V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ … · 2016-01-21 ·...

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Pelotas – RS 07 a 10 de agosto de 2007 ANAIS Vol. 1 Pelotas, RS 2007

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

Pelotas – RS

07 a 10 de agosto de 2007

ANAIS Vol. 1

Pelotas, RS 2007

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Exemplares desta edição podem ser solicitados a: Embrapa Clima Temperado BR 392 km 78 – Caixa Postal 403 Cep 96001-970 – Pelotas – RS Fone: 0xx(53) 3275-8100 0xx(53) 3275-8400 E-mail: [email protected] Editoração Eletrônica: Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Oscar Castro Fotolitos e Impressão: Gráfica e Editora Pallotti Tiragem: 800 exemplares

Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado (5.: 2007 : Pelotas, RS)

Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, Pelotas, 2007 / Editado por Ariano Martins de Magalhães Júnior [et al]. - Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 2 v. ISBN 978-85-85941-21-5

Bioclimatologia - Fertilidade do solo - Ecofisiologia - Fitomelhoramento -Biotecnologia - Fitopatologia - Práticas culturais - Arroz irrigado - Entomologia -Semente - Meio ambiente - Impacto ambiental - Socioeconomia - Agroindústria -Manejo de plantas - Diversificação de culturas I. Magalhães Júnior, A.M. II. Reunião da Cultura do Arroz Irrigado (27. : 2007 : Pelotas, RS) III. Título CDD: 633.18.03

ISBN 978-85-85941-21-5

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SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO - SOSBAI

DIRETORIA – Gestão de 2005 a 2007

Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice-Presidente Athos Dias de Castro Gadea – IRGA 1° Secretário André Andres – Embrapa Clima Temperado 2° Secretário Antônio Costa de Oliveira - UFPel 1° Tesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro – Embrapa Clima Temperado 2° Tesoureiro Rubens Marchaleck - EPAGRI Conselho Fiscal Titulares: Algenor da Silva Gomes – Embrapa Clima Temperado Mara Cristina Barbossa Lopes - IRGA Ronaldir Knoblauch - EPAGRI Suplentes: Moacir Cardoso Elias - UFPel Leandro Souza da Silva - UFSM Paulo Regis Ferreira da Silva - UFRGS

Conselho Consultivo José Alberto Noldin – EPAGRI Maurício Miguel Fischer – IRGA Moacir Antonio Schiocchet – EPAGRI Ênio Marchezan - UFSM

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

ARROZ IRRIGADO: AVALIANDO O PRESENTE, PENSANDO O FUTURO

COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice - Presidente André Andres 1ºTesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro 2º Tesoureiro Vitor Hugo Souza Porto 1º Secretário José Alberto Petrini 2ª Secretária Isabel Helena Vernetti Azambuja Coordenação Institucional Algenor da Silva Gomes Coordenação Técnico-Científico Paulo Ricardo Reis Fagundes Coordenação Internacional Júlio Centeno da Silva Sílvio Steinmetz Coordenação Editorial Ariano Martins de Magalhães Júnior Paulo Ricardo Reis Fagundes Algenor da Silva Gomes André Andrés Walkyria Bueno Scivittaro Coordenação de Exposição Giovani Theisen Daniel Fernandes Franco José Francisco Martins Coordenação de Divulgação Apes Roberto Falcão Perera Diná Lessa Bandeira Sadi Macêdo Sapper Coordenação Social Maria Laura Turino Mattos Marilda Pereira Porto Ana Cristina Richter Krolow Comissão de Apoio Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Carmem Lourdes Pauletto Chemello Ana Maria Gomes Behrensdorf Carlos Elói Braga Ribeiro Oscar Castro Janete Maria Salagnac Krolow Rui Carlos da Silva Madruga Sérgio Antônio Rodrigues da Silva Antônio Carlos Marques Monassa Ana Luiza Barragana Viegas

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Coordenadores das Sub-comissões Técnicas Fitomelhoramento – Paulo Ricardo Reis Fagundes Biotecnologia – Ariano Martins de Magalhães Júnior Bioclimatologia – Sílvio Steinmetz Práticas Culturais – José Alberto Petrini Manejo de Solo e Água – Walkyria B. Scivittaro e Algenor da S. Gomes Fitopatologia – Cley Donizetti Martins Nunes Entomologia – José Francisco da Silva Martins Manejo de Plantas Daninhas – André Andres Meio Ambiente e Impacto Ambiental – Maria Laura Turino Mattos Sementes e Agroindústrias - Daniel F. Franco e Ana Cristina Krolow Sócio-economia – Isabel Helena Vernetti Azambuja Diversificação de Culturas – Giovani Theisen e Júlio Centeno da Silva Secretaria SOSBAI - Amanda Ortiz Barros Ane Gerber Crochemore

“A Comissão Organizadora agradece as contribuições dos revisores externos na correção e aprovação dos trabalhos técnico-científicos publicados nos Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz irrigado.”

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COMISSÃO DE REVISORES AD-HOC:

Fitomelhoramento - Antônio Folgiarini de Rosso (IRGA) - Mara Cristina Barbosa Lopes (IRGA) - Moacir Antonio Schiocchet (EPAGRI)

Biotecnologia: - Antonio Costa de Oliveira (UFPel) - Oneides Avozani (IRGA) - Rubens Marchaleck (EPAGRI)

Bioclimatologia e Ecofisiologia: - Carlos Mariot (IRGA) - Paulo Regis Ferreira da Silva (UFRGS)

Práticas Culturais: - Luiz Osmar Braga Schuch (UFPel) - Domingos Sávio Eberhardt (EPAGRI)

Fertilidade e Nutrição de Plantas: - Leandro Souza da Silva (UFSM) - Rogério Oliveira de Sousa (UFPel)

Fitopatologia: - Dieter Kempf (IRGA) - Ivan Francisco Dressler da Costa (UFSM) Entomologia: - Anderson Dionei Grützmacher (UFPel) - Jaime Vargas de Oliveira (IRGA) - Honório Francisco Prando (EPAGRI)

Manejo de Plantas Daninhas: - Aldo Merotto (UFRGS) - Dirceu Agostineto (UFPel) - Jesus Juares Oliveira Pinto (UFPel) - Sérgio L. O. Machado (UFSM) - Valmir G. Menezes (IRGA)

Meio Ambiente e Impacto Ambiental: - Charrid Resgala Jr. (UNIVALI) - Vera mussoi macedo (IRGA)

Sementes e Agroindústria: - Carlos A. Fagundes (IRGA) - Élbio Cardoso (Embrapa/SNT) - Moacir Cardoso Elias (UFPel)

Sócio-economia: - Alcido Elenor Wander (CNPF) - Irceu Agostini (EPAGRI) - Victor Hugo Kayser (IRGA)

Diversificação de culturas: - Cláudia Lange (IRGA)

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NOTA DA COMISSÃO EDITORIAL

A comissão editorial reserva-se ao direito de eximir-se

de qualquer responsabilidade por eventuais incorreções contidas

nos resumos dos trabalhos publicados nos Anais do V

Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado/XXVII Reunião da Cultura

do Arroz irrigado, mesmo tendo ajustado algumas incorreções às

normas.

O conteúdo dos trabalhos publicados nestes Anais é de

inteira responsabilidade dos autores.

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APRESENTAÇÃO

A Comissão Organizadora tem a satisfação de apresentar os Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e a XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, que a cada ano aponta um aumento significativo no número de trabalhos publicados, razão pela qual, compõe-se, em 2007, de dois volumes. Constitui-se de 479 trabalhos de pesquisa recebidos de diversos estados do Brasil e do exterior, oriundos de diversas Instituições e empresas e que representam o esforço de profissionais e entidades ligadas a cadeia produtiva do arroz. Nos trabalhos encaminhados para publicação pode-se observar o avanço do desenvolvimento da orizicultura irrigada, a inovação, a abertura de novas fronteiras do conhecimento, visando aumentar de forma sustentável a rentabilidade do setor, bem como suprir a demanda de consumo do produto arroz.

Sob o tema central “Arroz Irrigado: avaliando o presente, pensando o futuro”, espera-se que a programação apresentada possa contribuir para a reafirmação da importância da geração e transferência de conhecimento científico objetivando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a manutenção da sustentabilidade dos segmentos envolvidos no processo produtivo.

A Comissão Organizadora agradece à SOSBAI, promotora deste evento, à Embrapa Clima Temperado, entidade realizadora, às entidades co-promotoras, EPAGRI, IRGA, UFPEL, UFRGS e UFSM, aos patrocinadores, RiceTec, John Deere, FMC, BASF, Iharabras, Bayer, Dow AgroSciences, Bunge, Ajinomoto e BlueVille e aos apoiadores, Banco do Brasil, CNPq, Farsul; Federarroz. e FAPEG

A realização do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado foi uma vitória de um projeto de cooperação entre instituições e, mais especificamente, da união de esforços em busca de um objetivo comum. A todos que trabalharam para realização deste Congresso, nossos cumprimentos.

Desejamos a todos uma feliz estada entre nós e que tenhamos uma profícua semana de trabalho em Pelotas, RS.

Comissão Organizadora

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SUMÁRIO

FITOMELHORAMENTO E BIOTECNOLOGIA

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES RECOMENDADAS DE ARROZ IRRIGADO DA EMBRAPA, NO RIO GRANDE DO SUL. 2006/07 - Paulo Ricardo R. Fagundes; Ariano M. de Magalhães Jr.; José A. Petrini; André Andres; Daniel F. Franco; Cley D. Nunes; Alcides Severo; Alex D. Viegas

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS CLEARFIELD DA EMBRAPA, EM TRÊS LOCAIS, DA REGIÃO LITORAL SUL, DO RIO GRANDE DO SUL. SAFRA 2006/07 - Paulo Ricardo R. Fagundes; Ariano M. de Magalhães Jr.; André Andres; Paulo Hideo N. Rangel; Francisco Moura; Cley D. Nunes; Alcides Severo; Alex D. Viegas

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE LINHAGENS DA EMBRAPA, NO RI O GRANDE DO SUL. 2006/07 - Paulo Fagundes; Ariano M. de Magalhães Jr.; Daniel Fernandez Franco; Orlando P. de Moraes; Paulo H. Rangel; Francisco Moura; Alcides Severo; Alex D. Viegas

DESEMPENHO DE FAMÍLIAS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA POPULAÇÃO-ELITE DE ARROZ IRRIGADO SUBTROPICAL DA EMBRAPA - Orlando Peixoto de Morais; Paulo R. Reis Fagundes; Francisco Pereira de Moura Neto; Péricles de Carvalho Ferreira Neves; Paulo Hideo Nakano Rangel; Ariano M. de Magalhães Júnior

CONVERSÃO DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO PARA TOLERÂNCIA A HERBICIDA DA CLASSE DAS IMIDAZOLINONAS - Francisco Pereira Moura Neto; Paulo Hideo Nakano Rangel; Paulo Ricardo Reis Fagundes; João Antônio Mendonça; Carlos Martins Santiago; Orlando Peixoto de Morais; Veridiano dos Anjos Cutrim; Jaime Roberto Fonseca; André Andrés; Ariano Martins de Magalhães

AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA À Pyricularia gris ea EM GENÓTIPOS DE ARROZ DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO IRGA - Gustavo R. D. Funck; Dieter Kempf; Catiane dos Santos.

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE FAMÍLIAS S 0:2 DA POPULAÇÃO Pirga 1/0/pr/1 DE ARROZ IRRIGADO DO IRGA/EEA – SAFRA 2005/06 - Oneides A. Avozani; Sérgio I. Gindri Lopes; Renata P. da Cruz; Gustavo Hernandes; Síntia Trojan; Paulo R. Freitas

IRGA 423: NOVA CULTIVAR COM EXCELENTE QUALIDADE DE GRÃOS - Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Paulo Sergio Carmona; Antonio Folgiarini de Rosso; Renata Pereira da Cruz; Oneides Antonio Avozani; Dieter Kempf; Gustavo Daltrozo Funck; Carlos Alberto Alves Fagundes.

DIVERSIDADE GENÉTICA DOS ACESSOS MELHORADOS DA COLEÇÃO NUCLEAR DE ARROZ DA EMBRAPA - Tereza Cristina de Oliveira Borba; Claudio Brondani; Rosana Brondani; Paulo Hideo Nakano Rangel

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TOLERÂNCIA DE ARROZ IRRIGADO A BAIXA TEMPERATURA NO ESTÁGIO DE GERMINAÇÃO – Juliana Vieira, Rubens Marschalek, Khadine Tatiane Appio, Henri Stuker

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DO BANCO DE GERMOPLASMA DE ARROZ IRRIGADO DA EPAGRI – Juliana Vieira, Rubens Marschalek, Rubens Onofre Nodari, Henri Stuker, Khadine Tatiane Appio, Jaqueline Muniz

PROGRAMA DE MELHORAMENTO DE ARROZ HÍBRIDO DA PARCERIA INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ/FAZENDA ANA PAULA – Antonio Folgiarini de Rosso, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Mara Cristina Barbosa Lopes, Renata Pereira da Cruz, Paulo Sérgio Carmona, Lianfang Wang, Ricardo Scherer

PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ARROZ PARA O SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO NO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ – Antonio Folgiarini de Rosso, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Dieter Kempf, Mara Cristina Barbosa Lopes, Paulo Sérgio Carmona, Oneides Antonio Avozani, Renata Pereira da Cruz, Gustavo Daltrozo Funck

CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES DE IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM ARROZ IRRIGADO; AVALIADOS EM EXPERIMENTOS A CAMPO E EM CASA DE VEGETAÇÃO – Franciéle Olivo, Ivandro Bertan, Ariano Martins Magalhães Junior, Paulo Ricardo Reis Fagundes, Antônio Costa de Oliveira, Fernando Irajá Félix de Carvalho

BRS JAÇANÃ: CULTIVAR DE ARROZ IRRIGADO PARA A REGIÃO TROPICAL – Veridiano dos Anjos Cutrim, Paulo Hideo Nakano Rangel, Jaime Roberto Fonseca, Antônio Carlos Centeno Cordeiro, Altevir de Matos Lopes, Carlos Martins Santiago

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA EM LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA – Bruna Carla Fagundes Crispim, Veridiano dos Anjos Cutrim, Jaime Roberto Fonseca

DESCRITORES MORFOLÓGICOS MÍNIMOS DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ARROZ DE VÁRZEA PARA REGISTRO E PROTEÇÃO – Jaime Roberto Fonseca, Veridiano dos Anjos Cutrim, Paulo Hideo Nakano Rangel, Fernanda Martins de Faria

BRS JAÇANÃ: NOVA CULTIVAR DE ARROZ IRRIGADO PARA RORAIMA – Antonio Carlos Centeno Cordeiro, Roberto Dantas de Medeiros

DESEMPENHO DA CULTIVAR PRECOCE DE ARROZ BRS JAÇANÃ EM ÁREAS DE VÁRZEA DO ESTADO DO PARÁ – Altevir de Matos Lopes, Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas

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COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ARROZ DE CICLO MEDIANO NO ECOSSISTEMA VÁRZEA DO ESTADO DO PARÁ NA SAFRA 2005/06 – Altevir de Matos Lopes, Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas

ENSAIO PRELIMINAR DE LINHAGENS CONDUZIDO EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, SAFRA 2005/06 - Renata Pereira da Cruz; Gilmar Neves; Irene Maria da Silva

IRGA 424: NOVA OPÇÃO DE CULTIVAR COM ADAPTAÇÃO E PRODUTIVIDADE PARA A ZONA SUL DO RS - Renata Pereira da Cruz, Antonio Folgiarini de Rosso, Sergio Iraçu Gindri Lopes, Paulo Sergio Carmona, Mara Cristina Barbosa Lopes, Oneides Antonio Avozani, Dieter Kempf, Gustavo Daltrozo Funck, Carlos Alberto Alves Fagundes, Gilmar Neves

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ HÍBRIDO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ, NA SAFRA 2005/06 - Mara Cristina Barbosa Lopes;Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Carlos Leal; Elias Oliveira; Izabel Cristina de Oliveira; José Patrício Melo de Freitas; Jorge Cremonesi; Síntia da Costa Trojan; Gustavo Hernandes; Eloy João Cordero; Gilmar Neves; Enio Marchezan; Diego Arosemena; Dejair Tomazzi

VARIABILIDADE MORFOLÓGICA DOS GRÃOS E IDENTIFICAÇÃO DE ARROZ VERMELHO RESISTENTE AO HERBICIDA ONLY EM LAVOURAS DE ARROZ CLEARFIELD - Mara Cristina Barbosa Lopes; Rita de Cássia Machado Comoreto; Catiane Mirapalhete Santos; Paulo Rodrigo da Silva Freitas; Carlos Leal

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO À TOXICIDADE POR FERRO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA - Ariano M. de Magalhães Jr.; Paulo R. R. Fagundes; Algenor da S. Gomes; Daniel F. Franco; Alcides Severo

ENSAIO ESTADUAL DE VALOR DE CULTIVO E USO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO MÉDIO DA EMBRAPA, NO RIO GRANDE DO SUL, SAFRA 2007 - Ariano M. de Magalhães Jr.; Paulo Fagundes; Daniel Fernandez Franco; Orlando P. de Moraes; Paulo H. Rangel; Francisco Moura; Alcides Severo; Alex D. Viegas

ENSAIO ESTADUAL DE VALOR DE CULTIVO E USO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO PRECOCE DA EMBRAPA, NO RIO GRANDE DO SUL, SAFRA 2007 - Ariano M. de Magalhães Jr.; Paulo Fagundes; Daniel Fernandez Franco; Orlando P. de Moraes; Paulo H. Rangel; Francisco Moura; Alcides Severo; Alex D. Viegas

DISTÂNCIA GENÉTICA ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO POR ANÁLISE DE CARACTERES QUALITATIVOS - Ariano M. de Magalhães Júnior; Paulo R. R. Fagundes; Daniel F. Franco; Antônio C. de Oliveira; Fernando Irajá Felix Carvalho; Rosa Lia Barbieri; Ivandro Bertan; Rodrigo C. Soares; Franciéle Olivo

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COMPETIÇÃO REGIONAL DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO EM SANTA CATARINA - Richard E. Bacha; Dario A. Morel

SELEÇÃO PRECOCE EM ARROZ - Adriano Pereira de Castro; Veridiano dos S. Cutrim; Orlando P. de Morais; Péricles de C. F. Neves; Antônio Carlos C. Cordeiro

AVALIAÇÃO DE FAMÍLIAS SEGREGANTES DE ARROZ ( Oryza sativa L.) QUANTO A RESISTÊNCIA À BRUSONE – Juliana Vieira, Takazi Ishiy

ÍNDICES DE SELEÇÃO PARA RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES DE ARROZ – Vanderley Borges, Antonio Alves Soares, Samuel Pereira de Carvalho, Moizés de Sousa Reis, Vanda Maria de O. Cornélio, Carlos Nick Gomes

SELEÇÃO DE FAMÍLIAS S 2:6 DE ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA DERIVADAS DE POPULAÇÕES CONDUZIDAS POR SELEÇÃO RECORRENTE – Antonio Carlos Centeno Cordeiro, Roberto Dantas de Medeiros, Aloísio Alcântara Vilarinho

ACERVO DA COLEÇÃO DE GERMOPLASMA DE ARROZ E O COMPORTAMENTO DAS SEMENTES NO ARMAZENAMENTO Á LONGO PRAZO – Maria Magaly Veloso S. Wetzel, Rosa de Belem das neves Alves, Jaime Fonseca

ESTERILIDADE DE ESPIGUETAS DE LINHAGENS AVANÇADAS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO IRGA EM TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR; SAFRA 2005/06 – Renata Pereira da Cruz, Gilmar Neves, Irene Maria da Silva

TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DA HABILIDADE COMBINATÓRIA PARA A SELEÇÃO EFICIENTE DE GENITORES DE HÍBRIDOS DE ARROZ – James Taillebois , Pericles de Carvalho Ferreira Neves , Joanna Dossmann , Paulo Ricardo Fagundes , Roger Taboada , Juana Viruez Justiniano

A FÓRMULA HÍBRIDO TRIPLO: UMA SOLUÇÃO PARA SIMPLIFICAR A EXPLORAÇÃO DA HETEROSE NO ARROZ – James Taillebois, Roger Taboada, Victor Hugo Gallau, Juana Viruez Justiniano

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE GRÃOS EM CULTIVARES DE ARROZ BRANCO E VERMELHO EM DOIS ESTADOS DO NORDESTE – José Almeida Pereira, Veridiano dos Anjos Cutrim, Priscila Zaczuc Bassinello, Valdenir Queiroz Ribeiro

RESPOSTA DE CULTIVARES E LINHAGENS ELITES DE ARROZ DE TERRAS ALTAS À IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO – Cleber Morais Guimarães, Luís Fernando Stone; Orlando Peixoto de Moraes

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MELHORAMENTO DE ARROZ IRRIGADO NA COLÔNIA JAPONESA SAN JUAN, BOLÍVIA - Takazy Ishiy; Pedro Yuuki Yonekura Nishi

SCS 115 CL: CULTIVAR CATARINENSE PARA USO NO SISTEMA CLEARFIELD DE PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO - Moacir Antonio Schiocchet; Richard Elias Bacha; Rubens Marschalek; José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt; Dario Alfonso-Morel; Lucas Miura; Ronaldir Knoblauch; Takazi Ishiy; Juliana Vieira; Satoru Yokoyama (in memoriam)

DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS ELITES DE ARROZ IRRIGADO EM MINAS GERAIS – Plínio César Soares; Vanda Maria de Oliveria Cornélio; Moizés de Souza Reis; Antônio Alves Soares; Veridiano dos Anjos Cutrim; Orlando Peixoto de Morais; David Carlos Ferriera Baffa; Rodrigo Moreira Ribeiro; Lucas Kenji Takami; Felipe Lopes da Silva

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO EM MINAS GERAIS, SAFRA 2006/07 - Plínio César Soares; Vanda Maria de Oliveira Cornélio; Moizés de Souza Reis; Antônio Alves Soares; Veridiano dos Anjos Cutrim; Orlando Peixoto de Morais; David Carlos Ferreira Baffa; Rodrigo Moreira Ribeiro; Lucas Kenji Takami; Felipe Lopes da Silva

AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA DE GENÓTIPOS DE ARROZ AO Oryzophagus oryzae SOB CONDIÇÕES DE CAMPO POR DOIS ANOS EM SANTA CATARINA - Rubens Marschalek; Honório Francisco Prando; Juliana Vieira; Henri Stuker; Jaqueline Nogueira Muniz

IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE RESISTÊNCIA DE ARROZ AO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae POR MEIO DE SELEÇÃO RECORRENTE DE PLANTAS - José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Paulo Hideo Nakano Rangel; Paulo Ricardo Reis Fagundes

MELHORAMENTO GENÉTICO DE ARROZ IRRIGADO NO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ NAS SAFRAS 2003/04 A 2005/06 - Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Mara Cristina Barbosa Lopes, Renata Pereira da Cruz, Paulo Sergio Carmona, Antonio Folgiarini de Rosso, Oneides Antonio Avozani, Dieter Kempf, Gustavo Daltrozo Funck, Carlos Alberto Alves Fagundes

ENSAIO PARA AVALIAÇÃO DE LINHAGENS COM CICLO LONGO EM CACHOEIRINHA E URUGUAIANA, SAFRA 2004/05 - Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Gustavo Cantori Hernandes; Sintia da Costa Trojan; Artêmio Soares dos Santos; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira; Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira

ENSAIO DE AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE CICLO LONGO EM CACHOEIRA DO SUL, CACHOEIRINHA E URUGUAIANA, SAFRA 2005/06 - Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Gustavo Cantori Hernandes; Sintia da Costa Trojan; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira;

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Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira; Jorge Luiz Cremonese

SELEÇÃO DE CRUZAMENTOS BIPARENTAIS DE ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA - Antonio Carlos Centeno Cordeiro, Roberto Dantas de Medeiros, Aloísio Alcântara Vilarinho

ENSAIO AVANÇADO DE LINHAGENS CONDUZIDO EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, SAFRAS 2004/05 E 2005/06 - Renata Pereira da Cruz, Gilmar Neves, Irene Maria da Silva

AVALIAÇÃO REGIONAL DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ, SAFRA 2005/06 - Mara Cristina Barbosa Lopes, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Paulo Sérgio Carmona, Renata Pereira da Cruz, Carlos Leal, Elias Oliveira, José Patrício Melo de Freitas, Jorge Cremonesi, Síntia da Costa Trojan, Gustavo Hernandes, Eloy João Cordero, Gilmar Neves, Roberto Longaray Jaeger, Enio Marchezan, Diego Arosemena, Dejair Tomazzi

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS, NO ENSAIO DE RENDIMENTO PRELIMINAR, DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ, NA SAFRA 2005/06 - Mara Cristina Barbosa Lopes, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Paulo Sérgio Carmona, Carlos Leal, Elias Oliveira, Síntia da Costa Trojan, Gustavo Hernandes

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO PARA O SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO EM CACHOEIRINHA, RS, SAFRA 2005/06 - Dieter Kempf; Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira; Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira

UTILIZAÇÃO DE FAMÍLIAS MUTANTES DE ARROZ NO ESTUDO DA TOLERÂNCIA AO FRIO NA GERMINAÇÃO - Fernanda Plucani Amaral, Filipa Stone da Fonseca, Paulo Dejalma Zimmer, Daniela Hernandes Mansour

CONCENTRAÇÃO DE DNA E DMSO EM PROTOCOLO RAPD-PCR PARA ESTUDO DE DIVERSIDADE GENÉTICA DE Fimbristylis miliacea - Marina Juliana Batista, Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati, Maycon Eduardo Nicoletti, Fernando Adami Tcacenco

SELEÇÃO DE INICIADORES PARA ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE Fimbristylis miliacea UTILIZANDO A TÉCNICA RAPD - Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati, Marina Juliana Batista, Maycon Eduardo Nicoletti, José Alberto Noldin, Fernando Adami Tcacenco

APERFEIÇOAMENTO DE TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE DNA DE Cyperus difformis - Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati, Marina Juliana Batista, Maycon Eduardo Nicoletti, Fernando Adami Tcacenco

VARIABILIDADE PARA RESISTÊNCIA VERTICAL A BRUSONE EM

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ACESSOS DE ARROZ IRRIGADO - Juliana Vieira, Cristiane Maria da Silva, Gustavo Emygdio Halfen

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE ARROZ SOB EFEITO DO ÁCIDO PROPIÔNICO - Mauricio Marini Kopp, Viviane Kopp da Luz, Jefferson Luis Meirelles Coimbra, Juliana Castelo Branco, Adriana Pires Soares Bresolin, Rogério Oliveira de Sousa, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

ANÁLISE DA EXPRESSÂO DOS GENES NRAMP EM ARROZ: REGULAÇÃO POR METAIS DIVALENTES - Marta Gomes Spohr, Ricardo José Stein, Liana Appel Boufleur, Johnny Ferraz Dias, Janette Palma Fett

DISSIMILARIDADE GENÉTICA ENTRE CULTIVARES DE ARROZ SOB ESTRESSE POR ALUMÍNIO - Denise Colares, Ivandro Bertan, José Antônio G. da Silva, Fernando I. F. de Carvalho, Antônio C. de Oliveira

ESTUDOS DE VARIABILIDADE GENÉTICA EM GENÓTIPOS MUTANTES DE ARROZ SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR FERRO ATRAVÉS DE VARIÁVEIS MORFOFISIOLÓGICAS - Emilia Malone, Livia S. dos Santos, Carlos H. Stopato, Camilo E. Vital, Eduardo G. Pereira, Marco Oliva, Andréa M. de Almeida, Antonio C. de Oliveira

IDENTIFICAÇÃO DA SEQUENCIA DO GENE MOC1 DO ARROZ NO GENOMA DO TRIGO E AVEIA - Daniel da R. Farias, Emilia Malone, Luciano C. Maia, Naciele Marini, Renata Alhert, Igor P. Valerio. Fernando I. F. Carvalho, Antonio C. de Oliveira

CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES PARA A DISCRIMINAÇÃO DA TOLERÂNCIA AO FERRO EM GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO AVALIADOS EM HIDROPONIA - Maraisa Crestani, José Antonio G. da Silva, Irineu Hartwig, Henrique de S. Luche, Rafael Nornberg, Gustavo da Silveira, Luciano Compagnoni, Fernando Irajá Félix de Carvalho

FREQUÊNCIA DE BACILLUS spp. PROVENIENTES DE SOLOS DE DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO - Leila Lucia Fritz; Lidia Mariana Fiuza; Vera Regina Mussoi Macedo; Vilmar Machado

CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE GENÓTIPOS DE ARROZ ( Oryza sativa L.) CULTIVADOS EM HIDROPONIA - Claudete Clarice Mistura; Adriana P. Soares Bresolin; Juliana Castelo Branco; Renata J. Ahlert; Naciele Marini; Ariano Martins de Magalhães Júnior; Antonio Costa de Oliveira; Fernando Irajá F. de Carvalho

QUANTIFICAÇÃO DE PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS EM PLÂNTULAS DE ARROZ ( Oryza sativa L.) CULTIVADAS EM HIDROPONIA - Claudete Clarice Mistura; Adriana P. Soares Bresolin; Juliana Castelo Branco; Fernanda A. Müller; Luísa H. M. Bammann; Maria da Graça de S. Lima; Cristina R. Mendes; Ariano Martins de Magalhães Júnior; Fernando Irajá F. de Carvalho; Antonio Costa de Oliveira

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SINTENIA DO GENE DE ALFA-AMILASE AMY1 EM ARROZ ENTRE ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO - Patrícia da Silva Vinholes, Géri Eduardo Meneghello, Mário Borges Trzeciak, Cibele dos Santos Ferrari, Paulo Dejalma Zimmer

ANÁLISE IN SILICO DO GENE OSNRAMP1 NO GENOMA DO ARROZ - Lívia Scheunemann dos Santos, Luciano Carlos da Maia, Andrea Miyasaka de Almeida, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

COMPARATIVO DE CUSTO DE GÉIS DE AGAROSE x POLIACRILAMIDA - Fernando Adami Tcacenco, Gustavo Emygdio Halfen, Maycon Eduardo Nicoletti, Irceu Agostini

EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOB O CRESCIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE ARROZ - Mauricio Marini Kopp, Viviane Kopp da Luz, Jefferson Luis Meirelles Coimbra, Rogério Oliveira de Sousa, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

ORGANOGÊNESE DIRETA DE MESOCÓTILOS DE ARROZ CULTIVAR BRS 7 “TAIM” - Maristela dos Santos Rey; Daiane Schimith de Pinho; Anieb Vieira; Letícia Benitez; José Antonio Peters e Carlos Roberto Pierobom

MULTIPLICAÇÃO DE BROTOS DE ARROZ, CV BRS 7 ”TAIM”, SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BAP (6-benzilaminopurina) - Maristela dos Santos Rey; Daiane Shmidt de Pinho; Anieb Vieira, Leticia Benitez;Carlos Roberto Pierobom; José Antônio Peters

ANÁLISE DE SIMILARIDADE GENÉTICA ENTRE VARIEDADES DE ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.) DESENVOLVIDAS PELA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO COM BASE EM MARCADORES AFLP - Adriana Pires Soares Bresolin; Juliana Severo Castelo Branco; Ariano de Magalhães Junior; Renata Juliana Ahlert; Maurício Marini Kopp; Claudete Mistura; Naciele Marini; Emília Malone; Fernando Irajá Félix de Carvalho; Antonio Costa de Oliveira

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR FERRO EM CONDIÇÕES DE HIDROPONIA - Maraisa Crestani, José Antônio G. da Silva, Irineu Hartwig, Daniel A. R. da Fonseca, Maicon Bisognin, Oscar Zanatta, Fernando I. F. de Carvalho, Antonio C. de Oliveira

BANCO DE DADOS DE PRIMERS DERIVADOS DE LOCOS MICROSSATÉLITES DO GENOMA ESTRUTURAL DO ARROZ ( Oryza sativa L.) - Luciano Carlos da Maia, Darío Abel Palmieri, Mauricio Marini Kopp, Ariano Martins de Magalhães Junior, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

ESTUDO ESTRUTURAL DA OCORRÊNCIA DE SSRs (SIMPLE SEQUENCE REPEATS) NO GENOMA DO ARROZ: CARACTERIZAÇÃO COMPLETA PÓS-SEQÜENCIAMENTO – Luciano Carlos da Maia, Darío Abel Palmieri, Velci Queiroz de Souza, Ariano Martins de Magalhães Junior, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

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ALMT1, GENE DE TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO EM TRIGO: ESTUDO IN SILICO DEMONSTRANDO A EXISTÊNCIA DE UM POSSÍVEL HOMÓLOGO NO GENOMA DO ARROZ – Luciano Carlos da Maia, Denise Colares, Maurício Marini Kopp, Juliana Severo Castelo Branco, Renata Juliana Ahlert, Emília Malone, Irineu Hartwig, Lívia Scheunemann dos Santos, Fernando Irajá Félix de Carvalho Antônio Costa de Oliveira

FONTE ALTERNATIVA DE URÉIA EM GÉIS DE POLIACRILAMIDA USADOS NA ELETROFORESE DE FRAGMENTOS DE DNA - Khadine Thatiane Appio, Juliana Vieira, Rubens Marschalek, Moisés Basílio da Conceição

ESTUDO IN SILICO DA OCORRÊNCIA DE MICROSSATÉLITES NO GENOMA DE QUATRO ESPÉCIES DO GÊNERO Oryza – Renata Juliana Ahlert, Daniel da Rosa Farias, Luciano Carlos da Maia, Juliana Severo Castelo Branco, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antônio Costa de Oliveira

DESENHO DE PRIMERS DERIVADOS DE LOCOS MICROSSATÉLITES DO GENOMA DE QUATRO ESPÉCIES DO GÊNERO Oryza - Renata Juliana Ahlert, Luciano Carlos da Maia, Juliana Severo Castelo Branco, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antônio Costa de Oliveira

PREDIÇÃO FUNCIONAL DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS À QTLs A PARTIR DO BANCO DE DADOS DO GENOMA DO ARROZ (Oryza sativa spp japonica cv Nipponbare ) - Renata Juliana Ahlert, Luciano Carlos da Maia, Juliana Severo Castelo Branco, Ivandro Bertan, Emília Malone, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antônio Costa de Oliveira

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE GENÓTIPOS MUTANTES DE ARROZ COM MARCADORES AFLP - Emilia Malone, Daniel da Rosa Farias, Juliana C. Branco, Albina P. Bernardes, Fernando I.F. Carvalho, Antonio C. de Oliveira

ANALISE DA COLEÇÃO ATIVA DE GERMOPLASMA DE ARROZ (Oryza sativa L. ) DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO BASEADA NA TÉCNICA DE MARCADORES MOLECULARES AFLP – Juliana Severo Castelo Branco; Adriana Pires Soares Bresolin; Ariano de Magalhães Junior; Naciele Marini; Maurício Marini Kopp; Luciano Carlos Maia; Emília Malone; Claudete Mistura; Renata Juliana Ahlert; Fernando Irajá Félix de Carvalho Antonio Costa de Oliveira

ASSOCIAÇÃO ENTRE DISTÂNCIAS GENÉTICAS EM ARROZ ESTIMADAS A PARTIR DE CARACTERES MORFOLÓGICOS E DOS COMPONENTES DO RENDIMENTO DE GRÃOS - Juliana Severo Castelo Branco; Maurício Marini Kopp; Ivandro Bertan; José Antonio Gonzalez da Silva; Alexandre Terracciano Villela; Nacieli Marini; Claudete Mistura; Fernando Irajá Félix de Carvalho; Antonio Costa de Oliveira

IDENTIFICAÇÃO DE GENES ATIVADOS POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM RAÍZES DE PLANTAS DE ARROZ UTILIZANDO A TÉCNICA DE RDA - Raul Antonio Sperotto, Janette Palma Fett

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PADRÕES ELETROFORÉTICOS DE ESTERASE EM PLÂNTULAS DE ARROZ CULTIVARES ÍNDICAS E JAPÔNICAS SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE - Maria da Graça de Souza Lima; Geri Eduardo Meneghello; Maria Alice da Silva de Castro, Cristina Rodrigues Mendes; Paulo Dejalma Zimmer; Nei Fernandes Lopes

EFEITO DO ÁCIDO BUTÍRICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ – Naciele Marini, Mauricio Marini Kopp, Juliana Castelo Branco, Daniel Farias,Claudete Clarice Mistura, Adriana Pires Soares Bresolin,Jefferson Luis Meirelles Coimbra, Rogério Oliveira de Sousa, Fernando Irajá Félix de Carvalho, Antonio Costa de Oliveira

ORGANOGÊNESE DIRETA DE MESOCÓTILOS DE ARROZ CULTIVAR “QUERÊNCIA” - Maristela dos Santos Rey; Daiane Schmidt de Pinho; Anieb Vieira; Letícia Benitez; Carlos Roberto Pierobom; José Antonio Peters

AVALIAÇÃO MORFOFISIOLÓGICA DE GENÓTIPOS DE ARROZ QUANTO A TOLERÂNCIA AO ESTRESSE POR EXCESSO DE FERRO - Emilia Malone, Carlos H. Stopato, Livia S. dos Santos, Camilo E. Vital, Eduardo G. Pereira, Antonio C. de Oliveira, Marco Oliva, Andréa M. de Almeida

ESTABELECIMENTO DE PROTOCOLO PARA OBTENÇÃO DE DNA DE Fimbristylis miliacea (L.) VAHL - Marina Juliana Batista, Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati, Maycon Eduardo Nicoletti, Fernando Adami Tcacenco

SENESCÊNCIA INDUZIDA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM RAÍZES DE PLANTAS DE ARROZ - Raul Antonio Sperotto, Tatiana Boff, Janette Palma Fett

MANIPULAÇÃO GENÉTICA DO METABOLISMO DE GIBERELINAS DO ARROZ EM CONDIÇÕES DE SUBMERSÃO - Camilo E. Vital, Líria. G. Nunes, Rodrigo O. Almeida, Pieter B.F. Ouwerkerk, Dominique Van Der Straeten, Andréa M. Almeida

AVANCES EN LA TRANSFORMACIÓN DE ARROZ PERTENECIENTE A LA UNLP - Alejandro Chaves, Analia Alet, Santiago Maiale, Oscar Ruiz, Alfonso Vidal,Rodolfo Bezus,Maria Pinciroli

BIOCLIMATOLOGIA E ECOFISIOLOGIA

AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ARROZ ( Oryza sativa L. ) cv. BRS QUERÊNCIA SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE NaCl - Ivan L. Zenzen, Silvia B. Simioni, Sandro de Oliveira

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES SALINAS SOBRE A GERMINAÇÃO DE ARROZ ( Oryza sativa L. ) cv. IRGA 422CL - Silvia B. Simioni, Ivan L. Zenzen, Sandro de Oliveira

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EFEITO DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ARROZ (Oryza sativa L. ) cv. IRGA 417 SOB CONCENTRAÇÕES CRESCENTES DE NaCl - Sandro de Oliveira, Ivan L. Zenzen, Silvia B. Simioni

ESTIMATIVA DA TEMPERATURA BASE DA FASE EMERGÊNCIA - DIFERENCIAÇÃO DA PANÍCULA EM ARROZ CULTIVADO E ARROZ VERMELHO - Lovane K. Fagundes, Isabel Lago, Melissa P. de Carvalho, Nereu A. Streck, Sidinei J. Lopes

FLUORESCÊNCIA DAS CLOROFILAS EM CULTIVARES DE ARROZ COM PRODUÇÃO CONTRASTANTE – Antelmo Ralph Falqueto; Daniela Cassol; Ariano Martins Magalhães Junior; Antonio Costa de Oliveira; Marcos Antonio Bacarin

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NO RENDIMENTO DE GRÃOS DE ARROZ IRRIGADO – SAFRA 2006/07 – Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Ricardo Luiz da Silva Herzog; Gustavo Cantori Hernandes; Sintia da Costa Trojan; Anderson da Costa Chaves; Giuseppe Silveira Morroni

EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL E COEFICIENTE DA CULTURA (Kc) DE ARROZ IRRIGADO POR INUNDAÇÃO – Elio Marcolin; Vera Regina Mussoi Macedo; Silvio Aymone Genro Junior

TOXIDEZ POR EXCESSO DE FERRO: DISTINTOS MECANISMOS DE TOLERÂNCIA EM CULTIVARES DE ARROZ – Ricardo José Stein; Marta Gomes Spohr; Vinícius de Abreu Waldow; Marcelo Sartori Grunwald; Janette Palma Fett

AVALIAÇÃO DO ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO E ECONÔMICO PARA O ARROZ NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – Ricardo Wanke de Melo; Eliana Veleda Klering

CARACTERIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ CULTIVADOS EM SOLO ALAGADO E NÃO ALAGADO – Leosane Cristina Bosco; Edenir Luis Grimm; Gizelli Moiano de Paula; Isabel Lago; Felipe Brendler; Nereu Augusto Streck

PANICLE DIFFERENTIATION AND MAIN STEM LEAF NUMBER IN CULTIVATED RICE GENOTYPES AND RED RICE BIOTYPES – Isabel Lago; Nereu Augusto Streck; Leosane Cristina Bosco; Felipe Brendler; Luana Fernandes Gabriel; Ana Paula Schwantes.......................................................................................................

GROWTH; DEVELOPMENT AND YIELD COMPONENTS OF RICE PLANTS GROWN IN RESTRICTED SOIL VOLUME – Nereu Augusto Streck; Isabel Lago; Felipe Brendler Oliveira; Ana Paula Schwantes; Luana Fernandes Gabriel; Luis Antonio de Avila

ÁREA FOLIAR E ESTATURA DE PLANTA DE GENÓTIPOS DE ARROZ CULTIVADOS EM SOLO ALAGADO E NÃO ALAGADO – Gizelli Moiano de Paula; Leosane Cristina Bosco; Edenir Luis Grimm; Isabel Lago; Felipe Brendler; Nereu

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Augusto Streck

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DE 12 CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO EXPRESSOS EM GRAUS-DIA – Silvio Steinmetz; Paulo R.R. Fagundes ; Walkyria B. Scivittaro; André da R. Ulguim; Felipe L. de L. Nobre Jackson B.A. Pintanel; Jonathan G. Oliveira; André V. da Costa

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA SOBRE A PRODUTIVIDADE E A FENOLOGIA DE GRUPOS DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO NA REGIÃO DE PELOTAS-RS – Silvio Steinmetz; Paulo R.R. Fagundes ; Alexandre N. Deibler; André da R. Ulguim; Felipe L. de L. Nobre; Jackson B.A. Pintanel; Jonathan G. Oliveira; André V. da Costa

TEOR DE NUTRIENTES MINERAIS EM PLÂNTULAS DE ARROZ SUBMETIDAS A ESTRESSE SALINO EM DIFERENTES NÍVEIS – Maria da Graça de Souza Lima; Cristina Rodrigues Mendes; Nei Fernandes Lopes

RISCO DE FRIO EM ARROZ IRRIGADO NA REGIÃO DE PELOTAS E SUA RELAÇÃO COM O AQUECIMENTO GLOBAL - Silvio Steinmetz

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E DO ÍNDICE DE COLHEITA DE PLANTAS DE ARROZ ( Oryza sativa L. ) SUBMETIDAS AO CÁDMIO - Ariadne Ribeiro Henriques, Nei Fernandes Lopes, Dario Munt de Moraes

EFEITOS DA TOXICIDADE DO CÁDMIO NO CRESCIMENTO DE PLANTAS DE ARROZ (ORYZA SATIVA L.) - Ariadne Ribeiro Henriques, Nei Fernandes Lopes, Dario Munt de Moraes

RELAÇÃO K +/Na+ EM CULTIVARES DE ARROZ SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE - Cristina Rodrigues Mendes, Maria da Graça de Souza Lima, Nei Fernandes Lopes

VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS E O RENDIMENTO DE ARROZ IRRIGADO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Eliana V. Klering, Denise C. Fontana, Moacir A. Berlato

PRÁTICAS CULTURAIS

EVALUACIÓN DEL FUNCIONAMIENTO HIDROLÓGICO DE REPRESAS PARA RIEGO DE ARROZ EN ENTRE RÍOS. ARGENTINA - Eduardo L. Díaz, M, Oscar C. Duarte, Emilia C. Romero, Luis M. Lenzi, y Antonio Paz Gonzalez

FERTILIZAÇÃO SILICATADA NO CONTROLE DE DOENÇAS E PR AGAS E NO COMPORTAMENTO DO ARROZ IRRIGADO - Alberto Baêta dos Santos, Anne Sitarama Prabhu, Evane Ferreira, Nand Kumar Fageria

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RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO AO INCREMENTO DO NÍVEL DE MANEJO É MAIOR NA ÉPOCA DE SEMEADURA PREFERENCIAL -Paulo Regis Ferreira da Silva, Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes, Vladirene Macedo Vieira

APLICAÇÃO DA GEOESTATÍST ICA COMO SUPORTE PARA A IRRIGAÇÃO DA LAVOURA DE ARROZ EM SOLOS DE VÁRZEAS - Álvaro Nebel, José M. B. Parfitt, Luís Carlos Timm, Leandro S. Aquino, Nestor L. Reckziegel, Fernanda C. Gonçalves

SALINIDADE DA ÁGUA DA LAGUNA DOS PATOS UTILIZADA NO ARROZ IRRIGADO - Thiago Isquierdo Fraga, Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Silvio Aymone Genro Junior, Rodrigo Schoenfeld, Ibanor Anghinon

PRODUÇÃO DE GRÃOS DE ARROZ IRRIGADO AFETADA POR NÍVEIS DE SALINIDADE EM DIFERENTES PERÍODOS A PARTIR DO AFILHAMENTO - Thiago Isquierdo Fraga, Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Silvio Aymone Genro Junior, Rodrigo Schoenfeld, Felipe de Campos Carmona, Ibanor Anghinoni

PRODUTIVIDADE DE ARROZ IRRIGADO EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO - Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Silvio Aymone Genro Junior,Valmir Gaedke Menezes

CRESCIMENTO DO ARROZ EM FUNÇÃO DA SALINI DADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E DA SOLUÇÃO DOS SOLOS EM T ORNO DA LAGUNA DOS PATOS - Rodrigo Schoenfeld, Elio Marcolin, Silvio Aymone Genro Junior, Vera Regina Mussoi Macedo, Ibanor Anghinoni

RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO PARA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM TRÊS DENSIDADES DE SEMEADURA DA CULTIVAR IRGA 422 CL, EM URUGUAIANA, RS - Uillian Pilecco, Carlos Fernando Toescher, Luciana Marini Köpp, Gustavo Cantori Hernandes, Maurício Marini Köpp

REDUÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DO ARROZ HÍBRIDO PARA SEQUEIRO (UPLAND RICE) NO ESTADO DO MATO GROSSO - Cristiano J. F. de Moura, Leandro L. Pasqualli

RESPOSTA E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE NITROGÊNIO EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE SEMEADURA DO ARROZ IRRIGADO - Thais Fernanda Stella de Freitas, Paulo Regis Ferreira da Silva, Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Menezes, Vladirene Macedo

DESEMPENHO DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVAR BRS QUERÊNCIA, EM FUNÇÃO DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM FUNGICIDA DE DUPLA AÇÃO - Algenor da S. Gomes, Daniel N. Gomes, Luís Henrique G. Ferreira, Walkyria Bueno Scivittaro, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo

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DESEMPENHO DO ARROZ HÍBRIDO “A VAXI” E “INOV” SUBMETIDOS ÂS PRÁTICAS RACIONAIS DE MANEJO DO PROJETO MARCA - Gustavo Karam de Oliveira, José Alberto Petrini, Isabel Vernetti Azambuja, Renato Kuhn, Daniela Schossler

AUMENTO DE PRODUTIVIDADE ATRAVÉS DO MANEJO DA ÁGUA DE IRRIGACAO NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Héctor V. Ramírez, Ricardo Luiz da Silva Herzog, Anderson da Costa Chaves, Valmir Gaedke Menezes

REDUÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DE TRÊS HÍBRIDOS DE ARROZ IRRIGADO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Evandro Parisotto, Flavio L. Bock, Lauro Weber, Silvio Villa, Leandro Pasqualli

DESEMPENHO DO ARROZ IRRIGADO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA E DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM FUNGIDA DE DUPLA AÇÃO - Raphael S. Dutra Pereira, Algenor da S. Gomes, Luís Henrique G. Ferreira, Daniel N. Gomes, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO PRECOCE DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO NO SISTEMA CULTIVO MÍNIMO – SAFRAS 2004/05 E 2005/06 - Francisco de Jesus Vernetti Junior; Paulo Ricardo R. Fagundes, Ariano M. Magalhães Junior, Daniel F. Franco

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO MÉDIO DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO NO SISTEMA CULTIVO MÍNIMO –SAFRAS 2004/05 E 2005/06 - Francisco de Jesus Vernetti Junior; Ariano M. Magalhães Junior, Paulo Ricardo R. Fagundes, Daniel F. Franco

RICECHECK: SISTEMA AUSTRALIANO DE EXTENSÃO RURAL ESTUDO DE CASO - Júlio José Centeno da Silva, John Lacy

O USO DO COMPLEXO SIMBIÓTICO Azolla-Anabaena NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Juliana Dode, Vinicius Scaglioni, Fabiana Timm, Clauber Mateus Priebe Bervald, Nei Lopes..................................................................................................

MANEJO DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - José Alberto Petrini, Fabiano Souza Santos, Rafael pimenta, Gustavo Karam de Oliveira, Alcides Severo

EFICIENCIA DE CONVERSION DE ENERGIA DE BOMBEO EN AGUA EN EL RIEGO DEL ARROZ EN ENTRE RIOS - Eduardo L. Díaz; Oscar C. Duarte, Ricardo A. Valenti, y L. Lenzi

PRODUÇÃO DE GRÃOS DE ARROZ IRRIGADO AFETADA POR NÍVEIS DE SALINIDADE EM DIFERENTES PERÍODOS DO SEU CICLO - Thiago Isquierdo Fraga, Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Silvio Aymone Genro Junior,

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Rodrigo Schoenfeld, Felipe de Campos Carmona, Ibanor Anghinoni

RESPOSTA DE ARROZ IRRIGADO À DENSIDADE DE SEMEADURA E À ADUBAÇÃO NITROGENADA EM TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA -Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes, Paulo Regis Ferreira da Silva, Vladirene Macedo Vieira

ESTABELECIMENTO E DESENVOLVIM ENTO DE CULTIVARES NÃO CLEARFIELD APÓS 2 ANOS DE CULTIVO CONSECUTIVOS DA CULTIVAR IRGA 422CL NO SISTEMA CLEARFIELD - Valmir GaedkeMenezes, Carlos Mariot, Ricardo Herzog, Rodrigo Shoenfeld, Eduardo Amilíbia e Silvio Genro

RENDIMENTO DE GRÃOS DE UM GENÓTIPO DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DE DENSIDADE DE SEMEADURA E DO ESPAÇAMENTO ENTRELIN HAS -Antonio Folgiarini de Rosso, Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Lianfang Wang, Ricardo Scherer

VOLUME E EFICIÊNCIA DE USO DE ÁGUA PARA A CULTURA DE ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCA DE INÍCIO DE IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO - Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Silvio Aymone Genro Junior

USO DE ÁGUA EM DUAS LAVOURAS COMERCIAIS DE ARROZ IRRIGADO POR INUNDAÇÃO NO RS - Elio Marcolin, Vera Regina Mussoi Macedo, Valmir Gaedke Menezes, José Gallego Tronchoni, Roberto Longaray Jaeger, Éverton Luis Fonseca

A INFLUÊNCIA DO ETOXISULFURON NO CRESCIMENTO DO COMPLEXO SIMBIÓTICO Azolla-Anabaena NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Juliana Dode, Vinicius Scaglioni, Fabiana Timm, Clauber Mateus Priebe Bervald, Nei Lopes

PRODUTIVIDADE DE HÍBRIDOS E VARIEDADE DE ARROZ CLEARFIELD EM FUNÇÃO DE DOSES DO HERBICIDA ONLY - Silvio Carlos Cazarotto Villa, Evandro Parisotto), Flávio Luis Bock, Lauro Weber, Leandro Pasqualli

REQUERIMENTO DE ÁGUA DO ARROZ IRRIGADO POR ASPERSÃO EM DIVERSAS REGIÕES PRODUTORAS DO RS - Luís Fernando Stone; Silvando Carlos da Silva

PRODUTIVIDADE E QUALIDADE INDUSTRIAL DE HÍBRIDOS DE ARROZ IRRIGADO TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS - Lauro Weber, Evandro Parizotto, Flavio Bock, Leandro Pasqualli e Silvio Villa

FERTILIDADE E NUTRIÇÃO DE PLANTAS

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM PÓS- SEMEADURA DO ARROZ IRRIGADO PRÉ-GERMINADO NO SUL DE SANTA CATARINA –

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RESULTADOS DE TRÊS ANOS - Dario Alfonso Morel, Lucas Miura

TRÊS ANOS DE ESTUDOS DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRÉ -SEMEADURA DO ARROZ IRRIGADO PRÉ- GERMINADO NO SUL DE SANTA CATARINA - Dario Alfonso-Morel, Lucas Miura

EFICIÊNCIA DA URÉIA EM FUNÇÃO DA FORMA DE APLICAÇÃO NO CULTIVO DO ARROZ IRRIGADO – SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Ronaldir Knoblauch, Henri Stuker

NÍVEIS DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO PARA ADUBAÇÃO DO ARROZ IRRIGADO EM SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Ronaldir Knoblauch; Richard Elias Bacha; Henri Stuker

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE BORO SOBRE COMPONENTES DO RENDIMENTO EM ARROZ IRRIGADO - Ricardo Figueiredo Cavalheiro Leite, Luis Osmar Braga Schuch, Ademir dos Santos Amaral, Marcus Davi Ferreira Teplizky, Eduardo Becker Soares, Alex Dutra Viegas

EVALUACION DE FUENTES NITROGENADAS CON DIFERENTES FORMAS DE NITROGENO APLICADO PR EVIO AL RIEGO EN EL CULTIVO DE ARROZ - Fabio Prats, Cesar Quintero, Edgardo Arévalo, Nicolás Spinelli, María Zamero

EVALUACION DE FERTILIZANTES LÍQUIDOS COMO FUENTES DE NITROGENO EN EL CULTIVO DE ARROZ - Nicolás Spinelli, Fabio Prats, Cesar Quintero, Edgardo Arévalo, Alejandro Pochetino

DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO PARA O ARROZ IRRIGADO EM PLANOSSOLO HÁPLICO, ADUBADO COM SUPERFOSFATO TRIPO E FOSFATO NATURAL - Jonas Wesz, Rogério Oliveira de Sousa, Algenor da S. Gomes, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo, Fabiana Schmidt, Magali Ávila Fortes, WalKyria Bueno Scivitarro Luis Henrique G. Ferreira

EFICIÊNCIA DE USO DE NITROGÊNIO PELO ARROZ IRRIGADO EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE ADUBAÇÃO - Walkyria Bueno Scivittaro, Silvio Steinmetz, Algenor da Silva Gomes, Daiana Ribeiro Nunes Gonçalves, Fernando de Rossi

ESTADO NUTRICIONAL DO ARROZ: EFEITO DA ÉPOCA DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DO MANEJO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA - Walkyria Bueno Scivittaro, Algenor da Silva Gomes, José Francisco da Silva Martins, Juliana Aguilar Fuhrmann Braun, Rochele Sogari Picoloto, Vanessa Gentil Ricordi

ACÚMULO DE BIOMASSA E ABSORÇÃO DE NPK EM TRÊS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO - Luís Henrique G. Ferreira, Algenor da S. Gomes, Giovani Theisem, João Peterson P. Gardin, Carlos Augusto P. Silveira, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo

EFEITO IMEDIATO E RESIDUAL DA ADUBAÇÃO FOSFATADA NA

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CULTURA DO ARROZ IRRIGADO POR INUNDAÇÃO, SOBRE A PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE ARROZ - Luís Henrique G. Ferreira, Algenor da S. Gomes, Walkyria Bueno Scivittaro, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo

DESEMPENHO DA CULTIVAR DE ARROZ IRGA 422 CL SUBMETIDA A TRATAMENTO DE SEMENTES E A MANEJO DE PLANTAS DANINHAS E O COMPORTAMENTO DO AZEVÉM EM SUCESSÃO - Algenor da S. Gomes, André Andres, Daniel N. Gomes, Luís Henrique G. Ferreira, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo

RESPOSTA DE DUAS NOVAS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO: BRS QUERÊNCIA E BRS FRONTEIRA, A DOSES DE NITROGÊNIO -Algenor da S. Gomes, Walkyria Bueno Scivittaro, Luís Henrique G. Ferreira, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo, Daniel C. O. Ribeiro

DENSIDADE DE UM PLANOSSOLO, SUBMETIDO AO LONGO DO TEMPO A DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO, AVALIAD A PELA TÉCNICA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - Adilson Luis Bamberg, Eloy Antonio Pauletto, Algenor da Silva Gomes, Luiz Fernando Spinelli Pinto, Luís Carlos Timm

EFICIÊNCIA DE USO DE POTÁSSIO DE SEIS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO - Fernanda San Martins Sanes, Rosa Maria Vargas Castilhos, Walkyria Bueno Scivittaro, Ledemar Carlos Vahl

DIAGNOSE FOLIAR PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DO ARROZ IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL - Raquel Hermann Pötter Guindani, Ibanor Anghinoni

EFEITO DE SILICATO DE CÁLCIO S OBRE A PRODUTIVIDADE; COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE GRÃOS E INCIDÊNCIA DE DOENÇAS EM ARROZ IRRIGADO – Moizés de Souza Reis; Antônio Alves Soares; Sílvia Miranda Borba; Vanda Maria de Oliveira Cornélio; Plínio César Soares; Janine Magalhães Guedes; Natalia Alves Leite

VARIABILIDADE TEMPORAL DO TEOR DE NUTRIENTES EM SOLO CULTIVADO COM ARROZ IRRIGADO EM FUNÇÃO DE SISTEMAS DE CULTIVO – Silvio Genro Junior; Vera Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Valmir Menezes ;Rodrigo Schoenfeld; Ibanor Anghinoni

ESTRATÉGIA DE ADUB AÇÃO PARA INCREMENTO DE PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL –Rodrigo Schoenfeld; Silvio Aymone Genro Jr; Elio Marcolin; Vera Regina Mussoi Macedo; Ibanor Anghinoni

PARÂMETROS DE PLANTA DE ARROZ IRRIGADO AFETADOS PELA ADIÇÃO DE DOSES DE ENXOFRE NO SOLO: I. BIOMASSA DA PARTE AÉREA E ENXOFRE ABSORVIDO – Felipe de Campos Carmona; Edward Pulver; Thiago Isquierdo Fraga; João Guilherme Dal Belo Leite; Ibanor Anghinon

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PARÂMETROS DE PLANTA DE ARROZ IRRIGADO AFETADOS PELA ADIÇÃO DE DOSES DE ENXOFRE NO SOLO: II. TEOR DE S NO TECIDO AOS 28 DAÍ; NA FOLHA BANDEIRA E S EXPORTADO PELOS GRÃOS – Felipe de Campos Carmona; Edward Pulver; Thiago Isquierdo Fraga; João Guilherme Dal Belo Leite; Ibanor Anghinoni

APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES E FUNGICIDA SOBRE O DESEMPENHO AGRONÔMICO DE ARROZ IRRIGADO – Edinalvo Rabaioli Camargo; Enio Marchesan; Tiago Luis Rossato; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori; Diego Rost Arosemena; Luis Antonio de Avila; Leandro Sousa da Silva

APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E FUNGICIDA NO EMBORRACHA MENTO E SEUS EFEITOS SOBRE A ÁREA FOLIAR E O DESEMPENHO AGRONÔMICO DE ARROZ IRRIGADO – Edinalvo Rabaioli Camargo; Enio Marchesan; Tiago Luis Rossato; Diego Rost Arosemena; Diogo Machado Cezimbra; Luis Antonio de Avila; Leandro Souza da Silva

APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E FUNGICIDA NO EMBORRACHAMENTO E A TAXA DE DURAÇÃO DO ENCHIMENTO DE GRÃOS DE ARROZ IRRIGADO – Edinalvo Rabaioli Camargo; Enio Marchesan; Tiago Luis Rossato; Mara Grohs; Diogo Machado Cezimbra; Luis Antonio de Avila

REFINAMENTO DO MANEJO DO NIT ROGÊNIO PARA AS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO BRS FRONTEIRA E BRS QUERÊNCIA – Walkyria Bueno Scivittaro; Algenor da Silva Gomes; Eder Scariot; Fernando de Rossi; Daiana Ribeiro Nunes Gonçalves; Ricardo Stasinki

RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO AO TERMOFOSFATO YO ORIN E A COMBINAÇÕES DE FONTES DE FÓSFORO – Cleber Chiarelo; Algenor da S. Gomes; Luis Henrique G. Ferreira; Raphael D. Pereira; Rafael R. Bender; Antoniony S. Winkler

CALIBRACION DE ANALISIS QUIMICOS DE SUELOS PARA LA REGION SUR MESOPOTÁMICA ARGENTINA – Quintero Cesar; Spinelli Nicolás; Arévalo Edgardo; Boschetti Graciela; Van Derdonckt Gabriela; Zamero María A; Mendez María A; Befani María R.

RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO À ADUBAÇÃO POTÁSSICA EM FUNÇÃO DA CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS DO SOLO - Silvio Genro Junior, Rodrigo Schoenfeld, Ibanor Anghinoni, Elio Marcolin, Vera Macedo

RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO À APLICAÇÃO DE FÓSFORO - Nand Kumar Fageria, Alberto Baêta dos Santos, Veridiano dos Anjos Cutrim

EFEITO DA GRANULOMETRIA DA AMOSTRA E DA RELAÇÃO SOLO/EXTRATOR NO PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE FERRO AMORFO NO SOLO - Marla de Oliveira Farias; Ledemar Carlos Vahl

EFEITO A ADUBAÇÃO PK NA PARTE AÉREA DE PLANTAS DE

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ARROZ (Oriza sativa L.) cv. BR- IRGA 409 COM RELAÇÃO À TOXIDEZ DE FERRO, EM CINCO SOLOS DO RS - Marla de Oliveira Farias; Ledemar Carlos Vahl

MANEJO DO NITROGÊNIO PARA HIBRIDOS DE ARROZ IRRIGADO -Walkyria Bueno Scivittaro, Leandro Pasqualli, Flávio Luis Böck, Fernando de Rossi, Daiana Ribeiro Nunes Gonçalves, Paulo Ricardo Reis Fagundes

ESTIMATIVA DO ESTADO NUTRICIONAL DO ARROZ IRRIGADO PRÉ -GERMINADO, ATRAVÉS DA ANÁLISE FOLIAR - Ronaldir Knoblauch, Henri Stuker

EFICIÊNCIA DE UM FERTILIZANTE COM LIBERAÇÃO MAIS LENTA DO NITROGÊNIO EM ARROZ IRRIGADO EM FUNÇÃO DE ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO APÓS SUA APLICAÇÃO - Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes, Ricardo Luiz da Silva Herzog, Sílvio Aymone Genro Júnior, Rodrigo Schoenfeld

POTENCIAL DA SERRADELA NATIVA EM DISPONI BILIZAR NITROGÊNIO PARA O ARROZ IRRIGADO EM SUCESSÃO - Vladirene Macedo Vieira, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique Paim Mariot, Paulo Regis Ferreira da Silva, Michael da Silva Serpa, Alexandre Tadeu Piana, Douglas Batista Jandrey, Paulo Cesar Endrigo

DESEMPENHO DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVADO EM PLANOSSOLO HÁPLICO DO LITORA L SUL DO RS, EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO COMPLEMENTAR COM ENXOFRE - Algenor da S. Gomes, Walkyria Bueno Scivittaro, Luís Henrique G. Ferreira, Raphael S. Dutra Pereira, Antoniony S. Winkler, Cleber Chiarelo, Daniel C. O. Ribeiro

ESPÉCIES DE FÓSFORO NA SOLUÇÃO D O SOLO PLANOSSOLO E CHERNOSSOLO CULTIVADOS COM ARROZ IRRIGADO - Gustavo Krüger Gonçalves, Egon José Meurer, Veridiana Gonçalves Bizarro, Sheila Carvalho, Fernanda Roberta Tatsch, Rogério Shimidt, Daiana Ribeiro Nunes Gonçalves

VARIABILIDADE ESPACIAL DO CA RBONO DA BIOMASSA MICROBIANA NUM PLANOSSOLO CULTIVADO COM ARROZ IRRIGADO - J.M.B. Parfitt, C.E.S. Reis, N.L. Reckziegel, L.S. Aquino, L.C. Timm, D.D. Castilhos, A.L.C. Nebel

RESPOSTA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO A NÍVEIS DE NITROGÊNIO APLICADOS EM COBE RTURA NO ESTADO DE RORAIMA - Roberto Dantas de Medeiros; Antônio C.C. Cordeiro; Moisés Mourão Junior, Orlando P. de Morais, Paulo Hideu N. Rangel, Roberto D. de Medeiros Filho

RENDIMENTO DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO BRS Jaburu e IRGA 417 SOB NÍVEIS DE NITROGÊNIO APLICADOS EM COBERTURA EM VÁRZEA DE RORAIMA - Roberto Dantas de Medeiros; Antônio C.C. Cordeiro; Moisés Mourão Junior; Orlando P. de Morais; Paulo Hideu N. Rangel; Roberto D. de Medeiros

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Filho

FORMAS DE FÓSFORO EM SOLOS CULTIVADOS COM ARROZ IRRIGADO - Gustavo Krüger Gonçalves, Egon José Meurer, Veridiana Gonçalves Bizarro, Sheila Carvalho, Fernanda Roberta Tatsch, Rogério Shimidt, Daiana Ribeiro Nunes Gonçalves

EFICÁCIA DAS ATUAIS RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO PARA O ARROZ IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL - Silvio Genro Junior, Rodrigo Schoenfeld, Vera Macedo Elio Marcolin, Valmir Menezes, Ibanor Anghinoni

RELAÇÃO ENTRE A SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO COM A SALINIDADE DA SOLUÇÃO DE SOLOS COM DIFERENTE S TEXTURAS - Rodrigo Schoenfeld, Elio Marcolin, Silvio Aymone Genro Junior, Vera Regina Mussoi Macedo, Ibanor Anghinoni

INFLUÊNCIA DO USO DE FITORREGULADOR NO DESEMPENHO DO ARROZ IRRIGADO CULTIVADO NO SISTEMA CONVENCIONAL -Antoniony S. Winkler, Algenor da S. Gomes, Luís Henrique G. Ferreira, Walkyria Bueno Scivittaro, Raphael S. Dutra Pereira, Cleber Chiarelo, Daniel C. O. Ribeiro

RENDIMIENTO Y CALIDAD INDUSTRIAL DE GENOTIPOS DE ARROZ DE ALTO CONTENIDO PROTEICO CULTIVADOS CON DIFERENTES NIVELES DE FERTILIDAD NITROGENADA - Bezus Rodolfo, Vidal Alfonso, Pinciroli María, Santiago Maiale

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO DE BASE SOBRE A PRODUTIVIDADE DE HÍBRIDOS E VARIEDADE DE ARROZ IRRIGADO - Flávio Bock, Evandro Parizotto, Lauro Weber, Leandro Pasqualli, Silvio Villa

RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO AO FRACIONAMENTO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA EM SOLOS COM DIFERENTES CTCs - Silvio Genro Junior, Rodrigo Schoenfeld, Elio Marcolin, Vera Macedo, Valmir Menezes, Ibanor Anghinoni

FITOPATOLOGIA

FUNGICIDAS E NÚMERO DE PULVERIZAÇOES NO CONTROLE DE DOENÇAS DO ARROZ - Luiz Augusto Martins Peruch, Lucas Miura

PERFIL SANITÁRIO DE SEMENTES DE ARROZ IRRIGADO - Vanda Maria de Oliveira Cornélio, Janine Guedes de Carvalho, Plínio César Soares, Antônio Alves Soares, Moizés de Souza Reis, Natalia Alves Leite

EFEITO DE SILICATO DE CÁLCIO SOBR E A QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DE ARROZ IRRIGADO - Vanda Maria de Oliveira Cornélio, Natalia Alves Leite, Sílvia Miranda Borba, Moizés de Souza Reis, Antônio Alves Soares, Plínio César Soares, Cristiano de Souza Machado Matos, Cláudio das Neves Vieira Bárbara

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ADEQUAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE REP- PCR APLICADA AO ESTUDO DE DIVERSIDADE GENÉTICA DE Pyricularia grisea - Maycon Eduardo Nicoletti, Gustavo Emygdio Halfen, Fernando Adami Tcacenco

FORMAMIDA, TWEEN E GLICEROL COMO OTIMIZADORES DE REP -PCR - Maycon Eduardo Nicoletti, Gustavo Emygdio Halfen, Fernando Adami Tcacenco

RESISTÊNCIA DE PLANTAS DE ARROZ A MANCHA PARDA É AFETADA PELA INEFICIÊNCIA NA ABSORÇÃO ATIVA DE SILÍCIO PELO MUTANTE LSI1 DA CULTIVAR JAPÔNICA OOCHIKARA - Leandro Jose Dallagnol; Mateus Vilas Boas Mielli; Fabrício Ávila Rodrigues; Jian Feng Ma

PREVALÊNCIA DE RAÇAS DE Pyricularia grisea (Cooke) Sacc EM ARROZ IRRIGADO - Cley D. M. Nunes, Fernando I. F. Carvalho, Antônio C. Oliveira

OCORRÊNCIA DE CARVÃO VERDE, Ustilaginoidea virens (Cooke.) Takah, NO ARROZ IRRIGADO - Cley Donizeti Martins Nunes, Paulo Ricardo Reis Fagundes, Ariano Martins de Magalhães Jr., José Antônio Lisboa

PRESENÇA DE CONTAMINANTES EM GRÃOS DE ARROZ BENEFICIADO - Vanda Maria de Oliveira Cornélio, Plínio César Soares, Ívina Catarina de Oliveira Guimarães Adriana Régia Marques de Souza, Antônio Alves Soares, Moizés de Souza Reis, Joelma Pereira, Francisco Cardoso Alves, Natália Alves Leite, Cristiano de Souza Machado Matos

PROSPECÇÃO POR BACTÉRIAS PRODUTORAS DE ANTIBIÓTICOS ATIVOS CONTRA FUNGOS CAUSADORES DE MANCHAS FOLIARES EM ARROZ: II DADOS 2006/2007 - Soares,V.N.; Moura, A.B

RELAÇÃO ENTRE INFECÇÃO FOLIAR E MANCHAS EM GRÃOS DE ARROZ CAUSADAS POR Bipolaris oryzae - Tânia Bayer, Adriano Arrué, Giuvan Lenz, Cezar Coradini,Douglas Karkow, Carla Zemolin, Ivan Francisco Dressler da Costa

CONTROLE DE Drechslera oryzae EM ARROZ IRRIGADO, CV. IRGA 422 CL, EM DIFERENTES MOMENTOS DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS - Giuvan Lenz, Carla Rejane Zemolin, Rogério da Silva Rubin, Rodrigo Neves, Ivan Francisco Dressler da Costa, Douglas Karkow

APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS COM 95% DAS PANÍCULAS EMITIDAS NO CONTROLE DE Tilletia barclayana E Drechslera oryzae NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini, Fernando Borges Santiago, Olavo Gabriel Santi, Danie Martini Sanchotene

EFICIÊNCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO CONTROLE DE Bipolaris oryzae NA CULTURA DE ARROZ DE SEQUEIRO - Carla Rejane Zemolin, Giuvan Lenz, Rogério da Silva Rubin, Paulo Cezar Ribeiro, Tânia Bayer da Silva, Ivan Francisco Dressler da Costa

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RENDIMENTO DE GRÃOS DE ARROZ E INCIDÊNCIA DE CÁRIE E BRUSONE EM FUNÇÃO DO MODO E ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDA - Ricardo Luiz da Silva Herzog, Héctor Vicente Ramírez, Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes

INFLUÊNCIA DE NÍVEIS DE ADUBAÇ ÃO DE BASE COM A INCIDÊNCIA DE CÁRIE E BRUSONE - Ricardo Luiz da Silva Herzog, Héctor Ramírez, Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes

CONTROLE DE DOENÇAS EM ARROZ IRRIGADO ATRAVÉS DE PULVERIZAÇÕES AÉREAS DE FUNGICIDAS - Eugenio Passos Schröder, Ivan Francisco Dressler da Costa, Tânia Maria Bayer da Silva

AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE PLANTA ADULTA NAS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO À MAGNAPORTTHE GRISEA -Wemerson Lopes Venancio, Anne Sitarama Prabhu, Maria da Guia Alves Lacerda, Marta Cristina Fillipi, Valácia Lemes Silva Lobo, Luiz Paulo Santos Silva

CONTROLE QUÍMICO DA CÁRIE DO GRÃO DO ARROZ ( Tilletia barclayana ) SOBRE O CULTIVAR DE ARROZ IRRIGADO IRGA 422CL -Ivan Francisco Dressler da Costa, Rogério da Silva Rubin, Carla Rejane Zemolin, Tânia Maria Bayer da Silva, Giuvan Lenz, Douglas Karkow

RENDIMENTO DE GRÃOS DE ARROZ EM LAVOURAS COMERCIAIS TRATADAS COM FUNGICIDA STRATEGO ® NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL NA SAFRA 2005/06 - Alexandre Al-alam Porto José Carlos Cazarotto Madalóz

CONTROLE DE Tilletia barclayana E Cercospora oryzae NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini, Fernando Borges Santiago, Rodrigo Alff Gonçalves, Rafael Frigueto Mezzomo

QUALIDADE E AMPLIFICABILIDADE DO DNA DE PYRICULARIA GRISEA OBTIDO PELO MÉTODO DE SOBREPOS IÇÃO DE PAPEL (MSP) - Maycon Eduardo Nicoletti, Leonardo Bitencour Scoz, Fernando Adami Tcacenco

CRESCIMENTO, ESPORULAÇÃO E ESTABILIDADE GENÉTICA DE Pyricularia grisea IN VITRO - Gustavo Emygdio Halfen, Maycon Eduardo Nicoletti, Fernando Adami Tcacenco, Leonardo Bittencourt Scoz, Cristiane Maria da Silva

RESOLUÇÃO DE FRAGMENTOS DE REP- PCR EM GÉIS DE AGAROSE E POLIACRILAMIDA: ESTUDO COMPARATIVO - Fernando Adami Tcacenco, Maycon Eduardo Nicoletti, Khadine Thatiane Appio, Gustavo Emygdio Halfen

PRÉ-SELEÇÃO IN VITRO DE ISOLADOS BACTERIANOS PARA USO NO BIOCONTROLE DE Meloidogyne graminicola , NEMATÓIDE DAS GALHAS DO ARROZ IRRIGADO - Santos, A.V; Zanatta, Z.G.C.N; Lopez, M.C.L;

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Gomes, C.

EFEITO DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO RENDIMENTO DE GRÃOS E QUALIDADE DE ENGENHO DO ARROZ IRRIGADO - Luiz Felipe Thomaz Felipe, Felipe Dalla Lana da Silva,Carlos Henrique Bastianello Campagnol

POTENCIAL DE BIOCONTROLE DA QUEIMA-DAS- BAINHAS EM ARROZ IRRIGADO, PELA MICROBIOLIZAÇÃO DE SEMENTES, EM CASA DE VEGETAÇÃO: PLANTIO 2005/2006 - Juliane Ludwig, Andréa B. Moura

MARCADORES QUÍMICOS E MOLECULARES APLICADOS AO ESTUDO DE DIVERSIDADE DE Pyricularia grisea - Maycon Eduardo Nicoletti, Cristiane Maria da Silva, Gustavo Emygdio Halfen, Fernando Adami Tcacenco, Francisco Carlos Deschamps

SANIDADE DE SEMENTES DE ARROZ IRRIGADO NO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, SAFRA 2006/2007 - Cerbaro, L.; Lopes R. A. M; Marques , M.; Naue, C.R.; Rossetto.E.A.; Nunes.C.D......................................................

RELAÇÃO ENTRE INCIDÊNCIA DE DOENÇAS NA PANÍCULA EM ARROZ IRRIGADO E ÉPOCA DE SEMEADURA - Gustavo R. Daltrozo Funck; Héctor Ramirez; Ricardo Herzog

PROSPECÇÃO POR ISOLADOS BACTERIANOS PRODUTORES DE ANTIBIÓTICOS ATIVOS CONTRA FUNGOS CAUSADORES DE DOENÇAS CAULINARES E RADICULARES EM PLANTAS DE ARROZ -SCHÄFER, Jaqueline Tavares, Gonçalves, Vanessa Pinto, Moura, Andréa Bittencourt, Soares, Vanessa Nogueira

EFEITOS DO CULTIVO DE FORRAGEIRAS NA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA EM VÁRZEAS TROPICAIS SOBRE RHIZOCTONIA SOLANI E FUSARIUM SPP - Murillo Lobo Junior, Valácia Lemes da Silva Lobo, João Neto Garcia de Souza, Alberto Baêta dos Santos

EFEITOS DA ADUBAÇÃO COM TERMOFOSFATO E DA ROTAÇÃO DE CULTURAS SOBRE A SOBREVIVÊNCIA DE RHIZOCTONIA SOLANI EM VÁRZEA TROPICAL - Valácia Lemes da Silva Lobo, Murillo Lobo Junior, Gesimária Ribeiro Costa, Alberto Baêta dos Santos

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS E MODO DE APLICAÇÃO PARA O CONTROLE DE CÁRIE E BRUSONE DA CULTIVAR IRGA 417 - Ricardo Luiz da Silva Herzog, Héctor Ramírez, Carlos Henrique Paim Mariot, Valmir Gaedke Menezes

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AVALIAÇÃO DE CULTIVARES RECOMENDADAS DE ARROZ IRRIGADO DA EMBRAPA, NO RIO GRANDE DO SUL. 2006/07

Paulo Ricardo R. Fagundes

(1); Ariano M. de Magalhães Jr.

(1); José A. Petrini

(1); André

Andres(1)

; Daniel F. Franco(1)

; Cley D. Nunes(1)

; Alcides Severo(1)

; Alex D. Viegas(1)

. Embrapa Clima Temperado, BR 392, Km 78, C.P. 403, Pelotas, RS.; e-mail:[email protected]

As cultivares de arroz irrigado desenvolvidas pela Embrapa têm contribuído,

para a produção deste cereal no Rio Grande do Sul (RS), maior produtor nacional. Quando conduzidas sob manejo adequado e boas condições climáticas, atingem o mesmo patamar produtivo das melhores do mundo, com rendimentos de grãos acima de 12 t ha

-1. Esta

produtividade é expressa em função da interação do genótipo da cultivar com o ambiente da região onde este esta é cultivada. Portanto, conhecer o comportamento das cultivares da Embrapa frente às condições ambientais das regiões orizícolas do RS, é o objetivo deste trabalho.

Os experimentos foram conduzidos em seis município, a saber: Pelotas, Arroio Grande, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar, Camaquã e Dom Pedrito. Foram avaliadas as cultivares BRS Atalanta (ciclo superprecoce); BRS-6 “Chuí”, BRS Firmeza e BRS Querência (ciclo precoce); BR-IRGA 409, BR-IRGA 410, BRS-7 “Taim”, BRS Pelota e BRS Fronteira (ciclo médio). Os experimentos seguiram o delineamento experimental de bocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas foram compostas por nove linhas de cinco metros de comprimento espaçadas em 0,175 m. A área útil constou das cinco linhas centrais, eliminando-se 0,50 m de cada extremidade, resultando em 3,50 m

2. Para análise

estatística foi considerado o esquema fatorial, com locais alocados em parcelas e cultivares em subparcelas. Foram determinadas as seguintes variáveis: produtividade (kg ha

-1), floração (50%), estatura de planta (cm), renda do benefício e rendimento de grãos

inteiros (%). Verificou-se efeito da interação genótipo x ambiente, revelando que as cultivares

mostraram comportamentos diferenciados conforme os ambiente (locais). Os maiores rendimentos de grãos (Tabela 1) foram obtidos em Dom Pedrito, onde os destaques foram as cultivares BRS- Querência e BRS-7 “Taim”, as quais destacaram-se também em Arroio Grande e Jaguarão. Em Pelotas, destacaram-se BR-IRGA 410 e BRS Fronteira, enquanto, BRS Atalanta foi a cultivar de menor rendimento de grãos. Em Santa Vitória do Palmar, problemas no controle de plantas daninhas afetaram negativamente a qualidade do experimento, resultando na menor média de produtividade. Mesmo assim, foi possível destacar BR-7 “Taim” e BRS Atalanta, com o maior e menor rendimento de grãos, respectivamente. Em Camaquã, não houve diferença para rendimento de grãos das cultivares. Contudo, BR-IRGA 410 produziu acima de 10 t ha

-1. O ciclo das cultivares

(Tabela 2), determinado pelo período emergência-floração plena (50%), variou, em média, de 71 dias, na cultivar BRS Atalanta (superprecoce) a 99 dias, na cultivar BRS Fronteira (médio). Todas as cultivares apresentaram estatura média de plantas adequada ao cultivo mecanizado, variando de 86,1 cm, na cultivar BRS Firmeza a 93,3 cm, na cultivar BRS Querência. Em Santa Vitória do Palmar, verificou-se a menor média para estatura de planta, justificada pela competição com plantas invasoras, principalmente no início do desenvolvimento da cultura. A renda do beneficiamento (Tabela 4), na média, foi alta. O rendimento de grãos inteiros (Tabela 5) foi, de modo geral, alto, acima de 61%, com exceção feita à cultivar BRS Atalanta, a qual foi prejudicada pelo manejo dado ao experimento, que privilegiou genótipos de ciclo precoce ou médio em detrimento aos de ciclo superprecoce .

Com base nos resultados apresentados, é possível inferir que: a) as cultivares de arroz respondem de forma diferente às mudanças de ambiente (local); b) a cultivar

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BRS Querência surge como ótima alternativa, de ciclo precoce, para as regiões da Campanha (Dom Pedrito) e Litoral Sul (demais locais); c) a cultivar BRS Atalanta devido a seu ciclo superprecoce exige manejo diferenciado, notadamente com relação à entrada e supressão de água de irrigação, controle de invasoras e época de colheita.

Tabela 1. Rendimento de grãos (Kg ha

-1) de nove cultivares de arroz irrigado da Embrapa,

indicadas para o cultivo no Rio Grande do Sul. 2006/07.

Local

Cultivar Pelotas Arroio

Grande Jaguarão S. V.

do Palmar

Dom Pedrito

Camaquã

Média

BRS Querência

8223 bc1 11072

a 11256a 6006ab 13179a 8346a 10100

BRS-IRGA 410

9684ab 10822a 10202ab 6513ab 12218a 10259a 10066

BR-7 “Taim”

10603a 10453

a 9527ab 8286a 11193ab 8532a 9844

BRS Pelota

9557ab 10363a 9936ab 6647ab 11282ab 9899a 9734

BRS-6 “Chuí

8622 bc 10471a 9591ab 6286ab 11415ab 8107a 9186

BRS Fronteira

10758a 9507ab 9353ab 6833ab 9149ab 8468a 8932

BRS Firmeza

8639 bc 8235 bc 8982ab 5925ab 10916ab 8437a 8635

BR-IRGA 409

7172 c 9588ab 9561ab 6466ab 6300 b 9211a 8053

BRS Atalanta1

3982 d 6826 c 7990 b 3971 b 9292ab 9337a 6619

Média 8593 9672 9645 6338 10532 8955 9048

CV% 8,23 8,51 10,24 19,45 9,46 12,97 1 Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2. Floração (50%) de nove cultivares de arroz irrigado indicadas para o cultivo no Rio Grande do Sul. 2006/07.

Local

Cultivar Pelotas Arroio

grande Jaguarão S. V.

do Palmar

Dom Pedrito

Camaquã

Média

BRS-Querência 82 84 84 83 - 72 81 BR-IRGA 410 95 91 93 89 - 93 92 BRS-7 “Taim” 92 91 95 97 - 94 94 BRS Pelota 98 91 92 89 - 95 95 BRS-6 “Chuí” 80 85 79 85 - 74 81 BRS Fronteira 103 95 95 99 - 101 99 BRS Firmeza 84 87 84 88 - 78 84 BR-IRGA 409 98 95 95 97 - 99 96 BRS Atalanta 72 73 74 74 - 66 71

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Tabela 3. Estatura de planta (cm) de nove cultivares de arroz irrigado da Embrapa, indicadas para o cultivo no Rio Grande do Sul. 2006/07.

Local

Cultivar Pelotas Arroio

grande Jaguarão S. V.

do Palmar

Dom Pedrito

Camaquã

Média

BRS-Querência 96,4 98,5 94,4 88,7 89,9 93,1 93,3 BRS-IRGA 410 93,3 94,8 94,7 85,5 90,9 96,0 92,5 BRS-7 “Taim” 86,6 85,9 89,6 89,9 83,9 88,3 87,4 BRS Pelota 87,9 94,7 87,7 85,1 89,0 96,4 90,1 BRS-6 “Chuí” 88,6 93,7 89,9 89,1 87,9 87,4 89,4 BRS Fronteira 91,8 93,9 91,9 83,2 87,1 89,4 89,5 BRS Firmeza 86,8 89,2 86,1 88,8 89,3 84,8 86,1 BR-IRGA 409 91,2 92,8 94,8 83,6 86,6 93,5 90,4 BRS Atalanta 84,8 91,0 93,1 90,5 - 91,1 90,1

Média 89,7 92,7 91,3 87,5 88,1 91,1 90,1 Tabela 4. Renda do beneficiamento (%) de nove de arroz irrigado da Embrapa, indicadas para o cultivo no Rio Grande do Sul, seis locais, 2006/07.

Local

Cultivar Pelotas Arroio

grande Jaguarão S. V.

do Palmar

Dom Pedrito

Camaquã

Média

BRS-Querência 68,8 70,3 67,6 66,2 72,6 - 69,1 BRS-IRGA 410 70,3 68,7 68,3 68,3 73,0 - 69,7 BRS-7 “Taim” 73,6 72,0 69,1 71,8 74,8 - 72,3 BRS Pelota 70,5 69,6 67,0 67,5 71,3 - 69,1 BRS-6 “Chuí” 71,0 72,0 68,5 71,2 73,5 - 71,2 BRS Fronteira 71,0 71,4 69,9 69,6 72,3 - 70,8 BRS Firmeza 72,0 72,0 68,4 70,0 73,6 - 71,2 BR-IRGA 409 70,4 72,5 71,0 72,2 73,3 - 71,9 BRS Atalanta 68,8 59,8 65,7 69,0 72,0 - 67,1

Média 70,7 69,8 68,4 69,5 72,9 - 70,3

Tabela 5. Rendimento de grãos inteiros (%) de nove cultivares de arroz irrigado da Embrapa, indicadas para o cultivo no Rio Grande do Sul, seis locais, 2006/07.

Local

Cultivar Pelotas Arroio

grande Jaguarão S. V.

do Palmar

Dom Pedrito

Camaquã

Média

BRS-Querência 63,2 60,4 59,1 58,3 64,1 - 61,0 BRS-IRGA 410 63,9 60,8 60,3 56,7 65,5 - 61,4 BRS-7 “Taim” 66,3 61,5 56,8 61,8 65,6 - 62,4 BRS Pelota 65,0 60,5 57,3 55,7 63,9 - 60,5 BRS-6 “Chuí” 63,0 67,0 61,7 65,3 66,8 - 64,8 BRS Fronteira 62,0 63,1 59,6 64,3 65,6 - 62,9 BRS Firmeza 65,5 63,4 57,3 60,8 67,1 - 62,8 BR-IRGA 409 62,1 63,0 63,8 65,5 65,9 - 64,1 BRS Atalanta 58,1 51,6 52,8 54,0 62,5 - 55,8

Média 63,2 61,3 58,7 60,3 65,2 - 61,7

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AVALIAÇÃO DE LINHAGENS CLEARFIELD DA EMBRAPA, EM TRÊS LOCAIS, DA REGIÃO LITORAL SUL, DO RIO GRANDE DO SUL.

SAFRA 2006/07

Paulo Ricardo R. Fagundes(1)

; Ariano M. de Magalhães Jr.(1)

; André Andres(1)

; Paulo Hideo N. Rangel

(2); Francisco Moura

(2); Cley D. Nunes

(1); Alcides Severo

(1); Alex D. Viegas

(1).

Embrapa Clima Temperado, BR 392, Km 78, C.P. 403, Pelotas, RS.; Embrapa Arroz e Feijão, Rodovia Goiás 462, Km 12, C.P. 179, Santo Antônio de Goiás, GO. e-mail:[email protected]

A chegada ao mercado brasileiro de cultivares Clearfield (CL) de arroz irrigado, oriundas de uma mutação induzida na linhagem de arroz irrigado americana AS 3510, facilitou o controle químico de arroz-vermelho em áreas infestadas de lavouras de arroz cultivado. Esta tecnologia emprega o uso do herbicida “ONLY” (imazetapyr + imazapic) e tem apresentado excelentes resultados no controle das principais plantas daninhas nas lavouras orizícolas do Rio Grande do Sul. Estima-se que a área semeada com a única cultivar registrada para o Rio Grande do Sul, IRGA 422 CL, de ciclo precoce, supere os 30% do total de aproximadamente 1,0 milhão de hectares cultivados no estado. A presença de uma única cultivar promove uma certa vulnerabilidade genética para o arroz irrigado do RS, e pode expor a lavoura à riscos de ordem ambientais, tanto bióticos como abióticos.

A EMBRAPA, em parceria com a BASF, está desenvolvendo linhagens CL, tomando como base genética as cultivares BRS 7 “Taim” e BRS Pelota, que encontram-se em fase final de experimentação. Ambas as cultivares apresentam ciclo de desenvolvimento médio. Portanto, são importantes alternativas para a lavoura. A avaliação do comportamento produtivo, agronômico, agroindustrial e culinária das linhagens mutantes está sendo realizada junto aos ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), última etapa do processo de desenvolvimento de cultivares, desde a da safra 2004/05.

A partir dos resultados obtidos, nas duas primeiras safras (2004/05 e 2005/06), foi possível definir três linhagens derivadas de cada uma das cultivares recorrentes e uma desenvolvida a partir da linhagem CNA 8502, desenvolvida para a região tropical, para serem avaliados na safra 2006/07, finalizando o processo e permitindo a tomada de decisão sobre quais as linhagens que originarão a(s) nova(s) cultivar(es) CL da Embrapa, a serem colocadas à disposição dos produtores de arroz irrigado do Rio Grande do Sul.

O objetivo deste trabalho é relatar os resultados obtidos nos VCUs realizados em quatro locais, três na região Litoral Sul (Pelotas, Arroio Grande e Santa Vitória do Palmar) e um no Litoral Norte (Osório), na safra 2006/07.

Os tratamentos avaliados foram as linhagens CNA10754, CNA10755 e CNA10756, originárias do cruzamento BRS-7”Taim”/As3510///BRS-7 “Taim”; CNA10757, CNA10758 E CNA10759, do cruzamento BRS Pelota/As3510///BRS Pelota; e CNA10766, do cruzamento CNA8502/ As3510///CNA8502. Como testemunhas foram utilizados os genótipos recorrentes BRS-7 “Taim” , BRS Pelota, CNA8510 e a cultivar IRGA 422 CL. As testemunhas foram replicadas dentro de cada repetição, sendo que uma das réplicas não foi tratada com o herbicida “ONLY”, com a finalidade de permitir a comparação de seus atributos com as linhagens em teste.

O delineamento experimental foi blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por nove sulcos de 5,0 m de comprimento espaçadas em 0,175 metros. A área útil da parcela foi de 3,5 m

2 , definida pelas cinco linhas centrais eliminando-

se 0,5 metros de cada extremidade. O manejo da cultura seguiu com as recomendações da pesquisa para a cultura de arroz irrigado no sul do Brasil. Os caracteres avaliados constam nas Tabela 1. Somente os dados de rendimento de grãos foram submetidos a análise da variância e suas médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). As demais características foram comparadas com base na média geral de todos os ambientes.

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Não houve efeito da interação genótipo x local, porém se verificou diferença para genótipos e locais, separadamente. Os melhores rendimentos médios de grãos foram obtidos em Arroio Grande, sendo que os mesmos não diferiram estatísticamente dos obtidos em Pelotas e foram superiores aos de santa Vitória do Palmar. Na média, a linhagem CNA 10758, embora somente tenha sido superior pelo teste de Tukey (P<0,05) à CNA 8205, foi a que apresentou melhor rendimento de grãos (8.546 kg ha

-1), seguida da

cultivar testemunha BRS Pelota (8.070 kg ha-1), resultado que confirma a melhor adaptação

desta testemunha e das linhagem derivadas desta, nas condições agroecológicas da região Litoral Sul, do RS. Todas as linhagens apresentaram ciclo médio, definido pela floração (50%), comparável às testemunhas BRS Pelota (90 dias) e BRS-7 “Taim” (94 dias). Este ciclo é importante sob o aspecto de diversificação visando o escalonamento da semeadura e colheita da lavoura. A estatura média de planta de todas as linhagens foi adequada à lavoura mecanizada. A renda total do benefício e o rendimento de grãos inteiros, ficaram um pouco abaixo do desejável, para a maioria das linhagens, variando a primeira entre 65,4% e 71,2%, e a Segunda entre 56,8% e 62,9. Contudo, a linhagem de maior rendimento de grãos, CNA 10758, também apresentou renda do benefício e rendimento de grãos inteiros satisfatórios, 69% e 61,7%, respectivamente.

Com base nos dados obtidos na safra 2006/07, pode-se inferir que: a) as linhagens derivadas da cultivar recorrente BRS Pelota apresentam ampla adaptação às condições de cultivo da região Litoral Sul do RS; b) a linhagem CNA 10758, derivada da cultivar Pelota deve ser privilegiada para a indicação de cultivo na região Litoral Sul do RS; c) entre as linhagens derivadas de BRS-7 “Taim”, destaca-se para o cultivo nas lavouras do litoral sul do RS, a CNA 10757.

Tabela 1. Rendimento de grãos (kg ha

-1), floração média (dias), estatura de planta (cm),

renda do benefício e rendimento de grãos inteiros (%), de sete linhagens CL e quatro testemunhas, na região Litoral Sul do Rio Grande do Sul. Safra 2006/07.

Rendimento de grãos (kg ha-1)

Genótipo

Pelotas Arroio Grande

S. V. do Palmar

Média1

Floração

(dias)

Est. Planta (cm)

Renda do

Benefício (%)

Grãos Inteiros

(%)

CNA10758 8.020 8.509 9.109 8.546 a 90 87,9 69,0 61,7

BRS Pelota 7.640 9.004 7.801 8.070 ab 90 91,6 68,0 60,5

IRGA 422 CL 8.224 7.451 8.014 7.896 ab 87 79,2 66,0 59,1

BRS 7 Taim 7.883 8.338 6.851 7.690 ab 94 86,3 68,1 60,0

CNA10757 6.873 7.643 8.493 7.670 ab 90 90,4 71,2 62,9

CNA10754 7.034 8.003 7.766 7.600 ab 94 79,7 67,0 57,7

CNA10755 6.540 8.047 7.987 7.525 ab 90 84,7 68,2 60,9

CNA10766 8.083 8.362 6.112 7.519 ab 94 82,5 65,8 57,4

CNA10759 6.993 7.794 7.273 7.313 ab 90 89,3 66,4 56,8

CNA10756 6.670 7.272 6.928 6.928 ab 94 78,2 65,4 58,8

CNA 8502 7.690 7.561 4.155 6.469 b 97 92,7 68,1 59,6

Média 7.423AB 8.997A 7.317 B 7.569

CV % 16,49

1 Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste Tukey(P<0,05)

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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE LINHAGENS DA EMBRAPA, NO RIO GRANDE DO SUL. 2006/07

Paulo Fagundes

(1), Ariano M. de Magalhães Jr.

(1),Daniel Fernandez Franco

(1), Orlando P. de

Moraes(2)

, Paulo H. Rangel(2)

, Francisco Moura(2)

, Alcides Severo(1)

, Alex D. Viegas(3)

1. Embrapa Clima Temperado, Cx. Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS. E-mail: [email protected].

(2) Embrapa Arroz e Feijão, Cx. Postal 179, Fazenda

Capivari, Santo Antônio de Goiás, GO, CEP 75375-000. (3)

Estagiário Embrapa Clima Temperado.

O programa de melhoramento genético de arroz irrigado (Oryza sativa L.) busca desenvolver cultivares que atendam as exigências dos agricultores e do mercado consumidor, com ênfase na produtividade, estabilidade produtiva e na qualidade industrial e culinária. Para tanto, utiliza metodologia que permite identificar, de forma eficiente, os indivíduos e progênies mais produtivos, de qualidade e que produzam satisfatóriamente, mesmo quando as condições ambientais bióticas (pragas) e abióticas (clima, solo) são desfavoráveis.

Este trabalho tem por objetivo relatar os resultados obtidos no Ensaio Preliminar de Arroz (EPR), etapa do processo de melhoramento, que define quais as linhagens participarão primeiramente da Avaliação Regional de Linhagens (ERR) e, posteriormente, do Ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU). O EPR, na safra 2006/07, foi conduzido, no campo experimental da Estação de Terras Baixas (ETB), da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão e em Alegrete, ambos no Rio Grande do Sul. O delinamento experimental utilizado foi o de Blocos Aumentados de Federer, com parcelas de cinco metros de comprimento, espaçadas de 17,5 cm, no ensaio de Capão do Leão e de 20 cm, em Alegrete. Em cada bloco foram intercaladas as cultivares testemunhas BRS 6 “Chuí” e IRGA 417 (ciclo curto) e BR IRGA 409 e BRS 7 “Taim” (ciclo médio). Após a análise estatística dos dados e uma seleção preliminar, os grãos das linhagens inicialmente selecionadas foram submetidos à avaliação de qualidade industrial e culinária, em que, além de rendimento de grãos inteiros, classe de grãos, centro branco e temperatura de gelatinização, foi realizada a avaliação de características químicas, físicas e sensoriais. Neste trabalho são relatadas as seguintes características: rendimento de grãos (kg ha

-1),

floração-50% (dias), estatura de planta (cm), acamamento (1-5) e mancha de grãos (1-5). Na safra 2006/07 foram avaliadas no EPR 140 linhagens. Destas, considerando-se

a média dos dois locais, 21 apresentaram ciclo precoce, como BRS 6 “Chuí” e IRGA 417, variando de 81 a 90 dias da emergência das plântulas à floração (50%); 74 assemelharam-se as testemunhas BR IRGA 409 e BRS 7 “Taim”, de ciclo médio, 91 a 100 dias até a floração, 13 tiveram ciclo muito precoce, 26 foram tardias e 6 muito tardias (Figura 1). A estatura de planta variou, em média, de 75 a 111 cm, com média de 92 cm, sendo que 60 linhagens apresentaram estatura de planta compatível com as testemunhas, em torno de 90 cm e, portanto, adequada aos sistemas cultivo no RS (Figura 2). Na Tabela 1, são relacionadas 32 linhagens cujo o rendimentos de grãos foram superiores aos das duas testemunhas mais produtivas, BRS-6 “Chuí” (ciclo precoce) e BRS-7 “Taim” (ciclo médio). O ciclo (floração-50%), estatura de planta, reação ao acamamento e a nota para mancha de grãos encontram-se dentro do desejável para uma nova cultivar de arroz irrigado.

Trinta e duas linhagens superaram o rendimento médio de grãos das cultivares testemunhas mais produtivas, BRS-6 “Chuí” (9.911 kg ha

-1) e BRS-7 “Taim” (9.432 kg ha

-1)

e serão selecionadas para participarem do Ensaio Regional de Linhagens, no próximo ano agrícola.

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Figura 1. Distribuição de freqüência de linhagens de arroz, quanto ao número de dias da emergência à floração. Ensaio Preliminar de Linhagens (EPR), Rio Grande do Sul. Embrapa , safra 2006/07

Figura 2. Distribuição de freqüência de linhagens de arroz, quanto à estatura de planta emergência à floração. Ensaio Preliminar de Linhagens (EPR), Rio Grande do Sul. Embrapa, safra 2006/07

0

10

20

30

40

50

60

70

80

71-80 81-90 91-100 101-110 >110

Floração (50%)

Lin

hag

ens

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

71-80 81-90 91-100 > 100

Estatura (cm)

Lin

hag

ens

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Tabela 1. Rendimento médio de grãos (kg ha-1), floração-50% (dias), estatura de planta

(cm), acamamento (nota 1-5) e mancha de grão (nota 1-5), das 32 linhagens de arroz irrigado de melhor desempenho, em dois locais (Capão do Leão e Alegrete), do Rio Grande do Sul. Safra 2006/07.

Rendimento de Grão Genótipo

Capão do Leão

Alegrete Média

Floração

Estatura de

Planta

Acam.

Mancha de Grão

AB06013 15287 11407 13100 96 101 1 1

AB06106 17954 8659 12998 96 94 1 1

AB06078 10528 13833 12111 90 105 1 1

AB06110 12312 10662 11479 100 94 1 1

AB06088 11165 11109 11422 85 91 1 1

AB06009 11214 11738 11376 97 99 1 1

BRA051311 14016 9786 11363 96 87 1 1

AB06022 13241 10212 11236 95 103 1 1

AB06083 11925 11995 11225 93 91 1 1

AB06072 12256 10525 11143 82 91 1 1

AB06023 11196 10874 11090 94 100 1 1

AB06011 10955 10479 11090 103 103 1 1

BRA051267 9667 11973 11060 92 99 1 1

AB06004 11078 10534 10966 94 97 1 1

AB06053 9904 11673 10882 82 92 1 1

AB06081 9898 11894 10832 97 100 1 1

AB06075 9732 10571 10797 92 99 1 1

AB06026 10234 10773 10495 98 97 1 1

AB06116 11629 9311 10493 98 91 1 1

AB06087 9441 10245 10332 95 94 1 1

AB06058 9527 12070 10296 97 91 1 1

AB06024 10718 8885 10291 92 97 1 1

AB06117 9569 10374 10256 97 86 1 2

AB06073 11033 10166 10248 86 91 1 1

AB06108 10283 10644 10157 97 97 1 1

AB06076 10379 9789 10100 99 102 1 1

AB06028 11769 8462 10065 95 95 1 1

AB06082 10810 9045 9919 96 95 1 1

“Chuí” 10556 9193 9911 87 93 1 5

AB06111 10577 8475 9853 100 87 1 1

AB06080 10798 9247 9846 95 103 1 1

BRA051284 9467 10240 9817 98 96 1 1

AB06086 10197 8613 9801 91 102 1 2

“Taim” 10101 9432 9765 97 90 1 5

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DESEMPENHO DE FAMÍLIAS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA POPULAÇÃO-ELITE DE ARROZ IRRIGADO SUBTROPICAL DA EMBRAPA

Orlando Peixoto de Morais(1), Paulo R. Reis Fagundes(2), Francisco Pereira de Moura Neto(1), Péricles de Carvalho Ferreira Neves(1), Paulo Hideo Nakano Rangel(1), Ariano M. de Magalhães Júnior(2). ¹Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, CEP 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO. E-mail: [email protected]. 2Embrapa Clima Temperado.

O arroz cultivado com irrigação por inundação na região Sul do Brasil responde por quase 60% da produção brasileira deste cereal, sendo o Rio Grande do Sul o principal estado produtor, respondendo por cerca de 85% do arroz colhido na região. A Embrapa, desde o início da década de 1990, vem implementando um programa de melhoramento de sua população-base de arroz irrigado, visando torná-la paulatinamente melhor adaptada às condições de cultivo da região sul-brasileira e, ao mesmo tempo, desenvolvendo cultivares capazes de prover maior eficiência aos sistemas de cultivo explorados nas várzeas gaúchas. No melhoramento de sua população-elite famílias derivadas de plantas F3 de cruzamentos selecionados são avaliadas em ensaios conduzidos na própria região, com foco em produtividade e qualidade de grãos. As famílias de melhor desempenho são utilizadas em cruzamentos para a reconstituição da população base do ciclo subseqüente, momento em que genitores externos promissores são com freqüência também incorporados. Os resultados desses ensaios permitem também identificar as famílias que são preferencialmente utilizadas como base para a extração de linhagens, candidatas a futuras cultivares. O objetivo do presente trabalho foi apresentar o desempenho das famílias selecionadas dos ensaios de rendimento de famílias da população-elite de arroz irrigado subtropical, conduzidos em 2005/06.

Os ensaios de rendimento de famílias, ERF, de arroz irrigado subtropical conduzidos no Rio Grande do Sul em 2005/06 foram instalados em Pelotas, Alegrete e Uruguaiana, utilizando o delineamento de blocos aumentados de Federer. Constituíam-se de 153 famílias F3:5 e de quatro cultivares testemunhas, BR Irga 409, Irga 417, BRS 7 Taim e BRS 6 Chuí (tratamentos comuns entre os blocos). Foram avaliadas as seguintes características: número de dias para a floração média, a partir da semeadura; altura média das plantas do solo até a extremidade da panícula; incidência de mancha de grãos por meio de notas de 1 (menos de 1% da superfície dos grãos atacada) a 9 ( mais de 50% casca manchada); comprimento de grãos, por avaliação visual por notas de 1 (extra longo) a 9 (curto); e produtividade de grãos, expresso em quilos por hectare.

Baseando-se na avaliação conjunta dos três ensaios, 25 famílias foram selecionadas de material básico para extração de linhagens. A comparação desse grupo de linhagens com os grupos testemunhas e famílias eliminadas, em relação a todas as características avaliadas, pode ser feita na Tabela 1. Não houve variação relevante entre

Tabela 1. Número de dias para a floração média (Flor), altura de planta (Alt), incidência de mancha de grãos (MG), comprimento de de grãos (CG) e produtividade de grãos (Prod) dos grupos das famílias selecionadas e eliminadas e das testemunhas. ERF Subtropical 2005/061.

Grupos Genéticos Flor1 (dias)

Alt1 (cm)

MG1 (1-9)

CG1 (1-8)

Prod1 (Kg/ha)

%

Testemunhas 90 b 93 b 1,6 b 3,0 a 8438 b 100,0

Famílias Selecionas 89 b 95 a 1,6 b 2,9 a 8872 a 105,1

Famílias Eliminadas 92 a 95 a 1,8 a 2,9 a 7613 c 90,2

CV (%) 5,74 4,5 66,33 14,56 18,54 - 1A variância dos contrastes entre médias seguidas pela mesma letra não é significativa pelo teste F no nível de 5% de probabilidade.

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as quatro testemunhas, mas em média, estas se revelaram significativamente menos produtivas que o grupo de famílias selecionadas (5,14%).

Entre as famílias selecionadas não se constatou variação significativa para produtividade de grãos e a Tabela 2 mostra que nenhuma família individualmente diferiu estatisticamente do grupo testemunha. Em relação à duração do ciclo, observa-se que seis famílias são significativamente mais precoces e espera-se que as linhagens delas derivadas deverão se adaptar melhor à região Sul do Estado do Rio Grande do Sul, onde cultivares de ciclo mais curto são preferidas. Por outro lado, cinco outras famílias são mais tardias e suas linhagens deverão se adaptar preferencialmente em outras regiões do Estado, como a Fronteira Oeste, e até mesmo em Santa Catarina. Em relação à altura de planta, cinco famílias são significativamente mais altas que as testemunhas. Apesar de não terem acamado nos experimentos, atenção especial deverá ser dedicada à identificação de indivíduos menos altos, de colmos mais grossos e melhor envolvidos pelas bainhas das folhas, que são características importantes para condicionar maior resistência ao acamamento. Uma das famílias selecionadas, a CNAx12087-16-B-B, se mostrou mais suscetível à mancha de grãos e exigirá cuidados especiais no sentido de nela se identificar plantas e progênies derivadas mais resistentes. Quanto à classe de grãos, todas as famílias selecionadas são de classe agulhinha, pois foram consideradas de grãos finos no ensaio de observação de 2004/05 as estimativas de CG da Tabela 2 apontam para grãos longos a extralongos, quanto ao comprimento de grãos. Tabela 2 Número de dias para a floração média (Flor), altura de planta (Alt), incidência de mancha de grãos (MG), produtividade de grãos (Prod) e classe de grãos (CG) do grupo testemunhas e das famílias selecionadas. ERF Subtropical 2005/06.

Flor Alt MG Prod CG Grupo Genético Cruzamentos (Dias) (cm) (1-9) (kg/ha) (1-8)

Testemunhas - 90 93 1,6 8438 3,0 CNAx11167-B-17-B-B CNAi 9930/IRGA 417 92 92 2,7 9457 3,1 CNAx11175-B-5-B-B CNAi 9931/IRGA 417 93 89 1,1 8695 3,0 CNAx11191-B-3-B-B CNAi 9933/IRGA 417 89 86 1,5 8604 2,9 CNAx11207-B-8-B-B CNAi 9935/IRGA 417 85 90 1,4 9518 3,0 CNAx11208-B-15-B-B CNAi 9935/BRS Pelota 80* 93 1,2 9291 3,0 CNAx12078-2-B-B CNA 9705/BR 7 TAIM 77* 97 2,2 9710 2,9 CNAx12078-6-B-B CNA 9705/BR 7TAIM 90 95 2,1 8448 3,0 CNAx12078-18-B-B CNA 9705/BR 7 TAIM 90 102* 1,2 8497 3,1 CNAx12082-14-B-B CNA 9778/LIGEIRINHO 71* 97 0,9 8231 2,9 CNAx12082-42-B-B CNA 9778/LIGEIRINHO 81* 99* 1,1 9726 2,8 CNAx12076-1-B-B CNA 9705/JAVAÉ 85 93 0,8 8850 2,0* CNAx12076-8-B-B CNA 9705/JAVAÉ 92 88 1,2 8864 3,1 CNAx12076-19-B-B CNA 9705/JAVAÉ 87 95 1,0 8620 2,9 CNAx12011-23-B-B CNA 9747/BR 7 TAIM 84* 86* 2,7 7390 3,0 CNAx12011-34-B-B CNA 9747/BR 7 TAIM 89 93 1,7 8299 2,9 CNAx12049-3-B-B CNAi 10390/LIGEIRINHO 85 92 1,2 9030 2,2* CNAx12049-17-B-B CNAi 10390/LIGEIRINHO 84* 93 1,3 8980 2,9 CNAx12087-5-B-B CNA 8886/CNA 9705 85 100* 1,3 9803 2,8 CNAx12087-10-B-B CNA 8886/CNA 9705 99* 98* 2,5 8745 3,0 CNAx12087-16-B-B CNA 8886/CNA 9705 97* 102* 3,2* 8601 3,0 CNAx12087-19-B-B CNA 8886/CNA 9705 98* 97 1,7 9230 3,2 CNAx12087-23-B-B CNA 8886/CNA 9705 98* 104* 2,3 8026 2,9 CNAx12087-30-B-B CNA 8886/CNA 9705 98* 100* 1,9 9268 3,0 CNAx12087-43-B-B CNA 8886/CNA 9705 89 99* 1,8 8907 2,0* CNAx12087-53-B-B CNA 8886/CNA 9705 95 95 0,5 9016 3,1

*Variância do contraste em relação à media do grupo testemunha não significativa pela teste F, no nível de 5% de probabilidade.

Em virtude de as famílias avaliadas se encontrarem na geração F5, pode-se desprezar a relevância de futuras depressões por endogamia e, por conseguinte, espera-se que as linhagens delas derivadas deverão, em média, também superar as testemunhas.

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Como são derivadas de plantas F2 ou F3, a variação genética presente entre os indivíduos dentro das famílias deve ser similar ou próximo de um terço, respectivamente, da variação genética presente entre plantas de cada uma das populações iniciais. Há, portanto, oportunidade de considerável ganho adicional devido a seleção entre as progênies das plantas já selecionadas nestas famílias.

É razoável esperar alguma redução na variabilidade entre as progênies das plantas selecionadas apenas nas famílias elites, devido a menor variação entre as famílias exploradas. Na prática, esta redução de variabilidade não é sempre relevante. Na Tabela 3 estão expostas as médias de dois grupos de linhagens, avaliadas nos ensaios preliminares de rendimento, EP, de 2002/03 e de 2005/06, conduzidos em Alegrete e Uruguaiana, RS. As linhagens do EP 2002/03, que se originaram de famílias não selecionadas a partir de informações de ERF, produziram significativamente menos que as linhagens do EP 2005/06, extraídas de famílias que se revelaram superiores no ERF de 2002/03, e não diferiram significativamente do grupo testemunhas (BRS IRGA 409, IRGA 417 e BRS 7 Taim). Os coeficientes de variação genética dos dois grupos de linhagens mostram que cada um deles encerra um nível de variação genética similar, com índices de variação (b) superiores à unidade, revelando, em ambos os casos, uma situação muito favorável a obtenção de progressos relevantes com a seleção. Deve-se considerar que estes dados seriam mais informativos se os dois grupos de linhagens derivassem dos mesmos cruzamentos. Tabela 3. Produtividade de grãos, coeficiente de variação genética (Cvg) e índice de variação genética (b) das linhagens do EP 2002/03 e EP 2005/06 obtidas, respectivamente, de famílias selecionadas sem e com informações de ensaios de produtividade de grãos.

Grupo Genético Prod1 (kg/ha) CVg (%) b

Testemunhas 7212 a - -

Linhagens do EP 2003/04 6145 b 23,31 1,27

Linhagens do EP 2005/06 6859 a 22,72 1,24

CV (%) 18,24 - - 1Variância dos contrastes entre médias seguidas pela mesma letra não é significativa pelo teste F no nível de 5% de probabilidade.

