V.1 n.1 Dor Cirurgica Fisiopatologia I

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    EducaoMdicaContinuada

    doColgioBrasileirode

    . .

    rur lo s

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    I

    DorCirrgica

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    sem O

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    Programa de

    Educao Mdica

    ontinu d

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    FISIOP TOLOGI D DOR

    PS OPER TRI

    Jos Leonardo Machado Vaz

    Titular Emrito do Colgio rasileiro de Cirurgies

    Professor Emrito da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Professor Titular de nestesiologia da Universidade Severino Sombra

    Mrcia Charneca Vaz

    TC C

    Diretora e Professora djunta da Escola de Medicina e Cirurgia - UNI RIO - Disciplina de nestesiologia

    Alguns fatores contriburam para a

    evoluo no controle da dor. O fator mais

    importante , talvez, a revoluo da atitude das

    pessoasque nodesejammaissofreremsilncio.

    Para compreenso da dor, foram

    descobertas algumas molculas transdutoras

    capazesde converteros sinaisqumicosda leso

    tecidual em mensagens eletroqumicascodificadas nas clulas nervosas centrais e

    perifricas que conferem a sensibilidade

    dolorosa.

    O pblico, em geral, j entende que

    substncias opiides endgenas endorfinas

    conseguem promover bem-estar e analgesia.

    A dor deve ser aceita como um sinal de

    doena, como febre ou sangramento.O sinal de

    doenadevesermotivodeinvestigaodomdico.

    Talvez, o espao entre a experimentao

    neurobiolgica e a prtica clnica est ainda

    sendo ampliado com modelos experimentais,

    tcnicas e experimentao de drogas melhores

    inexoravelmente, enquanto o avano na prtica

    clnica caminha de maneira gradual l .

    Descriesdos resultadosdo tratamentoda

    dor ps-operatria continuam ainda indicando

    quemuitospacientes ainda experimentamnveis

    inaceitveis de dor 2,3 .

    Recentes publicaes tm indicado

    claramente que um nmero substancial de

    pacientes apresenta dor crnica aps cirurgia 4 .

    Este problema pode ser resolvido com um

    melhor entendimento da fisiopatologia da dor

    e, tambm, dando-se ateno, urgentemente, a

    outras pesquisas.

    A dor ps-operatria envia o aviso da ne-

    cessidade da reparao de ferida e da conva-

    lescncia.

    esperadae previsvel a dor aguda, e esta

    deve ser tratada de maneira consistente no

    perodo aps a cirurgia.

    Contudo, a dor ps-operatria ocorre em

    um contexto biopsicossocial, com composies

    diferentes para cada paciente 5,6 .

    Sua intensidade, durao e seqelas po-

    dem desviar de uma maneira previsvel em de-

    corrncia das diferenas na composio indivi-

    dual, e a mesma cirurgia nunca pode produzir

    exatamente os mesmos resultados em um grupo

    de pacientes.

    Embora o alvio do sofrimento seja

    considerado um objetivo importante pelos

    mdicos, muitos deles ainda pressupem o

    tratamento da dor como uma tarefa simples que

    no exige treinamento especial.

    -

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    NEUROBIOLOGI N

    NOCICEPO E VI S D DOR

    o ato cirrgico determina leso tecidual

    com liberao de histamina e de mediadores

    inflamatrios, tais como: peptdeos bradi-

    cinina , lipdeos prostaglandinas , neurotrans-

    missores serotonina e neurotrofinas fator de

    crescimento do nervo 7 .

    A liberao de mediadores inflamatrios

    ativos, os nocirreceptores, inicia a transduo e

    transmisso da informao nociceptiva ao

    SistemaNervoso Central SNC e o processo de

    inflamao neurognica, com liberao de

    neurotransmissores isto , substncia P e

    peptdeo geneticamente ligado ca1citonina ,

    determinandovasodilataes e extravasamentos

    de plasma na periferia 7 .Os estmulos nocivos

    so transmitidos pelas fibras A delta e C ao

    corno dorsal da medula, onde existe integrao

    da via nociceptiva perifrica e o sistema

    descendente contra a dor, liberando serotonina,

    noradrenalina e encefalina.

