USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS: mais perto que imaginamos Dra Luci Corrêa Coordenadora do Serviço...
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USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS:
mais perto que imaginamos
Dra Luci CorrêaCoordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do
Hospital Israelita Albert Einstein
Médica da Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Escola Paulista de Medicina
Uso racional de antimicrobianos
Porque
Como
Porque
Como
Uso de antimicrobianos e
resistência bacteriana
Archibald. Antimicrobial resistance in isolates from inpatients and outpatients in the United States: increasing importance of the intensive care units. Clin Infect Dis 1997;24(2):211-5
COMUNIDADE
HOSPITALHOSPITAL
Disseminação de bactérias
multiresistentes
COMUNIDADE
Taxas elevadas de IH e resistência
bacteriana
UTI
Distribuição das taxas médias de resistência antimicrobiana (%), jan 1998 a jun 2002
Microrganismo UTIOutras
unidades
MRSASCN-MREnterococos resistente a vancomicinaP.aeruginosa resistente a ciprofloxacinaP.aeruginosa resistente a levofloxacinaP.aeruginosa resistente a imipenemP.aeruginosa resistente a ceftazidimaP.aeruginosa resistente a piperacilinaEnterobacter spp resistente a cefalosp. 3a ger.Enterobacter spp resistente a carbapenemKlebsiella pneumoniae resistente a cefalosp. 3a ger.E.coli resistente a cefalosp. 3a ger.E.coli resistente a quinolonaPneumococo resistente a penicilinaPneumococo resistente a cefotaxima/ceftriaxona
51.375.712.836.337.819.613.917.526.30.86.11.25.8
20.68.2
41.464.012.027.028.912.78.3
11.519.81.15.71.15.3
19.28.1
NNIS System Report. Am J Infect Control 2002;30:458-75
Proporção de bactérias resistentes Proporção de bactérias resistentes associadas a IHs nos Estados Unidosassociadas a IHs nos Estados Unidos
MR-SCNMR-SCN
MRSAMRSA
VREVRE
UTIUTI
Não UTINão UTI
Harbarth S. Curr Opinion Infect Dis 2001;14:437-42
0.3 / 0.4
7.9 / 13.6
Emergência de MRSA fora do ambiente hospitalar
Dados do sistema NNIS, 1996 -1999
05
10152025303540
% M
RSA
Outpatient Non-ICU inpatient ICU patients
1996-1997 1998-1999
All Non-Duplicate Laboratory Isolates (50 hospitals reporting over 4 years). Emerg Infect Dis 2002
40%
A dinâmica da resistência bacteriana no ambiente hospitalar – possíveis determinantes da disseminação da resistência
MicrorganismoMecanismo de resistênciaFacilidade de transferência do gene de resistênciaVirulência
Fatores relacionados ao pacienteInóculoPresença de corpos estranhosDefesas/sistema imuneVacinaçãoFlora normal, comensal
Uso de antimicrobianosDoseNúmero de drogasDuração do tratamentoEspectro de atividadeConcentrações teciduais
Fatores ambientaisTransmissão cruzadaMedidas de controleDetecção laboratorial
ISOLAMENTO DA BACTÉRIA RESISTENTE
Polk. In: Wenzel. Prevention and control of nosocomial infections, 2003, 4 th ed. chapter 13:153Harbarth. Emerg Infect Dis 2005;11(6):794-801
Políticas de saúdeAtividades promocionais pela indústria farmacêuticaDesenvolvi/o de novas tecnologias
A taxa de resistência depende de ...
Uso de antimicrobianos na instituição A taxa de transmissão cruzada de
microrganismos resistentes Entrada de microrganismos resistentes
provenientes da comunidade
Wenzel. NEJM 2000;343:1961-3
A importância de cada uma destas variáveis é desconhecida e
provavelmente varia entre os diferentes patógenos
O uso de antimicrobianos em O uso de antimicrobianos em hospitais é freqüente?hospitais é freqüente?
