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Escola de Ensino Fundamental e Médio Heitor Villa-Lobos Professora: Adélia Perrut Dias Gêneros e tipos textuais Relatório Gêneros poéticos: “mas quando falo dessas pequenas felicidades certas,( ...)é preciso olhar, para poder vê-las assim.” ( Cecília Meireles) Falar de poesia é falar de arte e, para isso, é importante aguçar a percepção, projetar um “olhar” à vida e para todas as coisas que a cercam. Esse olhar foi determinante para alcançar os objetivos das aulas que giraram em torno de gêneros poéticos e, que agora, passo a descrevê-las: Cada momento era como se estivesse produzindo uma foto mais que tridimensional, cuja altura ia além das nuvens, o comprimento além do horizonte e a largura compreendia os braços do mar. O tema das aulas girou em torno de felicidade e, para uma turma de crianças e adolescentes do 7º ano, a felicidade consta de coisas concretas, como pude perceber em conversa com eles. Para eles, a felicidade estava atrelada a casa, comida, dinheiro, brinquedos e roupas. Assim como um bebê em seu desenvolvimento necessita de objetos para tocar e sentir, os alunos também associam a felicidade àquilo que vivenciam em suas casas. O contato com os pais gira em torno de discussões sobre as necessidades básicas da lei de sobrevivência humana. Logo, ao tentar ultrapassar esses limites, conduzi-los a sonhar, fazer nascer e cultivar a esperança, pensar que a vida deve ser vivida a cada momento se torna complicado. Pois, a realidade não lhes permite sonhar. Tanto para os alunos quanto para mim, falar de felicidade é algo que nos remete a um constante enfrentamento, onde condições de vida ou qualidade de vida só se vê no papel, estampados em propagandas ou na eterna “burguesia”. Enquanto, trabalho e educação estão vinculados por uma oratória de que, aluno e professor necessitam dos estudos para garantir sua sobrevivência, e, são impostos então, travamos a luta: A sorte está lançada e que vença o mais forte! Ignoramos as armas dos inimigos, pois, contra o pensamento não se pode vencer. Assim as idéias se renovam enquanto na vida as marcas permanecem. E essas marcas é que

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Escola de Ensino Fundamental e Médio Heitor Villa-Lobos

Professora: Adélia Perrut Dias

Gêneros e tipos textuais

Relatório

Gêneros poéticos:

“mas quando falo dessas pequenas felicidades certas,( ...)é

preciso olhar, para poder vê-las assim.”

( Cecília Meireles)

Falar de poesia é falar de arte e, para isso, é importante aguçar a percepção, projetar

um “olhar” à vida e para todas as coisas que a cercam.

Esse olhar foi determinante para alcançar os objetivos das aulas que giraram em torno

de gêneros poéticos e, que agora, passo a descrevê-las: Cada momento era como se

estivesse produzindo uma foto mais que tridimensional, cuja altura ia além das nuvens, o

comprimento além do horizonte e a largura compreendia os braços do mar. O tema das aulas

girou em torno de felicidade e, para uma turma de crianças e adolescentes do 7º ano, a

felicidade consta de coisas concretas, como pude perceber em conversa com eles. Para eles, a

felicidade estava atrelada a casa, comida, dinheiro, brinquedos e roupas. Assim como um bebê

em seu desenvolvimento necessita de objetos para tocar e sentir, os alunos também associam

a felicidade àquilo que vivenciam em suas casas. O contato com os pais gira em torno de

discussões sobre as necessidades básicas da lei de sobrevivência humana. Logo, ao tentar

ultrapassar esses limites, conduzi-los a sonhar, fazer nascer e cultivar a esperança, pensar que

a vida deve ser vivida a cada momento se torna complicado. Pois, a realidade não lhes permite

sonhar.

Tanto para os alunos quanto para mim, falar de felicidade é algo que nos remete a um

constante enfrentamento, onde condições de vida ou qualidade de vida só se vê no papel,

estampados em propagandas ou na eterna “burguesia”. Enquanto, trabalho e educação estão

vinculados por uma oratória de que, aluno e professor necessitam dos estudos para garantir

sua sobrevivência, e, são impostos então, travamos a luta: A sorte está lançada e que vença o

mais forte! Ignoramos as armas dos inimigos, pois, contra o pensamento não se pode vencer.

