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UM LINDO SOL DE MARÇO

V ERS OS LIVR ES

O sol tênue cai sobre a terra Brotam entre os galhos das árvores

fachos que luz que, na manhã fazem o orvalho brilhar

e a natureza, emana uma força especial Os pássaros entoam seus cantos,

cantos de alento e paz levantam vôo, livres,

conhecedores de recantos nunca penetrados pelo homem

As árvores iluminadas pelos raios do sol

balançam num vai e vem, produzindo um sonoro musical

É a brisa.. A brisa de Março a soprar , e leva pelos ares folhas secas.

na relva se arrastam pétalas de flores

e tudo demonstra mudança de vida As cores alegres dão lugar ao ocre

num início de Outono onde a vida se manifesta

calma e maravilhosa sob um lindo sol de Março.

CORPO corpo cabeça tronco membros corpo cru corpo gente corpo quente de sol a sol de sal de barro de sangue vermelho ou azul que bobagem ! corpo ardente corpo grande pequeno bonito docente templo decadente de carne e osso corpo cor pó

a esperança me o- briga a caminhar em círculo em tor- no do globo em tor-

no de mim mesmo em torno de uma mesa

de jogO a esperança é um círculo no zodía- co na ciranda na roleta na rosa do

circo na roda do moinho

amanhã recomeçO

NAVEGANTE

Busco Analiso Teu olhar Teu corpo Nu

Desliza em chamas Meu corpo abraça

Forte teu cheiro (ab) sinto Invade o ar o mar

Navego tranquilo

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MAIRA ANGÉLICA F. ARAUJO. RS

ANDRÉA CARVALHO . MG

CASSIANO RICARDO

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Ano 1

nº 9

POLÍTICA POLÍTICA POLÍTICA POLÍTICA

Política Nossa vida mais e mais ficando crítica Basta olhar que você vê que a vida cívica Deteriora tanto quanto a coisa pública Quanto choro, quanta fome, quanta súplica QUANTO NOJO DE SABER QUE GENTE ESTÚPIDA De mamatas vão vivendo na república Joga o jogo de enganar postura fIsica De enganar figura lá postura cênica Vem política estúpida e anêmica Vem política raquítica, cínica Choque vai, inflação vem de forma cíclica Nem precisa consultar a estatística

Pois de fato a gente sente a vida rústica Que não há como mudar o tom da música Pois vai mudar, vai melhorar, vai ficar nítida Sua alegria de viver será explícita Nos palanques bem montados, boa acústica São patéticas promessas de política DE POLÍTICA EM POLÍTICA Essa política gerando gente cínica Povo mais cada vez ficando cético

Gabiru será um dia milimétrico São escândalos, processos quilométricos São seqüestros, falcatruas sem inquéritos

Ser parente se promove pelo mérito

Superfaturada a compra, coisa ilícita Divulgado o resultado da balística Só se tinha um tiro certo para o encéfalo Deram dois na inflação, efeito ínfimo Galopante volta a fera, segue o ritmo

Qual doença degradando o corpo aidético Então o político declara ser o médico Diagnostica que a cura é pelo empréstimo Com certeza vai querer morder o dízimo E ao problema ele receita um analgésico E toda verba vai pro bolso dos corruptos E todo o povo ajoelhado ante o púlpito

Ora a deus, pede luz para o facínora Encarnado na figura do publícola

DE POLÍTICA EM POLÍTICA

ATALIBA & A FIRMA

Página 2 V ERS OS LIVR ES

AMAR

AAAAmar é transitar a noite entre aa solidão e a fome Amar é perder o medo de ir mais longe Amar é mentir verdades para que o segredo fique aceso Amar é render-se ao aroma que um ilícito desejo permite Amar é fazer autópsia das coisas que partiram Amar é policiar luares esquecer a morte Amar é conhecer-me deixar nú o coração na indossolúvel profundeza da alma Amar é ser mar no amálgama de ondas difusas e contidas. O que é amar senão nutrir a vida ?

PASSAGEM

Faz-se o ritual da passagem.

Tornamo-nos adultos conscientes

E sensatos ?

A poesia está em tudo. Repito sempre o que disse Oswald de Andrade. Porisso abro o zine com um rap, esse gênero esnobado pela mídia, e talvez daí venha a sua força. Talvez a força dos fanzines venha de sua dificuldade em se manter, porque gera a necessidade de união. Toda a força ao Novo. Recebo ótimas poesias e o Versos é pouco para divulgar todos , mas tenho me esforçado. Agradeço as palavras de incentivo. De vez em quando aparecemos . Para falar de amor, de política, de poesia, de música, da criação. Da alegria e das angústias do ser humano. Frente a esses que sabem dizer, eu me calo. Frente à poesia da beleza das mulheres e do talento .

INFORMATIVO PARA DIVULGAÇÃO DA POESIA ANO 1 - GUARULHOS - SP

EDITOR - Antonio Luiz Lopes ( Touché )

CORRESPONDÊNCIA - R. Francisco Antunes, 687 - Vila Augusta - Guarulhos - CEP 07040 010

Aceitamos colaboração, independente de solicitação . Acuse o recebimento para envio de novos exemplares .