As seguintes conclusões podem ser relacionadas sobre o ensaio de rendimento de famílias, ERF, do programa de melhoramento de arroz irrigado da Embrapa, conduzido no Rio Grande do Sul: 1. As famílias selecionadas no ERF 2005/06 são, em conjunto, significativamente mais

produtivas que as cultivares testemunhas e apresentam, adicionalmente, duração do ciclo vegetativo, intensidade de incidência de mancha de grãos e classe de grãos, em média, similares aos do referido às testemunhas, além de a maioria delas apresentarem altura semelhante a esse grupo de referência.

2. Linhagens de arroz irrigado extraídas de famílias selecionadas nos ERFs apresentam melhor desempenho que linhagens oriundas de famílias selecionas sem as informações obtidas desses ensaios.

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CONVERSÃO DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO PARA TOLERÂNCIA A HERBICIDA DA CLASSE DAS IMIDAZOLINONAS.

Francisco Pereira Moura Neto

(1), Paulo Hideo Nakano Rangel

(1), Paulo Ricardo Reis

Fagundes(2)

, João Antônio Mendonça(1)

, Carlos Martins Santiago(1)

, Orlando Peixoto de Morais

(1), Veridiano dos Anjos Cutrim

(1), Jaime Roberto Fonseca

(1), André Andrés

(2), Ariano

Martins de Magalhães Junior(2)

¹Embrapa Arroz e Feijão, Rod. Goiânia a Nova Veneza, km 12, CP 179, 75.375-000 Santo Antônio de Goiás, e-mail: [email protected] , 2Embrapa Clima Temperado, BR 372, km 78, 96.001-970 Pelotas, RS.

A ocorrência de plantas invasoras, especialmente o arroz vermelho, constitui uma restrição séria ao aumento da produtividade do arroz irrigado, principalmente no Rio Grande do Sul. O desenvolvimento de resistência do arroz a um herbicida de amplo espectro constitui uma estratégia viável para o controle do arroz vermelho. A cultivar IRGA

422 CL, lançada em 2002, é resistente ao herbicida não seletivo “Only” (Sociedade Sul-Brasileira..., 2005), sendo hoje uma das mais plantadas no Rio Grande do Sul. Outras cultivares competitivas, preferivelmente oriundas de background genético distinto, precisam ser desenvolvidas para evitar os riscos relacionados à baixa diversidade genética nas lavouras.

O objetivo deste trabalho foi transferir por meio de retrocruzamentos, o alelo (AHAS) de resistência ao herbicida da classe das imidazolinonas presente no mutante As 3510 para cultivares elite de arroz irrigado.

O trabalho teve início em novembro de 2000 e foi realizado na Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás, GO, utilizando o método de melhoramento de retrocruzamento, com seleção de plantas individuais a cada geração. Os genitores recorrentes foram as cultivares BRS Taim e BRS Pelota e a linhagem elite CNA 8502, sendo utilizado, como doador do alelo de resistência, o mutante As 3510. Além do cruzamento inicial foram realizados três retrocruzamentos e todo o processo de transferência do alelo de resistência foi conduzido em casa de vegetação. As sementes das gerações segregantes foram semeadas em bandejas de plástico, em casa de vegetação, e 20 dias após a emergência das plantas era feita a aplicação do herbicida

Only, na dosagem de 1,8 litros do produto comercial por hectare mais Dash na dosagem de 0,5% v/v. Após os testes de progênies, foram selecionadas as linhagens homozigotas para o alelo de resistência sendo, dez da BRS Pelota e treze da BRS Taim que foram avaliadas no ano agrícola 2004/05 em ensaios de Valor de cultivo e Uso (VCU) em Alegrete, Capão do Leão e Uruguaiana, todos no Rio Grande do Sul. A As 3510, a BRS Pelota e dez linhagens dela derivada constituíram um ensaio. Treze linhagens oriundas da BRS Taim e da doadora de resistência As 3510, juntamente com estes dois genitores formaram um outro ensaio de VCU. O delineamento experimental utilizado nestes ensaios foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, sendo a parcela formada por quatro sulcos de 5,0 metros de comprimento. Em 2005/06 as cinco melhores linhagens derivadas da BRS Pelota, oito da BRS Taim, três da CNA 8502 e as testemunhas BRS Taim, BRS Pelota, CNA 8502, IRGA 422 CL, Metica 1 e a BR IRGA 409 foram avaliadas em ensaio de VCU no Rio Grande do Sul em Capão do Leão, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Alegrete, Uruguaiana, Agudo e Cachoeira do Sul no delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. A parcela foi formada por quatro sulcos de 5,0 m de comprimento. No ano agrícola seguinte as três melhores linhagens da BRS Taim e da BRS Pelota e uma da CNA 8502, mais as testemunhas BRS Taim, BRS Pelota, CNA 8502 e a IRGA 422 CL foram avaliadas novamente em ensaio de VCU em Capão do Leão, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Alegrete, Uruguaiana, Agudo e Cachoeira do Sul. O delineamento experimental utilizado novamente foi o de blocos ao acaso com quatro repetições e a parcela foi formada por oito sulcos de 5,0 m de comprimento. Nos ensaios conduzidos nos anos agrícolas de 2005/06 e 2006/07, as parcelas das testemunhas em

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AVALIAÇÃO DE RESISTÊNCIA À Pyricularia grisea EM GENÓTIPOS DE ARROZ DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO IRGA

Gustavo R. D. Funck, Dieter Kempf, Catiane dos Santos. Instituto Rio Grandense do Arroz,

Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail:

[email protected]

A brusone, causada pelo fungo Pyricularia grisea (Cooke) é considerada a doença

mais importante do arroz na maioria dos países produtores, inclusive no Brasil. Essa

importância é devido ao alto potencial destrutivo e à suscetibilidade das cultivares

atualmente em uso. Assim, a avaliação de resistência à brusone é uma etapa fundamental

para o Programa de Melhoramento Genético de Arroz Irrigado (PMGAI) do Instituto Rio

Grandense do Arroz. Uma das estratégias utilizadas em programas de melhoramento de

arroz para identificar genótipos resistentes à doenças, tem sido a avaliação em condições

de alta pressão de inóculo do fungo (CORREA-VICTORIA & ZEIGLER, 1993). Neste

método, são feitas várias avaliações durante o ciclo da cultura, o que permite que a

resistência das plantas se manifeste de forma completa e que todos os variantes do

patógeno ocorrentes no local possam atuar sobre todos os genótipos. O objetivo deste

trabalho foi avaliar os genótipos que compõe as gerações F3 e F5 quanto à resistência à

brusone e os genótipos de Ensaios de Rendimento Preliminar e Parcelas de Observação,

através do método “hot spot”.

O ensaio para avaliação da reação à P. grisea dos genótipos do PMGAI do IRGA,

foi instalado e conduzido em uma área experimental na localidade de Areia Grande em

Torres-RS, nos anos agrícolas de 2005/06 e 2006/07. O local apresenta condições

climáticas favoráveis para manifestação dos sintomas.

A condução do experimento é realizado de maneira que se tenha alta pressão e

variabilidade de fitopatógenos, especialmente P. grisea. Para tal, é necessário utilizar

cultivares com reação conhecida de suscetibilidade, semeadas antes dos genótipos

avaliados (chamadas de bordaduras), para favorecer a ocorrência de brusone.

As cultivares, misturadas homogeneamente e utilizadas neste experimento para as

bordaduras foram as seguintes: Fanny; BR-IRGA 410; IRGA 417; IRGA 418; IRGA 420;

IRGA 421; EL Paso L 144; Bluebelle; BRS 7 “Taim”; Epagri 109.

A adubação de base foi realizada com 230 kg ha-1 de 2-20-30 e com 300 kg

-1 de 5-

20-30 nas safras 2005/06 e 2006/07, respectivamente. A adubação nitrogenada de

cobertura (200 kg N ha-1) foi escalonada da seguinte forma: 100 kg de N aos 15 dias depois

da semeadura (dds), 50 kg de N aos 35 dds, e 50 kg de N aos 50 dds .

A inoculação da suspensão de esporos de P. grisea na bordadura foi realizada

aproximadamente 20 dias depois da semeadura em ambos os anos.

A irrigação da área experimental ocorreu por aspersão, em complementação às

chuvas, apenas para manutenção da umidade no ambiente das plantas.

Utilizou-se a escala de avaliação do IRRI (1996), sendo que os genótipos que

receberam nota final entre 0 a 3 foram classificados como resistentes; e entre 7 e 9

suscetíveis. Na Tabela 1, encontram-se os resultados agrupados por genótipos em cada

ano de avaliação deste experimento.

No PMGAI do IRGA a estratégia de resistência para a brusone é indireta, isto é, as

populações ou linhagens são avaliadas no “hot spot” em Torres e ao mesmo tempo é

realizado seleção de plantas individuais em Cachoeirinha. Ao final de cada safra, faz-se a

análise das informações e elimina-se as progênies originárias de populações ou linhagens

suscetíveis, com base nas avaliações de Torres.

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A metodologia utilizada no “hot spot” tem-se mostrado eficiente na discriminação

dos genótipos avaliados, que é confirmado pela amplitude das reações observadas.

Para quantificar o ganho genético quanto a resistência à brusone, tomou-se como

exemplo, a evolução observada no grupo de populações da geração F3 (safra 2005/06)

para a geração F5 (safra 2006/07), que é resultado do processo seletivo indireto realizado

apenas na safra 2005/06, já que a geração F4 foi conduzida durante o inverno em Penedo

(AL), onde não houve seleção. Neste exemplo, a proporção de populações com resistência

na folha passou de 9,38 % para 45,35 % e na panícula de 50,88 % para 73,24 % (Tabela

1).

Os dados obtidos mostram que o trabalho foi bem sucedido, na medida em que

ocorreu toda a amplitude de reações esperadas, permitindo a seleção. De maneira geral,

também houve correspondência entre as reações nas folhas e nas panículas.

Nas populações de gerações mais avançadas, Parcelas de Observação e Ensaio

de Rendimento Preliminar observa-se que a seleção de genótipos com característica de

resistência à brusone foi bastante satisfatória, pois há o predomínio de genótipos

resistentes, fruto de avaliações em anos anteriores no mesmo local.

Sendo assim, embora a seleção ocorra de maneira indireta, o método de seleção

“hot spot” tem sido eficiente para avaliação de genótipos resistentes e para identificação de

genitores de interesse. Evidencia-se também, pelos dados apresentados que as próximas

cultivares lançadas pelo PMGAI do IRGA certamente terão acumulado genes para

resistência à brusone.

Tabela 1. Comportamento de populações avaliadas no Programa Melhoramento de Arroz

Irrigado do IRGA para resistência à brusone, safras 2005/06 e 2006/07, em Torres -RS.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORREA-VICTORIA, F.J.; ZEIGLER, R.S. Pathogenic variability in Pyricularia grisea at a rice blast “hot spot” breeding site in eastern Colombia. Plant Disease, 77: 1029-1035. 1993

INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standardad evaluation system for rice. Manilla: INGER/Genetic Resources Center, 1996. 52p.

Safra 2005/06 Safra 2006/07População Reação à P. grisea (%) Reação à P. grisea (%)

Nº Genótipos Folha Panícula Nº Genótipos Folha PanículaF 3 906 R* 9,38 50,88 - - - -

S** 24,61 37,75 - - -

F 5 - - - 527 R 45,35 73,24- - S 3,23 15,94

Parc. Obs. 177 R 58,19 58,76 581 R 72,29 75,73S 1,13 32,2 S 0,86 7,57

Preliminar 126 R 36,68 67,46 74 R 78,38 85,14S 0 26,98 S 1,35 10,81

Reação *R- Resistente (nota de 0 a 3); **S- Suscetível (nota de 7 a 9)

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AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE FAMÍLIAS S0:2 DA POPULAÇÃO Pirga 1/0/pr/1 DE ARROZ IRRIGADO DO IRGA/EEA – SAFRA

2005/06

Oneides A. Avozani1; Sérgio I. Gindri Lopes1; Renata P. da Cruz1; Gustavo Hernandes1; Síntia Trojan1 e Paulo R. Freitas1. 1 – Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA/EEA, Caixa Postal 29, CEP 94930 – 030 Cachoeirinha, RS. E-mail: [email protected]

O cultivo de arroz de várzea no Brasil nas últimas três décadas tem se limitado à utilização das variedades do grupo índica com o tipo moderno de planta. Rangel et al. (1995), ao analisarem a base genética das variedades cultivadas no Brasil em sistema de cultivo irrigado, observaram que existe estreita base genética entre os genótipos utilizados. A principal conseqüência para o melhoramento genético é a redução das possibilidades de ganhos adicionais na seleção, por trabalhar-se com um conjunto gênico limitado. Uma das alternativas possíveis para se aumentar os ganhos por seleção em arroz, consiste em sintetizar populações de base genética mais ampla e conduzi-las por meio de seleção recorrente.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento de famílias S0:2 quanto à produtividade e selecionar as famílias mais produtivas para formarem o próximo ciclo de intercruzamentos da população. As 210 famílias que compuseram o experimento são oriundas da população Pirga 1/0/pr/1 após o primeiro ciclo de recombinação, a qual foi sintetizada a partir da população PQUI 1/0/0/0, com a inclusão de cultivares e linhagens elite do programa de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz. A população PQUI 1/0/0/0 foi desenvolvida pelo INIA-Chile e serviu de fonte do gene de macho esterilidade.

O experimento, semeado em 22 de novembro de 2005 na Estação Regional de Pesquisa do IRGA, localizada no município de Uruguaiana, foi formado por 210 famílias S0:2 e pelas testemunhas BR IRGA 410, IRGA 417, IRGA 420 e BRS 7 Taim. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos aumentados de Federer, composto de 14 blocos com 15 famílias e 4 testemunhas por bloco, totalizando 19 entradas em cada bloco. As parcelas foram constituídas por 7 sulcos de 5 metros de comprimento com espaçamento de 0,17 m entre os sulcos. As práticas de manejo e adubação adotadas seguiram as Recomendações Técnicas de Cultivo de Arroz Irrigado (SOSBAI, 2005). A área útil colhida foi de 1,7 m2 de cada parcela. As variáveis analisadas foram: ciclo (número de dias da emergência até 50 % da floração), estatura de plantas e rendimento de grãos (13 % de umidade).

Das 210 famílias iniciais, 13 foram perdidas, portanto os resultados baseiam-se nas 197 famílias restantes.

Os resultados da distribuição de freqüências para o ciclo das famílias testadas, observados na Figura 1, demonstram a existência de variabilidade entre as famílias, com 70 % das famílias concentradas entre os 76 e 90 dias. Para efeito de seleção de famílias ou linhas em função do ciclo, essa variabilidade é importante para o melhoramento já que representa um intervalo dentro do qual se situa a grande maioria das cultivares e das linhagens do programa de melhoramento.

Do mesmo modo, para a variável estatura de plantas (Figura 2), os dados mostram uma distribuição de freqüências em que a maior porcentagem de famílias, aproximadamente 80 %, localiza-se entre os intervalos de 80 a 110 cm de altura. Essa amplitude também é importante para efeito de seleção de famílias e linhagens, por atender aos objetivos do programa de melhoramento do IRGA.

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Para a variável produtividade (Figura 3 e Tabela 1) também ocorreu variabilidade entre as famílias, sendo que 80 % delas tiveram produção acima da média geral, que foi de 6.530 kg ha -1. Cerca de 20 % destas famílias apresentaram produtividade acima da média das testemunhas, que foi de 10.210 kg ha –1.

A seleção de famílias ocorreu com base apenas na variável produtividade, sendo selecionadas 50 delas para fazer parte do segundo ciclo de recombinação. Observa-se que as famílias selecionadas apresentaram floração e estatura inferior à média geral das famílias conforme a Tabela 1. Neste trabalho foi utilizado um índice de seleção de 25 %, valor recomendado para seleção de famílias em populações de seleção recorrente.

0

20

40

60

80

100

120

mer

o d

e fa

míli

as

60-65 66-70 72-75 76-80 81-85 86-90 91-95

Florescimento (DAE)

Figura. 1. Distribuição de freqüências de famílias S0:2 para número de dias da emergência à

floração. IRGA/EEA, Cachoeirinha, RS, 2007.

0

20

40

60

80

100

120

mer

o d

e fa

míli

as

81-90 91-100 101-110 111-120 121-130 131-140 141-150

Estatura de plantas (cm)

Figura 2. Distribuição de freqüências de famílias S0:2 para estatura de plantas. IRGA/EEA,

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Cachoeirinha, RS, 2007.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

mer

o d

e fa

míli

as2 - 3,5 3,5 - 5,0 5,0 - 6,5 6,5 - 8,0 8,0 - 9,5 9,5 - 11,0 11,0 - 13,5

Produtividade (ton ha-1)

Figura 3. Distribuição de freqüências de famílias S0:2 para rendimento de grãos (kg ha -1) IRGA/EEA, Cachoeirinha, RS, 2007.

Tabela 1 – Dados da avaliação e seleção de famílias S0:2 de arroz irrigado para as variáveis

floração, estatura e produtividade. IRGA/EEA, Cachoeirinha, RS, 2007.

Parâmetros Floração

(DAE) Estatura

(cm) Produtividade

(kg ha –1)

Média geral das 197 famílias 77,14 111,39 6.530

Média das testemunhas 82,68 97,27 10.210

Média das 50 Famílias selecionadas 75,16 103,68 8.340

Diferencial de seleção (ds)1 - - 1.810

Teste F -2 6,5 ** 2,16 **

CV (%) - 4,81 20,09 1ds= média das famílias selecionadas – média das famílias avaliadas. ** significativo ao nível de 1 % pelo teste F. 2 análise não realizada REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Rangel, P.H.N. et al.SELEÇÃO RECORRENTE EM ARROZ IRRIGADO NO BRASIL. Goiânia, GO. 1995, 24P (Guia Prático). SOCIEDADE SUL- BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz Irrigado: Recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005, 159 p.

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IRGA 423: NOVA CULTIVAR COM EXCELENTE QUALIDADE DE GRÃOS Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Mara Cristina Barbosa Lopes, Paulo Sergio Carmona, Antonio Folgiarini de Rosso, Renata Pereira da Cruz, Oneides Antonio Avozani, Dieter Kempf, Gustavo Daltrozo Funck, Carlos Alberto Alves Fagundes. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected] A cultura de arroz irrigado no estado do Rio Grande do Sul destaca-se no cenário do agronegócio brasileiro tanto pela produção total quanto pela qualidade do produto. Para contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva deste cereal o Instituto Rio Grandense do Arroz coloca a disposição dos produtores do sul do Brasil mais uma cultivar de arroz irrigado denominada IRGA 423. IRGA 423 é originária da linhagem IRGA 1782-2-1C-2-A, resultante de seleção genealógica realizada em progênie do cruzamento triplo realizado na Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, Brasil, entre os genótipos IRGA 370-16-2-1-1F / IRGA 416 // IRGA 411-1-6-1F-A. O cruzamento inicial envolvendo os dois primeiros genitores foi realizado em 1992 e foi denominado IRGA 1567. A planta F1 deste foi cruzada com a linhagem IRGA 411-1-6-1F-A, em 1993, dando origem assim a população IRGA 1782. O lançamento da cultivar IRGA 423 foi realizado no ano de 2007, com inserção no Registro Nacional de Cultivares - RNC - do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A linhagem IRGA 1782-2-1C-2-A participou inicialmente do Ensaio de Rendimento Preliminar, realizado em Cachoeirinha e Uruguaiana, na safra agrícola de 2001/02. A partir da safra 2002/03 até a 2005/06, esta linhagem participou do Ensaio de Avaliação do Valor de Cultivo e Uso do IRGA, contemplando até oito locais em cada safra e totalizando 25 ensaios (Tabela 1). Neste conjunto de ensaios a média de produtividade de grãos foi de 8.143 kg ha

-1 e o melhor resultado foi obtido em Uruguaiana, na safra 2003/04, com 11.470

kg ha-1.

Esta nova cultivar é recomendada para todas as regiões orizícolas do estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, acredita-se que os melhores resultados serão obtidos nas regiões da Fronteira Oeste e da Depressão Central, onde as probabilidades de ocorrência de temperaturas baixas são menores. As principais características da cultivar IRGA 423 são a precocidade, a tolerância à toxidez por excesso de ferro no solo e a resistência à brusone, as quais aliadas à excelente qualidade industrial e de cocção dos grãos fazem desta uma excelente opção para os produtores que desejam manter a qualidade dos grãos com diversificação genética. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS PLANTAS:

o Porte baixo o Folhas curtas, eretas e pilosas o Panículas protegidas pela folha bandeira o Grãos longos e finos o Casca pilosa e de coloração amarelo-palha

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CARACTERÍSITICAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS:

o Vigor inicial: médio o Estatura média: 84 cm o Acamamento: resistente

1

o Capacidade de perfilhamento: alta o Ciclo

2: precoce

o Primórdio da panícula: 54 dias o Pleno florescimento: 83 dias o Maturação: 120 dias o Esterilidade: em torno de 15% o Resistência à degranação: intermediária o Reação à toxidez por ferro: resistente o Reação à doenças:

• brusone: resistente

• mancha dos grãos: moderadamente suscetível CARACTERÍSICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS GRÃOS:

o Dimensões dos grãos:

Dimensões (mm) Tipo Comp. (C) Larg. (L) Espessura

Relação C / L

Com casca 9,50 2,23 1,91 4,25

Descascado 7,00 2,01 1,71 3,48

Branco polido 6,63 1,95 1,64 3,41

o Classe: longo fino o Aparência: vítrea o Teor de amilose: alto (30 %) o Temperatura de gelatinização: baixa

COMPORTAMENTO INDUSTRIAL:

o Peso de 1000 grãos com casca: 24,5 g o Renda do descascamento: 77,6 % o Casca: 22,4 % o Renda de polimento: 68,2 % o Rendimento de grãos inteiros: 64,0 % o Farelo: 9,4 %

ÁREA DE ADAPTAÇÃO: Todas as regiões de cultivo de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, segundo o Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura

1 Para os sistemas de semeadura em solo seco.

2 Varia com o local, safra agrícola e época de semeadura.

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TABELA 1. Resultados de rendimento de grãos (kg ha-1) obtidos nos Ensaios de

Avaliação do Valor de Cultivo e Uso (VCU) nas safras 2002/03 a 2005/06 em diversas regiões orizícolas do estado do Rio Grande do Sul. IRGA / EEA, 2007.

Região Local Ano IRGA 423

IRGA 417

BR-IRGA 410

Média CV %

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2003 8310 7530 7230 7380 7,46

Depressão Central Cachoeira do Sul 2003 6130 5180 5660 5420 13,20

Depressão Central Santa Maria 2003 5680 6210 6590 6400 7,63

Fronteira Oeste Uruguaiana 2003 10790 10570 9340 9955 10,90

Fronteira Oeste São Borja 2003 6890 6760 6910 6835 11,5

Campanha Dom Pedrito 2003 6710 5640 6720 6180 9,04

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2003 6990 7010 7950 7480 6,54

Planície Costeira Interna

Camaquã 2003 4850 3750 5370 4560 15,0

Depressão Central Cachoeirinha 2004 6670 8000 7140 7570 6,71

Depressão Central Cachoeira do Sul 2004 8860 7970 9000 8485 5,62

Depressão Central Santa Maria 2004 9150 9270 9930 9600 5,97

Fronteira Oeste Uruguaiana 2004 11470 10690 9870 10280 8,02

Fronteira Oeste São Borja 2004 10140 9190 9970 9580 10,4

Campanha Dom Pedrito 2004 10820 10010 11930 10970 8,93

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2004 8660 9070 9860 9465 5,22

Planície Costeira Interna

Camaquã 2004 6470 6300 6440 6370 10,20

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2005 8659 9081 9355 9218 5,83

Depressão Central Cachoeira do Sul 2005 10108 8908 11700 10304 7,16

Depressão Central Santa Maria 2005 9265 9422 9859 9641 6,27

Fronteira Oeste São Borja 2005 9372 9065 9742 9404 9,69

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2005 7592 7562 8467 8015 9,51

Planície Costeira Interna

Camaquã 2005 4763 5604 5379 5492 13,90

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2006 7733 6903 7792 7348 9,66

Depressão Central Santa Maria 2006 7141 7351 7865 7608 8,96

Fronteira Oeste Uruguaiana 2006 10340 9202 11800 10501 13,8

Média 8143 7850 8475 8162 9,08

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DIVERSIDADE GENÉTICA DOS ACESSOS MELHORADOS DA COLEÇÃO

NUCLEAR DE ARROZ DA EMBRAPA

Tereza Cristina de Oliveira Borba, Claudio Brondani, Rosana Brondani, Paulo Hideo Nakano Rangel. Embrapa Arroz e Feijão, Rodovia GO-462, km 12 Zona Rural C.P. 179 75375-000 Santo Antônio de Goiás-GO, [email protected].

A coleção nuclear de arroz da Embrapa (CNAE) é constituída por 550 acessos, estratificados em três grupos: variedades tradicionais, acessos provenientes de programas de melhoramento do exterior e acessos provenientes de programas de melhoramento brasileiros. A CNAE representa a variabilidade genética do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão, que possui mais de 10.000 acessos de arroz. Este trabalho teve como principais objetivos a caracterização molecular dos 242 acessos componentes dos grupos de acessos melhorados no Brasil e exterior, a determinação da estrutura populacional da CNAE, a obtenção de uma mini coleção nuclear e a construção de um painel de marcadores fluorescentes em sistema multiplex.

O material vegetal avaliado foi composto por 94 acessos do grupo de genótipos melhorados Brasileiros e 148 acessos do grupo de genótipos melhorados no exterior, perfazendo um total de 242 genótipos. Além disto, cada grupo continha acessos dos tipos de cultivo irrigado e terras altas. As extrações de DNA genômico foram realizadas segundo protocolo descrito por Brondani et al. (2002) e cada acesso foi representado por um bulk de quatro plantas. A caracterização molecular foi realizada com 86 marcadores SSR fluorescentes, disponíveis na literatura e em bancos de dados eletrônicos. Estes marcadores foram avaliados em painéis multiplexes em seqüenciador automático de DNA, modelo ABI 3100. A escolha destes marcadores foi realizada em função da qualidade dos produtos amplificados, de sua localização no genoma e de seus valores de PIC (Polymorphism Information Content). As análises realizadas utilizaram os seguintes softwares GDA (Genetic Data Analysis, Lewis & Zaykin, 2002), FSTAT (Goudet, 2001), Identity (Wagner & Sefc, 1999), Structure (Pritchard et al., 2000), Genetix (Belkhir et al., 2004) e NTSYS (Rohlf, 1989).

Os oitenta e seis marcadores SSR fluorescentes, divididos em 35 painéis, identificaram 1.066 alelos, com uma média de 12,4 alelos por loco e PIC médio de 0,75. Estes valores foram superiores aos encontrados na literatura, quando comparados aos obtidos pela análise de acessos do pool gênico cultivado do arroz. O conjunto de 86 marcadores SSR não identificou acessos geneticamente idênticos. Os acessos foram avaliados em bulk de DNA de quatro plantas, o que possibilitou a detecção de heterogeneidade para, pelo menos, um marcador em 67% dos acessos, e indica que mesmo analisando linhagens e cultivares com mais de 10 gerações de auto-fecundação, a caracterização molecular não deve ser baseada em apenas um indivíduo por acesso. A análise de estrutura de população identificou dois padrões de subdivisão: o primeiro, formado por dois subgrupos, de acordo com o sistema de cultivo (irrigado ou terras altas), e o segundo, formado por quatro subgrupos, de acordo com o tipo de cultivo e com a origem dos acessos (Brasil ou exterior). Entre os quatro subgrupos, o que apresentou maior variabilidade genética foi o melhorado no exterior com tipo de cultivo irrigado, apresentando os maiores valores de distância genética média, número médio de alelos e número de alelos privados (Tabela 1). O subgrupo melhorado no Brasil com tipo de cultivo de terras altas apresentou a menor variabilidade genética. Para acrescentar variabilidade genética nos acessos dos subgrupos irrigado e terras altas brasileiro, deverão ser priorizados cruzamentos com acessos dos subgrupos irrigado e terras altas do exterior, respectivamente. A mini coleção nuclear foi estabelecida com os 24 acessos com maiores valores de distância genética média (coeficiente de distância de Rogers modificado por Wright, 1978), e poderá ser utilizada como controle em experimentos de campo e estudos de caracterização molecular (Figura 1). A escolha de marcadores SSR fluorescentes para

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comporem um painel foi baseada na maior informatividade, capacidade de detecção de alelos privados e na faixa de tamanho dos alelos amplificados de cada marcador utilizado na caracterização dos 242 acessos da CNAE. O painel, composto por 24 marcadores SSR arranjados em quatro multiplexes contendo seis locos SSR cada, distinguiu todos os 242 acessos, apresentou

média de 15,4 alelos por loco e PIC médio de 0,80. Este painel está

sendo utilizado rotineiramente na caracterização de germoplasma de arroz e na formação de um banco de dados de freqüências alélicas no Laboratório de Biotecnologia da Embrapa Arroz e Feijão. O uso das informações provenientes de análises moleculares é fundamental na determinação da relação entre acessos de coleções nucleares, possibilitando a obtenção de importantes parâmetros genéticos, orientando a utilização destes acessos por geneticistas e melhoristas e também a adição de novos acessos à coleção de forma a incrementar a variabilidade genética desta.

Tabela 1. Parâmetros de diversidade genética entre acessos de diferentes grupos da CNAE.

Sub divisões Número

de acessos

Número médio de

alelos/loco RW

#

Diversidade Gênica

Subgrupos ES* 76 7.0 0.73 0.64 EI* 72 11.7 0.80 0.75 BS* 57 7.0 0.72 0.59 BI* 37 9.7 0.77 0.68

Origem dos acessos Acessos Estrangeiros 148 13.3 0.79 0.74 Acessos Brasileiros 94 8.9 0.73 0.68

Sistema de Cultivo Acessos Terras altas 133 10.9 0.74 0.64 Acessos Irrigado 109 12.3 0.80 0.74

* Acessos estrangeiros com tipo de cultivo sequeiro ou terras altas (ES), acessos estrangeiros com tipo de cultivo irrigado (EI), acessos brasileiros com tipo de cultivo sequeiro ou terras altas (BS) acessos brasileiros com tipo de cultivo irrigado (BI). # RW identifica a distância genética média de Rogers modificada por Wright (1978).

Figura 1. Dendrograma com os acessos da mini coleção nuclear selecionados à partir da distância

genética média obtida da avaliação por 86 marcadores SSR. A linha tracejada representa a distância genética média de RW (Rogers modificado por Wright, 1978) entre os 24 acessos selecionados (0,84) e o valor limite para a identificação dos grupos de similaridade identificados pelos números 1, 2 e 3. As letras U e L junto aos nomes dos acessos representam, respectivamente, os acessos com tipo de cultivo de terras altas e tipo de cultivo irrigado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BELKHIR, K.; BORSA, P.; CHIKHI, L.; RAUFASTE, N.; BONHOMME, F. Genetix Version 4.05.2. Université de Montpellier. 2001. Disponível em: <http://www.univ-montp2.fr/~genetix/genetix/genetix.htm>. Acesso em :5 mai 2004. BRONDANI, C.; RANGEL, P. H. N.; BRONDANI, R. P. V.; FERREIRA, M. E. QTL mapping and introgression of yield related traits from Oryza glumaepatula to cultivated rice (Oryza sativa) using microsatellite markers. Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v. 104, n. 6/7, p. 1192-1203, 2002. GOUDET, J. FSTAT. Version 2.9.3.2. Disponível em: <http://www.unil.ch/izea/softwares/fstat.html>. Accesso em 05 fev. 2002. LEWIS, P. O.; ZAYKIN, D. Genetic Data Analysis: Computer program for the analysis of allelic data. Version 1.0 . Disponível em: <http://lewis.eeb.uconn.edu/lewishome/software.html>. Accesso em: 21 nov. 2001. PRITCHARD, J. K.; STEPHENS, M.; DONNELLY, P. Inference of population structure using multilocus genotype data. Genetics, v. 155, n. 2, p. 945-959, 2000. ROHLF, F. J. NTSYSpc. Version 2.02g. 1989. WAGNER, H. W.; SEFC, K. M. IDENTITY 1.0. Center for Applied Genetics, University of Agricultural Sciences Vienna,1999. WRIGHT, S. Evolution and the genetics of populations. Variability within and among natural populations. Chicago, U. Chicago Press, 1978. v.4. Agradecimentos: Ao CNPq e a Embrapa Arroz e Feijão.

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TOLERÂNCIA DE ARROZ IRRIGADO A BAIXA TEMPERATURA NO ESTÁGIO DE GERMINAÇÃO

Juliana Vieira1, Rubens Marschalek2, Khadine Tatiane Appio3, Henri Stuker2. 1Convênio Acapsa/Epagri, 2Epagri - Estação Experimental de Itajaí, 3Bolsista CNPq. C.P.277, CEP 88301-970, Itajaí, SC, [email protected].

Em Santa Catarina a época de semeadura do arroz irrigado ocorre de agosto a

dezembro. Nos últimos anos, o Estado depara-se com oscilações na temperatura durante este período. As temperaturas chegam a variar de 9ºC a 29ºC em um mesmo mês no município de Itajaí (CIRAM, dados não publicados) (Figura 1).

Este fenômeno acarreta atraso da instalação das lavouras, ou mesmo na redução da velocidade e vigor de germinação.

Para contornar este problema, utilizam-se cultivares que tenham tolerância genética para germinar em condições de baixa temperatura.

Os bancos de germoplasma são importantes fontes de progenitores com potencial para característica de tolerância a baixas temperaturas durante a germinação. È necessário, porém, caracterizar a reação dos acessos sob estas condições.

O objetivo deste trabalho foi avaliar os acessos do banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri, na Estação Experimental de Itajaí (EEI), quanto à capacidade de germinar em baixa temperatura.

Foram testados 183 acessos, uma testemunha tolerante (Zenith) e uma testemunha suscetível (Epagri 109). Foram utilizadas 30 sementes de cada material com 4 repetições. As sementes foram colocadas em placas de petri com papel germinador com 10 mL de água. Os tratamentos foram conduzidos em BODs a 13ºC por 21 dias, enquanto que o controle foi submetido a 25ºC por 7 dias. O período estabelecido para permanência das sementes em BOD, em 13ºC e 25ºC, é de acordo com a metodologia de Rosso et al., (2005). Após este período foi feito a medida do coleóptilo.

Avaliou-se a percentagem de redução do crescimento do coleóptilo do tratamento a 13ºC em relação ao controle a 25ºC. Considerou-se tolerante aqueles que tiveram percentagem de redução do coleóptilo igual ou inferior a testemunha tolerante. Os resultados foram submetidos à análise de agrupamento através da distância euclediana pelo método de Ward. Em seguida foi efetuada análise de variância (ANOVA) e a diferença entre a média dos grupos foi feita pelo teste de Tukey 5%.

Através do dendrograma (Figura 2), observa-se a formação de 3 grandes grupos, um formado por 13 acessos tolerantes (A), um com 40 acessos de tolerância mediana (B) e outro por 130 acessos suscetíveis (C). Os acessos tolerantes e de tolerância mediana encontram-se listados na Tabela 1.

Comparativamente, se observa que no grupo dos acessos tolerantes (A), a redução no crescimento do coleóptilo foi significativamente menor que os grupos B e C (Tabela 2).

De acordo com Rosso et al. (2005) variedades da subespécie japônica são mais tolerantes que as da subespécie indica. No presente trabalho sete variedades da subespécie japônica foram tolerantes, quatro médio tolerantes.

Pode-se concluir com este trabalho, que o banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri possui fonte de variabilidade para tolerância à baixa temperatura durante a germinação, podendo ser utilizada em programas de melhoramento genético.

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Figura 1. Temperatura máxima e mínima nos meses de agosto a dezembro de 2004 a 2006, no município de Itajaí, SC (Ciram).

Figura 2. Dendrograma de similaridade para os acessos do banco de germoplasma de arroz

Irrigado da Epagri, obtido através da análise de agrupamento para reação à baixa temperatura na germinação (Itajaí-SC, Epagri-EEI, 2006).

0

5

10

15

20

25

30

35

Máxima Mínima Máxima Mínima Máxima Mínima

Tem

per

atu

ra (º

C)

2004 2005 2006

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Tabela 1. Relação de acessos de arroz irrigado da Epagri tolerantes e médio tolerantes quanto à reação a germinação em baixa temperatura (13ºC). Acessos Sub-espécie

Médio tolerantes Isolinea 21 Indica Usen Indica EEI 49 Indica CIAT 134 Indica Bico torto Indica Bojuru Japônica Drew Indica Wells Indica Kaybonnet Indica EEI-23 Indica Passarinho Japônica Pratão Precoce Indica BRS Firmeza Indica Empasc 101 Indica Fanny Japônica BR Irga 409 Indica Tuno CL Indica Batatais Indica CIAT 43 Indica VF 99134 Indica Lan Indica WC 277 Indica P899 Indica WC 47 Indica IAC 25 Japônica Irga 422 CL Indica Lacassine Indica PR 320 Indica Irga 408 Indica Yerua PA Indica Batatais longo Indica Taim Indica Epagri 107 Indica Línea 2 mejorada Indica CNA 8018 Indica Epagri 106 Indica SC 389 Indica Roma Indica Irga 418 Indica CNA 8019 Indica

Tabela 2. Teste de Tukey (5%) para média de percentagem de

redução do coleóptilo em acessos de arroz irrigado. Grupo Média Tukey (5%)

C 99,3644 a B 90,8503 b A 82,8205 C

CV (%) 1,767

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ROSSO, A.F. de; CRUZ, R.P. da; RICACHENEVSKY, F.K. Avaliação de genótipos de arroz para tolerância ao frio nos estágios de germinação e plântula. Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 4, Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 26, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria-RS: Orium, 2005, p. 41-43.

Acessos Sub-espécie Tolerantes

Zenith Japônica Chong Kuc Tae Pyang Japônica Yerua 11 Indica IAC 47 Indica Earl Japônica Brazos Indica BRS Pelota Indica EEA 406 Japônica Irga 416 Indica IAC 435 Indica CR 4102 Indica Caloro Indica Newrex Indica

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CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DO BANCO DE GERMOPLASMA DE ARROZ IRRIGADO DA EPAGRI

Juliana Vieira1, Rubens Marschalek2, Rubens Onofre Nodari3, Henri Stuker2, Khadine Tatiane Appio4, Jaqueline Muniz4. 1Convênio Fundagro/Acapsa/Epagri, 2Epagri - Estação Experimental de Itajaí, C.P.277, CEP 88301-970, Itajaí, SC. 3UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 4Bolsistas do CNPq junto à Epagri no Projeto nº 50.7396/2004-9. E-mail: [email protected]

A variabilidade genética contida nos acessos dos bancos de germoplasma, apresenta valor inestimável ao melhoramento genético de espécies vegetais, por isso, é necessário que a diversidade genética seja conhecida. Para isso pode-se utilizar um método específico ou uma combinação de métodos, sendo esses: morfológico, bioquímico, molecular e citológico.

O banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri na Estação Experimental de Itajaí (EEI) é composto de 254 acessos conservados de forma ex situ em câmara fria com 18ºC e 25% de umidade relativa.

O objetivo deste trabalho foi caracterizar morfológica e molecularmente 95 acessos do banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri-EEI.

Nos acessos estudados inclui-se 12 cultivares desenvolvidas pela EEI; 10 acessos da subespécie japônica e 85 acessos da sub-espécie indica.

A caracterização morfológica foi realizada em duas safras (2004/05 e 2005/06) visando aferir caracteres quantitativos. Utilizaram-se 43 descritores do IPGRI (Instituto Internacional de Recursos Genéticos de Plantas) dos quais, 29 foram considerados marcadores morfológicos. Os resultados foram submetidos a análise de agrupamento usando método de Ward e a distância euclidiana (Statistica - versão 5.0).

A caracterização molecular foi feita na safra 2005/06. Coletaram-se 150 mg de folhas jovens. A extração do DNA seguiu o protocolo tradicionalmente utilizado em plantas (DOYLE & DOYLE, 1987). A qualidade do DNA extraído foi verificado por eletroforese horizontal em gel com 0,8 % de agarose. A concentração do DNA foi estimada por fluorômetro (VersaFluor – Bio-Rad), e as amostras diluídas para uma concentração padrão (25 ng/µL) e armazenados a 4 ºC até o uso.

Foi utilizado a técnica AFLP (polimorfismo de comprimento de fragmentos amplificados) seguindo-se o protocolo de Marschalek (2003), usando-se como enzimas de restrição a EcoRI e MseI, com quatro combinações de iniciadores (E40xM62, E13xM60, E40xM59, E40xM48) (KEYGENE, 2005).

Os fragmentos amplificados foram revelados em gel de poliacrilamida 6% e a eletroforese foi feita em cuba vertical 38 x 50 cm (Sequi GenGT – Bio Rad) nas condições eletroforéticas de 1640 V, 60 mA, 100 W e 45 oC, durante três horas. Os fragmentos foram revelados com nitrato de prata e, após a secagem dos géis ao ar, estes foram fotodocumentados por scanner. Os resultados foram analisados por análise de agrupamento com índice de Jaccard e pelo algorítmico UPGMA (Médias Aritméticas Não Ponderadas), no programa NTSYS.

A análise por marcadores morfológicos incluiu os acessos em dois grandes grupos (A e B) com grande variabilidade entre eles (>50%), no entanto, pouca diversidade entre os acessos. O grupo A é formado por 44 acessos e o grupo B por 51.

O grupo A é formado por acessos de tipo moderno e divide-se em dois subgrupos A1 e A2, sendo que o A1 é formado por 19 acessos e o A2 por 25 acessos. Todas as cultivares da Epagri estão inclusas no grupo A, sendo que as de ciclo longo apresentam-se no subgrupo A1 e as de ciclo médio e curto no subgrupo A2. Apenas a cultivar Empasc 100 agrupou-se no B, que é formado por acessos de tipo tradicional, com ampla diversidade morfológica. Todos os acessos da subespécie japônica situam-se no grupo B

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(com 5 no subgrupo B1 e 5 no subgrupo B3). Os acessos do subgrupo B3 são os mais divergentes morfologicamente.

Na caracterização molecular identificou-se 117 marcadores, destes, 98 foram polimórficos (84%), com uma média de 21 marcadores polimórficos por iniciador.

No dendrograma, observa-se a formação de três grandes grupos (A’, B’ e C’) com grande similaridade entre eles (72%) e considerável diversidade entre os acessos dentro dos grupos (Figura 2). O acesso 25 (RCN-B-93-176) é o mais divergente, formando o grupo A. O grupo B subdivide-se em dois subgrupos, B1’ e B2’. O primeiro é formado por 16 acessos e o segundo subdivide-se novamente em B2’.1 e B2’.2. O B2’.1 é formado por sete acessos e o B2’.2 por 55 acessos, sendo que oito são da subespécie japônica. O grupo C’ é formado por dois subgrupos C1’ e C2’, com três acessos no primeiro subgrupo e 13 no segundo. O subgrupo C2’ abrange todas as cultivares da Epagri com exceção da cultivar Epagri 106 (acesso seis) que se classifica no subgrupo C1’.

A diferença entre os grupos foi maior na caracterização morfológica e a variabilidade genética entre os acessos foi maior na caracterização molecular.

O estudo da diversidade genética em arroz irrigado através de marcadores morfológicos e moleculares constitui-se em importante ferramenta ao melhoramento genético.

Conclui-se que os 95 acessos de arroz irrigado da Epagri-EEI possuem ampla diversidade genética entre eles e que, nos dois tipos de caracterização, evidencia-se o estreitamento da base genética nas cultivares da Epagri, que condiz com estreitamento similar já descrito em outros programas de melhoramento de arroz no Brasil (RANGEL et al., 1996). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L. A rapid DNA isolation procedure for small quantities of fresh leaf tissue. Phytochemical Bulletin, v. 19, p. 11-15, 1987. KEYGENE. Disponível em: <http://wheat.pw.usda.gov/ggpages/keygeneAFLPs.html>. Acesso em: 10 ago. 2005. MARSCHALEK, R. Marker assited selection for the development of intervarietal substitution lines in rapeseed (Brassica napus L.) and the estimation of QTL effects for glufosinate content. Gottingen: Cuvillier verlag, Alemanha, 2003, 122 p. RANGEL, P.H.N.; GUIMARÃES, E.P.; NEVES, P.C.F. Base genética das cultivares de arroz (Oryza sativa L.) irrigado do brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 31, n.5, p. 349-347. 1996.

Distância Euclediana

A92 A57 A91 A76 A34 A29 A10 A58 A60 A6

A50 A35 A90 A7

A69 A61 A49 A93 A5

A66 A27 A17 A85 A55 A3

A82 A18 A9

A12 A11 A8

A24 A95 A22 A38 A33 A21 A89 A32 A74 A40 A4

A43 A2

A26 A25 A20 A19 A42 A41 A67 A56 A48 A52 A39 A83 A23 A62 A54 A14 A87 A75 A70 A59 A51 A45 A84 A73 A53 A47 A30 A72 A15 A68 A46 A31 A36 A13 A86 A63 A88 A37 A44 A16 A94 A77 A81 A71 A65 A80 A78 A79 A64 A28 A1

0 10 20 30 40 50 60

Ace

sso

s d

e ar

roz

irri

gad

o

B

A

B1

B2

B3

A1

A2

0 10 20 30 40 50

Figura 1. Dendograma de distância genética entre os acessos do banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri, obtido através da análise de agrupamento empregando-se descritores morfológicos (Itajaí-SC, Epagri-EEI, 2007).

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10

1

13

14

8

11

9

10

12

2

3

5

4

7

6

15

16

17

18

26

20

23

28

36

24

64

37

54

40

48

49

10

56

57

51

41

44

43

50

58

59

55

66

74

75

76

63

70

61

31

32

33

38

39

42

45

46

69

47

60

52

71

10

79

65

72

78

73

68

67

53

62

77

34

19

27

35

29

21

22

30

80

81

83

84

82

85

86

87

90

94

88

95 89

91

92

93

25

Figura 2. Dendrograma de similaridade para os acessos do banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri, obtido através da análise de agrupamento empregando-se marcadores moleculares (Itajaí-SC, Epagri-EEI, 2007).

0,70 0,75 0,82 0,88 0,94

Similaridade

Ace

sso

s d

e ar

roz

irri

gad

o

A’

B’

C’

B1’

B2’

B2.2’

B2.1’

C1’

C2’

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PROGRAMA DE MELHORAMENTO DE ARROZ HÍBRIDO DA PARCERIA INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ/FAZENDA ANA PAULA

Antonio Folgiarini de Rosso

(1), Sérgio Iraçu Gindri Lopes

(1), Mara Cristina Barbosa Lopes

(1),

Renata Pereira da Cruz(1)

, Paulo Sérgio Carmona(1)

, Lianfang Wang(2)

, Ricardo Scherer(2)

. 1Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494, 94930-030,

Cachoeirinha, RS. [email protected] 2Fazenda Ana Paula.

A necessidade cada vez maior de produzir alimentos, principalmente aqueles que chegam a todas as classes sociais, como o arroz, aliada à necessidade de obtenção de altos rendimentos para redução dos custos de produção, são desafios constantes para a pesquisa. Desenvolver novos genótipos que atendam essas necessidades é parte deste desafio. O desenvolvimento de híbridos de arroz é uma das alternativas que têm sido sugeridas para tentar superar o patamar de rendimento das cultivares modernas, e assim, aumentar o potencial produtivo. A exploração da heterose ou vigor híbrido em arroz foi possível a partir das pesquisas realizadas na China iniciadas em 1964. As ferramentas genéticas, linhas macho-estéreis citoplasmáticas (A), mantenedoras (B) e restauradoras (R), essenciais para a produção de híbridos de arroz foram desenvolvidas em 1973 e, a partir de 1976, ano do primeiro híbrido comercial lançado, a área expandiu rapidamente naquele País, sendo cultivados em mais de 50% da área ou cerca de 16 milhões de hectares. No IRGA, os trabalhos em melhoramento de híbridos de arroz foram iniciados a partir da parceria com a Fazenda Ana Paula e o Instituto de Pesquisa de Arroz de Hunan, na safra 2003/04, visando além do lançamento de híbridos adaptados às condições do estado do Rio Grande do Sul (RS), ter maior conhecimento e domínio da tecnologia. O objetivo deste trabalho foi descrever as principais atividades e a metodologia utilizada no desenvolvimento de cultivares híbridas de arroz para o RS. O arroz, por ser uma espécie autógama, deve envolver um sistema de macho-esterilidade como pré-requisito para exploração comercial da heterose. A macho-esterilidade genético-citoplasmática (CMS) tem sido identificada como a forma mais prática de desenvolver híbridos comerciais de arroz, pois não dependente de fatores do ambiente como temperatura ou fotoperíodo, como no sistema de macho esterilidade genético ambiental (EGMS). Por isso, ênfase tem sido dada à obtenção de híbridos de três linhas, que embora seja mais trabalhoso, pela necessidade de produção de semente em duas etapas, parece ser mais estável que os híbridos de duas linhas. Como esquema básico, o programa tem sido conduzido em duas safras por ano. Em Cachoeirinha/RS, no verão, é conduzido o desenvolvimento de linhas parentais (linhas CMS, mantenedoras e restauradoras), avaliação de híbridos e multiplicação de semente genética dos híbridos promissores. Em Penedo/AL, geração de inverno, prossegue o desenvolvimento de linhas parentais e são efetuados cruzamentos para obtenção de novos híbridos. No campo, as características de planta utilizadas como critério de seleção de segregantes superiores são aquelas mais correlacionadas com alto rendimento de grãos como estatura, capacidade de afilhamento, ângulo dos afilhos e da folha bandeira, panículas maiores e com maior número de grãos. Na safra 2006/07, em Cachoeirinha, os fatores que mais contribuíram para a eliminação de linhas parentais segregantes foram a suscetibilidade à brusone e bico de papagaio e deficiências na qualidade dos grãos (baixo rendimento de grãos inteiros e alto índice de centro branco). A multiplicação de sementes realizada em Cachoeirinha compreende duas etapas. A primeira é a multiplicação da linhagem macho-estéril (linha A x linha B) e a segunda, a obtenção do híbrido comercial (linha A x Linha R). Na safra 2007/2008 será iniciada, em lavouras de produtores, a multiplicação de um dos híbridos promissores com a finalidade de ampliação do volume de sementes comerciais. Neste aspecto, pelo trabalho e pelo

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custo de produção de sementes, um dos fatores determinantes para tornar viável o cultivo de híbridos é a densidade de semeadura. Enquanto para as cultivares a recomendação é de 350 sementes aptas por m

2, o que corresponde a cerca de 120 kg ha

-1, para os híbridos

os resultados têm mostrado que 50 kg ha-1 de sementes aptas permitem obter um estande

adequado. A utilização de maior espaçamento entre linhas que o empregado nas cultivares possibilita, além da melhor ocupação dos espaços pela maior capacidade de afilhamento dos híbridos, maior incidência de radiação solar entre as plantas, contribuindo para uma melhor sanidade das mesmas, assim como maior resistência do colmo em relação ao acamamento. Na etapa de avaliação final dos híbridos são realizados ensaios de rendimento nas principais regiões orizícolas do RS, compreendendo os municípios de Cachoeirinha, Cachoeira do Sul, Camaquã, Dom Pedrito, Santa Maria, Uruguaiana, São Borja e Santa Vitória do Palmar. Na safra 2003/04 foram avaliados dois híbridos (híbridos 1 e 2), em 2004/05 seis híbridos (híbridos 1-6) e na safra 2005/06 avaliados quatro híbridos (híbridos 2, 7, 8 e 9). Em todas as safras foram mantidas as mesmas cultivares testemunhas, BR-IRGA 410 e IRGA 417. Os resultados das três safras de avaliação dos híbridos desenvolvidos pela parceria IRGA/Fazenda Ana Paula estão compilados na Figura 1. Nesta avaliação, procurou-se estimar a evolução do programa pela heterose padrão obtida, ou seja, comparou-se em cada safra o melhor híbrido com a melhor testemunha. Nas duas primeiras safras o híbrido 2 foi o mais produtivo e na terceira, o híbrido 9 foi o que atingiu o maior rendimento de grãos. Nas três safras a cultivar testemunha BR-IRGA 410 foi a mais produtiva. Figura 1. Evolução da heterose padrão, obtida entre o híbrido 2 (2003/04 e 2004/05) e

híbrido 9 (2005/06), em relação à cultivar testemunha BR-IRGA 410 utilizada nas três safras.

Safra agrícola

2003/04 2004/05 2005/06

Ren

dim

ento

de

grã

os (

t ha-1

)

0

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

TestemunhaHeterose padrão

17,6 % 16,5 %

29,9 %

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A heterose padrão esteve ao redor de 17% nas duas primeiras safras (2003/04 e 2004/05), quando o híbrido 2 foi o mais produtivo. Contudo, na safra 2005/06, com a inclusão de novos híbridos, o que apresentou maior rendimento de grãos foi o híbrido 9, elevando a heterose padrão para 29,9%. Considerando-se que este híbrido permanece em avaliação, principalmente pelo potencial de rendimento, espera-se que a heterose permaneça acima de 20%. Em razão de ser um programa novo, e como até a safra 2006/07 foram avaliados 12 híbridos promissores, espera-se manter uma vantagem mínima entre 20 e 30%. Essa vantagem em rendimento de grãos dos híbridos sobre as cultivares convencionais é necessária para compensar os custos adicionais na produção de sementes dos híbridos. Com relação à qualidade de grão, mais especificamente ao aspecto dos grãos polidos ou centro branco, houve avanços significativos desde o início do programa e, entre os últimos híbridos obtidos, vários apresentam aspecto semelhante às cultivares comerciais. Entretanto, a busca híbridos com melhor aspecto de grão e de heterose padrão acima de 20% continuam sendo os dois maiores desafios do programa de melhoramento. Conteúdo de amilose e temperatura de gelatinização estão dentro dos padrões das cultivares comerciais atuais. Espera-se que, além da maior capacidade produtiva, os híbridos também apresentem maior estabilidade de produção, em razão de serem provavelmente mais adaptados aos ambientes pela flexibilidade proporcionada pela heterozigosidade. Além disso, por serem derivados de parentais de diferentes origens, podem contribuir para a ampliação da base genética dos genótipos cultivados no RS. A expressão do potencial produtivo será maximizada se forem utilizadas práticas de manejo para obtenção de altas produtividades, por isso, essa tecnologia provavelmente apresentará maiores resultados para produtores de arroz que utilizam alto nível tecnológico em suas lavouras. No primeiro momento, os cultivares híbridos de arroz devem efetivamente conferir ganho em produtividade sem prejuízos da qualidade industrial e culinária. Entretanto, o apoio da agricultura de precisão para uma correta distribuição das sementes e dos adubos e um manejo otimizado para a obtenção de altos rendimentos são indispensáveis para superar os custos adicionais de produção. Cabe salientar que a produção comercial de sementes híbridas permanece também como um dos maiores desafios para o sistema. Considerando-se os resultados obtidos nestas três primeiras safras, onde observou-se híbridos com desempenho superior, tanto em rendimento de grãos como em características relacionadas à qualidade, como aspecto dos grãos polidos e rendimento de grãos inteiros, são boas as possibilidade de lançamento para cultivo comercial a curto prazo.

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PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ARROZ PARA O SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO NO INSTITUTO RIO GRANDENSE

DO ARROZ

Antonio Folgiarini de Rosso, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Dieter Kempf, Mara Cristina Barbosa Lopes, Paulo Sérgio Carmona, Oneides Antonio Avozani, Renata Pereira da Cruz, Gustavo Daltrozo Funck. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494, 94930-030, Cachoeirinha, RS. [email protected] Todas as cultivares lançadas pelos programas de melhoramento para cultivo comercial no Rio Grande do Sul (RS) até o presente foram desenvolvidas no sistema de cultivo convencional. Nessa condição, tendem a expressar seu potencial produtivo quando conduzidas no mesmo sistema pelo qual foram obtidas. A utilização do sistema de cultivo com arroz pré-germinado em áreas expressivas no RS requer cultivares mais resistentes ao acamamento que as cultivares atuais. O objetivo deste trabalho foi descrever as principais atividades e a metodologia utilizada pelo programa de melhoramento genético de arroz do IRGA no desenvolvimento de cultivares adaptadas ao sistema de cultivo pré-germinado para o RS. As ações do programa de melhoramento do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), visando identificar genótipos mais adaptados ao sistema, iniciaram-se pela avaliação de cultivares locais e introduzidas, assim como linhagens promissoras do programa de melhoramento da Estação Experimental do Arroz do IRGA. De maneira geral esses genótipos não apresentavam desempenho desejável, principalmente com relação à resistência ao acamamento, por terem sido desenvolvidos no sistema de preparo do solo convencional. A partir da safra 1997/98 iniciou-se um programa específico de melhoramento para o sistema pré-germinado, com a realização dos primeiros 52 cruzamentos simples. Na safra seguinte (1998/99) foram realizados novos cruzamentos simples (35) e os triplos com os 52 simples da safra anterior (Tabela 1). Para a escolha dos genitores selecionou-se as melhores linhagens do programa de melhoramento do IRGA, com adaptação no estado do Rio Grande do Sul, com bom potencial de rendimento e com boa qualidade dos grãos, e genótipos introduzidos, com colmos fortes e adaptação ao sistema de cultivo pré-germinado. A geração F1 foi cultivada em Cachoeirinha, sendo que nas populações originárias de cruzamentos triplos foi feita seleção individual de plantas, que foram cultivadas no sistema de preparo do solo convencional. A partir da safra 2000/01 começou-se em Cachoeirinha a seleção de plantas em populações F2 semeadas diretamente no sistema pré-germinado, esperando-se dessa forma identificar plantas mais adaptadas desde as primeiras gerações segregantes. O mesmo procedimento foi feito para o cultivo da geração F3. A geração F4 foi cultivada no sistema convencional durante o inverno de 2002 (maio a setembro), em Imperatriz (MA), com o objetivo de avançar a geração, tendo um total de 905 populações (Tabela 1). A geração F5, composta de 645 populações, foi novamente cultivada no sistema pré-germinado, em Cachoeirinha, em parcelas de 2,0 m

2, onde selecionou-se 400 plantas

individuais. Após o descarte pelos critérios de qualidade dos grãos e das reações à toxidez por ferro e à brusone, obteve-se 367 linhagens, que foram multiplicadas durante o inverno de 2003 em Penedo (AL). A partir desse ponto iniciou-se três atividades simultâneas: a) Produção de sementes genética, no sistema panícula por linha; b) Ensaios de rendimento no sistema de cultivo pré-germinado; c) Ensaios de rendimento no sistema de preparo do solo convencional (Tabela 1). Na safra 2003/04 os ensaios de rendimento (pré-germinado e convencional) foram realizados em blocos aumentados de Federer, com uma repetição, e em dois locais. Nas safras seguintes (2004/05 a 2006/07) os ensaios foram realizados no delineamento de blocos ao acaso, com mais de uma repetição, e em vários locais do RS (Tabela 1). Ao final

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Tabela 1. Atividades desenvolvidas no programa de melhoramento para o sistema de cultivo de arroz pré-germinado no IRGA. IRGA / EEA, 2007.

Safra Agrícola ou Ano Local Atividades Quant.1

Nº pl. / linh.

Selec. 1997/98 Cachoeirinha Cruzamentos simples 52 ---

1998/99 Cachoeirinha Cruzamentos simples e triplos 87 --- 1999/00 Cachoeirinha Geração F1 – convencional 87 295 (Trp)

2000/01 Cachoeirinha Geração F2 – pré-germinado 330 874

2001/02 Cachoeirinha Geração F3 – pré-germinado 774 1094 2002–Inverno Imperatriz, MA Geração F4 – convencional 905 ---

2002/03 Cachoeirinha Geração F5 – pré-germinado 645 400 2003–Inverno Penedo, AL Geração F6 – convencional 367 ---

Cachoeirinha Semente genética

Arroio Grande Cachoeirinha

Ensaio rendimento preliminar em pré-germinado 2003/04

Uruguaiana Ensaio rendimento preliminar

em convencional

300 25

Cachoeirinha Semente genética Arroio Grande Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha

Ensaio rendimento em pré-germinado

2004/05

Cachoeirinha Uruguaiana

Ensaio rendimento em convencional

(Ensaio Ciclo Longo)

25 10

Cachoeirinha Semente genética

Arroio Grande Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha

Ensaio rendimento em pré-germinado

2005/06

Cachoeira do Sul Cachoeirinha Uruguaiana

Ensaio rendimento em convencional

(Ensaio Ciclo Longo)

10 6

Cachoeirinha Semente genética

Arroio Grande Cachoeirinha Santo Antônio da Patrulha

Ensaio rendimento em pré-germinado

2006/07

Cachoeira do Sul Cachoeirinha (2)

2

Camaquã Dom Pedrito Santa Maria Santa Vitória do Palmar (2) São Borja Uruguaiana (2)

Ensaio de rendimento em convencional

(Ensaio de Avaliação do Valor de Cultivo e Uso – VCU)

6 4

2007–Inverno Lagoa da Confusão, TO Multiplicação de semente 4 ---

1 Número de cruzamentos, de populações ou de linhagens;

2 Ensaio realizado em duas épocas de semeadura.

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de cada safra os dados das avaliações de campo (fenotípicas, agronômicas e adaptação ao pré-germinado), de qualidade de grãos e dos viveiros especiais de toxidez de ferro e de doenças, foram integralizados e as melhores populações ou linhagens foram selecionadas para a seqüência do trabalho de melhoramento nas gerações posteriores. Os números relativos ao volume de material genético avaliado e selecionado encontram-se na Tabela 1. As populações F2 e as linhas segregantes em F3 e F5, bem como a maior parte dos ensaios de rendimento foram conduzidos no sistema pré-germinado, utilizando-se práticas de manejo que favorecessem o acamamento, como alto nível da lamina de água e doses elevadas de nitrogênio, para melhor identificação dos genótipos resistentes para aquele caráter. No ensaio de rendimento preliminar foram avaliadas 300 linhagens nos dois sistemas de cultivo (pré-germinado e convencional) e este número foi reduzido para quatro linhagens após a análise dos dados da safra 2006/07 (Tabela 1). Estas linhagens, com os respectivos genitores, estão relacionadas na Tabela 2, serão multiplicadas durante o inverno no município de Lagoa da Confusão, TO, para incremento de sementes e início da fase de validação em “Unidades de Observação” junto a produtores que utilizam tradicionalmente o sistema de cultivo pré-germinado no estado do RS. O tempo de desenvolvimento das linhagens elites foi de 10 anos, onde foram cultivadas 13 gerações, considerando os três cultivos realizados durante o inverno (safra e local destacado em negrito na Tabela 1). Neste período foram feitos sete cultivos no sistema pré-germinado (atividade destacada em itálico na Tabela 1), onde foi testada a adaptação a esse sistema de cultivo. As quatro linhagens elites listadas na Tabela 2 são de ciclo médio (situando-se entre as cultivares BR-IRGA 409 e BR-IRGA 410), tolerantes a toxidez por excesso de ferro, apresentam boa qualidade dos grãos e alto potencial de rendimento. Nos ensaios realizados demonstraram resistência ao acamamento, com colmos fortes e estatura adequada ao sistema pré-germinado. Tabela 2. Denominação das linhagens elites do programa de melhoramento do IRGA para

o sistema de cultivo pré-germinado e os respectivos genitores. IRGA / EEA, 2007.

Nº Denominação Genitores

1 IRGA 2911-24-3-I-1Pg

2 IRGA 2911-47-3-I-1Pg IRGA 1598-3-2F-1-4-1 / EPAGRI 108

3 IRGA 2913-45-2-I-2

4 IRGA 2913-56-4-I-3Pg IRGA 1598-3-2F-1-4-1 / CT 8008-16-31-8P-1

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CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES DE IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA EM ARROZ IRRIGADO, AVALIADOS EM EXPERIMENTOS A CAMPO E EM CASA

DE VEGETAÇÃO Franciéle Olivo(1), Ivandro Bertan(1), Ariano Martins Magalhães Junior(2), Paulo Ricardo Reis Fagundes(2), Antônio Costa de Oliveira(1), Fernando Irajá Félix de Carvalho(1) - ¹Universidade Federal de Pelotas/Centro de Genômica e Fitomelhoramento. Campus Universitário s/no, caixa postal 354, Pelotas-RS. [email protected]; 2Embrapa Clima Temperado, BR 329 Km 78, Caixa Postal 403, Cep 96001-970, Pelotas – RS. As estimativas da correlação entre caracteres representam grande utilidade em diversas áreas de pesquisa agronômicas, e principalmente no melhoramento genético vegetal, por fornecer subsídios que facilitam a seleção, aumentando a eficiência na seleção de genótipos superiores. Duas ou mais variáveis estão correlacionadas quando as alterações sofridas por uma delas são acompanhadas por modificações nas outras. Neste sentido, quando o caráter desejado é difícil de ser selecionado devido a dificuldades de avaliação/identificação, ou apresenta baixa herdabilidade, pode ser mais conveniente selecionar de forma indireta caracteres de alta herdabilidade e facilmente mensuráveis. Além disto, conforme descrevem VENCOVSKY & BARRIGA (1992), o estudo da natureza e a magnitude das relações existentes entre caracteres é importante, pois o melhoramento requer aprimorar o genótipo não para caracteres isolados, mas para um conjunto simultaneamente. No caso do arroz, vale ressaltar ainda o fato de que muitos caracteres da planta também são empregados como descritores da espécie, e representam avaliações onerosas e de difícil mensuração. Em determinadas situações que estes caracteres apresentem variação altamente dependente da ocorrida em outro de mensuração mais simples, é possível recomendar sua substituição, justificando desta forma a realização de estudos de correlações. Considerando a grande aplicabilidade dos estudos de correlações entre caracteres na orientação dos trabalhos de melhoramento genético, o presente estudo teve por objetivo estimar os coeficientes de correlação entre 24 caracteres fenotípicos de importância agronômica em arroz. O experimento foi conduzido em casa de vegetação e na área experimental da Embrapa Clima Temperado – Estação de Terras Baixas, localizado no município de Capão do Leão, RS, no ano de 2006. No estudo foram incluídos dezesseis genótipos de arroz que representam constituições genéticas melhoradas por programas de melhoramento situados na região sul do Brasil. Nestes genótipos foram mensurados os seguintes caracteres: cor da folha, pubescência da folha, ângulo da folha bandeira, altura da planta, comprimento do colmo, comprimento da folha bandeira, largura da folha bandeira, espessura do colmo, comprimento da panícula, tipo de panícula, exerção da panícula, pubescência das glumelas, coloração das glumelas, ciclo total, peso de panícula, número de grãos degranados, número de grãos panícula-1, número de grãos estéreis, peso de mil grãos, comprimento de grão sem casca, largura de grão sem casca, espessura de grão sem casca, relação de comprimento largura-1 do grão e forma do grão. A correlação foi estimada pelo método de Person, com auxílio do programa computacional Genes (CRUZ, 2001), utilizando a variância genotípica obtida nas médias dos genótipos para cada caráter, ou seja, excetuando a proporção atribuída ao ambiente. Os resultados obtidos mostraram grandes diferenças na magnitude dos valores de correlação, de modo que foram destacados aqueles que se revelaram significativos pelo teste t (P>0,05) e aqueles de ordem expressivamente elevada, ou seja, superiores a 0,90 (Tabela 1). Em relação aos mais elevados coeficientes de correlação, podem ser destacados, por exemplo, as associações entre comprimento do colmo (CC) x altura da planta (AP), para ambas condições experimentais (0,97 e 0,96 para avaliação a campo e casa de vegetação, respectivamente), pubescência da folha (PF) x pubescência das

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glumelas (PG) (0,95 e 0,98), comprimento de panícula (CP) x número de grãos panícula-1 (NGP) (0,91 e 0,90), número de grãos panícula-1 (NGP) x peso de panícula (PP) (0,96 em casa de vegetação), número de grãos degranados (NGD) x número de grãos estéreis (0,95 e 0,92), comprimento do grão sem casca (CGC) x relação comprimento largura-1 do grão (RCL) (0,97 e 0,94) e largura do grão sem casca (LGC) x relação comprimento largura-1 do grão (RCL) (0,96 e 0,95). Em situações práticas, os elevados valores verificados entre tais caracteres, indicam que a mensuração de apenas um caráter é suficiente para prever a variação do outro. Também, como os elevados valores foram constatados, na maioria dos casos, para ambas as condições experimentais, é possível ter elevada confiabilidade nas inferências realizadas nas referidas associações de caracteres. Para casos específicos onde os coeficientes foram negativos, isto se explica pelo fato da direção das variações ocorridas em um caráter ser oposta àquela verificada no outro, havendo mesmo assim a possibilidade de aplicação prática dos dados obtidos. Como exemplo, há forte indício de que os incrementos na largura do grão sem casca (LGC) estão acompanhados pela redução da relação comprimento largura-1 do grão (RCL) em arroz. Em análise aos demais coeficientes de correlação, é possível considerar ainda como promissores para seleção indireta, todos aqueles valores que se mostraram com magnitudes entre 0,60 e 0,90. Este critério de níveis de confiabilidade para utilização em prática dos dados é semelhante ao estabelecido por Carvalho et al. (2004). Assim, as pesquisas realizadas em arroz e que desejem utilizar caracteres semelhantes aos avaliados no presente estudo, podem lançar mão destas informações e simplificar suas análises, principalmente se detendo a redução do número de caracteres quando estes estiverem altamente associados a um outro de mais fácil mensuração.

Referências bibliográficas CARVALHO, FERNANDO I. F.; LORENCETTI, CLAUDIR; BENIN, GIOVANI. Estimativas e implicações da correlação no melhoramento vegetal. Pelotas: Ed. Universitária da UFPel, 2004.142 p. CRUZ, C.D. Programa genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: UFV, 2001. 648p. VENCOVSKY, R. & BARRIGA, P. Genética Biométrica no Fitomelhoramento. Ribeirão Preto, Revista Brasileira de Genética, 1992. 496 p.

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Tabela 1. Correlações entre 24 caracteres fenotípicos e qualitativos em arroz, considerados como descritores na espécie, resultantes da avaliação de 16 cultivares em condições de campo (diagonal superior) e em casa de vegetação (diagonal inferior). Embrapa Terras Baixas, Pelotas, 2007

(+) CF PF AFB AP CC CFB LFB EC CP TP EP PG CG CT PP NGD NGP NGE PMG CGC LGC EGC RCL FG

CF 1 -0,24 -0,20 0,16 0,16 0,31 0,11 0,25 0,12 -0,09 0,20 -0,24 -0,09 0,57 -0,14 -0,13 0,32 0,11 0,40 -0,03 0,15 0,32 -0,09 -0,09

PF -0,24 1 0,25 -0,20 -0,32 -0,48 0,40 0,58 0,43 0,39 -0,25 0,95 -0,16 -0,42 0,59 0,45 0,40 0,52 0,14 0,51 -0,53 -0,41 0,52 -0,16

AFB -0,20 0,25 1 -0,67 -0,72 -0,11 0,23 0,21 0,35 -0,14 -0,67 0,25 0,45 -0,26 0,22 -0,26 0,06 -0,04 -0,35 0,47 -0,72 -0,64 0,62 -0,14

AP 0,39 -0,08 -0,71 1 0,97 0,06 -0,34 -0,06 -0,14 0,08 0,42 -0,20 -0,61 0,31 0,02 0,58 0,08 0,33 0,30 -0,12 0,35 0,45 -0,23 -0,04

CC 0,42 -0,18 -0,76 0,96 1 0,03 -0,49 -0,22 -0,29 0,07 0,45 -0,32 -0,52 0,31 -0,17 0,41 -0,11 0,19 0,20 -0,33 0,52 0,55 -0,43 -0,02

CFB -0,27 -0,14 -0,11 -0,09 -0,21 1 0,13 -0,21 0,31 -0,38 0,43 -0,48 0,20 0,42 0,17 -0,49 0,43 -0,52 0,35 -0,25 0,22 0,43 -0,27 0,13

LFB 0,19 0,40 0,23 -0,06 -0,28 0,10 1 0,76 0,72 -0,04 -0,19 0,40 0,12 -0,23 0,43 0,06 0,68 0,07 0,36 0,62 -0,56 -0,32 0,59 0,09

EC 0,03 0,65 0,30 -0,04 -0,16 -0,07 0,77 1 0,59 0,40 -0,03 0,58 -0,10 0,11 0,65 0,16 0,71 0,23 0,67 0,73 -0,44 -0,14 0,59 -0,12

CP 0,25 0,33 0,19 0,13 -0,11 0,42 0,67 0,51 1 0,07 -0,31 0,43 0,15 -0,16 0,83 0,16 0,91 0,28 0,23 0,65 -0,71 -0,40 0,71 -0,27

TP -0,13 0,57 0,23 0,23 0,12 -0,28 0,19 0,37 0,34 1 0,14 0,39 -0,06 -0,11 0,32 0,26 0,07 0,14 0,29 0,03 0,14 0,22 -0,08 -0,06

EP 0,20 -0,25 -0,67 0,47 0,57 0,49 -0,21 -0,07 -0,18 -0,23 1 -0,25 -0,45 0,66 -0,18 -0,15 0,01 -0,41 0,57 -0,48 0,70 0,87 -0,63 0,14

PG -0,24 0,98 0,25 -0,08 -0,18 -0,14 0,40 0,65 0,33 0,57 -0,25 1 -0,16 -0,42 0,59 0,45 0,40 0,52 0,14 0,51 -0,53 -0,41 0,52 -0,16

CG -0,09 -0,16 0,45 -0,58 -0,65 0,27 0,18 -0,04 0,21 -0,09 -0,45 -0,16 1 -0,27 -0,04 -0,70 -0,02 -0,42 -0,42 -0,19 0,01 -0,26 -0,09 -0,06

CT 0,76 -0,45 -0,31 0,46 0,54 0,01 -0,06 -0,09 -0,02 -0,28 0,56 -0,45 -0,24 1 -0,15 -0,23 0,14 -0,21 0,36 -0,22 0,42 0,58 -0,33 -0,05

PP 0,32 0,16 0,31 0,15 -0,03 -0,02 0,79 0,72 0,68 0,17 -0,16 0,16 -0,10 0,23 1 0,40 0,82 0,40 0,39 0,65 -0,56 -0,31 0,62 -0,23

NGD -0,37 0,09 0,31 -0,06 -0,07 -0,54 -0,17 -0,26 -0,09 0,17 -0,70 0,09 -0,30 -0,52 0,06 1 0,24 0,95 0,14 0,54 -0,40 -0,27 0,49 -0,07

NGP 0,11 0,33 0,10 0,26 0,04 0,23 0,79 0,76 0,90 0,22 -0,05 0,33 -0,08 0,00 0,96 -0,08 1 0,32 0,58 0,60 -0,44 -0,10 0,53 -0,15

NGE -0,29 0,34 0,08 0,22 0,11 -0,31 -0,08 0,05 0,14 0,35 -0,54 0,34 -0,28 -0,35 0,14 0,92 0,11 1 -0,03 0,54 -0,47 -0,41 0,53 -0,04

PMG 0,32 0,13 -0,41 0,50 0,47 0,53 0,21 0,42 0,29 -0,01 0,75 0,13 -0,58 0,53 0,31 -0,52 0,38 -0,13 1 0,25 0,13 0,54 0,03 0,14

CGC -0,01 0,54 0,41 0,05 -0,12 -0,29 0,54 0,68 0,52 0,35 -0,46 0,54 -0,25 -0,15 0,76 0,48 0,74 0,61 0,22 1 -0,87 -0,66 0,97 -0,24

LGC 0,27 -0,50 -0,74 0,33 0,50 0,16 -0,45 -0,45 -0,47 -0,42 0,69 -0,50 -0,03 0,42 -0,57 -0,71 -0,50 -0,56 0,21 -0,80 1 0,81 -0,96 0,14

EGC 0,31 -0,45 -0,65 0,46 0,53 0,54 -0,16 -0,19 -0,17 -0,26 0,83 -0,45 -0,15 0,53 -0,19 -0,67 -0,19 -0,53 0,55 -0,64 0,82 1 -0,79 0,42

RCL -0,19 0,52 0,61 -0,15 -0,33 -0,24 0,49 0,57 0,50 0,41 -0,63 0,52 -0,10 -0,33 0,68 0,66 0,65 0,63 -0,03 0,94 -0,95 -0,79 1 -0,23

FG 0,37 -0,30 0,15 -0,25 -0,04 -0,21 -0,20 -0,20 -0,44 -0,17 0,26 -0,30 -0,12 0,48 -0,17 -0,21 -0,54 -0,44 0,07 -0,38 0,18 0,28 -0,34 1

(+) CF - Cor da Folha, PF - Pubescência da Folha, AFB - Ângulo da Folha Bandeira, AP - Altura da planta, CC - Comprimento do Colmo, CFB - Comprimento da Folha Bandeira, LFB - Largura da Folha Bandeira, EC - Espessura do Colmo, CP - Comprimento da Panícula, TP - Tipo de Panícula, EP - Exerção da Panícula, PG - Pubescência das Glumelas, CG - Coloração das Glumelas, CT - Ciclo total, PP - Peso de Panícula, NGD - N° Grãos Degranados, NGP – Número de Grãos Panícula-1, NGE – Número de Grãos Estéreis, PMG - Peso de mil Grãos, CGC - Comprimento Grão sem Casca, LGC - Largura Grão sem Casca, EGC - Espessura Grão sem Casca, RCL - Relação Comprimento Largura-1 do grão e FG - Forma do Grão. Valores sublinhados são significativos a 5% de probabilidade e valores no retângulo destacados por ser superiores a 0,90.

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BRS JAÇANÃ: CULTIVAR DE ARROZ IRRIGADO PARA A REGIÃO TROPICAL

Veridiano dos Anjos Cutrim

1, Paulo Hideo Nakano Rangel

1, Jaime Roberto Fonseca

1,

Antônio Carlos Centeno Cordeiro2, Altevir de Matos Lopes

3, Carlos Martins Santiago

1.

1Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 75375-000, Santo Antônio de Goiás (GO),

[email protected], 2Embrapa Roraima, Caixa Postal 133, 69301-970, Boa Vista

(RR), 3Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, Belém (PA).

As condições climáticas, a disponibilidade de água em alguns estados, a extensão territorial e os mercados consumidores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, conferem a Região Tropical do Brasil grande potencial para a produção agrícola, ressaltando-se as culturas de grãos e, dentre elas, o arroz irrigado por inundação. Esta região tem como principais problemas as doenças, com ênfase para a brusone, cuja ocorrência é favorecida pelas condições climáticas predominante na região e pelo manejo deficiente da cultura; baixo nível de tecnologia utilizado; e cultivares com grão de má qualidade, ocasionando perda de competitividade do produto no mercado. O objetivo do presente trabalho é apresentar a BRS Jaçanã, cultivar que combina características de arquitetura moderna de planta, resistência ao acamamento, alta capacidade produtiva, grãos de classe longo-fino e de excelentes qualidades industrial e culinária.

A cultivar BRS Jaçanã é oriunda do cruzamento triplo entre os genitores CNA 6183, BR-IRGA 409 e IRI 344 (CNA 6183 / IRI 344 // BR-IRGA 409), realizado na Embrapa Arroz e Feijão em 1990. Os dois primeiros apresentam boas características agronômicas e excelentes qualidades industriais e culinárias e o IRI 344 é fonte de resistência a brusone e mancha de grãos. No desenvolvimento da cultivar foi utilizado o método de melhoramento genealógico. Na geração F7 foi selecionada uma linhagem que após ser avaliada para resistência a doenças e características agronômicas, foi registrada no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão como CNAi 8859 e passou a integrar a rede de avaliação de linhagens em diferentes níveis de ensaios. No ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU) a linhagem passou a ser avaliada a partir da safra 2001/02, a mesma foi avaliada por quatro anos na Região Tropical, nos Estados de Goiás, Tocantins, Pará, Roraima e Rio de Janeiro, apresentando excelente desempenho.

Como resultado da parceria entre Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Roraima e Embrapa Amazônia Oriental, a cultivar BRS Jaçanã foi avaliada na Região Tropical em Ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) no período agrícola de 2001/02 a 2004/05, num total de 48 ensaios, conduzidos em Goiás, Tocantins, Pará e Roraima, tendo como testemunhas as cultivares BR-IRGA 409, BRS Taim e IRGA 417. Os resultados dos ensaios com relação a produtividade, floração e altura de plantas em comparação com as testemunhas são mostrados na Tabela 1. Observa-se que é uma cultivar de ciclo médio, semelhante aos das testemunhas e de porte baixo, o que lhe confere resistência ao acamamento. Com relação a produtividade de grãos a BRS Jaçanã, com produtividade média de 6177 kg/ha, foi semelhante a BR-IRGA 409, entretanto, superou a BRS Taim e IRGA 417 em 11 e 15% respectivamente. Tabela 1.Produtividade média de grãos (PROD), floração média (FLO) e altura média de planta (ALT) da cultivar BRS Jaçanã em relação as testemunhas na Região Tropical

Cultivares PROD (kg/ha) FLO (dias) ALT (cm)

BRS Jaçanã 6177 80 103

BR-IRGA 409 6149 (101)1 81 110

BRS Taim 5590 (111) 80 95

IRGA 417 5350 (115) 77 97 1Entre parênteses: produtividades relativas da BRS Jaçanã, tomando as das testemunhas como 100.

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A qualidade dos grãos do arroz é expressa pelo rendimento de grãos inteiros, classe, tipo e qualidade culinária. Todos estes aspectos são determinados pela cultivar e pelo manejo da cultura. Na Tabela 2 estão os resultados das avaliações dos grãos determinados em material colhido em ensaio em Goiânia e realizados no Laboratório de Qualidade de Grãos da Embrapa Arroz e Feijão. A BRS Jaçanã apresenta teor de amilose alto, temperatura de gelatinização baixa, grãos de classe longo-fino, baixo índice de centro branco e 58% de grãos inteiros. Estes resultados conferem alto valor comercial aos grãos, os mesmos são similares aos das testemunhas BR-IRGA 409 e IRGA 417, que são cultivares com grãos de ampla aceitação pela industria arrozeira. Tabela 2. Teor de amilose (TA), temperatura de gelatinização (TG), comprimento (C), largura (L), espessura (E), centro branco (CB) e rendimento de inteiros (INT) de grãos polidos de cultivares de Arroz Irrigado na Região Tropical

Cultivares TA (%) TG (nota) C (mm) L (mm) E (mm) CB (nota) INT (%)

BRS Jaçanã 28 7 6,66 2,09 1,78 2,8 58

BR-IRGA 409 26 7 6,86 2,00 1,72 2,8 57

BRS Taim 26 4 6,84 2,00 1,57 2,5 61

IRGA 417 27 7 7,71 2,03 1,69 2,8 58

A qualidade culinária dos grãos de arroz é uma característica que depende

basicamente da cultivar e é função das propriedades físico-químicas do grão, sendo portanto, pouco influenciada pelo ambiente. Entretanto, a maturação pós-colheita, decorrente das alterações que ocorrem nestas propriedades dos grãos armazenados, afeta a qualidade culinária do arroz, tornando os grãos mais secos e soltos após o cozimento (Fonseca et al. 2005). O tempo necessário para a maturação pós-colheita difere entre as cultivares, quanto menor, melhor, pois o produto pode ser colocado no mercado mais cedo. A BRS Jaçanã necessita de um curto período para seus grãos atingirem o ponto adequado para o consumo (Tabela 3), sendo semelhante as cultivares BRS Formoso e Primavera, consideradas padrões com relação á qualidade culinária,e superior a BR-IRGA 409, que tem boa aceitação pelo consumidor. Tabela 3. Teste de cocção com diferentes dias após a colheita.

Dias após colheita Cultivares

30 60 80 115 140

BRS Jaçanã S1 S S MS MS

BRS Formoso S S S S S

Primavera S S MS MS MS

BR-IRGA 409 LP LP LP S S 1LP= Ligeiramente pegajoso; S= Solto; MS= Muito solto.

A colheita é uma etapa importante na produção de arroz, tanto colheitas

antecipadas como tardias afetam a produção dos grãos e a qualidade do produto. Tem-se observado que a colheita deve ser realizada entre 30 e 40 dias após o florescimento médio, observando-se o teor de umidade dos grãos. Segundo Castro et al. (1999), de modo geral, para a obtenção de maiores rendimentos de grãos inteiros, recomenda-se colher o arroz com teor de umidade entre 20 e 22%. A Figura 1 mostra o comportamento das cultivares BRS Jaçanã e BR-IRGA 409 com relação ao rendimento de grãos inteiros considerando-se o número de dias após o florescimento médio, em experimento conduzido em Goianira, GO. Observa-se que os maiores rendimentos de grãos inteiros, acima de 65%, obtidos com a BRS Jaçanã foram com colheitas realizadas entre os 30 e 40 dias após o florescimento

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médio. Já a BR-IRGA 409, a partir dos 35 dias apresentou uma queda linear no rendimento de grãos inteiros. Este comportamento da BRS Jaçanã dá ao agricultor uma flexibilidade com relação a colheita, com menor risco de perda de qualidade do produto causada por quebra dos grãos.

25 30 35 40 45

Dias após floração média

35

40

45

50

55

60

65

70

75

Grã

os

inte

iro

s (%

)

BRS Jaçanã BR IRGA 409

Figura 1. Rendimento de grãos inteiros em diferentes épocas de colheita.

A cultivar BRS Jaçanã apresentada neste trabalho possui potencial produtivo e

características agronômicas e culinárias adequadas para ser recomenda para cultivo no sistema de irrigação por inundação na Região Tropical. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, E. da M. de; VIEIRA, N.R. de A.; RABELO, R.R.; SILVA, S.A.. Qualidade de grãos em arroz. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 1999. 30p. (Embrapa Arroz e Feijão. Circular Técnica, 34).

FONSECA, J.R.; CASTRO, E. da M. de; MORAIS, O.P. Tempo de prateleira de cultivares de arroz de terras altas. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 4p. (Embrapa Arroz e Feijão. Comunicado Técnico, 98).

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DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA EM LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA

EMBRAPA

Bruna Carla Fagundes Crispim(1)

, Veridiano dos Anjos Cutrim(2)

, Jaime Roberto Fonseca(2)

. 1Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO -

Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]. 2Embrapa Arroz e Feijão.

O programa de melhoramento de arroz irrigado, da Embrapa tem desenvolvido cultivares mais produtivas e estáveis, resistentes a doenças principalmente à brusone, com grãos de classe longo-fino e vítreos, com boas características culinárias e alto rendimento industrial de grãos inteiros no beneficiamento. Sabe-se que o ponto de colheita, que na prática refere-se ao número de dias para a maturação do arroz, quando se obtém o maior rendimento de grãos inteiros no beneficiamento, difere entre as cultivares. Porém, tanto colheitas precoces como tardias podem ocasionar perdas de grãos e produto de baixo valor industrial (Fonseca et al., 2005). Neste sentido, a Embrapa como etapa de avaliação do seu programa de melhoramento, determinou o momento ideal de colheita de quatro linhagens promissoras de arroz irrigado. Para tanto avaliou-se o rendimento de grãos inteiros no beneficiamento bem como a incidência de manchas brancas no grão (centro branco), tendo-se como base o número de dias após o florescimento médio e o teor de umidade dos grãos. O experimento foi realizado na safra agrícola 2005/2006, no sistema de cultivo de irrigação por inundação, em solo Gley Pouco Húmico (GPH), na Fazenda Palmital, no município de Goianira, GO. A cultura foi implantada na segunda quinzena de novembro de 2005, utilizando-se quatro linhagens de arroz irrigado desenvolvidas pelo programa de melhoramento da Embrapa, mais a testemunha BR-IRGA 409. Todos os genótipos foram semeados em parcelões de 50 m

2, com espaçamento de 0,20 m entre

fileiras e densidade de 100 sementes por metro. As sementes para os testes de rendimento de grãos inteiros foram colhidas em

quatro épocas, aos 25, 32, 39 e 46 dias após o florescimento médio, com quatro amostras de um metro linear para cada genótipo. Após cada colheita, as amostras foram trilhadas à mão, determinados seus teores de umidade, em aparelho da marca “Multi-grain”, previamente calibrado e aferido. Posteriormente, foram embaladas em sacos de papel, com capacidade para 10 quilos, e submetidas a secagem natural à sombra, por três dias, até atingir a umidade de 13% a 14% e armazenadas, por 90 dias, em prateleiras de ambiente de armazenamento. Por ocasião do beneficiamento, os grãos de cada genótipo foram descascados e polidos, por um minuto, em um moinho de prova da marca Suzuki. A separação de grãos inteiros dos quebrados foi efetuada por meio de classificador “Trieur”, que acompanha o moinho. Após o beneficiamento os grãos inteiros de cada tratamento foram pesados e parte deles foi encaminhada ao Laboratório de Qualidade de Grãos da Embrapa Arroz e Feijão para a determinação da incidência de manchas brancas nos grãos. Os dados de grãos inteiros foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas entre si pelo teste de T, a 5% de probabilidade.

O rendimento de grãos inteiros foi significativo, (P ≤ 0,05) entre as épocas de colheita para todos os tratamentos. Entretanto, a melhor época de colheita e o melhor teor de umidade dos grãos variaram de tratamento para tratamento (Tabela 1). Para a linhagem BRA 01419, em colheitas realizadas dos 25 aos 39 dias após o florescimento médio, não houve diferenças significativas nos rendimentos de grãos inteiros, porém, os maiores valores (64%) foram obtidos aos 25 e 32 dias, com umidade dos grãos de 21,7 e 19,8%, respectivamente. Em colheitas aos 32 e 39 dias, com umidade dos grãos em torno de 23%, os rendimentos de grãos inteiros apresentados pela linhagem BRA 02655 foram estatisticamente superiores ao rendimento obtido na colheita aos 25 dias com umidade dos grãos de 24,6%. Entre as linhagens avaliadas, a BRA 02674 e a BRA 02675 foram as que apresentaram as maiores percentagens e as melhores estabilidades para o rendimento de

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grãos inteiros no beneficiamento. A primeira apresentou 67% de grãos inteiros em colheitas realizadas dos 25 aos 39 dias após o florescimento médio com umidade dos grãos variando de 21 a 16,2% e, a segunda, 64% na colheita aos 25 dias e 65% aos 32 e 39 dias com umidade dos grãos de 19,3 e 15,5%, respectivamente. Mesmo em colheitas com umidades consideradas extremamente baixas (em torno de 14%) as duas linhagens tiveram 57% de grãos inteiros, percentual considerado ótimo para a comercialização. A BR IRGA 409, utilizada como testemunha neste trabalho, é uma cultivar considerada padrão para a estabilidade de rendimento de grãos inteiros. Observa-se que ela confirmou esta característica, apresentando boa estabilidade de rendimento de grãos inteiros até a colheita realizada aos 39 dias após o florescimento, quando a umidade dos grãos estavam em 15,1%. Entre os genótipos avaliados, a cultivar BR IRGA 409 e a linhagem BRA 01419 foram os que apresentaram as maiores variações no teor de umidade dos grãos (8,9%), entretanto, a BRA 01419 apresentou maior queda no rendimento de grãos inteiros (17%) em comparação com a BR IRGA 409 (12%).

A colheita é uma etapa importante no processo de produção do arroz, tanto colheitas antecipadas quanto tardias afetam a produção e a qualidade do produto. Segundo Fonseca (1998), quando o arroz é colhido muito cedo com umidade muito elevada, as altas proporções de grãos verdes e imaturos aumentam o percentual de grãos quebrados no beneficiamento. No presente trabalho este fato ocorreu na linhagem BRA 02655, que na colheita aos 25 dias após o florescimento, com 24,6% de umidade dos grãos, apresentou o menor percentual de grãos inteiros (49%). Já para colheitas tardias, a principal causa de quebra de grãos está relacionada à absorção de água; mais especificamente quando a umidade dos grãos está abaixo do ponto crítico, em torno de 15%. Quando há ocorrência de chuvas, os grãos que estavam abaixo da umidade crítica reidratam-se bruscamente causando trincamento e posterior quebra no beneficiamento (Castro et al., 1999). Este fato não pôde ser constatado no presente trabalho, pois como se observa nos dados mostrados na Tabela 1, o teor de umidade dos grãos foi decrescente da primeira para a última época de colheita e, de modo geral, o decréscimo foi mais acentuado da terceira para a quarta época. Com relação à incidência de centro branco nos grãos, observa-se que para todas as linhagens ocorreu um aumento nos valores das notas, da primeira para a quarta época de colheita, sendo que, este aumento foi bastante acentuado na BRA 01419, passando de 1,3 na primeira para 3,0 na quarta. A cultivar BR IRGA 409 não mostrou nenhuma tendência neste sentido, visto que apresentou nota 3,3 na primeira e quarta épocas e 3,0 na segunda e terceira. Para esta característica a nota 3,0 é considerada limite máximo para aceitação no mercado. A referida característica é bastante influenciada por fatores ambientais, principalmente altas temperaturas no período de enchimento dos grãos; fato que constitui um problema para a Região Tropical, onde a ocorrência de altas temperaturas é freqüente no referido período. Tabela 1. Teor de umidade dos grãos (Um), rendimento de grãos inteiros (INT) e incidência de centro branco (CB; nota de 1 a 5) em linhagens de arroz irrigado desenvolvidas pelo programa de melhoramento da Embrapa e na cultivar BR IRGA 409, em experimento conduzido em Goianira, GO, safra 2005/06.

Linhagens / Cultivar

BRA 01419 BRA 02655 BRA 02674 BRA 02675 BR IRGA 409 DAF1

Um% INT% CB Um% INT% CB Um% INT% CB Um% INT% CB Um% INT% CB

25 21,7 64a 1,3 24,6 49b 2,3 21,0 67ab 3,0 21,1 64a 3,0 21,5 59ab 3,3

32 19,8 64a 2,3 23,3 64a 2,5 17,7 67a 3,0 19,3 65ab 3,3 18,9 66ab 3,0

39 16,2 57ab 3,0 23,2 61a 2,8 16,2 67a 3,5 15,5 65a 3,5 15,1 65a 3,0

46 12,8 47b 3,0 17,2 56ab 3,5 14,0 57b 3,5 13,8 57b 3,5 12,6 54b 3,3 1Dias após florescimento médio.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CASTRO, E. da M. de; VIEIRA, N. R. de A.; RABELO, R. R.; SILVA, S. A. Qualidade de grãos em arroz. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 1999. 30p. (Embrapa Arroz e Feijão. Circular Técnica, 34).

FONSECA, J. R. Colheita do arroz. In: BRESEGHELLO, F.; STONE, L. F. Tecnologia para o arroz de terras altas. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 1998. 161p.

FONSECA, J. R.; CASTRO, E. da M. de; MORAIS, O. P. Características morfológicas e pontos de colheitas das cultivares de arroz de terras altas BRS Vencedora e BRS Talento. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 4p. (Embrapa Arroz e Feijão. Comunicado Técnico, 97).

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DESCRITORES MORFOLÓGICOS MÍNIMOS DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ARROZ DE VÁRZEA PARA REGISTRO E PROTEÇÃO

Jaime Roberto Fonseca(1), Veridiano dos Anjos Cutrim(1), Paulo Hideo Nakano Rangel(1), Fernanda Martins de Faria(2). 1Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 75375-000, Santo Antônio de Goiás (GO). E-mail: [email protected]. 2Bolsista PIBIC/CNPq, Embrapa Arroz e Feijão.

O programa de melhoramento genético de arroz irrigado na Embrapa Arroz e Feijão tem trabalhado, desde a década de 70, na obtenção de novas cultivares, procurando características como porte médio/baixo, resistência ao acamamento, maior produtividade de grãos, resistência a doenças, principalmente à brusone, alto rendimento industrial de grãos inteiros no beneficiamento, classe longo-fino e grãos vítreos e de alta qualidade culinária após o cozimento. Para a obtenção das cultivares, os melhoristas têm utilizado a variabilidade genética, tanto no germoplasma introduzido do exterior como no brasileiro.

Normalmente, as introduções do exterior constituem linhagens obtidas de cruzamentos realizados no Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e International Rice Research Institute (IRRI). Especificamente do IRRI, introduções de linhagens também têm sido feitas através de viveiros internacionais, que fazem parte da Rede Internacional para Avaliação Genética de Arroz, que é mantida pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e coordenada por aquele instituto, situado nas Filipinas (Fonseca et al., 2005). Posteriormente, as linhagens são submetidas a avaliações, seleções e cruzamentos na Embrapa Arroz e Feijão. Além disso, as linhagens promissoras obtidas são avaliadas em ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), em vários ambientes e anos, além de passarem por testes específicos de resistência a doenças e pragas e pelo programa de purificação de sementes e produção de sementes genéticas. Desse modo, como resultado de vários anos de experimentos conduzidos em diferentes condições de clima, solo e manejo, tem-se obtido o conhecimento das características de interesse agronômico e comercial das linhagens.

Paralelamente aos ensaios VCU e objetivando o registro e proteção futura de uma linhagem de interesse, junto ao Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), as linhagens avançadas são caracterizadas botânica e agronomicamente em áreas experimentais da Embrapa Arroz e Feijão, na Fazenda Palmital sediada no município de Goianira, GO, com coordenadas geográficas de Latitude 16º 26’ 14” (S), Longitude 49º 23’ 50” (W) e Altitude de 720 m, por dois períodos consecutivos, utilizando 27 descritores mínimos de arroz (Brasil, 1997). Essa avaliação objetiva o cumprimento de critérios uniformes para testes de Distingüibilidade, Homogeneidade e Estabilidade (DHE) para recomendação de cultivares. Os descritores são: cor e pubescência do limbo; cor da aurícula e da lígula; ângulo da folha bandeira; comprimento e espessura do colmo; ângulo dos perfilhos; cor do internódio e presença de antocianina nos nós do colmo; comprimento, tipo, exserção e degrane de grãos da panícula; distribuição e comprimento das aristas na panícula; cor do estigma; pubescência e cor das glumelas; cor do apículo na floração e na maturação de colheita; cor das glumas estéreis; ciclo cultural; massa de 1000 grãos; comprimento, forma e cor da cariopse.

Desde, 28 de abril de 1997, quando a Lei de Proteção de cultivares entrou em vigor, até maio de 2007, foram caracterizadas 87 linhagens de cultivo em condições de Várzea/Irrigada, algumas das quais já registradas/protegidas e recomendadas como novas cultivares mais adaptadas às exigências dos agricultores e do consumidor como por exemplo, BRS Alvorada (CNAi 9025), BRSGO Guará (CNAi 9018), BRS Jaçanã (CNAi 8859), BRS Jaburu (CNA 7830), BRSMG Seleta (CNA 8479), BRS Biguá (CNA 8598) e BRS Ourominas (CNA 7556). Este trabalho apresenta a descrição de quatro cultivares e duas linhagens (Tabela 1), com possibilidades de serem recomendadas como novas cultivares. As

informações dos descritores, além de necessárias para registro e proteção, também são úteis

para técnicos que trabalham em laboratórios e campos de produção de sementes.

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Tabela 1. Descritores mínimos das cultivares/linhagens de arroz BRS Alvorada, BRSGO Guará, BRS Jaçanã, BRS Ourominas, BRA 031013 e BRA 031044.

Cultivares/Linhagens DESCRITORES BRS Alvorada BRSGO Guará BRS Jaçanã BRS Ourominas BRA 031013 BRA 031044

FOLHA Cor Verde-escuro Verde Verde Verde Verde Verde Pubescência Forte Forte Forte Forte Média Média Cor da aurícula Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Cor da lígula Incolor a verde Incolor a verde Incolor a verde Incolor a verde Incolor a verde Incolor a verde Ângulo da folha bandeira Ereto Ereto Ereto Ereto Ereto Ereto COLMO Altura da planta (cm) 101,9 120,2 102,1 93 105,2 106,9 Espessura (mm) 4,69 5,59 4,73 5,15 4,49 4,57 Ângulo dos perfilhos Ereto Ereto Ereto Ereto Ereto Ereto Cor do internódio Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Verde-claro Coloração de antocianina nos nós Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente PANÍCULA Comprimento (cm) 25,7 23,4 25,6 24,3 25,9 26,6 Tipo Intermediária Intermediária Intermediária Intermediária Intermediária Intermediária Exserção Completa Média Média Média Média Média Degrane Intermediário Intermediário Intermediário Intermediário Intermediário Intermediário Distribuição das aristas 1/2 superior Na Ponta Na Ponta Ausente Ausente Ausente Comprimento das aristas Variável Muito curta Muito curta Ausente Ausente Ausente ESPIGUETA Cor do estigma Branca Amarelo-claro Branca Amarela Branca Branca Pubescência de glumelas Média Média Média Média Média Média Cor do apículo (floração) Verde Branca Branca Verde Branca Branca Cor do apículo (maturação) Branca Branca Branca Amarela Branca Branca Cor das glumelas Palha Palha Palha Palha Palha Palha Cor das glumas Palha Palha Palha Palha Palha Palha CICLO CULTURAL (DIAS) 125 125 115 128 116 117 GRÃOS Massa de 1000 grãos (g) 25,9 22,3 23,7 27,2 23,1 22,6 Comprimento da cariopse (mm) 7,24 7,15 7,08 7,7 7,29 7,4 Forma da cariopse Alongada Alongada Alongada Alongada Muito-alongada Muito-alongada Cor da cariopse Branca Branca Branca Branca Branca Branca

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Decreto Lei n. 2.366, de 5 de novembro de 1997. Regulamenta a Lei n. 9.456, de 25 de abril de 1997, que institui a Proteção de Cultivares, dispõe sobre o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC, e dá outras providências. Diário Oficial [[[[da]]]] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n.216, p.25342-25343, 7 nov. 1997. Seção 1.

FONSECA, J.R.; NEVES, P.C.F.; CASTRO, E. da M. de; MORAIS, O.P. de; CUTRIM, V. dos A.; RANGEL, P.H.N. Comportamento de linhagens de arroz irrigado de ensaios internacionais. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 20p. (Embrapa Arroz e Feijão. Documentos, 179).

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BRS JAÇANÃ: NOVA CULTIVAR DE ARROZ IRRIGADO PARA RORAIMA

Antonio Carlos Centeno Cordeiro(1),Roberto Dantas de Medeiros(1),Eng. Agr.Dr.Pesquisador da Embrapa Roraima. Caixa Postal, 133. E-mail:[email protected]

As tecnologias geradas/adaptadas nos últimos 20 anos contribuíram para que a

produtividade média do arroz irrigado em Roraima passasse de 3.300Kg/ha (1985/86) para 6.250 Kg/ha (2005/06), representando um incremento significativo de 89,39%, o que permitiu ao Estado deixar de ser importador de arroz e se tornar exportador para outros estados da região Norte, principalmente, Manaus no Amazonas.

A área cultivada atual gira em torno de 10.000 a 20.000 hectares, cuja produção abastece o mercado local (20 a 30%) e permite excedentes exportáveis. As cultivares utilizadas são as BR IRGA 409, IRGA 417, BRS Taim, Roraima e em menor escala a BRS Jaburu, no entanto, as mais cultivadas são as BR IRGA 409 e a IRGA 417, que embora apresentem excelente qualidade de grãos, são suscetíveis à doenças, principalmente brusone, impondo o uso de fungicidas para o controle, o que onera o custo de produção e predispõe a maior impacto ambiental. A BR IRGA 409 também apresenta suscetibilidade ao acamamento, causando perdas na produtividade e na qualidade dos grãos. Mesmo assim, ainda são as mais preferidas pelos produtores devido a qualidade dos grãos obtida para comercialização.

Assim, cabe a pesquisa desenvolver novas cultivares que associem produtividade, qualidade de grãos e resistência a doenças, de modo a atender as demandas dos sistemas de produção de arroz irrigado em Roraima.

Neste sentido, está sendo lançada uma nova cultivar para o Estado de Roraima, registrada com a denominação de BRS Jaçanã.

A BRS Jaçanã corresponde à linhagem CNA 8859, resultante do cruzamento CNAx 4167/ BR IRGA 409, e foi avaliada em Roraima no período de 2002/03 a 2004/05. Apresenta porte baixo, média de 85 cm, ciclo semelhante à cultivar BR IRGA 409, (floração média de 70 dias), resistência ao acamamento, boa capacidade produtiva, média de 6.607 Kg/ha, em três anos de avaliação (Tabela 1), além de apresentar grãos de boa qualidade comercial e resistência à brusone. Embora tenha apresentado produtividade em grãos semelhante às cultivares testemunhas (IRGA 417, BRS Taim e BR IRGA 409) em Roraima, nas avaliações realizadas considerando outros estados do país (GO, TO, RR, RJ, PA) apresentou produtividade média superior em 8% à obtida pela cultivar IRGA 417, a mais cultivada em Roraima. (Tabela 1)

A BRS Jaçanã é recomendada para condição de irrigação controlada. Para plantio à lanço deve ser usada à densidade de 150 kg/ha de sementes e para o semeio em linhas usar o espaçamento variando de 20 a 30 cm com densidade de 100 sementes por metro. Na Tabela 2 são apresentadas as características morfológicas, agronômicas e fenológicas da BRS Jaçanã.

Tabela 1- Produtividade média de grãos em Kg/ha da cultivar de arroz irrigado BRS Jaçanã em relação às cultivares testemunhas IRGA 417, BR IRGA 409 e BRS Taim, no período de 2002/03 a 2004/05.

Cultivar 2002/03 2003/04 2004/05 Média em RR* Média Brasil** BRS Jaçanã 5836 7184 6802 6607 5691 IRGA 417 6695 7167 6396 6753 5271 BRS Taim 5649 7212 6535 6465 5407 BR IRGA 409 5490 6887 6722 6607 5458

*Médias de nove ensaios. ** Médias de 30 ensaios conduzidos em GO,TO,PA,RR,RJ.

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Tabela 2-Características Morfológicas, agrônomicas e fenológicas da cultivar BRS Jaçanã FOLHA Cor Pubescência Cor da Aurícula Cor da Lígula Ângulo da folha bandeira COLMO Altura da Planta (cm) Comprimento (mm) Espessura (mm) Ângulo dos perfilhos Cor do internódio Presença e intensidade de antocianina nos nós do colmo PANÍCULA Comprimento (cm) Tipo Exserção Degrane Distribuição das aristas ESPIGUETA Cor do Estigma Pubescência das glumelas Coloração do apículo (floração) Coloração do apículo (maturação) Coloração das glumelas Coloração das glumas estéreis FENOLOGIA Data da floração (dias) Ciclo cultural (dias) GRÃOS Peso de 100 grãos (g) Comprimento do grão sem casca (mm) Relação comprimento/largura Forma de cariopse Cor da cariopse Classe

Verde Forte Verde-Claro Incolor a verde Ereto 102,1 76,5 4,73 Ereto Verde-claro Ausente 25,6 (22,9 a 27) Intermediária Média Intermediário Pode ter micro-arista Branca Média Branca às vezes verde-claro Branca Amarelo-palha Palha 70 105 23,7 (23,3 a 24,1) 7,08 (6,65 a 7,74) 3,48 Alongada Branca Longo-fino

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DESEMPENHO DA CULTIVAR PRECOCE DE ARROZ BRS JAÇANÃ EM ÁREAS DE VÁRZEA DO ESTADO DO PARÁ.

Altevir de Matos Lopes(1), Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas(1). ¹Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48. 66095-100, Belém, PA. [email protected]

Tradicionalmente cultivado em regime de sequeiro, o arroz surge como uma opção para cultivo irrigado nas várzeas do Estado do Pará. Nessas áreas, os solos são dotados de elevada fertilidade natural devido ao depósito constante de sedimentos trazidos pelas marés. Se forem utilizadas cultivares de ciclo precoce, poderão ser obtidas até três safras por ano na mesma área de várzea.

A recomendação de cultivares com base unicamente nas produtividades médias obtidas numa região e extrapoladas para outra pode resultar em produções bem abaixo do esperado, quando cultivadas em outras condições (Duarte & Zimmermann, 1994). Os efeitos da interação genótipo x ambiente podem ser resultantes de diferentes fatores, como: condições ambientais, fertilidade do solo, conhecimentos tecnológicos dos produtores, e sistema de manejo adotado. Esses fatores, isoladamente ou em conjunto, podem alterar o comportamento de um genótipo, mesmo numa região de pequena extensão territorial.

O presente trabalho teve como objetivo estudar os efeitos da interação entre genótipos de arroz de ciclo precoce em diversos ambientes de área de várzea do Estado do Pará.

O experimento foi conduzido nos municípios de Belém (Latitude 01º 27’ 21”, Longitude 48 30’ 16”, Altitude de 10 m), Bragança (Latitude 01º 03’ 13”, Longitude 46º 45’ 56”, Altitude de 19 m) e Breves (Latitude 01º 40’ 56”, Longitude 50º 28’ 49”, Altitude de 40 m), nos anos de 2004 e 2005. O solo, nos três locais, foi classificado como Glei Pouco Húmico, de elevada fertilidade natural. O ensaio era constituído por 12 tratamentos, incluindo linhagens e cultivares de arroz.

Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições por local. A parcela experimental foi constituída por cinco linhas de 5 m de comprimento com espaçamento de 0,20 m entre linhas e 0,20 m entre covas. Foram usadas três mudas por cova. O transplantio foi efetuado quando as mudas se encontravam com três semanas de idade. A área útil da parcela foi formada pelas três linhas centrais. Os tratos culturais consistiram de capinas e pulverizações com inseticidas, sem qualquer tipo de adubação devido ao elevado nível de fertilidade natural dos solos.

Foram avaliados os caracteres altura de planta, acamamento de planta, ciclo de vida, através do florescimento, e peso de grãos em kg/ha, sendo; altura de plantas medida em centímetros, desde o solo até a extremidade da panícula. O ciclo foi medido em dias, desde a germinação até o florescimento de 50% das plantas da parcela. O peso de grãos corresponde ao peso total de grãos das linhas úteis por parcela, em kg/ha, após padronização dos resultados para 14,% de umidade. O grau de acamamento foi avaliado segundo a escala de 1 a 9, aonde 1= sem acamamento e 9 = totalmente acamada.

Os procedimentos estatísticos adotados consistiram de: análise de variância de cada ambiente, segundo o modelo de blocos ao acaso. Para Cruz & Regazzi (1994), essa análise é importante, para que se possa avaliar a existência de variabilidade genética entre os genótipos estudados, a precisão relativa de cada experimento, e a homogeneidade das variâncias residuais. Assim, inicialmente, procedeu-se a uma análise individual por experimento, dentro de cada local para a característica rendimento de grãos. Os coeficientes de variação para produtividade encontrados nos experimentos de campo variaram de 8,5 a 11,0%. Considerando-se os limites entre o maior e o menor quadrado médio do resíduo, obtidos nas análises individuais, de 4:1, estabelecidos por Box (1954) e 7:1, por Banzato e Kronka (1989), a análise de variância conjunta foi realizada após a

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verificação da magnitude destes, que foi de 2,1 indicando haver homogeneidade das variâncias residuais, possibilitando a realização da análise conjunta, sem restrições.

Uma análise conjunta, para a característica produtividade de grãos, foi realizada considerando-se os dois anos e os três locais avaliados para identificar os efeitos dos vários componentes experimentais do modelo, considerando-se os fatores local e ano como aleatórios, e genótipo como fixo. A média geral foi de 5.513 kg/ha e o coeficiente de variação foi de 10,16%, atribuindo boa precisão experimental

As análises conjuntas dos experimentos foram realizadas com desdobramento das interações genótipo x ano, genótipo x local e genótipo x local x ano. Não houve diferença significativa entre anos. Houve diferença estatística significativa entre locais, em nível de 5% de probabilidade, mostrando que as condições ambientais são bem distintas entre locais. A significância do efeito de cultivar (P < 0,01) indica que existem diferenças entre genótipos que independem das condições ambientais. Os efeitos de ano e/ou local isoladamente não foram significativos, todavia a interação ano x local foi altamente significativa (P < 0,01), indicando que as associações entre anos e locais constituem ambientes distintos.

As interações entre ano x genótipo e entre local x genótipo não foram significativas. A interação tripla ano x genótipo x local foi significativa (P < 0,01), demonstrando que os genótipos avaliados apresentaram respostas diferenciadas quando testados nos diferentes ambientes. Esses dados demonstram que a interação entre ambientes foi importante no desempenho dos genótipos, evidenciando a importância dos ambientes para os testes de avaliação de cultivares de arroz.

Na Tabela 1 encontram-se os dados relativos às características estudadas nos experimentos, com ênfase a produtividade de grãos. Observa-se que a cultivar mais produtiva foi a BRS Jaçanã com cerca de 6 t/ha, apesar de não ter sido estatisticamente diferente das linhagens CNAi 8870 (5.9 t/ha) e CNAi 8860 (5.8 t/ha).

As análises foram executadas no programa computacional Genes (Cruz, 1997) e no Statistical Analysis System (SAS Institute, 1989). TABELA 1 - Valores médio de caracteres avaliados em genótipos de arroz em condições

de várzea, nos municípios de Belém, Bragança e Breves. 2004 e 2005.

