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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Clínica Médica e Cirúrgica de Eqüinos
CURITIBA - 2008
ii
ALPHEU CARNEIRO LINS NETO
Clínica Médica e Cirúrgica de Eqüinos
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial pra obtenção do Título Médico Veterinário. Professor Orientador: Dr.Welington Hartmann Orientador Profissional: Dra. Bárbara Doneux Rebske
CURITIBA - 2008
iii
Dedico este trabalho a minha mãe Olívia, minha esposa Rose, aos meus filhos Davi, Breno e Isadora, e ao meu amigo Raymundo avô dos meus filhos (in memorian).
DEDICO
iv
Agradecimentos A Deus, por me iluminar e não me deixar desistir; Á Minha Mãe, por todo o apoio; Ao Meu Pai, pelo incentivo; Ao Amigo Raymundo (in memorian), pelas cavalgadas; Ao Professor orientador Welington Hartmann, pela dedicação; A Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, pelo conhecimento transmitido; Aos Médicos Veterinários Juliano Souza de Liz e Rodrigo Polido, pela consideração; E aos cavalos, porque sem eles eu nem teria começado.
v
Epígrafe A Prece do Cavalo “Ao meu amo, ofereço minha oração”; Dá – me comida e cuida de mim, e quando a jornada terminar dá-me abrigo, uma cama limpa e seca e uma baia ampla para eu descansar em conforto; Fala comigo, tua voz muitas vezes, significa pra mim, o mesmo que as rédeas; Afaga-me às vezes para que eu te possa servir com mais alegria e aprenda a te amar; Não maltrates minha boca com o freio e não me faças ao subir no morro; Nunca, eu te suplico, me agridas ou me espanques quando eu não entender o que queres de mim, mas dá-me uma oportunidade de te compreender; E, quando não for obediente ao teu comando, vê se algo não esta correto nos meus arreios, ou maltratando os meus pés; E, finalmente quando a minha utilidade se acabar, não me deixes morrer de frio ou a míngua, nem me vendas para alguém cruel para ser lentamente torturado ou morrer de fome; Mas, bondosamente, meu amo, sacrifica-me tu mesmo e teu Deus te recompensareis para sempre e não me julgues irreverente se te peço isso em nome daquele que também nasceu num estábulo.”.
vi
Reitor Prof° Luiz Guilherme Rangel Santos Pró Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Pró Reitoria Acadêmica Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini Secretário Geral Profº Bruno Carneiro da Cunha Diniz Diretor de Faculdade de Ciência Biológicas e da Saúde Profº João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Campus Professor Sidney Lima Santos Rua Sidney Antônio Rangel Santos, 238. Curitiba-PR
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APRESENTAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título
de Médico Veterinário, é composto de um Relatório de Estágio no qual são
descritos as ocorrências e procedimentos realizados junto a Médica
Veterinária Bárbara Doneux Rebske. Identificando através de quadros
estatísticos, os números e tipos de enfermidades encontradas.
Dentre essas enfermidades, foram relatados os seguintes casos clínicos e
cirúrgicos:
1) Periostite
2) Osteíte Podal
3) Exostose
4) Tendinite
5) Adenite
6) Melanoma
7) Trauma de Língua
viii
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO .................................................................................... 01
2- RELATO DE CASOS.......................................................................... 05
2.1- PERIOSTITE...................................................................................... 05
2.1.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 05
2.1.2- Avaliação do Caso Clínico Número 1 Periostite.............................. 06
2.1..2.1- Histórico....................................................................................... 06
2.1.2.2- Exame Físico................................................................................. 07
2.1.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 07
2.1.2.4- Diagnóstico................................................................................... 08
2.1.2.5- Prognóstico................................................................................... 08
2.1.2.6- Tratamento e Evolução do Caso................................................... 09
2.1.2.7- Discussão do Caso........................................................................ 10
2.2- OSTEÍTE PODAL.............................................................................. 12
2.2.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 12
2.2.2- Avaliação do Caso Clínico Número 2 Osteíte Podal....................... 13
2.2.2.1- Histórico........................................................................................ 13
2.2.2.2- Exame Físico................................................................................. 13
2.2.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 14
2.2.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 15
2.2.2.5- Prognóstico.................................................................................... 15
2.2.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 16
2.2.2.7- Discussão do Caso......................................................................... 16
2.3- EXOSTOSE........................................................................................ 17
ix
2.3.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 17
2.3.2- Avaliação do Caso Clínico Número 3 Exostose.............................. 18
2.3.2.1.- Histórico....................................................................................... 18
2.3.2.2- Exame Físico................................................................................. 18
2.3.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 19
2.3.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 19
2.3.2.5- Prognóstico.................................................................................... 20
2.3.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 20
2.3.2.7- Discussão do Caso......................................................................... 20
2.4- TENDINITE........................................................................................ 21
2.4.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 21
2.4.2- Avaliação do Caso Clínico Número 4 Tendinite............................. 22
2.4.2.1- Histórico........................................................................................ 22
2.4.2.2- Exame Físico................................................................................. 22
2.4.2.3- Exame Ultra-songráfico................................................................ 23
2.4.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 24
2.4.2.5- Prognóstico.................................................................................... 24
2.4.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 25
2.4.2.7- Discussão do Caso......................................................................... 25
2.5- ADENITE............................................................................................ 27
2.5.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 27
2.5.2- Avaliação do Caso Clínico Número 5 Adenite................................ 28
2.5.2.1- Histórico........................................................................................ 28
2.5.2.2- Exame Físico................................................................................. 28
2.5.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 29
2.5.2.4- Prognóstico.................................................................................... 29
x
2.5.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 29
2.5.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 30
2.6- MELANOMA..................................................................................... 31
2.6.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 31
2.6.2- Avaliação do Caso Clínico Número 6 Melanoma............................ 32
2.6.2.1- Histórico........................................................................................ 32
2.6.2.2- Exame Físico................................................................................. 32
2.6.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 33
2.6.2.4- Prognóstico.................................................................................... 33
2.6.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 33
2.6.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 35
2.7- TRAUMA DE LÍNGUA..................................................................... 36
2.7.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 36
2.7.2- Avaliação do Caso Clínico Número 7 Trauma de Língua............... 36
2.7.2.1- Histórico........................................................................................ 36
2.7.2.2- Exame Físico................................................................................. 37
2.7.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 38
2.7.2.4- Prognóstico.................................................................................... 38
2.7.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 38
2.7.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 39
3-COCLUSÃO.......................................................................................... 40
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Relação dos Casos de Clínica Médica e Cirúrgica....................
02
Sub-Quadro A- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho
Locomotor..................................................................................................
02
Sub-Quadro B- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho
Digestório...................................................................................................
03
Sub-Quadro C- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho
Respiratório................................................................................................
03
Sub-Quadro D- Relação dos Caso de Trauma............................................
03
Sub-Quadro E- Relação dos Casos de Tumor............................................
