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BRENO QUINTELLA FARAH VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: VALORES NORMATIVOS E FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES CAMARAGIBE 2013

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BRENO QUINTELLA FARAH

VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: VALORES NORMATIVOS E

FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES

CAMARAGIBE

2013

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BRENO QUINTELLA FARAH

VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: VALORES NORMATIVOS E

FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Hebiatria: determinantes de saúde na adolescência, como requisito à obtenção do título de mestre. Orientador: Dr. Raphael Mendes Ritti-Dias

CAMARAGIBE

2013

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO

CURSO DE MESTRADO EM HEBIATRIA – DETERMINANTES DE SAÚDE NA

ADOLESCÊNCIA

A dissertação VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: VALORES

NORMATIVOS E FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES

Elaborada por Breno Quintella Farah

Foi julgada pelos membros da Comissão Examinadora e aprovada para obtenção do

grau de MESTRE EM HEBIATRIA em sua forma final pela Faculdade de

Odontologia de Pernambuco – FOP/UPE

Camaragibe, 24 de abril de 2013

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Wagner Luiz do Prado

Universidade de Pernambuco

Prof. Dr. Mauro Virgílio Gomes de Barros

Universidade de Pernambuco

Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

Universidade de Pernambuco

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AGRADECIMENTOS

Acredito que, em uma conclusão de mestrado, representada pela elaboração

dessa dissertação, não devem ser levados apenas em consideração os últimos 24

meses, mas sim todo processo produtivo, cujo início remonta à época da graduação.

Por isso, gostaria de agradecer a todos que me ajudaram nesse período.

Ao Professor Wilson Viana, a primeira pessoa que me estimulou a seguir na

área acadêmica. Um grande amigo que, em 2007, ao reunir alguns alunos da

graduação para “apenas” estudar Biomecânica, ajudou a formar um extraordinário

grupo de amigos, o Grupo da Morte, cujos integrantes, Windson, Thiago, Wellisson,

Rogério e Mateus, sempre estarão presentes na minha vida.

Ao meu orientador, Dr. Raphael Mendes Ritti-Dias, exemplo de dedicação e

competência, que sem dúvida é o principal responsável pela minha formação

acadêmica. Agradeço muito pelas oportunidades, confiança, empenho e amizade

dedicados ao longo de todo esse período de convivência.

Ao Professor Dr. Mauro V. G. de Barros, meu professor na graduação, que

me abriu as portas para conhecer essa bendita Estatística; mostrando-se, inclusive,

sempre solícito quando necessitei de sua ajuda. É um privilégio tê-lo na minha banca

de mestrado.

Aos amigos do Grupo de Estudos e Pesquisa em Hemodinâmica e

Metabolismo pela excelente convivência: Rafael, Paulo, Bruno, Fabio, Marília,

Antônio Henrique, Bruna, Júlio, Larissa, Thaliane, Patrícia, Renata, Heitor, Raysa,

Dalton, Victor Hugo, Thiago, Camila e Tércio. Sem esquecer, obviamente, de fazer

um agradecimento especial para aqueles que iniciaram esse sonho, amigos que

sempre lembrarei em minha vida, independentemente do que o destino nos reserva:

Aluísio Lima, Ozéas Filho, Gleyson Queiroz e Annelise Meneses (a equipe lost),

Gustavo Correia, Alessandra Miranda, Prof. Sergio Cahú e sua caríssima esposa

Lausanne.

Aos grandes parceiros de ATITUDE, projeto ATITUDE, por tornar esse

período árduo de coletas em momentos, por diversas vezes, prazerosos, apesar das

discussões, que, aliás, sempre buscaram o melhor do grupo. Não tinha coisa melhor

do que conversar com Luciano e Anísio após uma viagem de 300 km ou apenas 45

km, em uma estrada de barro! Era motivação pura, muitas risadas, só felicidade...

Além desses dois grandes amigos, tenho que agradecer a essa grande equipe:

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Mariana Berenguer, Ana Raquel, Rodrigo, Marina, Rildo, Luana Cheng e Simone

Santos e muitos outros que ajudaram nas coletas.

Aos Professores Dr. José Cazuza de Faria Júnior, Dr. Crivaldo Gomes

Cardoso Júnior, Dr. Wagner Luiz do Prado e Dra. Clara Maria Silvestre Monteiro de

Freitas pelo carinho e ajuda dada ao longo desse período.

A Professora Dra. Claudia Lucia de Moraes Forjaz por abrir as portas do seu

laboratório e contribuir para minha formação acadêmica, possibilitando a construção

de uma amizade no período em que realizei o estágio em São Paulo.

Aos grandes colegas do laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da

Universidade de São Paulo (LAHAM-USP), que fizeram me sentir em casa, quando

lá estive: Gabriel Cucato, Marcel Chehuen, Leandro Brito, Dinoélia Souza, Andréia

Queiroz, Carlinha, Tereza Bartholomeu, Hélcio Kanegusuku, Rafael Rezende, Natan

Júnior, Riani Costa e também o meu grande amigo, João Paulo dos Anjos, que

desde a época da graduação convivemos juntos.

Aos meus queridos colegas da turma de Hebiatria de 2011, por esses dois

anos de um excelente convívio e sempre na busca pelo “A1”.

Aos meus pais Samir e Silvia que tanto amo e que, mesmo sem muitas vezes

entender esse processo, apoiaram-me, juntamente com seus atuais companheiros

Anita e Branco. AMO VOCÊS!

A minha avó Ariadne Quintella que amo tanto e que, com certeza, é a

principal responsável por eu estar aqui. Foi ela quem me deu a grande oportunidade

de ser educado nos melhores colégios, o que possibilitou minha entrada na

Universidade.

A minha avó Ceci que cuidou de mim quando criança, dando-me muito amor e

“papa de chocolate”.

Aos meus irmãos Samira e Danilo, para os quais tenho amor incondicional e a

certeza que sempre poderei contar com eles, como também com meu cunhado e

grande amigo Caio e a minha cunhadinha querida Karina.

Aos meus sobrinhos Gabriela, Letícia, Marquinhos (trio da pesada), Amanda e

o mais novo membro da família que ainda esperamos por sua chegada iluminada.

A parceira de toda uma vida, que Deus quis que eu conhecesse, para minha

sorte, ainda na adolescência, Marianna Caminha Ferraz Nunes, a minha futura

esposa, que sempre esteve comigo nesse período, nos momentos felizes, mas

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principalmente me dando apoio incondicional nos momentos difíceis, que não foram

poucos. Minha preta, MUITO OBRIGADO! Te amo.

A minha segunda Grande Família, que fazem dos meus finais de semana uma

alegria, minha sogra Dra. Elizabete; meu sogro Sergio Ferraz; minhas cunhadas

queridas Marcella e Millena e seus esposos Chirs e Bruno, como também aos seus

filhotes Cauã, Bruna e Isabela.

Aos meus dois primos Tarek Tarcisio e Petrus (Tio Pepi) que tenho como

queridos irmãos.

A CAPES, pelo apoio financeiro que me foi conferido em todo o curso,

permitindo assim me dedicar de forma exclusiva ao Mestrado.

Aos estudantes, ao Governo do Estado de Pernambuco, aos diretores e aos

professores das escolas que permitiram a realização das nossas coletas.

Por fim, gostaria de agradecer às pessoas que torceram por mim e que de

forma direta ou indireta contribuíram nesse processo.

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RESUMO

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) tem sido empregada como marcador

de risco cardiovascular em grupos com diferentes condições de saúde. Como as

doenças cardiovasculares podem se manifestar desde a infância, é possível que

parâmetros da VFC já estejam alterados em adolescentes. No entanto, existe

dificuldade na interpretação dos parâmetros da VFC em jovens, visto que inexistem

valores normativos. Dessa forma, os objetivos do presente estudo foram estabelecer

valores normativos da VFC em adolescentes e analisar os fatores associados aos

parâmetros da VFC nesse grupo. Fizeram parte da amostra 1152 adolescentes, do

sexo masculino, com idade entre 14 e 19 anos, recrutados nas escolas de ensino

médio da rede pública do Estado de Pernambuco. A VFC foi obtida através de

monitor de frequência cardíaca. Em posse dos sinais, foram obtidos os parâmetros

no domínio do tempo (desvio-padrão de todos os intervalos RR [SDNN], raiz

quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais

adjacentes [RMSSD] e percentagem dos intervalos adjacentes com mais de 50ms

[PNN50]) e o domínio da frequência (bandas de alta [AF] e baixa [(BF] frequências e

balanço simpatovagal [BF/AF]). Os adolescentes foram classificados quanto: ao

nível de atividade física habitual (insuficientemente ativo e ativo), à prática de

esportes (sim ou não), à obesidade abdominal (presença e ausência), ao excesso de

peso (presença e ausência) e à pressão arterial elevada (presença e ausência). Para

descrição dos parâmetros da VFC, foram utilizados os percentis 5, 10, 25, 50, 75, 90

e 95, bem como a média. A análise de regressão logística binária foi empregada

para analisar o grau de associação dos parâmetros da VFC com os fatores de risco

cardiovascular (níveis insuficientes de atividade física, não prática de atividades

esportivas, obesidade abdominal, excesso de peso e pressão arterial elevada). O

valor do primeiro quartil do SDNN foi 44,5 ms, da RMSSD foi 33,2 ms, do PNN50 foi

11% e da banda de AF foi 35,7 un. O valor do quarto quartil do BF/AF foi 1,80 e da

banda de BF foi 64,3 un. O nível insuficiente de atividade física foi associado com

menor SDNN (OR=1,39; IC95% 1,04-1,86). Não praticar atividades esportivas foi

associado com menor SDNN (OR=1,73; IC95% 1,27-2,35), RMSSD (OR=1,70;

IC95% 1,25-2,01) e PNN50 (OR=1,69; IC95% 1,23-2,28). A obesidade abdominal foi

associada com menor RMSSD (OR=1,51; IC95% 1,07-2,15), PNN50 (OR=1,55;

IC95% 1,09-2,19), AF (OR=1,48; IC95% 1,04-2,10) e maior BF/AF (OR=1,51; IC95%

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1,07-2,15) e BF (OR=1,48; IC95% 1,04-2,10). O excesso de peso foi associado com

menor PNN50 (OR=1,44; IC95% 1,03-2,03). A pressão arterial elevada foi associada

com menor RMSSD (OR=2,09; IC95% 1,39-3,14), PNN50 (OR=2,08; IC95% 1,38-

3,12), AF (OR=1,81; IC95% 1,20-2,74) e maior BF/AF (OR=1,85; IC95% 1,22-2,81) e

BF (OR=1,81; IC95% 1,20-2,74). Em conclusão, a análise descritiva forneceu

indicadores que auxiliam a interpretação dos resultados da VFC em adolescentes.

Ademais, verificou-se associação significante entre os fatores de risco

cardiovascular e os parâmetros da VFC em adolescentes.

Palavras-chave: sistema nervoso autônomo, atividade física, obesidade, pressão

arterial, adolescentes, valor preditivo.

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ABSTRACT

Heart rate variability (HRV) has been used as a marker of cardiovascular risk in

groups with different health conditions. As cardiovascular disease may manifest since

childhood, it is possible that HRV parameters are already altered in adolescents.

