USINA NUCLEAR: SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS · pela Política Nacional de Meio Ambiente e...

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ANAIS JORNADA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO - V. 02 2016 - ISSN: 2447- 8830VI JOEP de 24 a 28/10/2016 Tangará da Serra/MT. - 246 - USINA NUCLEAR: SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS ALVES, Ana Paula 1 SOUZA, Wender Q. de 2 STASCOVIAN, Juliana 3 Resumo A instalação e a viabilidade das usinas nucleares é cada vez mais questionada, apesar de ser uma energia limpa, uma instalação que produz energia elétrica através de reações nucleares de elementos radioativos, os possíveis danos causados em um acidente podem ter resultados catastróficos. Como os acidentes apresentados abaixo como o de Chernobyl, Césio 137, Fukushima, entre outros. Por isso existem serviços e leis que são responsáveis na fiscalização e garantia da segurança das usinas, da população e até do meio ambiente. Palavra-Chave: Viabilidade; Conservação; Ambiental; Abstract The Installation and viability of nuclear power plants have been increasingly questioned, although it is a clean energy, a facility that produces electricity through nuclear reactions of radioactive elements, the possible damage caused in an accident can have catastrophic results. As shown below accidents such as Chernobyl, Cesium 137, Fukishima , among others. So there are services and laws that are responsible in monitoring and ensuring the safety of plant, the population and to the environment. Keywords: Feasibility; Conservation; Environmental; 1. Introdução Atualmente existem várias fontes de energia pelo mundo, as consideradas sustentáveis e as prejudiciais ao meio ambiente. Entretanto, a energia nuclear é uma das mais discutidas por todo o mundo, existem pessoas favoráveis, afirmando que é uma das poucas energias sustentáveis outros são contra devido a uma má destinação dos lixos radioativos, existem caso manuseados de forma incorreta podem provocar os piores acidentes do mundo e além da criação de armamentos nucleares. Hoje, são 440 usinas nucleares pelo mundo e 23 em construção. Na Europa é onde está localizada a maior parte dessas usinas, no total são 207 e estão em construção mais sete, o Japão, Coréia e China possuem juntas 82 usinas. Na América do Norte (EUA, Canadá e México) tem 123 usinas em funcionamento. Já na América do Sul possui apenas quatro usinas, na qual duas está localizada em Angra dos Reis (Angra 1 e Angra 2) e está em construção a angra 3. A maior usina nuclear do mundo em operação está localizada em Niigata-Ken Japão. Possui 7 reatores, tem a capacidade de 7.965 megawatts. Em 2010, foi registrada uma saída de 24 626,913 gigawatts/h. Contudo grandes catástrofes já aconteceram nas últimas décadas, que podem ocasionar devido à falta treinamento para operar, ou até mesmo falhas nos projetos 1 Engenharia de Produção; UNIC Tangará da Serra - MT; [email protected]: 2 Engenharia de Produção; UNIC Tangará da Serra - MT; [email protected]: 3 Matemática; Docente do curso de Engenharia de Produção na Unic Tangará; [email protected]:

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24 a 28/10/2016 – Tangará da Serra/MT.

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USINA NUCLEAR: SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

ALVES, Ana Paula 1 SOUZA, Wender Q. de 2

STASCOVIAN, Juliana3

Resumo

A instalação e a viabilidade das usinas nucleares é cada vez mais questionada, apesar de ser uma energia limpa, uma instalação que produz energia elétrica através de reações nucleares de elementos radioativos, os possíveis danos causados em um acidente podem ter resultados catastróficos. Como os acidentes apresentados abaixo como o de Chernobyl, Césio 137, Fukushima, entre outros. Por isso existem serviços e leis que são responsáveis na fiscalização e garantia da segurança das usinas, da população e até do meio ambiente. Palavra-Chave: Viabilidade; Conservação; Ambiental;

Abstract The Installation and viability of nuclear power plants have been increasingly questioned, although it is a clean energy, a facility that produces electricity through nuclear reactions of radioactive elements, the possible damage caused in an accident can have catastrophic results. As shown below accidents such as Chernobyl, Cesium 137, Fukishima , among others. So there are services and laws that are responsible in monitoring and ensuring the safety of plant, the population and to the environment. Keywords: Feasibility; Conservation; Environmental;

1. Introdução

Atualmente existem várias fontes de energia pelo mundo, as consideradas

sustentáveis e as prejudiciais ao meio ambiente. Entretanto, a energia nuclear é uma das

mais discutidas por todo o mundo, existem pessoas favoráveis, afirmando que é uma das

poucas energias sustentáveis outros são contra devido a uma má destinação dos lixos

radioativos, existem caso manuseados de forma incorreta podem provocar os piores

acidentes do mundo e além da criação de armamentos nucleares.

