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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ JULIANA CORDEIRO NEVES GUILHERME HUMENHUK FAGUNDES CAMINHOS E DESAFIOS DO FUTEBOL FEMININO NA ESCOLA CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

JULIANA CORDEIRO NEVES

GUILHERME HUMENHUK FAGUNDES

CAMINHOS E DESAFIOS DO FUTEBOL FEMININO NA ESCOLA

CURITIBA

2012

JULIANA CORDEIRO NEVES

GUILHERME HUMENHUK FAGUNDES

CAMINHOS E DESAFIOS DO FUTEBOL FEMININO NA ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e da saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física. Orientadora: Mariana Fogliatto Fontoura

CURITIBA

2012

TERMO DE APROVAÇÃO

JULIANA CORDEIRO NEVES

GUILHERME HUMENHUK FAGUNDES

CAMINHOS E DESAFIOS DO FUTEBOL FEMININO NA ESCOLA

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Licenciatura no

Curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, de junho de 2012.

_______________________________________________________

Licenciatura em Educação Física

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador(a): __________________________________________________

Prof.ª Mariana Fogliatto Fontoura

UTP - FACBS

__________________________________________________

Prof.

UTP - FACBS

__________________________________________________

Prof.

UTP – FACBS

DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa aos meus familiares que sempre estiveram ao meu lado me incentivando, me apoiando e sendo meus alicerces nessa caminhada. Ao meu irmão Valdecir que nunca poupou esforços para me ajudar e principalmente à minha mãe Alvelina que com toda sua humildade conseguiu me dar base para que tudo isso se concretizasse.

Juliana C.Neves

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar. Agradeço aos professores que sempre foram solícitos. Minha família, meu irmão e minha mãe. À professora Mariana que orientou da melhor maneira possível. À professora Euza que deu uma parcela importante de contribuição para minha formação acadêmica. Aos colegas de classe que de uma forma ou outra sempre contribuíram para que eu chegasse até aqui.

Juliana C. Neves À Professora Mariana, orientadora, braço amigo de todas as etapas deste trabalho. À minha família, pela confiança e motivação. À minha esposa, que sempre me apoiou. À minha colega, dupla de TCC, pelo trabalho que realizamos. Aos amigos e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas. Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. A todos que com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho. Aos que não impediram a finalização deste estudo.

Guilherme H. Fagundes

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo verificar os caminhos e desafios

enfrentados pelas meninas para praticar o futebol nas escolas. Através

deste, pretende-se abordar as dificuldades enfrentadas pelas atletas

desde o início da prática do futebol feminino até os dias atuais,

enfatizando estas no espaço escolar. Para tanto, foram elaborados dois

questionários, sendo um destinado às atletas de futebol da categoria

sub15 e o outro destinado às atletas adultas, acima de 19 anos, que

atualmente disputam o campeonato metropolitano da categoria,

identificando onde ocorreu a iniciação no futebol, caminhos percorridos e

principais dificuldades. A análise dos dados foi realizada com estatística

descritiva (distribuição de frequência relativa e absoluta). Como

resultado da pesquisa, pudemos perceber que apenas entre 20 e 25%

das atletas têm a iniciação ao futebol no espaço escolar. Com respeito

ao incentivo por parte dos educadores vêm sendo verificado de forma

maciça, 100% são incentivadores, conforme diagnosticado na pesquisa

com as atletas da categoria sub15. Certamente concluímos então que o

maior avanço alcançado pelo futebol feminino na escola deve-se ao

apoio dos educadores.

