Uso Racional de Antibióticos Terapêutico e Profilático

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Uso Racional de Antibióticos Terapêutico e Profilático www.LivrosGratis.net Introdução Os hospitais agregam pacientes gravemente enfermos, amplamente invadidos pelo aparato de suporte vital, o que torna esta população altamente suscetível às infecções hospitalares (IH).

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Transcript of Uso Racional de Antibióticos Terapêutico e Profilático

  • Uso Racional de Antibiticos Teraputico e Profiltico

    www.LivrosGratis.net

    Introduo

    Os hospitais agregam pacientes gravemente enfermos,

    amplamente invadidos pelo aparato de suporte vital, o que

    torna esta populao altamente suscetvel s infeces hospitalares (IH).

  • Neste ambiente, o uso racional de antimicrobianos torna-se

    arma essencial do sistema de preveno das infeces nosocomiais. A literatura tem mostrado que um sistema de

    auditoria dos antibiticos prescritos, por um mdico dedicado

    a esta funo, a forma mais eficaz de racionalizar seu uso e passa a ser ferramenta fundamental do sistema preventivo.

    Os antibiticos contribuem de trs maneiras para agravar o

    problema das IH:

    Eliminando as bactrias sensveis a eles e permitindo o aumento da populao de bactrias resistentes.

    Induzindo resistncia: a bactria possui no seu genoma o conjunto de gens que permitiria criar mecanismos de

    resistncia ao antibitico em uso e tambm a outros. Esses gens encontram-se inativos, pela represso gentica,

    mantendo-a sensvel ao antibitico.

    Algumas drogas (imipenem, cefoxitina etc.) so capazes de

    produzir desrepresso desses gens, fazendo com que se manifeste a resistncia no s droga em uso, mas tambm a

    outros antibiticos.

    Eliminando a flora anaerbica, especialmente do trato gastrointestinal. A maioria das bactrias que mais tarde

    produziro as IH (enterobactericeas, pseudomoncias, enterococos etc.) origina-se no intestino, vindo mais tarde a

    ocupar os diversos stios (pulmo, urina etc.). A quantidade

    dessas bactrias limitada pela flora anaerbica, bem menos invasiva. Os antibiticos que eliminam os anaerbios

    (vancomicina, cefalosporinas, cefoxitina, imipenem etc.) produzem grandes desequilbrios, levando ao

    supercrescimento de aerbios gram-positivos e negativos com repercusses futuras.

    Em 1996 foi publicado o resultado do estudo realizado por um

    grupo de especialistas nomeado pelo Ministrio da Sade da Espanha, lanando nova luz sobre as dimenses e

    repercusses do mau uso de antimicrobianos. O estudo surgiu

    da necessidade de se entenderem as causas do grave problema de resistncia bacteriana, comunitria e hospitalar,

    que assola aquele pas. Os pneumococos eram resistentes em 40% das vezes penicilina e 18% das vezes aos macroldeos;

    40% dos H. influenzae eram resistentes s aminopenicilinas. A maioria das bactrias comunitrias apresenta elevada

    resistncia s drogas de primeira linha. O que se observou nesse estudo foi um enorme consumo de antimicrobianos (19

  • doses por 1.000 habitantes/dia, em 1994) pela populao

    espanhola, totalizando 366 toneladas/ano, e o mais surpreendente foi o elevado consumo de antibitico por

    animais, 250 toneladas/ano, usado como fator de crescimento

    animal. O uso da ovoparcina, um glicopeptdeo, como fator de crescimento determinou o surgimento de um enorme

    reservatrio de enterococos resistentes vancomicina nos animais. A anlise de espcimes de vrios animais mostrou

    elevado grau de resistncia de outras bactrias. Entre os isolados animais, 40% das E. coli eram resistentes ampicilina e sulfa, 20% eram resistentes gentamicina e 20% dos S. aureus eram resistentes meticilina. Outras drogas que atualmente esto sendo testadas em humanos, como as estreptograminas, j so de longa data adicionadas rao

    animal. Certamente ocorre intenso intercmbio de flora entre os animais e o homem nas diversas modalidades de contato

    dirio, sendo esta mais uma fonte de problemas relacionados com a resistncia microbiana. Sinais de abuso no uso podem,

    tambm, ser percebidos pela avaliao de um dia de

    prescrio mdica naquele pas. No dia avaliado, 22% dos mdicos relatavam ter diagnosticado doenas infecciosas, mas

    67% deles haviam prescrito antimicrobianos. Aliada ao abuso do uso, associa-se a baixa adeso ao curso teraputico

    completo. Somente 58% dos pacientes usam os antibiticos durante o tempo total prescrito. A presso seletiva

    comunitria e animal se alia quela que ocorre no hospital. Uma proporo da resistncia microbiana hospitalar pode ter

    sua origem na comunidade.

    As repercusses do controle do uso de antimicrobianos na

    diminuio da resistncia ficam claras em elegante trabalho da Finlndia, publicado no N Engl J Med em 1997. Houve dramtica reduo da resistncia dos estreptococos do grupo A aos macroldeos aps a introduo de um programa de

    reduo da prescrio desse grupo de drogas naquele pas. Esse programa determinou a queda do uso de 2,4 doses por

    1.000 habitantes em 1991 para 1,3 dose por 1.000 habitantes em 1992, e que se manteve at 1996.

    Esses estudos mostram que vale a pena controlar o consumo

    desses produtos e que a interveno ultrapassa em muito o

    estreito universo dos hospitais.

    Aos aspectos ligados microbiota alia-se um sem-nmero de efeitos colaterais e interaes de drogas que podem ser

    evitados ou minimizados quando no se usa ou se tem o conhecimento para fazer a melhor opo dentro do contexto

  • clnico de um paciente que exige do internista que o assiste

    amplos conhecimentos da tcnica mdica.

    Antimicrobianos Farmacologia

    Betalactmicos

    O grupo constitudo pelas penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, carbapenem e monobactmicos. Possuem uma

    protena especfica de ligao na membrana celular conhecida como protein biding penicillin (PBP), e a partir da interferem com a sntese da parede celular, levando morte bacteriana.

    Os mecanismos de resistncia bacteriana so a produo de enzimas inativadoras (betalactamases) e a modificao da

    estrutura das PBP, impedindo a ligao do antibitico.

    Os efeitos colaterais so em geral comuns a todo o grupo,

    variando quanto freqncia de ocorrncia de acordo com a droga. So eles a flebite, rash cutneo, febre, eosinofilia,

    Coombs positivo, anemia hemoltica, neutropenia, disfuno plaquetria, nefrite intersticial (exceto imipenem e

    aztreonam), disfuno renal (somente com cefalosporina), aumento de TGO (exceto penicilina cristalina), diarria,

    nusea, convulses (somente com penicilina cristalina, amino, carbxi e ureidopenicilinas e imipenem).

    Penicilinas

    um grupo de drogas bem-estabelecido e conhecido. So rapidamente excretadas pelos rins e, portanto, a dose deve

    ser ajustada na insuficincia renal. A hipersensibilidade o efeito colateral mais comum e manifesta-se com eosinofilia,

    doena do soro, anafilaxia e febre dos mais diferentes perfis.

    As penicilinas tm uma imunogenicidade comum; portanto, a

    alergia a uma comum a todas. Anemia hemoltica Coombs-positiva, leucopenia, plaquetopenia e nefrite intersticial so

    raras. As convulses s ocorrem com altas doses, especialmente na insuficincia renal.

