Vai uma pata aí?! - MDB 8ª edição

1www.RevistaMundodosBichos.com.br

Ano II - nº 8 set/out 2014 www.revistamundodosbichos.com.br

R$ 5,00

vai uma pata aÍMEIO AMBIENTE

O impacto do homem está mudando o clima e as paisagens do planeta

GENÉTICAPróteses em animais, tecnologia em

benefício do seu pet

FELINOSFelinos acima do peso:

problema cada vez mais comum

Convívio com animais melhora a qualidade de vida. Conheça os benefícios físicos e

psicológicos proporcionados por essa relação

2 www.RevistaMundodosBichos.com.brUNIDADE I: Rua Itália, 2017 I Centro I Araraquara - SP (16) 3397 0377

Rua Maestro Carlos Nardelli, 385 I Alto da Boa Vista I Ribeirão Preto- SP

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CHEGAMOS PARA TE RECEBER COM TODO CARINHO

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anuincio 1PAG_FINAL.pdf 1 18/08/2014 21:59:47


ArtigoEDITORIAL

Mergulhando e navegando

no novo mundo

A8ª edição da MDB está em suas mãos. Se você é apaixonado por animais, se preocupa com o meio ambiente e adora design e ilustra-ção, você adquiriu a revista certa. Trabalhamos para agradar todo o tipo de público e atender a grande demanda por conhecimento e informação de qualidade, transmitida de forma clara e inovadora.

Esta edição é importante para toda equipe, mas em especial para mim. Isso porque junto com ela - que vem recheada com matérias interessantes e intrigantes e aquele design gráfico que vocês já conhecem -, está nascen-do nosso site e loja virtual. A MDB está dando um grande passo e mergu-lhando de cabeça no mundo digital.

Para conhecer o site, basta acessar www.revistamundodosbichos.com.br do seu computador, celular ou tablet. Lá você vai encontrar um pouco mais sobre a Mundo dos Bichos, ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo pet e acompanhar as novidades que estão por vir. Além de po-der ler matérias interessantes de edições anteriores, você também pode encontrar e comprar os produtos exclusivos da loja online.

Além das novidades digitais, também estamos lançando um projeto no site de financiamento coletivo www.catarse.me/mundodosbichos. No projeto, contamos um pouco sobre nossos anseios e objetivos de contri-buir com a formação de cidadãos conscientes e instruídos, e pedimos a ajuda de empresas e fãs da MDB para continuarmos produzindo a revista com a qualidade que você merece.

Agora chegou a hora de provar a revista e degustar nosso recheio. Nesta edição você vai entender porque amamos tanto os animais, saber como eles regeneram a natureza apenas com sua presença, entender o que está acontecendo com o clima, conhecer o romantismo dos pássaros e muito mais. Esperamos que encontre nas páginas da MDB nossa dedi-cação e carinho.

Boa leitura e até a próxima. :)

Vitor Haddad do PradoSocial Media

Edição bimestral - aNO ii - Nº 8 set/out 2014 Tiragem: 10 mil exemplares assintura anual: R$ 20,00valor unitário: R$ 5,00

REDAÇÃOEnvie comentários, sugestões,críticas ou [email protected]

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Dila Moreira(16) 98122 5590(16) 98126 [email protected]

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RECHEIO

DIRETOR EXECUTIVO - Marcelo de Almeida "Quén"- [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL - Dila Moreira - [email protected] EDITORA - Jaqueline Ribas JORNALISTA RESPONSÁVEL - Danilo Cesar Paulino MTB - 57.439/SP REPORTAGEM - Pedro Junqueira / Viviani Marques / Sarah Teodoro / Yves Barbério Mariano / Vitor Haddad do Prado / André Guedes da Costa DESIGN EDITORIAL - Marcelo Quén / Mayara Julia Laurindo ILUSTRAÇÃO - Mayara Julia Laurindo DIAGRAMAÇÃO - Mayara Laurindo / Maria Fernanda F. Queiroz ANALISTA DE MARKETING DIGITAL - Vitor Haddad do Prado - [email protected] ARTICULISTAS - Kdu Oliveira / Maurício Fregonesi CONSULTORES - Jaquelini Fiochi - Médica Veterinária / Vagner José Mendonça - Biólogo / Heitor Francischini - Biólogo / Valéria Zukauskas - Bióloga / Marcio Bertoloti - Físico

EXPEDIENTE

6PEIXES

Saiba como dosar e escolher a comida ideal para

o seu peixe

2624INICIATIVASONGs que fazem a diferença na luta pela proteção aos animais

FELINOSSaiba como contribuir com a saúde do seu gato

8BIOTECNOLOGIA

A harmonia entre animais e vegetais

na natureza

28MEIO AMBIENTEComo o clima interfere no ecossistema e como interferimos no clima


/revistamundodosbichos

/mundodosbichos

/revistamundodosbichos

@rmundodosbichos

12SAÚDE

Acupuntura, uma técnica milenar que pode ajudar na

saúde do seu pet

14AVES

Conheça os incríveis rituais de acasalamento

dos pássaros

30CIÊNCIAPrótese estão mudando a vida de alguns animais

TODA EDIÇÃO32 Mundo34 Feira Pet36 Artigo38 Crônica

10EXÓTICOS

Cuidados necessários para cuidar de

tartarugas e jabutis

CAPA18O convívio e a relação com os animais trazem benefícios a nossa saúde


Saúde PEIXES

Aaquariofilia é uma prática milenar e muito popular na maioria dos países asiáticos. No Brasil, a criação de peixes ornamentais tem crescido bastante e apresenta grande poten-cial de desenvolvimento.

Quando pensamos em manutenção de peixes em aquários, a maior preocupação que devemos ter é com a qualidade da água, uma vez que qualquer mudança em seus parâmetros pode resultar em algum problema para o ecossistema. Dentre os principais fatores que podem contribuir com a perda de equilíbrio da água destaca-se a alimentação, desse modo é necessário tomar alguns cuidados.

TextoRudã Fernandes*DesignMayara Laurindo

Na compra da ração, o primeiro critério que deve ser considerado é a quais peixes ela se destina. Assim, é pertinente manter-se informado sobre as espécies que você tem em seu aquário. O segundo, é escolher um produto de qualidade.

Comprar um alimento correto, é uma atividade di-fícil pois, geralmente, não entendemos muito bem so-bre a nutrição dos peixes. A principal dica é observar as embalagens, identificar o que cada ração oferece e encontrar a adequada ao seu peixe. Conversar com outros aquaristas e pedir auxílio aos atendentes das lojas, também são boas saídas.

Hoje já é possível encontrar vários produtos com

Comidas inadequadas ou em excesso podem prejudicar os animais

AlImEnTAÇÃOdOs PEixEs


vários ingredientes e componentes que melhoram a qualidade de vida do seu peixe como prebióticos, probióticos, enzimas digestivas, betaglucanos e afins.

Após a compra da ração, o pri-meiro cuidado que devemos tomar é com a quantidade oferecida aos peixes. Uma alimentação em ex-cesso pode diminuir a assimilação dos nutrientes, além de resultar em sobras que não serão ingeridas pelos animais, podendo provocar o aumento de amônia, matéria or-gânica e diminuição do pH, que a médio prazo provocam problemas na saúde dos peixes. Dessa forma, é recomendado oferecer ração pou-cas vezes ao dia, entre 2 e 4 vezes, e sempre em pequenas quantidades.

