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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária TATIANE DALLAGRANA GONÇALVES PINTO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: LINFOMA CUTÂNEO EM CÂO RELATO DE CASO CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

TATIANE DALLAGRANA GONÇALVES PINTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:

LINFOMA CUTÂNEO EM CÂO – RELATO DE CASO

CURITIBA

2016

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TATIANE DALLAGRANA GONÇALVES PINTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:

LINFOMA CUTÂNEO EM CÂO – RELATO DE CASO

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Profª Msc. Ana Laura D´Amico Fam

Orientador Profissional: Msc. André Obladen

CURITIBA

2016

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitora Promoção Humana

Prof. Ana Margarida de Leão Taborda

Pró-Reitor

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Prof. Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Welington Hartmann

Supervisora de Estágio Curricular

Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns

Campus Barigui

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

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TERMO DE APROVAÇÃO

TATIANE DALLAGRANA GONÇALVES PINTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:

LINFOMA CUTÂNEO EM CÂO – RELATO DE CASO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, ____ de _______ de 2016.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Profª Msc. Ana Laura D´Amico Fam

Presidente

__________________________________________

Profª Msc. Fabiana Monti

__________________________________________

Profª Msc. Silvana Cirio

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os envolvidos que de alguma forma contribuíram para que

este trabalho pudesse ser concluído. Em especial à minha família, à professora

orientadora Msc. Ana Laura D´Amico Fam, pela paciência e dedicação e ao Msc.

André Obladen, orientador profissional e toda sua equipe do Hospital Veterinário

Garra por todo o conhecimento transmitido e pelo acolhimento neste período.

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário, é

composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas

durante o período de 25 de julho a 07 de outubro de 2016, no Hospital Veterinário

Garra, localizado na cidade de Curitiba-PR, local de cumprimento do Estágio

Curricular, e relato de um caso clínico que versa sobre linfoma cutâneo em cão.

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RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de relatar o Estágio Curricular realizado de 25 de julho a 07 de outubro de 2016, no Hospital Veterinário Garra. O linfoma cutâneo é uma neoplasia de aspecto maligno, incomum em cães. É caracterizado pela infiltração de linfócitos T ou B na epiderme, derme e tecidos anexos. Representa um prognóstico ruim e com baixa expectativa de vida. O objetivo desse trabalho é demonstrar a casuística atendida no Hospital Veterinário Garra durante o período de estágio, bem como revisar e relatar um caso clínico acompanhado. Palavras-chave: linfoma, neoplasia de pele, linfosarcoma.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Fachada do Hospital Veterinário Garra.................................................11

FIGURA 2 Recepção e ambiente de espera...........................................................11

FIGURA 3 Consultório de atendimento...................................................................12

FIGURA 4 Sala de radiologia..................................................................................12

FIGURA 5 Internamento de cães.............................................................................13

FIGURA 6 Linfoma cutâneo - cão, macho, labrador, 12 anos, com nódulos cutâneos

ulcerados de superfície integra e ulcerados, alopecia generalizada e pele

eritematosa................................................................................................................23

FIGURA 7 Linfoma cutâneo - cão, macho, labrador, 12 anos, apresentando discreta

melhora das lesões, a pele está menos eritematosa, entretanto a alopecia ainda é

generalizada..............................................................................................................24

FIGURA 8 Linfoma cutâneo - cão, macho, labrador, 12 anos. Nota-se piora nas

lesões após terceira sessão de quimioterapia...........................................................24

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Total de casos acompanhados durante o estágio curricular

supervisionado no Hospital Veterinário Garra................................................14

TABELA 2 Diagnósticos e procedimentos ambulatoriais realizados durante o

estágio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica

médica de pequenos animais – cães..............................................................14

TABELA 3 Diagnósticos e procedimentos ambulatoriais realizados durante o

estágio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica

médica de pequenos animais – gatos..............................................................15

