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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL Relatório de Estágio Curricular DOUGLAS MARINHO FERREIRA Prof. Msc. VALDOMIRO LUBACHEVSKI KURTA Autorizo para encaminhamento à banca examinadora, _______________________________ Assinatura do Professor Orientador CAMPO MOURÃO 2012

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CAMPO MOURÃO

CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL

Relatório de Estágio Curricular

DOUGLAS MARINHO FERREIRA Prof. Msc. VALDOMIRO LUBACHEVSKI KURTA

Autorizo para encaminhamento à banca examinadora,

_______________________________ Assinatura do Professor Orientador

CAMPO MOURÃO

2012

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Planta do apartamento adaptado ............................................................... 7

Figura 2 – Perspectiva da obra ................................................................................... 8

Figura 3 - Recomendações de Segurança .................................................................. 9

Figura 4 - Proteção coletiva......................................................................................... 9

Figura 5 - Refeitório ................................................................................................... 10

Figura 6 - Elevador de carga ..................................................................................... 11

Figura 7 - Depósito de cimento e cal ......................................................................... 14

Figura 8 - Acabamento interno de gesso .................................................................. 15

Figura 9 - Central de processamento de madeira ..................................................... 16

Figura 10 - Montagem do conjunto de peças ............................................................ 17

Figura 11 - Paletes de bloco de concreto .................................................................. 18

Figura 12 - Assentamento dos blocos ....................................................................... 19

Figura 13 - Gabaritos nas aberturas .......................................................................... 19

Figura 14 – Painéis de concreto ................................................................................ 20

Figura 15 – Shaft recoberto com painéis de concreto ............................................... 21

Figura 16 - Escoramento metálico ............................................................................. 22

Figura 17 – Concretagem da laje .............................................................................. 23

Figura 18 – Formas para escada .............................................................................. 24

Figura 19 – Ancoragem da escada pré-moldada ...................................................... 24

Figura 20 - Vigas treliçadas e central de ferragens ................................................... 25

Figura 21 - Início do assentamento do piso .............................................................. 26

Figura 22 – Juntas no reboco externo ....................................................................... 26

Figura 23 - Telhas sobre a laje .................................................................................. 27

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5

2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA ...................................................................... 6

2.1 DESCRIÇÃO DA OBRA .......................................................................... 6

2.1.1 Ambiente de Trabalho ........................................................................... 8

2.1.2 Almoxarifado ....................................................................................... 10

2.1.3 Elevadores de Carga........................................................................... 10

2.1.4 Resíduos de Construção e Demolição ................................................ 11

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................. 13

3.1 EXECUÇÃO DA OBRA .......................................................................... 13

3.1.1 Compra de Materiais ........................................................................... 13

3.1.2 Aglomerante ........................................................................................ 13

3.1.3 Agregados ........................................................................................... 15

3.1.4 Madeiramento ..................................................................................... 15

3.1.5 Tubos e Conexões .............................................................................. 16

3.1.6 Alvenaria Estrutural e Parede Hidráulica ............................................. 17

3.1.7 Lajes .................................................................................................... 21

3.1.8 Escadas .............................................................................................. 23

3.1.9 Armaduras ........................................................................................... 24

3.1.10 Revestimento de Pisos e Paredes ....................................................... 25

3.1.11 Cobertura ............................................................................................. 27

3.2 SISTEMA DA QUALIDADE ................................................................... 27

3.3 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ................................................. 28

4. CONCLUSÕES ......................................................................................... 30

4.1 COMENTÁRIOS TÉCNICOS ................................................................. 30

4.2 RELAÇÃO COM AS DISCIPLINAS ....................................................... 31

4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33

ANEXO A - Instrução de Trabalho ................................................................ 34

ANEXO B - Especificações para empreendimentos até 3SM ..................35

ANEXO C - Projeto Arquitetônico - Unidade Adaptada............................36

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LISTA DE SIGLAS

PBQP-h Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat;

MCMV Minha Casa Minha Vida;

EPI’s Equipamentos de proteção individual;

EPC’s Equipamentos de proteção Coletiva;

NR-18 Norma regulamentadora, nº18 - Condições e Meio Ambiente

de Trabalho na Indústria da Construção;

PQO Plano da Qualidade da Obra;

AC-I Argamassa colante interna;

PSQ Plano Setorial da Qualidade;

NBR Norma Brasileira Registrada.

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RESUMO

Este relatório descreve as atividades realizadas no estágio obrigatório na obra do Condomínio

Residencial Dona Lourdes Piacentini, executado por uma construtora que possui certificação no

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-h nível A. A obra é executada

com blocos de concreto estrutural, possui 80 apartamentos com 45,9 m² cada, se trata de um

condomínio de habitação popular do programa financiada pelo Governo Federal através do programa

Minha Casa Minha Vida, um investimento de R$ 6 milhões no empreendimento.

Foram realizadas no estágio atividades de acompanhamento e supervisão da execução, atualização

e organização dos registros do sistema da qualidade da obra e desenvolvimento de projetos.

Foi possível observar relações entre a teoria da sala de aula com a prática do dia-a-dia da obra. É

uma construtora organizada e preocupada com a segurança e bem estar dos colaboradores, o

sistema da qualidade implantado na obra ajuda a manter esta postura da empresa, este sistema se

mostrou eficiente na organização e gestão de processos.

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1. INTRODUÇÃO

Este relatório tem por objetivo descrever as atividades desenvolvidas durante o estágio obrigatório,

realizado no período de 03 de junho a 04 de novembro de 2011, no Condomínio Dona Lurdes

Piacentini, na empresa Construtora Piacentini.