GENÓTIPO PROD (kg/ha)

FLO (dias)

ALT (cm)

ACA (1 a 9)

BRS Jaçanã 6.000 60 108 1

CNAi 8870 5.942 62 110 1

CNAi 8860 5.822 59 107 1

BR IRGA 409 5.679 61 115 1

BRA 01419 5.439 59 112 1

SCS BRS 111 5.424 65 103 1

BRS Pelota 5.245 59 109 1

TAIM 5.191 60 100 1

BRA 01436 4.938 58 109 1

IRGA 417 4.893 57 102 1

BRA 01435 4.863 61 105 1

JAVAE 4.740 58 102 1

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A cultivar BRS Jaçanã foi oriunda do cruzamento triplo entre as cultivares CICA 9,

BR IRGA 409 e IRRI 344, realizado pela Embrapa Arroz e Feijão em 1990. As duas primeiras apresentam boas características agronômicas e grãos com excelentes qualidades industriais e culinárias e a última é fonte de resistência a brusone e mancha de grãos. No desenvolvimento dessa cultivar foi utilizado o método de melhoramento genealógico. No ano agrícola 1996/97 foi selecionada, na geração F7, a linhagem CNAx 4313-1-1-1-3-B, que na safra seguinte foi avaliada para resistência a doenças e características agronômicas. Em 1998/99 foi registrada no Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão com o número CNAi 8859.

Pode-se concluir, com base nos dados apresentados, que a cultivar BRS Jaçanã pode ser recomendada para cultivo nas áreas de várzea úmida do Estado do Pará. Essa cultivar apresenta comportamento e rendimento satisfatórios, superando variedades tradicionalmente cultivadas como Javaé e Taim

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BANZATO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentação agrícola. Jaboticabal: Funep, 1989.

247 p. BOX, G. E. P. Some theorems on quadratic forms applied in the study of analysis of

variance problems, Annals of Mathematical Statistics, Washington, v. 25, p. 290-302, 1954.

CRUZ, C D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa : UFV- Imprensa Universitária, 1994. 390p

CRUZ, C. D. Programa Genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa : UFV, 1997. 442p.

DUARTE, J.B.; ZIMMERMANN, M.J. de O. Adaptabilidade e estabilidade de rendimento de genótipos de feijoeiro comum. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29, n.1, p.25-32, jan. 1994.

SAS INSTITUTE (Cary, Estados Unidos). SAS/STAT user's guide: version 6. 4.ed. Cary, 1989. v.1.

VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto : Sociedade Brasileira de Genética, 1992. 496p.

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COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ARROZ DE CICLO MEDIANO NO ECOSSISTEMA VÁRZEA DO ESTADO DO PARÁ NA SAFRA 2005/06

Altevir de Matos Lopes(1), Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas(1). ¹Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, 66095-100, Belém, PA. [email protected] .

O arroz é considerado um produto de grande importância econômica no Estado do Pará e o aumento crescente de seu consumo impõe aos setores produtivos a busca de novas cultivares que possam contribuir para o aumento da produção. Cultivado e consumido em todo o Estado, o arroz se destaca pela produção e área de cultivo, desempenhando papel estratégico tanto em nível econômico quanto social. A maior parcela da produção de arroz no Pará é proveniente do ecossistema terra alta, embora o Estado possua áreas de várzea com excelentes condições para o cultivo dessa gramínea. Somente no Estuário Amazônico existem cerca de dois milhões de hectares de várzeas, com alta fertilidade de solo, disponibilidade de água e condições climáticas que permitem o cultivo durante todo a ano.

A escassez de cultivares selecionadas ou melhoradas especificamente para estes ambientes têm dificultado a difusão do cultivo entre os orizicultores. Os inúmeros ensaios de competição de variedades efetuados sob as mais diversas situações têm demonstrado uma considerável diversidade de comportamento, indicando uma significância para a interação genótipo x ambiente. Assim, o objetivo deste trabalho foi a v a l i a r e selecionar cultivares de arroz para cultivo em várzea na região do Estuário Amazônico, no Estado do Pará.

O experimento foi conduzido nos municípios de Belém (Lat. 01º 27’ 21”S, Long.48º 30’ 16”O, Alt. de 10 metros), Bragança (Lat. 01º 03’ 13”S, Long. 46º 45’ 56”O, Alt. de 19 metros) e Salvaterra (Lat. 00º 45’ 12” S, Long. 48º 31’ 00”O, Alt. de 05 metros), durante o ano de 2006. A região do Estuário amazônico, na qual estão incluídos esses três municípios, é caracterizada por temperaturas bastante elevadas durante todos os meses do ano. Em nenhum mês a média das menores temperaturas chega a ser inferior a 21ºC. O tipo de solo nos locais dos experimentos foi classificado como glei pouco húmico de elevada fertilidade natural.

Utilizou-se delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, sendo os tratamentos constituídos por 30 genótipos, incluindo linhagens e cultivares de arroz. As parcelas fora constituídas por cinco linhas de 5 metros de comprimento com espaçamentos de 20 cm entre linhas e 20 cm entre covas. O transplantio foi utilizado considerando-se três mudas com três semanas de idade por cova. As praticas culturais foram a capina manual e a adubação nitrogenada em cobertura com 100 kg/ha de uréia. Como área útil, foram consideradas as três linhas centrais. As seguintes características foram avaliadas: dias para a floração média, altura de planta, acamamento e produtividade de grãos.

Inicialmente, cada ensaio foi submetido a uma análise da variância com teste de hipótese para blocos e para cultivares. Em seguida, o teste de Bartlett (STEEL & TORRIE, 1960) foi aplicado, indicando a homogeneidade das variâncias dos erros entre os cultivares. A análise de variância foi realizada com as médias das parcelas baseada no seguinte modelo matemático: Yijk = m + Bk +Gi + Aj + GAij + Eijk, em que:

m: média geral; Bk: efeito do k-ésimo bloco (k= 1, 2, 3, 4, 5); Gi: efeito do i-ésimo genótipo (cultivar) (i = 1, 2, 3, 4); Aj: efeito do j-ésimo ambiente (época) (j = 1, 2, 3); GAij: efeito da interação do i-ésimo genótipo com o j- ésimo ambiente; Eijk erro aleatório. Análise de variância conjunta foi realizada onde os componentes de variância

genética (σ²g) e da interação genótipo x ambiente (σ²ga) foram estimados, adotando-se

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o efeito de genótipos como fixo e o efeito de ambientes aleatório, conforme Banzato e Kronka (1992), Ramalho et al. (1993) e Cruz e Regazzi (1994).

TABELA 1 - Análise de variância para produtividade de grãos, floração média e altura de

planta de genótipos de arroz avaliados nos municípios de Belém, Bragança e Salvaterra, Pará. 2006.

QUADRADO MÉDIO F.V. G.L. PROD . FLO ALT

BLOCOS 3 3590006,85 9,58 318,44 GENÓTIPOS 29 2040976,00* 138,14* 261,09* AMBIENTES 2 44466793,85* 2,13ns 38,32ns GEN x AMB 58 327410,75ns 5,32* 42,53ns RESÍDUO 267 329603,22 2,53 51,82 TOTAL 359 CV (%) 9,66 1,99 6,51

Os resultados da análise c o n j u n t a d e variância e s t ã o n a Tabela 1 . A análise conjunta de variância para a característica produtividade de grãos

demonstrou que houve diferença significativa, em nível de 5% de probabilidade, mas, não foi detectada diferença significativa para a interação genótipo x ambiente, evidenciando que os genótipos apresentaram um bom desempenho independentemente do ambiente onde foram cultivados. A média geral foi de 5.938 kg/ha e o coeficiente de variação foi de 9,66% atribuindo boa precisão experimental. A produtividade média no município de Belém (6.617 kg/ha) foi estatisticamente superior às médias dos municípios de Bragança (5.768 kg/ha) e de Salvaterra, (5.436 kg/ha). A maior produtividade foi expressa pela linhagem BRA 02655 (6.552 kg/ha), embora não tenha diferido estatisticamente (Tukey, 5%) dos seguintes genótipos: BRA 02654 (6.502 kg/ha), SC 237 (6.490 kg/ha), SCSBRS Piracema (6.426 kg/ha), SC 250 (6.412 kg/ha), SC 173 (6.372 kg/ha) e METICA 1 (6.359 kg/ha).

Para a característica floração média a análise conjunta de variância mostrou que houve diferença significativa (Teste F, 5%) entre genótipos e para a interação genótipo x ambiente, mas, não houve diferença significativa entre ambientes. A média foi de 80 dias e o coeficiente de variação foi de 1,99%, atribuindo boa precisão experimental. Essa característica variou de 70 dias (IRGA 422CL) até 86 dias (BRA 02702) . As cultivares testemunha floresceram com 80 dias (Metica 1 ) e 79 dias (BRS Alvorada).

Com relação à característica altura de planta, a análise conjunta de variância mostrou que houve diferença significativa (F, p >0,05) entre genótipos, embora não tenha detectado diferença significativa entre ambientes e para a interação genótipo x ambiente. A média geral foi de 111 cm. O coeficiente de variação foi de 6,51%, atribuindo boa precisão experimental. Houve uma amplitude de variação, para essa característica, de 100 cm (BRA 02654) até 121 cm (BRA 02702). A medida da altura de planta das cultivares testemunhas (Metica 1 e BRS Alvorada) foi de 111 cm.

Na Tabela 2 encontram-se as médias de produtividade de grãos, floração média , altura de planta e grau de acamamento de genótipos de arroz avaliados nos municípios de Belém, Bragança e Salvaterra, Pará, no ano de 2006

Segundo Paroda et al. (1973), a adaptação de uma cultivar sobre uma grande extensão de ambientes é considerada de interesse para o pesquisador, quando se propõe incrementar cultivos. Dificuldades surgem invariavelmente quando cultivares interagem com seus ambientes. Tais interações dificultam a interpretação dos resultados. No presente trabalho houve interação significativa genótipo x ambientes apenas para a característica ciclo. Contudo, não houve alteração do comportamento relativo das cultivares. Assim, o s g e n ó t i p o s que apresentaram os melhores desempenhos poderão manifestar as características desejáveis em um espectro ambiental mais abrangente (Borém, 1997).

Do presente trabalho pode-se concluir que: (a) Os ambientes não influíram no desempenho dos genótipos na manifestação dos caracteres estudados. (b) As linhagens

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BRA 02655 e BRA 02654 apresentam potencial para serem recomendados num futuro próximo como variedades em cultivos comerciais a, em virtude de vantagens observadas na produtividade de grãos e outras características

TABELA 2 - Médias de produtividade de grãos, floração média , altura de planta e grau de

acamamento de genótipos de arroz avaliados nos municípios de Belém, Bragança e Salvaterra. Pará. 2006

Nº GENÓTIPO PROD (kg/ha)

FLO (dias)

ALT (cm)

ACA (1-9)

16 BRA 02655 6552a 78 104 1 15 BRA 02654 6502a 79 100 1 26 SC 237 6490a 83 112 1 24 SCSBRS Piracema 6426a 83 108 1 29 SC 250 6412a 79 111 1 25 SC 173 6372a 82 113 1 21 METICA 1 6359a 80 111 1 22 BRS Alvorada 6254ab 79 111 1 27 Andosan 6139ab 82 102 1 10 BRA 031032 6120ab 81 108 1 12 BRA 01305 6058ab 81 110 1 14 BRA 01381 6057ab 78 112 1 18 BRA 02700 5971ab 84 115 1 20 BRA 02702 5929ab 86 121 1 8 BRA 031029 5920ab 81 113 1 2 BRA 031006 5864ab 81 113 1

19 BRA 02701 5857ab 85 118 1 17 BRA 02698 5834ab 85 117 1 11 BRA 031044 5820ab 80 110 1 13 BRA 01330 5813ab 78 115 1 28 SC 240 5790ab 79 107 1 3 BRA 031009 5787ab 80 108 1 6 BRA 031021 5774ab 81 111 1 7 BRA 031028 5756ab 81 113 1 4 BRA 031010 5735ab 78 115 1 1 BRA 031001 5710ab 80 112 1 9 BRA 031030 5693ab 81 110 1 5 BRA 031019 5510ab 79 109 1

23 CNA 8502 5023ab 72 110 1 30 IRGA 422CL 4685b 70 102 1

MÉDIA 5.938 80 111 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BANZATO, D. A.; KRONKA, S. do N. Experimentação agrícola. Jaboticabal: UNESP, 1992. 247 p. BORÉM, A. Melhoramento de plantas. Viçosa: Imprensa Universitária, 1997. 547p. CRUZ, D. C.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Imprensa Universitária, 1994. 390p. PARODA, R.S.; PANWAR, D.V.S.; Genotype x environment interactions for yield in sorghum. Indian Journal Agricultural Science. New Delhi: n.43, p.386-388, 1973. STEEL, R.G.D., TORRIE, J.H. Principles and procedures of statistics. Nova York : McGraw Hill Book, 1960. 481p.

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ENSAIO PRELIMINAR DE LINHAGENS CONDUZIDO EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, SAFRA 2005/06

Renata Pereira da Cruz, Gilmar Neves, Irene Maria da Silva. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected]

O Ensaio Preliminar de Linhagens realizado na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar tem por finalidade permitir uma primeira avaliação do potencial produtivo de linhagens selecionadas naquele local. Por isso, a partir da safra 2005/06 decidiu-se aumentar o número de linhagens em avaliação e diminuir o número de repetições.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial produtivo de 45 linhagens obtidas por seleção desde a geração F2 na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar.

O experimento foi realizado na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar, sendo utilizado o delineamento experimental de blocos casualizados com duas repetições e avaliadas 45 linhagens e três cultivares testemunhas, num total de 48 genótipos. As parcelas constituíram-se de dez linhas espaçadas em 0,175 m e com 5 m de comprimento, totalizando uma superfície de 8,75 m2, sendo a área útil da parcela de 5,6 m2. A densidade de semeadura utilizada foi de 350 sementes aptas por m2, tendo sido realizada no dia 3/11/2005 e a emergência ocorreu em 26/11/2005.

A adubação de base foi realizada na dose de 300 Kg ha-1 de NPK (5-20-30) e a de cobertura com 120 Kg ha-1 de N na forma de uréia (60 Kg ha-1 no afilhamento e 60 Kg ha-1 no início da diferenciação do primórdio).

As características avaliadas foram rendimento de grãos (para o qual as amostras foram secas e limpas e a umidade ajustada para 13%), estatura (medida desde a base da planta até o ápice da panícula principal), o ciclo (número de dias da emergência até 80% do florescimento), a esterilidade de espiguetas, o número de grãos por panícula e o peso de mil grãos.

A análise estatística consistiu na análise de variância do rendimento de grãos e comparação de médias pelo teste SNK a 5% de probabilidade.

A análise de variância demonstrou efeito altamente significativo de genótipos para o rendimento de grãos (P<0,01), sendo a média do experimento de 8,4 t ha-1 (CV=9,0%; R2=0,74). Apenas uma linhagem, IRGA 2821-1-10-3-2, foi significativamente superior à melhor testemunha (El Paso L 144) e oito foram superiores às testemunhas BR-IRGA 410 e IRGA 417, juntamente com a cultivar INIA OLIMAR. Considerando a média do ensaio, 25 genótipos ficaram acima da mesma, enquanto as três testemunhas ficaram abaixo (Tabela 1).

A amplitude de variação para o rendimento de grãos neste ensaio foi de mais de 4 t ha-1, o que pode ser resultado da diversidade existente entre os genótipos avaliados, os quais apresentam diferentes origens. Neste contexto, destacaram-se também materiais introduzidos, como a cultivar INIA OLIMAR, que apresentou o maior rendimento de grãos deste ensaio, juntamente com a linhagem IRGA 2821-1-10-3-2. Além disso, se considerarmos os genótipos situados na porção superior para o rendimento de grãos, ou seja, com rendimento igual ou acima de 9 t ha-1, tem-se oito linhagens do IRGA e seis desenvolvidas em conjunto com o FLAR (Fondo Latinoamericano de Arroz de Riego) (Tabela 1).

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Tabela 1. Características agronômicas avaliadas em 48 genótipos do Ensaio de Rendimento Preliminar conduzido na safra 2005/06 em Santa Vitória do Palmar, RS. IRGA, 2007.

Pedigree

Ciclo (dias)

Estatura (cm)

Grãos por panícula

Esterilidade (%)

Peso de mil grãos (g)

Rendimento de grãos (t/ha)

IRGA 2821-1-10-3-2 86 80 133 30,0 25,1 10,0 a

INIA OLIMAR 88 84 143 28,3 24,6 10,0 ab

IRGA 2688-21V-1V-2 86 79 133 29,4 20,5 9,4 a-c

IRGA 2852-1-13-1-1 84 80 114 25,1 25,1 9,4 a-d

IRGA 2809-1-10-3-1 83 74 143 20,5 24,8 9,3 a-e

IRGA 2353-4-4C-2-B 88 78 121 41,5 26,0 9,3 a-e

IRGA 2821-6-12 88 81 135 19,2 26,2 9,2 a-f

FL04225-CA-1P 95 85 119 29,4 22,7 9,2 a-f

FL04414-2M-8P-5M-1P 102 85 129 32,5 28,2 9,2 a-f

FL04443-6M-6P-5M-2P 91 75 105 25,4 26,8 9,1 a-g

FL04225-CA-2P 94 92 149 26,3 26,4 9,1 a-h

FL04225-CA-22P 95 77 131 31,7 30,4 9,1 a-h

FL04225-CA-20P 91 77 107 19,4 29,0 9,0 a-h

IRGA 2852-13-3-1-3 82 69 153 28,1 26,6 9,0 a-h

IRGA 2522-1-4V-1V-2 85 81 135 31,5 22,9 9,0 a-h

FL04518-7M-41P-4M-1P 94 73 138 30,5 23,3 8,9 a-h

IRGA 2852-1-10-1-2 95 75 131 35,7 27,6 8,8 a-h

IRGA 2852-4-3-1-1 87 76 137 24,8 28,0 8,8 a-h

IRGA 2412-9-10V-3V-2 80 73 114 19,9 24,8 8,7 a-h

IRGA 2821-5-3-3-1 87 82 128 27,0 23,8 8,7 a-i

FL04518-7M-25P-M-1P 103 77 118 25,2 25,2 8,6 a-i

FL04460-5M-39P-4M-1P 94 74 144 23,2 25,5 8,6 a-i

IRGA 1832-7-4T-1-MF-4-A 90 69 107 18,9 26,9 8,5 a-i

IRGA 2821-1-10-3-1 86 73 102 24,8 23,2 8,5 a-i

FL04518-7M-25P-M-1P 93 80 118 35,0 24,8 8,5 a-i

FL04225-CA-29P 93 82 104 19,8 24,4 8,4 a-i

IRGA 2553-1-2V-5V-3V-1 87 77 144 22,5 26,4 8,2 a-i

FL04534-5M-3P-4M-1P 95 88 133 27,2 26,8 8,2 a-i

IRGA 2412-4-7V-2V 95 75 131 25,9 26,3 8,1 a-i

IRGA 2852-3-14-2-3 91 72 90 31,6 25,8 8,1 a-i

EL PASO L 144 92 81 102 31,5 25,4 8,1 b-i FL04534-5M-14P-5M-1P 88 85 131 27,4 23,1 8,1 b-i

FL04540-2M-12P-6M-1P 93 78 140 35,8 28,9 8,0 c-i

IRGA 2688-19-1 86 73 187 35,0 26,0 8,0 c-i

FL04518-7M-58P-4M-1P 91 77 122 19,1 23,9 7,9 c-i

IRGA 2688-7V-1 87 69 94 26,9 25,4 7,7 c-i

IRGA 2852-1-5-2-2 94 87 114 27,1 25,8 7,7 c-i

IRGA 2688-14V-1V-1 88 84 130 33,2 26,0 7,5 d-j

FL04417-7M-33P-4M-1P 101 81 182 37,6 25,8 7,5 d-j

IRGA 2554-5-4C-2-A 93 75 106 35,4 24,0 7,4 e-j

FL04223-CA-9P 88 71 129 24,2 26,3 7,4 e-j

AMAROO 92 86 126 23,5 27,2 7,4 f-j

BR-IRGA 410 91 78 120 37,4 25,0 7,3 g-j IRGA 2553-1-8C-2-B-1-A 88 77 104 19,5 26,7 7,3 h-j

IRGA 417 93 85 130 31,3 25,1 6,9 ij IRGA 2591-10-MV-1V-4-A 93 85 132 35,4 24,5 6,9 ij

IRGA 2553-1-3V-2-B-4 97 77 124 34,3 29,7 5,8 j

IRGA 2683-51-3 73 64 104 24,6 26,0 ---

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste SNK (α=0,05). --- Parcela perdida.

O ciclo (emergência até 80% da floração) dos genótipos variou de 73 até 103 dias,

sendo que 13 genótipos apresentaram ciclo superior às testemunhas e 22 apresentaram ciclo mais curto em relação às testemunhas. A estatura variou de 64 até 88 cm

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predominando genótipos de porte inferior às testemunhas. O número de grãos por panícula apresentou uma ampla variação, desde 90 até 187 grãos por panícula na linhagem IRGA 2688-19-1. Com relação à esterilidade de espiguetas, de forma geral a maioria dos genótipos apresentou valores altos (acima de 20%), sendo a média do ensaio 28%. O peso de mil grãos variou de 20,5 até 30,4 gramas, com média de 25,7 gramas.

Pode-se concluir que, dentre os 45 genótipos avaliados, 15 apresentam média de rendimento de grãos igual ou superior a 9 t ha-1, sendo oito linhagens IRGA, seis FLAR e a cultivar INIA OLIMAR, o que indica que há elevado potencial produtivo dentre as linhagens desenvolvidas na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar.

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IRGA 424: NOVA OPÇÃO DE CULTIVAR COM ADAPTAÇÃO E PRODUTIVIDADE PARA A ZONA SUL DO RS

Renata Pereira da Cruz, Antonio Folgiarini de Rosso, Sergio Iraçu Gindri Lopes, Paulo Sergio Carmona, Mara Cristina Barbosa Lopes, Oneides Antonio Avozani, Dieter Kempf, Gustavo Daltrozo Funck, Carlos Alberto Alves Fagundes, Gilmar Neves. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected] A ocorrência de temperaturas médias mais baixas ao longo do ciclo da cultura é uma característica predominante nas regiões orizícolas da Zona Sul e Campanha do Rio Grande do Sul (RS), a qual torna indispensável o desenvolvimento de cultivares de arroz com boa adaptação e produtividade nestas condições. Após mais de 10 anos de pesquisas na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar, o IRGA disponibiliza uma nova cultivar para o Estado, a qual está adaptada para o plantio em regiões com temperatura média baixa, apresentando elevado potencial de rendimento nestas condições e que poderá, portanto, contribuir para a elevação da média de produtividade do RS. IRGA 424 é a denominação comercial da linhagem IRGA 2423-3-6V-3V-1, resultante de seleção genealógica realizada em progênie do cruzamento triplo realizado na Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS, Brasil, entre os genótipos IRGA 370-42-1-1F-B5 / BR-IRGA 410 // IRGA 411-1-6-1F-A. O cruzamento inicial envolvendo os dois primeiros genitores foi realizado em 1993 e foi denominado IRGA 1732. A planta F1 deste foi cruzada com a linhagem IRGA 411-1-6-1F-A, em 1994, dando origem assim à população IRGA 2423. O lançamento da cultivar IRGA 424 foi realizado no ano de 2007, com inserção no Registro Nacional de Cultivares - RNC - do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A linhagem IRGA 2423-3-6V-3V-1 foi selecionada desde a geração F2 na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar, entrando em Ensaio Preliminar de Rendimento, realizado neste mesmo local, na safra agrícola de 1999/00. A partir da safra 2002/03 até a 2005/06, esta linhagem participou do Ensaio de Avaliação do Valor de Cultivo e Uso do IRGA, contemplando até oito locais em cada safra e totalizando 25 ensaios (Tabela 1). Neste conjunto de ensaios a média de produtividade de grãos foi de 8.303 kg ha

-1 e o melhor resultado foi obtido em Uruguaiana, na safra 2005/06, com 11.374

kg ha-1.

Esta nova cultivar é recomendada para todas as regiões orizícolas do estado do Rio Grande do Sul, no entanto, por ter sido selecionada e desenvolvida em Santa Vitória do Palmar, está especialmente adaptada para cultivo nas regiões mais frias, em que as temperaturas baixas prejudicam a expressão do potencial de rendimento de outras cultivares. As principais características da cultivar IRGA 424 são a baixa estatura das plantas, o ciclo médio, a tolerância à toxidez por excesso de ferro no solo e a resistência à brusone, as quais aliadas à melhor qualidade dos grãos e ao elevado potencial produtivo fazem desta cultivar uma excelente opção para os produtores das regiões da Campanha e Zona Sul do RS. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS PLANTAS:

o Porte baixo o Folhas curtas, eretas e pilosas o Panículas protegidas pela folha bandeira o Grãos longos e finos

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o Casca pilosa e de coloração amarelo-palha

CARACTERÍSTICAS FISIÓLOGICAS E AGRONÔMICAS: o Vigor inicial: baixo o Estatura média: 80 cm o Acamamento: resistente

1

o Capacidade de perfilhamento: alta o Ciclo

2: médio

o Primórdio da panícula: 62 dias o Pleno florescimento: 96 dias o Maturação: 132 dias o Esterilidade: entre 15% e 25% o Resistência à degranação: intermediária o Reação à toxidez por ferro: tolerante o Reação à doenças:

• brusone: resistente

• mancha dos grãos: moderadamente resistente

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS GRÃOS: o Dimensões dos grãos:

Dimensões (mm) Tipo

Comp. (C) Larg. (L) Espessura Relação

C / L Com casca 9,67 2,31 1,97 4,19

Descascado 7,09 2,05 1,76 3,45 Branco polido 6,63 1,97 1,68 3,36

o Classe: longo fino o Aparência: vítrea o Teor de amilose: alto (29 %) o Temperatura de gelatinização: baixa

COMPORTAMENTO INDUSTRIAL

o Peso de 1000 grãos com casca: 25,5 g o Renda do descascamento: 78,1 % o Casca: 21,9 % o Renda de polimento: 70,2 % o Rendimento de grãos inteiros: 62,0 % o Farelo: 8,3 %

ÁREA DE ADAPTAÇÃO: Todas as regiões de cultivo de arroz irrigado no Rio Grande do Sul, segundo o Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura

1 Para os sistemas de semeadura em solo seco.

2 Varia com o local, safra agrícola e época de semeadura.

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TABELA 1. Resultados de rendimento de grãos (kg ha-1) da cultivar IRGA 424 e duas

cultivares testemunhas obtidos nos Ensaios de Avaliação do Valor de Cultivo e Uso (VCU) nas safras 2002/03 a 2005/06 em diversas regiões orizícolas do estado do Rio Grande do Sul. IRGA / EEA, 2007.

Região Local Ano IRGA 424

IRGA 417

BR-IRGA 410

Média CV %

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2003 7420 7530 7230 7380 7,46

Depressão Central Cachoeira do Sul 2003 6280 5180 5660 5420 13,20

Depressão Central Santa Maria 2003 6070 6210 6590 6400 7,63

Fronteira Oeste Uruguaiana 2003 9430 10570 9340 9955 10,90

Fronteira Oeste São Borja 2003 6380 6760 6910 6835 11,5

Campanha Dom Pedrito 2003 6240 5640 6720 6180 9,04

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2003 7470 7010 7950 7480 6,54

Planície Costeira Interna

Camaquã 2003 5580 3750 5370 4560 15,0

Depressão Central Cachoeirinha 2004 7350 8000 7140 7570 6,71

Depressão Central Cachoeira do Sul 2004 8520 7970 9000 8485 5,62

Depressão Central Santa Maria 2004 8970 9270 9930 9600 5,97

Fronteira Oeste Uruguaiana 2004 9960 10690 9870 10280 8,02

Fronteira Oeste São Borja 2004 9620 9190 9970 9580 10,4

Campanha Dom Pedrito 2004 10280 10010 11930 10970 8,93

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2004 9330 9070 9860 9465 5,22

Planície Costeira Interna

Camaquã 2004 6090 6300 6440 6370 10,20

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2005 8543 9081 9355 9218 5,83

Depressão Central Cachoeira do Sul 2005 11237 8908 11700 10304 7,16

Depressão Central Santa Maria 2005 9675 9422 9859 9641 6,27

Fronteira Oeste São Borja 2005 11106 9065 9742 9404 9,69

Zona Sul Santa Vitória do Palmar

2005 7878 7562 8467 8015 9,51

Planície Costeira Interna

Camaquã 2005 5450 5604 5379 5492 13,90

Planície Costeira Interna

Cachoeirinha 2006 8580 6903 7792 7348 9,66

Depressão Central Santa Maria 2006 8744 7351 7865 7608 8,96

Fronteira Oeste Uruguaiana 2006 11374 9202 11800 10501 13,8

Média 8303 7850 8475 8162 9,08

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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ HÍBRIDO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ,

NA SAFRA 2005/06 Mara Cristina Barbosa Lopes(1), Sérgio Iraçu Gindri Lopes(1), Carlos Leal(1), Elias Oliveira(1), Izabel Cristina de Oliveira(1), José Patrício Melo de Freitas(1), Jorge Cremonesi(1), Síntia da Costa Trojan(1), Gustavo Hernandes(1), Eloy João Cordero(1), Gilmar Neves(1), Enio Marchezan(2), Diego Arosemena(2), Dejair Tomazzi(3). 1Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494, CEP:94930-030, [email protected] 2UFSM, 3FEPAGRO.

Um dos desafios dos programas de melhoramento genético na cultura do arroz irrigado é desenvolver cultivares que apresentem alto potencial de produtividade. A exploração do vigor híbrido baseado na heterose é uma alternativa para obtenção de genótipos mais produtivos. Desta forma pode-se consolidar ganhos na produção nacional, deste cereal, sem que para isto tenha que ocorrer aumento da área plantada. O programa de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) em parceria com a Metropolitana Incorporações e Locação de Bens Ltda., buscam desenvolver cultivares híbridas que produzam em torno de 20 % acima das cultivares convencionais, para compensar o alto custo da semente híbrida, mantendo-se bons padrões de qualidade dos grãos. Este trabalho teve como objetivo avaliar genótipos de arroz híbrido quanto ao potencial produtivo e a interação com o ambiente, além de atributos relacionados à qualidade de cocção dos grãos.

Este trabalho foi realizado em experimentos de campo conduzidos em sete locais do Rio Grande do Sul: Cachoeirinha, Cachoeira do Sul, Santa Maria, Uruguaiana, São Borja, Dom Pedrito e Santa Vitória do Palmar. Foram testados quatro híbridos com densidade de semeadura de 50 kg ha-1 e as cultivares testemunhas foram BR-IRGA 410 e IRGA 417, de ciclo médio e precoce, respectivamente, sendo estas semeadas com densidade de 120 kg ha-1. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas mediram 5,0 m de comprimento e a largura variou de um local para outro conforme a semeadora disponível (9 ou 10 linhas e espaçamento entre linhas de 0,17m). A adubação de base foi efetuada conforme o resultado da análise do solo. A adubação nitrogenada em cobertura foi na dose de 120 kg ha-1, parcelada em duas épocas, sendo metade aplicado antes da irrigação e o restante 50 dias após a emergência das plântulas.

Os genótipos foram comparados pelo rendimento de grãos a 13 % de umidade e os dados foram submetidos à análise de variância e testados através do F-teste. Foram realizadas as análises conjunta e individual envolvendo os seis genótipos e sete ambientes. A comparação entre as médias foi realizada através do teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.

Os resultados da análise da variância, para o rendimento de grãos, mostraram que houve interação significativa entre os híbridos e os locais (Pr. <.0001). De maneira geral, os híbridos apresentaram alto potencial de rendimento de grãos (média de 10,73 t ha-1), superando a média das cultivares testemunhas (8,69 t ha-1). A maior produtividade foi em Dom Pedrito, com média de 11,60 t ha-1 (Tabela 1), por outro lado, em São Borja não houve diferenças significativas entre os híbridos e as cultivares. Quando comparados com as testemunhas, os híbridos apresentaram maior potencial de rendimento de grãos, em todos os ambientes, com incremento médio de 29,89 % (Tabela 1). A vantagem foi menor no município de São Borja (7,30 %), e maior em Santa Maria (42,03 %) e Santa Vitória (43,42 %).

Em geral os híbridos apresentam alto índice de centro branco nos grãos. Para este carácter o Híbrido 8 foi similar a cultivar BR-IRGA 410, na média dos ambientes (Tabela 2). Para os híbridos a temperatura de gelatinização variou de baixa a intermediária

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Tabela 1- Rendimento de grãos (t ha-1) de arroz híbrido em sete locais do Rio Grande do Sul, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha 2007. Genótipos Locais Cachoeirinha Cachoeira do

Sul Santa Maria São Borja Uruguaiana Dom Pedrito Santa Vitória Médias

Híbrido 9 10,21 a 13,55 a 11,23 a 10,83 ns 12,37 a 13,69 a 10,29 ab 11,74 Híbrido 2 - 11,76 ab - 10,91 8,01 cb 12,88 ab 9,88 ab 10,69 Híbrido 7 9,66 a 9,86 bc 10,32 b 10,16 9,11 cb 12,93 ab 10,84 a 10,41 Híbrido 8 10,78 a 10,44 bc 11,94 a 10,77 7,32 c 11,94 b 9,34 b 10,36 BR-IRGA 410 7,71 b 10,04 bc 8,40 c 9,36 9,69 b 10,50 c 7,56 c 9,04 IRGA 417 6,45 c 9,12 c 7,57 d 10,17 9,92 cb 8,33 d 7,06 c 8,28 Médias 9,00 D 10,69 B 9,78 C 10,37 B 9,35 CD 11,60 A 9,01 D 10,09 C.V.% 7,87 12,31 4,63 10,83 13,17 5,58 6,3 Média cultivares 7,08 9,58 7,99 9,77 9,47 9,41 7,31 8,66 Vantagem1 híbrido (%) 29,89

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 1 Vantagem no rendimento de grãos do melhor híbrido, na média, em relação a melhor cultivar testemunha na média dos locais.

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Tabela 2- Índice de centro branco dos grãos de arroz híbrido em quatro locais do Rio Grande do Sul, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha 2006.

Genótipos Locais Médias Cachoeirinha Cachoeira

do Sul São Borja Dom

Pedrito

ML1 PC2 PC PC ML HÍBRIDO 9 1,3 1,6 1,4 1,6 1,6 1,5 HÍBRIDO 2 1,9 2 2 1,6 1,3 1,8 HÍBRIDO 7 1,3 1,8 1,6 2 1,2 1,6 HÍBRIDO 8 1,1 1,8 1,0 1,4 1,1 1,3 BR-IRGA 410 1,3 1,3 1,6 1,2 1,2 1,3 IRGA 417 0,3 0,5 0,2 0,6 SI 0,4

SI: Sem informação 1 Avaliação realizada por Mara Cristina Barbosa Lopes 2 Avaliação realizada por Paulo Sérgio Carmona Tabela 3- Temperatura de gelatinização e amilose dos grãos de arroz híbrido em cinco

locais do Rio Grande do Sul, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha 2006. Genótipos Locais Cachoeirinha Cachoeira

do Sul São Borja Uruguaiana Dom Pedrito

TG AMI TG AMI TG AMI TG AMI TG AMI HÍBRIDO 9 B/M 25 B/A 26 B/A 28 B/A 25 M 25 HÍBRIDO 2 M 27 B/A 26 B 29 B/M 25 B 25 HÍBRIDO 7 B/M 27 B/A 25 B 26 B/A 27 B 26 HÍBRIDO 8 M 27 M/B 27 M/B 28 B 27 B/A 26 BR-IRGA 410 R 28 B 28 B 25 B 28 B 28 IRGA 417 B 29 B 29 B 27 B 28 B 29

TG (Temperatura de gelatinização): A = alta; M = média; B = baixa AMI (Amilose): alta = 28-32; intermediária = 23-27; baixa = <22 e o de teor de amilose foi intermediário, indicando boa qualidade de cocção, uma vez que cultivares com estas características apresentam-se com o centro dos grãos macios, secos e quando esfriam apresentam uma textura suave.

Os resultados indicam a existência de heterose, para rendimento de grãos, nos híbridos selecionados no Programa de Melhoramento Genético do IRGA. Os híbridos foram mais produtivos que as testemunhas, porém este incremento de produtividade varia dependendo do local de cultivo. Quanto à qualidade, o programa de melhoramento deve buscar novas combinações híbridas que apresentem menor índice de centro branco.

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VARIABILIDADE MORFOLÓGICA DOS GRÃOS E IDENTIFICAÇÃO DE ARROZ VERMELHO RESISTENTE AO HERBICIDA ONLY EM LAVOURAS DE

ARROZ CLEARFIELD Mara Cristina Barbosa Lopes

(1), Rita de Cássia Machado Comoreto

(1), Catiane Mirapalhete

Santos(1)

, Paulo Rodrigo da Silva Freitas(1)

, Carlos Leal(1)

. 1Instituto Rio Grandense do

Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494, CEP:94930-030, [email protected]

O arroz vermelho é a principal invasora das lavouras de arroz no Rio Grande do Sul (RS) e caracteriza-se por apresentar diferentes ecótipos, distribuídos nas diferentes regiões orizícolas do estado. Atualmente, muitas lavouras infestadas por esta planta daninha estão adotando o Sistema de Produção Clearfield, o qual surgiu como uma importante ferramenta no manejo para o controle desta invasora, em que o uso de herbicida não seletivo causa a morte das plantas de arroz vermelho. Porém, um dos problemas que pode ocorrer neste Sistema de Produção é o fluxo de genes ou a resistência natural em plantas de arroz vermelho, prejudicando a eficiência do mesmo. Alguns trabalhos têm mostrado a possibilidade de cruzamentos naturais entre o arroz comercial e o arroz vermelho, bem como a ocorrência de plantas daninhas resistentes a herbicida, inclusive o arroz vermelho (Vidal & Winkler, 2002; Messeguer et al. 2004; Rajguru et al, 2005; Boyd, 2005). Este trabalho teve como objetivos estudar a variabilidade morfológica dos grãos de plantas de arroz vermelho e identificar as que apresentam resistência ao herbicida Only em lavouras de arroz que utilizam o sistema de produção Clearfield.

Após a aplicação do herbicida nas lavouras cultivadas no Sistema Clearfield as plantas de arroz vermelho suscetíveis morrem, sobrevivendo as resistentes e/ou as que denominamos de escapes. Na safra 2005/06 foram coletadas panículas de plantas individuais de arroz vermelho sobreviventes (escapes ou com resistência natural), após a aplicação do herbicida Only, em lavouras cultivadas com a cultivar IRGA 422CL. Estas lavouras estavam localizadas em dezenove municípios correspondendo a quatro regiões orizícolas do estado do RS (Tabela 1). Algumas destas lavouras foram plantadas pela primeira vez com esta cultivar e outras estavam na segunda ou na terceira safra de cultivo. Entre as regiões amostradas, o maior número de coletas foi na Depressão Central (Tabela 1), principalmente nos municípios de Agudo, Cachoeira do Sul e Restinga Seca. Considerando-se todos os ambientes, foram avaliadas 321 populações.

Após a floração as panículas das plantas de arroz vermelho sobreviventes foram acondicionadas em sacos de tecido para evitar perdas dos grãos até o momento da colheita. As panículas foram debulhadas individualmente e os grãos foram caracterizados quanto ao tipo, cor da casca, presença de aristas e cor do apículo. Após a quebra de dormência as sementes foram germinadas em placas de Petri mantidas em estufa a temperatura de 25° C. As plântulas provenientes de cada panícula, a qual originou uma população, foram transplantadas em bandejas de plástico, contendo solo, em linhas individuais e quando as plantas estavam com três folhas foram pulverizadas com o herbicida Only na dose de 1 L ha

-1. As populações foram classificadas como resistentes ou

suscetíveis através da avaliação visual realizada 20 dias após a aplicação do herbicida. A cultivar IRGA 417 foi utilizada como testemunha suscetível e a linhagem 93AS3510 como resistente.

Na caracterização morfológica para avaliar a variabilidade genética dos grãos de arroz vermelho, houve a formação de 17 marcadores (Tabela 2), sendo doze relacionados ao tipo e a cor da casca, mostrando que existe grande variabilidade para estes caracteres. Considerando-se todas as panículas avaliadas, os ecótipos de arroz vermelho predominantes apresentaram grão longo (35,10 %), com cor amarela na casca (80,58 %) e no apículo (84,95 %) e aristados (75,16 %). O município de Cachoeira do Sul foi o que apresentou maior variabilidade morfológica dos grãos, pois apenas grãos o tipo longo extra

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Tabela1- Populações de arroz vermelho avaliadas para resposta à ação herbicida em quatro regiões orizícolas no RS e o número de safras cultivadas no Sistema de Produção Clearfield anterior a da coleta das amostras, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha, 2007.

Nº de Populações

avaliadas resistentes suscetíveis Regiões Nº de

lavouras Safras

anteriores segregantes não segregantes

DC 17 2 ou 3 174 89 30 55 FO 9 0 a 3 70 4 60 6 CMP 8 1 a 3 38 13 17 8 PCE 8 2 a 3 39 13 23 3

Totais de populações 321 119 130 72

DC: Depressão Central; FO: Fronteira Oeste; CMP: Campanha; PCE: Planície Costeira Externa

Tabela 2- Marcadores morfológicos dos grãos, obtidos em amostras de arroz vermelho coletadas em

lavouras de arroz cultivadas no Sistema de Produção CLEARFIELD, safra 2005/2006. IRGA / EEA, Cachoeirinha, 2007.

Tipo de grão % Total

Cor casca % Total

Arista % Total

Cor apículo % Total

Longo 35,10 amarelo 80,58 com 75,16 amarelo 84,95 Longo fino 26,16 manchas marrom 7,12 sem 24,84 marrom 7,36 Curto 30,13 marrom 3,88 preto 7,69 Longo largo 7,28 preto 7,44 Curto largo 0,66 dourado 0,32 Longo extra fino 0,66 manchas pretas 0,65

fino e com casca cor amarela não foram identificados. Por outro lado, em Quaraí, todas as amostras apresentaram o mesmo fenótipo, embora a amostragem tenha sido menor que a realizada em Cachoeira do Sul (dados não publicados). Os grãos de arroz vermelho do tipo curto de coloração amarela com manchas pretas e aristados foram todas suscetíveis, para as demais características morfológicas não houve diferença para resposta à ação do herbicida. Das 321 populações avaliadas 249 foram resistentes à ação do herbicida e as demais foram suscetíveis (Tabela 1). O número de lavouras amostradas foi variável em cada região, mas em todas foram encontradas populações de arroz vermelho resistentes (Tabela 1 e Figura 1a). A resistência ao herbicida nas plantas de arroz vermelho amostradas pode ter surgido de duas maneiras: por fluxo gênico que, segundo Borém (2005), ocorre com a transferência de alelos de uma população/espécie para outra, com a permanência do gene exógeno na população receptora nas gerações seguintes à transferência. Este tipo de situação ocorreu em uma lavoura de arroz Clearfield no estado do Arkansas, EUA, cuja existência do cruzamento natural foi confirmada através do teste de DNA (Boyd, 2005). A outra maneira é através da resistência natural que, conforme Kissmann (200-?) é a habilidade hereditária de ocorrência natural, de certos biótipos de plantas de resistir a um tratamento que, em condições normais de uso, controla efetivamente a população de uma espécie. Em Quarai e Uruguaiana foram identificadas duas populações resistentes (uma em cada local), as quais foram plantadas no sistema de produção Clearfield pela primeira safra. Esta situação nos indica que, através da ação do herbicida Only, ocorreu a seleção de plantas com resistência natural.

A proporção de populações de arroz vermelho resistentes é superior às suscetíveis, em todas as regiões, principalmente na Fronteira Oeste, Campanha e Planície Costeira Externa (Figura 1a). Em geral as lavouras amostradas apresentaram populações resistentes e suscetíveis ou somente resistentes, exceto em três, as quais são provenientes de Rosário do Sul (uma lavoura) e Cachoeira do Sul (duas lavouras), onde todas as amostras foram suscetíveis (dados não mostrados), embora tenham sido cultivadas no Sistema de Produção Clearfield por uma e duas safras, respectivamente. Este fato nos mostra que o manejo adotado nestas lavouras tem sido adequado, seguindo as recomendações inerentes ao Sistema de Produção Clearfield, evitando-se o fluxo do

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Regiões OrizícolasDC FO CMP PCE

Po

pula

ções

(%

)

0

20

40

60

80

100Resistente Suscetível

a

Regiões OrizícolasDC FO CMP PCE

Segregante Não Segregante

b

gene que confere a resistência e também nos indica que não ocorreram plantas com resistência natural.

Nas populações resistentes, a distribuição de segregantes e não segregantes ocorreu de forma diferencial entre as regiões (Figura 1b). Destaca-se a Fronteira Oeste, onde provavelmente a resistência seja de origem natural, devido ao grande número de populações não segregantes, mesmo que a maioria das lavouras amostradas nesta região tenha sido cultivada no Sistema Clearfield por duas a três safras anteriores à da coleta. Por outro lado, na Depressão Central o fluxo de genes deve ter ocorrido com maior freqüência, pois houve maior número de populações segregantes após duas a três safras de cultivo sucessivo com o Sistema de Produção Clearfield. A Campanha e Planície Costeira Externa apresentam uma situação intermediária àquelas expostas anteriormente (Figura 1b).

Sem dúvida nenhuma, o Sistema de Produção Clearfield está contribuindo muito como uma ferramenta importante no controle de arroz vermelho nas lavouras do RS infestadas com esta invasora. Entretanto, os produtores devem seguir as recomendações técnicas para o uso desta tecnologia para não inviabilizá-la dentro do sistema de produção orizícola. Os resultados obtidos neste trabalho mostram a existência de variabilidade morfológica e resistência de plantas de arroz vermelho ao herbicida Only em lavouras de arroz que utilizam o Sistema de Produção Clearfield. Figura 1- Porcentagem de populações de arroz vermelho resistentes e suscetíveis,

segregantes e não segregantes em quatro regiões orizícolas do RS, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha, 2007.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Borém A. Considerações sobre o fluxo gênico. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, n. 34, p. 86-89, 2005. Boyd V. Red flag warning: Follow stewardship plan to prolong red-rice fighting Clearfield system. 2005 Disponível em: <http//www.aragriculture.org/cropsoilwtr/rice/PerfTrials/ arpt0204.pdf>. Acesso em 2006. Kissmann, K. G. Resistência de plantas daninhas a herbicidas. Disponível em:<http://www.hrac-br.com.br/arquivos/texto_resistencia_herbicidas.doc>. 200-? Acesso em 2007. Messeguer, J. et al. A field study of pollen-mediated gene flow from Mediterranean GM rice to conventional rice and the red rice weed. Molecular Breeding, v. 13, p. 103-112, 2004. Rajguru, S. N. et al. Mutations in the red rice ALS gene associated with resistence to imazethapyr. Weed Science, v. 53, p. 567-577, 2005. Vidal, R. A.; Winkler, L.M. Resistência de plantas daninhas: seleção ou indução à mutação pelos herbicidas inibidores de acetolactato sintase (ALS). Pesticidas: R.Ecotoxicol. e Meio Ambiente, Curitiba, v. 12, p. 31-42,2002. Agradecimentos

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Agradecemos aos NATE’s do IRGA que contribuíram com as coletas de arroz vermelho.

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AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO À TOXICIDADE POR FERRO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA

Ariano M. de Magalhães Jr.(1); Paulo R. R. Fagundes(1); Algenor da S. Gomes(1); Daniel F. Franco(1); Alcides Severo(1). 1. Embrapa Clima Temperado, BR 392, Km 78, C.P. 403, Pelotas, RS.; e-mail: [email protected]

A toxidez por ferro foi descrita pela primeira vez, há mais de quarenta anos na Ásia, e tem sido estudada intensamente em vários países desde essa época. Esta é ocasionada pelo excesso de ferro solúvel na água. No Rio Grande do Sul, até o final da década de setenta, raramente foi observado problemas com toxidez por ferro, quando as cultivares do tipo intermediário e tradicional predominavam na orizicultura do sul do Brasil. Com o advento das cultivares modernas, de porte baixo, com alto potencial produtivo, porém mais suscetíveis ao problema que as anteriores, aumentou a freqüência e a intensidade dos relatos de ocorrência desta doença no estado (Gomes et al., 1990). De fato, cultivares altamente produtivas como BR-IRGA 409, BR-IRGA 410 e BRS Pelota, entre outras amplamente difundidas na lavoura orizícola gaúcha, têm mostrado sensibilidade à toxicidade por ferro.

Plantas de arroz irrigado podem apresentar esse distúrbio em qualquer estádio de desenvolvimento, sendo, notadamente mais acentuado no final do perfilhamento e início da floração. Os sintomas são, de modo geral, visualmente identificáveis e configuram dois tipos: um formado pelos sintomas ocasionados pela toxicidade direta ou bronzeamento, causada pela excessiva absorção de ferro pelas plantas. Constitui-se de numerosos pontos de coloração castanho-escuro que , quando em níveis mais elevados de ferro, juntam-se, formando grandes áreas com esta coloração nas folhas. Com a progressão do distúrbio, as folhas mais atacadas secam e morrem. Neste caso, as plantas apresentam menor perfilhamento, com sistema radicular de coloração marrom-escuro, panículas pequenas e alta percentagem de espiguetas estéreis. O outro tipo de sintoma caracteriza a chamada toxicidade indireta ou alaranjamento, é associada à deficiência nutricional generalizada derivada do excesso de ferro na solução do solo. Inicia pelo amarelecimento das pontas para a base das folhas mais velhas, seguido nas folhas mais novas, levando a morte muitas folhas inferiores. Inicialmente, as folhas mais velhas apresentam uma coloração castanho-avermelhada, laranja ou amarela. Com o tempo, as folhas secam completamente e as plantas evoluem para um aspecto queimado. As folhas mais jovens apresentam pequenas manchas de coloração castanho. As plantas apresentam-se atrofiadas com elevada percentagem de espiguetas estéreis e um sistema radicular grosso, pouco desenvolvido e de coloração castanho-escuro (Sousa et al., 2004).

Uma alternativa eficiente para evitar os efeitos da toxicidade por ferro em lavouras de arroz irrigado, cujos solos apresentam histórico de ocorrência do problema, é a utilização de cultivares resistentes (Magalhães Jr. et al, 2005).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de linhagens elite, do programa de melhoramento genético de arroz irrigado da Embrapa, frente ao estresse provocado pelo excesso de ferro.

O experimento foi realizado no ano agrícola 2006/07, no campo experimental da Estação de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, RS. O solo utilizado foi caracterizado como Planossolo Hidromórfico eutrófico solódico. Parte da área do experimento, previamente sistematizada, sofreu a decapitação da camada correspondente ao horizonte A, acentuando as condições que propiciam a ocorrência do distúrbio.

O experimento foi composto por vinte e oito linhagens “elite”, oriundas do programa de melhoramento genético de arroz irrigado da Embrapa, e quatro cultivares comerciais de arroz (testemunhas), distribuídas no delineamento experimental de blocos ao acaso, com três repetições, sendo as parcelas compostas por nove linhas de cinco metros de

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comprimento, espaçadas 17,5 cm entre si. Como testemunhas foram utilizadas as cultivares BRS 6 “Chuí” e Irga 417 (precoces) e BR Irga 409 e Brs 7 “Taim” (ciclo médio). A densidade de semeadura foi de 120 kg ha-1. A irrigação foi mantida permanente após a emergência das plântulas a fim de manter as condições de redução do solo.

A avaliação dos sintomas da toxicidade indireta foi realizada em três épocas, aos 50, 80 e 110 dias após a emergência das plantas (DAE), que corresponde à 30, 60 e 90 dias após a entrada da água, respectivamente. A escala de avaliação foi baseada nos sintomas de descoloração (amarelecimento ou alaranjamento das folhas) e variou de 0 a 9, sendo de 0 a 3, resistente; 4 e 5, médio resistente; 6 e 7, médio suscetível e 8 e 9, suscetível. Para leitura da produção de matéria seca da parte aérea (MS) foi coletado ½ metro linear de cada genótipo, com três repetições.

A partir da primeira avaliação (50 DAE), que coincidiu com o estádio de diferenciação da panícula para a maioria dos genótipos, as linhagens e as testemunhas médio suscetível e suscetível começaram a apresentar sintomas de toxicidade por ferro mais evidentes, os quais progrediram e confirmaram a reação na avaliação aos 80 DAE e aos 110 DAE, sendo a média final apresentada na (Tabela 1). A maior sensibilidade a toxidez por ferro foi demonstrada pelas linhagens BRA 040079 e CNA 10754, cujas notas médias atribuídas foram 8 e 9, respectivamente, considerando as três avaliações, sendo superior ao apresentado pelas cultivares testemunhas IRGA 417 (médio suscetível) e BR IRGA 409, reconhecidamente, entre as cultivares indicadas para o cultivo no RS, a que apresenta maior suscetibilidade à níveis elevados de ferro no solo. Por outro lado, as linhagens BRA 02103, BRA 02498 e BRA 051272 apresentaram a melhor reação ao estresse, indicando serem possuidoras de alelos que lhes conferem elevado nível de resistência. Reação de média resistência foi observada ainda, para dezenove genótipos do programa de melhoramento genético de arroz irrigado da Embrapa, evidenciando um elevado índice de seleção positiva para este caráter. As linhagens que apresentaram maior produção de MS foram BRA 02103 e BRA 051272, coincidentemente as menores notas de avaliação (notas 2), o que indica haver uma elevada correção entre os caracteres estudados.

Os resultados obtidos nesta safra indicam que as linhagens BRA 02103, BRA 02498 e BRA 051272, poderão ser ótimas fontes de resistência à toxicidade por ferro no programa de melhoramento de arroz irrigado da Embrapa, bem como, caso venham a ser lançadas como novas cultivares, poderão contribuir para a mitigação dos efeitos deste distúrbio sobre a atividade orizícola em áreas passíveis de ocorrência do problema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GOMES, A. da S.; SOUSA, R. O.; DIAS, A. D.; MACHADO, M. O.; PAULETTO, E. A. A problemática da toxicidade do Fe em arroz irrigado no RS. In: REUNIÃONACIONAL DE PESQUISA DE ARROZ, 4., Anais ... Goiânia, CNPAF/EMBRAPA, 1990. p.116

MAGALHÃES JR, A.M de; FAGUNDES, P.R.R; GOMES, A.S; PETRINI, J.A.; FRANCO, D.F.; SEVERO, A.; SOARES, R.C; BENDER, R. Seleção de linhagens de arroz irrigado do programa de melhoramento da Embrapa à toxicidade por ferro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4 ; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26, 2005, Santa Maria. Anais ... Santa Maria: UFSM, 2005. p. 204-206. SOUSA, R. O. de; GOMES, A. da S.; VAHL, L. C. Toxidez por ferro em arroz irrigado. In: Gomes e Magalhães Jr (eds.). Arroz Irrigado no sul do Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. p. 305-334.

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Tabela 1. Reação de genótipos de arroz irrigado à toxicidade por ferro (0 a 9) e produção de matéria seca da parte aérea. Embrapa Clima Temperado. Safra 2006/07

Genótipos

Notas *

Reação

Matéria seca (g m-2)

BR IRGA 409 7 médio suscetível 522.48 BRA 01024 6 médio suscetível 1096.00 BRA 01059 4 médio resistente 651.43 BRA 01073 5 médio resistente 602.86 BRA 01079 5 médio resistente 857.14 BRA 01100 6 médio suscetível 759.24 BRA 01455 7 médio suscetível 453.71 BRA 01461 6 médio resistente 467.05 BRA 02099 5 médio resistente 1353.90 BRA 02103 2 resistente 1681.52 BRA 02498 3 resistente 1214.10 BRA 02665 4 médio resistente 1302.10 BRA 030008 5 médio resistente 1251.43 BRA 030040 6 médio suscetível 528.76 BRA 040055 5 médio resistente 1093.71 BRA 040056 7 médio suscetível 325.71 BRA 040075 5 médio resistente 686.86 BRA 040076 5 médio resistente 628.57 BRA 040079 8 suscetível 364.19 BRA 040082 5 médio resistente 1173.71 BRA 040127 5 médio resistente 1179.05 BRA 040291 4 médio resistente 712.38 BRA 041049 5 médio resistente 840.00 BRA 051272 2 resistente 1468.57 BRS 6 Chuí 5 médio resistente 819.62 BRS 7 Taim 5 médio resistente 392.57 BRS Fronteira 5 médio resistente 738.29 BRS Querencia 5 médio resistente 703.62 CNA 10754 9 suscetível 302.10 CNA 10755 4 médio resistente 142.48 CNA 10756 6 médio suscetível 697.52 CNA 10757 6 médio suscetível 1073.14 CNA 10758 7 médio suscetível 563.05 CNA 10759 7 médio suscetível 1230.86 IRGA 417 7 médio suscetível 1020.76

* 0 a 3, resistente; 4 e 5, médio resistente; 6 e 7, médio suscetível e 8 e 9, suscetível

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ENSAIO ESTADUAL DE VALOR DE CULTIVO E USO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO MÉDIO DA EMBRAPA,

NO RIO GRANDE DO SUL, SAFRA 2007 Ariano M. de Magalhães Jr.(1), Paulo Fagundes(1), Daniel Fernandez Franco(1), Orlando P. de Moraes(2), Paulo H. Rangel(2), Francisco Moura(2), Alcides Severo(1), Alex D. Viegas(3) 1. Embrapa Clima Temperado, Cx. Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. (2) Embrapa Arroz e Feijão, Cx. Postal 179, Fazenda Capivari, Santo Antônio de Goiás, GO, CEP 75375-000. (3)Estagiário Embrapa Clima Temperado.

O desenvolvimento de cultivares mais produtivas e adaptadas aos diversos ambientes de cultivo no Rio Grande do Sul tem contribuído, sobremaneira, para a sustentabilidade econômica social e ambiental do arroz irrigado (Magalhães Jr. et al., 2003). O Programa de Melhoramento Genético da Embrapa tem por objetivo desenvolver cultivares que apresentem uma alta adaptabilidade e estabilidade aos diversos ambientes em que são cultivadas e, que expressem elevado rendimento de grãos, associado a características agronômicas e industriais adequadas.

Os ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) destinam-se à avaliação final das linhagens elites selecionadas nos ensaios de rendimento, em condições ambientais diversificadas, visando obter informações agronômicas detalhadas para o lançamento de novas cultivares. Através desses ensaios, obtém-se os requisitos mínimos para inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RCN), sendo exigido um acúmulo de observações de no mínimo três locais por dois anos agrícolas consecutivos ou dois locais por três anos.

O experimento de VCU médio conduzido no ano agrícola 2006/07 foi constituído por quatorze genótipos, sendo onze linhagens elites e três cultivares testemunhas: BRS 7 “Taim” e BR Irga 409 (ciclo médio) e Irga 417 (ciclo precoce).

Os ensaios foram conduzidos nos municípios de Agudo, Alegrete, Pelotas, Santa Vitória do Palmar e Uruguaiana. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de 9 linhas de 5 m de comprimento, espaçadas 0,175 m entre si. A área útil da parcela foi de 3,6 m2. As práticas de adubação e manejo foram adotadas segundo as recomendações técnicas de cultivo do arroz irrigado (SOSBAI, 2005).

A análise da variância para os genótipos de ciclo médio (Tabela 1) não indicou efeito significativo entre os genótipos avaliados quanto a produtividade média, porém houve diferença significativa pelo Teste de Tukey (P < 0,05) para os locais. Conforme pode ser observado a maior produtividade foi obtida nos municípios de Alegrete e Pelotas que não diferiram estatisticamente entre si, seguido pelo município de Uruguaina. As menores produtividades foram observadas nos município de Santa Vitoria do Palmar e Agudo, respectivamente.

O rendimento médio de grãos das linhagens variou de 8587 kg ha-1 (BRA 051272) a 7637 kg ha-1 (BRA 051265), com uma média geral do experimento de 8150 kg ha-1, e um CV% de 16.0, o que evidencia uma adequada condução do ensaio.

A maior produtividade média foi obtida em Alegrete com a linhagem BRA 02103, onde atingiu-se 10830 kg ha-1. Apesar de não haver diferença estatística significativa entre os genótipos, seis linhagens apresentaram rendimentos médios superiores à média do experimento e cinco delas (BRA 051272, BRA 02665, BRA 02498, BRA 040291 E BRA 030040) superaram a média da melhor testemunha que foi a cultivar BR Irga 409 (8331 kg ha-1). Estes resultados indicam que o programa de melhoramento genético de arroz irrigado da Embrapa tem trabalhado de forma eficiente na seleção de linhagens para o caráter rendimento de grãos.

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Em relação aos parâmetros agronômicos avaliados na Tabela 2, pode-se observar um comportamento médio adequado das linhagens nos ambientes de cultivo no Rio Grande do Sul. Não verificou-se problemas de acamamento em nenhum dos locais. Quanto às pragas e doenças, não foram observados nenhum dano de importância econômica.

Tabela 1. Rendimento de grãos (kg ha-1) de genótipos de ciclo médio do Ensaio de Valor de Cultivo e Uso de Linhagens promissoras de arroz irrigado, safra 2006/07. Embrapa Clima Temperado. Pelotas, 2007.

Genótipos Pelotas S.V.

Palmar Alegrete Uruguaiana Agudo Médias**

BRA051272 9478 8415 9878 8920 6244 8587 a

BRA02665 9180 8017 9401 9181 6198 8495 a

BRA02498 9819 7345 10062 9090 6158 8494 a

BRA040291 10039 7756 10400 8605 5462 8452 a

BRA030040 9012 7479 9780 9601 6330 8441 a

BR IRGA 409 9720 7376 9795 9248 6021 8331 a

BRA02103 8957 7779 10830 8514 5031 8222 a

BRA041049 9872 5965 8053 8261 - 8037 a

IRGA 417 8137 7379 10022 8609 5924 8014 a

BRA030008 9760 5952 9664 8226 6272 7974 a

BRA040127 9934 6040 9327 7973 6115 7877 a

BRA01079 8621 7677 8544 8654 5810 7862 a

BRS 7 Taim 9098 6224 9202 8310 5622 7691 a

BRA051265 8290 6862 9724 6996 6315 7637 a

Médias** 9279 A 7161 C 9620 A 8584 B 5961 D 8150

CV % = 16.0

** Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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Tabela 2 – Comportamento dos genótipos de ciclo médio avaliados no Ensaio de Valor de Cultivo para as variáveis, floração (50%), altura de plantas, avaliação visual, acamamento, mancha de grãos, nota de grãos e rendimento industrial. Embrapa Clima Temperado. Pelotas, 2007.

Rendimento Industrial Genótipos Flor.

(dias) Altura (cm)

AV Acam. MG NG

Total Inteiros Quebr. BRA051272 95 94.5 2.3 1.0 1.1 1.0 69.3 61.9 7.4

BRA02498 101 97.1 2.8 1.0 3.5 1.0 69.0 63.0 5.9

BRA040291 100 98.0 3.0 1.0 2.2 1.0 69.0 62.2 6.8

BR IRGA 409 101 93.5 2.8 1.0 1.6 1.0 67.7 63.3 4.3

BRA02103 99 94.4 2.3 1.0 1.4 1.3 66.8 58.6 8.2

BRA02665 89 94.8 3.3 1.3 1.9 1.0 68.3 61.7 6.6

BRA041049 110 97.1 3.0 1.0 1.5 1.1 65.2 46.9 18.3

BRA030040 91 94.8 3.3 1.5 1.7 1.0 67.6 60.2 7.4

IRGA 417 86 89.6 2.3 1.3 1.8 1.0 68.6 63.5 5.1

BRA030008 100 88.3 3.5 1.0 2.8 1.0 69.2 61.7 7.5

BRA040127 104 94.8 3.0 1.0 1.6 1.0 68.6 63.9 4.7

BRA01079 90 96.2 2.5 1.1 3.0 1.0 68.0 60.7 7.2

BRS 7 Taim 99 90.0 2.5 1.0 2.2 1.0 69.1 60.6 8.5

BRA051265 102 90.4 3.3 1.0 1.1 1.0 69.4 63.6 5.8

* Notas: AV (avaliação visual): 1-5; acamamento: 1-9; MG (mancha de grãos): 1-5: NG (nota de grãos): 1-5, onde notas menores correspondem ao melhor desempenho agronômico.

RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MAGALHÃES JR. A.M. de; FAGUNDES, P.R.; FRANCO, D.F. Melhoramento genético, biotecnologia e cultivares de arroz irrigado. In: MAGALHÃES JR. de, A.M.; GOMES, A. da S. Arroz irrigado: melhoramento genético, manejo do solo e da água e prognóstico climático. Pelotas, RS: Embrapa Clima Temperado, p.13-33, 2003. (Embrapa Clima Temperado: Documentos, 113). SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005.159p.

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ENSAIO ESTADUAL DE VALOR DE CULTIVO E USO DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DE CICLO PRECOCE DA EMBRAPA,

NO RIO GRANDE DO SUL, SAFRA 2007 Ariano M. de Magalhães Jr.(1), Paulo Fagundes(1), Daniel Fernandez Franco(1), Orlando P. de Moraes(2), Paulo H. Rangel(2), Francisco Moura(2), Alcides Severo(1), Alex D. Viegas(3) 1. Embrapa Clima Temperado, Cx. Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. (2) Embrapa Arroz e Feijão, Cx. Postal 179, Fazenda Capivari, Santo Antônio de Goiás, GO, CEP 75375-000. (3)Estagiário Embrapa Clima Temperado.

A evolução positiva da produtividade no Rio Grande do Sul, pode ser atribuída ao desenvolvimento e recomendação de novas cultivares, que atendem às exigências de mercado e apresentam alta produtividade; boa qualidade de grão; estabilidade de produção, do ponto de vista de melhor reação aos estresses bióticos (doenças - brusone) e abióticos (toxidez por ferro, salinidade e frio); resistência às principais pragas e doenças, e adaptação às condições edafoclimáticas predominantes em cada região de cultivo, bem como a melhoria do manejo da cultura, em função da pesquisa séria e competente estabelecida (Magalhães Jr. et al., 2003). O Programa de Melhoramento Genético da Embrapa tem por objetivo o desenvolvimento de cultivares mais produtivas e adaptadas aos diversos ambientes de cultivo no Rio Grande do Sul, que ao longo dos anos tem contribuído, sobremaneira, para a sustentabilidade econômica social e ambiental da região orizícola.

Os ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) destinam-se à avaliação final das linhagens elites selecionadas nos ensaios de rendimento, em condições ambientais diversificadas, visando obter informações agronômicas detalhadas para o lançamento de novas cultivares. Através desses ensaios, obtém-se os requisitos mínimos para inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RCN), sendo exigido um acúmulo de observações de no mínimo três locais por dois anos agrícolas consecutivos ou dois locais por três anos.

O experimento de VCU precoce conduzido no ano agrícola 2006/07 foi constituído por quatorze genótipos, sendo onze linhagens elites e três cultivares testemunhas: BRS 6 “Chuí” e Irga 417 (ciclo precoce) e BRS 7 “Taim” (ciclo médio).

Os ensaios foram conduzidos nos municípios de Agudo, Alegrete, Pelotas, Santa Vitória do Palmar e Uruguaiana. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram de 9 linhas de 5 m de comprimento, espaçadas 0,175 m entre si. A área útil da parcela foi de 3,6 m2. As práticas de adubação e manejo foram adotadas segundo as recomendações técnicas de cultivo do arroz irrigado (SOSBAI, 2005).

A análise da variância para os genótipos de ciclo precoce demonstrou que houve diferenças significativas entre os mesmos, e interação genótipo X ambiente, conforme pode ser observado na Tabela 1. A maior produtividade média foi obtida nos municípios de Alegrete, Pelotas e Uruguaiana. As menores produtividades foram observadas nos municípios de Agudo e Santa Vitoria do Palmar, respectivamente.

O rendimento médio de grãos das linhagens variou de 11197 kg ha-1 (BRA 040079) em Pelotas a 4632 kg ha-1 (BRA 01059) em Agudo, com uma média geral do experimento de 8376 kg ha-1, e um CV% de 14,1 o que evidencia uma adequada condução do ensaio.

Na Tabela 1 pode ser observado o desempenho das linhagens para produtividade, onde verifica-se que cinco destas (BRA 01024, BRA 040079, BRA 040076, BRA 01455, BRA 040082) apresentaram rendimentos médios superiores à média da melhor testemunha (BRS 6 “Chuí” - 8427 kg ha-1). Estes resultados indicam que o programa de melhoramento genético de arroz irrigado da Embrapa tem trabalhado de forma eficiente na seleção de linhagens para o caráter rendimento de grãos, principalmente tratando-se de genótipos de ciclo precoce.

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Em relação aos parâmetros agronômicos avaliados na Tabela 2, pode-se observar um comportamento médio adequado das linhagens nos ambientes de cultivo no Rio Grande do Sul. Não verificou-se problemas de acamamento em nenhum dos ambientes avaliados. Quanto às pragas e doenças, não foram observados nenhum dano de importância econômica.

Tabela 1. Rendimento de grãos (kg ha-1) de genótipos de ciclo precoce do Ensaio de Valor de Cultivo e Uso de Linhagens promissoras de arroz irrigado, safra 2006/07. Embrapa Clima Temperado. Pelotas, 2007.

Genótipos Pelotas S.V. Palmar Alegrete Uruguaiana Agudo Médias

BRA01024 10512 Aa 8558 Aba 9386 Abcd 10903 Aa 6420 Babc 9156

BRA040079 11197 Aa 8445 Aa 10359 Aabcd 9501 Aa 5164 Babc 8858

BRA040076 9063 Ba 7896 Bca 11637 Aa 9492 ABa 6201 Cabc 8847

BRA01455 10410 Aa 7322 Ba 9907 Aabcd 9831 Aa 6336 Babc 8705

BRA040082 9799 ABa 8379 Ba 11107 Aabc 9230 ABa 5004 Cabc 8704

BRS 6 "Chuí" 8291 Ba 7827 Ba 11307 Aab 8185 Ba 6526 Bab 8427

BRA02099 8814 Ba 6537 Ca 11649 Aa 9425 Ba 5497 Cabc 8384

BRA01100 9140 Aa 5990 Ba 10616 Aabcd 10412 Aa 5700 Babc 8372

IRGA 417 8106 Aa 8096 ABa 10281 Aabcd 9109 Aa 5513 Babc 8221

BRA040075 8337 Aa 8446 Aa 9158 Ad 8231 Aa 6690 Aa 8169

BRA01461 9459 Aa 6064 Ba 9452 Abcd 8654 ABa 6812 ABa 8088

BRA01073 8085 Aa 7782 ABa 9626 Abcd 8416 Aa 5829 Babc 7948

BRS 7 "Taim" 9724 Aa 6426 BCa 9566 Abcd 8520 ABa 4839 Cbc 7715

BRA01059 8535 Aa 6099 ABa 9738 Abcd 9480 Aa 4632 Bc 7697

Médias 9248 7419 10334 9242 5797 8376

CV % = 14,1

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas linhas e maiúsculas nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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Tabela 2 – Comportamento dos genótipos de ciclo precoce avaliados no Ensaio de Valor de Cultivo para as variáveis floração (50%), altura de plantas, avaliação visual, acamamento, mancha de grãos, nota de grãos e rendimento industrial. Embrapa Clima Temperado. Pelotas, 2007.

Genótipos Flor. (dias)

Altura (cm)

AV* Acam* MG* NG* Rendimento Industrial (%)

Total Inteiros Quebr.

BRA040075 93 92.7 3.0 2.0 1.4 1.0 66.3 54.2 12.1

BRA040076 86 96.1 2.5 2.8 2.0 1.0 67.5 58.6 8.8

BRA040079 90 93.7 3.0 2.6 1.4 1.0 67.5 56.8 10.7

BRA040082 90 91.0 2.3 2.3 1.3 1.0 66.4 52.8 13.6

BRA01059 86 89.3 3.5 2.1 1.9 1.0 65.6 57.4 8.2

BRA01455 98 97.7 2.8 1.8 1.3 1.1 67.9 61.4 6.5

BRA02099 86 89.1 3.3 1.9 2.1 1.0 65.6 58.0 7.6

BRA01024 98 97.5 2.3 1.6 1.9 1.0 67.3 57.5 9.8

BRA01461 97 97.8 2.5 2.5 2.3 1.0 67.6 61.3 6.3

BRA01073 88 92.1 2.5 1.6 1.5 1.0 66.9 56.5 10.5

BRA01100 88 97.0 3.3 2.3 2.0 1.1 67.7 56.5 11.2

BRS 6 “Chuí” 89 91.4 2.3 1.5 1.5 1.1 66.5 58.2 8.3

IRGA417 86 88.5 1.5 2.1 1.9 1.0 66.6 58.5 8.1

BRS 7 “Taim” 99 88.5 2.5 1.3 3.0 1.0 68.6 58.9 9.7

* Notas: AV (avaliação visual): 1-5; acamamento: 1-9; MG (mancha de grãos): 1-5: NG (nota de grãos): 1-5, onde notas menores correspondem ao melhor desempenho agronômico.

RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MAGALHÃES JR. A.M. de; FAGUNDES, P.R.; FRANCO, D.F. Melhoramento genético, biotecnologia e cultivares de arroz irrigado. In: MAGALHÃES JR. de, A.M.; GOMES, A. da S. Arroz irrigado: melhoramento genético, manejo do solo e da água e prognóstico climático. Pelotas, RS: Embrapa Clima Temperado, p.13-33, 2003. (Embrapa Clima Temperado: Documentos, 113). SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005.159p.

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DISTÂNCIA GENÉTICA ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO POR ANÁLISE DE CARACTERES QUALITATIVOS

Ariano M. de Magalhães Júnior(1), Paulo R. R. Fagundes(1), Daniel F. Franco(1), Antônio C. de Oliveira(2), Fernando Irajá Felix Carvalho(2), Rosa Lia Barbieri (1), Ivandro Bertan(2), Rodrigo C. Soares(1), Franciéle Olivo(2). 1Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, C.P. 403, CEP 96001-970. Pelotas, RS. 2Universidade Federal de Pelotas. FAEM. C.P. 354. CEP 96001-970. Pelotas, RS. e-mail:[email protected]

A estimativa de distância genética, acompanhada pela utilização de estatísticas multivariadas, tem se revelado promissora pela possibilidade de reunir diversas variáveis em apenas uma análise. Entre as principais técnicas multivariadas empregadas como critério para escolha de genitores estão as medidas de distância genética com base em caracteres fenotípicos. A utilização da distância genética entre os genótipos é apontada como uma forma de prever a variabilidade genética entre os híbridos. Entretanto, aliado aos estudos de distância também é necessário que os genótipos destinados a hibridações associem elevado desempenho individual e aspectos de adaptabilidade e estabilidade para produtividade nos caracteres de interesse. Atendidos estes requisitos, existe grande possibilidade de seleção de genótipos transgressivos, devido à ocorrência de heterose e à ação de genes dominantes e complementares, visto que genótipos com elevada produtividade, porém distantes geneticamente, podem apresentar locos distintos controlando o caráter e expressando elevada capacidade de combinação.

O inconveniente das avaliações baseadas na manifestação dos caracteres fenotípicos diz respeito à elevada influência do ambiente, dependendo do caráter e da espécie avaliada, o que pode reduzir a precisão das estimativas de parâmetros genéticos quantitativos, revelando a necessidade da avaliação dos genótipos em mais de um ambiente e/ou ano, sendo tão mais segura quanto maior o número de ambientes e/ou anos avaliados (Magalhães Jr., 2007).

A análise da distância genética, em qualquer espécie vegetal, pode ser dividida de forma simplificada em seis fases: i) escolha dos genótipos a serem analisados; ii) obtenção e sistematização dos dados; iii) definição da medida de similaridade ou distância a ser estimada; iv) escolha do método de agrupamento e/ou de dispersão gráfica a ser aplicado; v) verificação do grau de distorção provocado pelo método de agrupamento ou dispersão gráfica e vi) interpretação dos resultados. Dentre os procedimentos estatísticos mais utilizados na estimativa da distância genética com base em caracteres fenotípicos, está a distância generalizada de Mahalanobis D2 e a distância Euclidiana, sendo que a primeira oferece vantagem por levar em consideração o efeito do ambiente e a possibilidade de correlação entre os caracteres; porém, necessita de ensaios experimentais com repetições.

Neste sentido, o objetivo deste estudo foi estimar a distância genética entre as cultivares de arroz irrigado lançadas pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado, com base em distintos caracteres qualitativos utilizados como descritores agronômicos, em experimentos a campo e em casa-de-vegetação, e recomendar genótipos promissores para serem utilizados em programas de melhoramento genético como forma de incrementar a variabilidade fenotípica e oportunizar a seleção de progênies superiores geneticamente.

Neste estudo foram empregados 16 genótipos de arroz irrigado: IAS 12 Formosa, BR Irga 409, BR Irga 410, BR Irga 411, BR Irga 412, BR Irga 413, BR Irga 414, BRS 6 “Chuí”, BRS 7 “Taim”, BRS Ligeirinho, BRS Agrisul, BRS Bojuru, BRS Firmeza, BRS Atalanta, BRS Pelota e BRS Querência. Estes genótipos foram lançados pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado e representam constituições genéticas superiores da espécie Oryza sativa L.

Para avaliação dos descritores qualitativos dos genótipos utilizados no estudo, foram conduzidos experimentos a campo e em casa-de-vegetação. Nas duas condições

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experimentais foram mensurados oito caracteres considerados qualitativos: cor da folha, pubescência da folha, ângulo da folha-bandeira, tipo de panícula, exerção da panícula, pubescência das glumelas, coloração das glumelas e forma do grão.

Os dados dos caracteres qualitativos que exibiram classes distintas no conjunto dos genótipos avaliados foram utilizados para estimativa da distância genética, de acordo com o coeficiente R de dissimilaridade genética (Cruz, 2006), sob três distintos procedimentos: i) dos caracteres aferidos a campo; ii) dos caracteres aferidos em casa-de-vegetação e; iii) da análise conjunta dos dois experimentos. Desta forma, foram obtidas três matrizes de distâncias de Mahalanobis (D2). Todas as análises estatísticas foram realizadas por meio do programa computacional GENES (Cruz, 2006). Com base nas matrizes de distâncias genéticas geradas, foram construídos três dendrogramas, utilizando o método de agrupamento das médias das distâncias (UPGMA). Para a estimativa do ajuste entre a matriz de dissimilaridade e o dendrograma gerado, foi calculado o coeficiente de correlação cofenética (r), utilizando o programa computacional NTSYS pc 2.1 (Rohlf, 2000) (Figura 1).

Na Tabela 1 estão os dados dos caracteres qualitativos, mensurados em dezesseis genótipos de arroz avaliados a campo e em casa-de-vegetação. Em análise preliminar dos dados pode ser observado comportamento similar entre as mensurações realizadas nos dois experimentos, indicando reduzida participação do ambiente de cultivo na expressão da maioria dos caracteres avaliados, exceto para tipo de panícula (TP). Em termos genéticos isto já era esperado, pois caracteres que expressam reduzido número de classes fenotípicas por ocasião da recombinação gênica, como é o caso da maioria dos descritores de arroz que fazem parte do presente estudo, são conhecidos como de herança qualitativa, e teoricamente sofrem menor participação dos efeitos de ambiente.

Na interpretação dos resultados pode-se concluir que: a) existe pouca variabilidade genética para caracteres qualitativos entre as cultivares de arroz irrigado lançadas pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado dentro do grupo índica, com base nas avaliações utilizadas para estimar a distância genética entre os genótipos; b) o método de estimativa da distância genética utilizado, baseado na matriz de distâncias de Mahalanobis (D2), mostrou-se adequado no agrupamento dos genótipos utilizando apenas caracteres qualitativos; c) há evidências de que a avaliação dos caracteres qualitativos poderá ser realizada efetivamente tanto a campo como em casa-de-vegetação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CRUZ, C.D. Programa GENES: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa : UFV, 2006. 442p. MAGALHÃES JR., A. M. de. Recursos genéticos de arroz (Oryza sativa L.) no Sul do Brasil. Pelotas, 2007. 160p. Tese (Doutorado). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Universidade Federal de Pelotas. ROHLF, F. J. NTSYS-pc: numerical taxon-omy and multivariate analysis system, version 2.1. Exeter Software, New York, 2000.

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Tabela 1 - Caracteres qualitativos (descritores) avaliados em 16 genótipos de arroz irrigado, em experimentos a campo e em casa-de-vegetação. Pelotas/RS, Embrapa Clima Temperado -2007.

Caracteres * Ambiente Genótipo

CF PF AFB TP EP PG CG FG

Campo IAS 12 Formosa 2 4 3 1 1 4 1 2 Campo BR Irga 409 2 4 1 2 2 4 1 4 Campo BR Irga 410 2 4 1 1 2 4 1 4 Campo BR Irga 411 2 1 2 1 1 1 2 4

Campo BR Irga 412 2 1 1 1 2 1 1 4 Campo BR Irga 413 2 1 1 1 2 1 1 4 Campo BR Irga 414 2 1 1 1 2 1 1 4

Campo BRS 6 Chuí 2 1 1 1 2 1 1 4 Campo BRS 7 Taim 2 1 1 1 2 1 1 4 Campo BRS Ligeirinho 1 1 1 1 1 1 1 4

Campo BRS Agrisul 2 1 1 1 2 1 1 4 Campo BRS Bojuru 2 4 3 1 1 4 1 2 Campo BRS Firmeza 3 1 1 1 1 1 1 4

Campo BRS Atalanta 1 1 1 1 1 1 1 4 Campo BRS Pelota 2 4 1 1 2 4 1 4 Campo BRS Querência 2 1 2 1 2 1 1 4

Casa-de-vegetação IAS 12 Formosa 2 4 3 1 1 4 1 2 Casa-de-vegetação BR Irga 409 2 4 1 2 2 4 1 4 Casa-de-vegetação BR Irga 410 2 4 1 2 2 4 1 5

Casa-de-vegetação BR Irga 411 2 1 2 2 1 1 2 4 Casa-de-vegetação BR Irga 412 2 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BR Irga 413 2 1 1 2 2 1 1 4

Casa-de-vegetação BR Irga 414 2 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BRS 6 Chuí 2 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BRS 7 Taim 2 1 1 2 2 1 1 4

Casa-de-vegetação BRS Ligeirinho 1 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BRS Agrisul 2 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BRS Bojuru 2 4 2 1 1 4 1 2

Casa-de-vegetação BRS Firmeza 3 1 1 2 2 1 1 4 Casa-de-vegetação BRS Atalanta 1 1 1 2 2 1 1 5 Casa-de-vegetação BRS Pelota 2 4 1 2 2 4 1 4

Casa-de-vegetação BRS Querência 2 1 2 2 2 1 1 4 *CF- Cor da Folha (1=verde claro; 2=verde; 3=verde escuro); PF- Pubescência da Folha(1=ausente; 4=forte); AFB- Ângulo da Folha-bandeira(1=ereto; 2=intermediário; 3=horizontal; 4=descendente); TP- Tipo de Panícula (1=compacta; 2=intermediária); EP- Exerção da Panícula(1=completa; 2=média); PG- Pubescência das Glumelas(1=ausente; 4=forte.); CG- Coloração da Glumelas(1=amarelo-palha; 2=dourada); FG- Forma do Grão(2=semi-arredondada; 4=alongada; 5=muito alongada).

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0.00 0.11 0.23 0.34 0.45

IAS 12 FORMOSA

IAS 12 FORMOSA BRS BOJURU BR IRGA 409 BR IRGA 410

BRS PELOTA BR IRGA 411 BR IRGA 412 BR IRGA 413 BR IRGA 414 BRS 6 CHUÍ

BRS FIRMEZA

BRS 7 TAIM IDEOTIPO

BRS QUERÊNCIA BRS AGRISUL

BRS LIGEIRINHO BRS ATALANTA

Dg -qualitativos a campo

Dg -qualitativos em casa-de-vegetação

Dg - qualitativos conjunta (campo e casa-de-vegatação)

0.00 0.14 0.28 0.42 0.55

IAS 12 FORMOSA

IAS 12 FORMOSA BRS BOJURU BR IRGA 409 BR IRGA 410

BRS PELOTA BR IRGA 411 BR IRGA 412 BR IRGA 413 BR IRGA 414

BRS 6 CHUÍ BRS 7 TAIM

BRS AGRISUL BRS FIRMEZA

IDEOTIPO BRS LIGEIRINHO

BRS ATALANTA BRS QUERÊNCIA

0.00 0.12 0.24 0.35 0.47

IAS 12 FORMOSA

IAS 12 FORMOSA BRS BOJURU BR IRGA 409 BR IRGA 410

BRS PELOTA BR IRGA 411 BR IRGA 412 BR IRGA 413 BR IRGA 414

BRS 6 CHUÍ BRS 7 TAIM

BRS FIRMEZA BRS AGRISUL

IDEOTIPO BRS LIGEIRINHO

BRS ATALANTA BRS QUERÊNCIA

a

a

a

Figura 1 - Dendrogramas resultante da análise de 16 genótipos de arroz e o ideotipo, obtido pelo método de agrupamento UPGMA, utilizando o coeficiente (c) de CRUZ e REGAZZI (2006) como medida de distância genética, com base em oito caracteres qualitativos (a = similaridade média) (A correlação cofenética foi de: A=0,72; B=0,75 e C=0,73). Pelotas/RS, Embrapa Clima Temperado -2007.

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COMPETIÇÃO REGIONAL DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO EM SANTA CATARINA

Richard E. Bacha1, Dario A. Morel2. 1 Epagri-Estação Experimental de Itajaí e 2Epagri-Estação Experimental de Urussanga. Caixa Postal 277, 88.301-970, Itajaí, SC. E-mail: [email protected]

O projeto arroz irrigado da Epagri prevê que os genótipos em fase final de melhoramento sejam avaliados sob as diversas condições edáficas e climáticas das principais regiões de cultivo de Santa Catarina. Os genótipos da Competição Regional são cultivados durante três anos em sistema pré-germinado nas condições de campo dos produtores de Turvo, Tubarão, Joinville, Massaranduba, Pouso Redondo e na Estação Experimental de Itajaí. Adubação de base é efetuada com 40 kg de P2O5 e 80 kg de K2O/ha; a adubação de cobertura com 90 à 120 kg/ha de N em duas ou três aplicações, em função da fertilidade local e reação dos genótipos. A semeadura é efetuada à lanço com 120 kg/ha de sementes pré-germinadas. Os locais selecionados representam as condições de solo mineral, solo orgânico e altitudes que variam de 7 à 250 metros do nível do mar entre 26º e 29º de latitude sul. Após o período de avaliação de três anos, os genótipos que não atenderem aos critérios de produtividade superior à 7,5 t/ha, e resistência ao acamamento, são eliminados; excepcionalmente estes critérios podem ser desconsiderados. Entre outras, as avaliações de reação à brusone, toxidez por ferro, ciclo, altura de planta, amilose, temperatura de gelatinização, rendimento de engenho, avaliações sensoriais de cocção e gessamento dos grãos, são também consideradas para lançamento de uma nova cultivar.

No presente trabalho são apresentados os resultados de três anos de avaliações de 12 linhagens comparados com a cultivar testemunha Epagri 108, nos experimentos de competição regional. Todos os materiais avaliados caracterizam-se por apresentarem grãos da classe longo-fino. Observa-se na Tabela 1 que os genótipos avaliados, com exceção das linhagens SC 385 CL, SC 386 CL e SC 389 CL, estas, de ciclo médio, apresentam produtividades médias superiores a 8 t/ha. SC 385CL, com lançamento previsto para a presente safra 2007/08, embora não seja um material de alta produtividade, apresenta características genéticas de resistência a determinados herbicidas para o controle de arroz vermelho, o que lhe confere caráter especial, que justifica seu lançamento. A linhagem SC 213 destaca-se das demais por sua estabilidade, tendo superado o rendimento médio da testemunha Epagri 108 em 1,2 t/ha. Os valores de rendimento industrial são valores médios, alguns estando abaixo do desejável para beneficiamento como arroz branco. O parque industrial catarinense em sua quase totalidade está voltado para o beneficiamento de arroz parboilizado. Diante disso, os valores de rendimentos de engenho revestem-se de menor importância, pois o processo de parboilização recupera grande parte dos grãos quebrados, durante a fase de gelatinização do amido. O gessamento desejável é inferior à 3, porém pelas mesmas razões acima descritas, valores iguais ou superiores a 3, não são eliminatórios. Em Santa Catarina, a preferência pelos produtores é por cultivares de arroz de ciclo longo, por apresentarem naturalmente maior potencial de produtividade. É desejável, entretanto, que a floração não ocorra muito além dos 100 dias, porque, dependendo da época de semeadura e condições climáticas, o ciclo final poderá alongar-se em demasia, aumentando assim os riscos de danos por causas diversas. As variações de ciclo apresentadas na Tabela 1, são devido à época de semeadura, variável em cada região do Estado. A possibilidade de acamamento está relacionada com altura de planta e dependente de fatores climáticos, fertilidade natural e manejo da adubação e irrigação. Dá-se preferência à liberação de cultivares de porte não superior a 100 cm; excepcionalmente, outras características poderão determinar o lançamento de cultivares com altura superior. A linhagem SC 385 CL lançada como cultivar SC 115 CL apresenta riscos maiores de

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acamamento tendo alcançado a altura de 110 cm sob condição de adubação nitrogenada de 120kg/ha de N.

Os genótipos avaliados neste estudo, bem como os demais genótipos do programa de melhoramento de arroz irrigado da Epagri, em geral, apresentam teor de amilose alta e temperatura de gelatinização intermediária à alta, o que confere uma boa textura e aparência aos grãos parboilizados.

Embora a reação à toxidez por ferro não seja um caráter eliminatório, busca-se sempre disponibilizar cultivares resistentes ou médio-resistentes. Na Tabela 1, vários genótipos mostram graus de média suscetibilidade. Esta informação é necessária para que em áreas com histórico de toxidez elevada, o cultivo de cultivares suscetíveis não seja recomendado. O grau de reação à toxidez é obtido em viveiros localizados na Estação Experimental de Itajaí, em solos que apresentam elevados teores de ferro (BACHA & ISHIY, 1986).

As informações referentes à brusone foram obtidas durante a fase inicial de cultivo, em “Cama de OU modificada” (VIEIRA & ISHIY, 2003). Os resultados mostram que a maioria das linhagens, à semelhança da testemunha, são suscetíveis à brusone. As avaliações de brusone na panícula foram coletadas junto aos experimentos regionais nas diversas áreas. Dentre os materiais avaliados, apenas as linhagens SC 213 e SC 341 mostraram-se resistentes à brusone nas folhas e panículas. Informações complementares referente as avaliações sensoriais de cocção, embora sejam efetuadas durante os diferentes anos de cultivo, somente são apresentadas quando as linhagens são aprovadas para lançamento como cultivar. Em função dos dados obtidos durante três anos consecutivos em seis locais do Estado, a linhagem SC 213 é recomendada para lançamento na safra 2007/08, recebendo a denominação de SCS 116 Satoru.

A denominação da cultivar obedece a seqüência numeral dos materiais da Epagri acrescida do nome Satoru, em homenagem a um dos criadores do genótipo que deu origem à cultivar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACHA, R.E; ISHIY, T. Toxicidad por hierro em arroz. Metodologia para selecionar genótipos resistentes em Brasil. Arroz em las Américas, CAli, Colômbia, v.7, n.1, p.2-4, mayo 1986. VIEIRA, J.; ISHIY, T. Novo método de avaliação da resistência varietal à Pyricularia grisea. Congresso Brasileiro de arroz irrigado, 3, Reunião da cultura do arroz irrigado, 25, 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais..., Itajaí: Epagri, 2003, p. 318-320.

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Tabela 1. Rendimento de grãos, características industriais e de qualidade, reação à toxidez por ferro e brusone, de genótipos de arroz irrigado da Competição Regional de Cultivares e Linhagens em Santa Catarina. Safras 2003 a 2007.

Rendimento de grãos(t/ha) Rend. Eng.

(%)1

GENÓTIPO 06/07 05/06 04/05 03/04 Media I Q Ges-so2

Ciclo3

(dias) Altura (cm)

Ami-lose (%)

Temp Gel.

Toxidez por Fe4

Bru-sone5 Acam6

SC 213 8,9 9,2 9,8 9,3 65,5 5,3 1-1 106-125 86-94 30 A MR-5 R R

SC 385 CL 7,7 6,9 7,3 7,3 55,3 13,4 1-2 84-113 92-110 28 I MR-5 S MR

SC 341 PC 8,1 7,6 8,9 8,2 63,4 7,2 0-3 109-123 83-94 27 I R-3 R R

SC 386 CL 8,4 8,0 7,1 7,8 60,0 6,6 3-2 81-95 83-86 28 I R-3 S MS

SC 389 CL 7,8 8,2 7,5 7,8 57,5 8,1 2-2 81-95 82-91 27 I/A MR-4 S MS

SC 354 ME 8,7 7,2 8,7 8,2 56,7 12,3 2-2 107-113 87-88 28 I MS-6 S R

SC 355 ME 9,2 7,7 9,8 8,9 55,2 14,7 2-3 106-113 82-84 28 I MS-6 S R

SC 370 ME 8,2 7,5 9,0 8,2 57,1 12,1 3-2 107-113 83-87 28 I MR-4 S R

SC 319 8,0 7,9 9,5 8,5 62,6 7,7 1-1 115-125 87-101 27 I MR-4 S R

SC 276 7,7 8,4 9,0 8,4 61,5 8,9 0-0 107-123 83-104 28 I MR-4 S R

SC 299 7,3 8,7 9,4 8,5 60,3 8,8 2-1 106-123 89-95 28 I R-3 S R

SC 339 PC 7,9 8,4 8,9 8,4 64,0 5,7 1-1 106-123 82-97 28 I MR-4 S R Epagri 108 (Testem.) 8,6 7,4 8,2 8,1 63,0 6,4 1-3 106-123 80-95 29 A R-3 S R

1Rendimento de engenho: I = inteiros, Q = Quebrados; 2Escala de 0 – 5 (0 = translúcido); 3Dias da semeadura à floração; 4Toxidez por ferro: R = Resistente (0-3), MR = Médio-resistente (4-5), MS = Médio-suscetível (6), S = Suscetível (7-9); 5Reação a brusone: R = Resistente, MR = Médio-resistente, S = Suscetível; 6Acamamento: R = Resistente, MR = Médio-resistente, S = Suscetível.

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SELEÇÃO PRECOCE EM ARROZ Adriano Pereira de Castro

(1), Veridiano dos S. Cutrim

(1), Orlando P. de Morais

(1), Péricles de

C. F. Neves(1)

, Antônio Carlos C. Cordeiro(2)

. 1Embrapa Arroz e Feijão, Rod. GO-462, Km

12, CP. 179, 75375-000, Santo Antônio de Goiás, GO. [email protected]. 2Embrapa Roraima, BR-174, Km 8, 69301-970, Boa Vista, RR.

O arroz irrigado é cultivado no Brasil em dois principais centros: o Sul do País, responsável por 59% da produção total brasileira e as várzeas tropicais do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, com 6,7% da produção total. O cultivo nas áreas tropicais é relevante devido ao potencial de expansão da produção, inclusive com a possibilidade do cultivo de dois ciclos por ano em algumas áreas. O nível de tecnologia empregado é muito diversificado dependendo da região, sendo caracterizado como atividade tipicamente familiar no Nordeste até como atividade empresarial em algumas propriedades de Tocantins, Mato Grosso do Sul e Roraima.

O programa de melhoramento do arroz irrigado para áreas tropicais da Embrapa têm lançado periodicamente novas cultivares no mercado. As cultivares BRS Alvorada e BRSGO Guará, em fase de produção de sementes, são resistentes à brusone e indicadas para a região tropical (Rangel et al., 2006). Todavia, apesar dos progressos já alcançados, há necessidade de um trabalho contínuo no desenvolvimento de novas cultivares. O melhoramento genético do arroz irrigado na região têm-se focado no aprimoramento de algumas características, como a obtenção de cultivares mais resistentes à brusone. Essa característica deve estar associada a uma boa qualidade de grãos, elevada capacidade produtiva, boa arquitetura de plantas e resistência geral a doenças.

Com o intuito de identificar famílias com alto potencial produtivo em uma fase inicial, implementou-se dentro do programa de melhoramento de arroz da Embrapa a seleção precoce (ensaios de rendimento). A principal vantagem desta metodologia consiste em antecipar a eliminação de famílias inferiores, dentro do processo de avanço de gerações, o que possibilita uma atenção maior nos materiais elites. Esta seleção é empregada entre famílias da geração F5 ou F4, derivadas de plantas F2 ou F3, respectivamente. Assim, o objetivo deste trabalho é quantificar os resultados desta estratégia adotada.

O programa de melhoramento de arroz na Embrapa é organizado em torno de um esquema baseado no conceito de seleção recorrente. A população elite do programa origina-se da recombinação dos indivíduos de maior valor genético e é manejada visando resultados a curto prazo, sob forte pressão de seleção. Os melhores indivíduos são recombinados para compor um novo ciclo do programa de melhoramento. A perda de alelos causada pela seleção intensa é compensada pela migração de indivíduos das populações de pré-melhoramento para dentro da população elite.

Os cruzamentos (F2) são avaliados para rendimento antes de serem submetidos à extração de famílias (F3). Assim, baseado em dados quantitativos e qualitativos, somente os melhores cruzamentos são selecionados. No período de 2002/03 a 2005/06 o percentual de seleção médio foi de 30,6%.

Na geração F3, além dos F2 previamente selecionados, são também agregadas ao programa elite as melhores famílias derivadas das populações de pré-melhoramento, sob seleção recorrente. As populações derivadas de cruzamentos pré-selecionados em F2 são semeadas utilizando-se espaçamentos maiores entre plantas para facilitar a seleção de plantas individuais. Nesta etapa, são selecionadas de 30-50 plantas individuais por cruzamento, que passam a constituir o ensaio de observação de famílias (F3:4). Esta seleção é realizada considerando-se principalmente caracteres de alta herdabilidade.

O número de famílias avaliadas nos ensaios de observação situa-se em torno de 1500 a 2500. Cada parcela (famílias) é avaliada quanto à resistência à brusone, arquitetura

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de plantas e qualidade de grãos, sendo selecionadas cerca de 300 a 400 delas para os ensaios de rendimento de famílias (ERF).

Os ensaios de rendimento de famílias (F3:5) são instalados em três (Goianira, GO, Formoso do Araguaia, TO, e Boa Vista, RR) e neles se priorizam a avaliação de características altamente influenciadas pela variação ambiente, como produtividade de grãos, acamamento, e incidência de doenças. Os ERFs permitem a identificação das famílias mais produtivas, as quais são exploradas para extração de linhagens, além de serem utilizadas também como genitoras de novos cruzamentos.

Famílias F3:6 obtidas de colheita em bulk das melhores famílias F3:5 representam o material básico para a extração de linhagens. Cada planta selecionada tem sua progênie semeada na geração seguinte, constituindo uma linhagem diferenciada (ensaio de observação de linhagens). Cerca de 3000 linhagens, em geral, constituem os ensaios de observação de linhagens e entre os critérios de seleção sobressaem resistência a doenças, qualidade de grãos e arquitetura de plantas.

As linhagens selecionadas nos ensaios de observação de linhagens (F6:7) são elevadas para a fase de avaliação em rede regionalizada, seguindo as etapas de ensaio preliminar (EP), ensaio de rendimento (ER) e ensaios de valor de cultivo e uso (VCU). Cerca de 550 linhagens avançam para os EP por ciclo de seleção, e cerca de 20% das linhagens do EP são selecionadas para constituir o ensaio ER. Na região tropical cerca de dez linhagens-elite são introduzidas a cada ano no ensaio de VCU.

Os resultados dos ensaios de rendimento de famílias, realizados em três locais na safra de 2005/2206 mostram as vantagens da seleção precoce no programa de melhoramento do arroz irrigado para condições tropicais da Embrapa. O delineamento experimental utilizado para os ensaios foi o de blocos aumentados (Federer, 1956).

A produtividade de 67 famílias pré-selecionadas foi determinada no ensaio de rendimento de famílias. Destas, 42 com uma produtividade média de 5424 Kg/ha foram selecionadas como material básico para extração de linhagens. Já as famílias não selecionadas tiveram uma produção média de 4249 Kg/ha, 21,7% a menos que as famílias selecionadas e 20,0% a menos que a média das testemunhas (Gráfico 1). Em relação à duração do ciclo e altura de plantas, observa-se que as famílias selecionadas foram significativamente mais precoces e mais baixas que as testemunhas, evidenciando o ganho também para estas características de grande importância no programa de melhoramento (Tabela 1).

Dentro do grupo selecionado, não se observou variação significativa entre as famílias (Tabela 2). O progresso que se espera conseguir deverá surgir como efeito da seleção dentro da famílias. Em virtude de as famílias selecionadas se encontrarem na geração F6, pode-se desprezar a relevância de futuras depressões por endogamia e, por conseguinte, espera-se que as linhagens delas derivadas deverão, em média, apresentar um desempenho similar aos das famílias de onde se originaram, ignorando o efeito da seleção em nível de plantas para produtividade de grãos. Como são derivadas de plantas F3, a variação genética presente entre os indivíduos dentro das famílias deverá ser próximo de um terço da variação genética presente entre plantas de cada uma das populações iniciais, o que, evidentemente, não é desprezível. Há portanto oportunidade de considerável ganho adicional devido a seleção entre as progênies das plantas já selecionadas nestas famílias, oportunizando a obtenção de linhagens significativamente mais produtivas que o grupo testemunha.

As seguintes conclusões podem ser relacionadas sobre o ensaio de rendimento de famílias: as famílias selecionadas no ERF 2005/06 são, em conjunto, significativamente mais produtivas que as famílias não selecionadas, mas não superam as testemunhas; as famílias selecionadas apresentam, em média, duração do ciclo vegetativo e altura de plantas superiores aos das testemunhas; a realização dos ERF aumenta a eficiência do programa de melhoramento, por permitir um enfoque maior nos materiais mais produtivos, evitando o dispêndio de recursos na exploração de populações pouco promissoras sob o aspecto de produtividade de grãos.

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3000

4000

5000

6000

Testemunhas Selecionados Eliminados

Produtividade (Kg/ha)

Gráfico 1. Comparação entre as médias das testemunhas (Kg/ha), das famílias selecionadas e das não selecionadas para a análise conjunta dos ensaios em Goianira, Formoso do Araguaia e Boa Vista. Tabela 1. Número de dias para a floração média (Flor), altura de planta (Alt), incidência de mancha de grãos (MG), brusone de pescoço (BP) e produtividade de grãos (Prod) dos grupos das famílias selecionadas e eliminadas e das testemunhas. ERF tropical 2005/06

1.

Grupos Genéticos Flor1 (dias) Alt

1 (cm) MG

1 (1-9) BP

1 (1-8) Prod

1 (Kg/ha)

Testemunhas 88 c 96 b 3,1 a 2,5 a 5311 a Famílias Selecionadas 76 a 93 a 3,1 a 3,2 b 5424 a Famílias Eliminadas 79 b 93 a 3,7 b 3,2 b 4249 b CV (%) 5,7 5,6 23,1 30,2 19,5 1A variância dos contrastes entre médias seguidas pela mesma letra não é significativa pelo teste F no

nível de 5% de probabilidade.

Tabela 2. Resultados dos ensaios de rendimento de famílias. Na tabela as famílias selecionadas, as testemunhas e as respectivas produtividades em ordem decrescente. Médias não diferentes significamente entre si (p<0,05).

Materiais Produtividade (Kg/ha) Materiais Produtividade (Kg/ha)

60 6679 45 5351

58 6101 31 5335

4 (testemunha) 6100 43 5329

41 6054 19 5329

32 6004 1 (testemunha) 5303

53 5934 22 5268

28 5921 62 5220

46 5895 35 5173

14 5818 57 5167

30 5757 3 (testemunha) 5152

7 5680 5 5139

11 5677 16 5111

52 5676 10 5071

38 5663 42 5023

37 5637 44 4985

13 5535 64 4961

9 5515 33 4949

23 5503 29 4929

27 5418 51 4919

12 5415 24 4890

40 5411 67 4858

61 5371 39 4826

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FEDERER, W. T. Augmented (or Hoonuiaku) designs. Hawaiian Planters Record, Hawai, v.55, n. 2, p. 191-208, 1956. RANGEL, P. H. N.; SOARES, D. M.; MORAIS, O. P.DE.; CUTRIM, V.ª; FONSECA, J.K.R. BRS Alvorada e BRSGO Guará – Cultivares de arroz irrigado para os estados de Goiás e Tocantins. Crop Breeding and Applied Biotechnology. (aceito). 2006

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AVALIAÇÃO DE FAMÍLIAS SEGREGANTES DE ARROZ (Oryza sativa L.) QUANTO A RESISTÊNCIA À BRUSONE

Juliana Vieira

1, Takazi Ishiy

2.

1Fundagro/Epagri - Estação Experimental de Itajaí. C.P.277,

CEP 88301-970, Itajaí, SC. 2Consultor da Epagri, convênio Epagri/Sindarroz/Acapsa. E-

mail: [email protected]

A brusone, provocada pelo fungo Pyricularia grisea (Cooke), é a principal doença da cultura do arroz irrigado a nível mundial. A ocorrência desta doença em lavouras de arroz provoca a redução da produtividade e qualidade industrial dos grãos. O principal método de controle é a utilização de cultivares resistentes, mesmo sabendo-se que geralmente alguns anos após o lançamento, as cultivares tornam-se suscetíveis ao fungo. Desta forma, a seleção de linhagens resistentes à brusone é uma das atividades mais importante nos programas de melhoramento genético no Brasil. O presente trabalho tem como objetivo avaliar genótipos quanto a resistência à brusone através do método da “cama de OU modificada” para o sistema de semeadura em caixas (VIEIRA & ISHIY, 2003). O experimento foi conduzido no ano agrícola 2006/2007, na Epagri - Estação Experimental de Itajaí, instalado em recinto telado com piso de alvenaria e com sistemas de irrigação e drenagem. Foram avaliadas 309 famílias sendo 95 da geração F4, 135 da geração F5

(Avaliação Preliminar), 43 da geração F6 (Avaliação Avançada) e 36 da geração F7 (Semente Genética). A semeadura foi feita em 13 de novembro de 2006 em caixas de madeira (60 cm x 30 cm x 4 cm) contendo solo peneirado, de textura arenosa e de baixa fertilidade. Em cada caixa foram semeados dez genótipos e duas testemunhas. As duas testemunhas, uma resistente e outra suscetível, foram semeadas longitudinalmente nas extremidades das caixas e os genótipos semeados no sentido transversal. A densidade de semeadura foi de 4 g/20 cm de sulco. Cinco dias após a semeadura, foi feita adubação em cobertura com esterco de aves curtido e seco na quantidade de 1 litro/caixa. Oito dias após a adubação, foi feita a inoculação das plantas com folhas infectadas com o fungo, secas e picadas. A irrigação por aspersão foi realizada duas vezes ao dia, visando manter as condições ideais para o desenvolvimento do fungo. Trinta dias após a semeadura as avaliações foram feitas visualmente utilizando-se a escala de notas de 1 a 9 (1-3 = resistente - R; 4-6 = médio resistente - MR; 7-9 = suscetível - S). Os resultados observados indicam que houve maior número de famílias resistentes do que suscetíveis nas gerações F5 e F6, assim como no total das famílias observadas (Figura 1). Nas gerações F5 e F6 as famílias são oriundas de cruzamento com Epagri 106, Fedearroz 50, Raminad, WC 277 e WC 299, cujos genótipos são as principais fontes de resistência à brusone utilizadas no programa de melhoramento da Epagri. No entanto, nas gerações F4 e F7 o número de famílias suscetíveis foi superior às resistentes, justamente onde poucos cruzamentos foram utilizados com os progenitores citados. A variabilidade genética dos progenitores utilizados também é menor do que a dos genótipos avaliados nas gerações F5 e F6. Importante ressaltar, que na metodologia utilizada não é conhecido as raças presentes nas folhas utilizadas para inoculação. Conclui-se com o presente trabalho que é necessário a utilização de vários fontes de resistência a brusone em trabalhos de hibridação, sendo os progenitores Epagri 106, Fedearroz 50, Raminad, WC 277 e WC 299, excelente fonte de resistência a esta doença.

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1 R = Resistente;

2 MR = Médio resistente;

3 S = Suscetível;

4 ME = Multiespigueta.

Figura 1. Avaliação de famílias em geração F4, F5, F6 e F7 quanto à resistência a brusone. Epagri, 2007.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: VIEIRA, J.; ISHIY, T. Novo método de avaliação da resistência varietal à pyricularia grisea. Congresso de arroz irrigado, 3, Reunião da cultura do arroz irrigado, 25.; 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí: Epagri, 2003, p. 318-319.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

de

fam

ílias

F4 F5 F6 F7 Total

Gerações

Resistente

Médio Resistente

Suscetível

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ÍNDICES DE SELEÇÃO PARA RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES DE ARROZ

Vanderley Borges1, Antonio Alves Soares2, Samuel Pereira de Carvalho2, Moizés de Sousa Reis3, Vanda Maria de O. Cornélio3,Carlos Nick Gomes1. 1, 2 Departamento de Agricultura da UFLA. Cx. P. 37, CEP 37200-000 Lavras, MG, E-mail: [email protected], aasoares@ ufla.br, [email protected], [email protected]; 3EPAMIG, CTSM. Cx. P. 176, CEP 37200-000 Lavras, MG, E-mail: [email protected], [email protected] Palavras – chaves: arroz, cultivares, índice de seleção. Na fase final dos programas de melhoramento de plantas normalmente os melhoristas dispõem de um grande número de linhagens que deverão ser testadas e avaliadas quanto ao desempenho para os diversos caracteres de interesse e comparados entre si, e com cultivares de uso pelos produtores. Para um programa de melhoramento ser eficiente, é necessário que ele seja fundamentado em bases genéticas sólidas, principalmente quando a espécie já conta com certo grau de melhoramento e há recursos escassos e limitações de área e, ou, de pessoal técnico cientifico. Em plantas autógamas, a seleção de linhas puras superiores na fase final nos programas de melhoramento normalmente está baseada em vários caracteres, na sua maioria, quantitativos, sendo estes controlados por muitos genes e, portanto, bastante influenciados pelo ambiente. Nesse sentido, a seleção com base em vários caracteres tem-se mostrado mais adequada, por possibilitar a obtenção de um produto final superior em todos os aspectos de interesse, qualquer que seja a natureza dos mesmos. Assim, para se obter ganhos em todos os caracteres de interesse da população, a melhor estratégia é a escolha de genótipos que apresentem desempenho simultâneo ótimo. Desta forma, o melhorista poderá contar com os princípios da teoria de índice de seleção. Há na literatura alguns índices de seleção considerados não lineares, também chamados de não paramétricos, que não tem como objetivo a melhoria do valor genotípico, mas, apenas, a classificação de genótipos (Garcia e Souza Jr., 1999) com possibilidade de uso na classificação de genótipos nas etapas finais de seleção para recomendação de cultivares. Um destes é o da distância genótipo – ideótipo mostrado por Cruz e Carvalho (2006). Ainda são escassos na literatura brasileira trabalhos que visem recomendar índices para seleção de cultivares nas etapas finais de programas de melhoramento genético de plantas, encontrando-se apenas com milho Garcia e Souza Jr., (1999), soja (Santos, 2005) e com algodão (Farias, 2005). O presente trabalho objetivou utilizar um índice de seleção, afim de classificar e identificar linhas puras superiores de arroz na fase final de seleção e recomendação de cultivares. Foram utilizados os resultados do ensaio de valor de cultivo e uso (VCU) de arroz de terras altas conduzido em Lavras – MG, referente ao ano agrícola de 2004/05 pelas parceiras Ufla/Epamig/ Embrapa – Arroz e Feijão. Avaliaram-se 20 genótipos (Tabela 1) em plantio convencional, em blocos completos casualizados, com três repetições em parcelas de cinco fileiras de 5m de comprimento, espaçadas de 0,40 m e com densidade de 70 sementes por metro linear. Como área útil, colheram-se os 4,0 m centrais das três fileiras internas. Os tratos culturais foram os normalmente utilizados para a cultura.

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Tabela 1. Materiais utilizados e suas características avaliadas. (PROD = kg.ha-1), altura (cm), florescimento (FLORESC = dias), brusone na panícula (BP = nota), brusone na folha (BF = nota), mancha parda (MP = nota), escalcadadura (ESC = nota) e mancha de grãos (MG = nota ). Lavras,MG, 2006.