Hoje, são 440 usinas nucleares pelo mundo e 23 em construção. Na Europa é onde

está localizada a maior parte dessas usinas, no total são 207 e estão em construção mais

sete, o Japão, Coréia e China possuem juntas 82 usinas. Na América do Norte (EUA,

Canadá e México) tem 123 usinas em funcionamento. Já na América do Sul possui apenas

quatro usinas, na qual duas está localizada em Angra dos Reis (Angra 1 e Angra 2) e está

em construção a angra 3. A maior usina nuclear do mundo em operação está localizada em

Niigata-Ken – Japão. Possui 7 reatores, tem a capacidade de 7.965 megawatts. Em 2010,

foi registrada uma saída de 24 626,913 gigawatts/h.

Contudo grandes catástrofes já aconteceram nas últimas décadas, que podem

ocasionar devido à falta treinamento para operar, ou até mesmo falhas nos projetos

1 Engenharia de Produção; UNIC Tangará da Serra - MT; [email protected]: 2 Engenharia de Produção; UNIC Tangará da Serra - MT; [email protected]: 3 Matemática; Docente do curso de Engenharia de Produção na Unic Tangará; [email protected]:

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desenvolvidos. Colocando não apenas a vidas das pessoas em risco, mas o meio ambiente

em um todo.

2. As Fontes de Energia

As fontes de energia são recursos que o meio ambiente oferece para a sociedade

para que ocorra a produção de energia, assim é utilizada para deslocamentos de veículos,

para a geração de calor ou a produção de eletricidade para diversos fins. Em um contexto

geral a geração de energia é extremamente geopolítica, pois um país que oferece uma

ótima infraestrutura energética atrai para o mesmo uma população com suas atividades

econômicas, fazendo com que a economia do próprio país também movimente. Entretanto a

geração de energia também tem a questão ambiental, pois, além da retirada de diversos

recursos ambientais, pode vim ocorrer grandes impactos ao meio ambiente.

Atualmente a sociedade necessita da utilização de energia, tanto nas atividades

econômicas, como no transporte (combustível) e na comunicação. Com o crescimento

socioeconômico de diversos países, a busca por recursos energéticos vem aumentando,

além de traçarem planos estratégicos e disputas para alcançar muitos desses recursos.

O gráfico a seguir mostra que em 2002, considerando-se todas as fontes utilizadas

no mundo e todos os tipos de energia, o petróleo, o carvão mineral e juntamente com o gás

natural representava mais de 85% da matriz energética mundial.

Fonte: IEA - International Energy Agency - Key World Energy Statistics, 2004 Edition

No Brasil as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de 60% da energia. E

quando o risco de grandes apagões é cogitado no país, as usinas termelétricas se tornam a

garantia do governo de que o sistema energético é seguro. Hoje, elas respondem por 27%

35%

21%7%

24%

2%11% 1%

Matriz Energetica Mundial em 2002 (em%)

Petróleo

Gás Natural

Nuclear

Carvão Mineral

Hidreletricas

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da energia brasileira. Na Bahia, um parque eólico está pronto, mas ainda não está em

funcionamento. Mesmo com o investimento de RS 1,2 bilhão, a linha de transmissão ainda

não foi instalada. Em Angra dos Reis, estão as duas usinas nucleares responsáveis por

cerca 2% da geração, no Brasil. A terceira usina deve ficar pronta em 2018, mas o acidente

nuclear no Japão em 2011 alterou os planos do Brasil de expandir o uso desse tipo de

energia.

Fonte: BIG – ANEEL Setembro 2013

3. Licenciamento Ambiental

No Brasil o licenciamento ambiental é regulamentado pela Resolução CONAMA nº

001, de 23 de janeiro de 1986, cuja função é “nortear, especificar e estabelecer diretrizes

gerais quando da elaboração dos estudos e relatórios necessários”. E pela a Resolução

CONAMA nº 237, de 18 de dezembro de 1997, “intuída de estabelecer critérios e demais

procedimentos, prezando pela efetivação da descentralização dos princípios instituídos

pela Política Nacional de Meio Ambiente e Constituição Federal de 1988”.