No estágio foram observadas diversas informações sobre o sistema da qualidade, informações que

são necessárias para que se possa implantar um sistema de qualidade que atende as necessidades

de empresas da construção civil, pois havia um sistema em funcionamento onde na qual os mesmos

conseguiam se aproveitar de rapidez agilidade dentro da empresa por planejarem e verificarem cada

etapa através de planilhas de controle.

A partir da experiência adquirida com a vivência na obra, com método de blocos estruturais, foi

possível traçar várias considerações sobre o método executivo, acerca das instalações e atividades

desenvolvidas, tendo em vista o cumprimento do estágio.

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2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA

A Construtora Piacentini atua no mercado nacional da construção civil há quase 40 anos, hoje alia

experiência e tradição nos diversos segmentos da cadeia produtiva, como em obras industriais,

saneamento básico, incorporação e construção de edifícios residenciais e comerciais, pavimentação

e terraplanagem.

Em Campo Mourão pode-se destacar algumas obras como o Condomínio Residencial Projeto

Morada, Edifício Residencial Panorama, Galeria/ Edifício Antares, Edifício Residencial Gralha Azul,

Edifício Likes, Conjuntos Habitacionais e recentemente as Moradias Avelino Piacentini, passando de

110 mil m² construídos na cidade.

Já consolidada no setor de obras públicas, a empresa também foca seus esforços para reduzir o

déficit habitacional brasileiro por meio de projetos e obras para o Governo Federal através do

programa MCMV.

De Acordo com (Piacentini, 2012) a Construtora Piacentini foi à primeira empresa paranaense a

receber a certificação PBQP-H nível A, programa de qualidade voltado exclusivamente à construção

civil. Esta certificação engloba além de procedimentos específicos, todos os procedimentos

coorporativos de sistemas como ISO 9000.

2.1 DESCRIÇÃO DA OBRA

A obra onde ocorreu o estágio trata-se de um Condomínio Residencial de habitação popular

localizado na Avenida Ney Braga próximo ao Batalhão de Policia Militar em Campo Mourão – PR, o

condomínio é composto por cinco blocos de A à E, cada bloco com quatro pavimentos, cada

pavimento possui quatro unidades residenciais com 45,9 m², totalizando 80 apartamentos, na figura 1

observa-se que consta nos apartamentos dois quartos, sala/copa, cozinha, área de serviço e

banheiro, porém existem 6 apartamentos no térreo que são adaptados a deficientes, possuindo

acessibilidade total e um banheiro a mais por apartamento. O investimento total no empreendimento

passa de R$ 6 milhões.

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Figura 1 – Planta do apartamento adaptado

Fonte: Construtora Piacentini (Projeto Arquitetônico)

A figura 2 apresenta uma perspectiva da obra. A construtora utilizou diversos meios publicitários para

comercialização dos apartamentos, entre eles cartazes nas imobiliárias e no site da construtora e

propaganda de TV.

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Figura 2 – Perspectiva da obra

Fonte: Construtora Piacentini

A obra é executada com blocos estruturais, que de acordo com o engenheiro industrializa o processo

da construção e a torna mais produtiva e diminui o uso de formas, foi utilizada laje pré-moldada do

tipo treliçada com enchimento de lajota cerâmica e concreto com quatro centímetros.

2.1.1 Ambiente de Trabalho

A empresa oferecia aos colaboradores uniformes, ferramentas, equipamentos de proteção individual

e coletiva, os EPI’s e os EPC’s. E em toda obra existe placas indicativas de segurança, risco e

programas da qualidade como observado na figura 3. Na periferia das lajes é usada proteção coletiva

através de guarda copos com telas laranjada, em torno do edifício no primeiro pavimento possui

bandeja de proteção contra queda de pequenos objetos (figura 4) e os elevadores de carga possuem

fechamento de entrada e saída.

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Figura 3 - Recomendações de Segurança

Fonte: O autor

Figura 4 - Proteção coletiva

Fonte: O autor

Existem extintores nas áreas de risco, sendo na central de madeiras, tubos e conexões, escritório,

refeitório e almoxarife.

Para a execução da obra existem aproximadamente 100 trabalhadores, sendo 10 % mulheres, e

conforme a NR-18 é necessário que o canteiro de obras atenda determinadas exigências. A obra

possui refeitório com freezer, bebedouro e local para aquecer refeições, armário grande, mesas e

bancos grandes para acomodar e ainda dentro do refeitório os colaboradores desfrutam de um

acervo de livros no horário do almoço, aproveitando para ler após a refeição, alguns levam livros para

ler em casa. Os banheiros são separados para homens e mulheres e possuem vestiário e chuveiros.

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Na figura 5 observa-se parte da área de vivência contendo refeitório com mesas e bancos, quadro de

avisos e bebedouro de água.

Figura 5 - Refeitório

Fonte: O autor

2.1.2 Almoxarifado

A obra possui almoxarifado para equipamentos e máquinas e possui dois almoxarifes responsáveis,

sendo que um desses é um funcionário que foi realocado devido a acidente de trabalho. Os

almoxarifes controlam a entrada e saída dos materiais e equipamentos através de planilhas de

controle de qualidade prevista no PBQP-H da empresa. Todo equipamento que será utilizado em

obra é anotado juntamente com qual colaborador esta este equipamento.

