URBANIZAÇÃO Problemas e Vantagens Versão Final

Defendido em 11/09/2013 no I Seminrio Maranhense em Gesto Urbana e Desenvolvimento Regional e Local

URBANIZAO: problemas e vantagens

Lucas Carneiro Santos Veras1

P. C. dos Santos2

M. de F. R. dos Santos3

RESUMO: A urbanizao ora vista como um problema, ora interpretada como soluo.

Problemas por concentrar poluio no ambiente. Soluo por aproximar seres humanos,

facilitando trocas de informaes. Objetiva-se apresentar uma breve reviso bibliogrfica,

entre 2010 e 2013, sobre o tema urbanidade, com foco nos problemas e possveis solues das

maiores cidades do mundo. Atualmente, mais de 3 bilhes e 500 milhes de humanos

habitando cidades, sendo que 889 milhes de pessoas habitam lugares com condies

precrias, em um contexto que envolve desigualdades entre pases desenvolvidos e em via de

desenvolvimento (ONU-Habitat, 2010). A metodologia utilizada foi bibliogrfica retirada

especificamente de relatrio da ONU-Habitat e artigos de revistas que no so da rea do

urbanismo. Conclui-se que problemas existem, entretanto cabe aos profissionais da rea se

esforarem para diagnostic-los e resolv-los. A gesto urbana necessita de um planejamento,

que perpassa por profissionais com domnio em urbanismo.

Palavras-chave: Cidades. Problemas. Solues.

ABSTRACT: Urbanization is now seen as a problem, is now interpreted as a solution.

Problems by focusing on environment pollution. Solution approach by humans, facilitating

exchanges of information. Aims to present a brief review of the literature between 2010 and

2013, on the theme urbanity, focusing on the problems and possible solutions of the largest

cities in the world. Currently, more than 3 billion and 500 million humans inhabiting cities,

where 889 million people live in places with poor conditions in a context that involves

1Graduando em Administrao. Universidade Estadual do Maranho. E-mail: [email protected]

2Professor Adjunto IV da Universidade Estadual do Maranho. Doutor em Cincias Ambientais.

3Professora Auxiliar III da Universidade Estadual do Maranho. Mestranda em Lingustica Aplicada na Unisinos

RS.


inequalities between the developed and the developing (UN-Habitat, 2010). The methodology

was specifically removed bibliographic report of UN-Habitat and magazine articles that are

not in the area of urbanism. It is concluded that there are problems, however it is up to

professionals strive to diagnose and solve them. Urban management requires planning, which

permeates professionals with domain urbanism.

Keywords: Cities. Problems. Solutions.

1 INTRODUO

Objetiva-se neste artigo apresentar uma breve reviso bibliogrfica, tendo como aporte

de publicaes peridicas: Super Interessante (2012); National Geographic (2011 e 2013);

ONU Habitat (2010) sobre o contexto das cidades no mundo, mais especificamente os seus

problemas mais relevantes em nvel global. As publicaes Super Interessante e National

Geographic no so da rea de urbanismo, mas as edies consultadas so exemplares

direcionados s cidades. A Organizao Internacional para Assuntos Urbanos, (ONU-Habitat)

ou Programa das Naes Unidas para Assentamentos Urbanos, divulgou um relatrio em

meados de 2010 informando que mais da metade da populao mundial j residia em cidades.

Embora o Brasil j tivesse mais da metade dos residentes em cidades que no campo no ano de

1965, o mesmo documento da ONU-Habitat (2010) reascende os debates de como governos,

empresas, entidades do terceiro setor e pessoas devem agir para garantir um desenvolvimento

social e ambientalmente sustentvel.

O artigo est dividido em cinco sees, incluindo esta introduo. Na segunda

menciona-se os problemas mais frequentes nas cidades, e seus motivos histrico-geogrficos.

A enumerao destes problemas, no pode ser interpretada como se fosse fechada, pois a

inteno informar como se encontra essa problemtica de acordo com o relatrio ONU-

Habitat (2010).

Na terceira destacam-se as posies dos profissionais e cientistas, os quais afirmam

que as cidades no podem ser julgadas como um problema, mas sim com uma viso positiva,

apontando solues para os problemas e as vantagens de se morar em cidades.


Na quarta parte mencionam-se casos de solues prticas para a melhoria da gesto de

cidades, tendo como exemplo no Brasil, as cidades de So Paulo, Salvador, e no exterior,

Amsterd (Holanda), Copenhagen (Dinamarca) e Paris (Frana).

