UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Fisioterapia

GISELE CAMPOS DE MORAES

MARIA CAROLINA DEUSA DE ALMEIDA

USO DA RADIOFREQUÊNCIA EM ESTÉTICA: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA ENTRE 2007 - 2012

Bragança Paulista 2012

GISELE CAMPOS DE MORAES – R.A. 001200701605 MARIA CAROLINA DEUSA DE ALMEIDA – R.A. 001200701333

USO DA RADIOFREQUÊNCIA EM ESTÉTICA: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA ENTRE 2007 - 2012

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientação: Prof.ª M. Katiuscia Rosette Scasni Menon

Bragança Paulista 2012

GISELE CAMPOS DE MORAES MARIA CAROLINA DEUSA DE ALMEIDA

USO DA RADIOFREQUÊNCIA EM ESTÉTICA: UMA REVISÃO

SISTEMATICA ENTRE 2007 - 2012 Monografia aprovada pelo Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Data de aprovação: ___/___/___

Banca examinadora:

Prof.ª M.ª Katiuscia Rosette Scasni Menon

(Orientadora Temática)

Universidade São Francisco

Prof.ª D.ra Rosimeire Simprini Padula (Orientadora

Metodológica)

Universidade São Francisco

____________________________________________

Prof.ª Nathália Aiello Montouro (Examinadora)

Universidade São Francisco

Aos meus pais, pela dedicação

e por acreditarem em mim.

Aos professores deste país, pelo idealismo,

confiança e coragem.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar a vida e a força para não desistir.

Aos meus pais, Humberto Canhassi de Moraes e Iraci Soares de Campos

Moraes, por acreditarem em mim, me darem apoio, amor, paciência, por serem

pessoas batalhadoras, enfrentando as dificuldades para que eu pudesse concluir

meus estudos, por estarem ao meu lado sempre, pelos ensinamentos, aos quais eu

devo tudo o que sou hoje. Pai e mãe, vocês são os maiores exemplos de heróis.

Sou muito grata à tudo. Amo muito vocês!

Ao amor da minha vida, José Eduardo Silva, por ter entrado na minha vida

tornando-a muito melhor em todos os sentidos, por estar ao meu lado sempre, pela

confiança, carinho, paciência, atenção, dedicação, por me mostrar o amor entre o

homem e uma mulher, entre tantas coisas mais, meu principal agradecimento por ter

me dado o maior presente do mundo, a nossa filha, Lívia. Eu te amo muito, pra

sempre! Obrigado por me fazer a mulher mais feliz do mundo!

À minha filha Lívia Campos Silva, que apesar de ainda estar no meu ventre,

me trouxe muitas alegrias, mudou minha vida dando sentido à ela e me mostrou o

quão forte pode ser a ligação entre duas pessoas e que o amor vence tudo. Minha

princesa, estou contando as horas pra ter você em meus braços. Eu te amo demais!

Aos meus avós (in memorian) Tina, Moraes, Zé e principalmente Quica que

muito me ensinaram e pelas orações que a Sr.ª Vó Quica me dedicava para que eu

me formasse. Um dia a gente vai se encontrar! Saudades!

À Prof.ª M.ª Katiuscia Rosette Scasni Menon pelas orientações, paciência,

disponibilidade e principalmente por ter me dado forças e não ter me deixado

desistir. Professora, meu muito obrigado!

À todas as pessoas que diretamente ou indiretamente colaboraram para a

elaboração deste trabalho.

Gisele Campos de Moraes

A Deus... Sonhei que estava caminhando na praia. Revi, espelhado no céu, todos os

dias da minha vida. E em cada dia vivido, apareciam na areia, duas pegadas: as minhas e

as do Senhor. No entanto, em alguns trechos, notei que havia apenas um par de pegadas, e

isso precisamente nos dias mais difíceis da minha vida. Então perguntei a Deus: “Senhor, eu

quis seguir-te e Tu prometeste ficar sempre ao meu lado. Por que me deixaste sozinho, logo

nos momentos mais difíceis?” Ele respondeu: “Meu filho, Eu te amo e nunca te abandonei.

Os dias em que viste só um par de pegadas na areia são precisamente aqueles em que Eu

te levei nos meus braços...”.

Aos meus pais que não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha

vida, vocês são os principais responsáveis para realização dos meus sonhos.