However, there is difficulty in interpreting the HRV parameters in young, since there

are no normative values. Thus, the objectives of this study were to establish

normative values of HRV in adolescents and to analyze the factors associated with

HRV parameters in this group The sample included 1152 male adolescents aged 14

and 19 years, recruited from public high schools from Pernambuco State. HRV was

obtained using the heart rate monitor. Using heart rate signals the time domain

parameters (standard deviation of all RR intervals [SDNN], root mean square of the

squared differences between adjacent normal RR intervals [RMSSD] and the

percentage of adjacent intervals over 50 ms [PNN50]) and the frequency domain

(high bands [HF] and low [(LF] frequency and sympatho-vagal balance [LF/HF])

parameters were obtained. Adolescents were classified regarding: the habitual

physical activity level (insufficiently active and active), sports practice (yes or no),

abdominal obesity (presence or absence), overweight (presence or absence) and

high blood pressure (presence and absence). HRV parameters were described using

5th, 10th, 25th, 50th, 75th, 90th and 95th percentiles, as well as the mean. A binary

logistic regression analysis was used to examine the degree of association of HRV

parameters with cardiovascular risk factors (insufficient levels of physical activity, no

sports practice, abdominal obesity, overweight and high blood pressure). The value

of the first quartile of SDNN was 44.5 ms, the RMSSD was 33.2 ms, the PNN50 was

11% and the HF band was 35.7 nu. The value of the fourth quartile of LF/HF was

1.80 and the LF band was 64.3 nu. Insufficient level of physical activity was

associated with lower SDNN (OR=1.39; CI95% 1.04-1.86). Not practicing sports was

associated with lower SDNN (OR=1.73; CI95% 1.27-2.35), RMSSD OR=1.70; CI95%

1.25-2.01) and PNN50 (OR=1.69; CI95% 1.23-2.28). Abdominal obesity was

associated with lower (OR=1.51; CI95% 1.07-2.15), PNN50 (OR=1.55; CI95% 1.09-

2.19), HF (OR=1.48; CI95% 1.04-2.10) and higher LF/HF (OR=1.51; CI95% 1.07-

2.15) e LF (OR=1.48; CI95% 1.04-2.10). Overweight was associated with lower

PNN50 (OR=1.44; CI95% 1.03-2.03). High blood pressure was associated with lower

RMSSD (OR=2.09; CI95% 1.39-3.14), PNN50 (OR=2.08; CI95% 1.38-3.12), HF

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(OR=1.81; CI95% 1.20-2.74) and higher LF/HF (OR=1.85; CI95% 1.22-2.81) e LF

(OR=1.81; CI95% 1.20-2.74). In conclusion, the analysis provided descriptive

indicators that help in interpretation of HRV results in adolescents. Moreover, there

was a significant association between cardiovascular risk factors and HRV

parameters in adolescents.

Keywords: autonomic nervous system, physical activity, obesity, blood pressure,

adolescents,predictive value.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Descrição dos parâmetros da VFC e suas respectivas unidades e seus

indicadores.................................................................................................................21

Quadro 2. Síntese dos estudos que analisaram a associação entre atividade física e

os parâmetros da VFC realizados com crianças e adolescentes...............................23

Quadro 3. Síntese dos estudos que analisaram a associação da obesidade e os

parâmetros da VFC em adolescentes........................................................................25

Quadro 4. Síntese dos estudos que analisaram o efeito da hipertensão nos

parâmetros da VFC....................................................................................................27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Posicionamento do monitor de frequência cardíaca nos

adolescentes...............................................................................................................32

Figura 2. Posição dos adolescentes durante a coleta da VFC..................................32

Figura 3. Layout do programa Kubios HRV...............................................................33

Figura 4. Fluxograma de inclusão dos adolescentes no estudo................................37

Figura 5. Prevalência dos fatores de risco nos adolescentes (n=1152)....................38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características gerais dos adolescentes da amostra (n=1152).................38

Tabela 2. Comparação dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca de

acordo com a idade (n=1152).....................................................................................40

Tabela 3. Análise descritiva dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca

em adolescentes (n=1152).........................................................................................41

Tabela 4. Odds-ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) dos fatores de

risco à saúde com os parâmetros do domínio do tempo da VFC...............................42

Tabela 5. Odds-ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) dos fatores de

risco à saúde com os parâmetros do domínio da frequência da VFC........................44

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AF Banda de alta frequência

BF Banda de baixa frequência

BF/AF Balanço simpato vagal

IC95% Intervalo de confiança de 95%

OR Odds ratio

PNN50 Percentagem das diferenças sucessivas entre os intervalos RR maiores

que 50 milissegundos.

RMSSD Raiz quadrada da média das diferenças sucessivas ao quadrado, entre

os intervalos - RR adjacentes.

SDNN Desvio-padrão de todos os intervalos RR.

VFC Variabilidade da frequência cardíaca

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………...…………………………………………………........... 15

2. OBJETIVOS………………………………………………………………………… 18

2.1. Geral………………………………………………………………………..…… 18

2.2. Específico……………………………………………………………….……… 18

3. REVISAO DE LITERATURA........................................................................... 19

3.1. Adolescência e risco para doenças cardiovasculares............................... 19

3.2. Variabilidade da frequência cardíaca e risco cardiovascular..................... 20

3.3. Associação entre a variabilidade da frequência cardíaca e os fatores de

risco cardiovascular...................................................................................

24

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................ 30

4.1. Desenho do estudo.................................................................................... 30

4.2. População alvo e amostra do estudo........................................................ 30

4.3. Coleta de dados 32

4.3.1. Características demográficas e fatores de risco

cardiovascular...................................................................................

32

4.3.2. Avaliação antropométrica.................................................................. 32

4.3.3. Medida da pressão arterial................................................................ 33

4.3.4. Variabilidade da frequência cardíaca 33

4.4. Variáveis do estudo................................................................................... 36

4.4.1. Nível de atividade física habitual....................................................... 36

4.4.2. Atividades esportivas........................................................................ 36

4.4.3. Indicadores de obesidade................................................................. 36

4.4.4. Pressão arterial elevada................................................................... 37

4.5. Tabulação e análise dos dados................................................................. 37

5. RESULTADOS............................................................................................ 39

6. DISCUSSÃO............................................................................................... 46

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 52

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 53

ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa...………........................ 63

ANEXO B – Manual de procedimentos…………………….………………............ 64

ANEXO C – Questionnaire Global Student Health Survey………………............. 75

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente as doenças cardiovasculares constituem a principal causa de

morte no Brasil (MINSTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2010) e no mundo

(WILLIAMS, 2009). No Brasil, essas doenças foram a principal causa de internação

hospitalar entre os idosos e a quarta entre adultos no Sistema Único de Saúde, no

ano de 2001 (LOYOLA FILHO et al., 2004). É conhecido que fatores de risco que

predispõem o surgimento das doenças cardiovasculares na idade adulta são

adquiridos nas fases iniciais da vida, em especial na adolescência (DAVIS et al.,

2001; LI et al., 2003; RAITAKARI et al., 2003; TIROSH et al., 2010). Dessa forma, a

identificação precoce de marcadores de risco cardiovascular nessa população é

relevante, visto que pode fundamentar intervenções para prevenção dessas

doenças.

O sistema cardiovascular é regulado extrinsecamente pelo sistema nervoso

autônomo, por meio de suas fibras nervosas parassimpáticas e simpáticas, que

atuam de forma sinérgica em diversas regiões do corpo, dentre elas o coração

(MALLIANI & MONTANO, 2002; MALPAS, 2010). Em um sistema nervoso autônomo

íntegro, o esperado é que, em repouso, ocorra uma predominância da modulação

parassimpática no coração. Em contrapartida, em indivíduos com doenças

cardiovasculares, observa-se maior modulação simpática e menor modulação

parassimpática cardíaca, ainda que em repouso (Heart rate variability. Standards of

measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force of the

European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996; TSUJI et al., 1996; RAJENDRA ACHARYA et al., 2006;

VANDERLEI et al., 2009; MALPAS, 2010). De fato, estudos têm mostrado que um

balanço autonômico cardíaco em favor da modulação simpática é um importante

preditor de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de mortalidade em

adultos (TSUJI et al., 1994; LIAO et al., 1996; DEKKER et al., 1997).

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC), que consiste na variação de

tempo entre os batimentos cardíacos sucessivos (obtido através dos intervalos entre

as ondas R do ciclo cardíaco – intervalo RR), tem sido utilizada para quantificação

da modulação autonômica simpática e parassimpática cardíaca. Esse método não

invasivo tem sido considerado válido para a obtenção de informações referentes ao

risco cardiovascular em diferentes populações, incluindo adultos e idosos (Heart rate

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variability. Standards of measurement, physiological interpretation, and clinical use.

Task Force of the European Society of Cardiology and the North American Society of

Pacing and Electrophysiology, 1996; TSUJI et al., 1996; RAJENDRA ACHARYA et

al., 2006; VANDERLEI et al., 2009; MALPAS, 2010).

Por outro lado, em adolescentes, existe grande dificuldade na interpretação

dos dados da VFC, uma vez que não há valores normativos descritos na literatura

para essa população. De fato, os estudos anteriores que propuseram valores

normativos para os parâmetros da VFC foram realizados em crianças e adultos

(TSUJI et al., 1996; KIM & WOO, 2011; KOBAYASHI; PARK; MIYAZAKI, 2012;

MICHELS et al., 2012) e em indivíduos com doenças cardíacas (TSUJI et al., 1994;

PIVATELLI et al., 2012). Os valores normativos auxiliam na identificação de

indivíduos que apresentam valores diferentes daqueles considerados normais para

determinada população. Na prática clínica, essa estratégia vem sendo amplamente

utilizada para diversos marcadores de risco cardiovascular em adolescentes, como a

pressão arterial (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010). Como alterações na

VFC parecem anteceder o aparecimento da hipertensão se torna relevante a

existência de valores normativos desse marcador precoce de risco cardiovascular

(LIAO et al., 1996).

A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta, na

qual, muitas vezes, há a presença de fatores de risco cardiovascular (FARIAS

JÚNIOR et al., 2009; FARIAS JÚNIOR et al., 2011), consequência de um estilo de

vida pouco saudável. Dentre os fatores de risco cardiovascular, tem sido dada

atenção especial ao baixo nível de atividade física, a obesidade (central e geral) e a

pressão arterial elevada, devido à elevada prevalência e aos danos na saúde

cardiovascular (STEINBERGER et al., 2009; FRANKS et al., 2010; BALAGOPAL et

al., 2011; CHRISTOFARO et al., 2011; JUONALA et al., 2011; BARROS et al.,

2012).

Entretanto, apesar desses fatores de risco cardiovascular serem considerados

os principais moduladores do nível de saúde cardiovascular, poucos estudos têm

sido conclusivos quanto a sua associação com a VFC em adolescentes. Alguns

estudos (GUTIN et al., 2005; BUCHHEIT et al., 2007; HENJE BLOM et al., 2009)

mostraram que o maior nível de atividade física habitual está associado à melhor

VFC. Diversos estudos têm demonstrado que atividade física de maior intensidade

proporciona melhores benefícios na saúde cardiovascular de adolescentes

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(BUCHHEIT et al., 2007). Nesse contexto, sabe-se que a prática de atividades

esportivas, comum entre adolescentes, é normalmente realizada em maior

intensidade do que as atividades físicas habituais; entretanto, não é conhecido se a

prática de atividades esportivas está associada à VFC. Em relação à obesidade,

estudos têm demonstrado que adolescentes obesos têm VFC desfavorável,

comparada aos eutróficos (RIVA et al., 2001; RABBIA et al., 2003; GUTIN et al.,

2005; KAUFMAN et al., 2007; SOARES-MIRANDA et al., 2011). Por outro lado,

ainda é desconhecido qual indicador de obesidade (central ou geral) afeta mais

negativamente a VFC em adolescentes. Por fim, não há estudos na literatura que

tenham investigado a associação dos parâmetros da VFC com a pressão arterial

elevada em adolescentes, representando uma importante lacuna do conhecimento.

Dessa forma, embora a VFC venha sendo utilizada para avaliação da

integridade do sistema nervoso autônomo, e, consequentemente, como marcador de

risco cardiovascular, a interpretação dos dados na prática ainda é difícil, visto que

inexistem valores normativos para os parâmetros da VFC em adolescentes. Além

disso, ainda se faz necessário investigar a associação dos fatores de risco

cardiovascular com a VFC em adolescentes, o que permitirá conhecer melhor os

fatores intervenientes da VFC em adolescentes.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Estabelecer valores normativos da VFC em adolescentes e analisar os fatores

associados aos parâmetros da VFC nesse grupo etário.

