URBANISMO E ÁREAS AFINS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS ARQUITETURA E URBANISMO CAMPUS HENRIQUE SANTILLO URBANISMO ANA CAROLINE C. SILVA DANILLO DE SOUZA MOURA LUDYMILLA LOPES COELHO NARIEL ARAÚJO ANÁPOLIS-GO 2014

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O trabalho engloba todas as áreas possíveis ligadas ao urbanismo, métodos de como trabalhar, remuneração do profissional, bem como alguns estudos de caso representando os diferentes tipos de métodos utilizados em cada um.

Transcript of URBANISMO E ÁREAS AFINS

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    ARQUITETURA E URBANISMO

    CAMPUS HENRIQUE SANTILLO

    URBANISMO

    ANA CAROLINE C. SILVA

    DANILLO DE SOUZA MOURA

    LUDYMILLA LOPES COELHO

    NARIEL ARAJO

    ANPOLIS-GO

    2014

  • ANA CAROLINE C. SILVA

    DANILLO DE SOUZA MOURA

    LUDYMILLA LOPES COELHO

    NARIEL ARAJO

    URBANISMO

    Trabalho apresentado disciplina de

    Legislao e tica Profissional como

    requisito para a nota da 1 VA.

    Orientador (a):

    Anelizabete A. Teixeira

    ANPOLIS-GO

    2014

  • SUMRIO

    1. INTRODUO..........................................................................................................5

    2. URBANISMO / URBANISTA..................................................................................6

    3. URBANISMO NO BRASIL......................................................................................8

    4. URBANIZAO........................................................................................................9

    5. FORMAO ACADMICA..................................................................................11

    5.1 PERFIL.......................................................................................................................12

    6. LEGISLAO..........................................................................................................13

    7. REAS DE ATUAO E ESPECIALIDADES.....................................................13

    7.1. PODER PBLICO.....................................................................................................14

    7.2. REA ACADMICA.................................................................................................15

    7.3. PROJETOS DE REURBANIZAO EM PARCERIAS PBLICO-

    PRIVADAS................................................................................................................15

    7.4. CONSULTORIA PARA GRANDES CONSTRUTORAS........................................15

    7.5. PLANEJAMENTO URBANO...................................................................................16

    7.6. DESENHO URBANO................................................................................................17

    7.7. PLANO DIRETOR.....................................................................................................17

    7.8. SINTAXE ESPACIAL...............................................................................................19

    7.9. SUSTENTABILIDADE URBANA...........................................................................20

    7.10. MOBILIDADE URBANA.........................................................................................21

    7.11. PAISAGEM URBANA..............................................................................................22

    7.12. MORFOLOGIA URBANA........................................................................................23

    8. ENTREVISTA............................................................................................................24

    8.1. MERCADO DE TRABALHO.....................................................................................24

    8.2. REMUNERAO.......................................................................................................25

    8.3. METODOLOGIA DE TRABALHO E FERRAMENTAS DE DO ESCRITRIO............................................................................................................26 8.4. MULTIDICIPLINARIDADE (REAS AFINS) ........................................................27

    8.5. ESPECIALIZAO....................................................................................................28

    8.6. PROJETO (ENTREVISTADO) .................................................................................29

    9. CONSIDERAES FINAIS....................................................................................30

    REFERNCIAS CONSULTADAS..........................................................................32

  • 4

    1. INTRODUO

    O urbanismo a disciplina e atividade tcnica relacionada com o estudo,

    planejamento, controle e regulao das cidades, que a v como objeto a ser estudado. E o

    urbanista o profissional que lida com tais estudos, sendo uma de suas atividades propor

    meios de sanar os problemas encontrados.

    Em pouco mais de 50 anos, samos de um pas majoritariamente rural para um pas

    urbano, que apresenta 81% da populao, estimada em 170 milhes pelo IBGE (Censo IBGE,

    2000), habitando as cidades. Isso refora a necessidade de se estudar, conhecer e criar

    mtodos de melhorar esse habitar, assim entender o Urbanismo e o Urbanista de grande

    relevncia. Alm disso, compreender a atuao do Urbanista, assim como os vrios tipos de

    atuao na rea da Arquitetura e Urbanismo esclarece dvidas frequentes de estudantes do

    curso e clareia ideias referentes que rea pode-se atuar.

    O objetivo dessa pesquisa realizar um estudo da atuao do profissional Urbanista, e

    questes referentes a isso. Para tanto, alm da pesquisa terica e documental, a realizao de

    uma entrevista com um urbanista atuante no mercado de trabalho faz-se de suma importncia

    no sentido de conhecer detalhes da profisso.

    O texto estrutura-se em sete partes, que em conjunto esclarece questes referentes ao

    Urbanismo e a atuao do Urbanista. A organizao textual comea destacando definies a

    respeito do Urbanismo e o Urbanista, em seguido a nfase dada no Urbanismo no Brasil,

    buscando relatar o surgimento e desenvolvimento do mesmo em cidades brasileiras. A terceira

    parte refere-se Urbanizao, suas definies e as diferentes classificaes das cidades

    relacionadas s suas caractersticas principais. A Formao, Legislao, reas de Atuao e

    Especialidades (quarta, quinta, sexta e stima parte do texto respectivamente) se destacam,

    visto que o objetivo aqui conhecer a atividade profissional do Urbanista, e para contribuir

    com alcance de tal objetivo a Entrevista com um profissional da rea, stima parte do texto,

    relatada de forma a esclarecer questes referentes ao mercado de trabalho, remunerao,

    metologia de trabalho e ferramentas de organizao do escritrio, multidisciplinaridade,

    especializaes.

    importante ressaltar que este texto no se prope a esgotar a discusso sobre o

    Urbanismo e o Urbanista, mas sim fazer com que seja dada uma contribuio para a

    abordagem do tema, buscando entender como o Urbanismo se constituiu como campo do

  • 5

    conhecimento voltado ao estudo da cidade e as diversas questes referentes atuao do

    Urbanista.

    2. URBANISMO / URBANISTA

    Os termos urbanizao e urbanismo, com o sentido de planejamento urbano,

    foram usados pela primeira vez na segunda metade do sculo XIX por Ildefonso Cerd,

    responsvel pelo projeto de ampliao de Barcelona na dcada de 1850, em sua obra Teoria

    Geral da Urbanizao, resultado de seus estudos anteriores e a publicao mais notria de

    Cerd. Ele cunhou o termo urbe para designar de modo geral os diferentes tipos de

    assentamento humano e o termo urbanizao designando a ao sobre a urbe. Destes termos

    muito prximos surgir o nome urbanismo no incio do sculo XX.

    Leopoldo Mazzaroli, citado Mukai (1988), definiu o urbanismo como a cincia que

    se preocupa com a sistematizao e desenvolvimento da cidade, buscando determinar a

    melhor posio das ruas, dos edifcios e obras pblicas, de habitao privada, de modo que a

    populao possa gozar de uma situao s, cmoda e estimada.

    Com a revoluo industrial surge o chamado urbanismo moderno, baseado em

    quatro objetivos fundamentais: descongestionar o centro das cidades para cumprir as

    exigncias de fcil circulao; aumentar a densidade do centro das cidades para realizar o

    contato exigido pelos negcios oriundos no crescente mundo capitalista; aumentar os meios

    de circulao, ou seja, modificar as dimenses das ruas, que se encontravam sem efeito diante

    dos novos meios de transporte; e aumentar as chamadas reas verdes visando gerar maior

    lazer e menor estresse aos novos trabalhadores urbanos.