Hoje já existem alguns produtos que podem ser utilizados para me-lhorar a saúde dos peixes, que con-tribuem no aumento da resistência contra infecções, e variações nos pa-râmetros da água e da temperatura.

Uma dúvida frequente, é se os peixes devem ser alimentados quando estão doentes. Se for uma enfermidade inicial que ainda não provocou alterações comporta-mentais a resposta é sim. Mas se o animal, já apresenta coloração mais escura, está isolado do res-tante do grupo e as nadadeiras estão fechadas, o ideal é não ali-mentá-los. Pois um peixe delimita-do, precisa direcionar sua energia para metabolizar nutrientes após a alimentação, e isso desloca sua “força” para uma área desnecessá-ria naquele momento.

Há muitas informações sobre a alimentação dos peixes ornamen-tais. Mas o que deve ser sempre lembrado, é que é necessário de-dicar um tempo na escolha do ali-mento correto e nunca alimentar o seu peixe em excesso.

*Rudã Fernandes: Mestrando em aquicultura CAUNESP-UNESP/ Desen-

volvimento e Tecnologia – Poytara


BIOTECNOLOGIA

CHAMADO DA FLOR

Os morcegos têm forte interação com as flores. Essa relação vai além de

uma simples atração pelos cheiros ou pelas diferentes colorações. As flores, se encaixam perfeitamente à boca ou ao formato da língua desses curiosos

mamíferos e atenuam os ruídos emitidos, em alta frequência, pelos morcegos, por

meio da narina ou da boca. Devido à audição sensível da espécie, os sons são emitidos aos outros indivíduos

do grupo através de ondas sonoras. A informação recebida é imediatamente

processada pelos animais permitindo o ajuste do percurso de voo e a instalação

sobre a flor. Esses reajustes ocorrem para alcançarem um principal motivo, cobrir a pelagem de pólen e garantir o papel de ágil polinizador, podendo

ultrapassar 50 km por noite.

A perfeição da natureza não tem limites. Quando duas ou mais espécies interagem, elas agem com grande força seletiva uma sobre a outra,

ocorrendo adaptações simultâneas resultantes dessa cooperação. Mui-tas vezes, a natureza vegetal se re-modela e parece ter sido criada sob medida para estabelecer alianças com espécies animais.

As relações de dependência entre plantas e animais são tão íntimas que a biologia as classifica como decor-rentes de um processo de coevolução (do latim: co, junto; e, fora; volvere, progredir). Esse termo é utilizado para descrever momentos em que duas ou mais espécies interagem e afetam a evolução uma das outras.

Diferentemente do reino animal, os seres do universo vegetal não po-dem se locomover para encontrar alimento, abrigo ou um parceiro para reprodução. As plantas, mui-tas vezes, dependem dos animais para satisfazer suas necessidades e garantir a biodiversidade.

A polinização das flores é um bom exemplo de cooperação entre as espécies vegetais e animais. As plantas primitivas produziam uma grande quantidade de pólen, para que fossem dispersos pelo vento e

a fecundação ocorresse por acaso. Após passarem por transformações e adaptações, desenvolveram gran-de capacidade de socialização com os animais, que se encarregaram de fazer a polinização e a dispersão das sementes.

A grande maioria dos polinizado-res pertence ao grupo dos insetos. As abelhas, são campeãs em carre-gar o pólen de uma planta para ou-tra. Mas engana-se quem pensa que essa atividade é desenvolvida exclu-sivamente por esse grupo.

Os animais vertebrados também exercem a função de polinizadores. Eles têm forte atração por vegetais que possuem frutos carnosos, adoci-cados e coloridos. Quando aves ou mamíferos ingerem esses frutos, as sementes passam intactas pelo trato digestivo e são disseminadas. Al-gumas vezes a digestão parcial das sementes é fundamental para sua germinação.

É uma relação de dependência tão íntima que alguns animais têm essas plantas como única fonte de alimen-to. De maneira, que tornam-se um recurso essencial para manutenção da diversidade de ambas as espécies.

Alianças cooperativas vêm ga-rantindo a manutenção dos ecossis-temas. E revelam a importância da união na natureza.

8 facebook.com/RevistamundodosBichos


Relação de cooperação entre mamíferos e grãos de café tornou-se motivo de crueldade. As Civetas,

pequenos animais de pelagem manchada e focinho pontiagudo, vivem em palmeiras na Indonésia e

têm forte atração por grãos de café. Produtores e apreciadores perceberam que após as sementes passarem pelo trato digestivo dos animais, o café

apresenta um sabor caramelizado e suave, tornando-o exótico e luxuoso. Infelizmente, junto da fama vem uma lamentável maldade contra os bichinhos. Muitos deles, vivem em condições precárias, presos em cativeiros e

submetidos a dieta rigorosa, verificaram ativistas da Ong Peta. O kilo do café “amargo” custa em média 1000,00

reais na Indonésia. No Brasil, a degustação de uma pequena xícara vale cerca de 20,00 reais.

TRISTE REALIDADE

*Viviani Vieira Marques, Graduada em Ciências Biológicas ou Bióloga pelo Centro Universitário

Filadélfia, possui mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).


ArtigoEXÓTICOS

QUElÔnIOSSÃO IDEAIS PARA MIM?

Essa pergunta deve ser feita por qualquer pessoa que pensa em ter uma tartaruga ou um jabuti como animal de estimação.

TextoSarah TeodoroDesignMayara Laurindo

Ter um pet é um compro-misso sério e duradouro. Antes de tomar a decisão de levar um bichinho para casa, o futuro dono deve

refletir sobre suas expectativas em relação ao animal e inclui-lo nos seus planos de vida.

Os animais tem hábitos e ne-cessidades que precisam ser inte-gradas à vida do humano. Já que dependerá de pessoas que zelem dele com carinho, compromisso e dedicação. Por isso é tão impor-tante que você considere todas as vantagens e desvantagens antes de adotar um quelônio como pet!

"...eles também se agrupam para obter mais êxito como caçadores, já que conseguem localizar mais facilmente as presas e se deslocar com mais rapidez dessa forma."



REGuLAMENTAçÃO DO PET

O comércio de animais silves-tres é regulamentado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Re-nováveis), que fornece autorização para lojas ou Pet Shops poderem comercializar jabutis e tartarugas. As tartarugas de água doce (tam-bém chamadas de “tigres d’água”) e os jabutis deverão ser oriundos de um criadouro cadastrado junto ao Instituto. Ao comprar seu pet, exija nota fiscal com o número de registro, pois assim você estará ajudando a combater o tráfico ile-gal de animais.

*REFLEXÃO

Quando uma tartaruga torna-se um pet, ela deixa de ser membro da população de tartarugas. Isso pode ser um problema pequeno para um animal que foi criado especificamen-

mITO

Existe uma crença popular de que manter um jabuti embaixo da cama cura bronquite. Atenção, isso é apenas um mito! O jabuti precisa de doses diárias de sol e mantê-lo confinado só vai prejudicar o animal.

te para fins comerciais. Mas, muitas vezes, as tartarugas vendidas para serem pets foram retiradas de popu-lações selvagens. E o processo de do-mesticação acaba provocando trans-formações biológicas irreversíveis.

Um problema frequente é que quando o dono se cansa delas, mui-tas vezes, resolve soltá-la no meio ambiente, acreditando que é uma boa saída. Isso é um erro! O animal e o meio ambiente não aceitam essa mudança e ambos são prejudicados.