2.2. Específico

Descrever os parâmetros da VFC no domínio do tempo e da frequência.

Analisar a associação dos parâmetros da VFC com o nível de atividade física

habitual, a prática de atividade esportiva, a obesidade abdominal, o excesso

de peso e a pressão arterial elevada em adolescentes.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Adolescência e risco para doenças cardiovasculares

Entende-se adolescência como uma fase caracterizada pela transição entre a

infância e a idade adulta, delimitada cronologicamente, pela Organização Mundial da

Saúde, pela faixa dos 10 aos 19 anos. No Brasil, esse critério também é adotado

pelo Ministério da Saúde, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente, criado

através da Lei 8.089, de 1990, considere a adolescência a faixa etária de 12 a 18

anos (EISENSTEIN, 2005).

Essa fase do desenvolvimento humano é marcada por inúmeras mudanças no

indivíduo, sendo acompanhada de processos de crescimento e de maturação dos

diversos sistemas do corpo. Essa fase de transição para vida adulta se inicia com o

desenvolvimento de caracteres sexuais secundários e finaliza com as mudanças

morfológicas e fisiológicas que se aproximam de um adulto. No entanto, essas

transformações se manifestam de diferentes formas e em idades diferentes para

cada indivíduo (TANNER & WHITEHOUSE, 1976; CHIPKEVITCH, 2001).

Além das transformações físicas, na adolescência há também um

amadurecimento do ponto de vista psicossocial, em que o adolescente busca a

autonomia pessoal e a formação de uma identidade. Além disso, nessa fase, muitas

vezes, o adolescente questiona os valores e as normas familiares, preferindo aderir

aos valores e às normas de grupo de amigos (PRATTA & SANTOS, 2007), os quais,

muitas vezes, representam práticas não saudáveis. Farias Júnior et al., (2009)

verificaram elevada prevalência de níveis insuficientes de atividade física (37%),

baixo consumo de frutas e verduras (47%), consumo de bebidas alcoólicas (27%) e

comportamento sexual de risco (38%), em estudantes da rede pública do Estado de

Santa Catarina. A maior parte desses comportamentos são fatores de risco

conhecidos para as doenças cardiovasculares. No Brasil, em 2006, tais doenças

foram a terceira principal causa de morte entre os adolescentes, ficando atrás

apenas das causas externas e neoplasias (MINSTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL,

2010).

Estudos anteriores têm demonstrado que crianças e adolescentes com fatores

de risco para doenças cardiovasculares apresentam maior chance de se tornarem

adultos com doença cardiovascular (DAVIS et al., 2001; LI et al., 2003; RAITAKARI

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et al., 2003; TIROSH et al., 2010). Por isso, estudos têm procurado identificar

marcadores precoces de risco cardiovascular em crianças e adolescentes que

favoreçam a identificação do potencial surgimento das doenças cardiovasculares na

vida adulta. Esse tipo de estudo auxilia na elaboração de programas preventivos

dessas doenças.

3.2. Variabilidade da frequência cardíaca e risco cardiovascular

O sistema nervoso autônomo, unidade fisiológica composta pelos sistemas

simpático e parassimpático, desempenha papel importante na regulação das

funções de diversos sistemas do corpo humano, dentre eles o sistema

cardiovascular (MALLIANI & MONTANO, 2002; MALPAS, 2010). O controle neural

do coração está diretamente ligado a alterações na frequência cardíaca, cuja

oscilação decorre de estímulos ambientais. Esses estímulos podem levar à redução

da frequência cardíaca, por meio do sistema nervoso parassimpático, o qual atua na

diminuição da frequência de despolarização do nódulo sinusal pela ação da

acetilcolina na junção neuro-efetora cardíaca (MALPAS, 2010). O sistema nervoso

simpático produz a elevação da frequência cardíaca por meio da liberação de

noradrenalina que, em contato com receptores β-adrenérgicos, aumentam o ritmo de

despolarização do marcapasso sinusal (MALPAS, 2010).

Em indivíduos saudáveis, com sistema nervoso autônomo íntegro, o esperado

é que, em repouso, ocorra uma predominância da modulação parassimpática no

coração. Em contrapartida, quando exposto a alguma condição de estresse

(atividade física, por exemplo), ocorre predomínio da modulação simpática no

coração, juntamente com a diminuição da modulação parassimpática (AUBERT;

SEPS; BECKERS, 2003; VANDERLEI et al., 2009). Por outro lado, em indivíduos

com arritmias persistentes, isquemia cardíaca, insuficiência cardíaca e hipertensão

arterial sistêmica, o que tem sido observado é uma disfunção do sistema nervoso

autônomo, representada pela redução da modulação parassimpática

concomitantemente com o aumento da modulação simpática cardíaca em repouso

(Heart rate variability. Standards of measurement, physiological interpretation, and

clinical use. Task Force of the European Society of Cardiology and the North

American Society of Pacing and Electrophysiology, 1996; TSUJI et al., 1996;

RAJENDRA ACHARYA et al., 2006; VANDERLEI et al., 2009; MALPAS, 2010). Esse

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comportamento do sistema nervoso autônomo tem sido considerado um importante

marcador de mortalidade, independentemente da presença de doenças e da idade

em adultos (TSUJI et al., 1994).

Na literatura, há diversas técnicas para a avaliação da função autonômica no

coração, dentre as quais é possível citar: medida de catecolaminas circulantes,

registro eletromiográfico de fibras simpáticas, teste da função barorreflexa, entre

outras (MALPAS, 2010). A maioria dessas técnicas, embora úteis para avaliação da

integridade do sistema nervoso autônomo, são, em sua maioria, invasivas e de difícil

execução em outros ambientes que não os laboratoriais. Devido a isso, uma das

ferramentas que vem sendo amplamente utilizada para avaliar a integridade do

sistema nervoso autônomo é a VFC (Heart rate variability. Standards of

measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force of the

European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996).

Os parâmetros obtidos da análise da VFC fornecem indicadores que permitem

avaliar a modulação do sistema simpático e parassimpático no coração (Heart rate

variability. Standards of measurement, physiological interpretation, and clinical use.

Task Force of the European Society of Cardiology and the North American Society of

Pacing and Electrophysiology, 1996). Tem sido sugerido que uma alta VFC é

indicativo de boa adaptabilidade dos mecanismos de controle autonômicos. Por

outro lado, uma baixa variabilidade pode ser um indicativo de adaptabilidade

insuficiente do sistema nervoso autônomo (HAGERMAN et al., 1996), podendo ser

um marcador de disfunção autonômica (Heart rate variability. Standards of

measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force of the

European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996; RAJENDRA ACHARYA et al., 2006). Além disso, estudos

anteriores têm demonstrado que a VFC tem relação negativa com diversos

marcadores clássicos de risco cardiovascular, dentre eles: glicemia em jejum,

resistência à insulina (THIYAGARAJAN et al., 2012), marcadores inflamatórios

(SLOAN et al., 2007) e indicadores de obesidade (RIVA et al., 2001; RABBIA et al.,

2003).

Para análise da VFC, os métodos lineares têm sido normalmente utilizados,

dividindo-se em dois domínios: tempo e frequência. O domínio do tempo é baseado

nas variações dos ciclos cardíacos considerados normais (intervalo RR) em um

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determinado tempo, sendo seus parâmetros obtidos a partir de métodos estatísticos

dos intervalos RR (média, medidas de dispersão e contagem) (Heart rate variability.

Standards of measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force

of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996). Os principais parâmetros obtidos são:

Desvio-padrão de todos os intervalos RR (SDNN);

Raiz quadrada da média das diferenças sucessivas ao quadrado, entre os

intervalos - RR adjacentes (RMSSD);

Percentagem das diferenças sucessivas entre os intervalos RR maiores que

50 milissegundos (PNN50).

Já o domínio da frequência utiliza a quantificação da densidade espectral de

potência, por meio de algoritmos matemáticos específicos (por exemplo,

transformação rápida de Fourier e modelo auto-regressivo), para decomposição da

VFC em componentes oscilatórios com frequências definidas (Heart rate variability.

Standards of measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force

of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996). Dessa forma é possível obter os seguintes indicadores:

Banda de muito baixa frequência – oscilações inferiores a 0,04 Hz;

Banda de baixa frequência (BF) – oscilações entre 0,04 e 0,15 Hz;

Banda de alta frequência (AF) – oscilações entre 0,15 e 0,40 Hz;

Balanço simpato vagal (BF/AF).

No quadro 1 é apresentado um resumo dos parâmetros da VFC no domínio

do tempo e da frequência, e seus respectivos indicadores.

Quadro 1. Descrição dos parâmetros da VFC e suas respectivas unidades e seus

indicadores.

Parâmetros da VFC Unidade Indicador

SDNN ms Simpático e parassimpático

RMSSD ms Simpático e parassimpático

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(continuação quadro 1)

PNN50 % Parassimpático

BF un Simpático

AF un Parassimpático

BF/AF - Balanço simpato-vagal

Apesar da VFC ser considerada um importante marcador de risco

cardiovascular, com facilidade de utilização, esse método ainda não é uma

ferramenta incorporada em ambientes clínicos. Diferentemente, de outros

marcadores, como a pressão arterial, o índice de massa corporal e a circunferência

da cintura, nos quais há valores normativos que possibilitam a interpretação dos

resultados (COLE et al., 2000; TAYLOR et al., 2000; VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão, 2010), para os parâmetros da VFC não existem tais valores, o que

dificulta sua utilização.

3.3. Associação entre a variabilidade da frequência cardíaca e os fatores de

risco cardiovascular

Alguns estudos têm procurado verificar a associação entre fatores de risco

cardiovascular e os parâmetros da VFC, tais como nível de inatividade física, a

presença de obesidade e de hipertensão arterial.

Diversos estudos com crianças e adolescentes têm buscado analisar a

associação das diferentes formas de atividade física e os parâmetros da VFC. No

quadro 2, está apresentada a síntese dos estudos que analisaram a associação

entre atividade física e os parâmetros da VFC.

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Quadro 2. Síntese dos estudos que analisaram a associação entre atividade física e os parâmetros da VFC realizados com

crianças e adolescentes.

Autor(ano) Amostra Medida da atividade física Parâmetros da VFC Resultados

Gutin et al., (2000) 78 crianças obesas com idade

entre 7 e 11 anos

Atividade física habitual

(questionário)

RMSSD Não houve associação entre

atividade física e a RMSSD

Nagai e Moritani (2004) 96 crianças

(48 obesas e 48 eutróficas) com

idade média de 9,5 anos

Prática de atividades

esportivas (questionário)

Poder total e as

bandas de BF e AF

Poder total e as bandas de BF

e AF foram menores entre os

inativos

Gutin et al., (2005) 304 adolescentes com idade

entre 14 e 18 anos

Atividade física habitual

moderada e intensa

(acelerômetro)

RMSSD, banda de

AF e BF/AF

Associação positiva entre

atividade física e RMSSD e

negativa com BF/AF

Buchheit et al., (2007) 67 adolescentes com idade

média de 11 anos

Atividade física habitual

leve, moderada e intensa

(acelerômetro)

RMSSD e banda de

AF

A banda de AF foi maior nos

adolescentes que realizavam

atividade de maior intensidade

Henje Bolm et al., (2009) 99 adolescentes com idade

média de 16,5 anos

Atividade física habitual

(questionário)

SDNN e as bandas

de BF e AF

Associação positiva entre a

atividade física e SDNN e a

banda de BF

Chen et al., (2012) 171 crianças e adolescentes (84

obesos e 87 eutróficos) com

idade entre 9 e 13 anos

Atividade física de lazer

(questionário)

Poder total e as

bandas de BF e AF

Poder total e as bandas de BF

e AF foram menores entre os

inativos

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Dos seis estudos apresentados, quatro tinham realizado a medida do nível de

atividade física habitual (GUTIN et al., 2000; GUTIN et al., 2005; BUCHHEIT et al., 2007;

HENJE BLOM et al., 2009), enquanto um estudo analisou a prática de esportes

(NAGAI & MORITANI, 2004) e um avaliou a atividade física de lazer (CHEN et al.,

2012). Todos os estudos apresentaram associação significante entre atividade física,

exceto o estudo de Gutin et al., (2000), de modo que os adolescentes ativos exibiam

maior modulação parassimpática juntamente com uma menor modulação simpática

cardíaca.

