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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA FRANCIELLE HOFLINGER O EFEITO DA JORNADA DE TRABALHO DE POLICIAIS SOBRE O COMPORTAMENTO MECÂNICO DA COLUNA VERTEBRAL NAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL (CARRO E MOTOCICLETA) CURITIBA 2020

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FRANCIELLE HOFLINGER

O EFEITO DA JORNADA DE TRABALHO DE POLICIAIS SOBRE O

COMPORTAMENTO MECÂNICO DA COLUNA VERTEBRAL NAS FUNÇÕES

ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL (CARRO E MOTOCICLETA)

CURITIBA

2020

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FRANCIELLE HOFLINGER

O EFEITO DA JORNADA DE TRABALHO DE POLICIAIS SOBRE O

COMPORTAMENTO MECÂNICO DA COLUNA VERTEBRAL NAS FUNÇÕES

ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL (CARRO E MOTOCICLETA)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Educação Física Linha de pesquisa: Atividade Física e Saúde Orientadora: Profa. Dra. Cintia de Lourdes Nahhas Rodacki.

CURITIBA

2020

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Hoflinger, Francielle

O efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento mecânico

da coluna vertebral nas condições administrativa e operacional (carro e

motocicleta) [recurso eletrônico] / FrancielleHoflinger.-- 2020.

1 arquivo texto (86 f.): PDF; 2,25 MB.

Modo de acesso: World Wide Web

Título extraído da tela de título (visualizado em 13 abr. 2020)

Texto em português com resumo em inglês

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pós-graduação em Educação Física, Curitiba, 2020

Bibliografia: p. 64-72.

1. Educação física - Dissertações. 2. Educação física militar. 3. Policiais

militares - Paraná - Treinamento físico. 4. Paraná - Polícia Militar - Aspectos da

saúde. 5. Policiais militares - Saúde. 6. Coluna vertebral - Doenças - Diagnóstico.

7. Policiais militares - Paraná - Avaliação física. 8. Ambiente de trabalho - Saúde e

higiene. I.Rodacki, Cintia de Lourdes Nahhas. II.Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Educação Física. III. Título.

CDD: ed. 23–796

Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba

Bibliotecário: Adriano Lopes CRB-9/1429

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Ministério da Educação

UniversidadeTecnológica Federal do Paraná

Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO

A Dissertação de Mestrado intitulada “O EFEITO DA JORNADA DE TRABALHO DE

POLICIAIS MILITARES SOBRE O COMPORTAMENTO MECÂNICO DA COLUNA VERTEBRAL

NAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL (CARRO E MOTOCICLETA)”, defendida em

sessão pública pelo (a) candidato (a) Francielle Hoflinger, no dia 20 de fevereiro de 2020, foi

julgada para a obtenção do título de Mestre em Educação Física, área de concentração EDUCAÇÃO

FÍSICA, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Cintia de Lourdes Nahhas Rodacki – Presidente – UTFPR

Prof. Dr. Anderson Caetano Paulo - UTFPR

Profa. Dra. Neiva Leite - UFPR

A via original deste documento encotra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a

assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Curitiba, 20 de fevereiro de 2020.

____________________________________________________

Carimbo e Assinatura do (a) Coordenador(a) do Programa

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Dedico esse trabalho a todos policiais militares que se empenham

diariamente em prol da segurança da sociedade paranaense.

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AGRADECIMENTOS

Á minha Orientadora Profª. Drª. Cintia de Lourdes Nahhas Rodacki, presente

que Deus colocou em meu caminho para me guiar na construção do conhecimento e

sem a qual este trabalho não seria possível.

Ao Prof. Dr. Anderson Caetano Paulo, exemplo de profissional, obrigada por

compartilhar seu conhecimento e dedicar seu tempo para estudar a perfomance

física e saúde dos policiais e bombeiros militares do Paraná.

Aos meus pais, nunca terei como retribuir por todo amor e apoio que sempre

recebi.

Ao meu companheiro Milton pelo apoio e paciência.

Ao Capitão Marcos Peres, Tenente Grani e ao meu grande amigo Professor

Perin por terem me incentivado a enfrentar mais este desafio.

À minha glorisosa Polícia Militar do Paraná, por meio dos Comandantes da

Academia Policial Militar do Guatupê, 12º Batalhão, 20º Batalhão, em especial ao

Tenente Osike, Comandante da ROCAM e Tenente Anderson, Comandante da 4ª

Cia/20º BPM, os quais acreditaram no propósito da pesquisa e proporcionaram o

suporte necessário para que ela se concretizasse.

A todos os oficias e praças da Polícia Militar do Paraná que de alguma forma

me motivaram ao longo de minha carreira a me dedicar e tentar ser uma profissional

melhor a cada dia.

A Deus, por me permitir chegar até aqui!!!

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RESUMO

HOFLINGER, Francielle. O efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral nas condições administrativa e operacional (carro e motocicleta). 2020. – Dissertação – Mestrado em Educação Física, Área de Concentração Atividade Física e Saúde, Departamento de Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Curitiba, 2020.

A natureza da atividade laboral realizada por policiais exige elevada aptidão física e mental, a permanência na mesma postura durante muitas horas, aliada ao uso de pesados equipamentos de proteção individual e a vibração dos veículos, podem demandar uso exaustivo da força muscular, tornando a atividade altamente estressante. O objetivo do presente estudo foi quantificar o efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral nas condições administrativa e operacional (carro e motocicleta). Foram avaliados 42 policiais militares do sexo masculino da cidade de Curitiba-PR, divididos em três grupos: Radio Patrulha Auto (RPA) (n=14), Rondas Ontensivas com Apoio de Motocicleta (ROCAM) (n=14) e Administrativo (ADM) (n=14). Os dados foram coletados antes (PRÉ) e após (PÓS) a jornada de 6 horas de trabalho. As variáveis avaliadas foram: variacão da estatura por meio da estadiometria; força ou Pico de Torque (PT) dos músculos flexores e extensores do tronco aliado ao teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) para quantificar o nível de ativação muscular (RMS) e o teste de resistência isométrica (RI) dos flexores e extensores do tronco. Ao término da jornada de trabalho a posição de Fowler foi realizada como intervenção aguda para avaliar a capacidade de recuperação da estatura. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva padrão (média e desvio-padrão). Para as variáveis antropométricas, perda e recuperação (absoluta e relativa) da estatura foram aplicados o Teste ANOVA One-Way, para PT e RI o Teste ANOVA Two-Way, e para o RMS o Teste Kruskal-wallis. Para identificar as diferenças estatísticas o post-hoc de Bonferroni, as diferenças intra grupos pelo Teste T pareado e as correlações testadas por Pearson e Sperman. O software IBM SPSS Statistics 25.0 foi utilizado com p<0,05. Os grupos tiveram perdas significativas de estatura (RPA -4,66mm ± 2,11; ROCAM -6,82mm ± 2,14; ADM -2,8mm ± 1,48), sendo que os ROCAM e RPA apresentaram perdas similares, mas significativamente maiores que o ADM (p<0,05). Reduções significativas foram observadas na RI dos flexores do tronco nos três grupos e nos extensores do tronco nos grupos RPA e ROCAM e de PT dos extensores do tronco do grupo ROCAM PÓS jornada de trabalho (p<0,05). Os 20 minutos na posição de Fowler possibilitaram a recuperação significante da estatura, sendo o RPA (46%), ROCAM (40%) e ADM (77%). Foi estabelecida a correlação direta entre a variável força (PT) dos extensores de tronco e a perda de estatura. A descrição destas variáveis poderá contribuir para estratégias de redução da sobrecarga na coluna vertebral, como a adoção da posição de Fowler como postura de recuperação, de forma a possibilitar que os policiais sofram menos com a sobrecarga dos veículos e dos equipamentos necessários à plena execução de sua atividade, bem como a prevenção e/ou redução de patologias relacionadas à coluna vertebral.

Palavras-chave: Policial Militar. Variação da estatura. Pico de torque. Resistência

muscular. Ativação muscular. Jornada de trabalho.

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ABSTRACT

HOFLINGER, Francielle. The effect of police officers’ working hours on the mechanical behavior of the spine in administrative and operational conditions (car and motorcycle). 2020. - Dissertation - Master in Physical Education,

Concentration Area Physical Activity and Health, Department of Physical Education at the Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Curitiba, 2020. The nature of the work activity carried out by police officers requires high physical and mental aptitude, staying in the same posture for many hours, combined with the use of heavy personal protective equipment and the vibration of vehicles, may demand exhaustive use of muscle strength, making the activity highly stressful. The objective of the present study was to quantify the effect of the police workday on the mechanical behavior of the spine in administrative and operational conditions (car and motorcycle). 42 males military police officers from the city of Curitiba-PR were evaluated, divided into three groups: Patrol (RPA) (n = 14), Police motorcycle patrol (ROCAM) (n = 14) and Administrative (ADM) (n = 14). Data were collected before (PRE) and after (POST) the 6-hour workday. The variables evaluated were: height variation through stadiometry; strength or peak torque (PT) of the trunk flexor and extensor muscles combined with the maximum voluntary isometric contraction test (MVIC) to quantify the muscle activation level (RMS) and the isometric resistance test (IR) of the flexors and extensors of the trunk. At the end of the workday, Fowler's position was performed as an acute intervention to assess the ability to recover height. The data were submitted to a standard descriptive analysis (mean and standard deviation). For anthropometric variables, loss and recovery (absolute and relative) of height, the ANOVA One-Way Test was applied, for PT and IR the ANOVA Two-Way Test, and for RMS the Kruskal-wallis Test. To identify the statistical differences, the Bonferroni post-hoc, the intra-group differences by the paired T-Test and the correlations tested by Pearson and Sperman. The IBM SPSS Statistics 25.0 software was used with p <0.05. The groups had significant height loss (RPA -4.66mm ± 2.11; ROCAM -6.82mm ± 2.14; ADM -2.8mm ± 1.48), with ROCAM and RPA showing similar losses, but significantly greater than the ADM (p <0.05). Significant reductions were observed in the IR of the trunk flexors in the three groups and in the trunk extensors in the RPA and ROCAM groups and in the PT of the trunk extensors of the ROCAM group AFTER working hours (p <0.05). Twenty (20) minutes in the Fowler position enabled significant height recovery, being the RPA (46%), ROCAM (40%) and ADM (77%). A direct correlation was established between the variable strength (PT) of the trunk extensors and stature loss. The description of these variables may contribute to strategies to reduce overload in the spine, such as the adoption of the Fowler's position as a recovery posture, in order to enable police officers to suffer less from the overload of vehicles and equipment necessary for the full execution of their activity, as well as the prevention and / or reduction of pathologies related to the spine. Keywords: Police Officer Military. Spinal shrinkage. Peak torque; Muscular endurance. Muscle activation. Tactical athlete.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: COLUNA VERTEBRAL ...................................................................................................19 FIGURA 2: DISCO INTERVERTEBRAL ............................................................................................21 FIGURA 3: SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................37 FIGURA 4: POLICIAL DA RPA EQUIPADO PARA O TRABALHO.....................................................38 FIGURA 5: POLICIAL DA RPA NA POSTURA ADOTADA DURANTE O TRABALHO .......................38 FIGURA 6: POLICIAL DA ROCAM EQUIPADO PARA O TRABALHO ...............................................38 FIGURA 7: POLICIAL DA ROCAM NA POSTURA ADOTADA DURANTE O TRABALHO .................38 FIGURA 8: POLICIAL DO ADM EQUIPADO PARA O TRABALHO....................................................39 FIGURA 9: POLICIAL DO ADM NA POSTURA ADOTADA DURANTE O TRABALHO ......................39 FIGURA 10: ESQUEMA DO ESTADIÔMETRO MOSTRANDO A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE

CONTROLE POSTURAL E O TRANSDUTOR DIGITAL DE VARIAÇÃO LINEAR (LDVT). ................40 FIGURA 11: TESTE DE PICO DE TORQUE FLEXORES DE TRONCO ............................................43 FIGURA 12: TESTE DE PICO DE TORQUE EXTENSORES DE TRONCO .......................................43 FIGURA 13: POSIÇÃO DOS ELETRODOS NOS FLEXORES DE TRONCO .....................................44 FIGURA 14: POSIÇÃO DOS ELETRODOS NOS EXTENSORES DE TRONCO................................44 FIGURA 15: TESTE DE RESISTÊNCIA DE FLEXORES DO TRONCO .............................................45 FIGURA 16: TESTE DE RESISTÊNCIA DE FLEXORES DO TRONCO .............................................46 FIGURA 17: VARIAÇÃO DA ESTATURA APÓS 6 HORAS DA JORNADA DE TRABALHO ..............50 FIGURA 18: PERDA E RECUPERAÇÃO ABSOLUTA DA ESTATURA .............................................51 FIGURA 19: PORCENTAGEM DE RECUPERAÇÃO EM RELAÇÃO À PERDA DA ESTATURA .......51

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE 42 POLICIAIS DA RADIOPATRULHA (RPA),

POLICIAIS RONDA OSTENSIVA COM APOIO DE MOTOCICLETAS (ROCAM) E POLICIAIS DO

TRABALHO ADMINISTRATIVO (ADM) .............................................................................................49 TABELA 2: TESTE DE RESISTÊNCIA ISOMÉTRICA DOS FLEXORES E DOS EXTENSORES DO

TRONCO ..........................................................................................................................................52 TABELA 3: PICO DE TORQUE (PT) ABSOLUTO (NM) E PICO DE TORQUE NORMALIZADO PELO

PESO CORPORAL (NM/kG) DOS FLEXORES E EXTENSORES DO TRONCO ...............................53 TABELA 4: ATIVAÇÃO MUSCULAR (mV) ........................................................................................54 TABELA 5: ANÁLISE UNIVARIADA DA PERDA E RECUPERAÇÃO DE ESTATURA

CONSIDERANDO AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES .....................................................................55

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LISTA DE SIGLAS

ADM Administrativo

APMG Academia Policial Militar do Guatupê

BPM Batalhão da Polícia Militar

CIVM Contração Isométrica Voluntária Máxima

DLC Dor Lombar Crônica

EL E Eretor Lombar Esquerdo

EL D Eretor Lombar Direito

EMG Eletromiografia

IMC Indices de Massa Corporal

IPAQ International Physical Activity Questionnaire

OI E Oblíquo Interno Esquerdo

OI D Oblíquo Interno Direito

PMPR Polícia Militar do Paraná

PT Pico de Torque

RAI E Reto Abdominal Inferior Esquerdo

RAI D Reto Abdominal Inferior Direito

RAS E Reto Abdominal Superior Esquerdo

RAS D Reto Abdominal Superior Direito

RI Resistência Isométrica

RM Resistência Muscular

RMS Nível de Ativação Muscular

ROCAM Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta

RPA Rádio Patrulha Auto

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................14

1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................17

1.1.1 Objetivos específicos ...................................................................................................17

1.1.2 Hipóteses .....................................................................................................................18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................................19

2.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL ............................................................19

2.1.1 Unidade funcional da coluna vertebral..........................................................................20

2.1.2 Disco Intervertebral .....................................................................................................22

2.1.3 Biomecânica da coluna vertebral – (variação no comprimento da coluna). ...................23

2.2 VARIAÇÃO DA ESTATURA MEDIDA PELA ESTADIOMETRIA DE PRECISÃO. ....................24

2.3 INFLUENCIA DO CICLO CIRCADIANO NA VARIAÇÃO DA ESTATURA ................................26

2.4 ESTABILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL E A RECUPERAÇÃO DA ESTATURA ................27

2.5 O EFEITO DA APLICAÇÃO DE CARGA ESTÁTICA E DINÂMICA NA COLUNA VERTEBRAL

.....................................................................................................................................................29

2.6 EFEITO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO EM MOTORISTAS .........................................30

2.7 SOBRECARGA NA COLUNA VERTEBRAL PELA MANUTENÇÃO DA POSTURA SENTADA

.....................................................................................................................................................32

2.8 SOBRECARGA NA COLUNA VERTEBRAL E DOENÇAS OCUPACIONAIS DA ATIVIDADE

POLICIAL .....................................................................................................................................33

3 METODOLOGIA ............................................................................................................................35

3.1 POPULAÇÃO E SELEÇÃO DA AMOSTRA .............................................................................35

3.2 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ................................................................................36

3.3 ESTRUTURA DO EXPERIMENTO .........................................................................................36

3.4 PROCEDIMENTOS DE TESTAGEM.....................................................................................399

3.4.1 Características Antropométricas ...................................................................................39

3.4.2 Estadiômetro ................................................................................................................40

3.4.3 Análise da variação da estatura....................................................................................41

3.4.4 Teste de Pico do torque (PT) muscular .........................................................................42

3.4.5 Análise da ativação muscular (EMG) Raiz Quadrada da Média da Ativação Muscular

(RMS)............... .............................................................................................................. 43

3.4.6 Coleta e tratamento dos sinais eletromiográficos ..........................................................44

3.4.7 Teste de resistência de flexores de tronco ....................................................................45

3.4.8 Teste Resistência dos extensores do tronco .................................................................46

3.4.9 Avaliação do Nível de Atividade Física .........................................................................46

3.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO........................................................................................................47

3.6 ANÁLISE DOS DADOS ...........................................................................................................47

4 RESULTADOS ..............................................................................................................................48

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4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA.......................................................................................48

4.2 VARIAÇÃO DA ESTATURA ....................................................................................................49

4.3 TESTE DE RESISTÊNCIA ISOMÉTRICA DOS FLEXORES E DOS EXTENSORES DO

TRONCO ......................................................................................................................................52

4.4 PICO DE TORQUE (PT) NORMALIZADO PELO PESO CORPORAL DOS FLEXORES E

EXTENSORES DO TRONCO .......................................................................................................52

4.5 ATIVAÇÃO MUSCULAR (RMS) ..............................................................................................53

4.6 CORRELAÇÕES E ANALISE DE REGRESSÃO .....................................................................54

5 DISCUSSÃO..................................................................................................................................55

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................63

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................64

ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .................................................74

ANEXO B - Questionário Internacional de Atividade Física (Versão 6) ..........................................79

ANEXO C - Termo de Aceite do Diretor/Comandante da Academia Policial Militar do Guatupê ....81

ANEXO D - Termo de Compromisso, de Confidencialidade de dados e envio do relatório final......82

ANEXO E - Parecer Consubstanciado do CEP...........................................................................83

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1 INTRODUÇÃO

A exposição constante a eventos estressantes colocam os policiais dentro

das categorias profissionais que sofrem maiores riscos a saúde física e mental

(BROWN; FIELDING; GROVER, 1999; LIPP; COSTA; NUNES, 2017; MARAN et al.,

2015). A tensão ocupacional na realização das tarefas, como as longas jornadas de

trabalho na postura sentada, a exposição à vibração do corpo inteiro transmitida

pelos veículos, a sobrecarga causada pelo uso de equipamentos de proteção

individual e as tarefas físicas inerentes ao trabalho policial, são aspectos ambientais

relevantes que aliados ao baixo nível de força estão relacionados à fadiga e dor

(DONNELLY et al. 2015; LAGO; OLIVEIRA; BARDAGI, 2010; OKUNRIBIDO;

MAGNUSSON; POPE, 2008; SANTOS et al., 2017).

