Vertebra Dos
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Os animais vertebrados são os seres vivos que possuem o organismo mais
avançado em nosso planeta. Eles possuem como característica principal: medula
espinhal e coluna vertebral (formada por vértebras).
Outras características importantes são o fato de possuírem músculos e
esqueleto, o que permite que eles realizem movimentos mais complexos. Sua
habilidade nos movimentos e sua inteligência fazem com que os vertebrados tenham
uma vantagem sobre as demais espécies.
Muitos animais como os anfíbios, répteis, aves e mamíferos, inclusive o homem
fazem, parte deste grupo.
A maior parte dos vertebrados possui um sistema nervoso bastante
desenvolvido. Seu sistema nervoso central é composto pelo cérebro e medula
espinal. Nos vertebrados inferiores o cérebro controla predominantemente as
funções dos órgãos sensoriais. No caso dos vertebrados superiores, o cérebro, que
é maior, permite uma troca de informação mais intensa entre as diferentes partes do
organismo.
Como vimos, os vertebrados são seres vivos que possuem muitas vantagens
em relação a outras espécies, contudo, é importante sabermos que eles também
possuem muitas limitações.
Se fizermos uma comparação, veremos que o número de animais vertebrados
(aproximadamente 50.000 espécies) é inferior ao grupo de animais invertebrados.
Uma das razões é a diferença de tamanho existente entre estas duas espécies, os
vertebrados geralmente são maiores, e, por esta razão, ocupam mais espaço.
Classificação Científica dos Animais Vertebrados:
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Superfilo: Deuterostomia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Exemplos mais conhecidos de animais vertebrados:
MAMÍFEROS
- Homem
- Girafa
- Leão
- Gambá
- Preguiça
- Tatu Canastra
- Tamanduá
- Morcego
- Sagui
- Mico-leão-dourado
- Macaco
- Lobo Guará
- Raposa
- Jaguatirica
- Gato
- Onça
- Leopardo
- Furão
- Lontra
- Hipopótamo
- Baleia
- Golfinho
- Peixe-Boi
- Boto
- Javali
- Cervo
- Alce
- Esquilo
- Rato
- Ouriço
- Boi
- Prea
- Lebre
- Paca
PEIXES
- Bacalhau
- Peixe-espada
- Tubarão
- Atum
- Garoupa
- Cavalo-marinho
- Anchova
- Cavala
- Peixe Beta
- Cascudo
- Cavalinha
- Barracuda
- Bagre
- Cação
- Corvina
- Enguia
- Curimbatá
- Linguado
- Lambari
- Moréia
- Merluza
RÉPTEIS
- Tartaruga
- Jabuti
- Cagado
- Tracajá
- Jacaré
- Iguana
- Teiú
- Calango
- Serpentes
- Jibóia
- Sucuri
- Jararaca
- Cascavel
- Surucucu
AVES
- Galinha
- Pato
- Ganso
- Avestruz
- Macuco
- Perdiz
- Codorna
- Cisne
- Jacutinga
- Marreco
- Mutum
- Mergulhão
- Arara
- Papagaio
- Garça
- Pica-pau
- Pinguim
- Albratroz
- Pardau
- Flamingo
- Águia
- Coruja
- Abutre
- Urubu
- Harpia
- Gavião
- Pombo
- Seriema
ANFÍBIOS
- Sapo
- Salamandra
- Rã
- Tritão
- Proteu
- Perereca ou rela
- Cobra- cega
ÁGNATOS
- Ostracodermes
- Lampréias
- Mixinas
Sistema esquelético
O esqueleto interno que define os vertebrados é formado por cartilagem, osso
ou, na maior parte dos casos, por estes dois tecidos, e consiste no crânio, na coluna
vertebral e em dois pares de membros, embora em alguns grupos, como as cobras e
as baleias, os membros estejam ausentes ou apenas na forma vestigial. O esqueleto
dá suporte ao organismo durante o crescimento e, por essa razão, a maioria dos
vertebrados é de maiores dimensões que os invertebrados. A presença de um crânio
também possibilitou o desenvolvimento do cérebro, pelo que os vertebrados têm
maior capacidade de se adaptar ao meio ambiente e até de modificá-lo (ver, por
exemplo, o caso dos castores que constroem verdadeiras represas).
Possuem elementos endoesqueléticos metametricamente dispostos
flanqueando a medula espinhal. Primitivamente existem dois pares destes
elementos em cada metâmero bilateralmente: os interdorsais e os basidorsais. Nos
Gnathostomata, existem dois pares adicionais ventralmente ao notocórdio: os
interventrais e os basiventrais. Estes elementos chamam-se arcualia podendo fundir-
se a uma calcificação do notocórdio, o centrum. Este conjunto é a vértebra, e o
conjunto formado por todas as vértebras é a coluna vertebral.
A coluna vertebral juntamente com os membros suportam a totalidade do
corpo dos vertebrados. Este suporte facilita a movimentação. O movimento
consegue-se normalmente com a acção dos músculos que se encontram ligados
directamente aos ossos ou cartilagens. A forma geral do corpo dos vertebrados é
determinada pelos músculos. A pele recobre as estruturas internas do corpo dos
vertebrados e serve, por vezes, de estrutura de suporte para elementos de
protecção, como as unhas ou pêlos. As penas estão também ligadas à pele.
O tronco dos vertebrados é oco abrigando os órgãos internos. O coração e
sistema respiratório estão protegidos no tronco. O coração localiza-se atrás das
guelras, ou quando existem pulmões, entre eles.
Sistema nervoso
O sistema nervoso central dos vertebrados consiste no cérebro e na medula
espinal protegidos, respectivamente, pelo crânio e pela coluna vertebral. Nos
vertebrados "inferiores" o cérebro controla principalmente o funcionamento dos
órgãossensoriais. Nos vertebrados "superiores", o tamanho do cérebro relativamente
ao do corpo é maior, o que permite uma troca de informação mais intensa entre as
diferentes partes do mesmo e com o meio ambiente. Os nervos da medula espinhal
estendem-se à pele, órgãos internos e músculos. Alguns nervos ligam-se
diretamente ao cérebro como no caso dos ouvidos e dos olhos.
Os órgãos da audição têm um componente especial, o sistema sensório
lateral, que foi perdido na maioria dos craniatas terrestres (Amniota). Consiste em
fibras nervosas laterais derivadas do nervo auditivo e mecanorreceptores
superficiais, os neuromastos, que se alojam em fossas ou canais na superfície da
cabeça e estendem-se pelo corpo nos vertebrados. Verdadeiros neuromastos,
contudo, parecem ser exclusivos dos vertebrados, nunca tendo sido observados nos
ciclóstomos (lampreia).
Sistema circulatório
O sistema circulatório dos vertebrados, também designado sistema
cardiovascular, é fechado, sendo o sangue impulsionado através de um sistema
contínuo de vasos sanguíneos.
Este sistema tem várias funções como:
Transporte de nutrientes do tubo digestivo a todas as células.
Transporte do oxigénio.
Remoção de excreções resultantes do metabolismo celular para os
órgãos em que são eliminadas.
Defesa do organismo contra corpos estranhos.
Contributo para distribuição do calor metabólico no organismo.
Sistema digestório
O sistema digestório dos Craniata é composto por boca e cavidade oral,
faringe, esófago, intestino e ânus. O estômago desenvolve-se nos Gnathostomata e
em alguns vertebrados fósseis sem mandíbula. Todos os craniados têm um
pâncreas, (órgão anexo ao sistema digestório) que produz enzimas digestivas e
hormônios insulina e glucagon, que regulam o nível de glicose no sangue. O
pâncreas ancestralmente disseminava-se pela parte anterior do intestino, mas veio
mais tarde a diferenciar-se.
Todos os craniados e cefalocordados têm um fígado ou órgão hepático com
várias funções, incluindo armazenamento de nutrientes e produção de
emulsificantes de gorduras (bile ou bílis).
O fígado dos tubarões é especial porque, na ausência de uma bexiga
natatória, os óleos nele acumulados são os responsáveis por controlar sua
densidade. O fígado de tubarão é imenso em relação ao corpo chegando a ocupar
quase metade do volume do corpo além de ser considerada uma iguaria culinária no
oriente.
Rins
Os rins são os principais órgãos excretores dos vertebrados desempenhando
um papel fundamental no equilíbrio hidro-electrolítico. Embora os rins variem muito
de forma, tamanho e posição entre as espécies, são sempre constituídos por
unidades básicas funcionais, os nefrónios. Cada nefrónio é um túbulo praticamente
microscópico que processa um filtrado do sangue (sem eritrócitos e
macromoléculas). O filtrado é processado por secreção seletiva e reabsorção de
materiais para produzir um produto de excreção (geralmente chamado urina) que
contém desperdícios nitrogenados e outros materiais. Túbulos renais longos e
estruturalmente complexos ocorrem somente nos vertebrados.
