V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR uma homenagem a Cora Coralina! · E os homens, imunizados contra o crime,...

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V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Cora Coralina! 2010 O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher! CORA CORALINA

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V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Cora Coralina!

2010

O que importa na vida não é o ponto de partida,mas a caminhada.

Caminhando e semeando, no fim terás o que colher! CORA CORALINA

Ler e produzir textos é, indiscutivelmente, abrir janelas, transcender, enxergar o mundo e nosso próximo com outros olhares. O Prêmio Jovem Escritor reflete a convicção que os professores de Português Maria Inez, Mailu, Heloisa, Edna, Júlio e eu temos de que tornando nossos educandos leitores atentos e críticos e despertando neles o gosto pela autoria de diversos gêneros textuais, eles sentirão prazer em expor como veem o mundo, fundamentar o que pensam, debater seus pontos de vista, defender sua terra e sua gente e, principalmente, auxiliar na transformação e melhoria do ser humano e da nossa sociedade, assim como fez Cora Coralina, nossa homenageada deste ano.

Só o livro traz à tona histórias marcantes e indispensáveis conhecimentos. Não é por acaso que costumamos afirmar que nossa vida daria um livro. Este livro, portanto, convida a ler e pensar, pensar e escrever, ler e descobrir.

Desfrute-o com o mesmo prazer com que foi criado.Parabenizo nossos talentosos alunos e dedicados professores de todas as áreas do

conhecimento, envolvidos nesse projeto, agentes transformadores do amanhã.

Silvana E. O. da Matta VívoloCOORDENADORA DE PORTUGUÊS

[...]Tempo virá. Uma vacina preventiva de erros e violência se fará.

As prisões se transformarão em escolas e oficinas.

E os homens, imunizados contra o crime, cidadãos de um novo

mundo, contarão às crianças do futuro estórias absurdas de prisões,

celas, altos muros, de um tempo superado. [...] Cora Coralina

PREFÁCIO

APRESENTAÇÃO

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

Neuza Maria ScattoliniMANTENEDORA E DIRETORA

SUMÁRIO

243ª IDADE – Felipe Augusto V. Ortiz

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A VIDA É UMA FESTA – Clara Albertini de Queiroz

NÃO LIGO PARA ISSO! – Gabriela Sugui

VIOLÊNCIA – Joana Terumi U. Rezende

A OBESIDADE INFANTIL – Larissa S. Diniz

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ADOLESCER EM FAMÍLIA – Marcelo Stehlick

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A SUPER SOLAR – Fernanda Midori Abukawa

EXCLUSÃO SOCIAL – Gabriela Temi Kasahara

PUBERDADE – Ana Beatriz G. Santoro

26SONHOS – Isabela Cristina Hashimoto Alvarez

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SUPER TREMILIK – Luisa Varella Bastos

DESRESPEITO – Vinícius Aranha de Medeiros

DIREITOS IGUAIS – Laís M. Nakaharada

O SUPERFARM – Victória Portela Diniz Gaia

38O FUTEBOL E SEUS DEFEITOS – Priscila Andrade

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NOVA CONCEPÇÃO – Paula Lumi Nicio

A PESQUISA – Thaís Costenaro dos Santos

NO METRÔ – Gabriel Kodo

O ESQUILO QUE CONSEGUE SER FELIZ – Leo Dantas Sitibaldi

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CASOS E ACASOS – Beatrice Constance

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FUTEBOL DE BOTÃO – Victor Lleches Perrone Eleutério

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE – Vinícius Brito Martins

AS AMIGAS, A PIPOCA E O MICRO-ONDAS – Camila Perobelli

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CENA INESQUECÍVEL – Giovanna Pires Siunte

A MINHA MAIOR DECLARAÇÃO – Lívia Branco Campos

40PRÍNCIPE – Lara Provase de Menezes

BENDITO SEJA O TANGO – Aryana Cândido

os7 AnosEnsino Fundamental

os8 AnosEnsino Fundamental

14CARTA – Micael Meza B. Eugênio

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A INTERNET– Paola Lima A. Reis

“O AMOR CURA TUDO” – Caroline Puccioni Katsuda

A INTERNET EM MINHA VIDA – Marianna Diaz

RECICLAGEM – Júlia Cunha Miralha

CARTA – Julia Yonashiro Gabriel

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AS POEIRINHAS E O ASPIRADOR DO MAL – Lucas Franco Ranieri

CARTA – Natália M. Rosseto

IRMÃO SUPER PROTETOR! – Renata Luna Iwamoto

16NOSSA VIDA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE – Carina Rivero Pasqualin

os6 AnosEnsino Fundamental

15UMA MENINA GENTIL – Gabriela Agostinho Giacon

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O AMOR NÃO FALA NEM AVISA – Nicolas Cabral de Andrade

O TRABALHO E A GLOBALIZAÇÃO - RELATO DE UM TRABALHADOR – Filipe P. Prado Garcia

INÍCIO DE UMA ROTINA – Juliana Cecília Saiki Dutra

OPERÁRIO, NÃO: MÁQUINA! – Roberto Massaru Matsubara Filho

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O CONHECIMENTO FAZ O FUTURO – Tais Novaki Ribeiro

UM DIA NA FÁBRICA – Gabriel Nascimento Delicato

SEGUIR OS SEUS PRINCÍPIOS, NÃO OS ALHEIOS – Leticya Hellen Andrade Felix

IMPRUDÊNCIA – Gabriel Ieker Guerzoni

os9 AnosEnsino Fundamental

55MAL ENTENDIDO – Lucas Eduardo Meneguetti

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PESSOAS SEM NOÇÃO – Carolina Mayumi Sato

MUDANDO DE VIDA – Vinícius Shido Nagata

QUANDO AMANHECER E EU ACORDAR – Fernanda Jafet Khouri

CONVERSA MAIS QUE LOUCA – Luiza Gonçalves Lazzaro

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TELEFONE – Lays Soares Rodrigues

55CASO PERDIDO – Beatriz Moura da Matta

O PERDÃO – Marina Lípere Rodrigues

UMA INFORMAÇÃO – Giovanna Viana Fontenelle de Araújo

os1 AnosEnsino Médio

62INOVAÇÃO SANITÁRIA – Lara Oliveira dos Santos

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TERRA DE CEGO – Elon Caropreso Herrera

SEJAM BEM-VINDOS, CALOUROS – Júlia Teresa Santos

BANHEIRO BIODEGRADÁVEL, UMA SOLUÇÃO RÁPIDA E PRÁTICA – Luanna Soares Rodrigues

UM SONHO ALCANÇÁVEL – Paula da Matta Vívolo

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SER MAIS HUMANO – Matheus Brito Martins

A FALTA DE CORDIALIDADE SE EXPRESSA POR MEIO DA IGNORÂNCIA – Norton Dal Bon Nicoletti

ONDE ESTÁ A CORDIALIDADE? – Graziele Karina dos Santos Carrasco

os2 AnosEnsino Médio

68COMPRANDO A FELICIDADE – Caio Alves Fernandes

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DINHEIRO NÃO É SINÔNIMO DE FELICIDADE – Bruno Generoso Siciliano

UMA RELAÇÃO NÃO MUITO CLARA – Luis Francisco Prado Pinheiro Ferreira Salles

VONTADE – Erica Saito Neves

CONTOS DE FADA DA REALIDADE – Jhenifer Marjorie Frank Pedroza

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BUSCA POR POSSES COMO MEDIDA DE FELICIDADE – Victor Afonso Padula Alves

QUERER DEMAIS – Camila Gutierrez Rivera

CONCEITO DE FELICIDADE – Carolina Coa Gomes

os3 AnosEnsino Médio

os6 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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A INTERNET (Paola Lima A. Reis)

Da minha vida, diferente da de muitas pessoas, a internet não faz parte, pois eu acho que MSN ou ORKUT podem afetar o nosso interesse por praticar esportes, pela família e por outras coisas.

Fico pensando que, se eu colocar a internet em minha vida, vai atrapalhar meus estudos, minha visão da sociedade e acho que até minha postura.

Muitas vezes eu e minha irmã estamos em casa e eu quero fazer algo com ela; então, ela vai para o computador e eu a questiono:

- Você não quer sair daí e fazer algo comigo? – ela me olha brava, como se eu estivesse pedindo algo absurdo e diz:

- É claro que não!Eu fico com uma cara triste e vou embora para o meu quarto. Fico brava com o jeito

que ela falou comigo, afinal, somos irmãs e é importante ficarmos juntas.Certa vez, voltei ao quarto dela cheia de esperança e falei:- Você tem que me respeitar...somos irmãs e eu gostaria muito que você saísse desse

computador que está nos afastando.Ela pensou um pouco, olhou para mim e respondeu:- Está bem!Então, ela finalmente veio brincar comigo e me fez muito feliz.

CARTA ( Julia Yonashiro Coelho Lopes Gabriel)

São Paulo, 28 de junho de 2010.Moritinha,Quanta saudade de você! Lembro de quando nos conhecemos no 3ºano. Nós ainda éramos bem crianças...

Lembra quando a Roberta não queria mais ser patricinha e que ela nos pediu ajuda para dar um “jeito” nela? Foi tudo muito engraçado!

E das brigas, você lembra? Eu ficava com a Paola e você com a Miho... Ríamos muito!Bem, é melhor eu parar porque senão eu fico aqui até amanhã escrevendo e

relembrando nossas brincadeiras.Nossa, amiga, crescer é bem estranho! Agora nós ficamos com os meninos,

antes isso seria impossível, pois nós os achávamos chatos.Eu estou achando muito difícil ser pré-adolescente, nossos pais nos

cobram e jogam tudo para cima de nós! Mas preciso lhe contar algo muito importante... descobri pelo menos uma vantagem em virar adolescente: consegui ir ao shopping sozinha!!!

Espero uma visita sua em breve!Te adoro, Júlia

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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A INTERNET EM MINHA VIDA (Marianna Diaz)

Eu estava no computador e ouvi um barulho de porta se abrindo. Quando olho, vejo minha mãe. Rapidamente aperto “ALT +F4” e fecho a “janela” para que ela não veja nada.

Esperta, minha mãe pergunta:- O que era aquilo que você fechou, filha?- Ah... um site de jogos que eu cansei de jogar.Minha mãe, desconfiada da minha atitude, fala:- Reabra a página para mim, filha.Então, sem ter como escapar daquela situação, reabri o site.- Ainda não acredito... – disse minha mãe já a ponto de explodir.Não restando alternativa alguma, abri a verdadeira página.- Pronto, você conseguiu! Esta é a página; é minha conversa com a Nate no MSN. –

disse rapidamente.- E por que você não quis me mostrar antes? Fala! – insistiu muito brava.- Porque eu também tenho direito a ter um pouco de privacidade, pelo menos o

suficiente para ter meus próprios segredos com as minhas amigas!!! – respondi quase gritando para ela.

- Abaixe esse tom de voz, menina. Eu sou sua mãe!- Não, eu não vou abaixar até você sair do meu quarto e me dar um pouco de

privacidade! – respondi sem ter noção do que eu estava fazendo, afinal, não deveria ser pedida dessa maneira minha reivindicação.

- Como é? - SAIA JÁ DAQUI !!! – dei um berro.Ela saiu e eu comecei a chorar.Minutos depois ela voltou triste. Desculpamo-nos.Eu não precisava agir daquela maneira, um computador não pode acarretar aquela

briga toda. Abraçamo-nos e ela disse:- De agora em diante, você terá toda a privacidade que quiser... mas me deixe a senha

do computador , ok?

RECICLAGEM ( Júlia Cunha Miralha)

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Um dia, ela disse:

Nós temos queparar de jogar lixo na rua!

Alguém vai

tirar, não liga!

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Era uma vez uma cidade que estava muitosuja e Júlia não aguentava mais.

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Então, ela juntou todos os seus amigose disse:

Temos queRECICLAR

senão o planetavirará umLIXÃO!

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Como fazemos

isso?

Devemossaber a cor de

cada lixo.

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Quer dizerque tem uma cor de lixo

para cada coisa?

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Se começarmos

a reciclar,

cada um

fazendo a sua

parte...

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AS TRÊS POEIRINHAS E O ASPIRADOR DO MAL ( Lucas Franco Ranieri)

Num belo dia, a mãe das três poeirinhas disse a elas:- Vocês já estão bem grandes e podem morar sozinhas!Então, cada uma foi construir sua própria casa...A mais nova construiu sua casa de grama; a do meio, de galhos e a mais velha, de barro.De repente surgiu um aspirador do mal que queria aspirar todas as poeirinhas...E encontrou a casa da poeirinha mais nova, então ele diz:- Saia daí! Se não vou aspirar e sua casa sugar!O aspirador esperou, mas a poeirinha não reagiu:- Não vai sair, né? Vou aspirar, aspirar e aspirar! – e assim fez.Assim que a casinha de grama desabou, a poeirinha mais nova saiu em disparada para

a casa da irmã do meio.Chegando lá, contou a história toda para ela.Surge o aspirador do mal, que já chegara e foi logo dizendo novamente:- Saiam daí, já!Mas elas não saíram.- Então eu vou aspirar, aspirar e aspirar! – e assim fez.As duas irmãs saíram correndo para a casa da irmã mais velha.Chegando lá, contaram tudo o que acontecera.Nesse momento o aspirador do mal já tinha chegado.As duas mais novas tremeram de medo, enquanto a mais velha mantinha-se bem

calma.- Saiam daí! - disse o aspirador.Elas não saíram.- Então eu vou...- Chega, né? Já cansou esta história de “aspirar, aspirar, aspirar”! - A mais nova disse.Mesmo assim ele aspirou, mas desta vez, nada aconteceu; aspirou de novo, mas não

funcionou.Então, a mulher cansada dessa história, desligou o aspirador do mal e foi fazer o

almoço.

