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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DEDESENHO INDUSTRIAL CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN GUSTAVO ALMEIDA DE MORAIS SONHANDO ACORDADO: DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA INFANTIL DE ESTAMPAS APLICADA A PIJAMAS-BRINQUEDO QUE ESTIMULAM A LEITURA ANTES DA HORA DE DORMIR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DEDESENHO INDUSTRIAL

CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN

GUSTAVO ALMEIDA DE MORAIS

SONHANDO ACORDADO: DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA INFANTIL DE ESTAMPAS

APLICADA A PIJAMAS-BRINQUEDO QUE ESTIMULAM A LEITURA ANTES DA HORA DE DORMIR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA 2015

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GUSTAVO ALMEIDA DE MORAIS

SONHANDO ACORDADO: DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA INFANTIL DE ESTAMPAS

APLICADA A PIJAMAS-BRINQUEDO QUE ESTIMULAM A LEITURA ANTES DA HORA DE DORMIR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2 como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design do Curso Superior de Bacharelado em Design da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba. Orientador (a): Prof. (a) MSc. Simone Landal

CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Curitiba Diretoria de Graduação e Educação Profissional Departamento Acadêmico de Desenho Industrial

TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nº 124

“SONHANDO ACORDADO: DESENVOLVIMENTO DE UMA LINHA

INFANTIL DE ESTAMPAS APLICADA A PIJAMAS-BRINQUEDO QUE

ESTIMULAM A LEITURA ANTES DE DORMIR” por

GUSTAVO ALMEIDA DE MORAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 23 de novembro de 2015 como

requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM DESIGN do Curso de

Bacharelado em Design, do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial, da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os alunos foram arguidos pela Banca

Examinadora composta pelos professores abaixo, que após deliberação,

consideraram o trabalho aprovado.

Banca Examinadora: Prof(a). Msc. Tânia Maria de Miranda

DADIN - UTFPR

Prof(a). Msc. Juliana Teixeira Lima

DADIN - UTFPR

Prof(a). Msc. Simone Landal Orientador(a) DADIN – UTFPR

Prof(a). Esp. Adriana da Costa Ferreira Professor Responsável pela Disciplina de TCC DADIN – UTFPR

CURITIBA / 2015

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

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AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho principalmente às crianças que juntas foram o coração

deste projeto, à minha orientadora que me deu um direcionamento e apoio no

momento exato, à minha família, namorado e amigos, sempre presentes, e às

melhores costureiras deste mundo, Lúcia e Dona Maria.

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Era uma vez uma voz. Um fiozinho à toa. Fiapo de voz. Voz de mulher. Doce e mansa. De rezar, ninar criança, muitas histórias contar. De palavras de carinho e frases de consolar. Por toda e qualquer andança, voz de sempre concordar. Voz fraca e pequenina. Voz de quem vive em surdina. Um fiapo de voz que tinha todo o jeito de não ser ouvido. Não chegava muito longe. Ficava só ali mesmo, perto de onde ela vivia. Um pontinho no mapa.

Ana Maria Machado, em Ponto a Ponto.

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RESUMO MORAIS, Gustavo Almeida de. Sonhando acordado: Desenvolvimento de uma linha infantil de estampas aplicadas a pijamas-brinquedo que estimulam a leitura antes da hora de dormir. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2015. Este trabalho consiste em um estudo de design de superfície para a criação de uma linha de estampas infantis a serem aplicadas em pijamas-brinquedo que pretendem estimular a leitura antes da hora de dormir. Em busca de inspiração, realizou-se com crianças de 6 a 10 anos momentos de contação de histórias que foram divididos em três fases: narração (leitura de contos), reflexão (pausa para debater sobre a moral e aprendizado adquirido) e interpretação (representações gráficas com o auxílio de papel, lápis de cor, tesoura, cola e tintas). Para estas fases foram utilizados três contos da escritora infantil Ana Maria Machado que abrangem temas diversos. Ela foi escolhida devido a admiração do autor pela sua história de vida e profissional, além de seu repertório literário. Todo conteúdo produzido foi analisado e aplicado na composição das superfícies, levando em consideração nomes importantes da área e suas técnicas de projeto. A essência infantil presente nos traços e cores foram mantidas e cerca de treze estampas foram criadas. Para dar suporte a estas criações, desenvolveram-se também quatro modelos de pijamas, o que traz uma dinâmica em suas estruturas. As vestimentas são acompanhadas de pequenas partes que podem ser fixadas em suas superfícies e funcionam como uma recompensa para a criança após ter realizado a sua leitura. Neste contexto, a moda aparece como uma ferramenta essencial auxiliando nas questões técnicas como escolha de tecidos, modelagem e prototipagem. Como complemento ao projeto, uma marca e embalagem também foram criadas; ambas tiveram origem na relação entre o autor com as crianças que auxiliaram no processo de elaboração das estampas, tanto na escolha do nome quanto nos aspectos de identidade. O projeto, além de promover a estamparia infantil, despertar e reforçar o hábito da leitura, busca estreitar os laços familiares promovendo momentos especiais entre filhos e pais ou responsáveis. Palavras-chave: Design, Superfície, Crianças, pijama, moda.

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ABSTRACT MORAIS, Gustavo Almeida de. Dreaming awake: Development of a childish assembly line of applied patterns to play-pajamas that encourage the reading before bedtime. Federal University of Technology - Paraná, 2015. This paper consists in a surface design study to the creation of a childish patterns assembly line that will be applied in play-pajamas that look for encourage the reading before bedtime. As inspiration, it was held storytelling moments with children between six and ten years old in three moments: narration (storytelling), reflection (break to discuss about the moral and the acquired learning) and interpretation (graphic representation with the assistance of paper, colored pencil, scissors, glue and ink. To these moments, it was used three short stories from the children’s writer Ana Maria Machado, which include various themes. She was chosen due to the author’s admiration for her life and professional history, besides of her literary work. All the produced content was analyzed and applied on the surfaces’ composition, taking into consideration important names from this area and their project techniques. The childish essence presented in the dashes and colors were kept and about thirteen patterns were created. To giving support to these creations, it was developed four pajama models, which bring a dynamic in their structures. The clothes are followed by little parts that can be fixed in their surfaces and work as a reward to the child after he or she has finished the reading. In this context, the fashion appears as an essential tool assisting at the technical issues as cloths choice, molding and prototyping. As complement to the project, a brand and a package were also created; both came from the relationship between the author and the children who assisted in the pattern elaboration process, as the choice of the name as the identity aspects. The project, besides promoting the childish patterning, arousing and stepping up the reading habit, looks for strengthen family ties promoting special moments between parents and their children. Key-words: design, surface, pajama, children, fashion.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: PIJAMA PALAZZO DE EMILIO PUCCI .............................................. 14

FIGURA 2: PIJAMAS NA MODA .......................................................................... 14

FIGURA 3: ANÁLISE DE SIMILARES .................................................................. 16

FIGURA 4: MODELOS DIFERENCIADOS DE PIJAMA ....................................... 17

FIGURA 5: MODELOS DIFERENCIADOS DE PIJAMA ....................................... 17

FIGURA 6: LINHA DO TEMPO DESIGN DE SUPERFÍCIE .................................. 24

FIGURA 7: EXEMPLO DE RAPPORT - ESTAMPA QUERO-QUERO ................. 25

FIGURA 8: EXEMPLO DE SISTEMA DE MÓDULO E RAPPORT ....................... 26

FIGURA 9: DESIGN DE SUPERFÍCIE EM ALPARGATAS .................................. 28

FIGURA 10: REVESTIMENTO CIMENTÍCIO - CATAVENTO ................................ 28

FIGURA 11: DESIGN DE SUPERFÍCIE EM BIQUÍNI ............................................. 28

FIGURA 12: DESIGN DE SUPERFÍCIE APLICADO EM PAPEL DE PAREDE ...... 28

FIGURA 13: FIBRAS TÊXTEIS .............................................................................. 30

FIGURA 14: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 15: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 16: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 17: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 18: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 19: SERIGRAFIA ...................................................................................... 33

FIGURA 20: EXEMPLOS DE IMPRESSÃO DIGITAL ............................................. 34

FIGURA 21: IMPRESSÃO DIGITAL EM TECIDO .................................................. 35

FIGURA 22: PRODUTOS SUBLIMÁTICOS ........................................................... 36

FIGURA 23: FASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO POR PIAGET ......... 41

FIGURA 24: CRIANÇAS ESCOLHIDAS PARA A ATIVIDADE ............................... 43

FIGURA 25: ANA MARIA MACHADO .................................................................... 43

FIGURA 26: LEITURA DE HISTÓRIA: O GATO DO MATO E O CACHORRO DO

MORRO .............................................................................................. 45

FIGURA 27: LEITURA DE HISTÓRIA: BEIJOS MÁGICOS .................................... 46

FIGURA 28: AUXÍLIO DE TECNOLOGIA PARA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ..... 46

FIGURA 29: REFLEXÃO SOBRE A HISTÓRIA LIDA ............................................. 47

FIGURA 30: MATERIAIS ........................................................................................ 48

FIGURA 31: MATERIAIS ........................................................................................ 48

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FIGURA 32: MATERIAIS ........................................................................................ 49

FIGURA 33: DESENHOS ....................................................................................... 50

FIGURA 34: DESENHOS ....................................................................................... 51

FIGURA 35: ELEMENTOS ..................................................................................... 52

FIGURA 36: ESTAMPA 1 ....................................................................................... 53

FIGURA 37: ESTAMPA 2 ....................................................................................... 54

FIGURA 38: ESTAMPA 3 ....................................................................................... 55

FIGURA 39: ESTAMPA 4 ....................................................................................... 56

FIGURA 40: ESTAMPA 5 ....................................................................................... 57

FIGURA 41: ESTAMPA 6 ....................................................................................... 58

FIGURA 42: ESTAMPA 7 ....................................................................................... 59

FIGURA 43: ESTAMPA 8 ....................................................................................... 60

FIGURA 44: ESTAMPA 9 ....................................................................................... 61

FIGURA 45: ESTAMPA 10 ..................................................................................... 62

FIGURA 46: ESTAMPA ESCOLHIDA 1 .................................................................. 63

FIGURA 47: ESTAMPA ESCOLHIDA 2 .................................................................. 64

FIGURA 48: ESTAMPA ESCOLHIDA 3 .................................................................. 65

FIGURA 49: ESTAMPA ESCOLHIDA 4 .................................................................. 66

FIGURA 50: ESBOÇOS .......................................................................................... 67

FIGURA 51: CROQUI 1 .......................................................................................... 68

FIGURA 52: CROQUI 2 .......................................................................................... 68

FIGURA 53: CROQUI 3 .......................................................................................... 69

FIGURA 54: CROQUI 4 .......................................................................................... 69

FIGURA 55: CROQUI 5 .......................................................................................... 70

FIGURA 56: MODELO 1 ......................................................................................... 71

FIGURA 57: MODELO 2 ......................................................................................... 71

FIGURA 58: MODELO 3 ......................................................................................... 71

FIGURA 59: MODELO 4 ......................................................................................... 71

FIGURA 60: MODELO 5 ......................................................................................... 71

FIGURA 61: MODELO 6 ......................................................................................... 71

FIGURA 62: MODELO 7 ......................................................................................... 72

FIGURA 63: MODELO 8 ......................................................................................... 72

FIGURA 64: MODELO 9 ......................................................................................... 72

FIGURA 65: MODELO 10 ....................................................................................... 72

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FIGURA 66: MODELO ESCOLHIDO 1 ................................................................... 73