Palavras Chaves – Futebol Feminino – Caminhos - Desafios – Escola.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Onde começou ou praticou o futebol pela primeira vez?..................15 Tabela 2 – As atividades na escola são ou eram feitas somente com atletas femininas ou com equipes mistas?.....................................................................15 Tabela 3 – Onde encontrou a maior oposição ou preconceito para a prática do futebol feminino na escola?.................................................................................16 Tabela 4 – Respostas “fechadas” referente a vários itens do questionário........16

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................8

1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................8

1.2 PROBLEMA.......................................................................................9

1.3 OBJETIVOS.......................................................................................9

1.3.1 Objetivo geral...........................................................................9

1.3.2 Objetivos específicos...............................................................9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................10

2.1 Histórico...........................................................................................10

2.1.1 Futebol Mundial............................................................................10

2.1.2 O início do futebol no Brasil..........................................................10

2.1.3 Futebol feminino............................................................................11

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................14

3.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................14

3.2 População e amostra.......................................................................14

3.3 Instrumentos e procedimentos.........................................................14

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................15

5. CONCLUSÃO........................................................................................19

6. REFERÊNCIAS.....................................................................................20

7. APÊNDICES..........................................................................................22

8

1. INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

Atualmente as meninas têm motivação e incentivo para praticar futebol,

principalmente por espelhar-se e admirar histórias como a da jogadora Marta

que superando todas as expectativas, vindo de família humilde e jogando

futebol escondido dos pais, em meio aos garotos na rua, tornou-se por cinco

vezes consecutivas a melhor jogadora do mundo. Hoje seria um orgulho para

qualquer escola iniciar a carreira de uma atleta do nível de Marta.

O Futebol feminino obteve liberação oficial no Brasil no ano de 1983.

Nesse mesmo ano surgiu o primeiro campeonato paranaense de futebol

feminino (DIAS, 1983). Ainda de acordo com Dias (1983) as primeiras equipes

de futebol feminino do Paraná inscreveram-se para o primeiro Campeonato de

Futebol Feminino, após chamadas na Rádio Cultura, através do programa “A

Voz do Amadorismo”. As inscrições foram efetivadas na redação do Jornal

Folha de Curitiba que noticiou assim o início do campeonato: ”Tudo pronto para

a grande festa do Campeonato de Futebol Feminino”. Nesta época era

improvável que as meninas jogassem futebol nas escolas.

Segundo Freire (1992), nas aulas de Educação Física nas escolas

brasileiras há separação por sexo e dentro da sala de aula os alunos assistem

aulas juntos, ou seja, mentes não precisam ser separadas apenas os corpos.

Mesmo esta informação sendo a mais de 20 anos, na atualidade pode-se

perceber em várias escolas que isso ainda continua ocorrendo. Podemos

enumerar diversas dificuldades enfrentadas pelas meninas para ingressar no

futebol feminino. Dentre as dificuldades, cita-se o preconceito na escola por

não haver campeonatos de futebol feminino ao contrário dos meninos que

formam suas equipes nas aulas de Educação Física e isso é um fator de

desmotivação para as meninas ( TEIXEIRA E MOORE, 2007)

Até mesmo as atletas da seleção brasileira de futebol feminino iniciaram

a prática do futebol nas ruas, em clubes ou na praia, evitando a escola onde se

intimidavam a participar deste esporte que era dito esporte masculino

(DARIDO, 2002 apud TODARO, 1997).

Com a intenção de abordar com mais profundidade os caminhos

percorridos pelo futebol feminino, este trabalho tem como objetivo verificar

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quais as dificuldades e desafios enfrentados pelas meninas na categoria sub

15 e na categoria adulta, acima de 19 anos na prática do esporte dentro do

espaço escolar.

1.2 PROBLEMA

Quais as dificuldades e desafios enfrentados pelas meninas na categoria

sub15 e adulta, acima de 19 anos, com relação à pratica do futebol feminino na

escola?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar quais os desafios enfrentados pelas meninas na categoria

sub15 e adulta, acima de 19 anos, com relação à pratica do futebol feminino na

escola.

1.3.2 Objetivos Específicos

� Identificar os caminhos percorridos pelo futebol feminino.

� Verificar quais as dificuldades e desafios enfrentados pelas garotas na

prática do esporte dentro do espaço escolar.

� Avaliar e comparar os dados adquiridos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRICO

2.1.1 Futebol Mundial

Segundo Unzelte (2002) as primeiras manifestações do futebol surgiram

entre 3.000 e 2.500 a.C, na China. Por volta de 2600 a.C. o Sr. Yang-Tsé

inventa o KEMARI, onde 8 jogadores de cada lado em um campo quadrado

utilizavam uma bola redonda e sem deixá-la cair, com os pés tentavam passá-

la por entre estacas. Também na Grécia antiga havia um jogo disputado com

uma bola feita da bexiga do boi coberta com couro. Os gregos chamaram de

EPYSKIROS. Já os romanos utilizaram a bola e detalhes do jogo e criaram o

HARPASTUM (POLI e CARMONA, 2006).

