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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCACÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
Unidade Didática de Ciências
O Filme como recurso pedagógico no estudo das doenças
infectocontagiosas: Epidemias
Curitiba
2011
EDILCE MARIA BALBINOT
O Filme como recurso pedagógico no estudo das doenças
infectocontagiosas: Epidemias
Material Didático Pedagógico – Unidade
Temática apresentada ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria de Estado da Educação do
Paraná – Seed.
Orientador: Awdry Miquelin – UTFPR
Curitiba
2011
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 4
2 INTRODUÇÃO 5
3 PROBLEMATIZAÇÃO 6
4 APRESENTAÇÃO DOS FILMES 6
4.1 INTRODUÇAO 6
4.2 OBJETIVO GERAL 7
4.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 8
4.4 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO 8
4.5 ATIVIDADES 8
4.6 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 10
4.7 SUGESTÃO PARA O PROFESSOR 11
5 AVALIAÇÃO 11
REFERÊNCIAS 11
I APRESENTAÇÃO
O presente trabalho destacará as principais epidemias no Brasil e no
Mundo, utilizando filmes como uma possibilidade pedagógica considerando
sua popularidade e acessibilidade, facilitando o estudo do objeto da disciplina
de ciências, o conhecimento científico e sua contextualização. Espera-se
resultados significativos na utilização desse recurso, despertando o estudante
para o grave problema da saúde pública no que se refere aos cuidados com o
seu bem estar e o do outro. Discutiremos o significado da palavra,
infectocontagiosa, elencaremos as doenças, seus agentes causadores, formas
de transmissões, tratamentos e prevenções. Ao empregar essa unidade
didática estaremos fazendo um estudo histórico das epidemias, também
abordando o comportamento das populações em situações de crise.
Para esse fim, foi selecionado dois filmes, um deles, Juízo Final,
abordando os temas acima com maior ilustratividade, no que se refere a
contaminação, sintomas, situações de crise e tratamento. O outro, Sonhos
Tropicais, contextualizando historicamente algumas epidemias no Brasil,
mostrando as ações de prevenção tomadas há muitas décadas atrás.
Em fim, citando Moran (2008), vivemos uma época de grandes
desafios no ensino focado na aprendizagem. Valendo a pena pesquisar novos
caminhos de interação do humano e do tecnológico; do sensorial, emocional,
racional e do ético; do presencial e do virtual; de integração da escola, do
trabalho e da vida.
Em outras palavras, conclui-se a importância da inserção e
discussão de filmes nas práticas educacionais no ensino de Ciências Naturais,
como forma de problematização e potencialização do aprendizado de
conhecimento escolar.
“Antes de pensar em educar os jovens, temos que pensar em educar os adultos, nós em primeiro lugar, para estas novas linguagens, novas formas de perceber e de se expressar. Aprender a ler os meios a partir da ótica do jovem, do que ele valoriza, para ajudá-lo depois a perceber melhor o mundo, de forma mais organizada, mais contextual, profunda, reconhecendo os valores e problemas que a sociedade
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moderna coloca, sem deslumbramentos, mas também sem preconceitos.”(MORAN, 1993).
II INTRODUÇÃO
É importante que o professor tenha autonomia na escolha e
no uso de diferentes abordagens, estratégias e recursos, dentro de
uma rede de interações sociais entre estudantes, professores e o
conhecimento científico para que o processo ensino-aprendizagem
em Ciências resulte num trabalho pedagógico de qualidade (DCEs,
2008).
Nessa perspectiva a utilização de filmes como recurso
pedagógico para a sistematização dos conteúdos, mostra a
possibilidade de uma interessante abordagem metodológica. Dessa
forma a escolha de estratégias que privilegiem a aprendizagem
significativa, incluem as novas tecnologias educacionais. A educação
vem se deparando com outros parceiros em sua ação pedagógica,
levando os educadores a aprenderem um pouco mais com outras
formas de linguagem passíveis de transmitir e produzir
conhecimento, ultrapassando os muros escolares (SETTON, 2004).
