Versos livres oito

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Pensas que eu nasci assim ? Eu aprendi a ser forte ! Tive horas de treinos nas ruas, Nas embrulhadas que arrumava Nas teorias tolas das práticas Esmurradoras e castigantes. Eu aprendi a ser forte. Hoje, se as coisas engrossam Não uso o coração, e assim, evito morrer de um enfarto.. Sensibilidade é bom, dá diploma, Emoção é bom, nos sustenta. Medo é bom, nos impulsiona. Mas usar da razão nos mostra o caminho certo Viver do possível é ponderante Menos arriscado pouco perigoso Fortaleza ... Seja sempre uma E assim, eu aprendi a ser Forte. ROSE DE ARRUDA.Cuiabá.MT. Página 12 VERSOS LIVRES não vou pedir para ser l avado maquiado cremado não quero autográfos ou embalsamento só espero que Deus seja gostoso ou o diabo tesudo estou farto de gente insípida neste mundo VASO Sou um vaso vaso Chinês brilhando sobre um altar Passo a ser notado admirado tocado e caro De repente flutuo no ar Antes mesmo de pensar viro cacos estilhaçados ANTUNES SAVAS TOM. Tomzine.-R. Antonio Alves Benjamin,124- Frei Gaspar-MG—39840-000. F. (33) 3512-1185 SONETO AOS 77 ANOS Repousar ? Não cogito. Tenho brio em confeitar com rimas meu cansaço Acendo tantas luzes no que faço Que até parece um fósforo bravio. Se galopo na insônia ?..sim, e faço Sendo de amor, o tema mais sadio (nunca destes que exaltem muito o cio) Vulgaridade em mim não tem espaço E tudo às claras,que sou fã da aurora, Sou fã do riso e da canção sonora.. Velhice ! ? Qual ?..não ouço seu recado Sinto que a vida é cada vez mais bela ! E a morte ?.. Amigos, nem me falem dela Morrer não posso. Estou muito ocupado. MIGUEL RUSSOWSKY . SC V E R S O S L I V R E S INFORMATIVO DE POESIA Ano 1 nº 8 CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE E E Eu sei que determinada rua que eu já passei não tornará a ouvir os sons dos meus passos T T Tem uma revista que eu guardo há muitos anos e que nunca mais eu vou abrir..... C C Cada vez que eu me despeço de uma pessoa pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez A A A morte surda caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina ela vai me beijar C C Com que gosto ela virá ? S S Será que vai deixar eu acabar o que tenho que fazer? O O Ou vai me pegar no meio de um copo de uísque N N Na música que eu deixei para compor amanhã ? S S Será que vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro ? V V Virá antes de eu encontrar a mulher que me foi destinada e que está em algum lugar me esperando ? E E Embora eu ainda não a conheça vou te encontrar vestida de cetim .. pois, em qualquer lugar espera só por mim.. E E E no beijo vou provar o gosto estranho que eu quero e não desejo mas tenho que encontrar.. V V Vem, mas demore a chegar .. E E Eu te detesto e amo .. morte, morte, morte.. morte, morte, morte.. morte, morte, morte.. morte, morte, morte.. Q Q Que talvez seja o segredo desta vida Q Q Qual será a forma da minha morte ? uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.. E E Existem tantas : um acidente de carro, o coração que se recusa a bater no próximo minuto , anestesia mal aplicada, a vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida, o câncer já espalhado e ainda escondido .. O O Ou até quem sabe um escorregão idiota num dia de sol a cabeça no meio fio .. Ó Ó Ó morte, tu que és tão forte que matas o gato o rato o homem V V Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar.. Q Q Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimente a erva e que a erva alimente outro homem como eu .. P P Porque continuarei neste homem, nos meus filhos.. numa palavra rude que eu disse pra alguém que eu não gostava e até no uísque que eu não terminei de beber naquela noite.. V V Vou te encontrar vestida de cetim pois em qualquer lugar espera só por mim ( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS ( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS ( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS ( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS)

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publicação alternativa sobre literatura, editada em Guarulhos, SP

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Page 1: Versos livres oito

Pensas que eu nasci assim ? Eu aprendi a ser forte ! Tive horas de treinos nas ruas, Nas embrulhadas que arrumava Nas teorias tolas das práticas Esmurradoras e castigantes. Eu aprendi a ser forte. Hoje, se as coisas engrossam Não uso o coração, e assim, evito morrer de um enfarto.. Sensibilidade é bom, dá diploma, Emoção é bom, nos sustenta. Medo é bom, nos impulsiona. Mas usar da razão nos mostra o caminho certo Viver do possível é ponderante Menos arriscado pouco perigoso Fortaleza ... Seja sempre uma E assim, eu aprendi a ser Forte.

