UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A...

54
UNIVERSIDADE TECNOL ´ OGICA FEDERAL DO PARAN ´ A PROGRAMA DE P ´ OS-GRADUAC ¸ ˜ AO EM ENGENHARIA EL ´ ETRICA E INFORM ´ ATICA INDUSTRIAL GUILHERME DE SANTI PERON M ´ ETODO DISTRIBU ´ IDO MULTIOBJETIVO DE SELEC ¸ ˜ AO DE RELAYS EM REDES COOPERATIVAS SEM FIO UTILIZANDO L ´ OGICA FUZZY DISSERTAC ¸ ˜ AO DE MESTRADO CURITIBA 2012

Transcript of UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A...

Page 1: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANAPROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM ENGENHARIA ELETRICA

E INFORMATICA INDUSTRIAL

GUILHERME DE SANTI PERON

METODO DISTRIBUIDO MULTIOBJETIVO DE SELECAODE RELAYS EM REDES COOPERATIVAS SEM FIO

UTILIZANDO LOGICA FUZZY

DISSERTACAO DE MESTRADO

CURITIBA2012

Page 2: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

GUILHERME DE SANTI PERON

METODO DISTRIBUIDO MULTIOBJETIVO DE SELECAO

DE RELAYS EM REDES COOPERATIVAS SEM FIO

UTILIZANDO LOGICA FUZZY

Dissertacao apresentada ao Programa de Pos-graduacao em Engenharia Eletrica e InformaticaIndustrial da Universidade Tecnologica Federaldo Parana - Campus Curitiba como requisitoparcial para obtencao do grau de “Mestre emCiencias” – Area de Concentracao: Telematica.

Orientador: Prof. Dr. Richard Demo Souza

CURITIBA

2012

Page 3: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

P453 Peron, Guilherme de Santi Método distribuído multiobjetivo de seleção de relays em redes cooperativas sem fio

utilizando lógica fuzzy / Guilherme de Santi Peron. – 2012. 52 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Richard Demo Souza. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-

graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. Curitiba, 2012. Bibliografia: f. 49-52.

1. Sistemas de comunicação sem fio. 2. Algoritmos. 3. Lógica difusa. 4. Redes de computação

– Protocolos. 5. Engenharia elétrica – Dissertações. I. Souza, Richard Demo, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. III. Título.

CDD (22. ed.) 621.3

Biblioteca Central da UTFPR, Campus Curitiba

Page 4: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica
Page 5: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeco a Deus pela oportunidade de estudar em uma instituicaode ensino da qualidade da Universidade Tecnologica Federal do Parana.

Agradeco aos meus familiares e a minha noiva, Ana Claudia, que sempre me apoiaramem todas as decisoes, para que eu sempre buscasse alcancar meus sonhos.

Ao meu orientador, Professor Dr. Richard Demo Souza, que sempre com suas boasideias me ajudou na realizacao nao so deste trabalho, mas em todo o conhecimentonecessario para a sua conclusao. Alem do seu esforco, para tornar seus alunos em otimospesquisadores.

Agradeco aos colegas do Laboratorio de Sistemas de Comunicacao Sem Fio que meauxiliaram no processo de aprendizado, pelas discussoes cientıficas, cooperacao nas ativi-dades e conversas corriqueiras. Em especial ao Glauber Brante, que na pratica atuoucomo um coorientador, contribuindo para o desenvolvimento das atividades.

Por fim, agradeco a Universidade Tecnologica Federal do Parana (UTFPR), que jafrequento ha algum tempo, e ao Programa de Pos-Graduacao em Engenharia Eletricae Informatica Industrial (CPGEI), pela oportunidade de participar deste programa deMestrado.

Page 6: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.

Colhe, pois, a sabedoria.

Armazena suavidade para o amanha.

(Leonardo da Vinci)

Page 7: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

RESUMO

PERON, Guilherme de Santi. Metodo Distribuıdo Multiobjetivo de Selecao de Relays emRedes Cooperativas Sem Fio Utilizando Logica Fuzzy. 52 f. Dissertacao – Programa dePos-graduacao em Engenharia Eletrica e Informatica Industrial, Universidade TecnologicaFederal do Parana. Curitiba, 2012.

Esta dissertacao de mestrado apresenta um novo algoritmo de selecao de relays utilizandologica fuzzy. O algoritmo proposto e distribuıdo, ao ser processado independentemente emcada no dispensando a necessidade de uma entidade central, e multiobjetivo, visto que elebusca maximizar tanto o tempo de vida da rede como a vazao fim-a-fim. O novo metodoleva em conta o estado do canal instantaneo do canal relay-destino e a energia residualda bateria do no. Como resultado, o algoritmo atribui um grau de relevancia a cadacandidato a relay, de forma que o no com maior relevancia e escolhido para retransmitira mensagem proveniente da fonte. Os resultados mostram que um aumento consideravelno tempo de vida de rede pode ser obtido sem comprometer a vazao fim-a-fim.

Palavras-chave: Redes Cooperativas, Vazao fim-a-fim, Tempo de Vida, Logica Fuzzy,Algoritmo Distribuıdo

Page 8: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

ABSTRACT

PERON, Guilherme de Santi. Distributed Multi-Objective Fuzzy Logic-Based Relay Se-lection Method for Cooperative Wireless Networks. 52 f. Dissertacao – Programa dePos-graduacao em Engenharia Eletrica e Informatica Industrial, Universidade TecnologicaFederal do Parana. Curitiba, 2012.

In this master thesis we present a new relay selection algorithm using fuzzy logic. The pro-posed algorithm is distributed, runs independently at each node, not requiring a centralentity for coordination, and is multi-objective, since it aims to maximize both network life-time and end-to-end throughput. The new method takes into account the instantaneouschannel state of the relay-destination link and the residual energy of the node battery.As a result, the algorithm assigns a degree of relevance to each relay, such that the relaywith a higher relevance is chosen to forward the source message. Results show that aconsiderable increase in the network lifetime can be obtained without compromising theend-to-end throughput.

Keywords: Cooperative Networks, Throughput, Network Lifetime, Fuzzy Logic, Dis-tributed Algorithm

Page 9: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

LISTA DE FIGURAS

–FIGURA 1 FONTE, RELAY E DESTINO NO CANAL COOPERATIVO . . . . . 16–FIGURA 2 MODELO MATEMATICO DO CANAL RELAY . . . . . . . . . . . . . . . . . 19–FIGURA 3 ILUSTRACAO DO PROTOCOLO AMPLIFICA-E-ENVIA . . . . . . . 21–FIGURA 4 ILUSTRACAO DO PROTOCOLO DECODIFICA-E-ENVIA . . . . . . 21–FIGURA 5 BER DOS PROTOCOLOS COOPERATIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23–FIGURA 6 BER DO SDF E DO PROTOCOLO PROPOSTO POR ALAMOUTI 24–FIGURA 7 SISTEMA SEM FIO COM MULTIPLOS RELAYS . . . . . . . . . . . . . . . . 25–FIGURA 8 MODELO DO SISTEMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28–FIGURA 9 DIAGRAMA EM BLOCOS DOS CIRCUITOS DE TX E RX . . . . . . 31–FIGURA 10 VARIAVEIS LINGUISTICAS FUZZY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36–FIGURA 11 CDF DO GANHO DE CANAL GIJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37–FIGURA 12 EXEMPLO DA OPERACAO FUZZY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40–FIGURA 13 TEMPO DE VIDA DA REDE PARA R = 1BPS/HZ . . . . . . . . . . . . . . 42–FIGURA 14 TEMPO DE VIDA DA REDE PARA R = 3 BPS/HZ . . . . . . . . . . . . . 43–FIGURA 15 HISTOGRAMA DA SELECAO DE RELAYS PARA K = 5 NOS . 44–FIGURA 16 TOPOLOGIA ESPECIFICA PARA CALCULO DO HISTOGRAMA 44–FIGURA 17 HISTOGRAMA DA SELECAO DE RELAYS PARA K = 20 NOS 45–FIGURA 18 VAZAO FIM-A-FIM PARA K = 5 NOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46–FIGURA 19 VAZAO FIM-A-FIM PARA K = 20 NOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Page 10: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

LISTA DE TABELAS

–TABELA 1 TABELA DE REGRAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38–TABELA 2 CONSUMO DE POTENCIA DOS CIRCUITOS INTERNOS . . . . 41

Page 11: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

LISTA DE SIGLAS

ARQ Automatic Repeat reQuestSC Selection CombiningEGC Equal Gain CombiningMRC Maximal Ratio CombiningAF Amplify-and-ForwardDF Decode-and-ForwardCF Compress-and-ForwardFDF Fixed Decode-and-ForwardSDF Selective Decode-and-ForwardIDF Incremental Decode-and-ForwardBER Bit Error RateBPSK Binary Phase Shift KeyingAWGN Additive White Gaussian NoiseTDM Time-Division MultiplexQAM Quadrature Amplitude ModulationRTS Ready-to-SendCTS Clear-to-SendCDF Cumulative distribution functionCOG center of gravity

Page 12: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

LISTA DE SIMBOLOS

x Informacao modulada da fonteySD Sinal recebido pelo destino decorrente da fontePS Potencia de transmissao da fontegSD Canal sem fio entre a fonte e o destinodSD Distancia entre a fonte e o destinoα Coeficiente de perda espectralhSD Coeficiente de Rayleigh do desvanecimento no enlace fonte-destinowSD Ruıdo no canal fonte-destinoySR Sinal recebido pelo relay originado da fontegSR Canal sem fio entre a fonte e o relaydSR Distancia entre a fonte e o relayhSR Coeficiente de Rayleigh do desvanecimento no enlace fonte-relaywSR Ruıdo no canal fonte-relayx Informacao enviada pelo relayyRD Sinal recebido pelo destino originado do relayPR Potencia de transmissao do relaygRD Canal sem fio entre o relay e o destinodRD Distancia entre o relay e o destinohRD Coeficiente de Rayleigh do desvanecimento no enlace relay-destinowRD Ruıdo no canal relay-destinoEb Energia por bit de informacaoN0 Densidade espectral do ruıdoK Numero de nos sensores no sistemaSk k-esimo no sensorN0 Densidade espectral do ruıdoi No atuando como fontej Nos receptores no primeiro intervalo de tempoP Potencia de transmissaogij Ganho do canal entre os nos i e jdij Distancia entre os nos i e jhij Coeficiente de desvanecimento de Rayleigh entre os nos i e jw Ruıdo do canalk∗ Relay escolhido para cooperarIij Informacao mutua entre os nos i e jR Eficiencia espectral do sistemaN Densidade espectral do ruıdoB Largura de banda do sistemaPr{θ} Probabilidade de ocorrer um evento θPPA Potencia consumida por bit pelo amplificador de potenciaPTX Potencia consumida por bit pelo circuito de transmissaoRb Taxa de bit

