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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Ricardo Pereira da Silva COMPARACAO DA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS INFERIORES DE PRATICANTES E NAo PRATICANTES DE MUSCULACAO EM ACADEMIA DE CURITIBA CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANARicardo Pereira da Silva

COMPARACAO DA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS

INFERIORES DE PRATICANTES E NAo PRATICANTES DE

MUSCULACAO EM ACADEMIA DE CURITIBA

CURITIBA

2007

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COMPARACAo DA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS

INFERIORES DE PRATICANTES E NAo PRATICANTES DE

MUSCULACAo EM ACADEMIA DE CURITIBA

CURITIBA

2007

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Ricardo Pereira da Silva

COMPARAC;Ao DA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS

INFERIORES DE PRATICANTES E NAo PRATICANTES DE

MUSCULAC;Ao EM ACADEMIA DE CURITIBA

Trabalho de Conclusao de Curso apresentado aoCurso de Educa~ao Fisica da Faculdade deCi{mcias Biologicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito para a obten~aodo grau de Licenciado em Educa~ao Fisica.Orientador: Prof' Eliane Regina Wos

CURITIBA

2007

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TERMO DE APROVACAO

Ricardo Pereira da Silva

COMPARACAO DA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS

INFERIORES DE PRATICANTES E NAO PRATICANTES DE

MUSCULACAO EM ACADEMIA DE CURITIBA

Este Trabalho de Conclusao de Curso foi julgado e aprovado para a obtenc;:ao do titulo de Licenciado

no Curso de Educac;:ao Fisica da Faculdade de Ciemcias Biol6gicas e da Satlde da Universidade

Tuiuti do Parana.

Curitiba, 23 de Novembro de 2007.

Curso de Educac;:ao Fisica

Universidade Tuiuti do Parana

Orientador: Prof'. Eliane Regina WosUTP I Curso de Educac;:ao Fisica

Prof. Daniel StrapassonUTP I Curso de Educac;:ao Fisica

Prof. Eduardo ScheerenUTP I Curso de Educac;:ao Fisica

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DEDICATORIA

Este trabalho dedico a todas as pessoas que estiveram ao meu lade desde 0

inicio, contribuindo de todas as maneiras para que fosse concretizado um sonho que

agora se torna realidade. Apesar das dificuldades que me deparei e as pedras

encontradas no caminho, tive forc;:as e sabedoria para enfrenta-Ias, com a

colaborac;:ao e a paciencia de quem se encontrava ao meu lado, no momenta que

fosse, sempre com palavras de incentivo e motivac;:ao.

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AGRADECIMENTOS

Desde os momentos mais dificeis ate em momentos de alegrias, agradeyo

primeiramente a DEUS por me proporcionar condiyoes de estar concluindo 0 curso,

aos meus pais Luiz e Eluiza por me incentivar, a minha familia em geral e a todos os

professores que com uma pequena e ao mesmo tempo imensa contribuiy80 durante

o curso com seus conhecimentos repassados com muita precis80.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo definir flexibilidade, seus componentes

restritivos e facilitadores, investigando assim 0 nivel de flexibilidade em praticantes e

nao praticantes de muscula9ao em academia, atraves de teste de sentar de alcan9ar

em aparelho especifico. Como fonte de pesquisa, utiliza dados bibliograficos de

diversos autores e tambem pesquisa de campo. Foi realizado um questionario

contendo quest6es relevantes para 0 estudo. Analisando os resultados obtidos,

verifica-se que os fatores sao muitos em rela9ao a este estudo, mostrando que 0

fator genetico se sobrep6e aos demais, salientando que nas pessoas ativas ou

praticantes de muscula9ao, este indice se manteve em compara9ao ao que sao

considerados sedentarios ou nao praticantes de muscula9ao, mostrando que a

aptidao fisica flexibilidade com a pratica freqllente de exercicios fisicos, tende a

reduzir sua perda ou se manter com 0 envelhecimento, mantendo uma qualidade de

vida saudavel com menor percentual de fatores de riscos associ ados a falta de

atividade.

Palavras-chave: Flexibilidade, Sedentarios, Envelhecimento.

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SUMARIO

1. INTRODU9AO. 092. FUNDAMENTA9AO TEORICA 112.1 CONCEITO DE FLEXIBILIDADE........... 112.2 COMPONENTES DA FLEXIBILIDADE............................... 122.3 FATORES INTERVENIENTES...... 15

1516171819191920232323232425263536373839

2.3.1 Articulay6es.. . .2.3.2 Ossos... .. .2.3.3 Musculos...... .. .2.3.4 Tend6es e Ligamentos.. .. .2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA FLEXIBILIDADE. .2.4.1 End6genos.. .. .2.4.2 Ex6genos...... .. .2.5 INTERFERENCIA DA FLEXIBILIDADE NA SAUDE .2.6 TIPOS DE ALONGAMENTO.. . .2.6.1 Balistico2.6.2 Estatico ....2.6.3 Dinamico. . .2.6.4 Ativos e Passivos... .. .3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .4. RESULTADOS E DISCUSSAO .5. CONSIDERA90ES FINAIS .REFERENCIAS...... .. .APENDICE 1 .APENDICE 2 ..APENDICE 3 .