TABELA 4 Procedimentos acompanhados / auxiliados durante o estágio

curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica cirúrgica

de pequenos animais........................................................................................16

TABELA 5 Número de exames de imagem acompanhados durante o estágio

curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra...................................17

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................10

2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO...........................................10

2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.........................................................13

3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................17

3.1 LINFONA CUTÂNEO............................................................................17

3.1.1 ETIOLOGIA...........................................................................................19

3.1.2 SINAIS CLÍNICOS.................................................................................19

3.1.3 DIAGNÓSTICO......................................................................................20

3.1.4 TRATAMENTO......................................................................................20

3.1.5 PROGNÓSTICO....................................................................................22

4 RELATO DE CASO...............................................................................22

5 DISCUSSÃO..........................................................................................25

6 CONCLUSÃO........................................................................................26

REFERÊNCIAS......................................................................................27

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1.INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado obrigatório possui um importante

papel na carreira do graduando em Medicina Veterinária, pois é responsável

por permitir o vivenciamento da profissão, fazendo com que os conhecimentos

adquiridos ao longo do curso sejam aprimorados e colocados em prática.

O estágio foi realizado no Hospital Veterinário Garra, Curitiba – PR, do

dia 25 de julho à 07 de outubro de 2016, totalizando 432, horas na área de

Clínica Médica e Cirúrgica de pequenos animais, sob orientação da M.V. Msc.

Ana Laura D´Amico Fam e supervisão do M.V. Msc. André Obladen.

O linfoma é uma das neoplasias mais comuns nos cães. Estima-se que

a incidência anual se encontra entre 13 e 24%, e representa cerca de 80 a 90%

das neoplasias hematopoiéticas. Acomete animais de meia-idade à geriátricos.

O linfoma cutâneo é uma variação rara do linfoma canino e corresponde

a apenas 1% das neoplasias cutâneas. É caracterizado pelo aspecto maligno,

com rápida evolução e baixa expectativa de vida. Pode ser classificado como

linfoma cutâneo epiteliotrópico (LCE) e não epiteliotrópico (LCNE).

O presente relatório tem como objetivo descrever a infraestrutura e

casuística do local onde foi realizado o estágio e suas respectivas atividades

exercidas, além da revisão bibliográfica e relato de um caso clínico de linfoma

cutâneo em cão.

2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O Hospital Veterinário Garra (Figura 1), localiza-se na Rua Padre

Germano Mayer, 319, no bairro Cristo Rei, na cidade de Curitiba, estado do

Paraná. O mesmo presta serviços médico-veterinários, atendendo animais de

companhia. Conta com uma estrutura ampla composta por: recepção e

ambiente de espera (Figura 2), cinco consultórios (Figura 3), centro cirúrgico,

sala de ultrassonografia, sala de radiologia (Figura 4), banheiro social para

clientes, internamento de cães de grande e de pequeno porte (Figura 5), gatil,

isolamento, laboratório de análises clínicas, área de serviço, banho e tosa,

banheiro social para funcionários, cozinha, escritório administrativo, sala de tv,

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quarto para plantonistas e quarto para os enfermeiros, sendo todos os

ambientes monitorados por câmeras de segurança eletrônica.

Figura 1 – Fachada do Hospital Veterinário Garra, Curitiba- PR FONTE: Garra – Hospital Veterinário, 2016.

Figura 2 – Recepção e ambiente de espera, Curitiba - PR FONTE: Garra – Hospital Veterinário, 2016.

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Figura 3 – Consultório de atendimento FONTE: Garra – Hospital Veterinário, 2016.

Figura 4–Sala de radiologia FONTE: Garra – Hospital Veterinário, 2016.

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Figura 5 – Internamento de cães FONTE: Garra – Hospital Veterinário, 2016.

2.1 Atividades Desenvolvidas

Foram acompanhados 312 casos (Tabela 1) entre consultas, exames de

imagem e procedimentos cirúrgicos de cães e gatos.

