Viabilidade Tecnica e Economica de E&P Em Campos Maduros

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III CNEG Niteri, RJ, Brasil ,17, 18 e 19 de agosto de 2006

5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

VIABILIDADE TCNICA E ECONMICA NA EXPLORAO DE PETRLEO EM CAMPOS MADUROS. UMA PORTA PARA A INDSTRIA NACIONALBianka Brauns (Ernst & Young Brazil) [email protected] Edna Baptista dos Santos Gubitoso (IPT) [email protected] Lucia Cristina Dias Marinho (Janeiro - COPPE) [email protected] Rodrigo Mendes Grandra (Ernst & Young Brazil) [email protected]

A explorao de Petrleo tem se mostrado um importante mecanismo uma vez que, alm de outras fontes, propicia a gerao de energia que viabiliza os recursos demandados pela populao. Com a descoberta do Pr sal criou-se uma expectativa parra as empresas que atuam no setor uma vez que novos requisitos so necessrios como recursos tecnolgicos mais robustos e uma legislao que suporte este tipo de atividade. Enquanto grandes investimentos se fazem necessrios para explorar estes novos campos, outras reas, no to atrativas para as grandes empresas, podem se mostrar extremamente atrativas para empresas de porte menor. Este estudo, realizado aproximadamente durante a Quinta rodada da ANP com dados de um campo especfico, tem o objetivo de demonstrar a viabilidade econmica e financeira de campos maduros de petrleo, que tem se configurado uma fonte promissora de energia. Palavras-chaves: Campos maduros de petrleo; viabilidade econmica e financeira

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1. INTRODUOA explorao de petrleo em campos maduros tem se mostrado um negcio bastante lucrativo para empresas de pequeno porte. Dados de 2003 mostram que nos EUA, 40% da produo de petrleo feita em campos maduros por empresas privadas de menor porte comparando-se com empresas do governo. Tendo em vista esta tendncia, o objetivo deste estudo realizar a anlise econmica e financeira em campos maduros no Brasil. Quando um novo campo de petrleo perfurado, o leo pode ser retirado apenas com a alta presso existente. Com a retirada do leo a presso vai diminuindo e isto dificulta a retirada do o leo que ainda est armazenado. Para aumentar a recuperao destes poos devese injetar gua a fim de aumentar a presso e conseguir retirar o restante do leo, e pode-se dizer que o campo j considerado maduro. Existem vrias definies na literatura para campos maduros, tais como aqueles: Prximos do seu limite de viabilidade econmica Cuja fase de produo irreversivelmente declinante Localizados em terra ou em guas rasas (lamina dgua menor que 50 metros) J produzem h pelo menos 10 anos Com volume recupervel no superior a 3 milhes de barris de leo equivalente (boe) Com potencial para utilizao de tcnicas especiais de recuperao: trmica, gasosa, qumica Para facilitar o entendimento vamos definir FR (fator de recuperao) que est relacionado a taxa de extrao de petrleo do reservatrio. No incio de produo, assim que o poo perfurado e contando apenas com a presso primria (sem interferncia externa), o FR varia entre 10 e 20%. Com isto, em uma descoberta de 10.000.000 barris somente 2.000.000 conseguem ser extrados do campo. Para aumentar a recuperao destes poos deve-se utilizar tcnicas de recuperao secundria ou terciria (como por exemplo: injeo de gua, injeo de polmeros, combusto in situ, injeo de hidrognio, etc) ) a fim de aumentar a presso aumentar o fator de recuperao. Quando o fator de recuperao baixo e utilizamos tcnicas

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de recuperao secundria ou terciria, podemos dizer o campo considerado maduro. A produo de petrleo em campos possui fases distintas, tais como apresentadas na Figura 1.

Figura 1 Curva de produo de Petrleo

Na primeira fase podemos extrair o petrleo, pois o diferencial de presso assim o permite. Na fase 2, se no for utilizada tcnicas de recuperao secundria desde o incio da produo, o fator de recuperao fica no mximo em 20% (a depender do caso). Quando a presso comea a diminuir (fase 3 e fase 4) injeta-se gua a fim de aumentar a presso e se conseguir retirar o leo l existente. A injeo de gua iniciada sempre que presso do campo diminui, podendo acontecer a partir dos 10 anos de produo ou at mesmo antes deste perodo. No Brasil, sob foco histrico, o petrleo apresenta quatro momentos distintos: A primeira fase ocorreu at 1938, com as exploraes sob o regime da livre iniciativa. Neste perodo, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Municpio de Bofete, Estado de So Paulo, por Eugnio Ferreira Camargo. A segunda fase comeou com a nacionalizao das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criao do Conselho Nacional do Petrleo, em 1938. A terceira fase comeou com o estabelecimento do monoplio estatal, durante o Governo do Presidente Getlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobrs. Foi uma fase marcante na histria do nosso petrleo, pelo fato da Petrobrs ter nascido do debate democrtico, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos polticos.

