Guia de primeiros passos para os switches Catalyst 2960-X e 2960 ...
USO DE SUBPRODUTOS DE MILHO, SOJA E TRIGO COMO...
Transcript of USO DE SUBPRODUTOS DE MILHO, SOJA E TRIGO COMO...
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PPGTA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
FERNANDA LANSA FURLAN
USO DE SUBPRODUTOS DE MILHO, SOJA E TRIGO COMO
ADSORVENTE DE FERRO E MANGANÊS EM SISTEMA AQUOSO
DISSERTAÇÃO
MEDIANEIRA/ CAMPO MOURÃO
2017
FERNANDA LANSA FURLAN
USO DE SUBPRODUTOS DE MILHO, SOJA E TRIGO COMO
ADSORVENTE DE FERRO E MANGANÊS EM SISTEMA AQUOSO
MEDIANEIRA/ CAMPO MOURÃO
2017
Trabalho de Dissertação apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologia de Alimentos, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos – PPGTA – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná/UTFPR, Câmpus Medianeira/Campo Mourão.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
F585u
Furlan, Fernanda Lansa
Uso de subprodutos de milho, soja e trigo como adsorvente de ferro e manganês em sistema aquoso / Fernanda Lansa Furlan – 2017.
76 f. : il. ; 30 cm. Orientadora: Aziza Kamal Genena Coorientador: Nelson Consolin Filho Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos. Campo Mourão, 2017.
Inclui bibliografias. 1. Adsorção. 2. Sustentabilidade 3. Alimentos – Dissertações. I.
Genena, Aziza Kamal, orient. II. Consolin Filho, Nelson, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos. IV. Título.
CDD: 664
Biblioteca Câmpus Medianeira Marci Lucia Nicodem Fischborn CRB 9/1219
TERMO DE APROVAÇÃO
USO DE SUBPRODUTOS DE MILHO, SOJA E TRIGO COMO ADSORVENTE DE FERRO E MANGANÊS EM SISTEMA AQUOSO
Por
FERNANDA LANSA FURLAN
Essa dissertação foi apresentada às treze horas e trinta minutos, do dia vinte de abril de dois mil e dezessete,
como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Tecnologia de Alimentos, Linha de Ciência e
Tecnologia de Produtos Alimentícios, no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos - PPGTA, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.
______________________________________________________________________
Profa. Dra. Aziza Kamal Genena (Orientadora– PPGTA)
______________________________________________________________________ Prof. Dr. Laercio Mantovani Frare (Membro Externo – UTFPR/MD)
_______________________________________________________________________ Profa. Dra. Márcia Teresinha Veit (Membro Externo – UNIOESTE)
* A via original com as assinaturas encontra-se na secretaria do programa.
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me guiado e concedido forças para
concluir esse trabalho.
Meus pais, Dôsula e Varlei, pela vida, educação, confiança, apoio, e
compreensão. Também a minha irmã Samanda. Muito obrigada pelo amor de vocês,
eu os amo infinitamente.
Ao Cleber, meu amado esposo, que tem me apoiado em cada dificuldade,
nos momentos de aflição, medo e desespero. Que me concedeu plena dedicação,
amor e carinho no decorrer do desenvolvimento do trabalho.
Meus demais familiares, avós (Maria, José Mario e Helena), tios (Sueli,
Leone, Marte, Salésio,Vera e Romildo), primas (Lorena, Vanessa, Valquíria e Aline)
pelas palavras e conselhos que me ajudaram muito para que alcançasse este
objetivo.
Quero agradecer a minha Orientadora Aziza Kamal Genena e ao meu
coorientador Nelson Consolin Filho, pela oportunidade, ajuda, dedicação, paciência,
ensinamentos compartilhados, amizade, por terem confiado este trabalho em
minhas mãos. Vocês tornaram possível o desenvolvimento deste trabalho.
Obrigado Prof. Dr. Evandro Bona pelo auxílio nas análises de FTIR, Profa.
Morgana Suszek Gonçalvez pelos ensimanentos na realização dos modelamentos
cinéticos, e profa. Dra. Patricia Valderrama nas análises estatísticas (PCA) e todo
conhecimento compartilhado comigo.
Agradeço ao técnico de laboratório Marcos Vieira da UTFPR campus Campo
Mourão, pelo auxílio na pratica de determinação de nitrogênio total, e aos demais
professores do Departamento Acadêmico de Alimentos e do Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia de Alimentos.
Obrigada aos meus amigos (Yasmhine, Tais, Maressa, Marciel, Edson,
Suelen, Francieli, Larissa, Fernanda, Rosane, Karla) , e tantos outros que jamais
vou esquecer, pela amizade e ajuda nos momentos em que mais precisei.
Agradeço as minhas ex-patroa Mareni Pereira e Bianka Franzoni pela força
e incentivo, por acreditar na minha capacidade, pelo carinho por mim.
Agradeço aos professores que constituíram a banca, dando contribuições
valiosas para o meu trabalho.
Agradeço à Fundação Araucária pelo auxílio financeiro.
Por fim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o
desenvolvimento desse trabalho. Muito obrigada!
RESUMO
FURLAN, Fernanda Lansa. Uso de subprodutos de milho, soja e trigo como adsorvente de ferro e manganês em sistema aquoso. 2017. 77 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira/Campo Mourão. 2017.
O aumento do volume de subprodutos agrícolas gerados acompanhado do descarte inadequado desses é um problema mundial crescente. O aproveitamento desses subprodutos agrícolas é de extrema importância, já que resulta na redução dos impactos ambientais, preservação da saúde da população, permitindo agregar valor a esses materiais suprindo as necessidades econômicas e globais. Uma das formas de aproveitamento está relacionada à capacidade de alguns desses subprodutos agrícolas na remoção eficiente de micro-contaminantes em sistemas aquosos devido às suas propriedades adsorventes. O processo de adsorção é um método que promove a remoção de micro-contaminantes em soluções aquosas. Este trabalho teve como objetivo investigar o uso dos subprodutos agrícolas: palha de milho (PM), palha de trigo (PT), palha de soja (PS) e casca de soja (CS) para produção de diferentes adsorventes para remover Fe e Mn. Para cada subproduto investigado, foram utilizados dois diferentes adsorventes: natural (celulose/lignina) e um modificado com EDTA (ácido etilenodiaminotetraacético). Após a caracterização dos adsorventes por FTIR (espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier), teor de nitrogênio, procedeu-se com os ensaios de adsorção para avaliar a eficiência e análise elementar desses adsorventes em soluções aquosas de Fe e Mn. A concentração dos micro-contaminantes na solução foi determinada por espectrofotometria de absorção atômica. Em seguida, para os adsorventes natural e modificado mais eficientes, aplicou-se os modelos cinéticos de pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-ordem para definir a ordem da reação de adsorção. Os resultados obtidos indicaram que o adsorvente modificado obtido da casca de soja (CSE) apresentou os melhores resultados na adsorção de Fe (96%) e Mn (88%) em solução aquosa. O modelo de pseudo-segunda ordem apresentou melhor ajuste da reação de adsorção para ambos os micro-contaminantes investigados. De modo geral, a casca de soja modificada mostrou ser um adsorvente adequado para a remoção do ferro e manganês, pois apresentou alta eficiência, como avaliado neste estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Subprodutos agrícolas. Adsorção. Aproveitamento. Sustentabilidade. Valor agregado.
ABSTRACT
FURLAN, Fernanda Lansa. Use of by-products corn stover, soybean and wheat as iron and manganese sorbent in an aqueous system. 2017. 77 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira/Campo Mourão. 2017.
The increased volume of agricultural by-products generated coupled with inadequate disposal of these is a growing worldwide problem. The use of these agricultural by-products is of extreme importance, since it results in the reduction of environmental impacts, preservation of the health of the population, allowing adding value to these materials supplying the economic and global needs. One of the ways of exploitation is related to the ability of some of these agricultural by-products to efficiently remove micro-contaminants in aqueous systems due to their adsorbent properties. The adsorption process is a method that promotes the removal of micro-contaminants in aqueous solutions. This work aimed to investigate the use of agricultural by - products: corn straw (PM), wheat straw (PT), soybean straw (PS) and soybean husk (CS) to produce different adsorbents to remove Fe and Mn. For each by-product investigated, two different adsorbents were used: natural (cellulose / lignin) and one modified with EDTA (ethylenediaminetetraacetic acid). After the characterization of the adsorbents by FTIR (Fourier transform infrared spectroscopy), nitrogen content, the adsorption tests were carried out to evaluate the efficiency and elemental analysis of these adsorbents in aqueous solutions of Fe and Mn. The concentration of the micro-contaminants in the solution was determined by atomic absorption spectrophotometry. Then, for the most efficient natural and modified adsorbents, the kinetic models of pseudo-first order and pseudo-second order were applied to define the order of the adsorption reaction. The results showed that the modified adsorbent obtained from the soybean hull (CSE) showed the best results in the adsorption of Fe (96%) and Mn (88%) in aqueous solution. The pseudo-second order model showed a better adjustment of the adsorption reaction for both micro-contaminants investigated. In general, the modified soybean hull proved to be an adequate adsorbent for the removal of iron and manganese, since it presented high efficiency, as evaluated in this study.
KEYWORDS: Agricultural by-products. Adsorption. Harnessing. Sustainability. Value aggregate.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Conformação das microfibrilas de celulose (regiões cristalinas intercaladas
por regiões amorfas). ................................................................................................ 22
Figura 2- Estrutura molecular da celulose. ................................................................ 23
Figura 3- Representação da celulose, hemicelulose e lignina na estrutura de uma
célula vegetal. ........................................................................................................... 23
Figura 4- Estrutura molecular parcial da hemicelulose. ............................................. 24
Figura 5- Componentes principais da lignina. ........................................................... 25
Figura 6- Fórmula estrutural parcial da lignina. ......................................................... 26
Figura 7- Fórmula molecular do ácido etilenodiaminotetraacético ............................ 29
Figura 8- Reação genérica simplificada de complexação. ........................................ 29
Figura 9- Reação de incorporação do EDTA na fibra lignocelulósica. ...................... 30
Figura 10- Fluxograma com etapas de preparo e obtenção dos adsorventes naturais.
.................................................................................................................................. 32
Figura 11- Fluxograma das etapas do processo de modificação química dos
adsorventes naturais com EDTA. .............................................................................. 33
Figura 12- Palhas e casca após a extração (PM, PT, PS e CS) e modificadas com
EDTA (PME, PTE, PSE e CSE). ............................................................................... 38
Figura 13- Espectros na região do infravermelho para os adsorventes naturais....... 40
Figura 14- Espectros na região do infravermelho para os adsorventes modificados
com EDTA. ................................................................................................................ 40
Figura 15- Cinética de adsorção do manganês pelos materiais PM, PT, PS e CS. .. 44
Figura 16- Cinética de adsorção de manganês pelos materiais PME, PTE, PSE e CSE.
.................................................................................................................................. 44
Figura 17- Cinética de adsorção de ferro pelos materiais PM, PT, PS e CS. ........... 45
Figura 18- Cinética de adsorção de ferro pelos materiais PME, PTE, PSE e CSE. .. 46
Figura 19- Cinética de adsorção do ferro e manganês com casca de soja. .............. 48
Figura 20 - Cinética de adsorção do ferro e manganês com casca de soja modificada
(CSE). ....................................................................................................................... 48
Figura 21- Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem para a CS. ........................... 49
Figura 22- Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem para a CS. .......................... 49
Figura 23 - Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem casca de soja modificada. .. 50
Figura 24 - Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem casca de soja modificada. . 50
Figura 25- Espectros das amostras. (A) Antes da correção de linha de base. (B) Após
a correção de linha de base. ..................................................................................... 52
Figura 26- Gráfico dos scores.Figura 26 – Espectros das amostras. (A) Antes da
correção de linha de base. (B) Após a correção de linha de base. ........................... 52
Figura 27- Gráfico dos loadings. ............................................................................... 54
Figura 28- Scores da PCA para a adsorção do Mn. .................................................. 55
Figura 29- Loadings da PCA para a adsorção do Mn. [ ]F = concentração final (mgL-
1); [ ]A = concentração adsorvida (mgL-1); %A = porcentagem adsorvida (%); QA =
quantidade adsorvida (gg-1); PM = palha milho; PT = palha trigo; PS = Palha soja; CS
= casca soja; PME= palha milho com EDTA; PTE = palha trigo com EDTA; PSE =
Palha soja com EDTA; CSE = casca soja com EDTA; .............................................. 56
Figura 30-Scores da PCA para a adsorção do Fe. .................................................... 57
Figura 31- Loadings da PCA para a adsorção do Fe. [ ] F = concentração final (mgL-
1); [ ]A = concentração adsorvida (mgL-1); %A = porcentagem adsorvida (%); QA =
quantidade adsorvida (gg-1); PM = palha milho; PT = palha trigo; PS = Palha soja; CS
= casca soja; PME = palha milho com EDTA; PTE = palha trigo com EDTA; PSE =
Palha soja com EDTA; CSE = casca soja com EDTA; .............................................. 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Eficiência de remoção em função do adsorvente e adsorvato. ................ 27
Tabela 2 - Massa dos subprodutos agrícolas antes e após as extrações da série
eluotrópica e porcentagem total de extrativos removidos. ........................................ 37
Tabela 3 - Ganho de massa das palhas e casca (PM, PT, PS e CS) modificados com
EDTA. ........................................................................................................................ 39
Tabela 4 - Teor de nitrogênio (%) das palhas e casca (PM, PT, PS e CS) antes e após
modificação com EDTA. .............................................. Error! Bookmark not defined.
