Urologia-Pediatrica
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ORIENTAESSOBREUROLOGIAPEDITRICA
Introduo
FIMOSEContexto
S.Tekgl(VicePresidente),H.Riedmiller(VicePresidente),E.Gerharz,P.Hoebeke,R.Kocvara,J.M.Nijman,Chr.Radmayr,R.Stein
A informao fornecida apresenta uma seleco das orien-taes mais abrangentes sobre Urologia Peditrica. O mbitodestas orientaes no tem como inteno incluir todos osdiferentes tpicos, mas antes oferecer uma seleco baseadaem consideraes prticas.
Aps o primeiro ano de vida, a retraco do prepcio para trsdo sulco da glande s possvel em cerca de 50% dos rapazes.A fimose pode ser primria (fisiolgica) sem sinais de fibrose,ou secundria (patolgica), resultante de fibrose devido a pa-tologias tais como a balanite xertica obliterante.
A fimose deve ser distinguida da aglutinao normal do pre-pcio glande, que um fenmeno fisiolgico. Se o orifcioprepucial se mantiver estreito e no existirem adeses glan-de, esse espao preenchido de urina durante o esvaziamento,fazendo com que o prepcio adquira forma de balo.
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Tratamento
Circunciso: indicaes e contra-indicaes
Tratamento conservador
Parafimose
O tratamento da fimose em crianas depende das prefernciasdos pais, e pode ser uma circunciso plstica ou radical, depoisdo segundo ano de vida. A circunciso plstica (inciso dorsal,circunciso parcial) implica a potencial recorrncia da fimose.O freio curto associado corrige-se atravs da sua inciso. Se ne-cessrio, faz-se a meatoplastia. A circunciso na infncia nodeve ser recomendada sem uma razo mdica.
Um indicao absoluta para circunciso a fimose secundria.As indicaes para cirurgia precoce em fimose primria so abalanopostite recorrente, e infeces recorrentes do tracto uri-nrio em doentes com anomalias do tracto urinrio. No estindicada a circunciso neonatal de rotina para prevenir carci-nomas do pnis.
Contra-indicaes para a circunciso so coagulopatia, infec-o local aguda e anomalias congnitas do pnis, especial-mente hipospdias ou pnis retrado, porque o prepcio podeser necessrio para um procedimento reconstrutivo.
Como opo de tratamento conservador da fimose prim-ria, pode administrar-se uma pomada ou creme de corticides(0,05-0,10%) duas vezes por dia por um perodo de 20-30 dias.Este tratamento no tem efeitos secundrios. A aglutinao doprepcio no responde ao tratamento com esterides.
A parafimose deve ser considerada uma situao de emergn-cia. caracterizada por prepcio retrado com o anel constri-
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tor localizado ao nvel do sulco. O tratamento daparafimoseconsiste na compresso manual do tecido edematoso com ten-tativa subsequente de retrair o prepcio apertado sobre a glan-de. Pode ser necessria a inciso dorsal do anel constritor, ourealizao de circunciso imediata ou num segundo tempo
Quase 1% de todos os recm nascidos de termo do sexo mas-culino at idade de 1 ano, so afectados. A categorizao emtestculo palpvel e no palpvel parece ser o mtodo mais ade-quado .
Em casos de testculos bilaterais no palpveis e eventual sus-peita de problemas de diferenciao sexual, obrigatria umaurgente avaliao endocrinolgica e gentica.
O exame fsico o nico mtodo de diferenciao entre test-culos palpveis ou no palpveis. No h qualquer benefcioadicional na realizao de imagiologia.O nico exame fidedigno para confirmar ou excluir testculointra-abdominal, inguinal e ausente/ou que desaparece (test-culo no palpvel), a laparoscopia diagnstica.
Para prevenir a deteriorao histolgica, o tratamento deve serefectuado e concludo antes dos 12-18 meses.