A jornada de trabalho dos policiais pode variar entre 6 a 24 horas e a postura

sentada é adotada durante a maior parte dela, tanto em atividade administrativa

quanto operacional (CARDOSO et al., 2018). A permanência na postura sentada por

um longo período de tempo pode resultar em sensação de desconforto,

principalmente na lombar, e interferência na capacidade de executar tarefas (CHEN

et al. 2003; OKUNRIBIDO, MAGNUSSON POPE, 2008).

Durante a utilização dos veículos policiais (carro e motocicleta), além da

postura sentada, ainda existe a vibração dos veículos (FONTES; RABAGNANI;

QUEMELO, 2012; MARQUES, HALLAL, GONÇALVES, 2010;), os quais podem

intensificar as cargas na coluna vertebral (BOVENZI, 2009; BURSTRÖM et al.,

2013), fatores que podem ser importantes para o desenvolvimento de lombalgias

(SEIDEL et al. 2008). Alguns estudos verificaram que a exposição à vibração de

veículos (carros, caminhões e ônibus) está relacionada à sobrecarga na coluna,

fadiga muscular e dor lombar (POPE, WILDER, MAGNUSSON, 1998, 1999; ROBB;

MANSFIELD, 2007).

Na motocicleta, diferente do trabalho administrativo e no veículo, os policias

permanecem em uma postura sem apoio na lombar, a qual gera uma maior tensão

muscular e sobrecarga na coluna. Ao adotar a postura sentada sem encosto a

resposta física natural é realizar uma retroversão pélvica, a qual ocasiona a flexão

da coluna lombar alterando assim o padrão fisiológico das curvaturas da coluna

(WATKINS, 1999). Sabe-se que a manutenção das curvaturas fisiológicas da coluna

vertebral proporciona a distribuição uniforme das cargas compressivas e menor

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pressão nos discos intervertebrais, nos músculos espinhais e paraespinhais,

(NACHEMSON; ELFSTROM, 1970; REED; SCHNEIDER, 1996).

Aliada a postura sentada e a vibração dos veículos, durante a jornada de

trabalho, os policiais ainda carregam vários equipamentos, armamentos e vestes

destinados a proteção individual. Konitzer et al. (2008) verificaram correlação

positiva significativa entre soldados americanos que usavam vestes de proteção

balística por quatro ou mais horas e as queixas de dores musculoesqueléticas.

Desta forma, as condições laborais dos policiais podem, com o decorrer do

tempo, sobrecarregar a estrutura e a função do sistema musculoesquelético e

predispor ao aparecimento de distúrbios (PAULA et al., 2015). Registros realizados

pela junta médica de saúde da Polícia Militar da Bahia, em um período de dois anos,

relataram que 16,37% dos militares foram atendidos no hospital por queixas

relacionadas ao sistema musculoesquelético, sendo a dorsalgia responsável por

49% do total de atendimentos (NETO et al., 2014). Paula et al. (2015) também

apontaram a alta prevalência de sintomas de distúrbios osteomusculares em

policiais militares do Estado de São Paulo, sendo a região lombar a mais acometida.

No estado do Paraná, verificou-se em um período de um ano, 9.888 atendimentos,

dos quais 17,38% foram relacionados ao sistema osteomuscular, apresentando

maior prevalência de dor lombar e dor lombar baixa e ciática (Junta Médica de

Saúde da Polícia Militar do Paraná, 2018).

Atividades laborais, que exijam a sustentação de altas cargas, podem levar a

uma sobrecarga nas estruturas da coluna vertebral (discos, ligamentos, músculos)

(ADAMS et al. 1990; KLEIN et al. 1991; SHAN et al. 2012), sendo que estas cargas

são absorvidas pelos discos intervertebrais e sustentadas pelos músculos do tronco,

os quais sob fadiga podem desencadear dores nas costas, sobretudo a dor lombar

(BAKKER et al., 2009; KLEIN et al., 1991).

Por ser uma das principais causas dos afastamentos do trabalho, a dor

musculoesquelética e, especialmente, a dor lombar (LBP), afeta negativamente a

atividade policial militar, gerando incapacidade em longo prazo (PAULA et al., 2015).

A prevalência de lombalgia em policiais é maior, quando comparada com a da

população geral, portanto há necessidade de considerar a lombalgia como problema

de saúde pública que afeta toda a população, sendo prioridade de pesquisa para a

sociedade geral e militar (BROWN, 1998; CARDOSO et al., 2018; GEORGE et al.,

2011).

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A variação na altura do indivíduo, tem se tornado um índice de sobrecarga

na coluna vertebral, sendo estudada em diferentes situações ergonômicas (OWENS

et al., 2009; SIZER et al., 2018) e na execução de exercícios físicos (HEALEY, 2005;

FOWLER et al., 1997; RODACKI et al., 2008). Esta alteração no comprimento da

coluna vertebral, muda a distribuição das forças nas demais estruturas da coluna,

tais como ligamentos, facetas articulares e músculos, podendo assim levar ao

aparecimento de dores nas costas (FOWLER et al., 2006; ROSE; BREEN, 2016).

O grau de tensão ou estresse experimentado pelos discos intervertebrais e,

consequentemente pelas estruturas da coluna vertebral, depende da magnitude e

tempo da aplicação da carga e a condição de pré-carga do disco (ADAMS,

MCNALLY, 1994; SHAN et al., 2012). Quanto maior a altura do disco antes da

aplicação de carga, mais eficiente é a resposta mecânica à carga e menor é a

tensão experimentada pelo disco e as estruturas da coluna vertebral (WATSON et

al., 2012). Um estudo realizado com obesos mostrou grande redução na altura do

disco intervertebral comparado a grupo de não obesos, correlacionando a redução

do disco intervertebral ao nível de obesidade e sobrecarga na coluna vertebral

(EKNOYAR; QUETELET, 2008).

O efeito de amortecimento ou a absorção de choque dos discos

intervertebrais está presente durante o dia todo em que as flutuações de cargas

devido às alterações nas posturas e forças transientes são produzidas pelos

movimentos do corpo (por exemplo, no andar, deitar, sentar, correr, fazer exercícios

e transportar cargas) (DOWZER et al., 1998; FOWLER et al., 2006). Desta forma, a

mesma postura empregada por um determinado período de tempo pode causar

sobrecarga ainda maior na coluna (ADAMS et al. 1990) reduzindo assim a altura do

disco intervertebral, sobrecarregando e fadigando os músculos e as estruturas do

tronco (ADAMS; MCNALLY, 1994).

Os músculos também realizam papel relevante na absorção e distribuição

das cargas ao redor da coluna vertebral (CHANG et al., 2016), se os músculos

flexores e extensores do tronco apresentam força e resistência necessárias para a

manutenção de uma boa postura, as cargas serão absorvidas de forma mais

homogenia reduzindo assim o surgimento da dor lombar crônica (CHOLEWICKI;

McGILL, 1996; HENRY et al., 2006; McGILL et al. 2003). De fato alguns estudos

relacionam a fraqueza dos músculos extensores e flexores do tronco com a

incapacidade e a dor lombar (FREEMAN et al., 2010; LAMBRECHT; DAMANN,

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2015). Portanto o tipo de ocupação, a força e resistência reduzida dos músculos do

tronco associados a movimentos com altas cargas, aumentam consideravelmente o

risco de lesão e dores lombares (McGILL, 2002).

Desta forma, métodos que quantifiquem a sobrecarga na coluna vertebral

são interessantes a fim de identificar estratégias para reduzir este estresse, como

por exemplo, a adoção da posição de Fowler (deitado em decúbito dorsal com as

pernas apoiadas em um banco), esta posição é conhecida como uma posição

ortopédica de descanso que reduz ou elimina a sobrecarga na coluna a fim de

manter a integridade dos discos e das estruturas da coluna vertebral (HEALEY,

2005; VAN DIEEN, 1993).

Portanto o presente estudo pretende quantificar o comportamento mecânico

da coluna vertebral em relação à jornada de trabalho de policiais nas funções

administrativa e operacional (veículo e motocicleta), a fim de compreender os

mecanismos de sobrecarga na coluna vertebral. Utilizando-se de ferramentas

capazes de mensurar a sobrecarga na coluna vertebral pelas variações na estatura

(estadiometria), teste de resistência muscular, força ou torque máximo (célula de

carga) e ativação muscular (eletromiografia), antes e após a jornada de 6 horas de

trabalho e o efeito da adoção da posição de Fowler ao término da jornada de

trabalho na recuperação da estatura. A descrição destas variáveis poderá contribuir

para estratégias de prevenção e ou redução de patologias relacionadas à coluna

vertebral em policiais militares.

1.1 OBJETIVO GERAL

Identificar o efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento

mecânico da coluna vertebral nas funções administrativa e operacional (carro e

motocicleta).

1.1.1 Objetivos específicos

a) Analisar e comparar a variação da estatura (sobrecarga na coluna vertebral)

antes e após a jornada de 6 horas de trabalho de policiais nas funções

administrativa e operacional (carro e motocicleta).

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b) Analisar e comparar a recuperação da estatura realizada por meio de

intervenção aguda (20 minutos na posição de Fowler) após a jornada de 6

horas de trabalho de policiais nas funções administrativa e operacional (carro

e motocicleta).

c) Verificar e comparar força (torque máximo muscular), resistência isométrica e

nível de ativação dos músculos flexores e extensores do tronco antes e após a

jornada de 6 horas de trabalho de policiais nas funções administrativa e

operacional (carro e motocicleta).

d) Relacionar as variações na estatura (perda e recuperação) após a jornada de

6 horas de trabalho de policiais, nas funções administrativa e operacional

(carro e motocicleta), com a força, resistência e ativação dos músculos

flexores e extensores do tronco.

1.1.2 Hipóteses

H1 - O equipamento de proteção associado à postura vibratória (carro e

motocicleta) causará maior sobrecarga na coluna vertebral, gerando maior perda na

estatura e dificuldade de recuperar a perda;

H2 - Haverá recuperação da estatura após os 20 minutos na posição de Fowler

ao término da jornada de 6 horas de trabalho de policiais nas funções administrativa

e operacional (carro e motocicleta);

H3 - Haverá relação entre a maior perda da estatura nos policiais que

apresentarem maior fraqueza (força, resistência e ativação-RMS) dos músculos

flexores e extensores do tronco;

H4 - Haverá relação entre a menor recuperação da estatura nos policiais que

apresentarem maior fraqueza (força, resistência e ativação-RMS) dos músculos

flexores e extensores do tronco;

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral funciona como um suporte rígido e flexível que se estende

desde a base do crânio até a extremidade caudal do tronco, sendo constituída por

33 vértebras, as quais são distribuídas em cinco regiões: 7 vértebras cervicais, 12

vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacras fundidas e 4 pequenas

vértebras coccígeas fundidas (Figura 1).

A estrutura da COLUNA VERTEBRAL possibilita movimentos em todos os três

planos (sagital, frontal e transverso), realizando assim movimentos de flexão,

extensão, inclinação lateral e rotação direita e esquerda. A flexibilidade da coluna

vertebral é proporcionada pelos músculos, ligamentos, cápsulas, tendões e discos

(HAMILL; KNUTZEN, 2008).

FIGURA 1: COLUNA VERTEBRAL

Fonte: NETTER, 1999.

A disposição das vértebras em quatro curvaturas fisiológicas (cervical, torácica,

lombar e sacral) proporciona equilíbrio, flexibilidade e atuam na dissipação de forças

e absorção de choques impostas sobre o corpo. As regiões; cervical e lombar

(lordose), são convexas anteriormente e a torácica e sacral (cifose), são convexas

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posteriormente (cifóticas). A lordose cervical desenvolve-se depois do nascimento e

durante o desenvolvimento normal do lactente, como no levantar a cabeça em

posição prona e quando adquire a posição sentada. A curvatura da coluna vertebral

torácica está presente desde o nascimento e a curva lordótica lombar é formada

pela tensão do músculo psoas em resposta à sustentação do peso quando a criança

aprende a ficar sentada, em pé e andar (HAMILL; KNUTZEN, 2008; MATOS, 2014;

WATKINS, 1999). As regiões onde terminam uma curva e inicia a seguinte são

denominadas cevicotorácica, toracolombar e lombossacral, são locais suscetíveis a

lesões em virtude da grande mobilidade que possuem (HAMILL; KNUTZEN, 2008).

A fim de suportar maior peso na parte inferior do corpo as vértebras aumentam

da região cervical para a lombar, e de C2 a L5 a estrutura das vértebras são

parecidas, possuindo um corpo, forame vertebral central, processo transverso e

processo espinhoso (FLOYD; THOMPSON, 2002).

2.1.1 Unidade funcional da coluna vertebral

A estrutura básica de uma vértebra consiste em um corpo, responsável pela

sustentação do peso corporal, um anel oco (arco neural), que juntamente com as

faces posteriores dos corpos e dos discos intervertebrais formam o canal vertebral

que tem a função de proteger a medula espinal e os vasos sanguíneos. Os vários

processos ósseos (espinhosos e transversos) são destinados a aprimorar a

vantagem mecânica dos músculos inseridos (HALL, 2009).

Duas vértebras adjacentes separadas por um disco intervertebral e duas

facetas articulares, formam a unidade funcional da coluna vertebral (Figura 2),

(PRESCHER, 1998).

Esse segmento pode ser dividido em duas partes, a parte anterior contém os

dois corpos vertebrais, o disco intervertebral e os ligamentos longitudinais anterior e

posterior e a parte posterior que contém os arcos neurais, articulações

intervertebrais (facetas articulares), processos transversos e espinhosos e

ligamentos (HAMILL; KNUTZEN, 2008).

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FIGURA 2: DISCO INTERVERTEBRAL

Fonte: Hamill e Knutzen, 2008.

O corpo vertebral absorve as forças compressivas, por isso possui um

formato de tubo, sendo mais espesso no lado frontal. O disco intervertebral

proporciona mobilidade e distribui cargas na coluna vertebral, sendo capaz de

suportar forças compressivas, de torção e de cisalhamento, além de restringir o

movimento excessivo no segmento vertebral. Os ligamentos avançam ao longo da

coluna vertebral desde a base do occipício até o sacro, o anterior é denso e forte,

limitando a hiperextensão da coluna, restringindo o movimento de uma vértebra

sobre outra para frente e oferecendo sustentação à parte anterior do disco durante o

ato de levantar peso, o posterior é largo na região cervical e estreito na região

lombar e oferece resistência na flexão da coluna vertebral (HAMIL; KNUTZEN,

2008).

O arco neural é formado por dois pedículos e duas lâminas, formando, com o

lado posterior do corpo vertebral, o forame vertebral, onde passa a medula espinal.

Os processos transversos e espinhos são os locais de inserção para os músculos

espinais que avançam ao longo da coluna. As articulações apofisárias ou facetas

articulares protegem os discos contra cisalhamento e rotação excessiva e podem

participar da sustentação de cargas. Os ligamentos sustentam a parte posterior do

segmento vertebral e impedem a flexão excessiva do tronco (HAMILL; KNUTZEN,

2008).

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2.1.2 Disco Intervertebral

Entre os corpos vertebrais e aderidos à cartilagem articular, servindo como

amortecedor anatômico, estão localizados os discos intervertebrais. Os discos

formam cerca de 25% do comprimento total da coluna, desta forma, com o

envelhecimento e a desidratação dessas estruturas anatômicas ocorrerá a

diminuição no comprimento total da coluna e consequentemente na estatura. A

coluna vertebral possui 23 discos os quais mantêm as vértebras unidas ao mesmo

tempo em que permitem a mobilidade entre vértebras adjacentes (HALL, 2009;

HAMILL; KNUTZEN, 2008).