Tabela 5 - Análise elementar da casca de soja antes e após modificação com EDTA
.................................................................................................................................. 42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Siglas adotadas para nomenclatura dos adsorventes naturais e modificados
obtidos a partir dos subprodutos agrícolas investigados. .......................................... 34
Quadro 2- Subprodutos agrícolas e porcentagens adsorvidas para o Mn. ............... 55
Quadro 3- Subprodutos agrícolas e porcentagens adsorvidas para o Fe. ................ 57
LISTA DE ABREVIATURAS
B – Bagaço de cana sem modificação;
BE - Bagaço da cana modificado com EDTAD;
COMCAM – Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão/PR;
CS – Casca de soja;
CSE – Casca de soja modificada com EDTA;
DMF – Dimetilformamida;
EDTA – Ácido etilenodiaminotetraacético;
EDTAD – Dianidrido de EDTA;
Fe – Ferro;
FTIR – Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier;
KBr – Brometo de Potássio;
NT – Teor de nitrogênio total;
MB – Azul de metileno
Mn – Manganês;
PCA – Análise de Componentes Principais;
PM – Palha de milho;
PT – Palha de trigo;
PS – Palha de soja;
PME – Palha de milho modificada com EDTA;
PTE – Palha de trigo modificada com EDTA;
PSE – Palha de soja modificada com EDTA;
Q – Quitosana;
QM – Quitosana modificada;
SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná;
SE – Serragem de madeira modificada com EDTAD;
VG – Violeta de genciana;
VMP – Valor Máximo Permitido;
ZCL – Zeólitas de Cinzas Leve;
ZCP – Zeólitas Pesada de Carvão .
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 18
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 18
2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 18
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 19
3.1 APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS................................... 19
3.2 ADSORÇÃO ........................................................................................................ 20
3.3 SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS COMO ADSORVENTES DE BAIXO CUSTO ... 21
3.3.1 Composição Química dos Subprodutos Agrícolas ......................................... 22
3.3.1.1 Celulose ........................................................................................................ 22
3.3.1.2 Hemicelulose ................................................................................................. 24
3.3.1.3 Lignina ........................................................................................................... 25
3.4 ADSORÇÃO DE MICRO-CONTAMINANTES ..................................................... 26
3.4.1 Micro-contaminantes ........................................................................................ 27
3.4.2 Agente complexante (EDTA) ............................................................................ 29
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 31
4. 1 SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS .......................................................................... 31
4.2 PREPARO DOS MATERIAIS ADSORVENTES .................................................. 31
4.2.1 Obtenção dos Adsorventes a partir dos subprodutos agrícola ......................... 31
4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ADSORVENTES ....................................................... 34
4.4 CINÉTICA DE ADSORÇÃO DO Mn e Fe ............................................................ 35
4.4.1 Modelos Cinéticos de Pseudo-Primeira Ordem e Pseudo-Segunda Ordem .... 36
4.5 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA ............................................... 36
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 36
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 37
5.1 PREPARO DOS MATERIAIS ADSORVENTES .................................................. 37
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ADSORVENTES ....................................................... 38
5.2.1 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier ..................... 39
5.2.2 Determinação de Nitrogênio Total .................................................................... 41
5.2.3 Análise Elementar ............................................................................................ 42
5.3 CINÉTICA DE ADSORÇÃO DO Fe e Mn ............................................................ 43
5.3.1 Manganês (Mn) ................................................................................................ 43
5.3.2 Ferro (Fe) ......................................................................................................... 45
5.3.1. 1 Modelo Cinético de Pseudo-Primeira Ordem e Pseudo-Segunda Ordem .... 47
5.4 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ..................................................... 52
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 59
7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 60
APÊNDICE A - Cinéticas com ferro. ....................................................................... 71
APÊNDICE B - Cinéticas com manganês. ............................................................. 74
ANEXO A - Teores de manganês e de ferro em águas subterrâneas. ............... 77
16
1 INTRODUÇÃO
Os subprodutos agrícolas produzidos anualmente no Brasil correspondem a
291,1 milhões de toneladas, provenientes das 13 maiores culturas de plantio do país
(INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, 2012). A rápida
industrialização tem promovido o aumento do volume e tipos de subprodutos agrícolas
produzidos, decorrente do crescimento da população e das atividades agrícolas
intensivas, e sua gestão representa um desafio (ASIM et al., 2015; RONDA et al.,
2015).
A forma inadequada de descarte desses subprodutos é responsável pelas
alterações na qualidade do meio ambiente afetando suas características biológicas,
físicas, químicas, além de ser responsável pela contaminação dos solos e dos corpos
hídricos (superficiais e subterrâneos) por micro-contaminantes (TAVARES et al.,
2015).
O aproveitamento de subprodutos agrícolas é uma das alternativas para a
redução de impactos econômicos, sociais e ambientais, preservação da vida e da
saúde da população (PRADO et al., 2016). Também resulta em matéria-prima na
aplicação em processos adsortivos (MACHADO, 2014; SHEETS et al., 2015). O
aproveitamento de subprodutos proporciona o aumento da cadeia produtiva das
culturas agrícolas, com agregação de valor à estes materiais, o que contribui para uma
maior sustentabilidade econômica e global (NACKE, 2014).
Os subprodutos agrícolas, amplamente disponíveis e de valor acessível
(SANCHEZ et al., 2013). São constituídos por três componentes estruturais principais:
lignina, celulose e hemicelulose. Esses componentes possuem sítios adsortivos, tais
como grupos éter, carbonilas, carboxilas, aminas e hidroxilas, capazes de adsorverem
as espécies metálicas por processos de troca iônica ou de complexação (SALLEH et
al., 2011). Em decorrência disso, esses subprodutos têm sido investigados para uso
em processos alternativos de tratamento de sistemas aquosos como adsorventes
naturais para remoção de micro-contaminantes (LIMA, 2013).
Os micro-contaminantes estão dentre os principais poluentes que limitam
severamente o uso da água, e o processo de adsorção de micro-contaminantes por
subprodutos agrícolas no tratamento de fontes de águas tem se mostrado eficiente,
devido à facilidade de operação, flexibilidade, eliminação de poluentes orgânicos
17
solúveis e insolúveis sem a geração de subprodutos perigosos (NASUHA; HAMEED,
2011; ZHOU; ZHANG; CHENG, 2015).
18
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar o aproveitamento de subprodutos agrícolas (palhas de milho, trigo,
soja, e casca de soja) na produção de adsorventes para a remoção dos micro-
contaminantes íons ferro e manganês em sistemas aquosos.
2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Proceder com a coleta e preparo dos subprodutos agrícolas (palha de
milho, trigo, soja, e casca de soja);
• Produzir os adsorventes naturais a partir da remoção das hemiceluloses
dos subprodutos por extração com solvente;
• Executar a modificação dos adsorventes naturais com EDTA para
obtenção dos adsorventes modificados;
• Caracterizar os adsorventes obtidos, naturais e modificados, por
Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR),
teor de nitrogênio total e análise elementar (C, N e H);
• Investigar a cinética de adsorção dos adsorventes naturais e modificados
para os adsorvatos ferro e manganês em solução aquosa, e avaliar o
ajuste dos modelos cinéticos de pseudo-primeira-ordem e pseudo-
segunda-ordem;
• Avaliar estatisticamente os resultados obtidos por meio da Análise de
Componentes Principais (PCA).
19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS
O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo devido à várias
razões, que vão desde a disponibilidade de área para cultivo, possibilidade de
introdução de culturas variadas à posição geográfica (condições climáticas
adequadas), além de sua rica biodiversidade e tecnologia avançada e acaba gerando
grandes volumes de subprodutos agrícolas em atividades decorrentes da colheita e
processamento desses produtos, como milho, soja, arroz, algodão, cana de açúcar,
entre outros (PEREIRA et al., 2015).
Nos últimos anos, um dos temas de grande preocupação mundial é a quantidade
e a ação prejudicial de subprodutos agrícolas sobre o solo e em águas superficiais e
subterrâneas. Faz-se necessário o aproveitamento desses subprodutos a fim de
promover a agricultura duradora, bem como minimizar um ambiente com poluição
(KHARRAZI; YOUNESI; TORGHABEH, 2014).
Segundo Prado et al. (2016), os subprodutos agrícolas têm uma infinidade de
propriedades que podem ser aproveitadas, trazendo beneficios ambientais como a
preservação da natureza, redução de custos com adubos químicos e do número de
aterros sanitários, como nova matéria-prima e com o retorno dos elementos ao seu
ciclo biogeoquímico.
Bertoncini (2014) destaca a necessidade de uma maior comunicação entre o
setor de pesquisa, órgãos ambientais e os setores produtivos, a fim de impulsionarem
o aproveitamento de subprodutos, pois produzir alimentos é necessário, mas consiste
em produzi-los de forma sustentável e racional contribuindo para a preservação do
meio ambiente sem ocasionar desequilíbrio a natureza.
Atualmente a grande disponibilidade e o baixo custo dos subprodutos agrícolas
têm despertado interesse quanto ao seu melhor aproveitamento, pois estes
subprodutos podem ser úteis em processos adsortivos, promovendo
descontaminação de sistemas aquáticos, incluindo águas residuais agrícolas,
industriais e municipais por micro-contaminantes, além de extinguir ou tornar mínimos
20
os custos dos impactos ambientais, preservar a vida e a saúde da população, dentre
outros (KHARRAZI; YOUNESI; TORGHABEH, 2014; FEIZI; JALALI, 2015).
3.2 ADSORÇÃO
O acelerado crescimento industrial levou ao aumento do descarte de micro-
contaminantes no meio ambiente, o que resulta na poluição do solo e da água
(SOUNTHARARAJAH et al., 2015), uma vez que podem causar danos a saúde
humana, pois não são biodegradáveis e acumulam-se nos organismos vivos
causando várias doenças e distúrbios (JAMIL et al., 2010). Além disso, a presença de
micro-contaminantes restringe o uso dessas águas para aplicações domésticas ou
industriais e, portanto, a remoção desses de soluções aquosas é de extrema
importância (FEIZI; JALALI, 2015; HUBER; WELKER; HELMREICH, 2016; PARK et
al., 2016).
A adsorção está entre os processos tecnológicos que tem como objetivo a
remoção de micro-contaminantes de águas e efluentes, e apresenta-se como um
método promissor frente aos demais porque apresenta como vantagens: alta
eficiência mesmo com baixas concentrações de adsorvatos, baixo custo, facilidade de
operação, flexibilidade, simplicidade, não apresenta efeitos negativos sobre o meio
ambiente e não resulta na formação de substâncias tóxicas (MISHRA;
BALOMAJUMDER; AGARWAL, 2010; LUCENA et al., 2012; JIMENEZ et al., 2013;
MANZOOR et al., 2013; AKPOMIE; DAWODU; ADEBOWALE, 2015; PARK et al.,
2016).
Na adsorção, à substância que sofre o processo dá-se o nome de adsorvato e
aquela que o promove dá-se o nome de adsorvente (BITTENCOURT, 2015). Para
que a adsorção ocorra, os principais parâmetros a serem considerados são:
propriedades do adsorvato e da estrutura química da superfície do adsorvente,
concentração da solução, temperatura, pH, tempo de contato e velocidade de agitação
(ROCHA et al., 2012). Nesse processo é a posição dos grupos funcionais do adsorvato
sobre a superfície do adsorvente que determina se o processo é físico ou químico
(BATISTA, 2014).
21
A adsorção física ocorre quando as moléculas de uma substância são retidas
na superfície de um sólido adsorvente devido à existência de forças de Van der Walls
(do tipo íon-dipolo, dipolo-dipolo, dipolo induzido-dipolo induzido), sem a ocorrência
de uma reação química (NIEDERSBERG, 2012).
Na adsorção química ocorre efetiva troca de elétrons entre o sólido
(adsorvente) e a molécula adsorvida (adsorvato), permitindo que o adsorvato se ligue
mais fortemente à superfície do sólido por meio de interações fortes e geralmente
irreversíveis, como as ligações iônicas ou covalentes polares (COELHO et al., 2014).
3.3 SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS COMO ADSORVENTES DE BAIXO CUSTO
Os subprodutos agrícolas são provenientes da fase agrícola do cultivo de
determinada espécie produzida no campo, classificados em duas categorias. A
primeira compreende os subprodutos de colheitas que incluem raízes, folhas, palhas,
cascas, restolhos, entre outros. A segunda, os subprodutos procedentes de atividades
agroindustriais, os quais compreendem os subprodutos da pós-colheita e o
processamento de alimentos (MEDINA et al., 2015).
Os grupos funcionais normalmente associados aos subprodutos agrícolas
incluem carboxil, hidroxil, sulfidril e amida que são responsáveis pela adsorção de
micro-contaminantes. Estes grupos apresentam a capacidade de aglomerar micro-
contaminantes por substituições de íons de hidrogênio por íons metálicos em solução
ou por doação de um par de elétrons de maneira a formar complexos com os íons
metálicos presentes em solução, adsorvendo-os (FAROOQ et al., 2011).
Determinados subprodutos agrícolas (cascas, caule, folhas, raízes, biomassa de
frutos) apresentam-se fontes de adsorventes de baixo custo, dada pela sua
abundância na natureza, fácil obtenção, baixo valor econômico e excelente potencial
para remoção de micro-contaminantes em tratamento de sistemas aquosos
(JAFARIPOUR; ROWSON; GHATAORA, 2015).
22
3.3.1 Composição Química dos Subprodutos Agrícolas
Os subprodutos agrícolas são basicamente constituídos de materiais
lignocelulósicos secos, os quais representam a maior fonte de carboidratos naturais
do mundo, e apresentam uma composição química de 35-50% de celulose, 20-35%
de hemicelulose, 10-25% de lignina e uma pequena quantidade de cinzas e extrativos,
que podem variar em função do tipo e da espécie vegetal avaliada (SANTOS et al.,
2012).
3.3.1.1 Celulose
A celulose é um polissacarídeo de fórmula (C6H10O5)n, que tem uma cadeia
linear constituída por várias unidades repetidas de glicose e celulose, um dímero de
glicose (FONSECA, 2015). A celulose apresenta sequencialmente uma estrutura
cristalina e outra amorfa, conforme a Figura 1.
É a molécula orgânica mais abundante da natureza, e a principal componente
da matéria seca da biomassa lignocelulósica, formada por repetições de um único tipo
de unidade de β-D-glicose, unidas por ligações β-1,4 carbono-carbono e ligações de
hidrogênio intra- e intermoleculares que a tornam insolúvel em água, uma vez que a
água não é capaz de quebrar todas as ligações de hidrogênio. Estas ligações
Figura 1 – Conformação das microfibrilas de celulose (regiões cristalinas intercaladas por regiões amorfas). Fonte: ALVES (2011).
23
conferem à celulose um arranjo fibroso, com regiões amorfas e cristalinas, além de
resistência à hidrólise, ataques químicos e biológicos (ARANTES; SADDLER, 2010;
ALVES, 2011; SOUZA, 2012). Na Figura 2 é apresentada a estrutura molecular da
celulose.
