Valéria Andrade - Dramaturgia Feminina No Nordeste e Em Portugal

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Ensaio sobre teatro e mulher no Brasil e em Portugal

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  • Anais do XIV Seminrio Nacional Mulher e Literatura / V Seminrio Internacional Mulher e Literatura

    DRAMATURGIA CONTEMPORNEA DE AUTORIA FEMININA NO NORDESTE DO BRASIL E EM PORTUGALValria Andrade1

    Minha comunicao nesta mesa-redonda sobre dramaturgia de autoria feminina visa apresentao de um projeto de pesquisa que tem como foco a produo literria desenvolvida por dramaturgas no Nordeste do Brasil e em Portugal. Seu ttulo, o mesmo da comunicao, acrescido de um subttulo Dilogos interculturais , sinaliza para o momento atual de um percurso de pesquisa iniciado nos idos de 1992, ou seja, h duas dca-das, cuja proposta central, bifurcada em duas linhas, vem contemplando o estudo de textos para teatro escritos por mulheres no Brasil e, de outro lado, a discusso em torno da clandestinidade desta produo, seja no que se re-fere ao nosso mercado editorial, seja no contexto da nossa academia, tanto na rea da literatura e das artes cnicas, quanto na dos estudos de gnero. Em texto publicado recentemente na coletnea Leio teatro, organizada pelo Prof. Dr. Andr Lus Gomes, anotei minha inquietao sobre um dos desdo-bramentos mais nocivos da condio de clandestinidade dos textos para te-atro escritos por mulheres que a no circulao pblica como material im-presso, em razo da ao discriminatria do mercado editorial (ANDRADE, 2010). Em outras palavras, para esta parte da nossa produo literria, um prejuzo grave da condio de fora-da-lei no poder adentrar os muros da cidade editorial, ou seja, no ser publicado e, portanto, no ser lido, no ser apreciado, no ser discutido, no ser estudado. Em resumo: no parti-cipar da vida pblica e da prpria sociedade, no entrar na corrente viva das trocas culturais, expresso usada por Simone Schmidt, no seu prefcio ao terceiro volume da antologia Escritoras brasileiras do sculo XIX.

    O projeto que apresento aqui tem a marca desta inquietao e sua proposta de interlocuo a partir da produo escrita para o palco por mu-lheres em dois contextos distintos da lusofonia refora minha insistncia em promover o ingresso desta produo, em particular a brasileira, na corrente viva das trocas culturais, afirmando que as dramaturgas brasileiras existem, 1 Doutora em Letras. Professora de Teoria Literria e Literatura Brasileira na UFCG.

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    enfatizando-se agora os dilogos discernveis entre contextos socioculturais ambiguamente prximos e distantes como o brasileiro e o portugus.

    Meu interesse em estudar a dramaturgia contempornea de uma perspectiva intercultural surge como demanda processual da prpria pes-quisa sobre autoria feminina no campo da dramaturgia, que iniciei no con-texto do revisionismo feminista, buscando num primeiro momento reconhe-cer plenamente a contribuio autoral das mulheres no processo formativo da dramaturgia brasileira (ANDRADE [SOUTO-MAIOR], 1996) e, em segui-da, reconstituir e compreender as condies da sua irrupo silenciosa e longamente silenciada no sculo XIX (ANDRADE [SOUTO-MAIOR], 2001).

    Na sequncia destas propostas revisionistas, passando pela leitura crtica de textos fundadores desta tradio de autoria feminina e por dis-cusses sobre as relaes entre suas autoras, cheguei a reflexes voltadas para a produo do sculo XX, uma delas relacionada ao lugar de silen-ciamento tambm das nossas dramaturgas contemporneas, sobretudo as que escrevem fora dos grandes centros culturais do pas, em diferentes es-paos da lusofonia.

