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“VIAGEM A MARTE” Valdemiro Mendonça. (Parte 1) Pequeno prefácio: A grande nave: “RIMA MESMO” parte do planeta terra levando um grupo de amigos para uma odisseia pelos cosmos onde os aventureiros embarcados tinham a esperança de finalmente poderem escrever sobre a Lua, as estrelas e planetas estando mais perto deles e de Deus. Cada membro era além de poeta um participante nas diretrizes do comando da nave e durante a jornada em duas etapas, sendo que a primeira parte era apenas até a Lua onde permaneceriam à espera da janela correta para dar inicio a grande aventura. Eles trocarão impressões sobre cada um dos participantes e eventualmente poderão escrever sobre seus companheiros e publicar no jornal de bordo. O que nos espera nesta viagem, só o tempo poderá revelar... Haverá enlaces amorosos a bordo, algum acidente colocando em perigo a vida dos viajantes, algum encontro com alienígenas, ou será uma viagem tranquila e todos regressarão a salvo? O comandante da nave viaja com uma tripulação de homens e mulheres experientes no total de doze e mais doze equipes cada uma com seu próprio comandante para várias funções na nave, a saber: “alimentação, dormitório, departamento medico, mecânica de reparos externos, de reparos internos, e todos os tipos de serviços requeridos para a viagem”.

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“VIAGEM A MARTE”

Valdemiro

Mendonça.

(Parte 1)

Pequeno prefácio: A grande nave: “RIMA MESMO” parte do

planeta terra levando um grupo de amigos para uma

odisseia pelos cosmos onde os aventureiros embarcados

tinham a esperança de finalmente poderem escrever sobre a

Lua, as estrelas e planetas estando mais perto deles e de

Deus.

Cada membro era além de poeta um participante nas

diretrizes do comando da nave e durante a jornada em duas

etapas, sendo que a primeira parte era apenas até a Lua

onde permaneceriam à espera da janela correta para dar

inicio a grande aventura. Eles trocarão impressões sobre cada

um dos participantes e eventualmente poderão escrever

sobre seus companheiros e publicar no jornal de bordo.

O que nos espera nesta viagem, só o tempo poderá

revelar... Haverá enlaces amorosos a bordo, algum acidente

colocando em perigo a vida dos viajantes, algum encontro

com alienígenas, ou será uma viagem tranquila e todos

regressarão a salvo?

O comandante da nave viaja com uma tripulação de

homens e mulheres experientes no total de doze e mais doze

equipes cada uma com seu próprio comandante para várias

funções na nave, a saber: “alimentação, dormitório,

departamento medico, mecânica de reparos externos, de

reparos internos, e todos os tipos de serviços requeridos para

a viagem”.

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O comandante se chama Mirote, e seus comandados

serão apresentados durante a jornada um abraço.

Capitulo 01

Numa fazenda de café, simples com trabalhadores comuns

onde nada chamava a atenção, a não ser neste sábado

especial de março, o movimento dentro da sala de reunião

social, mas que estava restrito ao interior da grande

residência. Na fazenda era tudo igual, pessoas se

movimentando na derriça de café, outros no transporte do

produto e até um antigo carro puxado por bois rodava

soltando seu apaixonante ruído de madeira atritando

madeira, untada nos mancais ou “cocãos” com querosene

para conseguir este efeito que tanto agradava a quem ouvia

e substituía às músicas de rádio ou televisão. Na casa grande

ou: sede administrativa, no entanto, havia uma

concentração de pessoas bem vestidas e com a fala típica

dos gente residentes na cidade. No total eram trinta pessoas

distribuídas em mesas de quatro cadeiras supridas com

bebidas ao gosto de cada ocupante. Eles haviam chegado

num ônibus executivo durante a madrugada e vistos apenas

por alguns administradores do local e da confiança do dono,

este, “um poeta caipira, mas inventor nas horas vagas” que

se meteu a convidar alguns amigos do recanto das letras

para uma inusitada viagem ao planeta vermelho. Todos os

convidados eram poetas, e como se sabe poetas são

adeptos de aventuras e se imaginarem que existe perigo

numa empreitada aí é que se assanham mesmo para

participar. As conversas giravam em torno do que veriam,

viveriam e relatariam nesta aventura que eles acreditavam

ser só uma piada e que não passaria de uma reunião entre

amigos na casa de um sonhador. Breve o segundo capitulo

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será postado, eles serão sempre pequenos para não cansar o

leitor... Será que alguém vai ler?

Capitulo 02.

Na primeira mesa, estavam quatro lindas escritoras e

poetisas solteiras Jeane Diogo, Maria Bremide, Shirley e Keith,

mas entre os solteiros alguns já se manifestavam tentando

separar as damas, Fábio Brandão e De Luca “eternos

pegadores”, discretamente o poeta Jacó Filho, mais

conhecido como: “terror das periquitas” também já arriscara

dar uma olhada para a mesa das beldades que não davam

qualquer ideia de estar por enquanto muito afim de uma

milonga. Um casal muito conhecido da galera cearense

trocavam juras eternas enquanto ele: Mister Vantuílo afagava

com carinho a barriguinha saliente da sua noiva Rosilene,

“modelo”, uma garota linda que mostrava toda beleza física

e o bronzeado ao ponto conseguido no sol das belas praias

de Fortaleza. Ainda sem aparecer em publico, eu conjeturei:

“isto é bem capaz de me dar um neto ou neta marcianinho”

Nuria uma bela poetisa paulistana estava numa mesa mais

ao fundo falando ao telefone com alguém, eu estava curioso

para saber com quem ela conversava tão acaloradamente

e dirigi meu anel sonar de recepção fraglite que ao ser ligado

acionava automaticamente o micro ponto no ouvido e ouvi

uma voz que soava tão rápida e aguda que adivinhei logo

ser de um catarinense, percebi que estava sendo indiscreto e

desliguei, pois apesar de estar sempre atento à segurança

dos passageiros, eu sabia que era apenas uma despedida de

amor, já que ele: “o azarado” não poderia nos

acompanhar... Azarado por quê? Não conhece a poetisa?

Maior gatona cara. Em outra mesa mais ao centro estava o

casal vinte: Estrela Regina e João Só, ambos esbanjando

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alegria com sorrisos que despertava a simpatia de todos os

presentes. Arauto das Artes com seu inseparável violão

riscava num papel, certamente mais uma musica, é o poeta

com o qual eu conto para animar esta pequena viagem de

quase sessenta milhões de quilômetros, prestando atenção

estava Tereza Cristina poetisa muito famosa nos meios

artísticos já que também adora cantar. Meus amigos Dosan e

Zeni e devo explicar... “Apesar dos meus sessenta e tararás,

tenho amigos de todas as idades”. Os dois jovens já até

participaram de outros eventos dos quais também eu estava

presente, ambos divertidos e com a esperança de sempre

continuarem a viver o grande amor que os une e dos quais já

estou acá pensando se: ou quando me darão netos... Claro

eu me ofereço como avô e não cobro nada. “Avô virtual”.

Numa mesa mais ao centro mais duas garotas, Maria Aranilda

e jânia Lopes trocando figurinhas com Paulo Jeser outro

poeta cearense... Gente como tem poeta neste Ceará, gloria

ao pai e Dílson Ferreira este poeta porreta lá dos Rios Grandes

do Norte. Alguns ainda estavam atrasados, mas certamente

chegariam até a hora da partida.

AVISO AOS PASSAGEIROS DA NAVE RIMA MESMO COM

DESTINO A MARTE.

Cada passageiro receberá seu prefixo de identificação

enviado pelo Trovador das Alterosas, notem bem, não é o

comandante Mirote, este também receberá um prefixo.

Quem envia é o contista trovador o único que saberá quem

é quem na viagem. De posse do prefixo, cada qual poderá

se quiser se identificar para um amigo ou uma colega, mas a

ideia é não se revelarem e sim através dos jogos de quadras

ou trovas que vai ser colocados no painel de recados, a

pessoa dará a dica para seu eleito e cabe a ele ou ela

descobrir quem é quem durante a viagem. Os identificadores

masculinos é o prefixo P M 00 e feminino é PF 00, ou seja: “P”

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de “poeta” & TM OU TF Tripulante feminino ou masculino.

Após a partida o painel será aberto e cada um que queira

enviará ao contista através de email e ele o postará no

painel. Um abraço galera.

Capitulo Três.

“O ANCORADOURO DA RIMA MESMO”

Os participantes a partir de agora, serão tratados com

suas siglas de identificação, cada participante tem o seu

numero codificado e que só o contista, “trovador” é quem

sabe quem é quem. É desta forma que serão conhecidos a

partir deste momento, válido para quem está atrasado, se

chegar antes da partida, será embarcado. O comandante

Mirote adentrou ao salão e se ouviu gritinhos nervosos da

plateia feminina que sempre tecem uma rede de

encantamentos para homens que comandam grandes

epopeias de acontecimentos que um dia se destacarão e

poderão passar a historia.

O comandante levantou sua mão direita e saudou a

plateia feminina e masculina, muitos deles seus conhecidos

de cantos e recantos desta vida poética sem eira nem beira

onde cada qual mostra sua arte e é aplaudido pelos que tira

da alma a doação dos seus sentimentos mais puros. Após

cumprimentar olhando sempre nos olhos cada um dos

presente, o Com: Mirote disse algumas palavras de boas

vindas aos companheiros de viagem e apontando para um

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paredão do seu lado direito com um aparelho de controle

remoto maravilhou os assistentes fazendo abrir toda a lateral

de mais de trinta metros do comprimento por altura de um

terço, deixando que os presentes vislumbrassem uma

paisagem gigantesca do que era um cone extinto de uma

antigo vulcão. Um grande lago de águas azuis e muitas terras

ensimesmadas por florestas de árvores altíssimas e cercado

por altas paredes de lava vulcânicas, davam aos olhos dos

poetas maravilhados, a vontade de colocar no papel as

belezas que apreciavam.

A um gesto do comandante, todos os presentes se

movimentaram em direção ao que para eles era algo, se não

assustador, pelo menos era de uma estranheza absoluta,

tudo o que pensaram sobre esta ser uma viagem apenas de

fantasia, começava a tomar forma de uma realidade

fantástica e gigantesca que certamente mudaria para

sempre suas vidas. Num píer de acostamento nas águas

profundas, viram um enorme navio a vapor, no cais do porto

antigo e sem pintura, uma enorme pilha de madeira

acondicionada em lotes bem amarrados aguardavam como

para serem embarcados, e as palavras do velho

comandante surpreenderam os passageiros que esperavam

todo tipo de aventuras, menos que tivessem de trabalhar

duro para garantir a viagem a um planeta que por ouvirem

falar, era inóspito e agressivo aos astronautas que por lá se

aventurasse:

A voz de barítono de Mirote soou como um arauto

profetizante de maus agouros: Fila de homens à direita, e de

mulheres à esquerda, ao meu sinal comecem a carregar a

madeira para nossa condução até o planeta Marte. Muitas

exclamações de surpresas e revolta se elevaram no ar, o que

significava aquilo, era uma brincadeira, era o paradoxo do

absurdo acontecendo com quem pensava fazer a aventura

dos sonhos?

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(Capitulo Quatro)

“A NAVE”

O comt: Mirote adentrou novamente no recinto de

onde saíra e foi conversar com a tripulação contando à

brincadeira que fizera com os passageiros deixando todo

mundo atarantado com suas ordens que não passava de

galhofa do velho comandante para deixar os viajores à

vontade e com tempo de já se entrosarem em conversas sem

sua presença de certa forma inibidora, na sua ausência eles

ficariam mais à vontade para criticar o sistema, o que ele não

contava era com a capacidade de reação da ala feminina,

“as mais revoltadas do grupo com a condição imposta pelo

mandatário da viagem”.

Permaneceu por quarenta minutos examinando as

condições de voo na atmosfera e fora dela, tudo parecia

perfeito para a partida na curta viagem até nosso satélite

natural. Retornou à base secreta aeroespacial e teve uma

surpresa e levou um tremendo susto quando ouviu palavras

de ordem gritadas pelo coro de vozes femininas e alguns

alardes masculinos, embora poucos e tímidos. Não quis

acreditar quando ele viu duas das suas amigas de muita

confiança, Jeane Diogo e Maria Bremide e sua própria neta

empunhando cartazes com escritos rebeldes incitando os

amigos a lutarem contra o trabalho do transporte de

madeiras para a caldeira do grande navio a vapor que

conforme o Comt: Mirote os levaria a Marte.

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Gritavam a plenos pulmões: “ão, ão, ão, pau a gente

leva não e o cora já bem ensaiado respondia: au, au, au, a

gente não leva pau”. Ouvi o sacana do De Lucas falar

baixinho im, im, im pau elas levam sim, Dílson poeta responde,

ama, ama , ama leva pau e não reclama, A coisa foi ficando

inflamada, a Jeane chegou a rodopiar como uma porta

bandeiras com o cabo da placa escorada na cintura e

gritando pega, pega, pega o dono do pau se quiser é que

carrega e ante, ante, ante vamos pegar o comandante.

Nestas alturas as garotas se inflamaram e o Mirote

começou a ficar aflito e para piorar um dos grandes amigos

de Mirote grita: Linchamento não! Ai Mirote apelou com ele

pô Fabio estas garotas estão inflamadas e você ainda me

coloca palavras na boca delas? E o Fábio grita de volta: eu

falei para não linchar. O Comt: Pô meu ninguém tinha falado

em linchamento e agora olhe só o coral: Pote, pote, pote

vamos linchar o seu Mirote.

Nisto o comandante achou que era hora de parar a

brincadeira, ele sabia que aquelas doçuras de garotas só

acabariam com alguém se fosse de prazer, por isto

delicadamente puxou seu canhão portátil e atirou para cima,

no mesmo instante fez-se silencio e acabou o burburinho, mas

Nuria e Sonia continuaram falando baixinho, isto é o cumulo

do absurdo, afinal de contas nós pagamos caro estas

passagens, aí o buchicho foi elevando-se novamente e

Mirote gritou: Senhoritas e senhoras presentes... Está certo

Jacó Filho, “senhores também!” Tudo isto é apenas uma

brincadeira e Dosan retrucou: de muito mau gosto por sinal,

uma senhorita quindim de todo mundo de nome Zeni apoiou

na hora, é isto aí bem, dá nele que eu garanto! Ele continuou:

quem disse que este comandante entende lá de viagem

espacial, onde já se viu queimar lenha no espaço se lá não

tem oxigênio? Novamente o burburinho, é isto aí, responda

seu comandante de meia tigela, gritou Zemary poetisa

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paraibana “retada” garota de paz, mas naquele momento

acabara de puxar a peixeira.

Uma garota loura de nome Noêmia Jambo por sinal

muito bonita acalmou Zemary e as duas saíram rindo, Mirote

também riu, ele sabia que aquelas garotas o máximo de

violência que poderiam admitir seria jogar pétalas de rosas

em alguém, enfim tudo estava entrando no espírito a que se

propõe esta viagem. O comandante levantou novamente as

duas mãos espalmadas e pediu para que se aproximassem as

lideres do bem humorado protesto, a questão do navio

ancorado, só deu aos presentes a certeza de aquela seria

apenas uma viagem de encontros de poetas e promovido

pelo amigo, mas logo seria revelado até onde iria seguir as

brincadeiras, pois, ninguém acreditava que realmente iria a

Marte menos ainda num navio a vapor.

As três garotas mais assanhadinhas do protesto: Jeane

Diogo, Keith Neta e Maria Bremide se aproximaram e Mirote

estendeu-lhe um aparelho cheio de botões, era um controle

remoto com as siglas da nave RIMA MESMO estampado ao

fundo: Um beijo quebrado com duas mãos infantis tentando

ajuntá-los. Até então os presentes só tinha visto os emblemas

nos folhetos de viagem, mas tinham uma informação que

eles estariam estampados na grande nave. Mirote

levantando os dois braços pediu silêncio e graças ao Jacó

Filho que fez apenas um gesto na direção do povo como a

dizer, atendam, ele pode falar: companheiros e

companheiras... Caramba isto está parecendo coisa daquele

intragável, melhor mudar amigos e amigas, dentro de

instante verão como mágica, os maiores feitos tecnológicos

de todos os tempos, Uma mineirinha de nome Shirley, biiiiiita

como só ela gritou: é, uma nave tocada a carvão, tem

vergonha não sô, uai troca este trem sô.

Mirote pediu à menina Jeane para apertar o botão azul

e aqui é bom já explicar, todos os participantes quando

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entrassem na nave passariam automaticamente a se verem

como quando tinham dezessete anos, para isto as diretrizes

do projeto estudara cada membro do grupo e escalonaram

sua figura atual rejuvenescendo todos, homens e mulheres na

aparência mais bela de suas vidas, quando o ser humano

atravessa a fronteira de meninos para adultos. Por isto o

tratamento de meninas já adiantando os acontecimentos.

Jeane apertou o botão azul enquanto Mirote com o braço

direito fez um largo gesto abrangendo o lago que

comportava o enorme navio a vapor. Os olhares

acompanharam a direção que o comandante apontava e

num átimo de segundo tudo desapareceu, incluindo parte

do lago deixando uma paisagem de campos floridos e

regatos límpidos a descerem das encostas rochosas.

O comandante curtiu por alguns instantes o assombro

dos presentes agora quietos e percebendo que ali havia mais

coisas do que imaginaram suas fantasias. Já com o controle

novamente em sua mão Mirote o apontou para cima e após

acionar um dos botões apareceu sobre suas cabeças o

casco inferior de uma gigantesca nave espacial, ouviu-se

gritos de surpresas e o comandante sorriu com o espanto

causado nos seus amigos. A nave parecia uma imensa tela

cinematográfica de seiscentos metros de comprimento por

duzentos e cinquenta metros de largura, representados de

uma forma artística o sistema solar completo em movimento

e mostrava mais ressaltado os planetas, Terra na cor azul

gelatinosa e a lua na cor de ouro, ambas com brilho de

pedras preciosas.

O planeta Marte estava começando a contornar o sol

na parte sul da elíptica e já do outro lado do sol uma faixa

luminosa branca partia vindo em direção a terra, porém num

plano que ficaria a meio termo de distância. Outra faixa

branca partia da Lua e iam em direção ao centro da linha

onde se encontravam, todos entenderam que aquela era a

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estrada de luz que seguiriam para o encontro com marte na

menos distância, ou seja: em tornos de cinquenta e sete

milhões de quilômetros Uma faixa do mesmo porte apenas

com cores mais vivas partia da Lua até a nave “RIMAMESMO”

representada como uma estrela de quatro pontas acima do

emblema do beijo quebrado.

O comandante operando o controle fez descer a nave

até à altura de cinco metros e após, desceu uma plataforma

verde com o brilho de uma esmeralda até encostar-se ao

chão e com um gesto cortês e lágrimas nos olhos o

comandante convidou seus amigos a embarcarem na

plataforma. Uma voz suave imitando a voz de chamadas em

aeroportos se ouviu quando a primeira passageira cruzou a

faixa laranja de luz: bem vinda a bordo senhorita PF 01 a

seguir o mesmo se repetia com os que iam cruzando a faixa

brilhante bem vinda PF15, PM 01, PM05, PF 08, PM O8 e assim

chegamos ao fim deste capitulo, o próximo será no quinto

capitulo:

“A PARTIDA”

Lista dos poetas na viagem a Marte.

Capitão Mirote. P M 23

Fábio Brandão. P M 01

Jacó Filho. P M 03

Dílson poeta. P M 04

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Arauto das Artes. P M 06

J da Cruz P M 07

Vantuílo P M 08

Dosan P M 09

DE Lucas P M 10

Nando Moreira P M 11

Paulo Jeser PM 12

Oliver Joy PM 13

João Correia PM 14

TM E TF, TRIPULANTES

General TM 15

Milton Fernandes TM 16 F

Mauro Rosa TM 17 F

Benedito Souza TM 18 F

Aldo Brandão TM 19 F

José Pereira TM 20

Jeane Diogo. PF 01

Maria Bremide. P F 02

Sonia Fátima. P F 03

Zemary. P F 04

Sonia Barbosa P F 05

Shirley Nazareth P F 06

Regina Estrela P F 07

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Rosilene Lima P F 08

Zeni Silveira P F 09

Keith Danila P F 10

Núria Monfort P F 11

Maria Aranilda P F 12

Tereza Cristina P F 13

Jânia Lopes P F 14

Noêmia Jambo P F 15

Esperança Vaz P F 16

Mary Josi P F 17

Julia Fernandes T F 18

Nelma Barbosa P F 19

Nilcéia Perroud T F 20

(Capitulo 05 especial.)

Obs. Pode parecer um capitulo sem muita aventura, mas

necessário para que cada um conheça seus amigos de

aventuras, então aguentem o tranco. Alguns dos

participantes terão nas entrelinha uma pista para que se

saiba de quem estamos falando, cabe a cada um imaginar

quem é “o” ou “a” pessoa.

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“A despedida”

Os quarenta convidados estavam no salão principal

da R M 01 ou: NAVE RIMA MESMO 01. Ao ultrapassar a faixa

laranja cada um teve um pensamento sobre seu novo

destino. A primeira a cruzá-lo num ato até de ousadia foi PF

01: talvez até por esta ousadia ela tenha recebido a sigla

primeiro do que os outros. Ao olhar os dois mundos que do

qual todos eles faziam parte ela teve um estremecimento

involuntário, voltaria a ver aquele céu azul aquela terra verde

tudo o que amava na terra? Era uma pergunta sem resposta,

mas talvez a vida seja isto, eternos desafios a serem vencidos

para se descobrir as respostas. Olhou para sua imagem

refletida no portal brilhante da nave e suspirou estava jovem

novamente, sua mente começava a assimilar os detalhes

daquela figura que quase se apagara da mente... Era magra,

esbelta, talvez até mais magra do que as colegas de escola,

loura olhos claros, se definisse seu biótipo seria chamada de

“Raça ariana” desprezava esta palavra... Sempre achara que

os seres humanos deveriam ser pintados de uma só cor,

qualquer cor, mas que tivesse evitado o holocausto feito pela

ignorância humana. Quando terminasse a aventura e

voltassem a terra... Se voltasse, teria que reaprender a amar

sua forma real, mas agora estava com mil sonhos tomando

conta da sua cabecinha de dezessete anos, tinha a chance

de fazer agora o que não tivera coragem para realizar antes

e o faria com certeza, caminhou para o meio dos colegas e

do burburinho de vozes jovens, disposta a seguir em frente.

PF 15: Loura não muito alta também se despediu

mentalmente do que via da terra que tanto amava; Também

ela se viu refletida no portal da RM 01, gostou do que viu era

uma figura que chamaria a atenção de qualquer rapaz,

agora se lembrando, porque não tivera tantos interessados

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em namorá-la quando jovem? Era linda estava vendo isto

como nunca à vira antes, talvez... É isto, ela não tinha a

experiência para usar aquela máquina da maneira correta,

mas agora tinha ah e ela iria usar a máquina ah se ia. Entrou

e foi se misturar entre aquelas figuras jovens e saudáveis que

esbanjavam alegria.

PM 01: Olhou também para o que via da terra, mas

acostumado a interpretar a vida não como ela se apresenta,

mas como ela pode ser vivida, não temia a viagem, não

pensava em volta, pensava sim em viver a aventura a que se

propuseram; Seus longos cursos de filosofia, seus estudos de

teologia faziam dele alguém preparado para viver a vida,

não vegetá-la, olhou sua imagem naquele espelho do portal

e sorriu. Cabelos na cabeça, ah, ah, ah, tinha esquecido de

que um dia os tivera, mas eles estavam lá e agora ele ia

gastar um tempo extra para penteá-los talvez até fizesse um

topete igual ao do Elvis Presley, Sua figura atlética sempre

atraíra as mulheres, tinha vivido bem a sua vida até ali, agora

tinha chances de usar sua experiência para conquistar

principalmente as gatas de plantão. Se cuidem mulherada, o

gavião carcará está solto e voando alto, entrou para a nave

como se esta fosse sua própria casa e rindo se misturou a

galera.

PM 06: Calmo olhou para o quadro que via à sua frente

e pensou, até a volta terrinha vou a Marte fazer um show e já

volto, ele era assim, um artista, sua vida dedicada ao

trabalho, aos estudos, mas suas horas de folga eram usadas

na musica, razão principal da sua vida, tinha desistido de

trabalhar em outras coisas, agora o pouco que ganhava era

abençoado, pois era o fruto da sua arte e isto fazia dele um

ser humano melhor, viu sua imagem no portal, era como se

lembrava dos seus dezessete anos, o violão às costas como

agora, só a barba não estava lá. Não precisava de muito

falatório ele se apresentaria melhor quando demonstrasse sua

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arte, não estava recebendo para esta viagem, mas dinheiro

não é tudo, o amor sim, esta é a mola principal que

impulsiona a vida. Entrou já visando à possibilidade de um

palco cheio de instrumentos musicais e ele arrasando nos

acordes.

PF 02: Olhou através das lágrimas para o que

conseguia ver da sua amada terra. Ela era assim: chorona,

delicada, apegada ao que faz parte da sua vida, lembrou-se

dos netos, filhos, soluçou, não tinha vergonha de chorar,

despediu-se era inevitável o olhar para o portal, além dos

ricos arabescos que enfeitavam o beiral, era como um

espelho refletindo com nitidez tudo que se enquadrava nos

seus doze metros de altura por vinte de largura, lá estava ela

com seus dezessete aninhos, era bonita, mas sua figura

chamava mais a atenção pelo conjunto pernas, braços,

cintura, tudo proporcional à altura, riu e pensou esta menina

agora não vai ficar de bobeira como da outra vez que teve

dezessete, tão comportadinha, casou como se aquele fosse

o sonho de toda garota, seu príncipe no cavalo branco, mas

parece que o príncipe fugiu e ela casou apenas com o bicho

de quatro patas ah, ah, ah, brincadeira, ela pensou... As

coisas apenas não deram tão certo como ela esperava. Mas

podia ser diferente agora, agora ela tinha uma mente para

comandar aquele corpo lindo e o faria. Decidida, entrou e se

misturou aos desconhecidos da mesma idade que a sua,

como ademan, disse: aqui vou eu.

PM 02: Calmo, risonho e com cara de bonachão,

tocador de blues, soprava gaita e tocava violão, não seguira

carreira, mas quando jovem chegou a tocar no clube da

esquina em Belo Horizonte, montou um conjunto musical, “se

fosse hoje seria banda”, que ficou famoso na época, não

gostava muito de relembrar, viu seu nome e dos amigos

estampados na revista “O Cruzeiro e Manchete” e frequentou

as páginas dos maiores jornais do país, guardara os recortes,

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mas há muito tempo não olhava pra eles. Sua vida tomou

novo rumo quando um dos amigos morreu desfalcando o

conjunto e ele simplesmente sumiu com uma nota de

despedida, o conjunto seguiu sem ele, mas também foi

engolido pela falta de gente com massa cinzenta na

direção. Agora estava olhando sua figura mais alta do que o

normal para a idade, riu e pensou, vamos a isto, quem sabe

eu possa voltar a tocar meus blues? Com mais uma olhada

para a terra, entrou na nave e foi saudado pelo PM 06 com

quem já fizera amizade.

PF 03, Esta não chorou, pelo contrário deu uma olhada

rápida para o céu dizendo: daqui a pouco estaremos lhe

olhando lá de cima, olhou para a mata, o pequeno lago, os

riachos descendo pelas pedras e finalmente para a sua

imagem no portal deu uma gargalhada e falou: Menina você

está com tudo em cima, nada tinha a reclamar da vida, vivia

como se viver fosse uma via de direção única com um único

propósito: ser alegre, nos momentos bons e tentar contornar

os momentos difíceis com alegria redobrada. Olhou mais uma

vez o conjunto bem feito daquela menina de olhar maroto e

pensou este corpo e esta cabeça de agora vão dar pano

pra manga.

PM 03: Escritor, jornalista, homem do povo, sua vida foi de

se preocupar com os outros sem pensar muito em si, adorava

as mulheres e sempre soube como tratá-las. Não se ligava

muito a uma apenas, era discreto, mas se alguma lhe desse

bola recebia sua atenção e se bobeasse acabava sabendo

como era macia sua cama de casal com colchão d’água e

o gosto do seu café forte. Sabia o que o esperava nesta

viagem, o comandante Mirote era seu amigo de longa data

e tinha confiança absoluta de que ele saberia resolver

questões de ordem psicológicas entre os participantes na

longa viagem que fariam. Estava disposto a ajudar o amigo e

sabia que o fato de ele tentar papar alguma possível cliente,

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desde que não em horas de atendimento não afetaria a sua

amizade. Disse baixinho, audível apenas para ele próprio:

adeus terra, se eu não voltar obrigado por ter sido tão

generosa com este seu filho. Entrou e foi à procura de alguma

jovem donzela solitária que precisasse dos préstimo do

rapazinho esbelto de olhar vivo e jeitinho de que: eu sei como

fazê-la feliz.

PM 04: Um poeta dos que se pode chamar de natural,

seu jeito e suas obras são inconfundíveis, por tudo que ele

escreve qualquer pessoa adivinha logo que é pessoa do bem

e que sabe o que quer escrever e acredita no que escreve.

Devido à minha própria timidez por não ter estudado muito,

foi um pouco difícil nossa aproximação, mas hoje posso

garantir que seria muito ruim não contar mais com a sua

amizade, é para mim uma honra muito grande saber que

tenho um amigo poeta desta qualidade. Sua despedida da

terra, não foi diante do portal, ele o fez antes de se dirigir à

plataforma luminosa, por isto ao atravessar a linha de cor

laranja ele apenas olhou seu reflexo no portal e o interior da

grande nave que seria sua casa de agora em diante. Riu da

sua figura de dezessete anos, rapazinho queimado de sol

vestido com roupas domingueiras e se preparando para o

passeio à noite na pracinha dos namorados onde ficavam

jogando piadinhas para as garotas ou se tivesse sorte, estaria

em algum canto do jardim dando um amasso nas meninas

mais atiradas, esperando chegar a hora de dormir para no

outro dia enfrentar o duro trabalho pela sobrevivência. Se

fosse ainda ingênuo, acreditaria que iria se dar bem com as

garotas, usando sua experiência de vida atual, mas ao

mesmo tempo sabia que as garotas também tinham

acumulado estas mesmas lições. O que aconteceria, uma

loucura coletiva, ou um encontro equilibrado de pessoas

extremamente jovem e bonita, mas com um “QI” de sábios e

que os faria mais exigentes no próprio comportamento?

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Vamos a ver este futuro. Sorrindo das próprias conjeturas

misturou-se com seus colegas.

PF 04 Rindo e brincando com quem estava mais perto

dela foi que esta garota extrovertida atravessou a fronteira

do que representava a terra segura, trocada por aquela

coisa gigantesca e que a levaria para mundos

desconhecidos. Apesar de sentir o mesmo que todos os

colegas, “a sensação de que poderia estar se despedindo da

vida e ao mesmo tempo ganhando uma sobrevida vivendo

de uma vez os sonhos de muitas décadas. Ela olhou com

prazer a sua figura jovem de quando era muito namoradeira

e gostava de cantar e se divertir, tudo o que conseguisse

viver dali em diante seria diferente da sua vida até agora

onde como todas as mulheres, fora sim, guiadas a um

comportamento imposto por uma sociedade injusta que fazia

da mulher um objeto de procriação, acondicionando em

sonhos o que poderia ser perfeitamente real a exemplo das

mulheres atuais que estavam se ombreando com os machos

em todos os quesitos e dando um banho de competência e

garra nas suas empreitadas. Vamos viajar, me segurem

galera, ela não pensou, a menina gritou para ser bem ouvida

pelos jovens que estavam no centro do salão. Hum... bem-

vinda moça.