A minha irmã Thais, muito obrigada por tudo: por me ajudar, escutar, acalmar, apoiar,

aguentar, pelo imenso respeito e admiração. Estarei sempre ao seu lado.

Agradeço a minha Nina por ser minha alegria de todos os dias.

“Quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu gosto do meu cachorro!”

Agradeço a Avó-Mãe Alzira.

“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”

Maria Carolina D. de Almeida

"No meio de tanta dificuldade

encontra-se a oportunidade"

Albert Einstein

RESUMO

O uso da radiofrequência está cada vez mais em evidência no meio estético

para tratamentos de flacidez de pele, rugas, rejuvenescimento, celulite e contorno

corporal. Trata-se de uma técnica não-invasiva que através de correntes elétricas

causam o aquecimento do tecido, induzindo a neocolagênese (crescimento do novo

colágeno) OBJETIVO: Este trabalho propôs-se a realizar uma revisão de literatura

para avaliar o efeito da terapia de radiofrequência na área da estética. MÉTODO:

Levantamento bibliográfico das publicações entre os anos de 2007 e 2012, nas

bases de dados Lilacs, Scielo e Medline, através do uso os seguintes descritores:

colágeno, não invasivo, radiofrequência, foram utilizados oito artigos sendo quatro de

revisão de literatura e quatro de intervenção. RESULTADOS: Todos os artigos

selecionados tiveram o mesmo propósito de avaliar a radiofrequência em técnicas

não invasivas nas diferentes aplicações em estéticas. Os resultados obtidos com a

radiofrequência não invasiva foram positivos, porém, são necessários mais estudos

para definir qual a melhor aplicabilidade e quais os melhores parâmetros a serem

utilizados, alguns autores relataram que os resultados foram inferiores aos obtidos

em procedimentos invasivos tais como toxina botulínica e cirurgias, foi observado

que a associação da massagem mecânica e da energia-óptica sinérgica, aumenta a

penetração da radiofrequência. Conclusão: O uso da radiofrequência mostrou-se

promissor para a área estética, obtendo resultados positivos na melhora do aspecto

de rugas, flacidez tecidual e contorno corporal.

Palavras-chave: colágeno, não invasivo, radiofrequência

ABSTRAC

The use of radiofrequency is increasingly evident in the middle of aesthetic

treatments for skin laxity, wrinkles, rejuvenation, cellulite and body contouring. It is a

noninvasive technique which through electrical currents cause heating of the tissue, inducing

neocollagenesis (growth of new collagen) AIM: This study aimed to perform a review of the

literature to evaluate the effect of therapy radiofrequency in the area of aesthetics.

METHODS: Bibliographic survey of publications between the years 2007 and 2012, in

databases Lilacs, Scielo and Medline, using the following keywords: collagen, non-invasive

radiofrequency, we used four of eight articles literature review and four intervention.

RESULTS: All items selected had the same purpose of evaluating the RF in the various non-

invasive techniques in aesthetic applications. The results obtained with noninvasive

radiofrequency were positive, but further studies are needed to define how best to apply and

what are the best parameters to be used, some authors reported that the results were inferior

to those obtained with invasive procedures such as botulinum toxin and surgery has been

observed that the combination of massage and mechanical energy optic synergistically

enhances the penetration of radio frequency. Conclusion: The use of radiofrequency showed

promise for the aesthetic area, obtaining positive results in improving the appearance of

wrinkles, sagging tissue and body contouring.

Keywords: collagen, nonablative, radiofrequency

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Resultados obtidos através da análise dos artigos de intervenções

e revisão bibliográfica...................................................................... 20

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 15

2 OBJETIVO.............................................................................................. 18

2.1 OBJETIVOS GERAIS............................................................................ 18

3 METODOLOGIA...................................................................................... 19

4 RESULTADOS E DICUSSÃO................................................................. 20

5 CONCLUSÃO.......................................................................................... 27

6 REFERÊNCIAS ...................................................................................... .......... 28

15

1 INTRODUÇÃO

A fisioterapia dermato-funcional utilizando variados recursos terapêuticos como laser,

luz infravermelha, ultra-som está se mostrando positiva nas disfunções dermatológicas e

físico-funcionais, através de comprovações técnicas de diversas modalidades atuais que

estão cada vez mais modernas quando se diz respeito às alterações estéticas. Um dos

recursos em crescimento é a radiofrequência, que através de aplicações não invasivas tem-

se mostrado positivo quando se trata de disfunções do colágeno no organismo (ALSTER e

LUPTON, 2007).

