VI SEMINÁRIO HOSPITAIS SAUDÁVEIS SHS 2013 2013_Julia Kawagoe.pdf · Total Processos de...
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Redução de resíduos e eficiência de recursos pelo reprocessamento de
artigos descartáveis
Julia Yaeko Kawagoe
Enfermeira Especialista Serviço Controle Infecção – Hospital Israelita Albert Einstein
Validação Técnicado Reprocessamento de
Cateteres de Eletrofisiologia: maior segurança e menor custo
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar MDP – Cardiologia Intervencionista
Central de Material EsterilizadoServiço de Microbiologia do Laboratório Clínico
Planejamento e Controle FinanceiroEngenharia Clínica
Luci Corrêa, Ivanise Maria Gomes Amorim, Gessilene de Sousa Barbosa, Marines Dalla Valle
Martino, Helena Lumi Fukumoto, Heitor Akira Kuramoto, Julia Yaeko Kawagoe, Itacy Siqueira,Eliziete Enedina de Oliveira, Marco Antonio Perin, Valdir Pereira da Silva, Carlos Kazume Oyama.
• Cateteres utilizados em estudos de anormalidades do ritmo e/ou da condução elétrica do coração;
• Intervenção por meio de cateteres de ablação por radiofreqüência;
• Inserção por veia e/ou artéria de grande calibre (semelhante ao cateterismo cardíaco).
Cateteres de eletrofisiologia (CE)
Manopla ligada à fonte elétricaEletrodos
Eletrodos
Manopla ligada à fonte elétrica
Cateteres de eletrofisiologia (CE)
• Materiais críticos, uso único e alto custo;
• Um procedimento: 3 CE;• Implicação legal: RDC nº 156 –
11/08/2006
Cateteres de eletrofisiologia (CE)
No HIAE: Elaborar protocolo� NÃO FAZ PARTE DA LISTA PROIBIDA; � NÃO TEM LUMEN MAS PARTE ELÉTRICA – NÃO IMERSÃO E
ELETRODOS� CUSTO DE UM CE = R$ 3.500,00
Objetivo
Reduzir em 50% os custos de CE,
realizando 3 reprocessamentos com
validação e controle dos processos:
� limpeza;� esterilização;
� integridade;
� funcionalidade.
Revisão de literatura
� Trends and Patterns in Electrophysiologic and AblationCatheter Reuse in the United States. Am J Cardiol, 2001: Reuso CE é prática comum, tem benefício econômico -assunto controverso;
� Ethylene Oxide on Electrophysiology Catheters FollowingResterilization: Implications for Catheter Resuse. Am J Cardiol, 1997: Toxicidade no CE - 48h após aeração passiva: níveis acima do permitido e na prateleira - há redução no 14º dia. Aeração forçada eficaz - 15h.
� Safety and Efficacy of Hydrogen Peroxide Plasma Sterilizationfor Repeated Use of Electrophysiology Catheters. Am J Cardiol, 1998: Um cateter ablação: após 5º uso – desgaste no eletrodo – aumento 30 vezes (efeito limpeza); separação da cola superfície do eletrodo (efeito da temperatura do eletrodo – 50 a 60º C);
Revisão de literatura
�Evaluation and quantification of reprocessingmodification in single-use devices in interventional cardiology. Applied SurfaceScience, 2004: O processo de esterilização por plasma age na superfície polimérica, produzindo oligômeros e compostos solúveis (mudança na estrutura)
� Bactericidal Efficacy of Sterilizing Protocol for Reused Cardiac Electrophysiology Catheters.Am J Cardiol, 2002: Método de estudo: contaminação intencional com sangue humano e bactérias vegetativas e esporos –B. Stearothermophilus.