    Com a urbanizao nasce a necessidade de regulamentar e ordenar o crescente e

    interminvel processo de edificao, gerando a criao de regras e normas disciplinadoras que

    se tornaram o embrio de um novo ramo jurdico.

    A Poltica de Urbanizao, segundo Lim, em sua essncia, visa resolver os problemas

    de uma sociedade em determinada rea ou espao e numa poca especfica, levando-se

    sempre em considerao que a sociedade e seu espao se transformam continuamente no

    tempo, sem que seja observado, entretanto, um mnimo de sincronismo entre eles.

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    O termo urbanismo est definido no dicionrio como conjunto das questes relativas

    a arte de edificar uma cidade. Urbanismo e urbanizao so conceitos bastante parecidos e se

    diferenciam apenas em que o urbanismo est mais associado a idia de urbanizar e a definio

    de urbanizao est ms ligada a ao. De fato urbanismo considerado como uma disciplina,

    uma tcnica da arquitetura que se relaciona com o planejamento das cidades, seu maior objeto

    de pesquisa e interveno.

    Em geral o urbanismo a cincia que com o objetivo de buscar a melhor localizao

    para as ruas, para os edifcios, as instalaes pblicas de maneira que a populao que viva

    nestes espaos encontre um lugar agradvel e tambm cmodo e com adequadas condies

    sanitrias para viver.

    O urbanismo estuda as formas de apresentao do espao urbano, se ocupa

    da organizao desse espao urbano acompanhando seu desenvolvimento e procurando

    caminhos para melhorar a qualidade de vida dos cidados atravs das diversas transformaes

    que pode oferecer a determinado espao.

    O Urbanismo apresenta carter multidisciplinar, inserido no contexto de uma

    sociedade em processo de constante crescimento demogrfico e respondendo a uma forte

    presso de civilizao e urbanidade, enfrentando suas demandas e problemas. Pode-se dizer

    que o urbanismo a ao de projetar e ordenar espaos construdos, um conjunto de prticas e

    ideias. Apesar da matria prima do urbanismo ser a arquitetura, o estudo do urbanismo

    dialoga com outras disciplinas tais como a ecologia, geologia, geografia e outras cincias.

    As notcias dos ltimos anos das grandes cidades brasileiras faz perceber que no h

    nada mais urgente do que repens-las. Especulao imobiliria, falta de parques e espaos

    pblicos, crescimento da demanda por infraestrutura e manifestaes por melhoria no

    transporte pblico e mobilidade urbana. E a que surge a grande importncia do urbanista,

    para solucionar tais problemas e repensar a cidade.

    O urbanista esse profissional que tem seus olhos voltados para a cidade, que atua

    principalmente em municpios e rgos pblicos, com planejamento e desenho urbano, plano

    diretor, mobilidade, paisagem e morfologia urbana, projetos de reurbanizao em parcerias

    pblico-privadas, mas pode tambm se dedicar a rea acadmica, consultoria para grandes

    construtoras, sustentabilidade urbana, alm de se dedicar ao estudo sintaxe espacial.

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    3. URBANISMO NO BRASIL

    Francisco de Oliveira (1978) identificava a natureza real da urbanizao brasileira no

    seu famoso texto conhecido como o ovo de Colombo: trata-se da extenso a todo o espao

    nacional das relaes de produo capitalistas. Segundo Oliveira, no havia mais problemas

    agrrios, todos os problemas nacionais eram agora urbanos.

    Segundo Leme (1999), o planejamento urbano no Brasil passou por etapas que

    reproduziram as necessidades e tendncias de sua poca. Sendo a primeira Os planos de

    embelezamento, esses que marcaram os anos de 1875 a 1930 e o surgimento do

    planejamento urbano no pas. Esses planos eram em sua maioria influenciados pela tradio

    europeia, geralmente limitados a reas especificas, como o centro da cidade, e consistiam

    basicamente no alargamento de vias, excluso de ocupaes de baixa renda das reas mais

    centrais, implementao de infraestrutura, especialmente de saneamento, e ajardinamento de

    parques e praas.

    Os planos de conjunto compreendem o segundo momento do planejamento urbano

    no Brasil (1935 a 1965), e aqui a cidade como um todo j includa, e as vias agora no so

    pensadas apenas em termos de embelezamento, mas tambm em termos de transporte.

    J o terceiro momento que compreende os planos de desenvolvimento integrado,

    compreendido entre 1965 e 1971, marcado pela complexidade, rebuscamento tcnico e

    sofisticao intelectual, distanciando as propostas contidas no plano de sua execuo.

    Na quarta fase, planos sem mapas (1971 a 1992), contrapondo o momento anterior,

    os planos passam a serem elaboradas sem os diagnsticos tcnicos extensos e, at mesmo,

    sem os mapas espacializando propostas.

    O urbanismo s comeou a ser efetivamente utilizado no Brasil a partir do fim

    do sculo XIX, quando foi fundada a cidade de Belo Horizonte, cujo plano comeou a ser

    elaborado em 1894. O planejamento urbano serve para evitar os problemas que ocorrem com

    as cidades que crescem rapidamente e no tm um acompanhamento adequado. Ocorreu no

    Brasil o planejamento urbano para a criao de algumas cidades, entre elas a capital federal,

    Braslia.

    Braslia se destaca como o grande exemplo brasileiro de cidade projetada. O projeto da

    atual capital brasileira, escolhido por concurso nacional, de autoria do arquiteto Lcio

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    Costa, cuja obra urbanstica foi profundamente influenciada pelas ideias de Le Corbusier.

    Alm da capital mineira e a capital federal, Goinia outro exemplo de cidade planejada, ela

    foi projetada e construda para ser a nova capital do Estado, substituindo a antiga e Vila Boa

    de Gias; foi fundada em 1933, obedecendo a plano do arquiteto Attilio Corra Lima

    primeiro urbanista formado do Brasil e alterado pelos irmos, Coimbra Bueno a partir de

    1935.

    O crescimento e o desenvolvimento do Brasil impulsionaram o surgimento de diversas

    cidades, principalmente com o surgimento de indstrias, que possibilitaram novos empregos,

    atraindo a populao que vivia no campo para a cidade. Mas esse processo no ocorreu da

    mesma forma em todo o pas. Algumas regies brasileiras urbanizaram-se mais do que outras

    em razo das polticas pblicas, as regies Sul e Sudeste destacam-se nesse quesito.

    Atualmente, o urbanismo no Brasil marcado por uma enorme diversidade de

    situaes e dinmicas. A cada dia maior o nmero de pessoas migrando para os grandes

    centros, isso faz com que algumas cidades do pas cresam a taxas superiores a 10% ao ano.

    Assim persiste o esvaziamento demogrfico de zonas rurais e pequenas cidades, que muitas

    vezes se tornam lugar de pobreza e precariedade urbanstica.

    4. URBANIZAO

    O conceito de urbanizao existe em todos os pases, e ganhou fora, sobretudo depois

    da I Guerra Mundial. Urbanizao o processo de crescimento das cidades, onde suas

    caractersticas se afastam das particularidades rurais, para se aproximar das

    peculiaridades urbanas. Geralmente, est associado ao desenvolvimento da civilizao e da

    tecnologia, estando tambm associado a ao de dotar uma rea com infraestrutura e

    equipamentos urbanos. A urbanizao estudada por vrias cincias, como a sociologia, a

    geografia e a antropologia, urbanismo e suas disciplinas que procuram entender, regular,

    desenhar e planejar os processos de urbanizao.