04
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Radiografia Látero-Medial do osso Metacarpiano Principal
apresentando lesões de Periostite.............................................................
08
Figura 2- Radiografia Látero-Medial da Falange Distal apresentando
lesões de Osteíte Podal.............................................................................
14
Figura 3- Radiografia Dorso-Palmar da Falange Distal apresentando
lesões de Osteíte Podal, e alargamento de canais vasculares...................
15
Figura 4- Radiografia Dorso-Palmar do Metacarpiano Principal
apresentando lesões de Exostose..............................................................
19
Figura 5- Ultra-som Transversal dos Tendões Flexores do Membro
Torácico apresentando lesões de Tendinite.............................................
23
Figura 6- Ultra-som longitudinal dos Tendões Flexores do membro
Torácico apresentando lesões de Tendinite.............................................
24
Figura 7- Foto da Face esquerda da cabeça do animal demonstrando o
tamanho da incisão...................................................................................
34
Figura 8- Foto da Incisão feita pra a retirada do Melanoma.................... 34
Figura 9- Foto do Melanoma aderido ao Linfonódo, exposto sobre uma
luva de procedimento para demonstrar o tamanho do tumor...................
35
Figura 10- Foto da Língua durante o Exame Físico................................. 37
Figura 11- Foto mais aproximada para demonstrar o tamanho da lesão. 38
xiii
RESUMO
O estágio curricular foi realizado na cidade de Joinville e região norte de SC,
no período de 10 de março a 14 de maio de 2008 orientado profissionalmente
pela Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske na área de Clínica Médica e
Cirúrgica de Eqüinos totalizando 360 horas, cumpridas em uma média de 8
horas por dia. Dentre os casos atendidos na cidade e região foi possível
acompanhar 33 casos clínicos e cirúrgicos, dos os seguintes foram
apresentados detalhadamente: 1)Periostite; 2)Osteíte Podal; 3)Exostose;
4)Tendinite; 5)Adenite; 6)Melanoma; 7)Trauma de Língua. Os casos citados
foram descritos através das revisões bibliográficas e avaliações dos casos.
xiv
1-INTRODUÇÃO
O presente relatório descreve os casos clínicos e cirúrgicos
acompanhados durante a realização do estágio curricular desenvolvido no
período de abril e maio de 2008 junto a Médica Veterinária Bárbara Doneux
Rebske, na cidade de Joinville e região.
Estima-se que na cidade de Joinville e Região Norte de Santa Catarina,
tenham aproximadamente 3000 eqüinos, e o número de profissionais
trabalhando neste campo é pequeno para o grande número de ocorrências,
segundo a profissional que já atua em Joinville há mais e 15 anos.
A Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske é formada pela
Universidade Federal de São Paulo há 18 anos. Desde o começo dos seus
estudos sempre optou pela Medicina Veterinária de grandes animais, mais
precisamente clínica de eqüinos.
A profissional trabalha com base situada na sua residência, e se desloca
permanentemente às propriedades rurais para realizar os atendimentos. Possui
uma caminhonete que proporciona o carregamento de todos os materiais
necessários. Possui também um aparelho de raio-X , e quando necessário um
aparelho de ultra-sonografia portátil que compartilha com outro profissional
da área de clínica de pequenos animais.
Dependendo do caso a Médica Veterinária realiza também
procedimentos cirúrgicos que não envolvem anestesia geral, porque na região
não existe hospital veterinário. Todos os procedimentos são feitos na
propriedade em que o animal se encontra.
Durante a realização do estágio foram atendidos 33 casos clínicos e
cirúrgicos, conforme se pode observar no Quadro 1 e Sub-quadros A a E.
xv
Relação dos Casos acompanhados junto a Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske durante o Estagio Curricular, num período total de 360 horas, entre os meses de abril e maio 2008. Quadro 1 – Relação dos Casos de Clínica Médica e Cirúrgica
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske Sub-Quadro A - Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Locomotor
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) Periostite 03 21,42 Osteíte Podal 01 7,14 Exostose 01 7,14 Tendinite 03 21,42 Laminite 02 14,28 Osteocondrite Dissecante 01 7,14 Fratura de Metacarpo Acessório 01 7,14 Miopatia Induzida por Esforço 02 14,28
TOTAL 14 100 FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske
CASOS NUMERO DE CASOS (%) Afecções do Aparelho Locomotor 14 42,42 Afecções do Aparelho Digestório 09 27,27 Afecções do Aparelho Respiratório 06 18,18 Traumas 02 6,06 Tumores 02 6,06
TOTAL 33 100
xvi
Sub-Quadro B - Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Digestório
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) Abdome Agudo por Estresse 03 33,33 Abdome Agudo por Impactação 02 44,44 Abdome Agudo por Torção de Cólon menor
01 11,11
Abdome Agudo Gasoso 03 33,33 TOTAL 09 100
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske Sub-Quadro C – Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Respiratório
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) Adenite 02 33,33 Bronquite 01 16,16 Hiperplasia Laríngea 01 16,16 Empiema das Bolsas Guturais 01 16,16 Pneumonia 01 16,16
TOTAL 06 100 FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske Sub-Quadro D – Relação dos Casos de Trauma
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) Trauma de Língua 01 50 Traumas por Laceração 01 50 TOTAL 02 100 FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske
xvii
Sub-Quadro E – Relação dos Casos de Tumores
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) Melanoma Submandibular
01 50
Melanoma na Cavidade Nasal
01 50
TOTAL 02 100 FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske Destes, estão relatados detalhadamente os seguintes casos: 1)Periostite;
2)Osteíte Podal; 3)Exostose; 4)Tendinite; 5)Adenite; 6)Melanoma; 7)Trauma
de Língua. Os casos citados foram descritos através das revisões bibliográficas
e avaliações dos casos.
xviii
2- RELATO DE CASOS
2.1- PERIOSTITE
2.1.1- Revisão Bibliográfica
É um tipo de enfermidade muito comum que ocorre no mundo todo
acometendo eqüinos usados tanto para esporte trabalho ou lazer.
Segundo STASHAK (1994) é uma reação inflamatória do periósteo
(membrana que envolve o osso), resultante de uma hemorragia subperiostal
podendo ser conseqüência de traumas diretos ou indiretos.
A inflamação é uma resposta vascular, celular e humoral, que
desencadeia um processo defensivo contra agentes agressivos. É uma resposta
evolucionária, adaptável e benigna.
A função do processo inflamatório é reunir células e líquidos no local
lesado que tem como objetivos diluir, localizar, destruir, remover o irritante e
induzir a reparação do tecido agredido.
A periostite ocorre devido a exercícios forçados, treinamentos
inadequados, traumas em geral, ferrageamento e casqueamento incorretos.
Exercícios forçados e treinamentos inadequados, não dão tempo de
remoldagem ao estresse repetido de compressão levando ao colapso ósseo.
Conforme STASHAK (1994) durante o exercício a pata desliza para
frente quando atinge o solo e se não for permitido que ela gire, o córtex dorsal
do III metacarpiano é colocado sob compressão maior que o córtex caudal.