As consultas iniciavam com anamnese, preenchimento de ficha, exame

físico e, quando necessário, aplicação de medicamentos ou vacinas e coleta de

sangue para exames laboratoriais.

Além disso, houve acompanhamento dos animais internados, auxiliando

na administração diária de medicações, as quais eram previamente descritas

pelo médico veterinário responsável pelo internamento. Ainda, foi prestado

auxílio na contenção dos animais submetidos a exames de imagem e nas

intervenções cirúrgicas, auxiliando o cirurgião quando necessário e/ou

monitorando o paciente sob anestesia.

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TABELA 1 - Total de casos acompanhados durante o estágio curricular

supervisionado no Hospital Veterinário Garra.

ESPÉCIE ATENDIMENTO

Cães 279

Gatos 33

Total 312

Nas tabelas abaixo estão dispostos os principais diagnósticos e

procedimentos ambulatoriais realizados em cães (n=121) e em gatos (n=16),

respectivamente, durante o período de estágio (Tabela 2 e 3).

TABELA 2 - Diagnósticos e procedimentos ambulatoriais realizados durante o

estágio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica

médica de pequenos animais – cães

CASOS NUMERO

Vacinação 14

Controle glicêmico 10

Teste de supressão com dexametassona 8

Doenças endócrinas 6

Doenças ortopéticas 5

Doenças respiratórias 7

Displasia coxofemural 4

Traqueobronquite infecciosa 4

Adenite perianal 3

Politrauma 3

Colapso de traquéia 3

Conjuntivite alérgica 3

Convulsão 3

Cisto sebáceo 3

Dilatação gástrica 3

Parvovirose 3

TVT 3

Cinomose 2

Cistite 2

Colite/ pancreatite 2

Dermatite úmida aguda (hot spot) 2

Doença renal crônica 2

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Endocardiose 2

Insulinoma 2

Mastocitoma 2

Otite crônica 2

Reação inflamatória ao fio cirúrgico

Úlcera de córnea

2

2

Alergia a picada de inseto 1

Ceratite crônica pigmentar 1

Ceratoconjuntivite seca 1

Demodiciose 1

Pênfigo 1

Obstrução urinária 1

Intoxicação por atropina 1

Intoxicação por paracetamol 1

Linfoma cutâneo 1

Linfoma multicêntrico 1

Megaesôfago 1

Melanoma 1

Protrusão da glândula 3º pálpebra 1

Sarna otodécica 1

TOTAL 121

TABELA 3 - Diagnósticos e procedimentos ambulatoriais realizados durante o

estágio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica

médica de pequenos animais – gatos

CASOS NUMEROS

Doença renal crônica 5

Adenite perianal 2

Fluidoterapia subcutânea 2

Tromboembolismo 2

Cistite intersticial 1

Dermatite solar 1

Periodontite 1

Pós operatório remoção de glândula apócrina 1

Prolapso retal, secundário a obstrução uretral 1

Total 16

Foram acompanhados 107 procedimentos cirúrgicos, sendo 96 em cães

e 11 em gatos, conforme consta na Tabela 4.

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TABELA 4 - Procedimentos acompanhados/ auxiliados durante o estágio

curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra em clínica cirúrgica de