    Do cornoposterior, os estmuloscruzamao

    lado oposto por meio do feixe neo-

    espinotalmico, e paleorretculo talmico, pro-

    duzindo respostas supra-segmentares com per-

    cepo da dor. A liberao contnua de media-

    dores inflamatriosdetermina sensibilizaodos

    nocirreceptores perifricos e ativa os receptores

    adormecidos S .O aporte de estmulos nocivos

    de periferia pode resultar em sensibilizao cen-

    tral, resultando em hipersensibilidade 9 .

    Taisaportesde estmulospodemdeterminar

    alteraes funcionais no corno dorsal da medula

    e outras conseqncias que podero mais tarde

    causar uma dor ps-operatria muito mais

    dolorosa alodnia .

    Os receptores N-metil-D-aspartato

    NMDA podem ser muito importantes no

    desenvolvimentoda dor crnica depois da leso

    aguda IO .

    A substncia

    P

    proteno-cinaseC, tambm

    representaum papel importantena sensibilizao

    da medula espinhal e na dor crnica lO .

    4

    O entendimento da neurobiologia da

    nocicepo importante para apreciar a

    transio da dor aguda para dor crnica.

    A dicotomia tradicional entre a dor aguda

    e a crnica arbitrria, porque os estudos

    clnicos em animais tm demonstrado que a dor

    aguda pode se tornar rapidamente crnica S .

    Estudos experimentais tm demonstrado

    que estmulosnocivospodemproduzirexpresso

    de genes que so base da sensibilizao

    neurona S .Estudos clnicos tambm sugerem

    que a intensidade da dor aguda ps-operatria

    um predictor significante da dor crnica aps

    cirurgias

    11. 12 .

    EFEITOS GUDOS

    A dor ps-operatria mal conduzida pode

    potencializar os efeitos fisiolgicos pr-

    operatrios, aumentando a morbidade e a

    mortalidade ps-operatria dos pacientes.

    Atenuao da dor ps-operatria,

    especialmente com um regime analgsico

    adequado, pode diminuir a morbidade e a

    mortalidade 12 .

    A transmisso do estmulo nociceptivo da

    periferia ao sistema nervoso central resulta na

    combinao de liberao de substncias

    inflamatrias locais isto , citocinas,

    prostaglandinas, leucotrienos e mediadores

    sistmicos, devido resposta neuroendcrina .

    A resposta dominante dor envolve uma

    interaohipotalmica-pituitriaadreno-cortical

    e simptico-adrenal.Umarespostareflexasupra-

    segmentar dor resulta em: um tnus simptico

    aumentado, catecolaminas aumentadas e

    secreode hormniocatablico isto, cortisol,

    hormnio adreno-corticotrfico, hormnio

    antidiurtico, glucagon, aldosterona, renina,

    angiotensina 11e diminuio da secreo de

    hormnios anablicos l3 .

    Os efeitos incluem: reteno de sdio e

    gua, e nveis aumentados de: glicose, cidos

    graxos livres de corpos cetnicos e lactato.

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    Ocorre um estado inflamatrio, catablico, como

    tambm aumento do metabolismo, do consumo

    de oxignio; e os substratos metablicos so

    mobilizados dos depsitos 13).

    A extenso da resposta ao estresse

    influenciada por muitos fatores, como: o tipo de

    anestesia, a intensidade do estmulo cirrgico; e

    a extenso da resposta ao estresse proporcional

    ao trauma cirrgicO

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    EVENTOS N TMI OS

    Nocirreceptores

    Considervel esforo tem sido feito para

    identificarmolculasque so fundamentaispara

    sinalizar a nocicepo e que so seletivamente

    ou preferencialmente expressadaspor neurnios

    sensitivos, que podem ser novos alvos para as

    drogas analgsicas.

    O termo nocirreceptor empregado para

    descrever as terminaes nervosas livres de

    fibras aferentes primrias que respondem a

    estmulos dolorosos, alm de incluir as

    terminaes livres capazes de transduo e de

    transmisso de informaes sobre estmulos

    nOCIVOS.

    As terminaesnervosascontm receptores

    capazes de transduo de sinais qumicos,

    mecnicos e trmicos.

    Foram descobertos, recentemente, os

    receptores vanilides (VR,) e o canal de sdio

    especfico nervo-sensitivo (SNS).

    O receptor VR, tambm conhecido como

    receptor da capsaicina, a molcula responsvel

    pela sensao quente associada ao consumo de

    pimentas vermelhas.