Na ltima seo expe-se a concluso, levando-se em considerao a importncia da

urbanizao na melhoria da qualidade de vida dos seres humanos que nas cidades habitam.

2 PROBLEMAS

O relatrio divulgado em 2010 pela ONU-Habitat, Estado das cidades do mundo

2010/2011: unindo o urbano dividido, aponta dados estatsticos descritivos que servem de

comparao entre a populao das cidades e a populao global. Como exemplo de dado

demogrfico, a populao das cidades cresce aproximadamente 1,8% ao ano, contra 1% da

populao geral.

O relatrio da ONU-Habitat (2010) aponta que o crescimento de cidades em pases

pobres muito maior do que em pases ricos, provocando um gil crescimento de

necessidades em urbes sem boas condies de recursos pblicos de infra-estrutura e

assistncia social para abrigar um nmero maior de pessoas, resultando em crise de servios

urbanos (como educao, transporte coletivo e sade), pois o estado no consegue

acompanhar a demanda da populao, agravando das condies de vida.

Um tero dos moradores das cidades dos pases em desenvolvimento mora em bairros

pobres ou miserveis, com expectativa de alcanar 889 milhes de habitantes nestas

condies em 2020. Segundo o documento da ONU-Habitat, isto implica em uma possvel

piora dos problemas da pobreza, fome, doenas transmissveis, criminalidade, violncia

social, escassez e contaminao da gua e poluio do ar, pois a maioria das cidades dos

pases em desenvolvimento j tem uma estrutura defasada, e com mais pessoas habitando

estas cidades estes problemas se agravam. Considera-se residncia muito pobre a que no

possui gua encanada, esgoto canalizado, mais de trs pessoas dividindo um mesmo cmodo

e por ltimo baixa qualidade na estrutura da construo (ONU-Habitat, 2010).

A migrao do campo para a cidade geralmente devido falta de ampla reforma

agrria, escassez de oportunidade de emprego em relao urbe e pela mecanizao do

campo, na qual o homem com pouco conhecimento tcnico considerado margem daquele


melhor qualificado, sendo este ltimo uma minoria no campo favorece maior crescimento

populacional urbano (ONU-Habitat, 2010).

O relatrio ainda aponta que a ampliao de servios pblicos no pode ser feita to

rapidamente quanto deveria nos pases em estgio de desenvolvimento. Nestes, a urbanizao

ocorre de maneira acelerada deste a Segunda Guerra Mundial (ONU-Habitat, 2010). O

documento usa os termos tcnicos de megalpole cidade com mais de um milho de

habitantes e megacidade cidade ou cornubao (aglomerao de cidades) com mais de dez

milhes de habitantes. Em um comparativo estatstico em dois momentos distintos, em 1975 o

mundo possua 192 megalpoles, em contrapartida j existiam 431 cidades com mais de um

milho de habitantes em 2007.

Outro dado relevante que a populao global das cidades em pases em

desenvolvimento aumentam em torno de 5 milhes de habitantes ao ms, mais precisamente

58 milhes de pessoas ao ano, sendo deste 6 milhes de pessoas que esto abaixo da linha da

pobreza. O continente asitico lidera o crescimento das cidades, seguido pelo africano e

depois pela regio da Amrica Latina e Caribe (ONU-Habitat, 2010).

A comparao dos dados das megacidades afirma que h uma exploso populacional

das cidades dos pases perifricos. At 1985 s existiam sete megacidades: Nova York,

Tquio (Japo), Osaka (Japo), Los Angeles (EUA), Cidade do Mxico (Mxico), So Paulo

(Brasil), e Mumbai (ndia). Destas sete apenas a trs ltimas localizavam-se em pases

subdesenvolvidos. Entre 1986 e 2005 as metrpoles do Rio de Janeiro (Brasil), Buenos Aires

(Argentina), Dli (ndia), Seul (Coria do Sul), Moscou (Rssia), Pequim (China), Cairo

(Egito), Karachi (Paquisto), Daca (Bangladesh) e Manila (Filipinas) superaram a contagem

de dez milhes de habitantes, sendo que nenhuma destas dez ltimas cidades se encontra em

pases desenvolvidos.

O planejamento fundamental na superao das dificuldades nos pases com menor

desenvolvimento. Os governantes no devem usar a estrutura j existente alm de sua

capacidade. A tarefa de planejar no simples pelo motivo que cada cidade possui suas

peculiaridades, escoar gua em uma cidade plana bem diferente de drenar uma cidade cheia

de morros, pois necessrio usar tecnologias de drenagem diferentes para cidades com relevo

diferente (ONU-Habitat, 2010).


