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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
HERYCK ALMEIDA SANTOS
USO DE FERRAMENTAS GRATUITAS NA WEB DE FORMA
COMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO PRESENCIAL
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2013
HERYCK ALMEIDA SANTOS
USO DE FERRAMENTAS GRATUITAS NA WEB DE FORMA
COMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO PRESENCIAL
Artigo Científico apresentado à Disciplina
TCC 2 como requisito parcial para obtenção
do título de bacharel em Sistemas de
Informação.
Orientador: Profo
Esp. Gidevaldo Novais dos
Santos.
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2013
1 Graduando em Sistemas de Informação, Faculdade de Tecnologia e Ciência, email: [email protected] 2 Especialista em Aplicações Pedagógicas de Computadores , Faculdade de Tecnologia e Ciência, email: [email protected]
Uso de Ferramentas Gratuitas na Web de forma Complementar a
Educação Presencial
Heryck Almeida Santos1
Gidevaldo Novais dos Santos2
Resumo Buscando uma comunicação digital complementar entre alunos e professores, além de propor
um suporte para eventuais problemas de ausências emergenciais em sala de aula, este trabalho
teve como objetivo a apresentação e utilização de duas ferramentas gratuitas da web (Edmodo
e Twitcam), de forma a inseri-las no processo de ensino. Para isso, as ferramentas foram
apresentadas aos discentes e foi sugerido um padrão na utilização das funcionalidades básicas,
que podem ser adaptadas a cada situação. Foram definidos os recursos necessários para a
parte prática e um teste foi realizado aplicando as ferramentas em um minicurso. Após uma
avaliação com os alunos envolvidos, os resultados indicam uma adesão por parte destes
alunos. Então é estudada a possibilidade da utilização dos softwares como ferramentas
complementares ao ensino presencial e a sua inserção no curso ou instituição.
Palavras-chave: Edmodo. Educação a Distância. Ferramentas Gratuitas. Twitcam. Web.
Abstract
Aiming a supplemental digital communication between students and teachers, in addition to
propose a support for problems of emergencial absences in class, this study had as its
objective the presentation and use of two freeware tools from the web (Edmodo and
Twitcam), in order to insert them in the teaching process. To do so, the tools were presented
to teachers and it was suggested an use pattern in the basic features that can be adapted to
each situation. The resources needed for the practical part were defined and a test was
conducted by applying the tools in a mini course. After an evaluation with the students
involved, the results point to an approval by a part of these students. So it is studied the
possibility of using those softwares as complementary tools for the presential teaching and its
insertion on the course or institution.
Keywords: Edmodo. Distance Learning. Free tools. Twitcam. Web.
1 Introdução
Nos dias atuais, quando a tecnologia está disponível a todos, os processos de ensino e
de aprendizagem começam a utilizar os mais variados tipos de mídias, para auxiliar no bom
desempenho dos seus papéis frente a uma sociedade cada vez mais exigente e complexa em
termos de opinião e decisão. Existem hoje, definidas pela LDB (Leis de Diretrizes e Bases da
Educação), três modalidades de educação, sendo elas: presencial, semipresencial e a distância.
No atual mundo de comunicação globalizada, se desperta a necessidade de aliar as
ferramentas de comunicação e informação nessas modalidades de educação, a um processo
mais ativo e um resultado mais positivo (LDB, 1996).
Dentro da Educação a Distância (EaD), é possível encontrar inúmeras ferramentas
gratuitas, dentre as quais estão: Edmodo e Twitcam. Estas ferramentas de natureza digital
possibilitam ao usuário uma comunicação em tempo real com os demais componentes de um
grupo. A primeira é uma plataforma virtual de aprendizagem voltada para o compartilhamento
de conteúdo, acesso de arquivos e discussão de assuntos entre grupos determinados. A outra é
uma ferramenta de live streaming, que é uma plataforma de vídeo que permite ao usuário
transmitir e assistir conteúdos em tempo real através da internet, destinada a transmissão e a
gravação de audiovisual, gerando um link de acesso 24h.
Tendo em vista essas possibilidades, este trabalho apresenta uma proposta que tem
como base a seguinte questão: como fazer uso destas ferramentas como atividade
complementar ao ensino presencial? A intenção é possibilitar àqueles alunos, que por motivos
eventuais não possam comparecer presencialmente a aula, um acompanhamento em tempo
real ou posterior de forma complementar, não sendo prejudicados na perda de conteúdo das
disciplinas. Para tanto, objetiva-se definir um padrão de utilização das ferramentas citadas,
apresentando suas funcionalidades básicas a fim de buscar estipular, de forma apropriada,
regras de utilização. Em seguida, definir os recursos necessários para seu funcionamento,
avaliar sua viabilidade dentro da realidade da instituição e inseri-las no processo de ensino,
repassando as instruções aos alunos, buscando interação, resposta e comunicação entre os
envolvidos no processo.
À medida que as tecnologias de comunicação virtual avançam, é também repensado o
conceito de “presencialidade”. É possível ter professores atuando de forma ativa dentro de
uma instituição a fim de colaborar com o intercâmbio de informações e experiências,
permitindo, inclusive, que profissionais das mais diversas áreas possam compartilhar seus
conhecimentos específicos, enriquecendo o processo de construção do conhecimento.
Na educação a distância, educadores estão descobrindo que a verdadeira educação
deve ter a participação ativa dos alunos. Neste caso, os alunos são motivados a suprir a
“ausência da atividade presencial” por atitudes mais ativas em se envolver e responder pelo
processo por inteiro. Ter a possibilidade de usufruir eventualmente de alguns elementos
tecnológicos de conceito pertinente a EaD, permite que o aluno ajuste seu horário e
disponibilidade, a fim de não ser prejudicado em termos de conteúdo em sala de aula.
