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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SIRLENE FERREIRA RODRIGUES AVALIAÇÃO DE HABILIDADES AUDITIVAS EM ESCOLARES Curitiba 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

SIRLENE FERREIRA RODRIGUES

AVALIAÇÃO DE HABILIDADES AUDITIVAS EM ESCOLARES

Curitiba

2014

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

SIRLENE FERREIRA RODRIGUES

AVALIAÇÃO DE HABILIDADES AUDITIVAS EM ESCOLARES

Monografia apresentada ao curso de especialização em Audiologia da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Audiologia. Orientadora: Fga. Carla Meller Mottecy.

Curitiba 2014

RESUMO

A avaliação das habilidades do processamento auditivo tem contribuído para

identificação e intervenção das alterações encontradas em crianças com

dificuldades escolares. O processamento auditivo central pode ser definido como

um conjunto dessas habilidades que são responsáveis por analisar e interpretar o

estímulo sonoro (JACOB et al, 2000). Essas habilidades consistem em receber,

detectar, atender, reconhecer, associar e integrar os estímulos acústicos para,

posteriormente, se elaborar uma resposta. Esse conjunto de mecanismos e

processos é responsável pelas seguintes respostas comportamentais: localização

sonora, discriminação sonora, reconhecimento auditivo, desempenho auditivo na

presença de sinais acústicos competitivos e desempenho auditivo para sinais

acústicos degradados (ASHA, 1996). O transtorno do processamento auditivo é

uma alteração observada em um ou mais comportamentos auditivos descritos.

(MUSIEK, 2001).Este estudo teve como objetivo avaliar as habilidades auditivas

em um grupo escolares normo-ouvintes.Participaram da pesquisa 50 alunos

voluntários do 6º ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública de

Curitiba. A idade da amostra variou entre 10 e 14 anos. Foi aplicado o teste de

memória de sequencia verbal, não verbal, teste de localização sonora e pares

mínimos. Resultados: Dentro todas as habilidades avaliadas, a minoria obteve

erros não sendo significantemente estatístico o que não corrobora com a literatura

pesquisada em alunos de escolas de rede pública.

Palavras chave: Percepção auditiva, transtorno de percepção auditiva, escolares.

ABSTRACT

Assessment of auditory processing has contributed to identification and

intervention of the changes found in children with learning difficulties. Central

auditory processing can be defined as a set of those skills that are responsible for

analyzing and interpreting the sound stimulus (JACOB et al, 2000). These skills

are to receive, detect, meet, recognize, associate and integrate the acoustic

stimuli to subsequently draw up a response. This set of mechanisms and

processes is responsible for the following behavioral responses: sound

localization, sound discrimination, auditory recognition, auditory performance in

the presence of competing acoustic signals and auditory performance for

degraded acoustic signals (ASHA, 1996). The auditory processing disorder is a

change observed in one or more auditory behaviors described. (Musiek, 2001).

This study aimed to assess the hearing abilities in a research listeners.Participate

normal-school group 50 volunteer students from the 6th grade of elementary

school at a school Curitiba from public. The age of the sample ranged between 10

and 14 years. The verbal sequence memory test, nonverbal, sound localization

test and minimal pairs was applied.

Results: In all the evaluated skills, the minority got mistakes were not significant

statistical fact that corroborates with the literature in students from public schools.

Keywords: Auditory perception, hearing perception disorder, school.

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4

2.OBJETIVO ......................................................................................................................... 6

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 7

3.1 PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL ..................................................................... 7

3.2 HABILIDADES AUDITIVAS ............................................................................................. 8

3.3 OS PROCESSOS DE MATURAÇÃO E PLASTICIDADE ................................................. 9

3.4 PROVAS DIÓTICAS ...................................................................................................... 14

3.5 PARES MÍNIMOS .......................................................................................................... 14

3.6 DISTÚRBIOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL ...................................... 15

3.7 CAUSAS E EFEITOS...........................................................................................17

4. METODOLOGIA .............................................................................................................. 18

5 RESULTADOS ................................................................................................................. 20

6 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 25

7- CONCLUSÃO ................................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................

ANEXO ....................................................................................................................................

4

INTRODUÇÃO

O processamento auditivo é a capacidade de organizar e compreender os

estímulos sonoros os quais se desenvolvem a partir das experimentações

sonoras, na qual ocorre o amadurecimento das estruturas do sistema nervoso

central, principalmente nos dois primeiros anos de vida (PERISSINITO et al.,1997;

SANCHEZ et al.,2002).

O processamento auditivo central apresenta um papel fundamental no

desenvolvimento da criança. Alterações em algumas das habilidades auditivas

podem conduzir os problemas de aquisição de linguagem e aprendizagem da

leitura e da escrita, ocasionando o chamado distúrbio de processamento auditivo

central. (ASHA, 2005). Também pode ser referido como disfunção ou desordem

do processamento auditivo (BRANCO-BARREIRO 2004).

Azevedo et al. (1995) mencionam a definição de distúrbios de

processamento auditivo central como "a inabilidade ou impedimento da habilidade

de atender, discriminar, reconhecer ou compreender as informações

apresentadas auditivamente mesmo em indivíduos com acuidade auditiva e

inteligência normais".

Alvarez, Caetano & Nastas (1997) acrescentam ainda que estes indivíduos

frequentemente não compreendem o que outras pessoas dizem, embora

possuam limiares auditivos suficientemente sensíveis até para a detecção de

sons sutis. Ouvem de maneira "confusa" por apresentarem disfunções nas vias

sensoriais ou neurais que conduzem o som até o córtex cerebral. Uma vez que é

função do cérebro dar significado aos sons recebidos pelo ouvido, se o córtex

recebe uma mensagem auditiva confusa, torna-se incapaz de responder

apropriadamente.

Para avaliar o funcionamento das estruturas responsáveis pelo

processamento auditivo, são realizados testes da função auditiva central, os quais

devem conter provas verbais e não verbais, a fim de avaliar as habilidades de

localização sonora, discriminação auditiva, reconhecimento de padrões auditivos.

O resultado desses testes permite classificar o processamento auditivo como

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normal ou alterado. Assim, um transtorno de processamento auditivo é a

deficiência no processamento da audição específico da modalidade auditiva

(PEREIRA, 2004).