O relatrio enumera problemas comuns nos grandes cenrios urbanos, como:

impermeabilidade das caladas e do asfalto, poluio dos rios e derrubada das matas ciliares,

viadutos (devido ao espao que eles ocupam), conjuntos habitacionais isolados que

necessitam de melhores vias de ligao com as reas mais movimentadas das cidades, bairros

decadentes (que necessitam de um plano de revitalizao urbana), e trfego lento (devido s

condies ruins dos transportes coletivos).

Mais de 60% dos gases do efeito estufa de origem humana so produzidos nas

cidades, provocando ilhas de calor e inverso trmica em algumas cidades, com aumento de

at 3,5 C nas regies centrais das grandes cidades em relao zona rural mais prxima.

(ONU-Habitat, 2010).

O assoreamento dos rios, presena de lixo e construes onde eram os antigos cursos

originais dos rios diminuem o escoamento a gua da chuva, diminuem a recarga dos aquferos

e poluem a gua (ONU-Habitat, 2010). H ocorrncias de desastres ambientais de grandes

propores como o de Janeiro de 2011 em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro,

provocado pela baixa drenagem da gua da chuva, o que acabou provocando deslizamento de

terra com mais de 500 mortos e 14 mil desabrigados (TRAGDIA..., 2011).

A falta de saneamento bsico adequado (acesso e armazenamento de gua potvel,

coleta de lixo e esgotamento sanitrio) indicada como o principal motivo de doenas, como

malria, dengue, infeces respiratrias e clera (ONU-Habitat, 2010) e quando h a

contaminao de alimentos quem perde no s os produtores, pois existem pases que

deixam de importar alimento de origem supostamente insalubre, provocando prejuzo na

economia da regio contaminada com perda de produo e consequente aumento de preos e

aumento de gastos com sade pblica corretiva (ONU-Habitat, 2010).

A produo mdia de lixo por habitante em cidades de pases em desenvolvimento

menor que a das cidades de um pas desenvolvido. Em contrapartida mais de um quarto do

mundo em desenvolvimento vive sem condies sanitrias adequadas (ONU-Habitat, 2010).

Um dado ambiental, com relao ao relevo, destacado no relatrio como um alerta:

Nova York, Rio de Janeiro, Osaka, Tquio e Mumbai so megacidades beira do mar,

portanto possuem altitude baixa, e com um aumento do nvel do mar estas cidades tero de

adaptar-se ou ento tero dificuldades em deslocar pessoas para pontos mais altos. uma

mudana no cenrio natural, que implica em mudana do cenrio antrpico.


3 VISES POSITIVAS SOBRE AS CIDADES

Em maro de 2011, o economista Edward Glaeser, da Universidade de Harvard, fez

uma palestra em Londres (Reino Unido) sobre seu novo livro: Triumph of the City. Na

palestra ele afirma: No h nenhum pas urbanizado pobre; e nem h nenhum pas rural

rico. Para ele as favelas so a soluo das cidades, no o seu colapso, citando favelas do Rio

de Janeiro e Dharavi (Mumbai, ndia) como exemplos. Neste caso ele afirma:

Gandhi estava errado, afirmou Glaeser o futuro da ndia no est em seus vilarejos, mas sim em Bangalore. Imagens de Dharavi, a maior favela de Mumbai, assim como de favelas no Rio de Janeiro, foram projetadas na tela. Para Glaeser, as favelas so exemplos do vigor das cidades, e no de seu colapso. Os mais pobres afluem para as reas urbanas porque ali est o dinheiro, disse ele, e as cidades produzem mais riqueza porque a proximidade das pessoas reduz os gastos com transporte de bens, pessoas e ideias. Ao longo da histria, as cidades surgiram margem dos rios ou em portos naturais para facilitar a circulao de bens. Hoje, com a queda nos custos de transporte e a ascenso do setor de servios, o que de fato importa a circulao de ideias.

Para o economista, o maior exemplo de ambiente urbano vibrante a Bolsa de Valores de Nova York, em Wall Street, sobretudo a ala dos negcios, na qual operadores milionrios preferem trabalhar em ambientes abertos, que favorecem a troca de informaes, do que ficar isolados em escritrios luxuosos. Para eles, o conhecimento mais valioso que o espao. isso o que caracteriza a urbe moderna, diz. As cidades bem-sucedidas aumentam a recompensa aos inteligentes, ao permitir que as pessoas aprendam umas com as outras. Nas cidades em que a populao mais instruda, at os menos letrados ganham melhor. Isso, diz Glaeser, indcio de um transbordamento de capital humano (GLAESER apud KUNZING, 2011, p. 47).

