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Durante a Fête des Lumières, a noite de Lyon fica assim, toda colorida por projeções. Na foto, a linda Catedral Saint-Jean aparece em primeiro plano TEXTO | PATRÍCIA FIGUEIREDO ARTE | RICARDO MARQUES ILUSTRAÇÕES | AURORA CACCIAPUOTI Verdadeira Cidade Luz da França, a terra natal dos irmãos Lumière é um espetáculo de gastronomia, cultura, história, moda e inovação

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Durante a Fête des Lumières, a noite de Lyon fica assim, toda colorida por projeções. Na foto, a linda Catedral Saint-Jean aparece em primeiro plano

TEXTO | PATRÍCIA FIGUEIREDO ARTE | RICARDO MARQUES ILUSTRAÇÕES | AURORA CACCIAPUOTI

Verdadeira Cidade Luz da França, a terra natal dos irmãos Lumière é um espetáculo de gastronomia,

cultura, história, moda e inovação

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aris ficou com a fama, mas, para o franceses, a Cidade Luz de verda-de é Lyon. Só pra come-çar: foi aqui que nasce-ram os irmãos Lumière, os inventores do cinema. E também aqui acon-tece, todo dezembro, a

Fête des Lumières, festival que enche as ruas de projeções luminosas mul-ticoloridas. É um espetáculo que du-ra quatro dias e atrai milhares de visi-tantes a essa cidade no centro-leste do país, a menos de duas horas da capital.

Dois rios, duas colinas e uma qua-se ilha. A distribuição geográfica pe-culiar ajuda Lyon a preservar char-mosos cantinhos em bairros tão diversos que a transformam em uma colcha de retalhos perfeita até mesmo em suas (por assim dizer) imperfei-ções. Ruelas medievais, o maior par-que urbano do país e um bairro futu-rista que parece saído dos Jetsons são apenas alguns dos predicados do lu-gar – que ainda ostenta gastronomia de primeira e uma agenda cultural consistente e eclética. Aqui adiante, venha com a gente explorar, região por região, essa cidade, em tantos sentidos, iluminada.

PRESQU’ÎLEPERTINHO DA ÁGUAPeninsular (presqu’île quer dizer “qua- se ilha”), o coração da cidade fica espremido entre os rios Rhône e Saône. O centro de tudo é a ampla Place Bellecour, perfeitamente simétrica e adornada por uma estátua equestre de Luís XIV, no meio. Do norte da praça sai a Rue de la République, importante

via de pedestres onde se alinham Zaras e Starbucks, e também a Rue du Président Édouard Herriot, que abriga Hermès, Louis Vuitton e outras chiquezas.

Subindo esta última desde a Belle-cour, chega-se rapidinho à Place des Jacobins e ao seu chafariz de mármore claro. O entorno é dominado por belas vitrines e alguns cafés. Um dos mais legais é o Slake, que segue a linha de antidecoração, com paredes inacaba-das e muita madeira de demolição. Um pouco mais ao norte está a estreita Rue Mercière, pontilhada de restaurantes e bares – alguns bem armadilha pa-ra turistas. Não é o caso do L’Épicerie, bistrô que faz apetitosas tartines.

Das maiores vantagens de passear em uma quase ilha é nunca estar a muitos passos do rio. E, em Lyon, cada um à sua maneira: no Rhône, as mar-gens são agitadas e viram parque nos fins de semana ensolarados, com gen-te fazendo piquenique no trecho entre as pontes de l’Université e Lafayette; sobre o Saône, a atração são as gracio-sas passarelas vermelho-carmim SaintGeorges e Saint-Vincent.

É na fervilhante Place des Terreaux que estão a prefeitura, seu maior cha-fariz e seu museu mais tradicional. Envolvendo um pátio ajardinado gra-cioso, o Museu de Belas Artes de Lyon tem um acervo de respeito, com obras de Rembrandt e Picasso. A sala de es-culturas impressiona pelo pé-direito alto e pela profusão de Rodins.

