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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM Francisco Bueno Souza Júnior Mário Ferreira Filho Natália Faria Medeiros Rosilaine Aparecida de Souza A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HIPERTENSO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Governador Valadares 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

AacuteREA DE CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS E DA SAUacuteDE

CURSO DE ENFERMAGEM

Francisco Bueno Souza Juacutenior

Maacuterio Ferreira Filho

Nataacutelia Faria Medeiros

Rosilaine Aparecida de Souza

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Governador Valadares

2009

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FRANCISCO BUENO SOUZA JUacuteNIOR

MAacuteRIO FERREIRA FILHO

NATAacuteLIA FARIA MEDEIROS

ROSILAINE APARECIDA DE SOUZA

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Governador Valadares

2009

Monografia para obtenccedilatildeo do grau de bacharel em Enfermagem apresentado agrave Aacuterea de Ciecircncias Bioloacutegicas da Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Orientadora Profordf Tatiana Heidi Oliveira

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FRANCISCO BUENO SOUZA JUacuteNIOR

MAacuteRIO FERREIRA FILHO

NATAacuteLIA FARIA MEDEIROS

ROSILAINE APARECIDA DE SOUZA

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Monografia apresentada como requisito para obtenccedilatildeo do grau de bacharel em Enfermagem apresentado agrave Aacuterea de Ciecircncias Bioloacutegicas da Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares ____ de ___________ de____

Banca Examinadora

______________________________________ Orientadora Profordf Tatiana Heidi de Oliveira

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Dalila Leatildeo de Oliveira Almeida

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Denise Dias Cardoso

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Enf Monica Azevedo Vilela de Oliveira

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia ndash Central de MinasMG

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pelo dom da vida por tudo que vimos ouvimos e vivenciamos

ao longo desses quatro anos

Aos nossos familiares que sacrificaram seus sonhos em favor dos nossos

Agrave nossa orientadora profordf enfermeira Tatiana Heidi por compartilhar conhecimentos

e nos direcionar ao objetivo proposto

Aos professores que se disponibilizaram colaborando para ampliaccedilatildeo de nossos

conhecimentos na sala de aula bem como no campo de estaacutegio

A todos o nosso muito obrigado

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RESUMO

A hipertensatildeo arterial (HA) eacute uma doenccedila crocircnica multifatorial de detecccedilatildeo quase sempre tardia devido ao seu curso assintomaacutetico e prolongada que apresenta elevada prevalecircncia sendo considerada como o principal fator de risco de patologias cardiovasculares A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) foi criada em 1994 com o tiacutetulo de Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros incluindo aiacute os pacientes com hipertensatildeo arterial sistecircmica Sendo assim o presente estudo propotildee mostrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem ao paciente hipertenso inserido na ESF uma vez que diversas accedilotildees satildeo requeridas a este paciente junto agrave atenccedilatildeo baacutesica Trata-se de uma revisatildeo bibliograacutefica que teve como finalidade demonstrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem a este paciente pois assim diversas complicaccedilotildees seratildeo evitadas trazendo uma melhor qualidade de vida A sistematizaccedilatildeo da assistecircncia fundamentada em princiacutepios cientiacuteficos proporciona uma eficaz identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede fazendo-se necessaacuterio a conscientizaccedilatildeo do cliente sobre a importacircncia de conhecer os cuidados a serem tomados para prevenir eou controlar a hipertensatildeo para que os mesmos compreendam o seu problema de sauacutede modificando assim o comportamento em funccedilatildeo do seu benefiacutecio diminuindo os altos iacutendices de morbimortalidade e prevenindo as incapacidades fiacutesicas resultantes de acidente vascular cerebral e cardiopatias No decorrer da revisatildeo observou-se que a literatura levantada eacute ampla e requer um cuidado em seu estudo para que o mesmo natildeo se torne apenas um manual teoacuterico mas sim de aplicaccedilatildeo real na praacutetica Sendo assim o objetivo deste estudo foi absolutamente alcanccedilado e tambeacutem beneacutefico natildeo soacute para noacutes acadecircmicos mas para todos que fizerem desta revisatildeo um objeto de pesquisa pois com as referecircncias de diversos autores evidenciou-se a importacircncia real dos cuidados e que sua aplicaccedilatildeo deve ser constante nas consultas de enfermagem para um melhor desempenho de sua funccedilatildeo e para uma assistecircncia de qualidade ao cliente que necessita destes cuidados

Palavras-chave Hipertensatildeo Assistecircncia de Enfermagem Sauacutede da Famiacutelia

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ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

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LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

2

FRANCISCO BUENO SOUZA JUacuteNIOR

MAacuteRIO FERREIRA FILHO

NATAacuteLIA FARIA MEDEIROS

ROSILAINE APARECIDA DE SOUZA

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Governador Valadares

2009

Monografia para obtenccedilatildeo do grau de bacharel em Enfermagem apresentado agrave Aacuterea de Ciecircncias Bioloacutegicas da Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Orientadora Profordf Tatiana Heidi Oliveira

3

FRANCISCO BUENO SOUZA JUacuteNIOR

MAacuteRIO FERREIRA FILHO

NATAacuteLIA FARIA MEDEIROS

ROSILAINE APARECIDA DE SOUZA

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Monografia apresentada como requisito para obtenccedilatildeo do grau de bacharel em Enfermagem apresentado agrave Aacuterea de Ciecircncias Bioloacutegicas da Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares ____ de ___________ de____

Banca Examinadora

______________________________________ Orientadora Profordf Tatiana Heidi de Oliveira

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Dalila Leatildeo de Oliveira Almeida

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Denise Dias Cardoso

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Enf Monica Azevedo Vilela de Oliveira

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia ndash Central de MinasMG

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pelo dom da vida por tudo que vimos ouvimos e vivenciamos

ao longo desses quatro anos

Aos nossos familiares que sacrificaram seus sonhos em favor dos nossos

Agrave nossa orientadora profordf enfermeira Tatiana Heidi por compartilhar conhecimentos

e nos direcionar ao objetivo proposto

Aos professores que se disponibilizaram colaborando para ampliaccedilatildeo de nossos

conhecimentos na sala de aula bem como no campo de estaacutegio

A todos o nosso muito obrigado

5

RESUMO

A hipertensatildeo arterial (HA) eacute uma doenccedila crocircnica multifatorial de detecccedilatildeo quase sempre tardia devido ao seu curso assintomaacutetico e prolongada que apresenta elevada prevalecircncia sendo considerada como o principal fator de risco de patologias cardiovasculares A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) foi criada em 1994 com o tiacutetulo de Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros incluindo aiacute os pacientes com hipertensatildeo arterial sistecircmica Sendo assim o presente estudo propotildee mostrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem ao paciente hipertenso inserido na ESF uma vez que diversas accedilotildees satildeo requeridas a este paciente junto agrave atenccedilatildeo baacutesica Trata-se de uma revisatildeo bibliograacutefica que teve como finalidade demonstrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem a este paciente pois assim diversas complicaccedilotildees seratildeo evitadas trazendo uma melhor qualidade de vida A sistematizaccedilatildeo da assistecircncia fundamentada em princiacutepios cientiacuteficos proporciona uma eficaz identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede fazendo-se necessaacuterio a conscientizaccedilatildeo do cliente sobre a importacircncia de conhecer os cuidados a serem tomados para prevenir eou controlar a hipertensatildeo para que os mesmos compreendam o seu problema de sauacutede modificando assim o comportamento em funccedilatildeo do seu benefiacutecio diminuindo os altos iacutendices de morbimortalidade e prevenindo as incapacidades fiacutesicas resultantes de acidente vascular cerebral e cardiopatias No decorrer da revisatildeo observou-se que a literatura levantada eacute ampla e requer um cuidado em seu estudo para que o mesmo natildeo se torne apenas um manual teoacuterico mas sim de aplicaccedilatildeo real na praacutetica Sendo assim o objetivo deste estudo foi absolutamente alcanccedilado e tambeacutem beneacutefico natildeo soacute para noacutes acadecircmicos mas para todos que fizerem desta revisatildeo um objeto de pesquisa pois com as referecircncias de diversos autores evidenciou-se a importacircncia real dos cuidados e que sua aplicaccedilatildeo deve ser constante nas consultas de enfermagem para um melhor desempenho de sua funccedilatildeo e para uma assistecircncia de qualidade ao cliente que necessita destes cuidados

Palavras-chave Hipertensatildeo Assistecircncia de Enfermagem Sauacutede da Famiacutelia

6

ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

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gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

3

FRANCISCO BUENO SOUZA JUacuteNIOR

MAacuteRIO FERREIRA FILHO

NATAacuteLIA FARIA MEDEIROS

ROSILAINE APARECIDA DE SOUZA

A IMPORTAcircNCIA DA ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

HIPERTENSO NA ESTRATEacuteGIA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

Monografia apresentada como requisito para obtenccedilatildeo do grau de bacharel em Enfermagem apresentado agrave Aacuterea de Ciecircncias Bioloacutegicas da Sauacutede da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares ____ de ___________ de____

Banca Examinadora

______________________________________ Orientadora Profordf Tatiana Heidi de Oliveira

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Dalila Leatildeo de Oliveira Almeida

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Profordf Denise Dias Cardoso

Universidade Vale do Rio Doce

______________________________________ Enf Monica Azevedo Vilela de Oliveira

Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia ndash Central de MinasMG

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pelo dom da vida por tudo que vimos ouvimos e vivenciamos

ao longo desses quatro anos

Aos nossos familiares que sacrificaram seus sonhos em favor dos nossos

Agrave nossa orientadora profordf enfermeira Tatiana Heidi por compartilhar conhecimentos

e nos direcionar ao objetivo proposto

Aos professores que se disponibilizaram colaborando para ampliaccedilatildeo de nossos

conhecimentos na sala de aula bem como no campo de estaacutegio

A todos o nosso muito obrigado

5

RESUMO

A hipertensatildeo arterial (HA) eacute uma doenccedila crocircnica multifatorial de detecccedilatildeo quase sempre tardia devido ao seu curso assintomaacutetico e prolongada que apresenta elevada prevalecircncia sendo considerada como o principal fator de risco de patologias cardiovasculares A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) foi criada em 1994 com o tiacutetulo de Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros incluindo aiacute os pacientes com hipertensatildeo arterial sistecircmica Sendo assim o presente estudo propotildee mostrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem ao paciente hipertenso inserido na ESF uma vez que diversas accedilotildees satildeo requeridas a este paciente junto agrave atenccedilatildeo baacutesica Trata-se de uma revisatildeo bibliograacutefica que teve como finalidade demonstrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem a este paciente pois assim diversas complicaccedilotildees seratildeo evitadas trazendo uma melhor qualidade de vida A sistematizaccedilatildeo da assistecircncia fundamentada em princiacutepios cientiacuteficos proporciona uma eficaz identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede fazendo-se necessaacuterio a conscientizaccedilatildeo do cliente sobre a importacircncia de conhecer os cuidados a serem tomados para prevenir eou controlar a hipertensatildeo para que os mesmos compreendam o seu problema de sauacutede modificando assim o comportamento em funccedilatildeo do seu benefiacutecio diminuindo os altos iacutendices de morbimortalidade e prevenindo as incapacidades fiacutesicas resultantes de acidente vascular cerebral e cardiopatias No decorrer da revisatildeo observou-se que a literatura levantada eacute ampla e requer um cuidado em seu estudo para que o mesmo natildeo se torne apenas um manual teoacuterico mas sim de aplicaccedilatildeo real na praacutetica Sendo assim o objetivo deste estudo foi absolutamente alcanccedilado e tambeacutem beneacutefico natildeo soacute para noacutes acadecircmicos mas para todos que fizerem desta revisatildeo um objeto de pesquisa pois com as referecircncias de diversos autores evidenciou-se a importacircncia real dos cuidados e que sua aplicaccedilatildeo deve ser constante nas consultas de enfermagem para um melhor desempenho de sua funccedilatildeo e para uma assistecircncia de qualidade ao cliente que necessita destes cuidados

Palavras-chave Hipertensatildeo Assistecircncia de Enfermagem Sauacutede da Famiacutelia

6

ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus pelo dom da vida por tudo que vimos ouvimos e vivenciamos

ao longo desses quatro anos

Aos nossos familiares que sacrificaram seus sonhos em favor dos nossos

Agrave nossa orientadora profordf enfermeira Tatiana Heidi por compartilhar conhecimentos

e nos direcionar ao objetivo proposto

Aos professores que se disponibilizaram colaborando para ampliaccedilatildeo de nossos

conhecimentos na sala de aula bem como no campo de estaacutegio

A todos o nosso muito obrigado

5

RESUMO

A hipertensatildeo arterial (HA) eacute uma doenccedila crocircnica multifatorial de detecccedilatildeo quase sempre tardia devido ao seu curso assintomaacutetico e prolongada que apresenta elevada prevalecircncia sendo considerada como o principal fator de risco de patologias cardiovasculares A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) foi criada em 1994 com o tiacutetulo de Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros incluindo aiacute os pacientes com hipertensatildeo arterial sistecircmica Sendo assim o presente estudo propotildee mostrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem ao paciente hipertenso inserido na ESF uma vez que diversas accedilotildees satildeo requeridas a este paciente junto agrave atenccedilatildeo baacutesica Trata-se de uma revisatildeo bibliograacutefica que teve como finalidade demonstrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem a este paciente pois assim diversas complicaccedilotildees seratildeo evitadas trazendo uma melhor qualidade de vida A sistematizaccedilatildeo da assistecircncia fundamentada em princiacutepios cientiacuteficos proporciona uma eficaz identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede fazendo-se necessaacuterio a conscientizaccedilatildeo do cliente sobre a importacircncia de conhecer os cuidados a serem tomados para prevenir eou controlar a hipertensatildeo para que os mesmos compreendam o seu problema de sauacutede modificando assim o comportamento em funccedilatildeo do seu benefiacutecio diminuindo os altos iacutendices de morbimortalidade e prevenindo as incapacidades fiacutesicas resultantes de acidente vascular cerebral e cardiopatias No decorrer da revisatildeo observou-se que a literatura levantada eacute ampla e requer um cuidado em seu estudo para que o mesmo natildeo se torne apenas um manual teoacuterico mas sim de aplicaccedilatildeo real na praacutetica Sendo assim o objetivo deste estudo foi absolutamente alcanccedilado e tambeacutem beneacutefico natildeo soacute para noacutes acadecircmicos mas para todos que fizerem desta revisatildeo um objeto de pesquisa pois com as referecircncias de diversos autores evidenciou-se a importacircncia real dos cuidados e que sua aplicaccedilatildeo deve ser constante nas consultas de enfermagem para um melhor desempenho de sua funccedilatildeo e para uma assistecircncia de qualidade ao cliente que necessita destes cuidados