Existe controle de qualidade dos equipamentos, onde um equipamento somente pode ser utilizado na

obra se o mesmo tiver aferido pelo técnico responsável ou por empresa contratada. Quando o

equipamento novo não estava conforme este era retornado para o fabricante, em casos que o

equipamento perdeu sua função ou desregulou-se com o uso, era substituído por outro conforme. As

aferições eram feitas regularmente seguindo plano proposto no PBQP-h.

2.1.3 Elevadores de Carga

Havia três elevadores de carga na obra, eles abasteciam os apartamentos através de vãos deixados

nas paredes, evitando assim a construção de rampas. Na figura 6 observam-se os elevadores de

carga com placas indicativas de segurança, para cada elevador tinha um operador treinado, este

treinamento visava à segurança coletiva e durabilidade do equipamento.

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Figura 6 - Elevador de carga

Fonte: O autor

2.1.4 Resíduos de Construção e Demolição

São realizados treinamentos com os colaboradores no intuito de dar a correta destinação dos

resíduos gerados na construção sendo esses treinamentos responsabilidade da empresa.

A obra produz resíduos de classes A, B e C, tais como:

• Classe A: concreto, alvenaria, argamassa, solos;

• Classe B: plásticos, papéis, metais, madeiras;

• Classe C: resíduos sem tecnologia ou sem viabilidade econômica para reciclagem.

O tratamento de resíduos para esta obra é feito da seguinte forma:

Resíduos Orgânicos (Classe C) e papéis, metais e plásticos (Classe B) são destinados a Coleta

Pública do lixo até os aterros sanitários do município.

Todo resíduo inerte (Classe A) é analisado e se possível é reaproveitado, de forma a serem

reciclados e reutilizados na obra. Como exemplo os blocos de concreto são moídos e aproveitados

como forma de camadas estruturais na pavimentação do Conjunto Habitacional Milton de Paula.

Os resíduos que não forem aproveitados são recolhidos por empresas especializadas que seguem as

normas vigentes de forma a destinar de forma adequada esses resíduos.

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Os ferros (Classe B) da construção são selecionados e armazenados em alguns locais,

diferenciando-os em bitola e comprimento para um possível reaproveitamento futuro.

O esgoto sanitário e drenagem são feitos pela rede pública de esgotamento sanitário e galerias de

águas pluviais.

Na etapa em que se encontra a execução da obra não gera outro tipo de resíduo, porém a empresa

mantém em seu PQO as Instruções de Trabalho referente aos RCD’s.

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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A obra contava com um engenheiro civil residente, com isso foi possível acompanhar como o

engenheiro conduzia as situações do dia-a-dia em uma obra. Pode-se desenvolver as seguintes

atividades com supervisão do engenheiro:

• Execução de obra

• Atualização e organização dos registros do sistema da qualidade da obra;

• Desenvolvimento de Projetos.

3.1 EXECUÇÃO DA OBRA

Na execução da obra podem-se vivenciar diversos processos. A obra contava com três mestre de

obras em 2 setores. Foi possível acompanhar e auxiliar na leitura de projetos, solicitação de materiais

e observar os diversos processos construtivos que havia na obra. Foi possível registrar a produção

dos colaboradores e fiscalizá-los, conhecendo os colaboradores desta forma, pode-se observar que a

maioria estava contente com a maneira de trabalho da empresa.

3.1.1 Compra de Materiais

A obra foi orçada inicialmente, porem os materiais foram sendo comprados ao longo da construção.

Havia um setor de compras na empresa, este setor providenciava cotação com preferencialmente 3

fornecedores de materiais. Era levada em conta diversas características, então por fim comprava-se

no lugar que oferecia um preço acessível com um prazo de entrega adequado. Com conhecimento

em materiais de construção se pode auxiliar o comprador sobre quais lugares podem ser encontrados

certos produtos.

3.1.2 Aglomerante

O aglomerante cimento possui embalagens de 50 kg e é empilhado sobre estrado de madeira, em um

depósito ao lado do almoxarifado, como se observa na figura 7. Neste mesmo depósito se estocavam

a cal em embalagens de 20 Kg.

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Figura 7 - Depósito de cimento e cal

Fonte: O autor

O gesso é armazenado em um barracão ao lado do terreno, este barracão pertence à construtora, o

gesso foi empilhado em embalagens de 40 kg e foi utilizado para acabamento interno em áreas

secas.

A execução do gesso interno nas paredes e teto foi feita por empresa terceirizada, ficando por conta

da construtora apenas o fornecimento do gesso e acompanhamento. O consumo de gesso por

apartamento foi estipulado em 28 sacos, foi observado também grande desperdício na regularização

das superfícies.

A figura 8 mostra as paredes acabadas acima de meia altura e a quantidade de resíduos que gera.

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Figura 8 - Acabamento interno de gesso

Fonte: O autor

3.1.3 Agregados

Os agregados eram dispostos em baias, separados em areia, brita nº 1 e pedrisco, chegavam em

caminhões basculantes com capacidade para aproximadamente 14 m3, os agregados ficavam

armazenados ao ar livre e não protegidos por lona, as baias dos agregados ficava no meio da obra

próximo as betoneiras facilitando assim a logística da obra.

3.1.4 Madeiramento

Havia uma central de processamento de madeiras, ali se fazia formas, gabaritos e pré-corte do

madeiramento do telhado. O armazenamento de vigas, caibros e ripas era ao lado da central, e a

madeira que foi usada na cobertura foi estocada na quadra coberta, evitando contato com o solo. Na

figura 9 observa-se a central de madeiras coberta e com duas mesas de corte.