O IRMÃO SUPER PROTETOR! (Renata Luna Iwamoto)

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CARTA (Natália M. Rosseto)

São Paulo, 21 de junho de 2010.Cami,Estou lhe escrevendo porque preciso falar como é difícil ser “adolescente”. São

muitas restrições e responsabilidades!Eu acho isso muito injusto! Tenho responsabilidades de adolescente, mas quando

peço para sair com meus amigos, eu sou muito nova, uma criança. Não me conformo com isso.

Às vezes, ninguém me entende! Tenho vontade de sumir...Meus amigos nem me chamam mais para sair, pois eles sabem que a resposta é

sempre “NÃO”!Além disso, pra piorar a situação, na adolescência, ainda surgem as “espinhas”, a

puberdade, mudanças no corpo e o “ciúmes” do meu pai com os meus amigos.Quando será que eu vou poder sair?!Quando eu vou ter liberdade para decidir?!Como foi com você? Foi mais fácil?Sabe o que é pior? Se eles me deixarem ir à festa, vão ficar lá comigo!!!Preciso aprender a lidar com isso, não é?Paciência!Bom, já vou. Beijos, Naty

CARTA (Micael Meza B. Eugênio)

São Paulo, 28 de junho de 2010.E aí, pequena, tudo bem?Espero que sim, estou com muitas saudades, sabia?Bom... comigo está tudo bem, quer dizer, tenho meus problemas... Estou escrevendo

esta carta exatamente para desabafar!Sabe, esta fase que estou passando é muito difícil; agora tem prova todo mês e minha

mãe cobra pelo menos nota oito. Isso me irrita bastante!Tenho natação, hipismo, informática que me deixam muito ocupado,

mas eu adoro... sem falar que preciso entrar em forma, já que nesta fase da adolescência tenho muito mais apetite! Ainda bem que estou precisando engordar!

Sei que você já passou por isso, mas estou numa fase em que vem e vai uma coisa chamada responsabilidade, e isso é deprimente, pois, para meus

pais, tenho idade para ir até a padaria sozinho, limpar os móveis, mas não tenho idade para ir ao shopping ou a uma “balada”.

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E minha mãe então? Me cobra a todo instante que eu cumpra com minhas tarefas, arrume o quarto, guarde as roupas...

Bem, espero que você venha logo me visitar, para me ajudar!Estou com muita saudade! Abraços, Micael

UMA MENINA GENTIL (Gabriela Agostinho Giacon)

Eu sou uma menina gentil, carinhosa, educada e gosto muito de conversar, estudar, assistir a televisão e de me exercitar, além de tudo isso, sou muito feliz, mesmo sendo gordinha. Mesmo que eu ainda sofra bullying em alguns lugares, eu me sinto bem do jeito que sou.

Eu não gosto que, neste mundo, ainda exista o preconceito e também não gosto de que as pessoas falem mal dos outros pelas costas.

Como eu quero que esse mundo torne-se melhor! E, para isso, acredito que seja preciso mexer com o coração das pessoas, para que elas percebam que o meio ambiente está sendo prejudicado e façam com que a violência diminua bastante para deixar o nosso mundo melhor.

Muitos não entendem que várias pessoas, de todas as idades, estão morrendo, tanto pela violência quanto pela destruição da natureza, com o aquecimento global, que tem desequilibrado todo o ecossistema.

Quando eu crescer, quero ser veterinária e criar um abrigo para cães e animais abandonados, ajudando-os a encontrar um lar, mas, por enquanto, ainda quero me divertir muito com as amigas, indo ao shopping, a parques e, é claro, às lojas de roupas, sapatos e acessórios, que eu a-do-ro!!!

Eu quero muito que todas estas coisas boas se realizem para mim e para o mundo, para termos um futuro melhor e para as nossas gerações futuras também terem.

“O AMOR CURA TUDO” (Caroline Puccioni Katsuda)

Eu acho que o amor cura tudo, pois é ele que nos une todos os dias, o amor na família, entre amigos, o amor pela vida. Amor é uma troca: eu dou e recebo. Quanto mais recebemos, mais o nosso mundo fica alegre, divertido.

É sempre bom saber que alguém nos ama e que faria qualquer coisa por nós.

O amor quebra barreiras de preconceito com as pessoas, deixando-nos cada vez mais fortes para o amanhã.

O amor sempre foi e sempre será a melhor coisa que Deus criou.

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NOSSA VIDA: CRIANÇA OU ADOLESCENTE (Carina Rivero Pasqualin)

Acho que ainda não sou adolescente, mas também não sou mais criança, estou no meio termo, na “pré-adolescência”.

O lado bom da pré-adolescência é que você ainda brinca, se diverte, faz farras, mas sem exagero. O lado difícil é que temos de ter responsabilidades, há mais lições, mais tarefas e temos de conciliar o estudo com a diversão.

Não é justo o que fazem no mundo com as crianças e adolescentes: violência, maus tratos, pedofilia. Essas pessoas agressoras não têm coração, matam, não são seres humanos, são malucos que não sabem que eles mesmos e suas famílias sofrem muito.

Mas a maioria dos adultos é protetora, carinhosa, amiga e que, quando aprontamos ou não obedecemos, nos dão bronca, querendo o nosso bem.

A ecologia deve ser aprendida em todos os lugares, em casa, na escola etc. Eu colaboro com a preservação do nosso meio ambiente, pois em minha casa, apago as luzes dos cômodos que não tem gente, tento gastar menos energia e água e jogo o lixo no lugar certo.

Com todos juntos, colaborando, o mundo pode melhorar.Na minha escola, até que me dou bem nas matérias, pois estudo, esforço-me,

raramente esqueço-me de fazer as tarefas. A escola é muito importante para mim, pois com ela agora sou aprendiz, mas no futuro posso vir a ser quem ensinará a outros aprendizes, vou ter chances de ser reconhecida. À minha escola e à minha família, agradeço por tudo o que sou hoje e o que serei no amanhã. Agradeço também aos meus colegas e aos amigos que conheci na escola e aos meus professores.

Espero que juntos façamos um mundo melhor, sem violência, com mais saúde e educação, pois precisamos cuidar do mundo em que vivemos e, com todas as nossas forças, poderemos fazer isso.

os7 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Eu adoro ir ao

Eu adoro

Eu também amo

Muita festa, muita alegria, todo mundo de fantasia

Quase igual ao

Festa... festa... festa...Quase todos os meses têm festa!

Principalmente as

porque todo mundo se anima

A VIDA É UMA FESTA(Clara Albertini de Queiroz)

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NÃO LIGO PARA ISSO! (Gabriela Sugui)

Existem muitos tipos de anorexia, ligados aos problemas de auto-imagem, bullying, abuso sexual...

Anorexia é um distúrbio alimentar que afeta principalmente as adolescentes do sexo feminino, mas também jovens rapazes. Podem causar prisão de ventre, tendências suicidas, depressão profunda, cárie dentária, entre outros males. O tratamento pode ser feito por terapias, internação e alimentação definida por nutricionistas. Recaídas podem acontecer, por isso anoréxicos necessitam de acompanhamento médico e de apoio da família.

Filas enormes nas bancas. Parecia que as manchetes estavam gritando para serem lidas – MAIS UM CASO DE ANOREXIA ACABA EM MORTE.

O que será que tinha acontecido?Júlia era uma menina de 15 anos que estudava no Colégio Santa Mônica.

Nunca se interessou por notícias. Ela até comentava:- Não sei como as pessoas leem isso. Com certeza, essas meninas devem

ter problemas sérios!Até que um dia, por ser uma menina muito bonita, foi a uma agência de

modelos, fez um curso de 5 meses, gastou muito dinheiro. Estava bem animada, mas para a sua surpresa, foi rejeitada. Júlia entrou em uma

depressão profunda, se sentia muito mal, não saía de casa, se sentia diferente. Na verdade, acreditava estar muito gorda, e, assim, passou

a não comer.

A OBESIDADE INFANTIL (Larissa S. Diniz)

O problema da obesidade é algo que vem sendo discutido no mundo inteiro, mas, atualmente, a maior preocupação é com as crianças, pois muitas estão comendo doces, salgadinhos, frituras, biscoitos, lanches... E isso não é só em casa, na escola também têm péssimos hábitos.

No Brasil, o problema ainda não se agravou totalmente, mas em alguns países, como nos Estados Unidos, a preocupação é grande e o tema está sendo muito discutido. Uma nova campanha foi criada; “Vamos nos mexer”; com o objetivo ambicioso de solucionar o problema da obesidade infantil de toda uma geração, para que as crianças possam chegar à idade adulta de forma saudável.

Na busca por uma solução, criaram uma lei sobre alimentação infantil que obrigará as escolas a comercializarem somente comidas saudáveis para que os alunos tenham, afinal, uma alimentação equilibrada, com frutas, assados e saladas.

A conclusão a que se pode chegar é a de que os pais são os grandes responsáveis pela obesidade de seus filhos, afinal, educar desde pequeno, oferecendo alimentos saudáveis, sem precisar proibir o consumo de algumas guloseimas, faz com que esses jovens saibam escolher o que lhes fará bem, tornando-os adultos mais saudáveis e produtivos.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Sim, Júlia se tornara uma anoréxica.Um problema que ela ignorava, acabou sendo dela. O “problema” acabou virando

algo muito grave.Ficou no hospital durante um mês. No dia 18 de outubro, quando ainda estava no

hospital, quase com o problema superado, viu um garoto. Ela sabia que o conhecia de algum lugar e, então, lembrou que ele era o garoto da agência. Ele fazia visitas às crianças do hospital.

Cada vez estava mais perto dela, quando a reconheceu.- Ei! Você não é aquela garota do curso?- Sim, eu sou.– respondeu com um tom desanimado .- Entrou em depressão e está aqui?- Como você sabe?- Aconteceu isso com minha irmã.- E ela está bem ?- Bem… e-e-ela morreu.Houve uma grande pausa. E, então, Júlia disse:- Me desculpe... não sei o que falar...- É, foi muito difícil pra mim e para minha família. O bom é que, pelo visto, você já

superou tudo isso.- Bem, foi muito difícil para mim. Nunca vou me esquecer disso.E Júlia realmente não se esqueceu ... ou melhor... eu não me esqueci.Eu sou Júlia. Agora estou casada com Diego (o garoto da agência), conto histórias para

crianças no hospital e, em especial sobre a minha vida. A vida é feita de momentos, então viva cada um deles e seja feliz do jeito que você é, buscando sua beleza interior.

VIOLÊNCIA ( Joana Terumi U. Rezende)

Hoje em dia está em todo lugarÀs vezes nem percebemos E nem prestamos atenção

Mas o perigo nos pega de surpresaE quando menos percebemosJá estamos envolvidos numa tramaQue pode nos levar a um grande drama

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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OS SUPERFARM (Victoria Portela Diniz Gaia)

Cocó, Porquito e Duck são três animais que vivem na fazenda 'SUPER'. Essa fazenda não tem só o nome SUPER, seus animais também os são. Porém, todos, exceto Cocó, Porquito e Duck lutam por 'motivos pessoais'.

Por exemplo, Pernota, um pernilongo, pica as pessoas porque seus familiares e amigos morreram 'esmagados' pela picada de Venenosa, uma jiboia, que matou um casal, porque eles mataram sua irmã.

Mas os nossos heróis não são assim, eles lutam pelo bem da humanidade, Cocó, ou SUPERCOCÓ, combate as pragas das plantações, Porquito, ou SUPERPORQUITO, combate a sujeira urbana e Duck, ou SUPERDUCK, protege as águas. Cada um tem um poder

especial: SUPERCOCÓ pode voar, SUPERPORQUITO pode fazer com que as pessoas que jogaram lixo no chão se arrependam e SUPERDUCK pode nadar muito rapidamente. E, juntos, eles são: “OS SUPERFARM!”

Você pode estar se perguntando: “Como eles se tornaram SUPER? Como três animais tão diferentes se uniram assim?”

A resposta da primeira pergunta é simples: todo animal que nasce na fazenda SUPER, nasce SUPER. E a resposta da segunda é que os nossos

heróis perceberam que eles têm um objetivo que é ajudar a todos e não só a si mesmos, então se uniram.

ADOLESCER EM FAMÍLIA (Marcelo Stehlick)

Ouvir a minha mãe tocando violãoÉ uma maravilha!Ela manda muito bem!Orgulho-me muito delaE não me pergunte o porquêEu não sei como ela consegue

Ver minha avó e meu avô é uma alegriaSinto-me muito bem perto deles,Eles são geniaisSão super legaisE eu os amo demais!