Consequentemente, ele estará sempre apto a acompanhar a evolução do assunto e a
preparação para trabalhos e avaliações normalmente.
No entanto, a agregação de ferramentas do ensino a distância ao presencial, visa
funcionar como complemento e não como substituição da aula, proporcionando a
possibilidade de participação da aula virtualmente, caso não possa estar presente. Por
exemplo, se houver algum tipo de emergência familiar, se necessitar ficar no local de trabalho
além do horário previsto, se estiver num local impossibilitado de se deslocar em tempo hábil
para a aula, mas que eventualmente pode estar conectado à internet no horário da aula, então é
possível acompanhar a aula em tempo real, a distância, e, posteriormente, cumprir com as
tarefas desenvolvidas naquele dia.
Em Bisconsin (2010), foi apresentada a potencialidade do uso de ferramentas EaD
como forma de enriquecer as aulas expositivas presenciais, bem como a importância de ter um
professor preparado para lidar com questões que ultrapassam a didática tradicional, traçando
um novo cenário de educação presencial. Como visto também em Júnior (2009), que destaca
o aluno pelos quesitos participação e autonomia. Além disso, é possível obter dados baseados
nos relatórios sínteses disponíveis no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), órgão de avaliação e pesquisa do MEC (Ministério da Educação), nos quais
mostram que, de acordo com o resultado do ENADE no ano de 2007, alunos que possuíam
ferramentas EaD como complemento de estudo, obtiveram um melhor resultado em
comparação a alunos de ensino predominantemente presencial (Hamawaki, 2009).
Neste artigo, na próxima seção, é tratado o histórico e a evolução da EaD no Brasil, o
impacto na metodologia adotada nas escolas, aceitação e a relação da EaD com o ensino
presencial. Além disso, nas seções que seguem, é possível entender a origem e utilização das
tecnologias de informação e comunicação dentro da educação e os Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVAs). Em adição, existe uma seção sobre o estudo de um exemplo prático
em sala de aula da aliança entre EaD e ensino presencial, bem como o exemplo de duas
ferramentas que são gratuitas e serão utilizadas como auxílio nesse processo, e logo em
seguida os resultados observados nesse experimento.
2 Informática na Educação
A discussão sobre o uso do computador na educação do Brasil teve início na década de
70 através de algumas experiências feitas em algumas instituições de ensino, como: UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), UNICAMP (Universidade de Campinas), IME (Instituto de Matemática e Estatística).
Na década de 80, chegou ao Brasil um movimento denominado Filosofia e Linguagem
LOGO, criada por Seymour Papert (1928) e sua equipe, um matemático e educador sul-
africano, que defende que o computador é um instrumento que catalisa conceitos complexos,
permitindo que os alunos os trabalhem de forma mais simples.
Em 1981, na Universidade de Brasília, e em 1982, na Universidade Federal da Bahia,
aconteceram o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática na Educação,
respectivamente, e se iniciaram as discussões para a implantação do programa de informática
no Brasil, de onde se originou a ideia da EDUCOM, um programa iniciado pelo MEC. No
entanto, as decisões nunca foram centralizadas pelo MEC, as discussões e propostas eram
feitas pelas comunidades de técnicos e pesquisadores da área. A proposta do Projeto
EDUCOM era de levar computadores às escolas brasileiras. Seu objetivo era estimular o
desenvolvimento da pesquisa voltada para a aplicação da informática no processo de ensino-
aprendizagem (VALENTE, 1997).
Apesar da mudança pedagógica ter sido o objetivo das ações do projeto, os resultados
obtidos não foram suficientes ainda para sensibilizar, alterar ou ter grande parte significativa
dentro do sistema atual de educação como um todo. Os trabalhos realizados pela EDUCOM
tiveram sim um mérito em elevar a informática na educação do nível zero para o estado atual
(VALENTE, 1997). Mas, atualmente, se faz necessário, às vezes, alastrar essas ideias, onde
exigirá uma adaptação no sistema educacional como um todo: organização na escola e em
sala de aula, bem como no papel e relação dos alunos e professores. Fatores complexos de
serem modificados repentinamente, porém possíveis de serem alcançados. Valente define:
O termo ‘Informática na Educação’ significa a inserção do computador no processo
de aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de
educação. Para tanto, o professor da disciplina curricular deve ter conhecimento
sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar
adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que
usam o computador. (Valente, 2011. p.1)
O exercício da informática na educação, ainda segundo Valente, pode ter dois tipos de
abordagem para com o aluno, no que se diz respeito ao uso do computador em uma disciplina
curricular. Um é o processo instrucionista, que se baseia em continuar transmitindo uma
informação ao aluno, reforçando o processo tradicional de ensino; e outro, distintamente do
“construtivismo”, é o processo construcionista, nascido com a Informática na Educação, tendo
como tendência a criação de condições para que o aluno construa seu conhecimento através
de ambientes de aprendizagem que incorporem o uso do computador.
2.1 Educação Presencial e a Distância
A educação presencial sempre terá sua importância e relevância no processo
educativo. Porém, às vezes é possível perceber, mesmo presencialmente, certa falta de
interação mais direta entre aluno e professor. A moderação no esclarecimento de dúvidas, a
falta de sugestões de estilos de trabalhos, a baixa quantidade de compartilhamento de
informações e exposição de materiais pertinentes por partes dos alunos, a falta de materiais
audiovisuais como forma de ilustração dos conteúdos, ou até mesmo a dificuldade em
oferecer recursos materiais para tanto etc, são exemplos causados pela ideia de que “estando
presente já é o suficiente”, e nem sempre funciona assim. Paulo Freire cita que:
O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma
consciência bancária [sedentária, passiva]. O educando recebe passivamente os
conhecimentos, tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que
se deposita. (Freire, 1979. p. 38)
Baseado na citação acima, pode-se perceber em alguns casos a existência de um
padrão educacional onde o professor, muitas vezes, apenas transmite uma forma de
conhecimento amplo subjetivo para uma sala. Isso reserva a participação dos alunos, pois
acabam se limitando ao que foi planejado e exposto pelo professor, não exercendo muitas
vezes o senso crítico em papel de cidadão. Ao ponto que dúvidas, perguntas, sugestões,
análises, passam a ser um tanto quanto censuradas devido a determinada metodologia adotada
que torna receosa a vontade do aluno em se expressar perante a turma e ao mestre.