Cada disco é composto na sua região periférica por um anel ou ânulo fibroso

que possui em seu interior um núcleo pulposo. O anel fibroso é composto por tecido

fibroso e fibrocartilagem, o qual consiste em 50-60% de colágeno, proporcionando

resistência à tração no disco (HAMILL; KNUTZEN, 2008). As fibras do anel fibroso

são dispostas de forma oblíqua entre as vértebras de modo que sucessivas

camadas perpendiculares sobrepõem-se umas sobre as outras. Numa vista

horizontal, as fibras dos discos intervertebrais são posicionadas em forma helicoidal.

Esta orientação garante a elasticidade do disco perante cargas de compressão

(PRESCHER, 1998).

Dentro do anel fibroso, na região central do disco, está o núcleo pulposo, uma

massa com consistência de gel composto por 90% de água e o restante por

proteoglicanas e colágeno, materiais que por processos químicos possuem a

capacidade de atrair água, tornando o núcleo capaz de absorver forças

compressivas aplicadas ao segmento móvel (HAMILL; KNUTZEN, 2008; HALL,

2009). A quantidade de água no interior do núcleo depende da idade e do estado de

degeneração do disco intervertebral (PRESCHER, 1998).

O núcleo pulposo tem a tendência em absorver água (hidrofilia), sobretudo

quando ocorre à diminuição das pressões sobre ele, assim é quando se adota a

posição deitada e em repouso, o que resulta no aumento da espessura do disco,

enquanto que a espessura ou altura diminui quando ocorre uma sobrecarga. O anel

fibroso atua como uma proteção para o núcleo pulposo, e caso ocorra seu

extravasamento pelas fibras do anel, haverá uma lesão ou Hérnia discal.

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2.1.3 Biomecânica da coluna vertebral – (variação no comprimento da coluna).

No transcorrer de um dia, as atividades cotidianas geram forças compressivas

na coluna, ocasionando redução na hidratação do disco e fazendo com que o a

coluna sofra encurtamento de até quase 2 cm, sendo que aproximadamente 54%

dessa perda ocorre durante os 30 primeiros minutos após levantar-se pela manhã

(HALL, 2009; WATSON et al., 2012). Perda de fluido e alterações estruturais dos

discos intervertebrais são propostas como possível explicação do mecanismo de

redução da estatura (CHAFFIN et al., 2001).

Para manter-se nutrido o disco necessita de processos mecânicos, pois o

disco é avascularisado, as mudanças intermitentes na postura e posição corporal

alteram a pressão discal e proporcionam o transporte de nutrientes para dentro e a

remoção de produtos de desgaste metabólico, dando origem a ação de

bombeamento.

O peso corporal, a força muscular atuante no segmento móvel, forças pré-

tensivas decorrentes das forças dos discos e ligamentos combinadas com cargas

externas manipuladas ou aplicadas, geram diferentes tipos de forças ou cargas

sobre a coluna vertebral, as quais são absorvidas e dissipadas principalmente pelos

discos intervertebrais (HAMILL; KNUTZEN, 2008). A manutenção da posição

corporal fixa por longo período de tempo reduz a ação de bombeamento, afetando a

saúde discal.

Na postura ereta a principal forma de carga que age sobre a coluna é axial,

nessa posição, o peso corporal, o peso de qualquer carga mantida nas mãos e a

tensão nos ligamentos e nos músculos circundantes contribuem para a compressão

na coluna vertebral. Durante a postura ereta, o centro corporal total de gravidade fica

adiante da coluna vertebral, o que a coloca sob um momento constante de

inclinação anterior. Os músculos extensores do tronco atuam contrabalanceado esse

torque a fim de manter a posição corporal (HALL, 2009; HAMILL e KNUTZEN, 2008).

A principal força que atua sobre a coluna é aquela derivada habitualmente da

atividade muscular. Os segmentos corporais e as cargas externas produzem torques

ao redor da coluna que são neutralizados pelos músculos do tronco. Os músculos

extensores do tronco também sofrem tensão compensatória quando tronco e braços

são flexionados, isso em virtude dos braços de momento que aumentam o torque

flexor (HALL, 2009).

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Em comparação com a carga presente durante a postura ereta, a compressão

da coluna lombar aumenta ao sentar-se, aumenta mais com a flexão do tronco e

aumenta ainda mais na posição sentada relaxada (HAMILL; KNUTZEN, 2008).

Nachemson (1975) verificou que as medidas de pressão do disco intervertebral

demonstram como a carga no disco lombar varia de acordo com a posição do corpo

do sujeito. Comparado com a pressão ou carga na posição ereta vertical, a posição

supina reduz a pressão em 70%, enquanto a posição sentada aumenta a carga em

40% e ao sentar com inclinação para frente e o levantamento de peso em mais de

100%.

Após 30 minutos do início de uma tarefa fisicamente exigente, reduções de 3 a

6 mm na estatura são comuns, e a recuperação pode ocorrer com o relaxamento

(posição de Fowler – posição deitado com 90o de flexão de quadril e joelhos e pés

apoiados em um banco) de duração semelhante, por isso a medição da estatura

tornou-se uma técnica útil para comparação dos estresses sobre a coluna vertebral

causado por esforços manuais diferentes (CHAFFIN et al., 2001).

2.2 VARIAÇÃO DA ESTATURA MEDIDA PELA ESTADIOMETRIA DE PRECISÃO.

O primeiro método preciso e reprodutivo de medir pequenas mudanças ou

variações na estatura foi desenvolvido por Eklund e Corlett (1984). Eles

desenvolveram um equipamento capaz de medir pequenas variações na estatura

(estadiômetro), que permitiu aos sujeitos manter a postura em pé constante, precisa

e reprodutível em uma posição confortável e relaxada durante e entre as medições

subsequentes no equipamento. Realizaram 1110 medidas em 15 sujeitos utilizando

o estadiômetro e encontraram um desvio padrão de 0,63 mm. Outros estudos,

utilizando um estadiômetro semelhante, relataram que o desvio padrão de 10

medidas repetidas foi de 0,28 mm (TYRRELL et al., 1985), 0,36 mm (LEATT et al.,

1986) e 0,50 mm (RODACKI et al., 2001) .

O equipamento utilizado por Eklund e Corlett (1984) consistiu de um pilar

montado em ângulo reto com uma placa de base. O pilar foi inclinado para trás a 10º

da vertical, o que facilitou o relaxamento da postura do sujeito. No centro deste pilar

estavam localizados a cabeça e quatro suportes para as costas que consistiam em

hastes ajustáveis que davam o suporte para a cabeça e as regiões da coluna

vertebral dos indivíduos (cervical, torácica, lombar e sacral). Na placa de base, foram

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posicionados um conjunto de balanças e um descanso de calcanhar que permitia o

controle da distribuição do peso corporal do indivíduo sobre os pés (ante pé e

esquerda-direita) durante cada medida. A posição da cabeça do sujeito era

controlada coincidindo uma linha horizontal no meio de um espelho colocado na

frente do avaliado com uma linha horizontal desenhada em um espelho. As

mudanças de altura foram medidas colocando um disco na cabeça do sujeito, que

foi montado em uma haste vertical com rolamento livre que possuía um transdutor

com precisão de 0,1 mm.

Como a posição da cabeça é a principal fonte de erro de medição, várias

tentativas foram feitas para melhorar este controle. Tyrrell et al. (1985) foram os

primeiros experimentadores a adotar um óculos em que as lentes eram escurecidas,

exceto por uma fenda horizontal no meio (0,5 mm) e os sujeitos se sobrepunham a

esta fenda com uma linha horizontal no espelho em frente ao equipamento. Boocock

et al. (1986) usaram um emissor infravermelho acoplado horizontalmente a um par

de óculos, e Helander e Quance (1990) usaram um bocal montado no estadiômetro

para padronizar a posição da cabeça. McGill et al. (1996) controlaram o

posicionamento ântero-posterior da cabeça usando um suporte de cabeça separado

em forma de “C” e a inclinação para frente da cabeça foi controlada por indivíduos

correspondentes a uma linha horizontal marcada nos óculos de proteção com uma

linha horizontal no espelho na frente do equipamento. Rodacki (2001) controlou o

posicionamento da cabeça por meio de um emissor infravermelho acoplado

verticalmente a um par de óculos.

Eklund e Corllett (1984) revelaram os efeitos de diferentes sobrecargas na

coluna vertebral pelas medidas de variação na estatura, mostrando que uma grande

carga (peso) na coluna, resulta em maior taxa de perda de estatura. Esses autores

observaram que quando a carga suportada pela coluna se modifica durante o dia, a

taxa de encolhimento da coluna vertebral também muda. Portanto, este método

pode ser aplicado para avaliar mudanças na estatura e tem sido utilizado como

parâmetro de carga funcional da coluna vertebral humana durante várias tarefas.

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2.3 INFLUENCIA DO CICLO CIRCADIANO NA VARIAÇÃO DA ESTATURA

O disco intervertebral responde às forças externas, perdendo fluido, o que

resulta em redução de sua altura. Quando essas forças são removidas, o fluido

retorna ao disco e a altura é recuperada. Este padrão pode ser visto claramente

durante variações circadianas na estatura humana. As mudanças involuntárias de

dia e noite na estatura estão associadas às mudanças que ocorrem na coluna

vertebral em resposta às forças gravitacionais, à sustentação de peso e à atividade

física. Ganhos em estatura são observados após um período de repouso (dormir).

Vários estudos relataram diminuição natural na estatura ao longo do dia de 0,83%

(LEATT et al., 1986) até 1,1% da altura total (REILLY et al., 1984; TYRRELL et al.,

1985). Reilly et al. (1984) descobriram que 80% da perda de estatura diurna

ocorreram nas primeiras três horas da manhã.

O padrão de perda de estatura pode ser descrito com uma função cosseno

(LEATT et al., 1986; TYRRELL et al., 1985). Durante a noite, com o corpo em

posição de decúbito, a carga mecânica é reduzida e a coluna vertebral recupera o

comprimento, dos quais 70% desse ganho de estatura foi alcançado na primeira

metade da noite (LEATT et al., 1986; REILLY et al., 1984; TYRRELL et al., 1985).

Reilly et al. (1984) sugeriram que o padrão de ganho de estatura durante a noite

poderia ser descrito por uma equação quadrática: h = - (0.2844 t2) + 4.667 t, onde h

é a altura ganha em mm e t é o tempo em horas.

Wilby et al. (1987) descobriram que a oscilação média geral na estatura

relacionada ao sexo feminino foi de 15,4 mm (0,92% de estatura) e os autores

concluíram que não havia diferença na variação circadiana entre os sexos. Já o

estudo de Persch et al. (2013) conclui que as variações hormonais que ocorrem em

determinados períodos do ciclo sexual interferem no comportamento mecânico dos

discos intervertebrai, predispondo as mulheres a perdas mais pronunciadas de

estatura.

Vários estudos (VAN DIEEN et al., 1994; WILBY et al., 1987) observaram a

magnitude da carga compressiva na coluna resultante da mesma carga porém

aplicada em diferentes períodos do dia (por exemplo, manhã e noite). Wilby et al.

(1987) registraram a perda da estatura em mulheres após 20 minutos de um circuito

de musculação realizado pela manhã e posteriormente à noite. Os resultados

revelaram maior taxa de perda de estatura realizada na sessão da manhã (5,4 mm)

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do que na sessão da noite (4,3 mm). Eles concluíram que à noite a altura do disco já

está encolhida, portanto a capacidade do disco de acomodar o estresse da atividade

é reduzida. Portanto, os discos intervertebrais e outras estruturas da coluna tornam-

se mais vulneráveis a lesões no período noturno.

Os autores também observaram que houve uma recuperação significativa na

estatura quando os indivíduos adotaram a posição de Fowler (deitado em decúbito

dorsal com as pernas apoiadas em um banco), seguindo diretamente o circuito de

musculação. A recuperação na estatura foi maior no período da manhã do que no

período noturno, com valores médios de 4,5 mm e 3,4 mm, respectivamente.

Entretanto, Van Dieen et al. (1994) mediram mudanças na estatura e altura do

tronco de três indivíduos que seguraram uma barra de 10,5 kg e 20,5 kg (em dias

diferentes) no ombro por 45 minutos. Os experimentos foram realizados durante seis

sessões da manhã e da tarde. Os resultados mostraram que o peso da barra e a

hora do dia não tiveram influência significativa na taxa de encolhimento da coluna

vertebral; no entanto, durante o experimento, apenas um pequeno grupo de

indivíduos foi utilizado. Outro achado foi que a taxa de perda de estatura foi

semelhante à taxa de perda de altura do tronco, o que indicou que a influência das

alterações nas extremidades inferiores é insignificante em comparação com as

mudanças que ocorreram na coluna vertebral durante este experimento.

Althoff et al. (1992) mediram o encolhimento da coluna vertebral de 20

indivíduos após 30 minutos de exposição gradual a cargas nos ombros variando de

zero a 30 kg, que foram realizadas no período da manhã e da tarde. Os resultados

não mostraram diferença significativa entre as diminuições de altura medidas pela

manhã e à tarde.

2.4 ESTABILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL E A RECUPERAÇÃO DA ESTATURA

A atividade profissional desempenhada pode exigir muito do sistema

musculoesqueletico, com movimentos repetitivos, manutencao da postura estatica

ou dinamica por tempo prolongado, e principalmente movimentos que

sobrecarregam a coluna vertebral (SIQUEIRA et. al, 2008).

A estabilidade é um processo dinâmico que inclui posições estáticas e

movimentos controlados, incluindo um alinhamento em posições sustentadas,

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redução na tensão nos tecidos por movimentos padronizados, evitando causas de

traumas para as articulações e tecidos moles e fornecendo ação muscular eficiente

(BARR; GRIGGS; CADBY, 2005).

Para manter a postura durante a execução de diferentes tarefas, vários

segmentos corporais trabalham de forma integrada visando obter o menor gasto

energético e mínima sobrecarga nas estruturas do sistema musculoesquelético

(MORAIS et al., 2012). Conforme Panjabi (1992) três subsistemas são responsáveis

pela estabilidade da coluna vertebral, o subsistema passivo que é composto pelas

vértebras, discos e ligamentos, o ativo, composto por músculos e tendões, e o

neural, composto pelo sistema nervoso central e periférico.

Conforme Bergmark (1989), dois sistemas atuam na estabilidade do tronco:

sistema local e global. Os músculos locais, são originários da pelve e se inserem nas

vértebras lombares, são usados para controlar a curvatura e fornecer rigidez sagital

e lateral para manter a mecânica da estabilidade da coluna lombar, e os globais, são

músculos que transferem a carga diretamente entre a caixa torácica e a pelve,

sendo incluídos os eretores da espinha, os oblíquos internos e externos, os retos

abdominais e as laterais dos quadrados lombares (ERGMARK, 1989; KIEFER;

SHIRAZI-ADL; PARNIANPOUR, 1998; B).

Na cadeia posterior do tronco, atuando de forma estática estão os músculos

paravertebrais (semi-espinhais, multifídios rotadores, interespinhais,

intertransversários, possuindo a função de manter o tronco ereto enquanto sentados

ou em pé. Os músculos eretores (iliocostais, longuíssimo do tórax e espinhais)

atuam na cadeia posterior de forma dinâmica, buscando manter a estabilidade da

coluna durante os movimentos. Na cadeia anterior do tronco os músculos

abdominais (reto do abdômen, oblíquos superior e inferior, transverso do abdômen)

atuam de forma dinâmica proporcionando movimento e estabilidade. Ainda,

conforme Oliveira e Braz (2016) músculos profundos (oblíquos internos, transverso

do abdômen e multifídios) e músculos superficiais (oblíquos externos, eretores

espinhais e reto abdominal) compõem a musculatura do tronco e contribuem para a

sustentação da coluna vertebral.

Vícios posturais, sedentarismo e atividades laborais podem desestabilizar o

sistema responsável pela manutenção da postura, um fraco controle muscular, que

gera instabilidade, está associado a dores na coluna lombar, sendo sugerido como

causa de desordens funcionais, tensões e dor (KOBILL et al., 2017). A manutenção

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de uma musculatura do tronco forte proporciona uma base estável para os torques

gerados pelos membros desempenharem funções na atividade diária e esportivas

(BEHM, 2011).

A carga de compressão aplicada à coluna produz diminuição do espaço

intervertebral e pode fazer com que um excesso de tensão ocasione danos nas

estruturas da coluna vertebral (FROBIN et al., 1997). Em razão disso, sugere-se a

adoção de posições de recuperação específicas, que atenuem o estresse

acumulativo sobre a coluna vertebral e revertam o encolhimento dos discos.

Tyrrell et al. (1985) compararam a taxa de recuperação na estatura após os

indivíduos adotarem duas posições diferentes de recuperação. Os autores

observaram que 79% da perda de estatura, causada por 20 minutos, mantendo uma

barra de peso de 10 kg, foi recuperado após 10 minutos em uma posição de pé.

Houve recuperação máxima de 128% da perda de estatura (sendo 100% a

recuperação total da perda estatura induzida pelo pré-exercício) quando os

indivíduos adotaram 10 minutos na posição de Fowler. Esta posição é conhecida

como uma posição ortopédica e é amplamente recomendado para o alívio da dor

nas costas. A pressão intradiscal na posição de Fowler é menor do que na posição

em pé (NACHEMSON, 1981), o que explica a recuperação mais rápida.