Revisão de literatura� Evaluation and quantification of reprocessing modification in single-use
devices in interventional cardiology. Applied Surface Science, 2004: O processo de esterilização por plasma age na superfície polimérica, produzindo oligômeros e compostos solúveis (mudança na estrutura)
� Bactericidal Efficacy of Sterilizing Protocol for Reused CardiacElectrophysiology Catheters. Am J Cardiol, 2002: Método de estudo: contaminação intencional com sangue humano e bactérias vegetativas e esporos – B. Stearothermophilus.
� Segurança e Eficácia dos Cateteres de Eletrofisiologia Reusados Versus Cateteres Novos (Revisão sistemática: mortalidade, infecção e efetividade). Centro Cochrane do Brasil. São Paulo, 2005. �Segurança e eficácia dos reusos de cateteres
eletrofisiológicos permanecem indefinidos (ECR). �Os relatos clínicos da literatura sem qualidade metodológica
fazem presumir que o reuso de cateteres eletrofisiológicos seja seguro e eficaz quando normas rígidas de reprocessamento são cumpridas.
Metodologia
1. Descrição protocolo de reprocessamento2. Validação microbiológica de limpeza e
esterilização 3. Validação de integridade e
funcionalidade4. Avaliação de custos
Inexistência de padrão
1B. CME: limpeza manual com detergente enzimático, enxágue (último com água - Osmose Reversa) e secagem com ar comprimido - avaliação da limpeza e integridade (lente aumento 50 X); embalagem e esterilização por Sterrad®
SOLUÇÃO ENZIMÁTICA.
ENXÁGÜE H2O CORRENTE (PIA).
1. Protocolo de reprocessamento
1A. Hemodinâmica: início da limpeza – remoção excesso sangue, envio ao CME em caixa plástica (detergente enzimático espuma);
Identificação dos cateteres reprocessados
1º. Reuso – fita verde zebrada c/ preto;
2º. Reuso – fita amarela zebrada c/ preto;
3º. Reuso – fita vermelha zebrada c/ preto;
REGRA:
Identificação do catéter
cor primária;
Identificação do
reprocessamento (REUSO)
cor secundária padronizada
Ficha de Controle de Reuso e rastreabilidade
Dados do Reprocessamento - CME
Cor Primária Lisa:_______________________
Modelo (catéter/conector) ____________________
Responsável CME:_______________________
Data Ester.:___/___/___ Venc.:____/____/____
Ciclo nº. ____________ Sterrad nº.__________
Cor Secundária - Reesterilização (marcar com X)
1º. Verde + Preto □
2º. Amarelo + Preto □
3º. Vermelho + Preto □
Obs.: Devolver o catéter com esta etiqueta
após o uso no Expurgo da CME.
Impresso – histórico do cateter
Etiqueta
Etiqueta paciente
2.1. Validação microbiológica da limpeza – IEP e Laboratório de Microbiologia
I – Preparo do fluido de contaminação: S. marcescens ATCC 14756 - 1 a 2 x 108 UFC/mL
II – Imersão dos CE - reuso 1, 2 e 3 (par) = contaminaçãoIII – Coleta de pontas dos CE = verificar inóculo inicial
S. marcescens e sangue humano Imersão - 1 hora
1 hora secagem
Coleta da ponta Processamento e contagem
IV – Limpeza: conforme protocolo e envio das pontas para cultura = verificar redução bacteriana
2.1. Validação microbiológica da limpeza
V – Avaliação microbiológica – técnica de Maki: inóculo inicial – final
CE - reprocessamento Pré-limpeza (UFC) Pós-limpeza(UFC)
CE 1º > 1.000 70
CE 2º > 1.000 68
CE 3º > 1.000 60
Antes Depois
66 UFC
2.1. Validação microbiológica da limpeza
Cultura
pontasTécnicaMaki
� Limpeza
� Secagem/ embalagem
� Esterilização Sterrad®