    VR, responde a estmulos noci vos,

    incluindo capsaicina, calor e acidificaO

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    posterior. A musculatura inervada por fibras A

    delta e C, e a dor muscular, em termos de

    carter, inervada a de uma cimbra.

    Durante a cirurgia, o cirurgio cria, no

    tecido local, trauma e destruio durante a

    disseco, extirpao e reconstruo.

    Tal leso tecidual envolve tanto o sistema

    nervoso perifrico quanto o central, tem

    dimenses tanto de tamanho magnitude e de

    grau intensidade e tem implicaes que

    resultam em dor no ps-operatrio.

    Dependendo da operao, a dor ps-

    operatria pode originar-se da superfcie do

    corpo ou de qualquer das estruturas abaixo.

    Na verdade, tem sido tradicional para ci-

    rurgies e anestesistas ordenarem empiricamente

    a durao e a severidade esperadas da dor ps-

    operatria, e, assim, a provvel necessidade de

    drogas anatomicamente, de acordo com o pro-

    cedimento cirrgico 25 .

    Contudo, dano colateral pode ser causado

    por eventos simultneos ou anteriores, tais

    como: trauma ou outra razo para a cirurgia,

    perda sangnea, hipoxia, etc., que tm

    interao bioqumica, funcional e dimenses

    fisiolgicas adicionalmente envolvendo tanto

    os sistemas nervosos somticos e quanto os

    autnomos.

    Leso das estruturas neurais e,

    conseqentemente, eventos bioqumicos

    podem sustentar alteraes de longa durao

    que predispem o paciente dor crnica

    depois de uma leso tecidual cicatrizada.

    Outras alteraes fisiopatolgicas

    ocorrem no restabelecimento do crescimento

    aps leso de estruturas perifricas neurais:

    neurites nociceptiva e no-nociceptiva podem

    reconectar e, desse modo, contribuindo com

    impulsos aferentes que podem ser

    interpretados com um aumento da

    sensibilidade dolorosa.

    Aspectos anatmicos assim sustentam

    correlao bioqumica e fisiolgica, e estas se

    tornam os objetivos para as intervenes

    farmacolgicas.

    EVENTOS IOQUMI OS E

    FISIOLGI OS

    Os neurorreceptores aferentes primrios

    penetram na medula espinhal atravs do trato

    de Lissauer trato pstero-Iateral e fazem

    sinapse com o neurnio do corno dorsal.

    O trato de Lissauer um feixe de fibras

    predominantemente aferentes primrias que

    consistem principalmente de fibras A delta eC

    que penetram na medula espinhal a caminho do

    corno dorsal.

    Aps penetrarem na medula espinhal, as

    fibras A delta e C avanam para cima ou para

    baixo por um ou por dois segmentos antes de

    fazerem sinapses com neurnios de segunda

    ordem do corno dorsal.

    A sinapse do corno dorsal um local

    importante para processamento adicional e para

    integrao do aporte de informaes no-

    ciceptivas.

    O corno dorsal o ponto no qual as

    informaes nociceptivas so inibidas por

    sistemas descendentes contra a dor.

    A reatividade dos neurnios do corno dorsal

    pode ser modificada em decorrncia do aporte

    aferente nocivo, sobretudo de impulsos aferentes

    receptivos sensibilizao central .

    Quando um estmulo intenso, como aqueles

    eventos ligados ao trauma cirrgico, resulta na

    produo de fatores de crescimento para

    reparao tecidual, algumas das molculas

    podem impedir a cicatrizao 26 .

    As clulas lesadas liberam enzimas no seu

    interior que, no ambiente extracelular, c1ivam

    cidos gtaxos e agem sobre os cininognios,

    formando as cininas e bradicinina, uma

    substncia algena e vasoativa.

    O cido araquidnico formado pela ao

    da fosfolipase A, pela ao das cic1oxigenases,

    e lipoxigenases, originando, respectivamente,

    prostacic1inas, prostaglandinas, tromboxano,

    leucotrienos e lipoxinas.

    A liberao de prostaglandinas,

    principalmente Pg E2, promove diminuio do

    .

    7

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    limiar de excitabilidade dos receptores, fazendo

    com que os estmulos menos intensos sejam

    capazes de os ativar.