Ah! Os meus fins de semana são o máximoDivirto-me muitoVou para a casa de amigosVou para a casa dos meus familiaresEu adoro os meus finais de semana!

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Ah! Isso me faz lembrar de um dia que foi mais ou menos assim:Em um dia comum, os SUPERFARM estavam na fazenda SUPER, brincando de pega-

pega, quando eles viram, no céu, o símbolo dos SUPERFARM; significava que alguém precisava da ajuda deles.

Os SUPERFARM foram correndo saber o que tinha acontecido: - Por favor, nos ajude! – disse um homem, que parecia ser um agricultor. - Com o

excesso de pragas nas plantações, muitas árvores foram cortadas e jogadas nas ruas, entupindo os bueiros. Tanta tempestade tem provocado muitos alagamentos. Após as chuvas, essa sujeira corre para os rios e mares. Assim não dá! Ajude-nos, por favor!

Os SUPERFARM não tinham dúvidas do que fariam. SUPERCOCÓ foi dar um jeito nas pragas, SUPERPORQUITO foi limpar os bueiros e SUPERDUCK foi limpar os rios e mares.

- OBRIGADO!! - disseram todos, enquanto os SUPERFARM iam para casa descansar e repore energia para uma próxima missão.

Nós estamos precisando de alguns SUPERFARM em nosso planeta!

PUBERDADE (Ana Beatriz G. Santoro)

Desde pequenos, vamos passando por várias coisas, nos desenvolvendo.Quando chegamos à pré-adolescência, tudo começa a mudar, nós paramos de pensar

em brinquedos, bonecas, brincar de mamãe e filhinha, carrinhos. Começamos a ficar com vergonha de brincar, mas no fundo morremos de vontade de voltar à fase de criança.

Começamos a olhar para os meninos de um jeito diferente, a nos interessar por eles, ficamos sem graça quando recebemos um elogio. Passamos por coisas estranhas como menstruação, primeiro beijo, odores indesejáveis, pêlos que incomodam, e, por último, a pior de todas: as espinhas São horríveis, morremos de vergonha quando temos uma espinha.

Passamos também por paixonites, que podem ser correspondidas ou não, acabamos sofrendo muito, mas, no final, dá tudo certo.

Recebemos críticas, mas não devemos dar ouvidos a todas elas, somente às coisas boas e devemos sempre nos achar lindas, gostar de nós mesmas em primeiro lugar.

Apesar de tudo que passamos, temos que aproveitar ao máximo todas as oportunidades, porque a vida passa rápido; muito rápido.

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3ª IDADE (Felipe Augusto V. Ortiz)

Hoje em dia, o número de idosos está aumentando cada vez mais. Por conta disso, devemos ter paciência, carinho, boa vontade e muitos cuidados com eles, pois são frágeis e, principalmente, especiais para nós.

Esse cuidado não precisa ser apenas com nossos avós ou parentes de idade mais avançada, devemos ter todo esse carinho com os idosos em geral.

Todos temos direitos; a diferença é que quando se fala de idosos, o direito deles não é respeitado: como a vaga em algum estacionamento, nos caixas de atendimento ou transportes públicos.

Os idosos são pessoas sábias, bons contadores de histórias e bons conselheiros, ou seja, são mais experientes na vida, podem nos ensinar muitas coisas.

Infelizmente, os jovens e adultos estão desrespeitando e maltratando-os, mesmo sabendo que, futuramente, também chegarão à 3ª idade e sofrerão as mesmas dificuldades e consequências desse desrespeito.

Devemos tentar conscientizar, não só nossos amigos, mas quem estiver ao nosso redor, tomando sempre a atitude certa para que sejamos um exemplo a ser seguido.

A SUPER SOLAR (Fernanda Midori Abukawa)

Antes da Super Solar se tornar uma super-heroína, ela era uma cientista muito famosa. Famosa justamente pelas suas campanhas contra os buracos na camada de ozônio. Mas certa vez ela pensou maior: preparou uma mistura de produtos químicos, bebeu e se transformou na Super Solar!

Um dia, durante as férias de janeiro, o sol estava bem forte e estava bem quente. Então a Super Solar entrou em ação, combatendo o que prejudicava a camada de ozônio: os buracos!

Ela começou o seu trabalho bem cedo. Nossa heroína tem muitos truques, porém o que mais se destaca são os óculos que

conseguem ver se a pessoa passou protetor solar ou não e possui também uma arma que atira sorvete que, aliás, faz o maior sucesso com a garotada.

Ela voava pela cidade, quando de repente viu seu primeiro desafio, alguém com a geladeira aberta, se refrescando. Ela entrou na casa da pessoa e disse:

- Que feio! Geladeiras abertas exigem mais energia e acabam desperdiçando uma energia que pode ser usada em momentos mais importantes.

- Desculpe-me, Super Solar, mas meu ar condicionado quebrou e estou com muito calor!

- Tudo bem! Vou atirar um estoque de sorvete em sua geladeira, se você prometer não fazer mais isso.

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- Claro, Super Solar! Refrescar-me na geladeira, nunca mais!Ela atirou o sorvete e foi embora. Na praia, ela falou com todos que não tinham passado protetor solar e deu um

protetor solar a cada um. Ela também distribuiu sorvetes, ofereceu óculos de sol para quem precisava e balançou várias palmeiras para os cocos caírem e as pessoas se refrescarem com a água.

Ela até deu um mergulho no mar, para a alegria geral.O bom da pele de nossa heroína é que ela não se queima com o sol.Depois de um dia cansativo, mas divertido, ela colocou seu disfarce de pessoa

“normal” e entrou em seu prédio para ir descansar.Estava com a consciência limpa, pois cumprira mais uma missão, num dia especial de

verão.E você, caro leitor, lembre-se de seguir sempre os conselhos da Super Solar.

EXCLUSÃO SOCIAL (Gabriela Temi Kasahara)

Quando eu era pequena, muitas pessoas me chamavam de “gorda”; ficavam rindo de mim, só porque eu fazia coisas diferentes deles e, até os dias de hoje, ainda passo por essas situações.

As pessoas que praticam o bullying, mesmo sem saber, não pensam naquelas que estão sendo prejudicadas; acham que “zuar”, rir delas na frente de todo mundo é legal, mas, na verdade, estão se prejudicando.

Eu já vi casos em que, sem motivo algum, um menino ofendeu o outro, dizendo: “você é uma baleia!”. E não é preciso dizer que dias depois a vítima fui eu!

Eu tenho certeza que todo mundo já praticou, mesmo sem saber, o bullying, seja no trânsito, na escola ou até em casa.

Procure nunca julgar as pessoas só pela aparência e sempre lembrar que todo ato tem uma consequência.

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DIREITOS IGUAIS (Laís M. Nakaharada)

Meu nome é Mariana, tenho 14 anos e sou paraplégica. Sofri um acidente de carro e fiquei assim, sem poder me levantar.

Sou sempre excluída por causa do meu problema, por isso tenho poucos amigos, apenas uma amiga, uma grande amiga, Cláudia, que tem uma deficiência auditiva, por isso, usa um aparelho para ajudá-la.

Nós estamos sempre juntas na escola e, para variar, há um certo grupinho de garotas e garotos que vive praticando bullying e teima em estragar nossa alegria.

Um dia desses, eles se juntaram e fizeram a vida de todos um inferno, principalmente a minha e a da Claudia, já que somos deficientes. Felizmente, temos um esconderijo na escola e, normalmente, ficamos lá durante os intervalos.

Para passear é muito difícil; todas as pessoas me olham com rejeição e repugnância como se eu fosse um monstro. Sempre que isso acontece, quero ir logo para casa.

Na escola, todos já se acostumaram a ter uma colega paraplégica, mas se acostumar não quer dizer que querem fazer amizade comigo. Como eu estava cansada de ser tratada de forma preconceituosa, pedi permissão ao diretor para montar um clube dos “Direitos Iguais”.

Nesse clube podem entrar pessoas, deficientes ou não, que queiram refletir sobre a melhor maneira de vencer o preconceito e outras coisas que fazem um indivíduo se sentir mal, fora do grupo.

Meu sonho é estudar muito e virar professora. Pode ser difícil, mas estou fazendo um tratamento para que eu consiga recuperar meus movimentos; se eu não conseguir, tudo bem, porque a vida é o que é, e ela continua, certo?

SONHOS (Isabela Cristina Hashimoto Alvarez)

Sonhos são filmes que passam em nossas cabeçaspodem ser bons ou ruins,enquanto dormimos ou estamos acordados,o importante é sonhar e imaginar

Muitas vezes é sonhando e imaginandoque alcançamos nossos objetivos,mas para isso é preciso ser fortedeixar de ser “frangote”

O bom de sonharé o que você pode ser, em qualquer lugar,a qualquer hora, basta imaginar, sem fracassar,

sonhe, nunca deixe de sonhar!

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SUPER TREMILIK (Luisa Varella Bastos)

Cansada de ver na TV notícias sobre terremotos, Tereza ficou revoltada com tantas mortes.

Não aguentaria mais ver pessoas morrendo.Tereza não sabia de seus poderes, mas foi nesse mesmo dia que ela os descobriu.Ela estava em sua casa, jogando DS, quando sua mãe gritou:-Tetê, compra Super-Bonder para mim, querida? -Claro, mãe. - disse Tereza, disfarçando o desapontamento por ter de parar o que fazia

com tanto entusiasmo.Já no caixa do supermercado, escutou no rádio uma notícia sobre outro terremoto.

Ficou tão nervosa e preocupada que sua reação foi estranha, mas espontânea: começou a flutuar. Seus músculos começaram a ficar fortes. Ela e todos ali presentes ficaram impressionados.

Quando começou a tomar posse de seus poderes, pagou o Super-Bonder e foi direto para o Chile, voando.

Sobrevoando as maravilhas do continente, Super-Tremilik avistou um vulcão muito grande.Tetê ativou sua máscara de proteção e chegou bem perto, com cuidado, observou para ver se estava perigoso. Como o vulcão não estava ativo, ela acionou sua roupa protetora e, com a cola, pulou dentro do vulcão Llaima.

Viu as placas tectônicas e foi chegando mais perto, bem perto, passou a cola bem na junção das placas que se chocaram pela última vez, colando-as para sempre.

Quando ela saiu do vulcão, havia um monte de gente de boca aberta, filmando e gritando: Super-Tremilik! Super-Tremilik!.

De repente seu celular tocou:Amor sem beijinho (toque do celular).- Alô, mãe, sabe onde eu estou? Tudo bem com você?- Ai, filha, como você tem a audácia de perguntar se estou bem? Espero que você esteja

no supermercado. Que demora!- Opa, mamili, desculpe! Já estou voltando.Voltou correndo, ou melhor, voando rápido e depois de 15 minutos...Blin Blon (toque da campainha)- Mãe, aqui está! – falou Tereza, dando um grande abraço em sua mãe.- Obrigada, filha! Ah, parabéns! Estou orgulhosa de você!- Vo... vo... você viu?- Sim, passou na Globo, eu já sabia de seus poderes.Sua mãe lhe deu um grande beijo na bochecha e ficaram por ali,

juntinhas até o fim da tarde.

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DESRESPEITO (Vinícius Aranha de Medeiros)

Iraniana é apedrejada por namorar dois homensDois homens ao mesmo tempo;Tantas histórias assim são ouvidasEm tantas fontes diferentesNo Google, no jornalNo noticiário da manhãTantas histórias assim são ouvidas.

Um absurdo, certamente, é fácil de acharMas, você aí, me diga:E as coisas boas? E a alegria que existe?E eu sei que existe;Mesmo sendo difícil de encontrar.

Se nos preocupássemos, apenas uma vez...Se parássemos de olhar só pra nós mesmos...Você veria, ah, você veriaAquilo que tanto sonhou...Um mundo feito de alegriaApenas uma vez, pelo menos, uma vez.

Em nome do mundoEm nome do respeitoEm nome daquela pobre iranianaEm nome de todos nós...Podemos, sim, fazer a alegria:Em nome da paz.

os8 Anos

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NOVA CONCEPÇÃO (Paula Lumi Nicio)

Numa noite, o silêncio era quebrado pela gritaria de Eduardo e sua mãe:- Saia já deste computador e vá fazer algo que preste!- Não vou! Já fiz coisa demais hoje!- Não fez mais que a obrigação. Você tem idade para trabalhar, para se virar! Por isso,

conversei com sua prima e você vai morar com ela!- O quê? Com a Mônica?- Isso mesmo, por esse feriado vai morar lá. São apenas quatro dias, vamos ver se você

toma jeito, garoto!A discussão se prolongou, mas Eduardo teve que concordar com a mãe.No dia seguinte, ele já estava na porta do apartamento da prima, com toda a sua

bagagem.- Que bom que chegou! Acredite, não vai ser fácil, nada de moleza aqui! – disse

Mônica, carregando as malas do primo.- Beleza! Cadê meu quarto?- Quarto? Está nele! Vai dormir no sofá-cama.- Fala sério! - Eduardo disse com a almofada na cara – Tá, tá bom. Vamos comer? Tô

morrendo de fome - completou.- Sua comida tá no micro-ondas, é só esquentar.A moça passou o resto dos dias domando o primo. No penúltimo dia, ela perguntou o

que ele queria ser.- Vou trabalhar na empresa do velho, não preciso nem estudar!- respondeu

tranquilamente.- São crianças como você que não fazem o mundo andar - comentou a garota.Os dois permaneceram em silêncio. Durante o restante do dia, Eduardo ficou

pensando no comentário de sua prima. Por mais que detestasse concordar, era verdade.- Não posso continuar assim, não posso ser mais a criancinha mimada, o filhinho de

papai! Tenho que crescer, e já sei como começar.No dia seguinte, o rapaz começou a pôr seu plano em ação. Depois que a prima foi

trabalhar, ele começou a arrumar e a limpar a casa e ainda arriscou fazer o jantar. Quando Mônica chegou, ficou de boca aberta e antes que pudesse falar algo, ouviu seu primo dizer com um sorriso no rosto:

- Parece que a criança mimada cresceu e resolveu acordar.- Parece que a ficha finalmente caiu! - retrucou ela.Aquela experiência foi o início de uma grande mudança para Eduardo, o

que deixou sua mãe surpresa e também muito orgulhosa.- Sua prima fez um belo trabalho com você, filho.- Ela só me fez enxergar o que no fundo eu já sabia, só eu posso

fazer algo por mim. Hoje tenho uma nova concepção a meu respeito.