As microfibrilas de celulose encontram-se ligadas na parte amorfa da celulose
e lignina formando as células, conforme apresentado na Figura 3.
Figura 3 – Representação da celulose, hemicelulose e lignina na estrutura de uma célula vegetal. Fonte: SANTOS et al. (2012).
De acordo com Bhatnagar e Sillanpaa (2010), os subprodutos agrícolas,
principalmente aqueles que contêm celulose, mostram potencialidade na adsorção de
diversos poluentes, tais como micro-contaminantes.
Figura 2 – Estrutura molecular da celulose. Fonte: ALVES (2011).
24
3.3.1.2 Hemicelulose
A hemicelulose é o segundo carboidrato mais comum que compõe os
subprodutos das plantas. Consiste em distintas unidades de açúcares ao longo de
toda a cadeia carbônica, incluindo a D- xilose, D-manose, D-glicose, D-galactose e D-
galactourônico que são associadas com a celulose e a lignina nas paredes celulares
das plantas (BIAN et al., 2010; RABETAFIKA et al., 2014). Na Figura 4 são
apresentadas as unidades desses açúcares.
A estrutura da fração hemicelulósica apresenta ramificações e grupos
funcionais laterais, como grupos hidroxilas presentes nos anéis dos monossacarídeos
da cadeia carbônica que interagem facilmente com a celulose, dando estabilidade e
flexibilidade ao agregado (SANTOS et al., 2012). A Figura 4 ilustra a estrutura
molecular da hemicelulose.
As hemiceluloses exibem uma elevada taxa de hidrólise, solubilidade em meio
alcalino, maior resistência à oxidação, constituem um grupo diverso de
polissacarídeos estruturais que compreendem mais de 30% da massa seca dos
subprodutos das plantas, e sua decomposição é geralmente rápida e excede a taxa
de decomposição da celulose (ANDRADE; COLODETTE, 2014; GAO et al., 2016).
Figura 4 – Estrutura molecular parcial da hemicelulose. Fonte: ALVES (2011).
25
3.3.1.3 Lignina
A lignina é uma macromolécula tridimensional amorfa que consiste de três
diferentes unidades de fenilpropanos: álcool p-cumarílico, álcool coniferílico e álcool
sinapílico (Figura 5).
Figura 5 - Componentes principais da lignina. Fonte: GURGEL, 2010.
Harmsen et al. (2010) ressaltam que as funções orgânicas comumente
encontradas na lignina são os alcoóis alifáticos primários e secundários, cetonas,
aldeídos, compostos fenólicos, radicais metilas e ácidos carboxílicos.
A lignina é encontrada em vegetais e associada à celulose na parede celular,
cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques
microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais (FONSECA, 2015). É geralmente
mais resistente à decomposição biológica que os outros biopolímeros principais
encontrados em subprodutos de planta, por causa de sua estrutura química
(ANDRADE et al., 2012; SOUZA, 2012).
A estrutura da lignina (Figura 6) não é homogênea, possui regiões amorfas e
estruturas globulares. Em decorrência disso, a mesma apresenta-se de forma muito
mais complexa que as estruturas da celulose e hemicelulose (GONÇALVES, 2015).
Figura 5 – Componentes principais da lignina. Fonte: GURGEL (2010).
26
Figura 6 – Fórmula estrutural parcial da lignina. Fonte: ALVES (2011).
3.4 ADSORÇÃO DE MICRO-CONTAMINANTES
Os processos adsortivos a partir de subprodutos agrícolas na remoção de micro-
contaminantes aquosos vem sendo investigada, tais como resíduo de cenoura
(NASERNEJAD et al., 2005), casca de arroz (ASADI; SHARIATMADARI;
MIRGHAFFARI, 2008), milho (ZHENG et al., 2010), resíduos de castanha (YAO; QI;
WANG, 2010), casca de amendoim (LIU; SUN; LI, 2010), palha de arroz (DING et al.,
2012), casca de tomate verde (MENDIETA; OLGUIN; SOLACHE, 2012), bagaço de
cana (ALOMA et al., 2012), casca de banana (HOSSAIN et al., 2012), resíduo de
girassol (JALALI; ABOLGHAZI, 2013), casca de batata, canola e nozes (FEIZI;
JALALI, 2015). Na Tabela 1 são apresentados alguns estudos com resultados
27
eficientes em processos adsortivos com subprodutos agrícolas na remoção de micro-
contaminantes.
Tabela 1 - Eficiência de remoção em função do adsorvente e adsorvato.
Fonte: Autoria própria.
Gupta e Bhattacharrya (2012) afirmam que a adsorção é considerada como uma
das melhores tecnologias na remoção de metais pesados em todo o mundo.
3.4.1 Micro-contaminantes
Os micro-contaminantes geralmente apresentam diferentes comportamentos
físicos e químicos em termos de interação química, mobilidade, disponibilidade
biológica e potencial de toxicidade (XIAOLING et al., 2016). São reconhecidos como
um dos grupos mais tóxicos que atingem a cadeia alimentar por meio da eliminação
de resíduos aos receptores de água ou no solo (ANASTOPOULOS; KYZAS, 2016).
A poluição da água por micro-contaminantes tornou-se um problema mundial
nos últimos anos. Os micro-contaminantes são alvo de grande preocupação devido à
Autores Adsorvente Adsorvato % Adsorvida
BATISTA (2014)
Casca de tangerina
Cr3+ e Pb2+
Cr3+ (99%) e Pb2+
(95%)
CARVALHO et al. (2014) Bagaço de cana
Fe2+ 80%
CARVALHO (2012) Caule e folha da macrófita aquática
(Eichhornia crassipes)
Fe2+ Caule 92%, folha 85%.
FRANCO et al.(2015) Cascas de banana das variedades prata, caturra e maçã
Mn2+ e Cr2+ >80%
NASERNEJAD et al.(2005) Resíduo de cenoura Cu2+, Zn2+, Pb2+, e Cd2+
Cu2+ (47,53 %), Zn2+ (41,82 %),
Pb2+ (43,76 %), e Cd2+ (43,15 %)
ZHENG et al. (2010)
Resíduo de milho
Cd2+
99,2%
JALALI; ABOLGHAZI (2013) Resíduo de girassol Pb2+ e Cd2+ >87%
FEIZI; JALALI (2015) Casca de batata, canola e nozes Fe2+, Mn2+, Zn2+, Ni2+, Cu2+, e Cd2+
Entre 81,6% a 96,5%
28
sua toxicidade aguda, por não serem biodegradáveis e tenderem, portanto, ao
acúmulo de longo prazo e persistência, representando um risco para a saúde humana,
animal e ambiental (MARIN et al., 2010; KUMAR et al., 2012; LI et al., 2015; YAN et
al., 2016).
O ferro e o manganês são micro-contaminantes abundantes na crosta terrestre,
encontrados juntos nas fontes tanto de águas superficiais como subterrâneas, nas
suas formas: iônica, complexos solúveis e formas de óxidos (RAMOS, 2010;
MORUZZI; REALI, 2012; WANGA et al., 2012; GERKE; LITTLE; MAYNARD, 2016).
Esses micro-contaminantes ao serem oxidados causam vários problemas, tais
como: pigmentação da água, gosto e odor metálico, turbidez, bioincrustação e
corrosão, manchas de roupa, acessórios sanitários, possibilitam o aparecimento de
bactérias ferruginosas nocivas nas redes de abastecimento, e interferem em
processos industriais como na fabricação de papel, tecidos, tinturarias e cervejarias)
(MORUZZI; REALI, 2012; KAN et al., 2013; HOYLAND et al, 2014; AMOAKO;
PRASAD, 2015).
A captação de água subterrânea para o abastecimento público no Estado do
Paraná é realizada pela Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR que atua
em 344 dos municípios do Estado do Paraná. Destes, 173 municípios são abastecidos
exclusivamente com águas subterrâneas e é realizado o monitoramento mensal dos
poços, a partir do qual são registrados dados referentes à vazão, volume produzido,
tempo de operação e características físico-químicas da água (ATHAYDE et al., 2010).
Segundo, o Instituto de Águas do Paraná (2010) os poços operados possuem teores
anômalos de manganês, de até 0,6 mg.L-1 e ferro acima de 0,3 mg.L-1.
De acordo com a Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) o
valor máximo permitido (VMP) a fim de garantir a potabilidade da água, e que a mesma
seja incapaz de provocar danos e riscos à saúde, para o manganês é de 0,1 mg.L-1,
e para o ferro é de 0,3 mg.L-1.
Diversas pesquisas indicam que a ingestão de água potável com excesso de
manganês, além de causar danos neurológicos, também é capaz de promover
alterações no sistema cardiovascular, principalmente no músculo do miocárdio, entre
outros sintomas devido ao efeito cumulativo desse metal no organismo humano
(LUCCHINI et al., 2012; LUCCHINI et al., 2014; LETHO et al., 2014; MORA et al.,
2015; FEATHERSTONE, 2015). Com relação ao ferro, pode levar a cirrose, tumores
hepáticos, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, artrite, pode gerar quantidades
29
excessivas de radicais livres que atacam as moléculas celulares, aumentando o
número de moléculas potencialmente carcinogênicas no organismo humano (MAHAN;
STUMP, 2010).
3.4.2 Agente complexante (EDTA)
O ácido etilenodiaminotetraacético (EDTA) é um composto quelante. O ato de
quelar serve para fixar metais onde se almeja, e remover os que não são desejáveis.
Este composto é classificado como um ácido poliamonicarboxílico devido à presença
de nitrogênio e grupos carboxílicos (ALVES; RIGATTO; OLIVEIRA, 2014) (Figura 7).
O EDTA é um ligante multidentado, ou quelante, com capacidade de formar
complexos pelo íon metal + EDTA e exibe propriedades adsortivas em influência disso
(LANA et al., 2014).
Figura 8- Reação genérica simplificada de complexação. Fonte: JUNIOR, 2007.
Segundo Junior (2007), o EDTA por ser uma substância multifuncional possui a
capacidade de reagir com a matriz lignocelulósica nos dois grupos de hidroxila e
Figura 7 – Fórmula molecular do ácido etilenodiaminotetraacético Fonte: JUNIOR, 2007.
30
formar ligações cruzadas e intermoleculares, ou reagir com um único grupo hidroxila
(Figura 9).
Figura 9 - Reação de incorporação do EDTA na fibra lignocelulósica. Fonte: Adaptação de JUNIOR, 2007
De acordo Ferreira (2015), a inserção do EDTA dá-se tradicionalmente pelo
ataque nucleofílico de grupos hidroxilas da matriz polimérica à carbonila do dianidrido
de EDTA, facilmente obtido pela desidratação do ácido etilenodiamino tetra-acético.
Esta estratégia permite a produção de materiais capazes de promover a adsorção de
contaminantes catiônicos, graças às funções carboxílicas introduzidas na matriz
quitosânica, e também de contaminantes aniônicos, pelos grupos amino presentes, o
que os torna um adsorvente universal.
Segundo Zhang et al. (2014), entre os agentes quelantes, o EDTA apresenta
baixo grau de biodegradabilidade nas águas subterrâneas e no solo, e uma elevada
capacidade de complexação com metais pesados.
Estudos indicam que materiais adsorventes, quando modificados com EDTA,
apresentam melhores eficiências no processo de adsorção de metais (IGWE; ABIA,
2007; JUNIOR; GURGEL; GIL, 2010).
31
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4. 1 SUBPRODUTOS AGRÍCOLAS
As palhas de milho (PM), trigo (PT) e soja (PS) foram coletadas diretamente do
solo após a colheita dos respectivos grãos, mediante a autorização do proprietário,
em propriedades rurais de Campo Mourão-PR e Peabiru-PR, as quais adotam a
técnica do plantio direto. As cascas de soja (CS) foram cedidas pelo entreposto de
uma COOPERATIVA do município de Araruna-PR.
4.2 PREPARO DOS MATERIAIS ADSORVENTES
Após a coleta, os subprodutos agrícolas foram armazenados em sacos plásticos
estéreis e transportados para o Laboratório G006 do Departamento de Química da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Campo Mourão-PR, para o
início das análises conforme os itens descritos a seguir.
4.2.1 Obtenção dos Adsorventes a partir dos subprodutos agrícola
A partir de cada subproduto agrícola, procedeu-se com a extração para
remoção das hemiceluloses, e consequente obtenção de um polímero constituído de
celulose e lignina, denominado nesse trabalho de adsorvente natural. Na Figura 10 é
apresentado o fluxograma com as etapas de preparo e obtenção dos adsorventes
naturais a partir de cada subproduto agrícola investigado, de acordo com metodologia
descrita por Schafhauser, et al., (2015).
32
Na Figura 10, para cada resíduo agrícola, o preparo do mesmo compreendeu a
secagem em estufa (SOLAB, SL-100) por 24 h, trituração em moinho de facas (DE
LEO, WICLLEY) e peneiramento (peneira de 10 mesh).
Para a remoção das hemiceluloses, foram pesados 30 g da amostra em balança
analítica (SHIMADZU, AY220) e a extração foi realizada seguindo uma série
eluitrópica de solventes (n-hexano → Álcool → Água) em extratores do tipo Soxhlet,
com aquecimento em chapas (DIAGTECH, DT3120H). Após a extração com cada
solvente da série, os subprodutos agrícolas foram secos em estufa a 60°C por 24 h,
pesados e retornados ao sistema de Soxhlet para o prosseguimento das extrações
com os demais solventes. Depois da extração (com água), o material foi seco e
fiFigura 10 – Fluxograma com etapas de preparo e obtenção dos adsorventes naturais. Fonte: Autoria própria.
.
33
pesado e obteve-se então, o polímero natural composto de celulose e lignina, isento
de hemicelulose, denominado adsorvente natural.
Uma parte deste material (adsorvente natural) foi reservada e a outra parte foi
submetida a modificação com EDTA (ácido etilenodiaminotetraacético) para obtenção
de um polímero modificado, denominado de adsorvente modificado, cujas etapas de
obtenção a partir do adsorvente natural são apresentadas no fluxograma da Figura
11.
A introdução do EDTA nas fibras de celulose dos subprodutos agrícolas foi
realizada em um balão de fundo redondo de 50 mL acoplado de um condensador de
bolas. Para cada subproduto agrícola utilizou-se um balão. Cada balão continha 5 g
do subproduto agrícola, 15 g de EDTA e 210 mL de DMF (dimetilformamida). A mistura
Figura 11 – Fluxograma das etapas do processo de modificação química dos adsorventes naturais com EDTA. Fonte: Autoria própria.