Do lado do museu, o Hôtel de Ville, pomposo prédio da administração da cidade, compõe bem o cenário com a Fontaine Bartholdi, obra que leva o no-me e a assinatura do escultor que fez a Estátua da Liberdade.

Escondida atrás da prefeitura está

P1 O clássico Hotel-Dieu de Lyon, à margem do plácido rio Rhône 2 Os lionenses notáveis nas pinturas do Fresque des Lyonnais 3 Queijinhos de queijões no mercado 4 Tartines caprichadas do Café L’Épicerie, bistrô obrigatório na Rue Mercière

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a Ópera de Lyon, que perdeu boa parte de sua cúpula quando foi atingida, em 1826, por um incêndio. O interior é to-do contemporâneo, decorado em tons de preto e vermelho que aludem ao fo-go. Em um esforço para atrair o públi-co jovem, menores de 28 anos têm di-reito a ingressos a partir de 10 euros. Difícil dizer se a medida está funcio-nando, mas os jovens certamente es-tão por perto – na pista de skate im-provisada ao lado do edifício. Muito cuidado por ali: a qualquer momento você pode ser atropelado por um garo-to andando de skate e mastigando um kebab ao mesmo tempo, embalado pelo som dos ininteligíveis raps franceses.

VIEUX LYON E FOURVIÈREPASSAGENS SECRETASUma porta insuspeita no térreo de um edifício histórico abre e fecha sem ces-sar. Mais de perto se vê: não se trata de uma porta, mas de uma passagem. São as traboules, estreitos corredores que levam de uma rua a outra passan-do por dentro de imóveis. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram usa-das por integrantes da Resistência para despistar os nazistas. Embora existam em outras vizinhanças, as traboules são mais charmosas (e numerosas) em Vieux Lyon, a oeste da Presqu’île.

As passagens conectam ruelas me-dievais forradas de paralelepípedo e ladeadas por predinhos coloridos. O ponto focal é a recém-restaurada Ca-tedral Saint-Jean, que guarda um dos relógios astronômicos mais antigos da Europa. Ela fica em uma rua homôni-ma, que agrupa lojinhas e os bouchons mais pega-turista da cidade.

Instituição local, bouchon é um

restaurante de decoração pitoresca que serve pratos típicos bem rústicos. Um dos poucos por ali que representam bem a tradição é o Les Fines Gueules, em que o menu de três etapas sai por 27 euros. Ainda mais gostoso é trocar o almoço por várias pequenas gulosei-mas, de crepe de rua a sorvete de sa-bores como manjericão ou pão de mel. Na sorveteria Terre Adélice, dos 96 sa-bores disponíveis, 60 são orgânicos.

Debruçada sobre Vieux Lyon está a Colina de Fourvière, coroada por uma enorme basílica visível de quase toda cidade. Os locais a chamam de “a coli-na que reza”, enquanto a Croix Rousse, do outro lado do Saône, ficou com o tí-tulo de “ a colina que trabalha”, em re-ferência às muitas fabriquetas de teci-do que havia por lá. Para subir “a que reza”, pega-se um pequenino funicu-lar. O bondinho vermelho, um char-me, está na ativa desde 1900.

Uma vez lá em cima, comece a vi-sita pelo jardim da igreja, que ofere-ce um panorama matador da cida-de, emoldurada pelos Alpes ao fundo nos dias claros. A visão compete com a que se tem no interior da Basílica Notre-Dame de Fourvière, todinha forrada com mosaicos de inspiração bizantina. A despeito de sua popula-ridade, muitos locais consideram a basílica um elefante branco, literal-mente – dizem seus detratores que a construção-símbolo de Lyon lembra o animal de cabeça pra baixo.

CROIX ROUSSETECIDOS E COMIDA A tal “colina que trabalha” se eleva a partir da Place des Terreaux em ladei-ras íngremes e termina em um pla-tô, onde está a estação de metrô Croix-

Zoé Bassetto, nascida em Lyon e a autora

do blog Zoé Macaron (zoemacaron.fr), lista três endereços para compras criativas

NYACK"Pequena butique em Bellecour com

uma ótima seleção de marcas como Swedish

Hasbeens e Sessun. (nyackboutique.fr)

ENTRE VUES É 'O' lugar para

comprar óculos de sol ou de grau. Tem modelos originais e

de marcas que não se encontra facilmente.