    Segundo Ross (2005), urbanizao representa o desenvolvimento das cidades, sendo

    que este desenvolvimento urbano acompanhado de crescimento populacional, por conta da

    busca de muitas pessoas pela infraestrutura das cidades. A urbanizao planejada apresenta

    significativos benefcios para os habitantes. E quando no h planejamento urbano, os

    problemas sociais se multiplicam nas cidades.

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    Ross afirma que no sculo XX a urbanizao ganhou fora no Brasil graas

    industrializao, e s depois da metade desse sculo o Brasil passou a ser considerado um pas

    urbano para que um pas seja considerado urbanizado, a quantidade de pessoas que vive na

    zona urbana de ser maior que a quantidade que vive na zona rural. Essa industrializao

    trouxe muitos progressos de nvel tcnico, como introduo do sistema hidrulico, de

    iluminao, e saneamento bsico, alm de ter surgido tambm planos para construir

    logradouros pblicos com zonas verdes. No Brasil, essa urbanizao ocorreu de forma rpida

    e desorganizada. Sendo que a urbanizao de uma zona dependia muito dos recursos que

    poderiam ser encontrados no local.

    A industrializao do sculo XIX provocou um rpido crescimento das cidades, com o

    resultado de grandes aglomeraes de habitaes em pssimas condies, problemas de

    abastecimento, zonas insalubres e dificuldade de trnsito, o aumento do trfego e a instalao

    de indstrias provocaram e ainda provocam contaminao crescente do meio.

    Segundo Peter (1995) o processo de urbanizao deu lugar origem de grandes

    cidades, que perderam os limites precisos entre elas, entre outras caractersticas que surgiram

    com o acelerado processo de urbanizao. Podemos ento classificar as cidades com seu

    tamanho, atividade econmica, importncia regional entre outros atributos:

    a) Municpios: no Brasil, so as menores divises poltico-administrativas, possui

    governo prprio, sua rea de atuao compreende as zonas urbana e rural pertencentes

    ao municpio.

    b) Cidade: a sede do municpio, independente do nmero de habitantes que possa ter, as

    atividades econmicas nas cidades diferem das do campo, as atividades principais so

    centralizadas nos setor secundrio e tercirio.

    c) Macrocefalia urbana: caracteriza-se pelo crescimento acelerado dos centros urbanos,

    principalmente nas metrpoles, provocando o processo de marginalizao das pessoas

    que por falta de oportunidade e baixa renda residem em bairros que no possuem os

    servios pblicos bsicos, e com isso enfatiza o desemprego, contribui para a

    formao de favelas, resultando na excluso social de todas as formas.

    d) Metrpoles: so as cidades que sediam regies metropolitanas.

    e) Conurbaes: o fenmeno em que, devido ao crescimento da zona urbana de um

    municpio esta ultrapassa seus limites e assim se funde zona urbana de municpios

    vizinhos. .

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    f) Regies metropolitanas: a unio de dois ou mais municpios formando uma grande

    malha urbana, comum nas cidades sedes de estados.

    g) Megalpole: a unio de duas ou mais regies metropolitanas.

    h) Tecnoplos: ou cidades-cincia, so cidades onde esto presentes centros de

    pesquisas, universidades, centros de difuso de informaes. Geralmente os

    tecnoplos esto alienados a universidades e indstrias.

    i) Verticalizao: a transformao arquitetnica de uma cidade, ou seja, a mudana da

    forma horizontal das construes, para a verticalizao.

    j) Segregao espacial: o foco do poder pblico s regies onde a parcela da populao

    possui melhor poder aquisitivo, e omisso s regies perifricas desprovidas dos

    servios pblicos.

    k) Cidades formais: so cidades projetadas, que comportam rede de saneamento bsico e

    ruas planejadas com suporte ao trnsito.

    Cidades informais: so compostas pelas regies onde no existem infraestrutura

    suficiente.

    5. FORMAO ACADMICA

    No Brasil, o urbanismo e a arquitetura esto entrelaados na faculdade e cabe ao

    estudante, ao longo do curso, comear a se dedicar pessoalmente sua rea de maior

    interesse. Enquanto isso em pases da Europa e tambm Estados Unidos, as profisses so

    distintas e seu estudo separado. Assim urbanista brasileiro deve correr atrs de aprofundar

    seus conhecimentos com outros cursos de ps-graduao, mestrado e doutorado.

    O curso visa capacitar o aluno a atuar profissionalmente segundo o que a legislao

    brasileira estabelece nas diferentes reas de atuao.

    Segundo Gamo (1996), toda a formao do arquiteto deve ter por finalidade capacit-

    lo para que seu trabalho responda s demandas da sociedade. Atualmente temos mais de

    duzentas faculdades de Arquitetura e Urbanismo em todo o pas.

    Outro aspecto de importncia na formao profissional so os estgios, to necessrios

    complementao do ensino, pois so colocados em prtica os conhecimentos e habilidades

    adquiridas.

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    Gamo (1996) destaca a falta de informao para os estudantes sobre viso empresarial,

    pois grande quantidade de profissionais, que chega ao mercado de trabalho, cobram valores de

    honorrios inadequados, desrespeitando as tabelas referenciais de honorrios, por

    desconhecimento de sua composio.

    Os trabalhos das disciplinas prticas abordam temas que contemplam desde o desenho

    do objeto at o desenho da cidade, passando pelo projeto de moradias, edifcios de habitao

    coletiva, edifcios comerciais, institucionais, loteamentos. Tudo isso de forma a abranger as

    quatro grandes atividades do homem: habitar, circular, trabalhar e cultivar corpo e esprito.

    Segundo Silva (1999), a educao do arquiteto e urbanista deve ser assegurada por um

    ensino de nvel universitrio que mantenha o equilbrio entre os aspectos terico-conceituais,

    que constituem os campos de conhecimento de fundamentao e a pesquisa cientfica, e a

    prtica profissional, entendida como estgios curriculares e atividades de extenso e de

    pesquisa aplicada.

    5.1 PERFIL

    Antes de escolher o urbanismo como rea de atuao uma das primeiras questes que

    se deve levar em conta se tem o perfil certo para isso. O urbanista tem um papel importante

    no processo de democratizao do debate sobre a cidade. Um bom planejador urbano um

    bom mediador, sabe ouvir, est aberto a negociar, no tem apenas uma soluo formal na

    cabea, ele vai onde o povo est. Alm disso, preciso fazer uma boa leitura dos problemas

    urbanos para ter boas respostas.

    O urbanismo d certo quando d voz para todos, quando entende que o espao pblico

    tambm poltico e simblico e precisa ser explorado pelos seus cidados.

    O urbanista tem relao direta com a sua cidade, e para isso precisa estar sempre alerta

    para as caractersticas e mudanas dela.

    notvel que urbanistas sejam sonhadores, querem fazer da cidade um lugar melhor, e

    muitas vezes apresentam propostas utpicas.

    Para exercer a funo de urbanista fundamental ter capacidade de observao e

    anlise, gosto de trabalho em equipe, meticulosidade e exatido. Alm disso ateno a

    detalhes, capacidade de comunicao, capacidade de negociao, capacidade de ouvir

  • 12

    sugestes e crticas, capacidade de planejamento, esprito inovador, raciocnio espacial

    desenvolvido so caractersticas desejveis.