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A quarta fase que estamos vivendo agora com a flexibilizao do Monoplio, conforme a Lei 9478, de 6 de agosto de 1997.

2. Formulao do ProblemaA explorao em campos maduros de Petrleo tem se mostrado perfeitamente vivel nos Estados Unidos da Amrica. A necessidade de se verificar a viabilidade econmica da produo de petrleo desses campos no Brasil foi o grande fator determinante deste trabalho, realizado em 2003. Para comprovar o estudo foi escolhido o campo de Ilha Pequena (IP no campo SE1A Figura 2) entre os muitos campos maduros existentes no Brasil e que esto sendo oferecidos pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP). Os dados da anlise foram adquiridos junto a ANP.

Figura 2 Campo Ilha Pequena

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3. OBJETIVOPara facilitar o entendimento dos objetivos a que se destina este trabalho, os mesmos foram divididos em geral e especfico.

3.1 GERAL Busca fazer a avaliao econmica e financeira da explorao de um campo de petrleo maduro e verificar sua viabilidade. A finalidade realizar os clculos necessrios, com recursos da informtica (planilha EXCEL), utilizando os dados conhecidos e disponibilizados publicamente com a finalidade de concluir se a produo em campos maduros financeiramente vivel.

3.2 ESPECFICOS Complementando o objetivo geral, os objetivos especficos a serem alcanados com este trabalho so os seguintes: => Definio da curva de produo => definio do fluxo de caixa do projeto => Anlise de sensibilidade do projeto

4. METODOLOGIAPara apresentar as informaes sobre o mtodo e procedimentos metodolgicos utilizados neste trabalho, as diretrizes de Cooper e Schindler (2003) foram utilizadas. Os autores relatam que explorao o processo de coletar informaes para formular ou refinar questes de administrao, de pesquisa, investigativas ou de mensurao. A pesquisa exploratria feita para aumentar o entendimento do problema de pesquisa, identificar formas alternativas de resolver o problema, reunir informaes para refinar a questo de pesquisa e identificar fontes para as verdadeiras questes de pesquisa e estrutura de amostragem. As tcnicas utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa se basearam principalmente em: a) Levantamento de dados de produo;

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b) Levantamento, tabulao, tratamento e anlise de dados relacionados produo, custos e impostos; e c) Elaborao da planilha eletrnica com o resultado das anlises;

5. DESENVOLVIMENTOEm todo o mundo, as grandes empresas de petrleo e gs, diante do volume de seus negcios e interessadas em investir em projetos altamente rentveis, se desfazem das concesses de campos petrolferos que deixaram de ser atraentes. Esses campos quase sempre se encontram em estgio avanado de explorao (campos maduros) ou eram jazidas de pequeno porte. No entanto, para empresas menores que operem a custos mais baixos ou dominem tecnologias especficas, esses campos podem se tornar comercialmente viveis. Haja vista o exemplo dos Estados Unidos, onde mais de oito mil empresas independentes, de tamanhos variados, respondem (referncia 2003) por cerca de 40% da produo de petrleo (mais de 3 milhes de barris/dia) e de 65% da produo de gs natural (950 milhes de m3/dia), garantindo cerca de 300 mil empregos diretos. Em 1998, essas empresas foram responsveis por 85% dos novos poos perfurados no pas. No caso brasileiro, o perfil de produo diferente, onde mais de 85% do petrleo produzido off shore.

Figura 3 Produo de Petrleo no Brasil

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Na Figura 3 pode-se comparar a produo de petrleo em campos terrestres e no mar. A Produo nas 5 bacias terrestres est em torno de 230.000 barris por dia, enquanto a produo no Mar (BC Bacia de Campos) est em torno de 1.370.000 barris por dia.