O processo de licenciamento é realizado como o demonstrativo de empreendimentos

e atividades que se submetem ao procedimento. Encontram-se os de geração e

transmissão de energias, que, conforme estabelece o inciso IV do art. 4º da resolução

supramencionada:

“Deve ser realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, órgão executor do SISNAMA, mediante parecer e fiscalização da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.”

Hoje em dia, o licenciamento ambiental é de suma importância para o exercício das

atividades, por parte do Estado suas determinadas atividades exercidas por particulares,

exigindo assim limites e condições. Conceitua FARIAS (2015, pg. 21) “que o licenciamento

5,63%10,27%

1,50%

2,28%

64,37%

1,59%6,16%

Matriz de Energia Elétrica no Brasil -Setembro 2013

Petróleo

Gás Natural

Nuclear

Carvão Mineral

Hidreléticas

Eólica

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ambiental é o instrumento mediante o qual o Poder Público procura controlar as atividades

econômicas que degradam ou que simplesmente podem degradar o meio ambiente”.

A Resolução Conama nº 237/97 define o licenciamento ambiental em seu art. 1º, I,

a saber:

“Art. 1º: (...) I - Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimento e atividades utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.”

Com tudo cabe ao órgão federal, IBAMA, emitir as licenças, autorizações e fiscalizar

aspectos radiológicos de instalações nucleares. No decorrer do processo vários órgão

serão entrevistados os responsáveis pelo meio ambiente (CNEN, OEMAs), os órgãos

responsáveis pelos patrimônios históricos (IPHAN) e de comunidades quilombolas e

indígenas (Fundação Palmares, FUNAI).

Ensina FIORILLO (2012, pg. 223) que o licenciamento ambiental “não é um ato

administrativo simples, mas sim um encadeamento de atos administrativos, o que lhe

atribui a condição de procedimento administrativo”. O procedimento de licenciamento

ambiental é dividido em três fases: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e

Licença de Funcionamento (LF).

Sendo que, deve-se haver a elaboração dos estudos prévios de impacto ambiental,

assim com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e o Relatório de

Impacto Ambiental – RIMA. Além disso, é realizado audiências públicas, acrescentando à

participação da sociedade civil de forma consultiva e opinativa. A sociedade tomará

conhecimento do projeto por meio do RIMA, elaborado para o público em geral.

Por tanto, o procedimento de licenciamento ambiental serve como um instrumento

de soluções referentes a problemas enfrentados pelos agentes da Administração Pública

de forma satisfatória, melhorando o crescimento econômico e mostrando o empreendedor

a pautar-se nos princípios do desenvolvimento sustentável, trazendo o art. 21, inciso XXIII,

alíneas a e b da Constituição Federal de 1988 afirmando que “as atividades nucleares

podem ser destinadas a múltiplas finalidades, das quais se destaca a econômica,

medicinal e a científica.”

3.1. Licenciamento de Instalações Nucleares

A finalidade do licenciamento ambiental de uma usina nuclear é garantir que o

empreendimento é projetado, construído e operado com segurança, tanto para os

funcionários, quanto para a população e ao meio ambiente. Para que aconteça a liberação

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da instalação as usinas são passadas por dois tipos de licenciamento, o ambiental e o

nuclear, segundo o sistema normativo pátrio. Através Lei n. 4.118/62 dá o poder absoluto

nacionalmente a CNEN (Comissão Nacional de energia Nuclear) para a emissão de

licenças e autorizações, além que é responsável pela fiscalização dos aspectos

radiológicos das instalações e assegurar que o trabalho esteja sendo executado de

maneira correta de forma que o órgão responsável mantenha profissionais capacitados.

O licenciamento nuclear compreende diversas etapas, reguladas pela Norma “NE

1.04 – Licenciamento de Instalações Nucleares (Anexo 2) ”, às quais a CNEN analisa e

aprova a documentação pertinente, emitindo, após a realizações dos estudos, as

seguintes licenças e/ou autorizações:

a) aprovação do local;

b) licença de construção;

c) autorização para utilização de material nuclear;

d) autorização para operação inicial e;

e) autorização para operação permanente.

