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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
AMANDA RODRIGUES INACIO
UTILIZAÇÃO DE GEOSSINTÉTICOS PARA LODOS
ATIVADOS DE AERAÇÃO PROLONGADA EM FLUXO
CONTÍNUO
CAMPINAS
2017
AMANDA RODRIGUES INACIO
UTILIZAÇÃO DE GEOSSINTÉTICOS PARA LODOS
ATIVADOS DE AERAÇÃO PROLONGADA EM FLUXO
CONTÍNUO
Dissertação de Mestrado apresentada a
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Unicamp, para obtenção do
título de Mestra em Engenharia Civil, na área
de Saneamento e Ambiente.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Gomes da Nave Mendes
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA
DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA AMANDA
RODRIGUES INACIO E ORIENTADA PELO PROF. DR. CARLOS
GOMES DA NAVE MENDES.
ASSINATURA DO ORIENTADOR
______________________________________
CAMPINAS
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
UTILIZAÇÃO DE GEOSSINTÉTICOS PARA LODOS ATIVADOS DE AERAÇÃO PROLONGADA EM FLUXO
CONTÍNUO
Amanda Rodrigues Inacio
Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:
Prof. Dr. Carlos Gomes da Nave Mendes Presidente e Orientador/Universidade Estadual de Campinas
Prof. Dr. Edson Aparecido Abdul Nour Universidade Estadual de Campinas
Prof. Dr. Eduardo Lucas Subtil Universidade Federal do ABC
A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se
no processo de vida acadêmica do aluno.
Campinas, 07 de agosto de 2017.
Dedico este trabalho à Damiana e Antônio, meus pais.
“De todas as virtudes latentes no sertanejo
A coragem é a mais abrangente e audaz.
É ela que transforma a estrutura raquítica
Em um super-homem capaz…”
AGRADECIMENTOS
À minha mãe, Damiana Rodrigues, que batalhou muito na vida para eu e minha irmã
ter condições de escolher uma profissão e dar andamento à nossa formação. O seu
carinho e o seu apoio em cada decisão que eu tomei, foram essenciais para que eu
acreditasse que quando queremos algo, sempre podemos ir em frente e alcançar
nosso objetivo. Tenho certeza que o meu pai, Antônio Inácio (in memorian), está
orgulhoso de todas nós.
Ao meu orientador, Carlos Gomes, só tenho a agradecer pela oportunidade que me
deu ao me aceitar como sua aluna. Sabíamos que o desafio seria grande ao realizar
um mestrado em paralelo ao meu trabalho, então ao longo dessa jornada quis honrar
o voto de confiança que me deu. Obrigada por todo aprendizado, pela troca de
experiências, por além de me aconselhar também me ouvir, e por me mostrar que o
verdadeiro mestre é aquele que, além de tudo, respeita e acredita no seu aprendiz.
Ao meu amigo de pesquisa, Oder Luiz, por toda ajuda na realização do experimento
e por todo conhecimento compartilhado. Foram quase 2 anos de um rico aprendizado
juntos e com certeza todo o seu apoio foi importante para a conclusão deste estudo.
Ao professor Edson Nour, por todas os conselhos ao longo da realização deste estudo
e, bem como ao professor Ariovaldo José, por todas as considerações e sugestões
que fizeram na qualificação.
Aos técnicos do Laboratório de Saneamento, Fernando, Daniel e Thiago, pelo auxílio
nas análises físico-químicas e microbiológicas.
À estagiária Katlyn Dias pelo auxílio nas análises físico-químicas.
Ao meu amigo de mestrado Raul pelo auxílio na realização das análises estatísticas
e ao amigo de trabalho Victor Rodrigues pelo auxílio no desenho 3D.
Ao meu noivo Rodrigo Sussulini, por todo carinho e apoio, além da paciência e
compreensão, principalmente nas minhas ausências ou nos finais de semana em que
precisamos ir ao Laboratório de Protótipos verificar a operação do reator.
À minha irmã, Rachel Rodrigues, por todo apoio e carinho nesta jornada, além de
todos os momentos de distração que sempre nos proporciona com seu riso fácil e jeito
leve de encarar a vida.
Ao meu sobrinho Enzo Kanai, que com sua alegria e inocência de criança me motiva
a querer ser uma pessoa melhor para ele e todos que estão ao nosso redor.
Aos meus professores da graduação, Eduardo Subtil, Rubens Chagas e Rodrigo
Bueno, que se tornaram amigos e desde à época das pesquisas na graduação me
incentivaram a realizar o mestrado. Vocês são exemplos de profissionais para mim.
Ao meu amigo Daniel Xavier, por todo apoio e incentivo e também pela troca de
experiência e sugestões ao longo deste estudo. Obrigada por todos os conselhos e
por me animar nos dias difíceis.
Aos meus amigos de trabalho do Senac que acompanharam todo este processo, Sara,
Lisane, Flávia, Rinaldi, Justine, Luciana, Viviane, Ana Paula, Moreno, Berenice e
Valéria por todo apoio e conselhos ao longo dessa jornada. Ter um time desses para
trabalhar é incrível e todas as conversas e risadas foram fundamentais para eu seguir
em frente.
Ao meu trio da graduação, Thais Mei, Mayara Mayer e Amanda Diniz, pela amizade,
carinho e apoio. Mesmo com quilômetros de distância, permaneceremos sempre
unidas.
À toda a minha família e amigos pelo apoio, carinho e compreensão com as minhas
ausências, além da motivação e incentivo para concluir este estudo com êxito.
E por fim, agradeço à vida por mais esta oportunidade de aprendizado e evolução
profissional e pessoal.
RESUMO
O sistema de lodos ativados de aeração prolongada é composto pelo tratamento
preliminar, reator biológico e decantador secundário que tem como característica
relevante a elevada área de implantação. Portanto, tem-se a proposta de sistemas
MBR (Biorretor com Membranas), onde esta etapa do sistema é substituída por um
processo de separação por membranas. Devido ao custo das membranas aplicadas
em sistemas MBR, tem-se a hipótese de aplicação de filtros com mantas
geossintéticas em substituição ao decantador secundário. Portanto, o objetivo deste
estudo foi avaliar o desempenho de um sistema de lodos ativados de aeração
prolongada em fluxo contínuo utilizando filtração em manta geossintética. O esgoto
sanitário utilizado nesta pesquisa apresentou características de origem doméstica.
Adotou-se o uso de um reator biológico com volume útil de 200L. Para a confecção
dos módulos de filtração foram utilizadas 2 mantas geossintéticas, denominadas
Manta Geossintética 1 e 2, combinadas com 3 tipos de espaçadores: TA - tela
antiderrapante feita em poliéster com revestimento em PVC; GT - geomanta
tridimensional feita em filamentos de polipropileno termosoldados; MA - manta acrílica
feita em 100% poliéster. Definiu-se a idade do lodo em 25 dias e o TDH em 18 horas.
Foram utilizados os seguintes Módulos de Filtração de forma intermitente com ciclos
operacionais de 24h cada: MG1-TA e MG1-GT (Etapa 1, 57 dias); MG2-TA e MG2-
GT (Etapa 2, 57 dias); MG1-MA e MG2-MA (Etapa 3, 66 dias); MG1-GT e MG2-GT
(Etapa 4, 24 dias) após processo de limpeza para reutilização. Para clarificação do
efluente, o Módulo de Filtração MG2-GT apresentou o melhor desempenho com
eficiência média de remoção de turbidez de 98,5% e remoção de SST de 99,0%. Para
matéria orgânica, o Módulo de Filtração MG2-GT apresentou melhor desempenho em
termos de DBO com eficiência média de remoção de 96,5% com efluente de
concentração média de 18,4mgO2/L. Para DQO, o Módulo de Filtração MG2-TA
alcançou o maior índice de remoção, com eficiência média de 95,6% para efluente de
concentração média de 45,6mg/L. Portanto, verifica-se que em termos de qualidade
de efluente final é possível substituir o decantador secundário do sistema de lodos
ativados por filtração em manta geossintética. Porém, é necessário aprimorar a
técnica para minimizar o processo de depósitos na superfície das mantas
geossintéticas.
Palavras – Chave: Lodos Ativados; Biorreator com Membranas; Manta Geossintética.
ABSTRACT
The extended aeration activated sludge system is composed by the preliminary
treatment, biological reactor and secondary decanter that has as relevant
characteristic the high area of implantation. Therefore, we have proposed MBR
systems (Biorretor with Membranes), where this stage of the system is replaced by a
membrane separation process. Due to the cost of the membranes applied in MBR
systems, it is hypothesized to apply filters with geosynthetic blankets instead of the
secondary decanter. Therefore, the objective of this study was to evaluate the
performance of a continuous flow extended aeration activated sludge system using
geosynthetic blanket filtration. The sanitary sewage used in this research had
characteristics of domestic origin. The use of a biological reactor with a useful volume
of 200L was adopted. For the preparation of the filtration modules, 2 geosynthetic
blankets were used, named Geosynthetic Blanket 1 and 2, combined with 3 types of
spacers: TA - anti-slip fabric made of polyester with PVC coating; GT - three-
dimensional geomanta made of heat-sealed polypropylene filaments; MA - acrylic
blanket made in 100% polyester. The age of the sludge was defined in 25 days and
the HDT in 18 hours. The following Filtration Modules were used intermittently with 24-
hour operating cycles each: MG1-TA and MG1-GT (Step 1, 57 days); MG2-TA and
MG2-GT (Step 2, 57 days); MG1-MA and MG2-MA (Step 3, 66 days); MG1-GT and
MG2-GT (Step 4, 24 days) after cleaning process for reuse. In order to clarify the
effluent, the MG2-GT Filtration Module presented the best performance with average
turbidity removal efficiency of 98.5% and removal of SST of 99.0%. For organic matter,
the MG2-GT Filtration Module presented better performance in terms of BOD with
average removal efficiency of 96.5% with effluent of 18.4 mgO2/L average
concentration. For COD, the MG2-TA Filtration Module achieved the highest removal
rate, with an average efficiency of 95.6% for a mean concentration effluent of
45.6mg/L. Therefore, it can be verified that in terms of final effluent quality it is possible
to replace the secondary decanter of the activated sludge system by geosynthetic
blanket filtration. However, it is necessary to improve the technique to minimize the
deposit process on the surface of geosynthetic blankets.
Keywords: Activated Sludge; Membrane Bioreactor; Geosynthetic blanket.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Esquema das unidades da etapa biológica do sistema de Lodo Ativado.
Adaptado de Von Sperling (2012). ............................................................................ 31
Figura 2: Fluxograma de um sistema de lodos ativados convencional. Adaptado de
Von Sperling (2012). ................................................................................................. 34
Figura 3: Fluxograma de um sistema de lodos ativados de fluxo intermitente
(batelada). Adaptado de Von Sperling (2012). .......................................................... 35
Figura 4: Fluxograma de um sistema de lodos ativados de aeração prolongada em
fluxo contínuo. Adaptado de Von Sperling (2012). .................................................... 38
Figura 5: Princípio operacional das membranas semipermeáveis. ........................... 40
Figura 6: Comparativo entre processos clássicos de separação e os processos de
separação por membranas. Fonte: Habert, Borges & Nóbrega (2006). .................... 42
Figura 7: Sistema MBR com membrana externa. Adaptado de Subtil et al., 2013. ... 46
Figura 8: Sistema MBR com membrana submersa. Adaptado de Subtil et al., 2013.
.................................................................................................................................. 46
Figura 9: Imagem microscópica das fibras constituintes de manta geossintética. .... 58
Figura 10: Fluxo do Esgoto Bruto. ............................................................................. 63
Figura 11: Reator Biológico em 3 Dimensões. .......................................................... 64
Figura 12: Sistema de Aeração do Reator Biológico. ................................................ 65
Figura 13: 1 - Manta Geossintética 1; 2 - Manta Geossintética 2. ............................. 67
Figura 14: 1A - Manta Geossintética 1 com aumento de 40x e 1B - aumento de 100x.
2A - Manta Geossintética 2 com aumento de 40x e 2B - aumento de 100x. ............. 67
Figura 15: Dimensões utilizadas para as Mantas Geossintéticas. ............................ 68
Figura 16: A – Tela Antiderrapante ; B – Geomanta Tridimensional ; C – Manta Acrílica.
.................................................................................................................................. 68
Figura 17: Etapas de Montagem dos Módulos de Filtração. ..................................... 70
Figura 18: Teste de Determinação de Volume dos Módulos de Filtração. ................ 71
Figura 19: Módulos de Filtração. ............................................................................... 72
Figura 20: Operação do Reator Biológico. ................................................................ 73
Figura 21: Etapas do processo de Limpeza dos Módulos de Filtração para a Etapa 4.
.................................................................................................................................. 77
Figura 22: Pontos de Coleta para Análises Físico-Químicas. ................................... 79
Figura 23: Mecanismo para Retenção de Sólidos Grosseiros................................... 80
Figura 24: Procedimento para Desprendimento de Sólidos da Superfície dos Módulos
de Filtração. ............................................................................................................... 80
Figura 25: Procedimento para Teste de Colmatação. ............................................... 81
Figura 26: Microfauna do Inóculo na Partida do Sistema .......................................... 85
Figura 27: Comportamento do Módulo de Filtração durante a etapa de Ajustes
Operacionais. ............................................................................................................ 87
Figura 28: A - Módulo de Filtração antes da operação; B - Módulo de Filtração após a
colmatação. ............................................................................................................... 88
Figura 29: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-TA.
.................................................................................................................................. 94
Figura 30: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-TA.
.................................................................................................................................. 94
Figura 31: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-GT.
.................................................................................................................................. 95
Figura 32: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-GT.
.................................................................................................................................. 96
Figura 33: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-TA.
.................................................................................................................................. 97
Figura 34: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-TA.
.................................................................................................................................. 98
Figura 35: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-GT.
.................................................................................................................................. 99
Figura 36: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-GT.
.................................................................................................................................. 99
Figura 37: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-MA.
................................................................................................................................ 100
Figura 38: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-MA.
................................................................................................................................ 101
Figura 39: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-MA.
................................................................................................................................ 102
Figura 40: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-MA.
................................................................................................................................ 102
Figura 41: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-TA.
................................................................................................................................ 104
Figura 42: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-GT.
................................................................................................................................ 105
Figura 43: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-TA.
................................................................................................................................ 106
Figura 44: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-GT.
................................................................................................................................ 107
Figura 45: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-MA.
................................................................................................................................ 108
Figura 46: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-MA.
................................................................................................................................ 109
Figura 47: TDH e Potência da Bomba na reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
................................................................................................................................ 111
Figura 48: TDH e turbidez do efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT. .......................................................................................................................... 111
Figura 49: TDH e Potência da Bomba na reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
................................................................................................................................ 112
Figura 50: TDH e turbidez do efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT. .......................................................................................................................... 113
Figura 51: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-TA .......... 116
Figura 52: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG1-TA. ..... 116
Figura 53: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT. ......... 116
Figura 54: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG1-GT. .... 116
Figura 55: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para Turbidez. ................................. 117
Figura 56: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-TA. ......... 118
Figura 57: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG2-TA. ..... 118
Figura 58: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT. ......... 118
Figura 59: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG2-GT. .... 118
Figura 60: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para Turbidez. ................................. 119
Figura 61: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-MA. ........ 120
Figura 62: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG1-MA. .... 120
Figura 63: Turbidez do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-MA. ........ 120
Figura 64: Eficiência de remoção de turbidez do Módulo de Filtração MG2-MA. .... 120
Figura 65: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para Turbidez. ................................. 121
Figura 66: Turbidez do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT. .......................................................................................................................... 122
Figura 67: Eficiência de remoção de turbidez na reutilização do Módulo de Filtração
MG1-GT. ................................................................................................................. 122
Figura 68: Turbidez do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT. .......................................................................................................................... 122
Figura 69: Eficiência de remoção de turbidez na reutilização do Módulo de Filtração
MG2-GT. ................................................................................................................. 122
Figura 70: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para Turbidez. ................................. 123
Figura 71: Turbidez do Licor Misto ao longo das 4 Etapas de Operação. ............... 124
Figura 72: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-TA. ................ 127
Figura 73: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG1-TA. .......... 127
Figura 74: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT. ................ 127
Figura 75: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG1-GT. .......... 127
Figura 76: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-TA. ................ 128
Figura 77: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG2-TA. .......... 128
Figura 78: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT. ................ 129
Figura 79: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG2-GT. .......... 129
Figura 80: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-MA. ............... 130
Figura 81: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG1-MA. ......... 130
Figura 82: SST do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-MA. ............... 130
Figura 83: Eficiência de remoção de SST do Módulo de Filtração MG2-MA. ......... 130
Figura 84: SST do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
................................................................................................................................ 131
Figura 85: Eficiência de remoção de SST na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT. .......................................................................................................................... 131
Figura 86: SST do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
................................................................................................................................ 132
Figura 87: Eficiência de remoção de SST na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT. .......................................................................................................................... 132
Figura 88: Concentração de SST no licor misto ao longo das 4 etapas de operação.
................................................................................................................................ 133
Figura 89: Sólidos Sedimentáveis no Licor Misto. ................................................... 136
Figura 90: Índice Volumétrico de Lodo. ................................................................... 137
Figura 91: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-TA. ............... 139
Figura 92: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG1-TA. ......... 139
Figura 93: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT. ............... 140
Figura 94: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG1-GT. ......... 140
Figura 95: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-TA. ............... 140
Figura 96: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG2-TA. ......... 140
Figura 97: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT. ............... 141
Figura 98: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG2-GT. ......... 141
Figura 99: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-MA. .............. 141
Figura 100: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG1-MA........ 141
Figura 101: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-MA. ............ 142
Figura 102: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG2-MA........ 142
Figura 103: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização. ............................................................................................................. 143
Figura 104: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa
de reutilização. ........................................................................................................ 143
Figura 105: COD no afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização. ............................................................................................................. 143
Figura 106: Eficiência de remoção de COD do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa
de reutilização. ........................................................................................................ 143
Figura 107: Monitoramento do Carbono Orgânico Dissolvido no Licor Misto ao longo
das 4 etapas de operação. ...................................................................................... 144
Figura 108: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-TA. ............. 147
Figura 109: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG1-TA......... 147
Figura 110: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT. ............. 147
Figura 111: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG1-GT. ....... 147
Figura 112: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para DBO. ..................................... 148
Figura 113: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-TA. ............. 149
Figura 114: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG2-TA......... 149
Figura 115: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT. ............. 149
Figura 116: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG2-GT. ....... 149
Figura 117: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para DBO. ..................................... 150
Figura 118: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-MA. ............ 151
Figura 119: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG1-MA. ....... 151
Figura 120: DBO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-MA. ............ 151
Figura 121: Eficiência de remoção de DBO do Módulo de Filtração MG2-MA. ....... 151
Figura 122: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para DBO. ..................................... 152
Figura 123: DBO do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT. .......................................................................................................................... 153
Figura 124: Eficiência de remoção de DBO na reutilização do Módulo de Filtração
MG1-GT. ................................................................................................................. 153
Figura 125: DBO do afluente e efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT. .......................................................................................................................... 153
Figura 126: Eficiência de remoção de DBO na reutilização do Módulo de Filtração
MG2-GT. ................................................................................................................. 153
Figura 127: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para DBO. ..................................... 154
Figura 128: Concentração da Demanda Bioquímica de Oxigênio no Licor Misto.... 155
Figura 129: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-TA. ............. 158
Figura 130: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG1-TA. ....... 158
Figura 131: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT. ............ 158
Figura 132: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG1-GT. ....... 158
Figura 133: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para DQO. ..................................... 159
Figura 134: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-TA. ............. 160
Figura 135: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG2-TA. ....... 160
Figura 136: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT. ............ 160
Figura 137: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG2-GT. ....... 160
Figura 138: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para DQO. ..................................... 161
Figura 139: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-MA. ............ 162
Figura 140: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG1-MA. ...... 162
Figura 141: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-MA. ............ 162
Figura 142: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG2-MA. ...... 162
Figura 143: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para DQO. ..................................... 163
Figura 144: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização. ............................................................................................................. 164
Figura 145: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa
de reutilização. ........................................................................................................ 164
Figura 146: DQO do afluente e efluente do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização. ............................................................................................................. 164
Figura 147: Eficiência de remoção de DQO do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa
de reutilização. ........................................................................................................ 164
Figura 148: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para DQO. ..................................... 165
Figura 149: Demanda Química de Oxigênio no Licor Misto. ................................... 166
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características principais das variações do processo de lodos ativados. . 36
Tabela 2: Desenvolvimento histórico do uso de membranas. ................................... 41
Tabela 3: Processos de separação por membranas. ................................................ 42
Tabela 4: Aplicações dos processos de separação por membranas. ....................... 43
Tabela 5: Principais parâmetros operacionais do sistema de biorretor com
membranas. .............................................................................................................. 48
Tabela 6: Constituintes que podem afetar o depósito em membranas em biorreatores
com membrana. ........................................................................................................ 49
Tabela 7: Efeitos da aeração no processo de colmatação de membranas. .............. 51
Tabela 8: Influência da concentração de sólidos no processo de colmatação de
membranas. .............................................................................................................. 53
Tabela 9: Influência das substâncias poliméricas extracelulares (EPS) e produtos
microbianos solúveis (SMP) no processo de colmatação de membranas. ............... 54
Tabela 10: Características Físico-Químicas do Afluente. .......................................... 62
Tabela 11: Especificações da mantas geossintéticas de acordo com o fabricante. .. 66
Tabela 12: Características dos Módulos de Filtração. ............................................... 72
Tabela 13: Etapas de Operação. ............................................................................... 74
Tabela 14: Análises Laboratoriais. ............................................................................ 78
Tabela 15: Características Físico-Químicas do Biomassa. ....................................... 83
Tabela 16: Características Microbiológicas da Biomassa. ........................................ 84
Tabela 17: Resultados obtidos para a etapa de Ajustes Operacionais. .................... 86
Tabela 18: Características do lodo no início da Etapa 1. .......................................... 89
Tabela 19: Monitoramento de pH. ............................................................................. 90
Tabela 20: Monitoramento da Temperatura .............................................................. 91
Tabela 21: Monitoramento do Oxigênio Dissolvido. .................................................. 92
Tabela 22: Monitoramento da Turbidez. .................................................................. 114
Tabela 23: Sólidos em Suspensão Totais. .............................................................. 126
Tabela 24: Retenção de sólidos nos Módulos de Filtração. .................................... 134
Tabela 25: Sólidos Sedimentáveis - Licor Misto. ..................................................... 135
Tabela 26: Índice Volumétrico de Lodo. .................................................................. 136
Tabela 27: Monitoramento do Carbono Orgânico Dissolvido. ................................. 138
Tabela 28: Monitoramento da Demanda Bioquímica de Oxigênio. ......................... 145
Tabela 29: Monitoramento da Demanda Química de Oxigênio. .............................. 156
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 24
1.1. Estrutura do Trabalho ................................................................................... 25
2. HIPÓTESE .......................................................................................................... 27
3. OBJETIVOS ........................................................................................................ 28
3.1. Objetivo Geral .............................................................................................. 28
3.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 28
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 29
4.1. Saneamento e Saúde Pública ...................................................................... 29
4.2. Sistema de Lodos Ativados .......................................................................... 30
4.2.1. Variantes do Sistema de Lodos Ativados.................................................. 33
4.2.2. Lodos Ativados de Aeração Prolongada em Fluxo Contínuo .................... 37
4.3. Processo de Separação por Membranas ..................................................... 39
4.4. Biorreatores com Membranas (MBR) ........................................................... 45
4.4.1. Operação de Biorreatores com Membranas ............................................. 47
4.4.1.1. Fouling em Biorreatores com Membranas ............................................. 48
4.4.1.2. Aeração ................................................................................................. 51
4.4.1.3. Concentração de Sólidos Suspensos .................................................... 52
4.4.1.4. Substâncias Poliméricas Extracelulares (EPS) e Produtos Microbianos
Solúveis (SMP) ...................................................................................................... 53
4.4.1.5. Idade do Lodo ........................................................................................ 54
4.4.1.6. Pressão Transmembrana (PTM) e Fluxo Crítico ................................... 55
4.5. Manta Geossintética..................................................................................... 56
5. METODOLOGIA ................................................................................................. 61
5.1. Esgoto Sanitário ........................................................................................... 61
5.2. Aspectos Construtivos .................................................................................. 63
5.2.1. Reator Biológico ........................................................................................ 64
5.2.2. Mantas Geossintéticas .............................................................................. 65
5.2.3. Módulos de Filtração ................................................................................. 69
5.3. Operação do Reator ..................................................................................... 73
5.4. Etapas de Operação .................................................................................... 74
5.5. Limpeza e Reutilização dos Módulos de Filtração ....................................... 75
5.6. Análises Laboratoriais .................................................................................. 78
5.7. Manutenção do Sistema ............................................................................... 79
5.8. Teste de Colmatação ................................................................................... 81
5.9. Análise dos Resultados ................................................................................ 82
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 83
6.1. Aclimatação .................................................................................................. 83
6.2. Ajustes Operacionais ................................................................................... 85
6.3. Parâmetros de Controle Operacional ........................................................... 89
6.3.1. pH ............................................................................................................. 89
6.3.2. Temperatura ............................................................................................. 91
6.3.3. Oxigênio Dissolvido .................................................................................. 92
6.4. Desempenho das Membranas Geossintéticas ............................................. 93
6.4.1. Tempo de Detenção Hidráulica ................................................................. 93
6.4.2. Teste de Colmatação .............................................................................. 103
6.4.3. Reutilização dos Módulos de Filtração ................................................... 110
6.5. Qualidade do Efluente ................................................................................ 114
6.5.1. Turbidez .................................................................................................. 114
6.5.2. Série de Sólidos ...................................................................................... 125
6.5.2.1. Sólidos em Suspensão Total ............................................................... 125
6.5.2.2. Sólidos Sedimentáveis e IVL ............................................................... 135
6.5.3. Carbono Orgânico Dissolvido ................................................................. 138
6.5.4. Demanda Bioquímica de Oxigênio .......................................................... 145
6.5.5. Demanda Química de Oxigênio .............................................................. 156
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 168
7.1. Recomendações ........................................................................................ 170
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 171
APÊNDICE .............................................................................................................. 175
Etapa 1 ................................................................................................................. 175
Etapa 2 ................................................................................................................. 176
Etapa 3 ................................................................................................................. 177
Etapa 4 ................................................................................................................. 178
24
1. INTRODUÇÃO
A compreensão das relações existentes entre os serviços de saneamento básico,
promoção de saúde pública e preservação e conservação do meio ambiente constitui
uma das principais etapas do desenvolvimento de um modelo de planejamento de
sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Os processos biológicos de tratamento de esgoto são aqueles que dependem da ação
de microrganismos presentes nos esgotos, ou seja, ocorre por mecanismos
biológicos. Estes processos visam reproduzir os processos naturais que ocorrem em
um corpo d’água após o lançamento de despejos (JORDÃO & PESSÔA, 2014; VON
SPERLING, 2005).
Um dos processos biológicos de tratamento de esgoto amplamente aplicados no
Brasil e em outros países é o sistema de lodos ativados. De acordo com Metcalf &
Eddy (2016), o processo de lodos ativados é utilizado para tratamento biológico de
esgotos domésticos e industriais. Os precursores deste processo foram desenvolvidos
no início de 1880 na Inglaterra, a partir do estudo do processo de aeração de esgotos
em tanques desenvolvido por Dr. Angus Smith, que verificou a aceleração da oxidação
da matéria orgânica.
O sistema de lodos ativados de aeração prolongada é composto pelo tratamento
preliminar (grade e desarenador), reator biológico e decantador secundário (VON
SPERLING, 2012). Considerando então uma das características relevantes deste
sistema que é a elevada área para o decantador secundário, tem-se a proposta de
sistemas MBR (Membrane Bioreactor), onde esta etapa do sistema é substituída por
um processo de separação por membranas instalada no tanque de aeração ou
externo ao tanque.
A separação por membranas pode ser entendida como uma operação em que o fluxo
de alimentação é dividido em dois: o permeado, contendo o material que passou
através da membrana, e o concentrado, que contém o material que não passou
através da membrana (METCALF & EDDY, 2016).