5.1 CAMPOS MADUROSO leo bruto formado pela combinao de molculas de carbono e de hidrognio, ou seja, um composto de hidrocarbonetos resulta da ao do calor e da presso provocada pelo empilhamento das camadas geolgicas que se transforma em um leo denominado petrleo. O petrleo pode ser encontrado nas formas: lquido, slido ou gasoso conforme sua temperatura ou presso. As cores variam do negro ao mbar, variando de acordo com os materiais dos quais se constituiu. Existem, ento, diversos tipos de petrleo, com caractersticas fsicas e qumicas diferentes, que variam de acordo com as combinaes de hidrocarbonetos e compostos nele existentes. Para formao do petrleo fundamental a presena de uma bacia sedimentar. Elas so depresses da crosta terrestre preenchidas por sedimentos que se transformaram, em milhes de anos, nas chamadas rochas sedimentares. O petrleo gerado na chamada ROCHA MATRIZ. Da ele migra por entre as rochas porosas e permeveis procurando diminuir a presso, como o caf penetrando em um torro de acar. Ele flui at encontrar uma camada impermevel que bloqueie o seu escapamento. Esta rocha chama-se ROCHA-RESERVATRIO, ou seja, a rocha armazenadora do petrleo. As trapas, alapes ou armadilhas so os obstculos naturais que impedem sua migrao para zonas de presso ainda mais baixas. Para encontrar o petrleo, ento, preciso combinar estes fatores: Bacia sedimentar (embora nem todas possuam acumulaes comerciais de leo e gs) Rochas Geradoras (matriz) Rochas Reservatrio Rochas Impermeveis Resumidamente podemos dizer que um campo de petrleo uma acumulao de leo, encontrada em rochas reservatrios (rochas porosas, normalmente arenitos ou calcrios), seladas por uma camada impermevel que capeia essa acumulao. Normalmente essa

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acumulao fica sob presso e quando furamos um poo o petrleo flui at a superfcie. Quando o poo comea a fluir a presso comea a diminuir e a vazo vai decrescendo at atingir valores insignificantes. No grfico da Figura 4 pode-se verificar a expectativa da produo de um campo de petrleo no decorrer do tempo, sem a ao humana. Ocorre a diminuio da produo porque a presso interna vai decrescendo. por isto que se deve injetar gua para conseguir retirar o leo l existente.Curva de produo de poo de petrleo2500

Vazo em barris/dia

2000 1500 1000 500 0

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

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2015

2016

2017

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Figura 4 Curva de Produo de um poo de Petrleo

Conforme j mencionado anteriormente, o fator de recuperao do leo contando somente com a presso primria (inicial) de 10 a 20% da quantidade de leo nos poros da rocha. Desta forma, em uma descoberta de 10 milhes de barris, 2 milhes so retirados e os 8 milhes ficam em sub-superfcie. Para aumentar a recuperao desses campos tem-se que injetar gua a fim de manter a presso inicial do reservatrio e desta forma conseguir extrair petrleo. Nessa fase de recuperao secundria e terciria, j pode ser dito que o campo maduro. Para evitar que a presso do campo diminua abruptamente, inicia-se a injeo de gua logo no inicio da produo do campo, no deixando que toda a sua presso original seja perdida. Ao injetar gua a vazo do campo se mantm. Quando se inicia a fase madura a vazo do campo diminui mesmo injetando gua.

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5.2 INTERESSE POR CAMPOS MADUROS As empresas de pequeno e mdio porte marcaram presena na Quarta Rodada de Licitaes (2002), promovida pela ANP (Agencia Nacional de Petrleo). Das 21 concesses oferecidas para explorao da bacia sedimentar brasileira, 12 foram adquiridas por empresas menores, atuantes apenas no segmento de explorao e produo de petrleo e gs. Essas reas, chamadas reas maduras, deixaram de ser atraentes para Petrobrs devido baixa produtividade e ao tamanho da acumulao. A estratgia ser aplicar tecnologias especiais de recuperao, capazes de aumentar o nvel de produo de leo e gs, chegando a triplicar os volumes em comparao com os resultados anteriores da Petrobras.