34
foi agitada e aquecida em agitador magnético com chapa de aquecimento (SOLAB,
SL-91) a 75 ºC durante 24 h e então filtrada a vácuo em funil de placa sintetizada de
porosidade 40-60 μm. O material retido no filtro foi submetido às lavagens sequenciais
com solventes (Figura 9) e, após essa etapa foi seco a 75 °C por 24 h em estufa de
secagem (SOLAB, SL-100) até massa constante para obtenção do adsorvente natural
modificado com EDTA.
No Quadro 1 são apresentadas as siglas adotadas nesse trabalho para
nomenclatura de cada um dos adsorventes (natural e modificado) obtidos a partir dos
subprodutos investigados.
Quadro 1- Siglas adotadas para nomenclatura dos adsorventes naturais e modificados obtidos a partir dos subprodutos agrícolas investigados.
ADSORVENTE
SUBPRODUTO AGRÍCOLA
PALHA CASCA
Milho Trigo Soja Soja
Natural PM PT PS CS
Modificado PME PTE PSE CSE
Fonte: Autoria própria.
4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS ADSORVENTES
A caracterização dos adsorventes foi realizada por: avaliação do ganho de
massa, análise de FTIR (espectroscopia de Infravermelho com Transformada de
Fourier), determinação de nitrogênio total e análise elementar. Todas as análises de
caracterização dos adsorventes foram feitas em triplicatas.
Para avaliação do ganho de massa foi utilizado o método gravimétrico,
determinando-se as massas dos adsorventes antes e depois da modificação com
EDTA, em balança analítca (SHIMADZU, AY220).
Para a análise de FTIR, realizada em espectrômetro FTIR (IRAffinity-1S,
Shimadzu), as pastilhas foram preparadas com 1 mg de adsorvente e 100 mg de KBr
de grau espectroscópico. Os espectros foram coletados no intervalo de número de
onda de 4000 a 400 cm-1, com resolução de 4 cm-1 e 32 scans.
35
A determinação de nitrogênio total foi realizada por meio do método Kjeldahl,
conforme metodologia descrita por Stangarlin et al. (2011). Foram feitas análises dos
elementos C, N e H para os subprodutos agrícolas que apresentaram melhores em
instrumento de análise elementar Eurovector modelo EA 3000-S, no Departamento de
Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
4.4 CINÉTICA DE ADSORÇÃO DO Mn e Fe
Uma cinética foi realizada com o objetivo de verificar a velocidade de adsorção
dos metais nos materiais adsorventes.
Para cada adsorvente procedeu-se com a avaliação da cinética de adsorção em
solução aquosa dos metais Mn e Fe. Para cada ensaio, 4 g de adsorvente foram
adicionados 20 mL da solução padrão (1g.L-1) do metal avaliado (Fe ou Mn), 1980 mL
de água destilada e 3 gotas de ácido nítrico, resultando em uma solução de 10 mg.L-
1 para as espécies metálicas e uma dosagem de 2 mg.mL-1 de material adsorvente
em solução. A solução foi mantida sob agitação contínua a 160 rpm em agitador
magnético (QUIMIS, G221M), e alíquotas de 20 mL coletadas periodicamente
(triplicata), nos tempos de 1, 3, 5, 10, 15, 30, 60, 120 e 180 minutos, para filtração em
funil de vidro sinterizado e análise de concentração do metal por espectroscopia de
absorção atômica.Os estudos de adsorção do Fe e Mn pela PM, PT, PS, CS, PME,
PTE, PSE, CSE foram efetuados mantendo fixos a massa inicial do adsorvente, a
concentração inicial dos metais, pH médio (6,5), variando apenas o tempo de contato
entre os subprodutos agrícolas e a solução.
36
4.4.1 Modelos Cinéticos de Pseudo-Primeira Ordem e Pseudo-Segunda Ordem)
Os dados obtidos do item 4.4 foram compilados para classificação das reações
existentes entre os adsorventes (casca de soja e casca de soja modificada) e
adsorvatos (ferro e manganês) em modelamento cinético de pseudo-primeira-ordem
ou pseudo-segunda-ordem.
4.5 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA
As medidas das concentrações de ferro e manganês nas soluções foram
determinadas por espectroscopia de absorção atômica (nos comprimentos de onda e
oxidantes característicos para cada metal) utilizando o aparelho Analityk Jena, modelo
NOVA A300.
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística dos resultados obtidos no FTIR (espectroscopia de
Infravermelho com Transformada de Fourier) e espectroscopia de absorção atômica
foi realizada por meio da Análise de Componentes Principais (PCA), com o uso do
software Matlab R2007b e das ferramentas do PLS-Toolbox 5.2, conforme
metodologia descrita por VALDERRAMA et al. (2016).
37
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 PREPARO DOS MATERIAIS ADSORVENTES
Na Tabela 2 é apresentada a porcentagem de extrativos (hemiceluloses)
removidos em cada uma das etapas de extração com a série eluotrópica dos
diferentes solventes indicados na metodologia, para cada um dos subprodutos
agrícolas investigados.
Tabela 2 – Massa dos subprodutos agrícolas antes e após as extrações da série eluotrópica e
porcentagem total de extrativos removidos.
Subprodutos Agrícola
Massa Inicial de
Subproduto Agrícola (g)
Massa de Subproduto após a Extração (g)
Porcentagem total (%) de Extrativos
Removidos
Solvente de Extração
Massa Final de
Subproduto agrícola (g)
N-Hexano Etanol Água
PM 30,00 28,35 25,75 20,95 9,05 30,17
PT 30,00 28,00 26,15 21,00 9 30,00
OS 30,00 28,13 25,74 20,35 9,65 32,17
CS 30,00 26,00 24,10 19,25 10,75 35,83
Fonte: Autoria própria.
.
O processo de remoção dos extrativos do material adsorvente é uma etapa
extremamente importante quando se pretende realizar adsorção em solução aquosa,
pois a hemicelulose que é o constituinte mais solúvel dos materiais lignocelulósicos
precisa ser completamente retirada de modo a impedir sua solubilização e,
consequentemente a complexação dos micro-contaminantes e o comprometimento do
resultado final da adsorção. Com este processo evita-se também o ataque de fungos
e bactérias, aumentando a vida útil dos materiais adsorventes (palhas e casca).
38
Todos os subprodutos agrícolas no final deste processo mostraram redução da
massa total comprovando eficiência na extração. A maior porcentagem de extrativos
removidos ocorreu com a CS (35,83%).
Resultados semelhantes foram registrados por Schafhauser et al. (2015) e
Gonçalves (2015) em extrações aplicando os mesmos solventes, na mesma ordem
em palha de milho. Os autores observaram que ao final do processo a porcentagem
total de extrativos removidos foi de 30,15%.
Os subprodutos agrícolas submetidos a extração com solventes e modificação
química com EDTA estão representados na Figura 12.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ADSORVENTES
Após modificação química com EDTA (PME, PTE, PSE, CSE), seguida de
filtração, lavagens e secagem, o ganho de massa dos adsorventes PM, PT, PS, CS
foi verificado para comprovar a incorporação do mesmo nos materiais adsorventes.
Na Tabela 3 são demonstrados os resultados encontrados para este estudo.
Figura 12 – Palhas e casca após a extração (PM, PT, PS e CS) e modificadas com EDTA (PME, PTE, PSE e CSE). Fonte: Autoria própria.
39
Tabela 3 – Ganho de massa das palhas e casca (PM, PT, PS e CS) modificados com EDTA.
Materiais
adsorventes
Massa Inicial (g)
Massa Final (g)
Ganho de Massa (%)
PME 5,0 (de PM) 5,54 10,75
PTE 5,0 (de PT) 5,55 11,00
PSE 5,0 (de PS) 5,44 8,80
CSE 5,0 (de CS) 6,65 33,00
Fonte: Autoria própria.
Foi observado ganho de massa nos quatro tipos de materiais adsorventes (PM,
PT, PS e CS), após as modificações com o EDTA, confirmando a introdução desse
agente quelante nas estruturas das fibras ligno-celulósicas que constituem as palhas
e casca PME, PTE, PSE e CSE.
Pereira, Gurgel e Gil (2010) obtiveram resultado similar após terem modificado
a serragem de madeira e do bagaço de cana com dianidrido de EDTA (EDTAD). Os
autores concluíram que o EDTAD foi incorporado nos dois materiais, pois ambos
apresentaram ganho de massa de 40%.
Segundo Junior (2007), o EDTA consegue reagir nos dois grupos de hidroxila,
ou em um único grupo hidroxila da matriz ligno-celulósica. Portanto, o aumento da
massa nos materiais adsorventes modificados, comprova que houve a liberação dos
grupos funcionais carboxilato e a introdução de funções aminas nos mesmos.
5.2.1 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier
Os espectros na região do infravermelho para os adsorventes naturais e
modificados quimicamente com EDTA são apresentados nas Figuras 13 e 14,
respectivamente. Na comparação dos espectros (Figura 13 e 14) são demonstrados
que nas palhas e cascas modificadas com EDTA ocorreu o aparecimento ou aumento
de bandas fortes em 1743-1747 cm-1, o que pode ser atribuído à deformação axial de
C=O de éster, em 1633 cm-1 atribuída à deformação axial assimétrica do carboxilato
e em 1402-1408 cm-1 à deformação axial simétrica do carboxilato. Isto comprova a
40
incorporação de dois tipos de carbonilas, o éster e o carboxilato, comprovando a
incorporação do EDTA nas palhas (PME, PSE) e casca (CSE).
‘
Fonte: Autoria própria.
Figura 13 – Espectros na região do infravermelho para os adsorventes naturais. Fonte: Autoria própria.
Figura 14 – Espectros na região do infravermelho para os adsorventes modificados com EDTA.
41
Segundo Pavia et al. (2013) ésteres alifáticos normais (-O-C=O) apresentam
estiramento C=O na faixa de 1750 a 1735 cm-1 e carboxilatos (-COO-) apresentam
estiramento assimétrico (forte) próximo de 1600 cm-1 e estiramento simétrico (forte)
próximo de 1400 cm-1.
Pereira, Gurgel e Gil (2010) caracterizaram por FTIR a serragem de madeira,
serragem de madeira modificada com EDTAD (SE), bagaço da cana (B) e bagaço da
cana modificado com EDTAD (BE). Ao comparar os espectros dos materiais
modificados com os dos materiais iniciais, observaram o aparecimento de bandas
fortes em 1742 cm-1 para a SE e em 1741 cm-1 para o BE, que correspondem ao
estiramento do éster. Também notaram a ocorrência de bandas fortes em 1634 cm-1,
1596 cm-1 e 1403 cm-1 para a SE e em 1633 cm-1, 1602 cm-1 e 1406 cm-1 para o BE,
referentes ao estiramento assimétrico e simétrico do íon carboxilato, respectivamente.
Essas bandas indicam que o EDTAD foi introduzido por meio de ligações éster com
liberação de grupos funcionais carboxílicos.
Gusmão et al. (2011) estudaram a adsorção de azul de metileno (MB) e violeta
de genciana (GV) em solução aquosa com bagaço de cana sem modificação (B) e
modificado com dianidrido do EDTA (EB). Ao comparar o espectro de infravermelhos
de EB com o espectro de bagaço não modificado, identificaram o aparecimento de
bandas fortes a 1741 cm-1 que podem ser atribuída à deformação axial da ligação
éster (–O–C O) , e bandas a 1633 e 1406 cm-1 que são atribuídos às deformações
axiais assimétricos e simétricos de carboxilato (-COO-). Estas bandas confirmaram a
introdução de dianidrido do EDTA por meio da formação de ligações éster com a
consequente libertação de funções carboxilato.
5.2.2 Determinação de Nitrogênio Total
Os dados referentes as análises de nitrogênio estão apresentadas na Tabela
4. Observa-se um aumento considerável no teor de nitrogênio após a modificação
química com EDTA, o que comprova mais uma vez a efetiva introdução do EDTA na
PT, PM, PS e CS pela incorporação do nitrogênio no material modificado (PTE, PME,
PSE e CSE).
42
Tabela 4 – Teor de nitrogênio (%) das palhas e casca (PM, PT, PS e CS) antes e após modificação com EDTA.
Fonte: Autoria própria.
Resultados semelhantes foram obtidos por Junior (2007) e Gusmão (2013)
realizando modificações com EDTAD em bagaço de cana nos processos de
adsorção em solução aquosa. Ambos verificaram que o bagaço de cana antes da
modificação com EDTAD apresentava 0,13% de nitrogênio e após 2,32%.
Justificaram que isso ocorreu devido a incorporação de grupos funcionais aminas
no bagaço, após a esterificação de hidroxilas, comprovando a introdução do EDTAD
no mesmo.
5.2.3 Análise Elementar
A partir das análises elementares foram determinadas as quantidades de
carbono, nitrogênio e hidrogênio presentes na casca de soja antes e após a
modificação com EDTA. Comparando-se a casca de soja (CS) e a casca de soja
modificada (CSE) (Tabela 5) nota-se um aumento significativo no teor de nitrogênio,
o que comprova a introdução de grupos amina na estrutura lignocelulósica da casca.
Tabela 4 - Análise elementar da casca de soja antes e após modificação com EDTA
Elementos (%) CS CSE
C 36,78 37,02
N 1,31 3,69
H 7,35 7,65
Fonte: Autoria própria.
Adsorventes Nitrogênio (%)
PT 0,16 PTE 0,87
PS 0,16 PSE 2,46
PM 0,07
PME 0,78
CS 1,36 CSE 3,75
43
Ferreira (2015) modificou quitosana (Q) com dianidrido de EDTA (QM) e
observou um aumento considerável no teor de nitrogênio após modificação, onde o
teor de nitrogênio passou de 1,67% para 8,8%. Dados estes similares aos obtidos
neste trabalho comprova a introdução do dianidrido do EDTA na superfície do material
modificado.
5.3 CINÉTICA DE ADSORÇÃO DO Fe e Mn
O estudo das propriedades de adsorção pelos materiais PM, PT, PS, CS, PME,
PTE, PSE e CSE foram realizados para os metais Mn e Fe. Os resultados com os
tempos de adsorção dos materiais com Fe e Mn estão dispostos nos Apêndices A e
B respectivamente.