Os antimicrobianos são a 2Os antimicrobianos são a 2aa classe de drogas classe de drogas
mais utilizadamais utilizada
São responsáveis por 20 a 50% das despesas São responsáveis por 20 a 50% das despesas
hospitalares com medicamentoshospitalares com medicamentos
Dados dos hospitais americanos mostram que Dados dos hospitais americanos mostram que
25 a 40% dos pacientes recebem algum 25 a 40% dos pacientes recebem algum
antimicrobiano durante sua hospitalizaçãoantimicrobiano durante sua hospitalizaçãoSaenz Llorens. Pediatric Infect Dis 2000;19:200-6Wolf. Clin Infect Dis 1993;17(suppl 2):S 346-51Paladino. Am J Health Syst Pharm 2000;57(suppl 2):S10-2Howard. Clin Infect Dis 2001;33(9):1573-8
O uso de antimicrobianos em O uso de antimicrobianos em hospitais está longe do ideal...hospitais está longe do ideal...
Muitos pacientes recebem ATM desnecessariamenteMuitos pacientes recebem ATM desnecessariamente
Em unidades cirúrgicas: 38 a 48% dos pacientes com Em unidades cirúrgicas: 38 a 48% dos pacientes com
ATM não tinham evidência de infecçãoATM não tinham evidência de infecçãoKunin. Ann Intern Med 1973;79:555-60 Kunin. Ann Intern Med 1973;79:555-60
30 a 70% dos tratamentos com antimicrobianos são 30 a 70% dos tratamentos com antimicrobianos são
inadequadosinadequadosKunin. Rev Infect Dis 1987;9(suppl 3):S270-85Kunin. Rev Infect Dis 1987;9(suppl 3):S270-85
Nyquist. Pediatr Ann 1999;28:453-9Nyquist. Pediatr Ann 1999;28:453-9
Em hospitais brasileiros o uso incorreto é cerca de 50%Em hospitais brasileiros o uso incorreto é cerca de 50%Marangoni 1979; Martins 1981; Cardo 1989Marangoni 1979; Martins 1981; Cardo 1989
A procura da segurança ...A procura da segurança ...
Mudanças nos padrões de prescrição de ATM exigem
mudanças no comportamento médico
Percepção médica em relação ao uso de antimicrobianos e resistência
Objetivo: medir o conhecimento, atitudes e percepção dos médicos sobre uso de ATM e resistência
Local: Johns Hopkins hospital, Baltimore Questionário com 75 questões
179 responderam (67%)88% acreditam que a resistência é um problema
mundial e 72% concordam que este é um problema no seu hospital
97% concordaram que o uso adequado de ATM reduz resistência
Srinivasan. Ann Intern Med 2004;164:1451-6
Percepção médica em relação ao uso de antimicrobianos e resistência
32% não haviam realizado nenhuma educação formal em ATM no último ano
90% queriam mais treinamento em uso de ATM
Srinivasan. Ann Intern Med 2004;164:1451-6
1. Os médicos tem consciência do problema da
resistência e acreditam que o uso mais adequado
de ATM pode auxiliar a sua resolução
2. Conhecimento distinto entre as especialidades em
relação ao uso de ATM
Avaliação da percepção, crença, atitude e conhecimento médico em relação à resistência
bacteriana aos antimicrobianos
Local: Hospital São Paulo Aplicação de um questionário baseado nas estratégias
apresentadas na Campanha para Prevenção da Resistência Bacteriana (CDC)
Participantes: 310 médicos (10.6% preceptores e 89.4% residentes) 99.9% afirmaram que resistência antimicrobiana é um problema 97.7% concordaram que médicos usam ATM mais que o
necessário 86.1% acreditam que falta de conhecimento técnico dificuldade
para adequação de ATM Consideraram campanhas como uma medida pouco efetiva Divulgação de perfil de sensibilidade é mais efetivo
Guerra CM. Tese mestrado, UNIFESP, 2006
O que há de novo depois da da penicilina?