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Figura 9 - Central de processamento de madeira

Fonte: O autor

3.1.5 Tubos e Conexões

No barracão da empresa havia um depósito de conexões e tubos, a obra possuía um encanador e

dois ajudantes, responsáveis pelas instalações hidráulicas e de gás da obra, estes repassavam

pedidos ao setor de compras e anotavam as mercadorias usadas na obra para o almoxarife dar baixa

no estoque.

Os conjuntos de peças a ser utilizado foram pré-selecionados e separados por apartamento. Foi feito

um projeto de como deveria ser cortado e colado/soldado as tubulações hidráulicas e de gás, deste

modo a execução das instalações foi mais rápido do que planejado. Na figura 10 se pode observar os

encanadores montando as peças na central de conexões da obra, observa-se também alguns itens já

montados e prontos para fixação:

• Item A: Caixa sifonada com tubo de saída;

• Item B: Instalação de água fria do apartamento;

• Item C: Conjunto de saída da bacia sanitária.

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Figura 10 - Montagem do conjunto de peças

Fonte: O autor

3.1.6 Alvenaria Estrutural e Parede Hidráulica

A alvenaria estrutural foi feita por blocos de concreto com resistência característica de 4,6 MPa, eles

chegavam paletizados à obra conforme observa-se na figura 11, e ficavam próximos ao elevador de

cargas para subir conforme a necessidade ao andar que estavam sendo usados.

A execução do assentamento dos blocos estruturais era dividida em sete equipes cada equipe era

formada por dois pedreiros e dois ajudantes de pedreiro, e trabalhavam no sistema de produção, no

caso de ultrapassar a quantidade de m2 de parede estipulado pela empresa, os pedreiros ganhavam

R$ 5,00 por metro quadrado e R$ 2,50 para os ajudantes. Desta forma a empresa conseguiu um bom

aproveitamento da mão de obra, e alguns colaboradores chegavam a dobrar seu salário com as

bonificações.

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Figura 11 - Paletes de bloco de concreto

Fonte: O autor

Os ajudantes ficavam com a responsabilidade de fornecer blocos e argamassa para os pedreiros e

posterior limpeza do local. Uma das equipes recebeu treinamento e ficou responsável por fazer a

primeira fiada de blocos no pavimento a partir daí as demais equipes seguem com o assentamento

de blocos até a laje.

Para uma obra limpa e garantindo o perfeito alinhamento das paredes, são usados escantilhões em

todos os cantos do apartamento, os escantilhões são prumados, locados e fixados com parafusos

nos cantos da laje do apartamento, com isso facilita o assentamento dos blocos, os blocos são

assentados com argamassa produzida no local e aplicada com desempenadeira especifica, na figura

12 observa-se o pedreiro assentando os blocos de concreto sobre os filetes de argamassa.

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Figura 12 - Assentamento dos blocos Fonte: O autor

Nas aberturas foram utilizados gabaritos de madeira com folga de 5 % para realizar posterior

ancoragem de portas e janelas, na figura 13 podem-se ver os gabaritos de madeira no local das

portas.

Figura 13 - Gabaritos nas aberturas

Fonte: O autor

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Na parede hidráulica foram utilizados blocos cerâmicos, esses chegavam a granel e ficavam

armazenados ao lado dos blocos estruturais. Esta parede não possui função estrutural e foi

executada após a laje do pavimento superior ter sido curada. Na parede hidráulica ficava o

shaft, o shaft é o local destinado para a passagem dos tubos de queda e demais instalações

hidráulicas e de gás, este shaft foi recoberto posteriormente por painel pré-moldado de

concreto, este painel foi feito na obra como pode-se ver na figura 14.

Figura 14 – Painéis de concreto

Fonte: O autor

Pode-se observar na figura 15 o shaft recoberto com os painéis de concreto contendo pontos

hidráulicos e abertura para manutenção.

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Figura 15 – Shaft recoberto com painéis de concreto

Fonte: O autor

3.1.7 Lajes

Para o escoramento da laje foi utilizada escoras metálicas fabricadas com tubo de aço de alta

resistência, proporcionando uma escora mais leve com excelente capacidade de carga. Estas

escoras são ideais para quem prefere um produto de alto padrão sem custo excessivo. De acordo

com o engenheiro da obra estas escoras são de fácil montagem e desmontagem, aproveitamento

total do equipamento no re-escoramento de outras lajes e o principal é a redução de custo que

proporciona. Na figura 16 observa-se o escoramento.

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Figura 16 - Escoramento metálico

Fonte: O autor

Foi utilizada laje treliçada com enchimento de lajota cerâmica e coberta com concreto

usinado de 25 MPa com 4 centímetros de espessura, foi acompanhado no estágio a

montagem das escoras, das armaduras e a concretagem. A concretagem foi executada por

equipe especializada, o concreto era lançado com bomba de concreto e espalhado

inicialmente com enxada e régua de alumínio como se observa na figura 17, após isto com

régua vibratória e alisadora de concreto, sobre a laje havia a cada 2 metros, ripas de

madeira indicando a inclinação do piso, ficando assim pronta para receber o acabamento

final sem necessidade de posterior regularização, este modelo de concretagem de laje é

denominado laje zero.

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Figura 17 – Concretagem da laje

Fonte: O autor

3.1.8 Escadas

O projeto estrutural inicial previa a construção de escada concretada no local, porém chegou-se a

comum acordo de pré-moldadas a fim de acelerar o processo de execução e evitar montagem de

escadas ou rampas adicionais para os trabalhadores. Foi feito então um conjunto de formas (figura

18), que eram levadas até o pavimento em que seria executada a escada, em seguida era armada e

concretada, após isto a montagem era simples, pois era ancorada no bloco estrutural apenas com

alguns pontos de grauteamento como se pode ver na figura 19, este processo era executado apenas

por dois operários. Foi possível então atuar na atualização do projeto estrutural, detalhando e

descrevendo a escada.