Resultado que a superfície dorsal do osso metacárpico começa a se remodelar
e gradualmente aumenta sua espessura em resposta ao estresse. Como a
superfície medial do III metacarpiano esta sob um estresse maior, sofre maior
xix
grau de remodelação e se a remodelação não puder acompanhar o estresse
repetido de compressão ocorre o colapso ósseo (hemorragia subperiostal e
microfraturas). Então se o dano ao córtex dorsal ocorre mais rapidamente que
o processo de reparo possa combatê-lo, tem-se a periostite. Conforme o córtex
dorso-medial se remodela, tornando-se espesso, o córtex dorsolateral
permanece menos afetado mantendo-se mais delgado e fraco, portanto mais
suscetível á fraturas por estresse agudo.
Consideramos periostite aguda aquela onde se evidencia os sinais
clínicos, calor, rubor, claudicação grau I, processo doloroso quando se palpa
principalmente a face cranial do III metacarpiano da sua porção média para
distal, próximo a falange proximal. O animal alivia o membro afetado
alternando as patas.
E a periostite crônica quando há presença de tecido conjuntivo fibroso,
através de processos agudos mal curado ou decorrente de traumas ligeiros e
constantes.
O animal com periostite apresenta sensibilidade na região cranial de III
metacarpiano.
2.1.2- Descrição do Caso Clínico Número 1 Periostite Aguda
2.1.2.1- Histórico
Paciente eqüino de 6 anos de idade, da raça Puro Sangue Árabe, do sexo
masculino, pelagem castanha, que ao começar sua carreira no esporte Enduro
Eqüestre, devido ao treinamento excessivo apresentou sensibilidade no
membro torácico esquerdo na região cranial do metacarpiano principal.
xx
2.1.2.2- Exame Físico
Primeiramente foram feitos os exames rotineiros, freqüência cardíaca 32
bpm, freqüência respiratória 18 movimentos por minuto, tempo de
preenchimento capilar 1” , mucosas róseo claro , prega de pele 3”, pouco
desidratado. Em seguida foi avaliado o animal em movimento onde
observamos uma claudicação grau I do membro torácico esquerdo. À palpação
do membro através da pressão digital do osso metacarpiano principal o animal
apresentou mais sensibilidade do que no membro torácico direito. Foi pedido
para o animal trotar e não houve qualquer indício de claudicação.
2.1.2.3- Exame Radiográfico
Foi efetuada radiografia látero-medial do osso metacarpiano
apresentando lesões de periostite (Fig. 1).
xxi
Figura 1- radiografia látero-medial do osso metacarpiano principal
apresentando lesões de periostite.
2.1.2.4- Diagnóstico
Periostite aguda na região cranial do osso metacarpiano principal.
2.1.2.5- Prognóstico
Dependendo do tratamento a ser seguido o prognóstico é favorável,
desde que sejam feitas todas as recomendações previstas pela Médica
Veterinária.
2.1.2.6- Tratamento e Evolução do Caso
xxii
O tratamento prescrito foi crioterapia duas vezes por dia e repouso por
dez dias.
Após esse período o animal voltou a trotar e aos poucos voltou ao
treinamento normal. Porém continuou apresentando sensibilidade no
metacarpiano principal, sendo realizado a termocalterização, onde o animal foi
tranqüilizado com Tartarato de Butorfanol1 0,1mg/kg via intravenosa mais
Romifidina2 0,2mg/kg via intravenosa, em seguida foi feita a tricotomia na
região do osso metacarpiano principal, anti-sepsia com solução de Iodo
Degermante3, e depois Álcool, e com anestésico local Lidocaína4 a 2% foi
realizado a anestesia subcutânea (região abaixo da pele) na região do osso
metacarpiano principal para depois com o termocautério fazer pequenos
pontos sendo esses alinhados em forma de losango sobre o osso metacarpiano
principal. Em seguida foi passado iodo a 20% e foi feita atadura com algodão,
gaze e faixa.
Após cinco dias foi trocada a atadura colocando apenas Povidine
Degermante para secar a ferida e foi passada pomada a base de Clorexidina5
até sua cicatrização completa. Enquanto ocorreu esse processo o animal
permaneceu em repouso absoluto.
Foi administrada Penicilina620.000 UI/kg intramuscular 10ml a cada
12 horas por sete dias mais 10ml de Flunexin Meglumine7 por três dias. Após
sua cicatrização o animal voltou a caminhar, e não havia mais a sensibilidade
no local da lesão, porém o retorno do treinamento somente após sessenta dias. 1 Turbogesic® 2 Sedivet® 3 Povidine® 4 Bravet® 5 Alantol® 6 Pencivet® 7 Banamine®
xxiii
2.1.2.7- Discussão do Caso
O tratamento mais correto seria a minimização do processo inflamatório,
sem agredir fisicamente o animal, mas o proprietário insiste que o animal
esteja logo pronto a competir, por esse motivo foi escolhido este tipo de
tratamento.
Conforme THOMASSIAN (1997) através do exame clínico, com
manipulação de membro torácico na região cranial do metacarpiano principal
e do exame radiográfico obtido através da posição látero-medial obteve-se a
confirmação do diagnóstico.
Na interpretação radiográfica é possível notar uma imagem pouco nítida
dos limites da face cranial do osso metacarpiano principal, devido á
inflamação do periósteo. Não é raro se encontrar linhas de fraturas
incompletas e discretas no osso (GAROTTI, 2001).
O tratamento varia com o grau de dor e decrécimo no desempenho dos
cavalos. Na palpação os cavalos afetados ligeira e moderadamente mostram-se
ressentidos e estão levemente sensíveis, o que desaparece dentro de 2 a 4 dias.
Para cavalos de trabalho ou esporte o treinamento deverá ter continuidade,
mas com menor intensidade, para a promoção de contínua adaptação do osso
do esforço do trabalho.
Em cavalos gravemente afetados, a dor permanece evidente após uma
semana de repouso. Estes cavalos podem necessitar de repouso por no mínimo
90 dias, antes que retornem aos trabalhos.
Segundo THOMASSIAN (1997) muitas terapias adjuvantes como
antiinflamatórioterapia, crioterapia ou até a termocauterização são comumente
usadas.
xxiv
A crioterapia promove uma constrição dos vasos sanguíneos, assim com
o fluxo diminuído, a perda de sangue para os tecidos será menor e haverá
menos líquido acumulado nos tecidos para serem absorvidos durante o
processo de recuperação, que conseqüentemente, será mais rápido.
A crioterapia age no alívio da dor, pela diminuição da velocidade de
condução do estímulo doloroso pelas fibras nervosas e por estimular a
produção de endorfina.
A crioterapia é feita por 15 minutos em toda a região do metacarpiano
principal. Ela pode ser utilizada 2 a 3 vezes por dia, durante todo o tratamento.
A termocauterização é indicada em processos crônicos por reverter em
processo agudo.