FIGURA 67: MODELO ESCOLHIDO 2 ................................................................... 73

FIGURA 68: MODELO ESCOLHIDO 3 ................................................................... 74

FIGURA 69: MODELO ESCOLHIDO 4 ................................................................... 75

FIGURA 70: ANÁLISE DO TECIDO ....................................................................... 76

FIGURA 71: DESENHO DE MOLDE ...................................................................... 77

FIGURA 72: PEÇAS DO MOLDE EM CARTOLINA ............................................... 77

FIGURA 73: FICHA TÉCNICA ................................................................................ 78

FIGURA 74: AVIAMENTOS .................................................................................... 79

FIGURA 75: COSTURA .......................................................................................... 79

FIGURA 76: PROTÓTIPOS .................................................................................... 80

FIGURA 77: FORMA COM ENTRETELA E COM FILME ....................................... 81

FIGURA 78: CENA DE USO 1 ................................................................................ 82

FIGURA 79: CENA DE USO 2 ................................................................................ 82

FIGURA 80: CENA DE USO 3 ................................................................................ 83

FIGURA 81: CENA DE USO 4 ................................................................................ 83

FIGURA 82: CENA DE USO 5 ................................................................................ 84

FIGURA 83: APLICAÇÃO DAS FORMAS APÓS A LEITURA ................................ 84

FIGURA 84: ELEMENTO PARA LOGOTIPO ......................................................... 85

FIGURA 85: FONTE PARA LOGOTIPO ................................................................. 86

FIGURA 86: FONTE PARA SLOGAN ..................................................................... 87

FIGURA 87: DIÁLOGO UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO DA MARCA ................... 87

FIGURA 88: ALTERNATIVA 1 ................................................................................ 88

FIGURA 89: ALTERNATIVA 2 ................................................................................ 88

FIGURA 90: ALTERNATIVA 3 ................................................................................ 88

FIGURA 91: LOGOTIPO FINAL ............................................................................. 88

FIGURA 92: PAINEL DE IDENTIDADE DA MARCA .............................................. 89

FIGURA 93: EMBALAGEM PLANIFICADA ............................................................ 90

FIGURA 94: EMBALAGEM ..................................................................................... 91

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

2 MODA E O PIJAMA ......................................................................................... 13

3 IMPORTÂNCIA DA LITERATURA ................................................................... 20

4 DESIGN DE SUPERFÍCIE ................................................................................ 23

4.1 TECIDOS ........................................................................................................ 29

4.2 PROCESSOS DE IMPRESSÃO ..................................................................... 31

4.2.1 Serigrafia ...................................................................................................... 32

4.2.2 Estampa digital ............................................................................................. 34

4.2.3 Sublimação ................................................................................................... 35

5 PROJETO ......................................................................................................... 37

5.1 METODOLOGIA ............................................................................................. 38

5.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................. 39

5.3 INSPIRAÇÃO .................................................................................................. 42

5.4 ESTAMPAS .................................................................................................... 52

5.5 MODELOS ...................................................................................................... 66

5.6 PROTÓTIPO ................................................................................................... 76

5.7 MARCA E EMBALAGEM ................................................................................ 85

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 92

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................. 99

APÊNDICE B – DECLARAÇÕES DE USO DE IMAGEM ....................................... 100

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1 INTRODUÇÃO

A literatura é e sempre foi considerada uma forte ferramenta para leitura e

compreensão de mundo, pois estimula e enriquece a imaginação, além de aguçar a

curiosidade. Sendo assim, torna-se evidente a boa influência que ela pode causar

em crianças e jovens que estão em plena fase de desenvolvimento e buscando uma

percepção da realidade e dos fatos que os cercam. Devido à globalização e ao veloz

avanço da tecnologia, percebe-se certo distanciamento dessas crianças com relação

à literatura, que, embora muitas vezes seja tratada na escola, permanece apenas ali.

O ato de um adulto ler para uma criança antes de dormir, por exemplo, é algo raro

em meio a aparelhos, jogos e aplicativos. Sendo assim, este trabalho tem como

objetivo geral o desenvolvimento de uma linha infantil de estampas que serão

aplicadas em pijamas/brinquedo que contribuam para despertar e valorizar este

hábito.

Primeiramente, o projeto busca a criação da linha de estampas para dar vida

a estes modelos, que têm como como inspiração a interpretação, feita por crianças,

de histórias e contos da escritora brasileira Ana Maria Machado. Esta autora foi

escolhida devido a sua versatilidade e criatividade, além de ser considerada ícone

mundial dentro da literatura infantil. Por se tratar de uma linha, como sugestão

posteriormente outros escritores podem ser utilizados. Tendo como base a escritora

e pedagoga Fanny Abramovich, o autor criou uma metodologia para realizar com

estas crianças os momentos de contação, nos quais buscou das mesmas

interpretações gráficas das histórias por meio de tintas, lápis de cor e recortes.

A literatura vem como eixo principal, a partir do momento em que se busca

uma valorização e promoção, e também quando são trabalhadas com as crianças

histórias diversas, em busca de interpretação e conteúdo para o posterior estudo e

projeto de design de superfície. Elemento essencial dentro deste trabalho, este

segmento do design consiste na criação de texturas bi ou tridimensionais que podem

ser aplicadas em vários segmentos do design, como vestuário, mobiliário, peças

cerâmicas, paredes e objetos em geral. Autoras desta área como Renata Rubim e

Evelise Ruthschilling são levadas em consideração no processo de criação, pois

apresentam em suas obras conceitos e técnicas essenciais para o desenvolvimento

de estampas.

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A escolha pelo pijama se dá pelo fato de ser uma peça presente no guarda-

roupa de milhares de pessoas pelo mundo inteiro, além do mais está associado à

hora de dormir, uma vez que este trabalho carrega a ideia de sonhos, fantasias e

imaginação. O pijama também desperta uma curiosidade quanto ao seu surgimento

e evolução.

A moda também tem importante função, pois traz um conteúdo baseado em

comportamento, técnicas de fabricação e materiais, além de funcionar como objeto

comunicador, que carrega em si mensagens, preferências e opiniões, através de

cores e formas. Neste contexto, o autor utiliza para a criação da linha a metodologia

desenvolvida pela professora Doris Treptow, uma estilista pelotense e professora em

cursos de moda, que tem atuado em instituições como SENAI, SENAC, FURB e

ASSELVI. Em sua obra Inventando moda: Planejamento de Coleção, traz passos a

serem seguidos para a obtenção de bons resultados, como: público-alvo, criação de

marca, inspiração, desenhos e protótipo.

Como complemento ao projeto, busca-se alguns objetivos específicos, como

a criação de uma marca que represente e reflita os valores destes produtos e de

uma embalagem que dê suporte aos mesmos.

O trabalho em questão segue uma sequência lógica baseada no

conhecimento adquirido através da leitura dos autores e buscas na internet.

Primeiramente traz uma breve introdução que diz respeito a moda e origem do

pijama, em seguida um texto que contempla a importância da leitura na infância.

Após, é apresentado um conteúdo referente ao design de superfície, que

posteriormente abrange temas como impressões têxteis e tecidos. O projeto vem

dividido nas seguintes etapas: metodologia, público-alvo, inspiração, estampas,

modelos e protótipo.

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2 MODA E O PIJAMA

Este trabalho tem como um de seus objetivos a criação de uma linha de

pijamas infantis inspirados na interpretação de crianças para histórias da escritora

Ana Maria Machado. Esta peça foi escolhida por estar ligada ao ato de dormir, que

consequentemente está ligado ao ato de sonhar e fantasiar; ambos podendo ser

estimulados pela literatura. Busca-se com estas peças incentivar o ato da leitura

antes de uma boa noite de sono. Para Oller (2012) “desde a infância o hábito da

leitura feita pelos pais auxilia no desenvolvimento das habilidades linguísticas das

crianças, tendo ainda efeito na coordenação motora (o manuseio do livro e suas

páginas) e na memória dos pequenos, estimulando-a”.

O pijama é utilizado especificamente para dormir ou relaxar em casa, e é

uma peça presente no armário de jovens, adultos e idosos, e exige um material

macio, leve e confortável na hora da sua confecção, fugindo dos bolsos, zíperes e

botões das roupas convencionais.

Os pijamas foram criados na Ásia para serem usados na rua por ambos os

sexos. O nome vem da fusão de duas palavras do antigo persa, payjameh (pay: perna

e jameh: roupa). Os ingleses viram as peças pela primeira vez nas ruas da Índia,

colônia de sua majestade de 1858 a 1947. No começo do século 20, quando os

hábitos mudaram e o costume unissex de dormir de camisolão foi aposentado, essa

roupa confortável foi logo adotada pela ala masculina. Por ser prática e moderna, a

nova mania pegou rapidinho. (Turci, 2014).

Em 1930, a mulher aderiu à calça comprida. O conjunto feminino de calça e blusa de sair na rua passou a ser chamado de pijama. Terminada a Segunda Guerra Mundial, o traje se instalou na intimidade feminina, concorrendo na cama com a camisola e o baby-doll. Nos anos 60, com os estilos étnicos influenciando as tendências da moda, surgiu o palazzo-pijama, uma extravagante calça com perna de modelarem ampla, em formato de sino. O palato estava sempre presente nas criações de Emilio Pucci(estilista), que se inspirava nos mosaicos marroquinos para criar suas estampas exuberantes. (TURCI, 2014).

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Figura 1: Pijama Palazzo de Emilio Pucci Fonte: Glossário da Moda (2013).

O pijama palazzo consiste em um conjunto de duas peças em seda, composto de blusa sem mangas e calças compridas, que ganhou fama mundial após publicação na Vogue americana. Foi criado pela princesa russa Irene Galitzine, que nos anos 1940 foi para Roma com seus pais, e em 1946 começou a trabalhar no ateliê de alta-costura das irmãs Fontana. Três anos depois, abriu seu próprio ateliê e em 1960 criou o pijama palazzo. Suas criações inspiraram estilistas como Valentino e Emilio Pucci. No Brasil foi adotado nos anos 1960 e, em 2004, reapareceu nas passarelas brasileiras. (GLOSSÁRIO DA MODA).

Figura 2: Pijamas na moda Fonte: Dolce Gabana (2013).

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Ultimamente, devido a sua flexibilidade, fluidez e conforto, vem sendo

adaptado para usos mais diversificados, ganhando mais espaço no mundo da moda.

Na era do “tempo é dinheiro”, uma boa noite de sono pode ser sinônimo de luxo. O cenário é perfeito para alimentar a tendência das roupas com ares de pijamas. As românticas camisolas de renda e outros tecidos igualmente femininos já influenciam a moda casual há algum tempo, mas, desta vez, é o pijama tipicamente masculino que deverá agradar as mais ousadas. (COSTA, 2012).

Com relação ao mercado infantil os modelos são infinitos, com variações nas

cores, estampas e cortes. Em sua grande maioria trazem uma estética relacionada a

personagens de animações e curtas-metragens, repetição de símbolos que fazem

referência ao mundo infanto-juvenil como flores, corações, carrinhos, etc., e com

distinção de gênero, pijamas para meninos e pijamas para meninas.

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Figura 3: Análise de Similares Fonte: Brandili; Loja Gaúcho (2015).

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Dentre a pesquisa em busca de similares, nada que se aproximasse da ideia

do autor foi encontrado, no máximo alguns modelos que imitavam roupas de super-

heróis, e alguns que faziam referência a animais.

Figura 4: Modelos diferenciados de pijama Fonte: Boli Fashion Store (2015).