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Figura 18 – Formas para escada

Fonte: O autor

Figura 19 – Ancoragem da escada pré-moldada

Fonte: O autor

3.1.9 Armaduras

As ferragens chegavam à obra em barra dobrada de 12 metros e estocada ao ar livre próximo a

central de ferragem, os ferros eram dispostos sobre estrado de madeira e separados por bitola e

havia placa marcando cada medida.

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Era de responsabilidade dos armadores as vigas treliçadas para laje, estas chegavam à medida que

fossem necessárias para o uso, eram descarregadas próximo do bloco que seria usado, conforme

figura 20, em seguida era enviada ao pavimento através dos elevadores de carga.

Figura 20 - Vigas treliçadas e central de ferragens

Fonte: O autor

Devido a uma realocação do canteiro de obras a central de processamento de ferragens ficou em

local descoberto, está não conformidade permaneceu durante alguns meses no final da obra.

3.1.10 Revestimento de Pisos e Paredes

Foi planejada a chegada dos pisos cerâmicos, próximo a data em que seriam utilizados, os pisos

puderam ser armazenados na área de circulação do pátio próximo ao almoxarifado e foram cobertos

por lona, possuíam caixas com 2 m2 de piso, facilitando a contagem e o transporte até os

apartamentos.

O assentamento da cerâmica foi com argamassa de assentamento AC-I interna. Havia um controle

do tempo em aberto da argamassa, o preparo da argamassa era feito em masseiras dentro dos

apartamentos, desta forma os responsáveis preparavam a quantidade certa para uso, evitando o

desperdício.

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Para o assentamento do piso, seguia-se uma instrução de trabalho (anexo A) prevista no sistema de

qualidade da obra. Na figura 21 pode-se observar o profissional iniciando o assentamento do piso

cerâmico.

Figura 21 - Início do assentamento do piso

Fonte: O autor

O revestimento externo mostrado na figura 22, foi executado estilo reboco paulista que consiste em

uma massa única de revestimento, foram feitos frisos verticais no reboco a cada 5 metros e

horizontais no nível da laje, estes frisos são juntas de movimentação, pois laje sobre alvenaria

estrutural possui maior facilidade de movimentar-se de acordo com o engenheiro da obra.

Figura 22 – Juntas no reboco externo

Fonte: O autor

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3.1.11 Cobertura

As telhas foram estocadas próximo do almoxarifado, as telhas de amianto foram utilizadas na

cobertura da caixa d’água e as telhas de barro tipo portuguesa utilizadas na cobertura aparente do

edifício. Em seguida foram levadas até a cobertura através dos elevadores e armazenadas na laje até

seu uso como se pode ver na figura 23.

A cobertura possui estrutura de madeira para sua sustentação e foram apoiadas em locais pré-

definidos, estes locais são pontos onde existe grauteamento na parede.

Figura 23 - Telhas sobre a laje

Fonte: O autor

3.2 SISTEMA DA QUALIDADE

A Empresa possui certificação no Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat –

PBQP-H nível A e mantém esse sistema da qualidade em vários setores. Para esse empreendimento

está definido o PQO – Plano da Qualidade da Obra, que descreve o sistema de gestão da qualidade

voltado para essa obra especificamente, conforme os requisitos especificados no nível A do PSQ –

Setor Obras do Programa da Qualidade.

No PQO são referenciados os procedimentos que são utilizados na obra e possui planilhas

controladas que são destinadas ao acompanhamento de produção, recebimento e saída de materiais

e desenvolvimento do empreendimento em um todo. O PQO referencia que os equipamentos usados

na obra sejam controlados, a empresa possui no almoxarifado equipamentos calibrados são eles:

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• 2 Trenas (8 m, 30 m) • 1 Esquadro • 1 Régua metálica • 1 Prumo • 1 Nível

Pode ser desenvolvido o trabalho de conferência destes equipamentos e diversos foram reprovados,

alguns por estar faltando algumas partes necessárias e outros por diferenças de medidas no caso de

esquadros, réguas, nível e o que mais chamou atenção foi às trenas pois algumas chegavam a até

1,5 cm de diferença em apenas um metro.

Todos os serviços passavam por um procedimento de inspeção de qualidade, que era feito pelo

almoxarife e o estagiário, acompanhados pelo mestre de obras ou pelas equipes responsáveis pelo

serviço, está inspeção era feita através de planilhas que eram arquivadas no processo da execução

da obra.

No primeiro procedimento de inspeção verificamos a falta de informações em alguns materiais

estocados, equipamentos sendo usado por pedreiros sem o selo de verificação e o descumprimento

quanto à cobertura da central de armaduras. Alem da auditoria no canteiro também foi feito nos

setores da obra, as falhas então foram relacionadas pela coordenadora da qualidade em leve, média,

grave e gravíssima, e foram definidas as ações preventivas ou corretivas a serem tomadas inclusive

os prazos para correção.

Participei de treinamento aos colaboradores, antes de exercer sua função na empresa eles recebiam

orientação quanto à necessidade do uso de Equipamentos de proteção e ao sistema da qualidade

implantado na empresa, esses treinamentos estavam previstos no sistema da qualidade da obra.

3.3 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

Além da execução, acompanhamento e fiscalização do Condomínio Dona Lurdes Piacentini, foi

executada atividade de desenvolvimento e estudo de projetos tendo em vista normas que a Caixa

Econômica Federal segue para aprovação de projetos.