pequenos animais

CASOS CÃO GATO

Ovariohisterectomia 18 6

Remoção de cálculo dentário 13 0

Orquiectomia 11 4

Mastectomia 5 0

Remoção de catarata 4 0

Piometra 4 0

Exérese de neoplasia perianal 4 0

Gastrotomia para remoção de corpo estranho 3 0

Transposição da crista da tíbia 3 0

Otohematoma – incisão em “S” 3 0

Reconstrução ligamento cruzado 3 0

Cistotomia 2 0

Correção hérnia umbilical 2 0

Esplenectomia 2 0

Exérese da cabeça do fêmur 2 0

Exérese de lipoma 2 0

Sutura de pele 2 0

Ablação da bolsa escrotal 1 0

Amputação 1 0

Correção de cauda equina clássica 1 0

Cesariana 1 0

Correção hérnia inguinal 1 0

Enterectomia + anastomose 1 0

Enucleação 1 0

Extração 4º pré molar 0 1

Fratura de mandíbula – cerclagem 1 0

Remoção de linfoma hepaesplenico 1 0

Osteossíntese de tíbia 1 0

Exérese de neoplasia em conjuntiva e córnea 1 0

Exérese de neoplasia na vagina 1 0

TPLO 1 0

Total 96 11

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Ainda, foram acompanhados 68 exames de imagem em cães (n=62) e

em gatos (n= 6), conforme mostra a tabela 5.

TABELA 5 - Número de exames de imagem acompanhados durante o estágio

curricular supervisionado no Hospital Veterinário Garra

EXAME CÃES GATOS

Ultrassonografia abdominal 28 3

Radiografias 18 2

Ecocardiograma 7 1

Eletrorretinografia 3 0

Endoscopia 3 0

Ultrassonografia Ocular 2 0

Eletrocardiograma 1 0

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 LINFOMA CUTÂNEO

A incidência de neoplasias em pequenos animais vem aumentando

consideravelmente nos últimos anos devido ao aumento da expectativa de vida

e maior atenção com a saúde dos animais de estimação, fazendo com que a

área da oncologia tenha se tornado uma das especialidades mais procuradas

atualmente (DUARTE, 2013).

A pele é o órgão considerado mais comum para o aparecimento de

neoplasias, desta forma a outra especialidade veterinária que mais se destaca

é a dermatologia. Cerca de 20 a 75% dos atendimentos em clínicas e hospitais

veterinários estão voltados para a área dermatológica. Isso se deve ao fato de

que as alterações causadas na pele chamam a atenção dos tutores, fazendo

com que o mesmo busque auxílio profissional de forma precoce (BARROS et

al., 2006).

O linfoma corresponde de sete a 24% de todas as neoplasias, sendo

mais frequente em cães (DUARTE, 2013). Nestes, a classificação do linfoma

tem como base a localização anatômica, o critério histopatológico e as

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características imunofenotípicas, podendo ser classificado como: multicêntrico,

alimentar, mediastinal, cutâneo ou extranodal (FALEIRO et al., 2015).

O linfoma cutâneo (LC) é considerado uma forma rara de linfoma, de

evolução maligna, que corresponde a apenas 1% das neoplasias cutâneas

(AMORIM et al., 2006; HANSEN et al., 2006). A semelhança entre as lesões

macroscópicas do LC e algumas infecções causadas por fungos levam ele a

ser chamado também de micose fungoide (AMORIM et al., 2006).

O linfoma cutâneo pode ser primário, quando a origem neoplásica é na

pele, ou secundário quando associado à linfoma encontrado em outro local do

corpo (PEREIRA, 2012).

A forma primária pode ser classificada histologicamente como linfoma

cutâneo epiteliotrópico (LCE) e não epiteliotrópico (LCNE). O LCE é a forma

mais comum do linfoma cutâneo e é caracterizado pelo tropismo de linfócitos T

pela epiderme e anexos cutâneos. O LCE ainda pode ser subdividido em

Micose Fungóide e Síndrome de Sézary. Segundo Barros et al. (2003), essas

formas para muitos autores são variações da mesma doença, a micose

fungóide (DUARTE, 2013; AMORIM et al., 2006).

A micose fungóide é o tipo de linfoma cutâneo epiteliotrópico (LCE) mais

comum e são descritas quatro manifestações diferentes: eritrodérmica;

ulceração e despigmentação muco cutânea; placas ou nódulos isolados ou

múltiplos, e ulceração da mucosa oral. Histologicamente, há infiltrado de

células linfóides T atípicas, com acentuado epidermotropismo, formando

agrupamentos intraepidérmicos denominados microabscesso de Pautrier, o

qual é considerado achado característico do linfoma epiteliotrópico. Porém,

podem não ser encontrados caso a epiderme esteja ulcerada ou hipoplásica

(CORRÊA et al., 2010; AMORIM et al., 2006;). Já a síndrome de Sézary é

extremamente rara em cães. Além dos sinais clínicos cutâneos, apresenta o

envolvimento de outros órgãos como baço, linfonodos e medula óssea, além da

presença de linfócitos neoplásicos na corrente sanguínea (FALEIRO et al.,

2015).