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Existia uma montanha,Não muito grande por sinal,Não havia gente nem nada,Apenas um animal

Um pequeno esquilo,Vivia entre a floresta,Todos os dias comendo,Sem nenhuma festa

Seus amigosHaviam se mudado,Graças ao HomemQue havia se “descuidado”

Chamava-se Monte Pam,Nome da área preservada,Pois se não fosse isso,Já não haveria mais nada

Ele não sabia como viver,Não sabia o que fazer,Pois logo naquele lugar,Nada iria mais nascer

Um certo dia,O esquilo olhou uma flor,Bonita e colorida,Que nascia sem dor.

Todo aquele lugar,Não seria nada sem a flor,Que ficou bem,Até vir o trator.

O esquilo a protegeu,Tentando arrancá-laMas, foi em vãoPerdendo a noção.

O ESQUILO QUE CONSEGUIU SER FELIZ... (Leo Dantas Sitibaldi)

O ESQUILO ATÉ ENTÃO TRISTE...

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Uma bela jovem,O salvou daquele desastre,Com a flor na mão,E um aperto no coração.

Depois do ocorrido,O esquilo plantou a flor,Em um lugar bonito e seguro,Para crescer, realmente, sem dor

A PESQUISA (Thaís Costenaro dos Santos)

No meu condomínio, comecei a fazer uma pesquisa. Todos os dias, no mesmo horário, olhava pela janela do meu apartamento e via um rapaz. Parecia preocupado, esperando por algo ou alguém. Então, vi uma moça chegar.

Os dois tinham entre 20 e 30 anos. Ele, moreno com olhos negros. Ela, com cabelos castanhos bem claros e olhos amendoados. Já os tinha visto antes, mas nunca percebi nenhuma ligação. Ele parecia descontraído. Já ela, um quê de misteriosa.

Quando comecei a observar, vi o comportamento do rapaz, quando ela chegava (talvez fosse do trabalho, talvez de alguma faculdade). Com um binóculo, pude ver mais: ele falava com ela, piscava, mandava um beijo, fazia pose, escrevia, jogava charme, ficava perto. Mas ela não percebia, ignorava, esquivava-se, não esboçava qualquer reação.

Continuei observando. Todos os dias era a mesma situação, ele a esperava passar e fazia alguma coisa para que ela o notasse, percebesse sua existência. Fazia de tudo, certamente por estar apaixonado.

Essa minha pesquisa durou alguns dias, quase um mês. De repente, um dia quando olhei, ele estava lá, como sempre esperando por ela. Ele a parou e fez alguma pergunta. A resposta deve tê-lo deixado de coração partido, pois, quando desci para o térreo, pude ver seu completo estado de desolação. Eu lhe perguntei o porquê de tanto sofrimento. Ele me respondeu:

- Ela está noiva. No início, não acreditei, pensei que estivesse mentindo para que eu não a procurasse mais, mas, ela me mostrou o anel e uma foto dos dois juntos. Estavam tão felizes, abraçados, um casal perfeito. Não tenho chance...

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NO METRÔ (Gabriel Kodo)

Certa vez, tive de ficar três dias, no bairro da Barra Funda, na casa da minha tia porque estavam dedetizando minha casa. Como ninguém poderia me levar à escola, resolvi que iria de metrô.

Andei dois quarteirões e cheguei à estação. Entrei na fila para comprar um bilhete e logo me arrependi, havia tantas pessoas que esperei quinze ou vinte minutos para ser atendido.

Pedi uma passagem, entregando R$ 10,00 e a balconista disse:- Estou sem troco. O senhor tem cinquenta centavos?- Não, então pode cobrar duas.A atendente parou para pensar, fez as contas no dedo e me respondeu:- Mesmo assim não dá, mas o senhor pode comprar um bilhete único por 3,20.Tudo bem, eu disse, use o troco para carregá-lo, por favor.- Certo, seu saldo é de R$ 6,80.- Não seria R$ 7,80?- Claro que não...falou como se o que eu dissera fosse impossível - Se dez menos sete dá três, então...- Coloque quanto quiser, já estou sem paciência...Desci pelas escadas rolantes, entrei no primeiro trem que passou e fiquei de pé

(como eu já previa...).Logo que começou a andar, me desequilibrei e caí sobre um homem que estava por

perto, derrubando mais quatro pessoas que estavam atrás. Pedi desculpas para todos e desci na estação Sé para fazer a conexão para a linha azul.

No maior esforço que eu já fizera em minha vida, entrei num vagão e me espremi entre os outros passageiros. O trem mal começou a ganhar velocidade e parou. O condutor anunciou pelo alto falante: “Estamos enfrentando problemas técnicos, agradecemos sua compreensão”.

Era só o que me faltava, protestei, eles devem pensar que ninguém tem nada para fazer. Logo hoje eu tenho duas provas, detesto fazer substitutivas. Nem preciso dizer o meu grau de nervosismo a essa hora...

Passaram-se alguns minutos... e nada, o trem não se movera um centímetro sequer. Àquela altura já havia testas franzindo, ligações de celulares, resmungos, xingamentos, reclamações de todo tipo. Um senhor idoso gritava:

- Nós pagamos uma fortuna em impostos e o que é que aqueles safados nos devolvem? Só esses serviços horríveis! Isso é uma falta de respeito com a população!

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Eu já estava imaginando: “Teria como sair dali? O que eu poderia fazer? Iria a pé? Não, o colégio ficava muito longe. Um táxi? Isso! Espere... Eu gastei todo meu dinheiro... Por que eu tinha que ter comprado aquele bilhete único? Eu só precisava de um único bilhete...

Após algum tempo, finalmente o trem começou a operar normalmente e prosseguimos até a estação Jabaquara.

Resultado da aventura: cheguei atrasado, não pude fazer uma das provas. Assisti às últimas aulas e voltei para casa de ônibus. Não preciso dizer o quanto o trânsito estava lento e eu espremido na condução...

Que dia! Espero que não tenhamos que dedetizar nossa casa tão cedo novamente...

CASOS E ACASOS (Beatrice Constance)

Em uma tarde de outono, estava tomando meu chá, como faço cotidianamente. Senti que algo iria acontecer, algo fora do comum, diferente de todos os dias.

Olhei pela janela do meu apartamento no 5º andar. Foi aí que vi, na calçada, algo de extrema beleza, jamais apreciado antes... Era ELA, sua roupa estava impecável, os cabelos delicadamente penteados, esvoaçantes ao vento, os olhos azuis como a água do oceano e o sorriso angelical que nenhuma pessoa tivera algum dia.

No dia seguinte, resolvi descer para contemplá-la mais de perto e tentar uma aproximação delicada e sutil. Resultado: fracasso total. Ela não estava lá. Minha decepção foi tão grande que fiquei ali, de pé, olhando para o infinito, vendo o tempo passar, com a imagem dela repetindo várias e várias vezes na minha mente.

Mais tarde, 18h30 aproximadamente, tocaram a campainha, poderia ser qualquer um, a pizza que encomendara, a velha rabugenta do 4º andar pedindo para abaixar o som, o zelador que viria arrumar o fogão que estava quebrado há mais de três dias; ou ainda o carteiro. Mas não, era ela, radiante como nunca.

- Queria fazer um bolo, mas não tenho açúcar. – disse ela - Será que você poderia me emprestar um pouco?

Foi isso, o destino batera à minha porta. Na hora não conseguia dizer uma palavra sequer, mas quando abri a boca, a única coisa que consegui articular foi um grunhido. Segundos depois recuperei a fala e disse: “Não tenho, mas não quer entrar e tomar uma xícara de chá?”

Dois anos depois estava olhando pela janela, exatamente do mesmo ângulo da primeira vez, mas, agora, com uma aliança na mão esquerda e o sorriso dela ao meu lado.

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BENDITO SEJA O TANGO (Aryana Cândido)

Ah! o mundo dele desabou. Eu não sabia mais o que dizer. Por que ele escolhera o meu ombro para chorar?

Essas são perguntas que não se consegue responder sem que eu conte o que acontecera.

Em uma noite escura e tenebrosa ele, o indivíduo de quem tanto falo, teve a brilhante ideia de sair para dançar tango. Lá se foi o bailarino confiante.

Entrou no salão de baile com seu chapéu e terno típicos. Levava aquele olhar 43 para todas as mulheres ali presentes, o típico conquistador. Dirigiu-se ao bar e pediu uma dose de uísque.

Um companheiro, apontando para escada, falou:- Olha, que coisa linda: Gisele, a melhor dançarina da história.A moça dançava tango como se flutuasse. Seu rosto, seu corpo expressavam toda a

história contada na música; seus pés pequenos pareciam saber exatamente o caminho a seguir. Estava vestida impecavelmente. Era como uma pintura.

Um momento inesquecíve!Apaixonou-se de imediato. Sem pestanejar, dirigiu-se até a linda dama e a tirou para

dançar.Dançaram a noite inteira. Ela jogando charme, ele cada vez mais empolgado. Ela

parecia corresponder aos seus sentimentos. Ele a elogiava, ela agradecia aceitando, iludindo-o.

No final da noite, quando já pensava em pedir a bela jovem em namoro, acreditando ser correspondido, ela fez a fatídica revelação: era casada.

Triste, desolado, sugeriu que ela deixasse tudo para trás e fugisse com ele.Ela o olhou a princípio incrédula, foi ficando assustada e, finalmente, disse-lhe que

jamais deixaria seu marido, sua profissão, sua vida por um desconhecido. Ele estava maluco em pensar que ela faria aquilo; não seria leviana a esse ponto. Ele insistiu, argumentou, chorou, mas ela nada mais respondeu. Deixou-o sozinho na pista.

Ele saiu do lugar cabisbaixo e foi me procurar, seu melhor amigo, para desabafar seu sofrimento.

Como superaria a perda de seu primeiro amor? Como eu poderia magoá-lo ainda mais fazendo-o enxergar o absurdo daquela situação?

Ele escolhera meu ombro para chorar. Aqui estamos nós. Sabemos que outras situações como essas surgirão.

Para meu amigo conquistador, nada é para sempre.

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AS AMIGAS, A PIPOCA E O MICRO-ONDAS (Camila Perobelli)

Todo mundo tem um melhor amigo. Alguém em quem confiar, para rir junto, chorar, fazer bagunça. Eu tenho uma melhor amiga, a Thamy. Ela mora no 12º andar do meu prédio.

Minha mãe faz faculdade à noite e, por isso, muitas vezes nós duas ficamos sozinhas no meu apartamento usando o computador, como sempre...

Naquele dia não foi diferente. Antes que minha mãe saísse, eu perguntei:- Mãe, podemos fazer pipoca?- Sem bagunça, hein? - ela respondeu, como sempre faz.- Quanto tempo de micro-ondas?- Seis minutos! - gritou ela afobada, olhando no relógio sem parar enquanto pegava a

bolsa, a chave do carro, tudo ao mesmo tempo...Estranhei o tempo excessivo, mas era a primeira vez que me aventurava na cozinha,

então confiei... Vamos lá, pensei...Minha amiga e eu, empolgadas com a aventura, fomos imediatamente testar nossos

dotes culinários...Colocamos a pipoca no micro-ondas pelos tais seis minutos recomendados e

voltamos aos nossos afazeres. A princípio, adoramos quando ouvimos o som da pipoca estourando, mas, de repente, um cheiro de queimado invadiu todo o apartamento.