ROSE DE ARRUDA.Cuiabá.MT.

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não vou pedir para ser

l avado

maquiado

cremado

não quero autográfos

ou embalsamento

só espero

que Deus seja gostoso

ou o diabo tesudo

estou farto

de gente insípida neste mundo

VASO

Sou um vaso vaso Chinês brilhando sobre um altar Passo a ser notado admirado tocado e caro De repente flutuo no ar Antes mesmo de pensar viro cacos estilhaçados

ANTUNES SAVAS TOM. Tomzine.-R. Antonio Alves Benjamin,124-Frei Gaspar-MG—39840-000. F. (33) 3512-1185

SONETO AOS 77 ANOS

Repousar ? Não cogito. Tenho brio em confeitar com rimas meu cansaço Acendo tantas luzes no que faço Que até parece um fósforo bravio. Se galopo na insônia ?..sim, e faço Sendo de amor, o tema mais sadio (nunca destes que exaltem muito o cio)

Vulgaridade em mim não tem espaço E tudo às claras,que sou fã da aurora, Sou fã do riso e da canção sonora.. Velhice ! ? Qual ?..não ouço seu recado Sinto que a vida é cada vez mais bela ! E a morte ?.. Amigos, nem me falem dela Morrer não posso. Estou muito ocupado.

MIGUEL RUSSOWSKY . SC

VE

RS

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LIV

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E P

OE

SI

A

Ano 1

nº 8

CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE CANTO PARA A MINHA MORTE

EEEEu sei que determinada rua que eu já passei não tornará a ouvir os sons dos meus passos TTTTem uma revista que eu guardo há muitos anos e que nunca mais eu vou abrir..... CCCCada vez que eu me despeço de uma pessoa pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez AAAA morte surda caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina ela vai me beijar CCCCom que gosto ela virá ? SSSSerá que vai deixar eu acabar o que tenho que fazer? OOOOu vai me pegar no meio de um copo de uísque NNNNa música que eu deixei para compor amanhã ? SSSSerá que vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro ? VVVVirá antes de eu encontrar a mulher que me foi destinada e que está em algum lugar me esperando ? EEEEmbora eu ainda não a conheça vou te encontrar vestida de cetim .. pois, em qualquer lugar espera só por mim.. EEEE no beijo vou provar o gosto estranho que eu quero e não desejo mas tenho que encontrar.. VVVVem, mas demore a chegar .. EEEEu te detesto e amo .. morte, morte, morte..morte, morte, morte..morte, morte, morte..morte, morte, morte.. QQQQue talvez seja o segredo desta vida QQQQual será a forma da minha morte ? uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.. EEEExistem tantas : um acidente de carro, o coração que se recusa a bater no próximo minuto , anestesia mal aplicada, a vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida, o câncer já espalhado e ainda escondido .. OOOOu até quem sabe um escorregão idiota num dia de sol a cabeça no meio fio .. ÓÓÓÓ morte, tu que és tão forte que matas o gato o rato o homem VVVVista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar.. QQQQue meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimente a erva e que a erva alimente outro homem como eu .. PPPPorque continuarei neste homem, nos meus filhos.. numa palavra rude que eu disse pra alguém que eu não gostava e até no uísque que eu não terminei de beber naquela noite.. VVVVou te encontrar vestida de cetim pois em qualquer lugar espera só por mim

( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS)

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livre ? para que a minha razão ande como um

cachorro sem dono pelas ruas e eu atrás ?