Um deles foi a mudança do projeto arquitetônico do Conjunto de Moradias Milton de Paula Walter,

que terá 434 casas dividido em 4 etapas de execução e será construído nas imediações do jardim

Modelo. Esta mudança foi necessária devido à alteração das especificações da Caixa Econômica

Federal para construção de casas (anexo B), a alteração foi em relação as adaptabilidade das casas,

antes somente 3 % deveriam ser adaptadas, atualmente são 3 % adaptadas e 97 % adaptáveis.

Então foi desenvolvido um projeto arquitetônico (anexo C) que atendesse a NBR-9050 e as novas

especificações.

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O outro empreendimento é o Condomínio Casa Club, que se trata de um condomínio horizontal

fechado com 169 habitações, área de laser, piscina, churrasqueira, bosque, campo de futebol, entre

outras obras. Este condomínio já estava em fase de comercialização, e para comercializar as

residências a construtora monta um showroom da casa modelo, a construção desta casa foi ao lado

do condomínio onde se desenvolveu o estágio, se presenciou algumas mudanças, e

conseqüentemente alterações nos projetos após permissão do engenheiro. Não existia projeto

estrutural do local onde ficaria o depósito de materiais recicláveis do condomínio Casa Club, então

aplicando o conhecimento de concreto armado, foram dimensionados os pilares e vigas de acordo

com as cargas que o engenheiro definiu.

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4. CONCLUSÕES

4.1 COMENTÁRIOS TÉCNICOS

O sistema da qualidade da obra foi indispensável para a concepção do empreendimento. Pelo fato de

ser exigência do órgão financiador a certificação no PBQP-h, e pelo fato de proporcionar organização

nos processos da empresa.

Foi verificado que para o cumprimento de cronogramas é preciso uma equipe comprometida, uso de

técnicas adequadas evitando o retrabalho e um eficiente sistema de produção. A técnica de aplicação

de gesso como revestimento das paredes internas e do forro se mostrou eficaz no sentido da rapidez,

porém apresenta elevada geração de resíduos. Um fator que contribuiu para o cumprimento do

cronograma foi o incentivo a produtividade, onde os trabalhadores que cumpriam metas recebiam

incentivos financeiros. Este sistema aliado com uma boa fiscalização faz com que o serviço apresente

qualidade e garante o cumprimento do cronograma.

A qualidade da obra depende além da mão de obra, dos materiais envolvidos, vem daí a importância

das averiguações no recebimento dos produtos, e da calibração dos equipamentos usados, o sistema

da qualidade implantado na empresa foi muito eficaz, pois com seus procedimentos detectaram-se

problemas com esses equipamentos, estes problemas levariam a geração de esforços não previstos

em projeto, podendo ocasionar patologias estéticas ou até estruturais.

Notou-se a importância da organização e inspeção dos produtos e serviços, quando se tem registro

das entradas e saídas de materiais, é possível estimar futuras compras, evitando assim que a mão-

de-obra fique ociosa. Observou-se que não ocorreram devoluções de materiais devido a problemas

de qualidade.

Um bom planejamento é essencial, nesta obra a falta acumulada de materiais fez com que a entrega

da obra atrasasse em torno de 1 mês, mostrando ser necessário uma segunda ou terceira opção com

relação aos fornecedores de materiais. No início da obra houve atrasos na documentação, com isso a

entrega da obra passou de dezembro de 2011 para abril de 2012, porem não se verificou nenhuma

reclamação por parte dos futuros moradores.

A empresa se demonstrou preocupada com a segurança de seus colaboradores, mantêm instruções

de segurança no PQO da obra e distribui aos funcionários equipamentos de proteção e treinamentos.

E também incentiva a cultura através de bibliotecas de livros disponível no canteiro de obra e aulas

de gaita para os filhos dos funcionários.

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4.2 RELAÇÃO COM AS DISCIPLINAS

A teoria da sala de aula foi observada no dia a dia do canteiro de obras, o estágio proporcionou uma

relação direta da teoria com a prática, nas seguintes disciplinas:

• Materiais de Construção Civil A e B, Instalações Elétricas Prediais ligadas a Gerenciamento de

Obras: proporcionaram habilidade de especificar e fiscalizar a execução de processos

construtivos;

• Topografia: auxiliou no entendimento dos níveis de projeto das instalações de esgotamento

sanitário em função do nível do terreno.

• Logística e Gerência de Materiais: teve ligação direta com a disposição e movimentação física

de materiais no canteiro de obras, inclusive ajudou no entendimento de gráfico ABC,

largamente utilizado pela empresa;

• Tecnologia da Construção Civil 2: fiscalização da construção da alvenaria estrutural foi

utilizados diversos conceitos desta disciplina;

• Concreto Armado e Estrutura de Fundações: foram necessárias no pré-dimensionamento do

projeto estrutural do depósito de materiais recicláveis do Condomínio Casa Club, e no

entendimento da armadura da obra;

• Gestão de Projetos de Edifícios: desenvolvimento de projetos e no entendimento dos projetos

da obra.

• Administração: no planejamento de novos empreendimentos o Sr Nilmar falava muito sobre a

importância de conceitos de administração como estrutura organizacional, planejamento e

controle de obras;

• Saneamento e Instalações Hidrossanitárias Prediais: proporcionou no entendimento dos

equipamentos hidráulicos e inclusive pude sugerir um esquema de ligação da caixa d’água dos

blocos;

• Fundamentos de Engenharia de Segurança do Trabalho: ajudou a entender e fiscalizar os

sistemas de proteção da obra e equipamentos de proteção individual, o programa de

segurança da empresa se demonstrou eficaz na realocação de função para profissionais

acidentados.