Propor este estudo requer antes de tudo uma investigação no método
a ser aplicado e um entendimento do papel da mediação para que não se
perca o objetivo e a importância do tema a ser trabalhado. PEREIRA, 1999,
destaca alguns conceitos de mediação que, resumidamente, apresentam-na
como filtro, forma de organização da mensagem, reconstrução da realidade,
proteção, crítica, complemento, reação, transformação e entendimento. O
papel do mediador entre os meios de comunicação e a realidade é fundamental
uma vez que a escola assumindo esse papel, esclarecerá de forma mais crítica
e correta as informações apresentadas aos alunos. Segundo Belloni, 2007,
caminhamos para a substituição da família e da escola pela mídia.
Considerando essa tendência buscaremos uma via que permita a utilização da
mídia como ferramenta pedagógica na escola e o desenvolvimento do
espectador crítico e ativo.
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III PROBLEMATIZAÇÃO
Reconhecendo que a utilização da mídia-educação torna a
prática pedagógica mais atraente e interessante nos vem a
indagação: de que forma os filmes podem contribuir como
recurso pedagógico no estudo das doenças
infectocontagiosas?
IV – APRESENTAÇÃO DOS FILMES
4.1 INTRODUÇÃO
Ao organizar o Plano de trabalho anual busca-se inserir os filmes
dentro desse planejamento articulando-o com os conteúdos e os objetivos
desejados.
Para Napolitano, 2009, a sugestão é que o uso dos filmes na sala de
aula seja uma atividade organizada e coerente, procurando uma articulação
entre eles, sobre tudo quando o objetivo é a fonte de aprendizagem, mais do
que provocador de discussões. “Em outras palavras, o planejamento dos filmes
deve obedecer a uma escolha voltada para os interesses da disciplina, levando
em conta a cultura geral e audiovisual da classe e o lugar que o filme ocupa na
história e linguagens cinematográficas.” (NAPOLITANO, 2009).
Para Moran, 2009, a utilização de vídeos é importante para motivar,
sensibilizar e despertar a curiosidade no tema a ser trabalhado, facilitando
assim o desejo de pesquisa nos alunos propondo um aprofundamento na
matéria. Para ilustrar, contar, mostrar, avaliar e tornar próximo temas
complicados distantes do nosso cotidiano.
O professor que buscar esse recurso presumivelmente gosta de
cinema e já possui uma boa bagagem de informações importantes como a
história do cinema, os atores, diretores, roteiro entre outras. Essas informações
se justificam pois torna a análise e mediação mais interessante.
Antes de exibir o filme é importante que o professor escolha a forma
de exibição, de todas as formas é fundamental que se faça um breve relato,
apresentando uma sinopse da história, chamando atenção para as cenas mais
importantes.
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Napolitano, 2009, destaca que existem três formas possíveis de
exibição/assistência de um filme dentro das atividades escolares: a)
exibição/assitência, dentro do horário de aula, b) assistência em casa, por
grupos de alunos previamente formados e informados pelo professor, c)
exibição, na sala de aula, de cenas ou sequências selecionadas pelo
professor. “ O importante é ter coerência entre a forma de exibição/assitência
e os objetivos/amplitude da atividade planejada.”
Segundo Moran, 2009, citaremos algumas formas inadequadas no
uso de vídeos em sala de aula:
• Vídeo-tapa-buraco: utilizar esse recurso quando acontece algum
evento inesperado como falta de professor, em alguns momentos pode
ser útil, entretanto se utilizado com freqüência desvaloriza o uso
incutindo na cabeça do aluno a não ter aula.
• Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O
aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula.
Pode concordar na hora, mas percebe o mau uso.
• Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir a
facilidades de baixar vídeos da Internet costuma empolgar-se e exibi-los
em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O
uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
• Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos
possíveis porque possuem erros de informação ou estéticos (qualidade).
Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados
para uma análise mais aprofundada a partir da sua descoberta,
problematizando-os.