A radiofrequência (RF) é um recurso que já existe há muitos anos, por exemplo, em

1911 já era utilizada para corte e cauterização do tecido, em 1976 foi utilizada para fins

medicinais para combater células de câncer, porém, para esses fins eram utilizadas

potências mais altas da radiofrequência, atualmente tem-se mostrado importante no que diz

respeito à fins terapêuticos, que é utilizada com a potência adequada apenas para aumentar

a temperatura do tecido sem que haja agressão da pele. Apesar de ser um recurso existente

há mais de um século,,no Brasil, apenas 2008 foi fabricada a primeira radiofrequência,

chamada de Spectra® da empresa ToneDerm, seguido pelo equipamento Hertix® da

empresa KLD para disfunções estéticas (AGNE, 2009) e logo depois fabricado pela

empresa IBRAMED.

Por ser uma modalidade recente, ainda há controvérsias referentes aos parâmetros

da frequência utilizada para a aplicação da técnica. Essa variação gira em torno de 0,3 MHz

até 3 MHz e em alguns estudos chegam até a 5 MHz, há também outros aparelhos que

utilizam uma frequência mais elevada de 40 MHz, porém, esse recurso é denominado

diatermia por ondas curtas, que mesmo sendo um modo da radiofrequência tem a

aplicabilidade diferente de disfunções estéticas (AGNE, 2009).

A corrente de radiofrequência é uma corrente que se assemelha a corrente de rádio

quando se diz respeito à frequência das correntes, porém, se diferenciam nos sistemas

mecânicos e nas oscilações eletromagnéticas por possuírem propriedades exclusivas

diferentes de correntes alternadas, ou seja, as propriedades das duas apesar de

semelhantes se diferenciam (Dicionário Houaiss de Física, 2005).

Conforme VAN DER LUGT et al. (2009), para aplicação da radiofrequência deve-se

utilizar dois eletrodos, no qual um deles é considerado como ativo e o outro como de

dispersão. Sistemas monopolares fornecem corrente através de um único ponto de contato

com uma almofada de acompanhamento, que serve como um caminho de baixa resistência

para o fluxo de corrente para completar o circuito elétrico. Eletrodos monopolares

concentram a maior parte de sua energia perto do ponto de contato e a energia diminui

16

rapidamente como a corrente e flui em direção ao eletrodo de aterramento. Dispositivos

bipolares somente passam uma corrente elétrica entre dois elétrodos posicionados no

mesmo cabeçote aplicados sobre a pele. Segundo ZELICKSO et al. (2004), há o acúmulo

de carga no eletrodo ativo produzido por ele próprio, essa carga é modificada de positiva

para negativa rapidamente, para realizar a distribuição uniforme desta carga é utilizada um

material condutor para revestir o cabeçote do eletrodo ativo, que tem a finalidade de

transferir a energia capacitiva ao tecido.

Através da condução da corrente elétrica no tecido ocorre o efeito térmico,

ocasionado pela resistência inerente do tecido, em que a energia elétrica é convertida em

energia térmica. Para esse efeito ser possível é causado no interior do tecido a alteração da

carga da corrente de positivo para negativo, com elétrons e íons atraídos e repelidos da

superfície simultaneamente milhões de vezes, causando a resistência no tecido e assim

gerando calor e assim, através da resposta dos fibroblastos há a neocolagenese (ALSTER e

LUPTON, 2007).

Quando a temperatura é atingida da forma adequada há a parcial desnaturação do

colágeno, que dá origem ao novo colágeno, que através da contração do tecido epitelial

ocorre a neocolagenese mais profundamente à pele, observando o resultado como o de

redução de rugas (FITZPATRICK et al. 2003).

Após o aquecimento observa-se a hiperemia da pele como consequência da

vasodilatação e aumento do fluxo de sangue, que como efeito aumenta a circulação

periférica e assim melhora a oxigenação do tecido por meio da corrente sanguínea (Borges,

2010).