    As citocinas interleucina I, 6 e fator alfa -

    de necrose tumoral) so liberadas pelos

    macrfagos e leuccitos polimorfonucleares que

    liberam os fatores solveis da regulao de fase

    aguda. A migrao dos leuccitos para a rea

    lesada tambm contribui para a resposta

    inflamatria, liberando selectinas, integrinas e

    fatores qumicos cido ntrico).

    Sob condies normais, quaisquer

    estmulos mecnico, trmico ou qumico)

    ativam neuroceptores de alto limiar somato-

    sensorial.

    Estruturas neurais somticas A delta) com

    mielina) e C sem mielina) detectam estmulos

    nocivos e transformam as informaes em

    atividades eltricas e as conduzem ao corno

    posterior da medula espinhal.

    Ento, h processamento sinptico e

    conduo deste estmulo por via ascendente

    medular ao tronco cerebral conectando com

    centros superiores para interpretaO

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    neuropepitdeos, especialmente substncia P e

    CGRP.

    Liberao destes peptdeos resulta

    excitabilidade sensitiva alterada das fibras

    simpticas, vasodilatao extravasamento de

    protenas plasmticas como tambm ao

    inflamatria celular, liberando mediadores

    qumicos excitatrios e determinando

    hiperalgesia secundria via ativao dos

    receptores NMDA e no NMDA.

    Os aminocidos excitatrios glutamato e

    aspartato tm um papel importante na

    transmisso no corno dorsal da medula 28J,

    atuando nos receptores NMDA e no NMDA 28-30 .

    Vrios peptdeos liberados pelos aferentes

    primrios tm um papel importante na

    nocicepo. Estes incluem a substncia P,

    neurocinina A, que atuam nos receptores da

    neurocinina, e o peptdeo geneticamente

    relacionado calcitonina CGRP .

    Existe um nmero de outros receptores que

    so envolvidos na transmisso nociceptiva ou na

    modulao; como os receptores opiides mi,

    kapa delta alfa adrenrgico, cido gama-amino

    butrico GABA , serotonina 5HT e receptores

    de adenosina.

    O controle da dor tem sido focalizado no

    bloqueio do ligante receptor como um meio de

    reduzir o aporte nociceptivo e neuroptico.

    O rpido progresso do nosso entendimento

    dos mecanismos gentico e molecular

    envolvidos na nocicepo fornece um novo e til

    acesso na conduta da dor.

    Usando este caminho, ser possvel

    desenvolver drogas que regulem a expresso

    gentica e seletivamente modifiquem a

    expresso dos receptores especficos que so

    envolvidos na transmisso da mensagem

    nociceptiva e neuroptica 3I .

    Parece que os receptores no NMDA como

    os AMPA podem mediar a resposta no processo

    fisiolgico da informao sensorial, contudo,

    com liberao prolongada de glutamato ou

    ativao dos receptores de neurocinina, ocorre

    um processo secundrio que parece ser crucial

    no desenvolvimento de respostas anormais a

    estmulos sensoriais ulteriores ou maIS

    distantes.

    H evidncia de que os receptores NMDA

    so envolvidos em um nmero de fenmenos que

    podem contribuir para alteraes mdias ou de

    longo prazo observadas nos estados de dor

    crnica. Estes fenmenos incluem o

    desenvolvimento do Wind up, facilitao,

    sensibilizao central, alteraes no campo

    sensitivo perifrico, induo de oncogenes e

    potenciao de longa durad32. 33.34 .

    A capacidade do encfalo em transformar

    experincias transitrias em memria foi

    atribuda modificao na atividade-dependente

    na fora sinptica LTP . Embora o mecanismo

    de induo e de manuteno de LTP possa

    variar entre diferentes tipos de sinapses, ele

    apresenta pontos em comum, na maioria das

    sinapses glutaminrgicas, no sistema nervoso

    central.

    O fenmeno Wind up uma forma de

    plasticidade de curta durao que ocorre no

    corno dorsal da medula espinhal.

    Nessa situao, o potencial de ao de

    alguns neurnios de largo aspecto aumenta

    progressivamente.

    O Wind up no necessrio, nem suficiente

    para induo de sensibilizao central ou

    hiperalgesia, entretanto pode facilitar a induo

    de LTP

    long term potentiation

    em sinapses de

    fibras C, por uma despolarizao ps-sinptica

    progressiva, aumentando o influxo de clcio,

    tanto atravs dos receptores NMDA, como dos

    receptores dos canais de clcid3S .