• Só exibição: não é satisfatório, didaticamente, exibir os vídeos sem
discuti-los, sem integrá-lo com os assuntos das aulas, sem rever alguns
momentos mais importantes.
Tendo em vista essas informações selecionou-se para desenvolver
o tema deste trabalho filmes que apresentam conteúdos de ensino, de um
forma direta possibilitando abordagens múltiplas e interdisciplinares
4.2 OBJETIVO GERAL
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Apresentar um panorama geral das doenças infectocontagiosas com
suas formas de transmissão, sintomas, situações de crise e tratamento.
4.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Discutir o termo: infectocontagiosa.
- Pesquisar as principais epidemias do Brasil e do Mundo.
- Pesquisar os microorganismos causadores das doenças infectocontagiosas.
- Elaborar um quadro comparativo das formas de contaminação e tratamento
dos diferentes microorganismos.
- Contextualizar historicamente as epidemias no Brasil
- Analisar carteirinhas de vacinação dos alunos
4.4 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Para demonstrar que o filme é um recurso pedagógico importante no
processo de ensino-aprendizagem, este projeto caracteriza-se como uma
pesquisa qualitativa com os alunos possibilitando resultados significativos na
apreensão dos conteúdos.
4.5 ATIVIDADES
Para esta atividade é necessário previamente a abordagem geral do
filme, onde se estabelece os pontos a serem observados.
4.5.1 Exibição do filme : Como conhecimento científico.
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ROTEIRO DE ESTUDOS:
SINÓPSE: Quando um vírus mortal ataca a Inglaterra, o governo se vê forçado a isolar a praga em uma região, construindo um muro ao redor da cidade. 30 anos de isolamento depois, o vírus ataca novamente. Cabe ao governo escolher uma equipe de especialistas para entrar na área proibida atrás de uma cura.
1- Qual a origem da epidemia?
2- De que maneira acontecia o contágio?
3- Qual o microorganismo causador da doença?
4- Que medidas foram utilizadas para conter a contaminação?
5- Existiu cura para a doença? Justifique.
4.5.2 Exibição do Filme: Como contextualização das Epidemias.
ROTEIRO DE ESTUDOS:
Título original: Doomsday Gênero: Ação / Ficção Duração: 105 minCensura: 14 anos Ano de Lançamento: 2009Elenco: Rhona Mitra, Bob Hoskins, Alexander Siddig, Adrian Lester, Sean. Direção: Neil Marshall. Distribuidora: Europa Filmes.
Título original: Sonhos TropicaisLançamento: 2002 (Brasil)Direção: André SturmAtores: Carolina Kasting, Bruno Giordano, Lu Grimaldi, Flávio Galvão.Duração 120 minGênero: DramaCensura: 12 anos
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SINÓPSE: Em 1889 chega ao Rio de Janeiro no mesmo navio o sanitarista Oswaldo Cruz (Bruno Giordano), que retorna ao país após anos de estudo na Europa, e a jovem Esther (Carolina Kasting), polonesa que veio ao Brasil na promessa de se casar e constituir família. Cruz logo consegue emprego como médico de uma fábrica de tecidos, enquanto que Esther não tem a mesma sorte, logo descobrindo que a proposta de casamento era apenas uma farsa, preparada no intuito de trazer ao país jovens polonesas, as "polacas", para trabalharem como prostitutas nos bordéis da cidade. Inicialmente Esther resiste ao destino a ela traçado mas, sem opção, acaba cedendo e recebe a ajuda de Vânia (Lu Grimaldi), polaca que nem ela que foi vítima do mesmo golpe anos atrás. Enquanto isso Cruz começa sua ascensão na medicina local, assumindo o comando do Instituto Soropédico de Manguinhos, onde pesquisa a cura de doenças como a peste e a febre amarela. Com o país em colapso financeiro, devido às recusas de diversos navios em aportar no Rio de Janeiro para levar as exportações brasileiras, devido ao alto risco de contágio nas diversas epidemias existentes na cidade, o Presidente Rodrigues Alves (Cecil Thiré) decide, em 1903, implantar um programa de saneamento e urbanização no Rio, capital do país na época. Para tanto conta com o apoio do Prefeito Pereira Passos (Nelson Dantas), que fica responsável pela área urbanística da cidade, e de Oswaldo Cruz, encarregado de combater as epidemias existentes. Decidido a combater as doenças, Cruz não abre mão de utilizar medidas drásticas, que muitas vezes acabam sendo ridicularizadas pela população e até mesmo por integrantes do próprio governo. Entretanto, com o tempo as medidas de Cruz se mostram eficazes. Até que, na tentativa de extinguir a rubéola, Cruz propõe que todos os maiores de 6 meses sejam obrigados a se vacinarem. Temerosos com a vacina, a população se revolta contra tal medida e, auxiliada pela formação de uma aliança entre os opositores ao governo, desencadeia a Revolta da Vacina.