Na Inglaterra registros pouco claros falam de um futebol violento e sem

regras. Em 1660 as primeiras regulamentações em relação ao número de

participantes e tamanho do campo. Na França jogava-se o SOULE. Os

franceses requerem a primazia do futebol, sendo que a organização é inglesa.

Também os italianos se dizem os organizadores do futebol depois de terem

criado regras e definido posições criando o CÁLCIO, contribuindo muito para o

futebol atual (HISTÓRIA DO FUTEBOL, 2012).

O futebol como é praticado atualmente, iniciou na França em 1872, na

Suíça em 1879, na Bélgica 1880, na Alemanha, Dinamarca e Holanda em

1889. Na Itália em 1893, nos países da Europa Central em 1900 e 1904 surge

a Federation Internacionale de Football Association (FIFA) (DUARTE, 1997).

Ainda segundo Freitas (2006), foi na Inglaterra que o futebol ganhou as

primeiras regras e a versão mais parecida com o esporte atual.

2.1.2 O início do futebol no Brasil

Charles Miller é oficialmente considerado o introdutor do futebol no Brasil

(FREITAS e VIEIRA, 2006). Segundo Hamilton (1998) o brasileiro CHARLES

MILLER, após ter ido estudar na Inglaterra volta ao Brasil em outubro de 1894

com duas bolas de futebol nas mãos, afirmando ser o seu diploma. Ignorando a

veracidade de tal afirmação os historiadores de futebol decidiram que isto

representou o nascimento do futebol no Brasil.

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Em 15 de abril de 1895 foi realizada a primeira partida de futebol no

Brasil, sendo que Charles Miller além de formar times fundou clubes e ligas a

exemplo da Inglaterra. Em 1897 no Rio de Janeiro, Oscar Cox desempenhou o

mesmo papel de Miller utilizando uma bola que trouxera da Suíça. Registros

mostram que o primeiro campeonato estadual foi disputado em 1902 em São

Paulo. Em 1906 foi disputado o primeiro campeonato carioca (FERNANDEZ,

1974).

Desde a primeira partida realizada em 1895 o futebol teve uma evolução

de proporção imensurável em todos os sentidos. Até em nosso vocabulário

acostumamo-nos a utilizar frases referentes ao futebol em diversas situações

como por exemplo quando fazemos algo errado dizemos: ‘’pisamos na bola’’ ou

‘’ demos uma bola fora’’. Outro exemplo quando alguma coisa não se conclui

por detalhes dizemos ‘’ bateu na trave’’. O futebol passa a fazer parte da

cultura brasileira conforme descreve Souza (2008 apud GUEDES, 1998):

O futebol é um dado cultural inegável da sociedade brasileira,

responsável por manifestações coletivas de grandes proporções.

Milhões de pessoas das mais diversas classes sociais se unem todos

os dias da semana dentro de um estádio ou em volta de um rádio ou

de uma televisão para torcerem pela vitória de seus times.

Discussões acalentadas são travadas nos mais diversos recantos do

país. Quando a seleção brasileira participa da Copa do Mundo, em

nenhuma outra atividade cultural os idéias de patriotismo, de civilismo

e de nacionalismo se mostram tão exacerbados. Nesta época, vive-se

a experiência da identificação nacional, da qual poucas pessoas

conseguem escapar.