Inóculo inicial Após a esterilização
2.2 Validação microbiológica da esterilizaçãoI – Preparo do fluido de contaminação:
B.Stearothermophilus ATCC 7953 - 1 a 2 x 108 UFC/mLII – Imersão dos CE - reuso 1, 2 e 3 (par) = contaminaçãoIII - Reprocessamento
IV – Coleta de pontas dos CE: inóculo inicial e esterilidade
Imersão - 1 hora 1 hora secagem
Incontáveis UFC Não detectado
Coleta da ponta
3. Validação da integridade e funcionalidade mecânica
• Integridade e limpeza: microscópio com aumento de 50 vezes;
• Teste funcionalidade: médico (impresso próprio)
ELETRODO DE METALMicroscópio
Validação da funcionalidade mecânica e elétrica – a ser desenvolvida pela Engenharia Clínica
NÃO EXISTE PADRÃO
Resultados
•O protocolo foi implantado junho de 2006
•Não foi identificado nenhum evento adverso relacionado ao reuso
•Redução de custo por cateter 70%
Custeio – Reuso Cateteres de Eletrofisiologia
Custo de Validação do Protocolo e Investimento
Validação Processo de Lavagem 2.713,24 Validação Processo de Esterilização 2.713,24 Total Processos de Validação 5.426,49
Investimentos (Compra de Equipamento) 9.870,00
Total Custo Validação do Protocolo + Investimento 15.296,49
Amortiz + Depreciação (60 meses) 60
Custo mensal 254,94
Média de Cateteres Esterizados/ mês 30
Custo por Cateter 8,50
Análise de Viabilidade do re-uso
4 Utilizações 4
Custo Médio - Cateter de Eletrofisiologia NOVO 3.582,00 Custo Cateter re-processado (3 vezes) 753,56 Custo do Catéter + 3 re-processamentos 4.335,56
Custo médio por Cateter re-usado 1.083,89
Custo Médio - Cateter de Eletrofisiologia 3.582,00
Economia por Cateter re-usado 2.498,11 70%
Custo da Lavagem (Hemodinâmica) 145,32 Custo da Esterilização 97,37 Custo da Validação + Equipam. 8,50 Custo por Cateter 251,19
Custeio – Reuso Cateteres de Eletrofisiologia
Comparativo Custo com e sem Reprocessamento
Reproces. Novo EconomiaCusto Médio por Cateter 1.084 3.580 2.496 70%
Custo por Procedimento Reproces. Novo EconomiaFeixe de Hiss Diagnostico 3.269 8.338 5.069 61%Estudo Feixe de Hiss Terapeutico 7.802 16.406 8.604 52%Estudo Feixe de Hiss Terap Fibril.Atrial 9.553 19.739 10.185 52%
Nota: a) Custo Standard de Serviço e Média Móvel para MatMed - Abr/2007
Custeio – Reuso Cateteres de Eletrofisiologia
Projeção de Resultado Anual
Observações:Volume e Receita Real - Mai/06 a Abr/07 - Fonte Medtrak
Custo Standard de Serviço
Procedimento Volume Receita Liquida Reprocess. Novo Economia Econ %Feixe de Hiss Diagnostico 38 127.013 124.232 316.861 192.630 61%Feixe de Hiss Terapeutico 23 200.792 179.438 377.337 197.899 52%Feixe de Hiss Terap Fibril.Atrial 14 206.046 133.749 276.340 142.591 52%TOTAL 75 533.851 437.419 970.539 533.120 55%ROL sem Provisões 96.433 (436.687)
Resultado 18%
Custo
Custeio – Reuso Cateteres de Eletrofisiologia
Conclusões
�Controle do número de reusos associado à rastreabilidade;
�Economia anual: R$ 533.120,00� Hoje: “PROIBIDO REPROCESSAR” naembalagem
Limitações:�Nº de amostras�Validação funcionalidade elétrica
Considerações Finais
•Envolvimento da alta administração e do corpo técnico;• Decisão pautada em análise custo –efetividade ou outro motivo claramente definido; • Controle do processo de trabalho na CME;• Acesso a métodos de limpeza e de esterilização a baixa temperatura;• Monitoramento de efeitos adversos.