Figura 5 reas de campos maduros no Brasil

Na Tabela 1 podem-se verificar algumas informaes sobre a produo, valor de investimento sobre os campos madurosTabela 1 Informaes dos Campos Maduros (ANP)Grupo Nome Codigo Valor Prod. Oleo media 2002 bbl/dia Prod. Gas media 2002 bbl/dia Total Pocos Produtores API do oleo Profundidade (m) OIP MM bbl oleo equivalenteacum. MM bbl Prod. Oleo oleo eq Royalties (%) Prod. Agua media 2002 (m3/dia) SEA1 Angelim Aruari (NA) (ARI) 1,745 24,5 0 31 2 21-27 1000 7,504 0,799 7,8 1,9 24,5 0 7 1 25 866 1,176 0,235 9,3 1,6

Aguilhada (AG) 76,1 0 12 2 21-27 1300 2,755 0,689 9,3 34,3

Ilha Pequena (IPI) 64,8 0 15 5 42 1300 8,372 1,96 9,3 5,5

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Pode-se observar que existe um valor mnimo para poder conseguir a concesso dos campos oferecidos. Neste estudo, o Grupo de interesse o SE1A que composto pelos campos Aguilhada, Angelim, Aruari e Ilha Pequena sendo este ltimo o foco deste estudo. O preo mnimo para a concesso de MM US$ 1.745. Existem outras informaes importantes para nosso estudo como nmero de poos produtores e totais. A informao sobre a produo acumulada tambm importante, pois desta forma pode-se analisar as diferentes formas de rateio do valor da concesso somente para o campo Ilha Pequena.

6. RESULTADOPara demonstrar o resultado ser feita uma apresentao da metodologia utilizada (premissas) e depois o resultado atravs da aplicao da metodologia.

6.1 PREMISSAS O modelo de avaliao econmica de um projeto de produo foi construdo usando como dados de entrada um dos campos ofertados pela Petrobrs, com base nos dados da curva de produo fornecidos pela ANP alm dos impostos e demais taxas. As premissas adotadas para a avaliao econmica foram: O preo do barril de petrleo a 23,34 dlares por barril. Curva de produo extrapolao para o futuro do histrico de produo do campo. O custo operacional estimado de US$ 3 dlares por barril. As taxas iniciais consideradas so: o royalty de 9,3% da receita bruta, imposto de renda de 25%, contribuio social de 8%, pagamentos ao proprietrio (caso aplicvel) da terra igual a 0,98% da produo e CPMF de 0,38% e a taxa de atratividade a 10% (o que era a prtica de mercado) O investimento est relacionado compra do Ativo e aos investimentos necessrios para ampliao da produo e ao custo de abandono que est estimado em aproximadamente 100 mil dlares por poo. Considerando esses dados construmos o fluxo de caixa do projeto, e calculamos o valor presente lquido do projeto (VPL), a taxa interna de retorno (TIR), a Exposio financeira mxima no projeto. A Figura 6 ilustra esse fluxo de caixa

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Nome do Campo: Premissas Royalties IR Cont Soc CPMF Pag. Propriet

Ilha Pequena

30%9,30% 25,00% 8,00% 0,38% 0,98% InvestimentoN. pocos totais

25%

Opex Capex Gov. Take Lucro

MM US$ 0,59 0,40 0,68 0,72

Opex Capex Gov. Take17% 28%

VPL TIR CUP us$/BBL

0,72 56% 4,39

LucroTx Desc. PB US$/bbl 10,00% 23

DESPESAS Investiment o Inicial MM US ANO nicial 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total (0,40) 20171,51 19019,48 18011,61 17121,37 16328,48 15617,16 14974,91 14391,72 13859,45 13371,44 162867,13 0,46 0,44 0,41 0,39 0,38 0,36 0,34 0,33 0,32 0,31 2,38 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,52 0 0,22 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 Produo Receita bruta Custo Fixo Fixo Basico Custo de Abandono Custo Variavel Variavel Basico Pagam. Ao proprietario do terreno

DEDUCOES Receita Tributavel Royalties Depreciacao IR

Impostos Fluxo de Caixa Final Contribuio Social (0,40) 0,24 0,24 0,23 0,23 0,22 0,19 0,18 0,18 (0,26) 0,17