Genótipo Prod Altura Flor Bf Bp Mp Esc Mg BRSMG Curinga 4.443,33 74 102 1,0 3,0 3,0 3,7 5,0 Carisma 4.060,00 77 98 2,3 5,7 3,7 5,0 3,0 MG 1093 1.646,67 96,3 93 1,7 7,0 2,3 3,7 3,0 Caiapó 3303,33 98,00 108,33 3,0 5,7 2,3 8,3 5,0 Canastra 3.840,00 80,7 108,7 1,7 5,0 2,3 6,3 4,3 BRSMG Conai 4043,3 80,3 91,3 3,7 9,0 1,7 5,0 4,3 CNA 10227 2.446,67 84,7 101 2,3 7,0 3,0 5,0 3,0 CMG 1097 5.210,00 93,687 89,33 1,7 3,7 2,3 4,3 4,3 MG 1084 3.833,33 90 98 2,3 7,0 2,3 5,0 7,0 MG 1089 2.670,00 91,3 98 2,3 7,7 2,3 5,0 3,7 MG 1096 4.016,33 82 93 2,3 5,7 1,0 5,7 3,7 MG 1094 4.076,67 93,7 89 3,0 7,0 1,0 3,7 3,0 CNA 10260 380,00 76,3 99,7 1,7 5,7 1,0 5,7 8,3 CNA 8957-1 2.933,33 87 98 3,7 7 1,7 7,0 5,0 CNA 8939-1 3.596,87 87 98 2,3 5,0 3,0 2,3 6,3 MG 1078 4.066,67 81,3 102 1,0 3,0 3,0 6,3 5,0 CNA 10217 2706,7 75,7 99,7 2,3 7,7 7,0 5,0 3,7 CNA 8817-2 2.940,00 78 89 4,3 7,7 1,0 4,3 3,7 YIN LU 31 4.106,67 118 113 3,0 1,0 2,3 8,3 4,3 Japonês 2206,67 98,3 98,0 5,0 8,3 3,0 5,0 3,7 O estabelecimento de um genótipo ideal de arroz (ou ideótipo) obedeceram os seguintes níveis aceitáveis, baseados em Ferreira et al. (2005): 1) Produtividade de grãos: intervalo entre 2,5 e 4,0 t ha-1; 2) Atura de plantas: entre 90 e 120 cm; 3) Florescimento: entre 75 e 90 dias; 4) Brusone da panícula: nota4 mínima de 1 e máxima de 3; 5) Brusone da folha: nota mínima de 1 e máxima de 3; 6) Mancha parda: nota mínima de 1 e máxima de 3; 7) Escaldadura: nota mínima de 1 e máxima de 3; 8) Mancha de grãos: nota mínima de 1 e máxima de 3. Os pesos econômicos foram baseados em Ferreira et al. (8): a) brusone da panícula: 4; b) produtividade de grãos e florescimento: 2; c) brusone da folha, altura e mancha de grãos: 1; d) mancha parda e escaldadura: 1. A análise de variância5 foi feita considerando o delineamento em blocos casualizados. Na Tabela 2 são apresentados os genótipos selecionados e a classificação baseada na distância genótipo – ideótipo para todas as características avaliadas. Observa-se pela ordem de classificação que entre os sete genótipos que possuem médias de produtividade próximas do ótimo, apenas o genótipo de número três, possui média baixa para produtividade. Porém, para as demais características, os valores estão próximos do ótimo, especialmente altura, florescimento e brusone na panícula (resistência), pois estes dois apresentam pesos iguais à produtividade. Tabela 3. Classificação dos genótipos selecionados com base na distancia genótipo - ideótipo

para produtividade (PROD = kg.ha-1), altura (cm), florescimento (FLOR = dias), brusone na panícula (BP = nota), brusone na folha (BF = nota), mancha parda (MP = nota), escalcadadura (ESC = nota) e mancha de grãos (MG = nota ). Lavras,MG, 2006.

4 Menor nota refere-se a ausência da doença; 5 As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o recurso computacional Genes (5).

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Ordem Genotipo Prod Altura Flor BF BP MP Esc MG 1 CMG 1097 5.210,00 93,687 89,33 1,7 3,7 2,3 4,3 4,3 2 MG 1094 4.076,67 93,67 89 3,0 7,0 1,0 3,7 3,0 3 MG 1093 1.646,67 96,3 93 1,7 7,0 2,3 3,7 3,0 4 MG 1096 4.016,33 82 93 2,3 5,7 1,0 5,7 3,7 5 BRSMGCuringa 4.443,33 74 102 1,0 3,0 3,0 3,7 5,0 6 Carisma 4.060,00 77 98 2,3 5,7 3,7 5,0 3,0 7 MG 1078 4.066,67 81,3 102 1,0 3,0 3,0 6,3 5,0 8 CNA 8939-1 3.596,87 87 98 2,3 5,0 3,0 2,3 6,3 9 MG 1089 2.670,00 91,3 98 2,3 7,7 2,3 5,0 3,7 10 MG 1084 3.833,33 90 98 2,3 7,0 2,3 5,0 7,0 11 CNA 8817-2 2.940,00 78 89 4,3 7,7 1,0 4,3 3,7 12 CNA 10227 2.446,67 84,7 101 2,3 7,0 3,0 5,0 3,0 13 Canastra 3.840,00 80,7 108,7 1,7 5,0 2,3 6,3 4,3 14 CNA 8857-1 2.933,33 87 98 3,7 7 1,7 7,0 5,0 15 Yin Lu 4.106,67 118 113 3,0 1,0 2,3 8,3 4,3 O genótipo Yin Lu 31 apesar de ter médias de produtividade, resistência a brusone da panícula e da folha e a mancha parda próximas do ótimo, possui altura e florescimento distante do valor ótimo, o que em determinadas situações inviabilizam seu cultivo. Os demais genótipos selecionados apresentam-se com valores de produtividade de grãos, altura, florescimento, BF, BP, MP, escaldadura e MG, agronomicamente viáveis para cultivo, dependendo da época de plantio, manejo, etc. Das cultivares que foram utilizadas como testemunhas e analisados conjuntamente aos demais materiais, apenas a BRSMG Conai não foi classificada dentro dos 15 materiais selecionados. Apesar de esta cultivar características favoráveis, como altura média – 87 cm –, florescimento precoce – 76 dias, (15), apresenta alta suscetibilidade a brusone da panícula e da folha. A eficiência do método de Índice de Seleção pode ser comparada também pela seleção das linhagens que foram lançadas como novas cultivares. Nesse quesito, deve-se salientar que as linhagens de número 11 e 12 já foram lançadas em março de 2007 como novas cultivares e a de número 8 já esta sendo preparada para lançamento, provavelmente em 2009. Portanto, a metodologia foi eficiente na classificação e seleção das melhores linhagens. O índice da distância genótipo – ideótipo mostra-se eficaz para identificar e selecionar linhas puras superiores de arroz na fase final de seleção e recomendação de genótipos. Referências bibliográficas Cruz CD (2006) Programa Genes: biometria, versão Windows. Viçosa, MG: UFV, 382p. Garcia AAF & Souza Júnior CL de (1999) Comparação de índices de seleção não paramétricos para a seleção de cultivares. Bragantia 58(2):253-267. Farias FJC (2005) Índice seleção em cultivares de algodão herbáceo. Tese de doutorado. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. 121 p. Ferreira CM, Villar P M & Almeida PNA (2005) Qualidade e utilização das principais cultivares de arroz de terras altas. In: Ferreira CM & Souza ISF de (Eds.) Desenvolvimento tecnológico e dinâmica da produção de arroz de terras altas no Brasil. Santo Antonio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão. 118 p. Santos V da S (2005) Seleção de pré – cultivares de soja baseada em índices. Tese de doutorado. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. 104 p.

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SELEÇÃO DE FAMÍLIAS S2:6 DE ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA DERIVADAS DE POPULAÇÕES CONDUZIDAS POR SELEÇÃO

RECORRENTE Antonio Carlos Centeno Cordeiro

(1), Roberto Dantas de Medeiros

(1), Aloísio Alcântara

Vilarinho(1)

.(1)

Eng. Agr.,Dr.Pesquisador da Embrapa Roraima. Caixa Postal 133. E-mail:[email protected]

Nos programas de melhoramento genético, a etapa de avaliação e seleção de famílias em estado avançado de homozigose é de fundamental importância para a extração de linhagens que irão compor os ensaios multilocais que subsidiam a obtenção de novas cultivares. Neste sentido, foram avaliadas no ano agrícola 2005/06, período de novembro a março, em várzea do rio Branco, município de Cantá-RR, 66 famílias S2:6 de arroz irrigado, sendo 43 oriundas da população CNA P/5/1 e 23 da população CNA 5/3/1, que fazem parte de programa de seleção recorrente. Essas famílias foram comparadas à cinco testemunhas (BR IRGA 409, CICA-8, Formoso, Metica-1 e IRGA 417) em delineamento experimental de Blocos Aumentados de Federer. As parcelas foram constituídas por quatro linhas de cinco metros e a área útil composta das duas linhas centrais, eliminando-se 0,50 m das extremidades. O espaçamento entre linhas foi o de 0,30 m com a densidade de 100 sementes por metro linear.

A adubação constou de 500 kg/ha da fórmula 05-25-25, aplicados por ocasião da semeadura e mais 300 kg/ha de Uréia (45% de N) em cobertura, divididos em duas partes iguais e aplicados aos 15 e 45 dias após a emergência. As plantas daninhas foram controladas com a aplicação de herbicida pré-emergente (oxadiazion) na dosagem de 2,0 litros por hectare do produto comercial (Ronstar 250 br).

A coleta de dados foi efetuada de acordo com a metodologia preconizada por Standard Evaluation System For Rice (IRRI,1996) para as características produtividade(kg/ha), floração(50%), altura de planta(cm) e doenças. Foram realizadas análises de variância para todas as características e obtidas as estimativas de herdabilidade(h

2),coeficiente de variação genética(CVg), razão Cvg/CVe, variâncias

genotípica e fenotípica para floração e produtividade de grãos, haja vista, a pouca variabilidade observada para as demais características. Foi ainda estimado o ganho esperado com a seleção (GS) das melhores famílias para a característica produtividade de grãos, utilizando-se uma intensidade de seleção de 35%.

Na Tabela 1 estão contidos os dados dos parâmetros observados na avaliação e seleção das famílias com relação às características produtividade de grãos e floração média(50%). De acordo com as estimativas de h

2 , Cvg e razão Cvg/CVe para

produtividade de grãos verifica-se ampla variabilidade genética entre as famílias permitindo a obtenção de ganhos significativos com a extração de linhagens. Destarte, o GS foi de 748,96 kgha

-1 ou 12,71% em relação à média de todas as famílias avaliadas.A média geral

de todas as famílias foi de 5890 kg/ha, enquanto que a média das famílias selecionadas foi de 7079 kg ha

-1. As cultivares testemunhas obtiveram média de 6049 kg ha

-1.

A floração média foi de 72 dias, sendo que para as famílias mais tardias a floração ocorreu aos 83 dias e para as mais precoces aos 57 dias, determinando um ciclo de 90 a 118 dias. As estimativas de h

2 , Cvg e razão Cvg/CVe foram altos, indicando a possibilidade

de sucesso com a seleção, o que ficou constatado com a média obtida pelas famílias selecionadas que foi de 70 dias, ou seja, adequada para cultivares precoces recomendadas para as condições de Roraima. A média das cultivares testemunhas para o caráter foi de 78 dias(Tabela 1).

A altura das plantas das famílias foi, em média, de 95,8 cm, sendo que as famílias mais altas apresentaram altura de 115 cm e as mais baixas de 82 cm. Tanto as cultivares testemunhas como as famílas selecionadas apresentaram médias para altura de planta

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semelhantes, ou seja, 98,5 cm e 97,5 cm, respectivamente, que são consideradas compatíveis com o desejado para arroz irrigado.

Com relação às doenças, foram observadas a escaldadura da folha, mancha parda e mancha de grãos, no entanto, em níveis muito baixos, não sendo assim fator de preocupação na seleção das melhores famílias.

Tabela 1- Parâmetros observados na avaliação e seleção de famílias S2:6 de arroz irrigado com relação às características floração e produtividade de grãos em várzea de Roraima no ano agrícola 2005/06.

Parâmetros Floração média Produtividade de grãos

Famílias avaliadas(n.) 66 66

Famílias selecionadas(n.) 23 23

Intensidade de seleção (%) 35 35

Limites inferior e superior 57-83 dias 2967-8897 kgha-1

Média geral das famílias 72 dias 5890 kgha-1

Média das testemunhas 78 dias 6049 kgha-1

Média das famílias selecionadas 70 dias 7079 kgha-1

Diferencial de Seleção (ds)1

- 1263 kgha-1

Herdabilidade(h2) (%) 79,27 59,30

CVg(%) 10,99 16,45

Razão Cvg/CVe 1,96 1,20

Variância genotípica (δ2g) 59,53 914890,7

Variância fenotípica (δ2f) 75,09 1542686,33

Ganho com a seleção (GS) - 748,96 kgha-1

F 5,22** 2,42*

CV (%) 5,48 13,45 1ds= média das famílias selecionadas-média de todas as famílias

GS=ds x h2

*significativo ao nível de 5% pelo teste F; ** significativo ao nível de 1% pelo teste F. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standardad evaluation system for rice. Manilla: INGER/Genetic Resources Center, 1996. 52p.

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ACERVO DA COLEÇÃO DE GERMOPLASMA DE ARROZ E O COMPORTAMENTO DAS SEMENTES NO ARMAZENAMENTO Á LONGO

PRAZO Maria Magaly Veloso S. Wetzel; R. de B. Alves; J. Fonseca Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Parque Estação Biológica - Avenida W3 Norte (final), Caixa Postal 02372, CEP 70770-900 Brasília, DF. E-mail: [email protected] Palavras-chaves: Arroz, Oryza sativa, sementes ortodoxas, conservação.

As atividades de manejo dos recursos genéticos do gênero Oryza visa disponibilizar germoplasma para o desenvolvimento de novas cultivares através de coleções em três categorias: a) Coleção de Trabalho, com variabilidade genética restrita; b) Coleção Ativa, com a finalidade de atender aos programas de pré-melhoramento e melhoramento genético - a Embrapa Arroz e Feijão é a instituição responsável por esta atividade; c) Coleção de Base (Colbase), representada por um número abrangente de acessos visando assegurar e atender aos interesses futuros da sociedade sendo a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia a instituição responsável pela conservação de germoplasma semente a longo prazo. Esta atividade é desenvolvida através do armazenamento de sementes secas em câmaras frias com temperaturas subzero (-20o C) de acordo com os padrões internacionais do IPGRI (IPGRI, 1994) com pequenas adaptações (Faiad et al., 1998). Periodicamente, dependendo da viabilidade inicial das sementes conservadas, são retiradas amostras de cada acesso para o monitoramento da viabilidade. Esta avaliação é realizada com objetivo de diagnosticar a necessidade ou não da renovação das sementes dos acessos. O objetivo deste trabalho é apresentar o acervo de arroz e o comportamento das sementes no armazenamento por longo prazo na Coleção de Base de Germoplasma – Semente de Arroz na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF.

Os acessos são identificados e documentados no Sibrargen, (Sistema Brasileiro de Informação de Recursos Genéticos), com códigos de barra no inicio do processo de armazenamento. As sementes dos acessos são homogeneizadas, secas a 5% (câmara a 15% de UR e temperatura de 22°C) e contadas, sendo retiradas amostras para o teste de umidade e de germinação. As sementes secas são embaladas em sacos impermeáveis/aluminizados identificados com código de barra e colocadas nas câmaras a -20°C. O local nas câmaras é documentado no Sibrargen. Os testes de germinação inicial (quatro repetições de 50 sementes) são realizados de acordo com as Regras de Análise de Sementes do MAPA (Brasil, 1992). Periodicamente, são retiradas do armazenamento amostras de sementes de cada acesso para a monitoração da viabilidade. Esta avaliação é realizada com o objetivo de diagnosticar a necessidade ou não da renovação das sementes dos acessos. Todos os dados gerados são documentados no Sibrargen.

Os primeiros acessos de germoplasma de arroz foram enviados pela Embrapa Feijão e Arroz à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no ano de 1982. Na Tabela 1 estão apresentados o ano de entrada dos acessos, o número de acessos de cada entrada e a percentagem média das sementes dos acessos. A Tabela 2 apresenta os anos de armazenamento, o número de acessos monitorados e as médias de germinação (%) iniciais e de monitoramento após armazenamento, por diversos anos, das sementes de arroz de 2.296 acessos.

Verificou-se que o poder germinativo das sementes de arroz manteve-se viável ao longo do período de armazenamento. O processo de monitoramento das sementes de outras coleções, como a do feijão, caupi, ervilha, soja, por exemplo, mostrou resultados semelhantes, ou seja, alguns acessos apresentaram aumento da germinação ao longo do período de armazenamento (Faiad et al. 2001; Wetzel et al.; 2001; Wetzel et al.; 2002:

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Wetzel et al. 2003). Diversas pode ser a explicação para estes dados, por exemplo, a contaminação inicial das sementes por patógenos que afeta a germinação, a superação da dormência das sementes, entre outros.

Como conclusões ressaltamos que: a manutenção da variabilidade genética de germoplasma de arroz é de fundamental importância para assegurar a sustentabilidade de agronegócio de arroz; um processo de conservação de germoplasma eficiente pode manter as sementes viáveis por muitos anos; o poder germinativo das sementes de arroz manteve-se viável ao longo dos anos estudados; o pequeno aumento da média de germinação pode ser atribuído à superação da dormência; o pequeno grau de umidade das sementes mostrou-se eficiente na manutenção da germinação das sementes ao longo do tempo.

Tabela 1. Ano de entrada, número de acessos e germinação (%) média das sementes dos acessos de arroz conservados a longo prazo na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

ANO DE ENTRADA NÚMERO DE ACESSOS GERMINAÇÃO MEDIA % 1982 906 88,00 1985 414 84,00 1986 1.436 84,00 1989 416 85,00 1993 1.527 90,00 1994 1.696 91,00 1995 239 89,00 1996 326 95,00 1998 688 96,00 2000 765 98,00 2001 193 95,00 2002 348 97,00 2003 278 99,00 2004 114 90,00 2005 254 96,00

Tabela 2. Anos, número de acessos e a percentagem de germinação média inicial das sementes de arroz e após anos de conservação na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Anos de armazenamento

Número de acessos

Germinação Média (%) Início...............Após anos

16 8 87,00.................91,00 14 37 90,00.................94,00 11 733 89,00.................94,00 8 359 85,00.................92,00 7 1.159 86,00.................89,00

Referências Bibliográficas:

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América Latina e Caribe, 2001, Londrina,PR. III Simpósio de Recursos Genéticos Para a América Latina e Caribe. Londrina : Instituto Agronômico do Paraná, 2001. v. 1. p. 522-524.

WETZEL, M. M. V. S. ; FAIAD, M. G. R. . Germoplasmade Caupi:Coleta, Conservação e Intercâmbio. In: V Reunião Nacional de Pesquisa de Caupi, 2001, Teresina. Avanços Tecnológicos no Feijão Caupi. Teresina : Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2001. v. 56. p. 312-315. WETZEL, M. M. V. S. . Viabilidade de sementes de ervilha (Pisum sativum L.) conservadas a longo prazo (-20 C). In: XIIII Congresso Brasileiro de Sementes, 2003, Gramado. Informativo ABRATES. Gramado : ABRATES, 2003. v. 13. p. 163-163.

WETZEL, M. M. V. S.; FAIAD, M. G. R.; SILVA, D. B. da; ROCHA, L. M. Brazilian soybean base collection - monitoring. In: China & International Soybean Conference & Exhibition 2002, 2002, Beijing, China. Proceedings CISCE 2002. Urbana, Estados Unidos: CISCE 2002 Technical Committee, 2002. v. 1. p. 401-403.

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ESTERILIDADE DE ESPIGUETAS DE LINHAGENS AVANÇADAS DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO IRGA EM TRÊS ÉPOCAS

DE SEMEADURA EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, SAFRA 2005/06. Renata Pereira da Cruz, Gilmar Neves, Irene Maria da Silva. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. e-mail: [email protected]

O desenvolvimento de cultivares adaptados à Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul (RS) requer o conhecimento do comportamento de linhagens avançadas frente às condições ambientais. A semeadura em diferentes épocas tem por finalidade expor os genótipos a condições adversas de clima (temperatura, radiação) em um ou mais estádios de desenvolvimento e com isso identificar aqueles com melhor desempenho nestas condições. Neste sentido este trabalho teve por objetivo avaliar o período de florescimento e a esterilidade de espiguetas de genótipos de diferentes origens em três épocas de semeadura nas condições ambientais de Santa Vitória do Palmar.

O experimento foi realizado na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar na safra 2005/06, utilizando-se 67 genótipos (Tabela 1) e três épocas de semeadura (12/10, 01/11 e 22/11), com uma repetição (parcela) por época. As parcelas constituíram-se de seis linhas de 5 m de comprimento espaçadas em 0,2 m, totalizando uma superfície de 6 m2. A densidade de semeadura utilizada foi de 0,6 g por metro linear (3 g por linha). A adubação de base foi realizada na dose de 300 Kg ha-1 de NPK (2-20-20) e a de cobertura com 110 Kg ha-1 de N na forma de uréia (80 Kg ha-1 no perfilhamento e 30 Kg ha-1 no início da diferenciação do primórdio).

As características avaliadas foram o período de florescimento e a esterilidade de espiguetas. A leitura do florescimento foi feita aos 5% e 80% da floração e o intervalo compreendido entre estas duas datas correspondeu ao período de florescimento da parcela. O período de florescimento total relativo a cada época de semeadura correspondeu ao período compreendido entre o início do florescimento do genótipo mais precoce até o final do florescimento do genótipo mais tardio. Para a determinação da esterilidade de espiguetas foram colhidas, na maturação, 20 panículas ao acaso por parcela em cada genótipo e época. A esterilidade foi determinada pela contagem do número total de espiguetas e do número de espiguetas vazias das 20 panículas.

Os dados climáticos relativos ao período de florescimento total de cada época de semeadura encontram-se na Tabela 2. Como seria esperado, observa-se que a duração do florescimento e a amplitude do ciclo tenderam a diminuir com o atraso na época de semeadura, o que indica que alguns genótipos encurtaram seu ciclo em semeaduras tardias. Com relação aos dados climáticos, não foram observadas diferenças significantes entre as épocas de semeadura com relação à média das temperaturas máximas, mínimas e médias que ocorreram nos períodos de florescimento dos genótipos. Isto demonstra que mesmo com semeaduras em diferentes épocas não houve tendência de diminuição considerável na temperatura durante o período de florescimento dos genótipos. Já no que se refere à precipitação e insolação totais, houve um aumento da primeira e uma diminuição da segunda na última época de semeadura, indicando que a radiação solar foi menor nas semeaduras mais tardias e a ocorrência de chuvas aumentou.

Ao se considerar os dados de temperatura relativos ao período total de florescimento dos genótipos em cada época de semeadura parece, a princípio, que não houve estresse por temperatura baixa na safra 2005/06 em Santa Vitória do Palmar (Tabela 2). Porém, observando-se os dados de temperatura diários que ocorreram nesta safra, foi possível identificar três períodos de ocorrência de temperatura baixa (Tabela 3). O primeiro período de frio ocorreu no final de janeiro, o segundo na primeira quinzena de fevereiro e o terceiro e último na primeira quinzena de março. As temperaturas médias máximas, mínimas e médias para cada um destes períodos foram muito similares.

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Tabela 1. Genótipos avaliados em três épocas de semeadura na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar e grupo de origem a que pertencem.

Genótipo Grupo Genótipo Grupo

IRGA 1572-4-1-6-2-B Cachoeirinha IRGA 2413-1-8V-2V-4 Santa Vitória

IRGA 1841-2-12C-3-MF-2-2 Cachoeirinha IRGA 2422-11-11V-2V-1-D Santa Vitória

IRGA 2688-18-1-B Cachoeirinha IRGA 2515-2-1V-1V-3 Santa Vitória

IRGA 2685-35-4-B Cachoeirinha IRGA 2515-2-1V-2-A Santa Vitória

IRGA 2773-6-1-1-MF Cachoeirinha IRGA 2515-2-1V-2-C Santa Vitória

IRGA 2553-8-7C-2 Cachoeirinha IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C Santa Vitória

IRGA 1832-7-2C-2-MF-3-6 Cachoeirinha IRGA 2591-7-MV-9V-2 Santa Vitória

IRGA 2820-6-4-4-1-I-4 Cachoeirinha IRGA 2591-14-MV-3V-2 Santa Vitória

IRGA 3128-25-2-5-I-7 Cachoeirinha IRGA 2746-1-2V-5V-5 Santa Vitória

IRGA 2820-6-4-4-2-I-2 Cachoeirinha IRGA 2757-3-2V-1V-2 Santa Vitória

IRGA 3135-44-1 Cachoeirinha IRGA 2853-11-1-1-1 Santa Vitória

IRGA 3085-4-1-6-I-1 Cachoeirinha IRGA 2591-1-MV-12V-2 Santa Vitória

IRGA 2820-6-5-3-1-I-2 Cachoeirinha IRGA 2591-7-MV-6V-1 Santa Vitória

IRGA 3128-11-2-1-I-18 Cachoeirinha IRGA 2852-20-4-3-3 Santa Vitória

IRGA 3085-4-1-1-I-1 Cachoeirinha IRGA 2821-3-1-3-5 Santa Vitória

IRGA 2820-3-4-3-11 Cachoeirinha IRGA 2515-2-2V-2V-3 Santa Vitória

IRGA 3043-4-7-1-I-B Cachoeirinha IRGA 2821-5-1-1-2 Santa Vitória

IRGA 1697-1-8-1F-1-3-4-A Cachoeirinha IRGA 2852-1-3-1-1 Santa Vitória

IRGA 1782-2-1C-2A Cachoeirinha IRGA 2852-1-3-3-1 Santa Vitória

IRGA 2820-3-2-1-1-I-1 Cachoeirinha IRGA 2757-3-2V-5V-3 Santa Vitória

IRGA 2377-1-5T-9-MF Cachoeirinha IRGA 2508-1-1V-1V-1 Santa Vitória

IRGA 2820-3-2-1-6-I-6 Cachoeirinha IRGA 2423-3-6V-3V-1 Santa Vitória

IRGA 3085-4-1-6-I-2 Cachoeirinha FL04534-5M-3P-4M-1P FLAR

IRGA 3122-17-1-1-I-8 Cachoeirinha FL04540-2M-12P-6M-1P FLAR

IRGA 3123-16-1-3-I Cachoeirinha FL04443-6M-6P-5M-2P FLAR

IRGA 2820-6-5-4-2-I-4 Cachoeirinha FL04518-7M-41P-4M-1P FLAR

IRGA 3122-17-1-2-I-4 Cachoeirinha Amaroo Japônica

IRGA 3135-36-3 Cachoeirinha CALORO Japônica

IRGA 3128-25-2-5-I-3 Cachoeirinha BLUEBELLE Japônica

IRGA 3128-11-2-1-I-3 Cachoeirinha INIA TACUARI Japônica

INIA OLIMAR Cultivar adaptada FORMOSA Japônica

BR-IRGA 410 Cultivar adaptada FRANCES Japônica

EL PASO L 144 Cultivar adaptada KOSHIHIKARI Japônica

EEA 406-baixo e liso Japônica

Apesar destes três períodos de ocorrência de temperatura baixa durante a fase

reprodutiva dos genótipos avaliados, somente 30 deles estavam no estádio crítico de microsporogênese e 38 no de antese nestes períodos de frio (Tabela 3).

Ao se agrupar os genótipos por época de semeadura (Figura 1) observa-se que na época mais tardia a esterilidade média de espiguetas foi maior, como seria esperado, e isso se manteve quando os genótipos foram divididos em grupos de acordo com sua origem, com exceção do grupo testemunhas locais, que apresentou a maior esterilidade na segunda época.

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Tabela 2. Período e duração do florescimento e amplitude do ciclo dos 67 genótipos, média das

temperaturas máximas, mínimas e médias e precipitação e insolação totais ocorridas durante o período de florescimento dos genótipos em cada época de semeadura. IRGA, 2007.

1a.Época 2a.Época 3a.Época

Período de florescimento 23/01 a 26/02 05/02 a 09/03 24/02 a 26/03 Duração (dias) 35 33 31 Amplitude do ciclo (dias) 84-114 75-103 81-105

Média das máximas (°C) 27,5 27,4 26,4

Média das mínima (°C) 16,7 16,8 17,4

Média das médias (°C) 22,1 22,1 21,9 Precipitação (mm) 124 158 296 Insolação (horas) 240 221 212

Tabela 3. Média das temperaturas máximas, mínimas e médias em três períodos de ocorrência de

temperatura baixa durante a safra 2005/06 e número de genótipos em que os estádios de microsporogênese e antese coincidiram com estes períodos de frio. IRGA, 2007.

Períodos de Frio 23 a 27/01 07 a 15/02 05 a 11/03

Máxima (°C) 25,8 26,1 26,1 Mínima (°C) 15,3 14,2 15

Média (°C) 20,5 20,1 20,6

N. de genótipos na microsporogênese 8 22 - Total = 30 N. de genótipos na antese 3 26 9 Total = 38

O grupo das testemunhas locais juntamente com o grupo de cultivares Japônica e

de linhagens oriundas do programa de melhoramento genético de Santa Vitória do Palmar, apresentou a menor esterilidade média em todas as épocas de semeadura em comparação com o grupo de linhagens FLAR e do programa de melhoramento conduzido em Cachoeirinha (Figura 1). Isto demonstra a importância da seleção de genótipos localmente adaptados que vem sendo realizada na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar desde o início da década de 90.

Figura 1. Esterilidade de espiguetas por grupo de origem dos genótipos em cada época de semeadura

do ensaio conduzido em Santa Vitória do Palmar, safra 2005/06. IRGA, 2007.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Todos osgenótipos

Japônica LinhagensEEA

LinhagensSVP

LinhagensFLAR

Testemunhaslocais

Grupos de genótipos

Est

erili

dade

(%

)

1a. Época

2a. Época

3a. Época

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TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DA HABILIDADE COMBINATÓRIA PARA A SELEÇÃO EFICIENTE DE GENITORES DE HÍBRIDOS DE ARROZ.

James Taillebois(1), Pericles de Carvalho Ferreira Neves(2), Joanna Dossmann(3), Paulo Ricardo Fagundes(4), Roger Taboada(5), Juana Viruez Justiniano(6). 1

CIRAD-Bios UR6 Avenue Agropolis TA A 06/01 Bât 1, Bur 120 34398 Montpellier Cedex 5 - França, [email protected].

2EMBRAPA arroz e Feijão Goiânia - Brasil.

3El ACEITUNO

Cultivos y semillas - Colômbia. 4EMBRAPA Clima Temperado.

5ASPAR : Asociación de

Produtores de Arroz - Bolívia. 6CIAT: Centro de Investigación Agrícola Tropical - Bolívia.

O comportamento de uma variedade híbrida depende da otimização das interações entre genes no estado homozigoto e genes no estado heterozigoto, enquanto que, em uma variedade linhagem, depende apenas da otimização de interações entre genes em homozigose. Por essa razão, a seleção de linhagens baseada unicamente no seu valor per

se, não é um meio eficiente de criação de linhagens pais de híbridos. Para isso é necessário, no processo de seleção e fixação da homozigose dos genitores, dispor de informação sobre a habilidade combinatória, ou comportamento em combinação, dessas famílias ou linhagens. A linhagem R, genitor masculino, deve ser selecionada em função do seu comportamento em combinação, ou sua aptidão em formar bons híbridos com as linhagens A/B elites (genitor feminino) já disponíveis ou em processo de criação. Inversamente, as linhagens B devem ser criadas em função das linhagens R disponíveis. A seleção baseada nesse comportamento deve ser realizada em dois níveis :

• No nível das populações fontes (populações R restauradora e B mantenedora), cujos valores em combinação recíproca devem ser melhorados por seleção recorrente.

• No decorrer da criação das linhagens genitoras, oriundas dessas populações fontes.

Uma técnica de seleção, simples e de baixo custo, baseada no comportamento em combinação, está sendo utilizada conjuntamente por várias instituições da América Latina (CIRAD, EMBRAPA, CIAT/ASPAR e El ACEITUNO). A técnica permite a seleção para a habilidade combinatória no decorrer da fixação das linhagens genitoras dos híbridos. As linhagens obtidas por esse processo dispõem de um maior valor em combinação e são assim mais adaptadas à formação de híbridos. Essa técnica baseia-se na exploração da macho-esterilidade genética utilizada nas populações mantenedora e restauradora em processo de seleção recorrente. Famílias S1, S2 ou S3, em segregação para o gene de macho-esterilidade, são, devido à presença de plantas androesteréis, cruzadas com um testador, e podem assim ser avaliadas e selecionadas para seu valor em combinação. O testador pode ser uma linhagem, um conjunto de linhagens ou uma população. O cruzamento entre as famílias testadas e o testador é realizado transferindo-se, no inicio da floração, algumas plantas androestéreis destas famílias para parcela do testador também no inicio da floração. As quantidades de sementes colhidas permite a avaliação da produtividade e da qualidade de grão dos híbridos testes, em ensaios multilocais. A partir de uma população fonte, oriunda de um ciclo de recombinação, 100 à 200 plantas S0 férteis são selecionadas e autofecundadas. Cada família S1, assim obtida, possui ¼ de plantas androestéreis. Para cada família S1, de 4 a 5 plantas androestéreis em inicio de floração são arrancadas e transferidas para uma parcela do testador também em inicio de floração. Para esse trabalho é necessário manter uma lâmina de água na parcela. A alofecundação natural nas plantas androestéreis permite colher de 5 a 20 g de sementes por planta, suficiente para avaliação precisa, em ensaios multilocais com repetições, do valor em combinação de cada família S1 avaliada. Nestes ensaios, as parcelas podem ser compostas de híbridos do tipo planta S1 androestéril/testador ou, globalmente, do tipo família S1/testador. Neste ultimo caso, as sementes obtidas nas diferentes plantas androestéreis de uma mesma família S1 são agrupadas. As melhores linhagens S1 são

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selecionadas em função do comportamento em combinação, especialmente para produtividade e qualidade de grãos. As sementes S1 remanescentes de cada uma das famílias selecionadas são misturadas para a realização do próximo ciclo de recombinação. Para a seleção em população R, o testador será a melhor, ou as duas melhores linhagens B, disponiveis. Para a seleção em população B o testador será uma população de plantas oriundas da população R desde que essas plantas sabidamente não possuam o gene de macho-esterilidade, cuja conseqüência será o aparecimento de plantas estéreis nos híbridos gerados. O desenvolvimento das linhagens genitoras a partir das famílias S1 selecionadas pode ser realizado como segue: Têm-se, que para o teste mencionado anteriormente, de 4 a 10 plantas férteis (S1) são autofecundadas para cada S1 avaliada. Dois terços das famílias S2, assim selecionadas, apresentam plantas androestereis permitindo uma nova avaliação da habilidade combinatória e a seleção das melhores famílias S2 para a formação de híbridos. A partir desta geração pode-se adotar o método genealógico para se obter ao final as linhagens genitoras R ou B. Por outro lado, para maior eficiência da seleção ao longo das gerações segregantes, pode-se adotar o teste de habilidade combinatória a cada ciclo de autofecundação. Para chegar rapidamente a híbridos comerciais o testador das famílias R será a melhor ou as duas melhores linhagens B disponíveis. Enquanto que, para chegar-se a novas linhagens A de elevada habilidade combinatória geral, um testador de ampla base genética é a melhor estratégia. Populações R formadas pela colheita em bulk das famílias S2 que não apresentem segregação para androesterilidade poderão ser utilizadas como testador das famílias B. O uso dessa técnica levará a uma maior eficiência dos programas de criação de variedades híbridas e diminuirá globalmente os custos da pesquisa, reduzindo drasticamente o número de combinações híbridas a serem avaliadas. Adicionalmente, o ganho genético para habilidade combinatória em cada população, R ou B, será elevado e constante, garantindo a sustentabilidade do programa.

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A FÓRMULA HÍBRIDO TRIPLO: UMA SOLUÇÃO PARA SIMPLIFICAR A EXPLORAÇÃO DA HETEROSE NO ARROZ.

James Taillebois

(1), Roger Taboada

(2), Victor Hugo Gallau

(3), Juana Viruez Justiniano

(3).

1CIRAD-Bios UR6 Avenue Agropolis TA A 06/01 Bât 1, Bur 120 34398 Montpellier Cedex 5

França, [email protected]. 2ASPAR : Asociación de Produtores de Arroz - Bolívia.

3CIAT: Centro de Investigación Agrícola Tropical - Bolívia.

Se, para o arroz, a fórmula híbrido simples é atualmente a única forma varietal utilizada para a exploração da heterose, a formula hibrido triplo, é possível e é uma outra forma para beneficiar-se da heterose no arroz. Diferentemente dos híbridos simples e das variedades linhagens, ambos geneticamente homogêneos, os híbridos triplos são geneticamente heterogêneos. A variabilidade genética dos híbridos triplos permite ter um maior nível de homeóstase. O híbrido triplo, que junta as vantagens da heterose e da homeóstase, provavelmente é uma opção mais interessante que o híbrido simples para os ambientes difíceis (terras altas, problemas de frio, escassez de água, forte pressão de doenças...). Para a produção de híbridos triplos uma estratégia, adaptada às características do arroz, é desenvolvida na Bolívia pelas instituições Aspar, CIAT e CIRAD. Classicamente um híbrido triplo resulta do cruzamento entre um híbrido simples e uma linhagem. Nessa estratégia, o híbrido simples é substituído por uma população restauradora oriunda de uma única planta heterozigótica (planta S0) e as sementes do híbrido triplo resultam do cruzamento entre uma linhagem A androestéril e essa população restauradora. A planta S0 é selecionada dentro de uma população conduzida por um processo de seleção recorrente para a habilidade combinatória com linhagens A elites. A formação da população R, progenitor do híbrido triplo, segue as seguintes etapas:

• Por um processo de testcross uma planta S0 é selecionada dentro de uma população em processo de seleção recorrente. A planta S0 é selecionada em função da sua habilidade à combinação com algumas linhagens A elites.

• As plantas androestéreis (25%) da família S1 resultante da autofecundação da planta S0 são colhidas e formam a população R1. A família S1, transplantada, é isolada de qualquer contaminação polínica.

• A população R1, transplantada, é recombinada colhendo as plantas androestéreis (1/3 das plantas) para formar a população R2.

• A população R2 constituída de metade de plantas férteis e metade de plantas androestéreis é colhida em bulk para formar a população R progenitor do híbrido triplo. As sementes da variedade híbrido triplo resultarão da alofecundação de uma linhagem A pelo pólen dessa população R.

O processo de seleção para a obtenção de híbridos triplos é muito mais simples e econômico que o processo de obtenção de um hibrido simples:

• O processo é mais rápido: para a obtenção de um hibrido simples é necessário uma duração de 6 a 8 anos enquanto que para um hibrido triplo só 4 a 5 anos são necessários.

• Os recursos (superfícies de ensaios, volume de amostras de sementes para manejar) necessários para a seleção são reduzidos em relação a um programa de obtenção de híbridos simples.

• O progresso genético efetuado pelo processo de seleção recorrente é imediatamente disponível para o processo de criação varietal.

Um programa de seleção de híbridos triplos sempre pode ser transformado em um processo de seleção de híbridos simples sem modificações particulares. Um programa de

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híbridos triplos pode, sem praticamente nenhum acréscimo, ser integrado em um programa de seleção para híbridos simples. A única condição, em ambos os casos, é ter um programa de seleção baseado em seleção recorrente. Visto que a população progenitor R do hibrido triplo depende das sementes colhidas em uma única planta S0 a vida comercial de um hibrido triplo é limitada no tempo e em superfície. Essas limitações não representam um problema se a seleção dos híbridos triplos for baseada em um processo de seleção recorrente que regularmente liberará novos híbridos. A troca contínua das variedades comerciais evitará também os problemas fitosanitários ligados à exploração de uma única variedade em superfícies grandes.

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PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE GRÃOS EM CULTIVARES DE ARROZ BRANCO E VERMELHO EM DOIS ESTADOS DO NORDESTE

José Almeida Pereira1, Veridiano dos Anjos Cutrim2, Priscila Zaczuc Bassinello2 e Valdenir Queiroz Ribeiro1 1Embrapa Meio-Norte, Caixa Postal 1, 64006-220, Teresina (PI, [email protected], 2Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 74001.970, Santo Antônio de Goiás (GO).

No Nordeste do Brasil o arroz é cultivado tanto no ecossistema de terras altas como no de várzeas, sendo o primeiro o que detém maior expressão e é praticado apenas nos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia, enquanto o segundo é plantado em todos os Estados, principalmente no Ceará e no Piauí. Estes dois Estados, além do Maranhão, são os maiores produtores de arroz em toda a Região, cuja produção anual corresponde à metade do consumo da população, necessitando por isso importar de outras regiões do País, ou mesmo de outros países, um grande volume desse cereal para suprir o seu mercado interno (Moreira, 1998; Sugai et al., 1998; Levantamento...,2007). Todavia, nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, o principal arroz produzido é o de pericarpo vermelho, haja vista o hábito alimentar de considerável parcela da população, sob a alegação de que o arroz vermelho possui um sabor diferenciado em relação ao arroz branco (Pereira, 2004). Portanto, levando-se em consideração tais peculiaridades, o desenvolvimento de cultivares tanto de arroz branco quanto de vermelho com alto potencial produtivo e qualidade de grãos em consonância com a exigência do mercado regional constitui um desafio constante. No caso do arroz branco, o avanço da pesquisa na área de melhoramento genético já permitiu se chegar a um elevado patamar de produtividade, contudo, em se tratando do arroz vermelho, muito pouco foi conseguido, pois as pesquisas somente agora é que estão se iniciando. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade e as principais características culinárias de cultivares de arroz branco e vermelho em cinco ambientes dos Estados do Piauí e Ceará. A pesquisa foi realizada nos Municípios de Teresina (5º 05’ S e a 42º 49’ W) e Buriti dos Lopes (3º 11’ S e a 41º 52’ W), no Estado do Piauí, e em Iguatu (6º 17’ S e a 39º 16’ W), no Ceará, em regime de irrigação por inundação com lâmina d’água controlada, no segundo semestre de 2005 e 2006, para avaliar dez cultivares de arroz branco e três de arroz vermelho. As cultivares de arroz branco são oriundas do programa de melhoramento genético de arroz coordenado nacionalmente pela Embrapa Arroz e Feijão, já as cultivares de arroz vermelho, com exceção da ‘Vermelho Tradicional’, provavelmente, são o resultado do cruzamento natural entre aquela cultivar e as cultivares de arroz branco ‘BR IRGA 409’ e ‘IR 8’ e foram selecionadas pelos orizicultores Humberto Alves de Melo ( ‘PB 05’), do Município de São João do Rio do Peixe, e Polion Onias de Sousa (‘PB 11’), do Município de Paulista, ambos no Estado da Paraíba. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados com quatro repetições, sendo as parcelas constituídas por seis fileiras contínuas, com 5 m de comprimento, na densidade de 100 sementes por metro linear de sulco, adotando-se o espaçamento de 0,30 m entre as fileiras. Para o grupo de arroz branco, foram consideradas testemunhas as cultivares ‘Diamante’ e ‘BRS Formoso’, enquanto a cultivar ‘Vermelho Tradicional’ funcionou como testemunha para o grupo de arroz vermelho. No Laboratório de Qualidade de Grãos da Embrapa Arroz e Feijão foram obtidos os dados de teor de amilose e temperatura de gelatinização utilizando-se a metodologia descrita pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (1989). A análise de variância conjunta da característica produtividade de grãos revelou diferenças significativas (P < 0,05) para os efeitos de local e tratamentos e não significativa para a interação tratamentos x local, indicando que os ambientes não exerceram influência sobre o comportamento das cultivares e, neste caso, que as cultivares de arroz vermelho são tão produtivas quanto as de arroz branco, com exceção da cultivar ‘Vermelho

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Tradicional’, uma cultivar, como o próprio nome indica, de arquitetura de planta tradicional (Tabela 1). No melhoramento genético do arroz, há uma teoria segundo a qual a produtividade de grãos é maior nas cultivares de arquitetura moderna, uma vez que nelas se acumula menor produção de matéria seca na parte aérea e, conseqüentemente, maior produção de grãos (Khush, 1995). Nesta pesquisa, tal teoria se confirmou e, de certa forma, ficou também comprovado que, se por um lado, a produtividade do arroz branco irrigado alcançou um platô de produtividade, por outro lado, o arroz vermelho precisa ser urgentemente melhorado. Além da produtividade de grãos, tanto no caso do arroz branco quanto no do arroz vermelho, os aspectos mais importantes a serem levados em consideração na escolha de uma cultivar são as qualidades industriais e culinárias. Entre as características culinárias avaliadas, as cultivares ‘BRA 1322’, ‘BRA 1258’ e ‘Vermelho Tradicional’ apresentaram teores de amilose altos, enquanto as demais apresentaram teores intermediários (Tabela 1), sugerindo que a maioria delas tende a apresentar grãos enxutos, soltos e macios após o resfriamento, o que não era de se esperar, pelo menos, em se tratando do arroz vermelho, pois, normalmente, os grãos desse tipo de arroz possuem baixos teores de amilose (Pereira, 2004). Entre todos os tratamentos, apenas as cultivares ‘Diamante’ e ‘BRA 1258’ apresentaram temperatura de gelatinização intermediária. As cultivares de arroz branco ‘SCS BRS Tio Taka’, ‘BRS Alvorada’ e ‘BRS Formoso’, assim como as de arroz vermelho ‘PB 11’ e ‘Vermelho Tradicional’ se caracterizaram por possuir alta temperatura de gelatinização. Com exceção da cultivar ‘Vermelho Tradicional’, as cultivares de arroz vermelho são tão produtivas quanto as de arroz branco, destacando-se em produtividade de grãos a ‘SCS BRS Tio Taka’, a ‘BRS Alvorada’ e a ‘Diamante’, também não havendo diferença nítida entre as cultivares de arroz vermelho e de arroz branco em termos de teor de amilose e temperatura de gelatinização. Tabela 1. Produtividade de grãos (kg/ha) e características culinárias de cultivares de arroz branco e vermelho em cinco ambientes da Região Nordeste, nos anos de 2005 e 2006.

Cultivar Teresina (PI)

Buriti dos Lopes (PI)

Iguatu (CE)

Análise conjunta

TA (%)

TG

(1-7)

2005 2006 2005 2006 2005 SCS BRS Tio Taka 8643 10781 7476 7869 8494 8652a 23 3

BRS Alvorada 7771 10161 7365 8802 8763 8572a 23 3 Diamante 8849 10597 7489 7147 8125 8441a 17 5 RA 1305 8044 10479 7360 7893 7688 8292a - -

BRA 1322 8334 11323 5417 7189 8819 8216a 24 6 BRA 1381 7603 10298 6647 8132 7850 8106a 23 6

BRS Formoso 7148 10659 6331 7455 8313 7981a 23 3 BRA 1383 7626 9645 6879 7873 7675 7939a 23 6 BRA 1330 6867 10406 6290 8080 7988 7926a 23 6

PB 05 (vermelho) 5652 9104 7380 8289 8244 7843a 23 6 PB 11 (vermelho) 6609 10359 5873 7872 7738 7690a 22 3

BRA 1258 6112 10548 6543 7222 7719 7628a 24 5 Vermelho

Tradicional 4577 7182 4116 5372 8096 5747b 24 3

F (tratamento) - - - - - ** - - F (trat. x local) - - - - - ns - - Média Geral - - - - - 7925 - - DMS (0,05) - - - - - 1760 - - C. V. (%) - - - - - 18,5 - -

(**) Significativo ao nível de 5 % de probabilidade; (ns) : Não significativo TA = Teor de amilose (alto: > 23 %; intermediário: 16 a 23 %; baixo: < 16 %) TG = Temperatura de gelatinização (alta: < 4; intermediária: 4 e 5; baixa: > 5)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CENTRO INTERNACIONAL DE AGRICULTURA TROPICAL. Evaluación de la calidad y molinera del arroz:guía de estudio para ser usada como complemento de la unidad audiotutorial sobre el mismo tema. Cali: CIAT, 1989. KHUSH, G. S. Aumento do potencial genético de rendimento do arroz: perspectives e métodos. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE ARROZ PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE, 9., 1994, Goiânia. Arroz na América Latina: perspectivas para o incremento da produção e do potencial produtivo: anais. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1995. p. 13-29. (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 60). LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA. Rio de Janeiro: IBGE, v. 19, n. 3, 2007. MOREIRA, R. S. Arroz: perspectivas da produção brasileira. Revista de Política Agrícola, Brasília, v. 7, n. 4, p. 29-32, 1998. PEREIRA, J. A. O arroz-vermelho cultivado no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2004. 90 p. SUGAI, Y.; TEIXEIRA FILHO, A. R.; VIEIRA, R. de C. M. T.; OLIVEIRA, A. J. Projeção da demanda regional de grãos no Brasil – 1996 a 2005. Brasília: Embrapa – SPI: Embrapa - SEA, 1998. 39 p. (Embrapa - SPI. Texto para Discussão, 2).

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RESPOSTA DE CULTIVARES E LINHAGENS ELITES DE ARROZ DE TERRAS ALTAS À IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Cleber Morais Guimarães

(1); Luís Fernando Stone

(1);

Orlando Peixoto de Moraes(1)

. 1Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, 75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO. E-

mail: [email protected]

O cultivo do arroz de terras altas (Oryza sativa L.) destaca-se na região dos

Cerrados. Durante o período usual de desenvolvimento da cultura pode ocorrer distribuição irregular de chuva, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. Nesse período, a reposição da água transpirada pela planta pode ser inadequada, o que faz com que a planta entre em déficit hídrico e sua capacidade produtiva seja comprometida. Nessas circunstâncias, a irrigação suplementar torna-se necessária para manter o crescimento e produtividade. Considerando-se o exposto, é recomendável que as novas cultivares apresentem adaptabilidade a esses períodos de deficiência hídrica e alto potencial de produtividade para atender aos sistemas irrigados por aspersão. O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento produtivo de cultivares e linhagens elites de arroz de terras altas em dois ambientes: com deficiência hídrica e irrigado adequadamente.

O trabalho foi constituído de dois experimentos, que foram conduzidos na Estação Experimental da AGENCIARURAL, em Porangatu-GO, em um Latossolo Vermelho distrófico, no período de entressafra de 2006, nos quais foram avaliados 13 genótipos, incluindo cultivares lançadas e linhagens elite do programa de melhoramento da Embrapa Arroz e Feijão e de seus parceiros. As parcelas foram formadas de quatro fileiras com cinco metros de comprimento e espaçadas em 35 cm. A semeadura foi feita com 70 sementes por metro, a adubação de plantio foi de 16, 120, 64 e 20 kg ha

-1 de N, P2O5, K2O e sulfato

de zinco, respectivamente, e a cobertura foi de 150 kg ha-1 de sulfato de amônio. O controle

de plantas daninhas foi efetuado com oxadiazon (Ronstar 250 BR) na dose de 1000 g i.a. ha

-1 e aplicou-se 75 g i.a. ha

-1 de fipronil (Standak 250 g L

-1) como preventivo ao ataque de

cupins e lagarta elasmo. Adotou-se o delineamento estatístico de blocos casualizados, com quatro repetições. Em um dos experimentos, a umidade no solo, monitorada por tensiômetros, foi mantida em condições adequadas, potencial matricial maior que - 0,025 MPa a 15 cm de profundidade (Stone et al., 1986) durante todo o ciclo. No outro, ela foi mantida nessas condições até o estabelecimento da cultura, aproximadamente 30 dias após a emergência, quando os genótipos foram submetidos à deficiência hídrica até a colheita. Durante esse período, esse experimento recebeu aproximadamente metade da lâmina de água aplicada no primeiro. Avaliaram-se a produtividade, a esterilidade de espiguetas, a fertilidade dos perfilhos, o número de grãos por panícula, a massa de 100 grãos, a altura das plantas na colheita, o número de panículas por m

2, a precocidade e o

índice de suscetibilidade à deficiência hídrica (IS), segundo Fisher & Maurer (1978), em que IS = (Ysdh- Ycdh)/( Ysdh x D); D = 1 - YMcdh/ YMsdh, sendo Ysdh e Ycdh as produtividades individuais sem e com deficiência hídrica, respectivamente, e YMcdh e YMsdh as produtividades médias dos experimentos com e sem deficiência hídrica, respectivamente. Foi feita a análise conjunta dos experimentos e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

Observa-se nas Tabelas 1 e 2 a variabilidade da capacidade produtiva das linhagens e dos parâmetros agronômicos avaliados. Houve efeito significativo da interação linhagens x níveis hídricos para produtividade, esterilidade de espiguetas e fertilidade dos perfilhos, entretanto o mesmo não foi observado para número de grãos por panícula, massa de 100 grãos, altura das plantas, número de panículas por m

2 e precocidade na

floração. As produtividades médias nos experimentos com deficiência hídrica e irrigado adequadamente foram de 1980 e 3660 kg ha

-1, respectivamente, portanto a irrigação

proporcionou um aumento médio de 84,8% da produtividade comparativamente ao tratamento com deficiência hídrica.

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Na seleção dos genótipos, considerou-se a produtividade de grãos no experimento com deficiência hídrica, pois é desejável que elas além de apresentem alto potencial produtivo quando irrigadas adequadamente, apresentem também bom comportamento quando ocorrer distribuição irregular de chuvas. Para tanto, as linhagens foram distribuídas em quartis definidos pelas médias da produtividade, 3660 ha

-1, em condições adequadas

de irrigação e do índice de suscetibilidade à deficiência hídrica (IS), 0,95 (Figura 1). A linhagem BRA 01600, classificada no quartil um, com produtividade no

experimento irrigado acima da média do experimento e IS inferior à média do experimento, foi selecionada como adaptada às duas condições, ou seja, produziu bem quando irrigada adequadamente e foi menos suscetível à deficiência hídrica. Por outro lado, as linhagens CNAs9045, BRS Sertaneja, BRS Primavera, BRA 01506 e BRA 01596, apesar de produzirem semelhantemente à BRA 01600 em condições adequadas de irrigação, apresentaram suscetibilidade à deficiência hídrica acima da média das linhagens avaliadas no experimento com déficit hídrico e, portanto, são recomendadas para o sistema irrigado por aspersão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FISHER, R. A.; MAURER, R. Drought resistance in spring wheat cultivars. I. Grain yield

responses. Australian Journal of Agriculture Research, Melbourne, v. 29, p. 897-912, 1978.

STONE, L.F.; MOREIRA, J.A.A.; SILVA, S.C. da. Tensão da água do solo e produtividade do arroz. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1986. 6p. (EMBRAPA-CNPAF. Comunicado Técnico, 19).

Tabela 1. Produtividade, esterilidade de espiguetas e fertilidade de perfilhos, sem (SDH) e com deficiência hídrica (CDH), de cultivares e linhagens elite de arroz de terras altas, Porangatu-GO/2006

1.

Produtividade (kg ha

-1)

Esterilidade de espiguetas (%)

Fertilidade de perfilhos (%)

Cultivares/ linhagens elites

SDH CDH SDH CDH SDH CDH

BRS Bonança 3513 bcde 2284 a 23,52 a 33,94 b 86,42 a 82,43 ab

BRS Primavera 4407 abc 472 b 24,50 a 64,58 a 86,55 a 82,05 ab

BRSMG Curinga 3471 bcde 2098 a 22,29 a 48,69 ab 81,86 a 87,39 a

BRA 02598 2420 e 2219 a 29,22 a 26,76 b 62,56 b 73,97 ab

BRA 02601 2949 cde 1969 a 24,74 a 29,50 b 85,08 a 82,70 ab

BRA 01506 4679 ab 2571 a 24,83 a 30,47 b 91,44 a 80,72 ab

BRA 01596 5117 a 2671 a 10,27 a 33,95 b 91,72 a 78,85 ab

BRS Sertaneja 4001 abcd 1961 a 14,98 a 29,85 b 83,38 a 85,01 ab

BRA 01600 4534 ab 2586 a 12,84 a 31,59 b 91,04 a 74,26 ab

CNAs9019 3222 bcde 2518 a 21,37 a 41,97 ab 90,80 a 85,15 ab

CNAs9045 3755 abcde

1342 ab 23,13 a 35,16 b 90,94 a 74,07 ab

Vencedora 2994 cde 1768 ab 27,29 a 25,51 b 90,40 a 80,76 ab

Soberana 2519 de 1281 ab 35,10 a 49,57 ab 81,39 a 68,67 b

CV (%) 21,37 34,60 8,93

1Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferiram significativamente no nível de 5% de

probabilidade, pelo teste de Tukey.

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Tabela 2. Número de grãos por panícula, massa de 100 grãos, altura das plantas na colheita, número de panículas por m

2 (Pan/m

2) e floração, em número de dias

após a emergência (DAE), de cultivares e linhagens elite de arroz de terras, Porangatu-GO/2006

1.

Cultivares/ linhagens elites

Grãos/panícula (nº)

Massa de 100 grãos (g)

Altura (cm)

Pan/m2

(nº) Floração

(DAE)

BRS Bonança 101 de 2,37 cd 73,9 ef 238 ab 77 bc

BRS Primavera 132 abc 2,21 d 97,0 ab 238 ab 79 ab BRSMG Curinga 121 abcd 2,21 d 88,2 bcd 289 a 85 a

BRA 02598 91 e 2,48 bcd 67,5 f 227 ab 62 f

BRA 02601 91 e 2,64 bc 69,2 f 284 a 67 ef

BRA 01506 148 a 2,49 bcd 101,8 a 227 ab 75 bcd

BRA 01596 115 bcde 2,23 d 84,8 cd 248 ab 81 ab

BRS Sertaneja 106 cde 3,00 a 85,5 cd 203 b 76 bcd

BRA 01600 110 cde 2,32 cd 88,9 bcd 253 ab 78 b

CNAs9019 141 ab 2,39 cd 92,4 abc 204 b 70 cde

CNAs9045 110 cde 2,79 ab 81,5 de 238 ab 69 def

Vencedora 107 cde 2,38 cd 81,6 de 253 ab 64 ef

Soberana 93 de 2,47 bcd 88,0 bcd 242 ab 66 ef

CV (%) 14,72 5,83 6,97 17,94 5,56 1Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferiram significativamente no nível de 5% de

probabilidade, pelo teste de Tukey.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

IS

Pro

du

tivi

dad

e (k

g h

a-1)

Figura 1. Distribuição das cultivares e linhagens elite em quartis delimitados pelo índice de suscetibilidade à deficiência hídrica (IS) e pela produtividade de grãos no tratamento sem deficiência hídrica no solo, nos pontos determinados por suas médias, Porangatu-GO/2006.

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MELHORAMENTO DE ARROZ IRRIGADO NA COLÔNIA JAPONESA SAN JUAN, BOLÍVIA

Takazy Ishiy1, Pedro Yuuki Yonekura Nishi

2.1 Sindarroz/Epagri, C.P. 277, 88301-970,

Itajaí, SC. 2 CAISY-Cooperativa Agrícola Integral San Juan de Yapacani Ltada, Casilla

1099, Colônia Japonesa San Juan, Bolívia. E-mail: [email protected]. As atividades de melhoramento genético de arroz têm como principal objetivo desenvolver cultivares para atender aos anseios de três clientes diretos: o orizicultor, o industrial e o consumidor. O desenvolvimento de uma cultivar é, em geral, realizado em duas etapas: obtêm-se, inicialmente, as linhagens nos centros de pesquisa e, em seguida, levam-se estas linhagens para serem avaliadas nas condições de cultivo comercial. Necessitam-se 6 a 8 gerações na primeira etapa e 3 a 4 gerações na segunda, portanto são requeridos 9 a 12 gerações para a criação de uma cultivar de arroz. O objetivo do presente trabalho foi avaliar linhagens de arroz e obter cultivares para as condições agroecológicas da Colônia Japonesa San Juan. O experimento foi conduzido no Campo Experimental da CAISY, Departamento de Santa Cruz, Bolívia, (latitude sul 17º15’, longitude oeste 63º50’, altitude 277 m, temperatura média anual 24,2ºC), durante as safras 2003/04, 2004/05 e 2005/06. Avaliaram-se 15 linhagens originárias da Epagri, Santa Catarina, Brasil (Tabela 1), e como testemunhas utilizaram-se as cultivares IAC 101, Epagri 109 e Amborô. O experimento foi instalado através do transplante mecânico de mudas. O transplante foi feito com plântulas de duas a três folhas, utilizando-se transplantadeira tratorizada de 8 linhas. Cada parcela foi constituída por 12 linhas espaçadas em 0,30 m e com comprimento de 40 m. Na linha, a transplantadeira distribuiu uniformemente 5 a 6 plântulas/cova a cada 0,16 m. A adubação básica foi feita com fósforo e potássio de acordo com a recomendação da análise de solo. As adubações de cobertura foram realizadas com uréia, sendo aplicado 100 kg/ha aos 25 dias e 100 kg/ha aos 60 dias após o transplante. A área experimental foi alagada com uma lâmina de água de 5 a 10 cm, iniciando-se 2 dias após o transplante e mantendo-se assim até próximo à maturação, época em que foi feita a drenagem do quadro para a colheita. Para estimar-se o potencial produtivo das linhagens, colheram-se quatro amostras de 6,0 m

2/parcela. Os dados de produtividade e rendimento de grãos inteiros

foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5%. Os resultados das principais avaliações encontram-se na Tabela 1. Nenhuma das linhagens apresentou problema de acamamento e o ciclo biológico foi semelhante ao das testemunhas. Todas as linhagens apresentam grãos translúcidos e as suas dimensões estão dentro do padrão longo fino e o teor de amilose alto. Verifica-se, pelos resultados, que ocorreram diferenças significativas no comportamento das linhagens relativamente a rendimento de grãos inteiros e produtividade. Na safra 2003/04, o clima foi normal e a incidência de Pyricularia grisea foi baixa. Em 2004/05 e 2005/06, entretanto, os fatores climáticos favoreceram o desenvolvimento das plantas e a incidência da brusone, interferindo na produtividade e rendimento de engenho. Em 2003/04, os maiores rendimentos de grãos inteiros e as maiores produtividades foram constatados concomitantemente, nas linhagens SC 279, SC 192, SC 205, SC 275 e SC 259. Em 2004/05 estas duas características não foram encontradas juntas em nenhuma das linhagens, mas em 2005/06, alta produtividade e bom rendimento de engenho foram constatadas na linhagem SC 213.

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A análise conjunta das três safras mostra que a linhagem SC 213 foi a que apresentou a maior produtividade média, seguida pelas linhagens SC 301, SC 300, SC 299 e SC 276 e as testemunhas Amborô e Epagri 109. As demais linhagens apresentaram produtividades inferiores à cultivar IAC 101, a testemunha que mostrou o menor potencial. Produtividades superiores a 7t/ha são consideradas boas na região. No experimento a produtividade média não foi maior devido à ocorrência de brusone, principalmente nas duas últimas safras e nenhum método de controle foi utilizado. Ademais, todos os genótipos mostraram-se suscetíveis à doença em menor ou maior grau. Na característica rendimento de grãos inteiros, a linhagem SC 192 superou todos os demais materiais, inclusive as cultivares testemunhas. Em seqüência, observam-se as linhagens SC 205, SC 294, SC 191 e SC 291 que apresentaram resultados intermediários, porém melhores que as linhagens restantes e as três testemunhas. De maneira geral, o rendimento médio de grãos inteiros foi baixo, principalmente devido à incidência de brusone que aumentou da primeira à terceira safra e, conseqüentemente, deve ter contribuído negativamente para o baixo rendimento. Os resultados obtidos permitem concluir que a linhagem SC 213 apresenta condições para ser lançada como cultivar, devido às suas boas características agronômicas.

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Tabela 1. Genótipos, origem e principais características observadas nas safras 2003/04(1)

, 2004/05(2)

e 2005/06(3)

na Colônia Japonesa San Juan, Bolívia. Epagri-CAISY, 2007.

Rendimento de grãos inteiros Produtividade (t/ha) Genótipos Origem Ciclo (dias)

Peso 1000 grãos

(1) (2) (3) M* (1) (2) (3) M*

1. SC 191 Mutante de IR 841 135 27,0 52,4b 53,3a 50,9b 52,1b 7,79a 5,47b 4,64c 5,97c 2. SC 192 Mutante de Epagri

108 135 26,0 61,8a 51,2a 55,2a 56,0a 7,76a 5,40b 4,31c 5,82c

3. SC 205 SC137/Epagri 108 135 26,5 59,4a 46,6a 53,8b 53,3b 7,60a 5,47b 5,13c 6,07c 4. SC 213 Epagri 108/ SC 151 140 28,0 44,7d 38,6b 55,5a 43,6d 8,91a 7,72a 7,15a 7,93a 5. SC 259 Epagri 108/ SC 144 135 27,5 56,5a 27,8c 45,4c 44,2d 7,58a 5,64b 4,12c 5,54d 6. SC 275 Epagri 108/ Roxo 135 27,5 58,9a 28,8c 45,4c 45,9d 8,12a 4,92b 4,57c 6,09c 7. SC 276 Epagri 109/ Roxo 135 28,0 54,1b 28,2c 52,0b 45,3d 8,09a 5,56b 5,16c 6,42b 8. SC 279 Epagri 108/ Roxo 140 24,0 61,8a 31,8c 42,2c 43,0e 7,89a 6,01b 4,95c 6,18c 9. SC 280 Epagri 109/ SC 144 140 26,0 - 32,0c 54,1a 44,7d - 5,70b 5,85b 5,77c 10. SC 291 Epagri 109/ Epagri

107 140 30,0 57,6a 31,7c 49,4b 51,3b 7,06b 6,35a 5,77b 5,54d

11. SC 294 Epagri 107/ Epagri 109

140 23,5 59,8a 37,7b 53,4b 52,7b 6,63b 6,13b 4,61c 5,18d

12. SC 295 Epagri 107/ Epagri 109

140 23,0 58,8a 27,3c 60,9a 45,9d 6,64b 3,80c 5,02c 5,28d

13. SC 299 Epagri 109/ SC 144 135 27,5 54,2b 40,8b 50,1b 37,4e 7,48a 4,31c 6,72a 6,60b 14. SC 300 Epagri107/Roxo//

Epagri 106 140 31,0 34,7e 38,4b 41,2c 47,0d 7,15b 4,17c 6,18b 6,89b

15. SC 301 Epagri107/Roxo// Epagri107

135 31,5 53,3b 41,6b 45,3c 39,2e 7,24b 6,83a 6,42a 7,01b

16. IAC 101 Testemunha 130 37,0 34,2e 33,4e 41,5c 39,2e 6,66b 5,59b 6,69a 6,33c 17. Epagri 109

Testemunha 140 28,0 48,4c 36,2c 51,7b 48,3c 8,06a 7,34a 5,78b 6,73b

18. Amborô Testemunha 135 26,5 54,9c 42,5b 54,6a 46,2d 8,55a 7,38a 5,63b 7,00b

* Médias; (-) Dados perdidos. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.

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SCS 115 CL: CULTIVAR CATARINENSE PARA USO NO SISTEMA CLEARFIELD DE PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO

Moacir Antonio Schiocchet(1), Richard Elias Bacha(1), Rubens Marschalek(1), José Alberto Noldin(1), Domingos Sávio Eberhardt(1), Dario Alfonso-Morel(2), Lucas Miura(1), Ronaldir Knoblauch(1), Takazi Ishiy(1), Juliana Vieira(1) e Satoru Yokoyama (in memoriam). 1 Epagri - Estação Experimental de Itajaí, C.P.277, CEP 88301-970, Itajaí, SC. E-mail: [email protected], 2 Epagri - Estação Experimental de Urussanga, C.P. 49,88840-000 Urussanga, SC.

A infestação por plantas daninhas ainda constitui-se num dos principais fatores que limitam a produtividade e depreciam a qualidade do arroz irrigado (Oryza sativa L.), especialmente nos Estados de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (Epagri, 2005). Dentre as plantas daninhas, o arroz-vermelho (Oryza sativa L.) se destaca como a mais importante e de mais difícil controle, especialmente pela similaridade com o arroz cultivado, impedindo, até então, o uso de herbicidas seletivos ao arroz para seu controle químico. Desta forma, até recentemente, um controle adequado do arroz-vermelho só podia ser obtido com o emprego de um conjunto de práticas de cultivo que, usadas de forma integrada, promoviam a supressão e/ou controle do arroz-vermelho nas lavouras de arroz irrigado.

Na década de 90, foram identificadas em trabalhos desenvolvidos na Universidade da Louisiana, Estados Unidos da América do Norte, plantas de arroz provenientes de sementes submetidas a mutação, que apresentavam tolerância a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Os herbicidas pertencentes a este grupo químico foram desenvolvidos para uso em várias culturas, como a soja, onde também o arroz é considerado planta daninha. Esta descoberta resultou no desenvolvimento do sistema Clearfield de produção de arroz que permite o controle seletivo do arroz-vermelho em lavoura de arroz irrigado.

Através de sucessivas hibridações, esta característica de resistência foi incorporada em cultivares de arroz comercial do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

O objetivo deste trabalho é apresentar a origem e as principais características da cultivar de arroz irrigado da Epagri, SCS 115 CL, primeira cultivar desenvolvida em Santa Catarina, para o sistema pré-germinado, que possibilita o controle seletivo de arroz-vermelho com o uso do herbicida Only.

Em 1998, iniciou-se na Estação Experimental da Epagri em Itajaí um trabalho de introgressão da resistência a imidazolinonas em cultivares da Epagri. Foram utilizadas várias linhagens provenientes do Irga como doadoras da resistência. Dentre os cruzamentos realizados, destacou-se aquele entre a cultivar Epagri 109 e a linhagem VIII, oriunda do cruzamento de Irga 369 com AS 3510. A partir das gerações F2 foram feitos os trabalhos de seleção de genótipos pelo método genealógico e testes de resistência ao herbicida Only, registrado pela BASF e pertencente a este grupo químico das imidazolinonas. A aplicação do herbicida foi feita em plântulas de arroz nos estádios iniciais de desenvolvimento, de duas a quatro folhas. As progênies remanescentes foram cultivadas para seleção de plantas visando a estabilidade e a presença de características agronômicas desejadas. Em trabalhos paralelos, todas as linhagens foram avaliadas para resistência à brusone e tolerância à toxidez por ferro em experimentos conduzidos na Estação Experimental da Epagri em Itajaí. Neste processo, foi selecionada a linhagem SC 385, a qual foi incluída nos trabalhos de avaliação de estabilidade, produtividade e adaptabilidade em seis regiões orizícolas do estado de Santa Catarina durante três anos. Nesta etapa, avaliou-se o desempenho agronômico bem como o sistema de manejo da lavoura para máximo efeito de controle do arroz-vermelho.

Por apresentar bom desempenho e resistência comprovada ao herbicida Only, a linhagem SC 385 foi lançada, como cultivar, sendo denominada SCS 115 CL. O nome SCS 115 obedece a normas internas da Epagri e CL identifica uma cultivar desenvolvida para uso no sistema Clearfield de produção de arroz, patenteado pela BASF.

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A principal característica desta cultivar é a resistência ao herbicida Only aplicado em doses recomendadas para o sistema Clearfield de produção de arroz.

A cultivar SCS 115 CL apresenta bom potencial de produção, estatura de planta de 110cm, um pouco acima da estatura das principais cultivares catarinenses e, resistência intermediária ao acamamento (Tabela 1). Esta última característica requer cuidados especiais na aplicação de nitrogênio e no manejo da água de irrigação.

As principais características do grão são apresentadas na Tabela 2. Os grãos desta cultivar são de excelente qualidade industrial e culinária. Apresentam boa relação comprimento / largura e adequado teor de amilose e temperatura de gelatinização o que lhes confere bom desempenho no processo de cocção.

O peso dos grãos com casca e o comprimento do grão descascado e polido são ligeiramente superiores à média das outras cultivares.

Na Tabela 3, estão apresentadas algumas características industriais e culinárias. O rendimento industrial é destaque com valor acima de 70% de grãos descascados e polidos e um alto percentual de grãos inteiros, tanto para arroz branco como para parboilizado.

Com relação ao processo de parboilização, os grãos de arroz da cultivar SCS 115 CL são adequados aos procedimentos atualmente em uso nas principais industrias Catarinenses.

Nas avaliações de cocção, tanto de arroz branco como parboilizado, esta cultivar apresentou desempenho satisfatório para as principais demandas dos consumidores, como adesividade, aparência do grão cozido, volume após a cocção e aroma.

Sementes certificadas da cultivar SCS 115 CL estarão disponíveis para cultivo pelos produtores de grãos para a safra 2007/08, junto aos produtores de semente de arroz filiados a Associação Catarinense dos Produtores de Semente de Arroz Irrigado (ACAPSA).

Tabela 1. Características agronômicas da cultivar de arroz SCS 115 CL.

Característica Valor

Produtividade média (t/ha)(1) 8,5 Estatura (cm) 110 Vigor inicial Bom Perfilhamento Bom Ciclo biológico Médio Emergência a maturação (dias) 135 Reação a toxidez por ferro - Indireta (alaranjamento) Resistente Reação a brusone(2) Médio/Resistente Degrane Intermediário Folha bandeira Ereta Exerção da panícula Boa Pilosidade da folha Presente Maturação Uniforme Acamamento(1) Médio resistente

(1)Em condições experimentais (2)Em condições experimentais de alta pressão de inoculo.

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Tabela 2. Características do grão da cultivar de arroz irrigado SCS 115 CL

Característica Valor

Classe Longo-fino

Arista Ausente Microarista Ausente Peso de 1.000 grãos com casca (g) 31 Pilosidade Presente Cor das glumas Palha Comprimento do grão polido (mm) 7,5 Largura do grão polido (mm) 2,1

Espessura do grão polido (mm) 1,7 Relação comprimento/largura 3,6 Teor de amilose (%)(1) 28 Temperatura de gelatinização Intermediária Centro branco (0 a 5)(2) 1,0

(1) Análise realizada pelo CNPAF / Embrapa (2) Centro branco: zero = completamente vítreo; 5 = totalmente opaco (gessado)

Tabela 3. Características industriais e culinárias da cultivar de arroz irrigado SCS 115 CL.

Característica Valor Rendimento de engenho – arroz branco - Renda (%) - Grãos inteiros (%) - Grãos quebrados (%)

71 61 10

Aroma Normal Processo de parboilização Adequado Aparência do grão polido Vítrea Aparência do grão parboilizado Vítrea

Referencias Bibliográficas EPAGRI. Sistema de produção de arroz irrigado em Santa Catarina. 2.ed.ver. e atual. Florianópolis, 2005. 87p.(Epagri. Sistemas de Produção, 32)

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DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS ELITES DE ARROZ IRRIGADO EM MINAS GERAIS

Plínio César Soares1, Vanda Maria de Oliveria Cornélio2, Moizés de Souza Reis2, Antônio Alves Soares3, Veridiano dos Anjos Cutrim4, Orlando Peixoto de Morais4, David Carlos Ferriera Baffa5, Rodrigo Moreira Ribeiro5, Lucas Kenji Takami5, Felipe Lopes da Silva1. 1Epamig/CTZM/Viçosa, C.P. 216, 36571-000 - Viçosa – MG, e-mail: plí[email protected]. 2Epamig/CTSM/Lavras, 3Universidade Federal de Lavras, 4Embrapa Arroz e Feijão, 5Bolsista BIC Epamig/Fapemig/CNPq.

A fim de tornar a orizicultura irrigada uma atividade mais atrativa, a EPAMIG

desenvolve, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, pesquisas de melhoramento genético de arroz de várzeas, visando obter cultivares superiores às já recomendadas, em produtividade e em aceitação comercial. Dentro do programa de melhoramento de arroz de várzeas em execução, em Minas Gerais, pela EPAMIG, os Ensaios Comparativos Avançados (ECA´s) têm por finalidade avaliar variedades e linhagens elite que se destacaram nos Ensaios Comparativos Preliminares (ECP´s), visando a recomendação de novas cultivares. Os ensaios conduzidos em 2006/2007 constituíram-se de 25 entradas, incluindo cinco testemunhas: BR-IRGA 409, Jequitibá, Rio Grande, Ouro Minas e Seleta. Os ensaios foram conduzidos em solos de várzeas nas Fazendas Experimentais da EPAMIGem Leopoldina (FELP) e Janaúba (FEJ), com irrigação por inundação contínua. O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram constituídas de seis fileiras de plantas de 5m de comprimento, espaçadas em 0,3m. As características avaliadas, segundo EMBRAPA (1977), foram: ciclo (floração), altura de plantas, rendimento de grãos, peso de 100 grãos, dimensões de grãos e rendimento de grãos inteiros no beneficiamento.

Na Tabela 1 constam as médias obtidas de rendimento de grãos, de floração, de altura de plantas e de peso de 100 grãos. Na tabela 2, são apresentadas médias de dimensões de grãos e de rendimento de grãos inteiros no beneficiamento dos genótipos avaliados. Avaliações mais detalhadas encontram-se em EPAMIG (2007). A análise de variância conjunta não detectou diferença estatística significativa, pelo teste F, para produção de grãos (Tabela 1). Em valores absolutos sete linhagens destacaram-se em produtividade, exibindo médias superiores a 7t/ha. São elas: BRA 031001, CNAi 9091, BRA 02706, BRA 041253, BRA 041099, BRA 02691 e BRA 01330. As cultivares testemunhas mais produtivas foram a Ouro Minas e Seleta, com médias de rendimento de grãos de 6847 e 6833 kg/ha, respectivamente. A menos produtiva das testemunhas foi a BR-IRGA 409, com 5958 kg/ha de grãos, na média dos dois ensaios. Em relação ao ciclo, aferido pela floração, observa-se, pela Tabela 1, que a maioria das linhagens testadas são de ciclo médio, florindo entre 97 e 109 dias após a semeadura, com base na média dos dois ensaios, o que é desejável.De modo geral as linhagens precoces foram as menos produtivas. As plantas, de maneira geral, atingiram maior porte no ensaio de Leopoldina (105cm), contra 88cm na média geral do ensaio de Janaúba.Houve variabilidade para o caráter peso de 100 grãos, visto que as médias da análise conjunta oscilaram entre 2,42 e 2,91g.

No que tange as dimensões de grãos, verifica-se, pela Tabela 2, que o comprimento variou de 6,79 a 8,08mm, a largura de 1,95 a 2,39mm e a relação entre estas duas dimensões (C/L) oscilou de 2,85 a 3,81, na média dos dois ensaios. Portanto, os genótipos apresentaram ótimo comportamento neste quesito, uma vez que todos se enquadraram na categoria de grãos longo-fino, os preferidos do mercado.Com médias gerais de rendimento de grãos inteiros de 59 e 66% nos ensaios de Leopoldina e Janaúba, respectivamente, todos genótipos avaliados tiveram excelente desempenho quanto a esta característica.

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Tabela 1 - Médias de rendimento de grãos, de floração, de altura de plantas e de peso de 100 grãos obtidas no Ensaio Comparativo Avançado de Arroz Irrigado. Ano agrícola 2006/07.

BRA 031001 9600 a 5765 a 7682 a 108 b 114 a 90 a 102 a 2,47 g 2,45 d 2,46 f

CNAi 9091 9293 a 5808 a 7550 a 113 a 109 b 89 a 99 a 2,55 f 2,40 e 2,48 f

BRA 02706 8155 a 6813 a 7484 a 106 b 105 c 83 a 94 b 2,83 c 2,65 c 2,74 c

BRA 041253 7991 a 6654 a 7323 a 113 a 99 d 90 a 94 b 2,52 g 3,00 a 2,76 c

BRA 041099 8955 a 5638 a 7296 a 106 b 98 d 85 a 92 b 2,89 c 2,70 c 2,80 b

BRA 02691 9420 a 5041 b 7231 a 108 b 106 b 84 a 95 b 2,78 c 2,63 c 2,71 c

BRA 01330 6764 b 7256 a 7010 a 101 c 108 b 105 a 106 a 3,01 a 2,70 c 2,85 b

Ouro Minas 7315 b 6379 a 6847 a 98 c 97 d 80 a 89 b 2,98 b 2,84 b 2,91 a

CNAi 9092 8989 a 4693 b 6841 a 113 a 105 c 79 a 92 b 2,60 f 2,31 f 2,45 f

Seleta 9961 a 3705 b 6833 a 113 a 118 a 92 a 105 a 2,57 f 2,39 e 2,48 f

CNAi 9088 8726 a 4810 b 6768 a 113 a 105 c 82 a 93 b 2,62 e 2,38 e 2,50 f

BRA 041241 8352 a 5024 b 6688 a 113 a 107 b 99 a 103 a 2,84 c 2,63 c 2,74 c

BRA 031006 8851 a 4513 b 6682 a 111 a 110 b 87 a 99 a 2,55 f 2,29 f 2,42 f

BRA 02697 7745 b 5494 a 6620 a 98 c 104 c 91 a 97 b 2,93 b 2,86 b 2,89 a

Rio Grande 6560 b 6517 a 6539 a 106 b 97 d 87 a 92 b 2,91 c 2,74 c 2,83 b

Jequitibá 7457 b 5512 a 6485 a 101 c 106 b 90 a 98 a 3,08 a 2,83 b 2,95 a

BRA 031018 7404 b 5369 a 6387 a 111 a 107 b 91 a 99 a 2,71 d 2,43 d 2,57 e

BRA 01381 7240 b 5431 a 6336 a 106 b 102 c 91 a 97 b 2,92 b 2,66 c 2,79 b

BRA 02708 8049 a 4531 b 6290 a 106 b 105 c 82 a 94 b 2,85 c 2,47 d 2,66 d

BRA 02704 6775 b 5792 a 6283 a 106 b 103 c 87 a 95 b 2,97 b 2,69 c 2,82 b

CNA 8575 8871 a 3501 b 6186 a 111 a 105 c 85 a 95 b 2,64 e 2,52 d 2,58 e

BR-IRGA409 5705 b 6211 a 5958 a 101 c 103 c 93 a 98 a 2,73 d 2,59 c 2,66 d

CNAi 8874 6456 b 5344 a 5900 a 98 c 101 c 91 a 96 b 2,94 b 2,63 c 2,79 b

CNAi 8883 5843 b 5948 a 5895 a 98 c 100 d 79 a 89 b 2,63 e 2,38 e 2,50 f

CNAi 8872 7385 b 4322 b 5854 a 103 c 103 c 86 a 95 b 2,87 c 2,45 d 2,66 d

Média

CV %

112

107

106

109

109

111

109

93

106

93

108

109

106

114

108

91

89

92

108

97

80

80 92

89

87

105

83

80

80

105

122

105

105

105

87

105

87

105

109

105

105

105

105

122

Genótipos

105

109

107

Rendimento de grãos (kg/ha)

Floração (Dias)

107

111

107

Altura de plantas (cm)

Peso de 100 grãos (g)

Média MédiaFEJ Média FELP FEJ FELP FEJ MédiaFELPFELP FEJ

7914

10,78

5443

16,22

6679

13,00

106

2,29 3,01

88

7,49

100

-

103

-

105 2,58

2,23

2,68

1,92

96

5,36

2,78

1,59

Baseando-se na produtividade e em outros caracteres de interesse, há grande possibilidade de lançamento de uma ou duas novas cultivares de arroz irrigado nos próximos três a quatro anos. As linhagens elites com maiores chances de serem lançadas são: BRA 031001, BRA 041253, BRA 041099 e BRA 02691. As linhagens precoces CNAi 8874, CNAi 8883 e CNAi 8872 serão descartadas do ECA no próximo ano agrícola.

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Tabela 2 - Médias de dimensões de grãos e de rendimento de grãos inteiros obtidas no Ensaio Comparativo Avançado de Arroz Irrigado. Ano agrícola 2006/07.

Genótipos

FELP FEJ Média FELP FEJ Média FELP FEJ Média FELP FEJ Média

BRA 031001 7,40 7,42 7,41 1,95 1,95 1,95 3,81 3,81 3,81 56,83 61,23 59,03

CNAi 9091 7,49 7,12 7,30 2,09 2,04 2,06 3,60 3,50 3,55 60,40 63,72 62,06

BRA 02706 6,74 6,85 6,79 2,31 2,47 2,39 2,93 2,78 2,85 67,65 67,43 67,54

BRA 041253 6,93 7,85 7,39 2,20 2,28 2,24 3,15 3,44 3,30 66,38 70,34 68,36

BRA 041099 7,62 7,32 7,47 2,21 2,11 2,16 3,45 3,47 3,46 57,77 62,53 60,15

BRA 02691 7,92 8,23 8,08 2,12 2,13 2,13 3,73 3,86 3,80 57,66 65,33 61,50

BRA 01330 7,80 7,29 7,55 2,22 2,14 2,18 3,51 3,41 3,46 53,29 67,62 60,46

Ouro Minas 7,27 6,96 7,11 2,27 2,32 2,29 3,20 3,00 3,10 55,54 67,15 61,35

CNAi 9092 7,44 7,50 7,47 2,06 2,16 2,11 3,61 3,47 3,54 54,93 65,62 60,28

Seleta 7,62 7,38 7,50 2,06 2,17 2,12 3,71 3,40 3,55 61,08 57,71 59,40

CNAi 9088 7,42 7,49 7,46 2,08 2,10 2,09 3,57 3,58 3,57 62,43 62,79 62,61

BRA 041241 7,62 7,26 7,44 2,13 1,99 2,06 3,59 3,65 3,62 61,42 66,05 63,74

BRA 031006 7,12 7,19 7,16 1,97 1,98 1,97 3,62 3,64 3,63 56,72 64,11 60,42

BRA 02697 7,70 8,03 7,87 2,15 2,35 2,25 3,57 3,42 3,49 54,52 61,98 58,25

Rio Grande 7,19 7,03 7,11 2,25 2,34 2,30 3,20 3,00 3,10 57,34 68,94 63,14

Jequitibá 7,48 6,43 6,95 2,21 2,08 2,15 3,39 3,09 3,24 62,19 67,62 64,91

BRA 031018 7,94 6,62 7,28 2,09 1,95 2,02 3,81 3,40 3,61 57,23 67,40 62,32

BRA 01381 7,80 7,23 7,52 2,23 2,24 2,24 3,50 3,23 3,36 57,54 67,46 62,50

BRA 02708 6,81 6,93 6,87 2,31 2,30 2,31 2,97 3,01 2,99 62,26 70,90 66,58

BRA 02704 7,29 7,40 7,34 2,34 2,25 2,29 3,13 3,29 3,21 62,27 67,00 64,64

CNA 8575 7,48 7,13 7,30 2,10 2,14 2,12 3,57 3,34 3,45 62,05 66,69 64,37

BR-IRGA409 7,30 6,96 7,13 2,14 2,11 2,13 3,41 3,30 3,35 53,17 67,63 60,40

CNAi 8874 7,41 7,14 7,27 2,19 2,12 2,15 3,39 3,37 3,38 55,81 71,30 63,56

CNAi 8883 7,12 7,12 7,12 2,13 2,07 2,10 3,36 3,45 3,40 52,78 67,99 60,39

CNAi 8872 7,40 7,11 7,26 2,13 2,08 2,10 3,48 3,43 3,45 66,38 66,00 66,19

Média 7,41 7,24 7,32 2,16 2,15 2,16 3,45 3,37 3,41 59,03 66,10 62,56

grãos inteiros (%)

Rendimento de

Comprimento (C)

Dimensões de grãos (mm)

Largura (L) Relação C/L

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de métodos de pesquisa em arroz, 1ª aproximação. Goiânia, EMBRAPA/CNPAF, 1977, 106p. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS. Melhoramento genético de arroz irrigado em Minas Gerais. Belo Horizonte, EPAMIG, 2007, 60p. (Relatório de pesquisa apresentado à FAPEMIG).

Agradecimentos: À Fapemig e CNPq pelo aporte financeiro e concessão de bolsas de pesquisa e BIC.

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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO EM MINAS GERAIS, SAFRA 2006/07

Plínio César Soares1, Vanda Maria de Oliveira Cornélio2, Moizés de Souza Reis2, Antônio Alves Soares3, Veridiano dos Anjos Cutrim4, Orlando Peixoto de Morais4, David Carlos Ferreira Baffa5, Rodrigo Moreira Ribeiro5, Lucas Kenji Takami5, Felipe Lopes da Silva1. 1Epamig/CTZM/Viçosa, C.P. 216, 36571-000 - Viçosa – MG, e-mail: plí[email protected]. 2Epamig/CTSM/Lavras, 3Universidade Federal de Lavras, 4Embrapa Arroz e Feijão, 5Bolsista BIC Epamig/Fapemig/CNPq. O Ensaio Comparativo Preliminar tem como objetivo básico selecionar linhagens promissoras a serem testadas, posteriormente, por meio dos Ensaios Comparativos Avançados, os quais se destinam a fornecer informações para recomendação de novas cultivares. No ano agrícola de 2006/07 o experimento foi constituído de 32 linhagens e 4 testemunhas. Empregou-se o delineamento experimental látice triplo 6x6. As parcelas foram constituídas de 4 fileiras de plantas de 5 m de comprimento, espaçadas em 30 cm. A densidade de semeadura foi de 100 sementes/m. O experimento foi implantado na Fazenda Experimental da EPAMIG, em Leopoldina. O ensaio foi implantado em solo de várzea e conduzido sob inundação contínua. As características avaliadas, segundo EMPRAPA (1977), foram: ciclo (floração), altura de plantas, rendimento de grãos, perfilhamento, peso de 100 grãos, dimensões de grãos e rendimento de grãos inteiros no beneficiamento. As médias de rendimento de grãos, de floração (ciclo), de altura de plantas e de perfilhamento encontram-se na Tabela 1. Na Tabela 2 constam as médias de peso de 100 grãos, de dimensões de grãos e de rendimento de grãos inteiros no beneficiamento. Avaliações mais detalhadas encontram-se em EPAMIG (2007). Sete linhagens e uma cultivar testemunha, a Seleta, destacaram-se em produtividade, com médias variando entre 5,4 e 6,7 t/ha, as quais não diferiram entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade (Tabela 1). A cultivar menos produtiva (3688 kg/ha) foi a Jequitibá, que, aliás, ficou na última colocação. As demais testemunhas, Ouro Minas e Rio Grande, ficaram numa posição intermediária, com médias de 4811 e 4684 kg/ha, respectivamente. Em relação ao ciclo (expresso em termos da floração) observou-se que a maioria das linhagens testadas são de ciclo curto/médio, atingindo a floração entre 92 e 95 dias após a semeadura. Quatro linhagens possuem ciclo médio/longo (117 a 120 dias para floração), o que é indesejável, e oito delas são de ciclo médio, florescendo de 98 a 102 dias após a semeadura, as quais, de modo geral, apresentam bom comportamento produtivo nas condições de cultivo em várzeas de Minas Gerais. No que concerne ao porte das plantas, verificou-se que a cultivar Seleta e mais quatorze linhagens se comportaram bem quanto a este caracter, com médias de altura de plantas oscilando entre 91 e 101 cm. Por outro lado, as cultivares testemunhas Ouro Minas, Jequitibá e Rio Grande exibiram porte de plantas aquém do desejado, isto é, de 77 a 81 cm (Tabela 1). Todos genótipos testados mostraram ótima capacidade de perfilhamento (notas 1 a 3), exceto a linhagem BRA 041147 (nota 4) que apresentou perfilhamento mediano. Em relação às dimensões de grãos, observa-se, pela Tabela 2, que o comprimento variou de 6,80 a 7,72 mm, a largura de 1,93 a 2,32 mm e a relação entre estas duas dimensões (C/L) oscilou de 2,98 a 3,73, o que implica que todas as linhagens avaliadas se enquadram na categoria de grãos longo-fino, os mais valorizados do mercado. O desempenho de todos os genótipos quanto ao rendimento de grãos inteiros no beneficiamento foi excelente, traduzido pela elevada média do ensaio de 62,48 % e valor mínimo e máximo de 51,78 e 68,89 %, respectivamente.

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Tabela 1- Médias de rendimento de grãos, de floração, de altura de plantas e de

perfilhamento obtidas no Ensaio Comparativo Preliminar de Arroz Irrigado. Leopoldina - MG, 2006/07.

Seleta 6719 a 113 a 100 aBRA 041230 6653 a 120 a 96 aBRA 041236 6455 a 117 a 98 a

17-25. 6084 a 102 b 86 b8-23. 5836 a 102 b 87 b3-2. 5830 a 95 c 92 a

15-12. 5738 a 95 c 94 a9-5. 5444 a 98 b 88 b7-9. 5273 b 92 c 83 b9-8. 5173 b 95 c 83 b5-26. 5105 b 92 c 91 a17-2. 5021 b 102 b 86 b

BRA 041223 4984 b 120 a 91 aBRA 041182 4965 b 95 c 101 aBRA 041183 4934 b 95 c 97 a

1-12. 4921 b 92 c 89 b10-7. 4815 b 92 c 84 b

Ouro Minas 4811 b 95 c 77 b6-9. 4765 b 92 c 86 b

BRA 041249 4744 b 117 a 89 b15-8. 4730 b 98 b 88 b

Rio Grande 4684 b 102 b 81 bBRA 041145 4657 b 95 c 91 a

1-14. 4584 b 92 c 87 bBRA 041120 4500 b 102 b 85 b

6-24. 4486 b 98 b 87 b6-8. 4423 b 98 b 88 b

BRA041140 4371 b 92 c 93 aBRA 041277 4338 b 92 c 88 b

6-11. 4294 b 95 c 83 bBRA 041147 4119 b 92 c 96 a

15-6. 4063 b 95 c 85 bBRA 041148 3984 b 92 c 96 aBRA 041152 3975 b 92 c 95 aBRA 041153 3894 b 92 c 96 a

Jequitibá 3688 b 89 c 79 bMédiaCV %

4918 98 89 211,23 3,72 5,45 -

2

232

3

124232213

1112

2112

1332

1

321132332

Rendimento de grãos (kg/ha)

Floração (Dias)

Altura de plantas (cm)

PerfilhamentoGenótipos

(notas 1-5)*

* Nota 1 = excelente e nota 5 = muito pobre. No cômputo de todas as características avaliadas, mas baseando-se principalmente na produtividade e no ciclo, as linhagens 17-25, 8-23, 3-2 e 15-12 foram selecionadas para comporem o Ensaio Comparativo Avançado de Arroz Irrigado do próximo ano agrícola (2007/08).

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Tabela 2- Médias de peso de 100 grãos, de dimensões de grãos e de rendimento de grãos

inteiros obtidas no Ensaio Comparativo Preliminar de Arroz Irrigado. Leopoldina - MG, 2006/07.

Espessura

Seleta 2,53 h 7,35 2,06 1,81 3,60 63,87BRA 041230 2,78 f 7,43 2,11 1,84 3,53 66,22BRA 041236 2,67 g 7,56 2,08 1,78 3,64 67,45

17-25. 2,93 d 7,53 2,21 1,85 3,41 63,788-23. 2,56 h 6,95 2,15 1,85 3,23 68,483-2. 3,05 c 7,20 2,24 1,89 3,22 65,73

15-12. 3,09 c 7,54 2,26 1,89 3,35 66,019-5. 3,22 a 7,25 2,32 1,94 3,13 63,377-9. 3,04 c 7,69 2,19 1,94 3,53 62,269-8. 3,11 b 7,38 2,31 1,95 3,20 67,375-26. 3,07 c 7,22 2,30 1,96 3,14 65,0517-2. 2,90 e 7,62 2,10 1,84 3,64 57,16

BRA 041223 2,60 h 7,57 2,03 1,81 3,73 57,93BRA 041182 2,42 i 7,13 2,06 1,78 3,48 66,48BRA 041183 2,30 j 6,80 1,93 1,72 3,53 61,30

1-12. 2,77 f 6,80 2,23 1,83 3,05 65,0610-7. 2,87 e 7,72 2,30 2,03 3,35 63,82

Ouro Minas 2,93 d 7,56 2,25 1,88 3,37 59,886-9. 3,13 b 7,22 2,29 1,93 3,15 65,22

BRA 041249 2,73 g 7,71 2,15 1,89 3,59 57,7115-8. 2,99 d 7,33 2,26 1,87 3,25 68,89

Rio Grande 2,68 g 6,43 2,15 1,79 2,98 61,00BRA 041145 2,71 g 7,60 2,08 1,83 3,67 64,47

1-14. 2,85 e 6,89 2,30 1,87 3,01 64,76BRA 041120 2,85 e 7,47 2,14 1,87 3,49 62,92

6-24. 3,05 c 7,39 2,31 1,93 3,20 62,396-8. 3,15 b 7,27 2,29 1,93 3,18 64,44

BRA041140 2,82 f 7,47 2,11 1,83 3,56 55,10BRA 041277 2,52 h 7,60 1,96 1,65 3,88 64,69

6-11. 3,05 c 7,31 2,32 1,94 3,17 60,38BRA 041147 2,75 f 7,67 2,08 1,83 3,71 64,99

15-6. 2,92 d 7,59 2,18 1,84 3,48 64,08BRA 041148 2,74 g 7,71 2,09 1,79 3,69 52,19BRA 041152 2,78 f 7,70 2,09 1,88 3,69 51,78BRA 041153 2,81 f 7,69 2,12 1,89 3,64 55,02

Jequitibá 2,71 g 7,22 2,17 1,85 3,37 57,85Média 7,38 2,17 1,86 3,41 62,48CV % - - - - -

Peso de100 grãos

(g)

Rendimento de grãos inteiros

(%)

GenótiposDimensões de grãos (mm)

Comprimento (C)

Largura (L)

Relação C/L

1,332,83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de métodos de pesquisa em arroz, 1ª aproximação. Goiânia, EMBRAPA/CNPAF, 1977, 106p. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS. Melhoramento genético de arroz irrigado em Minas Gerais. Belo Horizonte, EPAMIG, 2007, 60p. (Relatório de pesquisa apresentado à FAPEMIG).

Agradecimentos: À Fapemig e CNPq pelo aporte financeiro e concessão de bolsas de pesquisa e BIC.

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AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA DE GENÓTIPOS DE ARROZ AO Oryzophagus oryzae SOB CONDIÇÕES DE CAMPO POR DOIS

ANOS EM SANTA CATARINA

Rubens Marschalek(1), Honório Francisco Prando(1), Juliana Vieira(2), Henri Stuker(1), Jaqueline Nogueira Muniz(3) (1) Epagri - Estação Experimental de Itajaí. C. P. 277, 88301-970, Itajaí, SC, Brasil. [email protected] (2) Fundagro/Acapsa/Epagri; (3) Bolsista do CNPq junto à Epagri no Projeto nº 50.7396/2004-9. Palavras-chave: gorgulho aquático, resistência, melhoramento, bicheira-da-raiz

O dano causado pelo gorgulho aquático Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936), é

tido como um dos principais problemas da orizicultura catarinense. O controle químico deste inseto é o principal meio de controle utilizado em 90% dos 149.000 ha de arroz irrigado anualmente estabelecidos no estado de Santa Catarina. Isto é ambientalmente questionável, além de elevar o custo de produção. Entretanto, apesar dos prejuízos elevados atribuídos a este inseto, vários estudos revelam que o efeito negativo da praga sobre a produtividade do arroz nem sempre é tão drástico quanto se supõe. Isso fica evidente em estudos de nível de controle de diferentes inseticidas, pois em vários destes casos, a produtividade do arroz na presença da praga não difere significativamente da produtividade do arroz tratado, ou seja, sem a presença da praga (OLIVEIRA; CABRAL, 1984; OLIVEIRA, 1988; OLIVEIRA, 1993; MARTINS et. al, 1993; PRANDO; PEGORARO, 1993; PRANDO, 1999; PRANDO, 2005). Isso, no entanto, não significa que tais diferenças, que podem chegar a 29,9% (PRANDO, 1999), não sejam economicamente importantes.

Há uma lacuna no conhecimento a respeito do nível de dano econômico da praga na produtividade do arroz irrigado. Diante deste desconhecimento, poderia ser questionável o real custo-benefício do controle (muitas vezes até preventivo) deste inseto com inseticidas em lavouras de arroz irrigado. Uma alternativa, neste sentido, seria a busca de controle não químico. Estudos anteriores (MARTINS; TERRES, 1989; MARTINS; TERRES, 1991; MARSCHALEK et. al., 2005) relatam que certa tolerância ocorre em diferentes genótipos de arroz, entre os quais a cultivar americana Dawn (SILVA et al., 2003). Partindo-se da premissa de que existe variabilidade genética para este caráter, visou-se identificar, com o estabelecimento de ensaios, genótipos tolerantes ao inseto, os quais deveriam ser capazes de manter suas produtividades a despeito da presença da praga.

Dois ensaios, em blocos ao acaso com parcelas subdivididas, foram conduzidos na Epagri – Estação Experimental de Itajaí nos anos 2005/06 e 2006/07, sendo testados 10 genótipos (Fator B - subparcelas) em dois tratamentos básicos (Fator A - parcelas), tratado com inseticida e não tratado, com 4 repetições. Na safra (2005/06) as parcelas tratadas foram separadas das não tratadas por meio de divisórias de PVC. O inseticida usado foi o fipronil, em tratamento de sementes (37,5 g i.a./100 kg de semente). Alguns dos genótipos foram inclusos como “tolerantes” (linhagens SC 389 CL, SC 355 ME, e SC 377 ME e a cultivar Dawn), pois apresentaram anteriormente (MARSCHALEK et al., 2005) baixo número de larvas, enquanto outros, com elevado número (SCSBRS Tio Taka e Epagri 109, e as linhagens SC 385 CL e SC 350 ME), foram inclusos como suscetíveis. Os genótipos foram semeados (100 kg/ha) a 28/9/05 em subparcelas de 1 x 4 m, de modo que os dez genótipos formassem uma parcela. O ensaio constitui-se, portanto, de quatro parcelas tratadas, e quatro não tratadas.

No ano 2006/07 o ensaio foi repetido, utilizando-se o tratamento com inseticida carbofuran (Carbofuran 500 g i.a./ha, aos 30 e aos 67 dias após a semeadura) e substituindo dois genótipos utilizados em 2005/06. As parcelas tratadas e não tratadas foram individualizadas através de taipas com irrigação e drenagem independentes. Neste ensaio, nas parcelas não tratadas, foi realizada a coleta de 4 amostras por subparcela para

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contagem do número de larvas e pupas (52 dias pós-semeadura). Cada amostra constituía-se de uma planta retirada da subparcela através de um amostrador (tubo de PVC: 10 cm de diâmetro x 8 cm de profundidade). Nas parcelas tratadas não foi feita a contagem de insetos pois numa inspeção prévia (avaliação de algumas plantas tratadas), não foram encontrados insetos. Os tratos culturais, nos dois anos, foram realizados conforme as recomendações da Epagri para arroz irrigado pré-germinado. Além disso, cabe mencionar que usou-se nitrogênio à razão de 85 kg/ha (aplicado em três doses) no primeiro ano, e 90 kg/ha no ano seguinte, sendo que fungicida foi pulverizado em duas oportunidades nos dois ensaios.

No ensaio 2005/06 o efeito de tratamento com inseticida foi insignificante. Já os genótipos diferiram uns dos outros, o que era previsto (Tabela 1). O tratamento com inseticida não colaborou para que houvesse uma diferença significativa na produtividade dos genótipos testados. Não foi identificada interação significativa entre genótipos e tratamento. Esta ausência de interação deu-se em função de não haverem sido detectados genótipos nos quais a diferença entre tratado e não tratado fosse insignificante (genótipos tolerantes à praga), e outros onde a diferença entre tratado e não tratado fosse significativa (genótipos suscetíveis), isto é, genótipos que respondem ao controle da praga por meio de inseticidas. Em 2006/07 as parcelas tratadas com carbofuran tiveram produtividade significativamente menor do que as parcelas não tratadas (Tabela 2), o que não era esperado. Os dez genótipos testados diferiram estatisticamente quanto à produtividade de grãos, com interação entre genótipos e tratamento significativa. Para o número de insetos (larvas + pupas) encontrado, os genótipos não diferiram estatisticamente (Anava: dados transf.; CV=33,6%), o que contraria o resultado encontrado por Marschalek et al. (2005).

Tabela 1. Produtividade (kg/ha) de genótipos de arroz irrigado nas safras 2005/06 (semente

não tratada e tratada com fipronil) e 2006/07 (parcelas não tratadas e tratadas com carbofuran) (software SAEG - UFV).

Ano: 2005/06 Não Ano: 2006/07 Não N°trat. Trat. trat. Trat. inset/

Genótipo kg/ha kg/ha Genótipo kg/ha kg/ha planta

Epagri 109 8.591 a 7.289 a b c SCSBRS Tio Taka 12.285 a 10.763 a b 13,4SCSBRS Tio Taka 8.238 a b 8.042 a b SC 213 11.064 a 8.018 b c d 8,9SC 213 7.874 a b c 8.192 a SCS 114 Andosan 10.947 a b 11.254 a 3,7SC 385 CL 7.532 a b c 7.064 a b c d SC 354 ME*** 10.850 a b 8.536 a b c 12,4SCS 114 Andosan 6.848 a b c d 7.167 a b c SC 355 ME 10.811 a b 6.995 c d 4,6SC 355 ME 6.504 a b c d 7.692 a b c Epagri 109 10.696 a b 10.794 a b 7,6SC 377 ME*** 6.209 b c d e 5.858 b c d SC 380 ME*** 10.163 a b c 8.809 a b c 6,3SC 350 ME*** 5.866 c d e 5.612 c d SC 389 CL 8.237 b c 8.253 b c 9,1SC 389 CL 5.297 d e 4.937 d e SC 385 CL 7.490 c 5.454 d e 8,9Dawn 4.092 e 4.276 e Dawn 2.664 d 2.784 e 13,3

dms = 2197,82 CV= 13,82% dms = 2781,83 CV= 13,48%Valores seguidos da mesma letra não diferem estatisticamente (Tukey 5%)*** Genótipos não comuns entre os dois experimentos (dois anos) Tabela 2. Produtividade (kg/ha): interação ano x tratamento para os 8 genótipos comuns

entre os dois anos (Análise conjunta 2005/06 e 2006/07).

Ano x Trat 2005/06 2006/07

Não tratado com inseticida 6.872 b 9.274 aTratado c/ inseticida 6.832 b 8.039 b

CV= 16,2% Tukey 5%

Analisando-se conjuntamente ambos os ensaios com os 8 genótipos comuns aos dois anos, verifica-se igualmente que os tratamentos tiveram um efeito significativo, bem como os genótipos, além da interação tratamento x ano (Tabela 2), e da interação genótipo

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x ano. O ano também determinou diferenças significativas. Esta análise conjunta, todavia, resultou num efeito não significativo de tratamento x genótipo.

Conclui-se que neste estudo de dois anos, não foi possível identificar genótipos tolerantes ao O. oryzae, sendo que inclusive os danos deste não diminuíram significativamente a produtividade, o que condiz com vários estudos já publicados sobre esta praga. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MARSCHALEK, R.; PRANDO, H.F.; STUKER, H.; VIEIRA, J. Avaliação da resistência de linhagens e cultivares de arroz aos gorgulhos aquáticos com livre chance de escolha sob condições de cultivo em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005. Santa Maria. Anais... Santa Maria: Editora Orium, 2005, p.34-36.

MARTINS, J.F. da S.; TERRES, A.L.S. Avaliação de germoplasma de arroz para resistência à bicheira da raiz. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 19., 1991; Balneário Camboriú. Anais... Balneário Camboriú: Empasc, 1991. p.229-231

MARTINS, J.F. da S.; TERRES, A.L.S. Avaliação de germoplasma de arroz para resistência à bicheira da raiz. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 17.,1989; Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, IRGA, 1989. p.315-319.

MARTINS, J.F.da S.; CARBONARI, J.J.; CANEVER, M.D.; MOREIRA, M.R. Efeito de inseticidas aplicados no tratamento de sementes de arroz e na água de irrigação para o controle de bicheira-da-raiz. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.217-219.

OLIVEIRA, J.V.de. Controle químico da bicheira da raiz (Oryzophagus oryzae, Costa Lima, 1936) em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 15., 1988; Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPATB, 1988. p.224.227

OLIVEIRA, J.V.de. Controle químico da bicheira da raiz Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.215-216.

OLIVEIRA, J.V.de; CABRAL, J.T. Estudo de inseticidas em bicheira da raiz Oryzophagus oryzae em arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 13., 1984; Florianópolis. Anais... Florianópolis: Empasc, 1984. p.323-326.

PRANDO, H.F. Aspectos bioetológicos e de controle de Oryzophagus oryzae (Costa Lima, 1936) (Coleóptera: curculionidae) em arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado, 1999, 102f. Dissertação (Doutorado em Ciências Biológicas). Departamento de Entomologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1999.

PRANDO, H.F. Estudo da Eficiência de inseticidas granulados (gr) e de solução (sc) para o controle da bicheira-da-raiz (Oryzophagus oryzae) em arroz irrigado, sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005. Santa Maria. Anais...Santa Maria: Editora Orium, 2005, 2.v. p.84-86.

PRANDO, H.F.; PEGORARO, R.A.. Controle da bicheira da raiz do arroz (Oryzophagus oryzae)(Lima, 1936)(Col. Curculionidae) com tratamento de sementes. In: In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 20., 1993, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1993. p.220-221

SILVA, F.; MARTINS, J.F.da S.; GRÜTZMACHER, A.D; STORCH, G.; AZEVEDO, R.de; GIOLO, F.P. Avaliação da resistência de arroz a Oryzophagus oryzae com e sem chance de escolha da planta hospedeira. Revista Brasileira de Agrociência, v.9, p. 135-140, 2003.

Agradecimentos: agradecemos ao CNPq pelo grande apoio, e também a Samuel Batista dos Santos (Epagri) e Estevão Tirelli (Epagri) pela dedicação a este trabalho.

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IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE RESISTÊNCIA DE ARROZ AO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae POR MEIO DE SELEÇÃO

RECORRENTE DE PLANTAS José Francisco da Silva Martins(1), Uemerson Silva da Cunha(2), Paulo Hideo Nakano Rangel (3) e Paulo Ricardo Reis Fagundes (1). 1Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, CP 403, 96.001-970, Pelotas, RS, [email protected], 2UFPel-FAEM-DFS, 3Embrapa Arroz e Feijão, CP 179, CEP 75.375-000, Santo Antônio de Goiás, GO.

Oryzophagus oryzae (Costa Lima) (Coleoptera: Curculionidae) é o inseto mais prejudicial à cultura do arroz irrigado por submersão no Sul do Brasil. O inseto adulto (gorgulho-aquático) alimenta-se das folhas de arroz. O corte das raízes pelas larvas (bicheira-da-raiz), porém, é que resulta em perdas de produtividade, que oscilam de 10 a 18% (Martins & Prando, 2004). Apesar de algumas práticas do manejo da cultura do arroz contribuírem para que a população larval não atinja o nível de dano econômico, este efeito tem sido mínimo, induzindo, nas duas últimas décadas, ao uso crescente do controle químico. Neste contexto, considerando as vantagens que cultivares resistentes a O. oryzae podem proporcionar quanto à redução de perdas de produtividade e da aplicação de inseticidas (Martins et al., 2000; Martins et al., 2001), o uso dessas é visto como promissor para o aumento da rentabilidade e da segurança ambiental.

As pesquisas sobre resistência de arroz a O. oryzae iniciaram-se em 1980 quando pela primeira vez a cultivar Dawn evidenciou características de resistente (Him Him, 1980). Posteriormente, a mesma cultivar foi relacionada como fonte de resistência à espécie Lissorhoptrus oryzophilus Kuschel, tradicional gorgulho-aquático do arroz nos Estados Unidos da América (Heinrichs et al., 1985), atualmente distribuído na Ásia e Europa.

A resistência de arroz à O. oryzae é dos tipos antixenose, antibiose e tolerância (Martins & Terres, 1995; Silva et al., 2003). A antixenose e antibiose podem reduzir o índice de oviposição e causar a morte de larvas na fase inicial de crescimento, respectivamente. A tolerância caracteriza-se pela recuperação do sistema radicular cortado pelas larvas (Carbonari et al., 2000). Genótipos caracterizados como resistentes tem sido utilizados no programa de melhoramento genético de arroz da Embrapa e contribuído para o desenvolvimento de cultivares que expressam resistência ao inseto, destacando-se a cultivar BRS Atalanta, que inclui a cultivar Dawn entre seus ascendentes. Mais recentemente, as cultivares BR-IRGA 413, BRS Atalanta e Dawn, reconhecidas como fontes de resistência a O. oryzae, foram utilizadas como fornecedoras de genes à população de seleção recorrente CNA 11 (Rangel et al., 1997). A população CNA 11 foi concebida visando à identificação de genótipos resistentes e/ou tolerantes a diversos fatores bióticos (principalmente brusone) e abióticos (principalmente baixas temperaturas), prejudiciais à cultura do arroz, os quais possuam ainda outras características que confiram maior competitividade, como a capacidade produtiva e qualidade de grãos elevadas.

Em 2004/05 e 2005/06, na Embrapa Clima Temperado, Estação Experimental de Terras Baixas (ETB), Capão do Leão, RS, plantas das três populações foram expostas ao ataque de O. oryzae, no campo, porém, sem que qualquer seleção quanto à resistência ao inseto fosse realizada. Apenas foi colhida toda a semente produzida pelas plantas de cada população. Em outubro de 2006/07, com base na terceira geração de plantas das três populações de seleção recorrente (CNA11 x Dawn; CNA11 x BRS Atalanta; CNA11 x BR-IRGA 413), foram iniciadas atividades visando identificar plantas com características de resistência ao inseto, conforme o seguinte procedimento: a) preparo de sementeiras em casa-de-vegetação, distribuindo 250 gramas de semente de cada população em cinco bandejas plásticas (10 x 30 x 40 cm), contendo solo adubado de acordo com recomendações técnicas; b) manutenção das plantas nas bandejas até 25 dias pós-emergência; c) transplante de 4000 plantas de cada população em tabuleiros de 15 x 35 m,

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individualizados por taipas, com adubação de base conforme recomendações técnicas; d) adubação nitrogenada em cobertura (50 kg Nha-1) cinco dias pós-transplante (DPT); e) início da inundação dos tabuleiros, 10 DPT, com aumento gradativo da lâmina de água, até atingir 15 cm de espessura, 15 DPT; f) avaliação individual de plantas, a partir de 45 DPT [ocasião em que o nível máximo de dano (corte) causado pelas larvas às raízes já foi atingido (Carbonari et al., 2000)], empregando o método de arranquio.

Durante a avaliação as seguintes categorias de plantas foram selecionadas em cada população (Tabela 1): a) plantas individuais fortemente fixadas ao solo [plantas mais “resistentes”, que suportaram um esforço de arranquio superior a 35 kg, situadas entre inúmeras plantas com as raízes drasticamente danificadas]; b) conjunto das demais plantas fortemente fixadas ao solo, porém, agrupadas; c) conjunto de 100 das plantas quase sem raízes (plantas mais “suscetíveis”), facilmente arrancadas do solo; d) conjunto de 100 das plantas que apresentaram resistência intermediária ao arranquio (manutenção do “padrão original” da população).