PM 07: Alto magro, simpático, com um sorriso eterno nos

lábios, atenciosos com todos, ele é um dos poetas que

nasceu para a arte, claro que não foi sempre poeta, como a

maioria doas colegas, não poderia se dar ao luxo de viver do

que escrevia, trabalhou para sobreviver, mas poesia é sonho

e esta sempre o acompanhou durante a vida. Agora é um

grande menestrel da arte dos versos, Teve amores e amores

agora pelo pouco que sei continua amando e vivendo para

o amor. Também ele deu uma olhada para a terra, sentiu

uma pontinha de tristeza, medo não, mas tinha certeza que

sentiria saudades dos finais de semana onde mostrava sua

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habilidades rodopiando no salão e provocando inveja nos

pés duros, era um grande dançador como se chamava,

achava que a palavra dançarino era meio delicada e ele

era o PM 07 bom de verso, bom no violão bom de voz e bom

de dança. Talvez até pudesse dar umas aulas para as

moçoilas casadoiras durante a viagem, por que não? Era

solteiro... Hum nem tanto, mas sempre com carinho dá para

negociar o tempo, afinal estaria apenas ensinando uma das

suas artes. Su figura magra refletida no portal já desenhava o

que ele seria no futuro: Um bom vivan, que vivia para o amor,

lembrou-se da mãe, às vezes quando estava bravinha com

ele o chamava de cara lambida que não saia das furrupas,

era fato, sempre gostou de dançar, então vamos dançar no

espaço. Voialá.

PF 07. Uma linda mulher delicada, sorridente, amiga e

que escreve maravilhosamente bem. Ela olhou sua terra

amada através das lágrimas, mas sem desmanchar nem por

um instante o largo e maravilhoso sorriso, sua marca

registrada em todos os eventos que comparece. Sorriu agora

com gosto ao ver sua imagem no portal, exatamente como

se lembrava, mas ainda era mais bonita do que se imaginara,

o corpinho magro e bem cuidado, com formas perfeitas,

cinturinha bem demarcada de quem vivia correndo por

algum motivo e aquele sorriso que já estava la, seus cabelos

ao estilo afro sem exagero e um rostinho ovalado

completavam aquele conjunto de beleza juvenil, Vivera sua

adolescência como muitas garotas da sua época, sua

criação foi rígida e dentro dos padrões de pais zelosos dos

bons costumes, namorado tinha de ser religioso e namorar só

em casa perto de um ou mais familiares. Não se queixava,

sempre soubera tirar prazer nas coisas mais simples da vida,

sabia se resignar com sofrimento que a vida tem, mas não

aceitava imposições sem eira e nem beira de ninguém, sabia

que reviver a juventude novamente, para ela seria só possível,

se realizasse o sonho de realmente poder escolher o príncipe

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do cavalo branco, mas conhecê-lo bem até ter certeza de

que o cavaleiro: “Era um cavalheiro”. Seguiu em frente e

notou um olhar penetrante de um jovem magrelo, tão

sorridente como ela própria, vindo em sua direção, nem

pensou em evitar, sentira-se atraída por aquele jovem

simpático e começar a viagem conhecendo alguém era

ótimo. O rapaz: PM 07 se apresentou e beijou sua mão, não

da maneira convencional, mas virando a palma para cima e

pousando nela um beijo quente, que fez estremecer a garota

quase que deixando uma marca escritas com as palavras;

achei quem procurava... Vamos a Marte.

PM 08 ### Sua despedida da terra ele a fez um dia

antes, quando viajou para uma das suas fazendas e numa

colina cheia de flores e pássaros meditou no quanto era

loucura deixar todo o seu patrimônio para seguir num viagem

sem garantias de volta... Mas mesmo se não houvesse um

forte motivo, era capaz de ele ir. Afinal quem inventou esta

maluquice, foi seu companheiro de muitas aventuras, só isto

já valeria o risco e os seus amigos poetas de tanto tempo no

recanto e mais duas criaturinhas uma que ele amava de

paixão, outra que ele amava, mas ainda estava aprendendo

sobre este amor novo que já o arrebatara para uma nova

vida e novas maneiras de pensar, tinha certeza que choraria

muito sabendo que dois seres tão queridos estariam longe

sem sua presença, por isto nada o impediria de ir ou apenas

a força divina maior, mas esta ele achava que o estaria

apoiando como sempre. De Deus ele não temia nada, pelo

contrário, sua fé lhe garantiria uma viagem feliz e uma volta

tranquila a terra. Entrou na nave e só olhou de relance para

sua figura de garoto bem nutrido e porte atlético e sorriu

cismando... É garoto, você é muito novo para tanta

responsabilidade, mas é você e sua família, vamos a Marte.

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PF 08### Com o sorriso da benção estampado nos lábios foi

que ela entrou na nave carregando uma carga preciosa,

agradecera a Deus por estar lhe dado a sua sublimação,

sentia-se agora uma mulher quase realizada na vida, faltava

ainda os meandros naturais por que teria de passar. Fora

chamada pelos amigos, os pais e todos os parentes, de

louca, por embarcar nesta viagem na época atual.

Acentuou mais o sorriso e olhou a figura paternal ao seu lado,

durante todo o tempo que meditara até tomar sua decisão,

ele fora o maior responsável por ter ela aceito o convite de

embarcar na RM 01 com destino a Marte, ela pesara os prós

e os contras de aceitar tal empreitada, mas sabia que se não

tomasse a decisão e resolvesse ficar na terra o seu amado

também não partiria, ele ficaria por sua causa e do bebê e

ela sentia que se o fizesse seria infeliz, ele como ela, gostava

dos amigos e tinha o peso do comandante Mirote, desde

crianças vivendo aventuras incontáveis por este mundão de

nosso Deus... Até ele estranhou quando ela mostrou a

passagem tentou argumentar, mas ela como uma surpresa

entregou a ele a sua passagem e o comprovante de adesão

e aceitação para o embarque. Viu uma lágrima furtiva rolar

dos olhos dele e soube quando ele a abraçou, que havia

entendido e o fizera pelos dois... Pelos três! E os dois o fizeram

pelos quarenta passageiros e mais o comt: Mirote. Viu-se com

dezessete anos no portal e riu... Dezessete com uma

barriguinha de três, naqueles tempos teria escutado poucas e

boas, mas agora era uma garota que sabia o que queria e

soube esperar o tempo e o homem certo para ter o que

sonhara sempre, uma filha. Que Deus tome conta de suas

vidas, seu bebê nasceria na nave ou em Marte? Tinha

certeza que nasceria e bem, confiava em Deus e estava indo

talvez mais para perto dele. Que horas é o almoço? Estamos

com fome e foram conversar com os amigos poetas.

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PM 09 ### Estava ali não apenas como poeta, conhecia o

capitão caverna... Quem diabos é capitão caverna?

Desculpe falha nossa! “Comt: Mirote” de bastante tempo e

como era agente secreto da ABIN ele e outro agente, foram

convidados a participar da viagem, não apenas como

passageiros, mas encarregados da segurança e defesa da

nave contra possíveis forças alienígenas; Conhecera Mirote

num conclave de poetas onde fora fazer a segurança dos

encarregados das mudanças na nova ortografia portuguesa,

o agente seu colega já o conhecia há mais tempo e foram

designados para este serviço justamente por serem poetas e

como eram conhecidos na sua vida normal fora da agencia

de inteligência brasileira. Acostumado a enfrentarem perigos,

ele, “e” tinha certeza que o outro agente também, não

perderam muito tempo se despedindo da terra, apenas um

olhar de até logo, pois, tinham de estar atento na nave o

tempo todo, existiam muitas forças contrárias a esta viagem e

por mais secreta que ela pudesse ter sido preparada, até no

despiste da nave como a inclusão do navio a vapor, o receio

de sabotadores os obrigava a tomar estes cuidados, achou

engraçada a sua imagem com dezessete anos, sempre fora

participante de atletismo e tinha músculos desenvolvidos,

mesmo nesta época. Misturou-se aos outros poetas que o

saudaram apenas como a mais um maluco com a cabeça

cheia de sonhos de escrever sobre os astros. Oi Marte.

PF 09### Ela linda de corpo perfeito, por ser a perfeição

natural nela, não era de ficar enfrentando academia e salão

de beleza para se fazer bonita, talvez a própria profissão de

agente especial da ABIN ou: “Agencia brasileira de

inteligência”, onde, para se manter com capacidade de

defender-se de ataques inimigos, praticava muitos tipos de

artes marciais não tendo tempo para acumular gorduras no

belo corpinho, não estava sozinha nesta viagem, tinha outro

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agente embarcado e por sinal, talvez por ser também, poeta

como ela própria, rolava um cuidado especial de uma para

o outro e rolava algo mais, ela o achava bonitão e ele

também se agradava dela, os colegas da agencia os

chamavam de casal vinte, ele e ela viviam juntos na vida fora

da ABIN, e sabiam que quando eles fossem afastados das

missões perigosas iriam querer ter filhos, era um sonho, e

sonhos de pessoas inteligentes devem ser realizados, pois se

não acontecesse poderiam pensar que não eram assim tão

inteligentes. Viu sua figurinha bem feitinha e juvenil e sorriu

satisfeita, entrou olhando todos e tentando adivinhar quem

seria seu parceiro, conseguiu, quem o viu, não foram seus

olhos e sim o coração e este nunca se engana. Oi Marte.

PM 10 ### Mirote sempre o chamava de o meu amigo

sacana, isto por ser ele um pegador incorrigível, mineiro de

Belo Horizonte promoter de eventos especiais para pessoas

famosas, ele era muito conhecido nos meios artísticos. Nas

horas de folga era visto em bares caros da capital na

companhia de solteiros convictos como ele, dos mais

conhecidos, Fábio Brandão, o poeta Jacó Filho, este vinha de

Pernambuco para cuidar dos seus livros nas editoras de Belo

Horizonte e nestas ocasiões se juntavam para correrem atrás

das garotas aproveitando a vasta lista de telefones e

contatos dos dois amigos pegadores mineiros. Sua figura

jovial contemplada no portal não era atlética, mas tinha o

corpo bem feito e se lembrava de muitas aventuras, “talvez

por ser ainda muito jovem”, de que neste tempo já era

conhecido como o terror das gatas do colégio no SEFETE que

com ele conversara e dançara. Não mudou muito, achava

que nunca iria se casar, adorava morenas da boca grande,

se visse uma já partia pra cima, foi assim que ele deixou um

amigo seu o rimador caipira: “Trovador das Alterosas” sem

uma das suas funcionárias mais competentes, foi na lábia do

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garoto e zás, embuchou e ele carregou-a para a capital,

quando o bebê nasceu ela resolveu a voltar para a Rússia

seu país de origem e ele voltou a ficar na sua, gandaieiro e

felizardo. Será que Marte tem marcianas? Quer saber se não

tiver, tem aqui e meninas lindas, olhe só para a PF 01 $ PF 02

que gracinhas, mas não vai dar para ficar com as duas,

sempre estão juntas, tenho de ir devagar para na queimar

meu filme. Marte: me aguarde.

PF 10 ### O comt: Mirote deu uma olhada rápida na

garota que passou pela faixa laranja, pensou: que perigo é

esta garota; Deve ter vinte anos e está com todo o fogo

aceso, deve ser um vulcão ardente, é da nova safra, e com

esta liberdade atual e com a experiência que adquiriu, está

mais afiada do que uma de cinquenta e vai voltar aos

dezessete, tem algum goiano por aí... Não, que isto? Esta não

é dica, consta na ficha dela que adora uma viola caipira e

Goiás tem muitas duplas né? Pois é! Ele nem imaginava o que

aquele jovem senhor com o peito cheio de medalhas estava

pensando a seu respeito, neste momento ela tinha olhado

para trás, uma lágrima quente rolou pelo seu rosto, estava

deixando alguém... Mas dentro da nave estava seu sonho de

escrever sobre a lua, e estrelas bem de pertinho... Talvez nem

tanto, riu o contista, mas ele não conta, contista viaja sempre

e visita tantos lugares. De qualquer maneira ela sabia que

pelo menos a Lua e Marte ela estaria pisando com os pesinho

delicados e seu notebook estaria pronto para registrar tudo o

que ela achar que respire poesia. Afinal ela é uma das mais

jovens garotas de dezessete que estava naquela viagem e

precisava entre outras coisa de provar que era tão boa na

rima quanto todos a bordo. E vamos a Marte.

Continua segunda se o gato não comer meu dedo, o

sacana me mordeu só porque lhe dei o teco na orelha,

pode?

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PM 011 ### Este garoto vai longe, poeta dos mais

alegres do recanto. Sempre bem humorado, faz piada de

tudo, só não brinca muito quando se trata de Ministrar suas

aulas de matemática tridimensional: ”O novo campo de

estudo que envolve matemática, física quântica, mecânica

espacial com deslocamentos de planetas e volta ao eixo

originário” considera importante o seu trabalho e o leva a

sério... E é sério, tanto que foi recomendado pela ABIN para

ser convidado a viajar na RIMAMESMO, pois, seria de grande

ajuda ao capitão Mirote no deslocamento seguro da nave,

principalmente, na rota do cinturão de asteroides, pois

haveria chuvas de meteoritos que certamente colidiriam com

a nave e mesmo com os campos de força ligados poderiam

causar problemas no caso de algum mineral com massa

superior o peso poderia varar o campo de força, tais eventos

deveriam ser detectados antes do encontro pelo menos

cinco mil quilômetro da nave para ter tempo de elaborar

uma reação: “assim acreditava, pois ainda não sabia como

viajava a RM 01 e a que velocidade”. Para isto a cabeça

pensante do Prof. Nando é privilegiada, era capaz de fazer

um calculo quase com a mesma velocidade de um

computador. Será agradável tê-lo a bordo, além de poeta

também é compositor e cantor por isto mesmo depois de

olhar a sua figura não muito alta e magricela no portal, riu e

foi fazendo pilhérias que abraçou o amigo PM 06 que o

esperava sorridente junto com a galera que tocavam algum

instrumento musical.

PF 011### Também professora, já não exercendo mais a

profissão, é destas mulheres modernas, seguindo a tendência

do sert-jovem: “quando a mulher chega aos cinquenta anos

parecendo que tem trinta”. Segura da sua beleza, não fazia

disto motivo de esnobismo, vivia sua vida de forma calma,

gostava de uma paquera, tinha seus... Bem melhor não

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contar esta parte, isto ela o fará se achar que deve. Dos

meninos namoradores, aquele que conseguir descobrir quem

é a PF 11 é porque ela certamente dará uma dica no painel

este vai se dar bem, imagine uma mulher aos cinquentas

parecendo uma de trinta e com um corpinho de dezessete?

É bom nem imaginar, vai ser fogo na canjica. Olhou mais uma

vez para o azul do céu, as matas, o lago e imaginou os

pássaros cantando, deixou rolar algumas lágrimas calculando

a saudade que iria sentir da sua terrinha. Ela atravessou os

vinte metros até o centro da nave e se misturou com as

amigas que conhecia, apesar de às vezes confundir um com

outro, afinal todas tinham dezessete.

“Adendo”

Aos meus amigos que já entenderam o espírito da ficção

contada aqui. O nosso amigo e poeta Paulo Jeres Já teve a

iniciativa de ministrar um curso para astronautas que vão a

Marte, achei muito legal ele ter entrado na brincadeira, esta

é a ideia, o Arauto das Artes já está pensando em fazer uma

música de abertura, outras pessoas já postaram alguma coisa

referente a esta maluquice. Uma das diretrizes do conto é

logo depois das apresentações sugerirmos isto, os

participantes, escreverem algo sobre um sonho maluco de

pessoas como nós, comuns viajarem a outro planeta.

Poderiam escrever um conto, ou vários da loucura que um

maluco está arquitetando. Aí vale desde descrever a nave

da forma que imagina ou vê e escrever sobre um detalhe,

sobre um dos colegas malucos que participa, sobre a

coragem, ou o medo seu próprio versejar sobre o assunto

postando em suas páginas, seria como fazer um conto dentro

de outro conto. Alguns estão achando desnecessárias as

apresentações, mas para que aconteça a brincadeira que

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vai fazer parte do conto é preciso que haja interesse em

descobrir quem é uma determinada pessoa, mas não tem de

ser agora e sim quando criarmos o painel de recadinhos,

nunca pensou em voltar a ter dezessete anos uma vez na

vida? Eu já, e aqui é ficção, é brincadeira, e a imaginação

não vai ferir ninguém. Eu pensei que se eu pudesse voltar a

ser jovem, com a experiência atual, eu evitaria muitas coisas

ruins pelas quais passei e poderia transformar em realidade os

sonhos que ficaram apenas na lembrança.

PM 12 ### Engenheiro de projetos de motores

combustados com o pensamento, o novo combustível para

viagens a longa distância e aqui, quando dizemos longas

distâncias estamos falando de tempo luz, graças a este

engenheiro a nave RM 01, é capaz de se deslocar no espaço

a uma velocidade igual à do pensamento. Isto quer dizer que

se quem estiver no comando da nave pensar na lua digamos

à uma distância de quatro mil metros de um local

previamente escolhido, a nave simplesmente desaparece e

alcança o ponto desejado em frações de segundo, ai vem a

pergunta que eu próprio fiz ao engenheiro: O homem não

morreria ao se desintegrar e se reconstruir? Ele me garantiu

que um ser animal no caso o homem, apenas sentiria um

quase imperceptível estremecimento, como um piscar de

olhos, não sofreria os desgastes naturais que acontece com

quem viaja por longos períodos no espaço, ou seja:

crescimento dos ossos pela falta de gravidade. Também

anomalias no tamanho dos órgãos como coração, seios,

penes etc. No caso é melhor não falar nisto, pois, muitos vão

querer viajar pelo método antigo já que a coisa chega a

crescer até dez centímetros em um ano de viagem. Por toda

esta tecnologia, é que esta sendo possível o transporte de

pessoas que não fizeram uma preparação física adequada.

Outra coisa que ainda não foi revelado é que devido ao

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constante perigo da contra espionagem, a ancoragem na

Lua será apenas como despiste de eventuais forças que

poderiam tenta destruir RM 01. O renomado engenheiro e

poeta por amor subiu na nave sem nenhum espanto, estava

acostumado com aquela coisa que ele conhecia como se

fosse às linhas das próprias mãos, talvez melhor, já que nunca

tinha tempo de estar olhando as mãos. Também na

precisamos dizer que é da ABIN, uma inteligência destas não

ficaria de fora da agencia. Até daqui a pouco Marte.

PF 12 #### Poetisa nascida entre as brisas carregada

da maresia marítima do Ceará, muito lida atualmente, mas só

começou a escrever e mostrar o que criava, já bem tarde.

Ocupou-se a cuidar da casa, do casamento e viver

sonhando com um pouco de liberdade onde ela pudesse

escolher seus caminhos sem a interferência das duras leis da

sociedade que cobravam das mulheres da sua geração um

comportamento imposto pela ignorância e despotismo de

poderosos do clero, da política e da mídia. Quando viu a

chance de mudar um pouco esta mesmice, nem que fosse

com mais um sonho, não hesitou, assinou a papelada

concordando com os termos impostos pelos responsáveis

pela viagem a Marte, recebeu sua passagem, sua sigla

identificadora e agora estava roendo a unha ansiosa pela

partida. Não tinha falado com ninguém sobre a viagem e até

um pouco antes do embarque guardara o segredo, antes de

subir na plataforma iluminada deu um longo telefonema

explicando aos seus sua decisão e indicando onde deixou

uma carta que contava os detalhes da sua aventura. Sem

qualquer remorso, ou arrependimento atravessou a faixa

laranja e ao ver no portal a sua figura de menina moça que

ostentava o sorriso brejeiro de sempre, não resistiu e caiu na

gargalhada dirigindo-se ao centro da nave onde estavam já

os companheiros encantados com sua alegria. O jovem

engalanado que ostentava medalhas balançou a cabeça e

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pensou... Se cuidem garotos de plantão esta vai virar a nave

de ponta cabeça. Oi Marte.

PM 13 #### Moço com formação musical, desde Rock

a musica caipira, é muito amigo do PM 06, e acredito que vai

detonar nesta viagem, gosta de dançar e é especialista em

tango cruzado, mas dança gafieira, samba sassarico, rumba

biscate, bolero, mambo e salgadeira, gente a tal de

salgadeira é pior do que dança de rua, tem de estar com a

saúde afiada, senão morre tentando. Mas é formado em

agronomia e tem curso de arqueologia, vivendo no Egito os

últimos cinco anos e pesquisando a tumba do faraó-feiro

Arrepiado, que viveu nos anos seis mil a/c. Ele sempre diz se

perguntado: xou-xoteiro pintou, eu papo... Um aviso às

donzelas de plantão, a fama dele se compara a do Fábio

Brandão, Meia dúzia de balela a Mulher cai na esparrela,

como tem muita garota afim de um vem que eu tô

querendo, acho que o garoto vais se dar bem. É aguardar

para ver e que venha Marte.

PF 13 #### Poetisa premiada em vários concursos de

poesia, convidada para a academia de letras do estado do

Rio e com uma indicação para professora honores causa do

mesmo estado, Escreve muito bem e pessoalmente ela é

muito amiga do contista que a acha um doce de pessoa,

também aceitou esta viagem pelo motivo de colocar mais

um feito no seu currículo, não por precisar dele para viver,

pois, sua empresa de agência de modelos conta com as

mais famosas top-model do mundo, rendo-lhe dividendos

que ela não da conta de gastar. Costuma passear pelas ruas

do Rio no seu BMW esporte com portas basculháveis para o

alto ou na sua Ferrari 471 que é o seu xodó. Os amigos

quando souberam da sua decisão ficaram loucos de

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preocupação principalmente por ela ter ido ao cartório e

deixado um testamento que se acaso lhe ocorrer não

retornar deixa sua fortuna para entidades filantrópicas que só

terão seus nomes revelados caso ela não volte. Olhou sua

figurinha bem feita no portal e com um sorriso zombeteiro e

uma piscada do olho esquerdo pensou: se cuidem

marcianitos.

PM 14 #### Todos pensam que o pessoal do Norte só

sabe lutar vale tudo na televisão ou tirar borracha nos

seringais, catar açaí e castanha para vender... É por que não

conhecem a fundo este povo maravilhoso, que convivem

com os bichos e os elevam em versos cantando também a

flora, os rios e as belezas das suas terras. Assim é este caboclo

que nos encanta com suas poesias maravilhosas e canta o

verde diáfano das suas árvores onde se escondem os

pássaros de cantos maviosos as miríades de cores que

maravilham os olhos de quem tem a sorte de ver. Este moço,

PM 14 é assim, bonachão, sorridente, grande pai, grande

avô, grande amigo, mas, sobretudo um poeta versátil que

conhece as riquezas que existem no solo da sua terra, nos

mistérios das suas lendas que ele descreve com a lírica com a

qual elas são criadas. Talvez pensem que ele é apenas um

poeta, mas ele faz mais do que isto, foi governador do seu

estado por dois mandatos consecutivos e tem em cada uma

das suas cidades uma estátua que o imortaliza com os dizeres

nas placas ao pé dos monumentos: Símbolo da honestidade,

alegria e amor ao povo. Para ele, acostumado a ser

reverenciados pelo povo, os dizeres é o que faz sua

consciência tranquila, pois, sabe que entrou na política com

o que tinha para viver com dignidade e saiu com esta

mesma dignidade intacta se recusando a as vezes até a

receber proventos que não condizia com sua ética de

homem do povo. Olhou seu reflexo no portal e riu às

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bandeiras despregadas, estava bonito e faceiro, ah, os seus

que o perdoassem, ia dar uma namoradinha nesta viagem,

nem que fosse só no flerte. Olá senhor da Guerra.

PF 14 #### Romancista consagrada, esta escritora de

um dos estados do Sudeste, é uma mulher sem pecados

cabeludos, com formação acadêmica, um pouco tardia,

pois, se casou cedo e primeiro a prole e o companheiro, até

que pudessem andar sozinhos, depois sim a realização dos

seus sonhos. Agora lhe vem um maluco destes que se parece

com profeta, mas se diz existencialista e que ajuda a realizar

os sonhos dos outros lhe oferecendo a chance de voltar a ter

dezessete anos numa viagem que chega às raias do absurdo,

e que ninguém acreditava que aconteceria realmente. Seus

pensamentos estavam errados, ao pisar na plataforma

parecendo uma grande esmeralda dentro do seu brilho

verde, e olhar para dentro da nave descomunal e que como

vira, era dócil e obedecia ao comando do chefe que com

um simples toque nos botões do controle remoto a manejava

à seu bel prazer, ela com um estremecimento nas convicções

começou a acreditar que ali existia mais que uma simples

brincadeira de louco, Não recuou, seus amigos e família não

precisavam dela inativa e dona de casa, não queria apenas

ser uma escritora de romances, queria sim escrever um livro

de aventuras e o seu prefácio estava dentro daquela nave e

dos destinos que ela fosse capaz de traçar para si. Era uma

morena destas de chamar a atenção se atravessasse a rua

para cumprimentar a vizinha apenas vestida com roupas

caseiras. Quando ia a praia, geralmente fazia questão da

companhia do marido ou filhos, pois, os assédios eram

constantes e às vezes atrevidos. Olhou sua imagem com

dezessete anos e pensou não mudei tanto assim atirou um

beijo com as pontas dos dedos na direção daquela belezura

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no espelho e se misturou com os queridos poetas e poetisas

no centro da RM 01. Marte... Olhe eu aqui.

TM 15 #### Para ele não houve despedidas agora... Já

estivera comandando a nave na sua estada na Lua na

viagem experimental e viajado por vários países entrando e

saindo da atmosfera por tantas vezes que se tornara rotina e

apesar desta viagem ser bem mais distante, sabia como

comandar sua nave na rota certa e saberia também cuidar

dos seus amigos poetas e passageiros daquela aventura.

Sabia que a volta das pessoas aos dezessete anos não era

apenas um efeito da nave, as pessoas realmente tinham

todas suas células renovadas e quando regressassem,

poderiam optar por voltar às condições de antes, porém,

com a saúde em perfeito estado, os que quisessem continuar

com a juventude, poderiam fazê-lo, embora estudos de

ordem psíquicas realizados em outros que passaram pela

mesma experiência davam oitenta por cento deles optando

pela volta da forma antiga: A alegação é que se fosse viver

em outro planeta sim gostaria de ser jovem, mas na terra...

Preferia seguir os ditames da ordem natural das coisas,

nascer, viver, envelhecer, morrer e dar lugar aos mais jovens.

Comandante a muitos anos de experimentos brasileiros tinha

a patente de coronel e era especialista em veículos

espaciais, ganhara o comando desta nave, estivera afastado

por livre escolha do serviço, e gostava de brincar de poeta,

apesar de só admitir ser um rimador caipira que gostava de

brincar com as letras imitando seu ídolo o comandante Mirote

que viajaria também incógnito nesta missão. Mirote era o seu

chefe espiritual, com poderes especiais de locomoção

extrassensorial capaz de estar em qualquer lugar do sistema

solar apenas com o desejo de se deslocar para este ou

aquele ponto, isto fazia dele o maior chefe daquela missão,

mas não daria mais qualquer ordem após a saída da nave do

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planeta terra, aí seria apenas o comandante pró forma que

se misturaria aos outros poetas e viveria os prazeres e mistérios

daquela viagem. Para ele a presença do misterioso Mirote

era o sinônimo de segurança para os tripulantes e os seus

amigos poetas, misterioso, pois, ninguém tinha certeza do que

era Mirote, chegaram a cogitar que fosse um alienígena, mas

ele afirmava que era humano e que seus poderes sim

poderiam provir de mestres alienígenas... Se alguém sabia

mais sobre ele, nunca revelou nada e devido à sua

importância em missões necessárias à paz no planeta,

ninguém ousava tentar saber mais do que ele o permitia.

Olhou sua figura uniformizada com suas estrelas douradas,

sorriu e pensou acho que sou o único que não vai namorar

nesta nave, riu e foi olhar as coordenadas de tempo espaço

na ponte de comando da RM 01.

PF 15 #### Garota de pele e olhos claros, cabelos

louros, corpo bem feito e demonstrando sempre a sua

juventude com a alegria estampada no rosto. Quando ouviu

falar sobre a RM 01 e a tal viagem fantástica, ficou cética e

não se interessou muito, mas a ideia a adesão das amigas e

amigos poetas do recanto a convenceu a abrir o convite e

quando viu que o tal comt. Mirote era um rimador e violeiro

do recanto. Ela não teve dúvidas em aceitar o convite,

mesmo pensando que tudo aquilo era apenas uma piada

divertida de um maluco querendo se divertir com os amigos.

Agora estava ali, o coração disparava a cada vez que

olhava para o que conseguia ver da sua terra o céu azul e

sem nuvens naquele instante, chegou a retornar alguns

passos tentando ver mais daquela sua preciosa terra, agora

tomando dimensões inenarráveis na sua mente, o veria de

novo? Pensou em desistir, mas vendo seus amigos à vontade

e alegres atravessou a faixa laranja e olhou entre surpresa e

divertida para aquela imagem de gata mansa de dezessete

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anos que certamente estaria no cio com se lembrava da sua

antiga adolescência onde jorrava libido por todos os poros,

ai, ai, ais: eu quero é mais. Decidida caminhou ao encontro

daquela meninada de rosto e corpos juvenis, na passagem

deu uma piscadela para o rapaz das estrelas deixando-o

com a sensação de que até ele poderia namorar naquela

nave. Marte me receba aí.

PM 16, PM 17, PM 18, PM 19 E PM 20 ##### Por razões

de ordens superiores vindas de fora da nave, estes

passageiros não poderão ter seus perfis expostos aqui,

durante a viagem as garotas que se interessarem por eles e

até amigos, poderão sondar e tentar descobrir algo das suas

vidas. Poderemos apenas adiantar que são poetas de uma

casta, digamos mais afastada do recanto e falando em

línguas diferentes do nosso português, no momento certo eles

próprios se identificariam para os colegas. Acredito que antes

disto os colegas descobririam suas identidades,

principalmente as curiosas ninfetas que sempre tem um

charminho especial para jogar nos garotos sempre menos

esperto do que as adoráveis criações especiais de Deus. E ai

garotas, missão difícil? Que nada, um deles canta e tem as

iniciais JB, xi a bronca da chefia, não retiro nada, foi um

deslize, mas no que ele é melhor que os outro, rico, e daí, vai

gastara a grana para comparar pedras em Marte?

PF 16#### Antes de subiu na plataforma, ainda com

sua forma original, arrancou um assobio da galera masculina

todos já dentro da nave, entre as mulheres o burburinho de

curiosidade natural feminino, que é, é artista, seria uma atriz?

Tudo tinha uma razão para as perguntas seu corpo escultural

quase uma cópia da atriz Úrsula Andress, inclusive o rosto

parecidíssimo, causou aquela impressão e tantas perguntas.