Figura 5: Modelos diferenciados de pijama Fonte: Little naughty children’s clothing Commerce Co., Ltd

(2015)

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Este projeto busca não diferenciar as peças por gênero, e sim trazer uma

neutralidade, tendo o intuito de oferecer um único produto que se encaixe no gosto

de meninos e meninas, sem distinção, pois o mesmo foi elaborado a partir da arte de

crianças que também tiveram livre arbítrio para criarem o que a imaginação

possibilitasse. Em uma entrevista ao site Uol, o Neurologista pediátrico Jorge

Humberto Barbato reflete sobre o assunto.

Mesmo quando a criança brinca com um objeto socialmente identificado com o outro gênero, a inversão de papéis só existe na cabeça dos adultos. É o caso do menino que gosta de brincar de boneca porque vê o pai ou um irmão mais velho cuidando de um irmão menor. O menino não está fazendo o papel de mãe, mas o de pai ou de irmão que toma conta dos menores. E se tiver cinco meninas brincando de casinha e apenas ele de menino, é normal que ele vá brincar com elas. Mesmo nessa brincadeira, as meninas vão dar a ele um papel masculino. (BARBATO, 2012).

Inicialmente em seu livro Planejamento de Coleções, Doris Treptow busca o

entendimento da origem da moda na sociedade, e fornece relatos para uma

contextualização; o homem pré-histórico cobria-se com peles de animais para o

combate ao frio e também acreditava que elas trariam a força dos respectivos

animais durante a caçada. As primeiras civilizações desenvolveram vestimentas com

o uso fibras naturais tecidas, como lã e linho. Os assírios por exemplo utilizavam

roupas de lã pois estavam diretamente em contato com rebanhos, já os egípcios

criavam as peças com o auxílio de fibras de linho, que era cultivado às margens do

Rio Nilo, ou seja, as roupas estavam diretamente associadas a matéria-prima

disponível e as condições tecnológicas.

As roupas possuíam alguns significados místicos, como as usadas por

sacerdotes e governantes (reis e faraós), além de também funcionarem na

diferenciação de classes sociais. Com a Revolução Comercial os burgueses

buscaram a ascensão social e passaram a comprar títulos de nobreza e

consequentemente adotaram novas formas de se vestir; percebe-se então um

surgimento de detalhes que eram muitas vezes copiados devido a influência do

usuário, os estilos eram estabelecidos pelo domínio das nações. Aqui constata-se o

aparecimento da moda, quando as pessoas mudam suas formas de vestir em

função de influências sociais.

Ao conceituarmos moda, dizemos que a moda é mais do que simplesmente vestuário. Para se proteger do calor, do frio, da chuva, da neve e do sol, o

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Homem, animal que nasceu nu necessitava de roupa. No entanto, se se tratasse somente da proteção contra as forças da natureza, bastar-nos-ia apenas possuir algumas peças de vestuário, que poderiam ter uma longa duração. Porém, a roupa serviu também para adornar e para distinguir quem as usava das demais. A roupa sempre foi um diferenciador social, uma espécie de retrato de uma comunidade ou classe. A maneira de vestir pode expressar a personalidade do utilizador; pode-se vestir para influenciar, impressionar ou seduzir alguém. A moda é um reflexo móvel de como somos e dos tempos em que vivemos, podendo revelar nossas prioridades, aspirações, liberalismo ou conservadorismo, ou ainda, satisfazem necessidades emocionais simples ou complexas, ou seja, a moda fala, revela características, identidades e status de quem as usa. A maneira como nos vestimos dá forma a nossos sentimentos e emprestam elegância e cor ao nosso ambiente. (JOBIM, 2005, p. 31).

Como o projeto busca a criação de uma linha de pijamas infantil, viu-se

necessário o entendimento do termo coleção, Treptow (2009) ressalta que até a

metade do século XIX não existia a profissão do criador de moda, as roupas eram

confeccionadas por artesãos que apenas faziam o que lhes era encomendado. Mas

a primeira Maison (Loja) aberta em Paris viria para dar início a uma mudança neste

contexto, o seu proprietário Charles Fréderick Worth, também costureiro, era

conhecido como artista e suas peças eram repletas de conceito e status, além de

criar pensando nas possíveis clientes, utilizava modelos com o tipo físico das

mesmas para a prova, assim, caso a compra viesse a ser efetuada, apenas alguns

pequenos ajustes seriam necessários. O primeiro registro quem se tem do

lançamento de coleções eram os eventos organizados pelas Maisons, em que as

clientes eram convidadas para assistir ao desfile das coleções. São nestes eventos

que se começa a trabalhar com lançamentos outono-inverno e primavera-verão,

assim os lançamentos de moda se vinculam ao calendário climático, como acontece

até hoje.

Coleção é um conjunto de produtos, com harmonia do ponto de vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega são previstas para determinadas épocas do ano “. Ainda de acordo com a autora uma coleção deve ser coerente e deve contemplar os seguintes aspectos: perfil do consumidor, identidade ou imagem da marca, tema da coleção e proposta de cores e materiais. (TREPTOW 2009 apud RECH, 2002, p. 68)

Para Neiva (2009) ʻʻas coleções ajudam no acompanhamento de inovações

da indústria têxtil e de aviamentos, no reconhecimento de tendências de moda, e no

melhor controle da produção, dando condições para o estabelecimento de metas.ʼʼ

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3 IMPORTÂNCIA DA LITERATURA

Uma nova pesquisa da Reading is Fundamental (RIF), empresa ligada à loja

de departamentos norte-americana Macy's, revelou que histórias de ʻʻera uma

vezʼʼ estão ficando cada vez mais abandonadas em um reino “tão, tão distante”. O

levantamento feito com mil pais procurava levantar os hábitos de leitura em casa.

Apenas 33% deles afirmaram ler histórias para os filhos antes de dormir. Já para

50%, as crianças preferem mesmo é gastar este tempo com TV, tablet e videogame.

A criação de uma linha de pijamas-brinquedo tendo como temática e conceito a

inspiração em contos da escritora Ana Maria Machado traz a ideia de incentivo a

esta prática que vem se perdendo ao longo dos tempos.

Para a professora Regina Zilberman, do Instituo de Letras da UFRGS, ʻʻa

não prática da leitura pelos brasileiros encontra-se no fato de que os mesmos

ignoraram a alfabetização ao longo da história, pois a obrigatoriedade da mesma é

de meados de 1930ʼʼ. Além de que no Brasil existe uma cultura da oralidade muito

mais forte do que a cultura letrada, como há na Europa, onde o livro sempre

desempenhou um papel importante, inclusive religioso.

De acordo com o site Baby Center os aparelhos eletrônicos não precisam

ser deixados de lado completamente, pois assumem também papéis importantes,

mas quando o assunto é a leitura de histórias os mesmos podem afetar a

concentração da criança pois apropria-se constantemente de sons, além dos

inúmeros botões que causam distração, sendo assim o velho e bom livro é indicado,

além de auxiliar na coordenação motora no folhear das páginas, possibilita uma

maior diversão vinda da narração dos pais ou da própria criança.

As histórias podem trazer inúmeros benefícios para as crianças, como o

desenvolvimento da linguagem oral e escrita, ajuda a lidar com situações do seu

cotidiano, também na relação com a família e conhecidos, além de estimular a

curiosidade e a imaginação.

Vigotsky enfoca que na imaginação a direção da consciência se afasta do real. Essa distância que a literatura causa da realidade é fundamental para uma absorção profunda na própria realidade: “afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a

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cognição da realidade se complica e se enriquece. (VIGOTSKY, 1992, p. 129 apud NOGARI e MIGUEL, 2010)

Ler significa poder vivenciar histórias à parte da realidade, criar momentos e

soluções com a força do pensamento, é poder criar mundos a partir do mundo real.

Pra Freire (1989), “antes mesmo da leitura da palavra é na leitura do mundo que se

cria, se recria e se participa. É na relação com o contexto histórico social que a

palavra ganha significação”.

Bakhtin afirma que

a literatura infantil, por ser um instrumento motivador e desafiador, é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que compreende o contexto em que vive e que pode modificá-lo de acordo com a necessidade que possuir. (Apud NOGARI e MIGUEL, 2010)

Nas histórias as crianças podem se deparar com fatos que fazem parte do

seu dia a dia, e até mesmo se identificar com as personagens.

É também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões (como as personagens fizeram...). É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e travessamos – dum jeito ou de outro – através de problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelas personagens de cada história (cada uma a seu modo) ... É a cada vez ir se identificando com outra personagem (cada qual no momento que corresponde àquele que está sendo vivido pela criança)... e, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas... (ABRAMOVICH, 1994, p. 17)

O hábito da leitura também trabalha com o despertar de sentimentos, lendo

histórias, contos ou poesias a criança pode se deparar com inúmeras situações que

geram sensações; o medo do vilão que se aproxima devagar, a tristeza do

prisioneiro que foi preso por um falso julgamento, a alegria de quem encontrou um

tesouro ou salvou uma princesa, o carinho ao ver o casal que viveu feliz para

sempre...

É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação. O bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que narrativas provocam em quem as ouve – com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar.... Pois é

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ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário. (ABRAMOVICH, 1994, p. 17)

Com os pijamas busca-se também estreitar os laços familiares, levando o

pai, a mãe, ou o responsável pela criança a um momento único onde além da

contação de histórias possa existir conversas sobre o dia a dia na escola, os amigos,

as atividades, enfim, um período de relaxamento e conforto para ambas as partes.

Para Carlos (2015) quando acontece essa participação direta do pai e da mãe, a

criança é beneficiada em diversos sentidos: seu aprendizado será mais fácil, a

pronúncia correta das palavras virá mais rápida e a comunicação, em forma geral,

se tornará muito melhor. Ainda segundo o autor toda criança usa os pais como

referência, por isso, é importante reservar um tempinho, de preferência todos os

dias, para um momento “leitura em família”. Um bom horário indicado é antes de

dormir, pois trará um sono mais tranquilo à criança, além de promover uma melhor

fixação na memória.

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4 DESIGN DE SUPERFÍCIE

Para o desenvolvimento das estampas toma-se como base o design de

superfície, consequentemente é necessário um estudo sobre este segmento do

design que no Brasil ainda não é muito explorado, mas que pode caminhar lado a

lado com a moda.

No Brasil, o Design de Superfície ou Surface Design é praticamente desconhecido. Essa designação é amplamente utilizada nos Estados Unidos para definir todo projeto elaborado por um designer, no que diz respeito ao tratamento e cor utilizados numa superfície, industrial, ou não. Essa denominação foi introduzida por mim no Brasil na década de 80, retornando de lá, após um período de estudos, por considera-la a melhor definição que existe. Esse conceito é tão arraigado na cultura local a ponto de existir a Surface Design Association, com sócios no mundo inteiro e que, além de publicar quatro revistas e quatro jornais anuais, promove congressos bienais com assuntos e questionamentos de interesses variados para atender a todos os tipos de Surface Design. (RUBIM, 2013, p.21)

Cardoso (2010) acredita que “seu objetivo é apresentar ideias funcionais e

estéticas a partir de diferentes métodos e materiais, um processo que une

criatividade e técnica ao conceber e executar desenhos para aplicação em

superfícies”.

O Design de superfície, em sua prática, desenvolve criativamente um conjunto de soluções para o tratamento de superfícies sob aspectos objetivos, técnicos e funcionais inserido num processo produtivo e mercadológico. E também, aspectos subjetivos fundamentados numa proposta conceitual, que utiliza a linguagem visual e tátil a partir dos elementos compositivos (como a cor, a forma, a textura e o ritmo), levando em consideração as questões culturais, psicológicas, e sociais, propondo um argumento estético à superfície. (GUBERT, 2011).

Segundo Rubim (2005), “são inúmeras as possibilidades para a aplicação do

design de superfície. Entre elas, a autora destaca, principalmente, o design têxtil, o

cerâmico, o aplicado à porcelana, a plástico e a papel”.