Reprodução
A biologia reprodutiva dos craniatas é altamente diversificada. A maioria das
espécies apresenta dois sexos (macho e fêmea), em que nos primeiros, as gónadas
se chamam testículos e, nas fêmeas, ovários. Nos vertebrados mais simples, o
esperma é depositado diretamente no celoma e depois passa para o exterior através
de um poro. Nos Gnathostomata, contudo, os testículos abrem em ductos, em que o
esperma passa através dos ductos excretórios.
O dimorfismo sexual externo pode variar de inexistente a extremo. Existem
alguns peixes que são por natureza hermafroditas. Em certas espécies
hermafroditas os indivíduos são "protoginosos," i.e. funcionam primariamente como
fêmeas que se podem vir a transformar posteriormente em machos funcionais.
Noutras espécies existe a seqüência oposta de troca de sexos – "protandrosos".
Existem poucas espécies de peixes "só fêmeas", anfíbios e lagartos nos quais as
mães produzem apenas crias femininas. Em muitas destas espécies, a ligação com
machos de espécies relacionadas é necessária para desencadear o
desenvolvimento do ovo, mas os pais não contribuem para a perpetuação genética
das linhagens "só fêmeas".
Entre os craniatas "machos e fêmeas" mais típicos existe um largo espectro
de modalidades reprodutivas. A maioria das espécies de peixes e anfíbios é ovípara
(põem ovos) com posterior fertilização dos ovos pelo esperma do macho. Outros
peixes, anfíbios, muitos répteis, todos os pássaros e os mamíferos monotremos
(ornitorrincos e papa-formigas espinhosos da Austrália) são também ovíparos mas a
fertilização é interna. Em oposição temos as espécies "portadoras de vida" ou
vivíparas nas quais a fertilização é obrigatoriamente interna e as crias desenvolvem-
se no aparelho reprodutivo materno. Nestes, a mãe tem de prover alguma forma de
nutrição ao embrião (seja a gema no ovo ou através do sangue através das
membranas placentárias permeáveis). Os vivíparos têm mecanismos para trocas
gasosas e remoção de detritos embriónicos. A viviparidade evoluiu muitas vezes nos
craniatas – entre peixes cartilaginosos e ósseos, uma mão cheia de anfíbios, várias
cobras e lagartos, e na maioria dos mamíferos.
Tegumento
O corpo dos vertebrados é constituído pelo tegumento ou pele, formado por
duas camadas: epiderme (externa), e derme(interna). Nessas camadas são
formados vários anexos, como penas, pelos, garras, unhas, escamas e outros.
Nas aves e nos mamíferos existe, logo abaixo da derme, uma terceira
camada, a hipoderme, também chamada de panículo adiposo. A hipoderme é uma
camada de gordura relacionada com a homeotermia, ou seja, a manutenção da
temperatura do organismo.
Origens e Evolução
Os fósseis mais antigos de vertebrados foram encontrados em Chengjiang, na
China e foram datados do início do Câmbrico; eram animais pequenos e alongados,
possivelmente aquáticos, com vértebras rudimentares. A grande radiação dos
vertebrados parece ter surgido durante o Ordoviciano, há cerca de 450 milhões de
anos, mas os fósseis desse período são escassos. Os fósseis do Silúrico, há cerca
de 400 milhões de anos, já são mais abundantes e mostram uma grande variedade
de peixes sem maxilas, embora já comecem a aparecer os Gnathostomata. A fase
final do Devónico ofereceu os primeiros tetrápodes e há cerca de 330 milhões de
anos aparecem os primeiros anfíbios. Os amniotas mais antigos, possíveis
ancestrais dos répteis, aves e mamíferos, apareceram no início do período
Pensilvaniano e dominaram o Mesozoico e o Cenozoico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrados
Peixes
Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, tipicamente ectotérmicos, que
possuem o corpofusiforme, os membros transformados em barbatanas ou
nadadeiras (ausentes em alguns grupos) sustentadas por raiosósseos ou
cartilaginosos, guelras ou brânquias com que respiram o oxigénio dissolvido na água
(embora os dipnóicos usem pulmões) e, na sua maior parte, o corpo coberto de
escamas.
Os peixes são recursos importantes, principalmente como alimento, mas
também são capturados por pescadores recreativos, mantidos como animais de
estimação, criados por aquaristas, e expostos em aquários públicos. Os peixes
tiveram um papel importante na cultura através dos tempos, servindo como
divindades, símbolos religiosos (ver ichthys), e como temas de arte, livros e filmes.
Uma vez que o "peixe" é definido negativamente, e exclui os tetrápodes (ou
seja, os anfíbios, répteis, aves e mamíferos) que são descendentes da mesma
origem, é um agrupamento parafilético, não considerado adequado na biologia
sistemática. A classe Pisces, de Lineu é considerada tipológica, mas não
filogenética.
Os primeiros organismos que podem ser classificados como peixes eram
cordados de corpo mole que apareceram pela primeira vez durante o período
Cambriano. Embora eles não tivessem uma verdadeira espinha dorsal, possuíam
notocórdio, que lhes permitiu serem mais ágeis do que os invertebrados marinhos.
Os peixes continuaram a evoluir durante o Paleozoico, diversificando-se em uma
grande variedade de formas.
Classificação
No uso comum, o termo peixe tem sido frequentemente utilizado para
descrever um vertebrado aquático com brânquias, membros, se presentes, na forma
de nadadeiras, e normalmente com escamas de origem dérmica no tegumento.
Sendo este conceito do termo "peixe" utilizado por conveniência,[5] e não por unidade
taxonômica, porque os peixes não compõem um grupo monofilético, já que eles não
possuem um ancestral comum exclusivo. Para que se tornasse um grupo
monofilético, os peixes deveriam agrupar os Tetrápodes.[6]
Os peixes são, na maior parte das vezes, divididos nos seguintes grupos:
peixes ósseos (Osteichthyes, com mais de 22 000 espécies) à qual
pertencem as sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os
peixes com o esqueleto ósseo;
peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual
pertencem os tubarões e as raias;
vários grupos de peixes sem maxilas (antigamente classificados como
Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 espécies), incluindo as lampréias e as
mixinas.[4]
Em vista desta diversidade, os zoólogos não mais aceitam a antiga
classePisces em que Lineu os agrupou, como se pode ver na classificação dos
Vertebrados. Abaixo apresentam-se detalhes da classificação atualmente aceita.[4]
Importância dos peixes
Por vezes, usa-se a palavra peixe para designar vários animais aquáticos, por
exemplo, na palavra peixe-mulher para designar o dugongo). Mas a maior parte dos
organismos aquáticos muitas vezes designados por "peixe", incluindo as medusas
(águas-vivas), os moluscos e crustáceos e mesmo mamíferos muito parecidos com
os peixes como os golfinhos, não são peixes. [7]
Os peixes encontram-se em praticamente todos os ecossistemas aquáticos,
tanto em água doce como em água salgada, desde a água da praia até as grandes
profundezas dos oceanos (ver biologia marinha). Mas há alguns lagos hiper-salinos,
como o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos da América do Norte onde não
vivem peixes. [8]
Peixes de água salgada.
Os peixes têm uma grande importância para a humanidade e desde tempos
imemoriais foram pescados para a sua alimentação. Muitas espécies de peixes são
criadas em condições artificiais (ver aquacultura), não só para alimentação humana,
mas também para outros fins, como os aquários.[9]
Há algumas espécies perigosas para o homem, como os peixes-escorpião
que têm espinhos venenosos e algumas espécies de tubarão, que podem atacar
pessoas nas praias. Muitas espécies de peixes encontram-se ameaçadas de
extinção, quer por pesca excessiva, quer por deterioração dos seus habitats.[10]
O ramo da zoologia que estuda os peixes do ponto de vista da sua posição
sistemática é a ictiologia. No entanto, os peixes são igualmente estudados no âmbito
da ecologia, da biologia pesqueira, da fisiologia e doutros ramos da biologia.[10]
Arenque, Clupeaharengus - esta espécie já foi considerada pelo Guinness
Book of Records como a mais numerosa entre os peixes; com a pesca excessiva,
este peixe do norte do Oceano Atlântico já não tem os níveis populacionais de
outrora.