    6. LEGISLAO

    O Arquiteto e Urbanista pode atuar em diversas reas, uma dela o Urbanismo, e tal

    questo est amparada pela Lei Federal N 12.378, que regulamenta o exerccio da

    Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e

    os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal (CAUs); e d

    outras providncias, em seu Artigo 2 que estabelece as atividades e atribuies do arquiteto e

    urbanista, especificando no pargrafo.

    Conforme o Art.2, 5. da Lei Federal N 12.378 (Brasil, 2010), o arquiteto e

    urbanista pode fazer: Planejamento Urbano e Regional, planejamento fsico-territorial, planos

    de interveno no espao urbano, metropolitano e regional fundamentados nos sistemas de

    infraestrutura, saneamento bsico e ambiental, sistema virio, sinalizao, trfego e trnsito

    urbano e rural, acessibilidade, gesto territorial e ambiental, parcelamento do solo,

    loteamento, desmembramento, remembramento, arruamento, planejamento urbano, plano

    diretor, traado de cidades, desenho urbano, sistema virio, trfego e trnsito urbano e rural,

    inventrio urbano e regional, assentamentos humanos e requalificao em reas urbanas e

    rurais.

    7. REAS DE ATUAO E ESPECIALIDADES

    O Urbanista tanto pode exercer a sua profisso como autnomo ou pode atuar em

    empresas, especialmente as de arquitetura e de engenharia, como tambm estar vinculado a

    prefeituras, rgos pblicos, organizaes no governamentais (ONGs) e instituies de

    ensino e pesquisa. Levanta-se aqui um conjunto de reas de atuao e especialidades,

    mostrando as diversas oportunidades de trabalho em um riqussimo leque de caminhos

    profissionais.

    7.1. PODER PBLICO

    A atuao do profissional urbanista no Poder Pblico consiste nos projetos urbanos de

    requalificao, reabilitao, revitalizao, desenvolvidos pelo Estado - que entrelaa medidas

  • 13

    legislativas com medidas executivas visando alteraes significativas de certas reas

    intraurbanas, em certo prazo. Como exemplos, tem-se a controvertida reabilitao da rea da

    cracolndia (Nova Luz), em So Paulo, ou o projeto de revitalizao da rea do porto do

    Rio de Janeiro. Nestes casos, o Poder Pblico desenvolve e executa projetos especficos para

    pores determinadas do territrio, o que no se confunde com as hipteses anteriores. Os

    projetos urbanos de grande porte possuem regras muito especfica, vlidas apenas no mbito

    do prprio projeto.

    Segundo Castilho (2013), a atuao do urbanista:

    pode e deve, em nome do interesse coletivo, moldar a utilizao do direito de

    propriedade sobre o lote (e at mesmo a formao do prprio lote) de modo a que

    valores socialmente relevantes sejam garantidos em cada unidade imobiliria e, pois,

    edilcia. A modelao determinada pela lei atinge o uso, a ocupao e a

    transformao do solo urbano, entendidos todos eles em sentido bastante amplo. O

    proprietrio no livre para determinar nem o que fazer (decorrncia do plano)

    nem quando fazer (haja vista a sanes sucessivas do art. 182/ 4 da Constituio

    Federal em permetros delimitados pelo mesmo plano urbanstico) e nem como fazer

    (as regras tcnicas).

    o vis mais comum do urbanismo. As cidades crescem cada vez mais, de forma

    descontrolada e desorganizada, o que faz piorar a qualidade de vida dos habitantes dela. Esse

    processo torna cada vez mais necessrio, a atuao do urbanista, junto a uma equipe

    multidisciplinar nas prefeituras e rgos pblicos buscando solues para os problemas que

    surgem com o desenvolvimento das cidades. Cresce a necessidade de todos os municpios

    terem uma equipe voltada para o estuda da cidade e elaborao de projetos e intervenes que

    melhorem essas. Municpios pequenos, em sua maioria, no tm um capital suficiente para

    manter um profissional, ou uma equipe, destinado a olhar para cidade, porm, medidas vm

    sendo tomadas para que isso seja possvel, como os chamados consrcios de planejamento

    regional, que se destinam a reunir os recursos de um grupo de municpios, para a contratao

    de um determinado escritrio que se destinar a desenvolver planos regionais.

    7.2. REA ACADMICA

    Nessa rea o urbanista pode se dedicar a pesquisas cientficas e estudos, mais do que

    execuo dos projetos, e faz parte do corpo docente de universidades e faculdades.

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    Os Cursos de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo reconhecidos pelo MEC

    oferecem uma formao que abrangem todas as reas de atuao da profisso, garantindo a

    atuao dentro dos parmetros legais exigidos. O curso oferece vrias oportunidades, visando

    formar profissionais reflexivos e crticos, plenos nas suas atribuies, para atuar na

    organizao, produo e construo de espaos abertos e fechados e aptos para darem aulas. E

    a atuao do urbanista esta envolvida nesse contexto acadmico, onde se procura contribuir

    com a essa formao, buscando capacitar cada vez melhor esses futuros profissionais.

    7.3. PROJETOS DE REURBANIZAO EM PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS

    Revitalizaes de centros histricos, reurbanizao de reas degradas, solues de mobilidade

    e outros projetos que podem ser feitos parceria com vrias esferas da sociedade. O urbanista

    deve ser o elo de todos esses interesses.

    7.4. CONSULTORIA PARA GRANDES CONSTRUTORAS

    Desenvolve projetos de empreendimentos integrados cidade ou mesmo bairros planejados

    com mais identificao com o que as cidades pedem hoje: mobilidade, contato com a

    natureza, reduo de impactos sociais e ambientais.

    7.5. PLANEJAMENTO URBANO

    Planejamento urbano a disciplina tcnico-cientfica e a profisso que lida com

    polticas pblicas relacionadas qualidade de vida dos habitantes de reas urbanas, rurais no

    mbito local, regional e internacional. Assim sendo, o planejamento urbano lida,

    simultaneamente, com o desenvolvimento socioeconmico e cultural, a mobilidade urbana, a

    infraestrutura de transporte e de saneamento bsico, a poltica habitacional, a qualidade e o

    acesso aos espaos pblicos, proteo e conservao do meio-ambiente natural e de reas

    pblicas verdes em meio urbano, a resoluo de conflitos comunitrios, a gerncia e criao

    dos equipamentos urbanos, o desenvolvimento e implantao de servios pblicos e o

    controle do uso do solo, entre outras questes.

    O planejamento urbano, alm de agir diretamente no ordenamento fsico das cidades,

    trabalha com os processos que a constroem, ainda que indiretamente; lida com processo de

  • 15

    criao e desenvolvimento de programas e servios que visam melhorar a qualidade de vida

    da populao de reas urbanas existentes ou a serem planejadas.

    Para Rodrigues (2008), o planejador urbano o profissional responsvel pelas

    diretrizes de crescimento e desenvolvimento urbano e regional, incluindo a definio dos

    critrios a serem seguidos pelos urbanistas durante o processo de concesso de licenas de

    construo, lida basicamente com os processos de produo, estruturao e apropriao do

    espao urbano. uma atividade multidisciplinar. Trabalha para

    o governo ou empresas privadas que esto interessadas no planejamento e construo de uma

    nova cidade ou comunidade, trabalham tradicionalmente junto s autoridades locais.

    O dia-a-dia de um planejador urbano inclui principalmente melhorias na qualidade de

    vida das comunidades. Para o planejador urbano, uma comunidade um sistema

    interdependente entre seres vivos e espao construdo e o bem-estar das partes depende da

    qualidade das outras.