No tratamento com a radiofrequência têm-se como objetivo elevar a temperatura do

tecido em torno de 40° C à 43° C, nesta temperatura, além da vasodilatação também

estimula à formação de novas fibras de colágeno (BORGES, 2010). Na utilização da

radiofrequência para a neocolagenese é de extrema importância que a temperatura do

tecido seja monitorada por de um termômetro, que por meio de infravermelho faz uma

captação térmica da temperatura tecidual. Se na medição o valor acusado é de 40°C - 41°C

é provável que na derme a temperatura esteja em torno de 45°C (AGNE, 2009). Segundo

ZELICKSON et al. (2004), se ultrapassar o limiar crítico de temperatura, ocorre a completa

desnaturação do colágeno, sendo prejudicial ao tecido.

Segundo RAIMOND et al. (2003), existe uma grande variedade de tipos de

colágenos. De acordo com HARRIS ( 2005) nos humanos o colágeno é caracterizado como

uma proteína estrutural de extrema importância e tem como principal função o suporte

internamente da matriz extra celular. A derme especificamente está constituída de um

grande número de fibras colágenas, sendo assim, são consideradas como as principais

fibras do tecido conjuntivo denso. Os tipos de colágeno existentes na pele são:

17

Colágeno tipo I: é o mais importante na derme e podem ser encontrados também nos

ossos e cartilagens, sendo elas as fibras mais grossas, são sintetizadas pelos fibroblastos.

Colágeno tipo II: também existe em grande número na derme, mas principalmente

em volta dos nervos e vasos sanguíneos, é abundante em hidroxiprilina e cistina e pode-se

também ser chamado de reticulina.

Colágeno tipo III: constitui as fibras reticulares. Presentes em musculo liso,

endoneuro Abundando no tecido conjuntivo frouxo, constitui as fibras reticulares.

Colágeno tipo IV e VII: tem como função manter a integridade da membrana basal, o

que nutri de forma adequada as células da camada basal encontrada na epiderme.

O tecido conjuntivo é responsável pela forma do corpo, que ocorre através do

conjunto de moléculas que juntando as células e órgãos dá-se sustentação ao corpo

(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).

As fibras de colágeno podem ser alteradas de acordo com seu diâmetro e sua forma

com o efeito do aquecimento, o que causa a reorganização das fibras de colágeno.

A radiofrequência é utilizada no tratamento de diferentes alterações estéticas que

dependem da reestruturação do colágeno, como no rejuvenecimento cutâneo e no

remodelamento corporal, pois, além de atuar nas rugas e flacidez facial, também atua no

fibroedema gelóide, além de obter o efeito reafirmante no corpo (CARVALHO et al. 2011).

Existem contra-indicações para o uso da radiofrequência que são alterações na

sensibilidade do paciente, utilização de metais no corpo, implantes elétricos, gestantes,

pacientes em tratamentos com medicamentos para a circulação sanguínea, utilização sobre

glândulas hormonais, hemofílicos, focos de infecções e indivíduos com febre. Qualquer

aparelho eletrônico ou metais devem ser retirados próximo do aparelho de radiofrequência

durante a aplicação da técnica (CARVALHO et al. 2011).

Resumidamente, o uso da radiofrequência por fisioterapeutas dermato-funcionais é

indicado para alterações causadas nas fibras de colágeno, que através da energia térmica

causa o aquecimento tecidual e induz a neocolagenese (HARRIS, 2007).

A literatura médica apresenta diferentes frequências em diversos aparelhos

disponíveis no mercado. Não há, aparentemente, consenso sobre quais os parametros mais

adequados e, também, se há diferença para cada alteração estética a ser tratada.

18

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Revisão de artigos científicos nas principais bases de dados Lilacs, Medline e Scielo

entre os anos de 2007 e 2012 sobre a aplicação de radiofrequência em estética.

19

3 METODOLOGIA

Este trabalho consistiu de uma revisão de literatura de artigos científicos, datados de

janeiro de 2007 a junho de 2012, pesquisados em base de dados: Lilacs, Medline e Scielo

para parâmetros de comparação. Para a seleção dos artigos foram utilizados os descritores

colágeno,não invasivo e radiofrequência,não sendo encontrados artigos nas bases de dados

já citadas. Sendo realizada uma nova pesquisa nas bases de dados Medline em língua

inglesa com as palavras collagen AND nonablative AND radiofrequency foram encontrados

dezessete artigo e foram descartados nove artigos por não terem o mesmo propósito da

pesquisa, foram selecionados oito. A pesquisa nas bases de dados Scielo e Lilacs não

obteve sucesso. Nos cruzamentos das palavras em português colágeno AND fibras de

colágeno, radiofrequência AND correntes eletromagnéticas de alta frequência não foram

encontrados.