Ecologia dos peixes
Classificação ecológica
Uma forma de classificar os peixes é segundo o seu comportamento
relativamente à região das águas onde vivem; este comportamento determina o
papel de cada grupo no ambiente aquático: [10]
pelágicos (do latim pelagos, que significa o "mar aberto") – os peixes
que vivem geralmente em cardumes, nadando livremente na coluna de água; fazem
parte deste grupo as sardinhas, as anchovas, os atuns e muitos tubarões.[11]
demersais – os que vivem a maior parte do tempo em associação com
o substrato, quer em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos,
como as garoupas. Muitas espécies demersais têm hábitos territoriais e defendem o
seu territórioactivamente – um exemplo são as moreias, que se comportam como
verdadeiras serpentes aquáticas, atacando qualquer animal que se aproxime do seu
esconderijo.[12]
batipelágicos – os peixes que nadam livremente em águas de grandes
profundidades (zona batial).
mesopelágicos – espécies que fazem grandes migrações verticais
diárias, aproximando-se da superfície à noite e vivendo em águas profundas durante
o dia. Exemplo deste grupo são os peixes-lanterna. [12]
Hábitos alimentares
Os peixes pelágicos de pequenas dimensões como as sardinhas são
geralmente planctonófagos, ou seja, alimentam-se quase passivamente do plâncton
disperso na água, [13] que filtram à medida que "respiram", com a ajuda de
branquispinhas, que são excrescências ósseas dos arcos branquiais (a estrutura
que segura as brânquias ou guelras).[3]
Algumas espécies de maiores dimensões têm também este hábito alimentar,
incluindo algumas baleias (que não são peixes, mas mamíferos) e alguns tubarões
como os zorros (género Alopias). [13] Mas a maioria dos grandes peixes pelágicos
são predadores ativos, ou seja, procuram e capturam as suas presas, que são
também organismospelágicos, não só peixes, mas também cefalópodes
(principalmente lulas), crustáceos ou outros. [14]
Os peixes demersais podem ser predadores, mas também podem ser
herbívoros, que se alimentam de plantas aquáticas, detritívoros, ou seja, que se
alimentam dos restos de animais e plantas que se encontram no substrato, ou serem
comensais de outros organismos, como a rémora que se fixa a um atum ou tubarão
através dum disco adesivo no topo da cabeça e se alimenta dos restos de comida
que caem da boca do seu hospedeiro (normalmente um grande predador), ou
mesmo parasitas de outros organismos. [13]
Alguns peixes abissais e também alguns neríticos, como os diabos (família
Lophiidae) apresentam excrescências, geralmente na cabeça, [15] que servem para
atrair as suas presas; essas espécies costumam ter uma boca de grandes
dimensões, que lhes permitem comer animais maiores que eles próprios. Numa
destas espécies, o macho é parasita da fêmea, fixando-se pela boca a um
[[tentáculo] da sua cabeça. [16]
Órgãos: 1. Fígado, 2. Bexiga de gás, 3. Ovas, 4. Cecos pilóricos, 5.
Estômago, 6. intestino.
Hábitos de reprodução
A maioria dos peixes é dióica, ovípara, fertiliza os óvulos externamente e não
desenvolve cuidados parentais. Nas espécies que vivem em cardumes, as fêmeas
desovam nas próprias águas onde os cardumes vivem e,[17] ao mesmo tempo, os
machos libertam o esperma na água, promovendo a fertilização. Em alguns peixes
pelágicos, os ovos flutuam livremente na água – e podem ser comidos por outros
organismos, quer planctónicos, quer nectónicos; por essa razão, nessas espécies é
normal cada fêmea libertar um enorme número de óvulos. [17] Noutras espécies, os
ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto ao fundo – nestes casos, os
óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos vulneráveis aos
predadores. [3]
No entanto, existem excepções a todas estas características e neste artigo
referem-se apenas algumas. Abaixo, na secção Migrações encontram-se os casos
de espécies que se reproduzem na água doce, mas crescem na água salgada e
vice-versa. [17]
Em termos de separação dos sexos, existem também (ex.: família Sparidae,
os pargos) casos de hermafroditismo e casos de mudança de sexo - peixes que são
fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e depois se transformam
em machos (protoginia) e o inverso (protandria).[18]
Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos curiosos. Nos
cavalos-marinhos (género Hypocampus), por exemplo, o macho recolhe os ovos
fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial. Muitos ciclídeos (de que faz parte a
tilápia) e algumas espécies de aquárioendémicas do Lago Niassa (também
conhecido por Lago Malawi, na fronteira entre Moçambique e o Malawi) guardam os
filhotes na boca, quer do macho, quer da fêmea, ou alternadamente, para os
protegerem dos predadores. [17]
Refere-se acima que a maioria dos peixes é ovípara, mas existem também
espécies vivíparas e ovovivíparas, ou seja, em que o embrião se desenvolve dentro
do útero materno. Nestes casos, pode haver fertilização interna - embora os machos
não tenham um verdadeiro pênis, mas possuem uma estrutura para introduzir o
esperma dentro da fêmea. Muitos destes casos encontram-se nos peixes
cartilagíneos (tubarões e raias), mas também em muitos peixes de água doce e
mesmo de aquário.
Hábitos de repouso
Os peixes não dormem. Eles apenas alternam estados de vigília e repouso. O
período de repouso consiste num aparente estado de imobilidade, em que os peixes
mantêm o equilíbrio por meio de movimentos bem lentos.
Como não tem pálpebras, seus olhos ficam sempre abertos. Algumas
espécies se deitam no fundo do mar ou no rio, enquanto os menores se escondem
em buracos para não serem comidos enquanto descansam. [3]
Migrações
Muitas espécies de peixes (principalmente os pelágicos) realizam migrações
regularmente, desde migrações diárias (normalmente verticais, entre a superfície e
águas mais profundas), [19] até anuais, percorrendo distâncias que podem variar de
apenas alguns metros até várias centenas de quilómetros e mesmo plurianuais,
como as migrações das enguias. [20]
Tubarão-serra
Na maior parte das vezes, estas migrações estão relacionadas ou com a
reprodução ou com a alimentação (procura de locais com mais alimento). [21]
Algumas espécies de atuns migram anualmente entre o norte e o sul do oceano,
seguindo massas de água com a temperatura ideal para eles. [22]
Os peixes migratórios classificam-se da seguinte forma:* [23][24]
diádromos – peixes que migram entre os rios e o mar;[24]
anádromos – peixes que vivem geralmente no mar, mas se
reproduzem em água doce;[24]
catádromos – peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no mar;[24]
anfídromos – peixes que mudam o seu habitat de água doce para
salgada durante a vida, mas não para se reproduzirem (normalmente por relações
fisiológicas, ligadas à sua ontogenia);[24]
potamódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em
água doce, dentro dum rio ou dum rio para um lago; e
oceanódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em
águas marinhas, como os atuns.[24]
Os peixes anádromos mais estudados são os salmões (ordem
Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se desenvolvem no curso
do rio e, a certa altura migram para o oceano onde se desenvolvem e depois voltam
ao mesmo rio onde nasceram para se reproduzirem.[25] Muitas espécies de salmões
têm um grande valor económico e cultural, de forma que muitos rios onde estes
peixes se desenvolvem têm barragens com passagens para peixes (chamadas em
inglês "fishladders" ou "escadas para peixes"), que lhes permitem passar para
montante da barragem.[26]
O exemplo mais bem estudado de catadromia é o caso da enguia europeia
que migra cerca de 6000 km até ao Mar dos Sargaços (na parte central e ocidental
do Oceano Atlântico) para desovar, sofrendo grandes metamorfoses durante a
viagem; as larvas, por seu lado, migram no sentido inverso, para se desenvolverem
nos rios da Europa. [27]
Camuflagem e outras formas de proteção
Alguns peixes se camuflam para fugirem de certos predadores, outros para
melhor apanharem as suas presas. [28] Algumas espécies de arraia, por outro lado,
se escondem na areia e podem mudar o tom da pele, para suas presas não notarem
sua presença no ambiente. [29]
Anatomia dos peixes
Anatomia interna
A - Nadadeira dorsal; B - Raios da nadadeira; C - Linha Lateral; D - Rim; E -
Bexiga; F - Aparelho de Weber; G - Ouvido interno; H - Cérebro; I - Narinas; L -
Olhos; M - Guelra N - Coração; O - Estômago; P - Vesícula Biliar; Q - Baço; R -
Órgãos sexuais internos; S - Nadadeira ventral; T - Coluna; U - Nadadeira anal; V -
Nadadeira caudal.
