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Variedades LingusticasAula 3 FLF

Portugus e Redao Empresarial

A lngua no usada de modo homogneo por todos. O uso de uma lngua varia por diversos fatores: de poca para poca, de regio para regio, de classe social para classe social, e assim por diante. Alm disso, dependendo da situao, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma s forma da lngua.

"Nenhuma lngua permanece a mesma em todo o seu domnio e, ainda num s local, apresenta um semnmero de diferenciaes.(...) Mas essas variedades de ordem geogrfica, de ordem social e at individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomtico da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, no prejudicam a unidade superior da lngua, nem a conscincia que tm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicao, de manifestao e de emoo." (Celso Cunha, em Uma poltica do idioma)

Tipos de variao lingstica Variao Regional Variao Social Variao Etria

Variao de Registro

Variao Regional Nesta dimenso, incluem-se as diferenas lingsticas observadas entre pessoas de regies distintas, onde se fala a mesma lngua. Exemplos claros desta variao so as diferenas encontradas entre os diversos pases de lngua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo) ou entre regies do Brasil (regio sul, com os falares gacho, catarinense, por exemplo, e regio nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).

Variao Regional Veja este texto de Patativa do Assar, um grande poeta popular nordestino, O Poeta da Roa Sou fio das mata, canto da mo grossa, Trabio na roa, de inverno e de estio. A minha chupana tapada de barro, S fumo cigarro de paia de mo.

Sou poeta das brenha, no fao o pap De argun menestr, ou errante cant Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, percura de am. No tenho sabena, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assin. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre no pode estud. (...)

Variao Regional

Variao Social Sob esse ponto de vista, os dialetos correspondem s variaes que existem em funo da classe social a que pertencem os indivduos. Incluem-se neste tipo de variedade lingstica os jarges profissionais (linguagem dos advogados, dos locutores de futebol, dos policiais, etc.) e as grias, que identificam muitos grupos sociais. Na sociedade, os dialetos sociais podem ter um papel de identificao, pois atravs deles que os diferentes grupos se reconhecem e at mesmo se protegem em relao aos demais.

Variao Social Olha, hoje em dia, uma campanha, qualquer que seja, sai muito cara e no se admite mais nenhum esforo em qualquer organizao do pas ou do mundo que no use informtica para melhorar seu controle de custos, melhorar a divulgao de suas mensagens junto aos clientes, melhorar a organizao da campanha. Ento a informtica serve para tudo isso, a ferramenta moderna e que est penetrando em todas as empresas. "Tem gente que nasce com corao maior ou menor, com vrios defeitos. Essas so as cardiopatias congnitas, n, o corao pode nascer com inmeros defeitos. Agora, o tamanho do corao tambm tem a ver com outros problemas que no so congnitos, como a insuficincia coronariana. " As expresses so data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor, para no usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer dizer "com o devido respeito", bota antes data venia e a fala o que quiser para o juiz. Os sinnimos de data venia seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. S data venia, data venia, fica enfadonho, n?"

Variao Etria Essas diferenas correspondem ao uso da lngua por pessoas de diferentes faixas etrias, fazendo com que, por exemplo, uma criana apresente uma linguagem diferente da de um jovem, ou de um adulto. Ao longo da vida, as pessoas vo alternando diferentes modos de falar conforme passam de uma faixa etria a outra.

Variao Etria ANTIGAMENTE, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo no sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tbua, o remdio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (....) ( Carlos Drummond de Andrade) Foi no Cristal Grafiti. A onda veio abrindo inteira, dropei no crtico, fiz o bottom turn de backside, subi e dei um rasgado. A deixei cair l embaixo, subi novamente, dei outra rasgada e, quando ela engordou, adiantei, dei um cutback bem agachado e bati na espuma. Veio a juno e mandei uma esbagaada, depois foi aquela marolagem, enganao.

Variao de Registro Outro tipo de variedade que as lnguas podem apresentar diz respeito ao uso que se faz da lngua em funo da situao em que o usurio e o interlocutor esto envolvidos. Para se fazer entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e isto facilmente observvel na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma criana, a um colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos de dizer, para cada uma dessas situaes. Tentar adaptar a prpria linguagem do interlocutor j realizar um ato de comunicao. Pode-se dizer que o nvel da linguagem deve se adaptar situao.

Variao de Registro "Quero te pedir um grande favor." (mais informal) "Venho solicitar a V.S. a concesso de auxlio-doena." (mais formal) D-me um cigarro Diz a gramtica Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nao Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me d um cigarro. (Oswald de Andrade - Poesias Reunidas)