(entre-vues.fr)

CARRIE BRADSHOP Meu brechó preferido.

Todas as peças são lavadas com cuidado,

e as araras são muito organizadas"

(carriebradshop.com)

MODA INSIDER

Charme é cruzar o Rio Saône na passarela vermelho-carmim de Saint-Georges

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LYON

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Rousse e alguns mirantes. A encosta concentra butiques e muitos bares em espaços antes dedicados à produção de tecidos, atividade que fez Lyon flores-cer economicamente no século 19.

O bairro sustenta o espírito fashion em endereços como o Village des Créateurs, uma galeria a céu aberto onde novos designers podem exibir suas criações. A poucos passos dali, a L’Effet Canopeé, misto de ateliê, café e lojinha, é uma síntese dos ares cool que tomaram a encosta.

Com alguma disposição, é possível dispensar o metrô e queimar as pantur-rilhas subindo até o platô pela Montée de la Grande Côte, rua de pedestres das mais fotogênicas, que culmina em um jardim com mirante. Não muito longe dali fica o restaurante La Mère Brazier, um dos 15 estrelados pelo Guia Michelin em Lyon – a cidade é a quarta da Eu-ropa com maior número de estabele-cimentos com as tais estrelas.

Na Rue de la Martinière, pertinho da Passarela Saint-Vincent, há sem-pre turistas parados, olhando para o al-to. Observam um afresco trompe l’oeil que simula uma fachada, o Fresque des Lyonnais. Nas janelas de mentirinha es-tão 30 célebres lioneses que enchem de orgulho os locais, como Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, e o chef Paul Bocuse, que revolucionou a cozi-nha francesa e criou um pequeno im-pério gastronômico na cidade.

CONFLUENCEFOCO NO FUTUROO roteiro deste filme a gente já conhe-ce: uma zona portuária, feiosa e degra-dada, recebe milhões em investimen-tos e vira o bairro moderno. Mas, em

Lyon, o longa fica mais colorido, cor-tesia dos prédios de arquitetura futu-rista que proliferam em Confluence.

Comece na Place Nautique, baía ar-tificial em que atracam barquinhos de viajantes que singram os rios da re-gião. Escolha um dos restaurantes com mesinhas no calçadão para um almoço com vista. No Quai Rambaud, repare nos gigantes prédios coloridos que parecem até brinquedo de criança. O laranjão, apropriadamente chamado de Cubo Laranja, é um dos pioneiros e ganhou um irmão em 2015, o Cubo Verde, projetado pelo mesmo escritó-rio de arquitetura. Um dos poucos en-trepostos de mantimentos preservado agora abriga galerias de arte e, no ter-raço, a balada Sucre, que promove fes-tas de música eletrônica.

A caminhada alcança seu apogeu na chegada ao Musée de Confluences, inaugurado no final de 2014 e, não por acaso, localizado na confluência entre os dois rios de Lyon. Impossível não se impressionar com o prédio cujo inte-rior abriga exposições interativas so-bre a história do mundo – um tre-mendo sucesso com as crianças.

LESTE DE LYONMERCADO, PARQUE, AÇÃO! Part-Dieu, com suas torres e seu cen-tro comercial, é a primeira visão de quase todo mundo que chega a Lyon, já que ali está tanto a maior estação de trem quanto o ponto final do tram que vem do aeroporto. Lá, o quase único atrativo é o principal mercado da cidade, Les Halles Paul Bocuse, com estandes dos melhores produtores da região. Vale colocar na sacola pelo me-nos uma peça do cremoso queijo Saint- Marcellin e algumas garrafas de vinho

Novinho em folha, o Parc OL (parc-ol.

com) é desde janeiro a casa do Olympique Lyonnais, equipe que é orgulho da cidade e dominou o futebol

francês de 2001 a 2008. Também conhecida como

Stade des Lumières, a arena de 59 mil

lugares foi palco de diversos embates na última Eurocopa –

inclusive a semifinal entre País de Gales e Portugal, seleção que acabou vencendo o torneio e levando o título na final contra

a... França. Quem gosta futebol não

pode perder a chance de acompanhar um

jogo da arquibancada (ingressos à venda no site olweb.fr) ou ao menos fazer um

tour pelas instalações (desde € 9).