2.1.3 Futebol Feminino

A primeira partida de futebol feminino foi disputada entre Inglaterra e

Escócia, em 1898, em Londres. A partir de 1987 após uma competição em

Taiwan, a FIFA reconhece oficialmente o futebol feminino e cria normas para

sua organização. Nas olimpíadas de Atlanta em 1996 o futebol feminino

conquista a condição de modalidade olímpica (UNZELTE, 2002). Em 1920

após um amistoso entre duas equipes femininas no estádio do Liverpool na

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Inglaterra a FIFA proibiu veementemente mais uma vez que mulheres

praticassem o futebol (FREITAS e VIEIRA, 2006)

No Brasil, ainda segundo Unzelte (2002) a primeira partida de futebol

feminino foi realizada em 1921. Em 1941, o Decreto-Lei 3199 do Ministério da

Educação no artigo 54 dizia: “Às mulheres não se permitirão à prática de

desportos incompatíveis com as condições de sua natureza.” Em 1964 o

Conselho Nacional de Desportos - CND proibiu a prática do futebol feminino no

Brasil. A decisão só foi revogada em 1981. Em 1983 o futebol feminino foi

legalizado no Brasil (FUTEBOL NO BRASIL, 2012).

A edição de 13/jul./1984 da revista PLACAR na reportagem ‘’O charme

vai a campo’’ informa que existiam nesta data cerca de 45.000 mulheres

dividas entre 3.000 times amadores de futebol feminino. As jogadoras nessa

época já sonhavam com a profissionalização. Atrizes estrelas da rede globo

como Elizângela, Solange Couto e outras ganhavam cachês enfrentando times

improvisados de estrelas em jogos de exibição, utilizando o nome de Globetes

(REVISTA PLACAR, 1984).

Em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas olimpíadas,

sendo que o Brasil ficou com o quarto lugar, a mesma colocação que obteve

nas Olimpíadas de Sydney, em 2000 (FUTEBOL NO BRASIL, 2012).

Em 2003, sob o comando do técnico Paulo Gonçalves, as meninas

conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos e também o

tetracampeonato sul-americano. Nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, a

seleção brasileira feminina conquista medalha de prata.

A seleção brasileira conquistou a medalha de ouro do torneio de futebol

feminino dos XV Jogos Pan-Americanos Rio-2007 (WIKIPÉDIA, 2012).

Após a conquista do Pan-Americano, ainda em 2007 a seleção brasileira

disputa a Copa do Mundo da China, contando com a presença de três

jogadoras paranaenses no elenco, sendo elas: Andréia, Simone Jatobá e

Renata Costa. O Brasil chegou à final contra a Alemanha após golear por 4 a 0

a equipe dos Estados Unidos. A seleção alemã derrotou o Brasil na final

(SILVA, 2007).

Com o sucesso do futebol feminino brasileiro no Pan-americano e copa

do mundo, ambos em 2007 a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

organizou a I Copa do Brasil de Futebol Feminino que contou com 32 equipes

13

em um campeonato regionalizado onde participaram as 5 regiões do Brasil

(WIKIPÉDIA, 2012)

Em 2008 nas olimpíadas de Pequim a seleção brasileira fica com a

medalha de prata após perder para os Estados Unidos por 1 a 0 na

prorrogação.

Nos jogos Pan-americanos de Guadalajara, no México em 2011 o Brasil

conquista mais uma medalha de prata, perdendo para o Canadá na final em

uma disputa por pênaltis, após empate no tempo normal.

Também em 2011 a seleção feminina disputa a Copa da Alemanha. A

seleção foi eliminada pelos Estados Unidos nas quartas de final, sendo que o

Japão tornou-se campeão ao vencer os Estados Unidos na final (WIKIPÉDIA,

2012).

14

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipo de Pesquisa

Pesquisa quantitativa e qualitativa, do tipo descritiva. Este tipo de

pesquisa visa a descrição das características de determinada população ou

fenômenos, e não permite a interferência do pesquisador (THOMAS; NELSON,

2002).

3.2 População e Amostra

Foram consultadas um total de 55 atletas de futebol feminino. Dentre

essas, foram selecionadas 15 atletas com idade entre 14 e 15 anos

matriculadas no Colégio Estadual do Paraná. As outras 40 atletas da categoria

adulta foram selecionadas em equipes que disputam o campeonato

metropolitano 2012, levando-se em conta a idade, a partir dos 19 anos.

3.3 Instrumentos e Procedimentos

A pesquisa foi realizada por meio da elaboração de dois questionários

(Apêndice A e B) que foram aplicados a 55 atletas. Cada questionário,

previamente validado, foi composto por dez perguntas fechadas e uma aberta.