Contudo é difícil a avaliação da sua eficácia, sem considerar
concomitantemente o treinamento ou terapia através do repouso.
O prognóstico é favorável quando o animal permanece em repouso ou
sem terapia adjuvante como a crioterapia e uso de antiinflamatório.
O prognóstico é reservado quando o animal não permanece em repouso
com ou sem terapia adjuvante.
Quando é realizado a termocauterização o prognóstico é favorável, pois
o animal permanece em repouso com antiinflamatório, antibioticoterapia e
crioterapia.
xxv
2.2- OSTEÍTE PODAL
2.2.1- Revisão Bibliográfica
Conforme STASHAK (1994) é uma patogenia crônica freqüente em
animais de esporte e que pode ser agravada por uso destes em pisos muito
duros ou sem devidos cuidados do casco o farregeamento.
A osteíte podal é um processo degenerativo da falange distal por
desmineralização resultante de inflamação ou infecção situadas no interior do
estojo córneo.
O animal com osteíte podal apresenta claudicação, sensibilidade na
base do casco sendo esta localizada ou difusa. Os sinais de claudicação são
evidentes, pois o animal com osteíte podal em grau mais avançado não apóia o
membro ao pisar no solo.
Através do exame clínico é manipulado o casco, pinçado a base do
casco onde obtemos uma reação de sensibilidade intensa, pois, ocorre uma
compressão entre a sola do casco e a falange distal.
Segundo GAROTTI (2001) no exame radiográfico podemos observar
diminuição da densidade óssea da falange distal, mais ou menos intensa, com
aumento de canais vasculares e frangeamento do bordo distal da falange distal
(3ª Falange). Estas imagens são obtidas através das posições, dorsopalmar e
látero-medial.
Conforme THOMASSIAN (1997) o tratamento seria Cloreto de Ca
20mg ao dia na ração com Calcitonina na dose de 2 ampolas pela via
intramuscular 2 vezes por semana durante pelo menos 2 meses.
Ferrageamento com ferradura fechada com forros de borracha para que
xxvi
quando o animal ao apoiar o membro, o impacto do casco com o solo seja
menor, mais antiinflamatório terapia.
O cálcio provoca um aumento de volume ósseo do osso cortical,
restrição do canal medular e aumenta a resistência óssea.
Como tratamento em casos crônicos é indicado a neurectomia, onde é
seccionado o suprimento do nervo palmar diante a falange proximal, onde
alivia a dor e possibilita prolongar a vida funcional do cavalo por um período
limitado.
As neurectomias podem ser realizadas sob analgesia local, mas
recomenda-se que estas operações sejam realizadas com o cavalo em decúbito
sob anestesia geral.
O prognóstico é reservado porque não tem cura, o que é tratado são as
conseqüências (dor, claudicação) e não a patogenia.
2.2.2- Descrição do Caso Clínico Número 2 Osteíte Podal
2.2.2.1- Histórico
Paciente eqüino 8 anos de idade, da raça crioula, pelagem castanha, do
sexo fêmea, está em plena atividade esportiva, praticando provas de laço e
treinando para provas do freio de ouro, porem após treinamento diário
apresentou claudicação grau 4 do membro torácico esquerdo.
xxvii
2.2.2.2- Exame Físico
Freqüência cardíaca 44 bpm, freqüência respiratória 16 movimentos por
minuto, mucosas levemente coradas, tempo de preenchimento capilar 1” ,
prega de pele 2” .
Ao caminhar, o mesmo se recusava a trotar e foi observado que ao
apoiar o membro torácico esquerdo o animal encurtava o passo e distribuía seu
peso nos outros membros, indicando alteração do membro torácico esquerdo.
Ao pinçar o casco do membro torácico esquerdo o animal apresentou
sensibilidade intensa na base do casco.
2.2.2.3- Exame Radiográfico
Através do exame radiográfico (Fig. 2 e 3) pelas posições dorsopalmar e
latero-medial, observou-se osteíte podal com calcificação de cartilagens alares.
Figura 2- radiografia látero-medial da falange distal apresentando lesões de
osteíte podal.
xxviii
Figura 3- radiografia dorso-palmar da falange distal apresentando lesões de
osteíte podal, e alargamento de canais vasculares.
2.2.2.4- Diagnóstico
Osteíte podal com calcificação de cartilagens alares.
2.2.2.5- Prognóstico
Infelizmente para o desempenho do animal em esportes o prognóstico é
reservado, devido afetar diretamente o seu resultado em provas onde a
agilidade e o tempo de prova são inversamente proporcionais, quanto mais
rápido menos tempo maior a pontuação.
xxix
2.2.2.6- Tratamento e Evolução do Caso
O tratamento sugerido foi a aplicação de solução de cálcio8
intramuscular durante 2 meses.
Parar imediatamente com os treinamentos, mas não deixar o animal
encocheirado e sim solto durante o dia e preso durante a noite.
Aplicação imediata de antiinflamatório Monofenilbutazona9 na dose de
10 ml intravenoso durante 5 dias consecutivos.
Doravante este animal será ferrageado com ferradura fechada.
E mesmo assim não é descartada a hipótese de uma futura neurectomia.
2.2.2.7- Discussão do Caso
Conforme WERNER (2001) osteíte é a inflamação do osso,
independente da sua origem, o processo inflamatório sempre acaba atingindo
o periósteo, vasos intracorticais e cavidade medular. Quando o processo
inicia-se no periósteo recebe o nome de periostite, quando inicia-se na
cavidade medular, de ostiomielite. Existem algumas formas comuns e
específicas de osteítes em animais, como que segue a inflamação do casco de
bovinos, ovinos e caprinos por Fusobacterium necrophorum (“foot rot” ou
podridão do casco). Essa mesma bactéria pode infectar os ossos da face de
suínos jovens devido ao corte mal feito dos dentes caninos.
Infecções piogênicas do osso são muito difíceis de ser controladas
devido a irrigação insuficiente. Seqüestros ocorrem comumente no osso após
fraturas cominutivas. O grande problema é que o osso necrótico não é 8 Calfomag® 9 Monofenew®
xxx
reabsorvido por osteoclastos e não é atingido por antibióticos parenterais. O
resultado é a formação de um trajeto fistuloso que só desaparece após remoção
ou destruição do fragmento.
2.3- EXOSTOSE
2.3.1- Revisão Bibliográfica
Segundo STASHAK (1994) é a proliferação de tecido osteóide que se
projeta na superfície do osso de forma irregular, de aspecto rugoso e
localizado.
Observamos um aumento de volume localizado ao longo dos ossos
metacarpianos (principal e acessórios), podendo aparecer em qualquer das
faces. Está mais relacionado com a má conformação, nutrição, ração,
treinamento duro, do que com traumas, como acreditam os leigos. Os traumas
também estão relacionados, porem os sinais são evidentes.
O animal com exostose apresenta aumento de volume de consistência
firme, localizado em um ou mais pontos do metacarpiano principal, com
presença ou não de sensibilidade ao exame de manipulação.