    Segundo Araujo (2008), o trabalho de planejamento envolve especialmente o contato

    com o processo de produo, estruturao e apropriao do espao urbano, e no apenas sua

    configurao posterior. Tambm precisam prever o futuro e os possveis impactos, positivos e

    negativos, causados por um plano de desenvolvimento urbano, e podem ser acompanhados de

    controvrsias, j que eles podem contrariar a opinio de grupos com interesses especficos

    que, s vezes, no correspondem necessidade da populao majoritria.

    7.6. DESENHO URBANO

    As bases dos estudos de desenho urbano encontram-se em meados da dcada de 1950,

    quando apareceram crticas sobre o urbanismo moderno, principalmente quanto questo do

    zonning, e o interesse pela anlise da paisagem urbana. CASTELNOU (2013)

    O profissional que atua nessa rea atua em 03 tipos de espaos na cidade: naqueles

    destinados s pessoas (locais calados ou no, como ruas, calades, ptios, etc.); naqueles

    destinados aos veculos (vias, garagens e estacionamentos de automveis ou outros tipos de

    veculos); naquelas destinados vegetao (praas, parques e demais espaos verdes

    urbanos).

  • 16

    7.7. PLANO DIRETOR

    o documento que sintetiza os objetivos acordados por unanimidade para o

    Municpio, estabelecendo princpios, diretrizes e normas a serem utilizadas como base nas

    decises que envolvem o processo de desenvolvimento urbano. Para a ABNT (1991), Plano

    diretor o Instrumento bsico de um processo de planejamento municipal para a implantao

    da poltica de desenvolvimento urbano, norteando a ao dos agentes pblicos e privados.

    A diversidade das cidades faz com que seja normal a existncia de objetivos

    conflitantes e, por isso, discutir sobre os objetivos pode ajudar a encontrar solues que

    contemplem mais de um ponto de vista.

    Durante o processo de elaborao do plano diretor, os planejadores urbanos,

    representados por profissionais de vrias reas, como engenheiros, arquitetos e urbanistas,

    gelogos, economistas, socilogos, gegrafos, antroplogos, juristas, estatsticos, bilogos,

    analisam a realidade existente do municpio e, com a participao da sociedade civil, prope

    novos rumos de desenvolvimento do municpio, buscando-se alcanar a realidade desejada

    por toda a populao.

    Segundo Villaa (1999) o plano diretor mostra a cidade como ela atualmente e faz

    uma projeo de como ela estar no futuro. Mostra como o terreno da cidade deve ser

    utilizado e se a infraestrutura pblica, como educao, vias pblicas, policiamento e

    de cobertura contra incndio, bem como saneamento de gua e esgoto, e transporte pblico,

    deve ser expandida, melhorada ou criada. O autor destaca o objetivo do plano diretor como:

    fazer com que a propriedade urbana cumpra com sua funo social, entendida como

    o atendimento do interesse coletivo em primeiro lugar, em detrimento do interesse

    individual ou de grupos especficos da sociedade. VILLAA (1999)

    Para Saboya (2007), o objetivo do plano diretor fazer a vida urbana mais confortvel,

    aproveitvel, segura, alm de fornecer um terreno propcio ao crescimento econmico da

    cidade. O plano diretor inclui quase sempre instalaes de transporte pblico, bem como reas

    de recreao, escolas e facilidades comerciais.

    Em um plano diretor recomenda-se como o terreno da cidade deve ser usado.

    Geralmente feito o zoneamento da cidade, onde se determina os tipos de servios e

    ocupao que podem se instalar em determinada regio, permitindo, por exemplo, a presena

    de pequenas indstrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indstrias,

  • 17

    podem permitir o desenvolvimento de reas de uso misto, com uma combinao de indstrias,

    comrcio e residncias. Alm disso, defini as reas que podem ser adensadas, com edifcios

    de maior altura, as reas que devem permanecer com mdia ou baixa densidade, e aquelas

    reas que no devem ser urbanizadas, tais como as reas de preservao permanente. Mas

    tambm h planos diretores de certas cidades, que no impem restries quanto ao limite de

    altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer rea da cidade.

    Um plano diretor tambm pode pedir a demolio de prdios em uma dada regio.

    Alm de sugerir meios de melhorar a aparncia e a beleza da comunidade, com a construo

    de parques, grandes avenidas e centros cvicos.

    Desde 2001, a legislao brasileira exige que a elaborao e a reviso de um plano

    diretor sejam realizadas de forma participativa e democrtica, por meio de debates pblicos,

    audincias, consultas e conferncias. Se no houver participao da sociedade civil, o plano

    diretor pode ser invalidado.

    Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor desenvolvido por uma

    companhia privada, que ento manda o plano para o governo ou municpio, para aprovao.

    J em cidades maiores, uma agncia pblica que desenvolve o plano diretor. Grandes

    cidades costumam possuir um departamento prprio para o planejamento urbano, que

    responsvel por desenvolver, alterar e implementar o plano diretor.

    7.8. SINTAXE ESPACIAL

    A Sintaxe Espacial foi desenvolvida em Londres, por Bill Hillier e colaboradores. Procura

    entender o funcionamento da relao entre a configurao do espao das cidades e as relaes

    entre espao pblico e privado atravs de medidas quantitativas, as quais permitem entender

    aspectos importantes do sistema urbano. A Sintaxe Espacial pode ser aplicada em diversos

    estudos no meio urbano, entre eles: acessibilidade; distribuio do uso do solo; coeso e

    excluso social, segurana; reas comerciais.

    Desde que foi criado, o mtodo j foi aplicado no Brasil, em Porto Alegre, Recife, So

    Jos (SC) e em Braslia e nas suas cidades-satlites, entre outros lugares. Em uma leitura

    tcnica realizada para o Plano Diretor de So Jos SC, foi mostrado que o municpio

    altamente segregado, confirmando as reclamaes dos moradores ouvidos nos eventos de

    leitura comunitria. O mapa da integrao global e o mapa destacando as linhas mais

  • 18

    integradas e as mais segregadas mostram claramente a grande diferenciao entre as partes da

    cidade.

    Figura 1. Segregao e integrao. Saboya. 2007. Figura 2. Integrao Global. Saboya. 2007.

    Os bairros situados a oeste so aqueles com menor integrao global, o que significa

    que esto mais distantes dos outros bairros. Esses bairros podem, portanto, ser considerados

    segregados com relao cidade, que traz prejuzos no apenas em termos de deslocamentos,

    mas tambm cria dificuldades s possibilidades de interao social com os outros bairros da

    cidade.

    Como concluses, foi possvel prever uma estruturao do sistema virio cujos

    principais objetivos foram promover a integrao entre os bairros e aumentar a integrao

    daqueles mais segregados atualmente, atravs de vias arteriais que estabelecessem uma

    estruturao para a rea.

    7.9. SUSTENTABILIDADE URBANA

    A sustentabilidade urbana um debate que surge da necessidade de entendermos o

    conjunto de problemas da qualidade de vida urbana, tais como: alteraes climticas,

    esgotamento de energias fsseis e minerais, desmatamento desenfreado, violncia,

    desigualdade social, transporte pblico escasso, entre outros. So inmeras as questes

    levantadas nesse contexto, assim como a pluralidade com que o termo empregado na

    literatura e documentos, pois, alm da discusso urbana inserida na dimenso ambiental, o

    conceito incorpora as dimenses econmica, social, cultural e poltica.

