência vascular e do relaxamento miocárdio, a reduzida

resposta à estimulação β-adrenérgica, a menor capacidade mitocondrial na

produção de ATP e a diminuição da função das células do nó sinusal têm, como

resultado final, a queda da reserva miocárdica, podendo culminar com a insuficiência

cardíaca. Por todos esses motivos, o envelhecimento pelas inúmeras alterações

anatômicas e fisiológicas que produz, juntamente aos fatores de risco, promove mais

facilmente o aparecimento de doença arterial clínica ou subclínica (LEWIS &

MARON, 1992).

Por outro lado, numerosos trabalhos têm demonstrado que a realização de

atividade física regular de baixa intensidade constitui um importante fator capaz de

influenciar beneficamente os efeitos deletérios do envelhecimento nos tecidos

(PICKAR et al 1994; KELLEY et al., 2002; MAEJIMA et al 2007; AKITA et al, 2007).

Dentre os tipos de treinamento aeróbio, dois tipos têm sido utilizados

comumente para idosos, que são o treinamento contínuo e o treinamento acumulado

que podem abranger diferentes modalidades e protocolos de aplicação, sendo que o

treinamento físico contínuo é realizado de forma ininterrupta, uma vez por dia; já o

treinamento físico acumulado é realizado em etapas distintas durante o dia

(FULTON et al, 1997; HARDMANN, 1999; ZAMBON, 2009). Estudo feito com 64

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mulheres na África comparou as percepções de caminhadas por 30 minutos

diariamente, de forma contínua ou acumulada. Os resultados mostram que elas

perceberam que houve melhora da auto eficácia relacionado ao treinamento

acumulado (HEESCH et al, 2000). Outro estudo, realizado por Desaulniers et al

(2004) sobre a influência dos treinamentos contínuo e acumulado sobre o músculo

sóleo, concluiu que ambas as modalidades de treinamento foram eficazes para a

ativação neuromuscular. Outro estudo comparou os treinamentos físico acumulado e

contínuo em relação à produção de GH (hormônio do crescimento), que em obesos

está atenuada, porém tem sua secreção aumentada em resposta ao treinamento

físico. Os resultados demonstraram que os dois tipos de treinamento contribuem

para o aumento da produção de GH; porém foi verificado que o treinamento físico

acumulado pode ser mais interessante para o obeso, pois produz menor exaustão

devido à sua característica de realização (WELTMAN et al, 2008).

Outros trabalhos podem ser encontrados na literatura comparando os efeitos do

treinamento contínuo e o treinamento acumulado, em vários órgãos e em diversas

situações fisiológicas e funcionais, porém são escassos os estudos comparando os

efeitos dos dois tipos de treinamentos sobre o miocárdio do ventrículo esquerdo em

idosos.

2. REVISÃO DA LITERATURA

O envelhecimento é processo contínuo que se caracteriza por um progressivo

declínio do controle homeostático. É um processo dinâmico, no qual ocorrem

alterações tanto a nível morfológico como funcional e bioquímico, que leva o

indivíduo a diminuir sua resistência a processos patológicos (De SOUZA et al, 2014).

No caso do rato Wistar, torna-se amadurecido aos 5 ou 6 meses de idade e

depois, cada mês de vida desse animal equivale a 2,5 anos de vida em humanos.

Animais com 16 meses de vida são considerados como idosos (PIMENTA et al,

2014; SOUZA et al, 2014).

As doenças do sistema cardiovascular estão diretamente relacionadas com o

envelhecimento e constituem um importante problema para a sociedade moderna.

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No envelhecimento, ocorre remodelação do tecido cardíaco em todos os seus

compartimentos, muscular, vascular e intersticial (KITZMAN, 1988).

2.1. Efeitos gerais do envelhecimento

É de suma importância entender as peculiaridades anatômicas e fisiológicas

do envelhecimento para poder melhor tratar o idoso (PAPALÉO, 2002; FREITAS et

al, 2002). Os estudos mostram que praticamente todos os órgãos sofrem

modificações com o envelhecimento (TEIXEIRA & GUARIENTO, 2010).

A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de um cm por década. Essa

perda deve-se à redução dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna

vertebral, além da diminuição da espessura dos discos intervertebrais. Os diâmetros

da caixa torácica e do crânio tendem a aumentar com o envelhecimento. Há também

crescimento do nariz e das orelhas, dando a conformação típica facial do idoso

(PAPALÉO, 2002).

A composição do corpo também se altera, ocorrendo um aumento do tecido

adiposo no tronco, principalmente nos omentos, região perirrenal e diminuição nos

membros inferiores. O teor total de água corpórea diminui por perda de água

intracelular. O potássio total, íon potencialmente intracelular, também diminui. No

geral, ocorre redução do número de células em todos os órgãos, sendo os mais

afetados, em relação à perda de massa, os rins e o fígado. Os músculos também

sofrem prejuízo ponderal com o passar do tempo com perda de miócitos (PAPALÉO,

2002; STEVES et al, 1997)

2.2. Efeitos do envelhecimento no sistema cardiovascular

No que tange ao sistema cardiovascular, as principais alterações associadas

ao envelhecimento ocorrem no miocárdio, no nó sinoatrial, nas valvas cardíacas e

vasos sanguíneos, caracterizando modificações tanto de ordem anatômica quanto

funcional (TEIXEIRA & GUARIENTO, 2010).

O aumento da rigidez arterial e consequente aumento da pós-carga pode ser

considerado o principal marcador do envelhecimento do aparelho circulatório. O

aumento da pós-carga repercute no aumento da pressão arterial sistólica,

desencadeando uma série de modificações anatômicas no coração, como:

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19

hipertrofia ventricular esquerda, aumento do átrio esquerdo e alterações funcionais

como a diminuição do enchimento ventricular no início da diástole e diminuição da

distensibilidade do ventrículo esquerdo (OLIVE et al, 2002).

A aorta nos idosos encontra-se habitualmente dilatada, com espessamento de

sua camada íntima. Esse espessamento é observado mesmo em populações com

baixa incidência de aterosclerose e é acompanhado pela dilatação da luz e redução

da complacência ou distensibilidade dos vasos (OLIVE et al, 2002).