Além disso, necessário informar a distribuição de população do local, as vias de

acesso existentes e propostas e distancia aos centros de população, bem como as

características físicas do local (sismologia, meteorologia, geologia e hidrologia).

É de suma importância a apresentação de um relatório de danos meio ambiente em

decorrência da construção da instalação e de sua operação normal e em casos de

acidentes juntamente de um programa preliminar de monitoração ambiental pré-

operacional.

4. Possíveis impactos ao meio ambiente e o papel do licenciamento

Conforme Fabio Ulhoa Coelho, atividade empresarial, pode ser vista como:

“(...) a de articular os fatores de produção, que no sistema capitalista são quatro: capital, mão de obra, insumo e tecnologia. As organizações em que se produzem bens e serviços necessários ou úteis à vida humana são resultado da ação dos empresários, ou seja, nascem do aporte de capital – próprio ou alheio -, compra de insumos, contratação de mão de obra e desenvolvimento ou aquisição de tecnologia que realizam.” (COELHO; 2011, p. 21)

Nos dia atuais todas as empresas que desenvolvem atividades que possam vim a

degradar o meio ambiente, devem desempenhar suas funções ambientais, que

correspondem ao respeito ambiental, previsto no art. 5ª XXII da Constituição Federal e o

econômico, conforme o artigo 170, III c/c VI do mesmo diploma legal, além de ressaltar a

necessidade da função social da propriedade transcrito no art. 170, III da Carta Magna de

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1988 e o princípio da defesa do meio ambiente. Com isso podemos considerar um

desenvolvimento econômico com direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Com o desenvolvimento tecnológico junto a praticas modernas, o desenvolvimento

sustentável ficou mais acessível para a geração de energia nuclear tanto como social, como

ambiental, tornando-a uma opção. Cada dia aumenta-se a valorização das questões

ambientais e sociais, pois a exigência é tanto do mercado financeiro quanto da coletividade.

Nos últimos 60 anos já ouve vários acidentes envolvendo usinas nucleares, sendo o

mais recente a tragédia de Fukushima, no Japão em maço de 2011, acidentes na qual

levantaram-se questionamentos sobre a “credibilidade” da produção de energia nuclear.

Entretanto a maior polemica baseia-se no fato da energia nuclear produzir sem nenhuma

poluição de grande porte e gerarem menor impacto ao meio ambiente, o oposto das

hidrelétricas que desapropriam pessoas das suas regiões nativas e inundam matas e terra

que poderiam estar sendo utilizadas para atividades econômicas como a agricultura.

Com tudo, especialistas afirmam que a geração de energia nuclear ainda não vem

sendo uma boa alternativa:

“(...) inadequada para uma nação com tanto potencial hidrelétrico ainda não explorado. Mas o grande problema são os rejeitos radioativos, pois nenhum país do mundo sabe o que fazer com eles. Quando mal depositados, podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, além do risco permanente de vazamento de radiação, o que pode, inclusive, causar a morte das populações atingidas. Até hoje, cientistas e engenheiros do mundo todo lutam para construir usinas nucleares completamente seguras.” (“A polêmica das usinas nucleares no Brasil” - Projeto Apoema)

O licenciamento ambiental é um poderoso mecanismo, pois estará trazendo

informações importantes em relação aos impactos que podem ou não estarem ocorrendo

no meio ambiente, assim as questões controversas poderão ser debatidas e esclarecidas,

mediantes a apresentação dos relatórios e estudos realizados por profissionais

capacitados. Então, a qualidade ambiental e da sociedade estará sofrendo apenas reflexos

positivos, além do desenvolvimento econômico sustentável.

Enfim, seguindo o artigo 225 da Constituição Federal, o licenciamento é:

“Uma política que visa a conservação do meio ambiente por meio do

desenvolvimento sustentável, mantendo um ambiente equilibrado de bom uso comum do povo e essencial à saída de qualidade de vida. Impondo-se ao Poder Pública e a toda à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

5. Funcionamento das Usinas Nucleares

Segundo MARTINS, o funcionamento de uma usina nuclear:

“As usinas nucleares utilizam o princípio da fissão nuclear para gerar calor, dentro do Reator Nuclear centenas de varetas contendo material

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radioativo são fissionadas, liberando muito calor. Este calor irá aquecer a água (totalmente pura) que fica dentro do reator. Ela pode chegar á incríveis 1500°C a uma pressão de 157atm.” (MARTINS, Lucas. Infoescola)

A água já aquecida seguira pelos tubos até o vaporizador, que em seguida voltara

para o reator, essa fase denomina-se como circuito primário.