Novos antibióticos aprovados nos Estados Unidos, 1983-2002
Spellberg. Clin Infect Dis 2004;38(9):1279
Redução de 56% comparando 1998-2002 a 1983-871998 a 2002: 225 novas drogas aprovadas pelo FDA
3% novos agentes antibacterianos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1983-1987 1988-1992 1993-1997 1998-2002
Período
No
de
no
vos
anti
bió
tico
s
Novos antibióticos aprovados pelo FDA deste 1998
Droga Ano de aprovação
Novo mecanismo de ação
Rifapentina
Quinupristin-dalfopristin
Moxifloxacina
Gatifloxacina
Linezolida
Cefditoren pivoxil
Ertapenem
Gemifloxacin
Daptomicina
1998
1999
1999
1999
2000
2001
2001
2003
2003
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Neste período:2 novos antifúngicos (caspofungina e voriconazol)2 novos antiparasitários (atovaquone/proguanil e nitazoxanide)9 novos antivirais 5 antiretrovirais
Spellberg. Clin Infect Dis 2004;38(9):1279
Racional para concentrar esforços na prevenção e controle de
bactérias resistentes
Emergência destas bactérias como importantes agentes de IH
Opções terapêuticas limitadas resultando em alta morbi-mortalidade
Resistência antimicrobianaSoluções possíveis
Intervenções
Pacientes
Médicos
Profissionais de saúde
Instituição
O controle da resistência requer a O controle da resistência requer a implementação de dois processosimplementação de dois processos
I. A prática de medidas de controle para I. A prática de medidas de controle para
limitar a disseminação de limitar a disseminação de
microrganismos resistentesmicrorganismos resistentes
II. Uma política de boa utilização dos II. Uma política de boa utilização dos
antimicrobianosantimicrobianos
Estratégias para otimizar o uso de antimicrobianos nos hospitais
I. Otimizar o uso de ATM na profilaxia cirúrgica
II. Otimizar a escolha e duração da terapia antimicrobiana empírica
III. Melhorar a forma de prescrever ATM por meio da educação
IV. Monitorar e promover feedback das taxas de resistência antimicrobiana
V. Desenvolver protocolos para o uso de ATM (guidelines)
Goldman. JAMA 1996;275:234-40SHEA position paper. Infect Control Hosp Epidemiol 1997;18:275Nouwen JL. Clin Infect Dis 2006:42:776-7
Recomendações e ProtocolosRecomendações e ProtocolosCDCCDC
SHEASHEAIDSAIDSA
outras sociedadesoutras sociedades
Comissão Hospitalar para o Controle da Comissão Hospitalar para o Controle da Resistência AntimicrobianaResistência Antimicrobiana
SCIHSCIH infectologistasinfectologistas médicosmédicos enfermeirosenfermeiros laboratório de laboratório de microbiologiamicrobiologia
farmáciafarmácia
Desenvolvimento e Desenvolvimento e implementação de implementação de políticas e normaspolíticas e normas
Educação do StaffEducação do Staffestratégias de controle de IHestratégias de controle de IHestratégias de uso racional de estratégias de uso racional de
antimicrobianosantimicrobianos
AdministraçãoAdministraçãohospitalar hospitalar
Análise:Análise:Qualidade da Qualidade da assistênciaassistência
Evolução dos Evolução dos pacientespacientes
Auditoria externaAuditoria externaJCAHOJCAHOoutrosoutros
SHEA position paper. ICHE 1997;18:289Murthy. CHEST 2001;119:409S
No Brasil:No Brasil:
Ministério da Saúde (portaria 930, 1992)Ministério da Saúde (portaria 930, 1992)
estabeleceu a obrigatoriedade do Programa estabeleceu a obrigatoriedade do Programa