Um bom exemplo dessa ameaça ocorre na América do Norte, onde a espécie de tartaruga, Red-eared sliders, comum como pet, está se tornando um grande problema. Elas são aban-donadas em lugares que não são o seu hábitat natural. Durante minha última visita ao Brasil, fiquei chocado ao ver que a espécie também está sendo ameaçada aqui, e pela mesma razão. Antes de ter o animal reflita sobre as condições necessárias para criá-lo e não o abondone!

*Steve Mockford, pesquisador da Universidade Acadia, Nova Scotia,

situada no Canadá. Estuda a genética da conservação de tartarugas de água doce.


SAÚDE

Porque o cuidado oral do seupet é mais que apenashálito fresco!

ANTES

APOS 30 DIAS

1

2

3

4

Spray4 oz.

SalmãoGel 4 oz.

HortelãGel 4 oz.

Ajuda Eliminar a Placa

Ajuda Removero Tártaro

Ajuda a revertera doença na gengiva

Refresca o Hálito

Resolva os Problemas

Orais com Um Frasco4Natural

GarantidoSeguro

Extrato de semente Extrato de semente Óleo de Hortelã Óleo de Neem Óleo de Tomilho de Toranja de Uva

Ingredientes 100% Naturais

Segundo a Associação Médica VeterináriaAmericana, 80% dos cães e 70% dos gatos

apresentam sinais de doença oral aos 3 anos!

agulhas QUE cURAmTécnica milenar melhora a

qualidade de vida dos animais

TextoAndré Guedes da CostaDesignMayara Laurindo

Aacupuntura é uma arte milenar criada na Chi-na há mais de cinco mil anos. Utilizando agu-lhas, os acupunturistas buscavam os pontos de Qi (ou Chi) dos pacientes, com a intenção de liberar as pontes de energia e tratar não so-

mente do corpo, mas também da mente e do espírito. As pontes são abertas e liberam o fluxo de energia,

equilibrando o ser e trazendo harmonia ao funcio-namento do corpo. A arte da acupuntura tem apre-sentado cada vez mais relevância como tratamento medicinal, e a cada dia que passa, novas utilidades e tratamentos são descobertos. O método chinês, no entanto, não é aplicado somente nos seres humanos.

Os pets também contam com esse tratamento alter-nativo que colabora com melhorias na qualidade de vida e na cura de diversas doenças.

De acordo com o médico veterinário José Geral-do Meirelles Palma Isola, da Clínica CAPESVET de acupuntura e fisioterapia animal, de Ribeirão Preto, a Acupuntura Veterinária é tão abrangente quanto a praticada em humanos. Ele afirma que todos os ani-mais podem receber o tratamento, independente da espécie, e ressalta que praticamente todas as doenças podem ser curadas pela acupuntura. Porém, grande parte dos casos atendidos, estão relacionados à orto-pedia, dores em geral e problemas comportamentais.


Porque o cuidado oral do seupet é mais que apenashálito fresco!

ANTES

APOS 30 DIAS

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Ajuda Removero Tártaro

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Ingredientes 100% Naturais

Segundo a Associação Médica VeterináriaAmericana, 80% dos cães e 70% dos gatos

apresentam sinais de doença oral aos 3 anos!

A acupuntura possui diversos ti-pos de tratamentos, entre eles Mo-xabustão, laserterapia e agulhas, todos podem ser aplicados em pets. Segundo o veterinário, os animais reagem muito bem ao tratamento, que funciona de maneira mais efi-caz neles do que em nós mesmos. Os animais ficam muito relaxados e apresentam melhoras logo nas pri-meiras sessões.

A acupuntura tornou-se extre-mamente relevante no quadro da medicina veterinária nos dias de hoje. Cada dia que passa mais pesquisas científicas estão sen-do feitas e publicadas na área. O

tratamento vem ganhando muito espaço devido ao sucesso em ca-sos de problemas neurológicos, que até então, a alopatia não tinha atingido o efeito esperado.

O tratamento é progressivo, e a frequência das sessões e o método aplicado são decorrentes da doença a ser tratada. O custo pode variar bastante entre os profissionais que oferecem esse tipo de tratamento. Isto pode acontecer devido ao nú-mero de sessões, ao local de aten-dimento, porte do paciente e até mesmo a cidade em que reside. Em média, os proprietários encontrarão sessões variando de 60 a 90 reais.

"todos os animais podem receber o tratamento, independente da espécie, e

ressalta que praticamente todas as doenças podem ser curadas pela acupuntura"

VOCê SABIA? A ACuPuNtuRA suRgIu

PARA tRAtAR Os ANIMAIs

A maioria dos relatos afirma que a acupuntura nasceu na China Antiga,

onde já se utilizavam as “Pedras Bian”, pedras pontiagudas, para tratamento da dor por estímulo de pontos doloridos, ou pontos “Ashi”. Há relatos de que nesse

período, o tratamento já era utilizado em cavalos de guerra. Em ruínas

chinesas, da idade da pedra, datadas entre 10000 e 4000 AC, foram encontradas estas pedras. E

em achados datados da Dinastia shang, cerca de 1000 AC, já havia

agulhas de bronze.


AVES

Manifestações elegantes e sinais corretos fa-zem parte do cortejo entre as aves e são essenciais para a ocorrência do acasala-mento. Muitas espécies dispõem de uma série de movimentos e comportamentos

ritualizados no momento da “paquera” a fim de atrair o futuro parceiro.

Segundo o ornitólogo (cientista que estuda os pás-saros) Luccas Longo, os rituais de acasalamento das aves são um ótimo exemplo do conceito de Seleção Sexual proposto pelo naturalista inglês, Charles Dar-win, em 1859, no livro “A Origem das Espécies”, que apresenta provas científicas a respeito da evolução dos seres vivos.

De acordo com a teoria, a escolha do parceiro sexual ocorre devido a certas características como plumagem, coloração e vocalização. Dessa forma, a fêmea escolhe o macho que apresenta um, ou vá-rios desses traços, aumentando a chance deles serem transmitidos de uma geração para outra. Sendo assim, pode ocorrer o dimorfismo sexual, quando indivíduos da mesma espécie, de sexo diferentes, apresentam ca-

racterísticas físicas distintas e marcantes. Um fator importante na reprodução das aves - que

garante a sobrevivência da espécie - é que, de manei-ra geral, os ciclos reprodutivos são adaptados às esta-ções do ano. O ornitólogo destaca que no Brasil o pe-ríodo reprodutivo se concentra durante a primavera e o verão, pois são estações nas quais as aves podem encontrar maior quantidade de alimento, facilitando a alimentação dos filhotes.

O cientista também explica, que as aves são ani-mais dióicos, ou seja, cada indivíduo tem um sexo específico, macho ou fêmea. Quando as aves formam casais podem ficar juntas para vida toda, trocar de parceiros todo ano ou ter diversos companheiros.

O ornitólogo acrescenta que os rituais de cortejo entre as aves podem se destacar por vocalizações (comícios reprodutivos), oferecimento de presentes (penas, flores, alimentos), movimentos de exibição (displays) e danças em arenas (leks).

O Galo-da-serra, ave encontrada no norte do Brasil, nas serras amazônicas, também conhecido como Galo-da-serra-do-Pará, se destaca pela desenvoltura do seu

TextoPedro JunqueiraDesignMayara Laurindo


16 www.RevistaMundodosBichos.com.br16 facebook.com/RevistamundodosBichos

ArtigoAVES

ritual. Os machos se agrupam em leks para se exibi-rem às fêmeas. Cada um deles, limpa uma região do solo, que é chamada de arena e ficam empoleirados. Quando a fêmea chega ao local, eles descem para suas arenas, dão saltos e cantam.