2.5 O EFEITO DA APLICAÇÃO DE CARGA ESTÁTICA E DINÂMICA NA COLUNA VERTEBRAL

Eklund e Corlett (1984) mediram o encolhimento da coluna vertebral de

pessoas sedentárias, antes e depois de uma hora de atividade com e sem 14 kg de

carga no ombro em dois dias diferente e com mesma duração. Os resultados

mostraram taxa de encolhimento da coluna vertebral de 3,2 mm com carga quando

comparados com 1,4 mm sem carga, o que os levou a acreditar que o aumento da

carga na coluna resulta em taxa mais rápida de encolhimento da coluna vertebral.

Tyrrell et al. (1985) também monitoraram os efeitos de uma carga externa

sobre a taxa de encolhimento da coluna vertebral. Durante o estudo, oito

participantes foram solicitados a segurar halteres de 10, 20, 30 e 40 kg ao longo dos

ombros e a usar uma mochila de 2,5 e 10 kg por 20 minutos. Os halteres de 10 kg

causaram uma perda de 5,1 mm na estatura em comparação com 11,2 mm para

uma barra de 40 kg. Destaca-se a perda de estatura semelhante entre os resultados

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para o haltere de 10 kg e a mochila de 10 kg (5,4 mm), sugerindo que a perda de

estatura estava diretamente relacionada à carga estática aplicada.

Sun, Cheng e Shan (2018) avaliaram 22 estudantes universitários, cada um

permaneceu em pé na posição estática com uma carga de 20% do peso corporal em

duas condições (sobrecarga anterior e posterior), sendo o encolhimento da coluna

vertebral com sobrecarga anterior foi significativamente maior (2,454 mm) do que

com sobrecarga posterior (1,461mm). Rodacki et al. (2005) constataram perdas

significativas ao comparar sujeitos com sobrecarga de 10% do peso corporal após

executarem 30 minutos de caminhada com (6.52±1.45mm) e sem ( 3.55±0,93mm) a

sobrecarga. Reilly e Peden (1989) mostraram que o exercício moderado realizado

durante 10 minutos com uma carga frontal externa, semelhante à gravidez, não

produziu uma diferença significativa no encolhimento da coluna vertebral entre as

condições sem carga (1,14 mm) e com carga de 10 kg (1,48 mm). Contudo, quando

uma carga frontal externa de 15kg foi aplicada, uma redução significativa foi

observada (2,79 mm). Os autores sugeriram que tarefas como subir degraus de

forma repetitiva com carga externa acima de 16% do peso corporal podem aumentar

o risco de lesão. Rodacki et. al (2003) verificaram que uma atividade física dinâmica

moderada não produziu perda significativamente diferente da estatura entre

mulheres grávidas (sem dores nas costas 4.23±1.23mm e com dores nas costas

4.57±1.53mm) e mulheres não grávidas (3.99±1.13mm).

Corlett e Eklund (1986) encontraram uma relação linear entre a carga no ombro

(0 a 25 kg) e a perda da estatura. McGill et al. (1996) compararam em oito sujeitos

os efeitos cumulativos da carga estática (de 15,3 kg) mantendo (por 20 minutos)

com levantamento de cargas dinâmicas realizadas em dois dias diferentes. Após 20

minutos de elevação dinâmica da carga, o encolhimento médio foi de 1,23 mm,

enquanto a condição de carga estática produziu retração média de 2,16 mm. A

variabilidade na resposta dos sujeitos à carga foi grande e alguns indivíduos

experimentaram mais retração na condição estática enquanto outros mostraram

mais retração na condição dinâmica.

2.6 EFEITO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO EM MOTORISTAS

A vibração trata-se de movimentos oscilatórios de um corpo e se faz presente

em todas as formas de transporte e no trabalho com maquinaria industrial. Podem

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ser de corpo inteiro, quando se está apoiado em uma superfície vibrante, ou

transmitido pelas mãos. O corpo humano reage de forma complexa ao estímulo

vibratório, grande número de mecanoceptores estão envolvidos no controle da

postura e tensão muscular, consequentemente na performance motora (CHAFFIN et

al., 2001).

Durante a exposição à vibração de corpo inteiro a coluna vertebral é uma das

estruturas mais afetadas, os problemas de saúde ocupacional mais associados à

essa exposição estão relacionados com a região lombar. Esta queixa de dor pode

estar associada à permanência na posição sentada, às constantes inclinações do

tronco, vibrações mecânicas e a contração permanente de determinados grupos

musculares para a manutenção da postura sentada (BRÉDER et al., 2006; SACCO

et al., 2003). Magnusson et al. (1992) verificaram que 5 minutos de exposição a

vibrações sinusoidais ocasionaram perda da estatura significativamente maior

quando comparada com a posição sentada sem vibrações.

A literatura relata possíveis explicações sobre o mecanismo com o qual a

vibração afeta a coluna vertebral. A primeira estaria relacionada com a diminuição

da altura dos discos intervertebrais como resultado da exposição diária à vibração

ao longo da jornada de trabalho (HAMPEL; CHANG, 1999). Assim evidencia-se que

a vibração de corpo inteiro impede que o disco intervertebral restabeleça sua altura

e mantenha os espaços intervertebrais adequados para a passagem do estímulo

nervoso, ocasionando processo inflamatório, podendo gerar dor na região da coluna

lombar (DRERUP et al., 1999). No entanto, poucos estudos testam essa relação

sendo que alguns demonstram que a vibração possui efeito que acentua o aumento

da recuperação da altura dos discos intervertebrais (BONNEY; CORLETT, 2003;

SULLIVAN; MCGILL, 1990).

A segunda explicação entre a exposição ocupacional à vibração de corpo

inteiro e aumento na prevalência de dor lombar está relacionada com a produção de

força para a manutenção da estabilidade postural. Durante a exposição à vibração

os músculos eretores da espinha e lombares podem ter sua capacidade de gerar

força afetada, ocasionando contrações musculares excessivas e o aparecimento

prematuro de fadiga, o que pode iniciar quadro de lesão e gerar dor na região

(HUBER et al., 2010; SLOTA; GRANATA; MADIGAN, 2008).

Estudos utilizando a estadiometria observaram a perda da estatura com a

exposição do corpo à vibração (POPE; WILDER; MAGNUSSON, 1998, 1999; ROBB;

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MANSFIELD, 2007). Entretanto, a sobrecarga na coluna causada pela frequência de

vibração pode ser influenciada pela postura, assento e inclinação do encosto onde a

posição pélvica parece ser fator relevante (MAGNUSSON et al., 1992; POPE,

WILDER, MAGNUSSON, 1999). Menor perda da estatura ocorreu quando os

indivíduos mantiveram-se sentados (com a mesma vibração) em uma cadeira com

encosto inclinado a 120o, em comparação a posição sentada sem encosto

(MAGNUSSON et al., 1992)

2.7 SOBRECARGA NA COLUNA VERTEBRAL PELA MANUTENÇÃO DA POSTURA SENTADA

O homem moderno passa um terco da vida sentado, resultando em alteracoes

biomecânicas geradas pelo desequilibrio muscular entre forca extensora e flexora do

tronco e diminuicao da estabilidade e mobilidade do complexo lombar-pelve-quadril

(SACCO et. al, 2009). A transferência do peso corporal por meio da tuberosidade

isquiática, dos tecidos moles da região glútea e da coxa para o assento da cadeira,

define a postura sentada (PYNT, HIGGS; MACKEY, 2001).

As cargas compressivas que atuam na parte superior do corpo são distribuídas

por meio das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral até a pelve. A correta

manutenção da postura permite que as cargas compressivas sejam distribuídas

uniformemente para os discos intervertebrais, quando o peso corporal e a força da

gravidade estão corretamente equilibrados ao longo do esqueleto axial, a coluna

vertebral cumpre sua função de sustentação (NACHEMSON; ELFSTROM, 1970).

Mudanças nas curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, em virtude de

hábitos inadequados, geram função anormal dos músculos e ligamentos, podendo

levar a danos nos tecidos moles, articulações e discos intervertebrais. A

permanência na posição sentada por longos períodos de tempo pode sobrecarregar

a parte anterior dos discos intervertebrais, enquanto a parte posterior se estende e o

núcleo pulposo é deslocado para trás, irritando os receptores do anel fibroso, com o

passar do tempo mudanças significativas podem ocorrer dentro do disco

intervertebral, levando a perda da função do anel fibroso, o danificado, o que pode

resultar na compressão de raízes nervosas desencadeando radiculopatias

(GROSZEK et al., 2011).

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Marques, Hallal e Gonçalves (2010) realizaram uma revisão visando identificar

fatores biomecânicos, ergonômicos e clínicos envolvidos na sustentação da postura

sentada, e após análise de 72 artigos publicados entre os anos de 1965 e 2010,

concluíram que posturas inadequadas de forma prolongada na posição sentada,

aliadas a fadiga muscular, baixa propriocepção e sobrecarga, são fatores de risco

para o aparecimento de dor e lesão lombar.

Nachemson (1975) mediu a pressão no disco da vértebra lombar (L3) em

diferentes posturas e verificou que, ao comparar com a postura em pé, a pressão

aumenta aproximadamente 40% na posição sentada e 90% na posição sentada com

flexão do tronco.

Estudos que observaram a sobrecarga na coluna pela variação da estatura

(estadiometria de alta precisão) apresentaram resultados controversos ao comparar

as posturas sentada, sentada com diferentes suportes na lombar e em pé

(LEIVSETH; DRERUP, 1997; MAGNUSSON et al., 1990).

Rabal-Pelay et al. (2019) constataram redução de 12,5 mm (DP ± 5,4 mm) ao

avaliarem 40 trabalhadores de uma linha de montagem que permaneceram em pé

durante 8 horas, representando 0,71% da estatura.

Alguns estudos compararam a redução estatura enquanto se está sentando

em relação a estar em pé. Van Deursen et al. (2005) avaliaram 10 sujeitos que

permaneceram durante 1 hora em diferentes posturas, constatando redução de -7,4

mm (DP 0,5) em pé e -5,0 mm (DP 0,6) sentado. Leivseth e Drerup (1997) avaliaram

trabalhadores durante 6,5 horas e concluíram que o encolhimento da coluna lombar

é maior durante o trabalho em pé -4,16mm, em comparação com a postura sentada

-1,73 mm. No entanto Gao et al. (2016) não encontraram diferenças significativas na

redução do comprimento da coluna vertebral ao avaliarem trabalhadores de

escritório em uma estação em que se permanecia sentado (n= 14; -5,62 ± 2,75 mm)

e outra em que se podia sentar e levantar (n=10; -6,11 ± 2,44 mm).

2.8 SOBRECARGA NA COLUNA VERTEBRAL E DOENÇAS OCUPACIONAIS DA ATIVIDADE POLICIAL

A profissão policial militar é uma atividade estressante, a qual exige elevada

aptidao fisica e mental para suportar a imposição de cargas emocionais e físicas. A

natureza da atividade realizada, a permanência na posição sentada durante muitas

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horas, aliado ao uso de equipamentos de proteção individual, pode demandar uso

exaustivo de força muscular. Esta condição pode acarretar numa predisposicao

natural a dores lombares nessa população (NETO, 2014). Relatos de policiais em

estudos anteriores mostram que muitos acabam mudando de função por causa da

lombalgia e na maioria dos casos a presença da dor lombar está totalmente ou

parcialmente vinculada ao seu trabalho na força policial (DOUMA; CÔTÉ; LACASSE,

2018).

Registros realizados por juntas médicas de saúde de polícias militares no

Brasil apontam uma alta incidência de patologias relacionadas ao sistema

musculoesquelético, sobretudo dorsalgias e dores lombares (NETO et al. 2014;

TRINDADE et al. 2015). No estado do Paraná, verificou-se em um período de um

ano, 9.888 atendimentos, dos quais 17,38% foram relacionados ao sistema

osteomuscular, apresentando maior prevalência de dor lombar e dor lombar baixa e

ciática (Junta Médica de saúde da Polícia Militar do Paraná, 2018).

Por ser uma das principais causas dos afastamentos do trabalho, a dor

musculoesquelética e, especialmente, a dor lombar, afeta negativamente a atividade

policial militar, gerando uma incapacidade em longo prazo. A prevalência de

lombalgia em policiais é comparável com a da população geral, portanto há

necessidade de considerar a lombalgia como problema de saúde pública que afeta

toda a população, sendo uma prioridade de pesquisa para a sociedade geral e

militar (BROWN, 1998; CARDOSO et al., 2018; GEORGE et al., 2011).

O grau de desconforto geral na atividade ocupacional ocasionado pela dor e

fadiga no fim do turno de trabalho está relacionado ao uso dos equipamentos de

proteção individual (colete, cinto de guarnição e armamento) e a condução dos

veículos policiais (viatura e motocicleta) (DONNELLY; CALLAGHAN; DURKIN, 2009;

SANTOS et al., 2017). Braga et al. (2018) constataram a ocorrência de sintomas de

distúrbios osteomusculares em policiais motociclistas de Pernambuco, sendo que a

coluna vertebral e membros inferiores apresentaram maior relato de intensidade de

dor quando comparado às outras regiões do corpo.

A exposição à direção de veículos e motocicletas, apresenta efeito

significativo no problema de lombalgia autorreferida, sendo que a coluna vertebral e

os membros inferiores apresentaram maior intensidade de dor quando comparados

às outras regiões avaliadas, sendo que quanto maior for o tempo gasto dirigindo,

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maior será o risco para o desenvolvimento de dor lombar (BRAGA, 2018;

DONNELLY; CALLAGHAN; DURKIN, 2009; GYI; PORTER, 1998).

3 METODOLOGIA

O estudo é do tipo tranversal, observacional e experimental. Para determinar

o comportamento mecânico da coluna vertebral dos policiais militares durante a

jornada de trabalho foi proposta uma bateria de testes que identificou e relacionou a

perda e recuperação da estatura, força (PT), resistência isométrica (RI) e o nível de

ativação (RMS) dos músculos flexores e extensores do tronco.

3.1 POPULAÇÃO E SELEÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi composta por 42 policiais militares do sexo masculino, entre 26

e 43 anos, em atividade na Polícia Militar do Estado do Paraná, sendo pertencentes

a Rádio Patrulha Auto (RPA) da 4ª Companhia de Polícia Militar do 20º Batalhão, a

Rondas Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) do 12º Batalhão e ao

efetivo administrativo (ADM) da Academia Policial Militar do Guatupê.

Os critérios de inclusão consistiram em ser voluntário, do sexo masculino,

policial militar da ativa e desempenhando atividade operacional ou administrativa

nas Unidades, não ter lesão, doença ou limitações articulares que impedissem a

realização dos testes físicos ou qualquer exercício proposto e descrito no presente

estudo, não estar envolvido em práticas esportivas de alto rendimento e não estar

fazendo uso de medicamentos que afetem as respostas ao exercício ou testes.

O recrutamento da amostra foi por conveniência, sendo os comandantes dos

policiais informados sobre a pesquisa e os policiais militares convidados a participar

de forma voluntária, conforme a disponibilidade das Unidades, de forma que não

ocorresse interferência na rotina de trabalho.

Ao decorrer da pesquisa não houve perda amostral e os participantes foram

alocados em três grupos. O Grupo RPA (n=14), o Grupo ROCAM (n=14) e o Grupo

ADM (n=14). Os participantes foram alocados considerando a natureza da atividade

desenvolvida, sendo submetidos a protocolos de avaliação idênticos antes e após a

jornada de trabalho. Os testes foram realizados na Seção de Educação Física da

Academia Policial Militar do Guatupê.

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O projeto de pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) sob o parecer nº 3.264.257 (Anexo E).

Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexo A), seguindo as normas do Conselho Nacional de Saúde (Resolução

nº 466).

3.2 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Com a assinatura do TCLE os seguintes dados foram coletados: Idade,

tempo de serviço e a prática ou não de atividade física.

O experimento teve três momentos:

a) No 1º momento ou familiarização dos protocolos do estudo - os

voluntários participaram do processo de familiarização dos

equipamentos utilizados no experimento, (estadiômetro, célula de

carga e eletromiografia) e foram feitas as avaliações das medidas

antropométricas.

b) No 2º momento ou experimento - os voluntários permaneceram 20

minutos na posição de Fowler, foram avaliados e saíram para o

policiamento nas ruas ou atividade administrativa. Após

aproximadamente 6 horas da jornada de trabalho, os voluntários

retornaram para realização de todas as avaliações.

c) No 3º momento ou experimento – após as avaliações, os voluntários

permaneceram 20 minutos na posição de Fowler e realizaram a

medida para avaliar a recuperação no estadiomêtro.

3.3 ESTRUTURA DO EXPERIMENTO

O voluntário antes e depois (PRÉ e PÓS), das aproximadamente 6 horas de

policiamento nas ruas ou trabalho administrativo, cumpriu as seguintes etapas

(Figura 3):

1) Pesagem com e sem o fardamento e equipamentos realizada por volta das 7

horas da manhã;

2) Respondeu ao questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ);

3) Realizou a medida de famialiarização no estadiômetro;

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4) Permaneceu 20 minutos na posição de Fowler, a fim de reduzir a sobrecarga

imposta antes de chegar ao laboratório;

5) Realizou a medida do estadiômetro PRÉ jornada de trabalho (LINHA DE

BASE);

6) Realizou o teste de força isométrica máxima e a quantificação do sinal

eletromiográfico dos flexores e extensores do tronco;

7) Realizou o teste de resistência dos flexores e extensores do tronco;

8) Saiu para a jornada de trabalho;

9) Após aproximadamente 6 horas retornou ao local do experimento;

10) Realizou a medida no estadiômetro PÓS jornada de trabalho;

11) Realizou o teste de força isométrica máxima e a quantificação do sinal

eletromiográfico dos flexores e extensores do tronco;

12) Realizou o teste de resistência dos flexores e extensores do tronco.