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Não ligou muito para isto, nos estados unidos quando ainda

no aeroporto Kennedy ela foi confundida pela imprensa e

teve de apelar para os policiais para que a deixassem em

paz, portanto, estava já acostumada com estes enganos.

Não se demorou muito na contemplação da terra, olhou sim

com muito esmero para sua forma refletida no portal,

ganhara o seu primeiro concurso de miss Ceará juvenil,

exatamente com seus dezessete anos, depois foi se

transformando em mulher, sempre badalada pela mídia, fora

convidada para representar seu estado no concurso de mis

Brasil e no ultimo instante desistiu para ceder a oportunidade

a uma colega de escola que não ficou nem entre as dez

finalistas. A razão da desistência é a de sempre... “O príncipe

do cavalo Branco”! Ah estes príncipes que se vestem de

cavaleiros da távola redonda, sempre corretos e lutando por

toda vida pelas donzelas deslumbradas, são tão volúveis. O

dela também foi assim, de repente o cavalo branco ficou

com cor de burro fugido, o cavaleiro perdeu a libré, e junto se

foram os cabelos, a gordura substituiu os músculos e a bebida

nos bares preencheu o tempo que antes era dedicado ao

amor, não estava reclamando, afinal não era diferente de

todos os sonhos, só que um dia a gente acorda e descobre

que quer mais, até mesmo uma viagem de sonhos é melhor

do que a mesmice e a rotina. Com um olhar critico para sua

meninice refletida no portal caminhou com seus passos de

tigresa para o centro da nave. Pensei que Marte era maior.

PF 17 #### Sempre aberta ao amor, esta poetisa meiga

e carinhosa ainda procura o El dourado dos sonhos, o amor

na sua plenitude, o amor dividido igualmente, onde dar e

receber sejam prazerosos para os dois... Sua vida igual à de

milhões de outras mulheres no planeta, dominada pelo dito

sexo forte, foi pigmentada com sua participação embora

silenciosa para esta liberdade, ou pelo menos por este

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reconhecimento de que as fêmeas não são apenas objetos

de procriação e sim uma máquina de inteligência, tão ou

mais capazes que os machos, pois elas têm algo que as torna

únicas no universo humano, elas são capazes de gerar outros

seres humanos e isto as faz mais sensíveis à vida e a forma de

fazê-la plena e em paz, sem as guerras que os chamados

homens nunca conseguiram evitar. Aceitara a viagem, não

sem pesar os prós e os contras da situação, precisava disto,

queria ter a chance de mostrar também sua capacidade,

seja descrevendo uma viagem única ou escrevendo sobre

toda esta aventura para os que não têm esta chance.

Também ela deixou cair algumas lágrimas na despedida da

terra, também ela olhou sua figura juvenil e se sentiu feliz por

se ver sem as cicatrizes que a vida lhe deixara, e quem sabe

até venha a ter coragem de encarar outra vida pela frente

agora, se não num outro mundo, pelos menos num mundo

diferente, onde os costumes terão de serem aprendidos, mas

contando com a experiência de uma vida já bem vivida.

Apesar de estar embarcando numa nave da mais alta

tecnologia e rumo à outro planeta, não perdera sua fé no

Criador, mentalmente se dirigiu a ele e agradeceu sua

coragem de aceitar a viagem e a sua estada naquela nave

junto aos amigos que tanto presa. Olá Marte, oi marcianos.

PF 18 #### Ela é chata, ela mesmo se define assim: sou

chata! Sou daquelas que se eu passar o dedo na estante e

sair sujo de poeira mando embora a diarista e troco a dita

cuja. Criança comigo é na tapa, como agora não posso

bater, não tomo conta de neto, sobrinhos? Deus me livre.

Homem comigo é só pra ir pra cama e fazer o que chamam

de amor: Juntar perna com perna e mijador com mijador. Na

rua dirigindo, xingo mesmo, vai tomar caju seu urubu, sai da

frente indecente, comprou carteira filho de uma ronca e

fuça. Por isto mesmo não tem mais lugar para mim nesta

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terra, mas com os meus colegas do recanto prometo me

comportar e tratar todos com o respeito que me merecem.

Agora este comandante de meia pataca aí, se não acelerar

esta titica que ele chama de nave eu vou denunciá-lo para o

sindicato dos poetas astronautas, e acabando colocando

um mais bonito, sujeito feio este tal de Mirote, devia se

chamar velhote. E o senhor aí seu contista tocado a carvão,

que para escrever um capitulo demora um tantão, ande

com esta coisa cara, ta pensando o que? Eu paguei esta

passagem e tenho meus direitos, acelera esta caneta

compadre. Credo, tô com medo desta aí, ela olhou

invocada pra a paisagem, pensei que ia me mandar pintar o

céu da cor de abacate maduro, olhou para o portal e

esbravejou: Ô figurinha mal arrumada, por isto que só

arranjou aquele traste pra marido, vai ser feia assim pra lá do

Timbucumcu, ta doido sô. Olhou com cara de poucos amigos

para o pessoal e perguntou: tem cachaça nesta joça não, e

em Marte será que tem?

PF 19 #### Um garota que todo marido sonha em ter

como esposa, linda, discreta, carinhosa, competente e muito

comedida nos seus atos, sabe como receber nas poucas mas

requintadas festas que dá, é adorada pelas amigas e tem um

sonho, fazer um cruzeiro onde o ponto culminante de destino

seja às ilhas gregas, gosta daquele povo que vê nos livros,

homens e mulheres de corpos perfeitos e que foram capazes

de construir um país na antiguidade que até hoje é admirado

pela sua pompa e arquitetura. Não está de mal com o

mundo, pelo contrário, está apreensiva por deixar o seu país,

pensou em desistir da viagem, mas devido à insistência de

uma amiga e um pouco inércia nos tempos atuais, acabou

se decidindo de vez a partir para esta aventura maluca de ir

a outro planeta. Despedira da sua amada terra numa

agradável reunião de família ouvindo os lamentos dos que

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não queriam sua partida, aliás... todos. Para não se sentir

tentada a desistir, não olhou para trás, entrou decidida

atravessando a faixa alaranjada e olhou para o portal. Não

se entusiasmou muito, sempre tivera um corpo bem cuidado

e não era muito diferente de quando adolescente, os amigos

e quem a conhecia sempre lhe perguntavam qual era a

forma para manter-se sempre jovem e com aquela carinha

de menina? Respondia que era apenas levar a vida com

bom humor e sem excessos. Sua amiga veio ao seu encontro

e rindo se dirigiram ao centro da nave. Pois é Marte. Terá bons

visitantes para acolher.

PAINEL DA PAQUERA E DO PRAZER: COLOQUE O SEU

BILHETINHO E ARRANJE PARA VOCÊ.

ATENÇÃO:

SE NÃO GOSTAR DO/A PRETENDENTE, PODE DAR UM

FORA, ALIÁS, PODE NÃO, DEVE, MAS SJA GENTIL.

De PM 16, PARA PF 01.

Gatinha de vestido azul

Não posso mais criatura,

E eu tenho de confessar,

Gamei na sua formosura.

DE PM18 para PF 12

Bela cearense do mar

Já penei um bocado,

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É de tanto te procurar

No meio do cerrado.

DE PM 17 PARA PF 03

Ô loura to de feitiço

Somos da mesma sala,

Diga, tem compromisso?

Eu quero te namorar

Sua loura magrela

PF18 PARA PF20

Ó loura incompetente

Se parece uma pata,

Peite-me novamente

Lhe viro a mão na lata.

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DE PF 20 PARA PF 18

&&&&&&&&&&&&&&&

Caríssima senhora PF 18, Caso continue com sua

deselegância com os tripulantes, teremos que tomar medidas

mais rigorosas contra estes abusos, sugiro que se acalme,

tome chá de maragugina e vá rodar bolsinha na esquina,

pois seu caso só pode ser falta de lubrificante na fresta da

gaveta. Passar bem.

PF 20 #### Loura, olhos de um azul da cor do céu,

sorriso franco, corpo de pequena estatura, mas proporcional,

até completar a primeira faze da vida era considerada uma

bonequinha que andava e falava. Agora estava mais

marcada como mulher, os caminhos da vida são longos e o

tempo sempre nos cobra o preço da passagem ao zênite.

Estava nesta viagem mandada pela agencia, a ABIN a

enviou para ser a ponte de ligação entre a tripulação e os

passageiros, tinha ordens expressas para cuidar assistência

social e saltou das funções que seriam normais no seu

departamento cuidar apenas da tripulação, mas como esta

era um missão especial que poderia exigir a mistura das duas

classes de viajantes da RM 01, deram-lhe a incumbência de

cuidar desta parte na qual era especialista e o faria tanto na

nave quanto no planeta Marte se acaso tivessem que

permanecer á por mais tempo do que o esperado. Como

todos os tripulantes havia feito sua despedida junto com

Jeser, os comandantes e a tripulação num local especial

onde passaram concentrados em meditação e

confraternização por dois dias e duas noites, estava

preparada para o que a viagem lhe reservasse. Sua figura no

portal, era apenas mais jovem e dava realmente a sensação

de ser uma bonequinha pintada a mão por algum artista que

gostava de figuras delicadas. Um pouco séria e examinando

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tudo com cuidado principalmente os rostos e olhos dos

poetas, ela se misturou pensando que o grande Pai me ajude

a ajudá-los. Oi Marte.

Neste instante o comandante TM 15 se dirigiu a um

painel especial de cores vivas num ponto do salão e

apertando um botão, falou com sua voz rouca aos ouvintes.

Por alguns instantes deu explicações de como funcionava o

restaurante da nave, enquanto falava uma gigantesca tela

ia mostrando ilustrações do que ele apresentava.

Apareceu na tela, um caroço de feijão, um bife de filé

mignon uma coxa de frango, uma colher de arroz cozido. O

rapaz ia falando e demonstrando como as coisas

aconteciam: o que veem é o que temos de alimentação a

bordo, nossos computadores programados e acoplados às

máquinas especiais, podem reproduzir qualquer comida que

desejarem, além de refrigerantes e bebidas alcoólicas. No

entanto, nenhuma destas comidas ou bebidas carregam

agentes que possam fazer mal à saúde humana, o gosto da

comida e bebida não são alterados, mas os agentes nocivos

sim, estes são eliminados no momento do envio da terra para

a nave, devo dizer que temos um sistema de maquinas

transmissoras ultramodernas chamadas de nano maquinas,

estas micro máquinas separam os elementos lá na terra e

envia e outras máquinas receptoras na nave os reagrupam.

Poderíamos viver em qualquer planeta estéril por muitos

séculos sem problemas de viveres, remédios e líquidos.

Explicou detalhadamente como seria o processo de

alimentação, cada passageiro pegaria no restaurante uma

bandeja e simplesmente se dirigia às cabines da comida que

desejassem, apertavam um botão equivalente ao seu pedido

e lá aparecia a sua comida a gosto, se gostassem de gordura

na picanha, ela vinha mais ou menos salgadas conforme o

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gosto e o sal não lhe faria mal, assim como doces, diabéticos

não tinham de se preocupar, assim que cada individuo se

aproximava da cabine seu complexo físico era avaliado e lhe

era servido à comida apropriada sem risco ou necessidades

de remédios como insulina, por exemplo, na comida já

estava à quantidade necessária às necessidades do

organismo.

Após as explicações convidou todos a passarem para a

sala do restaurante desejando à todos bom apetite e dando

um aviso: após o almoço todos devem se dirigir ás sua

cabines personalizadas com o mesmo número da sigla de

identificação. Somente o ocupante da cabine entrará no

local, para inclusão de outra pessoa no local, é necessário

pedir permissão ao comando através dos canais de acesso

de cada cabine. Nossa viagem acontecerá daqui á, apertou

um botão do seu controle remoto e apareceu um painel com

a contagem regressiva marcando seis horas e doze minutos

para a partida da RM 01. Repetiu o que viu para os ouvintes e

disse para que não se preocupassem, pois após o almoço

todos seriam informados dos procedimentos da partida.

“CAPITULO 07”

As pessoas se dirigiram calmamente ao restaurante, as

ilustrações foram de grande utilidade e por todos os lugares

havia painéis televisivos explicando como agir para se

servirem de comida. Poetas acostumados com restaurantes

cinco estrelas viajando por todo o planeta terra para

lançamentos dos seus livros em noites memoráveis de

autógrafos entenderam logo o funcionamento automático

do local. O jovem comandante estrelado, TM 15 e a loiríssima

TF 20 se adiantaram aos demais, não para usufruir de

privilégios, mas sim para ajudar mostrando como fazer. TF 20

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comentou para PF 08, olhe garota, muitas mulheres grávidas

gostariam de estar agora nos seu lugar, a moça perguntou

porque? A assistente social respondeu: aqui você pode

comer o que quiser: A comida só fará bem para você e o

bebê e com a vantagem de não engordar, nem precisa mais

se preocupar com estes quilinhos que geralmente aparecem

durante a gravidez. A moça ainda ficou meio ressabiada,

mas seu eleito e pai do bebê PM 08 sempre a seu lado disse: -

vamos lá minha gatinha, e deu o exemplo apertando o

botão da longa lista de carnes e recebendo costela de boi

assada que parecia estar derretendo de tão macia, ela riu e

disse: - também quero, e ele retrucou, - invejosa – ela riu de

novo e colocou a culpa em Vitória dizendo é esta aqui ó, e

apontou para o próprio ventre, tem uma fome de lobinha,

riram os dois e foram se sentar nas cadeiras macias das mesas

individuais com traçados modernos e funcionais.

Todos se serviram e alguns repetiram o prato ou

experimentou um prato diferente ao término todos elogiaram

inclusive os deliciosos doces de toda espécie imagináveis.

Menos à PF 18, esta esculhambou até a última geração de

quem inventou aquela viagem; - Querem que eu fique

calada, mas paguei por esta viagem e mereço um

tratamento melhor, estou acostumada a ser servida na mesa

e se eu cismar contrato um empregado só para colocar a

comida na minha boca, agora tenho de me servir em

bandejão, isto é absurdo, quando regressarmos vou exigir

meu dinheiro de volta cadê este comandante, e a assistente

social, por azar a lourinha estava passando, não usava

uniforme, apenas um discreto broxe com a insígnia do beijo

quebrado abaixo da sigla RM 01 a diferençava dos demais.

Quando a viu, PF 18 já foi gritando para o seu lado, e aí? Não

estou gostando de ter de me servir, vou processar esta joça

de empresa e quero meu dinheiro de volta, a assistente por

sua vez com vontade rir, perguntou: - mas que dinheiro, pelo

que sei ninguém está pagando passagem nesta viagem? –

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Olhem sós, e ainda me contesta, pode uma coisa destas,

falou a garota se dirigindo aos presentes, não isto não pode

acontecer, olhe à sua volta subalterna, não vê que nós somos

passageira classe “A”, você acha que eu vou viajar sem

ganhar nada desta empresa? Eu só aceitei, porque vou

colocar meus advogados e exigir uma indenização que vai

quebrar esta empresa, me aguardem, arrebitou a bunda e

saiu pisando duro em direção à sua cabine, a lourinha

perguntou ao general, será que não existe jacarés no

espaço, e em Marte? O general riu e balançou seu dedo

indicador na direção da mocinha como sinal de

desaprovação, mas a seguir, riu de novo e respondeu: vou

pesquisar.

Todos, conforme as orientações foram para suas cabines

para a higiene pessoal, banho era feito num painel de luz

branca, ninguém jamais tinha visto a luz, era branca como

leite, a pessoa precisava apenas de cinco segundos sob a luz

e toda sujeira grudada no corpo pela emissão de suor,

desaparecia e todas as bactérias eram destruídas após o

banho se usava a escova bucal, que ficava menos tempo

ligada e era de cor azul bem clara, também fazia uma

limpeza perfeita, sem, no entanto, destruir as defesas naturais

das vias de entrada de alimentos e oxigênio no organismo.

Após a higiene alguns se deitaram ou para pensar nos últimos

acontecimentos, ou apenas para sentir a maciez dos

colchões gelatinosos da marca “PRECIBULL” que se

ajustavam ao corpo dando um descanso total em poucas

horas de sono.

Estes colchões, desenvolvidos para as viagens espaciais,

já estavam à venda no mercado, mas raros e caros, só eram

comprados por ricaços como, por exemplo, o poeta

bilionário que estava a bordo da PM 08, tinha no seu

apartamento em Fortaleza alguns deles adquiridos a peso de

ouro e influência junto aos órgãos de liberação. Outros que

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não queriam dormir e pensavam em escrever já alguma

coisa sobre o inicio da viagem vestiram seus uniformes muito

confortáveis e bem ajustados ao corpo e saíram ostentando

o pequeno emblema do beijo quebrado abaixo da sigla RM

01.

“CAPITULO 8”

“A PARTIDA”

Uma reunião dos responsáveis pela viagem definiu os

próximos eventos até o momento da partida. Num

comunicado a todos os poetas, mesmo os que estavam nas

cabines dava conta de que o painel de recados estava

aberto na nave e poderia começar a ser utilizado sendo que

os escritos poderiam ser em versos e prosas, se em versos, feito

como trovas ou quadras, para não ocupar muito espaço se

em prosa deveriam obedecer o máximo de cinco linhas

pautadas “A 4” , feitos o bilhetinhos, deveriam constar a

quem era destinado, era uma brincadeira que não

significava exatamente paquera, uma pessoa poderia

escrever a outra apenas para elogiar à pessoa ou como faz a

PF 18, brigar com Deus e o mundo. “Claro, a paquera livre

para homens e mulheres”... Não nesta mesma ordem: sabe-se

lá e se a pessoa tem outras preferências, é, pois tem quem

gosta dos olhos, outro que gosta da remela e ainda outro que

não gosta de nada disto, gosta só do buraco onde existiu o

olho... “Esta foi péssima”. Os bilhetes não poderão ser

colocados diretamente no painel, pois uma nave espacial é

projetada apenas para coisas práticas, mas como esta era

uma situação inusitada onde os passageiros são poetas, foi

preciso abrir exceções criando formas de lazer ao mesmo

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tempo em que incentivava à criatividade dos artistas de

bordo para não deixar suas inspirações sem atividades. Ao

escrever o bilhete este será enviado pelo email.

[email protected] e o mesmo aparecerá no painel

indiferente da epopeia de desenvolvimento dos

acontecimentos na nave, ou seja: serão postados no painel

mesmo entre um capitulo e outro, conforme a ordem de

chegada. O anúncio seguinte, foi aplaudido por muitas

moças e rapazes, na hora que foi anunciado, era que estava

liberada a visita de amigos nas cabines, sem restrição. Isto

porque houve pessoas que reclamaram, no caso: a PF 01

recebeu oito visitas e não puderam entrar, algumas de

homens e outras de amigas querendo fofocar alguma coisa,

quase todas as cabines receberam vistas... “Ô pessoal

fominha!” Mas o caso pior foi do PM 09 que chegou a armar

um chute de kung fu para quebrar a porta da cabine,

tentativa inútil, já que; estas portas são inquebráveis, os

seguranças chegaram e o convenceu a ficar calmo e

aguardar... Engraçado, eles não são os chefes da

segurança? Pois é que coisa, ainda bem que a PF 09 saiu

tascou uns beijinhos no caboclo e ele ficou calminho,

calminho. Pronto foi só abrir o painel e já chegou duas

quadras duas trovas e mais um bilhete de resposta e já estão

no painel. Aliás, este bilhete já rendeu repreensão, mesmo

sendo merecido. Soaram os alarmes da nave, e um novo

alerta, para todos inclusive para a tripulação, dentro de

quinze minutos a nave vai partir, todos devem se dirigir às

cabines de viagem e se posicionar para a partida. Todos

estavam preparados e orientados para este instante e

calmamente se dirigiram às camaras instaladas nas divisórias

da nave, havia centenas de cabines, o suficiente para

duzentos passageiros e trezentos tripulantes, as cabines dos

tripulantes estavam noutro setor da nave, isoladas dos

passageiros. Rapidamente se posicionaram de pé nas

cabines embutidas em painéis especiais e uma nevoa

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espessa encheu todas elas em seguida, esta nevoa de cor

azulada foi se tornando amarela e de repente não se via

mais os corpos que estavam lá dentro. A contagem chegou

aos últimos segundos de dez a nove. Ao chegar em zero por

um segundo a nave deixou de existir, e reapareceu suspensa,

mas invisível a olhos humanos e eletrônicos numa altura de

duzentos metros sobre uma grande ravina entre duas

montanhas altíssima. Aos poucos as cabines começaram a

clarear e se ouviu a ordem de abandonar as cabines, para

não causar pânico entre os passageiros, não foi explicado

como seria a partida até quando tudo tinha terminado. A

garota ranzinza já saiu da cabine soltando os cachorros, que

foi agora, esta merda enguiçou? Eu sabia que não podia

confiar nesta lata velha, são uns incompetentes, e agora

quanto tempo vai ter de atraso novamente, quero meus

advogados.

CAPITULO 9

Quando todos estavam já recuperados e com os

sentidos alertas, Apareceu pela primeira vez o Comt. Mirote,

demonstrando um pouco mais de velhice dos que os demais,

em torno de vinte e dois anos, louro olhos muito azuis e não

muito alto, em torno de um metro e oitenta, ao seu lado o

General TM 15 - TF 20 PM 09 PF 09, ele ergueu os braços e

falou, com voz grave e baixa, mas perfeitamente audível pois

na nave o som se propagava bem, e ele tinha super

captadores na roupa que transmitia para o sistema de

retransmissão da nave. Muito bem senhores passageiro,

acredito que sentiram um ligeiro mal estar, durante a viagem

que durou menos de um segundo. Já estamos na Lua, eu

peço ao general TM 15 para abrir os visores laterais e inferiores

para que possam ver de perto o nosso satélite enquanto

faremos a descida até o solo.

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Os painéis foram todos abertos inclusive sob os pés dos

visitantes e ele tiveram uma visão completa do local onde a

nave estava, muitos exclamaram decepcionados ao ver o

solo lunar poeirento e de cores escuras, assim como os

grandes rochedos dos dois lados do vale JK escolhido pelas

suas condições de menor visão para quem tivesse ideias

belicosas contra a missão. O comandante continuou falando

e explicando aos ouvintes porque o satélite tinha estas cores

escuras. Estamos no limiar da fronteira entre o lado escuro da

Lua e o claro, se olharem para a direita verão o sol

extremamente agressivo e a claridade muito forte, já para a

esquerda a escuridão se acentua. Estamos perto do local

onde um grande bloco de gelo está incrustado na Lua e para

os tripulantes, temos a missão de desvendar os rumores de

possível existência de vida alienígena microbiana, Os

passageiros poderão se quiserem, sair em grupos de no

mínimo quatro passageiros, mais um tripulante que será o

guia e a quem devem obedecer as diretrizes. Não devem se

aventurar só, pois existem muito cascalhos soltos que

escondem verdadeiros precipícios, devem estar sempre

ligados pelos cabos de segurança e TM ou TF irá à frente

mantendo cada um a distância de dez metros do outro.

Assim se o guia sofrer um acidente, os demais poderão

segurá-lo. Os uniformes que estão vestindo, são apropriados

para enfrentar qualquer ambiente hostil, na saída cada um

terá um capacete já adaptado com as capsulas de oxigênio

nutrientes para até um ano, caso alguém se perca ou fique

isolado em algum lugar deverá apertar o botão no alto do

capacete, ele acionará o sistema de localização para que o

elemento possa ser resgatado.

Aviso, quem quiser relatar o que está vivendo e vendo

na nave e na Lua, devem fazê-lo e postar em suas páginas,

assim os amigos poderão ver e comentar seus escritos. Neste

instante os suportes da nave estão tocando o solo, assim que

as luzes verdes se acenderem nos painéis estarão liberados a

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seguirem ou para as cabines de descanso, ou para darem

uma volta no solo, os que quiserem sair, dirijam-se ao portão

que está iluminado na cor âmbar, lá passarão para a sala de

desembarque e encontrarão um tripulante para cada grupo

que se formar. A PF 18 se dirigiu ao Comandante Mirote

esbravejando, eu quero um guia só para mim, não vou me

misturar com esta gentalha que parecem carneirinhos e

obedece a tudo o que vocês querem. Mirote a olhou de

cima em baixo e disse: senhora aqui não está na sua casa,

terá de obedecer às ordens ou ficará confinada à cabine.

Ela resmungou e saiu arrebitando o bumbum se dirigindo a

sua cabine, resmungando baixinho: se estivéssemos no meu

país às coisas seriam diferentes.

Capitulo 09

"NA LUA"

Quando todos estavam já recuperados e com os sentidos

alertas, Apareceu pela primeira vez o Comt. Mirote,

demonstrando um pouco mais de velhice dos que os demais, em

torno de vinte e cinco anos, louro olhos muito azuis e não muito

alto, em torno de um metro e oitenta, ao seu lado o General TM

15 - TF 20 - PM - 09 - PF 09, ele ergueu os braços e falou, com voz

grave e baixa, mas perfeitamente audível, pois, na nave o som se

propagava bem, e ele tinha supercaptadores na roupa que

transmitia para o sistema de retransmissão da nave. Muito bem

senhores passageiro, acredito que sentiram um ligeiro mal estar,

durante a viagem que durou menos de um segundo. Já estamos

na Lua, eu peço ao general TM 15 para abrir os visores laterais e

inferiores para que possam ver de perto o nosso satélite enquanto

faremos a descida até o solo.

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Os painéis foram todos abertos inclusive sob os pés dos

visitantes e eles tiveram uma visão completa do local onde a nave

estava, muitos exclamaram decepcionados ao ver o solo lunar

poeirento e de cores escuras, assim como os grandes rochedos dos

dois lados do vale JK escolhido pelas suas condições de menor

visão para quem tivesse ideias belicosas contra a missão.

O comandante continuou falando e explicando aos ouvintes

porque o satélite tinha estas cores escuras. Estamos no limiar da

fronteira entre o lado escuro da Lua e o claro, se olharem para a

direita verão o sol extremamente agressivo e a claridade muito

forte, já para a esquerda a escuridão se acentua. Estamos perto

do local onde um grande bloco de gelo está incrustado na Lua e

para os tripulantes, temos a missão de desvendar os rumores de

possível existência de vida alienígena microbiana.

Os passageiros poderão se quiserem sair em grupos de no

mínimo quatro passageiros, mais um tripulante que será o guia e

a quem devem obedecer às diretrizes. Não devem se aventurar só,

pois existem muito cascalhos soltos que escondem verdadeiros

precipícios, devem estar sempre ligados pelos cabos de segurança

e TM ou TF irá à frente mantendo cada um a distância de dez

metros do outro. Assim se o guia sofrer um acidente, os demais

poderão segurá-lo.

Os uniformes que estão vestindo, são apropriados para

enfrentar qualquer ambiente hostil, na saída cada um terá um

capacete já adaptado com as capsulas de oxigênio e nutrientes

para até um ano, caso alguém se perca ou fique isolado em algum

lugar, deverá apertar o botão no alto do capacete, ele acionará o

sistema de localização para que o elemento possa ser resgatado,

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amanhã e nos dias que permaneceremos aqui, haverá sempre

este passeio por perto da nave, em três dias por semana vamos

ter voos com naves menores para lugares mais distantes embora

não seja possível o desembarque das pequenas naves, terão uma

visão esplêndida de muitos lugares do satélite.

Aviso, quem quiser relatar o que está vivendo e vendo na

nave e na Lua, devem fazê-lo e postar em suas páginas, assim os

amigos poderão ver e comentar seus escritos poderão levar

também suas câmeras de filmagens ou fotografias, elas são

perfeitamente funcionáveis, desde que não sejam direcionadas

contra à incidência de raios solares.

Neste instante os suportes da nave estão tocando o solo,

assim que as luzes verdes se acenderem nos painéis estarão

liberados a seguirem ou para as cabines de descanso, ou para

darem uma volta no solo, os que quiserem sair, dirijam-se ao

portão que está iluminado na cor âmbar, lá passarão para a sala

de desembarque e encontrarão um tripulante para cada grupo

que se formar. Até a volta de todos, que não deverá ultrapassar a

três horas fora da nave "hora terrestre".

A PF 18 se dirigiu ao Comandante Mirote esbravejando,

eu quero um guia só para mim, não vou me misturar com esta

gentalha que parecem carneirinhos e obedece a tudo o que vocês

querem. Mirote a olhou de cima em baixo e disse: senhora aqui

não está na sua casa, terá de obedecer às ordens ou ficará

confinada à cabine. Ela resmungou e saiu arrebitando o bumbum

se dirigindo a sua cabine, resmungando baixinho: se fosse no meu

país as coisas seriam diferentes.

CAPITULO 10

“NA LUA”

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Três horas mais tarde regressaram à nave todos que

tinham saído para o passeio, na verdade todos os poetas, a única

que ficou foi à famigerada PF 18 que ficou na cabine tentando

entrar em contato com certo país na terra. O que ela não sabia

que qualquer destas tentativas era registrada na nave mãe,

mesmo codificada com ela fingindo-se revoltada procurando

passar para uma agência de advogados.

A mensagem cifrada foi prontamente decodificadas e o

comandante sorriu, já suspeitava da garota, não tomaria

nenhuma atitude agora, dentro de uma hora chegaria uma

pequena nave da terra trazendo três pessoas e ele aguardaria

esta chegada. Os passageiros se assustaram quando viram a nave

se aproximar da nave mãe, ela encostou-se e acoplada numa das

comportas aguardou a liberação de abrir a escotilha que dava

acesso ao interior da RM 01. A voz do General soou forte e bem

timbrada nos transmissores acalmando todos e explicando a

finalidade da intromissão.

Quando a porta se abriu saíram por ela, a PF 06, um

mulher morena, alta magra que provocou suspiros na rapaziada,

sua pele morena curtida certamente nas praias do Rio, era

coberto parcialmente pela saia justa, um palmo acima dos

joelhos, uma blusa de seda, florida e sem espalhafato, mas muito

decotada, deixando ver até quase á cintura e um bolsa pequena

decorada com flores lilás, uma pequena tiara com as mesmas

flores da bolsa rodeava sua cabeça de cabelos crespos, mas muito

bem cuidados, completava sua indumentária. Uma pasta cor de

rosa estava segura na sua mão esquerda de unhas longas e

encumbucadas, que eram lindas, mas um perigo no caso de uma

luta corporal, pois, eram verdadeiras navalhas, sua sigla não era

TF por pedido dela própria, pois além de agente especial ela é

poetisa dos muitos recantos deste mundo.

Um pouco séria se aproximou do General e sorriu com sua

grande boca e dentes perfeitamente alinhados brancos, parecendo

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uma deusa africana de traços suaves e porte elegante com a cor

temperada de uma beleza marcante como só o Brasil poderia

conceber. Cumprimento o General lhe entregando a pasta que ele

abriu de imediato, já sabendo o que encontraria dentro. Leu

apenas o suficiente para confirmar suas suspeitas da PF 18,

Chamou o casal vinte da ABIN deu-lhe uma missão falada em

voz baixa, eles saíram dirigindo-se à cabine da PF 18, no caminho

recrutaram a equipe de TM E TF que estavam mais próximas e

bateram na porta do recinto.