de Racionalização de Antimicrobianos de Racionalização de Antimicrobianos
dentro das Comissões de Controle de dentro das Comissões de Controle de
Infecção HospitalarInfecção Hospitalar
A distribuição de antimicrobianos e os seus A distribuição de antimicrobianos e os seus níveis de controleníveis de controle
ImportaçãoImportação ExportaçãoExportação
Produção domésticaProdução doméstica
Uso em humanosUso em humanos
HospitaisHospitais FarmáciasFarmácias
Prescrição médicaPrescrição médica
Paciente/ConsumidorPaciente/Consumidor
CONTROLE CONTROLE GOVERNAMENTALGOVERNAMENTAL
CONTROLE CONTROLE INSTITUCIONALINSTITUCIONAL
CONTROLE CONTROLE EDUCACIONALEDUCACIONAL
Exemplos de cartazes educativos dirigidos a pacientes contra o uso abusivo de antimicrobianos
Uso racional de antimicrobianos
Porque
Como
Na prática, quais são as formas mais Na prática, quais são as formas mais utilizadas para promover o uso racional utilizadas para promover o uso racional
de antimicrobianos?de antimicrobianos? Medidas educativasMedidas educativas
Medidas restritivasMedidas restritivas
restrição do formulário terapêuticorestrição do formulário terapêutico
justificativa por escritojustificativa por escrito
alertas e suspensão pelo computadoralertas e suspensão pelo computador
sistemas de suporte decisionalsistemas de suporte decisional
guias terapêuticosguias terapêuticos
rodizio de antimicrobianosrodizio de antimicrobianos
A Balança dos CustosA Balança dos Custos
• uso de ATM (adequação uso de ATM (adequação do tempo e dose)do tempo e dose)• uso de ATM de maior uso de ATM de maior espectro e maior custoespectro e maior custo• incidência de infecções incidência de infecções por microrganismos por microrganismos resistentesresistentes
• Gastos com equipe Gastos com equipe especializadaespecializada• InformatizaçãoInformatização
Laboratório de Laboratório de MicrobiologiaMicrobiologiaFarmáciaFarmáciaPrescriçãoPrescrição
Racionalização do uso de antimicrobianos Racionalização do uso de antimicrobianos com equipe especializadacom equipe especializada
Programas de Racionalização Programas de Racionalização do Uso de Antimicrobianosdo Uso de Antimicrobianos
restrição do formulário terapêuticorestrição do formulário terapêutico
justificativa por escritojustificativa por escrito
alertas e suspensão pelo computadoralertas e suspensão pelo computador
sistemas de suporte decisionalsistemas de suporte decisional
guias terapêuticosguias terapêuticos
rodizio de antimicrobianosrodizio de antimicrobianos
Comissão de Comissão de Epidemiologia Epidemiologia
HospitalarHospitalar
Diretoria Diretoria ClínicaClínica
Racionalização de Racionalização de AntimicrobianosAntimicrobianos
Controle de Controle de Infecção HospitalarInfecção Hospitalar
Vigilância Vigilância EpidemiológicaEpidemiológica
Hospital São Paulo - UNIFESPHospital São Paulo - UNIFESP
17 ANOS DE RACIONALIZAÇÃO17 ANOS DE RACIONALIZAÇÃO DO USO DE ANTIMICROBIANOSDO USO DE ANTIMICROBIANOS
NO HOSPITAL SÃO PAULONO HOSPITAL SÃO PAULOUNIFESPUNIFESP
1989 - 20051989 - 2005
LOCAL:LOCAL: Hospital São Paulo UNIFESP - EPM Hospital São Paulo UNIFESP - EPM Aproximadamente 600 leitosAproximadamente 600 leitos
FILOSOFIA:FILOSOFIA: educação continuadaeducação continuada
JUSTIFICATIVA POR ESCRITO:JUSTIFICATIVA POR ESCRITO: fichaficha