Esqueleto
Coração
Aparelho digestivo
Bexiga natatória
A bexiga natatória é um órgão que auxilia o peixe a manter-se a determinada
profundidade através do controle da sua densidade relativamente à da água. É um
saco de paredes flexíveis, derivado do intestino que pode expandir-se ou contrair de
acordo com a pressão; tem muito poucos vasos sanguíneos, mas as paredes estão
forradas com cristais de guanina, que a fazem impermeáveis aos gases. [30]
A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases,
principalmente oxigénio, na bexiga, para aumentar o seu volume. [31] Noutra região
da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através doutra estrutura
conhecida por "janela oval", através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente
sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu
tamanho.[30]
Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua
posição na água apenas com a locomoção e com o controle de densidade de seus
corpos, através da quantidade de óleo em seu fígado; outros peixes têm reservas de
tecido adiposo para essa finalidade. [30]
A presença de bexiga natatória traz uma desvantagem para o seu portador:
ela proíbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco de
aquele órgão rebentar. [31]
A denominação bexiga natatória foi substituída por vesícula gasosa.[31]
Anatomia externa
Para além de mostrar diferentes adaptações evolutivas dos peixes ao meio
aquático, [32] as características externas destes animais (e algumas internas, tais
como o número de vértebras) são muito importantes para a sua classificação
sistemática. [33]
Forma do corpo
A forma do corpo dos peixes "típicos" – basicamente fusiforme – é uma das
suas melhores adaptações à locomoção dentro de água. [34] A maioria dos peixes
pelágicos (ver acima), principalmente os que formam cardumesactivos, como os
atuns, apresentam esta forma "típica”. [35]
No entanto, há bastantes variações a esta forma típica, principalmente entre
os demersais e nos peixes abissais (que vivem nas regiões mais profundas dos
oceanos). [35] Nestes últimos, o corpo pode ser globoso e apresentar excrescências
que servem para atrair as suas presas. [36]
A variação mais dramática do corpo dos peixes encontra-se nos
Pleuronectiformes, ordem a que pertencem os linguados e as solhas. [37] Nestes
animais, adaptados a viverem escondidos em fundos de areia, o corpo sofre
metamorfoses durante o seu desenvolvimento larvar, de forma que os dois olhos
ficam do mesmo lado do corpo – direito ou esquerdo, de acordo com a família.[35]
Muitos outros peixes demersais têm o corpo achatado dorsiventralmente para
melhor se confundirem com o fundo. Alguns, como os góbios, que são peixes muito
pequenos que vivem em estuários, têm inclusivamente as nadadeirasventrais
transformadas num botão adesivo, para evitarem ser arrastados pelas correntes de
maré. [35]
Os Anguilliformes (enguias, congros e moreias) têm o corpo "anguiliforme", ou
seja, em forma de serpente, assim como algumas outras ordens de peixes.[38]
Nadadeiras
As diversas estruturas da nadadeira
As barbatanas ou nadadeiras são os órgãos de locomoção dos peixes. [38] São
extensões da derme (a camada profunda da pele) suportadas por lepidotríquias, que
são escamas modificadas e funcionam como os raios das rodas de bicicleta. [39] Por
essa razão, chamam-se raios os que são flexíveis muitas vezes segmentados e |
ramificados, ou espinhos, quando são rígidos e podem ser ocos e possuir um canal
para a emissão de veneno.[40]
Os números de espinhos e raios nas nadadeiras dos peixes são importantes
caracteres para a sua classificação, havendo mesmo chaves dicotómicas para a sua
identificação em que este é um dos principais fatores. [38]
Tipicamente, os peixes apresentam os seguintes tipos de nadadeiras:
uma nadadeira dorsal[41]
uma nadadeira anal;[41]
uma nadadeira caudal;[41]
um par de nadadeiras ventrais (ou nadadeiras pélvicas);[41]
um par de nadadeiras peitorais.[41]
Apenas as nadadeiras pares têm relação evolutiva com os membros dos
restantes vertebrados. [38]
Algumas ou todas estas nadadeiras podem faltar ou estar unidas - já foi
referida a transformação das nadadeiras peitorais dos góbios num disco adesivo –
mas as uniões mais comuns são entre as nadadeiras ímpares, como a dorsal com a
caudal e anal com caudal (caso de algumas espécies de linguados). [42]
As nadadeiras têm formas e cores típicas em alguns grupos de peixes. [38]
Para além da coloração do corpo, a forma e cor das nadadeiras são decisivas
para os aquaristas, de tal forma que chegam a ser produzidas variedades de
espécies com nadadeiras espectaculares, como o famoso cauda-de-véu, uma
variedade do peixinho-dourado (Carassiusauratus). [43][44]
Alguns grupos de peixes, para além da nadadeira dorsal com espinhos e raios
(que podem estar separadas), possuem uma nadadeira adiposa, normalmente perto
da caudal. É o caso dos salmões e dos peixes da família do bacalhau (Gadídeos).
Escamas ou placas
A pele dos peixes é fundamentalmente semelhante à dos outros vertebrados,
mas possui algumas características específicas dos animais aquáticos. O corpo dos
peixes está normalmente coberto de muco que, por um lado diminui a resistência da
água ao movimento e, por outro, os protege dos inimigos. [45] Embora haja muitos
grupos de peixes com pele nua, como as enguias, a maior parte dos peixes tem-na
coberta de escamas que, ao contrário dos répteis, têm origem na própria derme. [46]
Os peixes apresentam quatro tipos básicos de escamas:
ciclóides, as mais comuns, normalmente finas, subcirculares e com a
margem lisa ou finamente serrilhada;[47]
ctenóides, também sub-circulares, mas normalmente rugosas e com a
margem serrilhada ou mesmo espinhosa;[48]
ganóides, de forma sub-romboidal e que podem ser bastante grossas
como as dos esturjões; e salmões.[47]
placóides, normalmente duras com um ou mais espinhos, de formas
variadas.[48]
Alguns grupos de peixes têm o corpo coberto de placas ou mesmo uma
armadura rígida, como o peixe-cofre e os cavalos-marinhos. Esta armadura pode
estar ornamentada com cristas e espinhos e apresenta fendas por onde saem as
nadadeiras.
Linha lateral
Um órgão sensorial específico dos peixes é a linha lateral, normalmente
formada por uma fiada longitudinal de escamas perfuradas através das quais corre
um canal que tem ligação com o sistema nervoso; aparentemente, este órgão tem
funções relacionadas com a orientação, uma espécie de sentido do olfacto através
do qual os peixes reconhecem as características das massas de água (temperatura,
salinidade e outras). [46]
Sistema nervoso e órgãos dos sentidos
Peixes têm sistemas nervosos complexos e seu cérebro é dividido em
diferentes partes. O mais anterior, ou frontal, contém as glândulasolfativas. Diferente
da maioria dos vertebrados, o cérebro do peixe primeiro processa o senso do olfato
antes de todas as ações voluntárias.[49]
Os lobos óticos processam informações dos olhos. O cerebelo coordena os
movimentos do corpo enquanto a medula controla as funções dos órgãos internos.[50]
Aproximadamente todos os peixes diurnos possuem olhos bem desenvolvidos
com visãocolorida. Muitos peixes possuem também células especializadas
conhecidas como quimioreceptores, que são responsáveis pelos sentidos de gosto e
cheiro. [51]
A maioria dos peixes tem receptores sensitivos que formam o sistema linear
lateral, que permite aos peixes detectar correntes e vibrações, bem como o
movimento de outros peixes e presas por perto (ver acima).
Em 2003, alguns cientistas escoceses da Universidade de Edimburgo
descobriram que os peixes podem sentir dor.[46] Um estudo prévio pelo professor
James D. Rose da Universidade de Wyoming dizia que os peixes não podiam sentir
dor porque eles não possuíam a parte neocortexal do cérebro, responsável por tal
sensação. Peixes como os peixes-gato e tubarões possuem órgãos que detectam
pequenas correntes elétricas. Outros peixes, como a enguiaelétrica, podem produzir
sua própria eletricidade. [52]
Preservação
A destruição do habitat
Ver artigo principal:Lista Vermelha da IUCN
A Lista Vermelha da IUCN em 2006 nomeou 1.173 espécies de peixes que
estão ameaçadas de extinção. Incluem-se espécies como o bacalhau do Atlântico,
Diabo Hole, celacantos, e grandes tubarões brancos. [53] Porque os peixes vivem
debaixo d'água são mais difíceis de estudar do que os animais terrestres e plantas, e
informações sobre as populações de peixes é muitas vezes inexistente. No entanto,
peixes de água doce parecem particularmente ameaçados, porque eles vivem
muitas vezes em corpos d'água relativamente pequenas. Por exemplo, o Buraco do
Demônio tem apenas 6 metros (10 por 20 pés) para a piscina. [54][55]
Pesca excessiva
A pesca excessiva é uma grande ameaça para peixes comestíveis, como o
bacalhau e o atum. Pesca excessiva, eventualmente, provoca colapso da população
(conhecido como estoque), pois os sobreviventes não conseguem produzir o
suficiente para substituir aqueles removidos. Extinção comercial Tal não significa
que a espécie está extinta, mas apenas que ele não pode mais sustentar uma
pescaria. [56]
Um exemplo bem estudado de um colapso da pesca é a sardinha do Pacífico
Sadinops pesca ao largo da costa da Califórnia. De um pico de 790.000 toneladas
em 1937 a captura declinou para apenas 24.000 toneladas em 1968, após o qual a
pesca já não era economicamente viável. [57]
A principal tensão entre a ciência da pesca e da indústria de pesca é que os
dois grupos têm opiniões diferentes sobre a resiliência da pesca para a pesca
intensiva. Em lugares como a Escócia, Terra Nova, e do Alasca a indústria da pesca
é um grande empregador, assim, os governos estão predispostos a apoiá-lo.[58] Por
outro lado, cientistas e conservacionistas empurram para a proteção rigorosa,
alertando que muitas ações poderim ser dizimado dentro de cinqüenta anos.[59]
A destruição do habitat
A chave do estresse sobre os ecossistemas de água doce é a degradação do
habitat, incluindo a poluição da água, a construção de barragens, a remoção de
água para uso por seres humanos,[60] e a introdução de espécies exóticas. Um
exemplo de um peixe que se tornou em perigo por causa da mudança de habitat é o
esturjão pálido, um peixe norte-americano de água doce que vive nos rios
deteriorados pela ação humana. [61]
As espécies exóticas
Introdução de espécies não-nativas ocorreu em muitos habitats. Um dos
melhores exemplos estudados é a introdução da perca do Nilo no Lago Vitória, na
década de 1960. [62] A perca do Nilo gradualmente exterminado do lago de 500
espécies endêmicas de ciclídeos. Alguns deles sobrevivem agora em programas de
reprodução em cativeiro, mas outros são provavelmente extinta. Carp, snakeheads,
tilápia, poleiro europeu, truta, truta arco-íris, e lampreias marinhas são outros
exemplos de peixes que têm causado problemas ao serem introduzidos em
ambientes considerados alienígenas. [63]
Classificação sistemática
A classificação simplificada no topo desta página é a mais próxima da
utilizada por Lineu, mas escondem algumas características importantes que fazem
deste grupo dos "Peixes", um agregado de espécies com diferentes aspectos
evolutivos. Por essa razão, as classificações mais recentes (ver o projecto "Árvore
da Vida" ou Treeof Life) abandonaram alguns taxa tradicionais:
Não restam dúvidas que TODOS os peixes pertencem ao
DomínioEukariota, ao
ReinoAnimalia, aos clades
Metazoa
Bilateria
Deuterostomia, ao filo
Chordata e, dentro deste, ao clade
Craniata
A partir deste ponto, os estudos evolutivos mostraram divergências:
O taxonclasse tem sido usado (e, na Wikipedia em inglês, encontramos vários
exemplos) para vários clades diferentes. Por essa razão, e até os taxonomistas
acordarem numa forma de classificação científica consensual, devemos abster-nos
de utilizar esse taxon. Os peixes, tanto espécies existentes como fósseis, dividem-se
pelos seguintes clades:
Hyperotreti – as mixinas (peixes sem coluna vertebral) e
Vertebrata (vertebrados) - um clade que inclui as lampréias e os
restantes vertebrados com maxilas;
Dentro dos vertebrados, consideram-se os clades
Hyperoartia - as lampréias (que têm coluna vertebral, mas não têm
maxilas);
Gnathostomata – todos os animais com maxilas;
e mais sete grupos fósseis.
