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UNIVERSIDADE TUIUTU DO PARANÁ – UTP
MARIA ESTELA DOMINGUES CHARELLO
BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NA GESTANTE
(Benefits of manual lymphatic drainage in pregnant)
CURITIBA
2010
MARIA ESTELA DOMINGUES CHARELLO
BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NA GESTANTE
(Benefits of manual lymphatic drainage in pregnant)
Trabalho de conclusão apresentado ao
curso de Tecnologia em Estética e Imagem
Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná, como
requisito parcial para conclusão do curso.
Orientador: Prof.ª Eunice Tokars
CURITIBA
2010
BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NA GESTANTE
Benefits of manual lymphatic drainage in pregnant)
Maria Estela Domingues Charello¹
Eunice Tokars²
1- Acadêmica de Tecnologia e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná
2- Fisioterapeuta, professora orientadora do curso de Tecnologia e Imagem Pessoal
da Universidade Tuiuti do Paraná.
Endereço para correspondência : Eunice Tokars, [email protected]
Resumo
A gravidez é o período em que ocorrem inúmeras adaptações no organismo da mulher
de forma a proporcionar ao feto toda a proteção. Estas adaptações podem trazer
desconforto durante o período gestacional. Esse artigo de revisão tem por objetivo
verificar os benefícios da drenagem corporal durante o período gestacional. O
profissional tecnólogo em estética pode colaborar para que esta fase tão importante na
vida da mulher seja mais amena ao aplicar a drenagem linfática manual.
Palavras-chave: drenagem linfática manual; gestante; edema fisiológico.
Abstract
Pregnancy is the period during which numerous changes in the woman's body in order
to provide any protection to the fetus. These adaptations can bring discomfort during
pregnancy. This review aims to verify the benefits of the drainage body during
pregnancy. A professional technologist in aesthetics can work together to make this step
so important in a woman's life is more pleasant to apply the manual lymphatic drainage.
Keywords: manual lymphatic drainage, pregnancy, swelling physiological
Introdução
A estética corporal da mulher está vinculada à saúde, ao bem estar e a qualidade de
vida principalmente em fases de grandes mudanças corporais como é a gestação.
O milagre da vida está apenas começando, mas ainda assim a mulher enfrenta
sentimentos de contradição em relação às inevitáveis mudanças do seu corpo. Vários
profissionais, dentre esses o tecnólogo em estética, prestam assistência e
acompanham o período gestacional para proporcionar cuidados e orientações
específicas desta fase. Uma das alterações fisiológicas que além de causar desconforto
pode levar ao desenvolvimento de patologias e ou dificuldades em realizar atividades
de vida diária é o acúmulo de liquido nos espaços intercelulares ou cavidades do
organismo, o edema gestacional (KAHHALE e ZUGAIB, 1995). A aplicação da
drenagem linfática durante o período gestacional pode restaurar o equilíbrio hídrico
corporal reduzindo o edema, produzir relaxamento, favorecer a circulação de retorno e
permitir que a gestante aprecie a plenitude deste período de forma mais saudável
(GODOY et al., 2004). Portanto, o objetivo desse artigo de revisão é verificar os
benefícios da drenagem linfática no período gestacional.
Revisão de Literatura
1. Modificações do Organismo
Materno
Durante o período gestacional, o
corpo da mulher sofre diversas
mudanças anatômicas e fisiológicas que
são provocadas por necessidades
funcionais e metabólicas que podem
comprometer a estética da mulher.
Essas alterações se manifestam em
vários sistemas do organismo materno:
cardiovascular, músculo- esquelético,
tegumentar, e outros (RICCI, 2008).
É no primeiro trimestre que ocorrem
as modificações no sistema
cardiovascular. O volume plasmático
aumenta em média 50% no curso da
gravidez. O volume sanguíneo de uma
grávida a termo, de estatura média, é de
5.000 ml e de 3.500 ml fora da gravidez.
O volume globular (eritrócitos) é menos
alterado do que o volume plasmático.
Isso faz com que ocorra diluição das
hemácias, levando a chamada “anemia
fisiológica” (REZENDE FILHO, 2003).