Essas avaliações podem resultar ou coexistir com dificuldades em outras

habilidades também mediadas pelo sistema nervoso central (BRANCO-

BARREIRO 2004).

Atualmente, a associação entre dificuldades escolares e alterações no

processamento de habilidades auditivas tem sido um dos principais focos de

estudos realizados com testes de processamento auditivos (KING, 2003).

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2.OBJETIVO

Objetivo geral:

Verificar as habilidades auditivas em um grupo escolares normo - ouvintes.

Objetivo específico:

Analisar as resposta dos testes das habilidades auditivas de localização

sonora, memória verbal e memória não verbal.

Qualificar o numero de acertos /%/ dos testes de pares mínimos por alunos

participantes desta pesquisa.

7

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

O processamento auditivo (PA) refere à maneira pelas quais o sistema

auditivo atua na informação acústica para programar uma resposta, seguindo o

caminho de receber, detectar, atender, reconhecer, associar e integrar sistema

acústico. (ALVARES 1997, ASHA 2005).

ASHA (1996) acrescenta que o processamento auditivo engloba mecanismos

e processos do sistema auditivo, que são os responsáveis pelos fenômenos

comportamentais de localização e lateralização sonora; discriminação auditiva;

reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais da audição, incluindo

resolução temporal, mascaramento temporal, integração temporal, ordenação

temporal e desempenho auditivo na presença de sinais competitivos e

desempenho auditivo com sinais acústico desfavorável.

Jacob (2000) definiu um conjunto de habilidades necessárias para analisar

e interpretar vibrações dos padrões sonoros por ele detectados. Costa (2007)

relata que o processamento auditivo é um caminho percorrido pelo estímulo

acústico, desde sua entrada do sistema acústico até o córtex. Pereira (1997)

concorda que o processamento auditivo central envolvem as estruturas do

sistema nervoso central das vias auditivas e córtex.

Para Katz, (1994) o processamento auditivo ocorre desde que o som entra

na orelha até o momento que a informação é reconhecida pelo ouvinte. Em

poucas palavras é possível dizer que é “aquilo que você faz com o que você

ouve”. O desenvolvimento do Processamento Auditivo Central ocorre desde os

primeiros anos de vida, completando sua maturação na puberdade. É a partir das

experiências interativas com o mundo sonoro, que se aprende a ouvir e a falar.

Os processos envolvidos no processamento auditivo acontecem tanto no

sistema auditivo periférico (orelha externa, orelha média, orelha interna, VIII par

craniano), como no sistema nervoso auditivo central (tronco cerebral, vias

subcorticais, córtex auditivo/lobo temporal, corpo caloso), abrangendo, inclusive,

áreas centrais não auditivas: lobo frontal e conexões (temporo-parieto-occipital)

(MUSIEK, 1994).

8

Ruytjens et al. (2006) apontaram que o sistema auditivo central é o mais

complexo de todas as vias sensoriais, sendo sua estrutura e funcionamento ainda

insuficientemente compreendidos. Eles destacaram que as respostas neurais do

córtex auditivo não dependem somente dos estímulos acústicos, a regulação da

atenção presumivelmente desempenha uma importante função de bloqueio para a

informação perceptiva.

3.2 HABILIDADES AUDITIVAS

Como sabemos o processamento auditivo envolve um conjunto de

habilidades necessárias para atender, discriminar, reconhecer, armazenar e

compreender a informação auditiva (PERISSINITO et al., 1997; SANCHEZ et al.,

2002).

Estas habilidades se desenvolvem a partir do nascimento. A complexidade

do sistema e a expectativa do indivíduo parecem influir na habilidade de manter a

atenção (SIEGLER, 1991).

As habilidades auditivas constituem-se numa hierarquia e, embora sigam

uma sequência de desenvolvimento, são, no fundo, indissociáveis entre si.

Seguidamente faz-se a enumeração das mesmas (ASHA, 2005):

Detecção do som: habilidade de identificar a presença dos sons;

Localização e lateralização da fonte sonora: determinar o local de origem da

fonte sonora;

Reconhecimento: é um processo totalmente aprendido, além da informação

auditiva, é importante, para o reconhecimento a informação do contexto

situacional temporal;

Discriminação: é o processo de detectar diferenças entre os padrões de

estímulos sonoros. Podemos detectar diferenças mínimas de frequências,

Intensidades e de tempo de duração de um som;

Atenção: habilidade para deter-se num determinado estímulo durante um

período de tempo;

Atenção Seletiva: monitorar determinado estímulo auditivo significativo,

mesmo que a atenção primária esteja voltada à outra modalidade sensorial ou

que exista a presença de um ruído fundo;

9

Memória: habilidade para armazenar e reter o estímulo auditivo. Processo

que permite arquivar as informações para poder recuperá-las quando necessário;

Figura-Fundo: habilidade de identificar o sinal de fala em presença de outros

sons competitivos;

Síntese ou Integração Binaural: habilidade para reconhecer estímulos

apresentados simultaneamente ou alternadamente em ambas as orelhas;

Fechamento Auditivo: habilidade para reconhecer o sinal acústico quando

partes dele são omitidas ou distorcidas;

Combinação: habilidade para formar palavras a partir de fonemas articulados

separadamente;

Associação: habilidade para estabelecer relações não linguísticas e sua

fonte sonora;

Compreensão: habilidade para estabelecer relações entre estímulo

linguístico e o seu significado para adequada interpretação do mesmo.

3.3 OS PROCESSOS DE MATURAÇÃO E PLASTICIDADE

A plasticidade auditiva pode ser definida como a modificação por meio do

aprimoramento, de células nervosas a partir de influências do meio ambiente, e

que causariam uma mudança comportamental (MUSIEK & BERGE1998).

Portanto, os testes de diagnóstico de distúrbio do processamento auditivo podem

orientar quanto ao tipo de treinamento auditivo mais adequado para um

determinado indivíduo (KATZ e WILDE, 1999).

Bellis (1996) afirmou que é fundamental considerar os aspectos de

neuromaturação e a plasticidade do sistema auditivo, pois estes aspectos têm

implicações importantes para a avaliação e a terapia de indivíduos com alteração

do processamento auditivo.