Quando ela olhou através da tela plasmática que ao toque

de um botão deixava ver o exterior ela adivinhou que algo estava

errado. Imediatamente apossou-se da sua bolsa grande e pesada

retirando sua filmadora e abrindo a porta perguntando a seguir o

motivo da visita, PF 09 lhe comunicou que estava sobcustódia e

regressaria imediatamente a terra acusada de espionagem e

possível sabotagem na missão. Vendo-se perdida ela acionou o

botão da filmadora que era também uma arma de laser bi focal

poderosíssima e capaz de causar estragos consideráveis na nave,

ameaçou: - Dispararei esta arma e todos nós vamos dar um

passeio sugados pelo vácuo, e todos os poetinha e tripulação

ficarão enfeitando a poeira lunar.

PM 09 que tinha enquanto ela falava se deslocado

para o lado apenas disparou um raio de curto alcance atingindo-a

em cheio e ela como estava permaneceu, só que paralisada pela

ação do raio 302 uma combinação de laser com partículas de

curare, ficaria assim por tempo indeterminado sem vir a óbito,

Mas logo que foi desarmada pelo TM 20, PM 09 acionou outro

botão da mesma arma disparando um raio verde que a deixou

normal. Xingando desde a mãe do comandante até as barbas da

sua amante ela seguiu os patrulheiro até à nave onde foi

entregue ao capitão de comando para ser julgada no Brasil como

sabotador.

Duas outras garotas que saíram da nave causaram um

furor nos garotos que se assanharam logo pelas novas beldades,

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uma delas se apresentou com PF 18 que seria a substituta

natural da mulher que se fora. Conhecida como a dançarina

quinze véus, além de escritora poetisa, é atriz e cantora

badaladíssima nos meios artísticos principalmente na Europa. A

mídia andou especulando sobre um possível romance dela com o

príncipe da Jordânia Mohamed Sacharit, dono de imensos poços

de petróleo no eixo da mesopotâmia. Ela não negou o fato, fora

vista num hotel em Dubai com ele e todo o seu séquito, em

atitudes bastante eloquentes e a mídia fez a festa. Ela não era

mulher de um homem só como sempre afirmara, verdade é que

adora o sexo, e tem suas preferências, mas jamais iria ferir esta

ou aquela pessoa por não querer se relacionar, a não ser que o

oposto não correspondesse às suas expectativa, exemplo: pessoas

arrogantes, mal educados ela descartava logo, mas sempre estava

disposta a um tete a tete e não fugia deste querer, com

possibilidades de flerte, e algo mais.

A outra garota, PF 21 também se apresentou, bastante

extrovertida, era uma máquina de mulher, sangue quente,

descendente de espanhóis, loura, alta cabelos curtos, quando

ouvia ou tocava as sua próprias castanholas não deixava

ninguém quieto, o ritmo era alucinante e seu requebro mexia com

homens e mulheres, seus poemas sensuais deixavam quem lia

com calor e desejo de ter aquela linda mulher na sua cama nem

que fosse apenas para contemplá-la, claro que o sonho era papar

aquela gostosura, mas se conseguissem estar perto dela, ouvir

sua voz sentindo o seu perfume jubt Madagascar, era como

encontrar o paraíso em todo o seu esplendor, Os homens

suspiravam quando ela passava e exclamações espanholas de

piadinhas normais em teatro eram ouvias a toda hora ai Lola ai

Lolita me diga que tu és minha cabracita. Sempre aberta ao

amor, ela ainda esperava pelo seu príncipe do cavalo branco,

enquanto isto curtia os príncipes que eram sapos e mesmo

beijados nunca se transformavam. E vamos a Marte.

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Capitulo11

Com a PF 18 fora da RM 01 e substituída por uma gata

muito mais bonita tratável, todos os passageiros ficaram mais

tranquilos, a pronta intervenção dos responsáveis pela segurança

da nave deu esta impressão e assim após uma noite tranquila

com algumas visitas furtivas registradas pelos sensores nas

cabines, no caso, por exemplo: para as garotas que chegaram,

houve muitas tentativas de visitas, mas como a partida da terra

fora tumultuada pela pressa e extremo sigilo, as garotas estavam

mais a fim de descansar.

Outras visitas aconteceram, na cabine da PF 01 – PF 02 –

PF 11 – PF 13 houve visitas de rapazes, mas o que rolou não pode

ser relatado, já que: quando foi liberada às visitas acharam por

bem cortar as câmeras de vídeo do interior das cabinas com

exceção dos sensores de gritos e todo tipo de pedidos de socorro,

caso um passageiro se sentisse mal ou corresse algum outro

perigo, coisa difícil de acontecer, pois, qualquer perigo de

acidente seria imediatamente detectado pela segurança da RM

01.

Os rapazes mais andejos durante a noite foram os TF 16 -

TM 18 – TM20 – PM 01- PM 02... PM 08 entrou para a cabine da

PF 08 e FM 09 na cabine da PF 09 e até o inicio deste relatório

ainda não tinham saído. Até o General TM 15 andou batendo de

leve na porta da PF 19, mas bateu com a cara na porta, foi mal

interpretado e com toda razão, coitado queria apenas ser gentil já

que esta PF estava meio quieta sem conversar muito com os

amigos, ele achou por bem se aproximar, ca pra nós, sujeitinho

desligado, porque não a procurou no horário de expediente

normal? Vai entender. Outro garoto o PM 14 também deu o ar da

graça batendo educadamente na cabine da PF 05, ela o deixou

entrar... Será que rolou, ora pode ser apenas bate papo, um

relaxamento antes de dormir, ou não sei lá, estes meninos de

dezessete tem um fogo de sete fogões. Vai saber.

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Nove horas todos já tinham se levantado e tomado café

entre risos e piadinhas de que, fora citado durante o relatório e os

visados se saíram bem, no caso da PF 01 que declarou entre risos

dela própria e dos presentes: Estão com inveja é? Nós estamos

aqui para curtir a vida, temos dezessete anos, somos donos do

nosso nariz e bobo é quem fica só dormindo e não aproveita o

conforto da nave, isto descontraiu todo mundo e as possibilidades

de relacionamento começaram a surgir em conversas bem mais à

vontade e algumas cantadas típicas de jovens, nos seus arroubos

sem mais preocupação do que curtir o momento.

O comandante Mirote apareceu nas telas e todos prestaram

atenção no que diria o velho comandante. Do alto dos seus vinte

cinco anos, com uniforme de gala e um olhar divertido no rosto

ele começou a falar: Senhoras e senhores, hoje vamos fazer um

passeio pela lua juntos, o general já providenciou o

desacoplamento da nave RP 02, (Rima pouco 02) da nave mãe e

vamos partir em dez minutos, quem quiser poderá levar seus

computadores individuais e câmeras fotográficas para fazerem

anotações e quando regressarem transmitir às suas editoras

seus contos, crônicas, ou apenas poemas relacionados ao que

virem.

O embarque foi rápido e em vinte minutos TM 15 deu as

ordens de partida, a RP, 02 elevou-se silenciosamente sobre o

vale e atingiu uma altura superior às grandes pedranceira que o

formavam, o brilho do sol era amortizado pelas luzes reguláveis

automáticas para os olhos humanos que podiam ver as cores da

Lua com detalhes acentuados, viram enormes estruturas

coloridas e exclamara quase a uníssono um êpa! Assustado com o

que via, o comandante pediu ao general para parar a nave perto

das estruturas, parecidas feitas de vidros brilhantes. O

comandante explicou que era material duro como diamante e

mostrou abaixo uma fortaleza fechada e com muitos restos de

máquinas e naves espalhada numa área equivalente um

quilômetro quadrado. Este ferro velho que de velho só tem o

nome, pois na lua nada se deteriora, foi deixado aqui a milhares

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de anos quando uma civilização alienígena visitou nosso sistema

solar interferindo possivelmente na evolução humana.

Algumas vozes de protesto surgiram com pessoas religiosas

contestando o fato, mas o comandante voltou a falar pedindo

desculpas e continuando, é hora das religiões começarem a

mudar seus conceitos de explicar Deus para o povo, não há mais

como ignorar tantas evidências de que os deuses que nos

visitaram era de uma civilização superior e interferiram sim nos

destinos da humanidade, isto não implica em prejuízo à essência

“Deus”, pois se os visitante aceitaram serem tratado como tal e se

postaram diante dos atrasados seres humanos como deuses, é

porque eles próprios tinham arraigados dentro das suas almas

que Deus existe, só não há ainda como explicar onde está. O que

veem aqui são restos desta civilização, isto foi escondido da

humanidade por outros grandes aventureiros que antes aqui

estiveram. A razão é simples, evitar pânico entre os povos, por

isto pesem bem os prós e os contras para escreverem sobre o que

veem, pois, nossa missão é mostrar a um grupo de paz e pessoas

com um senso de realidade, mas dotados de sonhos e bondade e

esta é, “a essência dos poetas”. Vocês poderão encontrar o

equilíbrio para contar a verdade aos humanos.

O comandante fez uma pausa estudada, deixando que o

burburinho crescesse até começar a se afogar nas cismas de cada

um, houve um silêncio incomodo entre os presentes, e uma vós se

fez ouvir: o reconhecido poeta, teólogo, com formação ecumênica

elevou a voz dizendo, isto vai contra todos os ensinos que

recebemos nas universidades que frequentei; Como duvidar do

que está escrito na bíblia sagrada? Não sou cético ao que estou

presenciando, mas pergunto até quanto posso comprometer meus

conhecimentos afirmando ao mundo esta nova realidade? O

comandante levantou a mão direita, o silencio voltou, ele esperou

dez segundos antes de voltar a falar, Primeiro o exmo poeta só

falará se quiser, mas há que se entender que se um dos poetas

presentes relatar o que viu, toda a mídia vai querer fazer

perguntas aos outros poetas que participam da missão e como a

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diretriz da missão já previu: poetas não faltam com a verdade,

podem omitir um fato se isto fizer bem à alguém, mas contamos

exatamente com a consciência dos poetas para tomarem esta

decisão, é justo esconder da humanidade fatos tão relevantes dos

acontecimentos reais da história da terra?

Mirote fez outra pausa e o mesmo interlocutor perguntou,

mas a bíblia é o livro mais lido pela humanidade, porque os

grandes religiosos não contestam os fatos? Primeiro é que até

agora, poucos mexeram nesta ferida, e se ela sangra por um ou

outro que toma esta iniciativa, eles arranjam um jeito de tapar o

buraco, quem já leu o renomado escritor “Erich Vom Dänikem?”

Uma voz se elevou entre os ouvintes, - este tal de Erich é um

antecristo, eu comecei a ler e queimei o livro, - me admira uma

poetisa queimar livros, mas sei que a religiosidade às vezes nos

leva a isto, se tivesse em vez de queimado, lido o livro, teria visto

que ele jamais afirma serem reais as suas verdades, ele apenas

mostra dentro da própria bíblia o que os céticos não querem ver e

os vendedores de Deus fazem questão de manter os negócios em

alta ocultando fatos que saltam diante dos nossos olhos.

Já citando à bíblia, Jeremias fala dos selenitas, o livro dos

reis possivelmente escritos pelo mesmo profeta, fala dos selenitas

e o livro de Ezequiel do capitulo oito em diante faz um relato

incrível de máquinas transportando deuses ou auxiliares de

deuses, somando-se a isto há outras inúmeras referências aos

deuses como seres que precisavam de máquinas para se

locomover e ainda deuses que vendo que as mulheres, filhas dos

homens se tornaram belas, os filhos dos deuses desciam das

alturas para copularem com elas. Bem além da bíblia temos

evidências concretas em museus de várias partes do mundo e

desenhos rupestres atestando a vinda de homens com capacetes

provavelmente por não poderem respirar o ar da terra além de

naves espaciais desenhadas assim como referências de todos os

tipos quando os profetas escreviam o que viam, como: e a Gloria

de Deus entrou no templo, fazia muito barulho e soltava fumaça

que fere o nariz. O que estou dizendo é algo que qualquer um

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pode pesquisar na bíblia, ou como eu andar pelo mundo e ver no

museu de Baguidád, baterias elétricas de milhares de anos numa

época que o homem ainda estava desenvolvendo ferramentas

rudes sem capacidade para criar tais artefatos.

Como disse é da cabeça de cada um, podem escrever e dizer

que tudo isto é apenas imaginação do autor, o que estão vendo

não existe é só miragem. Mas agora quero alertá-los para

possíveis naves que surgirão em nosso trajeto, eles não nos farão

mal, são apenas robôs deixados aqui pelos visitantes, mas sendo

nós ocupantes de uma nave da terra e seres humanos iguais aos

seus criadores, não nos farão mal. Apenas nos seguirão por algum

tempo, mas como não temos como lhe dar ordens, eles entenderão

que não precisamos deles e voltarão à sua base, que

provavelmente se encontra em alguma cratera dentro do satélite.

Devo avisá-los que em Marte também encontraremos evidências

desta civilização, muito menos do que na Lua, pois, lá as

estruturas se corroem pela ação dos ventos e intempéries

naturais daquele planeta. Não queiram entrar em conflito com o

que veem, são evidências, mas fantasiosas, apenas para divertir e

dar sentido à nossa viagem maluca. Alguma pergunta? Final do

capitulo 11.

“CAPITULO 12”

A nave percorreu quase toda a parte iluminada do satélite

parando em algumas anomalias, como naves acidentadas e

estruturas de mineração deixadas ali por alienígenas. O almoço

foi num lugar tranquilo perto da planície onde pousou o primeiro

veículo tripulado vindo da terra e denominado “mar da

tranquilidade” por respeito, a nave se posicionou a uma distância

de cem metros da bandeira ainda com pouca poeira cósmica

empanando o brilho do símbolo de um povo aguerrido que se

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lançara à conquista do espaço chegando à frente de outros que

também tentavam o feito.

O sistema de alimentação era uma cópia do que havia na

nave mãe, só que em tamanho menor, mas perfeitamente capaz

de atender os passageiros e com folga. Já ao fim do almoço,

Mirote pegou um transmissor numa reentrância da nave e com

um tom de galhofa se dirigiu aos presentes perguntando quem ali

sabia dançar? Todos levantaram as mãos em sinal de

concordância, PM 07 Não apenas levantou à mão, ele próprio se

levantou e ensaiou alguns passos de samba que deixaria os

passistas da mangueira de queixo caído, rindo com um bocão de

satisfeito se sentou entre aplausos da plateia. Recebeu um up lá,

lá, soltado por Mirote que continuou.

Hoje á noite se fará o primeiro baile na Lua, foi aplaudido e

a galera mostrou sua satisfação com assobios e gritinhos

femininos de apoio... Por quê? Nada disto! Os homens voltaram

há ter dezessete anos, mas não é dezessete da era moderna, eles

não soltaram gritinhos, riram com aquele vozeirão típico de

rapazes já bem fora da puberdade, quando fazem questão de se

afirmar no seu machismo para as garotas e elas gostaram, afinal

também elas estavam cheias de tes... Não? Tá, excitação. Até

aqui na Lua este PC gosta de dar ordens, tá doido sô!

Mirote finalizou a conversa frisando ainda com o sorriso

bobo nos lábios: O baile começará ás nove horas horário de

Brasilia e será animado pelo famoso musico e cantor PM O6 e a

galera que ele apresentar, vestimentas serão a rigor como na

década de sessenta, as mulheres deverão vestir de preferência

vestidos longos com as cores livres, podem e devem ser decotados

e as saias longas poderão ser nesgadas nas laterais ou atrás e na

frente. Os homens deverão usar ternos pretos e gravatas

borboleta com sapatos de verniz bico finos. As mesas desta vez

serão servidas com bebidas canapés por barman e garçonetes

vestidas de branco.

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Os rapazes e as moças não precisam se preocupar, a loja da

nave está equipada com todos os artigos necessários para se

vestirem, poderão colocar qualquer adereço, desde que respeitem

o rigor básico, saibam que após nossa partida para Marte o baile

será mostrado para todo o Brasil, as filmagens serão feitas pela

nossa equipe e vendida para a TV que oferecer o maior preço, o

dinheiro será dividido entre os passageiros que regressarem à

terra quando o fizerem.. General, por favor, dê ordem de retorno

à nave mãe.

Em alguns segundos já estava sendo abertas as escotilhas

de acesso á entrada do salão da nave mãe e os passageiros se

dirigiram às suas cabines para banho e descanso. P/S Atenção a

noite na Lua demora a chegar, por isto as moças que quiserem

que seja relatado como elas querem seus vestidos, é só escrever a

cor, o talho e os detalhes do vestido podendo dizer se quiserem a

grif que escolheram, vale desde Dior a Sebastian Plumbad ou

outros que as meninas conheçam e mandem pelo nosso velho

email que o contista coloca, os homens também, caso queiram

acrescentar chapéus devem especificar se é cartola, tipo vaqueiro

ou outros.

Capitulo 13

O pessoal após o banho e descanso saiu para visitarem as

lojas da nave, os homens “alguns” foram até chamados a atenção

por ficarem dando palpites para as garotas, PM 10, foi um deles,

camaradinha pra frente este meu garoto, ele tem aquela velha

mania de se aproximar de uma garota, se ela sorrir, ele dá um

beliscão no traseiro dela, gente, ele beliscou uma mina a PF XX e

acho que ela esta na TPMMM Tensão pré-menstrual mais ou

menos... É o que deu para arranjar uai! Então, acho que ela não

estava de muito bom humor e sapecou um tabefe na cara do meu

garoto ele resfolegou, quis apelar, mas uma morena linda da

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boquinha grande e olhou pra ele fazendo um sinalzinho

imperceptível, mas o moço entendeu bem, como se diz eu conheço

você, e eu contista emendei: eu também, você é sacana mesmo,

vai ver que mereceu.

Ele esfregou o lugar da tapa e vejam só o comportamento da

garota depois do mal feito... Ou seria bem feito? Quem entende

mulher? Depois de olhar para a cara do garoto de dezessete com

cara de Zezé pidão, cabelo na testa e olhar de: tô precisando, ela

falou: desculpe-me, eu senti alguma coisa que me pareceu um

beliscão, mas acho que foi alguma coisa que eu me encostei, ó

meu santo, que desastrada que eu sou. Claro que o senhor é um

cavalheiro e não faria isto, o senhor me perdoa? Infernal este

garoto, olhou para ela como se fosse o cara mais correto deste

mundo e disse choroso, perdoo sim senhorita, mas devo dizer que

apesar de não ter culpa desta vez, confesso que gostaria de dar

uma beliscadinha neste bubumzinho arrebitado, ela olhou para

ele e disse: - bobinho, eu sou a PF XX se quiser pode me ajudar a

escolher o vestido e por falar nisto, vai ao baile? Mas que

cafajeste este cara meu, olhe a resposta dele depois de ter-se

comprometido pelo menos com quatro garotas diferente. - Se você

aceitar ir comigo eu vou, porque sou muito tímido e não consigo

arranjar namorada, ela disse: - uai, você está me propondo

namoro? O sacana piscou para a garota da boca grande e o

contista e disse: ta no papo, fazer o que? Elas querem.

As lojas tinham de tudo, todo mundo adquiriu o que quis;

Homens também, no entanto, poucas pessoas fez o que sugeria o

cartaz num dos painéis, deixaram de passar os dados dos vestidos

e ternos para a recepcionista que faria as apresentações no

momento da entrada no salão de baile, as mulheres foram mais

pontuais, “como sempre”. Mas homens, somente alguns o fizeram.

No restaurante no lanche da tarde as conversas giravam

sempre em torno do mesmo assunto, será que alguém ia batizar o

ponche? Será que teria cerveja, será que teria Campari e San

Remy? Alguns dos rapazes engrossavam a voz, eu vou ver se

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consigo descolar um litro de uísque, afinal o TM responsável pela

dispensa é meu chapa, PF O9 riu e disse: Que isto amigo, não

existe esta de dispensa, todo mundo sabe que qualquer comida ou

bebida é feita dos ingredientes enviados por raios soenzais da

terra, você só conseguirá uísque se pedir a comandante Mirote,

pelas condições de adultos que já foram... Mirote pode até

liberar... Mas não tente fraudar o sistema. Aviso de amiga, O

moço sabendo que ela era da segurança e o companheiro dela PM

09 estava do lado atento a tudo, ficou com cara de tacho e

agradeceu pedindo desculpas e enfrentando os risinhos dos

colegas de dezessete, e que risinhos malvados, abafados, mas

apontando para o garoto que teve de aguenta a rata.*** “Rata,

anos sessenta, equivalente a mico hoje”.

Voltaram às suas cabines e às dezoito horas já começaram

os preparativos, para o evento, as meninas corriam afoitas atrás

de alguma amiga perguntando: - tem um batom mais escuro?

Este é muito claro, meu vestido, “é vermelho arrasador” e a

amiga prontamente emprestava e ainda ajudava a outra a se

maquiar, tudo na maior camaradagem. Os homens também

pediam ajuda e o cristo era o PM 04, PM O7 E PM 14 por ser o

bam-bam, bans em dar nós nas gravatas. O comandante sorria

satisfeito, se há uma coisa que gostava era de dançar e já estava

pensando com quantas dançaria durante o baile, viu o general

TM 15 se emperiquitando e riu pra valer lembrando-se dos bailes

de caserna, quando PF15 era apenas cadete e ele dera nó na sua

gravata e o acalmara, pois ele estava uma pilha de nervos, agora

ele é um general e estava ali ajudando os garotos, mesmo

sabendo que eram garotos com mentes bem evoluídas e afeitas a

estes tipos de festas, e esta festa prometia.

“CAPITULO 14”

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(O BAILE)

PF 07 trabalhou dobrado para trazer algumas mercadorias

das suas lojas na terra. Apenas para algumas freguesas mais

exigentes e que gostam de vestir grifes internacionais. Foi

ajudada pela TF 20 que tinha seus contatos com a agência e foi

autorizada pelo comandante que conhecia a PM 07 de longa data

e tinha muito apreço por aquela que não mudou na transposição,

com dezessete continuava tão sorridente com antes aos trinta e

nove. Ficou lá até no ultimo minuto atendendo algumas

atrasadinhas ou outras que queriam trocar o produto, e ela nunca

tirava aquele sorriso dos lábios êta garota bonita... Seu contista,

se contenha, olhe lá heim rapazinho... Xiiii “rapazinho”? O

contista é o único que continua velho.

Oito horas os portões da sala de baile foram abertos, O

pessoal já estava na antessala e bateram palmas rindo com

alegria, pois festa é muito bom. Educadamente caminharam para

a pequena abertura, um corredor gracioso decorado com pinturas

de Portinari, “os eternos homens parrudos e mulheres seminuas

que compões sua obra”. Devido à demora em anunciar um a um

os convidados, a promoter fez apenas um aviso sobre as mesas

que não tinham identificação e cada um sentaria onde achasse

melhor, Foi um festival de mulheres lindas e bem vestidas e

rapazes elegantes nos seus ternos pretos alguns usando cartolas

outros apenas com seus cabelos soltos já acompanhando à moda

dos adoráveis cabeludos ingleses, “The Beatles” com exceção de

alguns poucos que ousaram um pouco mais. E durante o

desenrolar do baile falaremos de alguns e algumas com

vestimentas mais chamativas.

Assim que todos se sentaram a promoter fez uma revelação

e falando num dos comunicadores, serão servidas bebidas com

teor alcoólico graças a alguns pedidos especiais de algumas

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senhoritas e a direção resolveu atender, já que a maioria dos

garotos e garotas tem mentes esclarecidas e sabem que se forem

dirigir não devem... Pare aí, nada a ver! Quem não pode beber é o

capitão e o general, eles sim podem ter de tocar este trem, gente o

contista já está é bêbado, ô mineiro: é nave, trem é outra coisa.

Certo, vamos lá, neste instante os garçons e garçonetes

começaram a servir, cerveja uísque, campari, gim, caipirinha,

caipvódica, San Remy, cachaça Minas, “rosa mineira”, esta é boa!

Além dos que serviam salgadinhos, e pequenos pedaços de

churrasco, variados entre os quais a tradicional linguiça.

Neste instante uma loura esplendorosa se levantou com

graça arrancando suspiros dos presentes, era a PF 01, vestida

para matar, um vestido azul céu com estrelas cintilantes, um

decote que chegava ao meio das costas mostrando uma pele bem

cuidada e bronzeada, alguns rapazes se levantaram, mas ela

caminhou firme pisando com um par de sapatos cor de areia de

salto médio e portando uma pequena bolsa dirigiu-se para uma

determinada mesa sendo recebida gentilmente pelo TM 20

moreno claro de cabelos encaracolados olhos grandes e nariz bem

feito, um metro e oitenta, mostrando um corpo sarado,

provavelmente pelos exercícios obrigatórios nos trabalhos

prestados na nave, o terno impecável com certeza foi ajustado na

loja da nave. Aliás, este era um requinte do baile, todos os

homens estavam impecáveis na sua elegância. Cada tipo vestido

e se portando com o chame dos dezessete anos.

Vinte horas e cinquenta e sete minutos, neste instante as

luzes negras foram ligadas, e somente os locais das mesas

ficaram iluminados em tom mais claro, a grande pista de danças

ficou completamente escura, ninguém percebera e nem se

perguntaram onde se apresentaria o famoso cantor e sua banda,

na alta parede dos fundos se abriu neste instante o palco, ainda

na se via a decoração e nem a área total, feixes de laser

plasmáticos formando figuras que dançavam no palco dava com

seus reflexos uma ideia das dimensões do local. Do teto surgiu

um feixe de luz com várias tonalidades, mas tudo muito suave e

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iluminou o artista, apenas ele e seu violão eram visíveis, uma

cartola na cabeça um cachecol de seda a volta do pescoço dava um

ar de elegância ao seu rosto imberbe, fora das características do

cantor que certamente resolveu curtir seus dezessete anos um

pouco descaracterizado, pois, ele sempre a usava barba às vezes

bastante espessa. Provavelmente assim que passasse a euforia da

juventude ele voltaria a usar.

A plateia estava em silêncio bebendo cada segundo daqueles

momentos, não é todo dia que se vê um artista internacional e

sabendo que poderiam conviver com ele na nave, até agora

estivera restrito ao seu camarim estudando e praticando suas

musicas apenas na companhia da sua banda. Neste instante

soaram os primeiros acordes do violão arrepiando com seu som os

ouvintes, muitos reconheceram nos primeiros acordes a musica

do Rei Elvis Presley Always On My Mind e ouviu a voz clara e

possante se elevar enchendo seus ouvidos com a maravilhosa

melodia e fazendo disparar os corações dos amantes do rei, sim do

rei, pois mesmo quem não curtia rock não resistia a performance

do cantor. Fielmente Arauto interpretou a musica encantando a

todos que educadamente, mesmo com os pesinhos fazendo cócegas

ficaram quietos e quando terminou as luzes do palco acenderam-

se e puderam ver todo o esplendor do quadro.

Uma salva de palmas estonteante soou na nave e só parou

quando o cantor agradecido e satisfeito levantou a mão direita

após vir o silêncio ele de forma humilde se apresentou como se ali

todos não soubessem até a cor das cuecas que ele usava.

Senhoritas e rapazes, eu sou Arauto das Artes, esta é minha

parceira Mirian, falou estendendo o braço na direção de uma gata

de olhos verdes, morena jambo, cabelos esvoaçantes e um

macacão verde com detalhes em amarelo ouro que mostrava suas

curvas realçando toda sua beleza, recebeu um coro de assobios,

mas continuaram ouvindo o cantor apresentando o restante da

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banda, na guitarra temos o meu irmão camarada Oliver Joey que

vai tocar algumas musicas comigo assim como a Mirian e quando

não estiverem no palco vão estar entre vocês, pois, são pés de

valsa e o garoto é chegado nas gatas, se cuidem meninas.

Neste instante se levanta a PF 07 e com um sorriso

brincalhão grita é comigo mesmo gatinho pode vir quente que

estou fervendo. Após as apresentações do restante do grupo com

uma apresentação especial para o baterista Ringo Starr que viera

ao Brasil visitar o amigo e resolveu dar uma colher de chá com o

comprometimento do comandante de disponibilizar uma nave

para levá-lo a terra assim que terminasse o baile. Daí em diante

começou a rolar uma sessão de boleros que fizeram os rapazes se

movimentarem em direção as damas para convidá-las a dançar,

muitas esnobavam dizendo que já estavam comprometidas para a

primeira dança, mas outras já saíram dançando como as mais

assanhadinhas PF 01 desfilando com seu rapagão e deixando

algumas gatas de olho comprido no caboclo. PF 02 saiu dançando

com TM18 parecendo já velhos conhecidos, ele tascou logo um

beijo de língua e ela topou na hora. Como a luz negra mostrava

apenas uma silhueta dos casais ninguém notou e quem viu fingiu

que não viu, afinal é o que todos queriam.

PM 07 dançava uma musica com uma e já pegava outra,

bom dançarino e brincalhão nunca era recusado. PM 14 e PF 05

saíram para a pista de dança e ela ao levantar-se mostrou todo o

requinte da sua vestimenta usando lindo vestido da grife Dior,

longo, da cor amarela, a blusa de alças finas, com babado

largo, corpo ajustado até antes do joelho, finalizando com

três saias em babados até o pé, sendo que cada era dez cm

mais curta que a outra dando uma elegante leveza.

Lindíssima sandália dourada de festa no estilo D´Artchella.

Colar, brincos, pulseira com anel de brilhante o cabelo

batendo no ombro estava leve e solto. Algumas amigas

chegaram a ensaiar palmas para o elegante casal, os dois se

acertaram e parece que gostaram um do outro, ele com seu

riso grande, bonitão, claro, cabelos na testa num topete

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ousado estilo do Caubí Peixoto, não era tão alto, mas seus um

e setenta e seis não eram desprezíveis e era bem admirado

pelas donzelas casadoiras que ainda estavam sem par, ela

era linda, tinha um porte de miss e um sorriso que agradava a

todos, elegante no vestir e muita culta. Os dois tinham tudo

para dar certo.

PM 12 o engenheiro estava feliz, sua esposa resolveu vir

para a nave e os dois elegantemente vestidos dançaram

algumas vezes e no mais ficavam bebericando um uísque

com soda e conversando baixinho como se matasse uma

saudade de anos sem se verem, e no, entanto, ficaram

apenas duas semanas separados. Ela viera na nave que

trouxe as três beldades, mas desembarcara discretamente

por sua própria vontade sem ser vista. Neste instante entrou

no salão o comandante Mirote e o General TM 15,

cumprimentaram a todos com gestos e se sentaram. Neste

instante uma garota, a PF 14 de vestido vermelho decorado

com uma orquídea branca e discreto decote em “V” com

saltos bem altos, se aproximou da mesa e disse: prometi que

a primeira dança seria do comandante, aqui estou, o velho

senhor de vinte e cinco anos se levantou cortês e ofereceu-

lhe o braço caminhando para a pista, neste instante Arauto

cantava um musica de outro rei, “amada amante do futuro

rei da musica brasileira Roberto Carlos que estava

arrebentando e fazendo uma revolução artística na musica e

no comportamento dos jovens”.