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1. INTRODUC;Ao

1.1 JUSTIFICATIVA

Com menos tempo para cuidar e preservar a saude, os fatores de risco

associados as doen9as cardiovasculares, 0 peso corporal, perda de estabilidade

entre outros tendem a aumentar, tem-se entao a necessidade de avaliar qual e 0

real condicionamento fisico de pessoas consideradas sedentarias e comparar com

pessoas consideradas ativas, pois e de fundamental importi'mcia para um bom

funcionamento musculo-esqueletico estar com niveis considerados saudaveis,

preservando assim a musculatura e as articula90es ao longo da vida.

Neste trabalho a atividade especifica e de treinamento com pesos, a

muscula9aO, sendo considerado tambem como requisito para este estudo 0 tempo

que se pratica tal atividade, a frequencia semanal, exercicio de alongamento e a

dura9aO diaria deste treinamento, Avalia-se entao com esse programa de exercicio

fisico se existe alguma melhora nas caracteristicas iniciais, se os niveis sao

mantidos inalterados e se ajuda na preVen9aO de doen9as que estao relacionadas a

falta de atividade.

Sabe-se que com um trabalho especifico de alongamento para cada

segmento do corpo, planejado e acompanhado por profissional capacitado,

especifico para cada tipo de individuo, respeitando as suas caracteristicas

individuais, como idade, sexo, estado atual de condicionamento fisico, os niveis de

flexibilidade se mantem ou se elevam e consequentemente ocorrem menos

problemas e doen9as relacionadas ao trabalho e ao tipo de atividade realizada pelo

individuo no seu cotidiano e no decorrer da vida.

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1.2 PROBLEMA

Existe diferen(:a nos niveis de flexibilidade de rnernbros inferiOres de

praticantes e niio praticantes de musculayiio em academia de Curitiba?

1.3 OBJETiVOS

1.3.1 Objetivo Geral

investigar 0 nivel de flexibilidade de membros inferiores de praticantes e niio

praticantes de rnuscula(:iio ern academia de CuritiM.

1.3.2 Objetivos Especificos

• Definir 0 que e flexibilidade;

• Avaliar 0 indice de flexibilidade de praticantes de musculayiio;

• Avaliar 0 indice de flexibilidade de niio praticantes de rnuscula(:iio;

• Cornparar 0 indice de flexibilidade dos praticantes e nao praticantes de

rnuscula(:iio.

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2. FUNDAMENTACAO TEORICA

2.1 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade e reconhecida como um importante componente da aptidao

fisica relacionada com a saude e tambem no desempenho atletico (ABDALLAH,

1996). Nao se aplica uma boa capacidade somente aos atletas por sua necessidade

no esporte, 0 individuo nao atleta necessita estar com uma boa flexibilidade para

usa-Ia no cotidiano, pois e de fundamental importancia que 0 corpo seja capaz de

executar certas tarefas.

A habilidade para adaptar-se prontamente a mudanc;:as na posic;:ao ou

alinhamento pode ser expressa como normal, limitada ou excess iva (KENDALL,

McCREARY e PROVANCE). E necessario que a adaptac;:ao do corpo a

determinadas posic;:6es seja gradativa, para que nao ocorra lesao na musculatura.

Hollmann e Hettinger (1983, p.158, citado por DANTAS, 1999, p.57),

destacam a importancia do adendo "voluntario", ressaltando que "movimentos

involuntarios", (reflexos) e, tambem, passivos - sob narcose extrema - podem

apresentar uma amplitude maior de movimentos do que os voluntarios.

o trabalho ativo e passivo do alongamento e importante para variar as

amplitudes em que a musculatura ativa pode alcanc;:ar.

Sobre a expressao "por uma articulac;:ao ou conjunto de articulac;:6es", Dantas

(1999), cita que convem esclarecer que ela foi incluida na definic;:ao, para marcar

que os movimentos quase sempre sao influenciados pelos musculos e articulac;:6es

circunvizinhos.

Flexibilidade e definida como "qualidade fisica responsavel pela execuc;:ao

voluntaria de um movimento de amplitude angular maxima, por uma articulac;ao ou

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conjunto de articula90es, dentro dos limites morfol6gicos, sem risco de lesao"

(DANTAS, 1999).

Existe a necessidade de se avaliar mais precisamente os riscos de lesoes em

pessoas que possuem um treinamento diario de flexibilidade ou possuem uma

grande amplitude desta capacidade, pois os estudos sobre este assunto sao muito

vagos.

2.2 COMPONENTES DA FLEXIBILIDADE

Observam-se alguns fatores citados por Dantas que podem contribuir para

uma restri9aO do indice de flexibilidade, tais como:

• Plasticidade: grau de deforma9aO temporaria que estruturas musculares e

articula90es devem sofrer, para possibilitar 0 movimento. Existe um grau

residual de deforma9aO que se mantem depois de cessada a for9a aplicada,

conhecida como histeresis;

• Elasticidade: com referencia ao estiramento elastico dos componentes

musculares;

• Mobilidade: no tocante ao grau de liberdade de movimento da articula9aO;

• Maleabilidade: modifica90es das tensoes parciais da pele, fruto das

acomoda90es necessarias no segmento considerado.