    Em torno desta questo tenho concentrado minha atividade de do-cncia e de pesquisa mais recente, a partir de duas linhas, ambas desen-volvidas a partir de projetos de pesquisa um sobre a produo de Lourdes Ramalho, autora radicada no interior da Paraba, o outro centrado na dra-maturgia portuguesa, apoiados, respectivamente, pelo CNPq e Fundao Calouste Gulbenkian.

    frente do primeiro, intitulado Lourdes Ramalho e o teatro na Pa-raba na segunda metade do sculo XX: representaes e possibilidades de leitura desenvolvi, entre 2003 e 2006, junto Universidade Federal da Paraba, em Joo Pessoa-PB, atividades relacionadas ao estudo crtico-in-terpretativo dos textos da autora, em que o Nordeste, para alm dos este-retipos de misria e exotismo pitoresco, redefinido esteticamente, seja como emprio memorial e de ressignificao da herana cultural popular, seja como espao de relaes sociais de opresso a transformar, em espe-cial as que compem a ordem de gnero. A ideia norteadora do projeto, de

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    tirar o teatro de dentro da sala de teatro, sobretudo pela mediao do pa-pel impresso indicou o caminho seguido no sentido de organizar a obra da autora em edies anotadas e comentadas, dentro de um projeto editorial, cujos resultados mais recentes so os volumes Teatro em cordel (RAMALHO, 2011a) e Mulheres (RAMALHO, 2011b) que sero entregues ao pblico, em primeira mo, logo mais na Sesso de Lanamentos deste evento.

    Alm de promover o dilogo direto e pessoal com a autora cuja generosidade foi definitiva para garantir a execuo da proposta editorial , o projeto contemplou ainda a sala de aula como espao de dilogo, favore-cendo a abertura do foco de pesquisa em torno de outras autoras da regio que vm escrevendo para o palco brasileiro e confirmando a crescente in-curso da autoria feminina no universo da dramaturgia produzida no Nor-deste brasileiro. Foram estudadas outras trs autoras Eleonora Montene-gro, Agla Fontes, Celly de Freitas de um olhar crtico focado nos estudos de gnero, buscando-se articular esta perspectiva relao desenvolvida por cada autora com o universo popular da regio. Numa terceira vertente do projeto, promovi a recepo da dramaturgia estudada em um assenta-mento rural vizinho capital paraibana. Buscando outras possibilidades de leitura do texto dramtico e acolhendo interesses relacionados experin-cia cnica, este eixo da proposta desenvolveu-se tambm como estratgia de incluso social.

    Provocada pela riqueza de referncias ao universo ibrico presente, sobretudo, na produo de Lourdes Ramalho, enveredei por caminhos de Portugal em busca das dramaturgas do lado de l do Atlntico e, entre 2007 e 2008, desenvolvi o projeto Ins viva!: a paixo amorosa na dramatur-gia portuguesa contempornea de autoria feminina, junto Universidade do Algarve, em Faro/Portugal. Centrado na discusso das dinmicas de g-nero emergentes no contexto portugus contemporneo, o projeto visou ao entendimento da natureza da experincia passional e seus vrios sentidos em relao aos diferentes modos de estar-no-mundo de mulheres e homens a partir de textos teatrais escritos por Fiama Hasse Pais Brando, Maria Es-tela Guedes e Eduarda Dionsio, nos quais as autoras recontam a histria de amor entre Pedro e Ins de Castro, tendo como primeiro resultado parcial o ensaio Era uma vez Ins: o(s) mito(s) desnudo(s) na dramaturgia portugue-

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    sa de autoria feminina, publicado na coletnea Pesquisa em dramaturgia, organizada pelo Prof. Dr. Digenes Vieira Maciel.

    , portanto, no entrecruzar destes dois projetos que nasce a pro-posta focada na dramaturgia contempornea lusfona de autoria feminina escrita no Nordeste brasileiro e em Portugal, em que sero estudadas qua-tro autoras: Lourdes Ramalho e Aninha Franco, brasileiras; Estela Guedes e Eduarda Dionsio, portuguesas.