AVALIAÇÃO:AVALIAÇÃO: três médicos e pós-graduandos, segunda a três médicos e pós-graduandos, segunda a sexta-feirasexta-feiraANÁLISE DAS FICHAS:ANÁLISE DAS FICHAS: entre 24 e 48 horas (finais de entre 24 e 48 horas (finais de semana)semana)De acordo De acordo medicação liberada por no máximo 21 diasmedicação liberada por no máximo 21 diasContráriaContrária discussão do caso com o médico do paciente. discussão do caso com o médico do paciente. Só é alterada a prescrição com o consentimento desteSó é alterada a prescrição com o consentimento deste
Cefalosporinas de 2Cefalosporinas de 2aa Geração Geração Cefalosporinas de 3Cefalosporinas de 3aa Geração Geração Cefalosporinas de 4Cefalosporinas de 4aa Geração Geração VancomicinaVancomicina TeicoplaninaTeicoplanina CarbapenensCarbapenens Ciprofloxacina (EV) Ciprofloxacina (EV) LevofloxacinaLevofloxacina Aciclovir EVAciclovir EV Fluconazol EVFluconazol EV
Lista dos
Antimicrobianos
de Uso
Restrito
Polimixina BPolimixina B Ampicilina/SulbactamAmpicilina/Sulbactam Piperacilina/TazobactamPiperacilina/Tazobactam LinezolidaLinezolida
Médico do paciente prescreve um antimicrobiano Médico do paciente prescreve um antimicrobiano de uso restritode uso restrito
Preenchimento da ficha de solicitaçãoPreenchimento da ficha de solicitação
Digita no computadorDigita no computador
EnfermeiraEnfermeira
Envia à farmáciaEnvia à farmácia
Farmácia libera as doses p/as 24 horas iniciaisFarmácia libera as doses p/as 24 horas iniciais
ConcordaConcordadigita a solicitação no digita a solicitação no
computadorcomputador
Não concordaNão concordadiscute com o médico discute com o médico
do pacientedo paciente
Infectologistas avaliam as solicitaçõesInfectologistas avaliam as solicitações
Ficha para Solicitação dos Antimicrobianos de Uso RestritoFicha para Solicitação dos Antimicrobianos de Uso Restrito
Meronem 500mg
3 7
Jose Calasans dos Santos 1426421
Solicitações Recusadas no Período de Solicitações Recusadas no Período de
1989 a 20031989 a 2003
17,5
21,8 22,2 21,7
14,1
7,2
11,1
14,312,9
16,1
9,4
5,36,4
8,1
15,8
0
5
10
15
20
25
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
% de solicitações recusadas
Média de recusas: 13.6%Média de recusas: 13.6%Média de 9734 solicitações/anoMédia de 9734 solicitações/ano
Resistência aos antimicrobianos
Microrganismo %No de amostras
testadas
MRSA
P.aeruginosa resistente a ciprofloxacina
P.aeruginosa resistente a imipenem
P.aeruginosa resistente a ceftazidima
Klebsiella pneumoniae resistente a cefalosp. 3a ger.
Acinetobacter spp resistente a cefalosp. 3a ger.
Acinetobacter spp resistente a imipenem
58.8
44.4
48.1
46.3
78.3
51.4
31.4
34
54
54
54
46
35
35
Dados coletados durante a vigilância global das IHs – fev a abril de 2005
Como avaliar a efetividade da Como avaliar a efetividade da racionalização do uso de racionalização do uso de
antimicrobianosantimicrobianos• Indicadores microbiológicos Indicadores microbiológicos mensurados o perfil de mensurados o perfil de
resistência a um determinado antimicrobiano ou a resistência a um determinado antimicrobiano ou a ocorrência de determinados microrganismos, ocorrência de determinados microrganismos, considerados epidemiologicamente mais importantes, em considerados epidemiologicamente mais importantes, em certo período em setores do hospital.certo período em setores do hospital.