O polímero utilizado para a fabricação das membranas pode ser o fluoreto de
polivinilideno (PVDF), polietileno (PE), polietersulfona (PES) e polipropileno (PP) com
25
várias técnicas de produção e projetos patenteados de diferentes fabricantes e
fornecedores (METCALF & EDDY, 2016). Porém, a aplicação generalizada do
processo MBR no Brasil ainda é limitada devido à fatores como a não fabricação de
membranas no país, falta de mão de obra qualificada para operação do sistema, falta
de informações técnicas e contribuições científicas nacionais e falta de incentivo
público (SUBTIL et al., 2013).
Segundo Schneider e Tsutiya (2001), à princípio qualquer material que permita a
síntese de filmes com porosidade controlada pode ser utilizado para a fabricação de
membranas.
De acordo com Hutten (2007), as mantas geossintéticas são constituídas por
estruturas de fibra aleatórias, geralmente na forma de folhas, e por sobreposição que
criam múltiplos poros conectados. Porém, a avaliação da aplicação das mantas
geossintéticas em sistemas MBR para tratamento de esgoto ainda é um desafio e há
poucos estudos sobre o tema.
Portanto, este estudo tem por objetivo avaliar o desempenho de um sistema de lodos
ativados de aeração prolongada em fluxo contínuo na modalidade de biorreator com
membranas - MBR, utilizando filtração em manta geossintética em substituição ao
decantador secundário do sistema para tratamento de esgoto sanitário.
1.1. Estrutura do Trabalho
O presente estudo foi realizado em seis fases distintas, sendo elas: Aclimatação,
Ajustes Operacionais, Etapa 1, Etapa 2, Etapa 3 e Etapa 4. O esgoto sanitário utilizado
para tratamento biológico nesta pesquisa é originado em algumas instalações da
Universidade Estadual de Campinas, como laboratórios, restaurantes, bancos, escola
e o Hospital de Clínicas situado na universidade. O mesmo apresenta características
típicas de esgoto sanitário.
O sistema experimental é constituído por um reator de lodos ativados de aeração
prolongada em fluxo contínuo em escala piloto com 200L de volume útil. Para a
realização deste estudo foram utilizadas 2 mantas geossintéticas denominadas de
Manta Geossintética 1 e Manta Geossintética 2. Como espaçadores foram utilizados
26
3 tipos de materiais, sendo eles: A - tela antiderrapante feita em poliéster com
revestimento em PVC; B - geomanta tridimensional feita em filamentos de
polipropileno termosoldados; C - manta acrílica.
Combinando as mantas geossintéticas com os espaçadores foi possível construir 6
configurações de módulos de filtração. Tais módulos de filtração foram operados de
forma intermitente em ciclos de 24h cada, a fim de se avaliar o comportamento de
diferentes módulos de filtração construídos em manta geossintética no tratamento de
esgoto sanitário
27
2. HIPÓTESE
Para este estudo, tem-se como hipóteses:
O decantador secundário de um sistema de lodos ativados de aeração
prolongada em fluxo contínuo pode ser substituído por um módulo de filtração,
construído com manta geossintética, para tratamento de esgoto sanitário;
O espaçador utilizado na construção dos módulos de filtração causa influência
na operação do processo de filtração com mantas geossintéticas.
28
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Este estudo tem por objetivo avaliar o desempenho de um sistema de lodos ativados
de aeração prolongada em fluxo contínuo, na modalidade de biorreator com
membranas submersas - SMBR, utilizando filtração em manta geossintética para
tratamento de esgoto sanitário.
3.2. Objetivos Específicos
Avaliar diferentes configurações de módulos de filtração construídos com
mantas geossintéticas e espaçadores para tratamento de esgoto sanitário;
Avaliar a influência do espaçador na operação dos módulos de filtração;
Avaliar o desempenho do sistema em relação à remoção de matéria orgânica
carbonácea;
Analisar condições de manutenção e substituição de materiais visando a
aplicação do sistema em escala real.
29
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Saneamento e Saúde Pública
A compreensão das relações existentes entre os serviços de saneamento básico,
promoção de saúde pública e preservação e conservação do meio ambiente constitui
uma das principais etapas do desenvolvimento de um modelo de planejamento de
sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
O conjunto de atividades que compõem o Saneamento Básico está diretamente ligado
à promoção de saúde pública de maneira preventiva. Segundo a Lei nº 11.445/07 –
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico – entende-se como saneamento
básico um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais que
compreende:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e
instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação
até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos
esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza
de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
Segundo Borja (2014), a garantia do acesso universal e de qualidade ao saneamento
básico no Brasil ainda é um grande desafio. Como outros serviços públicos essenciais,
30
os déficits denunciam o atraso do país na garantia de direitos básicos como acesso à
água e ao destino seguro dos dejetos e resíduos sólidos.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (2014), em 2014 o
serviço de abastecimento de água apresentou o seu maior índice na região Sudeste
do país, com 91,7%, e o menor índice foi para a região Norte, com 54,5%. Para o
serviço de coleta de esgoto, o maior índice foi na região Sudeste do país, com 78,3%
e o menor índice foi para a região Norte, com 7,9%. Para o serviço de tratamento de
esgoto, o maior índice foi o da região Centro-Oeste, com 46,4% e o menor índice foi
para a região Norte, com 14,4%. Como panorama geral, 49,8% do esgoto gerado no
Brasil é coletado, e apenas 40,8% é tratado.
Sendo assim, é evidente que no Brasil o processo de esgotamento sanitário ainda se
encontra com déficit de acesso por parte da população. A necessidade de
disseminação deste serviço somado às legislações que restringem as concentrações
de lançamento de material orgânico e nutrientes, bem como a redução de área
disponível para implantação de sistemas de tratamento de esgoto, faz com que seja
necessário o desenvolvimento de novos sistemas e tecnologias neste setor.
4.2. Sistema de Lodos Ativados
De acordo com Metcalf & Eddy (2016), o processo de lodos ativados é utilizado para
tratamento biológico de esgotos domésticos e industriais. Os precursores deste
processo foram desenvolvidos no início de 1880 na Inglaterra, a partir do estudo do
processo de aeração de esgotos em tanques desenvolvido por Dr. Angus Smith, que
verificou a aceleração da oxidação da matéria orgânica.
O sistema de lodos ativados é utilizado para o tratamento de esgotos domésticos e
industriais quando há a necessidade de obter uma qualidade elevada do efluente e
utilização de áreas reduzidas. No entanto, o sistema de lodo ativado inclui um índice
de mecanização superior ao de outros sistemas de tratamento, implicando em uma
operação mais sofisticada e em maiores consumos de energia elétrica (VON
SPERLING, 2012).
31
O processo básico do tratamento de efluentes por lodos ativados é constituído por um
reator no qual os microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico são
mantidos em suspensão e recebem o fornecimento de oxigênio por meio da aeração,
uma unidade de separação sólido – líquido, geralmente sendo um tanque de
sedimentação, e um sistema de recirculação de sólidos separados no sedimentador
para o reator (METCALF & EDDY, 2016; VON SPERLING, 2012). Tal configuração
básica pode ser observada na Figura 1:
Figura 1: Esquema das unidades da etapa biológica do sistema de Lodo Ativado. Adaptado de
Von Sperling (2012).
Segundo Jordão & Pessôa (2014), o lodo ativado é o floco produzido num esgoto bruto
ou decantado pelo crescimento de bactérias zoogleias ou outros organismos, na
presença de oxigênio dissolvido, e acumulado em concentração suficiente devido ao
retorno de flocos previamente formados. A estrutura do floco pode ser dividida em dois
níveis: macroestrutura e microestrutura. A macroestrutura é responsável pela
estruturação do lodo, sendo formada principalmente pelas bactérias filamentosas. A
microestrutura é constituída por bactérias formadoras do floco, sendo elas,
protozoários, micrometazoários e fungos que manterão a estrutura do floco. Ou seja,
uma característica importante do sistema de lodos ativados é a formação de sólidos
32
sedimentáveis floculentos que podem ser removidos por sedimentação gravitacional
(METCALF & EDDY, 2016).
O processo de tratamento no sistema de lodos ativados é do tipo biológico. No reator
ocorrem as reações bioquímicas de remoção da matéria orgânica e, em determinadas
condições, da matéria nitrogenada. A biomassa se utiliza do substrato presente no
esgoto bruto para se desenvolver. A matéria orgânica é em parte convertida em
biomassa bacteriana (lodo) e em parte mineralizada para CO2 e água. Devido às boas
características de sedimentabilidade do lodo, a biomassa bacteriana pode ser
separada do efluente tratado por simples sedimentação no decantador secundário,
permitindo que o efluente final saia clarificado (METCALF & EDDY,2003).
Os sólidos sedimentados no fundo do decantador secundário são recirculados, por
meio de bombeamento, para o tanque de aeração, aumentando a concentração de
biomassa ativa do mesmo, o que é responsável pela elevada eficiência do sistema.
Em virtude da recirculação do lodo, o tanque de aeração possui uma concentração
elevada de sólidos em suspensão e está concentração elevada possibilita que os
sólidos permaneçam no sistema por um tempo superior ao do líquido. Quanto maior
a permanência dos sólidos no sistema, maior será a eficiência do sistema, pois isto
permite que a biomassa tenha tempo suficiente para metabolizar praticamente toda a
matéria orgânica dos esgotos (VON SPERLING, 2012).
O tempo de retenção dos sólidos é denominado idade do lodo, e representa o tempo
médio que uma partícula de lodo permanece no sistema, podendo ser determinada
pela razão: massa de lodo no reator pela massa de lodo descarregada diariamente
(grosseiramente dividindo-se a quantidade de lodo (seco) contida no tanque de
aeração pela quantidade diária de lodo (seco) retirada do sistema como lodo em
excesso). É o parâmetro fundamental para o dimensionamento e operação de
sistemas de lodo ativado (VAN HAANDEL e MARAIS, 1999).
Segundo Metcalf & Eddy (2016), até a década de 1980, o objetivo principal dos
projetos de lodos ativados era atingir o padrão secundário de tratamento de remoção
de DBO e SST (sólidos suspensos totais) em 85%. Após esta década, começou a se
dar maior ênfase para o atendimento aos padrões de emissão mais restritivos, assim
como para a remoção de nutrientes, nitrogênio e fósforo.
33
Com novos objetivos, surgiram então vários processos de lodos ativados e
configurações de sistemas, com objetivo de: obtenção de efluente de melhor
qualidade; remoção de nutrientes; inovação tecnológica e melhor compreensão da
microbiologia; desenvolvimento tecnológico de equipamentos, materiais, controles e
processos, e redução de custos de implantação e operação dos sistemas,
principalmente em relação ao consumo de energia (METCALF & EDDY, 2016).
De acordo com Metcalf & Eddy (2016), atualmente há muitos usos do processo de
lodos ativados e os que utilizarem futuramente poderão incorporar a nitrificação,
remoção biologia de nitrogênio e ou remoção biológica de fósforo. Nos sistemas de
lodos ativados geralmente são utilizados reatores em série, operados em condições
aeróbias, anóxicas e anaeróbias.
Em muitos casos, o sistema de lodos ativados é utilizado em conjunto com processos
físicos e químicos para tratamento preliminar e primário do efluente, e como pós
tratamento, incluindo a desinfecção (METCALF & EDDY, 2016). Segundo Jordão &
Pessôa (2014), entre as principais vantagens do sistema de lodos ativados, podemos
citar: maior eficiência no tratamento de esgoto, maior flexibilidade de operação e
menor área requerida. Já entre as desvantagens, cita-se: operação delicada,
necessidade de completo controle de laboratório e maior custo de operação devido à
mecanização do sistema e consumo de energia.
4.2.1. Variantes do Sistema de Lodos Ativados
Os sistemas de lodos ativados podem ser classificados de duas formas, sendo elas
quanto à idade do lodo, onde o sistema poderá ser de lodos ativados convencional ou
de aeração prolongada, e quanto ao fluxo, onde o sistema poderá ser de fluxo
contínuo ou de fluxo intermitente (batelada) (VON SPERLING, 2012).
O sistema de lodos ativados convencional tem como parte integrante o tratamento
primário. É composto pela grade, desarenador, medidor de vazão, decantador
primário, reator e decantador secundário. Após o tratamento primário, parte da matéria
orgânica (em suspensão, sedimentável) é removida antes do tanque de aeração
através de um decantador primário (Figura 2), no intuito de economizar energia para
a aeração e reduzir o volume do reator (VON SPERLING, 2012).
34
Figura 2: Fluxograma de um sistema de lodos ativados convencional. Adaptado de Von Sperling
(2012).
A idade do lodo é usualmente na ordem de quatro a dez dias, e o tempo de detenção
hidráulica no reator é na ordem de seis a oito horas. Com esta idade do lodo é
necessária uma etapa de estabilização no tratamento do lodo, pois a biomassa
retirada do sistema de lodo excedente contém um elevado teor de matéria orgânica
armazenada nas suas células. Esta estabilização ocorre nos digestores primário e
secundário. Para reduzir o volume dos digestores, o lodo é submetido a uma etapa de
adensamento, na qual é retirada parte da umidade reduzindo o volume de lodo a ser
tratado (VON SPERLING, 2012).
O princípio do processo de lodos ativados em batelada consiste em um reator de
mistura completa, onde ocorrem todos os processos e operações normalmente
associados ao tratamento de lodos ativados, quais sejam, decantação primária,
oxidação biológica e decantação secundária em um único tanque. Utilizando um único
tanque, esses processos ocorrem de forma sequencial e não unidades separadas.
Este processo pode ser tanto convencional como de aeração prolongada, que é a
mais comum devido à sua simplicidade operacional (VON SPERLING, 2012;
METCALF & EDDY, 2003).
Todo o processo é através de ciclos de operação com durações definidas. Durante
todo o processo o lodo permanece no reator dispensando a utilização de reatores
separados. Estes ciclos normais de tratamento são: enchimento (entrada de esgoto
bruto); reação (aeração/mistura da massa liquida contida no reator); sedimentação
35
(sedimentação e separação dos sólidos em suspensão do esgoto tratado); descarte
do efluente tratado (retirada do esgoto tratado no reator); e repouso (ajuste de ciclos
e remoção de lodo excedente).
A duração de cada ciclo pode ser alterada de acordo com a vazão de afluente, das
necessidades do tratamento e das características do esgoto e da biomassa no
sistema. O processo é simplificado, composto por algumas unidades que são: grades,
desarenador e apenas um reator, como pode ser visto na Figura 3 (VON SPERLING,
2012):
Figura 3: Fluxograma de um sistema de lodos ativados de fluxo intermitente (batelada).
Adaptado de Von Sperling (2012).
De acordo com Jordão e Pessôa (2014), as variações do processo de lodos ativados,
surgiu pela necessidade da fuga das patentes inglesas, além da busca por economia,
com menor fornecimento de ar e melhores condições de lodo recirculado. Além disso,
houve evolução no processo para que considere a desnitrificação após a nitrificação,
quando necessário e a remoção biológica ou química do fósforo, caracterizando os
processos terciários com remoção de nutrientes, como os processos "Phoredox",
"Bardenpho", "PhopStrip", "A/O", "UCT", alguns patenteados. Há também o uso de
membranas como forma de separação da fase sólida, podendo suprimir o decantador
36
secundário e reduzir a produção de lodo. Na Tabela 1 é apresentado o resumo das
principais características das variações mais usuais do processo de lodos ativados.
Tabela 1: Características principais das variações do processo de lodos ativados.
Processo Característica
Aeração Escoamento
Mecânica Ar
Difuso Fluxo Pistão
Mistura Completa
Nitrificação Desnitrif.
Convencional Processo básico X X X Possível
Aeração decrescente
O ar é introduzido em quantidades
decrescente ao logo do tanque
X X Possível
Aeração Escalonada
O esgoto introduzido gradualmente ao longo
do tanque X X X Possível
Alta capacidade
Recebe a carga de DBO elevada em
presença de concentração
elevadas de sólidos
X X X X Não
Modificado Grau intermediário de
tratamento X X Não
Aeração prolongada
Estações compactas prescindem de
decantação primária X X X Sim
Mistura completa
Maior resistência a cargas de choque
X X X Possível
Estabilização por contato
O lodo recirculado é reaerado à parte do
tanque de aeração da mistura
X X X Possível
Processo Krauss
O sobrenadante da digestão é retornado ao sistema biológico
de aeração
X X Possível
Nitrificação Efluente com elevado
teor de nitrato X X X X Sim
Nitrificação-Desnitrificação
Efluente com baixo valor de nitrogênio
X X X Sim
Bardenpho/
PhotoStrip
Efluente com baixo valor de nitrogênio e
fósforo X X X Sim
UCT Efluente com baixo valor de nitrogênio e
(fósforo possível) X X X Sim
37
Processo Característica
Aeração Escoamento
Mecânica Ar
Difuso Fluxo Pistão
Mistura Completa
Nitrificação Desnitrif.
Valo de
Oxidação
Unidade de aeração prolongada, com rotor
de eixo horizontal X X Possível
Valo de fluxo orbital
Valos com rotor de eixo vertical, de maior
porte X X Possível
Oxigênio puro Fornecimento de
oxigênio puro X X Possível
Cíclicos ou
Sequencial em Batelada
Alterna a aeração e a decantação em um
mesmo tanque X X X Possível
Com seletores Uso de câmara anóxica inicial
X X X X Possível
MBR Biorreator com
Membranas X X Possível
MBBR Biorreator de Leito
Móvel X X X Possível
Lodo Aeróbio Granular
Formação de lodo aeróbio granular com
excelente sedimentação
X X X Possível
Fonte: Adaptado Jordão e Pessôa (2014)
Nesta pesquisa, o objeto de estudo é um sistema de lodos ativados de aeração
prolongada em fluxo contínuo. Tal configuração será abordada a seguir.
4.2.2. Lodos Ativados de Aeração Prolongada em Fluxo Contínuo
O sistema de lodos ativados de aeração prolongada é composto pelo tratamento
preliminar (grade e desarenador), reator biológico e decantador secundário, como
pode ser observado na Figura 4.
Nesta modalidade, o processo ocorre de forma que a biomassa permaneça no sistema
entre 18 e 30 dias e o tempo de detenção hidráulica é entre 16 e 24 horas. Com isso,
recebendo a mesma carga de matéria orgânica, haverá menor relação de alimento e
microrganismo, acelerando o processo de oxidação. Outra consequência é a
estabilização do lodo, pois como há menos matéria orgânica por unidade de volume
do tanque de aeração e por unidade de biomassa, as bactérias passam a utilizar de
forma intensa os seus processos metabólicos e a própria matéria orgânica
38
biodegradável que compõe suas células. Vale ressaltar que o consumo adicional de
oxigênio para a estabilização do lodo, através da respiração endógena, é significativo,
podendo ser maior que o consumo de oxigênio para metabolizar a matéria orgânica
presente no esgoto afluente através da respiração exógena (VON SPERLING, 2012;
JORDÃO & PESSÔA, 2014).
Figura 4: Fluxograma de um sistema de lodos ativados de aeração prolongada em fluxo
contínuo. Adaptado de Von Sperling (2012).
Como o lodo biológico formado no tanque de aeração já está estabilizado, evita-se ter
no sistema de aeração prolongada outra forma de geração de lodo que vá requerer
estabilização. Portanto, este sistema não possui decantador primário, evitando-se
então a necessidade de estabilizar o lodo primário que seria gerado. Por fim, ocorre
então uma simplificação do sistema, pois não há decantadores primários e nem
unidades de digestão de lodo (METCALF & EDDY, 2003; VON SPERLING, 2012;
JORDÃO & PESSÔA, 2014).
Porém, esta simplificação do sistema faz com que haja maior consumo de energia
para a aeração, uma vez que o lodo é estabilizado aerobiamente no tanque de
aeração. Mas, em contrapartida, a reduzida disponibilidade de alimento e sua quase
total assimilação faz com que esta variante dos sistemas de lodos ativados seja a mais
eficiente em termos de remoção de DBO (VON SPERLING, 2012).
39
Segundo Von Sperling (2012), vale ainda ressaltar outras características típicas do
sistema de lodos ativados de aeração prolongada, sendo elas: ocorrência do processo
de nitrificação consistente, elevado volume do tanque de aeração devido ao tempo de
detenção hidráulica, elevada área do decantador secundário devido à maior carga de
sólidos, elevado consumo de oxigênio e razoável produção de lodo.
Considerando então uma das características relevantes deste sistema que é a
elevada área para o decantador secundário, tem-se a proposta de sistemas MBR
(Membrane Bioreactor), onde esta etapa do sistema é substituída por um processo de
separação por membranas instalada no tanque de aeração ou externo ao tanque. Tal
processo é abordado a seguir.
4.3. Processo de Separação por Membranas
Nos sistemas com membranas, a separação sólido e líquido ocorre por meio de
filtração ou retenção. Entende-se por filtração o processo na qual ocorre a separação
de um material particulado e coloidal de um líquido. Na filtração ou separação por
membranas a faixa de tamanho das partículas se estende até incluir as substâncias
dissolvidas (METCALF e EDDY, 2003).
A separação por membranas pode ser entendida como uma operação em que o fluxo
de alimentação é dividido em dois: o permeado, contendo o material que passou
através da membrana, e o concentrado, que contém o material que não passou
através da membrana, conforme a Figura 5 (METCALF & EDDY, 2016).
Os processos de separação por membranas são tecnologias onde as partículas em
suspensão e o material coloidal presentes no esgoto são separadas do efluente por
meio de membranas, com espessura da ordem de 0,20 a 0,25 µm. A membrana atua
assim como uma barreira semipermeável e seletiva limitando de forma parcial ou total
a passagem dos componentes que se deseja reter (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
40
Figura 5: Princípio operacional das membranas semipermeáveis.
De acordo com Habert, Borges & Nóbrega (2006), a partir da década de 1970,
complementando os processos clássicos de separação como destilação, filtração,
absorção, troca iônica, centrifugação, entre outros, surgiu uma nova classe de
processos que utilizam membranas sintéticas como barreira seletiva. As membranas
surgem como uma tentativa de imitar as membranas naturais, principalmente quanto
as suas características de seletividade e permeabilidade.
Foi em 1969 que se publicou a Patente nº 3,472,765 (EUA), para William E. Budd e
Robert W. Okey da Dorr-Oliver para um processo que integrava o sistema de lodo
ativado completamente misturado com a tecnologia de separação por membrana. A
utilização de membranas para a remoção da água de lodo ativado no reator biológico
aconteceu pela primeira em 1974 em Pikes Peak, CO, pela empresa Dorr Oliver,
porém não se mostrou economicamente viável para a aplicação comercial (METCALF
& EDDY, 2016).
De acordo com Metcalf & Eddy (2016), os projetos iniciais que empregavam
membranas operavam com fluxo tangencial instaladas em vasos de pressão fora dos
tanques de aeração, apresentando elevado consumo de energia para bombeamento
do licor misto através dos módulos de membrana para controle de depósitos. A
instalação da unidade de separação por membranas dentro do reator biológico e a
utilização de bolhas grossas para a aeração, já no final da década de 1980, propiciou
a redução do consumo de energia e viabilizou a aplicação do processo biológico com
membranas submersas.
Os sistemas com membranas com menor consumo de energia, utilizando membranas
planas, foram inicialmente comercializados no Japão para tratamento de efluentes,
pela empresa Kubota, em 1990. Após quase três anos, a empresa Zenon desenvolveu
41
o sistema ZeeWeed® que utilizava membrana de fibra oca e foi instalado em Stoney
Creek, Canadá. A primeira unidade MBR utilizada para tratamento biológico de
efluente foi instalada nos Estados Unidos da América em 1998, na Estação de
Tratamento de Efluentes de Lone Tree Creek, Colorado (METCALF & EDDY, 2016).
De acordo com Fane et al. (2011), o uso de membranas em laboratório vem sendo
estudado desde o início do século XX. A Tabela 2, apresenta uma relação das
aplicações da filtração por membranas a partir da década de 1860 até o seu uso mais
moderno em MBR.
Tabela 2: Desenvolvimento histórico do uso de membranas.
Ano O que foi desenvolvido Pesquisadores
1860–1880s Membranas semipermeáveis Traube (1867), Pfeffer (1877), Gibbs
(1878) e van’t Hoff (1887)
1907-1920 Membranas microporosas Zsigmondy
1920s Protótipo de osmose reversa Michaelis (1926), Manegod (1929) e
McBain (1931)
1930s Membranas de eletrodiálise Meyer e Sievers (1936)
1950s Membranas, microfiltração,
hemodiálise Diversos pesquisadores
1963 Membranas de osmose reversa
anisotrópicas Loeb e Sourirajan
1968 Conceitos de evaporação, Módulos de
osmose reversa Aptel, Neel, e Westmorland
1977 Membranas de composição fina Cadotte
1970-1980 Osmose reversa, microfiltração,
ultrafiltração e eletrodiálise Diversos pesquisadores
1980s Processo industrial de separação de
gases por membranas Henis e Tripodi (1980)
1989 Membrana submersa (Biorreator) Yamamoto
2000 Biorreator com membranas associada ao sistema de lodos ativados de fluxo
intermitente Choo e Stensel
2009 Biorreator submerso com leito móvel
em bateladas Yang et al.
Fonte: Adaptado de Fane et al. (2011)
De acordo com Judd (2011), os processos de separação por membrana mais comuns
em tratamento de águas e efluentes são: Microfiltração, Ultrafiltração, Nanofiltração e
Osmose Reversa. Tais processos são classificadas do maior para menor diâmetro de
poro, respectivamente, conforme a Tabela 3:
42
Tabela 3: Processos de separação por membranas.
Processo Características
Microfiltração Separação de sólidos suspensos da água por peneiramento através de
macroporos (> 0,050 µm)
Ultrafiltração Separação por peneiramento através de mesoporos (0,002-0,050 µm)
Nanofiltração
Separação através de uma combinação de rejeição de carga, solubilidade-
difusividade e através do peneiramento por microporos
(< 0,002 µm)
Osmose Reversa Separação alcançada em virtude da diferença de solubilidade e taxas de
difusão da água e solutos na água (< 0,002µm)
Fonte: Adaptado de Judd (2011).
A Figura 6 compara os processos de separação por membranas com outros
processos de separação em função das espécies de separação:
Figura 6: Comparativo entre processos clássicos de separação e os processos de separação
por membranas. Fonte: Habert, Borges & Nóbrega (2006).
Nas membranas usadas em tratamento de esgoto, os processos comumente
aplicados são a microfiltração e a ultrafiltração, onde a microfiltração objetiva remover
completamente a turbidez e outras suspensões de matéria coloidal, e a ultrafiltração,
43
complementa esta remoção, incluindo colóides, proteínas e carboidratos. A decisão
pelo uso de membranas se baseia na qualidade desejada do efluente e aspectos
econômicos (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
Os módulos de membrana podem ser classificados também por sua configuração. Há
seis principais configurações atualmente empregados sendo que todos apresentam
vários benefícios práticos e limitações, as quais compreendem: fibra-oca, placa plana,
tubular, tubo capilar, espiral e cartucho. Porém, comercialmente predomina-se as
configurações de placa plana, fibra oca e tubular (JUDD, 2011).
Os módulos de membranas de fibra oca apresentam a vantagem de serem mais
baratos de se produzir do que os de placa plana, além de permitirem a retrolavagem.
Em contrapartida, devido ao menor controle hidrodinâmico dos módulos de fibra-oca,
eles são mais suscetíveis ao "fouling" (depósitos na membranas) e requerem uma
frequência maior de lavagem de limpeza.
Os processos de separação por membranas vêm sendo aplicados por diversos
setores, como indústria química, área médica, área de saneamento, etc. Alguns
exemplos destas aplicações podem ser observados na Tabela 4:
Tabela 4: Aplicações dos processos de separação por membranas.
Área Aplicações
Tratamento de Água e Efluentes
Dessalinização;
Eliminação de traços orgânicos;
Desmineralização de águas para caldeiras;
Água ultrapura para indústria eletrônica;
Tratamento de efluentes
Tratamento de Efluentes Industriais
Separação água e óleo;
Recuperação de índigo e PVA – Têxtil;
Recuperação de íons metálicos – Couro;
Recuperação de proteínas – Laticínio;
Tratamento e Água – Papel e Celulose.