DROOS

Página 2 V ERS OS LIVR ES

CARPE DIEM

AAAAndaime a andaime Tijolo a tijolo Passo a passo Massa à massa Construo a casa Da minha história O amanhã é depois : Eu sou agora, A vida me convoca E não demora Tudo que busco E não me basta Agendo para agora Mergulhado em alma Aproveito o dia Que o vento sopra, A vida passa

“seja qual for o lugar em que se ache ,o verdadeiro poeta ,jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até as idéias arquétipas”

( Gonçalves de Magalhães )

O nosso zine tem a inten-ção de divulgar o que acontece de novo na poesia. Abrir caminho para o desconhecido. Poesia é atitude. Arte é atitude.O descobrimento .O desvendar de novas linguagens e de novas idéias. O auto descobrimento. Normalmente o tema da poesia são as musas e o mundo ,com todas as suas contradições. As musas não deixam escapar os sentimentos e apostam no sonho e nos encontros imperfeitos. Peço desculpas às musas e ao mundo, se o meu zine tem um certo clima de morte. Mas há quem acredite em ressurrei-ção.Há quem acredite que a morte não é o fim.

A poesia está em tudo.

INFORMATIVO PARA DIVULGAÇÃO DA POESIA ANO 1 - GUARULHOS - SP

EDITOR - Antonio Luiz Lopes ( Touché )

CORRESPONDÊNCIA - R. Francisco Antunes, 687 - Vila Augusta - Guarulhos - CEP 07040 010

Aceitamos colaboração, independente de solicitação . Acuse o recebimento para envio de novos exemplares .

MANDE SELOS, DÊ UMA FORÇA !

DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA

EDITORIAL VERSOS LIVRES

LAR I FRANCESCHETTO

para poeta angústia não é aquele lugar

onde se põe um poema triste

angústia de poeta é quando no vazio

não cabe um poema nilza menezes.duas palavras)

caixa postal 38 –78900-000-

DEVAGAR E SEMPRE Esfria a cabeça, aquece a al-ma .No cotidiano vicioso, entre o stress e a vitalidade, poucas pesso-as vêm com claridade, as várias to-nalidades de suas próprias imperfei-ções. ( PONTO DE VISTA.CECÍLIA FI-DELLI.– R Francisco Andugar Espinosa, 21– Taboão da Serra-SP—06763-060 )

PARA GEANCARLO ROUQUIDÃO Às vezes me pego temendo, sabe ? Sabe que mesmo eu ,às vezes, temo Mas bato as janelas, estupefacto : E recomeço a gargalhar lá dentro ! (Pantomina-Guilherme Scalzilli CP 31– Campinas-SP-13001-970 )

ANO 1 Página 11

AMOSTRA GRÁTIS SOMOS POETAS Para Cecília Fidelli

Quase somos. Por ventura tu não és ? Irmã gêmea..Alma querida Companheira de caminhada Pelas poesias editadas Ou em que falamos. Quase somos... Dois rasgos no mar do Mediterrâneo Serás gêmea alma amada Poetisa de coração nobre Só querer ser o bem, E só plantar na fertilidade da eira. Colheremos louros ao longo da estrada... Poetisa mãe, mulher amada Vá de passos medidos Pára em qualquer parada Leitores, líricos, cantores Astros fulgurantes e atores Perdidos poetas pela estrada CARLOS CERQUEIRA. (TUDO É POESIA.R.Pedro Celestino, 2152—079002-572– Campo Grande. MS )

O CAMPO Olho para dentro,o que vejo ? Um enorme campo florido.. Olho as flores, o que sinto ? Sento-me pequena...perdida.. Procuro-te junto delas.. Mas tu mesmo não as vês,, Sei que estás neste campo, Estás, porque assim creio.. Como a flor é teu sorriso O aroma delas é teu... Cada uma delas é tu... Porque este campo sou eu !!! (VIDA. GERTRUDES GRECO. R. Pe Geraldo Pires de Souza, 91– Pedregu-lho– Guaratinguetá– SP—12511– 190

Antologia de Poetas de Paraty-R.Antonio de Oliveira,210-A—Paraty Novos Sonhos -An to log ia -R.Regente Feijó,03-85945-000--PR . Perfil 2001-APPERJ-R. Oscari-to,61- 22743-730—RJ. RJ Oficina –Cadernos 25/26/28 /Portal do Milênio—R. Vieira da Silva,43/301– RJ/RJ—20961-090 www.oficinaeditores.com.br VIII Antologia- ALAP-a/c Edmar J. Maia—R. Maria Lacerda,119-c/19—Estácio—RJ