Barris

MMUS$

0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,22

0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

0,24 0,23 0,23 0,22 0,21 0,28 0,27 0,26 -0,26 0,25

0,06 0,06 0,06 0,05 0,05 0,07 0,07 0,07 0,00 0,06 0,34

0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,00 0,02 0,11

Figura 6 Fluxo de Caixa

6.2 ANLISE DOS PARMETROS DE ENTRADA

6.2.1 Investimento Inicial - CAPEX

A ANP ofereceu inicialmente o grupo SEA1, composto pelos campos Aguilhada, Angelim, Aruari e Ilha Pequena, por 1,745 MMI US$. Fazendo-se as devidas consideraes para anlise do rateio do investimento inicial: nmero de poos totais, produtores, produo mdia 2002 e acumulada. Estimou-se para o Prospecto Ilha Pequena um investimento na aquisio do ativo de 400 mil dlares (rateio pelo nmero de poos totais). Tabela 2 Rateio do valor de investimento inicial (fonte ANP)N pocos totais 12 31 7 15 65 Total 18,46% 47,69% 10,77% 23,08% Valor 0,32 0,83 0,19 0,40 N pocos produtor 2 2 1 5 10 Total 20,00% 20,00% 10,00% 50,00% Valor 0,35 0,35 0,17 0,87 Producao media 2002 76,1 24,5 24,5 64,8 189,9 Total 40,07% 12,90% 12,90% 34,12% Valor 0,70 0,23 0,23 0,60 Producao acumulada 0,689 0,799 0,235 1,96 3,683 Total 18,71% 21,69% 6,38% 53,22% Valor 0,33 0,38 0,11 0,93

Aguilhada Angelim Aruari Ilha Pequena Soma

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6.2.2 Dados Produo Para anlise financeira foram utilizados os dados histricos de produo fornecidos pela ANP (Tabela 3). Tabela 3 Histrico de Produo Ilha PequenaIlha Pequena ANO oleo (m3) gas (mil m3) 1983 4944 950,00 1984 5764 456,00 1985 4551 603,00 1986 6893 1049,00 1987 15179 1732,00 1988 12866 1786,00 1989 35470 5780,00 1990 33482 4312,00 1991 36413 5149,00 1992 21144 7598,97 1993 9862 11730,54 1994 8286 7116,72 1995 9221 5303,12 1996 9172 4823,56 1997 4917 4605,78 1998 2847 3442,52 1999 3366 3286,02 2000 4455 2489,00 2001 5183 1460,00 2002 3159 1216,00 Total 4944,95 5764,46 4551,60 6894,05 15180,73 12867,79 35475,78 33486,31 36418,15 21151,60 9873,73 8293,12 9226,30 9176,82 4921,61 2850,44 3369,29 4457,49 5184,46 3160,22

A partir da produo de petrleo e gs calculou-se a produo em Barris de leo equivalente (BOE), cujo calculo feito pela produo petrleo adicionada produo gs/100.000 do total do campo. Com estes dados histricos foi possvel fazer o ajuste da curva de produo a uma funo exponencial dos dados e extrapolaram-se os valores a partir de 2003 para utilizao no fluxo de caixa.Histrico de Produo do CampoAjuste Exponencial = Declinio Mdio estimado 12,25% ao ano Declnio mdio no ltimo ano, extrapolado para os prximos anos = 6% ao ano 10000 9000 y = 1E+110e-0,1225x R2 = 0,537

Produo m3/dia

8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1990

6% 12,50%

1995

2000

2005

2010

2015

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Figura 7 Interpolao dos dados de produo (fonte ANP)

Foi feita a interpolao com os dados dos anos anteriores onde chegou-se a um declnio mdio da curva da ordem de 12,5%. Esta ltima considerao traduz melhor a situao real da curva exponencial uma vez que ela mais atenuada na parte final. Tomou-se ento esta curva como base para calcular o valor estimado da produo para os anos seguintes no fluxo de caixa, conforme tabela a seguir: Tabela 4 Dados de Produo interpolados em m3 (fonte ANP)2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 3206,917 3023,765 2863,531 2721,999 2595,943 2482,855 2380,748 2288,031 2203,411 2125,826

6.2.3 Governament Taken Este item no fluxo de caixa diz respeito aos impostos e taxas pagos ao Governo e correspondem ao Imposto de Renda, Contribuio Social e Royalties. Est representado no fluxo nas colunas DEDUES e Impostos. 6.2.4 OPEX Diz respeito ao Custo Operacional. No fluxo de caixa corresponde ao item DESPESAS sendo o somatrio do Custo Fixo (Fixo Bsico e Custo de Abandono) e Custo Varivel (Varivel Bsico e Pagamento ao Proprietrio). O custo de abandono do poo foi considerado no fluxo de caixa. Hoje em dia deve-se tomar cuidado com as questes relativas ao meio ambiente e isto deve ser levado em considerao na hora de abandonar o poo de petrleo. Tambm est previsto o pagamento feito ao proprietrio das terras aonde se localiza o poo. Deve ser levado em considerao sempre que aplicvel.