Existem três tipos diferentes de plasticidade: a primeira refere-se à

plasticidade decorrente o desenvolvimento, a segunda à plasticidade

compensatória, resultante de uma lesão em alguma área do sistema auditivo e o

terceiro tipo está relacionada ao aprendizado (SCHECH, 1991).

O amadurecimento das estruturas do sistema nervoso central acontece

principalmente nos dois primeiros anos de vida quando os estímulos sonoros que

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recebemos desenvolvem-se a partir das experimentações sonoras que ouvimos

(PERISSINITO et al., 1997; SANCHEZ et al., 2002).

Segundo Bellis (1999) mudanças morfológicas no cérebro dependentes da

idade, determinarão em larga escala a habilidade da criança em desempenhar

certas atividades auditivas. As estruturas do sistema auditivo central embora

presentes e funcionantes ao nascimento, continuam a formar novas ligações

sinápticas até o inicio da idade adulta.

Dessa forma, até chegar ao estágio final do processamento da informação,

o estímulo sonoro passa por diversas estruturas que são mencionadas a seguir

(KATZ & WILDE, 1999).

A via auditiva periférica encontra-se pronta ao nascimento e engloba a

orelha externa, média e interna e VIII par. Juntas, as orelhas, externa e média

formam o componente condutivo. A orelha interna compreende a cóclea e os

canais semicirculares. A cóclea representa o componente sensorial

transformando o impulso sonoro em elétrico para que o componente neural

receba, analise e programe uma resposta. Esse não está totalmente pronto ao

nascimento, desenvolvendo-se a partir das experiências sonoras pelas quais as

crianças passam principalmente nos dois primeiros anos de vida, época em que

formam suas primeiras conexões (ZEMLIN, 2000).

A construção das conexões neuronais ocorre na maior parte do período

entre o nascimento e os 4 anos de idade, sendo que os dois primeiros anos de

vida são cruciais. Nesta faixa etária, o cérebro está mais sensível aos estímulos

do ambiente e forma o maior número de ligações neuronais possíveis (NEVILLE e

BAVALIER, 1999).

Há neurônios especializados, ou seja, alguns neurônios respondem melhor

a um grupo de características do estímulo dado (CRICK e ASANUMA, 1986).

Outros estudos apontam a existência de um período de alta plasticidade

auditiva até os seis anos de idade (MANRIQUE et al., 1999; ROBINSON, 1998).

Em suma, aquilo que é importante para a formação no cérebro deve ocorrer na

infância em função da reorganização do cérebro e das experiências vividas

(HERCULANO HOUZEL, 2005). A partir desse pressuposto, torna-se possível

descrever a via auditiva, bem como a respectiva função de cada estrutura.

De acordo com Lent (2005), os receptores sensoriais da audição não são

neurônios, e sim células primárias que se conectam através de sinapses com

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neurônios secundários e estes, com neurônios terciários. Esses circuitos em

cadeia levam a informação trazida do ambiente pelos receptores a níveis mais

complexos no sistema nervoso.

A transdução da informação é realizada pelos receptores (células ciliadas)

e consiste na transformação da energia do ambiente em potenciais bioelétricos

através de uma sinapse com a extremidade dendrítica da célula de segunda

ordem localizada no gânglio espiral, cujos axônios estão compactados no 8º

nervo. As características mais importantes da transdução são a intensidade e a

duração do estímulo (BESS & HUMES, 1998).

Já a codificação neural consiste na transformação do potencial receptor

em potenciais de ação. O potencial de ação é um sinal elétrico muito rápido que

confere ao neurônio a capacidade de transmitir a informação. O intervalo de

tempo entre os potenciais de ação é muito variável, permitindo veicular em código

digital diferentes mensagens. Assim, a informação auditiva é codificada,

conduzida através do nervo auditivo até o núcleo coclear ventral (NETTER, 1997).

Nesse momento, já no tronco cerebral, tem-se o início da via auditiva

central. Tal separação é apenas didática, pois o processamento auditivo depende

da integridade da via auditiva periférica (BELLIS, 2003). Qualquer alteração nesta

via, em longo prazo, pode trazer prejuízo ao processamento da informação.

Assim, uma criança que teve problemas de audição na infância como uma otite,

por exemplo, pode ficar com os neurônios do tronco cerebral mal conectado o que

poderá ocasionar intercorrências na fala (ROGGIA, 1997; ZILIOTTO et al., 2002),

na compreensão em leitura (COSTA, 2003) e na aprendizagem (PERISSINTO et

al., 1997; GUIMARÃES, 1999 e COSTAMILAN, 2001).

As células do núcleo coclear também são tonotopicamente organizadas em

três divisões do núcleo coclear (CHERMAK e MUSIEK, 1997). Essa

representação coclear é repetida ao longo das vias auditivas ascendentes

(KINGSLEY, 2001).

Algumas fibras projetam-se contralateralmente, mas a maioria ascende no

sentido ipsilateral atuando na percepção auditiva (localização da fonte sonora e

reconhecimento dos padrões temporais do som). Essas fibras oferecem

contribuição importante na análise sensorial complexa e na diminuição dos sinais

de ruído de fundo. A codificação da informação no núcleo coclear é importante

12

para identificar as formantes, semivogais e consoantes plosivas (AQUINO e

ARAÚJO, 2002; BONALDI, 2004).

A próxima estação da via auditiva central é o complexo olivar superior cuja

aferência é proveniente de ambas as orelhas (MUNHOZ et al.,2000). O complexo

olivar superior recebe fibras binaurais sensíveis às informações de tempo,

intensidade e duração e que também é responsável pela lateralização e

integração binaural. Sua lesão altera a localização dos sons à direita e à

esquerda. Encontra-se em conexão com os núcleos motores relacionados com o

reflexo de orientação ocular na direção da fonte sonora (BESS & HUMES, 1998).

O complexo olivar superior está relacionado com o desencadeamento do

reflexo estapediano devido à origem de fibras do sistema eferente (BESS &

HUMES, 1998). É possível que alterações nestas funções ocorram concomitantes

a alterações do reflexo acústico na frequência de 4000 Hz ou dos reflexos

contralaterais (CARVALLO, 1996).