Voz—Maria de Lourdes Piton—R. S. Jo-ão,811 –Olimpia—SP—15400 –000 Da Palavra..-Dieter Roos –R. Júlio Noguei-ra,2591-36501-287-Divinópolis– MG Duas Palavras –Nilza Menezes/Carlos Mo-reira-CP 38 –78900-000—Porto Velho-RO

Page 3: Versos livres oito

Página 10

Jornal Leco - Londrina - PR * O Patusco - Caucaia - CE * O Gri-lo - SP * Idas e Vindas - Santos - SP * Contagia Poesia - São Gon-çalo - RJ * A Teia - Jaguariuna - SP * Tom Zine - Frei Gaspar - MG * Revista Literatura - Brasí-lia - DF * A Cigarra - Santo An-dré - SP * O Capital - SE

Aqui sobre vossos peitos, persistiremos . Como uma muralha em vossas goelas. Imperturbáveis. E em vossos olhos como tempestades de fogo . Aqui, sobre vossos peitos, persistiremos. Como uma muralha. Famintos . Nús. Provocadores. Declamando poemas. Somos os guardiões da sombra, das laranjeiras e das oliveiras. Semeamos idéias como fermentos na massa. Nossos nervos são de ge-lo,mas nossos corações vomitam fogo.

V ERS OS LIVR ES

INTERCÂMBIO

IMPRENSA ALTERNATIVA- Colabore com a imprensa alternativa. Escreva, incenti-ve,assine, envie selos, reproduza com xe-rox,indique.Devido a falta de espaço, divulga-remos aos poucos ,os endereços das publica-ções que tão gentilmente recebemos. Agrade-cemos também a correspondência recebi-da,nos incentivando, inspirando e ensinando. Neste número, os endereços completo do Ca-pital e do Tom Zine. No Suplemento “DOIS”,mais endereços. Os que se interessa-rem por mais informações sobre as publica-ções recebidas, por favor, nos escrevam. Ali-ás, nos escrevam sempre.

O Editor

RECEBEMOS E AGRADECEMOS :

O Literário - RJ * Ane - Niterói– RJ * Fenestra - Poá - RS * Cultuai - Heliodora– MG * O Mensageiro - Porto Alegre - RS * O Mutiranense - Porto Alegre - RS * Aqui Literatura - Ferraz de Vasconcelos - SP * Navegando nas poesias - Irajá - RJ * O Radar - Apucarana - PR * Movimento Paz, Amor e Progresso ( coluna de Célia Lamou-nier ) Jornal Gazeta do Oeste - Itapecerica - MG * Literarte - SP * Poesia e Arte - SP * Francis News - Goiânia - GO * Revista Bra-sília - Brasília - DF * Letras Santiaguenses - Santiago - RS * O Altoense - Altos - PI * Jornal Gaúcho de Poesia e Prosa - Porto Alegre - RS * Grupo Metáfora - Porto Ale-gre - RS * Koisalinda - Ribeirão Preto - SP * Fanal - SP * Notícias da Corte do Solimões - Manaus - AM * Diversos Caminhos ( colu-na de Zanoto ) jornal Correio do Sul - Vargi-nha - MG * Praia Grande - São Luís - MA * Lítero Cultural ( coluna de Selmo Vasconce-los ) Jornal Alto Madeira - Porto Velho - RO * Jornal A Voz - Tejipió - PE * Boleversos - Taubaté - SP * Boletim da UBT - Recife - PE * Poster e Perfil - APPERJ - RJ * Centro de Cultura Social - SP

Tawfik Az - Zayad ( poesia palestina de combate) O Capital - R Laranjei-ras, 996 - Aracaju - SE - 49010 - 000

CONCURSOS - DCL - CP 2553 - Santos - SP - 11021 - 970 * Jornal das Letras - R Willy Klein, 978 - S. Sebastão do Caí - RS - 95760– 000

QUERUBIM

Querubim, traz prá mim aquele amor sem fim

Que venha do céu em forma de anjo Corajoso e valente

Um cavalheiro existente. Que o nosso abrigo

Tenha como cortesã mais bela A lua cheia, tão singela.