Palavras-chave Hipertensatildeo Assistecircncia de Enfermagem Sauacutede da Famiacutelia

6

ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

5

RESUMO

A hipertensatildeo arterial (HA) eacute uma doenccedila crocircnica multifatorial de detecccedilatildeo quase sempre tardia devido ao seu curso assintomaacutetico e prolongada que apresenta elevada prevalecircncia sendo considerada como o principal fator de risco de patologias cardiovasculares A Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) foi criada em 1994 com o tiacutetulo de Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros incluindo aiacute os pacientes com hipertensatildeo arterial sistecircmica Sendo assim o presente estudo propotildee mostrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem ao paciente hipertenso inserido na ESF uma vez que diversas accedilotildees satildeo requeridas a este paciente junto agrave atenccedilatildeo baacutesica Trata-se de uma revisatildeo bibliograacutefica que teve como finalidade demonstrar a importacircncia da assistecircncia de enfermagem a este paciente pois assim diversas complicaccedilotildees seratildeo evitadas trazendo uma melhor qualidade de vida A sistematizaccedilatildeo da assistecircncia fundamentada em princiacutepios cientiacuteficos proporciona uma eficaz identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede fazendo-se necessaacuterio a conscientizaccedilatildeo do cliente sobre a importacircncia de conhecer os cuidados a serem tomados para prevenir eou controlar a hipertensatildeo para que os mesmos compreendam o seu problema de sauacutede modificando assim o comportamento em funccedilatildeo do seu benefiacutecio diminuindo os altos iacutendices de morbimortalidade e prevenindo as incapacidades fiacutesicas resultantes de acidente vascular cerebral e cardiopatias No decorrer da revisatildeo observou-se que a literatura levantada eacute ampla e requer um cuidado em seu estudo para que o mesmo natildeo se torne apenas um manual teoacuterico mas sim de aplicaccedilatildeo real na praacutetica Sendo assim o objetivo deste estudo foi absolutamente alcanccedilado e tambeacutem beneacutefico natildeo soacute para noacutes acadecircmicos mas para todos que fizerem desta revisatildeo um objeto de pesquisa pois com as referecircncias de diversos autores evidenciou-se a importacircncia real dos cuidados e que sua aplicaccedilatildeo deve ser constante nas consultas de enfermagem para um melhor desempenho de sua funccedilatildeo e para uma assistecircncia de qualidade ao cliente que necessita destes cuidados

Palavras-chave Hipertensatildeo Assistecircncia de Enfermagem Sauacutede da Famiacutelia

6

ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

6

ABSTRACT

The arterial hypertension (HA) is a chronic multifactorial illness of detention almost always delayed had to its course assymptomatic and drawn out that presents high prevalence being considered as the main factor of risk of cardiovascular pathology There the Strategy Health of Family (ESF) was created in 1994 with the heading of Program Health of Family (PSF) being its main intention to reorganize the practical one of the attention to the health in new bases and to substitute the traditional model taking the health for more close to the family and with this to improve the quality of life of the Brazilians including the patients with systematic arterial hypertension Being thus the present study it considers to show to the importance of the assistance of nursing to the inserted patient hypertense in the ESF a time that diverse actions are required to this patient next to the basic attention One is about a bibliographical revision that had as purpose to demonstrate the importance of the assistance of nursing to this patient therefore thus diverse complications will be prevented bringing one better quality of life The systematization of the assistance based on scientific principles provides to an efficient identification of real and potential problems of health becoming necessary the awareness of the customer on the importance to know the cares to be taken to prevent andor to control the hypertension so that the same ones understand its problem of health thus modifying the behavior in function of its benefit diminishing the high indices of Morbi-mortality and preventing the resultant disabilities of cerebral vascular accident and cardiopathies In elapsing of the revision it was observed that raised literature is ample and requires a care in its study so that the same not if it becomes only one theoretical manual but yes of real application in the practical one Being thus the objective of this study absolutely was reached and also beneficial not only for us academics but for whom to make of this revision a research object therefore with the references of diverse authors proved it real importance of the cares and that its application must be constant in the consultations of nursing for one better performance of its function and for an assistance of quality to the customer who needs these cares

Word keys Hypertension Assistance of Nursing Health of the Family

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

7

LISTA DE SIGLAS

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CONASS - Conselho Nacional de Secretaacuterios de Sauacutede

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sauacutede

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica

IC - Insuficiecircncia Cardiacuteaca

IM - Infarto do Miocaacuterdio

LDH - Lipoproteiacutena de Alta Densidade

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

PA - Pressatildeo Arterial

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

PIM - Ponto de Impulso Maacuteximo

SUS - Sistema Uacutenico de Sauacutede

TIAs - Crise Isquecircmica Transitoacuteria

USF - Unidade Sauacutede da Famiacutelia

UNICEF - Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

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43

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Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

8

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA 13

211 Hiperdia 17

212 Medicamentos 18

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF) 20

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) 21

222 Princiacutepios Baacutesicos 22

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe 23

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro 24

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem 25

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede 25

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia 26

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA 27

231 Preacute-consulta 28

232 Poacutes-consulta 29

233 Consulta de Enfermagem 29

234 Grupo Operativo 30

235 Abordagem multidisciplinar 31

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM 32

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem 34

3 METODOLOGIA 38

4 CONCLUSAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 42

ANEXOS (S) 46

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

9

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Brunner e Suddarth (2005) a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS)

ocorre quando a pressatildeo arterial sistoacutelica se encontra superior a 140mmHg e a

pressatildeo arterial diastoacutelica maior que 90mmHg durante um periacuteodo sustentado com

base na meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees A hipertensatildeo apresenta-se como

uma condiccedilatildeo multifatorial podendo ter como causas alteraccedilotildees em fatores que

afetam a resistecircncia perifeacuterica e o deacutebito cardiacuteaco ou modificaccedilotildees com os sistemas

de controle que monitoram ou regulam a pressatildeo entre outras causas

A hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria se estiver relacionada a uma

doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em

geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo insidioso como uma doenccedila

benigna lentamente progredindo ateacute um estado maligno Se natildeo for tratada mesmo

os casos leves podem provocar complicaccedilotildees importantes e morte (SANTOS 2004)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a Hipertensatildeo Arterial doenccedila crocircnica

de alta prevalecircncia leva a um aumento de risco de eventos moacuterbidos

cardiovasculares cerebrais e renais Cruz (1995) enfatiza que os ataques cardiacuteacos

a trombose e os derrames cerebrais estatildeo entre as doenccedilas mais temidas em todo o

mundo E com razatildeo estas doenccedilas do coraccedilatildeo e das arteacuterias satildeo responsaacuteveis

por um quarto do nuacutemero total de mortes anuais Em todo mundo matam mais

pessoas do que qualquer doenccedila e deixam milhotildees invaacutelidos Pior ainda muitas

viacutetimas tecircm menos de 65 anos de idade

Segundo Passos Assis e Barreto (2006) a hipertensatildeo arterial eacute um

importante fator de risco para doenccedilas decorrentes de aterosclerose e trombose

que se exteriorizam predominantemente por acometimento cardiacuteaco cerebral

renal e vascular perifeacuterico Eacute responsaacutevel por 25 e 40 da etiologia multifatorial da

cardiopatia isquecircmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente Essa

multiplicidade de consequumlecircncias coloca a hipertensatildeo arterial na origem das

doenccedilas cardiovasculares e portanto caracteriza-a como uma das causas de maior

reduccedilatildeo da qualidade e expectativa de vida dos indiviacuteduos

No Brasil as doenccedilas cardiovasculares satildeo responsaacuteveis por 33 dos oacutebitos

com causas conhecidas Aleacutem disso essas doenccedilas foram a primeira causa de

hospitalizaccedilatildeo no setor puacuteblico entre 1996 e 1999 e responderam por 17 das

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

10

internaccedilotildees de pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29 daquelas com 60 ou

mais anos A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indiviacuteduos com

alteraccedilotildees leves dos fatores de risco que se deixados sem tratamento por muitos

anos podem produzir uma doenccedila manifesta Vaacuterios estudos epidemioloacutegicos e

ensaios cliacutenicos jaacute demonstraram a draacutestica reduccedilatildeo da morbimortalidade

cardiovascular com o tratamento da hipertensatildeo arterial (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Estudos epidemioloacutegicos de base populacional satildeo fundamentais para se

conhecer a distribuiccedilatildeo da exposiccedilatildeo e do adoecimento por hipertensatildeo no paiacutes e os

fatores e condiccedilotildees que influenciam a dinacircmica desses padrotildees de risco na

comunidade A identificaccedilatildeo dos maiores fatores de risco para doenccedilas

cardiovasculares de estrateacutegias de controle efetivas e combinadas com educaccedilatildeo

comunitaacuteria e monitoramento-alvo dos indiviacuteduos de alto risco contribuiacuteram para

uma queda substancial na mortalidade em quase todos os paiacuteses desenvolvidos

(PASSOS ASSIS BARRETO 2006)

O diagnoacutestico precoce e tratamento adequado satildeo instrumentos eficazes no

controle de pressatildeo e podem reduzir a incidecircncia de acometimentos graves ao

aparelho cardiovascular portanto assegurar a aderecircncia do paciente ao tratamento

eacute o principal passo para o sucesso do controle pressoacuterico (PASSOS ASSIS

BARRETO 2006)

Para Souza e Jardim (1994) a enfermagem participa em 50 das accedilotildees

desenvolvidas no atendimento ao paciente hipertenso isso mostra a efetividade da

participaccedilatildeo do profissional de forma sistemaacutetica atuando sobre o aspecto

psicoemocional do paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo higienodieteacuteticas

elucidaccedilatildeo de duacutevida sobre a doenccedila hipertensiva seu tratamento e fatores de risco

Com o intuito de melhorar a assistecircncia prestada agraves famiacutelias brasileiras o

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) implantou em 1994 o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF)

sendo o seu principal propoacutesito reorganizar a praacutetica da atenccedilatildeo agrave sauacutede em novas

bases e substituir o modelo tradicional levando a sauacutede para mais perto da famiacutelia

e com isso melhorar a qualidade de vida dos brasileiros A estrateacutegia do PSF

prioriza as accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede das pessoas de

forma integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na unidade baacutesica de sauacutede ou

no domiciacutelio pelos profissionais (meacutedicos enfermeiros auxiliares de enfermagem e

agentes comunitaacuterios de sauacutede) que compotildeem as equipes de Sauacutede da Famiacutelia

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

11

Assim esses profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de

corresponsabilidade o que facilita a identificaccedilatildeo e o atendimento aos problemas de

sauacutede da comunidade (LABETE ROSA 2005)

Em 26 de Janeiro de 2001 foi aprovado a Norma Operacional de Assistecircncia

agrave Sauacutede (NOAS) em anexo que atualiza a regulamentaccedilatildeo da assistecircncia

considerando os avanccedilos jaacute obtidos e enfocando os desafios a serem superados no

processo permanente de consolidaccedilatildeo e aprimoramento do Sistema Uacutenico de

Sauacutede No que diz respeito agrave assistecircncia eacute colocado que deveraacute ser elaborado na

perspectiva de garantir o acesso aos cidadatildeos o mais proacuteximo possiacutevel de sua

residecircncia a um conjunto de accedilotildees e serviccedilos vinculados agraves seguintes

responsabilidades miacutenimas Accedilotildees de sauacutede da crianccedila sauacutede da mulher controle

da tuberculose e hanseniacutease accedilotildees de sauacutede bucal e o controle da hipertensatildeo e da

diabetes melittus Dentre as accedilotildees preconizadas para o controle da hipertensatildeo na

ESF estatildeo incluiacutedos o diagnoacutestico de casos o cadastramento dos portadores a

busca ativa de casos o tratamento dos casos o diagnoacutestico precoce de

complicaccedilotildees o primeiro atendimento de urgecircncia atendimento agrave sauacutede bucal e as

medidas preventivas (LABETE ROSA 2005)

Segundo Cruz (1995) o atendimento em enfermagem prestado ao paciente

hipertenso deve ser baseado na sistematizaccedilatildeo de enfermagem estabelecendo

entatildeo uma relaccedilatildeo com o paciente a fim de prevenir e controlar sua patologia em

parceria com o grupo educativo em que ele estaacute inserido

O acompanhamento do paciente hipertenso tem a caracteriacutestica de agir em

caraacuteter preventivo de complicaccedilotildees impedindo que estas se instalem ou ao menos

podendo corrigi-las o mais prontamente possiacutevel com visiacuteveis impactos sobre os

resultados da intervenccedilatildeo (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

A assistecircncia de enfermagem auxilia neste processo atraveacutes da

conscientizaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo da seriedade do tratamento a ser seguido de modo

que este se torne mais produtivo e efetivo no controle dos efeitos da hipertensatildeo no

organismo tanto no que diz respeito agrave terapia medicamentosa como as formas natildeo

medicamentosas dando a possibilidade de atuaccedilatildeo e correccedilatildeo das eventuais

irregularidades permitindo uma melhor qualidade de vida Quando tais condiccedilotildees

satildeo atendidas tem-se como fato primaacuterio a proporccedilatildeo de muitos ganhos natildeo

somente para o paciente que se vecirc mais amparado em sua condiccedilatildeo como

tambeacutem aos responsaacuteveis pelo seu tratamento que possuem desta forma mais

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

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43

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Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

12

oportunidades de auxiacutelio e socorro assim como para a sociedade que tem seus

custos diminuiacutedos no setor de sauacutede no que tange ao impacto da hipertensatildeo

(MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Devido ao fato de que o profissional enfermeiro em sua formaccedilatildeo e

estruturaccedilatildeo profissional e pessoal encontra-se preparado para amparar o indiviacuteduo

acometido pela hipertensatildeo ou que se encontre em maiores zonas de risco devido agrave

famiacutelia ou aos haacutebitos este tem grande valia na educaccedilatildeo dos visitados pela equipe

sauacutede da famiacutelia a partir de orientaccedilotildees explicativas que ampliem a consideraccedilatildeo do

paciente por si mesmo assim como sua famiacutelia e seu ciacuterculo social mais

abrangente ampliando os auto cuidados e auto percepccedilatildeo e consequentemente

sua qualidade de vida Eacute de suma importacircncia a intervenccedilatildeo do profissional de

enfermagem no atendimento direto aos usuaacuterios com hipertensatildeo arterial bem como

as atividades educativas que realizam estes profissionais sendo estes cuidados

vitais como meio para a recuperaccedilatildeo do cliente contribuindo para a melhora da

qualidade do serviccedilo prestado ao paciente hipertenso (MACIEL ARAUacuteJO 2003)