    Penicilina G. Sensvel s betalactamases, usada na

    teraputica de Streptococcus dos grupos A,B,C e G, S. pneumoniae, L. monocytogenes, N. meningitidis e anaerbios, exceto os produtores de betalactamases, como o grupo

    bacterides. A ocorrncia de resistncia entre os pneumococos um problema de sade pblica crescente nos

  • Estados Unidos e Europa. Em nosso meio, a importncia de

    sua ocorrncia necessita melhor avaliao.

    Apresentaes:

    Aquosa com 1,7 mEq de K+ por milho de unidades para uso

    EV e IM. Associada procana com nvel sustentado de 12 horas para uso IM.

    Associada benzatina com nveis baixos sustentados por duas a trs semanas, usada IM para a profilaxia da febre reumtica

    e tratamento da sfilis.

    Penicilinas Semi-Sintticas Resistentes s Penicilinases. No nosso meio encontra-se disponvel a oxacilina, usada para

    tratar S. aureus produtor de penicilinase. menos ativa do que a penicilina cristalina para os estreptococos, no age em

    Listeria e nos anaerbios, possuindo ao errtica somente

    contra o Peptoestreptococcus sp. A resistncia do S. aureus oxacilina se estende a todos os betalactmicos. So usadas no

    antibiograma como marcadores de resistncia aos betalactmicos.

    A infeco estafiloccica pode ser determinada por vrias

    cepas simultaneamente, sendo algumas sensveis e outras resistentes. A deteco no antibiograma das subpopulaes

    resistentes oxacilina mais fcil do que a deteco das subpopulaes resistentes aos outros betalactmicos. Mas, se

    h uma subpopulao resistente oxacilina, ela certamente

    resistente a todos os representantes do grupo. O mecanismo de resistncia conhecido como intrnseco se d pela mudana

    do receptor de ligao dos betalactmicos membrana celular (PBP).

    H cepas de S. aureus conhecidas como tolerantes e que apresentam uma dissociao entre a concentrao inibitria mnima, e bactericida mnima, e se associam a uma m

    resposta clnica aos betalactmicos. Um outro subgrupo conhecido como BORSA (borderline oxacillin-resistant S. aureus), e o mecanismo provvel a produo excessiva de betalactamase. Esses dois subtipos se apresentam como resistentes no antibiograma que usa a tcnica de difuso em

    disco.

  • Os efeitos colaterais mais comuns incluem a nefrite

    intersticial, aumento de transaminases, ictercia colesttica e neutropenia.

    Penicilinas de Espectro Ampliado. So menos ativas do que a penicilina cristalina para o estreptococo. Tm atividade contra

    o H. influenzae, Neisseria sp., Enterobacteriaceae. No cobrem S. aureus e, nos EUA, 20% a 30% dos H. influenzae so produtores de betalactamases, sendo capazes de inativ-las. So inativas para Enterobacter sp., Pseudomonas sp. e Klebsiella sp.

    As duas apresentaes disponveis no nosso meio so a

    ampicilina e amoxicilina. Ambas tm o mesmo espectro, e a ampicilina deve ser usada preferencialmente por via venosa,

    pois tem absoro oral errtica.

    Elas podem ser associadas a inibidores de betalactamases: o cido clavulnico amoxicilina e o sulbactam ampicilina, o

    que as torna ativas contra os S. aureus cujo mecanismo de resistncia a produo de betalactamase, e no a mudana

    da protena ligadora de betalactmicos (MRSA), H. influenzae, N. gonorrhoeae, todos os anaerbios, incluindo B. fragilis e enterobactericeas produtoras de betalactamase de origem

    plasmidial. Essa associao de nada auxilia quando se trata de Pseudomonas sp., Enterobacter sp., Serratia sp., cuja resistncia se d, tambm, por betalactamases de origem cromossmica no-inibidas pelo cido clavulnico ou

    sulbactam. Essa associao uma tima opo s cefalosporinas de terceira gerao para a teraputica emprica

    dos diversos quadros infecciosos graves que ocorrem nas crianas de 2 meses a 5 anos de idade, nas quais os agentes

    de maior prevalncia so S. aureus, H. influenzae e pneumococos, assim como as peritonites secundrias s

    catstrofes abdominais, afeces ginecolgicas e as pneumonias comunitrias do adulto, quando se apresentam

    com grande gravidade, em especial aqueles quadros que

    exigem hospitalizao. O seu uso nessas situaes preserva as cefalosporinas de terceira gerao e mais uma razo para se

    evitar sua aplicao em afeces banais comunitrias em que o valor de qualquer droga de alcance limitado, como as

    sinusites e as otites mdias.

    Administrados por via oral, a amoxicilina/clavulanato podem apresentar efeitos colaterais relacionados ao trato

    gastrointestinal, caracterizando-se por nuseas e vmitos.

  • Carbxi e Ureidopenicilinas. So penicilinas de espectro

    alargado, semelhantes ampicilina, apresentando como vantagem uma maior cobertura para Pseudomonas aeruginosa, Enterobater sp., Serratia sp., Providencia sp., Morganella sp., Aeromonas sp., Acinetobacter sp. e anaerbios, incluindo o Bacteroides fragilis. Apresentam efeito sinrgico com uso de aminoglicosdeo associado. Penetram mal no sistema nervoso central.

    Os efeitos colaterais so semelhantes aos das outras

    penicilinas, acrescidos de flebite, hipocalemia e alteraes no tempo de coagulao. A ticarcilina e a piperacilina so

    carboxipenicilinas e contm 4,7 a 5 mEq de sdio/g. A azlocilina e a mezlocilina so ureidopenicilinas.

    O espao reservado a esse grupo de drogas na teraputica foi ocupado pelas cefalosporinas de terceira gerao, por terem

    maior eficcia e menores efeitos colaterais. O seu papel, hoje, muito limitado.

    A associao de ticarcilina ao cido clavulnico pouco ou nada

    influencia em sua aplicabilidade clnica. Torna-a ativa para S. aureus e anaerbios produtores de betalactamase, mas essa cobertura de forma alguma aumenta sua aplicabilidade. O

    desejvel seria uma melhor cobertura das bactrias gram-negativas, especialmente Pseudomonas aeruginosa, Serratia sp. e Enterobacter sp., porm grande parte das betalactamases dessas bactrias de origem cromossmica,

    no-inibida, em geral, pelo inibidor de betalactamase associado.

    Cefalosporinas e Cefamicinas

    As cefamicinas, embora no pertenam a esse grupo, so abordadas em conjunto por suas caractersticas

    farmacolgicas, espectro e aplicabilidade clnica. A classificao em geraes agrupa drogas com espectro

    antibacteriano e farmacocintica semelhantes. medida que se ampliam as geraes, h um aumento de atividade para

    bactrias bastonetes gram-negativos e diminuio da ao contra cocos gram-positivos, com exceo das de quarta

    gerao, que mantm atividade contra os cocos gram-positivos semelhante daquelas de primeira gerao. Essa

    diminuio de ao contra os cocos positivos se d pela

    diminuio da afinidade das drogas pela protena de ligao da membrana bacteriana.

  • Todas so inativas contra os enterococos, que se vm

    constituindo no mais novo flagelo dos hospitais norte-americanos. A emergncia de resistncia, seja no ambiente

    hospitalar, seja durante o curso de tratamento de uma

    bactria inicialmente sensvel, evento esperado, especialmente quando se trata de Enterobacter sp., Pseudomonas aeruginosa, Serratia sp., Acinetobacter sp. e Proteus indol-positivo. Nas situaes clnicas em que essas bactrias so patgenos potenciais a associao com aminoglicosdeos, que sinrgica, recomendada por um

    perodo de trs a cinco dias.