O biólogo mestre em Ecologia, Felipe Bittioli Go-mes, elege o ritual do Tangará-dançarino ou dança-dor, uma das aves símbolo da Mata Atlântica, como o mais bonito e elaborado. Os machos começam o cortejo, em fila, saltam, vocalizam e voam um de cada vez diante da fêmea. Após esse momento, eles voltam ao final da fila e recomeçam o ritual. Só inter-rompem a cerimônia quando a fêmea pia, avisando que já escolheu o parceiro e está pronta para o aca-salamento.

Gomes ressalta que algumas espécies de Tangarás deslizam de um lado para o outro do galho da árvore a fim de atrair uma parceira. Os passos feitos por eles

assemelham-se ao “moon walk” criado pelo rei do pop Michael Jackson.

Existem muitos rituais de cortejo entre as aves bra-sileiras. O Dançarino-de-garganta-branca escolhe um tronco caído no interior da floresta, limpa toda a área e usa como arena de exibição para fêmea. Toda vez que ela se aproxima, ele desce para o “palco” e dança, virando cambalhotas, dando voos curtos, batendo asas e emitindo pequenos estalos. Durante a exibição, sua garganta branca se destaca no meio da floresta escura.

Ainda que em rituais mais simples, como o da Po-lícia-inglesa, ave encontrada em quase todo o Brasil, que simplesmente voa alto, e desce planando exibin-do suas manchas vermelhas no corpo preto, as aves machos são mestres em cortejar suas fêmeas.

A magia e o encantamento envolvidos nesses ri-tuais são tão magníficas, que fica difícil não acreditar que as aves também amam.


17facebook.com/RevistamundodosBichos

Apesar da riqueza de aves encontradas no Brasil, é em algumas ilhas do Oceano Pacífico, nas profundezas das florestas tropicais da Indonésia e Nova guiné, que en-contramos as aves com os rituais de acasalamento mais surreais e espetaculares da terra. Conhecidas como aves-do-paraíso, as espécies dessa família, apresentam machos com plumagens de cores exuberantes e rituais que desafiam os conceitos conhecidos de evolução.

Encantados por essas aves, os ornitólogos Ed scholes e tim Laman, passaram oito anos observando e fotogra-fando seus comportamentos. Ao final eles produziram um documentário com mais de 50 vídeos e lançaram um livro com fotos das aves. A ação ajudou a conhecer um pouco melhor esses seres e serviu como alerta para a importância da preservação dessas espécies encon-tradas apenas nesse lugar do planeta.

Os rituais de acasalamento dessas aves são tão belos, que fica difícil descrevê-los com palavras. Mas você pode conferir alguns vídeos do documentário no nosso site (Qr code).http://bit.ly/mdbaves

AVES DO PARAíSO


CAPA


Os animais são grandes aliados para melhorar a qualidade de vida.

TextoDanilo PaulinoDesignMayara Laurindo

Ao estabelecer uma relação de carinho, amizade, e amor, gatos, cachorros, pássaros, peixes, ca-valos, trazem a seus donos e a quem convive com eles diversos benefícios psicológicos e fí-sicos. O contato com animais tem o poder de

elevar a autoestima, a sensação de confiança, diminuir o estresse, além de ajudar na cura e prevenção de doenças.

Ter um animal de estimação obriga até os sedentários mais convictos a praticarem atividades físicas. Cami-nhar, correr e brincar com o seu pet, é benéfico à saúde. Uma caminhada de 40 minutos, por exemplo, é capaz de reduzir a pressão arterial por até 24 horas após o tér-mino do exercício. Também deixa o pulmão mais efi-ciente, os ossos mais fortes, combate a osteoporose, e aumenta a sensação de bem-estar, devido a liberação do hormônio da endorfina.

As trocas de carinho, apoio e segurança dos humanos com os animais favorecem o aumento da autoestima, o valor próprio, e a melhora do convívio social, fatores essenciais no combate à depressão. De acordo com a psicóloga Glauce Ray, há casos de pessoas depressivas, que encontram nessas relações o apoio necessário para enfrentar os desafios da doença.

Além disso, a troca de afetividade entre animais e humanos, tem como efeito a produção e liberação dos “hormônios da felicidade”, serotonina e dopamina, responsáveis pela sensação de prazer e alegria.

Segundo pesquisadores da UNESP, câmpus Jaboti-cabal, a presença de um simples aquário com peixes na sala de casa pode reduzir o estresse após um dia exaustivo de trabalho e colaborar com a diminuição da pressão arterial.

No caso de pessoas portadoras de necessidades especiais, o tratamento terapêutico com animais é importantíssimo. Estudos comprovam que pacientes com dificuldade de interação, portadores de síndro-mes genéticas, problemas de aprendizagem e parali-sia apresentam melhoras significativas após estabele-cerem contato com animais.

Os cavalos são protagonistas em terapias de reabi-litação de pessoas com algum tipo de limitação físi-ca, mental ou social. Muitas instituições trabalham incessantemente nessas equoterapias, obtendo exce-lentes resultados. Outros projetos também destacam a importância da atuação de cães habilitados, fisica-mente e psicologicamente, na recuperação de crian-ças hospitalizadas, e na psicoterapia e fisioterapia de adultos e idosos.

Sabendo dos benefícios que um animal pode ofe-recer na interação com o ser humano, os cuidados e a atenção são primordiais para garantir a saúde e o bem-estar de todos. Por isso, tenha consciência das responsabilidades e deveres para que a relação seja de equilíbrio e harmonia.

vai uma pATA Aí?


CAPA

EXEMPLO DE SuCESSO

Maria Santos foi diagnosticada com depressão há cerca de 20 anos. A doença a afastou dos amigos e do trabalho, aumentan-do o isolamento e a sensação de tristeza. Mesmo com a ajuda de remédios, o quadro não evoluiu conforme o esperado. Foi quando sua psiquiatra recomentou um tipo de terapia ainda bastante desconhecida nos anos 90, a TAA (Terapia Assistida com Animais). A terapia consiste na interação entre animais e pacientes com diversos tipos de doença, visando proporcionar sensação de bem-estar e auxiliar no processo de cura.

Maria nos contou que a princípio não compreendeu o intuito da médica ao propor a interação com um animal. No início da terapia, ela recebia a visita semanal de uma jovem e seu ca-chorro. Elas conversavam sobre assuntos do dia a dia, e depois de um tempo a garota pedia para que Maria cuidasse do cão.

Graças ao contato estabelecido aos poucos com o animal, Maria tornou-se uma pessoa mais ativa e animada, começou praticar atividades físicas e reativou laços de amizade. Ela afir-ma que, de alguma maneira, essa interação foi o começo de uma grande mudança em sua vida, transformou o modo como enxergava o mundo, as pessoas e a si mesma.