Sendo assim o despertar deste tema originou-se nas visitas teacutecnicas

realizadas nas unidades sauacutede da famiacutelia (USF) durante os estaacutegios onde

constatamos certa dificuldade para a realizaccedilatildeo da sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de

enfermagem com base nas etapas do processo de enfermagem no atendimento ao

paciente portador de hipertensatildeo

Almejamos constatar com essa revisatildeo bibliograacutefica a importacircncia da

assistecircncia do profissional enfermeiro garantindo entatildeo a adesatildeo do cliente ao

tratamento bem como a eficaacutecia da assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas e

coletivas elaboradas para atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de

modo a serem mantidas ao longo do tempo associadas agraves atividades educativas

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

13

2 REVISAtildeO DA LITERATURA

21 HIPERTENSAtildeO ARTERIAL SISTEcircMICA

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2002) a hipertensatildeo arterial eacute definida como

pressatildeo arterial sistoacutelica maior ou igual 140 mmHg e uma pressatildeo arterial diastoacutelica

maior ou igual a 90mmHg em indiviacuteduos que natildeo estatildeo fazendo o uso de

medicaccedilatildeo anti-hipertensiva

Igualmente Brunner e Suddarth (2005) sustentam esse conceito com base na

meacutedia de duas ou mais mensuraccedilotildees da pressatildeo arterial obtidas em dois ou mais

contatos com o profissional de sauacutede depois de uma triagem inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) classifica a Hipertensatildeo Arterial como

a) normal pressatildeo sistoacutelica menor que 120 mmHg e uma pressatildeo diastoacutelica

menor que 80mmHg

b) preacute-Hipertensatildeo pressatildeo sistoacutelica de 120-139 mmHg e uma pressatildeo

diastoacutelica de 80 - 89 mmHg

c) hipertensatildeo estaacutegio 1 uma pressatildeo sistoacutelica de 140-159 e uma pressatildeo

diastoacutelica de 90-99mmHg

d) hipertensatildeo estaacutegio 2 uma pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160mmHg e

uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 100mmHg

Relata ainda que a maioria dos casos de hipertensatildeo arterial natildeo apresenta

uma causa aparente facilmente identificaacutevel sendo conhecida como hipertensatildeo

essencial

Santos (2004) menciona que a hipertensatildeo eacute classificada como secundaacuteria

se estiver relacionada a uma doenccedila sistecircmica que leva a resistecircncia vascular

perifeacuterica ou o deacutebito cardiacuteaco Em geral a hipertensatildeo essencial comeccedila de modo

insidioso como uma doenccedila benigna lentamente progredindo ateacute um estado

maligno Se natildeo for tratada mesmo os casos leves podem provocar complicaccedilotildees

importantes e morte

De acordo com Spritzer (1996) a evidecircncia epidemioloacutegica indica que a

associaccedilatildeo entre hipertensatildeo idade sexo e raccedila natildeo eacute casual dentro de uma

populaccedilatildeo e que a designaccedilatildeo raccedila eacute frequumlentemente um indicador secundaacuterio de

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

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Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

14

niacutevel socioeconocircmico Assim enquanto estas caracteriacutesticas refletem diferenccedilas

quanto ao comportamento estilo de vida e exposiccedilatildeo ambiental as quais por si soacute

estatildeo relacionadas agrave HAS (Hipertensatildeo Arterial sistecircmica) haveraacute diferenccedilas no

risco de desenvolvimento da HAS na severidade do processo e no prognoacutestico Por

conseguinte associaccedilatildeo de HAS com idade raccedila e sexo refletiraacute a inter-relaccedilatildeo

entre os chamados fatores ambientais e os geneacuteticos Por exemplo a associaccedilatildeo de

elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial com o sobrepeso estaacute bem documentada

O aumento de peso corporal com o aumento da idade observados nas

sociedades desenvolvidas satildeo responsaacuteveis por uma proporccedilatildeo do crescimento na

prevalecircncia de HAS em idosos Similarmente estudos sobre migraccedilotildees

populacionais nas quais as transiccedilotildees de um estilo de vida mais ativa para um mais

sedentaacuterio com concomitante aumento da incidecircncia da obesidade com a idade

mostram um aumento concomitante na frequumlecircncia (SPRITZER 1996)

De acordo SILVIA et al (2006) a prevalecircncia da HAS estaacute variando em torno

de 22 a 44 em estudos recentes ateacute os 40 anos a prevalecircncia eacute proacutexima a 10

(20 para a raccedila negra) ateacute os 50 anos chega a 20 (40 para a raccedila negra)

apoacutes 60 anos ultrapassa os 40 atingindo 60 apoacutes 70 anos portanto eacute de faacutecil

percepccedilatildeo que a prevalecircncia entre indiviacuteduos afro-descendentes eacute maior em

qualquer idade

Mano (2009) acresce que estudos americanos demonstram que um aumento

de 10 mmHg da PA diastoacutelica usual incorre no aumento de 56 da incidecircncia de

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de 37 de doenccedila coronariana como tambeacutem

demonstram que apenas 27 dos hipertensos manteacutem um controle satisfatoacuterio da

PA (lt14090 mmHg) Apesar de devidamente diagnosticados apenas 50 dos

pacientes utilizam medicaccedilatildeo de forma regular Isto se deve principalmente ao

caraacuteter assintomaacutetico da hipertensatildeo durante seus 15 a 20 primeiros anos de

evoluccedilatildeo sendo difiacutecil convencer um paciente do perigo em potencial que corre e da

necessidade de mudar seu estilo de vida e principalmente da necessidade de utilizar

as medicaccedilotildees

No Brasil os dados satildeo piores com 508 de iacutendice de conhecimento da

doenccedila em portadores 405 de tratamentos regulares e apenas 104 de controle

satisfatoacuterio As taxas de controle inferiores se associaram a idade avanccedilada

obesidade e baixo niacutevel educacional (MANO 2009)

A hipertensatildeo arterial aleacutem de ser um dos principais problemas de sauacutede no

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

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Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

15

Brasil eleva o custo meacutedico-social principalmente pelas complicaccedilotildees que causa

como as doenccedilas cerebrovasculares arterial coronariana vascular de

extremidades insuficiecircncia cardiacuteaca e insuficiecircncia renal crocircnica (MION et al 2004)

Santos (2004) afirma que as causas mais comuns da hipertensatildeo arterial

secundaacuteria eacute a doenccedila subjacente como por exemplo doenccedila renal crocircnica

siacutendrome de Cushing e feocomocitroma e jaacute as causas da hipertensatildeo essencial

estatildeo incluiacutedas histoacuteria familiar raccedila estresse obesidade dieta alta em gordura ou

soacutedio uso de tabaco aacutelcool contraceptivos orais vida sedentaacuteria e envelhecimento

podem ter participaccedilatildeo no processo

A hipertensatildeo eacute por vezes chamada de ldquoassassino silenciosordquo por que as

pessoas que a possuem frequentemente natildeo evidenciam os sintomas Em um

estudo nacional (1991 a 1994) concluiu que 32 das pessoas que apresentam

pressotildees superiores a 140 mmHg natildeo estavam cientes de suas pressotildees arteriais

elevadas (PAIVA SANABRIA 1995)

De acordo com Brunner e Suddarth (2002) os sinais e sintomas especiacuteficos

sobrevecircm eles geralmente indicam a lesatildeo vascular com manifestaccedilotildees especiacuteficas

relacionadas com os oacutergatildeos servidos pelos vasos afetados A cardiopatia

coronariana como angina ou infarto do miocaacuterdio eacute uma consequecircncia comum da

hipertensatildeo A hipertrofia ventricular esquerda acontece em resposta a carga de

trabalho aumentada sobre o ventriacuteculo quando ele se contrai contra a pressatildeo

sistecircmica mais elevada Quando a lesatildeo cardiacuteaca eacute extensa surge a insuficiecircncia

cardiacuteaca

As alteraccedilotildees patoloacutegicas nos rins (indicadas pelos niacuteveis aumentados de

ureacuteia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como nictuacuteria O envolvimento

vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquecircmica

transitoacuteria (TIA) manifestada por alteraccedilotildees na visatildeo ou fala tonteira fraqueza uma

queda suacutebita ou paralisia temporaacuteria em um lado (hemiplegia) Os infartos cerebrais

contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e TIAs nos pacientes

com hipertensatildeo (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Como forma de diagnoacutestico da HAS Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza

que eacute preciso ter cautela antes de rotular algueacutem como hipertenso tanto pelo risco

de um diagnoacutestico falso-positivo como pela repercussatildeo na proacutepria sauacutede do

indiviacuteduo e o custo social resultante Em indiviacuteduos sem diagnoacutestico preacutevio e niacuteveis

de PA elevada em uma afericcedilatildeo recomenda-se repetir a afericcedilatildeo de pressatildeo arterial

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

16

em diferentes periacuteodos antes de caracterizar a presenccedila da mesma Mas tambeacutem

na presenccedila de outros fatores de risco e doenccedilas concomitantes tais como

diabetes lesatildeo em oacutergatildeos-alvo doenccedilas renal e cardiovascular

Em complemento Brunner e Suddarth (2005) afirmam que os exames

laboratoriais rotineiros incluem a urinaacutelise bioquiacutemica sanguiacutenea (anaacutelise dos niacuteveis

de soacutedio potaacutessio creatinina glicemia em jejum e de colesterol total e hipoproteiacutena

de alta densidade (LDH) do colesterol) e um eletrocardiograma em 12 derivaccedilotildees A

hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiograma A lesatildeo renal

pode ser sugerida atraveacutes de elevaccedilotildees nos niacuteveis de ureacuteia e creatinina Podem ser

realizados exames adicionais como clerance da creatinina niacutevel de renina exames

de urina e proteiacutenas

Basicamente haacute duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo arterial

Labete e Rosa (2005) menciona que embora a hipertensatildeo essencial natildeo tenha

cura eacute possiacutevel controlaacute-la com faacutermacos e modificaccedilotildees da dieta e do estilo de

vida em geral a modificaccedilatildeo do estilo de vida eacute a primeira terapecircutica proposta

sobretudo nos casos leves e numa fase inicial

O Ministeacuterio da Sauacutede (2002) preconiza as principais estrateacutegias para o

tratamento natildeo-farmacoloacutegico e farmacoloacutegico da HAS sendo respectivamente as

seguintes

a) controle de peso O excesso de peso eacute um fator predisponente para HAS

Estima-se que 20 a 30 da prevalecircncia da hipertensatildeo pode ser explicada

pela presenccedila do excesso de peso Todos os hipertensos com excesso de

peso devem ser incluiacutedos em programas de reduccedilatildeo de peso

b) adoccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis a dieta desempenha um papel

importante no controle da hipertensatildeo arterial Uma dieta com conteuacutedo

reduzido de teores de soacutedio (lt24gdia equivalente a 6g de cloreto de soacutedio)

baseada em frutas verduras e legumes cereais integrais leite e derivados

desnatados quantidade reduzida de gordura saturada e trans

c) reduccedilatildeo do consumo de bebidas alcooacutelicas a relaccedilatildeo entre o auto

consumo de bebida alcooacutelica e a elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial tem sido

relatada em estudos observacionais e a reduccedilatildeo da ingestatildeo de aacutelcool pode

reduzir a pressatildeo arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebida alcooacutelicas

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

17

d) abandono do tabagismo o risco associado ao tabagismo eacute proporcional ao

nuacutemero de cigarros fumados e a profundidade da inalaccedilatildeo Portanto os

hipertensos que fumam devem ser repetidamente estimulados a abandonar

esse haacutebito por meio de aconselhamentos e medidas terapecircuticas de suporte

especiacuteficas

e) praacuteticas de atividade fiacutesica regular pacientes hipertensos devem iniciar

atividades fiacutesicas regular pois aleacutem de diminuir a pressatildeo arterial o exerciacutecio

pode reduzir consideravelmente o risco de doenccedila arterial coronaacuteria

acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral facilitando ainda o

controle do peso

Os agentes anti-hipertensivos (diureacuteticos inibidores adreneacutergicos

vasodilatadores diretos antagonista do sistema renina-angiotensina e bloqueadores

dos canais de caacutelcio) a serem utilizados devem promover a reduccedilatildeo natildeo soacute dos

niacuteveis tensionais como tambeacutem a reduccedilatildeo de eventos cardiovasculares fatais e natildeo

fatais (SANTOS 2004)

Eacute importante que o paciente compreenda o processo patoloacutegico e tambeacutem

como as alteraccedilotildees no estilo de vida e os medicamentos que podem controlar a

hipertensatildeo Eacute preciso ter em mente que a manutenccedilatildeo da motivaccedilatildeo do paciente

em natildeo abandonar o tratamento eacute talvez uma das batalhas mais aacuterduas que

profissionais de sauacutede enfrentam em relaccedilatildeo ao paciente hipertenso Para complicar

ainda mais a situaccedilatildeo eacute importante lembrar que um grande contingente de

pacientes hipertensos tambeacutem apresenta outras co-morbidades dislipidemia e

obesidades o que traz implicaccedilotildees importantes em termo de gerenciamento das

accedilotildees terapecircuticas necessaacuterias para o controle de um aglomerado de complicaccedilotildees

crocircnicas cujo tratamento exige perseveranccedila motivaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

211 Hiperdia

O Ministeacuterio da Sauacutede (2009) com o propoacutesito de reduzir a morbimortalidade

associada a essas doenccedilas assumiu o compromisso de executar accedilotildees em parceria

com estados municiacutepios e Sociedade Brasileira de Cardiologia hipertensatildeo

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

18

nefrologia e diabetes Federaccedilotildees Nacionais de Portadores de hipertensatildeo arterial e

Diabetes Conass e Conasems para apoiar a reorganizaccedilatildeo da rede de sauacutede com

melhoria da atenccedilatildeo aos portadores dessas patologias atraveacutes do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave Hipertensatildeo Arterial e a Diabetes Mellitus