TABELA 1. Categorias de plantas (sub-populações) selecionadas pelo método de arranquio em populações de seleção recorrente de arroz expostas à infestação natural de Oryzophagus oryzae. Embrapa Clima Temperado. Pelotas – RS. 2007

Categoria e número de sub-populações selecionadas Populações de seleção recorrente PIR1 PAR2 PAS3 PRI4

CNA 11 x BR-IRGA 409 22 1 1 1 CNA 11 x BRS Atalanta 23 1 1 1 CNA 11 x Dawn 13 1 1 1 Plantas individuais “resistentes” (PIR); 2Plantas agrupadas (população) “resistentes” (PAR); Plantas agrupadas (população) “suscetíveis” (PAS); 4Plantas agrupadas (população) com

“resistência” intermediária ao arranquio (PRI).

A partir de outubro de 2007/08, as atividades de avaliação deverão ter continuidade

sobre populações de 4000 plantas oriundas de cada população PAR 2006/07 e sobre o total de plantas obtidas de cada PIR 2006/07, que passarão a ser consideradas como linhagens. Também deverão ser estabelecidas comparações entre as populações PAR, PAS e PRI, visando avaliar se ocorreu alguma concentração de genes para resistência à O. oryzae, por meio do método de seleção de plantas empregado em 2006/07.

Considera-se que a metodologia para continuidade deste trabalho deva ser aperfeiçoada por meio de discussões entre entomologistas e melhoristas/geneticistas que atuam em programas de melhoramento genético da cultura do arroz.

REFERÊNCIAS

CARBONARI, J. J.; MARTINS, J. F. da S.; VENDRAMIN, J. D.; BOTTON, M. Relação entre flutuação populacional de Oryzophagus oryzae (Costa Lima) (Coleoptera: Curculionidae) e período de perfilhamento de cultivares de arroz irrigado. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 29, n. 2, p. 361-366, 2000. HEINRICHS, A.E.; MEDRADO, F.G.; RAPUSAS, H.R. Genetic evaluation for insect resistance in rice. Los Baños: IRRI, 1985. 356p. HIM HIM, P.V. Teste de resistência à bicheira-da-raiz (Oryzophagus oryzae, Costa Lima, 1936) em genótipos de arroz (Oryza sativa, L.), para fins de melhoramento. 1980. 67f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas.

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MARTINS, J.F. DA S.; TERRES, A.L.S. Avaliação de germoplasma de arroz visando resistência à Oryzophagus oryzae (Costa Lima). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 24, n. 3, p. 445-453, 1995. MARTINS, J.F. da S.; CUNHA, U.S. da; PRANDO, H.F.; OLIVEIRA, J.V. de. Controle de pragas do arroz irrigado. In: GUEDES, J.C.; COSTA, I.C. da; CASTIGLIONI, E. (Ed.). Bases e técnicas do manejo de insetos. Santa Maria: UFSM-CCR-DFS, 2000. P. 137-153. MARTINS, J.F. da S.; CARBONARI, J.J.; PRANDO, H.F. Gorgulho-aquático-do-arroz, Oryzophagus oryzae (Coleoptera: Curculionidae). In: VILELA, E. F.; ZUCCHI, R. A.; CANTOR, F. (Ed.). Histórico e impacto das pragas introduzidas no Brasil, com ênfase na fruticultura. Ribeirão Preto: Holos, 2001. P. 128-134. MARTINS, J.F. da S.; PRANDO, H.F. Bicheira-da-raiz do arroz. In: SALVADORI, J.R.; ÁVILA, C.J.; SILVA, M.T.B. da. (Ed.). Pragas de solo no Brasil. Passo Fundo: Embrapa Trigo; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep Fecotrigo, 2004. P. 259-296. RANGEL, P.H.N.; GUIMARÃES, E.P.; CUTRIM, V. dos A.; FAGUNDES, P.R.R. CNA 11. População de arroz irrigado para alta produtividade e tolerância ao frio. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 22., 1997, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 1997. p. 23-26. SILVA, F.F. da; MARTINS, J.F. da S.; GRÜTZMACHER, A.D.; STORCH, G.; AZEVEDO, R. de.; GIOLO, F.P. Avaliação da resistência de arroz a Oryzophagus oryzae com e sem chance de escolha da planta hospedeira. Revista Brasileira de Agrociência, v. 9, n. 2, p. 135-140, 2003.

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MELHORAMENTO GENÉTICO DE ARROZ IRRIGADO NO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ NAS SAFRAS 2003/04 A 2005/06

Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Mara Cristina Barbosa Lopes, Renata Pereira da Cruz, Paulo Sergio Carmona, Antonio Folgiarini de Rosso, Oneides Antonio Avozani, Dieter Kempf, Gustavo Daltrozo Funck, Carlos Alberto Alves Fagundes. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected] O programa de melhoramento genético de arroz irrigado (PMGAI) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) está sediado na Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha, Rio Grande do Sul (RS), Brasil (Latitude: 29º 57’ S; Longitude: 51º 07’ W; Altitude: 7 m snm) e desenvolve atividades que visam a criação de novas cultivares para o cultivo no sul do Brasil. Há mais de 65 anos o PMGAI do IRGA trabalha no desenvolvimento de cultivares convencionais ou linhas puras, tendo lançado mais de 30 cultivares que foram ou estão sendo utilizadas comercialmente. Recentemente iniciou o trabalho para o desenvolvimento de cultivares híbridas, buscando a exploração do vigor híbrido para aumentar o potencial produtivo. Os principais objetivos do programa são: aumentar o potencial de rendimento, melhorar a qualidade industrial e de cocção dos grãos, acumular genes que conferem resistência às doenças, tolerância ao ferro tóxico no solo, à herbicida e as temperaturas baixas e adaptação ao sistema pré-germinado. O programa de tolerância as temperaturas baixas é apoiado pelo Fundo Latinoamericano de Arroz Irrigado (FLAR). Os principais métodos de seleção utilizados pelo PMGAI são: o genealógico, retrocruzamento e seleção recorrente. Este último foi empregado recentemente para ampliar a variabilidade genética na geração de novas linhagens, utilizando o gene de macho-esterilidade genética para facilitar o intercruzamento nas populações. Recentemente o IRGA iniciou um programa de melhoramento de arroz híbrido em parceria com a Fazenda Ana Paula e o Instituto de Pesquisa de Arroz de Hunan, China. As principais fontes de variabilidade genética do PMGAI são as introduções do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (FLAR), do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), do Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz (IRRI) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os quais contribuem com fontes de genes para os cruzamentos realizados na EEA. O objetivo deste trabalho é apresentar as principais atividades de melhoramento genético, os resultados alcançados e as perspectivas futuras do programa de melhoramento do IRGA. A primeira atividade do programa de melhoramento é a introdução e a avaliação de germoplasma, compreendendo determinações fenotípicas, agronômicas, fisiológicas e de qualidade dos grãos. A seguir, são programados os cruzamentos, que podem ser simples, triplos ou retrocruzamentos, levando-se em consideração os objetivos a serem alcançados e as características do germoplasma disponível. A geração F1 de cruzamentos simples é cultivada em Penedo (AL), durante o inverno no hemisfério sul. A geração F1 de cruzamentos triplos é feita em Cachoeirinha (RS), onde são selecionadas plantas individuais seguindo o método genealógico. As gerações F2, F3 e F5 são cultivadas em Cachoeirinha onde são feitas seleções de plantas individuais. A geração F4 é cultivada no campo avançado em Penedo durante o inverno. As sementes das plantas selecionadas na geração F5 são semeadas nas parcelas de observação, onde é feita a seleção fenotípica entre linhagens para serem inseridas nos ensaios de rendimento. Paralelamente à condução das gerações segregantes são realizadas as avaliações de reação à doenças e à toxidez por ferro e de qualidade dos grãos. A avaliação das

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reações as principais doenças é feita no viveiro de infecção no município de Torres (RS), onde ocorre alta pressão de inóculo. A avaliação da toxidez por ferro é feita no município de Camaquã (RS), em solo com alta concentração deste metal. A avaliação de centro branco no grão beneficiado é feita nas amostras colhidas nas plantas a partir da geração F2 e repetida nas demais gerações até o final do processo de melhoramento. A temperatura de gelatinização e o teor de amilose são determinados nas amostras colhidas nas plantas a partir da geração F5. Para as linhagens elites faz-se ainda avaliação das propriedades sensoriais e de consumo e a pesquisa de aceitação pelos consumidores e pelas indústrias do setor arrozeiro do RS. Para o programa de tolerância do frio tem-se duas iniciativas, sendo uma feita diretamente pelo IRGA e outra em cooperação com o FLAR. No programa desenvolvido pelo IRGA tanto os cruzamentos quanto a geração F1 são conduzidos em Cachoeirinha e a geração F2 é semeada em Cachoeirinha ou em Santa Vitória do Palmar. No programa do FLAR os cruzamentos e as gerações iniciais são realizados em Cali, Colômbia. A partir da geração F3 ambas iniciativas são conduzidas em Santa Vitória do Palmar, seguindo metodologia similar à descrita acima, somando-se os testes de tolerância ao frio nas fases de germinação e plântula. O melhoramento para tolerância à herbicida visa a inserção do gene que confere tolerância ao grupo químico das Imidazolinonas em cultivares adaptadas às condições do RS. Para isso, são utilizadas duas alternativas: a primeira é a conversão de cultivares comerciais ou linhagens elites pelo método do retrocruzamento e a segunda é o desenvolvimento de novas cultivares pelo método genealógico. Nas últimas quatro safras têm-se realizado cerca de 400 cruzamentos por ano contemplando todos os objetivos do programa (Tabela 1). Os principais grupos de germoplasma inseridos nos blocos de cruzamentos apresentam as seguintes características: a) adaptação local; b) qualidade do grão; c) resistência à doenças; d) resistência ao acamamento; e) tolerância ao frio; d) tolerância à herbicida. O número de populações em desenvolvimento aumenta até a geração F3, onde em algumas safras têm-se mais de 3.000 populações em Cachoeirinha e cerca de 500 populações em Santa Vitória do Palmar (Tabela 1). De modo geral, são desenvolvidas cerca de 600 novas linhagens por ano, considerando todas as que compõe as parcelas de observação no programa geral e no programa de tolerância ao frio (Tabela 1), sendo que 41 % deste total são inseridas nos ensaios de rendimento. O tempo médio para obtenção de uma linhagem homozigota varia de cinco a sete anos e o tempo mínimo de permanência em ensaios de rendimento é de quatro anos, sendo um ano no ensaio preliminar (dois locais), um ano no ensaio avançado (cinco locais) e dois anos no ensaio de Avaliação do Valor de Cultivo e Uso – VCU (dez locais). Como resultado do PMGAI do IRGA foram lançadas 16 cultivares pertencentes ao grupo moderno de planta, sendo 13 destas plantadas na última safra (Tabela 2). As cultivares BR-IRGA 409, IRGA 417 e IRGA 422CL são as mais plantadas e se destacam pela qualidade dos grãos, fazendo com que o arroz produzido no sul do Brasil seja considerado de qualidade superior no mercado brasileiro. A cultivar IRGA 422CL, apresenta ainda tolerância à herbicida e foi desenvolvida em parceria com a BASF para utilização dentro do sistema de produção CLEARFIELD. Considerando o bom desempenho no controle do arroz vermelho, associado a alta produtividade e boa qualidade dos grãos, essa cultivar teve grande aceitação pelos produtores de arroz do RS. No ano de 2007, o IRGA lançou duas novas cultivares que são IRGA 423 e IRGA 424. Ambas apresentam resistência à brusone (Pyricularia grisea) e tolerância a toxidez por excesso de ferro no solo. A cultivar IRGA 423 é precoce, e possui excelente qualidade industrial e de cocção dos grãos. A cultivar IRGA 424 possui ciclo médio e apresenta maior adaptação e produtividade nas Regiões Sul e Campanha. Para o futuro está previsto o lançamento de duas novas cultivares, sendo uma adaptada ao sistema de cultivo pré-germinado e outra para o sistema de produção CLEARFIELD. A médio prazo deverá ser lançada a primeira cultivar de arroz híbrido.

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Tabela 1. Resumo de atividades do programa de melhoramento genético de arroz irrigado do IRGA, no período de 2003/04 a 2006/07. IRGA / EEA, 2007.

Número de populações ou linhagens Safras agrícolas ATIVIDADADE

2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 a) Atividades gerais do PMGAI Cruzamentos na EEA 343 497 422 258 Geração F1 Simples (inverno) 107 234 116 153 Geração F1 Triplos e retrocruz. 83 236 263 306 Geração F2 575 263 752 598 Geração F3 3228 3149 909 1368 Geração F4 (inverno) 1153 980 856 1565 Geração F5 1173 1153 977 527 Parcelas de Observação 246 514 180 584 Semente genética 196 343 288 179 Ensaios de Rendimento 212 69 264 166 b) Atividades em Santa Vitória do Palmar Geração F2 --- --- --- 64 Geração F3 479 --- --- 45 Geração F4 240 157 --- --- Geração F5 310 52 21 100 Geração F6 --- 117 120 72 Geração F3 – FLAR --- --- --- 481 Geração F4 – FLAR 395 287 (EEA) --- 63 Geração F5 – FLAR --- 122 99 --- Geração F6 – FLAR --- 15 131 56 Parcelas de Observação 310 162 151 221 Ensaios de Rendimento 58 58 72 72 c) Viveiros especiais Avaliação toxidez por ferro 7528 3334 2634 2417 Avaliação de doenças 7780 7981 4223 4197 d) Avaliações de qualidade dos grãos branco polidos Índice Centro branco 9129 5879 3562 -x- Temperatura de gelatinização 8227 2813 1550 -x- Teor de amilose 1054 907 768 -x-

--- Atividade não realizada na safra e local correspondente; -x- Avaliações em andamento. Tabela 2. Denominação, ano de lançamento, origem, genealogia e área plantada no Rio

Grande do Sul, na safra 2005/06, das principais cultivares modernas lançadas pelo IRGA ou Convênio de cooperação EMBRAPA/IRGA.IRGA / EEA, 2007.

Cultivares Ano Origem Genealogia Área (%) BR-IRGA 4091 1979 P790-B4-4-1T IR 930-2 / IR 665-31-2-4 6,88 BR-IRGA 410 1980 P798-B4-4-1T IR 930-53 / IR 665-31-2-4 4,94 BR-IRGA 412 1986 P790 L IR 930-2 / IR 665-31-2-4 0,01 BR-IRGA 414 1987 P793-B4-38-1T IR 930-2 / 665-31-7-4 0,25 IRGA 416 1991 IRGA 172-119-3CS IR841-67-1-1 / BR-IRGA 409 0,52 IRGA 417 1995 IRGA 318-11-6-9-2B New Rex / IR 19743-25-2-2 // BR-

IRGA 409 21,81

IRGA 418 1999 IRGA 284-1-18-2-2-2 BR-IRGA 412 / CICA 9 // BR-IRGA 409

0,80

IRGA 419 1999 IRGA 369-31-2-3F-A1-1 Oryzica 1 / BR-IRGA 409 0,56 IRGA 420 1999 IRGA 370-42-1-1F-C1 Oryzica 1 / BR-IRGA 412 0,77 IRGA 421 2000 Seleção IRGA 416 IR 841-67-1-1 / BR-IRGA 409 0,27 IRGA 422CL 2002 IRGA 22-7 IRGA 417 * 6 / 93AS3510 30,07 IRGA 423 2007 IRGA 1782-2-1C-2-A IRGA 370-16-2-1-1F / IRGA 416 //

IRGA 411-1-6-1F-A (1,0 ha)2

IRGA 424 2007 IRGA 2423-3-6V-3V-1 IRGA 370-42-1-1F-B5 / BR-IRGA 410 // IRGA 411-1-6-1F-A

(1,0 ha)2

Total acumulado 66,88 1 Cultivares “BR-IRGA” foram lançadas pela parceria EMBRAPA / IRGA. 2 Área de produção de semente genética.

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ENSAIO PARA AVALIAÇÃO DE LINHAGENS COM CICLO LONGO EM CACHOEIRINHA E URUGUAIANA, SAFRA 2004/05

Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Gustavo Cantori Hernandes; Sintia da Costa Trojan; Artêmio Soares dos Santos; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira; Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected]. O Programa de Melhoramento Genético de Arroz Irrigado do Instituto Rio Grandense do Arroz está buscando o desenvolvimento de cultivares com ciclo vegetativo entre 130 e 135 dias e plantas com maior resistência ao acamamento para compatibilizar com os programas de manejo de alta produtividade. Este trabalho tem por objetivo avaliar o potencial produtivo e outros caracteres fenotípicos e agronômicos dessas novas linhagens. Foram realizados ensaios em dois locais do estado do Rio Grande do Sul (RS), (Cachoeirinha e Uruguaiana) e em duas épocas de semeadura. Os tratamentos consistiram de 25 linhagens e 12 cultivares testemunhas (Tabela 1). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com duas repetições. As parcelas mediam 2,0 m x 5,0 m e as sementes foram distribuídas em linhas espaçadas de 0,20 m. As datas de semeadura foram: Cachoeirinha, 01/10/2004 e 29/10/2004; Uruguaiana, 01/10/2004 e 22/10/2004. A segunda época de Uruguaiana foi perdida por falta de água para a irrigação, devido a prolongada estiagem ocorrida no RS nesta safra. O manejo da cultura foi de acordo com as recomendações da pesquisa para a cultura de arroz irrigado no sul do Brasil. Os caracteres avaliados constam nas Tabelas 1 e 2. Além dos ensaios de campo, as linhagens foram inseridas nos viveiros de avaliação de doenças (Torres) e de toxidez por excesso de ferro (Camaquã) e as análises de qualidade dos grãos foram feitas no Laboratório da Estação Experimental do Arroz. Somente os dados de rendimento de grãos foram submetidos às análises das variâncias individual e conjunta. As médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade. Para os demais caracteres foram calculadas as médias gerais dos ambientes estudados. Para o caráter rendimento de grãos a análise da variância mostrou significância estatística apenas para os efeitos simples de genótipo e de ambiente. A média geral dos ensaios foi de 8.869 kg ha

-1 (CV = 1285 %) (Tabela 1). Quanto aos ambientes, a média

geral foi maior na segunda época de Cachoeirinha (9546 kg ha-1) e a menor a foi a primeira

época de Uruguaiana (8347 kg ha-1).

A linhagem mais produtiva foi a IRGA 2913-56-4-I-3Pg, porém não se diferenciou estatisticamente da cultivar BR-IRGA 410 (Tabela 1). Entre as dez linhagens mais produtivas a maioria foi desenvolvida para o sistema de cultivo pré-germinado, sendo derivadas dos cruzamentos IRGA 2911, IRGA 2912 e IRGA 2913 . Também mostraram alto rendimento de grãos as linhagens IRGA 3073-3-3-1-I-B e IRGA 3074-1-6-1-I-B. O ciclo da emergência até a floração e a estatura das plantas, das dez melhores linhagens em rendimento de grãos, são similares ou levemente maiores que a cultivar testemunha BR-IRGA 410 (Tabela 1). Com base nos dados apresentados na Tabela 1, somadas as avaliações fenotípicas feitas pelos melhoristas no campo (dados não apresentados), selecionou-se 12 linhagens para as avaliações de qualidade dos grãos. A linhagem IRGA 2913-56-4-I-3Pg, mesmo reprovada na nota de brusone, foi mantida neste grupo selecionado devido ao alto potencial produtivo. Estas linhagens selecionadas foram aprovadas nas avaliações de qualidade dos grãos (índice de centro branco, aspecto visual, temperatura de gelatinização e teor de amilose), exceto a linhagem IRGA 2913-56-2-I-2Pg que apresentou teor médio de amilose (24 %) (Tabela 2). Considerando os resultados obtidos é possível selecionar linhagens de ciclo médio e com alta produtividade e alta qualidade de grãos.

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TABELA 1. Rendimento de grãos, ciclo da emergência à 80 % da floração, estatura das plantas e reações a brusone na folha (Bf1 e Bf2), brusone na panícula (Bp1 e Bp2) e toxidez por ferro (Fe) dos genótipos avaliados em Cachoeirinha e Uruguaiana, RS, na safra 2004/05. IRGA / EEA, 2007. Continua.

Rendimento de grãos (kg ha-1) Reações3

Genótipo Cach.1 01/10/04

Cach. 29/10/04

Urug. 01/0/04

Média2

Ciclo flor.

(dias)

Estat. planta (cm) Bf1 Bf2 Bp1 Bp2 Fe

IRGA 2913-56-4-I-3Pg 10429 10825 --- 10627 a 103 84 9 9 --- --- 4

IRGA 3073-3-3-1-I-B 9929 10542 11071 10514 ab 98 87 4 5 5 5 ---

BR-IRGA 410 9590 10283 12296 10408 abc 97 90 9 9 --- --- 5

IRGA 3121-11-4-1-I-3 10230 10124 10566 10306 a-d 96 90 4 1 9 7 1

IRGA 2913-56-2-I-2Pg 10700 11377 8756 10278 a-e 105 92 6 6 3 3 3

IRGA 3074-1-6-1-I-B 10155 9735 10927 10141 a-f 93 89 4 5 9 9 1

IRGA 2911-24-3-I-1Pg 10036 11356 9519 10093 a-g 101 81 4 5 1 3 1

IRGA 2913-18-4-I-3Pg 8781 9577 12914 9926 a-h 98 79 4 6 1 1 1

IRGA 2912-31-1-I-4Pg 10406 10547 8338 9764 a-i 101 88 7 6 3 1 1

IRGA 2911-15-1-I-3Pg 9788 10629 8843 9746 a-i 101 84 1-8 9 1 --- 2

EPAGRI 108 10742 10663 7754 9719 a-i 120 93 9 9 --- --- 1

IRGA 2820-6-5-3-1-I-2 9080 10608 9448 9712 a-i 98 87 1 1 --- 0 5

FL03329-1P-6-3P 10487 9229 9742 9686 a-i 110 93 1-9 1 1 0 1

IRGA 2913-18-4-I-2Pg 9512 10091 9222 9685 a-i 98 80 1 5 3 1 1

SCSBRS 113 - Tio Taka 10060 10041 8859 9653 a-i 134 89 9 9 --- --- 1

IRGA 3121-11-4-1-I-2 10090 9250 9032 9542 a-j 98 91 4 1 9 7 1

IRGA 2913-18-4-I-4Pg 9000 10209 9041 9500 a-j 101 80 6 6 1 3 1

IRGA 417 9687 9107 9673 9489 a-j 86 82 7 9 --- --- 7

FL03273-4P-7-2P-2P-M-M 10337 9225 8897 9486 a-j 114 99 5 7,9 9 --- 1

IRGA 2912-30-1-I-2Pg 8568 9597 9871 9345 a-j 97 77 4 5 3 5 7

FL03191-5P-17-3P-3P-M-M 9296 9955 8756 9336 a-j 133 89 3 1 --- 0 2

IRGA 3057-3-1-2-I-2Pg 8505 8638 10812 9318 a-j 93 88 6 6 3 7 4

FL03187-1P-10-2P 8564 9783 9385 9244 a-k 98 83 1 6 0 0 1

IRGA 418 --- 8871 9551 9211 a-k 88 89 4 1 --- --- 3

IRGA 2912-31-1-I-1Pg 9935 10672 6886 9164 a-l 104 87 7 7 3 3 1

SCS 112 9638 9627 8122 9129 a-l 120 93 7 9 --- --- 2

FL03762-1P-1-2P-M 8403 11022 7844 9090 a-l 107 91 4 1 0 0 2

IRGA 2855-20-3-3-2-I-1 9864 10585 7382 9015 a-l 109 88 5 4 0 1 1

IRGA 2866-32-4-I-2Pg 8247 9707 9074 9009 a-l 92 85 1 2 5 0 1

IRGA 2911-47-3-I-1Pg 8854 10322 6380 8946 a-l 102 82 6 1-9 3 0 1

IRGA 3057-3-1-1-I-2Pg 8216 10348 --- 8927 a-l 95 84 6 6 3 1 2

FL03191-4P-57-2P-2P-M-M 8015 9424 9290 8910 a-l 123 103 4 5 0 0 2

IRGA 416 8450 8804 9380 8878 a-l 84 80 6 7 --- --- 3

IRGA 2913-18-4-I-1Pg 9010 10054 8038 8830 b-l 97 77 3 5 3 3 1

EPAGRI 109 9436 8717 7820 8825 b-l 131 89 9 9 --- --- 1

IRGA 2912-49-1-I-3Pg 8838 9402 7292 8733 b-m 102 83 4 5 3 7 1

FL03191-4P-54-3P 8530 9806 7585 8640 c-m 108 92 1 1 0 0 5

IRGA 3128-25-2-5-I-12 9273 9216 7419 8636 c-m 99 84 5 5 9 7 ---

IRGA 3085-3-1-2-I-2 7806 9024 9440 8620 c-m 99 87 1 1 7 1 7

IRGA 2855-20-3-3-2-I-2 7586 9599 8433 8560 d-m 113 88 5 5 0 1 1

BR-IRGA 409 8700 8331 8414 8481 e-m 102 87 9 9 --- --- 7

IRGA 2911-24-2-I-1Pg 8638 8931 7936 8416 f -m 100 78 5 5 1 5 1

FL02955-5P-16-3P-1P-M-M 8768 10072 6380 8407 f- m 102 86 1 1 0 0 1

SCSBRS 111 7648 9604 7380 8377 f-m 106 90 1 0 --- --- 2

FL03191-5P-17-2P-3P-M-M 8513 7957 --- 8327 g-m 124 86 1 1 --- 0 1

IRGA 2911-11-2-I-1Pg 9051 9265 7027 8327 g-m 103 81 7 6 --- 5 1

IRGA 3069-3-9-2-I-2Pg 8170 8346 8461 8326 g-m 97 82 5 6 3 7 4

IRGA 2912-30-4-I-2Pg 6841 10022 7899 8325 g-m 97 78 6 6 3 3 1

FL03329-1P-6-2P 9060 8702 7180 8314 g-m 111 86 3 1-9 0 7 1

IRGA 2890-1-3-I-1Pg 8572 7933 --- 8252 h-m 98 86 4 4 7 0 1

FL03279-1P-8-1P-2P-M-M 9012 8750 6947 8236 h-m 113 89 4 3 0 0 4

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TABELA 1. Rendimento de grãos, ciclo da ... Continuação. Rendimento de grãos (kg ha-1) Reações3

Genótipo Cach.1 01/10/04

Cach. 29/10/04

Urug. 01/0/04

Média2

Ciclo flor.

(dias)

Estat. planta (cm) Bf1 Bf2 Bp1 Bp2 Fe

FL03199-2P-11-1P-3P-M-M 8118 9063 7440 8207 h-m 119 90 1 3 0 0 4

FL03191-7P-10-2P-3P-M-M 8477 7937 7950 8155 h-m 135 99 5 2 3 0 2

IRGA 2890-1-3-I-2Pg 8511 9242 6699 8150 h-m 96 91 3 4 5 3 1

IRGAG 419 7017 8643 8567 8075 i-m 91 85 7 9 --- --- 1

IRGA 2865-50-3-I-2Pg 9021 8471 6365 7952 i-m 99 82 3 1-9 --- 1 1

IRGA 2913-45-2-I-2 7317 8937 7089 7781 j-m 108 79 2 4 5 3 1

IRGA 2866-32-4-I-1Pg 7230 8285 --- 7757 j-m 91 84 1 3 5 1 1

IRGA 2554-5-3C-5-A-3-A-A 7292 8952 7025 7756 j-m 108 87 4 4 0 0 ---

FL03197-22P-4-3P-2P-M-M 7932 8635 5905 7491 k-n 106 93 1 3 0 0 1

FL03197-22P-4-3P-1P-M-M 7250 10809 5836 7396 l-n 110 95 1 3 0 0 1

IRGA 2911-47-3-I-4Pg 6387 9150 6591 7376 l-n 106 80 1 4 3 5 1

IRGA 3122-8-3-2-I-1 6264 8753 5701 7034 mn 92 85 4 4 7 0 1

IRGA 421 --- --- 6063 6063 n 70 69 8 9 --- --- 1

Médias 8836 B 9546 A 8347 C 8869 104 86 1 Locais (Cachoeirinha e Uruguaiana) e as respectivas datas de semeadura.

2 Na coluna, médias seguidas da mesma letra minúscula, e na linha, seguidas da mesma letra maiúscula, não diferem pelo teste de Duncan a 5 %.

3 Notas das reações à brusone na folha (Bf) e na panícula (Bp) com leituras em duas épocas (1 e 2) e reação à toxidez por excesso de ferro no solo (Fe) segundo a escala padrão do IRRI (IRRI, 1996). --- Parcela perdida ou avaliação não realizada.

TABELA 2. Rendimento de grãos inteiros, renda do benefício, índice de centro branco, aspecto visual dos grãos, temperatura de gelatinização e teor de amilose de 12 linhagens selecionadas e de 12 cultivares testemunhas avaliadas em Cachoeirinha e Uruguaiana, RS, na safra 2004/05. IRGA / EEA, 2005.

Índice de CB1

Aspecto visual dos grãos1 Genótipo

Rend. de grãos

inteiros (%)

Renda do benefício

(%) SIGL PSC SIGL PSC

Temp. de gelatini-zação

Teor de Amilose

(%)

IRGA 2913-56-4-I-3Pg 56 68 0,4 0,6 B M B 28 IRGA 2913-56-2-I-2Pg 56 69 0,2 0,4 E B B 24 IRGA 2911-24-3-I-1Pg 57 69 0,3 0,7 E B B 27

IRGA 2913-18-4-I-3Pg 53 69 0,5 0,7 E M B 26

IRGA 2913-18-4-I-2Pg 53 69 0,6 0,8 B R-M M 28

IRGA 2913-18-4-I-4Pg 49 69 0,5 0,8 B M M 27

IRGA 2911-47-3-I-1Pg 55 68 0,3 0,5 E E M 26

IRGA 2911-24-2-I-1Pg 60 68 0,3 0,2 E E B 27

IRGA 2911-11-2-I-1Pg 52 68 0,5 0,7 B B B 27

IRGA 2913-45-2-I-2 54 68 0,2 0,4 E E B 27

IRGA 2911-47-3-I-4Pg 52 68 0,1 0,4 E E M 27

IRGA 3122-8-3-2-I-1 59 69 0,4 0,5 E E-B B 27

EPAGRI 108 56 69 0,5 0,9 B B-M --- ---

EPAGRI 109 58 69 0,9 0,2 B E --- ---

SCSBRS 111 54 69 0,7 1,0 M R --- ---

SCS 112 53 69 1,1 1,5 M B-M --- ---

SCSBRS 113 - Tio Taka 58 68 1,7 1,9 R B-M --- ---

BR-IRGA 409 56 69 0,4 0,4 B B --- ---

BR-IRGA 410 55 69 0,9 2,0 B F --- ---

IRGA 416 59 69 0,4 0,5 E B-E --- ---

IRGA 417 61 69 0,2 0,4 E B --- ---

IRGA 418 61 70 0,4 0,2 B E-B --- ---

IRGA 419 63 70 0,4 0,3 B E-B --- ---

IRGA 421 63 71 0,2 0,4 E E-B --- --- 1 Avaliação visual do índice de centro branco segundo a escala de 0 a 5 (0 = grão translúcido; 5= grão opaco) e do

aspecto do grão polido segundo as notas: E = excelente, B = bom, M = médio, R = regular, F = fraco; SIGL – Avaliador Sérgio Iraçu Gindri Lopes; PSC – Avaliador Paulo Sérgio Carmona. --- Dados não determinados.

Referência Bibliográfica: IRRI. Standard evaluation system for rice. IRRI, Manila, 1996, 52 p.

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ENSAIO DE AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE CICLO LONGO EM CACHOEIRA DO SUL, CACHOEIRINHA E URUGUAIANA, SAFRA 2005/06

Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Gustavo Cantori Hernandes; Sintia da Costa Trojan; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira; Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira; Jorge Luiz Cremonese. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected]. É consenso na comunidade científica arrozeira que as cultivares de ciclo médio tem maior potencial produtivo que as precoces e super-precoces. A evolução no manejo da cultura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul tem exigido ainda cultivares com melhor arquitetura de planta para resistir ao acamamento. Este trabalho teve por objetivo avaliar o rendimento de grãos e outros caracteres fenotípicos de linhagens avançadas de ciclo longo e com colmos fortes. Foram realizados ensaios em três locais do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, sendo duas épocas de semeadura em Cachoeirinha e Uruguaiana e uma época de semeadura em Cachoeira do Sul. Os tratamentos consistiram de 20 linhagens avançadas e 8 cultivares testemunhas (Tabela 1). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, considerando cada ambiente como uma repetição (local / época), totalizando cinco repetições. As parcelas mediram 4,59 m x 11,0 m e as sementes foram distribuídas em linhas espaçadas de 0,20 m. A densidade de semeadura foi de 350 sementes aptas por metro quadrado e as datas de semeadura foram: Cachoeirinha (1ª época – 29/09/2005; 2ª época – 27/10/2005), Cachoeira do Sul (05/11/2005) e Uruguaiana (1ª época – 12/10/2005; 2ª época – 28/10/2005). A adubação de base foi de 350 kg ha-1 da fórmula 05-20-30 e de cobertura de 120 kg de nitrogênio por hectare. Os caracteres avaliados constam nas Tabelas 1 e 2. Somente os dados de rendimento de grãos foram submetidos à análise da variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade. Para os demais caracteres foram calculadas as médias dos ambientes estudados. O ensaio da primeira época em Cachoeirinha foi perdido devido à baixa população inicial de plantas. A média geral foi de 10.288 kg ha-1 e o coeficiente de variação de 12,9 % (Tabela 1). O ambiente mais produtivo foi Uruguaiana na primeira época de semeadura (12/10/2005), com 11.611 kg ha-1. A linhagem mais produtiva foi a IRGA 2913-56-4-I-3Pg, porém não diferiu da testemunha BR-IRGA 410. A estatura das plantas variou, na média, de 86 a 102 cm. Os ciclos das linhagens mais produtivas foram similares ou levemente maiores que a cultivar BR-IRGA 410 (Tabela 1). Quanto à reação a toxidez por excesso de ferro no solo todas as linhagens mostraram-se tolerantes (Tabela 1). Por outro lado, para a brusone três linhagens foram suscetíveis, com notas mais altas nas panículas do que nas folhas (IRGA 2913-56-4-I-3Pg, IRGA 2911-47-3-I-1Pg e IRGA 2911-24-2-I-1Pg) (Tabela 1). Com base nos dados da Tabela 1 e nas avaliações fenotípicas feitas no campo pelos melhoristas, selecionou-se um grupo de 16 linhagens para realizar as determinações de qualidade dos grãos, cujos resultados são mostrados na Tabela 2. As linhagens IRGA’s 2913-18 apresentaram índice de centro branco mais alto e aspecto dos grãos com conceito de regular a péssimo. A linhagem IRGA 2913-56-2-I-2Pg mostrou teor de amilose baixo (23 %), confirmando tendência observada na safra anterior. Todas as linhagens derivadas do cruzamento IRGA 2911 apresentaram boa qualidade dos grãos pelos parâmetros avaliados na Tabela 2. Com base no conjunto de avaliações realizadas neste ensaio sugere-se manter em avaliação as seguintes linhagens: IRGA 2911-24-3-I-1Pg; IRGA 2911-47-3-I-1Pg; IRGA 2913-18-4-I-2Pg; IRGA 2913-18-4-I-3Pg; IRGA 2913-56-4-I-3Pg; IRGA 2913-45-2-I-2 e IRGA 2423-3-6V-3V-1.

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TABELA 1. Rendimento de grãos, ciclo da emergência à 80 % da floração, estatura das plantas e reações a brusone na folha (Bf1 e Bf2), brusone na panícula (Bp1 e Bp2) e toxidez por ferro (Fe) dos genótipos avaliados em Cachoeirinha, Cachoeira do Sul e Uruguaiana, RS, na safra 2005/06. IRGA / EEA, 2007.

Rendimento de grãos (kg ha-1) Reações3

Genótipo Cach.1 27/10/05

C. Sul 05/11/05

Urug. 12/10/05

Urug. 28/10/05

Média2

Ciclo flor.

(dias)

Estat. planta (cm) Bf1 Bf2 Bp1 Bp2 Fe

IRGA 2913-56-4-I-3Pg 14115 11105 12611 11091 12231 a 93 92 6 6 7 9 3

IRGA 2423-3-6V-3V-1 9557 11580 14489 11730 11839 ab 96 91 1 1 0 1 2

BR-IRGA 410 9001 10794 15574 11800 11792 ab 90 99 4 6 7 9 5

IRGA 2913-56-2-I-2Pg 10560 11848 10725 13342 11619 a-c 98 100 4 5 1 3 3

IRGA 2913-18-4-I-3Pg 9871 10904 13458 11407 11410 a-d 93 90 4 4 1 3 3

IRGA 2911-24-3-I-1Pg 9431 11655 11128 11862 11019 a-e 88 90 2 4 1 1 3

IRGA 2913-18-4-I-2Pg 9619 9932 12772 11449 10943 a-e 90 86 1 4 1 0 3

IRGA 3121-11-4-1-I-2 8751 10755 --- 12948 10818 a-e 92 102 2 2 0 3 3

IRGA 2913-18-4-I-4Pg 9051 10450 10346 12956 10701 a-e 93 88 4 5 0 3 3

IRGA 417 8139 9114 13346 12130 10682 a-e 81 89 4 6 9 9 7

IRGA 3121-11-4-1-I-3 8813 11194 12863 9566 10609 a-e 94 101 2 2 0 3 3

IRGA 2688-18-1-B 7128 9260 12672 13031 10523 a-e 80 94 2 1 0 0 3

IRGA 2553-8-7C-2 8372 10628 12330 10451 10445 a-e 96 103 1 1 0 0 3

IRGA 2913-45-2-I-2 8727 10686 11762 10376 10388 a-e 100 88 2 2 0 5 3

IRGA 2911-47-3-I-1Pg 11199 9053 10808 --- 10353 a-f 97 95 4 6 9 9 3

SCS 114 ANDOSAN 10824 10053 9591 --- 10156 a-f 112 95 --- --- --- --- 3

BR-IRGA 409 7763 10441 10601 11325 10033 a-f 97 91 5 6 7 9 7

SCS 112 8045 10664 12205 9174 10022 a-f 116 100 --- 6 --- 9 3

CT13721-6-6C-2-B-1 8235 11416 11040 8609 9825 b-f 94 92 2 2 0 1 3

IRGA 2911-24-2-I-1Pg 8185 8004 12061 10677 9732 b-f 87 89 4 4 3 7 3

IRGA 2911-11-2-I-1Pg 8529 10717 10710 8932 9722 b-f 90 91 4 4 1 1 3

IRGA 2911-47-3-I-4Pg 8238 9046 10850 9552 9422 c-f 94 88 2 2 5 3 3

IRGA 3125-9-9-2-1 9087 9493 9098 9720 9350 c-f 91 92 2 2 0 3 3

EPAGRI 108 6833 10807 11351 7572 9141 d-f 118 97 6 5 --- 9 2

IRGA 2762-13-2-1-MF 6942 9081 10912 9312 9062 d-f 91 95 2 3 --- 0 3

IRGA 3122-8-3-2-I-1 7702 7221 11154 10154 9058 d-f 85 94 2 3 3 1 2

SCSBRS 113 TIO TAKA 8943 10241 7427 8045 8664 ef 123 96 7 5 7 9 3

EPAGRI 109 6409 9624 --- 8125 8053 f 122 91 7 5 9 9 2

Média 8860 C 10206B 11611A 10590B 10288 96 94

Coeficiente de variação da análise conjunta (%) 12,9 1 Locais (Cachoeirinha, Cachoeira do Sul e Uruguaiana) e as respectivas datas de semeadura. 2 Na coluna, médias seguidas da mesma letra minúscula, e na linha, seguidas da mesma letra maiúscula, não diferem pelo teste de Duncan a 5 %. 3 Notas das reações à brusone na folha (Bf) e na panícula (Bp) com leituras em duas épocas (1 e 2) e reação à toxidez por excesso de ferro no solo (Fe) segundo a escala padrão do IRRI (IRRI, 1996). --- Parcela perdida ou avaliação não realizada.

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TABELA 2. Rendimento de grãos inteiros, renda do benefício, índice de centro branco, aspecto visual dos grãos, temperatura de gelatinização e teor de amilose de 16 linhagens selecionadas e de três cultivares testemunhas avaliadas em Cachoeirinha, Cachoeira do Sul e Uruguaiana, RS, na safra 2005/06. IRGA / EEA, 2007.

Índice de CB1

Aspecto visual dos grãos1 Genótipo

Rend. de grãos

inteiros (%)

Renda do benefício

(%) SIGL PSC SIGL PSC

Temp. de gelatini-zação

Teor de Amilose

(%)

IRGA 2911-11-2-I-1Pg 59 65 0,8 0,6 R B B 28

IRGA 2911-24-2-I-1Pg 61 67 0,3 0,4 B E B 29

IRGA 2911-24-3-I-1Pg 59 65 0,2 0,6 E E B 28

IRGA 2911-47-3-I-1Pg 56 65 0,2 0,4 E B M 29

IRGA 2911-47-3-I-4Pg 56 65 0,1 0,4 E E M 30

IRGA 2913-18-4-I-2Pg 51 67 1,0 --- B --- B 28

IRGA 2913-18-4-I-3Pg 56 67 0,5 1,2 R R M 29

IRGA 2913-18-4-I-4Pg 51 65 0,8 1,2 R F M 30

IRGA 2913-56-2-I-2Pg 58 66 0,3 0,6 E E B 23

IRGA 2913-56-4-I-3Pg 56 65 0,4 0,8 B B B 29

IRGA 2913-45-2-I-2 57 65 0,2 0,4 E E B 29

IRGA 2423-3-6V-3V-1 61 68 1,0 0,8 B B B 28

IRGA 2762-13-2-1-MF 61 67 0,3 0,8 E R B 30

IRGA 3122-8-3-2-I-1 60 68 0,5 1,2 E R B 28

IRGA 3125-9-9-2-1 62 68 0,5 1,0 B B B 30

CT13721-6-6C-2-B-1 58 65 0,5 1,0 B R B 29

IRGA 417 62 67 0,0 0,2 E E B 30

BR-IRGA 409 62 67 0,4 0,6 B B B 28

BR-IRGA 410 57 66 2,0 1,6 R F B 28 1 Avaliação visual do índice de centro branco segundo a escala de 0 a 5 (0 = grão translúcido; 5= grão opaco) e do aspecto do grão polido segundo as notas: E = excelente, B = bom, M = médio, R = regular, F = fraco; SIGL – Avaliador Sérgio Iraçu Gindri Lopes; PSC – Avaliador Paulo Sérgio Carmona. --- Dados não determinados. Referência Bibliográfica: IRRI. Standard evaluation system for rice. IRRI, Manila, 1996, 52 p.

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SELEÇÃO DE CRUZAMENTOS BIPARENTAIS DE ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA

Antonio Carlos Centeno Cordeiro

(1), Roberto Dantas de Medeiros

(1), Aloísio Alcântara

Vilarinho(1)

.(1)

Eng. Agr.,Dr.Pesquisador da Embrapa Roraima.CaixaPostal 133.E-mail:[email protected]

O programa de melhoramento genético de arroz da Embrapa Roraima realiza a avaliação de cruzamentos elites já a partir da geração F2 em ensaios conduzidos no delineamento de Blocos Aumentados de Federer. O objetivo é selecionar as combinações mais promissoras, principalmente com relação à produtividade de grãos, de modo que a seleção das famílias para as etapas posteriores sejam concentradas nos melhores cruzamentos.

Neste sentido, foram avaliados no ano agrícola 2005/06, período de novembro a março, em várzea do rio Branco, município de Cantá-RR, 170 cruzamentos biparentais na geração F2 que fazem parte do programa de melhoramento de arroz irrigado para a região tropical do Brasil, coordenado pela Embrapa Arroz e Feijão. Esses cruzamentos foram comparados à quatro testemunhas(BR IRGA 409, CICA-8, Formoso e Metica-1) em delineamento experimental de Blocos Aumentados de Federer. As parcelas foram constituídas por quatro linhas de cinco metros e a área útil composta das duas centrais, eliminando-se 0,50m das extremidades. O espaçamento foi o de 0,30m com a densidade de 100 sementes por metro linear.

A adubação constou de 500 Kg/ha da fórmula 05-25-25 + micros, aplicados por ocasião do semeio e mais 300 kg/ha de uréia (45% de N) em cobertura, divididos em duas partes iguais e aplicados aos 15 e 45 dias após a emergência. As plantas daninhas foram controladas com a aplicação do herbicida pré-emergente (oxadiazon) na dosagem de 2,0 litros por hectare do produto comercial( Ronstar 250 br)

A coleta de dados foi efetuada de acordo com a metodologia preconizada por Standard Evaluation System For Rice (IRRI,1996) para as características produtividade (kg/ha), floração(50%), altura da planta(cm) e doenças. Foram realizadas análises de variância para todas as características e obtidas estimativas de herdabilidade (h

2),

coeficiente de variação genética (Cvg), razão Cvg/CVe, variâncias genotípica e fenotípica para altura, floração e produtividade de grãos, haja vista, a pouca variabilidade observada para a incidência e severidade de doenças. Foi , ainda, estimado o ganho esperado com a seleção(GS) dos melhores cruzamentos para a característica produtividade de grãos, utilizando-se uma intensidade de seleção em torno de 27%. As análises foram realizadas com o auxílio do software GENES (Cruz, 2001)

Na Tabela 1 estão contidos os dados dos parâmetros observados na avaliação e seleção dos cruzamentos com relação às características produtividade de grãos , floração e altura de planta.De acordo com as estimativas de h

2 , Cvg, razão Cvg/CVe verifica-se

ampla variabilidade genética entre os cruzamentos permitindo a obtenção de ganhos significativos com a seleção. Destarte, para a característica produtividade de grãos, o ganho esperado com a seleção dos cruzamentos mais produtivos(média de 9112 kg/ha) em relação a média de todos os cruzamentos(7051 kg/ha) foi de 1374 kg/ha ou 19,49%. As cultivares testemunhas produziram, em média, 8126 kg/ha.

A floração média de todos os cruzamentos ocorreu aos 67 dias, sendo que para os mais precoces foi aos 53 dias e para os mais tardios aos 79 dias, determinando um ciclo cultural variando de 90 a 115 dias. Para os cruzamentos selecionados a floração média ocorreu aos 69 dias, enquanto que, para as cultivares testemunhas ocorreu aos 77 dias. Com base nesses dados infere-se que os cruzamentos selecionados irão permitir a extração de linhagens com predominância de ciclo precoce (Tabela 1).

A altura média obtida considerando-se todos os cruzamentos foi de 98 cm, enquanto que, nas cultivares testemunhas foi de 101 cm. Os cruzamentos mais baixos

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apresentaram altura média de 77,85 cm e os mais altos de 116cm, não havendo, entretanto, registro de acamamento. Os cruzamentos selecionados apresentaram altura média de 99,94 cm, considerada adequada para o arroz irrigado (Tabela 1).

Com relação à doenças foram observadas baixas incidências de escaldadura da folha, mancha parda e mancha dos grãos, não sendo assim fator de preocupação na seleção dos cruzamentos mais produtivos.

Tabela 1- Parâmetros obtidos na avaliação e seleção de cruzamentos biparentais de arroz irrigado em várzea de Roraima no ano agrícola 2005/06.

Parâmetros Altura de Planta Floração média

Produtividade de grãos

Cruzamentos avaliados(n.) 170 170 170

Cruzamentos selecionados(n.) 47 47 47

Intensidade de seleção (%) 27 27 27

Limites inferior e superior 77,85cm-116cm 53-79 dias 3180 a 13609 kg/ha

Média geral dos cruzamentos 98 cm 67 dias 7051 kg/ha

Média das testemunhas 101 cm 77 dias 8126 kg/ha

Média dos cruzamentos selecionados

99,94 cm 69 dias 9112 kg/ha

Diferencial de seleção (ds)1

- - 2061 kg/ha

Herdabilidade (h2) (%) 75,47 75,64 66,67

Cvg(%) 6,41 10,52 20,47

Razão Cvg/CVe 1,75 1,76 1,41

Variância genotípica (σ2g) 39,28 45,69 2082507,7

Variância fenotípica (σ2 f) 52,04 60,40 3123418,4

Ganho Esperado com a seleção (GS)

- - 1374 kg/ha

F 3,98** 6,36** 3,14**

CV(%) 3,63 5,74 14,06 1ds= média dos cruzamentos selecionados – média de todos os cruzamentos

GS= ds x h2

**significativo ao nível de 1% pelo teste F

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CRUZ, C.D. Programa GENES-Versão Windows, aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa, MG: UFV,2001.648p. INTERNATIONAL RICE RESEARCH INSTITUTE. Standardad evaluation system for rice. Manilla: INGER/Genetic Resources Center, 1996. 52p.

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ENSAIO AVANÇADO DE LINHAGENS CONDUZIDO EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, SAFRAS 2004/05 E 2005/06

Renata Pereira da Cruz, Gilmar Neves, Irene Maria da Silva Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected]

O programa de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) tem como objetivos selecionar genótipos de arroz irrigado com elevado potencial de rendimento de grãos, resistência à brusone, tolerância à toxidez por ferro, resistência a herbicidas, qualidade de grãos e tolerância a temperaturas baixas. No caso particular da tolerância ao frio, se buscam genótipos com adaptação às regiões com maior probabilidade de ocorrência de temperaturas baixas durante o ciclo da cultura, como o Litoral Sul e a Campanha. Para isso, há dez anos o IRGA iniciou um programa de melhoramento genético na Estação Regional localizada em Santa Vitória do Palmar, onde são selecionadas plantas desde a geração F2 até as fases finais que compreendem os ensaios de rendimento de grãos.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial produtivo de 31 linhagens avançadas obtidas por seleção desde a geração F2 na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar.

Os ensaios foram realizados na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar nas safras 2004/05 e 2005/06. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições, tendo-se avaliado 21 linhagens e três cultivares testemunhas, num total de 24 genótipos por ensaio. Além das três testemunhas, onze linhagens foram comuns aos dois ensaios, totalizando 31 linhagens avaliadas. As parcelas constituíram-se de dez linhas espaçadas em 0,175 m e com 5 m de comprimento, totalizando uma superfície de 8,75 m2, sendo a área útil da parcela 5,6 m2. A densidade de semeadura utilizada foi de 350 sementes aptas por m2, tendo sido realizada nos dias 16/11/04 (safra 2004/05) e 1/11/05 (safra 2005/06) e a emergência ocorrendo em 29/11/04 (safra 2004/05) e 26/11/05 (safra 2005/06). A adubação de base foi realizada na dose de 300 Kg ha-1 de NPK (5-20-30) e a de cobertura com 120 Kg ha-1 de N na forma de uréia (60 Kg ha-1 no afilhamento e 60 Kg ha-1 no início da diferenciação do primórdio).

As características avaliadas foram rendimento de grãos (para o qual as amostras foram secas e limpas e a umidade ajustada para 13%), estatura (medida desde a base da planta até o ápice da panícula principal), o ciclo (número de dias da emergência até 80% do florescimento), a esterilidade de espiguetas, o número de grãos por panícula e o peso de mil grãos. A análise estatística consistiu na análise de variância do rendimento de grãos e comparação de médias pelo teste SNK a 5% de probabilidade.

A análise de variância demonstrou efeito altamente significativo de genótipos para o rendimento de grãos (P<0,01) em ambas as safras, sendo a média do ensaio na safra 2004/05 de 7,5 t ha

-1 (CV=4,7%; R

2=0,80) e na safra seguinte de 8,6 t ha

-1 (CV=6,6%;

R2=0,69). Além do menor rendimento médio obtido na safra 2004/05, nenhuma linhagem foi

superior à melhor testemunha, a cultivar IRGA 417, porém onze linhagens se destacaram com média de rendimento acima da média do ensaio (Tabela 1). Este ensaio apresentou problemas de estabelecimento inicial, necessitando de pelo menos três banhos para a germinação e emergência das plantas. Isso contribuiu para o menor rendimento médio de grãos em comparação com o obtido na safra 2005/06 (Tabela 2).

No ensaio conduzido na safra 2005/06, a melhor testemunha também foi a cultivar IRGA 417, porém neste ensaio duas linhagens foram significativamente superiores em rendimento de grãos, a IRGA 2422-11-11V-2V-1-D e IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C. Considerando a média geral do ensaio, doze linhagens ficaram acima da mesma, enquanto as três testemunhas ficaram abaixo (Tabela 2).

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Os dados relativos às características agronômicas foram muito similares entre os dois ensaios, com exceção da esterilidade de espiguetas que foi mais alta no ensaio conduzido na safra 2005/06 (Tabela 2), a qual foi de 27% enquanto a esterilidade média na safra anterior foi de 15% (Tabela 1). A linhagem IRGA 2422-11-11V-2V-1-D salientou-se por ser a única a apresentar esterilidade abaixo da média na safra 2005/06 (Tabela 2).

Das onze linhagens comuns aos dois ensaios, somente quatro apresentaram rendimento de grãos acima da média do ensaio em ambas as safras, sendo elas IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C, IRGA 2413-1-8V-2V-4, IRGA 2591-7-MV-9V-2 e IRGA 2422-11-11V-2V-1-D (Tabelas 1 e 2). Tabela 1. Características agronômicas avaliadas em 24 genótipos do Ensaio de

Rendimento Avançado conduzido na safra 2004/05 em Santa Vitória do Palmar, RS. IRGA, 2007.

Pedigree Rendimento

de grãos (t/ha)

Ciclo (dias)

Estatura (cm)

Grãos por panícula

Esterilidade (%)

Peso de mil grãos (g)

IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C 8,2 a 88 81 125,8 16,6 28,2

IRGA 2591-14-MV-3V-2 8,2 a 95 76 135,6 18,3 26,0

IRGA 417 8,1 ab 87 81 116,1 15,6 28,0

IRGA 2413-1-8V-2V-4 8,1 ab 83 85 130,8 6,5 26,3

IRGA 2746-1-2V-5V-5 7,9 a-c 89 81 128,3 13,1 26,1

IRGA 2591-7-MV-9V-2 7,9 a-c 95 76 121,4 14,3 26,1

IRGA 2422-11-11V-2V-1-D 7,8 a-d 86 85 148,5 13,9 24,1

IRGA 2591-7-MV-7V-3 7,7 a-e 94 77 144,1 16,3 27,1

FL04-11-1V-1V-1 7,7 a-e 86 77 118,3 20,1 28,2

IRGA 2430-2-5V-1V 7,7 a-e 87 76 109,4 13,3 28,1

EL PASO L 144 7,7 a-e 92 83 120,0 12,1 26,9

IRGA 2852-20-5-5 7,6 a-e 90 80 122,8 21,5 29,0

IRGA 2427-1-1V-3V 7,6 a-e 88 76 121,5 13,0 27,1

IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-D 7,5 a-e 89 84 139,8 19,9 27,0

IRGA 2427-1-1V-1V 7,4 a-e 86 86 108,5 7,5 27,2

IRGA 2688-21V-1V-2 7,3 a-e 90 81 145,2 12,7 26,6

IRGA 2515-2-1V-1V-3 7,2 a-f 101 75 110,5 17,2 27,4

IRGA 2853-11-1-1-1 7,0 b-f 90 85 134,2 20,7 30,2

IRGA 2515-2-1V-2-C 7,0 b-f 100 84 131,6 17,0 27,1

BR-IRGA 410 7,0 b-f 92 87 142,7 15,0 28,5

IRGA 2515-2-1V-2-A 6,9 c-f 98 72 122,5 14,3 26,1

IRGA 2757-3-2V-1V-2 6,8 d-f 85 86 131,1 9,7 25,5

IRGA 2852-3-3-2-6-1 6,7 ef 100 80 113,9 13,5 28,4

IRGA 2553-1-3V-2-C 6,2 f 92 86 118,7 24,1 31,1 1 Linhagens marcadas em negrito são comuns aos dois ensaios.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste SNK (α=0,05).

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Tabela 2. Características agronômicas avaliadas em 24 genótipos do Ensaio de Rendimento Avançado conduzido na safra 2005/06 em Santa Vitória do Palmar, RS. IRGA, 2007.

Pedigree

Rendimento de grãos

(t/ha)

Ciclo (dias

Estatura

(cm)

Grãos por panícula

Esterilidade

(%)

Peso de mil grãos

(g)

IRGA 2422-11-11V-2V-1-D1 10,2 a 82 76 125 15,1 25,5

IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C 9,9 ab 85 78 133 34,8 25,3

IRGA 2852-1-3-3-1 9,3 bc 93 78 140 29,5 24,6

IRGA 2852-1-3-1-1 9,2 b-d 97 78 128 25,3 25,0

IRGA 2413-1-8V-2V-4 9,2 b-e 84 73 131 22,4 25,7

IRGA 2821-3-1-3-5 9,0 b-f 86 77 139 21,4 28,7

IRGA 2515-2-2V-2V-3 8,9 c-f 102 75 135 28,5 25,7

IRGA 2515-2-1V-2-A 8,9 c-f 102 77 125 23,1 27,2

IRGA 2591-7-MV-9V-2 8,7 c-g 91 75 139 27,7 26,5

IRGA 2821-5-1-1-2 8,7 c-g 88 77 124 22,8 27,3

IRGA 2515-2-1V-1V-3 8,7 c-g 99 74 115 25,5 25,7

IRGA 2591-7-MV-6V-1 8,7 c-g 85 74 147 32,9 26,3

IRGA 2852-20-4-3-3 8,6 c-h 86 76 143 26,2 25,3

IRGA 417 8,5 c-h 92 77 132 31,0 25,7

IRGA 2746-1-2V-5V-5 8,4 c-h 90 76 135 21,7 25,9

IRGA 2591-1-MV-12V-2 8,3 c-h 87 76 124 29,9 24,6

IRGA 2591-14-MV-3V-2 8,3 d-h 93 76 144 31,3 26,9

IRGA 2515-2-1V-2-C 8,2 e-h 103 77 113 29,2 25,6

EL PASO L 144 8,1 f-h 90 75 119 25,0 26,4

IRGA 2757-3-2V-5V-3 8,1 f-h 85 76 128 22,3 26,0

BR-IRGA 410 7,9 gh 91 75 129 29,5 25,2

IRGA 2508-1-1V-1V-1 7,9 gh 93 75 147 31,4 28,1

IRGA 2757-3-2V-1V-2 7,8 h 85 80 143 25,3 25,2

IRGA 2853-11-1-1-1 7,0 i 93 75 125 25,7 27,6 1 Linhagens marcadas em negrito são comuns aos dois ensaios.

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste SNK (α=0,05).

Pode-se observar ainda que, na safra 2004/05, em que a média de rendimento de grãos foi mais baixa, a amplitude também foi menor, de 2 t ha-1 de diferença entre o genótipo mais e o menos produtivo (Tabela 1) contra 3 t ha-1 na safra 2005/06 (Tabela 2). Assim, pode-se inferir que na safra 2005/06 foi possível evidenciar com mais clareza as diferenças de potencial produtivo entre as linhagens. Apesar disso, na safra 2004/05 duas linhagens podem ser destacadas com base no rendimento de grãos, a IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C e IRGA 2591-14-MV-3V-2. Na safra seguinte, 2005/06, pode-se concluir que as linhagens IRGA 2422-11-11V-2V-1-D e IRGA 2553-1-2V-4V-3V-2-C são superiores às demais em rendimento de grãos.

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AVALIAÇÃO REGIONAL DE LINHAGENS DE ARROZ IRRIGADO DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO

GRANDENSE DO ARROZ, SAFRA 2005/06 Mara Cristina Barbosa Lopes

(1), Sérgio Iraçu Gindri Lopes

(1), Paulo Sérgio Carmona

(1),

Renata Pereira da Cruz(1)

, Carlos Leal(1)

, Elias Oliveira(1)

, José Patrício Melo de Freitas(1)

, Jorge Cremonesi

(1), Síntia da Costa Trojan

(1), Gustavo Hernandes

(1), Eloy João Cordero

(1),

Gilmar Neves(1)

, Roberto Longaray Jaeger, Enio Marchezan(2)

, Diego Arosemena(2)

, Dejair Tomazzi

(3).

1Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494,

CEP:94930-030, [email protected] 2UFSM,

3FEPAGRO.

A obtenção de cultivares mais produtivas é um desafio constante nos programas de melhoramento do mundo inteiro. Neste sentido, o Programa de Melhoramento Genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) realiza todas as safras cruzamentos visando desenvolver populações onde se possa selecionar genótipos superiores para rendimento de grãos e outros caracteres. Assim, pode-se disponibilizar cultivares que venham contribuir na produção estadual deste cereal. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial produtivo das linhagens promissoras do programa de melhoramento do IRGA.

O experimento foi conduzido em sete locais no Rio Grande do Sul (RS): Cachoeirinha (Planície Costeira Externa), Cachoeira do Sul e Santa Maria (Depressão Central); Uruguaiana e São Borja (Fronteira Oeste); Dom Pedrito (Campanha); Santa Vitória do Palmar (Litoral Sul). Os genótipos avaliados assim como as cultivares testemunhas encontram-se na Tabela 1. Em Cachoeirinha, Santa Maria e Uruguaiana o delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, tendo sido utilizadas parcelas de 7,65 m

2 (1,53 m x 5,0 m). Nos demais locais os genótipos foram

avaliados em parcelões de 50,49 m2 (4,59 m x 11,00 m), sem repetições, onde foram

coletadas 5 amostras para a determinação do rendimento de grãos. A semeadura foi no sistema convencional de preparo de solo, em linhas e na densidade de 350 sementes aptas por m

2. A adubação de base foi efetuada conforme a interpretação do resultado da

análise do solo e a adubação nitrogenada em cobertura foi na dose de 120 kg ha-1,

parcelada em duas épocas, sendo aplicado metade antes da irrigação e o restante 50 dias após a emergência.

Nos ambientes, cujo experimento seguiu o delineamento experimental, os genótipos foram comparados pelo rendimento de grãos a 13 % de umidade e os dados foram submetidos à análise de variância e testados através do F-teste. A comparação entre as médias foi realizada através do teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. Nos locais onde foram instalados os parcelões a comparação entre os genótipos foi através do rendimento médio de grãos obtido em cada ambiente.

A análise da variância individual mostrou diferenças significativas entre os genótipos nos três locais (Tabela 1). Considerando-se estes ambientes, três linhagens e a testemunha BR-IRGA 410 destacaram-se em termos de rendimento de grãos, superando a média em cada local. Em Cachoeirinha a linhagem IRGA 2913-56-4-I-3Pg produziu 9.614 kg ha

-1, correspondendo a 26,63 % acima da média local. No município de Santa Maria as

linhagens IRGA 2423-3-6V-3V-1 e IRGA 2553-8-7C-2 foram as mais produtivas com incremento de rendimento de grãos de 11,18 % e 8,99 %, respectivamente, em relação a melhor testemunha. Por outro lado, em Uruguaiana, nenhuma linhagem foi mais produtiva que a testemunha BR-IRGA 410, a qual teve rendimento de grãos de 11.800 kg ha

-1. Neste

ambiente 13 dos genótipos produziram acima da média. Nos demais locais onde os genótipos foram alocados em parcelões, destacaram-se as linhagens IRGA 2591-7-MV-7V-3, IRGA 2403-5-1T-9-MF, IRGA 1832-7-2C-2-MF-3-6 e CT13721-6-6C-2-B-1, as quais apresentaram rendimentos médios superiores as testemunhas, exceto a cultivar BR-IRGA

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Tabela 1 – Rendimento de grãos (kg ha-1) de linhagens promissoras de arroz irrigado em

três locais do Rio Grande do Sul, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha, 2007.

Locais Genótipos

Cachoeirinha Santa Maria Uruguaiana

CT13721-6-6C-2-B-1 7508 b-d 6798 e-g 8965 c-e IRGA 1782-2-1C-2-A 7733 b-d 7141 c-g 10340 a-c IRGA 1832-7-2C-2-MF-3-6 7918 b-d 7993 a-d 9447 b-d IRGA 2403-5-1T-9-MF 7410 b-e 8294 ab 10139 a-d IRGA 2423-3-6V-3V-1 8580 ab 8744 a 11374 ab IRGA 2427-1-1V-1V 7164 c-e 6921 d-g 7816 de IRGA 2427-1-1V-3V 6904 de 7151 c-g 9030 c-e IRGA 2430-2-5V-1V 6818 de 8105 a-c 10210 a-c IRGA 2553-8-7C-2 8075 b-d 8572 a 1010 a-d IRGA 2591-7-MV-7V-3 6591 e 7224 b-g 7802 de IRGA 2685-35-4-B 8187 bc 6652 fg 8583 c-e IRGA 2688-18-1-B 6962 c-e 7385 b-g 9520 a-d IRGA 2762-13-2-1-MF 6859 de 6537 g 6839 e IRGA 2773-6-1-1-MF 7439 b-e 7691 a-f 9747 a-d IRGA 2820-3-2-1-6-I-5 8018 b-d 6293 g 10250 a-c IRGA 2820-6-4-4-1-I-3 7171 c-e 7288 b-g 9853 a-d IRGA 2821-6-13-1-3-I-2 8608 ab 7391 b-g 8314 c-e IRGA 2855-20-3-3-6-I-2 7871 b-d 7705 a-f 9458 b-d IRGA 2913-45-8-I-1 7760 b-e 6755 e-g 9501 a-d IRGA 2913-56-4-I-3Pg 9614 a 8203 a-c 9067 b-e IRGA 3125-9-9-2-I 6911 de 6629 fg 9520 a-d BR-IRGA 410 7792 b-e 7865 a-e 11800 a IRGA 417 6903 de 7351 b-g 9202 bcd IRGA 420 7872 b-d 7179 b-g Taim 8024 c-e Médias 7592 7411 9410 C.V. 9,66 8,96 13,76

Médias seguidas pela mesma letra, minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.

410, que foi a mais produtiva em Dom Pedrito. Em geral as linhagens desenvolvidas no Programa de Melhoramento do IRGA apresentam alto potencial de rendimento de grãos vi-abilizando futuros lançamentos de novas cultivares para o sistema de produção com arroz irrigado no RS.

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Tabela 2 – Rendimento de grãos (kg ha-1) de linhagens promissoras de arroz irrigado em

quatro locais do Rio Grande do Sul, safra 2005/06. IRGA / EEA, Cachoeirinha, 2007.

Locais Genótipos

Cachoeira do Sul

São Borja Dom Pedrito Santa Vitória

CT13721-6-6C-2-B-1 9723 9107 10970 10567 IRGA 1782-2-1C-2-A 8305 7932 10393 8706 IRGA 1832-7-2C-2-MF-3-6 10881 8003 12151 7908 IRGA 2403-5-1T-9-MF 10282 10977 10324 10007 IRGA 2423-3-6V-3V-1 9445 9063 11913 8917 IRGA 2427-1-1V-1V 9120 9738 10351 8144 IRGA 2427-1-1V-3V 10808 9100 9428 9011 IRGA 2430-2-5V-1V 10000 9361 8721 8300 IRGA 2553-8-7C-2 10463 9299 10729 9971 IRGA 2591-7-MV-7V-3 12423 10004 10344 9402 IRGA 2685-35-4-B 10396 9657 7572 8626 IRGA 2762-13-2-1-MF 9452 9896 6772 6595 IRGA 2773-6-1-1-MF 9745 8791 10325 7540 IRGA 2820-3-2-1-6-I-5 9105 9416 8945 9068 IRGA 2820-6-4-4-1-I-3 10055 9197 10152 6351 IRGA 2821-6-13-1-3-I-2 10530 8897 11753 8098 IRGA 2855-20-3-3-6-I-2 10518 7929 10405 7314 IRGA 2913-45-8-I-1 10169 7532 11630 7220 IRGA 2913-56-4-I-3Pg 10944 9550 11078 7672 IRGA 3125-9-9-2-I 10124 8870 9871 7744 BR-IRGA 410 10959 9397 12579 8254 IRGA 417 10639 8477 9695 8833 IRGA 420 10175 BR-IRGA 409 9224 EL PASO 144 12034 8142

Médias 10185 9105 10354 8365

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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS, NO ENSAIO DE RENDIMENTO PRELIMINAR, DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DO INSTITUTO RIO

GRANDENSE DO ARROZ, NA SAFRA 2005/06 Mara Cristina Barbosa Lopes, Sérgio Iraçu Gindri Lopes, Paulo Sérgio Carmona, Carlos Leal, Elias Oliveira, Síntia da Costa Trojan, Gustavo Hernandes. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes 1494, CEP:94930-030, [email protected]

Após as sucessivas gerações de seleção as linhagens obtidas ou introduzidas no Programa de Melhoramento Genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), selecionadas nas parcelas de observação, são incluídas no ensaio de rendimento Preliminar para serem avaliadas para diferentes caracteres. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial produtivo, o ciclo e alguns parâmetros da qualidade dos grãos em linhagens desenvolvidas ou introduzidas no programa de melhoramento do IRGA.

O experimento foi conduzido nos municípios de Cachoeirinha e Uruguaiana, no Estado do Rio Grande do Sul (RS), na safra 2004/05. A semeadura e a emergência ocorreram em 03/11/05 - 18/11/05 e 13/10/05 - 24/10/05 em Cachoeirinha e Uruguaiana, respectivamente. Foram avaliadas 119 linhagens, sendo 113 originadas do Programa de Melhoramento do IRGA, cinco do FLAR e uma do CIAT e as testemunhas utilizadas foram as cultivares BR-IRGA 409, BR-IRGA 410, IRGA 417, IRGA 418, IRGA 420, IRGA 421, BRS 7 Taim, EPAGRI 108 e SCSBRS Tio Taka, as quais apresentam ciclo que varia de muito precoce a tardio.

A semeadura foi no sistema convencional de preparo de solo, em linhas e na densidade de 350 sementes aptas por m

2. A área das parcelas foi de 7,65 m

2 de onde

foram colhidas amostras em uma área útil de 4,76 m2. A adubação de base foi efetuada

conforme o resultado da análise do solo para cada local e a adubação nitrogenada em cobertura foi na dose de 120 kg ha

-1, parcelada em duas épocas, sendo aplicado metade

antes da irrigação e o restante 50 dias após a emergência. Em ambos os locais as parcelas foram locadas de maneira aleatória e sem repetições. Os genótipos foram comparados pelo rendimento de grãos a 13 % de umidade e os dados foram submetidos à análise de variância e testados através do F-teste, sendo que os locais foram utilizados como repetição. A comparação entre as médias foi realizada através do teste SNK, ao nível de 5 % de probabilidade.

A análise da variância mostrou diferenças significativas para o rendimento de grãos (Teste F; Pr. <.0014). Em Uruguaiana a produtividade média foi de 10560 kg ha

-1

significativamente superior aos rendimentos obtidos em Cachoeirinha (Teste F; Pr. <.0001), onde a produtividade média foi de 7645 kg ha

-1. A maioria das linhagens (51,26 %)

apresentou rendimento de grãos acima da média (9054 kg ha-1), indicando bom potencial

para este caráter. A linhagem IRGA 3220-17-8-2 destacou-se em relação aos demais genótipos por ter sido a mais produtiva (13275 kg ha

-1) superando a melhor testemunha,

IRGA 417, em 35,07 %. O Programa de Melhoramento do IRGA busca selecionar genótipos que

apresentem ciclo variando de precoce a médio. Das 119 linhagens avaliadas apenas 32 apresentaram o ciclo acima do desejável, pois levaram 95 ou mais dias para atingirem a floração plena. O rendimento de grãos inteiros, o índice de centro branco, a temperatura de gelatinização e o teor de amilose são parâmetros importantes na determinação da qualidade dos grãos. Na Tabela 1 estão apresentados os resultados obtidos para estes caracteres, sendo que em geral (70,59 %) as linhagens apresentaram grãos com boa qualidade de engenho, aparência vítrea e características para boa cocção.

Os resultados encontrados neste trabalho permitem selecionar linhagens produtivas e que apresentam excelente qualidade dos grãos.

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Tabela 1- Avaliação do rendimento de grãos (kg ha-1), ciclo da emergência a 80 % da

floração (dias), porcentagem de grãos inteiros e demais parâmetros da qualidade dos grãos de linhagens do ensaio Preliminar, conduzido em Cachoeirinha na safra 2005/06. IRGA / EEA, 2006. continua

Genótipos Rend. grãos

Ciclo Grãos Inteiros

CB2 TG

3 AMI

4 TG

5 AMI

6

IRGA 3220-17-8-2 13275 a1 90 59 0,4 B 29 B 29

IRGA 3073-3-14-3-I-B-9 11289 ab 108 60 0,9 B 27 B 27 IRGA 2911-2-7-I-TM-PM-2 11256 ab 94 62 0,4 B 29 B 28 IRGA 3122-17-1-2-I-4 11229 ab 88 56 1,6 B 29 - - IRGA 3166-4-2-10 11191 ab 100 61 1,1 M 26 M IRGA 3129-5-5-4-I-7-2 10771 a-c 100 59 1,4 M 27 M 27 IRGA 3166-4-2-8 10536 a-c 97 62 0,8 M 26 M 26 IRGA 3177-3-12-2-5 10456 a-c 87 60 0,3 B 21 B 22 IRGA 2821-6-8-2-1-I-TM-PM-1 10387 a-c 88 60 0,9 B 29 B 30 IRGA 2911-2-6-I-TM-PM-1 10379 a-c 89 56 1,0 B 28 B 30 IRGA 2820-6-4-4-3-I-2 10356 a-c 86 62 0,9 B 27 B 27 IRGA 3166-4-2-7 10315 a-c 100 54 0,8 M 27 - - IRGA 3177-5-7-TM-PM-1 10298 a-c 97 61 0,7 B 28 B 27 IRGA 2554-23-8C-2-C-B 10255 a-c 85 64 0,5 B 28 B 30 IRGA 3122-17-1-2-I-1-1 10182 a-c 96 62 1,6 M 29 M 28 IRGA 3073-3-14-3-I-C-1 10130 a-c 91 63 0,4 B 29 B 30 IRGA 2820-3-5-1-3-I-3 10124 a-d 86 62 1,2 B 29 B 30 IRGA 3135-36-3 10045 a-d 86 60 0,9 B 26 B 27 IRGA 2911-2-1-I-2-1 10038 a-d 90 60 0,4 B 21 B 21 IRGA 2821-6-13-1-4-I-TM-PM-3 9989 a-d 93 63 0,4 B 28 B 29 IRGA 3043-4-5-7-I-2 9946 a-d 86 62 0,6 M 28 M 27 IRGA 2821-1-10-A-2 9920 a-d 87 65 0,8 B 29 B 28 IRGA 2912-19-9-I-5 9866 a-d 96 63 0,6 B 26 B 25 IRGA 3073-3-14-3-I-B-6 9843 a-d 111 64 0,8 B 27 B 28 IRGA 417 9828 a-d 81 63 0,6 B 29 B 30 IRGA 3177-5-6-TM-PM-1 9782 a-d 94 58 0,6 B 29 - - Epagri 108 9778 a-d 100 52 1,1 M 29 M 30 IRGA 3177-3-12-2-4 9774 a-d 89 56 0,4 B 21 B 21 BR-IRGA 410 9758 a-d 91 58 1,8 B 29 B 29 IRGA 3181-4-1-TM-PM-1 9755 a-d 85 65 0,8 B 29 B 28 IRGA 3165-6-1-4 9727 a-d 88 62 1,2 M 26 M 26 IRGA 3165-6-1-5 9642 a-d 83 63 0,6 B 29 M 25 IRGA 3129-5-5-4-I-9-4 9628 a-d 86 56 2,2 M 26 M 26 IRGA 2598-19-1-2F-1-A-B 9584 a-d 84 58 1,7 M 28 M 25 IRGA 3073-3-14-3-I-B-7 9578 a-d 75 57 1,2 B 27 B 25 IRGA 3143-11-2-1 9568 a-d 85 66 0,6 B 29 B 30 IRGA 3129-5-5-3-I-17-5 9560 a-d 82 64 0,5 B 28 B 30 IRGA 2855-20-3-3-6-I-TM-PM-2 9548 a-d 85 66 0,6 B 29 B 30 IRGA 3122-17-1-2-I-1-5 9538 a-d 87 62 0,5 B 27 B 26 IRGA 3129-5-5-4-I-9-3 9538 a-d 100 54 1,9 M 26 M 25 IRGA 2912-36-3-I-3 9538 a-d 90 54 0,5 M 29 B/M 26 IRGA 3167-10-TM-PM-1 9534 a-d 100 63 0,6 B 29 B 29 IRGA 3143-4-1-3 9533 a-d 84 60 0,8 B 29 B 26 BR-IRGA 409 9527 a-d 82 62 0,7 B 28 B 27 IRGA 3143-13-1-2 9491 a-d 89 58 0,4 B 29 - - IRGA 3129-5-5-4-I-3-2 9417 a-d 110 57 0,8 B/M 26 M 26 FL01106-6P-4-2P-M-M-M 9417 a-d 99 64 1,8 B 28 - - IRGA 3143-9-1-1 9378 a-d 87 65 0,3 B 30 B 26 IRGA 3073-3-14-3-I-D-2 9377 a-d 91 61 0,5 B 28 B 29 IRGA 3143-4-1-5 9376 a-d 84 62 0,7 B 29 B 27 IRGA 2412-4-1T 9337 a-d 91 64 0,5 B 28 B 26 TAIM 9312 a-d 93 52 0,4 M 28 M 29 IRGA 3166-4-2-12 9241 a-e 85 61 0,9 B 27 M 26 IRGA 3073-3-14-3-I-B-8 9239 a-e 106 57 1,2 B 28 B 28 IRGA 3122-17-1-2-I-1-3 9209 a-e 94 62 1,4 M 28 M 29

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Tabela 1- Avaliação do rendimento de grãos (kg ha-1) ... continuação

Genótipos Rend. grãos

Ciclo Grãos Inteiros

CB2 TG

3 AMI

4 TG

5 AMI

6

IRGA 2853-3-2-1-2-I-TM-PM-2 9209 a-e 81 62 1,0 B 27 B 29 IRGA 2694-10-5 9205 a-e 83 62 0,8 B 25 B 25 IRGA 3165-14-2-3 9197 a-e 91 62 1,0 BM 27 M 24 IRGA 3143-4-1-1 9194 a-e 81 64 0,8 B 29 B 29 IRGA 3120-4-13-3-I 9194 a-e 86 44 1,9 M/B 29 M 30 IRGA 2820-6-4-4-3-I-4 9166 a-e 81 64 0,6 B 26 B/M 27 IRGA 3167-11-TM-PM-1 9147 a-e 86 64 0,2 B 29 B 29 IRGA 3175-1-4-TM-PM-1 9143 a-e 85 64 0,7 B/M 26 M/B 27 IRGA 3143-13-1-3 9124 a-e 90 64 0,3 B 29 B 26 IRGA 3143-13-1-5 9118 a-e 95 59 0,2 B 29 B 30 IRGA 3043-4-4-5-I1-D-4 9056 a-e 96 65 0,5 B 25 B 25 IRGA 3129-5-5-4-I-4-2 9047 a-e 113 58 1,4 BM 26 B 30 IRGA 2820-6-4-4-1-I-5 8982 a-e 80 60 0,6 - - B 23 IRGA 420 8961 a-e 89 64 0,7 B 29 B 30 IRGA 2913-45-2-I-3 8938 a-e 94 59 0,3 BM 29 M/B 30 IRGA 2911-2-7-I-TM-PM-3 8935 a-e 98 56 0,7 M 24 B 30 IRGA 3043-4-4-5-I1-D-2 8920 a-e 92 64 0,3 B 26 B 27 IRGA 2820-6-5-4-2-I-6 8907 a-e 84 64 1,1 B 29 B 30 IRGA 2821-6-13-1-3-I-TM-PM-3 8906 a-e 91 64 0,6 B 28 B 30 IRGA 3141-15-3-4 8870 a-e 91 59 0,6 B 29 - - IRGA 2694-25-3 8861 a-e 85 65 0,7 B 27 B 27 IRGA 418 8822 a-e 84 65 0,9 B 28 B 29 IRGA 3172-2-TM-PM-2 8801 a-e 86 60 0,3 B 29 B 30 IRGA 3085-4-1-4-I-C 8754 a-e 85 62 0,5 B 29 B 25 IRGA 3169-11-TM-PM-1 8709 a-e 86 55 1,0 BM 27 M/B 27 IRGA 3141-15-3-2 8701 a-e 89 60 0,5 M/B 28 M 29 IRGA 2820-8-1-4-4-I-1 8692 a-e 82 62 0,6 B 29 B 29 IRGA 3128-25-2-1-I-4 8619 a-e 89 63 1,3 B 28 B 29 IRGA 2841-6-15 8607 a-e 88 59 0,5 B 29 B 27 IRGA 3166-4-2-13 8605 a-e 99 66 0,7 M 26 M 27 IRGA 3129-5-5-4-I-4-1 8593 a-e 104 59 1,0 M 25 - - IRGA 2820-6-4-4-5-4 8569 a-e 82 63 0,8 B 26 B 26 IRGA 3129-5-5-4-I-3-4 8504 a-e 98 57 1,6 M 26 M 30 IRGA 3167-20-TM-PM-1 8494 a-e 88 61 0,1 B 29 B 30 IRGA 1782-2-1C-2-B-1 8494 a-e 79 63 0,2 B 28 B 30 IRGA 3074-1-6-1-I-B 8494 a-e 89 58 0,6 M 26 B 26 SCSBRS 113 TIO TAKA 8492 a-e 112 49 1,4 M/B 26 M 25 IRGA 3128-25-2-4-I-2-1 8450 a-e 82 64 0,2 B 26 - - IRGA 2913-15-6-I-TM-PM-3 8424 a-e 97 53 0,5 M 28 B 25 IRGA 3177-5-9-TM-PM-2 8357 a-e 93 54 0,8 B 29 B 29 IRGA 2820-3-5-1-3-I-1 8334 a-e 94 57 0,4 B/M 27 M 28 IRGA 2790-7-3 8240 b-e 85 60 0,6 B 29 B/M 29 IRGA 2911-40-4-I-TM-PM-3 8193 b-e 88 63 0,3 B 29 B 30 IRGA 3172-2-TM-PM-1 8162 b-e 92 62 0,3 B 27 B 30 IRGA 2911-40-4-I-TM-PM-2 8136 b-e 95 53 0,1 M 29 M 30 IRGA 2820-6-4-4-3-I-1 8094 b-e 84 62 0,9 B 27 B 25 FL01071-18P-1-1P-M-M-M 8050 b-e 98 34 2,6 B 28 - - IRGA 2911-40-4-I-TM-PM-1 8033 b-e 95 59 0,1 M 28 M 30 IRGA 2911-3-5-I-1-1 8027 b-e 99 62 0,4 B 29 B 29 IRGA 2554-5-3C-3-B-5 8012 b-e 93 64 0,2 B 27 B 24 IRGA 3135-44-1 8003 b-e 93 63 0,6 B 29 B 30 .....

7

IRGA 421 4451 e 66 53 - - - B 31 Médias 9054 90 60 1,0 28 1Médias seguidas pela mesma letra minúscula, não diferem estatisticamente pelo teste SNK a 5% de probabilidade;

2CB:

índice médio de centro branco médio; 3TG (B=baixa; M=média; A= alta): temperatura de gelatinização realizada em

amostras de Cachoeirinha; 4AMI(%): teor de amilose realizada em amostras de Cachoeirinha;

5TG: temperatura de

gelatinização realizada em amostras de Uruguaiana; 6AMI (%): teor de amilose realizada em amostras de Uruguaiana; -:

sem informação; 7..... genótipos não apresentados.

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AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DO PROGRAMA DE

MELHORAMENTO PARA O SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO EM CACHOEIRINHA, RS, SAFRA 2005/06

Dieter Kempf; Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Paulo Rodrigo de Freitas; Izabel Cristina Panni de Oliveira; Carlos Eduardo Batista Leal; Elias Dias de Oliveira. Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio C. Bernardes, 1494, CEP: 94930-030, Cachoeirinha, RS, Brasil. E-mail: [email protected]. O sistema de cultivo pré-germinado ocupa cerca de 10 % da área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul. A principal característica requerida das cultivares para este sistema é a resistência ao acamamento. Este trabalho teve por objetivo avaliar o rendimento de grãos e outros caracteres fenotípicos e agronômicos das linhagens originárias do programa de melhoramento genético para o cultivo pré-germinado. O ensaio foi conduzido em Cachoeirinha durante a estação de crescimento de 2005/06, com cultivo no sistema convencional. Os tratamentos consistiram de 34 linhagens avançadas (Geração F7) e seis cultivares testemunhas, sendo EPAGRI 108, EPAGRI 109 e SCSBRS 113 Tio Taka consideradas resistentes ao acamamento enquanto que BR-IRGA 409, BR-IRGA 410 e IRGA 417 são testemunhas para o sistema convencional de cultivo (Tabela 1). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com duas repetições. As parcelas mediram 3,06 m x 5,00 m e as sementes foram distribuídas em linhas espaçadas de 0,17 m. A densidade de semeadura foi de 350 sementes aptas por metro quadrado. A semeadura foi realizada em 31/10/2005 e a adubação de base foi de 320 kg ha-1 da fórmula 05-20-30 (NPK). A adubação de cobertura foi composta por 120 kg ha-1 de N, aplicada em duas épocas (8 e 44 dias após a emergência das plântulas). Os caracteres avaliados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2. Os dados de rendimento de grãos foram submetidos à análise da variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade. Para os demais caracteres, foram calculadas as médias. O rendimento médio de grãos foi de 7,23 Mg ha-1 e o coeficiente de variação foi de 10,4 % (Tabela 1). Observa-se que 11 linhagens estão acima da testemunha de melhor desempenho, a BR-IRGA 410, destacando-se a linhagem IRGA 3167-13Pg-1Pg-3, com rendimento de grãos de 9,96 Mg ha-1. A maioria das linhagens testadas apresentou baixo vigor inicial das plantas (Tabela 1). Para os caracteres estatura das plantas, ciclo até a floração plena, rendimento de grãos inteiros, renda do benefício, reação à debulha e ao acamamento, a maioria das linhagens apresentou dados compatíveis com o recomendado para o cultivo de arroz irrigado no sul do Brasil, exceto a linhagem IRGA 3156-4Pg-1Pg-2, de ciclo muito longo. Apesar de terem sido selecionadas no sistema pré-germinado em gerações anteriores, algumas destas linhagens deverão ser descartadas por apresentarem suscetibilidade ao acamamento das plantas, com conceitos entre regular (R) e fraco (F) (Tabela 1). Os dados das reações à brusone na folha e na panícula, à toxidez por excesso de ferro no solo, aspectos dos grãos com casca e polido e índice de centro branco são mostrados na Tabela 2. Com base nos dados das Tabelas 1 e 2, selecionou-se 23 linhagens superiores para a determinação da temperatura de gelatinização e o teor de amilose. Destas, apenas a linhagem IRGA 3219-5-1Pg-2Pg-1 apresentou 23 % de amilose, teor considerado muito baixo (Tabela 2). As demais serão incluídas nos ensaios de rendimento na próxima safra agrícola (2006/07). Os resultados deste trabalho demonstram a evolução positiva do programa de melhoramento para o sistema de cultivo pré-germinado, observando-se novas linhagens com bom potencial de rendimento e com resistência ao acamamento.

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TABELA 1. Rendimento de grãos e outras avaliações fenotípicas e agronômicas de 34

linhagens e 6 cultivares testemunhas avaliadas em Cachoeirinha, na safra 2005/06. IRGA / EEA, 2007.

Debulha5 Acmto. Pl.6 Genótipo Rend.1

(Mg ha-1) Vg2 (1-9)

Estat. (cm)

Flr803 (dias)

Int.4 (%)

Renda (%)

Rep. I Rep. II Rep. I Rep. II

IRGA 3167-13Pg-1Pg-3 9,96 a 5 92 85 58 66 R R MB MB IRGA 3217-10-1Pg-4Pg-3 9,90 ab 5 91 80 55 64 R R MB B IRGA 3168-5Pg-2Pg-3 9,69 ab 6 94 83 54 65 R R MB MB IRGA 3167-13Pg-1Pg-4 9,34 a-c 5 90 84 53 63 R R MB MB IRGA 3167-13Pg-1Pg-1 9,23 a-d 6 86 82 61 67 F R B MB IRGA 3174-2-3Pg-2Pg-4 8,87 a-e 7 85 88 56 62 R I MB MB IRGA 3174-5-10Pg-1Pg-5 8,30 b-f 6 90 88 57 64 R R MB MB IRGA 3153-1Pg-1Pg-4 7,94 c-g 5 90 83 60 65 R R B R IRGA 3217-10-2Pg-4Pg-1 7,85 c-g 5 89 86 53 65 I R R MB IRGA 3167-6Pg-1Pg-1 7,74 d-g 6 94 84 60 65 I R MB MB IRGA 3167-13Pg-1Pg-5 7,70 d-g 6 87 84 60 67 R I MB MB BR-IRGA 410 7,69 d-g 5 104 81 59 66 --- --- R --- IRGA 3167-13Pg-6Pg-1 7,64 d-g 6 90 87 59 65 R R MB MB IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-2 7,50 e-h 6 87 88 60 66 I/R R MB B IRGA 3217-4-3Pg-2Pg-5 7,46 e-h 6 83 85 51 62 R R B B IRGA 3174-2-3Pg-2Pg-1 7,46 e-h 6 90 83 59 65 R R MB MB IRGA 417 7,36 e-h 2 87 80 52 65 --- --- F --- IRGA 3168-5Pg-2Pg-1 7,20 f-i 5 95 77 55 66 R R B B IRGA 3217-10-2Pg-3Pg-3 7,06 f-i 6 91 89 56 65 R R MB B IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-4 7,02 f-i 7 89 87 60 66 I R R MB EPAGRI 108 7,00 f-i 6 100 91 54 66 --- --- --- --- EPAGRI 109 6,97 f-i 6 99 87 51 63 --- --- --- --- SCSBRS 113 Tio Taka 6,89 ghi 7 99 95 42 63 --- --- --- --- IRGA 3167-17Pg-2Pg-1 6,82 ghi 5 88 78 62 66 R R MB B IRGA 3167-17Pg-2Pg-5 6,68 ghi 6 84 75 59 64 R R B F IRGA 3169-14Pg-1Pg-5 6,67 ghi 3 91 81 62 68 R R MB MB* IRGA 3217-4-3Pg-6Pg-1 6,66 ghi 7 84 80 60 66 R R B B IRGA 3217-3-4Pg-2Pg-7 6,64 ghi 6 90 89 52 63 R R R MB IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-1 6,52 ghi 6 96 85 59 65 R R B B BR-IRGA 409 6,44 ghi 2 95 92 56 62 R --- R --- IRGA 3167-17Pg-2Pg-7 6,24 ghi 4 88 76 61 65 R R MB MB IRGA 3167-17Pg-2Pg-6 5,93 hij 6 86 74 60 66 R+ R B MB IRGA 3219-5-1Pg-2Pg-1 5,89 hij 6 91 86 54 65 R R MB MB IRGA 3168-5Pg-2Pg-2 5,72 hij 6 89 83 52 64 I R B MB IRGA 3217-4-3Pg-5Pg-4 5,53 hij 7 85 83 59 65 R R MB B IRGA 3217-4-4Pg-2Pg-3 5,53 hij 6 83 73 60 65 R R F B IRGA 3217-10-1Pg-3Pg-1 5,36 ij 6 81 73 56 64 R R MB R IRGA 3217-4-3Pg-4Pg-1 4,34 j 6 85 82 --- --- R R MB MB IRGA 3156-4Pg-1Pg-2 --- 7 104 Tardio --- --- --- --- --- --- IRGA 3168-17Pg-2Pg-2 --- 2 97 82 --- --- R R R F Média 7,23 5 90 83 57 65 Coeficiente variação (%) 10,4 1 Rendimento de grãos: médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem pelo teste de Duncan a 5 %; 2 Vigor inicial das plântulas (Escala do IRRI, 1996, com notas de 1 a 9, sendo 1 = alto vigor e 9 = baixo vigor); 3 Ciclo da emergência das plântulas até a floração plena (80 %); 4 Rendimento de grãos inteiros brancos e polidos após o beneficiamento; 5 Degrane ou debulha natural dos grãos na fase de maturação fisiológica (R = Resistente; I = Intermediária; F = Fácil). Rep. I e II = Repetições 1 e 2; 6 Resistência ao acamamento das plantas na fase de maturação fisiológica (MB = Muito bom; B = Bom; R = Regular; F = Fraco); --- Dados não determinados.

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TABELA 2. Reação à brusone e a toxidez por excesso de ferro no solo e avaliações de

qualidade dos grãos de 34 linhagens e 6 cultivares testemunhas avaliadas em Cachoeirinha, na safra 2005/06. IRGA / EEA, 2007.

Reação à brusone1 Tox. Fe2 Asp. gr. casca3 Genótipo

Bf1 Bf2 Bp1 Bp2 Fe1 Fe2 Grão1 Grão2

CB4 Asp. Grão5

TG6 Ami-lose

(%)

IRGA 3167-13Pg-1Pg-3 2 1 0 3 3 2 B B GD+ 1,0 B B 29 IRGA 3217-10-1Pg-4Pg-3 4 1 7 7 2 3 B R 0,6 B M 29 IRGA 3168-5Pg-2Pg-3 --- --- --- --- 3 5 MB MB 0,4 B B 29 IRGA 3167-13Pg-1Pg-4 2 1 0 3 3 3 R MB 0,6 E/B B 29 IRGA 3167-13Pg-1Pg-1 1 4 0 3 3 B B 0,4 E B 28 IRGA 3174-2-3Pg-2Pg-4 5 4 3 9 2 3 MB MB 0,6 E/B B 30 IRGA 3174-5-10Pg-1Pg-5 5 2 1 5 2 3 MB MB 0,3 E/B M 30 IRGA 3153-1Pg-1Pg-4 5 5 9 9 3 3 R R 0,5 R --- --- IRGA 3217-10-2Pg-4Pg-1 3 1 3 3 3 3 P MB 0,3 E B 29 IRGA 3167-6Pg-1Pg-1 2 5 9 9 3 3 B B 0,3 E B 29 IRGA 3167-13Pg-1Pg-5 2 1 0 3 2 3 B GD+ B 0,5 E B 29 BR-IRGA 410 4 6 9 9 5 5 --- --- 2,0 M --- --- IRGA 3167-13Pg-6Pg-1 2 2 0 3 3 3 B GD+ B GD+ 0,4 E/B B 31 IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-2 5 4 1 1 3 3 B B 0,6 E B 29 IRGA 3217-4-3Pg-2Pg-5 2 1 0 5 3 3 R B 0,5 B B 30 IRGA 3174-2-3Pg-2Pg-1 5 5 3 7 3 3 MB MB 0,6 B B 29 IRGA 417 4 5 9 9 7 7 --- --- --- --- --- --- IRGA 3168-5Pg-2Pg-1 4 5 7 7 3 3 R B 0,4 E/B B 29 IRGA 3217-10-2Pg-3Pg-3 3 1 3 3 3 3 MB B 0,6 B M 29 IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-4 4 5 9 9 3 6 MB MB 0,6 B B 30 EPAGRI 108 5 6 9 9 2 3 --- --- 1,0 B --- --- EPAGRI 109 5 6 7 9 2 3 --- --- --- --- --- --- SCSBRS 113 Tio Taka 5 6 9 9 3 2 --- --- --- --- --- --- IRGA 3167-17Pg-2Pg-1 2 2 0 3 3 3 MB R --- --- B 29 IRGA 3167-17Pg-2Pg-5 2 1 3 3 3 2 MB B 0,3 E/B --- --- IRGA 3169-14Pg-1Pg-5 4 2 5 5 3 3 MB MB 0,4 E --- --- IRGA 3217-4-3Pg-6Pg-1 4 1 0 --- 3 3 B B 0,2 E --- --- IRGA 3217-3-4Pg-2Pg-7 2 2 5 5 3 3 MB* B 0,6 B B 30 IRGA 3174-2-3Pg-1Pg-1 4 5 1 1 3 3 P MB 0,6 E/B B/M 29 BR-IRGA 409 5 7 9 9 7 7 B --- 0,8 R --- --- IRGA 3167-17Pg-2Pg-7 4 2 0 3 3 3 MB B 0,4 B B 30 IRGA 3167-17Pg-2Pg-6 2 2 0 3 3 3 R B 0,6 B B 23 IRGA 3219-5-1Pg-2Pg-1 2 2 3 1 3 3 B B 0,1 E/B --- --- IRGA 3168-5Pg-2Pg-2 5 5 7 7 3 5 MB MB 0,3 E --- --- IRGA 3217-4-3Pg-5Pg-4 4 1 1 5 3 3 B R 0,6 B --- --- IRGA 3217-4-4Pg-2Pg-3 3 1 0 7 3 3 B MB --- --- --- --- IRGA 3217-10-1Pg-3Pg-1 3 1 1 9 3 3 MB MB 0,3 B B 29 IRGA 3217-4-3Pg-4Pg-1 4 1 0 5 3 3 B B --- --- --- --- IRGA 3156-4Pg-1Pg-2 6 5 --- 9 3 3 --- --- --- --- --- --- IRGA 3168-17Pg-2Pg-2 4 1 --- 5 3 3 P GD+ P GD+ --- --- --- --- 1 Reação à brusone avaliada em Torres, RS, safra 2005/06, segundo a escala do IRRI (1996). Bf1 e 2 = brusone nas folhas nas repetições 1 e 2; 2 Reação a toxidez por excesso de ferro avaliada em Camaquã, safra 2005/06; 3 Aspecto visual dos grãos com casca avaliado na fase de maturação fisiológica no campo, com as notas: MB = Muito Bom, B = Bom, R = Regular, P = Péssimo. (GD+ = Grão manchado); 4 Índice de centro branco nos grãos segundo escala de 0 a 5 (0 = grão translúcido; 5 = grão opaco); 5 Aspecto visual dos grãos após o beneficiamento, com as notas: E = Excelente, B = Bom, M = Médio, R = Regular, F = Fraco; 6 Temperatura de gelatinização; --- Dados não determinados.

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UTILIZAÇÃO DE FAMÍLIAS MUTANTES DE ARROZ NO ESTUDO DA TOLERÂNCIA AO FRIO NA GERMINAÇÃO

Fernanda Plucani Amaral1, Filipa Stone da Fonseca, Paulo Dejalma Zimmer, Daniela Hernandes Mansour. 1Acadêmica de Ciências Biológicas, IB/UFPel, Bolsista PIBIC/CNPq; Campus Universitário – Caixa Postal 354 – CEP 96010900 Pelotas-RS [email protected]

Cultivado em mais de 150 milhões de hectares, o arroz é um dos cereais mais produzidos e consumidos em todo o mundo. Difundido amplamente no Brasil, o arroz é cultivado em praticamente todos os estados, sendo a safra gaúcha responsável por mais de 50% do total produzido no Brasil, exercendo um papel importante como estabilizador do mercado nacional.

A maioria das cultivares utilizadas no país pertencem à subespécie Indica, que tem como característica uma elevada sensibilidade às temperaturas baixas. Assim sendo, a tolerância ao frio é um caráter extremamente desejável em genótipos de arroz cultivados no sul do Brasil, onde a incidência do frio diminui o rendimento e a qualidade do grão/. A temperatura baixa é um dos estresses ambientais mais comuns durante a germinação em culturas de verão semeadas precocemente, reduzindo não somente a taxa de germinação como também afetando o crescimento subseqüente da plântula em termos de acúmulo de matéria seca. No Rio Grande do Sul a temperatura média no mês de outubro é de 12°C e, por esse motivo, a semeadura antecipada nem sempre pode ser efetuada, pois pode resultar em emergência irregular e em uma baixa população inicial de plantas. Além disso, sementes que germinam sob temperatura baixa estão mais sujeitas à infecção por patógenos de solo (Blum, 1988).

A tolerância ao frio no período germinativo é uma forma de garantir o rápido estabelecimento da lavoura de arroz em anos mais frios, principalmente porque as práticas de manejo não são suficientes para amenizar o problema. Nos programas de pesquisa, as fontes de tolerância utilizadas são, na maior parte proveniente de cultivares do grupo Japônica e têm servido como doadoras em cruzamentos com genótipo Indica adaptados a nossa região. A seleção de genótipos tolerantes ao caráter requer variabilidade genética, o que pode ser obtida através de indução de mutação. A utilização de agentes mutagênicos em vegetais tem sido apontada como um caminho bastante atrativo para adicionar caracteres desejáveis em um sistema gênico balanceado (Maluszynski et al., 1999). O objetivo do presente trabalho foi avaliar famílias mutantes de arroz quanto à tolerância ao frio no período de germinação.

O trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel na Universidade Federal de Pelotas. Sementes de 240 famílias de arroz mutantes (geração M3), originadas do cultivar BRS 7 Taim por indução de mutação por raios gama, mais os cultivares BRS 7 Taim, IRGA 420 e Diamante foram submetidas à germinação nas condições de frio (13ºC) e de controle (28ºC). Os genótipos BRS 7 Taim e IRGA 420 foram escolhidos por serem genótipos reconhecidos como sensíveis e o genótipo Diamante como sendo tolerante ao frio. Foram alocadas 10 sementes de cada família em papel plissado, umedecidos com 10 mL de solução fungicida Carboxin-Thiram na concentração de 50 mg L-1, sendo que o papel germinador foi mantido em bandeja plástica coberta com tampa. As bandejas foram levadas para a câmara de germinação a 13ºC por 30 dias para o tratamento frio e para o tratamento controle foram mantidas a 28ºC por 7 dias.

Os genótipos foram avaliados após 30 dias, quando foram estimadas a freqüência de sementes com coleóptilo superior a 5 mm considerando as sementes germinadas ao fim do trigésimo dia do experimento.

Do total de famílias avaliadas, apenas 8 apresentaram coleóptilo com até 5 mm (3,3%) incluindo nesse grupo a IRGA 420, 211 famílias mantiveram sua média entre 5-10

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mm, incluindo a BRS 7 Taim (87%), e 21 famílias apresentaram coleóptilo entre 10-15 mm igualando-se ao comportamento da testemunha tolerante (Diamante). Com base nisso pode-se afirmar que o uso de mutações induzidas pode permitir o aumento da tolerância ao frio da cultivar BRS 7 Taim no período germinativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BLUM, A. Cold resistance. In: Plant Breeding for stress enviroments. Boca Raton: CRC, 1988. cap. 5, p.99-132. MALUSZYNSKI, M.; AHOOWALIA, B.; ASHRI, A.; NICHTERLEIN, K.; VAN ZANTEN, L. Induced mutations in rice breeding and germplansm enhancement In: PROCEEDINGS OF THE 19TH SESSION OF THE INTERNATIONAL RICE COMMISSION. Cairo, Egypt, 7-9 September 1999. Agradecimentos: CAPES, Centro de Oncologia da UFPel, EMBRAPA – CPACT.

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CONCENTRAÇÃO DE DNA E DMSO EM PROTOCOLO RAPD-PCR PARA ESTUDO DE DIVERSIDADE GENÉTICA DE Fimbristylis miliacea

Marina Juliana Batista(1), Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati(1), Maycon Eduardo Nicoletti(2), Fernando Adami Tcacenco(3). 1Graduandas em Ciências Biológicas, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Rua Uruguai, 458, CEP 88302-202, Itajaí, SC; Bolsistas de Pesquisa do Artigo 170/UNIVALI/Governo de Santa Catarina. Email: [email protected]. 2Biólogo, Bacharel, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí. 3Eng. Agr., Ph. D., Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

O arroz é um dos cereais mais cultivados no mundo, sendo componente básico na alimentação de grande parte da população. O Brasil ocupa a décima posição mundial, tanto em termos de consumo, quanto em produção de grãos do cereal. A utilização contínua de áreas com a cultura do arroz tem causado alguns problemas, especialmente o aumento da incidência de plantas daninhas. Em decorrência deste fato, a resistência de plantas invasoras a herbicidas tem sido um dos fatores limitantes da produção de arroz irrigado. A literatura propõe que a resistência aos herbicidas consiste na ocorrência de biótipo com habilidade de sobreviver à aplicação do composto químico ao qual a população original era suscetível (Lebaron & Gressel, 1982). A pressão causada pelo uso intensivo desses herbicidas tem selecionado ecótipos de cuminho [Fimbristylis miliacea (L.) Vahl] resistentes (Noldin et al., 2002), tornando-a uma espécie problemática no cultivo de arroz irrigado em Santa Catarina. Com isso, cresce a necessidade de determinação de protocolos para estudo de variabilidade genética existente entre as populações selvagens dessa planta invasora. Vários estudos objetivam otimizar a busca de marcadores ligados à resistência de ervas daninhas aos herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS), como evidencia Rampelotti et al. (2005) em sua pesquisa sobre coleta e extração de DNA de Sagittaria montevidensis suscetível e resistente aos inibidores da ALS.

Neste contexto, a técnica RAPD (polimorfismo de DNA amplificado ao acaso) tem sido muito utilizada. Ferreira et al. (2004) utilizaram com sucesso essa técnica para caracterização molecular de acessos de arroz-vermelho. Conforme resultados de pesquisa de Tcacenco et al. (2006), o uso de marcadores RAPD otimizou a obtenção de diversidade genética de germoplasma de Musa da Epagri – Estação experimental de Itajaí.

Ainda não há publicações que evidenciem a base genética da resistência do cuminho em cultivo de arroz irrigado. Desta forma, surgiu a necessidade de estudos da variabilidade genética de Fimbristylis miliacea (L.) Vahl, capazes de detectar biótipos resistentes e suscetíveis a herbicidas ALS.

A amplificação de DNA via RAPD-PCR se dá através da utilização de uma mistura de reagentes necessários para sintetizar novos segmentos da molécula, gerando assim um padrão de amplificação específico para cada reação em particular. Deste modo, as condições da reação são imprescindíveis para garantir resultados confiáveis (Freitas, 2005). Para tal, objetivou-se neste trabalho a determinação da concentração ótima de DNA e DMSO em protocolo RAPD.

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Estação Experimental de Itajaí (EEI). As amostras foram obtidas na própria EEI, sendo coletadas folhas jovens de F. miliacea. O material vegetal foi levado ao laboratório onde foi processado e macerado em microtubos de 1,5 mL com N líquido para a extração de DNA. O protocolo utilizado para extração de DNA foi baseado em Doyle e Doyle (1990), seguindo testes de protocolos para RAPD-PCR. Utilizaram-se variantes de: quantidade de DNA e de DMSO (dimetilsulfóxido) como otimizador. Para tanto, foram conduzidos dois experimentos: (i) teste de quantidade de DNA genômico - o DNA genômico de três indivíduos de F. miliacea foi submetido RAPD nas quantidades de 25 ng, 50 ng, 75 ng, 100 ng e 125 ng por reação; e (ii) teste de concentração do aditivo DMSO - reações de RAPD foram realizadas

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com 25 ng de DNA genômico e diferentes concentrações do aditivo DMSO (0%, 2,5%; 5%, 7,5% e 10%); ambos foram conduzidos com três repetições. As amplificações enzimáticas foram realizadas em reações de 25 µL com 2,5 µL de MgCl2 (50 mM), 2 µL de dNTP (10 mM), 1 U de Taq DNA polimerase Platinum, 5 µL de iniciador, tampão de PCR (20 mM Tris-HCl, pH 8,4, e 50 mM KCl) com concentrações variadas de DNA genômico e DMSO, conforme descrito acima, de acordo com a metodologia de cada experimento.

As amplificações foram realizadas em termociclador PTC-100TM (M.J. Research, Inc.), nas seguintes condições: desnaturação inicial de 1 min a 94 ºC; 40 ciclos de 1 min a 92 ºC, 1 min a 35 ºC, 2 min a 72 ºC; e extensão final de 5 min a 72 ºC. Os fragmentos foram submetidos a corrida eletroforética em gel de agarose a 1,5% em tampão TBE pH 8,4 (Tris 89 mM; ácido bórico 88,9 mM; Na2EDTA 2 mM), sob voltagem constante de 70 V por 150 min. O gel foi corado com SYBR® Safe (Invitrogen) e visualizado sob luz ultravioleta (UV).

No experimento (i), no qual foram testadas diferentes quantidades de DNA genômico de F. miliacea, foram amplificados fragmentos nos cinco tratamentos. Observou-se diferença entre os tratamentos aplicados, porém a quantidade de DNA não foi inibitória à reação para os tratamentos testados. A melhor visualização dos fragmentos ocorreu para a menor concentração (25 ng). Para os demais tratamentos, apesar da melhor consistência do fragmento de 600 pb, nota-se a ausência de fragmentos de menor peso molecular (400 pb; Figura 1).

No experimento (ii), no qual foram testadas diferentes concentrações do aditivo DMSO, obteve-se diferença de resultados quando comparados com a testemunha. Pela presença de um fragmento de 580 pb, não obtido na testemunha, é demonstrada a efetividade do produto na técnica utilizada (Figura 2). Segundo Kovárová & Dráber (2000), DMSO, assim como outros aditivos, são conhecidos por incrementar, sob determinadas condições, a especificidade e eficiência da PCR. As concentrações de 2,5 e 5% tiveram bons resultados, pois os fragmentos de maior peso molecular (a partir de 2072 pb) podem ser mais bem visualizadas nesses tratamentos. Porém, a 5% torna-se mais satisfatória pela visualização do fragmento de 1000 pb não visualizado na concentração de 2,5%. As maiores concentrações (7,5% e 10%) não apresentaram resultados positivos pela ausência de fragmentos obtidos na testemunha e demais concentrações do produto, pois se sabe que a concentração em torno de 10% de DMSO por volume de reação pode diminuir pela metade a atividade da enzima Taq DNA polimerase (Innis & Gelfand, 1990; Gelfand & White, 1990), o que justifica a inexistência de fragmentos amplificados nesta concentração. O DMSO e a formamida são tolerados a baixas concentrações na PCR e podem auxiliar a amplificar seqüências ricas em C-G, pois facilitam a separação das fitas de DNA, melhorando a acessibilidade para a Taq polimerase, assim como para os iniciadores.

Portanto, conclui-se que o melhor protocolo de RAPD-PCR para o estudo de diversidade genética da espécie Fimbristylis miliacea (L.) Vahl é o que inclui, nas reações, 25 ng de DNA genômico e 5% de DMSO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus, v. 12, p.13-15.

1990. FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A.; NOLDIN, J.A. Caracterização molecular de acessos de

arroz-vermelho utilizando a técnica RAPD. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 24., São Pedro, SP. Boletim Informativo, Ciência das Plantas Daninhas, Suplemento. Londrina, PR: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 2004. v. 10, p. 223-224.

FREITAS, P.D. Estudos de diversidade genética em camarões utilizando marcadores moleculares. Manual Prático. Marcadores de RAPD. v.1, p.1-37. São Carlos, São Paulo, 2005. Disponível em http: //www.shrimp.ufscar.br. Acesso em 17/05/2007.

INNIS, M.A.; GELFAND, D.H. Optimization of PCRs. in: PCR Protocols (Innis, Gelfand, Sninsky and white, eds.) Academic Press: New York. p.3-12, 1990.

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KOVÁROVÁ, M.; DRÁBER, P. New specificity and yield enhancer of polymerase chain reactions. Nucleic Acids Research, v.28, n.13, e70, 3p, 2000.

LEBARON, H.M.; GRESSEL, J. Herbicide resistance in plants. New York: Wiley-Interscience Publications, 401p., 1982.

NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; RAMPELOTTI, F.T. Fimbristylis miliacea (L.) Vahl resistente a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., Gramado. Resumos... Londrina: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 2000. p.199.

RAMPELOTTI, F.T.; FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A.; NOLDIN, J.A. Coleta e extração de DNA de plantas de Sagittaria montevidensis suscetível e resistente aos herbicidas inibidores de ALS In: SIMPOSIO DE RECURSOS GENETICOS PARA AMERICA LATINA Y EL CARIBE, 5., Montevidéo, Uruguai. Resúmenes... Montevidéo, Uruguai: Inst. Nac. Invest. Agropec. (INIA) / Fac. Agronomía, Univ. República / Comité Nac. Recurs. Fitogen., 2005. p.81 [Resumo 221].

TCACENCO, F.A.; PAULI, K.S.; NICOLETTI, M.E.; RAMPELOTTI, F.T.; FERREIRA, A.; LICHTEMBERG, L.A. Diversidade genética de germoplasma de Musa da Epagri usando marcadores RAPD In: REUNIÃO INTERNACIONAL ACORBAT, 17., Joinville, Santa Catarina. Brasil. Bananicultura: um negócio sustentável. Anais... Itajaí, Santa Catarina: ACORBAT/ACAFRUTA, 2006. v.2., p.464-467.

Agradecimentos: ao Dr. José A. Noldin (Epagri, Itajaí), pelo apoio à execução do trabalho.

1500 pb

600 pb

0% 2,5% 5% 7,5% 10% B M

2072 pb

25 ng 50 ng 75 ng 100 ng 125 ng M

600 pb

Figura 1: Produtos de RAPD-PCR derivados de reações com diferentes concentrações de DNA. Os fragmentos foram submetidos à corrida eletroforética em géis de agarose 1,5% por 150 min e corados com SYBR® Safe (Invitrogen). M = marcador de peso molecular de 100 pb.