O mundo dos denominados animais de companhia ou mercado pet compreende os cães, gatos, pássaros, peixes ornamen-tais, chinchilas e até cavalos. A presença desses animais, é cada vez mais cons-tante nos domicílios e estabelecimentos de todo país, o que tem provocado um aumento exorbitante no número de casas agropecuárias e pet shops, até maior que, por exemplo, o número de farmácias e, em alguns estados, maior que padarias! O mercado dos animais de companhia tem uma expectativa de faturamen-to de R$ 15 bilhões ainda em 2014. O setor de medicamentos veterinários re-presenta cerca de 10% do total faturado. Além de medicamentos e rações e, com o aumento no poder aquisitivo dos brasileiros, são expressivos os serviços de banho e tosa e a venda de presentinhos e “mimos” para estes animais, como biscoitos, ossinhos, bifinhos e brinquedos. De acordo com a

Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (AN-FALPEt), o Brasil possui a segunda maior população de cães e gatos do mundo, perdendo apenas para os Estados unidos.Os pets são tratados atualmente como mem-bros da família, partilhando dos mesmos di-reitos que muitos humanos. Eles se alimen-tam de dietas balanceadas e petiscos super saborosos, recebem tratamentos de higiene e beleza rotineiramente, como banhos, lim-peza dos dentes, cuidados com a hidratação dos pelos, além de usufruírem do aconchego de uma cama macia e quentinha para dor-mir, fazer exercícios físicos e contar frequen-temente com serviços de adestradores, cui-dadores, passeadores e médicos veterinários.

Autores: Ives Charlie da Silva. Médico veterinário, mes-

tre e doutorando UNESP - Jaboticabal.Gisele Cristina Favero, Zootecnista, Mestre e

doutoranda UNESP-Jaboticabal



BENEFÍCIOS PARA A VIDA

As vantagens no convívio com animais de estimação se esten-dem da infância à terceira idade. Na infância, o contato com pets proporciona o aprendizado de lições importantes como respon-sabilidade, amizade e carinho. Além disso, faz com que as crian-ças compreendam com maior facilidade o ciclo da vida, devido ao fato dos animais viverem menos que nós.

De acordo com pesquisa desenvolvida pelo professor César Ades, do Departamento de Psicologia Experimental, da Univer-sidade de São Paulo (USP), crianças de até um ano, que estabele-ceram contato precoce com animais de estimação, apresentaram aumento significativo na produção de proteínas fundamentais para o fortalecimento do sistema imunológico. O estudo tam-bém apontou a redução de rinites alérgicas por volta dos 4 aos 7 anos, devido à redução da imunoglubina, anticorpo que em altas concentrações facilita o desenvolvimento de alergias.

Já os idosos, além de terem o sistema imunológico fortaleci-do pelo convívio com os animais, há estimulo da movimenta-ção, ajudando em processos fisioterapêuticos de recuperação de artrite e artrose.

O animal é um companheiro ideal para todas as fases da vida!


CAPA

Pioneiros

O fotógrafo Francis Miller, da revista LIFE, registrou belíssimas imagens da TAA em um hospital em Michigan, Estados Unidos, no ano de 1956. Tal tratamento já vinha sendo usado com sucesso há mais de 30 anos.No Brasil, a psicóloga e veterinária

Hannelore Fuchs foi pioneira na TAA, quando fundou a Pet Smile em meados dos anos 90.Em Araraquara, voluntários mantêm

o Projeto Wendy, que leva cachorros treinados na TAA para fazer visitas individuais à entidades cadastradas, como asilos, creches e orfanatos.


equoteraPia

A terapia com cavalos é muito utilizada por pacientes autistas ou com Síndrome de Down. O trotar do cavalo estimula o deslocamen-to do corpo no espaço e, com isso, exercita o equilíbrio, a coordena-ção, o tônus muscular e a postura. Além disso, existem os ganhos psi-cológicos, aumentando a autoestima e a autoconfiança.

La do oriente

A Ictioteparia é um tratamento realizado com uso de pequenos peixes originários da Turquia, o Garra Rufa. Ele se alimenta da pele morta e suas pequenas mordidas, além de esfoliantes, estimulam a circulação sanguínea.

que cheiro e esse?

Pesquisas realizadas pela Universidade Kyushu, no Japão,

mostraram que cachorros da raça Labrador conseguem identificar câncer no intestino ainda em

estágios iniciais, aumentando a chance de cura. Através do

olfato apurado, o labrador Marine acertou 37 de 38 amostras.


FELINOS

FELINOS aCima dO PEsODoença pode reduzir a qualidade de vida do animal

TextoYves Barbério MarianoDesignMayara Laurindo

Aobesidade é uma doença comum em gatos e pode causar graves problemas à saúde do animal. De algumas décadas pra cá, notou-se um crescente e preocupante aumento na quantidade de felinos acima do peso. Mui-

tos fatores contribuem para que o animal se torne obeso, entre eles o estilo de vida, o sedentarismo e a alimentação sem regras.De acordo com o médico veterinário Fausto Cres-polini dos Santos, na maioria dos casos, o dono tem grande parcela de culpa na obesidade do pet. Com o intuito de agradar o animal de estimação, eles acabam fornecendo ração em excesso ou alimen-tos inadequados ao seu organismo. Ele afirma que na clínica em que trabalha, de 20 a 30% dos gatos atendidos são obesos. Segundo o médico veterinário, um felino obeso possui maior propensão a contrair doenças, entre elas diabetes e lipidose hepática. Podem aparecer

problemas articulares como artrite, artrose e os-teoartrite, e endócrinos sendo o hipotireoidismo o mais recorrente. Aumenta também o risco de sofrer com problemas cardíacos, devido à elevação do co-lesterol e do triglicérides. Quanto antes a obesidade for diagnosticada, mais rá-pida e eficaz será a recuperação do animal. Se você está alimentando o seu bichano de maneira errada, a adequação alimentar deve ser feita gradativamente, evitando traumas ou problemas comportamentais no organismo do felino. Tome cuidado!Se o seu gato está acima do peso, é necessário que você proporcione ao animal uma vida menos seden-tária, mais saudável e com melhor qualidade de vida. Fique atento ao cotidiano do seu amigo e leve-o regu-larmente ao médico veterinário. Lembre-se que essa é a melhor maneira de realizar o tratamento da obe-sidade, assim o seu felino poderá receber os cuidados especiais que ele merece.



O abandono de animais, em especial os domésticos, tem afetado cada vez mais os centros urbanos. Devido a esse problema, organizações não governamentais estão surgindo em

todo o Brasil, com o propósito de cuidar e defender os animais.

As ONG’s caracterizam-se por ações so-ciais e políticas, em sua maioria, não têm fins lucrativos e o trabalho é voluntário. Ge-ralmente, sobrevivem graças a patrocínios e doações. Elas desempenham um papel fun-damental na proteção dos animais abandona-dos, o que não falta são exemplos de projetos sérios e comoventes.

A organização S.O.S Melhor amigo, de-senvolve um belo trabalho no resgate de ani-mais de rua, em Araraquara (SP). De acordo com a presidente Betty Roedel Peixoto, entre as prioridades da ONG estão a assistência a cães abandonados, busca por lares e cons-cientização da população sobre a importân-cia da adoção.

ONG’s na luta pela proteção dos animais

TextoPedro JunqueiraDesignMayara Laurindo

INICIATIVAS



Betty conta que o trabalho da associação iniciou-se junto às fei-ras de adoção de animais da ci-dade. Nos dois anos de realização das feiras, foram mais de duas mil adoções.

Os membros da ONG resgatam os animais e fornecem assistência médica. Todos os cães são identi-ficados por um “chip”, castrados, vermífugados e vacinados. A as-sociação organiza suas próprias feiras, buscando por pessoas que amam os animais e queiram dar um lar repleto de carinho e amor. Antes da adoção ser efetivada, os interessados passam por uma en-trevista e assinam um termo de responsabilidade do pet.