- Cá, o que é isso? - perguntou a Thamy já com cara de quem vira assombração.- A PIPOCA! - gritei desesperada.Pulamos da cadeira, na frente do computador, corremos tropeçando em tudo que

estava pela frente até chegar à cozinha.- Que fumaceira! - gritou a Thamy.A cozinha, antes toda branquinha, já estava preta de tanta fumaça.- Eu tiro a pipoca e você abre as janelas, tá? - sugeri.- Tá bom! - ela concordouAo abrir o micro-ondas, a fumaça me deixou preta também. A essa altura já ríamos a

todo pulmão.- Que tal jogarmos a pipoca no lixo da escada de incêndio, lavar sua cara e tentar tirar o

cheiro da casa com incenso? - sugeriu minha amiga.- Boa! Incensos! Concordei de imediato.Acendemos, então, os tais incensos e ficamos dançando feito bobas pela casa

sem conseguir parar de rir.Resultado da aventura: uma semana de castigo e, de quebra, alimentos

com gosto de fumaça por um bom tempo.Depois dessa, confesso que vou passar bem longe da cozinha.

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FUTEBOL DE BOTÃO (Victor Lleches Perrone Eleutério)

Tem coisa mais entediante que futebol de botão?São 11 botões e uma bola na qual se fica tentando bater para marcar um gol. Mas

vamos combinar que futebol de botão é coisa do passado.Hoje em dia, com tantas opções como Wii, Playstation II, Playstation III, X-box360,

não é possível que ainda existam aqueles que se atrevem a jogar futebol de botão, pois até bingo é mais animado.

Não podemos nos esquecer do Totó. Também há 11 jogadores e uma bolinha, mas esse tem emoção. Pode-se marcar gol ou mexer todos os jogadores ao mesmo tempo. Bem divertido, sem dúvida.

É, gente, os tempos mudaram, a tecnologia vem ganhando espaços no mundo, jogos sofisticados surgem todos os dias. Vamos nos lembrar,

por exemplo do FIFA 10, dos pes2010, do Winning eleven 20, Bomb Patch9. Zero, FIFA World Cup 2010 e Mario Strike.

O FUTEBOL E SEUS DEFEITOS (Priscila de Andrade)

Dia de jogo, que maravilha!Eu não sei o que os homens veem de interessante em vinte e dois homens correndo

atrás de uma bola e tentar (tentar sim, porque como diz meu avô, se ele chutar no gol, a bola entra) fazer gol.

Sem falar que ninguém sabe jogar limpo: é um empurrando de lá, é outro cotovelando pra cá...

Mas eu tenho que ir com o meu pai porque ele comprou o ingresso sem me avisar e depois falou: "Eu não gastei cinquenta reais para você me falar que não vai". Ainda por cima, nem é o meu time do coração que vai jogar.

Será um jogo entre o Santos e o Corinthians.Decidi: só porque meu pai está torcendo pelo Corinthians eu vou torcer pelo Santos.

Sem falar que no Corinthians só tem homem feio, mas pelo menos, no Santos, Robinho quebra um galho.

E a comida de estádio?! Só coisa que engorda: refrigerante, cachorro quente, chocolate etc. "Você não vai levar uma marmita com salada, né?" Gritou meu pai achando a ideia ridícula, mas eu não fiquei cinco anos fazendo regime para engordar agora.

E o jogo começou!Foi exatamente como eu sabia que iria ser: vários homens correndo e se matando por

uma bola, a não ser pelo fato de que só passara 20 minutos e o Santos já havia marcado três gols. Eu apostei com meu pai que o Santos iria ganhar e ele, o Corinthians.

Final de jogo! Quem ganhou? Santos, de dez a zero.E eu ganhei 20 reais. Até que ir a um jogo de futebol não é tão ruim assim!

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Que maravilha toda essa tecnologia, não?E tem gente que joga futebol de botão com o avô?Posso apostar que até ele iria adorar aprender um jogo emocionante como os

citados. Dedução: enquanto uns procuram a facilidade na tecnologia, outros ainda

continuam na pré- história da diversão. O que fazer?

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE (Vinícius Brito Martins)

Foi nas férias de verão, com um belo pôr-do-sol.Nesse dia aconteceu a mais marcante experiência de minha vida: andei de jet-sky pela

primeira vez, na Pousada do Jurumirim, em Piraju, lugar paradisíaco, perfeito para as emoções que viveria.

Numa prainha onde se praticavam vários esportes náuticos - remo, vela, lancha, corridas de jet-sky - costumávamos estar todas as manhãs para nos divertir: futebol, areia, sol, mas eu não conseguia tirar os olhos daquela moto dentro d'água: que emoção. Uma delas me chamava mais a atenção, um dos competidores que parecia bem experiente, estava lá todos os dias com aquela obra de arte branca com detalhes azuis e um grande motor potente. Deslizava sobre a água de uma maneira espetacular. Eu, de olhos vidrados, ficava fascinado e já me imaginava no lugar do piloto, todo imponente, vento na cara, adrenalina pura.

Uma certa tarde, a mais feliz daquela deliciosa viagem, meu pai, sentindo toda minha vibração e desejo de sentir nem que fosse por alguns minutos aquela sensação de pilotar uma máquina emocionante como aquela, alugou uma delas por uma hora, tempo suficiente para minha felicidade. Era o melhor jet-sky da marina. Não desejei nada mais naquele momento.

Andei uma vez acompanhado pelo meu pai, mas mal ele sabia que eu sonhava mesmo era andar sozinho, essa seria a emoção maior. Para realizar o meu grande sonho, havia a condição de pilotar apenas próximo à margem e bem devagar. Era tudo o que eu queria, eu estaria sozinho e era o que sempre desejara.

Chegou o grande momento, montei na máquina, peguei a chave, liguei o motor e fiquei alguns minutos só sentindo o seu ronco como se fosse minha música predileta, acelerei finalmente. Dei a partida ainda um pouco nervoso e inseguro, mas só bastaram alguns minutos para que eu pegasse o jeito da coisa.

Flutuando naquele espelho d'água, sentia de leve a brisa do vento batendo em meu rosto. Não queria que aquele momento terminasse nunca.

Foi inesquecível...

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PRÍNCIPE (Lara Provase de Menezes)

Quem nunca ouviu falar no amor?Bom... Se você nunca ouviu, sorte sua. Ou azar.Não entendo por que as pessoas têm que se apaixonar pela pessoa errada, e ir

tentando até chegar a certa. Nós, mulheres, devíamos ter um sensor, que identifica se o homem sortudo, que foi presenteado pelos deuses com o nosso amor, presta ou não. Na maioria das vezes, não presta.

É isso; acho que o amor cega mesmo as pessoas. Até a mais perfeita das criaturas quando está sob o efeito dessa, digamos, utopia, o amor, é capaz de cometer loucuras. Quando estamos apaixonados, não ligamos se o amado é um menino meigo, doce, fofo, delicado, que nos faz sentir como uma princesa, ou se é o maior "garanhão" da escola.

Para ser sincera, o príncipe encantado, que vem nos salvar da terrível realidade em cima de um cavalo branco, dizendo coisas bonitas e deslizando a mão pelos fios soltos e bem penteados do cabelo, jogando-os para trás...não existe.

Por muito tempo eu brigava, esperneava, chorava feito uma louca quando ouvia coisas assim, dizendo que o príncipe dos meus sonhos não chegaria, pois eu acreditava nisso, mas não. Não chega. Nunca chega. O máximo que podemos ter é um sapinho, fofo até, mas não chega nem aos pés do príncipe... e mesmo que o beije, ele não se transforma. Acredite.

Com certeza, o homem perfeito não existe, mas existe o perfeito para cada pessoa. Eu já me apaixonei um dia, me apaixonei de verdade, a tal ponto de não imaginar minha vida sem ele. Estou falando de amor mesmo, paixão, daquelas em que as pernas ficam tremendo e o coração acelerado, só de pensar nele, por um instante que seja. Eu nunca falei com ele. Nunca soube se daria certo, talvez por medo ou insegurança. Minha cabeça era cheia de "se": se eu tivesse falado, se ele tivesse me procurado, se eu não tivesse me apaixonado! Um dia acho que terei coragem e vou falar para ele o quanto eu sou incondicional e perdidamente apaixonada. Se eu conseguir.

Portanto, cuidado quando for se apaixonar, pois pode acabar perdendo preciosos anos de sua vida pensando em algo que nunca será, ou pode ser um dia. Talvez.

A propósito, homens deveriam ser como produtos programáveis, expostos em vitrines, para que pudéssemos olhar, ver se o preço a pagar não é muito alto, e

pronto! Compraríamos e programaríamos a nosso modo.Não seria ótimo?

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CENA INESQUECÍVEL (Giovanna Pires)

Ia caminhando e quase me aproximando de um ponto de ônibus. Vi uma mulher que segurava, com toda força possível, o braço de um menino magro e pequeno, de aproximadamente sete anos, que se contorcia na tentativa de libertar seu antebraço esquerdo das mãos daquela mulher. Ambos estavam sentados no murinho de um canteiro de flores.

Com a voz muito cansada e rouca ele gritava:- Me solta, me solta...Ela, por sua vez, parecia engessada no rosto e no movimento que prendia o menino,

expressava muita raiva.Os presentes ficaram olhando para eles, espantados. Foi quando, num gesto súbito,

ela, com a mão direita, que segurava o menino, deu um tranco no garoto. Com a mão esquerda, torceu toda sua pele num enorme beliscão. O garotinho, neste momento, perdeu até a respiração. Por um minuto, paralisou-se de dor. Ao voltar a si, com o bracinho direito que se mantinha livre empurrou a mulher para trás, soltando um URRO a todo pulmão, voltando a empurrá-la.

Foi aí que uma senhora que passava pediu para ela não fazer aquilo, que conversasse com o filho, pois daquela forma só piorava as coisas. Ela friamente respondeu:

- Isso não é nada, ele vai se ver comigo em casa!!Ao ouvir aquilo, as pessoas que estavam todo tempo só olhando a cena, aproximaram-

se e começaram a tomar partido, ora da mãe, ora da criança – algumas dizendo para o menino obedecer, que criança tem que se comportar, outras que era para o bem dele, outras ainda aconselhavam a mãe a se acalmar e conversar com a criança.

O garoto chorava sem olhar para aquelas pessoas, com uma vermelhidão esverdeada no rosto molhado de lágrimas, sentindo toda a dor já anestesiada da sua musculatura retorcida do braço e antebraço, mais preso do que nunca por aquela mulher. De repente, o ônibus deles chegou. Ela deu sinal e foram embora.

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A MINHA MAIOR DECLARAÇÃO (Lívia Branco Campos)

Não há nada que posso fazer, te amar já é parte de quem eu sou, já me mudou totalmente. Mesmo que ninguém consiga notar,eu não sou mais a mesma pessoa que era antes de te conhecer; estou mudado, me tornei extremamente tímido, minha voz já não sai e nem respirar eu consigo, meus olhos só te veem e quando me olha, esperando que eu diga algo, quase morro, mas como dizer algo quando nem respirar eu posso?

Vou para casa decepcionado por não ter me declarado, mas o que posso fazer se minha voz não colabora, simplesmente não sai? Eu sei que só posso sonhar com você, sonhar em falar, em me declarar, em amar e ser amado, correspondido.

É manhã e estou decidido a te dizer o que sinto. Vou te ligar, mas será que minha voz vai sair? Será que vou conseguir? Bom, só vou saber se tentar.

Peguei o telefone e liguei, alguns minutos depois da ligação nem acreditei que íamos sair, tudo bem que seria para me declarar, mas já era um bom começo.Agora eu tenho que me arrumar, não posso ir de qualquer jeito, afinal esperei muito por isso.

Estou na porta do cinema e você está atrasada. Será que não vem? Ai, meu Deus, não pode ser, não pode acontecer Comecei a entrar em pânico, até que te vi chegando. Sem pensar, corri até você e disse tudo, e para a minha surpresa, consegui falar. Eu superei a timidez e ganhei você!

os9 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O AMOR NÃO FALA NEM AVISA (Nicolas Cabral de Andrade)

Rafael, como de costume, ia para escola de manhã. Entretanto aquela manhã serena não denunciava o que ia acontecer com ele, nem como aconteceria.

Ao chegar à escola, Rafael cumprimentou seus amigos. Considerou o aperto de mãos em Richard, seu melhor amigo, um pouco estranho. Logo tocou o sinal e eles foram para a sala de aula. Quando todos se sentaram, a professora anunciou a presença de uma nova aluna, Daniele. Rafael ficou muito admirado com a beleza da garota. Ela era simplesmente inacreditável.

Assim que a aula terminou, Rafael foi dar as boas-vindas e se apresentar para Daniele. Ele perguntou onde ela morava. Depois da resposta, ficou feliz por ser na mesma rua em que ele morava. Decidiram ir juntos para casa. No caminho, conversaram e riram bastante das histórias que contavam. Ao chegar em frente à casa de Daniele, Rafael deu-lhe um beijo no rosto e ela ficou corada e sem palavras. Retribuiu o gesto com um sorriso tímido.

Nesse dia, Rafael não pensou em outra coisa, somente Daniele ocupava suas ideias.Na manhã seguinte, durante uma pesquisa na biblioteca da escola, Rafael e Daniele se

esbarraram. Os livros da garota caíram no chão. Num ato de gentileza, Rafael pegou os livros e os entregou à Daniele, que novamente sorriu e ficou vermelha. Rafael, tomado pelo sentimento beijou-lhe os lábios.

Depois desse dia, os dois se reencontraram no portão da casa de Daniele. Assim começou um namorinho de portão.