    Potenciao de longo termo LTP , em

    particular, refere-se s alteraes na eficcia

    sinptica que ocorrem como parte do processo

    de memria e fazem parte no desenvolvimento

    da memria celular para dor ou responsividade

    aumentada aos aportes nocivos.

    Parece que os antagonistas NMDA atenuam

    estas respostas 36 ,indicando um papel para os

    antagonistas NMDA na preveno dos estados

    de dor crnica. Enquanto houver drogas

    acessveis, tais como: cetamina, MK 801, os seus

    efeitos colaterais limitaro um pouco o seu uso.

    .......

    9

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    Ativao dos receptores NMDA parece

    desencadearumacascatade eventos secundrios

    nas clulas ativadas. Esses eventos determinam

    alteraes nas clulas que aumentam a

    responsividade do sistema nociceptivo e so

    responsveis pelos fenmenos descritos 36 .

    O canal do receptor NMDA em estado de

    repouso bloqueado pelo magnsio, glutamato

    e peptdeos atuamnosreceptores de neurocinina

    induzindo a remoo da rolha de magnsio e

    subseqente influxo de clcio, precipitando

    eventos secundrios,como induo oncognica,

    produode xidontricoe ativaoou produo

    de um nmero de segundos mensageiros,

    incluindo fosfolipase ecosanides e Proteno-

    cinase C 28 .

    Esses segundos mensageiros atuam

    diretamente por alterar a excitabilidade das

    clulas ou induzindo a produo de oncogenes,

    que podem resultar em alteraes de longo termo

    na responsividade da clula.

    Estimulao prolongada, atravs de

    liberao de glutamato, pode resultar em morte

    celular.

    A produo de xido ntrico NO est

    relacionada induo e manuteno da dor

    crnica 37 .

    Bloqueio do NO em modelo de dor em

    animal resulta em diminuio no comportamento

    relacionado dor 38,39 .

    EVENTOS FARMACOLGICOS

    Os eventos farmacolgicos so resultantes

    da ao dos frmacos nos seus receptores,

    produzindo aes teraputicas e para efeitos 40,41 .

    No obstante, combatendo as conseqn-

    cias do processo inflamatrio, devido leso de

    tecidos, compreende o esteio da farmacologia,

    prevenindo ou melhorando estes efeitos, locais

    ou sistmicos 42.43 .

    Tal tratamento tem sido indicado para

    alterar, em vrios graus, os componentes das

    respostas metablicas e neuroendocrinas da

    cirurgia 44.45 .

    10

    A dor ps-operatria e sua resposta

    cirurgiano sosinnimas,mas sointimamente

    ligadas. Tanto podem ser modificadas pelo

    bloqueio neural e at removidas por:

    combinaes multimodais de bloqueio neural,

    drogas antiinflamatrias no-esterides, etc..

    Mas,o objetivoreal maisdoque controlar

    a dor ps-operatria, atenuao ou parada do

    catabolismo e promoo da reabilitao do

    paciente.

    Drogasconvencionaisusadasno tratamento

    da dorps-operatriapertencema quatrogrupos,

    cada qual com seus riscos e benefcios:

    a Preveno da sinalizao em que a leso

    tecidual est ocorrendo ou ocorreu por

    deaferentao do local lesado por meio de

    um bloqueio neural com anestsico local:

    pode ser um sucesso no completo alvio da

    dor, obtido com o tratamento. Contudo, as

    drogas usadas como anestsicoslocaispodem

    ser txicas para o corao e para o crebro, e,

    em particular, dependem tambm da habili-

    dade do anestesista para aplic-Ias.

    b Preveno da sensibilizao neural

    determinada pela resposta inflamatria

    local por meio dos inibidores das

    cicloxigenases usando os antiinflamatrios

    no-esterides: pode ser til na preveno e

    no tratamento da dor de mdia moderada e

    reservando outros meios para tratar a dor

    severa. Contudo, as drogas podem causar

    srios efeitos colaterais, como alteraes na

    coagulao hemorragias , nos rins e,

    cronicamente, no sistema gastrintestinal.

    c Modulao da percepo da dor no sistema

    nervoso central e neurnios perifricos

    pelos opiides analgsicos: por viasistmica,

    constitui a primeira linhade tratamentodador

    severa.