Após uma breve explicação sobre o correto preenchimento do

questionário, todas as atletas preencheram de forma individual devolvendo

posteriormente identificados com nome e idade.

Para aplicação dos questionários categoria adulto, a coleta foi feita

através do campeonato metropolitano de Curitiba/2012.

Na categoria Sub 15 a coleta foi feita com atletas que praticam futebol

feminino no Colégio Estadual do Paraná.

A análise dos dados foi realizada com estatística descritiva (distribuição

de frequência relativa e absoluta).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capitulo serão apresentados e discutidos os resultados por meio

de quatro tabelas.

Tabela 1. Onde começou ou praticou o futebol pela primeira vez?

Quantidade sub 15 Percentual % Quantidade adultas Percentual %

Escola 3 20% 10 25%

Clube 0 0% 2 5%

Na rua (vila) 9 60% 25 62,5%

Outro 3 20% 3 7,5%

Na primeira tabela é possível verificar que entre 55 atletas de futebol

feminino que se propuseram a responder o questionário, sendo 40 adultas e 15

da categoria sub 15, 10 atletas da categoria adulta responderam que iniciaram

a prática do futebol na escola, o que equivale a 25% do total, nas atletas sub

15 o percentual ficou em 20%. A maioria da categoria adulta, 62,5% começou a

jogar futebol nas ruas (vila) coincidindo com a categoria sub 15 com 60% e

apenas 5% das adultas tiveram a iniciação em algum clube, ao passo que

nenhuma atleta sub 15 iniciou em tal local, além disso, 20% das atletas sub 15

alegou ter iniciado em outro local que não os citados, enquanto que nessa

situação a categoria adulta aparece com 7,5%.

Tabela 2. As atividades na escola são ou eram feitas somente com atletas femininas ou com equipes mistas?

Quantidade sub 15 Percentual % Quantidade adultas Percentual %

Mistas 12 80% 35 87,5%

Femininas 3 20% 5 12,5%

Quando perguntado se na escola as atletas participavam dos jogos de

futebol com outras atletas femininas ou as equipes eram mistas, a grande

maioria das atletas, tanto adultas como sub 15 responderam que as equipes

eram mistas, com percentual de 87,5% das adultas e 80% das sub 15.

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Tabela 3. Onde encontrou a maior oposição ou preconceito para a prática do futebol feminino na escola?

Quantidade sub 15 Percentual % Quantidade adultas Percentual %

Familiares 3 20% 10 25%

Colegas sexo oposto 12 80% 22 55%

Colegas mesmo sexo 0 0% 4 10%

Professores 0 0% 4 10%

Também foi possível verificar que 55% das atletas adultas e 80% das

atletas sub 15, ao participarem do futebol feminino na escola alegaram terem

encontrado maior oposição ou preconceito por parte dos colegas do sexo

oposto; 25% das atletas adultas e 20% das sub 15 encontraram oposição nos

próprios familiares; 10% das atletas adultas citaram oposição de colegas do

mesmo sexo, o mesmo percentual verificado em relação ao preconceito ou

oposição dos professores, na categoria adulta, porém na categoria sub 15,

nenhuma atleta citou oposição vinda de professores.

Tabela 4. Respostas de SIM ou NÃO referente a vários itens do questionário.

SIM Sub15

SIM NÃO NÃO Perc.% Adultas Perc.% Sub15 Perc.% Adultas Perc.%

Sofreu discriminação 3 20% 15 37,5% 12 80% 25 62,5%

Espaço físico adequado 6 40% 16 40% 9 60% 24 60%

Incentivo educadores 15 100% 24 60% 0 0% 16 40%

Oposição sexo oposto 9 60% 28 70% 6 40% 12 30%

Material treinamento 9 60% 20 50% 6 40% 20 50%

Campeonato escolar 9 60% 32 80% 6 40% 8 20%

Treinamento na escola 6 40% 16 40% 9 60% 24 60%

No quesito discriminação em relação ao futebol feminino na escola, das

atletas adultas, 15 atletas (37,5%) alegam terem sofrido discriminação e o

restante, 25 (62,5%) das atletas, se consideraram livres da mesma. Também

na categoria sub 15 apenas 20% das atletas relataram preconceito.