Fox, et alii (1991, p.134), citando Johns & Wrigth, apresentam como fatores

relativos para a Iimita9aO da flexibilidade os apresentados no quadro abaixo:

ESTRUTURA RESISTENCIA A FLEXIBILIDADE

Capsula Articular 47%

Musculo 41%

Tendao 10%

Pele 2%

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A flexibilidade tem grande importancia no cotidiano do ser humano, nao

importando se ele e atleta de rendimento ou nao, aumentando 0 seu nivel ou pelo

menos se mantendo. A diminui<;:ao ao longo dos anos da f1exibilidade e conhecida,

(HOLLMANN e HETTINGER, 1993), quanto mais velha a pessoa, menor e sua

flexibilidade, cabendo a cada individuo tentar minimizar os riscos que a falta de um

treinamento especifico para manuten<;:ao ou aumento pode causar.

A propriedade de f1exibilidade e frequentemente utilizada como forma de

interferir no comprimento muscular. Apesar de a excursao maxima do musculo

normalmente nao ser necessaria em atividades de vida diaria, perdas significativas

dessa propriedade podem comprometer a execu<;:ao adequada do movimento.

Embora alguns autores tenham sugerido que a redu<;:ao da f1exibilidade estaria

associ ada a maior frequencia de lesoes musculo-esqueleticas, nao esta comprovado

que 0 ganho de f1exibilidade tem influencia na preven<;:ao dessas lesoes. A ausencia

de demonstra<;:ao desse efeito pode ser explicada pela utiliza<;:ao de diferentes

metodos de avalia<;:ao da f1exibilidade, criterios variados para determina<;:ao da

presen<;:a de encurtamento muscular, alem da falta de padroniza<;:ao na definiyao do

termo lesao. Portanto, 0 real impacto da f1exibilidade, como medida do comprimento

muscular, na ocorrencia de lesoes e no desempenho funcional, necessita ser melhor

investigado (AQUINO, et alii, 2006).

Exercicios de alongamento podem ser usados no ambiente esportivo e

terapeutico para ganho de amplitude angular maxima. Cargas de baixa magnitude

por longos periodos de tempo aumentam a deforma<;:ao plastica do tecido nao

contratil, permitindo remodelamento gradual das liga<;:oes de colageno e

redistribui<;:ao de agua para os tecidos vizinhos (GAMA, et alii, 2007).

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A melhora da flexibilidade esta envolvida com diversos fatores, as partes que

comp6e esses fatores a estrutura e a capacidade do ser humano, onde e como e

trabalhada, obtendo-se assim um completo treinamento estara sendo citado neste

trabalho.

Se em um treinamento de muscula9ao, onde se visa 0 ganho de massa

muscular, consequentemente uma hipertrofia, a flexibilidade treinada em conjunto, 0

resultado nao e influenciado em razao negativa para seu aumento, podendo sim

aumenta-Ia (DANTAS,1999), Este mito que existe dentro de ambiente esportivos

como academias, nao tem fundamento, sendo apenas uma confusao existente em

um publico que realiza atividades de contra9ao muscular, para um aumento de

tamanho das fibras, sem no entanto finalizar com completos treinamentos

conjugados de alongamento, respeitando 0 tempo necessario para descanso para a

realiza9ao de tal treinqmento.

Ao se analisar os desportos ou um programa de condicionamento fisico de

nao atletas, verifica-se que a flexibilidade e a qualidade fisica que com mais

frequencia e encontrada, secundada pela resistencia muscular localizada. Alem

desse indicador quantitativo, existem diversos fatores que ressaltam a importancia

qualitativa da flexibilidade no desempenho desportivo ou ludico do ser humane

(DANTAS, 1999).

Essa participa9ao ativa da flexibilidade nas diversas modalidades de atividade

fisica humana faz com que esta qualidade fisica frequente 0 cotidiano de tecnicos,

preparadores fisicos, professores, cientistas atletas, bailarinos e demais grupos

envolvidos com este tipo de atividade.

Alter (1999) tambem descreve que:

"a flexibilidade e um dos varios componentes importantes da aptidilo fisica edo desempenho esportivo nas disciplinas que vilo desde 0 arco ate 0voleibol, desde as artes marciais ate 0 futebol americano. Seu corpo e

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considerado 0 seu instrumento; os atletas e os treinadores, os profissionaisde educa9ao fisica, instrutores fisioterapeutas e medicos devem estarcientes de cad a oportunidade, desenvolvendo assim a flexibilidade idealpara cad a situa9ao",

2,3 ESTRUTURAS QUE INTERFEREM NA FLEXIBILIDADE

2,3,1 Articulac;:oes

Articulac;:oes sao mecanismos atraves dos quais os ossos sao mantidos

unidos, Em alguns casos, os ossos sao mantidos tao proximos que ha movimento

apreciavel; em outros, os ossos sao unidos frouxamente para permitir liberdade de

movimento (KENDALL, McCREARY e PROVANCE, S,A),

Estes mecanismos orientam os movimentos do corpo, variando de uma

pessoa para outra, confarme a estrutura ossea, heranc;:a genetica entre outros,

As articulac;:oes proporcionam grande estabilidade, resiste!ncia a um

deslocamento, evitando assim as luxac;:oes, algumas proporcionam estabilidade em

uma direc;:ao, mas permitem liberdade de movimento na direc;:ao oposta, algumas

proporcionam liberdade de movimento em todas as direc;:oes, onde estes aspectos

biomecanicos interferem em implicac;:oes de lesao articular,

Dantas (1999) concarda e relata que as articulac;:oes sao formadas par dois ou

mais ossos do esqueleto que se conectam, Conforme suas func;:oes terao natureza e

estrutura especificas para permitir 0 usa eficaz, Par exemplo, na articulac;:ao do

cotovelo, onde e necessaria uma grande amplitude de movimento, existe urn tipo de

articulac;:ao total mente diverse da existente entre os ossos do cranio, onde a

mobilidade e desejavel.