20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da pesquisa na base de dados Medline, Scielo e Lilacs, utilizando os

descritores: colágeno, não invasivo, radiofrequência foi realizado o cruzamento das palavras

em português colágeno AND fibras de colágeno, radiofrequência AND correntes

eletromagnéticas de alta frequência onde não foram encontrados e na língua inglesa

collagen AND collagen fibers, radiofrequency AND electromagnetic currents high

frequecincia também não foram encontrados. Na pesquisa nas bases de dados Medline

(Pubmed) foram encontrados dezessete artigos que continham as palavras chave:

collagen,nonablativo, radiofrequency dentre eles nove foram excluídos por não se referirem

ao propósito do estudo deste trabalho, pois, se tratavam de artigos sobre o tratamento de

laser para pele escura e sobre a desnaturação de colágeno para mulheres com

incontinência urinária de esforço.

Sendo assim, através de leitura do titulo e dos artigos completos, foram utilizados

para este trabalho de revisão sistemática oito artigos, sendo que quatro deles realizaram

estudos de intervenção e quatro foram estudos de revisão bibliográfica. Todos os oito

artigos obtiveram o mesmo propósito de avaliar a radiofrequência em técnicas não invasivas

de aplicações em alterações estéticas.

Os principais achados obtidos apresentam-se na tabela a seguir:

Tabela 1: Resultados obtidos através da análise dos artigos de intervenções e revisão

bibliográfica

Autor / Data Tipo RF Objetivo Metodologia Resultados Efeitos

Colaterais

MONTESI, et al., (2007)

Bipolar

Analisar os mecanismos de

ação da radiofrequência em

diferentes

alterações estéticas

Intervenção - 30 pacientes de 18 a

70 anos (idade média 44 anos), 6 a

8 sessões com

intervalo de 2 semanas. Foi

avaliado através de

fotos antes e após o tratamento e 3

meses após o fim

do tratamento

Aumento do colágeno tipo I e III com o calor

gerado pela RF, quebrando as ligações da

hélice tripla do colágeno e

ativando o efeito

inflamatório resultando em

neocolagenese.

Os efeitos da RF foram positivos

-

ALSTER et al., (2007)

RF: monopolar e bipolar

Apresentar os

efeitos da radiofrequência

nos tecidos

Revisão Bibliográfica

Resultados

positivos na flacidez de pele e rugas .

-

ELSAIE et al., (2009)

-

Analisar a atuação da radiofrequência

e terapias

associadas

Revisão Bibliográfica

Os resultados foram positivos na flacidez de

pele e rugas

-

21

ATIYEH, (2009) RF: Monopolar

Verificar a eficácia

para rejuvenescimento

da pele com a

técnica não invasiva de

radiofrequência

Revisão

Bibliográfica

O efeito é inferior

aos procedimentos

invasivos. Faltam

estudos para verificar sua

eficácia .

-

TSAI et al., (2011)

Monopolar energia-óptica

sinérgica

Analisar os efeitos na pele após o uso da radiofrequência

Intervenção em 5

ratos e analisar os resultados através

da microscopia

multifonica

Mudança na histologia dos

ratos em estudo e concluiu que não estão tão

claro os efeitos da

radiofrequência

Edema

El-DOMYATI IM

et al., (2011) Monopolar

Avaliar os efeitos

clínicos e as alterações

histológicas da

radiofrequência não invasiva no tratamento do

fotoenvelhecimento

Intervenção - 6 mulheres entre 47 e 60 anos, 6 sessões

com intervalo de 2 semanas,totalizando

3 meses do

tratamento. Foram realizadas fotos

antes e logo após a

sessão e depois do tratamento foi feita

biópsia da pele

facial

Os pacientes

apresentaram melhora clinica, endurecimento

da pele e melhora nos sinais da testa e

periorbital

Apenas um voluntário

apresentou ligeira eritema e

hiperpigmentação

transitória leve 2 dias após a

quarta sessão, o

que diminuiu 5 dias posterior

JAVATA et al.,(2011)

Monopolar

Avaliou os efeitos

da terapia na redução de rugas

em diferentes

áreas

Intervenção - 32 pacientes entre 29 e

71, 8 sessões com intervalo de 1

semana. Fotos

antes tratamento e 1 e 3 meses após

Visivelmente

positivos e satisfação dos

pacientes

Hiperemia e edema

BELENKY,

(2012)

RF Energia eletromagnética

RF monopolar

Descrever a utilização e os

efeitos da

radiofrequência na flacidez de pele,

celulite e contorno

corporal associando a massagem

mecânica e energia óptica

sinérgica

Revisão

Bibliográfica

Eficaz para flacidez de pele,

celulite e

contorno corporal com associação da massagem

mecânica pois, aumentou a

penetração da

radiofrequência no tecido.