• Qualidade na Construção Civil: se relaciona com o sistema da qualidade da empresa;

• Gestão Ambiental: no sistema da qualidade da empresa estava descrito a destinação correta

dos resíduos da construção que está diretamente ligado a esta matéria;

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• Engenharia Econômica: ajudou no entendimento da analise econômica que a empresa faz com

seus empreendimentos, com relação ao desembolso constante e recebimento de parcelas

mensais ou bimestral;

• Especificações e Orçamentos: está ligado a compra de materiais e planejamento das novas

obras, que esteve presente em todo período do estágio.

4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A convivência com os funcionários da obra foi de grande proveito, pois eles transmitem conhecimento

prático e possuem muita experiência, apesar de alguns possuírem pouco estudo.

O estagio proporcionou uma boa vivencia na construção civil, pelo fato da obra possuir mais de 100

colaboradores e pelas diversas fases de execução acompanhada, esta vivencia auxilia no

entendimento dos processos construtivos e no trabalho em novos empreendimentos.

Sem a teoria que o curso de engenharia civil proporciona, não seria possível o desenvolvimento das

atividades deste estágio. O estágio foi indispensável no preparo para a atuação no mercado de

trabalho, além de direcionar a vida profissional.

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REFERÊNCIAS

Construtora Piacentini LTDA. Disponível em: <http://www.cpiacentini.com.br/>. Acesso em 9 de

abril de 2012.

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1. RESPONSABILIDADE É de responsabilidade da Construtora Piacentini, através de operários, a execução dos serviços , sob comando de um Mestre de Obras supervisionado por um Engenheiro Responsável pela obra.

2. METODOLOGIA (Como Executar os Serviços) 1º Passo: Todo a parede e contrapiso deve estar limpo, seco, firme e isento de: umidade, óleo, graxa ou sujeira. 2º Passo: Todo contrapiso deverá estar totalmente impermeabilizado 3º Passo: É feito um teste para verificar a presença de umidade. Coloca-se um pedaço de plástico grosso de aproximadamente 30 cm x 30 cm sobre o contrapiso, veda-lo com fita nos quatro cantos de maneira que não entre ar e aguardar 24 horas. Caso note gotículas de água, é porque existe umidade e o contrapiso deve ser refeito e devidamente impermeabilizado. 4º Passo: Verifique a quantidade de placas, e espalhe as cerâmicas para verificar diferenças de tonalidade e planeje a distribuição de peças decoradas se houver. 5º Passo: As paredes deverão estar aprumadas e perpendiculares entre si, e os contrapisos executados e nivelados 6º Passo: Marcar pontos de referência nas paredes com mangueira de nível ou outro. 7º Passo: Preparar a argamassa colante conforme instrução do fabricante e após 15 minutos re-misturar o adesivo e aplicar com o lado liso da desempenadeira denteada em área menor que 1,0m2 8º Passo: Passe em seguida o lado denteado numa inclinação de + ou – 60º e posicione as peças fora do local para depois desliza-las até o local definitivo. Utilize sempre que possível espaçadores plásticos mantendo juntas mínimas de 1,5mm e verifique o alinhamento da fiada. Retire os espaçadores quando a cerâmica estiver firme e limpe imediatamente o painel e as juntas. 9º Passo: Para peças maiores que 900cm2 de superfície ou maiores 30x30cm, deve aplicar cola no verso placa também. 10º Passo: Áreas externas sujeitas a intempéries, fachadas, piscinas, etç devem ser assentadas exclusivamente com argamassa colante aditivadas para este uso . 11º Passo: Após o termino do assentamento aguardar + ou – 3 dias para começar o rejuntamento e após sua secagem proceder a limpeza com esponja úmida e em seguida pano seco.12º Passo: As juntas existentes em paredes ou pisos devem ser respeitadas e no encontro de parede ou piso elas devem ser no mínimo com 5,0mm. As juntas nos revestimentos devem coincidir exatamente com as juntas de contra pisos ou pilares. Em pisos em grandes áreas ou em coberturas deve ser previsto juntas de dilatação térmicas, e , em caso de dúvidas consultar o projetista ou fiscalização.

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13º Passo: Caso seja necessário recortes nas peças em paredes procure recorta-las rente ao piso onde sua visualização não será tão destacada como no alto da parede. Por este motivo a garga deve ser adequadamente programada.14º Passo: O tempo de secagem da argamassa deve ser respeitado. Recomendamos seja feito o teste da ponta dos dedos para verificar se a argamassa ainda este pegajosa. Se não estiver ela deve ser removida da base ou da masseira e descartada.15º Passo: As placas cerâmicas podem ser assentadas pelo processo ou método convencional, utilizando a argamassa feita na obra com cimento , cal e areia porém pode não ser economicamente viável . Nesta hipótese as cerâmicas devem ser mergulhadas em água para que não retirem a umidade da armassa. O tempo de imersão deve ser definido pelo fabricante. Não recomendamos este processo.

3. Inspeção e conferência As verificações devem ser feitas utilizando-se da lista de verificação da ITE 29 respeitando todas as exigências ali contidas.

4. Registros FVS- 21 Ficha de Verificação dos Serviços para Aplicação de Revestimentos Cerâmicos em Paredes e Pisos

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ESPECIFICAÇÕES PARA EMPREENDIMENTOS ATÉ 3SMCASAS

ProjetoProjeto paradigma - Casa com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas pessoas / cozinha / área de serviço(externa) / circulação / banheiro.