Química
Quebra de azeótropo benzeno/hexano;
Recuperação de H2 – Síntese da amônia;
Fracionamento CO2/CH4;
Fracionamento do ar: gás inerte e corrente rica
em O2.
44
Área Aplicações
Biotecnologia e Farmacêutica
Separação de substâncias termolábeis;
Desidratação do etanol;
Purificação de enzimas;
Fracionamento de proteínas;
Esterilização de meios de fermentação;
Biorreatores à membrana.
Alimentos e Bebidas
Concentração de leite;
Concentração do soro de queijo;
Concentração de sucos de fruta;
Clarificação e desalcoolização de vinhos e
cervejas.
Medicina
Rim artificial – Hemodiálise;
Pulmão artificial – Oxigenadores;
Ar enriquecido em oxigênio;
Esterilização de soluções injetáveis;
Dosagem controlada de remédios.
Fonte: Habert, Borges & Nóbrega (2006).
O material da membrana deve ser formado ou configurado de tal modo a permitir que
o líquido passe através dele. Um número de diferentes materiais poliméricos e de
cerâmica são usados para formar membranas. As membranas compreendem
geralmente uma camada superficial fina, que proporciona a seleção requerida em
cima de um suporte mais grosso mais aberto, poroso, que proporciona estabilidade
mecânica (JUDD, 2011).
As membranas são geralmente fabricadas para terem uma porosidade de superfície
elevada e distribuição estreita de tamanhos de poros para proporcionar o mais alto
rendimento e seletividade. A membrana também deve ser mecanicamente forte (isto
é, ter integridade estrutural). Por último, o material deve ter resistência a ataques
químicos e térmicos, isto é, situações extremas de temperatura, de pH e / ou
concentração de oxidante que normalmente surgem quando a membrana é limpa
quimicamente, além de oferecer resistência ao “fouling” (JUDD, 2011).
O polímero utilizado para a fabricação das membranas pode ser o fluoreto de
polivinilideno (PVDF), polietileno (PE), polietersulfona (PES) e polipropileno (PP) com
45
várias técnicas de produção e projetos patenteados de diferentes fabricantes e
fornecedores (METCALF & EDDY, 2016).
Este estudo avalia o uso de manta de geossintética como material para o processo de
separação por membranas e tal material é abordado a seguir.
4.4. Biorreatores com Membranas (MBR)
Segundo Judd (2011), o termo “biorreator com membranas” (MBR) aplica-se a todos
os processos de tratamento de água e águas residuárias que integram uma
membrana de permeabilidade seletiva com um processo biológico. Todos os
processos MBR comerciais disponíveis atualmente empregam a membrana como um
filtro, rejeitando os materiais sólidos desenvolvidos pelo processo biológico para
fornecer um produto clarificado e desinfetado.
Os biorreatores com membranas exploram a elevada capacidade de separação da
tecnologia de membranas para eliminar os problemas de separação de biomassa
presentes nos sistemas de sedimentação por gravidade, especialmente para flocos
pequenos e partículas coloidais. No decantador secundário, a força matriz, ou seja, a
diferença de densidade entre o floco e a água, está relacionada somente com a massa
e estrutura do floco, o qual não é diretamente controlado (SUBTIL et al., 2013).
Os biorretores com membranas possuem duas configurações, sendo elas: biorreator
com membranas pressurizadas externas ao biorreator, ou biorreator com membranas
sob vácuo submersas no biorreator, ou comumente chamados na termologia inglesa:
"Sidestream Membrane Biorreators" (sMBR) e "Immersed Membrane Biorreators"
(iMBR), respectivamente MBR com membranas externa e MBR com membrana
submersa (JUDD, 2011; SUBTIL et al., 2013).
Segundo Judd (2011), no sistema de membranas externas, as membranas são
instaladas em módulos fechados que são alimentados com o lodo ativado. O
permeado é encaminhado para a disposição desejada enquanto o lodo concentrado
retorna para o biorreator como lodo de retorno. Já o sistema com membranas
submersas, consiste em elementos de membranas imersos em um tanque, submetido
à pressão atmosférica. A força motriz é a coluna d’água sobre os elementos ou o
46
vácuo, gerado por bomba ou sifão. Por conta das baixas pressões de operação, este
sistema é eficaz energeticamente, porém, em virtude do baixo fluxo, a área das
membranas necessária para o tratamento é superior aos sistemas com configurações
pressurizadas. Tais configurações dos sistemas de biorreatores com membranas
podem ser observadas na Figura 7 e 8:
Figura 7: Sistema MBR com membrana externa. Adaptado de Subtil et al., 2013.
Figura 8: Sistema MBR com membrana submersa. Adaptado de Subtil et al., 2013.
De acordo com Metcalf & Eddy (2016), a utilização de membranas para separação
sólido – líquido apresenta diversas vantagens em comparação ao processo de lodos
ativados com a utilização de clarificadores gravitacionais (decantadores). Entre tais
vantagens, pode-se citar:
47
a) Menor área para instalação (50% da área requerida pelo sistema de lodo
ativado convencional) em função da operação com maior concentração de
sólidos no licor misto (8000 a 12000 mg/L) e da eliminação do decantador
secundário;
b) Operação simplificada sem a preocupação com a possibilidade de ocorrência
de bactérias filamentosas no lodo ativado (que dificultam a sedimentação);
c) Obtenção de efluente com qualidade adequada para reuso devido à elevada
retenção de sólidos através das membranas;
d) Menor dosagem de desinfetante devido à baixa turbidez do efluente.
Já em relação as desvantagens do sistema MBR podem ser citadas o alto consumo
de energia, a necessidade de substituição das membranas e também a necessidade
de realização de operações de limpeza química para o controle de depósito nas
membranas (METCALF & EDDY, 2016).
De acordo com Jordão e Pessôa (2014), as principais vantagens da aplicação de
membranas em processos de lodos ativados consistem na remoção de sólidos, alta
eficiência de remoção de matéria orgânica e de nutrientes, e elevada capacidade de
remoção de microrganismos. O efluente final apresenta características como DBO e
SST < 5mg/L; Coliformes Fecais < 10 NMP/100mL; Turbidez <1uT.
Embora o uso de membranas no tratamento biológico de esgoto sanitário seja mais
comum quando associado ao sistema de lodos ativados, também é possível aplicar
as membranas em série após o tratamento secundário, disponibilizando o efluente
para algum reuso (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
A seguir será abordado o processo de operação de Biorreatores com Membranas.
4.4.1. Operação de Biorreatores com Membranas
O bom funcionamento do MBR não se resume apenas ao controle do reator biológico,
mas também é a operação do sistema de membranas, dentro de condições
específicas, que vão determinar altas produções de permeado com a qualidade
desejada com o mínimo de limpezas químicas (BEZERRA & MATSUMOTO, 2011).
48
A Tabela 5 apresenta os principais parâmetros operacionais do sistema de
biorreatores com membrana:
Tabela 5: Principais parâmetros operacionais do sistema de biorretor com membranas.
Parâmetros Operacionais MBRs aeróbia
Fluxo (L/m2.h): Instantâneo 25-35
Fluxo (L/m2.h): Sustentável 15-25
Tempo de Detenção Hidráulica (h) 1-9
Tempo de Retenção de Lodo (d) >10
Produção de lodo (kg SS/kg DQO.d) <0,25
Tempo de vida das membranas (anos) 5-10
Concentração de SSTA (g/L) 12-15
Pressão Transmembrana (bar) <0,2
Relação A/M (kg DQO/kg SSTA*.d) <0,2
Carga orgânica volumétrica (kg DQO/m3.d) >20
Taxa de aeração (Nm ar/m3 licor misto) 20-30
Consumo de energia para filtração (kWh/m3) 0,2-0,4
Para aeração da membrana (%) 80-90
Bombeamento para extração do permeado (%) 10-20
Tamanho da estação (m2/m3.d-1) 0,4-1,0
Fonte: Subtil et al., 2013.
O desempenho de um biorreator com membranas depende de certos fatores
operacionais que influenciam diretamente no funcionamento da membrana. Tais
fatores são abordados a seguir.
4.4.1.1. Fouling em Biorreatores com Membranas
O termo "fouling" ou depósitos é usado para descrever o potencial de deposição e
acumulação dos constituintes da suspensão biológica sobre a membrana. Este
depósito pode interferir em diversos aspectos relativos ao desempenho do sistema,
como por exemplo: permeabilidade da membrana, vida útil das membranas,
necessidade de pré-tratamento, métodos de limpeza, dentre outros (METCALF &
EDDY, 2003).
49
Nos biorreatores com membrana, a incrustação pode ocorrer pela deposição de
partículas na superfície da membrana, adsorção de macromoléculas ou células
microbianas na superfície, que é a incrustação superficial, também chamada de torta,
ou nos poros da membrana e/ou por bloqueio de poros, causando a diminuição do
fluxo permeado (VIERO, 2006).
Os depósitos na membrana que ocasionam a sua perda da capacidade de filtração
podem ocorrer por mecanismos físicos, químicos e biológicos, conforme pode ser
observado na Tabela 6:
Tabela 6: Constituintes que podem afetar o depósito em membranas em biorreatores com
membrana.
Tipo de depósito Constituinte específico Método de Controle
Físico
Cabelo, material fibroso,
coloides inorgânicos e sólidos
em suspensão no licor misto
Peneira fina
Arraste com ar
Operação com relaxamento
Retrolavagem
Cloração
Químico
Alcalinidade elevada
Ferro solúvel
Óleos e graxas
Ácido cítrico
Ácido cítrico
Cloro
Hipoclorito
Biológico
Substâncias poliméricas
extracelulares
Controle do tempo de retenção
hidráulica
Arraste com ar
Cloração
Ácido cítrico
Material coloidal orgânico
Controle do tempo de retenção
hidráulica
Retrolavagem
Cloração
Ácido cítrico
Fonte: Metcalf & Eddy (2016).
Segundo Broeck et al. (2012), o processo de colmatação de membranas permanece
uma desvantagem significativa para os biorreatores de membrana. A idade do lodo
50
tem sido amplamente reconhecida como sendo um fator importante que influencia a
incrustação da membrana. Em geral, taxas de incrustação de membrana mais baixas
são observadas em idade do lodo elevadas, no entanto, os mecanismos diretos
através dos quais uma idade do lodo elevada alivia a incrustação não são claros.
Chuang et al. (2011) realizou um estudo com membrana geossintética em um
biorreator onde as variações de fluxo e resistência acumuladas durante a filtração de
lodo ativado com idade do lodo de 15, 30 e 60 dias foram analisadas para investigar
o comportamento dinâmico de depósito nas membranas. As diferentes idades do lodo
e os diferentes tamanhos de partículas no sobrenadante fez com que o depósito na
membrana ocorresse de forma diferenciada. A incrustação a curto prazo na manta
geossintética durante a filtração de lodo ativado com idade de lodo de 15 dias foi
totalmente reversível e as porcentagens de resistência de solutos, colóides e sólidos
suspensos foram de 6%, 27% e 67%, respectivamente. Por outro lado, aumentos
significativos da resistência coloidal, como a filtração de lodo ativado com idade do
lodo de 30 e 60 dias, estiveram relacionados à ocorrência de incrustação irreversível.
Porém, Broeck et al. (2012) afirma que a biofloculação de lodos ativados é um fator
importante na formação de incrustações de membranas. Portanto, realizou-se um
estudo para verificar o impacto da idade do lodo na biofloculação em relação à
incrustação da membrana. Um MBR de escala piloto foi operado por mais de dois
anos em três idade de lodo diferentes durante os quais a biofloculação foi monitorada
de perto por meio de um procedimento automatizado de análise de imagem enquanto
a taxa de incrustação foi registrada em linha para diferentes fluxos e diferentes ciclos
de filtração / relaxamento. Com base nestes dados, verificou-se que o funcionamento
estável de um biorreator de membrana requer uma boa condição lodo ativado e que
a biofloculação é um fator crucial dentro desse contexto. Na faixa de idade do lodo
testada (10-30-50 dias), uma maior idade do lodo contribui para uma melhor
biofloculação de lodos ativados e, como consequência, para baixar as taxas de
incrustação.
51
4.4.1.2. Aeração
Segundo Belli (2015), em biorreatores com membranas, o sistema de aeração tem
importância sob dois objetivos distintos:
(1) o fornecimento de oxigênio aos microrganismos, como em qualquer unidade de
tratamento biológico aeróbio;
(2) a minimização do processo de depósitos nas membranas.
A turbulência gerada pelas bolhas no licor misto é capaz de promover tensões de
cisalhamento na superfície das membranas, atuando como mecanismo limitante à
deposição de partículas sobre as mesmas. Portanto, a utilização de uma aeração
adequada condiciona o sucesso operacional dos biorreatores com membranas. Por
este motivo, é usual em sistemas com membranas a aplicação altas taxas de aeração,
limitando o processo de fixação de biomassa na superfície das membranas (BELLI,
2015).
A aeração é um parâmetro importante para determinar o tamanho dos flocos do lodo
ativado e também serve para o controle de incrustação. Uma elevada taxa de areação
pode reduzir a colmatação das membranas, mas também tem uma influência
significativa sobre as características da biomassa (MENG et al., 2009). A Tabela 7
mostra conclusões que diversos estudos obtiveram em relação à influência da
aeração no processo de geração de depósitos de membranas:
Tabela 7: Efeitos da aeração no processo de colmatação de membranas.
Condição Operacional Efeito sobre o "fouling" Pesquisadores
Aeração
Quanto maior intensidade de aeração, maior permeabilidade da membrana
Trussell et al. 2007
Air-sparging melhora o fluxo da membrana Psoch and Schiewer 2006
Bolhas maiores são preferíveis para o controle do "fouling"
Phattaranawik et al, 2007
Retrolavagem é preferível para o controle do "fouling"
Chae et al. 2006
Cisalhamento superficial induzido por bolhas reduz significativamente o "fouling"
Wicaksana et al. 2006
Lavagem com ar pode prolongar a operação da membrana
Sofia et al. 2007
Fonte: Adaptado de Meng et al. (2009).
52
O excesso de aeração também pode trazer prejuízos à operação dos biorreatores com
membranas submersas, como danificar a estrutura dos flocos biológicos e liberar no
licor misto substâncias poliméricas extracelulares (EPS), uma das causas do processo
de colmatação. Além disso, os gastos energéticos com aeração excessiva fazem com
que o custo de operação do sistema fique elevado, devendo, portanto, ser procedida
uma análise mais criteriosa quanto à intensidade da aeração necessária (BELLI,
2015).
4.4.1.3. Concentração de Sólidos Suspensos
A presença de sólidos dissolvidos, coloidais ou em suspensão presentes no reator,
interfere diretamente no seu desempenho. Em biorreatores com membrana é
esperado que, com o aumento da concentração de sólidos no reator, ocorra a
diminuição do fluxo de permeado devido a deposição de partículas sobre a membrana
(MAESTRI, 2007).
Segundo Santos (2013), nos biorreatores com membranas é possível alcançar
elevadas concentrações de biomassa, que contribuem para a menor geração de lodo
e melhor qualidade do efluente tratado. Porém, maiores concentrações de lodo
também são apontadas como um dos principais fatores responsáveis pela incrustação
das membranas.
Enquanto as primeiras estações de tratamento com a tecnologia de biorreatores com
membranas eram operadas com idade do lodo superiores a 100 dias e uma
concentração de sólidos em suspensos no Tanque de Aeração (SSTA) maiores que
30 g SSt/L, a tendência recente é trabalhar com idade do lodo por volta de 10-20 dias,
resultando em níveis de SST de 10 – 15 g/L (SUBTIL, 2013).
Diversos estudos têm analisado a relação entre a concentração de sólidos com o
processo de colmatação de membranas, como pode ser observado na Tabela 8:
53
Tabela 8: Influência da concentração de sólidos no processo de colmatação de membranas.
Condição Operacional Efeito sobre o processo de colmatação Autor
Sólidos suspensos no MBR
Quanto maior a concentração de sólidos suspensos no MBR, menor será a normalidade da permeabilidade
Trussell et al., 2007
Quanto maior a concentração de sólidos suspensos no MBR, maior será o potencial
de "fouling"
Psoch and Schiewer, 2006
Quanto maior a concentração de sólidos suspensos no MBR, maior será a resistência do lodo, e menor será resistência específica
do lodo
Chang and Kim, 2005
Fonte: Adaptado de Meng et al. (2009).
4.4.1.4. Substâncias Poliméricas Extracelulares (EPS) e Produtos
Microbianos Solúveis (SMP)
As substâncias poliméricas extracelulares (EPS) e os produtos microbianos solúveis
(SMP) são compostos produzidos pelos microrganismos através do metabolismo
celular ou sob condições de stress biológico ou mecânico.
De modo geral, os chamados EPS (substâncias poliméricas extracelulares) consistem
de uma mistura complexa de proteínas, carboidratos, polissacarídeos, DNA, lipídeos
e substâncias húmicas que são constituintes da matriz de flocos e de biofilmes
(SUBTIL et al., 2013).
Já os SMP (produtos microbianos solúveis) são definidos como componentes
celulares solúveis que são liberados durante a lise celular, se difundem através da
membrana celular, são perdidos durante a síntese, ou excretados por algum motivo
(SANTOS, 2013).
De acordo com Barbosa et al. (2016), a estrutura, tamanho, densidade e concentração
dos flocos de lodo, tempo de detenção hidráulico, concentrações da mistura de sólidos
suspensos, concentração de oxigênio dissolvido, relação Alimento/Microrganismo
(A/M), relação Carbono/Nitrogênio (C/N) e pH têm forte impacto na produção das
substâncias poliméricas extracelulares (EPS) e produtos microbiológicos solúveis
(SMP), os quais são reconhecidos por estimular a formação de depósito na superfície
das membranas.
54
Diversos estudos têm analisado a relação entre EPS e SMP com o processo de
colmatação de membranas, como pode ser observado na Tabela 9:
Tabela 9: Influência das substâncias poliméricas extracelulares (EPS) e produtos microbianos
solúveis (SMP) no processo de colmatação de membranas.
Condição Operacional Efeito sobre a colmatação de membranas Autor
EPS
Quanto maior a concentração de polissacarídeo, maior será a taxa de "fouling"
Drews et al., 2006
A influência das EPS sobre a resistência específica do lodo.
Cho et al., 2005
Quanto maior a concentração de polissacarídeo maior será a taxa de "fouling"
Lesjean et al., 2005
Quanto maior a influência das EPS, maior a resistência das membranas
Chae et al., 2006
A baixa influência das EPS contribui para o aumento da filtração sobre a resistência do
lodo Ramesh et al., 2007
SMP
As SMP são mais influentes que os sólidos suspensos no MBR
Zhang et al., 2006
O COT coloidal relaciona com o fluxo permeado
Fan et al., 2006
A resistência da filtração é determinada pelas SMP
Jeong et al., 2007
As SMP são provavelmente responsáveis pelo "fouling"
Sperandio et al., 2005
Polissacarídeo é um possível indicador de "fouling"
Le-Clech et al., 2005
Quanto menores forem as SMP, menores são os índices de "fouling"
Jang et al., 2006
As taxas de "fouling" estão relacionados às SMP
Trussell et al., 2006
Fonte: Adaptado de Meng et al. (2009).
4.4.1.5. Idade do Lodo
Nos biorreatores com membrana, os módulos de filtração funcionam como uma
barreira retendo a biomassa, permitindo o controle do tempo da idade do lodo
independente do tempo de detenção hidráulica. A retenção do lodo no tanque de
aeração eleva a quantidade de sólidos em suspensão, fazendo com que haja o
aumento da idade do lodo e redução da relação alimento / microrganismo. Em
55
sistemas de biorreatores com membranas pode-se trabalhar com a idade do lodo
elevada, podendo ser mantida entre 30 a 60 dias (DEZOTTI, 2008).
Além disso, entre os diferentes parâmetros que afetam a remoção biológica de fósforo
em sistemas biológicos, a idade do lodo é apontada como determinante neste
processo. Embora a utilização de idades de lodo menores seja favorável à remoção
biológica de fósforo, tal condição operacional pode não ser adequada para
biorreatores à membrana (BELLI, 2015)
4.4.1.6. Pressão Transmembrana (PTM) e Fluxo Crítico
Segundo Subtil et al. (2013), no processo de separação por membranas a pressão
transmembrana (PTM) é a força motriz, podendo ser controlada através de uma
bomba de sucção. Como resultado, é possível operar o sistema com altas
concentrações de lodo, um curto TDH e uma elevada idade do lodo.
O conceito de fluxo crítico foi apresentado primeiramente por Field, Wu, Howell, e
Gupta em 1995. Segundo estes pesquisadores, o fluxo crítico em processos de
microfiltração/ultrafiltração refere-se ao fluxo abaixo do qual não é observado declínio
do fluxo com o tempo e acima do qual há ocorrência de "fouling". Tais autores
pontuaram que quando o processo de filtração era realizado abaixo do fluxo crítico, a
pressão transmembrana permanecia em um nível constante ou moderadamente
crescente, o que possibilitava uma operação mais estável.
Para melhor caracterizar os fenômenos de depósitos nas membranas, é importante
considerar a evolução do fluxo em função da pressão transmembrana (PTM). Em
filtração de solvente puro, o fluxo do permeado aumenta linearmente, dentro de certos
limites, com a pressão transmembrana. Porém, para a filtração de suspensões
biológicas ou lodos ativados, a PTM é dependente do acúmulo de partículas
depositadas na membrana. (PROVENZI, 2005).
Segundo Provenzi (2005), o fluxo crítico e a pressão transmembrana podem ser
alterados de acordo com as condições hidrodinâmicas. A viscosidade, por exemplo,
apresenta influência sobre o escoamento e correlaciona-se com a temperatura e o
teor de sólidos suspensos.
56
Quando se trabalha acima do fluxo crítico, a resistência não é mais estável e aumenta
rapidamente. O fluxo crítico marca a transição entre um regime de polarização estável
e instável. Trabalhar em condições de filtração em regime crítico gera um consumo
elevado de energia, aumento dos custos de operação. Além disso, a colmatação
certamente será irreversível, podendo causar sérios danos à membrana (PROVENZI,
2005).
Para operação de biorreatores com membranas, a faixa de pressão transmembrana
de 70 a 170 kPa para a microfiltração e 100 a 700 kPa para ultrafiltração, devem ser
consideradas como parâmetro (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
4.5. Manta Geossintética
De acordo com Subtil et al. (2013), o recente crescimento mundial de instalações de
Biorreatores com Membranas Submersas para tratamento de esgoto está relacionado
com as vantagens do sistema em relação ao sistema convencional de lodos ativados,
principalmente considerando a elevada qualidade do efluente e menor área
necessária para instalação do sistema. Além disso, há também maior confiabilidade
nos equipamentos de membranas, diminuição do seu custo de investimento e melhor
entendimento do processo.
As vantagens oferecidas pelo sistema de biorreator com membrana em relação ao
lodo ativado convencional incluem ainda uma produção reduzida de lodo, mantendo
uma concentração elevada de biomassa no biorreator. O sistema também é capaz de
lidar com grandes variações na qualidade da biomassa e o efluente pode ser
reutilizado diretamente para fins não potáveis devido à alta eficiência do tratamento
proporcionado (CHANG et al.,2001).
Porém, segundo Subtil et al. (2013), no Brasil ainda há uma relutância para a
implantação de sistemas MBR. Ainda há a visão de que a tecnologia é um
investimento de alto risco quando comparado com sistemas convencionais de
tratamento de esgotos sanitários. Os autores afirmam que há 5 prováveis causas para
esta situação, sendo elas:
(1) Custo relativamente elevado do sistema de membranas (cassete), uma vez que
o equipamento ainda não é fabricado no Brasil;
57
(2) Falta de mão-de-obra qualificada para operação do sistema de tratamento de
esgoto;
(3) Falta de informação técnica disponível para fornecer subsídios aos projetos que
contemplem a tecnologia como opção de tratamento de esgotos sanitários;
(4) Pouca contribuição científica nacional relacionada aos processos de separação
por membranas e;
(5) Falta de incentivo público para encorajar o desenvolvimento de sistemas
avançados de tratamento, especialmente para o reuso de água.
Nos últimos anos, pesquisadores têm considerado o uso de alguns materiais de baixo
custo como substitutos para membranas de microfiltração e ultrafiltração aplicadas
nos MBRs, para tratamento de efluentes sanitários e industriais como é discutido a
seguir.
Segundo Schneider e Tsutiya (2001), à princípio qualquer material que permita a
síntese de filmes com porosidade controlada pode ser utilizado para a fabricação de
membranas. Pode utilizar-se uma grande variedade de meio suporte para biomassa
em sistemas biológicos de tratamento de águas residuárias, por exemplo, materiais
plásticos, vidro esmagado, espuma, calcário, zeólita, turfa e outros (SPYCHAŁA et al,
2013).
Os geossintéticos têm sido utilizados para tratamento de águas residuárias durante
anos, em primeiro lugar como bags no lugar de fossas sépticas, depois como sistemas
de contato, reatores de biofilme com fluxo horizontal, e filtros. Devido às suas
propriedades particulares (alta porosidade, permeabilidade, baixo peso e
durabilidade), geossintéticos convencionais podem ser utilizados em leitos de filtros
(SPYCHAŁA et al, 2013).
De acordo com Hutten (2007), as mantas geossintéticas são constituídas por
estruturas de fibra aleatórias, geralmente na forma de folhas, e por sobreposição que
criam múltiplos poros conectados. A Figura 9 seguir foi obtida através da observação
microscópica de uma manta geossintética:
58
Figura 9: Imagem microscópica das fibras constituintes de manta geossintética.
Sabe-se que as mantas geossintéticas são amplamente utilizadas para a remoção de
partículas maiores do que 1μm em processos de descontaminação. Este material é
composto por uma rede de sobreposição aleatória de fibras criando múltiplos poros
conectados através dos quais o fluido pode passar. Além disso, possui a distribuição
controlada do tamanho do poro e fácil projeto da área de superfície da fibra por peso
e volume de unidade. É também um material de filtração mais barato para tratamento
de água (CHANG et al., 2006).
Wang et al. (2015), cita que as mantas geossintéticas são aplicados extensivamente
como meios de filtração para o tratamento de água. O tamanho dos poros (1,5–50 μm)
e alta porosidade, alcançam fluxos mais elevados do que as membranas
microporosas sob condições de baixa pressão e demonstram grande potencial para
aplicações na tecnologia MBR.
Porém, a avaliação da aplicação das mantas geossintéticas em sistemas MBR para
tratamento de esgoto ainda é um desafio e há poucos estudos sobre o tema. Chang
et al. (2007) realizou um estudo aplicando manta geossintética em um sistema MBR
para tratamento de esgoto sanitário. Os resultados experimentais indicaram que a
manta tinha uma menor resistência à filtração do que as membranas microporosas
em aplicações de MBR. O desempenho da manta também foi avaliado e verificou-se
59
que a demanda química de oxigênio (DQO) e os sólidos em suspensão (SS) no
efluente foram mantidos abaixo de 60mg/L e 10mg/L, respectivamente, enquanto o
DQO afluente variou de 800 a 1800mg/L. Portanto, os autores concluíram que os
resultados experimentais demonstraram que as mantas não tecidos mantinham um
funcionamento estável em aplicações MBR sob condições de funcionamento
apropriadas.
Chang et al. (2006), estudou um módulo com manta geossintética tubular submersa
em um sistema de lodos ativados. No estudo, verificou-se que o material pode ser
usado como material de filtração para um MBR no tratamento de águas residuárias
desde que selecionando corretamente o tamanho de poro. Também concluiu-se que
as partículas de flocos suspensos do lodo ativado contribuem principalmente para a
formação de incrustações da membrana.
Chang et al. (2001) realizaram um estudo onde avaliou-se as características de
desempenho da filtração de diferentes mantas e comparou-se com o de um material
de membrana de polissulfona convencional em relação aos tamanhos de poros. No
estudo, concluiu-se que ambos materiais obtiveram desempenho semelhantes em
termos de remoção de substâncias orgânicas, nitrificação e clarificação do efluente.
Além disso, o fluxo do permeado da manta não tecida pode ser mantido bastante baixo
de forma estável com pressão diferencial inferior a 10 kPa.