-

Dos quatro autores que utilizaram a intervenção como metodologia, TSAI et al.

(2011) diferente dos outros três, utilizou estudos em ratos para avaliar os efeitos da

radiofrequência na pele e nesse estudo não identificado o número de sessões realizadas, já

EL – DOMYAT et al. (2011) , JAVATA et al. (2011) e MONTESI et al. (2007) realizaram os

estudos com seres humanos e diferenciaram entre o número de sessões do tratamento bem

como os intervalos entre elas que podem ser observados na tabela acima.

Nos trabalhos realizados com seres humanos JAVATA et al. (2011) e MONTESI et

al. (2007) contaram com trinta ou mais pacientes para seus estudos, porém, JAVATA et al.

22

(2011) incluiu pacientes de 29 à 71 anos, realizou oito sessões de radiofrequência com

intervalo de uma semana entre elas, MONTESI et al. (2007) baseou seu estudo em

pacientes de 18 à 70 anos, sendo realizado o tratamento com a radiofrequência em número

de seis à oito sessões com intervalo entre elas de duas semanas, EL – DOMYATI et al.

(2011) recrutou seis pacientes para seu estudo e realizou seis sessões da terapia não

invasiva de radiofrequência, intervalando as mesmas por duas semanas.

Tanto EL – DOMYATI et al. (2011) , JAVATA et al. (2011) e MONTESI et al. (2007)

fizeram a documentação dos resultados através de fotos antes e após o tratamento.

JAVATA et al. (2011) e MONTESI et al. (2007) continuaram a avaliação através de novas

fotografias, JAVATA et al. (2011) realizou fotografia um mês após o término do tratamento e

igualmente com MONTESI et al. (2007) três meses após a última sessão. Já EL – DOMYATI

et al. (2011) além das fotografias também realizou a biopsia para obtenção dos resultados.

O estudo de TSAI et al. (2011) analisou os efeitos da radiofrequência em ratos utilizando a

tecnologia microscópica multifotônica e avaliou o efeito na histologia dos ratos, também ao

final do tratamento e um mês após o término do mesmo.

Os tipos de radiofrequência utilizados nos estudos foram diferenciados, pois, TSAI et

al. (2011) realizou a radiofrequência monopolar associada à energia óptica sinérgica, El –

DOMYATI et al. (2011) e JAVATA et al. (2011) utilizaram a radiofrequência monopolar,

MONTESI et al. (2007) baseou os estudos na técnica bipolar associado à massagem

mecânica.

Os efeitos colaterais comuns observados entre os autores foi o edema, e hiperemia

da pele, porém, os mesmos não necessitaram de intervenção para cessarem.

O autor TSAI et al. (2011) objetivou seu estudo para analisar os efeitos na pele após

o uso da radiofrequência, já JAVATA et al. (2011) avaliou os efeitos da terapia na redução

de rugas em diferentes áreas, MONTESI et al. (2007) fez do seu estudo uma ferramenta

para analisar os mecanismos de ação da radiofrequência bipolar em diferentes alterações

estéticas e El – DOMYATI et al. (2011) teve como objetivo de estudo avaliar os efeitos

clínicos e as alterações histológicas da radiofrequência não invasiva no tratamento do

fotoenvelhecimento.

Similares resultados positivos de melhora nas alterações estéticas foram resultantes

dos estudos de TSAI et al. (2011) , El– DOMYATI et al. (2011) , JAVATA et al. (2011) e

MONTESI et al. (2007), porém, TSAI et al. (2011) relatou uma mudança muito sutil na

histologia dos ratos em estudo e concluiu que não estão tão claro os efeitos da

radiofrequência na pele. Os autores JAVATA et al. (2011) e MONTESI et al. (2007) além de

resultados visivelmente positivos e satisfação dos pacientes também observaram o aumento

do colágeno tipo I e III. Para El– DOMYATI et al. (2011) e MONTESI et al. (2007), os efeitos

da radiofrequência continuaram três meses após o término do tratamento.