Nesta perspectiva muitas accedilotildees estatildeo sendo desenvolvidas no paiacutes Uma

delas eacute a disponibilizaccedilatildeo para estados e municiacutepios de um sistema informatizado

que permite o cadastramento de portadores o seu acompanhamento ao mesmo

tempo em que em meacutedio prazo poderaacute ser definido o perfil epidemioloacutegico desta

populaccedilatildeo e o consequente desencadeamento de estrateacutegias de sauacutede puacuteblica que

levaratildeo agrave modificaccedilatildeo do quadro atual a melhoria da qualidade de vida dessas

pessoas e a reduccedilatildeo do custo social (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O sistema informatizado permite cadastrar e acompanhar os portadores de

hipertensatildeo arterial eou diabetes mellitus captados no Plano Nacional de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo agrave hipertensatildeo arterial e ao Diabetes Mellitus em todas

as unidades ambulatoriais do Sistema Uacutenico de Sauacutede gerando informaccedilotildees para

os gerentes locais gestores das secretarias municipais estaduais e Ministeacuterio da

Sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

O Sistema de cadastramento e acompanhamento dos portadores sistema

HiperDia eacute uma ferramenta uacutetil para profissionais da rede baacutesica e para gestores do

SUS no enfrentamento destas doenccedilas (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009)

212 Medicamentos

Segundo Ministeacuterio da Sauacutede (2002) agrave luz das evidecircncias cientiacuteficas mais

atuais adotou como padratildeo de tratamento da Hipertensatildeo Arterial e do Diabetes

Mellitus medicamentos essenciais preconizados pela Organizaccedilatildeo Mundial de

Sauacutede - OMS referendados pelo Comitecirc Teacutecnicos Assessor do Plano de

Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus que seratildeo

disponibilizados em toda a rede puacuteblica de sauacutede do SUS e todas as unidades

baacutesicas de sauacutede dispensaratildeo os medicamentos Os medicamentos escolhidos de

eficaacutecia terapecircutica comprovada e seguros para o tratamento da HA satildeo

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

19

a) captopril com 25 mg

b) hidroclorotiazida com 25 mg

c) hropranolol com 40 mg

Os agentes anti-hipertensivos exercem sua accedilatildeo terapecircutica atraveacutes de

distintos mecanismos que interferem na fisiologia da hipertensatildeo arterial Dos

medicamentos selecionados para o programa hiperdia satildeo encontrados captopril

hidroclorotiazida e propanalol que satildeo respectivamente os antagonistas do SRA

(inibidores da ECA) diureacuteticos de alccedila e antagonista adreneacutergicos (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

A associaccedilatildeo do captopril o mais conhecido inibidor de conversatildeo agrave

hidroclorotiazida em dose baixa o mais prescrito diureacutetico tiaziacutedico oferece

vantagens caracteriacutesticas do anti-hipertensivo ideal como controle da pressatildeo

arterial (PA) reduccedilatildeo da mortalidade cardiovascular proteccedilatildeo cardiacuteaca e renal

custo acessiacutevel e baixa incidecircncia de efeitos colaterais Os diureacuteticos tiaziacutedicos

foram os primeiros anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso em larga escala

Lanccedilados em meados dos anos 50 continuam a ser administrados isolados ou em

associaccedilatildeo a milhotildees de hipertensos em todo o mundo Foi com esta classe de

drogas que se demonstrou reduccedilatildeo da morbi-mortalidade com o tratamento anti-

hipertensivo (SANTELLO 1998)

O propranolol eacute um bloqueador beta adreneacutergico O mecanismo anti-

hipertensivo eacute complexo e envolve diminuiccedilatildeo do deacutebito cardiacuteaco (accedilatildeo inicial)

reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das

catecolaminas nas sinapses nervosas Satildeo eficazes como monoterapia tendo sido

comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da morbi-mortalidade cardiovascular

Constituem-se a primeira opccedilatildeo para tratamento da hipertensatildeo arterial associada a

doenccedila arterial coronariana ou arritmias Satildeo uacuteteis em pacientes com siacutendrome de

cefaleacuteia de origem vascular (enxaqueca) (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2002)

Entre as reaccedilotildees indesejaacuteveis destaca-se o broncoespasmo bradicardia

distuacuterbios da conduccedilatildeo atrioventricular depressatildeo miocaacuterdica vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica insocircnia depressatildeo psiacutequica astenia e disfunccedilatildeo sexual (MINISTEacuteRIO DA

SAUacuteDE 2002)

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

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MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

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Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

20

22 O SURGIMENTO DO PROGRAMA SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA (PSF)

De acordo com Labete e Rosa (2005) o PSF foi concebido a partir de uma

reuniatildeo ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasiacutelia - DF sobre o

tema ldquoSauacutede da Famiacuteliardquo convocada pelo gabinete do Ministro da Sauacutede Henrique

Santillo com apoio do UNICEF A reuniatildeo esteve assentada na discussatildeo de uma

nova proposta a partir do ecircxito do PACS e da necessidade de incorporar novos

profissionais para que os agentes natildeo funcionassem de forma isolada

As propostas de reorganizaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede prevista pelo SUS

indicavam que a populaccedilatildeo natildeo conquistava sua sauacutede apenas com a cura das

doenccedilas mas com a possibilidade de vivenciar o processo sauacutededoenccedila de

maneira diferente numa busca mais ampla e global necessitando de vaacuterios outros

investimentos para a comunidade com uma intervenccedilatildeo intersetorial na sauacutede

Portanto o Programa de sauacutede da Famiacutelia (PSF) em sua atual concepccedilatildeo foi

criado no paiacutes na deacutecada de 1990 inspirado em outras experiecircncias advindas de

outros paiacuteses como Cuba Inglaterra e Canadaacute onde a sauacutede publica alcanccedilou

niacuteveis interessantes de qualidades (AacuteVILA et al 2006)

No Brasil o PSF adquiriu caracteriacutesticas proacuteprias agrave nossa realidade existindo

em praticamente todo o paiacutes foi instituiacutedo oficialmente pelo Ministeacuterio da Sauacutede em

1994 sendo que em dezembro de 1998 estava implantado em 24 estados em 1219

municiacutepios e possuindo 3119 equipes (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

O surgimento do PSF na deacutecada de 90 apoiado pelo Ministeacuterio da Sauacutede

reflete a tendecircncia de valorizaccedilatildeo da famiacutelia na agenda das poliacuteticas sociais

brasileiras Natildeo eacute um atendimento simplificado pelo contraacuterio eacute uma expansatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede em direccedilatildeo agrave incorporaccedilatildeo de praacuteticas preventivas

educativas e curativas mais proacuteximas da vida cotidiana da populaccedilatildeo e

principalmente dos grupos mais vulneraacuteveis A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem

sido associada a uma assistecircncia de baixo custo pois parece tratar-se de serviccedilo

simples e quase sempre com poucos equipamentos embora seja uma abordagem

tecnoloacutegica especiacutefica de organizar a praacutetica e como tal dotada de particular

complexidade (LABETE ROSA 2005)

A atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede ao ser um primeiro atendimento serviraacute

obrigatoriamente de porta de entrada para o sistema de assistecircncia ao mesmo

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

21

tempo em que constitui um niacutevel proacuteprio de atendimento Ao resolver uma seacuterie de

necessidades extrapola a esfera da intervenccedilatildeo curativa individual as chamadas

necessidades baacutesicas de sauacutede incluindo principalmente demandas sanitaacuterias que

geram as accedilotildees tradicionais da sauacutede puacuteblica (saneamento do meio

desenvolvimento nutricional a vacinaccedilatildeo ou a informaccedilatildeo em sauacutede) as demandas

relacionadas a algumas accedilotildees cliacutenicas (prevenccedilatildeo profilaxia e o tratamento de

doenccedilas de caraacuteter epidecircmico) e as demandas tipicamente cliacutenicas de prevenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo apoiados em teacutecnicas diagnoacutesticas de menor uso de equipamentos

mas que para sua adequada compreensatildeo e efetiva transformaccedilatildeo exigem

sofisticada siacutentese de saberes e complexa integraccedilatildeo de accedilotildees individuais e

coletivas curativas preventivas assistenciais e educativas (AacuteVILA et al 2006)

Portanto conclui-se que o PSF se apresenta como uma nova maneira de

trabalhar a sauacutede tendo a famiacutelia como centro de atenccedilatildeo e natildeo somente o

indiviacuteduo doente introduzindo uma nova visatildeo no processo de intervenccedilatildeo em

sauacutede na medida em que natildeo espera a populaccedilatildeo chegar para ser atendida pois

age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenccedilatildeo (AacuteVILA et al

2006)

Atualmente o PSF eacute definido como Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) ao

inveacutes de programa visto que o termo programa aponta para uma atividade com

iniacutecio desenvolvimento e finalizaccedilatildeo O PSF eacute uma estraacuteteacutegia de reorganizaccedilatildeo da

atenccedilatildeo primaacuteria e natildeo prevecirc um tempo para finalizar esta reorganizaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

221 Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF)

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a ESF eacute uma estrateacutegia que visa atender

indiviacuteduo e a famiacutelia de forma integral e contiacutenua desenvolvendo accedilotildees de

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede Tem como objetivo reorganizar a

praacutetica assistencial centrada no hospital passando a enfocar a famiacutelia em seu

ambiente fiacutesico e social ESF pode ser definido como ldquoum modelo de atenccedilatildeo que

pressupotildee o reconhecimento de sauacutede como um direito de cidadania expresso na

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

22

melhoria das condiccedilotildees de vidardquo no que toca a aacuterea de sauacutede essa melhoria deve

ser traduzidos em serviccedilos mais resolutivos integrais e principalmente humanizados

A ESF tem como objetivo geral contribuir para a reorientaccedilatildeo do modelo

assistencial a partir da atenccedilatildeo baacutesica em conformidade com os princiacutepios do SUS

imprimindo uma nova dinacircmica de atuaccedilatildeo nas unidades baacutesicas de sauacutede com

definiccedilatildeo de responsabilidades entre os serviccedilos de sauacutede e a populaccedilatildeo As

equipes da ESF funcionando adequadamente satildeo capazes de resolver 85 dos

problemas de sauacutede em sua comunidade prestando atendimento de bom niacutevel

prevenindo doenccedilas evitando internaccedilotildees desnecessaacuterias e melhorando a

qualidade de vida da populaccedilatildeo (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Percebendo a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia que se consolidou

como estrateacutegia prioritaacuteria para a reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil o

governo emitiu a Portaria Nordm 648 de 28 de Marccedilo de 2006 (em Anexo) onde ficava

estabelecido que o PSF eacute a estrateacutegia prioritaacuteria do Ministeacuterio da Sauacutede para

organizar a Atenccedilatildeo Baacutesica que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o

acesso universal e contiacutenuo a serviccedilos de sauacutede de qualidade reafirmando os

princiacutepios baacutesicos do SUS universalizaccedilatildeo equidade descentralizaccedilatildeo

integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - mediante o cadastramento e a

vinculaccedilatildeo dos usuaacuterios Como consequecircncia de um processo de des hospitalizaccedilatildeo

e humanizaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede o programa tem como ponto positivo a

valorizaccedilatildeo dos aspectos que influenciam a sauacutede das pessos fora do ambiente

hospitalar (AacuteVILA et al 2006)

222 Princiacutepios Baacutesicos

De acordo com Ministeacuterio da Sauacutede (2001) a estrateacutegia do PSF incorpora e

reafirma os princiacutepios baacutesicos do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) - universalizaccedilatildeo

descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo da comunidade - e estaacute estruturada a

partir da Unidade Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia que trabalha com base nos seguintes

princiacutepios

a) integralidade e hierarquizaccedilatildeo a Unidade Sauacutede da Famiacutelia (USF) estaacute

inserida no primeiro niacutevel de accedilotildees e serviccedilos do sistema local de assistecircncia

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

23

denominado atenccedilatildeo baacutesica Deve estar vinculada agrave rede de serviccedilos de

forma que se garanta atenccedilatildeo integral aos indiviacuteduos e famiacutelias e que sejam

asseguradas a referecircncia e a contra-referecircncia para cliacutenicas e serviccedilos de

maior complexidade sempre que o estado de sauacutede da pessoa assim exigir

b) territorializaccedilatildeo e cadastramento da clientela a USF trabalha com territoacuterio de

abrangecircncia definido e eacute responsaacutevel pelo cadastramento e o

acompanhamento da populaccedilatildeo vinculada (adscrita) a esta aacuterea

Recomenda-se que uma equipe seja responsaacutevel por no maacuteximo 4500

pessoas

c) equipe multiprofissional cada equipe do PSF eacute composta no miacutenimo por um

meacutedico um enfermeiro dois auxiliares de enfermagem e de quatro a seis

agentes comunitaacuterios de sauacutede (ACS) Outros profissionais - a exemplo de

dentistas assistentes sociais e psicoacutelogos - poderatildeo ser incorporados agraves

equipes ou formar equipes de apoio de acordo com as necessidades e

possibilidades locais A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia pode atuar com uma ou

mais equipes dependendo da concentraccedilatildeo de famiacutelias no territoacuterio sob sua

responsabilidade

223 Atribuiccedilotildees dos Membros da Equipe

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) ressalva que as atribuiccedilotildees satildeo abordagens

integrais do indiviacuteduo vendo-o em seu contexto socioeconocircmico e cultural com

eacutetica compromisso e respeito afirma ainda que assistir com integralidade inclui

entre outras questotildees conceber o homem como um sujeito social capaz de traccedilar

projetos proacuteprios de desenvolvimento As accedilotildees dos profissionais da ESF devem

atender a famiacutelia em seu espaccedilo social compreendendo-o como rico em accedilotildees

interligadas e em conflitos

Para o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) existem recomendaccedilotildees e criteacuterios para

definir a populaccedilatildeo atendida pela USF Cada equipe de sauacutede da famiacutelia eacute

responsaacutevel por um nuacutemero determinado de famiacutelias eacute o que se chama de

ldquopopulaccedilatildeo adscritardquo portanto cada ESF deve acompanhar entre 600 e 1000

famiacutelias natildeo ultrapassando o limite maacuteximo de 4500 pessoas esse valor eacute definido