OPERÁRIO, NÃO: MÁQUINA! (Roberto Massaru Matsubara Filho)

Um operário saiu de sua casa às 6 horas rumo ao trabalho, cansado de tanta exploração. Ao chegar à fábrica onde trabalha, ele olhou para as máquinas e viu sua imagem refletida, mas não se assustou e voltou ao trabalho. Ele já podia se aposentar, mas não desejava deixar o emprego.

O chefe se aproximou e fez uma pergunta:- Você sabe que já pode ir embora. Por que, então, continua sem mesmo ter um

momento de descanso?- Pois tenho por destino ser a máquina que move a máquina. - respondeu o

operário.- Não quero ser injusto, mas seu tempo de trabalho aqui, já terminou. -

afirmou o chefe.- Entendo. Não sou mais útil. Tudo bem... só me deixe levar meu último

salário. - pediu, constrangido, o operário.Aquele último salário pago era como se fosse seu derradeiro

combustível. Era como se ele fosse trocado por algo melhor, mais novo - que nada mais seria do que uma nova máquina que moveria a máquina.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O TRABALHO E A GLOBALIZAÇÃO - Relato de um trabalhador (Filipe P. Prado Garcia)

Já estou cansado. Não consigo viver mais a minha vida sempre monótona, enjoativa. Saio, todos os dias, às 5h30; tomo ônibus ou metrô sempre lotados. Naquela multidão, sou apenas um qualquer. Tudo isso piora quando é inverno. Chego à fábrica e trabalho, trabalho e trabalho. O horário do almoço voa e imagino que minha vida poderia ter sido diferente.

Hoje, vejo que não tenho muitos amigos. O mundo se globaliza e as pessoas se individualizam, cada um por si. Não se importam se o próximo está bem ou não. Meu patrão não é um homem com bom nível cultural. Deve ter se garantido na vida porque estava no lugar certo, na hora certa. Percebo o quanto esta vida é injusta: milhares de pessoas que trabalham muito para enriquecer os exploradores: os que nada fazem, apenas olham.

Sei que o mundo gira na base do capital, e que quem não tem a vida financeira estabilizada é excluído indiscriminadamente da sociedade. Apesar de possuir algumas economias, ainda vou à luta. Brigo pelos meus poucos direitos, os quais alguns não respeitam.

Não existem só os pobres de dinheiro. Há aqueles que são pobres de coração. Sei que ninguém é perfeito. Todos têm boas e más qualidades. Entretanto, alguns se julgam melhores ou superiores do que outros por terem concretizado seus objetivos profissionais, com atitudes sempre vinculadas à ambição.

Infelizmente, quem tentar conquistar algo a partir de uma atitude de amor, não conseguirá nos dias globalizados de hoje.

INÍCIO DE UMA ROTINA ( Juliana Cecília Saiki Dutra)

Acordo muito cedo: este será o primeiro dia em meu primeiro emprego. Vagarosamente abro os olhos e olho no relógio. São 6h30 da manhã. Sento-me na beira da cama e penso “Hoje será o primeiro de muitos outros dias”.

Quando decido me vestir, fico confusa. Assim perco tempo. Apresso-me e me visto sem muita segurança. São quase 7 horas. Pego minha bolsa e saio apressada.

Lá vou eu atrás do desconhecido. Ando pela rua. Um passo de cada vez. Chego ao ponto do ônibus, há barulho, muita gente e faces entediadas. Quando o ônibus chega, vejo

que os bancos estão todos ocupados - ficarei em pé. Insegura, repito o nome do ponto em que devo descer.

Chegou a hora. Prédios, muitos deles. Qual é o número? 341. Finalmente encontro o edifício e me identifico na portaria. No elevador, ansiosa, penso no que me espera depois que a porta se abrir.

Uma moça alta e elegante me recepciona e mostra onde será minha mesa. Passa-me as instruções do trabalho. Os outros colegas ficam a me

olhar. Estou com medo de errar. Termina o meu horário de expediente. Pego minha bolsa e vou para a minha casa. No caminho penso: “é tão

difícil como eu imaginava”.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O CONHECIMENTO FAZ O FUTURO (Tais Novaki Ribeiro)

A nova geração pode ser considerada a privilegiada. Aliás, é ela que vem experimentando as novidades do mundo globalizado, o qual possui como característica o grande fluxo de informação. E é essa informação que pode ser captada apenas com o click do mouse ou com o botão do controle remoto. Mesmo com essa facilidade, estudos revelam que o adolescente não aproveita o que está ao seu dispor para ter mais conhecimento e, assim, construir um mundo melhor. O que acontece com os responsáveis pelo futuro do nosso planeta? Como podemos reverter essa situação?

Sim, os jovens têm tudo para se tornar adultos responsáveis. Mas o que eles não possuem, é a consciência de que vão precisar desse conhecimento para o futuro. Adolescentes podem até ouvir falar, no jornal, que assaltante comete crime de roubo seguido de morte, porém, não acreditam que aquela situação possa acontecer com eles próprios. Se o jovem não tiver conhecimento do que é certo ou errado, pode cometer atos que não julgam ser errados.

É necessário mostrar aos adolescentes que eles são o futuro, e não apenas o presente. É preciso que eles sejam conscientizados de que um dia irão precisar do conhecimento para decidir o rumo de suas vidas.

SEGUIR OS SEUS PRINCÍPIOS, NÃO OS ALHEIOS (Leticya Hellen Andrade Felix)

Lembro-me de quando eu era mais novo. O mundo era tão diferente...Meus netos estão começando a ficar com as garotas. Eu, com meus 70 anos, não

entendo o que essa palavra significa no contexto deles. Mil vezes repito na minha mente: ficar, ficar, ficar e ficar. Encontro, assim, algumas possibilidades de resposta. Os jovens têm medo de amar, medo de se dedicar a uma pessoa e passar o resto da vida com ela. É tão difícil entender, criar hipóteses para descobrir o que se passa na cabeça dos jovens do século XXI.

Nada acontece por acaso. Tenho plena certeza que isso tudo vai se transformar. O jovem ainda vai poder descobrir o tempo perdido em brincar com os sentimentos de outras pessoas.

Conversando com um de meus netos – espero que ele tenha aprendido – ele me perguntou:

- Vovô, o senhor ficava com as meninas na sua época de juventude?- Não, meu neto. Eu namorava, entregava-me totalmente ao amor. Coisa que

não é comum hoje em dia.- Ah, vovô. Não se faz mais isso mesmo, porque a moda é ficar!Fiquei irritado com o comentário dele e logo retruquei:- A que ponto chegamos? À era da futilidade? Eu me entreguei à

minha esposa e sou muito feliz. Estamos juntos há 50 anos. Não me deixei influenciar pela moda!

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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UM DIA NA FÁBRICA (Gabriel Nascimento Delicato)

Às 5h30, os rádio-relógios despertaram os operários. Às 6 hora todos já estavam na fila para tomar o ônibus que os levaria à fábrica. De sua janela, no escritório, o patrão observava a chegada de seus operários. Fumava um charuto e exibia no rosto um sorriso de satisfação:

- Realmente, a vida é bela – disse ele virando-se para a pessoa que estava sentada num sofá. Um velho colega de faculdade.

- Você diz isso por que não opera as máquinas. - respondeu o outro. — Para mim, parecem um monte de zumbis. Como consegue conviver com eles?

- Não consigo. Por isso me isolo aqui.A conversa se prolongou até o fim do expediente. Às 17h30 ouviam-se os passos

cadenciados dos funcionários, o barulho do ponto eletrônico e o murmúrio de alguns funcionários. Logo depois, foram embora.

O patrão e o colega assistiram à partida dos funcionários.- Finalmente estão indo. - disse o colega.- Amanhã, o ciclo recomeça, meu caro. O ciclo nunca para.Arrumaram suas pastas e decidiram também ir para as suas casas. No caminho até o

portão da fábrica, o patrão interrompeu seu passo e disse:- Ouça. É o canto de um sabiá!- Espanta-me que você ainda saiba distinguir o som desse pássaro, depois de tanto

tempo ouvindo o barulho da fábrica. - comentou o colega.- Será que o ciclo vai mesmo recomeçar? - espantou-se o patrão.O colega foi embora sem ao menos responder à pergunta.

IMPRUDÊNCIA (Gabriel Ieker Guerzoni)

Atualmente, o jovem tem acesso à informação muito facilmente e, por passar muito tempo ao computador, é exposto a ela diariamente. Mas isso nem sempre é positivo, tanto coisas boas quanto ruins estão em sites, blogs e redes sociais, e, na maioria das vezes, o que é realmente importante é ignorado.

O combate às drogas é constantemente demonstrado na televisão e no rádio. Isso também acontece com a proteção na relação sexual e dirigir embriagado, mas o

jovem, sem pensar nas consequências do que está fazendo, o faz por prazer imediato e, ao constatar os danos, já é tarde demais.

A solução é, além de continuar informando o jovem, mostrar a ele a dor de quem sofre pela própria imprudência ou pela imprudência dos outros.

Uma mãe chorando a perda do filho, uma garota presa em casa com o filho que não queria ter; e o suicídio de quem acabou com a vida com o uso de

drogas. Quanto mais terror e sofrimento o jovem ver, maiores serão as chances de ele, na hora do ato, lembrar-se de tudo e dizer "não".

os1 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

51

PESSOAS SEM NOÇÃO (Carolina Mayumi Sato)

- Alô?- Oi, é de onde? Quem fala?- O senhor ligou e não sabe para onde?Silêncio.- É da loja de artigos para aquários, o que o senhor deseja?- Eu queria comprar uma vassoura... Escuta, é “vassoura” ou “bassoura”?- Ah, depende, o senhor quer “barrer” ou “varrer”?- Puxa vida, eu sempre tive dúvidas quanto a isso e... - Olha, o senhor ligou para “A loja que vende artigos para aquários” para tirar dúvidas

de Português ou para saber mais sobre aquários?- Quem está falando?- O Bob Esponja, quem está falando aí?- Sério? Ah, é o Patrick...- Senhor, caso não saiba, ligou para uma loja que vende artigos para aquários. Se o

senhor não quiser comprar nada e só vai ficar tirando uma da minha cara, sugiro que desligue o telefone e me deixe em paz, porque...

Tu tu tu tu tu...

CONVERSA MAIS QUE LOUCA (Luiza Gonçalves Lazzaro)

- Oi, cara de boi!- Oi, tudo bem?- Não, bati a cara no chão.- O que você comeu?- Comi pudim, mas estava ruim.- Sua pancada no chão deve ter sido forte.- Que nada, foi uma marmelada.- Mas como você bateu?- Eu estava cansado, e achei que bater a cara iria me deixar aliviado.- Você precisa de um psicólogo!- Psicólogo? Eu preciso de um podólogo. Minha unha está ferrada, me deram

uma machadada.- Quem deu?- Meu irmão, ele achou no chão.- Que família louca!- E a sua que parece uma cacatua?- Você está me deixando louco!- Vou embora, está na hora. Assim não fico nervoso, seu

asqueroso!

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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QUANDO AMANHECER E EU ACORDAR (Fernanda Jafet Khouri)

“Matrix”: pílula azul ou vermelha? Essa é uma decisão meio difícil, apesar de todos quererem sua liberdade, mesmo não sabendo o que realmente é ser livre. Tomando a pílula azul, eu viveria como se vive hoje. Vivemos num mundo em que o significado de liberdade é desconhecido. Estamos sempre submetidos a regras, leis e normas até dentro de nossa própria casa.

Entretanto, sem elas o mundo seria uma desordem, mas não é só o que está escrito na Constituição que temos que obedecer, é tudo que o Estado e a mídia nos impõem, como nos vestir, o modo de comer, tudo como se fôssemos controlados. E se não obedecermos, seremos discriminados.

David Aames (Tom Cruise), personagem do filme “Vanilla Sky”, encontra sua liberdade no mundo dos sonhos, onde tudo é programado; tudo o que ele

queria que acontecesse, acontecia, mas como em um sonho comum, pode virar um pesadelo, e foi o que aconteceu. Ele e também o Neo, personagem de “Matrix”, optaram por escolher o mundo real. Neo, como poucos, seria o escolhido. O mundo só não era real como Morpheus disse, porque não são

todos que são capazes de entender. No mito da caverna, o homem descobre sua liberdade, mas quando conta aos outros o que é a realidade

no exterior da caverna, é, pelos companheiros, assassinado e essa é a semelhança entre “Matrix” e o mito, o que só alguns são capazes de

entender.

MUDANDO DE VIDA (Vinícius Shido Nagata)

O sol nasce e eu volto para a minha vida repetitiva, pareço um robô que faz sempre as mesmas coisas: acordar cedo, estudar, voltar para casa, almoçar, estudar mais um pouco e depois dormir. Mas eu sinto que quero mudar minha rotina, fazer algo diferente do que já faço.

Tento de todas as formas mudar de vida. Então descubro o esporte. A partir dessa atividade, minha relação com meus amigos começa a mudar. Agora tenho mais atenção e disposição para fazer outras coisas, como sair com meus amigos, o que eu não costumava fazer devido à minha rotina.

Meu primeiro interesse pelo esporte aconteceu com o judô, depois troquei pela natação. Entretanto, eu sabia que ainda não tinha encontrado a minha verdadeira paixão, até que, em 2002, assisti à minha primeira Copa do Mundo. Foi uma paixão irreversível. Comecei a jogar futebol.