23

Os autores que realizaram como metodologia do trabalho a revisão bibliográfica

foram BELENKY et al. (2012), ELSAIE et al. (2009), AFIYEH et al. (2009) e ALSTER e

LUPTON (2007).

Nos estudos de ELSAIE et al. (2009) ATIEYH et al. (2009) e foram avaliados a

utilização da radiofrequência para o rejuvenescimento da pele, respectivamente um para

analisar a atuação da técnica não invasiva associada a energia-óptica sinérgica e o outro

para verificar a eficácia do tratamento, já ALSTER e LUPTON (2007) revisou os efeitos

desta técnica não invasiva nos tecidos e BELENKY et al. (2012) baseou seu estudo para

descrever em detalhes a utilização e os efeitos da radiofrequência na flacidez de pele,

celulite e contorno do corpo, além da associação com a massagem mecânica e igualmente

a ELSAIE et al. (2009) com a energia-óptica sinérgica.

Em comum, os quatro autores concluíram que há necessidade de mais estudos para

os parâmetros ideais de tratamento, qual a melhor indicação e a eficácia do tratamento,

contudo, os resultados obtidos com a radiofrequência não invasiva foram positivos, porém,

ATIYEH et al. (2009) relata que foram inferiores aos obtidos em procedimentos invasivos,

toxina botulínica e cirurgias plásticas. BELENKY et al. (2012) observou que a associação da

massagem mecânica e da energia óptica sinérgica aumenta a penetração da

radiofrequência.

A radiofrequência apesar de ser uma técnica utilizada há mais de um século ainda

existe uma grande dificuldade em encontrar artigos indexados referentes ao tema da

radiofrequência em estética, a dificuldade aumenta em encontrar estudos no Brasil, acredita-

se que devido aos aparelhos para aplicação da técnica até poucos anos atrás serem de

produzidos apenas em outros países, pois, de acordo com AGNE(2009) o primeiro aparelho

fabricado no Brasil foi apenas em 2008 e isto de certa forma dificulta os brasileiros em

investirem em pesquisas devido ao alto custo de aquisição dos aparelhos.

Entre os artigos analisados apenas um se referia à intervenção em animais, de certa

forma o estudo se torna positivo, pois, assim como fizeram os autores TSAI et al. (2011) ,

CARVALHO et al. (2011) que realizaram estudos em ratos e um dos artigos revisados por

BELENKY et al. (2012) que verificou estudos em porcos domésticos, se torna possível

análises microscópicas morfológicas e imuno-histoquímica que confirmem os efeitos da

radiofrequência no tecido colágeno, entre essas alterações podemos citar a alteração e o

aumento das fibras de colágeno observadas em ambos os casos. Por exemplo, TSAI et al.

(2011) que utilizou da microscopia multifotônica para analise de dados, ou seja, utilizou a

técnica de análise de alta resolução tridimensional para avaliar o tecido conjuntivo, isso

torna o resultado mais fidedigno.

Pode-se observar a diferença entre a idade entre os voluntários, já que a faixa etária

utilizada por JAVATA (2011) e MONTESI (2012) é relativamente inferior à utilizada por EL-

24

DOMYATI et al. (2011), diferenças estas que poderiam alterar os resultados devido à tipo do

colágeno dos indivíduos de mais idade, pois, de acordo com HARRIS(2005), as alterações

da histologia e funcionais apresentam uma grande diminuição da atividade biossintética dos

queranócitos, onde ocorre um afinamento na espessura da epiderme. Alteração na camada

da derme-epiderme, com a perda das papilas demais, obtêm-se um aumento na degradação

do colágeno e elastina, ocorre a diminuição até que cessam as fibras do tecido elástico

dérmico papilar. Acontece também a diminuição dos teores de moléculas que consolidam as

fibras de colágeno e participam da hidratação e tecido gorduroso na hipoderme, que é

ocasionada pela diminuição da atividade biossintética dos fibroblastos e adipócitos. Por

essas alterações não estarem presentes em indivíduos jovens, poderiam mascarar dados

em estudos que utilizaram os mesmos para a pesquisa.

Entre os artigos citados os métodos utilizados para avaliação dos resultados foram

fotografias e biópsias para análise histológica e física. As amostras de biópsia foram

colhidas antes e após o tratamento. Já as fotografias, como vistas nos artigos de revisão e

nos de intervenção, foram realizadas fotos antes do tratamento, durante o tratamento, e 1

mês, 3 meses e 6 meses após o término do tratamento, porém, como afirma ATIYEH e

DIBO (2009) as fotografias só se tornam um confiável método para comprovação se forem

baseadas em parâmetros científicos.