A teraputica mdica usando a gonadotrofina corinica huma-na (hCG) ou a hormona libertadora da gonadotrofina (GnRH)
CRIPTORQUIDIAContexto
Avaliao
Tratamento
Teraputicamdica
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baseada na dependncia hormonal da descida testicular, comtaxas de sucesso mximas de 20%.No entanto, o tratamento mdico pode ser benfico antes ouaps cirrgica, orquidlise e orquidopexia para aumentar ondice de fertilidade, embora no haja dados de seguimento delongo termo.
Cirurgia do testculo palpvel inclui orqui-dofunicololise e orquidopexia, com taxas de sucesso superio-res a 92%.
Deve tentar-se a explorao cirrgicainguinal com a possibilidade de realizao de laparoscopia.Em casos raros, necessrio verificar atravs do abdmen seno existem vasos ou canais deferentes nos canais inguinais. Alaparoscopia a forma mais adequada de examinar o abdmenpara verificao testicular. Um testculo intra-abdominal numrapaz de 10 anos ou mais velho com um testculo contralateralnormal deve ser removido. Em testculos intra-abdominal bi-laterais, ou num rapaz com menos de 10 anos, pode ser reali-zado o procedimento Fowler-Stephens num s tempo ou emdois tempos. A autotransplantao microvascular tambmuma opo, com uma taxa de sucesso de 90%.
Rapazes com um testculo no descido tm uma taxa de fertili-dade inferior, mas a mesma taxa de paternidade. Rapazes comtestculos bilaterais no descidos tm uma taxa de fertilidadee de paternidade inferior. Rapazes com testculo no descidotm uma maior probabilidade de desenvolver cancro testicu-lar, mas estudos recentes concluram que orquiopexia precoce
Testculo palpvel:
Testculo no-palpvel:
Cirurgia
Prognstico
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pode de facto reduzir o risco de desenvolvimento de cancrotesticular.Recomenda-se que a orquidolise cirrgica e orquidopexia se-jam efectuadas at aos 12-18 meses, no mximo. At data, pa-rece que o tratamento hormonal pr ou ps-operatrio podeter um efeito benfico sobre a fertilidade.
A obliterao incompleta do peitoneal resultana formao de vrios tipos de hidrocele comunicante, isoladoou associado com outras patologias intra-escrotais (hrnia).Mantm-se em aproximadamente 80-94% dos recm-nascidose em 20% dos adultos.
so secundrios a pequenostraumas, torso testicular, epididimite, ou operao de varico-cele, ou podem surgir como recorrncia aps reparao pri-mria de hidrocele comunicante.
oscila em dimenso, normalmente emrelao com o esforo. Pode ser diagnosticado atravs de his-tria e exame fsico, o contedo translcido, e a transilumi-nao do escroto conduz ao diagnstico. Se existirem dvidassobre a massa intrascrotal, deve ser realizada ecografia. A ques-to de doena contralateral deve ser analisada.
O tratamento cirrgico do hidrocele no indicado nos pri-meiros 12-24 meses devido tendncia para resoluo espon-tnea. A cirurgia precoce est indicada se houver suspeita de
processo vaginal
Os hidrocelos no comunicantes
O hidrocele comunicante
HIDROCELEContexto
Tratamento - Cirurgia
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hrnia inguinal concomitante ou patologia testicular subja-cente. No existe evidncia que este tipo de hidrocele apresen-te riscos de dano testicular.No grupo de idade peditrica, a operao consiste na ligaodo processo vaginal patente via inciso inguinal, deixandoaberto o coto distal, enquanto no hidrocele do cordo, a massaqustica excisada. No devem ser usados agentes esclerosan-tes pelo risco de peritonite qumica no processo vaginal do pe-ritoneu comunicante. A abordagem escrotal (tcnica de Lordou Jaboulay) usada no tratamento de hidrocele secundriono comunicante.
Hipospdiassonormalmenteclassificadasdeacordocomalocalizaoanatmicadoorifciouretraldeslocadoproximalmente: distal hipospdiasanterior(aonveldaglande,coronal
oudistaldopnis) intermdiomdio(dopnis) proximal posterior (peno-escrotal, escrotal, perineal).Apatologiapodesermuitomaisgraveapslibertaodapele.