    Tendo mltiplas aes que so benficas no

    perodo ps-operatrio, contudo os opiides

    podem determinar uma variedade de efeitos

    colaterais, ou seja, podem causar depresso

    ventilatria, que um efeito colateral muito

    temido, principalmente quando usados m

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    doses inadequadas. Podem tambm causar

    vmitos, sonolncias, pruridos, etc..

    d Tratamento preventivo ou paliativo com

    uma coleo de drogas que no esto em

    grupos precedentes, mas so mantidas em

    pesquisas no laboratrio e clnica: estas in-

    cluem corticides, agonistas alfa 2

    adrenrgico, antagonistas NMDA,

    anticonvulsivantes agonistas GABA,

    benzodiazepnicos, neurolpticos,

    canabinides, etc..

    Recentemente, a relao entre os receptores

    NMDA e a percepo da dor tem sido discutida

    por causa do mecanismo de facilitao e

    nocicepo na medula espinhal e no crebro,

    incluindo a sensibilizao central

    in up

    e

    Potenciao de Longo Termo LTP , que tm sido

    relacionadas com a ativao do receptor NMDA.

    Assim, o bloqueio de NMDA considerado

    como um efeito que alivia a dor por supresso

    do mecanismo de facilitao e de nocicepo.

    Baseado neste conceito, o tratamento da dor

    com antagonistas NMDA, tais como: cetamina,

    ifenprodil, MK 801, dextrometorfan e magnsio,

    tem sido defendido.

    Os efeitos da cetamina no so somente

    como um antagonista de NMDA, mas tambm

    como um antagonista da acetilcolina. Alm de

    atuar como um agonista opiide, contudo, a

    cetamina inibe os receptores das monoaminas,

    incluindo a noradrenalina, dopamina e 5HT, por

    meio da inibio do transporte nestes receptores.

    Em concluso, na medula espinhal, os

    antagonistas NMDA no agem como analgsico,

    mas sim como inibi dores do mecanismo de

    facilitao.

    Assim, o alvio da dor pelos antagonistas

    NMDA insuficiente. Contudo, os antagonistas

    de NMDA parecem bloquear com pouca

    intensidade a nocicepo aferente primria, mas

    reduz a dor de origem supra-espinhal, tal como:

    a dor central e dor talmica.

    A combinao de antagonista NMDA e

    opiide determina uma melhor analgesia.

    Entre os antagonistas de NMDA, a

    cetamina o melhor, sugerindo uma combinao

    de aes causada pela interao com outros

    receptores de acetilcolina, de opiide e de

    monoammas.

    EVENTOS PSICOLGICOS

    Muitas anormalidades bioqumicas podem

    causar condies psiquitricas ou esto

    associadas a elas. Muitas vezes, difcil

    determinar se a dor causou a alterao

    psiquitrica, se a condio psiquitrica causou

    a dor, ou se ocorrem de forma simultnea.

    A percepo da dor pode ser realada pela

    depresso e pela ansiedade e pode ser um

    componente predominante em algumas

    sndromes lgicas.

    Anormalidades bioqumicas podem causar

    alteraes psiquitricas ou estar associadas a

    elas. Estas anormalidades bioqumicas podem

    afetar as medicaes contra a dor, assim, a

    serotonina consideradaumfator importante na

    fisiopatologiada dor, bem como em transtornos

    do humor.

    Devido possibilidade de superposio de

    drogas usadas no tratamento psiquitrico e da

    dor, sugerimosquemecanismoscomunspossam

    atuar nas mesmas condies.

    Por isso, o tratamento da dor exige um

    conhecimento dos princpios dos diagnsticos

    psiquitricose como eles podemafetarou serem

    afetados pela dor.

    importante assinalar o melhor

    conhecimento da farmacocintica e da

    farmacodinmica das drogas usadas na dor e na

    condio psiquitrica bem como as interaes

    medicamentos as; como, por exemplo, os

    estabilizadoresde membrana so prescritospara

    a dor neuroptica, e, tambm, so muitas vezes

    estabilizadores do humor.

    Assim, pacientes com transtorno bipolar

    associado com dor crnica necessitam de um

    tratamento adequado no transtorno bipolar e na

    dor crnica.