Dentro dos Gnathostomata, são aceites os seguintes clades:
Teleostomi – animais com boca terminal;
Chondrichthyes – tubarões e raias – boca sub-terminal ou ventral;
Acanthodii (extintos)
Placodermi (extintos).
Dentro dos Teleostomi
Osteichthyes – animais com tecido ósseo endocondral e com dentes
implantados nas maxilas e
Acanthodii (extintos)
Dentro dos Osteichthyes
Sarcopterygii – um grupo que inclui os peixes com nadadeiras
lobadas:
o Coelacanthimorpha – os celacantos, considerados remanescentes
dos primeiros anfíbios;
o Dipnoi – os peixes pulmonados ou dipnóicos
o ostetrápodes, ou seja, os restantes vertebrados batráquios, répteis,
aves e mamíferos; e os
Actinopterygii - peixes com raios ou lepidotríquias nas nadadeiras, ou
seja, os "teleósteos", que incluem a maioria das ordens de peixes actuais e algumas
outras com divergências filogenéticas.
Para a lista mais aceite das ordens dos peixes – incluindo as que são
classificadas nos diferentes clades mencionados acima – consultar a FishBase.
Dentro desta classificação, os tradicionais taxa Agnatha (peixes sem maxilas),
Ostracodermi (formas fósseis sem maxilas) e Cyclostomata (peixes sem maxilas,
como as mixinas e lampréias) não devem ser utilizados, uma vez que não são
monofiléticos.
Grande parte do material usado nesta secção foi retirado do projectoTreeof
Life, especialmente das páginas de Philippe Janvier (1997) e de David R. Maddison
(1995).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peixe
Aves
As aves (latim científico: Aves) constituem uma classe de animais
vertebrados, bípedes, homeotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por
possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico
córneo e ossos pneumáticos. Habitam todos os ecossistemas do globo, do Ártico à
Antártica. As aves atuais variam muito em tamanho, do Mellisugahelenae de 5
centímetros ao avestruz de 2,75 metros. O registro fóssil indica que as aves
evoluíram dos dinossaurosterópodes durante o período Jurássico, por volta de 150-
200 milhões de anos atrás (Ma), e a primeira ave conhecida é o Archaeopteryx do
Jurássico Superior, cerca de 150-145 Ma. A maioria dos paleontólogos considera as
aves como o único clado de dinossauros a sobreviver ao evento de extinção
Cretáceo-Paleogeno, aproximadamente 65,5 Ma. São reconhecidas
aproximadamente 10 000 espécies de aves no mundo.
Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros.
Os pássaros estão incluídos na ordemPasseriformes, constituindo a ordem mais
rica, ou seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves.
Enquanto a maioria das aves se caracteriza pelo voo, as ratitas não podem
voar ou apresentam voo limitado, uma característica considerada secundária, ou
seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar.
Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa
habilidade. As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto
dodo. Aves não-voadoras são especialmente vulneráveis à extinção por conta da
ação antrópica direta (destruição e fragmentação do habitat, poluição etc.) ou
indireta (introdução de animais/plantas exóticas, mamíferos em particular).
Evolução e taxonomia
A primeira classificação das aves foi desenvolvida por Francis Willughby e
John Ray, no Ornithologiae de 1676. CarolusLinnaeus modificou a demoninação em
1758 para o sistema de classificação taxonômica atual. As aves estão posicionadas
na classeAves na taxonomia de Linnaeus, entretanto, na taxonomia filogenética
agrupa-se as aves junto aos dinossauros terópodes.Aves e Crocodylia são os únicos
membros viventes do clado reptiliano Archosauria. Na filogenética, o termo Aves é
comumente definido como sendo todos os descendentes do mais recente ancestral
das aves modernas e do Archaeopteryx.
O Archaeopteryx, do Jurássico Superior (entre 150–145 milhões de anos
atrás), é a ave mais antiga conhecida, dentro dessa definição. Outros autores
partidários ao Phylocode, como Jacques Gauthier, tem definidoAves para incluir
somente os grupos de aves modernas, excluindo muitos grupos conhecidos apenas
pelo registro fóssil, e assinalando-os ao cladoAvialae, em parte para evitar as
incertezas sobre o posicionamento do Archaeopteryx em relação aos animais
tradicionalmente conhecidos como dinossauros terópodes.
Todas as aves modernas pertencem a subclasse Neornithes, que está
subdividida em: Palaeognathae e Neognathae.Estas duas subdivisões são
frequentemente assinaladas a posição taxonômica de superordem,embora Livezey e
Zusi assinalaram-nas como coorte. Dependendo do ponto de vista taxonômico, o
número de espécies de aves existentes conhecidas varia entre 9 800 a 10 050.
Evolução e diversificação das aves
As aves se diversificaram numa grande variedade de formas durante o
período Cretáceo. Muitos grupos retiveram características primitivas, como garras
nas asas e dentes, embora os dentes foram perdidos independentemente em vários
grupos de aves. Enquanto as formais primitivas, como o Archaeopteryx e o
Jeholornis, retiveram os longos ossos da cauda dos seus ancestrais,as caudas das
aves mais avançadas foram encurtadas com o advento do osso pigóstilo no
cladoPygostylia.
A primeira linhagem grande e diversa de aves de cauda curta a evoluir foi a
Enantiornithes, nomeada em função da construção dos ossos do ombro estarem em
posição contrária a das aves modernas. Os Enantiornithes ocuparam uma grande
variedade de nichos ecológicos, de filtradores de areia e piscívoros a trepadores e
granívoros. Alguns linhagens mais avançadas também se especializaram em um
dieta a base de peixes, como a classe Ichthyornithes.Uma ordem de aves marinhas
do Mesozóico, a Hesperornithiformes, tornou-se tão adaptada ao ambiente aquático
que perdeu a capacidade de voar. Apesar dessas especializações extremas, os
Hesperornithiformes representam uma das linhagens mais próximas as aves
modernas.
Morfologia
Exemplos de especializações de bicos.
Do ponto de vista morfológico, as aves constituem um grupo um tanto
particular e uniforme dentro dos tetrápodes (Tetrapoda) atuais. Particular porque se
distinguem facilmente de outros grupos de animais vivos e uniformes porque, apesar
do grande número de espécies e adaptações das mais variadas para diferentes
nichos ecológicos, o grupo como um todo mantém sua morfologia bastante
semelhante (diferentemente, p. ex., dos mamíferos).
Entre as características morfológicas de grande importância ecológica e
evolutiva, estão o formato do bico e dos pés e a proporção área alar/tamanho
corporal.