1- Que epidemias são abordadas no filme?
2- Faça uma relação das epidemias do filme, com os dias atuais:
3- Que importância teve Oswaldo Cruz para a população?
4- De que forma o governo interferiu no combate a doença?
5- Como aconteceu o tratamento das doenças, de que forma eram
disponibilizadas as vacinas.
4.6 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
É importante destacar que alguns conceitos deverão ser
trabalhados e discutidos com os alunos como o conceito de: epidemia,
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doença infectocontagiosa, imunização, peste e praga. Bem como
estabelecer as diferenças entre as doenças e seus agentes causadores
( vírus, bactérias, protozoários).
Construir um quadro comparativo entre as doenças, facilitará o
estudo para posterior comparação com as carteirinhas dos alunos.
4.7 SUGESTÃO PARA O PROFESSOR
Reforçamos que ao utilizar o filme nas atividades, dois tipos de
cuidados prévios são necessários para a seleção e abordagem dos
mesmos, segundo Napolitano, 2009, a adequação à faixa etária ( a
censura classificatória dos filmes pode ajudar neste sentido) a série
que pretende-se trabalhar. Outro cuidado é na adequação ao repertório
e aos valores socioculturais, procurando problematizá-los e ampliá-los
encaminhando essa discussão tendo como o início do processo
pedagógico, evitando assim o fenômeno do bloqueio pedagógico.
5 AVALIAÇÃO
Os resultados das pesquisas que os alunos fizeram tendo como
referência os roteiros de estudos, serão apresentados em um seminário
avaliativo.
Outra avaliação será feita baseada na análise das respectivas
carteirinhas pelos alunos.
REFERÊNCIAS
DCEs. Diretrizes Curriculares de Ciências. Secretaria de Educação do Paraná.
2008.
MORAN, José Manuel. Leituras dos meios de comunicação. Ed. Pancast,
1993.
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MORAN, José Manuel. Vídeos são instrumentos de comunicação e de
produção, 2009. http://www.eca.usp.br/prof/moran/videos.htm
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo:
Editora Contexto, 2009.
PEREIRA, Sara De Jesus Gomes. A televisão na família - Processos de
mediação com crianças em idade pré-escolar. Bezerra-Editora : Braga
(Portugal), 1999
SETTON, Maria da Graça Jacintho (org.). A cultura da mídia na escola: ensaios
sobre cinema e educação. São Paulo: Annablume: USP, 2004. Disponível
em WWW.googleacadêmico acesso em 11.04.11.
BELLONI, Maria Luiza. Crianças e TIC: aprendizagem, autodidaxia e
colaboração.UFSC. 2007 Disponível em:
http://www.comunic.ufsc.br/relatos_pesquisa/cong_crian_uminho.pdf.
Acesso em 17.07.2011.
LINKS DOS FILMES:
http://www.europafilmes.com.br/filmes.php?id=1518
http://interfilmes.com/filme_14506_Sonhos.Tropicais-
(Sonhos.Tropicais).html
LINK DO QUADRO/GRAVURA DA CAPA:
http://museoprado.mcu.es/muerte.html
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