Entre outras causas da hipervolemia, o
sódio é o principal fator determinante
para que ocorra expansão do volume
sanguíneo materno. Os vários fatores
que conduzem à excreção de sódio são
superados por outros que favorecem a
retenção renal, permitindo seu acúmulo
durante a gestação (NEME, 2005).
A hipervolemia que ocorre
na gravidez determina o aumento do
débito cardíaco (DC) – produto da
freqüência pelo volume sistólico - que
aumenta pela relação direta entre
volume sistólico e freqüência cardíaca
(FC). O DC aumenta na décima a
décima segunda semana de gestação.
Este aumento é de 35 – 50% (NEME,
2005). No início da gravidez o DC não é
proporcional a variação da FC, sendo
decorrente do volume sistólico. A FC
aumenta conforme a gestação evolui,
mantendo assim o DC também elevado
(REZENDE, 2009). Muitas são as
razões para este acréscimo sanguíneo,
mas segundo Peixoto (2004), os
principais motivos são: para compensar
o sangue armazenado no útero e nutrir
o feto; evitar a compressão da veia cava
e compensar a perda sanguínea que
existirá no parto. O aumento do volume
circulante é devido ao acréscimo de
plasma e de 33% de eritrócitos, uma vez
que ocorre o fenômeno da hiperplasia
medular até o termo da gestação
(PEIXOTO, 2004).
Algumas gestantes podem
apresentar uma hipertrofia excêntrica do
ventrículo esquerdo. Esta alteração é
normal durante este período, uma vez
que a relação coração, tórax e
diafragma sofre algumas alterações. O
volume sanguíneo materno aumenta
progressivamente na gestação a partir
do primeiro trimestre, expande-se no
segundo e aumenta lentamente no
terceiro trimestre.
O volume cardíaco aumentado, bem
como o trabalho cardíaco, irá afetar a
pressão arterial sistêmica podendo levar
a um quadro de hipertensão arterial
(HERPTZ, 2006). O fluxo de sangue
aumenta no útero devido à diminuição
da resistência vascular uterina, e o fluxo
renal aumenta de 35% a 60% até o final
do primeiro trimestre, devido ao
aumento do volume sanguíneo e
diminuição da resistência vascular renal
(GUARIENTO e MAMADE, 2001). No
útero, não apenas a mãe aumenta o
fluxo sanguíneo. Mas o próprio feto
determina esse aumento do número de
vasos na placenta no final da gestação
(NEME, 2005).
O rendimento cardíaco, que é o
volume que o coração ejeta por minuto,
sobe de 30 a 40%. Este acréscimo é
decorrente do aumento do volume
sistólico. Nas últimas dez semanas de
gestação o rendimento cardíaco,
declina.
A pressão arterial sistólica sofre
pequena queda de 3 a 4 mmHg,
enquanto que a pressão arterial
diastólica sofre queda significativa de 10
a 15 mmHg. Durante o trabalho de parto
a pressão arterial sistólica aumenta de
13 a 35 mmHg e a diastólica de 5 a 25
mmHg (REZENDE e MONTENEGRO,
2008).
Durante o parto o
rendimento cardíaco aumenta de 15 a
30%. Isto ocorre devido à contração
uterino que envia cerca de 500 ml de
sangue para a circulação sistêmica.
Também a dor e a apreensão
desempenham papel relevante. Após o
parto o útero se contrai firmemente
mandando mais 300 ml de sangue para
a circulação, o que representa um
aumento de 60% no débito cardíaco,
acima dos valores pré-gravídicos A
dinâmica circulatória da gestante é
alterada pela postura: em decúbito
dorsal o útero comprime a veia cava
inferior, diminuindo assim o retorno
venoso e ocorrendo decréscimo do
volume-minuto (REZENDE FILHO,
2003).
A pressão venosa nos membros
inferiores aumenta cerca de três vezes
devido a compressão que o útero faz
sobre a veia cava inferior e, nas veias
pélvicas resultando em aprisionamento
de sangue nas pernas e coxas, levando
ao edema principalmente quando a
grávida está posição ortostática
(REZENDE e MONTENEGRO, 2008).