Segundo Moran (1994, p. 1), “educação a distância é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial
e/ou temporalmente.” Vale ressaltar que o essencial por si só não é apenas a tecnologia, mas
sim um novo estilo pedagógico para começar a trabalhar a educação como modalidade
comunicacional, inserindo maior interatividade entre os indivíduos. Isto é, aumentar o nível e
a qualidade de participação e de contribuição de cada um dentro de sala de aula, aumentando
a multiplicidade de conexões entre as informações e os estudantes.
Daí a necessidade de tentar aliar cada vez mais esses dois processos que, não deverão
ser suplantares ao outro, mas sim, complementares. E a ideia é de tornar a educação
presencial mais efetiva no processo de transformação social tendo o auxílio direto de
ferramentas da educação a distância, tornando-a mais interativa e avançada, visto que a
interatividade, como instrumento de comunicação, tem papel predominante na sociedade
atual, por permitir a alta capacidade de criar, manipular e modificar processos de forma mais
ativa e participativa.
2.2 Tecnologia de Informação e Comunicação na Educação
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pode ser entendida como um
conjunto de recursos tecnológicos utilizados de forma integrada. Em 1945, Vannevar Bush já
havia idealizado formas de apresentação das TICs através de aplicações como hipertexto,
multimídia, interface gráfica, bibliotecas virtuais, publicações eletrônicas, dentre outras
(BUSH, 1945). As TICs estão presentes em diversas áreas, das quais uma das mais
favorecidas é a educacional, onde são vistas como potencializadoras dos processos de ensino
e de aprendizagem. Os profissionais da educação se deparam, hoje em dia, com exigências de
ordens diversas para que incorporem, na prática, tecnologias de informação e comunicação às
suas aulas (Rodrigues, 2009). A Secretaria de Educação Fundamental no Brasil afirma que
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos
como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar
atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se
instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futura. (Brasil,
1998. p. 96)
Uma das necessidades mais importantes quando se usa as TICs é saber como aplicar o
potencial existente no sistema educacional, considerando seus componentes pedagógicos e os
processos de ensino-aprendizagem. A tecnologia exerce papel importante na educação, pois
possibilita maior desenvolvimento e comunicação entre as pessoas de acordo às suas
necessidades educacionais. Além disso, as TICs representam um avanço na educação a
distancia, com a criação de AVAs, onde alunos e professores tem a possibilidade de se
relacionar, trocando informações e experiências.
Os AVAs podem ser entendidos como meios que envolvem pessoas, naturezas e
coisas. Ambientes virtuais, portanto, são considerados espaços significativos onde humanos e
objetos técnicos interagem entre si, produzindo uma construção de conhecimento, logo a
aprendizagem (SANTOS, 2003). Esse conhecimento se sustenta em informações que, nos
dias de hoje, nas mais diversas formas de serem apresentadas, estão sendo cada vez mais
digitalizadas. A digitalização da informação permite a reprodução, modificação e atualização
em diferentes interfaces, é possível digitalizar imagens, sons, textos e mais uma infinidade de
informações.
No âmbito da era tecnológica, com grande parte das informações digitalizadas, faz-se
necessário que se possua um ambiente virtual apropriado para que estas informações estejam
dispostas de forma acessível. É onde surge o conceito de Ciberespaço, que integra uma
infinidade de mídias, tais como áudios, vídeos, imagens, textos, bem como jornais, rádios,
revistas, cinemas, dentre outros, além de permitir comunicações em forma de chats, fórum de
discussão, blogs etc. Além disso, o ciberespaço, ao se estruturar como ambiente virtual de
aprendizagem, conecta pessoas através de redes sócio-técnicas do mundo inteiro,
possibilitando que os usuários formem comunidades virtuais com finalidades específicas, seja
voltado para área de interesses pessoais, acadêmicos ou profissionais.
Para utilização na área educacional, é possível encontrar algumas ferramentas que
funcionam como ambientes virtuais próprios para o uso acadêmico, que não necessariamente
funcionam como suporte exclusivo a EaD, como o Moodle, SOLAR, TelEduc e EdModo.
2.2 Edmodo
Edmodo foi fundado por Nicolas Borg e Jeff O’Hara, profissionais da área de
tecnologia mas que trabalhavam em escolas diferentes. A ideia inicial era de construir um
microblogging seguro, mediador de alunos e professores. Mas em 2010 tomou um formato
mais completo voltado para a comunidade acadêmica em geral, devido ao desenvolvimento de
aplicativos mais avançados. Neste ambiente de aprendizagem e interação virtual, existem
várias funções muito úteis e diferenciais para o uso no campo acadêmico em geral. O quadro
abaixo exemplifica algumas das funções do Edmodo (Quadro 1):
Quadro 1 – Funções do Edmodo Postar tarefas para alunos: Os professores podem anunciar as tarefas e anexar um ou mais arquivos onde foi
anunciado. (Diminuindo a quantidade de cliques).
Bibliotecas Digitais: Permite acessar arquivos de qualquer computador. (Diminui o uso do pen drive.)