MANDE SELOS, DÊ UMA FORÇA !

DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA

EDITORIAL VERSOS LIVRES

LAR I FRANCESCHETTO

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua , beneditino, escreve ! No aconchego do claustro, na paciência e no sossego, trabalha, e teima, e lima e sofre e sua ! Mas que na forma disfarce o emprego do esforço : e a trama viva se construa, de tal modo, que a imagem fique nua, rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício do mestre. e natural, o efeito agrade, sem lembrar os andaimes do edifício : Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício , é a força e a graça na simplicidade

OLAVO BILAC DJANIRA PIO . SP

ANO 1 Página 7

Quando eu estava triste precisando de um amigo o Cupido casualmente fez com que nos encontrássemos E fiquei tão surpreendida que sorri ao saber na primeira frase trocada que era você meu grande amor E naquele mês de março quando , num abraço você conquistou todo o espaço do meu coração.. com vários beijos trocados nos tornamos namorados Adoro acordar cedinho com você me envolvendo com carinhos.. dizendo as palavras que gosto de escutar prometendo fazer uma serenata, declamar um poema E no aconchego de nossa cama demonstrando a todo segundo que quer viver comigo esse lindo romance, Por isso nunca esquece as datas que para nós são muito importantes Escrevo essa mensagem para que você saiba que , ao encontrá-lo conheci a verdadeira felicidade .

Sou pólen, sou néctar, sou essência... Um turbilhão de emoções... Levo vida, aroma, viro fruto... doce... sensual... Me ofereço a você... e então me prova... Deixo que meu caldo escorra por seus lábios... seu queixo... desço pelo seu corpo... açucaro em contato com sua pele... Me prova de pouquinho em pouquinho... Molha a ponta dos seus dedos... passa em mim... e... retorna meu sabor para os seus lábios... Fico trêmula esperando a reação que bem sei... virá... Quente, audaciosa, calma...desejosa.. inquieta.. . não importa!!!! Sou um poço de desejos... Ávida de você...

I CONCURSO DE POESIA SENSUAL BRASIL PORTUGAL

MENSAGEM

ADRIANA R. VIEIRA.Poá.RS

ALIMENTO

Dôra Leal é mineira de Ituiutaba

POEMA PERTO DO FIM

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ALGO OU ALGUMA COISA ?

V ERS OS LIVR ES

PASSAGEIROS Se não posso morar na tua boca, eternizo na alma a calma do roçar de línguas, das líquidas emoções, do encontrar-se nos céus. Somos azuis passageiros na lenta travessia dos trens de desejos , belos barcos de beijos, veleiros em forma de abraços.

Fazia um tempo que o tempo andava carregado por estas

minhas bandas. Podia fazer sol pela manhã,

mas no vespertino a chuva caía. Povo já até brincava

ao marcar um encontro : antes ou depois da chuva ?

Naquela noite, precisávamos de bom tempo

para bater uma laje no dia seguinte ,e ,

conversa vai, conversa vem, comentaram sobre o assunto,

vai chover ou não ?! Meu pai, velhinho “tadinho”,

no alto de sua mata e farta experiência,

olhou para o alto do céu e nele viu estrelas fuscas, Não resistiu e falou-nos

bem claro : “vai chover não,

há lâmpadas no céu ! “

ROSE DE ARRUDA. MT

Vaguei fundo na minha mente procurando escrever “ALGO” que agradasse à toda gente “ALGO” que fosse simples e clássico “ALGUMA COISA” que fosse distante e fantástico “ALGO” que todos pudessem compreender “ALGUMA COISA “ que todos gostassem de ouvir e ler “ALGO” que falasse à toda classe “ALGUMA COISA” que depois do júri não desanimasse “ALGO” que fosse sublime que mesmo distorcido, firme ! Vaguei fundo querendo ser o primeiro e em nenhum momento pensei no derradeiro Vaguei fundo na minha mente tentando escrever “ALGO” e não consegui Então tentei escrever “ALGUMA COISA também não consegui Aí então, eu não escrevi nada Nada do “ALGO” ou “ALGUMA COISA” que a todos fosse capaz de satisfazer

A morte é indolor o que dói nela é o nada que a vida faz do amor. Sopro a flauta encantada e não dá nenhum som. Levo uma pena leve de não ter sido bom. E no coração, neve

TIAGO DE MELLO

RUBENS .Guarulhos.SP

VILMAR JOSÉ MATTER.MG

SINTO-TE PRESENTE

Sinto-te presente na nostalgia

que me faz recordar os momentos de idílio

que junto a ti feliz sorria Sinto-te presente todas as vezes

que relembro a magia das ternas palavras

que me dizias Sinto-te presente

quando me vem à lembrança a tarde daquele dia

que me deste o beijo prometido do qual,

esquecer jamais poderia Sinto-te presente

na noite que chega trazendo a brisa fria..