Em relação à obesidade, estudos anteriores analisaram a associação dos

indicadores de obesidade e os parâmetros da VFC em adolescentes. No quadro 3,

está apresentada a síntese dos estudos que analisaram a associação da obesidade

e os parâmetros da VFC em adolescentes.

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Quadro 3. Síntese dos estudos que analisaram a associação da obesidade e os parâmetros da VFC em adolescentes.

Autor(ano) Amostra Obesidade Parâmetros da VFC Resultados

Riva et al., (2001) 37 adolescentes (14 eutróficos e 23

obesos) com idade média de 13 anos

Geral SDNN, BF/AF e as

bandas de BF e AF

Adolescentes obesos apresentavam

maiores valores de BF/AF e menores

para SDNN e a banda de AF

Rabbia et al., (2003) 62 adolescentes (12 eutróficos e 50

obesos) com idade média de 13 anos

Geral BF/AF e as bandas de

BF e AF

Adolescentes obesos apresentavam

maiores valores de BF/AF e menores

para a banda de AF

Gutin et al., (2005) 304 adolescentes com idade entre 14

e 18 anos

Central RMSSD, banda de AF

e BF/AF

Associação positiva com RMSSD e

BF/AF

Kaufman et al., (2007) 36 adolescentes (10 eutróficos, 10

sobrepeso e 16 obesos) com média

de idade de 11 anos.

Geral SDNN, RMSSD,

BF/AF e as bandas de

BF e AF

Adolescentes obesos apresentavam

maior BF e BF/AF e menor AF

comparado aos eutrficos

Soares-Miranda et al.,

(2011)

16 crianças e adolescentes com

excesso de peso e idade entre 8 e 18

anos

Central RMSSD, BF/AF e as

bandas de BF e AF

Maior obesidade central foi

associada com maior BF/AF e BF; e

menor AF

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Três estudos (RIVA et al., 2001; RABBIA et al., 2003; KAUFMAN et al., 2007)

analisaram a associação dos parâmetros da VFC com obesidade geral em

adolescentes, enquanto dois analisaram a obesidade central (GUTIN et al., 2005;

SOARES-MIRANDA et al., 2011). Todos os estudos apresentados observaram que

adolescentes com obesidade exibiam uma menor modulação parassimpática

juntamente com o aumento da modulação simpática cardíaca.

Em relação à pressão arterial, a maioria das evidências são oriundas de

estudos com adultos. No quadro 4 está apresentada a síntese dos estudos que

analisaram o efeito da hipertensão nos parâmetros da VFC.

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Quadro 4. Síntese dos estudos que analisaram o efeito da hipertensão nos parâmetros da VFC.

Autor(ano) Amostra Parâmetros da VFC Resultados

Gutin et al.,

(2000)

78 crianças obesas com idade entre 7 e 11

anos

RMSSD Associação negativa da pressão arterial sistólica

com RMSSD

Prakash et

al., (2005)

75 adultos (25 hipertensos, 25 com pressão

arterial elevada e 25 normotensos) com média

de idade de 47 anos

SDNN e as bandas

BF e AF

SDNN e a banda BF foram menores nos indivíduos

hipertensos ou com pressão arterial elevada

comparado aos normotensos.

Park, Lee e

Jeong (2007)

637 (583 normotensos e 54 hipertensos)

adultos com idade média de 45 anos

SDNN, RMSSD,

BF/AF e as bandas

BF e AF

Indivíduos hipertensos apresentavam menores

valores para SDNN e RMSSD; e maiores para

BF/AF e as bandas BF e AF, comparados aos

normotensos

Kim e Woo

(2011)

3483 adultos com idade entre 18 e 65 anos SDNN, RMSSD,

BF/AF e as bandas

BF e AF

Associação negativa da pressão arterial sistólica

com RMSSD

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Pode-se observar que a maior parte dos estudos apresentados foram

realizados com adultos (PRAKASH et al., 2005; PARK; LEE; JEONG, 2007; KIM & WOO,

2011) e um com crianças (GUTIN et al., 2000). Todos os estudos observaram que

indivíduos com maior níveis de pressão apresentavam maior modulação simpática e

menor modulação parassimpática cardíaca.

Dessa forma, pode-se observar que alguns estudos têm procurado analisar a

associação dos fatores de risco cardiovascular com os parâmetros da VFC;

entretanto, verifica-se a necessidade de aprofundar o conhecimento em alguns

pontos. Por exemplo, pouco se conhece sobre os efeitos da prática de atividades

esportivas nos parâmetros da VFC em adolescentes. Além disso, diversos estudos

têm analisado a associação da obesidade com os parâmetros da VFC em

adolescentes. Todavia, ainda é desconhecido qual indicador de obesidade (central

ou geral) está mais associado a alterações na VFC nessa população. Por fim, há

necessidades de estudos que busquem analisar a associação dos parâmetros da

VFC com a pressão arterial elevada em adolescentes.

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4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1. Delineamento do estudo

O presente estudo se caracteriza por um estudo epidemiológico transversal

de base escolar e abrangência estadual que faz parte de um projeto maior

denominado: “PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E COMPORTAMENTOS DE

RISCO À SAÚDE EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NO ESTADO DE

PERNAMBUCO: ESTUDO DE TENDÊNCIA TEMPORAL (2006-2011)”, o qual foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade

de Pernambuco (CAAE-0158.0.097.000-10) (ANEXO A).

4.2. População alvo e amostra do estudo

A população alvo do estudo foi composta por estudantes de ambos os

gêneros, com idade entre 14 e 19 anos e matriculados em escolas da rede pública

estadual de ensino médio do Estado de Pernambuco, representando cerca de 85%

do total de estudantes do ensino médio.

O Estado de Pernambuco é composto por cinco regiões geográficas (litoral,

zona da mata, agreste, sertão e São Francisco), com total de 658 escolas da rede

pública do ensino médio, localizadas nas zonas rural e urbana, distribuídas em 17

Gerências Regionais de Ensino. De acordo com os dados oficiais da Secretaria da

Educação do Estado, em 2008, o número de matrículas no ensino médio foi de

350.569.

Para seleção da amostra, recorreu-se a um procedimento de amostragem

aleatória estratificada em dois estágios, sendo que a “escola” e a “turma” re-

presentaram, respectivamente, as unidades amostrais no primeiro e no segundo

estágio. No primeiro estágio, foram selecionadas aleatoriamente 84 escolas

estaduais, estratificadas segundo a distribuição das escolas por porte (pequena: <

200 alunos; média: 200 a 499 alunos; grande: > 500 alunos) e a Gerências

Regionais de Ensino. No segundo estágio, foram sorteadas 305 turmas,

estratificadas segundo turno (diurno e noturno) e as séries do ensino médio (1ª, 2ª e

3ª séries). Considerou-se que essas turmas tinham, em média, 20 alunos. Os

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sorteios foram realizados mediante geração de números aleatórios através do

pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences.

O dimensionamento da amostra foi efetuado de forma a atender aos diversos

objetivos do projeto, entre os quais, a avaliação da exposição a diversos

comportamentos de risco à saúde. Dessa forma, o cálculo do tamanho da amostra

levou em consideração: (a) população estimada em 353 mil adolescentes; (b)

intervalo de confiança de 95%; (c) erro amostral de dois pontos percentuais; (d)

prevalência estimada em 50%; e (e) efeito de delineamento amostral estabelecido

em duas vezes o tamanho mínimo da amostra. Além disso, houve um acréscimo de

20% no tamanho da amostra para compensar possíveis perdas e recusas. A

amostra final foi definida em 5724 adolescentes, sendo considerados elegíveis todos

aqueles que se encontravam em sala de aula no dia da coleta e que forneceram

autorização prévia dos pais ou responsáveis para participação do estudo.

No entanto, para realização do presente estudo, em virtude da dificuldade

operacional quanto à avaliação da VFC em todos os adolescentes, não foram

incluídas as meninas, bem como os adolescentes do sexo masculino que: (a)

tivessem ingerido bebidas com cafeína 12 horas antes das avaliações; (b) tivessem

consumido bebidas alcoólicas, qualquer forma de tabaco ou outras droga ilícitas 24

horas antes das avaliações; e (c) tivessem relatado prática de exercício físico 24

horas antes das avaliações.

4.3. Coleta de dados

Os dados foram coletados de maio a dezembro de 2011. Para garantir a

padronização das coletas, houve um treinamento com todos os integrantes da

equipe e foi disponibilizado, ainda, um manual completo de todos os procedimentos

metodológicos a serem seguidos para a coleta de dados, a fim de que eventuais

dúvidas fossem eliminadas (ANEXO B).

4.3.1. Características demográficas e fatores de risco cardiovascular

Para coleta dos dados demográficos e comportamentais, foi utilizado um

questionário construído e validado para esta população, com objetivo de avaliar o

estilo de vida e os comportamentos de risco à saúde. Este instrumento foi construído

mediante adaptação do Global School-based Student Health Survey (ANEXO C) e

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vem sendo utilizado em estudos epidemiológicos com adolescentes (BEZERRA et

al., 2009; TASSITANO et al., 2010; TENORIO et al., 2010).

O primeiro módulo do questionário é referente às características

demográficas, dentre elas: gênero, série, idade, zona de moradia (rural ou urbana),

trabalho e questões referentes à condição econômica. Além disso, o questionário

aborda outros dez módulos, referentes à saúde do adolescente (atividades físicas,

consumo de álcool e outras drogas, hábitos alimentares, higiene, sentimentos e

relacionamentos, comportamentos na escola e em casa, comportamento sexual,

tabagismo, violência e controle da pressão arterial).

A aplicação do questionário foi realizada na forma de entrevista coletiva com

todos os alunos em sala de aula com duração deaproximadamente 40 minutos.

4.3.2. Avaliação antropométrica

Os adolescentes foram pesados descalços e sem casacos, em uma balança

automática, com precisão de 0,1 kg. A estatura foi medida por meio de um

estadiômetro de madeira com precisão de 1cm m. O índice de massa corporal foi

calculado pelo quociente entre a massa corporal e a estatura ao quadrado (kg/m²). A

circunferência do abdômen foi mensurada com fita métrica flexível, com precisão de

0,1 centímetros, sendo utilizado como ponto de referência a cicatriz umbilical

(LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1991).

4.3.3. Medida da pressão arterial

A medida de pressão arterial foi realizada por meio do equipamento Omron

HEM 742, o qual consiste em um aparelho eletrônico e digital da medida da pressão

arterial de braço, com deflação e inflação automática de ar, validada para

adolescentes (CHRISTOFARO et al., 2009). O método de medida desse aparelho é

oscilométrico, com variação da pressão arterial de 0 a 280 mmHg.

Para a medida de pressão arterial, os adolescentes permaneceram por cinco

minutos na posição sentada, momento em que foi explicado o procedimento das

medidas. As medidas foram realizadas no braço direito e foram realizadas três

medidas, com um minuto de intervalo entre elas, com tamanho do manguito

adequado para a circunferência do braço do adolescente. O valor da pressão arterial

utilizado nas análises foi a média das duas últimas medidas, conforme recomendado

(VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010).

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4.3.4. Variabilidade da frequência cardíaca

Previamente a realização da coleta da VFC, os adolescentes foram

questionados sobre a ingestão de bebidas contendo cafeína (refrigerantes, café,

chás preto e energético) e álcool, bem como sobre a utilização de cigarros ou outras

drogas. Além disso, foi perguntado acerca da prática de exercícios físico nas últimas

24 horas.