Do complexo olivar superior as fibras ascendem para o lemnisco lateral,

local onde continua a representação bilateral de estímulo auditivo com relação à

organização tonotópica (BELLIS, 2003). Lesões no lemnisco lateral conforme

Munhoz et al. (2000), também alteram a localização da fonte sonora. De acordo

com Kingsley (2001) existem poucas informações da função dessa estrutura.

No colículo inferior, situado no mesencéfalo, realizam-se cruzamentos e

integrações das informações acústicas monoaurais e binaurais importantes para a

localização sonora (à frente, em cima e atrás da cabeça). Parte das informações

recebidas pelos colículos inferiores é projetada para os colículos superiores,

formação reticular e cerebelo para a coordenação dos olhos, cabeça e

movimentos do corpo em localização reflexa para a obtenção da direção à fonte

sonora. Realizam um mapeamento da posição sonora e contribuem para a

manutenção da atenção ao estímulo sonoro (OLIVEIRA, 2006).

Os neurônios do colículo inferior projetam-se em direção ao corpo

geniculado medial, situado no tálamo, que possui muitos neurônios sensíveis ao

estímulo binaural e às diferenças de intensidade interaural. Parece ser o estágio

mais importante do processamento do estímulo verbal para o córtex (HOOD,

1998; KARPIJOKE JAASKELAINEN, 2007).

Se o corpo geniculado medial é uma estrutura que responde pela via

auditiva, o corpo geniculado lateral responde pela via visual. Ambos, situados no

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tálamo, configuram o primeiro local em que as vias auditivas e visuais se cruzam.

Uma disfunção nesta conexão pode acarretar intercorrências na leitura

(OLIVEIRA, 2006).

A conexão entre o corpo geniculado medial e o córtex auditivo constitui-se

o estágio final do processamento da informação. O córtex auditivo primário é o

local da sensação e percepção auditiva e está localizado no giro de Heschl. Ele

retém a organização tonotópica da cóclea, analisa os sons complexos, inibe

respostas inapropriadas e analisa o estímulo auditivo dentro de um só contexto

temporal. Está envolvido na atenção seletiva e orientação espacial do estímulo

auditivo durante a localização sonora (MUNHOZ et al., 2000; BELLIS, 2003) .

Desta maneira ultiliza-se diferenças de intensidade de tempo de chegada

do som e cada hemisfério possui zonas de localização de sons do lado oposto

(GAZZANIGA, IVRY e MANGUN, 2006). Nesse caso o processamento encontra-

se distribuído, ou seja, ele depende da atividade de várias estruturas neuronais,

que também é responsável por comparar as informações mandadas pelo tronco

encefálico de forma crítica. Esse processo entre tronco e córtex chama-se

resolução temporal (MIDDLEBOOKS, 1999).

O giro angular é responsável pelo conhecimento dos estímulos linguísticos.

Springer e Deutsch (1998) comentaram que a maior parte das desordens de

leitura e escrita pode estar relacionada a um dano no giro angular esquerdo ou

em regiões adjacentes, pois está situado na junção dos lobos parietal, temporal e

occipital, integrando a informação sensorial auditiva e visual.

Um estímulo acústico, ao entrar pela orelha direita percorre as estruturas

do tronco encefálico ipsilateralmente, até o complexo olivar superior, onde segue

seu caminho contralateralmente chegando ao córtex auditivo primário do

hemisfério esquerdo, que é responsável pela informação lexical (associação da

palavra com seu significado), sintaxe, processos fonológicos e produção da fala.

Após, essa informação é encaminhada ao córtex auditivo secundário, que está

envolvido com outras funções sensoriais (visuais, táteis, cinestésicas e olfativas) e

de associação. É o local onde o processamento dos sons da fala é realizado

(NETTER, 1997).

14

3.4 PROVAS DIÓTICAS

As provas dióticas são os testes que não avaliam as orelhas

separadamente, não utilizam fones e nem mesmo cabina acústica, sendo que os

estímulos auditivos são apresentados nas duas orelhas simultaneamente, são

eles: teste de localização sonora em cinco direções e teste de memória para sons

verbais em sequenciais não verbais (KING, 2003).

Hall III (1997) sugeriu que os testes da função auditiva central devam

conter provas verbais e não verbais, a fim de avaliar as habilidades de localização

sonora, discriminação auditiva, reconhecimento de padrões auditivos,

reconhecimento de ordem na presença de competição aspectos temporais da

audição e as provas adaptadas à idade da criança.

A avaliação do processamento auditivo é uma medida de como o indivíduo

gerencia as informações que ele recebe auditivamente (MIRANDA et al, 2004).

A interação binaural é a habilidade de perceber e organizar os sons do

meio ambiente, a qual depende fortemente do uso simultâneo das duas orelhas,

da interação neural que ocorre com os sinais recebidos pelas duas orelhas e da

forma com que é processada a informação auditiva. Estas informações

contribuem para o indivíduo localizar as fontes sonoras no espaço e para realizar

figura-fundo (PINHEIRO e PEREIRA, 2004).

A localização sonora é a capacidade de identificar a origem do som por

meio da discriminação da diferença de tempo e de intensidade interaural. Essa

habilidade melhora com o aumento da idade das crianças, sendo que aos dois

anos de idade elas já são capazes de localizar os sons em qualquer direção.

Além disso, a localização sonora parece participar do desenvolvimento da

percepção espacial e no desenvolvimento da atenção seletiva (AZEVEDO, 1991).

A memória auditiva é um processo que permite adquirir, armazenar e

arquivar informações acústicas para poder recuperá-las depois, quando houver

necessidade e a habilidade de ordenação temporal, dentre outros, que o ouvinte

faça discriminações baseadas na ordenação e sequencia do estímulo auditivo

(MIRANDA et al, 2004).

3.5 PARES MÍNIMOS

15

Para Silvia (2001), duas palavras com significados diferentes, cuja cadeia

sonora é semelhante constitui um par mínimo. A autora cita o exemplo do par

mínimo que contrasta o fonema /f/ e /v/ num ambiente semelhante. Cagliari (2002)

diz que os pares mínimos são duas palavras representadas pela troca de um

único som por outro em um mesmo lugar na cadeia da fala. Quando a diferença

entre uma palavra e outra apresenta mais de um som, um par de palavras não

pode ser considerado um par mínimo.