Chang et al. (2016), investigou a viabilidade de usar manta geossintética como meio
de separação em um biorreator de membrana (MBR) para tratar águas residuais de
uma fábrica de produtos fibrosos. Após 35 dias de operação, a demanda química de
oxigênio do permeado manteve-se abaixo de 150 mg/L, apesar de grande variação
da concentração afluente (cerca de 450 ~ 1600 mg/L). Além disso, os autores
verificaram que selecionando adequadamente o tamanho de poro da geossintética e
a condição de retro lavagem, pode-se obter fluxo de permeado estabilizado. Quanto
ao processo de retro lavagem, a eficiência da retrolavagem com ar foi melhor do que
a da lavagem com água. Verificou-se também que o efeito do tamanho de poro da
membrana não tecido na eficiência da retrolavagem era insignificante. Os dados de
testes no local mostraram que o MBR com manta geossintética é uma tecnologia
promissora para o tratamento de águas residuais industriais.
60
Portanto, entende-se que o uso de manta geossintética em substituição ao decantador
secundário no sistema de lodos ativados vem sendo estudado por alguns autores e
pode ser considerado uma alternativa para as mantas utilizadas em sistema MBR.
61
5. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Protótipos Aplicados ao Tratamento
de Águas e Efluentes (LABPRO) e as análises físico-químicas e microbiológicas foram
desenvolvidas no Laboratório de Saneamento (LABSAN), pertencentes ao
Departamento de Saneamento e Ambiente (DSA) da Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
Campus Prof. Zeferino Vaz, localizado no bairro Barão Geraldo, no município de
Campinas, São Paulo.
O presente estudo foi realizado em seis fases distintas, sendo elas: Aclimatação,
Ajustes Operacionais, Etapa 1, Etapa 2, Etapa 3 e Etapa 4. As fases realizadas, os
materiais, os métodos e os recursos técnicos aplicados, bem como as demais
informações sobre a presente investigação experimental são apresentadas a seguir.
5.1. Esgoto Sanitário
O esgoto sanitário utilizado para tratamento biológico nesta pesquisa é originado em
algumas instalações da Universidade Estadual de Campinas, como laboratórios,
restaurantes, bancos, escola e o Hospital de Clínicas situado na universidade. Nestes
locais, bem como em toda universidade, há um fluxo de pessoas que circulam
diariamente, utilizando os banheiros públicos distribuídos no campus universitário e
também na área hospitalar.
Este esgoto sanitário, aqui denominado de esgoto bruto, apresentou características
típicas de origem doméstica, conforme resultados obtidos na sua caracterização e que
podem ser observados na Tabela 10:
62
Tabela 10: Características Físico-Químicas do Afluente.
Parâmetro Média Desvio Padrão
pH 7,0 0,4
Temperatura (°C) 21,0 3,0
Oxigênio Dissolvido (mg.L-1) 2,0 0,6
Alcalinidade Parcial (mgCaCO3.L-1) 141,0 60,8
Alcalinidade Total (mgCaCO3.L-1) 230,0 73,0
Cor Aparente (mg/PtCo) 1893,0 534,7
Cor Verdadeira (PtCo) 369,0 217,9
Turbidez (UT) 158,0 70,7
DQO (mgO2.L-1) 798,0 166,9
DQO Filtrada (mgO2.L-1) 463,0 111,2
Sólidos Suspensos Totais (mg.L-1) 239,0 75,4
Sólidos Suspensos Fixos (mg.L-1) 11,0 16,1
Sólidos Suspensos Voláteis (mg.L-1) 227,0 78,9
Sólidos Totais (mg.L-1) 778,0 239,5
Sólidos Totais Fixos (mg.L-1) 235,0 122,0
Sólidos Totais Voláteis (mg.L-1) 543,0 300,8
Sólidos Dissolvidos Totais (mg.L-1) 540,0 234,5
Sólidos Dissolvidos Fixos (mg.L-1) 224,0 123,4
Sólidos Dissolvidos Voláteis (mg.L-1) 316,0 302,1
Carbono Orgânico Total (mg.L-1) 154,0 25,9
DBO (mg.L-1) 379 143,2
O esgoto bruto chegava até o LABPRO através da rede de esgoto sanitário da
universidade em um Poço de Visita. Neste Poço de Visita foi adaptado um recipiente
com capacidade de 50 L, onde era realizada a captação de uma parcela do esgoto
sanitário que era recalcado para uma de caixa reservatória (Tanque de Equalização
1) com volume de 500L através da bomba submersa 1 (fabricante Anauger, modelo
anauger® 800, vazão de recalque de 1000L/h) controlada por uma boia eletrônica.
Este Tanque de Equalização alimentava o sistema de Lodos Ativados de Aeração
Prolongada com Fluxo Contínuo deste estudo, bem como outros projetos de pesquisa
de alunos do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Saneamento e
Ambiente da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.
63
O esgoto bruto que era armazenado no Tanque de Equalização 1 era recalcado até o
Tanque de equalização 2, por uma bomba submersa 2 (fabricante Schneider
Motobombas, modelo BCS – C5, vazão de recalque de 10000L/h) controlada por uma
boia eletrônica. O Tanque de Equalização 2 possuía capacidade de armazenamento
de 1000L, com uma cota superior aproximada de 1,5 m do no Tanque de Equalização
1.
O esgoto bruto armazenado no Tanque de Equalização 2 alimentava o Sistema de
Lodos Ativados de Aeração Prolongada em Fluxo Contínuo objeto deste estudo. Esta
alimentação era feita por gravidade, controlada por uma bóia de nível instalada no
reator biológico, que se encontrava em uma cota inferior ao do tanque.
A seguir, na Figura 10 é apresentado de forma esquemática o fluxo do esgoto bruto
desde o Poço de Visita até o Reator de Lodos Ativados de Aeração Prolongada em
Fluxo Contínuo:
Figura 10: Fluxo do Esgoto Bruto.
5.2. Aspectos Construtivos
O sistema experimental era composto por um reator de lodos ativados operados na
condição de aeração prolongada em fluxo contínuo em escala piloto. Neste reator,
64
foram acoplados os módulos de filtração, que ficaram posicionados de forma
submersa na câmara onde ocorria a aeração do sistema. A aeração do sistema era
realizada por um compressor de ar com bolhas difusas. O permeado obtido através
do módulo de filtração era succionado através de uma bomba peristáltica. As
características construtivas do reator, os equipamentos utilizados para o
funcionamento do sistema, as características dos módulos de filtração e as análises
físico-químicas realizadas para avaliação do desempenho do sistema são
apresentados a seguir.
5.2.1. Reator Biológico
Para a realização deste estudo adotou-se o uso de um reator biológico composto por
3 compartimentos, sendo uma caixa coletora, que neste estudo não foi utilizada, e
dois tanques de aeração em série, que eram interligados por três orifícios próximos à
base da placa que os separam. Para este estudo foi considerado o volume útil do
reator de 200L, uma vez que foram utilizados os dois tanques de aeração. O reator
biológico é apresentado, em três dimensões, na Figura 11:
Figura 11: Reator Biológico em 3 Dimensões.
65
A aeração do sistema era realizada através de um compressor de ar e dois difusores
de mangueira expansível com microperfurações, que foram instaladas em formato
circular no fundo dos compartimentos de aeração, conforme mostra a Figura 12.
Figura 12: Sistema de Aeração do Reator Biológico.
Os módulos de filtração ficavam submersos na segunda câmara de aeração e eram
interligados às bombas peristálticas responsáveis por fazer a sucção do permeado.
Após isso, o permeado era encaminhado à rede de esgoto.
5.2.2. Mantas Geossintéticas
Para a realização deste estudo foram utilizadas 2 mantas geossintéticas denominadas
de MG1 e MG2.
A MG1 é feita de manta geotêxtil não tecido agulhado, fabricante Ober, especificação
Geofort GF7/130. Esta manta tem como principais aplicações: Camada anti-
propagação de trincas; Sistemas drenantes; Drenagem de campos esportivos;
Separação de solos e estabilização de sub-leito; Reforços de aterros apoiados sobre
solos com baixa capacidade de carga; Muros de arrimo e taludes íngremes; Proteção
de geomembranas em canais de concreto; Geoformas e diques contínuos.
66
Já a MG2 é fabricada pela Maccaferri, especificação MacTex®N. Esta manta é um
geotêxtil não tecido fabricado a partir de fibras de polipropileno ou poliéster de alta
tenacidade, consolidados por agulhamento e thermocalandragem. O produto é
adequado para todas as aplicações de um geotêxtil convencional, mas especialmente
indicado para obras de filtração e separação.
A Tabela 11 apresenta as especificações das mantas geossintéticas conforme
fabricante:
Tabela 11: Especificações da mantas geossintéticas de acordo com o fabricante.
Característica Propriedade Norma Unidade
MG1:
Geofort
GF7/130
MG2:
MacTex®N
Hidráulica
Permeabilidade Normal ASTM
D4491 cm/s 0,4 0,35
Abertura de Filtração AFNOR
G 38017 mm 0,16 0,13
Permissividade ASTM D
4491 s-1 2,35 0,90
Física
Espessura - mm 1,70 4,10
Densidade Superficial - g/m2 130,00 470,00
Porosidade - % 94,46 >60,00
Superfície Específica - m²/m³ 8263,00 -
Diâmetro Médio das
Fibras - µm 26,80 26,00
Matéria Prima - - Poliéster Poliéster
Nas Figuras 13 e 14 é possível observar as mantas geossintéticas utilizadas neste
estudo:
67
Figura 13: 1 - Manta Geossintética 1; 2 - Manta Geossintética 2.
Figura 14: 1A - Manta Geossintética 1 com aumento de 40x e 1B - aumento de 100x. 2A - Manta
Geossintética 2 com aumento de 40x e 2B - aumento de 100x.
68
As mantas geossintéticas foram cortadas nas seguintes dimensões: 1500mm x
500mm. As mesmas foram dobradas ao meio e costuradas na lateral, formando uma
peça com dimensões de 1500mm x 250mm e que possuía área superficial de
375.000mm² ou 0,375m². As dimensões da peça podem ser observadas na Figura 15.
Figura 15: Dimensões utilizadas para as Mantas Geossintéticas.
Figura 16: A – Tela Antiderrapante ; B – Geomanta Tridimensional ; C – Manta Acrílica.
Para melhor aproveitamento da área da manta, obtendo maior superfície de contato,
e fazendo com que a manta não encostasse em outra parte da própria manta, como
69
espaçadores foram utilizados 3 tipos de materiais, sendo eles: A - tela antiderrapante
feita em poliéster com revestimento em PVC; B - geomanta tridimensional feita em
filamentos de polipropileno termosoldados; C - manta acrílica feita em 100% poliéster,
como observa-se na Figura 16.
As mantas geossintéticas e os espaçadores foram combinados formando 7 módulos
de filtração, que são apresentados a seguir.
5.2.3. Módulos de Filtração
Para a montagem dos módulos de filtração foram utilizados os seguintes materiais:
cano de PVC de 25mm de diâmetro, manta geossintética, espaçador e abraçadeira
de nylon.
Primeiramente, com uma furadeira foram feitos 10 furos no cano de PVC, para
propiciar que o esgoto permeasse no módulo de filtração. Depois, este cano de PVC
era posicionado no centro da manta geossintética. Após isso, eram posicionados os
espaçadores de duas formas diferentes: um embaixo da manta no lado esquerdo ao
cano e outro acima da manta do lado direito ao cano.
Com estes itens posicionados, dobrava-se a manta para a direita, posicionando a
manta e o espaçador do lado esquerdo sobre o espaçador e a manta do lado direito.
Assim, enrolava-se no sentido da direita as camadas de espaçador e manta, formando
o módulo de filtração. Por fim, utilizava-se a abraçadeira de nylon para fixar as
camadas enroladas.
Tal configuração dos módulos de filtração foram determinadas visando o melhor
aproveitamento da área de superfície de contato. Na Figura 17 é possível observar o
passo a passo do processo de montagem dos módulos de filtração.
Após a montagem dos módulos de filtração, os mesmos foram pesados para
verificação do seu peso do seu peso inicial, para que futuramente fosse possível
verificar seu peso após a operação e calcular a massa de sólidos retida.
70
Figura 17: Etapas de Montagem dos Módulos de Filtração.
71
Também foi realizado um teste em água para verificação do volume ocupado pelo
módulo de filtração em ambiente aquoso (Figura 18). Para realização desse teste
utilizou-se um tanque de vidro com capacidade de 9L. O mesmo era enchido de água
e após isso, mergulhava-se o módulo de filtração no tanque, de forma que
extravasasse parte da água contida no tanque devido à presença do módulo de
filtração.
Por fim, para determinação do volume, retirava-se o módulo de filtração do tanque de
vidro e era necessário aguardar que a água contida no módulo de filtração escoasse
para dentro do mesmo. Por fim, verificava-se o volume de água que extravasou, sendo
este o volume considerado como ocupado pelo o módulo de filtração.
Figura 18: Teste de Determinação de Volume dos Módulos de Filtração.
Para a realização deste estudo foram montados 7 módulos de filtração, utilizando as
mantas e espaçadores descritos anteriormente. As características de cada módulo de
filtração são apresentadas na Tabela 12. Na Figura 19 são apresentados os módulos
de filtração utilizados em cada etapa deste estudo.
72
Tabela 12: Características dos Módulos de Filtração.
Fase Módulo de Filtração
Manta Espaçador Peso (g) Volume (L)
Ajustes Operacionais
1 MG1 TA - Tela
Antiderrapante 570,00 1,30
Etapa 1
MG1-TA MG1 TA - Tela
Antiderrapante 613,40 1,30
MG1-GT MG1 GT -
Geomanta Tridimensional
699,50 1,50
Etapa 2
MG2-TA MG2 TA - Tela
Antiderrapante 531,81 0,80
MG2-GT MG2 GT -
Geomanta Tridimensional
637,81 1,20
Etapa 3 MG2-MA MG2
MA - Manta Acrílica
489,93 1,50
MG1-MA MG1 MA - Manta
Acrílica 491,37 1,00
Etapa 4 - Reutilização
MG1-GT MG1 GT -
Geomanta Tridimensional
647,97 1,30
MG2-GT MG2 GT -
Geomanta Tridimensional
676,15 1,50
Figura 19: Módulos de Filtração.
73
5.3. Operação do Reator
O reator de lodos ativados deste estudo possuía fluxo de alimentação contínuo, sendo
que o controle de alimentação era feito por uma boia de nível instalada na entrada do
esgoto no reator. Na Figura 20 é possível observar o fluxo de operação do reator:
Figura 20: Operação do Reator Biológico.
A aeração do sistema era realizada através de um compressor de ar (fabricante Boyu,
modelo ACQ – 007, 0,035mPa) ligado a um difusor de bolhas instalado no fundo do
reator. A concentração de oxigênio dissolvido era mantida na faixa de 2 a 4mgO2/L. O
sistema era aerado por 45 minutos a cada 1 hora.
Os módulos de filtração eram acondicionados na segunda câmara de aeração do
reator, visto que na primeira câmara já tinha a boia de nível acondicionada. Cada
módulo de filtração era conectado à uma bomba peristáltica (fabricante Provitec,
modelo AWG – 500, capacidade de 4 L/hora até 140 L/hora) responsável pela sucção
do permeado, através de uma mangueira flexível corrugada de 20mm de diâmetro. As
bombas peristálticas operavam 45 minutos a cada 1 hora.
74
Em cada etapa foram utilizados 2 módulos de filtração de forma intermitente. Cada
módulo de filtração operava por 24 horas e determinou-se que o tempo de
relaxamento seria também de 24 horas. O permeado obtido através da sucção dos
filtros realizado pelas bombas peristálticas era encaminhado para a rede de esgoto.
A idade do lodo era controlada de acordo com as indicações para a modalidade de
lodos ativados de aeração prolongada, ou seja, a mesma deveria estar entre 18 e 30
dias. Considerando 200L de volume útil do reator, diariamente foram descartados 8L
de lodo, a fim de se manter a idade do lodo em 25 dias. O descarte era realizado
através de um béquer de 2L, que era submerso 4 vezes dentro do reator para tirar o
volume determinado. Tal procedimento era realizado quando ocorria a fase de
aeração do reator, visando a retirada do licor misto.
O tempo de detenção hidráulica para lodos ativados de aeração prolongada deve ser
mantido entre 16 a 24 horas. Sendo assim, as bombas peristálticas foram
programadas para manterem uma vazão de sucção de 0,250mL/min a fim de se obter
um TDH de 18 horas, com as bombas operando por 45 minutos a cada 1 hora. Com
esta vazão de sucção, o reator possuía capacidade de tratar 270L de esgoto por dia.
Conforme o módulo de filtração perdia a sua capacidade de permeabilidade, era
necessário aumentar a potência de sucção da bomba peristáltica, até atingir 100% da
sua capacidade.
5.4. Etapas de Operação
A operação do sistema foi dividida em seis etapas diferentes que são apresentadas
na Tabela 13:
Tabela 13: Etapas de Operação.
Fase Duração (dias)
Aclimatação 74
Ajustes Operacionais 21
Etapa 1 57
Etapa 2 57
Etapa 3 66
Etapa 4 24
75
Para operação do sistema, o inóculo foi obtido através da fase de Aclimatação do
reator com o próprio esgoto bruto. O período de aclimatação do reator foi de 74 dias.
Ao longo da aclimatação, foram realizadas análises físico-químicas a fim de se
caracterizar o desenvolvimento da biomassa do reator.
A fase de Ajustes Operacionais foi necessária para validação da aplicação da hipótese
do estudo, que visava a utilização de módulo de filtração com manta geossíntética em
substituição ao decantador secundário no processo de tratamento de esgoto sanitário.
Durante os 21 dias de operação nesta etapa, aplicou-se a potência máxima da sucção
da bomba peristáltica para filtração, a fim de se avaliar o período necessário até a
colmatação do filtro operado em um cenário extremo. Nesta etapa, foram analisados
os seguintes parâmetros: tempo de detenção hidráulica e remoção de sólidos, através
de análise da turbidez.
Na Etapa 1 foram utilizados os módulos de filtração MG1-TA e MG1-GT, descritos
anteriormente, operados de forma intermitente. Cada módulo de filtração operou por
24h por 57 dias.
Na Etapa 2 foram utilizados os módulos de filtração MG2-TA e MG2-GT operados
também de forma intermitente. Cada módulo de filtração operou por 24h e esta etapa
teve duração de 57 dias.
Na Etapa 3 foram utilizados os módulos de filtração MG1-MA e MG2-MA, operados
também de forma intermitente. Cada módulo de filtração operou por 24h e esta etapa
teve duração de 66 dias.
Na Etapa 4 foram reutilizados os módulos de filtração MG1-GT e MG2-GT já utilizados
nas etapas 1 e 2. Estes também foram operados de forma intermitente. Cada módulo
de filtração operou por 24h e tempo de duração desta etapa foi de 24 dias. O processo
de limpeza destes módulos é explicado a seguir.
5.5. Limpeza e Reutilização dos Módulos de Filtração
Os módulos de filtração MG1-GT e MG2-GT foram escolhidos para compor a fase final
deste estudo devido ao desempenho apresentado durante a operação no tratamento
de esgoto sanitário. Tal desempenho é abordado no Capítulo 6.
76
Para possibilitar a reutilização dos módulos de filtração, foi necessário realizar um
processo de limpeza com água e ar comprimido, visando à remoção do material retido
pelos filtros durante a operação das outras etapas.
Após a operação de todos os filtros utilizados nesta pesquisa nas Etapas 1, 2 e 3, foi
necessário esperar que os mesmos secassem para determinar o seu peso seco final.
Tal processo de retirada de umidade dos módulos de filtração naturalmente duraram
4 semanas. De posse do peso seco inicial dos módulos de filtração e o peso seco
final, foi possível calcular a quantidade de biomassa retida, conforme é abordado no
Capítulo 6.
Como os módulos de filtração MG1-GT e MG2-GT estavam secos, a primeira etapa
do processo de limpeza para reutilização dos filtros foi deixá-los submersos em água
por 7 dias. Tal procedimento foi adotado para que a biomassa seca incrustada na
manta geossintética e no espaçador ficasse úmida e pudesse se desprender.
Após isso, os módulos de filtração foram abertos e notou-se que havia muita biomassa
incrustada nos materiais. Portanto, optou-se por deixar das mantas geossintéticas e
os espaçadores, desta vez com os módulos de filtração desmontados, submersos em
água por mais 7 dias.
A próxima etapa foi secar as mantas geossintéticas e os espaçadores. Os materiais
foram colocados em uma estufa à 40ºC por 2 dias. Após isso, foi utilizado o ar
comprimido para finalizar a limpeza. Por fim, montou-se os módulos de filtração para
serem utilizados na Etapa 4.
A Figura 21 apresenta as etapas do processo de limpeza dos módulos de filtração
para sua reutilização na Etapa 4 de operação.
77
Figura 21: Etapas do processo de Limpeza dos Módulos de Filtração para a Etapa 4.
78
5.6. Análises Laboratoriais
Para a caracterização do afluente, lodo e dos efluentes gerados nas Etapas 1, 2, 3 e
4, as análises físico-químicas deste estudo foram baseadas no Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater (APHA et al. 2012). Tais análises físico-
químicas das amostras coletadas foram realizadas no Laboratório de Saneamento da
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP (LABSAN).
Os parâmetros analisados, a metodologia utilizada e a periodicidade da análise são
descritas na Tabela 14.
Tabela 14: Análises Laboratoriais.
Parâmetros Metodologia Periodicidade
Carbono Orgânico Dissolvido
(COD) SM 5310 C 1x semana
Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO) SM 5210 B Quinzenal
Demanda Química de
Oxigênio (DQO) SM 5220 D 1x semana
IVL Sedimentação em proveta (VON
SPERLING, 2012) 1x semana
Oxigênio Dissolvido SM 4500 O-G - Eletrodo Diário
pH SM 4500 H+ B - Potênciométrico Diário
Série de Sólidos SM 2540 B, D, E 1x semana
Temperatura Termômetro (Mercúrio/Digital) Diário
Turbidez SM 2130 B - Nefelométrico Diário
As amostras coletadas foram: esgoto bruto (para caracterização), esgoto do Tanque
de Equalização 2, lodo do reator, efluente 1 e 2 dos módulos de filtração operados de
forma intermitente. Os pontos de coleta podem ser observados de forma esquemática
na Figura 22.
79
Figura 22: Pontos de Coleta para Análises Físico-Químicas.
5.7. Manutenção do Sistema
Para que o sistema opere em boas condições, foi necessário realizar manutenção no
Tanque de Equalização 2 e também nos módulos de filtração. O Tanque de
Equalização 2, que recebia o esgoto bruto da rede de esgoto da universidade,
propiciava a sedimentação de sólidos na sua base. Sendo assim, foi instalado uma
tela de proteção na entrada do tubo de PVC que encaminhava o esgoto para o reator,
posicionada a 10cm da base do Tanque de Equalização 2. Esta tela tinha a função de
impedir a passagem de sólidos grosseiros e evitar que ocorresse o entupimento da
tubulação, conexões e válvulas. A tela de proteção utilizada era de metal e pode ser
observada na Figura 23.
Além da implantação deste dispositivo, semanalmente era realizada uma limpeza de
fundo no Tanque de Equalização 2, a fim de se retirar o material grosseiro depositado
no fundo do mesmo.
80
Figura 23: Mecanismo para Retenção de Sólidos Grosseiros.
Em relação aos módulos de filtração, conforme os mesmos perdiam sua capacidade
de filtração tendendo a colmatar, era realizado um giro de 360º neles dentro do tanque
de aeração em que o módulo estava acondicionado (2ª câmara), para que houvesse
o desprendimento dos sólidos que estavam retidos na sua superfície externa. A Figura
24 representa este procedimento de realização do giro do módulo de filtração dentro
do tanque de aeração:
Figura 24: Procedimento para Desprendimento de Sólidos da Superfície dos Módulos de
Filtração.
81
5.8. Teste de Colmatação
Quando os módulos de filtração perdiam sua capacidade, mesmo operando com as
bombas peristálticas em sua capacidade máxima, era realizado um procedimento
denominado neste estudo de Teste de Colmatação.
O Teste de Colmatação consistia na análise do comportamento do módulo de filtração
após uma limpeza manual. Primeiramente, era realizado uma coleta de permeado
para verificação da turbidez e da vazão de filtração. Após isso, o módulo de filtração
era retirado da câmara de aeração onde ficou submerso e era submergido na primeira
câmara de aeração para realização da limpeza.
A limpeza consistia em um procedimento onde eram realizados giros de 360º
consecutivos com o módulo de filtração submergido no tanque de aeração por um
período de 5 minutos. A Figura 25 representa este procedimento de realização do giro
do módulo de filtração dentro da primeira câmara de aeração:
Figura 25: Procedimento para Teste de Colmatação.
Após este procedimento, que visava o desprendimento dos sólidos retidos pelo
módulo de filtração, o comportamento dele era analisado por 1 hora. A cada 5 minutos
82
era realizado uma coleta de permeado para análise da turbidez e também para
verificação da vazão de permeado.
Por fim, se após 1 hora o módulo de filtração apresentasse uma vazão de saída
semelhante à vazão anterior ao processo de limpeza, considerava-se que o módulo
de filtração colmatou, impossibilitando que o mesmo continuasse sendo utilizado.
5.9. Análise dos Resultados
A análise dos resultados obtidos através das análises laboratoriais dos parâmetros
avaliados foi realizada por meio de média aritmética e do desvio padrão relativo (%),
que corresponde em porcentagem a variação do desvio. Tais resultados foram
representados em gráficos gerados pelo programa Microsoft Office Excel.
A análise estatística foi realizada com o software Origin 8.1 sendo utilizados os testes
não paramétricos de Wilcoxon e Mann – Whitney (amostras independentes).
83
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos durante a execução deste
estudo contendo as seguintes fases: Aclimatação, Ajustes Operacionais, Etapa 1,
Etapa 2, Etapa 3 e Etapa 4.
6.1. Aclimatação
Para iniciar a operação do sistema, primeiramente foi necessário desenvolver a
biomassa no reator. Neste estudo, a biomassa foi obtida através da fase de
Aclimatação que teve duração de 74 dias. Ao longo da Aclimatação, foram realizadas
análises físico-químicas a fim de se caracterizar o licor misto, conforme a Tabela 15 a
seguir:
Tabela 15: Características Físico-Químicas do Biomassa.
Parâmetro Média Desvio Padrão
pH 7,6 0,2
Temperatura (°C) 23,7 0,7
Oxigênio Dissolvido (mg.L-1) 1,9 0,7
Cor Aparente (PtCo) 2997,0 1587,4
Cor Verdadeira (PtCo) 227,0 80,6
Turbidez (UT) 295,0 261,6
DQO (mg O2.L-1) 1770,0 666,2
DQO Filtrada (mg O2.L-1) 307,0 147,1
Sólidos Suspensos Totais (mg.L-1) 3785,0 2786,7
Sólidos Suspensos Fixos (mg.L-1) 352,0 451,4
Sólidos Suspensos Voláteis (mg.L-1) 3462,0 2576,5
Sólidos Totais (mg.L-1) 10000,0 4582,6
Sólidos Totais Fixos (mg.L-1) 2000,0 2645,7
Sólidos Totais Voláteis (mg.L-1) 8000,0 2645,7
Além das características físico-químicas da biomassa, na partida do sistema também
caracterizou-se a microfauna através de observação microscópica, apresentando as
seguintes características na Tabela 16.
84
Tabela 16: Características Microbiológicas da Biomassa.
Amostra Observação sobre lâmina e
lamínula
Frequência relativa
Lodo de Sistema
de Lodos
Ativados com
Aeração
Prolongada
Protozoários ciliados fixos
Protozoários ciliados livres
Aspidisca sp (ciliado)
Tecamebas
Zooglea ramigera
Bactérias filamentosas
Nematóides
Aelosoma sp (anelídeo)
Rotíferos
Flocos com aspecto bem definido
Frequentes
Frequentes
Algumas
Frequentes
Frequentes
Frequentes
Raros
Raros
Raros
Algumas estruturas comumente encontradas na biomassa podem ser observadas na
Figura 26, obtidas através do microscópio:
85
Figura 26: Microfauna do Inóculo na Partida do Sistema
Após o desenvolvimento da biomassa do sistema, deu-se início à parte investigativa
do estudo, através da realização da etapa de Ajustes Operacionais. Os resultados
obtidos nesta etapa são apresentados a seguir.