Após os questionamentos, os adolescentes inclusos foram para uma sala

silenciosa dentro da própria escola, na qual a coleta da VFC foi realizada. Para

tanto, os adolescentes permaneceram na posição supina por 10 minutos, período no

qual os intervalos RR foram obtidos por um monitor de frequência cardíaca (POLAR,

RS 800CX, USA), posicionado no tórax sobre o processo xifoide (figuras 1 e 2).

Figura 1. Posicionamento do monitor de frequência cardíaca nos adolescentes.

Figura 2. Posição dos adolescentes durante a coleta da VFC.

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Os intervalos RR foram armazenados no próprio monitor de frequência

cardíaca, cuja capacidade de armazenamento é de 99 sinais. A identificação dos

adolescentes foi realizada através da anotação da data e hora da coleta no

questionário. Após a coleta, os intervalos RR foram exportados para o programa

Kubios HRV (Biosignal Analysis and Medical Imaging Group, Joensuu, Finlândia), no

qual as análises foram realizadas (domínio do tempo e da frequência) (figura 4).

Figura 3. Layout do programa Kubios HRV.

Esse programa foi operacionalizado por um único pesquisador, devidamente

treinado e cego para as demais variáveis do estudo. O coeficiente de correlação

intraclasse intra-avaliador variou de 0,982 a 1,00. Os parâmetros do domínio do

tempo SDNN, RMSSD e PNN50, foram obtidos (Heart rate variability. Standards of

measurement, physiological interpretation, and clinical use. Task Force of the

European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and

Electrophysiology, 1996). Os parâmetros do domínio da frequência foram obtidos

pela técnica da análise espectral da VFC. Períodos estacionários do tacograma, com

pelo menos cinco minutos, foram decompostos nas bandas de baixa e alta

frequência pelo método autorregressivo, com a ordem do modelo de 12 pelo critério

de Akaike. Foram consideradas como fisiologicamente significativas às frequências

entre 0,04 e 0,4 Hz, sendo o componente de BF representado pelas oscilações entre

0,04 e 0,15 Hz e o componente de AF entre 0,15 e 0,4 Hz. O poder de cada

componente espectral foi calculado em termos normalizado (un). A normalização foi

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realizada dividindo-se o poder de cada banda pelo poder total, do qual foi subtraído

o valor de banda de muito baixa frequência (<0,04Hz), sendo o resultado

multiplicado por 100. As bandas BF a AF normalizadas foram consideradas,

respectivamente, como a modulação predominantemente simpática e

parassimpática do coração e a razão entre essas bandas (BF/AF), como o balanço

simpato-vagal cardíaco (Heart rate variability. Standards of measurement,

physiological interpretation, and clinical use. Task Force of the European Society of

Cardiology and the North American Society of Pacing and Electrophysiology, 1996).

O coeficiente de correlação intraclasse intra-sujeitos, com uma semana de

intervalo, variou de 0,68 a 0,91 (n=27).

4.4. Variáveis do estudo

Para a análise dos fatores associados foram consideradas como variáveis

dependentes os parâmetros da VFC, os quais foram categorizados em quartis. As

variáveis independentes adotadas nessas análises foram: nível de atividade física

habitual, atividades esportiva, obesidade abdominal, excesso de peso e pressão

arterial elevada.

A forma de mensuração e classificação das variáveis independentes são

apresentadas nos subtópicos seguintes.

4.4.1. Nível de atividade física habitual

A operacionalização do nível de atividade física habitual foi realizada

mediante uma pergunta: “durante uma semana típica (normal), em quantos dias

você é fisicamente ativo por um total de pelo menos 60 minutos ao dia?” (questão

24, módulo 2) . Foram considerados insuficientemente ativos os adolescentes que

relatarem realizar menos que cinco dias na semana.

4.4.2. Atividades esportiva

A medida da prática de atividades esportiva foi mensurada a partir da

pergunta “você realiza, regularmente, algum tipo de atividade física no seu tempo

livre, como exercícios, esportes, danças ou artes marciais?” (questão 21, módulo 2).

Sendo considerados não praticantes aqueles que responderam negativamente.

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4.4.3. Indicadores de obesidade

Foram considerados adolescentes com obesidade abdominal aqueles que

apresentaram circunferência abdominal acima do percentil 80 para sua respectiva

idade (TAYLOR et al., 2000).

A classificação dos casos de excesso de peso nos adolescentes levou em

consideração o estado nutricional, sendo considerado adolescentes com excesso de

peso aqueles com índice de massa corporal acima do percentil 85 seguindo os

critérios sugeridos por Cole et al., (2000).

4.4.4. Pressão arterial elevada

Foram considerados adolescentes com pressão arterial elevada aqueles cujos

valores de pressão arterial sistólica e/ou diastólica foram acima do percentil 95,

recomendado para sua respectiva idade e estatura (VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão, 2010).

4.5. Tabulação e análise estatística

A tabulação dos dados foi efetuada no programa EpiData 3.1, recorrendo-se à

entrada dupla. Posteriormente, os arquivos de dados foram comparados por meio da

ferramenta “validar dupla digitação” desse programa, com intuito de detectar e

corrigir possíveis erros de digitação. Todos os erros foram identificados e corrigidos

com base nos questionários. Procedimentos eletrônicos de controle de entrada de

dados também foram adotados, mediante utilização de controles de limites e

amplitude de valores em cada campo de digitação. Em seguida, os dados foram

exportados para o programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 20,

no qual as análises estatísticas foram realizadas.

Para descrição de todos os parâmetros da VFC, foram utilizados a média ±

desvio padrão, bem como os percentis 5, 10, 25, 50, 75, 90 e 95. A análise de

variância de um fator foi utilizada para comparar os parâmetros da VFC de acordo

com a idade dos adolescentes.

A análise de regressão logística binária foi realizada para analisar a

associação entre nível de atividade física habitual (ativo=0, insuficientemente

ativo=1), atividades esportiva (sim=0, não=1), obesidade abdominal (não=0, sim=1),

excesso de peso (não=0, sim=1) e pressão arterial elevada (não=0, sim=1)

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(variáveis independentes) com os parâmetros da VFC (variáveis dependentes). Os

parâmetros da VFC foram classificados em quartis e depois dicotomizados (1º quartil

vs. 2º ao 4º quartil para o SDNN, a RMSSD, o PNN50 e a banda de AF; e 4º quartil

vs. 1º ao 3º quartil para o BF/AF e a banda de BF). Estas análises foram realizadas,

ajustando-as para idade e período da coleta (manhã, tarde e noite), na tentativa de

minimizar o efeito do ciclo circadiano na VFC.

A avaliação do modelo foi realizada mediante ao teste de Hosmer-Lemeshow.

A análise de multicolinearidade foi realizada assumindo um variance inflation factors

menor que cinco e a tolerância abaixo de 0,20. O nível de significância adotado para

todas as análises foi um valor de p<0,05.

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5. RESULTADOS

Foram visitadas 84 escolas, avaliando um total de 7195 estudantes. Após

adotar os critérios de exclusão, a amostra final do presente estudo foi de 1152

adolescentes com idade entre 14 e 19 anos, conforme apresentado na figura 2.

6264

2161

364

Recusas

3739

Feminino

2525

932 Critérios de exclusão

17 Questionários mal

preenchidos

1212

1152

60

Sinais com baixa qualidade

7195

12 com idade < 14 anos

919 com idade >19 anos

Figura 4. Fluxograma de inclusão dos adolescentes no estudo.

Na tabela 1 estão exibidas as características demográficas dos adolescentes.

A maior parte dos adolescentes tinha entre 17 e 19 anos, em sua maioria de cor da

pele não branca, residente na zona urbana das cidades e estudavam no período

diurno.

Tabela 1. Características demográficas dos adolescentes (n=1152).

Variável n %

Faixa etária

14 a 16 anos 542 47,0

17 a 19 anos 610 53,0

Cor da pele

Branca 321 28,0

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(continuação tabela 1)

Não branca 825 72,0

Local de moradia

Zona rural 239 20,8

Zona urbana 911 79,2

Turno de estudo

Diurno 849 73,7

Noturno 303 26,4

Na figura 5 está exibida a prevalência dos fatores de risco cardiovascular nos

adolescentes.

Figura 5. Prevalência dos fatores de risco nos adolescentes (n=1152).

Níveis insuficientes de atividade física foram presentes em 64,4% dos

adolescentes, enquanto 21,8% não praticavam atividades esportivas. A prevalência

de obesidade abdominal e excesso de peso foram de 15,4% e de 16,6%,

respectivamente. Ademais, dentre os adolescentes que apresentavam obesidade

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abdominal 84,2% também apresentavam excesso de peso. A pressão arterial

elevada estava presente em 9,7% dos adolescentes.

Na tabela 2 estão exibidas as comparações dos parâmetros da VFC entre as

idades dos adolescentes. Não houve diferença estatisticamente significante em

nenhum dos parâmetros da VFC entre as idades dos adolescentes (p>0,05).

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Tabela 2. Comparação dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca de acordo com a idade (n=1152).

Parâmetros da VFC 14 anos

(n=43)

15 anos

(n=174)

16 anos

(n=326)

17 anos

(n=334)

18 anos

(n=188)

19 anos

(n=87) p

Domínio do tempo

SDNN (ms) 59,1 ± 15,3 65,3 ± 25,1 60,7 ± 22,7 62,1 ± 23,2 61,3 ± 25,2 61,9 ± 25,6 0,401

RMSSD (ms) 51,2 ± 22,6 56,4 ± 30,3 54,9 ± 29,2 54,3 ± 28,2 54,7 ± 32,8 53,7 ± 30,6 0,924

PNN50 (%) 27,9 ± 18,8 30,0 ± 20,6 30,1 ± 21,3 29,3 ± 20,0 29,0 ± 20,9 28,6 ± 20,3 0,968

Domínio da frequência

BF/AF 1,50 ± 1,01 1,39 ± 0,92 1,40 ± 1,10 1,46 ± 1,11 1,47 ± 1,14 1,53 ± 1,13 0,869

BF (un) 54,0 ± 16,2 53,0 ± 14,5 51,9 ± 15,8 53,2 ± 15,5 53,1 ± 15,9 53,8 ± 16,5 0,846

AF (un) 46,0 ± 16,2 47,0 ± 14,5 48,1 ± 15,8 46,8 ± 15,5 46,9 ± 15,9 46,2 ± 16,5 0,846

Valores apresentados em média e desvio padrão. SDNN - desvio-padrão de todos os intervalos RR, RMSSD – raiz quadrada da

média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes, PNN50 – percentagem dos intervalos adjacentes

com mais de 50ms, BF – bandas de baixa frequência e AF – bandas de alta frequência, BF/AF - balanço simpatovagal.

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A média, desvio padrão e os percentis dos parâmetros da VFC são

apresentados na tabela 3.

Tabela 3. Análise descritiva dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca

em adolescentes (n=1152).

Parâmetros da VFC Média ± DP Percentil

5 10 25 50 75 90 95

Domínio do tempo

SDNN (ms) 61,9 ± 23,5 29,4 34,9 44,5 58,4 76,5 92,9 103,7

RMSSD (ms) 54,5 ± 29,4 18,2 22,6 33,2 49,6 68,9 94,2 113,0

PNN50 (%) 29,4 ± 20,4 1,1 3,0 11,0 28,1 45,1 58,3 66,2

Domínio da frequência

BF/AF 1,44 ± 1,08 0,36 0,47 0,71 1,14 1,80 2,82 3,49

BF (un) 53,0 ± 15,6 26,7 32,2 41,6 53,2 64,3 73,8 77,7

AF (un) 47,0 ± 15,6 22,3 26,2 35,7 46,8 58,4 67,8 73,3

DP – desvio-padrão; SDNN - desvio-padrão de todos os intervalos RR, RMSSD –

raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais

adjacentes, PNN50 – percentagem dos intervalos adjacentes com mais de 50ms, BF

– banda de baixa frequência e AF – banda de alta frequência, AF/BF - balanço

simpatovagal.