Page 13: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

L Tamanho em bits da mensagem xPDAC Potencia consumida por bit pelo conversor digital-analogicoPmix Potencia consumida pelo mixerPfiltx Potencia dos filtros de transmissaoPsyn Potencia do sintetizador de frequenciaξ Relacao entre a tensao de pico e a tensao mediaη Eficiencia de dreno no amplificadorPRX Potencia consumida por bit pelo circuito de recepcaoPLNA Potencia consumida pelo amplificador de ruıdo baixoPIFA Potencia do amplificador de frequencia intermediarioPfilrx Potencia dos filtros de recepcaoPADC Potencia do conversor analogico-digitalEk(n) Energia restante em um no SktSk

Intervalo de tempo para cada relay aguardar para transmitirSk∗ Relay escolhido para cooperartSk∗ Intervalo de tempo para o relay escolhido aguardar para transmitirgSkD Informacao do estado instantaneo do canal para um dado no SkX1 Grau de pertinencia da informacao estado instantaneo do canalX2 Grau de pertinencia da energia residualY Grau de relevancia do relayT (X1) Conjunto de termos linguısticos para informacao do estado instantaneo do

canalT (X2) Conjunto de termos linguısticos para a energia residualT (Y ) Conjunto de termos linguısticos para o grau de relevancia

Page 14: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

SUMARIO

1 INTRODUCAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 COMUNICACAO COOPERATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162.1 CANAL RELAY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162.1.1 Forma de Comunicacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172.1.2 Forma de Multiplo Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172.1.3 Segundo a Presenca de Canal de Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182.2 MODELO MATEMATICO DO CANAL RELAY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182.3 PROTOCOLOS DE COMUNICACAO COOPERATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.3.1 Amplifica-e-Envia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.3.2 Decodifica-e-Envia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.3.3 Desempenho dos Protocolos no Canal sem Fio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222.4 MULTIPLOS RELAYS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242.4.1 Selecao de Relays . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252.5 CONSIDERACOES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273 METODO PROPOSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283.1 MODELO DO SISTEMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283.2 ESQUEMAS EXISTENTES PARA SELECAO DE RELAYS . . . . . . . . . . . . . . . . . 333.3 METODO PROPOSTO BASEADO EM LOGICA FUZZY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343.4 RESULTADOS OBTIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413.5 CONSIDERACOES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 474 CONCLUSAO E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48REFERENCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

Page 15: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

13

1 Introducao

Em razao da facilidade de instalacao, flexibilidade e mobilidade, a comunicacao sem

fio e o segmento que mais cresce na industria de telecomunicacoes (GOLDSMITH, 2005).

Sao exemplos de sistemas sem fio as tecnologias de redes de celulares, transmissao de

televisao e radio digital, redes locais sem fio WiFi, redes metropolitanas sem fio WiMax,

a tecnologia Zigbee, a tecnologia Bluetooth, alem de satelites de comunicacao, entre outros.

Cada vez mais os usuarios demandam qualidade, cobertura e autonomia.

O modelo da comunicacao sem fio se difere em relacao ao modelo da comunicacao

com fio basicamente pela natureza do canal. O canal sem fio e um meio de comunicacao

imprevisıvel e complexo, em que o espectro e limitado e regulamentado regionalmente e

globalmente. Alem disto, o sinal pode sofrer flutuacoes aleatorias, podendo haver mu-

dancas por reflexao e atenuacao, uma vez que o transmissor, receptor ou objetos do meio

podem se movimentar (GOLDSMITH, 2005). Estas flutuacoes, bem como obstaculos na

linha de visada, podem causar distorcoes no sinal recebido, como o desvanecimento (RAP-

PAPORT, 2002).

Para combater os efeitos do desvanecimento, utiliza-se algumas tecnicas como a di-

versidade espacial (GOLDSMITH, 2005). A exploracao da diversidade espacial decorre do

fato de que se um sinal percorre caminhos independentes, a probabilidade de ocorrer

desvanecimento simultaneo e muito baixa. Uma das maneiras de se obter tal diversi-

dade e por meio do uso de multiplas antenas de transmissao e/ou recepcao (ALAMOUTI,

1998; WOLNIANSKY et al., 1998; FOSCHINI, 1996; FREITAS-JR; CAVALCANTI; LOPES, 2005),

porem elas necessitam estar devidamente espacadas no receptor. Contudo, dispositivos

com tamanho reduzido, como sensores e telefones celulares, nao dispoem de tal area para

implantacao de muitas antenas devidamente espacadas.

Esta foi uma das motivacoes para o surgimento da chamada comunicacao cooperativa

(LANEMAN; TSE; WORNELL, 2004; SENDONARIS; ERKIP; AAZHANG, 2003; NOSRATINIA;

HUNTER; HEDAYAT, 2004), baseada no modelo de canal relay introduzido por Van der

Page 16: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

14

Meulen (MEULEN, 1971). Este modelo compoe-se de tres nos: uma fonte de informacao, o

destino da comunicacao e um no relay. O no relay auxilia na comunicacao entre a fonte e o

destino, para estabelecer uma comunicacao mais confiavel ou com potencia de transmissao

reduzida. Com a comunicacao cooperativa e possıvel alcancar ganhos de diversidade como

os obtidos com multiplas antenas, porem com dispositivos de uma unica antena.

Quando multiplos nos estao disponıveis na rede sem fio o conceito de cooperacao

pode ser estendido de forma que nao haja apenas um, mas multiplos relays auxiliando na

comunicacao. Assim, um maior numero de caminhos independentes para a comunicacao

estara disponıvel e, consequentemente, a probabilidade que algum dos relays esteja em

boas condicoes de retransmitir aumenta. Por outro lado, a complexidade do protocolo

de comunicacao tambem aumenta, visto que e necessaria a coordenacao eficaz entre a

fonte e os multiplos relays para uma comunicacao sem colisoes. Portanto, um criterio

deve ser estabelecido para escolher qual relay fara a cooperacao. Dentre os criterios

existentes, pode-se citar a abordagem oportunista (BLETSAS et al., 2006; BLETSAS; SHIN;

WIN, 2007) a qual prioriza a vazao fim-a-fim do sistema, em que o relay com melhor

canal e escolhido para cooperar; bem como a abordagem aleatoria (ZARIFI et al., 2009),

que prioriza o tempo de vida da rede, na qual ocorre uma distribuicao do consumo, uma

vez que o relay e escolhido aleatoriamente. Na abordagem oportunista ha uma perda

consideravel no tempo de vida para um alto ganho na vazao fim-a-fim. Por outro lado, na

abordagem aleatoria ha uma perda consideravel na vazao fim-a-fim para um alto ganho

no tempo de vida. Tanto a vazao fim-a-fim quanto o tempo de vida sao caracterısticas

muito importantes nos sistemas de comunicacao sem fio. E importante que a vazao fim-

a-fim seja alta para garantir uma troca de informacoes confiavel e eficiente. Ja o tempo

de vida deve ser alto, porque e desejavel assegurar a operacao por longos perıodos sem a

necessidade de recarga.

Nesta dissertacao, propoe-se um algoritmo de selecao multiobjetivo que, alem de bus-

car atingir uma alta vazao, tambem procura aumentar o tempo de vida da rede. O

algoritmo proposto e do tipo distribuıdo, ou seja, roda independentemente em cada no,

sem a necessidade de uma entidade central. O metodo leva em conta duas variaveis: a

informacao instantanea do canal e a informacao da energia restante em cada no. Este

algoritmo e capaz de priorizar tanto o tempo de vida da rede quanto a vazao fim-a-fim.

Os resultados obtidos demonstram que o algoritmo de selecao de relays proposto alcanca

tempo de vida bastante proximo do algoritmo aleatorio, ao mesmo tempo que apresenta

valores de vazao fim-a-fim muito proximos ao algoritmo oportunista.

Page 17: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

15

O restante desta dissertacao esta organizado da seguinte forma: no Capıtulo 2 sao

apresentados alguns conceitos sobre comunicacao cooperativa, alem de alguns metodos ja

existentes para selecao de relays. Ja no Capıtulo 3 e proposto um novo metodo de selecao

de relays, bem como sao analisados os resultados obtidos. Finalmente, no Capıtulo 4 sao

apresentados os comentarios finais e algumas propostas de trabalhos futuros.

Page 18: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

16

2 Comunicacao Cooperativa

A comunicacao cooperativa, que esta baseada no modelo de canal relay, tem como ob-

jetivo compartilhar recursos de nos distintos, a fim de que uma transmissao mais confiavel

seja alcancada (LANEMAN; TSE; WORNELL, 2004; SENDONARIS; ERKIP; AAZHANG, 2003;

NOSRATINIA; HUNTER; HEDAYAT, 2004). O foco principal deste metodo e alcancar o

ganho de diversidade espacial, neste caso denominada diversidade cooperativa, atraves do

compartilhamento das antenas de mais de um no: fonte e relay.

2.1 Canal Relay

O canal relay, proposto por Edward Van Der Meulen (MEULEN, 1971), e constituıdo

por tres nos: fonte (S), relay (R) e destino (D), conforme a Figura 1. O relay tem a

funcao de auxiliar na comunicacao, reencaminhando a informacao da fonte para o destino,

podendo tanto ser um no dedicado, ou seja, apenas um repetidor do sinal, quanto um

usuario qualquer do sistema que, inclusive, pode transmitir informacoes proprias.

Figura 1: Fonte (S), relay (R) e destino (D) no canal cooperativo.

Fonte: Autoria Propria

Page 19: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

17

O canal relay pode ser classificado segundo a forma de comunicacao, forma de multiplo

acesso e presenca de canal de retorno.

2.1.1 Forma de Comunicacao

• Half-Duplex :

Na comunicacao half-duplex a transmissao e a recepcao em cada no sao multiplexa-

das no tempo, ou seja, os nos nao sao aptos a enviar e receber informacoes ao mesmo

tempo ou na mesma frequencia. Este modelo e bastante empregado em sistemas sem

fio, porque embora ofereca menor capacidade do que os sistemas full-duplex, apre-

senta uma boa razao entre desempenho e complexidade de implementacao (ZHANG;

DUMAN, 2005b).

• Full-Duplex :

Na comunicacao full-duplex, ao contrario da half-duplex, os nos tem a capacidade de

transmitir e receber ao mesmo tempo, ou seja, sem a necessidade de multiplexacao.

Considerada por alguns autores (CHOI et al., 2010) difıcil de ser implementada, de-

vido a forte interferencia na interface de recepcao por parte da interface de trans-

missao do no relay.

2.1.2 Forma de Multiplo Acesso

• Por Superposicao:

No canal relay por superposicao a fonte e relay enviam suas informacoes de maneira

sobreposta, ao mesmo tempo e na mesma frequencia. Apresenta como vantagem

nao ter perda de eficiencia espectral em relacao a transmissao direta, uma vez que

nao e necessaria a multiplexacao. Por outro lado, aumenta-se a complexidade na

recepcao do destino, ja que este deve ser capaz de realizar a separacao das mensagens

provenientes de cada um dos usuarios.