    Existem trs mecanismos bsicos de resistncia:

    1. Diminuio da afinidade pelas protenas ligadoras de

    betalactmicos (PBP) situadas na membrana celular, por mudana em sua estrutura. Este o mecanismo de resistncia

    do S. aureus s penicilinas resistentes a betalactamases e cefalosporinas (MRSA) e de alguns gonococos e pneumococos

    resistentes s penicilinas.

    2. Diminuio da permeabilidade ao antibitico dos poros da

    membrana, dificultando o acesso s PBP que se situam mais profundamente na membrana dos bastonetes gram-negativos.

    Este mecanismo acompanhado da produo de betalactamases.

    3. Produo de betalactamases, que determina inativao

    hidroltica dos antibiticos. A produo de betalactamases pode ter codificao cromossmica ou extracromossmica, por

    plasmdeos ou transpossomos, o que confere transmissibilidade entre espcies. As cefalosporinas so

    relativamente estveis frente s betalactamases de S. aureus, N. gonorrhoeae e H. influenza. A diminuio da ao das cefalosporinas mais novas (com exceo das de quarta

    gerao) contra o S. aureus se deve menor afinidade dessas drogas s PBP no modificadas da bactria. As betalactamases

    de bastonetes gram-negativos de origem plasmidial conferem resistncia s cefalosporinas, e as de gerao mais recente

    so mais estveis frente a elas. Existem aquelas de espectro alargado que conferem alta resistncia a todas as

    cefalosporinas e ao aztreonam e so mais comumente encontradas em Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter sp., Serratia sp., Citrobacter freundii, Morganella e Providencia, que tm em seu

    cromossomo os gens para produo de betalactamases capazes de inativar as cefamicinas e cefalosporinas, incluindo

    as de terceira gerao. Estes gens podem encontrar-se

  • reprimidos e, portanto, incapazes de se expressar na forma de

    produo enzimtica. As cefalosporinas so capazes de produzir desrepresso gnica, induzindo a produo de

    enzimas inclusive no curso da teraputica de uma bactria

    inicialmente sensvel. A cefoxitina e a tienamicina so os mais potentes indutores de betalactamases. Esta uma das bases

    para a restrio do seu uso em ambiente hospitalar.

    A hipersensibilidade o efeito colateral mais comum e pode ocorrer de maneira cruzada com outros betalactmicos.

    Outros efeitos adversos so aqueles comuns a todos os betalactmicos.

    Cefalosporinas de Primeira Gerao. Boa atividade contra cocos gram-positivos, incluindo o S. aureus. Cobrem M. catarrhalis, H. ducreyi, N. gonorrhoeae e os bastonetes gram-negativos, como E. coli, Klebsiella sp. e Proteus mirabilis, especialmente os de origem comunitria. So ativas contra anaerbios suscetveis penicilina (exceto Bacteroides sp.).

    As que tm apresentao parenteral em nosso meio so a

    cefalotina e a cefazolina. A cefazolina produz menos flebite,

    pode ser usada por via intramuscular e tem uma meia-vida maior, podendo ser usada a cada oito horas. A opo entre as

    duas deve basear-se principalmente no custo e, caso este seja semelhante, os outros aspectos nortearo a opo.

    As formas orais disponveis so a cefalexina e o cefadroxil,

    sendo que o segundo tem meia-vida maior, possibilitando seu uso a cada 12 horas. Nenhum deles atinge nvel tissular

    elevado. So apropriados para a teraputica das infeces urinrias e de outros rgos, quando j se encontrarem

    controladas ou forem de pequena gravidade. A opo entre as

    duas tem como base o custo final e a comodidade posolgica.

    Cefalosporinas de Segunda Gerao. Apresentam espectro de ao idntico ao das cefalosporinas de primeira gerao, com

    melhor cobertura para os bastonetes gram-negativos aerbicos e anaerbicos. Passam a ser includas na cobertura

    de Proteus vulgaris, Providencia sp., Morganella sp. e Aeromonas sp. Os anaerbios so bem cobertos mas, das drogas disponveis em nosso meio, somente a cefoxitina cobre B. fragilis. Deve-se considerar a existncia de cepas de anaerbios resistentes, sendo prefervel o uso de drogas mais

    ativas, como o cloranfenicol, metronidazol ou clindamicina nas infeces mais graves.

  • Temos disponvel a cefuroxima (EV, IM) e a cefuroxima axetil

    (VO). A cefoxitina EV deve ser lembrada pela elevada capacidade de induzir a betalactamase. Este grupo mais

    estvel frente s betalactamases de H. influenzae do que as de primeira gerao e tem algum papel na teraputica das otites que no respondem s drogas de primeira linha (sulfa e

    amoxicilina).

    Esse grupo de drogas de uso limitado quando se leva em considerao o custo/benefcio. H um sem-nmero de drogas

    que, isoladas ou associadas, tm o mesmo espectro, com custo e risco (induo de betalactamases) menores para o

    paciente. Raramente se encontrar uma razo que justifique seu uso.

    Cefalosporinas de Terceira Gerao. So menos ativas do que as cefalosporinas de primeira e segunda geraes contra S. aureus e mais ativas contra os bastonetes gram-negativos, incluindo P. aeruginosa. Com relao aos outros germes, tm atividade igual daquelas de segunda gerao.

    A cefotaxima tem ao modesta contra P. aeruginosa. metabolizada a desacetil cefotaxima que, embora menos potente do que a droga de origem, tem meia-vida mais longa,

    o que permite o seu uso a cada oito horas, no caso de infeces moderadas. Cobre anaerbios, inclusive 40% a 50%

    dos B. fragilis.

    A cefodizima tem espectro semelhante ao da cefotaxima. descrita ao imunomoduladora, cujo papel clnico

    indefinido.

    A ceftriaxona a cefalosporina mais potente contra N. gonorrhoeae, N. meningitidis e H. influenzae. Sua farmacocintica, com meia-vida de oito horas e 90% de

    ligao protica, permite que seja usada a cada 24 horas mesmo para infeces graves com risco de vida, com exceo

    da meningite (a cada 12 horas).

    A ceftazidima uma cefalosporina de terceira gerao nica.

    Tem baixa capacidade de induzir betalactamases e pouco sensvel s betalactamases cromossmicas. Tem baixa

    atividade contra S. aureus e Bacteroides fragilis. a cefalosporina de escolha para a teraputica de P. aeruginosa. Por sua boa penetrao no SNC, a droga de escolha para a teraputica das meningites causadas por esse microrganismo.

  • Esse grupo pode ser dividido em duas partes:

    cefotaxima/cefodizima/ceftriaxona e ceftazidima. As trs primeiras tm espectro semelhante, e a opo entre elas deve

    basear-se no custo final, exceto nas infeces do SNC, onde a

    ceftriaxona deveria ser a droga de escolha. A cobertura que conseguem dar contra o S. aureus garante relativa segurana para a cobertura emprica de infeces em que este agente pode ser a etiologia. A ceftazidima nica, sendo a droga de

    escolha quando se pensa em P. aeruginosa e bastonetes gram-negativos produtores de betalactamases cromossmicas ou

    plasmidiais, com exceo das plasmidiais de espectro alargado, que so raras e se associam mais freqentemente

    Klebsiella sp. Sua cobertura para S. aureus impede o seu uso como monoterapia emprica em situaes em que este agente

    pode ser a etiologia.