Ao terminar a musica retornaram a mesa, mas ela nem

se sentou. Um guapo jovem o TM 17 parece que já a

esperava, ainda não a tinha procurado, mas ao vê-la sair

dançando com seu comandante pensou, se eu perder a

menina para este velho vou empatar com quem? Nem a

deixou descansar, ela sorriu, tinha esperado que ele fosse até

ela, claro que já estaria com ele, mas não teria deixado de

cumprir a promessa da primeira dança com Mirote, afinal ele

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era mais velho, mas era boa gente e não se insinuara para

ela, apenas estavam bons camaradas. O general estava de

olho na garota de pele escura parecendo uma deusa

africana de olhos profundos e insinuantes, desde que a vira

não parava de pensar nela, fora paixão a primeira vista,

nunca tinha se apaixonado, mas agora ela entrara na sua

cabeça e não saíra mais, seu coração disparava quando a

via e neste instante é o que estava ocorrendo, respirou fundo,

ameaçou de se levantar e sentou-se de novo, ela também o

olhou e armou um leve sorriso encorajando-o.

O comandante que estava voltando da mesa do

engenheiro que o apresentou à sua esposa e quase que no

mesmo instante ficaram bons amigos. Tinha o engenheiro TM

12 como um irmão mais novo e vê-lo com a esposa na nave

o deixou contente, sabia do amor dos dois e sabia que seu

amigo agora estaria mais pronto do que nunca para

enfrentar os problemas da adaptação no inóspito planeta

Marte. Notou o nervosismo do general e perguntou: algum

problema general? Ele disse que não, mas depois emendou

sim é que não sei como agir com uma garota, Mirote riu,

conhecia o amigo e pupilo há tanto tempo que não

estranhou isto, os relacionamentos do amigo não passaram

de algum flerte casual e algumas aventuras sem

consequências, era extremamente ligado ao trabalho e aos

estudos e considerava o amor em segundo plano na vida,

mas desta vez...

O comandante percebeu tudo e não riu do amigo, ele

já tinha passado por isto e adivinhou tudo o que estava se

passando com o garoto que ele gostava como a um filho,

sentou-se mais perto dele e disse: - É aquela que está

afastada naquela mesa à esquerda de vestido champanhe?

Ele respondeu afirmativamente – é! Qual a dificuldade, ela

não parece capaz de morder em ninguém, levante-se e vá

até ela e comporte-se como o cavalheiro que sei que você

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é. Ele quis retrucar, mas Mirote fez cara de poucos amigos e

disse: - é uma ordem soldado, cumpra. O general se levantou

sorrindo e foi falar com a sua princesa. Chegou e

cumprimentou muito sem jeito, boa noite senhorita, eu não

queria incomodar, mas é... Pois é... Sabe? É que... Ela sorriu,

também era tímida, mas diante do atrapalhado general

esqueceu-se dela e disse: não gostaria de sentar-se TM 15?

Ele sentou-se como se ela lhe tivesse dado uma ordem,

levantou-se de novo e ela repetiu, por favor, sente-se, ele

sentou-se e colocou as mãos nos joelhos e tentava falar, mas

a voz não saia, ela pensou acho que ele vai desmaiar. Riu um

riso franco e o general viu o papel de bobo que estava

fazendo, ela pediu desculpas pelo riso e pegou a mão dele

colocando a sobre a mesa deixando a sua mão sobre a dele,

e perguntou: - você bateu na minha cabine uma noite

destas, ele ficou sem graça, mas respondeu e desta vez a voz

saiu, - sim respondeu, mas eu queria... Antes de ele continuar

ela respondeu, queria conversar, perfeitamente natural, mas

eu é que não fui muito receptiva, estava de mau humor e

com dor de cabeça. Até pensei em procurá-lo depois e pedir

desculpas, pois seu gesto foi muito simpático e eu sou muito

tímida para fazer amizades, percebi que perdia a chance de

ter uma pessoa para conversar.

Com as palavras da moça o general esqueceu seu

medos e mostrou a mesma confiança que o caracterizava

nas horas difíceis, era agora o homem que sabia o que queria

e foi calmamente que inverteu a situação segurando ele a

mão dela e olhando-a nos olhos confessou tudo o que estava

sentindo desde que a vira. PF 13 respirou fundo, sabia que ele

estava sendo sincero, ela também se sentira atraída por ele,

mas para ela que saíra de um recente casamento, ainda não

se sentia muito encorajada a entrar num novo

relacionamento, mas por outro lado, estava a caminho de

Marte e quem sabe o que o destino lhes reservaria. Apertou

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com suavidade a mão que estava segurando a sua e disse-

me leva para dançar, neste instante tocavam uma musica

lenta apenas orquestrada eles foram para a pista, não

queriam parar de dançar, era como se parassem, iam se

descolar e não colariam mais, O general estava nas nuvens e

ela... Mulheres; É tão difícil saber se estão felizes.

CAPITULO 15

Começou a troca, troca, Exclamou alguém entre o

espectadores, o contista curioso perguntou, como assim? –

Ele respondeu o artista, é a segunda vez que troca de roupa,

eu não tinha notado curioso, realmente ele agora está

vestido com camisa polo, uma boina tipo (Che quer vara) e

calças índigo blue, sentou-se no chão e gente olhem o palco,

está se formando uma paisagem e uma estrada poeirenta e

uau, ouçam a introdução da musica, não se lembram, psiu...

Vamos ouvir: Eu não posso mais ficar aqui sentado a esperar,

que um dia você volte para mim. Gente como este moço

canta bem, olhe o show do Joey na guitarra, “puxa gosto

desta musica”, Preciso acabar logo com isto, “logo com isto”,

“eu acompanhando e cantarolando junto” Preciso lembrar

que eu existo eu existo eu existo. Que lindo é recordar.

Deixemos o garoto cantar.

O comandante ficou tão empolgado que chamou o TM

19 e sussurrou alguma coisa no seu ouvido, olhem ele abriu

um painel na parede da nave, pegou um comunicador,

vamos ouvir: atenção turma, o comandante mandou que

todos se segurem nos seus parceiros de dança que vamos

desligar o antegravitacional vamos flutuar vinte centímetros

acima do chão e depois aumentar a altura. Foi uma surpresa

e tanto, no principio as garotas se agarravam aos parceiros

com medo de cair, mas logo ficaram à vontade, a loiríssima

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PF 03 sem querer inventar, ela praticamente se atracou com

o PM 01, bem, eu avisei que este cara é perigoso, mas ela

está com dezessete, deve estar afim de grandes emoções e

ali ela encontra, eu conheço este ex-careca.

Caramba ela está um charme naquele vestido azul

turquesa, com babados nas mangas e decote dobrado,

além das saias com vincos niaquém um estilo novo dentro do

espírito de aventura espacial, muito bem escolhido, quando

ela passou por mim, pude ver que ela está usando perfume

jub-ti, delicado e sensual, acho que o que ela quer mesmo e

perder esta virgindite... Que isto, “virgindade é da primeira

vez na segunda é virgindite” Olhem gente o ex-careca é

bom de dança, mas ela é de arrepiar, olhe aqueles volteios,

ela gira segurando a mão do garoto e volta se enrolando nos

seu braço, parece uma cobrinha se enroscando no ratinho,

sei não... Acho que ele é que vai ter de ficar de antena

ligada, ou vai ser papado é na pista, ela tá qui tá. Acabou a

musica, mas o pop star não parou, já emendou outra e eu já

reconheci no primeiro acorde, é outra do escudeiro do rei, ai,

ai, ai vai ter gente chorando no salão com certeza. Dá até

vontade cantar junto vou nesta, escrevo estas más traçadas

linhas meu amor, porque veio à saudade maltratar meu

coração, peço que desculpe os meus errinhos, por favor, ao

leres esta carta que é uma prova de afeição... Vou parar

senão eu é que choro: Deixe quem sabe cantar.

Meu Deus todo mundo conhece, olhem a PF 01 e TM 20

ali ela está em casa, o TM 20 está acostumado com a falta

de gravidade eles deitam e rolam. A PF 07 caiu nas graças do

TM 21 acho que estes dois não se largam mais, ele é doidinho

com os poemas que ela escreve, sei não, ta me cheirando a

romance, vamos ver. A menina PF 15, andou sendo arreliada

pelo PF 20, mas acho que ele foi com muita sede ao pote... É

pode ser, gamelinha né? Ta certa, então, acho que ela

estranhou e saltou fora, vai ver que ainda não está muito

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acostumada com a coisa rsrs cara, ela é filha de coronel de

fazenda e ele é brabo, caboclo lá se tretar ele manda

amarrar no toco e capa o infeliz, por isto que ela fugiu nesta

viagem pra Marte, mas vejam bem com quem ela está se

metendo, é isto mesmo, ela não quer compromisso, porque

aquele lá que está dançando com ela é o PM 10, se quiser

mandar ele embora é só falar com ele, uai bem eu dou, você

assumi? Ele responde na hora, eu sumo sim uai, é comigo

mesmo! E, “ó” some mesmo, parte logo pra outra. Pode ver

que ele já dançou com quatro garotas diferentes, ele liga

não, atira pra todo lado. Mas dança é bem o caboclinho.

PF15 está toda charmosa, ela vinha de azul também,

mas como já tem duas vestidas com esta cor, no ultimo

instante ela pediu à PF 07 e ela sugeriu um vestido de seda

estampado, com a base creme e rosas vermelhas distantes

uma da outra, lindo e que lhe caiu muito bem, além de ter

um decote muito sugestivo... Sugestivo como? Olhem direito,

até eu contista que não fiquei novo, estou de olho, o decote

vai até no começo da arrebitadinha e mostra o cofrinho, e

que cofrinho gente, dá para guardar muitas coisas lá.

PF 11 e PM 03 dançam com discrição, mas eu conheço

aquele rapazinho, bigode bem aparado, quietinho, espigado

topete a meio pau, mas é o terror das periquitas com fome,

garotas olham pra ele e encontram aquele olhar de gato

pidão, que só falta falar venha que eu estou precisando,

miau, eu quero. E olhem que a PF 11 está vestida pra matar,

Um longo vermelho meio decote, um colar de perolas

javanesas, únicas no mundo com a cor do ouro, sapatos bico

finos a saia aberta nas laterais, quando ela volteia na pista

suspensa, aparece dois palmos de coxas grossas e que

devem ser macias ao toque, Sei não, mas pelo andar da

carruagem, vai ter muitos marcianinho nascendo naquele

planeta vermelho. Benza Deus, vou ser padrinho de todos.

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Olhem só PF 09 e PM 09, não se desgrudam um instante,

dançam, voltam a mesa trocam uma porção de beijinho e

voltam a dançar, agora estão indo para a pista de novo, e

olhem lá, o PM 06 trocou de roupa de novo e veio vestido de

coelhinho da páscoa, não entendi, que será que ele vai

aprontar de novo, os sapatos dele é cor de rosa, Joey já

meteu o dedo na guita e Mirian também vestida de rosa

numa minissaia criação da britânica Mary Quant. um palmo

acima do joelho deixando a rapaziada maluca e entrando

nos beliscões das namoradas. Arauto dedilhou o violão e fez

uma entrada duetando com a guitarra e sua voz soou como

o som de carrilhões aos ouvidos da plateia, suave e possante

fazendo o estribilho da musica de Rita Pavone, thuru thurá,

thuru thurá, mas não cantou dateme o martelo e sim: um

sapatinho eu vou de laços cor de rosas enfeitar, e perto dele

eu vou, andar devagarinho e o broto conquistar, aí quem

soltou a voz foi Mirian, arrebentaram.

A moçada rodopiava e cantava junto com o trio, tinha

garota que não sabia se ria ou chorava. PF 04 quem diria,

com um longo decotado preto arrebentou com PM07,

estavam tão a vontade e concentrados na dança que

alguns casais começaram a bater palmas e animar os dois

foi um sucesso, PF13 e TM 15 acabaram por se entenderem

tanto que dançavam como se tivessem feito aquilo juntos à

vida inteira e dava para perceber a felicidade no olhar dos

dois namorados. A assanhadinha da PF 01 ficou nesta quieta

tomando um chazinho de cadeira, pois TM 20 tinha se

ausentado chamado na ponte de comando. Neste instante

a musica deu um breque e todo mundo olhou para o palco e

viram o grande artista aprontando uma das suas, Joey

marretava a guita e ele dava três pulinhos pra frente seguido

por Mirian aí eles mostravam os pés com os lacinho de fita

rosa, depois ele virava a bunda para o palco e balançava o

rabinho, gente como ele fazia aquilo? Muito engenhoso,

ele tinha uma corda que puxava e fazia o rabo balançar.

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Assim terminou aquela musica muito aplaudidos por todos,

ele deixou um Dijei mecânico ligado e fez à paradinha

estratégica, para uma cerveja e um chego ao sanitário com

a banda, Miriam não, ela foi pra outro lado uai.

FIM DO 15

“VIAGEM A MARTE ADENDO 02”

ATENÇÃO PESSOAL.

Assim que acabar o baile nossa nave deverá partir para

o destino final... Esta pausa é para pensarem no que virá a

seguir, o seguinte: Em Marte não haverá mais siglas

identificadora, por isto cada participante, (menos os “TM E

TF”) Deverão, escolher um nome para si, no caso a sugestão

é escolher um nome que você um dia pensou que gostaria

de se chamar, no meu caso eu queria ter me chamado, Cid,

nome de um irmão ou Julio. Creio que uma vez pelo menos,

você viu um nome e pensou que gostaria de se chamar

assim. Então é hora, não vale querer ficar com o nome

verdadeiro, afinal de contas estamos... Ops, eu não, estão

com dezessete anos e Marte é uma vida nova. Conto com

todos os amigos que estão participando para, mandarem

suas siglas e nomes por email e eu já coloco o nome e a

pessoa passará a ser chamada por ele.

(Capitulo 16-)

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(O BAILE 3)

Quinze minutos depois o cantor volta vestido a caráter,

ou seja: igual à plateia, Sua mina e Joey foram dançar, mas

Joey fez questão de dançar com TF 20, a loura estava de

arrasar, vestida com um belo vestido preto aberto nas laterais

e rendas douradas ornando o decote generoso e as alças

finas do vestido e um par de plataformas de dez cent. da

grife Waterloo, nisto foi ajudada pela TM 07 que agora

revelou sua identidade, ela é Wakiria uma conhecida

personagem do teatro e dona de uma cadeia de grife

famosas, apesar de riquíssima vive para os amigos sempre

sorridente e bem disposta a brincadeiras, tem feito muito

sucesso, mas resolveu largar tudo e partir para uma nova

vida. O contista está preocupado, sabe da fama de

garanhão do garoto, PF 20 é solteira, mas irmã é sempre

pintinho debaixo da asa do irmão galo velho. Ô menino,

cuidado com a minha irmãzinha, olhe lá heim? Sou mineiro

dos antigos, fique veiáco sô, lá em casa é quinze dia de

namoro e mais uma semana pra casamento heim? Ta

avisado, tô de olho. Ô baixinha, eu escutei isto hem? Vá

tomar banho não, eu conto pra mãe, fique esperta.

PM 01 até se surpreendeu com aquele velhote se

aproximando dela, eram bons amigos, mas ela não pensava

que ele aguentaria dançar mais de uma vez, já o tinha visto

dançando com a PF 15, com a PF 02 agora revelado o nome,

ela é Rebeca, ex de um cantor muito famoso que a deixou

milionária, mas ela não gosta de falar disto, tanto isto a

incomoda que está se mudando pra Marte e disse que não

volta mais. Mas agora ele se dirigiu a ela, e sabia que isto iria

acontecer, seu charme e beleza lhe garantiram isto, e estava

certa, o velho comandante educadamente se aproximou e

perguntou se ela lhe concederia o prazer de dançar aquela

musica com ele, ela aceitou pensando esta musica é muito

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devagar, eu queria algo mais agitado. Mas vamos lá assim

mesmo.

Arauto quando viu que era o comandante que ia

dançar e naquele momento a pista estava quase vazia

resolveu sacanear o velhinho, encerrou a musica que estava

tocando e que já estava mesmo finalizando e debulhou

alguns acordes, como se procurasse nas cordas alguma

musica escondida dentro delas. E tinha, dedilhando rápido e

depois cadenciando entrou firme no tango de Carlos

Gardenito com o nome de Raios dela Manhana, o

comandante sorriu feliz, demorou alguns segundos para sentir

a musica, mas a reconheceu de pronto, num evento no país

vizinho ao Brasil ele dançou uma vez com a primeira dama

esposa de seu amigo presidente Rayol Moreno, eles foram

muito aplaudidos, pensavam em colocá-lo numa saia justa

por brincadeira, mas ele amava este ritmo e se saiu muito

bem, agora poderia fazê-lo, apesar de bem mais velho,

ainda não estava enferrujado.

PF 01 Agora também revelada como a dama Ana

Beladona Primeira, a riquíssima fazendeira dona de quase

todas as terras de pecuária do triangulo mineiro que deixou

tudo nas mãos das suas filhas e partiu nesta viagem pioneira

achando que poderia ser mais útil lá do que no Brasil. Não se

preocupou... Tango para ela era como passear a cavalo nas

suas terras, “um enorme prazer”, ficou feliz, mas um pouco

preocupada, será que o velhote aguentaria o tranco? Ele

enlaçou sua cintura delicadamente apenas colocando sua

grande mão direita abarcando sua cintura, mas com mão

firme como a mostrar aqui, quem manda é eu. Puxou-a com

rapidez e a colou no peito, no gesto típico de posse do

macho com a fêmea, ela entendeu que ele sabia das coisas

e sorriu, rodou sobre seu próprio eixo e escapou com

passinhos miúdos deslizando sua mão pelo braço do homem

até tocar apenas os dedos com os dedos dele e como uma

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bailarina rodopiou cheia de graça com um bailado, perfeito

e requintado que arrancou aplausos de quem estava

olhando, e neste momento, todos estavam de olho na

performance do par dançante.

Mirote e este não poderá mudar o nome, levantou o

braço e agarrou o chapéu de panamá que alguém da

plateia lhe jogou, deu alguns volteios pequenos no palco e

fez o clássico gesto dobrando os dedos na palma da mão

chamando a fêmea para seus braços. Ela se aproximou e o

esbofeteou segundo os passos da dança e ele respondeu na

mesma moeda, depois segurou sua mão direita e esquerda

torcendo seu corpo na cadência do violão e da voz do

artista que estava quase se perdendo maravilhado com o

par dançante que valorizava sua musica. Mirote repetiu o

gesto três vezes e aí enlaçou o corpo delgado e elegante

iniciando na mesma cadência dela o cruzamento dos passos,

coisa só para quem treinou bem, pois se pode até cair no

salão com tais arroubos, depois de contarem cinco cruzados

colaram os rostos e contaram vinte uns passos em linha reta

até atingirem novamente o centro da pista e fizeram a ponte

grega, onde ela alçava a perna e enroscava na perna dele

enquanto se deitava para trás no gesto típico da gata no cio

ele a acompanhou com seu corpo colado no dela e num

beijo real voltaram à posição normal reiniciando a sequencia

de passo intrincado sedutores que envolve quem dança

fazendo com que não queiram mais parar de dançar.

Finalizaram a dança com o delírio dos amigos que batiam

palmas e assobiavam parabenizado o feito.

Mirote agradeceu ao garoto Arauto pelo presente, ela

também o fez com uma inclinação graciosa para o artista e

voltaram à mesa onde o TF 20 já esperava por Ana com um

sorriso de orgulho daquela garota tão especial para ele.

Mirote agradeceu pela dança e começaram um rasga seda

entre eles, você dança bem, que nada você sim é que soube

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me conduzir, mas TF 12 agora também revelado como sendo

Paulo Jeser TF especial e engenheiro interino da nave RM 01 e

na luta com Mirote em muitas aventuras pelo espaço o

chamou. Pelo ar de preocupação de Paulo Mirote chamou

TM 15 que estava no mundo da “Lua” com sua garota

trocando figurinhas e possíveis juras, ele saiu meio à contra

gosto, mas quando viu o olhar de preocupação estampado

no rosto dos dois amigos apressou o passo se juntando aos

eles e os três se dirigiram à ponte de comando, quando

abriram a porta de acesso, todos os tripulantes graduados e

pertencentes à segurança de voo da nave estavam

agitados, e na posição de alerta.

No salão de baile a morena da boca grande PF 06 E PM

10 resolveram dançar um pouco, pelo encontro dos dois,

acho que já se conheciam, foi uma coisa de espantar a

galera, ele armou o bote e deu um beijo no lado direito

daquela boca tentadora, se afastou a atacou o lado

esquerdo, e só aí abriu os beiço e atacou o eixo central do

bocão, foi um, beijo triplo para conseguir beijar aquela boca

que mais parecia um vulcão de pecado e aí, como o sacana

que é, tirou o sarro da moçada que estava olhando como a

dizer: Não falei que sou o tal? Pensei com meus botões, ela

vai dar um tabefe nele que ele vai até pedir pra sair. Quem

disse, ela ficou foi toda mole, mole e aí quem partiu para a

beijação foi ela, depois saíram rindo como se aquilo fosse a

coisa mais natural do mundo e era, não para o enferrujado

contista que nem nome tem para se revelar.

CAPITULO 17

(FINAL DO BAILE e VIAGEM)

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PF 12 dançava sem parar, era pé de valsa e a

rapaziada não a deixava em paz. O casal PM 09 & PF 09

Também resolveu dar um show, e dançaram muito, até serem

chamados à ponte de comando da RM 01, PM 08 & PF 08

dançaram um pouco, mas sem exagero devido os cuidados

com a barriguinha saliente da garota. O restante do baile foi

uma troca de parceiro, e todo mundo já cheio de manguaça

acabou cada um indo para as cabines, verdade é que

sobraram vinte cabines vazias, e vinte estavam com um casal

de ficantes, sei lá quem é quem, não me comprometam. Até

minha irmã eu perdi, imagine as outras... No outro dia às nove

horas soaram os alarmes de alerta, dez minutos depois soou

novamente, só se via gente correndo de uma cabine para

outra, já no segundo alarme todos estavam separados e em

suas cabines, algumas donzelas antes casadoiras, agora

estavam com as mãos na cabeça e desesperadas, e agora ó

céus o que fiz, e minha virgindite? Outras estavam com um

sorrisão nos lábios e dizendo eu quero é mais.

Disparou o terceiro alarme e depois de alguns segundos

ouviram a voz do comandante Mirote, ela soou grave, mas

firme e transmitindo segurança aos passageiros. Atenção

passageiros e tripulantes: as noticias não são exatamente as

melhores, mas nada fora do que estamos acostumados a

viver em outras situações parecidas. Recebemos um

comunicado da terra que um comboio de seis naves sem

identificação está se dirigindo a Lua, nossos agentes de

contra espionagem deram informações de um possível

ataque à R M 01.

O planeta Marte não está no ponto em que gostaríamos

ele estivesse. Nenhuma nave no planeta alcançaria Marte se

lançada agora, pois, o ponto de encontro estaria ainda há

mais de duzentos milhões de quilômetros, isto se lançassem a

nave mais possante que atinge a quarenta e dois mil

quilômetros. Estas, se lançada na data certa levariam em

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torno de cinco meses e meio, mas na data atual se lançadas

demorariam mais de um ano para o encontro. Se

estivéssemos no ponto certo, estas naves teriam de voar mais

de um ano e meio para encontrar Marte, teríamos tempo de

chegar lá e completar nossa missão, quando eles chegassem

tudo estaria pronto e não poderiam impedir a missão. Como

partiremos agora, se eles lançarem uma nave demorará

apenas um anos e três meses. Esperamos estar prontos

quando chegarem, mas o cronograma será apertado, nossa

viagem terá o mesmo tempo que gastamos para chegar à

lua, espero que todos estejam prontos dentro de duas horas.

Agora nosso doutor em psicologia fará uma palestra de

incentivo a todos. Obrigado doutor Jacó Filho, por favor,

assuma.

Mensagem do punho do nosso mestre Jacó, obrigado

poeta.

Bom dia grande Almirante e a todos passageiros e tripulantes da nave MR01.

Venho à sala de comunicações para transmitir aos

nossos convidados embarcados na viagem a Marte, a

mensagem deixada pelos mentores espirituais, quando

da escolha dos participantes desta bela aventura.

Ninguém está aqui por acaso, tão pouco a tripulação.

Cada um tem um resgate pessoal a ser feito, e isto só é

possível se estiverem vivos e felizes, e para tanto, cada

um está ciente de suas obrigações assim como nossa

tripulação treinada e apta pra todas as operações, com o

respaldo de mentes superiores... Tenham todos uma ótima viagem e obrigado.

Quando faltavam cinco minutos para a entrada nas cabines

especiais de transporte humano, o comandante voltou a falar:

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Amigos e amigas tripulantes e passageiros, convidamos uma pessoa

mais preparada para falar neste momento, mas parece que ele

andou meio enrolado com alguma colega de viagem e perdeu a

hora, pois, ainda se encontra na cabine meio zonzo, mas chegará a

tempo. Mesmo não sendo a pessoa indicada, eu farei o possível para

lhes passar o que sinto neste instante. Nossa viagem é segura, a

duração é sempre a mesma para qualquer lugar, mas viajaremos

mais de duzentos milhões de quilômetros em menos de um

segundo, esta é a distância que nos encontramos de Marte neste

momento e sempre haverá riscos, quando embarcaram assinaram

um termo de responsabilidades aceitando este s riscos. Por mais que

já tenhamos viajado por muitos lugares diferentes, sempre existe

alguma coisa imprevisível além do que poderíamos evitar.

Por estes motivos citados, é que chegou a hora de

incomodarmos o criador, esta é a hora de pularmos no colo de

Deus. Esta é a hora das nossas incertezas, todos nós independentes

de religião temos dentro do nosso eu, a convicção de que uma

grande força criou todo este ou estes universos. E a esta força que

chamamos Deus é que pedimos que nos proteja nesta viagem pelos

caminhos intrincados de tempo e espaço, Somos apenas

instrumentos de algo muito maior que os universos, mas temos um

legado, um tesouro que só a nós seres humanos da terra foi dado

de presente, “à inteligência”... Talvez daqui a milhares de anos outras

criaturas da terra venham a desenvolver sua inteligência ao ponto

que chegamos, pois isto mesmo: temos de usar esta inteligência

para expandirmos nossos locais de sobrevivência e marte é apenas

um destes locais, que Deus nos abençoe nos nossos caminhos,

amém. Por favor, podem embarcar.

A nevoa azul encheu a um só tempo todas as cabines, por um

átmo de segundo, houve um apagão na mente de todos os corpos

na nave e logo que os vapores dos gases protetores foram sugados

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das cabines as pessoas sentiram seus movimentos e os sentidos

novamente alertas, a seguir ouviram a voz do comandante. Por

favor, não se apressem se sentirem tonteiras, caso aconteça,

apertem o botão vermelho à sua frente e alguém do corpo médico

irá atendê-lo. Todos saíram das cabines alguns com uma ligeira

sensação de vazio, mas assim que respiraram o oxigênio puro da

nave se sentiram melhores. Mirote continuou falando: dentro de

segundos vamos abrir os campos visuais inferiores e laterais a dois

metros de altura para que tenham imagem do planeta que temos a

missão de reconstruir para o bem da humanidade. Os painéis foram

abertos e cada um que viu o quadro de desolação daquele mundo

teve um pequeno estremecimento, pensando em quanto seria árduo

a tarefa. A RM 01 estava a uma altura de dez quilômetros do solo e

iniciava a descida para o local escolhido para a martizagem.

Capitulo 18

“Enfim Marte”

Desta vez, para que os viajantes pudessem ter uma visão mais

acurada do novo mundo, o comandante deu ordens para a nave

usasse os retrofoguetes para a descida. Avisou a todos e deu ordens

para transferir o som com um décimo da potência para dentro da

nave. Não havia como não tremer diante do quadro assustador

causado pelo barulho infernal de cem motores atômicos

funcionando de uma só vez. Estes eram mais um dos itens de

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segurança da grande nave, estes motores desintegrando átomos do

quinto elemento descoberto pelos cientistas brasileiros nas

profundezas das selvas amazônicas eram capazes de funcionar por

até mil anos sem reabastecimento, todas as naves auxiliares eram

também equipadas cada uma com seis motores destes, sendo

necessário apenas dois para movê-las, os outros eram reservas tanto

para suprirem eventuais necessidades, quanto para serem usados na

conquista de planetas, como o que estavam para colonizar naquele

instante.

O comandante após dar ordens para isolarem o som explicou

todos estes pormenores para os amigos, fez isto para que eles se

sentissem mais seguros quanto a uma possível pane no sistema di

viagens super-rápidas, claro que neste caso, uma viagem de retorno

a terra seria mais demorado exigindo antigas artes de navegação

espacial, fez uma comparação grotesca, mas que deixou bem claro

como seria neste caso: - para que tenham uma ideia do que seria

esta viagem poderemos compará-las aos antigos navios a vela que

fizeram as grandes conquistas dos descobrimentos no nosso próprio

planeta. Um navio daqueles gastavam se não encontrasse calmarias,

três meses para viajarem do Brasil a Portugal e vice-verso, até que

descobriram o uso do vapor, mais tarde dos motores a combustão e

finalmente o uso da energia nuclear. Mesmo assim a nave faria esta

viagem em apenas um mês numa possível volta de Marte a Terra.

O comandante parou de falar, pois, todos os olhos estavam

voltados para a face do planeta que aos poucos se aproximava, cada

contorno e cada vale eram fotografados pelos ansiosos viajantes,

que começavam a usar seus acúmulos de neurônios nas agora

jovens cabeças para desvendar os mistérios de como viver e

transformar aquelas paragens em locais parecidos com a Terra onde

pudessem viver e criar filhos, os novos descendentes que povoariam

aquele planeta e seriam chamados marcianos. A nave pousou

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suavemente no planalto previamente escolhido, era uma porção de

terra plana de mil quilômetros de comprimento por seiscentos

quilômetros de largura, e se conseguissem fazer voltar toda a água

do planeta, aquela seria uma ilha acima das águas e com segurança

de estar mais de duzentos metros acima dos níveis de superfícies

dos mares futuros.

Após a ancoragem, o comandante pediu a atenção de todos

para alguns comentários, apenas para lembrá-los já que durante a

estadia na lua muito se falara dos meios que seriam empregados

nesta conquista. Todos estavam aliviados e antes de começar Mirote

passou a palavra par o poeta Fábio Brandão que levantando os dois

braços num gesto sacerdotal de quem faria a oração de

agradecimentos pela viagem. Aqui uma nota de esclarecimento do

contista. Devido aos pedidos de alguns amigos e amigas, quem

quiser poderá optar por usar seu nome verdadeiro, principalmente

as pessoas que não tem problemas de ordem familiar e estão

mesmo querendo um relacionamento aberto, já que é virtual e

fictício, além de estar acontecendo numa outra dimensão de tempo

com todos os participantes com dezessete anos e em outro lugar

longe das personagens reais das nossas vidas.