Desde os primórdios da civilização o homem busca se expressar de alguma

maneira, e dentro deste contexto pode-se perceber a sua interação com superfícies.

Na figura abaixo (Figura 06) tem-se uma linha cronológica elaborada pelo escritório

Renata Rubim e Cores onde se percebe essa evolução.

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Figura 6: Linha do tempo design de superfície Fonte: Escritório Ranata Rubim Design e Cores (2005).

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Em seu livro Desenhando Superfícies, Renata Rubim cita algumas técnicas

utilizadas neste segmento, e dá maior atenção ao rapport, que consiste em uma

forma de representação onde o desenho básico se encontra em repetição. A

denominação em inglês é repeat.

Os padrões em rapport podem apresentar variações em sua forma de apresentação, desde as mais simples até as mais complexas. Na forma simples não é necessário nenhum conhecimento específico para poder identificar a imagem em repetição (módulo). (RUBIM, 2013, p.52)

Figura 7: Exemplo de rapport - Estampa Quero-Quero Fonte: Melissa Aguiar (2014).

Rapport é uma palavra francesa que se traduz por relação, ou em termos populares, de repetição. É uma técnica de desenho de estamparia corrida, que se refere à continuidade de um módulo de desenho, não existe princípio nem fim da estampa. No entanto, para que isso se dê é necessário desenvolver o desenho, de modo que os motivos se encaixem na extremidade superior, inferior e lateral, respeitando as dimensões das telas de impressão. (YAMANE, 2008, p.75)

Para Ruthschilling (2008) ʻʻo princípio da padronagem é a propagação do

módulo, sendo este a menor área que inclui todos os elementos visuais que

constituem o desenhoʼʼ. Sendo assim é importante a análise da repetição destes

módulos, que devem ser contínuos e gerar uma harmonia visual.

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Figura 8: Exemplo de sistema de módulo e rapport Fonte: Ruthschiling (2008, p. 69).

Sobre o aspecto projetual, Ruthschilling (2008) afirma que, mesmo utilizando uma metodologia adequada, “é na composição visual onde se encontra o maior controle do projetista. A concepção da arte (desenho), ou seja, a criação dos elementos visuais e a maneira como se arranjam sobre o fundo, define o sucesso do trabalho”. Ainda afirma que não existem fórmulas para a concepção de superfícies, mas aponta princípios básicos herdados do design têxtil e cerâmico: a noção de módulo e repetição; que atualmente perderam sua condição fundamental em meio aos processos digitais, mas que permanecem como conhecimento da área (RUTHSCHILLING, 2008).

Quando se trata de rapport, para Rigon (2012) existem cinco tipos de

sistemas de repetição, o Sistema Alinhado, onde as células são mantidas em

alinhamento, repetindo-as sem o deslocamento da origem, dentro desta forma de

sistema existem algumas possibilidades de variações, entre elas: translação, rotação

e reflexão. O Sistema Não Alinhado onde as células não são alinhadas, podendo

variar pelo deslocamento irregular, de 50 por cento de deslocamento por exemplo.

Também o Sistema Progressivo que obedece lógicas pré-determinadas e o Sistema

Multi-módulos, onde é constituído por sistemas menores, desta forma, o sistema

menor funciona como um módulo, repetindo-se. E por último o Sistema de

Composição por encaixe, onde não há sequências pré-definidas ou continuidade

sistemática e o efeito se dá pela contiguidade, ritmo, cor e equilíbrio de pesos

visuais das texturas.

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Para projetar uma superfície não existem fórmulas certas e erradas, porém, existem técnicas que auxiliam e podem mostrar caminhos a serem seguidos na construção do trabalho. Atualmente, os princípios básicos clássicos do Design de Superfície – construções de módulos e seus sistemas de repetição – herdados do design têxtil e cerâmico, com o avanço das tecnologias digitais e híbridas, deixaram de ser uma condição necessária no desenvolvimento de projetos, porém permanecem enquanto conhecimentos fundamentais da área. (RUTHSCHILLING, 2008)

Mais especificamente voltado ao design têxtil, Udale (2009 apud FLORIANO,

2012, p. 58) aponta alguns princípios básicos como: a) Escala - tamanho do motivo

em proporção à aplicação na peça final; b) Padronagem e repetição - como o design

flui na peça, se há uma direção, uma parte superior ou inferior; c) Posicionamento -

o local onde será aplicada uma estampa ou um beneficiamento, a verificação da

possibilidade de um tratamento contornar a peça em reprodução industrial; d) Cores

- seleção de uma paleta de cores baseada no tema da coleção; e) Peso, textura e

superfície - analisar o peso do tecido e sua interferência na aplicação do design, e

se uma textura beneficia a composição final. Neste ponto, o peso do fio e o tamanho

e tipo de ponto ou da trama afetam a textura.

Caminhando lado a lado com o design de superfície as cores possibilitam

inúmeros resultados com características bem diversificadas, que irão surgindo de

acordo com o conceito utilizado. Devido ao fato deste trabalho ter como público

crianças de 6 a 10 anos de idade e brincar constantemente com a ideia das

histórias, de fantasias e imaginação, várias experimentações com cores podem ser

observadas.

Podemos, portanto, falar que a cor é “bem” utilizada ou “mal” utilizada? Pergunta de difícil resposta, pois cor é um tema de difícil avaliação, pois é carregado de subjetivismo. Tanto na percepção individual, como na cultural, na regional, a religiosa etc. Diferentes povos ou etnias têm ligações totalmente distintas com uma determinada cor ou grupos de cores. É fascinante poder perceber essas diferenças. (RUBIM, 2013, p.54)

Seguem abaixo exemplos da aplicação do design de superfície em áreas

variadas:

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Figura 9: Design de superfície em alpargatas Fonte: Renata Rubim (2014).

Figura 10: Revestimento cimentício - Catavento Fonte: Renata Rubim (2011).

Figura 11: Design de superfície em biquíni Fonte: Wagner de Carlos (2010).

Figura 12: Design de superfície aplicado em papel de parede Fonte: Marcelo Rosenbaum (2010).

O mundo da moda (aqui entende-se moda como um processo voltado não

apenas para mercado de luxo e prêt a porter (pronto para levar), mas também para

peças íntimas) é irreverente e competitivo, e a cada dia é preenchido com novidades

e tendências, sendo assim este projeto busca alcançar algo diferenciado e que

agrade ao público alvo e interessados no assunto. RUBIM (2005) ʻʻconsidera um

trabalho de design de superfície quando se tratar de resultado de um projeto oriundo

de um processo criativo, original e únicoʼʼ.

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Fica difícil pensar o design de moda sem a estampa. A não ser que faça parte do conceito da marca ou de determinada coleção, a estampa é parte essencial do design de moda e o que mais confere personalidade a um produto. Trazem valor agregado à marca. Algumas marcas de moda, como a Farm no Brasil e os europeus Stella Jean, Duro Olowu e Mary Katrantzou, por exemplo, têm como elemento-chave a estamparia. (BERTO, 2014)

Rubim (2013) também afirma que “é fundamental ter um bom conhecimento

do mercado que vai consumir esses produtos, para que seu projeto esteja em

consonância com o público”.

As tendências de moda entram aqui como elemento também estratégico. Para agradar aos gostos do público, além de estudá-lo bem, é preciso realizar a pesquisa de tendências para saber o que o consumidor vai desejar daqui a uma, duas, três estações. A estamparia é uma das formas mais literais e mais fáceis de comunicar ao público que determinada tendência está sendo utilizada, através das cores e do desenho do rapport. O tema da coleção também é facilmente transmitido pela estamparia, coisa que, em elementos mais sutis, como a silhueta, a cartela de cores ou detalhes como aviamentos e aplicações nem sempre quem está comprando capta de fato o que a equipe de design quis dizer naquela coleção. (BERTO, 2014)

4.1 TECIDOS

Tanto para o design de superfície quanto para o design de moda estudos

sobre os tecidos devem ser realizados tendo em vista que são eles que darão corpo

e estrutura aos projetos.

São muitos os aspectos variantes que precisam ser considerados para a definição de uma superfície têxtil, como conforto, maleabilidade, desempenho, função, leveza, resistência, valor estético, cor, estampa, textura, composição e durabilidade. Por meio do conhecimento da composição e dos processos produtivos dos tecidos, o designer tem possibilidade de criar superfícies com maior eficiência e controle do resultado. (FLORIANO, 2012)

O conforto é uma característica imprescindível na lista de benefícios do

projeto em questão pois trata-se de peças utilizadas para dormir, um momento onde

todos as crianças procuram descanso e relaxamento após um longo dia na escola,

na casa da avó ou exercendo outras atividades, sendo assim torna-se muito

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importante o estudo e pesquisa a respeito do tecido (características e classificações)

que se encaixa melhor no momento da produção.

Treptow (2007) afirma que os tecidos são constituídos pelo entrelaçamento

de fios têxteis formados por um único tipo de fibra ou pela mistura de fibras, e que

estas possuem origens diversas podendo ser natural, artificial, sintética ou não

sintética. As fibras naturais são adquiridas dentro do reino animal, vegetal ou mineral

juntamente com artificiais, porém estas necessitam de tratamento físico e químico

para adquirirem características têxteis. As fibras sintéticas são obtidas através de

reações químicas de macromoléculas, como é o caso do poliéster, oriundo do

petróleo, e as não sintéticas são produzidas a partir do corte de filmes sintéticos,

como laminados metálicos.

Figura 13: Fibras Têxteis Fonte: Procon (2015).

Ainda segundo a autora, convencionou-se o nome tecido para os artigos

têxteis obtidos através de teares planos, com entrelaçamento de fios transversais e

horizontais (trama e urdume), o chamado tecido plano, que possui estabilidade e

resistência e é utilizado em várias aplicações, como vestuário, decoração

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(estofados, cortinas, lençóis, toalhas), embalagens (sacos de juta), esportes

(paraquedas, vela para barcos); o tipo de ligamento utilizado em um tecido plano é o

que definirá seu caimento. O ligamento mais simples é o tipo Tela ou Tafetá, onde o

fio de urdume passa uma vez por cima da trama e uma vez por baixo. Além do

tecido plano existem a Malha Circular que é obtida através de laçadas formando um

tecido tubular, a Malha Retilínea que obedece o princípio do tricô artesanal, sendo

produzida por laçadas de agulhas em um tear plano, as Rendas, oriundas da

formação de desenhos vazados obtidos por teares especiais que permitem a

movimentação dos fios em diagonal, as Passamanarias, obtidas por trancamento de

fios, formando cadarços, fitas e elásticos, e os Tecidos Não-tecidos, onde as fibras

são agrupadas por umidade e pressão formando uma manta compacta por processo

de feltragem.

Levando em consideração o conteúdo abordado buscou-se realizar uma

pesquisa em algumas lojas fornecedoras com intuito de manusear e perceber

algumas características do tecido, além de decidir qual seria o melhor indicado para

a confecção de pijamas.

A escolha de tecidos para uma coleção não depende apenas da preferência estética do designer. Deve-se considerar a adequação do tecido ao artigo que se pretende produzir e o seu custo, pois a matéria-prima é o principal elemento formador do custo dos artigos de vestuário. (TREPTOW, 2007, pag. 123)

Logo após, concluiu-se que o ideal para a confecção dos pijamas seria a

malha de algodão devido à sua leveza, suavidade e conforto que auxiliam na hora

de dormir.