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

24

pelo risco que a regiatildeo representa para sauacutede da comunidade Onde o risco eacute maior

recomenda-se que a populaccedilatildeo atendida seja menor para que a ESF possa se

dedicar adequadamente ao seu trabalho

O Ministeacuterio da Sauacutede (2001) estabelece as seguintes atribuiccedilotildees das quais

satildeo comuns a todos os profissionais que integram a equipe da ESF sendo elas

a) conhecer a realidade das famiacutelias pela quais satildeo responsaacuteveis com ecircnfase

nas suas caracteriacutesticas sociais econocircmicas demograacuteficas e

epidemioloacutegicas

b) identificar os problemas de sauacutede e situaccedilotildees de riscos mais comuns aos

quais aquela populaccedilatildeo estaacute exposta

c) valorizar a relaccedilatildeo com o usuaacuterio e com a famiacutelia para que a relaccedilatildeo de

viacutenculo de confianccedila de afeto e respeito

d) realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento

e) garantir acesso agrave continuidade do tratamento dentro de um sistema de

referecircncia e contra-referecircncia

f) coordenar participar de eou organizar grupos de educaccedilatildeo em sauacutede

g) incentivar a formaccedilatildeo eou participaccedilatildeo ativa da comunidade dos conselhos

locais de sauacutede

2231 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do enfermeiro

a) realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgecircncias e emergecircncias

cliacutenicas fazendo a indicaccedilatildeo para continuidade da assistecircncia

b) planejar gerenciar coordenar executar e avaliar a ESF

c) executar as accedilotildees de assistecircncia integral em todas as fases dos ciclos de

vida

d) no niacutevel de suas competecircncias executar as assistecircncias baacutesicas e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

e) realizar accedilotildees de sauacutede em diferentes ambientes na ESF e quando

necessaacuterio no domicilio

f) organizar e coordenar accedilotildees de grupos cooperativos

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

25

g) supervisionar e coordenar accedilotildees para capacitaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterio

de sauacutede e de auxiliares de enfermagem como vistas ao desempenho de

suas funccedilotildees

2232 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do auxiliar de enfermagem

a) realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competecircncias

teacutecnicas e legais

b) realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes ESF e nos

domiciacutelios dentro do planejamento de accedilotildees traccedilado pela equipe

c) preparar o usuaacuterio para consultas meacutedicas e de enfermagem exames e

tratamento na ESF

d) zelar pela limpeza e ordem do material de equipamentos e de dependecircncias

da ESF

e) realizar busca ativa de casos como tuberculose hanseniacutease e demais

doenccedilas de cunho epidemioloacutegico

f) no niacutevel de suas competecircncias executar a assistecircncia baacutesica e accedilotildees de

vigilacircncia epidemioloacutegica e sanitaacuteria

g) realizar accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede aos grupos operativos especiacuteficos e agraves

famiacutelias de risco conforme planejamento da ESF

2233 Atribuiccedilotildees especiacuteficas do agente comunitaacuterio de sauacutede

Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o Agente comunitaacuterio de sauacutede (ACS)

eacute algueacutem que se destaca na comunidade pela capacidade de se comunicar com as

pessoas pela lideranccedila natural que exerce portanto ele deve morar na comunidade

e estar vinculado a ESF que atende a comunidade O ACS funciona como elo entre

a equipe e a comunidade estaacute em contato permanente com as famiacutelias facilitando o

trabalho de vigilacircncia e promoccedilatildeo da sauacutede realizado por toda equipe Seu trabalho

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

26

eacute feito nos domiciacutelios de sua aacuterea da abrangecircncia sendo suas seguintes

especificidades

a) realizar mapeamento de sua aacuterea

b) cadastrar as famiacutelias e atualizar permanentemente todos os dias

c) identificar indiviacuteduos e famiacutelias expostos a situaccedilotildees de risco

d) orientar as famiacutelias para utilizaccedilatildeo adequada dos serviccedilos de sauacutede

encaminhando-as e ateacute agendando consultas e atendimento odontoloacutegico

quando necessaacuterio

e) realizar accedilotildees e atividades no niacutevel de suas competecircncias nas aacutereas

prioritaacuterias da atenccedilatildeo baacutesica

f) realizar por meio de visita domiciliar acompanhamento mensal de todas as

famiacutelias sob sua responsabilidade

g) traduzir para ESF a dinacircmica social da comunidade suas necessidades

potencialidades e limites

h) identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possam ser

potencializados pela equipe

224 Implantaccedilatildeo da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

De acordo com o Ministeacuterio da sauacutede (2001) a implantaccedilatildeo da ESF comeccedila

nas aacutereas de maior risco ou mais carentes de atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede Essas aacutereas

normalmente ficam na periferia distante do centro da cidade dificultando assim o

acesso ao serviccedilo de sauacutede contribuindo para a pouca informaccedilatildeo sobre os

cuidados baacutesicos de sauacutede e tambeacutem por natildeo terem saneamento baacutesico Desde as

primeiras decisotildees eacute importante analisar bem a situaccedilatildeo da aacuterea onde ocorreraacute a

implantaccedilatildeo da unidade levando em consideraccedilatildeo os fatores de riscos sociais como

concentraccedilatildeo de pobreza e exclusatildeo social pois em locais com essas

caracteriacutesticas a probabilidade de as pessoas adoecerem e morrerem eacute mais

elevada

Ainda como parte inicial desse processo de implantaccedilatildeo o prefeito e o

secretaacuterio municipal de sauacutede precisam estar convencidos de que a ESF pode de

fato contribuir para reorganizar a atenccedilatildeo baacutesica com a melhora efetiva do sistema

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

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gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

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1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

27

de sauacutede do municiacutepio O passo seguinte depende do Conselho Municipal de

Sauacutede pois seraacute o conselho que aprovaraacute a proposta de implantaccedilatildeo Compete ao

Conselho Municipal de Sauacutede acompanhar o processo de implantaccedilatildeo e a operaccedilatildeo

do programa contribuindo para o cumprimento das diretrizes essenciais que

caracterizam um PSF Eacute nessa perspectiva de mudanccedila que a ESF deve ser

debatido com a participaccedilatildeo de todo o sistema de sauacutede a comeccedilar pelas unidades

baacutesicas de sauacutede (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Eacute de extrema importacircncia que na construccedilatildeo da proposta de implantaccedilatildeo da

ESF seja ressaltado

a) adequaccedilatildeo fiacutesica

b) recursos humanos

c) equipamentos necessaacuterios para garantir que a unidade possa responder aos

problemas de sauacutede das famiacutelias na aacuterea sob sua responsabilidade

d) referecircncia e contra-referecircncia dos usuaacuterios

e) apoio ao diagnoacutestico laboratorial e de imagem

f) assistecircncia farmacecircutica

g) proposta de gerenciamento do trabalho

Portanto vale ressaltar que a unidade de sauacutede da famiacutelia faz parte da rede

municipal de sauacutede natildeo eacute um serviccedilo paralelo separado do restante Pelo contraacuterio

ela integra o sistema local de sauacutede

23 O ATENDIMENTO AO HIPERTENSO NA ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA

Segundo Peres Magda e Viana (2003) eacute necessaacuterio destacar que a

enfermagem adquiriu suas bases cientiacuteficas a partir do iniacutecio deste seacuteculo e busca

livrar-se do estereoacutetipo de uma profissatildeo inferior Uma das funccedilotildees teacutecnicas

administrativas do enfermeiro eacute o gerenciamento de serviccedilos prestados na Unidade

Baacutesica de Sauacutede desenvolvendo programas e avaliaccedilatildeo de enfermagem delega e

distribui tarefas para os funcionaacuterios supervisionando a equipe de enfermagem e as

atividades realizadas satildeo de sua competecircncia a previsatildeo e provisatildeo de materiais e

equipamentos elabora e atualiza procedimentos protocolos rotinas e normas de

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

28

enfermagem revisa o registro de dados e os sistemas de comunicaccedilatildeo analisa e

avalia a assistecircncia prestada agrave comunidade

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) o atendimento na rede puacuteblica

tem como apoio um fluxograma de atendimento composto pelo niacutevel primaacuterio que

consiste em atendimento baacutesico o niacutevel secundaacuterio concentrado em centros

estaduais regionais de preferecircncia e por uacuteltimo o niacutevel terciaacuterio concentrado no

atendimento hospitalar

A enfermagem representa importante pilar de sustentaccedilatildeo com participaccedilatildeo

em 50 das accedilotildees Seu trabalho consiste no atendimento direto (preacute-consultas

consulta e poacutes-consulta) participando de reuniotildees com toda a equipe e tambeacutem com

os pacientes como por exemplo o clube do hipertenso e na coordenaccedilatildeo do

serviccedilo A adesatildeo do paciente ao tratamento eacute o principal fator para o sucesso do

controle pressoacuterico Dentre estrateacutegias utilizadas para aumentar a aderecircncia ao

tratamento destaca-se a introduccedilatildeo de outro profissional ao binocircmio meacutedico-

paciente (SOUZA JARDIM 1994)

231 Preacute-consulta

Na preacute-consulta a pressatildeo arterial eacute verificada duas vezes em ambos os

braccedilos levando em conta a afericcedilatildeo mais alta de preferecircncia na posiccedilatildeo sentada

com as costas e os peacutes apoiados e os braccedilos nus apoiados na altura do coraccedilatildeo O

usuaacuterio deve estar com a bexiga vazia e natildeo ter fumado ou ingerido cafeiacutena por pelo

menos meia hora antes da medida consideraraacute a segunda medida para efeito da

triagem diagnoacutestica Satildeo levantados os fatores de riscos cardiovasculares do

paciente e familiar calculando o iacutendice de massa corporal Satildeo encaminhados pra

consulta os pacientes que apresentarem a pressatildeo sistoacutelica maior ou igual a 160

mmhg e uma pressatildeo diastoacutelica maior ou igual a 90 mmHg O paciente quando

diagnosticado hipertenso recebe seu cartatildeo de aprazamento (consultas e retorno) a

proacutexima consulta poderaacute ser com o meacutedico ou no consultoacuterio de enfermagem Assim

que diagnostica a hipertensatildeo o paciente recebe orientaccedilotildees visando buscar

mudanccedilas de comportamento necessaacuterias ou terapias medicamentosas (KRIEGER

IRIGOYEN 1999)

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

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43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

29

232 Poacutes-consulta

Assim tambeacutem Souza e Jardim (1994) afirmam que realizada a consulta

meacutedica o paciente em seguida ao consultoacuterio da enfermagem onde realizada a poacutes

consulta Eacute neste momento que seratildeo reforccediladas as orientaccedilotildees para que os

pacientes possam esclarecer suas duacutevidas e seus anseios A enfermeira usa

material educativo de acordo com as necessidades de cada paciente (obesidades

colesterol tabagismo atividade fiacutesica e etc) explicando cada item e questionando

ao paciente quanto ao seu entendimento Utilizando-se a folha de evoluccedilatildeo da

enfermagem para o registro de todas as informaccedilotildees fornecidas O paciente recebe

tambeacutem um cronograma de todas as atividades educativas desenvolvidas em

grupos na unidade

Concordamos quando Cruz (1995) e Souza e Jardim (1994) dizem que

durante a poacutes-consulta satildeo fornecidos os medicamentos prescritos pelo meacutedico e o

usuaacuterio eacute orientado sobre a importacircncia quanto agrave adesatildeo do tratamento A

enfermagem tem se valido dessa oportunidade de incentivos agrave participaccedilatildeo dos

indiviacuteduos atraveacutes do autocuidado no tratamento da hipertensatildeo arterial

observando-se o paciente tem conhecimento de quando e como tomar o

medicamento oferecendo informaccedilotildees persistentes quanto a possiacuteveis efeitos

colaterais para que natildeo haja interrupccedilatildeo suacutebita da medicaccedilatildeo e com isso de uma

crise hipertensiva

A atuaccedilatildeo da enfermagem tem garantido uma maior aderecircncia dos pacientes

ao tratamento As datas das consultas satildeo marcadas e arquivadas em um cartatildeo

onde satildeo arquivadas as condiccedilotildees do paciente Sempre que o usuaacuterio comparece o

cartatildeo eacute checado sendo marcada uma nova data Na primeira semana de cada mecircs

satildeo checados os cartotildees do mecircs anterior junto ao arquivo os pacientes que

faltaram agrave consulta recebem um aviso marcando nova data e tenta-se dessa forma

diminuir o abandono do tratamento (CRUZ 1995)

233 Consulta de Enfermagem

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

30

Igualmente Maciel e Arauacutejo (2003) relatam que uma consulta de enfermagem

pode ser definida como a atividade que eacute prestada ao paciente onde satildeo

identificados problemas de sauacutede doenccedila satildeo prescritas e implementadas medidas

de enfermagem que contribuam agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo

do paciente

Sendo composta pela entrevista para coleta de dados exame fiacutesico

diagnoacutestico de enfermagem implementaccedilatildeo dos cuidados e a orientaccedilatildeo das accedilotildees

dos problemas encontrados Pelos diagnoacutesticos traccedilados satildeo tomadas condutas de

resolutividade e encaminhamento ao profissional ou serviccedilo competente (MACIEL

ARAUacuteJO 2003)

Afirmam Maciel e Arauacutejo (2003) por determinaccedilatildeo do Conselho Federal de

Enfermagem e segundo a lei 7498 de 25 de junho de 1986 foi emitido respaldo

legal para o desenvolvimento da consulta de enfermagem entendida no caso como

uma das atividades que melhor caracterizam o profissional liberal da categoria

Na consulta de enfermagem o paciente hipertenso permanece sob o

tratamento especiacutefico do meacutedico ateacute o momento em que eacute considerada controlada A

partir daiacute ele eacute encaminhado pelo meacutedico para o consultoacuterio de enfermagem e

orientado sobre a continuidade do seu tratamento Os seus retornos passam a ser

agendado sendo o paciente avaliado quanto aos seus niacuteveis pressoacutericos A

temperatura e aderecircncia quanto ao tratamento sendo reforccedilado as orientaccedilotildees

quanto a modificaccedilotildees no estilo de vida como controle de peso corporal limitar a

ingestatildeo de aacutelcool aumentar a atividade fiacutesica aeroacutebica reduzir a ingestatildeo de soacutedio

manter a ingestatildeo nutricional de potaacutessio caacutelcio e magneacutesio reduzir ou parar de

fumar reduzir a ingesta de lipiacutedios saturados e colesterol (SOUZA JARDIM 1994)

234 Grupo Operativo

Conforme Souza e Jardim (1994) aleacutem das atividades realizadas em

consultoacuterios a enfermagem atua em atividades de educaccedilatildeo em sauacutede em grupos

de pacientes hipertenso Conta tambeacutem com a participaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar onde a metodologia usada eacute a discussatildeo natildeo estruturada sobre as

histoacuterias de vida dos pacientes A enfermagem participa dessas discussotildees