    Mais segregado

    Mais integrado

    20% dos espaos mais segregados

    5% dos espaos mais integrados

  • 19

    Foram apontadas quatro estratgias de sustentabilidade urbana, identificadas como

    prioritrias para o desenvolvimento sustentvel das cidades brasileiras:

    a) Aperfeioar a regulamentao do uso e ocupao do solo urbano e promover o

    ordenamento do territrio, contribuindo para a melhoria das condies de vida populao,

    considerando a promoo da equidade, a eficincia e a qualidade ambiental;

    b) Promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de

    planejamento e gesto democrtica da cidade, incorporando no processo a dimenso

    ambiental urbana e assegurando a efetiva participao da sociedade;

    c) Promover mudanas nos padres de produo e consumo da cidade, reduzindo custos e

    desperdcios e fomentando o desenvolvimento de tecnologias urbanas sustentveis;

    d) Desenvolver e estimular a aplicao de instrumentos econmicos no gerenciamento dos

    recursos naturais visando a sustentabilidade urbana.

    7.10. MOBILIDADE URBANA

    A mobilidade urbana um atributo do meio urbano que, de formas diferentes, busca

    atender as necessidades de deslocamento para a realizao das atividades cotidianas como:

    trabalho, educao, lazer, sade, cultura, etc.

    Figura 3 Atividades urbanas e deslocamentos. Fonte: Ministrio das cidades

    Pensar em mobilidade urbana ultrapassa a discusso sobre o trnsito e envolve

    questes relativas histria da ocupao dos territrios, ao crescimento econmico e social do

    pas e suas escolhas e polticas pblicas. Significa entender e incorporar fatores econmicos

    como a renda do indivduo; sociais como a idade e sexo; intelectuais como a capacidade de

    compreender e codificar mensagens e at de limitao fsica para utilizar veculos e

    equipamentos do transporte. Ela tem impacto direto sobre a sade e a qualidade de vida das

    pessoas e sugere novas formas de pensar e agir para garantir um modelo sustentvel.

  • 20

    Figura 4 Acessibilidade no meio urbano. Fonte: Ministrio das cidades

    7.11. PAISAGEM URBANA

    O conceito de paisagem urbana, para Gordon Cullen (2006), a arte de tornar

    coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifcios, ruas e espaos que constituem

    o ambiente urbano.. Esse conceito de paisagem possibilita anlises sequenciais e dinmicas

    da paisagem a partir da arquitetura e do urbanismo. Com base nesse conceito de paisagem

    como elemento organizador, Cullen (2006) apresenta vrios temas para as paisagens urbanas:

    a) Recintos, ptios e pracetas: so espaos urbanos caracterizados pelo sossego e a

    tranquilidade, em que o vai e vem das ruas no to notado. Possuem escala humana e

    geralmente so espaos pontuados por rvores e bancos.

    b) Pontos focais: smbolo de convergncia que define a situao urbana. um elemento

    de fora que se materializa de forma isolada e por vezes marca verticalidade. Cullen

    refora esta ideia dizendo que em geral as pessoas diante de um ponto focal afirmam:

    " aqui", "Pare".

    c) Perspectiva grandiosa: essa paisagem funde o primeiro plano ao longnquo,

    produzindo a sensao de imensido, grandiosidade.

    d) Animismo: uma configurao potica sugerindo que a porta um rosto, ou dc.e que

    a fachada tem uma face na qual a porta a boca, a janela os olhos, etc.

    Figura 5 - Analisando o conceito de paisagem urbana de Gordon Cullen. Adaptado por Adam. 2007.

  • 21

    7.12. MORFOLOGIA URBANA

    A morfologia urbana o estudo da forma no meio urbano nas suas partes fsicas

    exteriores, e seu estudo ocupa-se da diviso do meio urbano em partes e da articulao destes

    entre si. Os elementos morfolgicos do espao urbano so: solo, edifcios, lote, quarteiro,

    fachada, logradouro, traado da rua, praa, monumento, rvore e vegetao, mobilirio

    urbano.

    A noo de forma urbana corresponde um conjunto de objetos arquitetnicos ligados

    entre si por relaes espaciais, sendo a arquitetura a chave da interpretao da cidade como

    estrutura espacial. Lamas, 2010 define a forma urbana como:

    a) Aspectos quantitativos: densidades, superfcies, fluxos, etc.

    b) Aspectos de organizao funcional: relaciona-se com as atividades humanas: habitar,

    instruir-se, tratar-se, comerciar, etc, e tambm com o uso do solo.

    c) Aspectos qualitativos: referem-se ao tratamento dos espaos, comodidade e ao

    conforto do utilizador. No meio urbano refere-se ao estado dos pavimentos, a

    adaptao ao clima, acessibilidade, etc.

    d) Aspectos figurativos: relacionam-se com a comunicao esttica

    8. ENTREVISTA

    Para maior compreenso da atuao do urbanista no atual mercado de trabalho, foi

    realizada uma entrevista com um profissional da rea. Garibaldi Rizzo presidente do Sindicato

    de Arquitetos e Urbanistas do Estado de Gois.

    O arquiteto teve um dos seus primeiros contatos com projetos durante seu segundo

    grau, em 1973 na antiga escola tcnica federal onde realizou um curso tcnico de edificaes

    terminando em 1976. Porm sua graduao foi realizada na antiga universidade Catlica atual

    PUC, onde o arquiteto ingressou em 1977 formando em 1981. Sua primeira atuao

    profissional como arquiteto e urbanista ocorreu em 1983 na superintendncia de planejamento

    de obras do governo, antiga Suplan e atual AGETOP.

    Atua desde 1983 como arquiteto e urbanista de gesto pblica. Atualmente esta

    desenvolvendo um trabalho na secretaria de infraestrutura, cidades e assuntos metropolitanos,

    onde atua como gerente de programas metropolitanos, onde a esquipe esta estudando um novo

  • 22

    plano diretor para a cidade de Goinia, plano este que devido conurbao passa mais

    abrangente, englobando toda a regio metropolitana da cidade.

    8.1. MERCADO DE TRABALHO

    Segundo o arquiteto e urbanista, o mercado de trabalho continua em expanso, uma

    vez que a cada dia mais forte a necessidade de um profissional da rea trabalhando de forma

    ativa dentro das prefeituras de todos os municpios. Porm infelizmente o mercado fora o

    urbanista a perder um pouco da funo social de seu raciocnio, devido ao no interesse dos

    especuladores imobilirios pelo social e os prazos de entrega dos projetos que quando no

    cumpridos, o profissional pode ser substitudo por outro.

    A ser questionado a respeito das possibilidades de entrada de um profissional urbanista

    no mercado, aponta os rgos pblicos como um dos primeiros locais a serem procurados por

    interessados pela rea, e lembra tambm das construtoras de grande porte responsveis pela

    construo de condomnios particulares, porm o campo principal do urbanista ainda nos

    rgos pblicos gerenciando os planos diretores. Atualmente o sindicato juntamente com o

    CAU esta lutando para que se estenda a necessidade do profissional urbanista em cidades de

    pequeno porte, evitando assim as copias que atualmente acontece de planos diretores de

    outras cidades.

    Ainda h bastante resistncia por parte dos prefeitos de algumas cidades quanto

    contratao de um urbanista, pois em alguns casos devido ao tamanho do municpio o salrio

    do profissional ultrapassa ao do prprio prefeito.