Doentes com hipospdias devem ser diagnosticados nascen-a. A avaliao diagnstica inclui tambm uma avaliao dasanomalias associadas, que so a criptorquidia e processo vagi-nal aberto ou hrnia inguinal. A incidncia de anomalias dotracto urinrio superior no difere da populao em geral, ex-cepto em formas graves de hipospdias.
HIPOSPDIASContexto
Avaliao
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Hipospdias grave com testculo impalpvel unilateral ou bila-teral, ou com ambiguidade genital, requer uma avaliao com-pleta gentica e endcrina logo aps o nascimento para excluirintersexualidade, principalmente hiperplasia adrenal cong-nita.
O gotejo de urina com uretra cheia requere a excluso deestenose do meato.
O comprimento do pnis hipospdico pode ser alterado pelacurvatura do pnis, pela transposio peno-escrotal ou podeser mais pequeno devido a hipogonadismo. Define-se micro-pnis , um pnis pequeno mas normalmente formado com umcomprimento (esticado) inferior a 2,5 cm SD abaixo damdia (Tabela 1).
Recm-nascidos 3,50,40-5meses 3,90,86-12meses 4,30,81-2a 4,70,82-3a 5,10,93-4a 5,50,94-5a 5,70,95-6a 6,00,96-7a 6,10,97-8a 6,21,08-9a 6,31,09-10a 6,31,010-11a 6,41,1Adultos 13,31,6
(deacordocomFeldmanneSmith)
IdadeMdia SD(cm)
Tabela1:Comprimentodopnisemrapazes
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importante a diferenciao entre procedimentos operatriosfuncionalmente necessrios e estticamente exequveis para atomada de decises teraputicas. Como todos os procedimen-tos cirrgicos possuem o risco de complicaes, fundamen-tal uma informao pr-operatrio rigoroso aos pais. Os ob-jectivos teraputicos so a correco da curvatura do pnis,criao de uma neo-uretra de tamanho adequado, trazer o neo-meato para a extremidade da glande se possvel, e obter umaaparncia cosmtica geral aceitvel. Este objectivo alcanadoatravs de diferentes tcnicas cirrgicas de acordo com osachados individuais.
A idade para a cirurgia de reparao primria de hipospdias normalmente 6-18 meses. No podem ser dadas orientaesdefinitivas para a repetio de reparaes de hipospdias.
Podem ser alcanados excelentes resultados funcionais e cos-mticos a longo prazo aps reparao de hipospdias anteriordo pnis. A taxa de complicaes na reparao de hipospdiasproximal maior. Adolescentes que foram submetidos areparao de hipospdias na infncia apresentam uma taxa deinsatisfao um pouco maior com a dimenso do pnis, mas ocomportamento sexual no diferente em relao aos con-trolos.
A figura 1 apresenta um algoritmo para a gesto de hiposp-dias.
Cirurgia
Resultado
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Figura1:Algoritmoparaagestodehipospdias
Hipospdias
Diagnsticonascena Intersexualidade
Urologistapeditrico Semreconstruo
necessriaareconstruo
Preparao(prepcio,teraputicahormonal)
Distal Proximal
Comcorda Semcorda
Cortedopavimento
uretral
Preservaodopavimento
uretral
TIP,Mathieu,MAGPI,King,avano,etc.
Tube-onlay,inlay-onlay,Koyanagi,procedimento
dedoisestdios(pelelocal,mucosabucal)
Onlay,TIP,procedimentode
doisestdios(pelelocal,mucosabucal)
TIP=pavimentocomincisotubular;MAGPI=avanodo
meatoetcnicadeplastiadaglande
No costuma ser usual em rapazes com menos de 10 anos deidade, mas torna-se mais frequente no comeo da puberdade.Iro surgir problemas de fertilidade em cerca de 20% dos ado-
VARICOCELEEMCRIANASEADOLESCENTESContexto
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lescentes com varicocele. A influncia adversa de varicoceleaumenta com o tempo.