Mensagens no Mural: Alunos e professores trocam mensagens e ideias entre si.
Grupos de Aprendizagem: Professores podem criar grupos para cada disciplina.
Enquetes: É possível fazer colher opiniões da turma sobre a aula e assuntos.
Provas: É possível postar links e realizar vários tipos de avaliação.
Notas: Ao confirmar a entrega de uma tarefa ou prova, o professor recebe uma alerta. É possível corrigir, comentar e
atribuir notas diretamente pelo Edmodo.
Outros Professores: É possível criar grupos entre os docentes para a troca de ideias e estratégias entre si.
Calendário: Criam-se calendários e estipulam-se prazos para a entrega de trabalhos e projeto via postagem e
confirmação através do site.
Pais: Os pais recebem um código de acesso, podendo verificar eventos, atividades não entregues, etc.
Lista de Chamada: Se o professor precisar se ausentar fisicamente, ele pode gravar uma aula virtual, ou postar um
trabalho/tarefa, deixar o link disponível e utilizar a lista de chamada virtual para controle dos alunos que a realizaram.
Postar Animações: Pode se adicionar vídeos, imagens ou áudios para iniciar uma discussão, despertar para um novo
conteúdo, cobrar opiniões, etc.
Acesso: O Edmodo possui aplicativos grátis para iPhone e Android. Fonte: Autoria própria, 2013
Figura 1 – Visão do Aluno
Fonte: Autoria própria, 2013
Figura 2 – Visão do Professor
Fonte: Autoria própria, 2013
Existem também ambientes virtuais encontrados nas tecnologias de informação e
comunicação que não são necessariamente voltadas para fins acadêmicos, mas que oferecem
recursos suficientes para que sejam usados como ferramenta educacional. Como por exemplo,
o uso da tecnologia de Live Streaming que é uma plataforma de vídeo que permite transmitir e
assistir conteúdo audiovisual em tempo real através da internet. É muito utilizado para a
transmissão de concertos, palestras, e pode ser utilizado para a transmissão de aulas também.
2.4 Twitcam
Twitcam é um serviço de Live streaming vinculado ao Twitter, que permite aos
usuários fazerem transmissões ao vivo para o mundo todo. No caso da Twitcam, esses vídeos
são acessados através de um link único que é gerado e postado a partir da conta do Twitter do
usuário. As pessoas que assistem não precisam necessariamente estar logadas ou possuir conta
no Twitter, mas o transmissor sim deve estar com a conta ativa para oferecer o serviço. No
entanto, é interessante que o expectador também esteja ativo através de alguma conta para
usufruir da ferramenta de postar comentários, sugestões ou perguntas sobre o vídeo que é
assistido. Essas postagens serão visualizadas pelo transmissor e pelos outros usuários
conectados ao serviço naquele momento, naquele mesmo vídeo.
Uma das partes mais interessantes é que, ao encerrar a transmissão, tem-se a escolha
de apagar o vídeo ou salvá-lo na conta do usuário-transmissor. E uma vez salvo, é gerado um
link único, que pode ser postado em qualquer rede social, inclusive no Edmodo, e é possível
acessar e rever o vídeo gravado a qualquer momento.
Figura 3 – Exemplo de funcionamento da Twitcam
Fonte: Autoria própria, 2013
3 Metodologia
Inicialmente, foi realizada uma conversa informal com alguns dos alunos do curso de
Sistemas de Informação da FTC (Campus de Vitória da Conquista), para colher opiniões
sobre esse possível novo modelo de aula e a aceitação, caso fosse implantado, na prática. E a
partir daí, dado início ao planejamento prático do projeto mantendo seu formato atual ou, se
houvesse alguma observação relevante na pesquisa, buscar adaptar alguns pontos sob um
novo planejamento ou consideração.
Feito isso, as duas ferramentas em questão (Edmodo e Twitcam), foram devidamente
apresentadas a alguns professores, a fim de tomar conhecimento sobre as novas plataformas
(àqueles que as desconheciam) e ou aprofundar em suas funcionalidades (àqueles que já as
conheciam). Em conjunto com alguns professores foram discutidas formas de utilização para
que haja adaptação das regras já existentes dentro das aulas presenciais, que poderiam ser pré-
definidas e padronizadas para todos, ou que poderiam ser adaptadas à realidade de cada
disciplina, professor, turma etc. Em vista da necessidade, os alunos participantes foram
devidamente instruídos para que houvesse uma padronização no uso das ferramentas.
O próximo passo foi definir os recursos necessários para o funcionamento, estudar a
viabilidade e aplicar o melhor caso para colocar a ideia em prática. Em termos de recursos
físicos, para funcionamento básico do projeto, foram necessários: uma máquina com acesso à
internet e uma câmera (webcam) externa com um microfone embutido. Os periféricos
utilizados foram adquiridos especialmente para este fim, visando manter uma boa qualidade
da transmissão e gravação, que é proporcional aos recursos disponíveis.
Finalmente, foi escolhida uma disciplina para poder dar o primeiro passo na parte
prática. Esse teste aconteceu durante as aulas de um minicurso e, posteriormente, foi realizada
uma pesquisa de satisfação com os alunos, referente às considerações em relação ao que foi
observado durante as aulas, permitindo eventuais comparações com o método regular.
4 Estudo de Caso
4.1 Planejamento do Caso
Para realizar este projeto foi necessário escolher uma disciplina para implementar as
ações planejadas com as ferramentas e realizar os testes a partir da utilização das mesmas
pelos alunos e professor. Feita essa escolha, determinou-se o período em que seria realizado o
projeto e foram definidos os dias e horários para as visitas in loco, para que fossem reunidos
os dados necessários para a avaliação posterior.