o nosso corpo possui tres tipos de articulac;:oes: as fibrosas, as cartilaginosas

e as sinoviais, Neste estudo daremos mais enfase nas sinoviais, pois estao

presentes na maioria das articulac;:oes,

Astrand e Rodahl (1980, p,254 citado por DANTAS, 1999, p,35) declaram:

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Nessas articulalfoes, as superficies osseas contiguas sao recobertaspor cartilagem articular, que no individuo sadio representa apenas umdelgadissimo espalfo. A articula<;:ao e circundada, completamente, por umacapsula articular forrnada por um ligamento capsular revestido por umamembrana sinovial. A membrana sinovial reveste todo 0 interior daarticula<;:ao, com exce<;:ao das extremidades dos ossos articuladosrecobertos por cartilagem. Em geral, os ossos sao conectados porligamentos que se somam aos ligamentos capsula res e localizadosespecialmente a estes. Numa articula<;:ao deste tipo, os movimentos podemvariar desde um simples e limitado deslizamento ate uma grande amplitudede movimento, como ocorre na articula<;:ao do ombro. A cavidade articularpode ser dividida por um disco articular de fibrocartilagem, como naarticula<;:ao do joelho. Estas estruturas agem como agentes redutores dechoques e se destinam a garantir um contato perfeito entre as superficiesmoveis em qualquer posi<;:ao da articula<;:ao. A membrana sinovial secretauma pequena quantidade de um fiuido viscoso denominado sinovia. Estefluido age como lubrificante.

2.3.20ssos

o osso e um tecido vivo importante e dinamico. Suas fun<;:oes mecanicas

consistem em sustentar e proteger outros tecidos corporais e agir como um sistema

de alavancas rigidas que podem ser manipuladas pelos musculos inseridos. A for<;:a

do osso e a resistencia a fratura depend em de sua composi<;:ao material e

organiza<;:ao estrutural. Os minerais contribuem para a dureza e a resistencia

compressiva de um osso e 0 colageno esta relacionado com a sua fJexibilidade e

tambem da for<;:atensiva (HALL, 2000, p. 80).

o osso desempenha varias fun<;:oes essenciais para a produ<;:ao de

movimento. Fornece suporte mecanico, sendo a estrutura central de cada segmento

do corpo, produz hemacias e serve como reservatorio de ions ativos para calcio e

fosforo. 0 osso e um tecido vivo que consiste em uma matriz proteica

(principal mente colageno) sobre a qual sao depositados sais de calcio

(especialmente fosfato). Esses minerais dao ao osso sua consistencia solida. A agua

representa cerca de 20% do peso liquido do osso; a matriz proteica, que e composta

principal mente de fibras osteocolagenosas, representa 35%, e os sais osseos

representam 45% (ENOKA, 2000, p. 119).

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As estruturas dos ossos variam em nosso organismo, ossos longos, curtos,

pianos, sesam6ides, irregulares, densos ou nao, dependendo de sua localizat;:ao e

funt;:ao que exercem.

2.3.3 Musculos

o tecido muscular e responsavel pelos movimentos corporais. Eo constituido

por celulas alongadas caracterizadas pela present;:a de grande quantidade de

filamentos citoplasmaticos responsaveis pela contrat;:ao (JUNQUEIRA e CARNEIRO,

1985, p.159).

Os musculos sao formados por longas fibras musculares, onde em cada

extremidade as fibras musculares se fundem com fortes fibras tendinosas que

formam um feixe, chamado de tendao muscular (GUYTON, S.A, p.6). Os musculos

nao sao iguais em tamanho e aparencia, isso dependera da funt;:ao que exerce,

localizat;:ao e estrutura que recobre.

A estrutura muscular e composta por quatro propriedades, como a

extensibilidade, elasticidade, irritabilidade e a capacidade de desenvolver tensao,

sendo comuns em todos os tipos de musculos, 0 esqueletico, 0 cardiaco e 0 liso.

Existem ainda dois tipos de musculos: os voluntarios e os involuntarios. Os musculos

voluntarios sao aqueles que estao sob 0 nosso comando, obedecendo aos estimulos

dados por nosso consciente. Ja os musculos involuntarios sao aqueles onde 0

controle nao depende da nossa vontade, acontecem de forma inconsciente, 0

movimento do corat;:ao, da respirat;:ao e da digestao sao exemplos deste tipo de

musculatura.

A principal moldura do esqueleto corporal e coberta por musculos. Estes sao

responsaveis por 50% de nosso peso corporal, e sua funyao e permitir 0 movimento,

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motivo pelo qual eles estao, na maioria das vezes, aderidos aos ossos (TAYLOR,

1999, p.31).

Sao responsaveis pelos movimentos esqueleticos e possuem dois pontos de

fixa<;ao - 0 ponto de origem e 0 osso ao qual eles estao aderidos e que eles nao

movem, e 0 ponto de inser<;ao e 0 osso ao qual eles estao aderidos e que eles

movem (TAYLOR, 1999, p.32).

Portanto, uma das principais fun<;oes dos musculos e produzir tensao, e suas

a<;oes nunca sao isoladas, envolvendo outros musculos no movimento, dependendo

de qual segmento corporal esta sendo contraido.