As outras artérias do corpo são também acometidas pelos mesmos processos

arterioscleróticos, reduzindo, em maior ou menor grau, a luz do vaso. As artérias

carótidas, as renais, assim como as coronárias, estreitam-se com o envelhecimento,

sendo esse processo mais intenso no homem do que na mulher (FREITAS et al,

2002; PAPALÉO, 2002; NOBRE et al, 2005).

Contrariamente ao que ocorre em outros órgãos, o processo de

envelhecimento no miocárdio ocasiona um aumento do tamanho do coração e da

espessura do ventrículo esquerdo. Isso ocorre em decorrência do aumento do

volume dos miócitos e aumento do colágeno intercelular, decorrente da redução do

número de miócitos (MCARDLE, 1998). A perda de miócitos é substituída por tecido

fibroso e pode ser consequência da perda de capilares da parede cardíaca (DE

SOUZA et al, 2014).

Determinadas alterações anatômicas estão ligadas a senescência: o acúmulo

de gordura, principalmente na parede atrial e septo interatrial; a fibrose disseminada

não dependente de coronariopatias; o depósito de lipofuscina em cardiomiócitos; a

hipertrofia do miocárdio ventricular, principalmente da câmara esquerda, já referida;

a calcificação do miocárdio e a amiloidose senil (FREITAS et al, 2002; PAPALÉO,

2002; NOBRE et al, 2005).

À microscopia eletrônica, observa-se, na fibra muscular cardíaca no idoso:

presença do pigmento lipofuscina; acúmulos localizados de mitocôndrias;

mitocôndrias em degeneração; presença de gotas lipídicas no citoplasma. Nos

espaços intercelulares ocorre aumento de elementos do tecido conjuntivo, tanto de

fibras colágenas como elásticas e/ou infiltração gordurosa.

Page 21: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE PÓS … · Tabela 4 Média, desvio padrão e ANOVA fator único da área dos cardiomiócitos. Tabela 5 Frequência de cardiomiócitos pequenos,

20

Assim como os demais órgãos, o sistema de condução também se altera no

envelhecimento. Ocorre infiltração de células adiposas entre as células musculares

especializadas do sistema de condução, acentuada redução do número dessas

células, com consequente substituição por fibras colágenas e elásticas do tecido

conjuntivo. Essa alteração processa-se de modo lento, mas contínuo, iniciando-se

em torno de 60 anos (FREITAS et al, 2002; PAPALÉO, 2002; NOBRE et al, 2005).

As valvas cardíacas mais acometidas no envelhecimento são as válvulas

atrioventriculares esquerda e as válvulas aórticas. Aparecem placas

arterioscleróticas e espessamento das cordas tendíneas, além de calcificação e

fibrose. As valvas tornam-se opacas e espessadas. A calcificação valvar parece

ocorrer com maior frequência em mulheres (NOBRE et al, 2005).

Trabalho realizado por Cardoso et al (2006) em miocárdio do ventrículo

esquerdo de coração humano de idosos mostrou área dos cardiomiócitos de 1,84 ±

0,24 µm² e densidade de volume dos cardiomiócitos de 0,41 ± 0,01 %. As

alterações anatômicas e fisiológicas do envelhecimento no sistema cardiovascular

repercutem na função cardíaca. A deterioração da função cardíaca é variável de um

indivíduo para outro (NOBRE et al, 2005).

Segundo Nobre, 2005 o envelhecimento determina modificações estruturais

que levam à diminuição da reserva funcional, limitando o desempenho durante a

atividade física, bem como reduzindo a capacidade de tolerância em várias

situações de grande demanda. O débito cardíaco pode diminuir em repouso, mas

isso ocorre principalmente durante o esforço, tendo uma influência importante do

envelhecimento por meio da diminuição: da resposta de elevação da frequência

cardíaca ao esforço ou outro estímulo; da complacência do ventrículo esquerdo, com

retardo do relaxamento do ventrículo, com elevação da pressão diastólica dessa

cavidade, levando à disfunção diastólica do idoso, muito comum e que se deve

principalmente à dependência da contração atrial para manter o enchimento

ventricular e o débito; da complacência arterial, com aumento da resistência

periférica e consequente aumento da pressão arterial sistólica, com aumento da pós-

carga dificultando a ejeção ventricular; da resposta cronotrópica e inotrópica às

catecolaminas; do consumo máximo de oxigênio ao treinamento (VO2 máx.) com o

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progredir da idade, que traduz a diminuição da capacidade do corpo em transportar

oxigênio para os tecidos; da resposta vascular ao reflexo barorreceptor, com maior

susceptibilidade do idoso a hipotensão e da atividade da renina plasmática.

Clinicamente se verifica que, em condições basais, a função cardíaca é

suficiente para as atividades orgânicas. No entanto, em condições de sobrecarga,

como esforços físicos exagerados, anemia, febre, emoções, infecções e

hipertireoidismo, a reduzida reserva pode ser responsável por descompensações

(GHORAYEB et al, 2013; NOBRE et al, 2005).

2.3. Efeitos do treinamento físico no envelhecimento do sistema

cardiovascular

Trabalhos mostram que o processo de remodelação cardíaca sofre influência

dos vários tipos de treinamento físico (DE SOUZA et al, 2014; SOUZA et al, 2014).

Vários estudos mostram que o treinamento físico está associado com a redução de

incidência de problemas cardiovasculares, particularmente no idoso (DE SOUZA et

al, 2014).

É bem conhecido que ambos os tipos de treinamento, aeróbio ou resistido

melhoram a performance e aumentam a capacidade de reserva do miocárdio

(ANVERSA et al, 1994). O treinamento resistido tanto em humanos como em

animais de experimentação promove um tipo de hipertrofia concêntrica do ventrículo

esquerdo, caracterizada pelo aumento da espessura da parede ventricular esquerda

sem mudar o tamanho da cavidade do ventrículo (ANVERSA & CAPASSO, 1991;

BARAUNA et al, 2007) Ao nível microscópico ocorre um aumento da área de secção

do cardiomiócito (BARAUNA et al, 2005) e um aumento da densidade de colágeno

no miocárdio (DE SOUZA et al, 2014).

O treinamento aeróbio, por sua vez, leva a uma forma de hipertrofia

excêntrica a qual se caracteriza por um aumento das dimensões da cavidade

ventricular (JIN et al, 2000), hipertrofia dos cardiomiócitos (FENNING et al, 2003),

aumento de capilares (HUDLICKA et al, 1992) e diminuição do tecido colágeno

(PINHEIRO et al, 2006).