6.2. Ajustes Operacionais
A etapa de Ajustes Operacionais teve duração de 21 dias. O Módulo de Filtração 1 foi
submetido à um cenário extremo, com a bomba peristáltica responsável pela sucção
do permeado operando em sua capacidade máxima, obtendo no primeiro dia de
operação uma vazão de 0,59L/min. Neste período foram avaliadas a vazão de saída
do permeado, para cálculo do tempo de detenção hidráulica, e a eficiência do módulo
de filtração em relação à remoção de sólidos através da análise de turbidez, obtendo-
se os seguintes resultados:
86
Tabela 17: Resultados obtidos para a etapa de Ajustes Operacionais.
Dias de Operação
Vazão do Permeado (L/min) TDH (horas) Remoção de turbidez (%)
1 0,59 7,5 96,2
2 0,59 7,5 94,0
3 0,59 7,5 95,0
4 0,45 9,9 91,5
7 0,30 14,8 90,6
8 0,25 18 96,2
9 0,22 20 94,4
10 0,20 22,2 95,6
14 0,10 44,5 98,2
16 0,03 148,2 94,4
17 0,01 296,3 98,6
18 0,10 44,5 94,0
21 0,10 44,5 94,6
Conforme os resultados apresentados, após três dias de operação, o módulo de
filtração já começou a perder sua capacidade de filtração.
Após 17 dias de operação, chegou-se à vazão mínima de permeado filtrado de
0,01L/min e consequentemente, atingiu-se um TDH de 296 horas. Porém, foi neste
mesmo momento que o módulo de filtração atingiu sua maior eficiência em relação à
remoção de sólidos, analisados pela turbidez, atingindo 98,6% de eficiência de
remoção.
A Figura 27 apresenta o comportamento do módulo de filtração, em relação ao tempo
de detenção hidráulica, que é influenciado pela vazão de permeado, e a eficiência de
remoção de turbidez ao longo desta fase:
87
Figura 27: Comportamento do Módulo de Filtração durante a etapa de Ajustes Operacionais.
Após o módulo de filtração atingir a situação crítica em relação à vazão de permeado
e TDH, foi realizado um giro no mesmo, a fim de se propiciar uma limpeza no módulo
de filtração para que o mesmo pudesse voltar a operar com melhor desempenho.
Porém, o mesmo não voltou a operar como inicialmente, atingindo uma vazão de
permeado de apenas 0,1L/min com consequente TDH de 44,5h.
Sabendo-se que o peso inicial do módulo de filtração era de 570g, após os 21 dias de
operação, o mesmo foi retirado do reator e exposto à luz solar para que pudesse ser
retirada a umidade e verificado o seu peso final. Com isto, após 4 semanas verificou-
se que o peso final do módulo de filtração foi de 691g, o que indica que o mesmo
manteve retido 121g de sólidos.
A Figura 28 apresenta o módulo de filtração 1 antes de operar e após os 21 dias de
operação:
86%
88%
90%
92%
94%
96%
98%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
1 2 3 4 7 8 9 10 14 16 17 18 21
REM
OÇ
ÃO
DE
TUR
BID
EZ (
%)
TEM
PO
DE
DET
ENÇ
ÃO
HID
RÁ
ULI
CA
(H
)
DIAS DE OPERAÇÃO
TDH Remoção de turbidez
88
Figura 28: A - Módulo de Filtração antes da operação; B - Módulo de Filtração após a colmatação.
Tendo em vista que o módulo de filtração operou 21 dias em cenário extremo até
definir-se que o mesmo colmatou, verificou-se que era possível aplicar a hipótese
levantada nesta pesquisa, encerrando-se então esta fase inicial de teste e iniciando a
Etapa 1.
No primeiro dia de operação desta etapa, o licor misto do reator foi analisado e
apresentou as seguintes características que são apresentas na Tabela 18.
89
Tabela 18: Características do lodo no início da Etapa 1.
Parâmetro Resultado
pH 7
Sólidos Suspensos Totais (mg/L) 2300
Sólidos Suspensos Fixos (mg/L) 533
Sólidos Suspensos Voláteis (mg/L) 1777
Oxigênio Dissolvido (mgO2/L) 0,8
Temperatura ºC 25
Demanda Química de Oxigênio (mgO2/L) 10.600
Demanda Bioquímica de Oxigênio (mgO2/L) 3560
Carbono Orgânico Total (%) 37,4
6.3. Parâmetros de Controle Operacional
Este estudo compreendeu 4 etapas de operação na investigação experimental com a
utilização de mantas geossintéticas em um sistema de lodos ativados de aeração
prolongada em fluxo contínuo. Tais etapas são Etapa 1, Etapa 2, Etapa 3 e Etapa 4
com os respectivos tempos de duração: 57 dias, 57 dias, 66 dias e 24 dias
A seguir serão apresentados os resultados obtidos durante tais etapas deste estudo
referente aos parâmetros de controle operacional, sendo eles: pH, temperatura e
oxigênio dissolvido
6.3.1. pH
A tabela 19 apresenta os resultados do monitoramento do pH ao longo das 4 etapas
de operação.
Com tais resultados, é possível observar que o efluente dos módulos de filtração
operados nas Etapas 1, 2 e 4 possuem pH médio na faixa de neutralidade. Porém, na
Etapa 3, o efluente do módulo de filtração MG1 – MA e MG2 - MA possuíram pH médio
abaixo de 7, bem como o licor misto apresentou nesta etapa de operação o seu menor
pH durante todo estudo.
A Resolução CONAMA Nº 430/2011, que dispõe sobre condições e padrões de
lançamento de efluentes, determina que o efluente possua pH entre 5 e 9. Em ambos
90
os casos, se tais efluentes fossem lançados em um recurso hídrico, não acarretariam
em consequências negativas para o meio e atenderiam ao parâmetro estabelecido
pela legislação.
Além disso, o pH médio do afluente ao sistema nos na operação das 4 etapas sempre
se manteve próximo a faixa de neutralidade. Com isso, observou-se que esta faixa de
pH do afluente é adequada para a alimentação do reator e desenvolvimento e
metabolismo dos microrganismos presente no licor misto, que são responsáveis pelo
tratamento biológico do afluente. Também é possível verificar que o uso das mantas
geossintéticas não acarreta alteração de pH no efluente final.
Tabela 19: Monitoramento de pH.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA Afluente 28 7,0 5,5 9,3 0,1 0,7
Efluente 25 7,0 6,4 7,3 0,0 0,3
MG1 - GT Afluente 27 7,0 6,3 9,0 0,1 0,5
Efluente 21 7,0 6,2 7,4 0,0 0,3
Licor Misto 48 6,7 5,5 7,5 0,1 0,4
Etapa 2
MG2 - TA Afluente 28 7,1 6,6 9,3 0,1 0,5
Efluente 29 6,8 6,1 7,7 0,1 0,4
MG2 - GT Afluente 28 7,0 6,4 8,1 0,1 0,4
Efluente 28 7,1 6,2 9,6 0,1 0,6
Licor Misto 57 6,6 5,4 8,1 0,1 0,5
Etapa 3
MG1 - MA Afluente 34 6,8 6,3 7,6 0,0 0,3
Efluente 34 6,3 5,1 7,5 0,1 0,7
MG2 - MA Afluente 31 6,8 6,3 8,3 0,1 0,4
Efluente 31 6,4 4,4 7,4 0,1 0,6
Licor Misto 64 5,8 4,0 7,3 0,2 0,9
Etapa 4
MG1 - GT Afluente 11 7,1 6,6 9,1 0,1 0,7
Efluente 11 7,6 7,4 7,8 0,0 0,1
MG2 - GT Afluente 12 6,9 6,6 7,9 0,1 0,3
Efluente 12 7,5 7,3 7,9 0,0 0,2
Licor Misto 23 7,4 6,3 9,1 0,1 0,5
91
6.3.2. Temperatura
O afluente ao reator fica em um tanque na área externa do Laboratório de Protótipos,
e isso faz com que o mesmo sofra influência da temperatura do ambiente externo,
uma vez que fica acondicionado em um tanque coberto e sem agitação do líquido.
Como pode ser visto na Tabela 20, os afluentes aos módulos de filtração durante as
4 etapas de operação apresentaram menor temperatura em relação ao efluente, com
exceção do caso do módulo de filtração MG2 – GT na Etapa 4.
Tabela 20: Monitoramento da Temperatura
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA Afluente (ºC) 28 22,0 17,0 25,0 0,1 2,1
Efluente (ºC) 24 22,0 19,0 27,0 0,1 2,1
MG1 - GT Afluente (ºC) 27 22,0 18,0 24,8 0,1 1,8
Efluente (ºC) 24 23,0 19,0 27,0 0,1 1,8
Licor Misto (ºC) 48 22,4 18,5 27,0 0,1 2,3
Etapa 2
MG2 - TA Afluente (ºC) 26 18,6 10,3 22,2 0,1 2,7
Efluente (ºC) 27 20,1 14,0 22,3 0,1 1,9
MG2 - GT Afluente (ºC) 27 18,5 11,5 23,0 0,1 2,8
Efluente (ºC) 28 19,7 14,4 23,0 0,1 2,1
Licor Misto (ºC) 55 19,2 12,0 22,0 0,1 2,1
Etapa 3
MG1 - MA Afluente (ºC) 35 21,4 10,0 27,7 0,1 3,0
Efluente (ºC) 35 22,0 18,3 26,2 0,1 1,6
MG2 - MA Afluente (ºC) 30 21,5 16,3 26,7 0,1 2,3
Efluente (ºC) 30 22,1 18,9 25,2 0,1 1,6
Licor Misto (ºC) 64 21,6 17,7 25,7 0,1 1,5
Etapa 4
MG1 - GT Afluente (ºC) 11 25,1 22,5 28,0 0,1 1,9
Efluente (ºC) 11 25,4 23,0 27,3 0,1 1,4
MG2 - GT Afluente (ºC) 12 25,2 23,0 28,5 0,1 2,1
Efluente (ºC) 12 24,8 22,7 27,0 0,1 1,3
Licor Misto (ºC) 23 24,5 22,0 27,0 0,1 1,4
A Resolução CONAMA Nº 430/2011, que dispõe sobre condições e padrões de
lançamento de efluentes, determina que o efluente possua temperatura inferior a 40ºC
para lançamento. Portanto, em todos os casos a temperatura do efluente foi
92
adequada quando analisada em termos de lançamento deste efluente em recurso
hídrico.
6.3.3. Oxigênio Dissolvido
O oxigênio dissolvido é necessário para a respiração de microrganismos aeróbios,
assim como de todas as formas de vida. O lançamento de esgoto sem tratamento ou
com tratamento inadequado em um recurso hídrico faz com que ocorra a diminuição
do oxigênio dissolvido no corpo receptor. O afluente à um sistema de tratamento de
esgoto deverá ter menor concentração de oxigênio dissolvido do que o efluente
tratado, pois através do tratamento, ocorrerá a remoção de matéria orgânica,
ocasionando um aumento no oxigênio dissolvido do efluente.
A Tabela 21 apresenta os resultados obtidos no monitoramento de oxigênio dissolvido.
Tabela 21: Monitoramento do Oxigênio Dissolvido.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA Afluente mg/L) 28 1,1 0,7 1,8 0,2 0,2
Efluente mg/L) 24 3,5 2,2 8,1 0,4 1,3
MG1 - GT Afluente mg/L) 27 1,1 0,8 1,8 0,2 0,2
Efluente mg/L) 25 3,2 2,0 4,7 0,2 0,7
Licor Misto (mg/L) 50 2,0 1,2 4,4 0,3 0,7
Etapa 2
MG2 - TA Afluente mg/L) 27 1,2 0,6 2,5 0,3 0,4
Efluente (mg/L) 28 3,1 1,2 5,1 0,3 0,9
MG2 - GT Afluente (mg/L) 28 1,3 0,7 2,5 0,3 0,4
Efluente (mg/L) 28 3,4 2,0 6,1 0,3 1,0
Licor Misto (mg/L) 56 2,4 1,0 4,4 0,4 1,0
Etapa 3
MG1 - MA Afluente (mg/L) 35 1,2 0,6 2,2 0,3 0,3
Efluente (mg/L) 35 2,8 2,0 4,3 0,2 0,7
MG2 - MA Afluente (mg/L) 29 1,1 0,8 2,7 0,3 0,3
Efluente (mg/L) 30 2,6 1,9 4,0 0,2 0,5
Licor Misto (mg/L) 63 2,8 1,9 5,8 0,3 0,8
Etapa 4
MG1 - GT Afluente (mg/L) 11 1,2 0,9 1,7 0,3 0,3
Efluente (mg/L) 11 2,1 1,2 3,6 0,4 0,9
MG2 - GT Afluente (mg/L) 12 1,2 0,8 1,9 0,3 0,4
Efluente (mg/L) 12 2,5 1,1 3,7 0,3 0,9
Licor Misto (mg/L) 23 1,7 0,7 2,8 0,4 0,7
93
Em todos os casos, houve uma melhora da qualidade do efluente final ocasionada
pelo aumento da concentração de oxigênio dissolvido no efluente tratado. Portanto,
consequentemente é possível verificar que houve remoção de matéria orgânica
durante o tratamento do esgoto sanitário.
6.4. Desempenho das Membranas Geossintéticas
Durante as etapas de operação do sistema de lodos ativados com utilização de
membranas geossintéticas, o decantador secundário foi substituído pelo processo de
filtração feito pelas membranas.
A seguir será apresentado o desempenho de cada módulo de filtração em relação a
vazão de saída do permeado e consequentemente, o tempo de detenção hidráulica,
bem como os resultados obtidos no Teste de Colmatação.
6.4.1. Tempo de Detenção Hidráulica
O tempo de detenção hidráulica para lodos ativados de aeração prolongada deve ser
mantido entre 16 a 24 horas. Sendo assim, ao início de cada ciclo de operação dos
módulos de filtração, as bombas peristálticas foram programadas para manterem uma
vazão de sucção de 15L/h a fim de se obter um TDH de 18 horas.
Durante a Etapa 1 foram utilizados os Módulos de Filtração MG1-TA e MG1-GT. O
Módulo de Filtração MG1-TA iniciou sua operação exigindo o uso de 30% da potência
da bomba peristáltica em termos de rotação. Já no 16º dia de operação desta etapa,
exigiu 100% de potência da bomba e a partir do 24º dia de operação desta etapa, não
foi possível manter a faixa de TDH característica desta variante do sistema de lodos
ativados.
No 42º dia de operação realizou-se o teste de colmatação, que propicia a limpeza do
módulo de filtração, e com isso houve um aumento na vazão de permeado,
ocasionando no 44º dia um TDH de 17h. Porém, no 48º dia de operação a vazão de
permeado voltou a cair, aumentando consequentemente o TDH do sistema, como
pode ser observado na Figura 29.
94
Figura 29: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 30: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-TA.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
95
Conforme a Figura 30, também foi possível verificar que o TDH não influenciou na
qualidade do permeado em termos de turbidez, pois, mesmo com baixa vazão de
permeado devido ao processo de colmatação da manta geossintética, a turbidez do
efluente manteve-se em quase todo período de operação abaixo de 5NTU.
O Módulo de Filtração MG1-GT iniciou sua operação também exigindo o uso de 30%
da potência da bomba peristáltica. Porém, foi no 23º dia de operação desta etapa, que
o mesmo exigiu 100% de potência da rotação da bomba peristáltica e a partir do 25º
dia de operação que não foi possível manter a faixa de TDH característica desta
variante do sistema de lodos ativados.
No 41º realizou-se o teste de colmatação, que propicia a limpeza do módulo de
filtração, porém, como pode ser observado na Figura 31, isto não fez com que
houvesse uma melhora significativa em relação à vazão de permeado do sistema, ou
seja, nesta configuração de módulo de filtração à resposta ao processo de limpeza foi
insatisfatória.
Figura 31: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-GT.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Potência da Bomba (%)
96
Também foi possível verificar que o TDH não influenciou na qualidade do permeado
em termos de turbidez, pois, mesmo com baixa vazão de permeado devido ao
processo de colmatação da manta geossintética, a turbidez do efluente manteve-se
em todo período de operação abaixo de 5NTU. Tais variações de TDH e Potência da
Bomba de Sucção, bem como comportamento do Módulo de Filtração MG1-GT
comparando o TDH e a turbidez do efluente tratado podem ser observadas na Figura
32.
Figura 32: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-GT.
Durante a Etapa 2 foram utilizados os Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT. O
Módulo de Filtração MG2-TA iniciou sua operação exigindo 30% da potência de
rotação da bomba peristáltica e aos 32 dias de operação desta etapa exigiu 100% da
potência da bomba. Porém, a partir do 4º dia de operação já não foi possível manter
a faixa de TDH característica desta variante do sistema de lodos ativados, conforme
pode ser observado na Figura 33.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
97
No 50º realizou-se o teste de colmatação. Embora o TDH tenha caído, o valor obtido
após a limpeza do filtro não fez com que houvesse uma melhora significativa em
relação à vazão de permeado do sistema. Portanto, esta configuração de módulo de
filtração possui resposta ao processo de limpeza insatisfatória.
De acordo com a Figura 34 é possível observar que os picos de TDH não
influenciaram na qualidade do permeado em termos de turbidez, pois, mesmo com
baixa vazão de permeado devido ao processo de colmatação das membranas, foi
possível manter a turbidez abaixo de 5NTU quase que em toda totalidade da
operação, excetuando-se 3 episódios ao longo dos 56 dias de operação desta etapa.
Figura 33: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-TA.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Potência da Bomba (%)
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Figura 34: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-TA.
O Módulo de Filtração MG2-GT iniciou sua operação exigindo 30% da potência de
rotação da bomba peristáltica e aos 49 dias de operação desta etapa exigiu 100% da
potência da bomba. Ao contrário do Módulo de Filtração MG2-TA, possível manter a
faixa de TDH característica desta variante do sistema de lodos ativados em mais
eventos, conforme pode ser observado na Figura 35.
Em relação à turbidez e tempo de detenção hidráulica, é possível observar na Figura
36 que durante toda a operação da Etapa 2 a turbidez se manteve abaixo de 5NTU,
inclusive nos eventos onde houve pico do TDH. Isto indica que, mesmo utilizando a
mesma manta geossintética sob as mesmas condições, o espaçador influencia no
desempenho do módulo de filtração.
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TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
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Figura 35: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 36: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-GT.
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TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
100
A Etapa 3 operou com os Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA. O Módulo de
Filtração MG1-MA iniciou sua operação exigindo 25% da potência de rotação da
bomba peristáltica, porém, já no segundo dia de operação não conseguiu mais manter
o TDH característico para esta variante de lodos ativados conforme pode ser
observado na Figura 37. Após o segundo pico de TDH, aos 61 dias de operação, foi
realizado o teste de colmatação e com a limpeza do Módulo de Filtração, houve uma
melhora com o consequente aumento da vazão de permeado, porém, não o suficiente
para manter o TDH necessário.
Figura 37: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG1-MA.
Em relação à turbidez, nos primeiros dias de operação, a mesma estava acima de
5NTU, ou seja, maior se comparada às outras etapas. Porém, conforme foi a operação
do Módulo de Filtração, a turbidez se manteve também abaixo de 5NTU, com exceção
de um evento aos 57 dias de operação, conforme pode ser observado na Figura 38.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Potência da Bomba (%)
101
Figura 38: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG1-MA.
O Módulo de Filtração MG2-MA iniciou sua operação exigindo 30% da potência de
rotação da bomba peristáltica, porém, já no segundo dia de operação não foi possível
manter o TDH característico desta variante do sistema de lodos ativados. Aos 60 dias
de operação foi realizado o teste de colmatação e não houve melhora em relação à
vazão de permeado, conforme pode ser observado na Figura 39.
Em relação à turbidez, o comportamento deste Módulo de Filtração foi semelhante ao
MG1-MA, onde iniciou-se a operação com uma turbidez acima de 5NTU e ao longo
da operação a mesma se manteve abaixo de 5NTU, com exceção de um evento aos
43 dias de operação, conforme pode ser observado na Figura 40.
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
102
Figura 39: TDH e Potência da Bomba na operação do Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 40: TDH e turbidez do efluente na operação do Módulo de Filtração MG2-MA.
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3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 58 59 60 61 62
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DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
103
Portanto, é possível verificar que o espaçador de manta acrílica influenciou, de
maneira insatisfatória, no desempenho dos Módulo de Filtração MG1-MA e MG2-MA,
fazendo com que eles não tivessem desempenhos semelhantes às outras
configurações, caracterizando então esta configuração como a menos satisfatória
para a substituição do decantador secundário do sistema de lodos ativados em termos
de condições operacionais.
6.4.2. Teste de Colmatação
Quando os módulos de filtração perdem sua capacidade, mesmo operando com as
bombas peristálticas em sua capacidade máxima de rotação para sucção do
permeado, é realizado o Teste de Colmatação que consiste na análise do
comportamento do módulo de filtração após uma limpeza manual, conforme abordado
no Item 5.8.
O Teste de Colmatação do Módulo de Filtração MG1-TA foi realizado no 42º dia de
operação. Antes do procedimento, a vazão de permeado era de 200mL/min e turbidez
de 2,72 NTU. Após o procedimento de limpeza, houve um pico de vazão de permeado
chegando a 420mL/min e turbidez de 50,6NTU que pode ter sido ocasionado pelo
desprendimento do biofilme gerado no procedimento da limpeza. Ao longo de 1h, a
vazão de permeado chegou a 360mL/min e a turbidez já havia reduzido para 3,18NTU.
Portanto, verificou-se que com o procedimento de limpeza foi possível recuperar a
capacidade de filtração do Módulo de Filtração MG1-TA. Porém, no 48º dia de
operação a vazão de permeado voltou a cair, aumentando consequentemente o TDH
do sistema e aos 57 dias de operação, considerou-se que o módulo havia colmatado,
encerrando-se a sua operação.
O Comportamento do Módulo de Filtração MG1-TA ao longo do Teste de Colmatação
pode ser observado na Figura 41.
104
Figura 41: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-TA.
O Teste de Colmatação do Módulo de Filtração MG1-GT foi realizado no 41º dia de
operação. Antes do procedimento, a vazão de permeado era de 100mL/min e turbidez
de 3,01 NTU. Após o procedimento de limpeza, houve um pico de vazão de permeado
chegando a 270mL/min e turbidez de 73,8NTU que, conforme dito anteriormente,
pode ter sido ocasionada pelo desprendimento do biofilme gerado pela limpeza.
Porém, ao longo de 1h, a vazão de o permeado decaiu para 110mL/min, chegando
próximo ao valor inicial e a turbidez já havia reduzido para 3,56NTU.
Portanto, verificou-se que mesmo com a realização do procedimento de limpeza não
foi possível recuperar a capacidade de filtração do Módulo de Filtração MG1-GT, ou
seja, nesta configuração de módulo de filtração a resposta ao processo de limpeza foi
insatisfatória.
O Comportamento do Módulo de Filtração MG1-GT ao longo do Teste de Colmatação
pode ser observado na Figura 42.
2,72
50,60
6,334,13 3,93 3,53 3,31 2,98 3,20 3,26 3,30 3,47 3,44 3,18
0,200
0,420 0,4200,430 0,430 0,430 0,430 0,430
0,4000,390
0,350
0,390
0,3700,360
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
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20
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30
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50
55
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Vaz
ão d
e sa
ída
(L/m
in)
Turb
idez
(N
TU)
Tempo (min)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
105
Figura 42: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-GT.
O peso dos filtros após a operação também foi analisado para verificação da
quantidade em massa de sólidos retida no módulo de filtração. O Módulo de Filtração
MG1-TA reteve 391,6g de sólidos e o Módulo de Filtração MG1-GT reteve 669,8g de
sólidos.
Sendo assim, acredita-se que o espaçador de Geomanta Tridimensional utilizado para
construção do Módulo de Filtração MG1-GT impeça que ocorra o desprendimento de
sólidos agregados ao módulo de filtração, dificultando sua capacidade de
recuperação.
A Etapa 2 operou com os Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT. O Teste de
Colmatação do Módulo de Filtração MG2-TA foi realizado no 50º dia de operação.
Antes do procedimento, a vazão de permeado era de 30mL/min e turbidez de
2,95NTU. Após o procedimento de limpeza, houve um pico de vazão de permeado
3,01
73,80
9,266,47 5,42 5,02 4,72 4,12 4,05 3,94 3,86 3,84 3,76 3,56
0,100
0,270
0,150
0,130
0,1100,120 0,115 0,110 0,110 0,110 0,110 0,110 0,110 0,105
0,000
0,040
0,080
0,120
0,160
0,200
0,240
0,280
0,320
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
VA
ZÃO
DE
SAÍD
A (
L/M
IN)
TUR
BID
EZ (
NTU
)
TEMPO (MIN)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
106
chegando a 400mL/min e turbidez de 10NTU. Porém, ao longo de 1h, a vazão de
permeado decaiu para 50mL/min, chegando próximo ao valor inicial e a turbidez já
havia reduzido para 2,43NTU.
Portanto, mesmo com a realização do procedimento de limpeza não foi possível
recuperar a capacidade de filtração do Módulo de Filtração MG2-TA. Então, nesta
configuração de módulo de filtração a resposta ao processo de limpeza também é
insatisfatória.
O Comportamento do Módulo de Filtração MG2-TA ao longo do Teste de Colmatação
pode ser observado na Figura 43.
Figura 43: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-TA.
O Teste de Colmatação do Módulo de Filtração MG2-GT foi realizado no 51º dia de
operação. Antes do procedimento, a vazão de permeado era de 120mL/min e turbidez
de 3,8NTU. Após o procedimento de limpeza, a vazão de permeado aumentou apenas
2,95
10,00
6,99
5,34
4,13
4,62 4,58
3,21 3,13 3,012,66 2,63
2,42 2,43
0,030
0,420
0,400
0,305
0,210
0,160
0,120
0,100
0,0800,068 0,065 0,060
0,052 0,050
0,000
0,040
0,080
0,120
0,160
0,200
0,240
0,280
0,320
0,360
0,400
0,440
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Vaz
ão d
e Sa
ída
(L/m
in)
Turb
idez
(N
TU)
Tempo (min)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
107
para 160mL/min e turbidez de 5,5NTU. Ao longo de 1h, a vazão de o permeado decaiu
para 125mL/min, chegando próximo ao valor inicial e a turbidez já havia reduzido para
3,49NTU. Portanto, com a realização do procedimento de limpeza não foi possível
recuperar a capacidade de filtração do Módulo de Filtração MG2-GT. Então, nesta
configuração de módulo de filtração a resposta ao processo de limpeza também é
insatisfatória. O Comportamento do Módulo de Filtração MG2-GT ao longo do Teste
de Colmatação pode ser observado na Figura 44.
Figura 44: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-GT.
Após o encerramento da operação foi calculado a massa de sólidos retida pelos
Módulos de Filtração. O Módulo de Filtração MG2-TA reteve 90g de sólidos e o Módulo
de Filtração MG2-GT reteve 132g de sólidos. Embora tenham retido menos massa de
sólidos quando comparados aos Módulos de Filtração da Etapa 1, ambos não
responderam bem ao Teste de Colmatação.
3,81
5,47
12,10
5,98
4,954,58
4,113,76 3,74 3,55 3,50 3,50 3,44 3,49
0,120
0,160
0,130 0,130 0,130 0,130 0,130 0,130 0,130 0,130 0,130 0,1300,125 0,125
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
0,140
0,160
0,180
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Vaz
ão d
e Sa
ída
(L/m
in)
Turb
idez
(N
TU)
Tempo (min)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
108
A Etapa 3 operou com os Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA. O Teste de
Colmatação do MG1-MA foi realizado aos 60 dias de operação desta etapa. Antes do
Teste de Colmatação a vazão de permeado era de 30mL/min e a turbidez era de
3NTU. Após o procedimento, a vazão de permeado teve um pico chegando a
360mL/min bem como a turbidez aumentou devido ao desprendimento de sólidos,
atingindo o valor de 30,7NTU. Porém, após 1 hora, a vazão de permeado já havia
decaído para 100mL/min e a turbidez para 2,4NTU. O Comportamento do Módulo de
Filtração MG1-MA ao longo do Teste de Colmatação pode ser observado na Figura
45.