Do ponto de vista sistemático, a estrutura da siringe é de particular interesse,
tendo sido de fundamental importância na divisão da ordem Passeriformes em
Tyranni (Suboscines, ou "aves gritadoras") e Passeri (Oscines, ou "aves canoras,
que cantam"). Mais recentemente, a estrutura da siringe também tem sido usada
para estudos filogenéticos em grupos de aves não-Passeriformes (p. ex. os
Falconiformes).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aves
Mamíferos
Os mamíferos (do latim científicoMammalia) constituem uma classe de
animais vertebrados, que se caracterizam pela presença de glândulas mamárias
que, nas fêmeas, produzem leite para alimentação dos filhotes (ou crias), e a
presença de pêlos ou cabelos. São animais endotérmicos (com exceção do rato-
toupeira-pelado) , (ou seja, de temperatura constante, também conhecidos como
"animais de sangue quente"). O cérebro controla a temperatura corporal e o sistema
circulatório, incluindo o coração (com quatro câmaras). Os mamíferos incluem 5 416
espécies (incluindo os seres humanos), distribuídas em aproximadamente 1 200
gêneros, 152 famílias e até 46 ordens, de acordo com o compêndio publicado por
Wilson e Reeder (2005). Entretanto novas espécies são descobertas a cada ano,
aumentando esse número; e até o final de 2007, o número chegava a 5 558
espécies de mamíferos.
Características
O marco inicial para o reconhecimento científico dos mamíferos como grupo
foi a publicação por John Ray (1693) da obra
"Synopsismethodicaanimaliumquadrupedumetserpentini generis". Onde inclui uma
divisão dos animais que possuem sangue, respiram por pulmão, apresentam dois
ventrículos no coração e são vivíparos. Tal definição ainda hoje se mantem válida,
lembrando-se que à época os monotremados não eram conhecidos.
CarolusLinnaeus (1758) com a décima edição do SystemaNaturae, cunha o termo
Mammalia para o qual a definição é essencialmente aquela apresentada por Ray.
Mãe amamentando seus filhotes
E. R. Hall (1981) caracterizou a classe Mammalia como "sendo especialmente
notáveis por possuíremglândulas mamárias que permitem à fêmea nutrir o filhote
recém-nascido com leite; presença de pêlos, embora confinados aos estágios
iniciais de desenvolvimento na maioria dos cetáceos; ramo horizontal da mandíbula
é composto por um único osso; a mandíbula se articula diretamente com o crânio
sem intervenção do osso quadrado; dois côndilos occipitais; diferindo das aves e
répteis por possuírem diafragma e por terem hemácias anucleadas; lembram as
aves e diferem dos répteis por terem sangue quente, circulação diferenciada
completa e quatro câmaras cardíacas; diferem dos anfíbios e peixes pela presença
do âmnio e alantóide e pela ausência de guelras".
Muitas das características comuns aos mamíferos não aparecem nos outros
animais. Algumas delas, porém, podem ser observadas nas aves – uma alta taxa
metabólica e níveis de atividade ou complexidade de adaptações, como cuidado
pós-natal avançado e vida social, aumento da capacidade sensorial, ou enorme
versatilidade ecológica. Tais características semelhantes nas duas classes sugerem
que tais adaptações são homoplasias, ou seja, se desenvolveram
independentemente em ambos os grupos.
Outras características mamalianas são sinapomorfias dos amniotas,
adaptações partilhadas por causa do ancestral comum. Os amniotas, grupo que
inclui répteis, aves e mamíferos, são vertebrados terrestres cujo desenvolvimento
embrionário acontece sobre proteção de membranas fetais (âmnio, cório e
alantóide). Entres as características herdadas se encontram aumento do
investimento no cuidado das crias, fertilização interna, derivados queratinizados da
pele, rinsmetanefros com ureter específico, respiração pulmonar avançada, e o
papel decisivo dos ossos dérmicos na morfologia do crânio. Ao mesmo tempo, os
mamíferos compartilham grande número de características com todos os demais
vertebrados, incluindo o plano corpóreo, esqueleto interno, e mecanismos
homeostáticos (incluindo caminhos para regulação neural e hormonal).
Diversidade
Os mamíferos apresentam um número relativamente pequeno de espécies se
comparado com as aves (9 600) ou com os peixes (35 000), e até insignificante se
comparado com os moluscos (100 000) e os crustáceos e insetos (10 000 000).
Seus números estão mais próximos aos répteis (6 000) e aos anfíbios (5 200).
Entretanto, na diversidade corpórea, tipos locomotores, adaptação ao habitat, ou
estratégias alimentares, os mamíferos excedem todas as demais classes.
O tamanho corpóreo dos mamíferos é altamente variável, sendo seus
extremos a baleia-azul (Balaenopteramusculus) com 30 metros de comprimento e
chegando a pesar 190 toneladas, o maior mamífero já existente; o elefante africano
(Loxodonta africana) com 3,5 metros de altura (até os ombros) e 6,6 toneladas, o
maior mamífero terrestre atual; e o musaranho-pigmeu (Suncusetruscus) e o
morcego-nariz-de-porco-de-kitti (Craseonycteristhonglongyai) com cerca de 3-4
centímetros de comprimento e até 2 gramas de peso, os menores mamíferos até
hoje descobertos.
Morfologia e Anatomia
Sistema esquelético-muscular
No crânio dos mamíferos, os ossos dérmicos, originalmente formados na
calota craniana, cresceram ao redor de todo o encéfalo, fechando completamente a
caixa craniana. Os ossos que formam a extremidade inferior da abertura temporal
dos Synapsida são curvados até o arco zigomático.
A mandíbula dos mamíferos é formada por um único osso, o dentário, em
contraste à mandíbula de ossos múltiplos dos demais vertebradosmandibulados. O
dentário se articula diretamente com o ossoesquamosal, um osso dérmico do crânio.
A articulação mandibular dos demais vertebrados é formada pelo quadrado, no
crânio, e pelo articular, na maxila inferior. Nos mamíferos, estes ossos se juntaram
ao estribo, resultando em uma orelha média com três ossos, único a estes animais.
Os mamíferos são os únicos a possuírem músculos de expressão facial, os
quais são derivados dos músculos do pescoço dos répteis e inervados pelo sétimo
nervo craniano.
A dentição dos mamíferos é dividida em diversos tipos de dentes, ou seja, são
heterodontes: incisivos, caninos, pré-molares e molares. A maioria dos mamíferos
possui dois conjuntos de dentições em suas vidas (difiodontia). O primeiro conjunto
– os dentes de leite – consiste somente de incisivos, caninos e molares decíduos,
embora a forma destes seja bem parecida com a dos molares permanentes no
adulto. A dentição adulta permanente consiste do segundo conjunto de dentes
originais, os permanentes, com erupção posterior. Os mamíferos são os únicos
animais que mastigam e engole um discreto bolo alimentar. Os térios possuem tipos
únicos de molares, chamados de tribosfênicos.
Diferentemente da postura reptiliana, os mamíferos apresentam uma postura
ereta, com os membros posicionados sob o corpo. Entretanto, a postura altamente
ereta dos mamíferos familiares, tais como os gatos, cães e cavalos é derivada; o
movimento de um animal como o gambá, provavelmente, representa a condição
primitiva dos mamíferos.
Os mamíferos apresentam uma articulação do tornozelo diferenciada, cujo
ponto de movimento está entre a tíbia e o astrágalo. Na cintura pélvica, o ílio tem
forma de barra e é direcionado para frente, e o púbis e o ísquio são curtos; todos
são fundidos num único osso, chamado de pelve. O fêmur apresenta um trocânter
distinto sobre o lado lateral proximal, para a ligação dos músculos dos glúteos, que
dá aos mamíferos extremidades arredondadas.
Com poucas exceções, todos os mamíferos possuem sete vértebras cervicais
– peixes-boi (Trichechus spp.) e o bicho-preguiça-de-dois-dedos
(Choloepushoffmanni) possuem seis vértebras, e o bicho-preguiça-de-três-dedos
(Bradypusvariegatus), possui nove. Eles também apresentam um complexo atlas-
áxis, único e especializado, nas duas primeiras vértebras cervicais. Podendo rodar
suas cabeças de duas formas: na maneira tradicional, de cima para baixo, na
articulação entre o crânio e o atlas; e de maneira mais derivada, de lado a lado, na
articulação entre o atlas e o áxis.
Os mamíferos restringiram as costelas às vértebras mais craniais (torácicas)
do tronco. As costelas lombares apresentam conexões zigapofiseais, as quais
permitem a flexão dorso-ventral. A capacidade de mover a coluna vertebral de
maneira dorso-ventral, nos mamíferos, pode estar relacionada com sua habilidade
de deitar sobre o lado de seus corpos, algo que os demais vertebrados não
conseguem realizar facilmente. Esta habilidade pode ter sido importante na evolução
da amamentação, com mamilos posicionados ventralmente.