O linfoma cutâneo não epiteliotrópico (LCNE) localiza-se somente na

derme, por isso também chamado de forma dérmica, sendo menos comum,

mais agressivo e pode surgir a partir de linfócitos T ou B (DUARTE, 2013;

PEREIRA, 2012).

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3.1.1 Etiologia

A etiologia do LC é desconhecida e considerada multifatorial. Várias

teorias foram propostas, como: a associação com compostos químicos em

regiões industriais que poderiam levar a estimulação antigênica crônica dos

linfócitos presentes na pele desses animais. Em felinos e humanos foi descrita

uma teoria de origem viral, porém em cães não foi possível realizar tal

associação. Outra hipótese seria uma inflamação crônica da pele por contato

com antígenos do ambiente e/ou anormalidades na função das células de

Langherans e uma última teoria seria a associação do LC à dermatite atópica

em cães, tal hipótese é baseada em um estudo retrospectivo que concluiu que

existem 12 vezes mais chance de um animal atópico desenvolver linfoma

cutâneo do que um animal hígido (DUARTE, 2013).

O LC normalmente acomete animais idosos, de sete a 10 anos, não tem

predisposição sexual, entretanto a participação genética é evidente uma vez

que há raças predisponentes, como Boxer, Bull Mastiff, BassetHound, São

Bernardo, ScottishTerrier, AiredaleTerrier, Bulldog, Labrador Retriver,

Rottweiler, Cocker Spaniel e Golden Retriver (FONTAINE et al.,2009).

3.1.2 Sinais Clínicos

O LCE além das lesões cutâneas, como o eritroderma esfoliativo, placas

e nódulos e úlceras na mucosa oral, pode ainda causar lesões mais

generalizadas como eritema, alopecia, descamação e prurido. Os coxins

plantares podem apresentar hiperqueratose, ulceração ou despigmentação e o

animal pode ainda apresentar estomatite. As placas e os nódulos são as

formas mais descritas, uma vez que são alterações que chamam a atenção dos

proprietários. A maior parte dos casos desenvolve-se de forma lenta e

progressiva, as lesões inicialmente são pequenas e únicas, e gradativamente

aumentam e coalescem, formando assim lesões figuradas, arciformes ou

serpiginosas. Pode ocorrer linfadenomegalia periférica e sinais de envolvimento

sistémico (DUARTE, 2013; PEREIRA, 2012).

A diferença entre o LCNE e o LCE, é que o segundo apresenta,

usualmente, nódulos múltiplos e firmes que podem se estender da derme ao

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tecido subcutâneo, podendo ser alopécicos e ulcerados. As lesões são mais

frequentes na região cefálica, tronco e extremidades (PEREIRA, 2012).

3.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico definitivo é obtido por meio do exame histopatológico,

onde alterações como proliferação neoplasia infiltrativa e células tumorais

atípicas, são encontradas. A citologia por agulha fina ou imprint podem revelar

a presença de células redondas, o que sugere tumor hematopoiético, porém

não é possível observar linfócitos atípicos e também não oferece dados sobre o

epiteliotropismo (DUARTE, 2013).

A técnica de imunohistoquímica também pode ser utilizada no

diagnóstico, a fim de descobrir a origem das células tumorais (células B ou T),

utilizando anticorpos monoclonais ou policlonais, que demonstram a presença

de antígenos marcadores de tipo celular. Para linfócitos T, utilizam-se os

marcadores CD3, CD4 e CD8, e para linfócitos B os marcadores são CD79,

CD20 e CD21. Com a diferenciação da origem tumoral é possível estimar o

prognóstico, uma vez que cães com linfoma de células T respondem menos a

quimioterapia, apresentando períodos de remissão mais curtos e expectativas

de vida menor que cães com linfoma de células B (DUARTE, 2013).