• Ortogonal:

As transmissoes da fonte e relay sao multiplexadas, podendo ser no tempo, na

frequencia, ou em codigo, por exemplo . Em um sistema com multiplexacao no

tempo, a comunicacao e realizada em dois intervalos de tempo distintos. Em um

primeiro intervalo, a fonte transmite sua mensagem e, em um segundo intervalo,

o relay realiza a regeneracao da mensagem e retransmite a informacao da fonte.

Page 20: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

18

Assim, ocorre uma perda de eficiencia espectral em relacao a transmissao direta,

uma vez que e necessaria a realizacao de duas etapas para a comunicacao.

2.1.3 Segundo a Presenca de Canal de Retorno

• Sem Canal de Retorno:

No canal relay sem retorno a comunicacao e feita somente no sentido fonte-destino e

fonte-relay-destino. Nao ha nenhuma realimentacao do sistema por meio do destino.

• Com Canal de Retorno:

No canal relay com retorno existe um canal de comunicacao nos dois sentidos.

Assim, o destino pode trocar informacoes com fonte e relay para otimizar a co-

municacao. Quando ha um canal de retorno torna-se interessante o uso tecnicas de

retransmissao de pacotes como o ARQ (do ingles Automatic Repeat reQuest (ZHAO;

VALENTI, 2003).

2.2 Modelo Matematico do Canal Relay

O comportamento do canal sem fio e modelado estatisticamente, dado sua natureza

aleatoria. Dentre os modelos estatısticos, pode-se citar a distribuicao de Rayleigh e a

distribuicao de Nakagami-m (SIMON; ALOUINI, 2004). Nesta dissertacao sera adotado o

modelo Rayleigh quase-estatico, isto e, com ganho constante durante todo um intervalo

suficiente para a transmissao de um bloco. Uma vez que este e um canal de desvanecimento

lento, assume-se conhecimento do canal por parte dos receptores. A Figura 2 ilustra o

modelo matematico do canal relay.

Nesta dissertacao os nos sao considerados half-duplex e as transmissoes ortogonais.

Assim, num primeiro intervalo de tempo a fonte envia a informacao modulada x para o

relay e o destino. O sinal recebido pelo destino, ySD , e:

ySD =√PSgSDx + wSD, (1)

onde PS e a potencia de transmissao usada pela fonte, gSD =

√(1

dSD

)α× hSD, dSD

e a distancia entre os nos fonte e destino, α e o coeficiente de perda de percurso, hSD

e uma variavel aleatoria Rayleigh representando o canal fonte-destino, e wSD e ruıdo

Gaussiano.

Page 21: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

19

Figura 2: Modelo matematico do canal relay.

Fonte: Autoria Propria

Ja o sinal recebido pelo relay, ySR, e:

ySR =√PSgSRx + wSR, (2)

onde gSR =

√(1dSR

)α× hSR, dSR e a distancia entre os nos fonte e relay, hSR e uma

variavel aleatoria Rayleigh e wSR e ruıdo Gaussiano.

Em um segundo intervalo de tempo o relay processa a mensagem recebida da fonte

e reencaminha-a para o destino. A maneira como a informacao originada pela fonte e

processada pelo relay depende do protocolo cooperativo empregado. Assim, assume-se

x=f(ySR). Deste modo, o sinal recebido pelo destino, decorrente do relay, yRD e:

yRD =√PRgRDx + wRD, (3)

onde PR e a potencia de transmissao usada pelo relay, gRD =

√(1

dRD

)α× hRD, dRD e

a distancia entre os nos relay e o destino, hRD e uma variavel aleatoria Rayleigh e wRD

e ruıdo Gaussiano.

No destino, as informacoes enviadas pela fonte e relay podem ser combinadas de

varias formas, por exemplo, SC, EGC e MRC. A combinacao por selecao (SC) con-

siste em selecionar a informacao que esteja com melhor relacao sinal-ruıdo recebida e

descarta as demais. A combinacao por ganho igual (EGC) realiza uma soma coerente

das duas mensagens, sem ponderar uma ou outra. Ja a combinacao de razao maxima

(MRC) realiza uma soma coerente dos sinais recebidos ponderados pela relacao sinal-

ruıdo. O desempenho do MRC e um pouco superior aos demais, enquanto o SC apresenta

menor complexidade. Foi utilizado o SC para combinar as informacoes nas simulacoes

Page 22: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

20

dos resultados obtidos.

2.3 Protocolos de Comunicacao Cooperativa

Alguns protocolos para cooperacao em canal sem fio foram apresentados em (LANE-

MAN; TSE; WORNELL, 2004; NOSRATINIA; HUNTER; HEDAYAT, 2004; ZHAO; VALENTI,

2003; STEFANOV; ERKIP, 2004; ZHANG; DUMAN, 2005a, 2005b; KRAMER; GASTPAR; GUPTA,

2005; HU; DUMAN, 2007; KARKOOTI; CAVALLARO, 2008; BAE; JUNG; LEE, 2009; JIANG;

THOMPSON; GRANT, 2010). Os protocolos mais conhecidos sao o Amplifica-e-Envia (do

ingles Amplify-and-Forward, AF), e o Decodifica-e-Envia (do ingles Decode-and-Forward,

DF). Basicamente, no protocolo AF, o relay apenas amplifica o sinal recebido da fonte,

para compensar os efeitos do canal fonte-relay, e reenvia a informacao ja amplificada ao

destino. De outro modo, no protocolo DF o relay tenta decodificar a informacao enviada

pela fonte, recodificar, para entao modular novamente e reenviar ao destino. Ha tambem

o protocolo Comprime-e-Envia (do ingles Compress-and-Forward, CF), em que o relay

quantiza e comprime a informacao proveniente da fonte e encaminha para o destino. En-

tretanto, o CF nao e muito utilizado devido a dificuldade de implementacao em sistemas

praticos (KRAMER; GASTPAR; GUPTA, 2005; JIANG; THOMPSON; GRANT, 2010), embora

tenha melhor capacidade de desempenho que o AF e o DF em alguns cenarios.

A seguir, os protocolos cooperativos AF e DF serao descritos com mais detalhes.

2.3.1 Amplifica-e-Envia

O protocolo AF e o mais simples de ser implementado no sistema cooperativo. A fonte

envia a informacao para o relay e o destino, sofrendo os efeitos de atenuacao e ruıdos do

canal sem fio. O relay aplica um ganho de potencia no sinal, para tentar compensar os

efeitos de atenuacao do canal fonte-relay, conforme a Figura 3. Todavia, o ruıdo aditivo

tambem e amplificado nesta operacao. Ja no destino, dois sinais provenientes de caminhos

independentes, um sinal da fonte e um sinal do relay, deverao ser combinados.

2.3.2 Decodifica-e-Envia

No protocolo DF, o relay realiza uma decisao sobre a informacao recebida da fonte

procurando recuperar a informacao digital para anular os efeitos da atenuacao do canal

e do ruıdo. O DF, ilustrado na Figura 4, pode ser dividido em ao menos tres variacoes

Page 23: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

21

Figura 3: Ilustracao do protocolo Amplifica-e-Envia.

Fonte: Adaptada de (NOSRATINIA; HUNTER; HEDAYAT, 2004)

importantes: o FDF, SDF e o IDF.

Figura 4: Ilustracao do protocolo Decodifica-e-Envia.

Fonte: Adaptada de (NOSRATINIA; HUNTER; HEDAYAT, 2004)

• DF Fixo ( FDF):

Este protocolo tem a caracterıstica de o relay sempre atuar na comunicacao, sempre

regenerando e enviando a mensagem recebida da fonte, mesmo que o relay nao

consiga decodificar a informacao corretamente. O FDF tem como ponto negativo

que a propagacao de erros por parte do relay pode ser alta, reduzindo o desempenho

do sistema.

Page 24: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

22

• DF Seletivo ( SDF):

Este protocolo tem a caracterıstica de estabelecer uma condicao para que o relay

atue no sistema. Assim, o objetivo e que o relay seja capaz de detectar se a men-

sagem estimada corresponde ou nao a mensagem original da fonte. Desta forma, o

relay reencaminha a informacao ao destino apenas se a decodificacao estiver livre

de erros.

• DF Incremental ( IDF):

Este protocolo tem a caracterıstica de explorar uma realimentacao por parte do

destino para a fonte e relay. Neste caso, a cooperacao podera ser realizada ou

nao. Primeiramente a fonte envia a mensagem para o destino e o relay. Se o destino

conseguir decodificar a mensagem corretamente, envia uma mensagem de ACK para

a fonte e o relay. Caso contrario, envia uma mensagem de NACK para o relay e

este, caso consiga decodificar corretamente a mensagem originaria da fonte, reenvia

a informacao para o destino. A fonte tambem pode realizar a retransmissao, caso o

relay nao tenha decodificado o sinal da fonte.

Na simulacao dos resultados obtidos utilizou-se o protocolo IDF, que possui um canal

de retorno entre o destino e os demais nos.

2.3.3 Desempenho dos Protocolos no Canal sem Fio

Nesta secao, os protocolos no canal sem fio sao comparados. Supoe-se que a fonte, relay

e destino estao igualmente separados por uma distancia unitaria conforme um triangulo

equilatero de lado unitario em que cada no esta em um vertice do triangulo.

Para comparar o desempenho entre os protocolos, foi utilizada a taxa de erro de bit

( BER) em funcao da relacao sinal-ruıdo normalizada (Eb/N0), em que Eb e a energia

por bit de informacao e N0 e a densidade espectral do ruıdo. Para a transmissao, os

nos utilizam a modulacao BPSK, (Binary Phase Shift Keying). No destino, os sinais sao

combinados por MRC. Para evitar a utilizacao de mais energia em relacao a transmissao

direta, a fonte e o relay transmitem com metade da potencia utilizada pela fonte na

transmissao direta. A Figura 5 compara o desempenho do canal relay, utilizando os

protocolos AF e DF (FDF, SDF e IDF), alem de compara-los com a transmissao direta,

onde nao ha cooperacao.

Pela figura, pode-se analisar que o FDF tem desempenho muito inferior que os demais

Page 25: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

23

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

10−4

10−3

10−2

10−1

100

Eb/N

0 (dB)

BE

R

Transmissão DiretaFDFAFSDFIDF

Figura 5: Comparacao da taxa de erro de bit (BER) dos protocolos AF, FDF, SDF,IDF e da transmissao direta.

Fonte: Autoria Propria

protocolos, sendo ate pior que a transmissao direta. Tal caracterıstica se deve ao fato da

propagacao de erros, ou seja, mesmo o relay nao conseguindo decodificar corretamente

a informacao recebida, ele envia tal informacao para o destino. Ja o AF, o SDF e o

IDF, proporcionam um ganho de diversidade (inclinacao da curva) em relacao a trans-

missao direta, aumentando consideravelmente o desempenho do sistema. O desempenho

do protocolo AF e um pouco inferior em relacao ao SDF e ao IDF para este cenario,

mas sua complexidade e menor, uma vez que o relay nao precisa decodificar e recodificar

a informacao da fonte, mas apenas amplificar o sinal. Ja o SDF e IDF tem o mesmo

desempenho. A diferenca destes dois protocolos e que a taxa util media vista pelo destino

pode ser ate o dobro no IDF em relacao ao SDF, uma vez que o SDF sempre utiliza

dois intervalos de tempos para a transmissao e o IDF pode utilizar somente um, caso a

transmissao direta ocorra com sucesso.