Para 40% das atletas das categorias adulta e sub 15, o espaço físico

(quadra ou campo) era sempre acessível a elas para a prática do futebol

enquanto as outras 60% disseram o contrário em ambas as categorias.

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Quanto ao incentivo por parte dos educadores 60% das adultas

disseram sentir-se incentivadas, sendo que as 40% restantes alegaram não

receber incentivo. De outro lado, na categoria sub 15, com unanimidade, 100%

das atletas se sentem incentivadas pelos educadores.

Os alunos do sexo oposto em sua grande maioria (70%) segundo as

atletas adultas, demonstravam oposição ou criticavam a pratica do futebol

pelas mesmas, enquanto que apenas 30% não se opunham. O percentual de

oposição do sexo oposto também aparece na categoria sub 15 com 60%.

O material de treinamento foi citado como adequado por 50% das atletas

adultas consultadas e 60% da categoria sub15.

As atletas adultas em sua maioria (80%) afirmaram terem tido

oportunidade de participar de algum campeonato interno ou intercolegial de

futebol feminino e mesmo assim 60% delas indicam não haver nenhum tipo de

treinamento de futebol feminino dentro da escola. Na categoria sub 15, 60% já

participaram ou participam de algum campeonato escolar e aparecem com o

mesmo percentual de 60% referente à falta de treinamento específico de

futebol.

As atletas de futebol seguem vencendo desafios que vem desde a

proibição do futebol pelo CND em 1964, chegando à liberação do mesmo em

1983, quando se disputou o primeiro campeonato paranaense de futebol

(DIAS, 1983).

Nas aulas de educação física os alunos são separados por sexo

(FREIRE, 1992). Embora Freire tenha feito essa afirmação, na prática o que

vemos hoje, baseados no estudo realizado é que o futebol, no caso específico,

é praticado atualmente nas escolas por equipes mistas, ou seja, meninos e

meninas dividem a mesma atividade, pelo menos nessa modalidade. Mesmo

isso ficando claro (futebol misto) pelo percentual das respostas, podemos

perceber que as atletas tanto adultas quanto da categoria sub 15, informaram

que é justamente nos colegas do sexo oposto que elas encontraram ou

encontram maior objeção ou preconceito. Esse preconceito afetou até mesmo

atletas da seleção brasileira que evitavam e se intimidavam a participar de

futebol na escola (SOUZA, 2002 apud TODARI, 1997).

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Pode-se identificar porém, que houve sim uma evolução no sentimento

de discriminação, que era mais acentuada nas atletas hoje adultas em

comparação com as atletas sub 15.

Observamos que 40% das atletas da categoria sub15 informam não

terem oportunidade de participar de campeonatos escolares, o que segundo

Teixeira e Moore (2007) seria um fator de desmotivação para as meninas.

Porém a grande conquista, segundo constatamos neste estudo está

diretamente relacionado com o incentivo por parte dos educadores em que as

atletas sub 15 se declaram 100% incentivadas.

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CONCLUSÃO

Conforme os resultados obtidos através de nosso estudo conclui-se

que o percentual de meninas que iniciam a praticar o futebol na escola não

mudou muito, apenas 5 pontos percentuais.Também não houve mudança

significativa quanto à participação das meninas em equipes mistas dentro do

espaço escolar, ou seja, ainda é necessário que estas participem junto com os

garotos para poderem desempenhar as atividades.

Pode-se perceber também que não houve avanço em relação ao

preconceito enfrentados pelas meninas em relação ao sexo oposto que

continua citado como maior opositor. E com respeito à discriminação, em

qualquer sentido, ocorreu uma sensível melhora, aproximadamente 10%.

Observa-se que quando se trata de espaço físico adequado para a

prática do futebol feminino, nada mudou se comparadas as informações das

atletas sub 15 e adultas, ficando esse item, a desejar para melhor condição das

meninas.