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22

Os efeitos benéficos do treinamento físico sobre o envelhecimento de

diversos tecidos, órgãos e sistemas, como por exemplo o sistema cardiovascular,

respiratório e sobre os músculos, além da melhora na qualidade de vida, são

amplamente conhecidos através de diversos trabalhos (OLIVE et al, 2002; BRITTON

et al, 2008; MARTINS et al, 2010; FLEG, 2012;). Também se sabe que os

treinamentos aumentam a performance de idosos e que essa população pode atingir

altos níveis de desempenho quando exercitadas regularmente, mesmo se

comparada a não idosos (LEYK et al, 2010). Ao contrário o sedentarismo associado

ou não a doenças crônico-degenerativas mais o fator envelhecimento, costumam

aumentar a taxa de morbidade e de mortalidade entre os idosos, cuja prevenção

pode se dar através da prática habitual de treinamentos físicos (BANKOSKI, 2011).

Particularmente, a atividade física de baixa intensidade é um importante fator

capaz de influenciar beneficamente os efeitos deletérios do envelhecimento nos

tecidos (PICKAR et al 1994; KELLEY et al., 2002; AKITA et al, 2007; MAEJIMA et al

2007).

2.4. Treinamento físico contínuo e treinamento físico acumulado

Dois tipos de treinamentos aeróbios comumente utilizados para idosos são o

treinamento contínuo e o treinamento acumulado que podem abranger diferentes

modalidades e protocolos de aplicação, sendo que o treinamento físico contínuo é

realizado de forma ininterrupta, uma vez por dia; já o treinamento físico acumulado é

realizado em etapas distintas durante o dia (FULTON et al, 1997; HARDMANN,

1999; ZAMBON, 2009).

Desde 1995, as diretrizes versadas sobre a atividade ou treinamento físico

contemplam que para a obtenção de benefícios à saúde, o exercício ou treinamento

físico pode ser acumulado em sessões de tempo dispostas ao longo do dia ou

contínuo quando se realiza o treinamento em um único período do dia em uma

sessão de tempo maior (PATE et al, 1995). Uma revisão realizada por Murphy, 2009

constatou que o treinamento físico regular traz benefícios para a saúde devido, em

parte, às mudanças de curto prazo que ocorrem nas horas e dias seguintes a do

treinamento. Benefícios como a redução da pressão arterial, melhora o controle da

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glicose, alterações positivas nos níveis de lipídeos e a melhora do humor

demostrados no período pós-treinamento.

Embora existam evidências que o treinamento físico regular causa

adaptações importantes no desempenho cardíaco em corações normais e

patológicos, adaptações demonstradas em nível celular (Kemi et al., 2008, Kemi &

Wisloff, 2010), seus efeitos sobre as propriedades mecânicas (contração e

relaxamento) e morfológicas (dimensões) de cardiomiócitos de animais diabéticos

não são completamente conhecidos. Recentemente, alguns estudos foram

realizados buscando esclarecer os mecanismos celulares e moleculares

responsáveis pelos potenciais efeitos benéficos do treinamento físico regular sobre a

função cardíaca em modelos experimentais (Howarth et al., 2008; Bidasee et al.,

2008; Shao et al., 2009; Howarth et al.,2009).

Tanto na hipertrofia patológica (Gerdes & Capasso, 1995; McCrossan et al.,

2004) quanto na hipertrofia fisiológica (Natali et al., 2001, 2002), o processo

hipertrófico dos miócitos ventriculares varia de acordo com a região do miocárdio

onde estes estão localizados. A hipertrofia é maior nos miócitos localizados próximo

ao endocárdio em relação aos localizados próximo ao epicárdio, provavelmente para

preservar o gradiente de tensão sobre a parede ventricular que decresce do

endocárdio para o epicárdio (Yin, 1981).

Considerando que a mecânica de contração de miócitos cardíacos em

animais com hipertrofia patológica difere dependendo da região onde está localizado

(McCrossan et al., 2004) e que o treinamento físico regular pode afetar a força de

contração dos miócitos de forma distinta através da parede ventricular (Natali et al.,

2002; Diffee & Nagle, 2003).

Todavia são escassos os estudos comparando os efeitos destes dois tipos de

treinamento físicos sobre o processo de envelhecimento.

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3. JUSTIFICATIVA

O Brasil está envelhecendo em uma velocidade maior que as sociedades

mais desenvolvidas, o que produzirá grande impacto nos sistemas de saúde, com

elevação dos custos e do uso de serviços. Segundo o IBGE, nos próximos 20 anos a

população acima de 60 anos vai triplicar, passando dos atuais 22,9 milhões, que

representa 11,34% da população, para 88,6 milhões, representando 39,2% da

população brasileira. Neste âmbito o envelhecer com saúde é primordial para manter

uma sociedade equilibrada. Com isso o presente estudo traz a reflexão sobre a

eficácia do treinamento físico como atividade preventiva de doenças cardíacas na

senescência.

4. OBJETIVOS

4.1. Objetivos gerais

O objetivo do presente estudo é verificar e comparar os efeitos dos

treinamentos de corrida em esteira, contínuo e acumulado sobre o miocárdio do

ventrículo esquerdo através de análises morfoquantitativas de animais idosos.

4.2. Objetivos específicos

Verificar e comparar os efeitos do treinamento contínuo e acumulado sobre o

envelhecimento, nos seguintes parâmetros do miocárdio do ventrículo esquerdo:

1) Densidade de cardiomiócitos (número de cardiomiócitos por área);

2) Área de secção transversa dos cardiomiócitos (µm2);

3) Volume do núcleo do cardiomiócito (µm³);

4) Densidade do volume das fibras de colágeno.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Animais e divisão em grupos

Foram utilizados 20 ratos Wistar (Rattus norvegicus albinus) machos, com

peso médio inicial mínimo de 300g e idade de 12 meses, procedentes do Biotério da

Universidade São Judas Tadeu. Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas

contendo, no máximo, 5 animais em cada uma, em ambiente com temperatura

controlada de 22º-24ºC, sob ciclo claro/escuro de 12 horas, e com livre acesso à

água e alimento (Nuvilab CR1, Nuvital Nutrientes Ltda, Curitiba, PR).

Como critérios de exclusão, os animais não procederam de outra linhagem,

não foram fêmeas, nem apresentar qualquer patologia no início do protocolo e

possuir idade e peso fora do limite estabelecido nos critérios de inclusão.