Mediante tal situao pode-se dizer que independentemente das condies econmicas

desfavorveis de uma favela ou das condies econmicas de riqueza de local construdo para

negcios, a proximidades das pessoas favorvel circulao de informao, e esta por sua

vez provoca um avano nos mecanismos econmicos, culturais e sociais de um determinado

local. Um espao menor, mas que tem uma alta intensidade de contatos entre seres humanos

tem maior circulao de idias do que aquele espao grande onde a comunicao entre seres

humanos ocorre com menor frequncia. As pessoas que buscam qualificar-se

profissionalmente moram nas cidades, pois nelas que existem mais universidades,

faculdades, centros de formao tecnolgica e oportunidades de emprego. E esses

profissionais, ao se qualificarem, tero maiores rendas e consequentemente consumiro mais,

gerando renda e maior fluxo de moeda inclusive para os menos qualificados.


As cidades tm um ponto positivo por concentrarem os danos ambientais em poucos

lugares, alm delas ocuparem cerca de 4% das terras cultivveis, assim sobra mais espao

para a agricultura e as reservas de biodiversidade (KUNZING, 2011).

Para David Satterthwaite, do Instituto Internacional para o Ambiente e o

Desenvolvimento, em Londres, o desenvolvimento tem como uma de suas etapas a

urbanizao. Ele afirma que os governantes no devem tentar inverter ou interromper este

processo de maneira semelhante ao que ocorreu em Londres no final do sculo XIX. Ele ainda

menciona que a forma como os gestores das megacidades dos pases em desenvolvimento vo

enfrentar o desafio da urbanizao ter consequncias no mundo todo (SATTERTHWAITE

apud KUNZING, 2011).

Yeong-Hee Jang, urbanista de Seul, confirma que entre 1960 e 2000 a populao de

Seul passou de menos de 3 milhes para mais de 10 milhes. Neste perodo tornou-se visvel

a verticalizao da cidade, sobretudo a beira do Rio Han (JANG apud KUNZINGH, 2011).

Kyun-Hwan Kin, economista da Universidade de Sogang defende que no d para entender a

urbanizao sem considerar o desenvolvimento econmico. (KIN apud KUNZING, 2011, p.

55).

O alastramento urbano no uma caracterstica apenas dos pases ocidentais ricos. O

professor Shlomo Angel, da New York University, ao estudar 120 cidades durante a dcada de

1990, concluiu que mesmo nos pases em desenvolvimento, a rea urbana aumenta com maior

rapidez que o afluxo de moradores, fazendo com que as cidades fiquem menos densas.

Quando sobe a renda, as pessoas adquirem mais espao (ANGEL apud KUNZING, 2011, p.

61).

Porm h um meio termo ente a anarquia hoje existente no crescimento urbano e o

crescimento urbano totalmente conformo o planejado, situao considerada utpica at

mesmo para as cidades que foram planejadas, como Braslia. Shlomo Angel se refere a um

planejamento mais modesto e promissor, o qual necessita a habilidade de se pensar dcadas

a frente, preservando algumas reas, antes de serem urbanizadas, para a instalao de parques

e de corredores de transporte pblico. necessria mudana da tica das cidades, elas no

so uma doena, mas uma concentrao humana a ser organizada e aproveitada. (ANGEL

apud KUNZING, 2011, p. 61).


4 EXEMPLOS DE RENOVAO DAS CIDADES

O Hidroanel de So Paulo um projeto do urbanista Alexandre Delijaicov, professor

da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que pode atenuar os problemas do lixo e

do trnsito em So Paulo. Para ele o Hidroanel resolver dois problemas em duas etapas. A

primeira requer a construes de portos nas beiras dos rios e represas que circundam a

metrpole, e do canal que dever ser construdo. Caminhes de lixo descarregaro os dejetos

nos portos para serem levados de barcos pelo resto do caminho. Isto encurtaria o tempo de

trfego dos caminhes de lixo na cidade, e melhoraria o trnsito. A segunda etapa seria a

construo de centros de processamento de lixo para receber toneladas de lixo por hora para

transform-las em matria prima. Alm disso, com o nivelamento das guas dos rios, quando

houvesse enchente em um deles, a gua poder ser transportada para outras reas do anel,

reduzindo os danos cidade (ROMERO, 2012).