Que acendem as velas Abrilhentando nossa festa

Toquem os clarins ,querubins E anunciem aqui o amor sem fim !

MERY SPECK THIESEN. SC

Maravilha incontestável Espetáculo indefinível É a natureza que tenta - Inutilmente - dar à luz Meu espírito ainda cansado

RENATA PACCOLA .SP

ANO 1 Página 3

... Não dá pra entender O limite deste disbunde Tomar uma coca cola em qualquer bar da cidade.. Se puder comer qualquer coisa no bob’s . O orelhão comeu a única ficha da gente y você com o dinheiro certo da passagem do onibus Você olha sua mulher grávida y acha q seu filho pode pintar numa podre.. Q você não tem o direito de jogar com a vida como o poeta jogou com os dados Você quer desabutinar de vez mas a faca está espetando o seu peito Você veste sua velha calça lee A camisa surrada Amarra a tira de couro no pulso Dá tres tapas no barato . Você anda na rua y tropeça no espigào Manda o sérgio dourado Pra puta q o pariu Q o sufoco é grande Q você respira concreto Y você precisa respirar a vida Você senta na praça— não há praça Vai na casa do amigo —esta mais pirado q você. Você chega na kitinete Olha pra sua mulher acariciando o ventre . Você dá o seu primeiro sorriso do dia ....

ADAUTO DE SOUZA SANTOSADAUTO DE SOUZA SANTOSADAUTO DE SOUZA SANTOSADAUTO DE SOUZA SANTOS

à margem da margem imagem vira

miragem

CARLOS MOREIRA

Page 4: Versos livres oito

Tempo voraz,

ao leão cegas as garras E à terra fazes devorar Seus genes Ao tigre as presas hórridas Desgarras e ardes no próprio sangue a eterna fenix. Pelo caminho vão Teus pés ligeiros. Alegres Tristes estações deixando; Impões-te ao mundo E aos gozos passageiros Mas proíbo-te um crime mais nefando ; De meu amor Não vinques o semblante Nem nele imprimas O teu traço duro . Oh, permite que intacto siga avante Como padrão Do belo no futuro Ou antes, velho Tempo, Sê perverso : Pois jovem sempre Há de o manter meu verso

(WILLIAM SHAKESPEARE )

Página 4 V ERS OS LIVR ES

Eu não quero sentir-me tão antítese Certo/errado, mocinho/bandido

Feliz/infeliz Não...não quero .

Quero sentir-me, apenas, um pleonasmo :

Pleno de vida, cheio de vigor Sempre em busca de Paz

Sempre em busca do Amor Eu quero ser a gradação constante:

O Ínicio..o Meio.. o Fim Não quero o chão /eu quero o ar Não quero a terra/eu quero o mar Não quero o ódio/eu quero amar

Não quero o mundo, vasto, imundo: - Eu quero Deus !

(ALMIR C FILHO. RJ)

Às vezes não sei o que é morrer Há uma planta que se chama

Comigo-Ninguém-Pode Há uma planta etimoscópica

Há um véu e seres antropofágicos Lógico que unhas sentem dores..

Terminalmente Carnes vivas e sangrentas

malvadas elevadas a certos no-mes

caridades perdidas em animais mentes Mas torres caem

Piratas nos corações de viagens

NUMA MESMA PRAÇA Enquanto as crianças Embalam seus sonhos Segredos e medos Em frenéticos balanços, Ressoa no ar uma nova sinfonia De choros, gritos e risadas Na busca de outros brinquedos Corre-se atrás da alegria Em meio a este mundo De fantasia, estamos nós Tão crianças quanto eles Com o mesmo ímpeto Embalando nossos sonhos Segredos e medos Em frenéticos olhares Como é excitante, bonito E encantador correr para os balanços, roda gigante gangorras e escorregador Fazendo da praça Gostoso espaço e imenso palco Como é excitante, bonito e encantador estarmos tão perto onde nossos gestos revelam amor na mão que acaricia Na lágrima que cai No sorriso que alivia No beijo trocado embalando corações apaixonados fazendo da praça gostoso espaço e imenso palco As buscas são iguais Brinquedos, corações Todos são especiais . Os que nos diferem são as razões. Brincar,correr,querer, e amar Flutuam na mesma praça Verdade e ilusão, na busca de espaço, fantasia de palcos Momentos de encanto e emoção