Segundo Bhang et al. (2006), o LC pode ter sinais clínicos semelhantes

à qualquer doença inflamatória da pele, como dermatite atópica, sarna

sarcóptica e pênfigo poliáceo, por esse motivo deve ser considerado um

diagnóstico diferencial.

3.1.4 Tratamento

Diversos protocolos terapêuticos são propostos no tratamento do linfoma

cutâneo. A remoção cirúrgica é um deles, entretanto deve-se considerar que o

LC é uma doença potencialmente sistêmica e a remoção cirúrgica é indicada

apenas para nódulos únicos e quando a disseminação sistêmica da doença for

descartada através do estadiamento clínico. Além disso, recomenda-se que a

remoção cirúrgica seja acompanhada de tratamentos adjuvantes, como

quimioterapia (DUARTE, 2013). Segundo Bhang et al. (2006), o tratamento

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cirúrgico só deve ser indicado para nódulos solitários, porém a chance de

recidiva é alta.

A utilização de terapia tópica é indicada, em estágios iniciais, como os

corticosteróides em manipulações de spray, xampus ou loções, os quais têm

resultados positivos na dor, edema e prurido, porém não induz a remissão

clínica do tumor. Entretanto, na maioria dos casos o LC é diagnosticado de

forma tardia, sendo a quimioterapia a forma de tratamento mais recomendada

(LORIMIER, 2006).

A Lomustina é o principal agente quimioterápico utilizado no tratamento

do linfoma cutâneo, tanto em fases iniciais quanto em recidivas. É um agente

alquilante da família das nitrosuréias. Possui um custo relativamente baixo e é

de fácil administração. Entretanto, assim como qualquer agente quimioterápico,

a Lomustina atua destruindo células de uma forma não específica, ou seja,

tanto células neoplásicas, como normais, em especial células de crescimento

rápido, como as gastrintestinais e do sistema imunológico, podendo assim levar

a diferentes quadros de toxicidade e a baixa resposta terapêutica (ALMEIDA et

al., 2005).

O primeiro indício de toxicidade é a mielossupressão, principalmente

neutropenia. A diminuição nos valores de leucograma torna os animais

susceptíveis a infecções e sepse. A anemia e a trombocitopenia são alterações

relatadas e visualizadas nos exames laboratoriais (RIBSON et al., 2006;

KRISTAL et al., 2004).

A toxicidade gastrintestinal também é um sinal importante. Manifesta-se

por meio da anorexia e diarreia. A anorexia é inespecífica e é um sinal clínico

comum em pacientes oncológicos, a qual pode estar associada ao processo

natural da doença e às substâncias anorexígenas produzidas pela neoplasia,

ou pelo organismo em resposta ao processo neoplásico (SILVIA, 2006).

Avalições bioquímicas demonstram toxicidade renal e hepática porém na

maioria dos casos, isto é uma elevação reversível após interrupção do

tratamento ou diminuição da dosagem (DUARTE, 2016).

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3.1.5 Prognóstico

Por ser uma doença com pouca resposta à terapia e por possuir recidiva

precoce é considerada como de prognóstico ruim. Esse quadro biológico

agressivo pode estar correlacionado à algumas características presentes nas

células tumorais, dificultando ou impedindo a ação do quimioterápico, que as

torna resistentes e diminui a resposta terapêutica e consequentemente, a

sobrevida (HUBER et al., 2010).

Segundo Faleiro et al. (2015), muitos cães possuem sobrevida de no

máximo, um ano após confirmado o diagnóstico, com tratamento.