    8.2. REMUNERAO

    O entrevistado sugeriu consulta ao site do CAU para esclarecer o mtodo de

    remunerao deste setor e encontramos que a Tabela de Honorrios de Servios de

    Arquitetura e Urbanismo, tem o papel de resgatar o valor do trabalho profissional,

    conscientizando a sociedade da complexidade das atividades que envolvem a execuo de

    projeto. realizada pelas entidades nacionais de arquitetos e urbanistas e ratificada pelo

    Artigo 28 da Lei 12.378/2010, que determina ao CAU/BR aprovar e divulgar tabelas

    iniciativas de honorrios dos arquitetos e urbanistas.

    A Tabela de Honorrios dividida em trs mdulos que englobam as mais de 240

    atividades diferentes que fazem parte das atribuies dos arquitetos e urbanistas, um

  • 23

    documento fundamental para orientar os contratos recomendados pelo Cdigo de tica e

    Disciplina, evitando prticas abusivas.

    Dentre as diferentes atividades exercidas pelo profissional foram discriminados

    servios como, Urbanismo e Desenho Urbano, Instalaes e Equipamentos Referentes ao

    Urbanismo e Relatrios Tcnicos Urbansticos em que se oferece a mesma tabela de

    honorrios.

    O PV Preo de Venda do Servio/Projeto ser resultante da aplicao da formula a

    seguir:

    FRMULA BSICA: PV = S x CUB-R8N x fp, onde:

    PV : Preo de venda do projeto/servio;

    S : rea de interveno do projeto;

    fp : Fator percentual sobre o CUB-R$ por hectare obtido na Tabela de Honorrios de cada

    projeto/ servio em funo da rea de interveno. Para valores intermedirios utiliza-se a

    frmula:

    fp : fp1 - {(fp1-fp2) x [(Sc-Sc1)/(Sc2-Sc1)]}

    CUB : Custo Unitrio Bsico de Edificaes (CUB-R$) do ms do oramento, obtido junto ao

    SINDUSCON do estado destinatrio do projeto/servio (R$/m).

    J o Projeto Urbanstico se deve determinar o Fator Percentual (fp) em funo da rea

    de interveno do projeto:

    ITEM M Hectare (ha) VALOR UNITRIO

    Fp / CUB-R8N

    1 At 20.000 2,00 2400,04%

    2 40.000 4,00 1560,03%

    3 80.000 8,00 1014,02%

    4 160.000 16,00 659,11%

    5 320.000 32,00 428,42%

    6 640.000 64,00 278,47%

    7 1.280.000 128,00 181,01%

    8 2.560.000 256,00 117,66%

    9 5.120.000 512,00 76,48%

    10 A partir de

    10.240.0000

    1.024,00 49,71%

    Tabela 1 - Tabela de honorrios para projeto urbanstico.

  • 24

    8.3. METODOLOGIA DE TRABALHO E FERRAMENTAS DE ORGANIZAO DO

    ESCRITRIO

    O arquiteto quando questionado a respeito da metodologia de trabalho ao contratado

    para a realizao de um projeto, destaca a semelhana com a maneira de trabalho do arquiteto,

    pois os cuidados a serem tomados se assemelham. Porm no caso do urbanista sempre em

    maior escala. Aponta como um dos primeiros cuidados a serem pensados por um urbanista

    quando contratado para o planejamento de um novo municpio, a analise do potencial hdrico

    da rea, ou seja, a capacidade de abastecimento e escoamento da gua na rea a ser

    implantado, em segundo lugar ele diz que de extrema importncia anlise do sistema

    virio (rodovias e acessos regio), e destaca a questo de nenhum municpio crescer isolado

    dos outros municpios devido questo comercial bem como vrias outras. Aps todos esses

    cuidados, passam a analisar os melhores locais para implantao dos equipamentos urbanos

    dentro do futuro municpio sempre levando em considerao a questo da mobilidade urbana.

    Com todos estes estudos j conceituados, o trabalho assim como o do arquiteto

    desenvolvido inicialmente em maio parte mo. Ele destaca a importncia que desenhos

    manuais possuem no trabalho do urbanista. Somente em um segundo momento tal projeto

    passado para programas como AutoCad , dependendo bastante tambm de tecnologias de

    geoposicionamento juntamente com o trabalho do topografo. Cita o memorial descritivo,

    documento onde aponta a localizao espacial do terreno a ser trabalhado como um dos

    documentos principais ao se aprovar um projeto urbano. Quando concludo, o mesmo

    apresentado atravs de pranchas onde aparecem plantas de situao, implantao, memorial

    descritivo de todos os lotes, e uma planilha onde so apresentadas as porcentagens de sistemas

    virios, reservas naturais, reas dos lotes dentre outros dados, e tambm cortes onde mostram

    a declividade do terreno, e como os lotes e vias so implantados nessa situao.

    A prefeitura possui um departamento onde se discute as questes relacionadas s

    politicas de uso de solo, e um projeto entregue deve ser aprovado por um arquiteto e urbanista

    da mesma e tambm por rgos como Saneago, Celg e secretaria do meio ambiente. Cita

    como um dos principais defeitos das prefeituras as normativas internas que ela possui, onde a

    mesma faz alteraes nos projetos enviados sem o conhecimento do urbanista responsvel.

    Aponta a questo dos estacionamentos como uma das principais alteraes em projetos

  • 25

    enviados, onde a especulao imobiliria uma das principais responsveis por tais

    alteraes.

    8.4. MULTIDICIPLINARIDADE (REAS AFINS)

    O urbanista geralmente conta com uma equipe multidisciplinar para o desempenho de

    um projeto urbano, ou quaisquer trabalhos referentes s cidades. Tendo em vista a

    complexidade que projetar um espao pblico, preciso contar com profissionais de outras

    reas para melhor atender s necessidades da populao.

    O entrevistado d o exemplo de uma licitao para o Plano Diretor de uma

    determinada cidade, e afirma que alm do papel do arquiteto urbanista preciso lidar com

    gegrafos, topgrafos, economistas, socilogos, etc.

    Em uma pesquisa feita ao edital para o Plano Diretor para a cidade de Aracruz no

    Esprito Santo, encontramos que a equipe tcnica deveria ser formada por: 01 arquiteto e

    urbanista, para coordenao tcnica, com experincia mnima de 03 anos em trabalhos de

    ordenamento territorial; 01 profissional de nvel superior com experincia em coordenao de

    projetos para o setor pblico; 01 arquiteto e urbanista com experincia mnima de 02 anos em

    trabalhos de ordenamento territorial; 01 advogado com experincia mnima de 06 meses em

    direito urbanstico e ambiental; 01 assistente social com experincia mnima de 06 meses em

    trabalhos de ordenamento territorial; 01 economista com experincia mnima de 06 meses em

    trabalhos de anlise socioeconmica.

    Nota-se o quo abrangente o campo de trabalho do urbanista, e entende-se o grau de

    dificuldade que trabalhar em reas direcionadas ao uso pblico, sendo preciso contar com

    reas afins para uma melhor atuao do urbanista.

    8.5. ESPECIALIZAO

    Quando questionado quanto s qualidades pessoais que o profissional deve possuir, ele

    destaca o espirito social como primordial, pois o urbanista no trabalha em projetos isolados

    como residncias ou com um cliente especfico, aponta tambm o respeito ambiental como

    sendo de suma importncia, bem como uma sensibilidade mesmo que mnima da questo de

    mobilidade urbana. Destaca a importncia de experincia na rea, vivenciar essa profisso

    fazendo estgios, trabalhando e participando ativamente de projetos.