Na tabela 4 estão apresentadas as análises da associação dos fatores de

risco cardiovascular com os parâmetros da VFC no domínio do tempo.

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Tabela 4. Odds-ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) dos fatores de risco à saúde com os parâmetros do domínio do

tempo da variabilidade da frequência cardíaca.

Fatores de risco SDNN RMSSD PNN50

OR (IC95%) P OR (IC95%) p OR (IC95%) p

Nível de atividade física habitual

Ativo 1 1 1

Insuficientemente ativo 1,39 (1,04-1,86) 0,024 1,15 (0,87-1,53) 0,325 1,16 (0,88-1,54) 0,294

Pratica de esportes

Sim 1 1 1

Não 1,73 (1,27-2,35) <0,001 1,70 (1,25-2,01) 0,001 1,68 (1,23-2,28) 0,001

Obesidade abdominal

Ausência 1 1 1

Presença 1,29 (0,90-1,84) 0,162 1,51 (1,07-2,15) 0,020 1,55 (1,09-2,19) 0,014

Excesso de peso

Ausência 1 1 1

Presença 1,24 (0,87-1,75) 0,232 1,37 (0,97-1,92) 0,076 1,44 (1,03-2,03) 0,035

Pressão arterial elevada

Ausência 1 1 1

Presença 1,47 (0,96-2,25) 0,074 2,09 (1,39-3,14) <0,001 2,08 (1,38-3,12) <0,001

Ajustado para faixa etária e turno de estudo. SDNN - desvio-padrão de todos os intervalos RR, RMSSD – raiz quadrada da média

do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes, PNN50 – percentagem dos intervalos adjacentes com

mais de 50ms.

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O nível insuficiente de atividade física associou-se com menor SDNN

(p<0,05), a não prática de atividades esportivas foi associada com menor SDNN,

RMSSD e PNN50 (p<0,01), a obesidade abdominal foi associada com baixo RMSSD

e PNN50 (p<0,05), o excesso de peso foi associado com menor PNN50 (p<0,05) e a

pressão arterial elevada foi associada com baixa RMSSD e PNN50 (p<0,05).

Na tabela 5 estão apresentadas as análises da associação dos fatores de

risco cardiovascular com os parâmetros da VFC no domínio da frequência.

O nível insuficiente de atividade física, a não prática de atividades esportiva e

o excesso de peso não foram associados com nenhum parâmetro da VFC (p>0,05).

A obesidade abdominal e a pressão arterial elevada foram associadas com menor

AF e maior BF/AF e BF (p<0,05).

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Tabela 5. Odds-ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95%) dos fatores de risco à saúde com os parâmetros do domínio da

frequência da VFC.

Fatores de risco BF/AF BF AF

OR (IC95%) P OR (IC95%) p OR (IC95%) P

Nível de atividade física

Ativo 1 1 1

Insuficientemente ativo 1,07 (0,81-1,42) 0,638 1,08 (0,82-1,44) 0,575 1,08 (0,82-1,44) 0,575

Pratica atividades esportivas

Sim 1 1 1

Não 1,37 (1,00-1,87) 0,051 1,33 (0,98-1,82) 0,070 1,33 (0,98-1,82) 0,070

Obesidade abdominal

Ausência 1 1 1

Presença 1,51 (1,07-2,15) 0,021 1,48 (1,04-2,10) 0,028 1,48 (1,04-2,10) 0,028

Excesso de peso

Ausência 1 1 1

Presença 1,40 (0,99-1,98) 0,053 1,37 (0,97-1,94) 0,071 1,37 (0,97-1,94) 0,071

Pressão arterial elevada

Ausência 1 1 1

Presença 1,85 (1,22-2,81) 0,004 1,81 (1,20-2,74) 0,005 1,81 (1,20-2,74) 0,005

Ajustado para faixa etária e turno de estudo. BF – banda de baixa frequência e AF – banda de alta frequência, BF/AF - balanço

simpatovagal.

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6. DISCUSSÃO

Os principais resultados do presente estudo foram: (i) o estabelecimento de

valores normativos para os parâmetros no domínio do tempo e da frequência em

uma grande amostra de adolescentes; (ii) os níveis insuficientes de atividade física

habitual tiveram associação apenas com menor SDNN, enquanto a não prática de

atividades esportivas foi associada com o SDNN, a RMSSD e o PNN50; (iii) a

obesidade abdominal foi associada com a RMSSD, o PNN50, o BF/AF e as bandas

BF e AF, enquanto que o excesso de peso apresentou associação apenas com o

PNN50; e (iv) a pressão arterial elevada foi associada com todos os parâmetros da

VFC, exceto o SDNN.

Michels et al., (2012) ao estabelecerem valores normativos para crianças com

idade entre cinco e 10 anos, encontraram valores de mediana superior ao presente

estudo para o SDNN (67 vs. 58), a RMSSD (73 vs. 50), o PNN50 (41 vs. 28) e a

banda de AF (62 vs. 58), enquanto a banda BF (38 vs. 53) e BF/AF (0,62 vs. 1,14)

foram inferiores. Por outro lado, Kim e Woo (2011) realizaram estudo com 3483

indivíduos com idade entre 18 e 65 anos e encontraram valores médios inferiores

para o SDNN (39,6 vs. 61,9) e a RMSSD (29,7 vs. 54,5), enquanto o BF/AF foi

superior (2,20 vs. 1,44). Park, Lee e Jeong (2007) observaram resultados

semelhantes ao analisarem 637 adultos (SDNN [35,9 vs. 61,9], RMSSD [27,3 vs.

54,5] e BF/AF [2,20 vs. 1,44]). Portanto, pode-se observar que adolescentes

apresentam uma menor VFC comparado às crianças e maior VFC comparado a

adultos, o que pode ser decorrente do processo maturacional (CHEN et al., 2012) e

a baixa prevalência de fatores de risco cardiovascular comparado a adultos.

A análise descritiva dos parâmetros da VFC no presente estudo foi realizada

sem a estratificação por idade, pois não foram observadas diferenças significantes

nos parâmetros da VFC entre as idades. Esses resultados são diferentes dos

observados em outras populações. Michels et al.. (2012) analisaram 460 crianças

com idade entre cinco e 10 anos e verificaram associação positiva dos parâmetros

da VFC nos domínios do tempo e da frequência com a idade. Kim e Woo (2011)

observaram associação negativa entre a idade e os parâmetros SDNN e RMSSD em

adultos. Da mesma forma, outros estudos na literatura com adultos também

observaram diferenças entre as idades (FAGARD; PARDAENS; STAESSEN, 1999;

FELBER DIETRICH et al., 2006; PARK; LEE; JEONG, 2007). Diante disto, é

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possível supor que, em grupos populacionais com uma pequena variação de idade,

como nos adolescentes do presente estudo, a idade não seja um fator determinante

dos parâmetros da VFC, em consequência de um nível de maturação similar e

também por uma homogeneidade quanto ao tempo de exposição aos fatores de

risco entre os adolescentes.

Os valores normativos são comumente utilizados na prática clínica no

monitoramento do crescimento corporal e em marcadores de risco cardiovascular

em crianças e adolescentes, cujo interesse reside na detecção de valores extremos,

indicando possíveis anormalidades (COLE et al., 2000; TAYLOR et al., 2000; VI

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010). No presente estudo, optou-se pela

utilização de percentis que indicam à posição de um indivíduo em uma determinada

população, permitindo estabelecer valores normativos (LEFEVRE, 1990). Tem sido

aceito que indivíduos que possuem valores de uma variável entre os 25% mais

baixos ou mais altos (1º e 4º quartil, respectivamente) representam valores extremos

para população estudada (LEFEVRE, 1990). Portanto, no presente estudo, foi

adotado como categoria de risco para os parâmetros da VFC o 1º quartil para o

SDNN, a RMSSD, o PNN50 e a banda de AF e o 4º quartil para o BF/AF e a banda

de BF.

Os valores normativos da VFC descritos no presente estudo foram associados

com fatores de risco cardiovascular, de forma que os adolescentes que

apresentavam os fatores de risco tiveram menor modulação parassimpática e maior

modulação simpática cardíaca, comparado aos seus pares sem fatores de risco.

Esses resultados sugerem que a exposição a fatores de risco cardiovascular modula

os parâmetros da VFC já na adolescência.

No presente estudo, o nível de atividade física foi mensurada de duas formas,

quais sejam, atividade física habitual e prática de atividades esportivas. A primeira

está relacionada às atividades ocupacionais diárias (locomoção e atividades

domésticas) e às atividades de lazer, as quais comumente são mensuradas pela

duração e a quantidade de dias em que a prática foi realizada (BAECKE; BUREMA;

FRIJTERS, 1982). As atividades esportivas, por sua vez, são direcionadas

exclusivamente às atividades de lazer, e na maioria das vezes, são realizadas com

maior intensidade do que as atividades habituais.

Especificamente com relação ao nível de atividade física habitual, os

resultados do presente estudo mostraram que os adolescentes com níveis

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insuficientes de atividade física apresentavam menores valores de SDNN. Todavia,

nenhum outro indicador da VFC foi associado aos níveis insuficientes de atividade

física. Esses resultados corroboram com estudo anterior, realizado com 99

adolescentes saudáveis, que também observou associação negativa entre a prática

de atividade física e o SDNN, mas não observou associação com as bandas de BF e

AF (HENJE BLOM et al., 2009). Esses resultados sugerem que a prática de

atividade física habitual apresenta uma fraca associação com a VFC, o que pode ser

atribuído pelo menos em parte a baixa intensidade dessas atividades. De fato, Gutin

et al., (2005) ao avaliarem 304 adolescentes, observaram associação entre o nível

de atividade física moderada ou vigorosa com os parâmetros do domínio do tempo

(RMSSD) e da frequência (AF, BF e BF/AF) da VFC. Da mesma forma, Buchheit et

al., (2007) ao avaliarem 67 adolescentes, com idade média de 12 anos, observaram

que apenas a prática de atividade física intensa foi associada ao menor BF/AF.

A influência da intensidade da atividade física e os indicadores da VFC

também foram identificados no presente estudo. Os adolescentes que não

praticavam atividades esportivas apresentaram menores valores de SDNN, RMSSD,

PNN50. A influência da atividade física de alta intensidade nos parâmetros da VFC

tem sido explicada pelos maiores efeitos na aptidão cardiorrespiratória dos

praticantes (GUTIN et al., 2005; MICHELS et al., 2012), visto que a aptidão

cardiorrespiratória é um forte preditor da VFC. De fato, estudos mostram que

crianças e adolescentes que praticam atividades esportivas, mesmo que na forma de

lazer, apresentam melhor aptidão física comparados aos que não praticam (KLEIN-

PLATAT et al., 2005; DAGAN et al., 2013). Nesse sentido, Gutin et al. (2005)

observaram que aumento da modulação parassimpática correlacionou-se com o

aumento da aptidão cardiorrespiratória em adolescentes. Corroborando esses

resultados, Michels et al. (2012) verificaram associação positiva entre consumo

máximo de oxigênio e a RMSSD, o PNN50 e a banda de AF, em meninos com idade

entre cinco e 10 anos. Dessa forma, é possível que os praticantes de atividades

esportivas do presente estudo tenham maior aptidão física, e consequentemente,

uma melhor VFC.

No presente estudo foi observado que os adolescentes com obesidade

abdominal ou excesso de peso apresentavam maior modulação simpática e menor

modulação parassimpática cardíaca, comparado aos seus pares não obesos e

eutróficos, respectivamente. Esses resultados corroboram com outros estudos

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realizados com adolescentes que têm observado maior modulação simpática e

menor modulação parassimpática cardíaca entre os obesos comparados aos não

obesos (RIVA et al., 2001; RABBIA et al., 2003; GUTIN et al., 2005; KAUFMAN et

al., 2007; SOARES-MIRANDA et al., 2011). A associação entre a obesidade e os

indicadores de modulação simpática cardíaca parece ser decorrente dos maiores

níveis de leptina, hormônio peptídeo secretado nos adipócitos, que ativa as vias

neurais aumentando a atividade do sistema nervoso simpático (PAOLISSO et al.,

2000; SYME et al., 2008; ZHANG et al., 2011). Além da leptina, outros mecanismos

têm sido sugeridos como responsáveis pela disfunção autonômica presentes nos

obesos, dentre eles: resistência à insulina e os marcadores de estresse oxidativo e

inflamatório (KAUFMAN et al., 2007; TASCILAR et al., 2011).