5.3.1 Manganês (Mn)
A avaliação da cinética (Figura 15) de adsorção de manganês pelos adsorventes
naturais investigados permitiu constatar que o tempo necessário para que o sistema
entre em equilíbrio foi em torno a 60 minutos, e que os sistemas adsortivos
apresentaram baixas quantidades de remoção de Mn de 16% para PM, 18% para PT,
13% para PS e 6% para CS isso para 180 minutos.
44
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
% A
do
srv
ida
Tempo (min.)
PM/Mn
PT/Mn
PS/Mn
Cs/Mn
Figura 15- Cinética de adsorção do manganês pelos materiais PM, PT, PS e CS. Fonte: Autoria própria.
Para os adsorventes modificados, de acordo com a cinética de adsorção do
manganês apresentada na Figura 16, o tempo necessário para que o sistema entre
em equilíbrio foi de 30 minutos para PME, PTE, PSE e CSE. Os sistemas adsortivos
foram mais eficientes em relação ao adsorvente sem modificação com EDTA (Figura
15), apresentando eficiência de adsorção de 88,70%, quando o adsorvente CSE foi
empregado.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
% A
dso
rvid
a
Tempo (min.)
PME/Mn
PTE/Mn
PSE/Mn
CSE/Mn
Figura 16 – Cinética de adsorção de manganês pelos materiais PME, PTE, PSE e CSE. Fonte: Autoria própria.
45
Franco et al. (2015) analisaram cascas de banana das variedades prata, caturra
e maçã na adsorção de manganês e cromo gerados pelos efluentes dos laboratórios
do Centro Universitário de Belo Horizonte. Apontam a casca de banana do tipo maçã
é o melhor adsorvente, pois removeu boas porcentagens dos metais em estudo,
chegando a valores acima de 80%.
Tavlieva et al. (2015) utilizaram as cinzas da casca de arroz branco na remoção
de íons de manganês em soluções aquosas. Os resultados obtidos mostraram que a
remoção de Mn foi de 26,62%. Comparando os resultados dos adsorventes CSE
(88,70%), PTE (33%), PSE (40%) (Figura 16), os dados evidenciados são superiores
aqueles indicados pelo Tavlieva et al. (2015).
5.3.2 Ferro (Fe)
Para a adsorção de ferro, de acordo com a cinética apresentada na Figura 17, a
qual considera o emprego dos adsorventes naturais, verificou que o tempo necessário
para que o sistema entre em equilíbrio foi em torno de 30 minutos para PM e PT,
sendo que o maior índice de adsorção foi alcançado pelo adsorvente natural CS,
oriundo da casca de soja, com eficiência de 78% de remoção de ferro.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
% A
dso
rvid
a
Tempo (min.)
PM/Fe
PT/Fe
PS/Fe
CS/Fe
Figura 17– Cinética de adsorção de ferro pelos materiais PM, PT, PS e CS. Fonte: Autoria própria.
46
Na Figura 18, pode-se observar que no emprego dos adsorventes modificados,
para a adsorção do ferro o tempo necessário para que o sistema entre em equilíbrio
é de 15 minutos para PME e PTE. Os sistemas adsortivos foram mais eficientes em
relação ao material sem EDTA (Figura 17), com eficiência de adsorção de 77% para
PME, 93% para PSE, 85% para PTE, 96% para CSE.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
70
75
80
85
90
95
100
% A
dso
rvid
a
Tempo (min.)
PME/Fe
PTE/Fe
PSE/Fe
CSE/Fe
Figura 18– Cinética de adsorção de ferro pelos materiais PME, PTE, PSE e CSE. Fonte: Autoria própria.
Carvalho et al. (2014) estudaram a remoção de ferro em água subterrâneas por
meio de processo adsortivo com o bagaço de cana tratado com peróxido de
hidrogênio, e obtiveram remoção de 80% do ferro presente. Relacionando com os
resultados obtidos nesse trabalho, a CSE (Figura 18) foi mais promissor pois
apresentou adsorção de 96% para o ferro.
Conforme mostrado nas Figuras 16 e 18, a modificação química dos adsorventes
com EDTA resultou em adsorventes mais eficientes e rápidos, saturando a superfície
do adsorvente em aproximadamente 15 minutos de contato com os metais (Fe e Mn).
Cabe ressaltar que um adsorvente ideal para controle ambiental não deve apenas
possuir apenas uma grande capacidade de adsorção, mas também uma taxa de
adsorção rápida.
A justificativa de um aumento significativo na adsorção de manganês nos
adsorventes modificados ocorreu devido a incorporação do EDTA na estrutura
lignocelulósica dos adsorventes naturais.
47
O EDTA é um composto orgânico que tem propriedades quelantes, formando
complexos muitos estáveis com diversos micro-contaminantes. Entre eles
estão magnésio e cálcio, em valores de pH acima de 7 e manganês, ferro (II), ferro
(III), zinco, cobalto, cobre(II), chumbo e níquel em valores de pH abaixo de 7.
O EDTA é um ácido que atua como ligante hexadentado, ou seja, pode
complexar o micro-contaminantes através de seis posições de coordenação: por meio
de quatro ânions carboxilato (-COO-), após a saída dos 4H+ dos grupos carboxílicos,
e também através dos dois N.
Se considerarmos o raio covalente para cada metal temos: para o ferro 125
picômetros e para o manganês 140 picômetros, o que é bastante importante e está
relacionado com a superfície do metal. Quanto menor for este metal, maior será a sua
eficiência em adsorver nos materiais presentes no meio, já que o raio atômico é a
distância entre o centro de um átomo e os limites da sua eletrosfera. O raio atômico
não depende apenas da massa do átomo e/ou da quantidade de elétrons presentes
na eletrosfera, é também fortemente afetado pela eletronegatividade de cada
elemento, impactando assim no poder de adsorção de cada micro-contaminante.
Considerando a eficiência de adsorção bem como a taxa de adsorção, para
ambos os metais investigados, o adsorvente CS foi o mais eficiente dentre os
adsorventes naturais para o Fe, e, dentre os modificados destacou-se o adsorvente
CSE para Mn e Fe. Portanto a CS e a CSE, foram definidos para a sequência de
investigação de modelo cinético.
5.3.1.1 Modelo Cinético de Pseudo-Primeira Ordem e Pseudo-Segunda Ordem
A cinética de adsorção do ferro e manganês sobre a casca de soja CS (Figura
19) e casca de soja modificada CSE (Figura 20) foram investigados.
48
Figura 19- Cinética de adsorção do ferro e manganês com casca de soja. Fonte: Autoria própria.
O tempo de equilíbrio para remoção do ferro e manganês em solução utilizando
CS foi em 15 minutos, no qual o processo apresentou porcentagens adsorvidas de
70% para o ferro e 6% para o manganês.
Com relação ao estudo cinético relativo a CSE (Figura 20), verificou-se que o
tempo de equilíbrio do ferro foi alcançado em 15 minutos com 96 % de remoção. O
manganês atingiu o mesmo tempo de equilíbrio que o ferro, porém a porcentagem
adsorvida foi entre 88%.
Figura 20 - Cinética de adsorção do ferro e manganês com casca de soja modificada (CSE). Fonte: Autoria própria.
49
Segundo Bertolini e Fungaro (2011) a remoção rápida do adsorvato e o alcance
de equilíbrio em um período curto de tempo são uma das indicações que os
adsorventes são eficientes e também possibilita que o tratamento de efluentes seja
mais econômico.
Para avaliar o mecanismo cinético que controla o processo de adsorção do ferro
e manganês, foram aplicados os modelos cinéticos de pseudo-primeira-ordem e
pseudo-segunda-ordem. Para a CS, o mecanismo cinético de pseudo-primeira-ordem
está apresentada na Figura 21, enquanto o de pseudo-segunda-ordem está
apresentada na Figura 22, e, para a CSE, os mecanismos de pseudo-primeira e
segunda ordens estão apresentados nas Figuras 23 e 24, respectivamente.
Figura 21- Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem para a CS. Fonte: Autoria própria.
Figura 22- Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem para a CS. Fonte: Autoria própria.
50
Figura 23 - Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem casca de soja modificada. Fonte: Autoria própria.
Figura 24 - Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem casca de soja modificada. Fonte: Autoria própria.
A partir dos dados obtidos nas Figuras 21, 22, 23 e 24 efetuou-se uma avaliação
quantitativa dos modelos cinéticos de pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-
ordem realizada pela comparação dos coeficientes de correlação apresentados na
Tabela 6 e 7, para a CS e CSE, respectivamente.
51
Tabela 6 - Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-ordem para CS
Metais qe (exp). Pseudo-primeira-ordem Pseudo-segunda-ordem
qe (calc.) K1 R2 qe (calc.) K1 R2
Mn 0,4000 0,2781 0,0034 0,1119 0,3616 0,1509 0,9342
Fe 4,0000 1,2578 0,0127 0,3743 3,9324 0,1435 0,9980
qe (exp.): quantidade de adsorvente adsorvido no tempo t (mg/g); qe (calc.): quantidade de adsorvente adsorvido no equilíbrio (mg/g); K1: constante de velocidade pseudo-primeira ordem da adsorção n (1/h) ou (1/min); K2: constante de velocidade pseudo-segunda ordem da adsorção (g/mg h) ou (g/mg min); R2: coeficientes de correlação. Fonte: Autoria própria.
As Figuras 21 e 22, e os dados da Tabela 6, permitem verificar que a adsorção
de Mn e Fe pelo adsorvente CS segue uma cinética de reação de pseudo-segunda-
ordem.
A partir da comparação dos valores de qe (exp) e qe (calc.), (quantidade de
adsorvato adsorvido por quantidade de adsorvente no equilíbrio) da casca de soja,
verifica-se que os metais apresentaram os maiores valores de qe para os modelos de
pseudo-segunda-ordem (0,3616 para o Mn) e (3,9324 para o Fe).
De acordo com a análise das Figuras 23 e 24, e os dados apresentados na
Tabela 7, conclui-se que, para a CSE, assim como indicado anteriormente para a CS,
a cinética de reação desse adsorvente com o ferro e também com o manganês segue
o modelo de pseudo-segunda-ordem, confirmado pelos os valores de R2, qe (exp) e qe
(calc.) para ambos os metais.
Tabela 7- Modelo cinéticos de pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-ordem para CSE
Metais qe (exp). Pseudo-primeira-ordem Pseudo-segunda-ordem
qe (calc.) K1 R2 qe (calc.) K1 R2
Mn 1 0,4094 0,0214 0,7347 0,9976 0,3591 0,9989
Fe 2,6 0,9523 0,0214 0,7014 2,5940 0,1680 0,9992
Fonte: Autoria própria.
Os dados apresentados nas Tabelas 6 e 7 confirmam que a modelagem cinética
para ambos os micro-contaminantes (ferro e manganês) e adsorventes oriundos de
subprodutos agrícolas (CS e CSE) corresponde ao modelo de pseudo-segunda
ordem, sendo este por adsorção química, no qual, os metais encontram-se ligados
52
fortemente a superfície do adsorvente por meio de interações fortes e geralmente
irreversíveis.
5.4 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS
O primeiro passo para a realização da Análise de Componentes Principais
(PCA) consistiu em realizar uma correção de linha de base nos espectros obtidos na
região do infravermelho para os adsorventes naturais e modificados.
Na Figura 25A são ilustrados os espectros, na região do infravermelho médio,
de todas as amostras, enquanto que na Figura 25B os referidos espectros são
apresentados após uma correção de linha de base, obtida a partir da primeira derivada
empregando o algoritmo de Savitsky-Golay com janela de 5 pontos e polinômio de
primeira ordem.
Figura 25 – Espectros das amostras. (A) Antes da correção de linha de base. (B) Após a correção de linha de base. Fonte: Autoria própria.
Figura 26 – Gráfico dos scores.Figura 26 – Espectros das amostras. (A) Antes da correção de linha de base. (B) Após a correção de linha de base.
53
A análise de componentes principais, realizada nos espectros após correção
de linha de base, mostrou que a primeira PC (componente principal) já foi suficiente
para explicar mais de 90% da variância dos espectros de infravermelho médio.
A partir do gráfico dos scores, apresentado na Figura 26, observou-se que de
acordo com a PC1 (compomente principal) na parte positiva, são semelhantes as
amostras de casca de soja modificada (CSE), palhas de milho (PME) e soja (PSE)
modificadas.
Na parte negativa de PC1 (Figura 26) verificou-se que ocorre semelhança entre
as amostras de casca de soja (CS), palhas de milho (PM), soja (PS) e trigo (PT), e
palha de trigo modificada (PTE).
Estes resultados sugerem que houve a incorporação do ester e carboxilato nas
amostras modificadas de casca de soja (CSE) e palhas de milho (PME) e soja (PSE).
A palha de trigo modificada, apresentou-se na parte negativa de PC1, pois o EDTA
não se incorporou adequadamente nesse subproduto agrícola, no qual a Figura 14
comprova que não ocorreu modificação nas bandas do espectro de PTE.
Figura 26 – Gráfico dos scores. Fonte: Autoria própria.
54
Por meio do gráfico de loadings, apresentado na Figura 27, pode-se definir quais
as partes do espectro que são responsáveis pela similaridade e diferenças entre as
amostras, observada no gráfico dos scores.
Figura 27- Gráfico dos loadings. Fonte: Autoria própria.
Na parte positiva da PC1, os loadings (Figura 27) mostram bandas
características das carbonilas de éster e carboxilato em 1743-1747 cm-1. Essas
bandas são características das amostras modificadas e comprovam a incorporação
do EDTA.
Para interpretar conjuntamente os resultados para a cinética de adsorção do
Mn e do Fe nas diferentes matrizes (PM, PT, PS, CS, PME, PTE, PSE, e CSE) as
tabelas referentes à adsorção do Mn foram dispostas lado a lado e uma análise de
componentes principais (PCA) foi realizada. Da mesma forma, as tabelas para a
adsorção do Fe foram dispostas lado a lado e uma PCA foi aplicada.
Em ambos os casos a primeira componente principal (PC) foi responsável por
identificar padrões no comportamento cinético de adsorção do Mn e do Fe nas
diferentes matrizes.