Os animais foram divididos em 4 grupos com cinco animais por grupo como ilustrado

na tabela abaixo:

GRUPOS ATIVIDADE SACRIFÍCIO

CCOONNTTRROOLLEE ((GGCC)) SEM ATIVIDADE FÍSICA AOS 12 MESES

SSEEDDEENNTTÁÁRRIIOO ((GGSS)) SEM ATIVIDADE

COLOCADOS NA ESTEIRA SEM MOVIMENTO

AOS 16 MESES

TTRREEIINNAAMMEENNTTOO

AACCUUMMUULLAADDOO ((GGTTAA)) ESTEIRA:

2 X DIA :15 MIN. / 5 DIAS / 4 MESES

DOS 12 AOS 16 MESES

TTRREEIINNAAMMEENNTTOO

CCOONNTTÍÍNNUUOO ((GGTTCC)) ESTEIRA:

1X DIA: 30 MIN./5 DIAS / 4 MESES

DOS 12 AOS 16 MESES

Tabela 2- Mostra a relação dos grupos estudados na primeira coluna, o tempo e a

frequência da atividade realizada que está disposta na segunda coluna e o tempo de

vida o qual os animais foram sacrificados que se encontra na terceira coluna.

Grupo controle (GC): ratos que foram sacrificados por decapitação aos 12 meses

de idade.

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Grupo sedentário (GS): foram colocados na esteira uma vez por dia, cinco dias por

semana, porém sem a realização de treinamento físico, somente para sofrerem o

mesmo tipo de manipulação (estresse) do grupo exercitado e foram sacrificados por

decapitação aos 16 meses de idade após 4 meses deste estudo.

Grupo de Treinamento acumulado (GTA): Estes animais foram submetidos a

treinamento de corrida em esteira ergométrica rolante (Inbramed TK-01) a partir do

décimo segundo mês de vida até completarem 16 meses. Realizaram duas sessões

diárias de quinze minutos de treinamento, uma pela manhã e outra pela tarde, cinco

dias por semana. Foram sacrificados por decapitação aos 16 meses de idade após 4

meses de treinamento.

Grupo de Treinamento contínuo (GTC): Estes animais foram submetidos a uma

sessão diária de trinta minutos, cinco dias por semana, a corrida em esteira

ergométrica rolante Inbramed TK-01 (Figura 1) a partir do décimo segundo mês de

vida até completarem 16 meses, quando foram então sacrificados por decapitação

idade após 4 meses de treinamento.

5.2. Treinamento dos animais

Processo de adaptação e teste de esforço dos animais

Todos os animais dos grupos estudados (sedentários e treinados) foram

submetidos à adaptação (uma semana; 10 min/dia; 0,3 km/h) e a protocolos de teste

de esforço máximo (TEM) em uma esteira ergométrica no início e no final do

programa de treinamento físico. O TEM constitui-se em um protocolo escalonado

com incrementos de velocidade de 0,3 km/h a cada 3 minutos, até que fosse

atingida a velocidade máxima suportada pelos animais. Esse teste serviu para

determinar a velocidade a ser utilizada pelos animais dos grupos treinados no

experimento (SILVA et al, 1997). O critério utilizado para a determinação da

exaustão do animal e interrupção do teste foi o momento em que o animal não foi

mais capaz de correr mediante o incremento de velocidade da esteira (BROOKS &

WHITE, 1978). Assim, a velocidade que foi utilizada, foi a de 70% da velocidade

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máxima obtida no TEM para o treinamento dos animais dos grupos treinados. O

treinamento foi realizado dos 12 aos 16 meses de vida dos animais.

Protocolo de Treinamento

Após o TEM, os grupos de animais treinados foram submetidos a um

protocolo de corrida em esteira ergométrica de intensidade moderada com

velocidade ajustada a 70% da velocidade máxima atingida no TEM

1x/dia/5dias/semana com duração de 30 (trinta) minutos no grupo treinamento

contínuo (GTC) e 2x/dia/5dias/semana com duração de 15 (quinze) minutos pela

manhã e 15 (quinze) minutos à tarde, no grupo treinamento acumulado (Figura 1)

durante 4 meses seguidos.

Figura 1 – Mostra os animais dispostos em baias de acrílico sobre a esteira

ergométrica rolante Inbramed TK-01 realizando o treinamento físico.

5.3. Procedimento para Eutanásia e Coleta dos Dados

Após o treinamento os animais foram eutanasiados através de decapitação e

foram retirados os corações, separados os átrios e ventrículos e realizados

fragmentos de aproximadamente 0,5 cm2 transmurais do terço médio da parede livre

do ventrículo esquerdo foram retirados, fixados em formol a 4% em PBS 0.1M, pH

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7,2-7,4, com sacarose a 2,5% durante 24 horas. Posteriormente foram desidratados

em solução de etanol em concentrações crescentes (70%, 95%, absoluto) por 90

minutos cada passagem. A seguir as peças foram colocadas em solução de xilol por

30 minutos a temperatura ambiente incluídos em parafina conforme rotina do

laboratório de Estudos Morfofuncionais da USJT, obtendo-se cortes com 6µm de

espessura, com lâminas descartáveis de aço inoxidável, que foram colocados em

lâminas de vidro e corados pela técnica de Hematoxilina-Eosina (HE) e Picrosirius.

O processo de coloração iniciou-se com a desparafinação e re-hidratação dos

cortes. Para tanto as lâminas foram colocadas em recipiente apropriado com xilol,

álcool absoluto, álcool a 95%, álcool 80%, álcool 75% e por último, água, no mínimo

por 5 minutos.

A seguir, as lâminas foram colocadas em solução de hematoxilina por 10

minutos, e após, lavadas em água. Posteriormente as lâminas foram colocadas em

soluções de Eosina, etanol a 95%, etanol absoluto e xilol. Depois de secas, as

lâminas foram cobertas com lamínula em Entelan (Merck, USA) tomando-se

cuidados para não formação de bolhas.

Análise morfoquantitativa

Morfometria

A morfometria é a análise em níveis macro, meso, micro e ultra estruturais de

aspecto quantitativos e bidimensionais. (WEIBEL, 1979; JENSEN, 1998)

Os dados morfométricos dos cardiomiócitos foram obtidos utilizando-se uma

câmera de vídeo acoplada a um microscópio de luz comum, de onde as imagens de

cortes transversais de cardiomiócitos foram transmitidas a um monitor integrado a

uma mesa de medições gráficas. A mesa dispunha de um cursor móvel e estava

ligada a um sistema computadorizado para análise de imagem (Axio Vision® versão

4.9.1.0).