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6.3 CONSIDERAES Para que fosse possvel a anlise teve-se que ter acesso aos seguintes dados: curva de produo , investimento, custo operacional, preo do petrleo, taxas governamentais e taxa de atratividade. 6.3.1 Curva de Produo Foi feita uma interpolao nos dados histricos da curva de produo informada pela ANP. 6.3.2 Investimento Foi feito o rateio do preo de investimento total do campo de acordo com nmero de poos totais, produtores, produo mdia 2002 e acumulada. Consideramos o rateio feito pelo nmero de poos totais e o valor do investimento foi fornecido pela ANP. 6.3.3 Custo Operacional Segundo valores histricos internacionais utilizou-se valores de 2 a 4 US$/barril para a anlise de sensibilidade 6.3.4 - Preo do Petrleo Foi feito um estudo da variao do preo histrico do petrleo dos 20 anos anteriores a 2003 (maio 1988 a abril 2003) e nesta anlise concluiu-se que o preo ficou em 85% do tempo num valor superior a 15 US$/barril. A mdia foi de US$23,34 por barril com um desvio de US$2,29. 6.3.5 Taxas Governamentais Foram estimadas nos valores praticados na poca (2003). 6.3.6 Taxa de atratividade Foi utilizado o valor de 10% porque era o valor praticado pelo mercado.

6.4 ANLISE DE SENSIBILIDADE Atravs da anlise do valor histrico do preo do petrleo (maio 1988 a abril 2003 Figura 8), verificou-se que havia uma forte tendncia que ele ficasse na faixa dos 23 dlares/barril com um desvio de US$2,29. Utilizando o valor de 23 dlares/barril tem-se um valor de VPL de 0,72 e TIR 56% (Figura 6). Com estes nmeros pode-se dizer que este projeto vivel economicamente.

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60.00 guerra do Golfo 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 Jan-85 Jan-87 Dec-88 Dec-90 Dec-92 Dec-94 Dec-96 Dec-98 Dec-00 Dec-02 Dec-04

Figura 8 Valor histrico do preo do barril de petrleo

A anlise de sensibilidade (Figura 9) da variao do VPL com relao a variaes do preo do barril de petrleo, variao da curva base de produo, da variao dos custos operacionais e dos investimentos, mostra que mesmo com uma variao de 25% em qualquer um desses parmetros, o projeto ainda muito robusto, trazendo ganhos para o investidor.

Analise de Sensibildiade1,4Valor do VPL MM US$

1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1 1,05 1,1 1,15 1,2 1,25 1,3

Premissas: Preo 23 US$/bbl Invest. 0,4 MM US$ Curva base opex: 2,29 US$/bbl

produo preo Opex investimento

Variao Percentual (%)Figura 9 Variao da Produo X Preo (barril)

Como foi verificado pelos dados histricos de 2003 que o preo do petrleo permaneceria estvel em torno de 23 US$ por barril, e que o investimento definido pelo investidor, importante verificar a robustez do projeto a uma variao da curva de produo e a uma variao do custo operacional. A Figuras 10 apresenta a anlise de sensibilidade unidimensional, variando tanto o custo quanto a curva de produo.

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Valor do VPL Versus a Variao da Produo2,50

VPL MM US$

2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 -100% -80% -0,50 -1,00 Variao percentual para cima e para baixo da Curva de produo

-60%

-40%

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Figura 10 - VPL X Variao da Curva de Produo

Caso no haja produo sero perdidos os 0.4 milhes do investimento mais o custo fixo (bsico e abandono) resultando em um prejuzo de 0,74 milhes. Observando a Figura 10, mesmo que a produo caia 60% o projeto apresenta um VPL positivo. A realizao da curva de produo prevista traz um VPL de 0,72 milhes de US$, e se a produo for 2 vezes maior teremos um VPL de 2,03 milhes de dlares. Observa-se na Figura 11 que mesmo o Custo Operacional aumentando 95% ainda assim o projeto vivel. Mesmo que consegussemos produzir a custo zero lucro mximo seria de 1.13 milhes de dlaresValor do VPL Versus a Variao do Custo Operacional1,20