Mobiliário mínimo dormitório casal

1 cama (1,40x1,95); 1 criado-mudo (0,50x0,50); 1 guarda-roupa (1,50x0,55) e circulação de 0,50m.

Mobiliário mínimo dormitório duas pessoas

2 camas (0,80x1,95); 1 criado (0,50x0,50); 1 guarda-roupa (1,50x0,55) e circulação de 0,80 m entre as camas e restante com 0,50 m.

Mobiliário mínimo cozinha

Largura mínima da cozinha: 1,60m. Quantidade mínima: pia, fogão (0,60x0,60) e geladeira (0,70x0,70). Previsão para armário sob a pia e gabinete.

Sala de estar/refeiçõesLargura mínima sala de estar/refeições: 2,40m. Quantidade mínima de móveis: sofás com número de assentos igual ao número de leitos, mesa para 4 pessoas e Estante/Armário TV.

Área de Serviço Quantidade mínima: 1 tanque (0,60x0,55) e 1 máquina (0,60x0,65).

Área útil (área interna, sem contar áreas de paredes)

32 m² (não computada área de serviço).

Pé direito mínimoObservar a orientação municipal vigente ou adotar as dimensões mínimas previstas na Norma de Desempenho quando o município não regulamentar o assunto.

Forro Forro de madeira ou PVC.

CoberturaCobertura em telha cerâmica sobre estrutura de madeira ou metálica ou outra solução com desempenho equivalente.

Revestimento Interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Externo Massa única ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Áreas Molhadas

Azulejo no box com altura mínima de 1,50m. Barrado impermeável sobre a pia e o tanque.

Revestimento áreas comuns

Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura.

Esquadrias e FerragensPortas internas, completas, em madeira. Aceitável porta metálica adequada à agressividade do meio no acesso à casa.

Portas banheiro largura de 0,80 para o caso de unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais

Portas quartos largura de 0,80 para o caso de unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais

Portas externas 0,80 x 2,10m

Janelas De alumínio para regiões litorâneas(ou meios agressivos) e de aço para demais regiões.

PisosCerâmica esmaltada em banheiro e cozinha, com rodapé. Cimentado preparado para aplicação de cerâmica nas demais áreas.

Ampliação da UH Os projetos deverão prever a ampliação das casas.

Paredes internas Tinta PVA

Paredes áreas molhadas Tinta acrílica

Paredes externas Tinta acrílica ou textura impermeável

Tetos Tinta PVA

Esquadrias Em esquadrias de aço, esmalte (2 demãos) sobre fundo preparador (1 demão).

Lavatório Louça sem coluna e torneira metálica cromada.

Vaso Sanitário Louça com caixa de descarga acoplada.

TanqueCapacidade mínima de 18 litros, de concreto pré-moldado, granilite ou mármore sintético com torneira metálica cromada.

Pia cozinha Bancada de 1,20x0,55m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira metálica cromada.

Número de pontos de tomadas elétricas

2 na sala, 4 na cozinha, 1 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico (mesmo em caso de aquecimento solar).

Número de pontos diversos

1 ponto de telefone, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone (em condomínios).

DIMENSÕES DOS CÔMODOS - Observar as dimensões da NBR 15.575

CARACTERÍSTICAS GERAIS

PINTURAS

LOUÇAS E METAIS

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS

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ESPECIFICAÇÕES PARA EMPREENDIMENTOS ATÉ 3SMCASAS

Número de circuitosPrever circuitos independentes para chuveiro (dimensionado para a potência usual do mercado local), tomadas e iluminação.

Interfone Instalar sistema de interfone (em condomínios)

ReservatórioCaixa d´água de 500 litros ou de maior capacidade quando exigido pela concessionária local. Para reservatório elevado de água potável, em condomínio, prever instalação de no mínimo 2 bombas de recalque com manobra simultânea.

Vagas Vagas de garagem conforme definido na legislação municipal

Cercamento do condomínio

Alambrado com baldrame e altura mínima de 1,80m no entorno do condomínio.

Proteção da alvenaria externa

Piso em concreto de 0,50 m de largura ao redor da edificação.

Calçadas Quando previstas, as calçadas deverão apresentar largura mínima de 0,80m.

Máquina Lavar Prever solução para máquina de lavar roupas (ponto elétrico, hidráulica e de esgoto).

Equipamento de lazer / uso comunitário

Para empreendimentos com 60UH ou mais, prever 1% da soma dos custos de Infraestrutura e Edificações para construção de equipamentos de lazer/uso comum. Priorização: centro comunitário, quadra de esportes, praça / playground.

Aceitáveis as tecnologias inovadoras testadas e aprovadas conforme a Norma de Desempenho - NBR-15.575 e homologadas pela CAIXA.

Aquecimento solar nas unidades (item financiável nas regiões S, SE, CO e regiões frias do NE). Sistema aprovado pelo INMETRO e Qualisol

Medição individualizada de água e gás (ou sistema de botijão individualizado).

Pavimentação com guias, sarjetas e sistema de drenagem

Sistema de abastecimento de água

Solução para esgotamento sanitário

Energia elétrica e iluminação pública

Seguir a legislação municipal e estadual sobre o tema.Os espaços públicos devem ser acessíveis

ACESSIBILIDADE

INFRAESTRUTURA

DIVERSOS

TECNOLOGIAS INOVADORAS

SUSTENTABILIDADE

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