    Quem so estas quatro autoras? Lourdes Ramalho, nome mpar na histria do teatro da Paraba, e Aninha Franco, realizadora de um projeto de democratizao da cena implantado em Salvador-BA, compem uma cons-telao autoral significativa no cenrio teatral de sua regio, seja por ates-tar a consolidao da tradio de autoria feminina neste universo da cultura brasileira, seja pela discusso que muitos de seus textos teatrais promovem em torno de vrios paradigmas patriarcais de organizao social. Trs mu-lheres e Aparecida, A comida de Nzinga e Esse Glauber, da autora baiana, ao lado de As velhas, Romance do conquistador e Os mal-amados, da parai-bana, so produes exemplares do projeto emancipatrio que tem mobi-lizado o contexto da dramaturgia contempornea produzida por mulheres no Nordeste brasileiro. Maria Estela Guedes e Eduarda Dionsio guardam singularidade e relevncia no contexto da dramaturgia portuguesa no femi-nino, na medida em que suas releituras da narrativa mtico-histrica sobre Ins de Castro, para alm de fazer a tragdia olhar para si mesma e seu pr-prio absurdo, operam, de um lado, apontando para o processo de falncia do padro dominante de masculinidade e, de outro, indiciando inquietaes femininas em relao s mutaes do modelo de feminilidade.

    Que corpus da dramaturgia destas autoras ser estudado e sob que perspectiva terica? Incorporando o foco crtico-interpretativo sobre a plu-ralidade de formas de viver o feminino e o masculino nas sociedades con-temporneas, o novo percurso parte de quatro monlogos A Boba: mon-logo em trs insnias e um despertador (2006), de Estela Guedes; Guiomar filha da me (2003), de Lourdes Ramalho; Trs mulheres e Aparecida (2000), de Aninha Franco e Falas da Castro (1992), de Eduarda Dionsio. A partir deste corpus pretende-se reconhecer as fronteiras por onde transitam e so

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    negociadas diferentes identidades e relaes de gnero surgidas no Brasil e em Portugal contemporaneamente. Definidas pelo modelo sociocultural mediterrneo, estas relaes passam, dialeticamente pela hegemonia do masculino e pela fora das anguas, herdada de nossas bisavs de san-gue ibrico, em que se fundem os modelos de mulher-fmea, me vereran-da/mater dolorosa e matriarca.

    Quem so e como se delineiam as protagonistas dos quatro mon-logos escolhidos? Na verdade, elas perfazem um total de sete mulheres: Maria Miguis, an e boba da corte; Guiomar, moradora de rua que foi pro-fessora de histria; uma prostituta no nomeada, identificada com Ins de Castro; e Aparecida, mendiga de rua, triplicada, ao longo da ao dramti-ca, em Maria Pureza, Jacapu Coema e Luedji, respectivamente, uma pros-tituta portuguesa, uma ndia tupinamb e uma escrava angolana. Hbridas de identidade e diferena, estas sete mulheres compartilham suas vozes marginais com eus de vrios espaos-tempos na construo de verses al-ternativas da histria oficial de suas naes, seja recompondo o caldeiro tnico-cultural em que se formou a identidade brasileira, no caso de Guio-mar e Aparecida, seja transmutando a tragdia oficial fundadora da identi-dade portuguesa, no caso de Miguis e da outra Ins.

    Se Guiomar e Aparecida elaboram as suas verses da histria verde-e-amarela enquanto perambulam na rua, por entre o lixo urbano e as sobras do que elas prprias foram um dia e isso as irmana para alm da naciona-lidade brasileira , as portuguesas revelam, inequivocamente, sua pertena a esta confraria, para alm daquela nascida historicamente entre as duas naes-irms. A an medieval, hospedada num stio eletrnico da WEB, dor-me na lixeira de um computador gigante e de l que sai aos trambolhes para vir ao sculo XXI declarar-se testemunha auditivo-ocular e, mais que isso, a mentora dos eventos que culminaram no final trgico da Castro. Por sua vez, a outra Castro, presa no espelho de seu toucador aps mais uma jornada noturna, luta em meio a imagens estilhaadas da rainha-morta e de uma estranha mulher, nas quais j no se reconhece. Migrantes no tempo e no espao, estas mulheres, personagens mltiplas na impermanncia dos lugares que ocupam, assimilam a proposta contempornea da reciclagem e, na ronda discursiva de cada uma, propem uma nova ordem, pautada na