Figura 2: Produtos de RAPD-PCR derivados de reações com diferentes concentrações de DMSO. Os fragmentos foram submetidos a corrida eletroforética em gel de agarose 1,5% por 150 min e corados com SYBR® Safe (Invitrogen). B = branco; M = marcador de peso molecular de 100 pb.

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SELEÇÃO DE INICIADORES PARA ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE Fimbristylis miliacea UTILIZANDO A TÉCNICA RAPD

Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati(1), Marina Juliana Batista(1), Maycon Eduardo Nicoletti(2), José Alberto Noldin(3), Fernando Adami Tcacenco(4). 1Graduandas em Ciências Biológicas, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Rua Uruguai, 458, CEP 88302-202, Itajaí, SC; Bolsistas de Pesquisa do Artigo 170/UNIVALI/Governo de Santa Catarina. Email: [email protected]. 2Biólogo, Bacharel, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí. 3Eng. Agr., Ph. D., Epagri – Estação Experimental de Itajaí. 4Eng. Agr., Ph. D., Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

A orizicultura é uma atividade de grande importância nos países em desenvolvimento, tanto pelo seu valor econômico quanto pela contribuição na dieta alimentar. O aumento da demanda, não compatível com a produção, intensifica a busca por métodos que aumentem a produtividade. As plantas daninhas, em áreas de plantio, afetam diretamente a produtividade, reduzindo-a, devido à competição por água, luz e nutrientes. Echinochloa spp, arroz-vermelho (Oryza sativa L.), Sagittaria montevidensis, Cyperus difformis e Fimbristylis miliacea estão entre as espécies invasoras que ocorrem com maior freqüência nos arrozais de Santa Catarina.

O manejo das plantas daninhas visa a eliminar a população de invasoras, diminuindo assim as perdas de produção, e o controle químico com herbicidas tornou-se o método mais utilizado devido à praticidade e eficiência. No entanto, o uso intensivo de herbicidas com o mesmo modo de ação pode levar à seleção de indivíduos resistentes, que em uma próxima safra podem se multiplicar e infestar as áreas de cultivo. Noldin et al. (1999, 2002 a,b) relataram a ocorrência, em Santa Catarina, de ecótipos de S. montevidensis, C. difformis e F. miliacea resistentes a herbicidas.

A busca por ferramentas que proporcionem avanços no conhecimento sobre os mecanismos de resistência das plantas daninhas é de suma importância para o manejo adequado das populações resistentes. Neste sentido, destaca-se a busca por marcadores genéticos ligados a resistência ou suscetibilidade de ecótipos a um determinado herbicida. O uso de marcadores moleculares é útil para a realização de levantamentos e avaliação de medidas de controle, por meio da ocorrência de determinados marcadores em indivíduos de populações resistentes.

A técnica RAPD-PCR consiste na amplificação de fragmentos de DNA, utilizando iniciadores aleatórios. Lacerda e colaboradores (2002) elucidam que a técnica de RAPD-PCR é indicada para estudos com espécies desconhecidas geneticamente, pois utiliza iniciadores pequenos e aleatórios, sendo uma técnica com grande potencial para detectar polimorfismo genético. Além disso, é de baixo custo, e permite a obtenção rápida de resultados. Esta técnica tem se mostrado eficiente na caracterização de diversas espécies, das quais podemos citar Pennisetum purpureum (Daher et al., 2002), Oryza sativa (Ferreira et al., 2004), Eucalyptus sp. (Ferreira et. al., 2005) e Musa sp. (Tcacenco et al., 2006).

Para a adequação do protocolo de RAPD, viabilizando ao estudo genético de Fimbristylis miliacea, são necessários testes de amplificação com iniciadores aleatórios, na busca daqueles iniciadores que sejam capazes de gerar um nível satisfatório de polimorfismo. O objetivo deste trabalho foi definir iniciadores aplicáveis no estudo de diversidade genética de F. miliacea, através da técnica RAPD-PCR.

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Estação Experimental de Itajaí (EEI). Folhas jovens de F. miliacea foram coletadas, desinfestadas superficialmente, e processadas em microtubos de 1,5 mL com N líquido para a extração de DNA. O protocolo utilizado para extração de DNA foi baseado em Doyle e Doyle (1990), seguindo testes de protocolos para RAPD-PCR.

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As reações de PCR contiveram aproximadamente 25 ng de DNA e PCR-MIX constituído de 2 µL de dNTP (10 mM), 1 U de Taq DNA polimerase recombinante, 2,5 µL de PCR buffer (10X), 2,5 µL de MgCl2 (50 mM), 5% DMSO, água ultra pura autoclavada, e 5 µL de iniciadores, totalizando um volume final de 25 µL. Foram utilizados cinco iniciadores aleatórios, OP R1, OP R2, OP R7, OP F4 e OP F7, e amostras de DNA de três indivíduos de F. miliacea, escolhidos aleatoriamente.

As amplificações foram realizadas em termociclador PTC-100TM (M.J. Research, Inc.), nas seguintes condições: desnaturação inicial de 1 min a 94 ºC; 40 ciclos de 1 min a 92 ºC, 1 min a 35 ºC e 2 min a 72 ºC; e extensão final de 5 min a 72 ºC. Os fragmentos obtidos foram submetidos a corrida eletroforética em gel de agarose a 1,5% em tampão TBE pH 8,4 (Tris 89 mM; ácido bórico 88,9 mM; Na2EDTA 2 mM), sob voltagem constante de 70 V durante aproximadamente 150 minutos. O gel foi corado com SYBR® Safe (Invitrogen) e visualizado sob luz ultravioleta.

Observou-se repetibilidade dos resultados entre os indivíduos (Figura 1). Foram observados 29 fragmentos, variando entre aproximadamente 250 pb e 1.800 pb. Houve polimorfismo entre os iniciadores testados, porém não houve diferença genética entre os indivíduos. O iniciador OP R2 foi o mais polimórfico, apresentando 14 fragmentos, variando entre 500 pb a 1500 pb; o iniciador OP R7 apresentou 13 fragmentos, OP F7, nove fragmentos e OP R1, seis fragmentos. O iniciador OP F4 não apresentou boa visualização dos fragmentos amplificados em nenhum dos indivíduos, sendo necessárias otimizações no protocolo de RAPD para este iniciador.

Pela alta amplificabilidade, os iniciadores testados podem ser utilizados em pesquisas futuras visando ao estudo populacional de F. miliacea, para a caracterização molecular da espécie, buscando marcadores moleculares associados à resistência a herbicidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAHER R.F.; PEREIRA, M.G.; PEREIRA, A.V.; AMARAL Jr., A.T. Genetic divergence

among elephantgrass cultivars assessed by RAPD markers in composit samples. Scientia Agricola, v.59, n. 4, p. 623-627, 2002.

DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus, v. 12, p.13-15. 1990.

FERREIRA, A.; PAULI, K.S.; TCACENCO, F.A. Estudos genéticos na conservação de germoplasma de Eucalyptus. In: SIMPOSIO DE RECURSOS GENETICOS PARA AMERICA LATINA Y EL CARIBE, 5., 2005, Montevidéo, Uruguai. Resúmenes... Montevidéo, Uruguai: Inst. Nac. Invest. Agropec. (INIA) / Fac. Agronomía, Univ. República / Comité Nac. Recurs. Fitogen., 2005. p. 55.

FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A.; NOLDIN, J.A. Caracterização molecular de acessos de arroz-vermelho utilizando a técnica RAPD. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 24., 2004, São Pedro, SP. Anais... Londrina, PR: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 2004.

LACERDA D.R.; ACEDO D.P.M.; FILHO J.P.L.; LOVATO, M.B. A técnica de RAPD: uma ferramenta molecular em estudos de conservação de plantas. Lundiana, v. 3, n. 2, p. 87-92, 2002.

NOLDIN, J.A.; EBEHERDT, D.S.; KNOBLAUCH, R. Resistência à herbicidas em Sagittaria montevidensis: primeiras evidências. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1., 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa, 1999. p. 566-567.

NOLDIN, J.A.; EBEHERDT, D.S.; RAMPELOTTI, F.T. Cyperus difformis L. resistente a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Anais... Londrina: SBCPD, 2002a. p. 198.

NOLDIN, J.A.; EBEHERDT, D.S.; RAMPELOTTI, F.T. Fimbristylis miliacea (L.) Vahl resistente a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO

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BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Anais... Londrina: SBCPD, 2002b. p. 199.

TCACENCO, F.A.; PAULI, K.S.; NICOLETTI, M.E.; RAMPELOTTI, F.T.; FERREIRA, A.; LICHTEMBERG, L.A. Diversidade genética de germoplasma de Musa da Epagri usando marcadores RAPD. In: REUNIÃO INTERNACIONAL ACORBAT, 17., 2006, Joinville, Santa Catarina. Brasil. Bananicultura: um negócio sustentável. Anais... Itajaí, Santa Catarina: ACORBAT/ACAFRUTA, 2006. v.2., p.464-467.

Figura 1. Produtos de amplificação de DNA de F. miliacea por RAPD-PCR com diferentes iniciadores. As corridas eletroforéticas foram realizadas em géis de agarose 1,5%, por 150 minutos, corados com SYBR® Safe. F4, F7, R1, R2, R7 = iniciadores. i = indivíduo. M = marcador molecular de 100 pb (Invitrogen®).

F4 F4 F7 F7 R1 R1 R2 R2 R7 R7 F4 F4 F7 F7 R1 R1 R2 R2 R7 R7 F4 F4 F7 F7 R1 R1 R2 R2 R7 R7 M

i-1 i-2 i-3

2072 pb

200 pb

600 pb

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APERFEIÇOAMENTO DE TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE DNA DE Cyperus difformis

Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati(1), Marina Juliana Batista(1), Maycon Eduardo Nicoletti(2), Fernando Adami Tcacenco(3). 1UNIVALI, Curso de Ciências Biológicas, Rua Uruguai, 458, CEP 88302-202, Itajaí, SC; Bolsistas de Pesquisa do Artigo 170/UNIVALI/Governo de Santa Catarina. Email: [email protected]. 2Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí, Bolsista do CNPq. 3Eng. Agr., Ph. D., Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

Cyperus difformis, pertencente à família Cyperacea, é uma planta daninha da orizicultura, infestando áreas de cultivo de arroz irrigado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Segundo Noldin et al (1999), a infestação com esta espécie se intensificou a partir de 1990 devido ao surgimento de populações resistentes a herbicidas inibidores da enzima acetolactatosintase (ALS). Trabalhos de caracterização molecular de plantas daninhas têm se destacado pela possibilidade de auxiliar na identificação dos ecótipos resistentes e de fornecer um panorama geral sobre a similaridade genética entre os diversos ecótipos. Rampelotti et al. (2005), utilizando a técnica RAPD, observaram uma tendência de diferenciação entre populações resistentes de Sagittaria montevidensis. Trabalhando com arroz-vermelho, Ferreira et al. (2005) aplicaram a mesma técnica em 16 ecótipos de diversas origens, separando-os em seis grupos distintos. Para Cyperus difformis existe escassez de informações acerca de sua variabilidade genética ao nível de DNA. Desta maneira, faz-se necessária a otimização de metodologias para a extração de DNA, que é um dos requisitos para a avaliação molecular de espécies vegetais. O presente trabalho teve como objetivo determinar o melhor método de extração e purificação de DNA de C. difformis.

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Estação Experimental de Itajaí (Epagri). Folhas jovens de vários ecótipos crescidos em casa de vegetação foram coletadas, submetidas à assepsia com detergente e lavagem com água destilada; em seguida, 150 mg de folhas foram armazenadas a -20 ºC em microtubos de 1,5 mL. Foram testados quatro protocolos de extração de DNA vegetal, com seis subamostras para cada protocolo, sendo que o primeiro passo em todos eles foi a maceração do material vegetal com N líquido. A seguir, são relatados os demais passos de cada protocolo. (1) Baseado em Doyle & Doyle (1990) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (2% CTAB; 1,4 M de NaCl; 20 mM EDTA; 100 mM Tris-HCl pH 8,0), seguido de incubação a 60 ºC por 30 min. Posteriormente, foi adicionado 1 volume de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1), sendo as amostras homogeneizadas em vórtex, e centrifugadas por 10 min a uma força centrífuga relativa (RCF) de 15.560 x g (equivalentes a 11.000 rpm no rotor F 40-6-38, centrífuga Eppendorf 5804R). O sobrenadante foi transferido para novo tubo com 2 volumes de isopropanol absoluto gelado e, após centrifugação por 10 min a 15.560 x g, o precipitado contendo os ácidos nucléicos foi lavado com etanol 70% e seco em câmara de fluxo laminar. (2) Baseado em Saghai-Maroof et al. (1984) – foram adicionados 500 µL de CTAB 2%, feita incubação por 30 min a 60 ºC, e acrescentado 1 volume de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1). As amostras foram agitadas por inversão durante 15 min e, após, centrifugadas por 7 min a 15.560 x g, sendo o sobrenadante transferido para novos tubos contendo 0,8 volume de isopropanol absoluto gelado. Posteriormente, centrifugou-se por 7 min a 15.560 x g, e o precipitado contendo os ácidos nucléicos foi processado como no método anterior. (3) Baseado em Ferreira et al. (2004) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (0,5% SDS; 250 mM NaCl; 25 mM EDTA; 200 mM Tris-HCl pH 8,0;) e feita nova maceração. Após, foram adicionados 800 µL de clorofórmio:álcool isoamil (24:1), feita emulsão manual, e centrifugaçãopor 7 min a 15.560 x g. A fase superior foi pipetada para

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um tubo limpo, onde foram adicionados 800 µL de isopropanol absoluto, o que foi seguido por agitação suave por 2 min a temperatura ambiente e posterior centrifugação por 7 min a 15.560 x g. O precipitado resultante foi tratado como anteriormente. (4) Baseado em Scott (1993) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (250 mM NaCl; 100 mM EDTA; 100 mM Tris-HCl, pH 8,0) e 750 µL de SDS 10%, o que foi seguido de incubação a 60 ºC por 30 min. Posteriormente, adicionou-se 400 µL de acetato de potássio e incubou-se a –20 ºC por 10 min. Centrifugou-se por 15 min, o sobrenadante foi transferido para novo tubo, acrescido de 800 µL de isopropanol absoluto e incubado a –20 ºC por 10 min. Após essa incubação, realizou-se uma centrifugação a 15.560 x g por 5 min, e o precipitado resultante foi tratado como anteriormente.

Os precipitados obtidos em todos os protocolos, após secos, foram resuspendidos em 40 µL do tampão TE pH 8,0 e mantidos a –20 ºC até o momento da quantificação de DNA, que foi feita através de corrida eletroforética em gel de agarose 0,8% corado com SYBR® Safe (Invitrogen) por 90 min a 70 V. Os fragmentos de λ DNA/Hind III foram utilizados como marcadores. Foi também feito a quantificação de DNA com o agente intercalante bisbenzimida (corante Hoechst 33258), que se liga a DNA fita-dupla.

Os protocolos 1 e 3 foram eficientes, uma vez que possibilitaram a obtenção de DNA de boa qualidade (Figura 1) e em concentração suficiente para futuros trabalhos (média de 19,67 ng µL-1 e 19,58 ng µL-1, respectivamente). No entanto, estes protocolos também apresentaram altas concentrações de ácidos nucléicos de baixo peso molecular, provavelmente correspondendo a DNA degradado ou a RNA; posterior tratamento com RNase A resultou na eliminação desses ácidos nucléicos (dados não mostrados), indicando que os mesmos se tratavam de RNA. Já os protocolos 2 e 4 não foram eficientes, pois não permitiram a obtenção de DNA quantificável; o protocolo 4 apresentou ácidos nucléicos de baixo peso molecular, os quais foram eficientemente eliminados com tratamento com RNase A.

Desta maneira, tanto o protocolo 1 quanto o protocolo 3 podem ser utilizados na obtenção de DNA de Cyperus difformis, pois apresentam resultados satisfatórios, não utilizam fenol em nenhuma de suas etapas, e ainda são de rápida execução. O protocolo Doyle & Doyle (1990) tem sido eficiente na extração de DNA de outra planta daninha da orizicultura, a Sagittaria montevidensis (Tcacenco e Ferreira, 2005), como também na extração de DNA de banana (Pauli et al., 2006) e Tibraca limbativentris (Rampeloti et al., 2005).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DOYLE, J.J.; DOYLE, J.L. Isolation of plant DNA from fresh tissue. Focus, v.12, p.13-15.

1990. FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A.; NOLDIN, J.A. Caracterização molecular de acessos de

arroz-vermelho utilizando a técnica RAPD. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 24., 2004, São Pedro, SP. Anais... Londrina, PR: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 2004, 1 CD (Trabalho 415). ISBN 85-98410-01-2

NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; KNOBLAUCH, R. Resistência de Sagittaria montevidensis a herbicidas: primeiras evidências. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1., 1999. Pelotas, RS. Anais... Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999, p.566-569.

PAULI, K.S.; BORN, F.; NICOLETTI, M.E.; FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A. Otimização de protocolos de extração de DNA de bananeira para estudos de diversidade genética de bancos de germoplasma In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 58., 2006, Florianópolis, SC. Anais eletrônicos... São Paulo: SBPC/UFSC, 2006. Disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra.

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RAMPELOTTI, F.T.; FERREIRA, A.; TCACENCO, F.A.; NOLDIN, J.A. Coleta e extração de DNA de plantas de Sagittaria montevidensis suscetível e resistente aos herbicidas inibidores de ALS In: SIMPOSIO DE RECURSOS GENETICOS PARA AMERICA LATINA Y EL CARIBE, 5., 2005, Montevidéo, Uruguai. Resúmenes... Montevidéo, Uruguai: Inst. Nac. Invest. Agropec. (INIA) / Fac. Agronomía, Univ. República / Comité Nac. Recurs. Fitogen., 2005. p.81 [Resumo 221].

RAMPELOTTI, F.T.; NICOLETTI, M.E.; TCACENCO, F.A.; FERREIRA, A. Análise genética de populações de Sagittaria montevidensis resistentes a herbicidas inibidores da ALS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA, 52., 2006, Foz do Iguaçu, PR. Resumos... Ribeirão Preto, SP: Sociedade Brasileira de Genética, 2006. p.1029.

RAMPELOTTI, F.T.; TCACENCO, F.A.; FERREIRA, A.; PRANDO, H.F.; GRÜTZMACHER, A.D.; MARTINS, J.F. da S. Condições ótimas para extração de DNA de Tibraca limbativentris, Stal, 1860 (Hemiptera: Pentatomídea). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26., 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, 2005. v.2, p.46-48.

SAGHAI-MAROOF, M.A.; SOLIMAN, K.M.; JORGENSEN, R.A.; ALLARD, R.W. Ribosomal DNA spacer-length polymorphisms in barley: Mendelian inheritance, chromosomal location and population dynamics. Proceedings of the National Academy of Science of the USA, v.81, p.8014-8018, 1984.

SCOTT, R.P.; ZEIGLER, R.S.; NELSON, R.J. A procedure for mini-scale preparation of Pyricularia grisea DNA. International Rice Research Notes, v.18, n.1, p.47-48, 1993.

TCACENCO, F. A.; FERREIRA, A. Procedimento em mini-escala para obtenção de DNA de Sagittaria montevidensis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26., 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, 2005. v.2, p.257-259.

Figura 1. Resultados de extração de DNA utilizando o protocolo 1 (Doyle & Doyle, 1990): linhas 1 a 6; protocolo 2 (Saghai-Maroof, 1984): linhas 7 a 12; protocolo 3 (Ferreira): linhas 13 a 18; protocolo 4 (Scott): linhas 19 a 23; M = fragmentos de λ DNA/Hind III Invitrogen®, submetidos à corrida eletroforética em gel de agarose 0,8% por 90 min e corados com SYBR® Safe (Invitrogen). Agradecimentos: ao Dr. José A. Noldin, pelo apoio à execução do trabalho.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 M

13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 M

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VARIABILIDADE PARA RESISTÊNCIA VERTICAL A BRUSONE EM ACESSOS DE ARROZ IRRIGADO

Juliana Vieira1, Cristiane Maria da Silva2, Gustavo Emygdio Halfen3. 1Convênio Fundagro/Acapsa/Epagri, 2Fundagro, 3Bolsista CNPq. Epagri - Estação Experimental de Itajaí, C.P.277, CEP 88301-970, Itajaí, SC. E-mail: [email protected]

A brusone, causada pelo fungo Pyricularia grisea, é a principal doença na cultura

do arroz irrigado. É considerada uma doença efêmera pela habilidade do patógeno em desenvolver novas raças ou biótipos cada vez que é desafiado com novo (s) gene (s) de resistência na cultura. A estratégia mais eficaz e econômica de controle é o uso de cultivares resistentes, porém, nem sempre a solução é tão simples.

As cultivares de arroz podem apresentar resistência vertical ou horizontal. A resistência vertical é controlada por poucos genes e avaliada através de métodos simples facilitando a combinação e transferência de genes para cultivares elite. O fato de ser controlada por poucos genes, faz com que a resistência das cultivares não seja muito duradoura. Já a resistência horizontal é controlada por muitos genes sendo que dificilmente é quebrada pelo patógeno. No entanto, exige cruzamentos complexos e a seleção dentro das populações é muito difícil, principalmente por ser influenciada pelo ambiente, tornando a eficiência da mesma muito baixa. Isso faz com que a resistência vertical seja mais utilizada em programas de melhoramento genético de arroz e a fonte destes genes geralmente são os bancos de germoplasma.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética para resistência vertical a brusone no banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri.

O trabalho foi desenvolvido na Epagri – Estação Experimental de Itajaí na safra 2006/2007. Foram avaliados 168 acessos através do método “Cama de OU modificada” (VIEIRA; ISHIY, 2003). O experimento foi conduzido em casa de vegetação e os acessos foram semeados em caixas de madeira com solo, sendo dez acessos por caixa junto com duas testemunhas (resistente = Oryzica Llianos 5; suscetível = Fanny). A adubação foi feita em cobertura com esterco de aves curtido e seco na quantidade de 1 L/caixa. A inoculação foi feita em plântulas de até 4 folhas, com cada raça isoladamente, na concentração de 3x 104 conídios/mL. As raças utilizadas neste trabalho foram IB-45, II-1, IG-2 e IB-41. A avaliação foi feita 30 dias após a semeadura com a escala de 0 a 9 (0-3 = resistente [R]; 4-6 = médio-resistente [MR], e 7-9 = suscetível [S]).

A reação dos acessos de arroz irrigado a diferentes raças de Pyricularia grisea, são apresentados na Tabela 1.

Nos últimos três anos, o programa de melhoramento tem utilizado como fonte de resistência vertical a brusone, em hibridação controlada, os acessos Oryzica Llianos 5, Fedearroz 50, Cica 8 e Epagri 106. Todos esses acessos foram resistentes a todas as raças estudas.

Os acessos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10 (cultivares desenvolvidas pela Epagri) não mostraram variabilidade, tendo a mesma reação para todas as raças. Os acessos 1, 2, 3, 4, 6 e 10 foram resistentes a todas as raças; e os acessos 8 e 9 foram suscetíveis. Já os acessos 5, 11, 12 e 128, também cultivares da Epagri, tiveram reações variadas entre as raças de P. grisea. As linhagens da Epagri, identificadas pela sigla SC seguida de três números, possuem grande variabilidade genética para resistência vertical a brusone. Destaque deve ser dado as linhagens SC 213, SC 488, SC 460, SC 461 e SC 105, que foram resistentes a todas as raças.

Pode-se concluir que o banco de germoplasma de arroz irrigado da Epagri possui ampla diversidade para resistência vertical a brusone, sendo ferramenta útil para o melhoramento genético, sugerindo que se possa lograr êxitos em trabalhos com hibridação controlada e piramidamento de genes de resistência. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: VIEIRA, J.; ISHIY, T. Novo método de avaliação da resistência varietal à pyricularia grisea. Congresso de arroz irrigado, 3, Reunião da cultura do arroz irrigado, 25.; 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí: Epagri, 2003, p. 318-319.

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Tabela 1. Avaliação de 168 acessos de arroz irrigado quanto a resistência vertical a brusone com quatro raças de Pyricularia grisea prevalentes no Estado de Santa Catarina. Epagri-EEI, SC, 2007.

Raças

BAG IB-45 II-1

IG-2

IB-41

1 Empasc 100 R R R S

2 Empasc 101 R R R R

3 Empasc 102 R R R R

4 Empasc 104 R R R R

5 Empasc 105 S MR S S

6 Epagri 106 R R R R

7 Epagri 107 S S S S

8 Epagri 108 S S S S

9 Epagri 109 S S S S

10 SCS BRS 111 R R R R

11 SCS 112 S MR MR S

12 SCSBRS Tio Taka S MR MR S

13 Labelle R R R R

14 Dawn R R R R

15 Fanny MR S S S

16 Cica 8 R R R R

17 Cica 9 R R R R

18 Multiespigueta R R R S

19 Passarinho R R R R

20 Fedearroz 50 R R R R

21 NP 125 S S S S

22 Raminad MR R R R

23 Orizica Llianos 5 R R R R

24 RCN-B-93-176 R R R R

25 RCN-B-93-193 R R R R

26 Arroz Preto - S S S

27 Fortuna - 1 S S S S

28 Yerua PA R R R MR

29 Yerua 11 MR R R R

30 Sheathblight R R R R

31 Linea 2 mejorada MR R R R

32 Selecta mejorada S S S S

33 CIAT 134 R R R R

34 CIAT 43 R R R R

35 Kaybonnet R R R R

36 Tebonnet S MR S S

37 P899 R R R MR

38 PR 134 R R R R

39 PR 142 R R R R

40 PR 122 R R R R

Raças

BAG IB-45 II-1

IG-2

IB-41

41 PR 315 S R R S

42 PR 206 R R R R

43 PR 320 MR R R R

44 Roxo MR S S S

45 Awini S S MR R

46 AS 3510 R S R S

47 PCW 16 S R R R

48 Lacassine S R R R

49 Cypress R S MR S

50 João Grandão S R R MR

51 CNA 7830 - R R S

52 IR 841 - R R S

53 Earl - R R S

54 Taim - R R R

55 Arrank - R R MR

56 BRS Firmeza - MR R R

57 Bojuru - R R R

58 BRS Pelota - R R R

59 Irga 408 - R R R

60 Irga 416 R R - R

61 Irga 417 R R - R

62 Irga 418 R R - R

63 Irga 419 R S - S

64 Irga 422 CL MR R - R

65 VF 99134 R R - R

66 IAC 25 R S - S

67 IAC 101 R R - MR

68 IAC 47 R MR - S

69 IAC 435 S R - R

70 IAC 4440 S R - R

71 Akitakomachi R R - R

72 Wells R R - R

73 CR 4102 R R - MR

74 Metica 1 R MR - S

75 Mochigome R R - R

76 Bluebelle R MR - R

77 Brazos R S - S

78 Dular R R - R

79 Kanto R R - R

80 BR-Irga 409 R R R R

Continua ...

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... continuação: Raças

BAG IB-45 II-1

IG-2

IB-41

81 BR-Irga 410 R R R R

82 BR-Irga 414 MR R R R

83 BR-Irga 415 R R R R

84 EEA 406 R S MR S

85 Batatais S R R S

86 Batatais longo MR R R S

87 Pratão precoce R R R S

88 XP2101-PRJ R R R R

89 WC 277 R R R R

90 WC 299 R R R R

91 WC 168 R R R R

92 WC 54 R R R R

93 WC 47 MR R R R

94 CNA 7593 - S S S

95 Caloro S S S S

96 EEI-2 S R R R

97 EEI-9 R R R R

98 EEI-10 R R R R

99 EEI-20 R R R R

100 EEI-23 R R R R

101 EEI-29 R R R R

102 Bico Torto - S MR S

103 Qualitá S S S S

104 Newrex MR R R R

105 Diwani MR R R R

106 Zenith S R R S

107 Isolinea 1 MR R R MR

108 Isolinea 8 MR S S S

109 Isolinea 10 MR R R R

110 Isolinea 21 S S S S

111 BRA 031013 R R R R

112 BRA 031007 R R R MR

113 BRA 031112 R R R R

114 BRA 031024 R R R R

115 BRA 031117 R R R R

116 BRA 031151 R R R R

117 Lan R R R R

118 Roma R R R R

119 Ta Poo Cho R R R R

120 CNA 7559 R R R R

121 CNA 8513 R R R R

122 P 75-1 R R R R

123 EEI 3406 MR R R R

124 EEI 3407 S S S S

Raças

BAG IB-45 II-1

IG-2

IB-41

125 EEI 3414 MR R R MR

126 SC 461 - R R R

127 SC 105 - R R R

128 SCS 114 Andosan MR S S S

129 IR 665 R R R R

130 E Che Goo MR R R R

131 Chong Kuc Tae Pyang MR R R S

132 Avaxi S S MR S

133 Tuno CL MR R R R

134 Tiba MR - R R

135 Sabbore R R R R

136 SCSBRS Piracema S S S S

137 SC 213 R R R R

138 SC 319 R S S S

139 SC 276 MR S S S

140 SC 299 S S S MR

141 SC 333 S MR S S

142 SC 339 S S S S

143 SC 474 S S S S

144 SC 472 S S S S

145 SC 342 S R MR R

146 SC 341 S S S S

147 SC 355 S MR MR S

148 SC 354 S MR S MR

149 SC 370 S MR S MR

150 SC 421 S MR MR R

151 SC 425 S R MR MR

152 SC 434 S MR R R

153 SC 386 S MR S S

154 SC 389 S MR MR R

155 SC 433 S MR S S

156 SC 442 S R S MR

157 SC 440 S MR S S

158 SC 385 R MR S S

159 SC 450 S MR S R

160 SC 457 S MR S S

161 SC 471 S S MR S

162 SC 488 R R R R

163 SC 491 S R S S

164 SC 237 S S S S

165 SC 238 S S S S

166 SCS Pantaneira R R R R

167 L. 230 R R R MR

168 SC 460 - R R R

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE ARROZ SOB EFEITO DO ÁCIDO PROPIÔNICO

Mauricio Marini Kopp1, Viviane Kopp da Luz1, Jefferson Luis Meirelles Coimbra2, Juliana Castelo Branco1, Adriana Pires Soares Bresolin1, Rogério Oliveira de Sousa3, Fernando Irajá Félix de Carvalho1, Antonio Costa de Oliveira1. 1 Centro de Genômica e Fitomelhoramento, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, cep: 96010-900, [email protected] . 2 Depto. de Fitotecnia, Universidade do Estado de Santa Catarina. 3 Depto. De Solos, Universidade Federal de Pelotas.

A condição anaeróbia formada no cultivo do arroz irrigado em virtude da presença de lâmina de água sobre o solo favorece a atividade de microrganismos que em presença de matéria orgânica promovem sua fermentação formando produtos intermediários fitotóxicos. Entre estes produtos, destacam-se os ácidos orgânicos alifáticos de baixo peso molecular, como o acético, o propiônico e o butírico, que ocorrem em geral na faixa de concentração de 0,1 a 14 mM e relação de 6:3:1 respectivamente (Bohnen et al., 2005). O ácido propiônico, apesar de apresentar níveis intermediários tanto de fitotoxicidade quanto de concentração na solução do solo, causa danos ao estabelecimento inicial de plântulas implicando em menor desempenho final na produtividade da lavoura de arroz (Rao e Mikkelsen, 1977). Os sistemas de semeadura direta e cultivo mínimo de arroz irrigado prevêem a manutenção de resíduos vegetais sob a superfície do solo, causando maior produção de ácidos orgânicos. A fitotoxidez por ácidos orgânicos manifesta-se, nas fases iniciais de desenvolvimento das plantas, diminuindo a germinação, o crescimento radicular, peso e altura de plântulas e em casos de toxidez mais severa, os prejuízos ao crescimento das plantas podem se refletir em outras fases, ocorrendo menor afilhamento, menor absorção de nutrientes e menor rendimento de grãos (Camargo et al., 2001). Assim, a identificação de genótipos tolerantes se torna importante para estudos de variabilidade genética, função, regulação e ação gênica, devido às novas tecnologias, além de serem utilizados na incorporação de genes em cultivares superiores por métodos de recombinação ou transformação. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o crescimento de raízes de plântulas de arroz submetidas à ação fitotóxica do ácido propiônico e identificar variabilidade genética para o caráter tolerância ao ácido.

Foram utilizados 25 genótipos de arroz do grupo indica e japonico e dos sistemas de cultivo irrigado e sequeiro (Tabela 1) os quais foram submetidos a 4 doses de ácido propiônico. O experimento foi conduzido em sistema hidropônico onde foram utilizados potes com capacidade de 5,5 L que permaneceram em tanque tipo “banho-maria” com temperatura de 25 + 1 ºC, aeração da solução nutritiva para suprimento de oxigênio, permitindo o desenvolvimento do sistema radicular e iluminação artificial controlada. Para constituição das parcelas experimentais, 160 sementes de cada cultivar foram postas para germinar a 25 + 1 ºC por 72 horas em papel germinador embebido em água, das quais foram selecionadas 120 com comprimento de raiz de 5 mm e uniformes para constituir o experimento. Os tratamentos foram constituídos por quatro concentrações de ácido propiônico: 0 (controle); 3; 6 e 9 mM, e o pH foi ajustado para 4,7 com HCl 1N ou NaOH 1N. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três repetições num esquema fatorial, sendo que a unidade experimental consistiu de dez sementes para cada repetição. As plântulas permaneceram sob efeito do ácido por 14 dias, e após foram avaliadas quanto ao crescimento de raízes, e os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão linear simples da variável mensurada.

Os resultados da análise de variância mostraram, pelo teste F, efeitos significativos, a 5 % de probabilidade de erro, para dose, genótipo e interação (dose x genótipo). Estes resultados permitem inferir que o comprimento do sistema de raízes (CR) é eficiente para diferenciar a resposta dos genótipos utilizados frente aos tratamentos com ácido propiônico. Estes resultados concordam com os obtidos por Rao e Mikkelsen (1977) em

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arroz, que constataram que o comprimento de raiz é a variável mais afetada pelas doses com ácidos orgânicos. Armstrong e Armstrong (2001) estudaram os sintomas fisiológicos relacionados à toxidez de ácidos orgânicos em arroz e relataram que eles causam degradação da parede celular, inibição das funções respiratórias e diminuição da divisão celular do sistema radicular que está em contato direto com o elemento tóxico, indicando assim, a razão principal para o menor crescimento da raiz. Desta forma, foram ajustadas equações de regressão linear simples para cada genótipo, tomando como variável dependente (y) comprimento de raiz (CR) (Tabela 1).

As doses utilizadas para constituir o experimento foram previamente selecionadas com base nos estudos de Rao e Mikkelsen (1977) e Sousa e Bortolon (2002) de modo que as reduções relativas da variável comprimento de raiz (CR) utilizado para ajuste das equações fossem em torno de 50% na dose mais elevada. No entanto, pode ser observado na Tabela 1, que os coeficientes de regressão (b) apresentaram valores com variação entre -0,64 a -1,12. Como ainda não existe na literatura a descrição de níveis de redução para considerar um genótipo tolerante, ou mesmo, não existem ainda descritos genótipos já classificados como tolerantes ou sensíveis para serem utilizados como testemunha, foi realizado um teste t do valor do coeficiente de regressão (b) de cada genótipo, onde, valores de coeficientes não significativos determinam genótipos tolerantes.

Pode-se constatar que os genótipos 4; 6; 16; 18; 20; e 24 foram os que apresentaram coeficientes de regressão não significativos para a variável CR quando submetidos aos níveis de ácido propiônico, totalizando 24% de genótipos tolerantes ao ácido dentro do conjunto de genótipos utilizados neste estudo. Associando os resultados dos genótipos tolerantes e sensíveis com as descrições dos genótipos utilizados no estudo pode ser constatado que quatro dos seis genótipos que apresentaram tolerância ao ácido propiônico pertencem ao grupo Japonica. Este fato pode ser explicado devido aos genótipos do grupo Japonica utilizados neste trabalho apresentarem uma maior rusticidade em relação aos genótipos do grupo Indica. Em geral os genótipos de maior rusticidade são tolerantes a muitos tipos de estresse bióticos e abióticos. Assim, os genótipos do grupo Japonica, podem ser utilizados pelos programas de melhoramento na forma de cruzamentos com cultivares de elevada produtividade e valor comercial. O cruzamento entre estes dois grupos geralmente acarreta em recombinações insatisfatórias ao ideótipo focado nos programas de melhoramento de arroz no Brasil, principalmente no que diz respeito à qualidade de grãos. De forma mais clara, plantas do grupo Japonica apresentam grãos curtos com baixos teores de amilose, tornando-os glutinosos durante o processo de cocção.

Outro fato que pode ser comprovado, é que apenas um genótipo tolerante, não pertence ao sistema de cultivo de irrigação por inundação. Provavelmente o processo de melhoramento de genótipos sob sistema de inundação propiciou um ambiente com maiores concentrações de ácidos orgânicos, e desta maneira, uma seleção indireta para o caráter pode ter sido decisiva para que um maior número de genótipos tolerantes fosse evidenciado dentro deste grupo de cultivares.

Uma população de mapeamento pode ser construída utilizando genótipos de elevada divergência para o caráter a ser estudado. Assim o cruzamento entre os genótipos 25 (BRS 7 – Taim) x 20 (Taipei) seria indicada para este propósito, pois, apesar do genótipo BRS 7 - Taim apresentar um crescimento médio de raízes superior (12,05 cm) na ausência do ácido (dose 0), o acréscimo na concentração do ácido ocasionou um maior efeito sob a plântula, diminuindo consideravelmente seu desenvolvimento de raiz quando comparado ao genótipo Taipei, que teve 11,07 cm de raiz na ausência do ácido (dose 0), mas um maior comprimento radicular na dose 9 mM em relação ao genótipo BRS 7 - Taim, inicialmente superior em crescimento de raiz. O mapeamento de regiões genômicas associadas ao caráter poderá contribuir para aumentar a eficiência na incorporação do caráter em cultivares brasileiras de alta produtividade.

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A utilização dos genótipos tolerantes ao efeito fitotóxico do ácido propiônico em programas de melhoramento poderá contribuir de maneira substancial no desenvolvimento de cultivares com maior germinação e melhor estabelecimento inicial de plântulas na lavoura de arroz irrigado sob semeadura direta ou cultivo mínimo. Isto reduziria significativamente os custos de produção e danos ambientais advindos do sistema de semeadura convencional de arroz, bem como aumentaria consideravelmente a produtividade final do cereal.

Tabela 1. Descrição e parâmetros das equações de regressão linear dos 25 genótipos de arroz estudados em solução nutritiva sob 4 concentrações do ácido propiônico para a variável comprimento de raiz (CR). Pelotas-RS, 2006.

Parâmetros de regressão N° Genótipo Grupo Sistema de Cultivo a b R2

1 Tokiwa Nishiki Japonica Sequeiro 12,18 -0,92 0,92 2 Supremo Indica Irrigado 12,14 -0,96 0,98 3 Gohykuman Goku Japonica Sequeiro 12,05 -0,91 0,88 4 Nippombari Japonica Irrigado 11,65 -0,85* 0,92 5 Texmont Indica Irrigado 12,10 -0,93 0,77 6 Toride 1 Japonica Irrigado 11,07 -0,64* 0,87 7 Firmeza Indica Irrigado 11,88 -0,92 0,83 8 Pelota Indica Irrigado 12,44 -0,96 0,78 9 Caloro Indica Sequeiro 12,02 -0,92 0,93 10 CICA 8 Indica Irrigado 11,21 -0,88 0,85 11 Daw Dam Japonica Irrigado 11,12 -0,86 0,82 12 Taquari Indica Irrigado 11,72 -0,88 0,94 13 Rusip Japonica Irrigado 11,27 -0,71 0,90 14 IAS 12-9 Formoza Indica Sequeiro 12,16 -0,94 0,82 15 Yamada Nishiki Japonica Sequeiro 11,94 -0,92 0,85 16 Delmont Indica Irrigado 10,97 -0,81* 0,80 17 IAC – 47 Indica Sequeiro 12,19 -1,00 0,79 18 Oryzica Indica Sequeiro 11,07 -0,83* 0,86 19 Diamante Japonica Sequeiro 11,47 -0,85 0,84 20 Taipei Japonica Irrigado 11,07 -0,64* 0,81 21 IPSL – 462 Indica Sequeiro 11,46 -0,85 0,77 22 Jaguarí Indica Sequeiro 11,24 -0,90 0,94 23 Bonança Indica Sequeiro 11,42 -0,93 0,97 24 Awini Japonica Irrigado 11,56 -0,86* 0,92 25 Taim Indica Irrigado 12,05 -1,12 0,76 * Não significativo pelo teste t ao nível de 5% de probabilidade de erro para o modelo de regressão linear simples. Referências Bibliográficas

ARMSTRONG, J.; ARMSTRONG, W. Rice and Phragmites: effects of organic acids on growth, root permeability, and radial oxygen loss to the rhizosphere. American Journal of Botany, v.88, n.8, p.1359-1370, 2001.

BOHNEN, H.; SILVA, L.S.; MACEDO, V.R.M.; MARCOLIN, E. Ácidos orgânicos na solução de um gleissolo sob diferentes sistemas de cultivo com arroz irrigado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.29, n.3, p.475-480, 2005.

CAMARGO, F.A.; ZONTA, E.; SANTOS, G. de A.; ROSSIELO, R.O.P. Aspectos fisiológicos e caracterização de toxidez a ácidos orgânicos voláteis em plantas. Ciência Rural, v. 31, n.3, p.523-529, 2001.

RAO, D.N.; MIKKELSEN, D.S. Effect of acetic, propionic, and butyric acids on rice seedlings growth. and nutrition. Plant and Soil, v.47, n.2, p.323-334, 1977.

SOUSA, R.O.; BORTOLON, L. Crescimento radicular e da parte aérea do arroz (Oryza sativa L.) e absorção de nutrientes em solução nutritiva com diferentes concentrações de ácido acético. Revista Brasileira de Agrociência, v.8, n.3, p.231-235, 2002.

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ANÁLISE DA EXPRESSÂO DOS GENES NRAMP EM ARROZ: REGULAÇÃO POR METAIS DIVALENTES.

Marta Gomes Spohr

(1), Ricardo José Stein

(1), Liana Appel Boufleur

(2), Johnny Ferraz

Dias(2)

& Janette Palma Fett (1)

. ¹ Laboratório de Fisiologia Vegetal – Centro de Biotecnologia

2 Laboratório de Implantação Iônica – Instituto de Física - Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500 Prédio 43423b sala 205, Porto Alegre – RS. [email protected]

Palavras-chave: metais, NRAMP, arroz

Os metais divalentes são essenciais para o desenvolvimento e crescimento das

plantas. Dentre eles, o ferro é constituinte de citocromos e ferro-proteínas não-heme

envolvidas na fotossíntese, o zinco constituinte de enzimas como álcool desidrogenase, e

anidrase carbônica. Já o manganês é requerido para a atividade de algumas enzimas como

desidrogenases, quinases, além de ser constituinte da molécula de clorofila. A deficiência

de um nutriente essencial leva a um distúrbio nutricional, manifestado por sintomas

característicos (Taiz & Zeiger, 2004). Esse suprimento inadequado do nutriente pode levar

a alterações no padrão de expressão de genes e, em especial, de transportadores de

metais (Wintz et al, 2003). Os transportadores de metais NRAMP (Natural Resistance-

Associated Macrophage Protein) foram caracterizados em mamíferos, podendo transportar

elementos como de Fe2+

, Zn2+

, Mn2+

, Co2+

, Cd2+

, Cu2+

, Ni2+

e Pb2+

(Gunshin et al, 1997). Em

arroz (Orysa sativa) já foram identificados 8 genes desta família (Belouchi et al, 1995;

Gross et al, 2003), sendo que apenas três deles foram caracterizados, OsNRAMP1,

OsNRAMP2 e OsNRAMP3 (Belouchi et al, 1997). Este estudo visa a caracterização do

padrão de expressão dos oito representantes de NRAMP em arroz em condições de

deficiência de Fe2+

, Zn2+

e Mn2+

em folhas, buscando também determinar a condição

nutricional das plantas em relação a estes elementos.

Sementes de arroz (Orysa sativa L. ssp. japonica) da cultivar Nipponbare foram

germinadas em placas de Petry por dois dias (24hs em escuridão total e 24hs com

fotoperíodo de 16hs) em BOD, com temperatura de 28oC. Logo, as sementes que já

emitiam a radícula foram transferidas para um recipiente com 500 ml de solução nutritiva e

com uma tela para o suporte das plântulas. O meio de cultivo utilizado para adaptação à

hidroponia foi como descrito por Yoshida et al (1981) com modificação para 0,12 mM de

FeCl3, em pH 5,0. As plantas cresceram por sete dias nesta solução, que foi renovada na

metade do período. Após, as plantas foram colocadas em tratamentos de deficiência de Fe,

Zn e Mn, com soluções iguais às da adaptação, porém, sem a presença dos respectivos

elementos. Durante o tratamento, as soluções foram trocadas a cada três dias. Antes da

coleta das plantas, estas foram enxaguadas com água destilada, na tentativa de eliminar a

contaminação pela solução que pudesse alterar as análises futuras. No nono dia de

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tratamento, as plantas foram coletadas. Plantas para análises químicas foram secas em

estufa a 60oC, pulverizadas em nitrogênio líquido e pastilhas de 1cm de diâmetro foram

confeccionadas sob pressão de 3,5 ton. Os elementos Fe, Zn e Mn foram quantificados

pela técnica de PIXE. Plantas para análises moleculares foram congeladas e mantidas a -

80 ºC. O RNA total de folhas foi extraído com Trizol (Invitrogen) de acordo com as

instruções do fabricante, e 2 µg de RNA foram utilizadas para a síntese de cDNA, realizada

através do sistema MML-V (Invitrogen). O RT-PCR semi-quantitativo foi realizado na fase

linear de amplificação com o uso de primers específicos para a análise dos transcritos dos

genes OsNRAMP1 a 8 e, como controle, foi verificada a expressão constitutiva do gene

ubiquitina.

A exposição aos tratamentos levou a distintos padrões de distribuição e acúmulo

dos metais analisados (Fig. 1). Foi observada queda na concentração de Fe em folhas de

plantas tratadas com deficiência deste metal quando comparada com os tratamentos

controle, deficiência de Zn e deficiência de Mn. A concentração de Zn diminuiu no

tratamento de deficiência de Zn. A concentração de Mn, nas folhas do tratamento com a

deficiência deste metal, foi reduzida em 4,8 vezes quando comparada com o controle.

Assim, a exposição aos tratamentos pelo período de nove dias foi capaz de diminuir os

níveis dos respectivos metais em folhas das plantas de arroz. Interessantemente, plantas

expostas ao tratamento de deficiência de Zn apresentaram menores níveis (cerca de 3,5

vezes menor do que no controle) de Mn. Este resultado pode indicar uma possível relação

entre os mecanismos de absorção destes dois metais.

Dentre os 8 membros da família gênica NRAMP, dois genes não apresentaram

expressão (OsNRAMP4 e 5), cinco não apresentaram alterações em seu padrão de

expressão e somente o gene OsNRAMP8 teve sua expressão diferencialmente regulada

pela exposição aos diferentes tratamentos (Fig. 2). A exposição aos tratamentos de

deficiência de Fe e Zn levou à indução de sua expressão, embora as variações nas

concentrações de metais tenham sido distintas nos dois tratamentos (redução apenas do

elemento em deficiência, em cada um dos tratamentos). A regulação da expressão de

genes da família gênica NRAMP já foi descrita em Arabidopsis, tendo seu envolvimento

relacionado com à captura de metais divalentes em condições de deficiência dos mesmos

(Wintz et al, 2003)

Mais estudos envolvendo a expressão dos genes NRAMP em outros órgãos são

necessários para a compreensão das funções dos genes NRAMP em relação à

homeostase de metais divalentes em plantas de arroz. Raízes das plantas utilizadas neste

experimento estão sendo analisadas.

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Figura 1. (A) Concentração e distribuição dos metais Fe , Mn e Zn em plantas de arroz após dez dias de exposição aos tratamentos. Os valores representam as médias ± erro padrão. (B) Expressão gênica dos genes NRAMP em folhas de plantas de arroz após nove dias de exposição aos tratamentos controle, deficiência de Fe , Zn e Mn. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BELOUCHI

A, CELLIER M, KWAN T, SAINI HS, LEROUX G & GROS P. The macrophage-

specific membrane protein Nramp controlling natural resistance to infections in mice has homologues expressed in the root system of plants. Plant Molecular Biology 29: 1181-1196, 1995. BELOUCHI

A, KWAN T & GROS P. Cloning and characterization of the OsNramp family

from Oryza sativa, a new family of membrane proteins possibly implicated in the transport of metal ions. Plant Molecular Biology 33:1085-1092, 1997. GROSS J, STEIN RJ, FETT-NETO AG & FETT JP. Iron homeostasis related genes in rice. Genetics and Molecular Biology 4:477-497, 2003. GUNSHIN H, MACKENZIE B, BERGER UV, GUNSHIN Y, ROMERO MF, BORN WF, NUSSBERGER S, GOLLAN JL & HEDIGER MA. Cloning and characterization of mammalian proton-coupled metal-ion transporter. Nature 388:482-488, 1997. TAIZ L & ZEIGER E. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Artes Médicas, 3 ed, 2004. WINTZ H, FOX T, WU Y, FENG V, CHEN W, CHANG H, ZHU T & VULPE C. Expression profiles of Arabidopsis thaliana in mineral deficiencies reveal novel transporters involved in metal homeostasis. Journal of Biological Chemistry 278: 47644-47653, 2003 Agradecimentos: CNPq, CAPES, HarvestPlus e IRGA.

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DISSIMILARIDADE GENÉTICA ENTRE CULTIVARES DE ARROZ SOB ESTRESSE POR ALUMÍNIO

Denise Colares(1), Ivandro Bertan(1), José Antônio G. da Silva(1), Fernando I. F. de Carvalho(1), Antônio C. de Oliveira (1). ¹UFPel/Centro de Genômica e Fitomelhoramento. Campus Universitário s/no, caixa postal 354, Pelotas-RS. [email protected].

A presença de alumínio na forma Al3+, a mais fitotóxica, é um dos principais fatores que limitam a produção agrícola em solos ácidos, os quais estão presentes em 60% do território brasileiro. O principal sintoma desta fitotoxicidade é a redução no crescimento da raiz, dificultando a absorção de água e nutrientes pela planta, com conseqüente decréscimo no desenvolvimento e produtividade das culturas, tornando-as, também, mais sensíveis a outros estresses de ambiente (DELHAIZE & RYAN, 1995). O arroz (Oryza sativa L.) é uma das espécies com maior tolerância ao Al3+ dentre os cereais de pequeno grão. Diversos trabalhos relatam a existência de variabilidade genética dentro da espécie para esse caráter, sendo encontrados genótipos tolerantes e sensíveis, bem como aqueles de comportamento intermediário (MA et al., 2002). O conhecimento deste grau de divergência pode ser obtido através do estudo da dissimilaridade entre as constituições genéticas disponíveis. O presente trabalho teve por objetivo determinar o grau de dissimilaridade genética existente entre cultivares de arroz avaliados quanto à tolerância ao Al3+ em hidroponia, empregando diferentes técnicas de agrupamento e dispersão gráfica.

O experimento foi conduzido no Laboratório de Di-Haplóides e Hidroponia do Centro de Genômica e Fitomelhoramento (FAEM/UFPel), seguindo o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial simples (dose x genótipo -4x30) com três repetições. A unidade experimental consistiu de dez plântulas de cada cultivar, as quais foram dispostas sobre telas de náilon adaptadas a recipientes contendo solução nutritiva completa (CAMARGO & OLIVEIRA, 1981), permanecendo nesta condição por 48 h. Após, as telas com as plântulas foram transferidas para as soluções tratamento, que consistiram de um décimo da solução completa mais as concentrações de 0, 7, 14 e 28 mg L-1 de Al3+, fornecido como Al2(SO4)3, onde foram mantidas por 48 h. Posteriormente, retornaram para a solução completa por mais 72 h. As soluções foram permanentemente aeradas e seu pH corrigido para 4,0 ± 0,3 pela adição HCl 1N. As plântulas foram mantidas sob iluminação constante. Foram avaliados os caracteres comprimento da raiz principal, comprimento da parte aérea, comprimento do coleóptilo, comprimento da primeira folha, inserção da primeira folha, comprimento da segunda folha e número de raízes. Com base no comprimento de raiz (CR), caráter considerado como principal para avaliação da tolerância ao Al3+, a dose de 14 mg L-1 foi a mais eficiente para a discriminação entre os genótipos (dados não mostrados), tendo sido, por essa razão, utilizada para a análise da dissimilaridade genética. A análise foi realizada utilizando a distância generalizada de Mahalanóbis, com auxílio do programa computacional GENES (CRUZ, 2001). Com base na matriz de distâncias, foram utilizados os métodos de agrupamentos: i) de Tocher, ii) distância média entre genótipos – UPGMA, e iii) projeção bidimensional da escala multidimensional MDS, com auxílio do programa NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000).

Observando conjuntamente os agrupamentos gerados pelo método de Tocher (Tabela 1), distância média entre genótipos (Figura 1) e a projeção bidimensional da escala multidimensional (Figura 2), que representam as distâncias entre os genótipos avaliados no trabalho, foi possível observar que os cultivares BRS Curinga, BRS Liderança e IAC 500, considerados de resposta tolerante ao Al3+ (análise do comprimento da raiz principal, dados não mostrados), demonstraram baixa dissimilaridade genética entre si, estando, inclusive, em um mesmo grupo estabelecido pelo método de Tocher (grupo 2). Por outro lado, os genótipos IAS 12-9 Formosa, BR-IRGA 410 e Arroz da Terra, os quais foram considerados sensíveis ao Al3+, evidenciaram grande dissimilaridade, fato este que pode ser justificado pelo caráter CR não ter revelado a maior contribuição para a divergência genética em

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relação aos demais caracteres avaliados (Tabela 2). Pode ser observado que aqueles que mais contribuíram foram CPF (27,9%) e CSF (26,8%), enquanto que o CR, caráter utilizado na avaliação para a discriminação da tolerância, contribuiu com apenas 7,6%. Uma vez que não ocorreu correlação significativa entre CR, CPF e CSF (dados não apresentados), é provável que as diferenças encontradas entre os genótipos decorram da constituição genética de cada um deles, independentemente da reação ao Al3+, o que poderia explicar a baixa participação do CR. Porém, pelo fato de haver elevada concordância entre as técnicas de agrupamento e dispersão gráfica empregadas no trabalho, mesmo que os genótipos considerados tolerantes ao Al3+ estejam em grupos similares, há elevada confiabilidade em indicar o cruzamento destes mesmos cultivares entre si, e também para com os demais, desde que apresentem algum nível de tolerância. Assim, pode ser esperado que a segregação e recombinação dos genes que controlam a tolerância ao Al3+ nos distintos genitores proporcione a obtenção de classes de indivíduos superiores e que, por ocasião da seleção, possam resultar em ganho genético para o caráter.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO, C.E.O. & OLIVEIRA, O. F. Tolerância de cultivares de trigo a diferentes níveis de alumínio em solução nutritiva e no solo. Bragantia, Campinas, v.40, p.21-23, 1981. CRUZ, C.D. Programa genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: UFV, 2001. 648p. DELHAIZE, E. & RYAN, P.R. Aluminum toxicity and tolerance in plants. Plant Physiology, v.107, p. 315-321, 1995. MA, J.F. et al. Response of rice to Al stress and identification of quantitative trait loci for Al tolerance. Plant and Cell Physiology, v.43, n.6, p. 652-659, 2002. ROHLF, F.J. NTSYS-pc: numerical taxonomy and multivariate analysis system, version 2.1. New York: Exeter Software, 2000. 38p. Tabela 1. Agrupamento de 30 genótipos de arroz, estabelecido pelo método de Tocher, considerando sete caracteres avaliados em plântulas submetidas à dose de 14 mg L-1 de Al3+. CGF/FAEM/UFPel, 2007.

Grupos Genótipos 1 IRGA 410, IRGA 409, IRGA 412, CHUI, LIGEIRINHO, BRILHANTE e DIAMANTE

2 FRONTEIRA, BONANÇA, TALENTO, COLOSSO, CONAI, CURINGA, PRIMAVERA, LIDERANÇA, VENCEDORA e IAC 500

3 FORMOSA, ATALANTA e BOJURU 4 AGRISUL, IAC 202 e ARROZ DA TERRA 5 PELOTA, TAIM e IRGA 414 6 QUERÊNCIA 7 FARROUPILHA 8 FIRMEZA 9 ARROZ DE SEQUEIRO

Tabela 2. Contribuição relativa para a dissimilaridade genética, dada em valores absolutos (S.j.) e em percentagem, de sete caracteres avaliados em plântulas de arroz submetidas ao estresse por Al3+ na dose de 14 mg L-1. CGF/FAEM/UFPel, 2007.

Caracteres* S.j. % CR 8807,9 7,6

CPA 9140,8 7,9 CC 15378,6 13,3 CPF 32322,9 27,9 IPF 9483,6 8,2 CSF 31125,8 26,8 NR 9701,0 8,4

* CR - comprimento da raiz principal, CPA – Comprimento da parte aérea, CC - comprimento do coleóptilo, CPF - comprimento da primeira folha, IPF - inserção da primeira folha, CSF - comprimento da segunda folha e NR - número de raízes.

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0.00 104.56 209.12 313.68 418.24

ARROZDATERRA

FORMOSA BOJURU

ATALANTA FIRMEZA

QUERÊNCIA TAIM

FRONTEIRA BONANÇA TALENTO COLOSSO CURINGA

LIDERANÇA CONAI

PRIMAVERA VENCEDORA

IAC500 PELOTA IRGA414 IRGA410 IRGA409

CHUI IRGA412

LIGEIRINHO BRILHANTE DIAMANTE

FARROUPILHA AGRISUL

ARROZDATERRA IAC202

ARROZDESECO

Figura 1. Dendrograma representativo da dissimilaridade genética de 30 genótipos de arroz, submetidos ao estresse por Al3+ na dose de 14 mg L-1. Genótipos no box e sublinhados são considerados tolerantes e sensíveis ao Al3+, respectivamente, em classificação pelo comprimento de raiz. CGF/FAEM/UFPel, 2007.

I

-1.40 -0.47 0.45 1.38 2.30

II

-1.50

-0.78

-0.05

0.67

1.40

FORMOSA

ATALANTA

FIRMEZA BOJURU

PELOTA TAIM

IRGA410 IRGA409

IRGA412

IRGA414

CHUI

LIGEIRINHO

AGRISUL

QUERÊNCIA

FRONTEIRA

FARROUPILHA

BONANÇA

TALENTO

IAC202

ARROZDESECO

BRILHANTE

DIAMANTE

ARROZDATERRA

COLOSSO

CONAI

CURINGA PRIMAVERA

LIDERANÇA

VENCEDORA IAC500

-1.50

-0.78

-0.05

0.67

1.40

Figura 2. Projeção bidimensional da escala multidimensional MDS de 30 genótipos de arroz, submetidos ao estresse por Al3+ na dose de 14 mg L-1. Genótipos no box e sublinhados são considerados tolerantes e sensíveis ao Al3+, respectivamente, em classificação pelo comprimento de raiz. CGF/FAEM/UFPel, 2007.

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ESTUDOS DE VARIABILIDADE GENÉTICA EM GENÓTIPOS MUTANTES DE ARROZ SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR FERRO ATRAVÉS DE

VARIÁVEIS MORFOFISIOLÓGICAS

Emilia Malone1, Livia S. dos Santos1, Carlos H. Stopato2, Camilo E. Vital2, Eduardo G. Pereira2, Marco Oliva2, Andréa M. de Almeida2, Antonio C. de Oliveira1. 1CGF/FAEM/UFPel [email protected]. 2Departamento de Biologia Vegetal, UFV–MG. [email protected].

O arroz é um dos cereais de maior importância social e econômica para o mundo,

servindo de alimento para 2/3 da população do planeta. A crescente demanda por este alimento remete ao melhoramento genético para atendimento de mecanismos genéticos ligados à adaptação das plantas, resistência a diferentes estresses abióticos, alta produtividade e qualidade de grãos entre outros, sendo imprescindível para isto a presença de variabilidade genética. A obtenção de variabilidade genética mediante indução de mutação tem sido empregada no melhoramento de plantas com relativo sucesso por alguns pesquisadores. O conhecimento do grau de tolerância de genótipos de arroz que poderão tornar-se cultivares, é importante para a programação dos cruzamentos dos programas de melhoramento. A seleção do genótipo a ser cultivado dependerá muitas vezes do teor de ferro no solo e sua manifestação através da toxicidade sobre as plantas.

O objetivo do presente trabalho foi caracterizar as respostas morfofisiológicas e a acumulação de ferro em nove genótipos mutantes de arroz submetidos ao estresse de toxidez por ferro.

Os genótipos mutantes derivam da irradiação com raios gama (60CO) na dose de 250Gy sobre sementes da cultivar BRS 7 ”Taim” sendo posteriormente selecionados por sua viabilidade a campo. Foram testados nove genótipos de arroz sob uma dose tóxica de ferro (9mM) e comparados com os resultados da dose controle (10µM). Foram feitas três repetições para cada genótipo tendo dez sementes por repetição para cada tratamento. O experimento foi conduzido na Unidade de Crescimento de Plantas pertencente à Universidade Federal de Viçosa. As sementes foram esterilizadas em solução de NaCl 10% por 10 minutos e posteriormente lavadas com água destilada. A seguir foram colocadas em telas de nylon adaptadas à tampa de um recipiente com capacidade para 3,8 L, com água destilada para a germinação sendo mantidas em câmara germinadora (BOD) a 26°C, fotoperíodo de 12 horas e umidade relativa de 100% por 72 horas. Após o tempo de germinação, a água foi substituída por solução nutritiva segundo descrita por CAMARGO e OLIVEIRA et al. (1981). As plântulas se desenvolveram nessas condições por 14 dias e após este período, foram transferidas para recipientes contendo solução nutritiva e sulfato ferroso (FeSO4) na concentração de 9 mM, permanecendo nestas condições por 72 horas a pH de 4,0 controlado diariamente. Para evitar a precipitação de ferro foi utilizado EDTA como agente quelante (Sillanpää, 1996), foi mantida paralelamente uma linha controle com ferro em níveis fisiológicos de micronutriente. Após o período de estresse foram avaliadas variáveis fisiológicas tais como: taxa de fotossíntese, fluorescência e transpiração; e como variáveis morfológicas: número de raízes, comprimento da raiz principal, comprimento da parte aérea e área foliar. Ao final do experimento o material da parte aérea foi seco em estufa a 72˚C a fim de avaliar o teor de ferro acumulado.

Na análise do teor de ferro acumulado dos genótipos na dose controle (Fe-EDTA 10µM) foram observado teores muito baixos, raramente superando 0,2 mg/g de matéria seca sendo o genótipo 3 o que menos acumulou ferro com 0,0004 mg/g MS-1. Por outro lado, quando os genótipos foram submetidos ao tratamento com 9 mM de sulfato ferroso, os valores de acúmulo de ferro foram mais variáveis, e quando comparados aos valores dos genótipos na dose controle sempre resultam em um acúmulo maior (de 0,0004 para 63 mg/g MS-1 para o genótipo 3). Na análise das variáveis fisiológicas observou-se que a toxidez por ferro afetou as taxas de fotossíntese (A) nas plantas tratadas (Figura1) já que apenas o genótipos nove obteve uma eficiência melhor no estresse quando comparada

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com a dose controle. No caso do genótipo 2, observou-se uma queda pequena na sua taxa de fotossíntese (Figura 1) com um valor de 88% de eficiência podendo ser considerado também como tolerante apesar do teor ferro acumulado (51,6 mg/g MS-1). Estes resultados indicam graves danos no sistema enzimático da fase bioquímica da fotossíntese dos outros genótipos não podendo ser eficientes no acúmulo e reserva de biomassa. Quanto as taxas de fluorescência (DF/Fm´) nos genótipos tratados (Figura 1), o genótipo 1 e 5 apresentaram valores abaixo de 0,8. DF/Fm = 0,8 indica que 80% da energia luminosa absorvida pelos fotossistemas está sendo utilizada para impulsionar transporte de elétrons na membrana dos cloroplastos durante a etapa fotoquímica da fotossíntese. Plantas com valores de DF/Fm muito abaixo de 0,8 são consideradas plantas não sadias com taxas ineficientes e com problemas nos transportadores de elétrons nas membranas dos cloroplastos. Com exceção do genótipo 1 e 5, o restante apresentou valores de fluorescência de plantas sadias, mas devido a sua baixa taxa de fotossíntese (A, Figura 1) não podem ser consideradas como eficientes na produção de fotoassimilados. Somente o genótipo 9 apresentou alta taxa de fluorescência acompanhada de uma boa taxa de fotossíntese. A respeito das avaliações morfológicas houve um dano geral nos genótipos tratados já que nenhum deles conseguiu ser mais eficiente em duas das quatro variáveis avaliadas quando comparadas a dose controle, somente o genótipo 2 foi capaz de apresentar um número de raízes (NR) maior no estresse que no controle apesar do alto teor de ferro acumulado (51,6 mg/g MS-1) (Figura 2) indicando assim a forte influência da toxidez por ferro sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas nessas condições.

PALAVRAS CHAVES: indução de mutação, acúmulo de ferro, variabilidade genética. AGRADECIMENTOS: CAPES/PROCAD pelo apoio financeiro. Dr. Ariano de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado - Pelotas por ceder gentilmente às sementes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Camargo CE, Oliveira OF. Tolerância de cultivares de trigo a diferentes níveis de alumínio

em solução nutritiva e no solo. Bragantia, Campinas, v.40, p.21-31, 1981. SILLANPÄÄ M, OIKARI A. Assessing the impact of complexation by EDTA and DTPA on

heavy metal toxicity using microtox bioassay. Chemosphere, v.32, p.485-1497, 1996.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Genótipos

% F

oto

ssín

tese

(A

)

0.6

0.65

0.7

0.75

0.8

0.85

DF

/Fm

´

% A DF/Fm'

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Figura 1. Representação gráfica dos valores das taxas de Fotossíntese (A) e de Fluorescência (DF/Fm´) dos genótipos tratados no estresse por ferro em comparação aos valores da dose controle. UCP, UFV, Viçosa, MG.

0

20

40

60

80

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Genótipos

Fe

(mg

.g M

S-1

)0

50

100

150

% N

R

Ferro (mg.g MS-1) % NR

Figura 2. Representação gráfica dos valores de acúmulo de ferro (barras) e porcentagem do aumento no número de raízes (linha) dos genótipos tratados no estresse por ferro em comparação aos valores da dose controle. UCP, UVF, Viçosa, MG.

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IDENTIFICAÇÃO DA SEQUENCIA DO GENE MOC1 DO ARROZ NO GENOMA DO TRIGO E AVEIA

Daniel da Rosa Farias

1, Emilia Malone

1, Luciano C. Maia

1, Naciele Marini

1, Renata Alhert

1,

Igor P. Valerio1. Fernando I. F. Carvalho

1, Antonio C. de Oliveira

1.

1Centro de Genômica e

Fitomelhoramento/FAEM/UFPel, Campus Universitário s/n 3˚Andar, c.p: 354, CEP: 96010-900. [email protected]

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais de maior importância social e econômica

para o mundo, servindo de alimento para dois terços da população mundial. A crescente demanda por este alimento remete ao melhoramento genético para o atendimento de mecanismos genéticos ligados à alta produtividade e qualidade de grãos, sendo imprescindível para isto à presença de variabilidade genética. O arroz apresenta um genoma pequeno (420 Mpb) e tem sido extensamente manipulado geneticamente, sendo visualizado como modelo de pesquisa para outras culturas (DEVOS & GALE, 2000). Isto permite que seja utilizado para a realização de estudos de colinearidade molecular em outras espécies de gramíneas, e assim, com base na sintenia, identificar e caracterizar genes de interesse em espécies relacionadas como o trigo (Triticum aestivum L) e aveia (Avena sativa L.).

A identificação de genes marcadores associados a caracteres de interesse agronômico é utilizada para aumentar a eficiência dos programas de melhoramento, consequentemente contribuir para o incremento da área cultivada no sistema de plantio direto e aumentar a produtividade do cereal. O afilhamento em arroz é um caracter importante para a produção de grãos, e também um sistema modelo para estudos de ramificação em plantas monocotiledôneas. O gene MONOCULM 1 (MOC1) que, é importante no controle do afilhamento em arroz, codifica para uma família de proteínas nucleares que é expressa principalmente em brotos auxiliares, tendo as funções de iniciação e crescimento dos mesmos (XUEYONG LI et al., 2003).

A importância dos afilhos caracteriza-se pela participação desses, como parte dos componentes do rendimento das plantas e como prováveis supridores de assimilados ao colmo principal (MEROTTO JUNIOR, 1995). O afilhamento é um das muitas características agronômicas importantes para a produção de grãos, pois determina o número de panículas, sendo assim, um componente chave no rendimento.

Por esses motivos, o objetivo deste trabalho foi identificar a existência das seqüências referentes ao gene MOC1 descrito em arroz, no genoma do trigo e aveia.

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório pertencente ao Centro de Genomica e Fitomelhoramento da FAEM/UFPel. Os genótipos utilizados foram selecionados com base em experimento bianual de potencial de afilhamento a campo, foram escolhidos seis genótipos de trigo, oito genótipos de aveia e quatro de arroz como controle positivo (Tabela 1), dentre os genótipos de aveia e trigo, existem diferenças quanto ao número de afilhos que apresentam. O DNA das plantas foi extraído a partir de folhas verdes por meio do método descrito por SAGHAI-MAROOF et al. (1984), a sua concentração foi estimada por meio de gel de agarose 0,8% corado com Brometo de Etídeo. A posterior amplificação do gene de interesse foi realizada com iniciadores desenhados com base na seqüência original do Gene MOC1 do arroz, disponível no banco de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI). Foi desenhado o par de iniciadores com a seguinte seqüência: MOC1 (1-1500 pb): Forward CCACTGGCCTCGAGTTTCAC; Reverse CAGGTTGTGCAAGAACATGA. A reação de amplificação foi feita em termociclador modelo PT100 com a seguinte programação: um ciclo inicial de desnaturação a 94ºC por três minutos, seguido de 35 ciclos a 94ºC por um minuto; 52ºC por um minuto, 72°C por um minuto com um ciclo final a 72ºC por 10 minutos. A separação dos fragmentos amplificados foi feita em gel de agarose 2% e sua visualização foi com Brometo de Etídeo. O produto da amplificação foi analisado a fim de constatar a existência de regiões genômicas do gene

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estudado no genoma da aveia. Com o resultado do perfil de migração dos fragmentos amplificados (Figura 1 e 2) foi possível detectar a existência da seqüência do gene MOC1 do arroz no genoma do trigo e aveia. Estudos posteriores com o seqüenciamento das regiões amplificadas poderão ajudar na elucidação da existência de alterações na seqüência do mesmo gene entre as duas espécies como também, alterações entre os indivíduos da mesma espécie, correlacionando-se com a presença/ausência do numero de afilhos em cada um.

A amplificação de seqüências homólogas ao gene MOC1 do arroz corrobora com a verifica a existência de genes ortólogos nas espécies de trigo e aveia.

PALAVRAS CHAVES: sintenia, afilhamento, genes ortólogos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEVOS, K.M.; GALE, M.D. Genome Relationships: The Grass Model in Current Research.

Plant Cell, v.12, p.637-646, 2000. MEROTTO JUNIOR, A. Processo de afilhamento e crescimento de raízes de trigo afetado

pela resistência do solo. Porto Alegre-RS, 1995. 114p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Programa de Pós-graduação em Fitotecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995.

SAGHAI-MAROOF, M.A.; SOLIMAN, K.M.; JORGENSEN, R.A.; ALLARD, R.W. Ribosomal DNA spacer length polymorphism in barley: Mendelian inheritance, chromosome location and population dynamics. Proceedings of the National Academy of Sciences of the U.S.A, v.89, n.2, p.1477-1481, 1984.

XUEYONG LI, QIAN QIAN, ZHIMING FU, YONGHONG WANG, GUOSHENG XIONG, DALI ZENG, XIAOQUN WANG, XINFANG LIU, SHENG TENG, FUJIMOTO HIROSHI, MING YUAN, DA LUOK, BIN HAN & JIAYANG LI. Control of tillering in rice. Nature, v. 422. 2003.

Tabela 1. Lista de genótipos utilizados na análise. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

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Amostra Genótipo Cultura

1 Nipponbare

2 BRS 7-Taim

3 Firmeza

4 BRS Atalanta

5 Juriti

6 IPR 85

7 CEP 29

8 BR 177

9 Figueira

10 Zafira

1 Albasul

2 UPF 97H300-2-12

3 UPF 94 H 100-1-8-3

4 UPFA 20

5 FAPA 4

6 CGF 03006

7 UFRGS 14

8 UPF 97H200-4

9 UPF 15

10 CGF 03-021

11 ERC V 9826-2

12 UFPel 06-03

T

R

I

G

O

A

V

E

I

A

A

R

R

O

Z

Figura 1. Padrão de amplificação do gene MOC1 em genótipos de arroz (1-4) como controle positivo da presença do gene e em genótipos de trigo (5-10). M: Marcador Molecular Low DNA Mass Ladder, CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Figura 2. Padrão de amplificação do gene MOC1 em genótipos de aveia (1-12). M: Marcador Molecular Low DNA Mass Ladder, CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES PARA A DISCRIMINAÇÃO DA TOLERÂNCIA AO FERRO EM GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO

AVALIADOS EM HIDROPONIA

Maraisa Crestani1, José Antonio G. da Silva2, Irineu Hartwig1, Henrique de S. Luche1, Rafael Nornberg1, Gustavo da Silveira1, Luciano Compagnoni1, Fernando Irajá Félix de Carvalho1. Centro de Genômica e Fitomelhoramento FAEM/UFPel1, Faculdade Unijuí/ Ijuí-RS2 [email protected]

Palavras chave: Arroz irrigado, toxidez por ferro, hidroponia, caracteres de plântula. Os solos de várzea ou solos hidromórficos do sul do Brasil representam uma área

aproximada de 6.100.000 ha, e são destinados quase que exclusivamente para o cultivo de arroz (PESKE et al., 2004). O alagamento que ocorre nessas áreas é altamente benéfico para a cultura, porém, sob determinadas condições, podem ocorrer efeitos adversos às plantas, como a toxidez por ferro (Fe2+), pelo aumento da disponibilidade deste elemento em solo inundado. As raízes são escassas, grossas e, frequentemente, de coloração bruno-escura, podendo os sintomas aparecer em qualquer estágio de desenvolvimento, porém, mais comum por ocasião do máximo perfilhamento e no início da floração (FAGERIA et al, 1981). As plantas ficam atrofiadas, afilham pouco e produzem panículas pequenas e com alta proporção de espiguetas estéreis, levando a baixos rendimentos. A toxidez indireta ao Fe2+ se caracteriza pelas folhas apresentarem uma coloração alaranjada, que evolui do ápice para a base, em virtude da deposição de precipitados sobre as raízes em conseqüência dos altos teores desse elemento na solução do solo, formando uma crosta de óxido férrico, que reduz a absorção, transporte e/ou utilização de outros nutrientes pela planta, como P, K, Ca e Mg (MEURER, 2000). Já a toxidez direta é verificada nas folhas apresentando pontuações castanho-escuras, e decorre da absorção e utilização excessiva do ferro, causando a morte das células onde ele é depositado (VAHL, 1991). A reação das plantas ao Fe2+ pode ser detectada e medida por meio de diferentes caracteres em testes de laboratório, de modo que aferições em nível de plântula podem estabelecer diferenças, possibilitando separar fenotipicamente os cultivares considerados tolerantes e sensíveis. Os caracteres comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CPA) são citados na literatura como caracteres utilizados na separação de constituições genéticas em sensíveis e tolerantes (FAGERIA et al., 1981; FERREIRA, 1997). Porém, outros caracteres em nível de plântula também podem viabilizar a seleção indireta de genótipos tolerantes, principalmente em caracteres de alta herdabilidade. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi estimar a correlação entre caracteres mensurados em plântula de arroz quando submetidas a diferentes doses de ferro em condições de hidroponia, segundo Carvalho et al, 2001.

O experimento foi realizado no Laboratório de Duplo-haplóides e Hidroponia, do Centro de Genômica e Fitomelhoramento da FAEM/UFPel. Foram avaliadas seis cultivares comerciais de arroz irrigado, caracterizadas quanto a tolerância a toxidez por ferro quando cultivadas a campo: sensíveis (BR IRGA 409, IRGA 410 e IRGA 417) e tolerantes (BR IRGA 414, IRGA 419 e BRS AGRISUL) (SOSBAI, 2005). O delineamento experimental foi o completamente casualizado com três repetições, sendo a unidade experimental constituída por 10 plântulas distribuídas num esquema fatorial (dose x genótipo - 5x6). Sementes uniformes pré-germinadas, com aproximadamente 5 mm de raiz, foram transferidas para telas acondicionadas sobre recipientes contendo 1,5 litros de solução nutritiva, com a seguinte concentração dos produtos em µM: Ca(NO3)2 4732,30; MgSO4. 7H2O 1640; KNO3 1050,7; (NH4)2SO4 168,65; KH2PO4 351,35; MnSO4. H2O 9; CuSO4.5H2O 0,15; ZnSO4.7H2O 0,15; NaCl 15; Na2MoO4.2H2O 0,1; H3BO3 18. O ferro nos tratamentos foi suprido como Fe EDTA, na quantidade requerida para atingir as concentrações (doses) de 0, 80, 160, 320 e 640 mg.L-1 de Fe2+. O pH da solução nutritiva foi corrigido diariamente para 4.0, com adição de HCl ou NaOH 1 M, permanecendo arejadas e em fotoperíodo permanente (1.700 lx), com os recipientes mantidos em “banho-maria” (27 ± 10C) em tanque de hidroponia. Ao completar

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nove dias (216hs) de estabelecimento do experimento, foi realizada a avaliação das plântulas, efetuando a mensuração dos caracteres comprimento de raiz (CR), comprimento de parte aérea (CPA), número de raízes (NR), comprimento da primeira folha (CPF), comprimento da segunda folha (CSF), comprimento de coleóptilo (CC), inserção da primeira folha (IPF), diferença de inserção de primeira e segunda folha (DIPSF) e matéria seca de raiz (MSR) e da parte aérea (MSPA) após secagem do material em estufa a 60 0C até atingir massa constante. Os dados foram submetidos à análise de variância e estimado os coeficientes de correlação fenotípica, para verificar a relação entre os caracteres comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CP) e os demais caracteres (NR, CPF, IPF, CC, DIPSF, CSF, MSR e MSPA) em nível de plântula.

A análise de variância possibilitou identificar a existência de diferenças significativas para os fatores principais genótipo (G) e dose (D) empregados no experimento para todos os caracteres avaliados, com exceção do caráter matéria seca de raiz (MSR), que não apresentou significância para o fator principal genótipo (Tabela 1). Tabela 1. Resumo da análise de variância para os caracteres de plântula (CR, CPA, NR,

CPF, IPF, CC, DIPSF, CSF, MSR e MSPA) de genótipos de arroz irrigado submetidos ao estresse por diferentes doses de ferro. CGF-FAEM/UFPel, 2007.

QM Fonte de Variação

GLCR CPA NR CPF IPF CC DIPSF CSF MSR MSPA

Genótipo(G) 5 2,39* 11,15* 3,31* 0,50* 0,60* 0,16* 4,31* 4,36* 5583ns 35824*

Dose(D) 5 294,55* 723,16* 68,53* 14,47* 46,70* 2,78* 13,56* 283,11* 99077* 921059*

G x D 25 0,85* 5,23* 0,77* 0,46* 0,26* 0,06* 0,88* 2,17* 4431ns 16273*

Erro 72 0,33 1,20 3,25 0,19 0,15 0,04 0,06 0,49 3312 55,69

Média Geral - 5,25 10,72 3,25 2,11 2,93 1,20 0,96 6,79 102,90 407,92

CV% - 11,05 10,25 14,48 20,42 13,37 15,68 26,12 10,27 35,93 18,30

GL= Graus de liberdade; QM= quadrado médio; CV= Coeficiente de variação; CR= Comprimento de raiz (cm); CPA= Comprimento de parte aérea (cm); NR= Número de raízes (unidade); CPF= Comprimento de primeira folha(cm); IPF= Inserção de primeira folha (cm); CC= Comprimento de coleóptilo (cm); DIPSF= Diferença de inserção da primeira e da segunda folha(cm); CSF= Comprimento de segunda folha (cm); MSR= Matéria seca de raiz (mg); MSPA= Matéria seca de parte aérea (mg); *Significativo a 5% de probabilidade; ns= não significativo.

Em relação as interações entre o fator genótipo (G) e dose (D), novamente foram

significativas para todos os caracteres avaliados, exceto o caráter MSR (Tabela 1). O coeficiente de variação (CV) revelou valores de intermediária a elevada magnitude, variando de 10,25% para CPA à 35,93% para MSR, que possivelmente explica a não significância verificada para este caráter. Isto evidencia a necessidade de aumento da população de plantas amostradas para análise, em busca da redução dos coeficientes de variação verificados principalmente para caracteres como DIPSF e MSR. Analisando a correlação entre os caracteres CR e CPA, nas diferentes doses (Tabela 2), se observa que, de forma geral, as correlações se apresentam positivas e significativas, de média a elevada magnitude, com o aumento das doses de Fe2+ utilizadas, demonstrando um comportamento linear destes dois caracteres em relação à toxidez provocada pelo íon ferroso nos genótipos de arroz em análise. As correlações entre os caracteres CPA e CSF, CPA e IPF, CPA e DIPSF, também expressam este comportamento no decorrer do aumento das doses utilizadas o que pode ser justificado pela contribuição destes caracteres na determinação do comprimento final de parte aérea apresentado pelas plântulas avaliadas, exceto para 640 mg.L-1 de Fe2+. Este comportamento não pode ser extrapolado para os demais caracteres, com base nas distintas doses, indicando a forte relação da toxidez por ferro com o comprimento do sistema radicular e o da parte aérea vegetal. É possível verificar também que a partir da dose 160 mg.L-1 de Fe2+ ocorre uma certa desorganização nas relações entre os caracteres em análise, demonstrada pelas inversões de sinais e alterações de significância das correlações. Este comportamento pode ser observado nas correlações entre CR e NR, CR e IPF, CR e CC, e CR e CSF, bem como nas correlações entre CPA e NR na dose de 640 mg.L-1, CPA e DIPSF, , com exceção das correlações entre CPA e MSPA , e entre CPA e CPF, que apresentam tal comportamento a partir da dose 80 mg.L-1, o que

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demonstra o efeito nocivo dessas doses em relação aos genótipos trabalhados, causando uma desestruturação fisiológica e morfológica vegetal, de difícil quantificação. Destaque pode ser dado às correlações entre os caracteres CR e NR, que se evidenciam positivas e de alta magnitude até a dose de 80 mg.L-1 de Fe2+, e que a partir da dose 160 mg.L-1expressam ausência de significância ou significativas negativas, visivelmente expressa pela drástica diminuição do número e do comprimento das raízes observados nestas doses.

Tabela 2. Estimativa de correlação entre os caracteres de plântula comprimento de raiz (CR)

e comprimento de parte aérea (CPA) com os demais caracteres avaliados (NR, CPF, IPF, CC, DIPSF, CSF, MSR e MSPA) em genótipos de arroz irrigado submetidos ao estresse por diferentes doses de ferro. CGF-FAEM/UFPel, 2007.

Caracteres Dose (mg.L-1 Fe2+) CR CPA NR CPF IPF CC DIPSF CSF MSPA

CR - 0,48* 0,79* -0,01ns 0,50* 0,46* -0,17ns 0,74* 0,67* 0 CPA 0,48* - 0,28 ns -0,82* 0,70* 0,19 ns 0,51* 0,76* -0,18 ns CR - 0,54* 0,82* -0,01ns 0,69* 0,66* -0,17ns 0,64* 0,28 ns 40

CPA 0,54* - 0,82* -0,56* 0,67* 0,67* 0,66* 0,94* -0,94* CR - 0,77* 0,90* 0,23 ns 0,93* 0,56* 0,28ns 0,82* 0,80* 80

CPA 0,77* - 0,70* -0,04 ns 0,88* 0,75* 0,77* 0,90* 0,81* CR - 0,85* 0,31 ns 0,20ns 0,56* 0,70* 0,57* 0,95* 0,37 ns 160

CPA 0,85* - 0,49* 0,14 ns 0,68* 0,69* 0,90* 0,88* 0,68* CR - 0,77* 0,32 ns 0,59* 0,15ns 0,37 ns -0,39ns 0,69* -0,01ns 320

CPA 0,77* - 0,74* 0,89* 0,49* 0,32 ns -0,54* 0,97* -0,18 ns CR - 0,89* -0,87* 0,22 ns 0,22ns -0,13ns 0,44 ns -0,39 ns 0,18 ns 640

CPA 0,89* - -0,81* -0,28 ns 0,28ns -0,01ns 0,02 ns -0,36 ns 0,15 ns CR= Comprimento de raiz; CPA= Comprimento de parte aérea; NR= Número de raízes; CPF= Comprimento de primeira folha; IPF= Inserção de primeira folha; CC= Comprimento de coleóptilo; DIPSF= Diferença de inserção da primeira e da segunda folha; CSF= Comprimento de segunda folha; MSR=Matéria seca de raiz; MSPA=Matéria seca de parte aérea; GL= n-2 ≈ 16; *Significativo a 5% de probabilidade; ns=não significativo.

Doses de Fe2+ empregadas nas soluções interferem em caracteres de seleção

indireta, conseqüentemente, é necessário cuidado intenso sobre as variáveis que serão utilizados neste procedimento. Em geral, doses a partir de 160 mg.L-1 de Fe2+ podem ser consideradas severas aos genótipos de arroz empregados nas condições experimentais consideradas, tornando inconstantes as correlações entre os caracteres em nível de plântula, com exceção dos caracteres CR e CPA, que apresentam correlações altas e significativas com o aumento das doses, afirmando que ambas podem ser utilizadas individualmente na seleção indireta de genótipos de arroz em relação a tolerância a toxidez por ferro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, F.I.F et al. Estimativas e implicações da correlação no melhoramento genético. Pelotas: UFPel Ed. Universitária, 2004, 142 p. FAGERIA, N. K. et al. Influência de ferro no crescimento e na absorção de P, K, Ca e Mg pela planta de arroz em solução nutritiva. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 1981, v.16, n.2, 6 p. FERREIRA, R.F. Tolerância de genótipos de arroz ao ferro em solução nutritiva. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 1997, v.32, n.10, 5 p. MEURER, E.J. Fundamentos de química do solo. Porto Alegre: Gênesis, 2000, 174p. PESKE, S.T.; SCHUCH, L.O.B.; BARROS, A.C.S.A. Produção de arroz irrigado. Pelotas: Ed. Universitária – Universidade Federal de Pelotas, 3ª ed., 2004, 623p. PONNAMPERUMA, F.N. The chemistry of submerged soils. Advances in Agrinomy, New York, v.24, p.29-96, 1972. SOSBAI – Sociedade Sul-Brasileira de arroz irrigado. Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Anais... Santa Maria: SOSBAI, 2005, 159 p. VAHL, L.C. Toxidez de ferro em genótipos de arroz irrigado por alagamento. Pelotas, 1991. Dissertação (Doutorado em Ciências do Solo), Universidade Federal de Pelotas, 1991.

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FREQUÊNCIA DE BACILLUS spp. PROVENIENTES DE SOLOS DE DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO.

Leila Lucia Fritz(I); Lidia Mariana Fiuza(I,II); Vera Regina Mussoi Macedo(II); Vilmar Machado(III), Microbiologia, UNISINOS, São Leopoldo, RS. (II) Estação Experimental do Arroz, IRGA, Cachoeirinha, RS. (III) Biologia Molecular, UNISINOS, São Leopoldo, RS. E-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: bactéria, solo, orizicultura.

O grande desafio da agricultura moderna está na busca de sustentabilidade

sócio-econômica da exploração agrícola, ou de novas condições de equilíbrio do sistema de produção, o que envolve o manejo adequado do solo onde habitam os microrganismos (AGOSTINETTO et al., 2001). Na aplicação de diferentes tipos de manejos, espera-se uma modificação quantitativa e qualitativa da composição microbiana do solo (CASTRO, 1993). Dentro do contexto, as bactérias esporulantes são encontradas principalmente no solo, destacando-se Bacillus thuringiensis, Bacillus sphaericus e Bacillus cereus que apresentam potencial para serem utilizadas no controle de pragas agrícolas. Esta pesquisa objetivou avaliar a freqüência de bactérias entomopatogênicas pertencentes ao gênero Bacillus em solos de diferentes sistemas de cultivo de arroz irrigado.

Foram analisadas amostras de solo da Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha, RS, oriundas de três sistemas de cultivo de arroz irrigado: sistema de cultivo direto (SCD), sistema de cultivo convencional (SCC), sistema de cultivo pré-germinado (SCG), além de uma área sem cultivo de arroz (C). Para a coleta das amostras de solo foram selecionadas três fases da cultura: 1ª fase (antes do preparo do solo), 2ª fase (após o início da irrigação), 3ª fase (após a colheita do arroz). A fonte de irrigação da cultura é proveniente do rio Gravataí e a cultivar utilizada foi o IRGA 422CL com um ciclo de 121 dias. A área de estudo foi composta por 12 subáreas de 1.120 m2, totalizando 13.440 m2. Cada subárea foi interiormente dividida em dez quadrados de 112 m2, sendo que os sistemas de cultivo foram separados entre si por taipas. De cada subárea foram coletadas dez amostras de solo retirando-se uma amostra composta para cada uma delas, totalizando 36 amostras de solo.

No isolamento bacteriano um grama de solo foi diluído, pasteurizado (12 min. a 80ºC e 5min a 4ºC) e inoculado em Ágar Nutriente (AN), incubado a 30°C, por 24 horas. Todas as unidades formadoras de colônias bacterianas (UFC) foram repicadas em meios seletivos e identificadas como B. thuringiensis, B. sphaericus e B. cereus, por microscopia de contraste de fase. Os dados observados foram comparados estatisticamente através do teste χ

2, ou teste de permutação exata (ROLF & BENTZEN, 1989) com mil randomizações.

Os dados revelaram que no isolamento de bactérias esporulantes, presentes no solo de arroz irrigado, foram selecionadas 387 colônias, entre as quais 336 pertencentes ao gênero Bacillus spp., onde foram identificadas microscopicamente 119 (35,42%) como B. thuringiensis, 57 (16,96%) como B. cereus, 32 (9,52%) como B. sphaericus e 128 (38,10%) como Bacillus sp.

TRAVERS et al. (1987) selecionaram bactérias de amostras de solos e constataram que 20 a 96% eram espécies formadoras de cristal pertencentes ao gênero Bacillus, incluindo B. thuringiensis e B. sphaericus, reforçando os resultados encontrados na presente pesquisa que revela a ampla distribuição desses microrganismos em solos orizícolas. Todavia, as análises estatísticas revelaram que não houve diferença significativa de Bacillus spp. (p>0,05) entre os sistemas de cultivo em cada etapa da cultura (Figura 1). Resultados semelhantes já haviam sido observados por PLÜLLER, et al. (2000) que analisaram a freqüência de microrganismos utilizando diferentes sistemas de cultivos e concluíram que em seus estudos, a população microbiana não diferiu significativamente.

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CASTRO et al. (1993) também comenta ter encontrado uma ordem de grandeza próxima a 107 bactérias/grama de solo, independentemente do tipo de manejo aplicado.

1ª Fase

0%10%

20%30%40%

50%60%70%

80%

SCD SCG SCC

Sistemas de Plant ioF

req

üên

cia

de

Ba

cil

lus

spp

.

B. thuringiensis

B. cereus

B. spharicus

Bacillus sp.sp.

2ª Fase

0%

10%

20%

30%

40%

50%

SCD SCG SCC

Sistemas de Plantio

Fre

ênci

ad

e

Ba

cil

lus

spp.

B. thuringiensis

B. cereus

B. spharicus

Bacillus sp.sp.

3ª Fase

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

SCD SCG SCC

Sistemas de Plantio

Fre

ênci

ad

eB

acil

lus

spp

.

B. thuringiensis

B. cereus

B. spharicus

Bacillus sp.sp.

Figura 1. Freqüência de Bacillus spp. em solos de diferentes sistemas de plantio de arroz irrigado na EEA-IRGA, Cachoeirinha, RS, safra agrícola 2006/07.

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A população de bactérias do solo apresenta ampla diversidade, onde alguns dos fatores que têm maior influência na ocorrência e abundância de bactérias incluem pH e matéria orgânica que é rica em compostos carbonados podendo representar um fator limitante ao crescimento bacteriano (CASTRO & FLECK, 1994). Nesse caso, a aplicação de herbicidas, nas áreas de cultivo do presente estudo, pode ter influenciado os microrganismos presentes no solo e em suas atividades, pois de acordo com AGOSTINETTO et. al. (2001) esses produtos podem estimular ou inibir a população bacteriana.

Os dados das amostras de solo das lavouras de arroz irrigado revelam a ocorrência natural de bactérias entomopatogênicas e a variação da freqüência das mesmas nos diferentes sistemas de cultivo. Nos estudos da ecologia microbiana do solo recomenda-se a ampliação dessas análises a diferentes agroecossistemas, contribuindo na análise do impacto do manejo das plantas cultivadas nas comunidades de bactérias entomopatogênicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AGOSTINETTO, D.; FLECK, N.G. e MENEZES, V. G. Herbicidas não seletivos aplicados na fase de maturação do arroz irrigado, Ciência Agrícola, v.58, p. 277-285, 2001. CASTRO, O.M. e PRADO, H. Avaliação da atividade de microrganismos do solo em diferentes sistemas de manejo de soja. Ciência Agrícola, v. 2, p. 12-219, 1993. PFÜLLER, E.E.; FRIES, M.R.; ANTONIOLLI, Z.I.; SANTOS, E.; PEREIRA, J.E. e CAMPOS, B.C.; SAMANIEGO, M.P.G. Dinâmica da população microbiana sob sistema de plantio direto e convencional. Anais de congresso, Cruz Alta, RS, 4p. 2000. ROLF, D.A. & BENTZEN. The statistical analyses of mitocondrial DNA polymorphisms: χ2

and the problem of small samples. Molecular Biology and Evolution, v.6, p. 539-545, 1989. TRAVERS, R.S.; MARTIN, P.A.W; REICHELDERFER, C.F. Selective process for efficient isolation of soil Bacillus spp. Applied an Environmental Microbiology, v.53, p.1263-1266, 1987.

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CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE GENÓTIPOS DE ARROZ (Oryza sativa L.) CULTIVADOS EM HIDROPONIA

Claudete Clarice Mistura1; Adriana P. Soares Bresolin

1; Juliana Castelo Branco

1; Renata J.

Ahlert1; Naciele Marini

1; Ariano Martins de Magalhães Júnior2; Antonio Costa de Oliveira

1;

Fernando Irajá F. de Carvalho1;

1Centro de Genômica e Fitomelhoramento - CGF-

FAEM/UFPEL, CX.P. 354, CEP: 96.001-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]; 2Embrapa Clima Temperado – BR 392 Km 78,CX.P.403, CEP: 96001-970, Pelotas, RS

No Brasil, a cultura do arroz ocupa uma posição de destaque, de modo que, representa em média 20% do total de grãos colhidos anualmente (DARIO et al., 2004). As maiores áreas de cultivo estão localizadas na região sul do Brasil (1,27 milhões de hectares) sendo o estado do Rio Grande do Sul o principal produtor com uma área estimada de 1,04 milhões de hectares, o que corresponde a 78% da área cultivada com arroz nesta região (IBGE, 2006). Diante da importância desta cultura, os centros de pesquisa em programas de melhoramento desenvolvem periodicamente cultivares de arroz visando atender as mais variadas exigências da lavoura para atingir uma maior produtividade. Deste modo, é gerado um grande número de cultivares para avaliação em curto período de tempo. Uma alternativa viável e de baixo custo para complementar à seleção dos genótipos é o cultivo em hidroponia.

Este trabalho objetivou caracterizar diferentes genótipos de arroz visando a seleção dos melhores caracteres para futuros estudos de seleção assistida em hidroponia. O experimento foi conduzido no CGF/UFPEL, em Pelotas, RS. Para tanto, foram utilizados 60 genótipos de arroz, apresentados na Tabela 1. As sementes foram desinfestadas com hipoclorito de sódio (20% do produto comercial e 80% H2O) por quinze minutos e enxaguadas três vezes com água destilada. Após, as sementes foram colocadas em gerbox sobre papel filtro umedecido com água destilada e levadas para BOD com temperatura de + 25ºC e com iluminação permanente, por 72 horas para germinação. As sementes germinadas e uniformes foram transferidas para uma tela plástica adaptada à tampa de um pote plástico contendo 1,5 litros de solução nutritiva (CAMARGO & OLIVEIRA, 1981). Os potes foram transferidos para banho-maria com temperatura de + 25

oC, iluminação permanente e ligados a um sistema de aeração. Após sete dias de cultivo

em hidroponia foram avaliados, os comprimentos das plantas incluindo raízes e parte aérea, comprimento da parte aérea, comprimento do sistema radicular, comprimento do coleóptilo e comprimento de inserção da 1ª e 2ª folha. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com três repetições por tratamento sendo cada repetição constituída por dez plântulas por linha. Foi efetuada a análise de variância dos dados e a comparação de médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, através do programa Sanest (ZONTA & MACHADO, 1987).

Verificou-se que ocorreu diferença entre os genótipos para todos os caracteres avaliados (Tabela 1). Além disto, observou-se que dos genótipos avaliados Amarelo Bico Preto foi o que apresentou o maior comprimento da raiz principal (11,6 cm) e IR 8 o menor comprimento (4,3 cm). Isto sugere que a cultivar IR8, teve em seu melhoramento uma alteração que levou a um encurtamento da raiz primária e que esta variável pode ser estudada para o melhoramento de genótipos modernos. O número de raízes variou entre 5,8 para o genótipo IRGA-420 a 2,6 para EEA-405. Quanto à estatura da planta, variou entre 25,1 cm para Arroz de Seco e 12,1 cm para Cica 8 (Tabela 1). Para a variável inserção da 1ª folha, observou-se que Bico Preto apresentou a maior média (13,8 cm) e o genótipo Douradinho a menor (5,4 cm) Os resultados obtidos possibilitam concluir, para as condições utilizadas neste experimento, que o cultivo hidropônico é eficiente para avaliar e caracterizar genótipos de arroz quanto a sua variabilidade fenotípica em nível de plântula.

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Tabela 1 - Comprimento da raiz principal (CRP), comprimento da raiz secundaria (CRS), número de raízes, estatura da planta (EP), comprimento da 1ª folha (CPF), comprimento da 2ª folha (CSF), comprimento do coleóptilo (CC) e inserção da 1ª folha (IPF) após sete dias de cultivo em hidroponia. CGF/FAEM/UFPEL, Pelotas - RS, 2007

Genótipo CRP (cm) CRS (cm) NR EP (cm) CPF (cm) CSF (cm) CC (cm) IPF (cm)

Amarelo B. Preto 11,65 a 3,14 abc 3,31 ab 15,43 ab 3,43 abc 5,94 abcde 1,85 abcdefghij 9,23 abc

Cana Roxa (pilosa) 11,37 ab 3,75 abc 3,40 ab 18,50 ab 3,41 abcd 6,53 abcd 2,03 abc 11,90 abc

Carolina SP 407 11,03 abc 3,79 abc 2,95 ab 15,83 ab 2,98 abcdefghi 5,55 abcde 1,73 abcdefghijk 10,30 abc

Fronteira 10,83 abc 4,02 abc 3,84 ab 17,19 ab 3,29 abcdef 6,49 abcd 1,99 abcd 10,56 abc

Palha Murcha 10,78 abcd 2,64 abc 3,17 ab 15,84 ab 3,00 abcdefghi 5,61 abcde 1,81 abcdefghij 9,48 abc

Bico Torto 10,66 abcd 4,26 abc 3,63 ab 16,72 ab 3,34 abcde 5,66 abcde 1,81 abcdefghij 11,67 abc

Cacho Grande 10,57 abcd 4,26 abc 3,44 ab 17,88 ab 3,32 abcdef 5,66 abcde 1,84 abcdefghij 11,78 abc

A.Bolinh/Catetinho 10,40 abcd 5,45 a 3,97 ab 17,75 ab 3,46 abc 6,24 abcd 2,02 abc 11,33 abc

Supremo 13 10,26 abcde 3,41 abc 3,96 ab 17,98 ab 2,73 abcdefghi 4,50 abcde 1,66 abcdefghijk 11,76 abc

EEA 401 10,04 abcde 4,02 abc 4,08 ab 17,10 ab 2,68 abcdefghi 4,96 abcde 1,56 bcdefghijk 11,59 abc

Catetinho 10,04 abcde 4,68 abc 3,72 ab 16,07 ab 3,40 abcd 3,94 cde 1,57 bcdefghijk 11,97 abc

IRGA 420 9,88 abcde 2,83 abc 5,80 a 18,88 ab 2,44 bcdefghi 4,51 abcde 1,68 abcdefghijk 11,19 abc

Agulhão 9,83 abcdef 2,96 abc 3,23 ab 14,53 ab 3,67 abc 6.04 abcde 1,97 abcdef 8,19 abc

Cica 8 9,73 abcdef 2,06 bc 2,77 ab 12,13 b 4,22 a 5,13 abcde 1,52 bcdefghijk 5,54 c

Japonês Grande 9,72 acbdef 4,50 abc 3,52 ab 14,19 ab 3,13 abcdefgh 6,60 abc 2,06 abc 7,67 abc

BR IRGA 422 CL 9,59 abcdef 3,17 abc 4,13 ab 18,58 ab 2,19 cdefghi 4,14 abcde 1,60 abcdefghijk 9,63 abc

EEA 405 9,46 abcdef 2,22 bc 2,61 b 15,23 ab 2,50 bcdefghi 7,45 a 2,10 ab 7,29 abc

Amarelo 9,41 abcdef 3,54 abc 3,46 ab 13,54 ab 3,31 abcdef 5,63 abcde 2,21 a 7,08 abc

Agulha 9,40 abcdef 4,33 abc 3,80 ab 15,54 ab 3,12 abcdefghi 5,74 abcde 1,78 abcdefghijk 9,72 abc

Empasc 103 1087 9,38 abcdef 3,12 abc 3,24 ab 15,53 ab 2,98 abcdefghi 4,45 abcde 1,47 bcdefghijk 11,06 abc

EEA 404 9,31 abcdef 4,27 abc 3,14 ab 14,63 ab 1,99 efghi 4,19 abcde 1,92 abcdefgh 9,39 abc

Formosa 9,02 abcdef 4,41 abc 4,10 ab 15,28 ab 3,99 ab 4,42 abcde 1,57 bcdefghijk 10,98 abc

SCA BRS 111 8,99 abcdef 3,13 abc 3,48 ab 16,32 ab 3,31 abcdef 4,87 abcde 1,63 abcdefghijk 11,16 abc

Lemont 8,96 abcdef 4,34 abc 4,44 ab 13,96 ab 2,81 abcdefghi 5,18 abcde 1,55 bcdefghijk 8,87 abc

BR IRGA 411 8,91 abcdef 3,55 abc 3,97 ab 16,88 ab 2,97 abcdefghi 5,98 abcde 1,83 abcdefghij 9,86 abc

BRS Agrisul 8,90 abcdef 2,89 abc 3,73 ab 17,36 ab 3,29 abcdef 4,97 abcde 1,84 abcdefghij 13,35 ab

Arroz de Seco 8,86 abcdef 4,32 abc 3,97 ab 25,11 a 3,25 abcdef 6,04 abcde 1,57 bcdefghijk 9,20 abc

Empasc 103 1187 8,64 abcdef 2,88 abc 3,33 ab 14,56 ab 2,57 abcdefghi 3,97 bcde 1,47 bcdefghijk 9,32 abc

BRS Ligeirinho 8,63 abcdef 3,51 abc 4,48 ab 19,10 ab 2,97 abcdefghi 4,68 abcde 1,66 abcdefghijk 13,80 a

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Progresso 8,51 abcdef 2,84 abc 3,10 ab 12,56 b 2,30 bcdefghi 3,97 bcde 1,30 ghijk 8,34 abc

Douradão 8,45 abcdef 3,80 abc 3,82 ab 15,60 ab 3,58 abc 5,44 abcde 1,97 abcde 9,88 abc

Farroupilha 1100 8,45 abcdef 4,26 abc 3,88 ab 18,48 ab 1,45 hi 4,41 abcde 1,44 bcdefghijk 13,85 a

Bico Preto 8,40 abcdef 3,23 abc 3,30 ab 15,59 ab 3,59 abc 6,17 abcde 1,98 abcde 9,28 abc

BRS Atalanta 8,38 abcdef 4,18 abc 4,49 ab 18,45 ab 2,43 bcdefghi 7,35 ab 1,53 bcdefghijk 11,67 abc

Supremo 2 8,32 abcdef 3,23 abc 3,68 ab 16,22 ab 2,43 bcdefghi 4,46 abcde 1,65 abcdefghijk 11,28 abc

IRGA 417 8,32 abcdef 3,04 abc 4,51 ab 17,86 ab 2,43 bcdefghi 4,10 abcde 1,61 abcdefghijk 11,63 abc

Bico Torto 8,20 abcdef 4,19 abc 3,61 ab 14,77 ab 3,29 abcdef 5,46 abcde 1,94 abcdef 8,60 abc

Fortuna Peludo 8,00 abcdef 4,27 abc 4,57 ab 14,23 ab 2,96 abcdefghi 5,27 abcde 1,36 defghijk 8,59 abc

Talento 7,95 abcdef 4,22 abc 3,56 ab 13,54 ab 1,64 fghi 3,77 cde 1,33 fghijk 7,65 abc

Taquari 7,95 abcdef 2,91 abc 2,88 ab 14,57 ab 2,24 cdefghi 4,11 abcde 1,50 bcdefghijk 10,63 abc

BR IRGA 409 7,60 abcdef 2,72 abc 3,76 ab 16,72 ab 2,23 cdefghi 4,03 bcde 1,47 bcdefghijk 11,73 abc

1º Carolina 7,60 abcdef 5,01 ab 4,49 ab 10,59 b 3,12 abcdefghi 5,21 abcde 1,76 abcdefghijk 4,85 c

Supremo 1 7,46 abcdef 4,52 abc 4,31 ab 16,52 ab 1,69 efghi 3,95 cde 1,16 k 9,58 abc

Japon. de Várzea 7,43 abcdef 4,34 abc 4,24 ab 15,55 ab 3,48 abc 5,50 abcde 1,86 abcdefghi 9,16 abc

101 7,19 abcdef 3,58 abc 3,29 ab 12,57 b 2,83 abcdefghi 4,86 abcde 1,84 abcdefghij 7,11 abc

IAS Formosa 7,13 abcdef 3,73 abc 4,84 ab 14,13 ab 1,59 ghi 4,02 bcde 1,24 ijk 7,18 abc

BRS Bujuru 7,00 abcdef 3,63 abc 5,37 ab 14,10 ab 2,4 cdefghi 4,10 abcde 1,29 hijk 7,16 abc

Empasc 104 6,96 abcdef 3,16 abc 3,11 ab 14,06 ab 3,16 abcdef 4,45 abcde 1,64 abcdefghijk 9,32 abc

Douradinho 6,86 abcdef 4,30 abc 3,55 ab 11,43 b 3,15 abcdefg 5,83 abcde 1,94 abcdefg 5,46 c

Epagri 109 6,85 abcdef 2,39 bc 3,10 ab 13,64 ab 3,52 abc 4,35 abcde 1,63 abcdefghijk 8,67 abc

SC 173 6,77 abcdef 3,32 abc 3,54 ab 12,53 b 2,82 abcdefghi 3,45 cde 1,48 bcdefghijk 8,85 abc

Epagri 107 6,41 abcdef 3,56 abc 4,16 ab 11,89 b 3,61 abc 3,49 cde 1,29 hijk 7,63 abc

Ligeirão 6,33 abcdef 5,36 a 4,71 ab 19,70 ab 2,69 abcdefghi 4,37 abcde 1,65 abcdefghijk 14,25 a

Carolina 5,95 bcdef 3,72 abc 3,76 ab 11,10 b 2,98 abcdefghi 4,82 abcde 1,84 abcdefghij 6,26 bc

Arroz Ama./Branco 5,90 bcdef 4,17 abc 4,89 ab 14,35 ab 1.74 defghi 3,91 cde 1,35 efghijk 9,12 abc

SCS BRS 113 5,79 cdef 2,76 abc 3,62 ab 12,69 b 2,77 abcdefghi 4,02 bcde 1,57 bcdefghijk 8,35 abc

Farroupilha 1046 5,72 cdef 3,42 abc 3,62 ab 11,93 b 1,43 i 3,66 cde 1,22 jk 8,96 abc

Qualimax 1 5,36 def 2,82 abc 4,74 ab 13,03 b 2,84 abcdefghi 3,49 cde 1,56 bcdefghijk 9,03 abc

Agulinha Anão 5,50 ef 3,82 abc 4,13 ab 13,22 b 2,17 cdefghi 3,10 de 1,29 hijk 10,02 abc

IR 8 4,35 f 3,31 abc 5,39 ab 10,81 b 2,06 defghi 2,80 e 1,36 defghijk 7,17 abc

CV 19,3% 23,6% 10,3% 22,6% 17,6% 22,3% 11,3% 20,6%

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*Médias seguidas por letras minúsculas distintas nas colunas, diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CAMARGO, C.E. de O.; OLIVEIRA, O.F. de. Tolerância de cultivares de trigo a diferentes níveis de alumínio em solução nutritiva e no solo. Bragantia, Campinas, v.40, p.21-31, 1981. DARIO, G.J.A.; NETO, D.D.; MARTIN, T.N. et al. Influência do uso de fitorreguladores no crescimento do arroz irrigado. Revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, Uruguaiana, v.11, n.1, p.183.194, 2004. IBGE. Censo agropecuário, 2006. Disponível na Internet: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/ protabl.asp?z= t&o=1&i=P. Acesso em 25

de maio de 2007.

ZONTA, E.P.; MACHADO, A.A. SANEST - Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores. Pelotas: DMEC/IFM/UFPel, 1987. 138p. Agradecimento: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa.

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QUANTIFICAÇÃO DE PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS EM PLÂNTULAS DE ARROZ (Oryza sativa L.) CULTIVADAS EM HIDROPONIA

Claudete Clarice Mistura1; Adriana P. Soares Bresolin1; Juliana Castelo Branco1; Fernanda A. Müller1; Luísa H. M. Bammann1; Maria da Graça de S. Lima2; Cristina R. Mendes2; Ariano Martins de Magalhães Júnior3; Fernando Irajá F. de Carvalho1; Antonio Costa de Oliveira1; 1Centro de Genômica e Fitomelhoramento - CGF-FAEM/UFPEL, CX.P. 354, CEP: 96.001-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]; Dep. de Botânica, Instituto de Biologia, UFPEL, Pelotas,RS 3Embrapa Clima Temperado – BR 392 Km 78,CX.P.403, CEP: 96001-970, Pelotas, RS

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais importantes no mundo e seu cultivo ocorre em todos os continentes. Além disto, tem destaque por ser um alimento nutritivo, rico em carboidratos e também por participar da dieta de mais da metade da população mundial (ABADIE et al., 2005). Diante da importância desta cultura, os centros de pesquisa em melhoramento desenvolvem periodicamente cultivares de arroz visando atender as mais variadas exigências de mercado e atingir maior produtividade. Deste modo, gera-se um grande número de cultivares para avaliação em curto período de tempo. Uma alternativa viável e de baixo custo para complementar à seleção dos genótipos poderia ser o cultivo dos mesmos em hidroponia. Os pigmentos fotossintetizantes (clorofila A e pigmentos acessórios – clorofila B e carotenóides) presentes nas plantas assim como sua concentração podem variar de acordo com a espécie ou cultivar (STREIT, et al., 2005). A clorofila A é o pigmento utilizado pelas plantas para realizar a fotoquímica, primeiro estágio fotossintético, enquanto os pigmentos acessórios auxiliam na absorção de luz e transferência de energia, além disto, os carotenóides protegem as clorofilas contra foto-oxidação (TAIZ & ZIEGER, 2004). Deste modo, o crescimento e o desenvolvimento das plantas, após a assimilação das reservas existente na semente, poderão ser limitados, pois esses pigmentos são responsáveis pela produção de fotoassimilados (carboidratos) os quais são indispensáveis para os processos vitais das plantas e também para dar origem a outros compostos importantes como às proteínas (OVIEDO et al., 2001).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a concentração dos pigmentos fotossintéticos em plântulas de diferentes genótipos de arroz cultivados em hidroponia, visando às diferenças genotipicas. Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Genômica e Fitomelhoramento e de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Pelotas-UFPel, em Pelotas, RS. Um total de 50 sementes de 18 genótipos (Tabela 1) foram semeados em papel Germitest® e colocados em câmara de desenvolvimento biológico (BOD) e após 72 horas, foram selecionadas 30 plântulas com o mesmo tamanho e colocadas em telas para cultivo em hidroponia. Após 10 dias de cultivo em hidroponia foram coletadas amostras de tecidos de folhas das plântulas para a extração dos pigmentos fotossintéticos. Das amostras coletadas das folhas foi retirada uma amostra de aproximadamente 0,5 mg de tecido foliar, empregado para quantificar as clorofilas A, B e carotenóides de acordo com a metodologia descrita por ARNON (1949). A quantificação dos pigmentos foi realizada por espectrofotometria (clorofila A= 663 nanômetros, clorofila B= 645 nanômetros, carotenóides= 470 nanômetros e o controle= acetona 80%), segundo a técnica citada por LICHTENTHALER (1987). Foi efetuada a análise da variância dos dados e a comparação de médias pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade, através do programa Sanest (ZONTA & MACHADO, 1987). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com três repetições por tratamento. Sendo cada repetição constituída por três baldes contendo 1,5 litros de solução nutritiva e 30 sementes sobre a tela de cada balde.