ESTÁDIODA... LUZ

1 O futurista Cubo Laranja... 2 ...e outros edifícios da arquitetura arrojada do novíssimo bairro Confluence 3 Arroz de vitela à moda de Grenoble, servido no restaurante La Mère Brazier 4 Vida à sombra no Parc de la Tête d’Or, o maior parque urbano da França

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FRANÇA > 33

LYON > 69FICAR Ficar na Presqu’île é garantia de fazer quase tudo a pé e ter fácil acesso ao efi-caz sistema de transporte quando pre-cisar ir mais longe. O Mercure Centre--Beaux Arts (accorhotels.com; diárias desde € 118) tem quartos reformados recentemente e localização ao lado da Place des Jacobins. O Vaubecour (bit.ly/vaubecour; desde € 89), um dois-estrelas familiar, ocupa um andar de um imóvel residencial. Recém-inaugurado, o Away (bit.ly/awayhostel; desde € 26 em quarto compartilhado e € 99 em quarto duplo) é um hostel de design na Croix-Rousse que organiza brunches aos domingos.

COMER Em Vieux-Lyon, fuja dos bouchons com menu em inglês e prefira o pequenino

Les Fines Gueules (16 Rue Lainerie) ou o elogiado Daniel & Denise (danieletde nise.fr). O chef Paul Bocuse deu seus pri-meiros passos na cozinha no tradicional La Mère Brazier (lamerebrazier.fr), na Croix-Rousse, que tem duas estrelas Mi-chelin. O Marguerite (nordsudbrasse-ries.com) é o mais novo restaurante de Bocuse, que vale também pelo ambien-te, numa mansão da família Lumière. Na Presqu’île, o bistrô L’Épicerie (2 Rue de la Monnaie) prepara tartines gostosas que custam menos de € 10. Os sorvetes criativos da Terre Adélice (terre-adelice.eu), em Vieux-Lyon, saem por € 4,70 (co-pinho com dois sabores). Gaufrerie du Parc de la Tête d’Or é o nome completo do trailer que vende waffles e crepes deli-ciosos no maior parque da cidade.

PASSEARAberto em 2014, o Musée des Con-fluences (museedesconfluences.fr; € 9) é um novo marco na cidade e explora a confluência dos saberes: ciência, histó-ria e arte se combinam nas exposições interativas. Bem mais tradicional, o Mu-sée des Beaux-Arts (mba-lyon.fr; € 8) está para Lyon assim como Louvre está para Paris. Na Catedral Saint-Jean pres-

te atenção no relógio astronômico e nos vitrais restaurados. Na Basilique Notre-Dame de Fourvière (fourviere.org), desça à cripta para conferir a capela ori-ginal. Por € 7 há visitas guiadas que ter-minam com uma subida à torre.

COMPRARO Village des Créateurs (villagedes-createurs.com) ocupa uma passagem na Croix-Rousse e reúne lojinhas de jovens designers. No mesmo bairro, a L’Effet Canopeé (leffetcanopee.com) vende lembrancinhas criativas. O mercado Les Halles de Lyon – Paul Bocuse (halles-de-lyon-paulbocuse.com) agrupa 48 es-tandes de produtores regionais, além de restaurantes rápidos. As melhores lem-brancinhas que se pode trazer da cidade são comestíveis e estão ali: saucissons (salames curados bem fininhos), quei-jos (tente os do box La Mère Richard) e chocolates (confira os bombons de ga-nache com marzipã em formato de al-mofada).