• Indicadores relacionados ao uso de antimicrobianos Indicadores relacionados ao uso de antimicrobianos consumo em DDDconsumo em DDD
• Auditorias Auditorias constituem-se em indicadores qualitativos do constituem-se em indicadores qualitativos do uso de antimicrobianos. Pode ser um instrumento útil e uso de antimicrobianos. Pode ser um instrumento útil e prático para direcionar o programa de racionalização do prático para direcionar o programa de racionalização do uso de antimicrobianos.uso de antimicrobianos.
Auditoria de estrutura e resultados em relação a um guia terapêutico implantado
Murthy R. Chest 2001;119:405S-411S
Profilaxia Antimicrobiana em CirurgiaProfilaxia Antimicrobiana em Cirurgia
• Em agosto de 2002 Em agosto de 2002 CDC, Centers for Medicare e Medicaid CDC, Centers for Medicare e Medicaid implementaram um projeto nacional: implementaram um projeto nacional: Surgical Infection ProjectSurgical Infection Project (SIP) (SIP)
• Objetivo: reduzir a morbi-mortalidade associada às ISC, promovendo a Objetivo: reduzir a morbi-mortalidade associada às ISC, promovendo a seleção adequada e o início correto da administração dos ATM profiláticos.seleção adequada e o início correto da administração dos ATM profiláticos.
• 3 indicadores para a vigilância nacional e 3 indicadores para a vigilância nacional e melhoria contínua:melhoria contínua:1)1) Proporção de pacs com ATM profilático iniciado até 1 Proporção de pacs com ATM profilático iniciado até 1
hora antes da incisão cirúrgica;hora antes da incisão cirúrgica;2)2) Proporção de pacs com ATM profilático de acordo Proporção de pacs com ATM profilático de acordo
com os protocolos descritos em literatura;com os protocolos descritos em literatura;
3)3) Proporção de pacs nos quais o ATM é descontinuado Proporção de pacs nos quais o ATM é descontinuado dentro de 24h após o final da cirurgia.dentro de 24h após o final da cirurgia.
Bratzler. Clin Infect Dis 2004;38:1706-15
Resumo dos Resumo dos guidelinesguidelines previamente publicados visando a profilaxia antimicrobiana previamente publicados visando a profilaxia antimicrobiana utilizados na vigilância nacional (Clin Infect Dis 2004;38:1706-15)utilizados na vigilância nacional (Clin Infect Dis 2004;38:1706-15)
Profilaxia antimicrobiana em cirurgia: impacto de um programa de intervenção na sua duração
Na UTI de adultos do HIAE em um levantamento realizado no ano de Na UTI de adultos do HIAE em um levantamento realizado no ano de
1999 havia 43% de inadequação no uso de antimicrobianos.1999 havia 43% de inadequação no uso de antimicrobianos.
Objetivo: elevar a adequação da profilaxia antimicrobiana em Objetivo: elevar a adequação da profilaxia antimicrobiana em
cirurgia.cirurgia.
Intervenção: suspensão do uso de antimicrobianos profiláticos após Intervenção: suspensão do uso de antimicrobianos profiláticos após
48h da realização da cirurgia para os pacientes admitidos na UTI 48h da realização da cirurgia para os pacientes admitidos na UTI
de adultos do HIAE. de adultos do HIAE.
Foi utilizada uma ferramenta da qualidade (PDCA – Plan, Do, Check, Foi utilizada uma ferramenta da qualidade (PDCA – Plan, Do, Check,
Act) para avaliação periódica deste processoAct) para avaliação periódica deste processo
Corrêa et al. Abstract. IX Congresso Brasileiro de Epidemiologia e Infecção Hospitalar, Salvador, 2004
PLAN (Planejar)PLAN (Planejar)PLAN (Planejar)PLAN (Planejar) A intervenção foi realizada através da divulgação entre os plantonistas A intervenção foi realizada através da divulgação entre os plantonistas
médicos da UTI, além do contato direto com várias equipes cirúrgicas.médicos da UTI, além do contato direto com várias equipes cirúrgicas.