4. RELATO DE CASO

Foi atendido no Hospital Veterinário Garra, um cão, macho, raça

labrador, 12 anos de idade, com queixa de nódulos cutâneos de aparecimento

súbito, disseminados pelo corpo, concentrando-se em maior quantidade em

membros torácicos, região cervical e cefálica. Segundo o tutor, um colega

veterinário havia feito diagnóstico prévio de dermatopatia alérgica, a qual não

estava sendo tratada e hipotireoidismo, tratado com reposição hormonal de

levotiroxina sódica.

Mediante a avaliação clínica, o paciente apresentava parâmetros gerais

dentro da normalidade: como frequência cardíaca 123 bpm (batimentos por

minuto), frequência respiratória 28 mrp (movimentos respiratórios por minuto),

temperatura retal 38,7°C, mucosas normocoradas, hidratação satisfatória e

TPC (tempo de preenchimento capilar) de um segundo.

Na avaliação dermatológica, evidenciou-se alopecia generalizada, áreas

de hiperqueratose em membros e presença de vários nódulos e tumores de

pele, isolados e coalescentes, de consistência firme, abrangência epidermal,

alguns com superfície íntegra e eritematosa, outros ulcerados (Figura 6).

O animal foi encaminhado para realização de biópsia incisional e análise

dermatohistopatológica. Foram coletados três fragmentos de pele

esbranquiçada com pêlos rarefeitos brancos, medindo entre 5x5x7 mm e 5x3x4

mm, os quais apresentaram as seguintes alterações: “justaposta a epiderme e

atingindo toda a derme, existe proliferação neoplasia infiltrativa, de limites

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indefinidos e não revestida por cápsula fibrosa. As células tumorais são

atípicas e exibem núcleo grande arredondado, ocasionalmente reniforme,

citoplasma eosinofílico claro que varia de escasso a pouco abundante.

Observou-se anisocariose, anisocitose, atípia nuclear e nucléolos evidentes. O

índice mitótico foi de >20 fm/10 campos de 40x. Evidenciou-se linfócitos

maduros por entre as células neoplásicas. As células neoplásicas parecem

infiltrar discretamente a epiderme e o epitélio folicular e das glândulas

apócrinas presentes.” Assim, o diagnóstico foi de neoplasia maligna de células

redondas indiferenciadas, com epiteliotropismo discreto, o que sugere o linfoma

cutâneo epitelioprópico.

Nos comentários foi sugerido fortemente a análise imuno-histoquímica

da lesão para determinar a origem celular da neoplasia.

Figura 6 – Linfoma cutâneo - cão, macho, Labrador, 12 anos, com

nódulos cutâneos de superfície integra e ulcerados, alopecia generalizada e

pele eritematosa.

6 A) Vista ventral da região cervical. Evidenciando os nódulos íntegros.6

B) Membro torácico direito. Evidenciando a alopecia generalizada e nódulos

ulcerados.

Como tratamento, foi optado por quimioterapia com aplicações a cada

21 dias de Lomustina, na dose de 70mg/m2 e Prednisona 2mg/kg diariamente.

Após início do tratamento, o paciente apresentou uma discreta melhora

e as neoformações não evoluiram (Figura 7). Porém, após a terceira sessão de

quimioterapia, os tumores voltaram a crescer, aparecendo novas lesões em

locais diferentes das já existentes (Figura 8).

A B

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Figura 7 – Linfoma cutâneo - cão, macho, Labrador, 12 anos,

apresentando discreta melhora das lesões, a pele está menos eritematosa,

entretanto a alopecia ainda é generalizada.

7 A) Vista ventral da região cervical, evidenciando a diminuição dos

nódulos.

7 B) Membro torácico direito, com redução do eritema.

Figura 8 – Linfoma cutâneo - cão, macho, Labrador, 12 anos. Nota-se

piora nas lesões, após a terceira sessão de quimioterapia.

8 A) Vista dorsal da cabeça e do tronco. Evidenciando o aparecimento

de novos nódulos e a alopecia generalizada.