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Foram feitas duas fotos de cada lâmina de cada um dos cinco animais de

cada grupo em um total de 10 fotos por grupo em um total de 40 fotos utilizadas. Em

cada foto foram analisadas 15 células aleatoriamente. As seguintes medidas foram

determinadas nas lâminas coradas pela Hematoxilina e Eosina:

a) Densidade de cardiomiócitos (número de cardiomiócitos por área);

b) Área dos cardiomiócitos (µm2);

c) Volume do núcleo do cardiomiócito (µm3).

a) Densidade de cardiomiócitos

A densidade de cardiomiócitos foi obtida contando-se os cardiomiócitos

presentes em cada campo de área com aumentos de 400 vezes.

b) Área dos cardiomiócitos

A área do cardiomiócito foi determinada pelo contorno do perfil celular em

cortes com aumento de 400x (Figura 2).

Figura 2 – Fotomicrografia de corte do miocárdio representando como foi feita a

medida da área dos cardiomiócitos onde as linhas pretas são os contornos das

áreas dos cardiomiócitos e o valor em µm2 nos campos amarelos.

c) Volume do núcleo do cardiomiócito (µm3)

102,49 µm2

110,81 µm2 92,25 µm2

123,43 µm2

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Para calcular o volume nuclear foram utilizados cortes de 400x de aumento

tendo sido utilizada a fórmula proposta por Salvatore (1947): V=(a2 x b)/1,91, onde:

V=volume do núcleo; a=diâmetro menor do núcleo; b=diâmetro maior do núcleo;

1,91=constante. As médias foram calculadas e comparadas (Figura 3).

Figura 3 – Fotomicrografia de corte do miocárdio mostrando como foi feita a medida

dos diâmetros menor e maior dos núcleos dos cardiomiócitos para calcular o seu

volume.

Estereologia

Cabe à estereologia a interpretação do arranjo estrutural tridimensional

interno baseado nas análises de fragmentos de estruturas bidimensionais

considerando a geometria e a probabilidade estatística. (WEIBEL, 1979; JENSEN,

1998)

Os dados estereológicos foram obtidos utilizando-se uma câmera de vídeo

acoplada a um microscópio de luz comum, utilizando-se uma lente de luz polarizada

de onde as imagens de cortes transversais do miocárdio do ventrículo esquerdo

foram transmitidas a um monitor integrado a uma mesa de medições gráficas. A

mesa dispunha de um cursor móvel e estava ligada a um sistema computadorizado

para análise de imagem (Axio Vision® versão 4.9.1.0).

Foram feitas duas fotos de cada lâmina de cada um dos cinco animais de

cada grupo em um total de 10 fotos por grupo em um total de 40 fotos utilizadas. Em

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31

cada foto foram analisadas 15 células aleatoriamente. A seguinte medida foi

determinada nas lâminas coradas por Picrosirius:

a) Densidade de volume do colágeno.

a) Densidade de volume das fibras de colágeno

A densidade de volume expressa a fração de área ocupada pela estrutura de

interesse pela área total. Nas lâminas coradas pelo Picrosirius foram determinadas

as densidades de volume das fibras colágenas de cada grupo com aumentos de

400x. Quando coradas por este método e examinadas ao microscópio de luz (Zeiss)

dotado de lentes especiais de polarização, as fibras colágenas aparecem em cores

vermelha, amarela e verde, em um fundo escuro sem coloração. Os valores obtidos

para cada lâmina foram anotados, e utilizados para obtenção das medias

correspondentes, as quais foram comparadas estatisticamente.

Para estimar a densidade de volume do colágeno no espaço intersticial do

miocárdio, um sistema teste composto por pontos delimitados por linhas de inclusão

e exclusão, sistemática e uniformemente alocados, foi sobreposto sobre as secções

de referência usadas para a estimação da densidade de volume. O número total de

pontos é conhecido (225); a seguir, o número de pontos que caírem sobre as fibras

colágenas foi registrado (Figura 4). Então, a seguinte equação será utilizada

(BRÜEL, et al, 2002; WULFSOHN et al, 2004):

VV[EI] (colágeno do espaço intersticial) = ∑P[EI] / ∑P[DC] Onde:

P[EI] (fibras) = número de pontos que tocarem o colágeno;

P[DC] (demais componentes) = número total de pontos que do sistema-teste.

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32

Figura 4 – Sistema teste com 225 pontos sobrepostos a um corte histológico do

miocárdio de animal utilizado para quantificar as fibras colágenas do miocárdio (em

vermelho ou amarelo) dos grupos de animais. Em azul aparecem os núcleos de

células cardíacas. Picrosirius. 400x

O valor da densidade de volume pode ser dado de 0 a 1, podendo também

ser expresso em percentagem (RIBEIRO, 2006), considerando como 100% o

número total de pontos (225) e calculando a porcentagem de um determinado

componente a partir do número de pontos, que, ao microscópio, esteja sobre esse

componente.

Análise Estatística

Os valores dos parâmetros analisados, obtidos para cada animal e para cada

um dos grupos foram tabulados, as médias calculadas e depois comparadas

estatisticamente pelo ANOVA fator único e teste pos hoc de Tukey com o nível de

significância de P≤0,05. A partir dos dados obtidos, conclusões foram estabelecidas.

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6. RESULTADOS

6.1. Número médio de cardiomiócitos por campo

A figura 5 mostra o número médio de cardiomiócitos e desvios–padrões por

campo nos quatro grupos de animais. Obtivemos 26 cardiomiócitos por campo no

grupo controle; 21 cardiomiócitos por campo no grupo sedentário; 17 cardiomiócitos

por campo no grupo de treinamento acumulado e 21 cardiomiócitos por campo no

grupo de treinamento contínuo. Observou-se pouca variação entre os grupos ficando

mais evidente a diminuição de cardiomiócitos por campo no grupo dos animais de

treinamento acumulado em comparação ao grupo controle.

Figura 5 – Número médio de cardiomiocitos e respectivos desvios-padrões por

campo nos grupos de animais estudados.