    A interpretao do significado, o valor, e o

    resultado consciente e inconsciente da cirurgia,

    L

  • 7/25/2019 V.1 n.1 Dor Cirurgica Fisiopatologia I

    12/16

    as atitudes do mdico influenciam na confiana

    do paciente 46e 47 .

    Nas ltimas quatro dcadas, tem dado-se

    nfase ao aspecto mental da dor, a reao da

    situao como um todo mais do que a mera

    anatomia e fisiologia da percepd48 . Diferenas

    individuais da dor so certas 4950 .

    Experimentaes recentes indicam um

    forte papel da gentica nestas diferenas,

    mantidas atravs de evento fisiolgico e

    bioqumico, no somente a filosofia do paciente

    apresenta uma varivel, mas tambm a filosofia

    do mdico pode se constituir uma varivel tanto

    no tratamento farmacolgico como no no-

    farmacolgico.

    A hipnose pode contribuir para o tratamento

    da dor.

    Quando falamos farmacologia, a admi-

    nistrao dos opiides pela analgesia controlada

    pelo paciente usualmente preferida pelos

    pacientes pelo conhecimento que apresentam

    sobre sua dose 47 .

    A dor ps-operatria gerada, na maioria

    das vezes, no perodo pr-operatrio, aparece no

    ps-operatrio e persiste, diminuindo durante a

    convalescncia, enquanto a cicatrizao se

    realiza.

    A fisiopatologia um vasto tpico com

    muitos aspectos e implicaes em diferentes

    grupos de pacientes.

    Vrios modelos em animais de laboratrio

    e em voluntrios humanos tm sido explorados

    12

    para investigar os resultados de anatomia,

    fisiologia, bioqumica, etc., e os graus de

    traduo nos pacientes idosos, peditricos,

    pacientes de cirurgia ambulatorial, pacientes

    oncolgicos, tolerantes a opiides, etc..

    Alm das razes humanitrias, h

    excelentes razes para que a dor ps-operatria

    deva ser tratada.

    Como j foi dito, h um quarto de sculo, o

    tratamento reduz significativamente a

    mobilidade e mortalidade ps-operatria.

    No mnimo, devemos acentuar que uma dor

    aguda no tratada pode se tornar uma dor

    crnica, com um custo adicional econmico

    pessoal 51, 52 .

    A fisiopatologia associada com a

    nocicepo tem sido estudada em vrios modelos

    experimentais, como em: clulas, animais e

    humanos, e sendo explicada em termos

    neurobiolgicos, no entanto est claro que a

    gneses e manuteno da dor ps-operatria

    envolve mais do que nocicepo. Isso no quer

    dizer que tais modelos no so importantes na

    gerao de princpios e hipteses.

    Quando o tratamento de dor aplicado

    individualmente ao paciente, a variedade de

    eventos anatmicos, fisiolgicos, bioqumicos,

    farmacolgicos e psicolgicos influenciam a

    fisiopatologia da dor ps-operatria e a resposta

    integral no resultado final.

    Em concluso: o que interessa ao paciente

    o resultado final.

  • 7/25/2019 V.1 n.1 Dor Cirurgica Fisiopatologia I

    13/16

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    -

  • 7/25/2019 V.1 n.1 Dor Cirurgica Fisiopatologia I

    15/16

    ub in

    cIoridrato de nalbufina

    INDICAES: Nubain@ indicado no alvio de dores desde as moderadas atas severas. Pode tambm ser utilizado

    como complemento da anestesia cirrgica na analgesia pr

    S

    ps-operatria na analgesia obsttrica e para alvio dador aps infarto agudo domiocrdio.CONTRA-INDICAOES: hipersensibilidade ao cIoridratode nalbufinaou aos

    excipientes; abdmen agudo: a nalbufina pode modificar os sintomas. Tratamento com IMAO. CUIDADOS E AD-

    VERTNCIAS: deve ser usado apenas por profissionais experientes com o seu manuseio. Nos locais de utilizao

    deve estar disponvel equipamento completo para ressuscitao. Este medicamento pode causar dependncia fsica e

    seu usoem indivduos instveisemocionalmente pode favorecera dependncia.A despeitodisso o potencial de abuso

    baixo em relao s drogas que no so agonistas-antagonistas. Aps uso prolongado a interrupo abrupta do

    medicamento pode determinar sintomas de abstinncia de opiides. O uso ambulatorial diminui a ateno e habilidade

    s para dirigir veculos ou operar mquinas. Em situaes com aumento da presso intracraniana o uso de nalbufina

    pode piorar o quadro alm de poder mascarar os sintomas do quadro de base. A capacidade de Nubain@de causar

    depresso respiratria menor do que os agonistas puros. A depresso respiratria pode ser revertida com naloxona.