A claudicação ocorre em casos onde a posição e dimensão do sobre
osso venha pressionar estruturas nobres do aparelho locomotor, como
ligamentos ou tendões.
Através dos sinais clínicos e do exame radiológico podemos obter o
diagnóstico.
xxxi
Para executar o exame radiográfico, neste caso não há posições
padrão a serem feitas, e sim uma avaliação da posição da lesão a partir da qual
se fará o posicionamento do chassis e do aparelho radiográfico.
A imagem será de uma estrutura aderida ao osso, de densidade óssea e
bordos irregulares, no caso de exostose ativa e mais suave ou lisa nas inativas.
Pode ainda haver envolvimento dos tecidos moles adjacentes, o que pode levar
á um aumento da região afetada.
2.3.2-Descrição do Caso Clínico Número 3 Exostose
2.3.2.1 Histórico
Paciente eqüino sexo masculino, 13 anos de idade, de pelagem tordilha,
da raça Puro Sangue Árabe, cavalo já 2 vezes Campeão Catarinense de
Enduro Eqüestre na categoria de regularidade.
Apresentou um pequeno aumento de volume na região do metacarpiano
principal devido a uma periostite crônica, não alterando seu desempenho,
porem impedindo que continuasse seu treinamento.
2.3.2.2 Exame Físico
Aferidos os padrões normais como, freqüência cardíaca 28 batimentos
por minuto, animal bradicárdico devido ao treinamento para as provas de
enduro e também qualidade genética. Freqüência respiratória 19 movimentos
por minuto, tempo de preenchimento capilar 1”, mucosas normais. O cavalo
xxxii
apresentava sinais de cansaço e excesso de treinamento. Devido a apresentar
uma linha de crescimento no casco causada por estresse de treinamento.
Ao manipular o membro torácico esquerdo, e apalpar o osso
Metacarpiano Principal foi constatado um aumento de volume na face medial
proximal, onde havia um pouco de sensibilidade.
2.3.2.3 Exame Radiográfico
Foi realizada uma radiografia dorso-palmar do metacarpiano principal
apresentando lesão de exostose (Fig. 4).
Figura 4- radiografia dorso-palmar do metacarpiano principal apresentando
lesões de exostose.
2.3.2.4- Diagnóstico
xxxiii
A confirmação de exostose foi feita através do exame radiográfico que
mostra uma reação do periósteo de consistência firme, localizada na região do
metacarpiano principal.
2.3.2.5- Prognóstico
O prognóstico é reservado, infelizmente na maioria dos casos o
tratamento não cirúrgico não tem apresentado bons resultados, segundo a
Médica Veterinária.
2.3.2.6- Tratamento e Evolução do Caso
O tratamento prescrito foi a paralisação do treinamento, a aplicação de
Óleo de Cróton10 , que é um revulsivo que agudiza o processo. Aplicação
também de iodo a 10% e pomada antiinflamatória e antiflogística a base de
Sufóxido de Dimetila11.
Após 7 dias de tratamento não obteve-se resultado positivo. O animal
não apresenta mais sensibilidade na região, voltou ao treinamento, não
apresenta sinais de claudicação, porem a exostose continua crescendo e esse
aumento de volume poderá retirar o animal das competições de Enduro
Eqüestre. O próximo tratamento a ser indicado seria a termocalterização, esta
não tendo o resultado esperado, somente a remoção cirúrgica da exostose.
10 Baumecastic® 11 DMSO®
xxxiv
2.3.2.7- Discussão do Caso
O tratamento engloba cinco princípios fundamentais, estabilidade,
sustentação, redução do aumento de volume, através da hidroterapia,
crioterapia, antiinflamatório e repouso.
Conforme TURNER (2002) as exostoses exuberantes ao longo dos
ossos metacarpiano principal e acessório podem ser cirurgicamente removidas.
Este procedimento nunca deverá ser encetado levianamente visto que há
grande tendência para a recidiva exostose.
Portanto, um período de 90 a 120 dias de repouso resulta numa
resolução sem necessidade de intervenção cirúrgica.
2.4- TENDINITE
2.4.1- Revisão Bibliográfica
Segundo STASHAK (1994) é a inflamação do tendão e das inserções
tendão-músculos e respectivas bainhas. Especialmente as inflamações dos
tendões flexores devido ao esforço excessivo.
A tendinite geralmente resulta de um esforço excessivo ou
hiperextenção do tendão.
A tendinite é acompanhada pelo rompimento do conjunto paralelo dos
feixes de colágeno orientados longitudinalmente, que compõe o tendão.
A lesão mais comum é situada na região central do metacarpiano,
onde o tendão do flexor digital superficial tem sua menor área de secção
longitudinal.
xxxv
Treinamento inadequado, fadiga muscular, esforços rápidos e
repetidos, angulação excessiva da falange proximal, ferrageamento
inadequado, pinças muito longas, ligas apertadas ocasionam tendinite.
O tendão do flexor digital superficial do membro anterior direito é
afetado com maior freqüência. Isso relacionado à sua menor área de secção
transversal e ao maior estresse que suporta durante a hiperextenção da
articulação metacarpofalangeana, quando comparado ao tendão do flexor
digital profundo.
Conforme THOMASSIAN (1997) a lesão e degeneração dos tendões
acorrem em todos os graus de intensidade, esforços alem do limite de
segurança podem provocar pequenos deslocamentos e rupturas nas fibras. Esta
separação resulta em hemorragia capilar no interior do tendão.
A lesão aguda é acompanhada por hemorragia capilar, edema,
acúmulo de fibrina e inchaço local.
O diagnóstico é obtido através dos achados clínicos e confirmado pelo
exame ultra-songráfico.
2.4.2- Descrição do Caso Clínico Número 4 Tendinite
2.4.2.1- Histórico
Paciente jovem, fêmea, 4 anos de idade, raça Mangalarga Marchador,
pelagem alazã após uma cavalgada de grande distância, apresentou
claudicação e intensa sensibilidade a palpação, na região média do tendão
flexor superficial digital palmar. O proprietário e também ginete do animal
afirma que durante o percurso a égua nada sentiu.
xxxvi
2.4.2.2- Exame Físico
Como procedimento inicial foram realizados as auscutas para
freqüência cardíaca 42 bpm e freqüência respiratória 20 mpm, prega de pele
3”, animal um pouco desidratado devido a grande esforço físico, mucosa
pouco congesta e tempo de preenchimento capilar 1”.
Ao caminhar a passo não apresentou claudicação, mas quando foi
necessário o trote o animal claudicou.
No exame de palpação animal apresentava sinais de dor profunda por
todo o tendão flexor digital superficial palmar do membro direito. Sendo que a
região mais afetada e volumosa era a região média do tendão.
2.4.2.3- Exame Ultra-songráfico
Foram feitas 2 posições para a realização do exame de ultra-
sonografia (Fig. 5 e 6), uma transversal dos tendões flexores do membro
torácico, e outra longitudinal dos mesmos tendões. Ambas apresentaram
lesões de tendinite.
xxxvii
Figura 5- ultra-som transversal dos tendões flexores do membro torácico
apresentando lesões de tendinite.