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

31

incentivando os usuaacuterios no comprometimento ao tratamento atraveacutes do

autocuidado

As accedilotildees de sauacutede soacute podem ter sucesso com espiacuterito multidisciplinar com

as responsabilidades naturalmente divididas e que eacute perfeitamente possiacutevel passar

da teoria a praacutetica no que diz respeito agrave equipe de sauacutede (SOUZA JARDIM 1994)

A accedilatildeo da enfermeira no contato direto com o paciente eacute fator que abre nova

perspectiva para este grupo de profissionais retomando em parte a praacutetica de

assistecircncia direta que eacute a proacutepria essecircncia da profissatildeo (SOUZA JARDIM 1994)

235 Abordagem Multidisciplinar

De acordo com III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) pelo

fato de a hipertensatildeo ser multifatorial a accedilatildeo de um uacutenico profissional eacute bastante

limitada sendo necessaacuterias diferentes abordagens e a formaccedilatildeo de uma equipe

multidisciplinar que iraacute proporcionar essa accedilatildeo diferenciada

Igualmente o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) a

composiccedilatildeo da equipe multidisciplinar pode e deve ser constituiacuteda por profissionais

como meacutedicos enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem nutricionistas

psicoacutelogos assistente social educador fiacutesico farmacecircutico funcionaacuterios

administrativos e agentes comunitaacuterios em sauacutede

As accedilotildees comuns agrave equipe teratildeo por (1) accedilotildees educativas (educaccedilatildeo

preventiva modificaccedilatildeo de fatores de risco e produccedilatildeo de material educativo) (2)

treinamento de profissionais (3) encaminhamento a outros profissionais quando

indicado (4) accedilotildees assistenciais individuais e em grupo (5) participaccedilatildeo de projeto

de pesquisa As principais vantagens desse tipo de atuaccedilatildeo incluem o nuacutemero

maior de usuaacuterios atendidos adesatildeo ao tratamento seraacute superior ao nuacutemero de

usuaacuterios com pressatildeo controlada e dotando haacutebitos de vida saudaacuteveis cada usuaacuterio

seraacute replicador de conhecimentos sobre esses haacutebitos e haveraacute o favorecimento da

pesquisa jaacute que a sistematizaccedilatildeo do atendimento possibilita esse tipo de atuaccedilatildeo

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Assim tambeacutem o Ministeacuterio da Sauacutede (2001) afirma que cada profissional

tem suas atribuiccedilotildees e competecircncias proacuteprias poreacutem tem atividades comuns sendo

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

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44

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gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

32

necessaacuterias uma linguagem e uma conduta uniforme facilitando o processo

educativo do paciente

Conclui ainda o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo arterial (1998) que

uma vez diagnosticada a hipertensatildeo arterial eacute iniciado efetivamente a accedilatildeo da

equipe

24 ASSISTEcircNCIA DE ENFERMAGEM

A Declaraccedilatildeo da Alma-Ata (em Anexo) amplia a visatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

abordando-a sobre novos paradigmas da intervenccedilatildeo intersetorial da auto-

responsabilidade da participaccedilatildeo da comunidade no planejamento organizaccedilatildeo

funcionamento e controle da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede Considerando a promoccedilatildeo agrave

sauacutede como accedilotildees indispensaacuteveis para o desenvolvimento econocircmico e social

(RICHTER 1997)

A abordagem multiprofissional aos pacientes portadores de doenccedilas crocircnicas

tem sido aceita como mais um reforccedilo na estrateacutegia para se melhorar a aderecircncia

destes pacientes ao tratamento Tem se demonstrado que a distribuiccedilatildeo da

responsabilidade da assistecircncia entre vaacuterias categorias profissionais pode contribuir

para maior incentivo agrave adesatildeo e consequumlentemente maior sucesso na terapecircutica

(SOUZA JARDIM 1994)

De acordo com Souza e Jardim (1994) a efetividade da participaccedilatildeo do

enfermeiro (a) de forma sistemaacutetica tem sido demonstrada por vaacuterios autores e

fundamenta-se provavelmente na sua atuaccedilatildeo sobre o aspecto psico-emocional do

paciente aleacutem do fornecimento de orientaccedilatildeo e elucidaccedilatildeo de duacutevidas sobre a

doenccedila seu tratamento fatores de risco e instruccedilatildeo sobre aspectos de higiene

haacutebitos alimentares crenccedilas de sauacutede etc

Segundo Souza (1996) a forma com que o indiviacuteduo percebe sua

enfermidade pode influenciar os mecanismos individuais para satisfazer suas

necessidades e a busca dos serviccedilos assistenciais

Neste sentido de acordo com Reis e Glashan (2001) a adesatildeo ao tratamento

bem como a eficaacutecia da assistecircncia podem depender muito da percepccedilatildeo individual

e do aspecto emocional do individuo no que diz respeito agrave doenccedila Para que se

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

33

alcance ecircxito na adesatildeo ao tratamento do cliente hipertenso torna-se imprescindiacutevel

que o profissional de sauacutede proponha uma accedilatildeo terapecircutica integral que envolva o

contexto soacutecio-psicoloacutegico do cliente

Segundo Chiattone e Sebastiani (1991) toda doenccedila eacute um episoacutedio coerente

na biografia do indiviacuteduo apresentando um sentido na histoacuteria pessoal ou evoluindo

conforme as determinantes histoacutericas da vida emocional do paciente Para tanto

promover uma assistecircncia por meio de accedilotildees individualizadas elaboradas para

atender agraves necessidades especiacuteficas de cada cliente de modo a serem mantidas ao

longo do tempo associadas agraves atividades educativas eacute de fundamental valor

Chiattone e Sebastiani (1991) afirmam ainda que a avaliaccedilatildeo e interpretaccedilatildeo

das percepccedilotildees do paciente satildeo instrumentos que os profissionais enfermeiros

devem lanccedilar matildeo para direcionar a sua intervenccedilatildeo Eacute indispensaacutevel um trabalho

que forneccedila ao cliente motivaccedilatildeo suficiente para vencer o desafio de adotar

mudanccedilas dos haacutebitos de vida e que conscientize o mesmo sobre a necessidade de

aderir ao tratamento

Eacute de suma importacircncia saber escutar buscar e compreender o cliente

portador de hipertensatildeo arterial conhecer e considerar as praacuteticas populares de

sauacutede deixar que ele expresse suas crenccedilas emoccedilotildees expectativas e duacutevidas Eacute

significante um programa de orientaccedilotildees que o ajude a entrar e a permanecer em

tratamento Estas orientaccedilotildees devem considerar os valores os sentimentos as

necessidades de aprendizagem e de suporte familiar (CHIATONE SEBASTIANI

1991)

Considera-se baseado em Moreira (2006) que o enfermeiro enquanto

integrante da equipe da sauacutede da famiacutelia desenvolve importante papel no

acompanhamento do paciente com hipertensatildeo Este profissional aleacutem de atuar

como educador em sauacutede no trabalho com grupos de pessoas hipertensas seus

familiares e com a comunidade eacute responsaacutevel por desenvolver a consulta de

enfermagem atividade privativa do enfermeiro

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees

sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento

implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao

repensar contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o

desenvolvimento de habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

34

sauacutede para realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria ao cliente portador

de hipertensatildeo (MOREIRA 2006)

Garcia e Noacutebrega (2000) acrescentam que processo de enfermagem eacute

entendido como um instrumento metodoloacutegico que nos possibilita identificar

compreender descrever explicar eou predizer como nossa clientela responde aos

problemas de sauacutede ou aos processos vitais e determinar que aspectos dessas

respostas exijam uma intervenccedilatildeo profissional de enfermagem

A avaliaccedilatildeo do cuidado se desenvolve durante todas as etapas do processo

desde o histoacuterico diagnoacutestico planejamento e implementaccedilatildeo refletindo a qualidade

do cuidado desenvolvido Eacute necessaacuterio o registro das accedilotildees desenvolvidas durante a

consulta A importacircncia destes registros se daacute na medida em que toda a equipe tem

acesso agraves informaccedilotildees referentes ao estado do paciente (MOREIRA 2006)

241 A Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem

De acordo com Brunner e Suddarth (2005) o processo de enfermagem se

caracteriza por cinco fases sendo elas a coleta de dados diagnoacutestico de

enfermagem planejamento implementaccedilatildeo e evoluccedilatildeo A coleta de dados eacute uma

coleta sistemaacutetica de dados para determinar qualquer problema de sauacutede real ou

potencial Com base nessa coleta a enfermeira determina a necessidade do

paciente para cuidado de enfermagem

Ainda nessa mesma linha Brunner e Suddarth (2005) afirmam que o

planejamento consiste no desenvolvimento de metas e resultados bem como de um

plano de cuidado destinado a assistir o paciente na resoluccedilatildeo dos problemas

diagnosticados e a atingir as metas identificadas e os resultados esperados A fase

da implementaccedilatildeo do processo de enfermagem envolve a execuccedilatildeo do plano de

cuidados de enfermagem proposto

A evoluccedilatildeo eacute etapa final do processo de enfermagem permite que a

enfermeira determine a resposta do paciente as prescriccedilotildees de enfermagem e a

extensatildeo em que os objetivos foram alcanccedilados (BRUNNER SUDDARTH 2005)

Rocha (1999) conclui que o histoacuterico deve ser direcionado para o tempo do

diagnoacutestico as medidas pressoacutericas anteriores tratamentos preacutevios e respectivos

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

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Rev Satildeo Paulo 1995

44

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ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

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Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

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automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

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outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

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ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

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Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

35

efeitos colaterais o uso de medicaccedilatildeo concomitante que possa influir no controle da

pressatildeo arterial os sintomas indicativos de envolvimento de oacutergatildeos-alvo

comprometidos e os antecedentes pessoais e familiares estado psicossocial

paciente o grau de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo seus temores e sua intenccedilatildeo e

a necessidade quanto a modificaccedilotildees dos seus haacutebitos e estilo de vida Ressalta-se

a necessidade de uma anamnese minuciosa sobre as disfunccedilotildees sexuais que

geralmente satildeo decorrentes da terapia anti-hipertensiva

Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo Arterial (1998) satildeo

aspectos imprescindiacuteveis na histoacuteria do paciente hipertenso

a) identificaccedilatildeo sexo idade raccedila e condiccedilatildeo socioeconocircmica

b) histoacuteria atual duraccedilatildeo do quadro hipertensivo e niacuteveis de pressatildeo arterial

adesatildeo e reaccedilotildees adversas a tratamentos sintomas de doenccedila arterial

coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia

vascular arterial perifeacuterica doenccedila renal e diabete melito

c) investigaccedilatildeo sobre fatores de risco dislipidemia tabagismo diabetes

mellitus obesidade e sedentarismo alteraccedilatildeo de peso caracteriacutestica do

sono funccedilatildeo sexual e outras afecccedilotildees como a doenccedila pulmonar

obstrutiva crocircnica e gota

d) histoacuteria pregressa de doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca

doenccedila cerebrovascular insuficiecircncia vascular arterial perifeacuterica doenccedila

renal e diabete melitus

e) histoacuteria familiar de acidente vascular encefaacutelico doenccedila arterial

f) coronariana prematura doenccedila renal diabete melito dislipidemia morte

prematura e suacutebita

g) perfil psicossocial fatores ambientais e psicossociais sintomas de

depressatildeo situaccedilatildeo familiar condiccedilotildees de trabalho e grau de

escolaridade

h) avaliaccedilatildeo dieteacutetica incluindo consumo de sal uso de bebida alcooacutelica

gordura saturada e cafeiacutena

i) consumo de medicamentos ou drogas que possam elevar a pressatildeo

arterial ou interferir em seu tratamento

De acordo com Doengs Hoorhouse e Geissler (2003) o paciente pode relatar

e apresentar vaacuterios sinais e sintomas Em atividade e repouso pode relatar fraqueza

fadiga dispneacuteia e haacutebitos de vida sedentaacuterios e pode apresentar frequumlecircncia cardiacuteaca

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

36

aumentada modificaccedilatildeo no ritmo cardiacuteaco taquipneacuteia e dispneacuteia ao esforccedilo

Sobre o sistema circulatoacuterio pode-se relatar histoacuteria de hipertensatildeo existecircncia

de aterosclerose doenccedila cardiacuteaca valvular arteacuteria coronaacuteria (incluindo infarto do

miocaacuterdio (IM) angina insuficiecircncia cardiacuteaca (IC) e doenccedila vascular cerebral) Pode

apresentar presenccedilas de palpitaccedilotildees diaforeses pressatildeo arterial aumentada (PA)

(sequumlecircncia de medidas elevadas satildeo necessaacuterias para confirmar o diagnoacutestico)

hipotensatildeo postural (pode estar relacionada ao regime medicamentoso) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

a) pulso pulsaccedilotildees carotiacutedeas jugulares e radiais cheias disparidade de

pulso por exemplo retardamento femoral quando confrontado com a

pulsaccedilatildeo radial ou braquial ausecircnciadiminuiccedilatildeo do pulso popliacuteteo tibial

posterior pedioso Pulso apical ponto de impulso maacuteximo (PIM)

possivelmente deslocado eou forte

b) frequumlecircnciaritmo taquicardia vaacuterias arritmias

c) extremidades descoloraccedilatildeo da pele temperatura fria (vasoconstricccedilatildeo

perifeacuterica) enchimento capilar possivelmente devagarretardado

(vasoconstricccedilatildeo)

d) pele palidez cianose e diaforese (congestatildeo hipoxemia) rubor

(feocromocitoma)

e) quando a integridade do ego pode relatar histoacuteria de mudanccedilas de

personalidade depressatildeo sensaccedilatildeo de bem estar ou raiva crocircnica (pode

representar comprometimento cerebral) muitos fatores estressantes

(relacionamento financcedilas ligado ao trabalho) e pode apresentar

alteraccedilotildees de humor inquietaccedilatildeo irritabilidade faixa escassa de atenccedilatildeo

crises de choro gestos natildeo verbais enfaacuteticos muacutesculos faciais tensos

(principalmente em torno dos olhos) raacutepido movimento fiacutesico suspiros

expiratoacuterios padratildeo de fala veloz

Sobre as eliminaccedilotildees pode-se relatar agressatildeo renal preacutevia ou atual (como

exemplo infecccedilatildeoobstruccedilatildeo ou histoacuteria pregressa de doenccedila renal) Na

alimentaccedilatildeoliacutequido podem relatar predileccedilotildees alimentares que podem incluir

alimentos ricos em sal gordura e colesterol (por exemplo frituras queijos ovos)

bebidas alcooacutelicas grande conteuacutedo caloacuterico diminuiacuteda ingestatildeo dieteacutetica de

potaacutessio caacutelcio e magneacutesio enjocirco vocircmitos novas mudanccedilas de peso