e o rádio traz a sua canção preferida , uma romântica melodia

Certos ecos pequenas peças, se depondo, pó brilho de sol, pela janela, nos olhos. Seus cabelos enquanto você os pen- teia, luz atrás dos olhos, o que ficou de tudo

ANO 1 Página 3

ENTRE FOGOS & ARTIFÍCIOS

Os incontentes ladram até ferir a garganta, Mas a caravana passa contando vitórias ( Trem da alegria.. Colarinhos brancos.. Cabides de empregos, Banqueiros sem escrúpulos Marajás e empreiteiros Rei do gado e tudo o mais... ) E entre fogos & artifícios o inocente que se perca o pobre que se dane o velhinho que se lixe, e o doente que se mate !

MARINA DE FATIMA DIAS. MS

DORONI HILGENBERG. AM

R O B E R T C R E E L E Y

VIAJANDO

Viajando pela estrada vejo sua face delicada na paisagem que desfila, pela janela, tão apressada... A lembrança de nós dois se torna tão presente que quero bis do antes, depois e do durante feitos só pela gente. Sou guiado pelo desejo de mergulhar em seus beijos que aquecem meu corpo.. Sua ausência em mim nunca existiu , pois você é meu conforto..

ZINEY SANTOS MOREIRA. SP

Quem deixa

o trato pastoril amado Pela ingrata civil correspondência Ou desconhece o rosto da violência Ou do retiro a paz não tem provado. Que bom é ver nos campos transladado No gênio do pastor, o da inocência ! E que mal é no trato, e na aparência Ver sempre o cortesão dissimulado ! Ali respira amor, sinceridade : aqui sempre a traição seu rosto encobre Um só trata a mentira, outro a verdade. Ali não há fortuna que soçobre , Aqui tanto se observa, é variedade : Oh ventura do rico ! Oh bem do pobre !

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Para que falar se palavras não dirão nada do real sentimento de te ter

toda minha de alma, corpo,coração Prefiro guardar as lembranças

que me fazem viver.. recordações que estão vivas que não quero esquecer... Se gostei, se estou feliz,

basta ver meu olhar na vida ! o que mais quis foi te amar.. Se o mundo agora terminar

mesmo assim, estaria contente no rosto, um sorriso estampado

porém ! sempre calado Nada do que eu diga

dará a dimensão , a emoção, a felicidade, a alegria, de ter sido teu amado

Continuarei ; sem palavras

Em tuas mãos Cavalgo a margem dos Des (troços) O cotidiano se re (moça) As palavras afloram Reflexões sobre o mundo. A memória ar (mazenada) De mensagens Solta as proezas Geométricas do meu EU

JOÃO CÉSAR FLORES. RS

LUIZ FERNANDES DA SILVA..PB

CLAUDIO MANOEL DA COSTA

ANO 1 Página 5

Vai Bento ! vai ser alguém, do coturno ao trapiche, do revólver ao sangue da alma às caravelas da paixão Vai Bento ! vai ser mãos dos políticos o cassetete da opressão, a mão-de-ferro que sustenta o poder o látego que humilha e trilha o caminho da devassidão Não vai não, Bento ! vai ser bento ............bendito dos males, o menos dito o Zé ..............o professor o pai................enfim aquilo que você não deveria ser alìás, o que nunca sonhou ser:

nada !

Eu quero amar, amar perdidamente ! Amar só por amar; Aqui.. além Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente... Amar ! Amar ! E não amar ninguém ! Recordar ? Esquecer ? Indiferente ! Prender ou desprender ? É mal ? É bem ? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente ! Há uma Primavera em cada vida : É preciso cantá-la assim florida , Pois se Deus nos deu voz, foi prá cantar ! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha vida uma alvorada, Que me saiba perder.. Pra me encontrar

GRATIDÃO________________________________ Muita gente já viveu À procura de um tesouro Pois um pai, como este meu ! O Velhinho vale ouro ! RESIGNAÇÃO ____________________________ Tudo o que fazes eu louvo Mesmo sem nada obter : Pois sempre foste um amor Que surgiu no meu viver AO OMAR ______________________________ Se amar é tão sublime ! Não me leves na “onda”, oh ! Mar , És possuidor de “sereias” E eu, na areia, a te contemplar ! DESENCONTRO _________________________ Quando chego não estás Quando chegas é que vou. Como posso te encontrar ? Se não estás onde estou ?

No ventre da terra em cova bem escura Repousam em sono profundo e eterno Aqueles que já partiram que já deixaram este mundo Pensa na brevidade da vida, Como o tempo é fugaz, corre sem parar... E te convencerás , com certeza que um dia, cedo ou tarde em uma cova jazerás ! O homem será imortal r nunca perece se o seu trabalho permanece !

ELISA ZANOTTO.SP

FLORBELA ESPANCA

BENTO MIOTO.

EFÊMERA É A VIDA

FRANCISCO FERREIRA . PI