ESCOLHASDO EDITOR

PREPARA2QUANDO IR No começo de dezem-bro a cidade fica lotada por conta da Fê-te des Lumières. No começo do outono, de setembro a outubro, as temperatu-ras são amenas e tons de verde e ama-relo colorem as árvores.

2DINHEIRO Euro (€ 1 = R$ 3,81).

2LÍNGUA Francês.

2COMUNICAÇÃO O serviço Bra-sil Direto (embratel.com.br) permi-te ligações a cobrar da França pelo 0800990055. Para usar o celular, com-pre um chip pré-pago da operadora SFR (sfr.fr) por € 35 com 4GB de in-ternet. Melhor negócio, o chip da Free (free.fr) custa € 19 por mês e inclui inesgotáveis 50 GB de dados em veloci-dade 4G, mas deve ser cancelado no fi-nal da viagem.

2FUSO + 5h até 29 de outubro.

2DOCUMENTOS Brasileiros não preci-sam de visto para até 90 dias de estadia.

2COMO CHEGAR A Lufthansa (luf-thansa.com) leva de Guarulhos com pa-rada em Munique na ida e Frankfurt na volta, desde R$ 2 901. A Air France (air-france.com.br) chega mais rápido, com conexão em Paris, a partir de R$ 3 416.

2QUEM LEVA A Decolar (decolar.com) tem cinco noites no básico Kyriad Lyon Centre-Perrache (kyriad.com) por R$ 3 819. Na Virtual (virtualturismo.com.br) são cinco noites luxuosas no War-wick Reine Astrid (warwickhotels.com) com motorista privativo, disponível nove horas por dia para traslados e passeios, por € 4 280 (sem aéreo). A CVC (cvc.com.br) tem roteiro pela França guiado em português, com três noites em Paris, duas em Dijon, duas em Lyon, uma em Aix-en-Provence e quatro em Nice por R$ 12 369 (sem aéreo).

do Beaujolais. O boxe da Giraudet é a dica para provar uma quenelle de brochet, espécie de bolinho de pei-xe servido com molho nantua, à ba-se de lagostins. Encerre com uma tar-te praliné, tortinha coberta com um caramelo de amêndoas bem vermelho, sobremesa-símbolo da cidade.

Monplaisir também carece de charme, mas é ali que fica o pátio da fábrica da família Lumière, onde os irmãos Auguste e Louis testavam as criações que dariam no cinema – a primeira cena que registraram foi justamente a balbúrdia na saída dos operários. A mansão da família é hoje o Musée Lumière, que reúne câmeras e gravações antigas.

Mais ao norte, entre as ruas mui-to mais formosas de Brotteaux, está o Parc de la Tête d’Or, maior parque ur-bano da França. Após passar pelos lin-dos portões dourados, o visitante po-de escolher entre remar uma canoa no lago, passear pelo minizoológico ou observar o rodopiar do carrossel. Nos fins de semana, um trailer cor-de-rosa bem perto do brinquedo vende waffles e crepes lambuzados com uma espécie de Nutella artesanal que vai fazer você esnobar a original italiana pelo resto da vida. Aproveite e compre logo um pote da iguaria cremosa.

Voltar de Lyon com a mala vazia é difícil, mas sair de lá sem vontade de retornar é ainda mais improvável.

EVENTOS O ANO INTEIROO acontecimento mais importante da cidade é sem dúvida a Fête des Lumières (8 a 11 de dezembro). Apesar do nome parecido, a festa não tem nada a ver com o Festival Lumière (8 a 16 de outubro), fes-tival de cinema que todo ano ho-menageia um cineasta diferente e promove exibições no hangar on-de foi criado o primeiro cinemató-grafo do mundo. Também é anu-al o Les Nuits de Fourvière (2 a 31 de julho) com espetáculos de música, teatro e circo nas ruínas de um teatro romano na Fourviè-re. Há ainda duas grandes bienais que ocorrem em anos alternados: a de Dança (14 a 30 de setembro de 2016) e a de Arte Contemporâ-nea (de 20 de setembro a 31 de de-zembro de 2017).

Boulangerie no mercado Les Halles

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