A síndrome da hipotensão supina
ou veia cava pode causar tontura e
sensação de desmaio no último
trimestre da gestação. A veia cava
inferior pode ser comprimida pela
pressão do útero volumoso, quando a
gestante se coloca em decúbito dorsal.
Dessa forma o retorno venoso fica
diminuído. O efeito da pressão sobre a
veia cava inferior pode ser tão grave
que o trabalho cardíaco se mostre
acentuadamente diminuído e a
hipotensão torne-se marcante. A
mudança para a posição em decúbito
lateral esquerdo poderá aliviar o sintoma
(GUARIENTO e MAMADE, 2001).
O ganho excessivo de peso está
relacionado ao aumento de incidência
de diabetes gestacional, toxemia
gravídica e fetos macrossômicos, além
do risco da gestante ficar acima do peso
ideal após o parto (MAIO, M., 2004).
No que diz respeito ao sistema
nervoso central, Guariento e Mamede
(2001) diz que o vômito, irritabilidade,
melancolia, medo e pânico são sinais
que quando observados devem ser
tratados afim de não agravar o
sofrimento e a angústia da gestante.
Também o desejo por certos alimentos
e repugnância a outros pode ser reflexo
de necessidades nutritivas.
As alterações cutâneas mais
comuns são as estrias e a
hiperpigmentação. Cerca de metade das
gestantes apresentam-se com estrias no
abdômen e nos seis. A
hiperpigmentação acomete várias partes
do corpo, principalmente a face, pelo
cloasma e a linha alba do abdômen
inferior conhecido como linha nigra. É
comum também o aparecimento de
telangectasias, principalmente na pele
branca, hipertricose, que significa pêlos
na face e outras regiões, e crescimento
mais acentuado dos cabelos. As unhas
também apresentam se quebradiças,
surgimento de eritema palmar e maior
atividade das glândulas sudoríparas e
sebáceas (REZENDE FILHO, 2003).
Após o parto ocorre perda de cabelo
durante alguns meses (RICCI, 2008).
Os hormônios que participam da
gestação são secretados pelos ovários,
placenta, hipófise e supra-renais. Alguns
deles participam normalmente no ciclo
menstrual e ficam elevados por ocasião
da gestação, enquanto que outros são
secretados para exercer alguma função
durante o período gestacional.
A placenta é uma glândula
endócrina que possui uma capacidade
singular: forma proteínas e também
esteróides. De acordo com a Febrasgo
(2001) e Ricci (2008), os hormônios
secretados pela placenta são:
gonadotrófica coriônica humana (GCH),
somatotropina coriônica humana (SCH),
relaxina, estrógeno e progesterona.
2. Sistema Linfático
O sistema linfático é um sistema
que se inicia, em fundo cego, e
desemboca, como uma via secundária,
na porção venosa do sistema
circulatório sanguíneo (KAPIT e ELSON
2002). O sistema linfático é parte do
sistema circulatório e se compõe de
uma rede extensa de capilares, vasos,
ductos e de outras estruturas
associadas como o timo, baço e
linfonodos (AUMULLER, 2009). Sua
principal função é reabsorver as
proteínas plasmáticas oriundas dos
capilares arteriais no filtrado e que não
conseguiram retornar pelos capilares
venosos. Outra função importante é a
imunológica, pois a linfa é filtrada nos
linfonodos antes de atingir o sistema
venoso. Conforme a linfa vai passando
pelos linfonodos ela sendo enriquecida
de células de defesa (GODOY e
GODOY, 1999).
Os capilares linfáticos são
encontrados na maioria das áreas onde
se encontram os capilares sanguíneos,
porém são mais calibrosos e irregulares.
São encontrados em grande número na
pele e mucosas e possuem capacidade
de absorção maior do que os capilares
venosos podendo, inclusive, absorver
substâncias de peso molecular elevado.
Tudo isso é devido aos grandes
espaços que existem entre as células
endoteliais que constituem a parede de
um capilar linfático (RIBEIRO, 2004).