    A associao a aminoglicosdeos sinrgica e diminui a

    induo de betalactamases. Deve ser usada especialmente na suspeita de P. aeruginosa, Enterobacter sp. e Serratia sp. por um perodo de trs a cinco dias.

    As cefalosporinas de terceira gerao disponveis por via oral so a cefixima e a cefpodoxima. A cefixima ativa para

    Streptococcus pneumoniae, H. influenzae, Neisseria e muitas enterobactericeas, mas no ativa para S. aureus e pode ser usada em dose nica diria. A cefpodoxima tem o mesmo

    espectro anterior, mas com meia-vida mais curta.

    Cefalosporinas de Quarta Gerao. Este novo grupo, constitudo pela cefpiroma e cefepima, apresenta

    caractersticas que o torna peculiar.

    A cefpiroma tem atividade superior s de terceira gerao

    quando se trata de estreptococos, S. aureus, Neisseria sp., H. influenzae e Enterobacteriaceae, mas possui menor atividade contra P. aeruginosa do que a ceftazidima.

    Parece estvel frente s betalactamases de espectro alargado. Penetra no SNC, mas o seu uso neste stio pouco estudado.

    A cefepima possui caractersticas semelhantes cefpiroma, exceto pela aparente melhor ao sobre P. aeruginosa.

    Essas drogas podem ser de utilidade para a teraputica de

    germes sensveis apenas a ela, especialmente os bastonetes gram-negativos produtores de betalactamases alargadas.

    Aztreonam

  • Este monobactmico atua exclusivamente em bastonetes

    gram-negativos aerbicos, incluindo muitas cepas de Serratia sp. e P. aeruginosa. Ele age sinergicamente com os aminoglicosdeos. Os mecanismos de resistncia so os

    mesmos das cefalosporinas. No induz betalactamases. No tem reao de hipersensibilidade cruzada com os outros

    betalactmicos, o que o torna uma opo nessa ocorrncia.

    A sua aplicabilidade clnica fica limitada pelo custo, pois possui espectro semelhante ao dos aminoglicosdeos, exceto

    pela cobertura de neissrias e hemfilos. Apesar da maior toxicidade, os aminoglicosdeos so infinitamente mais

    baratos.

    Tienamicinas

    O imipenem acompanha-se de uma associao fixa com a

    cilastatina, que diminui sua excreo renal. Possui um espectro de ao amplo, com grande potncia, que inclui todos

    os cocos gram-positivos, exceto o S. aureus meticilino-resistente e o Enterococcus faecium; todos os bastonetes gram-negativos, com exceo da Legionella sp. e X.

    maltophilia, e todos os anaerbios. Possui elevada resistncia s betalactamases, tanto de origem cromossmica quanto

    plasmidial, mas um potente indutor de betalactamases.

    O meropenem apresenta o mesmo espectro do imipenem e tem como vantagens apresentar um ndice menor de

    convulses, melhor penetrao no sistema nervoso central e capacidade menor de induzir betalactamases. Como efeitos

    colaterais, citam-se as reaes alrgicas, neutropenia, trombocitopenia, parestesia, aumento de transaminases,

    fosfatase alcalina e LDH. A apresentao IM no pode ser

    usada na faixa peditrica, assim como na insuficincia renal com clearance < 50 ml/min.

    O seu uso restringe-se a pacientes com bactrias cujo nico

    antimicrobiano eficaz seja uma tienamicina e teraputica emprica de pacientes j submetidos a inmeros cursos de

    antimicrobianos e, portanto, sujeitos a infeces por germes com resistncia mltipla. Um erro relativamente comum o

    uso de antibiticos de ltima gerao naqueles pacientes em estado extremamente grave. bom lembrar que no h

    relao entre a gravidade do quadro infeccioso e a resistncia

    bacteriana aos antibiticos, ou seja, um pneumococo multissensvel determinar quadros to graves quanto uma

    Pseudomonas multirresistente na dependncia de outros fatores, como mecanismo de defesa do hospedeiro, retardo na

  • interveno teraputica, suporte hemodinmico inadequado e

    intensidade e qualidade da reao orgnica ao agente agressor (carter individual).

    Macroldeos

    So drogas bacteriostticas que agem ligando-se subunidade 50S do ribossomo, alterando a sntese protica.

    Possuem ampla interao medicamentosa, como a elevao do nvel plasmtico de teofilina, digoxina, warfarin,

    carbamazepina e ciclosporina, e prolongamento do intervalo

    QT naqueles pacientes em uso dos anti-histamnicos astemizol e terfenadine. Os efeitos colaterais mais comuns se referem

    ao trato gastrointestinal, com diarria, nuseas e vmitos, sendo mais raros com a azitromicina e a claritromicina.

    A forma venosa da eritromicina pode produzir flebite, o que

    minimizado pela sua diluio em pelo menos 250 ml de soluo salina. Raramente podem ocorrer surdez transitria e

    torsade de pointes. A hepatite colesttica prpria do estolato.

    A eritromicina a droga de escolha para as infeces estreptoccicas e estafiloccicas um caso de alergia aos

    betalactmicos. a droga de escolha para Legionella sp. e Micoplasma sp.

    A claritromicina quatro vezes mais potente do que a

    eritromicina para estreptococo e S. aureus meticilino-sensvel. Nenhuma delas til para o S. aureus meticilino-resistente. mais ativa contra Moraxella e H. influenzae. Apresenta boa atividade contra o Mycobacterium avium. Ademais, similar eritromicina. Encontra-se disponvel nas formas oral e venosa.

    A azitromicina mais ativa do que as duas anteriores para H. influenzae e Moraxella, sendo semelhante claritromicina no que se refere s outras bactrias.

    Glicopptides Vancomicina

    Este antigo antimicrobiano que age na sntese da parede celular mostra-se til no tratamento de infeces por

    estreptococos, S. epidermidis e S. aureus meticilino-sensvel e resistente. a droga de escolha quando se trata de S. aureus meticilino-resistente, Enterococcus faecium, E. faecalis, quando resistentes penicilina, e Clostridium difficile.

  • Os enterococos penicilina e vancomicina-resistentes vm se

    tornando um grave problema nos Estados Unidos, e para eles no h teraputica definida. A resistncia mediada por

    plasmdeos. Nas infeces por enterococos a associao com

    gentamicina sinrgica e sabidamente benfica.

    Nas infeces por S. aureus de resposta teraputica lenta, a associao de gentamicina mostra-se de valor.

    Deve ser usada por via oral nas infeces por Clostridium difficille, e a segunda escolha para evitar a emergncia de Enterococcus vancomicina-resistente. A primeira o metronidazol. A restrio de seu uso essencial para evitar a

    emergncia de resistncia. A grande arma o controle da ocorrncia de S. aureus meticilino-resistente, que se constitui na principal indicao da droga.

    de eliminao renal, o que a torna economicamente interessante na insuficincia renal. Pode ocorrer a sndrome

    do homem vermelho (hiperemia, calor difuso) e at mesmo choque por liberao de histamina com a infuso venosa

    rpida (a infuso deve ser em 45 minutos a uma hora).

    Neurotoxicidade, especialmente auditiva dose-dependente, muitas vezes irreversvel, pode ocorrer. A insuficincia renal

    transitria e incomum, hoje, com as preparaes mais puras. Raramente so observadas com leucopenia, trombocitopenia e

    eosinofilia.