“CAPITULO 19”

“O GÊNESIS MARCIANO”

Oração de Gratidão Pela Viagem Intergaláctica

POR FÁBIO BRANDÃO

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Ao Pai celestial sempre onipresente

Dedico toda a minha gratidão sincera

Por chegarmos até aqui sãos e salvos

Dessa aventura a este mundo fantástico

Graças lhe dou por sua sabedoria onisciente

Amparado em Ti tripulante algum desespera

Com o Senhor de nenhum perigo fomos alvos

Sempre amparando nossos voos intergalácticos

Sabemos em nossa fé o quanto é onipotente

Quem segura em suas mãos sempre persevera

Pois nós não somos viajantes fracos e papalvos

Enfrentamos todos os desafios mais enigmáticos

Após a brilhante oração feita pelo poeta Fabio Brandão,

garoto de quase dezoito anos, mas com grande eloquência, o

comandante voltou a falar. Amigos neste instante o engenheiro

Paulo Jeser está projetando um campo de força que vai proteger a

nave da seguinte forma, primeiro é apenas uma luz da cor da

superfície do planeta nos seus mil por seiscentos quilômetros onde

será nossa base de operações e que se chamará “Brasil Dois” a altura

do teto é de dois quilômetros, neste instante se olharem para fora

da nave poderão ver a luz diáfana, ela deixa passar a luminosidade,

mas será graduada para conter os malefícios dos raios solares a

exemplo da camada de ozônio da terra, com uma grande diferença,

Esta tem apenas dez centímetros de espessura e é sólida com

o material mais duro que nossos cientistas criaram e capaz de

resistir ao impacto de um meteoro até com o tamanho de um

campo de futebol, fazendo com que ele possa ricochetear na cúpula

sem danos ao nosso sistema. Neste instante na tela grande apareceu

a imagem do Paulo Jeser avisando aos passageiros e tripulação que

estava pronto para solidificar a cúpula, na tela apareceu o esboço do

engenho mostrando ao centro a nave RM 01, ele pediu permissão a

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Mirote para terminar o engenho, recebeu a resposta afirmativa e a

cúpula foi solidificada, após alguns segundos, ele informou ao

comandante que estava cumprida a primeira parte da missão.

O comandante agradeceu e retomou a explicação aos

ouvintes: - o esboço que estão vendo está envolvendo toda a área

citada como uma bolha que está acima do solo marciano, as glebas

de plantio, após a inserção de oxigênio e água será aberta depois de

ser cuidadosamente examinada para detecção de algum tipo de

micro organismo, coisa que será muito difícil de acontecer, a

possibilidade muito remota. Mesmo assim só abriremos as glebas

depois da inspeção até a profundidade de doze metros abaixo da

superfície que é onde estará instalada outra base com o mesmo

material da cúpula superior, isto dará segurança aos fazendeiros que

quiserem trabalhar o solo para o plantio de grão, floresta e todos os

tipos de vegetais. Entre nossos tripulantes, temos vinte e seis

homens e mulheres que são agrônomos e orientarão a todos como

polinizar artificialmente as primeiras flores, pois, os insetos

chamados de úteis, pássaros e animais que serão introduzidos para

formarem a fauna só poderá ser feita depois que o sistema vegetal

estiver consolidado.

A construção da cúpula, já previu um local para a grande

represa de água doce que após estar cheia, deixará escoar a água na

forma de um rio que banhará toda a área colonizada e depois por

meio de injetoras de grande potência e baixo consumo de energia

voltará à represa ou o que chamaremos de mar de água doce. Como

se vê, acredito que em três dias um pouco a mais ou menos,

poderemos começar a circular em segurança pelo nosso Brasil Dois.

Neste instante o engenheiro Paulo informou que sua equipe já tinha

ligado os motores das máquinas de produção de oxigênio e o gás

da vida começava a ser injetado no vácuo que ficara dentro da

cúpula, após a conclusão, será injetado também o hidrogênio para

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formar nuvens e esta descer em forma de água enchendo o grande

reservatório, e molhando as glebas que estarão já abertas este

trabalho está previsto para estar em pleno funcionamento dentro de

um mês. O Comandante agradeceu e voltou a dissertar sobre o

sistema.

- Sobre nossa segurança, falando em perigos advindos de

possíveis naves que chegarão a um ano e meio, acreditamos que

eles irão descer perto das calotas polares que é onde seria óbvio

para uma comunidade encontrar mais facilidades de sobrevivência,

quanto a grande quantidade de sondas em órbita no planeta,

dificilmente nos detectarão, neste instante não existe nenhuma

filmando este setor e agora, mesmo que filmem não encontrarão a

nave, a cúpula vista de cima esta com o mesmo perfil e cores da

superfície, quanto a altura do teto, as bases de cálculos do planeta já

que não existe mares, é feita pela altura do maior vulcão extinto do

sistema solar que é o monte olimpo e mede um pouco mais de vinte

e sete quilômetros e a parte mais baixa é tirada da média das

crateras de possíveis mares que já existiram aqui, assim dois

quilômetros a mais na altura, poderá ser considerado erro de calculo

até que nos descubram por outros meios, e isto só será possível se

vierem até a cúpula.

- Quero pedir a todos que vão para suas cabines, e procurem

se divertir para passar o tempo até que possamos sair da nave,

assim que tudo estiver dentro das normas de segurança avisaremos

e todos terão veículos tipo motos voadoras e fáceis de pilotar para

passearem pelo Brasil Dois e escolherem os local onde vão querer

sua casas e como irá querê-las. Poderão passar um esboço para

nossos arquitetos que farão as casas da maneira que desejarem. Um

conselho: não queiram casas muito grandes, pois, a limpeza vai ficar

por conta dos residentes e apesar de que serão equipadas com o

que existe de mais moderno em eletro domésticos, resolvemos não

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liberar os robôs que fazem estes serviços, provavelmente o faremos

mais tarde, mas no momento achamos que o melhor é fazerem

exercícios para manter a saúde sem precisar de remédios. Obrigado

a todos.

“CAPITULO – 19”.

“EM MARTE”

“DESVENDANDO OS MISTÉRIOS”

Foram quatro dias ainda sem que se pudesse abandonar a

nave, apenas as equipes tripulantes de apoio ao projeto saiam em

naves auxiliares para os testes, alguns desciam no solo para

inspecionar os insólitos, mas nenhum objeto filmado apresentou

qualquer aparência de algo que não pudesse ser explicado. Os

passageiros alguns já um pouco entediados com a situação e

sentindo a ansiedade de apressar as coisas, preferiam ficar nas

cabines lendo sem participarem das reuniões da noite onde podia

se ouvir a seresta feita pelo incansável guru das artes que em

conversa informal com o comandante, trouxe a baila um projeto

para montar se possível o primeiro teatro multifuncional em

Marte, já dentro da cúpula, tinha catalogado entre os presentes

além da sua equipe de músicos e sua inseparável parceira

Mirian, alguns dos personagens que ele achava que tinha jeito

para a coisa. Uma delas era a Walquiria e ele não se enganara,

ela era a principal articuladora das peças na faculdade onde era

vice-diretora e sempre atuava como atriz nos eventos da escola.

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O comandante se agradou da ideia e perguntou quem mais

ele já tinha observado, ele citou Sarah e Fábio Brandão, Mirote

estranhou, mas o Fábio é um intelecto mais voltado para o senso

espiritual... Arauto concordou, mas ponderou, este é o ponto, aqui

a religiosidade terá que ser difundida de uma maneira moderna e

que não bata de frente com estas cabeças de cinquenta e acima,

mas com capacidade de compreensão já com dez por cento a mais

pela jovialidade e podendo se expandir para responder por si

próprias muitos do que para elas antes era mistério. Nisto há um

risco de começarem a perder a fé, isto não seria bom, pois, a fé é a

base do amor e precisa ser levada ao futuro para as gerações que

cada vez mais estarão convivendo com máquinas poderosas e com

capacidade de criar até vida artificial. Ele será o ideal para a

missão, é inteligente e dotado de um amor muito grande pela

humanidade além de reunir outras vantagens a de ser alegre e

gostar de tudo o que bom e prazeroso para o ser humano

incluindo o sexo.

Mirote se entusiasmou pelas ideias do amigo e se propôs a

ajudar no que ele precisasse. Arauto estranhou o interesse de

Mirote pela garota Sarah, quando ele perguntou: - mas ela leva

jeito para atriz? Arauto pensou antes de responder olhando nos

olhos do velho amigo e quando o fez tinha um sorriso maroto nos

lábios, o comandante percebeu e encerrou a conversa, não

gostava quando o seu amigo fazia aquelas brincadeiras, Arauto

vivia tentando casá-lo ou pelo menos juntá-lo com alguém e toda

vez que ele vinha com este sorriso, Mirote tinha de inventar uma

desculpa para seu interesse, no caso sempre mulheres, assim foi

quando ele dançou com Anna o tango que ele chamou de o tango

dos espíritos, e também quando ele entrou na cabine de Rebeca

para tomar uma bebida e... Ele mudou o rumo dos pensamentos,

apesar dos seus vinte cinco anos era tímido e seu amigo fazia

questão de mexer com esta sua fraqueza, como quando ele passou

uma tarde com Yasmim, gostava de conversar com ela, ele na

terra passara algum tempo morando perto das praias onde ela

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nascera e sempre tinham assunto para matar o tempo, mas seu

amigo Arauto sempre tinha de ver maldade onde não havia.

Levantou-se e deixou o amigo com sua listinha de

conjeturas do possível elenco para seu futuro teatro, deu para

Mirote ler ainda alguns nomes da lista, como: Saigon, este topava

qualquer parada, Jacó, este era um nome de peso, Mirote riu, e

pensou será que meu amigo judeu Jacó vai topar, referia-se ao

amigo como judeu por causa do nome e que nada tinha a ver, o

amigo era um dos maiores patriotas que conhecia! Bem, pensou a

guisa de brincar com o amigo e poeta, se tiver algum didim na

história é bem capaz, por mais que ele seja um altruísta, Judeu

nunca despreza uns caraminguás. Riu dos próprios pensamentos

deixando Arauto intrigado e cismando... O que será que meu

velho amigo estará maquinando?

No quarto dia ás sete horas o general TM 15, agora revelado

o nome real e até bem brasileiro, pois se chama Antonio de Sá,

falou pelo comunicador, Senhoras e senhores, e tripulantes que

estiverem fora da escala de serviço, poderão sair da nave que já

está com as comportas abertas, assim que tomarem café poderão

se dirigir ao motoporto e cavalgar suas motos voadoras, sugiro

que voem em grupos de até quatro elementos, todas as motos

estão equipadas com comunicadores, poderá comunicar-se entre

si e caso necessitem poderão fazê-lo com a nave agora base das

nossas operações. Todas as motos estão equipadas com um

pequeno receptor de comida, assim poderão viajar tranquilos e

almoçarem quando tiverem fome. Os meninos e meninas ficaram

como crianças que acabavam de ganhar doces. Rapidamente o

restaurante encheu-se de gente e burburinho de pessoas com

risos alegre e um pouco nervosos pela expectativa das aventuras

no planeta vermelho.

Saigon foi um dos primeiros a sair, mas com ele não foi

junto a morena da boca... Que isto? Ela vai acabar ficando

nervosa com o contista, melhor chamá-la de Shirley, afinal, “o

nome e a garota são lindos!” Saigon sempre com espírito

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brincalhão pulou em cima da moto como se ela fosse um cavalo

exclamando, gente é igual minha Hally Daves e ligou o botão de

start já acelerando a máquina, pra quê? A locomoção era

centrifuga quanto mais acelerava mais aumentava a velocidade,

chegando fácil aos quinhentos quilômetros horários e quando ele

acionou o pedal da marcha, o que fez foi fazer a moto subir uma

bólide, ele atrapalhado tentou manobrar e diminuiu a aceleração,

de uma vez isto fez a moto dar três piruetas e só não esborrachou

no chão, porque o dispositivo de segurança funcionava com

perfeição não deixando o veículo esbarrar em nada, mas

velocidade que veio ela começou a rodopiar e deu uma volta

completa em torno de outras motos que tinham já se deslocada

para fora do motoporto.

Anna que pilotava uma das motos vermelha contrastando

com seu vestido azul piscina já soltou os cachorros e os outros

fizeram coro, tá maluco menino? Shirley levou um susto tão

grande que se abraçou com ele e começou a chorar, e com o

sorriso cínico, sua marca indelével ele exclamou sorrindo, calma

bebê, foi tudo friamente calculado, mesmo assim se enterneceu,

tinham sido bons amigos quando estudantes e gostavam muito

um do outro, mas agora eram apenas bons amigos que tinham

liberdade como jovens e inteligentes de brincarem sem

compromissos. Ele tomou um pito quando pelo intercomunicador

apareceu a imagem de uma garota da propaganda de segurança

dizendo: “se beber não dirija e se for dirigir não beba”. Ele xingou

baixinho e ainda ouviu alguém perto dizer, porque não leu as

instruções antes de sai como um maluco por aí? Ele sorriu aquele

sorriso cafajeste e retrucou também perguntando: tem espírito de

aventura não sô? Mas resolveu dar uma olhada no painel onde

estavam às instruções de como pilotar. Depois saiu atrás de uma

moto que rodava sozinha pilotada por Victória uma loura linda e

que ele já tinha dado umas olhadelas e a morena Shirley

pilotando sua própria moto se engajou em outro grupo junto com

Fábio Brandão que ficou todo orgulhoso da companhia de tão bela

garota. Outros como Dosan e Zeni, Vantuílo e Rosilene optaram

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por usar apenas um veículo para o casal, Simone, Mary Josi, João

Correia e Dílson, formaram um grupo e resolveram ir para o sul

onde se delineava uma serra cheia de cavernas. Natália e

Yasmim saíram juntas com Jacó Filho e Lauro Gaspar e foram

para a direção norte, lá havia uma ravina que poderia ser

interessante ver de perto. Os grupos foram se formando, Tina

como gostava de ser chamada a antiga PF13 saiu junto com

Anna, Mauro Rosa e Milton Fernandes, os grupos já todos

formados não tardaram a sumir nos recantos insondáveis da

nova casa.

Todos eram acompanhados de perto pelas câmeras voadoras

invisíveis aos olhos humanos e que transmitiam todos os

movimentos para a base de apoio com uma equipe de tripulantes

acompanhando atentos a toda a operação que mais parecia um

piquenique de crianças com fome de aventuras.

“CAPITULO 20”

VOANDO EM MARTE.

Rapidamente as motos começaram a ganhar velocidade e os

pilotos sentindo como era fácil pilotar aceleraram as máquinas

até a velocidade máxima de quinhentos quilômetros por hora,

sempre um piloto à frente, dois pilotos lado a lado e um atrás

fechando a esquadrilha. Mari Josi pilotava atenta aos meandros

do terreno e logo alguma coisa lhe chamou a atenção, Um encosta

parecidas com falésias, mas de altura de um quilômetro mais ou

menos e muitas cavernas. Como estava a frente do grupo

levantou a mão direita e todos diminuíram a velocidade, quando

estavam há apenas vinte por hora ela dirigiu-se às cavernas

existentes nas encostas, mas para sua surpresa as cavernas só

davam acesso até doze metros, a um metro do campo de força

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solidificado, as motos paravam e ficavam funcionando e

esperando o próximo comando, mesmo assim os pilotos

resolveram continuar entrando e saíndo das cavernas, a maioria

era apena rochas ou calcário mole, que deixavam evidências pela

quantidade de material rolado delas para o exterior e não tinham

grande importância, no diâmetro variando de quinze e vinte

metros.

Dílson moveu sua moto em direção a uma grande abertura

na barranca e entrou estacando a moto nos doze metros e ficou

maravilhado retonando à entrada e chamando os outros para

entrar. Esta caverna tinha mais de cem metros de diâmetro,

seguido de Mary Josi, Simone, Tina e João Correia que ficaram

boquiabertos com o que viram. A caverna era formada de gelo

transparente e colorido com nuances variado nas paredes

enormes e dava um ar misterioso e um arrepio ao pensar no que

poderia se esconder ali dentro. No mesmo instante João sempre

com pensamento práticos e antevendo a importância da

descoberta, propôs chamarem a base e relatar o achado. Quando

chamou, Mirote respondeu já adiantando que estavam sabendo

da caverna, explicou que as guardiãs viram tudo pelas câmeras e

vendo que era importante o avisara, já enviamos uma equipe de

Geólogos e espeleólogos com Paulo Jeser no comando, como estão

voando numa nave de pesquisa muito potente, já devem estar

próximos daí. Agradeço de coração o interesse em ajudar.

Dentro de três minutos a pequena nave parou na entrada

da caverna e logo que as motos se afastaram ela entrou. Abrindo

uma das comportas convidou os quatros motonautas a entrarem

na nave. Fechou a comporta e deu ordens para a nave prosseguir

abrindo com os raios especiais o campo do superaço, enquanto

isto dava os parabéns ao quarteto pela descoberta dizendo: com

certeza descobriríamos este lugar mais cedo ou mais tarde,

nossas câmeras sondas estão por toda parte justamente

procurando este tipo de caverna, O fato de ela estar com as

paredes congeladas e não parece ter um fim, pode ser o que

precisamos para nossa tarefa de revigorarmos o planeta. Mary

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Josy perguntou sobre o gelo, tinha ouvido muitos comentários de

que o gelo marciano era composto de gás carbônico, mas o

engenheiro foi categórico, não este gelo, o gelo feito de gás

carbônico é mais na superfície plana, este é de águas como as

conhecemos,

Antes de abrir a parede perguntou aos pilotos das motos se

queriam ir com ele ou retornar e continuar o passeio, O grupo se

entreolhou e decidiram irem com a nave, afinal, eles foram os

descobridores da caverna, se podiam ir juntos na nave, é o que

fariam. Paulo abraçou sua esposa e disse vamos ver até onde vai

este mistério, ela confiante sorriu e enlaçou sua cintura dizendo

vamos lá meu comandante. A nave disparou um raio azul e a

uma ordem de Paulo ele passou para a cor vermelha e a nave

penetrou através da parede, quando acabou de passar, o raio

voltou a ficar azul e a parede se fechou atrás deles. A caverna se

alargou para o dobro do inicio e a nave chegou a dez quilometro

abaixo do nível que tinha entrado, Paulo mandou parar e fazer

uma leitura de ondas ultrassônicas nas quatro direções da

caverna, enquanto aguardava o resultado chamou a base e

apareceu a figura de Mirote e do general Antonio com cara de

ansiedade na tela de comunicação. Paulo os situou da posição da

RP 86 e neste instante chegou o comunicado do exame, ele olhou

e informou ao comandante, temos gelo nas quatro direções a

perder da curva geográfica do planeta, não podemos fazer uma

leitura na curvatura da superfície, mas até quinhentos metros de

onde ele atingiu a superfície, registrou gelo, parece que é como

calculamos antes, Marte tem a metade do seu tamanho em água,

se descongelado.

Estamos apenas a dez quilômetros de profundidade, marte

tem 4897 quilômetros de raio, vamos descer uma pouco mais e

fazer mais algumas leituras. Mirote disse: - troquei algumas

ideias com Antonio e achamos que devem descer no máximo

quinhentos quilômetros, isto se a caverna chegar a esta

profundidade, - vai muito além, respondeu Paulo, checamos com

um raio ultrassônico e ele alcançou oitocentos quilômetros vazios,

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provavelmente ela deve ter feito uma curva, mas só saberemos

quando alcançar esta distância. - Certo, mantenha-nos

informados respondeu o comandante. Paulo deu ordens para

lançarem um laser com diâmetro maior que o da nave, isto foi

feito e se constatou que ele alcançava o final da reta com o mesmo

diâmetro. Paulo mandou aumentar a velocidade e apesar dos

equipamentos estarem registrando tudo para averiguações

futuras, em poucos mais de um minuto alcançaram o final da

reta, como Paulo previra, a caverna mudava bruscamente de

direção e novamente se perdia de vista. Numa nova leitura ela

dava nova reta com mil e quinhentos quilômetros em decida

brusca e aí ou acabava ou mudava novamente de direção.

Paulo mandou fazer as mediadas de antes e constatou agora

uma distância muito maior de puro gelo. Mas com uma crosta

maior de rocha. Mandou usarem as perfuratrizes e retiraram

amostras do gelo de vários lugares, mandou a nave retornar e a

cada cem quilômetros retirarem mais amostras até a saída da

caverna. Ao chegarem à saída, usaram o mesmo processo para

sair. Tinham se passado apenas uma hora desde a entrada na

caverna e os pilotos resolveram continuar o passeio nas motos,

Paulo agradeceu a participação e a nave voltou à base enquanto

os motonautas seguiam eufóricos em busca de novas aventuras.

“CAPITULO 21”

O grupo que estava com Anna enveredou por uma ravina ensimesmada por paredes altíssima e com uma largura de trezentos metros, pela configuração do terreno certamente em tempos remotos deveria ter corrido um rio por ali, iam devagar atentos ao terreno e a configuração e cores que apesar do solo esturricado estava sempre mostrando cores de tom diferente, ora roxo, ora amarelo e vermelho e até azul bem claro, Jeane parou a moto curiosa perto de uma pequena caverna esbarrancada recentemente, talvez pela solidificação do campo de força a doze metros de profundidade. Ficaram maravilhados com a quantidade de diamantes que havia ali, pedras lindas e grandes algumas com o tamanho de uma bola de futebol, o brilho mesmo sem a incidência de raios solares chegavam a ferir os olhos, algumas pedras de rubis tão vermelhos e brilhantes que Milton perguntou se não fariam mal às vistas. Jeane grande conhecedora de joias, já que tinha baús cheios delas, disse: - não, Milton

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querido, são apenas rubis e pegou algumas para guardar, ali não tinham valor, mas se voltasse a terra, poderia levar para dar de presente aos amigos. Todos pegaram algumas e Keith pegou uma, a maior que tinha ali e levou para dar de presente ao seu amigo José Pereira Goiano estes dois parece que estavam de caso, mas ele era TM e estava de serviço ficando com água na boca de não poder acompanhar a fogosa garota dezoito por vinte e quatro, que estava deixando o caboclinho doido de tesão. Registrou o local como o catálogo do quadro das motos ensinava e continuaram o passeio. Em outro local, duas motos solitárias voavam por lugares cheios de pequenos montes, mais parecidos com imensos formigueiros, na verdade grandes gêiseres sem água e que no passado deveria ter formado um quadro de grande beleza jorrando água quente e talvez formando lindo arco íris. De repente a Rosilene “muito grávida” e não adianta reclamar minha neta... “Uma vez grávida sempre grávida” falou chorosa para o Vantuílo, Eu estou com vontade de fazer xixi! Pronto foi só falar, e agora, fazer onde? O maridão se saiu com esta; faz no matinho, pronto, mexe com mulher grávida, ouviu um berro no seu ouvido que deixou o pobre rapaz meio surdo: aqui não tem matinhooooooo. Zeni partiu para a defesa da amiga, pô Van, não faça raiva na Rô, tadinha, homens são todos insensíveis, mulher grávida está sempre com os nervos à flor da pele, Dosan já quis defender o amigo... - Acho que ele não falou por mal, a cara que Zeni olhou pra ele fez o pobre se encolher e pensar... Eu e esta minha boca grande. O impasse não durou muito, pratico e acostumado com todo tipo de situação, Dosan chamou a base pelo rádio e ouviu a voz do comandante rachando o bico de rir e Rô apelou com ele também, está rindo de que seu Mirote, nunca viu mulher ter vontade de fazer xixi? Ele engoliu em seco e respondeu: - calma minha filha, não fique nervosa, é que nos esquecemos de avisar a todos, e neste instante ligou o comunicador de todas as motos e transmitiu: - Na moto tem uma pequena alavanca sobe o assento, estacionem a moto rente ao solo, fiquem do lado direito da moto e acionem a alavanca, um sanitário químico vai se formar, poderão usar para a necessidade um e dois, existem jatos de água antisséptico que retiram todos os detritos da... Pois é, da... Então, das... Genitálias: achei! É isto aí, desculpem por não ter alertado antes, mas achamos que estava impresso nas instruções das motos. Vantuílo desceu a moto até o nível do solo e após apearem-se ele acionou a alavanca e um cubículo de um metro e meio de diâmetro e altura de dois metros se formou. A menina abriu a aporta e fechou com violência, depois de algum tempo saiu rindo e abraçando o maridão, pediu desculpas e ganhou como perdão um abraço e um beijo, Zeni assistia tudo enlevada talvez pensando se já era hora de ela e seu querido parceiro Dosan arranjarem um marcianozinho Ficou cismando enquanto esperava Dosan sair do sanitário, para também usar. Vantuílo também usou e partiram depois, fazendo piadas e rindo do acontecido. Rebeca foi toda saracoteante na hora da saída para o lado do Aldo Freitas e perguntando posso ir junto com você galã, “Ô menina pra frente sô!” O pior... Ou seria melhor? Bom, verdade é que parece que o garoto gostou da garota com o sorrisinho sapeca na carinha trepada em cima daquele corpinho de

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deusa praiana, pois, topou na hora e ainda tascou um beijo na guria, era pra ser só um selinho, mas quem disse que ela fica no meio termo? Enfiou meio palmo de língua na boca do garoto como se dissesse: - se prepare que comigo a onça vai beber água e a jiripoca vai piar. Acham que ele se assustou? Que nada, juntou as anquinhas da guria e se os parceiros Bernardo Souza e Sonia Barbosa não começam a ensaiar um coro de: “o gente motel é mais na frente,” eles tinham resolvido a parada ali mesmo... Mas que menininha sapeca sô! Saíram e acompanharam o grupo da Mary Josy até eles pararem para examinar as cavernas, daí seguiram despreocupados e brincalhões curtindo a paisagem ressecada, mas cheia de atrativos do misterioso planeta. Sarah montou na sua moto e ficou indecisa sem saber a qual grupo se juntar, até se assustou a ver parar uma moto ao seu lado e um garoto de olhos azuis, e cabelos louros ondulados, de pele clara, mas com cor de frango assado vestido com uma camiseta justa deixando um pouquinho de pelos louros e enrolados aparecer no peito, ela estava vestida com um conjunto calças justas e blusa cor de vinho e calçada com botas vaqueiras, o rapaz com voz meio rouca lhe perguntou se poderia acompanhá-la durante o passeio, ela concordou e como estavam afastados das demais pessoas, acionaram as motos e foram conversando quando perceberam não viram mais ninguém. Não se importaram, a conversa girava em torno de banalidades e não se sentiram tolos com o fato, pelo contrário tudo era tão natural, parecia até que se conheciam a muito tempo, por incrível que pareça, com dezessete anos acabaram falando do tempo quando ainda não tinham alcançado a menoridade... Xiiii enrolou! É, voltados a ter dezessete anos, pronto, acho que deu. Ao longe avistaram uma pedra de cor verde e atraídos pelo inusitado da cor resolveram examinar de perto aquela visão maravilhosa.

Maria Tereza resolveu que iria passear só, mas não contava com um garoto chamado Jorge, que a andara espionando e quando pensou que estava sozinha naquele deserto vermelho sentiu aquela intuição feminina falar mais alto e olhou pelo retrovisor da moto, viu o garoto a cem metros atrás dela e sorriu pensando, será que estou sendo paquerada por este fedelho? Só então se lembrou que tinham fisicamente a mesma idade, e não importava muito se ele tinha carinha de bebê chorão, andara observando ele tocar seu bandolim no conjunto parada torta do Arauto e até sentiu o olhar dele também procurando os olhos dela, gostou mas ficou por isto mesmo, neste instante Jorge se aproximou e disse como se o encontro fosse mera casualidade: - olá que surpresa, ela riu à bandeira despregada e disse por sua vez: deixe de ser cínico garoto, está me seguindo desde quando saí da base, ele riu e perguntou: se importa de viajarmos juntos? Ela demorou um pouquinho a responder para fazer aquele suspense feminino de praxe e depois disse com bom humor: - claro que não, estamos só, você e eu ... Riu e só pensou, será que tem motel nestas bibocas? Aí deu uma gargalhada bem messalinica e disse acelerando a moto, se me pegar eu dou... Só não disse o que daria, mas era um jogo e ela ainda sabia como jogar. Percorreram neste joguinho até que duas motos vindas do leste piscou farol para eles, perceberam e diminuíram até as duas motos se juntarem a eles, era o amigo de Jorge e sua amiga Victória cumprimentou-se com efusão e a alegria era verdadeira, Saigon e Victória não deram explicação de onde

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vinham, mas pela carinha afogueada de Victória, andaram batizando algum recanto de Marte com certeza encomendando um marcianozinho para o próximo inverno.

CAPITULO 22

“NOIVADOS E AJUNTAMENTOS”

A tarde se reuniram no estacionamento, alguns retornaram depois do anoitecer, tinham a permissão para isto, afinal não existia nenhum perigo de ficarem nos campos, o campo de força sólido garantia isto e os perigos só eram reais se alguém resolvesse ficar muito próximo de paredões, pois, poderia ocorrer algum desabamento. Anna e Milton se demoraram à pedido dela para verem o por do sol de Marte e o surgir quase que de imediato, uma das suas luas, era “Fobos” que alguns cientista até na modernidade levantaram algumas teorias de que ele poderia ser uma lua artificial. Mas apenas conjeturas. O fato é que as luas de Marte aceleram sua velocidade e diminuem outras vezes, sendo motivo ainda de muitos estudos até uma explicação convincente, Fobos está muito próximo de Marte e se torna um grande espetáculo quando está no mesmo campo de visão de Fobus, o que aconteceria naquela noite, por isto a vontade de observar este fato de alguns poetas fez com que permanecessem até mais tarde e só retornaram depois de duas horas após o anoitecer claro foram motivos de piadinhas de quem já estava na base. Yasmim e Henrique Mota sentados a uma mesa discutiam sobre o local marcado no notebook e o general Antonio se aproximou interessado, eles explicaram que pretendiam ficar juntos e queriam pedir ao comando se poderiam construir naquele local. Antonio fez questão de entrar em contato com o departamento de engenharia civil e foi atendido prontamente pela equipe destinada a estes eventos, no mesmo instante eles colocaram a área na tela grande e já projetaram um esboço de casa no local pedido imediatamente tiveram a resposta e aconselharam os dois jovens a mudar a casa para trezentos metros a leste do local marcado, pois, assim ficariam exatamente a trinta metros da margem do rio que começaria a correr dentro de quinze dias. Ficaram cheios de euforia e foram para o departamento de arquitetura para explicar como queriam suas casas. Isto animou outros casais a decidirem a procurar também um local para fixar residência. Alguns como Milton e Anna também já tinhas estabelecido um local para sua casa, e após verificarem as condições de melhor assentamento foram já tratar da planta da casa, engraçado que os desejos eram parecidos, seria coisa de poetas? Casas de dois andares com varando acima do terraço onde pudessem ter um jardim, dependências de refeições em baixo e o dormitório no segundo pavimento. Sarah apareceu de mãos dadas com Cid Teles e ela era tão querida pelos colegas que ao invés das piadinhas comuns, receberam uma salva de palmas, eles agradeceram e disseram que também escolheram o local da casa, e para surpresa de todos, Cid pegou um dos comunicadores, e disse estão convidados para nosso noivado que vai ser comemorado no salão de

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baile da RM 01 e nossos amigos cantores vão fazer uma seresta de presente para mim e Sarah, e gostaríamos de convidar mais alguns que queiram assumir um compromisso mais sério se juntarem a nós, Dosan e Zeni toparam na hora Van e Rô também aderiram e mais alguns casais começaram a discutir às possibilidades. Um novo clima de alegria e felicidade surgiu na RM 01, o amor estava se manifestando. Zeni teve a ideia de reabrir o painel para que quem quisesse ficar noivo, o noivo deveria pedir a noiva em casamento oficialmente no painel e ela responderá se aceita. Pronto e agora quem quer ficar noivo de quem? Alguns casais já estão definidos, mas tem gente sobrando e aí Jacó Filho, Saigon, Fábio Brandão, João Correia,.a Simone está balançando. Marcelo Lopes e Rebeca disseram: - a gente quer é comemorar, ficar noivo nem precisa, ouviram bem? CO – ME – MO - RAR, ou seja: comer e morar juntos e o resto é festa. Riu de uma forma bem jovial e já se agarrou com Marcelo recebendo palmas de todos que estavam realmente alegres com as próprias decisões de serem felizes olhando pra frente, sem pensar em saudades de casa. Arauto segurando a mão de Mirian pegou um comunicador e calmamente com sua voz bem timbrada, anunciou a construção do casa de shows Arauto e Cia, e que seria também conjugada com sua residência, já que Mirian estava ligeiramente grávida e ele queria que o bebê nascesse na casa nova, Quanto ao teatro ele resolveu após consulta com o grupo de atores já inscritos e o corpo que comporiam a orquestra que o nome seria “RECANTO DA ARTE” uma homenagem ao recanto das letras casa de todos que aqui estão. O teatro contaria com robôs para a limpeza liberados pelo comando e seria gratuito assim como tudo o que os agricultores produzissem, já que plantariam de tudo, mas apenas para fazerem do planeta um local parecido com a terra.