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    mistura e, portanto, no princpio do dilogo entre diferentes.Considerando as observaes de Maria Helena Werneck (2006)

    acerca do fechamento de portas do teatro brasileiro no sculo XX herana teatral lusitana tal como se dera no sculo anterior e, de outro lado, das inquietaes surgidas na academia a partir do rechao desta noo de he-rana, a questo de como desenvolver abordagens comparativas das dra-maturgias dos dois pases de lngua portuguesa torna-se crucial, j que, conforme se expressa a pesquisadora, as peas no se movem entre seus portos, [] [e] as influncias, as mediaes entre culturas esto aparente-mente suspensas (WERNECK, 2006, p. 231). No caso da proposta que aqui se apresenta, tal constatao deve ser modulada, uma vez que a dramatur-gia de Lourdes Ramalho, por exemplo, sobretudo na dcada de 1990, apor-tou na cena lusitana vrias vezes, de l, inclusive, voltando premiada, como tambm j foi encenada, mais de uma vez, em produes luso-brasileiras apresentadas no Brasil e em Portugal.2 Estela Guedes, por seu lado, tem dialogado com o Brasil, seja participando de eventos acadmico-culturais no pas, seja inserindo-se no mercado editorial local impresso e eletrnico.3 No se discute, porm as dificuldades em torno de um estudo que pretende conhecer e discutir as relaes entre as produes das autoras em foco, so-bretudo dada a inrcia, de ambos os lados, quanto a projetos de encenao de dramaturgas portuguesas no Brasil.

    Na sequncia de uma linha de trabalho que vem buscando o en-tendimento de como se formalizam esteticamente o feminino e o masculi-no na dramaturgia contempornea de autoras brasileiras e portuguesas, a trilha que se impe a do entrecruzamento dos vrios e diferentes outros surgidos na cena teatral dos dois lados do Atlntico. Em outras palavras, a exigncia incontornvel que a prpria pesquisa se faz aponta para o reco-2 Registram-se as encenaes dos seguintes textos: As velhas, Romance do Conquistador, O trovador encantado, Reino de Preste Joo, O Pssaro Real, Prespio Mambembe, O diabo religioso e Guiomar filha da me. Para informaes em pormenor, cf. http://www.lourdesramalho.com.br/vida/cronologia.pdf. 3 Em 2009, a autora participou da Bienal Internacional do Livro do Cear e em 2010, entre outras participaes, lanou seu segundo livro editado no Brasil. O primeiro, Trptico a solo, editado em 2007, reedita dois de seus textos teatrais, um deles A Boba. Outras informaes, cf. http://www.triplov.com/estela_guedes/index.html.

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    nhecimento das similitudes e simultaneidades entre naes irms em ter-mos culturais e lingusticos, como tambm, e sobretudo, o reconhecimento das diferenas que, se de um lado, as torna to distantes (e at rivais, para dizer o mais difcil), poder, dialeticamente, torn-las mais prximas e quem sabe irman-las de fato. Tentar entender o outro do nosso outro, ou seja, indagar / enxergar com outros olhos como se colocam no mundo e se relacionam em particular quanto a relaes de gnero os diferentes outros de contextos socioculturais prximos e distantes como o brasileiro e o lusitano, pode contribuir para elucidar a compreenso das nossas res-pectivas identidades e, completando o ciclo, para tornar menos conflituosa a relao entre diferentes alteridades e, consequentemente, mais fecunda a dinmica das trocas culturais.

    Situada na interseco das reas de Literaturas de Lngua Portugue-sa, Estudos de Gnero e Dramaturgia/Teatro, a presente proposta pretende contribuir para a reviso do percurso histrico da dramaturgia e do teatro no Brasil e em Portugal, abrindo, contiguamente, uma frente de trabalho na perspectiva intercultural articulando os estudos de dramaturgia/teatro e es-tudos de gnero. Tendo, pois, como foco investigativo as relaes entre as dramaturgias portuguesa e brasileira de autoria feminina, sua contribuio se far no sentido de ampliar a rea dos estudos interculturais. Vislumbra-se como possibilidade especialmente frtil a interlocuo acadmica com pes-quisadores vinculados a espaos interdisciplinares de estudos e produo de conhecimento na rea das Literaturas de Lngua Portuguesa, como o da Ctedra Antnio Vieira de Estudos Portugueses/PUC-Rio/Instituto Cames. Inserido linha de pesquisa Cnones e margens nas literaturas brasileira e portuguesa, desenvolve-se nesta Ctedra, sob a coordenao da Prof. Dr. Maria Helena Werneck, o projeto Entre palcos e mares: o teatro em Por-tugal e no Brasil, fluxos e simultaneidades. Outros espaos de interaes possveis so: Universidade Federal de Campina Grande-Campus de Sum, onde atuo como docente do quadro efetivo; Universidade Nova de Lisboa, que abriga o Faces de Eva-Centro de Estudos sobre a Mulher; e, ainda, a Escola Superior de Teatro e Cinema/Instituto Politcnico de Lisboa, sede de estudos afins s reas de interesse da presente proposta, a exemplo dos desenvolvidos pela Prof. Dr. Eugnia Vasques.