    Teicoplanina

    Apresenta espectro, indicaes e limitaes idnticos aos da

    vancomicina. Tem como vantagens o fato de ser usada em dose nica diria, a possibilidade de se utilizar a via muscular

    e a menor incidncia de efeitos colaterais. Tem baixa penetrao no SNC, o que limita seu uso no tratamento de

    infeces nessa topografia.

    A dose teraputica para infeces profundas, para que se atinja o mesmo ndice de cura da vancomicina, de 400

    mg/dia. Recente reviso de 200 trabalhos sugere doses de 10

    a 12 mg/kg/ dia para maximizar os resultados.

    A opo entre a vancomicina e a teicoplanina deve ter como base, alm dos aspectos farmacolgicos, o custo e o perfil de

    sensibilidade ao antibiograma, uma vez que no h 100% de correlao entre as duas drogas.

  • Aminoglicosdeos

    So bactericidas que atuam no ribossomo, interferindo com a sntese protica. Atuam em S. aureus, Enterococcus sp., H. influenzae, E. coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Pseudomonas aeruginosa e Proteus sp. No atuam em anaerbios. No devem ser usados isoladamente na teraputica dos cocos gram-positivos, pois os betalactmicos

    so bem mais eficazes.

    O mecanismo de resistncia mais comum de origem

    plasmidial por enzimas inativadoras, s quais a amicacina se mostra mais resistente. A alterao do stio de ligao ao

    ribossomo rara e peculiar E. coli, assim como a diminuio da permeabilidade prpria do S. aureus. O Enterococcus sp. pode apresentar qualquer um dos mecanismos.

    Os efeitos colaterais mais comuns so a ototoxicidade coclear ou vestibular relacionada com o uso prolongado e a

    associao aos diurticos de ala. O bloqueio neuromuscular pode ocorrer com a infuso venosa rpida. Deve se fazer a

    infuso em, no mnimo, uma hora. A nefrotoxicidade se

    relaciona com a manuteno de um nvel de plat elevado.

    A posologia habitual so doses fracionadas, mas o uso de dose nica diria aplicvel em algumas situaes clnicas e

    menos nefrotxica, de menor custo e de maior comodidade posolgica. A base do seu uso o efeito ps-antibitico longo

    dessas drogas. Bactrias expostas droga continuam a morrer por vrias horas, mesmo que o nvel srico caia abaixo

    do ideal. As clulas tubulares renais so capazes de incorporar o aminoglicosdeo. A droga incorporada por um sistema

    ativado por "gatilho" que dispara de acordo com o nvel srico

    e h um sistema de secreo tubular quando o nvel se encontra abaixo do gatilho. atravs desse mecanismo de

    incorporao que ocorre a leso tubular. Com o uso da dose nica o nvel srico fica abaixo do gatilho por mais tempo,

    determinando menor incorporao tubular e, com isto, menor nefrotoxicidade. A dose total diria dada de uma nica vez,

    por via venosa ou muscular. Encontra-se bem estabelecida essa posologia em pacientes no-neutropnicos nas seguintes

    situaes: sinergismo com betalactmicos, pielonefrite desde o incio do tratamento e, nos outros stios, aps o controle do

    quadro clnico.

    Os aminoglicosdeos continuam a ser drogas de primeira linha

    contra os germes sensveis a elas. So eficazes, baratas e com

  • baixo potencial de produzir resistncia no ambiente hospitalar

    ao contrrio das cefalosporinas.

    Cloranfenicol

    Esta droga atua na sntese protica atravs de ligao ao ribossomo. bactericida para S. pneumoniae, Haemophilus sp., N. meningitidis, todos os anaerbios, altamente ativa para Salmonella sp., Rickettsia sp., e atua em P. mallei, P. pseudomallei e Mycoplasma e outros germes intracelulares, como clamdia e bartonela. bacteriosttico para S. aureus. A resistncia incomum, com a exceo de Salmonella sp. em reas endmicas.

    O efeito colateral mais freqente a inibio transitria e

    reversvel da medula ssea e mais raramente podem ocorrer

    neurite e hipersensibilidade. O grande estigma da droga encontra-se na aplasia de medula. A incidncia deste

    problema no se encontra bem definida, variando na literatura de 1:30.000 a 1:60.000. Esta incidncia semelhante aos

    bitos determinados por anafilaxia penicilina. Portanto, no h razes para preteri-la quando se tratar de teraputica para

    germes suscetveis a ela.

    Sua grande aplicao reside nas infeces que envolvem anaerbios, Haemophilus sp., em especial com o aumento das cepas produtoras de betalactamase, pneumococo, Rickettsia sp. e Salmonella sp. A teraputica emprica das meningites e pneumonias que envolvem crianas de 2 meses a 5 anos e nos

    maiores de 60 anos um vasto campo para sua aplicao.

    Clindamicina

    Apresenta o mesmo mecanismo de ao do cloranfenicol,

    sendo um anaerobicida excepcional, alm de cobrir S. aureus e estreptococos.

    Seus efeitos colaterais mais freqentes so alergia, diarria

    (20%), hepatotoxicidade e, raramente, neutropenia, trombocitopenia e colite pseudomembranosa. Sua grande

    aplicao nas infeces anaerbicas; seu custo deve ser comparado com o do cloranfenicol e do metronidazol. Tem uso

    limitado nas endocardites por anaerbios, por ser bacteriosttica para Bacteroides nessa situao. No

    indicada para teraputica do SNC por no penetrar na barreira

  • hematoenceflica. Tambm penetra pouco nos seios

    paranasais.

    Metronidazol

    Atua sobre anaerbios, Trichomonas, Giardia e Entamoeba. A emergncia de resistncia rara. No atua nos anaerbios cocos gram-positivos que se encontram com freqncia

    envolvidos nas infeces da cavidade oral, pele, trato genital, perfuraes esofgicas e pneumonias aspirativas. Nessas

    situaes clnicas a opo pelo cloranfenicol ou clindamicina

    mais adequada. Os efeitos colaterais so raros e incluem nusea, vmito e alterao dissulfiram-smile; tem efeito

    teratognico potencial. Possui tima absoro oral e retal, e a troca da via venosa por estas vias bastante segura.

    Quinolonas

    So drogas bactericidas que atuam na sntese de DNA. A resistncia , em geral, de origem cromossmica com

    mudana do stio de ligao da droga. Ocorre com mais freqncia com o S. aureus meticilino-resistente e P. aeruginosa. Apresentam boa ao e se prestam para a teraputica de S. aureus meticilino-sensvel, Legionella sp., S. epidermidis, Chlamydia, Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhoeae, M. catarrhalis, E. coli, Klebsiela sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Salmonella sp., Shighela sp., Proteus sp., Providencia sp., Morganella sp., Citrobacter sp., Aeromonas sp. e Acinetobacter sp. Os anaerbios no so cobertos, e a P. aeruginosa s coberta pela ciprofloxacina.

    As quinolonas de primeira gerao poderiam ser divididas na ciprofloxacina, que cobre P. aeruginosa, e nas outras que no cobrem este germe de maneira adequada. Portanto, a opo pela ciprofloxacina s se justifica se seu preo for inferior ao

    das outras ou se houver suspeita de P. aeruginosa como agente etiolgico. A norfloxacina tem baixa absoro VO, s

    atingindo nveis adequados nas vias urinrias, prstata e luz intestinal.