ANO 1 Página 9

Na vida amena que vai passando tudo se acaba Mas é em você que encontro a calma para o meu viver Quando acaso aborrecida Sem ter por quê, lembro você E meu pensamento Se descontrai.. Na tarde mansa que vai se pondo Alegremente diviso ao longe A sua imagem de semi Deus Na noite densa Tudo é mistério, tudo é magia Sua sombra chega E em sonhos canta Para eu dormir

(DORONI HILGENBERG.-AM)

E U S O U D O E -STRANHOMUNDODAPERVERSÃOSOUDOMUNDODOSMORTOSVIVONAESCURIDÃOVIVOASFANTASIASMAISPROFUNDASESENTIMENTOSQUEVÊMDEUMLUGAROCULTODAMINHAALMAEEUNUNCAACONHECINOMUNDODOSMORTOSASCORESOFUSCAMAVISTATODODIAÉFESTAPORQUEAVIDATEMQUESERVIVIDAEUSOUDOT

EMPOLOUCODOUNIVERSO.P

RIMEIRAVISÃO.mariadapaz /SP/SP/SP/SP (JOÃO CÉSAR FLORES.RS)

Page 5: Versos livres oito

Página 8

VELUDO VINHO

V ERS OS LIVR ES

Lábios veludo Beijo paixão Vinho vermelho. Tenros lábios Vinho tinto Tinto sangue Pele quente Veludo Vinho Olhos negros Penetrantes. Hipnóticos Luar que embeleza O delirante sonhador O delírio do amor Veludo vinho .Palpitação Meu abismo Minha salvação

( MARTA MARIA MARGARITELLI.)

VOZ TAGARELA tua voz tagarela É como a espada do samurai Uma lâmina veloz feito a dor a morte e a solidão É como o ódio do machado no lenho Rachando, decepando A alma, magoando a mão Tua voz corta mais que a adaga É como o punhal que fere Mas estanca o sangue Jamais serás como o vento Que se renova no Outono Me lembras um toco De uma árvore decepada Um ladrão que espreita Na madrugada Uma estrada sem retorno

(MARILENE A . ARAUJO)

Nuvem que brota qual flor luminosa De noturna montanha .

Lua oculta na nuvem : Luz agasalhada no ninho.

Pétalas celestes, retorcidas Pintadas sobre ramos retorcidos De árvore sombria

Pétalas revoltas, luz dramática

Imóvel tempestade Em tons claro-escuros De tormenta e bonança.

(ANA LAURA. Novos Sonhos.)

R. Henry Ford, 27/209-CQ -20520-150. Rio de Janeiro– RJ

AS CHAGAS DO AMOR Pintei um coração no universo Prá nunca esquecer de mim Mandei lhe escrever um verso Não em português, mas em latim.. Foi a única forma que encontrei Pra entregar-lhe meu coração Mas nunca irei esquecer Desta nossa louca paixão .... A paixão sentida vai à procura Das cálidas palavras de amor Que nas profundezas Do coração perdura... Nada nos separa desta paixão Tão pura Enquanto existir o amor Vale a pena. O amor nos cura.

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ANO 1 Página 5

Pensei que eu sentia apenas uma paixão Mas se fosse acabaria.. e você está no meu coração Adoro quando ficamos abraçados trocando beijos apaixonados e compartilhando os nossos instantes de imensa felicidade

ADRIANA R. VIEIRA. /RS

Zielona Gora Vestida de preto, perto de Oder

Despia-se Zielona Gora os seus trajes Toda vida Zielona Gora fez núpcias

Perto de Oder Onde os caminhos chegam

À tarde, manhã, noite e madrugada Zielona Gora pôs suas mãos suaves

Em mim, seu corpo nu Embriagava o Oder todo,

Sugou o sangue dos cordeiros. Zielona Gora amava as rosas, Perto das margens do Oder

A lembrança de Zielona Gora Pequena perto dos carvalhos

A nudez de Zielona Gora era pura, Os prados a queriam aspergida o corpo

Cheio de retóricas entusisamadas E aplausos eufóricos

Trocamos sensações íntimas de gozo. Zielona Gora se equilibra fantástica

Na arena olímpica, Abre-se e me cativa plenamente,

Toques de ternura. Cicládes e Eubéia trouxeram Encantamento à minh’alma.