(ganhoperda) histoacuteria de uso de diureacutetico e pode apresentar peso normal ou

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

37

obesidade existecircncia de edema (pode ser generalizado ou pendente) congestatildeo

venosa glicosuacuteria (quase 10 dos pacientes hipertensos satildeo diabeacuteticos) (DOENGS

HOORHOUSE GEISSLER 2003)

No sistema neuroloacutegico pode-se relatar desmaios tonteiras dores de cabeccedila

latejantes curtos periacuteodos de confusatildeo mudanccedilas no estado de alerta orientaccedilatildeo

padratildeoconteuacutedo da fala afeto processo de pensamento ou memoacuteria Respostas

motoras subtraccedilatildeo da forccedila do aperto de matildeo eou dos reflexos tendinosos

profundos Alteraccedilotildees oacuteticas da retina devido agrave esclerose suaveestreitamento

arterial ateacute acentuadas mudanccedilas da retina e escleroacutetica com edema ou papiledema

exsudatos hemorragias e estreitamento arterial dependendo da gravidadeduraccedilatildeo

da hipertensatildeo Quanto agrave questatildeo da dor e do desconforto pode relatar angina

(doenccedila da arteacuteria coronaacuteriacomprometimento cardiacuteaco) dor natildeo contiacutenua nas

pernasclaudicaccedilatildeo (indicativo de arteriosclerose das arteacuterias das extremidades

inferiores) dores de cabeccedila occiptais grave conforme previamente observado e

dormassas abdominais (feocromocitoma) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Sobre o sistema respiratoacuterio pode-se relatar dispneacuteia relacionada ao esforccedilo

taquipneacuteia ortopneacuteia dispneacuteia paroxiacutestica noturna tosse comsem produccedilatildeo de

escarro histoacuteria de tabagismo (principal fator de risco) e pode apresentar estresse

respiratoacuteriouso de musculatura acessoacuteria sons respiratoacuterios adventiacutecios

(crepitaccedilotildeessibilos) e palidez ou cianose (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER

2003)

Em relaccedilatildeo a motricidade pode-se relatar coordenaccedilatildeomarcha agravada

acontecimentos transitoacuterios de dormecircncia unilateral e parestesias tonteira com

alteraccedilotildees de posiccedilatildeo Quanto agrave sexualidade pode-se relatar poacutes-menopausa

(principal fator de risco) (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

Sobre ensinoaprendizagem pode relatar fatores de risco familiares como

hipertensatildeo aterosclerose doenccedila cardiacuteaca diabetes mellitus doenccedila vascular

cerebralrenal e fatores de risco eacutetnicoraciais como modelo mais prevalente em

afro-americanos e populaccedilotildees do Sudeste Asiaacutetico Fazer uso de piacutelulas

anticoncepcionais ou outros hormocircnios uso de drogasaacutelcool Nas mulheres deve-

se indagar sobre o ciclo menstrual hipertensatildeo em gestaccedilotildees anteriores e uso de

contraceptivos hormonais (DOENGS HOORHOUSE GEISSLER 2003)

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

38

3 METODOLOGIA

A metodologia desenvolvida neste trabalho foi a qualitativa indireta feita

atraveacutes de pesquisa bibliograacutefica Segundo Minayo (2007) este trabalho se resume

em uma pesquisa elaborada a partir de material jaacute publicado constituiacutedo

principalmente de livros artigos de perioacutedicos e atualmente com material

disponibilizado na internet

Para a anaacutelise das publicaccedilotildees encontradas buscou-se agrupaacute-las em trecircs

tendecircncias com a finalidade de conhecer a importacircncia da assistecircncia de

enfermagem ao paciente hipertenso sendo o levantamento realizado no acervo da

biblioteca da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) sendo utilizados livros

artigos cientiacuteficos e revistas latino-americanas de enfermagem

Inicialmente foram levantadas informaccedilotildees sobre HAS utilizando-se 09 (nove)

livros 64 (sessenta e quatro) artigos cientiacuteficos 23 (vinte e trecircs) revistas cientiacuteficas e

06 (seis) sites da internet Deste quantitativo de livros citados 03 (trecircs) foram

fichados e os outros descartados dos artigos cientiacuteficos 10 (dez) foram utilizados

das 23 (vinte e trecircs) revistas 10 (dez) foram utilizadas e dos 06 (seis) sites

pesquisados todos foram utilizados As palavras-chave utilizadas para esta busca

foram definiccedilatildeo causas e tratamento da hipertensatildeo

No segundo momento pesquisou-se sobre a assistecircncia de enfermagem que

eacute um instrumento de grande importacircncia para a equipe da atenccedilatildeo baacutesica e que

propiciaraacute um cuidado individualizado e coletivo portanto fidedigno perante as

incapacidades proporcionadas pela doenccedila

E finalmente pesquisou-se sobre a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia desde o

surgimento em 1994 agrave sua implantaccedilatildeo e funcionamento bem como seus objetivos

e accedilotildees frente ao paciente hipertenso

Este trabalho foi realizado no periacuteodo de fevereiro a maio de 2009 sendo os

dados selecionados e condensados ao estudo de acordo com o objetivo Apesar

desse curto espaccedilo de tempo utilizado na realizaccedilatildeo deste foi possiacutevel perceber

uma grande evoluccedilatildeo e uma riqueza de material que fundamenta a importacircncia da

assistecircncia de enfermagem destacando seus benefiacutecios na melhoria da qualidade

de vida do paciente hipertenso

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

39

Pode-se concluir que somente com a anaacutelise sistematizada e individualizada

dos cuidados a serem aplicados ao paciente hipertenso eacute que se poderaacute obter natildeo

soacute eficiecircncia dos tratamentos (sejam preventivos ou curativos) como tambeacutem

eficaacutecia nas respostas dos mesmos propiciando um incremento da qualidade de

vida em sauacutede e uma vida com qualidade

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

40

4 CONCLUSAtildeO

Atraveacutes do estudo realizado conclui-se que a assistecircncia de enfermagem ao

paciente portador de Hipertensatildeo Arterial eacute extremamente necessaacuteria uma vez que

trata-se de uma patologia crocircnica preocupante principalmente ao constatarmos

que muitas das suas consequecircncias tanto de ordem fiacutesica quanto social podem ser

amenizadas com medidas de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da sauacutede A Hipertensatildeo

Arterial constitui importante problema de sauacutede puacuteblica que exige medidas de

ataque para conter sua progressatildeo na tentativa de diminuir o alto iacutendice de morbi-

mortalidade

O cuidar faz parte da existecircncia humana desde o nascimento agrave sua finitude

constituindo uma necessidade primordial do homem no processo de ser e de viver

Sendo assim o enfermeiro profissional de sauacutede que tem como essecircncia o cuidar

se vecirc diante de um importante desafio que eacute o de olhar o paciente hipertenso

inserido na atenccedilatildeo baacutesica como um todo ou seja em todo o seu contexto social

poliacutetico econocircmico e familiar

Acreditamos fielmente que eacute possiacutevel avanccedilar ainda mais quando

multiplicamos o saber e vivenciamos com o outro nossas novas e importantes

experiecircncias transformadoras Entendemos que a sauacutede eacute global e natildeo se pode

assim cuidar somente do sistema cardiovascular mas do ser integral em seus

aspectos fiacutesico emocional e espiritual valorizando sua biografia sua histoacuteria de vida

suas crenccedilas e seus medos

Faz-se necessaacuterio que o profissional enfermeiro assuma o compromisso de

compartilhar com o seu cliente a responsabilidade da adesatildeo ao tratamento

obtendo entatildeo o suporte necessaacuterio para uma participaccedilatildeo efetiva na assistecircncia de

enfermagem

Sendo assim verificou-se por meio deste estudo que o profissional

enfermeiro precisa estabelecer com o cliente um viacutenculo de confianccedila amizade e

respeito para desenvolver um trabalho eficiente voltado para o atendimento de

suas necessidades Quando o profissional enfermeiro estaacute presente ele promove

uma assistecircncia de qualidade assegurando a continuidade das accedilotildees e uma maior

agilidade no tratamento

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

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REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

41

Eacute de extrema importacircncia ressaltar que o exerciacutecio da profissatildeo de

enfermagem eacute fundamentado em princiacutepios cientiacuteficos que proporcionam uma eficaz

identificaccedilatildeo de problemas reais e potenciais de sauacutede como tambeacutem o

desenvolvimento de accedilotildees que visa a manutenccedilatildeo e qualidade de vida do indiviacuteduo

O enfermeiro precisa atender essa clientela sistematizando suas accedilotildees sendo

necessaacuteria a realizaccedilatildeo do histoacuterico diagnoacutestico planejamento implementaccedilatildeo e

evoluccedilatildeo a fim de que seu trabalho e conhecimento conduzam ao repensar

contiacutenuo da praacutetica profissional Portanto faz-se necessaacuterio o desenvolvimento de

habilidades especiacuteficas em enfermeiros de unidades baacutesicas de sauacutede para

realizarem uma consulta de enfermagem satisfatoacuteria e humanizada ao cliente com

hipertensatildeo

A importacircncia da assistecircncia de enfermagem estaacute na necessidade de se

colocar em praacutetica todas as etapas do processo de enfermagem sistematizando

assim a sua assistecircncia Esses cuidados que a princiacutepio parecem simples exigem

do profissional conhecimento habilidades e capacidades que iratildeo influenciar

diretamente na relaccedilatildeo enfermeiro x paciente

Atraveacutes deste estudo concluiu-se que os cuidados de enfermagem satildeo de

extrema importacircncia no tratamento a este cliente desde as etapas curativas ateacute

preventivas visto que se realizados de forma concreta evitam complicaccedilotildees

futuras auxiliando no bom resultado das terapecircuticas implementadas confirmando

assim o conteuacutedo de todas as literaturas pesquisadas

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

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PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

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SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

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ANEXOS (S)

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ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

42

REFEREcircNCIAS

AacuteVILA Nogueira Martins Silva AYRES Regina Celi Vieira PEREIRA Silva Aparecida Oliveira VALENTIM Vilma Acolhimento no PSF Humanizaccedilatildeo e solidariedade O mundo da sauacutede em Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwscamiloedubrpdfmundo_saude35acolhimento_psfpdfgt BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 BRUNNER Lilian S SUDDARTH Doris S Tratado de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica 8 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2005

CHIATTONE H B C SEBASTIANI R W Curso de Introduccedilatildeo em Psicologia Hospitalar Satildeo Paulo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sauacutede

1991 CRUZ D A L M A introduccedilatildeo do diagnoacutestico de enfermagem no ensino sua

influecircncia no processamento de informaccedilotildees de alunos por graduaccedilatildeo Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 1995 DOENGS M E HOORHOUSE M GEISSLER A C Plano de cuidados de Enfermagem 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2003 GARCIA T R NOacuteBREGA M M L Sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem reflexotildees sobre o processo In 52ordm Congresso Brasileiro de Enfermagem Apresentado na Mesa Redonda ldquoA sistematizaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem o processo e a experiecircnciardquo RecifeOlinda ndash PE 2000 KRIEGER E M IRIGOYEN M C KRIEGER J E Fisiopatologia da Hipertensatildeo Arterial Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo Socesp SP v9 janfev 1999 LABETE Renata Curi ROSA Walisete de Almeida Godinho Programa sauacutede da famiacutelia a construccedilatildeo de um novo modelo de assistecircncia Rev Latino-americana Enfermagem Ribeiratildeo Preto novdez 2005

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

43

MACIEL H C F ARAUacuteJO T L Consulta de enfermagem anaacutelise das accedilotildees junto a programas de hipertensatildeo arterial em Fortaleza Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 marabr 2003

MANO Reinaldo Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica Manuais de Cardiologia abril 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwmanuaisdecardiologiamedbrhashashtmgt Acesso em 06 de maio 2009 MINAYO M C O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sauacutede 7

ed Rio de Janeiro Abrasco 2007

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Guia Praacutetico do Programa Sauacutede da Famiacutelia

Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Brasiacutelia 2001 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Plano de Reorganizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo a Hipertensatildeo Arterial e ao Diabetes Mellitus Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas Brasiacutelia 2002 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Hiperdia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabeacuteticos Disponiacutevel em lt

httpwwwdatasusgovbrdatasusdatasusphparea=361A3B371C6D655E2F371G15HIJd3L1M0NampVInclude=sitedin_sistphpampVSis=1ampVAba=0ampVCoit=655gt Acesso em 20 de maio de 2009 MION JR et al VI Diretrizes de Hipertensatildeo Arterial Arq Bras Cardiol

Disponiacutevel em lt httpwwwsbggorgbrprofissionalpublicacoesimgIV20Diretriz20HipertensC3A3o20arterial20SBCpdfgt Acesso em 15 de abril de 2009 MOREIRA Felipe G F Investigaccedilatildeo na Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem a Pacientes com Adesatildeo ao Tratamento da Hipertensatildeo Arterial 11ordm Semana Universitaacuteria da UEC (Estudo realizado nas unidades baacutesicas de sauacutede da secretaacuteria executiva regional de Fortaleza) - Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006 PAIVA Sirlei Guerra SANABRIA Liacutedia Maacutercia Heringer Hipertensatildeo Arterial e AVC A Importacircncia do Enfermeiro nos Grupos Operativos Artigo de Revisatildeo

Rev Satildeo Paulo 1995

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

44

PASSOS V M A ASSIS T Duarte BARRETO S M Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base populacional Rev Epidemiologia Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia v 15 n 1 marccedilo 2006 PERES DS MAGDA J VIANA LA Portador de Hipertensatildeo Arterial atitudes crenccedilas percepccedilotildees pensamentos e praacuteticas Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v 37 out 2003 REIS M G GLASHAN R Q Adultos hipertensos hospitalizados percepccedilatildeo de

gravidade da doenccedila e de qualidade de vida Revista Latino-Americana de Enfermagem v 9 n 3 maio 2001 RICHTER M B Referecircncia a Alma-Ata um pouco de histoacuteria Revista Sauacutede Comunitaacuteria S L v encarte especial n 4 setout 1997

ROCHA Avaliaccedilatildeo Cliacutenica do Paciente Hipertenso Revista de Cardiologia do Estado de Satildeo Paulo v 9 Socesp SP janfev 1999 SANTELLO Luiz Joseacute Captopril Associado agrave Hidroclorotiazida no Tratamento da Hipertensatildeo Leve e Moderada estudo multicecircntrico brasileiro Satildeo Paulo 1998

Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfabcv71n5a12v71n5pdfgt Acesso em 15 maio 2009 SANTOS LOBATO Fisiopatologia Incrivelmente faacutecil 2 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogam 2004 SILVIA et al Diabetes Mellitus e Hipertensatildeo Arterial com Grupos de Intervenccedilatildeo Educacional e terapecircutica em Seguimento Ambulatorial de Uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Rev Sauacutede e Sociedade v 15 n 3 setdez 2006 SOUZA Ana Luiacuteza Lima JARDIM Paulo Ceacutesar B Veiga A enfermagem e o paciente hipertenso em uma abordagem multiprofissional ndash relato de experiecircncia Rev Latino-americana de Enfermagem Ribeiratildeo Preto v 2 janeiro 1994

SOUZA ALL Prevalecircncia de hipertensatildeo arterial referida percepccedilatildeo de sua origem e formas de controle em aacuterea metropolitana de Satildeo Paulo (1989-1990)

1996141f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1996

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

45

SPRITZER N Epidemiologia da hipertensatildeo arterial sistecircmica Medicina

Ribeiratildeo Preto n 29 abrset 1996 Disponiacutevel em lt httpwwwfmrpuspbrrevistagt Acesso em 06 mar 2009 III CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL Campos do Jordatildeo Hipertensatildeo arterial Satildeo Paulo 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsbnorgbrgt

Acessado em 15 de set 2006

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

46

ANEXOS (S)

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

47

ANEXO A - DECLARACcedilAtildeO DE ALMA-ATA

Conferecircncia Internacional Sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede

Alma-Ata Urss 6-12 de Setembro de 1978

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede reunida em Alma-

Ata aos doze dias do mecircs de setembro de mil novecentos e setenta e oito

expressando a necessidade de accedilatildeo urgente de todos os governos de todos os que

trabalham nos campos da sauacutede e do desenvolvimento e da comunidade mundial

para promover a sauacutede de todos os povos do mundo formulou a seguinte

declaraccedilatildeo

I) A Conferecircncia enfatiza que a sauacutede - estado de completo bem estar fiacutesico mental

e social e natildeo simplesmente a ausecircncia de doenccedila ou enfermidade - eacute um direito

humano fundamental e que a consecuccedilatildeo do mais alto niacutevel possiacutevel de sauacutede eacute a

mais importante meta social mundial cuja realizaccedilatildeo requer a accedilatildeo de muitos outros

setores sociais e econocircmicos aleacutem do setor sauacutede

II) A chocante desigualdade existente no estado de sauacutede dos povos

particularmente entre os paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento assim como

dentro dos paiacuteses eacute poliacutetica social e economicamente inaceitaacutevel e constitui por

isso objeto da preocupaccedilatildeo comum de todos os paiacuteses

III) O desenvolvimento econocircmico e social baseado numa ordem econocircmica

internacional eacute de importacircncia fundamental para a mais plena realizaccedilatildeo da meta de

Sauacutede para Todos no Ano 2000 e para a reduccedilatildeo da lacuna existente entre o estado

de sauacutede dos paiacuteses em desenvolvimento e o dos desenvolvidos A promoccedilatildeo e

proteccedilatildeo da sauacutede dos povos eacute essencial para o contiacutenuo desenvolvimento

econocircmico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz

mundial

IV) Eacute direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento

e na execuccedilatildeo de seus cuidados de sauacutede

V) Os governos tecircm pela sauacutede de seus povos uma responsabilidade que soacute pode

ser realizada mediante adequadas medidas sanitaacuterias e sociais Uma das principais

metas sociais dos governos das organizaccedilotildees internacionais e de toda a

comunidade mundial na proacutexima deacutecada deve ser a de que todos os povos do

mundo ateacute o ano 2000 atinjam um niacutevel de sauacutede que lhes permita levar uma vida

social e economicamente produtiva Os cuidados primaacuterios de sauacutede constituem a

chave para que essa meta seja atingida como parte do desenvolvimento no espiacuterito

da justiccedila social

VI) Os cuidados primaacuterios de sauacutede satildeo cuidados essenciais de sauacutede baseados em

meacutetodos e tecnologias praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente

aceitaacuteveis colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade

mediante sua plena participaccedilatildeo e a um custo que a comunidade e o paiacutes possam

manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de autoconfianccedila e

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

48

automedicaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do sistema de sauacutede do paiacutes do qual

constituem a funccedilatildeo central e o foco principal quanto do desenvolvimento social e

econocircmico global da comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos

indiviacuteduos da famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual

os cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares onde

pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um continuado

processo de assistecircncia agrave sauacutede

VII) Os cuidados primaacuterios de sauacutede

1 - Refletem e a partir delas evoluem as condiccedilotildees econocircmicas e as caracteriacutesticas

socioculturais e poliacuteticas do paiacutes e de suas comunidades e se baseiam na aplicaccedilatildeo

dos resultados relevantes da pesquisa social biomeacutedica e de serviccedilos de sauacutede e

da experiecircncia em sauacutede puacuteblica

2 - Tecircm em vista os principais problemas de sauacutede da comunidade proporcionando

serviccedilos de proteccedilatildeo cura e reabilitaccedilatildeo conforme as necessidades

3 - Incluem pelo menos educaccedilatildeo no tocante a problemas prevalecentes de sauacutede

e aos meacutetodos para sua prevenccedilatildeo e controle promoccedilatildeo da distribuiccedilatildeo de

alimentos e da nutriccedilatildeo apropriada previsatildeo adequada de aacutegua de boa qualidade e

saneamento baacutesico cuidados de sauacutede materno-infantil inclusive planejamento

familiar imunizaccedilatildeo contra as principais doenccedilas infecciosas prevenccedilatildeo e controle

de doenccedilas localmente endecircmicas tratamento apropriado de doenccedilas e lesotildees

comuns e fornecimento de medicamentos essenciais

4 - Envolvem aleacutem do setor sauacutede todos os setores e aspectos correlatos do

desenvolvimento nacional e comunitaacuterio mormente a agricultura a pecuaacuteria a

produccedilatildeo de alimentos a induacutestria a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo as obras puacuteblicas as

comunicaccedilotildees e outros setores

5 - Requerem e promovem a maacutexima autoconfianccedila e participaccedilatildeo comunitaacuteria e

individual no planejamento organizaccedilatildeo operaccedilatildeo e controle dos cuidados

primaacuterios de sauacutede fazendo o mais pleno uso possiacutevel de recursos disponiacuteveis

locais nacionais e outros e para esse fim desenvolvem atraveacutes da educaccedilatildeo

apropriada a capacidade de participaccedilatildeo das comunidades

6 - Devem ser apoiados por sistemas de referecircncia integrados funcionais e

mutuamente amparados levando agrave progressiva melhoria dos cuidados gerais de

sauacutede para todos e dando prioridade aos que tecircm mais necessidade

7 - Baseiam-se nos niacuteveis locais e de encaminhamento nos que trabalham no

campo da sauacutede inclusive meacutedicos enfermeiros parteiras auxiliares e agentes

comunitaacuterios conforme seja aplicaacutevel assim como em praticantes tradicionais

conforme seja necessaacuterio convenientemente treinados para trabalhar social e

tecnicamente ao lado da equipe de sauacutede e responder agraves necessidades expressas

de sauacutede da comunidade

VIII) Todos os governos devem formular poliacuteticas estrateacutegias e planos nacionais de

accedilatildeo para lanccedilarsustentar os cuidados primaacuterios de sauacutede em coordenaccedilatildeo com

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

49

outros setores Para esse fim seraacute necessaacuterio agir com vontade poliacutetica mobilizar

os recursos do paiacutes e utilizar racionalmente os recursos externos disponiacuteveis

IX) Todos os paiacuteses devem cooperar num espiacuterito de comunidade e serviccedilo para

assegurar os cuidados primaacuterios de sauacutede a todos os povos uma vez que a

consecuccedilatildeo da sauacutede do povo de qualquer paiacutes interessa e beneficia diretamente

todos os outros paiacuteses Nesse contexto o relatoacuterio conjunto da OMSUNICEF sobre

cuidados primaacuterios de sauacutede constitui soacutelida base para o aprimoramento adicional e

a operaccedilatildeo dos cuidados primaacuterios de sauacutede em todo o mundo

X) Poder-se-aacute atingir niacutevel aceitaacutevel de sauacutede para todos os povos do mundo ateacute o

ano 2000 mediante o melhor e mais completo uso dos recursos mundiais dos quais

uma parte consideraacutevel eacute atualmente gasta em armamento e conflitos militares Uma

poliacutetica legiacutetima de independecircncia paz distensatildeo e desarmamento pode e deve

liberar recursos adicionais que podem ser destinados a fins paciacuteficos e em

particular agrave aceleraccedilatildeo do desenvolvimento social e econocircmico do qual os

cuidados primaacuterios de sauacutede como parte essencial devem receber sua parcela

apropriada

A Conferecircncia Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede concita agrave accedilatildeo

internacional e nacional urgente e eficaz para que os cuidados primaacuterios de sauacutede

sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e particularmente nos paiacuteses

em desenvolvimento num espiacuterito de cooperaccedilatildeo teacutecnica e em consonacircncia com a

nova ordem econocircmica internacional Exorta os governos a OMS e o UNICEF

assim como outras organizaccedilotildees internacionais entidades multilaterais e bilaterais

organizaccedilotildees governamentais agecircncias financeiras todos os que trabalham no

campo da sauacutede e toda a comunidade mundial a apoiar um compromisso nacional e

internacional para com os cuidados primaacuterios de sauacutede e a canalizar maior volume

de apoio teacutecnico e financeiro para esse fim particularmente nos paiacuteses em

desenvolvimento A Conferecircncia concita todos a colaborar para que os cuidados

primaacuterios de sauacutede sejam introduzidosdesenvolvidos e mantidos de acordo com a

letra e espiacuterito desta Declaraccedilatildeo

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

50

ANEXO B - PORTARIA Nordm 648 DE 28 DE MARCcedilO DE 2006

Aprova a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica estabelecendo a revisatildeo de diretrizes e

normas para a organizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) e

oPrograma Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (PACS)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso de suas atribuiccedilotildees e

Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual

momento do desenvolvimento da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a expansatildeo do Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) que se consolidou

como a estrateacutegia prioritaacuteria para reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica no Brasil

Considerando a transformaccedilatildeo do PSF em uma estrateacutegia de abrangecircncia nacional

que demonstra necessidade de adequaccedilatildeo de suas normas em virtude da

experiecircncia acumulada nos diversos estados e municiacutepios brasileiros

Considerando os princiacutepios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida em

Defesa do SUS e de Gestatildeo entre as esferas de governo na consolidaccedilatildeo do SUS

que inclui a desfragmentaccedilatildeo do financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica

Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestatildeo puacuteblica por

resultados mensuraacuteveis e

Considerando a pactuaccedilatildeo na Reuniatildeo da Comissatildeo Intergestores Tripartite do dia

23 de marccedilo de 2006 resolve

Art 1ordm Aprovar a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica com vistas agrave revisatildeo da

regulamentaccedilatildeo de implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo vigentes nos termos

constantes do Anexo a esta Portaria Paraacutegrafo uacutenico A Secretaria de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede SASMS) publicaraacute manuais e guias com

detalhamento operacional e orientaccedilotildees especiacuteficas desta Poliacutetica

Art 2ordm Definir que os recursos orccedilamentaacuterios de que trata a presente Portaria corram

por conta do orccedilamento do Ministeacuterio da Sauacutede devendo onerar os seguintes

Programas de Trabalho

I - 1030112140589 - Incentivo Financeiro a Municiacutepios Habilitados agrave Parte Variaacutevel

do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica

II - 1030112148577 - Atendimento Assistencial Baacutesico nos Municiacutepios Brasileiros

e

III - 1030112148581 - Estruturaccedilatildeo da Rede de Serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica de

Sauacutede

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

51

ANEXO C - PORTARIA Nordm 302 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2009

Estabelece que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede - EACS

O MINISTRO DE ESTADO DA SAUacuteDE no uso das atribuiccedilotildees que lhe

confere o inciso II do paraacutegrafo uacutenico do art87 da Constituiccedilatildeo Federal e

Considerando o disposto na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica aprovada pela

Portaria No- 648GM de 28 de marccedilo de 2006

Considerando a necessidade de incentivar a reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede

bucal na atenccedilatildeo baacutesica por meio da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

Considerando a necessidade de ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo brasileira agraves

accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede bucal e Considerando que

a Portaria SASMS Ndeg 750 de 10 de outubro de 2006 alterada pelas Portarias

SASMS Ndeg 80 de 13 de fevereiro de 2007 e Ndeg 368 de 29 de junho de 2007

definiu que o cadastro das equipes de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede da Famiacutelia com

Sauacutede Bucal (Modalidade I e II) e de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede somente seraacute

realizado por meio do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede

- SCNES e geraraacute os dados fiacutesicos e da composiccedilatildeo das equipes para o repasse

dos incentivos financeiros resolve

Art 1ordm Estabelecer que profissionais de Sauacutede Bucal da Estrateacutegia Sauacutede da

Famiacutelia poderatildeo ser incorporados agraves Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS

Paraacutegrafo uacutenico Mantecircm-se como requisitos necessaacuterios para a incorporaccedilatildeo dos

profissionais de sauacutede bucal nas Equipes de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede -

EACS os definidos para a incorporaccedilatildeo desses profissionais nas equipes de sauacutede

da famiacutelia conforme o Capiacutetulo II item 3 do Anexo agrave Portaria Ndeg 648GM de 28 de

marccedilo de 2006 agrave exceccedilatildeo que os profissionais de sauacutede bucal poderatildeo estar

vinculados somente a uma equipe de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

Art 2ordm Definir que os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de

Sauacutede Bucal - ESB vinculadas a EACS sejam transferidos conforme modalidade de

implantaccedilatildeo da ESB e valores vigentes a cada mecircs tendo como base o nuacutemero de

equipes de ACS com profissionais de sauacutede bucal cadastrados no Sistema de

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO

52

Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sauacutede - SCNES na competecircncia

anterior ao da competecircncia financeira

Art 3ordm Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo com efeitos

financeiros a partir da competecircncia CNES de fevereiro de 2009

JOSEacute GOMES TEMPORAtildeO