    A forma venosa disponvel para a pefloxacina, ciprofloxacina e ofloxacina e deve ser imediatamente abandonada quando a

    via oral estiver disponvel. Elas apresentam uma porcentagem de absoro por via oral incomum, chegando a 100% com a

    pefloxacina, o que torna indiferente, para a obteno de nvel teraputico, a via de administrao. Isto minimiza

    sobremaneira o custo teraputico. bom lembrar que, com exceo da P. aeruginosa, reservada para a ciprofloxacina,

  • todas garantem cobertura idntica, o que permite iniciar com

    uma quinolona venosa de menor custo e continuar a teraputica com outra, desde que seja economicamente

    interessante (p. ex., inicia-se com pefloxacina EV e continua-

    se com ciprofloxacina VO, que no momento mais barata). Atitude similar usada com os betalactmicos, quando se

    passa da oxacilina para a cefalexina oral, na teraputica das infeces estafiloccicas.

    A segurana das quinilonas na gravidez no estabelecida.

    Produzem leses nas cartilagens epifisrias de animais jovens, e sua segurana na fase de crescimento no se encontra

    estabelecida. A experincia peditrica, embora pequena, no detectou leses definitivas. Somente na fibrose cstica seu uso

    encontra-se liberado para crianas. Vai-se acumulando cada

    vez mais evidncias de que seu uso em pediatria seguro. Os efeitos colaterais mais freqentes so do trato

    gastrointestinal, neurolgico com convulso e alucinao, raramente leucopenia, eosinofilia e uma sndrome rara,

    constituda de hemlise, coagulao intravascular disseminada e insuficincia renal de mecanismo desconhecido.

    Foi descrita ruptura espontnea de tendo. Aumenta a meia-vida da teofilina, levando toxicidade desta.

    A sua aplicabilidade bastante ampla. Nas infeces urinrias,

    deveriam ficar reservadas para os casos produzidos por

    bactrias sensveis apenas a elas, deixando-se a grande maioria dos casos para drogas de primeira linha altamente

    eficazes, como os aminoglicosdeos e a sulfatrimetoprim.

    Elas devem ser preservadas, no sendo utilizadas em quadros onde drogas de primeira linha so eficazes (sinusite, DPOC

    infectada, infeco urinria etc.).

    Nas infeces osteoarticulares so possveis timos resultados

    com a forma oral, tanto nas afeces por bastonetes gram-negativos (cipro 750 mg bid) quanto por S. aureus. Apresentam timos resultados na teraputica das diarrias, cobrindo Salmonella sp., Shigella sp., E. coli, C. jejuni, Y. enterocolitica. Podem ser usadas em tratamento de prostatite, nas doenas sexualmente transmissveis e nas afeces

    peritoneais e de partes moles.

    As novas quinolonas (p. ex., levofloxacina) tm tima

    cobertura contra pneumococo, podendo constituir-se em opo para aquelas regies com elevada resistncia

    penicilina.

  • Sulfametoxazol/Trimetoprim

    Esta associao bacteriosttica sinrgica interfere na cadeia de sntese do cido flico.

    utilizada principalmente nas infeces urinrias, dos seios

    da face, brnquicas comunitrias e nas infeces por P. carinii. Os efeitos colaterais mais freqentes so a hipersensibilidade,

    anemia megaloblstica, leucopenia, trombocitopenia e, raramente, supresso medular.

    Tetraciclinas

    Encontram-se disponveis a tetraciclina, a doxiciclina e a aminociclina. Agem na subunidade 5S do ribossomo,

    impedindo a sntese protica e tendo uma ao bacteriosttica. A aminociclina e a vibramicina apresentam

    meia-vida mais longa, permitindo uma maior comodidade

    posolgica, alm de terem maior atividade bacteriosttica e apresentarem espectro alargado, cobrindo anaerbios e

    aerbios gram-positivo e gram-negativo.

    Seu campo de ao encontra-se na cobertura de anaerbios em infeces leves de partes mole e nas infeces por

    clamdia, micoplasma e rickttsia. Seu uso encontra-se contra-indicado em crianas pela ao de escurecer definitivamente

    os dentes, so ainda hepatotxicas, nefrotxicas, alm de poderem desencadear sintomas gastrointestinais e alteraes

    neurolgicas sensoriais e pseudotumor cerebral.

    Estreptograminas

    A combinao antimicrobiana quinupristina/dalfopristina o

    primeiro agente de uma nova classe de antibiticos pertencentes famlia macroldeos-lincosamidas: as

    estreptograminas. Seu uso foi liberado em 1999, nos Estados

    Unidos, para o tratamento de sepse por Enterococcus faecium vancomicina-resistente, assim como para infeces de pele e

    partes moles causadas por Staphylococcus aureus meticilino-sensvel (MSSA) ou Streptococcus pyogenes; estudos clnicos tiveram continuidade ainda durante o ano 2000.

    Os dois antibiticos atuam sinergicamente, interferindo na sntese protica, ligando-se subunidade 50S ribossomal: a

    dalfopristina inibe a fase inicial e a quinupristina a fase final da formao da protena bacteriana. A resistncia

    antimicrobiana est associada resistncia a ambos os

    componentes.

  • As estreptograminas so bactericidas ou bacteriostticas e

    apresentam atividade contra uma ampla variedade de bactrias gram-positivas; concentrao inibitria mnima

    (CIM) de 2 mg/litro ou menos indica sensibilidade. So

    bacteriostticas contra Enterococcus faecium vancomicina-resistente (CIM90 1 a 4 mg/l) e praticamente inativas contra E. faecalis (CIM90 de 4 a 32 mg/l). So bactericidas contra MSSA e Streptococcus pyogenes. Estudos preliminares sugerem atividade contra MRSA, S. agalactiae, Corynebacterium jeikeium, S. epidermidis e S. pneumoniae.

    So ativas in vitro, entre outros, contra espcies de

    Mycoplasma (incluindo M. pneumoniae), Chlamydia trachomatis, L. monocytogenes e Bacteroides spp. H. influenzae moderadamente suscetvel.

    A dose usual recomendada para infeces graves de 7,5

    mg/kg de peso corporal, administrada via venosa em soro glicosado a 5%, durante um perodo de 60 minutos a cada 8

    ou 12 horas. Alguns estudos sugerem doses de 4,5 a 6 mg/kg a cada 12 horas para pneumonia pneumoccica e erisipela de

    membros inferiores. No necessrio ajuste de dose nos idosos, obesos ou em pacientes com disfuno renal ou em

    dilise peritoneal. Experincia limitada em pacientes peditricos tambm tem demonstrado ser desnecessrio o

    ajuste de doses nessa faixa etria.

    As estreptograminas so rapidamente distribudas para os

    tecidos; no penetram no sistema nervoso central e no atravessam a barreira placentria em concentraes

    significativas. So primariamente eliminadas pela bile.

    O efeito adverso mais comum tem sido inflamao no stio de

    administrao. Outros efeitos observados foram nusea, vmito, diarria, artralgia, mialgia, fraqueza muscular e rash

    cutneo.

    A interao medicamentosa relatada com a ciclosporina (aumento de trs vezes na concentrao srica do

    imunossupressor).

    Esta nova classe de antimicrobianos deve ser reservada para

    uso em infeces graves, com risco de vida, para as quais no haja teraputica alternativa.

    Oxazolidinonas

  • As oxazolidinonas so um novo grupo de antibiticos

    sintticos, disponibilizado para uso clnico no ano 2000, na teraputica de infeces por microrganismos gram-positivos,

    especialmente patgenos multirresistentes, como enterococo

    vancomicina-resistente e MRSA.