2.3.4 Tendao e ligamento

Sendo elementos conectores, os tendoes unem os musculos aos ossos, e os

ligamentos unem os ossos aos ossos. A principal diferen<;a entre tendao e ligamento

e a organiza<;ao das fibrilas de colageno, que sao especializadas para acomodar as

respectivas fun<;oes. Como a fun<;ao do tendao e transmitir for<;a muscular para 0

osso ou a cartilagem, a estrutura do tendao e tal que ele e menos susceptivel a

deforma<;ao causada por for<;as tensivas (a for<;a de tra<;ao exercida pelo musculo).

o ligamento tem como sua fun<;ao primaria a estabiliza<;ao articular e, desse modo,

e capaz de prover estabilidade multidirecional e acomodar for<;as tensivas,

compressivas e de atrito (ENOKA, 2000, p. 122).

A estabilidade articular e determinada pela estrutura do ligamento ou do

tendao que esta localizado nesta regiao.

Os ligamentos, responsaveis pel a jun<;ao de dois ossos, assumiram

caracteristicas mecanicas de plasticidade, conferindo a articula<;ao adaptabilidade as

novas situayoes sem perda de estabilidade. Ja as tendoes realizam a interayao

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entre os musculos e os ossos, tornaram-se indeformaveis, transferindo a forya do

musculo para 0 osso e vice-versa, com menor perda possivel (DANTAS, 1999, p.39).

Tendoes e ligamentos bem fortalecidos tendem a diminuir 0 indice de lesoes

que ocorrem em tarefas que necessitem de uma boa estabilidade articular, sejam

elas esportivas ou nao.

2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM NA FLEXIBILIDADE

Segundo Dantas (1999), existem diversos fatores que podem influenciar

positivamente e facilitando ou negativamente e restringindo no grau de flexibilidade

de um individuo, onde podemos citar:

2.4.1 ENDOGENOS

• Idade

• Sexo

• Individualidade biol6gica

• Somatotipo

• Estado de condicionamento fisico

• Tonicidade muscular

• Respirayao

• Concentrayao

2.4.2 EXOGENOS

• Hora do dia

• Temperatura ambiente

• Exercicio

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2.5 INTERFERENCIA DA FLEXIBILIDADE NA SAUDE

A flexibilidade e facilmente treinavel, podendo estar inserida no cotidiano de

todo 0 individuo com pequenos programas de alongamento, podendo ser

especificos para cada atividade e geral, causando modifica<;6es que afetam

diretamente 0 bem estar, a saude e facilitando a execu<;ao de tarefas.

Junior (1996) descreve que a integridade morfo-funcional relacionada com a

saude depende das capacidades de for<;a, resistemcia aer6bia, flexibilidade e do

controle do peso.

A flexibilidade e fundamental nas atividades profissionais e nas tarefas diarias

e a redu<;ao dessa flexibilidade, acompanhada do envelhecimento, pode acarretar

perda total da independencia dos movimentos ja no inicio da idade avanc;:ada.

Segundo Troup (1979, citado por JUNIOR, 1996 p. 53) a perda da

flexibilidade e caracterizada em parte pelo envelhecimento e mais fortemente pelo

estilo de vida sedentario e, uma vez 0 encurtamento muscular instalado se nao

compensado, reduz a capacidade de dissipar energia. 0 estilo de vida sedentario

nao propicia movimentos amplos e restringe a flexibilidade.

Na pratica de um esporte, seja ele qual for, 0 individuo necessita realizar

atividades de alongamentos e fortalecimento muscular para que a perda de massa

muscular junto com redu<;ao da flexibilidade sejam menores com 0 envelhecimento e

consequentemente menos doen<;as causadas por este tipo de fenomeno natural

ocorram.

Dantas (1999) cita a flexibilidade como papel preponderante na capacidade

motora do homem, onde influencia decisivamente diversos aspectos da motricidade

humana, citando alguns como:

• Aperfei<;oamento motor

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A execu<;:ao de movimentos e gestos desportivos sao realizados mais

facilmente, onde a realiza<;:ao dos arcos articulares e permitida com uma boa

flexibilidade.

Para um ginasta, esta pode ser uma diferen<;:aentre conseguir ou nao realizar

um Stalder, um Kippe ou um Tsukahara. Para os demais atletas, pode decidir se um

afundo do esgrimista, uma esquiva do boxer, um drible do jogador de futebol ou uma

defesa do tenista terao eficacia ou nao (DANTAS, 1999, p.77).

Junior (1996) relata que a flexibilidade e importante para 0 atleta melhorar a

qualidade do movimento, para realizar habilidades atleticas com grandes amplitudes

de movimento e reduzir riscos de les6es musculo-articulares. Assim, os exercicios

de alongamento sao imprescindiveis para todos os atletas, facilitando movimentos

amplos e com amplitude maxima, contribuindo, dependendo da atividade exercida

para um desempenho acima do normal.

Hall (2000, p.95) cita que: "a quantidade desejavel de flexibilidade articular

depende em grande parte das atividades que 0 individuo deseja realizar. Ginastas e

dan<;:arinos necessitam obviamente de maior flexibilidade articular que os nao-

atletas".