Em seguida, as ferramentas foram apresentadas, brevemente exploradas e discutidas
em sala de aula com a finalidade de introduzi-las e adaptá-las à realidade da disciplina em
questão. Logo após, foram definidos os recursos físicos, virtuais e humanos necessários para a
aplicação na prática, respeitando os limites encontrados pós-discussão, como outras aulas
chocando no mesmo horário do minicurso e eventuais problemas de conexão a internet da
parte de quem fosse acessar em tempo real.
Tendo início as ações, foram observadas limitações e/ou riscos que viessem a
comprometer o andamento do projeto e, sendo assim, soluções ou até mesmo mudanças
estratégicas tomariam parte em qualquer fase do projeto. Ao encerrar o período de testes
práticos, um relatório foi feito descrevendo os principais pontos observados e um questionário
aplicado aos alunos e professor para avaliar os efeitos obtidos com a utilização destas
ferramentas.
Foi escolhida apenas uma disciplina a fim de que a atividade do estudo de caso tivesse
maior precisão em relação a sua aplicação e análise de resultados. Então, um minicurso de
10h/a foi iniciado e acompanhado em sua totalidade com o máximo de auxílio das
ferramentas Edmodo e Twitcam.
4.2 Seleção de caso
O minicurso escolhido é um projeto de extensão universitária com o título de Inglês
Instrumental Básico, com o objetivo de oferecer à comunidade acadêmica, em especial os
alunos de Sistemas de Informação, uma nova perspectiva do uso do inglês como uma
ferramenta complementar aos estudos e a atuação profissional na área de tecnologia da
informação.
Os conteúdos abordados foram predominantemente práticas de leitura e de
interpretação, visto a necessidade de se entender comandos, avisos de erro, textos, manuais,
sites, linhas de código, etc. No entanto, houve uma abordagem rápida nos pontos de escrita,
treino de escuta e pronúncias de palavras básicas. Esse minicurso foi ministrado pelo
bacharelando em Sistemas de Informação Heryck Almeida Santos, que é formado em inglês,
espanhol e ex-professor de curso de idiomas, sob orientação do Prof. Esp. Gidevaldo Novais.
Para a implantação da atividade e realização dos testes, as aulas foram divididas e
foram definidos os seguintes dias e horários: 09, 16 e 23/05, das 19h as 21h, para
desenvolvimento do trabalho presencial em sala de aula, utilizando recursos como quadro,
pincel, apagador, webcam, computador conectado a internet e data show; 11 e 18/05, das 14h
as 16h, que foram realizadas atividades em ambiente virtual com acompanhamento a distância
e foi disponibilizado conteúdo através das plataformas virtuais, e nestes dias específicos,
foram utilizados recursos exclusivamente digitais onde os alunos tiveram que necessariamente
acessar a internet para o cumprimento das atividades.
Ao final do curso, os alunos podem desenvolver uma melhor compreensão técnica na
leitura e interpretação de textos, artigos, linhas de código, alertas, etc, bem como adquirir o
hábito de consultar o dicionário de forma correta, obtendo uma melhor compreensão dos
termos pesquisados.
4.3 Fontes de Coleta de Dados/Informações
Para aferir com maior propriedade os resultados parciais e finais, foram colhidas
informações do ministrante do curso em relação ao andamento de cada aula, através de
relatórios; informações dos alunos participantes, através de entrevistas utilizando
questionários semiestruturados. Além disso, será também disponibilizado o formulário de
projetos de extensão do NAAC como comprovação da veracidade do curso, bem como outros
documentos que sejam julgados necessários para fins legais.
4.4 Amostragem
Devido a quantidade de alunos matriculados no minicurso em questão, obtendo 20
alunos inscritos, os dados foram analisados através de um levantamento por censo, buscando
maior precisão na aferição de resultados.
4.5 Planejamento de Execução
Aulas Presenciais
As aulas presenciais foram realizadas no Laboratório de Informática II, da FTC. Para a
realização das aulas foram utilizados os seguintes recursos: um notebook conectado à internet
através de conexão cabeada com um link dedicado que foi disponibilizado pela Coordenação
de TI (Tecnologia da Informação) da FTC; uma webcam conectada ao notebook para realizar
a transmissão ao vivo e a gravação da aula via Twitcam; um data show para a projeção de
slides que fazem parte da aula; materiais básicos de sala de aula como pincel, apagador e
quadro.
Aulas Virtuais
A ideia era de que as aulas fossem no mesmo formato das demais, ou seja, presencial
com transmissão em tempo real e gravação pelo Twitcam, no entanto, essas aulas são
exclusivamente online. O horário proposto para as aulas online foi proposital, pois permitiria
que o aluno assistisse em tempo real de sua casa, ou ainda, permitiria que ele escolhesse o
melhor dia e horário para assistir e realizar a atividade proposta, contanto que fosse antes da
próxima aula presencial, para que não houvesse uma perda da sequência de conteúdo.
Porém, a dificuldade em se arranjar outro horário em comum para as aulas em tempo
hábil e a indisponibilidade da maioria aos sábados fez com que se adotasse uma mudança
estratégica no formato das aulas de sábado. Foi decidido que as aulas teriam caráter exclusivo
online, sem aulas presenciais. Além disso, outra mudança foi necessária, ao invés de assistidas
em tempo real, as aulas foram gravadas também pelo Twitcam e postadas no grupo do
Edmodo juntamente com os materiais e exercícios propostos naquela aula.