4.2 PROCESSOS DE IMPRESSÃO

Para a elaboração deste projeto é necessário o entendimento dos processos

de impressão têxteis existentes no mercado, buscando reconhecer características

particulares e benefícios que podem trazer para o produto final, como resistência,

qualidade, viabilidade, custos, etc. Segundo Yamane (2008) “a finalidade da

estamparia é dar vida ao tecido, muitas vezes os tecidos com defeito são

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recuperados por este processo, já que os desenhos cobrem o defeito indesejável”.

Na moda, a função da estamparia é prover cunho estético à roupa ou coleção que

será confeccionada. É agregar valor ao tecido.

As técnicas mais utilizadas consistem em: serigrafia, estamparia digital e

sublimação.

4.2.1 Serigrafia

A renomada gráfica online Print, que atua há 25 anos no mercado gráfico

brasileiro define a Serigrafia, também conhecida como silk-screen ou impressão a

tela, como um processo de impressão à base de estêncil na qual a tinta é forçada

através de um crivo fino para o substrato abaixo dela. Segundo a mesma, esta é

uma técnica de impressão muito versátil e permite obter uma grande variedade de

resultados. O processo de impressão consiste nas seguintes fases:

Fazer um quadro com a tela para a silk (Figura 14);

Aplicar a emulsão sensível à luz na tela matriz (Figura 15);

Posicionar o fotolito entre a luz e a tela para exposição (Figura 16);

Aguardar o tempo de exposição que deve ser medido de acordo com o

tipo de luz , emulsão, etc;

Após o tempo adequado de exposição à luz,lavar a tela. O local

sensibilizado pela luz é fixado na matriz, restando apenas a área vazada

(Figura 17);

Posicionar a tela sobre a folha ou superfície que pretende imprimir (Figura

18);

Despejar a tinta sobre a área protegida pela emulsão e, com o rolinho

adequado, espalhar uniformemente a tinta pela tela (figura 19);

O desenho está finalizado.

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Figura 14: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

Figura 15: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

Figura 16: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

Figura 17: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

Figura 18: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

Figura 19: Serigrafia Autor: Gráfica Print (2015).

De acordo com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas) “os consumidores dos serviços prestados por uma serigrafia podem ser

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do setor de calçados, roupas, brindes, do próprio setor gráfico, do setor de

comunicação ou mesmo pessoas físicas que buscam algum diferencial em

presentes ou serviços próprios”. E segundo a Associação Brasileira da Indústria

Gráfica (ABIGRAF), o setor movimentou, em termos mundiais, cerca de US$ 722

bilhões em 2008. O Brasil, no mesmo ano, produziu cerca de R$ 28,6 bilhões, teve

uma pequena queda de 0,3% para o ano de 2009 e um forte aumento no ano de

2010, totalizando R$ 29,7 bilhões.

4.2.2 Estampa digital

Para Yamane (2008) “o termo digital surgiu pelo fato de que as imagens são

desenvolvidas e enviadas para a gravação/impressão através de softwares que as

utilizam”. Segundo a mesma, os desenhos ou estampas dentro desse processo

podem ser elaborados em programas diversos, como: Adobe Photoshop, Adobe

Illustrator e CorelDraw; sendo assim não existe a necessidade de separação de

cores. Em seguida os arquivos são salvos com resolução máxima de 300 dpi para a

impressão.

Figura 20: Exemplos de impressão digital Fonte: BLUR – Impressão Digital Têxtil (2012).

O processo de impressão têxtil digital acarreta um grande benefício: a

diminuição de custos, pois evita o uso de cilindros ou a gravação de telas, visto que

basta apenas enviar o desenho/projeto para a central de estampagem.

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Figura 21: Impressão digital em tecido Fonte: RValentim (2010).

O desenvolvimento de tecnologias digitais é um importante caminho para satisfazer as necessidades dos clientes e do mercado. Em um mercado cada vez mais globalizado, onde a moda e o comportamento ajudam a ditar o ritmo das inovações os consumidores exigem a comercialização de artigos com uma grande variedade de cores e desenhos (motivos). Isso faz com que haja necessidade de um sistema de produção com um alto grau de adaptabilidade e flexibilidade. (YAMANE, 2008, pag. 109)

4.2.3 Sublimação

Neste processo o desenho é primeiramente impresso em um papel especial

para a função, logo após é transferido para o tecido com o apoio de uma máquina

que exerce pressão em alta temperatura (150 e 200 ºC). Para Corsini (2010) “a arte

deve ser feita invertida, como se estivesse em frente a um espelho, para que depois

da transferência ela fique no sentido certo”. Isso é feito não somente para o transfer

sublimático, mas para qualquer tipo de transfer. Neste tipo de impressão são

utilizadas tintas sublimáticas, que em sua maioria aderem somente em tecidos que

tenham fios sintéticos (poliéster) em sua composição.

Além de roupas e tecidos em geral, a sublimação pode ser utilizada na

impressão de imagens em outros tipos de objetos, como canecas, canetas, chinelos,

etc.

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Figura 22: Produtos sublimáticos Fonte: RIMAQ (2011).

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5 PROJETO

Devido a formação do autor em um Curso de Formação de Docentes

(Magistério) e seu contato contínuo com crianças na família, surgiu uma

preocupação quanto a afinidade das mesmas com a leitura. A televisão juntamente

com a tecnologia aplicada em produtos interativos infantis vem substituindo gestos

antes comuns entre as famílias, como uma boa leitura para antes de dormir.

Portanto, toda essa revolução tecnológica está no centro das grandes transformações que ocorrem em todos os aspectos da vida humana e impulsionam, não apenas a economia e a mercantilização, mas também o elemento mais importante para o desenvolvimento: o conhecimento. Essas transformações incluem novas relações de trabalho, novas concepções de tempo, de espaço, de mundo, de infância, bem como novos estilos de vida, novas identidades. Isso leva a crer que o presente e o futuro da humanidade estão indelevelmente marcados pelas tecnologias e a questão que se coloca não é só como as tecnologias são usadas, mas se influenciam na forma como a sociedade encara a infância e, em particular, suas brincadeiras. (GUTIERREZ, 2014, p. 7)

A apropriação destas tecnologias pode influenciar no desenvolvimento

intelectual das crianças a partir do momento em que fornece meios de pesquisa

muito rápidos e eficazes, eliminando o esforço em busca de soluções, pode também

interferir na formação social, pois o convívio com outras crianças perde espaço para

horas e horas na frente de telas de computadores, celulares, tablets e tv. Em muitos

casos, para suprir a ausência em casa ou momentos que requerem a sua

participação, mães e pais compram estes produtos para seus filhos contribuindo

para este processo de desvalorização da relação familiar.

No cotidiano infantil, a introdução da tecnologia, por meio de computadores e jogos eletrônicos, alterou as formas de brincar, mudou o uso do tempo livre, dos espaços necessários para brincadeiras, trouxe novas linguagens, desenvolveu novos consumos, além de ter trazido mudanças nas formas de ler e de escrever, já que saímos do papel e caneta para a tela do computador – limitamos o uso dos textos escritos para darmos relevância às figuras e imagens. Isso significa que as mídias e as tecnologias transformaram as brincadeiras das crianças e, concomitantemente, alterou a forma com que elas se interagem umas com as outras. (MARTINS, 2011 apud GUTIERREZ, 2014).

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Sendo assim este projeto busca desenvolver uma linha de pijamas-

brinquedo que estimulam a leitura antes da hora de dormir, além de estreitar os

laços entre filhos e pais.

As peças terão uma dinâmica e trabalharão com recompensas. Juntamente

com os pijamas virão partes separadas (personagens ou formas variadas) que serão

entregues às crianças pelos seus pais ou responsáveis apenas se houver um tempo

reservado para a leitura antes de dormir, ou seja, leu? Ganhou uma parte que

completa o seu pijama! Um consenso por parte de todos os envolvidos quanto ao

horário e a frequência da leitura deve ser levado em consideração. Ao longo do

trabalho esta dinâmica será melhor explicada. Tratando-se do lado comercial o

projeto seria vendido da seguinte maneira: uma embalagem temática contendo o

pijama, as peças que o completam, e algumas histórias do autor homenageado, no

caso da primeira linha, Ana Maria Machado.

Para dar vida aos produtos trabalhou-se o design de superfície, que teve

como inspiração a interpretação gráfica de crianças pertencentes ao público-alvo por

meio de tintas, lápis de cor e recortes. Posteriormente este material foi trabalhado

para dar origem as estampas, as quais foram aplicadas em modelos diversos na

geração de alternativas.

5.1 METODOLOGIA

Este projeto teve sua origem na união de três metodologias pertencentes a

áreas diferentes. Para o processo de inspiração, onde buscou-se conteúdo artístico

infantil para dar vida as estampas o autor se baseou na obra “Literatura Infantil:

Gostosuras e bobices” da pedagoga e escritora Fanny Abramovich, que ressalta a

importância da leitura na infância e traz maneiras de se realizar momentos de

contação de histórias. A elaboração das estampas também teve amparo nos

conhecimentos da autora Renta Rubin, nome importante para o design de superfície

no Brasil, e complementados por outros autores da área, como por exemplo a

professora Evelise Ruthschilling. Para o processo de criação dos modelos levou-se

em consideração a metodologia criada pela Estilista e professora Doris Treptow,

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encontrada em seu livro Inventando Moda: Planejamento de coleção, onde aborda

temas como público-alvo, inspiração, estampas, modelos e protótipo.

5.2 PÚBLICO ALVO

Segundo Treptow (2009) "sempre que desenvolver um novo produto, seja

ele um eletrodoméstico, um carro, ou uma coleção de moda, o designer deve levar

em consideração a que tipo de consumidor (público-alvo) ele se destina".

O mercado de artigos de moda está dividido em três grandes mercados quanto ao gênero: feminino, masculino e infantil. O mercado de moda feminina representa a maior fatia, com 57% dos negócios realizados, seguido por um crescente mercado de moda masculina que hoje representa 24% da indústria de confecção. O mercado infantil é o menor segmento de consumo. (TREPTOW, 2007 apud JONES, 2002, p. 47).

O público alvo escolhido para o desenvolvimento deste trabalho engloba

crianças dos seis aos dez anos de idade, de ambos os sexos, pertencentes a

classes A e B (por ter um custo de produção elevado) e que utilizam ou gostariam de

utilizar o pijama como vestimenta na hora de dormir. Optou-se por esta parcela

devido ao seguinte motivo: engloba tanto as crianças que estão no início do

processo de alfabetização (6, 7 anos), sendo o pijama um estimulador da leitura,

quanto os mais velhos (8,9 e 10 anos) atuando como uma ferramenta para que não

haja a perda do hábito e funcione no estreitamento dos laços familiares, tendo em

vista que a dinâmica da peça funciona a partir da relação da criança com seus pais,

tios, amigos, ou qualquer outra pessoa responsável.

A idade mais propícia para o início da alfabetização está entre os seis e os sete anos. Todo o processo poderá durar até dois anos, tudo vai depender da maturidade da criança dos estímulos que ela recebeu dos adultos, especialmente dos pais, e do seu próprio ritmo, que é diferente entre uma criança e outra." (PORTAL DA EDUCAÇÃO)

Segundo Papalia, Olds e Feldman (2010) o desenvolvimento da criança se

divide em cinco fases: Período pré-natal (da concepção ao nascimento), Primeira

infância (do nascimento até os três anos), Segunda infância (dos três aos seis anos),

Terceira infância (dos seis aos 11 anos) e Puberdade e adolescência (dos onze até

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cerca de vinte anos). Levando em consideração esta análise o projeto em si tem

foco na terceira infância, que segundo as autoras é o período onde as evoluções

ocorrem da seguinte maneira: O crescimento desacelera, a força e as habilidades

atléticas melhoram, as doenças respiratórias são comuns, mas a saúde geralmente

está melhor do que em qualquer outra época do ciclo de vida (evoluções físicas), o

egocentrismo diminui, as crianças começam a pensar logicamente, mas de maneira

concreta, as habilidades da memória e da linguagem melhoram, os ganhos

cognitivos permitem que as crianças se beneficiem da educação formal, algumas

apresentam competências ou dificuldades especiais de aprendizagem formal

(evoluções cognitivas), a auto percepção torna-se mais complexa afetando a

autoestima, o compartilhamento de regras reflete a passagem gradual do controle

dos pais para as crianças e a turma de amigos assume importância central

(evoluções psicossociais).