13) Permaneceu 20 minutos na posição de Fowler;

14) Realizou a medida de RECUPERAÇÃO no estadiômetro.

FIGURA 3: SEQUÊNCIA DE PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

As figuras 4 a 9 apresentam o fardamento e equipamento utilizados por cada

policial em cada uma das modalidades de policiamento estudadas (RPA, ROCAM e

ADM), bem como as posturas que adotam durante sua jornada de trabalho.

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FIGURA 4: POLICIAL DA RPA EQUIPADO

PARA O TRABALHO

Fonte: imagem registrada na APMG

e autorizada pela PMPR.

FIGURA 5: POLICIAL DA RPA NA POSTURA ADOTADA DURANTE O TRABALHO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada

pela PMPR.

FIGURA 6: POLICIAL DA ROCAM EQUIPADO PARA O TRABALHO

Fonte: imagem registrada na APMG

e autorizada pela PMPR.

FIGURA 7: POLICIAL DA ROCAM NA POSTURA

ADOTADA DURANTE O TRABALHO

Fonte: arquivo de imagens da PMPR

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FIGURA 8: POLICIAL DO ADM EQUIPADO

PARA O TRABALHO

Fonte: imagem registrada na APMG

e autorizada pela PMPR.

FIGURA 9: POLICIAL DO ADM NA POSTURA ADOTADA DURANTE O TRABALHO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada

pela PMPR.

3.4 PROCEDIMENTOS DE TESTAGEM

3.4.1 Características Antropométricas

A massa corporal total foi avaliada pela balança Welmy, modelo 104A. O

avaliado permaneceu descalço, apenas de bermuda leve e camiseta, sendo

instruído a dividir a massa do corpo entre os dois pés e manter o olhar na direção

horizontal, sem oscilações na postura até que a medida fosse estabilizada. A

estatura foi mensurada com o auxílio de um estadiômetro acoplado à balança com

escala de 0.01mm.

O IMC foi calculado (Massa Corporal (kg) / Estatura (m)²) (EKNOYAN;

QUETELET, 2007). A circunferencia abdominal foi determinada com o auxílio de

uma fita antropometrica com precisao de 0,01 m, posicionada perpendicularmente

ao solo na linha da cicatriz umbilical, com o avaliado na posicao ortostatica, com as

superficies posteriores do calcanhar, cintura pelvica, cintura escapular, regiao

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occipital e cabeca orientada no plano de Frankfurt. A relação cintura-estatura

(RCEst) foi calculada para avaliar adiposidade central e verificar a associação aos

fatores de risco cardiometabólicos, sendo esta a divisão entre a medida da

circunferência da cintura e da estatura (ASHWELL; HSIEH, 2005).

3.4.2 Estadiômetro

O estadiômetro avalia a variação da estatura (GAO et al., 2016; RODACKI et

al., 2003) e consiste em armação rígida, inclinada posteriormente em um ângulo de

quinze graus em relação à vertical. O avaliado foi posicionado dentro do aparelho na

posição em pé, mantendo postura estabilizada e com o peso corporal distribuído de

forma similar entre os membros inferiores (Figura 10).

FIGURA 10: ESQUEMA DO ESTADIÔMETRO MOSTRANDO A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE

CONTROLE POSTURAL E O TRANSDUTOR DIGITAL DE VARIAÇÃO LINEAR (LDVT).

Fonte: Rodacki et al.(2003).

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Em seguida os contornos dos pés foram demarcados sobre a superfície

plantar do estadiômetro, para prevenir ajustes posturais durante as medidas,

algumas hastes foram encostadas sobre a superfície da pele relativa aos seguintes

pontos anatômicos: maior protuberância posterior da cabeça (occipital); maior

profundidade da curvatura da lordose cervical (ao nível da vértebra C4); o ponto

maior proeminente da cifose torácica (ao nível da vértebra T7); o ponto médio da

depressão da lordose lombar (ao nível da L4); ápex das nádegas (aproximadamente

na crista média do sacro).

Desta forma, foi possível controlar as curvaturas durante as medidas de

variação de estatura, independentemente do perfil da coluna vertebral do indivíduo.

Para controlar os movimentos da cabeça, utilizou-se um dispositivo composto por

óculos que possuía dois emissores de raio laser (classe dois, comprimento de onda

630-680 mm e saída máxima <1m W) acoplado na lateral, peso deste equipamento

desprezível.

O controle horizontal e vertical da posição da cabeça foi efetuado pelo

alinhamento da luz emitida pelos dois emissores a laser sobre duas pequenas

marcas de referência (2,0 mm) ajustáveis, posicionadas na superfície de projeção do

estadiômetro, colocada aproximadamente 500-700 mm acima da cabeça dos

indivíduos. O óculos foi fixado a cabeça por uma tira elástica, a fim de manter uma

pressão que não afetasse as medidas e pequenos deslocamentos.

Após os ajustes posturais, a haste de medição de um transdutor digital de

variação linear (Solatron DC50, modelo RS 646-511) foi posicionado por gravidade

sobre o centro de superfície da cabeça. Este equipamento possui uma acuracidade

linear de 0,05 mm sobre uma amplitude de medição de 50 mm. O ponto de contato

da haste do transdutor é demarcado sobre a superfície da cabeça para garantir

maior precisão nas medidas.

3.4.3 Análise da variação da estatura

A mudança na estatura (perda) foi determinada subtraindo-se as medidas

realizadas antes da jornada de trabalho chamada de LINHA DE BASE ou PRÉ e

após as 6 horas da jornada de trabalho (PÓS).

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A recuperação da estatura foi determinada pela da diferença entre as

medidas PÓS (após jornada de trabalho) e após o período de 20 minutos na posição

de Fowler (Recuperação).

Para comparar melhor a magnitude das mudanças de estatura entre os

participantes, perda e recuperação, os valores foram normalizados com relação à

altura medida via antropometria (perda de natureza e recuperação em milímetros).

O quociente da razão entre a recuperação em relação ao valor da perda da

estatura imposto pela tarefa foi calculado para fornecer um índice de recuperação da

estatura (% de recuperação) e é dado em equação 1:

% de REC = VALOR de RECUPERAÇÃO / VALOR da PERDA DE ESTATURA * 100

3.4.4 Teste de pico do torque (PT) muscular

O torque máximo foi determinado pelo pico máximo obtido durante a

contração isométrica muscular. Para a realização dos testes, uma célula de carga

calibrada (EMG System) e com uma resolução de 0.01 kg foi fixada aos segmentos

por meio de braçadeiras de velcro acolchoadas e ajustáveis. Os dados foram

amostrados em uma frequência de 1000Hz, amplificados e convertidos por meio de

cartão conversor analógico digital para serem finalmente armazenados em

computador. O sistema de aquisição de dados permitiu monitoramento on-line a fim

de facilitar a inspeção dos dados.

Para efeitos do cálculo do torque, a distância do ponto de aplicação de força

(ponto central de ligação da célula de carga sobre a cinta de velcro) e o centro

articular foi determinado por meio de uma fita métrica. A contração isométrica

voluntária máxima foi utilizada para determinar o pico de torque, definido como o

melhor desempenho entre os três ensaios máximos. Testes isométricos têm sido

realizados por permitirem maior padronização das ações e por não dependerem da

velocidade de execução de movimentos.

O pico de torque (N.m.) foi calculado pelo produto da força pico (N) pela

distância de seu ponto de fixação ao centro do segmento analisado (m). Um minuto

de descanso foi permitido entre cada uma das três tentativas. Os participantes foram

requisitados a realizar um esforço máximo (ou seja, para flexionar/estender o mais

forte e rápido possível) dos grupos musculares selecionados. Os movimentos

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analisados foram a flexão do tronco (abdominal), extensão do tronco. Esses grupos

musculares foram analisados devido ao fato de atuarem na estabilização do tronco

(BARROS; ÂNGELO; UCHÔA, 2011) e influenciarem na intensidade da dor lombar

(HODGES; RICHARDSON,1996; WHITTAKER; WARNER; STOKES, 2010).

Para os testes de CIVM para os músculos flexores do tronco, os

participantes permaneceram na posição deitada, com joelhos estendidos e pés

apoiados e fixados na maca, tronco inclinado e apoiado em uma cunha a 450 do solo

e braços cruzados à frente do tronco (Figura 11). Para os músculos extensores do

tronco permaneceram na posição decúbito ventral, mãos posicionadas a frente do

rosto, com os braços sem encostar na maca e quadril e pernas fixados na maca

(Figura 12).O Pico de torque foi normalizado pelo peso corporal dos participantes.

FIGURA 11: TESTE DE PICO DE TORQUE

FLEXORES DE TRONCO

FIGURA 12: TESTE DE PICO DE TORQUE

EXTENSORES DE TRONCO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR.

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR.

3.4.5 Análise da Ativação muscular (EMG) Raiz Quadrada da Média da Ativação Muscular (RMS)

A eletromiografia de superfície (EMG) foi utilizada para quantificar o nível de

ativação RMS do Reto Abdominal supra esquerdo e direito (RAS E e RAS D), Reto

Abdominal infra esquerdo e direito (RAI E e RAI D), Oblíquo Interno do esquerdo e

direito (OI E e OI D), e Eretores Lombares esquerdo e direito (EL E e EL D), durante

a CIVM.

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3.4.6 Coleta e tratamento dos sinais eletromiográficos

Os músculos selecionados para análise das respostas eletromiográficas

(EMG) durante a CIVM foram: Abdominal supra esquerdo e direito (RAS E e RAS D),

Reto Abdominal infra esquerdo e direito (RAI E e RAI D), Oblíquo Interno do

esquerdo e direito (OI E e OI D), e Eretores Lombares esquerdo e direito (EL E e EL

D).

A colocação e localização dos eletrodos a fim de obter os sinais

eletromiográficos tiveram como parâmetro de ponto de referência o proposto por

SENIAN (surface EMG for a non-invasive assessment of Muscles) (HERMENS et al.

2000). Previamente à colocação dos eletrodos, uma contração dos referidos

músculos foi realizada tendo como objetivo a identificação do ventre muscular

(Figuras 13 e 14).

FIGURA 13: POSIÇÃO DOS ELETRODOS

NOS FLEXORES DE TRONCO

FIGURA 14: POSIÇÃO DOS ELETRODOS

NOS EXTENSORES DE TRONCO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR.

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR.

Em cada participante foram utilizados os eletrodos de disco de superfície

bipolar (Meditrace eletrodo descartável 200 Kendall), medindo 36 mm de diâmetro.

Os eletrodos foram colocados a uma distância de 2 cm na maior porção da massa

muscular seguindo a orientação das fibras musculares. Para garantir o mesmo

posicionamento dos eletrodos pré e pós jornada de trabalho, foram medidas as

distâncias entre a posição do eletrodo juntamente com pontos anatômicos, cicatrizes

e marcas na pele. Antes da colocação dos eletrodos, foi realizada a tricotomia e

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raspagem da pele seguida de abrasão com algodão e álcool 70% e para reduzir a

impedância.

A frequência de aquisição da EMG foi fixada em 1000 Hz. Filtro do tipo

passa banda com frequência de corte de 20 e 500 Hz foi aplicado ao dado bruto. O

nível de ativação muscular (mV) foi determinado pelo cálculo da raiz quadrada da

média da ativação muscular (RMS), usando software específico (EMG system). O

início da atividade eletromiográfica foi considerado como instante em que a ativação

foi superior a dois desvios padrão da atividade basal (WILDER et al., 1996).

3.4.7 Teste de resistência de flexores de tronco

No teste de resistência isométrica dos flexores do tronco proposto o avaliado

foi posicionado sentado sobre uma maca, com os pés apoiados na maca, os braços

cruzados sobre o peito e as mãos apoiadas nos ombro, com o tronco apoiado sobre

uma cunha a formar um ângulo de 60º, com a anca e joelhos fletidos a 90º (Figura

15). O avaliado foi convidado a manter esta posição pelo maior tempo possível

enquanto a cunha foi retirada 10 cm para trás. O teste foi considerado finalizado

quando o tronco tocou na cunha de apoio (OLIVEIRA et.al , 2015).

FIGURA 15: TESTE DE RESISTÊNCIA DE FLEXORES DO TRONCO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR

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46

3.4.8 Teste Resistência dos extensores do tronco

O teste de resistência isométrica dos extensores do tronco proposto por

Biering-Sorensen (1984), consistiu em posicionar o avaliado em decúbito ventral

com o tronco suspenso fora de uma maca com a parte inferior do corpo fixada

(Figura 16). O avaliado foi convidado a sustentar o peso do tronco em uma posição

horizontal com os braços cruzados sobre o tórax, até a exaustão voluntária, ou seja,

realizou a extensão isométrica do tronco até o momento de inabilidade de

manutenção da contração voluntária. Para evitar a ocorrência de movimentos

compensatórios, em virtude da fadiga muscular e da tentativa de manutenção da

posição exigida, foi realizado o controle visual da rotação e inclinação lateral da

coluna vertebral.

FIGURA 16: TESTE DE RESISTÊNCIA DE FLEXORES DO TRONCO

Fonte: imagem registrada na APMG e autorizada pela PMPR

3.4.9 Avaliação do Nível de Atividade Física

A utilização da versão curta do questionário IPAQ (International Physical

Activity Questionnaire), validado internacionalmente para população jovem adulta e

traduzido para a língua portuguesa (PARDINI et al. 2001), permitiu avaliar o nível de

atividade física realizado em uma semana normal. O instrumento é composto por

questões que avaliam o tempo em prática sedentária, caminhada e atividade física

moderada e/ou vigorosa.

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As classificações indicadas no instrumento são: “Muito Ativo”, “Ativo”,

“Irregularmente Ativo” e “Sedentário”, no entanto, as duas primeiras classificações

cumprirem as recomendações de 150 minutos ou mais de atividade física moderada

e/ou vigorosa por semana proposta pela WHO (World Health Organization) para

adultos entre 18 e 64 anos. Dessa forma, foi utilizada a seguinte classificação:

Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de qualquer atividade moderada

e/ou vigorosa que somou 150 minutos ou mais na semana.

Irregularmente ativo: aquele que não cumpriu de alguma forma o mínimo de

150 minutos acumulados na semana de atividade física moderada e/ou vigorosa.

Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos

10 minutos contínuos durante a semana.

3.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO

Independente: Postura sentada, vibração dos veículos, sobrecarga do

equipamento de proteção individual;

Dependente: Comportamento mecânico da coluna vertebral;

Interveniente: Tipo de policiamento, nível de atividade física, peso

corporal, idade.

3.6 ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram submetidos a uma análise descritiva padrão (média e desvio-

padrão), utilizando-se a estatística paramétrica e não paramétrica, segundo as

diferentes variáveis analisadas. A normalidade dos dados quantitativos foi verificada

pelo Teste de Shapiro-Wilk.

Para verificar o comportamento mecânico da coluna vertebral, nas condições

PRÉ e PÓS a jornada de trabalho, no veículo, motocicleta ou escritório, foram

utilizadas as variáveis: a) perda da estatura, b) recuperação da estatura, c) Pico de

torque (PT) e d) Resistência muscular (RM) dos músculos flexores e extensores do

tronco, nas quais para “a” e “b” foram aplicados o Teste Anova One-Way e para “c” e

“d” o Teste Anova Two-Way. Para variável nível de ativação elétrica (RMS) dos

músculos flexores e extensores do tronco foi aplicado o Teste Kruskal-wallis. O post-

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hoc de Bonferroni foi utilizado para identificar onde as diferenças estatísticas

ocorreram. O Teste T pareado foi aplicado para identificar as diferenças intra grupos.

Para identificar correlações entre as variáveis foi utilizado o Teste de correlação

de Pearson para os dados paramétricos e o Teste de correlação de Spearman para

os dados não paramétricos. Na análise de regressão a variável perda da estatura foi

relacionadas com as variáveis do estudo: idade, índice de massa corporal e pico de

torque normalizado pelo peso corporal dos flexores e extensores do tronco. Os

testes estatísticos foram realizados no software IBM SPSS Statistics 25.0 e as

variáveis foram testadas com um nível de significância de p<0,05.

4 RESULTADOS

Este capítulo apresenta as características antropométricas e os resultados das

variáveis: a) perda da estatura, b) recuperação da estatura, c) desempenho nos

testes de força, d) resistência isométrica e e) padrão da ativação muscular nos

momentos pré e pós a jornada de trabalho nos três grupos estudados, Radiopatrulha

(RPA; n=14), Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM; n=14) e

Administrativo (ADM; n=14), a correlação entre pico de torque de flexores e

extensores do tronco com a perda e recuperação da estatura e análise de regressão

da perda da estatura com a idade, índice de massa corporal e pico de torque dos

flexores e extensores do tronco normalizado pelo peso corporal. Ressalta-se que

todos os participantes completaram com êxito os protocolos de avaliação propostos

para este estudo.

4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Participaram do estudo 42 voluntários, não ocorrendo evasão ou desistência.

As características antropométricas dos participantes foram mensuradas antes da

jornada de trabalho e estão apresentadas na tabela 1.

Diferenças significativas foram observadas na variável diferença de peso entre

os grupos (p<0,05). O nível de atividade física dos voluntários foi verificado por meio

do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), sendo considerados 57,1%

ativos e 42,8% irregularmente ativos, não apresentando policiais que fossem

classificados como sedentários.