Chermak (2001) menciona que crianças com alteração de processamento

auditivo central apresentam déficit na memória auditiva, no desenvolvimento da

linguagem, no conhecimento fonológico, na leitura e em outras aquisições

acadêmicas.

Ao nível da comunicação oral, crianças com alteração no processamento

auditivo evidenciam problemas na linguagem expressiva (uso das regras da

língua) na compreensão de palavras com duplo sentido e na articulação de

fonemas, principalmente nos fonemas /r/ e /l/ (CARMO, 1998., MARQUES, 1999;

JORGE, 2006).

Na comunicação escrita, verificam-se inversões e substituições grafêmicas

e dificuldades na compreensão da leitura.

Quanto ao desempenho escolar, as crianças podem apresentar

dificuldades na aprendizagem da leitura, da gramática, da ortografia e da

matemática.

Vários autores enfatizam a maneira como os segmentos consonantais ou

vocálicos afetam os segmentos adjacentes. Os pares mínimos são uma boa

maneira de controlar esse aspecto segmental da cadeia da fala. A utilização dos

pares mínimos tem o intuito de identificar respostas que a criança considera

correta e isso é um bom meio para discriminação a auditiva (LOWE, 1996).

3.6 DISTÚRBIOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

O transtorno do processamento auditivo central é um termo genérico usado

para descrever varias dificuldades na capacidade de discriminar, identificar ou

compreender estímulos auditivos, (BSA, 2007).

Jerger (1992) menciona que a área do distúrbio do processamento auditivo

central em criança de idade escolar é como “uma terra incógnita muito vasta”,

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segundo o autor, existem poucos instrumentos de teste plenamente satisfatórios

apresentando, portanto pouca justificativa para intervenção efetiva.

Assim, a localização de sons no espaço, discriminação dos sons,

reconhecimento de padrões auditivos, responder aos aspectos temporais do som,

e extrair a informação auditiva a partir de ambientes acústicos não ideais, são

exemplos de processos auditivos. Subsequentemente, a definição operacional

desses distúrbios de processamento refere-se a um fraco desempenho em uma

ou mais habilidades destes conhecimentos (ASHA, 2005).

Uma criança com desordem de processamento auditivo central apresenta

dificuldade para lidar com as informações que chegam pelo ouvido, podendo

manifestar prejuízo quanto à fala, escrita, linguagem e comportamento social

(CARVALHO 1997).

Segundo Katz (1997), crianças com dificuldades de aprendizagem ou com

alterações de processamento das informações auditivas têm pouca compreensão

de fala na presença de ruído. Considerando-se que no ambiente escolar e de vida

diária ocorre presença de ruido, podemos inferir que isto aumenta a dificuldade

dessas crianças compreenderem a fala nesses ambientes podendo causar déficit

na comunicação e na aprendizagem.

Pereira (1996) elencou as manifestações comportamentais de indivíduos

com alterações do processamento auditivo: dificuldade de compreender em

ambiente ruidoso, problemas de linguagem expressiva e receptiva, dificuldade de

produção de sons da fala, dificuldades de leitura e escrita, distração, alterações

comportamentais e mau rendimento escolar.

Fisher (1976) observou outras características como uma pobre

discriminação dos sons da fala, tempo de resposta lentificada/retardada e

mostrando incerteza no que foi dito, dizendo frequentemente “hum?, o quê?” .

Esse individuo pode também apresentar dificuldade de entender a mensagem

verbal, o que pode piorar quando esta é apresentada rapidamente. Outro

problema observado é quando o sujeito apresenta uma curta atenção e ao

receber informações em poucos segundos, tem a dificuldade de entender a

mensagem recebida, vindo a prejudicar seu aprendizado.

3.7 CAUSAS E EFEITOS

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A Desordem do Processamento Auditivo Central pode ter causas variadas,

podendo inclusive, ocorrer devido a uma ou mais causas concomitantemente.

Conhecer as possibilidades que levam uma criança a apresentar este distúrbio

pode facilitar a identificação dos sintomas, que geram o encaminhamento

adequado para profissionais capacitados, fazendo com que a criança tenha mais

oportunidades de iniciar um atendimento o mais precoce possível (SIEGLER,

1991).

Alvarez e Cols (apud LE BOURLEGAT, 2001) citaram alguns fatores que

podem influenciar no processamento auditivo, tais como: otites, febres altas,

distúrbios da função auditiva, lesões no aparelho auditivo e deprivação sensorial

auditiva.

Katz e Wilde (1999) ressaltam que as alterações do processamento auditivo

podem ser mais frequentes no sexo masculino, são mais comuns em canhotos do

que em destros, em indivíduos com perda auditiva periférica e ou otite média, com

falta de estimulação, com desnutrição, e são também observada em indivíduos

com padrão socioeconômico baixo.

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4. METODOLOGIA

Este estudo é do tipo descritivo transversal. O período de coleta de dados foi

de setembro a outubro de 2013.

A amostra foi composta por 50 alunos de 6º ano do ensino fundamental de

uma escola da rede pública de Curitiba.

A idade da amostra variou entre 10 e 14 anos; 17 eram do gênero feminino e

33 do masculino.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética Institucional sob número

CEP/UTP00048/2009 (ANEXO 1).

Critérios de inclusão: estar matriculado no 6º ano do ensino fundamental,

ter audição normal, aceitar participar do estudo.

4.1 PROCEDIMENTOS

Os alunos, quando convidados, foram informados sobre o caráter voluntário

da participação, sobre a avaliação que seria realizada e sobre os objetivos da

pesquisa em seguida foi aplicado a avaliação do processamento auditivo central

(ANEXO 2 ).

Antes da realização deste teste os alunos passaram pela avaliação

audiológica pela otorrinolaringologista Dra. Renata Silvestre, a qual constatou

audições normais para esses alunos.

4.2 MÉTODO

A avaliação do processamento auditivo foi feita com objetivo avaliar as

habilidades de localização sonora, discriminação dos sons verbais e não verbais

em sequência e pares mínimos.

Foi realizado os testes em uma sala de aula silenciosa somente com o

aluna a ser avaliado.

Para a prova de memória sequencial verbal foram utilizadas as sílabas PA

/TA /CA /FA ditas em ordens diferentes.