    A metabolizao heptica deNubain@exige cautela na sua administrao a pacientes com insuficincia renal ou hep-

    tica. ravidez no h relatos de teratogenicidade mas no existem trabalhos adequados mostrando a segurana da

    droga quedeve ser administrada levando-se em considerao a relao custo-benefcio. Trabalhode parto h passa-

    gem rpida parao feto podendo-se observar no feto bradicardia fetal depresso respiratria ao nascimento apnia

    cianosee hipotonia.Deve-seter cautela naadministraode [email protected] foiestabelecida

    a segurana de Nubain@ em menores de 18 anos. REAES ADVERSAS: a reao adversa mais freqente

    sedao. Sistema nervoso central: nervosismo depresso agitao euforia instabilidade emocional hostilidade so-

    nhosno-habituais confuso alucinao disforia sensaode peso dormncia.Cardiovascular:hipertenso hipotenso

    bradicardia taquicardia.Gastrintestinal:clicas dispepsia gostoamargo.Respiratrio:depressorespiratria dispnia

    asma. Dermatolgico: prurido queimao urticria. Reaes alrgicas: foram relatadas reaes de hipersensibilidade

    com o uso de nalbufina podendo ser necessrio suporte mdico imediato. Alteraes de exames laboratoriais: pode

    interferir commtodos enzimticos na especificidade/sensibilidade do teste de deteco de dependncia de opiides.

    INTERAES MEDICAMENTOSAS: analgsicos narcticos e outros depressores do SNC administrados

    concomitantemente com Nubain@ podem ter seus efeitos depressores acentuados. POSOLOGIA: adultos: a dose

    recomendada para um adulto de 70 kg de 10mg por via subcutnea intramuscular ou intravenosa. Se necessrio

    repetir a cada 3 a 6 horas. Em pacientes no tolerantes a dose nica mxima de 20 mg com uma dose total diria

    mxima de 160mg.Comocomplemento de anestesia: a dose de induo deve ser de 0 3 mglkg a 3 0 mglkg adminis-

    trada por via intravenosa durante 10a 15minutos comdose de manutenode 0 25 a 0 50 mglkg em administraes

    intravenosasnicas. CRIST LIA - Produtos Qumicos Farmacuticos Ltda - Farm. Resp.: Dr. JoaquimA. dos Reis -

    CRF-SP n5061- Rod. Itapira-Lindia km 14- Itapira-SP - CNPJ N44.734.671/0001-51 - SAC 0800-7011918 - N

    do Lote Data de Fabricao e Prazo de Validade:VideRtulo e Caixa. Classificao: Venda sob Prescrio Mdica

    - Venda sob reteno de receita A

    - Reg. MS n 1.0298.0284 - A PERSISTIREM OS SINTOMAS O MDICO

    DEVER SER CONSULTADO.

    -

    ProduzidoorPlanMarktdaAv. Afonso Mariano Fagundes 1.328 - Cj. 3 - Planalto Paulista - So Paulo - CEP: 04054-001

    PABX: I I 5587 3363 - E-mail: [email protected]

    As opinies aqui expressas refletem o ponto do vista dos autores e no so de responsabilidade da PlanMark ou dos laboratrios Cristlia.

  • 7/25/2019 V.1 n.1 Dor Cirurgica Fisiopatologia I

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    Injetvel:

    10 mg/ml

    W caixas contendo 10 ampolas com 1 ml

    Analgesia adequada da

    dor no ps-operatrio.(6)

    ubain

    cloridr to

    n l ufin

    J

    Rpido incio de ao

    e versatilidade de

    administrao(5):

    , \ - r .

    ~

    r. 1(1 I. .~,s

    Efeito prolongado(5):

    3 a 6 horas

    Menor risco de depresso

    respiratria e cardiovascular(1,2,3,4)

    I

    I

    J

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