Na Figura 28 é apresentado o comportamento referente à cinética de adsorção
(concentração adsorvida, porcentagem adsorvida e quantidade adsorvida) do
manganês (Mn) de acordo com os diferentes tempos de contato. Verifica-se que com
os tempos de contato de 1, 3, 5 e 10 minutos a adsorção do Mn é semelhante nas
diferentes matrizes. Por outro lado, a adsorção nos tempos acima de 15 min apresenta
similaridade e encontram-se na parte positiva dos scores da PC1. Em todas as
55
matrizes estudadas o comportamento cinético aumenta linearmente ao longo do
tempo de contato.
Figura 28- Scores da PCA para a adsorção do Mn. Fonte: Autoria própria.
De acordo com o exposto no quadro 2, constatou-se que a porcentagem
adsorvida aumenta com relação ao tempo, e que em 180 minutos a remoção do micro-
contaminante Mn é de 88,70% para CSE.
Quadro 2- Subprodutos agrícolas e porcentagens adsorvidas para o Mn.
Fonte: Autoria própria.
56
Ainda a partir do gráfico dos loadings da Figura 29 verifica-se que a cinética de
adsorção do Mn na palha do trigo (PT), palha da soja (PS), casca da soja (CS), palha
do milho com EDTA (PME) não se diferem estatisticamente. No entanto a CSE
apresenta melhores resultados em relação as variáveis F, A, %A e QA (88,70%).
Figura 29– Loadings da PCA para a adsorção do Mn. [ ]F = concentração final (mgL-1); [ ]A = concentração adsorvida (mgL-1); %A = porcentagem adsorvida (%); QA = quantidade adsorvida (gg-1); PM = palha milho; PT = palha trigo; PS = Palha soja; CS = casca soja; PME= palha milho com EDTA; PTE = palha trigo com EDTA; PSE = Palha soja com EDTA; CSE = casca soja com EDTA; Fonte: Autoria própria.
Na Figura 30 é apresentado o comportamento referente à cinética do ferro (Fe)
de acordo com os diferentes tempos de contato. Verifica-se que com os tempos de
contato de 1, 3, 5 e 10 minutos a adsorção do Fe é semelhante nas diferentes
matrizes.
Por outro lado, a adsorção nos tempos acima de 15 min apresenta similaridade
e encontram-se na parte positiva dos scores da PC1. Em todas as matrizes estudadas
o comportamento cinético aumenta linearmente ao longo do tempo de contato.
57
Figura 30-Scores da PCA para a adsorção do Fe. Fonte: Autoria própria.
No quadro 3, verificou-se que a porcentagem adsorvida aumenta com relação
ao tempo, e que em 180 minutos a remoção do micro-contaminante Fe é de 96% para
CSE.
Quadro 3- Subprodutos agrícolas e porcentagens adsorvidas para o Fe.
Fonte: Autoria própria.
58
No gráfico dos loadings da Figura 31 verifica-se que a cinética de adsorção do
Fe na palha do milho (PM), palha do trigo (PT), palha da soja (PS) e palha do milho
com EDTA (PME) não apresentam alterações significativas estatisticamente, assim
como a palha do trigo com EDTA (PTE) e palha da soja com EDTA (PSE). Com
relação a CSE a mesma obteve melhores resultados em relação as variáveis F, A, %A
e QA (96%).
Figura 31- Loadings da PCA para a adsorção do Fe. [ ] F = concentração final (mgL-1); [ ]A = concentração adsorvida (mgL-1); %A = porcentagem adsorvida (%); QA = quantidade adsorvida (gg-1); PM = palha milho; PT = palha trigo; PS = Palha soja; CS = casca soja; PME = palha milho com EDTA; PTE = palha trigo com EDTA; PSE = Palha soja com EDTA; CSE = casca soja com EDTA; Fonte: Autoria própria.
Os materiais adsorventes que apresentaram similaridades na adsorção de ferro,
de acordo com a análise de componentes principais foi PM, PT, PS, PTE e PSE. Com
relação ao manganês, PT, PS, CS, e PME apresentaram similaridades na adsorção,
porem o CSE foi melhor para ambos.
O fato de o ferro adsorver melhor nas superfícies dos subprodutos agrícolas,
tanto modificados como os não modificados com EDTA, está relacionado com a
estrutura química da superfície desses subprodutos agrícolas que possuem melhor
aptidão em reter o ferro, e também a estrutura atômica desse metal, uma vez que para
ocorrer a adsorção as propriedades do adsorvato e a estrutura química da superfície
do adsorvente, estão entre os principais parâmetros a serem estimados.
59
6 CONCLUSÃO
O estudo da capacidade de adsorção de ferro e manganês por diferentes
subprodutos agrícolas foi realizado em batelada. O estudo cinético mostrou em quais
tempos, os diferentes adsorventes começaram a adsorver os micro-contaminantes e
qual foi a porcentagem adsorvida por eles evidenciando o mais eficiente. O
subproduto agrícola que apresentou melhor resultado na adsorção dos metais foi a
casca de soja modificada, evidenciando 96% de adsorção para ferro e 88 % para
manganês no tempo de 180 minutos. O modelo de pseudo-segunda-ordem
apresentou melhor descrição para os dados cinéticos de adsorção dos metais pelos
adsorventes CS e CSE.
Com a aplicação da Análise de Componentes Principais verificou-se a
similaridade dos materiais adsorventes em relação a concentração final, concentração
adsorvida, porcentagem adsorvida e quantidade adsorvida dos micro-contaminantes
e a mesma apontou a casca de soja modificada como melhor adsorvente.
Portanto, esse trabalho mostrou que diferentes subprodutos agrícolas são
eficientes na remoção de micro-contaminantes (Fe e Mn) em sistema aquoso, e que
a CSE apresentou excelentes porcentagens adsortivas (Fe 96% e Mn 88%). A técnica
de adsorção é um processo muito utilizado, devido a sua simplicidade e eficiência.
Assim a utilização de adsorventes provenientes de subprodutos agrícolas se torna
uma opção viável aos métodos de adsorção, principalmente por serem de caráter
renovável, facilmente biodegradável e de eficiência elevada.
60
7 REFERÊNCIAS
AKPOMIE, G. K.; DAWODU, A. F.; ADEBOWALE, O. K. Mechanism on the sorption of heavy metals from binary-solution by a low cost montmorillonite and its desorption potential. Alexandria Engineering Journal, v.54, p. 757–767, 2015. ALOMA, I.; MARTIN, L. M. A.; RODRIGUEZ, I. L.; BLAZQUEZ, G.; CALERO, M. Removal of nickel (II) ions from aqueous solutions by sorption on sugarcane bagasse. Journal of the Taiwan Institute of Chemical Engineers, v.43, p. 275–281, 2012. ALVES, P. A.; RIGATTO, C. H.; OLIVEIRA, C. R. EDTA: um desconhecido no cotidiano: relato de uma experiência envolvendo prática como componente curricular. V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exata, São Carlos. Anais...Jornada das Licenciaturas - USP, 2014. ALVES, R. E. Caracterização de fibras lignocelulósicas pré-tratadas por meio de técnicas espectroscópicas e microscópicas ópticas de alta resolução. 2011. 117 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2011. AMOAKO, D. E.; PRASAD, D. T. Using Fuzzy Inference System to Predict Iron and Manganese Accumulation Potential in Water Distribution Networks. Procedia Engineering, v.119, p. 379-388, 2015. ANASTOPOULOS, I.; KYZAS, J. G. Progress in batch biosorption of heavy metals onto algae. Journal of Molecular Liquids, v. 209, p.77–86, 2015. ANDRADE, F. M.; COLODETTE, J. M. Dissolving pulp production from sugar cane bagasse. Industrial Crops and Products, v. 52, p. 58-64, 2014. ANDRADE, R. E. Caracterização e comparação da linhagem de soja UnB 1125 de tegumento preto com genótipos comerciais. 2012. 51 f. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação) - Engenharia Agronômica, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Brasília, 2012. ARANTES, V.; SADDLER, J. N. Access to cellulose limits the efficiency of enzymatic hydrolysis: the role of amorphogenesis. Biotechnol Biofuels, v.3, p.2–11, 2010.
61
ASADI, F.; SHARIATMADARI, M.; MIRGHAFFARI, N. Modification of rice hull and sawdust sorptive characteristics for remove heavy metals from synthetic solutions and wastewater. J Hazard Mater, v. 154, p.451–458, 2008. ASIM, N.; EMDADI, Z.; MOHAMMAD, M.; YARMO, M. A.; SOPIAN, K. Agricultural solid wastes for green desiccant applications: an overview of research achievements, opportunities and perspectives. Journal of Cleaner Production, v. 91, p. 26–35, 2015. ATHAYDE, G. B.; PEREIRA, H. J.; NAKANDAKARE, C. K.; GUARDA, J. M.; FILHO, R. A.; SOUZA, A. A.; VALASKI, Z . Diretrizes da SANEPAR na prospecção e monitoramento de aqüíferos no Estado do Paraná. In: XVI Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços, 2010, São Luiz. Anais...Revista Águas Subterrâneas, v. suplemento, 2010. BATISTA, S. T. Estudo de adsorção de metais pesados de efluentes utilizando a casca da tangerina como biomassa adsorvente. 2014. 50 f. Monografia de Conclusão de Curso (Graduação) - Química Industrial, Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, 2014. BIAN, J.; PENG, F.; PENG, P.; XU, F.; SUN, R. C. Isolation and fractionation of hemicelluloses by graded ethanol precipitation from Caragana korshinskii. Carbohydrate research, v. 345, p.802-809, 2010. BITTENCOURT, R. O. Desenvolvimento de novos materiais à base de sílica com aplicação na adsorção de metais que apresentam atividade desreguladora do sistema endócrino. 2015. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015. BERTONCINI, I. E. Tratamento, uso e impacto de resíduos urbanos e agroindustriais na agricultura. Pesquisa & Tecnologia, v. 11, n. 1, 2014. BHATNAGAR, A.; SILLANPAA, M. Utilization of agro-industrial and municipal waste materials as potential adsorbents for water treatment - A review. Chemical Engineering Journal, v. 157, p. 277–296, 2010. BRASIL - Ministério da Saúde. Portaria 2419, de 12 de dezembro de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez 2011.
62
CARVALHO, M. N.; ABREU, C. A. M.; GHISLANDI, M. G. Remoção de ferro em águas subterrâneas por adsorção em bagaço de cana tratado com peróxido de hidrogênio. In: X Encontro Brasileiro de Adsorção, Guarujá-SP. Anais...EBA, p.1–6, 2014. COELHO, F. G.; GONÇALVES, C. A.; SOUSA, B. F. R.; SCHWANTES, D.; MIOLA, J. A.; DOMINGUES, R. V. C. Uso de técnicas de adsorção utilizando resíduos Agroindustriais na remoção de contaminantes em águas. Journal of Agronomic Sciences, v.3, p.291-317, 2014. COSTA, F. I. Complexo de íons lantanídeos com EDTA covalentemente ligados a superfície de quitosana: preparação e sensibilização da luminescência por ligante β-dicetonato. 2014. 163 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2014. DING, Y.; JING, D.; GONG, H.; ZHOU, L.; YANG, X. Biosorption of aquatic cadmium (II) by unmodified rice straw. Bioresource Technology, v. 144, p. 20–25, 2012. FAROOQ, U.; KHAN, M. A.; ATHAR, M.; KOZINSKI, J. A. Effect of modification of environmentally friendly biosorbent wheat (Triticum aestivum) on the biosorptive removal of cadmium(II) ions from aqueous solution. Chemical Engineering Journal, v. 171, p. 400–410, 2011. FEATHERSTONE, S. Water. Technology and Nutrition, v.1, p.107-128, 2015. FEIZI, M.; JALILI, M. Removal of heavy metals from aqueous solutions using sunflower, potato, canola and walnut shell residues. Journal of the Taiwan Institute of Chemical Engineers, v.54, p.125-136, 2015. FERREIRA, S. C. B. Desenvolvimento de novos materiais lignocelulósicos e quitinosos com potencial aplicação em química ambiental. 2015. 159 f. Tese (Doutorado em Ciência- Química). Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Química, Belo Horizonte, BH, 2015. FONSECA, O. C. H. Estudo da remoção de Sr2+ de soluções aquosas utilizando fibras de coco bruta e ativada com peróxido de hidrogênio em meio básico. 2015. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências na área de Tecnologia Nuclear Aplicações, Autarquia associada à Universidade de São Paulo. São Paulo, 2015. FRANCO, C. C.; CASTRO, M. M.; WALTER, E. M. Estudo das cascas de banana das variedades prata, caturra e maçã na biossorção de metais pesados gerados pelos
63
efluentes dos laboratórios do Centro Universitário de Belo Horizonte. Revista E-xacta, v. 8, n. 1, p. 99-115, 2015. GAO, Y.; WANG, H.; GUO, J.; PENG, P.; ZHAI, M.; SHE, D. Hydrothermal degradation of hemicelluloses from triploid poplar in hot compressed water at 180 e 340 °C. Polymer Degradation and Stability, v. 126, p. 179-187, 2016. GERKE, L. T.; LITTLE, J. B.; MAYNARD, B. J. Manganese deposition in drinking water distribution systems. Science of the Total Environment, v.541, p.184-193, 2016.
GONÇALVES, R. T. Adsorção de Cu (II) em lignina e celulose obtidos a partir de resíduos agrícolas. 2015. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Química, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2015. GUPTA, S. S.; BHATTACHARYYA, K. G. Kinetics of adsorption of metal ions on inorganic materials: A review. Advances in Colloid and Interface Science, v. p.162, 39–58, 2011. GURGEL, A. V. L. Hidrólise ácida de bagaço de cana-de-açúcar: estudo cinético de sacarificação de celulose para produção de etanol. 2010. 315 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências, Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos, 2010. GUSMÃO, G. A. K. Estudo de adsorção em solução aquosa de dois corantes catiônicos e de uma eteramina usando bagaços de cana modificados quimicamente. 2011. 107 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2011. GUSMÃO, G. A. K.; GURGEL, A. V. L.; MELO, S. M. T.; GIL, F. L. Adsorption studies of methylene blue and gentian violet on sugarcane bagasse modified with EDTA dianhydride (EDTAD) in aqueous solutions: Kinetic and equilibrium aspects. Journal of Environmental Management, v. 118, p.135–143, 2013. HOYLAND, W. V.; KNOCKE, R. W.; FALKINHAM , O. J.; PRUDEN, A.; SINGH, G. Effect of drinking water treatment process parameters on biological removal of manganese from surface water. Water Research, v. 66, p. 31–39, 2014. HOSSAIN, M.A.; HAO, N. H.; GUO, W. S.; NGUYEN, T. V. Removal of copper from water by adsorption onto banana peel as bioadsorbent. International Journal of Coal Geology, v, 2, p. 227–234, 2012.