“No vaporizador, outra quantidade de água será fervida, pelo calor de tubos onde passam a água extremamente quente do reator, o vapor gerado sairá por canos, até onde ficam localizadas as turbinas e o gerador elétrico. O vapor d’água pode girar as pás das turbinas a grandes velocidades, produzindo corrente elétrica.” (MARTINS, Lucas. Infoescola)

Após o vapor d’água executar sua função, o mesmo passa pelo condensador na

onde virará água no estado liquido novamente e retornará para o vaporizador seguindo

assim um ciclo. Essa fase é o circuito secundário.

Para a transformação do vapor para a água liquida, é necessário que no

condensador seja abastecido com água fria, devido a isso as instalações de uma usina

devem ser perto de fontes de água como, por exemplo, rios, lagos ou mares. Depois de

passar pelo condensador a água ficará quente necessitando que seja resfriada, devido a

isso a mesma passa pelas torres de resfriamento (a maior parte de uma usina nuclear),

chamado de circuito terciário.

“Uma usina nuclear é munida de vários sistemas de segurança, que entram em ação automaticamente em casos de emergência, o principal deles é o sistema que neutraliza a fissão nuclear dentro do reator. São centenas de barras, feitas de materiais não fissionáveis (isto é, mesmo absorvendo nêutrons livres, não se dividem), como boro e cádmio, que são injetadas no meio reacionário.” (MARTINS, Lucas. Infoescola)

Fonte: Info Escola; Ilustração: US NRC.gov

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Todos os reatores por medidas de segurança ficam envolvidos por uma capsula de 3

cm de espessura, feita de aços. Além de serem protegidos com paredes de até 70 cm de

concreto e estrutura de ferro e aço, podendo aguentar ataques terroristas. Por isso, as

usinas nucleares são vistoriadas por órgãos internacionais periodicamente em busca de

irregularidades, falhas, entre outros.

6. Principais Acidentes

Muitos acidentes envolvendo usinas nucleares já aconteceram e em quase todos os

problemas apresentados foram: falhas humanas, ou seja, pessoas não preparadas para

executar determinado serviço. Alguns casos de desastres nucleares:

Chernobyl (1986)

Three Mile Island (1979)

Kyshtym (Ozyorsk - 1957)

Césio – 137 (1987)

Tokaimura (1999)

Seversk (1993)

Windscale (1957)

Bohunice (1977)

Fukushima (2011)

Fonte: Greenpeace. Os piores acidentes com usinas nucleares e suas consequências 14 - mar 2011

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6.1. Acidente de Chernobyl

Na cidade de Chernobyl na Ucrânia se localizava uma das usinas nucleares, na qual

era responsável pela produção de cerca de 10% da energia utilizada na Ucrânia, possuía 4

reatores e mais dois em construção era um símbolo do avanço da União Soviética. Porém,

no dia 26 de março de 1986 o maior acidente radioativo aconteceu espalhando radiação

pelo país e territórios vizinhos.

“No dia da explosão estava agendado um procedimento de rotina no reator 4, ele seria desligado e os responsáveis aproveitaram para fazer um teste, um problema de resfriamento fez com que o teste terminasse de forma trágica. O acidente lançou 70 toneladas de urânio e 900 de grafite na atmosfera”. (Educação Globo, 2014)

O responsável pelo acidente nuclear não é o principal motivo da discussão, porém

alguns especialistas apontam como erros humanos, enquanto outras avaliam erro nos

projetos, contudo a ideia mais aceita é a união das duas falhas. Várias equipes de

trabalhadores foram mandadas para o local do acidente denominado “liquidador” na

tentativa de combater as chamas e garantir o resfriamento do reator. Esses trabalhadores

perderam suas vidas apagando o incêndio que se alastrava. Em seguida outra equipe foi

mandada para diminuir a irradiação, as pessoas trabalhavam sem equipamentos de

segurança adequado na qual passaram seis meses construindo uma estrutura de

isolamentos, o “sarcófago”.