Os animais adultos são os que mais sofrem preconceitos na hora da adoção. A presidente da ONG relata que muitas pessoas os rejei-

tam por medo de não se adapta-rem à vida no lar, devido à idade. Mas ela afirma, que trata-se de um equívoco, pois eles se acostumam facilmente ao novo ambiente.

O principal projeto desenvolvi-do atualmente pela S.O.S Melhor Amigo é o “Cão Feliz é cão sadio”. O trabalho consiste em visitas aos bairros mais carentes da cidade, onde a população tem pouco aces-so a veterinários, a ONG fornece atendimento e medicação. Betty destaca que a primeira visita foi um sucesso, 169 animais foram atendidos em apenas duas horas. O próximo passo é ampliar o pro-jeto e levá-lo aos assentamentos rurais da cidade.

Praticamente com a mesma li-nha, a ONG Cãopaixão atua há 5 anos em Ribeirão Preto (SP), em prol dos animais abandonados

no Centro de Controle de Zoono-ses. A presidente da ONG Natalia de Camargo Lopes, afirma que o principal objetivo da associação é cuidar dos animais do Centro, que apesar de ser um órgão público, não oferece assistência correta.

A ONG realiza em média de 6 a 7 adoções por mês, mas segundo a voluntária, o mais importante é que elas sejam feitas de maneira consciente e que o animal encon-tre um lar no qual receberá amor e cuidados especiais.

De acordo com Natalia, a gran-de maioria dos cães abandonados na cidade são vítimas de maus tra-tos e sofrem muitos traumas. Para a presidente, a adoção é a melhor maneira de dar a eles uma nova chance de serem felizes.

Adote! Essa iniciativa faz bem ao animal e a você.


HOMEM XNaturEza

Já faz algum tempo, que o homem contribui com as transformações das condições climáticas. Os cien-tistas estão cada vez mais conven-cidos, de que somos os principais

responsáveis pelo aquecimento global, e por desastres ambientais? como inun-dações, incêndios florestais, derreti-mentos e intensas ondas de calor.

O ponto de partida das interferências do homem na natureza foi a Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII, foi nessa época que surgiram as grandes indústrias e com elas a alta demanda pe-los recursos naturais para a produção de bens de consumo. Essas e outras práti-cas da produção fabril aumentaram sig-nificativamente a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, princi-palmente o dióxido de carbono (CO2), emitido na queima de combustíveis, como a gasolina e o óleo diesel.

O dióxido de carbono é um dos principais vilões do aquecimento glo-bal. De acordo com a pesquisadora do INPE (Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais) Iracema Fonseca Albuquer-que Cavalcanti, uma quantidade míni-ma de aumento na emissão dos gases de efeito estufa, já colabora com um cenário preocupante para o desequilí-brio climático do mundo.

MEIOAMBIENTE

O impacto do homem está mudando o clima e as paisagens do planeta

TextoVitor Haddad do PradoDesignMayara Laurindo


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FALTA D`AGUA

um preocupante assunto está em foco: a crise da água em são Paulo. De acordo com a pesquisadora do INPE, os extremos climáticos – frios intensos, ondas de calor acentuadas, chuvas desreguladas e fortes secas – são fatores determinantes para compreender esse problema. Ela afirma que a ocorrência dessas variações no clima podem se intensificar com o aumento das emissões de gases de efeito estufa.

O BAIXO VOLUME DO RIO MOGI-GUAÇU É UMA DAS PIORES ESTIAGENS

REGISTRADAS

O aumento da temperatura do planeta interfere em vários fatores, pode causar impactos sobre a fauna e flora, especialmente em espécies sensíveis como as aves. Afetar a agricultura, diminuindo a produ-ção de alimentos, prejudicando milhões de pessoas. Provocar de-sastres ambientais, epidemias, de-sertificações e diversos problemas que atingem diretamente o homem e o meio ambiente. Muitos exem-plos nos mostram que precisamos tomar consciência e agir antes que seja tarde demais, nos unir em uma grande causa: preservar a natureza.

Com a elevação da temperatu-

homem na natureza, é o desmata-mento. No rio Mogiguaçu, situa-do na região do Taquaral, interior de São Paulo, há sérios problemas de desequilíbrio ambiental, muitas vezes, provocado pela população. Sem a vegetação na encosta, au-menta as chances de deslizamen-tos de terra e diminui a oferta de alimentos aos animais que vivem próximos ao rio.

De acordo com o pescador local, Arnaldo Luiz Tenuta (Coca), o bai-xo volume do rio e a estiagem, são um dos piores já registrados, o que prejudica diversas espécies de pei-xes, ameaçadas de extinção como piracanjuba, pacu, jaú e curumbutá. Tenuta conta que mora às margens do rio Mogiguaçu desde os anos 70 e que nunca havia vivenciado uma seca tão grave.

ra, precipitações e deslocamentos de massas de ar podem ocorrer de modo irregular por todo o Brasil. Projeções feitas pela FAPESP (Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) indicam um aumento na média total das chuvas no país, mas também há possibilidade de ocorrer longos períodos de estiagem.

Um fator preocupante que está diretamente ligado à influência do


Os animais correm risco de sofrer acidentes, doenças e passar situações difíceis que podem afetar membros do corpo, assim como aconte-

ce conosco. Há alguns anos, animais deficientes e acidentados eram sacri-ficados devido à falta de membros ou incapacidade de usá-los. Felizmente, hoje em dia essa realidade mudou.

Agora, os pets têm a possibilida-de de ter uma vida normal junto aos seus donos, graças à tecnologia e ao estudo de próteses e órteses animais.

Os pets podem machucar a pata, a coluna ou compromete a capacidade motora, trazendo ao dono a respon-sabilidade de procurar maneiras de solucionar o problema, ou, pelo me-nos, de proporcionar uma melhor condição de vida ao animal.

Ciente disso, a comunidade de amigos dos animais passou a bus-car meios de facilitar a vida de pets “deficientes”. Criaram-se, então, as próteses e órteses animais, compo-nentes mecânicos que auxiliam os

A tecnologia em benefício dos pets

TextoAndré Guedes da CostaDesignMayara Laurindo

pets em seu dia a dia. De acordo com o médico veterinário Roberto Ricco, próteses e órteses se diferem, pois próteses são substituições de membros faltantes; elas têm o ob-jetivo de, além de devolver ao ani-mal sua capacidade de movimento, evitar o desencadeamento de outras doenças. A órtese, por sua vez, tem a finalidade de corrigir uma anorma-lidade e prover suporte em situações de pós-operatório.

As próteses são utilizadas para di-versos fins. As situações mais recor-rentes, porém, tratam de pets com patas comprometidas. Próteses para substituição do pé (tarso, metatarso e falanges) e mão (carpo, metacar-po e falanges) são as mais comuns. Além deles, a tecnologia de próteses e órteses é aplicada na recuperação de vítimas de acidentes, em amputa-ções devido a tumores e na recupera-ção de animais com anormalidades genéticas, que nascem sem o mem-bro ou com somente parte dele.

Além de buscar uma solução para os pets que possuem deficiências físicas, órteses são muito utilizadas no tratamento de pets com proble-

mas motores. Segundo Ricco, as principais causas de limitações mo-toras em pets são paralisias em ge-ral. Entre outras temos a displasia da art. coxofemoral, luxação de patela, contraturas musculares e ruptura de ligamentos e tendões.