Quando fiz meu primeiro gol, senti que naquele momento eu era mais feliz. Minha vida não era mais monótona.

Quando não jogo, é como se faltasse um pedaço de mim. Isso logo passa, pois rapidamente vem uma próxima partida.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Em “Matrix”, em “Vanilla Sky” e no Mito da Caverna, as personagens optam por serem livres, pois todas eram submetidas às regras; todas têm uma escolha a fazer. E fazem a escolha correta.

Eu escolheria a pílula vermelha, visto que quero saber o que realmente é o mundo. Ainda que não saiba o que é a liberdade, faria a minha própria. Mesmo submetida às regras e sabendo que não existem pílulas; e ainda acreditando que vivo num sonho, eu sigo minha vida, porque, mesmo livre, existem regras.

TELEFONE (Lays Soares Rodrigues)

Uma mulher chorava desesperadamente aos pés de um orelhão, puxava seus cabelos e parecia sofrer muito. De repente tocou o telefone do orelhão e isso a fez ficar muito irritada. Então chorou mais um pouco, até que o telefone parou de tocar. Alguns minutos depois, o telefone toca novamente e ela resolve atender:

- Quem é que está falando aí? - ela indaga aos berros.- Aqui, eu não sei, e aí, quem fala? -pergunta o homem do outro lado da linha.- Como assim, não sabe? É você que está ligando!- A senhora precisa desabafar? Precisa me contar algo?- E eu lá te conheço para falar da minha vida? Vê se não enche! - e desliga o telefone de

forma violenta.Um bêbado aparece, ajoelha perto de uma moça e diz:- Olá, senhorita bonita, presentinho para você! - Vira-se e vai em direção a outra

sarjeta.Deixa então uma pequena caixa vermelha em formato de coração. Ao abri-la, a moça

depara-se com bombons. Ela dá um enorme sorriso, olha para os lados e come um rapidamente. Ao levantar-se toca o orelhão, mais calma atende e diz:

- Alô?- Sei que meu gesto não resolveu seu problema, mas sei que naquele momento pus

um sorriso no seu rosto que me valeu o dia! – Ele desliga o telefone.Ela sorri. Toma um ônibus e vai para sua casa tranquilamente e mais feliz.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O PERDÃO (Marina Lípere Rodrigues)

Noite silenciosa. As criaturas me encontram em meio ao nada, vestida de pensamentos, sentimentos e desejos incessantes. Não encontro a paz em momento algum, mas isso não me preocupa. Tenho consciência de que amar é sofrer dores e perdas.

Sozinha, olhando o mar calmo da noite, sinto pontadas de felicidade, uma estranha felicidade sem precedentes. Depois penso que isso representa o perdão.

Olho para trás e tenho uma nova perspectiva sobre as lembranças. Não me parecem mais tão assustadoras e melancólicas como antes. Afinal, foram elas que me fizeram perceber que você não é o culpado, e sim o coração.

Dentro de mim, sinto os resquícios do amor tornarem-se grandes montanhas, quando discretamente o observo.

Seu olhar expressa a clemência. Seus traços são de perfeição celestial e, por fim, seus lábios envolventes têm os beijos mais doces.

Tenho certeza de que a saudade de você se perpetuará. Ora será a minha chaga, ora meu bálsamo.

No fim, nada restará desta pobre amante, a não ser o amor contido em meu coração. As mágoas e as más recordações desaparecerão, eu sei.

UMA INFORMAÇÃO (Giovanna Viana Fontenelle de Araújo)

- Olá, senhor. Como vai? Por acaso poderia me dar uma informação?- Uma informação? Mas, como?- Eu gostaria de saber onde fica a Rua Acalifas.- Mas, não dá para “dar” uma informação. Não é um objeto!- Sim, mas o senhor sabe onde fica essa rua?- Sim.- E, então?- Ah, fica ao lado do supermercado.- Qual supermercado? Aquele ali atrás?- Não, atrás de mim, não. Na minha frente.- Ah, meu Deus! Senhor, eu não tenho o dia inteiro! Estou cansado, andei muito. Quer

saber? Eu vou embora. Adeus.- Não! Espere! Eu o levo até lá!- Eu, hein!- Que gente mais sem paciência. Ainda, me chamam de louco. Eu que estava indo,

justamente, para o mesmo lugar.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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CASO PERDIDO (Beatriz Moura da Matta)

Recuperações: seis ou sete, no mínimo. Advertências, suspensões e derivados: incontáveis vezes (dentre os mais estranhos e perversos motivos). Era de praxe que, pelo menos duas ou três vezes por semana, aparecesse a diretora em minha classe. “Que figura asquerosa”. (Pelo menos era o que eu pensava na época). Logo em seguida surgiam os cochichos e risadinhas: “Xii... O que será que ele aprontou dessa vez?”

Eu exibia um grande sorriso e deslizava feito um modelo na passarela, um perfeito cara-de-pau. Creio que ninguém nunca se dirigiu tantas vezes à diretoria quanto eu. Já era considerado um caso perdido, sem jeito mesmo. E assim fui levando. Empurrando daqui e dali. Até que, por um milagre, ou sei lá o que, as coisas começaram a mudar. Minha cabecinha engenhosa e de criatividade obscura tornou-se fonte de inspiração e ferramenta de trabalho.

Virei escritor. Taxado como lunático por alguns, tido como gênio por outros. E agora, perguntam: “O que você pensa sobre si?”. E eu, com a mesma cara-de-pau de dez anos atrás, respondo:

“Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser alguém. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

MAL ENTENDIDO (Lucas Eduardo Meneguetti)

- Alô, aqui é da imobiliária do bairro. Eu gostaria de falar com o responsável da casa.- Então você tá querendo dizer que eu sou irresponsável?- Claro que não, senhor! Quero falar com o dono da casa, entende?- E agora você tá dizendo que a casa não é minha! Quer dizer que você acha que eu

roubei a casa?- Absolutamente não, senhor! Só queria falar com a pessoa que tem a documentação

da casa. A casa está no seu nome?- Como é que pode ter uma casa no meu nome? Meu nome é João Alfredo Oliveira,

não tem nenhuma casa no meu nome, tem?- Me desculpe, senhor. Eu poderia falar com outra pessoa?- E ainda me chama de má companhia? Você é muito mal educada, moça!- Eu só queria resolver o problema do IPTU da sua casa, mas já que não quer, o senhor

vai perder a residência em um mês!- Vai roubar minha casa, é isso?- Desculpa, senhor! Tchau!

Saiu o Semeador a semear

Semeou o dia todo

e a noite o apanhou ainda

com as mãos cheias de sementes.

Ele semeava tranqüilo

sem pensar na colheita

porque muito tinha colhido

do que outros semearam.

Jovem, seja você esse semeador

Semeia com otimismo

Semeia com idealismo

as sementes vivas

da Paz e da Justiça.CORA CORALINA

MascaradosMascarados

os2 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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TERRA DE CEGO (Elon Caropreso Herrera)

Suspeitava-se de Bok, o pobre garoto surdo por ter roubado as orelhas de Billy, que era mudo e irmão de Selene, que não tinha um dos braços. A história não acaba por aí. Era fato, não era mais presunção: Bok não só roubou as orelhas de Billy bem como agrediu a carente e indefesa Selene que, inevitavelmente, não podia proteger-se do ataque.

Billy, ao saber da agressão cometida por Bok, tenta matá-lo. Por sorte, não consegue devido à capacidade de Bok escutar tudo com as orelhas roubadas de Billy, que agora além de mudo é surdo. Billy então toma emprestada a perna de Selene para concretizar, de outra forma, seu plano. Ela o questiona, por meio de gestos, diversas vezes – Para quê? Por quê? – entretanto ele sequer lhe dá atenção diante da sede de vingança que toma seu coração.

Chegando frente a frente com Bok, Billy sente melancolia e decide não matá-lo, com a perna de Selene como arma. Ambos percebem, portanto, o quão são parecidos. Todos têm alguns defeitos. Por que tantas brigas? Por que tirar o pouco que os outros precisam? Em razão do individualismo? Será que em terra de cego, quem tem um olho é rei? Se isso for verdade, imagine só quem tem os dois.

UM SONHO ALCANÇÁVEL (Paula da Matta Vívolo)

A liberdade é um conceito tão óbvio para os indivíduos, que é impossível explicar seu significado. Este vem carregado na alma de cada pessoa, o que o torna real e exemplifica situações verossímeis.

Há fatores primordiais para fazer de uma pessoa um ser livre: a liberdade econômica, de idade e espiritual. O primeiro é necessário para a sobrevivência e o segundo indica a idade mínina que um jovem precisa ter para ser considerado emancipado de seus responsáveis. O terceiro, o mais difícil de ser alcançado, depende da fé e dos ideais de cada um para existir. O sonho de ser livre, portanto, necessita dos três fatores trabalhando concomitantemente, visto que não há liberdade verdadeira sem uma renda razoável, maioridade e mente aberta.

O filme “O Filho da Noiva”, de Juan José Campanella, mostra como esse conceito tão desejado pode ser limitado por doenças, que tornam os pacientes mais dependentes e algumas vezes interferem no discernimento, enquanto em “Um Beijo Roubado”, de Wong Kar Wai, o fator evidenciado é o espiritual, que passa a existir depois de uma grande desilusão amorosa.

Não há pessoa que não entenda; não há ninguém que ensine.É assim que a liberdade deve ser definida e permanecer, pois enquanto

for tão complexa e tão simples, continuará viva.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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SEJAM BEM-VINDOS, CALOUROS! ( Júlia Teresa Santos)

A animação de um estudante por ter sido aprovado em um processo seletivo de uma universidade, por exemplo, é muito grande. Essa alegria decorre da satisfação por ele ter conseguido algo que almejava, depois de tanto esforço. Quando esse adolescente vai realizar a matrícula, ele já sabe o que o aguarda: muita tinta e a obrigação de ter seu cabelo raspado. Na Universidade de Campinas (UNICAMP), por exemplo, alguns “bichos” têm de fazer trabalho social em hospitais e creches. Porém, nem sempre é esse o comportamento recebido dos veteranos em outras faculdades.

A mídia veicula todos os anos notícias sobre as barbaridades cometidas pelos veteranos, os quais justificam que estavam apenas “brincando”. Um caso de trote violento ocorreu quando uma jovem jogou ácido nos calouros, provocando queimaduras em suas peles, nos locais em que a substância caiu. Segundo a garota que cometeu o ato violento, ela só queria se divertir e, depois das terríveis consequências, estava muito arrependida. Qual o “custo” de diversões como essa? Outro caso recente foi o da jovem Geisy Arruda, hostilizada pelos colegas de universidade pelo tipo de roupa que trajava. Entretanto, a repercussão do caso se tornou muito grande e evidenciou o fato de que muitos alunos de instituições privadas se julgam no direito de fazer qualquer coisa por pagarem o curso.

Quando essas atitudes violentas vão terminar? Muitos jovens já morreram por culpa dessas atitudes, e ainda assim, o trote violento não é reprimido. Essa violência pode estar relacionada à natureza do homem, que deseja sentir-se superior. Se depender desse sentimento, os calouros não terão um final feliz.

BANHEIRO BIODEGRADÁVEL, UMA SOLUÇÃO RÁPIDA E PRÁTICA(Luanna Soares Rodrigues)

Nas favelas, um dos principais problemas é a falta de saneamento básico. Muitas pessoas que ali vivem, são contaminadas por doenças presentes nas fezes. Alguns chegam ao óbito. O que essas pessoas que moram nesses lugares vão fazer para resolver o problema? Esperar por outras vítimas?

Foi por isso que Anders Wilhelmson criou a Peepoo, uma solução rápida e muito simples. É uma sacola plástica biodegradável, que servirá como banheiro

descartável. Depois de utilizada, a sacola poderá ser enterrada, e uma camada de cristais de ureia quebrará os dejetos e os transformará em fertilizante, matando os elementos patogênicos.

A Peepoo pode ser utilizada não só para a questão sanitária, mas também para cultivar plantações.

Então, não perca tempo! Se todos começarem a usar essas sacolas, muitas mortes poderão ser evitadas.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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SER MAIS HUMANO (Matheus Brito Martins)

Um jovem dedica-se de corpo e alma aos estudos durante o Ensino Médio; arruma dois empregos de meio-período para bancar o cursinho preparatório e, finalmente, presta o vestibular. Consegue ser aprovado para uma vaga no curso de Medicina. No primeiro dia de aula, é recebido pelos alunos mais velhos com agressões; tem o corpo pintado, as roupas rasgadas, obrigam-no a pedir esmolas em faróis e ainda passa o resto do dia com as marcas e a sujeira recebidas no trote. No metrô, voltando para casa, encontra um amigo que fora convocado pelo exército, o qual havia passado por uma recepção semelhante. Em suas casas, deitados quase dormindo, lembram-se das dores e humilhações que sentiram nesse dia, mas adormecem. Afinal, ano que vem, eles terão sua vingança, realizando o mesmo trote nos próximos calouros.