Foi apresentada uma sequencia de ritmos diferenciados usando uma

caneta para marcar o ritmo sobre a mesa sem pista visual para memória não

verbal.

19

Para a prova de localização sonora, utilizou-se um molho de chaves

percutido nas cinco direções (acima, frente, atrás, à direita e a esquerda da

cabeça do indivíduo).

Com uma lista de palavras com sons semelhantes porem com significado

diferente chamado de “pares mínimos” foi apresenta aos alunos com expectativas

de respostas iguais ou diferentes (ANEXO 3).

Terminado esta etapa, foram apresentados os dados coletados a

orientadora da pesquisa para discussão e analise dos resultados obtidos e

posteriormente realizado a análise estatística.

20

5 RESULTADOS

5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS QUEIXAS ESCOLARES

Serão apresentados os resultados, de modo descritivo, do presente estudo

em forma de gráfico demonstrativo, os quais representam os valores absolutos e

relativos das variáveis analisadas.

GRÁFICO 1 : QUEIXAS ESCOLARES RELATADAS PELOS ALUNOS

Dos 50 alunos que foram aplicados os testes pode-se observar que, 58%

negam queixas escolares e 42% relatam ter dificuldades em algumas matérias.

42%

58%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

QUEIXAS NÃO APRESENTOU QUEIXAS

QUEIXAS ESCOLARES

21

5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TESTE DE MEMORIA

VERBAL.

GRÁFICO 2 :AVALIAÇÃO DOS ALUNOS COM MEMÓRIA VERBAL.

È possível observar que 50 alunos avaliados com a memória sequencial

verbal, 56% acertaram todas, 36% acertaram apenas 2 sequência e 8% erram

todas.

56%

36%

8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

ACERTARAM TODAS ACERTRAM 2 ERRARAM TODAS

MEMÓRIA VERBAL

22

5.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TESTE DE MEMORIA NÃO

VERBAL.

GRÁFICO 3: AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA NÃO VERBAL.

Dos 50 Indivíduos avaliados com a memória sequencial não verbal, 28%

acertaram todas as sequência, 32% acertaram 3 sequencia e 40% erraram todas

as sequência apresentadas.

28%

32%

40%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

ACERTARAM TODAS ACERTARAM 3 ERRARAM TODAS

MEMÓRIA NÃO VERBAL

23

5.4 CARACTERIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TESTE DE LOCALIZAÇÃO.

GRÁFICO 4: AVALIAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO.

Pelos dados apresentados pelo gráfico 4, dos 50 alunos que foram aplicados

o teste, 52% acertaram todas as 5 direções, 28% acertaram 4 direções, 10%

acertaram menos que 3 direções e 10% erraram todas.

52%

28%

10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

ACERTARAM TODAS ACERTARAM 4 ACERTARAM - 3 ERRARAM TODAS

LOCALIZAÇÃO

24

5.5 CARACTERIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TESTE DE PARES MÍNIMOS.

GRÁFICO 5: TESTES DO PARES MINIMOS.

Dos 50 alunos que responderam ao teste de 20 pares mínimos, 1 aluno acertou

todas, 9 alunos acertaram 95%, 24 alunos acertaram 90% , 13 alunos acertaram

80% e 3 alunos acertaram 70% das palavras.

100% 95%

90%

80%

70%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1 ALUNOS 9 ALUNOS 24 ALUNOS 13 ALUNOS 3 ALUNOS

PARES MÍNIMOS

25

6 DISCUSSÃO

A avaliação do processamento auditivo é uma medida de como o indivíduo

gerencia as informações que ele recebe auditivamente (Miranda et al, 2004). Os

distúrbios do processamento auditivo envolvendo habilidades auditivas como:

memória verbal, não verbal, localização, atenção entre outras, que poderão estar

presentes nas crianças com queixa de dificuldade no aprendizado escolar

(RUSSO 1993).

Neves e Schochat (2005) relatam que a avaliação das habilidades do

processamento auditivo tem fornecido uma grande contribuição na identificação e

intervenção de crianças com dificuldades escolares.

Azevedo (1996) citou que nos últimos anos houve um maior interesse em

estudar sobre as habilidades auditivas em crianças com dificuldades escolares.

A partir dos dados obtidos nesta pesquisa podemos observar no gráfico 1

que dos 50 alunos avaliados 29 (58%) alunos negam queixas escolares e 21

(42%) alunos relataram apresentar algumas dificuldades em algumas matérias.

Neves e Schochat (2005) alertam que crianças com queixas escolares podem

apresentar atraso na maturação das habilidades auditivas, sendo elas

fundamentais para o aprendizado da leitura e da escrita.

Berrick, Schubow & Schultz em 1984 aplicaram o teste de habilidades

auditivas em dois grupos de crianças entre 8 a 11 anos de idade sendo o grupo

controle de 93 crianças sem queixas escolares e 97 crianças com queixas de

dificuldades escolares. Eles concluíram que crianças com desempenho normal

apresentaram uma performance significativamente melhor do que o grupo com

dificuldades escolares e que para ambos os grupos o desempenho melhora com

a idade.

Ciasca (1995) concorda com os autores acima afirmando que as habilidades

auditivas melhoram conforme aumenta o desenvolvimento das crianças,

estimulando a maturação neurológica. Os indivíduos com queixas de dificuldades

escolares geralmente apresentam pior desempenho em testes de processamento

auditivo em função do atraso na maturação das habilidades auditivas (NEVES,

26

2005). Tais habilidades são fundamentais para o processo de aprendizagem da

leitura e da escrita (CUNHA et. al 2011).

O teste de memória verbal foi desenvolvido por Shankweiler e Studdert-

Kennedy em 1966. Este teste consiste em um conjunto de sílabas /PA / TA / KA /

dispostas em três sequências diferentes (TEDESCO, 1997). É um teste muito

utilizado como triagem e pode ser realizado a indivíduos a partir dos 3 anos de

idade. A capacidade auditiva envolvida neste teste é a capacidade de memória

(STEINER, 1999).

A literatura aponta que os processos de atenção e de memória são as bases

de qualquer aprendizado (MACHADO e PEREIRA, 1997).

A memória auditiva é um processo que permite adquirir, armazenar e arquivar

informações acústicas para poder recuperá-las depois, quando houver

necessidade; e a habilidade de ordenação temporal permite, dentre outros, que o

ouvinte faça discriminações baseadas na ordenação e sequenciação do estímulo

auditivo (MIRANDA et al., 2004 ,CORONA, 2000).