Sistema cardiovascular
O coração dos mamíferos difere dos demais amniotasectotérmicos por
possuir um septo ventricular completo e somente um arco sistêmico, embora o arco
duplo original seja aparente durante o desenvolvimento. Uma condição similar é
observada nas aves, mas ela claramente surgiu convergentemente nos dois grupos,
pois é o arco sistêmico esquerdo que é retido (como a aorta única) nos mamíferos, e
o arco direito nas aves.
Os monotremados retêm um pequeno sino venoso como uma câmara distinta,
os térios incorporaram esta estrutura ao átrio direito, como o nodo sinoatrial, o qual
age como o marca-passo do coração.
Os mamíferos também diferem dos demais vertebrados quanto à forma de
seus eritrócitos (glóbulos vermelhos ou hemácias), os quais não possuem núcleos
na condição madura.
Sistema respiratório
Os mamíferos apresentam pulmões grandes e com lobos, de aparência
esponjosa devida à presença de um sistema de ramificações delicadas dos
bronquíolos em cada pulmão, terminando em câmaras fechadas de paredes finas
(os pontos de trocas gasosas), chamadas de alvéolos.
A presença de uma estrutura muscular, o diafragma, exclusiva dos
mamíferos, divide a cavidade peritoneal da cavidade pleural, além de auxiliar as
costelas na inspiração.
Sistema nervoso e órgãos do sentido
Os mamíferos possuem encéfalos excepcionalmente grandes entre os
vertebrados, os quais evoluíram em caminhos, de certa forma, independentes dos
demais amniotas. Em seus sistemas sensoriais os mamíferos são mais dependentes
da audição e da olfação do que a maioria dos tetrápodes, sendo menos
dependentes da visão.
Cérebro
A porção aumentada dos hemisférios cerebrais dos mamíferos, o neocórtex,
ou neopalio, é formada de forma única. A porção dorsal do córtex é aumentada para
a formação do neopalio (enquanto os sauropsídeos aumentam a porção lateral),
apresentando uma estrutura laminada complexa. Em mamíferos mais derivados, o
neopálio domina todo o encéfalo rostral e se torna altamente invaginado, o que
aumenta muito a área de superfície.
Outras características únicas do encéfalo mamaliano incluem lobos ópticos
divididos na região mediana, um cerebelonão-invaginado, e uma grande
representação da área para o sétimo nervo craniano, a qual está associada com o
desenvolvimento da musculatura facial.
O cérebro dos mamíferos conta ainda com o sistema límbico, responsável
pelas emoções e sentimentos.
Olfato
O apurado senso de olfato da maioria dos mamíferos está, provavelmente,
relacionado ao seu comportamento noturno. Os receptores olfatórios estão
localizados em um epitélio especializado, sobre os ossos nasoturbinados no nariz. O
bulbo olfatório é uma porção proeminente do encéfalo em muitos mamíferos, mas os
primatas apresentam um bulbo pequeno e pouco sentido de olfação, provavelmente
associado a seus hábitos diurnos. O senso de olfato também é reduzido, ou
ausente, nos cetáceos, em associação com sua existência aquática.
Audição
Os mamíferos apresentam uma orelha média mais complexa do que a dos
demais tetrápodes. Ela contém uma série de três ossos (estribo, martelo e bigorna),
em vez de um único osso.
Diversas outras características dos mamíferos térios também contribuem para
o aumento da acuidade auditiva. Estas incluem uma longa cóclea, capaz de uma
discriminação maior de tons. Além disso, a orelha externa, ou aurícula, ajuda a
determinar a direção do som. A orelha, em conjunto com o estreitamento do meato
auditivo dos mamíferos, concentra sons oriundos de uma área relativamente grande.
A maioria dos mamíferos é capaz de mover a aurícula para captar sons, embora os
primatasantropóides não apresentam tal característica. A sensibilidade auditiva de
um mamífero terrestre é reduzida se as aurículas são removidas. Mamíferos
aquáticos utilizam sistemas inteiramente distintos para ouvir sob a água, tendo
perdido ou reduzido suas orelhas externas. Os cetáceos, por exemplo, utilizam a
maxila inferior para canalizar ondas sonoras a orelha interna.
Visão
Os mamíferos evoluíram como animais noturnos, para os quais a
sensitividade visual (formação de imagens sob pouca luz) era mais importante do
que a acuidade (formação de imagens precisas). Os mamíferos possuem retinas
compostas, primariamente, de células bastonetes , as quais apresentam uma grande
sensibilidade à luz, mas são relativamente fracas para uma visão acurada.
A maioria dos mamíferos apresenta um tapetumlucidum bem desenvolvido, o
qual constitui uma camada refletora por trás da retina, fornecendo uma segunda
chance para que um fóton de luz estimule uma célula receptora. Este tapeto provoca
o brilho nos olhos que você observa quando aponta uma lanterna em direção a um
gato ou a um cão. O tapeto é mais desenvolvido em mamíferos noturnos, e foi
perdido nos primatas antropóides diurnos , incluindo os humanos.
Sistema integumentário
Em muitos aspectos, a cobertura externa dos mamíferos é a chave para seu
modo único de vida. A variedade de tegumentos dos mamíferos é enorme. Alguns
roedores possuem uma epiderme delicada, com apenas algumas células de
espessura. Já os elefantes têm diversas centenas de células de espessura. A
textura da superfície externa da epiderme também varia, desde a lisa (cobertas ou
não por pêlos) até as rugosas, secas e enrugadas.
Apesar do tegumento mamífero se parecer com o dos demais vertebrados,
quanto a sua forma, com camadas epidérmicas, dérmicas e hipodérmicas, há
também componentes únicos. Ele apresenta pêlos, glândulas sebáceas, glândulas
apócrinas, glândulas sudoríparas, e estruturas derivadas da queratina, como unhas,
garras e cornos.
Os pêlos têm uma variedade de funções incluindo a camuflagem, a
comunicação e a sensação (tato), por meio das vibrissas (= bigodes). Entretanto, a
função básica dos pêlos é a proteção contra o calor e o frio.
As estruturas secretoras da pele se desenvolvem a partir da epiderme. Há
três tipo principais de glândulas de pele nos mamíferos: as sebáceas, as apócrinas e
as écrinas. Exceto pelas écrinas, as glândulas da pele estão associadas aos
folículos pilosos e a secreção em todas elas se dá sob o controle neural e hormonal.
As glândulas sudoríparas comuns dos humanos não parecem ser um traço
mamífero primitivo, visto que a maioria dos mamíferos não termorregulam por meio
da secreção de fluidos pela pele. As glândulas sebáceas são encontradas em toda a
superfície do corpo. Elas produzem uma secreção oleosa que lubrifica e
impermeabiliza o pêlo e a pele. Glândulas apócrinas apresentam uma distribuição
restrita na maioria dos mamíferos, e suas secreções parecem ser utilizadas na
comunicação química.
Muitos mamíferos possuem glândulas de odor especializadas, as quais são
modificações das sebáceas ou das apócrinas. A marcação por odor é usada para
indicar a identidade do animal e para definir territórios. Glândulas de odor são
posicionadas em áreas do corpo que permitem o contato fácil com os objetos, tais
como a face, o queixo e os pés.
Glândulas écrinas produzem uma secreção aquosa com pouco conteúdo
orgânico. Na maioria dos mamíferos, estão restritas às solas dos pés, às caudas
preênseis e a outras áreas em contato com superfície do meio ambiente, nas quais
elas melhoram a adesão ou a percepção táctil.
Glândulas mamárias possuem uma estrutura de ramificação mais complexa
do que a das demais glândulas de pele. Elas possuem diversas características
básicas em comum com as glândulas apócrinas e sebáceas, entretanto são
altamente especializadas.
As estruturas queratinizadas da pele são variadas, algumas estão envolvidas
na locomoção, nas ofensivas, na defesa e na apresentação, como as unhas, as
garras e os cascos; outras na proteção, como as placas dérmicas; outras na
alimentação, como o bico córneo do ornitorrinco.
Classificação
Modelos classificatórios para a classe Mammalia já vem sendo propostos
desde 1693, quando John Ray subdividiu os mamíferos em dois grupos: aquáticos
ou cetáceos e terrestres ou quadrúpedes (apesar de incluir os peixes-boi no último
grupo). Modelos um pouco mais elaborados foram propostos por Linnaeus em 1758,
e por Lacépède em 1799.
Apenas muitos anos após a descoberta dos monotremados (ca. 1790) e dos
marsupiais australianos (ca. 1760), foi caracterizada a grande divergência quanto
aos aspectos dos sistemas reprodutores entre esses dois grupos e os placentários.
Em 1816, Henri Marie Ducrotay de Blainville dividiu os mamíferos, com base nessas
características, em duas subclasses: os monodelfos (placentários) e os didelfos
(marsupiais e monotremados). Em 1834, o autor manteve a designação difelfos para
os marsupiais e transferiu os monotremados para uma terceira subclasse, a dos
ornitodelfos.
Theodore Gill, em 1872, criou a divisão Prototheria para incluir os ornitodelfos
e a divisão Eutheria para incluir os monodelfos (placentários) e os didelfos
(marsupiais). O táxon Eutheria de Gill foi posteriormente rebatizado de Theria, sendo
o Eutheria mantido apenas para os placentários.