Quando vários capilares linfáticos
se juntam eles formam os vasos
linfáticos, que são vasos pré-coletores
que também ao se juntar formam vasos
coletores, agora de maior calibre
(DÂNGELO, 2005). Estes vasos
possuem motilidade própria devido a
sua musculatura lisa e a presença de
válvulas que fazem com que o fluxo da
linfa siga uma única direção. Estes
vasos estão ausentes no sistema
nervoso central, na musculatura
esquelética (mas não no tecido
conjuntivo adjacente), na medula óssea
e estruturas avasculares (RIBEIRO,
2004). Ao segmento coletor linfático
delimitado por uma válvula proximal e
distal dá-se o nome de linfangion, que
possui contratilidade própria sendo por
isso a unidade motriz do sistema
linfático. Alguns autores definem esta
estrutura como o “coração” do sistema
linfático (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
A linfa é formada por produtos
que foram filtrados nos capilares
arteriais, pelos produtos celulares e pelo
interstício. Todo esse material após
penetrar nos vasos linfáticos formaram a
linfa, que é um tipo de plasma mais
diluído que o sangue (TORTORA, 2006)
Os principais fatores que influenciam o
fluxo linfático são as contrações rítmicas
dos vasos e as variações de pressão
em suas paredes associadas aos
batimentos dos vasos, compressão
muscular e variação da pressão torácica
e abdominal (GODOY e GODOY, 1999).
A linfa proveniente do lado
direito, parte superior é drenada pelo
ducto linfático direito, e a linfa de todo
lado esquerdo e parte inferior do lado
direito é drenada pelo torácico (GODOY
e GODOY, 1999).
3. Edema
O edema ocorre quando o líquido
aumenta e o sistema de drenagem não
ocorre de forma suficiente levando ao
desequilíbrio. Neste caso os tecidos se
enchem de líquido, a pressão nestes
locais aumenta e a pele se distende.
Ocorre então o edema (LEDUC e
LEDUC, 2000). Segundo Barros (2001)
o edema e o linfedema são causados
pelo acúmulo anormal de líquidos nos
tecidos subcutâneos, produzidos por
uma alteração no sistema linfático.
O sinal de godet, ou cacifo, é
positivo quando o edema é de origem
vascular. Neste caso uma pressão
aplicada sobre um dedo deprime o
tecido, e após retirarmos o dedo o
tecido mantém-se deprimido.
Segundo Leduc e Leduc (2000),
o edema pode ter diversas origens entre
elas esta o aumento da pressão
hidrostática: ao assumir a posição
ortostática, ou seja, quando a paciente
está em pé, a pressão aumenta nas
veias e a filtragem a favor da recaptação
de líquido é diminuída. Outras causas
são flebites, varizes, insuficiência
cardíaca, diminuição na pressão
oncótica, alterações na parede vascular
e defeitos congênitos.
A retenção hídrica é uma das
características mais importantes durante
a gravidez. . Nela ocorre acúmulo de
líquido de no mínimo 7 litros - para que
possam haver trocas contínuas de
líquido com o feto através da placenta-
sendo considerado um aumento
fisiológico. O conteúdo de água do feto
e placenta e líquido amniótico é de
cerca de 3,5 litros. Também se
acumulam cerca de 3,5 litros de água
resultantes do aumento no volume
sanguíneo das mamas e útero. Este
acúmulo faz com que a gestante
aumente entre 12 e 13 kg. Aumentos de
peso acima disso ou são decorrentes de
problemas mais sérios de edema ou
devido ao acúmulo de gorduras.
A pressão venosa nos membros
inferiores aumenta em cerca de três
vezes devido a compressão que o útero
faz sobre as veias pélvicas, levando
assim, ao edema gestacional
(CARDOSO et al.). O edema nos
membros inferiores é uma das principais
queixas das gestantes. Seu surgimento
está relacionado à circulação linfática,
seja pelo aumento de líquidos ou por
uma doença específica do sistema
linfático. No terceiro trimestre da
gravidez a gestante apresenta
motilidade reduzida de tornozelos e
punhos, devido a retenção de água
principalmente no tecido conjuntivo.
De acordo com Peixoto (2004) a
retenção de água é devido a:
- maior pressão hidrostática intracapilar:
devido ao aumento do útero ocorre
também maior pressão venosa nos
membros pélvicos. Esta pressão esta
aumentada quando a paciente está em
pé (posição ortostática) ou em posição
supina (decúbito dorsal).