A Figura 6 compara o desempenho do canal relay utilizando o protocolo SDF com

o modelo de duas antenas de transmissao proposto por Alamouti (ALAMOUTI, 1998),

utilizando duas antenas de transmissao e uma antena de recepcao. Pela figura, percebe-se

que o ganho de diversidade do SDF e do Alamouti sao iguais, visto que as duas curvas

tem inclinacoes iguais. A unica diferenca e que o Alamouti tem uma taxa de erro de bit

Page 26: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

24

um pouco menor que o SDF, consequencia do fato de o canal fonte-relay nao ser perfeito.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

10−4

10−3

10−2

10−1

100

Eb/N

0 (dB)

BE

R

Transmissão DiretaSDFAlamouti

Figura 6: Comparacao da taxa de erro de bit (BER) do protocolo SDF, do esquemaproposto por Alamouti utilizando duas antenas de transmissao e da transmissaodireta.

Fonte: Autoria Propria

2.4 Multiplos Relays

Quando multiplos usuarios estao disponıveis em uma rede sem fio, pode-se permitir

que todos os nos atuem de forma cooperativa, de modo que nao haja apenas um, mas

varios relays, conforme a Figura 7. Neste caso, havera um maior numero de caminhos

independentes para a comunicacao e, por consequencia, a probabilidade de que pelo menos

um dos relays disponıveis esteja em boas condicoes de auxiliar na retransmissao aumenta.

Em contrapartida, a complexidade do protocolo de comunicacao deve aumentar, uma

vez que deve-se garantir uma coordenacao eficaz entre a fonte e os multiplos relays, evi-

tando uma comunicacao sem colisoes. Para um sistema de comunicacao sem fio coope-

rativo que opera de forma ortogonal no tempo, assume-se que fonte e relay realizam a

transmissao em intervalos de tempo diferentes e, ainda, que apenas um relay e escolhido

Page 27: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

25

Figura 7: Sistema sem fio com multiplos relays.

Fonte: Autoria Propria

para auxiliar. Com isto, deve ser estabelecido um criterio para escolha do relay que ira

realizar a retransmissao.

2.4.1 Selecao de Relays

Os algoritmos de selecao de relays em redes cooperativas com multiplos usuarios tem

sido foco de diversos trabalhos, por exemplo em (ABDULHADI; JASEEMUDDIN; ANPALA-

GAN, 2010; MADAN et al., 2008; CHEN et al., 2006; ZHOU; ZHOU; CUI, 2008; KE; FENG;

ZHUANG, 2010; ZARIFI et al., 2009; LIN; ERKIP, 2005; KAISER et al., 2009; BLETSAS et al.,

2006; BLETSAS; SHIN; WIN, 2007). Um tutorial sobre diversos algoritmos de selecao de

relays e apresentado em (ABDULHADI; JASEEMUDDIN; ANPALAGAN, 2010), onde os algo-

ritmos sao comparados em termos de eficiencia energetica, complexidade e desempenho.

Sob o ponto de vista da eficiencia energetica, foi apresentada uma arquitetura para

selecao de relays em (MADAN et al., 2008), em que os autores otimizam o numero de

relays que irao participar da cooperacao. Para redes do tipo 802.11, foram apresentados

metodos de selecao de um unico relay em (CHEN et al., 2006; ZHOU; ZHOU; CUI, 2008).

A maior vantagem de selecionar apenas um relay para auxiliar na retransmissao, e a

nao necessidade do uso de codigos espaco-temporais, podendo atingir resultados tao bons

quanto em relacao aos algoritmos de selecao de multiplos relays. O tempo de vida e

maximizado em (CHEN et al., 2006) atraves da selecao do melhor relay para manter a

Page 28: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

26

energia residual de cada no igualmente distribuıda. Ja em (ZHOU; ZHOU; CUI, 2008), e

utilizado um esquema da camada MAC em conjunto com um controle de potencia da

camada fısica. Outro esquema de selecao de relays com o objetivo de aumentar o tempo

de vida da rede e apresentado em (KE; FENG; ZHUANG, 2010), onde os nos sao modelados

como vendedores de energia e cada no estabelece um preco para a sua transmissao de

acordo com a quantidade de energia residual. Os resultados demonstram que um aumento

significativo no tempo de vida pode ser alcancado.

O algoritmo mais simples de selecao de relays e o algoritmo aleatorio (ZARIFI et al.,

2009). Neste algoritmo, o relay e escolhido aleatoriamente entre os nos disponıveis na rede.

Em termos de consumo de energia, este algoritmo tem a vantagem de nao sobrecarregar

qualquer no que esteja em boas condicoes de cooperar, distribuindo o trafego de dados

igualmente. Entretanto, este algoritmo nao e otimo nem em termos de vazao fim-a-fim

nem em termos de taxa de erro de bit.

Algoritmos de selecao que buscam diminuir a taxa de erro e, aumentar a vazao fim-

a-fim, sao estudados em, por exemplo, (LIN; ERKIP, 2005). Nele, os autores se baseiam

apenas na relacao sinal-ruıdo media vista pelo receptor. Os algoritmos propostos possuem

taxas de erro consideravelmente menores que o algoritmo de selecao aleatorio, porem

nenhuma consideracao e feita em relacao ao consumo de energia dos nos.

Recentemente, o uso de logica fuzzy em algoritmos de selecao de relays foi considerado

em (KAISER et al., 2009), onde considera-se uma rede celular em que um conjunto de

relays em boas condicoes sao selecionados de acordo com a relacao sinal-ruıdo no enlace

relay-destino e com o atraso medio. Neste caso, a comunicacao e estabelecida utilizando

todos os relays selecionados, usando a tecnica de codigos espaco-temporais distribuıdos

(LANEMAN; WORNELL, 2002). Entretanto, os relays sao modelados como torres fixas,

portanto sem limitacoes de energia, de modo que o consumo nao e analisado.

Quando codigos espaco-temporais distribuıdos nao sao utilizados, o algoritmo opor-

tunista (BLETSAS et al., 2006; BLETSAS; SHIN; WIN, 2007) e o que proporciona o melhor

desempenho em termos da vazao. Entretanto, o esquema oportunista pode sobrecarregar

um ou mais relays, ja que relays que estejam em boas condicoes de transmitir serao

selecionados com mais frequencia, diminuindo assim o tempo de vida da rede.

E importante ressaltar que os metodos de selecao de relay existentes na literatura em

geral otimizam desempenho (como e o caso do algoritmo oportunista) ou o tempo de vida

(como e o caso do algoritmo aleatorio). Este trabalho propoe considerar a otimizacao do

desempenho e o tempo de vida.

Page 29: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

27

2.5 Consideracoes Finais

Neste capıtulo foram apresentados conceitos fundamentais do canal sem fio. Foi

ressaltado que a diversidade espacial pode ser obtida atraves do uso de multiplas antenas,

porem em dispositivos de tamanho reduzido torna-se praticamente inviavel. Para con-

tornar esta situacao, pode-se recorrer ao compartilhamento de antenas entre os usuarios

da rede, fazendo com que os nos cooperem para melhorar a qualidade da comunicacao,

levando a diversidade cooperativa.

No proximo capıtulo sera apresentado um algoritmo para selecao de relays com o

objetivo de otimizar o tempo de vida do sistema e a vazao fim-a-fim, objetivos em geral

conflitantes, mas muito importantes em um sistema de comunicacao sem fio.

Page 30: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

28

3 Metodo Proposto

Este capıtulo tem como objetivo descrever o algoritmo proposto de selecao de relays.

Para tanto, inicialmente sera apresentado o modelo do sistema, em seguida, algumas

metricas importantes serao descritas e, por fim, serao apresentados os resultados de si-

mulacao obtidos.

3.1 Modelo do Sistema

Considera-se um sistema composto por K nos sensores denotados por Sk, 1 ≤ k ≤ K,

e um no destino (D) fixo. Assume-se que os nos estejam aleatoriamente distribuıdos sobre

um segmento de reta de comprimento unitario, em que o destino se encontra em uma das

extremidades, como ilustra a Figura 8. Este modelo unidimensional pode ser encontrado,

por exemplo, em sistemas de producao ou rodovias.

Figura 8: Modelo do Sistema. Os nos sensores estao distribuıdos aleatoriamentesobre um segmento de reta de comprimento unitario. Neste exemplo, o no S2 atuacomo fonte e o no D e o destino fixo. O relay e escolhido de acordo com umalgoritmo de selecao.

Fonte: Autoria Propria

Todos os nos sensores podem assumir o papel de fonte ou relay e todos os nos atuam

como fonte por um certo perıodo, excetuando-se o destino, que e um ponto fixo para

Page 31: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

29

o processo de comunicacao1. O canal sem fio e sujeito a um desvanecimento Rayleigh

quase-estatico, ou seja, o canal nao sofre alteracoes durante a transmissao de um bloco

de dados. Assume-se que a informacao sobre o estado instantaneo do canal e disponıvel

nos receptores. Alem disto, assume-se ruıdo branco aditivo Gaussiano ( AWGN), com

variancia de N0/2 por dimensao, onde N0 e a densidade espectral do ruıdo por Hertz.

Por fim, os canais entre os nos sao do tipo half-duplex e o acesso e ortogonal no tempo.

O protocolo de comunicacao cooperativa e o IDF, com isto ha um canal de retorno

disponıvel entre o destino e os demais nos. No primeiro intervalo de tempo o no sensor i

∈ {S1, S2, · · · , SK} funcionando como fonte transmite um bloco de dados x, que e recebido

simultaneamente pelo destino e pelos demais nos j 6= i, j ∈ {S1, S2, · · · , SK , D}. O sinal

recebido pelo no j e dado por:

yij =√Pgijx + w, (4)

onde P e a potencia de transmissao, gij =√d−αij hij e o ganho do canal entre os nos i

e j, dij e a distancia entre os nos i e j, α e o expoente de perda de percurso, hij e o

coeficiente de desvanecimento de Rayleigh quase-estatico entre os nos i e j e w e o ruıdo

do canal. O sinal recebido no destino pode ser obtido de (4) apenas substituindo-se j por

D.

O destino detecta se a mensagem recebida yiD contem erros (esta deteccao e suposta

otima aqui). Se os dados nao foram decodificados corretamente, o destino requisita uma

retransmissao (NACK) utilizando o canal de retorno, o qual assume-se ser livre de erros.

Em um segundo intervalo de tempo o relay que retransmitira a mensagem da fonte e

determinado por meio de um algoritmo de selecao, que pode envolver criterios diferentes,

tais como vazao fim-a-fim, consumo de energia, entre outros. Caso o relay consiga deco-

dificar corretamente a mensagem recebida da fonte, ele reenvia o pacote e o sinal recebido

no destino e:

yk∗D =√Pgk∗Dx + w, (5)

onde k∗ e o relay escolhido para cooperar. Supoe-se que os sinais recebidos no destino

sao combinados por SC tal que:

y =

yiD, se SNRiD ≥ SNRk∗D

yk∗D, se SNRiD < SNRk∗D

(6)

1Tal modelo de sistema e similar a um sistema por multiplexacao com divisao no tempo ( TDM), emque cada usuario e associado para um intervalo de tempo especıfico.