Um dado interessante do presente estudo foi que a obesidade abdominal foi

associada a mais parâmetros da VFC do que o excesso de peso, sugerindo que a

obesidade central afete mais negativamente a VFC comparado à obesidade geral.

Com objetivo de entender esses resultados, foi realizada uma análise complementar,

na qual foi possível observar que, dentre os adolescentes que apresentavam

obesidade abdominal, 84,2% também estavam com excesso de peso. Assim, é

possível explicar a maior associação encontrada na obesidade abdominal pela maior

quantidade de adolescentes, tanto com obesidade central quanto geral. Um estudo

anterior, realizado com 3508 crianças e adolescentes, de seis a 18 anos, observou

que os indivíduos que apresentavam obesidade central e geral em conjunto tinham

perfil desfavorável na concentração de adipocinas, dentre elas a leptina,

comparados aos que tinham de forma isolada (ZHANG et al., 2011).

Este é o primeiro estudo que analisou a associação entre os parâmetros da

VFC e a presença de pressão arterial elevada em adolescentes. Os resultados

encontrados confirmam uma forte associação dos parâmetros da VFC no domínio do

tempo e da frequência, cujos adolescentes com pressão arterial elevada apresentam

maior modulação simpática e menor modulação parassimpática cardíaca.

Associações similares já tinham sido observadas em adultos. Liao et al., (1996) em

estudo longitudinal observaram que a redução do SDNN e da banda de AF e o

aumento da banda de BF foram associados ao maior risco de se tornar hipertenso.

Além desse, outros estudos também têm observado uma associação negativa entre

VFC e pressão arterial elevada em adultos com desenho transversal (PRAKASH et

al., 2005; DOGRU et al., 2010; KIM & WOO, 2011). Na literatura, tem sido sugerido

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que uma baixa VFC leva ao aumento da pressão arterial, principalmente, pelo

aumento do débito cardíaco, em consequência da maior frequência cardíaca

(MALLIANI & MONTANO, 2002; MALPAS, 2010) e uma diminuição da sensibilidade

barorreflexa, comum em indivíduos hipertensos (HONZIKOVA & FISER, 2009).

Nesse sentido, os resultados do presente estudo sugere que esse mecanismo pode

estar acontecendo já na adolescência.

Este é o primeiro estudo a estabelecer valores normativos para os parâmetros

da VFC, nos domínios do tempo e da frequência, em uma grande amostra de

adolescentes homens com uma abrangência estadual. Os resultados do presente

estudo permitirão melhor compreensão na interpretação dos parâmetros da VFC em

adolescentes. Além disso, os percentis propostos foram associados aos fatores de

risco cardiovascular, o que fortalece a utilização dos valores sugeridos. Dessa forma,

profissionais da saúde que atuam com adolescentes podem utilizar os valores

propostos no presente estudo para estratificar o risco cardiovascular nessa

população, o que possibilitará intervenções para prevenção do aparecimento de

doenças cardiovasculares.

O presente estudo apresenta algumas limitações que devem ser

consideradas. Primeiro, o desenho do estudo transversal impossibilita o

estabelecimento de casualidade entre as variáveis dependentes e as independentes.

Segundo, não foi realizada a avaliação do estágio maturacional, não sendo possível

realizar análises com esse possível fator de confusão (CHEN et al., 2012). Ademais,

não foi realizada a coleta de sangue, a qual permitiria dosar marcadores

inflamatórios, hormônios e adipocinas, o que possibilitaria o entendimento dos

mecanismos envolvidos nos resultados encontrados (PAOLISSO et al., 2000; SYME

et al., 2008; ZHANG et al., 2011). Terceiro, a medida do nível de atividade física

habitual e atividades esportivas foi realizada utilizando medidas autorreferidas, o que

possibilita a ocorrência do viés de informações. Entretanto, essas medidas têm

apresentado boa reprodutibilidade em adolescentes (TENORIO et al., 2010). Por fim,

é possível que adolescentes que realizavam atividades esportivas apresentassem

maior aptidão cardiorrespiratória (KLEIN-PLATAT et al., 2005; DAGAN et al., 2013),

comparado aos que não realizaram; contudo, não foi realizada avaliação dessa

variável, o que limita o poder de explicação dos resultados encontrados.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise descritiva forneceu indicadores que auxiliam a interpretação dos

resultados da VFC em adolescentes. Além disso, verificou-se associação significante

entre os fatores de risco cardiovascular e os parâmetros da VFC, de modo que os

adolescentes que apresentaram maior modulação parassimpática e menor

modulação simpática em repouso exibiam o menor risco para a presença dos fatores

de risco cardiovascular.

Assim, os resultados do presente estudo podem auxiliar profissionais da

saúde a estratificar o risco cardiovascular entre os adolescentes e,

consequentemente, a fundamentar intervenções para prevenir o surgimento das

doenças cardiovasculares nessa população.

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ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa

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ANEXO B – Manual de coleta

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

GRUPO DE PESQUISA EM ESTILOS DE VIDA E SAÚDE

PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E COMPORTAMENTOS DE RISCO À

SAÚDE EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NO ESTADO DE PERNAMBUCO:

ESTUDO DE TENDÊNCIA TEMPORAL (2006-2011)

- COLETA DE DADOS -

- MANUAL DE PROCEDIMENTOS -

RECIFE - PE

2012

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1. COORDENADORES DO PROJETO

a) Coordenadora do Projeto: Profª. Drª. Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas

b) Pesquisadores Principais: Profª. Drª. Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas

Prof. Dr. Mauro Virgilio Gomes de Barros

Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

c) Co-Investigadores:

Prof. Ms. Agostinho Gonçalves da Silva Júnior (UFAL/AL)

Prof. Ms. Jorge Bezerra

Profª. Ms. Carla Meneses Santos

Profª. Ms. Simone Storino Honda Barros

2. LIDERES DAS EQUIPES DE TRABALHO DE CAMPO

NOME TELEFONE E-MAIL

Ana Raquel Mendes dos

Santos (81) 8702-7328 [email protected]

Anísio Luiz da Silva Brito (81) 9665-8791 [email protected]

Breno Quintella Farah (81) 97090012 [email protected]

Luciano Machado F T de

Oliveira

(81) 8806-6621 / 9993-

0093 [email protected]

Rildo de Souza Wanderley

Júnior (81) 9207-2993 [email protected]

Rodrigo Antunes Lima (81) 8863-9731 [email protected]

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*Cada equipe de trabalho de campo será coordenada por no mínimo um dos

líderes indicados acima. Complementarão as equipes, alunos participantes dos

grupos de pesquisa que formam o PROJETO ATITUDE.

3. DIRETÓRIO DE TELEFONES Universidade de Pernambuco

Escola Superior de Educação Física

Fone: (81) 3183-3376

Site: www.esef.upe.br/projetoatitude

4. ORIENTAÇÕES GERAIS O manual de instruções serve para esclarecer suas dúvidas. DEVE ESTAR

SEMPRE COM VOCÊ. Erros no preenchimento do questionário ou na realização

das medidas antropométricas e de pressão arterial poderão indicar que você não

consultou o manual. RELEIA O MANUAL PERIODICAMENTE. Evite confiar

excessivamente na própria memória.

LEVE SEMPRE COM VOCÊ:

É responsabilidade do Líder da equipe de trabalho de campo assegurar que

todo material e equipamentos necessários à realização da coleta de dados

estejam disponíveis! Isto inclui os seguintes recursos:

Manual de instruções;

Crachá e carteira de identidade;

Carta de apresentação do projeto;

Questionários;

Caneta e prancheta;

Brindes para os adolescentes;

Material para medidas antropométricas (balança, estadiômetro, fitas antropométricas);

Material para medidas da pressão arterial (monitor de pressão arterial).

Material para medidas da frequência cardíaca (POLAR)

Obs.: Levar o material para o trabalho de campo em número maior que o estimado.

5. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

RECONHECIMENTO DO SETOR

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Deve-se chegar à escola com, no mínimo, trinta minutos de antecedência em

relação ao horário de início das atividades do projeto. A principal atividade a ser

realizada nesta fase é a verificação da quantidade de termos negativos a fim de

organizar a sala de entrevistas dependendo da quantidade de alunos aptos a

participarem do projeto.

Deve-se também anotar as recusas e, se possível, algumas informações básicas

do adolescente (nome, sexo, idade), bem como o motivo da recusa. É DE

EXTREMA IMPORTÂNCIA QUE ESTAS INFORMAÇÕES SEJAM

RECOLHIDAS.

Enquanto estiver ocorrendo a entrevista, os outros componentes do grupo de

coleta deverão estar organizando as estações para as medidas antropométricas,

medição da pressão arterial e da freqüência cardíaca.

REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA

A seguir são apresentadas orientações gerais sobre como abordar os

adolescentes ao realizar a entrevista coletiva. Estas informações são

importantíssimas e representam o código de conduta do entrevistador.

Informações específicas sobre o preenchimento do questionário durante a

entrevista são apresentadas mais adiante.

ORIENTAÇÕES GERAIS

Procure estar adequadamente vestido, com a camisa e o colete do projeto, para que seja possível identificá-lo facilmente. Sempre vestir a camisa e colete do grupo com calça jeans e sapato/tênis. Se usar óculos escuros, retire-os ao abordar os entrevistados ou membros da escola. Não masque chicletes, nem coma ou beba algum alimento durante a entrevista. Nem pense em fumar quando estiver fazendo contato ou entrevistando qualquer pessoa, mesmo que esta fume e lhe ofereça.

Use sempre seu crachá de identificação. Se necessário mostre sua carta de apresentação. Pergunte se a pessoa quer anotar o telefone do GPES/UPE, mas lembre que o folder do projeto tem esta e outras informações.

Seja sempre gentil e educado, pois as pessoas não têm obrigação de atendê-lo. A primeira impressão causada na pessoa que o recebe é muito importante.

No primeiro contato deixe claro que você faz parte de um projeto de pesquisa da Universidade de Pernambuco e que quer apenas conversar.

Trate os entrevistados por SENHOR e SENHORA, sempre com muito respeito. Só mude este tratamento se o próprio pedir para ser tratado de outra forma.

Chame o entrevistado sempre pelo nome (exemplos: Senhora Maria, Senhor José). Jamais chame alguém de boy, garoto, menina, etc. Isto pode ser interpretado como desinteresse pela pessoa.

Seja gentil e educado com o adolescente, porém cuidado para não tratá-lo de forma infantilizada demais. Procure reter a atenção do adolescente de forma

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descontraída, mas lembre-se de que estamos investigando um fenômeno e não brincando com eles.

As entrevistas serão realizadas em grupo, em sala organizada para tal.

Antes de iniciar a entrevista, certifique-se de que todos os entrevistados contêm um questionário. Lembre-se de orientar os alunos a lerem as orientações iniciais contidas no início do questionário.

SEMPRE terão dois entrevistadores para cada sala. O pesquisador mais experiente (líder do grupo de trabalho) irá conduzir a entrevista. O outro pesquisador, durante a entrevista, deve deslocar-se pela sala a fim de identificar pessoas com dificuldade para responder às questões.

Caso seja necessário, auxilie alguém que você identifique que esteja com repetidas dificuldades durante a entrevista.

Leia as perguntas para o grupo entrevistado. Inicialmente, não tente melhorar a forma de perguntar e repita a questão, se necessário. O pesquisador que estiver rondando a sala tirará as dúvidas individuais.

A próxima questão só deve ser lida, após a compreensão e preenchimento de todos sobre a pergunta anterior.