64
HUBER, M.; WELKER, A.; HELMREICH, B. Critical review of heavy metal pollution of traffic area runoff: Occurrence, influencing factors, and partitioning. Science of the Total Environment, v. 541, p. 895–919, 2016. IGWE, C. J.; ABIA, A. A. Adsorption isotherm studies of Cd (II), Pb (II) and Zn (II) ions bioremediation from aqueous solution using unmodified and EDTA-modified maize cob. Eclética Química, v. 32. n.1, 2007. INSTITUTO DE ÁGUAS DO PARANÁ. Elaboração do plano estadual de recursos hídricos - Diagnóstico das disponibilidades hídricas subterrâneas. Curitiba: COBRAPE, 2010. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=13932>. Acesso em: 17 jul. 2016. JAFARIPOURA, A.; ROWSONA, N. A. GHATAORAB, G. S. Utilisation of residue gas sludge (BOS sludge) for removal of heavy metals from acid mine drainage (AMD). International Journal of Mineral Processing, v. 144, p.90–96, 2015. JALALI, M.; ABOLGHAZI, F. Sunflower stalk, an agricultural waste, as an adsorbent for the removal of lead and cadmium from aqueous solutions. Journal of Material Cycles and Waste Management, v. 15, p.548–555, 2013. JAMIL, S. T.; IBRAHIM, S. H.; MAKSOUD, E. A. H. I.; WAKEEL, E. S. T. Application of zeolite prepared from Egyptian kaolin for removal of heavy metals: I. Optimum conditions. Desalination, v. 258, p. 34–40, 2010. JIMENEZ, C. M. J.; OLGUÍN, M. T.; FALL, C.; COLIN-CRUZ, A. As (III) and As (V) sorption on iron-modified non-pyrolyzed and pyrolyzed biomass from Petroselinum crispum (parsley). Journal of Environmental Management, v. 117, p. 242–252, 2013. JUNIOR, K. O. Modificação química do bagaço de cana e celulose usando anidrido do EDTA. Uso destes materiais na adsorção de metais pesados em solução aquosa. 2007. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2007. JUNIOR, K. O.; GURGEL, A. V. L.; GIL, L. F. Removal of Ca(II) and Mg(II) from aqueous single metal solutions by mercerized cellulose and mercerized sugarcane bagasse grafted with EDTA dianhydride (EDTAD). Carbohydrate Polymers, v. 79, p. 184–191, 2010.
65
KAN, C. C.; AGANOL, C. M.; FUTALAN, M. C.; DALIDA, P. L. M. Adsorption of Mn+2 from aqueous solution using Fe and Mn oxide-coated sand. Journal of Environmental Sciences, v. 25, p. 1483 -1491, 2013. KHARRAZI, M. S.; YOUNESIA, H.; TORGHABEH, A. J. Microbial biodegradation of waste materials for nutrients enrichment and heavy metals removal: An integrated composting-vermicomposting process. International Biodeterioration & Biodegradation, v. 92, p.41-48, 2014. KUMAR, P. S.; RAMALINGAM, S.; SATHYASELVABALA, V.; KIRUPHA, S. D.; MURUGESAN, A.; SIVANESAN, S. Removal of Cd (II) from aqueous solution by agricultural waste cashew nut shell. Korean Journal of Chemical Engineering Impact Factor, v. 29, p. 756–768, 2012. LANA, Q. M. G.; SILVA, A. A.; NICCHIO, B.; LANA, Q. M. A. Adsorção de cobre e zinco em Latossolos submetidos a fertilizantes na forma de quelatos de EDTA, sulfatos e líquidos. Revista Acta Iguazu, v.3, n.1, p. 156-168, 2014. LETHO, M.; SIPILA, I.; ALAKUKKU, L.; KYMALAINEN, R. H. Water consumption and wastewaters in fresh-cut vegetable production. Agricultural and Food Science, v. 23, p. 246–256, 2014. LI, C.; ZHONG, H.; WANG, S.; XUE, J.; ZHANG, Z. A novel conversion process for waste residue: Synthesis of zeolite from electrolytic manganese residue and its application to the removal of heavy metals. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v.470, p. 258–267, 2015. LIMA, D. T. A gestão municipal de resíduos sólidos na cidade de Curitiba. 2013. 48 f. Monografia (Especialização) – Programa de Pós-Graduação em Gestão e Economia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013. LIU, Y.; SUN, X.; LI, B. Adsorption of Hg2+ and Cd2+ by ethylenediamine modified peanut shells. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 81, p. 335-339, 2010. LUCENA, L. G.; SILVA, G. A.; HONÓRIO, L. M. C.; SANTOS, V. D. Adsorption kinetics of copper (II) using bioadsorbents. Scientia Plena, v. 8, n. 9, p. 1-5, 2012.
66
LUCCHINI, G. R .; GUAZZETTIC, S.; ZONIA, S.; DONNAA, F.; PETERA, S.; ZACCOD, A.; SALMISTRAROD, M.; BONTEMPID, E.; ZIMMERMANE, J. N.; SMITHF, R. D. Tremor, olfactory and motor changes in Italian adolescents exposed to historical ferro-manganese emission. NeuroToxicology, v. 33, p. 687–696, 2012. LUCCHINI, G. R.; GUAZZETTIC, S.; ZONIA, S.; DONNAA, F.; PETERA, S.; ZACCOD, A.; SALMISTRAROD, M.; BONTEMPID, E.; ZIMMERMANE, J. N.; SMITHF, R. D. Neurofunctional dopaminergic impairment in elderly after lifetime exposure to manganese .NeuroToxicology, v. 45, p.309–317, 2014. MACHADO, N. F. A. Quantificação dos resíduos sólidos gerados no refeitório de uma empresa frigorífica na cidade de Alta Floresta – MT. Revista Eletrônica de Alta Floresta, v. 4, n. 2, p. 1-19, 2014. MAHAN, K. L.; STUMP, E. S. Krause, alimentos, nutrição e dietoterapia. Elsevier. Rio de Janeiro, 12° ed, p.120-121, 2010. MANZOOR, Q.; NADEEM, R.; IQBAL, M.; SAEED, R.; ANSARI, T. M. Organic acids pretreatment effect on Rosa bourbonia phyto-biomass for removal of Pb (II) and Cu (II) from aqueous media. Bioresource Technology, v. 132, 446–452, 2013.
MARIN, A. B. P.; AGUILAR, M. I.; ORTUNO, J. F.; MESEGUER, V. F.; SAEZ, J.; FLORENZ, M. Biosorption of Zn(II) by orange waste in batch and packed bed systems. Journal of Chemical Technology and Biotechnology, v. 85, p.1310–1318, 2010.
MEDINA, J.; MONREAL, C.; BAREA, J. M.; ARRIAGADA, C.; BORIE, F.; CORNEJO, P. Crop residue stabilization and application to agricultural and degraded soils: A review. Waste Management, v.42, p.41–54, 2015. MENDIETA, G.; OLGUIN, M. T.; SOLACHE, R. M. Biosorption properties of green tomato husk (Physalis Phyladelphica Lam) for iron, manganese and iron-manganese from aqueous systems. Desalination, V.284, p.167–174, 2012.
MISHRA, V.; BALOMAJUMDER, C.; AGARWAL, V. K. Zn (II) ion biosorption onto surface of Eucalyptus leaf biomass: isotherm, kinetic, and mechanistic modeling. Clean Soil Air Water, v. 38, p. 1062–1073, 2010.
MORA, M. A.; ARORA, M.; HARLEY, G. K.; KOGUT, K.; PARRA, K.; BONILLA, H. D.; GUNIER, B. R.; BRADMAN, A.; SMITH, R. D.; ESKENAZI, B. Prenatal and postnatal manganese teeth levels and neurodevelopment at 7, 9, and 10.5 years in the chamacos cohort. Environment International, v. 84, p. 39–54, 2015.
67
MORUZZI, R. B.; REALI, M. A. P. Oxidação e remoção de ferro e manganês em águas para abastecimento público ou industrial – uma abordagem geral. Revista de Engenharia e Tecnologia, v. 4, n. 1, p. 29-43, 2012.
NACKE, H. Remoção de íons metálicos de soluções aquosa utilizando adsorventes obtidos da biomassa de pinhão manso. 2014. 198 f. Dissertação (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Estadual Oeste do Paraná. Marechal Cândido Rondon, 2014.
NASERNEJAD, B.; ESLAM, Z. T., BONAKDAR, P. B.; ESMAAIL, B. M.; ZAMANI, A. Comparison for sorption modeling of heavy metals Cr (III), Cu (II), Zn (II) sorption from wastewater by carrot residues. Process Biochemistry, v. 40, p. 1319–1322, 2005.
NASUHA, N.; HAMEED, B. H. Adsorption of methylene blue from aqueous solution onto NaOH-modified rejected tea, Chemical Engineering Journal, v. 166, p. 783–786, 2011.
NIEDERSBERG, C. Ensaios de adsorção com carvão ativado produzido a partir da casca do tungue (Aleurites fordii), resíduo do processo de produção de óleo. 2012. 23 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul, 2012.
PARK, H. J.; YONG, S. O.; KIM, C. H.; CHO, J. C.; HEO, S. J.; RONALD D. D.; SEO, C. D. Competitive adsorption of heavy metals onto sesame straw biochar in aqueous solutions. Chemosphere, v. 142, p. 77–83, 2016. PEREIRA, P.J.; SORIA, R.; RATHMANN, R.; SCHAEFFER, R.; SZKLO, A. Agricultural and agro-industrial residues-to-energy: Techno economic and environmental assessment in Brazil. Biomass and Bioenergy, v. 81, p. 521-533, 2015.
PEREIRA, V. F.; GURGEL, A. V. L.; GIL, F. L. Removal of Zn2+ from aqueous single metal solutions and electroplating wastewater with wood sawdust and sugarcane bagasse modified with EDTA dianhydride (EDTAD). Journal of Hazardous Materials, v. 176, p.856–863, 2010.
PRADO, M. J.; PEREZ, L. D.; CARNEIRO, F. T.; ROSTAGNO, A. M. Sub-and supercritical water hydrolysis of agricultural and food industry residues for the production of fermentable sugars: A review. Food and bioproducts processing, v.98, p. 95-123, 2016.
68
RABETAFIKA, H. N.; BCHIR, B.; BLECKER, C.; PAQUOT, M.; WATHELET, B. Comparative study of alkaline extraction process of hemicelluloses from pear pomace. Biomass and Bioenergy, v. 61, p. 254-264, 2014. RAMOS, C. R. M. Remoção de cor, ferro e manganês de águas com matéria orgânica dissolvida por pré-oxidação com dióxido de cloro, coagulação e filtração. 2010. 129 f Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental, Universidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2010. ROCHA, R. O.; NASCIMENTO, E. G.; CAMPOS, F. N.; SILVA, L. V.; DUARTE, B. M. M. Avaliação do processo adsortivo utilizando mesocarpo de coco verde para remoção do corante cinza reativo BF-2R. Química Nova, v.35, n.7, p. 1369-1374, 2012. RONDA, A.; MARTÍN-LARA, M. A.; CALERO, M.; BLÁZQUEZ, G. Complete use of an agricultural waste: application of untreated and chemically treated olive stone as biosorbent of lead ions and reuse as fuel. Chemical Engineering Research and Design, v. 104, p.740-751, 2015. SALLEH, M. A.; MAHMOUD, K. D.; KARIM, A. W.; IDRIS, A. Cationic and anionic dye adsorption by agricultural solid wastes: A comprehensive review. Desalination, v. 280, p. 1-13, 2011.
SANCHEZ, M. J.; JIMÉNEZ, P. J. A.; VILLANUEVA, D. J. M.; SERRANO, A.; NUNEZ, N. S.; GIMENEZ, L. J. F. Statistical evaluation of quality parameters of olive stone to predict its heating value. Fuel, v. 113, p. 750–756, 2013. SANTOS, F. A.; QUEIRÓZ, J. H.; COLODETTE, J. L.; FERNANDES, S. A.; GUIMARÃES, V. M.; REZENDE, S. T. Potencial da palha de cana-de-açúcar para produção de etanol. Revista Química Nova, v. 35, n. 5, p.1004-1010, 2012. SAVITSKY, A. GOLAY, M. Smoothing and differentiation of data by simplified least squares procedures. Analytical Chemistry, v. 36, p. 1627-1639, 1964.
SCHAFHAUSER, H. B.; GONÇALVES, R. T.; CONSOLIN, F. B. M.; ALMEIDA, C. V.; PINEDA, A. G. E.; FILHO, N. C. Estudo da adsorção de chumbo II em lignina modificada a partir do resíduo do milho. Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos, v. 6, n. 1, p. 16–25, 2015. SHEETS, P.J.; YANG, L.; GE, X.; WANG, Z.; LI, Y. Beyond land application: Emerging technologies for the treatment and reuse of anaerobic.ally digested agricultural and food waste. Waste Managemen, v. 44, p. 94-115, 2015.