Para não deixar o espírito de a brincadeira fugir, o painel de avisos mal foi colocado já apareceram pedidos de casamento, de Jorge para Maria Tereza, de Dosan para Zeni e quebrando a regra a Rosilene fez o pedido para o Vantuílo que muito sacana foi lá e escreveu “posso não mamãe, deixa não,” mas depois foi lá e escreveu um bilhetinho todo dengoso para a menina Rô que se derreteu toda. O doutor Gustavo e a doutora Clarice da equipe de medicina os dois, odontologistas e que estavam já se familiarizando com todos, pelo fato de muitos estarem se queixando de dor de dentes e eles eram os anjos da guarda salvadores dos que sofriam deste mal se juntou ao grupo e anunciaram que já que todos estavam se casando eles também iam partir para se casarem de vez e encomendar o marcianozinho e ajudar a povoar o planeta. Anna foi a primeira a felicitá-los, dentista da velha guarda, ela já tinha trocado ideias com os dois e ficaram bons amigos, ficou feliz com a decisão dos amigos e os convidou para fazerem sua casa perto do local escolhidos Por ela e Milton, eles aceitaram, mas disseram que iriam requerer uma gleba própria, pois, queriam plantar bananas, uma paixão dos dois por todas as espécies de bananas e agora poderia ter sua própria plantação.

CAPITULO 23.

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A clinica dentária amanheceu lotado, por pacientes reclamando de dor de dentes, O doutor Gustavo e sua esposa Clarice ao se inteirarem das queixas, fizeram uma pequena palestra para explicar os motivos de quase todos os passageiros estarem passando pelo mesmo problema, Gustavo pediu a sua linda esposa de dezessete aninhos “brincadeira heim doutor, dezessete, ai, ai, ai?” Ela com graciosidade, mas de maneira firme usando um comunicador disse: pessoal o que está acontecendo não é motivo para alarme, de vido à falta de gravidade da lua todos os órgãos do corpo humano flutuam e ficam numa posição mais elevada dentro do corpo e o corpo todo cresce, até dez centímetros a cada ano. Claro que ficamos pouco tempo, para atingir uma faixa visível aos olhos, mas no caso dos dentes eles flutuaram de um a dois milímetros durante o tempo de espera na Lua., com isto os dentes estão forçando os nervos e provocando a dor, claro que dentro de algum tempo em Marte isto voltará ao normal, mas como a gravidade ainda é menor que a terra, a dor continuará e ninguém merece passar dor não é? Poderão entrar de dois a dois no consultório que atenderemos todos que estão aqui e se encontrarem depois algum colega sentindo dores, expliquem por favor e digam para virem à clinica, obrigado.

Os pacientes alguns com medo do tratamento entraram meio

desconfiados na sala e em vez de se sentarem na cadeira reclinada, pavor de quem tem dente doendo, sentaram numa confortável cadeira estofada, mas comum. Os doutores apenas pediam para que abrissem a boca, e colocava espécie uma espécie de esponja dupla que logo ao ser introduzido na cavidade bucal, se ajustava como se fizesse parte da boca, após isto o medico acionava um aparelho que tinha na mão e uma luz iluminava a boca como um piscar de uma lâmpada e pronto, os dentes se retraiam e voltava a posição original cessando de imediato a dor, após, o paciente era liberado com instruções para caso sentirem novamente o incomodo retornassem. Anna que passara a vida lidando com as brocas e moldes de próteses. Ficou admirada e fez questão de examinar de pertinho as maravilhas que via no ambulatório a doutora Clarice ia explicando a utilidade de cada aparelho e ela descobriu rindo do espanto da colega a cada aparelho mostrado, descobriu que não se usava mais nem implantes dentários, um aparelho diferente, mas parecido ao que eles usaram naquele caso, era colocado na boca do paciente e num processo de restauração, rejuvenescia o dente fazendo-o voltara a ser sadio e melhor do que quando formado, Anna perguntou se na terra já usavam estes aparelhos em algum lugar, já que ela não tinha conhecimento. O doutor Gustavo foi quem explicou, Clarice foi atender o último paciente que entrou com cara de dor e na maior gozação, quem era? O Joey, garoto sempre a fim de brincar, tinha amarrado uma tira de pano na cabeça segurando o queixo e colocado uma bola na face para dizer que estava inchado, foi um gargalhada geral e fechou o atendimento.

Anna ficou ainda ouvindo à explicação de Gustavo: -- Anna: estes

recursos ainda não está liberado para atendimento á população, em breve vai estar, só que o governo agora comandado por pessoas sérias, não quer que empresas particulares, venham a tomar conta desta tecnologia, ela vai funcionar como estatal e será aplicada gratuitamente ao povo, Ana riu e respondeu: -- você disse o governo de hoje é feito por pessoas sérias? Sim,

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Anna nós estamos vivendo o ano de dois mil e cento e treze, se esqueceu? - Não me esqueci doutor... Apenas deixei de pensar que estamos vivendo uma fantasia. Mas não pode esquecer-se menina você só tem dezessete anos, esquecer-se das coisas é para quem está igual ao nosso contista, dobrando o cabo da boa esperança. Riu e eu, “o contista pensei”... E o sacana do doutor diz que é meu amigo, imagine se não fosse. Engraçado que o instinto materno sempre fala mais alto, as mulheres ficam interessadas e no caso Anna que nem sabia ainda se ia querer ter filhos, estava de olho na barriguinha da Clarice, certamente pensando: se ele tiver um filho eu me ofereço de vovó, claro que ela vai aceitar, não é todo bebê que pode ter uma avó de dezessete anos riu e guardou seus pensamentos para si. Deixaram o consultório e foram os três até o local onde Anna tinha escolhido morar, ficaram amigas mesmo o trio

(Último adendo.)

Peço à compreensão de todos pelo que vou dizer, devido a algumas

reclamações de ordem técnica e também de nem todos terem tempo para participar das brincadeiras, vou desfazer um erro que cometi para não incorrer em outro, vou retirar o painel numero três e peço desculpas a quem teve tempo de deixar lá um bilhetinho, e vamos também parar de fazer casais e arranjar casamentos, o pessoal, quarenta poetas e poetisas que estão participando, alguns que preferiu não se identificar desde o inicio e outros que já estão até noivos ou destinados a morarem juntos, não serão mais citados, vamos apenas dizer que os casais estão juntos, trabalhando e refazendo Marte, cada um à exemplo dos que já o fizeram poderão se quiserem fazer sua própria história, escolher ser “a” ou “o” imaginário, exemplo: eu sou a fulana me casei com o fulano e cria um nome fictício fazendo um conto, poema ou trova, no final se me permitirem eu vou pegar estes contos de cada um, comentários e poemas ou ainda tudo o que for dito a respeito da viagem e colocar no último capitulo, assim acho que fica melhor e deixamos este lance de sobrecarregar às pessoas para participar de algo que não desejam ou não tem tempo. Obrigado amigos, acho que a colonização de Marte assim vai ficar mais rápida.

“VIAGEM A MARTE CAP. 24”

(RECRIANDO MARTE) Os quinze dias seguintes, foram de intensa busca promovidas pelos

poetas que queriam decifrar todas as crateras e reentrância da área protegida. Já havia casas espalhadas em todos os recantos da grande gleba, no entanto sem estarem habitado, o comando não permitiu por razões de segurança até que as águas começassem a correr no leito escavado e programado pelo departamento de engenharia e o comando do incansável Paulo Jeser que além de estar acompanhando e orientando o desenvolvimento das instalações para

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a grande gleba, estava também desenvolvendo a esfera termo atômica que iria ser colocada no interior do planeta seguindo à caverna encontrada pelos poetas no primeiro dia de exploração da grande gleba, Brasil Dois. A caverna já tinha sido explorada em toda sua extensão e estava apenas a mil e duzentos quilômetros do centro do planeta, as grandes perfuratrizes já tinham aberto grande parte desta distância e a cada dia avançava mais, os cálculos davam como mais seis dias de perfuração para alcançarem o gelo novamente e que ocupava uma área medida pelos raios ultrassônicos disparados de vários pontos do planeta, como sendo de duzentos quilômetros de raio.

O comandante convidou a todos para assistirem ao vivo cavalgando

suas motos ou quem o optasse dentro das naves RP que estariam monitorando o evento em voos acompanhando o deslocamento da água assim que a grande represa estivesse cheia e transbordasse liberando grande volume de água que formaria o grande rio já denominado de Amazonas de Marte. No dia seguinte quando os poetas e quase todos os tripulantes estavam a postos em volta da grande área da represa de cinquenta quilômetros de raio e uma profundidade de cento e cinquenta metros onde havia sido instalado o novo campo de força solidificado e inspecionado catalogando cada centímetro cúbico do local, seria algo permanente, mesmo depois que a cúpula fosse desfeita, isto, quando o planeta estivesse com as condições de desenvolvimento geral.

A grande receptora de água estava pairando sobre o centro da

represa e mostrada nos painéis dos veículos usados no evento, à água

viria da grande caverna que era alvo da exploração para o centro do

planeta. A nave que exportaria as moléculas de oxigênio e hidrogênio

já estava a postos e ao comando do General Antonio começou a

enviar o material para a receptora. No mesmo instante a água

começou a jorrar dentro da represa com fundo de aço solidificado e

de cor muito clara, isto daria uma transparência fantástica e quem

olhasse de longe nem perceberia que ali existia água. Em pontos

estratégicos o fundo tinha outras tonalidades exatamente para que a

superfície fosse mais escura e apropriada para todos os tipos de peixes

que seriam criados ali. Esta era a primeira tarefa depois das águas se

acalmarem, povoar o mar doce de peixes e animais aquáticos que

fariam a própria cadeia alimentar.

Ouviu-se a voz do engenheiro Paulo explicando que a água

jorraria por vários dias mesmo depois de encher o reservatório e o leito

do grande rio, isto porque haveria a evaporação natural e grandes

tempestades se formariam, até que tudo se normalizasse ninguém

poderia residir nas moradias externas, o calculo seria de no mínimo dez

dias para terem uma ideia do comportamento do ciclo de evaporação

e retorno ao solo. Os cálculos previram uma grande sucção da água

pelo solo ressecado e sedento, por isto talvez depois de um tempo

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desligadas, as teletransportadoras moleculares fossem religadas até

completar a quantidade correta de água para o bom funcionamento

do sistema.

Foi uma festa para os poetas brincando sobre as águas vestidos

com roupas especiais e pilotando suas motos voadoras enquanto

acompanhavam a formação dos rios que tinha o leito seguindo em

forma elíptica com largura de duzentos metros e percorrendo todos os

mil quilômetros afunilando para uma distância de três quilômetros e

fazendo novamente o percurso passando por grandes ravinas abertas

com as máquinas poderosas que funcionavam com raios retirando solo

de um local e depositando em outro no mesmo sistema do transporte

molecular.

Para os poetas tudo estava se transformando em um poema

gigantesco cheio de beleza e expectativa, onde o romantismo aflorava

com a visão do que seria criado em matas e campos floridos

enfeitando aquele lugar, seria mais do que um sonho para eles e

estariam escrevendo para sempre seus nomes nas páginas dos grandes

feitos da humanidade.

“CAPIT. 25”

(RECRIANDO MARTE)

Apesar de tudo muito calculado, as grandes precipitações saíram

do controle do que estava programado. As tempestades começaram a

se formar com velocidade incrível e cair um aguaceiro jamais visto.

Como era verão em Marte e a umidade do ar tinha ficado

acondicionada dentro de um espaço menor do que o vapor gerado

muito rapidamente, tudo estava se transformando em um verdadeiro

caos, felizmente as equipe de engenharia e cientistas do ramo

hidroviário fizeram o óbvio, mesmo contrariando os planos traçados

antes, elevaram o teto da cúpula primeiro de dois para seis quilômetros

de altura, resolveu o problema, mas para um perfeito funcionamento

resolveram subir o teto para dez quilômetros, de qualquer maneira às

noticias da terra já havia descobertos os insólitos em Marte e na terra já

era noticia diária, diante dos fatos e como tudo estava andando muito

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rápido, os responsáveis pela missão resolveram partir para terminar a

missão antes do previsto e aumentar o programa. Já que tinham

começado, era preciso ir em frente.

Logo que as chuvas se regularizaram, a frota de pequenas naves

e máquinas terrestre gigantescas começou a escavação e fertilização

do solo enquanto todos os poetas usando motos liberavam sementes

de grande altitude já com planejamento de as sementes serem

misturadas a terra pelas chuvas caindo no solo revirado para a mistura

dos adubos. Uma semana depois de atiradas as primeiras sementes

começaram a ver o resultado já em vários lugares da área, O solo

começava a mudar as cores de avermelhado para verde, a emoção

tomou conta dos corações poéticos e a ala feminina das poetisas

começou a formar grupos para semearem flores nos campos ainda nus

ou com pouca vegetação aparente. Jeane, Milton e o casal Otávio e

Clarice já puxando a brasa para sua sardinha enfeitaram as glebas que

tinham requisitado. Clarice e Otávio desistiram de plantar apenas

bananas, fizeram isto, mas partiram para formação de um gigantesco

pomar, e breve teriam que trabalhar triplicado para conseguirem dar

conta da polinização artificial se é que queriam seu pomar dando

frutos.

Paulo Jeser acompanhava o trabalho, mas sem participar, deixou

uma equipe de agrônomos de plantão para auxiliar em tudo o que

pudessem e numa noite onde rolava o costumeiro sarau agora bem

mais organizado e contando com mais pessoal envolvido sempre com

a direção de Arauto Oliver e Wakiria junto com Mirian que agora

organizavam o corpo de baile e o elenco de atores e atrizes já

ensaiando uma peça que seria anunciada na inauguração do tetro

Recanto das Artes, ele anunciou duas boas novidades para todos.

Primeiro a imediata introdução da vida animal na grande gleba, Os

técnicos seriam encarregados de colocarem os animais e insetos úteis

nos locais onde poderiam se desenvolver controladamente para não

haver uma explosão demográfica de alguma espécie animal que por

ventura viesse a ser beneficiado pelas condições ainda muito ricas em

minerais e oxigênio puro do sistema.

A outra novidade é que em dois dias seria ligado o sistema de

funcionamento do reator da esfera termo atômica com material

pesado do quinto elemento e já instalado no centro do planeta,

explicou que ela seria regulada para o tamanho da aura solvente com

caloria superior a quatro mil graus de calor, isto faria derreter o gelo, e

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subir em forma de vapor, ao mesmo tempo derreteria material sólido

formando um núcleo pesado e permanente que formaria um magma e

envolveria a esfera formando uma área com raio possível de 4.250 mil

quilômetros e previsto para durar um milhão de anos sem mudanças,

quando então começaria a esfriar, mas até lá se a humanidade

prevalecesse já teria tecnologia capaz de resolver qualquer tipo de

problemas. Haveria grandes transformações na crosta do planeta com

possíveis terremotos, mas que não afetaria a cúpula e estrutura da

grande gleba que seria como um paraíso no meio do caos. Os cálculos

davam como certo, três horas depois de a esfera ligada começar a sair

vapor e água quente em vários pontos do planeta, isto não queria dizer

que toda a água seria efervescente, pois os grandes volumes de água

que formariam os mares e lagos teria no principio uma temperatura de

vinte e quatro graus, mas em quinze dias ou menos estaria com

temperatura de dezenove graus na linha do equador marciano e mais

fria à medida que se formassem mais perto dos polos.

Ao terminar sua dissertação dos acontecimentos vindouros foi

aberto um canal para possíveis perguntas de quem ouvia ou de todos

os passageiros e tripulantes da Nave RM 01. Uma garota timidamente

perguntou se com tantos acontecimentos, eles teriam a chance de

ainda voltar a terra? Quem respondeu Foi o general Antonio que os

canais estariam sempre abertos para os que desejassem retornar, e

perguntou a seguir, porque, a menina está pensando em retornar, a

garota quase gritou: não, de jeito nenhum eu já estou considerando

esta a minha casa, mas tenho uma amiga que falou em retornar, pois,

não tinha ainda arranjado pretendente para casamento, e Mirote rindo

tomou a palavra adiantando-se ao que Antonio diria: diga a ela que

não se preocupe quanto a isto, logo começaria a chegar muitos

machos e fêmeas da terra para povoar o planeta e ela encontraria a

sua tampa de caçarola... Mudou de novo o nome da perseguida?

Perguntou-se Saigon com cara de deboche. Com isto a resenha foi

encerrada e o pessoal começou a dançar as belas músicas tocadas

pela banda Auratiana agora acompanhada pelo corpo de baile

formado por TFs & PFs e liderado pela incansável Wakiria.

“CAPITULO26”

“TENHAM FÉ”

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Apesar de um pouco de receio pelos possíveis transtornos que

demandam nas grandes mudanças, o pessoal estava confiante que

tudo daria certo e que a equipe de Paulo Jeser saberia como fazer o

proposto, mas à medida que as horas passavam e a hora do

acionamento do reator chegava, alguns viajantes começaram a entrar

em pânico e nesta hora é que os três velhos amigos do comandante

mostraram porque estavam ali. Fábio reuniu os queixosos e junto com

Jacó fizeram o que se pode chamar de lavagem do medo, nesta hora

mostraram a todos porque a fé é o sentimento mais importante nas

horas de atribulações aos poucos todos foram se acalmando. Arauto já

preparado promoveu um verdadeiro show de música e dança

mantendo o pessoal ocupado.

De repente as telas de comunicação foram ligadas e o

comandante deu a noticia mais esperada, pessoal à esfera foi ligada

com êxito, neste instante o centro do planeta já este quase todo

fundido e os mais de cem milhões de pontos de escape estão abertos e

solidificados em forma de funil. Saindo da esfera com alguns

centímetros e chegando ao topo estipulado com abertura de

quinhentos quilômetros de diâmetro liberando quatro mil graus de calor,

isto fará derreter uma crosta a exemplo do magma terrestre, com uma

diferença, lá existem as placas tectônicas que viajam neste magma, e

causa terremotos, aqui não haverá estes deslocamentos, pois, cada

funil de calor estará com uma fronteira de um para o outro isto conterá

qualquer material que possa resistir a esta temperatura, quando os

mares estiverem formados e isto não vai demorar, porque as águas

começam a aparecer em grande quantidade na superfície, alguns

destes pontos de fusão serão ou desligados ou diminuídos no seu

comprimento para que fiquem entre doze e quinze quilômetros abaixo

do fundo do mar, em caso de fossas abissais, eles serão suprimidos.

Neste instante o grande painel na sala maior começará a

transmitir uma tomada de vários lugares do planeta, outra noticia é que

uma espécie de campo magnético formado por uma luz gelatinosa

densa acaba de envolver o planeta e na terra os cientistas envolvidos

neste projeto, convocaram uma reunião da ONU e estão explicando o

porquê de marte estar sendo visto do tamanho de uma bola de tênis a

olho nu. As últimas noticias recebidas, dizem que as nações da terra

estão preocupadas com o que poderá acontecer com as medidas

brasileiras que estão sendo chamadas de irresponsáveis pela mídia

mundial. Nossos dirigentes já esperavam por isto e simplesmente estão

dando a todos às explicações de como tudo irá funcionar e que não

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existe mais forma de parar o processo. O Brasil se responsabilizará pelo

que faz e justifica que tudo está sendo feito como nossa capacidade o

permite e para o bem de todas as nações mundiais que terão

demarcados seus territórios igualmente e todas as nações no momento

que as intempéries permitirem, vão poder ocupar seus territórios desde

que assinem o tratado que será item da carta magna marciana já

regida e que será colocada para votação internacional.

Para adiantar estes itens prioritários da carta, o primeiro é: Não

poderá haver armas de nenhuma espécie em Marte, qualquer questão

terá de ser resolvida com diálogo e qualquer nação que desobedeça

perderá o direito de ter seu país lá representado. O segundo item é

realtivo às drogas, não poderá haver drogas e um sistema colocado na

estratosfera marciana destruirá todas estas armas e drogas que

tentarem colocar no planeta, mas a destruição das mesmas não livra a

nação das responsabilidades e terão que entregar os culpados ou

deixar o planeta. Terceiro item e mais importante, tudo será gratuito

inclusive comida, escola e saúde, o que um cidadão de uma nação

terá direito, todos terão o mesmo direito desde que o queiram. Os itens

restantes da carta vão estar em votação e ouviremos todas as opiniões

para chegarmos a um consenso do que será melhor para o povo

marciano. A terra ganha com o esvaziamento demográfico no planeta

e uma ponte segura para partirmos para a conquista de novos mundos.

O principal trabalho do povo marciano será o cultivo de florestas

e promover o perfeito equilíbrio da natureza criando condições de vida

com qualidade protegendo suas águas, flora e fauna. Mirote ainda

prometeu que assim que tivessem novas noticias da Terra todos seriam

informados. O grande painel começou a mostrar tomadas de vários

lugares do planeta e era assustador o que viam, colunas de água

fervente subiam às alturas de até quinze quilômetros e retornavam com

grande estrondo à superfície, vapor de água cobria muitos lugares e as

chuvas eram tempestades fantásticas que carregavam montanhas

inteiras num caos que fazia as pessoas soluçarem e desistir de ver tais

forças em ação, todos pediram permissão para ficarem na nave até ter

se acalmado tudo, o comandante permitiu e disse que esta era uma

proposta que ele faria a todos, não que houvesse perigos dentro da

cúpula, nem mesmo o barulho externo seria ouvido, mas o seguro morre

de velho e todo plano infalível tem um calcanhar de Aquiles, caso

acontecesse algum imprevisto, a nave RM 01 sairia na sua velocidade

máxime e ficaria em órbita até que fosse seguro retornar.

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Claro que o plano não tinha nenhuma falha, mas quando

colocaram o teto da cúpula da grande gleba, também não viram

nenhuma, até que a pressão atmosférica mostrasse que existiu um erro

de calculo, isto inclusive serviu de alerta para a execução da segunda

etapa, tudo foi revisado e repassado a terra para aprovação, o que se

esperava era o sucesso absoluto da empreitada. Apesar de estar

correndo como o esperado, o tempo de assentamento das águas e

precipitação de chuvas, iria demorar muito mais do que o previsto, isto

agora já não tinha muita importância, a Terra já sabia o que estávamos

fazendo ali e mesmo assustados, pois, “até então se ouvissem dizer que

o Brasil ia colocar um homem no espaço, não acreditariam e dariam

boas gargalhadas menosprezando o povo tupiniquim”, mas agora

teriam de aguentar o desfecho final já que por tantos anos as nações

menos desenvolvidas fizeram isto enquanto as grandes potências

testavam armas nucleares colocando em perigo todo o planeta.

Apesar de ainda chover sem parar, os oceanos já estavam formados, o

planeta já tinha áreas com oxigênio suficiente para sustentar vidas, mas

ainda muito rarefeito.

No entanto, era uma grande promessa, as equipes de TFs de

todas as ciências começavam a reproduzir os plânctons vivos e povoar

os mares, e lagos, se conseguissem se adaptar e sobreviver breve

haveria muito oxigênio, pois a produção iria se juntar à própria

reprodução. Junto com os plânctons, micros animais também eram

criados e da terra vinham enorme quantidade de peixes de todas as

espécies que eram simplesmente reproduzidos em grande escala e

atirados ao mar para alimento de outras espécies vivas e os detritos

alimentasse a microflora. Um acordo terrestre e que era respeitado pelo

comando cientifico da RM01 proibia a criação de animais que não

fossem peixes, mesmo assim com o tamanho máximo de oitenta

centímetros e mamíferos de nenhuma espécie ou tamanho. As naves

de menor porte voavam ininterruptamente agora já com a missão de

mergulhar nas águas e plantarem algas de todas as espécies e

espalharem sementes de plantas marinhas além de filmarem as

espécies de animais vivos nas águas. As noticias eram ótimas, já havia

grandes cardumes organizados e se alimentando dentro da cadeia

alimentar o que era aguardado e foi comemorado por todos a bordo...

Marte começava a viver. Logo que houvesse áreas com oxigênio

suficientes começaria a introdução de animais terrestres, estes processo

na terra levou bilhões de anos, mas a mão do homem aqui apressava

tudo restava saber se o grande Pai aceitaria a intromissão.

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CAPITULO 27.

Aos poucos as pessoas retornaram às casas, houve uma grande

festa, pois, o último garoto de menor idade havia completado dezoitos

anos e agora todos eram donos dos seus narizes, algumas pessoas

começaram a ter saudades da comida feita na maneira antiga, como

ainda não tinham grãos nascidos no solo de Marte, eles pegavam tudo

na RM 01 e faziam suas comidas em casa, era um Rob interessante,

porque dava ensejo para convites de um casal para outro e as reuniões

acabaram por se tornar rapidamente um compromisso social de

importância, daí começou a aparecer a necessidade se criar mais

eventos onde pudessem mitigar a saudade da terra, assim surgiram os

times de futebol, alguns com nomes pomposos como: “Sideral jovem,

Marte futebol clube, Corinthians marciano, Flavasflubota” Outros deram

nome engraçados, como: “Quebra dedos FC, Arranca toco FC, Saias

Sutiã Calcinha e outro para rivalizar deram nome: Cuecas casa de

Pinto” Apareceram times de vôlei de basquete, natação, enfim breve

Marte poderia realizar até a sua primeira olimpíada.

Às porções secas estavam já bem definidas fora da grande

gleba, às águas se acalmaram e as chuvas ainda abundantes

começavam a obedecer às estações e no inverno elas caiam muito

menos, dando lugar à neve em algumas partes. Os primeiro imigrantes

começaram a chegar e ocupar suas áreas sempre com demarcações

iguais, com o direito de ocupar o local que mais lhes agradassem, única

vantagem de quem chegava primeiro e estes foram os que solicitaram

a ajuda do Brasil tendo transportes e toda a ajuda para se instalarem

nos locais escolhidos. Tudo tinha sido acertado no grande acordo,

apesar de que houve muita discussão com as nações consideradas

grandes potências se recusando a aceitar porções de terra iguais à

outra de nações menores e cinco delas não aceitaram ajuda para

mandarem seus representantes alegando que o fariam por seus próprios

meios, engraçado é que as maiores potências do planeta não só

aceitaram como garantiram que ajudariam a fazer valer a carta

Magna interplanetária e o que se temia dos maiores e ricos países não

se concretizou, parece que Marte de repente não tinha mais tantas

importâncias comerciais e sim estratégicas para servir de ponte para

outros mundos.

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No consenso das nações que anuíram ao acordo e foi em torno

de 97% decidiu-se que a grande gleba continuaria a ser como um

Jardim do Éden e passaria a ser considerada a capital do planeta

Marte podendo cada nação ter ali uma embaixada com direitos iguais,

também foi sacramentado que jamais haveria moedas de trocas de

qualquer espécie no país, os serviços seriam executados por quem

precisasse e se a empreitada fosse maior do que ele ou um grupo

pudesse realizar, simplesmente pediam ajuda e o sistema criaria

condições para que isto fosse feito, desde que aprovado pelo conselho.

Foi debatido o fato de não haver incentivo para se trabalhar, já que

tudo era de graça e não haveria recompensa para quem trabalhasse...

Para resolver este problema foi criado o grau em escala. Quanto mais a

pessoa trabalhasse em prol da coletividade, mais ele seria graduado na

escala de valores e importância diante do cenário internacional, assim

pode-se dizer que o dinheiro marciano é a fama que cada indivíduo

conseguisse angariar até chegar a um titulo que lhe daria poder de

mando no conselho.

Este “grau” poderia ser alcançado por qualquer individuo em

qualquer espécie de atividade desde que feito para o bem público,

assim ele alcançaria fama se destacando, somente o individuo

preguiçoso por completo não teria qualquer importância, mas jamais

seria considerado um pária e tais pessoas seriam tratadas como doente

do mal da ociosidade. Talvez nunca houvesse um marciano assim, pois

todo ser humano tem capacidade para criar algo ou exercer alguma

atividade já existente; Na arte existem milhares de coisas que são uteis

de um para outro individuo e sempre há de se encontrar algo que

possa ser útil à coletividade. E onde anda Ana Margarida? Esta

pergunta se fez de repente por algum membro do clube onde Ana

Margarida frequentava. Ela era uma recém-chegada da terra e veio

antes do seu namorado com planos para viverem no novo mundo, mas

quando ele soube que não poderia transportar e não haveria drogas

em Marte desistiu de viajar.

Margarida sabia deste item no contrato, mas escondeu dele, o

namorado era parvo de tanta droga que usara na adolescência e só

deu pela coisa na hora do embarque com uma mala cheia de todo

tipo de drogas que ele pensava em ganhar alguma coisa em Marte. Na

terra tudo agora era livre e a maior parte da juventude usava de tudo

ou não usava nada. Quem na se drogava eram mandatários em todos

os setores principalmente do serviço publico, os drogado eram

dependentes dos governos ou dos que trabalhavam. Tais pessoas eram

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consideradas párias, mas a quantidade era muito grande e viviam em

guerra constante entre si e o governo que não os atacavam se não

fossem atacados, mas quando algum drogado feria um personagem

considerado descente, a policia o rastreava e matava, Margarida era

boa moça e não viciada em drogas, mas o coração não obedece à

razão e se apaixonou pelos olhos castanhos e o jeito desprotegido de

Sergio, achou que se ele não estivesse perto das drogas ele deixaria os

vícios. O plano deu errado e agora ela estava ali só e arrependida.

Por contrato ela só poderia regressar a terra depois de um ano de

permanência no planeta, não via uma solução, mas não a procurou,

pensava que ninguém lha daria ouvidos e fez a única coisa que

acreditou que a livraria de todos os males. Na sua micro nave que todos

tinham iguais e eram as substitutas das motos antigas, ela saiu das vistas

dos amigos e saiu da grande gleba procurando por nada em lugar

nenhum, entrou numa ravina de arbustos densos, desligou seu veiculo e

como era experta em computação, desligou o sistema de

rastreamento, após escondê-la bem entre os arbustos se preparou num

ritual triste para o que se propusera, forrou um lençol branco e enfeitou

com flores silvestre, deitando se sobre elas cobrindo-se o máximo com

outras que deixara ao lado. Após achar que estava pronta,

simplesmente cortou os pulsos com um antigo estilete se preparando

para ser a primeira pessoa a morrer em Marte.