George Gaylord Simpson (1945), em seu "PrinciplesofClassificationand a
ClassificationofMammals" apresentou uma classificação tanto de animais viventes
como espécies fósseis e suas inter-relações. Está classificação foi universalmente
aceita até ao fim do século XX. Ela trazia o seguinte arranjo (simplificado):
Classe MammaliaLinnaeus, 1758
Subclasse Prototheria Gill, 1872
Ordem Monotremata Bonaparte, 1838
Subclasse Theria Parker &Haswell, 1897
Infra-classeMetatheria Huxley, 1880
Ordem MarsupialiaIlliger, 1811
Infra-classeEutheria Gill, 1872
demais ordens
Nos últimos anos, a classificação dos mamíferos vem sofrendo grandes
mudanças em função de dois fatores principais: a mudança da filosofia de
classificação e o avanço dos estudos moleculares.
A filosofia de classificação vem mudando gradualmente da escola de
Sistemática Evolutiva (Simpson 1945, por exemplo) para a Sistemática Filogenética
(McKenna e Bell 1997, por exemplo). A popularização da utilização de seqüências
de DNA (tanto nuclear quanto mitocondrial) para inferir relações de ancestralidade e
descendência tem revolucionado a taxonomia, indicando grupos muitas vezes
radicalmente diferentes das visões tradicionais. A grande maioria dessas hipóteses
vem sendo confirmada com dados adicionais moleculares e/ou morfológicos, muitas
vezes incluindo fosseis. Diversos arranjos taxonômicos vêm sendo debatidos, com
visões opostas sendo defendidas por diferentes grupos de pesquisadores. Por outro
lado, vários consensos sobre a classificação dos mamíferos foram alcançados nos
últimos anos e encontram suporte em uma variada gama de dados e análises.
A mais recente proposta de classificação baseada em estudos moleculares
propõe quatro linhagens ou grupos de mamíferos placentários, que divergiram de
um ancestral comum no período Cretáceo, apesar dos registros fósseis ainda não
terem corroborado com essa hipótese. Esses achados moleculares são consistentes
com os padrões de distribuição dos mamíferos. Entretanto eles não refletem os
dados morfológicos, em alguns casos, e por isso não é aceito por muitos estudiosos.
Um marco recente na classificação dos mamíferos é a terceira edição de
Wilson e Reeder (2005), que apresenta uma listagem de todas as espécies descritas
de mamíferos viventes e recém extintos até 2003, contabilizando 5 416. Entretanto,
com o desenvolvimento de novos métodos de análise molecular e a descoberta de
novas espécies, esse número vem aumentando a cada ano (2004 - 22 espécies;
2005 - 43 espécies; 2006 - 49 espécies; e 2007 - 28 espécies), contabilizando hoje
cerca de 5 558 espécies. Entre os principais colaboradores para esse aumento
estão a ordem Chiroptera com 43; os roedores com 40; e os primatas com 36 novas
espécies.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%ADferos
Répteis
Os répteis (latim científico: Reptilia) constituem uma classe de
animaisvertebradostetrápodes e ectotérmicos, ou seja, não possuem temperatura
corporal constante. São todos amniotas (animais cujos embriões são rodeados por
uma membrana amniótica), esta característica permitiu que os répteis ficassem
independentes da água para reprodução. Os répteis atuais são representados por
quatro ordens: Crocodilia, Rhynchocephalia, Squamata e Testudinata.
A pele dos répteis é seca, sem glândula mucosa, e revestida por escamas de
origem epidérmica ou por placas ósseas de origem dérmica, com isso, a pele dos
répteis apresenta grande resistência. Seu sistema respiratório é mais complexo se
comparado com dos anfíbios. Nos répteis os sexos são distintos (macho e fêmea) e
a maior parte, geralmente é ovípara.
Os répteis são encontrados em todos os continentes exceto na Antártica,
apesar de suas principais distribuições compreenderem os trópicos e subtrópicos.
Não possuem uma temperatura corporal constante, são ectotérmicos e necessitam
do calor externo para regulação da temperatura corporal, por isso habitam
ambientes quentes e tropicais. Conseguem até um certo ponto regular ativamente a
temperatura corporal, que é altamente dependente da temperatura ambiente. A
maioria das espécies de répteis é carnívora e ovíparas (botam ovos). Algumas
espécies são ovovivíparas, e algumas poucas espécies são realmente vivíparas.
Os dinossauros, extintos no final do Mesozóico, pertencem à super-
ordemDinosauria, também integrada na classe dos répteis. Outros répteis pré-
históricos são os membros das ordens Pterosauria, Plesiosauria e Ichthyosauria.
Classificação
A classificação lineana dos répteis não inclui grupos que evoluíram a partir
deles, aves e mamíferos, sendo por isso um grupo parafilético. Em anos recentes,
grande parte dos taxonomistas defendem que a classificação deveria ser
monofilética, seguindo a escola de pensamento cladista, ou seja, os grupos
deveriam incluir todos os descendentes de uma forma particular. Colin Tudge diz:
Os mamíferos são uma clade, e consequentemente os cladistas são felizes
em reconhecer a táxon tradicional dos mamíferos. As Aves são também uma clade.
Na realidade, Mamíferos e Aves são subclades dentro da cladeprincipal dos
Amniotas. Contudo, a classe tradicionalReptilianão é uma clade, mas apenas uma
seção da cladeAmniotas, que restou após a remoção dos grupos Mamíferos e Aves.
Não pode ser definida por sinapomorfias, como seria apropriado. Em vez disso, é
definida pela combinação das caracteríscas que possuem e as que faltam: répteis
são os amniotas a que faltam pelos ou penas, ou seja, no máximo poderíamos dizer
que os répteis, na definição tradicional são amniotas 'não aves' e 'não mamíferos’. [5]
Evolução
Existem milhares de fósseis de espécies que mostram uma clara transição
entre os ancestrais dos répteis e os répteis modernos.
O primeiro verdadeiro réptil é categorizado como Anapsídeo, tendo um crânio
sólido com buracos apenas para boca, nariz, olhos, ouvidos e medula espinhal.
Algumas pessoas acreditam que as tartarugas são os Anapsídeos sobreviventes, já
que eles compartilham essa estrutura de crânio, mas essa informação tem sido
contestada ultimamente, com alguns argumentando que tartarugas criaram esse
mecanismo de maneira a melhorar sua armadura. Os dois lados têm fortes
evidências, e o conflito ainda está por ser resolvido.
Pouco depois do aparecimento dos répteis, o grupo dividiu-se em dois ramos.
Um dos quais evoluiu para os mamíferos, o outro voltou a dividir-se nos
lepidossauros (que inclui as cobras e lagartos modernos e talvez os répteis marinhos
do Mesozóico) e nos arcossauros (crocodilos e dinossauros). Esta última classe deu
origem também às aves.
Características
Corpo coberto com pele seca queratinizada (não mucosa) geralmente
com escamas ou escudos e poucas glândulas superficiais;
Dois pares de extremidades (membros), cada uma tipicamente com
cinco dedos terminando em garras córneas e adaptadas para correr, rastejar ou
trepar; pernas semelhantes a remos nas tartarugasmarinhas, reduzidas em alguns
lagartos, ausentes em alguns e em todas as cobras;
Esqueleto interno completamente ossificado; crânio com um
côndilooccipital;
Coração imperfeitamente dividido em quatro câmaras: duas aurículas e
um ventrículo parcialmente dividido (ventrículos separados nos crocodilianos), o que
lhes confere realmente três câmaras; um par de arcos aórticos; glóbulos vermelhos
nucleados, biconvexos e ovais;
Respiraçãopulmonar; as tartarugas podem permanecer algumas horas
embaixo d'água, prendendo a respiração e, para isso, o organismo funciona
lentamente, o coração bate devagar, num fenômeno chamado bradicardia, e o
fornecimento de oxigênio é auxiliado por um tipo de respiração acessória, em que o
oxigênio dissolvido na água é absorvido pelas vias faríngica e cloacal;
Doze pares de nervos cranianos;
Temperatura corporal variável (pecilotermos), de acordo com o
ambiente;
Fecundação interna, geralmente por órgãos copuladores; ovos
grandes, com grandes vitelos, em cascas córneas ou calcárias geralmente
libertados, mas retidos pela fêmea para o desenvolvimento em alguns lagartos e
cobras; estas características revelam uma adaptação evolutiva para a vida terrestre;
Segmentação meroblástica; envoltórios embrionários (âmnio, cório,
saco vitelino e alantóide) presentes durante o desenvolvimento; filhotes quando
eclodem (nascem) assemelham-se aos adultos (sem metamorfoses).
Musculatura muito desenvolvida em Squamata (cobras e lagartos) e
em Crocodylia (jacarés e crocodilos), mas em Testudines (tartarugas, cágados e
jabutis) a musculatura é desenvolvida apenas no pescoço.