Para um maior entendimento de uma parte deste público buscou-se

referências nas teorias de Piaget, um dos maiores pensadores do século XX e

mundialmente reconhecido por seus estudos com crianças. Quando se trata de

desenvolvimento cognitivo, este pensador acredita que as crianças de idade entre 7

e 11 anos se enquadram num período de desenvolvimento chamado Sub Período de

Operações Concretas.

O primeiro é o período de inteligência sensório-motora, que se estende de nascimento até o aparecimento de linguagem, aproximadamente durante os dezoito primeiros meses de vida. O segundo período estende-se dessa época até cerca de onze ou doze anos e consiste na preparação para operações concretas de classes, relações e números, e sua realização. O terceiro período, o de operações formais, começa aproximadamente aos doze anos e atinge seu pleno desenvolvimento cerca de três anos mais tarde. O segundo período é por ele subdividido. O Período IIA estende-se de dezoito meses, mais ou menos, até cerca de sete anos e é um período pré-operacional. Subdivide-se, novamente, em dois estádios; o primeiro estende-se até cerca de quatro anos e é por ele chamado de estádio pré-conceitual; o segundo é o estádio intuitivo. O Período IIB estende-se mais ou menos dos sete anos até a adolescência e é o período de operações concretas. (BEARD, 1978)

Segundo o autor, dos sete aos 11/12 anos de idade as crianças classificam

ou fazem séries de duas ou mais maneiras simultaneamente, imaginam vistas de

outros pontos de observação além dos seus, medem com referência a dois eixos ao

mesmo tempo, apreciam inter-relações de um todo com suas partes ou de uma

classe com suas subclasses e assim por diante.

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Figura 23: Fases do desenvolvimento cognitivo por Piaget Fonte: Anaí Haeser (2013).

Algumas questões foram aplicadas a crianças pertencentes a este público

em busca de um melhor entendimento da realidade que vivem, opiniões e

preferências, que juntos viriam a auxiliar no processo de criação (Questionário em

anexo). As perguntas foram as seguintes:

1. Quantos anos você tem?

2. Qual a atividade você mais gosta de praticar?

3. Você já usa tablete ou celular? Para quê?

4. Que tipo de programas você costuma assistir?

5. Você tem um personagem predileto?

6. Você gosta de ler?

7. Que tipo de obras você lê? Quadrinhos? Livros de ciência? Histórias de

aventura?

8. Você costuma ler antes de dormir? Sim, não e porquê?

9. Você usa pijamas para dormir? Sim, não, e porquê?

10. Você gostaria de usar um pijama que vai sendo completado de acordo

com as histórias que você lê antes de dormir?

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De acordo com as respostas é evidente a propagação dos aparelhos

eletrônicos entre as crianças, levando em consideração que entre as cinco

entrevistadas todas possuíam tablets, e três possuíam celulares. A tv também faz

parte desta realidade trazendo programações diárias em canais fechados e

ocupando uma boa parcela do dia delas, os desenhos animados são os campeões

de audiência. As atividades relatadas têm forte ligação à escola, como jogos e

esportes. Os gêneros de leitura mencionados foram: quadrinhos, história de

aventura e contos de fada. Nem todas utilizam o pijama para dormir, mas alegaram

que gostariam de ter um pijama como o que vem sendo proposto neste projeto.

5.3 INSPIRAÇÃO

Em busca de inspiração e conteúdo para o posterior processo de criação

das estampas realizou-se com quatro crianças de idades entre 6 e 10 anos

momentos que envolviam narração de histórias e interpretação oral e figurativa das

mesmas. Neste processo foram escolhidos três contos da escritora Ana Maria

Machado: “O gato do mato e o cachorro do morro”, “Beijos Mágicos” e “Menina

bonita do laço de fita”, ambos pelo teor lúdico e por tratarem de uma forma leve

temas diversos como separação dos pais, diversidade e amizade. O processo se

dividiu em três fases: Narração, reflexão e interpretação (desenhos, recortes e

escrita). Uma história foi trabalhada em um dia, e as outras duas no outro, sempre

com pausas para não gerar desconforto as crianças.

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Figura 24: Crianças escolhidas para a atividade Fonte: Autor (2015).

Os contos da escritora brasileira Ana Maria Machado foram escolhidos devido

a admiração do graduando pela sua história de vida e profissional. Segundo o site

oficial da Academia Brasileira de Letras, a autora nasceu em Santa Teresa, Rio de

Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1941, e estudou no Museu de Arte Moderna do

Rio de Janeiro e no MoMa de Nova York, e formou-se em letras neolatinas, em

1964, na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Deu aulas na

Faculdade de Letras na UFRJ e na Escola de Comunicação da UFRJ e também na

PUC Rio, além de lecionar em Paris e na Califórnia.

Figura 25: Ana Maria Machado Fonte: Bruno Veiga (2014).

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Em 1969, após ser presa pelo governo militar, deixou o Brasil e foi para o

exílio e levou consigo algumas histórias infantis que estava escrevendo para a

Revista Recreio. Em Paris foi jornalista para a Revista Elle e professora de

português na Sorbonne. Junto com uma sócia, criou a primeira livraria especializada

em literatura infantil do Brasil, a Malasartes. Em 1980 deixou de lado o jornalismo

para se dedicar ao que mais gostava, escrever seus livros. Ana Maria, além de ter

sido ocupante da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, recebeu

inúmeros prêmios e ainda hoje exerce atividades na promoção do livro e incentivo à

leitura. Entre suas obras mais importantes estão: Amigos secretos; Aos quatro

ventos; Bento-que-Bento-é-o-Frade; Bisa Bia Bisa Bel; Camilão, o Comilão; Dia de

chuva; A jararaca, a perereca, a tiririca, entre muitos outros.

A literatura infantil é muito importante para a criança, pois ela permite sonhar, enfrentar medos, vencer angústias, desenvolver a imaginação, viver outras vidas, conhecer outras civilizações. Além disso, dá acesso a uma parte da herança cultural da humanidade, como o direito a conhecer Dom Quixote, algumas histórias da Bíblia, o Cavalo de Tróia...”. (RAMALHO apud MACHADO, 2015).

Dando continuidade ao processo as histórias foram lidas com entonação,

sons variantes, pausas para questões e lançamento de ideias para reflexão, sempre

com o intuito de despertar a curiosidade e estimular a imaginação das crianças, que

posteriormente dariam vida ao papel, com cores e formas variadas.

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Figura 26: Leitura de História: O gato do mato e o cachorro do morro Fonte: Autor (2015).

Para contar uma história -seja qual for- é bom saber como se faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes.... Se capta o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção.... Ou se brinca com a melodia dos versos, com o acerto das rimas, com o jogo das palavras.... Contar histórias é uma arte...e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declamação ou teatro.... Ela é o uso simples e harmônico da voz. (ABRAMOVICH, 1994, p. 18)

A autora reforça também que é sempre bom evitar as descrições imensas e

cheias de detalhes, saber usar as modalidades e possibilidades da voz, saber

começar o momento da contação e mostrar para a criança que o que ela leu está

impresso em algum lugar.

Para que se tenha uma boa narração é bom que quem esteja contando crie todo um clima de envolvimento, de encanto.... Que saiba dar pausas, criar os intervalos, respeitar o tempo para o imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizar seus monstros, criar seus dragões, adentrar pela casa, vestir a princesa pensar na cara do padre, sentir o golpe do cavalo. Imaginar o tamanho do bandido e outras coisas mais. (ABRAMOVICH, 1994)

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Figura 27: Leitura de História: Beijos Mágicos Fonte: Autor (2015).

Figura 28: Auxílio de Tecnologia para contação de histórias Fonte: Autor (2015).

Após a leitura de cada história estimulava-se uma reflexão junto com as

crianças, para saber o que entenderam e aprenderam; momento este que viria a

auxiliar na fase de interpretação figurativa (desenhos e recortes).

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Querer saber mais sobre aflições, tristezas, dificuldades, conflitos, dúvidas, sofrências, descobertas que outros enfrentam, para poder compreender melhor as suas próprias, faz parte das interrogações de qualquer ser humano em crescimento. (ABRAMOVICH, 1994, pag. 98)

A primeira história (O gato do mato e o cachorro do morro) trazia temas

como a amizade e o respeito ao próximo, além do trabalho coletivo, a segunda

(Beijos Mágicos) abordava a separação de pais e a presença da madrasta, de uma

maneira bem sutil e envolvente, e a terceira ( Moça bonita do laço de fita) brincava

com a questão das diferenças, trazendo a personagem principal como um coelho

branco que gostaria muito de ser “pretinho” como a moça bonita do laço de fita,

devido a sua admiração pela mesma.

Os contos de fadas mantêm uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filho), que desequilibra a tranquilidade inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas, anões, duendes, gigantes etc.). A restauração da ordem, acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmite à criança a ideia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo. (TEIXEIRA apud ABRAMOVICH, p. 120)

Figura 29: Reflexão sobre a história lida Fonte: Autor (2015).

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Para Abramovich (1994) “o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o

musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o

escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra) ”.

Após a contação foram fornecidos diversos materiais, e cada história foi

interpretada com o auxílio de técnicas diferenciadas. Para a primeira utilizou-se

tintas e pincel, na segunda lápis de cor e canetinha, e na terceira recorte de papéis

coloridos e cola.

Figura 30: Materiais Fonte: Autor (2015).

Figura 31: Materiais Fonte: Autor (2015).

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Figura 32: Materiais Fonte: Autor (2015).

Nas imagens a seguir estão agrupados todos os desenhos feitos pelas

crianças em folhas A4:

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Figura 33: Desenhos Fonte: João, Maria, Kauã e Yasmin (2015).

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Figura 34: Desenhos Fonte: João, Maria, Kauã e Yasmin (2015).

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5.4 ESTAMPAS

Para a criação das estampas levou-se em consideração as técnicas

sugeridas pelas autoras Rubim e Ruthschilling, baseadas em repetição (rapport) em

busca de padronagens corridas. Primeiramente foram encontrados dentro dos

desenhos produzidos pelas crianças elementos que funcionariam como símbolos e

ajudariam na composição dos módulos.

Figura 35: Elementos Fonte: João, Maria, Kauã e Yasmin (2015).

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Posteriormente deu-se início à geração de alternativas. É importante

salientar que o autor buscou exercer o mínimo de interferências na arte das

crianças, vetorizando todos os detalhes sem modificação das formas, apenas

trocando algumas vezes as cores, com modificação de tom, contraste e fundo.

Trabalhou-se com diversos módulos para a montagem das superfícies,

alguns mais simples que utilizam apenas um ou dois elementos para a composição

e outros mais complexos, formados por mais de três. O interessante dentro dos

módulos mais complexos é que após a repetição eles se encaixam de um modo que

o seu reconhecimento se torna mais difícil.

A seguir as alternativas de estampas podem ser observadas, acompanhadas

dos seus respectivos módulos e do esquema de repetição realizado, onde a letra “M”

significa o módulo e sua transição.