Page 32: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

30

A seguir define-se algumas metricas de interesse, como a probabilidade de outage, a

vazao fim-a-fim e o tempo de vida, alem do modelo de consumo de energia dos nos.

O sistema e caracterizado em termos da probabilidade de outage, que e definida para

um codigo de tamanho de bloco infinito. Entretanto, a aplicacao dos resultados desta

dissertacao nao sao invalidados por esta hipotese, uma vez que foi mostrado que a proba-

bilidade de outage aproxima bem a taxa de erro de alguns codigos na pratica com blocos

de tamanho relativamente curtos (KNOPP; HUMBLET, 2000; BIGLIERI; CAIRE; TARICCO,

2001).

Uma falha, ou outage, na transmissao do no i para j ocorre se Iij < R, onde Iij e a

informacao mutua entre os nos i e j, e R e a eficiencia espectral do sistema. Supondo

sımbolos pertencentes a uma distribuicao Gaussiana e normalizando pela banda, a in-

formacao mutua e dada por (GOLDSMITH, 2005):

Iij = log2

(1 +

P |gij|2

N

), (7)

onde N= N0 ·B e a densidade espectral do ruıdo e B e a largura de banda do sistema.

Deste modo, a probabilidade de outage entre os nos i e j, considerando desvanecimento

Rayleigh, e (GOLDSMITH, 2005):

Pij = Pr{Iij < R} = 1− exp

[N(1− 2R)

P |gij|2

], (8)

em que Pr{θ} e a probabilidade de ocorrer um evento θ.

A vazao fim-a-fim e a taxa util media vista pelo destino. Como no protocolo IDF ha

um canal de retorno entre o destino e os demais nos, nem sempre uma retransmissao e

necessaria. Desta forma, a vazao instantanea pode assumir os valores R, R/2 ou 0. Se

a transmissao original da fonte (transmissao direta) for realizada com sucesso, a vazao

instantanea e R. Se a transmissao direta falhar e o relay reencaminhar o pacote correta-

mente para o destino, a vazao e R/2. Para os demais casos a vazao e nula. Supondo que

tenha sido possıvel selecionar um no para atuar como relay e este no tenha conseguido

decodificar com sucesso o pacote enviado pela fonte e que o destino realiza combinacao

por SC, a vazao fim-a-fim e:

T = R(1− PiD) +R

2PiD(1− Pk∗D), (9)

onde i ∈ {S1, S2, · · · , Sk} representa o no que esta funcionando como fonte e k∗ 6= i, k∗ ∈{Si, S2, · · · , Sk} representa o no que foi selecionado para atuar como relay.

Page 33: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

31

Nesta dissertacao, dentre as definicoes existentes, o tempo de vida da rede e definido

como sendo o tempo ate que o primeiro no deixe de operar, ou seja, ate que algum no

tenha sua bateria completamente drenada 2 (ZHOU; ZHOU; CUI, 2008; CHEN; ZHAU, 2008).

Em relacao a energia, assume-se que cada no tem uma carga inicial de E Joules, a

qual e gradualmente consumida durante a transmissao e recepcao. O diagrama em blocos

da Figura 9 representa o modelo de consumo dos circuitos transmissor e receptor (CUI;

GOLDSMITH; BAHAI, 2005).

Figura 9: Diagrama em blocos dos circuitos de transmissao e recepcao.

Fonte: (CUI; GOLDSMITH; BAHAI, 2005)

A partir da figura, pode-se identificar os seguintes blocos de transmissao: conversor

digital-analogico (DAC), filtros de transmissao, mixer e o amplificador de potencia (PA).

Ja no receptor, pode-se identificar os seguintes blocos: amplificador de baixo ruıdo (LNA),

amplificador de frequencia intermediario (IFA), filtros de recepcao e conversor analogico-

digital (ADC). Alem destes blocos explıcitos, ha o sintetizador de frequencia.

Durante a transmissao, define-se o consumo de energia como sendo (CUI; GOLDSMITH;

BAHAI, 2005):

ETX =PPA + PTX

Rb

· L, (10)

onde PPA representa a potencia consumida por bit pelo amplificador de potencia, PTX

representa a potencia consumida por bit pelo circuito de transmissao, Rb = R ·B corres-

ponde a taxa de bit em bits/s e L e o tamanho em bits da mensagem x.

2Embora drastica, esta definicao e apropriada quando uma simples falha de um no pode ser desastrosa,por exemplo, reduzindo a cobertura da rede ou causando particionamento na mesma.

Page 34: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

32

Do circuito de transmissao (CUI; GOLDSMITH; BAHAI, 2005), tem-se que PTX =

PDAC +Pmix +Pfiltx +Psyn, em que PDAC e a potencia consumida pelo conversor digital-

analogico, Pmix e a potencia consumida pelo mixer, Pfiltx e a potencia dos filtros de

transmissao e Psyn e a potencia consumida pelo sintetizador de frequencia. O consumo

do amplificador de potencia e PPA = P ξη

onde ξ = 3(√

M−1√M+1

)e a relacao entre a tensao

de pico e a tensao media para uma modulacao M- QAM e η e a eficiencia de dreno do

amplificador.

Durante o processo de recepcao o consumo de energia e dado por:

ERX =PRXRb

· L, (11)

em que, tambem seguindo (CUI; GOLDSMITH; BAHAI, 2005), PRX e dada por PRX = Psyn+

PLNA+Pmix+PIFA+Pfilrx +PDAC , onde Psyn e a potencia do sintetizador de frequencia,

PLNA e a potencia consumida pelo amplificador de baixo ruıdo, Pmix representa a potencia

do mixer, PIFA representa a potencia do amplificador de frequencia intermediario, Pfilrx

e a potencia dos filtros de recepcao e PADC e a potencia do conversor analogico-digital.

A potencia consumida pelo processamento da banda base e considerado muito pequeno

quando comparado ao consumo de potencia do circuito interno (CUI; GOLDSMITH; BAHAI,

2005). Este modelo supoe transceptores com uma unica portadora e de banda estreita.

Se fossem utilizados transceptores com varias portadoras e de banda larga, como e o caso

das LANs e WANs, o consumo de potencia do processamento da banda base deveria ser

levado em conta (BOUGARD et al., 2006). O modelo em (CUI; GOLDSMITH; BAHAI, 2005)

e adequado para cenarios como os de redes de sensores sem fio, onde as transmissoes sao

de banda estreita e taxa baixa. Adicionalmente, como o numero de bits necessarios para

os sinais de ACK/NACK e muito menor que o numero de bits da mensagem x (BRANTE;

KAKITANI; SOUZA, 2011), o consumo destes sinais tambem sao ignorados na analise.

Por fim, num determinado tempo discreto n a energia restante de um no i e denotada

por Ek(n), de tal forma que o sensor e considerado “morto”se a energia restante for igual

a zero. Portanto, o tempo de vida de um simples no sensor Sk e definido por:

λk = {n|Ek(n) > 0 ∧ Ek(n+ 1) < ETX}, (12)

e o tempo de vida da rede pode ser definido por:

L = min{λ1, · · · , λK}. (13)

Page 35: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

33

3.2 Esquemas Existentes Para Selecao de Relays

A seguir, serao descritos brevemente dois algoritmos de selecao de relays bastante

conhecidos: o algoritmo aleatorio e o algoritmo oportunista.

• Algoritmo Aleatorio:

O algoritmo de selecao de relays aleatorio (ZARIFI et al., 2009) e o algoritmo de

menor sofisticacao existente. Caso haja a necessidade de uma retransmissao, os

relays Sk, k ∈ [1, K] recebem um sinal de NACK do destino. Em seguida, cada

relay Sk espera por um intervalo de tempo aleatorio tSkantes de retransmitir, de

tal forma que o relay Sk∗ e o relay escolhido depois de um intervalo de tempo

de tSk∗ = mint{tSk}. Os outros relays, percebendo que ja ha uma retransmissao

ocorrendo, permanecem sem transmitir, evitando colisao de pacotes.

• Algoritmo Oportunista:

O protocolo cooperativo oportunista foi introduzido em (BLETSAS et al., 2006), onde

os autores desenvolveram um algoritmo cooperativo com retransmissao de pacotes.

Para iniciar a transmissao a fonte envia uma mensagem RTS (Ready-to-Send).

Caso o canal esteja livre, o destino responde com uma mensagem CTS (Clear-

to-Send), liberando assim a transmissao para a fonte. A fonte, entao, transmite

a mensagem para todos os nos intermediarios do sistema. A seguir, se o destino

detectar possıveis erros da informacao recebida, envia um pedido de retransmissao,

denominado NACK. Considera-se que todos os canais sao simetricos (gij = gji), e

possıvel que cada relay Sk, k ∈ [1, K] estime seu proprio canal gSkD. Esta requisicao

para retransmissao e recebida por todos os nos da rede, inclusive a fonte, e e utilizada

para estimar a condicao do canal entre os nos e o destino. Cada no, de posse desta

informacao, aguarda um tempo inversamente proporcional a qualidade de seu enlace

para iniciar a retransmissao (tSk∝ 1

gSkD). Assim, o no com a melhor condicao

de canal k∗ sera o primeiro a retransmitir depois de um intervalo de tempo de

tSk∗ = mint{tSk}, reservando o meio para si. Por fim o destino, por sua vez, combina

os pacotes e realiza uma nova deteccao de possıveis erros. Em (BLETSAS; SHIN; WIN,

2007) sao apresentados dois esquemas para o algoritmo oportunista: o proativo, no

qual a fonte ja tem conhecimento previo de qual relay esta em boas condicoes para

realizar a retransmissao e envia a informacao apenas para ele e o destino durante a

primeira transmissao; e o reativo, no qual a fonte envia a informacao para todos os

Page 36: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

34

relays e o destino e, so no segundo intervalo de tempo ocorre a selecao oportunista

do relay que ira cooperar.

Este algoritmo e muito eficiente em termos de vazao fim-a-fim, uma vez que o no

com a melhor condicao de canal e selecionado para retransmitir. Por outro lado,

os relays em boas condicoes serao constantemente requisitados para retransmitir,

entao a bateria destes nos tendem a encerrar mais rapidamente.

3.3 Metodo Proposto Baseado em Logica Fuzzy

O algoritmo proposto leva em conta a informacao do estado instantaneo do canal

( gSkD) e a energia residual do no (Ek). A partir destas variaveis de entrada, cada no

e associado com um grau de relevancia f(gSkD;Ek) para atuar como relay, que e uma

funcao de gSkD e de Ek. Quanto maior e f(gSkD;Ek), mais bem classificado e o relay.