69
SILVA, P. R. J.; RADOMANA, V. L. D.; SILVA, A. P. J.; COSTA, G. M. C.; MERÇONA, F. Aplicação do processo de osmose inversa associado à complexação com EDTA na remoção de Ni2+ e Cu2+ de águas residuárias. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, v. 9, n. 2, p. 182-192, 2014. SOUNTHARARAJAH, D. P.; LOGANATHAN, P.; KANDASAMY, J.; VIGNESWARAN, S. Adsorptive removal of heavy metals from water using sodium titanate nanofibres loaded onto GAC in fixed-bed columns. Journal of Hazardous Materials, v. 287, p. 306–316, 2015. SOUZA, M. D.; MADARI, E. D.; SENA, M. M. Aplicação de métodos quimiométricos na otimização da extração de Ca, Mg, K, Fe, Zn, Cu e Mn em folhas de braquiária. Química Nova, v. 35, n.1, 2012. STANGARLIN, B. C. J.; ZAUPA, C.; MENDONÇA, M. N.; ROSSETO, B. S.; SOUZA, G. B. L. Determinação de proteínas totais, nitrogênio proteico e não proteico para estimativa do teor de fenilalanina em sopas desidratadas. In: VII EPCC – ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, 6., 2011, Maringá. Anais eletrônicos... Maringá: CESUMAR, 2011. Disponível em: <http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/josianne_cristina_borristangarlin%20(2).pdf> Acesso em: 18 jul. 2016. TAVLIEVA, P. M.; GENIEVA, D. S.; GEORGIEVA, G. V.; VLAEV, T. L. Thermodynamics and kinetics of the removal of manganese (II) ions from aqueous solutions by white rice husk ash. Journal of Molecular Liquids, v.211, p. 938–947, 2015. TAVARES, F. O.; PINTO, M. A. L.; MEIRA, P. A.; VICENTINI, M. C. J.; BERTO, R. O. P.; CANCIAM, A.C. Viabilidade de aproveitamento de resíduos alimentícios como biossorventes na remoção de metais. Blucher Chemical Engineering Proceedings, v. 2, n. 1, p. 1-4, 2015.
TORRES, A. G.; TARIFA, M. R. L. Aproveitamento de Resíduos Agrícolas. Dossiê Técnico. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT, Universidade de São Paulo - USP. p.3-4, 2012. VALDERRAMA, L.; PAIVA, B. V.; MARÇO, P. H.; VALDERRAMA, P. Proposta experimental didática para o ensino de análise de componentes principais. Quimica Nova, v. 39, n. 2, p. 245-249, 2016.
70
XIAOLING, M.; HANG, Z.; MENGJING, T.; ZHANG, L.; MENG, J.; ZHOU, X.; MIN, N.; CHANG, X.; LIU, Y. Assessment of heavy metals contamination in sediments from three adjacent regions of the Yellow River using metal chemical fractions and multivariate analysis techniques. Chemosphere, v. 144, p. 264–272, 2016. WANGA, W.; ZHANGA, X.; WANGB, H.; WANGA, X.; ZHOUA, L.; LIUC, R.; LIANGD, Y. Laboratory study on the adsorption of Mn2+ on suspended and deposited amorphous Al(OH)3 in drinking water distribution systems. Water Research, v.46, p. 4063 - 4070, 2012. YAN, N.; LIU, W.; XIE, H.; GAO, L.; HAN, Y.; WANG, M.; LI, H. Distribution and assessment of heavy metals in the surface sediment of Yellow River, China. Journal of Environmental Sciences, v. 39, p. 45–51, 2016. YAO, Z. Y.; QI, J. H.; WANG, L. H. Equilibrium, kinetic and thermodynamic studies on the biosorption of Cu (II) onto chestnut shell. Journal of Hazardous Materials, v. 174, p. 137-143, 2010. ZHANG, T.; WEI, H.; HONG, X. Y.; XIA , B.; LIU, J. M.; YONG, C. S.; QIU, R. L. Influence of the selective EDTA derivative phenyldiaminetetraacetic acid on the speciation and extraction of heavy metals from a contaminated soil. Chemosphere, v. 109, p. 1–6, 2014. ZHENG, L.; DANG, Z.; ZHU, C.; YI, X.; ZHANG. H.; LIU, C. Removal of cadmium (II) from aqueous solution by corn stalk graft copolymers. Bioresource Technology, v. 101, p. 5820–5826, 2010. ZHOU, Y.; ZHANG, L.; CHENG, Z. Removal of organic pollutants from aqueous solution using agricultural wastes: A review. Journal of Molecular Liquids, v. 212, p. 739-762, 2015.
71
APÊNDICE A - Cinéticas com ferro.
Tabela A1 – Adsorção de Fe na Palha de Milho (PM) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PM 1 7,905 2,095 20,95 0,042
PM 3 6,990 3,010 30,10 0,060
PM 5 6,662 3,338 33,38 0,067
PM 10 6,183 3,817 38,17 0,076
PM 15 6,078 3,922 39,22 0,078
PM 30 5,793 4,207 42,07 0,084
PM 60 5,670 4,330 43,30 0,087
PM 120 5,442 4,558 45,58 0,091
PM 180 5,510 4,490 44,90 0,090
Fonte: Autoria própria.
Tabela A2 – Adsorção de Fe na Palha de Trigo (PT) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PT 1 7,462 2,538 25,38 0,051
PT 3 6,951 3,049 30,49 0,061
PT 5 6,610 3,390 33,90 0,068
PT 10 5,790 4,210 42,10 0,084
PT 15 5,554 4,446 44,46 0,089
PT 30 5,314 4,686 46,86 0,094
PT 60 5,172 4,828 48,28 0,096
PT 120 5,023 4,977 49,77 0,099
PT 180 4,798 5,202 52,02 0,104
Fonte: Autoria própria.
Tabela A3 – Adsorção de Fe na Palha de Soja (PS) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida (mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PS 1 8,020 1,980 19,80 0,040
PS 3 6,974 3,026 30,26 0,060
PS 5 6,519 3,481 34,81 0,070
PS 10 5,770 4,230 42,30 0,085
PS 15 5,199 4,801 48,01 0,096
PS 30 4,763 4,237 42,37 0,085
PS 60 4,400 5,600 56,00 0,112
PS 120 4,034 5,966 59,66 0,119
PS 180 3,526 6,474 64,74 0,129
Fonte: Autoria própria.
72
Tabela A4 – Adsorção de Fe na Casca de Soja (CS) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
CS 1 3,390 6,610 66,10 0,132
CS 3 3,037 6,963 69,63 0,139
CS 5 3,000 7,000 70,00 0,140
CS 10 2,983 7,017 70,17 0,140
CS 15 2,996 7,004 70,04 0,140
CS 30 3,000 7,000 70,00 0,140
CS 60 3,013 6,987 69,87 0,140
CS 120 2,400 7,600 76,00 0,152
CS 180 2,045 7,955 79,55 0,159
Fonte: Autoria própria.
Tabela A5 – Adsorção de Fe na Palha de Milho com EDTA (PME) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PME 1 2,797 7,203 72,03 0,144
PME 3 2,661 7,339 73,39 0,147
PME 5 2,615 7,385 73,85 0,148
PME 10 2,407 7,593 75,93 0,152
PME 15 2,311 7,689 76,89 0,154
PME 30 2,284 7,716 77,16 0,154
PME 60 2,277 7,723 77,23 0,154
PME 120 2,196 7,804 78,04 0,156
PME 180 2,136 7,864 78,64 0,157
Fonte: Autoria própria.
Tabela A6– Adsorção de Fe na Palha de Trigo com EDTA (PTE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PTE 1 1,667 8,333 83,33 0,167
PTE 3 1,647 8,353 83,53 0,167
PTE 5 1,572 8,428 84,28 0,168
PTE 10 1,571 8,429 84,29 0,168
PTE 15 1,490 8,510 85,10 0,170
PTE 30 1,480 8,520 85,20 0,170
PTE 60 1,510 8,490 84,90 0,170
PTE 120 1,500 8,500 85,00 0,170
PTE 180 1,490 8,510 85,10 0,170
Fonte: Autoria própria.
73
Tabela A7 – Adsorção de Fe na Palha de Soja com EDTA (PSE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(gg-1)
PSE 1 1,993 8,007 80,07 0,160
PSE 3 1,898 8,102 81,02 0,162
PSE 5 1,730 8,270 82,70 0,165
PSE 10 1,728 8,272 82,72 0,165
PSE 15 1,600 8,400 84,00 0,168
PSE 30 1,579 8,421 84,21 0,168
PSE 60 1,121 8,879 88,79 0,178
PSE 120 1,005 8,995 89,95 0,180
PSE 180 0,709 9,291 92,91 0,186
Fonte: Autoria própria.
Tabela A8 – Adsorção de Fe na Casca de Soja com EDTA (CSE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA (g.g-1)
CSE 1 2,310 7,690 76,90 0,154
CSE 3 2,145 7,855 78,55 0,157
CSE 5 1,921 8,079 80,79 0,162
CSE 10 1,742 8,258 82,58 0,165
CSE 15 0,582 9,418 94,18 0,188
CSE 30 0,564 9,436 94,36 0,189
CSE 60 0,400 9,600 96,00 0,192
CSE 120 0,430 9,570 95,70 0,191
CSE 180 0,400 9,600 96,00 0,192
Fonte: Autoria própria.
74
APÊNDICE B - Cinéticas com manganês.
Tabela A9 – Adsorção de Mn na Palha de Milho (PM) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PM 1 10,000 0,000 0,00 0,000
PM 3 9,920 0,080 0,80 0,001
PM 5 9,950 0,050 0,50 0,001
PM 10 9,960 0,040 0,40 0,001
PM 15 9,970 0,030 0,30 0,001
PM 30 9,940 0,060 0,60 0,001
PM 60 9,990 0,010 0,10 0,001
PM 120 9,420 0,580 5,80 0,012
PM 180 8,250 1,750 17,50 0,035
Fonte: Autoria própria.
Tabela A10– Adsorção de Mn na Palha de Trigo (PT) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PT 1 9,023 0,977 9,77 0,019
PT 3 9,000 1,000 10,00 0,020
PT 5 8,800 1,200 12,00 0,024
PT 10 8,469 1,531 15,31 0,030
PT 15 8,340 1,660 16,60 0,033
PT 30 8,240 1,760 17,60 0,035
PT 60 8,150 1,850 18,50 0,037
PT 120 8,100 1,900 19,00 0,038
PT 180 8,002 1,998 19,98 0,039
Fonte: Autoria própria.
Tabela A11 – Adsorção de Mn na Palha de Soja (PS) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PS 1 9,990 0,010 0,10 0,000
PS 3 9,614 0,386 3,86 0,008
PS 5 9,562 0,438 4,38 0,009
PS 10 9,359 0,641 6,41 0,013
PS 15 9,200 0,800 8,00 0,016
PS 30 9,001 0,999 9,99 0,020
PS 60 8,800 1,200 12,00 0,024
PS 120 8,701 1,299 12,99 0,026
PS 180 8,550 1,450 14,50 0,029
Fonte: Autoria própria.
75
Tabela A12 – Adsorção de Mn na Casca de Soja (CS) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida (%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
CS 1 10,000 0,000 0,00 0,000
CS 3 9,990 0,010 0,10 0,000
CS 5 9,900 0,100 1,00 0,002
CS 10 9,800 0,200 2,00 0,004
CS 15 9,760 0,240 2,40 0,005
CS 30 9,700 0,300 3,00 0,006
CS 60 9,500 0,500 5,00 0,010
CS 120 9,400 0,600 6,00 0,012
CS 180 9,300 0,700 7,00 0,014
Fonte: Autoria própria.
Tabela A13 – Adsorção de Mn na Palha de Milho com EDTA (PME) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida (%)
Quantidade Adsorvida – QA
(gg-1)
PME 1 9,814 0,186 1,86 0,004
PME 3 9,716 0,284 2,84 0,006
PME 5 9,685 0,315 3,15 0,006
PME 10 9,639 0,361 3,61 0,007
PME 15 9,568 0,432 4,32 0,009
PME 30 9,541 0,459 4,59 0,009
PME 60 9,341 0,659 6,59 0,013
PME 120 9,301 0,699 6,99 0,014
PME 180 9,290 0,710 7,10 0,014
Fonte: Autoria própria.
Tabela A14 – Adsorção de Mn na Palha de Trigo com EDTA (PTE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida (%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PTE 1 9,341 0,659 6,59 0,013
PTE 3 9,181 0,819 8,19 0,016
PTE 5 8,934 1,066 10,66 0,021
PTE 10 7,953 2,047 20,47 0,041
PTE 15 6,941 3,059 30,59 0,061
PTE 30 8,003 1,997 19,97 0,040
PTE 60 7,300 2,700 27,00 0,054
PTE 120 7,002 2,998 29,98 0,060
PTE 180 7,000 3,000 30,00 0,060
Fonte: Autoria própria.
76
Tabela A15 – Adsorção de Mn na Palha de Soja com EDTA (PSE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA
(g.g-1)
PSE 1 6,531 3,469 34,69 0,069
PSE 3 6,306 3,694 36,94 0,074
PSE 5 6,301 3,699 36,99 0,074
PSE 10 6,502 3,498 34,98 0,070
PSE 15 6,403 3,597 35,97 0,072
PSE 30 5,857 4,143 41,43 0,083
PSE 60 6,010 5,990 59,90 0,120
PSE 120 6,000 4,000 40,00 0,080
PSE 180 6,000 4,000 40,00 0,080
Fonte: Autoria própria.
Tabela A16– Adsorção de Mn na Casca de Soja com EDTA (CSE) em diferentes tempos de contato entre os resíduos agrícolas e a solução.
Amostras Tempo (min)
Concentração Final (mg.L-1)
Concentração Adsorvida
(mg.L-1)
Porcentagem Adsorvida
(%)
Quantidade Adsorvida – QA (g.g-1)
CSE 1 5,772 4,228 42,28 0,085
CSE 3 5,336 4,664 46,64 0,093
CSE 5 4,959 5,041 50,41 0,101
CSE 10 3,866 6,144 61,44 0,123
CSE 15 1,812 8,188 81,88 0,164
CSE 30 1,676 8,324 83,24 0,166
CSE 60 1,601 8,399 83,99 0,168
CSE 120 1,500 8,500 85,00 0,170
CSE 180 1,220 8,780 87,80 0,176
Fonte: Autoria própria.
77
ANEXO A - Teores de manganês e de ferro em águas subterrâneas.
Tabela A17 - Teores de Ferro e Manganês (mg/L) em águas subterrâneas nas cidades da região da COMCAM (COMUNIDADE DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE CAMPO MOURÃO - PR).
Cidades Teor de Ferro (mg.L-1) Teor de Manganês (mg.L-1)
Altamira do Paraná 0,0361 0,2849
Barbosa Ferraz 0,0060 0,1567
Campina da Lagoa 0,0011 0,2346
Engenheiro Beltrão 0,0076 0,1780
Iretama 0,0043 0,2045
Juranda 0,0096 0,2132
Moreira Sales 0,0129 0,1876
Sertãozinho 0,0084 0,1532
Ubiratã 0,0020 0,2465
Fonte: Autoria própria.