VPL MM US$

1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 -100 -0,20 %

-80% -60% -40% -20%

0%

20%

40%

60%

80% 100%

Variao percentual para cima e para baixo do custo operacional

Figura 11 - Variao do VPL X Variao do Custo Operacional

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No Grfico da Figura 12 mostra que se a produo subir muito e os custos operacionais forem reduzidos, tem-se uma rea cujo lucro superar 2 milhes de dlares. Nesse grfico o ponto (0,0) corresponde quele em que o custo operacional exatamente igual ao assumido e a produo a produo estimada para o projeto, e o VPL est entre a curva azul e vermelha exatamente em 0,72 milhes de US$.

Figura 12 Analise Sensibilidade em grfico bidimensional

Finalmente observando a robustez do projeto a uma variao do preo do petrleo (Figura 13) verifica-se que ele robusto at o valor de 11,83 dlares por barril, considerando os parmetros iniciais de produo, custos e investimentos. At o valor de 12 US$/barril termos o valor de VPL positivo.

Robustez do Projeto a Variao do PreoVPL do Projeto MM US$1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 -0,2010,00 14,00 18,00 22,00 26,00 30,00

12 US$/bbl

Preo do BArril de leo US$/bbl

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Figura 13 Robustez do Projeto variao do preo

7. CONCLUSOFoi verificada nesse trabalho (utilizando os dados de 2003) atravs da avaliao econmica que o campo maduro uma possibilidade vivel para o desenvolvimento da indstria nacional de pequeno porte na explorao de petrleo no Brasil. A robustez desses projetos est associada a um custo operacional mais baixo, fator que difcil para as grandes corporaes, onde os custos com overhead (mo de obra) e infraestrutura so to elevados que s grandes projetos se tornam viveis. Esta alavancagem operacional tem um perfil mais aderente s pequenas empresas. As anlises de sensibilidade unidimensional e bidimensional mostram que esses projetos, apesar de pequenos, apresentam nveis de riscos capazes de serem suportados por essas empresas. Uma das preocupaes est relacionada aos custos com abandono, pois a exigncia com o meio ambiente cada vez maior. A reduo dos royalties e reteno de recursos para o perodo de abandono dos poos podem ser usados para otimizar o efeito dos impostos na empresa e garantir recursos para um abandono dentro das especificaes que o meio ambiente exige. Uma prxima anlise pode ser feita ampliando-se o horizonte do estudo at a presente data.

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8. REFERNCIASBRAUNS, B. Viabilidade tcnica e econmica na explorao de petrleo em campos maduros. uma porta para a indstria nacional. 2003. 44p. Trabalho de Concluso de Curso (MBA em Engenharia Econmica e Financeira) Ps-Graduao do Latec, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2003. COOPER, D. R.; SHINDLER, P.R. Mtodos de pesquisa em administrao. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. 640p. SOUZA, L. P. Estudo sobre tomada de deciso em projetos de rejuvenescimento de campos petrolferos maduro. 2003. 75p. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil) Instituto Alberto Luiz Coimbra de Ps-Graduao e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003. SANTOS JUNIOR, A. Rejuvenescimento de campos maduros no Brasil desafios e impactos. Mata de So Joo: Petroreconcavo: jul. 2003 RAMALHO, R. O petrleo no Brasil. Cincia Hoje,. Rio de Janeiro, dez. 2000. Disponvel em: . Acesso em: 13 mar. 2009. PROJETO CTPETRO. Sistemas produtivos e inovativos locais na industria de O&G analise da experincia em campos marginais do recncavo baiano. Rio de Janeiro: INT, 2003. BALANO SETORIAL PETRLEO E GS Junho 2002 n.1 Gazeta Mercantil: Balano Setorial PETRLEO E GS. Notcias comandam os preos. Ano 1, n 1, junho/2002. AGNCIA NACIONAL DO PETRLEO, GS NATURAL E BIOCOMBUSTVEIS. Relatrio Anual ANP 2002. Rio de Janeiro: ANP, 2002. MANGUINHOS REFINARIA. Origem do petrleo O que Petrleo e onde encontr-lo. Rio de Janeiro: Manguinhos Refinaria, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 2003

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