- queda da pressão oncótica: na
gravidez ocorre diminuição das
proteínas plasmáticas, o que pode levar
a queda da pressão oncótica de 20%.
- aumento da permeabilidade capilar:
ocorre na gestação o fenômeno da
capilaropatia gravidarum, que aumenta
a permeabilidade vascular levando ao
edema de membros inferiores.
- Retenção de sódio: a gestante retém
em média três gramas de sódio por
semana.
O edema gestacional não pode
ser considerado patológico, a não ser
em casos de hipertensão e albuminúria
(eliminação de albumina pela urina).
Mulheres com edema gestacional
exibem recém nascido com peso mais
elevado, menor índice de prematuridade
e menor índice de mortalidade perinatal
(PEIXOTO, 2004).
4. Drenagem Linfática Manual – DLM
A técnica da drenagem
linfática manual foi publicada em Paris
em 1936 pelo Dr. Vodder. A partir de
sua experiência foi observada melhora
clínica dos linfonodos na região cervical,
quando estimulados manualmente.
Esses achados iniciaram um trabalho
que levou a sistematização de uma
técnica que foi denominada “Drenagem
Linfática Manual” (GODOY e GODOY,
1999). Estas manobras são realizadas
por duas técnicas utilizadas na
atualidade: a de Leduc e a de Vodder
(GUIRRO e GUIRRO, 2002). Existe
também uma técnica proposta por
Godoy e Godoy (1999) que utiliza
bastões flexíveis e delicados que são
rolados pelo trajeto dos vasos linfáticos
permitindo um a drenagem eficiente.
Sua finalidade é remover o excesso de
proteínas plasmáticas de interstício
celular e esvaziar os líquidos por meio
de manobras nas vias linfáticas e nos
linfonodos (RIBEIRO, 1998).
Efeitos primários:
- Circulação sanguíneo e linfática, além
do bombeamento causado por
contração intrínseca das paredes dos
vasos, qualquer fator externo que
comprima-o pode causar bombeamento(
RIBEIRO, 2004).
- A drenagem linfática drena os líquidos
excedentes que banham as células,
com isso mantém o equilíbrio hídrico
dos espaços intersticiais, e é também
responsável por evacuar dejetos
provenientes do metabolismo celular
(LEDUC e LEDUC, 2007).
Na aplicação da DLM, Ribeiro
(2004) afirma que devem ser
observadas considerações, como:
- O trabalho de ser executado no
sentido proximal- distal;
- Praticar por maior tempo onde houver
maior retenção de líquido, ou seja, no
linfedema;
- Executar manobras em ritmo lento,
pausado e repetitivo, em respeito ao
mecanismo de transporte da linfa.
- Não deve ser desagradável e jamais
provocar dor;
- As sessões devem ter no mínimo 30
minutos;
- Melhor posição do corpo, o menos
tenso possível, para dar condições de
melhor empurrar a linfa;
- A pressão da mão sobre o corpo, deve
ser leve, ou seja, em torno de 30 – 50
mmHg (HERPTZ, 2006).
Para Ribeiro (2004) as manobras
da DLM seguem dois princípios básicos,
sendo eles: evacuação ou remoção e a
captação ou reabsorção. A manobra de
evacuação auxilia a remoção da linfa
dos pré-coletores e coletores linfáticos e
também faz a desobstrução da entrada
para os linfonodos regionais, criando
assim a possibilidade de uma
“aspiração” da linfa em direção
centrípeta. O processo de captação tem
como objetivo auxiliar a absorção do
líquido intersticial em excesso para
dentro dos capilares linfáticos terminais.
Esse processo também aumenta o fluxo
em direção aos linfonodos regionais.
Assim, conclui-se que a DLM só deve
ser iniciada por manobras de evacuação
nos linfonodos regionais para somente
após serem realizadas as manobras de
captação ao longo das vias linfáticas e
regiões que estão com edema.
As manobras da DLM, segundo
Guirro e Guirro (2004) são indicadas no
tratamento e/ou prevenção de algumas
enfermidades como edema, linfedema,
fibroedema gelóide, queimaduras,
enxertos, acne, pré e pós-cirurgia
plástica, entre outras.