  • 26

    O urbanista relata que a formao em urbanismo, muitas vezes, acaba sendo colocada

    em segundo plano em diversas faculdades, assim a pessoa que se interessa pela rea deve se

    dedicar de forma mais ampla a rea, buscando cursos e especializaes que contribuam com

    sua formao. Porm destaca que a melhor especializao a prtica, onde se lida diretamente

    com as normas e leis que influenciam nesse trabalho. Cursos de especializaes existem, e

    cabe a cada um procurar aquela que mais se identifica.

    Garibaldi Rizzo possui toda sua formao na rea de planejamento urbano mas seu

    maior foco sempre foi a gesto pblica onde trabalha atualmente, porm j trabalhou muito na

    rea industrial citando, por exemplo, que foi o responsvel pelo projeto do distrito agro

    industrial de Aparecida de Goinia. rea na qual no aprofundou muito os estudos, pois

    destaca seu interesse por gesto pblica.

    8.6. PRODUTO (ENTREVISTADO)

    Em texto publicado para o site do Dirio da Manh em 3 de setembro de 2014,

    Garibaldi Rizzo, prope para a Avenida Anhanguera em Goinia, o que j vem acontecendo

    no Novo Plano Diretor Estratgico de So Paulo, as chamadas fachadas ativas, tendo a

    inteno de dar vida s ruas durante as noites transmitindo maior sensao de segurana.

    Segue abaixo o texto publicado:

    O uso de fachadas ativas na revitalizao das reas centrais

    O arquiteto e urbanista Benny Schvasberg fez a palestra de abertura do Seminrio

    Legislativo A cidade que queremos, realizado pelo CAU-GO em parceria com a Cmara

    Municipal de Goinia, na oportunidade abordou o tema Lei e Cidade: Bases Urbansticas e

    Institucionais para as cidades no Brasil, propondo o desenho de uma cidade melhor. Em sua

    palestra Benny destacou o novo Plano Diretor Estratgico (PDE) do municpio de So Paulo,

    aprovado recentemente pela Cmara. A aplicao de diretrizes que esto no PDE pode ser

    uma importante ferramenta para a mudana na forma como a cidade cresce. O plano prev

    uma cidade mais compacta, com adensamento urbano em torno dos eixos virios de

    transporte pblico e conteno do crescimento horizontal, o que reduziria os deslocamentos

    dirios. importante ocupar esses lugares e fazer a cidade crescer para dentro, afirma o

    arquiteto. O desenvolvimento das reas centrais da cidade, que compem o chamado centro

    expandido, mais vantajoso que o crescimento em direo periferia. O conceito de uma

  • 27

    cidade compacta mais sustentvel por permitir o melhor aproveitamento das estruturas

    urbanas e de infraestrutura, defende.

    Uma das bandeiras do novo Plano Diretor Estratgico de So Paulo, as chamadas

    fachadas ativas j enfeitam a paisagem da cidade h algum tempo, s vezes como bons

    casos de integrao das edificaes com o tecido urbano, outras como espelhos da

    degradao de certas regies paulistanas. No texto de lei atualmente em discusso na

    Cmara Municipal, as fachadas ativas so definidas como a exigncia de ocupao da

    extenso horizontal das fachadas por uso no residencial, com acesso direto e abertura para

    o logradouro, a fim de evitar a formao de planos fechados na interface entre as

    construes e o logradouro lindeiro, promovendo a dinamizao dos passeios pblicos.

    Conceitualmente, as fachadas ativas so hoje consenso entre urbanistas como instrumentos

    de promoo de um relacionamento mais harmnico entre edifcios e a cidade, na opinio do

    arquiteto Milton Braga, do Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrpole (Urbem).

    Estamos combatendo a cidade setorizada e o prdio monofuncional, com um grande muro

    ou uma grade com jardim, portanto, a alternativa o prprio comrcio. E, como as nossas

    caladas so pequenas, muito bom que haja uma integrao, diz Braga.

    Esta viso tambm defendida pelo Sindicato de Arquitetos e Urbanistas de Gois

    para ser aplicada em Goinia, especificamente nos eixos virios da Capital, na Avenida

    Anhanguera, por exemplo, que ir receber o VLT, sendo um local ideal de adensamento

    urbano com o uso misto residencial e comercial, incentivando pontos comerciais com

    atividade ininterrupta, dando vida s ruas durante as noites, aumentando a sensao de

    segurana e dar vida a reas em processo de decadncia.

  • 28

    9. CONSIDERAES FINAIS

    Entender os conceitos de urbanismo, em que consiste a profisso do urbanista, como

    se d esse processo de urbanizao das cidades e o surgimento do urbanismo no Brasil foi de

    suma importncia na compreenso final da atuao do profissional do urbanismo. Esse

    aparato geral abriu os olhos para questes pertinentes ao tema, como conceitos, a realidade

    das cidades, os problemas envolvidos nela, os meios de procurar solues para esses, esses

    que esto envolvidas nessa atividade profissional.

    O destaque para as diversas reas de atuao, e explicao do que consiste cada

    uma delas, ampliou a viso sobre o tema. Com a entrevista foi possvel entender a maneira

    com a qual o profissional desenvolve projetos com o intuito de solucionar problemas sociais

    urbanos; a remunerao deste profissional, que leva em conta no s o m como na

    arquitetura; a multidisciplinaridade desta atividade; alm de proporcionar esse contato direto

    com a profisso.

    Uma das principais reas de atuao do profissional gesto pblica, onde so

    desenvolvidos e estudados alteraes em um plano diretor municipal de acordo com as

    necessidades da populao. Atualmente imprescindvel a presena de um urbanista dentro

    de prefeituras das cidades, realizando projetos em que a busca pela melhoria da qualidade de

    vida urbana cada vez mais desafiadora.

    E possvel identificar alguns problemas encarados pelo profissional quanto

    aprovao dos projetos desenvolvidos, por conta da atual especulao imobiliria que em

    vrias ocasies interfere alterando os projetos em beneficio prprio. Vemos a questo da

    mobilidade urbana como um dos principais desafios do profissional atualmente, solucionar o

    caos do trafego urbano uma tarefa cada vez mais desafiadora, uma vez que dependente tanto

    da aceitao das prefeituras, como tambm da populao em geral.

    A atuao em rgos pblicos o caminho em que a maioria se insere, visto

    que toda cidade com populao maior que vinte mil habitantes necessitam de um plano

    diretor, alm de que as cidades se desenvolvem e crescem desordenadamente sendo

    necessrias intervenes para solucionar os diversos problemas que surgem e melhorar a

    qualidade de vida da populao. Quando a atuao do urbanista est inserida em rgos

    pblicos h uma facilidade maior de participar de decises que interfere por vez na vida da

    populao, o que no acontece com frequncia quando se trabalha em ambiente particular,

  • 29

    onde a maior procura de prestao de servio esta relacionada ao mercado imobilirio, como

    loteamentos.

    A forma de trabalho de um urbanista no difere totalmente da maneira de trabalho de

    um arquiteto, porm seus projetos so sempre em maior escala e lidando com um publico alvo

    bem maior, visto que os projetos procuram solucionar a necessidade de uma populao, e no

    apenas de um cliente em especifico. Sendo esta uma das principais responsabilidades do

    profissional.

  • 30

    REFERNCIAS CONSULTADAS

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