6.2. Área dos cardiomiócitos

O valor médio da área do cardiomiócito nos grupos estudados estão na figura

6. Os valores obtidos foram: 135± µm2 no grupo controle; 198± µm2 no grupo

sedentário; 173± µm2 no grupo de treinamento acumulado e 130± µm2 no grupo de

GRUPOS

DE

CA

RD

IOM

IÓC

ITO

S P

OR

CA

MP

O

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34

treinamento contínuo. As comparações estatísticas através do ANOVA fator único

mostraram que houve diferença significante entre os grupos onde o p<0,05.

Figura 6 – Valor médio da área do cardiomiocitos e respectivos desvios-padrões

nos grupos de animais estudados.

A tabela 3 faz referência ao valor médio da área dos cardiomiócitos através

do teste de Tukey onde mostra a diferenciação do Grupo de Treinamento Contínuo

em relação ao Grupo Controle.

Níveis Centro Limite.Inferior Limite.Superior P-valor

GS-GC 22,15 10,27 34,03 0,00

GTA-GC 38,27 25,59 50,96 0,00

GTC-GC -0,19 -12,06 11,68 1,00

GTA-GS 16,13 2,88 29,37 0,01

GTC-GS -22,34 -34,81 -9,87 0,00

GTC-GTA -38,47 -51,70 -25,23 0,00

Tabela 3: Teste de Tukey da área dos cardiomiócitos.

GRUPOS

VA

LOR

MÉD

IO D

E Á

REA

S EM

µm

2

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35

A tabela 4 mostra os valores das médias, desvio padrão e ANOVA fator único

das áreas dos cardiomiócitos onde constatou-se que não houve significância no

valor médio da área do cardiomiócito entre os grupos de treinamento contínuo e

grupo controle (P=1,00). As demais comparações foram significantes (P<0,05).

Grupos Média Desvio Padrão p

Controle 128,23a 47,58

Sedentário 150,37 59,72 0,00

Acumulado 166,50 63,84

Contínuo 128,03a 48,33 Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si.

Tabela 4: Média, desvio padrão e ANOVA fator único da área dos cardiomiócitos.

Foi observada a frequência dos tamanhos dos cardiomiocitos nos grupos de

animais estudados. Esta frequência foi dividida em cardiomiócitos pequenos, médio

e grandes. A tabela 5 mostra a distribuição percentual do número de cardiomiócitos

por grupo e a figura 7 mostra graficamente estes dados.

FREQUÊNCIA (%)

Pequeno Médio Grande

Grupo Controle 21 64 15

Grupo Sedentário 56 38 6

Grupo de Treinamento Acumulado 22 59 19

Grupo de Treinamento Contínuo 14 66 20

Tabela 5: Frequência de cardiomiócitos pequenos, médios e grandes.

Na figura 7 observamos um aumento da frequência dos cardiomiocitos (%)

pequenos no GS e depois um retorno aos valores iniciais nos grupos treinados em

relação ao GC. A proporção de cardiomiócitos médios e grandes diminui

significantivamente (P<0,05) no grupo sedentário mas retornou aos valores iniciais

nos grupos treinados em relação ao GC.

Page 37: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE PÓS … · Tabela 4 Média, desvio padrão e ANOVA fator único da área dos cardiomiócitos. Tabela 5 Frequência de cardiomiócitos pequenos,

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Figura 7 – Percentuais de frequência de cardiomiocitos pequenos, medios e grandes

nos grupos estudados. Os valores percentuais aparecem sobre as barras. Houve

diminuição da frequencia dos cardiomiocitos grandes no GS e o retorno aos valores

do GC nos grupos treinados.

6.3. Volume dos núcleos dos cardiomiócitos

A obtenção dos volumes do volume dos núcleos dos cardiomiócitos nos

grupos estudados provem da análise dos cortes em 400x de aumento tendo sido

utilizada a fórmula proposta por Salvatore, 1947: V=(a2 x b)/1,91, onde: V=volume

do núcleo; a=diâmetro menor do núcleo; b=diâmetro maior do núcleo;

1,91=constante. As médias e os erros padrões das médias foram calculados e estão

apresentadas na figura 8.

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37

Figura 8 – Média e erro padrão da média do volume dos núclos dos cardiomiócitos

dos grupos estudados expresso em µm3

É possível obeservar que os valores no GTA: 28,37 µm3 e no GTC: 28,67 µm3

ficaram muito próximos ao GC que apresentou média de 23,63 µm3 de volume dos

núcleos dos cardiomiócitos. O GS: 13,85 µm3 apresentou a maior discrepência em

resultados em relação aos grupos estudados, porém sem significância estatística

(P>0,05) como relatado abaixo.

A tabela 6 mostra a média dos volumes dos núcleos dos cardiomiócitos dos

grupos estudados com os respectivos desvios padrão onde, a comparação das

medias através da análise estatística ANOVA fator único, não mostrou resultados

significantes (P>0,05).

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Grupos Média Desvio Padrão P

Controle 23,63 12,14

P>0,05 Sedentário 13,85 6,15

Treinamento Acumulado 28,37a 12,45

Treinamento Contínuo 28,67a 16,42 Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si.

Tabela 6: Média, desvio padrão e ANOVA fator único do volume dos cardiomiócitos

dos grupos estudados.

A tabela 7 faz referência ao valor médio do volume dos núcleos dos

cardiomiócitos através do teste de Tukey onde se mostra um equilíbrio nos

resultados do P em que a diferença aparece apenas na comparação entre o Grupo

de Treinamento Acumulado em relação ao Grupo Controle, porém sem significância

estatística (P>0,05).

Níveis Centro Limite.Inferior Limite.Superior P-valor

GS-GC 1,028857767 -6,552247957 8,609963491

P>0,05

GTA-GC 1,879837011 -5,701268713 9,460942735

GTC-GC 0,810390065 -6,770715659 8,391495789

GTA-GS 0,850979244 -6,73012648 8,432084968

GTC-GS 0,218467702 -7,799573426 7,362638022

GTC-GTA 1,069446946 -8,65055267 6,511658778

Tabela 7: Teste de Tukey para os volumes dos núcleos dos cardiomiócitos.

6.4. Densidade de volume das fibras de colágeno

A densidade de volume das fibras de colágeno, obtida através da

sobreposição do sistema teste de 225 pontos sobre 10 áreas de cortes histológicos

de cada animal para cada grupo estudado em lâminas previamente coradas por

Picrosirius e sua analise realizada em aumentos de 400x ao microscópio optico e

processadas através do software Axion Vision 4.9.1.0.