Para Ribeiro (2004) e Barros
(2001) a drenagem linfática também é
indicada para gravidez e redução de
edema.
Em um estudo realizado por Silva
e Brongholi com duas pacientes
gestantes mostrou que após 15 e 7
atendimentos de DLM, respectivamente,
houve diminuição significativa das
circunferências dos membros mostrando
que houve então redução do edema
gestacional. Ambas as pacientes
obtiveram melhora nas suas atividades
diárias e melhora no estado de conforto
geral.
Outro estudo realizado por
Cardoso et al., mostrou que em uma
gestante na trigésima quinta semana de
gestação, após oito atendimentos de
DLM relatou relaxamento e retorno de
suas atividades antes limitadas em
função do edema. Também se observou
redução da circunferência dos membros
inferiores demonstrando assim que a
DLM tem grande importância é
comprovadamente eficaz no tratamento
do edema gestacional.
Existe contra-indicação da DLM
nos casos em que houver envolvimento
de processos infecciosos, neoplasias,
trombose venosa profunda, erisipela,
entre outras (GUIRRO e GUIRRO,
2004).
Uma drenagem eficiente deve ser
feita em ritmo lento uma vez que a linfa
se desloca a 2,5cm por segundo. A
pressão exercida deve ser em torno de
30-35 mmHg , não devendo nunca
ultrapassar os 40mmHg para que os
vasos linfáticos entrem em colapso. O
princípio base para estabelecer a
pressão correta é a ausência de dor e
de hiperemia na pele (RIBEIRO, 2004).
A pressão indicada propulsiona o líquido
intersticial para dentro dos capilares
linfáticos e deve se manter abaixo da
pressão interna destes para não haver
obstrução.O ritmo deve ser uniforme e
lento, anulando a sensação mecânica e
imprimindo à manobra uma sensação
agradável (RIBEIRO, 1998). É
importante que o profissional tenha
conhecimento destes fatos e domine a
técnica para não provocar lesões, pois
segundo Casley Smith: uma drenagem
mal feita é pior do que nada fazer. A
paciente deve ser posicionada em
decúbito dorsal com os membros
inferiores elevados, pois se acredita que
elevar o membro durante a aplicação
das manobras melhora o fluxo linfático
(GUIRRO e GUIRRO, 2004).
Para realizar a DLM são
necessários alguns equipamentos
como: maca na largura de 65 cm e na
altura adequada para a correta postura
do massagista; colchão firme, mas não
ultrapassar 8 cm para que possa ser
dobrado na ponta para elevar os
membros. Para elevar os membros
também se utiliza duas toalhas
enroladas colocadas sob os joelhos, no
decúbito dorsal. Um estreito travesseiro
deve ser colocado sob a cervical e outro
sob o braço e antebraço, quando esta
parte do corpo estiver sendo
massageada. No decúbito lateral os
travesseiros apóiam a cabeça, da região
anterior e posterior do tronco e dos
membros superior e inferior, do lado em
que o paciente não está deitado. No
decúbito ventral, um travesseiro é
colocado sob o abdome (RIBEIRO,
2004).
È importante salientar que os
procedimentos da DLM são compatíveis
com a formação e atribuições dos
esteticistas. Contudo para realização
desta técnica é necessário que haja
autorização médica, pois a DLM pode
ser extremamente benéfica, como no
caso das varizes, e extremamente
maléfica, como no caso das flebites e
neoplasias (RIBEIRO, 2004).
5. Considerações finais
A necessidade em ampliar o
conhecimento sobre as alterações
principalmente vasculares para que a
esteticista possa aplicar com segurança
a Drenagem Linfática Manual.
Com este estudo verificou-se que
a DLM apresenta muitos benefícios no
edema gestacional, atuando
diretamente no edema,
conseqüentemente alivia os
desconfortos da gestante, dando-lhe
qualidade de vida neste período
gestacional.
É indispensável também o
conhecimento amplo do esteticista em
relação à técnica DLM. Por isso
estudou-se o sistema linfático e suas
funções, a técnica da DLM e suas
aplicações em gestantes.
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