Conforme é possível observar no gráfico 2, relativo ao teste de memória

verbal, 28 (56%) acertaram todas, 18 (36%) acertaram duas sequencia e apenas

4 (8%) alunos erram todas. Acertar duas sequências de estímulos verbais está

dentro do padrão da normalidade para o teste. O padrão de acertos é acertar 2

sequências de 3 ordens para 4 estímulos. Caso o indivíduo acertem menos que 2

sequencias para sons verbais, o resultado do teste daria alterado (PEREIRA

1997).

Santos et a.( 2009) Aplicaram o teste de memória sequencial para sons

verbais e 97% das crianças tiveram desempenho satisfatório nesta habilidade. em

nossa pesquisa também houve um crescente números de acertos com 56% de

acertos.

Aita et al. (2003) realizaram uma avaliação com 44 crianças de ambos os

sexos em uma escola pública, onde as criança selecionadas foram submetidas a

teste de memória verbal e 40,9% dessa crianças apresentaram falha nesta

habilidade, apresentando assim alteração na habilidade de sequencia para sons

verbais, que se manifesta através de dificuldades escolares.

Outro estudo buscou estabelecer a relação das dificuldades de leitura e

escrita com as alterações do processamento auditivo, avaliadas por meio dos

testes comportamentais de localização sonora e memória sequencial verbal. As

27

autoras não encontraram associação significante entre alteração na prova de

memória sequencial verbal e o desempenho rebaixado em tarefas de leitura e

escrita (FELIPPE, COLAFÊMINA 2002). O que corrobora com os achados do

presente estudo, pois poucos não atingiram o padrão de normalidade para a

sequência verbal.

Corona et al. (2005) também aplicaram o teste para memória verbal em 223

alunos de 3 a 12 anos de idade de escolas das redes publicas e privada, e

perceberam que todos repetiram corretamente duas de cada três sequencias de

quatro silabas. Aos nove anos essas mesmas crianças conseguiram repetir três

sequencias de quatro silabas apresentada, aos seis anos de idade conseguiram

repetir duas sequencia. As autoras concluíram que as respostas comportamentais

para sons verbais melhoram com a idade.

No teste de memória não verbal, como podemos observar no gráfico 3 de

nosso estudo, 14 (28%) alunos acertaram todas as sequências, 16 (32%) alunos

acertaram 3 sequências e 20 (40%) erraram todas as sequências apresentadas.

Acertar 3 sequências está dentro do padrão de normalidade. Se considerarmos

que 16 alunos acertaram estas 3 sequências, e 14 alunos que acertaram todas as

sequências, concluímos que dos 50 alunos avaliados, 60% está dentro do padrão

da normalidade e 40% apresentou alteração. O que vai de encontro com a

pesquisa de Santos et al. (2001) que apesar de investigar as habilidades em

crianças com queixas de processamento auditivo central, também encontrou um

valor relevante para a normalidade dessa habilidade.

Lemos (1999) e Mendonça (2005) relatam que pessoas que apresentam

alteração neste de teste de memória não verbal, podem encontra obstáculos de

identificar e/ou utilizar as características supra-segmentais de um enunciado,

podendo apresentar dificuldade em entender sarcasmos ou expressões

ambíguas.

Foi aplicado dos testes de processamento auditivo em 9 crianças com

dificuldade de leitura e escrita e idades entre 7 e 9 anos, mostrou que todas as

crianças apresentaram alteração no desempenho das provas, principalmente no

teste de memória sequencial não verbal (FURBETA, 2005).

Frota e Pereira (2006) também aplicaram esse teste de habilidade auditiva

de memória para sons não verbais. A alteração neste teste foi verificada em todos

os participantes de um estudo que correlacionava a aplicação em crianças com

28

dificuldade de leitura e escrita. Outra pesquisa realizada mostra que das 13

crianças (37,1%) que apresentaram queixas de dificuldade de leitura apenas 2

(8,7%) apresentaram alteração nesta prova (FURBETA, 2005). A alteração desta

habilidade indica uma dificuldade nos mecanismos fisiológicos auditivos de

discriminação de sons não verbais em sequencia simples (FROTA e PEREIRA,

2006).

Em nossa pesquisa foram avaliadas outras habilidades auditivas como a

localização, que é a habilidade de analisar diferença de tempos e intensidades

dos sons. Como podemos observar no gráfico 4, no teste de localização sonora

dos 50 alunos que foram submetidos ao teste, 26 ( 52%) acertaram todas as 5

direções, 14 ( 28%) acertaram 4 direções (que esta dentro do padrão da

normalidade), os outros 5 (10%) acertaram menos que 3 direções e 5 (10%)

erraram todas, esse dois últimos encontram-se fora do padrão de normalidade.

O teste de localização sonora em cinco direções é um teste muito utilizado,

principalmente em triagem, e consiste na apresentação de sons simples em cinco

direções (direita, esquerda, atrás, frente e em cima), ao indivíduo quando este se

encontra de costas e de olhos fechados. A partir dos 4 anos de idade já devem

acertar pelo menos quatro das cinco direções apresentadas. O erro, se presente,

deve ser nas direções: frente, em cima ou atrás (STEINER, 1999., FRASCÁ,

2005).

Pereira (1997) salienta que o padrão de acerto mínimo é 4 das 5 direções

apresentadas, caso os sujeitos acertarem menos que quatro direções o teste de

localização sonora é considerado alterado. Nossa pesquisa esta de acordo com o

autor, pois dos 20% alunos um teste acertaram menos que 4 direções.

A localização sonora é a habilidade de identificar o local de origem do som.

Esta habilidade é fundamental para o desenvolvimento da atenção seletiva e,

portanto, auxilia na comunicação oral. Para a tarefa de localizar sons, os

indivíduos necessitam avaliar comparativamente o nível de intensidade do som

que chegou a cada orelha, o tempo de chegada do som a cada orelha, bem como

a fase de chegada do som a cada orelha. (PEREIRA, 1997., PEREIRA E NAVAS,

2002., PINHEIRO E PEREIRA 2004., AZEVEDO 1991).