    So inibidores da sntese protica, ligando-se subunidade ribossomal 50S, mas seu mecanismo de ao ainda no est

    plenamente estabelecido. Esta ligao competitivamente inibida pelo cloranfenicol e pela lincomicina.

    So bacteriostticos para uma variedade de bactrias, especialmente as gram-positivas, incluindo MRSA, estafilococo

    coagulase-negativo, Enterococcus spp. vancomicina-resistente e pneumococo penicilina-resistente. Foi relatada sensibilidade

    para M. tuberculosis.

    A linezolida o antibitico pertencente a esta classe disponvel no nosso meio. completamente absorvida pelo

    trato digestivo, possibilitando a transio da teraputica venosa para a oral. A dose recomendada para adultos, tanto

    EV quanto oral, de 600 mg a cada 12 horas. No necessrio

    ajuste de doses na insuficincia renal, nos idosos e na disfuno heptica leve a moderada. Deve ser administrada

    dose suplementar aps hemodilise. Tem baixa penetrao no sistema nervoso central e nos ossos (14% a 23% da

    concentrao plasmtica em modelos animais). Estudos de metabolismo indicam que 80% a 85% da droga so

    eliminados na urina e 7% a 12% nas fezes.

    Os eventos adversos mais comuns so os relacionados com o trato gastrointestinal. Relato de descolorao da lngua e

    cefalia (2,5%), e relato de fibrilao atrial, um de disfuno

    heptica e outro de pancreatite.

    A linezolida est indicada nas infeces por microrganismos gram-positivos multirresistentes, nas quais no haja

    alternativa teraputica.

    Anfotericina B

    Este antifngico polinico atua alterando a permeabilidade

    celular a partir da ligao a molculas de ergosterol da membrana celular.

    Apresenta baixa absoro por via oral, baixas concentraes

    no SNC, e seu metabolismo e excreo so pouco entendidos,

    mas no exige ajuste na insuficincia renal. Possui

  • nefrotoxicidade dose-dependente por produzir isquemia

    glomerular e venular por vasoconstrio. Produz alteraes tubulares com perda de bicarbonato, acompanhada da perda

    de potssio para manter o nion gap (acidose tubular renal).

    H anemia por provvel inibio da produo de eritropoetina. Produz nusea, vmitos, anorexia, flebite e, raramente,

    leucopenia e plaquetopenia. Durante a infuso podem ocorrer febre, calafrios e queda de presso arterial, o que pode ser

    minimizado com pr-medicao com antitrmico e/ou 25-50 mg de hidrocortisona e/ou meperidina.

    O uso da dose-teste de 1 mg, infundida em 30 minutos antes

    de iniciada a teraputica, recomendado, porm j est em desuso, uma vez que a reao anafiltica idiossincrtica e

    no-dose-dependente, mas o fato que pacientes com doena

    rapidamente progressiva devem receber dose plena j nas primeiras 24 horas.

    A dose diria de 0,5 a 1 mg/kg/dia, e se a opo for por dias

    alternados, deve-se dobrar a dose diria, no ultrapassando a dose de 1,5 mg/kg/dia. A manuteno da dose diria quando

    usada em dias alternados um erro relativamente comum.

    A apresentao da droga em disperso coloidal (complexo de

    anfotericina B e sulfato de colesterol na relao 1:1) ligeiramente menos txica.

    A relao custo-benefcio dessa apresentao encontra-se por

    ser estabelecida.

    Fluconazol

    Este antifngico tem tima absoro oral, atingindo bom nvel em todos os tecidos, incluindo o SNC. Tem excreo renal,

    devendo a dose ser ajustada na insuficincia renal. bem estabelecido o seu uso no tratamento da meningite

    criptoccica e na cndida cutaneomucosa. H dados na literatura mostrando que pacientes com mais de 12 anos, no-

    neutropnicos com candidase sistmica, apresentam os mesmos ndices de cura, quando seu uso comparado com o

    de anfotericina B. Os efeitos colaterais mais comuns se referem ao trato digestivo e hipersensibilidade. Como age

    inibindo a sntese do ergosterol, atua como antagnico

    anfotericina B.

  • Antibiticos Profilticos

    Uma das maiores aplicaes dos antimicrobianos destina-se na profilaxia. O seu uso aplica-se a um sem-nmero de

    situaes clnicas (doena valvular cardaca, proteo aps a exposio a doenas de grande infectividade) e cirrgicas,

    produzindo uma indiscutvel revoluo nesses campos. No se pode esquecer os grandes benefcios que esse tipo de

    aplicao trouxe para o paciente. certamente aqui que se situa a melhor relao custo-beneficio desses agentes. Este

    enorme benefcio e o elevado zelo de muitos clnicos e cirurgies em relao aos seus pacientes provocam o uso

    inadequado nessas situaes. Os erros mais freqentes so:

    1. O uso de drogas para cobrir germes improvveis para

    aquela situao clnico-cirrgica. Em geral, h tendncia a se usar um espectro maior do que o necessrio, privilegiando

    drogas de ltima gerao, com base na impresso de que esta atitude estaria conferindo maior proteo ao paciente.

    Infelizmente isto no ocorre, e s expe o paciente a um maior risco de efeitos colaterais e seleo de flora.

    2. O uso dos antibiticos por um perodo mais longo do que o recomendado, na esperana de se conseguir maior segurana.

    Infelizmente, trabalhos experimentais elegantemente controlados demonstram a inutilidade de tal tentativa, e os

    riscos desse uso so um fato real e bem-documentado.

    3. O no-uso no momento em que este mais eficaz. Nas indicaes cirrgicas esse momento antes da inciso da pele

    e varia com as diversas indicaes clnicas. Por diversas razes esse uso na hora certa no ocorre.

    4. No ministrar doses suplementares nos procedimentos de longa durao, ou com sangramento excessivo.

    Podemos observar que esses erros so oriundos do esforo

    para oferecer o que h de melhor para o paciente, protegendo-o ao mximo. Outra causa de erro a dificuldade em lembrar-

    se dos inmeros esquemas propostos para uma enorme

    variedade de situaes. Esses aspectos transformam a profilaxia em um importante campo para os enganos, devendo

    por isto ser alvo prioritrio do sistema de auditoria de antibiticos.

    Os inmeros esforos dos servios de controle de infeco

    hospitalar para obter a adeso ao uso correto de antibiticos profilticos muitas vezes levam o corpo clnico a pensar que os

  • profissionais que os compem so contrrios

    quimioprofilaxia, o que se constitui em outro perigoso engano.

    necessrio demonstrar os enormes benefcios do uso correto

    e os riscos oriundos do mau uso e determinar claramente os limites. O grande desafio fornecer uma profilaxia com

    caractersticas de qualidade, ou seja, o esquema certo, para a pessoa certa, na quantidade certa e na hora certa.

    Antibioticoprofilaxia Cirrgica

    Os antimicrobianos produziram verdadeira revoluo na cirurgia. Com essas drogas o nvel de segurana da

    interveno aumentou significativamente, diminuindo a morbimortalidade ligada aos procedimentos. Os benefcios

    foram de tal monta que se passou a valorizar menos algumas das prticas preventivas essenciais (anti-sepsia de campo,

    escovao das mos etc.), com base na falsa segurana que essas drogas introduziram. Este certamente um dos efeitos

    indesejveis da quimioprofilaxia, no-mensurado, de maior importncia. Nenhuma medida isolada pode substituir as

    diversas aes necessrias para se evitar a ocorrncia de

    infeco do stio cirrgico (ver apndice tabelas de rotinas). As medidas necessrias vo desde a correta indicao do

    procedimento, preparo pr-operatrio, disponibilidade de materiais e equipamentos em condies de esterilidade, at o

    conjunto de aes prprias do per e ps-operatrio.