O tratamento é delicado, e às ve-zes encontra complicações nos pró-prios pets. O mais difícil é reabilitar animais nervosos ou muito hipe-rativos, pois não se concentram no tratamento e, em alguns casos, que-bram o aparelho.

O tratamento dessas enfermida-des abriga uma gama muito grande de opções e possibilidades. É possí-vel tratar muitos tipos de doenças e incapacidades. De acordo com o Roberto, o valor de um tratamento desse tipo varia muito, desde 200 reais até 5.000 reais, dependendo do peso e da espécie de animal.

Para o doutor Roberto, o caso de melhor resultado e surpresa é o dos pastores alemães. Ele afirma que a raça é uma das que se adapta mais rápido, aprendem a andar com a prótese em questão de minutos. Ressalta, porém, que a adaptação

CIÊNCIA


é diretamente relacionada com o histórico do animal: animais que perderam um membro aprendem a utilizar a prótese rapidamente. Aqueles que nasceram sem o mes-mo, porém, levam muito tempo para conseguir utilizá-las.

PROFISSÃO

Apesar das ótimas perspectivas do campo de trabalho, ele ainda é pouco explorado. Segundo Rober-to, uma das maiores dificuldades na área ortopédica é a falta de pro-fissionais veterinários que atuam no ramo. Existem curiosos, mas não profissionais especializados na área.

Roberto é veterinário e técnico mecânico industrial, a união das duas formações é grande aliada no desenvolvimento do seu trabalho. Os aparelhos utilizados por ele nas-ceram a partir de um trabalho de conclusão de curso que se iniciou em 2003. Desde então, já atendeu mais de 300 animais com deficiên-cias distintas, e seu índice de suces-

so no tratamento é de 80%. Tal perspectiva é muito anima-

dora para quem deseja trabalhar na área. O alto índice de sucesso e a quantidade de animais que ne-cessitam do tratamento tornam-se grandes atrativos para quem deseja buscar essa especialização.

Os problemas enfrentados por quem escolhe trilhar este caminho são, assim como em muitas profis-sões nas mais diversas áreas, finan-ceiros. Um equipamento ortopédico de boa qualidade geralmente custa caro, pois o material é importado e o revestimento encarece o aparelho.

O futuro dessa área da medicina veterinária é muito promissor. Mui-tas novidades estão por vir, que pro-metem revolucionar a vida dos ani-mais deficientes e elevar a qualidade de vida. Dentre as novidades que estão por vir encontram-se as órte-ses mecanizadas - aparelhos ortopé-dicos com um mecanismo que ajuda a promover movimento quando o membro é paralisado - e as próteses que imitam a anatomia e a funciona-lidade do membro afetado.

Nunca podemos descartar a possibili-dade de nossos amigos fiéis adoece-rem. Fique atento e visite o veterinário regularmente. Em especial, os pro-prietários de cães de raças propensas à displasia de coxofemoral (Labrador, golden Retriever, Pastor Alemão, Bul-dog, Boxer), luxação (Poodle, Lhasa apso, shih tzu, Yorkshire, Maltes) e osteosarcomas (Rottweiler, Boxer, Dog Alemão, Pitbull), entre outras devem fazer um controle anual, exame físico completo e radiológico. Não deixem o problema se agravar e em caso de osteosarcoma, use o bom senso antes de tomar a decisão de amputar radicalmente, o melhor é retirar a porção doente com a margem de segurança e tentar a prótese.

E O SEU PET, ANDA COM A SAÚDE EM DIA?


MUNDO

A história de Rupee é encantadora: encontrado na rua, com fome, em um lixão no norte da Índia, o cão foi resgatado por Joanne Lefson. Pra lhe devolver a energia, a dona iniciou uma dieta rica em proteínas, com direito a doses generosas de ovo cozido e arroz. Rupee ficou tão forte que acabou fazendo história ao se tornar o primeiro cão a escalar o Monte Everest.

FAzendo históriA

o mAiorhAbitAntedA terrA

A história completa está disponível em:http://bit.ly/OcãoRupee

Deitado ele teria o tamanho equivalente a um prédio de 13 andares, e em pé 7 andares. Impressionante, não? Esse é o tamanho estimado de um dos maiores dinossauros que já viveu na terra. Com 20 metros de altura e 40 metros de comprimento, o titanossauro pesaria 77 toneladas, o que equivale a 14 elefantes africanos. Com esse peso e tamanho, a espécie recém-descoberta disputa com o Argentinossauro o posto de maior dinossauro que já habitou o planeta.

Mais detalhes no site: http://bit.ly/Omaiordinossauro


CortAdores de grAmA

do Primeiro mundo

ComidA A todA horA

Mais informações no site: http://bit.ly/BodesCapineiros

Pode parecer estranho, mas uma empresa norte-americana tem investido na locação de bodes e ovelhas para capinar terrenos. A opção é uma alternativa sustentável e mais econômica para substituir máquinas, normalmente movidas a combustíveis fósseis. Essa é uma das estratégias do google para minimizar seus impactos ambientais. A empresa anunciou que desde 2009 tem alugado bodes para capinar a terra e manter a grama da sede da Califórnia sempre aparada.

Quem tem um animal de estimação em casa, sabe que eles precisam ter comida e água fresca sempre à disposição, certo? Com o Bistro, isso fica muito mais fácil. O dispositivo tem recipientes que dosam a comida e a bebida do bichano e sempre sabe do que ele precisa, graças a uma balança e um sistema de reconhecimento facial que identifica cada animal.

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FEIRA PET

A 2ª edição da Feira Pet mal chegou ao seu fim e já deixa saudade e muitas expectativas para o próximo ano. Os vi-sitantes acompanharam casamentos pet, desfiles, concur-sos e até um carnaval fora de época durante o evento que ocorreu entre os dias 25 e 27 de julho, em Ribeirão Preto.

O público - que ultrapassou a marca de 13.000 pessoas - saiu sa-tisfeito do maior evento pet da região que contou com a presen-ça do biólogo Sergio Rangel e da Manu Aventureira. Durante a feira, foram realizadas campanhas sociais e de adoção, mais de 100 filhotes ganharam um novo lar, e distribuídas mais de 20.000 amostras de ração. Os 79 expositores que participaram do evento neste ano, pu-deram firmar novas parcerias, lançar produtos no mercado e apresentar técnicas, práticas de saúde e comportamento ani-mal nos workshops que abordaram o mundo pet com a dis-cussão de diversos temas entre eles acupuntura, fisioterapia, oftalmologia e alimentação. A feira teve um surpreendente crescimento de 40% em relação à sua primeira edição e 60% dos expositores já pediram renovação de seus contratos para 2015. Por isso, se você não participou dessa edição, não se preocupe. A próxima já tem data marcada e virá com força total. Aguarde!

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pARcERIA AnImAluma ótima novidade foi apresentada no evento, a MDB agora é a revista oficial da Feira Pet. Então fique de olho no nosso site para não perder nenhum detalhe sobre as próximas edições.

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* Carlos Eduardo do C. Oliveira é Psicólogo e Psicanalista | CRP:06/77717

GARIMPO


da pela maioria, quebramos o vín-culo humano, a cada pensamento excludente, praticamos a desunião. Não há ideologia que consiga hu-manizar sem excluir, não há pos-sibilidade de melhorarmos nossas capacidades sem que todos se em-penhem pelo coletivo.