O grande avanço, há de se ressaltar, diz respeito ao incentivo dos

educadores que são citados pelas atletas sub15 com apoio unânime, tendo sua

importância devido ao fato de que as meninas, se sentem excluídas deste

esporte, e o professor tem o papel fundamental de levá-las a prática desta

modalidade, trazendo segurança e motivação.

Outro item que seria de grande importância para a motivação das

atletas e que infelizmente constou como regressivo na comparação das atletas

adultas com a categoria sub 15, é que apenas 60% das atletas têm

oportunidade de participar de campeonatos escolares, o que faria com que o

esporte se desenvolvesse cada vez mais, pois estes eventos tendem a

aprimorar tanto a técnica quanto a tática das alunas.

Pôde-se contudo perceber que de maneira geral o futebol feminino

evolui muito porém ainda tem um longo caminho pela frente. Sugere-se então

que novos estudos sejam realizados no sentindo de auxiliar o desenvolvimento

desta modalidade esportiva.

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REFERÊNCIAS

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historia-do-futebol.info/mos/view/A_ Origem _do _ Futebol/>. Acesso em 13

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - Questionário com categoria sub 15

Questionário (Categoria sub 15)

Nome:_________________________________________________________ Idade: _______

1) Onde começou ou praticou o futebol pela primeira vez? ( ) Escola

( ) Clube ( ) Na rua (Vila)

( ) Outro 2) As atividades de futebol na escola são feitas com atletas femininas exclusivamente ou equipes mistas? ( ) Mistas ( ) Femininas ( ) Não participo 3) Sofreu ou sofre discriminação por participar de Futebol Feminino na escola? ( ) Sim

( ) Não 4) No seu entendimento onde se encontra a maior oposição ou preconceito para que se pratique futebol feminino dentro das escolas? ( ) Nos próprios familiares ( ) Colegas do sexo oposto ( ) Colegas do mesmo sexo ( ) Nos professores 5) O espaço físico (quadra ou campo) é sempre acessível para a prática de futebol pelas meninas? ( ) Sim

( ) Não

6) Há incentivo por parte dos educadores para que se pratique o futebol feminino? ( ) Sim ( ) Não 7) Alunos do sexo oposto demonstram oposição ou fazem críticas quando da prática do futebol pelas meninas? ( ) Sim ( ) Não 8) Existe material de treinamento adequado na escola, como bolas, coletes, etc...? ( ) Sim ( ) Não 9) Já participou de algum campeonato interno ou intercolegial de futebol feminino?

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( ) Sim ( ) Não 10) Existe treinamento de futebol feminino na escola? ( ) Sim ( ) Não 11) Gostaria de comentar algo que não foi abordado no questionário?

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APÊNDICE B - Questionário com categoria adulta

Questionário (Categoria adulta)

Nome: _______________________________________________________ Idade: _______ 1) Onde começou ou praticou o futebol pela primeira vez? ( ) Escola ( ) Clube ( ) Na rua (Vila) ( ) Outro 2) Na escola, participava com outras atletas femininas ou equipes mistas? ( ) Mistas ( ) Femininas ( ) Não participava 3) Sofreu discriminação por participar de Futebol Feminino na escola? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não participava 4)No seu entendimento onde encontrou a maior oposição ou preconceito para que se pratique futebol feminino dentro das escolas? ( ) Nos próprios familiares ( ) Colegas do sexo oposto ( ) Colegas do mesmo sexo ( ) Nos professores 5) O espaço físico (quadra ou campo) era sempre acessível para a prática de futebol pelas meninas? ( ) Sim ( ) Não 6) Havia incentivo por parte dos educadores para a prática do futebol feminino? ( ) Sim ( ) Não 7) Alunos do sexo oposto demonstravam oposição ou faziam críticas quando da prática do futebol pelas meninas? ( ) Sim ( ) Não 8) Existia material de treinamento adequado na escola, como bolas, coletes, etc...? ( ) Sim ( ) Não 9) Participou de algum campeonato interno ou intercolegial de futebol feminino? ( ) Sim ( ) Não

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10) Existia algum tipo de treinamento de futebol feminino na escola? ( ) Sim ( ) Não 11) Gostaria de comentar algo que não foi abordado no questionário?