Mary Josi e João Correia, dois jovens que estavam dividindo uma

casa e sócios numa gleba à beira do grande rio, acharam que

poderiam ser uteis com suas experiências em vegetais de toda espécie,

nisto a especialista era a Mary, mas quem disse que João a deixaria ir

sozinha, requisitaram uma nave maior e mais confortável para os dois

que incluía dormitório e a exemplo de muitos que estavam prestando

serviços extras no planeta, partiram para a aventura maior, “serem uteis

a coletividade”. Nas primeiras florestas as árvores cresciam rapidamente

e atingiriam grandes alturas, “um terço maior que as árvores da terra”,

isto por causa da menor gravidade, assim como se esperava que os

próprios animais também ficassem maiores que seus antepassados,

incluindo os futuros humanos que ali nascessem. O trabalho era

importante e já tinham catalogado vária espécie de vegetais, como as

ravinas e grotas eram mais sujeitas às anomalias genéticas com

pequenas mudanças de algum espécime, eram estes locais os mais

procurados pelos dois cientistas poetas, e foi assim que para a sorte da

jovem Ana Margarida eles entraram justamente onde ela estava

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agonizando, mas já sem sentir dores , pois, caíra num sono profundo e

mortal.

Não eram médicos, e não podiam fazer muito, muito pela jovem

a não ser chamar o socorro, por outro lado sabiam que a linda jovem

seria mandada de volta aterra e nunca mais poderia voltar a sair de lá,

eles não sabiam o porquê da atitude de uma pessoa tão jovem muito

mais do que eles faria uma coisa tão idiota como atentar contra a

própria vida, mas não tinham como saber e resolveram apelar para o

único amigo que poderia ajudá-los. Entraram em contato com o próprio

comandante Mirote e num canal exclusivo para os poetas amigos é

que foram atendidos, explicaram à situação cheios de afobamento,

mas o comandante percebeu logo a preocupação dos seus amigos e

chamou um médico seu conhecido de muitos anos e que chegara com

ele em Marte como diretor da equipe médica. Chamou o amigo e

expos a situação, no mesmo instante ele e a equipe estavam partindo

para o local à velocidade do pensamento, a nave foi programada

para estacionar à três metros de altura do sinal emitido pela nave de

João e Josy, do instante que recebera o comunicado até estarem lá

tinham se passado menos de três minutos, o sangue tinha sido

estancado e esta ação salvou a moça da morte, a equipe não perdeu

tempo e em poucos minutos a moça reviveu. Seus pulsos foram

fechados com tecnologia tão avançada que no local não ficara

nenhuma marca.

Enquanto a equipe de quatro pessoas todos mais amigos do que

subalternos de Mirote e o Dr. Helio trabalhava os Três outros amigos

resolviam o que fazer. Quando a moça voltou a si, ficou envergonhada

ao ver o comandante em pessoa ali junto dela e começou a chorar.

Josy a abraçou e o Mirote confortou-a dizendo que tudo iria dar certo.

Quando ela se acalmou, para não fazê-la contar uma história que lhe

causaria dissabores, o médico perguntou se ela permitiria que ele

colocasse nela uma sonda RT ou: “sonda razão tempo”. Ela permitiu e

foi levada a um estado hipnótico, no mesmo instante uma tela

começou a mostrar sua vida desde dois anos antes, tempo que ele

julgou ser suficiente para descobrir o que a fizera tomar tão drástica

decisão. Quando viram o que aconteceu todos se emocionaram, nos

tempos modernos era difícil alguém se dar ao amor como ela. Mirote

resolveu que a ajudaria como pudesse, começando por pedir a todos

ali que mantivessem segredo absoluto sobre o que acontecera. Não

era o procedimento correto, mas o coração às vezes fala mais alto do

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que tudo e neste instante os corações ali presentes é que falaram por

eles.

Ana Margarida acordou do transe e Mirote dispensou a equipe

médica, consertando a pequena nave de Ana e partindo com ela para

certa casinha que ele conhecia bem e frequentava. Antes de partir

pediu a João e Josi para encontrá-los à noite no destino que ele lhes

revelara e se foram.

”CAPITULO 28”

Ana ainda sonolenta dormiu novamente, Mirote pilotava devagar

a nave aproveitando para ver os progressos realizados na grande

gleba, havia digitado uma mensagem para seu amigo Jacó com cópia

para Fábio Brandão, mas dirigiu-se primeiro à casa do seu amigo Jacó.

Quando chegou ele já o esperava e pediu para subirem ao segundo

andar da casa, Ana estava encantada com a casinha enfeitada por

Yasmim com flores de todo tipo, no segundo andar eles construíram um

Jardim de inverno com uma pequena estufa onde cultivavam

orquídeas uma paixão do casal, neste jardim bastante amplo os dois

escreviam suas histórias já vividas no novo mundo. Jacó pediu para ficar

a sós com Ana Margarida e se apresentou de maneira bem natural

para ela, como um homem que gostava de conversar e entender as

pessoas, Ana pensou que talvez ele fosse um psiquiatra, mas ele

praticamente adivinhando seu pensamento desfez este engano

dizendo-lhe francamente que não era médico ou não se considerava

isto, apenas era um amigo do comandante de longa data e o amigo

confiava nele, e deveria ter gostado muito dela para vir pessoalmente

trazê-la e lhe pedir que conversasse com ela. Ana ficou mais tranquila e

disse que gostaria sim de conversar com ele.

Jacó lhe disse: - antes de conversarmos quero que veja algo e

acionando o controle remoto ligou um painel de três metros de largura

por dois de altura. Começou a aparecer desenhos animados

mostrando historinhas diversas todas relacionadas ao trabalho e a vida,

pequenas criaturas que tinham às vezes apenas alguns dias de vida,

mas que a viviam na sua plenitude até que a vida deixasse de existir. O

tamanho dos animais começou a aumentar e a voz inconfundível de

Jacó, grave, mas sem ser metálica e ferir os ouvidos começou a

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descrever, explicar e tecer um parecer de cada um dos animais que

surgia na tela. Ana foi mergulhando na narração maravilhada com

cada história que ele contava e assim foi até chegar ao ser humano... -

Ana Margarida, este é o mais perfeito e complicado animal já criado,

falou Jacó, por algum fator desconhecido recebemos o dom maior que

pode existir, “a inteligência” Talvez outros animais cheguem a

desenvolvê-la tanto quanto nós, mas ainda vai demorar muito tempo,

mesmo com a ajuda da ciência e tecnologia atual.

É difícil explicar o porquê de termos mudado tanto nosso

comportamento e fugido dos padrões que seria correto na natureza.

Uma manada de cabras tem um líder macho que é capaz de copular

por anos a fio com todas sem necessidade de outro macho, estes mais

jovens tem sua vez, mas geralmente depois do macho chefe ter já

garantido sua descendência, isto vai até que tenha um macho capaz

de desafiá-lo e dividir a manada formando outro bando, assim é quase

com todos os animais chamados irracionais. A inteligência mudou o

comportamento que seria natural no homem e na mulher, criou-se o

sentido de união de grupo onde dividindo poderiam ser mais fortes, a

mulher aceitava as mudanças pacificamente já que isto garantia a ela

e seus filhos, segurança e bem estar. Até que ela acordou para ocupar

o seu lugar correto num mundo comandado pela inteligência. Assim é

agora e isto não está mais sendo dividido para unir, esta se tornando

uma separação perigosa e esta sua dedicação por um macho como

você demonstrou, seria louvável se ele correspondesse da mesma

forma, mas o seu Sergio não é o ser que precisa de proteção de

ninguém, é mau caráter, é ruim de coração e não pensou duas vezes

em desistir de você para satisfazer seus próprios vícios.

Fez uma pausa e esperando a reação da moça, comoveu-se ao

ver algumas lágrimas escorrerem pelos lindos olhos verdes claros da

garota, ela nada disse e ele continuou. Você com seu ato mostrou que

ainda é possível ao jovem sentir muito amor e o fato de ter tentado

trazê-lo para este mundo tentando livrá-lo das drogas prova isto, mas

também mostra o porquê da fêmea ter aceitado por tanto tempo

serem subjugadas pelos machos numa posição inferior e às vezes

deprimente até levá-las a uma reação com o apoio de homens com

uma visão mais larga do que a do machismo e incompreensão. A

fêmea tem o sentimento da ternura e o que deveria ser apenas para

seus filhotes é estendido para todos os que se mostram frágeis numa

clara mostra de que ela é o animal mais apropriado para dominar o

universo, o homem está se destruindo exatamente pela sua força e

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arrojo, ele não sabe como lidar com as situações de poder que acha

que tem e o fato de estar sob a supremacia feminina, aí se entrega ao

vicio, a degradação e acaba sucumbindo engolido pela sua própria

falta de dialogo no sentido de dar e receber.

Sobram alguns homens e isto quer dizer entre quarenta por % que

tem esta capacidade de compreensão. Os outros sessenta por %

arrastam com eles trinta e cinco por % de mulheres que são incapazes

de sentimentos nobres por alienação ou por defeitos congênitos. Mas é

um número bastante representativo e que poderá decretar a extinção

do antigo sistema de sobrevivência onde a mulher vai ser a parte

dominadora e o home agirá como coadjuvante, salvando-se alguns

espécimes. Pode ser que até chegarmos a isto, haja guerra entre os dois

sexos e aí poderemos estar decretando outra fase, a era onde o ser

humano se extinguirá dando ensejo a que outras espécies venham a

desenvolver á inteligência. O fato de estarmos indo para a conquista de

outros mundos pode salvar a humanidade e ai é que você deve

valorizar a sua vida, para participar deste processo preocupando-se em

dar esta sua maternidade para mais pessoas do que apenas um que

não o merece.

Enquanto falava, a tela mostrava situações de caos da

humanidade através dos tempos, mostrava homens altruístas que

davam a vida pela coletividade outros que eram monstros movidos

pela ganância, vícios e poder, corrompendo e transformando seres

mais simples em instrumentos para alcançar seus fins criminosos, isto

levou Ana Margarida a se revoltar com o que tentara fazer, ela sentiu

que a vida tem um sentido muito mais amplo do que cuidar apenas de

uma vida, envergonhou-se do seu ato e chorou novamente, Jacó a

abraçou num gesto de conforto, sabendo que alcançara seu objetivo:

colocara aquela cabeça para fazer parte de um corpo. Desceu

abraçado com ela para o andar térreo onde Mirote e Yasmim,

tomavam café e falavam de velhas histórias da terra. Yasmim pegou a

menina pela mão e a arrastou para um passeio na beira do rio, Ana

sentiu que ia saber de mais coisas sobre a vida. No entanto, a jovem

senhora apenas andou com ela pelos caminhos cheios de flores à

margem das águas claras do Amazonas Marciano, numa pedra à

sombra de uma jovem palmeira se sentaram e Yasmim perguntou a ela

se conhecera o comandante Mirote antes deste dia. Ela respondeu que

não, o conhecia de ouvir algumas alusões sobre ele ser o comandante

da RM 0I a jovem mulher lhe disse: - ele a conhece do planeta Terra,

Ana levou um susto e perguntou, - como assim? Yasmim explicou,

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quando ele quis saber da sua vida na terra descobriu que fora amigo

da sua mãe e entrou em contato com ela, sua mãe contou-lhe que

não sabia de você desde que se juntara com Sergio e agora... - Que foi,

perguntou Ana? - Bem sobrou para mim a parte mais difícil, vamos lá.

Sua mãe contou que o Sergio quando saiu das dependências de

triagem carregando as drogas, foi atacado por bandidos que queriam

as drogas ele resistiu e foi vitima de disparos de armas de fogo e faleceu

no local. O pai dele foi avisado e por sua vez fez a sua mãe saber, mas

ela não sabia onde você estava. Ana voltou a chorar, mas agora

apenas como desabafo e sentida pela morte do namorado, no

entanto, não sofreu nem se desesperou. A longa conversa com Jacó a

fez ver a vida de outra maneira, estava convencida de ter feito tudo

errado, sentia pelo Sergio que era seu primo e talvez por isto o tenha

amado com todo aquele sentimento, mas ele se foi e ela estava viva e

queria aproveitar esta vida com gosto e não a desperdiçando como

antes. Pediu a Yasmim para retornarem e voltaram conversando agora

já como boas amigas. Perguntou ao comandante se poderiam retornar

a base e com sua aquiescência despediu-se de Yasmim e Mestre Jacó

prometendo voltar para ficar uns dias com eles se eles o permitissem.

Claro que a resposta foi positiva e eles partiram.

Ela riu e perguntou a Mirote se ele sempre pilotava assim

devagar? Ele disse: - nem sempre, mas quero falar mais com você e o

melhor é ir sem pressa. Ela propôs que eles fossem ao Recanto das Artes

comerem alguma coisa enquanto conversavam. Ele aceitou até

agradecido, assim veria seu compadre Arauto das artes e conheceria

sua netinha a décima a nascer m Marte filha do seu amigo com Miriam.

Encostou a pequena nave e foi recebido com festa pelo amigo que

deixou Ana com Mirian e a pequena Ellis e foram tomar uma cachaça

que ele estava fabricando artesanalmente e servindo apenas para os

bons amigos que apareciam lá, depois de saber do sucesso que estava

sendo o recanto ele pediu licença e explicou que precisava ficar um

pouco a sós com Ana e o amigo já querendo casá-lo de novo riu e

falou: - agora vai. Ele nem respondeu, adorava aquele amigo e sabia

que ele nunca ia descansar enquanto não o visse amarrado riu e foi

sentar-se com Ana que estava se servindo num dos nichos de comida

do recanto. Ele se serviu de um bife grosso de filé mignon, fritas, arroz e

um copo de suco, após a parca, mas saborosa refeição, ele perguntou

sobre a mãe de Ana, ela respondeu- foi bom perguntar, eu quero

justamente lhe pedir mais um favor,, não tenho sido um modelo de filha

para dona Márcia, mas gostaria de mudar isto se tiver um jeito de trazê-

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la para viver aqui, quero dar a ela todo o carinho que faltou enquanto

eu vivia minha loucura de amor.

Mirote sorriu e disse: Chegará uma nave amanhã ás nove horas

da manhã e sua mãe vai estar nela, enquanto estava com Jacó eu

conversei com ela e a convidei a vir, uma vez estando aqui, é só uma

questão de convencê-la a ficar. Os olhos de Ana brilharam de alegria, e

Mirote pensou que finalmente ela estava descobrindo a vida.

CAPITULO 29

"SEGUE A VIDA"

Dirigiram-se para o oeste, tanto Ana quanto Mirote se encantavam com as paisagens vistas, dignas de “Roberto Burle Marx” quando avistaram a gleba de Jeane enfeitada de todas as flores, Mirote disse a Ana, esta garota que mora nesta gleba que mais parece o Jardim do Éden já se chamou Ana como você, só que de repente todos resolveram se assumir e ela preferiu usar seu verdadeiro nome, a exemplo de quase todos ali. Na próxima gleba ela pediu ao Mirote parar a nave e fez questão de chupar uma mexerica candongueira como ela gostava de chamar “a tangerina carioca” Mirote também experimentou, era uma das frutas que mais ele gostava e estas estavam doces e convidativas, mas sabendo que a melhor comida era a fornecida pelo sistema, comentou o fato com Ana e ela concordou, pois, estudara isto nos cursos de adaptação a Marte. Mirote fez questão de dizer que aquela Gleba era dos seus amigos Otavio e Clarice odontólogos da RM 01 de quem tinham muito orgulho, pois, além de renomados na profissão não esqueceram este amor pelas coisas simples da vida e viviam ali com o primeiro filho e com Clarice que ele chamava de neto e carregando um barrigão esperando uma menina.

O velho comandante lembrou-se que estava devendo uma visita aos dois e também a sua amiga Jeane a linda loura que balançara seu coração, mas ele demorou muito para se decidir por alguém e como a fila anda acabou tendo de realizar o casamento dela com o amigo Milton que chamado para uma missão em outro planeta acabou se divorciando dela preferindo ficar em Marte. Eram bons amigos e agora até que ele pensava que poderia tentar conquistá-la, mas o medo da idade o detinha. Melhor continuar conhecido apenas como o velho Mirote sem pensar em casamento, tinha grandes amigos e amigas com quem contava sempre para um tete a tete e às vezes até para um rala e rola normal. Ali em Marte como em todos os lugares habitados, sexo era uma questão de química e lugar, se estivessem a sós e pintasse um clima não havia porque não se entregarem aos prazeres da carne. Tinha outras boas amigas e amigos que estavam como ele na velha ordem criada para designar os que não tinham compromisso sério, a ordem do: “titico no fubá”. Assim por mais que o coração balançasse por uma mulher o sentimento não mudaria por ter feito

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sexo com a amiga dela, não nesta mesma ordem. Pois, valia para “A” e para “O”. Estava devendo muitas visitas, não que tenha passado muito tempo sem ver os bons amigos, e sim por haverem muitos amigos espalhados pelo planeta. Teria de ir a noite ao casamento do seu amigo Saigon recém-divorciado e resolveu se casar de novo desta vez com uma das gêmeas que tinham o mesmo nome, a que ia se casar com ele era Yasmim a primeira a vir para Marte que tivera um casamento não muito feliz e divorciou-se logo, alegando incompatibilidade de gênios, ela queria filhos ele queria cachaça, ela queria ir ao Recanto das Artes ele queria ir jogar truco no clube dos cafonetes, ela queria ir para o rala e rola ele dizia que estava com sono... Com certeza ela teve razão de pedir o divórcio, sua irmã gêmea que ficara na terra, estava vivendo dias difíceis e decidiram que seria melhor ela tentar vir morar em Marte, O fato de a irmã ser uma pioneira e estar morando no planeta facilitaram as coisas e ela num belo domingo desembarcou na grande gleba. A chegada foi com muitas festas de amigos de Yasmim Rosa que portavam cartazes com os dizeres bem-vinda Yasmim Dália, sua irmã que tinha passado relacionamentos sem compromisso sério na terra, se encantou com o Jacó, garoto garboso e poeta cantante de fala macia e olhar honesto e que transmitiam confiança ao primeiro olhar, foi amor à primeira olhada e logo ela estava se mudando para a casinha florida na beira do rio, o casamento se deu dois meses depois de sua chegada e pelo que estava parecendo era para toda a vida, tudo deles era bem planejado, filhos eles queriam, e estavam programando o primeiro para o próximo ano ou dentro de seis meses. Yasmin Rosa ficou um ano solteira e tico, tico no fubá assim como Saigon, até se encontrarem, quando no baile de inauguração do Recanto das Artes que se daria depois da apresentação da peça “Vai quem quer” escrita e dirigida por Walquiria “Regina Estrela” das poucas, ela era uma das que manteve o pseudônimo escolhido, pois, fora adotado ainda na terra e era famoso pelas grifes conhecida no mundo todo. Quando o baile começou Saigon encantado com o desprendimento de Yasmim Rosa e o sorriso de menina travessa a convidou para dançar e “sê fini, ficou na boca do Brasi.”

Não se largaram mais e aos poucos o folguedo e a convivência juntos,

foi dando lugar às responsabilidades e agora ela estava grávida de dois meses, resolveram se casar com toda a pompa que tinham direito, o casamento seria realizado na igreja construída pelo teólogo Fábio Brandão, que não se deixava chamar de pastor, padre, rabino ou qualquer outro titulo religioso, era simplesmente Fábio, “o amigo e confidente Fábio” comedor incorrigível de periquitas que estivessem dando sopa, tinha tido um caso sério com uma menina de olhos amendoados que amava ficar na prainha que ela apelidara de Guriri 2, na terra ela morava em Cachoeiro de Itapemirim, mas quando ia para a praia era em Guriri onde passava seus dias de folga, conhecera Yasmim Rosa e as duas ficaram grandes amigas, e resolveram fazer a prainha Guriri 2 no grande rio, onde se queimavam sempre nuas junto aos amigos que frequentavam o local. Fábio se encantara com ela e a chamava de minha pequena Rebeca, ainda tinham encontros casuais, mas nada muito sério, ela queria um caboclo para ter filhos e Fábio não fazia este tipo, era destes que

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seria chamado solteirão convicto. Rebeca era a madrinha de casamento de Saigon e da amiga Yasmim e já tinha recorrido à amiga Walquiria para saber como se vestir para a ocasião, claro que Walquiria atendeu, assim como todos os vestidos incluindo o de noiva foram escolhidos por ela que sabia o que era melhor e agradaria a todas.

O comandante aproveitou para perguntar a Ana se já tinha com quem ir

ao casamento e ela disse que não recebera convite, pois, não conhecia os noivos. O comandante disse que se quisesse ela poderia ir com ele, isto se não ficasse constrangida de ser acompanhada por um homem velho, ela riu e disse que aceitava sim, afinal ele estava sendo tão gentil com ela... Avistaram a casa de meditação e a moça se sentiu confortada só com a visão da moderna construção, foi apresentada a Fábio que ainda bem estava acompanhado de Victória, outra que estava tico, tico no fubá e gostava de estar junto com o come quieto... “Que mentira deslavada” nisto Fábio não imitava os mineiros do planeta terra, comia e fazia questão de fazer propaganda dos seus dotes masculinos deixando a mulherada tico-tico assanhada e com vontade de conhecer o garanhão, o comandante apostava que se ele não estivesse com Victória em vez de conselhos espirituais ele ia era partir pra cima da mocinha Ana. Gostava de todos os seus amigos e Fábio era um dos homens que ele confiava, assim como Saigon “o eterno moleque travesso”, Arauto, Jacó e tantos outros que o fizeram sempre se sentir um homem capaz e de bem com a vida.

Fábio abriu as portas da casa de oração e convidou os três amigos para

se acomodarem separadamente, subiu ao púlpito, não disse nada, curvou sua cabeça e fez uma oração silenciosa, era uma sábia atitude do mestre, os que assistiam de maneira automática imitaram o gesto, e fizeram uma oração ou apenas meditaram sobre coisas boas. Depois de dois minutos, ele abriu sua bíblia e olhando com firmeza para os amigos repetiu sem olhar para a bíblia o que estava escrito ali e que ele sabia de cor e salteado. A Bíblia diz em Coríntios 2/ 4:8-9 “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados”; Amigo hoje à bíblia é considerada por muitos como apenas mais um livro criado pelos expertos do passado para enganar os incautos que temiam o que não podiam explicar, mas como profundo estudioso deste livro eu posso afirmar que ele é ainda o livro que mais pode fazer bem ao ser humano que está atribulado, aquele que se encontra num beco sem saída, desesperado e achando que a vida não tem mais perspectiva e acabar com ela é uma solução. Fez uma pausa e deixou que os presentes pensassem nas suas palavras. Recomeçou a falar sem tocar mais na palavra morte e sim ressaltando a vida. A bíblia nos ensina muitas formas boas para vivermos, hoje não é mais possível admitirmos a vida após a morte como um prêmio para os bonzinhos e a punição para os maus, precisamos ter fé na vida que temos e vivê-la de forma plena, pois, só temos poucas opções referentes à religião, acreditar que existe vida depois da morte, acreditar que retornamos e nos reencarnamos, ou acreditar que um dia Deus virá novamente a terra e despertará os mortos para um julgamento, este é um preceito cristão que vem desde quando o homem passou a usar sua inteligência para tentar desvendar os mistérios ou acreditar que após a vida, se dorme um sono e não existe mais nada.

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Eu não sou o dono da verdade, mas tento repassar aos amigos o que

acredito que seja saudável para um bom viver. Tenho em Cristo só bons ensinamentos, se alguém me disser que ele não era filho de Deus, eu não vou brigar por isto, pois, sei que ele era sim e como todos nós que também o somos. Mas entre acreditar que um homem bom, que viveu sua vida fazendo o bem e por isto se sagrou santo após sua partida, eu prefiro acreditar em Jesus que deixou infinitos conselhos sobre o amor que enleva o espírito e traz paz para um viver com dignidade e a realização do que é bom e construtivo para o desenvolvimento da humanidade “Ele” é o santo dos santos. Acredito que o ser humano ainda vai demorar em saber quem é Deus, a força fantástica que criou o universos e tudo o que podemos saber ou imaginar que existe. Talvez nunca venhamos, a saber, como realmente ele é, mas para aquele que como eu acredita que ele está aqui e agora, certamente vai passar bem pela vida e dormirá o sono tranquilo sabendo que “Ele” estará segurando sua mão e o guiando sempre. E como eu não posso obrigar ninguém a pensar como eu, posso pelo menos dizer ao mundo que nossa inteligência é um grande presente e nos foi dado por alguma razão, para que alguém pudesse ver, sentir, imaginar, pesquisar e, sobretudo amar a quem deu inicio a tudo o que existe. Esta nossa inteligência tem de prevalecer sobre nossos desejos mesquinhos de pensarmos que vivemos em função dos nossos prazeres unicamente, e sim que temos a missão de participar dos destinos da humanidade vencendo nossos desafios e conservando o presente que é a vida. Que o meu Deus vos abençoe. E que o amor esteja sempre com todos, amém. Ana agradeceu as palavras do mestre e ainda meditativa deixou a casa de oração, Mirote se despediu do amigo e Victória e entrando na nave junto com Ana voltaram a base chegando com o final do por do sol e avistando a lua Fobos que já era visível no lusco fusco do anoitecer. Despediram com algumas lágrimas de Ana agradecendo ao velho senhor pela preocupação e tempo gastos por causa da sua insensatez, o comandante simplesmente se despediu lembrando a ela que na manhã seguinte teriam de esperar a chegada de sua mãe no espaço-porto.

Dia seguinte eles levantaram-se cedo e foram para o local de desembarque, no minuto marcado a nave se materializou e eles viram descer os passageiros vindos da terra, Esperança Vaz desceu olhando para ver se descobria a filha entre o aglomerado de pessoas que foram ali esperar por parentes ou amigos, viu a pequena figura da filha correr e abriu os braços para receber aquela que era a razão da sua vida e que a fizera desistir da viagem retornando a Terra quando a RM 01 ainda estava na Lua, pois ficara sabendo que sua filha por causa do primo estava em apuros, não teve coragem de retornar e até receber o contato do seu amigo e comandante, não sabia do seu paradeiro. Depois do acontecido, Mirote tinha estado várias vezes falando com ela e colocando-a a par dos acontecimentos tranquilizando-a quanto à Ana, por isto mesmo, o encontro foi festivo e sem cobrança, agora estava confiante de que realizaria o sonho de conhecer Marte e viver uma vida sossegada perto da sua filha. Seu ex-marido fora se despedir dela, mas não quis vir a Marte, tinha outra vida na terra e tinha medo de viagens de avião, e nem sonhava viajar numa coisa que desmanchava o passageiro e o refazia em seguida como se

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fossem apenas bonecos. Sua filha viria vê-lo se sentisse saudades, davam-se bem apesar de tudo.

“CAPITULO 30”

“FINAL"

E aconteceu! Foi um casamento cheio de pompa, a noiva linda e paparicada por todos os poetas, desfilou soberana sobre a passarela do recanto das artes montada exclusivamente para estes eventos, o vestido com uma cauda de quinze metros deslizava num ritmo cadenciado com os passos delicados da linda noiva aplaudida pelos amigos e amigas, principalmente os ainda, tico-ticos, que já sonhavam que um dia estaria ali naquele palco participando de um evento similar. O noivo garoto querido por todos num terno Armani ultima moda estava com um sorriso de orelha a orelha, afinal o garoto se deu bem e realmente é até possível que se case na vida real com Yasmim que não sabemos quem é na realidade... A não ser o contista... Ô carinha enxerido! Arauto o incansável artista, fez as apresentações junto com a promoter do evento "a também sempre elétrica Regina Estrela", foi uma festa de arromba! Tudo caminhava perfeitamente dentro do previsto, Esperança Vaz e sua linda filha Ana... “Que disparate!” A mãe linda e maravilhosa com sua carinha de Úrsula Andress alguns meses mais jovem do que a filha, por ter chegado depois a Marte. Acompanhada do comandante Mirote atraíam os olhares masculinos a ponto do comandante se manter mais afastado pelo fato de sentir-se muito idoso. Sua amiga Ana percebendo o seu embaraço, veio ficar perto dele já dizendo, ligue não comandante suas velhas amigas ainda estão aqui. Ele riu. Velha, ela disse... Ainda não tinha completado a idade física de dezenove anos, e estava linda como sempre, outra amiga passou e beliscou sua bunda discretamente, era Rebeca como a dizer: - tô de olho em seu Mirote. O casamento seria abençoado na igreja pelo orientador Fábio Brandão, que já tinha avisado a todos que ia beijar a noiva e Saigon brincava, vai não, daqui pra frente só eu beijo a noiva. Sarah e Cid Teles entraram orgulhosos e exibindo o pimpolho recém-nascido acomodado no carrinho flutuante, assim como Vantuílo e Rosilene, Dosan e Zeni Oliver Joey e Lenir e todos os jovens que já tinham contraído núpcias exibiam seus herdeiros. Todos os poetas casados e tico ticos no fubá deram uma salva de palmas aos noivos que provavelmente iriam escapar no meio do baile ou quem sabe, “antes, para a ilha dos amores”, uma ilhota no meio do grande rio e que havia sido criado apenas para este fim, “abrigar casais em lua de mel”. Eles ficariam lá duas semanas sozinhos e só então começariam a receber visitas. Depois da terceira semana todos se reuniam lá e com grande estardalhaço traziam os nubentes para a casa onde iriam residir e criar uma família. Neste dia era considerado o fim da lua de mel e os amigos passavam o dia junto com o casal bebendo a

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bebida oficial de marte e comendo com todos os gostos, mas que só faziam bem para o corpo enquanto ouviam a banda de Arauto.

A febre de viver num lugar de paz tinha atraído todos os idosos para Marte, pois a chance de ter uma nova vida era um atrativo irresistível e com isto quase que se podia dizer que o céu existiu sim para os bons, pois quem havia tirado a vida de semelhantes ou levara uma vida de violência causando a morte de pessoas inocentes era recusado e não tinha como morar ali, a lei era clara e foi muito discutida, mas no fim as diretrizes prevaleceram e isto começou a servir como alerta, pois seria adotada para todos os planetas que fossem ocupados pela humanidade. As pessoas começaram a tomar consciência de que a vida tinha de ser dirigida para o bem da coletividade e engrandecimento da espécie privilegiada com a inteligência para dominar os cosmos. Marte estava vivo e com ele a promessa de finalmente a paz reinar para todos os seres humanos. Que o grande Pai esteja sempre iluminando seus caminhos, muito obrigado a todos que leram, comentaram e participaram deste evento.

O final do conto será com a postagem dos escritos de todos os amigos que escreveram alguma coisa sobre a viagem e enviaram para o contista, mas não será editado com o conto que pretendo postar no e-livro, pois, não seria justo se houver uma publicação oficial, ter os seus crédito engolidos num livro sem remuneração, Se isto vier a acontecer será com a aquiescência dos que fizeram seus próprios textos.. Mais uma vez obrigado aos poetas do Recanto das letras. “Paz a todos”.

Valdemiro Mendonça

“Trovador das Alterosas”