Hoje dispomos de espaços incri-velmente democráticos, mas aca-bamos nos perdendo com o poder de expor nossas opiniões e pensa-mentos. Não somos mais animais individualizados, aprendemos que juntos somos menos vulneráveis e capazes de sobreviver, a evolução aprimorou nossos instintos e pas-samos a viver em sociedade.

Apequenarmo-nos perante desa-fios que podem transformar diferen-ças em aprendizado nos enclausura. O grande propósito da evolução hu-mana é equalizar nossa relação com o meio em que vivemos, onde todos tenham acesso as necessidades hu-manas para viver em sociedade, de forma justa e igualitária.

ARTIGO

O que estamos tentando di-zer aos berros aos nossos governantes num proces-so dito democrático é algo muito simples. Ouçam os

anseios da sociedade, ouçam as vo-zes das ruas.

Entro em discussões diariamente nas redes sociais por temas ligados à política, sociedade, meio ambiente e relações humanas. Sou um (des)curtidor de imensas postagens que demonstram nossa falta de cultura e educação acumulada em 500 anos de história. Somos “produtos” acen-tuados de vivências sociais, oriun-das de um continente, que consagra séculos de escravidão, servidão e exploração. Mais do que nunca, até como um dever histórico/moderno, precisamos mudar paradigmas do pensamento para provocarmos uma revolução em nossas ações e equali-zarmos as relações de poder entre o homem e o meio em que vive.

Estamos em um processo de evo-lução jamais visto, não me enver-go ao pessimismo de que estamos numa escalada inversa, somente es-tamos nos debatendo como crianças

perdidas porque não sabemos lidar com a nossa liberdade e as respon-sabilidades que isso impõe a cada um. Não creio que estamos à bei-ra de um abismo social, do fim do planeta ou do distanciamento entre os seres humanos. Acredito que estamos vivendo em uma nova es-cola, onde não temos mais grandes mestres para nos dizer qual rumo tomar, pois agora temos o dever de nos tornarmos mestres, todos, sem exceção. Nessa escola não podemos deixar ninguém para trás, ou va-mos todos juntos, mesmo que seja de maneira utópica, mas seguimos caminhando, rumo à compreensão reflexiva do papel individual que cada um tem para consagrarmos uma vida plena de direitos para os humanos e para o planeta.

Não temos tempo a perder, edu-car uma nação leva séculos. Se nos posicionarmos de forma crítica e pensante a cada desafio diário em nossa relação com o planeta, pode-mos construir juntos ideias trans-formadoras. A cada “deixa prá lá”, estamos colaborando com a sua destruição, a cada ação não decidi-

consciênciae democraciapor Carlos Eduardo do Carmo Oliveira*

* Carlos Eduardo do Carmo Oliveira é Psicólogo e Psicanalista | CRP:06/77717


Uma mutum-de-penacho fê-mea, uma espécie de galinha, só que maior e selvagem, pa-rou ao lado dum galinheiro e puxou assunto com uma das

moradoras:– Eu queria era viver como uma gali-nha, sabia?– E por quê?– Minha vida é muito incerta. Eu queria levar uma vida mais tranquila, que nem vocês...– E quem disse que a nossa vida é tranquila?– Ah, vocês têm casa própria, eu vejo que o dono joga milho todo dia pra vocês...– Saiba que a nossa vida é muito mais que isso. A gente ganha um pouco de milho de manhã, mas no resto do dia tem que enfiar o bico na terra pra achar comida. Às vezes até correr atrás da comida a gente tem. – Mas isso eu faço sempre. Ninguém joga nada pra mim. Se eu não correr atrás, morro de fome.– Então, só que a gente ainda tem que caçar escorpião, cobra e o capeta pra deixar o terreno limpinho. O dono deu essa responsabilidade pras galinhas.– Meu caso é pior, eu juro. Eu vivo sol-ta. Ou eu como essas porcarias quan-do elas são pequenas, ou elas crescem e me comem...– Se for por isso, também tá assim de predador que adora galinha...– Mas o dono protege vocês, fora que vocês dormem num lugar fechado. E eu, que tenho que dormir em galho alto pra me safar! Mesmo assim ainda corro perigo, é um tormento...Já de saco cheio daquele chororô, a

CRÔNICA

por Maurício Fregonesi Falleiros*

Assim é a vida, animal

*Maurício Fregonesi é publicitário. Cria contos, crônicas e propagandas. Aqui, ele anuncia apenas seu talento.

galinha deu uma guinada na conversa:– Olha, se a sua vida é tão complicada, e se você realmente quer viver como uma de nós, por que não vem morar com a gente?Numa mistura de surpresa com inte-resse, a mutum questionou:– Posso?! No duro?!– Pode, ué. Você é uma galinácea, mes-mo... Não se nega abrigo pra parente. – Se tiver tudo bem por vocês, eu topo!– Preciso apenas confirmar com o galo, que é quem manda no galinheiro da porta pra dentro.– Vamos logo falar com ele, então.– Vamos. Mas já vou te avisando, se der certo, você vai ter que aguentar as investidas do galo. Ele é um “galinha”, e dá em cima de tudo mundo. – Com ele eu me entendo, pode deixar.

***Naquela noite, a galinha contou a história toda para o galo, e pediu au-torização para que a mutum pudesse morar no galinheiro. Generoso como poucos, ele aceitou na hora. Claro, se tratava de uma fêmea.Depois das apresentações, todos fo-ram dormir. Não antes de o galo ten-tar se empoleirar perto da mutum, e levar uma asada na nuca.

***No dia seguinte, como manda o fi-gurino, o sol raiou, o galo cantou, as galinhas – e a mutum – acordaram e já estavam prontas para comer o mi-lhinho de todas as manhãs, quando o dono chegou conversando com o ca-seiro do sítio:– Ô, Zé, primeiro você escolhe uma galinha bem gorda pra matar, depois você joga milho pras outras, ouviu?

Enquanto o caseiro pegava uma ga-linha do outro lado do galinheiro, a mutum se desesperou:– Meu Deus, meu Deus... Você não me disse que o dono comia as galinhas!– Esqueci de mencionar, mas o que você esperava? Se ele não comesse galinha, por que iria criar?– Por hobbie, pra vender os ovos, sei lá... Só sei que não quero mais viver aqui, e ver o dono comendo a pró-pria cria...Ao tentar dar aquele voo baixo para fugir do galinheiro, a mutum foi im-pedida por alguém. Era a galinha que ela conversara desde o dia anterior, que além de impedi-la, ainda come-çou a cacarejar para chamar a atenção do caseiro.Vendo aquele frejo, o Zé soltou a ga-linha que tinha nas mãos, e agarrou com tudo a mutum-de-penacho. De-pois virou e gritou pro dono do sítio:– Geraldo, achei esse bichão aqui no galinheiro. Parece uma galinhona.– Rapaz, isso é uma mutum. É um tipo de galinha, mesmo.– E serve pra comer?– Ô, se serve. E essa tá grande, hein? Traz pra cá, deixa as galinhas pra ou-tro dia.

***Depois de dar as ordens, o dono foi dar uma conferida na plantação.O caseiro fez o que foi pedido e foi bus-car o seu facão para sangrar a mutum.As galinhas – finalmente – puderam ciscar o milho matinal, começando mais um dia tranquilo de vida.


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Vai uma pata aí?! - MDB 8ª edição

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