Figura 45: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG1-MA.
O Teste de Colmatação do Módulo de Filtração MG2-MA foi realizado aos 61 dias de
operação desta etapa. A vazão de permeado era de 45mL/min e a turbidez era 4,5NTU
antes do Teste de Colmatação. Após o teste, a vazão de permeado aumentou para
120mL/min e a turbidez ficou em 3,5NTU. Porém, ao longo de 1 hora, a vazão decaiu
3,00
30,70
8,46
3,843,04 2,89 2,89 2,52 2,49 2,39 2,39 2,44 2,38 2,380,030
0,360
0,180
0,1500,140
0,130 0,125 0,120 0,120 0,1200,110 0,110 0,110
0,100
0,000
0,030
0,060
0,090
0,120
0,150
0,180
0,210
0,240
0,270
0,300
0,330
0,360
0,390
0
5
10
15
20
25
30
35
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Vaz
ão d
e Sa
ída
(L/m
in)
Turb
idez
(N
TU)
Tempo (min)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
109
para 52mL/min e a turbidez ficou em 2NTU. O Comportamento do Módulo de Filtração
MG2-MA ao longo do Teste de Colmatação pode ser observado na Figura 46.
Figura 46: Teste de Colmatação - Comportamento do Módulo de Filtração MG2-MA.
Portanto, em ambos os casos a utilização de manta acrílica combinada com as duas
mantas geossintéticas utilizadas neste estudo não obtiveram resultado satisfatórios
em relação à limpeza proporcionada pelo Teste de Colmatação, não sendo possível
então recuperar a capacidade de filtração dos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-
MA.
Após o encerramento da operação da Etapa 3 foi calculado a massa de sólidos retida
pelos Módulos de Filtração. O Módulo de Filtração MG1-MA reteve 76g de sólidos e o
Módulo de Filtração MG2-MA reteve 124g de sólidos. Embora tenham retido menos
massa quando comparados aos Módulos de Filtração da Etapa 1 e 2, ambos não
responderam bem ao Teste de Colmatação.
4,47
3,46
4,42
6,40
7,43
4,68
3,553,20
2,722,30 2,14 2,22 2,17 2,03
0,045
0,120
0,075
0,065
0,055
0,085
0,0650,070 0,072
0,068 0,0680,072
0,075
0,052
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
0,140
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Vaz
ão d
e Sa
ída
(L/m
in)
Turb
idez
(N
TU)
Tempo (min)
Turbidez (NTU) Vazão (L/min)
110
6.4.3. Reutilização dos Módulos de Filtração
Considerando o desempenho de operação das membranas geossintéticas nas
diferentes configurações dos Módulos de Filtração MG1-TA, MG1-GT, MG2-TA, MG2-
GT, MG1-MA e MG2-MA, definiu-se a Etapa 4 como a reutilização dos Módulos de
Filtração que apresentassem melhor desempenho operacional.
A tomada de decisão foi embasada no comportamento dos Módulo de Filtração na
operação, considerando dois critérios combinados: capacidade de manter o TDH
dentro da faixa necessária para o sistema de lodos ativados de aeração prolongada;
maior tempo de operação sem exigência de 100% da capacidade de rotação da
bomba peristáltica para sucção de permeado. Portanto, comparando-se os 6 Módulos
de Filtração utilizados ao longo das 3 primeiras etapas, o MG1-GT foi o que teve o
melhor desempenho quando avaliado sob estes dois critérios combinados.
Com isso, verificou-se que a geomanta tridimensional utilizada como espaçador na
construção do Módulo de Filtração pode ser benéfica à sua operação. A partir disso,
optou-se então por reutilizar também o MG2-GT, pois tal Módulo de Filtração também
utilizou a geomanta tridimensional como espaçador.
Na Etapa 4, o Módulo de Filtração MG1-GT iniciou sua operação exigindo 35% da
potência de rotação da bomba peristáltica para sucção do permeado. Porém, após
24h de operação já não foi mantida a vazão de 250mL/min para alcançar um TDH de
18h. A partir de então, não houve eventos onde o TDH fosse adequado para o sistema
de lodos ativados de aeração prolongada, como pode ser visto na Figura 47.
A turbidez do permeado nesta etapa de operação iniciou em altos valores e não houve
evento onde a mesma estivesse abaixo de 5NTU para o Módulo de Filtração MG1-
GT, como pode ser observado na Figura 48. Tal problema pode ter relação com a
perda de biomassa do reator, que prejudica o tratamento biológico do esgoto, que é
abordada no Item 6.5.2.
111
Figura 47: TDH e Potência da Bomba na reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 48: TDH e turbidez do efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
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85
90
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
PO
TÊN
CIA
DA
BO
MB
A (
%))
TEM
PO
DE
DET
ENÇ
ÃO
HID
RÁ
ULI
CA
(H
)
DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Potência da Bomba (%)
0
5
10
15
20
25
30
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50
55
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0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
TUR
BID
EZ (
NTU
)
TEM
PO
DE
DET
ENÇ
ÃO
HID
RÁ
ULI
CA
(H
)
DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
112
Módulo de Filtração MG2-GT iniciou sua operação exigindo 40% da potência de
rotação da bomba peristáltica para sucção do permeado. Porém, após 24h de
operação já não foi mantida a vazão de 250mL/min para alcançar um TDH de 18h. A
partir de então, houve apenas 1 evento onde o TDH fosse adequado para o sistema
de lodos ativados de aeração prolongada, no 4º dia de operação desta etapa como
pode ser visto na Figura 49.
Figura 49: TDH e Potência da Bomba na reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
A turbidez do permeado nesta etapa de operação também iniciou em altos valores,
porém, ao longo da operação, este valor foi decaindo de forma que os últimos 3
eventos obtivessem turbidez abaixo de 5NTU, conforme pode ser observado na Figura
50.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
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15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
PO
TÊN
CIA
DA
BO
MB
A (
%))
TEM
PO
DE
DET
ENÇ
ÃO
HID
RÁ
ULI
CA
(H
)
DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Potência da Bomba (%)
113
Figura 50: TDH e turbidez do efluente na reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
Portanto, é possível verificar que o processo de reutilização das mantas geossintéticas
não obteve resultados satisfatórios em relação ao desempenho das membranas para
manter o TDH característico do sistema de lodos ativados de aeração prolongada.
Vale ressaltar que após a operação das 3 primeiras etapas, os Módulos de Filtração
passaram por um processo de perda de umidade para que fosse possível determinar
a massa de sólidos retida, conforme abordado no item 5.5. Sendo assim, entende-se
que o fato da massa de sólidos retida ter secado na superfície das mantas
geossintéticas e dos espaçadores fez com que o processo de limpeza dos mesmos
para a reutilização fosse prejudicado, podendo ter ocasionado a incrustação de
sólidos nos poros das mantas geossintéticas, afetando consequentemente sua
capacidade de recuperação de filtração.
A seguir será apresentado o desempenho dos Módulos de Filtração em termos de
qualidade do efluente final.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
TUR
BID
EZ (
NTU
)
TEM
PO
DE
DET
ENÇ
ÃO
HID
RÁ
ULI
CA
(H
)
DIAS DE OPERAÇÃO
TDH (H) Turbidez do Efluente (NTU)
114
6.5. Qualidade do Efluente
Para substituição do decantador secundário do sistema de lodos ativados por filtração
em manta geossintética é necessário analisar, além da operação do sistema, o
desempenho no tratamento de esgoto sanitário com foco na qualidade do efluente
final. A seguir serão apresentados os resultados obtidos para a remoção de turbidez,
série de sólidos, carbônico orgânico dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e
demanda química de oxigênio.
6.5.1. Turbidez
A turbidez é a medida da resistência da água a passagem da luz, sendo causada pela
presença de partículas em suspensão. Quando se trabalha com filtração, este
parâmetro pode ser considerado de grande importância para monitoramento, uma vez
que o meio de filtração deve barrar tais partículas que originam a turbidez.
A Tabela 22 apresenta os resultados obtidos no monitoramento da turbidez durante
as 4 etapas de operação, bem como a concentração no licor misto e a eficiência de
remoção para Módulo de Filtração:
Tabela 22: Monitoramento da Turbidez.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA
Afluente (NTU)
28,0 246,7 55,0 608,0 0,6 141,8
Efluente (NTU)
28,0 4,3 0,8 14,0 0,7 3,1
Eficiência (%)
28,0 97,7 90,9 99,8 0,0 1,9
MG1 - GT
Afluente (NTU)
27,0 330,1 88,0 1120,0 0,8 259,6
Efluente (NTU)
27,0 3,3 1,0 5,0 0,4 1,2
Eficiência (%)
27,0 98,5 96,5 99,6 0,0 1,0
Licor Misto (NTU) 55,0 705,3 270,0 1266,0 0,3 236,4
Etapa 2
MG2 - TA
Afluente (NTU)
29,0 305,6 66,7 567,0 0,4 133,8
Efluente (NTU)
29,0 3,3 1,2 7,5 0,5 1,7
Eficiência (%)
29,0 98,5 89,5 99,6 0,0 1,9
115
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
MG2 - GT
Afluente (NTU)
28,0 283,2 87,0 484,0 0,4 101,4
Efluente (NTU)
28,0 2,4 1,2 4,5 0,4 1,0
Eficiência (%)
28,0 99,0 97,5 99,6 0,0 0,5
Licor Misto (NTU) 57,0 1182,1 336,0 1870,0 0,3 339,4
Etapa 3
MG1 - MA
Afluente (NTU)
35,0 260,4 67,1 490,0 0,4 110,9
Efluente (NTU)
35,0 2,7 0,8 7,1 0,5 1,5
Eficiência (%)
35,0 98,8 96,8 99,7 0,0 0,7
MG2 - MA
Afluente (NTU)
31,0 225,9 77,1 687,0 0,6 127,9
Efluente (NTU)
31,0 2,8 1,1 6,1 0,5 1,5
Eficiência (%)
31,0 98,5 95,6 99,7 0,0 0,9
Licor Misto (NTU) 65,0 796,3 324,0 1434,0 0,3 215,4
Etapa 4
MG1 - GT
Afluente (NTU)
11,0 143,3 75,5 262,0 0,5 68,7
Efluente (NTU)
11,0 22,1 3,9 55,7 0,9 19,1
Eficiência (%)
11,0 80,4 37,2 98,5 0,2 19,7
MG2 - GT
Afluente (NTU)
12,0 114,3 61,7 211,0 0,4 43,9
Efluente (NTU)
12,0 20,9 3,1 55,4 0,8 17,1
Eficiência (%)
12,0 80,4 46,5 96,1 0,2 16,3
Licor Misto (NTU) 23,0 124,5 76,2 237,0 0,4 47,3
Durante os 57 dias de operação na Etapa 1, a turbidez média do afluente ao Módulo
de Filtração MG1-TA foi de 246,7±141,8NTU e do efluente foi de 4,3±3,3 NTU. Com
isso, a eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo de Filtração MG1-TA
foi de 97,7±1,9%. Para o Módulo de Filtração MG1-GT, durante os 57 dias de
operação na Etapa 1, a turbidez média do afluente foi de 330,1±259,6NTU e do
efluente foi de 3,3±1,2NTU. A eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo
de Filtração MG1-GT foi de 98,5±1,0%.
116
O comportamento do Módulo de Filtração MG1-TA e MG1-GT em relação à turbidez
e sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo dos 57 dias de operação podem
ser observados nas Figuras 51, 52, 53 e 54.
Figura 51: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-TA
Figura 52: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 53: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 54: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG1-GT.
Portanto, comparando os dois módulos de filtração utilizados na Etapa 1 deste estudo,
verificou-se que o Módulo de Filtração MG1-GT foi o que apresentou melhor resultado
para o efluente final em termos de turbidez, obtendo concentração média abaixo de
0
4
8
12
16
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200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
90
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94
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
2
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300
600
900
1200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
117
5NTU ao longo da operação. Ou seja, para a remoção sólidos suspensos, o espaçador
do módulo de filtração gera influencia na eficiência do mesmo. Porém, a análise
estatística indica que não há diferença estatística entre o desempenho dos módulos
de filtração (p=0,25569), como pode ser observado na Figura 55.
Figura 55: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para Turbidez.
Durante os 57 dias de operação da Etapa 2 a turbidez média do afluente ao Módulo
de Filtração MG2-TA foi de 305,6±133,8NTU e do efluente do Módulo de Filtração
MG1-TA foi de 3,3±1,7NTU. A eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo
de Filtração MG2-TA foi de 98,5±1,9%. A turbidez média do afluente ao Módulo de
Filtração MG2-GT foi de 283,2±101,4NTU e do efluente foi de 2,4±1,0NTU. A
eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo de Filtração MG2-GT foi de
99,0±0,5%.
118
O comportamento do Módulo de Filtração MG2-TA e MG2-GT em relação à turbidez
e sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo desta etapa de operação
podem ser observados nas Figuras 56, 57, 58 e 59.
Figura 56: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 57: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 58: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 59: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG2-GT.
Considerando os resultados obtidos no monitoramento da turbidez na Etapa 2,
verificou-se que o Módulo de Filtração MG2-GT foi o que apresentou melhor resultado
para o efluente final em termos de turbidez. Portanto, novamente verifica-se que o
espaçador influencia no desempenho do módulo de filtração.
0
2
4
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200
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Turb
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do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
85
90
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100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
1
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3
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200
300
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
90
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98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
119
Porém, estatisticamente não há diferença significativa (p= 0,05243) entre o
desempenho de ambos, como pode ser observado na Figura 60.
Figura 60: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para Turbidez.
Durante os 66 dias de operação da Etapa 3, a turbidez média do afluente ao Módulo
de Filtração MG1-MA foi de 260,4±110,9NTU e do efluente foi de 2,7±1,5NTU. A
eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo de Filtração MG1-MA foi de
98,8±0,7%. A turbidez média do afluente ao Módulo de Filtração MG2-MA foi de
225,9±127,9NTU e do efluente foi de 2,8±1,5NTU. A eficiência média de remoção de
turbidez para o Módulo de Filtração MG2-MA foi de 98,5±0,9%.
O comportamento do Módulo de Filtração MG1-MA e MG2-MA em relação à turbidez
e sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo desta etapa de operação
podem ser observados nas Figuras 61, 62, 63 e 64.
120
Figura 61: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 62: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 63: Turbidez do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 64: Eficiência de remoção de turbidez
do Módulo de Filtração MG2-MA.
Considerando os resultados obtidos no monitoramento da Etapa 3, verificou-se que
os Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA tiveram desempenho semelhantes para
a remoção de turbidez.
Estatisticamente não há diferença significativa no desempenho dos módulos de
filtração (p= 0,84215), como pode ser observado na Figura 65.
0
2
4
6
8
0
100
200
300
400
500
600
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
95
96
97
98
99
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
01234567
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
121
Figura 65: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para Turbidez.
A Etapa 4 reutilizou os Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT. A turbidez média
do afluente ao Módulo de Filtração MG1-GT foi de 143,3±68,7NTU e do efluente foi
de 22,1±19,1NTU. A eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo de
Filtração MG1-GT foi de 80,4±19,7%. A turbidez média do afluente ao Módulo de
Filtração MG2-GT foi de 114,3±43,9NTU e do efluente foi de 20,9±17,1NTU. A
eficiência média de remoção de turbidez para o Módulo de Filtração MG2-GT foi de
80,4±16,3%.
O comportamento do Módulo de Filtração MG1-GT e MG2-GT em relação à turbidez
e sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo desta etapa de operação
podem ser observados nas Figuras 66, 67, 68 e 69.
122
Figura 66: Turbidez do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 67: Eficiência de remoção de turbidez
na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT.
Figura 68: Turbidez do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 69: Eficiência de remoção de turbidez
na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT.
Considerando os resultados obtidos no monitoramento da Etapa 4, verificou-se que
os Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT tiveram desempenho semelhantes para
a remoção de turbidez. Porém, é possível notar que quando reutilizados, ambos
apresentaram resultados inferiores quando comparados ao seu primeiro uso nas
Etapas 1 e 2.
O teste estatístico não apontou diferença significativa (p=0,87769) para o
desempenho dos módulos de filtração para remoção de turbidez, como pode ser
observado na Figura 70.
0
10
20
30
40
50
60
0
50
100
150
200
250
300
0 5 10 15 20 25
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
20
40
60
0
100
200
300
0 5 10 15 20 25
Turb
idez
do
Afl
uen
te (
NTU
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
405060708090
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
Turb
idez
do
Efl
ue
nte
(N
TU)
123
Figura 70: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para Turbidez.
Analisando a qualidade do efluente final em relação às 4 etapas de operação é
possível verificar que na Etapa 4 obteve-se um desempenho insatisfatório, onde a
média de turbidez no efluente dos Módulos de Filtração MG1-GT foi 22,1NTU e de
20,9NTU para o MG2-GT. Tal fato pode estar associado à dois problemas:
Como abordado anteriormente, o processo de limpeza das membranas
geossintéticas dos Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT foi insatisfatório,
prejudicando sua capacidade de filtração;
A remoção de turbidez pode ser sido prejudicada pelo tratamento biológico,
pois na última etapa o valor de turbidez do licor misto estava muito abaixo
quando comparado às outras etapas e consequentemente a quantidade de
sólidos também (abordado no Item 6.5.2.), ou seja, não havia biomassa
suficiente no reator para promover o tratamento biológico do efluente de forma
satisfatória.
124
A turbidez do licor misto ao longo das 4 etapas de operação pode ser observada na
Figura 71:
Figura 71: Turbidez do Licor Misto ao longo das 4 Etapas de Operação.
Também é possível notar que nas 4 etapas de operação, o fato de cada módulo de
filtração começar a ter sólidos retidos em sua superfície não fez com que a remoção
de turbidez fosse prejudicada ao longo da operação. Tal fato pode ser devido à criação
de um biofilme na superfície de cada módulo de filtração que auxiliava no tratamento
do esgoto sanitário.
Comparando os resultados obtidos neste estudo para a turbidez do efluente com
outros autores, é possível observar que nas Etapas 1, 2 e 3 o desempenho dos
Módulos de Filtração foi satisfatório quando comparados aos sistemas de lodos
ativados. Segundo Metcalf & Eddy (2016), o efluente dos sistemas de lodos ativados
convencional com possuem turbidez que pode variar de 2 a 15NTU. Sistemas de lodos
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210
Turb
idez
do
Lic
or
Mis
to (
NTU
)
Tempo (d)Licor Misto
125
ativados com remoção biológica de nutrientes geram efluente que possui turbidez que
pode variar de 2 a 8NTU.
Sistemas MBR possuem turbidez inferior no efluente quando comparados aos
resultados obtidos neste estudo. De acordo com Metcalf & Eddy (2016) sistemas de
biorreatores com membranas possuem efluente com turbidez média inferior a 1NTU.
No tratamento de esgoto sanitário com o uso de membranas de ultrafiltração, Subtil
et. al (2013) obteve turbidez média de 0,29NTU. Barbosa et. al (2016) utilizou em
escala piloto membranas submersas para tratamento de esgoto sanitário, obtendo
eficiência de remoção superior a 99% com turbidez média de 0,4NTU para o efluente
final. Em termos de eficiência, o Módulo de Filtração MG2-GT atingiu 99% de remoção
de turbidez, porém, a turbidez média foi de 2,4NTU.
Portanto, verifica-se que independente da variação de turbidez do afluente, nas
Etapas 1, 2 e 3 foi possível fazer a remoção de turbidez do esgoto sanitário utilizando
manta geossintética de forma satisfatória, embora o sistema tenha desempenho
inferior às membranas de ultrafiltração.
6.5.2. Série de Sólidos
Para o afluente, efluente e licor misto foi realizada toda a série de sólidos para
avaliação e acompanhamento do desempenho do sistema. Nesta sessão serão
apresentados os resultados obtidos para sólidos em suspensão totais para todas as
amostras, bem como os sólidos sedimentáveis e IVL do licor misto. As demais
variáveis da série de sólidos podem ser verificadas no Apêndice.
6.5.2.1. Sólidos em Suspensão Total
A seguir, na Tabela 23, são apresentados os resultados obtidos para a concentração
de sólidos suspensos totais para o afluente e efluente de cada módulo de filtração e
sua respectiva eficiência de remoção, bem como a concentração no licor misto.
126
Tabela 23: Sólidos em Suspensão Totais.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA
Afluente (mg/L) 8 475,0 120,0 1000,0 0,7 322,2
Efluente (mg/L) 8 32,1 0,0 100,0 1,1 34,2
Eficiência (%) 8 85,2 50,0 100,0 0,2 20,1
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 8 475,0 120,0 1000,0 0,7 322,2
Efluente (mg/L) 8 21,3 0,0 60,0 0,9 19,6
Eficiência (%) 8 92,9 82,0 100,0 0,1 7,8
Licor Misto (mg/L) 8 1299,6 828,6 2166,7 0,4 475,8
Etapa 2
MG2 - TA
Afluente (mg/L) 8 464,8 171,4 700,0 0,4 206,0
Efluente (mg/L) 8 7,1 0,0 14,3 1,1 7,6
Eficiência (%) 8 98,0 91,7 100,0 0,0 2,9
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 8 464,8 171,4 700,0 0,4 206,0
Efluente (mg/L) 8 5,4 0,0 14,3 1,4 7,4
Eficiência (%) 8 99,2 97,7 100,0 0,0 1,1
Licor Misto (mg/L) 8 2175,8 700,0 3766,7 0,5 1004,5
Etapa 3
MG1 - MA
Afluente (mg/L) 10 352,0 200,0 500,0 0,3 105,5
Efluente (mg/L) 10 18,6 0,0 57,1 1,0 19,1
Eficiência (%) 10 94,6 86,4 100,0 0,1 4,8
MG2 - MA
Afluente (mg/L) 10 352,0 200,0 500,0 0,3 105,5
Efluente (mg/L) 10 12,9 0,0 57,1 1,3 17,1
Eficiência (%) 10 96,1 78,0 100,0 0,1 6,6
Licor Misto (mg/L) 10 1430,0 1000,0 2100,0 0,3 363,6
Etapa 4
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 4 320,7 142,9 720,0 0,8 271,2
Efluente (mg/L) 4 69,3 20,0 142,9 0,8 53,4
Eficiência (%) 4 63,9 0,0 92,3 0,7 43,4
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 4 320,7 142,9 720,0 0,8 271,2
Efluente (mg/L) 4 33,6 20,0 57,1 0,5 16,2
Eficiência (%) 4 82,6 60,0 96,0 0,2 16,2
Licor Misto (mg/L) 4 370,7 114,3 600,0 0,5 202,2
Durante os 57 dias de operação na Etapa 1, a concentração média de SST do afluente
aos Módulos de Filtração MG1-TA e MG1-GT foi de 475,0±322,2mg/L. Para o Módulo
de Filtração MG1-TA a concentração média de SST do efluente foi de 21,3 ±34,2 mg/L,
obtendo eficiência média de remoção de 85,2±20,1%. Para o Módulo de Filtração
MG1-GT a concentração média de SST do efluente foi de 32,1±19,6mg/L, obtendo
eficiência média de remoção de 92,9±7,8%.
O comportamento dos Módulos de Filtração MG1-TA e MG1-GT em relação à
concentração de SST afluente e efluente, bem como a eficiência de remoção neste
127
parâmetro ao longo dos 57 dias de operação podem ser observados nas Figuras 72,
73, 74 e 75:
Figura 72: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 73: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 74: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 75: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG1-GT.
É possível notar que após 20 dias de operação, o Módulo de Filtração MG1-TA e MG1-
GT mantiveram a eficiência de remoção de SST acima de 80%. Comparando os
módulos de filtração utilizados na Etapa 1, é possível observar que o Módulo de
Filtração MG1-GT obteve melhor desempenho em termos de remoção de SST,
gerando um efluente com menor concentração de SST também, embora nos últimos
0
20
40
60
80
100
120
0
200
400
600
800
1000
1200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0102030405060
0200400600800
10001200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
SS
T Ef
luen
te (
mg/
L)
128
10 dias de operação, o Módulo de Filtração MG1-TA tenha obtido efluente com
concentração inferior a 20mg/L, enquanto o Módulo de Filtração MG1-GT apresentou
efluente com concentração maior de SST nesse período.
Durante os 57 dias de operação na Etapa 2, a concentração média de SST do afluente
aos Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT foi de 464,8±206,0mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG2-TA a concentração média de SST do efluente foi de
7,1±7,6mg/L, obtendo eficiência média de remoção de 98,0±2,9%. Para o Módulo de
Filtração MG2-GT a concentração média de SST do efluente foi de 5,4±7,4mg/L,
obtendo eficiência média de remoção de 99,2±1,1%.
O comportamento dos Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT em relação à
concentração de SST afluente e efluente, bem como a eficiência de remoção neste
parâmetro ao longo dos 57 dias de operação podem ser observados nas Figuras 76,
77, 78 e 79.
Figura 76: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 77: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG2-TA.
0
10
20
30
40
50
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
129
Figura 78: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 79: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG2-GT.
A partir dos resultados obtidos, é possível comparar os módulos de filtração utilizados
na Etapa 2 e observar que o Módulo de Filtração MG2-GT obteve uma pequena
melhora de desempenho em termos de remoção de SST, gerando um efluente com
menor concentração de SST também, embora os dois módulos tenham apresentado
concentrações de SST no efluente próximas a zero nos últimos 10 dias de operação.
Durante os 66 dias de operação na Etapa 3, a concentração média de SST do afluente
aos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA foi de 352,0±105,5mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-MA a concentração média de SST do efluente foi de
18,6±19,1mg/L, obtendo eficiência média de remoção de 94,6±4,8%. Para o Módulo
de Filtração MG2-MA a concentração média de SST do efluente foi de 12,9±17,1mg/L,
obtendo eficiência média de remoção de 96,1±6,6%.
O comportamento dos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA em relação à
concentração de SST afluente e efluente, bem como a eficiência de remoção neste
parâmetro ao longo dos 66 dias de operação podem ser observados nas Figuras 80,
81, 82 e 83.
0
5
10
15
20
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
130
Figura 80: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 81: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 82: SST do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 83: Eficiência de remoção de SST do
Módulo de Filtração MG2-MA.
É possível observar que o Módulo de Filtração MG2-MA obteve uma pequena
diferença no de desempenho em termos de remoção de SST comparado ao Módulo
de Filtração MG1-MA, gerando um efluente com menor concentração de SST.
Nota-se aos 45 dias de operação, um pico na concentração de SST no efluente do
MG2-MA, que pode ser devido o desprendimento do biofilme que foi gerado ao longo
da operação das etapas na mangueira da bomba peristáltica por onde o efluente era
coletado.
No final da operação desta etapa, é possível notar que o Módulo de Filtração MG1-
MA aumentou a concentração de SST no efluente, enquanto o Módulo de Filtração
0
10
20
30
40
50
60
0
100
200
300
400
500
600
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
80
84
88
92
96
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
20
40
60
80
0
100
200
300
400
500
600
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
70
75
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
SS
T Ef
luen
te (
mg/
L)
131
MG2-MA diminuiu, demonstrando que conforme estava acontecendo a colmatação
dos filtros, cada configuração de módulo de filtração respondeu de uma forma.
Na Etapa 4, onde os Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT foram reutilizados,
foram analisadas 4 amostras de SST devido ao curto período de operação dos filtros.
A concentração média de SST do afluente nesta etapa foi de 320,7±271,2mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-GT a concentração média de SST do efluente foi de
69,3±53,4mg/L, obtendo eficiência média de remoção de 63,9±43,4%. Para o Módulo
de Filtração MG2-GT a concentração média de SST do efluente foi de 33,6±16,2mg/L,
obtendo eficiência média de remoção de 82,6±16,2%.
O comportamento dos Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT em relação à
concentração de SST afluente e efluente, bem como a eficiência de remoção neste
parâmetro ao longo dos 24 dias de operação podem ser observados nas Figuras 84,
85, 86 e 87.