EficiElncia mecanica

De acordo com Dantas (1999) os ultimos 10% a 20% do arco articular sao

caracterizados por apresentarem maior resistelncia ao movimento devido ao fato de

se estar chegando ao limite de distensibilidade dos musculos, ligamentos e com

tecidos conjuntivos envolvidos. Assim, cada vez que entra nessa zona de alta

resistencia (ZAR) , a pessoa se ve for<;:ada a realizar um esfor<;:o extra, alem do

normal mente exigido para a execu<;:ao do movimento, a fim de fazer frente acrescente resistencia das citadas estruturas.

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22

Profilaxia de les6es

Dantas ainda cita esse aspecto como sendo um assunto muito controvertido,

referindo-se a diminuiyao de risco de les6es.

Darden (1980, citado por DANTAS, 1999, p. 78) declarou:

Pode ser meramente "ouvi dizer", ou talvez um efeito de placebo, que fazcom que a maior parte das pessoas envolvidas com esporte acredite que 0aumento da flexibilidade diminui as lesoes. Talvez seja um pouco deambos, mais um sincero desejo de acreditar em alguma coisa que fa9asentido. Porem, deve ser reiterado que estudos controlados quecomprovem que 0 aumento da flexibilidade previne lesoes nao existem.

Uma flexibilidade excessiva pode causar problemas, Watson (1986, citado por

DANTAS, 1999, p. 80), coloca que:

As articula90es devem ser suficientemente m6veis para permitir ao at leta amovimenta9ao necessaria, mas nao devem possuir mobilidade tao am piaque diminua a estabilidade ou que coloque um membro em condi90es demaior vulnerabilidade e lesoes.Uma excessiva mobilidade e mais comumente um problema do ombro oudo joelho. Isto ocorre porque, tendo importantes ligamentos,demasiadamente longos, estas articula90es tornam-se susceptiveis alesoes, principalmente nos esportes de contato.Q'Donoghul, em 1970, estudando 0 problema, concluiu que uma mobilidadeexcessiva nos joelhos ou ombros e razao para vetar a pratica de esportesde contato.Nas articula90es em que 0 fator limitante nao e a amplitude de movimentode musculo, demasiada flexibilidade nao provoca instabilidade, mas sim aelasticidade, pelo contrario, evita 0 risco de lesoes musculares.

Uma flexibilidade excess iva pode causar instabilidade articular, esta frouxidao

que existe em algumas articulay6es, causa incomodo e interfere negativamente na

realizayao de tarefas do cotidiano de pessoas nao atietas e pode ate prejudicar a

realizayao de alguns esportes, dependendo da caracteristica dos movimentos

executados.

"Quando a flexibilidade for excessiva e uma ou mais articulay6es em direyao

fisiol6gica normal do movimento, em direyao anormal ou em ambas, ela e

denominada hiperflexibilidade" (STEINER, 1987 citado por JUNIOR, 1996, p.13).

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Junior (1996) define hiperflexibilidade como a lassidao de uma ou mais

articulag6es em decorrencia da excess iva extensao dos ligamentos. Embora um dos

componentes que interferem na flexibilidade seja 0 ligamento, a intengao e

determinar as implicag6es de uma articulagao lassa. A hiperflexibilidade pode ser

maligna ou benigna.

2.6 TIPOS DE ALONGAMENTO

Ao se analisar a flexibilidade, obtem-se a classificagao quanto ao tipo de

realizagao, que sao respectivamente:

2.6.1 Alongamento balistico

o alongamento balistico, ou a realizagao de alongamentos elasticos

(repetidos), utiliza 0 momenta dos segmentos corporais para estender repetidamente

a posigao articular ate ou alem dos extremos da amplitude de movimento. E uma

serie de alongamentos rapidos e sucessivos (HALL, 2000, p.98).

2.6.2 Alongamento estatico

E um esforgo para aumentar a amplitude de flexao de um determinado

segmento corporal. 0 individuo e instruido a manter os musculos do segmento

passiv~s e manter a posigao de alongamento por 15 a 30 segundos. 0 individuo

sentira que a amplitude de movimento esta restrita pela tensao que desenvolve nos

musculos que estao sendo alongados (ENOKA, 2000, p.262).

2.6.3 Alongamento dinamico

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Dantas (1999, p.86) ainda cita 0 alongamento dinamico, onde fala que "e

expressa pel a maxima amplitude de movimentos obtida pelos musculos do mesmo,

volitivamente, de forma rapida. E sem duvida, a mais utilizada na educa"ao fisica e 0

tipo de flexibilidade que se observa na pratica desportiva".

2.6.4 Alongamentos ativos e passivos

Hall (2000, p. 98) descreve que:

o alongamento pode ser feito ativa ou passivamente. 0 alongamento ativoe produzido pel a contra<;:ao dos musculos antagonistas (aqueles no lade daarticula<;:ao oposta aos musculos, tend6es e ligamentos a serem alongados.Assim para alongar ativamente os musculos isquiotibiais (os flexoresprimarios do joelho), deve ser contraido 0 quadriceps (extensores primariosdo joelho). 0 alongamento passiv~ envolve 0 uso da for<;:agravitacional, dafor<;:aaplicada por outr~ segmento corporal ou da fon;:a aplicada por outrapessoa, para movimentar um segmento corporal ate 0 final da amplitude demovimento.