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TABELA 1: CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE 42 POLICIAIS DA RADIOPATRULHA (RPA), POLICIAIS RONDA OSTENSIVA COM APOIO DE MOTOCICLETAS (ROCAM) E POLICIAIS DO TRABALHO ADMINISTRATIVO (ADM)

RPA (n=14) ROCAM (n=14) ADM (n=14)

Idade (anos) 34,4 ± 6,2 33,8 ± 3,0 33,9 ± 6,2

Tempo de serviço (anos) 9,6 ± 5,4 7,9 ± 2,6 10,4 ± 4,7

Peso (kg) 81,2 ± 9,0 83,8 ± 10,7 85,1 ± 12,2

Peso Fardado e Equipado (kg) 89,5 ± 9,3 97,5 ± 10,8 89,4 ± 12,7

Peso do Fardamento e

Equipamentos (kg) 8,3 ± 0,4 13,7 ± 1,1 # 4,2 ± 1,0

Estatura (cm) 174,6 ± 5,3 173,7 ± 4,7 175,5 ± 5,8

Cintura (cm) 90,2 ± 6,4 90,6 ± 7,2 89,8 ± 8,3

RCEst 0,52 ± 0,03 0,52 ± 0,04 0,51 ± 0,05

IMC (kg/m²) 26,6 ± 0,61 27,8 ± 0,69 27,6 ± 0,92

NOTA: RCEst – relação cintura e estatura; IMC – Índice de massa corporal. O Teste estatístico Anova One-Way foi aplicado para identificar diferenças entre os grupos. Os dados são apresentados com a média ± DP. # Diferença significativa entre RPA, ROCAM e ADM (p < 0.05).

Para todos os grupos os valores médios de RCEst estão elevados e o IMC

médio indica sobrepeso, sendo esses indicadores antropométricos associados para

identificação de risco cardiovascular e doenças metabólicas.

4.2 VARIAÇÃO DA ESTATURA

A variação da estatura foi quantificada pela diferença entre os momentos PRÉ

e PÓS jornada de trabalho. Os resultados da perda da estatura apresentaram

diferença significativa entre os grupos da RPA e ROCAM com o ADM (p<0,05) e

estão apresentados na figura 17.

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50

FIGURA 17: VARIAÇÃO DA ESTATURA APÓS 6 HORAS DA JORNADA DE TRABALHO

-10

-8

-6

-4

-2

0

VA

RIAÇÃ

O D

A E

ST

AT

UR

A (m

m)

p < 0.05

p< 0.05

GRPA

ROCAM ADMRPA

LINHA DE BASE

NOTA: Perda absoluta da estatura após a jornada de 6 horas de trabalho dos Policiais da Radiopatrulha (RPA), Policiais Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) e Policiais do Trabalho Administrativo (ADM). Observe que o zero refere-se a linha de base (estatura medida antes do trabalho). O Teste Anova One-Way foi aplicado para identificar diferenças entre os grupos. Os dados são apresentados com a média ± DP; p < 0.05 vs grupos.

Com o objetivo de quantificar a recuperação da estatura PÓS jornada de

trabalho os policiais permaneceram 20 minutos na posição de Fowler. Nas figuras 18

e 19 pode-se observar a recuperação da estatura e a porcentagem de recuperação

respectivamente, ambas em relação à perda da estatura, em que o grupo ADM

mostrou aumentos significativos na recuperação da estatura (p<0.05) quando

comparados ao RPA e ROCAM.

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51

FIGURA 18: PERDA E RECUPERAÇÃO ABSOLUTA DA ESTATURA

-15

-10

-5

0

5

RPA PERDA

RPA REC

ROCAM PERDA

ROCAM REC

ADM PERDA

ADM REC

p<0.05

p<0.05

VA

RIAÇÃ

O D

A E

ST

AT

UR

A (m

m)

LINHA DE BASE

NOTA: Perda (após 6 horas de trabalho) e recuperação absoluta da estatura (após 20’na posição de Fowler) de Policiais da Radiopatrulha (RPA), Policiais Rondas Ostensiva com apoio de Motocicletas (ROCAM) e Policiais do Trabalho Administrativo (ADM). Observe que o zero refere-se a linha de base (estatura medida antes da jornada de trabalho). Os dados são apresentados com a média ± DP; p < 0.05 vs grupos.

FIGURA 19: PORCENTAGEM DE RECUPERAÇÃO EM RELAÇÃO À PERDA DA ESTATURA

RPA ROCAM ADM0

20

40

60

80

100

120

PO

RC

EN

TA

GE

M D

E R

EC

UP

ER

AÇÃ

O

(%)

p<0.05

p<0.05

LINHA DE BASE

NOTA: Porcentagem de recuperação da perda da estatura após 20’ na posição de Fowler de Policiais da Radiopatrulha (RPA), Policiais Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) e Policiais do Trabalho Administrativo (ADM). Observe que o zero refere-se a linha de base (estatura medida antes do trabalho).O Teste Anova One-Way foi aplicado para identificar diferenças entre os grupos. Os dados são apresentados com a média ± DP * p < 0.05 vs grupos

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4.3 TESTE DE RESISTÊNCIA ISOMÉTRICA DOS FLEXORES E DOS EXTENSORES DO TRONCO

Ocorreu decréscimo significativo nos tempos dos testes de resistência

isométrica dos músculos flexores do tronco (p<0,05) entre as condições PRÉ e PÓS

a jornada de trabalho em todos os grupos. Observaram-se reduções significativas

nos tempos dos testes de resistência isométrica dos músculos extensores do tronco

(p<0,05) entre as condições PRÉ e PÓS a jornada de trabalho, demonstrando

interação, efeito tempo, nos grupos ROCAM e RPA (p<0,05), sendo os resultados

descritos na tabela 2.

TABELA 2: TESTE DE RESISTÊNCIA ISOMÉTRICA DOS FLEXORES E DOS EXTENSORES DO TRONCO

FLEXORES (seg) EXTENSORES (seg)

PRÉ PÓS % PRÉ PÓS %

RPA 118,1 ± 42,2 91,8 ± 47,1* 22,3 103,8 ± 31,7 87,9 ± 32,4* 15,3

ROCAM 156,0 ± 79,3 119,7 ± 63,8* 23,3 110,6 ± 37,5 83,6 ± 27,8* 24,4

ADM 155,3 ± 64,5 130,4 ± 60,2* 16 113,9 ± 26,3 107,3 ± 17,2 5,8

NOTA: % - diferença entre os momentos pré e pós. RPA- Policiais da Radiopatrulha, ROCAM- Policiais Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas e ADM- Policiais do Trabalho Administrativo. ANOVA Two-Way foi aplicada para identificar diferenças entre os fatores (condição e tempo) e o post-hoc Bonferroni foi aplicado para determinar onde as diferenças ocorreram. Os dados são apresentados com a média e ± DP; * diferença significativa entre as condições pré e pós no mesmo grupo (p<0,05).

4.4 PICO DE TORQUE (PT) ABSOLUTO (Nm) E NORMALIZADO PELO PESO CORPORAL (Nm/Kg) DOS FLEXORES E EXTENSORES DO TRONCO

Nos três grupos foram observados valores similares. O grupo ADM

apresentou diferenças significativas no pico de torque dos flexores do tronco no

momento PRÉ quando comparado ao grupo RPA, conforme dados apresentados na

tabela 3.

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TABELA 3: PICO DE TORQUE (PT) ABSOLUTO (NM) E PICO DE TORQUE NORMALIZADO PELO

PESO CORPORAL (NM/kG) DOS FLEXORES E EXTENSORES DO TRONCO

FLEXORES EXTENSORES

PRÉ PÓS % PRÉ PÓS %

RPA (Nm) 201,1 ± 56,9 208,3 ± 80,8 + 3,6 142,4 ± 48,0 149,1 ± 45,5 + 4,7

ROCAM (Nm) 231,5 ± 60,4 210,8 ± 54,6 - 9,0 185,9 ± 74,7 162,8 ± 62,9 -12,4

ADM (Nm) 267,0 ± 54,0# 234,0 ± 64,0 -12,4 146,6 ± 28,3 138,4 ± 27,6 -5,6

RPA (Nm/kg) 2,5 ± 0,2 2,6 ± 1,0 +4 1,7 ± 0,3 1,9 ± 0,7 +11,8

ROCAM (Nm/kg) 2,7 ± 0,6 2,5 ± 0,6 -7,4 2,3 ± 0,9 1,6 ± 0,4 -30,4

ADM (Nm/kg) 3,2 ± 0,8 2,8 ± 0,9 -12,5 1,8 ± 0,6 1,8 ± 0,5 0

NOTA: % - diferença entre os momentos pré e pós. RPA- Policiais da Radiopatrulha, ROCAM- Policiais Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas e ADM- Policiais do Trabalho Administrativo. ANOVA Two-Way foi aplicada para identificar diferenças entre os fatores (condição e tempo) e o post-hoc Bonferroni foi aplicado para determinar onde as diferenças ocorreram. Os dados são apresentados com a média e ± DP, # diferença significativa entre os grupos ADM e RPA (p<0,05).

4.5 ATIVAÇÃO MUSCULAR (RMS)

O nível de ativação dos músculos reto do abdômen porção superior e

inferior, obliquo interno, e eretores da lombar direito e esquerdo foram quantificados

durante a realização do pico de torque nas condições pré e pós jornada de trabalho.

Conforme tabela 4 diminuições significativas no RMS na condição pós

jornada de trabalho foram observadas nos músculos reto do abdômen na porção

superior esquerda e oblíquo interno direito no grupo ROCAM (p<0,05).

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TABELA 4: ATIVAÇÃO MUSCULAR (mV)

ADM (n=14) GRPA (n=14) ROCAM (n=14)

PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓS

E

X

T

E

N

S

O

R

E

S

RAS E

293,3 ± 199,2 284,1 ± 186,1 157,7 ± 132,6 152,6 ± 96,5 163,3 ± 117,5 146,8 ± 110,5*

RAS D

277,4 ±229,1 273,9 ± 178,6 193,6 ± 199,4 186,2 ± 170,3 178,5 ± 120,4 180,8 ± 134,8

OI E

244,0 ± 178,8 207,0 ± 108,8 143,8 ± 115,6 159,5 ± 97,7 160,0 ± 73,6 154,3 ± 105,1

OI D

209,9 ± 122,8 217,6 ± 126,7 149,6 ± 116,2 142,1 ±84,3 149,7 ± 82,9 127,5 ± 67,5*

RAI E

182,9 ± 98,5 179,7 ± 86,9 130,6 ± 109,8 129,3 ± 89,9 154,9 ± 105,2 138,5 ± 107,7

RAI D

145,9 ± 77,4 139,5 ± 59,3 115,5 ± 76,0 124,2 ± 69,5 139,3 ±96,8 121,7 ±79,8

F

L

E

X

O

R

E

S

EL E 239,4 ± 73,5 316,9 ± 150,8 264,9 ± 114,1 290,6 ± 122,2 244,6 ± 111,6 244,1 ± 82,1

EL D 303,3 ± 153,4 311,9 ± 154,5 245,9 ± 90,6 246,3 ± 100,3 217,1 ± 96,3 220,4 ± 87,7

Nota: RAS E - reto abdômen supra esquerdo; RAS D - reto abdômen supra direito; OI E - oblíquo interno esquerdo; OI D - oblíquo interno direito; RAI E – reto abdômen infra esquerdo; RAI D – reto abdômen infra direito; EL E - eretor lombar esquerdo; EL D - eretor lombar direito. O Teste Kruskal-wallis foi aplicado para identificar diferenças entre os grupos e o post-hoc de Bonferroni foi aplicado para determinar onde as diferenças ocorreram. Os dados são apresentados com a média ± DP.*Diferença significativa pré vs pós (p<0,05).

4.6 CORRELAÇÕES E ANÁLISE DE REGRESSÃO

Foi identificada correlação inversa entre o pico de torque dos extensores do

tronco com a perda da estatura PÓS jornada de trabalho (ρ= -0,317; p<0,05). Desta

forma os participantes que apresentaram os maiores valores de pico de torque dos

extensores mostraram maiores valores na perda da estatura PÓS jornada de

trabalho.

Na análise de regressão a variável perda e recuperação da estatura foram

relacionadas com as variáveis indicadas na tabela 1. O pico de torque dos

extensores normalizado pelo peso corporal foi significativamente preditor para a

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perda da estatura (p=0.005). No entanto, nenhuma variável independente previu a

recuperção da estatura após 20 minutos de repouso na posição de Fowler.

TABELA 5: ANÁLISE UNIVARIADA DA PERDA E RECUPERAÇÃO DE ESTATURA

CONSIDERANDO AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES

Variável Independente Coef.

Std.

Error Padrão 95% Inter. Conf.

T p

P

E

R

D

A

IDADE -0.023 0.066 -0.111 0.157 0.355 0.725

IMC (kg.m-2) -0.179 0.110 -0.402 0.043 -1.633 0.111

PESO DO

EQUIPAMENTO (kg.m-2) -0.298 0.070 -0.440 -0.156 -4.261 <0.001

PTF/PC (N.m.PC-1) -0.170 0.454 -1.090 0.750 -0.374 0.710

PTE/PC (N.m.PC-1) -1.486 0.497 -2.495 -0.477 -2.987 0.005

constante 5.160 4.635 -4.242 14.561 1.113 0.273

R

E

C

U

P

E

R

A

Ç

Ã

O

IDADE -0.070 0.072 -0.217 0.077 -0.961 0.343

IMC (kg.m-2) 0.124 0.120 -0.120 0.368 1.030 0.310

PESO DO

EQUIPAMENTO (kg.m-2) 0.005 0.077 -0.150 0.161 0.071 0.944

PTF/PC (N.m.PC-1) -0.266 0.498 -1.275 0.743 -0.534 0.597

PTE/PC (N.m.PC-1) 0.081 0.546 -1.026 1.187 0.148 0.883

constante 1.804 5.085 -8.508 12.116 0.355 0.725

Nota: Perda da estatura R= 42308204 R²= .17899841 Ajuste R²= .09024148 F(4,37) =2.0167 p

Perda de estatura R²= 0.454; Ajuste R²= 0.378; Recuperação da estatura R²= 0.057; Ajuste R²= -

0.073;

PTF/PC = Pico de torque dos músculos flexores normalizado pelo peso corporal; PTE/PC = Pico de

torque dos músculos extensores normalizado pelo peso corporal; IMC = Ìndice de Massa Corporal.

5 DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da jornada de trabalho de policiais

sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral nas condições de serviço

administrativo e operacional motorizado (carro e motocicleta). Os principais achados

foram a maior perda da estatura dos policiais que trabalham com veículos (carro e

motocicleta), recuperação parcial da estatura após a adoção da posição de Fowler e

a correlação entre o pico de torque dos extensores do tronco normalizado pelo peso

corporal com a perda e recuperação da estatura.

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56

Diferentes estudos utilizaram a estadiometria para quantificar a sobrecarga na

coluna vertebral, simulando tarefas de levantamento, carregamento de cargas e

vibrações no corpo (ROBB; MANSFIELD, 2007; MAGNUSSON et al., 1990; SACCO

et al., 2003). No entanto, estes estudos podem não refletir totalmente as condições

reais de uma jornada de trabalho, reduzindo a validade ecológica dos estudos.

Desta forma, os dados apresentados na presente pesquisa refletem a realidade do

trabalho policial, em que se buscou evitar qualquer forma de interferência em suas

rotinas de trabalho.

A mudança ou perda da estatura observada após a jornada de trabalho dos

policiais pode ser explicada pela resposta visco-elástica dos discos intervertebrais

em relação à carga imposta na coluna. A carga aplicada durante o trabalho pode ter

causado deformação dos componentes elásticos, aumento da pressão interna do

disco, a perda do liquido intra-discal e como consequência a redução da altura dos

discos e da estatura (REILLY et al., 1984; TYRRELL et al., 1985).

Os três grupos avaliados na presente pesquisa obtiveram reduções na

variação da estatura após aproximadamente 6 horas da jornada de trabalho, sendo

que os policiais que desempenham suas atividades em veículos obtiveram perda

significativamente maior que o grupo que trabalha no setor administrativo, com

destaque para os policiais que trabalham em motocicletas, os quais apresentaram

as maiores perdas.

As menores perdas na estatura observadas nos policiais do setor

administrativo, pode ser justificada pelo fato que estes policias utilizam fardas mais

leves (de 50 à 77% mais leve que os policiais motorizados), não estão sujeitos a

vibração, como os outros polícias, e passam a maior parte do tempo adotando a

postura sentada. Alguns estudos sugerem que a posição sentada causa menor

sobrecarga na coluna quando comparada a posição ortostática e recomendam esta

posição como forma de descanso e recuperação para eliminar a sobrecarga da

coluna (LEIVSETH; DRERUP, 1997). Van Deursen et al. (2005) avaliaram 10

sujeitos que permaneceram durante 1 hora em diferentes posturas, constatando

uma redução de 7,4mm (DP ± 0,5) em pé e 5,0 mm (DP ± 0,6) sentado. Leivseth e

Drerup (1997) avaliaram trabalhadores durante 6,5 horas e concluíram que o

encolhimento da coluna lombar é maior durante o trabalho em pé 4,16mm, em

comparação com a postura sentada 1,73mm, corroborando desta forma, com os

achados do pressente estudo.

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Um dos motivos que pode justificar a maior perda da estatura nos policiais

que trabalham motorizados pode ser a exposição à vibração de corpo inteiro

ocasionada pelos meios de transporte (CHAFFIN et al., 2001). Magnusson et al.