(EMERSON.Cubatão.SP

AGORA EU SEI _____________

Aqui me dói tanto poder relembrar tudo aquilo Saber que um dia fomos felizes E o mais inacreditável era saber Que você realmente me amava. Não podia me encontrar E teus olhos brilhavam . Podia sentir o teu coração Acelerando o pulsar... Ah ! Se você soubesse Como sinto tanta saudade de você ! Fico olhando o orvalho Na madrugada caindo Fazendo-me sentir ainda mais A falta do teu calor ... Como outras vezes, gritei ao relento Eu preciso do teu amor !

( ÉLMANTOS.Embu das Artes.SP)

por cima do abismo

estende-se minh’alma

tensa como um cabo

onde me equilibro

malabarista de palavras maiakóvski

Page 6: Versos livres oito

O MELHOR DE MIM

Página 6

SONETO

V ERS OS LIVR ES

FEDRA

Pedra, só tu viravas pó ? Pé ante pé.

Quedavas só. Figuras de néon. Respiravas dentro da vitrine. Andavas sòzinha. Estavas por ventura Entre o mar e o céu ?

REGINA MARIA DE MELLO/SP

... Vamos plantar Para depois colher Onde andamos E só depois perguntar : De onde viemos ? E para onde vamos ?

LEDA B.S.FIGUEIRÓ/ RS

Um canto ainda, antes que

A noite desça . E este sol,

que é o da vida, apague e suma !

A árvore, antiga embora,

Inda ressuma

Cheiroso bálsamo, e talvez floresça

Que importa já me alveje na cabeça

Neve dos anos,

Como em cerro a bruma ?

A alma me vai no canto,

Como a espuma

Na vaga, até que ao sol desapareça

Ainda um canto !

E vá no canto a vida

Vão os meus sonhos mortos

E a perdida, morta esperança ,

A flutuar dispersos !

Como cansado arbusto os ares olha

Sem mais ver primavera, e folha

A folha se esfaz em folhas -

Eu me esfaço em versos.

( ALBERTO DE OLIVEIRA

Trago o melhor de mim Na essência do meu desejo .. No que sonho No que engendro No que invento Nas horas silenciosas .. Quando me introspecto Tenho o melhor de mim No desejo etéreo Que não tem realidade, No esóterico sonho Sem comparação.. Tenho o melhor de mim No que não sou No que as circunstancias Não me prepararam

( TOUCHÉ.Guarulhos)

ronaldo azevedo

ANO 1 Página 7

Criança

A expressão facial de criança É natural . E nos transfere Paz e carinho A criança é sempre sincera E não esconde duas faces No seu bonito e inocente rostinho ! No sorriso da criança Reside um encanto profundo Que traz diferente emoção Razão de ser . E luz divina para este mundo ! A presença da criança Nos transfere esperança e alegria E melhora o nosso relacionamento No dia a dia .. Quem é mãe, Quem é pai de verdade , cuida, cria , ama com total devoção , Com determinação , sem cansaço

Porto Inseguro No caminho há pedras Pedras demais para contá-las A vida é assim : uma Imensa Estrada Tortuosa : eu bem sei ... Sangram os meus pés .. São tantos os espinhos Que a Dor não me cala, nem tampouco a Solidão que invade minh’alma e corrói todo o meu Ser Na caminhada sem fim Não há Porto e nem o Tempo para chorar o que se foi ... Sim, não posso parar.. Não posso.. Não posso.. Jamais...

Desobediência civil Meu pai me queria lavrador Semente no adubo de seu chão Minha mãe me queria doutor De pincenê e anelão . E eu crescendo desatento aceso solto Eu queria era ser o vento Pra bolinar o teu corpo

Chuva rima com mãe Se forra de nuvens cheias Cheias de veias De água que depois pingam Gota a gota se tornando um caudaloso rio que fecunda toda a terra Minha mãe cantava no caos No incêndio de estrelas