Resultados
Aula 01 – 09/05/2013 (Presencial)
Apesar de 20 alunos inscritos até esse dia, a primeira aula contou com apenas 09
alunos presentes dentro de sala de aula. Alguns alunos inscritos alegaram possuir outras aulas
no mesmo horário do curso e por isso não poderiam assistir a toda a aula. Nestes casos, eles
foram orientados através de mensagens e e-mails, para criar uma conta de estudante no
Edmodo para que pudessem assistir à aula perdida e, além disso, consultar e baixar o material
que foi utilizado naquela aula presencial.
Nesta primeira aula, em especial, não houve nenhum aluno assistindo a aula online em
tempo real, pois os alunos ainda não haviam sido orientados previamente sobre a utilização
das ferramentas. No entanto, minutos antes de iniciar a aula, foram apresentadas aos alunos as
ferramentas Twitcam e Edmodo, e foi pedido para que cada um criasse sua conta de estudante
naquele momento, já que estavam no laboratório com acesso à internet, para que pudessem ter
acesso ao grupo e aos vídeos e materiais.
Mesmo não havendo nenhum aluno assistindo aula online, um dos alunos presentes
em sala acessou o link pelo computador do laboratório e, apenas para teste, acompanhou toda
a transmissão no decorrer da aula. Com isso, durante a aula, foi detectado que o microfone
embutido na webcam estava com alta sensibilidade e estava captando muitos ruídos pois
apresentava um volume exageradamente alto, o que gerava distorção do áudio. Este problema
foi prontamente resolvido abaixando o volume de captação, o que gerou uma melhora
significativa na transmissão e gravação do restante do vídeo.
A partir daí, a aula foi normalmente transmitida em tempo real e, ao final, foi
armazenada na conta do Twitcam e o link foi disponibilizado e postado no grupo do Edmodo,
onde pode ser acessado a qualquer momento pelos membros do grupo, bem como os slides
utilizados na aula e o exercício proposto para ser respondido em casa e entregue via Edmodo.
Aula 02 – 11/05/2013 (Virtual)
A aula deste dia sofreu um atraso na postagem, que seria no sábado, pois a gravação
foi comprometida devido à visita da COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da
Bahia) para manutenção na Av. Rosa Cruz. A energia se manteve cortada por várias horas nas
imediações do local onde seria realizada a gravação. Além disso, a qualidade do acesso à
internet também foi afetada devido aos picos elétricos e ao mau tempo, dificultando as
postagens online.
No entanto, uma mensagem foi enviada a todos os alunos informando e explicando a
situação e nada foi afetado em relação ao conteúdo, pois no dia seguinte, solucionados estes
impasses, a aula foi normalmente gravada via Twitcam e o link do vídeo e materiais
necessários para as atividades propostas foram disponibilizados no grupo do Edmodo.
Aula 03 – 16/05/2013 (Presencial)
A aula deste dia contou com apenas 3 alunos assistindo presencialmente, algo que se
tornou um pouco preocupante em vista da demanda de conteúdo em relação ao tempo
limitado de curso. Mas por outro lado, foi interessante, pois contou com a participação de 01
aluno que assistiu a toda a aula via Twitcam em tempo real, e que, de certa forma, conseguiu
participar, interagindo à distância através do envio de mensagens escritas, o que se tornou
válido para os testes das ferramentas.
Nesta aula foi utilizado o computador conectado a internet novamente, com uma
webcam, como definido anteriormente para a transmissão da aula online em tempo real via
Twitcam, que ocorreu normalmente sem problemas. No entanto, não foi utilizado o data show
como recurso visual. Como parte do processo de teste, a aula teve caráter dialogado e
expositivo, porém dessa vez utilizando apenas o quadro e pincel para anotações. A cada
momento em que o quadro era preenchido com anotações, fotos eram tiradas de um celular
para serem disponibilizadas no Edmodo ao final da aula, bem como os slides e arquivos que
fizeram parte do conteúdo daquela aula, e assim foi realizado sem problemas.
Aula 04 – 18/05/2013 (Virtual)
Esta aula foi transmitida, gravada e postada normalmente, juntamente com os
materiais das atividades propostas no dia. Todo o material foi disponibilizado no Edmodo.
Apesar de todo o processo ter sofrido um atraso de alguns minutos na postagem, tudo foi
decorrido de forma padrão.
Aula 05 – 23/05/2013 (Presencial)
Esta foi a última aula e contou com 7 alunos presentes dentro de sala de aula e 1 aluno
assistindo a aula em tempo real via Twitcam. A aula foi transmitida, gravada e disponibilizada
no Edmodo logo em seguida sem nenhum problema. Como parte do processo de avaliação
dos alunos em relação ao conteúdo do minicurso, foi aplicada uma atividade final escrita
subjetiva para ser respondida dentro de sala de aula. A atividade exigiu basicamente a
aplicação das técnicas de leitura, interpretação e tradução de mensagens e frases em inglês.
Considerando o número de alunos ausentes, logo no início da aula, foi postada no
Edmodo uma cópia da mesma atividade final que estava sendo trabalhada em sala, a fim de
que, caso alguém estivesse assistindo a aula, como foi o caso, o aluno poderia também
responder em casa e enviar a atividade respondida. Além disso, tornou-se possível a
realização desta avaliação, mesmo para quem não compareceu à aula e nem acessou o link em
tempo real, por ser considerada como mais uma tarefa que está disponível online e que deverá
ser entregue via Edmodo. Ao final da aula, foi reservado um tempo para correção em conjunto
da atividade, que em seguida foi entregue ao professor para fins de comprovação e avaliação.
Como parte do processo de avaliação do minicurso, em relação ao conteúdo, aulas e
utilização das ferramentas, juntamente com a atividade escrita, foi entregue uma pesquisa
para ser respondida dentro de sala de aula no mesmo dia, com perguntas relacionadas aos
deveres, opiniões e avaliações pessoais dos alunos em relação ao minicurso como um todo. O
objetivo maior dessa pesquisa é obter uma média geral de avaliação dos alunos perante o
curso e todos os seus processos. Essa pesquisa foi aplicada a todos os alunos que foram
inscritos no minicurso, mesmo aqueles que não compareceram às aulas e não realizaram as
atividades, ou seja, que apresentaram características de desistência.