Outro exemplo o Estdio Pituau, em Salvador, o qual possui duas placas solares,

que transformam a energia da luz em energia eltrica. A gerao de energia eltrica superior

a usada no estdio, e o excesso ser devolvida malha eltrica da Bahia. Esta devoluo se

enquadra no conceito de Smart Grid, ou malha inteligente. A malha que existe continua

gerando energia mesmo sem as pessoas consumirem, sendo considerado um gasto. Com um

sistema de Smart Grid possvel saber aonde falta energia e onde h em excesso, fato

impossvel de ser feito hoje. Com este novo sistema os apages sero evitados. Em So Paulo,

a Eletropaulo instalou o sistema em duas mil residncias, em nvel de teste, os sensores

instalados avisam a central de energia quando existe queda de energia. A Light no Rio de

Janeiro e a Cemig em Minas Gerais fizeram algo semelhante, alm de investir capital nas

pesquisas sobre o Smart Grid. O sistema ainda permite a tarifa diferenciada, quem usa energia

eltrica em horrio de pico paga mais caro, as horas de pouca demanda sero mais baratas,

isto ajuda a desafogar o uso das termeltricas responsveis pela poluio do ar (ROMERO,

2012).

Pode-se citar ainda Amsterd, Paris e Copenhagen em que as pessoas usam bicicleta

com frequncia para trabalhar. Em Paris existem uma frota de 20 mil bicicletas espalhadas por

1800 pontos de aluguel pela cidade, a distncia mdia entre os pontos de 300 metros. Paris

serve de exemplo para outras cidades ao redor do mundo. Todas as capitais brasileiras

deveriam intensificar o estmulo ao uso das bicicletas, e necessrio espao para andar de

bicicleta: ciclovia, ciclofaixa e demarcao das ciclorrotas (caminhos com poucas subidas e


trfego de veculos menos intenso). Estimular o uso de bicicletas reduz o trfego e o tempo de

percurso, como ocorre nas cidades europias citadas, usando corretamente conhecimentos de

logstica e engenharia de trfego (ROMERO, 2012).

De acordo com os exemplos supracitados, percebe-se que a mudana das cidades para

um ambiente mais sustentvel necessita de estudos de profissionais e pesquisadores, atitude

por parte dos gestores pblicos, mudana de pequenos hbitos da populao, e, sobretudo uma

educao de qualidade, pois necessrio estimular os cidados a realizarem coleta seletiva,

no jogarem lixo em local inadequado, deixarem de lado o automvel, reduzirem o uso de

energia eltrica em horrio de pico e terem uma mudana de postura.

5 CONSIDERAES FINAIS

A urbanizao aparentemente um processo irreversvel, resultado da necessidade do

homem viver em sociedade e em melhores condies. Embora com confuso e muitos

aspectos que precisam melhorar, as cidades ainda so sinal de riqueza, prosperidade,

facilidade de acesso a bens e servios e proximidade entre as pessoas.

Com uma viso estratgica e tcnica possvel executar uma gesto de cidades com

polticas pblicas mais eficientes, reduzindo os atuais problemas e aumentando a qualidade de

vida da populao. Assim, as cidades so aglomeraes universais da humanidade, que devem

ser observadas como algo possvel de ser melhorado, como qualquer outra obra do ser

humano.

Com base em uma equipe de gesto composta por tcnicos, como administradores,

engenheiros de trfego, urbanistas, socilogos, dentre outros, possvel gerir bem uma

cidade, reduzindo seus problemas e potencializando suas vantagens, alicerando a construo

de cidades bem planejadas onde no s todos possam viver de forma mais harmnica, mas

tambm com perspectivas de sustentabilidade.

REFERNCIAS


LAMAS, Julio. Mobilidade urbana: como desatar este n?. National Geographic, 11 jul. 2013. Disponvel em: . Acesso em: 16 ago. 2013.

KUNZING, Robert. Soluo urbana. National Geographic, So Paulo, ano 12, n. 141, p. 42-61, dez. 2011.

ONU Habitat. Estado das cidades do mundo 2010/2011: unindo o urbano dividido. Londres, 2010.

ROMERO, Luiz. A revoluo das cidades. Super Interessante, So Paulo, n. 313, p. 46-55, dez. 2012.

TRAGDIA j o maior desastre natural da histria do Brasil. EXAME.com, 14 jan. 2011. Disponvel em: < http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/tragedia-ja-e-o-maior-desastre-natural-da-historia-do-brasil>. Acesso em: 11 ago. 2013.

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