Como o problema da otimizacao e multiobjetivo, optou-se por logica fuzzy, uma vez que

e possıvel estabelecer diferentes nıveis de abstracao linguısticos, facilmente modificaveis,

para as duas variaveis que serao otimizadas (PEDRYCZ; GOMIDE, 1998; ZADEH, 1965).

Levando em conta a qualidade do enlace, o canal e caracterizado pela variavel linguıstica

(ZADEH, 1965):

X1 : gSkD → [0, 1], (14)

em que a variavel fuzzy X1 e caracterizada pela funcao membro gSkD, mapeando os

elementos do universo gSkD = [0,∞] dentro do intervalo unitario [0,1]. A variavel fuzzy

X1 pode ser representada como um conjunto de pares ordenados X1 = {(X1(x1), (x1)},onde x1 ∈ X1 e um elemento generico de gSkD, que graficamente e representado pelo eixo

das abscissas variando entre 0 e infinito, e X1(x1) descreve o grau de pertinencia de gSkD,

variando entre 0 e 1, graficamente representado pelo eixo das ordenadas.

De maneira similar, a energia residual e expressa pela variavel linguıstica fuzzy :

X2 : Ek → [0, 1], (15)

em que a variavel fuzzy X2 e caracterizada pela funcao membro Ek, mapeando os ele-

mentos do universo Ek = [0, 100] dentro do intervalo unitario [0,1]. A variavel fuzzy X2

pode ser representada como um conjunto de pares ordenados X2 = {(X2(x2), (x2)}, onde

x2 ∈ X2 e um elemento generico de Ek, que graficamente e representado pelo eixo das

abscissas variando entre 0 e 100, e X2(x2) descreve o grau de pertinencia de Ek, variando

entre 0 e 1, graficamente representado pelo eixo das ordenadas.

Page 37: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

35

Ja o grau de relevancia Y de cada relay f(gSkD;Ek) e expresso como:

Y : f(gSkD, Ek)→ [0, 1], (16)

em que a variavel fuzzy Y e caracterizada pela funcao membro f(gSkD, Ek), mapeando os

elementos da combinacao de X1 e X2 dentro do intervalo unitario [0,1]. A variavel fuzzy

Y e resultado do centro de gravidade da uniao de todos os conjuntos de regioes formadas

pelo menor grau de pertinencia de cada uma das combinacoes entre X1 e X2.

A partir de cada variavel linguıstica fuzzy X1, X2 e Y deve-se definir os conjuntos

de termos linguısticos T (X1), T (X2) e T (Y ), respectivamente. Os elementos de cada

conjunto de termos, sao valores linguısticos:

T (X1) = {ruim, medio, bom}, (17)

T (X2) = {baixa, media, alta}, (18)

T (Y ) = {muito baixo, baixo, medio, alto, muito alto}, (19)

que sao ilustradas pela Figura 10. As expressoes linguısticas de T (X1) sao mostradas na

Figura 10a, em que o canal sera classificado como ruim, medio ou bom de acordo com o

valor numerico da realizacao instantanea do canal gSk. Ja as expressoes linguısticas de

T (X2) sao mostradas na Figura 10b, em que a energia residual de um no e classificada

como baixa, media ou alta de acordo com a quantidade de energia restante Ek. Por sua

vez, as expressoes linguısticas de saıda T (Y ) sao mostradas na Figura 10c, formadas pela

combinacao de T (X1) e T (X2).

Os elementos linguısticos podem ser descritos por uma funcao trapezoidal generica na

seguinte forma:

trap(x; a,m, n, b) =

x−am−a , se x ∈ [a,m]

1, se x ∈ [m,n]

b−xb−n , se x ∈ [n, b]

0, caso contrario

, (21)

onde [a, b] representa o suporte e [m,n] representa o nucleo do trapezoide, de forma que

a < m ≤ n < b. Quando ocorrer o caso particular m = n, a funcao se torna uma funcao

triangular.

Levando em conta a qualidade do canal, a definicao dos limites Figura 10a e baseada

na distribuicao do canal. A funcao membro estado instantaneo do canal foi desenvolvida

baseada na funcao de distribuicao cumulativa ( CDF) do canal. A CDF de gSke mostrada

Page 38: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

36

(a) Variável de entrada X1: informação do estado do canal

(b) Variável de entrada X2: energia residual do nó

(c) Saída Y: grau de relevância do relay

Figura 10: Variaveis linguısticas fuzzy X1, X2 e Y e as expressoes de cadavariavel T (X1) = {ruim, medio, bom}, T (X2) = {baixa, media, alta} e T (Y ) ={muito baixo, baixo, medio, alto, muito alto}

Fonte: Autoria Propria

Page 39: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

37

na Figura 11.

0 1 2 3 4 5 6 7 80

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

gij

CD

F d

e g ij‘

50% da CDF

Resultados Ótimos

Figura 11: Funcao de distribuicao cumulativa do ganho de canal gij.

Fonte: Autoria Propria

A partir da Figura 11, pode ser verificado que gSkD = 2, 1 e o ponto medio da funcao

de distribuicao cumulativa. Entretanto, como a relacao entre a realizacao do canal e a

vazao fim-a-fim e nao-linear, resultados numericos mostraram que gSkD = 4 como ponto

medio da funcao trapezoidal apresenta um melhor resultado do ponto de vista de vazao,

com um mınimo comprometimento do tempo de vida.

Portanto, de acordo com a Figura 10a, as expressoes linguısticas de T (X1) sao

definidas como ruim = trap(x1; 0, 0, 2, 4), medio = trap(x1; 2, 4, 4, 6) e bom = trap(x1; 4, 6,

8, 8). Assim, a partir da figura pode-se observar que para gSkD ≤ 2 o canal e classificado

como ruim, para gSkD ≥ 6 o canal e classificado como bom, e para qualquer valor entre

2 e 6, e realizada uma combinacao entre as classificacoes ruim, medio e bom, ponderadas

por suas respectivas pertinencias (eixos das ordenadas). Por exemplo, se gSkD = 3, 5,

esta variavel e classificada como ruim com grau de pertinencia 0,3 e media com grau de

pertinencia 0,7, e ambas sao levadas em conta no processo fuzzy.

De maneira similar, a energia residual e expressada como sendo uma porcentagem da

Page 40: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

38

carga da bateria, e as funcoes membro sao mostradas na Figura 10b. Como considera-se

que a relacao entre o consumo de bateria e a potencia de transmissao e linear, assumiu-

se o ponto medio 50% da carga da bateria. Logo, as expressoes linguısticas de T (X2)

sao definidas como baixa = trap(x2; 0, 0, 25, 50), media = trap(x2; 25, 50, 50, 75) e alta =

trap(x2; 50, 75, 100, 100). Assim, para Ek ≤ 25, a energia residual e classificada como

baixa, para Ek ≥ 75 a energia residual e classificada como alta e para qualquer valor

entre 25 e 75, e realizada uma combinacao entre as classificacoes baixa, media e alta,

ponderadas por suas respectivas pertinencias.

Por fim, o grau de relevancia do relay f(gSkD;Ek) e definido de 0 a 100, e e obtida de

acordo com as classificacoes para gSkD e Ek, com as expressoes definidas como muito baixo =

trap(y; 0, 0, 0, 30), baixo = trap(y; 10, 30, 30, 50), medio = trap(y; 30, 50, 50, 70), alto =

trap(y; 50, 70, 70, 90), muito alto = trap(y; 70, 100, 100, 100), que sao mostrados na Figura

10c.

A fim de mapear as variaveis linguısticas X1 e X2 em Y , assume-se um conjunto de

regras fuzzy no formato “Se X1 e A e X2 e B, entao Y e C”, denotado simbolicamente

por “A E B → C”:

R1 : = ruim E baixa → muito baixo, (22)

R2 : = ruim E media → baixo, (23)

R3 : = ruim E alta → media, (24)

R4 : = medio E baixa → baixo, (25)

R5 : = medio E media → medio, (26)

R6 : = medio E alta → alto, (27)

R7 : = alto E baixa → baixo, (28)

R8 : = alto E media → alto, (29)

R9 : = alto E alta → muito alto, (30)

O conjunto das regras fuzzy e resumido na Tabela 1.

Tabela 1: Tabela de regrasEk \ gSkD Ruim Medio Bom

Baixa Muito Baixo Baixo BaixoMedia Baixo Medio AltoAlta Medio Alto Muito Alto

Fonte: Autoria propria

Page 41: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

39

Como exemplo, supoe-se que, para um dado relay gSkD = 3, 5 e Ek = 80. Da

Figura 10a, o canal e classificado como ruim com grau de pertinencia 0,3 e medio com

grau de pertinencia 0,7, que sao representados por:

x1 = {(ruim/0, 3), (medio/0, 7)}, (32)

e a energia residual, de acordo com a Figura 10b, e classificada como alta com grau de

pertinencia 1,0 representada por:

x2 = {(alta/1, 0)}. (33)

Ja o grau de relevancia deste exemplo e dado pela combinacao dos dois pares ruim-

alto e medio-alto, que de acordo com a Tabela 1 resulta em medio e alto, respectivamente,

e o grau de pertinencia de cada uma destas combinacoes sera dado pelo menor grau de

pertinencia do par gSk, Ek (conhecido como mınimo t-norm (PEDRYCZ; GOMIDE, 1998)).

Assim, neste exemplo:

y : = {(ruim-alta/min{0, 3; 1, 0}), (medio-alta/min{0, 7; 1, 0})}, (34)

= {(medio/0, 3), (alto/0, 7)}.

A Figura 12 ilustra o processo fuzzy, em que a operacao superior representa o par

ruim-alto e a operacao inferior representa o par medio-alto. Em seguida, os dois termos

de y, (medio/0, 3) e (alto/0, 7) representados pelas areas escuras de Y na parte superior e

inferior, respectivamente, sao combinados para formar a saıda fuzzy ilustrada pelo centro

da Figura 12. Finalmente, o resultado numerico desta operacao, f(gSkD;Ek), e dado pelo

calculo do centro de gravidade (do ingles Center of gravity, COG) da area obtida em Y .

A versao discreta do COG e definida como (PEDRYCZ; GOMIDE, 1998):

y∗COG =

∑[y · Y (y)]∑Y (y)

, (36)

que neste exemplo e f(3, 5; 80) = 64, 21.

E importante citar que ha muitas implementacoes praticas envolvendo logica fuzzy

que sao rapidas e pouco complexas (BROEKHOVEN; BAETS, 2006), em que o consumo

de energia do processamento nao e significantemente aumentado quando comparado com

outros algoritmos de selecao de relays, como o esquema oportunista.

Por fim, uma vez que o grau de relevancia de cada relay e determinado, o algoritmo

proposto e similar ao algoritmo oportunista, exceto que, antes de retransmitir espera por

Page 42: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

40

Figura 12: Exemplo da operacao fuzzy para um dado relay gSkD = 3, 5 e Ek = 80,de forma que o canal e classificado como x1 = {(ruim/0,3), (medio/0, 7)} e aenergia residual e classificada como x2 = {(alta/1, 0)}. O grau de relevanciae dado pela combinacao dos dois pares ruim-alta (representado no topo dafigura) e medio-alta (representado na parte inferior da figura), resultando emy = {(medio/0, 3), (alto/0, 7)}. Entao, os dois termos de y sao combinados paraformar a saıda fuzzy no centro da figura. Finalmente, o resultado numerico daoperacao e dado pelo centro de gravidade da area obtida em Y , que neste exemploe f(3, 5; 80) = 64, 21.