Figura 84: SST do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 85: Eficiência de remoção de SST na
reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
0
50
100
150
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
132
Figura 86: SST do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 87: Eficiência de remoção de SST na
reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
Através dos resultados obtidos é possível verificar que o Módulo de Filtração MG2-GT
obteve melhor desempenho em relação à remoção de SST quando comparado ao
Módulo de Filtração MG1-GT nesta fase de reutilização dos materiais, embora nas
Etapas 1 e 2 os desempenhos de ambos tenham sido semelhantes. Porém, é possível
notar que quando reutilizados, ambos apresentaram resultados inferiores quando
comparados ao seu primeiro uso nas Etapas 1 e 2.
De acordo com Von Sperling (2012), sistemas de lodos ativados de aeração
prolongada possuem eficiência remoção de SST entre 85 e 95%. Ou seja,
comparando o desempenho dos módulos de filtração utilizados neste estudo com a
configuração original do sistema de lodos ativados com decantador, é possível
verificar que os módulos de filtração utilizados nas Etapas 1, 2 e 3 tiveram
desempenho dentro da faixa esperada para verificação da possibilidade de
substituição do decantador secundário do sistema por um módulo de filtração
construído com manta geossintética. Já na Etapa 4 com a reutilização dos Módulos
de Filtração MG1-GT e MG2-GT, o desempenho foi insatisfatório.
Chang et al. (2007) realizou um estudo aplicando manta geossintética em um sistema
MBR para tratamento de esgoto sanitário. Na ocasião, a concentração de SST do
efluente se manteve abaixo de 10mg/L. Comparando os resultados obtidos com estes
autores, é possível verificar que os Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT
possuíram desempenho semelhantes no tratamento de esgoto sanitário, tendo como
concentração média de SST 7,1±7,6mg/L e 5,4±7,4mg/L.
0
10
20
30
40
50
60
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25SST
Afl
uen
te (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
SST
Eflu
ente
(m
g/L)
133
A concentração de SST no licor misto no início da Etapa 1 de operação era de
2300mg/L. Durante as Etapa 1, 2, 3 e 4 o licor misto apresentou concentração média
de 1299,6±475,8mg/L, 2175,8±1004,5mg/L, 1430,0±363,6mg/L e 370,7±202,2mg/L
respectivamente. O histórico da concentração de SST ao longo da operação do reator
pode ser observado na Figura 88.
Figura 88: Concentração de SST no licor misto ao longo das 4 etapas de operação.
De acordo com Jordão e Pessôa (2014), sistemas de lodos ativados convencional a
concentração de SST varia entre 1500 e 4000mg/L. No sistema com aeração
prolongada, a concentração varia entre 4000 até 8000mg/L. Segundo Metcalf & Eddy
(2016), a concentração de SST em sistemas MBR varia entre 8000 e 12000mg/L.
Portanto, ao longo de toda operação o sistema manteve a concentração de SST
abaixo do esperado tanto na modalidade de lodos ativados de aeração prolongada
quanto na modalidade de sistema MBR com membrana submersa.
Porém, existem 3 fatores que podem ter ocasionado esta baixa concentração de SST
no licor misto, sendo eles:
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
SST
no
Lic
or
Mis
to (
mg/
L)
Tempo (d)
SST Licor Misto
134
Controle da idade do lodo: diariamente eram retirados 8L de licor misto a fim
de se manter a idade do lodo em 25 dias, consequentemente, havia perda de
sólidos.
Retenção de biomassa nos módulos de filtração: conforme abordado no item
6.4.2, os módulos de filtração retiveram quantidade significativa de sólidos,
principalmente os Módulos de Filtração MG1-TA e MG1-GT, conforme pode ser
observado na Tabela 24. Uma vez que estes filtros estavam submersos no
tanque de aeração, isso fez com que a concentração de SST no licor misto
diminuísse.
Tabela 24: Retenção de sólidos nos Módulos de Filtração.
Etapa Filtro Sólidos Retidos (g)
Ajustes Operacionais Filtro Teste 121
1 MG1-TA 392
MG1-GT 670
2 MG2-TA 90
MG2-GT 132
3 MG1-MA 76
MG2-MA 124
4 MG1-GT 47
MG2-GT 59
Após o término da Etapa 3, foi necessário realizar uma pausa na operação do
reator devido ao período de férias da Universidade Estadual de Campinas.
Entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, o esgoto sanitário da
universidade muda de características, principalmente em relação ao seu pH
que decai e se torna ácido. Isto é devido ao fato que durante estes meses a
contribuição de matéria orgânica no esgoto diminui, devido à ausência de
alunos, e basicamente neste período o esgoto disponível é originado no
Hospital das Clínicas da universidade. Com isso, houve uma grande perda de
biomassa no reator e consequentemente, diminuição na concentração de SST
no licor misto.
135
6.5.2.2. Sólidos Sedimentáveis e IVL
Os sólidos sedimentáveis tem relação direta com os sólidos suspensos, uma vez que
são caracterizados por serem os sólidos suspensos que sedimentam após um
determinado período. Nas 4 etapas de operação, os sólidos sedimentáveis foram
analisados no licor misto e os resultados obtidos são apresentados na Tabela 25.
Tabela 25: Sólidos Sedimentáveis - Licor Misto.
Etapa 1 (mL/L) Etapa 2 (mL/L) Etapa 3 (mL/L) Etapa 4 (mL/L)
n 9 8 10 4
Média 408,4 450,0 216,0 23,8
Mínimo 100,0 150,0 60,0 15,0
Máximo 916,0 900,0 580,0 30,0
Coeficiente de Variação 0,7 0,5 0,7 0,3
Desvio Padrão 286,5 246,4 161,7 7,5
Através dos resultados obtidos é possível observar que ao longo das 4 etapas de
operação houve variação na quantidade de sólidos sedimentáveis no licor misto. Entre
a Etapa 1 e 2 houve um aumento na concentração média de sólidos sedimentáveis
que foi de 408,4mL/L para 450,0ml/l. Já na Etapa 3, este valor decaiu para 216,0mL/L
e na Etapa 4 obteve-se a menor concentração média, sendo de 23,8mL/L.
Como abordado anteriormente, o decaimento da concentração de SS pode estar
relacionado à baixa concentração de sólidos em suspensão total, uma vez que os
valores de sólidos sedimentáveis apresentam o mesmo comportamento dos sólidos
suspensos totais.
A série histórica dos sólidos sedimentáveis ao longo das 4 etapas de operação pode
ser observado na Figura 89.
136
Figura 89: Sólidos Sedimentáveis no Licor Misto.
O índice volumétrico de lodo está relacionado à concentração de sólidos
sedimentáveis e também às características de sedimentabilidade do lodo. Os lodos
que apresentam boas condições de sedimentabilidade apresentam valores de IVL
baixos. Ao longo das 4 etapas de operação, o IVL foi analisado e os resultados obtidos
são apresentados na Tabela 26.
Tabela 26: Índice Volumétrico de Lodo.
Etapa 1 (mL/g) Etapa 2 (mL/g) Etapa 3 (mL/g) Etapa 4 (mL/g)
n 9 8 10 4
Média 184,2 264,8 160,1 133,3
Mínimo 72,0 109,0 42,0 47,0
Máximo 461,0 514,0 600,0 350,0
Coeficiente de Variação 0,8 0,5 1,0 1,1
Desvio Padrão 140,7 141,4 160,6 145,4
A IVL médio para as Etapas 1, Etapa 2, Etapa 3 e Etapa 4 foram 184,2mL/g,
264,8mL/g, 160,1mL/g e 133,3mL/g, respectivamente. É possível observar que ao
ETAPA 1
ETAPA 2 ETAPA 3
ETAPA 4
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
SS n
o L
ico
r M
isto
(m
L/L)
Tempo (d)
SS Licor Misto
137
longo da operação, entre a Etapa 1 e Etapa 2 o IVL aumentou e após isso, apenas
decaiu.
Sistemas com lodos de boas propriedades de sedimentação apresentam IVL entre 50
e 100mL/g. Já os lodos com sedimentação mediana, o IVL fica na faixa de 100 a
200mL/g e com má sedimentação, entre 200 e 300mL/g (VON SPERLING, 2013).
Portanto, nas Etapas 1, 3 e 4 o lodo apresentou sedimentabilidade mediana e a Etapa
2 apresentou sedimentabilidade ruim. O histórico do IVL ao longo das 4 etapas de
operação pode ser observado na Figura 90.
Figura 90: Índice Volumétrico de Lodo.
Porém, os sistemas de lodos ativados de aeração prolongada tendem a ter maior IVL,
uma vez que há a ocorrência, em maior extensão, da fase endógena, levando a
formação de flocos menores e mais leves.
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3 ETAPA 4
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
IVL
-Li
cor
Mis
to (
mL/
g)
Tempo (d)
IVL
138
6.5.3. Carbono Orgânico Dissolvido
Para contribuir na análise em relação à remoção de matéria orgânica carbonácea
através do sistema com filtração em geossintéticos, também realizou-se a análise de
carbono orgânico dissolvido.
A seguir, na Tabela 27, são apresentados os resultados obtidos no monitoramento do
carbono orgânico dissolvido ao longo das 4 etapas de operação:
Tabela 27: Monitoramento do Carbono Orgânico Dissolvido.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA
Afluente (mg/L) 5 160,7 143,3 194,3 0,1 21,9
Efluente (mg/L) 5 27,2 17,4 30,7 0,2 5,6
Eficiência (%) 5 82,6 78,7 91,1 0,1 5,0
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 5 160,7 143,3 194,3 0,1 21,9
Efluente (mg/L) 5 26,4 18,0 29,7 0,2 4,8
Eficiência (%) 5 83,1 80,2 90,8 0,1 4,4
Licor Misto (mg/L) 5 77,8 31,7 201,8 0,9 71,0
Etapa 2
MG2 - TA
Afluente (mg/L) 8 124,8 78,0 238,6 0,4 50,9
Efluente (mg/L) 8 15,0 11,9 19,0 0,1 2,1
Eficiência (%) 8 86,5 75,7 93,6 0,1 5,4
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 8 124,8 78,0 238,6 0,4 50,9
Efluente (mg/L) 8 14,4 5,2 19,4 0,3 4,9
Eficiência (%) 8 87,7 78,7 94,0 0,1 5,3
Licor Misto (mg/L) 8 30,6 18,6 63,7 0,5 15,0
Etapa 3
MG1 - MA
Afluente (mg/L) 10 100,7 71,0 147,6 0,2 23,2
Efluente (mg/L) 10 16,9 14,1 20,6 0,1 2,2
Eficiência (%) 10 82,3 72,8 88,8 0,1 5,4
MG2 - MA
Afluente (mg/L) 10 100,7 71,0 147,6 0,2 23,2
Efluente (mg/L) 10 17,5 13,8 21,9 0,1 2,4
Eficiência (%) 10 81,7 72,1 87,9 0,1 5,5
Licor Misto (mg/L) 10 32,6 25,9 45,2 0,2 6,9
Etapa 4
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 2 68,9 63,4 74,3 0,1 7,7
Efluente (mg/L) 2 34,7 33,5 35,8 0,0 1,6
Eficiência (%) 2 49,2 43,5 54,9 0,2 8,1
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 2 68,9 63,4 74,3 0,1 7,7
Efluente (mg/L) 2 25,0 24,8 25,1 0,0 0,2
Eficiência (%) 2 63,5 60,9 66,2 0,1 3,8
Licor Misto (mg/L) 2 60,8 60,3 61,2 0,0 0,6
139
Para o Módulo de Filtração MG1-TA e MG1-GT, a concentração média de carbono
orgânico dissolvido para o afluente foi de 160,7±21,9mg/L. Para o efluente do Módulo
de Filtração MG1-TA, a concentração média foi de 27,2±5,6mg/L. Com isso, a
eficiência de remoção média foi de 82,6±5%. Já para o efluente do Módulo de Filtração
MG1-GT, a concentração média foi de 26,4±4,8mg/L. Com isso, a eficiência de
remoção média foi de 83,1±4,4%. Portanto, é possível notar que houve remoção de
matéria orgânica mesmo na fase final da Etapa 1 quando os Módulos de Filtração já
estavam tendendo à colmatação.
O comportamento do Módulo de Filtração MG1-TA e MG1-GT em relação ao COD e
sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo da Etapa 1 de operação podem
ser observados nas Figuras 91, 92, 93 e 94. Comparando-se as séries históricas, nota-
se que os dois possuem desempenho semelhantes para a remoção de COD.
Figura 91: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 92: Eficiência de remoção de COD do
Módulo de Filtração MG1-TA.
15171921232527293133
0
50
100
150
200
250
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
60
65
70
75
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
140
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
Figura 93: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 94: Eficiência de remoção de COD do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Durante a Etapa 2, a concentração média de COD do afluente foi de 124,8±50,9mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG2-TA a concentração média do efluente foi de
15,0±2,1mg/L, com eficiência média de 86,5±5,4%. O Módulo de Filtração MG2-GT
teve concentração média de COD no efluente de 14,4±4,9mg/L e eficiência média de
87,7±5,3%. O comportamento do Módulo de Filtração MG2-TA e MG2-GT em relação
ao COD e sua eficiência de remoção neste parâmetro ao longo da Etapa 2 de
operação podem ser observados nas Figuras 95, 96, 97 e 98.
Figura 95: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 96: Eficiência de remoção de COD do
Módulo de Filtração MG2-TA.
151719212325272931
0
50
100
150
200
250
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
6065707580859095
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
5
10
15
20
0
50
100
150
200
250
300
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
141
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
Figura 97: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 98: Eficiência de remoção de COD do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Portanto, comparando o desempenho de ambos, é possível verificar que tiveram
desempenho semelhantes e que houve remoção de matéria orgânica no tratamento
do esgoto sanitário.
Durante os 66 dias de operação da Etapa 3, a concentração média de COD no
afluente foi de 100,7±23,2mg/L. Para o Módulo de Filtração MG1-MA a concentração
média do efluente foi de 16,9±2,2mg/L, com eficiência média de 82,3±5,4%. Para o
Modulo de Filtração MG2-MA, a concentração média do efluente foi de 17,5±2,4mg/L,
com eficiência média de 81,7±5,5%. O comportamento dos Módulos de Filtração
MG1-MA e MG2-MA em relação ao COD e a eficiência de remoção neste parâmetro
ao longo da Etapa 3 de operação podem ser observados nas Figuras 99, 100, 101 e
102.
Figura 99: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 100: Eficiência de remoção de COD
do Módulo de Filtração MG1-MA.
0
5
10
15
20
25
0
50
100
150
200
250
300
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
5
10
15
20
25
0
50
100
150
200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
142
CO
D E
flu
ente
(m
g/L)
Figura 101: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 102: Eficiência de remoção de COD
do Módulo de Filtração MG2-MA.
Portanto, comparando o desempenho de ambos, é possível observar que os mesmos
obtiveram efluente com concentrações semelhantes de COD, bem como índices de
remoção semelhantes.
Para a Etapa 4 só foi possível coletar 2 amostras para o período operacional de 24
dias defeito à manutenção do equipamento para realização do ensaio de COD. Entre
os10 primeiros, a concentração média de COD foi de 68,9±7,7mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-GT na fase de reutilização, o efluente teve
concentração média de 34,7±1,6mg/L, com eficiência média de 49,2±8,1%. Já para o
Módulo de Filtração MG2-GT na fase de reutilização, o efluente teve concentração
média de 25,0±0,2mg/L, com eficiência média de 63,5±3,8%. Portanto, comparando
os dois módulos de filtração, é possível observar que o MG2-GT obteve efluente com
menor concentração de COD.
O comportamento dos Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT na fase de
reutilização em relação ao COD e a eficiência de remoção neste parâmetro podem
ser observados nas Figuras 103, 104, 105 e 106.
0
5
10
15
20
25
0
50
100
150
200
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70CO
D A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
143
Figura 103: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização.
Figura 104: Eficiência de remoção de COD
do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização.
Figura 105: COD no afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização.
Figura 106: Eficiência de remoção de COD
do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização.
O aumento de carbono orgânico dissolvido na última etapa de operação pode ser
devido à perda de sólidos do sistema, conforme abordado no Item 6.5.2 e
consequentemente perda de biomassa, acarretando em prejuízo ao tratamento
biológico do esgoto sanitário.
Ao longo das 4 etapas de operação o carbono orgânico dissolvido também foi
analisado no licor misto. Na Etapa 1, a concentração média foi de 77,8±71,0mg/L. Na
Etapa 2, a concentração média decaiu para 30,6±15,0mg/L. Na Etapa 3, não houve
grandes alterações, tendo a concentração média em 32,6±6,9. Na Etapa 4 houve um
acréscimo na concentração média, atingindo o valor de 60,8±0,6.
0
20
40
60
80
0 5 10 15 20 25
CO
D (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
20
40
60
80
0 5 10 15 20 25
CO
D (
mg/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
144
A concentração de carbono orgânico dissolvido do licor misto ao longo das 4 etapas
de operação pode ser observada na Figura 107.
Figura 107: Monitoramento do Carbono Orgânico Dissolvido no Licor Misto ao longo das 4
etapas de operação.
Cicek et.al (1999) comparou o desempenho de um sistema de lodos ativados de idade
do lodo de 20 dias com um sistema MBR com idade de lodo de 30 dias. Segundo os
autores, houve 96,9% de remoção de carbono orgânico dissolvido no sistema MBR e
92,7% no sistema de lodos ativados. Comparando os resultados obtidos neste estudo
com os resultados obtidos para o sistema de lodos ativados e o MBR de tais autores,
é possível verificar que os módulos de filtração construídos em manta geossintética
tiveram desempenho inferior.
Katsoyiannis & Samara (2007) analisaram a remoção de carbono orgânico dissolvido
em uma estação de tratamento de esgoto sanitário e verificaram que a remoção média
Etapa 1
Etapa 2Etapa 3
Etapa 4
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
CO
D (
mg/
L)
Tempo (d)
Licor Misto
145
foi de 0,8% no tratamento primário, 63% no tratamento secundário e 69% no
tratamento geral. Comparando os resultados dos autores com os obtidos neste
estudo, é possível observar que as Etapas 1, 2 e 3 obtiveram resultados superiores
aos destes autores.
6.5.4. Demanda Bioquímica de Oxigênio
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) representa a quantidade de oxigênio
necessária para oxidar a matéria orgânica presente na água através da decomposição
microbiana aeróbia. Quando se nota altos valores de DBO em um recurso hídrico, é
porque há a presença de matéria orgânica no mesmo, ocasionada por lançamentos
de esgotos, principalmente doméstico, sem tratamento. A ocorrência de altos valores
deste parâmetro ocasiona a diminuição da concentração de oxigênio dissolvido na
água, o que pode provocar mortandades de peixes e eliminação de outros organismos
aquáticos.
Neste estudo realizou-se a análise de DBO5,20, que indica a quantidade de oxigênio
consumido durante 5 dias em uma temperatura de 20°C. Ao longo da operação das 4
etapas deste estudo, a DBO foi analisada quinzenalmente, gerando os resultados que
podem ser observados na Tabela 28.
Tabela 28: Monitoramento da Demanda Bioquímica de Oxigênio.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA
Afluente (mg/L) 4 444,6 382,3 485,0 0,1 43,8
Efluente (mg/L) 4 60,5 20,7 94,3 0,5 30,7
Eficiência (%) 4 85,8 75,3 95,7 0,1 8,4
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 4 444,6 382,3 485,0 0,1 43,8
Efluente (mg/L) 4 17,9 10,0 28,5 0,4 7,8
Eficiência (%) 4 95,8 92,5 97,9 0,0 2,3
Licor Misto (mg/L) 4 625,3 400,8 821,7 0,4 223,9
Etapa 2
MG2 - TA
Afluente (mg/L) 4 436,6 264,4 712,3 0,5 213,3
Efluente (mg/L) 4 20,6 8,9 40,8 0,7 14,0
Eficiência (%) 4 95,3 93,1 97,1 0,0 1,9
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 4 436,6 264,4 712,3 0,5 213,3
Efluente (mg/L) 4 18,4 4,1 54,6 1,3 24,2
146
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Eficiência (%) 4 96,5 92,3 99,2 0,0 2,9
Licor Misto (mg/L) 4 1109,9 688,0 2186,7 0,6 720,7
Etapa 3
MG1 - MA
Afluente (mg/L) 5 292,8 140,9 440,0 0,5 137,7
Efluente (mg/L) 5 6,1 0,9 17,6 1,2 7,4
Eficiência (%) 5 97,6 93,3 99,8 0,0 2,9
MG2 - MA
Afluente (mg/L) 5 292,8 140,9 440,0 0,5 137,7
Efluente (mg/L) 5 11,7 0,5 30,9 1,0 11,5
Eficiência (%) 5 95,9 91,4 99,7 0,0 3,6
Licor Misto (mg/L) 5 523,4 344,0 838,3 0,4 212,5
Etapa 4
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 2 350,6 235,4 465,8 0,5 163,0
Efluente (mg/L) 2 55,4 22,9 88,0 0,8 46,0
Eficiência (%) 2 85,7 81,1 90,3 0,1 6,5
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 2 350,6 235,4 465,8 0,5 163,0
Efluente (mg/L) 2 81,6 22,8 140,4 1,0 83,2
Eficiência (%) 2 80,1 69,9 90,3 0,2 14,5
Licor Misto (mg/L) 2 374,8 182,7 567,0 0,7 271,7
Ao longo da Etapa 1, a concentração média da DBO do afluente aos módulos de
filtração foi de 444,6±43,8mgO2/L. Para o Módulo de Filtração MG1-TA, a
concentração média do efluente foi de 60,5±30,7mgO2/L, com consequente eficiência
média de 85,8±8,4%. Já para o Módulo de Filtração MG1-GT, concentração média do
efluente foi de 17,9±7,8mgO2/L, com consequente eficiência média de 95,8±2,13%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 1 podem ser observados nas Figuras 108,
109, 110 e 111.
Comparando o desempenho de ambos é possível observar que o Módulo de Filtração
MG1-GT gerou efluente com concentração inferior de DBO quando comparado ao
MG1-TA. Ao longo da operação, é possível notar que nos últimos 15 dias houve uma
diminuição significativa na concentração de DBO do efluente de ambos os módulos
de filtração. Isto indica que o fato de haver incrustação de sólidos na superfície dos
módulos de filtração não foi prejudicial ao tratamento, podendo inclusive ter
ocasionado a criação de um biofilme que auxiliou no tratamento do efluente.
147
Figura 108: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 109: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 110: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 111: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG1-GT.
Estatisticamente, não há diferença significativa no desempenho de ambos (p=0,125).
A Figura 112 apresenta o box-plot para os efluentes da Etapa 1:
10
30
50
70
90
110
300
350
400
450
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
5
10
15
20
25
30
300
350
400
450
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55DB
O A
flu
ente
(m
gO2/L
)
Tempo (d)
Afluente Efluente
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/
L)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/L
)
148
Figura 112: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para DBO.
Durante a Etapa 2 de operação, a concentração média de DBO no afluente foi de
436,6±213,3mgO2/L. Para o Módulo de Filtração MG2-TA, a concentração média de
DBO do efluente foi de 20,6±14,0mgO2/L, com eficiência média de 95,3±1,9%. Já para
o Módulo de Filtração MG2-GT, a concentração média de DBO do efluente foi de
18,4±24,2mgO2/L, com eficiência média de 96,5±2,9%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 2 podem ser observados nas Figuras 113,
114, 115 e 116.
149
Figura 113: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 114: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 115: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 116: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG2-GT.
A partir dos resultados obtidos é possível observar que os Módulos de Filtração MG2-
TA e MG2-GT obtiveram desempenho semelhantes, gerando efluente com
concentrações semelhantes, embora nos últimos dias de operação a concentração de
DBO tenha decaído no Módulo de Filtração MG2-GT e aumentado no Módulo de
Filtração MG1-TA.
Através do teste estatístico, confirmou-se a informação em relação à semelhança no
desempenho, não tendo diferença significativa entre ambos (p=0,875), conforme pode
ser observado na Figura 117.
0
10
20
30
40
50
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
0
10
20
30
40
50
60
0
200
400
600
800
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/
L)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/L
)
150
Figura 117: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para DBO.
Durante a Etapa 3 de operação, a concentração média de DBO no afluente foi de
292,8±137,7mgO2/L. Para o Módulo de Filtração MG1-MA, a concentração média de
DBO do efluente foi de 6,1±7,4mgO2/L, com eficiência média de 97,6±2,9%. Já para
o Módulo de Filtração MG2-MA, a concentração média de DBO do efluente foi de
11,7±11,5mgO2/L, com eficiência média de 95,9±3,6%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 3 podem ser observados nas Figuras 118,
119, 120 e 121.
151
Figura 118: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 119: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 120: DBO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 121: Eficiência de remoção de DBO
do Módulo de Filtração MG2-MA.
Com os resultados obtidos na Etapa 3, primeiramente é possível verificar que a
eficiência de remoção de DBO em ambos os módulos de filtração começou em uma
porcentagem, aumentou e depois decaiu, situação que não ocorreu nas demais
etapas de operação. Porém, esta foi a etapa mais longa. O teste de colmatação só foi
realizado aos 60 dias de operação, ou seja, as últimas amostras de efluente coletadas
dos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA ocorreram em um momento onde o
filtro já estava saturado. Existem 2 possibilidades para a concentração de DBO do
efluente destes módulos de filtração ter subido no fim da operação:
Com a colmatação dos módulos de filtração, houve desprendimento de sólidos
no efluente; e/ou
0
5
10
15
20
0
100
200
300
400
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/L
)
Tempo (d)Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
0
10
20
30
40
0
100
200
300
400
500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
90
92
94
96
98
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/
L)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/L
)
152
Com a colmatação dos módulos de filtração, menos afluente estava entrando
no sistema, o que pode ter afetado a atividade biológica da biomassa dentro do
reator, causando prejuízos ao tratamento biológico.
Analisando os resultados obtidos, também é possível verificar que os módulos de
filtração tiveram desempenho semelhantes. Estatisticamente não houve diferença
significativa no desempenho dos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA (p=0,125),
como pode ser observado na Figura 122.
Figura 122: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para DBO.
Durante a Etapa 4 de operação só foi possível realizar duas análises para DBO, devido
ao baixo tempo operacional dos módulos de filtração. A concentração média de DBO
no afluente foi de 350,6±163,0mgO2/L. Para o Módulo de Filtração MG1-GT, a
concentração média de DBO do efluente foi de 55,4±46,0mgO2/L, com eficiência
média de 85,7±6,5%. Já para o Módulo de Filtração MG2-GT, a concentração média
de DBO do efluente foi de 81,6±83,2mgO2/L, com eficiência média de 80,1±14,5%.
153
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 4 podem ser observados nas Figuras 123,
124, 125 e 126.
Figura 123: DBO do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 124: Eficiência de remoção de DBO
na reutilização do Módulo de Filtração MG1-
GT.
Figura 125: DBO do afluente e efluente na
reutilização do Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 126: Eficiência de remoção de DBO
na reutilização do Módulo de Filtração MG2-
GT.
Comparando os resultados obtidos, é possível observar que o desempenho de ambos
foi semelhante para a remoção de DBO e que ao longo da operação a concentração
de DBO no efluente diminuiu. Isto pode ser devido à criação de um biofilme nos
módulos de filtração, que auxiliavam o tratamento do efluente, ou pode ser devido à
melhora da qualidade do licor misto. Porém, nota-se que quando reutilizados, o
0
20
40
60
80
100
0
100
200
300
400
500
0 5 10 15 20 25DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)
Afluente Efluente
70
75
80
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90
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0 5 10 15 20 25Ef
iciê
nci
a (%
)
Tempo (d)
Efic (%)
0
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150
0
100
200
300
400
500
0 5 10 15 20 25
DB
O A
flu
ente
(m
gO2/
L)
Tempo (d)Afluente Efluente
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25
Efic
iên
cia
(%)
Tempo (d)Efic (%)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/
L)
DB
O E
flu
ente
(m
gO2/
L)
154
desempenho dos Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT foram insatisfatórios
quando comparados ao seu uso inicial nas Etapas 1 e 2.
Estatisticamente, não houve diferença significativa para a remoção de DBO entre os
módulos de filtração (p=1), como pode ser observado na Figura 127.
Figura 127: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para DBO.