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25

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

3.1 DESCRI9AO DO UNIVERSO

A amostra foi composta por 80 alunos de uma academia da regiao de

Curitiba, composta por 40 individuos do sexo masculino e 40 individuos do sexo

feminino, onde cada grupo foi subdividido em praticantes e nao praticantes de

musculayao. Foram excluidos desta amostra pessoas com idade inferior a 20 anos e

superior a 40 anos, para maior fidedignidade ao resultado final.

Os individuos foram escolhidos de forma aleatoria, respondendo assim as

perguntas do questionario referentes ao estado fisico atual.

3.2 MATERIAL E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

• Teste de Sentar e Alcanyar, Banco de Wells (DANTAS, 1999).

• Questionario formulado por este autor, conforme apendice e 2, contendo

informayoes relevantes e especificas para cada grupo estudado. Este

questionario foi devidamente validado por especialista, conforme apendice 3.

Todos os registros foram arredondados para meio centimetro mais proximo.

3.3 ANALISE DE DADOS

Apos levantamento de dados colhidos atraves da mediyao de Banco de Wells e

questionario, avaliando a flexibilidade de membros inferiores, realizou-se a

construyao de 9 grllficos com os resultados obtidos, atraves de uma analise

estatistica simples.

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3 RESULTADOS E DISCUssAo

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Realizando a analise dos dados obtidos atraves dos testes, chegou-se aos

valores descritos em cada um dos 9 grafteos.

o grafteo a seguir apresenta os resultados do fndiee de flexibilidade de cada

aluno que pratiea atividade ffsiea especffica de museula<;iio.

GRAFICO 1: INDICE DE FLEXIBILIDADE DE ALUNOS QUE PRATICAM

MUSCULA<;AO

1--.",.i

" i••."~ 30 I

:s.~ 25-

u:.. '"."••.~ 15."-=

I-- -

-10- /'

5-

F

I-- - -

1-

Ii) 10 11 12 13 14 15 1& 11 1& Hil 20

Numero de Alunos

Este grafteo mostra 0 resultado individual de cada aluno, onde 65% dos

indivfduos apresentam um indiee superior a 24em, e 0 restante eompleta os 35%

que estao eom 0 fndiee abaixo dos 24em.

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o grafico a seguir apresenta os resultados do indice de flexibilidade de cada

aluna que pratica atividade fisica especffica de musculac;:ao_

GRAFICO 2: iNDICE DE FLEXIBILIDADE DE ALUNAS QUE PRATICAM

MUSCULACAo

I~

27

II>"'C

~ 20

:s'x~ 15

II>"'C

II>.~ 10't:I.E

-----.,..----1

-

aluna que realiza atividade fisica, onde do total de 20 individuos cerca de 45% se

11-----1_ - I~----~'I~- -

apresentam com indices acima de 15cm e os 55% restantes completam com indices

-

10 '1 12 13 ,,, 15 16 17 16 19 20

Numero de Alunas

Os resultados obtidos neste grafico demonstram 0 indice individual de cada

abaixo de 15cm.

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o grafico apresentado a seguir mostra os resultados dos indices de alunos

considerados sedentarios.

GRAFICO 3: iNDICE DE FLEXIBILIDADE DE ALUNOS QUE NAo PRATICAM

MUSCULA<;AO

- - c---

'" !

.-,

- ...------------------------1

-I---- 1-

10 11 12 13 14 15 18 17 18 HI 20

Numero de Alunos

Os resultados deste grafico mostram os indices obtidos pelo teste em alunos

considerados sedentarios ou que nao praticam nenhuma atividade fisica. Cerca de

55% dos individuos encontram-se acima de 19cm e os outros 45% se encontram

abaixo de 19cm.

28

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Os dados do grafico a seguir, apresenta as caracterfsticas de alunas

consideradas sedentarias com seus indices.

GRAFICO 4: iNDICE DE FLEXIBILIDADE DE ALUNAS QUE NAo PRATICAM

MUSCULA<;:AO

: ~.l--: -------1 u----"""....-----'----------------11

~

_. J-.-.-~r-----

5-

10 11 12 13 14 1S 16 17 16 1~ 2D

Nlimero de Alunas

Os indices apresentados neste grafico demonstram uma diferenc;a para 0

grupo de alunas que praticam atividade fisica especifica de musculayao, variandb os

percentuais de 65% acima ou igual a 24cm de indice e os outros 35% apresentando

indices abaixo dos 24cm.

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Os dados do grafico apresentado a seguir, mostram as medias alcan98das

pelo total de alunos, sendo 1 para alunos ativos I praticantes de muscula9aO e 2

para alunos sedentarios I nao praticantes de muscula9Eio.

GRAFICO 5: MEDIA DE FLEXIBILIDADE DE ALUNOS

PRA T1CANTES NAO PRATICANTES

Os resultados dos dois grupos apresentados representam a media que cada

grupo alcan90u, sendo 0 indice maior de alunos ativos ou que praticam muscula9Eio.

30

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Os dados apresentados a seguir demonstram a media de alunas que nao

praticam musculat;:ao I sedentarias maiores que de alunas que praticam musculat;:ao

I ativas.

GRAFICO 6 MEDIA DE FLEXIBILIDADE DE ALUNAS

l25,00

w 20,00-c«c::;iii 15,00-Xw--'u.w 10,00cwu153:

//I?--------

,/

PRATICANTES

,NAo PRA TlCANTES

Neste grafico, contatou-se que as alunas que nao praticam musculat;:ao I

sedentarias obtiveram um fndice superior das que realizam atividade ffsica,

demonstrando que outros fatores contribuem para a aquisic;ao de uma boa

flexibilidade.