Esse indicador foi implementado dentro do Centro de Terapia Esse indicador foi implementado dentro do Centro de Terapia Intensiva - Adulto (CTI-A) do HIAE e a reavaliação dar-se-ia após 4 Intensiva - Adulto (CTI-A) do HIAE e a reavaliação dar-se-ia após 4 meses do início do projeto;meses do início do projeto;
Na fase I (out/01 - fev/02) a meta proposta foi atingir 70% de Na fase I (out/01 - fev/02) a meta proposta foi atingir 70% de adequação nas prescrições de pacientes pós cirúrgicos com adequação nas prescrições de pacientes pós cirúrgicos com antibioticoprofilaxia.antibioticoprofilaxia.
DO (Executar)DO (Executar)DO (Executar)DO (Executar) Ao final da fase I (out/01 a fev/02), obtivemos 68% de aderência. Ao final da fase I (out/01 a fev/02), obtivemos 68% de aderência.
Focou-se principalmente o contato com as equipes cirúrgicas que Focou-se principalmente o contato com as equipes cirúrgicas que
tinham apresentado baixa aderência e faziam um número elevado de tinham apresentado baixa aderência e faziam um número elevado de
cirurgias cujos pacientes permaneciam por mais de 48 h no CTI.cirurgias cujos pacientes permaneciam por mais de 48 h no CTI.
CHECK (checar)CHECK (checar)CHECK (checar)CHECK (checar)
0
20
40
60
80
100
Cardí
aca
Gas
trocir
urgia
Orto
pedia
Neuro
cirur
gia
Vascu
lar
Torác
icaTot
al
%
Sim Não
0
20
40
60
80
100
Cardí
aca
Gas
trocir
urgia
Orto
pedia
Neuro
cirur
gia
Vascu
lar
Torác
icaTot
al
%
Sim Não
Antes e após o reforço do contato com as Antes e após o reforço do contato com as equipes cirúrgicasequipes cirúrgicas
ACT (continuidade)ACT (continuidade)ACT (continuidade)ACT (continuidade)
Adesão ao protocolo de antibioticoprofilaxia de outubro de 2005 a março de 2006
84%
16%
SIM
NÃO
Adesão por equipesde outubro de 2005 a março de 2006
020406080
100
%
Em outubro de 2003 este indicador passou a ser institucional e os dados são compilados a cada 3 meses. As intervenções e coleta de dados continuam a ser realizadas diariamente e a divulgação deve colaborar com a aceitação por parte de outras equipes cirúrgicas.
Redução de custos com a implantação de um Redução de custos com a implantação de um programa de profilaxia cirúrgica em um hospital programa de profilaxia cirúrgica em um hospital
privado de Ribeirão Preto, São Pauloprivado de Ribeirão Preto, São Paulo
• Objetivo: descrever a implementação e resultados de um programa de profilaxia antimicrobiana em cirurgia.
• Hospital privado de 180 leitos• Implementação de um protocolo de profilaxia
antimicrobiana em dez.94 (cirurgias obstétricas, ginecológicas, ortopédicas e cardio-torácicas)
• Doses dispensadas pela farmácia do CC.• Avaliado a aderência e custos do uso incorreto
Fonseca. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20:77-9
Custos associados a profilaxia Custos associados a profilaxia inadequadainadequada
Fonseca. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20:77-9
Para refletir...
As intervenções restritivas tem maior
impacto, a curto prazo, em relação as
medidas educativas
É difícil mensurar só o impacto de um
programa de racionalização de
antimicrobianos vs medidas de controle
Qual é a medida mais efetiva a longo prazo?