Figura 36: Estampa 1 Fonte: Autor (2015).

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Figura 37: Estampa 2 Fonte: Autor (2015).

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Figura 38: Estampa 3 Fonte: Autor (2015).

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Figura 39: Estampa 4 Fonte: Autor (2015).

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Figura 40: Estampa 5 Fonte: Autor (2015).

Todas as crianças trouxeram uma interpretação mais figurativa das histórias,

representando através das linhas e cores os animais, casas, as personagens

principais, os elementos da natureza etc. Em alguns casos foram observados traços

mais abstratos representando movimento por exemplo.

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Figura 41: Estampa 6 Fonte: Autor (2015).

Na maioria das estampas os desenhos foram misturados, ou seja, cada uma

pode conter elementos obtidos na interpretação de histórias diferentes, gerando

assim novas interpretações.

Por conter desenhos de quatro crianças, tem-se a impressão de que foram

lidas mais que apenas três histórias, pois a estética obtida em cada estampa é

completamente diferente da outra. Constatou-se assim que que a imaginação infantil

é algo muito interessante a ser trabalhada em processos criativos, além de

possibilitar resultados instigantes, é quase ilimitada.

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Figura 42: Estampa 7 Fonte: Autor (2015).

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Figura 43: Estampa 8 Fonte: Autor (2015).

A junção de traços dentro das estampas também foi levada em

consideração. Os desenhos com pincel são mais soltos e sinuosos, os de lápis de

cor se estruturam em linhas mais contidas e os recortes trazem elementos mais

diferenciados, tendo em vista que as crianças ainda não dominam a tesoura com

precisão. Eles foram mantidos intencionalmente, visando a busca de identificação de

quem viria adquirir este produto. Tanto pertencentes ao público-alvo quanto um

adulto ao observarem estas estampas imediatamente as associam ao universo

infantil, onde a beleza está na imperfeição, na busca da representação da realidade

de uma maneira livre e sem restrições.

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Figura 44: Estampa 9 Fonte: Autor (2015).

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Figura 45: Estampa 10 Fonte: Autor (2015).

A seguir seguem as estampas escolhidas para dar vida aos pijamas e os

módulos utilizados na elaboração:

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Figura 46: Estampa escolhida 1 Fonte: Autor (2015).

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Figura 47: Estampa escolhida 2 Fonte: Autor (2015).

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Figura 48: Estampa escolhida 3 Fonte: Autor (2015).

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Figura 49: Estampa escolhida 4 Fonte: Autor (2015).

5.5 MODELOS

Após a criação das estampas deu-se início a geração de alternativas. De

acordo com Treptow 2007 ʻʻpara a elaboração dos modelos o designer deve esboçar

pelo menos três propostas para cada peça definidaʼʼ. Como este projeto abrange a

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criação de uma linha de pijamas buscou-se uma maior quantidade de esboços para

esta única peça. A sugestão de três propostas para cada modelo não é o limite

máximo de esboços, mas o mínimo.

Figura 50: Esboços Fonte: Autor (2015).

O esboço não possui compromisso estético: ele serve para que o designer transfira para o papel, de maneira rápida, uma série de ideias. Muitas vezes pode ser apenas um lado da peça desenhado (direito ou esquerdo) ou mesmo uma anotação por escrito. Também não possui compromisso comercial, por isso o designer pode dar vazão à criatividade sem preocupar-se com a viabilidade das peças. (TREPTOW, 2009, p. 140)

Em seguida foram elaborados alguns croquis, que buscam transmitir a

relação das peças com o tema da coleção.

Enquanto o esboço é considerado apenas como as linhas iniciais e gerais de uma obra intelectual, um projeto, ensaio. O mais interessante é que a definição para croqui surge a partir daquelas outras, ou seja, “esboço de desenho”, o que nos faz pensar em uma representação inicial em linhas gerais e que vai além do representar apenas. Gerando um processo intelectual no desenvolvimento de um projeto ou ensaio. (MARTINO, 2007, p. 31).

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Figura 51: Croqui 1 Fonte: Autor (2015).

Figura 52: Croqui 2 Fonte: Autor (2015).

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Figura 53: Croqui 3 Fonte: Autor (2015).

Figura 54: Croqui 4 Fonte: Autor (2015).

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Figura 55: Croqui 5 Fonte: Autor (2015).

O processo de criação dos croquis e desenhos livres é importante pois a

partir do momento que não exige traços fiéis referentes ao que deve ser produzido

permite uma maior facilidade na expressão e imaginação. Sendo assim, algumas

ideias foram elaboradas, como por exemplo: peças que trouxessem uma estampa

única localizada, que se completa com a junção do shorts e a camisa (Figura 48),

pijamas com aberturas ao longo do corpo que permitem esconder e unir as peças

adquiridas (Figura 49) , modelo macacão com padronagem ocupando toda a

extensão do corpo e brincando com a ideia de encaixar figuras (Figura 50), pijamas

com uma disposição mais lúdica dos bolsos, os quais também podem ser usados

para guardar estas partes sobressalentes (Figura 51) e um modelo que poderia unir

diversas estampas em sua estrutura, dando um aspecto bem alegre à peça.

Viu-se a necessidade de cada roupa trazer um diferencial com relação aos

modelos pesquisados ao longo do trabalho, ou seja, aplicar às peças novas funções,

como por exemplo o fato de algumas formas dentro da estampa serem vazadas

possibilitando que após a leitura a criança possa completá-las.

Para auxiliar na melhor visão destes modelos, buscou-se por meio digital

aplicar as estampas em vetores desenhados em software Illustrator (programa para

vetor).

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Figura 56: Modelo 1 Fonte: Autor (2015).

Figura 57: Modelo 2 Fonte: Autor (2015).

Figura 58: Modelo 3 Fonte: Autor (2015).

Figura 59: Modelo 4 Fonte: Autor (2015).

Figura 60: Modelo 5 Fonte: Autor (2015).

Figura 61: Modelo 6 Fonte: Autor (2015).

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Figura 62: Modelo 7 Fonte: Autor (2015).

Figura 63: Modelo 8 Fonte: Autor (2015).

Figura 64: Modelo 9 Fonte: Autor (2015).

Figura 65: Modelo 10 Fonte: Autor (2015).

Após análise, levando em consideração gosto pessoal, resultado pretendido

e estética obtida, quatro modelos foram escolhidos para a fabricação dos protótipos.

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Figura 66: Modelo Escolhido 1 Fonte: Autor (2015).

O pijama da Figura 63 é formado por calça e camiseta e possui em sua

estrutura bolsos dispostos de uma maneira mais descontraída. Eles servem tanto

para decoração quanto para guardar as peças acumuladas ao longo das leituras

periódicas.

Figura 67: Modelo Escolhido 2 Fonte: Autor (2015).

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O macacão (Figura 64) é uma peça única com estampa corrida e apresenta

ao longo da extensão de seu corpo algumas figuras vazadas (em branco)

possibilitando que a criança encaixe as peças que virá a ganhar.

Figura 68: Modelo Escolhido 3 Fonte: Autor (2015).

Na Figura 65 observa-se um modelo com uma estrutura frontal diferenciada,

que funciona como um esconderijo das peças obtidas. Ela é feita em outro tipo de

tecido e possui um sistema de abre e fecha com auxílio de velcro.

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Figura 69: Modelo Escolhido 4 Fonte: Autor (2015).

Outro modelo elaborado (Figura 66) traz um bolso maior, que pode ser

usado tanto para o armazenamento das partes sobressalentes quanto para a

aplicação das mesmas em sua superfície.

Todos os modelos trabalham com a dinâmica das peças que se encaixam,

as quais podem ser coladas ou guardadas no próprio pijama, em outras roupas ou

apenas colecionadas.

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5.6 PROTÓTIPO

Na construção dos protótipos o autor buscou o auxílio de costureiras,

participando e auxiliando na confecção. Primeiramente ocorreu uma análise do

tecido para a distribuição das peças e corte. As estampas foram divididas e

impressas em 10 metros de tecido 100 por cento poliéster, sem presença de resina,

tornando-o mais maleável e confortável, também podendo ser utilizado para dormir.

Para a construção de pijamas infantis o ideal a ser utilizado é a malha em algodão,

mas nestes protótipos o poliéster foi levado em consideração devido o processo de

impressão escolhido. Tendo em vista que a impressão digital têxtil seria ideal mas

ainda é uma tecnologia não muito acessível e de custo elevado, optou-se pela

sublimação, que também apresenta total qualidade e traz fielmente as cores.

Quando um protótipo é diagnosticado com defeito, o molde deve ser corrigido e outro protótipo deve ser produzido pelo novo molde. Por isso é muito importante que designer e modelista acompanhem a montagem dos protótipos. (TREPETOW, 2009, p. 158)

Figura 70: Análise do tecido Fonte: Autor (2015).

Em seguida deu-se início a confecção dos moldes em cartolina, onde cada

parte da roupa é desenhada e utilizada como base para o recorte sobre o tecido.

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Com o auxílio de exemplares de pijamas e de uma tabela de medidas optou-se por

fazer dois modelos que atendam crianças de sete/oito anos (Tamanho 8) e dois para

crianças de 10/11 anos (Tamanho 12).

Figura 71: Desenho de molde Fonte: Autor (2015).

Figura 72: Peças do molde em cartolina Fonte: Autor (2015).

De acordo com Treptow 2009 "o molde final, independentemente do método

pelo qual foi desenvolvido, deverá receber inscrições que o identifiquem". São elas:

referência ou número do modelo, nome do componente da peça (ex: costas),

tamanho do manequim (Ex: 38, 40 ou P, M, G), quantidade de vezes que deve ser

cortado, e tecido em que deverá ser cortado.

A seguir segue o exemplo de uma ficha técnica de um dos pijamas que seria

utilizada em uma escala de produção maior:

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Figura 73: Ficha técnica Fonte: Autor (2015).

Para compor os pijamas e auxiliar tanto na parte estética quanto prática viu-

se a necessidade da inclusão de aviamentos, que são os materiais utilizados na

confecção de uma roupa além do tecido base. Entre esses materiais considerou-se

o uso de: botões em cores diversas, elástico, zíper, velcro e ribana, que consiste em

uma malha composta por 97 por cento de algodão e 3 por cento de elastano e

apresenta grande alongamento e elasticidade, utilizada para o arremate de punhos e

canelas.

Os aviamentos podem ser classificados quanto à sua função e quanto à sua visibilidade na roupa. Quanto à função os aviamentos podem ser componentes ou decorativos, quanto à visibilidade podem ser aparentes ou não aparentes. (TREPTOW, 2009, p. 130)

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Figura 74: Aviamentos Fonte: Autor (2015).

Posteriormente deu-se início a costura das peças, cada uma com sua

especificidade. Os pijamas foram montados com alguns centímetros a mais, pois

segundo as costureiras o poliéster tende a encolher após algumas lavagens.

Figura 75: Costura Fonte: Autor (2015).

Para facilitar no manuseio e organização, os modelos foram nomeados de

acordo com a temática das estampas, Modelo 1 Joaninhas, Modelo 2 Lagartos,

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Modelo 3 Coelhos e Modelo 4 Passarinhos. No total foram confeccionados quatro

modelos, sendo um macacão e três deles formados por calça e camisa.

Figura 76: Protótipos Fonte: Autor (2015).

Juntamente com os pijamas virão peças sobressalentes que podem ser

personagens das histórias ou outras formas, e servem para ser fixadas nas

superfícies dos próprios pijamas ou em outras roupas de acordo com o

consentimento dos pais, e até mesmo serem colecionadas.