Assim as idéias se renovam enquanto na vida as marcas permanecem. E essas marcas é que

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nos fazem renascer das cinzas e ter a esperança em um “Futuro”. Quem sabe um futuro bem

próximo.

Percebo que não há como soltar as amarras enquanto não refletirmos e percebermos

que somos “cidadãos”. É preciso tomar posse do que realmente temos direito.

Talvez para muitos essas aulas soem apenas como um desabafo.Mas, a real intenção

quando deparei com a crônica de Cecília Meirelles: “A Arte de ser feliz” e com o poema de

Vinícius de Moraes: “Operário em Construção”foi de mostrar que a felicidade consiste na

forma de olhar,de perceber a vida. Assim, pude dizer não, abrir minhas janelas, tirar as trancas

enferrujadas e ver crescer em mim a necessidade de construção. Para isso, anotar era pouco.

Era preciso olhar, refletir sobre minhas ações. Hoje sou professora, aluna, operária, poetisa e

uma “visionária” e dessa faço minha profissão.

Começar a aula não é mais preocupação, chego cantando: “Viver e não ter a vergonha

de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz...”

De repente vejo sorrisos e ouço vozes:

_Você está feliz professora?

Olho para os alunos e digo:

_Vamos ser felizes...

Repito a canção, sinto que já não estou só, os olhinhos cantam comigo enquanto as

janelas do coração vão se abrindo... Leio o poema “ O operário em construção”. E agora José?

O que eles vão dizer? Percebo que eles falam com perfeição, sabem olhar... Hora de ver o dia-

a-dia, vamos à leitura: A arte de ser feliz. Antes pergunto:

_ O que é a arte?

Nem todos sabem responder, não aprenderam que a arte vislumbra o belo e que o

belo está dentro de cada ser. É saber fazer e se sentir realizado. Prossigo, já percebo que são

artistas. Deixam brotar e derramar os sentimentos.

Após a leitura percebemos que a palavra não comporta o pensamento e que a mesma

não resiste à poesia. Poesia... Rimar, amor, amar, mar... Mar de significados, as palavras vão

ganhando forças vão construindo edifícios de saberes com muitas janelas coloridas... Umas de

frente para o mar às vezes, outras de frente para o jardim e outras para rua – Rua: Progresso,

acesso, mão e contramão, duas vias, passagens de pedestre – Passagem do cidadão. Agora

deixo livre, escancaro as janelas e atrevo-me a pedir uma canção:

_Cante alunos, conte um canção, perceba o som que vem do coração. Indique, identifique,

embalem-se na canção, por favor, deixem falar o coração. Qual música poesia história de vida

você gosta e tem para contar?

Pensava ser tarefa difícil. Difícil?! Foi a organização, todos sabem a canção que embala

seus sonhos sua história de vida que os fazem feliz. Nesse momento a felicidade se torna em

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diversas cores e tons e a escrita não comportam a emoção, o flash da máquina não pode

conter o sentimento... Todos estão atentos.

_Escutem, esta também é uma linda história.

_Algumas são tristes, professora, por quê?

_Não sei dizer. Ouçam com o coração, respeite a dor, o amor, o desamor, é hora de

construção...

No final as histórias se entrelaçam, as canções se misturam, o que se ouve é um som

harmônico. Todos uníssonos constroem a mais bela canção. Agora, os operários, os artistas, os

cantores e poetas são alunos que sabem que a vida é um projeto cujo arquiteto é Deus .E que

os sons, as melodias e os ritmos são mensurados por Ele. E a felicidade é viver amando tudo e

a todos, como se não houvesse o amanhã.

Quero que ao falar dessas pequenas coisas que nos fazem felizes, não pensem que seja

um ótimo projeto, ou um jeito diferente de dar aula, mas, que cada um possa abrir sua janela

deixar a vil matéria e passar a construir o respeito, a dignidade e formar cidadão.

Essa é a arte e dessa arte não se morre...

“Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será. Mas isso não impede que eu repita é

bonita é bonita e é bonita...”.