Fonte: Autoria Propria

um intervalo de tempo tk ∝ 1f(gSkD;Ek)

+ ζ, em que ζ e uma variavel Gaussiana com media

zero e variancia muito pequena em relacao aos valores possıveis de f(gSkD, Ek), para evitar

colisoes caso haja mais de um relay como o mesmo grau de relevancia3. Desta forma, o

algoritmo proposto realiza a selecao de relays de forma distribuıda, uma vez que cada no

3Para combinacoes Ruim-Baixa e Bom-Alta, mesmo para diferentes gSkD e Ek o resultado da operacaofuzzy pode ser igual.

Page 43: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

41

decide sobre sua propria atuacao.

3.4 Resultados Obtidos

Nesta secao compara-se o desempenho entre o algoritmo aleatorio, o algoritmo opor-

tunista e o algoritmo proposto em termos de tempo de vida e de vazao fim-a-fim. Os tres

algoritmos sao avaliados por meio de simulacao de Monte Carlo e σ2ζ = 0, 1 e assumido

para o esquema proposto. Define-se N0 = −174dBm, um sistema com largura de banda

de B = 10kHz, e o expoente de perda de percurso α = 3. Para o consumo de potencia dos

circuitos internos, segue-se os mesmos valores que os considerados em (CUI; GOLDSMITH;

BAHAI, 2005), resumidos na Tabela 2. Estabeleceu-se ainda que cada no inicia com uma

energia inicial de ε.

Tabela 2: Consumo de Potencia dos Circuitos InternosMixer Pmix = 30, 0mW

Filtros TX/RX Pfiltx = Pfilrx = 2, 5mWSintetizador de Frequencia Psyn = 50mW

Amplificador de Baixo Ruıdo PLNA = 3mWAmplificador de Frequencia Intermediario PIFA = 3mW

Conversor Analogico-Digital PADC = 6, 7mWConversor Digital-Analogico PDAC = 15, 4mW

Eficiencia do Dreno do Amplificador η = 0, 35

Fonte: (CUI; GOLDSMITH; BAHAI, 2005)

A Figura 13 mostra os resultados em termos de tempo de vida da rede, em que o

numero de nos varia de K = 5 a K = 40. A eficiencia espectral e R = 1 bps/Hz e a relacao

sinal-ruıdo media normalizada entre as extremidades no canal fonte-destino e Eb/N0 = 0

dB. Os nos sao aleatoriamente dispostos de acordo com a Figura 8 e os resultados sao

uma media de 100 topologias diferentes. Da figura nota-se que o algoritmo proposto

aumenta consideravelmente o tempo de vida em relacao ao algoritmo oportunista, se

aproximando a selecao aleatoria. Nota-se tambem que o algoritmo oportunista apresenta

o pior desempenho, que se deve ao fato de os relays em boas condicoes tendem a ser

sobrecarregados, drenando suas baterias mais rapidamente. Tal aumento no tempo de

vida da rede ao utilizar-se o algoritmo proposto se deve ao fato de a energia residual dos

nos ser tambem levada em conta, priorizando nao so os relays com boas condicoes de

canal para retransmitir, mas tambem nos com maior quantidade de energia residual. De

forma semelhante, a Figura 14 mostra o tempo de vida de rede, mas considerando uma

eficiencia espectral com R = 3 bps/Hz. Da figura pode ser observado que ha um aumento

Page 44: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

42

na vantagem da selecao aleatoria e do algoritmo proposto em relacao ao oportunista em

relacao a Figura 13. Isto se deve basicamente porque o consumo de energia dos nos

diminui em eficiencias espectrais mais altas, porque a chance de ocorrer uma falha ja

na transmissao da fonte para o relay e maior, neste caso ocorrerao menos transmissoes.

Entretanto, apesar destas mudancas nos valores numericos para o tempo de vida do

sistema, conclusoes similares podem ser obtidas quando se compara os algoritmos de

modo qualitativo, com o algoritmo proposto aumentando consideravelmente o tempo de

vida em relacao ao algoritmo oportunista, aproximando-se da selecao aleatoria. O tempo

de vida da rede tambem foi calculado para eficiencias espectrais maiores e os resultados

continuam bons.

5 10 15 20 25 30 35 400

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

Número de Nós

Tem

po d

e V

ida

da R

ede

Nor

mal

izad

o

AleatórioFuzzyOportunista

Figura 13: Tempo de vida da rede como funcao do numero de nos. A eficienciaespectral e R = 1 bps/Hz e a SNR no canal fonte-destino e 0dB.

Fonte: Autoria Propria

A diferenca do modo como a selecao do relay e realizada em cada algoritmo e caracte-

rizada na Figura 15. Na figura, K = 5 nos sao distribuıdos aleatoriamente e e computado

o numero de vezes que cada no e selecionado para operar como relay em uma topolo-

gia especıfica, ou seja, neste caso e escolhida apenas uma unica topologia para realizar

a comparacao conforme a Figura 16. A eficiencia espectral e R = 1 bps/Hz e a SNR

no canal fonte-destino e 0 dB. Da figura pode-se notar que a selecao de relays aleatoria

distribui a selecao igualmente entre todos os nos. Por outro lado, a selecao oportunista de

Page 45: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

43

5 10 15 20 25 30 35 400

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

Número de Nós

Tem

po d

e V

ida

da R

ede

Nor

mal

izad

o

AleatórioFuzzyOportunista

Figura 14: Tempo de vida da rede como funcao do numero de nos. A eficienciaespectral e R = 3 bps/Hz e a SNR no canal fonte-destino e 0 dB.

Fonte: Autoria Propria

relays tende escolher o mesmo relay a maior parte das vezes. Neste exemplo em particu-

lar a posicao do no S2 foi sorteada como sendo a mais proxima do destino, sendo entao

selecionado mais que o dobro de vezes que os outros nos. Ja o algoritmo proposto, se

situa entre os dois algoritmos. Pela figura, no esquema proposto o no S2 e ainda o no

mais requisitado gracas a suas otimas condicoes em retransmitir, porem, o algoritmo fuzzy

tambem tenta distribuir as retransmissoes entre os outros nos de acordo com a carga de

suas baterias.

Ja a Figura 17, demonstra a diferenca na selecao quando o numero de nos da rede

aumentou para K = 20 nos. Neste caso, a diferenca e ainda mais evidente. Pela figura,

e notavel que os relays que estejam em boas condicoes sao requisitados constantemente

pelo algoritmo oportunista, como e o caso do no S12, visto que ele e o mais proximo do

destino. Por outro lado, o algoritmo proposto e mais cuidadoso em relacao a quantidade

de carga restante nas baterias, distribuindo a tarefa de auxiliar na retransmissao entre os

nos com mais energia residual.

Uma vez que o relay com boas condicoes e mais frequentemente selecionado pelo

algoritmo oportunista do que pelo algoritmo fuzzy proposto, uma diferenca na vazao

Page 46: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

44

1 2 3 4 50

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

Número do Nó

% d

e ve

zes

que

cada

é se

leci

onad

o co

mo

rela

y

OportunistaFuzzyAleatório

Figura 15: Histograma do numero de vezes que cada no e selecionado para operarcomo relay para uma dada topologia. O numero de nos e K = 5, a eficienciaespectral e R = 1 bps/Hz e a SNR no canal fonte-destino e 0 dB. O no S2 e o maisproximo ao destino.

Fonte: Autoria Propria

Figura 16: Exemplo de Topologia Especıfica para Calculo do Histograma para K =5.

Fonte: Autoria Propria

fim-a-fim e esperada. Novamente, os nos sao aleatoriamente dispostos de acordo com a

Figura 8 e os resultados sao uma media de 100 topologias diferentes. A vazao fim-a-fim

para K = 5 nos para eficiencias espectrais de R = 1 e R = 3 bps/Hz e mostrada na

Figura 18, onde pode ser verificado que o desempenho do algoritmo proposto e muito

proximo ao algoritmo oportunista em ambos os casos. Quando a eficiencia espectral e

R = 3 bps/Hz, o algoritmo proposto e somente ultrapassado pelo algoritmo oportunista na

regiao baixa-media SNR e, ainda, por uma pequena margem. Entretanto, para eficiencia

Page 47: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

45

2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

Número do Nó

% d

e ve

zes

que

cada

é se

leci

onad

o co

mo

rela

y

OportunistaFuzzyAleatório

Figura 17: Histograma do numero de vezes que cada no e selecionado para operarcomo relay para uma dada topologia. O numero de nos e K = 20, a eficienciaespectral e R = 1 bps/Hz e a SNR no canal fonte-destino e 0 dB. O no S12 e o maisproximo ao destino.

Fonte: Autoria Propria

espectral baixa, a diferenca na vazao fim-a-fim entre estes dois algoritmos e desprezıvel.

Considerando um maior numero de nos na rede, a Figura 19 ilustra a vazao fim-a-fim

para K = 20 nos com R = 1 e R = 3 bps/Hz, em que conclusoes parecidas podem

ser obtidas. Com K = 20 nos e R = 3 bps/Hz de eficiencia espectral, a vantagem do

algoritmo oportunista em relacao ao algoritmo proposto aumenta um pouco na regiao de

baixa-media SNR. Entretanto, quando a SNR e maior que -10 dB a diferenca e mınima e

menos significativa em baixa eficiencia espectral (R = 1 bps/Hz). Portanto o algoritmo

fuzzy proposto atinge um ganho consideravel em termos de tempo de vida da rede sem

prejuızos signifivos em termos de vazao fim-a-fim, especialmente nas regioes de media e

alta SNR. Para eficiencias espectrais mais altas, o algoritmo proposto tambem apresenta

resultados proximos ao algoritmo oportunista.

Page 48: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

46

−20 −18 −16 −14 −12 −10 −8 −6 −4 −2 0 20

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Eb/N

0 [dB]

Vaz

ão fi

m−

a−fim

[b/s

]

OportunistaFuzzyAleatório

R=1bps

R=3bps

Figura 18: Vazao fim-a-fim com K = 5 nos. Sao consideradas eficiencias espectraisde R = 1 e R = 3 bps/Hz.

Fonte: Autoria Propria

−20 −18 −16 −14 −12 −10 −8 −6 −4 −2 0 20

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Eb/N

0 [dB]

Vaz

ão fi

m−

a−fim

[b/s

]

OportunistaFuzzyAleatório

R=1bps

R=3bps

Figura 19: Vazao fim-a-fim com K = 20 nos. Sao consideradas eficiencias espectraisde R = 1 e R = 3 bps/Hz.