(1992) verificaram que 5 minutos de exposição a vibrações sinusoidais ocasionaram

perda da estatura significativamente maior quando comparada com a posição

sentada sem vibrações e ainda que uma menor perda da estatura ocorreu quando

os indivíduos mantiveram-se sentados (com a mesma vibração) em uma cadeira

com um encosto inclinado a 120o, em comparação a posição sentada sem

encosto.Portanto, a sobrecarga na coluna causada pela frequência de vibração pode

ser influenciada pela postura, assento e inclinação do encosto onde a posição

pélvica parece ser um fator relevante (POPE, WILDER, MAGNUSSON, 1999).

Outro fator que pode ter influenciado na maior perda da estatura nos policiais

motorizados foi o tipo de postura sentado assumido durante o trabalho. Ao adotar a

postura sentada sem encosto (como ocorre nas motos) a resposta física natural é

realizar uma retroversão pélvica, a qual ocasiona a flexão da coluna lombar

alterando assim o padrão fisiológico das curvaturas da coluna (WATKINS., 1999).

Sabe-se que a manutenção das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral

proporciona a distribuição uniforme das cargas compressivas e menor pressão nos

discos intervertebrais, nos músculos espinhais e paraespinhais, (NACHEMSON;

ELFSTROM, 1970; REED; SCHNEIDER., 1996). Desta forma, o tempo prolongado

em posturas inadequadas, como a flexão do tronco, produz tensão nos tecidos

passivos (ligamentos, discos, fáscia), podendo causar tensão e fadiga significativa

dos músculos, levando à ativação de receptores da dor (DONNELLY CALLAGHAN;

DURKIN., 2009; SHIN; MIRKA, 2007) e também ao aumento da sobrecarga nos

discos e facetas articulares (WATKINS., 1999).

Na motocicleta os policias permanecem em uma postura sem apoio na

lombar, a qual gera maior tensão muscular e sobrecarga na coluna, por isso era

esperado que os policiais da ROCAM (moto) tivessem perda de estatura

significativamente maior que os policiais da RPA (carro). Entretanto, nota-se que

durante a jornada de trabalho,os policiais da ROCAM, acabam assumindo diferentes

posturas, não permanecendo toda a jornada de trabalhado na motocicleta. A diretriz

básica para o emprego do motopatrulhamento recomenda que para cada hora de

trabalho, aproximadamente 15 (quinze) a 20 (vinte) minutos sejam destinados à

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atividade desmontada. Desta forma a sobrecarga na coluna pode ser amenizada e a

perda da estatura dos policiais da ROCAM foram similares ao dos policiais da RPA.

O corpo humano não foi projetado para ficar sentado por períodos prolongados,

portanto, a alternância de posturas pode reduzir a compressão da coluna,

proporcionando a carga e descarga cíclica do disco intervertebral, atividade

necessária para obtenção de nutrientes e recuperação do seu tamanho (HAMILL;

KNUTZEN, 2008;JASEN; BENDIX, 1992). Desta forma, mudanças de posturas são

importantes e recomendadas durante a jornada de trabalho.

Na atividade policial, aliada a posição sentada e as vibrações existe também

a sobrecarga ocasionada pelo fardamento e equipamentos de proteção individual.

Os policiais avaliados na presente pesquisa apresentam sobrecarga em vestes e

equipamentos que chegaram a 16% do seu peso corporal, sendo a média da

diferença entre o peso com agasalho e fardado. Alguns estudos avaliaram o efeito

da sobrecarga na variação da estatura, McGillet al. (1996) compararam em oito

sujeitos os efeitos cumulativos da aplicação de 20 minutos da carga de 15,3 kg, em

duas condições, estática (2,16mm) e dinâmica (1,23mm). Reilly e Peden (1989)

mostraram redução significativa (2,79mm) ao aplicar carga frontal externa de 15kg.

Os autores sugeriram que tarefas como subir degraus de forma repetitiva com carga

externa acima de 16% do peso corporal podem aumentar o risco de lesão. No

entanto nenhum estudo avaliou a sobrecarga do fardamento e dos equipamentos de

proteção individual de policiais militares durante sua rotina de trabalho.

Observa-se que os estudos investigaram a sobrecarga em situações

controladas (laboratoriais), com cargas específicas e com período de tempo pré

determinado, o que proporcionou reduções significativas. No presente estudo o

período de aproximadamente 6 horas foi estabelecido com base na carga horária de

trabalho dos policiais da ROCAM, o qual representa 75% do turno do ADM e 50% do

turno da RPA.

Em virtude de desdobramentos decorrentes da atividade policial, como

encaminhamentos as Delegacias de Polícia, é comum os policiais que executam o

trabalho operacional extrapolarem sua carga de trabalho. Portanto a sobrecarga

imposta não se restringe a um momento específico, apesar de a pesquisa ter

avaliado de forma aguda o comportamento mecânico, seu efeito crônico ainda é

desconhecido e merece maior atenção.

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Assim, a hipótese H1 a qual sugere que o equipamento de proteção

associado à postura vibratória (carro e motocicleta) causará maior sobrecarga na

coluna vertebral, gerando maior perda na estatura e dificuldade de recuperar a

perda, foi comprovada, uma vez que os policiais da RPA e ROCAM perderam de

forma significativa mais estatura que o ADM e não conseguiram recuperar a estatura

na mesma proporção que o ADM.

A carga de compressão aplicada ao disco produz diminuição do espaço

intervertebral e pode fazer com que o excesso de tensão ocasionem danos nas

estruturas da coluna (FROBIN et al., 1997), como nas articulações (ADAMS et al.,

1990, 1994) e nos tecidos moles (ADAMS; DOLAN, 1995). Alguns estudos relatam

que a dor lombar e o desconforto não estão relacionados com a perda da estatura,

mas com a capacidade de recuperar a altura do disco intervertebral (FOWLER et al.,

2005; HEALEY et al., 2005; RODACKI et al., 2003).

A adoção de posições de recuperação específica, como a posição de Fowler,

atenua o estresse acumulativo sobre a coluna vertebral e revertem o encolhimento

dos discos. Indivíduos normais foram capazes de recuperar 111,24% (RODACKI et

al., 2003) e 128,0% (TYRRELL et al., 1985) a perda de estatura após o período de

20 minutos na posição de Fowler, o que representa ganho acima da estatura

determinado no início da experiência.

No presente estudo os resultados da porcentagem de recuperação da perda

da estatura demonstraram que o tempo de 20 minutos foi suficiente para que o

grupo ADM recupera-se de forma significativa 77% da estatura, enquanto ROCAM

(40%) e RPA (46%) respectivamente. A recuperação da estatura foi semelhante

entre os grupos e não foi predita por idade, IMC ou capacidade dos músculos do

tronco de gerar torque, sugerindo que a recuperação parece ser fortemente

influenciada pela postura de descarga aplicada e não pelas características físicas

dos participantes.

Portanto a hipótese H2, a qual sugere que haverá recuperação da estatura

após os 20 minutos na posição de Fowler ao término da jornada de 6 horas de

trabalho de policiais nas funções administrativa e operacional (carro e motocicleta)

foi aceita, pois todos os grupos recuperaram de forma significante a estatura.

Durante posturas prolongadas, os músculos do tronco trabalham de forma

sincronizada e eficiente a fim de absorver e dissipar as cargas externas. Os

músculos motores primários ao redor do tronco realizam os movimentos, e os

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músculos profundos ou estabilizadores do tronco são importantes para o controle

postural (STEELE et al., 2014).

A postura sentada quando aliada às constantes inclinações do tronco e

vibrações mecânicas exigem contração permanente de determinados grupos

musculares, a fim de que ocorra a manutenção da postura (BRÉDER et al., 2006;

SACCO et al., 2003;) os músculos eretores da espinha e lombares podem gerar

grande nível de tensão seguida de fadiga e ter sua capacidade de gerar força

afetada, (HUBER et al., 2010; SLOTA, 2008), consequentemente o disco

intervertebral será impedido de restabelecer sua altura (DRERUP et al., 1999).

Desta forma, períodos maiores de recuperação são sugeridos para os policiais.

Todos os grupos apresentaram reduções no tempo dos testes de resistência

de flexores e extensores de tronco, entre as condições PRÉ e PÓS jornada de

trabalho. Os valores de resistência dos extensores e flexores do tronco dos policiais

encontrados no presente estudo foram similares aos reportados em outros estudos

envolvendo adultos saudáveis (BAYRAKTAR;ÖZYÜREK; GENÇ, 2015; UMMUNAH;

IBIKUNLE; EZEAKUNNE, 2014; MOREAU et al., 2001).

Alguns estudos reportaram relação entre a capacidade reduzida dos

músculos flexores e extensores do tronco em sustentar esforços prolongados

(resistência dos músculos), com a dor lombar crônica (STEELE et al., 2014;

KLIZIENE et al., 2016). Durante cinco anos, McGillet al. (2015), acompanharam 53

policiais de elite e utilizando de diversas variáveis, buscaram prever a ocorrência de

lesões nas costa, dentre elas, a resistência dos flexores (162,4 seg.) e extensores

do tronco (107,7 seg.), sendo que os autores observaram que a maior resistência

abdominal e falta de resistência muscular extensora do tronco são fatores preditivos

de lesão (BIERING-SORENSEN, 1984). Referida constatação vai ao encontro dos

tempos encontrados no presente estudo, onde os grupos apresentaram menores

tempos de resistência dos flexores comparados aos tempos dos extensores,

sugerindo fator preditivo de lesão para os policiais avaliados.

Na presente pesquisa observou-se que as tarefas (a postura sentada)

realizadas pelos policiais propiciaram redução na resistência dos flexores do tronco

para todos os grupos. Entretanto, reduções significativas na resistência dos

extensores podem ser observadas nos grupos de policiais motorizados (carro e

motocicleta), indicando que o peso da farda, as posturas e a vibração dos veículos

causa redução na capacidade de sustentar esforços prolongados (resistência dos

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músculos) dos músculos flexores e extensores do tronco. Além disso, os músculos

extensores do tronco também sofrem uma tensão compensatória quando o tronco e

braços são flexionados (postura adotada pelos motociclistas), esta posição aumenta

os braços de momento e o torque flexor ao redor do tronco levando os músculos a

fadiga (HALL, 2009). De fato, os policiais da ROCAM obtiveram a maior diferença na

resistência dos músculos do tronco entre os momentos PRÉ e PÓS jornada de

trabalho.

O presente estudo não encontrou correlação entre a resistência dos músculos

flexores e extensores do tronco com a perda e a recuperação da estatura. Acredita-

se que isso ocorreu porque os subsistemas passivo (vértebras, discos e ligamentos),

ativo (músculos e tendões) e nervoso (central e periférico) atuam de forma integrada

na manutenção postural durante a execução de diferentes tarefas (MORAIS et al.,

2012; PANJABI, 1992). Vícios posturais, sedentarismo e atividades laborais

produzem tensões mecânicas que geram fadiga e desestabilizam o sistema como

um todo, portanto outras estruturas também devem ser avaliadas.

A relação entre a força ou torque muscular de flexores e extensores do tronco

é uma variável importante que tem sido relacionada à saúde e desempenho físico

(ZOUITA et. al, 2018). Na presente pesquisa o valor médio do torque, normalizado

pelo peso corporal, dos músculos flexores do tronco foi maior que o dos extensores

do tronco, sendo os valores da razão encontrada entre flexores/extensores (ADM

1,6; RPA 1,39; ROCAM 1,29) maiores do que os reportados na literatura, Bernard et

al. (2014) 0,78 e McGill et. al (2003) 0,84.

Considerando que as relações entre flexão e extensão do tronco em adultos

saudáveis e não treinados geralmente variam entre 0,7-0,9 (ZOUITA et al., 2018), o

valor encontrado na presente pesquisa se justificam pelos menores valores

encontrados para os extensores do tronco do que os reportados na literatura

(BERARD et al., 2014, ZOUITA et al., 2018).

Segundo Biering-Sorensen (1984) e McGill et al. (2003), relação de força de

flexão-extensão alterada, ou seja, uma diferença significativa entre os valores de

força de flexão comparada com os valores de força de extensão, sugere uma forte

associação com problemas nas costas.

A correlação entre o pico de torque dos extensores do tronco com a perda da

estatura PÓS jornada de trabalho apresentou valor negativo (ρ= -0,317; p<0,05),

desta forma, os participantes que apresentaram os maiores valores de pico de

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torque dos extensores mostraram maiores valores de perda da estatura PÓS

jornada de trabalho. De fato, quanto maior o torque dos extensores, maiores são as

forças compressivas aplicadas na coluna vertebral. Parece que a força máxima pode

fazer com que os discos intervertebrais sejam "espremidos" e experimentem uma

mudança mais rápida e maior na altura, o que resulta em maior perda de estatura.

Vários estudos indicaram que respostas rápidas e precisas são mais relevantes para

estabilizar a coluna vertebral do que grandes quantidades de torque (HODGES,

1996). Assim, o pico de torque pode não ser relevante para estabilizar a coluna.

Por meio da análise eletromiográfica (EMG), realizada durante o teste de

CIVM, foi mensurado o nível de ativação muscular (RMS) dos músculos flexores e

extensores do tronco, cujas reduções na produção da força e do RMS (PRÉ e PÓS

tarefa) poderiam indicar fadiga local (MORITANI et al., 2005). Outro indicativo de

fadiga local e estratégias compensatórias seria a redução da força com o padrão

igual ou aumentado de RMS (CHRISTENSEN et. al, 1995; MORITANI et al., 2005;

MORITANI; MURO; NAGATA, 1986; VIEIRA et al., 2017). No presente estudo

observaram-se reduções da força ou torque muscular após a jornada de trabalho,

mas o nível de ativação muscular (RMS) não apresentou alterações significativas.

Indicando fadiga e estratégias compensatórias durante a realização CIVM (VIEIRA

et al., 2017).

Entretanto, foram constatadas diminuições significativas no nível RMS, na

condição pós jornada de trabalho nos músculos reto do abdômen na porção superior

esquerda e oblíquo interno direito no grupo ROCAM. Esses resultados indicam

efeitos compensatórios de posições ou posturas adotadas durante a jornada de

trabalho, tais como posicionamento de pesos no colete e a arma no coldre

(BARBOSA; GONÇALVES, 2013), portanto sugere-se, para estudos futuros, a

adoção de métodos que avaliem também as posturas mais adotadas durante a

jornada de trabalho.

Desta forma a hipótese H3, a qual sugere uma relação entre a maior perda da

estatura nos policiais que apresentarem maior fraqueza (força, resistência e

ativação-RMS) dos músculos flexores e extensores do tronco, foi parcialmente

aceita, pois a variável força (pico de torque dos extensores) teve relação inversa

com o aumento da perda da estatura. O pico de torque dos extensores normalizado

pelo peso corporal foi significativamente preditor para a perda da estatura. Já a

hipótese H4, a qual indica relação entre a menor recuperação da estatura nos

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policiais que apresentarem maior fraqueza (força, resistência e ativação-RMS) dos

músculos flexores e extensores do tronco não foi aceita, pois nenhuma variável

independente previu a recuperação da estatura após 20 minutos de repouso na

posição de Fowler, assim a recuperação parece ser fortemente influenciada pela

postura de descarga aplicada e não pelas características físicas dos participantes.

Em relação às aplicações práticas desse estudo, pode-se ressaltar que os

resultados encontrados nas variáveis analisadas permitirão desenvolver

intervenções que venham a reduzir a sobrecarga imposta nos discos intervertebrais,

como a adoção da posição de Fowler durante ou após a jornada de trabalho, a fim

de evitar ou prevenir lesões e dores nas costas.

Como limitação da presente pesquisa está o fato de não ter ocorrido controle

individual das atividades realizadas antes das coletas e durante as 6 horas de

trabalho, como o tempo em pé ou sentado, nível de hidratação, número de

abordagens realizadas ou ocorrências antendidas, e o registro individual da

distribuição dos equipamentos no corpo.

Ressalta-se, por fim, que apesar da literatura reportar a relação entre as

variáveis estudadas e a dor lombar crônica e que informalmente os policiais

relataram sentir dores e desconforto nas costas durante a jornada de trabalho, a

variável dor não foi o foco de estudo da presente pesquisa, sugerindo-se replicar o

estudo com policiais de DLC.

6 CONCLUSÃO

Este estudo permitiu quantificar o comportamento mecânico da coluna

vertebral em relação à jornada de trabalho de policiais na condição sentada e

sentada motorizada (veículo e motocicleta), antes e após a jornada de 6 horas de

trabalho. Os três grupos avaliados obtiveram reduções na estatura após

aproximadamente 6 horas da jornada de trabalho, sendo que os policiais que

desempenham suas atividades nos veículos (carro e motocicleta) obtiveram perda

similar e significativamente maior do que o grupo que trabalha no setor

administrativo, revelando que a perda da estatura depende da carga externa

aplicada.

Os 20 minutos na posição de Fowler realizada no final da jornada de trabalho

posibilitou a recuperação da estatura de forma siginificante, sendo que aumentos

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significativos foram observados no grupo ADM, o qual recuperou 77%, enquanto

ROCAM (40%) e RPA (46%) respectivamente. A recuperação parece ser fortemente

influenciada pela postura de descarga aplicada e não pelas características físicas

dos participantes.

Os achados mostraram relação entre a variável força (pico de torque) dos

extensores de tronco e perda da estatura. Desta forma, os participantes que

apresentaram os maiores valores de pico de torque dos extensores mostraram

maiores valores de perda da estatura PÓS jornada de trabalho.