Dias e Pereira (2008) confirmam ser um comportamento que envolve o

funcionamento eficiente das vias auditivas do sistema nervoso central e do córtex,

além de uma adequada sensibilidade auditiva em ambas as orelhas do indivíduo.

29

Para a tarefa de localização sonora toda essa análise é realizada sem a

consciência do indivíduo. A localização sonora necessita de uma adequada

sensibilidade auditiva em ambas as orelhas do indivíduo.

Kaminski (2006) faz referência a estudos que evidenciam a função do lobo

temporal, na tarefa de localização sonora, concluindo-se que a ausência desta

habilidade auditiva poderia ser um indicador de alterações a nível central.

Aita et al. (2003) realizou uma avaliação com 44 crianças de uma escola

publica, no teste de localização de fonte sonora para as cinco direções 43,2%

dessa crianças demonstraram inabilidade nesta tarefa.

Outras pesquisas realizadas referem que 100% dos escolares de 10 anos

avaliados tiveram resultados compatíveis com os esperados no teste de

localização sonora e memória sequencial para sons não verbais. Os autores

verificaram que há um crescente número de acertos nos testes de memória

sequencial para sons em função da idade cronológica (SANTOS et al., 2009).

Farias et al. (2004) afirmam que alterações nesta habilidade de localização

sonora poderão estar presentes nas crianças com queixa de dificuldade escolar.

No entanto, dentre as crianças estudadas, apenas uma (4,3%) teve alteração

neste teste.

Soares et al. (1998) utilizaram os teste de localização sonora para verificar o

desempenho de 126 crianças que evidenciaram melhor desempenho para a

localização direita e a esquerda. O que corrobora com nosso estudo presente,

pois houve associação estatisticamente significante, de acertos em todas as

direções principalmente direita e esquerda.

Em 1983 foi introduzido por Wexler e Halwes o teste de pares mínimos que é

composto por duas palavras que iniciam com uma das seguintes consoantes: p, t,

k, b, d, g. Cada par de palavras difere apenas na consoante inicial, por exemplo:

faca, vaca. As rimas são apresentadas ao indivíduo que deverá identificar iguais

ou diferentes. Os critérios de normalidade correspondem a 50% de acertos, sendo

o desempenho do ouvido direito muito superior ao do ouvido esquerdo. É um

teste que pode ser bastante útil na identificação de patologias inter-hemisféricas

(MUELLER & BRIGHT, 1999; BARAN & MUSIEK, 2001).

De acordo com os resultados no gráfico 5 foi aplicado o teste de 20 pares

mínimos, 1 aluno acertou todas, 9 alunos acertaram 95%, 24 alunos acertaram

90% , 13 alunos acertaram 80% e 3 alunos acertaram 70% das palavras.

30

Na avaliação da discriminação auditiva foi aplicado o teste composto por

pares de palavras (pares mínimos), realizado em uma sala silenciosa, as

respostas corretas e incorretas foram computadas sempre na primeira tentativa

da criança. Considerou-se resultado insatisfatório no teste quando os percentuais

foram inferiores a 80% (RODRIGUES, 1981).

A idade é um fator importante para a discriminação auditiva, pois quanto

maior a idade da criança, maior a habilidade de diferenciar os sons da fala. Esse

achado corrobora outros estudos (SANTOS, 2010; CACACE, 2000; HAZAN

2000) que apontaram que o melhor desempenho na discriminação auditiva estava

diretamente relacionado com o avanço da idade cronológica. Elliot (1993)

concorda com essa afirmação, mostrando a importância da discriminação

auditiva, indicando que esta aumenta de acordo com as competências

linguísticas, ou seja, a discriminação auditiva é melhor em sujeitos com

competências linguísticas mais maduras.

O julgamento de pares mínimos é um tipo de exercício estruturalista, e que

exige maior processamento ao nível de áreas do hemisfério direito, o que poderá

contribuir para explicitar a performance dos sujeitos mais jovens, na medida em

que é com o avanço da idade ( FLEGE et al. 1998).

Musiek (2001) relata que as crianças tendem a atingir níveis de desempenho

de adultos por volta dos 10 ou 11 anos de idade, Corona (2005) acrescenta que

crianças nesta idade encontravam-se em fase final de maturação, estando aptas

a responder adequadamente aos testes das habilidades auditiva. Portanto, os

alunos avaliados neste estudo apresentavam a idade entre 10 a 14 anos, o que

responde ao nosso estudo, pois poucos apresentarão estatisticamente alterações

nas habilidades auditiva em os alunos normo ouvintes.

Lopes (2005) afirma que o desenvolvimento da audição é decorrente de dois

aspectos diretamente relacionados. O aspecto biológico inato que diz respeito ao

conjunto de estruturas orgânicas presentes ao nascimento, sistema auditivo

periférico, vias auditivas e estruturas do sistema nervoso auditivo central. E o

outro e a experienciação acústica do individuo no meio em que vive é

imprescindível para que este sistema se desenvolva de forma satisfatória. Assim

sendo, a qualidade de vivência acústica propiciada pelas experiências específicas

do meio familiar e escolar do individuo está diretamente relacionada ao

comportamento auditivo da criança frente a estímulos auditivos. O grande número

31

de crianças que falhou na triagem do processamento auditivo pode estar

relacionado ao aspecto ambiental do desenvolvimento.

Em nosso estudo poucos apresentaram alteração no teste das habilidades

auditivas os quais podem estar relacionados com o ambiente do seu próprio

convívio.

32

7- CONCLUSÃO

A atual pesquisa realizou testes para verificar as habilidades auditivas em

escolares normo ouvintes. As queixas de dificuldades escolares relatadas pelos

alunos, não foi presenciado nos testes aplicados de habilidades auditivas.

No teste de memória sequencial não verbal, 20 erraram todas as

sequências apresentadas.

De acordo com a literatura estudada essas habilidades melhoram com a

idade entra 10 a 11 anos, onde atinge fase final de maturação. Portanto os alunos

que foram avaliados estava dentre desta faixa etária de idade e apresentaram no

teste padrões dentro da normalidade, o que não é comum nas literaturas

pesquisadas em alunos de escolas de rede pública.

33

REFERÊNCIAS

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ANEXO I

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ANEXO II

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Anexo III

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