    Alguns conceitos norteiam a antibioticoprofilaxia cirrgica. O seu conhecimento permite a otimizao do uso. Sabe-se que

    as bactrias contaminam sempre uma ferida cirrgica. O que varia com o tipo de cirurgia e com os cuidados pr e

    peroperatrios o tamanho desse inculo. exatamente da

    relao entre virulncia do agente, tamanho do inculo e defesas do paciente que se determina a ocorrncia ou no de

    infeco. As bactrias so semeadas no espao intersticial da ferida cirrgica e so presas dentro de cogulos de fibrina ou

    em pequenos hematomas.

    Os antibiticos devem, portanto, atingir nveis timos no interstcio e nesses cogulos para que a profilaxia seja eficaz.

    Nesses cogulos de fibrina e hematomas a relao entre sua superfcie e volume muito baixa, o que dificulta a penetrao

    do antibitico, no permitindo que nveis adequados da droga

    sejam alcanados no seu interior. No entanto, se o antibitico estiver presente no soro enquanto a coagulao est

    ocorrendo, a droga ser adicionada antes do processo se completar, determinando bons nveis de antibitico no interior

  • dos cogulos e inativando as bactrias que porventura

    estejam presentes no seu interior. Com base nestas evidncias, fica clara a necessidade de um bom nvel srico no

    momento em que se faz a inciso da pele. Caso isto no ocorra

    haver formao de cogulos sem antibitico, permitindo a sobrevida bacteriana por um longo perodo. To logo as

    condies tissulares permitam, elas se multiplicaro, produzindo o quadro infeccioso. Estas so as bases para se

    recomendar o uso do antibitico por via venosa, antecedendo a inciso de pele, permitindo que a droga esteja no pico srico

    naquele momento. intil o uso prolongado, levando-se em conta que a penetrao nos cogulos escassa .

    Essas bases da profilaxia foram estabelecidas em estudos

    animais, realizados por Burke, em 1961, com inculos

    padronizados de S. aureus, que mostraram a enorme diferena de eficcia medida que a dose de antibitico se distanciava

    do pr-operatrio em direo ao ps-operatrio. Quando ministrado aps trs horas da inciso, a eficcia dos

    antibiticos era desprezvel.

    Indicaes

    Encontra-se indicado o seu uso se o risco de infeco

    incisional for maior do que 5% (feridas potencialmente contaminadas e contaminadas nas infectadas, o uso do antibitico teraputico). Nos procedimentos de muito baixa incidncia, a relao risco-beneficio no justifica seu uso.

    Outra boa indicao compreende aqueles procedimentos em

    que, caso ocorra infeco, as conseqncias possam ser graves ou ameaadoras vida. Aqui se enquadram as

    cirurgias cardacas e do sistema nervoso central, assim como

    as oftalmolgicas.

    Os pacientes imunossuprimidos apresentam elevado risco de infeco incisional, o que justifica o emprego de

    antimicrobianos nessa subpopulao.

    Diretrizes

    Deve-se usar a via endovenosa e completar a infuso do antibitico 30 minutos antes do incio da cirurgia (na induo

  • anestsica), para que a droga esteja no pico no momento da

    inciso.

    No se deve alterar a dose nica em presena de insuficincia

    renal.

    Nos procedimentos prolongados ou com perda importante de sangue (mais de um litro), deve-se administrar uma segunda

    dose, especialmente em cirurgia cardaca com circulao extracorprea e ortopdica com prtese.

    Na maioria dos procedimentos usa-se cefalosporina de primeira gerao. Caso seja necessria uma segunda dose, o

    intervalo ser de duas horas para a cefalotina e de trs horas para a cefazolina, ou o intervalo de uma ou duas meias-vidas

    da droga escolhida para a profilaxia.

    Os antibiticos no devem ser dados por longos perodos, pois

    aumentam o custo e o risco de efeitos colaterais, promovem emergncia de bactrias resistentes e no apresentam

    qualquer benefcio.

    A seguir encontram-se sugestes de antibioticoprofilaxia para vrios procedimentos cirrgicos.

    Os procedimentos no-mencionados no apresentam indicao para uso.

    Indicaes Esquemas de Antibioticoprofilaxia Cirrgica

  • Antibioticoprofilaxia Cirrgica para Adultos

    (Ver Quadro 13-1,

    Quadro 13-2,

    Quadro 13-3

  • O uso de antimicrobianos pode ser til para prevenir doenas tanto nos pacientes como nos trabalhadores da rea de sade

    (ver Preveno das Infeces Nosocomiais Ocupacionais).

    e Quadro 13-4)

  • Antibioticoprofilaxia Clnica (Quadro 13-5)

    Teraputica das Infeces Bacterianas

  • (ver Quadro 13-6,

  • Quadro 13-7,

  • Quadro 13-8,

  • Quadro 13-9,

  • Quadro 13-10,

  • Quadro 13-11,

  • Quadro 13-12,

  • Quadro 13-13

  • e Quadro 13-14)

  • Endoftalmite

    (ver Figura 1)

  • Tratamento das Infeces Fngicas

    (ver Quadro 13-17,

    Quadro 13-18)

  • Infeces Parasitrias Por Protozorios Intestinais

    (ver Quadro 13-20)

  • Diagnstico Diferencial de Febre e Infiltrados Pulmonares em

    Receptores de Transplante de rgos

    (ver Quadro 13-21)

    Infeces no Paciente Imunodeprimido

    (ver Quadro 13-19)

  • Paciente HIV Positivo

    (ver Quadro 13-22)

    Preveno da Transmisso Vertical do HIV Materno-Fetal

    Esquema longo (escolha):

    Iniciar a partir da 14a semana de gravidez

    AZT

    Pr-Natal: 100 mg VO 5 vezes ao dia, ou

    300 mg VO 2 vezes ao dia

    Intraparto: 2 mg/kg EV por 1 hora e seguir com 1

    mg/kg/hora EV at o parto

    Ps-parto: RN 2amg/kg/dose VO de 6/6h a partir da 8a hora de vida, por 6 semanas

  • Esquema curto

    A partir da 36a semana de gravidez

    AZT intraparto 300 mg VO de 3/3h at o parto

    RN: iniciar at 48 horas de vida 2 mg/kg VO de 6/6h ou 1,5

    mg/kg EV de 6/6h

    Se a gestante estiver em uso de anti-retrovirais antes de engravidar, suspend-los e reinici-los a partir da 12a-14a

    semanas

    Evitar o uso de indinavir e efavirenz

    AZT deve sempre fazer parte do esquema teraputico

    Terapia Associada ao Corticosteride

    Indicaes:

    Gradiente arterioalveolar de O2 > 35 mmHg

    Ou, PaO2 < 70 mmHg com Fio2 = 21%

    Dose (pacientes > 13 anos de idade)

    Prednisona:

    1o ao 10o dia: 40 mg VO, 1 vez ao dia

    11o ao 21o dia: 20 mg VO, 1 vez ao dia

    Profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinii (PPC) em paciente HIV-positivo

    Fim