O tempo da realização de análise de dados referente à radiofrequência não se deve

limitar apenas à dados colhidos imediatamente após o tratamento, isso se deve ao fato de

que o colágeno continua o processo de reestruturação até mesmo 6 meses após o estimulo

térmico na temperatura adequada (CARVALHO et al. 2011).

Os estudos de ATIEYH et al. (2009), EL-DOMYATI et al. (2011) em comum com

SADICK et al. (2005), realizaram a avaliação também 3 meses após o final de tratamento,

obtendo resultados positivos em relação ao pós tratamento, confirmando assim, que a

neocolagênese continua ocorrendo no tecido mesmo após não receber mais o estímulo

térmico, ou seja, como resultado do aquecimento do tecido, as fibras colágenas contraem

aumentando a neocolagênese progressiva e observando os resultados a longo período,

porém, os autores não chegaram a um consenso comum sobre qual seria esse tempo.

Em comum acordo entre AGNE (2009), VAN DER LUGT et al. (2009) e MAYORAL

(2007) a temperatura ideal para o tratamento com colágeno é de 40° à 45 °, temperatura

essa que ocorre a desnaturação parcial do colágeno, porém, como afirma AGNE (2009)

para que a temperatura ideal no tecido subcutâneo seja esta, a medição realizada

externamente deve atingir em torno de 40° a 41°. Os estudos indicam que fibras de

colageno, quando estimuladas térmicamente na temperatura correta se contraem devido à

quebrade ligações de hidrogênio intramoleculares e pode levar a contração do tecido

imediatamente. (FRITZ et al. 2004). Resumidamente, a elevação da temperatura

25

subcutânea promove o aumento da circulação sanguínea, melhorando a oxigenação e

diminuindo a concentração de toxinas. O aquecimento no local estimula a produção de

colágeno e o aumento do metabolismo que provoca quase que na mesma hora a contração

das fibras e a tonificação da pele, provocando assim o efeito imediato de tensionamento da

pele.

Assim como observado nos estudos, o número de sessões deve variar entre 6 e 8

sessões com resultados visivelmente positivo, mas não sendo chego a um consenso para

avaliar o número de intervalo já que El – DOMYATI et al. (2011) e MONTESI et al. (2007)

sugeriram o tempo de duas semanas como intervalo e JAVATA et al. (2011) de apenas uma

semana. Entre os estudos analisados por BELENKY et al. (2012), ELSAIE et al. (2009),

ATIEYH et al. (2009) e ALSTER e LUPTON (2007) não houve um acordo definido entre as

sessões, variando de uma semana até 3 semanas e a partir de qual semana se observa

melhores resultados. Contudo conclui-se que o efeito térmico da radiofrequência no tecido

causa alterações ocasionadas igualmente à um processo inflamatório, que nada mais é que

uma reação do organismo à um processo agressor, sendo assim, o organismo age da

mesma forma obtendo as fases do processo inflamatório.

A associação de terapias foi um fator em comum entre os estudos de revisão

bibliográfica utilizados neste trabalho, foi citado nos estudos de MONTESI et al. (2007) a

associação da radiofrequência e da massagem mecânica no mesmo aparelho. Essa técnica

de radiofrequência com massagem mecânica consiste em aumentar a circulação tecidual

para que o efeito da radiofrequência tenha uma melhor penetração no tecido.

Pudemos analisar através de nossos resultados que a radiofrequência parece ser

eficaz para rejuvenescimento facial e corporal, flacidez facial e corporal, linhas de

expressão, rugas, celulites, envelhecimento e gordura localizada, porém, mais estudos são

necessários para avaliar os parâmetros adequados de utilização e qual a alteração estética

que obtêm-se mais resultados.

26

7 CONCLUSÃO

Apesar do pequeno número de artigos publicados selecionados no intervalo de

tempo estipulado pelo presente estudo, os trabalhos analisados apresentaram resultados

promissores no uso da radio frequência em rejuvenescimento, rugas e flacidez. Já que todos

os artigos consultados obtiveram melhora do aspecto estético após intervenção. Sendo

utilizados de forma isolada ou associada a outro recurso.

27

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