Esta fixação ocorre da seguinte maneira:

O personagem ou forma é recortado em tecido;

Dependendo da estrutura do tecido, para facilitar o recorte de peças

menores, o mesmo pode ser entretelado. A entretela é um material

aplicado para estruturar e encorpar a peça. Devido ao fato de serem

pijamas, a entretela utilizada pode ser a de menor espessura, afim de

não causar desconforto na hora de dormir. Este material possui cola

em sua composição e adere ao tecido após o aquecimento com o

auxílio de ferro de passar ou prensa. Caso o tecido não seja muito

mole, o uso da entretela não é necessário.

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Em seguida utiliza-se um material conhecido no mercado da moda

como Filme termocolante. O ferro de passar deve estar quente, e o

filme termocolante sobre o verso da forma (personagem) a ser

aplicada, a mesma deve ser protegida com o papel siliconado (o lado

brilhante voltado para a cola) que acompanha o filme. Após alguns

segundos o papel deve ser retirado. A cola presente no filme agora

está depositada na forma, que posteriormente pode ser fixada no

pijama também com o auxílio do ferro.

Figura 77: Forma com entretela e com filme Fonte: Autor (2015)

Para o cliente final as peças chegariam já entreteladas e com o filme

termocolante, ou seja, sobrando ao mesmo apenas a função de fixá-las aos pijamas

após a leitura. É importante ressaltar que a dinâmica proposta pelos pijamas-

brinquedo deve ser sempre acompanhada dos pais ou responsáveis, levando em

consideração que se faz necessário a utilização de ferro de passar para sua

conclusão. Uma opção à parte e não menos interessante seria a fixação destas

formas por meio de costura.

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Figura 78: Cena de uso 1 Fonte: Autor (2015).

Figura 79: Cena de uso 2 Fonte: Autor (2015).

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Figura 80: Cena de uso 3 Fonte: Autor (2015).

Figura 81: Cena de uso 4 Fonte: Autor (2015).

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Figura 82: Cena de uso 5 Fonte: Autor (2015).

Figura 83: Aplicação das formas após a leitura Fonte: Autor (2015).

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5.7 MARCA E EMBALAGEM

A criação de uma marca é importante nesta etapa do projeto, pois agrega

valor ao produto e auxilia na construção de uma identidade. Por se tratar de um

projeto acadêmico, que ainda não possui vínculo com o mercado, explora-se esta

identidade através do logotipo e dos produtos, que carregam certos valores e

convicções.

Treptow (2007) traz uma abordagem a respeito da identidade da marca,

afirmando que é um dos diferenciais que podem influenciar o consumidor na sua

decisão de compra. Para ela, esta identidade é constituída de duas partes: a

Abstrata, que traz a reputação e prestígio do nome, e a parte Tangível, que seria o

aspecto físico do produto e embalagem. Ainda segundo Treptow (2007 apud

Rigueiral, 2002, p. 156) "a identidade é a mensagem que a marca projeta de si

mesma enquanto a imagem da marca é a leitura que o mercado faz dessa projeção,

é a percepção que o público tem da identidade".

Para a construção do logotipo, primeiramente buscou-se referência nas

ilustrações já elaboradas pelas crianças durante o processo de inspiração e após a

análise chegou-se à conclusão de que o desenho do pássaro (Figura 81) seria ideal

para a composição. Este símbolo é repleto de significados e representa

perfeitamente a ideia da marca. O vôo faz referência a libertação de pensamentos, o

subir sem medo, se arriscar, dar asas à imaginação.

Figura 84: Elemento para logotipo Fonte: Autor (2015).

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Como complemento optou-se por um fundo circular em, que brinca com a

ideia de céu, do infinito, da imensidão, da busca incessante pelo conhecimento.

O azul é a representação do imaterial, do transparente, já que sua cor se dilui na atmosfera causando uma impressão de desmaterialização. Por sua capacidade de abrir novos horizontes, o azul também pode tomar forma de fantasias e sonhos, abrindo as portas do inconsciente e pré-consciente. (LEANDRO, 2005).

O pássaro foi alterado para a cor amarela, que junto ao ciano do fundo

trazem uma certa sintonia, além de agradabilidade e conforto, por serem cores

primárias

A tipografia escolhida foi a fontdinerdotcom, pois além de possuir um

aspecto suave e ser de fácil legibilidade apresenta uma certa instabilidade, uma das

características presente no público-alvo em questão, crianças de seis a dez anos

são por natureza curiosas e estão em busca de conhecimento e envolvidas em

várias atividades ao mesmo tempo, seja na escola, em casa, etc. Traz também uma

referência às falas existentes em alguns desenhos animados e as serifas utilizadas

na escrita de histórias de livros antigos.

Figura 85: Fonte para logotipo Fonte: Autor (2015).

Para completar esta etapa viu-se interessante a criação de um slogan, que

traz em poucas palavras o que a marca quer passar para seus usuários. Levando

em consideração que os pijamas possuem ludicidade e buscam o despertar do

interesse pela literatura, pelos contos infantis e histórias de faz de conta a frase

escolhida foi: Sonhando acordado. A sua aplicação no logotipo vem em uma fonte

mais limpa (Century Gothic) (Figura 83) para gerar um contraste e não interferir

diretamente no nome principal.

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Figura 86: Fonte para slogan Fonte: Autor (2015).

O slogan é sempre uma frase curta, positiva, compreensível, precisa, incisiva, rítmica e simpática, que tem a capacidade de fixar a imagem de uma marca na mente do consumidor. A composição de um slogan engloba a utilização de palavras de efeito e mecanismos gramaticais responsáveis pela expressão e conteúdo da mensagem. Slogans são sempre curtos, com não mais que sete palavras. (TREPTOW, 2007, p. 58)

O nome escolhido teve origem na relação do graduando com as crianças

que o ajudaram neste projeto, fornecendo conteúdo e inspiração. A imagem a seguir

com um diálogo auxilia na compreensão desta escolha:

Figura 87: Diálogo utilizado na construção da marca Fonte: Autor (2015).

A seguir algumas alternativas elaboradas ao longo do processo, seguidas do

logotipo escolhido:

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Figura 88: Alternativa 1 Fonte: Autor (2015).

Figura 89: Alternativa 2 Fonte: Autor (2015).

Figura 90: Alternativa 3 Fonte: Autor (2015).

Figura 91: Logotipo final Fonte: Autor (2015).

Segundo a orientação da autora Doris Treptow, um painel de identidade da

marca auxilia na sua identificação. Este consiste em uma colagem de figuras

relacionadas aos conceitos e valores que a marca projeta para o consumidor e quais

os atributos intangíveis que oferece em seus produtos.

Ah!gu é uma marca de pijamas infantil que estimula o poder da imaginação

acima de tudo, dando valor ao ato da leitura e ao mesmo tempo estimulando-o. É

composta por peças dedicadas especialmente para crianças e elaboradas com a

ajuda das mesmas, busca trazer alegria e conforto para um sono agradável.

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Figura 92: Painel de identidade da marca Fonte: Autor (2015).

Para dar suporte a estes pijamas, que vêm acompanhados das peças que

os completam e algumas histórias da autora homenageada, viu-se necessário a

adaptação de uma embalagem.

Para a Diretora Executiva da Associação Brasileira de Embalagem esta é

uma ferramenta muito importante para atender as necessidades da sociedade, como

alimentação, saúde e vestuário, disponibilizando produtos com segurança e

informação para o bem-estar das pessoas, que têm acesso à produtos de qualidade

e com informações adequadas. Além de ser de extrema importância para o

armazenamento de produtos em geral, a embalagem funciona como elemento

competitivo dentro do mercado.

A embalagem é todo e qualquer recipiente que tem por finalidade armazenar, conservar e transportar o produto, além de exercer um forte papel no desenvolvimento da marca através de seu layout visual e tridimensional. Ela é uma das principais fontes de propaganda do produto nos pontos de venda. (QUADROS, 2010, p. 16)

Um modelo de embalagem já existente foi encontrado e alterado de acordo

com a identidade da marca e estrutura dos produtos que ela deve conter. Trabalhou-

se com a aplicação de uma das estampas elaboradas em sua superfície juntamente

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com o logotipo. A estrutura ocupa uma folha A1 (841mmx594mm), tendo 27 cm de

altura por 20cm de largura.

Figura 93: Embalagem planificada Fonte: Autor (2015).

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Figura 94: Embalagem Fonte: Autor (2015).

A embalagem desenvolvida durante este projeto tem como função apenas o

transporte do pijama e seus complementos, sendo assim, em um âmbito comercial

seriam necessárias algumas adaptações, como por exemplo, um manual contendo

explicação de uso e algum texto que contemple o conceito utilizado em busca de

maior valorização.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criatividade das crianças é algo fantástico, a interpretação pura que elas

possuem do mundo aliada a cores, lápis, pincéis e um bom livro pode ter como

resultado criações inimagináveis; personagens mirabulosos, formas, texturas e cores

despretensiosas de técnica, traços e contornos de liberdade.

A junção de toda esta bagagem criativa ao design é de extrema

funcionalidade, neste projeto trabalhou-se a sua aplicação em design de superfície e

moda, mas pode ser levada em consideração em muitos outros campos de estudo e

pesquisa, dando origem a novos produtos.

Este projeto permeou por vários campos de estudo e buscou uni-los de uma

forma que seguissem uma linha tênue e agradável contribuindo para um

direcionamento rumo ao produto final. Como o design de superfície ainda não é

bastante explorado no Brasil, este trabalho pode ser mais uma fonte de inspiração

para estudantes e profissionais que se interessam pela área e para aqueles que

ainda não conhecem suas qualidades e funções.

A metodologia de moda também foi de extrema importância, pois norteou a

criação dos modelos. Levando em consideração a formação do autor em um curso

generalista e não focado em moda, buscou-se permear pelos conceitos e técnicas

sem total aprofundamento, pois este apenas seria possível se feito por um

profissional ou estudante específico da área. No entanto, o resultado obtido teve

êxito, levando em consideração a criação de protótipos para um trabalho de

diplomação, mas se tratando de uma produção industrial quesitos como molde

devem receber maior atenção.

Os pijamas foram testados com crianças pertencentes ao público-alvo e

foram bem aceitos, as cores vibrantes e a questão das peças que podem ser fixadas

pelas mesmas mostraram-se os fatores mais positivos, sendo assim, acredita-se que

todos os objetivos foram alcançados, porém, para uma futura comercialização,

testes de usabilidade e funcionalidade devem ser maior explorados.

O avanço da tecnologia é constante e daqui para frente surgirão muitos

meios de interação que fascinarão as crianças e as farão deixar de lado atitudes

antes comuns, como certas brincadeiras. Este trabalho não vai contra este avanço,

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mas busca adentrar este contexto e funcionar como uma ferramenta que auxilia no

não esquecimento destas atividades, como a leitura antes de dormir.

Tendo em vista os inúmeros benefícios que a leitura oferece as crianças

este projeto atua na sua estimulação e valorização, fazendo com que as mesmas

sejam adeptas desta prática e se tornem jovens e adultos críticos.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

11. Quantos anos você tem?

12. Qual a atividade você mais gosta de praticar?

13. Você já usa tablete ou celular? Para quê?

14. Que tipo de programas você costuma assistir?

15. Você tem um personagem predileto?

16. Você gosta de ler?

17. Que tipo de obras você lê? Quadrinhos? Livros de ciência? Histórias de

aventura?

18. Você costuma ler antes de dormir? Sim, não e por quê?

19. Você usa pijamas para dormir? Sim, não e por quê?

20. Você gostaria de usar um pijama que vai sendo completado de acordo

com as histórias que você lê antes de dormir?

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APÊNDICE B – DECLARAÇÕES DE USO DE IMAGEM

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