Os valores das médias dos pontos do sistema teste que tocaram as fibras de

colágeno foram submetidos à análise estatística ANOVA fator único onde não

apresentou-se significância (P>0,05) e o teste pos hoc de Tukey também não

apresentou significância (P>0,05) como mosrado na tabela 8.

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Níveis Centro Limite.Inferior Limite.Superior P-valor

GS-GC -2,1 -16,50490117 12,30490117

P>0,05

GTA-GC 2,76 -11,64490117 17,16490117

GTC-GC 1,78 -12,62490117 16,18490117

GTA-GS 4,86 -9,544901168 19,26490117

GTC-GS 3,88 -10,52490117 18,28490117

GTC-GTA -0,98 -15,38490117 13,42490117

Tabela 8: Teste de Tukey para as densidades de volumes dos pontos do sistema

teste que tocaram as fibras de colágeno nos vários grupos estudados.Não se

observou diferença significante entre os valores dos grupos (P>0,05).

A figura 10 representa a densidade de volumes médios das fibras de

colágeno presentes nos grupos estudados, onde observa-se uma diminuição deste

volume no Grupo de Treinamento Acumulado (GTA) e um aumento do Grupo de

Treinamento Contínuo (GTC) equiparando-se ao Grupo Controle (GC).

Figura 10 – Comparativo das médias da densidade dos volumes de fibras de

colágeno dos grupos expressa em µm3

A figura 11 representa os percentuais da densidade dos volumes médios das

fibras de colágeno presentes nos grupos estudados, estes percentuais foram obtidos

assumindo que: 100% equivalente ao total de pontos do sistema teste (225) e o

valor percentual procurado equivalente à média de pontos obtidos que incindiram

sobre o colágeno de cada grupo. Observou-se que houve uma diminuição

percentual do Grupo de Treinamento Acumulado em relação aos demais grupos.

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Figura 11 – Comparativo dos percentuais da densidade dos volumes médios de

fibras de colágeno dos grupos estudados.

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41

7. DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi verificar e comparar os efeitos dos

treinamentos de corrida em esteira, contínuo e acumulado sobre aspectos

morfoquantitativos que ocorrem no miocárdio do ventrículo esquerdo com o

envelhecimento para que se possa optar por um ou outro tipo de treinamento de

acordo com a necessidade e comparar nossos resultados entre os grupos estudados

juntamente com a literatura consultada.

É sabido que o prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer

sociedade. No entanto, só pode ser considerado como uma real conquista na

medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vida. Assim, qualquer

política destinada aos idosos deve levar em conta a capacidade funcional, a

necessidade de autonomia, de participação, de cuidado, de auto-satisfação.

Também deve abrir campo para a possibilidade de atuação em variados contextos

sociais e de elaboração de novos significados para a vida na idade avançada. E

incentivar, fundamentalmente, a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde.

Atualmente, chegar à velhice é uma realidade populacional mesmo nos países mais

pobres. O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e, no Brasil, as

modificações ocorrem de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais

conservadoras indicam que, em 2.020, o Brasil será o sexto país do mundo em

número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas. (VERAS,

2009)

Em 2014 a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou dados

importantes sobre o envelhecimento populacional: em 2.020, pela primeira vez na

História, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de

crianças com menos de cinco anos. Uma em cada sete pessoas será idosa, então.

Em 2.050, a população acima dos 60 anos será de dois bilhões de pessoas (uma em

cada cinco) contra os 841 milhões atuais. Uma das causas de morte mais importante

na idade avançada é aquela promovida por problemas miocárdicos. Assim sendo,

fatores que mostrem influência positiva sobre o miocárdio no envelhecimento são

importantes. Este estudo foi delineado com esta finalidade.

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42

Vários trabalhos foram realizados sobre os efeitos do envelhecimento no

miocárdio tanto em humanos como em animais de experimentação (FENNING et al,

2003; FREITAS et al, 2006; LEIK et al, 2010), porém muitos aspectos não estão

totalmente elucidados. Sabe-se que na durante a senescência ocorre redução no

número dos cardiomiócitos. Embora ocorra concomitantemente hipertrofia dos

cardiomiócitos remanescentes (ANVERSA & CAPASSO, 1991; BARAUNA et al,

2007), o que não prejudica a função normal do miocárdio no repouso, mas há queda

da reserva funcional do coração, que pode ser constatada quando o miocárdio é

mais solicitado, como no treinamento por exemplo (MCARDLE, 1998).

Como as funções miocárdicas dependem de parâmetros morfológicos dos

componentes do miocárdio, é natural que o conhecimento das alterações

morfométricas dos cardiomiócitos no envelhecimento, que são os principais

componentes do miocárdio, sejam importantes para a compreensão das mudanças

funcionais que ocorrem no coração nesta fase da vida.

7.1. Número e área dos cardiomiócitos

Conforme os resultados obtidos observamos que o número médio de

cardiomiócitos do Grupo de Treinamento Contínuo aumentou em 21 por campo,

aproximando-se muito do Grupo Controle (12 meses) que foi de 26 cardiomiócitos

por campo. O Grupo de Treinamento Acumulado apresentou uma média de 17

cardiomiócitos por campo o que demostra uma diminuição considerável até mesmo

frente ao Grupo de animais Sedentários, nossos dados estão de acordo com a

literatura consultada uma vez que a diminuição do número médio dos cardiomiócitos

por campo é esperado durante o envelhecimento dos animais (MANDARIN-DE-

LACERDA, 1999), e o estresse gerado durante a fase experimental do estudo que

envolveu o treinamento dos animais não alterou a evolução morfoquantitativa. Já no

Grupo de Treinamento Acumulado percebe-se que não houve benefícios do

exercício frente a uma analise morfoquantitativa.

Analisando-se a área média dos cardiomiócitos observou-se que houve uma

diminuição considerável no Grupo de Treinamento Contínuo o que praticamente

iguala-se ao Grupo Controle; este dado é importante, pois houve uma redução da

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43

área média dos cardiomiócitos que, segundo a literatura, não ocorre naturalmente

durante o envelhecimento (NOBRE, et al, 2005). Provavelmente o que contribuiu

para chegarmos nestes valores tenha sido a representação de maior frequência do

número de cardiomiócitos de tamanho médio no Grupo de Treinamento Contínuo já

que segundo DE SOUZA et al (2014) o processo de remodelação cardíaca sofre

influência de vários tipos de treinamentos físicos e os benefícios desta remodelação

melhoram a qualidade de vida como mostrado nos trabalhos de OLIVE et al (2002) e

FLEG (2012).