A radiação afetou várias regiões em torno da usina chegando a uma área de 100 mil

km2. A cidade de Prypiat foi construída com o propósito de alojar os trabalhadores da usina,

mas também foi atingida pela radiação. A notícia para a população veio apenas 30 horas

depois do acidente, aonde tiveram 40 minutos para pegarem os itens mais importantes e

saírem da cidade. O governo afirmou que os habitantes poderiam voltar 3 dias depois para

as suas residências, mas a área passou a ser zona de exclusão e Prypiat virou uma cidade

fantasma.

O governo ainda tentou esconder o acidente, mas os níveis de radioativos atingiram

outros países, depois de três dias, sendo dia 29 na Alemanha saiu a primeira notícia a

respeito da explosão da usina. Mesmo depois do acidente, os soviéticos reativaram a usina

novamente, mas com turnos menores, e passou por dois princípios de incêndio, em 1991 e

1996.

O número de mortos é incerto, o governo soviético admitiu 15 mil mortos, enquanto

organizações não governamentais calcularam 80 mil. Contudo os números oficiais mostram

que 2,4 milhões de ucranianos sofrem de problemas de saúde decorrente a explosão.

Atualmente, 6% do PIB ucraniano vão para os efeitos da tragédia como forma de

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indenização às vítimas. Na cidade de Kiev foi construído um museu para lembrar as

pessoas afetadas pela radiação e da usina nuclear de Chernobyl.

A usina nuclear permanece como um perigo para o meio ambiente devido a sua

precipitação radioativa, porém os especialistas afirmam que quase não à pesquisas sobre o

tema. Segundo Mousseau é importante estudar sobre o desastre e seus danos, contudo os

recursos disponíveis não facilitam, pois são poucas as pesquisas falando do acidente e

muitos estudos russos não foram traduzidos para o inglês.

Com a saída das pessoas e a caça se tornando ilegal, os animais voltaram para a

zona de isolamento como os castores, veados, cavalos selvagens, gaviões e águias.

Contudo não é um cenário ideal para a vida selvagem afirma o professor de biologia da

Universidade de Carolina do Sul, Tim Mousseau:

“Chernobyl definitivamente não é o paraíso para a vida selvagem. (...) quando você realmente faz o trabalho duro, de conduzir um estudo científico, onde você rigorosamente controla todas as variáveis, e faz isso várias vezes em muitos lugares diferentes, o sinal é muito forte, há menos animais e menos tipos de animais que o esperado.” (MOUSSEAU, Tim. 2011)

O levantamento de 2010, feito por Mousseau e seus colegas mostrou que os números de

mamíferos tiveram uma grande queda, assim como a de insetos. Ainda foram registrados 550

pássaros de 48 espécies e em oito locais diferentes que na qual tiveram seus cérebros medidos.

O resultado apontou que as aves que vivem em locais com radiação elevada tinham seus

cérebros 5% menores, diferentes dos que viviam em lugares com baixa radioatividade, a única

diferença entre as aves era com menos de um ano. Contudo, quando o animal apresente um

cérebro menor sua habilidade cognitiva diminui, portanto, uma capacidade de sobrevivência

menor e ainda os pesquisadores sugerem que muitos embriões nem chegaram a sobrevier.

Apesar de a radiação alcançar uma longa distância como no norte da Escócia e o oeste da

Irlanda, os locais mais atingidos foram na Ucrânia, Belarus e Rússia. Entretanto a contaminação

não é uniforme, em algumas áreas do isolamento estão limpas enquanto mais adiante pode ser

encontrado alto níveis de contaminação, tudo é determinado pelos ventos, condições climáticas

que depositam as partículas, ou pelas folhagens que as seguram.

Nos últimos 25 anos a radioatividade teve uma pequena queda, porem nas regiões mais

afetadas a contaminação chega a ser de 20 centímetros abaixo do solo, apresentando uma fonte

de exposição. As partículas radioativas encontradas no solo passam para as plantas, que

passam para os animais pela alimentação e em seguida chegando aos humanos por meio da

carne e do leite. Quando absorvida pelos ossos e órgão, o césio emite radiação alpha, que na

qual danifica o DNA, aumentando os riscos de tumores. As principais ameaças encontradas são

o césio 137 e em menor grau o estrôncio 90 que está decaindo em escala media na última

década segundo o Instituto de Proteção Radiológica e Segurança Nuclear (IRSN) francês.