O trote aplicado em universidades é um tipo de violência gerada por um ciclo vicioso, vingativo e egoísta. Frequentemente, a mídia publica notícias de atos violentos praticados durante os trotes. Alguns alunos até são internados em hospitais em estado grave. Alguns alunos desistem da faculdade, mesmo depois da dedicação para aprovação no vestibular. Isso também ocorre com aqueles que são convocados para as Forças Armadas. Torna-se uma sentença de privação de liberdade, a certeza do sofrimento.

Os seres humanos se diferenciam dos outros animais devido à razão, à capacidade de discernir o certo do errado. Razão e humildade são necessárias.

Os indivíduos precisam ser, por fim, mais humanos.

ONDE ESTÁ A CORDIALIDADE? (Graziele Karina dos Santos Carrasco)

Atualmente, a sociedade vem se comportando de maneira pouco generosa, pouco cordial. Quais serão os motivos desse comportamento ríspido? A resposta para essa pergunta está na relação entre desrespeito e falta de compaixão pelo próximo, ou mesmo a desatenção.

Quantas vezes, em transportes públicos, não se presenciam pessoas que não cedem lugares a idosos ou portadores de necessidades especiais? Os que cedem são taxados de tolos.

A falta de cordialidade também se relaciona à má educação nos lares. A desatenção também pode ser motivo para a falta de cordialidade. O cotidiano estressante dos indivíduos afeta a sua percepção.

Como ser cordial?Esse comportamento deve ser manifestado nos pequenos e grandes

atos; ser disseminado para a sociedade, por meio de campanhas educativas que valorizem a gentileza como virtude e não como ato feito por tolos.

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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INOVAÇÃO SANITÁRIA (Lara Oliveira dos Santos)

A cada ano, aproximadamente 1,5 milhão de crianças morrem em todo mundo devido aos problemas de saneamento básico. Ajude a acabar com esse problema adquirindo a inovadora sacola Peepoo.

Peepoo é um banheiro descartável. Ela é uma simples sacola plástica biodegradável, que, após usada, pode ser amarrada e enterrada.

A sacola contém uma camada de cristais de ureia, que quebra os dejetos, transformando-os em fertilizante, podendo ser utilizada em cultivos, como afirma o seu brilhante inventor, Anders Wilhelmson, arquiteto e professor em Estocolmo.

Peepoo custa o mesmo que uma sacola comum e é uma alternativa correta ambientalmente.

Vamos ajudar a diminuir os problemas causados pela falta de saneamento, investindo em soluções inteligentes e de baixo custo, como a fantástica sacola Peepoo.

A FALTA DE CORDIALIDADE SE EXPRESSA POR MEIO DA IGNORÂNCIA(Norton Dal Bon Nicoletti)

O mundo está cada vez mais violento em decorrência da falta de comunicação entre as pessoas e também pelo crescimento e desenvolvimento da tecnologia. Esta, que deveria aproximar as pessoas, as separam, dividindo-as em classes sociais, sobressaindo-se aqueles que possuem tecnologia mais avançada e melhor renda.

Programas de televisão, sites de internet e jogos influenciam no aumento da violência. Por meio da simulação virtual, interferem na realidade. Um exemplo disso são os famosos jogos da série Grand Theft Auto, em que o jogador simula ser um criminoso. Não há limites para crime neste jogo e a impunidade mostrada nele não é superficial. Esse comportamento pode ser transposto para o mundo real, acarretando mais violência.

O estresse causado pelo trabalho e problemas de ordem pessoal influenciam também no agravamento deste conflito.

A ocorrência de atitudes pouco cordiais deve-se, também, ao desejo por diversão a todo custo por parte dos jovens. Muitos acreditam que maltratar o próximo pode trazer uma boa imagem para o agressor.

A ausência de compaixão só pode ser superada com o fim da ignorância.

os3 Anos

V PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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DINHEIRO NÃO É SINÔNIMO DE FELICIDADE (Bruno Generoso Siciliano)

O século XXI é aquele que desenvolve novas tecnologias e as torna mais acessíveis aos consumidores. O poder aquisitivo dos indivíduos, no Brasil, por exemplo, vem aumentado e linhas de crédito facilitam a aquisição de produtos antes impossíveis de serem consumidos pelas classes economicamente mais baixas. Apesar desse quadro favorável, não se observa uma sociedade mais satisfeita ou feliz.

Os indivíduos, na maioria das vezes, relacionam felicidade ao sucesso financeiro. Ficam felizes quando têm aumento de salário e os negócios seguem com êxito. Entretanto, esse sentimento é temporário, e pode ser mais adequadamente chamado de alegria. Após algum tempo do sucesso financeiro, as pessoas tornam-se insatisfeitas e querem ganhar sempre mais.

Nas grandes cidades, a população que dispõe de maior poder aquisitivo consome mais recursos tecnológicos dos que os habitantes da zona rural. Contudo, aquela sofre com estresse provocado pelo trânsito e pelo caos urbano, demonstrando, por consequência, ser mais infeliz.

A insatisfação é uma característica do ser humano. Ela pode ser minimizada com o esporte, recreações e lazer, visto que são atividades que amenizam a tensão do dia a dia e permitem a socialização entre os indivíduos.

CONTOS DE FADA DA REALIDADE ( Jhenifer Marjorie Franck Pedroza)

O termo felicidade tem significado amplo, vai além do senso comum. Seu conceito pode tanto relacionar-se com a satisfação pessoal, gozar de boa saúde, bem como com a conquista da independência financeira. Felicidade não pode ser confundida com alegria, visto que essa tem definição mais simples e sua duração é mais fugaz e mais sutil do que a daquela. Há certas contradições quando se trata de felicidade. Quando um indivíduo é promovido no emprego, ele se considera, naquele momento, feliz. Se perder o emprego ou é rebaixado de função, a felicidade que ele julgava ter desaparece como se jamais tivesse surgido. Há um prazo para felicidade. Ela não é duradoura.

Existe o dito popular de que dinheiro não compra felicidade. Essa crença talvez tenha surgido, visto que muitas pessoas de alta renda se consideram infelizes. Pessoas menos afortunadas costumam curiosamente se considerar felizes. Então o que é certo? Dinheiro traz ou não a felicidade? A economia do país e o PIB per capita influenciam no índice de felicidade?

Uma pessoa não consegue, em meio a problemas domésticos ou profissionais, manter-se feliz. Talvez porque a felicidade seja algo abstrato, subjetivo demasiadamente. Sua duração só seria possível em contos de fadas em que no final os protagonistas seguem “felizes para sempre”. Entretanto, para muitos, a realidade é mais forte do que os sonhos.

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UMA RELAÇÃO NÃO MUITO CLARA (Luis Francisco Prado Pinheiro Ferreira Salles)

A constituição dos Estados Unidos da América, de 1776, declarava que era direito de qualquer cidadão não se submeter à tirania de nenhum governante. Naquela época, período em que o Iluminismo se desenvolvia, a sociedade passou a entender que se não estivesse satisfeita com seu governo, podia destituí-lo do poder. Dois séculos depois, com estudos sociológicos, nota-se que o bem-estar social decorre das políticas públicas de um determinado governo. Contudo, essas não implicam, necessariamente, a felicidade de um povo.

A consolidação de ideais democráticos - ocorrida a partir da proclamação, pela ONU, da Carta de Direitos Humanos – levou a sociedade a acreditar que a felicidade é proporcional à qualidade de vida que o governo promove aos cidadãos. Prova disso está na crença de muitos brasileiros, que afirmam que os europeus não são mais felizes do que aqueles.

Nem sempre as políticas públicas visam ao bem-estar da população. Mesmo em países de governos democráticos é comum os interesses particulares dos representantes políticos se sobreporem aos de seus representados.

Não se pode vulgarizar o sentido de felicidade, pois ela é um sentimento extremamente subjetivo. Assim, um governo que agrada certos indivíduos pode não agradar outros. Os governantes devem almejar o bem-estar social, entretanto o povo não pode depender deles para ser feliz.

VONTADE (Erica Saito Neves)

De acordo com o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, todo corpo no universo tem vontade de existir: a vontade é a raiz metafísica do mundo e da conduta humana; ao mesmo tempo, a fonte de todos os sofrimentos. No capitalismo, a vontade acarreta a competição, pois a maioria não abandona seus desejos em favor do outro.

Quanto mais se trabalha, estuda e quanto maior a influência do indivíduo, mais se ganha dinheiro, tão necessário para a sobrevivência de um ser humano, visto que há gastos com transporte, alimentação, saúde e habitação. Cultura e diversão também têm sua

importância, entretanto, as pessoas não têm muito tempo para usufruí-las.Se o homem possui a vontade e a necessidade de sobrevivência, ele

necessita de dinheiro e também de lazer.Por isso, é necessário que os governantes lutem contra seu próprio

instinto individualista e promovam políticas públicas de inclusão social.

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BUSCA POR POSSES COMO MEDIDA DE FELICIDADE (Victor Afonso Padula Alves)

Alegria, bem-estar, tranquilidade e felicidade não estão necessariamente vinculados a posses e dinheiro. Pesquisas mostram que em alguns países onde o PIB per capita é baixo, um expressivo número de pessoas se consideram felizes, enquanto em nações onde o PIB é elevado, o número de indivíduos que se consideram felizes é menor. A felicidade está relacionada mais ao modo de vida de uma pessoa do que ao dinheiro.

A sociedade capitalista faz seus indivíduos desejarem o sucesso financeiro. Por isso, eles trabalham muitas horas por dia. Porém, o estresse resultante e a rotina cansativa não permitem que as pessoas aproveitem todos os frutos de seu trabalho. O modo de vida desses indivíduos não traz satisfação e bem-estar e, por isso, muitos se consideram infelizes.

O crescimento econômico pode aumentar as posses e as finanças de um país, mas não a qualidade de vida das pessoas. Em países desenvolvidos, onde a maioria da população tem mais emprego, bens e infraestrutura muitos se consideram insatisfeitos. As posses e o dinheiro nem sempre trazem a felicidade aos indivíduos.

O mundo capitalista difunde a crença de que consumo e felicidade estão vinculados. Entretanto, o consumo é um ciclo constante e, por isso, os indivíduos nunca estarão satisfeitos.

CONCEITO DE FELICIDADE (Carolina Coa Gomes)

A definição de felicidade nem sempre é exata. Existe aquela satisfação momentânea, passageira e a felicidade plena. Por isso, seu conceito não pode ser traduzido de forma definitiva.

A economia de determinados países não influencia necessariamente, no bem-estar da população. Muitos dizem que dinheiro traz felicidade, porém, pesquisas realizadas apontam que em relação ao PIB em alguns paises, por exemplo, esse índice pode ser desigual. A população de países com economias mais precárias pode se considerar mais feliz.

Isso comprova que a aquisição de bens materiais também não interfere no nível de felicidade. Esse sentimento vai além disso, além das riquezas, e está relacionado à essência das pessoas.

A visão da maioria é de que quanto mais rica é a pessoa, maior é a felicidade, mas isso não é verdade.

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QUERER DEMAIS (Camila Gutierrez Rivera)

Em todo lugar que visitamos, para tudo que olhamos, percebemos que há o conceito formado de que dinheiro traz felicidade. Tudo aquilo que está além do alcance, devido às restrições financeiras de determinado indivíduo, torna-se objeto de desejo, cria-se uma imagem de que é melhor, mais bonito. Por isso, as pessoas querem sempre ultrapassar suas metas e conseguir aquilo que desejam. Entretanto, esse objeto nem sempre é necessário.

Na prática, pessoas com alto poder aquisitivo consideram-se mais infelizes do que as de baixa renda, aquelas que têm somente o necessário para sobreviver.

Viver sem dinheiro não significa, obrigatoriamente, ser infeliz. A qualidade de vida pode até interferir no índice de satisfação do indivíduo.

Querer é uma característica humana, mas os limites são imprescindíveis para controlar os desejos por bens desnecessários.

COMPRANDO A FELICIDADE (Caio Alves Fernandes)

A necessidade de possuir bens materiais sempre foi uma manifestação dos humanos. Uma frase frequentemente dita é: “pobre, mas feliz”. Essas palavras são representativas para comprovar que a felicidade independe da condição financeira de um indivíduo. Até que ponto, felicidade pode estar relacionada ao dinheiro?

Países desenvolvidos, como o Japão e alguns da União Europeia, lideram o índice mundial de suicídios. Enquanto países mais pobres, como os latino-americanos ou os africanos, são conhecidos por serem mais felizes. Entretanto, em todos os países a felicidade continua sendo procurada.

A busca pela felicidade é que dá sentido à vida, mesmo que esse sentimento seja mesmo idealizado em todo o mundo.

Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniGerente Administrativa - Maria IoccaCoordenadora Geral - Vera Aurora A. KmiliauskisOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Branca Denigres FaustoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Coordenadora de Área - Professora Silvana E. O. da Matta VívoloProfessora Edna Barbosa do PradoProfessora Heloisa Maria PisattiProfessor Júlio Cezar F. SantosProfessora Mailu AlcántaraProfessora Maria Inez Ferreira de Jesus

DESIGNER GRÁFICO - Silvio de Oliveira da Matta

COLÉGIO MONTESSORI SANTA TEREZINHA

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