7.2. Volume dos núcleos dos cardiomiócitos

Foi realizada a média do volume dos núcleos dos cardiomiócitos onde

observou-se que não houve diferença nos valores obtidos entre os Grupos de

Treinamento Acumulado e Treinamento Contínuo. O volume dos núcleos dos

Grupos de Treinamento em relação ao Grupo Controle não tiveram significância

estatística entre seus valores (P>0,05). O Grupo Sedentário apresentou seus valores

menores se comparados ao Grupo Controle, o que já era esperado segundo a

literatura, que demostra que o cardiomiócito procura manter a homeostase para não

comprometer a fisiologia de bombeamento sanguíneo para os demais tecidos do

corpo e, com isso, ao envelhecer, seus componentes sofrem alterações

ultraestruturais, tanto nucleares quanto citoplasmáticas, para adaptações fisiológicas

decorrentes do próprio envelhecimento (FERRO, 2014)

Contudo se analisarmos do ponto de vista de manutenção dos volumes dos

Grupos de Treinamento frente ao Grupo Controle, podemos observar que o

exercício colaborou para a manutenção de seus volumes médios, porém o

parâmetro de volume dos núcleos dos cardiomiócitos não foi determinante para

identificação de qual dos Grupos de Treinamento foi mais eficaz no processo de

envelhecimento.

7.3. Densidade de volume das fibras de colágeno

A redução da área ocupada pelos cardiomiócitos no miocárdio dos idosos é

devido a morte celular. Existem duas possibilidades para explicar esta redução:

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44

necrose ou apoptose (GONÇALVES, et al, 2012). A apoptose, ou morte celular

programada é um fenómeno regulado ativamente pelas células específicas

destinadas a esta destruição (ÁGUILA, MANDARIM-DE-LACERDA & APFEL, 1998).

Este processo normalmente ocorre durante o desenvolvimento do miocárdio, a

maturação pós-natal, hipóxia, isquemia, sobrecarga, e insuficiência cardíaca

(ALBERTS, 2004). No entanto, a necrose é a morte celular devido a uma lesão

aguda causando uma resposta inflamatória (ZAZYCKI & GOMES, 2009). Acredita-se

que existem muitos fatores que determinam o envelhecimento dos cardiomiócitos:

processo oxidativo, a inflamação, o metabolismo e a alterações genéticas

(BERNHARD, 2008). O interstício é composto principalmente por colágeno

(SULLIVAN, MARTINEZ, GENIS et al., 1998). Com a perda de cardiomiócitos

decorrente do envelhecimento, haverá uma sobrecarga dos cardiomiócitos

remanescentes, o que exige um maior fornecimento de água, oxigénio, nutrientes e

eletrólitos. Estes fatores relacionados favorecem o aumento do volume intersticial

que se observa nos indivíduos idosos (GUYTON & HALL, 1997). Contudo ao

analisarmos os dados da densidade dos volumes médios de fibras de colágeno nos

grupos estudados observa-se uma diminuição percentual no Grupo de Treinamento

Acumulado em relação ao Grupo Controle onde este último apresenta valores muito

próximos ao Grupo Controle.

Tanto o Grupo de Treinamento Acumulado como o Grupo de Treinamento

Contínuo apresentaram valores percentuais muito abaixo dos valores obtidos no

Grupo Sedentário o que reflete um benefício do exercício físico no que tange à

diminuição do acúmulo de fibras de colágeno frente ao grupo que não realizou

atividade física durante seu envelhecimento.

A análise estatística não revelou significância quanto aos comparativos entre

os grupos (P>0,05), porém observou-se o aumento de fibras de colágeno nos

cardiomiócitos de animais sacrificados com 16 meses o que confirma os estudos já

realizados.

Diante disto podemos afirmar que houve diminuição no percentual de fibras

de colágeno no interstício dos cardiomiócitos dos Grupos de Treinamento

corroborando para uma influência positiva do exercício físico durante a fase de

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45

envelhecimento. Observou-se uma vantagem maior do Grupo de Treinamento

Acumulado frente ao Grupo de Treinamento Contínuo.

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46

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseados nos resultados obtidos é válido que se recomende aos idosos

efetuar treinamentos físicos uma vez por dia para retardar os efeitos já conhecidos

do envelhecimento sobre o miocárdio.

Como este estudo trata de evidenciar qual a melhor influência do treinamento

físico acumulado e contínuo, ficou demonstrado que ambos possuem características

benéficas durante o envelhecimento uma vez que os treinamentos podem ser

efetuados de forma continua ou acumulada.

É fundamental a continuidade deste estudo utilizando-se uma amostra maior

de animais idosos e com um tempo de treinamento maior. Sugerimos também que

seja feito uma análise morfológica utilizando-se de microscopia eletrônica e uma

análise bioquímica dos componentes do miocárdio para verificar se há diferenças

mais evidentes entre os dois tipos de treinamento durante o processo de

envelhecimento.

9. CONCLUSÃO

Utilizando o rato Wistar como modelo animal os resultados obtidos neste estudo

permitem concluir que:

1 – O envelhecimento altera positivamente os aspectos morfométricos do miocárdio

no ventrículo esquerdo;

2 – Os treinamentos acumulado e contínuo demonstraram ser eficazes para diminuir

os efeitos do envelhecimento do miocárdio no ventrículo esquerdo;

3 – O treinamento contínuo mostrou-se capaz de manter um número de

cardiomiócitos por campo próximo aos valores do grupo controle em comparação à

perda promovida pelo envelhecimento;

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4 – A área média dos cardiomiócitos dos animais submetidos ao treinamento

contínuo foi menor comparado aos outros grupos de animais estudados;

5 – O treinamento acumulado e contínuo colaboraram para a manutenção do volume

médio dos núcleos dos cardiomiócitos;

6 – O percentual da densidade do volume médio das fibras de colágeno diminuíram

nos dois grupos de treinamento, porém não se obteve significância estatística;

7 – Podemos dizer que, de modo geral, os treinamentos acumulado e contínuo se

mostraram benéficos frente aos efeitos do envelhecimento do miocárdio no

ventrículo esquerdo.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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