Pode-se observar que das variáveis avaliadas, apenas houve diferença entre os genótipos para a variável teor de clorofila A e teor de clorofila B (Tabela 1). Para o teor de

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clorofila A o genótipo Supremo 2 diferiu-se de IRGA 420, Ligeirão, BRS Bojuru e BR IRGA 411. Com relação ao teor de clorofila B, os genótipos Qualimax 1 e IAS Formosa expressaram comportamento similar entre si e superiores aos genótipos Supremo 1 e Supremo 2. Embora a literatura cite que a relação entre o teor de clorofila A e B seja na proporção de 3:1, foi observado que alguns genótipos não apresentaram esta proporção (Tabela 1). A determinação do teor de clorofila A e B pode auxiliar na seleção e caracterização de genótipos de arroz com maior potencial fotossintético. Tabela 1 - Teor de clorofila A (mg g-1 de MF), teor de clorofila B (mg g-1 de MF) e teor de carotenóides (mg g-1 de MF) após dez dias de cultivo em hidroponia. CGF/FAEM/UFPEL, Pelotas - RS, 2007

Genótipo Teor de clorofila A

(mg g-1 de MF) Teor de clorofila B

(mg g-1 de MF) Teor de carotenóides

(mg g-1 de MF)

1021 Supremo 2 4,004 a 0,576 d 1,4523 a 1018 Qualimax 1 3,005 ab 2,085 a 1,542 a 1034 SCSBRS 113 2,455 abc 0,860 bcd 1,194 a 1017 EMPASC 103 2,177 abc 1,789 ab 1,329 a 1000 IAS Formosa 2,112 abc 1,955 a 1,176 a 1024 Taquari 1,948 abc 1,583 abcd 1,311 a 1029 BRS Ligeirinho 1,903 abc 1,573 abcd 1,529 a 1016 Supremo 13 1,901 abc 1,513 abcd 1,266 a 1001 BRS Atalanta 1,823 abc 1,681 abc 1,213 a 1005 IRGA 417 1,711 abc 1,824 ab 1,310 a 1025 BRS IRGA 409 1,683 abc 1,361 abcd 1,260 a 1030 BRS Agrisul 1,638 abc 1,392 abcd 1,592 a 1011 Supremo 1 1,616 abc 0,693 cd 1,219 a 1086 EEA 405 1,577 abc 1,440 abcd 1,109 a 1012 IRGA 420 1,440 bc 1,323 abcd 1,220 a 1020 Ligeirão 1,310 bc 1,289 abcd 1,175 a 1003 BRS Bojuru 1,309 bc 1,150 abcd 1,538 a 1008 BR IRGA 411 0,481 c 1,669 abc 1,723 a

*Médias seguidas por letras minúsculas distintas nas colunas, diferem significativamente entre si, pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade de erro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABADIE, T.; CORDEIRO, C.M.T.; FONSECA, J.R. et al. Construção de uma coleção nuclear de arroz para o Brasil. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, v.40, n.2, p.129-136, 2005. ARNON, D.I. Copper enzymes in isolated cloroplasts polyphenoloxidase in Beta vulgaris. Plant Physiology, Maryland, v.24, n.1, p.1-15, 1949. LICHTENTHALER, H.K. Chlorophylls and Carotenoids, the pigments of photosynthetic biomenbranes. In: DOUCE, R.; PACKER, L. (Ed.) Methods in Enzymology, vol. 148, Washington: Academic Press, 1987. cap. 1, p. 350-382. OVIEDO, A. F. P.; HERZ, R.; RUDORFF, B. F. T. efeito do estresse hídrico e da densidade de plantio no uso da radiação e produtividade da cultura do trigo (Triticum aestivum L.) Revista de biociências,Taubaté, v.7, n.1, p.23-33, 2001. STREIT, N.M; CANTERLE, L.P.; CANTO, M.W.; HECKTHEUER, L.H.H. As clorofilas. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.3, p.748-755, 2005.

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TAIZ, L. ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3º Ed. 693p. Porto Alegre, Artmed, 2004 ZONTA, E.P.; MACHADO, A.A. SANEST - Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores. Pelotas: DMEC/IFM/UFPel, 1987. 138p. Agradecimento: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa.

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SINTENIA DO GENE DE ALFA-AMILASE AMY1 EM ARROZ ENTRE ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO

Patrícia da Silva Vinholes

(1), Géri Eduardo Meneghello

(2), Mário Borges Trzeciak

(2), Cibele

dos Santos Ferrari(2)

, Paulo Dejalma Zimmer(3)

¹Acadêmica em Agronomia, Bolsista PIBIC/CNPq, FAEM/UFPel, Campus Universitário, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, [email protected].

2Programa de Pós Graduação em Ciência & Tecnologia de

Sementes, FAEM/UFPel; 3Dr. Professor do Departamento de Fitotecnia, FAEM/UFPel.

Entre as gramíneas cultivadas, o arroz é um dos produtos agrícolas de fundamental importância no Brasil, cujo decréscimo na produção acarreta prejuízos consideráveis à economia e à sociedade brasileira. O arroz é considerado atualmente planta modelo das monocotiledôneas para estudos genéticos devido ao seu pequeno genoma (460 MB), disponibilidade de ESTs (Expressed Sequence Tags), seqüências genômicas disponíveis em bancos de dados, alta eficiência de transformação, mapa molecular saturado, inúmeras informações sobre a biologia das células, bioquímica e fisiologia, além da sua grande sintenia com outras gramíneas. O termo "sintenia" refere-se à propriedade de dois ou mais genes estarem localizados no mesmo cromossomo, portanto qualquer conhecimento sobre os genes de arroz pode ser aplicado a importantes produtos brasileiros tais como milho, trigo e cana de açúcar.

A alfa-amilase (Figura 1) é uma importante enzima responsável pela hidrólise do amido, usualmente sintetizada e secretada pela camada de aleurona das sementes (Kigel & Galili, 1995). Durante o desenvolvimento da semente, a camada de aleurona forma um estoque de reservas, enquanto na germinação, constitui-se em uma fonte de enzimas para a mobilização das reservas. Muitos fatores podem influenciar na síntese e atividade de alfa-amilase durante a germinação das sementes, por isso um grande número de estudos de caracterização e expressão desta importante enzima na produção de sementes, vem sendo conduzidos (Fincher, 1989).

Figura 1. Estrutura tri-dimensional da enzima alfa-amilase codificada pelo gene AMY1.

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A qualidade de sementes pode ser vista como um padrão de excelência em atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários (Carvalho & Nakagawa, 2000), que vão determinar o desempenho da semente quando semeada ou armazenada.

A pesquisa na área de biologia molecular com ênfase no controle de qualidade das sementes produzidas tem evoluído muito e novas técnicas têm-se mostrado úteis na elucidação dos fatores que afetam a qualidade, a manipulação, a identificação e preservação do material genético, permitindo o monitoramento de todo o processo produtivo (Dantas et al., 2002). Atualmente muitas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de estudar reações metabólicas que envolvam a síntese e a degradação de moléculas durante o desenvolvimento, a germinação e a deterioração de sementes (Carvalho et al., 2000).

O objetivo do trabalho foi avaliar a sintenia do gene AMY1 que codifica para a síntese da alfa-amilase no arroz entre espécies de interesse econômico.

A partir do gene que codifica para a enzima alfa-amilase em arroz (GenBank accession: X16509) desenhou-se primers em uma região interna, utilizando-se para tanto a versão on-line do programa PRIMER3 (http://fokker.wi.mit.edu/primer3/input.htm). O fragmento de amplificação é de 461 pares de bases (pb), localizados na posição 2711 e 3172 pb (incluindo a seqüência do primer) As seqüências do primer foram 5'AAGGTGCGGTGCTCTGCTCT3' (Forward) e 5'GCCGATGTCCATCTTGAGCC3' (Reverse). Os parâmetros usados para o desenho do primer foram: tamanho do primer (mínimo 18 e máximo 27 e ótimo 20 pb); temperatura média de anelamento (TM) (mínimo 57°, máximo 63° e ótimo 60°), por fim o conteúdo das bases nitrogenadas Guanina e Citosina (%GC) deveria estar entre 20 e 80%.

Sementes de arroz (controle), azevém, milheto, milho, cevada, sorgo, algodão, feijão, soja e ervilha foram semeadas para realizar a extração de DNA a partir das plântulas. Para extrair o DNA genômico, 10 sementes de cada espécie foram semeadas em bandejas com areia esterilizada. Após 30 dias em casa de vegetação, as plântulas foram coletadas. A extração foi realizada conforme protocolo CTAB 2% (Saghai-Maroof et al., 1984). Aproximadamente 50ng de DNA genômico foi combinado com Tampão 10X PCR, 10mM MgCl2, dNTPs com 200µM, cada primer com 0,1µM, e 1U da enzima Taq polymerase para um volume final da reação de 15µl. As reações de amplificação (PCR) foram realizadas em termociclador PTC-100, usando o seguinte programa: 3 minutos em 94 °C, seguido por 35 ciclos de 45 segundos em 94 °C, 45 segundos em 60 °C e 45 segundos em 72 ºC, com incubação final de 10 minutos em 72 °C. A partir da mesma seqüência do gene da alfa-amilase, realizou-se um BLAST (Altschul et al., 1990), contra o banco de dados de cada uma das espécies selecionadas para este estudo.

A análise in silico das seqüências através do alinhamento local (BLAST) contra o banco de dados de cada uma das espécies selecionadas mostrou que há uma similaridade de 83% entre a alfa-amilase do arroz e do milho e 89% entre arroz e cevada.

Figura 2. Sintenia do Gene entre as diferentes espécies: Canaleta M – Marcador de Peso Molecular – Ladder 50 pb; 1 – arroz (controle); 2 – azevém; 3 – milheto; 4 – milho; 5 –

cevada; 6 – sorgo; 7 – algodão; 8 – feijão; 9 – soja; 10 – ervilha.

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De acordo com o observado na Figura 2, houve amplificação em todas as gramíneas, demonstrando uma similaridade entre os genes que codificam para a enzima alfa-amilase em todas essas espécies. Era esperado que fosse observado uma similaridade in silico com as demais espécies de gramíneas estudadas, como o milheto, o azevém e o sorgo, porém é possível que a baixa similaridade seja em decorrência da ainda reduzida quantidade de dados existentes nos bancos de dados, quando comparados ao milho, a cevada e ao arroz. Já para as demais espécies, pertencente a outras famílias botânicas não observou-se amplificação do DNA quando utilizou-se primers específicos para a enzima alfa-amilase em arroz, e estes dados foram comprovados na análise in silico, quando também não foi observado uma similaridade significativa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALTSCHUL, S. F.; GISH, W.; MILLER, W.; MYERS, E. W.; LIPMAN, D.J. J. Molecular e Biologia. 215:403-410, 1990. CARVALHO, M.L.M.; VIEIRA, M.G.G.C.; VON PINHO, E.R. Aplicação de técnicas moleculares no controle de qualidade de sementes. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, v.3, n.17, p.44-47, 2000. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes, Ciência, Tecnologia e Produção. Jaboticabal: FUNEP, 2000. DANTAS, B. F. et al . RT-PCR patterning for alpha-amylase messenger RNA identification in germinating maize seeds. Rev. bras. sementes., Pelotas, v. 24, n. 2, 2002. FINCHER, G.B. Molecular and cellular biology associated with endosperm mobilization in germinating cereal grains. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, v. 40, n.1, p.305-346, 1989. FINCHER, G. B. Molecular and cellular biology associated with endosperm mobilization in germinating cereal grains. Annual Review Plant Physiology Molecular Biology, Palo Alto, v.40, p.305-346, 1989. KIGEL, J.; GALILI, G. Seed development and germination. New York: Marcel Dekker, 1995. 853 p.

SAGHAI-MAROOF, M.A., SOLIMAN, K.M., JORGENSEN, R.A. et al. Ribosomal DNA apace – length polymorphism’s in barley: Mendelian inheritance, chromosomal location, and population dynamics. Proceedings of the National Academy of Sciences of the U.S.A. v.81, p. 8014 – 8018, 1984.

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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ANÁLISE IN SILICO DO GENE OSNRAMP1 NO GENOMA DO ARROZ

Lívia Scheunemann dos Santos(¹), Luciano Carlos da Maia(¹), Andrea Miyasaka de Almeida(2), Fernando Irajá Félix de Carvalho(¹), Antonio Costa de Oliveira(¹)

1Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário, s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS. [email protected]

2Departamento de Biologia Vegetal - Universidade Federal de Viçosa

A homeostase de metais é um fator crítico para a sobrevivência de organismos vivos, e transportadores de metais têm papel central na manutenção da homeostase em células vivas, uma vez que o acúmulo excessivo de metais é potencialmente tóxico. Dessa forma, a regulagem da concentração de metais deve ser estritamente controlada. Pesquisas recentes evidenciam o papel essencial de transportadores de metais na manutenção da homeostase (Nelson, 1999). Com o seqüenciamento de genomas vários genes transportadores de metais foram identificados e suas funções investigadas e componentes adicionais relativos à homeostase de ferro foram caracterizados. Apesar de não estarem relacionados diretamente à absorção de ferro, esses componentes estão provavelmente envolvidos no armazenamento de ferro. Membros de uma família gênica amplamente distribuída, a NRAMP (Natural Resistance-Associated Macrophage Protein) foram caracterizados em Arabidopsis e arroz (Belouchi et al., 1997; Thomine et al., 2000). Genes NRAMP codificam uma família de proteínas integrais da membrana em bactérias, fungos, plantas e animais (Cellier et al., 2001). Diversas proteínas NRAMP funcionam como transportadores de metais que transportam várias classes de cátions, incluindo metais essenciais como manganês (Mn), ferro (Fe) e cádmio (Cd). Essas proteínas têm papel essencial na absorção e homeostase de metais em leveduras, por exemplo (Thomine et al., 2003). Genes NRAMP foram identificados em várias espécies vegetais. Em Arabidopsis, análises genômicas revelaram a existência de seis seqüências com alta homologia a NRAMP (Alonso et al., 1999). Estudos funcionais revelaram que transportadores AtNRAMP modulam a toxidez de Fe e Cd em plantas (Curie et al., 2000). Devido ao fato de várias proteínas AtNRAMP transportarem ferro quando expressas em levedura e de que a expressão do gene NRAMP é elevada na deficiência de ferro, sugere-se que essas proteínas de membrana possam estar envolvidas na nutrição de ferro pelas plantas. Tanto em dicotiledôneas e monocotiledôneas não-gramíneas, que apresentam a estratégia I de absorção de ferro, como em gramíneas, que apresentam estratégia II de absorção, foram encontrados genes NRAMP altamente homólogos, sugerindo funções básicas comuns a proteínas NRAMP na homeostase celular do ferro, independente da estratégia de absorção utilizada pela planta. Com objetivo de conhecer as regiões do gene OsNRAMP com maior nível informativo para análise de polimorfismo nessa região entre plantas de arroz com diferenças no comportamento para a tolerância ao Fe, foram analisadas informações contidas no Banco de Dados NCBI referentes ao gene.

A partir dos dados publicados por GROSS et al. (2003) mostrando o posicionamento de um locus homólogo de NRAMP1 no cromossomo 7 do arroz, foi localizado o RNA homólogo concatenado naquela região (gi|115471426) que foi alinhado na pseudo-molécula do cromossomo 7 do genoma do arroz através do software BLASTN, com intuito de buscar as regiões de introns e exons. Posteriormente, utilizando um algoritmo escrito na linguagem Perl (Maia, 2007) foi efetuada a busca por regiões de DNA repetitivo (SSRs) num trecho abrangendo distância de 2.000pb upstream do primeiro exon do gene.

O resultado da busca apontou para um trecho, anotado pelo IRGSP como um gene homólogo a uma proteína integral de membrana, conforme domínio IPRO01046, contido no “InterPro Domain”. O gene está nomeado como OsNramp1 (id: Os07g0257200), sendo composto por 15 exons e 13 CDS, sendo dois desses exons descritos como UTRs. O alinhamento feito pelo BLASTN da região gi|115471426 contra o cromossomo 7 mostrou 15

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regiões concatenadas (transcritas) (Figura 1), sendo que o primeiro e o último exon estão descritos como regiões não traduzidas (UTR - untraslated region) para as proteínas homólogas depositadas no “InterPro Domain”.

Figura 1. Alinhamento dos transcritos de OsNRAMP1 (gi|115471426) contra região do cromossomo 7 contendo gene Os07g0257200.

O resultado da busca por SSRs resultou na ocorrência de 3 seqüências: TC28 entre os exons 11 e 15, TA11 entre os exons 16 e 18 e ATTA5 30pb após o ultimo exon (UTR), conforme a Figura 2.

Figura 2. Regiões do gene OsNRAMP1 contendo trechos de DNA repetitivo (SSRs).

A análise dos resultados indica que uma possível estratégia no uso de marcadores

moleculares para evidenciar polimorfismo do gene entre diferentes cultivares é o uso de

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primers que amplifiquem um trecho total de 7.600pb. Outra estratégia seria a utilização de marcadores para a amplificação específica de cada exon. Não obstante, a identificação de 3 SSRs entre exons prove uma forte possibilidade de que alterações nessas regiões de DNA repetitivo possam ter influência nas diferenças funcionais desse gene.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALONSO, J.M. HIRAYAMA, T., ROMAN, G., NOURIZADEH, S., ECKER, J.R. EIN2, a bifunctional transducer of ethylene and stress responses in Arabidopsis. Science, 1999, 284, 2148-2152.

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COMPARATIVO DE CUSTO DE GÉIS DE AGAROSE x POLIACRILAMIDA

Fernando Adami Tcacenco(1), Gustavo Emygdio Halfen(2), Maycon Eduardo Nicoletti(3), Irceu Agostini(4). 1Pesquisador, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri, Estação Experimental de Itajaí. Caixa Postal 277, 88301.970, Itajaí, SC. Email: [email protected]. 2Graduando em Ciências Biológicas, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Bolsista do CNPq. 3Biólogo Bacharel, bolsista do CNPq, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri. 4Pesquisador, Pesquisador Sócioeconomia, Embrapa/Epagri, Estação Experimental de Itajaí.

A análise de produtos de RAPD, PCR e de outras técnicas moleculares é

geralmente feita através de géis de agarose, que permitem a separação e visualização de fragmentos com grandes diferenças em tamanho, porém são pouco efetivos na separação de fragmentos com diferença de poucos pares de bases. Muitas vezes esse problema não é perceptível e algumas bandas podem não ser separadas ou até mesmo não ser visualizadas. Já a separação em géis de poliacrilamida corados com nitrato de prata tende a proporcionar uma melhor resolução (Stift et al., 2003); estes géis são bastante utilizados em técnicas como o AFLP (Amplified Fragments Length Polimorphism) e microssatélites, destacando-se principalmente na qualidade da visualização e separação de pequenos fragmentos. Estimativas de custos indicam que os géis de poliacrilamida são até 60% mais baratos que géis de agarose.

O objetivo deste trabalho foi levantar o preço de corridas em géis de agarose e géis de poliacrilamida. Para tanto, foram computados os custos com materiais e reagentes, bem como depreciação de equipamentos e custos de mão-de-obra. Para materiais e reagentes, foi feita uma média a partir de preços realizados pelos fornecedores no primeiro semestre de 2007; não foi considerado o gasto com energia para a corrida eletroforética, por representar valores muito baixos. No cálculo da depreciação de equipamentos, estimou-se que as cubas de eletroforese para ambos os géis, bem como os sistemas de visualização e documentação, seriam depreciados em 100% após dez anos de uso, o que corresponde, no presente estudo, a aproximadamente 2.500 géis. Portanto, seus custos foram divididos por essa quantidade, para se obter o custo unitário por gel. Já para a mão-de-obra, fornecem-se três alternativas, baseadas no salário mínimo vigente em maio/2007: laboratorista remunerado a 1,0, 2,0 ou 3,0 salários mínimos; nas três situações, o valor do salário foi acrescentado de 106,6%, para se levar em conta os encargos sociais, verbas demissionárias e demais impostos e contribuições, vale dizer, todos os componentes do custo do fator trabalho para a empresa (FECOMÉRCIO-MG, 2007).

Os resultados são apresentados nas Tabelas 1 e 2, que apresentam os custos de mão-de-obra, e reagentes, materiais e depreciação, respectivamente. Considerando-se apenas os gastos de reagentes, materiais e depreciação (Tabela 2), observa-se que géis de agarose apresentam um custo cerca de 76% maior do que géis de poliacrilamida (R$ 22,84 e R$ 12,96, respectivamente).

Quando os custos com mão-de-obra são levados em consideração (Tabela 1), os totais para corridas eletroforéticas em géis de poliacrilamida são inferiores aos totais para géis de agarose para uma mão-de-obra remunerada com 1,0 salário mínimo (R$ 25,21 e R$ 30,19, respectivamente para poliacrilamida e agarose); para mão-de-obra remunerada com 2,0 salários mínimos, os custos são aproximadamente iguais (R$ 37,46 e R$ 37,54, respectivamente). A partir desse ponto de inflexão, os custos com géis de poliacrilamida se tornam mais elevados, já que demandam mais mão-de-obra para sua confecção e coloração. No entanto, mesmo a um custo de 3,0 salários mínimos, o diferencial entre os dois tipos de géis é de apenas 11% (R$ 49,71 e R$ 44,89, respectivamente para poliacrilamida e agarose).

Resultados da literatura (Stift et al., 2003) e de nosso laboratório (dados não publicados) apontam para uma melhor resolução de fragmentos em géis de poliacrilamida,

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quando comparada com a resolução em géis de agarose. Por exemplo, a visualização de produtos de rep-PCR de elementos repetitivos de Pyricularia grisea em gel de agarose demonstrou apenas seis fragmentos, enquanto que pelo menos dez bandas foram visualizadas em gel de poliacrilamida, sendo que a poliacrilamida proporcionou também uma melhor separação das bandas.

Portanto, a decisão entre uma ou outra matriz deverá ser pautada não só pelos custos inerentes à corrida em si, mas principalmente pela qualidade do resultado obtido. Por exemplo, para a detecção de uma única banda, digamos presença ou ausência de um transgene, onde a resolução pode ser baixa, um gel de agarose só seria o preferido se não for necessária uma resolução de bandas e se o custo da mão-de-obra for superior a três salários mínimos; se este for inferior, géis de poliacrilamida seriam preferidos. Já para aplicações do tipo RAPD, AFLP, microssatélites e outras, que demandam uma maior resolução, géis de poliacrilamida são superiores, no tocante à visualização de fragmentos gerados por amplificação de DNA, e devem ser os adotados, independentemente do custo. Tabela 1. Custo de mão-de-obra técnica para realização de corridas eletroforéticas em géis de agarose e de poliacrilamida para dezesseis amostras de DNA, considerando-se três cenários de salários-base. Itajaí, SC, 2007.

Tipo de matriz

Agarose Poliacrilamida Cenário

Qtdade Custo (R$)(a)

Qtdade Custo (R$)

Mão-de-obra para preparo de géis, carregamento de amostras e visualização (considerando o valor de 1,0 salário mínimo mais 106,6% de encargos, verbas demissionárias e demais impostos), hora, R$ 4,90

1,5 h 7,35 2,5 h 12,25

Mão-de-obra para preparo de géis, carregamento de amostras e visualização (considerando o valor de 2,0 salários mínimos mais 106,6% de encargos, verbas demissionárias e demais impostos), hora, R$ 9,60

1,5 h 14,70 2,5 h 24,50

Mão-de-obra para preparo de géis, carregamento de amostras e visualização (considerando o valor de 3,0 salários mínimos mais 106,6% de encargos, verbas demissionárias e demais impostos), hora, R$ 14,40

1,5 h 22,05 2,5 h 36,75

(a) Valores calculados a partir do salário-mínimo nacional praticado em maio de 2007 (R$ 380,00), e 160 horas mensais trabalhadas. Agradecimentos: ao CNPq, pelas bolsas concedidas a M.E.N. e G.E.H.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FECOMÉRCIO-MG. Encargos Sociais Obrigatórios no Brasil. Disponível em www.fcemg.org.br. Acesso em: 15/06/2007.

STIFT, G.; PACHNER, M.; LELLEY, T. Comparison of RAPD Fragment Separation in Agarose and Polyacrylamide Gel by Studying Cucurbita Species. Cucurbit Genetics Cooperative Report, v.26, p.62-65, 2003.

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Tabela 2. Reagentes, materiais e depreciação para a obtenção de géis de agarose e de poliacrilamida para dezesseis amostras de DNA. Itajaí, SC, 2007.

Tipo de matriz

Agarose Poliacrilamida Descrição (fonte de custo, formulação, valor unitário)

Qtdade Custo (R$)(a)

Qtdade Custo (R$)

Ácido acético glacial, P.A., litro, R$ 80,00 1 mL 0,08

Acrilamida: bis-acrilamida, solução 19:1 (40%), frasco 500 mL, R$ 230,05 4 mL 1,84

Agarose purificada, frasco 500 g, R$ 1.448,00 0,90 g 2,60

Água destilada, litro, R$ 0,20 (consumo de energia: 1 kW/h por litro; e 40 litros de água de refrigeração) 0,50 L 0,10 1 L 0,20

Corante de corrida, frasco 5.000 µL, 6X, R$ 181,64 80 uL 1X 0,48 80 uL

1X 0,48

Corante SYBR Safe para ácidos nucléicos, frasco 400 µL, R$ 486,00 10 uL 12,11

Depreciação de equipamento para fotodocumentação (scanner), valor básico (v.b.), R$ 0,08 1 0,08

Depreciação de equipamentos de corrida eletroforética, valor básico (v.b.), R$ 1,20 1 1,20 1 1,20

Depreciação de equipamentos para visualização e fotodocumentação, valor básico (v.b.), R$ 1,20 1 1,20

Etanol absoluto, P.A., litro, R$ 11,44 20 mL 0,23

Formaldeído, P.A., litro, R$ 140,00 600 uL 0,08

Hidróxido de sódio, P.A., kg, R$ 50,00 6 g 0,30

Luvas de látex para procedimenos, unidade, R$ 0,20 2 unid 0,40 2 0,40

Marcador de peso molecular para DNA, 0,25 µg/µL, frasco 250 µL, R$ 270,26 0,5 uL 0,54 0,5 uL 0,54

Nitrato de prata, P.A., frasco 100 g, R$ 748,26 0,50 g 3,74

Papel termosensível para impressora, 110 mm, rolo 18 m, R$ 80,50 0,10 m 0,45

Parafilme M, rolo, 38,1 m, R$ 150,00 0,05 m 0,20 0,05 m 0,20

Persulfato de amônio, P.A., frasco 100 g, R$ 100,00 0,03 g 0,03

Ponteiras, unidade, R$ 0,037 16 0,59 16 0,59

Tampão TBE para confecção de géis, litro, R$ 8,10 100 mL 0,81 100 mL 0,81

Tampão TBE para corridas eletroforéticas (reutilizado em três corridas), litro, R$ 2,70 800 mL 2,16 800 mL 2,16

CUSTO POR GEL (REAGENTES, MATERIAIS E DEPRECIAÇÃO)

22,84 12,96 (a) Valores médios de vários fornecedores para o primeiro semestre de 2007.

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EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOB O CRESCIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE ARROZ

Mauricio Marini Kopp1, Viviane Kopp da Luz1, Jefferson Luis Meirelles Coimbra2, Rogério Oliveira de Sousa3, Fernando Irajá Félix de Carvalho1, Antonio Costa de Oliveira1. 1 Centro de Genômica e Fitomelhoramento, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, cep: 96010-900, [email protected] . 2 Depto. de Fitotecnia, Universidade do Estado de Santa Catarina. 3 Depto. De Solos, Universidade Federal de Pelotas.

A cultura do arroz irrigado tem como característica principal a manutenção de uma lâmina de água sobre o solo durante a maior parte do seu desenvolvimento, estabelecendo um ambiente anaeróbio. Esta condição favorece a atividade de microrganismos que em presença de matéria orgânica promovem sua fermentação formando produtos intermediários fitotóxicos. Entre estes produtos, destacam-se os ácidos orgânicos alifáticos de baixo peso molecular, como o acético, o propiônico e o butírico, que ocorrem em geral na faixa de concentração de 0,1 a 14 mM e relação de 6:3:1 respectivamente (Bohnen et al., 2005). O ácido acético é o menos fitotóxico, entretanto ocorre em maiores concentrações, sendo o principal ácido orgânico formado no solo sob condição anaeróbia (Rao e Mikkelsen, 1977). Os sistemas de semeadura direta e cultivo mínimo de arroz irrigado prevêem a manutenção de resíduos vegetais sob a superfície do solo, causando maior produção de ácidos orgânicos. A fitotoxidez por ácidos orgânicos manifesta-se, nas fases iniciais de desenvolvimento do arroz diminuindo a germinação, o crescimento radicular, peso e altura de plântulas e em casos de toxidez mais severa, os prejuízos ao crescimento das plantas podem se refletir em outras fases, ocorrendo menor afilhamento, menor absorção de nutrientes e menor rendimento de grãos (Camargo et al., 2001). Assim, a identificação de genótipos tolerantes se torna importante para estudos de variabilidade genética, função, regulação e ação gênica, devido às novas tecnologias, podendo ser utilizados na incorporação de genes em cultivares superiores por métodos de recombinação ou transformação. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o crescimento de raízes de plântulas de arroz submetidas à ação fitotóxica do ácido acético e identificar variabilidade genética para o caráter tolerância ao ácido.

Foram utilizados 25 genótipos de arroz dos grupos índica e japônica, e dos sistemas de cultivo irrigado e sequeiro (Tabela 1) os quais foram submetidos a quatro doses de ácido acético. O experimento foi conduzido em sistema hidropônico onde foram utilizados potes com capacidade de 5,5 L que permaneceram em tanque tipo “banho-maria” com temperatura de 25 + 1 ºC, aeração da solução nutritiva para suprimento de oxigênio, permitindo o desenvolvimento do sistema radicular e iluminação artificial controlada. Para constituição das parcelas experimentais, 160 sementes de cada cultivar foram postas para germinar a 25 + 1 ºC por 72 horas em papel germinador embebido em água, das quais foram selecionadas 120 com comprimento de raiz de 5 mm e uniformes para constituir o experimento. Os tratamentos foram constituídos por quatro concentrações de ácido acético: 0 (controle); 4; 8 e 12 mM, e o pH foi ajustado para 4,7 com HCl 1N ou NaOH 1N. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três repetições num esquema fatorial, sendo que a unidade experimental consistiu de dez sementes para cada repetição. As plântulas permaneceram sob efeito do ácido por 14 dias. Após esse período elas foram avaliadas quanto ao crescimento de raízes, e os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão linear simples da variável mensurada.

Os resultados da análise de variância mostraram, pelo teste F, efeitos significativos, a 5 % de probabilidade de erro, para dose, genótipo e interação (dose x genótipo). Estes resultados permitem inferir que o comprimento do sistema de raízes (CR) é eficiente em diferenciar a resposta dos genótipos utilizados frente aos tratamentos com ácido acético. Estes resultados concordam com os obtidos por Rao e Mikkelsen (1977) em arroz, que constataram que o comprimento de raiz é a variável mais afetada pelas doses com ácidos

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orgânicos. Armstrong e Armstrong (2001) estudaram os sintomas fisiológicos relacionados à toxidez de ácidos orgânicos em arroz e relataram que eles causam degradação da parede celular, inibição das funções respiratórias e diminuição da divisão celular do sistema radicular que está em contato direto com o elemento tóxico, indicando assim, a razão principal para o menor crescimento da raiz. Desta forma, foram ajustadas equações de regressão linear simples para cada genótipo, tomando como variável dependente (y) comprimento de raiz (CR) (Tabela 1).

As doses utilizadas para constituir o experimento foram previamente selecionadas com base nos estudos de Rao e Mikkelsen (1977) e Sousa e Bortolon (2002) de modo que as reduções relativas da variável comprimento de raiz (CR) utilizado para ajuste das equações fossem em torno de 50% na dose mais elevada. No entanto, pode ser observado na Tabela 1, que os coeficientes de regressão (b) apresentaram valores com variação entre -0,437 a -0,779. Como ainda não existe na literatura a descrição de níveis de redução para considerar um genótipo tolerante, ou mesmo, não existem ainda descritos genótipos já classificados como tolerantes ou sensíveis para serem utilizados como testemunha, foi realizado um teste t do valor do coeficiente de regressão (b) de cada genótipo, onde, valores de coeficientes não significativos determinam genótipos tolerantes.

Pode-se constatar que os genótipos 4; 6; 10; 11; 13; e 20 foram os que apresentaram coeficientes de regressão não significativos para a variável CR quando submetidos aos níveis de ácido acético, totalizando 24% de genótipos tolerantes ao ácido dentro do conjunto de genótipos utilizados neste estudo. Associando os resultados dos genótipos tolerantes e sensíveis com as descrições dos genótipos utilizados no estudo pode ser constatado que cinco dos seis genótipos que apresentaram tolerância ao ácido acético pertence ao grupo Japônica. Este fato pode ser explicado devido aos genótipos do grupo Japônica utilizados neste trabalho apresentarem uma maior rusticidade em relação aos genótipos do grupo Indica. Em geral os genótipos de maior rusticidade são tolerantes a muitos tipos de estresse bióticos e abióticos. Assim, os genótipos do grupo Japônica, podem ser utilizados pelos programas de melhoramento na forma de cruzamentos com cultivares de elevada produtividade e valor comercial. O cruzamento entre estes dois grupos geralmente acarreta em recombinações insatisfatórias ao ideótipo focado nos programas de melhoramento de arroz no Brasil, principalmente no que diz respeito à qualidade de grãos. De forma mais clara, plantas do grupo Japônica apresentam grãos curtos com baixos teores de amilose, tornando-os glutinosos durante o processo de cocção.

Outro fato que pode ser comprovado, é que apenas um genótipo tolerante, não pertence ao sistema de cultivo de irrigação por inundação. Provavelmente o processo de melhoramento de genótipos sob sistema de inundação propiciou um ambiente com maiores concentrações de ácidos orgânicos, e desta maneira, uma seleção indireta para o caráter pode ter sido decisiva para que um maior número de genótipos tolerantes fosse evidenciado dentro deste grupo de cultivares.

Uma população de mapeamento pode ser construída utilizando genótipos de elevada divergência para o caráter a ser estudado. Assim o cruzamento entre os genótipos 17 (IAC-47) x 11 (Daw Dam) seria indicada para este propósito, pois, apesar do genótipo IAC-47 apresentar um crescimento médio de raízes superior (12,58 cm) na ausência do ácido (dose 0), o acréscimo na concentração do ácido ocasionou um maior efeito sob a plântula, diminuindo consideravelmente seu desenvolvimento de raiz quando comparado ao genótipo Daw Dam, que teve 11,35 cm de raiz na ausência do ácido (dose 0), mas um maior comprimento radicular na dose 9 mM em relação ao genótipo IAC-47, inicialmente superior em crescimento de raiz. O mapeamento de regiões genômicas associadas ao caráter poderá contribuir para aumentar a eficiência na incorporação do caráter em cultivares brasileiras de alta produtividade.

A utilização dos genótipos tolerantes ao efeito fitotóxico do ácido acético em programas de melhoramento poderá contribuir de maneira substancial no desenvolvimento de cultivares com maior germinação e estabelecimento inicial de plântulas na lavoura de

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arroz irrigado sob semeadura direta ou cultivo mínimo. Isto reduziria significativamente os custos de produção e danos ambientais advindos do sistema de semeadura convencional de arroz, bem como aumentaria consideravelmente a produtividade final do cereal.

Tabela 1. Descrição e parâmetros das equações de regressão linear dos 25 genótipos de arroz estudados em solução nutritiva sob 4 concentrações do ácido acético para a variável comprimento de raiz (CR). Pelotas-RS, 2006.

Parâmetros de regressão N° Genótipo Grupo Sistema de Cultivo a b R2

1 Tokiwa Nishiki Japônica Sequeiro 12,18 -0,698 0,94 2 Supremo Indica Irrigado 11,78 -0,683 0,93 3 Gohykuman Goku Japônica Sequeiro 11,97 -0,686 0,90 4 Nippombari Japônica Irrigado 11,42 -0,610 * 0,88 5 Texmont Indica Irrigado 12,30 -0,765 0,82 6 Toride 1 Japônica Irrigado 11,41 -0,485 * 0,98 7 Firmeza Indica Irrigado 11,92 -0,741 0,94 8 Pelota Indica Irrigado 12,28 -0,706 0,96 9 Caloro Indica Sequeiro 12,28 -0,754 0,86 10 CICA 8 Indica Irrigado 11,35 -0,642 * 0,84 11 Daw Dam Japônica Irrigado 11,72 -0,437 * 0,92 12 Taquari Indica Irrigado 11,73 -0,694 0,91 13 Rusip Japônica Irrigado 11,97 -0,528 * 0,92 14 IAS 12-9 Formoza Indica Sequeiro 11,99 -0,734 0,96 15 Yamada Nishiki Japônica Sequeiro 11,72 -0,618 0,84 16 Delmont Indica Irrigado 11,38 -0,691 0,82 17 IAC – 47 Indica Sequeiro 12,06 -0,779 0,93 18 Oryzica Indica Sequeiro 11,16 -0,670 0,98 19 Diamante Japônica Sequeiro 11,76 -0,676 0,91 20 Taipei Japônica Irrigado 11,65 -0,461 * 0,98 21 IPSL – 462 Indica Sequeiro 11,49 -0,646 0,84 22 Jaguarí Indica Sequeiro 11,45 -0,703 0,92 23 Bonança Indica Sequeiro 11,52 -0,669 0,90 24 Awini Japônica Irrigado 10,98 -0,633 0,87 25 Taim Indica Irrigado 12,17 -0,754 0,90 * Não significativo pelo teste t ao nível de 5% de probabilidade de erro para o modelo de regressão linear simples. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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ORGANOGÊNESE DIRETA DE MESOCÓTILOS DE ARROZ CULTIVAR BRS 7 “TAIM”

1Maristela dos Santos Rey; Daiane Schimith de Pinho; Anieb Vieira; Letícia Benitez; José Antonio Peters e Carlos Roberto Pierobom. 1 Doutoranda em Fitossanidade, Departamento de Fitossanidade e Lab. de Cultura de Tecidos -UFPEL (email: [email protected]) Palavras-chave: Oryza sativa L., citocinina, Thidiazuron Achar as condições ideais para induzir organogênese em diferentes espécies e cultivares, ainda é um desafio para a maioria dos pesquisadores. Estes baseiam-se principalmente na tentativa e erro experimental, (HENRY et al.,1994) analisando o efeito de diferentes condições e meios de cultura, especialmente o tipo e níveis de reguladores de crescimento. Inicialmente o thidiazuron (TDZ) foi usado como desfolhante em algodoeiro (Gossypium hirsutum L.), mas tem-se mostrado eficaz na regeneração de brotos, como a maioria das citocininas, principalmente quando utilizado em concentrações reduzidas. Os reguladores de crescimento podem ativar ou desativar mecanismos de regeneração de plantas. Em trabalho realizado por GAIRI & RASHID (2003) foi avaliado o efeito das citocininas benziladenina (BAP) e TDZ na recuperação do potencial de regeneração e indução de embriogênese somática em sementes de arroz recalcitrantes. Os resultados indicaram que o TDZ apresentou maior potencial de regeneração com relação ao BAP, e que a transferência dos explantes de meios de cultura contendo uma auxina, para meios supridos com citocininas, é uma importante ferramenta para a não diminuição de germinação. Segundo MALIK E SAXENA (1992) entre várias citocininas testadas, o TDZ foi o mais efetivo na indução de formação de brotos em cultura de sementes de ervilha (Pisum sativum L.).

Frente a estes resultados, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do TDZ na regeneração de brotos da cultivar BRS 7 “TAIM” de arroz, usando mesocótilos como explantes, para futuros traballhos de transformação genética.

Para a extração dos explantes foram utilizadas sementes oriundas da Embrapa - Terras Baixas. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos do departamento de Botânica da UFPel. Primeiramente, as sementes foram descascadas, desinfestadas com hipoclorito de sódio 3% por 25 minutos e em seguida, lavadas por três vezes com água destilada estéril. Logo após, as sementes foram postas em meio MS (MURASHIGE E SKOOG, 1962) adicionado de 2,0 mg/L de ANA, por 6 dias em condição de escuro total. No sexto dia de germinação, as plântulas foram seccionadas, retirados os coleoptiles e, usados os mesocótilos com cerca de 0,3 cm de comprimento como explantes. Para os testes de regeneração de brotos, foi usado meio MS acrescido de 0, 2, 3, 4 e 5 mg/L de TDZ. Todos os meios de regeneração foram solidificados com Ágar (7g/L) e tiveram seu pH ajustado para 5,8. O experimento foi conduzido em sala de incubação com fotoperíodo de 16 horas e temperatura de 25 ± 2º C. Foram utilizados dez explantes por repetição e quatro repetições por tratamento, totalizando 40 explantes por tratamento. Também foi verificado a percentagem de regeneração dos brotos primários, que após serem separados, foram repicados para meio MS, contendo 3 mg/L de TDZ. O comprimento dos brotos foi avaliado de forma que, estes foram medidos separadamente, fazendo-se uma média da altura dos brotos por explante. Para análise dos resultados foi utilizado o teste de Tukey para verificação das médias, a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o SASM- Agri (CANTERI et al. 2001).

Analisando as médias de regeneração de brotos, verifica-se que ocorre uma diferença estatística dos tratamentos contendo TDZ, em relação a testemunha (0,0 mg/L de TDZ), sendo que, a concentração de 4 mg/L, com uma média de 21,7 brotos por explante (figura 1), obteve o melhor resultado, entretanto, os tratamentos com diferentes concentrações de TDZ, não mostraram diferença significativa entre si. Estes dados

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discordam dos resultados encontrados por TAVARES et al. (2004), onde os autores sugerem que doses de 1,0 mg/L de TDZ afetaram negativamente a regeneração de brotos de arroz. Com relação ao comprimento dos brotos regenerados (figura 2), os dados indicam que não ocorre diferença estatística entre os tratamentos, e apenas a testemunha mostrou comportamento positivo em relação aos tratamentos onde foi utilizado o TDZ. Os comprimentos variaram de 18,3 cm para a testemunha a 1,79cm, para a concentração de 4mg/L. Este resultado concorda com SALGADO et al. (2001), que demonstraram menores taxas de comprimento de brotos de crisântemo, quando o TDZ é utilizado. Com relação a taxa de regeneração dos brotos primários (figura 3), verificou-se maiores taxas de regeneração em brotos oriundos da concentração 4mg/L de TDZ, não ocorrendo diferença estatística entre os outros tratamentos, diferenciando-se apenas da testemunha.

Conclui-se que o Thidiazuron atua de forma positiva na regeneração de brotos da cultivar BRS 7 “Taim”, porém mostra-se, dependendo da concentração, prejudicial ao comprimento destes brotos.

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Concentrações de TDZ (mg/L)

Figura 1- Número médio de brotos da cultivar BRS 7 “Taim” formados em meio

MS contendo diferentes concentrações de TDZ.

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Figura 2 - Comprimento médio de brotos da cultivar BRS 7 “Taim” formados em

meio MS contendo diferentes concentrações de TDZ

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Concentrações de TDZ(mg/L) do meio original

Figura 3 - Número médio de brotos cultivar BRS 7”Taim” formados em meio MS com 3 mg/L de TDZ. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CANTERI, M.G.; ALTUS, R.A.; VIRGENS FILHO, J.S.; GIGLIOT, E.A.; GODOY, C.V.Sasm-Agri: Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scoft-knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, v. 1, n.2, p. 18-24, 2001. GAIRI, A. & RASHID, A. TDZ-induced somatic embryogenesis in non-responsive caryopses of rice using a short treatment with 2,4-D. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, n. 76, pág. 29–33, 2004. HENRY, Y.; VAIN, P. & DE BUYSER, J. Genetic analysis of in vitro plant tissue culture responses and regeneration capacities. Euphytica, 79:45-58, 1994. MALIK, K. A.; SAXENA, P. K. Thidiazuron induces high frequency shoot regeneration in intact seedlings of pea (Pisum sativum) chickpea (Cicerarietnum) and lentil (Lens culinaris). Australian Journal of Plant Physiology, Victoria, v.19, n.6, p.731-740, 1992. MURASHIGE, T.; SKOOG, F.A. A revised medium for rapid growth and bioassay with tabacco tissue culture. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v.15, p. 473-479, 1962. SALGADO, S. M. L et al. Ciência. Agrotécnica., Lavras, v.25, n.2, p.274-280, mar./abr., 2001. TAVARES et al. Organogênese indireta de explantes de arroz da região meristemática de ápices caulinares. Revista Brasileira de Agrociência, v.10, n. 2, p. 203-207, abr-jun, 2004.

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MULTIPLICAÇÃO DE BROTOS DE ARROZ, CV BRS 7 ”TAIM”, SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE BAP (6-benzilaminopurina)

1Maristela dos Santos Rey; Daiane Shmidt de Pinho; Anieb Vieira, Leticia Benitez;Carlos Roberto Pierobom; José Antônio Peters . 1Dotoranda em Fitossanidade, Dep. de Fitossanidade, Lab. de Cultura de Tecidos de Plantas, UFPEL. (email: [email protected]) Palavras-chave: explante, regulador de crescimento, Oryza sativa

O principal fator que limita o uso das técnicas de cultivo “in vitro” em arroz é a etapa de regeneração, necessitando de maiores estudos para aprimorar a eficiência do processo (MAGALHÃES JR. et al., 1998). Diversos fatores podem influenciar o potencial regenerativo de uma espécie, como genótipo (OZAWA et al., 2003), tipo e concentração de reguladores de crescimento, estádio fisiológico e tamanho de explantes, meios de cultura e condições de cultivo (MILACH et al.,1991). Em cereais, um dos meios de cultura mais utilizado para a regeneração de brotos é o MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) e, quando a finalidade da pesquisa é a formação de embriões somáticos, os explantes mais empregados, preferencialmente, são embriões imaturos. Teoricamente, a cultura de tecidos pode ser iniciada a partir de diferentes tipos de explantes, entretanto a regeneração in vitro é mais facilmente induzida em alguns órgãos e/ou tecidos, do que em outros. Neste contexto, órgãos imaturos apresentam melhor capacidade regenerativa, no entanto, possuem o inconveniente de estarem disponíveis apenas em um curto período de tempo. Para superar este inconveniente, atualmente tem-se utilizado explantes oriundos da região basal e meristemática de ápices caulinares, obtidos a partir de sementes recém germinadas, contendo gemas axilares (CHRISTOU & FORD, 1995), que podem ser obtidos em qualquer época, sem a dependência do ciclo da planta. O objetivo deste trabalho foi avaliar a regeneração de brotos da cultivar BRS 7 “ TAIM” sob diferentes concentrações de BAP(6-benzilaminopurina), e a capacidade de multiplicação dos brotos inicialmente formados.

Para a extração dos explantes foram utilizadas sementes oriundas da Embrapa -Terras Baixas. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos do departamento de Botânica da UFPel. Primeiramente, as sementes foram descascadas, desinfestadas com hipoclorito de sódio 3% por 25 minutos e em seguida, lavadas por três vezes com água destilada estéril. Logo após, as sementes foram postas em meio MS (MURASHIGE E SKOOG, 1962) adicionado de 2,0 mg/L de ANA, por 6 dias em condição de escuro total. No sexto dia de germinação, as plântulas foram seccionadas, retirados os coleoptiles e, usados os mesocótilos com cerca de 0,3 cm de comprimento como explantes. Primeiramente, os explantes foram colocados em meio MS acrescido de 0, 2, 3, 4 e 5 mg/L de BAP, para a obtenção dos brotos primários. Posteriormente, estes brotos foram repicados para meio MS, contendo 5mg/L de BAP, para a obtenção dos brotos de primeira passagem.Todos os meios de regeneração foram solidificados com Agar (7g/L) e tiveram seu pH ajustado para 5,8. Os experimentos foram conduzidos em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas e temperatura de 25 ± 2º C. Foram utilizados dez explantes por repetição e quatro repetições por tratamento, totalizando 40 explantes por tratamento. Além do número médio de brotos por explante, foi avaliado também, o número de explantes regenerantes. Para análise dos resultados foi utilizado o teste de Tukey para verificação das médias, a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o SASM- Agri (CANTERI et al. 2001).

Os resultados demonstram que, os tratamentos com 4 e 5mg/L de BAP diferenciaram-se estatisticamente da testemunha (0mg/L) apresentando médias de 9,79 e 5,93 brotos respectivamente, por explante (figura 1). Estes dados salientam a necessidade da presença de uma citocinina para a indução de brotações em mesocótilo de arroz. Quanto à multiplicação dos brotos primários (figura 2), foi utilizado para esta segunda fase, somente o meio de cultura contendo 5mg/L de BAP, que apresentou os melhores

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resultados em relação regeneração dos brotos inicialmente formados. Observa-se que, não houve diferença estatística entre os tratamentos, independente da origem dos explantes, indicando que não ocorre efeito residual das concentrações de BAP utilizadas anteriormente. Nesta segunda passagem dos brotos pela cultura in vitro, o meio com 5mg/L de BAP, também, como no experimento anterior, apresentou uma melhor resposta, cerca de 7,02 brotos por explante. Quanto a formação de brotos por explantes inoculados (figura 3), os explantes iniciais apresentaram taxas que variaram de 60 a 100% e os brotos primários apresentaram 85 a 100%. Com os resultados conclui-se que, o BAP favorece a regeneração de brotos da cultivar BRS 7 ”TAIM”, porém não altera a regeneração de brotos primários, independente dos meios de origem.

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Figura 1 - Número médio de brotos oriundos de explantes iniciais da cultivar BRS 7 “TAIM” formados em meio MS contendo diferentes concentrações de BAP

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Concentrações de BAP do meio original(mg/L)

Figura 2 - Número médio de brotos de primeira passagem da cultivar BRS 7 “TAIM”

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formados em meio MS contendo 5mg/L de BAP, a partir de brotos primários.

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Mesocótilos

Brotos primários

Figura 3 - Porcentagem de explantes regenerantes a partir de mesocótilos e de brotos primários em meio MS contendo diferentes concentrações de BAB. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CANTERI, M.G.; ALTUS, R.A.; VIRGENS FILHO, J.S.; GIGLIOT, E.A.; GODOY, C.V.Sasm-Agri: Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scoft-knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, v. 1, n.2, p. 18-24, 2001. CHRISTOU, P. & FORD, T.L. Recovery of chimeric rice plants from dry seed using electric discharge particle acceleration. Annals of Botany, London, v.75, pág. 449-454, 1995. MAGALHÃES, JR., A.M. de; TERRES, A.L.; FAGUNDES, P.R.R.; et al.. Cultura de anteras no melhoramento genético de arroz irrigado. Agropecuária Clima Temperado, Pelotas, v.2, pág. 183-191, 1998. MILACH, S.C.K.; FEDERIZZI, L.C.; CARVALHO, F.I.F.; DORNELLES, A.L.C.; LANGE, C.E. Regeneração de plantas no cultivo de calos de genótipos brasileiros de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.26, p.1947-1956, 1991. MURASHIGE, T.; SKOOG, F.A. A revised medium for rapid growth and bioassay with tabacco tissue culture. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v.15, p. 473-479, 1962. OZAWA, K.; KAWAHIGASHI, H.; KAYANO, T. et al.Enhancement of regeneration of rice (Oryza sativa L.) calli by interation of the geneinvolved in regeneration ability of the callus. Plant Science, Oxford, v. 165, pág. 395-402, 2003.

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ANÁLISE DE SIMILARIDADE GENÉTICA ENTRE VARIEDADES DE ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.) DESENVOLVIDAS PELA EMBRAPA CLIMA

TEMPERADO COM BASE EM MARCADORES AFLP

Adriana Pires Soares Bresolin1; Juliana Severo Castelo Branco

1; Ariano de Magalhães

Junior2; Renata Juliana Ahlert

1; Maurício Marini Kopp

1; Claudete Mistura

1; Naciele Marini

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Emília Malone1; Fernando Irajá Félix de Carvalho

1; Antonio Costa de Oliveira

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1Centro de

Genômica e Fitomelhoramento FAEM/ UFPel, Caixa Postal 354, Cep: 96.001-970 2EMBRAPA – Clima Temperado Estação Experimental de Terras Baixas

[email protected]

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais importantes no mundo e seu cultivo ocorre em todos os continentes (ABADIE et al., 2005). No Brasil as maiores áreas de cultivo estão localizadas na região Sul do país (1,27 milhões de hectares). Sendo o Estado do Rio Grande do Sul o principal produtor com uma área estimada de 1,04 milhões de hectares, o que corresponde a 78% da área cultivada com arroz nesta região (IBGE, 2006). O crescente aumento na produtividade alcançado no Estado deve-se a intensas pesquisas desenvolvidas visando o melhoramento genético e a tecnologias empregadas na lavoura de arroz irrigado geradas pela pesquisa agropecuária.

A Embrapa Clima Temperado, desde 1972, participou do desenvolvimento de 16 cultivares de arroz irrigado recomendadas para cultivo no Rio Grande do Sul. Sendo estes cultivares lançados em escala comercial para determinadas condições edafoclimáticas, com caracteres de interesse comum a uma região específica, provavelmente estas constituições genéticas revelem conteúdos genéticos relacionados, o que pode acarretar em restrição na variabilidade genética. Desta forma, como o êxito de um programa de melhoramento fundamenta-se na existência de variabilidade genética, a utilização destes materiais não seria apropriada. O padrão de seleção dos genitores ocorre basicamente em função do fenótipo; no entanto, este além de influenciado pelo ambiente, interage com o mesmo, dificultando o sucesso da seleção. Visando superar esta limitação, o uso de marcadores moleculares torna-se uma importante ferramenta para auxiliar na seleção de genitores, uma vez que pode-se obter informações diretamente do genoma sem a interferência do ambiente.

O marcador molecular baseado no polimorfismo de comprimento de fragmentos amplificados (AFLP) tem sido bastante utilizado, principalmente ao nível de estudos academicos. Isso se deve principalmente a capacidade deste marcador em acessar a variabilidade em nível de genoma, de detectar um grande número de fragmentos por reação o que possibilita uma amostragem ampla e simultânea do genoma tornado a técnica mais específica e por apresentar considerável repetibilidade. (SPOONER et al., 2005).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a similaridade genética de genótipos pertencentes à coleção de base do programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado - Estação Experimental de Terras Baixas assumindo como hipótese, a semelhança entre alguns genótipos. O trabalho foi realizado no Laboratório de Genômica do Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF) da FAEM/UFPel, localizado no município do Capão do Leão/RS. O DNA foi extraído a partir de tecido vegetal jovem de 16 indivíduos, cada um representando uma cultivar, utilizando tampão CTAB. A análise de AFLP foi realizada segundo protocolo descrito por VOS et al., (1995). Fez-se o uso de

reagentes do Kit AFLP Analysis System I, (Gibco/BRL). Foram empregadas cinco

combinações de primers: EcoRI / MseI (E-AAG / M-CTT); (E-ACT / M-CAA); (E-AGG / M-CAC); (E-ACA / M-CAT) e (: E-AGG / M-CAT). As reações de PCR (reações de polimerase em cadeia) foram realizadas em termociclador PT100, conforme recomendado pelo fabricante (AFLP Analysis System I, Gibco/BRL). Os fragmentos amplificados e separados eletroforeticamente em gel desnaturante de poliacrilamida a 6% corado com nitrato de

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prata, seguindo protocolo descrito por CRESTE et al., (1999). Os marcadores AFLP foram identificados por presença (1) e ausência (0). Com base na leitura dos géis foi construída uma matriz binária. A similaridade genética entre os genótipos foi estimada utilizando o coeficiente de Dice. Com base nos coeficientes de similaridade foram construídos os dendrogramas com a adoção do critério de agrupamento o método de UPGMA. Foi estimado o coeficiente de correlação cofenética (r) entre a matriz de similaridade e o dendrograma. A estabilidade estatística do agrupamento foi computada por meio da análise de bootstraping com 1000 replicações, com a utilização do programa computacional Winboot. As análises dos dados foram realizadas com auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2001).

Na caracterização dos 16 genótipos no trabalho, através do emprego de cinco combinações de primers foi possível visualizar um total de 150 fragmentos polimórficos. Cada combinação de primer produziu em média 30 fragmentos polimórficos, sendo o maior número de bandas verificado para a combinação de primers (E-AAG / M-CTT) que produziu um total de 57 bandas. O nível de polimorfismo verificado entre as cultivares foi de 85,22%. A análise de similaridade genética, baseada nos coeficientes de similaridade, permitiu a construção de um dendrograma (Figura 1), que revelou uma similaridade média entre os genótipos de 33%. O emprego da similaridade média como critério para a definição dos agrupamentos, propiciou a visualização de quatro grupos distintos: (I) cultivar Firmeza; (II) cultivar Ligeirinho; (III) cultivares Chui, IRGA 411, Querência, Agrisul, IRGA 414, IRGA 413, IRGA 410, IRGA 412, Taim, IRGA409, Pelota e Bojuru e (IV) cultivares Atalanta e Formosa. O coeficiente de correlação cofenética (r) foi de 0,93 o que indica uma alta correlação entre a matriz de similaridade o e dendrograma construído.

Na avaliação geral dos agrupamentos o destaque foi a cultivar Firmesa (grupo I) como a de menor similaridade com todas as demais cultivares avaliadas, seguida pela cultivar Ligeirinho (grupo II). Dentro do grupo (III), que foi o que concentrou o maior número de genótipos, as cultivares IRGA 410 e IRGA 413 foram as mais similares, ainda dentro do mesmo grupo podem ser classificadas as cultivares menos similares que foram Chui e Bojuru. Já o grupo (IV) as cultivares Atalanta e Formosa formaram um agrupamento com 0,45 de similaridade. Dentre os 16 genótipos avaliados molecularmente, não foram encontrados genótipos idênticos nem tão pouco, genótipos com elevada similaridade (Figura 1). Apesar destes cultivares terem sido selecionados para alguns caracteres morfológicos e condições de ambiente comuns, neste estudo utilizando marcadores acessados em regiões aleatórias do genoma e representados por um grande número de loci polimórficos podemos constatar a existência de variabilidade genética entre as cultivares em estudo. Considerando como ponto chave para o melhoramento genético a existência de variabilidade, através da identificação de indivíduos com baixa similaridade genética, podem ser procedidas técnicas utilizando estes indivíduos contrastantes e dessa forma selecionar uma progênie segregante com elevada heterozigose, gerando uma gama de variabilidade que pode ser de grande utilidade na seleção de caracteres agronômicos de interesse.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BADIE, T.; CORDEIRO, C.M.T.; FONSECA, J.R. et al. Construção de uma coleção nuclear de arroz para o Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,v.40, n.2, p.129-136, 2005. CRESTE, S.; TULMANN NETO, A.; FIGUEIRA, A. Detection of single sequence repeat polymorphism in denaturing polyacrylamide sequencing gels by silver stainning. Plant Molecular Biology Reporter, v. 19, p. 299-306. 2001.

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IBGE. Censo agropecuário, 2006. Disponível na Internet: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/ protabl.asp?z= t&o=1&i=P. Acesso em 25 de maio

de 2007.

ROHLF, J. NTSYS-pc. Numerical taxonomy and multivariate analysis system. Version. 2.1. New York: Exeter, 2001. SPOONER, D., van TREUREN, R. and VICENTE de, M.C. Molecular markers for genebank management. IPGRI Technical Bulletin No.10. International Plant Genetic Resources Institute, Rome, Italy, 2005. 126p. VOS, P.; HOGERS, R.; BLEEKER, M.; REIJANS, M.; van de LEE, T.; HORNES, M.; FRIJTERS, A.; POT, J.; PELEMAN, J.; KUIPER, M.; ZABEAU, M. AFLP: A new technique for DNA fingerprinting. Nucleic Acids Research, London, v.23, n.21, p.4.407-4.414. 1995.

0,33

Similaridade média entre genótipos

Figura 1. Análise do agrupamento de 16 cultivares de arroz irrigado da Embrapa Clima Temperado, por meio da matriz de similaridade calculada através de marcadores AFLP, utilizando o índice de similaridade de Dice e pelo método de agrupamento UPGMA. Coeficiente de correlação cofenética (r) = 0,93

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COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR FERRO EM CONDIÇÕES DE HIDROPONIA

Maraisa Crestani1, José Antônio G. da Silva2, Irineu Hartwig1, Daniel A. R. da Fonseca1, Maicon Bisognin1, Oscar Zanatta1, Fernando I. F. de Carvalho1, Antonio C. de Oliveira1. Centro de Genômica e Fitomelhoramento FAEM/UFPel1; Faculdade Unijuí/ Ijuí-RS2

[email protected] Palavras-chave: Arroz irrigado, toxidez por ferro, hidroponia, comportamento.

Sintomas de toxidez por ferro em alagamento, como o retardo do crescimento da planta, bronzeamento ou alaranjamento das folhas, levando ao secamento e morte da plantas, ocorrem em diferentes condições de pH e de ferro ativo, sendo verificado teores críticos de ferro na solução do solo que variam de 30 mg.L-1 a 500 mg.L-1 (MEURER, 2000). Sob condições de baixa fertilidade este problema pode ser agravado, especificamente na deficiência de P e K, ou na presença de inibidores respiratórios como H2S, e em casos de alta concentração de matéria orgânica no solo. O aumento da concentração do ferro na solução do solo ocorre pela redução do óxido de Fe3+ para Fe2+ por microorganismos anaeróbicos (Fe(OH)3 + e- ↔ Fe2+ + 3OH-). Uma das formas da célula vegetal limitar os danos causados por esse íon metálico é armazenando o excesso de ferro em complexos de ferro-proteína chamados fitoferritina (TAIZ & ZEIGER, 2004). Os aerênquimas presentes na planta do arroz formam um eficiente meio de difusão do oxigênio atmosférico até a rizosfera, pelo qual a oxidação também proporciona um mecanismo de exclusão do íon ferroso, visto que o Fe2+ que chega à superfície das raízes pode ser precipitado, não sendo, portanto, absorvido pelo vegetal (MEURER, 2000). As espécies e variedades diferem amplamente quanto ao nível de tolerância à toxidez por ferro, assim, a busca de constituições genéticas mais adaptadas ao sistema de cultivo irrigado é uma alternativa eficiente para contornar este problema. O uso do sistema hidropônico permite discriminar, em ambiente controlado, cultivares que demonstrem capacidade diferencial para tolerância a concentrações tóxicas deste elemento. Consiste numa eficiente técnica de isolamento dos efeitos decorrentes de fatores bióticos e abióticos encontrados no solo, possibilitando avaliar o efeito específico do fator de interesse com maior precisão, menor custo e em curto período de avaliação, buscando uma elevada correlação entre os resultados obtidos em condição controlada e no campo. Assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento de genótipos de arroz quanto a tolerância ao ferro em cultivo hidropônico, com a finalidade de viabilizar o uso deste sistema como uma ferramenta auxiliar no incremento da eficiência de seleção em programas de melhoramento de arroz.

O experimento foi realizado no Laboratório de Duplo-haplóides e Hidroponia, do Centro de Genômica e Fitomelhoramento da FAEM/UFPel. Foram avaliadas seis cultivares comerciais de arroz irrigado, caracterizadas quanto a tolerância a toxidez por ferro quando cultivadas a campo: sensíveis (BR IRGA 409, IRGA 410 e IRGA 417) e tolerantes (BR IRGA 414, IRGA 419 e BRS AGRISUL) (SOSBAI, 2005). O delineamento experimental foi o completamente casualizado com três repetições, sendo a unidade experimental constituída por 10 plântulas, distribuídas num esquema fatorial triplo (tempo x dose x genótipo - 2x5x6). Sementes uniformes pré-germinadas, com aproximadamente 5 mm de raiz, foram transferidas para telas acondicionadas sobre recipientes contendo 1,5 litros de solução nutritiva, com a seguinte concentração dos produtos em µM: Ca(NO3)2 4732,30; MgSO4. 7H2O 1640; KNO3 1050,7; (NH4)2SO4 168,65; KH2PO4 351,35; MnSO4. H2O 9; CuSO4.5H2O 0,15; ZnSO4.7H2O 0,15; NaCl 15; Na2MoO4.2H2O 0,1; H3BO3 18. O ferro nos tratamentos foi suprido como Fe EDTA, na quantidade requerida para atingir as concentrações (doses) de 0, , 80, 160, 320 e 640 mg.L-1 de Fe2+. O pH da solução nutritiva foi corrigido diariamente para 4.0, com adição de HCl ou NaOH 1 M, permanecendo arejadas e em fotoperíodo permanente (1.700 lx), com os recipientes mantidos em “banho-maria” (27 ± 10C) em

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tanque de hidroponia. Ao completar sete (168hs) e nove dias (216hs) de estabelecimento do experimento foi realizada a avaliação das plântulas, efetuando a mensuração, em centímetros, dos caracteres comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CPA). Os dados foram submetidos à análise de variância e ajuste de regressão polinomial para o fator quantitativo dose, segundo Carvalho et al., 2001.

A análise de variância possibilitou identificar a existência de diferenças significativas para os fatores de tratamento tempo (T), genótipo (G) e dose (D) empregados no experimento e para todas as interações entre estes fatores, para ambos os caracteres CR e CPA (Tabela 1).

Tabela 1. Resumo da análise de variância para caracteres avaliados em plântula:

comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CPA) de genótipos de arroz irrigado submetidos ao estresse por diferentes tempos de avaliação e doses de ferro. CGF-FAEM/UFPel, 2007.

QM

Fonte de Variação GL CR CPA

Tempo (T) 1 47,19* 63,49* Dose (D) 4 467.10* 1310,89* Genótipo (G) 5 2,78* 15,65* T x D 4 28,42* 25,57* G x D 20 0,88* 6,66* T x G 5 0,73* 1,00* T x G x D 20 0,70* 2,04* Erro 120 0,30 0,95 Média Geral - 4,33 9,26 CV% - 12,79 10,50 GL= Graus de liberdade; QM= quadrado médio; CR= Comprimento de raiz; CPA= Comprimento de parte aérea; CV= Coeficiente de variação; *Significativo a 5% de probabilidade; ns= não significativo.

Foi realizado o ajuste das equações de regressão que expressam o comportamento

de cada genótipo frente às doses e tempo de avaliação (Figura 1), justificado pela interação tripla significativa demonstrada na Tabela 1. De modo geral, pode ser verificado, com a estimativa do modelo matemático apresentado, que com o aumento gradativo das doses de Fe2+ ocorre à redução do CR e do CPA para todos os genótipos, em ambos os tempos avaliados. É possível visualizar que com o aumento dos tempos de exposição dos genótipos ao íon tóxico, o comprimento mínimo de raiz e de parte aérea (y= -b/2c) é atingido com menores doses, evidenciando o maior dano provocado pelo maior tempo de contato das plantas com a solução. De acordo com os desempenhos demonstrados pelo cálculo das doses críticas, os genótipos sensíveis apresentaram os menores comprimentos de raiz e de parte aérea em doses inferiores às doses que provocaram o mesmo comportamento nos cultivares tolerantes. A cultivar BR IRGA 409 apresentou as maiores quedas para CPA em ambos os tempos (termo b da equação), e os mínimos CR e CPA foram atingidos em doses menores de Fe2+ em relação aos demais genótipos trabalhados, sendo considerada a cultivar mais sensível desta avaliação. O problema da toxidez por ferro vem sendo verificado no Brasil a partir do fim da década de 70, quando até então predominavam as cultivares do tipo tradicional. Com a adoção das cultivares modernas, como a pioneira BR IRGA 409, os sintomas de toxidez por ferro passaram a ser observados com maior freqüência, constituição genética esta que é considerada ainda hoje uma das mais sensíveis em condições de cultivo a campo. Em comparação ao conjunto das cultivares trabalhadas, o genótipo BRS AGRISUL apresentou os menores CPA em maiores doses de Fe2+, e menores valores de CR em doses inferiores unicamente às apresentadas pela cultivar BR IRGA 414, confirmando sua condição de resistência a toxidez por ferro também em condições controladas. Conseqüentemente, considerando o comportamento apresentado pelas cultivares neste trabalho, a hidroponia pode ser

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recomendada como uma técnica de classificação e seleção de constituições genéticas de arroz quanto à tolerância e toxidez ao ferro.

Figura 1. Representação das equações de regressão ajustadas, geradas pelo comportamento apresentado pelos genótipos de arroz avaliados em relação aos caracteres comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CPA), para as doses de ferro utilizadas, após 7 e 9 dias em solução nutritiva. CGF-FAEM/UFPel, 2007.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CARVALHO, F.I.F et al. Estimativas e implicações da herdabilidade como estratégia de seleção. Pelotas: UFPel Ed. Universitária, 2001, 99 p. MEURER, E.J. Fundamentos de química do solo. Porto Alegre: Gênesis, 2000, 174p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, 719p.

BR IRGA 409

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

0 80 160 240 320 400 480 560 640C

ompr

imen

to (

cm)

0

5

10

15

20CR T7 Y=7,58 - 0,031x + 0,000033x2 (R2=99.4)

CR T9 Y=10,66 - 0,047x + 0,000049x2 (R2=99,5)

CPA T9 Y=20,39 - 0,073x + 0,000067x2 (R2=99,5)

CPA T7 Y=17,24 - 0,055x + 0,000047x2 (R2=99,7)

BR IRGA 410

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

0 80 160 240 320 400 480 560 640

Com

prim

ento

(cm

)

0

5

10

15

20CPA T9 Y=18,80 - 0,060x + 0,000053x2 (R2=99,5)

CPA T7 Y=14,64 - 0,040x + 0,000031x2 (R2=99,4)

CR T9 Y=10,36 - 0,043x + 0,000045x2 (R2=96,8)

CR T7 Y=7,84 - 0,032x + 0,000034x2(R2=99,4)

BRS AGRISUL

0 80 160 240 320 400 480 560 640

Com

prim

ento

(cm

)

0

5

10

15

20

CPA T9 Y=16,99 - 0,049x + 0,000042x2 (R2=91.7)

CPA T7 Y=14,19 - 0,037x + 0,000026x2 (R2=91.7)

CR T9 Y=11,05 - 0,049x + 0,000052x2 (R2=93.0)

CR T7 Y=7,63 - 0,032x + 0,000033x2 (R2=97.8)

IRGA 419

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

0 80 160 240 320 400 480 560 640

Com

prim

ento

(cm

)

0

5

10

15

20CPA T9 Y=14,64 - 0,043x + 0,000039x2 (R2=95,9)

CPA T7 Y=12,55 - 0,033x + 0,000027x2 (R2=96,7)

CR T9 Y=9,47 - 0,042x + 0,000045x2 (R2=90,1)

CR T7 Y=7,72 - 0,032x + 0,000034x2 (R2=95,9)

IRGA 417

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

0 80 160 240 320 400 480 560 640

Com

prim

ento

(cm

)

0

5

10

15

20CPA T9 Y=19,86 - 0,070x + 0,000067x2 (R2=98,6)

CPA T7 Y=16,02 - 0,047x + 0,000040x2 (R2=93,5)

CR T9 Y=10,66 - 0,046x + 0,000049x2 (R2=93,8)

CR T7 Y=6,66 - 0,025x + 0,000026x2 (R2=93,4)

BR IRGA 414

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

0 80 160 240 320 400 480 560 640

Com

prim

ento

(cm

)

0

5

10

15

20CPA T9 Y=19,61 - 0,063x + 0,000054x2 (R2=99.9)

CPA T7 Y=17,15 - 0,050x + 0,000041x2 (R2=98.3)

CR T9 Y=12,28 - 0,056x + 0,000059X2 (R2=96.6)

CR T7 Y=8,83 - 0,034x + 0,000034x2 (R2=90,0)

Dose de Fe2+ (mg.L-1)

CPA T9 Y=20,39 - 0,073x + 0,000067x2 (R2=99,5)

CPA T7 Y=17,24 - 0,055x + 0,000047x2 (R2=99,7)

CR T9 Y=10,66 - 0,047x + 0,000049x2 (R2=99,5)

CR T7 Y=7,58 - 0,031x + 0,000033x2(R2=99,4)

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SOSBAI – Sociedade Sul-Brasileira de arroz irrigado. Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Anais... Santa Maria: SOSBAI, 2005, 159 p.

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BANCO DE DADOS DE PRIMERS DERIVADOS DE LOCOS MICROSSATÉLITES DO GENOMA ESTRUTURAL DO ARROZ (Oryza sativa L.)

Luciano Carlos da Maia(¹), Darío Abel Palmieri(2), Mauricio Marini Kopp(¹), Ariano Martins de Magalhães Junior(3), Fernando Irajá Félix de Carvalho(¹), Antonio Costa de Oliveira(¹).1Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário, s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS; 2Laboratório de Estudos em Meio Ambiente - Universidade Católica do Salvador; (3)Embrapa Clima Temperado [email protected]

Marcadores moleculares são marcadores de DNA baseados na utilização de primers (iniciadores) os quais podem acessar posições de um genoma e detectar polimorfismo em nível molecular, seja de um loco específico ou do genoma como um todo. Existem diversos tipos de marcadores moleculares: RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism), RAPD (Random Amplified Polymorphism DNA), AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism), CAPS (Cleaved Amplified Polymorphic Sequence), SNP (Single Nucleotide Polymorphism) e Microssatélites, também conhecidos como SSR (Simple Sequence Repeat) (Varshney et al., 2005). Esses diferentes marcadores moleculares diferem com respeito a características importantes como: abundância e distribuição genômica, nível de polimorfismo detectado, informação genética por loco, reprodutibilidade, requerimentos técnicos, custo e investimento financeiro.

Prover ferramentas para conhecimento de genomas é uma aplicação básica dos marcadores moleculares. Nesse sentido, têm sido usados em análises genéticas com as mais diferentes finalidades, tais como: identificação de clones e cultivares, relações filogenéticas e de parentesco, fluxo gênico, construção e saturação de mapas genéticos, entre outras. Num aspecto mais aplicado, os marcadores moleculares em plantas são utilizados em estratégias como mapeamento comparativo, mapeamento associativo e na seleção assistida por marcadores moleculares (MAS - Marker Assisted Selection). Esta última é uma poderosa ferramenta para a seleção indireta de caracteres que apresentam dificuldade de observação nos primeiros estádios de seleção podendo acelerar a seleção das novas gerações e facilitar o processo de melhoramento convencional. Neste sentido, microssatélites são marcadores ideais devido a sua alta reprodutibilidade, natureza multi-alélica, característica co-dominante e ampla distribuição no genoma (Varshney et al., 2005).

Até alguns anos atrás a grande limitação para utilização em grande escala destes marcadores era a obtenção de primers específicos usados para amplificação dos SSRs, o que elevava o custo da técnica, demandando intensa mão-de-obra e tempo de execução. Atualmente, com o acúmulo de dados biológicos providos por iniciativas de seqüenciamento de genomas e a utilização da bioinformática é possível maximizar a identificação de um grande número de microssatélites aumentando assim a eficiência no desenvolvimento destes marcadores. Através de algoritmos específicos existe a possibilidade de localizar esses locos nos bancos de seqüências disponíveis. McCouch et al. (2002) através do IRMI (The International Rice Microsatellite Initiative) desenvolveram 2.414 marcadores SSRs com base nos dados de seqüenciamento do genoma do arroz produzidos pela Monsanto (www.rice-research.org) e pelo consórcio IRGSP (International Rice Genome Sequencing Project). Após a montagem e anotação final feita pelo IRGSP, 18.828 SSRs foram identificados utilizando o programa SSRIT (The Simple Sequence Repeat Identification Tool – www.gramene.org) (IRGSP, 2005).

O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um banco de dados para marcadores microssatélites em arroz onde sejam disponibilizadas todas as informações referentes aos locos amplificados (motivo repetido, comprimento, posição no genoma, pares de primers específicos, etc).

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Foi utilizado o banco de dados contendo a versão final do genoma do arroz (Oryza sativa spp. japonica cv. Niponbare), seqüenciado pelo consórcio IRGSP (International Rice Genome Sequence Project) (http://rgp.dna.affrc.go.jp/E/IRGSP/Build4/build4.html). Para a localização dos microssatélites e desenho dos primers foi usado o programa SSRLocator (Maia et al. 2007). Os requisitos estabelecidos foram: tamanho do amplicom (mínimo de 100 e máximo de 300 pb), tamanhos dos primers (mínimo de 15, máximo de 25 e ótimo de 20 pb), temperatura de anelamento (mínima de 45, máxima de 60 e ótima de 55ºC) e conteúdo de GC (mínimo de 20 e ótimo de 50%) (Palmieri et al., 2005).

Na Tabela 1 é apresentado um resumo dos resultados obtidos com o total de primers desenhados para cada cromossomo do genoma do arroz. A lista completa contendo todos os SSRs localizados e os respectivos pares de primers desenhados, conforme o modelo mostrado na Tabela 2, está depositada na HomePage do Centro de Genômica e Fitomelhoramento da FAEM/UFPel (http://www.ufpel.tche.br/faem/fitotecnia/fitomelhoramento/). Tabela 1. Total de primers desenhados para locos SSR no genoma do arroz.

CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007. Cromossomo Primers

1 2.910 2 2.490 3 2.545 4 1.856 5 1.953 6 1.991 7 1.794 8 1.843 9 1.501 10 1.393 11 1.767 12 1.773

Total 23.816 Tabela 2. Modelo da lista usada no banco de dados para apresentação das informações dos microssatélites identificados no genoma do arroz. CGF, 2007.

CR. Número Loco FORWARD T.M.

1 2 TTGAAGACTACCGAATAAGA 50

1 3 ATTCGCTATGGTATAATTGA 50

REVERSE T.M. T.A.

1 2 GAGATTGAAATCTGATGATG 50 264

1 3 CTGAAGTAAGGAGATTGCTA 50 180

CR. = cromossomo; T.M.= temperatura de denaturacão; T.A. = tamanho do amplicom. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRONDANI, R.P.V.; BRONDANI, C.; TARCHINI, R.; GRATTAPAGLIA, D. Development, characterization and mapping of microsatellite markers in Eucalyptus grandis and E. urophylla. Theoretical and Applied Genetics, v.97, n.5-6, p.816-827, 1998.

BRONDANI, R.P.V.; ZUCCHI, M.I.; BRONDANI, C.; RANGEL, P.H.N.; BORBA,T.C.O.; RANGEL, P.N.; MAGALHÃES, M.R.; VENCOVSKY, R. Genetic structure of wild rice Oryza

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glumaepatula populations in three Brazilian biomes using microssatellite markers. Genetica, v.125, n.2-3, p.115-123, 2005.

BUSO, G.S.C.; CIAMPI, A. Y.C.; MORETZSOHN, M.C.; AMARAL, Z.P.S;BRONDANI, R.V.; Marcadores microssatélites em espécies vegetais. Revista Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, n.29, p.46-50, 2003.

INTERNATIONAL RICE GENOME SEQUENCING PROJECT. The map-based sequence of the rice genome. Nature, v.1, n.7052, p.793-800, 2005.

LITT, M.; LUTY, J.A. A hypervariable microsatellite revealed by in vitro amplification of a dinucleotide repeat within the cardiac muscle actin gene. American Journal of Human Genetics. v.44, n.3, p.397-401. 1989.

MAIA, L.C. Desenvolvimento de ferramenta para análise in silico da ocorrência de microssatélites (simple sequence repeats) no genoma do arroz. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil, 2007.

MCCOUCH, S.R; TEYTELMAN, L.; XU, Y.; LOBOS, K.B.; CLARE, K.; WALTON, M.; FU, B.; MAGHIRANG, R.; LI, Z.; XING, Y.; ZHANG, Q.; KONO, I.; YANO, M.; FJELLSTROM, R.; DECLERCK, G.; SCHNEIDER, D.; CARTINHOUR, S.; WARE, D.; STEIN, L. Development and Mapping of 2240 New SSR Markers for Rice (Oryza sativa L.). DNA Research, v.9, n.6, p.199-207, 2002.

MORGANTE, M.; OLIVIERI, A.M. PCR-amplified microsatellites as markers in plant genetics. The Plant Journal, v.3, n.1, p.175-182, 1993.

PALMIERI, D.A.; ASTUA-MONGE, G.; BASILIO, A.; LIMA. V.; BACOCINA, G.; RONCOLETTA, J.G.T.; MACHADO, M.A. In silico identification and characterization of SSRs from Citrus ESTs. In: Plant & Animal Genome XIV, 2005, San Diego. Final Abstracts Guide, p.210-213, 2006.

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TAUTZ, D. Hypervariability of simple sequences as a general source for polymorphic DNA markers. Nucleic Acids Research. v.17, n.16, p.6463–6471, 1989.

VARSHNEY, R.K.; GRANER, A.; SORRELLS, M.E. Genic microsatellite markers in plants: features and applications. Trends in Biotechnology, v.23, n.1, p.48-55, 2005.

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ESTUDO ESTRUTURAL DA OCORRÊNCIA DE SSRs (SIMPLE SEQUENCE REPEATS) NO GENOMA DO ARROZ: CARACTERIZAÇÃO COMPLETA PÓS-

SEQÜENCIAMENTO

Luciano Carlos da Maia(¹), Darío Abel Palmieri

(2), Velci Queiroz de Souza

(¹), Ariano Martins

de Magalhães Junior.(3)

, Fernando Irajá Félix de Carvalho(¹), Antonio Costa de

Oliveira(¹).1Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário,

s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS; 2Laboratório de Estudos em Meio

Ambiente - Universidade Católica do Salvador; (3)

Embrapa Clima Temperado - [email protected]

Microssatélites ou SSRs (Simple Sequence Repeats) são estruturas de DNA

repetitivo que mostram os maiores índices de mutações no genoma. Segundo Morgante & Olivieri (1993) estas sequências de DNA são constituídas por nucleotídeos que se repetem lado a lado (em série) e são amplamente encontrados nos genomas de eucariotos. Para Li et al. (2004) várias evidências demonstram que a ocorrência dos microssatélites não é ao acaso o que pode prover vantagens para rápida adaptação a novos ambientes. Nos cereais (milho, trigo, cevada, sorgo e arroz) valores entre 1,5% e 7,5% das seqüências expressas (ESTs) contêm SSRs (Thiel et al. 2003). Estas regiões do genoma são de grande interesse para o desenvolvimento de marcadores moleculares em plantas, os quais são utilizados no mapeamento genético comparativo, em estudos evolutivos e, mais recentemente, no mapeamento associativo. Dessa forma, a utilização desta classe de marcadores é de grande valia para a agricultura, uma vez que tem sido descrita como a que tem maior capacidade de ligar as alterações genotípicas a diferenças do fenótipo, constituindo uma potente ferramenta auxiliar para os melhoristas.

Trabalhos previamente publicados estudaram a ocorrências dessas regiões no genoma do arroz. Entretanto, um estudo no pós-seqüenciamento desse genoma pode prover informações mais conclusivas quando comparado com aqueles efetuados anteriormente. Segundo Morgante et al. (2002), a ocorrência de microssatélites corresponde a 0,85% do genoma de Arabidopsis thaliana, 0,37% do milho, 3,21% do peixe Fugu rubripes, 0,21% do Caenorhabditis elegans e 0,30% de Sacharomyces cerevisae. Níveis de ocorrências de SSRs em plantas foram elucidados por Morgante et al. (2002) (Tabela 1).

No presente trabalho relatamos a ocorrência de todos os possíveis arranjos de SSRs compreendidos entre monômeros e decandros, a partir do banco de dados do genoma do arroz seqüenciado pelo consorcio IRGSP (International Rice Genome Sequence Project).

Arquivos em formato Fasta (padrão internacional para análises de dados genômicos) contendo as seqüências completas referentes à versão 4 de cada um dos 12 cromossomos do arroz, foram obtidos a partir do website do IRGSP (http://rgp.dna.affrc.go.jp/E/IRGSP/Build4/build4.html). A identificação dos SSRs foi realizada com auxílio de uma ferramenta computacional desenvolvida nas linguagens Delphi e Perl (Maia, 2007). O algoritmo utilizado identifica todos os SSRs perfeitos presentes nas seqüências analisadas que correspondam aos seguintes parâmetros previamente definidos: monômeros com 20 repetições, dímeros com 10, trímeros com sete, tetrâmeros com cinco, pentâmeros e hexâmeros com quatro, heptâmeros, octâmeros, e nonâmeros com três repetições, respectivamente. Foram analisadas 181.732 regiões (pseudo-molécula) do genoma do arroz, totalizando 370.733.456 pb.

Os resultados obtidos mostraram que 25.411 delas apresentaram a ocorrência de microssatélites. A somatória dos nucleotídeos encontrados nesses trechos correspondeu a 801.416 pb, mostrando que a proporção total do genoma de arroz constituído por SSRs é de 0,2161%. Na Tabela 2, é descriminada a ocorrência total de microssatélites, distribuídos

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por motivos e cromossomos no genoma do arroz. Os dados obtidos evidenciam que os SSRs constituídos por di e trinucleotídeos são os mais abundantes, totalizando cada um 43,83% e 20,22% das ocorrências, respectivamente. A maior ocorrência de SSRs foi evidenciada no cromossomo 1, onde 3.122 microssatélites foram encontrados, o que corresponde a 12,3% do total encontrado, seguido pelos cromossomos 2 e 3, com 10,4% e 10,5%, respectivamente. Foi obtida também a freqüência de ocorrência de microssatélites nos 10 motivos pesquisados; esses dados representam o número médio de ocorrências em intervalos de um milhão de pares de bases (Mpb) (Tabela 2). Microssatélites dínucleotídeos representaram o maior número de ocorrências por milhão de nucleotídeos, com um valor médio de 30 ocorrências. Estes dados diferem dos obtidos por Morgante et al. (2002). Assim, pode-se concluir que resultados de maior riqueza de ocorrências de dímeros e trímeros fornecem uma visão final de que essas duas classes de marcadores devem ser exploradas com mais intensidade. Tabela 1. Frequência de ocorrência de microssatélites (microssatélites/Mpb) em DNA genômico de cinco espécies vegetais (Morgante et al., 2002).

Motivo Arabidopsis Soja Milho Trigo Arroz

Monômeros 112.2 51.5 10.6 20.8 89.9

Dímeros 77.7 45.7 27.5 43.4 55.0

Trimeros 142.0 50.5 83.1 76.5 90.5

Tetrâmeros 86.0 69.1 45.7 49.8 86.0

Pentâmeros 29.7 19.5 13.1 8.1 22.3

Fonte: Morgante et al. (2002). Tabela 2. Ocorrência e freqüência (Mpb) de microssatélites, distribuídos por motivos e

cromossomos no genoma do arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Cr. Mono Di Tri Tetra Penta Outros Total %

1 138 1.335 643 302 358 346 3.122 12,3

2 101 1.085 571 277 303 297 2.634 10,4

3 94 1.172 618 241 275 265 2.665 10,5

4 69 863 410 177 250 225 1.994 7,8

5 68 880 429 210 271 239 2.097 8,3

6 59 929 431 206 263 260 2.148 8,5

7 64 826 389 195 244 211 1.929 7,6

8 63 860 413 191 209 237 1.973 7,8

9 63 738 278 186 167 172 1.604 6,3

10 39 664 301 130 168 178 1.480 5,8

11 43 898 320 236 215 166 1.878 7,4

12 42 887 336 205 212 205 1.887 7,4

Σ 843 11.137 5.139 2.556 2.935 2801 25.411

% 3,3 43,8 20,2 10,1 11,6 11

Freqüência 2,3 30,0 13,9 6,9 7,9 7,5

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LI, Y.C.; KOROL, A.B.; FAHIMA, T.; NEVO, E. Microsatellites within genes: structure, function, and evolution. Molecular Biology and Evolution, v.21, n.6, p. 991-1007, 2004. MAIA L.C. da, Desenvolvimento de ferramenta para análise in silico da ocorrência de microssatélites (single sequence repeats) no genoma do arroz. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil, 2007.

MORGANTE, M.; HANAFEY, M.; POWELL, W. Microsatellites are preferentially associated with nonrepetitive DNA in plant genomes. Nature Genetics, v.30, n.2, p.194-200, 2002.

MORGANTE, M. & OLIVIERI, A.M. PCR-amplified microsatellites as markers in plant genetics. The Plant Journal. v.3, n.1, p.175-182, 1993.

THIEL, T.; MICHALEK, W.; VARSHNEY, W.; GRANER, A. Exploiting EST databases for the development and characterization of gene-derived SSR-markers in barley (Hordeum vulgare L.). Theoretical and Applied Genetics, v.106, n.3, p.411-422, 2003.

VARSHNEY, R.K.; GRANER, A.; SORRELLS, M.E. Genic microsatellite markers in plants: features and applications. Trends in Biotechnology, v.23, n.1, p.48-55, 2005.

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ALMT1, GENE DE TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO EM TRIGO: ESTUDO IN

SILICO DEMONSTRANDO A EXISTÊNCIA DE UM POSSÍVEL HOMÓLOGO NO GENOMA DO ARROZ

Luciano Carlos da Maia

(¹), Denise Colares

(¹), Maurício Marini Kopp

(¹), Juliana Severo

Castelo Branco(¹), Renata Juliana Ahlert

(¹), Emília Malone

(¹), Irineu Hartwig

(¹), Lívia

Scheunemann dos Santos(¹), Fernando Irajá Félix de Carvalho

(¹), Antônio Costa de

Oliveira(¹). 1

Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário, s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS - [email protected]

A acidez do solo é um fator limitante para a produção agrícola em regiões do Brasil e do mundo. O alumínio tóxico (Al

3+) solubilizado, inibe o crescimento das raízes e nessa

condição, conseqüentemente, limita a captação de água e nutrientes. Com a expansão do cultivo de arroz de sequeiro em regiões de Cerrado, onde geralmente o Al

3+ está presente,

torna-se necessário para o melhoramento genético, a identificação e a caracterização de genótipos em portadores de genes. Recentemente, SASAKI et al. (2004) estudando duas linhas isogênicas de trigo (uma tolerante e outra sensível ao Al

3+), a partir da hibridação

subtrativa de mRNA de raiz, verificaram que um fragmento mRNA foi super-expresso nas plantas tolerantes, tendo descrito o gene correspondente como ALMT1 (Aluminum activated Malate Transporter). Posteriormente, YAMAGUCHI et al. (2005) evidenciou que este gene codifica para uma proteína de membrana associada a maiores níveis de exudação de malato nas raízes, resultando na maior tolerância dessas plantas ao Al

3+.

Ainda, KOPP et al. (2006) descreveram sucintamente a ocorrência de uma região homóloga aquela encontrada em trigo no cromossomo 4 do genoma do arroz (Oryza sativa ssp japonica vc NiponBare), descrita naquele momento como possível gene (putative gene), segundo a anotação do Consórcio Genoma do Arroz (IRGSP, 2005), porém, com função desconhecida.

O presente trabalho teve como objetivo analisar a estrutura da região homóloga ao ALMT1 em arroz, revisar os dados da anotação gênica para esse loco e descrever a possibilidade do uso deste como marcador molecular para estudos de tolerância ao alumínio na espécie. A busca por homologias no genoma do arroz foi realizada a partir da seqüência do mRNA de ALMT1 isolado de trigo (NCBI, ID: gi|42415258). Para encontrar o alinhamento da seqüência deste mRNA contra o genoma do arroz, foi utilizado o programa BLASTN (ALTSCHUL et al.,1990). Posteriormente, o trecho do genoma do arroz contendo as regiões similares, foram analisadas utilizando os programas ClustalW (THOMPSON et al., 1994) para alinhamento global das seqüências e VectorNTI para apresentação gráfica dos resultados.

O resultado do programa BLASTN, a partir do mRNA-ALMT1, contendo 1.380 pb, evidenciou a ocorrência de homologias em posições dos cromossomos 2, 4 e 6, entretanto, as homologias encontradas para os cromossomos 2 e 6 não foram significativas, pois, abrangeram pequenos blocos formados por 46 e 41 nucleotídeos, respectivamente, conforme mostrado na Tabela 1. Para o cromossomo 4, os níveis de homologia foram significativos, sendo que, o alinhamento do mRNA-ALMT1 foi dividido em sete sub-blocos (Figura 1) de homologias significativas conforme os índices E-value mostrados na Tabela 1. A soma dos nucleotídeos contidos nos sub-blocos homólogos, totalizaram 839 pb, o que representa 60,7% do tamanho do fragmento do mRNA-ALMT1. O trecho do DNA contendo os seis primeiros sub-blocos foram alinhados na região descrita por KOPP et al., (2006), como gene Os04g0417000, similar ao domínio IPR006214 (Aluminum-activated malate transporter), entretanto, com função ainda não comprovada de forma experimental. O sétimo sub-bloco alinhou numa distância de 7mb (downstream) num exon pertencente ao gene Os04g0567200 (domínio UPF0005, Uncharacterised protein family) (Figura 1). Na Figura 2, é confirmada a homologia entre a seqüência completa contendo 3.964 pb do gene ALMT1 de trigo sobre o trecho do cromossomo 4 contendo o gene Os04g0417000. A

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disposição dos seis sub-blocos do mRNA-ALMT1 alinhados sobre o gene Os04g0417000, é mostrada na Figura 3. Para verificar a consistência entre os transcritos de arroz identificados para o gene e os hits homólogos (oriundos do mRNA-ALMT1), foi procedido o alinhamento da seqüência contendo o gene Os04g0417000 (arroz), seus transcritos e os trechos do mRNA-ALMT1 de trigo, conforme elucidado na Figura 4. O resultado desse procedimento mostrou que uma inversão no sentido de transcrição do quinto transcrito (TC5) do gene do arroz é homólogo ao sétimo hit, sub-bloco oriundo do RNA de trigo, conforme Figura 4.

O resultado do estudo in silico indica que, se for expresso, o gene Os04g0417000 resulte num RNA com aproximadamente 60% de homologia ao RNA de trigo, que codifica para a proteína de membrana envolvida na tolerância ao alumínio naquela espécie. Entretanto, experimentos de expressão gênica serão necessários para verificar se no arroz o produto deste gene mantém funções relacionadas à tolerância ao Al

3+.

Tabela 1. Resultado do alinhamento local (BLASTN) entre o mRNA-ALTM1 de trigo contra

o banco de dados do genoma do arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007. Seqüência Cromossomo E-value Fragmento Identidade

Ref|NC_008395.1| Oryza sativa 2 2e-05

46 88

Ref|NC_008399.1| Oryza sativa 6 8e-08

41 93 Ref|NC_008397.1| Oryza sativa 4 1e

-19 140 84

3e-10

52 92

3e-75

257 89

1e-12

80 87

3e-41

180 87

5e-06

57 87

1e-06

130 80

Figura 1. Resultado gráfico do alinhamento local (BLASTN) entre o mRNA-ALTM1 de trigo contra o banco de dados do genoma do arroz. Fonte: CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Figura 2. Resultado gráfico do alinhamento global (VectorNTI) entre a seqüência do gene ALTM1 de trigo contra o trecho homólogo aos seis fragmentos. Fonte: CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

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Figura 3. Resultado gráfico do alinhamento local (VectorNTI) entre os seis fragmentos do mRNA-ALTM1 de trigo contra o trecho homólogo contendo o gene Os04g0417000 no cromossomo 4 do arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Figura 4. Resultado gráfico do alinhamento local (VectorNTI) entre o gene Os04g0417000 no

cromossomo 4 do arroz, transcritos de RNA do gene (setas em azul e vermelho) e os sete fragmentos homólogos oriundos do mRNA-ALMT1 do trigo. Fonte: CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALTSCHUL; S.F.; GISH, W.; MILLER, W.; MYERS, E.W.; LIPMAN, D.J. Basic local alignment search tool. JOURNAL OF MOLECULAR BIOLOGY, v.5, n.215, p.403-10. 1990. INTERNATIONAL RICE GENOME SEQUENCING PROJECT. The map-based sequence of the rice genome. NATURE, n.436, p.793-800, 2005. KOPP, M. M. ; MAIA, L.C. DA ; CARVALHO, F.I.F. DE ; COSTA DE OLIVEIRA, A. DE. Rice has an ALMT1 homologue. In: PLANT & ANIMAL GENOME XIV, 2006, San Diego. Final Abstracts Guide, 2006. p. 170-170. SASAKI, T.; YAMAMOTO, Y.; EZAKI, B. et al. A wheat gene encoding an aluminum-activated malate transporter PLANT JOURNAL n.5, v.37, p.645-653, 2004.

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FONTE ALTERNATIVA DE URÉIA EM GÉIS DE POLIACRILAMIDA USADOS NA ELETROFORESE DE FRAGMENTOS DE DNA

Khadine Thatiane Appio1, Juliana Vieira 2, Rubens Marschalek 3, Moisés Basílio da Conceição4 1Bolsistas do CNPq junto à Epagri no Projeto nº 50.7396/2004-9; 2Convênio ACAPSA/Fundagro/Epagri; 3Epagri - Estação Experimental de Itajaí, 4Univali. Caixa Postal 277, CEP 88301-970, Itajaí, SC. E-mail: [email protected]

Géis desnaturantes de poliacrilamida são comumente utilizados para

marcadores moleculares AFLP e Microssatélites, pois proporcionam alta resolução para a detecção diferenças de até um par de bases. Estes géis são formados pela co-polimerização de acrilamida e bis-acrilamida na presença de APS (persulfato de amônio) e Temed (tetrametiletilenodiamina). O diâmetro dos poros é controlado pela concentração de acrilamida e bis-acrilamida e pelo “cross link” (proporção de acrilamida e bis-acrilamida) (ALFENAS & BRUNE, 1998). O gel é polimerizado na presença de um agente desnaturante, uréia ultrapura (PA) (WEISING et al., 2005), comumente usada nos protocolos de biologia molecular.

A uréia agrícola apresenta no mínimo 44% de nitrogênio, na forma amídica, sendo que neste fertilizante um pequeno teor de biureto é tolerado (1,5 a 0,5%) (SBCS, 2004). Pesek et al. (1971) relatam que na fabricação da uréia destinada ao uso como fertilizante são acrescidos elementos como enxofre, carvão (ou hulha), argila e ceras. O custo da uréia agrícola é muito menor do que a uréia PA, ficando em torno de R$ 0,89/kg, enquanto a uréia P.A. tem um custo de R$ 125,86/kg.

O objetivo deste trabalho foi demonstrar experimentalmente a viabilidade da substituição de uréia P. A. por uréia agrícola, através da comparação dos padrões de bandas dos géis de eletroforese para marcadores moleculares AFLPs.

Foram usados no estudo dois géis compostos de: 6% de bis-acrilamida (19:1), TBE 1x (Tris-Ácido bórico-EDTA), 0,1% de APS, 0,06% de Temed. Em um gel foi utilizado 7M de uréia P. A. (Serva) e em outro, esta foi substituída (em peso) por uréia agrícola (uréia granulada 46% N, Bunge Fertilizantes S.A.). Foi utilizado TBE 1x como tampão na eletroforese.

As eletroforeses foram realizadas numa cuba vertical de 38 x 50 cm (Sequi GenGT – Bio Rad) e as condições eletroforéticas controladas por uma fonte elétrica digital (Power Pac 3000 – Bio Rad) sendo mantidas a 1640 V, 60 mA, 100 W e 45oC, durante 3 horas.

Utilizaram-se as amplificações AFLP de 23 acessos do banco de germoplasma de arroz irrigado (Oryza sativa L.) da Epagri, com as seguintes combinações de iniciadores (primers): E40 x M62, E40 x M59 e E13 x M60 (KEYGENE, 2005).

Os fragmentos foram revelados corando-se o gel com nitrato de prata, onde são utilizadas seis soluções: fixadora (10% etanol, 1% ácido acético) por 10 min.; pré-tratamento (1,5% ácido nítrico) por 3 min.; impregnação (0,3% nitrato de prata por 1h); revelação (3% carbonato de sódio e 0,1% formaldeído) por 5 min; bloqueio (5% ácido acético) por 5 min; e hidratação (1,5% glicerol) por 15 min. Após a secagem dos géis ao ambiente, estes foram fotodocumentados com um scanner.

Os resultados foram analisados através de uma matriz binária e a partir desta, fez-se uma análise de agrupamento (UPGMA) usando-se o coeficiente de Jaccard, através do programa NTSYS.

Observou-se que não houve diferença quanto à resolução dos fragmentos nos dois tipos de géis (Figura 1). A análise das três combinações de iniciadores mostrou que houve coincidência total quanto ao número de fragmentos amplificados (monomórficos e polimórficos) nos dois tipos de gel. Também houve coincidência nas avaliações dos genótipos analisados, quanto à presença ou ausência dos marcadores (Tabela 1). Desta forma, verifica-se que os grupos formados para o gel com uréia P.A. são os mesmos formados para uréia agrícola (Figura 2).

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A substituição de uréia P. A. por uréia agrícola é viável tecnicamente não havendo diferenças significativas nos padrões de polimorfismos em relação aos dois tipos de fonte de uréia empregados nos géis. Além da viabilidade técnica, economicamente a substituição permite uma significativa redução de custos, que é da ordem de 30% (R$ 4,80 por gel) na confecção de géis de poliacrilamida, que de outro modo custariam em torno de R$ 16,13/gel.

Figura 1. Gel de poliacrilamida 6% com uréia PA (a) e com uréia agrícola (b). Acessos de arroz irrigado (54-66) provenientes do banco de germoplasma; Marcador de peso molecular (M) “ФX174 RF DNA/Hae III fragments”.

Tabela 01. Número de marcadores, percentagem de marcadores polimórficos e

percentagem de coincidência quanto à presença ou ausência (1 ou 0) dos fragmentos em gel de poliacrilamida 6% preparado com uréia uréia PA e uréia agrícola.

Iniciadores

Nº de marcadores

Marcadores

polimórficos

(%)

Coincidência das avaliações

entre os dois tipos de gel

(%)

E 40 x M 59 17 59 100

E 13 x M 60 22 46 100

E 40 x M 62 14 43 100

54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66

1353 pb 1078 pb 872 pb

603 pb

310 pb

234 pb

194 pb

118 pb

M 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66

1353 pb

1078 pb

872 pb

603 pb 310 pb

281 pb

234 pb

194 pb

118 pb

M

a b

281 pb

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Figura 2. Dendrograma de similaridade genética de acessos de arroz irrigado (42-66) para gel de poliacrilamida 6% com uréia agrícola, idêntico ao dendrograma do mesmo gel com uréia P.A (não mostrado).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALFENAS, A. C.; BRUNE, W. Eletroforese de isoenzimas e proteínas afins: fundamentos e aplicações em plantas e microorganismos. Viçosa: UFV, 1998. KEYGENE. Disponível em: <http://wheat.pw.usda.gov/ggpages/keygeneAFLPs.html>. Acesso em: 10 ago. 2005. PESEK, J. STANFORD, G.; CASE, N.L. Nitrogen production and use. In: OLSON, R.A.; ARMY, T.J.; HANWAY, J.J.; KILMER, V.J. Fertilizer Technology & Use. 2nd Edition. Madison: Soil Science Society of America, 1971. p.217-269. SBCS - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2004. 400p.

WEISING, K.; NYBOM, H.; WOLFF, K.; KAHL, G. DNA Fingerprints in plants: principles, methods and applications. Boca Raton: CRC Press, 2005. 444p. Agradecimentos: Ao WUS – Germany (World University Service - Projeto APA 1525); CNPq; Eng. Agr. MSc. Robert Harri Hinz e Eng. Agr. Dr. José Ângelo Rebelo, pela cessão de área física laboratorial para a execução deste trabalho.

Coefficient

0.80 0.84 0.88 0.92 0.96

42

42

52

44

53

61

62

60

51

59

54

45

66

55

56

65

58

43

48

57

64

63

49

50

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ESTUDO IN SILICO DA OCORRÊNCIA DE MICROSSATÉLITES NO GENOMA DE QUATRO ESPÉCIES DO GÊNERO Oryza.

Renata Juliana Ahlert

(1), Daniel da Rosa Farias

(1), Luciano Carlos da Maia

(1), Juliana

Severo Castelo Branco(1)

, Fernando Irajá Félix de Carvalho(1)

, Antônio Costa de Oliveira(1)

.

1Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário, s/nº ·

Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS - [email protected]

Microssatélites ou SSRs (Simple Seqüence Repeat) são seqüências de nucleotídeos que se repetem em série, sendo tradicionalmente definidos como arranjos formados pela combinação de 1 a 6 bases (MORGANTE & OLIVIERI, 1993). Estas seqüências podem ser encontradas abundantemente em genomas de procariotos e eucariotos, em regiões codificadoras (exons transcritos e traduzidos), UTRs (exons transcritos e não traduzidos) ou ainda, em regiões de introns (seqüências não transcritas). Segundo LAWSON & ZHANG (2006), historicamente, microssatélites têm sido freqüentemente utilizados para ajudar na classificação e identificação de diferentes espécies.

O gênero Oryza compreende um extenso grupo formado atualmente por 23 espécies (LONDO et al., 2006), entretanto, apenas algumas delas possuem importância agronômica e econômica, sendo a espécie Oryza sativa L. (O. sativa spp japonica e O. sativa spp indica) a mais cultivada e conseqüentemente, a mais estudada. Um segundo grupo desse gênero, compreende espécies com relativa importância em algumas regiões do mundo, mas que, como fontes potenciais de genes ou alelos, são fundamentais para o melhoramento genético do arroz.

A obtenção de novos marcadores moleculares da classe dos microssatélites é, geralmente, uma tarefa demorada e de custos elevados, especialmente quando feita em laboratório a partir de protocolos convencionais. Neste contexto, o uso da bioinformática para análise de bancos de dados que disponibilizam trechos de regiões seqüenciadas no DNA das espécies de interesse, em busca de regiões de DNA repetitivo, pode prover novos marcadores moleculares (RAJJEV et al., 2005).

Portanto, o estudo objetiva verificar a ocorrência de microssatélites passíveis de serem utilizados como marcadores moleculares para estas espécies, através de buscas em bancos de dados de diferentes espécies do gênero Oryza.

A partir do website do NCBI (www.ncbi.nih.gov), foram localizadas seqüências de DNA referentes ao genoma das espécies Oryza rufipogon, O. granulata, O. glaberrina e O. australiencis, as quais foram depositadas em arquivos no padrão Fasta em computadores do Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF/FAEM/UFPel) e, posteriormente, analisados utilizando o programa computacional SSRLocator (Maia, 2007) para localização dos microssatélites. As configurações para os motivos a serem localizados, compreenderam arranjos formados entre dois e 10 pares de bases e com repetições mínimas de 2x10, 3x7, 4x5, 5x5, 6x4, 7x3, 8x3, 9x3 e 10x3, respectivamente, para dímeros, trímeros, tetrâmeros, pentâmeros, hexâmeros, heptâmeros, octâmeros, nonâmeros e decâmeros.

Como resultados da busca no GeneBank, foram obtidos o número de seqüências por espécie conforme mostrado na Tabela 1. Ainda na mesma tabela, é indicado o total de nucleotídeos analisados para cada espécie e uma média do tamanho para cada seqüência depositada no banco de dados. De forma geral, o número de seqüências disponíveis para estas espécies é bastante inferior em relação à O.sativa, que totaliza atualmente 1.234.099 seqüências no NCBI.

O resultado do total de ocorrências de microssatélites para cada espécie é indicado na Tabela 2, entretanto, para lograr a diferença em razão de diferentes quantidades de seqüências disponíveis para cada espécie, na Tabela 3 estão indicados

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os valores percentuais da ocorrência de cada um dos motivos de repetição para cada uma.

Analisando os dados, é possível verificar que a maior ocorrência de SSRs nos motivos dímeros e trímeros é comum nas quatro espécies, totalizando, na média, 69,2% das ocorrências (Tabela 3). Na Tabela 4, é mostrada a freqüência de ocorrência de microssatélites em cada uma das espécies analisadas. Pode ser observado que as maiores taxas de ocorrência desses locos estão no genoma de O. rufipogon, onde, em média, foi localizado um SSR a cada 25.336 pares de bases, seguido por O. glaberrina no qual, em média, a cada 28.214 pb foi detecta a ocorrência de um loco.

O número de locos microssatélites detectados é de grande valia do ponto de vista da obtenção de marcadores moleculares, pois, as quantidades de 142, 93, 38 e 23 de locos encontrados constituem uma quantidade razoável de marcadores para a utilização em várias estratégias para estudos genéticos. Entretanto, o conteúdo informativo desse trabalho, quanto à taxa de ocorrências e ao padrão dos motivos de microssatélites encontrados nas espécies estudadas, não deve ser conclusivo, pois, a quantidade de informação avaliada pode prover erros na análise efetuada.

Tabela 1. Número de seqüências, total de nucleotídeos e tamanho médio das seqüências

de quatro espécies do gênero Oryza, analisadas para ocorrência de microssatélites. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Número de Total de nucleotídeos

Tamanho médio (pb)

Espécie Seqüências (pb) Seqüências

Oryza rufipogon 5.605 3.601.744 642,6

Oryza granulata 4.586 2.567.313 559,8

Oryza glaberrina 5.033 2.623.890 521,3

Oryza australiencis 2.635 1.684.154 639,1

Tabela 2. Número de ocorrência de diferentes motivos de microssatélites em quatro

espécies analisadas do gênero Oryza. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

MOTIVOS (total)

Espécie DI TRI TETRA PENTA HEXA HEPTA OCTA NONA DECA TOTAL

Oryza rufipogon

59 31 18 22 3 9 0 0 0 142

Oryza granulata

22 9 2 2 2 1 0 0 0 38

Oryza glaberrina

39 23 11 15 2 0 3 0 0 93

Oryza australiencis

10 5 2 2 1 2 1 0 0 23

Tabela 3. Porcentagem de ocorrência de diferentes motivos de Microssatélites em quatro

espécies analisadas do gênero Oryza. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

MOTIVOS (%)

Espécie DI TRI TETRA PENTA HEXA HEPTA OCTA NONA DECA

Oryza rufipogon 41,5 21,8 12,7 15,5 2,1 6,3 0,0 0,0 0,0

Oryza granulata 57,9 23,7 5,3 5,3 5,3 2,6 0,0 0,0 0,0

Oryza glaberrina 41,9 24,7 11,8 16,1 2,2 0,0 3,2 0,0 0,0

Oryza australiencis 43,5 21,7 8,7 8,7 4,3 8,7 4,3 0,0 0,0

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Tabela 4. Distância média (em pares de base) entre locos microssatélites para quatro

espécies analisadas do gênero Oryza. . CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Distância

Espécie (pb)

Oryza rufipogon 25.364

Oryza granulata 67.561

Oryza glaberrina 28.214

Oryza australiencis 73.224

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LAWSON, M.J. & ZHANG, L. Distinct patterns of SSR distribution in the Arabidopsis thaliana and rice genomes. Genome Biology. v.2, n.7, p.R14. 2006. LONDO, J.P; CHIANG, Y.C; HUNG, K.H; CHIANG, T.Y; SCHAAL, B.A. Phylogeography of Asian wild rice, Oryza rufipogon, reveals multiple independent domestications of cultivated rice, Oryza sativa. Proceedings of the national academy of sciences of the U.S.A. v.103, n.25, p.9578-9583, 2006. MAIA L.C.da, Desenvolvimento de ferramenta para análise in silico da ocorrência de microssatélites (single sequence repeats) no genoma do arroz. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil, 2007. MORGANTE, M.; OLIVIERI, A.M. PCR-amplified microsatellites as markers in plant genetics. The Plant Journal. v.3, n.1, p.175-182, 1993. VARSHNEY, R,K.; GRANER, A.; SORRELLS, M.E.; Genic microsatellite markers in plants: features and applications. TRENDS in Biotechnology. v.1, n.23, p.48-55, 2005.

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DESENHO DE PRIMERS DERIVADOS DE LOCOS MICROSSATÉLITES DO GENOMA DE QUATRO ESPÉCIES DO GÊNERO Oryza.

Renata Juliana Ahlert

(1), Luciano Carlos da Maia

(1), Juliana Severo Castelo Branco

(1),

Fernando Irajá Félix de Carvalho(1)

, Antônio Costa de Oliveira(1)

. 1

Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus Universitário, s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS - [email protected]

Microssatélites ou SSRs (Single Sequence Repeat) foram descritos por MORGANTE & OLIVIERI (1993) como sequências de DNA repetitivo constituídos por nucleotídeos que se repetem lado a lado (em série) e são encontrados em alta freqüência nos genomas de procariotos e eucariotos. Segundo VARSHNEY et al. (2005), esta classe de marcadores é poderosa para variadas aplicações em genética e melhoramento de plantas, devido sua reprodutibilidade, natureza multi-alélica, característica co-dominante e abundância em genomas. São utilizados para a integração de mapas genéticos, posicionamento físico para seqüenciamento de trechos em plantas melhoradas e pode prover para geneticistas e melhoristas uma potente ferramenta para ligar variações genotípicas a variações do fenótipo. No passado, o uso dessa classe de marcador era limitado pela dificuldade e alto custo na obtenção dos primers a serem usados em reações de PCR para esses protocolos. Atualmente com o acúmulo de dados biológicos providos por iniciativas de seqüenciamento de genomas, a análise desses dados possibilita a localização desses locos e o desenho de primers para serem utilizados como marcadores moleculares em estudos genéticos ou na seleção assistida. O gênero Oryza compreende um extenso grupo formado atualmente por 23 espécies (LONDO et al., 2006), sendo as espécies Oryza sativa spp japonica e O. sativa spp indica as mais cultivadas e estudadas. Um segundo grupo desse gênero, compreendendo as espécies Oryza rufipogon, O. granulata, O. glaberrina e O. australiencis, embora não seja de grande importância econômica e agrícola, é de extrema importância para melhoramento genético como fonte de novas formas de alelos ou diferentes genes.