31

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Grafico mostrando os resultados obtidos atraves da pergunta se os alunos

sentiam dor muscular no final do dia.

GRAFICO 7: SINTOMA DE DOR MUSCULAR DE ALUNOS QUE PRATICAM

MUSCULACAO

R~

36; 90%

Dos individuos descritos neste grafico, 90% nao relataram sentir dor

muscular, podendo ser caracterizado por realizarem atividade fisica regular.

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Grafico mostrando os resultados obtidos atraves da pergunta se os alunos

sentiam dor muscular no final do dia.

GRAFICO 8: SINTOMA DE DOR MUSCULAR DE ALUNOS QUE NAo PRATICAM

MUSCULACAO

,-------------------------------------------------------,

Rl~~

Na maioria dos casos mostrados neste grafico, individuos apresentam algum

tipo de dor muscular pel a falta de atividade fisica, apresentando assim alguma

restriyao de movimento a partir deste deficit de flexibilidade.

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Este grafico apresenta dados da aptidao fisica atual, sendo modificado ou nao

o indice de flexibilidade.

GRAFICO 9 DIFERENCA DA FLEXIBILIDADE APOS 0 INICIO

oMelhorou&ilNao mudou

DPiorou

3; 8% 0; 0%

37; 92%

Este grafico mostra se ocorreu alguma modificayao nos indices de

flexibilidade nos individuos que realizam atividade fisica que e a musculac;:ao,

pergunta especifica para este grupo, demonstrando que em 92% das pessoas

ocorreu diferenc;:a significativa.

Entre os alunos praticantes de musculac;:ao, verificou que em media ja

realizavam esta atividade no minimo um ano, tres vezes por semana, com

aproximadamente uma hora e meia de durac;:ao. Ja os alunos nao praticantes, em

media, estavam sem realizar atividades constantes a pelo menos quatro meses.

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5 CONSIOERA«OES FINAlS

Atraves dos resuttados obtidos, poderncs concluir que os indices de

flexibilidade podem ser infiuenciados por diferentes fatores, tais como a idade, 0

fator genetico, individualidade entre outros. As diferengas entre os dois grupos

estudados existem, mas temos que levar em consideragao cada fator, pois um

individuo que realiza ativrdacfe periodicamenfe pode ter um indice de flexibilidade

menor do que outro que nao realiza nenhuma atividade ou esteja parado algum

tempo.

Todos os tapicos apresentados neste trabalho descrevem 0 que influencia

positivamente ou negativamente a estrutura corporal, restringindo ou facilitando uma

amplitude de movimento, adequando a estrutura corporal para a necessidade de

cada individuo.

Conclui-se entao que para a avaliagao de flexibilidade, e preciso entender a

relagao de cada individuo dentro do seu meio, suas caracteristicas individuais e a

predisposigao a aptidao fisica flexibilidade, sendo que neste estudo verificou-se que

o fator genetico se sobrep6s aos demais, nao desmotivando pessoas que praticam

atividade fisica, pois esta se relaciona com qualidade de vida, reduzindo assim os

fatores de riscos.

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REFERENCIAS

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ENOKA, Roger M. Bases neuromecanicas da cinesi%gia. 2.ed. Sao Paulo: Manole,2000.

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GUYTON, Arthur Clifton. Fisi%gia Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan. SA

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APENDICE 1

QUESTIONARIO

Para praticantes de muscula9aO

1) Sexo?Masculino ( Feminino (

2) Idade?

3 ) Ha quanto tempo pratica muscula9aO ?

4 ) Quantas vezes por semana pratica ?

5 ) Quanto tempo de atividade diaria ?

6) 0 que voce entende por flexibilidade?

7) Entre as atividades diarias, faz algum exercicio de alongamento?

8) No final do dia sente alguma dor muscular?( ) sim () naoCaso afirmativo: onde? .

9 ) Sentiu alguma diferen9a na sua flexibilidade ap6s 0 inicio da atividade ?Melhorou ( )Nao mudou (Piorou ( )

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APENDICE 2

QUESTIONARIO

Para nao praticantes de muscula~ao

1) Sexo?Masculino ( Feminino ( )

2) Idade?

3) Pratica alguma atividade fisica?Sim( )Nao ( )Qual ?____ _

4) Ha quanto tempo nao realiza nenhuma atividade fisica?

5) 0 que voce entende por flexibilidade?

6) Ja fez exercicios de alongamento?

7) No final do dia sente alguma dor muscular?( ) sim () naoCaso afirmativo: onde? .__.__.__.__.__.__.__.__.__

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APENDICE 3

PARECER SOBRE INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS DETRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO

Caro (a) professor (a) _

Considerando suas areas de atua<;:ao academica e profissional, eu,_________________________ , venho, pormeio desta, solicitar sua avalia<;:ao sobre 0 instrumento par mim elabarado (emanexo), para a realiza<;:ao da coleta de dados do meu Trabalho de Conclusao deCurso intitulado _

____________________ , cujo objetivo geral sera

Agrade<;:o desde ja sua prestimosa contribui<;:ao,

Assinatura do (a) academico (a)

PARECER DO (AI PROFESSOR (AI

FavoravelFavoravel com sugest6esNao favoravel

Sugest6es:

Assinatura do (a) professor (a) avaliador (a)