O aumento do crescimento testicular e melhoria dos parme-tros do esperma aps varicocelectomia tm sido referidos, emadolescentes. O varicocele mais vezes assintomtico, rara-mente causando dor nesta idade. Pode ser observado pelodoente ou pelos pais, ou descoberto pelo Pediatra numa con-sulta de rotina. O diagnstico e a classificao baseia-se noachado clnico e na investigao com ultrassons.
A interveno cirrgica baseada na ligao ou ocluso dasveias espermticas internas. A reparao microcirrgica compreservao linftica (microscpica ou laparoscpica) estassociada a menor taxa de recorrncia e de complicaes. Noh evidncia que o tratamento de varicocele em idade pedi-trica oferea um melhor resultado androlgico do que umaoperao efectuada mais tarde. Os critrios de indicao limi-tada para varicocelectomia nesta idade devem por isso ser res-peitados.
Durante a adolescncia, a dimenso testicular deve ser verifi-cada anualmente. Aps a adolescncia, recomenda-se a repeti-o de anlise ao esperma. A Figura 2 mostra um algoritmopara o diagnstico de varicocele em crianas e adolescentes, e aFigura 3 apresenta um algoritmo para o seu tratamento.
TratamentoCirurgia
Seguimento
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Varicoceleemcrianaseadolescentes
Examefsicoemposiodep
Investigaocomultrassons
GrauIpositivoemValsalva
GrauII-palpvelGrauIII-visvel
Detecodorefluxovenosocom(Doppler)
Tamanhodostestculos
Varicoceleemcrianaseadolescentes
Cirurgia: indicao tipo
Tratamentoconservador: indicao seguimento
Testculopequeno(paragemnocrescimento)
Outrapatologiatesticular Varicocelepalpvelbilateral Espermogramapatolgico Varicocelesintomtico
Testculossimtricos Espermogramanormal
(emadolescentesmaisvelhos)
Reparaomicrocirrgicacompreservadoralinftica(microscpicaoulaparoscpica)
Determinaodadimensotesticular(duranteaadolescncia)
Repetiranliseaoesperma(apsaadolescncia)
Figura2:Algoritmoparaodiagnsticodevaricoceleem
crianaseadolescentes
Figura3:Algoritmoparaotratamentodevaricoceleem
crianaseadolescentes
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ENURESENOCTURNAMONOSSINTOMTICAContexto
Avaliao
A enurese a incontinncia durante a noite. A perda de urinadurante o sono em idade superior aos cinco anos enurese. importante notar que apenas existe um sintoma. Devido a umdesequilbrio entre produo nocturna de urina e capacidadevesical nocturna, a bexiga pode facilmente ficar cheia noite, ea criana ou acorda para urinar ou ir urinar durante o sono seno conseguir acordar.
Um dirio miccional, com o registo da funo vesical diurna edos esvaziamentos nocturnos ajudar a guiar o tratamento.Pesar as fraldas de manh e adicionar o volume da urina mati-nal d uma estimativa da produo nocturna de urina. Medir acapacidade vesical diurna d uma estimativa da capacidadevesical para comparar com os valores normais para a idade. Afigura 4 apresenta um algoritmo para o diagnstico e trata-mento de enurese nocturnal monossintomtica.
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Figura4:Algoritmoparaodiagnsticoetratamento
enuresenocturnalmonossintomtica
O texto deste folheto baseado nas Orientaes Peditricas da EAU/ESPU mais
abrangentes (ISBN 978-90-79754-09-0), disponveis no stio: www.uroweb.org
Urinarnacamanoite
comonicosintoma
PolirianormalCapacidadevesicalnocturnapequena
Diuresenormalebexiganormal
Desmopressina Alarmedeurina UroterapiaAlarmedeurina
ouDesmopressina
Seco:diminuirapstrsmeses Alarmedeurina
Molhado:acrescentar
alarmedeurina
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