O presente trabalho teve como objetivo o desenho de primers derivados de locos microssatélites encontrados no genoma das quatro espécies do gênero Oryza, para serem utilizados como novos marcadores moleculares nestas espécies.

A partir do NCBI, foram localizadas seqüências de DNA referentes ao genoma das espécies Oryza rufipogon, O. granulata, O. glaberrina e O. australiencis. As seqüências foram depositadas em arquivos no padrão fasta em computadores do Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF/FAEM/UFPel). Para a localização dos microssatélites e para o desenho dos primers, foram utilizadas as rotinas do programa de computador SSRLocator (MAIA, 2007). O programa foi configurado para buscar microssatélites nos padrões 2x10, 3x7, 4x5, 5x5, 6x4, respectivamente para dímeros, trímeros, tetrâmeros, pentâmeros e hexâmeros. Para o desenho dos primers, foram configurados ocorrências de amplicons entre 100 e 300pb; temperaturas de anelamento dos primers (TM) mínima, máxima e ótima de 45°C, 55°C e 50

0C respectivamente; tamanho de primers mínimo, máximo e ótimo de

15, 25 e 20 pb; conteúdo de GC entre 20% e 50% e com regiões de ancoramento distantes no mínimo 5 pb nos dois flancos da região do DNA repetitivo, conforme descrito por PALMIERI et al. (2005).

Como resultados da busca no GeneBank foram obtidos o número de seqüências por espécies conforme mostrado na Tabela 1. O resultado da quantidade total de ocorrências de microssatélites e o número de primers obtidos para cada espécie, é indicado na Tabela 2.

O número de microssatélites detectados e os respectivos primers desenhados para esses locos são de grande valia do ponto de vista da obtenção de marcadores moleculares, pois os totais de 120, 70, 30 e 18 primers para as espécies O. rufipogon, O.

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granulata, O. glaberrina e O. australiencis, respectivamente, são quantidades razoáveis para a utilização em várias estratégias para estudos genéticos.

Tabela 1. Número de seqüências, total de nucleotídeos e tamanho médio das seqüências

de quatro espécies do gênero Oryza, analisadas para ocorrência de microssatélites. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Espécie Número de Seqüências

Total de nucleotídeos (pb)

Tamanho médio Seqüências (pb)

O. rufipogon 5.605 3.601.744 642,6

O. granulata 4.586 2.567.313 559,8

O. glaberrina 5.033 2.623.890 521,3

O. australiencis 2.635 1.684.154 639,1

Tabela 2. Total de Microssatélites e número de primers desenhados para cada espécie.

CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007. Espécie Quantidade

Microssatélites Primers

O. rufipogon 137 120

O. granulata 38 30

O. glaberrina 93 70

O. australiencis 20 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LONDO, J.P; CHIANG, Y.C; HUNG, K.H; CHIANG, T.Y; SCHAAL, B.A. Phylogeography of Asian wild rice, Oryza rufipogon, reveals multiple independent domestications of cultivated rice, Oryza sativa. Proceedings of the national academy of sciences of the U.S.A. v.103, n.25, p.9578-9583, 2006. MAIA L.C.da, Desenvolvimento de ferramenta para análise in silico da ocorrência de microssatélites (single sequence repeats) no genoma do arroz. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil, 2007. MORGANTE, M. & OLIVIERI, A.M. PCR-amplified microsatellites as markers in plant genetics. The Plant Journal. v.3, n.1, p.175-182, 1993. PALMIERI, D.A.; ASTUA MONGE, G.; BASILIO, A., LIMA. V.; BACOCINA, G., RONCOLETTA, J.G.T.; MACHADO, M.A. In silico Identification And Characterization Of SSRs From Citrus ESTs. Procedings: Plant and Animal Genome 2005, San Diego, CA, 2005. VARSHNEY, R,K.; GRANER, A.; SORRELLS, M.E.; Genic microsatellite markers in plants: features and applications. TRENDS in Biotechnology. v.1, n.23, p.48-55, 2005.

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PREDIÇÃO FUNCIONAL DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS À QTLs A PARTIR DO BANCO DE DADOS DO GENOMA DO ARROZ (Oryza

sativa spp japonica cv Nipponbare).

Renata Juliana Ahlert(1)

, Luciano Carlos da Maia(1)

, Juliana Severo Castelo Branco(1)

, Ivandro Bertan

(1), Emília Malone

(1), Fernando Irajá Félix de Carvalho

(1), Antônio Costa de

Oliveira(1)

. 1Centro de Genômica e Fitomelhoramento – FAEM/UFPel, Campus

Universitário, s/nº · Caixa Postal 354, 96010-900, Pelotas, RS – [email protected]

Blocos de DNA contendo grupos de genes que mantém interação linear com características fenotípicas são descritos como QTLs (Quantitative Trait Loci). Mapeamentos com objetivo de localizar regiões genômicas próximas a blocos gênicos (QTLs), utilizam várias técnicas de biologia e marcadores moleculares, sendo que, a localização dessas posições, é obtida a partir da associação entre o polimorfismo de uma região do DNA e a segregação de um caráter. Dentre as várias técnicas de marcadores moleculares utilizadas com essa finalidade, uma grande quantidade de mapas genéticos e de QTLs foram obtidos por RFLP, que posteriormente possibilitaram o seqüenciamento daquele trecho recombinante do DNA que foi associado as variações fenotípicas ou variações de caracteres agronômicos. Sendo o arroz considerado uma espécie modelo entre as Poáceas, após o término do seqüenciamento do seu genoma, o uso das informações depositadas no banco de dados da espécie pode auxiliar no reconhecimento da função de genes de espécies correlatas. O uso da bioinformática, permite localizar homologias entre seqüências de genes, RNAs, sondas derivadas de RFLP ou mesmo pontos de ancoramento de primers e desta forma predizer a função de um gene ou a proximidade de um marcador a um bloco de genes. O marcador Xbcd9 derivado do cromossomo A4 do genoma do trigo (Triticum aestevum aestivum L.), disponível no banco de dados de Trigo e Aveia “GrainGenes” (USDA), foi mapeado em 1991 por James Nelson e Mark Sorrels (não publicado) e mostrou associação a diferenças no rendimento de grãos (HEIN et al., 1991).

O presente trabalho teve como objetivo verificar a presença de região homóloga a essa sonda e descrever uma possível função gênica ou associação a um gene ou bloco de genes no genoma do arroz.

Primeiramente, foi localizado a seqüência da sonda RFLP (identificação: BCD9_WHE1F0042) no GrainGenes e posteriormente, através do programa PrimerExpress, foram desenhados os primers. Foram selecionados três genótipos, sendo as cultivares: BRS 7 “Taim” (spp indica) de origem brasileira, Dawdam (spp japonica) originário da Tailândia e Taipei (spp japonica) originário das Filipinas. Após a seleção, foi realizada uma reação de PCR para verificar a presença de regiões amplificadas pelos primers nas referidas cultivares de arroz.

Para a busca por homologias entre a seqüência da sonda RFLP e o genoma, foi utilizado o programa BLASTN (ALTSCHUL et al, 1990), para o alinhamento local de nucleotídeos, seguidos de uma análise minuciosa utilizando o pacote VectorNTI. Para obter informações do genoma do arroz (IRGSP, 2005) foi utilizado o portal NCBI (National Center for Biotechnology Information- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e para obter informações dos domínios e funções de genes, foi consultado o banco de dados EMBLE-EBI/InterPro (http://www.ebi.ac.uk/interpro/). A reação de PCR foi procedida com temperatura de anelamento (TM) de 60°C e o resultado visualizado em gel de agarose 3% mediante a coloração com brometo de etídio.

A análise do gel de agarose mostrou que dentre os três genótipos de arroz analisados, os três foram positivos para presença de fragmentos amplificados, conforme mostrado na Figura 1. A partir do resultado positivo da existência de região amplificada no genoma do arroz, foi procedida a busca pelas homologias. O BLASTN (ALTSCHUL et al., 1990) resultou na ocorrência de duas regiões com seqüências concatenadas, nos cromossomos dois e nove, conforme a Figura 2, estes dois alinhamentos apresentaram

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resultados “E-Value” de 1e-08

e 2e-23

para os cromossomos dois e nove, respectivamente, sendo que, no cromossomo dois, o total do alinhamento foi de 56 pares de bases e 334 para o cromossomo nove. A análise das duas regiões concatenadas mostrou que ambos alinhamentos ocorreram em trechos do genoma descritos como seqüências dos genes Os09g0553200 e Os02g0117700. Para o gene Os02g0117700 (cromossomo 9), o alinhamento da sonda foi dividido em 6 subseqüências (hits), sendo que cada uma dessas subseqüências mostrou homologia a trechos de exons transcritos, conforme mostrado na Figura 3. A função biológica para ambos genes contendo homologias, está descrita a partir da anotação oficial do IRGSP (International Rice Genome Initiative) feita por SASAKI, (IRGSP, 2005). Os genes estudados foram preditos como UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase e UDP-glucose pyrophosphorylase, conforme domínios descritos no InterPro (acesso IPR002618). No intuito de elucidar a função bioquímica das proteínas codificadas por esses genes, foi verificado no portal KEGG (Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes - Pathway maps for biological processes - http://www.genome.jp/kegg/) que estas são enzimas envolvidas numa das etapas do metabolismo do amido e da sacarose. Os resultados obtidos confirmaram e esclareceram a relação do marcador Xbcd9 e diferenças no rendimento de grãos, pois, a partir da homologia, foi possível confirmar que a região acessada por esse marcador é uma enzima que tem importância primordial no acúmulo de amidos e outros açúcares do grão, o que certamente resulta na diferença do rendimento de grãos. Um segundo aspecto, é que essa abordagem comparativa pode prover também marcadores moleculares que potencialmente serão informativos no arroz, se forem transpostos e utilizados na seleção assistida dessa espécie.

Figura 1. Gel de agarose mostrando amplicons em dois genótipos de arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

Figura 2. Alinhamento local de duas regiões homólogas entre a seqüência da sonda RFLP e regiões dos cromossomos 2 e 9 do genoma do arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

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Figura 3. Alinhamento da sonda RFLP contra seis exons do gene Os02g0117700 no cromossomo 9 do

arroz. CGF/FAEM/UFPel, Pelotas, 2007.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALTSCHUL, S.F.; GISH, W.; MILLER, W.; MYERS, E.W.; LIPMAN, D.J. Basic local alignment search tool. Journal of Molecular Biology, v.5, n.215, p.403-10. 1990. HEUN, M.; KENNEDY, A.E.; ANDERSON, J.A.; LAPITAN, N.L.V.; SORRELLS, M.E.; TANKSLEY, S.D. Construction of a restriction fragment length polymorphism map for barley (Hordeum vulgare). Journal Genome, vol. 34, p.437-447, 1991.

INTERNATIONAL RICE GENOME SEQUENCING PROJECT. The map-based sequence of the rice genome. Nature, v.1, n.7052,p.793-800, 2005.

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CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE GENÓTIPOS MUTANTES DE ARROZ COM MARCADORES AFLP

Emilia Malone

1, Daniel da Rosa Farias

1, Juliana C. Branco

1, Albina P. Bernardes

1,

Fernando I.F. Carvalho1, Antonio C. de Oliveira

1.

1Centro de Genômica e

Fitomelhoramento/FAEM/UFPel, Campus Universitário s/n 3˚Andar, c.p: 354, CEP: 96010-900. [email protected]

O arroz por ser uma espécie que apresenta um genoma pequeno, pelo desenvolvimento de mapas genéticos e físicos e recentemente com o sequenciamento completo do genoma, tem sido considerado uma espécie modelo para o melhoramento genético de gramíneas (GALE e DEVOS, 1998). Muitos dos problemas encontrados em programas de melhoramento associados à estimativa da expressão fenotípica de caracteres agronômicos estão sendo minimizados mediante a utilização das técnicas de biologia molecular que permitem realizar um diagnostico dos indivíduos ao nível do DNA. Nos últimos anos, várias técnicas de marcadores moleculares tais como AFLP (Amplified Fragment Length Polymorfism) têm sido desenvolvidas e estão sendo amplamente utilizadas como ferramentas auxiliares nos programas de melhoramento, principalmente devido aos marcadores moleculares permitirem acessar todo o genoma do organismo e, o que é mais importante, não serem influenciados pelo ambiente. Na identificação de variabilidade genética para programas de melhoramento vegetal, várias metodologias podem ser citadas. Dentre estas, a Análise Multivariada vem sendo amplamente utilizada, pois fornece a vantagem da avaliação simultânea de diversos caracteres para o dimensionamento da dissimilaridade, mostrando-se efetiva em várias espécies como sorgo (OLIVEIRA et al., 1996), arroz (MORAIS et al., 1999), entre outras.

Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi estimar a dissimilaridade genética entre famílias mutantes de arroz e o genótipo que deu origem a elas através do emprego de marcadores AFLP.

A técnica de marcadores moleculares AFLP (VOS et al., 1995) foi escolhida para a análise dos genótipos mutantes por ser uma técnica com elevado índice de multiplex (aproximadamente 40 locos amplificados resultado que depende também da espécie utilizada).

Dez sementes das 35 famílias mutantes junto as sementes do genótipo BRS 7 “TAIM” semeadas em baldes e mantidas em estufa com temperatura e umidade controlada para favorecer seu crescimento até obter folhas jovens suficientes para realizar a extração do material genético. O DNA das plantas de cada família foi extraído utilizando o método CTAB descrito por SAGHAI-MAROOF et al. (1984). O produto da extração foi quantificado em gel de agarose 0,8% corado com Brometo de Etídeo na concentração final de 5 µg mL

-1

para ser visualizado com luz UV (SAMBROOK et al., 1989) A técnica AFLP foi aplicada sobre as 35 famílias e ao genótipo BRS 7 “TAIM” de

acordo com o protocolo fornecido pelo fabricante (Life technologies – GIBCO). Ao produto de amplificação foi adicionado 2/3 do seu volume de tampão de carga

(98% formamida, 10 mM EDTA pH 8.0, azul de bromofenol e xileno cianol), seguido de desnaturação a 94ºC durante 6 minutos e aplicação no gel de acrilamida 6% em condições desnaturantes. A corrida eletroforética foi realizada em cuba de sequenciamento manual modelo HOEFER SQ3 Sequencer durante aproximadamente 2h com potência constante de 60 watts. A revelação dos fragmentos amplificados foi realizada de acordo com o protocolo de coloração com nitrato de prata (Briard et al, 2000).

Os dados de presença/ausência de bandas obtidos na análise de AFLP das 35 famílias e as duas testemunhas analisadas permitiram o cálculo da dissimilaridade genética entre todos os pares de genótipos, com o auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000) utilizando o coeficiente de DICE (1945). Com base na matriz de dissimilaridade gerada foi construído um dendograma pelo método de agrupamento

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UPGMA (Unweighted Pair-Group Method with Arithmetic Averages). Para a verificação do ajuste entre a matriz de dissimilaridade e o dendograma obtido foi calculado o coeficiente de correlação cofenética (r), segundo SOKAL e ROHLF (1962).

Através da análise de AFLP, utilizando as 9 combinações de primers, foram obtidos um total de 206 marcadores, dos quais 184 (89.32%) foram polimórficas e 22 (10.68%) foram monomórficos. Nessa ordem, as combinações C3, C7 e C6 revelaram um maior número de marcadores polimórficos com 30, 26 e 25, respectivamente. A combinação C9 foi a que revelou o menor número de marcadores polimórficos com somente 10 (Tabela 1). O elevado número de marcadores polimórficos observados revela o grande potencial da técnica AFLP em detectar variabilidade genética presente na coleção de genótipos em estudo e o grande efeito da mutação em aumentar a variabilidade.

O valor da matriz cofenética (r) obtido da comparação das matrizes de similaridade e do dendrograma foi de 0,65. Esse valor considera-se representativo e, reflete a precisão do dendrograma na representação gráfica dos dados da matriz de dissimilaridade entre as famílias. O valor do coeficiente de determinação (r

2) foi de 42, indicando assim que um

58% da variação é aleatória. Baseado no valor médio das distâncias genéticas (0,74) pode-se visualizar a

formação de oito grupos, dois principais, dois menores e quatro formados por uma única família. O grupo maior inclui 24 famílias (1, 2, 17, 19, 21, 10, 15, 16, 27, 24, 25, 26, 3, 6, 14, 5, 7, 11, 23, 22, 29, 28, 31 e, 34) o que representa o 64,86% (Grupo I – Figura 1). Num segundo grupo, ficaram as famílias 4, 9, 12, 18 e, 20 que apresentaram maior similaridade genética entre elas, (Grupo II – Figura 1). Os demais blocos não apresentaram agrupamento distintivo. Quatro grupos estão representados por uma única família (IV, V, VI e, VIII) evidenciando assim, a grande dissimilaridade apresentada por estas em relação às demais famílias utilizadas na análise. A cultivar BRS7-TAIM (37) que deu origem às famílias mutantes, ficou isolada no grupo VI evidenciando assim a forte influencia da mutação na criação de variabilidade.

Baseado nos valores da distância genética calculadas pelo método DICE, as famílias mais similares foram as 19 e 21 com uma distância de 0,448 e as mais dissimilares foram a 33 com a 9 apresentando uma distância de 0,953 (Figura 1).

PALAVRAS CHAVES: mutação, variabilidade genética, tolerância ao estresse.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRIARD, M., CLERA, V.LE, GNZEBELUS, D., SENALIK, D AND SIMON, P.W. Modified Protocols for rapid carrot genomic ADN extraction and AFLP

TM analysis using silver

stain on radioisotopes. Plant Molecular Biology Reporter v.18, p.235 – 241, 2000. DICE, L.R. Measures of the amount of ecological association between species. Ecology,

Washington, v.26, n.3, p.297-307, 1945. GALE, M.D.; DEVOS, K.M. Comparative genetics in the grass. Proc. Natl. acad. Sci, v.95,

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Tabela 1. Relação das 9 Combinações de primers utilizadas na análise de AFLP e número de bandas polimórficas obtidas.

Combinação de primers N˚ de bandas Polimórficas

M -CAA; E -AGG 18

M -CTA; E -ACA 22

M -CAC; E -AAC 30

M -CAG; E -ACC 15

M -CAT; E -AGC 24

M -CTG; E -ACT 25

M -CAA; E -AAC 26

M -CAA; E -AGC 16

M -CTG E -AGG 10

TOTAL 184

Figura 1. Dendrograma das 35 famílias mutantes mais o genótipo BRS 7 “TAIM” obtido a partir da análise de AFLP utilizando o índice de similaridade de Dice (1945) e o método de agrupamento UPGMA. O ponto de corte foi de 0,74. CGF/FAEM/UFPEL, Pelotas, 2007.

0,74

I

II

III IV V VI

VII VIII

r = 0,65 r2= 42

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ANALISE DA COLECAO ATIVA DE GERMOPLASMA DE ARROZ (Oryza sativa L.) DA EMBRAPA CLIMA TEMPERADO BASEADA NA TÉCNICA DE

MARCADORES MOLECULARES AFLP

Juliana Severo Castelo Branco1; Adriana Pires Soares Bresolin

1; Ariano de Magalhães

Junior2; Naciele Marini

1; Maurício Marini Kopp

1; Luciano Carlos Maia; Emília Malone

1;

Claudete Mistura1; Renata Juliana Ahlert

1; Fernando Irajá Félix de Carvalho

1; Antonio Costa

de Oliveira1,

1Centro de Genômica e Fitomelhoramento FAEM/ UFPel , Caixa Postal 354,

Cep: 96.001-970 EMBRAPA – Clima Temperado Estação Experimental de Terras Baixas [email protected]

O desenvolvimento de novas variedades que satisfaçam as exigências de maior potencial genético para produtividade e qualidade são os principais objetivos dos programas de melhoramento. Desta forma, o sucesso de tal programa depende de um método dinâmico e eficiente para atingir o desejado. Portanto o melhoramento genético de plantas requer três etapas fundamentais para a obtenção de genótipos desejados: presença da variabilidade genética, eficiência na seleção dos genótipos mais promissores e ajuste das melhores constituições genéticas ao ambiente de cultivo (CARVALHO et al. 2003). Dentre os três eixos principais que norteiam o melhoramento vegetal, a presença da variabilidade genética é essencial, pois, é a partir dela que plantas com combinações superiores podem ser obtidas. A identificação dessa variabilidade tem sido objeto de muitos estudos, visto que ao avaliar a expressão de um determinado caráter, muitas vezes a expressão deste vem mascarada pelo efeito do ambiente ou ainda por interações alélicas ou gênicas que tornam o trabalho de seleção do melhorista mais complicado, exigindo em muitos casos investigações que são repetidas por vários anos e locais diferentes no intuito de controlar a ação do ambiente. Modernamente admite-se que o uso de marcadores moleculares, que independem do ambiente na identificação dessa variabilidade genética e diminuir o tempo gasto na identificação dos genótipos portadores dessa variabilidade. A análise da distância genética é uma ferramenta auxiliar de grande importância em programas de melhoramento e um importante elo entre a conservação e a utilização dos recursos genéticos disponíveis. Esta estimativa informa a respeito da organização do germoplasma, aumenta a eficiência da amostragem de genótipos, auxilia na definição de cruzamentos artificiais, na incorporação de genes de germoplasma exótico e até na recomendação de cultivares para determinada região, quando o objetivo é aumentar a base genética dos cultivares. A escolha correta dos genitores empregados no desenvolvimento da população base de um programa de melhoramento pode predizer o resultado final da seleção artificial e proporcionar uma melhor alocação dos recursos financeiros despendidos ao longo de todo o processo de ajuste das constituições genéticas a um determinado ambiente (NIENHUIS et al., 1993; BOHN et al., 1999). A seleção de genitores dissimilares gera a perspectiva da obtenção de uma população segregante com ampla variabilidade genética e elevada freqüência de segregação transgressivo, uma vez que a heterose e a capacidade específica de combinação entre dois genitores dependem da existência de dominância no controle do caráter e da presença de diferenças genéticas entre os genótipos (FALCONER & MACKAY, 1996). Entretanto, para que tal expectativa seja confirmada, é necessário que os genitores associem média elevada e variabilidade para os caracteres que estão sendo melhorados. Confirmada a expectativa da presença de dissimilaridade, é esperado que indivíduos com médias superiores para o caráter de interesse apresentem genes distintos, sendo possível, através da hibridação artificial, combinar esses genes em uma nova constituição genética, superior a ambos os genitores.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a distancia genética (similaridade) dos genótipos pertencente a coleção de base do programa de melhoramento genético da EMBRAPA – Clima Temperado Estação Experimental de Terras Baixas - assumindo como hipótese, a semelhança entre alguns genótipos. O trabalho foi realizado no Laboratório de

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Genômica do Centro de Genômica e Fitomelhoramento (CGF) da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas, localizado no município do Capão do Leão/RS. Os genótipos utilizados pertencem à coleção do programa de melhoramento de arroz da Embrapa (Tabela 1). O DNA foi extraído a partir de amostras foliares de cada genótipo, por meio do método de extração CTAB. A reação de amplificação AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism) (Zabeau,1993) foi realizada de acordo com protocolo fornecido pelo fabricante (AFLP Analysis System I, Gibco/BRL). Para este estudo foram empregadas cinco combinações de primers: (C1: E-AAG/M-CTT; C2: E-ACT/M-CAA; C3: E-AGG/M-CAC; C4: E-ACA/M-CAT; C5: E-AGG/M-CAT). As reações de digestão, ligação de adaptadores, pré-amplificação e amplificação seletiva foram realizadas em termociclador PT100, conforme recomendado pelo fabricante (AFLP Analysis System I, Gibco/BRL). Para visualizar os fragmentos amplificados e separados eletroforeticamente em gel desnaturante de poliacrilamida (6%), foi utilizado o protocolo de coloração, a base de nitrato de prata, descrito por CRESTE et al. (1999). Os dados de presença/ausência de bandas obtidos na análise de AFLP entre os genótipos foram utilizados para a estimativa da similaridade genética entre todos os pares de genótipos, com o auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000). Para o cálculo da similaridade genética, foi utilizado o coeficiente de similaridade Dice e com base na matriz de similaridade gerada, foi construído um dendrograma pelo método de agrupamento da distância média (UPGMA), por meio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000). Para a verificação do ajuste entre a matriz de similaridade e o respectivo dendrograma, foi estimado o coeficiente de correlação cofenética (r).

Com a análise e interpretação dos dados de um total de 176 bandas avaliadas, as 176 (100%) foram polimórficas. As cinco combinações de primers utilizadas produziram uma média de 35 bandas, sendo o maior número de bandas verificado para a combinação de primers C1: E-AAG/M-CTT que produziu um total de 66 bandas e o menor número para a combinação de primers C3: E-AGG/M-CAC com apenas 19 bandas. O dendrograma obtido com as 176 bandas polimórficas geradas utilizando a técnica apresentou uma similaridade média de 31%. O emprego da similaridade média como critério para a separação, propiciou a visualização de 9 grupos distintos (Figura 1), onde: I) BR IRGA 413; II) BRS Firmeza; III) BRS Ligeirinho; IV) Reetz; V) Japonês; VI) Arroz do seco; VII) demais constituições genéticas VII, VIII) Forroupilha, Farroupilha e BRS Bojuru e IX) IAS 12-9 Formosa e BRS Atalanta. O grupo VII pode ser subdividido em dois subgrupos (a e b), dentre os quais foi possível visualizar os acessos mais similares: BR IRGA 410 e BRS IRGA 413. As maiores distâncias foram obtidas, comparando-se o acesso Moti com os demais e o segundo maior distanciamento genético foi entre BRS Firmeza e as outras constituições. Isto indica que estes acessos são candidatos potenciais como fonte de variabilidade no programa de hibridização desta espécie, visando o melhoramento genético. Constatou-se neste trabalho, que não foi possível estruturar os genótipos, em função da sua origem e das análises fenotípicas, já que alguns genótipos semelhantes morfologicamente apresentaram distanciamento genético considerável, como é o caso dos acessos Bojuru e IAS-12-9 Formosa. Isto pode ocorrer devido a deteccao de regioes hipervariaveis no genoma e/ou devido aos primers nao estarem associados com características de interesse agronômico analisadas fenotipicamente. Para tanto foi concluído que os marcadores AFLP mostraram-se eficientes para detectar polimorfismo nesta espécie e podem ser utilizados como mais uma ferramenta na obtenção de informações úteis para o manejo de coleções de germoplasma e o direcionamento de programas de melhoramento genético. Observou-se grande divergência em alguns materiais oriundos da mesma origem e características fenotípicas, concluindo-se que pode haver pouca relação entre a origem e características fenotípicas com o padrão da distribuição da variabilidade genética obtida.

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Tabela 1. Identificação dos acessos analisados. FAEM/UFPEL, Pelotas, 2007.

FIGURA 1. Dendrograma de 42 acessos de arroz obtido a partir da análise de AFLP utilizando o índice de similaridade de Dice (1945) e o método de agrupamento UPGMA. O valor do coeficiente de correlação cofenética (r) é de 0,86. FAEM/UFPEL, Pelotas, 2007.

N° da amostra Identificação N° da amostra Identificação

1 IAS 12-9 Formosa 22 Forroupilha 2 BRS Atalanta 23 Formosa 3 BRS Firmesa 24 Arroz de seco 4 BRS Bojuru 25 Cachinho 5 BRS Pelota 26 Reetz 6 BRS Taim 27 Japones 7 BR IRGA 409 28 Cana roxa 8 BR IRGA 410 29 Meio chumbinho 9 BR IRGA 411 30 Arroz agulinha (01) 10 BR IRGA 412 31 Arroz sequeiro (03) 11 BR IRGA 413 32 Arroz sequeiro (04) 12 BR IRGA 414 33 Arroz japonese (11) 13 BRS Chuí 34 Arroz sequeiro (13) 14 BRS Ligeirinho 35 Arroz chumbinho (15) 15 BRS Agrisul 36 Arroz da terra 16 1001 (Querência) 37 Gigante 17 ArranK 38 BRS Primavera 18 Ligeirão 39 BRS Liderança 19 Moti 40 BRS Talento 20 Itaqui 41 BRS Vencedora 21 Farroupilha 42 Bonança

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ASSOCIAÇÃO ENTRE DISTÂNCIAS GENÉTICAS EM ARROZ ESTIMADAS A PARTIR DE CARACTERES MORFOLÓGICOS E DOS COMPONENTES DO

RENDIMENTO DE GRÃOS

Juliana Severo Castelo Branco1; Maurício Marini Kopp

1; Ivandro Bertan

1; José Antonio

Gonzalez da Silva1; Alexandre Terracciano Villela

2; Nacieli Marini

1; Claudete Mistura

1;

Fernando Irajá Félix de Carvalho1; Antonio Costa de Oliveira

1;

1Centro de Genômica e

Fitomelhoramento FAEM/ UFPel , Caixa Postal 354, Cep: 96.001-970 2Dept. Fitotecnia-

Biologia dos Solos FAEM/ UFPel [email protected]

A análise da distância genética é uma ferramenta auxiliar de grande importância em programas de melhoramento, representando um elo entre a conservação e a utilização dos recursos genéticos disponíveis. Existem estudos de grande importância comparando a distância genética estimada a partir de caracteres morfológicos acessados a campo, a partir de caracteres fenotípicos relacionados à produtividade de grãos por unidade de área e a utilização conjunta destes caracteres em trigo (BERTAN et al., 2005). A natureza deste trabalho possibilita inferências sobre quais caracteres contribuem mais para a estimativa da distância genética e devem ser priorizados nos programas de melhoramento, fornecendo informações a respeito da variabilidade genética no germoplasma em diferentes grupos de caracteres, inclusive aqueles mais visados no melhoramento vegetal (caracteres relacionados à produtividade). Isto auxilia o pesquisador no momento da definição de quais caracteres devem ser aferidos para obtenção do máximo de informações a respeito dos genótipos alvo do estudo.

Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar e comparar estimativas da distância genética entre 16 genótipos de arroz a partir de seis caracteres morfológicos aferidos a campo e de seis caracteres componentes do rendimento de grãos e a partir da análise conjunta destes 12 caracteres. Na safra agrícola 2003/04 foram avaliados 16 genótipos de arroz provenientes de dois sistemas de cultivo: irrigado e sequeiro, obtidos da coleção do programa de melhoramento genético de arroz da Embrapa Clima Temperado: BRS Pelota , BRS Atalanta; BRS Firmeza; BRS Taim; BRS Chuí; El Passo L144; Irga 417; EEA-406; CNAS 9026; CNAS 9045; BRS Talento; BRS Bonança; BRS Primavera; BRS Colosso; BRS Ligeirinho e Canastra. Os genótipos foram conduzidos em condições de campo e laboratório, pertencentes ao Centro de Genômica e Fitomelhoramento da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Universidade Federal de Pelotas. O delineamento utilizado foi blocos ao acaso com três repetições, sendo que cada parcela experimental foi composta por dez plantas, distribuídas espaçadamente em uma linha de semeadura. Foram avaliados i) largura da folha bandeira em cm (LFB); ii) comprimento da folha bandeira em cm (CFB); iii) estatura planta, aferido com aproximadamente 30 dias após a antese; devido alguns genótipos apresentarem folha bandeira ereta ultrapassando a inflorescência, os dados foram mensurados pelo comprimento do colmo em cm da superfície do solo até o ápice da panícula, representando a estatura final da panícula (iv) (EFP) e da superfície do solo até o final da folha bandeira (v) (EFFB), caráter mais comumente avaliado em programas de melhoramento de arroz, e vi) dias da emergência ao florescimento (DEF); vi) número de afilhos férteis (NAF); vii) tamanho da panícula (TP); viii) peso de panícula (PP); ix) número de grãos da panícula (NGP); x) peso de grãos da panícula principal (PGPP); xi) peso médio de grãos (PMG); xii) rendimento da planta (RP). Os dados dos caracteres avaliados foram submetidos à análise de variância univariada e as médias das variáveis foram comparadas pelo teste de Scott e Knott (SCOTT & KNOTT, 1974), ao nível de 5% de probabilidade de erro. As variáveis que diferiram os genótipos no teste de comparação de médias foram utilizadas para estimativa da distância generalizada de Mahalanobis (D

2) entre todos os pares de genótipos, diferenciando três grupos de

caracteres: i) dos seis caracteres morfológicos aferidos a campo; ii) dos seis componentes do rendimento de grãos aferidos em laboratório e; iii) da análise conjunta dos 12

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caracteres. Desta forma, foram obtidas três matrizes de distâncias de Mahalanobis (D2),

com auxílio do programa computacional Genes (CRUZ, 2001). Com base nas matrizes de distâncias genéticas geradas, foram construídos três dendrogramas, utilizando o método de agrupamento UPGMA. Para a estimativa do ajuste entre a matriz de dissimilaridade e o dendrograma gerado, foi calculado o coeficiente de correlação cofenética (r); (SOKAL & ROHLF, 1962). Para a estimativa da significância da correlação (associação) entre as três matrizes de distância genética, foi empregado o teste de comparação de matrizes de Mantel, com 1000 permutações (MANTEL, 1967). Estas análises e a construção dos dendrogramas foram realizadas com auxílio do programa computacional NTSYS pc 2.1 (ROHLF, 2000).

Considerado a matriz de distância genética incluindo todos os caracteres, os genótipos mais similares foram BRS Taim e El Passo L 144 e os que mais distantes foram EEA 406 e BRS Pelota. O dendrograma gerado na análise conjunta de todos os caracteres (Figura 1), é possível dividir as constituições genéticas em três grupos: O grupo I inclui apenas a cultivar EEA 406; já no grupo II é possível verificar a participação das cultivares de sistema sequeiro, com exceção da cultivar BRS Atalanta. O grupo III foi formado apenas com cultivares do sistema irrigado, onde a BRS Taim e El Passo L 144 foram os genótipos mais similares. As matrizes de distância genética entre as constituições genéticas com base nos caracteres fenotípicos aferidos a campo e a com base nos caracteres relacionados à produtividade aferida em laboratório, evidenciaram ausência de associação significativa, Uma vez que a correlação entre as matrizes foi de reduzida magnitude (r = 0,41). Considerando que a distância genética conjunta proporciona uma melhor representatividade da constituição genética dos genótipos, o planejamento de cruzamentos com base nesta distância poderá ser realizada com segurança pelo melhorista. Entretanto, a moderada associação entre a distância estimada da análise conjunta com as distâncias empregando a divisão de dois grupos de caracteres (0,41 e 0,52) (Tabela 1), evidencia que o melhorista deve ter cautela no emprego parcial de caracteres na tentativa de prever a variabilidade em seu germoplasma. Por outro lado, estes resultados permitem que a recomendação de cruzamentos artificiais seja direcionada a determinado conjunto de caracteres em detrimento de outros, como o caso dos componentes do rendimento de grãos e os morfológicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTAN I. Distância genética como critério para escolha de genitores em programa de melhoramento de trigo (Triticum aestivum L.) Pelotas, 2005. 93p Dissertação (Mestrado em Agronomia), Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel FAEM/UFPel, 2005. CRUZ, C.D. Programa genes: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa: Editora da UFV, 2001. 648p. ROHLF, F. J. NTSYS-pc: numerical taxonomy and multivariate analysis system, version 2.1. Exeter Software, New York, 2000. SCOTT, A.J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, Washington, v.30, p.507-512, setembro.1974. SOKAL, R.R.; ROHLF, F.J. The comparison of dendrograms by objective methods. Taxon, Berlin, v.11, n.1, p.30-40, 1962. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a FAPERGS, CNPq e CAPES pelo apoio financeiro.

Formatado:

Formatado:

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Figura 1- Dendrograma resultante da análise de agrupamento de 16 genótipos de arroz, obtido pelo método de agrupamento UPGMA, utilizando a distância de Mahalanobis (com base nos caracteres de rendimento aferidos em laboratório e caracteres morfológicos aferido a campo) como medida de distância genética. O valor do coeficiente de correlação cofenética (r) é de 0,74. FAEM/UFPEL, Pelotas, 2006. Tabela 1. Correlações entre as matrizes de distância de Mahalanobis, entre 16 genótipos de arroz, obtidas com base nos caracteres morfológicos aferidos a campo (MDCM), nos componentes do rendimento de grãos aferidos em laboratório (MDCR) e na análise conjunta dos caracteres aferidos a campo e em laboratório (MDCM+CR). FAEM/UFPEL, Pelotas, 2007

MDCM MDCR

MDCM+CR

MDCM 1 0,41 0,96*

MDCR

1 0,52*

MDCM+CR

1 * Correlação significativa a 1% de probabilidade de erro, pelo teste de Mantel com 1000 permutações.

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IDENTIFICAÇÃO DE GENES ATIVADOS POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM RAÍZES DE PLANTAS DE ARROZ UTILIZANDO A TÉCNICA DE RDA

Raul Antonio Sperotto, Janette Palma Fett. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Instituto de Biociências - Centro de Biotecnologia e Departamento de Botânica - Campus do Vale - Avenida Bento Gonçalves, 9500 - Bairro Agronomia - CEP: 91501-970 - Porto Alegre - RS - [email protected]

O ferro é um micronutriente essencial para virtualmente todos os organismos vivos, e as plantas desempenham um papel fundamental na sua entrada para a cadeia alimentar. Como um metal de transição, sua habilidade de ganhar ou perder um elétron confere propriedades importantes em reações de oxi-redução, fazendo parte de proteínas essenciais para a fotossíntese, respiração e muitos outros processos metabólicos. Essas mesmas propriedades permitem que o ferro, quando em excesso, catalise a formação de espécies reativas de oxigênio, altamente danosas a qualquer tipo celular (Halliwell & Gutteridge, 1992).

Este problema é comum em plantas crescidas em sistema de alagado, que apresentam condições anaeróbicas e baixo pH. Por outro lado, em condições aeróbicas e pH neutro ou alcalino, o ferro torna-se altamente insolúvel no solo, e indisponível para as plantas (Guerinot & Yi, 1994). Plantas de arroz são altamente suscetíveis a baixas concentrações de ferro, diferente de outras espécies cultivadas, como aveia (Takahashi et al. 2001).

Durante a busca por proteínas envolvidas no transporte, remobilização e estocagem de ferro, nosso grupo identificou no genoma de arroz 43 genes potencialmente relacionados a esses processos (Gross et al. 2003). Entretanto, outros genes devem participar da resposta de plantas de arroz à deficiência de ferro. No intuito de melhor entender os processos envolvidos na resposta de raízes de arroz a este estresse, o objetivo deste trabalho foi identificar novos genes cuja atividade é aumentada em condição de deficiência de ferro em relação à condição controle, utilizando a técnica de RDA (Representational Difference Analysis).

Para tanto, plantas de arroz foram submetidas a 3, 6 e 9 dias de exposição às condições normal (controle) e estressante (deficiência de ferro, Fe-). RNA das raízes foi extraído utilizando-se o reagente comercial TRIzol (Invitrogen) e a síntese de cDNA foi realizada utilizando-se o kit SMART (Clontech). O procedimento de RDA utilizado foi basicamente o descrito por Pastorian et al. (2000), utilizando-se a população de cDNA controle como driver e a população de deficiência de ferro como tester. Dessa forma, foi possível isolar seqüências que estão mais presentes na condição Fe- do que na situação controle. Tais seqüências são chamadas de produtos diferenciais. Uma alíquota dos produtos diferenciais foi clonada no vetor TOPO (Invitrogen) e transformada em células competentes de Escherichia coli XL1-Blue, dando origem à biblioteca de genes diferencialmente expressos. Foram seqüenciados 192 clones utilizando-se o seqüenciador automático ABI-PRISM 3100 Genetic Analyzer (Applied Biosystems). As seqüências resultantes foram comparadas com banco de dados e classificadas por categorias funcionais, como mostrado na tabela 1.

Foram identificadas 28 seqüências ativadas por deficiência de ferro em raízes de plantas de arroz. Nenhuma destas seqüências foi relacionada em estudos anteriores como sendo induzida por deficiência de ferro, exceto em experimentos anteriores realizados pelo nosso grupo com deficiência de ferro em partes aéreas de arroz (Sperotto et al. 2007). Aproximadamente 40% das seqüências mostraram sobreposição com outros estresses abióticos e também bióticos, não sendo respostas específicas à deficiência de ferro. Logo, devem ser consideradas respostas a estresse geral. Aproximadamente 30% das seqüências já foram descritas como relacionadas a processos de senescência, sugerindo que a deficiência de ferro pode induzir as raízes a entrarem em senescência prematura.

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Tabela 1: Seqüências ativadas em raízes de arroz sob deficiência de ferro.

Para confirmar a ativação dos genes encontrados no RDA e validar a biblioteca dos

produtos diferenciais, o padrão de expressão de alguns genes foi analisado por RT-PCR semi-quantitativo, usando um gene de actina como controle. Conforme visto na figura 1, os resultados obtidos confirmam as diferenças de expressão encontradas pela metodologia de RDA.

Em geral, processos de senescência possuem função biológica. Por exemplo, as pétalas senescem após a fertilização, e a planta inteira senesce após a produção de sementes. Isto sugere que o início da senescência é geneticamente pré-determinado, e que este seja um processo complexo finamente controlado. Entretanto, quando as plantas enfrentam habitats ou condições adversas, a senescência de determinados tecidos ou da planta inteira pode ser prematuramente ativada. Os resultados do RDA sugerem, portanto, que a deficiência de ferro, assim como outros tipos de estresses, pode levar as raízes de plantas de arroz a entrarem em processo de senescência.

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Figura 1: Análise da expressão por RT-PCR semi-quantitativo de genes identificados no RDA. A intensidade de banda de cada produto de PCR foi normalizada em relação à densidade óptica obtida para o gene da actina. Números abaixo de cada canaleta representam a porcentagem em relação à maior densidade óptica normalizada. Números entre parênteses indicam o número de ciclos usados nas respectivas reações de PCR. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - Gross J, Stein R J, Fett-Neto A G, Fett J P (2003) Iron homeostasis related genes in rice. Genetics and Molecular Biology 26: 477-497. - Guerinot M L, Yi Y (1994) Iron: nutritious, noxious, and not readily available. Plant Physiology 104: 815-820. - Halliwell B, Gutteridge J M C (1992) Biologically relevant metal ion-dependent hydroxyl radical generation. FEBS Letters 307: 108-112. - Pastorian K, Hawell III L, Byus C V (2000) Optimization of cDNA Representational Difference Analysis for the identification of differentially expressed mRNAs. Analytical Biochemistry 283: 89-98. - Sperotto R A, Ricachenevsky F K, Fett J P (2007) Iron deficiency in rice shoots: identification of novel induced genes using RDA and possible relation to leaf senescence. Plant Cell Reports DOI 10.1007/s00299-007-0330-y. - Takahashi M, Nakanishi H, Kawasaki S, Nishizawa N K, Mori S (2001) Enhanced tolerance of rice to low iron availability in alkaline soils using barley nicotianamine aminotransferase genes. Nature Biotechnology 19: 466-469. Agradecimentos: Capes, CNPq, IRGA e CIAT.

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PADRÕES ELETROFORÉTICOS DE ESTERASE EM PLÂNTULAS DE ARROZ CULTIVARES ÍNDICAS E JAPÔNICAS SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS

DE SALINIDADE Maria da Graça de Souza Lima

(1); Geri Eduardo Meneghello

(2); Maria Alice da Silva de

Castro(2)

, Cristina Rodrigues Mendes(1)

; Paulo Dejalma Zimmer(2)

; Nei Fernandes Lopes (1)

. 1Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, UFPel, Campus Universitário, Caixa

Postal 354, CEP 96010-900, e-mail:[email protected]. 2Laboratório de Biosementes,

Departamento de Fitotecnia, FAEM, UFPel.

O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais cultivados no mundo, com grande importância do ponto de vista econômico e social (Bonow et al., 2001). O Rio Grande do Sul destaca-se como principal produtor, participando com um porcentual de aproximadamente 40% da produção nacional (Rigatto e Kohlz, 1998). Destaca-se a região sul do Estado e a região litorânea como grandes produtores. Nesses locais a irrigação constante por inundação pode conduzir os solos com drenagem inadequada à salinização. Solos salinos podem ocorrer naturalmente em regiões costeiras (Souza-Filho et al., 2003), áridas e semi-áridas (Costa et al., 2003). O estresse salino, sofrido pelas plantas de arroz, além de restringir a absorção de água e nutrientes, também provoca mudanças na expressão gênica (Gonela et al., 2004). Na cultura, as variedades japônicas são consideradas tolerantes enquanto as variedades índicas, sensíveis ao estresse salino (Machado e Terres, 1997). A análise por isoenzimas tem sido utilizada na caracterização de cultivares de arroz (Bonow et al., 2001), constituindo-se em uma das técnicas de marcadores bioquímicos mais utilizados na caracterização de cultivares desde a década de 60.

A premissa básica adotada ao utilizar-se dados isoenzimáticos é que, diferenças na mobilidade de isoenzimas em um campo elétrico são resultantes de diferenças ao nível de seqüências de DNA que codificam tais enzimas. Assim se os padrões de bandas de dois indivíduos diferem, assume-se que estas diferenças possuam base genética (Murphy et al., 1990), citado por Ferreira e Grattapaglia (1998). Marcadores isoenzimáticos, além do baixo custo e acessibilidade da técnica, geralmente fornecem ampla informação genética para diversas aplicações (Ferreira e Grattapaglia, 1998). Dentre os sistemas isoenzimáticos mais utilizados em plantas está a esterase (EST – EC 3.1.1.1) que é uma enzima que está relacionada com o catabolismo de lipídeos, fornecendo carbono para a síntese de novas moléculas em plântulas (Bewley e Black, 1994), uma vez que o maquinário fotossintetizante não está preparado para suprir toda a demanda de carbono requerida pela planta nas fases iniciais de desenvolvimento.

O objetivo deste trabalho foi avaliar padrões eletroforéticos da isoenzimas esterase em plântulas de arroz, de cultivares índicas e japônicas, submetidas a diferentes níveis de salinidade.

Aos 10 dias após a emergência, plântulas de arroz das variedades japônicas BRS Bojurú, IAS 12-9 Formosa, GoyaKuman e das variedades índicas BRS-7 Taim, BRS Querência e BRS Atalanta, de uso comum na orizicultura gaúcha, foram transferidas para bacias com capacidade para 15L, contendo solução nutritiva de Hoagland (Hoagland e Arnon, 1938) acrescida de doses de NaCl (zero, 25, 50, 75 e 100 mM). Aos 14 dias após a transferência as plântulas foram coletadas. As análises foram realizadas no Laboratório de Biosementes, do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas. Uma amostra da parte aérea foi macerada em gral de porcelana sobre gelo, uma alíquota de 200 a 300 mg do extrato vegetal, foi colocada em tubo eppendorf com solução extratora de Scandálios (1969), (tampão do gel + 0,15% de 2-mercaptoetanol) na proporção 1:2 (p/v) e armazenadas em geladeira por 24 h para extração das enzimas. Após foram centrifugadas a 13200 rpm por 5’ à 4 °C.

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A eletroforese foi realizada em géis de poliacrilamida 7%, colocando-se 20 µL de cada amostra, em orifícios feitos com o auxílio de um pente de acrílico. Os padrões enzimáticos foram analisados pelo sistema de tampões, descrito por Scandalios (1969). Os géis colocados em cubas eletroforéticas verticais mantidas em câmara fria com temperatura entre 4 e 6 ºC. As migrações eletroforéticas foram realizadas com uma diferença de potencial de 1,0 V mm

-1, até que a linha de frente formada pelo azul de

bromofenol atingisse 9 mm do ponto de aplicação. As bandas reveladas, para o sistema enzimático Esterase (EST - EC 3.1.1.1) de acordo com Scandálios (1969). Os géis de eletroforese foram fixados em solução, de água destilada:metanol:ácido acético v/v (5:5:1).

A interpretação dos resultados foi baseada na análise visual dos géis de eletroforese, levando em consideração a presença/ausência e na intensidade de cada uma das bandas eletroforéticas.

Através dos padrões isoenzimáticos da esterase (Figura 1), foi possível observar que as doses de NaCl utilizadas, alteraram o número e a intensidade de bandas dessa enzima nas diferentes cultivares analisadas.

FIGURA 1 – Padrão eletroforético da enzima esterase, em folhas de arroz das cultivares Atalanta (A); Bojurú (B); Formosa (C); Goku (D); Querência (E) e Taim (F), submetidas a estresse salino nas concentrações de zero ; 25; 50; 75 e 100 mM de NaCl, aos 14 dias após a transferência.

As cultivares japônicas (Fig. 1 B, C e D), apresentaram bandas mais intensas que

as índicas (Fig. 1 A, E e F), sendo que a cultivar IAS 12-9 Formosa (Fig. 1C) observou-se aumento na intensidade das bandas com incremento da concentração salina, demonstrando uma possível tolerância desta cultivar a este tipo de estresse. Lima et al. (2004), ao estudar o efeito do estresse salino em plântulas de arroz, verificaram que as cultivares japônicas apresentaram maior tolerância à salinidade.

A alteração na expressão da enzima conforme o nível de salinidade, provavelmente esteja relacionada a algum mecanismo de defesa da planta, pois a enzima esterase está envolvida no catabolismo de lipídeos, e segundo Bewley e Black (1994), esta degradação pode servir de fonte de carbono para a síntese de novas moléculas, o que justificaria o padrão diferenciado na cultivar IAS 12-9 Formosa. De acordo com Pinto et al. (1995) fatores ambientais afetam o metabolismo das plantas, influenciando a atividade das isoenzimas, especialmente das esterases, peroxidases, fosfatases e fenolases, causando o aparecimento de padrões ou atividades diferentes.

Conclui-se que a atividade da enzima esterase apresenta padrão mais intenso nas cultivares consideradas tolerantes ao estresse salino. O padrão eletroforético da esterase,

0 25 50 75 100 0 25 50 75 100 0 25 50 75 100

A B C

0 25 50 75 100 0 25 50 75 100 0 25 50 75 100

D E F

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na cultivar IAS 12-9 Formosa, é alterado quando as plantas de arroz são submetidas à salinidade.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEWLEY, J.D.; BLACK, M. Seeds – Physiology of Development and Germination. 2ed. New York. Plenum Press. 1994. 445p. BONOW, S.; AUGUSTIN, E.; FRANCO, D. F.; PETERS, J. A.; TERRES, A. L. DA S. Caracterização isoenzimática de genótipos de arroz. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.36, n.2, p. 291-300, 2001. COSTA, P. H. A.; SILVA, J. V.; BEZERRA, M. A.; ENEAS FILHO, J.; PRISCO, J. T.; GOMES FILHO, E. Crescimento e níveis de solutos orgânicos e inorgânicos em cultivares de Vigna unguiculata submetidas à salinidade. Revista brasileira de botânica, São Paulo, v.26, n.3, p. 1-10. 2003. FERREIRA, M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3 ed. Brasília : Embrapa-Cenargen, 1998. 220p. GONELA, A.; LEMOS, E. G. M.; RODRIGUES, T. DE J. D.; PATERNIANI, M. L. S. Reação enzimática ao estresse salino durante a germinação de estilosantes. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.39, n.1, p.93-95, 2004. HOAGLAND, D.R.; ARNON, D.I. The water-culture method for growing plants without soil. Berkely: University of California Agricultural Experiment Station, 1938. 34 p. LIMA, M. G. de S.; LOPES, N. F.; BACARIN, M. A.; MENDES, C. R. Efeito do estresse salino sobre a concentração de pigmentos e prolina em folhas de arroz. Bragantia, Campinas, v.63, n.3, p.335 -340. 2004. MACHADO, M.O.; TERRES, A.L. da S. Melhoramento do arroz irrigado na EMBRAPA – CPACT. 9.Tolerância de genótipos à salinidade da água de irrigação, do início da diferenciação da panícula à maturidade safras 1995/96 e 1996/97. Resumos da XXII Reunião da cultura do arroz irrigado, Balneário Camboriú, SC, 1997. p. 68-71. PINTO, L. R.; SADER, R.; LEMOS, E. G. M. Variações nos perfis eletroforéticos de isoenzimas: Aplicação na identificação de cultivares de soja. Revista brasileira de sementes, Pelotas, v.17, n.1, p. 52-56, 1995. RIGATTO, P.; KOHLZ, V. K. Economia da produção. In: PESKE, S. T.; NEDEL, J. L.; BARROS, A. C. S. A. (Ed.). Produção de arroz. Pelotas : UFPel, 1998. p. 555-641. SCANDALIOS, J.G. Genetic control of multiple molecular forms of enzymes in plants: a review. Biochemistry genetics, 3, p. 37-79. 1969. SOUZA FILHO, G.A. de S.; FERREIRA, B.S.; DIAS, J.M.; QUEIROZ, K.S.; BRANCO, A.T.; BRESSAN–SMITH, R,E.; OLIVEIRA, J.G.; GARCIA, A.B. Accumulation of SALT protein in rice plants as a response to environmental stress. Plant Science, Limerick, 164, p. 623-628. 2003.

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EFEITO DO ÁCIDO BUTÍRICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE GENÓTIPOS DE ARROZ.

Naciele Marini

1, Mauricio Marini Kopp

1, Juliana Castelo Branco

1, Daniel Farias

1,Claudete

Clarice Mistura1, Adriana Pires Soares Bresolin

1,Jefferson Luis Meirelles Coimbra

2, Rogério

Oliveira de Sousa3, Fernando Irajá Félix de Carvalho

1, Antonio Costa de Oliveira

1.

1Centro

de Genômica e Fitomelhoramento, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, cep: 96010-900, [email protected].

2Depto. de Fitotecnia, Universidade do Estado de

Santa Catarina. 3Depto. De Solos, Universidade Federal de Pelotas.

O incremento na produtividade tem sido o objetivo final da maioria dos programas

de melhoramento genético. Algumas vezes este incremento tem sido obtido pelo desenvolvimento de cultivares mais produtivas, não devido a melhoramento específico, como resistência a moléstias, por exemplo, mas como resultado de uma maior eficiência fisiológica geral (Allard, 1999). Porém, outros caracteres são de interesse como a qualidade industrial do produto, resistência a pragas e moléstias (estresses bióticos), tolerância a frio, estiagens, encharcamento, toxidez por alumínio ou ácidos orgânicos (estresses abióticos). A cultura do arroz irrigado tem como característica principal a manutenção de uma lâmina de água sobre o solo durante a maior parte do seu desenvolvimento, estabelecendo um ambiente anaeróbio. Durante a fermentação anaeróbia, formam-se produtos intermediários fitotóxicos, entre os quais destacam-se os ácidos orgânicos alifáticos de cadeia curta e baixo peso molecular, como o acético, o propiônico e o butírico. O ácido butírico, é um dos principais ácidos relacionados a fitotoxidez total. A identificação e caracterização da variabilidade genética para tolerância a ácidos orgânicos, é de fundamental importância para obtenção de genótipos de arroz promissores para utilização em programas de melhoramento genético. Correlações significativas entre parâmetros obtidos em testes de campo e em ambientes artificiais, com solo ou solução nutritiva são relatadas por (Bilinski e Foy 1987) em diversas gramíneas. Assim, uma maneira eficiente de avaliação de genótipos para tolerância a presença de ácidos orgânicos pode ser realizada em sistemas de hidroponia sob condições controladas. A identificação de genótipos tolerantes se torna importante para estudos de variabilidade genética, função, regulação e ação gênica, devido às novas tecnologias, podendo ser utilizados na incorporação de genes em cultivares superiores por métodos de recombinação ou transformação.

Os objetivos deste trabalho foram avaliar o crescimento de raízes de plântulas de arroz submetidas à ação fitotóxica do ácido butírico e identificar variabilidade genética para o caráter tolerância ao ácido. Foram utilizados 25 genótipos de arroz do grupo indica e japonica, e dos sistemas de cultivo irrigado e sequeiro (Tabela 1) os quais foram submetidos a quatro doses de ácido butírico.O experimento foi conduzido em sistema hidropônico onde foram utilizados potes com capacidade de 5,5 L que permaneceram em tanque tipo “banho-maria” com temperatura de 25

+ 1 ºC, aeração da solução nutritiva para

suprimento de oxigênio, permitindo o desenvolvimento do sistema radicular e iluminação artificial controlada. Para constituição das parcelas experimentais, 160 sementes de cada cultivar foram postas para germinar a 25

+ 1 ºC por 72 horas em papel germinador

embebido em água, das quais foram selecionadas 120 com comprimento de raiz de 5 mm e uniformes para constituir o experimento. Os tratamentos foram constituídos por quatro concentrações de ácido butírico: 0 (controle); 2; 4 e 6 mM, e o pH foi ajustado para 4,7 com HCl 1N ou NaOH 1N. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três repetições num esquema fatorial, sendo que a unidade experimental consistiu de dez sementes para cada repetição. As plântulas permaneceram sob efeito do ácido por quatorze dias. Após esse período elas foram avaliadas quanto ao crescimento de raízes, e os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão da variável mensurada.

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Os resultados da análise de variância mostraram, pelo teste F, efeitos significativos, a 5 % de probabilidade, para dose, genótipo e interação (dose x genótipo). As regressões estabelecidas em função da variável resposta comprimento de raiz mostraram valores relativamente elevados obtidos para os coeficientes de determinação (R

2) que permitem

concluir que o modelo linear simples apresentou um bom ajuste em relação aos dados observados. Os coeficientes de regressão (b) apresentaram valores com variação entre -0,87 (genótipo Toride 1) a -1,56 (genótipo IAC-47). Esta amplitude de variação no decréscimo do valor de comprimento de raiz para os genótipos avaliados quando submetidos as doses com ácido butírico foi considerada significativa através do teste F da interação genótipo x dose da análise de variância. No entanto, como ainda não existe na literatura a descrição de níveis de redução para considerar um genótipo tolerante, ou mesmo, não existem ainda descritos genótipos já classificados como tolerantes ou sensíveis para serem utilizados como testemunha. Então, para avaliação da tolerância de cada genótipo, foi efetuado um teste t do valor do coeficiente de regressão (b) de cada genótipo, onde, valores de coeficientes não significativos foram considerados genótipos tolerantes, ou seja, coeficientes significativamente iguais a zero. Segundo os resultados, pode-se constatar que os genótipos 4; 6; 10; 11; 13; 16; 18; 20 e 23 foram os que apresentaram coeficientes de regressão não significativos para a variável comprimento de raiz quando submetidos a quatro níveis de ácido butírico, totalizando 36% de genótipos tolerantes ao ácido dentro do conjunto de genótipos utilizados neste estudo. Pode ser constatado que apesar do genótipo IAC-47 apresentar um crescimento médio de raízes superior (12,10 cm) na ausência do ácido (dose 0), o acréscimo na concentração do ácido ocasionou um maior efeito sob a plântula, diminuindo consideravelmente seu desenvolvimento de raiz. No caso do genótipo Toride 1, foi observado 11,47 cm de raiz na ausência do ácido (dose 0), e seu crescimento não foi tão reduzido pelo aumento da concentração do ácido, resultando em um maior comprimento radicular na dose 6 mM em relação ao genótipo IAC-47, inicialmente superior em crescimento de raiz. Alguns genótipos tiveram o desempenho relativo baixo e foram classificadas como tolerantes e outras com desempenho relativo alto foram classificadas como sensíveis. Associando os resultados dos genótipos tolerantes e sensíveis (Tabela 1) com as descrições dos genótipos utilizados no estudo, pode ser constatado que cinco dos nove genótipos que apresentaram tolerância ao ácido butírico pertence ao grupo Japonica. Este fato pode ser explicado devido aos genótipos do grupo Japonica utilizados neste trabalho apresentarem uma maior rusticidade em relação aos genótipos Indicos. Em geral os genótipos de maior rusticidade são tolerantes a vários tipos de estresse bióticos e abióticos. Assim, os genótipos do grupo Japonica, podem ser utilizados visando a obtenção de cultivares superiores tolerantes ao ácido butírico em cruzamentos com cultivares de elevada produtividade e valor comercial. Outro fato que pode ser comprovado, é que apenas um dos genótipos tolerantes, não pertence ao sistema de cultivo de irrigação por inundação. Provavelmente o processo de melhoramento de genótipos sob sistema de inundação propiciou um ambiente com maiores concentrações de ácidos orgânicos, e desta maneira, uma seleção indireta para o caráter pode ter sido decisiva para que um maior número de genótipos tolerantes fosse evidenciado dentro deste grupo de cultivares. A utilização dos genótipos tolerantes ao efeito fitotóxico do ácido butírico em programas de melhoramento poderá contribuir de maneira substancial no desenvolvimento de cultivares com maior germinação e estabelecimento inicial de plântulas na lavoura de arroz irrigado sob plantio direto ou cultivo mínimo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Allard RW 1999. Principles of plant breeding. New York: J. Wiley, 485 pp.

Bilinski JJ and Foy CD 1987 Differential tolerances of oat cultivars to aluminum in nutrient solutions and in acid soils of plant. J. Plant Nutr. 10, 129-141.

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Tabela 1. Descrição e parâmetros das equações de regressão linear dos 25 genótipos de arroz estudados em solução nutritiva sob 4 concentrações do ácido butírico para a variável comprimento de raiz (CR). Pelotas-RS, 2006.

Parâmetros de regressão N° Genótipo Grupo Sistema de Cultivo a b R2

1 Tokiwa Nishiki Japonica Sequeiro 12,22 -1,41 0,98 2 Supremo Indica Irrigado 11,97 -1,40 0,87 3 Gohykuman Goku Japonica Sequeiro 12,01 -1,38 0,88 4 Nippombari Japonica Irrigado 11,63 -1,24* 0,91 5 Texmont Indica Irrigado 12,34 -1,54 0,85 6 Toride 1 Japonica Irrigado 11,47 -0,87* 0,90 7 Firmeza Indica Irrigado 11,96 -1,49 0,83 8 Pelota Indica Irrigado 12,48 -1,43 0,91 9 Caloro Indica Sequeiro 12,32 -1,52 0,83 10 CICA 8 Indica Irrigado 11,56 -1,31* 0,84 11 Daw Dam Japonica Irrigado 11,77 -0,98* 0,90 12 Taquari Indica Irrigado 11,94 -1,41 0,89 13 Rusip Japonica Irrigado 12,04 -1,07* 0,92 14 IAS 12-9 Formoza Indica Sequeiro 12,20 -1,49 0,98 15 Yamada Nishiki Japonica Sequeiro 11,76 -1,45 0,87 16 Delmont Indica Irrigado 11,59 -1,40* 0,84 17 IAC – 47 Indica Sequeiro 12,10 -1,56 0,95 18 Oryzica Indica Sequeiro 11,36 -1,36* 0,88 19 Diamante Japonica Sequeiro 11,81 -1,36 0,91 20 Taipei Japonica Irrigado 11,65 -0,91* 0,96 21 IPSL – 462 Indica Sequeiro 11,53 -1,42 0,82 22 Jaguarí Indica Sequeiro 11,63 -1,42 0,88 23 Bonança Indica Sequeiro 11,56 -1,35* 0,91 24 Awini Japonica Irrigado 11,18 -1,39 0,87 25 Taim Indica Irrigado 12,21 -1,51 0,98

* Não significativo pelo teste t ao nível de 5% de probabilidade de erro para o modelo de regressão linear simples.

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ORGANOGÊNESE DIRETA DE MESOCÓTILOS DE ARROZ CULTIVAR “QUERÊNCIA”

1Maristela dos Santos Rey; Daiane Schmidt de Pinho; Anieb Vieira; Letícia Benitez; Carlos Roberto Pierobom; José Antonio Peters. 1Doutoranda em Fitossanidade, Departamento de Fitossanidade e Laboratório de Cultura de tecidos - UFPel (email: [email protected]) Palavras-chave: regeneração, explantes, Thidiazuron, Oryza sativa L.

O arroz é um dos cereais mais importantes do mundo. Muitos estudos são feitos com o objetivo de melhoramento genético da cultura, obtenção de maior variabilidade e consequentemente, aumento da sua produtividade e qualidade. A cultura in vitro é uma ferramenta utilizada para acelerar vários processos biotecnológicos, como aumento da freqüência de regeneração de plantas (RANCE et al., 1994), indução de variabilidade (PENG & HODGES, 1989) e transformação genética (RAINIERI et al., 1990).

A organogênese direta é o processo pela qual ocorre desdiferenciação e rediferenciação dos explantes, e a regeneração de plantas sem que ocorra formação de calo. O processo depende da ação de reguladores de crescimento exógenos, em particular auxinas e citocininas, e da habilidade do tecido em responder a essas mudanças hormonais durante o período de cultivo (SUGIYAMA, 1999). Dentre os explantes utilizados para a cultura in vitro nesta espécie, estão os originados de ápices caulinares de sementes de arroz recém germinadas (CHRISTOU & FORD, 1995). Estes explantes além de possuírem altas taxas de regeneração podem ser utilizados em todas as épocas do ano (GRECO et al. 1990).

O objetivo deste estudo foi verificar as taxas de regeneração da cultivar Querência sob diferentes concentrações de Thidiazuron (TDZ), através de organogênese direta, para utilização futura destes explantes em trabalhos de transformação genética.

Para a obtenção dos explantes foram utilizadas sementes oriundas da Embrapa - Terras Baixas. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos do departamento de Botânica da UFPel. Primeiramente, as sementes foram descascadas, desinfestadas com hipoclorito de sódio 3% por 25 minutos e em seguida, lavadas por três vezes com água destilada e estéril. Logo após, as sementes foram colocadas em meio MS (MURASHIGE E SKOOG, 1962) com 2,0 mg/L de ANA, por 6 dias em condição de escuro total. No sexto dia de germinação, as plântulas foram seccionadas, retirados os coleoptiles e, usados os mesocótilos com cerca de 0,3 cm de comprimento como explantes. Para os testes de regeneração de brotos foi usado meio MS acrescido de 0, 2, 3, 4 e 5 mg/L de TDZ. Todos os meios de regeneração foram solidificados com Ágar (7g/L) e tiveram seu pH ajustado para 5,8. O experimento foi conduzido em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas e temperatura de 25 ± 2º C. Foram utilizados dez explantes por repetição e quatro repetições por tratamento, totalizando 40 explantes por tratamento. Além da taxa de regeneração, foram avaliados os comprimentos dos brotos, sendo estes medidos separadamente e, fazendo-se uma média da altura de dez brotos por explante. Para análise dos resultados foi utilizado o teste de Tukey para verificação das médias, a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o SASM- Agri (CANTERI et al. 2001).

Analisando as taxas de regeneração de brotos (figura 1), verifica-se que os tratamentos com BAP, com exceção da concentração com 5mg/L de BAP, diferenciaram-se estatisticamente da testemunha (sem regulador de crescimento). Embora não tenham ocorrido diferenças estatísticas entre os tratamentos com TDZ, o que apresentou resultados mais expressivos foi com 3 mg/L, obtendo uma média de 19,7 brotos por explante. Estes resultados concordam com TAVARES et al. (2004), que salientam que as citocininas contribuem positivamente na regeneração de brotos de arroz. Com relação ao comprimento médio de brotos (figura 2), houve diferença estatística entre os tratamentos

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com BAP e a testemunha. O comprimento de brotos mostrou-se inversamente proporcional a concentração de TDZ no meio MS. Assim, no tratamento de 4 mg/L ocorreu uma redução de 97,09 % em relação a testemunha (0,72 e 24,7cm respectivamente), demonstrando a inibição do crescimento dos brotos com o aumento das concentrações deste regulador de crescimento. Os resultados sugerem que o Thidiazuron pode mostrar efeitos contraditórios com relação a algumas características fenotípicas de brotos regenerados, concordando com MORALES et al. (1999), onde o TDZ originou brotos de macieira atrofiados e vitrificados.

Com os resultados, conclui-se que o Thidiazuron pode atuar positivamente na regeneração de brotos a partir de mesocótilos de arroz, cultivar Querência, porém dependendo da concentração utilizada, determina redução do comprimento dos brotos regenerados.

b

a

a

aab

02468

101214161820

Núm

ero

Méd

io d

e B

roto

s

0 2 3 4 5

Concentrações de TDZ (mg/L)

Figura 1 - Número médio de brotos da cultivar Querência formados em meio MS contendo diferentes concentrações de TDZ .

a

b b c b

0

5

10

15

20

25

Com

prim

ento

Méd

io d

e B

roto

s

0 2 3 4 5

Concentrações de TDZ (mg/L)

Figura 2 - Comprimento médio de brotos da cultivar Querência formados em meio MS contendo diferentes concentrações de TDZ.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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AVALIAÇÃO MORFOFISIOLÓGICA DE GENÓTIPOS DE ARROZ QUANTO A TOLERÂNCIA AO ESTRESSE POR EXCESSO DE FERRO

Emilia Malone1, Carlos H. Stopato2, Livia S. dos Santos1, Camilo E. Vital2, Eduardo G. Pereira2, Antonio C. de Oliveira1, Marco Oliva2, Andréa M. de Almeida2. 1CGF/FAEM/UFPel [email protected]. 2Departamento de Biologia Vegetal, UFV–[email protected]

A maior parte do arroz produzido no Brasil provém de cultivos em regiões alagadas, apresentando como principal característica a drenagem natural deficiente (PINTO et al., 1999). Durante o alagamento, a redução de compostos como óxidos de ferro (Fe3+ à Fe2+), aumenta a disponibilidade de ferro em níveis que podem ser tóxicos para as plantas (SILVA E RANNO, 2005). O excesso de ferro leva a potencialização de estresse oxidativo, com aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), como peróxido de hidrogênio (H2O2), superóxido (O2-) e radical hidroxila (OH) (EATON e QIAN, 2002). A caracterização das respostas morfofisiológicas ao estresse causado pelo excesso de ferro em cultivos alagados visa à obtenção de cultivares de arroz tolerante ao ferro e poderá contribuir para o aumento da produção em áreas irrigadas por inundação.

Com essa justificativa, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a variabilidade intra-específica de 50 cultivares de arroz proveniente de três estados brasileiros quanto aos teores de ferro que acumulam quando submetidos ao estresse por excesso de ferro e caracterizar suas respostas fisiológicas.

Os cultivares utilizados são oriundos do Programa de Melhoramento de Arroz de Várzeas da EPAMIG (MG), da EPAGRI (SC) e da EMBRAPA (RS) (tabela 1). As sementes foram esterilizadas em solução de NaCl 10% por 10 minutos e posteriormente lavadas com água destilada. A seguir foram colocadas em telas de nylon adaptadas à tampa de um recipiente com capacidade para 3,8 L, com água destilada para a germinação sendo mantidas em câmara germinadora (BOD) a 26°C, fotoperíodo de 12 horas e umidade relativa de 100% por 72 horas. Após o tempo de germinação, a água foi substituída por solução nutritiva segundo descrita por CAMARGO et al. (1981). As plântulas se desenvolveram nessas condições por 14 dias e após este período, foram transferidas para recipientes contendo solução nutritiva e sulfato ferroso (FeSO4) na concentração de 9 mM, permanecendo nestas condições por 72 horas com pH de 4,0 controlado diariamente. Para evitar a precipitação do ferro foi utilizado EDTA como agente quelante (SILLANPÄÄ, 1996), foi mantida paralelamente uma linha controle sem ferro. Após o período de estresse foram avaliadas variáveis fisiológicas tais como: taxa de fotossíntese, fluorescência e transpiração; e como variáveis morfológicas: número de raízes, comprimento da raiz principal, comprimento da parte aérea e área foliar. Ao final do experimento o material da parte aérea foi secado em estufa a 72˚C a fim de avaliar o teor de ferro acumulado.

Na análise do teor de ferro acumulado dos genótipos na dose controle observou-se teores muito baixos, raramente superando 0,8 mg/g de matéria seca. Já nos genótipos tratados os valores foram muito variáveis e quando comparados aos valores do controle sempre resultaram em um acúmulo maior (de 0,3 para 179 mg/g MS-1 para o genótipo 15) (Figura 1). Podendo assim ser diferenciados dois grandes grupos: os “não acumuladores” e os “acumuladores” de ferro. O primeiro grupo é composto pelos cultivares que provavelmente possuem mecanismos de exclusão do ferro absorvido em excesso ou de impedimento da entrada do ferro (43,17 e 48,5 mg/g MS-1 para os genótipos 3 e 5 respectivamente). Fazem parte deste grupo genótipos provenientes do sistema de várzeas do sul do Brasil devido provavelmente a etapas sucessivas de melhoramento para produção em ambientes alagados, favorecendo a presença de transportadores de ferro com baixa afinidade, dentre eles podem existir genótipos tolerantes ou susceptíveis à toxidez. O segundo grupo é composto por cultivares que acumulam altos teores ferro em seus tecidos (452 e 552 mg/g MS-1 para os genótipos 51 e 53 respectivamente). Fazem parte deste grupo genótipos provenientes de terras altas onde existe escassez de ferro

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prevalecendo assim, genótipos com maior afinidade e facilidade de transporte do ferro. Estes cultivares podem ser de grande importância, pois se também acumulam grandes quantidades de ferro em suas sementes, poderiam ser utilizados em programas de erradicação de anemia ferropriva. Dentre este grupo também se diferenciaram genótipos tolerantes e sensíveis.

Foi observado que na maioria dos genótipos tratados houve uma baixa taxa de fluorescência (Fig.2) indicando assim um dano nos fotossistemas e sistemas transportadores de elétrons da membrana. Também foi observado que genótipos tais como 3 e 4 apresentaram alta taxa de fluorescência, enquanto apresentam baixa fotossíntese (Fig.3) indicando assim um dano no sistema de enzimas da reação bioquímica da fotossíntese desclassificando os genótipos por não serem eficientes na acumulação de biomassa.

Quanto às avaliações morfológicas, como era de esperar, os genótipos tratados apresentaram menor número e crescimento de raízes devido a que, a precipitação do ferro impede a absorção de água e nutrientes. Nenhum genótipo obteve inibição menor ao 20%. Quanto ao comprimento da parte aérea, genótipos tais como 66, 74, 78 e 82 que não apresentaram inibição significativa quando comparada ao controle apesar de terem acumulado grandes quantidades de ferro.

Com base nas análises detalhadas de cada uma das variáveis analisadas foi possível classificar os genótipos em tolerantes e sensíveis sendo que, para ser tolerantes deviam sê-lo em quatro das sete variáveis sendo pelo menos uma do aspecto fisiológico. Com base nesses resultados e sua genealogia, foram formados 5 casais de genótipos “acumuladores” e “não-acumuladores” compostos por um genótipo tolerante e um sensível na reação ao ferro para análises posteriores de estudos de expressão diferencial evitando assim grande parte da expressão dos genes não relacionados ao estresse por ferro. PALAVRAS CHAVES: toxidez por ferro, sistema de hidroponia, variabilidade genética. AGRADECIMENTOS: CAPES/PROCAD pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO CE, OLIVEIRA OF. Tolerância de cultivares de trigo a diferentes níveis de

alumínio em solução nutritiva e no solo. Bragantia, Campinas, v.40, p.21-31, 1981. EATON JW, QIAN M. Molecular bases of cellular iron toxicity. Free Radical Biology &

Medicine, v.32, p.833-840, 2002. PINTO, LFS. et al. Caracterização de solos de várzea. In: GOMES, A.S.; PAULETTO, E.A.

(Eds). Manejo do solo e da água em áreas de várzea. Pelotas : Embrapa Clima Temperado, 1999. Cap.1, p.11-36.

SILLANPÄÄ M, OIKARI A. Assessing the impact of complexation by EDTA and DTPA on heavy metal toxicity using microtox bioassay. Chemosphere,v.32, p.1485-1497, 1996.

SILVA LS, RANNO SK. Calagem em solos de várzea e a disponibilidade de nutrientes na solução do solo após o alagamento. Ciência Rural, V.35, p.1054-1061, 2005.

Tabela1. Genótipos utilizados na análise e suas respectivas origens. UCP/UFV, Viçosa, 2007 N˚ na análise Origem Genótipo N˚ na análise Origem Genótipo N˚ na análise Origem Genótipo

1 EMBRAPA EPAGRI 107 16 EPAGRI SC 346 53 EPAMIG BRA 041171

2 EMBRAPA EPAGRI 108 17 EPAGRI SABBORE 54 EPAMIG BRA 041182

3 EMBRAPA IRGA 414 18 EPAGRI SC 213 55 EPAMIG BRA 041255

4 EMBRAPA BRS-AGRISUL 19 EPAGRI SC 339 63 EPAMIG JEQUITIBÁ

5 EMBRAPA IRGA 409 20 EPAGRI IRGA 417 64 EPAMIG SELETA

6 EMBRAPA IRGA 412 21 EPAGRI SCS 112 65 EPAMIG OUROMINAS

7 EMBRAPA BRS ATALANTA 22 EPAGRI BRSTIO KAKA 66 EPAMIG RIO GRANDE

8 EMBRAPA BRS FIRMEZA 24 EPAGRI SC 378 67 EPAMIG BRA 02708

9 EMBRAPA BRS PELOTAS 30 EPAGRI 2 74 EPAMIG BRA 02697

10 EMBRAPA BR IRGA 410 40 EPAMIG BRA 041152 78 EPAMIG CNAi 8575

12 EPAGRI SC 430 45 EPAMIG BRA 041015 82 EPAMIG CNAi 9091

13 EPAGRI SC 386 51 EPAMIG BRA 041099 85 EPAMIG CNAi 8859

14 EPAGRI SC 432 52 EPAMIG BRA 041176 86 EPAMIG CNAi 9092

15 EPAGRI SC 194

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Genótipo

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0

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Figura 1. Representação gráfica dos valores absolutos de acúmulo de ferro nas plantas tratadas (barras) e sua acumulação em comparação a eles mesmos na dose controle (linha). UCP/UFV, Viçosa, MG.

Figura 2. Representação gráfica dos valores absolutos de acúmulo de ferro nas plantas e sua taxa de fotossíntese (%A) no tratamento com ferro, UCP/UFV, Viçosa, 2007.

Figura 3. Representação gráfica dos valores absolutos de acúmulo de ferro nas plantas e sua taxa de fluorescência (DF/Fm´) no tratamento com ferro, UCP/UFV, Viçosa, 2007.

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ESTABELECIMENTO DE PROTOCOLO PARA OBTENÇÃO DE DNA DE Fimbristylis miliacea (L.) VAHL

Marina Juliana Batista(1), Lílian Gonçalves Ribeiro Urbinati(1), Maycon Eduardo Nicoletti(2), Fernando Adami Tcacenco(3). 1Graduandas em Ciências Biológicas, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Rua Uruguai, 458, 88302-202, Itajaí, SC; Bolsistas de Pesquisa do Artigo 170/UNIVALI/Governo de Santa Catarina. Email: [email protected]. 2Biólogo, Bacharel, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí. 3Eng. Agr., Ph. D., Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

O cuminho [Fimbristylis miliacea (L.) Vahl] é uma erva daninha infestante do cultivo de arroz irrigado. O sistema de cultivo de arroz propicia um habitat especial para a infestação de plantas daninhas, pois oferece níveis satisfatórios dos recursos do ambiente, favorecendo o estabelecimento e o crescimento de plantas invasoras (Fleck, 2000). O controle químico pelo emprego de herbicidas tem sido um dos métodos mais utilizados para o controle de plantas daninhas na cultura do arroz. Conseqüentemente, surgem as plantas daninhas resistentes, como o cuminho, sobre a qual Noldin et al. (2002) relata a resistência a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. Este fato se deve a aplicações repetidas de um único e efetivo herbicida, ou de herbicidas de mesmo mecanismo de ação, aplicados por vários anos, causando mudanças na flora infestante (Maxwell et al., 1990; Blair, 1991). Uma das características inerentes às plantas daninhas é a diversidade genética, porque elas se desenvolvem e evoluem em ambiente hostil (Vidal e Merotto Jr., 2001; Winkler et al., 2002). A caracterização molecular de plantas daninhas vem sendo realizada em todo o mundo, e essa linha de pesquisa vem ganhando força e despertando o interesse de pesquisadores de áreas afins. A utilização do marcador molecular RAPD-PCR para avaliar a diversidade genética foi utilizada com sucesso por Ferreira et al. (2004), na caracterização molecular de acessos de arroz-vermelho. Conforme resultados obtidos por Tcacenco et al. (2006), o uso de marcadores RAPD viabilizou a avaliação da diversidade genética de germoplasma de Musa na Epagri – Estação Experimental de Itajaí.

Existe uma escassez de informações quanto à resistência de F. miliacea na literatura consultada. Portanto, pesquisas como esta se mostram essenciais, pois permitem aumentar a produtividade e diminuir os custos de produção e ainda contribuem para mitigar as questões relacionadas à poluição ambiental decorrentes da excessiva utilização de herbicidas. A partir desses fatos, surgiu a necessidade de metodologias rápidas e precisas, capazes de detectar biótipos de plantas daninhas resistentes. Sendo assim, torna-se necessário a realização de testes para obtenção de DNA de boa qualidade e que possa ser usado em técnicas de marcadores moleculares. Considerando essas limitações, realizou-se o presente trabalho, que visou adaptar protocolos para extração de DNA de F. miliacea.

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Estação Experimental de Itajaí. As amostras foram obtidas na própria Estação Experimental, sendo coletadas folhas jovens de F. miliacea. O material vegetal foi levado ao laboratório e macerado em microtubos de 1,5 mL com N líquido para a extração de DNA, sendo que e para cada protocolo testado foram utilizadas seis subamostras de 150 mg. Foram testados quatro protocolos: (1) Baseado em Doyle & Doyle (1990) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (2% CTAB; 1,4 M de NaCl; 20 mM EDTA; 100 mM Tris-HCl pH 8,0), feita incubação a 60 ºC por 30 min e posteriormente adicionado 1 volume de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1), sendo as amostras homogeneizadas em vórtex, e centrifugadas por 10 min a uma força centrífuga relativa (RCF) de 15.560 x g (equivalentes a 11.000 rpm no rotor F 40-6-38, centrífuga Eppendorf 5804R). O sobrenadante foi transferido para novo tubo com 2 volumes de isopropanol absoluto gelado e, após centrifugação por 10 min a 15.560 x g, o

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sobrenadante foi descartado e o precipitado lavado com etanol 70% e seco em câmara de fluxo laminar. (2) Baseado em Saghai-Maroof et al. (1984) – foram adicionados 500 µL de CTAB 2% e feita incubação por 30 min a 60 ºC. Em seguida, acrescentou-se 1 volume de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1) e agitaram-se as amostras por inversão durante 15 min. Após isso, elas foram centrifugadas por 7 min a 15.560 x g e o sobrenadante transferido para novos tubos contendo 0,8 volume de isopropanol absoluto gelado. Posteriormente, centrifugou-se por 7 min a 15.560 x g, desprezando-se o sobrenadante, lavou-se o precipitado em etanol 70%, sendo o mesmo seco em câmara de fluxo laminar. (3) Baseado em Ferreira et al. (2004) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (250 mM NaCl, 200 mM Tris-HCl, 25 mM EDTA pH 8,0, 0,5% SDS) e feita nova maceração. Posteriormente, foram adicionados 800 µL de clorofórmio:álcool isoamil (24:1), sendo a mistura emulsionada manualmente e centrifugada por 7 min a 15.560 x g. A fase superior foi pipetada para um tubo limpo, onde foram adicionados 800 µL de isopropanol absoluto, o que foi seguido por agitação suave por 2 min, à temperatura ambiente, e centrifugação por 7 min a 15.560 x g. O sobrenadante foi descartado, e o precipitado resultante lavado com etanol 70% e seco em câmara de fluxo laminar. (4) Baseado em Scott (1993) – foram adicionados 750 µL do tampão de extração (250 mM NaCl, 100 mM Tris-HCl, 100 mM EDTA pH 8,0) e 750 µL de SDS 10%, o que foi seguido de incubação a 60 ºC por 30 min. Posteriormente, adicionou-se 400 µL de acetato de potássio e incubou-se a –20 ºC por 10 min. Centrifugou-se por 15 min, o sobrenadante foi transferido para novo tubo, acrescido de 800 µL de isopropanol absoluto e incubado a –20 ºC por 10 min. Após essa incubação realizou-se uma centrifugação a 15.560 x g por 5 min, e o precipitado resultante foi lavado com etanol 70% e seco em câmara de fluxo laminar.

Os precipitados obtidos em todos os protocolos, após secos, foram resuspensos em 40 µL do tampão TE pH 8,0 e mantidos a –20 ºC até o momento da quantificação de DNA, que foi feita através de corrida eletroforética em gel de agarose (0,8%) corado com SYBR® Safe (Invitrogen) por 90 min, utilizando-se uma fonte Consort E143 com 70 V. Após, o gel foi documentado em aparelho Vilber-Lourmat acoplado a câmara CCD e impressora térmica Sony UP-890CE. Os fragmentos de λ DNA/Hind III foram utilizados como marcadores. Foi também feita a quantificação de DNA obtido nas extrações em fluorômetro VersaFluor Fluorometer System (BioRad) com o agente intercalante bisbenzimida (corante Hoechst 33258), que se liga a DNA fita-dupla.

Dois dos quatro protocolos (1 e 3) apresentaram DNA em quantidade e qualidade variáveis, enquanto que dois protocolos (2 e 4) não produziram DNA quantificável (Figura 1). Este último é um protocolo eficiente para a extração de DNA do fungo Pyricularia grisea, causador da brusone do arroz, porém ineficiente para a extração de DNA de cuminho. Os protocolos 1 e 3 têm procedimentos semelhantes e se mostraram mais eficientes, pois o DNA obtido em ambos foi de boa qualidade, mas apresentou altas concentrações de RNA, sugerindo a necessidade de um tratamento posterior com RNase A. O protocolo 3 apresentou a maior média de DNA quantificado, sendo de 74,5 ng µL-1. Quando comparado a este, o DNA quantificado do protocolo 1 se torna inferior, tendo média de 63,8 ng µL-1. Além disso, o protocolo 3 requer menor tempo de centrifugação.

Portanto, este último protocolo, baseado em Ferreira et al. (2004), destaca-se por sua aplicação ser extremamente rápida, já que o tempo entre a maceração inicial e a obtenção do precipitado de DNA pode ser de apenas 90 min, e por apresentar maior média de DNA quantificável. Assim, este protocolo é o mais indicado para a extração de DNA de Fimbristylis miliacea (L.) Vahl. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLAIR, W. Herbicide resistance in weeds: an overview. New Jersey: American

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Agradecimentos: ao Dr. José A. Noldin (Epagri, Itajaí), pelo apoio à execução do trabalho.

Figura 1. DNA total de Fimbristylis miliacea (L.) Vahl, extraído com quatro diferentes protocolos, submetido a corrida eletroforética em gel de agarose 0,8% por 120 min e corados com corado com SYBR® Safe (Invitrogen). M = marcador λ- Hind III. (A) Protocolos sem tratamento de RNase A. (B) Protocolos com tratamento de RNase A.

Doyle & Doyle Saghai-Maroof

Ferreira

.

Scott

M

M

Scott.

Doyle & Doyle Saghai-Maroof

Ferreira

. Scott.

M

M

M M

M M

A B

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SENESCÊNCIA INDUZIDA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM RAÍZES DE PLANTAS DE ARROZ

Raul Antonio Sperotto, Tatiana Boff, Janette Palma Fett. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Instituto de Biociências - Centro de Biotecnologia e Departamento de Botânica - Campus do Vale - Avenida Bento Gonçalves, 9500 - Bairro Agronomia - CEP: 91501-970 - Porto Alegre - RS - [email protected]

A deficiência de ferro é um problema nutricional para virtualmente todas as formas de vida e está entre as desordens nutricionais mais comuns em plantas. Baixos níveis de ferro estão associados com inibição no alongamento da raiz e aumento na formação de pêlos radiculares (Schmidt et al. 2000). Tais mudanças morfológicas estão freqüentemente associadas à formação de células de transferência na rizoderme e hipoderme (Schikora & Schmidt, 2002). A formação de células de transferência induzida por deficiência de ferro é parte de um mecanismo regulatório para aumentar a área de superfície entre a planta e o solo, além de aumentar a captação deste metal (Kramer et al. 1980).

Plantas de arroz são altamente suscetíveis a baixos suprimentos de ferro (Takahashi et al. 2001), sendo que a deficiência severa leva a uma redução no crescimento e até mesmo morte celular, culminando com baixas produtividades ou perda completa da lavoura (Guerinot & Yi, 1994). A senescência e a posterior morte celular são as fases terminais do desenvolvimento de todos os órgãos da planta, incluindo folhas, caules, flores e raízes. Entretanto, a grande maioria dos estudos refere-se apenas à senescência foliar (Yoshida, 2003). As informações a respeito das mudanças que ocorrem em nível molecular, celular e fisiológico em raízes senescentes são escassas. Com o intuito de melhor entender os mecanismos que levam as raízes de arroz à senescência induzida por deficiência de ferro, o objetivo deste trabalho foi analisar e descrever os mecanismos que levam a esse processo e a subseqüente morte celular.

Para tanto, plantas de arroz foram cultivadas por 3, 6, 9, 30, 50 e 70 dias em condição controle e deficiência de ferro. Através de análise com espectrofotômetro de absorção atômica, foi verificada uma menor concentração de ferro nas raízes expostas à deficiência de ferro por 9 dias (dado não mostrado). O peso seco das raízes foi significativamente menor nas raízes expostas à deficiência de ferro por 9 dias, se comparado com a situação controle. Após 30 dias de estresse, constataram-se grande diferença de tamanho e de peso seco entre as raízes das situações controle e deficiência de ferro, como mostrado nas figuras 1a e 1b. Também após 30 dias, foi verificado maior nível de peroxidação de lipídios em raízes expostas à deficiência de ferro (figura 1c), utilizando-se o método TBARS (thiobarbituric acid-reagent substances, Mihara et al. 1980). Através de análises histoquímicas, utilizando-se o reagente de Schiff (que cora aldeídos resultantes da peroxidação de lipídios, Yamamoto et al. 2001) e o corante Evans Blue, que precipita em células que apresentam degradação de membrana ou perda de integridade de membrana (marcador de morte celular, Yamamoto et al. 2001) foi possível verificar que as raízes submetidas à deficiência de ferro por 50 dias apresentaram altos níveis de peroxidação de lipídios e morte celular. Após 70 dias de tratamento, tanto as partes aéreas quanto as raízes apresentavam-se completamente mortas (dados não mostrados). A peroxidação de membranas celulares afeta severamente a sua funcionalidade e integridade, além de produzir danos irreversíveis às células (Halliwell & Gutteridge, 1989). A composição lipídica das membranas é um dos principais alvos suscetíveis a danos (Davies, 1987) e acredita-se que a peroxidação de lipídios seja um processo mediado por radicais livres (Thompson et al. 1987). Uma das principais características de senescência em tecidos vegetais é o aumento no nível de peroxidação lipídica juntamente com um aumento na produção de malonildialdeído (MDA), produto formado durante a decomposição dos ácidos graxos poliinsaturados de membranas, induzido por radicais livres. A presença de MDA é considerada um bom indicador da ocorrência de estresse

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oxidativo, e, dessa forma, pode ser feita uma estimativa do grau de estresse oxidativo sofrido pelo tecido (Hodges et al. 1996). O aumento na peroxidação de lipídios nas raízes de arroz sob deficiência de ferro pode indicar uma diminuição na atividade de enzimas antioxidantes. Entretanto, existe pouca informação a respeito do estresse oxidativo gerado pela deficiência de ferro. Sabe-se que durante processos de senescência, algumas enzimas antioxidantes aumentam sua atividade, enquanto outras diminuem (Kingston-Smith et al. 19997), provavelmente dependendo da espécie examinada e se a senescência é natural ou induzida por estresse.

Os resultados obtidos sugerem que a deficiência de ferro, assim como outros tipos de estresses, pode desencadear um processo de senescência nas raízes de arroz, elevando o nível de peroxidação de lipídios e diminuindo a integridade da membrana plasmática, resultando em morte da planta.

Figura 1: Caracterização da senescência de raízes induzida por deficiência de ferro. Crescimento de raiz (a), peso seco (b) e peroxidação de lipídios (c) foram avaliados em raízes de arroz submetidas a 3, 6, 9 e 30 dias a tratamentos controle e deficiência de ferro.

Os valores correspondem a media ± erro padrão (n = 10 para peso seco e n = 4 para peroxidação de lipídios). Médias com um ou dois asteriscos são diferentes segundo o teste t (P<0.05 e P<0.01, respectivamente). A barra indica 1 cm.

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Figura 2: Detecção histoquímica da peroxidação de lipídios e da perda de integridade da membrana plasmática. As raízes de arroz foram mantidas em condição controle ou de deficiência de ferro por 50 dias. As raízes foram coradas com o reagente Schiff (a, peroxidação de lipídios) ou com o corante Evans Blue (b, perda de integridade da membrana plasmática). A coloração positiva com os dois reagentes foi detectada apenas nas raízes em deficiência de ferro. A barra em cada figura indica 1 mm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - Davies K J A (1987) Protein damage and degradation by oxygen radicals. Journal of Biological Chemistry 262: 9895-9901. - Guerinot M L, Yi Y (1994) Iron: nutritious, noxious, and not readily available. Plant Physiology 104: 815-820. - Halliwell B, Gutteridge J M C (1989) Free radicals in biology and medicine. 2nd

edn., Oxford, Clarendon Press. - Hodges D M, Andrews C J, Johnson D A, Hamilton R I (1996) Antioxidant compound responses to chilling stress in differentially sensitive inbred maize lines. Physiologia Plantarum 98: 685-692. - Kingston-Smith A H, Thomas H, Foyer C H (1997) Chlorophyll a fluorescence, enzyme and antioxidant analyses provide evidence for the operation of alternative electron sinks during leaf senescence in a stay-green mutant of Festuca pratensis. Plant Cell Environment 20: 1323-1337. - Kramer D, Römheld V, Landsberg E, Marschner H (1980) Induction of transfer-cell formation by iron deficiency in the root epidermis of Helianthus annuus L. Planta 147: 335-339. - Mihara M, Uchiyama M, Fukazawa K (1980) Thiobarbituric acid value on fresh homogenate of rat as a parameter of lipid peroxidation in aging, CCl4 intoxication, and vitamin E deficiency. Biochemical Medicine 23: 302-311. - Schikora A, Schmidt W (2002) Formation of transfer cells and H+-ATPase expression in tomato roots under P and Fe deficiency. Planta 215: 304-311. - Schmidt W, Tittel J, Schikora A (2000) Role of hormones in the induction of Fe deficiency responses in Arabidopsis root. Plant Physiology 122: 1109-1118. - Takahashi M, Nakanishi H, Kawasaki S, Nishizawa N K, Mori S (2001) Enhanced tolerance of rice to low iron availability in alkaline soils using barley nicotianamine aminotransferase genes. Nature Biotechnology 19: 466-469. - Thompson J E, Legge R L, Barber R F (1987) The role of free radicals in senescence and wounding. New Phytology 105: 317-344. - Yamamoto Y, Kobayashi Y, Matsumoto H (2001) Lipid peroxidation is an early symptom triggered by aluminum, but not the primary cause of elongation inhibition in pea roots. Plant Physiology 125: 199-208. - Yoshida S (2003) Molecular regulation of leaf senescence. Current Opinion in Plant Biology 6: 79-84. Agradecimentos: Capes, CNPq, IRGA e CIAT.

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MANIPULAÇÃO GENÉTICA DO METABOLISMO DE GIBERELINAS DO

ARROZ EM CONDIÇÕES DE SUBMERSÃO Camilo E. Vital1, Líria. G. Nunes1, Rodrigo O. Almeida1, Pieter B.F. Ouwerkerk2, Dominique Van Der Straeten3, Andréa M. Almeida1. 1Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil, [email protected], [email protected]. 2Institute of Biology, Leiden University, The Netherlands. 3Unit of Hormone Signalling and Bioimaging, Ghent University, Belgium.

O arroz irrigado por inundação com plantio pré-germinado é uma

alternativa muito usada pelos produtores no cultivo da lavoura orizícola. O manejo usualmente adotado consiste na retirada da água da lavoura cerca de três dias após a semeadura, visando melhor estabelecimento das plântulas. No entanto, esta prática acarreta perda de nutrientes, além da reinfestação por plantas daninhas, especialmente o arroz vermelho. Além disso, a realização da drenagem inicial provoca a perda de considerável volume de água, recurso limitante em algumas regiões produtoras e principal item na composição do custo de produção. Estas perdas podem ser evitadas, através do manejo da água de irrigação, com manutenção de lâmina contínua e também é uma alternativa eficiente no controle de plantas invasoras. Por outro lado, o acamamento de plantas pode ser potencializado com a adoção de lâmina contínua. Este é o principal parâmetro a ser observado quando se avalia este manejo de irrigação, pois dificulta a colheita, interferindo no potencial produtivo e na qualidade de grãos (Marchezan et al. 2004). Desta forma, cultivares que sejam resistentes ao acamamento gerado pela inundação contínua seria uma alternativa para evitar os problemas mencionados.

O maior problema que restringe a sobrevivência da planta durante o alagamento é a deficiência na disponibilidade de oxigênio. Para enfrentar as condições de inundação, o arroz alonga rapidamente os tecidos submersos para alcançar o nível da água, evitando assim a anaerobiose (Almeida et al, 2003). Este alongamento excessivo dos tecidos que leva posteriormente ao acamamento da planta. O principal hormônio que controla esta resposta é a giberelina (GA). Neste trabalho, foi estudado o comportamento adaptativo sob condições de submersão de plantas transgênicas de arroz que sobre-expressam a GA 2-oxidase, uma enzima envolvida na degradação das giberelinas bioativas. O transgene encontra-se sob o controle do promotor OsACS-5 (Oryza sativa – sintase do acido carboxílico), sendo este expresso somente em condições de submersão e hipóxia (Van Der Straeten et al, 2001; Zhou et al, 2002).

Plantas de arroz não transformado (controle) e plantas de linhagens transformadas (geração T2) originadas de eventos de transformação independentes

foram crescidas em solução hidropônica. Para a seleção das plantas transgênicas com presença do inserto foi feio um teste in situ através da aplicação do antibiótico higromicina na superfície foliar de cada planta. No inserto há o gene de resistência ao antibiótico. O não aparecimento de necrose é correlacionado à presença do inserto nas plantas (figura1). Uma análise destas plantas feita através da amplificação (PCR) do gene de resistência ao antibiótico e do transgene da GA 2-oxidase (figura 1) confirmando a presença do inserto nestas plantas e também a eficácia do ensaio com higromicina.

Plantas transgênicas foram analisadas quanto a sua viabilidade de desenvolvimento em condições normais aeróbicas e sob estresse de submersão. As plantas transgênicas e as plantas não transformadas crescidas em casa de vegetação por 15 dias foram submetidas ao tratamento sendo analisado o crescimento durante 1, 2, 3, dias de submersão. Posteriormente, foram

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transplantadas para vasos onde foram analisadas até a formação de sementes. As plantas viáveis foram submetidas a um novo experimento para análise de condutância estomática (gs), transpiração (E), fotossíntese (A) e a relação CO2 interna/CO2 externa (CI/CA) quatro dias após o tratamento de submersão.

A partir dos dados morfológicos das plantas observou-se que a linhagem com sobre-expressão do gene que codifica para a GA 2-oxidase, mostrou um crescimento médio menor que as plantas de arroz não transformado quando crescidas em condições de submersão (tabela 1). Esta evidência suporta que esta linhagem possui o transgene da GA 2-oxidase ativo. Quando submetidas ao tratamento de submersão, as plantas transformadas mostraram ser mais tolerantes, pois, após três dias de submersão total em solução nutritiva, estas sobreviveram e mostraram desenvolvimento vigoroso em condições normais. Terminado o mesmo período de tratamento, as plantas não transformadas apresentaram maior mortalidade (figura 2). Além disso, os indivíduos não transformados que sobreviveram ao tratamento de submersão mostraram um retardamento no desenvolvimento quando transferidos para as condições normais (figura 2).

Figura 1 – Fotos de folhas de arroz (esquerda) submetidas ao ensaio com solução de higromicina. (a) planta não transformada com necrose; (b) transformada com necrose; (c) transformada sem necrose. As marcas em preto são usadas como referência do local de aplicação do antibiótico. À direita - análise molecular da incorporação do T-DNA. Foi feita amplificação (PCR) com par de primers (HPTF e HPTR) do gene de resistência a higromicina (1 a 4) e com os primers PcGA-2ox sense e T 35S anti-sense do transgene da GA 2-oxidase (5 a 8). 1 e 5 - controle não transformado; 2 e 3, 6 e 7 – linhagens transformadas independentes; 4 e 8 – plasmídeo com o T-DNA (controle positivo).

A análise dos parâmetros fisiológicos mostrou que a razão entre CI/CA

tende a aumentar em ambas plantas controle não transformadas e plantas transformadas com o tempo de submersão (1, 2, 3 dias). A taxa fotossintética foi maior nas plantas com 3 dias de submersão, não havendo diferença significativa entre os demais tempos. Os outros parâmetros analisados não tiveram variação significativa durante o período do experimento. Estes resultados demonstram que o tempo de submersão influencia na resposta da planta quando colocadas em recuperação após um período de estresse. Neste caso, foi analisado também o crescimento das plantas durante a submersão. As plantas não transformadas apresentaram um crescimento médio superior ao das demais linhagens transgênicas.

As análises moleculares mostraram que houve a incorporação do inserto no genoma das plantas transgênicas em estudo. As plantas com expressão do gene PcGA2-ox controlado pelo promotor OsACS-5, induzido em condições de submersão, são normais em florescimento e desenvolvimento dos grãos e mais

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tolerante ao estresse provocado pelo alagamento do que as plantas não transformadas. Esta maior tolerância está associada à sobre-expressão do gene da GA 2-oxidase, enzima que degrada giberelinas ativas.

.

Figura 2 – Morfologia de plantas não transformadas (controle) e transformadas com 30 dias e com 80 dias após a germinação. As plantas foram crescidas durante 15 dias, sendo submersas por 2 dias e, posteriormente, transferidas para condições normais de aeração. As duas fotos referem-se às mesmas plantas.

Tabela 1 - Caracterização Morfológica de plantas de arroz transgênico e de arroz não

transformado submetidos ao estresse por submersão.

1 dias após a semeadura; 2 número médio por planta; 3 número médio por espiguilha

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A. M., VRIEZEN, W. H. AND VAN DER STRAETEN, D. (2003) Molecular and physiological mechanisms of flooding avoidance and tolerance in rice. Rus. J. Plant Physiol., 6: 743-751 MARCHEZAN, E.; CAMARGO, E.R.; LOPES, S. I.G.; SANTOS F.M.; MICHELON, S, 2004. Desempenho de genótipos de arroz irrigado cultivados no sistema pré-germinado com inundação contínua. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.5, p.1349-1354. VAN DER STRAETEN, D., ZHOU, Z., PRINSEN, E., VANONCKELEN, H.A., VAN MONTAGU, M.C. (2001) A comparative molecular-physiological study of submergence response in lowland and deepwater rice.Plant Physiol., 125:955-968

Genótipo Dias Submersão

Taxa de sobrevivência

(%)

Crescimento médio

durante a submersão

(cm)

Folhas2 90 dias após a semeadura

Floração1

Espiguilhas2 Sementes3

Controle

0 1 2 3

100 67 67 33

- 4,0 6,8 6,6

49 15 15 28

57 61 61 61

7 3 2 5

51 60 46 40

Transgê-

nico

0 1 2 3

100 100 80

100

-

1,9 5,5 4,6

28 28 28 18

57 57 57 61

5 4 4 4

70 45 50 60

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AVANCES EN LA TRANSFORMACIÓN DE ARROZ PERTENECIENTE A LA UNLP

A le jandro Chaves ( 1 ) , A na l i a A le t ( 1 ) , Sant iago Maia le ( 1 , 2 ) , Oscar Ru i z ( 1 ) , A l fonso V ida l ( 2 ) , Rodo l fo Bezus ( 2 ) ,Mar ia P inc i ro l i ( 2 ) . 1 I I B - INTECh, cam ino c i rcunva lac i ón laguna Km 6, Chascomús 2 PMGA FCAyF UNLP, av i da l@ceres .agro .un lp .edu.ar

E l p rog rama ar roz desar ro l la una impor tante tarea de mejoram iento en A rgent ina desde e l año 1945, u t i l i zando metodo log ía t rad ic i ona l . En es tos ú l t imos t iempos e l mejoram ient o fue revo luc ionado por l a apar ic i ón de l a tecno log ía de la t rans formac ión genét ica , y s igu iendo l as innovac iones tecno lóg icas , es te prog rama ha comenzado a desa r ro l la r l as capac idades necesar ias pa ra su rea l i zac ión en e l ámbi to c ient í f i co loca l .

Las cond ic iones eco lóg ic as en la zona de in f l uenc ia de es te programa se carac ter i zan por las ba jas temperatu ras que debe a f ronta r e l cu l t i vo sobre todo durante la implantac ión y en e l momento de l a f lo rac i ón, es por es to que se se lecc ionó pa ra poner a punto e l p roceso de t rans formac ión, una cons t rucc ión que posee un p romotor que cont iene e l ementos de respues ta a es t rés .

Es te promotor pe r tenece a la espec ie Arab idops i s tha l iana y maneja la exp res ión de la p ro t e ína RD29A, se rea l i za ron cons t rucc iones con es te promotor manejando l a exp res ión de l gen repor t ero GUS y de una enz ima de l a b ios ín tes is de po l i am inas (A DC), la cua l había ya demos t rado e f i cac ia en p lant as t ransgen icas de Arab idops is tha l i ana para mejorar e l c ompor tam iento a es t rés por f r ío y sa l ino (A le t y co l .2004) . Las cons t rucc iones u t i l i zadas se deta l lan a cont inuac ión:

Se dec id ió t raba jar c on l os dos ú l t imos cu l t i vares i nsc r ip tos por

la UNLP denom inados Don Ignac io F .A . (DI ) y Nut r ia r F .C.A y F . (N) , e l p r imero per t enec ient e a l ecot ipo ind ica , m ient ras que e l segundo per t enec e a l ecot ipo japón ica. En pr imer te rm ino se puso apunto e l medio para genera r ca l l os .

Las sem i l las descascaradas se es te r i l i za ron du rant e 30 m in . en una so luc ión de h i poc lo r i to de sod io con 5g/ L de c loro ac t i vo , en juagándose 3 veces en agua es té r i l , para luego sembrar l as , ope rando en un f lu j o lam inar .

Se ensayaron 2 medios d is t in tos , MS y N6, a d i f e rentes concent rac iones de 2 .4 -D (ent re 1 y 4 mg/L) , deb iendo descar ta rse e l cu l t i va r Nut r ia r deb ido a la presenc ia de un hongo endof i to que no puedo se r e l im inado. Se compara ron la va r i ac ión de l peso to t a l p romedio de los ca l los vs . concent rac ión de 2 ,4 -D para ambos medios . Como se puede observa r en l a f igura 1 , l a concent rac ión necesa r ia para generar l a mayor masa de ca l los f ue 2 .5 mg/L de 2 ,4 -D, y no exis t ie ron d i fe renc ias en e l c rec im iento ent re e l medio MS y N6.

rd29A

GUS NOS 35S npt I I NOS

rd29A

ADC NOS 35S npt I I NOS

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Según l o desc r i to por Kumr ia R e t a l (2002) para generar ca l los de l os ecot ipos Índ ica (a l cua l per t enece DI ) se u t i l i zan 1 .5 mg/L de 2 ,4-D, nosot ros dec id imos u t i l i zar e l medio MS y la c oncent rac ión de 2 mg/L de 2 ,4D ya que a es ta concent rac i ón e l tamaño de ca l l o obten ido es adecuado para la regenerac ión.

Para la e tapa de regenerac ión de p lant as se probó un p ro toco lo pre l im inar desc r i to por K umr ia e t a l (2002) en l a var iedad DI . E l medio u t i l i zado fue MS con 2 . 5 mg/L K inet ina (K I N) , 0 . 5 mg/L ác . Naf ta len Acét ico (ANA) y 3% Mal t osa. Se obtuv ie ron p lantas fér t i l es pero en forma muy a leat or i a . Pos ter io rmente se rea l i zo un expe r imento con combinac iones de 1 . 5 , 2 , 2 .5 y 3 mg/L de K I N y 0 .1 , 0 .25, 0 . 5 , 1 mg/L de ANA, obten iéndose los m ismos resu l tados s iendo la ún ica combinac ión de 2 .5 mg/L de K IN y 0 .5 mg/L de ANA la que produ jo p lant as .

E l p lásm ido b ina r i o empleado pa ra t rans fo rmar los ca l los de a r roz presenta e l gen que cod i f i ca pa ra l a neom ic ina f os fo t rans feras a I I (np t I I ) que conf i e re res is tenc ia a ant i b ió t i c os am inog l iocos i l ados ta les como Kanam ic ina, Neom ic ina, Genet ic ina (G418) y Paramomic ina. En monocot i ledóneas , la Kanam ic ina no es e fec t i va como agente de se lecc ión deb ido a que es tas espec ies pres entan res is tenc ia natu ra l a es te ant i b ió t i co , por lo tan to se dec id ió usar P aramomic ina. Entonces fue necesa r i o es tab lecer l a concent rac ión m ín ima de ant ib ió t i co para se lecc iona r ca l l os t rans formados . Para es to s e usó l a var i edad DI , po r lo cua l en p r imer luga r se proba ron 5 concent rac iones ent re 12. 5 y 200 mg/L . (F igu ra 2) y luego se h i zo una esca la más pequeña con 130, 140, 150, 170 mg/L resu l t ando ser la concent rac ión ópt ima a u t i l i zar ent re 150 y 170 mg/L de Paramomic ina.

Se u t i l i zo la cepa A. tumefac iens pGV3101 pMP90. S e t rans fo rmó

es ta cepa con los p lásm idos b i na r ios rd29A:ADC y rd29A:GUS y se ve r i f i có por co lony PCR (F igu ra 3) . Como se puede obse rva r , las t rans fo rmantes fueron pos i t i vas .

Pos ter io rmente se t rans fo rmaron ca l los de a r roz de l a var i edad DI por e l método de co -cu l t i vo con la cepa A . tumefac iens pGV3101

0 1 2 3 4 50.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9N6MS

2,4-D (mg/L)pe

so t

otal

de

callo

s p

ara

cada

trat

amie

nto

(g)

F ig . 1 - Peso de los ca l los obten idos pa ra cada t ra tam ient o . Cada concent rac ión y medio se rea l i zó po r t r i p l i cado

Fig 2 . Ensayo de concent rac ión de Paramomic ina para la va r iedad DI . Se mues t ran ca l los somet idos a 12.5 , 25, 50, 100 y 200 mg/L de Paramomic ina

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rd29A:GUS (Kumr ia e t a l . , 2002) , y se det erm inó l a ac t i v idad GUS en ca l los t rans formados y c ont ro l . Has ta e l momento no se rea l i za ron

t rans fo rmac iones con la cons t rucc ión rd29A:ADC. Como se puede observar en la f i gu ra 4 , los ca l los t ra t ados present aron ac t i v idad GUS, ind icando es to que se enc uent ran t rans formados .

Como conc lus ión puede dec i rse que e l p ro toco lo de t rans fo rmac ión aqu í ensayado f ue pa rc ia lmente e f i c i en te , ya que no se pud ieron obtene r un numero adecuado de p lantas regenerantes de l cu l t i va r DI . Se c onc luye que se deber ía proba r l a regenerac ión en o t ros mater ia les y l uego t ransm i t i r po r c ruzam ient o e l t rans gen a DI .

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: A le t , A ; Ru iz , O; Sánchez, D. Expresión inducida por est rés de la arg in ina descarboxi l asa en p lantas t ransgeni cas de Arabidopsis tha l iana sugiere d i ferentes ro les de l a put rescina en condiciones de congelamien to y est rés sal ino . En: XXV RE UNION ARGE NTINA DE FIS IOLOGIA VEGETAL, 2004, Santa Rosa. Ac tas XXV RAFV, 2004 p . 229. Kumr ia , M; Ra jam, M.V. Al tera t ion in pol yami ne t i t res dur ing Agrobacter ium -media ted t ransformat ion of i ndica r i ce w i th orni th ine decarbox yl ase gene a f fec ts p lan t regenera t ion potent ia l . P lant Sc ience , v. 162, n .5 , p .769-777, 2002.

+

F ig 3 . Aná l i s is de las co lon ias de A. tumefac iens t r ans fo rmadas por co lony PCR. Se ana l i zaron l as 3 co lon ias obten idas para rd29A:ADC y la c o lon ia para rd29A:GUS. 1 y 8 ) λ HIND, 2 y 9) cont ro l de ampl i f i cac ión de los pr imers ent re s i , 3 y 10) cont ro l de ampl i f i cac ión inespec í f i ca (bac te r ia s in t rans fo rmar) 4 y 11) cont ro l de ampl i f i cac ión espec í f i ca para A DC y npt I I , respec t i vamente , 5 , 6 y 7) co lon ias t rans fo rmadas con rd29A:A DC y (12) con rd29A:GUS

1 2 3 4 5 6 7

8 9101112

control RD29A::gus0.00

0.01

0.15

0.20

0.25

acti

vid

ad g

us

(pm

ol/

(ug

pro

t m

in))

Fig. 4 Determinación de actividad GUS en callos transformados y control.