VARIAÇÃO MORFO-ECOLÓGICA DAS DUNAS FRONTAIS...
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VARIAÇÃO MORFO-ECOLÓGICA DAS DUNAS FRONTAIS
DO LITORAL DE ARROIO DO SAL-RS, BRASIL, COMO
SUBSÍDIO A GESTÃO DOS CONFLITOS DE USO.
INTRODUÇÃO
O município de Arroio do Sal situa-se na porção mais a
nordeste da barreira arenosa progradante Tramandaí-Itapeva,
desenvolvida no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil,
durante o Holoceno. A sua borda leste é constituída por praias
oceânicas e dunas primárias ao longo de 27 Km de costa.
O objetivo deste trabalho é caracterizar a morfologia e ecologia
das dunas frontais a fim de subsidiar a gestão dos conflitos entre
as áreas de preservação das dunas e as de uso e ocupação dos
espaços.
METODOLOGIA
Em abril de 2011 (outono), foram levantados 13 perfis
topográficos transversais à praia, equidistantes 1,5 km entre si.
Esse é um método clássico de estudo da dinâmica praial e das
condições morfo-ecológicas das dunas, termo definido por Hesp
(1988) que informa a variação da densidade vegetal medida
através de quadrados (1m x1m) ao longo do perfil da duna. As
espécies vegetais foram identificadas com o uso de guias
ilustrados das plantas das dunas costeiras de Cordazzo e
Seeliger (1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mobilidade positiva da linha de costa sempre foi observada nos
monitoramentos da dinâmica praial, neste setor da costa (Toldo Jr. et al.,
1999), mas nesse estudo, apenas um perfil desenvolvia duna incipiente em
direção ao mar.
A diversidade florística das dunas costeiras da região é reportada em vários
estudos (Cordazzo & Seeliger, 1987), em função da influência no clima
(mais quente e úmido) devido a proximidade da Serra Geral, grande número
de habitats formando um complexo mosaico que favorece a diversidade e
devido à natural aquisição de elementos tipicamente tropicais e mais
arbóreos (restinga), que exigem mecanismos de gestão a fim de protege-
los.
Localização da Área de Estudo
Luiz Liberato Cavalcanti A. Tabajara, SEAGRASS, [email protected]
Nelson Luiz Sambaqui Gruber (*), Depto GEA & CECO-IGEO-UFRGS, [email protected]
Tânia Marques Strohaecker, GEA & CECO-IGEO-UFRGS, tâ[email protected]
Rafael Mastracusa de Oliveira, CECO-IGEO-UFRGS, [email protected]
Frantiesca Cheiran, CECO-IGEO-UFRGS [email protected]
Ricardo Augusto Lengler Franchini, CECO-IGEO-UFRGS, [email protected]
Julio Fernandes de Oliveira, PPGEO-IGEO-UFRGS
Fabrício da Silva Caetano, GEA & CECO-IGEO-UFRGS
João Pedro Formolo Ferronatto, GEO-IGEO-UFRGS
RESULTADOS • A largura do perfil da duna primária
variou entre 40 a 80 m.
• O volume das dunas e o estoque de
sedimentos aumentaram com as
mudanças na orientação da linha de
costa em relação ao vento NE para o
Sul (> PDE com o aumento da
componente on shore do vetor VEL)
• Alturas relativamente pouco
expressivas: 0,75 a 2,7 m.
• Os taludes marinhos das dunas
frontais estavam em fases diferentes
de preenchimento e recuperação da
vegetação: 23% com escarpas
remanescentes, 70% com estabilidade.
• Perfis morfo-ecológicos das dunas
correlacionados aos estágios 2 e 3 do
modelo de Hesp (1988): depósitos
com topografias onduladas,
desenvolvidos lateralmente, mas
contendo pequenas brechas
conectadas a corredores de deflação
pequenos a moderados.
Bibliografia CORDAZZO, C.V.; SEELIGER, U. 1987. Composição e distribuição da vegetação nas dunas costeiras ao sul
de Rio Grande (RS). Ciência e cultura, 39(3): 321-324
CORDAZZO, C.V.; SEELIGER, U. 1995. Guia ilustrado da vegetação costeira no extremo sul do Brasil. Rio
Grande: editora da FURG. 275p.
HESP, P.A. 1988. Morphology, dynamics and internal stratification of some established foredunes in southeast
Australia. Sedimentary Geology, 55:17-41.
TOLDO JR., E.E.; ALMEIDA, L.E.S.; BARROS, C. e MARTINS, L.R., 1999. Retreat of the Rio Grande do Sul
Coastal Zone, Brazil. In: Martins, L.R. and Santana, C.I. (eds.). Non Living Resources of the Southern
Brazilian Coastal Zone and Continental Margin. P. Alegre: ed.da UFRGS. p.62-68.
A ação eólica sobre depósitos pré-
existentes, no interior das dunas,
formam pequenas bacias de
deflação na forma de prato e
lóbulos de deposição alongados
na direção SW (8º obliquo a costa).
As dunas existentes na sede do
município (perfis AS9 e AS10), são
as mais vulneráveis, por
conjugarem morfologias erosivas,
baixa cobertura vegetal à forte
pressão de uso.
(*) Bolsista CAPES Processo Estágio Senior Exterior 0-887-11-0