8 B) Vista lateral da região cervical, evidenciando a pele eritematosa e

nódulos ulcerados.

A B

B A

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Após a terceira sessão de quimioterapia com Lomustina, as lesões

pioraram e novos nódulos apareceram, a qualidade de vida do paciente decaiu

consideralvemente, devido à ulceração de diversos nódulos, pele eritematosa,

prurido intenso e edema em membros. Dessa forma, foi optado pela eutanásia.

Durante o tratamento não foram realizados exames laboratoriais devido

à rápida evolução da doença. A técnica de imunohistoquímica para descobrir a

origem das células tumorais (células T ou B) também não foi realizada, uma

vez que o paciente teve piora significativa.

5. DISCUSSÃO

O caso relatado é de linfoma cutâneo em um cão de 12 anos de idade,

da raça labrador. Um animal sênior, pertencente a essa raça e com histórico de

dermatopatia alérgica possui características condizentes com o que relata a

literatura sobre o desenvolvimento dessa neoplasia (AMORIM et al., 2006).

As manifestações clínicodermatológicas iniciaram com nódulos na pele

de inicio súbito, de consistência firme, que afetavam a epiderme, com

superfície íntegra e eritematosa, sendo a maioria ulcerada. Segundo a

literatura, os sinais clínicos, além das lesões cutâneas como os nódulos

ulcerados, são lesões mais generalizadas como alopecia e prurido,

manifestações estas relatadas no caso (PEREIRA, 2012).

A avaliação dermatohistopatológica permitiu o diagnóstico definitivo de

linfoma cutâneo, porém a síndrome de Sézary não foi possível ser

diagnosticada, uma vez que não foram realizados exames laboratoriais

(FALEIRO et al., 2015).

A forma agressiva de como essa neoplasia atua, bem como sua baixa

resposta a quimioterapia foram confirmados nesse caso. O tratamento de

escolha, a Lomustina foi realizado, entretanto o paciente não teve remissão

total da doença, ao contrário. Essa condição por ser explicada por dois fatores,

um deles é a resistência tumoral, sendo essa, umas das principais causas de

falha na terapia. O outro fator se deve aos efeitos colaterais causados, como a

mielossupressão (leucopenia, trombocitopenia e anemia), a qual deixa o

paciente ainda mais vulnerável, predispondo a infecções secundárias,

agravando ainda mais o prognóstico (DUARTE, 2013).

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A toxicidade hematológica é considerada a complicação mais comum da

quimioterapia, uma vez que as citopenias podem ser transitórias ou definitivas

e em alguns casos faz-se necessário a redução das doses ou até mesmo a

suspensão do medicamento, prejudicando a eficácia do tratamento

(STEFFENON, 2014).

A medula óssea, por apresentar elevado índice mitótico é sensível à

maioria dos fármacos antineoplásicos. A leucopenia é uma forma severa de

mielossupressão e é a primeira alteração importante a ser observada devido a

curta meia vida dos neutrófilos (6 a 10 horas). A trombocitopenia é a alteração

seguinte, pois as plaquetas apresentam meia vida de aproximadamente de 7 a

10 dias e a última alteração que é evidente é a anemia devido ao fato de os

eritrócitos possuírem meia vida de 120 dias (STEFFENON, 2014).

O paciente do caso apresentado, não realizou exames laboratoriais,

entretanto é de extrema importância que animais submetidos à quimioterapia

sejam constantemente monitorados para avaliar a ocorrência, a duração e a

gravidade da imunossupressão, fazendo-se necessário a realização do

hemograma (STEFFENON, 2014).

6. CONCLUSÃO

O linfoma cutâneo é uma neoplasia incomum em cães. O tratamento

preconizado é a quimioterapia, entretanto a escolha certa do agente, bem

como o diagnóstico precoce não são garantias de cura, uma vez que o

paciente pode apresentar resistência tumoral à terapia além de efeitos

terapêuticos indesejáveis.

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