A descrição destas variáveis poderá contribuir para estratégias de redução da

sobrecarga imposta na coluna vertebral, como a orientação para adoção de posturas

de recuperação, posição de Fowler, de forma que os policiais sofram menos com a

sobrecarga dos equipamentos e dos veículos necessários à plena execução de sua

atividade, bem como a prevenção e/ou redução de patologias relacionadas à coluna

vertebral.

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ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Título da pesquisa: O efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral nas condições montada e motorizada Pesquisadora Responsável: Francielle Hoflinger Cargo/função: 1º Tenente da Polícia Militar do Paraná /Bacharel em Educação

Física / Aluna de Mestrado da Universidade Tecnológica Federal do Paraná;A

pesquisadora responsável Mestranda Francielle Hoflinger poderá ser encontrada na Av. Pedro Gusso, no 2635, sede Neoville da UTFPR, telefone (41) 3327- 5649. E pode ser contatada também pelo celular (41) 98831-5181 ou e-mail: [email protected] a qualquer momento. Orientadora: Profa. Drª. Cintia de Lourdes Nahhas Rodacki. Cargo/função: Coordenadora do PPGEF e Professora / Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR);A Orientadora Profa. Drª. Cintia de Lourdes Nahhas

Rodacki poderá ser encontrada na Av. Pedro Gusso, no 2635, sede Neoville da UTFPR, telefone (41) 3327- 5649 / (41)99192-0308. Avaliação do risco da pesquisa: Risco baixo. Duração da pesquisa: 08 semanas. Local de realização da pesquisa: Academia Policial Militar do Guatupê ou Unidade policial em que o militar estadual voluntário presta serviço. Endereço e telefone do local: BR-277, Km 72 - Afonso Pena, São José dos Pinhais – PR – 3299-7900 A) INFORMAÇÕES AO PARTICIPANTE 1. Apresentação da pesquisa O Senhor (Sr.) está sendo convidado a participar de um estudo científico. Essa pesquisa irá quantificar o efeito do processo de policiamento ostensivo montado e motorizado (veículo e motocicleta) sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral. Acredita-se que a postura adotada nas diferentes modalidades de policiamento impõe altas sobrecargas (força de compressão e cisalhamento) na coluna vertebral do policial militar, ocasionando mudanças na estatura de forma aguda. A pesquisa será composta por três grupos com 15 policiais (n=45): um grupo que realiza o policiamento montado (a cavalo), um que realize o policiamento em motocicleta e um que realize o policiamento embarcado (em viatura), os quais serão convidados a participarem do estudo. As coletas durarão aproximadamente 40 minutos e acontecerão na Academia Policial Militar do Guatupê ou local de trabalho dos policiais militares voluntários. Serão aplicados alguns testes como: teste de Pico de torque dos músculos flexores e extensores do tronco, teste de resistência abdominal em um minuto, teste de resistência dos extensores da coluna, teste de contração isométrica voluntária máxima dos músculos flexores e extensores do tronco, para quantificar o nível de ativação muscular e avaliação da estatura por estadiômetro de precisão. Além disso, serão aplicados questionários para avaliar e comparar o índice de lesões e dores ostemusculares, escala visual analógica de dor e nível de atividade física. Destes testes, alguns podem já ser conhecidos pelo Sr., e todos estão detalhados no item 3 deste documento. 2. Objetivos da pesquisa

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Identificar o efeito da jornada de trabalho de policiais sobre o comportamento mecânico da coluna vertebral nas condições montada e motorizada (veículo e motocicleta). 3. Participação na pesquisa

Caso aceite participar do estudo, o Senhor (a): a) Deverá comparecer ao local de coletas duas vezes, as quais

acontecerão na Academia Policial Militar do Guatupê ou local de trabalho dos policiais militares voluntários;

1. A primeira visita terá duração de 30 minutos, com o objetivo de você se familiarizar com os procedimentos da pesquisa e terá suas medidas antropométricas avaliadas (peso e circunferências corporais). Terá que responder um questionário sobre o seu nível de atividade física semanal;

2. A segunda visita será a avaliação propriamente dita, você deverá chegar ao local da pesquisa 40 minutos antes do início da sua jornada de trabalho. O peso dos seus equipamentos serão aferidos. Você responderá um questionário de Diagrama de Corlett, esse diagrama oferece respostas com relação à existência de dor, sua localização e sua intensidade, caso o Sr. as tenha, irá indicar por meio da escala visual analógica a intensidade da dor sentida, caso o Sr. a tenha;

b) Permanecerá 25 minutos deitado, a fim de eliminar toda sobrecarga imposta na coluna. Em seguida será realizada a primeira avaliação no estadiômetro, o qual consiste em um equipamento que irá medir as variações na sua estatura;

c) Irá realizar o teste de resistência abdominal em um minuto, na posição deitada, com a perna flexionada e apoiada ao solo, mãos cruzadas sobre o peito, deverá cruzar os braços à frente do tronco, de forma que a mão direita toque o ombro esquerdo, e a mão esquerda toque o ombro direito, deverá elevar o tronco até que este toque os joelhos e volte a posição inicial, cada toque do tronco nos joelhos constitui uma flexão. Seus pés serão segurados pelo avaliador para que não perca o contato com o solo durante a movimentação;

d) Irá realizar o teste de resistência dos extensores do tronco. Ficará deitado na maca (com a barriga para baixo) e o tronco ficará suspenso (sem apoio da maca) e o quadril e pernas fixados na maca por cintas de velcro ajustáveis, com os braços cruzados sobre o peito, irá permanecer sem o apoio para o tronco até sua exaustão voluntária, ou seja, até não conseguir se manter na posição;

e) Realizará o teste de Pico de torque para medir a força dos músculos flexores e extensores do tronco. Para a realização do teste, uma cinta acolchoada e ajustável será posicionada de forma que envolva, confortavelmente, seu tronco, na região do peitoral, um cabo estará conectando a cinta com uma célula de carga calibrada (EMG System), equipamento que fará a medida da força. O Sr. irá permanecer na posição sentado, com joelhos estendidos, pernas fixadas na maca com cintas de velcro, tronco inclinado e apoiado em uma almofada em forma de cunhae braços cruzados à frente do tronco. Para os músculos extensores do tronco, na posição decúbito ventral (barriga para baixo), pernas estendidas e fixadas na maca com cintas de velcro e cotovelos flexionados com mãos sobrepostas na testa. Para cada posição o Sr. será requisitado a realizar três esforços máximos com intervalos de descanso de um minuto, ou seja, irá flexionar/estender o mais forte e

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rápido possível; f) Simultaneamente ao teste descrito no item anterior o Sr. realizará o

teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) dos músculos flexores e extensores do tronco, no qual será monitorado a atividade elétrica do músculo por meio da eletromiografia (EMG), serão posicionados eletrodos de superfície sobre a pele da região abdominal e costas, para isso realizaremos, se necessário, a tricotomia (raspagem dos pelos em uma pequena região, para a qual utilizaremos lâmina individual e descartável), e uma leve fricção (raspagem da pele com lixa individual e descartável) no local de fixação do eletrodo, seguida da limpeza com algodão e álcool 70% para reduzir a impedância, esta manobra é leve e superficial na pele;

a) Após o término da sua jornada de trabalho serão realizadas a avaliação da estatura, os testes de força isométrica e de resistência dos músculos flexores e extensores do tronco com a eletromiografia, também serão realizados os questionários relacionados com as dores nas costas. 4. Confidencialidade

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros participantes do estudo, não sendo divulgado seu nome ou seus dados pessoais durante o estudo e futura publicação dos resultados. O Sr. terá apenas acesso exclusivamente ao seu desempenho e aos resultados do estudo.

5. Riscos e Benefícios 5a) Riscos: Os testes para quantificar as variáveis do estudo, quando aplicados em

pessoas saudáveis e fisicamente ativas são seguros, considerando que o Sr. realiza anualmente uma bateria de exames clínicos obrigatórios na PMPR e como o seu trabalho diário exige eventualmente alguma forma de esforço, os riscos para o Sr. durante os testes são considerados baixos, mas, ainda que mínimos, existem riscos de lesões ou desconforto musculares tais como: fadiga muscular ou dor tardia, sintomas que são comuns a qualquer atividade física, dos quais o senhor já é conhecedor, sendo considerado, portanto de baixo risco. Contudo, toda a técnica correta para execução dos testes será ensinada para diminuir ou evitar os riscos de lesão. Na eventualidade de alguma ocorrência de acidentes, durante as coletas o voluntário possui pronto atendimento na Unidade Policial e está ciente do estudo.

Durante o preenchimento dos questionários poderá haver algum constrangimento por se tratar de perguntas pessoais, como perguntas sobre fontes de estresse de caráter laboral e pessoal. Entretanto, esses questionários são instrumentos validados no âmbito científico. Também, poderá haver constrangimento para as medidas antropométricas, pois o Sr. deverá usar sunga de banho. Entretanto, essas medidas acontecerão em local fechado, na presença de avaliador treinado. Antes da colocação dos eletrodos, será realizada a tricotomia (raspagem dos pelos da pele) seguida de abrasão com algodão e álcool 70% e para reduzir a impedância, o uso de luvas descartáveis pelo avaliador e o descarte apropriado do material serão realizados.

5b) Benefícios:O principal benefício será uma melhor compreensão da sobrecarga postural entre policiais militares e utilizar ferramentas para avaliá-la e posteriormente desenvolver condições de promover a prevenção em todo ambiente militar.

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Intervenções como levantamento de dados antropométricos entre a tropa para a adequação dos equipamentos de proteção individual poderão ser implantadas. Os resultados dessa pesquisa poderão despertar o interesse de outras áreas de pesquisa e assim uma nova tecnologia para a confecção de equipamentos de proteção individual poderá ser desenvolvida, com um material mais leve, mais flexível, que una proteção e conforto ao seu usuários, os resultados também poderão contribuir para a criação de Normas Regulamentadoras, pois no que se refere aos profissionais de segurança pública em nosso país, não há normas específicas para suas atividades profissionais. 6. Critérios de inclusão e exclusão 6a) Inclusão: Para ser incluído no presente estudo, o voluntário deve estar dentro

das seguintes condições: a) Ser voluntário; b) Ser policial militar da ativa; c) Estar desempenhando a atividade operacional do Batalhão; d) Não ter lesão ou doença que impeça a realização dos testes físicos ou

qualquer exercício proposto e descrito no presente documento; e) Não estar envolvido em práticas esportivas de alto rendimento; f) Não ter limitações articulares que afetem a mecânica da execução dos testes; g) Não estar fazendo uso de medicamentos que afetem as respostas ao

exercício.

6b) Exclusão: Os critérios de exclusão do presente estudo incluem:

a) Por alguma razão, no dia do experimento, o voluntário não estiver apto a realização dos testes ou protocolo experimental;

b) Por alguma razão, o voluntário, não realizar o protocolo experimental até o final.

7. Direito de sair da pesquisa e a esclarecimentos durante o processo

A qualquer momento, independente do motivo e sem necessidade de fornecer maiores explicações a estes pesquisadores, o Sr. poderá se recusar a continuar participando do estudo, sem que isto lhe cause qualquer tipo de prejuízo. Ainda, o Sr. pode assinalar o campo a seguir, para receber o resultado desta pesquisa, caso seja de seu interesse. ( ) quero receber os resultados da pesquisa (e-mail para envio): ______________________________________________________________ ( ) não quero receber os resultados da pesquisa. 8. Ressarcimento e indenização

Neste projeto de pesquisa não haverá qualquer tipo de ressarcimento ou ajuda financeira para atuar na pesquisa. Qualquer custo com deslocamentos aos locais de testes ou de treinamentos, ou outros gastos serão de responsabilidade do próprio participante. Contudo, caso ocorra algum tipo de acidente, ou lesão durante qualquer atividade proposta pela pesquisa, o Sr. estará amparado pelo Serviço de Atendimento a Saúde (SAS) da PMPR, haja vista, a sua condição de policial militar e o fato de todas as atividades serem realizadas dentro de uma Organização Policial Militar (OPM).

Caso o Sr. sinta-se lesado de alguma forma, por qualquer procedimento ou

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postura adotada por algum participante deste projeto, o Sr. terá o direito a recorrer as vias legais, nas esferas competentes, para requerer a devida reparação. ESCLARECIMENTOS SOBRE O COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA: O Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (CEP) é constituído por uma equipe de profissionais com formação multidisciplinar que está trabalhando para assegurar o respeito aos seus direitos como participante de pesquisa. Ele tem por objetivo avaliar se a pesquisa foi planejada e se será executada de forma ética. Caso o Sr. considere que a pesquisa não está sendo realizada da forma como lhe foi informado ou que você está sendo prejudicado de alguma forma, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (CEP/UTFPR). Endereço: Av. Sete de Setembro, 3165, Bloco N, Térreo, Bairro Rebouças, CEP 80230-901, Curitiba-PR, Telefone: (41) 3310-4494, e-mail: [email protected]. B) CONSENTIMENTO Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo: “Comportamento mecânico da coluna vertebral em função da distribuição dos equipamentos de proteção individual em policiais militares”. Eu discuti com os pesquisadores sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. . Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que o transporte é minha única despesa para participação e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar caso haja algum problema de saúde durante os exercícios. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo no Batalhão. Nome completo:__________________________________________________ RG:____________________________ Data de Nascimento:____/____/______ Telefone:(____)______________________ Endereço:______________________________________________________ CEP: ________________Cidade:____________________________UF:_____ Assinatura: ____________________________________Data: ___/___/______ Eu declaro ter apresentado o estudo, explicado seus objetivos, natureza, riscos e benefícios e ter respondido da melhor forma possível às questões formuladas. Nome completo:__________________________________________________ Assinatura pesquisador (a):______________________Data:____/____/______ Para todas as questões relativas ao estudo ou para se retirar do mesmo, poderão se comunicar com Francielle Hoflinger, via e-mail: [email protected] ou telefone: (41) 98831-5181. Contato do Comitê de Ética em Pesquisa que envolve seres humanos para denúncia,

recurso ou reclamações do participante pesquisado: Comitê de Ética em Pesquisa que envolve Seres Humanos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (CEP/UTFPR) Endereço: Av. Sete de Setembro, 3165, Bloco N, Térreo, Rebouças, CEP: 80230-901, Curitiba-PR, Telefone:(41) 3310-4494, e-mail: [email protected]

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ANEXO B - Questionário Internacional de Atividade Física (Versão 6)

Extraído de Pardiniet al., Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.9, n.3, p.45-51, 2001. Nós queremos saber quanto tempo você gasta fazendo atividade física em uma semana NORMAL. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Para responder considere as atividades como meio de transporte, no trabalho, exercício e esporte. 1a. Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades LEVES ou MODERADAS por pelo menos 10 minutos, que façam você suar POUCO ou aumentam LEVEMENTE sua respiração ou batimentos do coração, como nadar, pedalar ou varrer: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 1b. Nos dias em que você faz este tipo de atividade, quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? (a)_____ horas _____ minutos (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2a . Em quantos dias de uma semana normal, você realiza atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos , que façam você suar BASTANTE ou aumentem MUITO sua respiração ou batimentos do coração, como correr e nadar rápido oufazer jogging: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? (a)_____ horas _____ minutos (b) Não quero responder (c) Não sei responder ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO 1a.Atualmente você trabalha ou faz trabalho voluntário fora de sua casa? Sim ( ) Não ( ) 1b. Quantos dias de uma semana normal você trabalha?______ dias Durante um dia normal de trabalho, quanto tempo você gasta: 1c . Andando rápido:_____ horas______ minutos 1d. Fazendo atividades de esforço moderado como subir escadas ou carregar pesos leves: ____ horas____ minutos 1e. Fazendo atividades vigorosas como trabalho de construção pesada ou trabalhar com enxada, escavar:___ horas_____ minutos ATIVIDADE FÍSICA EM CASA Agora, pensando em todas as atividades que você tem feito em casa durante uma semana normal: 2a . Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades dentro da sua casa por pelo menos 10 minutos de esforço moderado como aspirar, varrer ou esfregar: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2b. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta fazendo essas atividades POR DIA? _______ horas _____ minutos 2c. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos 10 minutos de esforço moderado como varrer, rastelar, podar: (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 2d. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR D_______ horas _____ minutos 2e. Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades no jardim ou quintal por pelo menos 10 minutos de esforço vigoroso ou forte como carpir, arar, lavar o quintal: (a) _____ dias por SEMANA

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(b) Não quero responder (c) Não sei responder 2f. Nos dias que você faz este tipo de atividades quanto tempo você gasta POR DIA?_______ horas _____ minutos ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE Agora pense em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma semana normal. 3a. Em quantos dias de uma semana normal você caminha de forma rápida por pelo menos 10 minutos para ir de um lugar para outro? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício) (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 3b. Nos dias que você caminha para ir de um lugar para outro quanto tempo POR DIA você gasta caminhando? (Não inclua as caminhadas por prazer ou exercício)_______ horas _____ minutos 3c. Em quantos dias de uma semana normal você pedala rápido por pelo menos 10 minutos para ir de um lugar para outro? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício) (a) _____ dias por SEMANA (b) Não quero responder (c) Não sei responder 3d. Nos dias que você pedala para ir de um lugar para outro quanto tempo PORDIA você gasta pedalando? (Não inclua o pedalar por prazer ou exercício)_______ horas _____ minutos

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ANEXO C – Termo de Aceite do Diretor/Comandante da Academia Policial Militar do Guatupê

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ANEXO D – Termo de Compromisso, de Confidencialidade de dados e envio do relatório final

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ANEXO E – Parecer Consubstanciado do CEP

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