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    A proposta apresenta-se, portanto, como instncia colaborativa no sentido alargar o dilogo entre as culturas brasileira e portuguesa na rea dos estudos em dramaturgia/teatro. A relevncia da pesquisa que se prope aqui aponta especialmente, portanto, para a possibilidade de insero do debate e da reflexo em torno da autoria feminina e das dinmicas sociais de gnero em espaos acadmicos destinados s discusses sobre o fazer teatral e suas relaes com outras manifestaes artstico-culturais. Crian-do, portanto, novos espaos para a recepo da dramaturgia, em particular a de autoria feminina, este projeto abre-se como ao poltica no sentido de romper com o estatuto de clandestinidade desta produo, seja em refern-cia ao mercado editorial, seja no contexto dos estudos acadmicos, tanto na rea dos estudos literrios, como na dos estudos de gnero e estudos teatrais, indiferentemente de ser esta produo desenvolvida num pas eu-ropeu ou americano, fora ou no dos grandes centros culturais.

    No devendo me alongar mais, devo, ainda, explicitar um dos objeti-vos especficos da proposta apresentada, por estar ligado justamente mi-nha inquietao referida no incio e, portanto, a aes necessrias para se construir um lugar fora da clandestinidade para o texto escrito por mulheres para o palco. Como atividade que d significncia execuo do projeto, prope-se organizar uma antologia anotada e comentada da dramaturgia estudada, a partir de experincias compartilhadas entre as vrias instn-cias de interlocuo apontadas acima como possveis no mbito do projeto, em especial as promovidas com as autoras.

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    Bibliografia

    ANDRADE, Valria. Autoria feminina e o texto escrito para o palco: editar preciso, ler tambm. In: GOMES, Andr Lus (org.). Leio teatro: dramaturgia brasileira contempornea, leitura e publicao. So Paulo: Horizonte, 2010. p. 229-242.ANDRADE, Valria. Era uma vez Ins: o(s) mito(s) desnudo(s) na dramaturgia portuguesa de autoria feminina. In: MACIEL, Digenes A. Vieira (org.). Pesquisa em dramaturgia: exerccios de anlise. Joo Pessoa: Ideia, 2010. p. 153-173.ANDRADE [SOUTO-MAIOR], Valria. Entrelinhas e mscaras: a formao da dramaturgia de autoria feminina no Brasil do sculo XIX. Tese (Doutorado em Letras). Programa de Ps-Graduao em Letras, CCHLA, Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa-PB, 2001.ANDRADE [SOUTO-MAIOR], Valria. O florete e a mscara: Josefina lvares de Azevedo, dramaturga do sculo XIX. Florianpolis: Mulheres, 1996.RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro [quase] completo. Organizao, fixao de textos, estudo introdutrio e notas de Valria Andrade e Digenes Maciel. Macei: Edufal, 2011a. Vol. I: Teatro em cordel.RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Teatro [quase] completo. Organizao, fixao de textos, estudo introdutrio e notas de Valria Andrade e Digenes Maciel. Macei: Edufal, 2011a. Vol. II: Mulheres.WERNECK, Maria Helena. Entre mares e palcos: notas sobre Esther Leo (1892-1971), uma portuguesa no teatro brasileiro. In: MALUF, Sheila D. e AQUINO, Ricardo Bigi de (Orgs.). Dramaturgia em cena. Macei: Edufal, 2006, p. 227-242.