Figura 6- ultra-som longitudinal dos tendões flexores do membro torácico
apresentando lesões de tendinite.
2.4.2.4- Diagnóstico
Tendinite ou tendosinovite, localizada no tendão flexor digital
superficial palmar do membro direito.
xxxviii
Ocasionada por lesão do tendão e ruptura parcial das fibras tendíneas,
acarretada pelo esforço excessivo dessa parte do aparelho locomotor durante
uma cavalgada prolongada.
2.4.2.5- Prognóstico
Reservado. É necessário que sejam seguidas a risca as recomendações
prescritas pela Médica Veterinária. E se o animal apresentar breve
recuperação, não deve ser retomado o trabalho sem orientação da profissional.
2.4.2.6- Tratamento e Evolução do Caso
O tratamento prescrito pela Médica Veterinária foi, crioterapia 2
vezes ao dia durante no mínimo 20 minutos e no máximo 30 minutos.
Aplicação intravenosa de Fenilbutazona12 na dose de 10ml por dia
durante 5 dias consecutivos. Aplicação também de antiinflamatório esteróide
Dexametazona13 , mas a dosagem desse teve que ser administrada com
diminuição gradativa do medicamento para evitar possíveis problemas
hormonais. Primeiro dia 7ml, segundo dia 5ml, terceiro dia 4ml, quarto dia
3ml, quinto e último dia 2ml. Foi necessário o repouso total do animal, no que
tange a treinamento ou trabalho.
Aplicação tópica de Sulfóxido de Dimetila14, 1 vez por dia após a
crioterapia.
12 Equipalazone 13 Azium 14 DMSO
xxxix
Foi sugerida também uma caminhada de 20 minutos apenas a passo e
em solo duro, para o alinhamento mais correto das novas fibras tendíneas.
E também foi de suma importância o correto ferrageamento do animal,
poupando os talões para que os tendões não sejam forçados.
2.4.2.7- Discussão do Caso
Segundo THOMASSIAN (1997) nos achados clínicos tem-se um
inchaço difuso sobre a região, com calor e dor àpalpação, claudicação intensa,
e o membro é mantido em posição flexionada.
Se o animal apresentar fibrose e inchaço firme na face palmar ou
plantar, não claudica a passo ou trote, mas apresenta claudicação no trabalho
forte, trata-se de um processo crônico.
A constrição do tendão flexor superficial pelo ligamento anular ou
plantar da articulação metacarpofalangeana pode ocasionar um caso de
tendinite.
Conforme STASHAK (1994) o tratamento está relacionado a
minimizar a inflamação e rompimento dos feixes de fibras tendinosas e
reduzir a intensidade da fibrose e das aderências que ocorrem durante a
cicatrização.
É feito hidroterapia fria ou gelo para minimizar a hemorragia e o
edema.
Drogas antiinflamatórias não esteróides e dependendo do caso até
drogas esteróides são usadas no tratamento.
A injeção peritendínea de corticosteróide pode ser utilizada para
minimizar as adesões peritendíneas sem comprometer a cura do tendão, mas a
injeção intratendínea é contra indicado porque provoca aderência.
xl
O Sulfóxido de Dimetila tópico pode ser usado para redução
É realizado o ferrageamento corretivo com elevação dos talões.
O repouso com manipulação passiva é recomendado porque, uma leve
tensão no tendão afetado na fase inicial da cura pode auxiliar no alinhamento
dos feixes de fibrina do coágulo inflamatório inicial e promover um
alinhamento adequado do novo colágeno, assim como inibir a formação de
adesões.
Na fase Crônica é utilizado como tratamento uma forma de contra-
irritação como a Termocalterização, irritantes de superfície e incisão cirúrgica
do tendão.
O prognóstico é reservado, pois o tecido tendinoso cicatriza muito
lentamente, há necessidade de um ano ou mais para que para que o processo
se complete.
O exame do tendão por ultra-som é muito útil para o controle do
progresso da sua cicatrização, e para a estimativa das lesões tendinosas.
2.5- ADENITE
2.5.1- Revisão Bibliográfica
Conforme BEER (1983) são enfermidades infecto-contagiosas agudas
ou sub-agudas, causadas pelo Streptococcus equi, com sede principal no
sistema respiratório alto dos eqüídeos jovens.
Esta doença, também conhecida com o nome de “Garrotilho” ou
“Gurma”, é causada pelo Streptococcus equi. É um coco gram positivo, muito
resistente à dessecação, pois a uma temperatura de 70-75ºC resiste até 1 hora.
xli
No pús de abscessos, permanece viável por 2,5 meses e no escarro, 5
meses.
São destruídos em poucos minutos pelos desinfetantes comuns, como
soda a 5%, fenol e creolina.
É uma doença específica de eqüinos, podendo ocorrer tanto em machos
como em fêmeas.
Animais jovens, com idade entre 1 e 2 anos são os mais sensíveis, muito
embora possa ocorrer em animais adultos, principalmente naqueles animais
oriundos de regiões onde o problema não é comum.
O agente etiológico é endêmico nas criações de eqüinos, podendo ser
encontrado nas mucosas orofaríngea e nasal normais.
Os animais jovens, por possuírem uma resistência mais baixa, ao serem
submetidos ao estresse pela desmama, rigores de mudanças climáticas
estacionais, mudança de pelagem, treinamentos intensivos nos haras, e outros
fatores, contraem a doença.
O contágio se dá pelo contato do animal com outros eqüinos doentes ou
com tratadores, fômites, alimentos, água e ar contaminados por espirro, tosse e
relinchos que espalham pús em aerossol.
2.5.2- Descrição do Caso Clínico Número 5 Adenite
2.5.2.1- Histórico
Égua sem raça definida, de pelagem baia, idade 6 anos, animal usado
para passeios de charrete.
xlii
Conforme o proprietário do animal, o paciente esta sem se alimentar há
mais de 2 dias, apenas bebendo água e com muita dificuldade de respirar.
Esses sinais clínicos foram observados por ele com mais evidência nos
últimos 2 dias. Sendo que no dia que fez o contato com a Médica Veterinária
reparou que, o paciente apresentava um corrimento nasal de secreção
purulenta.
2.5.2.2- Exame Físico
Primeiramente foram realizados os procedimentos para averiguar os
parâmetros normais dentro da fisiologia do animal.
Freqüência cardíaca 54, taquicardia, freqüência respiratória 46 um
pouco elevada, provavelmente para oxigenar melhor, devido o entupimento
parcial das vias aéreas superiores. Temperatura corpórea 38,2ºC, febre
aparente.
Ao fazer um exame de manipulação dos linfonódos submandibulares,
foi constatado que os mesmos encontravam-se congestos de pus.