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Alguns lugares da Ucrânia não foram atingidos pelo acidente, por isso as grandes fazendas

produtoras e fábricas de alimentos não correm riscos de contaminação, afirmam os cientistas.

Contudo a radioatividade afetas as áreas mais pobres no nordeste da Ucrânia, onde os

produtores colhem cogumelos, grãos e feno para os animais contaminados, pois não tem

dinheiro para buscar alimentos nas áreas limpas.

Valery Kashparov, diretor do Instituto Ucraniano de Radiologia Agrícola, afirma que:

“O governo promoveu em 2008 cortes nos fundos destinados ao monitoramento da radiação. Em torno de 600.000 dólares são necessários anualmente para garantir que a comida não esteja contaminada. A contaminação está decaindo, mas levará décadas para a natureza levá-la a níveis seguros.”

Nas pesquisas realizadas pelos pesquisadores ainda são encontrados elevados níveis de

irradiação nos alimentos. Cientistas do Greenpeace apresentou em Kiev os testes realizados,

encontraram césio 137 acima do permitido em muitas amostras de leites, cogumelos secos e

grãos. Ou, seja os níveis estavam extremamente elevados em Rivne, na qual o solo está

transmitindo partículas radioativas mais facilmente para as plantas.

6.2. Acidente radioativo com CÉSIO – 137

No mês de setembro de 1987, provavelmente no dia 13, teve início o que foi

considerado o maior acidente radioativo do Brasil e o maior acidente radioativo do mundo

fora de usinas nucleares: o acidente com Césio-137 em Goiânia. O Césio-137 é um isótopo

radioativo do elemento químico césio que é usado em equipamentos de radiografia. Ele era

usado na forma de um sal — o cloreto de césio (CsCl) — pelo antigo Instituto Goiano de

Radioterapia (IGR), que o guardava dentro de uma bomba ou cápsula revestida de uma

caixa protetora de aço e chumbo.

Quando esse hospital foi desativado, os rejeitos radioativos não receberam o destino

adequado, mas ficaram entre os escombros. Com isso, essa cápsula com césio foi

encontrada por dois sucateiros, que a violaram e venderam-na para um ferro-velho. Local

onde o proprietário abriu a caixa que continha a cápsula a fim de aproveitar o chumbo, mas

ao fazer isso ele liberou para o meio ambiente cerca de 19 g de cloreto de césio-137.

Esse sal emite um brilho azulado muito bonito, o que encantou o dono do ferro-velho

que acabou distribuindo o material a amigos e familiares. Alguns chegaram até mesmo a

passar o cloreto de césio-137 na pele. O irmão do proprietário levou um pouco do material

radioativo para casa, e sua filha, brincou com ele e depois foi comer sem ter lavado as

mãos, ingerindo pequenas quantidades de césio-137. Em virtude da falta de conhecimento

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da população, dezenas de pessoas foram contaminadas, e os primeiros sintomas que

apareceram apenas algumas horas depois foram náuseas, vômitos, tontura e diarreia.

A esposa suspeitou do material e levou partes da bomba para a sede da Vigilância

Sanitária. No dia 29 de setembro de 1987 foi dado o alerta de contaminação radioativa. Em

23 de outubro, a sobrinha do proprietário morreu, passando a ser considerada a maior fonte

humana de radiação. Ela, que teve que ser enterrada em um caixão de chumbo, tornou-se

símbolo dessa tragédia que os moradores de Goiânia nunca esqueceram. A partir de então,

teve início uma força-tarefa para remover os objetos contaminados e tratar as vítimas. Os

dados apontam que 249 pessoas foram examinadas e, destas, 22 foram isoladas em razão

da alta taxa de contaminação. Passaram a receber monitoramento 129 pessoas, e 14

estavam com um quadro clínico muito grave. Houve quatro vítimas fatais poucas semanas

depois: a segunda foi sua tia, esposa do proprietário; e os outros dois foram jovens de 18 e

22 anos que eram funcionários do ferro-velho. Já o proprietário do ferro-velho foi tratado no

Hospital Navarro Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, mas morreu sete anos depois.