4.6 Análise dos Resultados
Considerando as opções que foram disponíveis para o acompanhamento das aulas,
obtêm-se os seguintes grupos de possibilidades:
Aulas presenciais assistidas dentro de sala de aula:
Em relação a esse grupo, foi observado que 50% dos alunos não assistiu a nenhuma
das 3 aulas; 19% assistiu a 3 aulas; outros 19% assistiu a 2 aulas e 12% assistiu a apenas 1
aula presencial.
As mesmas aulas presenciais dentro de sala, porém acompanhadas virtualmente em
tempo real via Twitcam:
Dentro deste grupo, apenas 5 alunos fizeram uso dessa possibilidade, sendo que 1 diz
ter assistido a 2 aulas dessa forma, e os demais 1 aula cada. Destes 5 alunos, 3 conseguiram
acompanhar sem problemas, e os outros 2 informaram dificuldades em acompanhar a aula
devido a internet lenta, fazendo com que o vídeo travasse.
Aulas exclusivamente virtuais (transmitidas e gravadas via Twitcam):
Essas aulas, que foram gravadas e disponibilizadas aos sábados, apresentou um
resultado mais dividido. Cerca de 30% dos alunos não assistiu a nenhuma das 2 aulas, 25%
assistiu a apenas uma, e o restante, quase a metade do total, assistiu a todas a aulas postadas.
Aulas presenciais reassistidas que foram gravadas via Twitcam:
Neste grupo o resultado foi de certa forma esperado, tendo em vista a quantidade de
inscritos em relação aos alunos que efetivamente participaram do minicurso. Apenas 2 alunos
acessaram uma vez algum dos links para reassistir alguma aula que, apesar de apresentar a
gravação na íntegra, informaram que o objetivo maior do acesso foi tirar dúvidas revendo
alguns pontos específicos da aula.
De todas as aulas que foram assistidas virtualmente, seja qual for o grupo específico, a
maior parte dos acessos se dividiu entre a casa do aluno e o ambiente de trabalho, os quais
informaram não ter tido problemas em achar os links correspondentes.
Edmodo
Em relação ao Edmodo, apenas um aluno já tinha ouvido falar sobre a ferramenta,
porém nunca utilizado. 70% do total de alunos receberam orientação sobre a utilização da
ferramenta, o restante não participou de nenhum tipo de orientação, devido a ausência nas
aulas e ou desistência. Dos que foram orientados, apenas um aluno apresentou dificuldade em
adaptação, e outro aluno informou ter tido problemas técnicos constantes ao realizar o login.
Do total de alunos envolvidos, metade admitiu não ter feito o uso devido da
ferramenta, independente da orientação ou não. E dos que fizeram uso, cerca de 70% não teve
dificuldades em utilizá-la, sendo que a outra parte considerou o fato irrelevante, sendo que
uma vez acostumados com a ferramenta, a dificuldade foi mínima.
Em termos gerais de avaliação do Edmodo, todos que utilizaram, em unanimidade,
indicariam o uso da ferramenta como um complemento ao ensino presencial. Dentre as
justificativas dessa indicação positiva estão fatores como o auxílio no acompanhamento às
aulas, bem como a facilidade e praticidade de uso e organização no compartilhamento de
arquivos e informações. Quantitativamente, a ferramenta Edmodo recebeu uma avaliação
média de 4,7 numa escala de 1 a 5.
Twitcam
Sobre a Twitcam, 75% dos alunos que responderam a pesquisa já conheciam ou já
fizeram uso dessa ferramenta de alguma forma. Destes, metade dos casos de utilização foi de
caráter pessoal e a outra metade dividida entre uso acadêmico e profissional. 70% do total de
alunos receberam orientação sobre a utilização da ferramenta, o restante não participou de
nenhum tipo de orientação, devido a ausência nas aulas e ou desistência. Dos que foram
orientados, apenas 2 alunos informaram ter encontrado dificuldades técnicas em relação a
velocidade da internet que veio a comprometer a qualidade de transmissão das aulas online.
Do número total de alunos envolvidos no processo, 63% afirmaram ter feito o devido
uso da ferramenta, orientados ou não. E dos que fizeram uso, apenas um aluno disse ter
encontrado alguma dificuldade, que foi mínima, considerando que uma vez acostumados com
a ferramenta o fato tornou-se irrelevante. A única observação que foi considerava por um
aluno como uma desvantagem é o fato de que para participar do bate-papo via Twitcam, a
pessoa necessariamente precisar estar logada a uma conta do Twitter.
Em termos gerais de avaliação do Twitcam, todos que utilizaram, em unanimidade,
indicariam o uso da ferramenta como um complemento ao ensino presencial. Dentre as
justificativas dessa indicação positiva estão fatores como facilidade no uso, casos em que o
aluno não possa comparecer a aula, onde ele tem a opção de assistir online em tempo real de
qualquer lugar que esteja conectado a internet, em caso de falta ou dúvidas, é possível assistir
a aula novamente. Além disso, o professor pode também complementar um determinado
assunto depois da aula com novas observações que são feitas online. Quantitativamente, a
ferramenta Twitcam recebeu uma avaliação média de 4,5 numa escala de 1 a 5.
Avaliação Geral
De modo geral, no que diz respeito ao uso conjunto das 2 ferramentas, Edmodo e
Twitcam, como complementos ao minicurso, foi obtida uma avaliação positiva com a média
de 4,7 numa escala de 1 a 5.