2.5.2.3- Diagnóstico
Adenite eqüina, o diagnóstico clínico é final, em virtude da doença ser
bem conhecida.
xliii
A idade, sinais de rinorréia purulenta e linfadenite dão ao profissional a
certeza do diagnóstico, que poderá ser confirmado com o gram do pús, que
revelará a presença do agente.
2.5.2.4- Prognóstico
O prognóstico é bom para aqueles animais que não desenvolvem
pneumonia ou generalização. Porém para aqueles animais em que haja a
generalização do agente, o prognóstico é ruim, pois se não levá-los a morte,
esses animais desenvolverão o garrotilho crônico.
2.5.2.5- Tratamento e Evolução do Caso
A Penicilina Benzatina15 foi o antibiótico de escolha, na dose de 20.000
UI/kg, via intramuscular, durante 7 dias consecutivos. Pode-se utilizar terapia
na água ou ração, com Terramicina ou Penicilinas semi-sintéticas como
ampicilina, a 20mg/kg/dia, durante duas semanas. Deve-se cuidar para
administrar ração de fácil mastigação e deglutição. Alguns autores citam o uso
de pomadas que auxiliem quando ocorre a fistulação dos linfonodos.
15 Pencivet®
xliv
2.5.2.6- Discussão do Caso
Segundo CORRÊA & CORRÊA (1983) os microorganismos existentes
na mucosa nasal ou faríngea ou recém-adquiridos penetram nas glândulas
nasais e no tecido linfóide faríngeo, causando inflamação com exsudato seroso
ou seromucoso que em dois a quatro dias se transforma em purulento. Pelos
vasos linfáticos vão aos linfonódos regionais, principalmente os
retromandibulares que se infartam e sofrem fusão purulenta, geralmente
abcedando e fistulando em mais quatro a dez dias. Não havendo complicações,
haverá cura em duas a quatro semanas.
Em 1 a 2% dos casos, o S. equi escapa do foco primário e por via
aerógena vai causar laringite, traqueíte, bronquite e pneumonia. Se alcançar a
via linfo-hemática, causa abscessos metastáticos em outros linfonódos, fígado,
baço e rins, podendo causar morte no período agudo ou tender a cronicidade.
2.6- MELANOMA
2.6.1- Revisão Bibliográfica
Os melanomas são tumores reconhecidos há muitos anos, tendo sido
encontrados em cães das raças Boxer, Scothish, Cocker Spaniel, e algumas
raças bovinas muito pigmentadas, que apresentam maior incidência de
melanomas do que outras (ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008).
Entretanto a maior incidência ocorre na espécie eqüina, principalmente
em animais de pelagem tordilha e acima de 6 anos de idade.
xlv
Conforme WERNER (2001) a principal área afetada é a genital: períneo,
ao redor do ânus, vulva e base da cauda, denominados “melanoma perianal ou
perineal”.
Outros locais afetados e citados na literatura de WERNER (2001) são: cabeça
(base das orelhas, olhos, glândula parótida), pescoço, gânglios linfáticos,
vértebras, cavidade torácica e musculatura esquelética.
São comuns as formações nodulares, podendo disseminar-se localmente
e desenvolver-se em órgãos internos, o que é sugestivo de metástase.
O melanoma pode ser citado como a proliferação de melanócitos e
melanófagos em diversos sítios anatômicos, denominados de melanocitose
ectópica e multifocal.
2.6.2- Descrição do Caso Clínico Número 6 Melanoma
2.6.2.1- Histórico
Paciente do sexo fêmea, 16 anos de idade, da raça Mangalarga
Marchador, pelagem tordilha, função cavalo de sela.
O proprietário constatou um pequeno nódulo entre os ossos da
mandíbula, já havia 6 anos quando tal nódulo foi detectado pelo próprio dono
do animal. Mas era pequeno e o animal não reagia à manipulação. Segundo
ainda o proprietário o nódulo era menor do que uma “bola de gude”.
xlvi
2.6.2.2- Exame Físico
A égua apresentava-se com, freqüência cardíaca entre 32 e 38 normal,
freqüência respiratória 19 movimentos por minuto, temperatura corpórea 37ºC
normal, prega de pele 1”, bem hidratada, tempo de preenchimento capilar 1”
normal.
No exame de manipulação, apresentou sinais de dor, e o tamanho do
nódulo era aproximadamente o de uma bola de tênis.
Não foi possível saber se o nódulo era invasivo ao linfonódo ou estava
aderido ao mesmo.
Ainda no exame de manipulação foi possível verificar que se tratava de
um nódulo consistente, possivelmente com tecido adjunto e não mole com
presença de liquido.
2.6.2.3- Diagnóstico
Nódulo incluso ou aderido ao linfonódo submandibular, com histórico e
características de melanoma.
2.6.2.4- Prognóstico
Reservado, devido ao tipo de tumor, e se ocorreu metástase, e em qual
órgão ou tecido.
xlvii
2.6.2.5- Tratamento e Evolução do Caso
O tratamento selecionado pela Médica Veterinária foi a remoção
cirúrgica do tumor, sendo que com o animal em jejum foi feito uma lavação
com água e sabão, uso tópico de solução de iodo a 2%. Em seguida aplicação
de sedativo a base de Cloridrato de Xilazina16 a 10%, e logo após feita uma
tricotomia ampla na região submandibular (Fig. 7).
A anestesia local foi feita com Lidocaína17 2% , na dose de 25ml
injetados a partir da base do tumor.
A incisão foi feita primeiramente na pele de modo que a Médica
Veterinária pudesse divulcionar os tecidos até a retirada do tumor (Fig. 8).
Assim que tivemos acesso ao tumor foi logo identificado como
melanoma, pela forma arredondada, cor escura quase preta, e invasivo ao
linfonódo (Fig. 9).
Após a remoção do melanoma foi realizada uma sutura do tipo bolsa de
tabaco, porque a incisão ficou em forma circular, mas no segundo dia
subseqüente ao procedimento os pontos não agüentaram e ocorreu a
deiscência. Em seguida prescrito tratamento a base de Penicilina Benzatina18.
16Rompum® 17 Bravet® 18 Pencivet®
xlviii
Figura 7- Foto da Face esquerda da cabeça do animal demonstrando o
tamanho da incisão.
Figura 8- Foto da Incisão feita para a retirada do Melanoma
xlix
Figura 9- Foto do melanoma aderido ao linfonódo, exposto sobre uma luva de
procedimento para demonstrar o tamanho do tumor.
2.6.2.6- Discussão do Caso
O levantamento do número de eqüinos no Brasil pelo IBGE atinge seis
milhões de animas sendo que destes 3 a 8% são acometidos de melanoma.
Pode-se, portanto, estimar que existam entre 180-480.000 eqüinos acometidos
de melanoma no Brasil, levando em a uma perda econômica e genética
considerável do mercado agropecuário (WATSON, 2007).
O melanoma é particularmente comum em cavalos a partir de 5 anos de
idade e de pelagem tordilha. Os tratamentos correntes constituem-se na
aplicação de quimioterápicos, imunomoduladores e ou ressecções cirúrgicas
os quais apresentam toxidade elevada, iatrogenia e pouca eficiência.