ENTRE EM CONTATO COM SEU SUPERVISOR SEMPRE QUE TIVER DÚVIDAS.

Mantenha a mão, o seu Manual de Instruções e consulte-o se necessário, mesmo durante a entrevista.

NÃO ATENDER O CELULAR ENQUANTO ESTIVER REALIZANDO A ENTREVISTA!

PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS E FORMULÁRIOS

O questionário será preenchido através de entrevista em grupo. As entrevistas serão respondidas pelos adolescentes.

Orientem os alunos para que cuidem bem de seus formulários.

O pesquisador que for realizar a leitura das questões, deve se posicionar em um nível mais elevado que os entrevistados, procurando estar visível a todos.

Deve-se indicar aos adolescentes para preencherem os formulários de caneta.

Lembre-se! Tudo que estiver anotado no questionário vai ser lido e digitado. Por isso revise, na sala de aula, todos os questionários e se necessário dirija-se ao adolescente para solucionar eventuais dúvidas.

Nunca deixe nenhuma resposta em branco. Lembre-se que, no caso de uma pergunta sem resposta, a equipe de pesquisa terá que voltar ao local da entrevista e isto significa mais trabalho para todos.

Não use abreviações ou siglas, a não ser que tenham sido fornecidas pelo manual.

Nunca passe para a próxima pergunta se perceber que os estudantes estão com alguma dúvida sobre a questão que acabaram de ser questionados. Aconselhe os adolescentes a não registrarem a resposta caso não estejam

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absolutamente seguros de terem entendido o que foi dito pelo(a) entrevistador(a).

O entrevistador deve avisar aos adolescentes antes de iniciar a entrevista, bem como na mudança de páginas do questionário:

o Preste muita atenção para não pular nenhuma pergunta, nenhum espaço. Ao final de cada página do questionário, procure verificar se todas as perguntas da página foram perguntadas.

o Quando você tiver dúvida sobre a resposta ou a informação, tentar esclarecer com o pesquisador, e se necessário, anote a resposta por extenso e apresente o problema ao supervisor.

Nunca confie em sua memória e não deixe para registrar nenhuma informação depois da entrevista. Não encerre a entrevista com dúvidas ou espaços ainda por preencher.

Use o pé da página, ou o verso, para escrever tudo o que você acha que seja importante para resolver qualquer dúvida. Na hora de discutir com o supervisor estas anotações serão muito importantes.

As instruções nos questionários que estão em MAIÚSCULAS ou em negrito servem apenas para orientar o entrevistador, não devendo ser lidas para o entrevistado.

Caso a resposta seja “OUTRO”, especificar o que foi respondido no espaço reservado, segundo as palavras do informante.

RECUSAS

Em caso de recusa, se possível, anotar no espaço destinado as razões apresentadas pelo entrevistado. Porém, NÃO desistir, e caso seja possível converse com o adolescente. Diga que as respostas são confidenciais e insista em esclarecer a importância do trabalho e de sua colaboração. ANOTE OS MOTIVOS PELOS QUAIS FIZERAM O ADOLESCENTE OPTAR POR NÃO PARTICIPAR DA PESQUISA, BEM COMO A SUA ESCOLA, SEXO E IDADE PARA POSTERIOR CONTROLE.

LEMBRE-SE: muitas recusas são POR FALTA DE ESCLARECIMENTO, ou seja, é uma questão de entendimento sobre a pesquisa para o respondente. Possivelmente, com uma abordagem adequada a pessoa poderá responder ao questionário.

6. GUARDA E ARQUIVAMENTO DOS QUESTIONÁRIOS

No final de cada dia, entregue os questionários que foram respondidos (aplicados) ao líder de sua equipe de trabalho. Ele será o responsável pela guarda e arquivamento do material no Laboratório.

7. INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS PARA O PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS

IMPORTANTE: TENHA CUIDADO NAS INSTRUÇÕES DADAS AOS ADOLESCENTES. ALGUMAS QUESTÕES PODEM NECESSITAR DE ESCLARECIMENTOS. LEIA E RELEIA AS INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS DA ENTREVISTA PERIODICAMENTE.

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RESSALTE NA LEITURA DAS QUESTÕES O PERÍODO O QUAL ESTAMOS INQUIRINDO PARA EVITAR DÚVIDAS E RESPOSTAS INCORRETAS OU INCOERENTES.

SEÇÃO “INFORMAÇÕES PESSOAIS”

QUESTÃO 1. Qual o seu sexo?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 2. Em que série (ano) você está?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 3. Qual a sua idade, em anos?

Considerar a idade em anos completos.

QUESTÃO 4. Qual o seu estado civil?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 5. Você trabalha?

Oriente os estudantes a marcarem a questão “trabalha”, mesmo aqueles que possuem uma ocupação não remunerada.

Nas questões 6 e 7 os entrevistadores devem orientar os alunos que moram com pai e mãe a marcarem “sim” nas duas questões.

QUESTÃO 8. A sua residência fica localizada na região/área:

Deve ser considerada região urbana, a região prioritariamente cercada por comércio, serviços e casas residenciais. Região rural deverá ser aquela prioritariamente cercada por sítios, fazendas, etc.

QUESTÃO 9. Você se considera:

O aplicador deverá esclarecer aos estudantes sobre as possibilidades de respostas:

Cor branca: descendentes europeus/ocidentais

Cor preta: descendentes de africanos/afro-brasileiros

Cor parda: descendentes de indivíduos de cor/etnias diferentes miscigenação/mestiçagem (Mestiços de pais de cores ou etnias diferentes: preta e branca; preta e índio; branca e índio, e assim por diante...)

Cor amarela: descendentes de asiáticos/orientais

Raça/etnia indígena: descendentes de índios

QUESTÃO 10. Em que tipo de habitação você mora (reside)?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 11. Marque a alternativa que melhor indica o nível de estudo da sua mãe:

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Os aplicadores devem orientar que os estudantes podem considerar tanto a mãe biológica como a mãe social.

QUESTÃO 12. Dentro da sua casa tem banheiro?

O entrevistador deve realçar que: os estudantes devem considerar os banheiros existentes dentro da residência. Não considerar banheiros fora da residência.

O que define banheiro é a existência de vaso sanitário. Para ser considerado, o banheiro tem que ser privativo do domicílio. Banheiros coletivos (que servem a mais de uma habitação) NÃO devem ser considerados.

É importante que a informação seja relativa ao domicilio em que o estudante reside!

QUESTÃO 13. Na sua casa tem geladeira?

Os aplicadores devem orientar os estudantes para considerarem também freezers e geladeiras duplex.

QUESTÃO 14. Na sua casa tem televisão?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 15. Na sua casa tem computador?

Os aplicadores devem orientar para que os estudantes considerem todo tipo de computador existente no domicílio, mesmo que sejam portáteis (notebook e netbook).

QUESTÃO 16. Na sua casa tem computador conectado à internet?

Os aplicadores devem orientar os estudantes a considerarem todo tipo de conexão com internet, exemplo: discada/linha ocupada (dial-up); ADSL (discada/recebe ligação); cabo; satélite; 3G; rádio.

QUESTÃO 17. Na sua casa tem água encanada?

Os aplicadores devem orientar os estudantes a considerarem a existência de água encanada nos casos em que a residência seja abastecida pela COMPESA ou por poço com bomba.

QUESTÃO 18. Em geral, você considera que a sua saúde é:

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 19. Qual o nome da cidade onde você mora:

Solicite para o adolescente responder com letra de forma. Na revisão do questionário ao final da entrevista cheque se está legível, caso seja necessário procure o estudante.

SEÇÃO “ATIVIDADES FÍSICAS”

Durante a leitura das questões ressalte o período o qual estamos inquirindo.

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QUESTÃO 20. Durante uma semana típica ou normal, em quantas aulas de Educação Física você participa?

Na leitura da questão enfatize o “você participa”.

Para as questões 21-26 leia a questões e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

Para as questões 27-29 leia o parágrafo que está em destaque.

QUESTÃO 27. Como você normalmente se desloca para ir para escola?

Leia a questão e as opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 28. Durante os últimos 7 dias, em quantos dias você andou a pé ou de bicicleta para IR e VOLTAR da escola?

Ressalte que o adolescente só pode responder sim nesta questão caso ele vá e volte a pé ou de bicicleta.

QUESTÃO 29. Durante os últimos 7 dias, em média, quanto tempo por dia você gastou para ir de casa para escola e voltar até a sua casa (some o tempo que você leva para ir e para voltar)?

Orientar os alunos para localizarem o tempo gasto com o deslocamento dentro das faixas contidas nas respostas.

QUESTÃO 30. Em um dia típico (normal), quanto tempo você gasta sentado, assistindo televisão, jogando no computador, conversando com amigos, jogando cartas ou dominó?

Para as questões 31-36 leia o parágrafo que está em destaque. Orientar os alunos a localizarem o tempo dentro dos intervalos apresentados nas respostas.

SEÇÃO “CONSUMO DE ÁLCOOL E DE OUTRAS DROGAS”

LEIA O PARÁGRAFO QUE ESTÁ EM DESTAQUE.

IMPORTANTE: Explique para a turma de entrevistados o que é uma DOSE:

A um “copo de cachaça” de pinga ou vodka

A metade de um copo americano de vinho do porto ou licor

A um copo americano/taça de vinho de mesa

A uma caneca ou uma latinha de cerveja

Peça para que eles olhem a figura a cada pergunta

Figura 1.

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Para as questões 37-42 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 43. Durante a sua vida, quantas vezes você utilizou drogas tais como loló, cola de sapateiro, lança perfume, maconha, crack, cocaína ou outras (não considerar cigarro ou bebida alcoólica)?

O aplicador deve ressaltar, durante a leitura, que álcool e cigarro não estão sendo considerados nesta questão.

Para as questões 44-46 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

SEÇÃO “HÁBITOS ALIMENTARES”

Leia o parágrafo que está em destaque. Para as questões 47-52 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

SEÇÃO “HIGIENE”

Leia o parágrafo que está em destaque. Para as questões 53-56 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

SEÇÃO “SENTIMENTOS E RELACIONAMENTOS”

Para as questões 57-62 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

Leia o parágrafo que está em destaque. Para as questões 63-66 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

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Para as questões 67 e 68 o aplicador deverá orientar os estudantes em localizar a faixa dentro dos intervalos apresentados.

SEÇÃO “SEUS COMPORTAMENTOS NA ESCOLA E EM CASA”

Para as questões 69-80 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

SEÇÃO “COMPORTAMENTO SEXUAL”

Leia o parágrafo que está em destaque. Para as questões 81-85 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

SEÇÃO “TABAGISMO”

Leia o parágrafo que está em destaque. Para as questões 86-91 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

Ressalte na leitura os períodos referente à cada questão.

SEÇÃO “VIOLÊNCIA”

Para a questão 92 leia o parágrafo que está em destaque.

QUESTÃO 92. Durante os últimos 12 meses, quantas vezes você sofreu algum

tipo de violência física?

Para a questão 93 leia o parágrafo que está em destaque.

QUESTÃO 93. Durante os últimos 12 meses, quantas vezes você esteve

envolvido numa briga?

Para as questões 94-97 leia o parágrafo que está em destaque.

Para a questão 98 leia o parágrafo que está em destaque.

QUESTÃO 98. Durante os últimos 30 dias, de que maneira você geralmente

sofreu bullying?

SEÇÃO “CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL”

Para as questões 99-100 leia as questões e opções de resposta e aguarde o preenchimento dos estudantes.

QUESTÃO 99. Durante os últimos 12 meses, a sua pressão arterial foi aferida

(medida) pelo menos uma vez?

QUESTÃO 100. Em que local a sua pressão arterial foi medida (aferida)?

IMPORTANTE

AO FINAL DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS OS ENTREVISTADORES

DEVERÃO ORIENTAR OS ALUNOS A SE DIRIGIREM A SALA DE MEDIDAS,

LEVANDO JUNTO OS QUESTIONÁRIOS

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ANEXO C – Questionnaire Global Student Health Survey

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