Aproximadamente 85% dos alunos ficaram sabendo do minicurso através de redes
sociais, o que justifica a média aproximada de alunos que disseram estar conectados à internet
entre 7h e 12h por dia. Além disso, 90% dos inscritos já estudaram outras disciplinas
semipresenciais. Destes, apenas 1 aluno alegou ter recebido a devida orientação em relação ao
uso das ferramentas em questão. A grande maioria dos que já estudaram alguma disciplina
semipresencial, cerca de 95%, além de alegarem ter apresentado dificuldades na compreensão
dos processos, admitiram não ter feito o uso devido das ferramentas na maior parte do tempo.
Foi observado também que os objetivos dos alunos, ao se inscreverem no minicurso de
inglês instrumental, estão distribuídos entre o interesse em aperfeiçoar a língua, a curiosidade
em aprender algo de forma instrumental e o interesse em adquirir o certificado com carga
horária, esta última que foi a opção predominante escolhida dentre a maior parte dos inscritos.
Essa análise dos objetivos, relacionada com a realidade do que realmente foi o minicurso na
prática, gerou um resultado que refletiu na falta de frequência dos alunos dentro de sala de
aula e na irregularidade de cumprimento de prazos e tarefas.
No entanto, a preocupação maior em questão, não foi necessariamente essa ausência
da grande parte dos alunos, mas talvez a falta de condicionamento disciplinar dos mesmos em
acessar e fazer uso das ferramentas disponíveis que estavam em pleno funcionamento. Isso foi
observado, pois mesmo que devidamente orientados, apenas parte dos alunos realizaram o
cadastro necessário para o acompanhamento total do minicurso e, dentro desse grupo, uma
parte menor ainda faz uso devido das ferramentas, algo que causa uma grande margem de
descumprimento de tarefas e atividades propostas, que compromete o acompanhamento do
conteúdo e da frequência em relação a carga horária do minicurso.
5 Conclusão
Após a utilização das ferramentas Edmodo e Twitcam de forma ativa, tendo como
exemplo suas aplicações num minicurso de Inglês Instrumental, e após pesquisa realizada
com os alunos envolvidos no processo, foi obtida uma avaliação geral positiva da ideia do uso
conjunto das duas ferramentas como complementos ao ensino presencial. A maior vantagem
observada foi perceber um aumento na confiança dos alunos, por saberem que é possível
recuperar ou revisar o conteúdo, já que praticamente todo o material da disciplina se encontra
disponível 24h e pode ser acessado de qualquer lugar a qualquer momento.
O mais interessante é que houve casos das mais variadas ordens, como alunos que não
puderam comparecer as aulas por conta do horário de trabalho, choque de horário de outras
aulas, motivos pessoais, familiares e de deslocamento, que impediram que estivessem
presentes na aula. Mas que de alguma forma conseguiram acompanhar a sequência do
conteúdo, seja em tempo real, ou posteriormente acessando a ferramenta Edmodo, que obteve
um índice de aceitação muito positivo, não só para estes casos específicos, mas também para
os demais alunos que buscaram complementar o aprendizado através de revisões e de
conteúdos adicionais que foram disponibilizados através dessa ferramenta.
No entanto, pode-se dizer que o uso das duas ferramentas necessariamente em
conjunto talvez não seja tão apropriado em todos os casos, em vista do risco que se corre de
não encontrar um link de acesso a internet de qualidade disponível em todos os lugares. Se for
utilizar a Twitcam, ao depender do ambiente em que se trabalha, a transmissão e gravação
podem ser prejudicadas. Então, caso pretenda-se utilizar uma material audiovisual
complementar, o ideal seria realizar uma gravação e posteriormente disponibilizá-la aos
alunos. E já que seria gravado, isso poderia ser feito também com outras ferramentas gratuitas
de compartilhamento de vídeos que possuem certa vantagem sobre a Twitcam, como o
armazenamento por tempo indeterminado e possibilidade de download do arquivo, como por
exemplo, o Youtube, Vimeo, dentre outros.
Existem outras ferramentas virtuais pagas que são muito utilizadas e que também
podem ser muito úteis no âmbito complementar educacional presencial, como o Adobe
Connect e Camtasia, dentre outros. A investigação de novas ferramentas e novas
possibilidades de dinamização dentro de sala é extremamente válida, considerando que este
tema gera margem para uma série de questões e possíveis estudos, em vista da grande
necessidade das pessoas em realizar várias atividades ao mesmo tempo, mas que
eventualmente encontram dificuldades em relação ao tempo e qualidade de serviços.
Essa experiência foi interessante por apresentar também fatores que possuem um
caráter cultural importante, pois é bastante comum no meio acadêmico se deparar com alunos
que apenas cumprem com determinadas atividades por se sentirem obrigados a realizá-las por
algum motivo específico. Muitas vezes o objetivo teórico é alcançado, mas por outro lado isso
pode ser preocupante no caso de se tornar algo constante que reflete em um aprendizado
mecânico e não prático, comprometendo a qualidade daquele profissional futuramente. Além
disso, a experiência pode ser realizada também com alunos de outros cursos não ligados
diretamente a tecnologia, visto que os alunos de Sistemas de Informação, teoricamente,
apresentam maior facilidade em se adaptar a novas ferramentas de cunho digital.
Portanto, quando se discute acerca dos elementos da educação presencial e a distância,
é imprescindível encontrar ou tentar estabelecer um equilíbrio na utilização conjunta desses
dois seguimentos, para que exista uma padronização que seja apropriada a cada caso. E assim,
espera-se um desenvolvimento mais produtivo dentro de sala de aula, tornando os resultados
finais qualitativamente mais satisfatórios.
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