O uso de vacinas de células híbridas tumorais em pacientes humanos
portadores de melanoma e carcinoma de células renais mostrou resultados
promissores (ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008).
l
2.7- TRAUMA DE LÍNGUA
2.7.1- Revisão Bibliográfica
Segundo SISSON/GROSSMAN (1981) a língua está situada no
assoalho da boca entre os ramos da mandíbula e apoiada principalmente em
um tipo de forquilha formada pelos músculos milo-hióideos. Sua parte caudal,
a raiz está afixada ao osso hióide, palato mole e faringe. Somente a superfície
superior desta parte é livre e se inclina ventral e caudalmente. A parte média, o
corpo, possui 3 superfícies livres: a superfície dorsal é ligeiramente
arredondada. As superfícies laterais são quase planas em sua maior parte. A
superfície ventral esta relacionada com os músculos hióideo e milo-hióideo. O
termo dorso da língua é aplicado para a superfície dorsal, todo ele é livre
quando a boca está fechada, está em contato com o palato exceto, na
orofaringe.
Ainda conforme SISSON/GROSSMAN (1981) a estrutura da língua
consiste em: membrana mucosa, glândulas, músculos, vasos e nervos.
2.7.2- Descrição do Caso Clínico Número 7 Trauma de Língua
2.7.2.1- Histórico
Paciente eqüino fêmea da raça Mangalarga Paulista, 8 anos de idade,
pelagem alazã, animal usado como cavalo de sela. Animal foi domado
aproximadamente com 3 anos de idade e depois não mais foi montado, sendo
li
que agora o novo proprietário está aos poucos vem fazendo um trabalho para
retornar a montaria.
Na primeira remonta o animal disparou, e para contê-lo o seu
proprietário e montador não evitou em puxar as rédeas até que o animal
fizesse uma curva brusca e o derrubasse.
Devido a grande força de compressão da embocadura contra a língua da
égua, ocasionou uma laceração do órgão.
Infelizmente o proprietário esperou durante 2 dias até fazer o contato
com a Médica Veterinária.
2.7.2.2- Exame Físico
Freqüência respiratória 16, freqüência cardíaca 39, mucosa pouco
congesta, tempo de preenchimento capilar 2”, pode representar a pressão
arterial um pouco baixa. Prega de pele 3”, égua um pouco desidratada, normal
seria até 2”.
O exame de manipulação do órgão quase totalmente desfigurado está
apresentado nas Figuras 10 e 11.
lii
Figura 10- Foto da língua durante o exame físico.
Figura 11- Foto mais aproximada para demonstrar o tamanho da lesão.
liii
2.7.2.3- Diagnóstico
Trauma severo na língua, causando laceração em mais da metade do
órgão.
2.7.2.4- Prognóstico
Reservado, devido a uma parte do órgão ter perdido a irrigação
sangüínea e necrosado.
2.7.2.5- Tratamento e Evolução do Caso
O tratamento foi sem muitas opções, sendo a mais viável a remoção
cirúrgica de parte do órgão e tentativa de reconstrução da língua.
Devido a demora de 2 dias para o contato com o profissional, ocorreu a
uma necrose parcial devido a falta de irrigação.
Primeiramente foi aplicado um sedativo à base de Cloridrato de
Xilazina19 a 10%, e com o uso de um abridor de boca especial para tratamento
odontológico, foi feita uma lavagem da língua e da cavidade oral, porque o
animal mesmo com sérios ferimentos ainda tentava alimentar-se.
Em seguida houve a aplicação de anestésico local a base de Lidocaína20
2%, começando pelos bordos do ferimento. À medida que o anestésico local
fazia efeito à anestesia era mais aprofundada, até que se chegasse ao objetivo
de analgesia total da parte do ferimento.
19 Rompum® 20 Bravet®
liv
Foi feita então a remoção da parte medial da porção lateral esquerda da
Língua, em seguida foi usado uma cureta para fazer a raspagem das bordas do
ferimento para preparar o tecido para a sutura e melhor cicatrização.
2.7.2.6- Discussão do Caso
Segundo a Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, é comum este
tipo de enfermidade, mas apenas pequenos traumas, e não grandes lesões
como a que ocorreu nesse caso.
Conforme o relato do treinador e domador de cavalos Marcio Luiz
Ribeiro, profissional que atua na área há mais de 20 anos, esse é um problema
que pode ser acarretado tanto pela doma mal feita do animal, deixando-o
nervoso e sempre querendo disparar, quanto a inexperiência do cavaleiro
sendo essa última de suma importância para um desempenho desejado.
Um fato que também contribuiu para a complicação do caso foi a
demora de 2 dias para o contato com a profissional, sendo que o relato deveria
ser feito imediatamente após o acidente. Assim evitando a formação de tecido
necrótico junto a lesão.
Segundo a Médica Veterinária, outro fator importante também
contribuiu para a dificuldade da cirurgia. È o fato de que a língua é um órgão
com muita irrigação sangüínea, e mesmo com o uso de anestésico local com
vasoconstritor o sangramento é abundante, não chegando a causar risco de
hemorragia no animal, mas dificultando visualmente o procedimento cirúrgico
de reconstrução do órgão.
lv
3. CONCLUSÃO
Durante o período de estágio na cidade de Joinville e Região, junto a
Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, pudemos colocar em prática os
conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na universidade.
Nessas 360 horas de estágio, através da observação e do
acompanhamento diário das funções de uma profissional, obtivemos
conhecimento de técnicas clínicas e cirúrgicas, que serão fundamentais para
nossa vida profissional.
O convívio e a experiência profissional foi de grande valia para obter
uma visão do Médico Veterinário na clínica e cirurgia de eqüinos.
Sempre procuramos desenvolver nossas funções com responsabilidade e
técnica profissional.
Tivemos noção da importância e da responsabilidade da Profissão do
Médico Veterinário, reforçando nossa preferência pelos grandes animais,
especialmente os eqüinos. Ficou evidente a importância para o profissional de
se manter sempre atualizado, consultando novas publicações na área em que
atua, e mantendo-se informado sobre o contexto da Medicina Veterinária e do
Agronegócio, estando habilitado a prestar informações seguras aos seus
clientes.
lvi
REFERÊNCIAS ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008. Disponível em
www.anaisdedermatologia.org.br . Acesso em 15/05/2008
BEER, J.; Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. 2ª edição. 1983;
Editora Roca, p. 380.
CORRÊA & CORRÊA, CÉLIA, N.M.; Enfermidades Infecciosas dos
Animais Domésticos. 2ª edição. 1983; Editora Medsi, p. 843.
GAROTTI, J.R.; Apostila de Diagnóstico por Imagem da Universidade
Tuiuti do Paraná do ano de 2001, págs. 1-19.
SISSON/GROSSMAN, S.J.D.; Anatomia dos Animais Domésticos Volume
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