Ao longo das 4 etapas de operação a DBO também foi analisada no licor misto. Na
Etapa 1, a concentração média foi de 625,3±223,9mgO2/L. Na Etapa 2, a
concentração média aumentou para 1109,9±720,7mgO2/L. Na Etapa 3, a
concentração média decaiu para 523,4±212,5mgO2/L. Na Etapa 4 a concentração
média decaiu novamente, atingindo o valor de 374,8±271,7mgO2/L.
A concentração de DBO do licor misto ao longo das 4 etapas de operação pode ser
observada na Figura 128.
155
Figura 128: Concentração da Demanda Bioquímica de Oxigênio no Licor Misto.
De acordo com Von Sperling (2012), sistemas de lodos ativados de aeração
prolongada possuem eficiência de remoção de DBO entre 93 e 98%. Portanto, é
possível verificar que os Módulos de Filtração MG1-GT (95,8±2,3%), MG2-TA
(95,3±1,9%), MG2-GT (96,5±2,9%), MG1-MA (97,6±2,9) e MG2-MA (95,9±3,6%)
possuem eficiência de remoção de DBO semelhante ao esperado para o sistema de
lodos ativados de aeração prolongada.
Já os sistemas MBR geram efluente com concentração de DBO de 5mgO2/L
(JORDÃO & PESSÔA, 2014). No tratamento de esgoto sanitário, Subtil et. al (2013)
obteve efluente com concentração média de DBO de 5,5mgO2/L. Em outro estudo,
Subtil et.al (2014) analisou dois sistemas MBR para comparação, sendo um
convencional e outro com biofilme, para tratamento de esgoto sanitário. Neste caso,
as concentrações de DBO foram 6,0±2,5mgO2/L e 6,2±2,1mgO2/L. Portanto,
comparado o desempenho dos módulos de filtração construídos em manta
geossintética aplicados neste estudo com sistemas MBR, verifica-se que apenas o
ETAPA 1
ETAPA 2 ETAPA 3
ETAPA 4
0
500
1000
1500
2000
2500
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
DB
O (
mgO
2/L)
Tempo (d)
Licor Misto
156
Módulo de Filtração MG1-MA obteve desempenho semelhante ao dos autores, com
concentração média de DBO para o efluente de 6,1±7,4mgO2/L. Todos os demais
módulos de filtração obtiveram concentrações superiores aos estudos com MBR.
Em São Paulo, o Decreto Estadual nº 8468 estabelece a DBO como parâmetro de
lançamento onde após o tratamento, o efluente deve possuir concentração de 60
mgO2/L ou o sistema deve atingir eficiência de remoção de 80%. Analisando os
resultados obtidos neste estudo, é possível verificar que os efluentes gerados em
todos os módulos de filtração se enquadram neste padrão de lançamento, se
enquadrando na concentração máxima de DBO permitida para lançamento ou na
eficiência mínima de remoção de DBO do sistema.
6.5.5. Demanda Química de Oxigênio
Ao longo da operação das 4 etapas deste estudo, a DQO foi analisada semanalmente,
gerando os resultados que podem ser observados na Tabela 29.
Tabela 29: Monitoramento da Demanda Química de Oxigênio.
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
Etapa 1
MG1 - TA
Afluente (mg/L) 8 1122,0 558,0 2089,0 0,5 583,4
Efluente (mg/L) 8 109,1 42,0 175,0 0,5 54,7
Eficiência (%) 8 86,4 69,4 97,0 0,1 11,1
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 8 1122,0 558,0 2089,0 0,5 583,4
Efluente (mg/L) 8 77,0 30,0 123,0 0,4 30,3
Eficiência (%) 8 91,3 84,6 97,3 0,1 5,7
Licor Misto (mg/L) 8 2694,3 1258,0 8500,0 0,9 2409,6
Etapa 2
MG2 - TA
Afluente (mg/L) 8 1204,4 750,0 1856,0 0,3 384,1
Efluente (mg/L) 8 45,6 22,0 73,0 0,4 17,0
Eficiência (%) 8 95,6 90,3 97,9 0,0 2,9
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 8 1204,4 750,0 1856,0 0,3 384,1
Efluente (mg/L) 8 53,5 27,0 70,0 0,2 12,6
Eficiência (%) 8 95,1 91,7 97,4 0,0 2,3
Licor Misto (mg/L) 8 2335,3 1551,0 2729,0 0,1 349,2
Etapa 3
MG1 - MA
Afluente (mg/L) 10 966,7 540,0 1605,0 0,3 294,5
Efluente (mg/L) 10 55,0 27,0 104,0 0,4 20,3
Eficiência (%) 10 93,9 90,8 96,9 0,0 2,4
157
Etapa Amostra n Média Mínimo Máximo Coefic.
Variação Desvio Padrão
MG2 - MA
Afluente (mg/L) 10 966,7 540,0 1605,0 0,3 294,5
Efluente (mg/L) 10 57,5 30,0 152,0 0,6 34,8
Eficiência (%) 10 93,7 86,6 96,8 0,0 3,6
Licor Misto (mg/L) 10 2016,6 1599,0 2365,0 0,1 290,7
Etapa 4
MG1 - GT
Afluente (mg/L) 4 885,8 756,0 977,0 0,1 102,9
Efluente (mg/L) 4 114,3 53,0 161,0 0,4 45,0
Eficiência (%) 4 86,9 83,5 94,5 0,1 5,1
MG2 - GT
Afluente (mg/L) 4 885,8 756,0 977,0 0,1 102,9
Efluente (mg/L) 4 122,8 46,0 252,0 0,7 90,4
Eficiência (%) 4 86,3 74,2 95,2 0,1 9,0
Licor Misto (mg/L) 4 645,0 283,0 1103,0 0,5 340,8
Ao longo da Etapa 1, a concentração média de DQO do efluente foi de
1122,0±583,4mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-TA, a concentração média de DQO do efluente foi
de 109,1±54,7mg/L, com consequente eficiência média de 86,4±11,1%. Para o
Módulo de Filtração MG1-GT, a concentração média de DQO do efluente foi de
77,0±30,3mg/L, com consequente eficiência média de 91,3±5,7%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 1 podem ser observados nas Figuras 129,
130, 131 e 132.
158
Figura 129: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 130: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG1-TA.
Figura 131: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT.
Figura 132: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG1-GT.
Comparando os resultados obtidos na Etapa 1 para os dois módulos de filtração, é
possível verificar que os desempenhos dos mesmos foram semelhantes e que após
os 35 dias de operação mantiveram a eficiência de remoção de DQO em 90%.
Estatisticamente, não há diferença significativa (p=0,10156), como pode ser
observado na Figura 133..
40
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cia
(%)
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
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g/L)
Tempo (d)
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50556065707580859095
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Tempo (d)
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flu
ente
(m
g/L)
DQ
O E
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ente
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g/L)
159
Figura 133: Box-Plot dos efluentes da Etapa 1 para DQO.
Ao longo da Etapa 2, a concentração média de DQO do efluente foi de
1204,4±384,1mg/L. Para o Módulo de Filtração MG2-TA, a concentração média de
DQO do efluente foi de 45,6±17,0mg/L, com consequente eficiência média de
95,6±2,9%. Para o Módulo de Filtração MG2-GT, a concentração média de DQO do
efluente foi de 53,5±12,6mg/L, com consequente eficiência média de 95,1±2,3%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 2 podem ser observados nas Figuras 134,
135, 136 e 137.
160
Figura 134: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 135: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG2-TA.
Figura 136: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT.
Figura 137: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG2-GT.
Comparando os resultados dos Módulos de Filtração MG2-TA e MG2-GT ao longo da
Etapa 2, é possível observar que os desempenhos foram semelhantes. Através do
teste estatístico, é possível verificar que não há diferença significativa (p=0,07813)
para o desempenho dos mesmos, como pode ser observado na Figura 138.
0
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60DQ
O A
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(m
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Tempo (d)Afluente Efluente
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
DQ
O A
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(m
g/L)
Tempo (d)Afluente Efluente
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
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iên
cia
(%)
Tempo (d)
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flu
ente
(m
g/L)
DQ
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ente
(m
g/L)
161
Figura 138: Box-Plot dos efluentes da Etapa 2 para DQO.
Ao longo da Etapa 3, a concentração média de DQO do efluente foi de
966,7±294,5mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-MA, a concentração média de DQO do efluente foi
de 55,0±20,3mg/L, com consequente eficiência média de 93,9±2,4%. Para o Módulo
de Filtração MG2-MA, a concentração média de DQO do efluente foi de
57,5±34,8mg/L, com consequente eficiência média de 93,7±3,6%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 3 podem ser observados nas Figuras 139,
140, 141 e 142.
162
Figura 139: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 140: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG1-MA.
Figura 141: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-MA.
Figura 142: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG2-MA.
Comparando os resultados dos Módulos de Filtração MG1-MA e MG2-MA ao longo
da Etapa 3, nota-se que os desempenhos foram semelhantes, originando efluentes
com concentrações médias de DQO aproximadas. Através do teste estatístico, é
possível verificar que não há diferença significativa (p=0,70703) para o desempenho
dos mesmos, como pode ser observado na Figura 143.
0
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70DQ
O A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)Afluente Efluente
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
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cia
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Tempo (d)
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ente
(m
g/L)
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flu
ente
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g/L)
163
Figura 143: Box-Plot dos efluentes da Etapa 3 para DQO.
Ao longo da Etapa 4, a concentração média de DQO do efluente foi de
885,8±102,9mg/L.
Para o Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de reutilização, a concentração média
de DQO do efluente foi de 114,3±45,0mg/L, com consequente eficiência média de
86,9±5,1%. Já para o Módulo de Filtração MG2-MA, a concentração média de DQO
do efluente foi de 122,8±90,4mg/L, com consequente eficiência média de 86,3±9,0%.
A série histórica das concentrações do afluente e efluente, bem como a eficiência dos
módulos de filtração aplicados na Etapa 4 podem ser observados nas Figuras 144,
145, 146 e 147.
164
Figura 144: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização.
Figura 145: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG1-GT na etapa de
reutilização.
Figura 146: DQO do afluente e efluente do
Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização.
Figura 147: Eficiência de remoção de DQO
do Módulo de Filtração MG2-GT na etapa de
reutilização.
Comparando os resultados dos Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT ao longo da
Etapa 4, nota-se que os desempenhos foram semelhantes e que no final da operação
apresentaram melhor desempenho para remoção de DQO. Através do teste
estatístico, é possível verificar que não há diferença significativa (p=0,875) para o
desempenho dos mesmos, como pode ser observado na Figura 148.
0
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0
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0 5 10 15 20 25DQ
O A
flu
ente
(m
g/L)
Tempo (d)Afluente Efluente
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Efic
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cia
(%)
Tempo (d)
Efic (%)
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ente
(m
g/L)
DQ
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ente
(m
g/L)
165
Figura 148: Box-Plot dos efluentes da Etapa 4 para DQO.
Ao longo das 4 etapas de operação a DQO também foi analisada no licor misto. Na
Etapa 1, a concentração média foi de 2694,3±2409,6mg/L. Na Etapa 2, a
concentração média decaiu para 2335,3±349,2mg/L. Na Etapa 3, a concentração
média decaiu para 2016,6±290,7mg/L. Na Etapa 4 a concentração média decaiu
novamente, atingindo o valor de 645,0±340,8mg/L.
A concentração de DBO do licor misto ao longo das 4 etapas de operação pode ser
observada na Figura 149.
166
Figura 149: Demanda Química de Oxigênio no Licor Misto.
A partir do monitoramento da DQO do licor misto, é possível observar que a primeira
amostra da Etapa 1 apresentou o maior valor de toda a série de dados e depois
decaiu. Este decaimento pode ser devido à incrustação de sólidos nos módulos de
filtração ou houve falha na análise da primeira amostra. Após isso, a DQO se manteve
entre 1000 e 3000mg/L, até decair bruscamente na Etapa 4. Este decaimento pode
ser devido à perda de biomassa do reator, como abordado no Item 6.5.2.
Analisando os resultados obtidos ao longo das 4 etapas de operação, é possível
observar que o Módulo de Filtração MG1-TA apresentou o maior índice de remoção
de DQO, atingindo eficiência média de 95,6%.
De acordo com Von Sperling (2012), sistemas de lodos ativados de aeração
prolongada apresentam eficiência de remoção de DQO entre 90 – 95%. Portanto, os
Módulos de Filtração MG1-GT, MG2-TA, MG2-GT, MG1-MA e MG2-MA apresentaram
desempenho dentro do esperado para substituição do decantador secundário em
termos de remoção de DQO.
ETAPA 1
ETAPA 2 ETAPA 3
ETAPA 4
0
1000
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Co
nce
ntr
ação
de
DQ
O (
mg/
L)
Tempo (d)
Licor Misto
167
Já para sistema MBR, Subtil et.al (2014), que analisou dois sistemas MBR para
comparação, sendo um convencional e outro com biofilme, para tratamento de esgoto
sanitário, obteve concentrações de DQO de 27,0±9,0 mg/L e 26,0±1,0 mg/L,
respectivamente. Em outro estudo, Subtil et.al (2013) operou um sistema MBR para
tratamento de esgoto sanitário e obteve efluente com concentração média de 24mg/L.
Portanto, todos os módulos de filtração utilizados neste estudo apresentaram
resultados insatisfatórios quando comparados aos estudos de MBR apresentados.
Seo et.al (2003), analisou a eficiência de um sistema com filtração em manta
geossintética em um sistema de lodos ativados. A eficiência de remoção de DQO foi
de 91,6%, produzindo uma concentração de efluente em torno de 13mg/L. Portanto,
é possível verificar que embora os Módulos de Filtração MG1-GT, MG2-TA, MG2-GT,
MG1-MA e MG2-MA tenham apresentado eficiência média de remoção de DQO
superior aos dos autores, a concentração de DQO do efluente final foi superior ao dos
autores.
Já Chang et al. (2007) realizou um estudo aplicando manta geossintética não tecido
em um sistema MBR para tratamento de esgoto sanitário e obteve concentração
média de DQO para o efluente de 60mg/L enquanto o DQO afluente variou de 800 a
1800mg/L. Comparando os resultados dos autores com este estudo, é possível
verificar que os Módulos de Filtração MG2-TA, MG2-GT, MG1-MA e MG2-MA
apresentaram efluente final com menor concentração de DQO para uma faixa de
concentração de DQO afluente semelhante.
168
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos, em termos operacionais pode-se concluir:
As Mantas Geossintéticas 1 e 2 possuem propriedades semelhantes, sendo
então o espaçador que causa influência no desempenho operacional dos
módulos de filtração.
Os espaçadores TA - Tela Antiderrapante, GT - Geomanta Tridimensional e MA
– Manta Acrílica possuíram comportamentos diferentes quando associados às
mantas geossintéticas 1 e 2.
A Tela Antiderrapante associada às mantas geossintéticas possui boa
propriedade de recuperação quando analisada do ponto de vista do teste de
colmatação, embora operacionalmente não apresenta bom desempenho,
ocasionando o aumento do TDH com poucos dias de operação.
A Manta Acrílica não conseguiu desempenhar seu papel como espaçador,
auxiliando de forma insatisfatória no processo de retenção de sólidos.
A Geomanta Tridimensional foi o espaçador que, combinado às mantas
geossintéticas 1 e 2, mais demorou para colmatar. Por outro lado, após sua
colmatação, a resposta ao teste de colmatação foi insatisfatória, não sendo
possível recuperar sua capacidade de filtração.
O controle da idade do lodo fez com que a concentração de sólidos no reator
ficasse abaixo do esperado para um sistema de lodos ativados de aeração
prolongada, pois além da retirada de licor misto diário para este fim, houve
também a retenção de sólidos dentro dos módulos de filtração.
O processo de limpeza para reutilização dos Módulos de Filtração MG1-GT e
MG2-GT foi prejudicado devido ao fato dos módulos de filtração terem sido
submetidos a um processo de perda de umidade a fim de se obter a informação
do quanto de sólidos havia sido retido em cada estrutura.
O processo de colmatação dos módulos de filtração construídos com manta
geossintética, em todos os casos, dificulta a substituição do decantador
secundário do sistema de lodos ativados por um processo de filtração em
manta geossintética, uma vez que conforme ocorre a colmatação, há variação
de vazão do permeado e consequente aumento de TDH, o que em uma
aplicação em escala real não é viável operacionalmente.
169
Em termos de qualidade do efluente final, pode-se concluir:
A perda de biomassa no reator na Etapa 4 somada à limpeza insatisfatória dos
Módulos de Filtração MG1-GT e MG2-GT fizeram com que o desempenho de
ambos, em todos os parâmetros, fosse inferior ao obtido nas outras etapas de
operação.
Em relação à clarificação do efluente, analisados pela remoção de turbidez e
SST, o Módulo de Filtração MG2-GT foi o que apresentou melhor desempenho,
obtendo eficiência média de remoção de turbidez de 98,5% e eficiência média
de remoção de SST de 99,0%. Tal desempenho é superior ao encontrado em
sistemas de lodos ativados que possuem decantador secundário.
Os índices de eficiência de remoção de carbono orgânico dissolvido obtidos
nos módulos de filtração aplicados nas Etapas 1, 2 e 3 indicam que houve
remoção biológica de matéria orgânica, além da remoção física proporcionada
pelo processo de filtração.
Os baixos índices de remoção de carbono orgânico dissolvido obtidos na Etapa
4 reforçam a hipótese de que a perda de biomassa nessa etapa prejudicou o
desempenho do sistema no tratamento biológico do esgoto sanitário.
Para a remoção de matéria orgânica em termos de DBO, o Módulo de Filtração
MG1-MA foi o que apresentou melhor desempenho (eficiência média de
remoção de 97,6% com efluente de concentração de 6,1mgO2/L). Porém, nesta
etapa a concentração afluente foi de apenas 292,8mgO2/L, sendo a menor
concentração obtida em todo estudo. Portanto, concluiu-se que o módulo de
filtração que obteve melhor desempenho para remoção de DBO foi o MG2-GT,
atingindo eficiência média de remoção de 96,5% com efluente de concentração
média de 18,4mgO2/L, porém, para um afluente com concentração média de
436,6mgO2/L.
Os Módulos de Filtração MG1-GT (95,8±2,3%), MG2-TA (95,3±1,9%), MG2-GT
(96,5±2,9%), MG1-MA (97,6±2,9) e MG2-MA (95,9±3,6%) possuem eficiência
de remoção de DBO dentro da faixa esperada para o sistema de lodos ativados
de aeração prolongada.
Para a remoção de matéria orgânica em termos de remoção de DQO, o Módulo
de Filtração MG2-TA alcançou o maior índice de remoção, atingindo eficiência
média de 95,6% para um afluente com concentração média de 1204,4mg/L.
170
Os Módulos de Filtração MG1-GT, MG2-TA, MG2-GT, MG1-MA e MG2-MA
apresentaram desempenho dentro do esperado quando comparados aos
sistemas de lodos ativados de aeração prolongada em fluxo contínuo.
Os módulos de filtração com manta geossintética não atingem os índices de
desempenho apresentados em sistemas MBR que utilizam mantas
convencionais já aplicadas mundialmente.
Portanto, verifica-se que em termos de qualidade de efluente é possível substituir
o decantador secundário de um sistema de lodos ativados de aeração prolongada
em fluxo contínuo pelo processo de filtração em manta geossintética. Porém,
operacionalmente é necessário aprimorar a tecnologia, a fim de se obter
mecanismos para prorrogar a colmatação dos módulos de filtração e ser possível
manter a faixa de TDH necessária para a operação do sistema, possibilitando
então sua aplicação em escala real.
7.1. Recomendações
Para estudos futuros, recomenda-se:
Operar o reator sem controlar a idade do lodo a fim de se evitar a perda de
sólidos do sistema, uma vez que já ocorre a retenção de sólidos nos módulos
de filtração;
Verificar e implantar mecanismos de limpeza para os módulos de filtração
construídos com manta geossintética, a fim de se prolongar a vida útil do
módulo de filtração;
Em caso de reaproveitamento da manta geossintética e espaçador, fazer a
limpeza com o material ainda úmido, uma vez que após secar, os sólidos
podem incrustar na superfície dos mesmos, impedindo sua capacidade de
recuperação.
171
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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172
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175
APÊNDICE
Neste capítulo são apresentados os dados da série de sólidos completa para afluente,
efluente e licor misto em cada módulo de filtração utilizado nas Etapas 1, 2, 3 e 4.
Etapa 1
Tabela 1: Série de Sólidos – Afluente.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 475,0 65,8 409,2 977,5 280,0 697,5 502,5 214,2 288,3
Mín. 120,0 0,0 120,0 560,0 0,0 160,0 306,7 0,0 26,7
Máx. 1000,0 166,7 866,7 1660,0 480,0 1180,0 740,0 400,0 673,3
Coef. Variação
0,7 0,9 0,7 0,4 0,6 0,5 0,3 0,6 0,8
Tabela 2: Série de Sólidos – Efluente MG1-TA.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 32,1 1,8 30,4 517,5 250,0 267,5 485,4 248,2 237,1
Mín. 0,0 0,0 0,0 240,0 80,0 140,0 240,0 80,0 40,0
Máx. 100,0 14,3 100,0 840,0 440,0 660,0 797,1 440,0 631,4
Coef. Variação
1,1 2,8 1,1 0,3 0,5 0,7 0,3 0,5 0,8
Tabela 3: Série de Sólidos – Efluente MG1- GT.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 21,3 6,0 15,4 492,5 250,0 242,5 471,2 244,0 227,1
Mín. 0,0 0,0 0,0 240,0 0,0 0,0 225,7 0,0 0,0
Máx. 60,0 33,3 60,0 860,0 400,0 800,0 860,0 400,0 800,0
Coef. Variação
0,9 2,0 1,4 0,4 0,7 1,1 0,4 0,7 1,2
Tabela 4: Série de Sólidos – Licor Misto.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 1299,6 145,1 1154,6 1775,0 377,5 1398,6 475,4 232,4 242,9
Mín. 828,6 20,0 771,4 1300,0 260,0 860,0 140,0 80,0 13,3
Máx. 2166,7 400,0 2000,0 2460,0 480,0 2020,0 853,3 413,3 660,0
Coef. Variação
0,4 0,9 0,4 0,2 0,2 0,3 0,5 0,5 0,9
176
Etapa 2
Tabela 5: Série de Sólidos – Afluente.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 464,8 52,6 412,1 882,5 295,0 587,5 417,7 242,4 175,4
Mín. 171,4 0,0 157,1 580,0 180,0 260,0 206,7 80,0 13,3
Máx. 700,0 100,0 600,0 1080,0 360,0 880,0 680,0 360,0 360,0
Coef. Variação
0,4 0,9 0,4 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,6
Tabela 6: Série de Sólidos – Efluente MG2-TA.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 7,1 0,0 7,1 477,5 252,5 225,0 470,4 252,5 217,9
Mín. 0,0 0,0 0,0 260,0 20,0 40,0 245,7 20,0 25,7
Máx. 14,3 0,0 14,3 620,0 340,0 380,0 620,0 340,0 365,7
Coef. Variação
1,1 0,0 1,1 0,3 0,4 0,4 0,3 0,4 0,5
Tabela 7: Série de Sólidos – Efluente MG2- GT.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 5,4 1,8 3,6 425,0 235,0 190,0 419,6 233,2 186,4
Mín. 0,0 0,0 0,0 80,0 60,0 20,0 65,7 60,0 5,7
Máx. 14,3 14,3 14,3 640,0 340,0 320,0 640,0 340,0 320,0
Coef. Variação
1,4 2,8 1,9 0,4 0,5 0,6 0,5 0,5 0,7
Tabela 8: Série de Sólidos – Licor Misto.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Média 4170,8 208,3 3950,0 2912,5 445,0 2467,5 825,0 224,2 913,3
Mín. 700,0 33,3 666,7 1660,0 320,0 1260,0 13,3 13,3 13,3
Máx. 17733,3 433,3 17466,7 4580,0 660,0 4140,0 2480,0 406,7 2206,7
Coef. Variação
1,3 0,6 1,4 0,3 0,2 0,4 1,1 0,6 0,9
177
Etapa 3
Tabela 9: Série de Sólidos – Afluente.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 10,0 10,0 10,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0
Média 352,0 24,0 328,0 809,5 258,7 550,8 440,6 236,5 204,1
Mín. 200,0 0,0 160,0 485,7 80,0 357,1 125,7 40,0 17,1
Máx. 500,0 40,0 480,0 1020,0 440,0 680,0 580,0 440,0 460,0
Coef. Variação
0,3 0,7 0,3 0,2 0,5 0,2 0,3 0,6 0,7
Tabela 10: Série de Sólidos – Efluente MG1-MA.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 10,0 10,0 10,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0
Média 12,9 7,1 5,7 582,5 274,0 308,6 568,3 266,0 302,2
Mín. 0,0 0,0 0,0 342,9 140,0 57,1 342,9 140,0 57,1
Máx. 57,1 57,1 14,3 680,0 400,0 420,0 665,7 400,0 420,0
Coef. Variação
1,3 2,5 1,3 0,2 0,3 0,4 0,2 0,3 0,4
Tabela 11: Série de Sólidos – Efluente MG2-MA.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 10,0 10,0 10,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0
Média 18,6 4,3 14,3 574,3 241,3 333,0 555,2 236,5 318,7
Mín. 0,0 0,0 0,0 328,6 100,0 57,1 328,6 85,7 57,1
Máx. 57,1 28,6 57,1 680,0 360,0 460,0 637,1 360,0 460,0
Coef. Variação
1,0 2,2 1,4 0,2 0,4 0,4 0,2 0,5 0,5
Tabela 12: Série de Sólidos – Licor Misto.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 10,0 10,0 10,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0
Média 1430,0 206,7 1190,0 2174,6 564,4 1610,2 748,7 342,2 406,5
Mín. 1000,0 66,7 0,0 1371,4 300,0 1071,4 320,0 40,0 104,8
Máx. 2100,0 666,7 1900,0 2640,0 1180,0 2280,0 1853,3 1080,0 1400,0
Coef. Variação
0,3 1,0 0,4 0,2 0,6 0,3 0,7 0,9 1,0
178
Etapa 4
Tabela 13: Série de Sólidos – Afluente.
SST
(mg/L) SSF
(mg/L) SSV
(mg/L) ST
(mg/L) STF
(mg/L) STV
(mg/L) SDT
(mg/L) SDF
(mg/L) SDV
(mg/L)
n 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Média 320,7 24,3 296,4 813,3 226,7 586,7 492,6 202,4 290,2
Mín. 142,9 0,0 85,7 540,0 166,7 240,0 397,1 166,7 154,3
Máx. 720,0 57,1 720,0 1333,3 300,0 1166,7 613,3 242,9 446,7
Coef. Variação
0,8 1,2 1,0 0,4 0,2 0,7 0,2 0,2 0,4
Tabela 14: Série de Sólidos – Efluente MG1-GT
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Média 33,6 7,1 26,4 431,7 255,0 176,7 398,1 247,9 150,2
Mín. 20,0 0,0 14,3 280,0 200,0 60,0 222,9 185,7 17,1
Máx. 57,1 14,3 42,9 666,7 400,0 266,7 638,1 400,0 240,0
Coef. Variação
0,5 1,2 0,5 0,4 0,4 0,6 0,5 0,4 0,7
Tabela 15: Série de Sólidos – Efluente MG2-GT.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Média 69,3 25,0 44,3 461,7 161,7 300,0 392,4 136,7 255,7
Mín. 20,0 0,0 20,0 320,0 140,0 180,0 237,1 82,9 137,1
Máx. 142,9 57,1 85,7 666,7 200,0 500,0 595,2 200,0 471,4
Coef. Variação
0,8 1,2 0,7 0,3 0,2 0,5 0,4 0,4 0,6
Tabela 16: Série de Sólidos – Licor Misto.
SST (mg/L)
SSF (mg/L)
SSV (mg/L)
ST (mg/L)
STF (mg/L)
STV (mg/L)
SDT (mg/L)
SDF (mg/L)
SDV (mg/L)
n 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Média 370,7 56,8 313,8 845,0 251,7 593,3 474,3 194,8 279,5
Mín. 114,3 14,3 100,0 640,0 140,0 500,0 211,4 40,0 13,3
Máx. 600,0 100,0 566,7 1000,0 320,0 733,3 885,7 252,4 633,3
Coef. Variação
0,5 0,7 0,6 0,2 0,3 0,2 0,7 0,5 0,9