Fonte: Autoria Propria

Page 49: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

47

3.5 Consideracoes Finais

Neste capıtulo foi apresentado um novo metodo distribuıdo de selecao de relays usando

logica fuzzy, que procura maximizar o tempo de vida da rede e a vazao fim-a-fim simul-

taneamente. O metodo proposto demonstra bom desempenho quando comparado aos

algoritmos aleatorio e oportunista.

Page 50: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

48

4 Conclusao e Trabalhos Futuros

Nesta dissertacao foi apresentado um novo algoritmo de selecao de relays distribuıdo

utilizando logica fuzzy, o qual nao requer uma entidade central para controlar ou para

trocar mensagens entre os nos. O algoritmo e multiobjetivo, uma vez que ele tem como

alvo maximizar tanto o tempo de vida da rede como a vazao fim-a-fim. Ele leva em

conta a informacao do estado do canal e a energia residual de cada no. Em termos de

consumo de energia, o algoritmo baseado em logica fuzzy aumenta consideravelmente o

tempo de vida da rede em relacao ao algoritmo oportunista e se aproxima do algoritmo

aleatorio. Tal aumento no tempo de vida e dado pelo fato de que a energia residual dos

nos tambem e levada em conta, ao priorizar nao somente os relays com boas condicoes de

canal para retransmitir, mas tambem tentando distribuir a tarefa entre os nos com maior

energia residual. O desempenho do algoritmo proposto em termos de vazao fim-a-fim e

muito proximo ao algoritmo oportunista, mostrando que o algoritmo proposto e capaz de

estender o tempo de vida da rede ao mesmo tempo que a vazao fim-a-fim nao e afetada

significativamente.

Como propostas para trabalhos futuros, poderia ser utilizado o modelo do desvaneci-

mento Nakagami-m, o que cobriria mais casos, como situacoes que apresentam linha de

visada. Uma outra proposta seria alocar potencia de forma otima para cada no. O modelo

do sistema tambem poderia ser modificado para o modelo circular, ao inves de em linha.

O conceito de tempo de vida a ser adotado tambem poderia ser diferente como o instante

em que todos os nos tem sua energia esgotada ou entao quando uma certa metrica de

distorcao e excedida. Outra proposta seria modelar a carga da bateria como nao-linear.

Page 51: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

49

Referencias

ABDULHADI, S.; JASEEMUDDIN, M.; ANPALAGAN, A. A survey of distributed relayselection schemes in cooperative wireless ad hoc networks. Wireless Personal Com-munications, Springer Netherlands, p. 1–19, 2010. ISSN 0929-6212. 10.1007/s11277-010-0174-6. Disponıvel em: <http://dx.doi.org/10.1007/s11277-010-0174-6>.

ALAMOUTI, S. A simple transmit diversity technique for wireless communications. IEEEJournal on Selected Areas in Communications, v. 16, n. 8, p. 1451 – 1458, October1998.

BAE, Y.; JUNG, S.; LEE, J. Capacity comparison of orthogonal and non-orthogonalcooperative relay systems. IEEE 69th Vehicular Technology Conference, p. 26–29,2009.

BIGLIERI, E.; CAIRE, G.; TARICCO, G. Limiting performance of block-fading channelswith multiple antennas. IEEE Transactions on Information Theory, v. 47, n. 4, p.1273–1289, May 2001.

BLETSAS, A. et al. A simple cooperative diversity method based on network path selec-tion. IEEE Journal on Selected Areas in Communications, v. 24, n. 3, p. 659 –672, Mar. 2006. ISSN 0733-8716.

BLETSAS, A.; SHIN, H.; WIN, M. Z. Cooperative communication with outage optimalopportunistic relaying. IEEE Transactions on Wireless Communications, v. 6, n. 9,p. 3450 – 3459, Sep. 2007.

BOUGARD, B. et al. Smartmimo: Energy-aware adaptive mimo-ofdm radio link controlfor wireless local area networks. In: Signal Processing Systems Design and Imple-mentation, 2006. SIPS ’06. IEEE Workshop on. [S.l.: s.n.], 2006. p. 399 –404. ISSN1520-6130.

BRANTE, G.; KAKITANI, M.; SOUZA, R. Energy efficiency analysis of some cooperativeand non-cooperative transmission schemes in wireless sensor networks. IEEE Transac-tions on Communications, v. 59, p. 2671–2677, July 2011.

BROEKHOVEN, E. V.; BAETS, B. D. Fast and accurate center of gravity defuzzifica-tion of fuzzy system outputs defined on trapezoidal fuzzy partitions. Fuzzy Sets andSystems, v. 157, n. 7, p. 904–918, 2006.

CHEN, Y. et al. Power-aware cooperative relay selection strategies in wireless ad hoc net-works. IEEE International Symposium on Personal, Indoor and Mobile RadioCommunications, p. 1–5, September 2006.

CHEN, Y.; ZHAU, Q. On the lifetime of wireless sensor networks. IEEE Communica-tions Letters, v. 9, n. 11, p. 976–978, November 2008.

Page 52: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

50

CHOI, J. I. et al. Achieving single channel, full duplex wireless communication. In theProceedings of the 16th Annual International Conference on Mobile Comput-ing and Networking, 2010.

CUI, S.; GOLDSMITH, A. J.; BAHAI, A. Energy-constrained modulation optimization.IEEE Transactions on Wireless Communications, v. 4, n. 5, p. 2349–2360, Septem-ber 2005.

FOSCHINI, G. J. Layered space-time architecture for wireless communication in fadingenvironment when using multi-element antennas. Bell Labs Technical Journal, v. 2,p. 41–59, Autumn 1996.

FREITAS-JR, W. C.; CAVALCANTI, F. R. P.; LOPES, R. R. Hybrid transceiver schemesfor spatial multiplexing and diversity in mimo systems. SBrT/IEEE Journal of Com-munication and Information Systems, v. 20, n. 3, p. 63–76, 2005.

GOLDSMITH, A. Wireless Communications. 1st. ed. [S.l.]: Cambridge UniversityPress, 2005.

HU, J.; DUMAN, T. M. Low density parity check coedes over wireless relay channels.IEEE Transactions on Wireless Communications, v. 6, n. 9, p. 3384–3394, Septem-ber 2007.

JIANG, J.; THOMPSON, J.; GRANT, P. Design and analysis of compress-and-forwardcooperation in a virtual-mimo detection system. In: GLOBECOM Workshops, 2010IEEE. [S.l.: s.n.], 2010. p. 126 –130.

KAISER, M. S. et al. Fuzzy logic based relay search algorithm for cooperative systems.In: First International Communication Systems and Networks and Workshops.[S.l.: s.n.], 2009. p. 1–7.

KARKOOTI, M.; CAVALLARO, J. R. Cooperative communication using scalable,medium block-length ldpc codes. IEEE Wireless Communications and NetworkingConference, p. 88–93, March 31 - April 3 2008.

KE, F.; FENG, S.; ZHUANG, H. Relay selection and power allocation for cooperativenetwork based on energy pricing. IEEE Communications Letters, v. 14, n. 5, May2010.

KNOPP, R.; HUMBLET, P. On coding for block fading channels. IEEE Transactionson Information Theory, v. 46, n. 1, p. 189–205, January 2000.

KRAMER, G.; GASTPAR, M.; GUPTA, P. Cooperative strategies and capacity theoremsfor relay networks. IEEE Transactions on Information Theory, v. 51, n. 9, p. 3037–3063, September 2005.

LANEMAN, J.; WORNELL, G. Distributed space-time coded protocols for exploitingcooperative diversity in wireless networks. In: IEEE Global TelecommunicationsConference. [S.l.: s.n.], 2002. v. 1, p. 77–81.

LANEMAN, J. N.; TSE, D. N. C.; WORNELL, G. W. Cooperative diversity in wirelessnetworks: Efficient protocols and outage behavior. IEEE Transactions on InformationTheory, v. 50, n. 12, p. 3062–3080, Dec. 2004.

Page 53: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

51

LIN, Z.; ERKIP, E. Relay search algorithms for coded cooperative systems. In: IEEEGlobal Telecommunications Conference. [S.l.: s.n.], 2005.

MADAN, R. et al. Energy-efficient cooperative relaying over fading channels with simplerelay selection. IEEE Transactions on Wireless Communications, v. 7, n. 8, p.3013–3025, August 2008.

MEULEN, E. C. van der. Three-terminal communication channels. Advances AppliedProbability, v. 3, p. 120–154, 1971.

NOSRATINIA, A.; HUNTER, T. E.; HEDAYAT, A. Cooperative communication in wire-less networks. IEEE Communications Magazine, v. 42, n. 10, p. 74–80, October 2004.

PEDRYCZ, W.; GOMIDE, F. An Introduction to Fuzzy Sets: Analys and Design.[S.l.: s.n.], 1998.

RAPPAPORT, T. S. Wireless Communications: Principles and Practice. 2nd. ed.[S.l.]: Prentice-Hall, 2002.

SENDONARIS, A.; ERKIP, E.; AAZHANG, B. User cooperation diversity - part I: Sys-tem description. IEEE Transactions on Communications, v. 51, n. 11, p. 1927–1938,Nov. 2003.

SIMON, M. K.; ALOUINI, M. S. Digital communication over fading channels. [S.l.]:Wiley Interscience, 2004.

STEFANOV, A.; ERKIP, E. Cooperative coding for wireless networks. IEEE Transac-tions in Communications, v. 52, n. 9, p. 1470–1476, September 2004.

WOLNIANSKY, P. et al. V-BLAST: an architecture for realizing very high data ratesover the rich-scattering wireless channel. In: Proc. URSI International Symposiumon Signals, Systems, and Electronics. [S.l.]: IEEE, 1998. p. 295–300.

ZADEH, L. A. Fuzzy sets. Information and Control, v. 8, p. 338–352, 1965.

ZARIFI, K. et al. Relay selection schemes for uniformly distributed wireless sen-sor networks. In: Proceedings of the 2009 IEEE conference on Wire-less Communications & Networking Conference. Piscataway, NJ, USA: IEEEPress, 2009. (WCNC’09), p. 237–242. ISBN 978-1-4244-2947-9. Disponıvel em:<http://dl.acm.org/citation.cfm?id=1688345.1688388>.

ZHANG, Z.; DUMAN, T. M. Capacity-approaching turbo coding and iterative decodingfor relay channels. IEEE Transactions on Communications, v. 53, n. 11, p. 1895–1905, November 2005.

ZHANG, Z.; DUMAN, T. M. Capacity approaching turbo coding for half duplex relaying.IEEE International Symposium on Information Theory, p. 1888–1892, September2005.

ZHAO, B.; VALENTI, M. C. Distributed turbo coded diversity for relay channel. IEEEElectronics Letters, v. 39, n. 10, p. 786–787, May 2003.

Page 54: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN A …repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/326...Disserta˘c~ao apresentada ao Programa de P os-gradua˘c~ao em Engenharia El etrica

52

ZHOU, Z.; ZHOU, S. L.; CUI, J. H. Energy-efficient cooperative communication based onpower control and selective single-relay in wireless sensor networks. IEEE Transactionson Wireless Communications, v. 7, n. 8, p. 3066–3078, August 2008.