O trabalho de descontaminação dos locais atingidos não foi fácil. A retirada de todo o

material contaminado com o césio - 137 rendeu cerca de 6.000 toneladas de lixo (roupas,

utensílios, materiais de construção etc.). Tal lixo radioativo encontra-se confinado em 1.200

caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço), em um depósito

construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos

(estimativa de desintegração nuclear pelo decaimento radioativo até atingirem níveis

seguros). Esse desastre fez centenas de vítimas, todas contaminadas por radiações

emitidas por uma única cápsula que continha 137césio. Atualmente, as vítimas reclamam da

omissão do governo para a assistência da qual necessitam, tanto médica como de

medicamentos, e Fundaram a Associação de Vítimas Contaminadas do 137 Césio e lutam

contra o preconceito ainda existente.

6.3. Acidente de Fukushima

O Japão é considerado uma referência mundial quando o quesito é tecnologia e

organização, porém mesmo com todos esses recursos sofreu com uma grande tragédia, o

acidente nuclear na usina de Fukushima. Entre a lista de motivos está o fato de ter ocorrido

dois grandes desastres naturais, o primeiro foi em 11 de março de 2011, quando um

terremoto de 9,0 graus na escala Richter acabou atingindo o leito oceânico perto da

costa leste do Japão. O tsunami que surgiu matou mais de 20 mil pessoas, e formou ondas

de 14 metros que atingiram a usina, a qual era preparada para aguentar ondas de no

máximo 6 metros.

A energia no local foi cortada, mas felizmente os reatores não explodiram assim como

em Chernobyl, o que acabou limitando a quantidade de radiação liberada. Porem devido a

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falta de energia, surgiu um problema pois não era possível o resfriamento do material

radioativo, que se não fosse resolvido rapidamente poderia ocasionar uma explosão. Mas os

técnicos agiram rápido ao encontrar uma solução, que consistiu em usar cerca de 320 mil

toneladas de agua para resfriar os reatores. Foi ai que surgiu um grande problema para o

pais, o armazenamento de toda essa agua, pois a mesma se encontra contaminada e

armazenada em algo em torno de mil tanques na usina, e uma parte já entrou em contato

com o oceano através de um vazamento, apesar de que esse problema já foi corrigido em

partes, é algo complexo pois essa agua contém um nível elevado de radiação cerca de

2.200 milisieverts por hora.

Além disso, como parte dos reatores derreteram isso acabou contaminando o solo,

com suspeitas de ter chegado até o lençol freático, o que é um grande problema. Como

medida para reparar isso o governo anunciou o projeto de um “muro congelado” em volta de

Fukushima com intuito de parar o avanço da radiação. Porém em 2016 o projeto ainda está

em fase inicial. Outro problema é o que fazer com toda essa agua contaminada, apesar de

ter uma usina para descontaminação, ela atua em um ritmo lento o que não solucionara o

problema rapidamente.

Além de tudo isso, ainda se tem um grande problema com relação ao que vai ser feito

com a água que já foi contaminada. Pois mesmo com alguns métodos de filtração, ainda

não é capaz de retirar todos os elementos radioativos.

6. CONCLUSÃO:

As usinas nucleares têm como principal função a produção de energia de forma

“limpa”, e durante a produção mantém os átomos reunidos (prótons, elétrons e nêutrons), e

a partir do momento que é separado resulta na liberação de uma grande quantidade de

energia. A instalação de uma usina desse tipo tem várias vantagens e desvantagens, como

por exemplo, o combustível é barato e pouco, contudo, exige um alto investimento devido à

alta tecnologia nela aplicada, tem a vantagem de não depender de condições climáticas e

ambientais (como no caso das usinas hidroelétricas e eólicas), porém, há os ricos que já são

bem conhecidos devidos aos grandes acidentes, como o que aconteceu em Chernobyl no

qual mesmo depois de anos a radiação ainda é encontrada na usina e nos seus arredores, a

má destinação dos lixos atômicos podendo afetar diretamente o solo contaminando-o, e

ainda a utilização de forma errada para a formação de armamentos nucleares. Por isso as

usinas nucleares podem ser uma boa opção onde não há abundância de recursos naturais e

pessoas de bom senso, ou mesmo nesse período de secas por todo o mundo. Mas os seus

riscos são grandes, podendo ser maiores que seus benefícios, sendo assim necessário com

que se pense em outras alternativas, tais como a energia proveniente de painéis solares.

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